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Ano 5 – n° 8 – janeiro a junho de 2016 ISSN 2238-7706 Concepções do objeto de estudo da Línguística Aplicada por professores de português brasileiro como segunda língua (PBSL) em formação inicial

Concepções do objeto de estudo da Línguística Aplicada por professores de ... · 2016-08-09 · Instituto Mauá de Pesquisa e Educação Ltda ... Em algumas organizações de

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Ano 5 – n° 8 – janeiro a junho de 2016ISS

N 22

38-77

06

Concepções do objeto de estudoda Línguística Aplicada por

professores de portuguêsbrasileiro como segunda

língua (PBSL) em formaçãoinicial

3janeiro a junho de 2016

Ano 5 – n° 8 – janeiro a junho de 2016Brasília – DF – Brasil

Publicação trimestral pela Faculdade Mauá de Brasília

ISSN 2238-7706

A SuperUni é especializada na publicação de material científico da comu-nidade acadêmica do Distrito Federal

Instituto Mauá de Pesquisa e Educação LtdaSetor Habitacional Vicente Pires, Rua 4-C, ch. 12, CEP:72110-600Taguatinga – Brasília – DF

4 janeiro a junho de 2016

Expediente SumárioFaculdade Mauá de Brasília (MAUÁDF) Diretora-Geral

Dilcia Teles Lima

Editores-Chefes: Felipe Alves LeitãoFaculdade Mauá de BrasíliaRogério Emiliano de Assis

Secretaria de Estado de Educação do Dis-trito Federal/Faculdade Mauá de Brasília

Editores Internos:Alfredo Neto de Jesus Luz Faculdade Mauá de Brasília

Antônio Ferreira Lima Faculdade Mauá de Brasília

Editores Externos:Douglas de Assis Teles Santos Universidade do Estado da Bahia/UNEB

Maria Aparecida de Assis Teles Santos Instituto Federal de Goiás/IFG

Neuda Alves do Lago Universidade Federal de Goiás/UFG

Conselho Consultivo Letras

Roseli Pioli Zanetin Faculdade Anhanguera/São Paulo – Doutora

Augusto LuitgardsUniversidade de Brasília - UNB – Doutor

AdministraçãoRubem Boff – FAE Faculdade das Águas Emendadas - Doutor

Alceu de Amorim Von-Held IESB/Brasília - Especialista

Sérgio Roberto Porto de Almeida Doutor

DireitoProf. Evilasio Vitorino de Castro Assunção - EspecialistaFaculdade Mauá de Brasília

Educação FísicaArilson Fernandes de Sousa - Mestre Faculdade Mauá de Brasília

Marcus Tulius de Paula Senna – Mestre Faculdade Mauá de Brasília

DesignJovailton Vagner

Informações Gerais Este periódico é especializado na publicação dematerial científico de autoria de graduandos,de profissionais e de docentes vinculados à Fa-culdade Mauá de Brasília ou a outras institui-ções de ensino superior, interessados nadivulgação de sua produção acadêmica. O con-teúdo dos artigos não representa, necessaria-mente, os pontos de vista dos organizadores.

janeiro a junho de 2016

Concepções do objeto de estudo da Línguística Aplicada porprofessores de português brasileiro como segunda língua(PBSL) em formação inicialKarina MENDES

Cultura digital: a evolução da contabilidade nas notas fiscaisFlávio Luiz Alves LARACarlos Augusto Barros NOGUEIRAEdilma de Sá NUNES

Topological structure of the acetylcholinesterase tetramerin solutionAngela S. F. RamosSimone Techert

Proposta de detecção da agressividade do vírus Soybeanmosaic virus (SMV) por meio da análise da região HC-PROem diagnóstico molecular Angela Fonseca Souza RamosRaul Benigno SaraivaMárcio Martinello Sanches

Letras página 13

Saúde página 28

Pesquisa página 33

Contabilidade página 6

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6 janeiro a junho de 2016

IntroduçãoA história da Contabilidade vem de séculos

menciona que nós não nos organizamos por dé-cadas se a consideramos como ciência, servia depermuta para os primeiros povos antes e depoisde Cristo, como os historiadores e cientistas nosinformam, através de livros, pergaminhos, rela-tos, desenhos em pedras, a contabilidade setransformou com o tempo. O relato nos mostra

que a contabilidade é essencial neste contexto, ospovos gregos, egípcios, italianos, babilônios,franceses, tiveram a contabilidade como basepara garantir os negócios, que antes até mesmoda própria escrita, era o meio de organizar con-tabilmente os rebanhos, cereais, terras e atémesmo nações. No Brasil com a chegada dos por-tugueses introduziram a contabilidade em meioà exploração de nossas fronteiras, dos nossos

Cultura digital:a evolução

da contabilidadenas notas fiscais

Flávio Luiz Alves LARAProfessor do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Mauá/GO

Carlos Augusto Barros NOGUEIRABacharelando em Ciências Contábeis da Faculdade Mauá/GO

Edilma de Sá NUNESBacharelanda em Ciências Contábeis da Faculdade Mauá/GO.

7janeiro a junho de 2016

Contabilidadepovos com o princípio e o aprimoramento pro-gressivo.

Com o surgimento do papel, instrumentoimportante para qualquer contador, estudante,professor, através do papel surgiu também livroscontábeis, etc.

O principal foco da contabilidade é o patri-mônio, antes em escala singular, particular, como tempo ganha aspecto coletivo, onde registrar econtrole dos alimentos para preservação da espé-cie humana não mais satisfazia, a igreja passou acontrolar também através dos contadores, surgiuàs partidas dobradas, com Lucas Pacioli, um dosnomes mais importantes na contabilidade, o do-cumento no aspecto contábil, destaca da neces-sidade de registrar e controlar na forma visual acaracterística qualitativa da confiabilidade, emque a materialidade, ou seja, vem da originali-dade das informações ali registradas, a contabi-lidade utiliza de formas naturais e assinaturasúnicas de cada indivíduo para garantir a peculia-ridade dos lançamentos. Os órgãos públicos,assim como as empresas utilizam da contabili-dade para fiscalizar, controlar, recolher os impos-tos devidos. O patrimônio é o objeto dacontabilidade, mas o lucro uma busca interminá-vel das empresas.

Com o advento das primeiras tecnologias,surgiu máquina de escrever depois elétrica, com-putadores, depois portáteis, no início da décadade 80 os micros computadores, a internet, omundo instantâneo, as multinacionais conse-guem globalizar.

As empresas procuram adaptar-se a globali-zação, na qual a tecnologia, o mundo imediatistanos consome. Em plena era digital, uma revolu-ção digital acontece na contabilidade, à nota fis-cal eletrônica, as empresas nacionais vem emplena mudança em relação à emissão de nota fis-cal, trazendo integração entre as AdministraçõesTributárias Federal, Estadual e Municipal, o fiscoassim pode acompanhar e homologar em temporeal as operações das empresas. A Nota Fiscal Ele-trônica tem as mesmas funções da anterior, a di-ferença está no registro e arquivo do documento

que serão feitos de modo eletrônico, exigindo aassinatura digital do contribuinte, tendo validadeem todo território nacional.

Não tem como negar que a revolução digitalinfluencia na ciência contábil, permitindo a uti-lização de recursos para gerar relatórios geren-ciais com maior rapidez.

A história da ContabilidadeA Contabilidade narra que sempre foi in-

fluenciada pela realidade social e histórica dohomem. Fatos como a evolução da escrita, o sur-gimento da moeda e a revolução industrial, im-pulsionada pela invenção da máquina a vapor,são alguns marcos históricos que fizeram destaciência contábil uma positivação. Além da neces-sidade de um controle maior, que surgiu junta-mente com as primeiras administraçõesparticulares, que tinham por objetivo melhorcontrolar seu patrimônio, à medida que as ope-rações econômicas se tornavam complexas, o seucontrole necessitava de refinamento.

Pode-se com o avanço da contabilidade ecom o progresso da civilização podendo definir:

Atividade de investigação vinculada a umobjeto, que possui métodos, teorias, teoremas,princípios e axiomas próprios, busca os objetivoso(s) objetivo(s) específicoe próprio(s), e está com-prometida com a evolução do conhecimento hu-mano na dimensão do conhecimento moral,ético, filosófico, social e intelectual (HOOG,2009, p. 56).

A influência das normas internacio-nais na Contabilidade

Na atualidade, a Contabilidade, de maneirageral, poderíamos dizer que o início do século XXpresenciou a queda da chamada Escola Europeia(mais especificamente, a Italiana), por várias ra-zões entre elas podemos citar: Excesso culto àpersonalidade; Ênfase a uma Contabilidade teó-rica; Pouca importância à auditoria; Queda donível das principais faculdades.

E a ascensão da chamada Escola Norte Ame-

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ricana no mundo contábil: Ênfase ao usuário dainformação contábil; Ênfase à Contabilidade apli-cada; Bastante importância à auditoria; Univer-sidades em busca de qualidade. Sem pretenderesgotar o tema, apresentamos alguns motivosque levaram à mudança do cenário internacionalda Contabilidade.

Conforme José Carlos Marion (2014. p.15).

Hoje em dia, entretanto, a tendência érumo à convergência internacional das normascontábeis, adotando o modelo IASC (Internacio-nal Accaunting Standards Committee),que dáorigem as IFRS (Internacional Financial Repor-ting Standards), ou seja, Normas Internacionaispara os Relatórios Contábeis.

As normas contábeis de longe é consensoentre países, ela recebe influência dos meios deconvivência política, cultural, social, econômica.No Brasil as normas internacionais vieram paraestagnar as diferenças e enraizar pontos comunsentre normas internacionais e locais. A bolsa devalores e a participação de capital estrangeiro for-talecem a nossa economia. Importação/ exporta-ção, empresa com sede local e internacional, ondea contabilidade necessita de estudos e normaspara garantir suas características qualitativas:comparabilidade, confiabilidade, neutralidade,tempestividade, confiabilidade e relevância.

A padronização das normas fortalece o en-lace de países de diversas culturas, onde o apro-veitamento de profissionais de ambas as partesos tornam mais eficaz e de confiança, havendouma harmonização entre os interessados.

Com a publicação da Lei 11.638/ 2007 co-meça a convergência brasileira aos padrões inter-nacionais e em 2009 com a Resolução CFC 1.156/2009 marcou o novo momento da contabilidadeno Brasil, atendendo a normatização internacio-nal. Os desafios foram surgindo, as faculdadesque formam contabilistas, administradores, seveem com a necessidade de atualização de livros,conteúdos didáticos, aprimoramento e aperfei-çoamento de técnicas contábeis, voltadas para aexpansão de novas tecnologias.

A Contabilidade no BrasilA Contabilidade no Brasil esteve ligada com

o desenvolvimento da sociedade colonial, e a ne-cessidade de controle dos gastos públicos com achegada da família real portuguesa. Sofremos in-fluências de países Europeus, principalmente ita-lianos, na década de 50 os profissionaisbrasileiros perderam interesse nesta escola, como processo de modernização, as indústrias ame-ricanas instalaram-se aqui.

O contador é um dos profissionais mais re-quisitados, por sua importância nas tomadas dedecisões, no enfoque as necessidades que os ce-nários econômicos financeiros exigem, na expec-tativa que os consumidores os colocam, omercado de trabalho consome profissionais foca-dos nas novas tecnologias geradas pelo mundoglobalizado.

O profissional contábil precisa ser vistocomo um comunicador de informações essenciaisà tomada de decisões, pois a habilidade em ava-liar fatos passados, perceber os presentes e pre-dizer eventos futuros pode ser compreendidocomo fator preponderante ao sucesso empresa-rial. (SILVA 2003, p. 3).

A contabilidade no Brasil ainda sofre com alegislação tributária, ou seja, imposto de renda.Em algumas organizações de micro e pequenasempresas na maioria das vezes o contador fica li-gado a questões tributárias, nas médias e grandesexiste um departamento que liga as questões fis-cais para tratar do assunto. Com isso a contabili-dade ganha divisões importantes que se dividemem contabilidade gerencial, contabilidade fiscal,contabilidade de custo, contabilidade financeiraetc.

O marco inicial foi à primeira etapa utili-zando-se do método Italiano nos anos de 1915 a1964 teve a contribuição de grandes autores desuma importância para a contabilidade são: Fre-derico Herrmann Junior, Francisco D`Auria, Car-los de Carvalho eles atuaram com seuspensamentos Italianos o que ajudou bastante. Fre-derico Herrmann e Francisco D`Auria atuaramcom a visão patrimonialista que para eles trata-se

Contabilidade

9janeiro a junho de 2016

Contabilidadedo objeto de estudo da contabilidade que é o pa-trimônio. Carlos de Carvalho atuava com a conta-bilidade baseada na visão contista.Eles tiveram umtrabalho importante nessa primeira etapa.

Houve uma época em métodos norte-ameri-cana também foram adotados tendo o maior cen-tro de pesquisa contábil no Brasil.Mesmo o Brasilnão tendo desenvolvido sua própria escola con-tábil, isso não impediu que a nossa legislação con-tábil fosse uma das mais aperfeiçoadas domercado.Podemos dizer que o método norte-americano domina o mundo inclusive naItália.Os Italianos criaram, mas não souberamadministrar a contabilidade, ou seja, não soube-ram o que fazer com ela.

A mudança de enfoque da escola Italianapara escola Americana deu-se em função da in-fluência de algumas empresas de auditoria, queacompanhavam as multinacionais anglo-ameri-canas. Estas, através de manuais de procedi-mento e treinamento, formaram profissionaisque preparariam as normas contábeis em nívelgovernamental, influenciando, assim, as empre-sas menores, incluindo legisladores e outros(apud SILVA, CARLI e PEREIRA, 1991, p. 32).

Conceito de ContabilidadeO principal objetivo da contabilidade é

analisar o patrimônio. Ela é considerada umaciência social, pois o ser humano é capaz de utili-zar métodos para modificar no trânsito de infor-mações contábeis.Um marco na história daContabilidade foi o frei franciscano Luca Pacioli,célebre matemático italiano que os historiadoresjá davam notícias de outras obras importantespara a caracterização da Contabilidade Atual.Conforme Franco (1999, p. 231):

É a ciência que estuda, controla e interpre-tam os fatos ocorridos no patrimônio das entida-des, mediante o registro, a demonstraçãoexpositiva e a revelação desses fatos com o fim deoferecer informações sobre a composição do pa-trimônio, suas variações e o resultado econômicasdecorrente da gestão da riqueza econômica.

É considerado o pai da contabilidade mo-derna. No ano 1494 publicou em Veneza, sua fa-mosa “Summa de arithmetica, geometria,proportion ET propornalite”, ou seja, (coleção dearitimética, geometria, proporção e proporciona-lidade). Ele tornou-se famoso devido a um capí-tulo deste livro que tratava sobre contabilidade.Foi o primeiro a descrever a contabilidade dedupla entrada, conhecido como método vene-ziano, ou seja, “método das partidas dobradas”.

De acordo com os métodos das partidas do-bradas, a cada débito corresponde a um créditode igual valor.

Nota-se que Luca Pacioli, um frade francis-cano, era um matemático e que o mecanismo daspartidas dobradas é, basicamente, um meca-nismo algébrico, com premissas iniciais conven-cionais (o fato de o lado esquerdo do balanço ser,por convenção, o lado ativo força a que, comoconsequência, o lado esquerdo de uma conta deativo deva ser debitado pela criação de ativos ouseus incrementos) (PACIOLI, 1494, p.17).

A evolução tecnológica da Contabili-dade

O investimento em tecnologia é essencialpara garantir o pleno funcionamento do novoprocesso de contabilidade tributária, e a NotaFiscal Eletrônica é apenas o primeiro passo paramodernização principalmente das pequenas emédias empresas, já que o investimento em hard-ware (no âmbito da informática, é dada a desig-nação de hardware a todos os componentesfísicos que fazem parte de um sistema informá-tico, incluindo toda a parte física de um compu-tador e todos os periféricos) e software (é umaaplicação ou programa do computador escritanuma determinada linguagem interpretável poruma determinada máquina e que permite execu-tar determinadas tarefas para as quais o softwarefoi projetado). Castro observa:

Certificado Digital é um programa emissorde NF-e (existe um programa gratuito no site doGDF para emitir NF-e, o mesmo é opcional). Não

10 janeiro a junho de 2016

seria exatamente um lucro e sim a questão deagilidade na emissão, sendo assim, o emprega-dor ganha tempo e não acumula papeis, pois oarquivo de NF-e será eletronicamente. Ou seja,não gasta na confecção de talões de notas fiscais,mas em contrapartida tem que pagar um progra-mador e tem que adquirir um certificado digital,apesar de que agora quase todas as empresas jásão obrigadas ater o certificado digital, por vá-rios motivos). Com certeza, pois antes o lança-mento era manual, agora é por meio deimportação de arquivo xml, mas em contrapar-tida a conferência tem que existir, pois não po-demos confiar na importação. Portanto atecnologia tem seus pontos positivos e negati-vos. Sim. A cada dia que passa o GDF quanto aReceita estão criando mecanismos para contro-lar o contribuinte, além da NF-e existem váriostipos de informativos que fazem com que o con-tribuinte seja fiscalizado eletronicamente. É umabsurdo não somente na NF-e, mas os impostosno geral. Infelizmente o Brasil é um dos paísesque tem a carga tributária mais elevada e infe-lizmente quase nada funciona saúde, segurança.(CASTRO, 2015, p. 82).

Estes programas são compostos por uma se-quência de instruções, os comandos, e de decla-rações de dados, as quais são armazenáveis nummeio digitalde gestão, além de agilizar este pro-cesso, permite o controle e o gerenciamento detodos os processos e departamentos da empresae ficam no mesmo patamar das grandes, eletro-nicamente comparando, e fornecer informaçõescontábeis e gerenciais a seus usuários.

A NF-e é um subprojeto integrante do SPED(Sistema Público de Escrituração Digital), que écomposto, além da NF-e, pelos subprojetos Es-crituração Contábil Digital (ECD- também cha-mado SPED Contábil), e Escrituração FiscalDigital (EFD- também chamado SEPFiscal),trata-se da obrigação de transmitir emversão digital os seguintes livros: l – Livro Diárioe seus auxiliares; ll – Livro Razão e seus auxiliaresse houver; lll – Livro Balancetes(Diários balançose fichas de lançamento comprobatórios dos as-sentamentos neles transcritos).

O SPED – Sistema Público de Escrituração

Digital foi instituído através do decreto 6.022/2007.A ECD será transmitida anualmente aoEPED até o último dia útil do mês de junho doano seguinte ao ano-calendário a que se refira es-crituração com a utilização do Programa Valida-dor e Assinador (PVA), especificamentedesenvolvido para tal fim e que será disponibili-zado na página da RFB na internet.

A NF-e tem o intuito de documentar, parafins fiscais, uma operação de circulação de mer-cadorias ou uma prestação de serviços. Sua vali-dade jurídica é garantida pela assinatura digitaldo remetente (garantia de autoria e de integri-dade) e pela recepção, pelo Fisco, do documentoeletrônico, antes de ocorrência do fato gerador.

Para o fisco, as vantagens são: O au-mento na confiabilidade da nota fiscal, a melho-ria no processo de controle fiscal; Diminuição dasonegação, aumento da arrecadação sem au-mento da carga tributária; A redução de custo noprocesso de controle das notas fiscais capturadaspela fiscalização, a inibição de atos ilícitos fiscais.Mas o fisco também esbarra com a falta de estru-tura de hardware, comunicação e software.

Para os emitentes (vendedores): Redução detempo de parada de caminhões em postos fiscaisde fronteira; Redução de custos de impressão dodocumento fiscal, reduzindo assim o impactoambiental; otimização dos processos de organi-zação, guarda e gerenciamento de documentoseletrônicos, facilitando a recuperação e intercâm-bio das informações; Incentivo ao comércio ele-trônico e ao uso de novas tecnologias. Para asempresas destinatárias de notas fiscais (compra-doras): Redução de erros de escrituração devidoà eliminação de erros de digital de NF-e; Planeja-mento de logística de recepção de mercadoriaspelo conhecimento antecipado da informação daNF; Eliminação de digitação de NF na recepçãode mercadorias. Guimarães observa:

Para atender dispositivos legais da legislaçãotributária do DF. Além de estar cumprindo umdispositivo legal e assim evitando penalidades, aNF-e é um meio mais seguro e rápido na forma-

Contabilidade

11janeiro a junho de 2016

Contabilidadelização das operações da compra e venda demercadorias e prestações de serviços. Com a NF-e, houve obrigatoriamente uma maior formali-zação das empresas, com isto, independente dadeclaração ou na operação junto ao fisco, estepassou a monitorar todas as operações, tronou-se mais efetiva por parte da receita do DF, o quefez gerar maior arrecadação (GUIMARÃES,2015, p17).

Para a sociedade o advento de oportuni-dades de negócios e empregos na prestação deserviços ligados a NF-e e incentivo ao comércioeletrônico; Redução do consumo de papel, comimpacto positivo em termos ecológicos; Padro-nização dos relacionamentos eletrônicos entreempresas. Para os Contadores: Facilitação esimplificação da Escrituração Fiscal e Contábil.

De acordo com Oliveira, as vantagens daintegração de sistemas pode diminuir o fluxo depapéis que circulam na empresa, evitando o acú-mulo destes na contabilidade (2002, p. 51).

ConclusãoDito isto, a Contabilidade fez seu trajeto ao

longo dos séculos mostrando que é uma ciênciaessencial no cotidiano, nossas bases, pesquisase estudos nos põem a par das necessidades em-presariais, dos controles e fiscalizações públicas.Relevante ao processo de evolução da contabili-dade demonstrou pessoas conscientes e objeti-vas, com profissionais mais preparados, com odesenvolvimento e evolução contemporânea.

Assim, a influência cultural da contabili-dade possibilita a uma reflexão crítica sobre astécnicas e métodos utilizados na construção deuma estrutura eficaz na articulação de meios su-ficientes no cenário globalizado.

Referencias Bibliográficas

12 janeiro a junho de 2016

Contabilidade

CASTRO, Vanessa Ribeiro. Entrevista concedida pela contadora da Servcont- servi-ços contábeis Ltda. Brasília, 26 Mar. 2015.

FRANCO, Hilário. A Contabilidade na era da globalização. São Paulo: Atlas 1999, p.231.

GUIMARÃES, Fernando Botelho. Entrevista concedida pelo diretor comercial daempresa de alimentos Superbom Ltda. Samambaia, 17 mar. 2015.

HOOG, Wilson Alberto Zappa. Perícia contábil: normas brasileiras interpretadas e co-mentadas à luz do Códigos Civil, Processo Civil e Penal. 3ª ed. Juruá, 2009.

MARION, José Carlos. Introdução à contabilidade com ênfase em teoria. São Paulo:Campinas, 2014.

OLIVIERA, Álvaro Guimarães de. Introdução à contabilidade. São Paulo: Saraiva,2002.

PACIOLI, Luca. Summa de arithmética e geometria. Reprodução exata da edição de1494, estampada por Galli Thierry e C. Milão, s.m.d.

SILVA, Antônio Carlos Ribeiro da. Metodologia da pesquisa aplicada à contabili-dade – orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, monografias, dissertações, teses.São Paulo: Atlas, 2003.

SILVA, Hélio da; CARLI, Diderot; PEREIRA, Antônio Moacyr. Evolução histórica. Re-vista Brasileira de Contabilidade, n. 75, jun.1991, p.30-33.

13janeiro a junho de 2016

É inútil fechar os olhos à realidade. Seo fizermos, a realidade abrirá nossas

pálpebras e nos imporá a sua presença.(Juscelino Kubitscheck)

Introdução: Linguística Aplicadasem hesitações

A LA quanto ao seu objeto de estudo é,por vezes, vista de forma distorcida, entendidacomo se fosse um convite à prática do ensinoe aprendizagem de língua(s) e não como a área

científica que é. Na perspectiva de Cunha(2003), que se contrapõe à versãopredominante do conceito de LA no país, éfato que a identidade da LA ainda não estásuficientemente aclarada para ospesquisadores, quiçá aos professores eestudantes universitários e merece aindamuito estudo para relacionar-se bem com aLinguística formal. Isso, porque confundem aLinguística formal com a Linguística Aplicadae ainda com práticas pedagógicas.

Concepções do objeto de estudoda Línguística Aplicada por

professores de português brasileirocomo segunda língua (PBSL)

em formação inicialKarina MENDES

Mestre em Linguística Aplicada pela Universidade de Brasília (UnB)

14 janeiro a junho de 2016

LetrasConforme exposto na homepage da ALAB

– Associação de Linguística Aplicada do Brasil,a LA é hoje, desenvolvida como um campoconsolidado de ensino e prática de pesquisa emvários programas de pós-graduação em LA(UnB, UNICAMP, UFRJ, PUC/SP, UECE,UNISINUS, UNITAU) e como subárea deconcentração em LA em outros 18 programas.Contudo, nas grades curriculares dos cursos deLetras de faculdades e universidadesbrasileiras, ainda é pouco presente.

Essa disparidade entre a forte presença daLA nos cursos de pós-graduação e umdesconhecimento que beira o anonimato dessaciência nos cursos de graduação em Letras melevou aos seguintes questionamentos: 1) Quala identidade da LA? 2) Quais as concepções deprofessores em formação inicial do objeto deestuda da LA? 3) Como aproximar esses alunosda verdadeira identidade da LA? 4) Como osalunos enxergam as contribuições da LA naformação de professores de língua(s)?

São perguntas que refletem o incômodo deuma pesquisadora iniciante que na interaçãocom futuros professores de língua(s), depara-secom o desconhecimento de uma ciência queapesar das amplas contribuições para o ensinoe aprendizagem de língua(s), ainda nãoconsegue alcançar um dos seus principaisagentes, os professores em formação inicial.

MetodologiaPara responder às quatro perguntas

propostas no tópico anterior, realizei umlevantamento no ambiente virtual do curso.Desse modo, os dados analisados nestetrabalho são compostos por interações onlinecom quatro dos trinta e dois alunosmatriculados na disciplina “LA na Formação deProfessores de Língua(s)”. Foram utilizadosinstrumentos etnográficos (ERICKSON, 1986)de geração e análise de dados, em forma decompletamento de frases, fóruns equestionário semiestruturado. Dentre asinterações presentes na plataforma, escolhi umwiki que consistiu em conhecer as percepções

dos alunos acerca da profissão professor delíngua(s), um fórum que objetivou instigar aconsciência reflexiva dos alunos acerca daformação de professores no contexto atual e umquestionário que buscou perceber quais asconcepções de LA desses alunos.

ContextoFace à extensa grade curricular e ao curto

período de tempo para que as universidadespossam ofertar as disciplinas nos Cursos deLetras, ambientes virtuais têm representadouma poderosa ferramenta de ensino eaprendizagem do ensino superior.

Percebi que muitos dos professores emformação inicial têm de dividir o tempo entre auniversidade e um emprego. Então, comoreunir esses alunos com diversos compromissose pouquíssimo tempo sem que estes tenham dedeixar suas obrigações para participar dasdiscussões? Como proceder para atingir oobjetivo de conhecer o que

esses professores em formação entendempor LA e quais as suas percepções acerca daprofissão professor de línguas, se ao fim daaula, grande parte está com pressa? Maisimportante ainda, como iniciar umaaproximação dos professores em formação coma consciência reflexiva sobre a prática por meioda LA nos cursos de Letras?

A resposta foi explorar ao máximo o espaçovirtual de interação: uma plataforma de ensinoda instituição pesquisada que já estava previstono planejamento da disciplina. Nesse ambientenão há, necessariamente, o estabelecimento deum dia e horário específicos para asparticipações, nem a necessidade de osparticipantes terem de deixar suas váriasatividades para participar efetivamente dasdiscussões. Assim, sugeri que as interaçõesfossem assíncronas.

Essa proposta de interações para o grupoconsistiu em um espaço virtual cuja estruturaorganizacional funcionasse tanto como umaferramenta de discussões – o fórum – quantocomo espaço para outros elementos dispostos

15janeiro a junho de 2016

Letrasem ícones distintos, a saber: pasta contendomaterial de apoio com diversos textos sobre aLA na formação de professores de língua(s) ewikis com contribuições que eramcomplementadas a cada postagem decomentários. Nessa página, os alunos tambémacessavam ao cronograma das aulas, leituras eatividades tanto presenciais quanto virtuais,como pode ser observado a seguir.

Participantes da PesquisaOs participantes da pesquisa são quatro

professores de língua(s) em formação inicialque serão, com a intenção de preservar suasidentidades, identificados neste trabalho como:Karen, Jonatas, Mariana e Kamila. Asespecialidades da turma são bem heterogêneas.Por isso, escolhi dentre os estudantes, um dePortuguês Brasileiro como Segunda Língua,uma de Português como Língua Materna e duasalunas de Espanhol como LE, respectivamente.

Linguística Aplicada do ponto de vistade linguistas aplicados: o que é LA?

Antes de discutir as concepções de LA doponto de vista de professores em formaçãoinicial, é relevante apresentar o que é LA naperspectiva de alguns linguistas aplicadosamplamente reconhecidos na literatura dessaárea.

A orientação transdisciplinar da LA pareceser consensual entre os estudiosos da área.Celani (2008, p. 20) afirma que a LA além demediadora de mudanças na sua comunicaçãocom a sociedade é vista hoje como articuladorade diversos domínios do conhecimento,deixando evidente a sua orientaçãotransdisciplinar ao manter um diálogoconstante com várias outras áreas da ciência.

Já para Paiva (2009, p. 48), a LA estácaminhando para o aumento da diversidadetemática, para o abrandamento das fronteirasentre as áreas e para um encontro mais fraternocom a Linguística, mas, também, para oenfrentamento de divergências dentro daprópria LA.

Diante da pluralidade de definições para aLA, Moita Lopes (2006, p. 26) defende que essaciência é indisciplinar e o preço a pagar por talindisciplina é ter de responder continuamentea perguntas como “o que é LA?”, ou ouvirafirmações tais como “essa é a área dos estudoslinguísticos sobre a qual sei menos” ou “vocêpertence à outra linguística?”. Aosapontamentos desse autor (op cit), euacrescentaria ainda, que o preço a pagar podeser muito mais alto: o anonimato dessa ciênciaentre os professores de língua(s) em formaçãoinicial.

Embora vários estudos venhamdemonstrando o quanto a pluralidade dedefinições e a orientação transdisciplinar da LAtêm apresentado efeitos positivamenteimpactantes no ensino-aprendizagem delíngua(s) (FABRÍCIO, 2006; PENYCOOK, 2006;MOITA LOPES, 2006; RAMPTON, 2006;SIGNORINI, 2006; RAJAGOPALAN, 2006; etal), o mesmo não pode ser dito se observarmosa LA da perspectiva do professor de língua(s)em formação inicial.

Deste modo, discorro sobre o conceito deLA por meio da análise dos relatos de algunsconceitos de estudantes sobre o que entendempor LA com a intenção de compreender aspossibilidades de aproximação dos professoresem formação com a consciência reflexiva sobrea prática por meio da LA.

Linguística Aplicada do ponto devista dos professores em formaçãoinicial: quem eLA é?

Para responder à pergunta que intitula estetópico, reproduzirei as orientações que dei aosalunos para o completamento da frase “Oprofessor de língua(s) é como” e explicarei,brevemente, wiki como instrumento depesquisa. Em seguida, apresentarei também asinstruções para a interação no fórum sobrereflexão e as orientações para querespondessem ao questionário sobre a LA e porfim, analisarei os dados que foram emergindodessas interações respectivamente.

16 janeiro a junho de 2016

LetrasWiki: o que é?

Wiki vem de um termo havaiano quesignifica "rápido". Na plataforma do curso, owiki funcionou como um documentocolaborativo. Todos podiam editar e construiro texto, simplesmente clicando na opção"Atualizar wiki".

Para a construção desse instrumento depesquisa e com o objetivo de conhecer como sãovistos os professores na sociedade brasileiraatual da perspectiva dos professores emformação, foram discutidos em sala de aula,com orientação do professor regente e seus doisassistentes, os seguintes textos: “O que serequer dos professores de Línguas de AlmeidaFilho), “Professores e Pianistas de ClaudioMoura Castro” e “Fábrica de Maus Professores

de Eunice Durham”.Após a discussão dos textos em aula

presencial, os professores em formação foramorientados a completar a seguinte frase: “Oprofessor de línguas é como”. Quanto as suaspercepções acerca da própria profissão, aanálise das símiles postadas pelos alunos foimuito positiva, uma vez que das 17 (dezessete)postagens, apenas 2(duas) associaram aprofissão professor de língua(s) a profissõescom pouco reconhecimento social. Houve aindaquem associasse não a profissões, mas amembros familiares, demonstrando uma visãopaternalista e outros, que associaram amomentos marcantes como “desvendar de ummistério”, de forma mais generalizada. Comodemonstrado nos excertos abaixo:

“O professor de língua é como um pai que instrui seu filho – ainda pequeno – a andarde bicicleta no parque. No início, ele segura com uma mão o guidom e com a outra, a partede trás do banco, mostrando a direção e prevenindo que ele caia. Quando sente que seufilho já está conseguindo se equilibrar, solta a bicicleta e deixa ele aprender o resto sozinho,praticando. O filho irá cair várias vezes, com certeza. Mas todas essas vezes o pai está deprotidão para socorrê-lo.” Karen

“O professor de língua(s) é como um piloto de avião. Ele tem um nobre objetivo aatingir. Sua responsabilidade é extrema importância. Não pode errar. Precisa sempre estáatualizado e em constante formação. Seu êxito depende de habilidade e do fator comuni-cação. É decisivo para o destino de muitas pessoas. Na sua profissão não há lugar paraamadorismos.” Jonatas

“Creio que o professor de línguas (e até mesmo, os demais educadores) é como umoleiro . A responsabilidade é muito grande, e o professor tem muitas oportunidades deinfluenciar o seu aluno positivamente. O que faz um oleiro? Ele prepara o vaso de barro,molda, deixa ele pronto para o uso . Assim é com o professor de língua(s), pois ele auxilia,cria oportunidades, mas ao mesmo tempo prepara os seus alunos para além de um con-hemcimento, uma vida que virá. Acredito que o máximo que um professor pode influen-ciar - positivamente - preparar, e moldar seus alunos, melhor será seu desempenho nãosomemente como mais um professor, mas como um educador para ser lembrado peloaluno durante a vida toda.” Kamila

17janeiro a junho de 2016

LetrasO fórum de discussões: a reflexãocomo filosofia e método na formaçãode professores

É importante salientar que esseinstrumento de coleta de dados suscitouaspectos bastante relevantes no que concerneàs interações dos participantes da pesquisa.Considerada uma ferramenta de comunicaçãoassíncrona, o fórum de discussão é um termogenérico para qualquer grupo de discussão noqual se espera que o usuário participe deixandomensagens e lendo as deixadas por outrosparticipantes do grupo. A proposta é promovertrocas de idéias e experiências sobre umdeterminado assunto por meio de discussõesassíncronas.

Dentre as potencialidades das interaçõesonline assíncronas, segundo (CELANI &COLLINS, 2005), estão as possibilidades deelaborar o raciocínio ao seu tempo, planejar eestruturar as idéias cuidadosamente, revisar ovocabulário e a estrutura adequada mesmo

após submissão, criticar opiniões sem oconstrangimento da competição do turno defala. No caso específico da ferramenta utilizada,funcionou da seguinte forma: na aulapresencial da semana anterior, os textosindicados para leitura no cronograma, eramdiscutidos com o Prof. Dr. Almeida Filho econosco. A orientação para a discussão era deque os alunos fizessem do fórum umaoportunidade de discutirem entre si os textosexplorados anteriormente sob a ótica doprofessor formador de Schön e Nóvoa.Especificamente, no conjunto dos 58comentários enviados, as discussões forambastante distintas do ponto de vista dos textosdisponibilizadas. Algumas foram bastantesucintas, consistindo em breves impressõesacerca do texto. Outras, como demonstrado noexcerto abaixo, foram bem elaboradas,chegando a considerarnão apenas a formaçãoreflexiva do professor como a do alunotambém.

As interações também evidenciaram que os

“Volto a ressaltar aquele ponto "realista" de que apesar de sabermos que seria muitomais válido que durante o estágio, o professor em formação pudesse aplicar as reflexões esoluções encontradas na Universidade, mas na prática, o estágio tende a ser uma mera re-produção do que já está sendo trabalhado pelos professores titulares. As próprias escolasprecisam ver e reconhecer a importância da reflexão e renovação, precisam se abrir para onovo e eficaz, aprender a arriscar.

"É preciso combater a mera reprodução de práticas de ensino, sem espírito crítico ouesforço de mudança. É preciso estar aberto às novidades e procurar diferentes métodos detrabalho"

Nesse trecho da entrevista, concordamos quase que em uníssono que a crítica e a mu-dança são necessárias. Mas como adquirir a liberdade e o espaço para aplicar os novos méto-dos?”

Não necessariamente "ideal" ou "auto-didada", creio que apenas "correto".Isso porque o aluno em sua formação básica (ou seja: até o Ensino Médio), vê a ele

mesmo como um banco de dados, provavelmente realmente o seja pelo método que ovestibular utiliza e pelo que exige do aluno. Na aula do dia 30 de outubro, o professor JoséCarlos criticou em sala o fato de os concursos públicos tão populares em Brasília - pois sãoo melhor caminho para alcançar um bom salário - exigirem "memorização" de conteúdo.Consequentemente, os funcionários podem ou não vir a desempenhar com êxito e habili-dade suas funções, pois essas provas não vão de encontro necessariamente com o que vaise exigir na prática.

...

18 janeiro a junho de 2016

Letras

alunos já começam a ter contato com a agendade pesquisa em LA, como no relato abaixo, noqual um dos particiopantes cita uma

dissertação de mestrado cujo pano de fundo éa formação do aprendiz de línguas.

Outros já reconhecem a importância da LAna formação de um profissional reflexivo, comonos mostra a fala da aluna que aponta aescassez de disciplinas com as nuances da LA

como um dos fatores de falha na formaçãoinicial de professores de língua(s) e a tecnologiaé sempre trazida à tona.

...Em uma sociedade que exalta e recompensa aquele que "decora" e "fecha o gabarito",

não se abre espaço para um aluno reflexivo que pode vir a discordar do gabarito e com issopreferir questões abertas, que levem a um raciocínio e a uma verdade nem sempre única.Logo, o correto que se exige(a sociedade) não é o correto que uma visão reflexiva na for-mação de educadores e no incentivo de educandos exigiria. Talvez a tentativa de professoresde desenvolver essas competências mais críticas, desenvolveria uma metodologia incom-patível com o que o "mercado estudantil" busca nos dias de hoje.” Karen

“As demandas sociais, as necessidades modernas e o desenvolvimento tecnológico im-puseram um novo conceito de"profissional do futuro". As formações acadêmicas tradicionaispodem não estar atendendo de forma adequada às reais necessidades do mercado de tra-balho. Por isso, surgiram cursos como Engenharia Mecatrônica, Engenharia de Redes, Sis-temas de Informação e muitos outros que ainda estão em fase de elaboração.

Ora, a Informática, definitivamente é algo que chegou para ficar. Não é mais possívelimaginar o mundo moderno sem a Informática. Ela está em tudo. Dessa forma, defendo areformulação dos Cursos de Letras, de forma a agregar esse novo componente, atendendoàs novas realidades do mercado de trabalho.

Um Professor Profissional Reflexivo deve incorporar essa nova tecnologia, sob penade estar defasado, ultrapassado e fora de sintonia com seu público-alvo e seus alunos. In-formática é um contéudo que deve imediatamente ser adicionado ao currículo dos cursosde formação da "Grande Àrea da Linguagem". Isso é imperativo e necessário. Cursos de for-mação de professores de línguas já deveriam estar obrigatoriamente trabalhando com a In-formática.

É verdade que já existem experiências pioneiras como o "Eu kurto" da disciplina de Lin-guística Aplicada, um programa de computador desenvolvido por um ex-aluno de Letras daUnb para auxiliar o ensino-aprendizagem de língua japonesa e este próprio Fórum aqui uti-lizado. São exemplos de experiências bem-sucedidas. No entanto é preciso implementaresse processo em uma escala muito maior. É necessário fazer muito mais.

Querendo ou não, o futuro chegou. Ele não pode se adptar a nós. Nós é que precisamosse adptar a ele. Claro, se quisermos ser verdadeiros Professores Profissionais Reflexivos.”Jonatas

19janeiro a junho de 2016

Letras

Questionário: quem eLA é?Comentei com a turma que na ementa da

disciplina Linguística Aplicada na Formação deProfessores de Língua(s), ofertada comodisciplina optativa no segundo semestre de2009, constam os seguintes objetivos:instrumentalizar os alunos para que reflitam demodo sistemático e (crescentemente) comcritérios explícitos sobre a formação deprofessores de língua(s), apresentar aspectosrelevantes da teoria sobreaquisição/aprendizagem e ensino de língua ediscutir a importância da pesquisa aplicada naformação de professores para a práxis docente.

Continuei dizendo que para odesenvolvimento dessa disciplina, o Prof. Dr.Almeida Filho e os seus assistentes (eu, KarinaMendes e Eduardo Ferreira Santos) planejamos15 (quinze) encontros, dos quais 4 (quatro)foram pensados para acontecer em ambientevirtual do PROJETOLET. No dia da referida

atividade com o questionário, estávamos nonosso 12º (décimo segundo) encontropresencial, ou seja, caminhando em direção àsavaliações de nossas interações.

Desse modo, expliquei que visandoconhecer mais especificamente como adisciplina LA na Formação de Professores deLíngua(s) pode contribuir na aproximação deprofessores em formação inicial com aconsciência reflexiva sobre ensinar língua(s),pensamos em uma atividade que unisse os doistipos de interações que vivenciamos durante osemestre, a face a face e a virtual. Solicitei quenão esquecessem de colocar nome, licenciatura(língua) e o semestre do curso. Nesse sentido,propus cinco questionamentos a serempostados e discutidos em sala de aula.

É importante ressaltar que, para retratar areal opinião dos alunos, os possíveis enganosortográficos ou de qualquer natureza forammantidos, assim como a cor da fonte escolhida

“(..) no que diz respeito a oferta dessas disciplinas. Inclusive, a disciplina de LA na for-mação do professor de língua tem sido de grande valia por este aspecto. Faltam em nossoscurrículos mais disciplinas que apoiem os professores em formação, além de espaços paradiscussão e orientação. Aliás, creio que a orientação seja imprescindível aos educadores,sejam eles iniciantes em sua carreira ou não. É preciso que haja espaço para o professor re-flexivo realizar suas práticas nas instituições de ensino, que insistem muitas vezes em pre-gar o tradicionalismo e pouco espaço para o senso crítico.” Mariana

“Quanto ao moodle, concordo com você Sara. Considero uma ótima ferramenta paraas classes, além de ser uma forma diferente de nos comunicarmos.

No que diz respeito à sua pergunta - como tornar reflexivo um aluno que não tenhaessa postura naturalmente - creio que deveríamos criar estratégias para motivá-lo a fazê-lo. Essas estratégias poderiam envolver leituras de textos direcionados, atividades, reflexõesinteressantes e palestras, demonstração de exemplos.

Porém, creio que é uma postura individual. Depois de um tempo, se ainda assim, comtodas as estratégias devidas o aluno não posicionar-se como reflexivo, cabe a ele rever seuconceito sobre isso, pois o professor já terá realizado tudo o que estava a seu alcançe, noque diz respeito à motivação do aluno.” Kamila

20 janeiro a junho de 2016

Letraspor eles.

Ao analisar as respostas quanto ao prévioconhecimento da LA no curso de formaçãoinicial, fica claro que essa ciência ainda é pouco

conhecida. Como agravante, somamos o fato deque os alunos participantes da pesquisa já estãopraticamente concluindo o curso.

Diante desses excertos, nos quais algunsalunos revelam acreditar nas contribuições daLA para sua formação e outros se frustram poracreditarem que experienciariam outra face daLinguística tradicional, é relevante retomar a

afirmação de Moita Lopes (2006, p. 26) de quea LA é indisciplinar e o preço a pagar por talindisciplina é ter de conviver com uma visãoaplicacionista restritiva dessa ciência.

1) Você já conhecia a Linguística Aplicada antes de cursar essa disciplina? Se sim, o que en-tendia por LA?

Karen – 6º sem.Espanhol

Jonatas – 6º sem.PBSL

“Confesso que não tinha muita noção do que era e qual a finalidade doestudo Aplicado da Lingüística. Nossas disciplinas obrigatóriasdo cursode Letras apenas abordam a lingüística clássica, e meu entendimentoaplicacional desse ramo era praticamente nulo.”

“Sim. Linguística Aplicada é o estudo da linguagem humana.”

Mariana – 5º sem.Português LM

“Havia sim escutado falar a respeito da Linguística Aplicada e reparadona oferta de disciplinas com este nome, contudo sem compreender ex-atamente do que se tratava. A princípio, imaginava que a teoria da Lin-guagem estudada em Linguística seria estudada na prática, daí o nomeaplicada. Contudo, hoje já desmistifiquei este meu conceito errôneo daminha teoria (com "t" minúsculo) e passei a incorporá-la na Teoria for-malizada.”

Kamila – 6º sem.Espanhol

“Antes de cursar esta disciplina ouvia muito falar sobre Linguística Apli-cada, mas confesso que chegava a pensar que tinha a ver com a Linguís-tica clássica (tradicional), aquela que estudamos em introdução àLinguística.Sendo assim, eu não possuia nenhum conhecimento sobre a LA. O queocorre é que quase não há um enfoque direcionado na linguística apli-cada - que é uma área totalmente diferente da Linguística clássica.”

21janeiro a junho de 2016

Assim como a tradução, a lexicografia e aterminologia e outras, o ensino-aprendizagemde língua(s) constitui-se em uma subárea daLA. Contudo, pela análise das falas abaixo,pude inferir que para alguns alunos, há umcerto receio de comprometer-se ao definir a LA.E mesmo nas falas que tentam definir, há umavisão de que a LA é sinônimo de ensino eaprendizagem de línguas, em detrimento do

amplo potencial dessa ciência, como define(ALMEIDA FILHO, 2008, p. 26):

A Linguística Aplicada é a área (uma dastrês tradicionlamente ativas nas universidadesbrasileiras – Literatutras, Linguística eLinguística Aplicada) que se ocupa da pesquisasobre questões de linguagem situadas naprática social com procedimentos específicosdeterminados pela natureza aplicada dapesquisa que tipicamente serve.

2) O que despertou o seu interesse pela disciplina optativa LA na formação de professores?

Karen

Jonatas

“Comecei a lecionar ano passado, e senti já uma deficiência do currículodo meu curso com relação à disciplinas mais voltadas para a formaçãodo professor. Mesmo sem entender o real foco da disciplina, o fato deser algo vontado para o professor de Idiomas Estrangeiros muito meatraiu.”

“A necessidade de capacitação e qualificação para o ensino de línguas,além da disciplina ser extremamente especializada para o ensino na áreada linguagem.”

Mariana“O meu despertar de interesses por essa disciplina surgiu pelos dizeres"formação de professores", tendo em vista meu constante interesse emmelhorar minhas práticas docentes e minha capacidade em avaliá-las.”

Kamila

“Bem, meu interesse pela linguística tradicional desde o início foi muitogrande. Quando vi o nome da disciplina, em um primeiro momento pen-sei que tivesse a ver com os estudos de fonética e fonologia, por exem-plo. Isso me interessava bastante.Outra questão que motivou-me foi o horário compacto, que me pareceuexcelente, por não ser necessário vir à Universidade duas vezes na sem-ana.”

Letras

22 janeiro a junho de 2016

3) Hoje, depois das interações, atividades, leituras realizadas ao longo das aulas dessa disci-plina, o que você entende por Linguística Aplicada?

Karen

Jonatas

“É um espaço para que reflitamos a cerca das dificuldades que a línguaapresenta, tanto no âmbito da aprendizagem quanto do ensino.E a percepção desses problemas gera a necessidade de uma reflexão tam-bém voltada para soluções ou caminhos de facilitaro processo ensino/aprendizagem.”

“Linguística Aplicada é a ciência que estuda os fenômenos da linguagem,suas aplicações, suas ramificações, com critérios e metodologia cientí-ficos, de forma especializada e imparcial, objetivando mediar, interme-diar e aprimorar o processo de ensino e aprendizagem na grande àreada linguagem.”

Mariana

“Confesso que conceituar Linguística Aplicada não é ainda algo quepossa fazer confortavelmente, entretanto, já posso entender sua fun-cionalidade em minha formação como docente. Assim, colocaria a L.A.como uma teoria que auxilia, eficazmente, na pesquisa do ensino de lín-guas e sua relação com o processo de aprendizagem.”

Kamila

“Não sei se já posso conceitualizar LA porque me parece um assuntomuito amplo! Mas creio que a linguística aplicada estuda a ação doprofissional de línguas, com o intuito de ajudá-lo, como se fosse umaferramenta.Como se dá oprocesso de adquirição de uma língua, e em grande parte,o processo de aprendizagem.”

Há interações que demonstram oreconhecimento da reflexão como poderosapossibilidade de ressignificação egerenciamento das idéias em consonância comas ações do professor de línguas. No entanto,

outras interações no fórum sobre a reflexãocomo filosofia e método de formação deprofessores evidenciam uma visão aindasimplista de reflexão como sinônimo depensamento apenas.

Letras

23janeiro a junho de 2016

4) De acordo com suas leituras, cite uma das características do professor reflexivo de língua(s).

Karen

Jonatas

“O professor reflexivo não deve se fechar às inovações e mudanças mastambém não deve absorver tudo como verdade que deve ser aplicada.Deve analisar tudo, e assim discernir o que irá mudar positivamente osresultados da sua atuação.”

“Construtivista: seu conhecimento está em construçãopermanente,nunca finalizado, buscando a formação continuada, espe-cialização, fundamentado na vivência e prática do dia-a-dia. Vai ganharmaturidade no uso real do seu conhecimento na sala de aula. É comoum piloto de avião que na formação acadêmica absorve as teorias, ospríncipios da profissão, mas que ganha valoração e reconhecimento coma prática mensurada em horas de vôo e contato com as inovações ( mod-elos). O Professor de línguas reflexivo é mensurado pela experiência evivência no processo de ensino e aprendizagem da língua-alvo, e suaspráticas inerentes da profissão.”

Mariana“Definiria como uma das características essenciais do professor reflexivode línguas a sua capacidade de avaliar-se constantemente e de manter-se em permanente formação.”

Kamila“O professor reflexivo avalia-se com frequência, faz perguntas, "recicla-se" para atender as necessidades de seus alunos.”

Em relação ao conceito de LA, a palavra“despertar” foi utilizada várias vezes, o que meconduz a interpretação de que dentre ascontribuições da disciplina “LA na formação deprofessores de língua(s)”, considerando asperspectivas dos professores em formação,

estão o despertar para a pesquisa, para aimportância da formação reflexiva e para umpotencial conhecimento do professor comoparte integrante e fundamental do processo deensino-aprendizagem de língua(s).

Letras

24 janeiro a junho de 2016

5) Qual a relevância da Linguística Aplicada para a sua formação como professor de língua(s)reflexivo?

Karen

Jonatas

“Consigo agora, compreender a importância da minha constante auto-avaliação, e como isso, enfrentar com mais coragem os problemas emsala de aula e fora dela, com dificuldades pessoais ou frustrações con-stantes na nossa área de atuação.”

“Linguística Aplicada é a plataforma e a base que dá sustentação, a fer-ramenta que move o conhecimento para o professor de línguas reflexivo.Disponibiliza os conhecimentos e implementa a prática para o professorrelexivo de língua. É a própria formação continuada desse profissional.”

Mariana

“Tendo em vista todo aprendizado que levo desta disciplina, a Linguís-tica Aplicada me despertou a importância da pesquisa, especialmente arespeito das práticas em sala de aula. Pois, indubitavelmente, o professorreflexivo deve aprender também com a prática de seus colegas; para,assim, poder registrar sua própria pesquisa, no intuito de melhorar suaprática docente. Além disso, pude perceber a importância da constanteatualização do educador, que deve estar sempre em formação e fazer deseu ensino algo libertador, que incentive os alunos também a essapesquisa.”

Kamila

“Creio que hoje consigo vizualisar de forma mais clara o papel do pro-fessor, e como ele deve proceder em classe, a importância de tornar-seum professor reflexivo, não somente um mero transmissor de conheci-mentos.”

Algumas consideraçõesConforme organograma abaixo, as

respostas ao questionário orientaram a análisedos dados e possibilitaram, conversas entre asrespostas dos alunos, as interações no fórumsobre reflexão e as postagens na wiki “Oprofessor de línguas é como” na tentativa decompreender que conceitos os professores de

línguas em formação inicial têm do que seja LA,como relacionar esse entendimento de LA asreflexões dos alunos bem como as suaspercepções acerca da própria profissão. Por fim,como os alunos enxergam as contribuições daLA na formação de professores de língua(s).

Letras

25janeiro a junho de 2016

Quem eLA é?

Fórum sobre reflexãoWiki “O professor de lín-

gua(s) é como”Questionário “Quem eLA é?”

Para a maior parte dos alunos dos cursosde Letras aprender a língua que será o seuinstrumento primeiro de trabalho e aprender aensinar essa língua vêm em primeiro lugar.Ensino/aprendizagem de língua(s) é semdúvida a (sub) área mais próspera em pesquisasde LA, mas ainda assim, não deve ser vistacomo sinônimo de LA, pelo simples motivo deque essa visão restringe as amplaspossibilidades de estudos da linguagem a umasó.

Estudos de pesquisadores da LinguísticaAplicada (ALMEIDA FILHO, 2007; CELANI,2002; MOITA LOPES, 2006, GIL e VIEIRA-ABRAHÃO, 2008 e PAIVA, 2009) nos mostramque embora as contribuições da LinguísticaAplicada na formação de professores delíngua(s) venham sendo objeto de inúmerasinvestigações, ainda é evidente a ausência ouinsuficiência de uma tradição de pesquisa nagraduação dos cursos de Letras, ou seja, aformação do professor está mais voltada para oensino de línguas e para o que fazer em sala deaula, no entanto, com pouca ênfase à reflexãosobre a prática.

Não prolongarei a análise sobre asconcepções dos alunos a respeito da formaçãoreflexiva, mas cabe ressaltar que um professorreflexivo significa muito mais que um professorpensante, condiz com um professor disposto aperceber se precisa melhorar e como procederpara que isso aconteça. Como afirma Zeichner(2005, p. 9), mesmo quando a reflexão é usada

como um veículo genuíno para odesenvolvimento do professor é muitas vezesvisto como um fim em si mesmo, emdissonância com questões mais amplas daeducação nas sociedades democráticas. Émuitas vezes, explícitas ou implícitas que seprofessores refletem sobre como eles serãonecessariamente melhores professores.

Segundo Paiva (2005, p. 349) os cursos deLetras apresentam uma necessidade urgente defortalecer a articulação da teoria com a prática,valorizando a pesquisa individual e coletiva,assim como os estágios e a participação ematividades de extensão, as quais poderão serincluídas como parte da carga horária. Nesteestudo, fiz questão de ressaltar o papel dapesquisa em LA como aliada do professor e delevar em conta o ponto de vista do aluno sobreas contribuições da LA na sua formação comoinicial. O próximo passo, após avaliação desteestudo por outros colegas e pelo professorformador que atuou na disciplina em questão,é apresentar esses dados aos alunos.

Finalizo, com a impressão respaldada emleituras e participação em congressos de LA, deque nas universidades brasileiras, ainda háinsuficiente espaço dedicado a LA na formaçãode professores de língua(s). Este estudo podevir a contribuir para que pessoas e órgãosresponsáveis pelas grades curriculares sesensibilizem em relação ao enriquecimentopropiciado por essa ciência à formação de váriasgerações de professores de língua(s).

Letras

26 janeiro a junho de 2016

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Letras

27janeiro a junho de 2016

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ZEICHNER, K. M. Becoming a Teacher Educator: a personal perspective. Teaching andTeacher Education, v. 21, p. 117-124, 2005.

Letras

28 janeiro a junho de 2016

RESUMO Acetilcolinesterase (AChE) é umaenzima que termina a transmissão de sinal nassinapses colinérgicas pela rápida hidrólise deacetilcolina. Para caracterizar a estrutura dotetrâmero de acetilcolinesterase em soluçãoaquosa, utilizou-se a técnica de espalhamentode raios X a baixo ângulo (SAXS). Encontrou-seum raio de giro de 53.7 ± 0.25 Å. Para produzirum modelo ab initio da estrutura da proteína

em solução, utilizou-se o programa DAMMIN.Este modelo é compatível com a construçãotetramérica a partir das estruturas dosmonômeros disponíveis para a AChE (código1C2B no banco de dados PDB). Entretanto, éextremamente diferente da estrutura cristalo-gráfica do tetrâmero da AChE (códigos 1C2O e1EEA no banco de dados PDB).

ABSTRACT Small-angle X-ray scatte-ring (SAXS) measurements were performed tocharacterize the structure of acetylcholineste-rase (AChE) tetramer in aqueous solution, anenzyme that terminates signal transmission atcholinergic synapses by rapid hydrolysis of ace-tylcholine. An average radius of gyration of53.7 ± 0.25 Å was found. Shape restoration by

DAMMIN was applied to the SAXS data to pro-duce an ab initio model of the solution struc-ture of the protein. This model agrees with atetramer construction from the available mo-nomer structures of AChE (PDB code 1C2B),but strongly differs from the crystallographicstructures of the tetramer AChE (PDB code1C2O and 1EEA).

Key words: Acetylcholinesterase, synapses, SAXS.

Palavras-chave: Acetilcolinesterase, sinapse, SAXS.

Angela S. F. RamosTitular Professor at Faculdade Mauá de Brasília

Simone TechertIndependent Researcher at Max-Planck-Institut für biophysikalische Chemie, Abteilung Spektroskopie undPhotochemische Kinetik – Strukturdynamik (bio)chemischer Systeme – 37077 Göttingen, Germany

Topological structure of theacetylcholinesterase tetramer insolution

29janeiro a junho de 2016

Acetylcholinesterase (AChE – EC 3.1.1.7) ter-minates signal transmission at cholinergicsynapses by rapid hydrolysis of acetylcholine(1). AChE is expressed as a repertoire of molec-ular forms with different quaternary structuresand modes of anchoring, which possess thesame catalytic activity but different tissue-spe-cific distributions (2). In mammalian, acetyl-cholinesterase (AChE) mostly exists as atetramer of 70-kDa catalytic subunits, whichcan be anchored to the membrane by a hy-drophobic subunit in brain or associated withthe basal lamina by a collagen-like subunit, theasymmetric collagen-tailed form (2). This formis also predominant in the electric organ of theeel Electrophorus electricus (3). For Elec-trophorus electricus AChE (eelAChE) the crys-tallographic structures of AChE tetramer havebeen resolved and two different structures fordifferent crystallization conditions were found:a loose, pseudo-square planar tetramer (1EEA)and a compact, square non-planar tetramer(1C2O) (3). However, no investigations on thestructure of AChE tetramer in solutions havebeen performed so far. In this work we showthe low resolution structure of AChE tetramersolved by small-angle x-ray scattering (SAXS)experiments. The analysis of the SAXS datasuggests an arrangement of the monomer sub-units within the tetramer in solution differentto that of the crystal forms.

Small-angle X-ray scattering has proven to be avery useful technique for obtaining low-resolu-tion models for the molecular shape of proteinsand their complexes in solution. Recently, sig-nificant progress has been made in the devel-opment of ab initio methods for low-resolutionshape restoration of proteins by using thedummy atom models [4 and refs. therein]. Ac-cording to these methods, the spatial parame-ters of a protein envelope or configuration canbe determined in a model-independent mannerwhere, for example, the use of the coordinatesof the crystal structure is not necessary for theinterpretation of the SAXS data. This methodhas been successfully used to provide a stableshape restoration for several proteins (5-7).

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FIGURE 1 – Experimental SAXS data from eelAChE in potas-sium phosphate buffer 4 mM pH 8,0: a) scattering curve(squares) and the fitted curve from GNOM program (solidline), b) pair distribution function p(r) calculated using theGNOM program.

Figure 1 shows the scattering pattern of the AChE tetramerin potassium phosphate buffer and the fitted curve out ofthe program package GNOM (a). The pair distribution func-tion was also calculated by the GNOM program (Fig. 1 b).The gyration radius was found to be 53.7 ± 0.25 Å.

FIGURE 2 – Low resolution ab initio DAM model generated from the SAXS data for eelAChE tetramer (b and d) and the crystalstructure of AChE monomer (1C2B) arranged in a quaternary structure according to the low resolution DAM model (a and c).

Figure 2 shows the topological shape ofAChE tetramer restored from the experimentaldata using an ab initio method of simulated an-nealing algorithm as implemented inDAMMIN. It should be noted that prior to sim-ulation no information about the quaternarystructure (tetramer) is specified to the DAMmodel. For comparison, the crystal structure ofthe eelAChE monomer (1C2B) was used to cre-ate the tetramer arr¬¬¬¬angement based onthe DAMMIN model (figure 2). The coordinatesfor 1C2B represent the monomer of the AChEtetramer structure 1C2O. The 1C2B structurediffers only slightly from the monomer struc-ture of 1EEA (rms value = 0.81 Å - regarding allatoms). The coordinates from the PDB file1C2B were displayed in Swiss-pdbviewer (8) infour copies and arranged like the convergeddummy atoms model. Certainly the details ofthe structures do not match perfectly andstructural information on high-resolution level

cannot be expected. However, comparison be-tween the low-resolution model (fig. 2 b and d)and the crystal-based arrangement (fig. 2 a andc) evidences that the ab initio model representsa realistic structure with physical relevance.The SAXS experiment reveals that the AChEtetramer quaternary structure in solutionstrongly differs from the crystal structure.

The comparison of the experimental pairdistribution function and the calculated pairdistribution function for the AChE tetramercrystal structures (1C2O and 1EEA) is pre-sented in figure 3. It can clearly be seen thatthe p(r) function of the AChE tetramer in solu-tion is considerably different from that calcu-lated for the crystal structure. Therefore, wecan conclude that the eelAchE tetramer in so-lution assumes a structure quite different fromthe structure expected from the crystal struc-tures.

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Saúde

FIGURE 3 – a) Experimental pair distribution function p(r) for the eelAChE tetramer in buffer solution (black line) and simu-lated out of the crystal structures 1C2O (light gray line) and 1EEA (dark gray line), revealing that the model derived fromthe tetramer crystal structures does not fit the experimental data properly. b) AChE tetramer structure constructed basedon the SAXS data and the crystal structures from protein data bank: 1C2O and 1EEA.

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MATERIALS AND METHODSAcetylcholinesterase type V-S from Elec-

trophorus electricus was purchased fromSigma, purified as described elsewhere (9), con-centrated in Vivaspin, membrane 10000MWCO (Vivascience) and stored in 4 mMpotassium phosphate buffer, pH 8.0 at -20 °C.

SAXS - Small-angle X-ray scattering wasmeasured with a Krakty compact small-angle x-ray system (Anton Paar Germany GmbH, Ost-fildern) at a controlled temperature of 278 K ina vacuum chamber. The scattered intensity wasmeasured as function of the scattering vector ,with 2� = scattering angle and � = 1.54 Å, in therange from q = 0.005 Å-1 to 0.1855 Å-1. Themeasurements were undertaken with solutionsof 1.8 mg/ml of acetylcholinesterase in phos-phate buffer 4 mM, pH 8 in sealed glass capil-laries (diameter = 1.0 mm). As reference, thebuffer solvents were used for background cor-rection. After the SAXS experiments the qualityof the samples was checked by determining theenzymatic activity before and after the SAXSexperiments.

Analyses of the SAXS profiles - The pairdistribution function p(r) and the radius of gy-ration Rg of the AChE tetramer were evaluatedfrom the corrected and normalized SAXScurves by indirect Fourier transform analysiswith the program package GNOM (10). Themaximal pair distance value, Dmax, of 150 Åwas used as initial parameters in the modelinganalysis. The fitted curve was used for the de-termination of the ab initio molecular shape ofthe protein by the program DAMMIN (4). Thesimulated curve for the AChE tetramer crystalstructure 1C2O and 1EEA were calculated usingthe program CRYSOL. The pair distributionfunctions p(r) for the simulated curves wereevaluated by indirect Fourier transform analy-sis using the program GNOM (11).

ACKNOWLEDGMENTSA. R. thanks the DAAD (PKZ: A/01/16759)

and MPIbpC and S. T. is grateful to DFG sup-port (TE 347/1-3). I. Dreger and U. Würz arethanked for technical assistance and J. Troe forpermanent support of this work.

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Referencias Bibliográficas(1) Quinn, D. M. 1987. Acetylcholinesterase: enzyme structure, reaction dynamics, and vir-

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RESUMOO Soybean mosaic virus (SMV), causador

do Mosaico da soja, é uma importante praga,que pode causar graves danos à agriculturabrasileira. Embora este vírus esteja presenteno país há várias décadas, novos isolados maisagressivos têm sido relatados em outros paísesintensificando a importância da defesa sanitá-ria para impedir a entrada destas pragas no

país. Neste estudo, mostramos deficiências nométodo de detecção do vírus, atualmente uti-lizado internacionalmente e apontamos re-giões específicas do genoma (HC-PRO), quedevem ser analisadas para detecção de estirpese isolados agressivos ausentes no país.

Palavras-chave: HC-Pro, Potyvirus, Mosaico dasoja

Angela Fonseca Souza RamosDocente Faculdade Mauá

Raul Benigno SaraivaEstagiário da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen)

Márcio Martinello SanchesPesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen)

E-mail: [email protected] – Caixa Postal 02372 – CEP 70770-917 Brasília, DF

Proposta de detecção daagressividade do vírus Soybeanmosaic virus (SMV) por meio da

análise da região HC-PRO emdiagnóstico molecular

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PesquisaINTRODUÇÃO

O Brasil é o segundo maior produtor eexportador de soja do mundo, perdendo ape-nas para os E.U.A. Dentre as principaisameaças aos cultivos, está o Soybean mosaicvirus (SMV), cujos danos no rendimento va-riaram em 11 a 77% nos cultivares SantaRosa e Rosier no campo (ALMEIDA & SIL-VEIRA, 1982).

Soybean mosaic virus (SMV) é membroda família Potyviridae, gênero Potyvirus epossui sete estirpes, G1 a G7, cuja classifica-ção está de acordo com sua virulência em cul-tivares resistentes (CHO & GOODMAN,1979). Na literatura, há apenas menções dasestirpes G1 e G5 no Brasil. Conforme Silva ecolaboradores (2003), as duas estirpes cau-sam danos significativos no rendimento dasoja, sendo que a estirpe G1 causa danosmaiores.

Existem três genes de resistência emsoja, Rsv1 (resistente a todas as estirpes ex-ceto G7 e G7d – HAJIMORAD et al., 2005),Rsv3 (resistente a G5, G6 e G7), e Rsv4 (CUIet al., 2011). O gene Rsv4 era considerado re-sistente a todas as estirpes de SMV, entre-tanto em 2011 relatou-se um isolado de G2que quebra a resistência (CHOWDA-REDDYet al., 2011).

O serviço de quarentena do Cenargentem interceptado diversos isolados de SMVnos últimos 5 anos, através de métodos so-rológicos Elisa e RT-PCR com oligonucleotí-deos específicos. Contudo a presença devariabilidade genética nas regiões alvo paradiagnóstico pode causar resultados falso-ne-gativos. Também é relevante para a quaren-tena a detecção de estirpes severas que nãoocorrem no Brasil e que devido ao grande nú-mero de eventos de recombinação do SMVpode não ser identificada através dos méto-dos diagnósticos atualmente disponíveis.

Portanto, o objetivo deste trabalho foianalisar a variabilidade genética de isolados

de SMV e identificar as regiões adequadaspara a correta detecção da espécie e paraidentificação de estirpes severas.

MATERIAIS E MÉTODOS1. Análise de sequências

Foram analisadas 46 sequências do ge-noma completo de SMV e 55 sequências dapoliproteína completa disponíveis no Gen-bank (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/gen-bank). Os isolados foram provenientes deCoréia do Sul, Japão, EUA, Canadá e China.Os alinhamentos múltiplos, tanto das se-quências gênicas como dos genomas foramrealizados pelo programa Clustal W(http://www.ebi.ac.uk/Tools/clustalw2/index.html), e a construção da árvore filogené-tica foi realizada no programa MEGA 4.0pelo do método neighbor- joining com valorde bootstrap 1000 (TAMURA et al., 2007).

2. Modelagem molecularOs modelos moleculares da proteína HC-

PRO foram obtidos pelo Swiss Model Works-pace, um servidor de modelagem de proteína(http://swissmodel.expasy.org), utilizando aestrutura molecular da HC-PRO de um Poty-virus (PDB: 3RNV), que apresenta similari-dade de 81.3% com HC-PRO do SMV(ARNOLD et al., 2006). A qualidade das es-truturas verificada e aprovada pelo Z-score.As estruturas foram visualizadas com o pro-grama RasWin (SAYLE & MILNER-WHITE,1995).

RESULTADOS E DISCUSSÕESAtravés do alinhamento múltiplo das se-

quências verificou-se que os oligonucleotí-deos específicos para diagnose do SMVdisponíveis na literatura não tiveram 100%de identidade com todas as sequências deSMV (Tabela 1), o que pode eventualmentegerar resultados falso-negativos na diagnose.Os oligonucleotídeos específicos para as es-tirpes G7 tiveram 100% de identidade com

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Pesquisa

Tabela 1. Análise de identidade dos oligonucletídeos utilizados em diagnóstico por RT-PCR com as sequências genômicas do SMV.

1 Número de isolados que não apresentaram 100% de identidade com a sequência do oligonucleotídeo.2 Número de isolados pertencentes a outras estirpes que apresentaram 100% de identidade com a sequência do oligonucleotídeo.

SMV-FW (espécie-específico) 5’AAGCCAATCAATCTTTCCAG3’ HC-Pro 25 0SMV-rev (espécie-específico) 5’CACGTGATTGACTCTTTTGG3’ HC-Pro 25 0SMV-G7rev (estirpe G7) 5’CTTGGCAGAGTTGGTCGTTG3’ CI 0 21SMV-G7FW (estirpe G7) 5’CCCAGAGATCCACAGATTGC3’ CI 1 5SMV-G2rev (estirpe G2) 5’CCACACTTCATAGTCGCAAC3’ CI 0 11SMV-G2FW (estirpe G2) 5’GCAGTCTTGTGTCAATCACG3’ CI 0 0

Oligonucleotídeo

Para verificar se métodos moleculares ba-seados no genoma do SMV podem ser um bomparâmetro para a identificação de estirpes se-veras, foi realizada a análise filogenética comos isolados com o genoma completo disponí-veis no Genbank. Verificou-se que a maioriados agrupamentos ocorreu de acordo com aorigem geográfica dos isolados e grupos de es-tirpes, sendo que as estirpes G1, G2 e G3, cujaresistência é mediada pelo gene Rsv1 e as es-tirpes G5, G6 e G7 cuja resistência é mediadapelo gene Rsv3 formaram grupos distintos.

Alguns isolados dos E.U.A. e Canadá agrupa-ram-se com isolados pertencentes a regiões geo-gráficas e grupos de estirpes diferentes, o quepode ser reflexo de eventos de recombinação en-volvendo estes isolados descritos por Seo e cola-boradores (2009). Segundo os autores, a maioriados eventos de recombinação intra-específica deSMV ocorreu na região da proteína CI e foi suge-rida a participação da CI na determinação da pa-togenicidade relacionada ao gene Rsv3.

Adams e colaboradores (2005) indicaramque as regiões do genoma que refletem commaior acurácia as informações do genomacompleto são a do gene da proteína CI e da

HC-Pro, e portanto, são as ideais para ferra-mentas de diagnose. No entanto, a grandevariabilidade verificada nesta região paraisolados de SMV pode provocar resultadosfalso-positivos no diagnóstico por RT-PCR.De forma que a escolha da região ideal paradesenho dos oligonucleotídeos é essencialpara uma diagnose confiável.

HC-Pro foi também relatada como essen-cial para a quebra de resistência dos genótiposRsv1 (HAJIMORAD et al., 2008; EGGENBER-GER et al., 2008). As mutações que causam aquebra da resistência são principalmente:R682M; L670F; C720Y e estão apresentadas naFig. 1, nota-se que o mutante agressivo apre-senta um sítio de interação plano e amplo, queprovavelmente interage com uma moléculagrande, principalmente por interação pi-stac-king. A mutação de Arginina para Metioninadeve-se provavelmente à necessidade da ausên-cia de uma carga positiva nesta região.

A análise da variabilidade de sequênciaproteica mostrou que 4 isolados G7 apresen-tam as mutações de agressividade e um iso-lado WS37 da Coréia do Sul apresenta apenasa mutação C720Y.

Sequência e Região do genoma Número deisolados“falso-negativo”1

Número deisolados“falso-positivo”2

alguns isolados pertencentes às estirpes G1,G3, G5 e G6, assim como o oligonucleotídeoespecífico antissenso para a estirpe G2, oque pode eventualmente causar resultados

falso-positivos na diagnose. Apenas o oligo-nucleotídeo específico senso para a estirpeG2 não apresentou identidade com isoladosde outras estirpes.

Referencias Bibliográficas

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Pesquisa

Figura 1 – Modelos estruturais da HC-PRO de SMV: a) versãoavirulenta (R, L e C em amarelo); b) versão com mutaçõesque causam a quebra da resistência (M, F e Y em vermelho).

CONCLUSÕESAtravés da análise da variabilidade gené-

tica de isolados de SMV verificou-se que as fer-ramentas de diagnose atualmente disponíveisapresentam falhas quanto à capacidade de de-tecção e identificação de estirpes severas. Aanálise estrutural dos mutantes mostrou que aregião da HC-Pro pode ser importante no me-canismo de patogenicidade envolvendo cultiva-res com gene de resistência e, portanto estaregião deve ser priorizada no desenvolvimentode métodos de detecção molecular de SMV.

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Pesquisa

HAJIMORAD, M. R.; EGGENBERGER, A. L. E HILL, J. H. Adaptation of Soybean mo-saic virus avirulent chimeras containing P3 sequences from virulent strains to Rsv1-geno-type soybeans is mediated by mutations in HC-Pro. Molecular Plant-Microbe Interactions,v. 21, p. 937-946. 2008.

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janeiro a junho de 2016

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