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Concurso Cartório São Paulo: Código de normas, jurisprudência, enunciados e questões

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2016

MARTHA EL DEBS

INCLUI:

■ Decisões na íntegra do Conselho Superior da

Magistratura do Estado de São Paulo

■ Decisões na íntegra da Corregedoria-Geral da Justiça

do Estado de São Paulo

■ Ementas do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

atinentes à atividade notarial e de registros públicos

■ Enunciados da Arpen/SP

■ Provas do 1º ao 9º Concurso para Outorga de Delegação

de Notas e de Registros do Estado de São Paulo 

■ Normas atualizadas de Serviço Extrajudicial da

Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de São Paulo

(Código de Normas)

■ Lei dos Emolumentos Paulista

Normas da Corregedoria, Jurisprudência, Enunciados, Lei Estadual e Questões

CONCURSOCARTÓRIO SÃO PAULO

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PARTE 1PROVIMENTO Nº 58/89

21

CAPÍTULO XIII – DA FUNÇÃO CORRECIONAL;

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS; DOS LIVROS E

CLASSIFICADORES OBRIGATÓRIOS E DOS

EMOLUMENTOS, CUSTAS E DESPESAS DAS UNIDADES

DOS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO1

1SEÇÃO I – DA FUNÇÃO CORRECIONAL2

1. A função correcional consiste na fiscalização dos serviços notariais e de registro, sendo exercida, em todo o Estado, pelo Corregedor Geral da Justiça, e, nos limites de suas atribuições, pelos Juízes de Direito.3

2. A fiscalização será exercida de ofício ou me-diante representação de qualquer interessado para a observância da continuidade, celeridade, qualida-de, eficiência, regularidade e urbanidade na presta-ção dos serviços notariais e de registro, bem como do acesso direto ao notário ou registrador pelo usu-ário e do atendimento específico das pessoas con-sideradas por lei vulneráveis ou hipossuficientes.4

3. O exercício da função correcional será perma-nente, por meio de correições ordinárias ou extra-ordinárias, gerais ou parciais, ou, ainda, por visitas.5

3.1. A correição ordinária consiste na fiscalização prevista e efetivada segundo estas normas e leis de organização judiciária.6

3.2. A correição extraordinária consiste na fiscali-zação excepcional, realizável a qualquer momento, podendo ser geral ou parcial, conforme abranja to-dos os serviços notariais e de registro da comarca, ou apenas alguns.7

3.3. A visita correcional consiste na fiscalização direcionada à verificação da regularidade de funcio-namento da unidade, à verificação de saneamento de irregularidades constatadas em correições ou ao exame de algum aspecto da regularidade ou da continuidade dos serviços e atos praticados.

4. Exceto na Comarca da Capital, que atenderá a critério próprio8, o Juiz Corregedor Permanente de-verá, uma vez por ano, efetuar correição ordinária

1 Prov. CGJ 39/12.

2 Prov. CGJ 39/12.

3 CJE, art. 50 e Provs. CGJ 2/84, 5/99 e Prov. CGJ 39/12

4 Provs. CGJ 2/84, 5/99 e 39/12, L. 8.935/94, arts. 37 e 38.

5 CJE, art. 51 e Provs. CGJ 2/84, 5/99 e 39/12.

6 CJE, art. 48; L. 3.396/82, art. 29 e Provs. CGJ 24/83, 2/84, 5/99 e 39/12.

7 D. 4.786/30, art. 1º, p.u.; RITJ, art. 117, p.u. e Provs. CGJ 24/83, 2/84, 5/99 e 39/12.

8 Provs. CGJ 50/89, Tomo I, Capíutlo I, item 9.1.

em todos os serviços notariais e de registro sujeitos à sua fiscalização correcional, lavrando-se o corres-pondente termo no livro próprio, o qual poderá, a qualquer momento, ser solicitado pela Corregedo-ria Geral da Justiça.9

4.1. O Juiz Corregedor Permanente seguirá o ter-mo padrão de correição disponibilizado pela Cor-regedoria Geral da Justiça e, dentro do prazo de 60 dias do término da correição, encaminhará relatório ou cópia da ata à Corregedoria Geral da Justiça.10

5. A visita correcional independerá de edital ou de qualquer outra providência, dela lançando-se sucinto termo no livro de Visitas e Correições, no qual também constarão as determinações do Juiz Corregedor Permanente, se houver.11

5.1. Cópia desse termo será encaminhada à Cor-regedoria Geral da Justiça, no prazo de 30 dias da visita correcional, observado o modelo disponibili-zado, quando houver.12

6. Para os trabalhos de correição e visita, ficarão à disposição da autoridade judicial os notários e registra-dores, assim como os oficiais de justiça da Comarca.13

6.1. Poderá a autoridade judicial, se necessário para os trabalhos, requisitar força policial.14

7. Salvo na Comarca da Capital, o magistrado, ao assumir a Vara de que seja titular, fará, em 30 dias, visita correcional em todas as serventias notariais e de registro sob sua corregedoria permanente, veri-ficando a regularidade de seu funcionamento.15

8. Haverá em cada unidade do serviço notarial e de registro um livro de visitas e correições no qual serão lavrados os respectivos termos.16

9 Provs. CGJ 2/84 e 5/99, 39/12.

10 Res. TJSP 2/76, art. 78, I e Provs. CGJ 2/84 e 5/99, 39/12.

11 Com. CGJ 176/87 e Provs. CGJ 23/81, 5/99 e 39/12.

12 Prov. CGJ 39/12.

13 Com. CGJ 176/87, Provs. CGJ 5/99 e 39/12 e D. 4.786/30, art. 51 e p.u.

14 Prov. CGJ 39/12.

15 Com. CGJ 176/87 e Provs. CGJ 23/81, 5/99, 39/12 e 50/89, Tomo I, Capítulo I, item 9.1.

16 Res. TJSP 2/76, art. 78, III e p.u. e Provs. CGJ 2/84, 5/99 e 39/12.

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PARTE 1 MARTHA EL DEBS • CÓDIGO DE NORMAS JURISPRUDÊNCIA ENUNCIADOS E QUESTÕES

22

9. Os livros, fichas, documentos, papéis, micro-filmes e sistemas de computação deverão, salvo quando solicitados pelo Corregedor Permanente ou pela Corregedoria Geral da Justiça, permanecer sempre sob a guarda e responsabilidade do titular de serviço notarial ou de registro, que zelará por sua ordem, segurança e conservação.17

9.1. Se houver necessidade de serem periciados, o exame deverá ocorrer na própria sede do serviço, em dia e hora adrede designados, com ciência do titular e autorização do juízo competente.18

10. A Corregedoria Permanente dos serviços no-tariais e de registro caberá aos Juízes a que o Código Judiciário do Estado, as Leis de Organização Judici-ária e os Provimentos cometerem essa atribuição.19

11. O Corregedor Geral da Justiça, com aprova-ção do Conselho Superior da Magistratura, poderá alterar a escala de Corregedores Permanentes nas comarcas com mais de uma Vara.20

11.1. Salvo no caso de interesse público, as de-signações modificativas serão feitas no mês de de-zembro, prevalecendo as do ano imediatamente anterior quando não efetuadas.21

12. O Corregedor Geral da Justiça poderá, de ofício ou mediante provocação, rever as decisões proferidas no âmbito das Corregedorias Permanen-tes.22

13. Suprimido.23

13.1. Suprimido.24

13.2. Suprimido.25

14. Suprimido.26

14.1. Suprimido.27

15. Suprimido.28

17 Provs. CGJ 5/99 e 39/12, Arts. 37, 38 e 46 da Lei 8935/94 e art. 236, § 1º, da Constituição Federal.

18 Prov. CGJ 39/12.

19 Provs. CGJ 23/81, 2/84, 5/99 e 39/12, CJE, art. 51.

20 Provs. CGJ 2/84, 5/99 e 39/12 e CJE, art. 48; L. 3.396/82, art. 29.

21 D. 4.786/30, art. 1, p.u.; RITJ, art. 117, p.u. e Provs. CGJ 2/84, 5/99 e39/12.

22 Prov. CG nº 16/2015.

23 Prov. CG nº 16/2015.

24 Prov. CG nº 16/2015.

25 Prov. CG nº 16/2015.

26 Prov. CG nº 16/2015.

27 Prov. CG nº 16/2015.

28 Prov. CG nº 16/2015.

16. Suprimido.29

17. Suprimido.30

18. Suprimido.31

SEÇÃO II – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

19. Respeitadas as particularidades de cada ser-viço, as disposições previstas no Tomo II das Nor-mas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça aplicam-se a todos os notários e registradores, bem como, no que couber, aos responsáveis pela serven-tia.32

20. Os notários e registradores disponibilizarão a adequada e eficiente prestação do serviço públi-co notarial ou de registro, mantendo instalações, equipamentos, meios e procedimentos de trabalho dimensionados ao bom atendimento, bem como número suficiente de prepostos.33

20.1. Observadas as peculiaridades locais, ao Juiz Corregedor Permanente caberá a verificação dos padrões necessários ao atendimento deste item, em especial quanto a:

a) local, condições de segurança, conforto e hi-giene da sede da unidade do serviço notarial ou de registro;

b) número mínimo de prepostos;

c) adequação de móveis, utensílios, máquinas e equipamentos, fixando prazo para a regularização, se for o caso;

d) adequação e segurança de “softwares”, siste-mas de cópias de segurança e de recuperação de dados eletrônicos, bem como de procedimentos de trabalho adotados, fixando, se for o caso, prazo para a regularização ou a implantação;

e) existência de computador conectado à “In-ternet” e de endereço eletrônico da unidade para correspondência por “e-mail”34;

f) eficiência dos módulos de correição eletrônica e de geração de relatórios pelo sistema informatiza-do, para fins de fiscalização, em relação aos livros, índices e classificadores escriturados, gravados e ar-quivados em meio digital, na forma regulamentada pela Corregedoria Geral da Justiça;35

29 Prov. CG nº 16/2015.

30 Prov. CG nº 16/2015.

31 Prov. CG nº 16/2015.

32 Provs. CGJ 5/99 e 39/12.

33 Provs. CGJ 5/99 e 39/12.

34 Proc. CG 966/03 e Prov. CGJ 39/12.

35 Prov. CGJ 08/13.

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PARTE 1

193

ÍNDICE ALFABÉTICO E REMISSIVO – NSCGJ – TOMO II

A

ABERTURA DE LIVROS

– Vide: LIVROS

ABERTURA DE RUAS

– intervenção judicial para a averbação: XX/114.1

AÇÕES EXPROPRIATÓRIAS

– registro no Registro de Imóveis em nome do Poder Público: XX/1, “a – 34”

ACUMULAÇÃO DE CARGOS

– proibição: XXI/3

ADOÇÃO

– assistência pelo Poder Público: XVII/48

– de criança ou adolescente em situação irregular: XVII/48.1

– de pessoa com registro fora do país: averbação: XVII/129

– registro: XVII/122 – 123

ADOLESCENTE

Vide: CRIANÇA E ADOLESCENTE

AEROGRAMA

– para as comunicações do Registro Civil: XVII/136.2

AFASTAMENTO(S)

– disposições gerais: XXI/Seção IV

– do notário ou oficial de registro: comunicação: XXI/6; 7; 17; 18 e 18.1

– do responsável pelo expediente: XXI/8.1

ALISTAMENTO MILITAR

– fornecimento de certidões: XVII/32

ANALFABETO (AUDIÊNCIA-TERMO)

– consentimento de pais analfabetos para o casamento de filhos menores: XVII/61

– habilitação para o casamento: assinatura a rogo: XVII/60

– impressão digital: XIII/28; XVII/54 “i” e 60

ANOTAÇÕES

– do Registro Civil das Pessoas Naturais: XVII/136 a 138

ANULAÇÃO

– de casamento: averbação: XVII/125

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PARTE 2 – DECISÕES DO CONSELHO SUPERIOR

DA MAGISTRATURA DO ESTADO DE SÃO PAULO

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PARTE 2

229

2.1 DECISÕES DO CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA

DO ESTADO DE SÃO PAULO – ANO 2015

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO

PAULO

CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA

Apelação n° 0026929-03.2014.8.26.0577

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação n° 0026929-03.2014.8.26.0577, da Co-marca de São José dos Campos, em que é apelan-te BANCO DO BRASIL S.A, é apelado 2° OFICIAL

DE REGISTRO DE IMÓVEIS DA COMARCA DE SÁO

JOSÉ DOS CAMPOS.

ACORDAM, em Conselho Superior de Magistra-tura do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: “DERAM PROVIMENTO AO

RECURSO PARA JULGAR IMPROCEDENTE A DÚ-

VIDA E DETERMINAR O REGISTRO DO “INSTRU-

MENTO PARTICULAR COM EFEITO DE ESCRITU-

RA PÚBLICA, DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL

URBANO E DE PRODUÇÃO DE EMPREENDIMEN-

TO HABITACIONAL, COM RECURSO DO FUNDO

DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL – FAR E OU-

TRAS AVENÇAS”. V.U.”, de conformidade com o voto do(a) Relator(a), que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desem-bargadores JOSÉ RENATO NALINI (Presidente),

EROS PICELI, GUERRIERI REZENDE, ARTUR MAR-

QUES, PINHEIRO FRANCO E RICARDO ANAFE.

São Paulo, 7 de outubro de 2015.

HAMILTON ELLIOT AKEL

CORREGEDOR GERAL DA JUSTIÇA E RELATOR

Apelação Cível n° 0026929-03.2014.8.26.0577

Apelante: Banco do Brasil S/A

Apelado: Oficial do 2° Registro de Imóveis de São José dos Campos

VOTO N° 34.300

Registro de imóveis – Dúvida – Instrumen-

to particular com efeito de escritura pública,

de compra e venda de imóvel urbano e de pro-

dução de empreendimento habitacional, com

recurso do fundo de arrendamento residencial

– FAR e outras avenças – Personalidade jurídica

do FAR – Inteligência da lei nº 10.188/02 – Recur-

so provido.

Trata-se de recurso de apelação interposto con-tra sentença de procedência de dúvida suscitada pelo Oficial do 2º Registro de Imóveis de São José dos Campos, que se negou a registrar “Instrumen-to particular com efeito de escritura pública, de compra e venda de imóvel urbano e de produção de empreendimento habitacional, com recurso do Fundo de Arrendamento Residencial – FAR e outras avenças”, em que figura como comprador o FAR. A recusa deveu-se ao fato de que tal ente não possui personalidade jurídica.

O recorrente alega, resumidamente, que: (a) há diversos precedentes registrais favoráveis; (b) tra-ta-se de programa habitacional, com forte cunho social, devendo o formalismo registral ceder passo aos fins sociais da lei; (c) o FAR pode ser sujeito de direitos e obrigações e (d) há outros fundos simila-res aos quais se reconhece personalidade jurídica.

A Procuradoria de Justiça manifestou-se pelo provimento do recurso.

É o relatório.

Em primeiro lugar, apenas para que não haja omissão, ressalta-se que da manifestação do Oficial, às fls. 216/218, “retratando-se” da recusa do regis-tro, não pode resultar prejudicada a dúvida. É que, inobstante essa manifestação, o Juízo de Primeiro

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PARTE 2 MARTHA EL DEBS • CÓDIGO DE NORMAS JURISPRUDÊNCIA ENUNCIADOS E QUESTÕES

230

Grau manteve a negativa de registro, o que impõe o julgamento da apelação.

Quanto ao mais, era mesmo o caso de registro do contrato.

A Lei nº 10.188/01 criou o programa de arrenda-mento residencial e instituiu o arrendamento resi-dencial com opção de compra. Por seu intermédio, criou-se o PAR – Programa de Arrendamento Resi-dencial, cuja gestão cabe ao Ministério das Cidades, e a operacionalização, à Caixa Econômica Federal. Já para a operacionalização do Programa, a CEF foi autorizada a criar um fundo, denominado “FAR – Fundo de Arrendamento Residencial”.

Tal fundo, a teor do art. 2º, § 3º, é constituído de bens e direitos, que (1) não se comunicam com o pa-trimônio da CEF, (2) não integram seu ativo, (3) não respondem direta ou indiretamente por qualquer obrigação da CEF, (4) não compõem a lista de bens e direitos da CEF para efeitos de liquidação judicial ou extrajudicial, (5) não podem ser dados em garantia de débito de operação da CEF, (6) não são passíveis de execução por credores da CEF e (6) quanto aos imóveis, não são passíveis de constituição de ônus reais (incisos I a VI).

Vale dizer, trata-se de um fundo exterior à CEF, passível, conforme o art. 2º-A, § 2º, de direitos e obrigações próprias, pelas quais responde com seu patrimônio.

É esse fundo, o FAR, que figura, no instrumento levado a registro, como comprador (fl. 13). O Oficial do 2º Registro de Imóveis de São José dos Campos entendeu que o título não poderia ser registrado, em face da ausência de personalidade jurídica do Fundo. Disse, também, que a Lei nº 10.188/01 atri-bui apenas à CEF a competência para representá-lo e que, por isso, não poderia mera Portaria do Minis-tério das Cidades atribuí-la ao Banco do Brasil. As-sim, uma vez que o FAR não possui personalidade jurídica e a CEF não fez parte do contrato, ele não poderia ser registrado.

O raciocínio peca por algumas razões, que exa-mino a seguir.

De início, o Oficial deixou de atentar para a fun-ção social do programa de arrendamento residen-cial e para a regra de que o apego ao rigorismo do direito registral não deve ser um fim em si mesmo. Deixou de apontar qualquer princípio de direito re-gistral que poderia ser ferido com o registro e olvi-dou-se das sérias consequências sociais que pode-riam advir de sua recusa.

Em seguida, utilizou um argumento que, do ponto de vista técnico, está equivocado. O FAR, tal como diversos outros entes previstos no nosso

ordenamento, possui, sim, personalidade jurídica e, embora não tenha capacidade plena, tem-na li-mitada aos propósitos a que se destina. Também o Espólio, o Condomínio, a Massa Falida, conquanto não possuam capacidade jurídica plena, possuem personalidade judiciária, ou seja, podem ser sujei-tos de direitos e obrigações.

A Lei nº 10.188/01 atribui ao FAR, expressamen-te, a capacidade de ser titular de direitos e sujeito passivo de obrigações, deixando bastante clara sua distinção em relação à CEF e ao seu patrimônio. Ali-ás, o art. 4º, VII, reza que compete à CEF “promover, em nome do arrendador, o registro dos imóveis ad-quiridos”. Logo, arrendador (FAR) e CEF não se con-fundem. E é o arrendador que figura, no contrato, como comprador, dado que o patrimônio imóvel será por ele integralizado.

Resta saber se também o Banco do Brasil po-deria representar o FAR, ou se, como defendeu o Oficial, apenas a CEF. Também aí laborou em erro o Digno Oficial.

A mesma Lei nº 10.188/01, que atribuiu, a princí-pio, à CEF a representação e operacionalização do FAR, delegou ao Ministério das Cidades a gestão do PAR (Programa de Arrendamento Residencial – art. 1º, § 1º). E disse, no seu artigo 5º, II e III, que cabe a esse Ministério estabelecer diretrizes gerais para aplicação dos recursos alocados e fixar regras e con-dições para implementação do Programa.

Portanto, foi a Lei nº 10.188/01 que atribuiu legi-timação ao Ministério das Cidades para, entre ou-tras providências, definir, no item 3.3, do Anexo I, da Portaria 168, que cabe às Instituições Financeiras Federais Oficiais “na qualidade de Agentes executo-res do Programa: a) definir, com base nas diretrizes gerais fixadas e demais disposições desta Portaria, os critérios técnicos a serem observados na aquisi-ção e alienação dos imóveis; b) adquirir as unidades habitacionais destinadas à alienação, em nome do FAR.”

Cuida-se, dessa forma, de um arcabouço legis-lativo próprio que regulamenta a criação, gestão e operacionalização do FAR. Ao contrário do que alegou o Oficial, a Portaria 168 não foi além do que a Lei nº 10.188/01 permitiu. Apenas estendeu – e poderia fazê-lo – a representação do FAR às Institui-ções Federais Oficiais, como o Banco do Brasil. Daí porque, como corretamente consta do instrumento levado a registro, o comprador é o FAR, representa-do pelo Banco do Brasil S/A.

Por qualquer ângulo que se analise a questão, a hipótese era de registro do título, valendo ressaltar, por fim, que, como comprovou o recorrente, 22 em-preendimentos ligados ao Programa Minha Casa,

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PARTE 2

501

2.2 DECISÕES DO CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA

DO ESTADO DE SÃO PAULO – ANO 2014

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO

PAULO

CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA

Apelação n° 3012767-17.2013.8.26.0405

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação n° 3012767-17.2013.8.26.0405, da Co-marca de Osasco, em que é apelante COMPANHIA

BRASILEIRA DE DISTRIBUIÇÃO, é apelado 2º

OFICIAL DE REGISTRO DE IMÓVEIS, TÍTULOS E

DOCUMENTOS E CIVIL DE PESSOA JURÍDICA DA

COMARCA DE OSASCO.

ACORDAM, em Conselho Superior de Magistra-tura do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: “POR MAIORIA DE VOTOS, DE-

RAM PROVIMENTO AO RECURSO PARA QUE O 2º

OFICIAL DE REGISTRO DE IMÓVEIS PROCEDA ÀS

AVERBAÇÕES NA FORMA DETERMINADA PELO

MM. JUÍZO DA E. 13ª VARA CÍVEL FEDERAL. VEN-

CIDO O DES. RICARDO ANAFE EM QUESTÃO DE

ORDEM, QUE DECLARARÁ VOTO. IGUALMENTE, FICARAM VENCIDOS, NO MÉRITO, OS DESEM-

BARGADORES GERALDO FRANCISCO PINHEIRO

FRANCO, QUE DECLARARÁ VOTO, E RICARDO MAIR ANAFE.”, de conformidade com o voto do(a) Relator(a), que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desem-bargadores JOSÉ RENATO NALINI (Presidente),

EROS PICELI, GUERRIERI REZENDE (DECANO),

ARTUR MARQUES, PINHEIRO FRANCO E RICAR-

DO ANAFE.

São Paulo, 7 de outubro de 2014.

HAMILTON ELLIOT AKEL

CORREGEDOR GERAL DA JUSTIÇA E RELATOR

Apelação Cível n° 3012767-17.2013.8.26.0405

Apelante: Companhia Brasileira de Distribuição.

Apelado: Segundo Oficial de Registro de Imó-veis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de Osasco.

VOTO N° 34.094

Registro de imóveis – Dúvida registral – Cau-

ção judicial hipotecária – Título que ingressa no

fólio real como hipoteca judicial independente-

mente do nome que receba – Situação própria

de registro, não de averbação, por se tratar de

ônus real que recai sobre o próprio imóvel – Pre-

cedentes da Corregedoria Geral da Justiça e do

Conselho Superior da Magistratura – Recusa

do oficial de registro fundada na violação do

princípio da legalidade – Existência, porém, de

decisão judicial que, ao examinar a recusa, esta-

beleceu tratar-se de ato de averbação – Impos-

sibilidade de revisão, por via administrativa, de

decisões jurisdicionais – Recusa por esta razão,

afastada – Recurso provido.

Trata-se de apelação interposta por Companhia Brasileira de Distribuição contra a r. decisão de fls. 124/125 que julgou procedente a dúvida registrária suscitada pelo 2º Registro de Imóveis de Osasco, e manteve a desqualificação do mandado judicial de cancelamento e averbação de caução hipotecária.

Sustenta, a recorrente, que a hipótese não trata de registro de hipoteca, mas de averbação de ga-rantia que ofereceu nos autos de Medida Cautelar para caucionar débitos fiscais. Alega, ainda, que a garantia será objeto de futura penhora vinculada à execução fiscal, sendo certo que mandados de penhora para garantia de débitos tributários são passíveis de averbação, cujos emolumentos são devidos somente ao final, quando da efetivação do

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PARTE 2 MARTHA EL DEBS • CÓDIGO DE NORMAS JURISPRUDÊNCIA ENUNCIADOS E QUESTÕES

502

registro da arrematação ou adjudicação do imóvel dado em garantia, o que ainda não ocorreu.

A Procuradoria Geral de Justiça opinou pelo não provimento do recurso (fls. 179/181).

É o relatório.

A preliminar de incompetência do Conselho Su-perior da Magistratura para a apreciação do feito, levantada pela ilustrada Procuradoria Geral de Jus-tiça, não procede.

Cabe ao Conselho o julgamento dos recursos das dúvidas suscitadas pelos Oficiais de Registros Públicos, na forma do artigo 64, VI, do Decreto-lei Complementar Estadual n.° 3/69, e do artigo 16, V, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Es-tado de São Paulo.

O procedimento de dúvida registral, por sua vez, só é pertinente quando o ato colimado é suscetível de registro em sentido estrito.

Assim, se a decisão de primeiro grau mantiver recusa de ato passível de registro, o recurso, por conseguinte, será de competência do Conselho Su-perior da Magistratura.

No caso, busca-se o ingresso no registro de imó-veis de caução hipotecária o que, de acordo com o entendimento deste Conselho Superior da Magis-tratura e da Corregedoria Geral da Justiça, ocorre por meio de registro, na forma do art. 167, I, 2, da Lei n° 6.015/73.

Em precedente da Corregedoria Geral da Justiça em que se examinou exatamente a situação posta nos autos, o magistrado José Marcelo Tossi e Silva, então Juiz Auxiliar da Corregedoria, ponderou que:

São freqüentes nesta E. Corregedoria Geral da Justiça os procedimentos administrativos que visam afastar recusas de averbações de cauções que inci-dem diretamente sobre imóveis e que são prestadas em ações judiciais para garantir medidas de natureza cautelar. Há muito este Órgão mantém o entendimen-to que fora da hipótese dos artigos 37, inciso I, e 38, parágrafo 1º, da Lei n° 8.245/91 não se admite a aver-bação de caução como constitutiva de garantia real que recaia diretamente sobre imóvel porque o artigo 167, inciso II, n° ‘8’, da Lei n° 6.015/73 apenas diz res-peito aos direitos a este relativos, que são, conforme a lição de Alvino Silva Filho: ‘...os direitos reais limita-dos e os direitos reais de garantia, já constituídos’ (A Caução no Registro de Imóveis, Araxá, 1979, pág. 30). Em abono, podem ser citados os r. pareceres que es-tão reproduzidos às fls. 20/31, 34/57 e 59/73 e que fo-ram apresentados nos Processos CG 67.181/83, 241/84, 189/92, 204/92, 2.227/98 e 110/2005. Não obstante o acerto desta posição, o avolumamento das medidas cautelares e das ações em que pleiteadas providências

antecipatórias da tutela ensejou o respectivo aumen-to do uso da caução processual, no mais das vezes prestada mediante termo nos autos mesmo quando ofertado imóvel em garantia. E, em alguns casos isola-dos, a recusa dos oficiais registradores em promover a averbação da caução assim prestada tem ensejado a expedição de ordem judicial para a prática do ato, sob pena de responsabilidade penal, como se verifica no Processo CG 15.568/05, instaurado por provocação do digno Juízo da 4ª Vara da Justiça Federal da SeçãoJu-diciária do Estado da Bahia. É necessário, diante dessa situação, munir os oficiais Registradores de meios su-ficientes para concretizar os atos emanados de ordens judiciais sem, entretanto, relegar as normas atinentes ao Registro Imobiliário.

Ao final, concluiu que os mandados para averba-ções de cauções que tenham recaído sobre imóveis, prestadas em ações judiciais para garantir medidas de natureza cautelar, sejam recepcionados como mandados de registro de hipotecas judiciais, inde-pendente da denominação que lhes foi atribuída, dependendo o registro da garantia real, entretanto, da presença dos elementos necessários para a pre-servação da especialidade da continuidade e dos demais requisitos do Registro Imobiliário.

Na mesma direção sentido, a Apelação Cível n° 721-6/2, deste Conselho Superior da Magistratura:

Ora, o ingresso em fólio real de garantia real que tenha por objeto coisa imóvel, referente ao reforço no cumprimento de obrigação oriunda de condenação judicial, se possível for, só se pode concretizar por re-gistro em sentido estrito, não por averbação: a) a uma, porque não há previsão normativa de exceção para esse tipo de averbação e, conforme já ficou bem defi-nido em precedente da Egrégia Corregedoria Geral da Justiça, apenas em hipótese de locação admite-se, por previsão excepcional de lei específica (Lei n° 8.245/91, art. 38, § 1º), averbação de caução imobiliária (Proces-so CG n° 110/2005, parecer do então Juiz Auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça José Antônio de Paula Santos Neto, decisão do então Corregedor Geral da Justiça, Desembargador José Mário Antônio Cardina-le, DOE de 01 de abril de 2005); b) a duas, porque não estamos diante da hipótese de incidência do artigo 167, inciso II, item 8, da Lei n° 6.015/73, uma vez que a caução em foco não incide sobre direitos relativos a imóvel, mas sim sobre o próprio imóvel e, deste modo, qualifica-se “como hipoteca” (CSM, Apelação Cível n° 72.696-0/7, da Comarca de Itapetininga, j. 12 de se-tembro de 2000, rel. Desembargador Luís de Macedo). Assim, tanto a competência é do Conselho Superior da Magistratura, como ausente razão aos apelantes ao sustentar a admissibilidade da inscrição por aver-bação, não por registro: na base do dissenso está a prática de ato de registro em sentido estrito, nada obs-

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PARTE 2

717

2.3 DECISÕES DO CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO ESTADO

DE SÃO PAULO – ANO 2013

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO

PAULO

CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA

Apelação n° 0000671-65.2013.8.26.0358

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de APELAÇÃO N° 0000671-65.2013.8.26.0358, da Comarca de Mirassol, em que é apelante ERMINIA

SAURIN BORTOLAI, é apelado OFICIAL DE RE-

GISTRO DE IMÓVEIS, TÍTULOS EDOCUMENTOS

E CIVIL DE PESSOA JURÍDICA DA COMARCA DE MIRASSOL.

ACORDAM, em Conselho Superior de Magistra-tura do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: “DERAM PROVIMENTO AO RE-

CURSO DE APELAÇÃO PARA FIM DE DETERMI-

NAR O REGISTRO DO TÍTULO, V.U.”, de conformi-dade com o voto do(a) Relator(a), que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desem-bargadores IVAN SARTORI (Presidente), GONZAGA FRANCESCHINI, WALTER DE ALMEIDA GUILHERME, SILVEIRA PAULILO, SAMUEL JÚNIOR E TRISTÃO RI-BEIRO.

São Paulo, 6 de novembro de 2013.

JOSÉ RENATO NALINI

Corregedor Geral da Justiça e Relator

. Apelação Cível n° 0000671-65.2013.8.26.0358

Apelante: Ermínia Saurin Bortolai

Apelado: Oficial de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de Mirassol.

VOTO N° 21.354

REGISTRO DE IMÓVEIS – Óbice para o ingres-

so de escritura pública de doação com usufruto

fundado em vício que não diz respeito ao regis-

tro, mas ao próprio título anterior – Inexistência

do reconhecimento da nulidade – Decurso de

mais de 30 anos – Possibilidade de registro – Re-

curso provido.

Apela Ermínia Saurin Bortolai contra sentença de procedência de dúvida administrativa.

Sustenta a recorrente que o bem imóvel objeto da transação rejeitada pelo Oficial de RI foi adqui-rido de seu marido e devidamente registrado em 15 de janeiro de 1976, sem qualquer impugnação ou reclamo de qualquer interessado. Alega que a declaração de nulidade do título registrado a mais de 37 anos com base na aplicação da antiga súmula 377 do Supremo é ofensiva ao princípio da dignida-de humana.

A Procuradoria Geral da Justiça opinou pelo não provimento do recurso de apelação.

É o relatório.

O recurso merece provimento.

É descabida à discussão sobre a nulidade de ou-trora da escritura de compra e venda firmada entre os cônjuges Torquato Bortolai e Ermínia Saurin Bor-tolai (15 de janeiro de 1976), inda que casados pelo regime da separação obrigatória de bens, devida-mente registrado em 07 de abril de 1976.

Primeiro, pois, a invalidação do registro inde-pendentemente de ação direta, prevista no artigo 214 da Lei de Registros Públicos, pressupõe nulida-de de pleno direito do próprio registro (não a de seu ato causal).

Na lição de Narciso Orlandi Neto: “A nulidade que pode ser declarada diretamente, independentemente de ação, é de direito formal, extrínseca. Ela pode não

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PARTE 3 – DECISÕES DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO

DE SÃO PAULO

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PARTE 3 MARTHA EL DEBS • CÓDIGO DE NORMAS JURISPRUDÊNCIA ENUNCIADOS E QUESTÕES

992

Coordenador da Equipe, Dr. Gustavo Henrique Bre-tas Marzagão, aprovado por Vossa Excelência em 06.02.2015.

Do parecer se extrai:

“A utilização da palavra ‘Oficial’ nos itens e subi-tens acima é indicação clara de que tanto os Oficiais de Registro de Imóveis quanto os de Títulos e Docu-mentos possuem atribuição para realizar a intima-ção prevista no item 253.1.

Aliás, nem poderia ser diferente, uma vez que a Lei nº 9.514/97 expressamente faculta ao Oficial de Títulos e Documentos realizar a intimação:

Art. 26, § 3º. A intimação far-se-á pessoalmente ao fiduciante, ou ao seu representante legal ou ao procurador regularmente constituído, podendo ser promovida, por solicitação do oficial do Registro de Imóveis, por oficial de Registro de Títulos e Documen-tos da comarca da situação do imóvel ou do domicílio de quem deva recebê-la, ou pelo correio com aviso de recebimento.

Afinal, o fato de o Registrador de Imóveis pro-mover a intimação não significa que será ele quem a executará, podendo se valer do Registrador de Títulos e Documentos.

Não há dúvidas, assim, da aplicabilidade do subitem 253.1 aos Oficiais de Registro de Títulos e Documentos.”

Quanto à segunda questão, sobre a possibilida-de dos RTDs efetuarem por “hora certa” as comu-nicações em geral do art. 160 da Lei dos Registros Públicos, a solução deve ser negativa.

As normas administrativas recentemente mo-dificadas se referem exclusivamente à situação da constituição em mora do art. 26 da Lei nº 9.514/97 e tiveram por fundamento peculiaridades da referida lei. Não por acaso, o item 253 do Capítulo XX, e seus respectivos subitens, se encontram justamente sob a rubrica “Das Intimações e da Consolidação da Pro-priedade Fiduciária”.

A relação entre as alterações normativas e as peculiaridades da Lei nº 9.514/97 não deixou de ser bem abordada no parecer que propôs o Provimen-to com as inovações:

“O exame do contexto, do conjunto e das finali-dades da Lei nº 9.514/97 é claro no sentido de que o legislador optou por um sistema de execução da dívida fiduciária desjudicializado, que vai desde a intimação do devedor até a alienação do imóvel consolidado em nome do credor.

Diante disso, não haveria sentido em se afirmar, apenas em virtude da ausência de previsão expres-sa, que o legislador criou todo um mecanismo ex-

trajudicial de execução da garantia fiduciária, mas remeteu ao Judiciário uma de suas fases intermedi-árias, qual seja, a intimação do devedor em caso de suspeita de ocultação” (Parecer CG nº 349/2014-E, publicado em 28.11.2014, também de lavra do Juiz Assessor Gustavo Henrique Bretas Marzagão).

Ante o exposto, o parecer que respeitosamen-te submeto à apreciação de Vossa Excelência é no sentido de ratificar que o subitem 253.1 do Capítulo XX das NSCGJ e subitens seguintes, se referem ex-clusivamente às comunicações do art. 26 da Lei nº 9.514/97, se estendendo aos Registradores de Títu-los e Documentos para tais fins (caso o Registrador de Imóveis opte pela solicitação aludida no art. 26 da Lei nº 9.514/97), não abrangendo, porém, as co-municações em geral previstas no art. 160 da Lei dos Registros Públicos.

Sub censura.

São Paulo, 27 de fevereiro de 2015.

(a) Gabriel Pires de Campos Sormani

Juiz Assessor da Corregedoria

DECISÃO: Aprovo o parecer do MM. Juiz Asses-sor da Corregedoria e por seus fundamentos, que adoto, imprimo-lhe caráter normativo e determino que se publique por três dias alternados. Comuni-que-se a 1ª Vara de Registros da Capital e o autor da consulta. São Paulo, 03 de março de 2015. (a) HA-

MILTON ELLIOT AKEL, Corregedor Geral da Justi-ça. (DJe de 18.03.2015 – SP)

PROCESSO Nº 2007/42351 – SÃO PAULO –

CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA DO

ESTADO DE SÃO PAULO.

DESPACHO: Parecer (46/2015-E)

TABELIONATOS DE NOTAS – Lavratura de escri-turas relacionadas a imóveis – Exigência de apre-sentação de certidões de distribuidores judiciais, a respeito de feitos ajuizados – Alteração do art. 1º, § 2º, da Lei nº 7.433/85 pelo art. 59 da Lei nº 13.097/15 – Mudança de orientação – Expedição de comuni-cado.

Excelentíssimo Senhor Corregedor Geral da Jus-tiça,

O presente expediente iniciou-se, em março de 2007, por provocação dos eminentes Desembarga-dores da 32ª Câmara da Seção de Direito Privado, que chamaram a atenção para o risco de os Tabeli-ães de Notas dispensarem, na lavratura de escritu-ras públicas relacionadas a negócios imobiliários, as certidões sobre feitos ajuizados.

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PARTE 3

1005

3.2 DECISÕES DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO

DE SÃO PAULO – ANO 2014

PROCESSO Nº 2014/88189 – SÃO PAULO

– MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE

SÃO PAULO – PARTE: A. B. E OUTROS –

ADVOGADOS: MAURÍCIO TRALDI, OAB/SP

147555 E PATRÍCIA SAGGIORO LEAL, OAB/SP

288.042. PARECER (321/2014-E)

Registro Civil das Pessoas Naturais – Reco-

nhecimento da filiação socioafetiva perante o

Registro Civil das Pessoas Naturais – Possibili-

dade – Recurso não provido

Excelentíssimo Senhor Corregedor Geral da Jus-tiça:

Trata-se de recurso interposto pelo Ministério Público do Estado de São Paulo contra a r. decisão do MM. Juízo Corregedor Permanente (fls. 55/58 e 71/72) que autorizou a inclusão do nome de A. B. como genitora socioafetiva de R. P. e os nomes dos pais dela como avós.

Alega, em síntese, que a competência para o re-conhecimento é da Vara de Família em razão da au-sência de determinação de vínculo biológico entre a criança e A., e que a decisão não interpretou cor-retamente o art. 1597, do Código Civil. Ainda, que o princípio constitucional da isonomia foi violado. Afirma, também, inexistir erro de registro. Aduz que a decisão administrativa não faz coisa julgada e que não garante segurança jurídica à criança em virtude de eventual questionamento futuro. Contrarrazões às fls. 75/90.

A D. Procuradoria Geral de Justiça opinou pelo não provimento do recurso Ministerial (fls. 96/99), mantendo-se a r. decisão recorrida.

É o relatório.

Opino.

M.C.P.S. e A.B. formularam requerimento ao Ofi-cial de Registro Civil do 24º Subdistrito da Capital objetivando a inclusão, no assento de R. P., do nome de A. B., como mãe de R., e dos pais dela, como avós.

Solicitaram, ainda, que o nome do R. passasse a constar R. P. B.

Consta do requerimento de M. C. P. S. e A. B. que vivem em união estável desde 2006 e se sub-meteram conjuntamente à fertilização in vitro com doador anônimo em 2013. Houve estimulação dos ovários, colheita e fertilização dos óvulos de ambas com sêmem de doador anônimo e, por fim, seleção e transferência dos melhores embriões para o úte-ro de M. C., que foi a escolhida para ser a gestante. O nascimento de R. ocorreu em 08.11.13 e, em seu assento de nascimento, constou apenas o nome de sua mãe biológica M. C., motivo pelo qual buscam a inclusão, na qualidade também de mãe, de A. B., dos pais dela como avós, e a alteração do nome de R., acrescendo-lhe o sobrenome B.

O requerimento foi instruído com:

a) declaração de nascido vivo que atesta que R. P., filho de M. C. P. S., nasceu no dia 08.11.2013, no Hospital Israelita Albert Einstein (fl. 08);

b) certidão de nascimento de R. P., com núme-ro de matrícula 115030 01 55 2013 1 00302 230 0027865 92, em que consta o nome de M. C. P. S. como genitora (fl. 09);

c) escritura pública de união estável lavrada em 04.04.2012, nas notas do 29º Tabelionato da Capital, por meio da qual declaram viver em união estável, como companheiras, desde 15.05.2006, estabele-cem a comunicabilidade de todos os bens adquiri-dos onerosamente após a constituição da entidade familiar, e que, em caso de enfermidade, a compa-nheira sã pode deliberar, prioritariamente aos de-mais familiares, sobre as providências médico-hos-pitalares oportunas, fixam-se como beneficiárias para fins previdenciários (fls. 10/12);

d) Relatório final de tratamento por FIV, subscrito por médico que declara que A. e M. C., em regime de união estável, foram por ele submetidas a trata-mento de fertilização in vitro com sêmen de doador e transferência de embriões no dia 03.03.2013 no

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PARTE 4 – DECISÕES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

DE SÃO PAULO ATINENTES À ATIVIDADE NOTARIAL E

REGISTRAL – EMENTAS

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PARTE 4 MARTHA EL DEBS • CÓDIGO DE NORMAS JURISPRUDÊNCIA ENUNCIADOS E QUESTÕES

1086

EMENTA: AÇÃO ANULATÓRIA – Sentença que declarou a inexistência da procuração e do subs-tabelecimento falsos, utilizados por correqueri-dos que se apresentavam como corretores, para venda de imóveis de propriedade da genitora dos autores a terceiros de boa-fé – Escrituras de venda e compra dos imóveis declaradas nulas, em decorrência – Insurgência do correquerido Jair, que atuou como corretor substabelecido – Arguição de prescrição – Prazo decenal aplicável ao caso – Inteligência do art. 205 do CC – Ato de lavratura da procuração falsa, do qual decorreu toda a cadeia de atos e negócios jurídicos im-pugnados na ação, ocorrido em outubro de 1997 – Ajuizamento da ação em dezembro de 2006, antes, portanto, do termo final para fazê-lo – Pre-judicial de mérito afastada – Provas testemunhal e documental que demonstraram a participação consciente e voluntaria do corretor substabele-cido, junto ao correquerido Paulo Roberto, que detinha a procuração falsa e o substabeleceu, na venda dos imóveis – Reconhecimento de sua atuação que não se pode afastar – Insurgência dos autores – Reconhecimento da usucapião especial urbana do imóvel vendido ao correque-rido Odair José, em seu favor, que se mantém, por estarem preenchidos os requisitos do art. 1.240 do CC – Entendimento de que o imóvel vendido a Antonio Carlos deve ser reintegrado na posse dos autores, desde que indenizado pelas construções e benfeitorias, que se man-tém, porquanto o fez de boa-fé – Inteligência do art. 1.255 do CC – Tabelião interino que lavrou a procuração falsa devidamente responsabilizado – Inexistência de demonstração de dano moral causado por este aos autores, os quais, diante de sua inércia para regularização dos imóveis, acabaram contribuindo para os aborrecimentos experimentados – Indenização indevida – Re-cursos desprovidos. (TJSP – Apelação Cível nº

0064253-27.2006.8.26.0506 – Ribeirão Preto

– 7ª Câmara de Direito Privado – Rel. Des. Mi-

guel Brandi – DJ 28.10.2015)

EMENTA: AÇÃO ANULATORIA DE DEBITO FISCAL – ITCMD – Exação sobre valor recebido por oca-sião de partilha oriunda de dissolução de socie-dade conjugal realizada na França – Tributação exigida com base na Lei Estadual nº 10.705/00 – Descabimento, pois já declarada a inconsti-tucionalidade pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (Arguição de Inconsti-tucionalidade nº 0004604-24.2011.8.26.0000) – Observância do art. 155, par. 1º, III, ‘b’, da Constituição Federal, que impõe ao Estado, para implementação da tributação em questão, a vigência de lei complementar federal, ain-

da não vigente – Sentença de improcedência mantida – Recurso voluntário da Fazenda não provido. (TJSP – Apelação Cível nº 0003794-

30.2010.8.26.0244 – Iguape – 5ª Câmara Ex-

traordinária de Direito Público – Rel. Des. Re-

bouças de Carvalho – DJ 22.06.2015)

EMENTA: Apelação. Mandado de segurança. Imposto sobre transmissão inter vivos de bens imóveis. Fato gerador. Registro do título trans-lativo da propriedade. Precedente do Superior Tribunal de Justiça. Pretensão de receber juros e multa moratória relativos a período anterior ao fato gerador do tributo. Inadmissibilidade. Inci-dência apenas de correção monetária. Recurso denegado. (TJSP – Apelação Cível/Reexame

Necessário nº 0011172-23.2013.8.26.0053 –

São Paulo – 14ª Câmara de Direito Público –

Rel. Des. Geraldo Xavier – DJ 16.03.2015)

EMENTA: Ação rescisória. Acórdão a dar provi-mento, por maioria de votos, a apelação contra sentença denegatória de mandado de seguran-ça. Reconhecimento de direito líquido e certo a não pagar imposto sobre serviços de qualquer natureza no tocante a receitas provenientes de serviços notariais e de registro (itens 21 e 21.1 da lista anexa à Lei Complementar 116/03). Ale-gação de violação a literal disposição de lei. De-cadência. Configuração. Trânsito em julgado do aresto em 6 de dezembro de 2007. Ajuizamento da rescisória em 10 de janeiro de 2013, depois do decurso do prazo previsto no artigo 495 do Código de Processo Civil. Extinção do feito com fundamento no artigo 269, V, do diploma legal mencionado. (TJSP – Ação Rescisória nº

0004501-46.2013.8.26.0000 – São José do

Rio Preto – 7ª Grupo de Direito Público – Rel.

Des. Geraldo Xavier – DJ 21.10.2015)

EMENTA: Agravo de instrumento. Inventário. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Do-ações de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD). Valor de mercado. Possibilidade. Aplicação dos artigos 9, § 1º e 13, inciso I, da Lei 10.705, de 2000, bem como do Decreto nº 55.002, de 2009. Tute-la recursal deferida. (TJSP – Agravo de Instru-

mento nº 2214291-65.2015.8.26.0000 – São

Paulo – 9ª Câmara de Direito Privado – Rel.

Des. Mauro Conti Machado – DJ 22.10.2015)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. Ação consignatória em pagamento – Exclusão da multa punitiva – Admissibilidade – Denúncia espontânea con-figurada – Boa-fé demonstrada – Sanção que deve recair tão somente aos agentes que prati-caram o ilícito – Aplicação dos princípios consti-tucionais da proporcionalidade e da razoabilida-

Page 17: Concurso Cartório São Paulo: Código de normas, jurisprudência, enunciados e questões

PARTE 4

1087

de. Recurso provido. (TJSP – Apelação Cível nº

0047401-50.2011.8.26.0053 – São Paulo – 8ª

Câmara de Direito Público – Rel. Des. Cristina

Cotrofe – DJ 13.10.2015)

EMENTA: Apelação Cível. Ação declaratória de nulidade de ato jurídico – Pretensão de anula-ção de escritura de doação em favor da ré ao ar-gumento de que a intenção era a de favorecê-la em testamento – Ausência de comprovação do vício de consentimento e de inobservância das formalidades prescritas para o ato, conforme im-põe o artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil – Manutenção da R. Sentença. Nega-se pro-vimento ao recurso de apelação. (TJSP – Ape-

lação Cível nº 1000275-38.2014.8.26.0002

– São Paulo – 1ª Câmara de Direito Privado

– Rel. Des. Christine Santini – DJ 16.10.2015)

EMENTA: ITCMD – Recolhimento de ITCMD. Base de cálculo. Valor de referência do ITBI utilizado pela Municipalidade. Inadmissibilidade. Base de cálcu-lo do valor venal do IPTU lançado no exercício. Nego seguimento aos recursos. (TJSP – Apela-

ção Cível nº 1.003.695-58.2015.8.26.0053

– São Paulo – 6ª Câmara de Direito Público –

Rel. Des. Evaristo dos Santos – DJ 13.10.2015)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO – Ação declaratória de inexistência de débito cumulada com cancelamento de protesto e indenização por danos morais julgada procedente – Deci-são que entende que as despesas extraordiná-rias (emolumentos de Cartório de Protesto) não estão abrangidas pela isenção prevista na Lei número 1.060/50 – A benesse da gratuidade de justiça abrange a isenção também dos atos extrajudiciais decorrentes dos emolumentos cartorários para cancelamento dos protestos determinados judicialmente – Garantia inserta na CF, art. 5º, LXXIV, agasalhada na Lei Estadual número 11.331/2002, e normatizada nas NSCGJ--Cartórios Extrajudiciais – Precedentes do C. STJ e desta Corte de Justiça – Decisão reformada. Recurso a que se dá provimento, nos termos do art. 557 do CPC. (TJSP – Agravo de Instrumen-

to nº 2197249-03.2015.8.26.0000 – Arara-

quara – 15ª Câmara de Direito Privado – Rel.

Des. José Wagner de Oliveira Melatto Peixo-

to – DJ 14.10.2015)

EMENTA: APELAÇÃO – Ação ordinária – Inexis-tência de débito tributário – “ITCMD – Doações” (CF, art. 155, I) – Doação de imóvel situado no estrangeiro, por doador também residente ou domiciliado no exterior – Procedência do pedi-do – Pretensão de inversão do julgamento – Im-possibilidade – Lançamento tributário baseado

na Lei Estadual nº 10.705/2000 – Inconstitucio-nalidade reconhecida pelo Órgão Especial desta Corte, em sede de argüição de inconstituciona-lidade – Hipótese de incidência tributária que depende de regulação por Lei Complementar – Inteligência do art. 155, § 1º, III, “b” – Norma de eficácia limitada – Omissão legislativa que não pode ser suprida pelo Estado-membro – Posicio-namento também adotado por esta Câmara – Precedentes – Manutenção da sentença, nos ter-mos do art. 252 do RITJSP – Não provimento da apelação. (TJSP – Apelação Cível nº 0055714-

74.2012.8.26.0114 – Campinas – 6ª Câmara de

Direito Público – Rel. Des. Maria Olívia Alves

– DJ 27.04.2015)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVEN-TÁRIO. I. Exigibilidade do imposto causa mortis incidente sobre os bens do espólio. Realização do procedimento administrativo-fiscal perante a Fazenda Estadual. Homologação do cálculo pelo Juízo. Cumprimento ao entendimento se-dimentado na Súmula 114 do Supremo Tribunal Federal. Inexistência de irresignação a respeito pelos sucessores. II. Descumprimento do prazo de 30 dias da homologação do cálculo. Inafas-tável a imposição de multa sobre o imposto re-conhecidamente devido, ademais de juros de mora. Artigo 17, § 1º, da Lei 10.705/00. DECISÃO MANTIDA, COM NEGATIVA DE SEGUIMENTO AO RECURSO. (TJSP – Agravo de Instrumento nº

2200198-97.2015.8.26.0000 – São Paulo – 3ª

Câmara de Direito Privado – Rel. Des. Donegá

Morandini – DJ 06.10.2015)

EMENTA: ITCMD. Ação anulatória de auto de infração e imposição de multa. Autuação por falta de recolhimento do imposto de transmis-são causa mortis. Transmissão que, além de ter ocorrido no bojo de inventário processado no exterior, também tem por objeto imóvel situa-do no exterior. Ilegalidade da autuação. Reco-nhecimento. Observância do decidido pelo C. Órgão Especial na Arguição de Inconstituciona-lidade nº 0004604-24.2011.8.26.0000. Sentença de procedência mantida. Recurso não provido. (TJSP – Reexame Necessário nº 0008045-

14.2012.8.26.0053 – São Paulo – 10ª Câmara

de Direito Público – Rel. Des. Antonio Carlos

Villen – DJ 30.03.2015)

EMENTA: AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE TÍTULO C.C. INDENIZAÇÃO POR DANOS MO-RAIS – Responsabilidade exclusiva do credor pela emissão do título – Ação objetivando a de-claração de inexigibilidade e a responsabilidade pelas consequências da cobrança que somente pode ser dirigida a ele – Inexistência, ademais,

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PARTE 4 MARTHA EL DEBS • CÓDIGO DE NORMAS JURISPRUDÊNCIA ENUNCIADOS E QUESTÕES

1108

da Lei nº 8.935/94 – Aplicação do artigo 515, § 3º do CPC – A responsabilidade pelo protesto pertence ao credor, cabendo ao Tabelião exa-minar as características formais do título, con-forme preconiza o artigo 9º da Lei nº 9.492/97 – Inexistência de indícios de que o título apre-sentava qualquer irregularidade formal quando apresentado a protesto – Os protestos por falta de aceite também são comunicados aos órgãos de proteção ao crédito (artigo 30 da Lei Lei nº 9.492/97) – Negligência do Tabelião não confi-gurada – Ato ilícito não caracterizado – Prelimi-nar afastada – Recurso improvido. (TJSP – Ape-

lação Cível nº 0106966-95.2011.8.26.0100

– São Paulo – 18ª Câmara de Direito Privado

– Rel. Des. Roque Antonio Mesquita de Oli-

veira – DJ 12.11.2014)

EMENTA: RECURSO – Inépcia – Não ocorrên-cia – Mero erro material – Preliminar rejeitada. CERCEAMENTO DE DEFESA – Não ocorrência – Provas suficientes para o julgamento da cau-sa – Preliminar rejeitada. REPETIÇÃO DE INDÉBI-TO – Tabelião de Notas e de Protesto de Letras e Títulos – Emolumentos para cancelamento de protesto de título – Pretensão à repetição dos valores que superaram o estabelecido no art. 39, I, da Lei 9.841/1999 – Microempresas – Benefício condicionado à comprovação pelo interessado do preenchimento dos requisitos legais – Não demonstração, no caso – Inteligên-cia do inciso IV do art. 39 da Lei n° 9.841/1999 – Sentença de improcedência – Recurso não provido. (TJSP – Apelação Cível nº 0171362-

66.2006.8.26.0000 – São João da Boa Vista

– 6ª Câmara de Direito Público – Rel. Des. Rei-

naldo Miluzzi – DJ 10.11.2014)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO – Ação Cautelar – Sustação ou cancelamento de protes-to – Certidão de Dívida Ativa da Fazenda Pública – Advento da Lei nº 9.492/1997, alterada pela Lei nº 12.767, de 27 de dezembro de 2012 – Possibi-lidade, apesar do disposto no art. 204, do CTN privilegiar o Fisco, considerada a CDA como tí-tulo líquido e certo – Decisão de indeferimento da liminar mantida – Ausência do fumus boni juris – Recurso não provido – Não é de ser conce-dida liminar em ação cautelar se ausente requisito autorizador da medida, qual seja, a relevância do fundamento (fumus boni iuris) embora presente o periculum in mora. (TJSP – Agravo de Instru-

mento nº 2189619-27.2014.8.26.0000 – São

Paulo – 11ª Câmara de Direito Público – Rel.

Des. Luis Ganzerla – DJ 06.11.2014)

EMENTA: APELAÇÃO COM REVISÃO – Respon-sabilidade Civil da Administração – Indenização

por Dano Moral – Ação requerendo indenização por danos morais, tendo em vista o registro do sexo errado em certidão de nascimento – Erro este sanado por simples pedido de retificação perante o cartório em menos de três meses – Danos morais não caracterizados – Divulgação a terceiro do ocorrido foi realizada pela própria autora, única responsável pelos constrangimen-tos – Sentença mantida – Recurso da autora improvido. (TJSP – Apelação Cível nº 0001482-

33.2010.8.26.0066 – Barretos – 3ª Câmara de

Direito Público – Rel. Des. Maurício Fiorito –

DJ 07.11.2014)

EMENTA: USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA – INTE-RESSE DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL – Imó-vel usucapiendo está situado em área de terras devolutas – SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA – Não comprovada a natureza de terras devolutas do imóvel usucapiendo – Demonstrados os re-quisitos para a usucapião do imóvel – RECURSO DA AUTORA PROVIDO, para julgar procedente a ação, declarando a aquisição originária do imóvel. (TJSP – Apelação Cível nº 0121072-

52.2003.8.26.0000 – São Paulo – 2ª Câmara

de Direito Privado – Rel. Des. Flavio Abramo-

vici – DJ 05.11.2014)

EMENTA: Alienação Fiduciária de bem imóvel. Ação anulatória de ato jurídico c.c. indenização por danos morais. Anulação da consolidação da propriedade pelo credor fiduciário. Procedimen-to extrajudicial com base na lei nº 9.514/97. Cer-ceamento de defesa. Inocorrência. Nulidade da intimação para purgação da mora inexistente. Intimação pessoal frustrada. Ausência de comu-nicação da mudança de domicílio. Notificação anteriormente manejada no mesmo endereço. Devedores em local incerto e não sabido. Fato devidamente certificado pelo Oficial incum-bido do ato. Validade da expedição de edital. Pagamento das parcelas em atraso perante a instituição bancária. Ausência de quitação das parcelas que se venceram até o efetivo paga-mento. Purgação da mora inocorrente. Conso-lidação da propriedade pelo credor-fiduciário. Enriquecimento ilícito do credor. Descabimen-to. Saldo em favor do devedor disponível para levantamento. Bem de família. Comprador que, voluntariamente, grava seu imóvel, entregan-do-o como garantia de uma dívida que foi assu-mida. Incidência do disposto no art. 3º, I, da Lei nº 8.009/90. Preliminar rejeitada. Recurso não provido. (TJSP – Apelação Cível nº 4004700-

10.2013.8.26.0320 – Limeira – 26ª Câmara de

Direito Privado – Rel. Des. Bonilha Filho – DJ

22.09.2014)

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PARTE 4

1109

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO – INVEN-TÁRIO E PARTILHA – ITCMD – Insurgência con-tra decisão que determinou o recolhimento do Imposto Causa Mortis, em conformidade com a regulamentação atual da matéria – Cabimento – Abertura da sucessão que ocorreu em 1999 e, portanto, sob a vigência da Lei Estadual 9.591/66, a qual deve ser aplicada à espécie, conjugada com os artigos 1.012 e 1.013, ambos do Código de Processo Civil. Impossibilidade de apresentação da declaração à Secretaria da Fazenda, nos termos do artigo 21 do Decre-to 46.655/2002 – Presença de precedente do e. Superior Tribunal de Justiça, bem como de jurisprudência dominante desta C. Corte. Aco-lhimento, nos termos do artigo 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil, por decisão monocrá-tica – Decisão reformada – AGRAVO PROVIDO. (TJSP – Agravo de Instrumento nº 2188706-

45.2014.8.26.0000 – São Paulo – 5ª Câmara

de Direito Privado – Rel. Des. Fábio Podestá

– DJ 03.11.2014)

EMENTA: FALÊNCIA. EXTINÇÃO DO FEITO NOS TERMOS DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCES-SO CIVIL, POR IRREGULARIDADE NO PROTESTO DO TÍTULO QUE EMBASOU O PEDIDO. INTIMAÇÃO DO ATO EXTRAJUDICIAL QUE OCORREU POR EDITAL, APENAS PORQUE O LOCAL INDICADO PELO APRE-SENTANTE, CORRESPONDENTE AO ENDEREÇO DA SEDE DA REQUERIDA, ESTAVA FECHADO. PROTES-TO REGULAR. EXTINÇÃO DO PROCESSO AFASTADA. RECURSO PROVIDO PARA ESSE FIM. (TJSP – Ape-

lação Cível nº 0050178-57.2011.8.26.0554 –

Santo André – 2ª Câmara Reservada de Direi-

to Empresarial – Rel. Des. Araldo Telles – DJ

03.11.2014)

EMENTA: INDENIZAÇÃO – DANO MORAL – Pe-dido de cancelamento de protesto, mediante a apresentação de carta de anuência – Pleito indeferido pelo requerido, pois, o número do título constante na carta apresentada não con-feria com o número do título levado a protesto – Ausência da prática de ato ilícito por parte do réu – Exercício regular de seu direito – Hipótese em que o autor poderia ter solicitado nova carta ao credor, com os dados corretos – Indenização indevida – Dano moral não caracterizado – Apli-cação da teoria da asserção – Análise da ação segundo a afirmação da pertinência subjetiva com a lide – Sentença mantida – Recurso não provido. (TJSP – Apelação Cível nº 0022053-

66.2010.8.26.0602 – Sorocaba – 19ª Câmara

de Direito Privado – Rel. Des. Mario de Olivei-

ra – DJ 30.10.2014)

EMENTA: AÇÃO ORDINÁRIA – PROTESTO – Pretensão da autora em cancelar protesto da Certidão da Dívida Pública – Possibilidade – A certidão de dívida ativa constitui título executi-vo de natureza tributária, regrados pelo direito público, cuja cobrança é feita através de rito es-pecial – Jurisprudência sedimentada a respeito da questão – Recurso provido. (TJSP – Apela-

ção Cível nº 0038010-82.2011.8.26.0114 –

Campinas – 18ª Câmara de Direito Público

– Rel. Des. Wanderley José Federighi – DJ

08.01.2014)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVENTÁ-RIO. Demora no recolhimento do ITCMD que não pode ser imputada à inventariante. Existência de justo motivo a autorizar dilação do prazo e afastar a incidência de multas e demais encargos morató-rios sobre o tributo. Inteligência do art. 17, § 1º, da Lei Estadual 10.705/01. Precedentes deste Tribunal de Justiça. Observância, ademais, da Sumula 114 do Supremo Tribunal Federal. Recurso provido (art. 557, § 1º-A, do CPC). (TJSP – Agravo de Instru-

mento nº 2179182-24.2014.8.26.0000 – São

Paulo – 4ª Câmara de Direito Privado – Rel.

Des. Milton Paulo de Carvalho Filho – DJ

20.10.2014)

EMENTA: Apelação – Medida cautelar – Exibi-ção de documentos – Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais e Tabelião de Notas – Obri-gação acessória Inteligência do Item 21 da lista de serviços de Cajamar – (Lei Complementar 123/2010) e artigos 113, § 2º, e 195, parágrafo úni-co, do Código Tributário Nacional – Súmula 439 do STF – Taxa de fiscalização e funcionamento – Exercício regular do poder de polícia de que dis-põe a Administração, com o escopo de que seja verificado o cumprimento da legislação relacio-nada com a atividade econômica desenvolvida nos estabelecimentos – Obediência às posturas municipais no que concerne aos interesses de interesse local, dentre os quais estão abarcados os tabelionatos de notas – ISSQN Incidência so-bre serviços de registros públicos, cartorários e notariais – Aplicação dos artigos 3º e 19, inciso I, da Lei Estadual nº 11.331/02 – Receita bruta dos serviços notariais, para fins de delimitação da base de cálculo do ISS, é aquela auferida como contraprestação dos serviços prestados, excluí-dos os demais emolumentos – Retribuição pelos serviços prestados pelo notário que deve corres-ponder somente ao montante residual verifica-do após a dedução, do valor pago pelo usuário, dos repasses destinados aos órgãos públicos contemplados na Lei, e somente este montante deve perfazer a base de cálculo do tributo – Ho-

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PARTE 4

1137

4.3 DECISÕES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO – ANO 2013

EMENTA: APELAÇÃO – Indenização por danos materiais e morais – Aquisição de veículo, de-pois bloqueado por estelionato – Negociação feita com terceiro portador de autorização de transferência devidamente assinada, pela pro-prietária, e cuja assinatura estava reconhecida em Cartório – Uso contudo de documento fal-so para abertura e reconhecimento de firma da proprietária – Improcedência da ação – Impossi-bilidade de inversão do julgamento – Ausência de prova de conduta ilícita, por parte da proprie-tária do veículo e da Oficial do Registro – Firma aberta em nome da proprietária, após exibição de documento aparentemente verdadeiro – Prova no sentido de que o reconhecimento de firma ocorreu, após comparecimento de pessoa idêntica àquela da fotografia do documento de identidade – Assinatura na autorização de transferência do veículo aposta na presença de escrevente – Danos causados por conduta do terceiro estelionatário – Não provimento do recurso.(TJSP – Apelação Cível nº 0003896-

20.2009.8.26.0363 – Mogi-Mirim – 6ª Câmara

de Direito Público – Rel. Des. Maria Olívia Al-

ves – DJ 12.12.2013)

EMENTA: COMPRA E VENDA – IMÓVEL – ESCRI-TURA PUBLICA – ANULAÇÃO – ALIENAÇÃO EFE-TUADA COM BASE EM INSTRUMENTO DE MAN-DATO FRAUDULENTO ALIENAÇÃO INEXISTENTE PREJUDICIAL AFASTADA – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO. (TJSP – Apelação

Cível nº 0007282-51.2002.8.26.0477 – Praia

Grande – 5ª Câmara de Direito Privado –

Rel. Des. João Francisco Moreira Viegas – DJ

31.10.2012)

EMENTA: “APELAÇÃO – USUCAPIÃO EXTRAOR-DINÁRIO – Autores que pretendem a declaração de domínio sobre imóvel que estava registrado no Registro de Imóveis em nome da mãe do autor varão, mas que foi adjudicado ao titular dominial atual por conta de uma ação de exe-cução de título extrajudicial – Sentença de im-

procedência – Inconformismo dos autores – Não Acolhimento – Ausência de demonstração de ‘animus domini’ – Dívidas de IPTU e de contas de água quitadas pelo espólio do proprietário do imóvel – Impossibilidade do exercício da posse em nome próprio enquanto a genitora do autor era viva – Prescrição aquisitiva que não pode fluir enquanto os herdeiros do titular do domínio forem menores – Sentença de improcedência a ser mantida por seus próprios fundamentos, nos termos do artigo 252 do RITJSP – Negado provi-mento ao recurso”.(v. 13641). (TJSP – Apelação

Cível nº 0010476-98.2011.8.26.0071 – Bauru

– 3ª Câmara de Direito Privado – Rel. Des. Vi-

viani Nicolau – DJ 23.10.2013)

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA – Tabelião – Funções – Exigência da análise formal do títu-lo, afastando-se o estudo sobre a relação jurídica causal – Exercício regular do direito – Inteligên-cia da Lei nº 9.492/97 – Exclusão da ré do polo passivo da demanda – Descaracterização como autoridade coatora – Descabimento do litiscon-sórcio necessário – Possibilidade de satisfação do direito por outras vias – Decisão mantida – Recurso desprovido. (TJSP – Agravo de Instru-

mento nº 0222526-94.2011.8.26.0000 – Ba-

rueri – 15ª Câmara de Direito Privado – Rel.

Des. Manoel Mattos – DJ 13.12.2013)

EMENTA: Registro de nascimento – Nome da mãe – Pedido de alteração para que nele cons-te o nome que a genitora ostenta na atualidade, em razão do novo casamento, agora com o pai da requerente – Possibilidade – Aplicação do ar-tigo 3º, parágrafo único, da Lei nº 8.560/92 – Pre-cedentes do Superior Tribunal de Justiça – Docu-mentos oficiais que devem refletir a veracidade dos fatos da vida – Decisão reformada – Ação procedente – Recurso provido. (TJSP – Apela-

ção Cível nº 0002654-87.2013.8.26.0362 –

Mogi-Guaçu – 7ª Câmara de Direito Privado –

Rel. Des. Luis Mario Galbetti – DJ 10.12.2013)

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PARTE 5 – COMPILAÇÃO DOS ENUNCIADOS DA ARPEN-SP

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PARTE 6

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LEI Nº 11.331, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2002

Dispõe sobre os emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro, em face das disposições da Lei federal nº 10.169, de 29 de dezembro de 2000.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:

Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:

DO FATO GERADOR

Artigo 1º – Os emolumentos relativos aos ser-viços notariais e de registro têm por fato gerador a prestação de serviços públicos notariais e de regis-tro previstos no artigo 236 da Constituição Federal e serão cobrados e recolhidos de acordo com a pre-sente lei e as tabelas anexas.

DOS CONTRIBUINTES E RESPONSÁVEIS

Artigo 2º – São contribuintes dos emolumentos as pessoas físicas ou jurídicas que se utilizarem dos serviços ou da prática dos atos notariais e de regis-tro.

Artigo 3º – São sujeitos passivos por substitui-ção, no que se refere aos emolumentos, os notários e os registradores.

DA BASE DE CÁLCULO

Artigo 4º – As tabelas discriminam a base de cál-culo dos atos sujeitos à cobrança de emolumentos e são integradas por notas explicativas.

Artigo 5º – Os valores dos emolumentos são fi-xados de acordo com o efetivo custo e a adequada e suficiente remuneração dos serviços prestados, levando-se em conta a natureza pública e o caráter social dos serviços notariais e de registro, atendi-das, ainda, as seguintes regras:

I – os valores dos emolumentos constam de ta-belas e são expressos em moeda corrente do País;

II – os atos comuns aos vários tipos de serviços notariais e de registro são remunerados por emo-lumentos específicos, fixados para cada espécie de ato;

III – os atos específicos de cada serviço são clas-sificados em:

a) atos relativos a situações jurídicas sem con-teúdo financeiro;

b) atos relativos a situações jurídicas com con-teúdo financeiro, cujos emolumentos são fixados mediante a observância de faixas com valores mínimos e máximos, nas quais enquadrar-se-á o valor constante do documento apresentado aos serviços notariais e de registro.

Artigo 6º – A atualização dos valores da base de cálculo e dos emolumentos será efetuada a par-tir da vigência desta lei, com base na variação da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo – UFESP do exercício de 2001, que serviu de referência para a fixação dos valores das tabelas anexas a esta lei.

§ 1º – A atualização da base de cálculo será feita arredondando-se, para mais, as frações superiores a R$ 0,50 (cinqüenta centavos) e, para menos, as iguais e as inferiores.

§ 2º – Na hipótese de substituição ou extinção da UFESP, a atualização dos valores das tabelas será efetuada pelo índice fixado pelo governo federal ou estadual para fins de atualização dos tributos.

§ 3º – A tabela atualizada será afixada no tabe-lionato e no ofício de registro em lugar visível e franqueado ao público, entrando em vigor no 5º (quinto) dia útil subseqüente ao da alteração da UFESP.

Artigo 7º – O valor da base de cálculo a ser con-siderado para fins de enquadramento nas tabelas de que trata o artigo 4º, relativamente aos atos classificados na alínea “b” do inciso III do artigo 5º, ambos desta lei, será determinado pelos parâme-tros a seguir, prevalecendo o que for maior:

I – preço ou valor econômico da transação ou do negócio jurídico declarado pelas partes;

II – valor tributário do imóvel, estabelecido no último lançamento efetuado pela Prefeitura Muni-cipal, para efeito de cobrança de imposto sobre a

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PARTE 7 – QUESTÕES DAS PROVAS

DO CONCURSO PARA DELEGAÇÃO DE NOTAS E DE REGISTROS DO ESTADO DE SÃO PAULO

– 1º AO 9º CONCURSO