84
BRASÍLIA - 1995 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL Maria Elaine Kohlsdorf

CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

BRASÍLIA - 1995

CONDIÇÕESAMBIENTAIS DELEITURA VISUAL

Maria Elaine Kohlsdorf

Page 2: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

©1995 - Ministério da Saúde

É permitida a reprodução total ou parcial desta obra desde que citada afonte.

Tiragem: 2.000 exemplares

Ministério da SaúdeSecretaria de Assistência à SaúdeDepartamento de Normas TécnicasCoordenação Geral de NormasCoordenação de Rede Física, Equipamentos e Materiais Médico-HospitalaresServiço de Rede Física

Esplanada dos Ministérios, Bloco G , 7º andarTelefone: (061) 315-2831 e 315-2290Fax: (061) 225-0054CEP: 70058-900

Impresso com recursos do Acordo de Cooperação Técnica Brasil/PNUD -Projeto BRA/90-032 - Desenvolvimento Institucional do Ministério daSaúde - Projeto Nordeste - Acordo de Empréstimo BIRD Nº 3.135 - BR -Julho - 1994

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

ISBN: 85-334-0038-1

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistênciaà Saúde.

Série Saúde & Tecnologia - Textos de Apoio àProgramação Física dos Estabelecimentos Assisten-ciais de Saúde — Condições Ambientais de LeituraVisual. — Brasília, 1995.

90 p. Ilust.

Page 3: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Equipe de Elaboração

Autor

Maria Elaine Kohlsdorf

• Arquiteta, Mestre em Planejamento Urbano pela Uni-versidade de Brasília - UnB, Especialista em Desen-volvimento Urbano pelo CEPAL-IPES/IPEWA, emPlanejamento Urbano pela Universidade do Rio de Ja-neiro/UFRJ, em Configuração Urbana, Introdução àTeoria do Planejamento, Planejamento Local, Regio-nal e Nacional e Introdução à Semiótica pela Univer-sidade de Stuttgart/Alemanha, professora nos cursosde graduação e pós-graduação do Instituto de Arqui-tetura e Urbanismo da Universidade de Brasília/UnB.

Projeto e Coordenação

Flávio de Castro BicalhoMaurício Freire Santiago MaltaRegina Maria Gonçalves Barcellos

Page 4: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

APRESENTAÇÃO

O Ministério da Saúde, através da Coordenação-Geral deNormas da Secretaria de Assistência à Saúde, divulga esta sé-rie de publicações, consistindo numa coleânea de textos queapresentam ampla análise de critérios para projetos físicos deestabelecimentos assistenciais de saúde. Estes critérios sãomuitas vezes conflitantes entre si e cabe ao arquiteto/planejadoroptar pelo critério de maior valia nas diversas decisões de pro-jeto, pois um critério válido em uma situação pode não ser emoutra.

Espera-se através desta iniciativa, suprir uma grande la-cuna na bibliografia especializada disponível para projetosarquitetônicos em funções complexas, específicas para a áreade saúde. Este trabalho representa portanto, um marco, tra-zendo informações complementares, que irão interferir na qua-lidade final da assistência prestada.

O material aqui apresentado é o resultado de experiênci-as pessoais e estudos de casos feitos pelo autor, com intuito dedivulgar esses conhecimentos, objetivando auxiliar os profissi-onais envolvidos nos projetos físicos de estabelecimentosassistenciais de saúde.

Esses textos foram desenvolvidos como bibliografia su-plementar para o Manual de Orientação para o Planejamento,Programação e Projetos Físicos de EstabelecimentosAssistenciais de Saúde, publicado pelo Ministério da Saúde,que pretende sistematizar conhecimentos que orientem equi-pes multidisciplinares responsáveis pelo planejamento físicode sistemas de saúde, nos níveis municipal e estadual, quantoa definição de planos e programas.

Pretende-se com esta série de publicações, abrir o deba-te e o aprimoramento de temas muito pouco estudados na áreada saúde, mas de vital importância na assistência prestada aos

Page 5: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

pacientes. Este debate poderá ser enriquecido no futuro comnovas publicações, sobre os mesmos temas, de outros autoresque tenham pensamentos diferentes dos agora publicados.

Lizete Castanho Ribeiro Coordenadora-Geral do Grupo deTrabalho da Série Saúde & Tecnologia

Page 6: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

SUMÁRIO

I - Introdução, 9

II - Metodologia, 15

II.1 - Análise de Desempenho Informativo, 19II.2 - Avaliação de Desempenho Informativo, 25II.3 - Bases Analíticas e Avaliativas, 31

III - Critérios de Projeto, 51

III.1 - Categorias de Projeto, 53III.2 - Orientações Técnicas por Categoria de Projeto, 56

IV - Bibliografia, 87

Page 7: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

I

INTRODUÇÃO

Page 8: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

A formulação de critérios para projeto de estabeleci-mentos de saúde, no que se refere a suas condições

ambientais de leitura visual, pode encontrar vários sentidos,em torno de um mesmo núcleo significante que considera oslugares como capazes de transmitir mensagens receptíveis peloaparelho ótico dos indivíduos. Este admite certo tipo de sinal— o luminoso — proveniente da forma física das coisas, e apassagem de estruturas de signos por canais visuais dependede circunstâncias ambientais (como iluminação adequada) eindividuais (bom funcionamento do sistema sensorial e inte-ligente do observador), mas também de qualidades inerentes àconfiguração dos objetos. Portanto, a informação visual dosedifícios destinados ao atendimento de saúde é transmitida porsua forma, como totalidade e através de seus diversos lugares,mas esta comunicação pode estabelecer-se de maneiras quali-tativamente diferentes, informando melhor ou pior os usu-ários do referido tipo de serviço.

As mensagens transmitidas pela arquitetura dos estabe-lecimentos de saúde possuem naturezas diversas (funcional,estética, psicológica, etc.), correspondentes ao universo de as-pectos encontrados em qualquer edificação. Entretanto, acomunicação estabelecida vai além de meros registros, poissignifica uma avaliação de desempenho dos lugares em rela-ção a expectativas sociais quanto a suas possibilidades. Porexemplo, pode-se interpretar o conjunto de símbolos arquitetô-nicos ofertado por certo hospital como um edifício de fácil acessoaos pedestres, referindo-nos a seu comportamento funcional,considerado satisfatório em termos de acessibilidade física;adjetivá-lo como acolhedor (dimensão afetiva), ruidoso (dimen-são ambiental/acústica), de manutenção cara (dimensão finan-ceira), favorável à copresença (dimensão sociológica), etc.

Neste sentido, qualquer estabelecimento de saúde res-ponde, de maneira melhor ou pior, a aspirações dos indivídu-os quanto às diversas dimensões arquitetônicas; sua avaliação

Page 9: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

12 Condições Ambientais de Leitura Visual

global é sempre um compromisso entre resultados parciais. Fa-lar-se em um “bom” edifício hospitalar significa o produto decritérios que se reportam a seus inúmeros aspectos, segundoponderações que variam socialmente: se, para uns, os aspectosde custo de manutenção são os mais importantes, para outros,são os de conforto ambiental, ou os estéticos, e assim por dian-te. Todos esses referem-se a metas colocadas por diversos agen-tes envolvidos com a produção e a utilização do edifício osquais, geralmente, não coincidem senão no ponto referente asua finalidade essencial. Por isso a necessidade de examinar-se de maneira explícita o potencial de desempenho morfológicocontido nos projetos, em relação aos diversos aspectos evalorações presentes.

Nesta gama de aspectos, existe a possibilidade de avali-ar o estabelecimento de saúde como um edifício de identida-de forte, no interior do qual nos orientamos com facilidade,considerando-se, assim, a informação obtida em termos de ondese está, e como deslocar-se, dali, para outros lugares. Entre-tanto, o sistema de comunicação visual edilício pode estabele-cer-se: 1º) como um conjunto autônomo de elementos apostosà construção, que informa através de placas, cartazes, letreiros,etc.; 2º) como informação transmitida pela própria arquiteturados edifícios, recebida e elaborada pela percepção humana, apartir do pressuposto que qualquer fenômeno visualmenteapresentado possui carga informativa. O presente trabalhocentra-se na segunda alternativa, considerando-se a arquitetu-ra dos estabelecimentos de saúde como forma física, com capa-cidade e desempenho topoceptivos, correspondentes a aspira-ções sociais por orientabilidade através dos lugares, e por suacapacidade de serem identificados.

A orientação no espaço, e sua identificação, permitemconstruir as demais relações sociais com o mesmo, em nome deaspirações específicas para vários tipos de desempenho: é atra-vés da informação visual que os indivíduos entram em conta-

Page 10: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 13

to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos lugares lhesfornece coordenadas de situação, permitindo o desenvolvimen-to de suas demais utilizações, e realizações de práticas sociais— dentre estas, a sua própria transformação.

As instituições de saúde requerem uma modalidade deedificação cujas atividades são muito pouco ambíguas, volta-das ao atendimento de certos serviços específicos e cercadasde expectativas sociais inequívocas que, para sua performance,destacam o comportamento funcional de sua arquitetura. Nessetipo de edifício, portanto, todos os demais aspectos subme-tem-se ao desempenho de seu sistema de atividades, que ob-jetiva oferecer serviços de saúde às populações; a informaçãovisual de seus diversos lugares, e de sua totalidade, volta-se,antes de mais nada, para contribuir à melhor realização possí-vel dos objetivos-fins.

O desempenho topoceptivo dos estabelecimentos de saú-de depende tanto da capacidade receptiva (decodificadora) dosindivíduos, quanto da capacidade emissora (codificadora) daforma dos lugares. A avaliação dessas características varia se-gundo a quantidade de experiências que os diferentes usuári-os tenham realizado. Há os que possuem maior tempo de con-tato com o edifício de saúde e que, por isso, têm menos ne-cessidade de chaves exteriores de informação visual; geralmen-te, trabalham ali como auxiliares, pessoal administrativo,paramédico ou médico. E, por outro lado, há os que deman-dam do sistema de comunicação visual informação precisa eimediata, pois ou são estranhos ao estabelecimento, ou seususuários esporádicos; são os pacientes (externos e internos)e as visitas. Pode-se, porém, examinar tal desempenho em suavalidade para qualquer indivíduo, trabalhando-se com caracte-rísticas de aprendizado comuns à espécie humana (universaisno desenvolvimento cognitivo).

Page 11: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

I I

METODOLOGIA

Page 12: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos
Page 13: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Vamos, neste trabalho, considerar os aspectostopoceptivos dos estabelecimentos de saúde reali-

zando-se por características de sua arquitetura diretamente vin-culadas ao aprendizado. Isto nos conduz a abordá-las como pos-sibilidade dos processos sociais, e dos mecanismos mentais,que nos explicam as edificações como fenômenos que com-põem o mundo a que pertencemos, para que tenhamos con-dições de agir sobre ele. Aprendizado e conhecimento signifi-cam sucessão de etapas qualitativamente melhores, em ummovimento infinito de aproximação do observador à realidadedos objetos que integram nosso universo. Como qualquer fe-nômeno real, o aprendizado dos estabelecimentos de saúdeé regido pelas leis e predicados desse processo, mas realiza-seatravés dos predicados das formas físicas de sua arquitetura(KOHLSDORF, 1986:27-30; 1987:28-40; 1992:19-21).

Para atingir-se os objetivos deste trabalho, propõe-se umaabordagem das edificações que compreenda análises e avalia-ções de exemplares existentes, no sentido de, inferindo desem-penhos positivos e localizando problemas, poder-se indicar re-gras de projetação com maior consistência. Neste sentido, ametodologia a ser aplicada compõe-se de três fases:

1ª)Análise de edifícios de saúde existentes, segundo ca-tegorias a serem definidas a seguir.

2ª)Avaliação dos edifícios de saúde analisados, segundocritérios de boas orientabilidade, identificabilidade ecapacidade de estímulo, inferindo-se característicasarquitetônicas com comportamentos satisfatórios ounão, em relação àquelas.

3ª)Formulação de diretrizes técnicas para projetos deedifícios de saúde, a partir das conclusões da faseanterior.

Page 14: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

18 Condições Ambientais de Leitura Visual

O método a ser empregado deriva da natureza da ques-tão observada: na medida que consideramos a configuração dosedifícios, destinados ao atendimento de saúde, como veículopara o aprendizado dos lugares, os procedimentos propostosprocuram reproduzir os passos do processo cognitivo, comomecanismo e estrutura, explicitando de modo sistematizadoprodutos morfológicos. Estes são, então, avaliados quanto àsatisfação das expectativas sociais topoceptivas nos respecti-vos níveis de apreensão. A coerência desse método aos obje-tivos do trabalho em pauta, esclarece-se ainda mais quando seobserva que permite operar, na projetação, simulando odesempenho futuro dos edifícios em vários momentos doaprendizado, e não apenas naqueles de código restrito aos téc-nicos e cientistas. Pois, ainda que se admita haverem proce-dimentos projetuais vedados ao saber popular, é tarefa do pro-jeto definir como devem ser edificados lugares que serão soci-almente apreendidos, para serem utilizados.

Dirigindo a análise da forma dos estabelecimentos de saú-de, os passos do processo cognitivo serão mostrados atravésdos atributos de composição plástica dos edifícios. Trata-se decaracterizá-los segundo a maneira como sua morfologia apre-senta-se em cada nível de aprendizado para, a seguir, avaliaressas representações quanto a sua capacidade de informaçãovisual. Em função das condições que demarcam o presente tra-balho, nos limitaremos aos níveis de percepção e informaçõessecundárias, que solicitam observação articulada para a defini-ção de regras de projeto: são níveis vinculados pela trajetóriade suas informações (originadas no primeiro e acabadas, emsua elaboração, neste último) e pela correspondência dese-jável entre codificação de futuras configurações, em proje-to, e interpretação de lugares existentes, por seus usuários.

O método utilizado compõe-se de uma série de técnicas,que se organizam em dois conjuntos: um sistema analítico,que tem por finalidade revelar as características essenciais das

Page 15: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 19

morfologias edilícias, para os diferentes níveis cognitivos, eum sistema avaliativo, aplicável às estruturas plásticas prove-nientes das análises nos diversos níveis, e que objetiva inferirnão apenas seus desempenhos informativos, mas definir osproblemas topoceptivos dos mesmos (KOHLSDORF, ibid.;1991).

Como já foi colocado anteriormente, nossas considera-ções, bem como o produto deste trabalho, não se referem acaracterísticas culturais e historicamente definidas, porquenão se restringem a grupos sociais homogêneos; ao contrá-rio, serão conduzidos trabalhando-se sobre universais do de-senvolvimento cognitivo, tendo em vista a maior diversifica-ção possível dos usuários dos estabelecimentos de saúde.Sua definição em grupos só interessa de modo periférico, ecomo classificação funcional para definir fluxos de leitura doshospitais e postos de saúde.

II.1 – Análise de Desempenho Informativo

Esta etapa objetiva explicar os atributos morfológicos re-levantes, dos estabelecimentos de saúde examinados, à ava-liação de seu desempenho visualmente informativo. A análiseé um conjunto de atividades que traz à luz a estrutura dosfenômenos, composta por características fundamentais de seuselementos, e das relações estabelecidas entre os mesmos, mos-trando o que não é captável empiricamente. Utiliza-se de umconjunto de instrumentos, capazes de organizar as informaçõesnecessárias ao movimento explicativo, e que são específicos acada nível do processo cognitivo; foram adaptados aos objeti-vos deste trabalho, a partir de pressupostos teóricos anterior-mente estabelecidos (KOHLSDORF, ibid.):

Page 16: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

20 Condições Ambientais de Leitura Visual

a) Técnicas analíticas a nível de percepção

Caracterizando-se a percepção como apreensão, em mo-vimento, de predicados topológicos e perspectivos dos lugaresobservados, desenvolveu-se a técnica da análise sequencial, queparte do registro de cenas contidas nos diversos cones visuaiscomponentes do percurso do observador, e atinge a represen-tação visual da estrutura do espaço percebido (pautas de even-tos seqüenciais). A análise seqüencial realiza essa passagematravés da descrição de eventos (estações, intervalos métricose temporais, campos visuais e efeitos visuais, subdivididos emuma série de outros), que são processados, manualmente oude forma informatizada, para a obtenção das características es-truturais de cada seqüência. Estas têm papel fundamental nosistema de avaliação do comportamento informativo dasmorfologias arquitetônicas na percepção.

Os principais eventos seqüenciais que aplicaremos po-dem ser sumariamente definidos como:

• estações: correspondem aos momentos em que o obser-vador registra perceptualmente a forma do lugar poronde se desloca, significando que houve consciência dosestímulos sensoriais recebidos, e uma seleção de pon-tos de observação.

• intervalos: expressam as distâncias entre as estações, eo tempo gasto no percurso entre as mesmas, podendoou não serem iguais e constantes.

• campos visuais: são, na verdade, cones, e ocupam a por-ção de espaço coberta pela vista do observador, emcada estação, apresentando-se em número e posiçãovariados ao longo da seqüência mas, geralmente, lo-calizados sobre três lados daquele (frontal, lateral di-reito e lateral esquerdo).

Page 17: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 21

• efeitos visuais : constituem o produto percepcionadodos sinais luminosos recebidos pelo observador, cons-truindo, assim, a estrutura topológica e perspectivados campos visuais, mas também caracterizando-a soboutros aspectos, como intensidade dos efeitos, pre-dominância de efeitos visuais de campo amplo ou res-trito, etc.

ESTAÇÕES

ESTAÇÕES C/ CONES VISUAIS PREDOMINANTES(CENTRAL, LATERAIS - ESQ.a DIR.)

TEMPO

ESPAÇO

TRAMO 1 TRAMO 2 TRAMO3 TRAMO 4 TRAMO 5

ESTRUTURAMORFOLÓGICA PAUTA

SEQÜENCIAL

ESTAÇÕES C.V. LAT. - C.V. - C.V. LAT. C.V.L.E. - C.V.F. - C.V.L D. ESQ. - FRONTAL - DIR.

Page 18: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

22 Condições Ambientais de Leitura Visual

b ) Técnicas analíticas a nível das informaçõessecundárias

A natureza deste nível, de representação da formaarquitetônica expressando com exatidão suas qualidades mé-tricas e geométricas, definiu técnicas de análise segundo cate-gorias morfológicas estruturais, baseadas nos estudos de TRIEB& SCHMIDT (apud. KOHLSDORF, ibid.), e que revelamas características plásticas essenciais da arquitetura dos luga-res. Duas são categorias síntese, pois trabalham sobre noçõesde totalidade morfológica (Sítio Físico e Estrutura Interna doEspaço); outras duas correspondem às projeções ortogonaishorizontal (Planta Baixa) e vertical (Conjunto dos Planos Ver-ticais); e as restantes observam elementos de configuração,parciais mas importantes (Composição Plástica das Edificaçõese Elementos Complementares). A análise seleciona, nasedificações examinadas, características plásticas típicas, segun-do cada um dos elementos das citadas categorias; empregamosgeralmente instrumentos artesanais, pois ainda não obtivemosprograma para microcomputadores senão para o elementoMalha, da categoria Planta Baixa.

As categorias morfológicas estruturais definem-se, resu-midamente, da seguinte maneira:

• categoria Sítio Físico: examina como o contexto de pai-sagem natural e de clima participam (ou ausentam-se)da configuração da arquitetura dos estabelecimentosde saúde.

• categoria Planta Baixa: analisa a configuração das plan-tas baixas das edificações, que significam suas pro-jeções ortogonais no plano horizontal, através dos ele-mentos: malha (composição das linhas dos eixos cor-respondentes aos espaços de circulação, como corre-

Page 19: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 23

dores, etc.) e parcelas (composição dos polígonos,correspondentes aos espaços adjacentes àqueles decirculação).

• categoria Conjunto de Planos Verticais: estuda a compo-sição plástica das projeções ortogonais no plano verti-cal (cortes e fachadas), através de: linha de coroamento(delimitação das fachadas, cortes e perfis), sistema depontuações (relações entre as maiores alturas da linhade coroamento), linhas de força (expressão da lei doequilíbrio, em cada composição no plano vertical).

• categoria Composição Plástica das Edificações: observa aforma das edificações através de: relação do edifíciocom seu lote e o espaço público (contigüidade Xintersticialidade dos volumes, graus de transição pú-blico X privado), volumetria (caracterização geométri-ca e plástica do volume edificado), fachadas (descri-ção geométrica e composição plástica), cobertura(ídem) e temas base X temas destaque (qualificaçãoda configuração do edifício, quanto àquela dos demaiscomponentes de seu entorno imediato, definindo seupapel de elemento básico ou realçado).

• categoria Elementos Complementares: aborda os elemen-tos que participam intimamente da composição plás-tica da arquitetura das edificações sem, entretanto, aela pertencerem — como, por exemplo, luminárias,placas e letreiros, sendo possível incluir-se o própriomobiliário, se necessário, aos objetivos de análise.

• categoria Estrutura Interna do Espaço: considera a for-ma das edificações em sua estrutura de conjunto, comosíntese das categorias anteriores, através dos seguin-

Page 20: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

24 Condições Ambientais de Leitura Visual

tes elementos: todo X partes (forma do espaço comoum sistema de sub-unidades morfológicas, com pa-péis específicos em relação a cada uma das outras, eà totalidade), conexões (definição, nas composições deconjunto, dos acessos físicos internos e externos) econstituição plástica dos efeitos visuais (caracterizaçãogeométrica dos efeitos visuais manifestos perceptual-mente).

A apresentação sucinta das categorias morfológicas es-truturais mostra sua ligação explícita e imediata com o nível dapercepção do espaço. Exerce o papel de revelar a estrutura deconfiguração objetiva dos lugares que foram perceptualmenteregistrados, e de lançar tais estruturas para serem testadas comoinformação sensível (portanto, qual seu comportamento sobmudança de código).

SÍTIO FÍSICO PLANTA BAIXA PLANOS VERTICAIS TIPOLOGIAS ED. ELEMENTOS COMP. ESTR. INT. ESPAÇO

re levov e g e t a ç ã ohidrografia

p a r c e l a s

m a l h a s

linha dec o r o a m e n t o

linhas de força

sistema dep o n t u a ç õ e s

volumetria

f a c h a d a s

c o b e r t u r a

FARMÁCIA

p l a c a sletreirosmobiliáriolumináriase t c .

estruturaplás t ica

d imensõesp r o p o r ç õ e s

HLC}

Page 21: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 25

II.2 – Avaliação de Desempenho Informativo

A avaliação de desempenho da forma física dos estabele-cimentos de saúde, quanto a seu potencial topoceptivo, é oexame de sua resposta às aspirações de orientabilidade,identificabilidade e capacidade de estímulo, realizada atravésde suas características estruturais de composição plástica. Por-tanto, os juízos desses edifícios, quanto a seu desempenho vi-sualmente informativo, só podem realizar-se sobre dados re-sultantes de análises morfológicas e, nunca, sobre registrosempíricos, onde misturam-se características fundamentais eacessórias das configurações arquitetônicas.

As expectativas sociais de comportamento informativo doslugares comunica-lhes capacidades, que correspondem a qua-lidades morfológicas; sua avaliação depende do estabelecimentode graus (como, por exemplo, “boa orientabilidade”, “forteidentificabilidade” e “alta capacidade de estímulo”), que nãosão absolutos, porque sempre podem existir situações melho-res ou piores, quanto ao aprendizado que possibilitam. Por isso,este tipo de avaliação é sempre relativa, usando-se métodoscomparativos que confrontam configurações distintas segundoelementos de um mesmo sistema analítico. Isto possibilita arelativização dos juízos, parciais e globais, assim como a locali-zação de problemas de natureza visualmente informativa.

O juízo do comportamento informativo dos lugares efe-tiva-se através de parâmetros, que associam expectativas soci-ais a categorias configurativas, e reúnem-se em três grupos de-rivados da composição plástica dos edifícios como sistema deinformações, que expressa variações de definição, relaciona-mentos, qualidades e quantidades (KOHLSDORF, 1991:38-47):

1º) Grupo: Efeitos Semânticos — representam a relaçãotriádica entre objeto, seu signo e o sujeito que o obser-

Page 22: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

26 Condições Ambientais de Leitura Visual

va; embora sempre articulados, referem-se ora a ex-pectativas sociais (como legibilidade e pregnância), oraa atributos físico-espaciais (como clareza e originalida-de). Assim, por exemplo, a legibilidade forma-se pelapregnância, individualidade e continuidade; a preg-nância, pelo contraste; a continuidade pela associa-tividade, etc.

2º) Grupo: Fenômenos de Configuração — abordam as leisde composição configurativa como produtos da tensãoentre dois pólos extremos de possibilidade de movi-mento nas organizações morfológicas — mínimo emáximo. Assim, a estrutura plástica é observada comoresultante entre unidade e diversidade, continuidadee mudança, etc.

3º) Grupo: Leis de Composição Plástica — examinam a na-tureza e as relações entre os integrantes das estruturasmorfológicas, segundo leis como da semelhança, dofechamento, da continuidade de movimento, da rela-ção fundo X figura, etc.

Estes grupos compõem-se em sistemas de parâmetros paraavaliação das configurações dos edifícios de saúde que são dis-tintos, a nível de percepção e de informações secundárias. En-tretanto, os Fenômenos de Configuração regem os demais,estabelecendo o comportamento do conjunto de informaçõesvisuais em relação ao crescimento dos valores de cada uma dasexpectativas sociais: seus pólos de tensão em equilíbrio harmônicofavorecem a boa orientabilidade, predomínio dos pólos dinâmicosbeneficiam a alta capacidade de estímulo e a relação bem definidaentre os dois pólos propicia forte identificabilidade.

Page 23: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 27

a ) Técnicas de avaliação morfológica a nível dapercepção

A adequação das características gerais do sistema de ava-liação topoceptiva, para o nível da percepção, baseia-se nas es-truturas do espaço percebido, expressas na pauta seqüencial.Os 39 ítens de eventos quantificados compõem uma grade,capaz de receber qualquer número de pautas, mas limitadapelo modo de locomoção que deve ser, sempre, comum às se-qüências comparadas. Aplicam-se os parâmetros de confronto,aos eventos seqüenciais, a partir das seguintes diretrizes:

• a capacidade de orientar das morfologias edilícias apóia-se sobre a noção de harmonia na estrutura das compo-sições plásticas percebidas; logo, a orientabilidade cres-ce sempre que se tenham valores médios, nas incidên-cias medidas nos diversos eventos seqüenciais. A di-mensão e o tempo de percurso são irrelevantes, mas odesempenho ser melhor na seqüência que apresen-tar quantidade de estações próxima à média, interva-los-médios (métricos e temporais) de tamanho médio,e composição equilibrada de tipos de intervalos. Quan-to aos campos visuais, seu maior número dos frontaisfavorece a orientabilidade, mas a incidência de trêscampos nas estações deve ser média; a incidência decomposição dos campos laterais tem seu comportamen-to na dependência do modo de locomoção do obser-vador. Finalmente, os efeitos visuais contribuem à me-lhor orientabilidade com preponderância relativa deefeitos de forte intensidade, e favorecida pelas demaisincidências (dos médios e fracos, proporcionalmente).

• a capacidade de identificar-se, oferecida a nívelperceptivo pela composição plástica dos edifícios, es-

Page 24: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

28 Condições Ambientais de Leitura Visual

tabelece-se tanto sobre a noção de equilíbrio, quantoa de variação, pois ambos servem para definir afisionomia de certa situação. Assim, caracterizam-selugares não apenas por predicados de harmonia, mastambém de composição redundante, ou de excessivacomplexidade, etc. A maior facilidade em descrevercerta estrutura morfológica depende inversamente desua ambigüidade, e diretamente de seu grau de defi-nição. Para comparação de desempenho de identifica-bilidade, dimensão e tempo de percurso são valoresirrelevantes se isolados, mas o tamanho do intervalo-tipo (métrico e temporal), a quantidade e a composi-ção por escala de grandeza dos intervalos, contribuempara melhor identificabilidade quando localizados so-bre as médias, ou o mais longe possível delas. Desem-penho análogo têm os eventos relativos a campos vi-suais, e os efeitos visuais devem comportar-se comono caso da orientabilidade, para suas intensidades (asmais fortes são positivas), e como os campos visuais,para as incidências de suas composições de tipo (nasmédias, ou distantes delas).

• a capacidade de estímulo da configuração dos lugares,a nível de percepção, comporta-se de modo oposto àorientabilidade pois apoia-se na idéia de movimento ecomplexidade. As características morfológicas cres-cem em capacidade de estímulo sempre que realça-rem atributos de natureza dinâmica (a diversidade, ametamorfose, etc.). Nos eventos gerais, possui capa-cidade de estímulo maior a seqüência com maior nú-mero de estações, predominância de intervalos pe-quenos e estrutura de intervalos mais variada — masdimensões e tempo de percurso são irrelevantes, comovalores independentes. Quanto aos campos visuais

Page 25: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 29

e aos efeitos visuais, sua quantidade e diversidadecontribuem ao estímulo forte.

b ) Técnicas de avaliação morfológica a nível dasinformações secundárias

Semelhantemente ao nível anterior, o sistema geral dosgrupos de parâmetros adapta-se às informações próprias a cadacategoria morfológica estrutural, mas utiliza-se das grelhas jápropostas para a percepção, agora abastecidas pelos elemen-tos constituintes do sistema analítico específico ao presentenível. Isto pode ocorrer por elemento, por categoria e pelosprodutos de todas as categorias, permitindo, novamente, quese localizem os pontos problemáticos. Duas observações fa-zem-se necessárias à avaliação no nível das informações se-cundárias:

1º)elementos da categoria Sítio Físico podem estar ounão presentes na configuração do edifício (como, porexemplo, a vegetação), sem que isto influencie seudesempenho informativo;

2º)as categorias analíticas não cumprem, necessariamen-te, o mesmo papel na consecução das expectativas so-ciais de informação visual (por exemplo, uma boaorientabilidade pode ser função de certo tipo de ma-lha).

As futuras orientações técnicas, entretanto, referem-se atodas as categorias analíticas, reclassificadas, como será oportu-namente exposto.

A complexidade dos dados constituintes das categorias le-vou-nos a buscar uma escala que pudesse conter suas diferen-

Page 26: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

30 Condições Ambientais de Leitura Visual

ças informativas; ao invés de trabalhar-se, como no nível da per-cepção, diretamente sobre as incidências quantificadas, vamosempregar valores compostos a partir de três conceitos — ausen-te, muito uniforme e diversificado — que significam produtosde informações reunidas, em função de suas características dequantidade e semelhança, e formando cinco intervalos: ausente(carga informativa = 0), muito uniforme (carga informativa = 1),uniforme (carga informativa = 2), equilibrado (carga informati-va = 3), pouco diversificado (carga informativa = 4), e muito di-versificado (carga informativa = 5). Neste sentido:

• a orientabilidade dos edifícios, crescendo segundo sualei de equilíbrio harmônico, procura valores próximosao intervalo médio da escala. A existência ou não-pre-sença de quaisquer elementos da categoria Sítio Físi-co é-lhe indiferente, mas estes, como todos os de-mais elementos de análise utilizados, devem organi-zar-se segundo carga informativa de valor 3 (conceitoequilibrado), para que o lugar ofereça boa capacidadede orientar. Ter melhor desempenho de orientação oedifício cujos valores de carga informativa forem o maispróximo possível desse intervalo.

• a identificabilidade das edificações aumenta segundoa norma genérica de alta definição, sempre que setenham valores sobre a média ou nas extremidades daescala. A presença dos elementos de Sítio Físico nãoinfluencia seus produtos mas, como todos os demais,devem aproximar-se aos valores 1 (muito uniforme), 3(equilibrado) ou 5 (muito diversificado), para que aidentificabidade cresça; portanto, ter maior capacida-de de ser identificado o edifício cujos valores de car-ga informativa aproximarem-se mais de um dos cita-dos intervalos da escala.

Page 27: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 31

• a capacidade de estímulo dos edifícios sobe de formasimétrica à orientabilidade, e procurando os valoressuperiores da escala. A presença dos elementos de Sí-tio Físico lhe são indiferentes mas, caso existam, com-portam-se segundo a lei vigente para os demais. Te-rão, portanto, maior capacidade de estímulo asedificações cujos valores de carga informativa estive-rem mais próximos de 5 (muito diversificado).

II.3 – Bases Analíticas e Avaliativas

A definição de regras gerais de composição plástica, queencaminhem uma leitura adequada dos edifícios de saúde, ini-cia-se pela fase de teste de estabelecimentos existentes, comoanálise e avaliação de seu desempenho informativo. Primeira-mente, fixamos bases de amostragem representativas do uni-verso de trabalho, provenientes das categorias analíticas apre-sentadas anteriormente, e que se referem aos tipos mórficosde hospitais e postos de saúde, significativos para o caso brasi-leiro, bem como a seus fluxos de leitura, gerais e importantes.

II.3.1 Tipos Mórficos de Estabelecimentos de Saúdea serem testados

a) Estabelecimentos hospitalares

Tivemos acesso à rica literatura sobre hospitais onde, po-rém, os estudos são dirigidos quase exclusivamente a seus as-pectos funcionais; alguns dos títulos possibilitaram-nos inferirclassificações de tais edifícios segundo sua configuração, muitoembora não exista coincidência sobre os elementos escolhidos

Page 28: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

32 Condições Ambientais de Leitura Visual

para as definições tipológicas e, na maioria das vezes, tais cri-térios não sejam explícitos.

Por outro lado, as possibilidades do presente trabalho re-duzem bastante o universo de teste, que poder ser ampliadoem outras ocasiões, e adaptado regionalmente. No momento,fica demarcado a partir das seguintes decisões:

• hospitais localizados dentro do território do DistritoFederal;

• hospitais preferentemente públicos;• escolha para exame de um exemplar de cada tipo situ-

ado nos parâmetros anteriores.

Os documentos brasileiros de normatização dos projetoshospitalares são muito imprecisos quanto às prescriçõesmorfológicas desses edifícios; por exemplo, as “Normas e Pa-drões de Construção e Instalação de Serviços de Saúde”(CDMS, 1983:13-16) refere-se apenas a padrões de superfície,regras de fluxos nos acessos e circulações horizontal e vertical.Todas as considerações realizam-se visando o desempenhofuncional dos hospitais sem, entretanto, conceituá-lo efundamentá-las; a mesma condução registra-se nos “Critériospara Projeto” (Sec. Estado Saúde / São Paulo, 1986).

Por outro lado, é pouco provável que hajam estudos sis-tematizados, classificando as morfologias hospitalares existen-tes no Brasil; trabalha-se sobre tipologias obtidas a partir decaracterísticas como dimensão predominante da volumetria (ho-rizontal / vertical / misto), características genéricas da compo-sição volumétrica (bloco / pavilhão / malha / compacto), etc.

A literatura de abrangência geográfica mais ampla trazalgumas aproximações aos aspectos de composição plástica doshospitais. Em IZASA & SANTANA (1988), pode-se inferí-laa partir de aspectos de circulação (horizontal X vertical), dasugestão de sistemas construtivos e funcionais modulares, ou

Page 29: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 33

de menções a aspectos como larguras máximas dos volumes,número máximo de pavimentos e flexibilidade das formas.

KRUEGER (s/d) aproxima-se às questões de tipificaçãomorfológica propondo índices em função de sua programaçãofuncional, de conforto ambiental, segurança e custos: númeromáximo de pavimentos, coeficiente de aproveitamento, taxade ocupação. Chega a considerações comparativas de tipologias,restritas, porém, a suas características de planta baixa.

O Bowcentrum de Rotterdam (1961), em abordagemfuncional, oferece subsídios para classificação morfológica dehospitais, segundo atributos de Planta Baixa, trazendo algunsexemplos que podem ser catalogados como figuras-tipo na ci-tada categoria:

1) figuras compactas X figuras descontidas2) figuras lineares X figuras nucleares3) figuras simples X figuras complexas4) etc.

figuras compactas x figuras descontidas

Page 30: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

34 Condições Ambientais de Leitura Visual

É em JAMES & BROWN (1986) que se encontram clas-sificações de hospitais a partir de duas categorias de composi-ção plástica (tipo de volume e tipo de figura geral de plantabaixa), em função de aspectos financeiros e bom desempenhofuncional. As chamadas “estratégias verticais” formam um gru-po composto por cinco tipos, a partir de sua definiçãovolumétrica, e as “estratégias horizontais” estruturam-se sobreoutros cinco tipos de volume:

• Estratégias Verticais:1) torre sobre pódio2) torre complexa sobre pódio3) torre radial sobre pódio4) lâminas articuladas sobre pódio5) bloco

• Estratégias Horizontais:1) lâminas paralelas2) espinha e pavilhão

figuras lineares x figuras nucleares

figuras simples x figuras complexas

Page 31: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 35

3) pátio extensivo4) pátio compacto5) monolito horizontal

torre sobre pódio

torre radial s/ pódio

b l o c o

torre complexa s/ pódio

lâminas articuladass/ pódio

Page 32: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

36 Condições Ambientais de Leitura Visual

Pela economia de elementos morfológicos, as considera-ções anteriores oferecem condições ainda precárias, para umataxionomia dos edifícios hospitalares do Distrito Federal quan-to a seus aspectos de composição plástica. Acreditamos que a

páteo extensivo

monolito horizontal

páteo compacto

espinha epav i lhão

lâminas paralelas

Page 33: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 37

etapa de análise produza diretrizes para futuras classificaçõesconfigurativas mais precisas e adequadas; neste trabalho, ado-taremos uma provisória, tipificando, preliminarmente,os esta-belecimentos hospitalares a partir de uma possível categorizaçãode sua forma arquitetônica, como volumetria e composição plás-tica de plantas baixas:

1) pavilhonar, caracterizado pela volumetria com predo-minância horizontal; pode compor-se de vários volu-mes articulados.

2) compacto, caracterizado pela concentração de seusconstituintes volumétricos; sua dimensão predominan-te pode ser a horizontal ou a vertical.

3) em lâmina, caracterizado por apresentar pequenasdimensões em profundidade, podendo, igualmente,ter predominância horizontal ou vertical, e ser forma-do por um ou vários volumes articulados, e

4) vertical, caracterizado pela predominância desta di-mensão sobre as demais, independentemente de sercompacto ou descontido.

A experiência da equipe técnica do Ministério da Saúdelogo demonstrou que não existem, no Distrito Federal,hospitais que se enquadrem perfeitamente em todos os tiposvolumétricos listados, sugerindo uma nova taxionomia, quefoi a finalmente adotada:

1) volumetria mista de pavilhonar e lâmina, de que sãoexemplos os hospitais de Sobradinho e do Gama;

2) volumetria mista de vertical e compacto, como o Hospi-tal de Base de Brasília e o Hospital Sarah Kubitscheck;

Page 34: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

38 Condições Ambientais de Leitura Visual

3) volumetria compacta, como a do Hospital Regional daAsa Norte (HRAN);

4) volumetria vertical, como é o caso do Hospital dasForças Armadas (HFA).

Atendendo a esta classificação, decidiu-se que o teste dodesempenho informativo (analítico e avaliativo) dos estabele-cimentos hospitalares do Distrito Federal ser realizado nos se-guintes edifícios de saúde:

• Hospital de Sobradinho• Hospital de Base de Brasília• Hospital Regional da Asa Norte

Hospital Regional deSobradinho

Page 35: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 39

Hospital de Basede Brasília

Page 36: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

40 Condições Ambientais de Leitura Visual

Hospital Regionalda Asa Norte

Page 37: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 41

b) Postos de Saúde

Neste caso, a bibliografia apresenta níveis ainda mais pre-cários de informação morfológica das edificações; entretanto, ofato de serem padronizados os projetos de postos de saúde,no Distrito Federal, encaminhou a escolha de um exemplar aser examinado — o Posto de Saúde nº 6, localizado na Asa Sulde Brasília.

Posto de Saúde nº 6

Page 38: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

42 Condições Ambientais de Leitura Visual

II.3.2 Escolha de Fluxos de Leitura dosEstabelecimentos de Saúde

A definição dos trajetos cuja leitura será investigada, nosestabelecimentos de saúde, refere-se a duas instâncias de suapercepção: externa ao edifício, e vinculada à atividade de acessoa ele; e interna à edificação, e relacionada às práticas de ligaçãoentre as várias atividades que se desenvolvem na mesma. Emambas, os fluxos de indivíduos podem ser mais concentradosou mais dispersos, além de superporem diferentes grupos deusuários, ou de segregá-los, em trajetos específicos. Podemser, ainda, gerais, relacionando vários departamentos ou zonas,ou realizados no interior de cada um destes últimos.

As possibilidades do presente trabalho nos conduzem aestudar os percursos externos e internos aos estabelecimentosde saúde e, destes, os gerais.

a) Fluxos de leitura nos hospitais

A literatura consultada aborda a questão dos fluxos emseus aspectos funcionais, como normas técnicas necessárias aobom desempenho das atividades hospitalares. As “Normas ePadrões de Construções e Instalações de Serviços de Saúde”(CDMS, ibid.) estabelecem que os acessos a tal edificação de-vem ser independentes e categorizados, segundo os seguintesgrupos sociais:

• pacientes e visitantes;• servidores, material e serviço;• unidade de emergência;• unidade de ambulatório ou pacientes externos, e• saída de guarda de cadáveres.

Page 39: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 43

Os fluxos de pedestres provêm dos espaços livres fora dolote da unidade de saúde, ou de áreas abertas dentro do mes-mo — em geral, dos estacionamentos que, nas referidas Nor-mas, não estão definidos se estanques ou não, para viaturas deservidores, visitas, pacientes externos ou veículos de serviço.No mesmo documento, os fluxos internos podem ser inferidosa partir dos padrões colocados para circulação, havendo ativi-dades:

• com acesso e deslocamentos funcionalmente restri-tos (Centro Cirúrgico, Centro Obstétrico, Unidadede Terapia Intensiva, Berçário e Unidades Especiaisde Isolamento);

• cruzamento de tráfego de materiais que deve ser evi-tado (limpo e contaminado), e

• grupos sociais cujos trajetos só devem entrar em con-tato se necessário (pacientes internos, externos e vi-sitantes).

Estabelece três unidades principais no hospital que, comoveremos em outras citações, desdobram-se em núcleos de ati-vidades decisivas na organização dos fluxos funcionais:

• Unidade de Internação• Unidade de Diagnóstico e Tratamento• Unidade de Administração e Apoio

IZASA & SANTANA (ibid.) fazem considerações impor-tantes quanto aos acessos ao edifício hospitalar: 1º) os acessosexternos determinam as circulações externas; 2º) o acréscimode acessos externos traz consigo aumento de pessoal vigilante

Page 40: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

44 Condições Ambientais de Leitura Visual

e dificulta o controle sobre o edifício. Em relação a estes doispontos, pode-se afirmar que a leitura dos acessos não secondiciona à quantidade de alternativas de trajetos e de aber-turas dos prédios, desde que definidos e encaminhados comlegibilidade suficiente; entretanto, tem mais fácil resolução umsistema de conexões menos complexo.

Os fluxos internos nos hospitais são mais detalhados emKRUEGER (ibid) e em ISAZA & SANTANA (ibid), ondepodem ser destilados tanto a partir da classificação das diversasatividades, quanto dos fluxogramas que as comunicam. Estesautores observam que se deve, não apenas, separar os fluxos(compostos por pacientes de ambulatório, pacientes interna-dos, funcionários e empregados, etc.), mas evitar seus cruza-mentos, ainda que o sistema de atividades, através de seusrequisitos de vínculo, seja o determinante de quaisquer deslo-camentos. As relações entre departamentos dividem-se entreas de natureza desejável (fundamental ou direta) e as poucorecomendadas (em expressiva minoria), significando que a redede circulação interna nos hospitais já é suficientemente com-plexa apenas em termos de ligações de atividades, e descartan-do-se os diferentes grupos de usuários.

A classificação funcional de IZASA & SANTANA (ibid.)é bastante detalhada, perfazendo dezenove tipos que se des-dobram em vinte e cinco (para hospitais gerais), ou reduzem-se para nove, se os agruparmos por complementaridade. Con-forme o partido arquitetônico adotado, os fluxos podem ou nãocoincidir espacialmente, reduzindo as ligações interdepar-tamentais a apenas cinco.

As atividades listadas por KRUEGER (ibid.:7) perfazemum total de catorze que, nos diagramas de fluxo e de organi-zação funcional, departamentalizam-se, em conjuntos de onzeou de seis unidades; sua matriz de fluxos interdepartamentaistrabalha sobre ponderações relativas, de 01 a 04 pontos, reali-zando correspondência entre atividades departamentais e oito

Page 41: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 45

grupos funcionais homogêneos. O grupo mais integrado aosdemais é aquele pertencente ao Departamento Administrati-vo, e o menos integrado, o que se ocupa do Necrotério. Estaclassificação mostra que os vários fluxos apresentam conver-gências a certos departamentos, ao mesmo tempo que, por ve-zes, sobrepõem-se sem incompatibilidade. Pode-se, então,observar o sistema circulatório nos hospitais a partir de núcle-os geradores de fluxos mais significativos (porque mais inten-sos, longos ou funcionalmente mais importantes no orga-nograma):

1º Núcleo: Recepção, gerador de três fluxos intensos,envolvendo todos os grupos de usuários(com Ambulatório, Emergência e Interna-ção), e um menos intenso e importante, en-volvendo apenas pessoal administrativo, mé-dico e paramédico e, em menor grau, paci-entes internos (com Administração).

2º Núcleo: Internação, gerador de cinco fluxosimportantes, envolvendo pacientes internos,pessoal administrativo, médico e paramédicocom Cirurgia, Berçário, UTI, Diagnóstico eTratamento e Necrotério).

3º Núcleo: Emergência, gerador de quatro fluxosimportantes, freqüentados principalmentepor pacientes externos e pessoal adminis-trativo, médico e paramédico e, menos, porpacientes internos e visitas (com Cirurgia,UTI, Internação, Diagnóstico e Tratamen-to, e Necrotério).

Page 42: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

46 Condições Ambientais de Leitura Visual

4º Núcleo: Ambulatório, gerador de dois fluxosimportantes e freqüentados por pacientesapenas externos (com Diagnóstico e Trata-mento, e Internação).

5º Núcleo: Cirurgia, gerador de dois fluxos importan-tes, freqüentados por todos os grupos, excetopacientes externos e visitas (com Berçário,UTI, Internação e Necrotério).

6º Núcleo: Serviços Gerais, gerador de quatro flu-xos importantes e longos, exclusivos de pes-soal administrativo, médico e paramédico(com Administração, Internação, Cirurgia,Emergência e Ambulatório), e um menosintenso (com Necrotério).

Departamentos funcionais e fluxos definem-se, entre-tanto, melhor, a partir do Organograma de Hospital Geral, re-centemente elaborado pela equipe técnica do Ministério daSaúde:

Page 43: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 47

Essa breve revisão bibliográfica sugere a complexidadedo problema de leitura em hospitais, ao mesmo tempo queressalta sua importância, indicando:

1º) necessidade de um número razoavelmente grande defluxos, ligando departamentos funcionais diferentes;

2º) admissão de compatibilidades distintas entre os di-versos fluxos;

3º) clientelas diferentes para os fluxos, com graus varia-dos de compatibilidade e complementaridade.

Considerando tais atributos, e em função de abordagemglobal do funcionamento dos hospitais, tentamos sintetizar asconclusões fornecidas pelas classificações apresentadas, obtendooito fluxos internos básicos. Estes podem derivar outros, fun-direm-se ou realizar combinações diferentes, alterando o nú-mero de trajetos internos; por exemplo, os fluxos Recepção-Internação e Internação-Cirurgia-UTI, podem ser tramos deum mesmo percurso; o fluxo Serviços Gerais-Internação-Ci-rurgia-Administração, desdobrar-se em vários, ligando o de-partamento de Serviços Gerais a cada um dos outros; e ainda,o acesso ao Ambulatório ou à Emergência não ocorrer atra-vés da mesma Recepção dos pacientes internos. São situaçõesem que, por vezes, ganha-se em eficiência dos diversos aten-dimentos, mas onde complica-se o controle do hospital, pelamultiplicação de locais de triagem. Esses fluxos devem ser adap-tados aos hospitais que examinaremos, pois organizam-se es-pacialmente conforme cada partido arquitetônico, e de acordocom a localização dos diversos Departamentos.

Page 44: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

48 Condições Ambientais de Leitura Visual

FLUXO DEPARTAMENTOS GRUPO COMPATIB.RELACIONADOS USUÁRIO

______________________________________________________________________pac.externos /

1 Recepção-Ambulatório pess.adm./pess. simmédico-param.

______________________________________________________________________

pac.ext./ pess. 2 Recepção-Internação adm./pess.médico parcial

-param./visitas.______________________________________________________________________

pessoal administ. 3 Recepção-Administração / pess. médico - sim

paramédico.____________________________________________________________

Recepção-Emergência- pac.ext./ pess. 4 - Cirurgia - adm. / pess.méd. sim

- UTI -paramédico____________________________________________________________

Internação - Cirurgia - pac.int. / pess. 5 - UTI adm. / pess.méd. sim

- paramédico_____________________________________________________________________

Ambulatório - Cirurgia - pac.ext./ pess. 6 - Emergência adm. / pess.méd. sim

- paramédico________________________________________________________________________________

pac.ext. / pac. 7 Ambulatório - int. / técnicos parcial

Trat. / Diagnóstico laboratório_____________________________________________________________________

Serviços Gerais - pessoal admin. nem 8 Internação - Cirurgia - / pessoal méd. sempre

Administração - paramédico compat.____________________________________________________________

Page 45: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 49

A eleição dos acessos externos aos edifícios analisadostambém obedece a sua regra de adequação aos tiposarquitetônicos. Deve-se, porém, partir do seguinte esquemagenérico de fluxos externos, onde tipos de acessos e públicos,novamente, podem reunir-se ou multiplicar-se:

————————————————————————————————

FLUXO USUÁRIO DO ACESSO

————————————————————————————————

1 Público à Internação

————————————————————————————————

2 Público ao Ambulatório

————————————————————————————————3 Público à Emergência

————————————————————————————————4 Serviço à Internação

————————————————————————————————5 Serviço ao Ambulatório

————————————————————————————————6 Serviço à Emergência

————————————————————————————————7 Serviço aos Serviços Gerais

————————————————————————————————8 Serviço ao Necrotério

————————————————————————————————

Nossas conclusões conduzem a que, além de prováveisdiferenças entre os fluxos de leituras dos hospitais subme-tidos a testes de desempenho informativo, devem haver quan-tidades distintas de seqüências examinadas nos mesmos, emfunção das particularidades de trajetos que os vários tiposarquitetônicos determinam. Isso, entretanto, não deve ser ele-

Page 46: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

mento comprometedor dos resultados, em função das carac-terísticas metodológicas anteriormente expostas.

b) Fluxos de Leitura nos Postos de Saúde

A estrutura funcional extremamente simples desses es-tabelecimentos de saúde, e sua morfologia arquitetônica pa-dronizada, tornam a escolha dos fluxos de leitura dos postosde saúde tarefa quase óbvia. Assim tem-se, invariavel-mente, três acessos:

• um acesso de público ao edifício, portaria e consultórios;• um acesso de público à pequena emergência;• um acesso exclusivo para todos os tipos de pessoal.

No interior dos postos de saúde, há os seguintes fluxosde leitura, correspondentes a suas poucas circulações:

————————————————————————————————1) Recepção - Consultórios————————————————————————————————2) Recepção - Administração————————————————————————————————3) Administração - Consultórios————————————————————————————————4) Emergência - Consultórios————————————————————————————————

Page 47: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

CRITÉRIOS DEPROJETO

III

Page 48: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Por critérios de projeto, entendemos um conjunto deorientações técnicas que visam estabelecer

parâmetros arquitetônicos capazes de garantir desempenhotopoceptivo dos estabelecimentos hospitalares qualificadocomo, no mínimo, aceitável. Em outras palavras, os critérios deprojeto objetivam mostrar caminhos através dos quais pode-sepropor, em edifícios, condições de orientabilidade, identifica-bilidade e capacidade de estímulo tais, que satisfaçam aspira-ções sociais por bem orientar-se através da arquitetura dos lu-gares; identificá-los, igualmente, por seus elementos constru-tivos; e obter-se estimulação visual adequada ao desenvolvi-mento dos processos de aprendizado.

Portanto, os critérios de projeto não são estatutos construti-vos, porque não normatizam elementos projetuais; relacionam-secom quem projeta como uma série de indicações sobre como di-mensões, proporções, linhas, superfícies e volumes, bem comocores, texturas e iluminação — funcionam na estruturação da cap-tura e elaboração de informações pelos usuários, no sentidotopoceptivo. Pretendem ser, assim, mais explicativos do queimpositivos de regras ou, muito menos, modelos.

Conforme as considerações realizadas nas partes anterio-res do presente trabalho, não existem critérios absolutos paraum desempenho informativo ótimo da forma dos lugares — mas,sempre, comportamentos morfológicos melhores ou piores.Nesta moldura, o balisamento de projeto desenvolve-se sempredentro de gamas de possibilidades — como estabelecer-se, porex. que, sob certas coordenadas geométricas, a orientabilidadecresce e, sob outras, a identificabilidade diminui. Logo, tra-tam-se de critérios que se configuram como campos de possibi-lidades, ao invés de padrões inelásticos.

III.1 – Categorias de Projeto

Os critérios de projeto devem apresentar-se segundo uma

Page 49: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

54 Condições Ambientais de Leitura Visual

lógica que nos permita utilizá-los eficazmente, durante o pro-cesso de prefiguração; por outro lado, devem cobrir todas ascategorias morfológicas fundamentais, necessárias e presentesem qualquer edifício destinado ao atendimento de saúde.

A primeira condição leva-nos a definir que os critérios dadimensão de leitura visual dos hospitais e postos de saúde lo-calizam-se principalmente nas primeiras etapas do processode projetação. Ao apresentarmos as categorias morfológicasestruturais (ítem II.1.b do presente Relatório) mencionamosque se tratava de abordar a capacidade topoceptiva de cadaum dos elementos fundamentais do espaço arquitetônico: por-tanto, sua capacidade de orientar, identificar-se e estimular vi-sualmente os usuários para que o apreendam, está contida emtais elementos — os quais são, concomitantemente, sua estru-tura como fenômeno real. Em outras palavras, as condiçõestopoceptivas dos lugares nascem nos primeiros momentos deprojeto, e acompanham seu desenvolvimento; não são, por outrolado, uma questão de detalhamento posterior. Neste sentido,abastecem, basicamente, duas etapas seqüenciadas: o estudopreliminar e o projeto básico.

As categorias morfológicas comportaram-se, porém, comogeradoras dos critérios de projeto, porque não se tem tradiçãode trabalhar com tais elementos isoladamente, mas com suassínteses; entretanto, procurou-se aproximar estas últimas dacategorização anteriormente apresentada, no sentido de cobrir,de maneira lógica, o universo de elementos projetuais.Obteve-se a seguinte classificação para os ítens de critériosde projeto — que, como pode-se ver, parte da noção de quetoda edificação é um conjunto pertencente a outro conjuntomaior, e procura, em seguida, os lugares por onde ocorrem seusfluxos de leitura:

Page 50: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 55

1. RELAÇÃO DO EDIFÍCIO COM SEU LOTE EOS ESPAÇOS LIVRES

1.1 Níveis de Ocupação do Lote1.2 Relações de Transição com os Espaços Públicos

Livresa. Conexõesb. Contigüidades

1.3 Relações entre a Linguagem Arquitetônica doEstabelecimento de Saúde e as demais de seuEntorno Imediatoa. Volumetriab. Fachadasc. Coberturas

1.4 Elementos de Sítio Físico na Composição do Lotedo Estabelecimento de Saúde

1.5 Elementos Complementares na Composição doLote do Estabelecimento de Saúde

2. ACESSOS

2.1 Tipos de Acesso quanto aos Usuários2.2 Tipos de Acesso quanto aos Departamentos

3. ORGANIZAÇÃO DEPARTAMENTAL

4. CIRCULAÇÕES INTERNAS

4.1 Hierarquia Circulatória4.2 Tipos de Malha4.3 Tipos de Eixo nas Circulações4.4 Dimensões das Circulações4.5 Quantidade e Qualidade de Eventos nas Circu-

lações

Page 51: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

56 Condições Ambientais de Leitura Visual

III.2 Orientações Técnicas por Categoria de Projeto

III.2.1 Relações da Edificação com seu Lote e osEspaços Livres

Este ítem observa o estabelecimento de saúde inseridoem seu entorno físico-espacial imediato — seu lote — emediato — ruas, avenidas, vias, etc. — onde se localiza o lote.A leitura do edifício hospitalar ou do posto de saúde pode serrealizada por qualquer pessoa, mas solicita-se que ocorra demaneira mais fácil e imediata para o público usuário de taisinstituições (pacientes ambulantes e visitas, com destino tan-to à Internação, quanto ao Ambulatório e à Emergência). Istoporque: 1º) esses indivíduos têm, geralmente, menos tempode experiência com os edifícios em questão, do que o pesso-al que neles trabalha; 2º) uma decodificação rápida do estabe-lecimento de saúde reduz tempos de acesso ao mesmo, o queé de vital importância em função do tipo de atendimento for-necido por aquele.

III.2.1.1 Níveis de Ocupação do Lote

Os níveis de ocupação do lote significam as possibilida-des de aproveitamento de solo, inclusive verticalmente criado,pelo edifício destinado à saúde. São:

• a taxa de ocupação do lote, que representa a porçãode solo real que é ou pode ser ocupada pelo edifício,como projeção no plano horizontal. Corresponde à áreade solo edificado, em relação à área total do lote; é,portanto, uma relação entre a área da projeção orto-gonal no plano horizontal da construção, e a área totaldo lote que a contém. Por ex., 50 %, 30 %, 70 %.

Page 52: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 57

• o índice de aproveitamento ou coeficiente de utiliza-ção do lote, que representa a porção virtual de soloque é ou pode ser ocupada pelo edifício, comosomatório das áreas de todos os seus pavimentos.Corresponde à área construída, em relação à área to-tal do lote; é, portanto, uma relação entre a soma dasáreas de todos os pavimentos e a área total do loteque a contém (Por ex.: 1,2; 0,5; 2).

Os níveis de ocupação do lote pelo estabelecimentode saúde são, como quantidades e proporções, irrelevantespara a qualidade da leitura do mesmo.

III.2.1.2 Relações de Transição com os EspaçosPúblicos Livres

As relações de transição representam as possibilidades de:

a. Conexões, do interior do edifício, com seu lote e osespaços livres, através de suas aberturas dos tipos

Page 53: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

58 Condições Ambientais de Leitura Visual

portas e portões. Podem ocorrer de modo direto, indi-reto ou gradações de ambos; modo direto significa quea distância física entre o interior do edifício e o espaçolivre é a menor possível e sem intermediação de ou-tras conexões (existentes em muros, desníveis, etc.),e modo indireto, o oposto.

Quanto mais direta for a conexão do edifício de saú-de, melhor será sua leitura, porque se terá associação tam-bém mais direta, entre a percepção visual do estabeleci-mento, e o seu significado. Caso o lote seja cercado, seumuro dever ser transparente, ou inferior a 1,50 m.

b. Contigüidade, que significa a vinculação de proximi-dade física entre o volume do edifício de saúde e asedificações adjacentes. Pode dar-se através de maio-res ou menores distâncias.

Page 54: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 59

Quanto menor a contigüidade — e, portanto, maiora distância — entre o edifício destinado à saúde e os quelhe estiverem adjacentes, melhor será a leitura daquele,porque terá garantidas condições mínimas de realce e con-traste. Estas verificam-se seja qual for a temática que iso-le a edificação de saúde das demais (vegetação, piso des-coberto, mobiliário urbano, pequenas construções, etc.),mas podem ter melhor desempenho sempre que a referi-da temática for visualmente contrastante com os edifíciosque separam.

III.2.1.3 Relações entre a Linguagem Arquitetônica doEstabelecimento de Saúde e as demais de seuEntorno Imediato

As relações entre a linguagem arquitetônica do estabe-lecimento de saúde e as dos demais edifícios de seu entornoimediato referem-se diretamente à forma física dos mesmos.Na percepção dos lugares, os estabelecimentos de saúde de-vem destacar-se das demais construções, pois são equipamen-tos de serviço comunitário que deveriam ser priorizados. Estedestaque deve garantir a alta carga informativa dos mesmos, eocorre, necessariamente, pelo contraste entre seus elementos

Page 55: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

60 Condições Ambientais de Leitura Visual

de linguagem plástica e aqueles das demais edificações; peladominância morfológica do conjunto edificado sobre seu en-torno imediato, e pela clareza da composição plástica do mes-mo. Essas três qualidades semânticas são indispensáveis à boalegibilidade do edifício destinado ao atendimento de saúde,pois garantem a pregnância e a individualidade necessáriasàquela.

Entretanto, as estratégias de contraste, dominância e cla-reza visuais são variadas, e dependem das características de com-posição plástica de toda a área onde se insere o lote do referidoestabelecimento: em áreas de composição plástica de alta com-plexidade, o contraste será conseguido através de organizaçãodas formas por lei associativa; em áreas de composição plásti-ca de baixa complexidade, garante-se o contraste da lingua-gem arquitetônica do edifício de saúde por sua composiçãomorfológica complexa.

Page 56: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 61

A composição plástica dos conjuntos hospitalares, bemcomo dos postos de saúde, pode ser observada através dos se-guintes componentes edilícios:

a. Volumetria: refere-se à forma volumétrica do edifício,ou do conjunto edificado. Pode-se classificá-la, comotaxionomia de classes não excludentes, em poliedrosde forma: concentrada ou dispersa, contínua oudescontínua, simples ou complexa, côncava ou con-vexa, básica ou composta, e ainda pela predominân-cia de uma de suas dimensões sobre as outras (altura,largura, profundidade ou diagonais).

c o m p l e x a po l ígonoc o m p o s t o

po l ígonob á s i c o

c o n t í n u a d e s c o n t í n u ac o n c e n t r a d a dispersa

simples

Page 57: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

62 Condições Ambientais de Leitura Visual

Em princípio, não há um tipo volumétrico que con-tribua melhor à leitura do conjunto edificado do que ou-tros; o que rege o desempenho topoceptivo da volumetriasão duas qualidades informacionais, resguardada a lei decontraste com o entorno: 1ª) a definição clara de certotipo volumétrico é capaz de promover sua identificação àprimeira vista; assim, quanto mais puro e menos ambí-guo for o tipo volumétrico, mais clara será sua definição,e melhor a leitura do estabelecimento de saúde. 2ª) oequilíbrio harmônico entre unidade e diversidade de in-formação visual, em caso de alto grau de complexidadevolumétrica. Entretanto, sabe-se que certos tiposvolumétricos são mais difíceis de comporem uma totali-dade facilmente perceptível e pregnante: é o caso, porexemplo, do tipo disperso, do descontínuo e de casos dealta complexidade.

b. Fachadas: refere-se à forma física das fachadas dosedifícios destinados a atendimento de saúde, analisa-das como composição plástica em figuras planas. Suaobservação tem sentido não como elementos isolados,mas formando conjuntos, que se oferecem à percep-ção dos usuários. Portanto, deve-se buscar sua defini-ção segundo estes dois aspectos.

f a c h a d apúblico A

f a c h a d apúblico B

públ icoA

público B

Page 58: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 63

As fachadas são analisáveis através de uma série de ele-mentos de composição plástica, onde os mais relevantes à lei-tura daquelas são:

• dimensões: alturas e larguras do conjunto têm com-portamentos distintos na percepção e evocaçãoimagética dos edifícios. O observador a pé, sem maio-res esforços de cabeça, só apreende alturas muito su-periores a sua (alturas além de 9m, por exemplo), seestiver bastante afastado da fachada do prédio (apro-ximadamente, distando 1 1/3 da medida de altura doedifício). Por outro lado, a pouca distância dos edifíci-os (menos de 5m) as informações que comparecem nocampo visual frontal do observador pedestre sempresão as localizadas em altura inferior ao equivalente a2/3 de sua distância ao plano de fachada.

As larguras das fachadas definem indiretamente as con-dições de sua leitura, pois o que importa, para que esta reali-ze-se bem, é o nível de informação em relação a intervalosmétricos e temporais da seqüência de percepção visual doobservador. Para marcha a pé normal (3 a 4 km/h), intervalosmenores que 8m e maiores que cerca de 40m comprometem

Page 59: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

64 Condições Ambientais de Leitura Visual

a leitura dos lugares, por excesso ou escassez de informaçãovisual, que mantenha o nível de estímulo suficiente ao apren-dizado.

• proporção: as proporções das fachadas submetem-se, primeiramente, às leis de leitura de suas dimen-sões. Em segundo lugar, possuem um papel específi-co no desempenho topoceptivo dos lugares na medidaque, sendo relações entre alturas e larguras, estabele-cem certos tipos de figuras planas, com proporções depredominância vertical, horizontal, quadrática, etc.

Os tipos de proporção predominante nas fachadasnão possuem desempenho diferenciado na leitura dasedificações, a não ser no que se refere à definição da di-mensão predominante — que, quanto menos ambigua-mente definida, maior clareza oferecerá à composiçãoplástica daquela, e influirá positivamente na leitura doedifício de saúde.

Page 60: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 65

• leis gerais de composição plástica: os elementos defachada organizam-se segundo leis como simetria/assimetria, ritmo, centro de gravidade, etc., observáveisa partir de aspectos como:

- zoneamento plástico (divisão em zonas de composi-ção sob as mesmas leis)

- relações entre superfícies de vedações e superfíciesde aberturas (proporção e distribuição)- coroamento (linha que delimita externa e interna-mente figuras planas e, portanto, as fachadas).

Não há tipos de composição plástica de fachadasmais favoráveis à leitura das edificações destinadas aoatendimento de saúde. Entretanto, suas leis de composi-ção plástica devem ser o mais claras e o menos ambíguaspossível, como condição de favorecimento da orienta-bilidade e da facilidade de identificação de tais edifícios.

• materiais, texturas e sistema de comunicação visualacessório, devem ser analisados de modo integrado atodos os demais elementos constituintes das fachadas,pois participam, com eles, de sua composição plástica.

maior definição

maior ambigüidade

Page 61: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

66 Condições Ambientais de Leitura Visual

• cores e iluminação são condicionantes da percepçãode todas as formas físicas; por isso, comportam-se comoindutores da leitura da composição das fachadas, tor-nando-a mais ou menos fácil.

c. Coberturas: são a parte superior das edificações, po-dendo ter uma presença marcante nelas, incorporarem-se à volumetria ou serem absorvidas pelas fachadas.

Os tipos de cobertura não condicionam a leitura doedifício destinado ao atendimento de saúde, a não ser namedida de sua definição: quanto mais claro e menos am-bíguo apresentar-se o tipo de cobertura, melhor será suacontribuição ao desempenho informativo da referidaedificação.

III.2.1.4 Elementos de Sítio Físico na Composição doLote do Estabelecimento de Saúde

Os elementos de sítio físico — relevo, vegetação ehidrografia — podem comparecer com maior ou menor inten-sidade na composição dos hospitais ou dos postos de saúde,bem como de seus lotes. Sua presença não garante melhorescondições de leitura às referidas construções, pois responde aexpectativas sociais de outras naturezas (de conforto ambiental,

Page 62: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 67

estéticas e emocionais, por exemplo). Entretanto, em existin-do, comportam-se como os demais elementos de organizaçãoplástica do conjunto, compondo volumetrias, fachadas e confi-gurando a ocupação espacial do lote; seu desempenho seráexaminado, portanto, segundo os mesmos parâmetros utiliza-dos para os elementos edilícios (alta definição, pouca ambigüi-dade, papel específico na composição da totalidade).

A ênfase das características do sítio físico geralmentefunciona como indutora de legibilidade: os desníveis do terre-no podem gerar edifícios com volumetrias mais complexas (e,portanto, mais carregadas de informação) do que se os elimi-narmos; a vegetação pode ser trabalhada junto com os demaiselementos e não como um projeto paisagístico acessório e pos-terior ao de arquitetura; as águas de superfície (rios, córregos,lagos e o mar) são sempre registros fortes na imagem mental, epodem ser pontos de auxílio à leitura também dos estabeleci-mentos de saúde.

Por outro lado, os elementos de sítio físico podem serutilizados como corretores da leitura dos lugares, em situaçõesde impossibilidade de alterações mais profundas.

Page 63: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

68 Condições Ambientais de Leitura Visual

Os elementos de sítio físico devem ser, desde o iníciodo projeto, parte integrante essencial da composiçãoarquitetônica, e sua presença ser otimizada no sistema deinformação visual transmitido pelo conjunto do estabele-cimento de saúde.

III.2.1.5 Elementos Complementares na Composição doLote do Estabelecimento de Saúde

São elementos complementares na composição do lotedos hospitais e postos de saúde aqueles não pertencentes àsedificações, nem ao sítio físico: placas de sinalização, indica-ção ou propaganda, pequenas construções (quiosques, abri-gos de ônibus, bancas de venda de produtos como periódi-cos, flores, etc.), mobiliário urbano (luminárias, bancos, telefo-nes públicos, etc.).

Os elementos complementares podem interferir substan-tivamente na leitura do lote dos estabelecimentos de saúde,melhorando ou problematizando sua qualidade: podem aumen-tar demasiadamente sua carga informativa, quando muito nu-merosos ou diferenciados; ou confundir a orientação e a iden-tificação do estabelecimento de saúde, quando colocados alea-toriamente; ou, ainda, corrigir uma leitura deficiente, se estra-tegicamente localizados e relacionados.

Sua presença e incidência não são condições de melhordesempenho topoceptivo dos edifícios de saúde mas, se exis-tentes no conjunto, procedem como quaisquer outros elemen-tos de composição arquitetônica, e são avaliados como seusdemais componentes, na apreensão de totalidades.

Page 64: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 69

Os elementos complementares não devem ser trata-dos à parte, mesmo se objetos de projeto específico, mascomo elementos equânimes aos demais da composiçãoarquitetônica.

III.2.2 Acessos

Os acessos ao lote dos hospitais e postos de saúde são oscaminhos e as conexões (portas, portões, etc.) que conduzem,dos espaços livres, o usuário a ele. Deve-se levar em conta doistipos básicos de usuário de tais acessos: o que chega ao estabe-lecimento de saúde a pé, e o que a ele acede de carro.

Apesar de os casos estudados previlegiarem nitidamenteo desempenho informativo dos acessos a motoristas, e em es-pecial do pessoal empregado no estabelecimento, deveria re-alizar-se uma inversão de prioridades, pois: 1º) a existência doshospitais e postos de saúde fundamenta-se em seus pacientes;2º) estes possuem menos tempo de experiência com o edifícioque os acolhe e, logo, sua capacidade de decodificação do mes-mo é inferior àquela de seu pessoal; 3º) o índice de motorizaçãobrasileira é ainda muito baixo e, menos, da clientela dos esta-belecimentos de saúde públicos.

Page 65: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

70 Condições Ambientais de Leitura Visual

Os acessos ao lote e aos edifícios dos estabelecimen-tos de saúde :

• devem ter a menor distância possível do ponto deônibus que, por sua vez, deve localizar-se o maispróximo possível do acesso ao lote;

• a menor distância possível entre dois pontos é umareta (e não um ângulo reto!): os caminhos devemser o mais diretos possíveis, entre ponto de ônibuse conexão ao lote;

• as conexões do lote e do edifício (sejam portas,portões, pórticos, guaritas, etc.) devem ter clare-za de leitura, seja pelo contraste de sua forma ecores, seja por seu realce a partir de formapregnante.

III.2.2.1 Tipos de Acesso quanto aos Usuários

Os tipos de acesso aos hospitais e postos de saúde refe-rem-se a duas espécies de usuários:

Page 66: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 71

• pessoal, subdividido em auxiliares, pessoal adminis-trativo paramédico e médico;

• público, subdividido em pacientes transportados, pa-cientes ambulantes, e visitas.

Além desses, deve-se considerar o acesso de insumos, emseus vários tipos (pesados, leves, poluentes, etc.).

É indiferente, para a leitura dos estabelecimentos de saú-de, haver um ou vários acessos a seu lote ou ao conjuntoedificado; entretanto, é mais fácil organizar-se o sistema infor-mativo a partir de um número pequeno de acessos, do que denumerosos. Por outro lado, a hierarquia de acessos, a partir desua abrangência, facilita o encaminhamento: um número pe-queno de acessos ao lote, discriminando público de pessoal,seguido de uma quantidade maior de acessos ao conjuntoedificado, já especializado (pacientes ambulantes, pacientestransportados, pacientes destinados à emergência, pacientesdestinados ao ambulatório, etc., acesso pessoal auxiliar, etc.).

A legibilidade será melhor sempre que acessos fo-rem definidos, como forma física, sem ambigüidades, eem relação direta com os percursos a partir do entornoimediato do lote e do edifício destinado ao atendimento desaúde.

III.2.2.2 Tipos de Acesso quanto aos Departamentos

Esses tipos de acesso variam conforme a organizaçãodepartamental do estabelecimento de saúde, mas corres-pondem, necessariamente, aos tipos básicos de usuários dosmesmos.

Há certos departamentos que têm tido seu acesso

Page 67: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

72 Condições Ambientais de Leitura Visual

preferentemente pelo exterior do edifício, por razões funcio-nais: é o caso do Ambulatório, da Emergência e dos ServiçosGerais de Apoio. Por outro lado e em função de necessidadesde articulação interdepartamental, UTI, Centros Cirúrgico eObstétrico e Diagnóstico/Tratamento são departamentos cujoacesso dá-se, necessariamente, pelo interior do conjuntoedificado.

É indiferente, para o desempenho topoceptivo do esta-belecimento de saúde, que a leitura do acesso a seus departa-mentos (Internação, Centro Cirúrgico, Diagnóstico-Tratamen-to, etc.) dê-se desde o exterior do lote, ou somente a partir doconjunto edificado. A exceção dá-se para aqueles departamen-tos com ligação muito íntima com os espaços livres públicos:Ambulatório, Emergência, Recepção e acessos de insumos.

É importante que a indicação de acessos depar-tamentais realize-se sem ambigüidades, com clareza, hi-erarquia e diretamente relacionada ao percurso dos usu-ários e à localização do departamento. Por isso, esses aces-sos devem ser diferenciados em sua forma física; plantasrebatidas e circulações com modulações pouco variadasprejudicam a individualidade das soluções de acessosdepartamentais.

III.2.3 Organização Departamental

A organização departamental deve presidir toda a leitu-

Internação Ambulatório Emergência

Page 68: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 73

ra externa do estabelecimento de saúde, e a informação emseu interior. Por isso, é necessário que os elementos do con-junto edificado expostos à observação externa possibilitem oentendimento das atividades que se desenvolvem internamen-te. Neste sentido, a forma física dos elementos abrangidos pelosítens III.2.1 e III.2.2 deste Relatório (como, por ex., relaçõesde transição dos edifícios com seu lote e os espaços livrespúblicos, volumetrias, fachadas, etc.) — deve transmitir men-sagens facilmente associáveis às atividades que se desenvol-vem dentro dos hospitais e postos de saúde.

Se, por um lado, não há modelos que realizem a corres-pondência entre signos, significados e atividades de atendi-mento à saúde, pode-se, por outro, lançar mão de certas regrasde organização morfológica:

1ª) A diferença de composição plástica (através de transi-ções, volumetria, acessos, etc.) favorece a associação entre ati-vidades diferentes e formas distintas, melhorando as condi-ções de leitura, tanto externas quanto internas, da organizaçãodepartamental do edifício de saúde.

2ª) Há associações morfológicas historicamente consoli-dadas, na arquitetura dos estabelecimentos de saúde:

• acessos de público pela via principal que acede ao lotedo hospital ou do posto de saúde, e os de pessoal einsumos, pelas vias secundárias;

• acessos destinados ao público mais pregnantes (cla-ros, individualizados e dominantes na composição doconjunto) do que os acessos de pessoal e insumos;

• localização do Ambulatório e da Emergência, assimcomo de seus acessos, mais próxima à via principal deacesso ao lote do estabelecimento de saúde;

• localização dos Serviços Gerais de Apoio junto a viassecundárias de acesso ao lote do estabelecimento de

Page 69: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

74 Condições Ambientais de Leitura Visual

saúde, ou nos fundos do mesmo;• localização dos departamentos de Diagnóstico e Tra-

tamento próxima ao Ambulatório;• localização do Bloco Cirúrgico (UTI, Centros Cirúr-

gico e Obstétrico) próxima à Emergência e à Inter-nação;

• volumetria com predominância da dimensão horizon-tal é mais facilmente associável a Ambulatório, Emer-gência e Serviços Gerais de Apoio;

• volumetria com predominância da dimensão verticalé geralmente associada apenas à Internação.

O tipo de organização departamental adotado noedifício de atendimento à saúde pode auxiliar em seu en-tendimento pelos usuários com pouca experiência ante-rior nele, seja exterior, seja interiormente:

• departamentalizações dispersas são menos legí-veis do que as concentradas, quando distanciamatividades complementares (por ex., Bloco Cirúr-gico, de Internação);

Ambulatório I n t e r n a ç ã oEmergênc ia

I n t e r n a ç ã o

Pessoal

Serviços Gerais

Insu

mos

Page 70: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 75

• departamentalização sem regras claras de proxi-midade física dificulta a orientação no hospital ouno posto de saúde.

Neste sentido, a espacialização dos fluxogramas deorganização departamental é francamente positiva paraa leitura de tais edifícios. A coincidência entre fluxos deleitura e percursos em organogramas favorece a orienta-ção interdepartamental, e a identificação global e localda composição departamental do estabelecimento de saú-de.

III.2.4 Circulações Internas

As circulações internas dos estabelecimentos de saúdesão os elementos mais importantes de seu sistema informativopois, ligando os diversos Departamentos e os irrigando comtrajetos, conduzem, naqueles, os diferentes usuários, todos res-ponsáveis pelas atividades desenvolvidas nos hospitais ou nospostos de saúde. É nelas e através delas que se decodifica aestrutura funcional dessas edificações e, como já foi referidoinúmeras vezes ao longo do presente Relatório, quanto melhor(vale dizer, mais correta e imediata) for essa compreensão, maisse estará contribuindo ao bom desempenho das atividades deatendimento à saúde.

O primeiro condicionante do comportamento topoceptivodo edifício de saúde é a correspondência de seu sistema circula-tório a seu fluxograma. Tal como foi dito no caso da organizaçãodepartamental (ítem III.2.3), a espacialização dos fluxos de seuorganograma funcional favorece a orientação dentro desse esta-belecimento, e a identificação de suas diversas partes.

As circulações internas configuram uma rede ou malha,sendo raros os casos de esquemas circulatórios independentes;

Page 71: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

76 Condições Ambientais de Leitura Visual

aquelas e estes podem, ainda, articular-se verticalmente (porescadas, elevadores ou rampas), quando os edifícios possuemmais de um pavimento. Tais malhas são geradas a partir dosacessos à edificação, correspondendo, às vezes, aos tipos dosmesmos (de público, de pessoal, ao Ambulatório, à Emergên-cia, etc.) de forma exclusiva e, outras, conectando-se ou, ain-da, superpondo-se.

Por outro lado, as circulações internas são canais — isto é,unidades morfológicas com predominância da dimensão decomprimento sobre suas altura e largura. Estas dimensões in-fluem através da forma arquitetônica que produzem, tantoquanto os demais aspectos das circulações internas, na leitu-ra do interior dos estabelecimentos de saúde.

Finalmente, as circulações internas recebem os diversosusuários dos estabelecimentos de saúde, basicamente, de duasmaneiras: 1ª) integrada, admitindo diversas possibilidades demistura de indivíduos funcionalmente diferentes, e juntando,nos mesmos corredores, por exemplo, pacientes, visitas e pes-soal médico e paramédico; ou pessoal médico, paramédico eauxiliar; 2ª) exclusiva, separando, tanto quanto possível, indi-víduos funcionalmente diferentes; é o caso das circulações des-tinadas apenas aos médicos, ou ao pessoal administrativo, porexemplo. A opção por um ou outro arranjo circulatório não in-flui decisivamente na leitura do hospital ou do posto de saúde,

Page 72: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 77

desde que se cumpram requisitos de clareza e individualida-de da forma arquitetônica das circulações. Passaremos a obser-var essas condições através de sub-ítens.

III.2.4.1 Hierarquia Circulatória

É determinada pela organização funcional do estabele-cimento de saúde e corresponde, por um lado, aos diferentesgrupos de usuários (ainda que classificados em dois grandesconjuntos: público e pessoal) e, por outro, aos fluxos geradospela organização departamental. Apesar de estar, inevitavel-mente, presente em todos os edifícios destinados ao atendi-mento de saúde, a hierarquia circulatória dos mesmos nemsempre expressa-se na forma física de suas circulações. Entre-tanto, a leitura do esquema funcional do hospital ou do postode saúde ser tanto melhor quanto maior correspondência hou-ver entre configuração arquitetônica e papel da circulação nahierarquia de fluxos interdepartamentais.

1 - Interdepartamentos

2 - Administração

1 - Interdepartamentos

2 - Administração

Compr imento

Compr imento

3 - Acesso Centro Cirúrgico e Obstétrico

3 - Acesso Centro Cirúrgico e Obstétrico

Page 73: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

78 Condições Ambientais de Leitura Visual

A forma das circulações não deve ser igual mas vari-ada, em tipos correspondentes a seu papel na hierarquiade fluxos, e ao próprio fluxo que recebe. Esta diferença deconfiguração implica em variação de proporções, dimen-sões e eixo das circulações, além de suas cores, texturas eeventos seqüenciais. Portanto, a variação das formas dascirculações não deve ser aleatória, mas dependente da hie-rarquia de fluxos nos estabeleciementos de saúde.

III.2.4.2. Tipos de Malha

Os tipos de malha dos edifícios destinados ao atendi-mento de saúde, são inferidos estudando-se os eixos das circu-lações internas, e o sistema geométrico formado pelos mes-mos. As malhas podem ser classificadas em dois tipos básicos:os reticulados (quando há cruzamentos de eixos — e, logo, decirculações — em cruz ou em “T”) e os não reticulados (casocontrário, onde se têm loopings, alças, etc.).

re t iculadas não reticuladas

Page 74: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 79

Em princípio, quaisquer tipos de malha podem garantiruma boa leitura do interior de um hospital ou de um posto desaúde, desde que correspondam ao tipo de fluxo que recebem.

Neste sentido, as malhas não reticuladas têm alcancelimitado em termos de comunicação funcional, em virtude dopequeno número de variações de ligação entre as diferenteslinhas que a compõem; são, por isso, mais indicadas para per-cursos internos de departamentos funcionalmente pouco sub-divididos (como, por ex., Centros Cirúrgico e Obstétrico). Aocontrário, as malhas reticuladas permitem melhor articulaçãofísica interdepartamental, porque admitem um número maiorde possibilidades de ligação entre suas diversas linhas.

A leitura do interior dos estabelecimentos de saúdeserá facilitada sempre que:

• seu tipo de malha apresentar-se de maneira clarae não ambígua;

• houver pequena quantidade de tipos de malha emum mesmo prédio; quanto menor for a áreaconstruída, menor dever ser a quantidade de ti-pos de malha empregados, e

• houver correspondência entre tipo de malha epapel funcional do conjunto de circulações.

III.2.4.3 Tipos de Eixo das Circulações

Os eixos das circulações dos edifícios destinados ao aten-dimento de saúde representam, graficamente, linhas que pas-sam pelo seu centro e acompanham sua dimensão de compri-mento, sempre paralelas a suas linhas de limite lateral. Podem

Page 75: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

80 Condições Ambientais de Leitura Visual

ser classificados como as linhas: retos, curvos, quebrados, mis-tos, ondulados, etc., variando, nesta ordem, sua complexidadee, com ela, a carga informativa de suas seqüências visuais. Logo,eixos mais complexos em circulações mais longas, e eixos maissimples em circulações mais curtas contribuem para um nívelótimo de estímulo, que permita orientação dos indivíduos eidentificação dos lugares. Portanto, o tipo de eixo deve obede-cer ao comprimento das circulações.

Para melhor desempenho informativo das circula-ções internas dos estabelecimentos de saúde, seus tiposde eixo devem ser estabelecidos em função do comprimen-to daquelas:

• circulações mais longas (em princípio, superioresa 50m de comprimento) solicitam eixos nãoretilíneos, sob a forma de linhas curvas, quebra-das ou mistas;

• circulações mais curtas (em princípio, inferioresa 50m de comprimento) solicitam eixos poucocomplexos, de formas retilíneas ou poucoflexionadas.

Page 76: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 81

III.2.4.4 Dimensões das Circulações

As circulações internas dos estabelecimentos de saúdepossuem três dimensões fundamentais — comprimento, lar-gura e altura — responsáveis por suas proporções ou “escala”.

Porém, a leitura de tais dimensões não ocorre de maneiraisolada, mas como conjunto das mesmas, levando-nos a afirmarque o comprimento, a largura e a altura das circulações nãodevem ser estabelecidos “de per si”, mas de modo interde-pendente.

Em princípio, as dimensões — e, portanto, as proporções— das circulações internas dos hospitais e postos de saúde de-vem ser função de requisitos funcionais:

1º)tipo e tamanho dos fluxos de pessoas (definindo per-cursos exclusivos ou não dos diversos tipos de pacien-tes, pessoal e visitas), de veículos (carrinhos e macas,com diferentes funções e destinos) e de insumos;

2º)tipo de ligação, seja interdepartamental (quantidadee complexidade dos departamentos relacionados), sejaintradepartamental (conforme o tamanho e a comple-xidade do departamento a que se refira).

p r o p o r ç ã oá u r e a

p r o p o r ç ã ohorizontal

p r o p o r ç ã overtical

p r o p o r ç ã oq u a d r á t i c a

Page 77: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

82 Condições Ambientais de Leitura Visual

A leitura do interior dos edifícios destinados ao aten-dimento de saúde será mais fácil se houver associação —vale dizer, adequação às atividades — das dimensões dascirculações a seu papel funcional no conjunto hospita-lar. Isto implica, necessariamente, em variação perceptí-vel das diversas dimensões das circulações, de acordocom sua função.

Entretanto, a percepção das proporções das circulaçõesde hospitais e postos de saúde depende da forma das superfí-cies que as delimitam: superfícies convergentes ou divergen-tes alteram, efetivamente, as relações métricas de tais espaços,porque reduzem ou aumentam seu volume, mas têm, também,efeito potencializador na percepção visual de suas proporções.

Page 78: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 83

Logo, deve haver uma definição consciente e clara decada elemento de composição plástica das circulações dos esta-belecimentos de saúde, tendo em vista sua adequação à indi-cação de possíveis fluxos e ligações interdepartamentais.

Finalmente, também cores e texturas, utilizadas nas su-perfícies que delimitam as circulações, condicionam a percep-ção de suas proporções: cores escuras (marrons, cinzas, preto,verdes e azuis escuros) ou quentes (vermelhos, amarelos for-tes, laranjas, sépias e ocres), bem como texturas intensas oucomplexas, fazem as dimensões dos lugares parecerem meno-res, e suas proporções, mais estreitas; cores claras (branco,beiges, amarelos claros e tons róseos) ou frias (azuis e verdesclaros, lilazes), assim como texturas simples, fazem com quese percebam as dimensões dos espaços aumentadas, e suasproporções parecerem mais amplas. A combinação de tais ga-mas de cores, nas diversas superfícies das circulações, pode,portanto, alterar a leitura de suas proporções.

III.2.4.5 Quantidade e Qualidade de Eventos presentesnas Circulações

Os eventos são situações registráveis pela percepção hu-mana; no caso do espaço físico, compõem a estrutura das se-qüências visuais de deslocamento o corpo do observador atra-

al tura

largura

c o m p r i m e n t o

desnível

d i r e ç ã o

texturas

Page 79: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

84 Condições Ambientais de Leitura Visual

vés de trajetos que, no interior dos estabelecimentos de saúde,dão-se ao longo de suas circulações. Os eventos das seqüênci-as visuais classificam-se em estações, intervalos (métricos etemporais), campos visuais e efeitos visuais.

A leitura das circulações dá-se através do registro de seuseventos seqüenciais, que são construídos pelos diversos ele-mentos de sua composição arquitetônica: dimensões e propor-ções, quantidade e forma de suas superfícies (paredes, pisos etetos), composição de suas superfícies (portas, janelas, guichês,elementos apostos — como quadros, cartazes, painéis, luminá-rias, mobiliário, etc. — cores, texturas, etc.). As composiçõesmais simples (menor quantidade dos elementos integrantes,relações simples entre os mesmos, pouca variação do tipo des-sas relações e simplicidade da forma daqueles) oferecem me-nor número de eventos seqüenciais, e composições mais com-plexas (regras de composição opostas), maior quantidade detais eventos.

5 estações6 campos visuais

8 e s t a ç õ e s13 campos visuais

Page 80: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

Maria Elaine Kohlsdorf 85

Para que a orientação e a identificação dos lugares dê-sede maneira eficiente, nas circulações internas dos hospitais epostos de saúde, deve haver um nível ótimo de estímuloperceptivo, o que implica em quantidade equilibrada e quali-dade harmônica e não ambígua dos eventos seqüenciais.

Neste sentido:

• a quantidade de estações das seqüências deve serproporcional ao comprimento dos eixos das cir-culações: em eixos maiores, maior número de es-tações; em eixos menores, menor número de esta-ções. Os limites de quantidade de estações nasseqüências devem ser estabelecidos caso a casomas, em eixos menores que 10m, deveria ter-seentre 2 e 3 estações; nos maiores que 10m e me-nores que 50m, entre 3 e 4 estações; nos maioresque 50m e menores que 100m, entre 4 e 10 esta-ções — e assim por diante.

• os intervalos entre as estações das seqüências de-vem ter suas dimensões estabelecidas de acordocom o comprimento do eixo das circulações,porém invertendo a proporcionalidade: em eixosmaiores, os intervalos devem ser menores, paramanter o estímulo visual, da mesma forma que,naqueles menores, devem ser um pouco maiores.Os limites das dimensões métricas dos intervalossituam-se, porém, para quaisquer dimensões deeixo, entre o mínimo de 2m e o máximo de 10mde distância entre duas estações. A variação detamanho dos intervalos deve ser proporcional aocomprimento dos eixos das circulações: em eixosmuito pequenos, pouca ou nenhuma variação detamanho; em eixos maiores, maiores variações.

Page 81: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

• todas as estações devem apresentar campos visu-ais frontais, para que se mantenha o principalestímulo à orientação nos percursos, que é aque-le referente ao destino dos deslocamentos. Isto sig-nifica que as circulações, se de eixo retilíneo, de-vem ter suas paredes frontais bem marcadas vi-sualmente — por portas ou outros elementosarquitetônicos de cores e texturas bem definidase contrastantes; se de eixo misto, quebrado oucurvo, tais circulações devem possuir composiçãode paredes laterais de modo a garantir eventos emcampos visuais frontais.

• os campos visuais laterais devem manifestar-se,em quantidade e composição, harmonicamenteequilibrados — isto é, nem excessivos, nem insu-ficientes. Logo, em circulações mais longas, de-vem ser em maior número do que nas mais cur-tas, o que significa comporem-se as paredes late-rais das circulações com maior ou menor comple-xidade (através dos diversos elementos arquite-tônicos já anteriormente citados).

• os efeitos visuais serão decorrência do tipo de com-posição das paredes, tetos e pisos das circulaçõesinternas e devem seguir, portanto, as mesmasorientações estabelecidas para os diversos tiposde campos visuais.

Page 82: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

BIBLIOGRAFIA

IV

Page 83: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

BOWCENTRUM ROTTERDAM (org.): General Hospitals.Amsterdam: ed. ELsevier Pub. Company, 1965.

CDH : “Programa das UBS/PMS e Critérios para Projeto”, inDocumento Básico — Caderno I. São Paulo: ed. Secretariade Estado da Saúde, 1986.

CDMS : Normas e Padrões de Construções e Instalações de Serviçosde Saúde. Brasília: ed. Min. da Saúde, 1983.

IZASA, P. & SANTANA, C.: Guias de Diseño Hospitalario paraAmérica Latina. México: ed. OMS / OPS, 1988.

JAMES, P. & BROWN, W.: Hospitals. ed. s/ref., 1986.

KOHLSDORF, M.E.: Manual de Técnicas de Apreensão do Es-paço Urbano. Brasília: ed. UnB, 1987.

______________ : “Análise de Desempenho da Dimensão Plásticado Espaço Urbano”, in: Anais do III ENA. São Paulo: ed.ANPUR, 1989.

______________ : “A Dimensão da Informação Visual”, in:Diversos: Dimensões Morfológicas do Processo de Urbaniza-ção — Rel. no.3. Brasília: UnB — IA / CNPq, 1991.

______________ : “Metodologia de Pesquisa para a Cidadecomo Arquitetura”. Brasília: Monografia, circ. rest., 1992.

KRUEGER, M.J.: Programação Arquitetônica Hospitalar.Brasília: s/ref.

Page 84: CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE LEITURA VISUAL · Maria Elaine Kohlsdorf 13 to ativo com o mundo a que pertencem, numa relação de apren-dizado permanente e progressiva; a leitura dos

90 Condições Ambientais de Leitura Visual

Fontes das Ilustrações:

Bowncentrum Rotterdam, op. cit.James & Brown, op. cit.Kohlsdorf, M.E., op. cit.______________, desenhos.Krueger, op. cit.