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Confederação Nacional de RPPN - CNRPPN …...Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras Elaboração: Associação dos Proprietários de RPPN do Estado do Ceará – Asa Branca Coordenação:

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

Elaboração:

Associação dos Proprietários de RPPN do Estado do Ceará – Asa Branca

Coordenação:

Fábio de Paiva Nunes - Biólogo/UFC Samuel Victor da Silva Portela - Biólogo/UVA

Equipe Técnica:

Cristiano Alves da Silva – Geógrafo – UECE: Caracterização Abiótica e geoprocessamento.

Francisco José Freire de Araújo – Biólogo – UFC:

Caracterização Botânica.

Carla Clarissa Nobre de Oliveira - Bióloga UFC e João Marcelo Holderbaum - Biólogo – UFC:

Caracterização da Mastofauna e Avifauna.

João Marcelo Holderbaum - Biólogo – UFC: Herpetofauna

Daniel Vale de Araújo - Estudante de Geografia - UECE:

Caracterização Socioeconômica das comunidades de entorno da RPPN.

Hangley da Silva Félix - Estudante de Geografia - UECE: Estagiário da Associação Asa Branca

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

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Apoio:

Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica

Parceria:

Confederação Nacional de RPPN - CNRPPN

Associação Caatinga

AQUASIS

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

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Agradecimentos: A elaboração deste Plano de Manejo foi realizada com o apoio de inúmeras pessoas

e instituições que há anos vêm contribuído de forma significativa para a conservação

da natureza e principalmente no incentivo às Reservas particulares.

Agradecemos imensamente aos proprietários da RPPN Sítio Palmeiras, Roberto

Proença de Macêdo e Tânia Rocha Lima de Macêdo, por idealizarem e se

responsabilizarem pela criação e gestão desta Unidade de Conservação.

Agradecemos ainda pelo apoio logístico e pelas inúmeras informações concedidas à

equipe executora do projeto.

Agradecemos enormemente à Associação Caatinga pelas várias formas de

contribuição técnico-institucional, as quais foram fundamentais para e execução

deste projeto.

Agradecemos ainda à AQUASIS por se mostrar sempre muito receptiva e disposta a

trocar informações técnico-científicas com a Associação Asa Branca, sempre no

intuito de garantir a conservação e manutenção dos recursos naturais, neste caso

específico, do Maciço de Baturité.

Nossos sinceros agradecimentos ao Programa de Incentivo às RPPNs da Mata

Atlântica, coordenado pela Conservação Internacional, Fundação SOS Mata

Atlântica e The Nature Conservancy que em seu sétimo edital contou com apoio do

Atlantic Forest Conservation Fund (AFCoF) - Fundo de Conservação da Mata

Atlântica – KfW/Funbio, co-financiado pela República Federal da Alemanha através

do KfW Entwicklungsbank.

E por fim, a todos aqueles que contribuíram de alguma forma para a realização e

confecção deste documento, seja no apoio logístico, nos levantamentos de campo

(mateiros e caseiros) ou com informações e conhecimentos populares de grande

valor sócio-cultural para este trabalho.

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

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Apresentação:

Este documento é resultante do projeto “Elaboração do Plano de Manejo da

RPPN Sítio Palmeiras” executado pela Associação dos Proprietários de RPPN do

Estado do Ceará – Asa Branca e apoiado pelo Programa de Incentivo às RPPNs da

Mata Atlântica, coordenado pela Conservação Internacional, Fundação SOS Mata

Atlântica e The Nature Conservancy.

A iniciativa dos proprietários Roberto Proença de Macêdo e Tânia Rocha Lima

de Macêdo de criar a RPPN Sitio Palmeiras foi de garantir a proteção legal e integral

dos atributos naturais da propriedade de mesmo nome, onde 95.5% da propriedade

foram convertidos em RPPN. O Plano de Manejo contribuirá e orientará a captação

de recursos para implementar as ações de gestão da Reserva previstas nos

programas, além de possibilitar a conservação da biodiversidade local com maior

efetividade.

A possibilidade de implementar esses objetivos é de total interesse do

proprietário, gestor da RPPN que hoje é mantida exclusivamente através de

recursos próprios. Portanto, uma das expectativas do Plano de Manejo é consolidar

um plano de sustentabilidade da Reserva, envolvendo também a captação de

recursos externos no sentido de viabilizar as ações propostas. Além disso, há a

preocupação do proprietário em adequar-se a legislação vigente que inclui o

compromisso e a obrigação de elaborar e aprovar um Plano de Manejo junto ao

órgão ambiental responsável, neste caso o ICMBio.

E finalmente, o Plano de Manejo da RPPN Sítio Palmeiras deverá servir de

referência e estímulo para as outras RPPN que estão em processo de criação nesta

área, já que estas tendem a acompanhar o exemplo de pioneirismo dessa que foi

catalisadora dessa categoria de manejo, Juntamente com a RPPN Serra da

Pacavira, ambas na APA da Serra de Baturité, além de fortalecer a categoria das

RPPN no Estado do Ceará e incentivar Políticas Públicas mais efetivas para a

conservação do Maciço do Baturité.

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................ 4

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 5

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................. 9

LISTA DE QUADROS ......................................................................................................... 10

LISTA DE MAPAS .............................................................................................................. 11

LISTA DE GRÁFICOS ......................................................................................................... 12

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ 13

LISTA DE SIGLAS .............................................................................................................. 18

A - INFORMAÇÕES GERAIS ............................................................................................... 20

1. ACESSOS ...................................................................................................................... 20

2. HISTÓRICO DE CRIAÇÃO E ASPECTOS LEGAIS DA RPPN ................................................. 21

2.1. HISTÓRIA DA REGIÃO ................................................................................................ 21

2.2. HISTÓRIA DA PROPRIEDADE ...................................................................................... 22

3. FICHA-RESUMO DA RPPN ............................................................................................. 23

B - DIAGNÓSTICOS ........................................................................................................... 25

1. CARACTERIZAÇÃO DA RPPN ......................................................................................... 25

1.1. CLIMA ....................................................................................................................... 25

1.2. GEOMORFOLOGIA .................................................................................................... 30

1.3. SOLOS ....................................................................................................................... 33

1.4. GEOLOGIA ................................................................................................................ 34

1.5. HIDROGRAFIA ........................................................................................................... 37

1.6. FLORA E FITOFISIONOMIAS ....................................................................................... 41

1.6.1. LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DE CAMPO ................................................... 53

1.7. FAUNA ...................................................................................................................... 68

1.7.1. MASTOFAUNA ....................................................................................................... 68

1.7.1.1. MAMÍFEROS NÃO VOADORES ............................................................................. 69

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1.7.1.2. MAMÍFEROS VOADORES ..................................................................................... 73

1.7.2. AVIFAUNA ............................................................................................................. 79

1.7.3. HERPETOFAUNA .................................................................................................... 90

CONTEXTO REGIONAL...................................................................................................... 90

1.8. VISITAÇÃO ................................................................................................................ 94

1.9. TRILHAS .................................................................................................................... 94

1.10. USO DA TERRA ........................................................................................................ 94

1.11. PESQUISA E MONITORAMENTO .............................................................................. 95

1.12. ATIVIDADES ............................................................................................................ 95

1.13. PONTOS NOTÁVEIS ................................................................................................. 95

1.14. PERFIL DO PROPRIETÁRIO E SISTEMA DE GESTÃO .................................................... 95

1.15. EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS ................................................................................... 96

1.16. RECURSOS FINANCEIROS ......................................................................................... 96

1.17. FORMAS DE COOPERAÇÃO ...................................................................................... 96

2. CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE ........................................................................... 96

3. CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE ENTORNO ................................................................ 97

3.1. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DO MUNICÍPIO DE BATURITÉ ......................... 97

3.1.1. DADOS POPULACIONAIS ........................................................................................ 97

3.1.2. INDICADORES SOCIAIS ........................................................................................... 98

3.1.3. INDICADORES DE SAÚDE E SANEAMENTO BÁSICO............................... 100

3.1.4. INDICADORES ECONÔMICOS ................................................................................ 101

3.1.5. CARACTERIZAÇÃO DAS COMUNIDADES DO ENTORNO DA RPPN SÍTIO PALMEIRAS 101

3.1.6. PRESSÕES ............................................................................................................ 105

4. POSSIBILIDADE DE CONECTIVIDADE ........................................................................... 106

5. DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA ................................................................................ 108

C - PLANEJAMENTO ....................................................................................................... 109

1. OBJETIVO ESPECÍFICO DO MANEJO ............................................................................ 109

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2. ZONEAMENTO ........................................................................................................... 109

2.1. ZONEAMENTO AMBIENTAL ..................................................................................... 109

2.2. RECOMENDAÇÕES PARA GESTÃO DAS ÁREAS ZONEADAS ....................................... 110

3. PROGRAMAS DE MANEJO .......................................................................................... 113

3.1. PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO ........................................................................... 114

3.2. PROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO ............................................................ 120

3.3 PROGRAMA DE PESQUISA E MONITORAMENTO....................................................... 121

3.4. PROGRAMA DE VISITAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................. 123

3.5. PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA ................................................... 123

3.6. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E INTEGRAÇÃO COM A ÁREA DE INFLUÊNCIA ........ 126

D – INFORMAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 128

1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 128

2. ANEXOS ..................................................................................................................... 133

ANEXO 1: LISTA DAS AVES REGISTRADAS PARA A RPPN SÍTIO PALMEIRAS...................... 133

ANEXO 2 – LISTA DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES VEGETAIS IDENTIFICADAS NO INTERIOR E ENTORNO DO SÍTIO PALMEIRAS .................................................................................... 138

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Lista de Figuras

FIGURA 01. CARTOGRAMA DE LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO DE BATURITÉ, CE. .................... 21

FIGURA 02: PERFIL PLUVIOMÉTRICO (1990-2005) FORTALEZA – CANINDÉ ........................ 29

FONTE: (SILVA, 2006). ...................................................................................................... 29

FIGURA 03: ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL-ZCIT MOSTRADA ATRAVÉS DAS IMAGENS DO SATÉLITE METEOSAT-7 ............................................................................... 30

FIGURA 04: GEOMORFOLOGIA DA RPPN RESERVA NATURAL SÍTIO PALMEIRAS ................ 32

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Lista de Quadros

QUADRO 01 – FICHA-RESUMO DA RPPN SÍTIO PALMEIRAS............................................... 23

QUADRO 02: DADOS FITOSSOCIOLÓGICOS DA PARCELA 1 – RPPN SÍTIO PALMEIRAS ........ 57

QUADRO 03: DADOS FITOSSOCIOLÓGICOS DA PARCELA 2 – RPPN SÍTIO PALMEIRAS ........ 59

QUADRO 04: DADOS FITOSSOCIOLÓGICOS DA PARCELA 3 – RPPN SÍTIO PALMEIRAS ........ 62

QUADRO 05: DADOS FITOSSOCIOLÓGICOS DA PARCELA 4 – RPPN SÍTIO PALMEIRAS ........ 64

QUADRO 06: DADOS FITOSSOCIOLÓGICOS DA PARCELA 5 – RPPN SÍTIO PALMEIRAS ........ 67

QUADRO 07: POPULAÇÃO RESIDENTE EM BATURITÉ, 1991, 2000 E 2009* ........................ 97

QUADRO 08: ESTRUTURA ETÁRIA, 1991 E 2000 ................................................................ 97

QUADRO 09: INDICADORES DE LONGEVIDADE, MORTALIDADE E FECUNDIDADE, 1991 E 2000 ................................................................................................................................ 98

QUADRO 10: NÍVEL EDUCACIONAL DA POPULAÇÃO JOVEM, 1991 E 2000 ......................... 98

QUADRO 11: ENSINO - MATRÍCULAS, DOCENTES E REDE ESCOLAR 2008 ........................... 98

QUADRO 12: INDICADORES DE RENDA, POBREZA E DESIGUALDADE, 1991 E 2000 ............ 99

QUADRO 13: ACESSO A SERVIÇOS BÁSICOS, 1991 E 2000 ................................................. 99

QUADRO 14: INDICADORES DE VULNERABILIDADE FAMILIAR, 1991 E 2000 ...................... 99

QUADRO 15: PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE DE BATURITÉ – 2007......................... 100

QUADRO 16. PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE DE BATURITÉ – 2007. ........................ 101

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Lista de Mapas

MAPA 01. MAPA PLANIALTIMÉTRICO SÍTIO PALMEIRAS. 24

MAPA 02 CLIMA 27

MAPA 03 SOLOS 34

MAPA 04 GEOLOGIA 36

MAPA 05 HIDROGRAFIA 38

MAPA 06 LOCALIZAÇÃO DAS PARCELAS 54

MAPA 07 ZONEAMENTO 112

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Lista de Gráficos

GRÁFICO 01: TOTAL PLUVIOMÉTRICO (1990-2005) DO PERFIL FORTALEZA – CANINDÉ ...... 29

GRÁFICO 02: ALTURA (M) DOS INDIVÍDUOS AMOSTRADOS – PARECELA 1 RPPN SÍTIO PALMEIRAS ..................................................................................................................... 56

GRÁFICO 03: ALTURA (M) DOS INDIVÍDUOS AMOSTRADOS – PARECELA 2 RPPN SITIO PALMEIRAS ..................................................................................................................... 59

GRÁFICO 05: ALTURA (M) DOS INDIVÍDUOS AMOSTRADOS – PARECELA 4 RPPN SÍTIO PALMEIRAS ..................................................................................................................... 64

GRÁFICO 06: ALTURA (M) DOS INDIVÍDUOS AMOSTRADOS – PARECELA 5 RPPN SÍTIO PALMEIRAS ..................................................................................................................... 66

GRÁFICO 07: FREQUÊNCIA DE CAPTURA DE MORCEGOS DE ACORDO COM SEUS HÁBITOS ALIMENTARES ................................................................................................................. 78

GRÁFICO 08- FAMÍLIAS DE AVES MAIS ABUNDANTES NA RPPN SÍTIO PALMEIRAS. ........... 80

GRÁFICO 09- ESTRUTURA TRÓFICA DAS AVES DA RPPN SÍTIO PALMEIRAS ........................ 81

GRÁFICO 10 – MOSTRA A RELAÇÃO DAS AVES DA RPPN SÍTIO PALMEIRAS QUANTO À SENSITIVIDADE E COMPARANDO COM O RESULTADO ENCONTRADO PARA A AVIFAUNA DO HOTEL REMANSO E DO SÍTIO SINIMBU. ...................................................................... 82

GRÁFICO 11 – MOSTRA A RELAÇÃO DAS AVES DA RPPN SÍTIO PALMEIRAS QUANTO À DEPENDÊNCIA DE FLORESTA E COMPARANDO COM O RESULTADO ENCONTRADO PARA A AVIFAUNA DO HOTEL REMANSO E DO SÍTIO SINIMBU. .................................................... 83

GRÁFICO 12 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO EM BATURITÉ... 100

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01: LISTA DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS NÃO VOADORES REGISTRADAS PARA O SÍTIO PALMEIRAS, BATURITÉ, CEARÁ. .............................................................................. 70

TABELA 02: LISTA DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS NÃO VOADORES REGISTRADAS PARA O ENTORNO DO SÍTIO PALMEIRAS, BATURITÉ, CEARÁ. ........................................................ 71

TABELA 03: ESPÉCIES DE MAMÍFEROS NÃO VOADORES, HÁBITO ALIMENTAR, HÁBITO DE VIDA E PERÍODO DE ATIVIDADE. ...................................................................................... 72

TABELA 04: LISTA DE MAMÍFEROS VOADORES (ORDEM CHIROPTERA) CAPTURADOS NA RPPN SÍTIO PALMEIRAS, MUNICÍPIO DE BATURITÉ, ESTADO DO CEARÁ, DURANTE AS ATIVIDADES DE CAMPO. .................................................................................................. 74

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LISTA DE FOTOS

FOTO 01: RELEVO DO MACIÇO DE BATURITÉ .................................................................... 28

FOTO 02: MARMELEIRO-BRANCO (CROTON ARGYROPHYLLOIDES MÜLL. ARG.) ................ 42

FOTO 03: LIMÃOZINHO (ZANTHOXYLIUM PETIOLARE A. ST.-HL & TULL) ........................... 43

FOTO 04: PAU-FERRO (CAESALPINIA FERREA) .................................................................. 43

FOTO 05: BROMÉLIA (AECHMEA AQUILEGA) .................................................................... 44

FOTO 06: CAMARÁ-CHUMBINHO (LANTANA CAMARA L.) ................................................ 44

FOTO 07: URTIGA (URERA BACCIFERA) ............................................................................. 44

FOTO 08: TIRIRICA (SCLERIA BRACTEATA) ........................................................................ 45

FOTO 09: CAMARÁ-DE-FLECHA (WEDELIA SCABERRIMA BENTH.) ..................................... 45

FOTO 10: ORELHA-DE-ONÇA-RASTEIRA (HYDROCOTYLE LEUCOCEPHALA CHAM. & SCHLECTH.) ...................................................................................................................... 45

FOTO 11: VASSUORA DE BOTÃO (SPERMACOCE VERTICILLATA L.) .................................... 45

FOTO 12: FARINHA-SECA (BANARA GUIANENSIS AUBL.) ................................................... 46

FOTO 13: GUABIRABA (CAMPOMANESIA AROMATICA (AUBL.) GRISEB.) E CIPÓ DE FOGO (EUPHORBIA PHOSPHOREA MART.) ................................................................................. 46

FOTO 14: LACRE-BRANCO (MICONIA CECIDOPHORA NAUD.) ............................................ 46

FOTO 15: VISTA GERAL DOS BABAÇUS (ORBIGNYA MARTIANA) ....................................... 47

FOTO 16: ESPADA DE SÃO JORGE (SANSEVIERIA TRIFASCIATA VAR. LAURENTII (DE WILD.) N.E.BR) ............................................................................................................................ 48

FOTO 17: VISTA GERAL DA BORDA DA PROPRIEDADE - PLANTIO DE BANANEIRAS ............ 48

FOTO 18: MURICI (BYRSONIMA SERICEA DC.) E QUINA-QUINA (COUTAREA HEXANDRA (JACQ) K. SCHUM.) .......................................................................................................... 49

FOTO 19: PRAÍBA (SIMAROUBA AMARA AUBL.) ............................................................... 49

FOTO 20: GAMELEIRA (FICUS GUIANENSIS DESV. EX HAM.) E BABAÇU (ORBIGNYA MARTIANA B. RODR.) ...................................................................................................... 50

FOTO 21: CASCA-GROSSA (MAYTENUS SP) ....................................................................... 50

FOTO 22: COCO-CATOLÉ (SYAGRUS PICROPHYLLA BARB. RODR.) ...................................... 50

FOTO 23: PITIÁ (ASPIDOSPERMA ULEI MARKGR.) ............................................................. 50

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FOTO 24: CAMUNZÉ (PITHECOLOBIUM POLYCEPHALUM BENTH.) - IMBIRIBA (XYLOPIA SERICEA) - GARGAÚBA (CECROPIA PALMATA WILLD.) ...................................................... 51

FOTO 25: MAÇARANDUBA (MANILKARA RUFULA (MIQ.) H. J. LAM.) ................................ 51

FOTO 26: CASQUINHA (AMAIOUA INTERMEDIA MART.) E PAU-D'ÁRCO AMARELO (TABEBUIA SERRATIFOLIA (VAHL.) G. NICHOLSON) ........................................................... 52

FOTO 27: SABIÁ (MIMOSA CAESALPINIAEFOLIA BENTH.) .................................................. 52

FOTO 28: AROEIRA (MYRACRODRUON URUNDEUVA) ...................................................... 53

FOTO 29: CEDRO (CEDRELA ODORATA LINN.) ................................................................... 53

FOTO 30: VISTA GERAL DA PARCELA 1.............................................................................. 55

FOTO 31: VISTA GERAL DA PARCELA 1 PONTO EM ESTÁGIO INTERMEDIÁRIO DE REGENERAÇÃO ................................................................................................................ 55

FOTO 32: VISTA GERAL DA VEGETAÇÃO INSERIDA NA PARCELA 2 ..................................... 58

FOTO 33: VISTA GERAL DA VEGETAÇÃO INSERIDA NA PARCELA 3 ..................................... 60

FOTO 34: VISTA GERAL DO FRAGMENTO VEGETAL DA PARCELA 4 .................................... 63

FOTO 35: VISTA GERAL DO FRAGMENTO VEGETAL DA PARCELA 5 .................................... 65

FOTO 36: PEGADA DE VEADO-CATINGUEIRO (MAZAMA GOUAZOUBIRA) NA ÁREA DA RPPN SÍTIO PALMEIRAS, INDICADA PELA SETA .......................................................................... 69

FOTO 37: TOCA DE TATU-PEBA (EUPHRACTUS SEXCINCTUS) NA ÁREA DA RPPN SÍTIO PALMEIRAS. SETA VERMELHA INDICATIVA ....................................................................... 69

FOTO 38: SAGUI-DE-TUFOS-BRANCO (CALLITHRIX JACCHUS) VISUALIZADOS NA ÁREA DE ESTUDO E NO SEU ENTORNO ........................................................................................... 69

FOTO 39: EXEMPLAR DE MORCEGO-FRUTEIRO (STURNIRA LILIUM), MORCEGO FRUGÍVORO E IMPORTANTE DISPERSOR CAPTURADO NA ÁREA DE ESTUDO ........................................ 74

FOTO 40: EXEMPLAR DE FALSO-VAMPIRO-GRANDE (ARTIBEUS PLANIROSTRIS), MORCEGO FRUGÍVORO FREQÜENTE NA ÁREA DE ESTUDO ................................................................ 75

FOTO 41: EXEMPLAR DE MORCEGO-FRUTEIRO-GRANDE (ARTIBEUS LITURATUS) MORCEGO FRUGÍVORO DE MAIOR PORTE CAPTURADO NA ÁREA DE ESTUDO ................................... 75

FOTO 42: EXEMPLAR DE MORCEGO-FRUGÍVORO (ARTIBEUS CINEREUS), MORCEGO FRUGÍVORO CAPTURADO NA ÁREA DE ESTUDO ............................................................... 76

FOTO 43: EXEMPLAR DE SEBO-DE-CAUDA-CURTA (CAROLLIA PERSPICILLATA), MORCEGO FRUGÍVORO ABUNDANTE NA ÁREA DE ESTUDO ............................................................... 76

FOTO 44: MORCEGO-DE-CARA-BRANCA (PLATYRRHINUS LINEATUS), FRUGÍVORO, CAPTURADO NA ÁREA DE ESTUDO .................................................................................. 77

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FOTO 45: EXEMPLAR DE MORCEGO-BEIJA-FLOR (GLOSSOPHAGA SORICINA), NECTARÍVORO CAPTURADO NA ÁREA DE ESTUDO .................................................................................. 77

FOTO 46- SURUCUÁ-DE-BARRIGA-VERMELHA .................................................................. 81

(TROGON CURUCUI )– ESPÉCIE FRUGÍVORA-INSETÍVORA ................................................. 81

FOTO 47- JOÃO-DE-CABEÇA-CINZA .................................................................................. 81

(CRAMIOLEUCA SEMICINEREA)– ESPÉCIE INSETÍVORA ...................................................... 81

FOTO 48 – SAÍRA-MILITAR (TANGARA CYANOCEPHALA CEARENSIS) ................................. 84

FOTO 49 – CHOCA-DA-MATA (THAMNOPHILUS CAERULESCENS CEARENSIS) ..................... 84

FOTO 50– CHUPA-DENTE (CONOPOPHAGA LINEATA CEARAE) .......................................... 85

FOTO 51 – JACÚ (PENELOPE JACUCACA) ........................................................................... 86

FOTO 52 – PICA-PAU-ANÃO-DA-CAATINGA (PICUMNUS LIMAE) ....................................... 86

FOTO 53 – VIRA-FOLHA (SCLERURUS SCANSOR CEARENSIS) .............................................. 87

FOTO 54 – MARIA-DO-NORDESTE (HEMITRICCUS MIRANDAE).......................................... 87

FOTO 55 – ARAPAÇU-RAJADO (XIPHORHYNCHUS ATLANTICUS) ....................................... 88

FOTO 56: POIAEIRO-DE-PATA-CINZA (ZIMMERIUS GRACILIPES) ........................................ 89

FOTO 57: PERIQUITO-DE-ENCONTRO-AMARELO (BROTOGERIS CHIRIRI) ........................... 89

FOTO 58: BEIJA-FLOR-TESOURA-VERDE (THALURANIA FURCATA) ..................................... 89

FOTO 59: PATINHO (PLATYRINCHUS MYSTACEUS) ............................................................ 89

FOTO 60: ENFERRUJADO (LATHROTRICCUS EULERI) .......................................................... 89

FOTO 61: PIOLHINHO (PHYLLOMYIAS FASCIATUS) ............................................................ 89

FOTO 62 – GUATURAMO-VERDADEIRO (EUPHONIA VIOLÁCEA) - ESPÉCIE ASSOCIADA À MATA ÚMIDA .................................................................................................................. 90

FOTO 63 – UIRAPURU-LARANJA OU GUARAMIRANGA (PIPRA FASCIICAUDA SCARLATINA)90

FOTO 64 – RÃZINHA-DO-BATURITÉ (ADELOPHRYNE BATURITENSIS) ................................. 91

FOTO 65 – RÃ-DE-FOLHIÇO (ISCHNOCNEMA RAMAGII) ..................................................... 92

FOTO 66 – SAPO-FOLHA (RHINELLA HOOGMOEDI) ........................................................... 92

FOTO 67 – COBRA-CEGA (SIPHONOPS AFF. PAULENSIS) .................................................... 92

FOTO 68 – PAPA-VENTO-CINZA (POLYCHRUS ACUTIROSTRIS) ........................................... 93

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

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FOTO 69 - PAPA-VENTO-VERDE (POLYCHRUS MARMORATUS) .......................................... 93

FOTO 70 – SURUCUCU-PICO-DE-JACA (LACHESIS MUTA)................................................... 93

FOTO 71 – CORAL-VERDADEIRA (MICRURUS IBIBOBOCA) ................................................. 94

FOTO 72 - ENCANAMENTO USADO PELAS COMUNIDADES DO ENTORNO PARA USO DA ÁGUA ORIUNDA DA RESERVA. ....................................................................................... 102

FOTO 73 - ÚNICO POSTO DE SAÚDE DA REGIÃO SÓ FUNCIONA POUCAS VEZES POR MÊS, SEGUNDO LOCAIS. ......................................................................................................... 102

FOTO 74 - BANANEIRAL NO ENTORNO DA RESERVA. ...................................................... 103

FOTO 75 - ANIMAIS SILVESTRES ENGAIOLADOS. ............................................................ 103

FOTO 76 - OBRAS DA PREFEITURA DE BATURITÉ PARA MELHORAR O ACESSO DA REGIÃO, RESULTAM NA DESTRUIÇÃO DE VEGETAÇÃO DENTRO DA RESERVA E DESVIA O CURSO DE RIACHO IMPORTANTÍSSIMO NO MEIO. .......................................................................... 104

FOTO 77 - TORNA-SE PATENTE O GRANDE IMPACTO DA OBRA QUE CAUSOU A ALTERAÇÃO DO RIO. ......................................................................................................................... 104

FOTO 78 - FORNECIMENTO DE ÁGUA ORIUNDA DA RPPN PARA MORADORES DO ENTORNO ATRAVÉS DE ENCANAMENTO (FORNECIMENTO POR GRAVIDADE). ................................ 105

FOTO 79 - PAU-D'ÁRCO-AMARELO (TABEBUIA SERATIFOLIA NICHOLSON) ...................... 107

FOTO 80 - FREI-JORGE (CORDIA TRICHOTOMA (VELL.) ARRÁB. EX STEUD.) ...................... 107

FOTO 81 AMARELÃO (BUCHENAVIA CAPITATA (VAHL.) EICHLER) ................................... 107

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Lista de Siglas

ADA: ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL

APA: ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

APP: ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

AQUASIS: ASSOCIAÇÃO DE PESQUISA E PRESERVAÇÃO DE ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS

CCIR: CERTIFICADO DE CADASTRO DO IMÓVEL RURAL

CREA: CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA

CNRPPN: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS RESERVAS PARTICULARES DO PATRIMONIO NATURAL

CPF: CADASTRO DE PESSOA FÍSICA

CONAMA: CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

FNMA: FUNDO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

FUNBIO: FUNDO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

FUNCEME: FUNDAÇÃO CEARENSE DE METEOROLOGIA

IBAMA: INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

IBGE: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

ICMBIO: INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

IDACE: INSTITUTO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO DO CEARÁ

INCRA: INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA

ITR: IMPOSTO TERRITORIAL RURAL

IUCN: INTERNATIONAL UNION FOR CONSERVATION OF NATURE

MMA : MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

ONG: ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL

PIB: PRODUTO INTERNO BRUTO

PNMA: POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

PREVFOGO: SISTEMA NACIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

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PSF: PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

RPPN: RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL

SESA: SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE

SUDENE: SUPERINTENDÊNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

TNC: THE NATURE CONSERVACY

UC: UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

UECE: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

UFC: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

UVA: UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

WWF: WORLD WILDLIFE FUND

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A - INFORMAÇÕES GERAIS

A propriedade Sítio Palmeiras está localizada na porção ocidental do município de

Baturité que por sua vez faz parte da microrregião de Baturité, mesorregião do Norte

Cearense. Com uma área de 347 km² acomodada entre coordenadas 38º52’W /

4º19’S esse município faz, ao Norte, limite com os municípios de Pacoti, Redenção e

Guaramiranga; ao Sul com Itapiúna; a Leste com Aracoiaba; e a Oeste com Mulungu

e Capistrano. O município de Baturité juntamente com os municípios de Aratuba,

Capistrano, Guaramiranga, Mulungu, Pacoti, Palmácia e Redenção compõem a

região denominada Maciço de Baturité, cuja principal relevância ambiental é ser o

maior enclave de Mata Atlântica do Ceará, onde está inserida a APA Estadual da

Serra de Baturité, com 32.690 hectares. É a primeira e mais extensa Área de

Proteção Ambiental criada pelo Governo do Estado do Ceará. Delimitada pela cota

600 (seiscentos) metros, essa UC de uso sustentável é composta por oito municípios

no total.

1. ACESSOS

Para chegar até a RPPN Sítio Palmeiras, foram identificadas duas rotas de

acesso, ambas partindo da Capital Fortaleza.

Fortaleza - Baturité – esta rota se dá saindo de Fortaleza pela CE-060

percorrendo 83km até a cidade de Baturité, passando pelas cidades de Pacatuba,

Guaiuba, Acarape, Redenção e Aracoiaba, chegando ao Sitio Palmeiras percorrendo

a partir de Baturité mais 15km pela CE-356 até o entroncamento com a CE-065,

seguindo deste local por mais 3,15km, em direção a cidade de Mulungu, até o Sítio

Jequitibá seguindo deste ponto por mais 8km por uma estrada vicinal calçamentada.

Fortaleza – Palmácia - esta rota se dá a partir de Fortaleza

percorrendo 100km pela CE- 065, passando pelas cidades de Maranguape,

Palmácia, Pacoti e Guaramiranga até o Sítio Jequitibá, chegando ao Sitio Palmeiras

percorrendo a partir deste ponto mais 8km por uma estrada vicinal calçamentada.

Ambas as opções de acesso podem ser contempladas no Mapa 01

(Localização e Acesso) realizado com base na digitalização das cartas topográficas

de Fortaleza (SB-24-Z-C-IV) e Baturité (SB-24-X-A-I), confeccionadas no ano de

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1972 pela SUDENE – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste e

atualizadas com base no Mapa Rodoviário do Estado do Ceará do DERT –

Departamento de Edificações, Rodovias e Transportes no ano de 2006.

Figura 01. Cartograma de localização, Município de Baturité, CE.

Alternativa: existem linhas de ônibus saindo do Terminal Rodoviário de Fortaleza,

percorrendo o acesso Fortaleza Baturté supracitados. A Viação Fretcar tem

disponível vários horários diariamente para o Minicípio onde esta inserida a RPPN

Sítio palmeiras. A viagem até o Município dura aproximadamente 2 horas e meia.

2. HISTÓRICO DE CRIAÇÃO E ASPECTOS LEGAIS DA RPPN

2.1. História da Região

À era da colonização do estado do Ceará, o processo de ocupação tardio da

então capitania ocorreu seguindo a busca da rentabilidade econômica, deixando em

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seu rastro a destruição de povos e culturas indígenas. Ainda neste processo,

aqueles que resistiram e procuraram se adaptar, por exemplo, ao pastoreio e

uniram-se em aldeamentos jesuítas. A maior parte dos municípios do Maciço

seguem este padrão.

Naquela região, a colonização surgiu em meados do século XVII, marcada

principalmente pela doação da sesmaria do rio Choró por Sebastião Sá. Após um

longo processo de colonização, em 1860 a região foi batizada de “Baturité”,

significando Serra Verdadeira. Nesse período o grande fator econômico foi a

produção de algodão, que era a maior da província.

Depois, no século XIX vem o grande ciclo agroprodutivo da região: o café.

Este período foi o início do processo de degradação ambiental do Maciço. Daí

prossegue a ocupação da região serrana, elevação de vilas a cidade, o crescimento

demográfico.

Em meados do fim do século XX desponta a vocação turística da região e

subseqüente aumento da especulação imobiliária. Todos estes processos resultam

em um conjunto de atividades e métodos impróprios de uso e ocupação da terra,

culminando com a tomada de uma série de medidas por parte do governo e da

sociedade em relação à região. Entre estas medidas, ocorrem projetos de

conservação através da criação de Reservas Particulares.

2.2. História da Propriedade

A propriedade denominada Sítio Palmeiras, na qual está inserida a RPPN de

mesmo nome, foi adquirida no dia 22 de outubro de 1993. A intenção inicial quando

da aquisição da área pelo Proprietário era de usufruir da infra-estrutura existente

(engenho para produção de rapadura, casa de farinha, café e banana) e recuperar a

flora original não permitindo extrair sequer “um cabo de foice”. Na época da

aquisição da propriedade havia o cultivo de cana de açúcar, café, banana e pomar

de frutas cítricas. Em seguida, houveram alguns esforços de restauração da

propriedade, a área foi totalmente vigiada para evitar caçadores e plantadas mudas

de Pau d’arco. Todos estes esforços foram realizados com recursos advindos

exclusivamente do proprietário.

De acordo com os dados apurados com as entrevistas realizadas junto ao

proprietário e as comunidades do entorno, pode-se perceber que a propriedade

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emergiu de um sistema de produção e uso da terra comum a toda a região. Neste

sistema, originalmente existia pouca ou nenhuma informação à respeito de práticas

ambientalmente corretas e predação indiscriminada dos recursos naturais,

resultados contraproducentes e negativamente impactantes ao meio (fauna e flora)

e às próprias comunidades circunvizinhas. A aquisição, modificação de manejo da

propriedade e sua subseqüente elevação de status a Unidade de Conservação,

refletem a adoção de uma mentalidade voltada para a manutenção da biota local e

seu uso manejado de maneira responsável, buscando o mínimo de impacto negativo

e maior integração ao meio, fatos atestados pelo esforço e pelos investimentos

(financeiros, temporais, emocionais) relatados na entrevista realizada com o

proprietário, a qual deu origem ao texto supracitado.

3. FICHA-RESUMO DA RPPN

Quadro 01 – Ficha-resumo da RPPN Sítio Palmeiras Ficha-resumo da RPPN Sítio Palmeiras

Nome da RPPN RPPN Sítio Palmeiras Nome do Imóvel Sítio Palmeiras

Logomarca

Nome dos Proprietários e representantes Roberto Proença de Macêdo Tânia Rocha Lima de Macêdo

Endereço da RPPN Mulungu, Estrada Sítio Tamandaré, SN

Endereço para correspondência Rua Benedito Macêdo, nº 79, 7º andar. Cais do Porto, Fortaleza – CE, CEP: 60.180-415

Telefone e email para contato (85)4060.8137 [email protected]

Município e Estado abrangido Baturité, Ceará

Área da propriedade 78,97 ha

Área da RPPN 75,47 ha

Coordenadas Sede UTM (SAD 69 – 24S) 508369E/9520550N

Data e número do ato legal de criação Portaria 46 – DOU 141 – 24/07/2008 Seção/pg.1/72.

Marcos e referências importantes nos limites confrontantes Comunidade Santa Maria no Limite Leste da Propriedade.

Distância do centro urbano mais próximo Mulungu 10Km; Baturité 17Km (CE 356 Baturité/Guaramiranga); Baturité 6Km estrada carroçal.

Meio principal de chegada à RPPN Automóvel

Bioma e ecossistemas Mata Atlântica Floresta Ombrófila Montana

Atividades ocorrentes Foram realizadas pesquisas para o plano de manejo (fauna, flora, meio físico e socioeconômico). Ocorrem apenas atividades de proteção.

A seguir, Mapa 01 Planialtimétrico Sítio Palmeiras.

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

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B - DIAGNÓSTICOS

1. CARACTERIZAÇÃO DA RPPN

CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES ABIÓTICOS

Contexto Regional

Conforme definido por Veiga (1999), a geodiversidade expressa as

particularidades do meio físico, compreendendo as rochas, o relevo, o clima, os

solos e as águas, subterrâneas e superficiais. Tais atributos resultam da atuação

cumulativa de processos geológicos múltiplos e, por sua vez, condicionam a

paisagem e propiciam a diversidade biológica e cultural nela desenvolvidas, em

permanente interação ao longo da evolução do planeta.

O conhecimento da geodiversidade é essencial à abordagem criteriosa de

qualquer região. Por preceder a biodiversidade, ajuda a entender a dinâmica

ambiental vigente. Além disso, o subsolo pode conter recursos minerais, hídricos e

energéticos, cujo aproveitamento precisa ser devidamente equacionado, para não

comprometer a própria biodiversidade e a qualidade de vida dos seus habitantes.

1.1. Clima

O Maciço Residual de Baturité é uma região considerada exceção no contexto

do Estado do Ceará, tendo em vista tratar-se, de acordo com Souza in (CEARÁ.

SEMACE, 1992 apud AB’SÁBER, 1970), de um enclave florestal submetido aos

processos engendrados por topoclimas úmidos, inserido no domínio morfoclimático

semiárido das caatingas.

De acordo com Souza (in IBAMA/UECE, 2001) o Maciço de Baturité

apresenta três classificações climáticas distintas: úmido, semiúmido e semiárido.

Neste contexto a RPPN Reserva Natural Sítio Palmeiras, localizada no platô úmido

do maciço, está inserida no clima úmido onde as condições de umidade, ritmo das

precipitações, índices pluviométricos e altitude, enquadra-se no tipo mesotérmico

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

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(Thornthwaite), Aw’ (Köeppen) ou nos sub-domínios úmidos e sub-úmidos com três

a cinco meses secos.

Conforme mapeamento dos tipos climáticos do Estado do Ceará, realizado

pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME, o

Maciço de Baturité apresenta duas classificações climáticas distintas: Tropical

Quente Úmido e Tropical Subquente Úmido, ficando a área da Reserva na transição

entre estes dois climas. (Vide Mapa 02)

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

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Tal condição de excepcionalidade é explicada pela ação do relevo como

barreira natural frente aos deslocamentos dos ventos úmidos oriundos do litoral, que

ao encontrarem o anteparo do maciço se elevam, ocasionando o seu resfriamento e

conseqüentemente a precipitação abundante na região barlavento do maciço, onde

está localizada a RPPN Reserva Natural Sítio Palmeiras, como pode ser visto na

foto 01, exercendo também influência direta na temperatura local que varia em torno

de 19 e 22°C.

Foto 01: Relevo do Maciço de Baturité

Chuva Orográfica Local: Margem da CE-065 na subida do maciço, vertente

barlavento. Coordenadas: E523666; N9546351.

Foto: Cristiano Alves da Silva in (SILVA, 2006)

Já as vertentes sotavento, opostas ao litoral são mais secas, visto que

quando o vento alcança essas regiões já tem perdido em muito seu teor de

umidade. Tal fenômeno pode ser constatado através da observação do perfil

pluviométrico traçado por Silva (2006), onde o mesmo utilizou os totais

pluviométricos do período de 1990 a 2005, traçando um perfil no sentido Nordeste-

Sudoeste (sentido em que a massas úmidas oriundas do oceano adentram o

continente), entre os municípios Fortaleza e Canindé, cruzando a sede do município

de Mulungu, que dista apenas 8km da Reserva, ilustrado na figura 02, cujos totais

pluviométricos estão expressos no gráfico 01, onde fica evidente o declínio da

pluviometria na região sotavento do maciço em comparação a região serrana

localizada barlavento.

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Figura 02: Perfil Pluviométrico (1990-2005) Fortaleza – Canindé Fonte: (SILVA, 2006).

0

5000

10000

15000

20000

25000

Fortaleza Maranguape Pacoti Mulungu Canindé

Plu

vio

me

tria

(m

m)

Municípios

Gráfico 01: Total Pluviométrico (1990-2005) do Perfil Fortaleza – Canindé

Fonte: (SILVA, 2006)

Como pode ser observado neste perfil, a sede do município de Mulungu,

próxima a RPPN Reserva Natural Sítio Palmeiras já apresenta um declínio da

pluviometria, sendo notável duas estações anuais bem definidas, sendo uma

chuvosa, correspondente ao primeiro semestre do ano, referente ao período de

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verão-outorno, e outra seca no segundo semestre, correspondente ao período de

inverno-primavera.

Nesta região o mês de abril se destaca como sendo o mês com maior

incidência de chuvas. Essa intensificação das chuvas neste período é causada pela

influência da ZCIT – Zona de Convergência Intertropícal. De acordo com Ceará.

SEMACE (1992 apud NIMER, 1977), no setor setentrional da região Nordeste, a

marcha estacional das chuvas, que representa o principal componente do quadro

climático da região, é regido pelo comportamento da ZCIT, onde durante o período

correspondente ao verão-outorno o sistema de correntes pertubadas de oeste, com

pancadas de chuvas ocasionais, asseguram, quase exclusivamente, as máximas

pluviais (Vide figura 03). Já no inverno-primavera, com o aquecimento deste sistema,

essa região fica sob o domínio dos ventos anticiclonais de NE e E de alta sub-

tropical do Atlântico Sul, ocorrendo então o período de estiagem. Vale salientar que

o período de estiagem é atenuado na região serrana pelo orvalho e nevoeiro

comuns nesta região, possibilitando uma conservação da umidade do solo e

diminuindo assim os efeitos da evapotranspiração tão evidente nas áreas sertanejas.

Figura 03: Zona de Convergência Intertropical-ZCIT mostrada através das imagens do satélite METEOSAT-7

Fonte: (SILVA, 2006 apud CEARÁ. FUNCEME, 2006).

1.2. Geomorfologia

O Maciço de Baturité é classificado por Ceará. SEMACE (1992, apud SOUZA,

1988) como uma subunidade denominada planalto residual, correspondente à área

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serrana, pertencente ao Domínio dos Escudos e Maciços Antigos compostos por

litotipos do embasamento cristalino datados do pré-cambriano.

A altimetria elevada do Maciço de Baturité em comparação com as áreas

sertanejas periféricas se deve ao fato de suas rochas terem se comportado de forma

mais resistentes às ações intempéricas em comparação com as litologias das áreas

sertanejas.

Este maciço residual possui uma geomorfologia variada, sendo comuns

feições como cristas – elevações com topos agudos e vertentes íngremes; colinas –

elevações com topos convexos, ligeiramente arredondados e vertentes curtas;

lombadas – elevação com topos arredondados que se alongam em sentido paralelo

aos fundos de vale; vales em V – depressão entre elevações profunda e estreita em

forma de V; vales em U – depressão entre elevações profunda e larga formando um

vale de fundo plano, em forma de U. (CAVALCANTE, 2005).

No tocante a RPPN Reserva Natural Sítio Palmeiras, a mesma possui três

destas feições geomorfológicas, sendo elas (vide figura 04):

Colina: localizada na porção sudoeste da Reserva, esta colina possui 820m

de altitude, sendo este o ponto mais alto da Reserva;

Lombada: esta feição pode ser observada na porção norte da Reserva;

Vale em U: esta feição, corta a propriedade no sentido NW/SE, estando

nela localizado o principal riacho da propriedade responsável pelo

abastecimento da propriedade e da comunidade de entorno.

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Figura 04: Geomorfologia da RPPN Reserva Natural Sítio Palmeiras

Este relevo fortemente dissecado se deve a ação conjugada de influências

litológicas e estruturais do passado modeladas por variações no clima da região,

bem como por ação dos processos da morfodinâmica atual. De acordo com Souza

(in IBAMA/UECE, 2001) a influência das condições paleoclimáticas é evidenciada

pelos níveis tanto na superfície cimeira como nas vertentes que convergem para as

depressões sertanejas circunvizinhas, denotando a existência de superfícies de

aplainamentos elaborados em condições de morfogênese mecânica sob influência

de climas secos.

No presente, onde preponderam às condições climáticas úmidas, as

superfícies erosivas são desmontadas pela forte dissecação do relevo em condições

de morfogênese química, que possui efeitos de dissecação mais intensos.

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1.3. Solos

Conforme o Mapa Exploratório – Reconhecimento de Solos do Estado do

Ceará (MA-SUDENE, 1973) citado por (CEARÁ-SEMACE, 1992) o Maciço Baturité

apresenta uma associação de solos PV1 – Associação de Podzólico Vermelho

Amarelo + Podzólido Vermelho Amarelo equivalente eutrófico, ambos A moderado e

textura argilosa, devido os elevados índices de umidade que favorecem a

intensificação dos processos de alteração química das rochas.

De acordo com Zoneamento Agrícola do Estado do Ceará (1988), Mapa 03,

na área onde está localizada a RPPN Reserva Natural Sítio Palmeiras prevalece

Podzólicos Vermelho-Amarelo Tb Distrófico A com proeminente textura

média/argilosa característico de florestas subperenifólia e relevo montanhoso.

São considerados solos de fertilidade de média a alta, entretanto o uso

agrícola é limitado pela acentuada declividade, que expõe o solo a erosão e limita o

uso de maquinário agrícola, bem como devido à falta de água nos longos períodos

de estiagem.

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1.4. Geologia

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A RPPN Reserva Natural Sítio Palmeiras esta localizada na porção ocidental

do município de Baturité, na vertente oriental do Maciço Residual de Baturité, entre

as cotas 530m e 820m. De acordo com Souza in (IBAMA/UECE, 2001) essa região

está localizada sobre a Faixa de Dobramento Jaguaribana de Brito Neves (1975),

apresentando uma morfologia fortemente acidentada oriunda de um tectonismo

intenso que deu origem as zonas de cizalhamentos, fraturamentos, dobramentos e

falhamentos que podem ser encontrados por toda a área do maciço.

Quanto à litologia a RPPN está localizada na transição entre granitóides

diversos – biotita-granitos, monzogranitos, sienitos, quartzomonzonitos e granitos

porfiríticos, em parte somados num mesmo espaço cartográfado – com a Unidade

Canindé – com ocorrência de rochas metamórficas como paragnaisses,

ortognaisses, metabásicas e metacalcários (BRASIL. CPRM/CEARÁ, 2003).

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1.5. Hidrografia

O Maciço de Baturité, devido seus elevados índices pluviométricos, com

média superior a do Estado do Ceará, tem a importante função de garantir o

suprimento hídrico de duas grandes bacias hidrográficas cearenses, sendo elas a

Bacia do Curu na vertente ocidental e a Bacia Metropolitana na vertente oriental.

Localizada na região cimeira do maciço, na vertente oriental, a RPPN

Reserva Natural Sítio Palmeiras esta localizada na Bacia Hidrográfica Metropolitana

na Sub-bacia do Rio Choró (SRH, 2003).

Todo escoamento superficial da área da Reserva alimenta o Riacho Putú que

corta a porção norte da propriedade onde está localizada toda a infra-estrutura do

Sítio Palmeiras, sendo o mesmo responsável pelo abastecimento da propriedade e

da comunidade de entorno da Reserva.

O Riacho Putú é um dos principais afluentes do Rio Aracoiaba, desaguando

no mesmo já no sopé do maciço, nas proximidades da sede do município de

Baturité. A jusante a cidade o rio é barrado pelo Açude Aracoiaba, construído em

2002 com capacidade para 170.700.000m³, para só então desembocar no Rio

Choró. (Vide Mapa 05)

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A rede de drenagem predominante no Maciço de Baturité onde esta

localizada a RPPN Reserva Natural Sítio Palmeiras, apresenta um padrão dendrítico

associado ao modelo retangular em áreas que sofreram tectônica ruptural, podendo

estas serem observadas nas vertentes mais escarpadas e com declividade superior

a 40%. Trata-se de uma rede excessivamente ramificada cujos cursos d’água

desenvolvem perfis longitudinais com elevados gradientes e perfis transversais

estreitos.

As características da hidrografia desta região são determinadas pela ação

conjugada de fatores climáticos, geológicos, geomorfológicos e pelas condições de

cobertura vegetal e de uso do solo.

A drenagem no maciço também sofre influência da geologia local e das

formações superficiais, principalmente devido às características de

impermeabilidade das rochas cristalinas, que provoca um maior adensamento dos

cursos d’água que tendem a uma elevada ramificação, favorecendo o escoamento

superficial, ficando as águas subterrâneas restritas a ocorrência de áreas

diaclasadas ou fraturadas, sendo característico deste terreno uma densa rede de

fraturas.

No tocante a influência da geomorfologia na hidrografia, o relevo influencia de

forma direta através dos perfis longitudinais e transversais dos rios. Os gradientes

que direcionam as ações de escoamento determinam à velocidade do fluxo hídrico

ou a retenção da água bem como condições de transporte ou de sedimentação nos

setores deprimidos.

As condições de cobertura vegetal e de uso do solo são fatores

preponderantes no tocante a hidrografia, visto que os mesmos são determinantes

quanto à proteção da superfície frente os elevados índices pluviométricos da região,

atenuando os efeitos das precipitações.

Quanto maior a densidade da vegetação menor os efeitos do escoamento

superficial através das vertentes íngremes, uma vez que a vegetação diminui o

impacto da chuva com o solo, fazendo com que apenas parte da água atinja os

fundos de vale e talvegues. Já nas áreas que não dispõem de cobertura vegetal, ou

com baixa densidade, o escoamento superficial é intensificado provocando

movimentos de massa, formando voçorocas e ravinas.

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CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES BIÓTICOS

A floresta atlântica ocupava uma área de cerca 12% do território nacional uma

área equivalente a 56.400 km² e possui apenas cerca de 5-12% da cobertura

original, sob a forma de fragmentos isolados e dispersos em uma matriz de

agricultura ou pastagens (Brown & Brown 1992). Tendo em vista o número de

espécies endêmicas e o grau de ameaça deste bioma, Myers et al. (2000)

classificou-o como área prioritária para a conservação da biodiversidade, sendo

considerado o quarto hotspot em prioridade por se tratar de uma área que possui

uma alta diversidade e elevada taxa de endemismo de espécies, associado a uma

alta incidência de perda de habitats.

Parte da floresta atlântica nordestina encontra-se na forma de Floresta

Estacional Semidecidual Montana e ombrófila densa Montana (Veloso et al. 1991),

distribuída nos Estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte sob

a forma de brejos de altitude, constituindo-se em enclaves de Floresta Atlântica

inseridos no bioma Caatinga. Propiciam clima e condições ambientais únicas dentro

da condição semi-árida da Caatinga, favorecendo a sobrevivência de diversas

espécies.

De acordo com Santos et al. (2008) a composição da vegetação de Baturité

se assemelha muito mais às regiões amazônica e a floresta atlântica sensu stricto do

que as outras áreas de serras úmidas nordestinas, fazendo uma interface com a

teoria dos refúgios, onde se acredita que existiu um continuum entre a floresta

Amazônica e os remanescentes florestais cearenses.

Contexto Regional

A micro-região de Baturité, em caráter atípico às condições do semiárido

nordestino, possui formações vegetais peculiares conhecidas como enclaves

residuais, os quais estão condicionados diretamente por fatores como altitude,

relevo, solos, hidrografia e atividades antrópicas. Esse fato remete a compreensão

do conjunto de conjecturas baseados na teoria dos refúgios que aponta o maciço

como um grande remanescente natural, de períodos paleoclimáticos mais úmidos, e

que ocupava uma contínua faixa de vegetação da costa leste ao norte do Brasil.

Além disso, vale destacar que a floresta tropical úmida presente no maciço de

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Baturité está subsidiada principalmente pela altitude elevada, aliada a proximidade

do litoral, que funciona como barreira natural para os ventos oriundos do mar,

submetendo a região ao fenômeno das chuvas orográficas.

1.6. Flora e Fitofisionomias

De acordo com Cavalcante (2005), a heterogeneidade do ambiente físico na

serra de Baturité, que varia entre os locais secos, úmidos, planos, acidentados,

altos, baixos, açoitados pelo vento, protegidos do vento, quentes, frios, ensolarados

e sombreados, possibilitou a evolução de uma comunidade bastante diversificada de

plantas e animais, a qual supera a do semiárido nordestino. Assim, verifica-se a

ocorrência de formações vegetais, das quais destacam-se a Arboreto Climático

Estacional Caducifólico (Caatinga); Arboreto Estacional Sub-caducifólio (Mata Seca);

Arboreto Climático Perenifólio (Mata Úmida); Arboreto Climático Estacional

Caducifólio tipo mesófilo (caatinga) e Vegetação Ciliar.

As vertentes ocidentais dos morros com altitudes menores que 650 metros de

altitude apresentam condições menores de umidade devido à localização do Sítio no

Maciço de Baturité (barlavento), desta maneira, apresentando característica de

transição entre a vertente úmida e a vertente seca (sotavento favorecendo a

presença de espécies arbóreas com deciduidade como o pau-d’arco-roxo (Tabebuia

impetiginosa), angico (Anadenanthera colubrina), aroeira (Myracrodruon urundeuva),

marmeleiro-branco (Croton argyrophylloides), trapiá (Crataeva trapia), mutamba

(Guazuma ulmifolia Lam.), imbiriba (Xylopia sericea) e folha-miúda (Myrtaceae sp)

(Foto 02).

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Foto 02: Marmeleiro-branco (Croton argyrophylloides Müll. Arg.)

Espécie pertencente à Família Euphorbiaceae com casca cinza-clara. Apresenta em sua casca uma substância

cristalizável, termolábil, dotada de atividade antibiótica. Folhas alternas. Flores cheirosas e amarelas em

espigas. A infusão da casca é aplicada contra hemorragias uterinas e também possui propriedades anti-

herpéticas. Cresce em quase todos os tipos de solo, mesmo os mais pobres em nutrientes. (Coordenadas UTM:

507977 E / 9520202 N – Agosto 2009).

Na porção sudoeste da propriedade, onde algumas cotas podem atingir

altitudes acima dos 800 metros, verifica-se que nestes pontos apresentam

características de maior umidade. São nesses pontos que se destacam as espécies

arbóreas perenifólias, com grande ocorrência de murici (Byrsonima sericea),

limãozinho (Zanthoxylum rhoifolium), cajazeira (Thyrsodium schomburgkianum),

favinha (Stryphnodendron purpureum), jangada, (Apeiba tibourbou), pau-ferro

(Caesalpinia ferrea), pau-d’arco-amarelo (Tabebuia serratifolia) e babaçu (Orbignya

martiana), além de uma alta concentração de epífitas e trepadeiras, caracterizando a

formação ombrófila densa (Foto 03; Foto 04).

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Foto 03: Limãozinho (Zanthoxylium petiolare A. St.-Hl & Tull)

Espécie da Família Rutaceae, possui porte mediano, tronco

linheiro, revestido de casca grossa e aculeada. Folhas compostas

de 2 a 7 pares de folíolos, ovais, oblongos, glabros e tendo 1

espinho duro na parte inferior dos pecíolos ou mesmo nos

folíolos. Flores em panícula. Os frutos desta espécie são do tipo

baga e oleosos. Possui madeira dura e amarelada. (Coordenadas

UTM: 508035 E / 9520630 N – Outubro 2009).

Foto 04: Pau-ferro (Caesalpinia ferrea)

Espécie pertencente à Família das

Leguminosas Caesalpinióideas. Árvore de

grande porte, tronco robusto e com casca lisa.

Madeira de cerne duro, fibras vermelho-

escuras. Madeira procurada para vigas,

esteios estacas, lenha e dormentes. Ocorre

comumente na zona litorânea. (Coordenadas

UTM: 508143 E / 9520158 N – Agosto

2009).

Nos pontos mais preservados da propriedade, definida no Mapa de

zoneamento como Zona Silvestre, o dossel médio é de 12m de altura, com alguns

indivíduos emergentes, os quais superam os 20 m. Estes espécimes de maior porte,

com expressivo diâmetro de caule, atestam a condição anterior dessa área, uma

mata ombrófila densa de porte e diversidade superior ao estado atual.

A maior parte dos sub-bosques dessa mata são constituídos por camará-

chumbinho (Latanda camara L.), espécies de Solanaceae, bromélias como a

Aechmea aquilega, bem como diversas outras espécies herbáceas como a pacavira

(Heliconia psittacorum), tiririca (Scleria bracteata), urtiga (Urera baccifera), erva-de-

rato-falsa (Psychotria colorata), orelha-de-onça-rasteira (Hydrocotyle leucocephala

Cham. & Schlecth.), Camará-de-flecha (Wedelia scaberrima Benth.), vassourinha-

de-botão (Spermacoce verticillata L.) e samambaias pertencentes às Famílias

Pteridaceae, Davalliaceae e Dicksoniaceae. Também se destaca a ocorrência de

grande quantidade de epífitas, principalmente do gênero Aechmea e Tillandsia,

vulgarmente conhecidas como croatas, bem como de lianas como o cipó-escada

(Bauhinia radiata Vell.), cipó-de-fogo (Euphorbia phosphorea Mart.) e cipó-de-cesta

(Melloa populifolia Burm.) (Foto 05; Foto 06; Foto 07; Foto 08; Foto 09; Foto 10; Foto

11).

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Foto 05: Bromélia (Aechmea aquilega)

Espécie herbácea terrestre, todavia, também podem ser encontradas nas copas ou troncos de árvores, perene e

de folhagem ornamental. A altura destes indivíduos podem varia entre 30 e 60 cm. Além disso, esta espécie é

nativa do nordete brasileiro. Possui folhas rosuladas e com poucos espinhos. A inflorescência desta espécie é

ereta, em panículas conjestas, disposta sobre escapo floral, flores pequenas envolvidas por bráctes. Esta planta

ornamental é bastante procurada por moradores ou turistas pela beleza. (Coordenadas UTM: 507713 E /

9520363 N – Agosto 2009).

Foto 06: Camará-chumbinho (Lantana camara L.)

Espécie pertencente à Família Verbenaceae também

conhecido como camará-de-cheiro, camará-juba,

chumbinho e capitão-do-campo. Ocorre do norte ao

sul do Brasil e litoral. Hábito arbustivo ou

subarbustivo e podendo chegar até 2 metros de altura.

As flores são dispostas em capítulos axilares ou

terminais com longo pedúnculo, produzem néctar e a

coloração pode variar entre amarelo e laranja-

avermelhado. (Coordenadas UTM: 508382 E /

9520477 N – Agosto 2009).

Foto 07: Urtiga (Urera baccifera)

Espécie comum para região e também conhecida

como erva-de-sabiá. que produz frutos bastante

apreciado por muitas espécies da avifauna.

(Coordenadas UTM: 508382 E / 9520477 N – Agosto

2009).

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Foto 08: Tiririca (Scleria bracteata)

Espécie pertencente a Família Ciperaceae originária do

sul do país e introduzida no Ceará a partir de mudas de

espécies ornamentais que continham suas sementes.

Propaga-se por sementes ou tubérculos, tornando-se

praticamente impossível de erradicá-la. (Coordenadas

UTM: 508382 E / 9520477 N – Agosto 2009).

Foto 09: Camará-de-flecha (Wedelia scaberrima

Benth.)

Espécie pertencente à Família Asteraceae também

conhecida como margaridão, malmequer-do-brejo,

picão-da-praia e camará-de-boi. Ocorre em várzeas

úmidas do nordeste, sudeste e sul do país. Hábito

subarbustivo, caule lenhoso, ereto e ramificado.

Folhas opostas, simples, oval-lanceoladas e suas

flores são amarelas, em capítulos axilares e com

brácteas foliáceas. (Coordenadas UTM: 508390 E /

9520435 N – Agosto 2009).

Foto 10: Orelha-de-onça-rasteira (Hydrocotyle

leucocephala Cham. & Schlecth.)

Espécie pertencente à Família Umbeliferaceae. Planta

anual, quase sempre rasteira. Folíolos ovais ou rômbicos

e verdes. Resistente à seca, forrageira e bastante

recomendada para adubação verde ou cobertura contra

erosão. Ocorre da América Central até Minas Gerais.

(Coordenadas UTM: 507911 E / 9530715 N – Agosto

2009).

Foto 11: Vassuora de Botão (Spermacoce verticillata

L.)

Espécie pertencente à Família Ribiaceae também

conhecida como perpétua-do-mato, erva-de-botão e

vassourinha. Planta comum em pastos, jardins, beira

de estradas e zona litorânea. O hábito desta espécie é

herbáceo, seu caule é em forma de haste ereta que

pode chegar até 60 cm, ramificado, lenhoso na base,

folhas verticiladas, simples, lanceoladas, flores

pequenas, brancas, em capítulo globosos terminais e

axilares e brácteas semelhantes a folhas.

(Coordenadas UTM: 508210 E / 9520226 N – Agosto

2009).

As porções de mata com menor porte, definidas no Mapa de zoneamento

como Zona de Recuperação, encontram-se em significativo processo de

regeneração, segundo o histórico relatado dessa propriedade. A composição

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florística desses trechos é caracterizada por estratificação arbórea em sucessão

secundária, com presença de espécies como o chifre-de-bode (Machaerium

angustifolim), farinha-seca (Banara guianensis Aubl.), lacre-vermelho (Vismia

guaramirangae), lacre-branco (Miconia cecidophora Naudin), a orelha-de-burro

(Clusia nemorosa), espinheiro-preto (Mimosa hostilis Mart.), espinheiro-branco

(Pithecalobium dumosuns), goiabinha (Alseis floribunda) a Canela-de-veado

pequena (Clidemia debilis Crueg.), a guabiraba (Campomanesia aromatica), dentre

outras (Foto 12; Foto 13; Foto 14).

Foto 12: Farinha-seca (Banara guianensis

Aubl.)

Espécie pertencente à Família

Flacourtiaceae bastante comum na região e

utilizada na construção civil. (Coordenadas

UTM: 507900 E / 9520233 N – Agosto

2009).

Foto 13: Guabiraba (Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb.) e

Cipó de fogo (Euphorbia phosphorea Mart.)

A primeira espécie pertence à Família Mirtaceae e muito

procurada pelos artesãos devido a forma do seu tronco. Além

disso, esta espécie possui potencial melífero. A segunda espécie

pertencente à Família Euforbiaceae bastante procurada por

artesãos da região para produção e venda de peças. (Coordenadas

UTM: 508075 E / 9520177 N – Agosto 2009).

Foto 14: Lacre-branco (Miconia cecidophora Naud.)

Espécie da América tropical pertencente à Família Melastomataceae com folhas opostas e flores pequenas. A

espécie também produz frutos pequenos do tipo baga dos quais podem ser extraídos corante. Além disso, esta

espécie possui grande importância ecológica devido pduzir alimento para muitas espécies da avifauna.

(Coordenadas UTM: 508382 E / 9520477 N – Agosto 2009).

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A ocorrência da vegetação pioneira nas bordas da mata, como por exemplo a

gargaúba (Cecropia pachystachya), representa um vestígio de sucessão

intermediária, sugerindo desmatamentos ocorridos outrora nesta propriedade. Além

disso, considerou-se também a ampla distribuição do babaçu (Attalea speciosa)

como bioindicadora da atividade antrópica, pois a penetração de luz no interior do

fragmento vegetal criou condição necessária para o desenvolvimento desta espécie,

fato ocorrido pelos desmatamentos realizados para o plantio de culturas de interesse

econômico (Foto 15).

Foto 15: Vista Geral dos Babaçus (Orbignya martiana)

Ponta da propriedade onde se observa uma maior concentração de

espécimes de babaçu. Espécie importante economicamente em outras

partes do país por conta, principalmente, pela extração do óleo, além de

seus frutos servirem como alimento para muitas espécies locais.

(Coordenadas UTM: 508296 E / 9520666 N – Agosto 2009).

Ainda existem dúvidas quanto à ocorrência do babaçu no maciço de Baturité,

pois alguns especialistas ainda não sabem precisar se essa espécie pode ser

considerada um alóctone. Contudo, verificou-se a presença de outras espécies

exóticas de interesse econômico como a mangueira (Mangifera indica), café

sombreado (Coffea arabica) e bananeira (Musa sp). Observou-se também a

ocorrência de espécies exóticas como o nim-indiano (Azadirachta indica) e a

espada-de-são-jorge (Sansevieria trifasciata), entre outras (Foto 16; Foto 17).

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Foto 16: Espada de São jorge (Sansevieria trifasciata

var. laurentii (De Wild.) N.E.Br)

Espécie pertencente à Família Liliaceae de hábito

herbáceo. Originária da África, caule do tipo rizoma e

a altura médias de suas folhas variam entre 70 e 90 cm.

Sua folhas são espessas e bordas creme-amareladas.

Além disso, possuem manchas verde-clara transversais.

Possuem inflorescências longas, espigas, com flores

pequenas, brancas e de inportância ornamental

secundária. Bastante cultivada em jardins e vasos.

Podem ser mantidas a pleno sol ou a meia-sombra.

Apresenta boa resistência a solos áridos e ao calor

tropical, bem como ao frio. Também multiplica-se por

divisão de touceira. (Coordenadas UTM: 507819 E /

9520035 N – Outubro 2009).

Foto 17: Vista geral da borda da propriedade - Plantio

de bananeiras

Cultura antrópica que possui grande relevância

econômica para o Maciço de Baturité e subsistência de

famílias de baixa renda. Contudo, a exploração desta

cultura vem contribuindo para o desmatamento e,

consequentemente, perda da biodiversidade, bem como

das características naturais do meio ambiente.

(Coordenadas UTM: 507583 E / 9520087 N – Outubro

2009).

Segundo Fernandes (2003), a ocorrência de algumas espécies nesta

propriedade como o limãozinho (Zanthoxylum rhoifolium), amarelão (Buchenavia

capitata), murici-vermelho (Byrsonima sericea), quina-quina (Coutarea hexandra

(Jacq) K. Schum.), ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia), gargaúba (Cecropia

pachystachya) e imbiriba (Xylopia sericea), comuns em outros trechos de Mata

Atlântica do Nordeste como em Pernambuco e Rio Grande do Norte, reforçam a

idéia de que em tempos remotos (Cretáceo) as florestas Atlânticas do Nordeste

formavam um manto continuo, ou tinham conexão florística concreta com a floresta

amazônica. Neste caso, a gargaúba (Cecropia pachystachya), espécie comum da

Mata Atlântica do leste do país também tem ampla ocorrência na propriedade

estudada e finalmente, as espécies em comum com a região amazônica, como é o

caso, por exemplo, da favinha (Stryphnodendron purpureum) e da Paraíba

(Simarouba amara) (Foto 18; Foto 19).

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Foto 18: Murici (Byrsonima sericea DC.) e Quina-quina

(Coutarea hexandra (Jacq) K. Schum.)

Espécies pertencentes às Famílias Malpighiaceae e

Rubiaceae, respectivamente. Sendo a primeira Importante

ecologicamente como produtora de frutos para muitos

animais e a segunda com propriedades medicinais.

(Coordenadas UTM: 508333 E / 9520324 N – Agosto

2009).

Foto 19: Praíba (Simarouba amara Aubl.)

Espécie pertencente à Família Simarubaceae de

porte arbóreo de casca esbranquiçada e meio

esponjosa. Folhas alternas, compostas, com

folíolos luzentes na página superior, flores

esverdeadas e em pequenos cachos. Madeira

branca, porosa e leve. Preferida para forro,

caixotaria e tamancos. Frutos e casca amargo-

tônicos, febrífugos, antielminticos e inseticidas.

(Coordenadas UTM: 508210 E / 9520226 N–

Agosto 2009).

No Maciço de Baturité, a RPPN Sítio Palmeiras, assim como em outros

pontos, é detentora de uma série de espécies que possuem estruturas foliares que

chamam atenção, principalmente, pela coloração e estruturas morfológicas. Por esse

motivo, muitas destas com potencial ornamental estão ficando cada vez mais difíceis

de serem encontradas como a Dicksonia sellowiana Hook., Guzmania monostachia

e Prosthechea fragrans, devido à extração indiscriminada realizada pelos moradores

locais que as comercializam com os turista.

Nas zonas mais conservadas da RPPN, definida no Mapa de zoneamento

como Zona Silvestre, predominam espécies com porte arbóreo com dossel médio

superior a 12 metros de altura. Nestes locais, verificou-se uma baixa luminosidade

em função das grandes copas das árvores e, conseqüentemente, predominando a

ocorrência de espécies ombrófilas. Desta maneira, observou-se a presença de lianas

como o cipó-escada (Bauhinia radiata Vell.), cipó-de-fogo (Euphorbia phosphorea

Mart.), briófitas, orquídeas e bromeliáceas. Para espécies de porte arbóreo destes

locais, desçam-se: Pau-d’arco-amarelo (Tabebuia serratifolia), camunzé

(Pithecolobium polycephalum Benth.), favinha (Stryphnodendron purpureum), lacre-

vermelho (Vismia guaramirangae), ingá (Inga sp.), murici (Byrsonia sericea),

imbiriba (Xylopia sericea), catolé (Syagrus picrophylla) orelhas-de-burro (Clusia

nemorosa), pitiá (Aspidosperma ulei) goiabinha (Alseis floribunda), cajazeira

(Thyrsodium schomburgkianum), maçaranduba (Manilkara rufula), casquinha

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(Amaioua intermedia) gameleira (Ficus guianensis), embira-branca (Daphnopsis

racemosa Griseb.), casca-grossa (Maytenus sp), embiratanha (Pseudobombax

marginatum), paraíba (Simarouba amara), sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia), angico

(Anadenanthera colubrina), jangada (Apeiba tibourbou), espinho-de-judeu (Xylosma

ciliatifolia), sabiá-da-mata (Hyeronima oblonga) (Foto 20; Foto 21;Foto 22; Foto 23;

Foto 24; Foto 25; Foto 26; Foto 27; Foto 28).

Foto 20: Gameleira (Ficus guianensis

Desv. Ex Ham.) e Babaçu (Orbignya

martiana B. Rodr.)

Vista geral da "árvore do abraço"

entrelaçada com uma espécime de

Babaçu (Orbignya martiana B. Rodr.).

(Coordenadas UTM: 507959 E /

9520199 N – Agosto 2009).

Foto 21: Casca-grossa (Maytenus sp)

Espécie pertencente à Família Celastraceae também conhecida como

Bom Nome. Arvoreta de folhas pecioladas, inteiras, coriáceas. Flores

pequenas, brancas e seus frutos são capsulares. (Coordenadas

UTM: 508313 E / 9520304 N – Agosto 2009).

Foto 22: Coco-catolé (Syagrus picrophylla Barb.

Rodr.)

Espécie comum para todo nordeste e norte de Minas

Gerais. Pertencente à Família Arecaceae. Os frutos

produzidos por esta espécie possuem grande

importância ecológica, pois são comestíveis,

procurados por muitas espécies locais. Produz óleo de

boa qualidade para alimentação e perfumaria, além de

serem utilizados no estado natural como tônico para os

cabelos. Esta espécie ocorre em toda região

nordestina, tabuleiros e regiões serranas. Bastante

conhecido no Ceará como Coco-babão.

(Coordenadas UTM: 508200 E / 9520206 N – Agosto

2009).

Foto 23: Pitiá (Aspidosperma ulei Markgr.)

Espécie pertencente à Família Apocinaceae também

conhecida como Piquiá, possui casca áspera e

acinzentada. Folhas alternas, pecioladas, lanceoladas e

glabras. Flores alvas, pequenas e agrupadas em

panículas multifloras terminais. Frutos capsulares,

coriáceos, sementes achatadas e aladas. A madeira é

bastante utilizada na carpintaria e também ocorre em

tabuleiros litorâneos. A palavra indígena "Pi-quiá"

significa pelo ou casca suja. (Coordenadas UTM:

508006 E / 9520208 N – Agosto 2009).

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Foto 24: Camunzé (Pithecolobium polycephalum Benth.)

- Imbiriba (Xylopia sericea) - Gargaúba (Cecropia

palmata Willd.)

O camunzé pertence à Família das leguminosas

Mimosoídeas, árvore espessa, casca branco-acizentada,

quase lisa. Flores amarelo-pálidas, dispostas em capítulo.

Espécie aproveitada para o sombreamento do cafezal,

apesar da folhagem decídua. Madeira de cerne

avermelhado e bastante utilizada na carpintaria.

Conhecida na Paraíba e Pernambuco como Canzenzé e

Camondongo. A Imbiriba é uma espécie pertencente à

Família Annonaceae bastante usa na construção civil. A

gargaúba é outra espécie também conhecido como

"Torém" e pertencente à Família Cecropiaceae . Podem

atingir mais de 10 metros de altura, pouco ramificada e

com ramos alternos, caule cheio de cicatrizes anelares,

divididos em câmaras, onde vivem formigas do gênero

Azteca sempre dispostas a atacar quando se sentem

ameaçadas, Flores dióicas, agrupadas em densas espigas

no ápice do pedúnculo axilar. Furtos na forma de drupa,

pequenos e comestíveis. Comum para o norte e nordeste

do Brasil. Folhas lisas na página superior e coloração

esbranquiçada na página inferior. Por isso também

chamada de Imbaúba branca. (Coordenadas UTM:

507900 E / 9520233 N – Agosto 2009).

Foto 25: Maçaranduba (Manilkara rufula (Miq.) H. J. Lam.)

Espécie de porte arbóreo pertencente à Família Sapotaceae, possui madeira bastante dura, avermelhada,

excelente para contrução civil, naval e resiste bem à umidade. Casca adstringente . Algumas espécies

produzem uma goma e resinas de importância comercial. Folhas curtas, pecioladas, elípticas, com tamanho

variando de 24 - 90 mm de comprimento, coriáceas, espessas e duras. Os frutos maduros são vermelho-

alaranjados. Ocorrem nas serras do nordeste (Piauí à Bahia). Seu leite extraído serve como visgo para

captura de aves silvestres. (Coordenadas UTM: 507821 E / 9520196 N – Agosto 2009).

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52

Foto 26: Casquinha (Amaioua intermedia Mart.) e Pau-d'árco amarelo (Tabebuia serratifolia (Vahl.) G.

Nicholson)

A "Casquinha" ou "Casquim" é uma espécie pertencente à Família Rubiaceae bastante comum para região,

todavia pouco utilizada na construção civil devido sua resistência. Existem indivíduos representantes desta

espécies que podem chegar a uma altura superior a 20 metros de altura. O "Pau-d'árco amarelo" ou "Ipê

amarelo" pertence à Família Bignoniaceae. Há representantes com altua superior a 15 metros. A casca é

parda, sua copa é alongada e irregular. As folhas são opostas, digitadas com 5 folíolos. As flores são

afunilado-campanuladas, com 5 a 6 cm de comprimento. Madeira dura, cerne cinza-claro, flexível o

suficiente para que os índios fizessem arcos. Crescem em altos de serras, porém também ocorrem em zonas

mais áridas. (Coordenadas UTM: 507670 E / 9520359 N – Agosto 2009).

Foto 27: Sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia Benth.)

Espécie pertencente a Família Fabaceae Mimosoideae. Possui porte arbóreo, caule pouco

espinhoso, revestido com uma casca grossa, pardacenta e fendida longitudinalmente.

Folhas bipinadas, folíolos elíticos e ovais. As flores são brancas, pequenas e em capítulo.

Espécie comum em todo Ceará e cresce preferencialmente em solos profundos e excelente

para reflorestamento pelo seu rápido crescimento. Madeira bastante procurada para

construção civil, estacas, lenha etc. Sua folhas também são forraginosas. (Coordenadas

UTM: 507988 E / 9520351 N – Outubro 2009).

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O Quadro 6 apresenta a lista das principais espécies da cobertura vegetal do

Sitio Palmeiras.

As espécies ameaçadas de extinção, Aroeira (Myracrodruon urundeuva -

Portaria Nº 37-N, de 3 de abril de 1.992) e de interesse econômico, Cedro (Cedrela

odorata Linn.), registradas para o Maciço de Baturité, são espécies arbóreas que

ainda ocorrem no interior da RPPN Sítio Palmeiras. Fato que corrobora com a

necessidade de se preservar esta UC e organizar campanhas de reflorestamento

com espécies nativas e que estão em processo de extinção a fim de contribuir para

manutenção destas espécies e dispersão por todo esse ecossistema (Foto 29; Foto

30).

Foto 28: Aroeira (Myracrodruon

urundeuva)

Espécie em extinção observada na

propriedade, todavia com poucos

representantes. Árvore bastante

procurada em todo nordeste devido suas

propriedades naturais como sua

densidade da madeira e propriedades

medicinais. (Coordenadas UTM:

507951 E / 9520470 N – Agosto 2009).

Foto 29: Cedro (Cedrela odorata Linn.)

Espécie pertencente à Família Meliaceae. Árvore de porte nobre,

casca fendida e rugosa. Possui folhas alternas, pinadas, 10 a 16

folíolos opostos. Flores brancas e dispostas em panículas. O cerne

tem as mesmas aplicações do que se segue, sendo a sua madeira rica

de vasos cheios de matéria resinosa. Esta espécie também é

conhecida como Cedro Cheiroso (Bahia) e Cedro Rosa (Rio e São

Paulo). Mandeira nobre e bastante procurada por lenhadores e

madeireiros. Excelente para utilização na construção civil.

(Coordenadas UTM: 507947 E / 9520049 N – Outubro 2009).

1.6.1. Levantamento Fitossociológico de Campo

Para o estudo fitossociológico realizado na RPPN Sítio Palmeiras foram

delimitadas cinco parcelas amostrais distribuídas na UC (MAPA 06) visando obter

algumas informações sobre a estrutura da vegetação e qual seu estado atual de

regeneração.

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Vale salientar que a distribuição destas áreas amostrais se baseou em

imagens antigas e atuais da propriedade de forma a realizar uma comparação da

estrutura do fragmento florestal, bem como das espécies existentes (Foto 31)

contribuindo, juntamente com as informações levantadas nos diagnósticos de fauna,

para a delimitação das zonas no Mapa de Zoneamento (Mapa 07), onde as áreas

mais conservadas e com maior ocorrências de registros de animais, foram

nomeadas como Zona Silvestre e Zona de Proteção.

Foto 30: Vista Geral da Parcela 1

Vista geral da metodologia aplicada para o levantamento de dados para o estudo fitossociológico. As fotos da

esquerda para direita representam, respectivamente, a demarcação da parcela, identificação da espécie pelo

número do indivíduo, medição da Circunferência na Altura do Peito (CAP) e medição da altura da espécie

(Coordenadas UTM: 508010 E / 9520400 N – Outubro 2009).

O fragmento vegetal referente à parcela 1, apresentado na Foto 32, sugere

que a cobertura vegetal é definida como secundária aberta e em estádio

intermediário de regeneração devido algumas características apontadas pela

Resolução CONAMA 25 de 7 de dezembro de 1994. Contudo, este fragmento

vegetal ainda conserva algumas espécies heliófilas, presença de lianas, epífitas,

líquens, trepadeiras de porte herbáceo, pouca variedade de espécies no local e

presença de espécies pioneiras.

Foto 31: Vista Geral da

Parcela 1 Ponto em estágio

intermediário de regeneração

Dossel inferior a 20 metros de

altura e predominando

indivíduos com porte

arbustivo-arbóreo. O ponto

possui um estrato herbáceo

bem definido e com muitas

espécies heliófilas, além da

presença de lianas. Local

anteriormente utilizado para o

plantio de roça e cana-de-

açúcar. (Coordenadas UTM:

508010 E / 9520400 N –

Outubro 2009).

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Além do tipo e variedade de espécies vegetais existentes em um ponto,

entende-se que o diâmetro na altura do peito (DAP) médio e a altura das espécies

são parâmetros fundamentais para se saber o tipo de fragmento florestal, bem como

seu estádio de regeneração. Assim, dentre os dados que levaram a definir este

fragmento secundário em estádio intermediário de regeneração foi o DAP médio de

8,98 cm e altura média de 10,7 m. Vale salientar que um fragmento vegetal em

estádio médio de regeneração possui 5 cm < DAP médio ≤ 14 cm, enquanto a 4 m <

Altura média ≤ 10 m .

O fragmento florestal amostrado nesta parcela 1, também possui outras

peculiaridades que o definem como uma cobertura que está em estádio

intermediário de regeneração como a presença de trepadeiras lenhosas, observa-se

in loco a existência de serrapilheira, subosque bem definido. Contudo, a ocorrência

do amarelão (Buchenavia capitata) indica que este fragmento vegetal encontra-se

em condições adequadas de regeneração.

O gráfico gerado a partir dos dados coletados das alturas dos indivíduos

amostrados na parcela 1 apresenta um dossel médio de 10,7 metros. Todavia,

verifica-se que nesta parcela existem espécies arbóreas com porte arbustivo como a

goiabinha (Alseis floribunda) e a canafístula (Cassia sp). A exemplo das espécies

emergentes, destaca-se a favinha (Stryphnodendron purpureum) com 17 metros de

altura (Gráfico 02).

Gráfico 02: Altura (m) dos Indivíduos Amostrados – Parecela 1 RPPN Sítio Palmeiras

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O quadro 2 apresenta o resumo da análise fitossociológica a partir dos dados

levantados e verificou-se que para as 39 plantas amostradas na parcela 1, ganham

destaque a favinha (Stryphnodendron purpureum), goiabinha (Alseis floribunda) e a

orelha-de-burro (Clusia nemorosa) devido o número de indivíduos da espécie (Ni),

densidade relativa da espécie (Dri), dominância absoluta da espécie (DoAi) e o

Índice de valor de importância (IVI).

Quadro 02: Dados fitossociológicos da parcela 1 – RPPN Sítio Palmeiras

Legenda como os significados das siglas do Quadro 02: Dt= Densidade Total; Ni= Número de Indivíduos da Espécie; Daí= Densidade por Área da Espécie; Dri= Densidade Relativa da Espécie; Dot= Dominância Total; Abi= Área Basal da Espécie; DoAi= Dominância Absoluta da Especíe; DoRi= Dominância Relativa da Espécie; Fri= Frequência Relativa da Espécie; IVI= Indice de Valor portância da Espécie.

Os dados apresentados no quadro acima revelam que existe um número

bastante limitado de espécies arbóreas neste ponto, devido, sobretudo, ao histórico

de degradação ambiental da área em função das atividades agrícolas da

propriedade. Além disso, verifica-se que as espécies de importância local devido as

características de sua madeira estão apenas representadas por pouco indivíduos

como a embira-branca (Daphnopsis racemosa Griseb.) e o amarelão (Buchenavia

capitata). Vale salientar que, apesar dos valores de Ni e Dri da orelha-de-burro

serem menores que da unha-de-sangue, os valores de DoAi e IVI apontam a

importância desta espécie para área amostrada.

Parcela

1

Espécie

Dt

(ind/ha) Ni

Daí

(esp/ha)

Dri

(%)

Dot

(m2/ha)

Abi

(cm2)

DoAi

(m2/ha)

DoRi

(%)

Fri

(%) IVI

Amarelão 2 200 5,13 276,19 2,76 7,50 1,82 14,45

Canafístula 2 200 5,13 94,98 0,95 2,58 1,82 9,53

Casquinha 1 100 2,56 38,54 0,39 1,05 1,82 5,43

Embira-

branca 2 200 5,13 127,15 1,27 3,45 3,64 12,22

Favinha 1 100 2,56 844,67 8,45 22,94 5,45 30,96

Goiabinha 22 2200 56,41 1066,56 10,67 28,97 5,45 90,83

João-mole 1 100 2,56 249,68 2,50 6,78 7,27 16,62

Unha-de-

sangue 5 500 12,82 206,13 2,06 5,60 1,82 20,24

Orelha-de-

burro 3 300 7,69 777,79 7,78 21,13 5,45 34,27

Total 9 3900 39 3900 100,00 36,82 3681,70 36,82 100,00 34,54 234,54

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O fragmento vegetal da parcela 2, apresentado na Foto 33, sugere que a

cobertura vegetal deste ponto é definida como secundária e em estádio

intermediário de regeneração segundo a Resolução CONAMA 25 de 7 de dezembro

de 1994. Este fragmento vegetal já possui algumas características de uma

vegetação em estádio médio de regeneração bem definidas como, por exemplo:

Ambiente com fisionomia arbustivo-arbórea fechada, subosque bem definido,

presença de espécies heliófilas, presença de lianas, epífitas, líquens, trepadeiras de

porte lenhoso, porém, predominantemente espécies ombrófilas. O número de

espécies desta parcela é superior ao levantado para parcela 1, sugerindo uma

melhor conservação do local nesta propriedade.

Foto 32: Vista Geral da Vegetação Inserida na Parcela 2

Ponto em estágio intermediário de regeneração. Predominância de indivíduos com porte arbóreo. Local

bastante utilizado para o plantio de café. (Coordenadas UTM: 507809 E / 9520219 N – Outubro 2009).

A parcela 2 possui o mesmo número de espécies da parcela 1, todavia, sabe-

se que o diâmetro na altura do peito (DAP) médio e a altura das espécies são

parâmetros importantes para caracterização da cobertura vegetal. Então, os dados

que levaram a definir este fragmento secundário em estádio intermediário de

regeneração foi o DAP médio de 17,92 cm e altura média de 12,7 m.

O gráfico produzido a partir dos dados levantados das alturas dos indivíduos

amostrados na parcela 2 apresenta um dossel médio de 12,7 metros. Contudo,

verifica-se que nesta parcela amostral existem espécies arbóreas com porte

arbustivo de aproximadamente 6 metros (João-mole - Guapira opposita (Vell.) Reitz

e orelha-de-burro - Clusia nemorosa) e espécies emergentes como, por exemplo, a

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guabiraba (Campomanesia aromatica),e o rabujo (Platymiscium piliferum), ambas

com 25 metros de altura (Gráfico 03).

Gráfico 03: Altura (m) dos Indivíduos Amostrados – Parecela 2 RPPN Sitio Palmeiras

O quadro 2 resume a análise fitossociológica a partir dos dados levantados

em campo e os resultados apresentaram que para as 19 plantas amostradas na

parcela 2, ganham destaque a guabiraba (Campomanesia aromatica), o pau-d’arco-

amarelo (Tabebuia serratifolia) e o rabujo (Platymiscium piliferum) devido o número

de indivíduos da espécie (Ni), densidade relativa da espécie (Dri), dominância

absoluta da espécie (DoAi) e o Índice de valor de importância (IVI).

Quadro 03: Dados fitossociológicos da parcela 2 – RPPN Sítio Palmeiras

Parcela

2

Espécie

Dt

(ind/ha) Ni

Daí

(esp/ha)

Dri

(%)

Dot

(m2/ha)

Abi

(cm2)

DoAi

(m2/ha)

DoRi

(%)

Fri

(%) IVI

Goiabinha 1 100 5,26 147,21 1,47 1,81 5,45 12,53

Guabiraba 5 500 26,32 1833,28 18,33 22,60 7,27 56,18

João-mole 1 100 5,26 71,66 0,72 0,88 7,27 13,42

Maçaranduba 3 300 15,79 447,37 4,47 5,51 1,82 23,12

Pau-d'árco-

amarelo 1 100 5,26 2438,30 24,38 30,05 3,64 38,96

Pitiá 1 100 5,26 35,11 0,35 0,43 1,82 7,52

Rabujo 2 200 10,53 2565,13 25,65 31,62 1,82 43,96

Quina-quina 2 200 10,53 99,52 1,00 1,23 3,64 15,39

Orelha-de-

burro 3 300 15,79 475,24 4,75 5,86 5,45 27,10

Total 9 1900 19 1900 100,00 80,63 8112,82 81,13 100,00 38,18 238,18

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Legenda como os significados das siglas do Quadro 03: Dt= Densidade Total; Ni= Número de Indivíduos da Espécie; Daí= Densidade por Área da Espécie; Dri= Densidade Relativa da Espécie; Dot= Dominância Total; Abi= Área Basal da Espécie; DoAi= Dominância Absoluta da Especíe; DoRi= Dominância Relativa da Espécie; Fri= Frequência Relativa da Espécie; IVI= Indice de Valor portância da Espécie.

Os dados apresentados no quadro acima revelam que, apesar de não existir

um número significativo de espécies arbóreas nesta parcela amostral em função do

histórico exploratório da área para as atividades agrícolas, observa-se que as

espécies de importância local devido as características de sua madeira estão

apenas representadas por pouco indivíduos como a maçaranduba (Manilkara rufula),

pitiá (Aspidosperma ulei) e o pau-d’arco-amarelo (Tabebuia serratifolia).

O fragmento vegetal da parcela 3 apresentado na Foto 34 sugere que a

cobertura vegetal é definida como secundária e em estádio intermediário de

regeneração devido algumas características apontadas pela Resolução CONAMA 25

de 7 de dezembro de 1994. Contudo, este fragmento vegetal possui algumas

características de uma vegetação em estádio avançado de regeneração como de um

ambiente com fisionomia predominantemente arbórea formando dossel contínuo e

uniforme no porte, além de apresentar árvores emergentes. Apresenta copas

horizontalmente amplas, o ponto apresenta um grande número de epífitas e o

subosque é menos expressivo que no estádio médio de regeneração, porém com a

presença, predominantemente, de espécies ombrófilas.

Foto 33: Vista geral da vegetação inserida na Parcela 3

Vista geral do fragmento vegetal em estágio intermediário de regeneração. Verifica-se que o ponto é bastante

sombreado em função das grandes copas das árvores, favorecendo a instalação de espécies ombrófilas. Grande

número de epífitas. Ponto bastante visitado por espécies pertencentes à mastofauna e avifauna. (Coordenadas

UTM: 507720 E / 9520543 N. – Outubro 2009).

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Dentre os parâmetros fitossociológicos destacados neste estudo, verificou- se

que o DAP médio de 11,02 cm e altura média de 10,03 m. Desta maneira, entende-

se que os dados levaram a definir este fragmento secundário como de estádio

intermediário de regeneração.

O gráfico gerado a partir dos dados coletados das alturas dos indivíduos

amostrados na parcela 3 apresenta um dossel médio de 10 metros. No entanto,

observa-se que nesta parcela existem espécies arbóreas com porte arbustivo como

a guabiraba (Campomanesia aromatica), joão-mole (Guapira opposita) e lacre-

branco (Miconia cecidophora Naudin), ambas com aproximadamente 4 metros de

altura e espécies emergentes como, por exemplo, o sabiá (Mimosa

caesalpiniaefolia), (20 metros), favinha (Stryphnodendron purpureum), (20 metros) e

folha-miúda (Myrtaceae sp) (25 metros) (Gráfico 04).

Gráfico 04: Altura (m) dos Indivíduos Amostrados – Parecela 3 RPPN Sítio Palmeiras

O quadro 3 apresenta a análise fitossociológica a partir dos dados coletados

em campo e constatou-se que para as 34 plantas amostradas na parcela 3, ganham

destaque o espinho-branco (Guettarda angelica), folha-miúda (Myrtaceae sp) e

sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia) pelos dados apresentados para o número de

indivíduos da espécie (Ni), densidade relativa da espécie (Dri), dominância absoluta

da espécie (DoAi) e o Índice de valor de importância (IVI).

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Quadro 04: Dados fitossociológicos da parcela 3 – RPPN Sítio Palmeiras

Legenda como os significados das siglas do Quadro 04: Dt= Densidade Total; Ni= Número de Indivíduos da Espécie; Daí= Densidade por Área da Espécie; Dri= Densidade Relativa da Espécie; Dot= Dominância Total; Abi= Área Basal da Espécie; DoAi= Dominância Absoluta da Especíe; DoRi= Dominância Relativa da Espécie; Fri= Frequência Relativa da Espécie; IVI= Indice de Valor portância da Espécie.

Os dados apresentados no quadro 3 para o número de espécies maior que as

parcelas 1 e 2, porém, também revelam que o número de espécies arbóreas

apresentado também é considerado limitado devido ao histórico de exploração do

solo para desempenho das atividades agrícolas da propriedade.

O fragmento florestal da parcela 4 apresentado na Foto 35 aponta que a

cobertura vegetal é definida como secundária e em estádio intermediário de

regeneração. Dentre as características indicadas para o local, destacam-se:

vegetação com fisionomia arbustiva-arbórea aberta, com a ocorrência de lianas,

epífitas, líquens e trepadeiras de porte lenhoso.

Parcela

3

Espécie

Dt

(ind/ha) Ni

Daí

(esp/ha)

Dri

(%)

Dot

(m2/ha)

Abi

(cm2)

DoAi

(m2/ha)

DoRi

(%)

Fri

(%) IVI

Camunzé 1 100 2,94 81,53 0,82 1,61 1,82 6,37

Espinheiro-

preto 3 300 8,82 260,51 2,61 5,13 3,64 17,59

Espinho-

branco 5 500 14,71 150,16 1,50 2,96 3,64 21,30

Favinha 1 100 2,94 207,09 2,07 4,08 5,45 12,47

Farinha-

seca 1 100 2,94 326,11 3,26 6,42 1,82 11,18

Folha-

miúda 8 800 23,53 861,54 8,62 16,96 5,45 45,94

Gargaúba 1 100 2,94 258,68 2,59 5,09 1,82 9,85

Guabiraba 1 100 2,94 13,46 0,13 0,27 7,27 10,48

Ingazeira 1 100 2,94 103,18 1,03 2,03 3,64 8,61

João-mole 3 300 8,82 61,15 0,61 1,20 7,27 17,30

Lacre-

branco 1 100 2,94 25,80 0,26 0,51 1,82 5,27

Mangueira 1 100 2,94 346,82 3,47 6,83 1,82 11,59

Minhum 2 200 5,88 522,69 5,23 10,29 1,82 17,99

Quina-

quina 2 200 5,88 49,12 0,49 0,97 3,64 10,49

Sabiá 3 300 8,82 1811,23 18,11 35,66 3,64 48,12

Total 15 3400 34 3400 100,00 50,79 5079,07 50,79 100,00 54,56 254,56

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63

Foto 34: Vista geral do fragmento vegetal da Parcela 4

Observa-se que a cobertura vegetal encontra-se em um estágio intermediário de regeneração e existe um

espaçamento entre as copas das árvores, o que favorece a penetração de bastante luz neste ponto e instalação de

espécies heliófilas. (Coordenadas UTM: 507876 E / 9520548 N. – Outubro 2009).

Os dados referentes ao DAP médio e altura média são, respectivamente, 7,01

centímetros e 11,35 metros. Assim, esses dados indicam que este fragmento

secundário enquadra-se como sendo de estádio intermediário de regeneração. Além

disso, verificou-se que a parcela 4 possui três espécies a menos que a parcela 3 e

três a mais que as parcelas 1 e 2.

O fragmento florestal amostrado nesta UC também possui outras

peculiaridades que o definem como uma cobertura que está em estádio

intermediário de regeneração como a presença de trepadeiras lenhosas, observa-se

in loco a existência de serrapilheira, subosque bem definido e com predominância de

espécies ombrófilas.

O gráfico referente às alturas dos indivíduos amostrados na parcela 4

apresenta um dossel médio de 11 metros. Todavia, verifica-se que nesta parcela

existem espécies arbóreas com porte arbustivo como o chifre-de-bode (Machaerium

angustifolim) e o espinheiro-preto (Mimosa hostilis) com 4 m de altura. Além disso,

verificou-se que algumas espécies emergentes como, por exemplo, a sabiá (Mimosa

caesalpiniaefolia), e a favinha (Stryphnodendron purpureum) alcançaram 25 e 28

metros de altura, respectivamente (Gráfico 05).

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Gráfico 05: Altura (m) dos Indivíduos Amostrados – Parecela 4 RPPN Sítio Palmeiras

O quadro 4 apresenta o resumo da análise fitossociológica a partir dos dados

levantados e verificou-se que para os 52 indivíduos amostrados na parcela 4,

ganham destaque a favinha (Stryphnodendron purpureum),, ingazeira (Inga sp) e

sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia) devido o número de indivíduos da espécie (Ni),

densidade relativa da espécie (Dri), dominância absoluta da espécie (DoAi) e o

Índice de valor de importância (IVI).

Quadro 05: Dados fitossociológicos da parcela 4 – RPPN Sítio Palmeiras

Legenda como os significados das siglas do Quadro 05:

Parcela

4

Espécie

Dt

(ind/ha) Ni

Daí

(esp/ha)

Dri

(%)

Dot

(m2/ha)

Abi

(cm2)

DoAi

(m2/ha)

DoRi

(%)

Fri

(%) IVI

Chifre-de-

bode 1 100 1,92 23,01 0,23 0,42 3,64 5,99

Espinho-

branco 1 100 1,92 20,38 0,20 0,38 3,64 5,94

Espinheiro-

preto 3 300 5,77 57,64 0,58 1,06 3,64 10,47

Favinha 8 800 15,38 1026,59 10,27 18,93 5,45 39,76

Folha-

miúda 1 100 1,92 15,61 0,16 0,29 5,45 7,66

Guabiraba 1 100 1,92 13,46 0,13 0,25 7,27 9,44

Ingazeira 4 400 7,69 106,53 1,07 1,96 3,64 13,30

Jangada 1 100 1,92 11,46 0,11 0,21 1,82 3,95

Lacre-

vermelho 2 200 3,85 41,40 0,41 0,76 3,64 8,25

Laranjeira 1 100 1,92 25,80 0,26 0,48 1,82 4,22

Pitombeira 2 200 3,85 45,30 0,45 0,84 1,82 6,50

Sabiá 27 2700 51,92 4037,26 40,37 74,43 3,64 129,99

Total 12 5200 52 5200 100,00 54,24 5424,45 54,24 100,00 45,47 245,47

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Dt= Densidade Total; Ni= Número de Indivíduos da Espécie; Daí= Densidade por Área da Espécie; Dri= Densidade Relativa da Espécie; Dot= Dominância Total; Abi= Área Basal da Espécie; DoAi= Dominância Absoluta da Especíe; DoRi= Dominância Relativa da Espécie; Fri= Frequência Relativa da Espécie; IVI= Indice de Valor portância da Espécie.

Os dados apresentados no quadro acima revelam que existe um número

bastante limitado de espécies arbóreas na parcela 4 por conta das atividades

antrópicas ocorridas há décadas. Além disso, o inventário florístico aponta algumas

espécies que ainda são procuradas por lenhadores e moradores do entorno para

suas atividades domésticas das quais ganham destaque a avinha (Stryphnodendron

purpureum), folha-miúda (Myrtaceae sp), embira-branca (Daphnopsis racemosa

Griseb.), sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia) e lacre-vermelho (Vismia guaramirangae).

A cobertura vegetal da parcela 5, apresentada na Figura 36, indica que a

cobertura vegetal é caracterizada como secundária e em estádio intermediário de

regeneração. O referente fragmento é detentor de algumas características peculiares

como uma fisionomia arbustiva-arbórea fechada, com espécies predominantemente

ombrófilas, presença de lianas, epífitas, líquens e trepadeiras de porte lenhoso.

O DAP médio e altura média para esta parcela foram, respectivamente, 12,90

centímetros e 6,73 metros. Assim, esses dados levaram a definir este fragmento

secundário em estádio intermediário de regeneração.

Foto 35: Vista geral do fragmento vegetal da parcela 5

Neste ponto, observa-se que a cobertura vegetal está em estágio intermediário de regeneração e bastante

sombreado em função das grandes copas. Verifica-se a presença no estrato herbáceo de espécies adaptadas a

pouca luminosidade. (Coordenadas UTM: 507904 E / 9519984 N. – Outubro 2009).

O gráfico gerado a partir dos dados coletados das alturas dos indivíduos

amostrados na parcela 5 apresenta um dossel médio de 6,73 metros. Entretanto,

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66

observa-se que nesta parcela existem espécies arbóreas com porte arbustivo como

a goiabinha (Alseis floribunda) alcançando 3 metros de altura, e espécies

emergentes com 12 metros, como o pau-d’árco-amarelo (Tabebuia serratifolia)

(Gráfico 06).

Gráfico 06: Altura (m) dos Indivíduos Amostrados – Parecela 5 RPPN Sítio Palmeiras

O quadro 5 apresenta o resumo da análise fitossociológica a partir dos dados

levantados e verificou-se que para as 33 plantas amostradas na parcela 5,

destacam-se o goiabinha (Alseis floribunda), murici-da-serra (Byrsonia sericea) e a

orelha-de-burro (Clusia nemorosa) pelo número de indivíduos da espécie (Ni),

densidade relativa da espécie (Dri), dominância absoluta da espécie (DoAi) e o

Índice de valor de importância (IVI).

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Quadro 06: Dados fitossociológicos da parcela 5 – RPPN Sítio Palmeiras

Legenda como so significados das siglas do Quadro 06: Dt= Densidade Total; Ni= Número de Indivíduos da Espécie; Daí= Densidade por Área da Espécie; Dri= Densidade Relativa da Espécie; Dot= Dominância Total; Abi= Área Basal da Espécie; DoAi= Dominância Absoluta da Especíe; DoRi= Dominância Relativa da Espécie; Fri= Frequência Relativa da Espécie; IVI= Indice de Valor portância da Espécie.

Os dados apresentados no quadro acima revelam que o número de espécies

arbóreas neste ponto não é tão expressivo devido à exploração da terra em outras

épocas para o plantio de culturas de importância econômica como o café e a cana-

de-açúcar. No entanto, verifica-se algumas espécies de importância local devido as

características das madeiras, seja para construção civil, fabricação de móveis ou

fabricação de lenha. Assim, destacam-se alguns representantes como a embira-

branca (Daphnopsis racemosa, folha-miúda (Myrtaceae sp), murici-da-serra

(Byrsonia sericea) e pau-d’arco-amarelo (Tabebuia serratifolia).

Então, com base nos dados analisados em cada parcela amostral foi possível

comparar as comunidades usando o Índice de similaridade. Neste estudo, adotou-se

o Índice de Similaridade de Sorenson a fim de se realizar uma comparação entre as

áreas, que varia de 0 (nenhuma similaridade) a 100 (comunidades totalmente

similares). Vale salientar que ambos os Índices de Sorenson e Jacart fazem uma

comparação entre duas comunidades.

Parcela

5

Espécie

Dt

(ind/ha) Ni

Daí

(esp/ha)

Dri

(%)

Dot

(m2/ha)

Abi

(cm2)

DoAi

(m2/ha)

DoRi

(%)

Fri

(%) IVI

Chifre-de-

bode 2 200 6,06 409,24 4,09 6,23 3,64 15,93

Embira-

branca 1 100 3,03 23,01 0,23 0,35 3,64 7,02

Folha-

miúda 2 200 6,06 48,81 0,49 0,74 5,45 12,25

Goiabinha 8 800 24,24 948,41 9,48 14,43 5,45 44,12

Guabiraba 1 100 3,03 11,46 0,11 0,17 7,27 10,47

João-mole 3 300 9,09 164,49 1,64 2,50 7,27 18,86

Lacre-

vermelho 2 200 6,06 49,76 0,50 0,76 3,64 10,46

Murici-

da-serra 2 200 6,06 1178,34 11,78 17,92 1,82 25,81

Pau-

d'árco-

amarelo 1 100 3,03 258,68 2,59 3,94 3,64 10,61

Orelha-

de-burro 11 1100 33,33 3481,61 34,82 52,96 5,45 91,75

Total 10 3300 33 3300 100,00 65,74 6573,80 65,74 100,00 47,27 247,27

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68

O estudo comparativo foi conduzido de maneira a comparar as parcelas que

continham mais e menos espécies (P1/P3); as duas parcelas que continham mais

indivíduos (P1/P4) e as duas parcelas que continham o maior número de espécies

em comum (P3/P4).

Assim, os resultados encontrados para as respectivas análises revelaram que

a similaridade entre as parcelas 1 e parcela 3 foi de 16,67%, enquanto a análise

entre a parcela 1 e parcela 4 apresentou uma similaridade de 9,52. Porém, verificou-

se que as comunidades que possuíam maior similaridade, 51,85%, pertencem às

parcelas amostrais 3 e 4.

Então, mesmo sabendo que todas as parcelas amostrais encontram-se

classificadas como vegetação secundária em estádio médio ou intermediário de

regeneração, baseado na Resolução CONAMA no 25 de 7 de dezembro de 1994,

entende-se que as parcelas comparadas com maior índice de similaridade estão em

um estádio melhor de conservação em relação às outras comparações. Todavia,

vale destacar que, apoiado nos resultados encontrados no estudo fitossociológico,

as áreas onde foram feitas as parcelas 3 e 4 estão em estádio médio de

regeneração.

O estudo fitossociológico realizado na RPPN Sítio Palmeiras teve como

objetivo principal conhecer a estrutura do fragmento vegetal, as espécies que

ocorrem nesta propriedade, estádio de regeneração e como esse processo de

recuperação vem ocorrendo desde os últimos registros na década de 80. Desta

forma, faz-se necessário que os esforços amostrais sejam intensificados e

periódicos a fim de se acompanhar melhor o modo e velocidade de recuperação da

cobertura vegetal desta unidade de conservação.

1.7. Fauna

1.7.1. Mastofauna

Os levantamentos para a caracterização da mastofauna da RPPN Sítio

Palmeiras compreenderam os grupos de mamíferos voadores e não voadores

conforme disposto nos itens a seguir.

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69

1.7.1.1. Mamíferos Não Voadores

Riqueza de espécies

No inventário de mamíferos não voadores foi utilizado o método de censo

visual onde as trilhas existentes na RPPN foram percorridas em busca de encontros

e visualizações dos exemplares. Para o complemento do inventário de mamíferos de

hábitos crípticos e/ou raros, foram feitos registros de pegadas e rastros deixados.

Adicionalmente aos métodos de busca, entrevistas informais foram feitas com

funcionários da área de estudo a fim de se obter informações sobre a ocorrência de

mais espécies não registradas por outros métodos.

O inventário de mamíferos não voadores contou com treze espécies

pertencentes a seis Famílias, verificadas através de visualizações, registros de

rastros e entrevistas. Uma espécie registrada no entorno da RPPN, foi adicionada às

análises, tendo em vista as áreas estarem conectadas.

Foto 36: Pegada de veado-catingueiro (Mazama

gouazoubira) na área da RPPN Sítio Palmeiras,

indicada pela seta

Foto: Fabio Nunes.

Foto 37: Toca de tatu-peba (Euphractus sexcinctus)

na área da RPPN Sítio Palmeiras. Seta vermelha

indicativa

Foto: Fabio Nunes.

Foto 38: Sagui-de-tufos-branco (Callithrix jacchus) visualizados na área de estudo e no seu entorno

Foto: M. Luna

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70

Tabela 01: Lista das espécies de mamíferos não voadores registradas para o Sítio Palmeiras,

Baturité, Ceará.

A forma de registro e o nome popular estão assinalados na tabela.

Ordem/Espécie Nome Popular Visualização Rastros Entrevista

ARTIODACTYLA

Cervidae

Mazama gouazoubira Veado-catingueiro X

CARNIVORA

Canidae

Cerdocyon thous Raposinha X

Felidae

Leopardus tigrinus Gato-do-mato-

pequeno

X

Puma yagouaroundi Gato-mourisco X

Procyonidae

Procyon cancrivorus Guaxinim X X

CINGULATA

Dasypodidade

Dasypus novemcinctus Tatu-galinha X

PILOSA

Euphractus sexcinctus Tatu-peba X

Myrmecophagidae

Tamandua tetradactyla Tamanduá-mirim X

DIDELPHIMORPHIA

Didelphidae

Didelphis albiventris Cassaco X

PRIMATES

Callitrichidae

Callithrix jacchus Sagui, Soim X

RODENTIA

Caviidae

Kerodon rupestris Mocó X

Cuniculidae

Cuniculus paca Paca X

Erethizontidae

Coendou prehensilis Coandú, Quandú X

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Tabela 02: Lista das espécies de mamíferos não voadores registradas para o entorno do Sítio

Palmeiras, Baturité, Ceará.

A forma de registro e o nome popular estão assinalados na tabela.

Espécie Nome Popular Visualização Rastros Entrevista

ARTIODACTYLA

Cervidae

Mazama americana Veado-mateiro X

Mazama gouazoubira Veado-catingueiro X

CARNIVORA

Canidae

Cerdocyon thous Raposinha X

PRIMATES

Callitrichidae

Callithrix jacchus Sagui, Soim X

RODENTIA

Erethizontidae

Coendou prehensilis Coandú, Quandú X

Importância Ecológica e Espécies Ameaçadas

A fauna de mamíferos não voadores observada para a área de estudo indicou

que a área, ainda que tenha sofrido o impacto de anos de monocultura de café e

banana aliada aos impactos da caça e da especulação imobiliária, ainda conserva

uma relevante fauna remanescente de mamíferos incluindo os de grande porte,

como Mazama gouazoubira e M. americana e felídeos que necessitam de uma

grande área de uso, como Leopardus tigrinus e Puma yagouaroundi.

L. tigrinus é classificado de acordo com a Red List da IUCN e de acordo com

o livro vermelho da fauna ameaçada de extinção como vulnerável com população

em decréscimo, enquanto os outros registros são de espécies possuem baixo risco

de extinção, ainda que suas populações estejam também em decréscimo, de acordo

com o critério da IUCN. M. gouazoubira e M. americana estão em listas locais de

fauna ameaçada, dos estados do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, o que inspira

cuidados no que diz respeito aos dados populacionais locais destas espécies para o

Ceará. Também se encontram em números baixos na região da floresta atlântica

acima do rio São Francisco.

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72

Aliada a sua grande importância ecológica, mamíferos não voadores são

altamente afetados pela caça, os quais podem ser utilizados para a subsistência de

populações humanas nas imediações. A maioria das espécies de mamíferos

registrada para a área de estudo apresenta algum registro de caça ou é

extensivamente caçada, como tatus, veados e pacas.

Hábitos Alimentares

Tabela 03: Espécies de mamíferos não voadores, hábito alimentar, hábito de vida e período de

atividade.

Espécies Hábito alimentar/ Hábito/ Período de

atividade

CARNIVORA

Canidae

Cerdocyon thous Frugívoro-onívoro / Escansorial /

Noturno

Felidae

Leopardus tigrinus Carnívoro / Escansorial / Noturno

Puma yagouaroundi Carnívoro / Terrestre/ Noturno

Procyonidae

Procyon cancrivorus Insetívoro-onívoro / Terrestre / Noturno

CINGULATA

Dasypodidade

Dasypus novemcinctus Insetívoro-onívoro / Terrestre / Noturno

Euphractus sexcinctus Insetívoro-onívoro / Terrestre / Noturno

PILOSA

Myrmecophagidae

Tamandua tetradactyla Insetívoro / Arborícola / Catemeral

PRIMATES

Callithrix jacchus Frugívoro-onívoro / Escansorial /

Diurno

RODENTIA

Caviidae

Kerodon rupestris Frugívoro-granívoro/Terrestre/ -

Cuniculidae

Cuniculus paca Frugívoro-granívoro / Terrestre /

Noturno

Erethizontidae

Coendou prehensilis Frugívoro-folívoro / Arborícola /

Catemeral

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Em relação aos hábitos alimentares, 45% das espécies registradas

apresentam hábito frugívoro, 36% insetívoros e 18% carnívoros. Apenas C.

prehensilis e T. tetradactyla possuem hábito arborícola enquanto os outros ou

apresentam hábitos arborícolas e terrestres (escansorial) ou são apenas terrestres.

Em relação ao período de atividade, apenas C. jacchus apresenta hábito de

atividades diurno.

A persistência de tais grupos em áreas de relevante importância ecológica

permite a manutenção em longo prazo de processos ecológicos, como a dispersão

de sementes, realizada por mamíferos de maior porte. Estas espécies são também,

extremamente dependentes de áreas florestais, como os felinos e, aliada a

existência de áreas florestais circundantes, permitindo a conectividade entre as

áreas e persistência de populações mínimas viáveis em longo prazo.

1.7.1.2. Mamíferos Voadores

Riqueza de Espécies

Para a amostragem referente a morcegos, foram armadas cinco redes-de-

neblina (12x3m) entre as 17h e 00h, nas áreas da RPPN. As redes foram estendidas

ao longo de trilhas pré-existentes próximo a árvores frutíferas e cursos d’água.

Também foram observados abrigos diurnos em ocos de árvores e sob folhagens. Os

exemplares capturados foram identificados de acordo com a literatura disponível,

sexados, tiveram as medidas do antebraço e de massa aferidas, sendo

posteriormente liberados na mesma área.

Alguns exemplares foram sacrificados para confirmação da identificação

prévia de campo, de acordo com o proposto pelo Animal Care and Use Comitee

(1998) e pela autorização para expedição de campo Nº: 19801-1. Os exemplares

foram fixados em formol 10% e posteriormente transferidos para álcool 70%. Foram

realizadas medidas cranianas e os dados foram confrontados com o disponível na

literatura. Nomenclatura seguiu Simmons (2005).

Os resultados das atividades de inventário realizados na RPPN Sítio

Palmeiras estão indicados na abaixo:

O inventário de mamíferos pertencentes à Ordem Chiroptera (morcegos)

realizados na área de estudo contou com um esforço de 2 160 m2. H (Straube e

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Bianconi, 2002), contou com a captura de 65 indivíduos pertencentes a oito espécies

de uma única Família, Phyllostomidae.

Tabela 04: Lista de mamíferos voadores (Ordem Chiroptera) capturados na RPPN Sítio

Palmeiras, município de Baturité, estado do Ceará, durante as atividades de campo.

Estão listadas as espécies e sua respectiva família, acompanhada do seu hábito alimentar

predominante.

Família/Espécie Hábito alimentar Número de Capturas

Phyllostomidae

Artibeus cinereus Frugívoro 3

Artibeus lituratus Frugívoro 2

Artibeus planirostris Frugívoro 21

Carollia perspicillata Frugívoro 28

Glossophaga soricina Nectarívoro 5

Phyllostomus discolor Onívoro 1

Platyrrhinus lineatus Frugívoro 2

Sturnira lilium Frugívoro 3

As espécies acima relacionadas apresentam importante papel na

regeneração e manutenção de áreas florestais e atuam como importantes

dispersores e polinizadores da maior parte das espécies vegetais descritas na região

neotropical.

Sturnira lilium

Espécie pouco freqüente na área de estudo, é um frugívoro com relatos de

preferência alimentar por espécies da Família Solanaceae, embora haja registro de

consumo e polinização de diversas famílias de plantas. Status IUCN: Baixo risco de

extinção.

Foto 39: Exemplar de Morcego-fruteiro (Sturnira lilium), morcego frugívoro e importante dispersor capturado na

área de estudo

Foto: D. Bezerra.

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Artibeus planirostris

Espécie abundante na área da RPPN Sítio Palmeiras é classificada como

frugívora, embora apresente registros de insetivoria, folivoria e consumo de partes

florais. É de ampla distribuição no Brasil. Status IUCN: Baixo risco de extinção.

Foto 40: Exemplar de Falso-vampiro-grande (Artibeus planirostris), morcego frugívoro freqüente na área de

estudo

Foto: D. Bezerra.

Artibeus lituratus

Espécie com baixa captura na área de estudo, frugívora amplamente

distribuída no Brasil, conta com registros de frugivoria, polinização e recentemente

registros de folivoria e consumo de partes florais. Status IUCN: Baixo risco de

extinção.

Foto 41: Exemplar de Morcego-fruteiro-grande (Artibeus lituratus) morcego frugívoro de maior porte capturado

na área de estudo

Foto: D. Bezerra.

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Artibeus cinereus

Espécie frugívora, com registros de consumo de diversos frutos, em especial

de Ficus sp. Espécie incluída na lista de ameaçadas do Estado do Rio de Janeiro.

Status IUCN: Baixo risco de extinção.

Foto 42: Exemplar de Morcego-frugívoro (Artibeus cinereus), morcego frugívoro capturado na área de estudo

Foto: C. Nobre.

Carollia perspicillata

Espécie mais capturada na área de estudo, é de ampla distribuição no Brasil,

ocorrendo em todos os biomas. Frugívoro de sub-bosque, com preferência por

espécies da Família Piperaceae, em especial as do gênero Piper. Ainda há relatos

de consumo de insetos e néctar para esta espécie. Status IUCN: Baixo risco de

extinção.

Foto 43: Exemplar de Sebo-de-cauda-curta (Carollia perspicillata), morcego frugívoro abundante na área de

estudo

Foto: R. Novaes/Pro-morcegos.

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Platyrrhinus lineatus

Morcego frugívoro de dossel, ocorrendo em todos os biomas brasileiros.

Importante consumidor de várias famílias de plantas como Arecaceae, Cecropiaceae,

Musaceae, e Solanaceae (Zortéa 1993). Apresenta também registro de consumo de

insetos, néctar, pólen e folhas (op.cit.). Foi capturado em área aberta, próxima a árvores

frutíferas, baixo número de indivíduos. Status IUCN: Baixo risco de extinção.

Foto 44: Morcego-de-cara-branca (Platyrrhinus lineatus), frugívoro, capturado na área de estudo

Foto: M. Holderbaum

Glossophaga soricina

É uma espécie de morcego nectarívora mais freqüente na área de estudo, é

encontrada em todo o país, incluindo áreas urbanas. Constitui-se num importante

polinizador de espécies de diversas Famílias de plantas, como Bombacaceae,

Myrtaceae, Passifloraceae, Leguminosae (Silva & Peracchi 1995; Reis & Peracchi

2007). Foi capturada em áreas abertas e no abrigo localizado atrás da cachoeira.

Status IUCN: Baixo risco de extinção.

Foto 45: Exemplar de Morcego-beija-flor (Glossophaga soricina), nectarívoro capturado na área de estudo

Foto: D. Bezerra

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Hábitos Alimentares e Importância Ecológica

Morcegos frugívoros representam mais de 90% das capturas na área da

RPPN Sítio Palmeiras (Gráfico 07) atuando como dispersores eficazes de plantas na

área. De acordo com Humphrei et al. (1983) morcegos são responsáveis pela

dispersão cerca de 25% das plantas em áreas florestais nos neotrópicos, além de

serem os principais polinizadores de mais de 500 plantas. Devido aos seus hábitos

alimentares, são extremamente importantes para a manutenção e regeneração de áreas

florestais, em especial para área de trabalho proposta. A maioria das espécies

capturadas de frugívoros também atua como polinizadores de diversas Famílias

vegetais e juntamente com as espécies nectarívoras, que constituíram em 7% das

capturas (n=5) atuam na fertilização e reprodução de tais espécies.

Gráfico 07: Frequência de captura de morcegos de acordo com seus hábitos alimentares.

Em azul morcegos frugívoros, vermelho morcegos nectarívoros e em verde morcegos onívoros.

Conservação

Mamíferos e aves estão entre os grupos mais relevantes para persistência de

áreas florestais nas regiões neotropicais, atuando para a manutenção de processos

ecológicos importantes em florestas, como a dispersão de sementes e polinização,

em especial, aves e morcegos, os quais além de contribuírem decisivamente com

esses processos, ainda contam com a insetivoria, os quais atuam controlando as

populações de pequenos artrópodes.

Mamíferos são importantes para a manutenção de processos ecológicos de

extrema relevância, como dispersão de sementes e controle da população de outros

animais. Especificamente sobre morcegos, estes atuam de forma decisiva na

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manutenção e restauração de áreas florestais, sugerindo assim que este grupo é de

extrema relevância para a conservação dos remanescentes florestais do Maciço de

Baturité.

1.7.2. Avifauna

As aves são fundamentais para o equilíbrio das relações entre plantas e

animais, pois diversas plantas têm sua dispersão de sementes dependentes das

aves. Além disso, várias famílias de aves possuem espécies polinizadoras,

principalmente Trochilidae e Thraupidae (Rocca, 2008). Grande parte das aves atua

como controladora de insetos, sendo diversas espécies insetívoras e outras que

complementam sua dieta com artrópodos.

Da mesma forma que algumas plantas dependem de aves para polinização e

dispersão de sementes, várias espécies de aves dependem de espécies vegetais

epífitas (principalmente Araceae, Bromeliaceae, Cactaceae) que oferecem diversos

recursos como flores, néctar, sementes, frutos, matérias e locais de nidificação, água

para consumo e limpeza corporal. Além disso, raízes e folhas de plantas epífitas

constituem micro-hábitats para presas de aves (Cestari, 2009). Aproximadamente

um quinto das famílias de aves possui representantes que utilizam recursos

disponibilizados por plantas epífitas, principalmente na Mata Atlântica. (Cestari,

2009).

O maciço de Baturité consiste num importante refúgio de mata úmida para

espécies florestais, em meio ao semiárido nordestino, apresentando taxa

ameaçados, endêmicos e populações isoladas de seus semelhantes por centenas

de quilômetros (Girão et al., 2007). Representa assim, uma área de elevada

importância para a conservação de espécies de aves, contando com 235 espécies

de aves registradas (Girão et al., 2007 ) sendo treze taxa ameaçados de extinção de

acordo com o Livro Vermelho do MMA (2008) e cinco de acordo com a Red list

(IUCN, 2009).

Contexto Regional

O maciço de Baturité consiste num importante refúgio de mata úmida para

espécies florestais, em meio ao semiárido nordestino, apresentando taxa

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ameaçados, endêmicos e populações isoladas de seus semelhantes por centenas

de quilômetros (Girão et al. 2007). Representa assim, uma área de elevada

importância para a conservação de espécies, em especial de aves, contando com

235 espécies registradas (Girão et al. 2007 ) sendo destas, treze taxa ameaçados de

extinção de acordo com o Livro Vermelho do MMA (2008) e cinco de acordo com a

Red list (IUCN, 2009).

Riqueza de espécies

Após o levantamento para o Plano de Manejo, chegou-se ao total de 85

espécies de 31 famílias, sendo Tyrannidae a família com maior número de

representantes (18), seguido das famílias Thraupidae (7), Trochilidae (6), Furnaridae

(6) e Emberizidae (4). Esse valor representa 36% das 235 aves registradas para o

Maciço de Baturité, e é superior o número de aves encontradas por Albano et al.

2008 em Guaramiranga-CE no Hotel Remanso (80 espécies) e próximo ao

encontrado no Sítio Sinimbu (90 espécies), ambos situados a aproximadamente 15

Km da RPPN Sítio Palmeiras. O bom número de troquilídeos (beija-flores) e

traupídeos (sanhaços) representa um fator positivo na regeneração da mata, visto

que essas aves podem ser polinizadoras naturais. Além disso, outras aves

frugívoras podem ser polinizadoras e dispersoras de sementes, contribuindo também

para a regeneração da vegetação nativa.

Gráfico 08- Famílias de aves mais abundantes na RPPN Sítio Palmeiras.

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Hábitos alimentares

A análise da estrutura trófica das aves registradas na RPPN Sítio Palmeiras

mostrou a predominância das aves insetívoras (51%) seguida das aves frugívoras

que complementam sua dieta com insetos (21%). O total de aves que usam insetos

na sua dieta chega a 85% (insetívoras, frugívoras/insetívoras,

nectarívoras/insetívoras e granívoras/insetívoras). Esse grande grupo de aves tem

papel fundamental no controle de insetos. A soma das aves frugívoras com as

frugívoras/insetívoras dá um total de 23% de aves que utilizam frutos e sementes na

sua dieta.

Gráfico 09- Estrutura trófica das aves da RPPN Sítio Palmeiras

Legenda: Insetívoras (I); Frugívoras/Insetívoras (FI); Carnívoras (C); Nectarívoras/Insetívoras (NI);

Granívoras/Insetívoras (GI); Onívoras (O); Frugívoras (F); Necrófagas (N), Granívoras (G).

Os dados sobre os hábitos alimentares foram extraídos de Almeida et al.2003.

Foto 46- Surucuá-de-barriga-vermelha

(Trogon curucui )– espécie frugívora-insetívora

Foto: Fábio Nunes

Foto 47- João-de-cabeça-cinza

(Cramioleuca semicinerea)– espécie insetívora

Foto: Ciro Albano

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Sensitividade e Dependência de Floresta

De acordo com dados disponíveis em literatura sobre sensitividade das aves

a distúrbios causados pela ação humana e dependência de ambientes florestados

foram feitas comparações da avifauna da RPPN Sítio Palmeiras com a avifauna do

Sítio Sinimbu e do Hotel Remanso. A sensitividade foi classificada em Alta (A),

Média (M) e Baixa (B). A dependência de ambientes florestados foi classificada em

Dependentes (D), Semi-dependentes (S) e Independentes (I). Os dados foram

extraídos de Silva et al. (2003).

Em relação sensitividade, aproximadamente 8% das aves apresentaram

sensitividade alta e 31% apresentaram sensitividade média. Apesar de parecerem

valores baixos, não houve diferença significativa quando comparado com os valores

encontrados para a avifauna do Hotel Remanso e do Sítio Sinimbu (H = 0.3616; p =

0.8).

Aproximadamente 78% das aves registradas na RPPN apresentaram algum

tipo de dependência de ambientes florestados (dependentes e semi-dependentes),

demonstrando as boas condições da vegetação encontrada na RPPN. Em

comparação com a avifauna do Sítio Sinimbu e o Hotel Remanso, não houve

diferença significativa (H = 0.6272; p = 0.7).

Gráfico 10 – Mostra a relação das aves da RPPN Sítio Palmeiras quanto à sensitividade e comparando com o

resultado encontrado para a avifauna do Hotel Remanso e do Sítio Sinimbu.

Legenda: Alta (A), Média (M) e Baixa (B).

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Gráfico 11 – Mostra a relação das aves da RPPN Sítio Palmeiras quanto à dependência de floresta e comparando

com o resultado encontrado para a avifauna do Hotel Remanso e do Sítio Sinimbu.

Legenda: Dependentes (D), Semi-dependentes (S) e Independentes (I).

Espécies ameaçadas

Dos treze taxa considerados ameaçados no Maciço de Baturité segundo o

Livro Vermelho do MMA (2008), oito foram registrados na RPPN Sítio Palmeiras,

sendo três considerados ameaçados também na categoria vulnerável pela IUCN.

Os taxa ameaçados registrados para a RPPN apresentam dependência a floresta e

cinco destes apresentam sensitividade alta às perturbações causadas por ações

antrópicas.

Saíra-militar (Tangara cyanocephala cearensis) – Status de ameaça – Em Perigo

(MMA, 2008)

Espécie de colorido muito apreciado por traficantes de animais silvestres,

sendo esta sua principal ameaça. Esse táxon ocorre somente nas serras de Baturité,

Maranguape e Pacatuba. Durante o trabalho de campo, este táxon foi encontrado

poucas vezes, além de um indivíduo capturado sendo levado em alçapão por

caçadores. Sensitividade média.

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Foto 48 – Saíra-militar (Tangara cyanocephala cearensis)

Foto: Fabio Nunes.

Choca-da-mata (Thamnophilus caerulescens cearensis) - Status de ameaça – Em

Perigo (MMA, 2008)

Táxon considerado endêmico da serra de Baturité, habitando matas úmidas

acima dos 600 m de altitude. Por ser dependente de florestas, é ameaçado devido à

perda de hábitat para agricultura. Apenas um indivíduo foi avistado, na borda da

mata próximo ao canavial. Sensitividade baixa.

Foto 49 – Choca-da-mata (Thamnophilus caerulescens cearensis)

Foto: Fabio Nunes.

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Chupa-dente (Conopophaga lineata cearae) - Status de ameaça – Vulnerável (MMA,

2008)

Ocupa o sub-bosque e diversos indivíduos foram registrados na área de

estudo, dentro e fora das trilhas. Seu status de conservação é devido à perda de

hábitat, já que não é vítima de caça e tráfico. Sensitividade alta.

Foto 50– Chupa-dente (Conopophaga lineata cearae)

Foto: Fabio Nunes.

Jacú (Penelope jacucaca) - Status de ameaça – Vulnerável (MMA, 2008) -

Vulnerável (IUCN)

Espécie endêmica da caatinga habita também as serras do Ceará. Além da

perda de hábitat, sofre com a caça intensa. Durante o trabalho de campo, foram

localizados dois indivíduos na copa de uma árvore. Sensitividade alta.

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Foto 51 – Jacú (Penelope jacucaca)

Foto: Ciro Albano.

Pica-pau-anão-da-caatinga (Picumnus limae) – Status de ameaça – Em Perigo

(MMA, 2008) - Vulnerável (IUCN)

Espécie até pouco tempo considerada como endêmica das serras úmidas do

Ceará, porém, estudos recentes mostraram que é uma espécie que habita a

caatinga e até centros urbanos. Apesar de apresentar sensitividade média, habita

áreas degradadas. Na área de estudo foi encontrado somente indivíduo que

respondeu ao play-back. É considerado ameaçado somente devido a restrita área de

ocorrência. Sensitividade média.

Foto 52 – Pica-pau-anão-da-caatinga (Picumnus limae)

Foto: Ciro Albano.

Vira-folha (Sclerurus scansor cearensis) – Status de ameaça – Vulnerável (MMA,

2008)

Ave de sub-bosque que aparentemente não sai da mata, o que pode causar

quebra de fluxo gênico em caso de fragmentação da mata. De difícil visualização,

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sua presença é facilmente detectada através de sua vocalização. Diversos

indivíduos foram localizados, tanto nas trilhas quanto fora delas. Não sofre com caça

e tráfico, sendo ameaçado devido à perda hábitat. Sensitividade alta.

Foto 53 – Vira-folha (Sclerurus scansor cearensis)

Foto: Fábio Nunes.

Maria-do-nordeste (Hemittricus mirandae) - Status de ameaça – Em Perigo (MMA,

2008) - Vulnerável (IUCN).

Ave típica de sub-bosque das florestas semideciduais densas e bem

preservadas do Nordeste brasileiro, que ocorrem em diferentes elevações. Vocaliza

durante muito tempo, completamente imóvel em um galho, interrompendo apenas

para capturar insetos nas proximidades e, retornando ao mesmo galho, continua a

vocalização Alimenta-se de pequenos insetos, que captura por meio de vôos

rápidos. Um indivíduo foi registrado através de play-back. Sensitividade alta.

Foto 54 – Maria-do-nordeste (Hemitriccus mirandae)

Foto: Patrick Scherler.

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Arapaçu-rajado (Xiphorhynchus atlanticus) – Status de ameaça – Vulnerável (MMA,

2008)

Estudos mostram que sua presença em fragmentos está mais associada às

condições da vegetação do que ao seu tamanho. Forrageia no sub-bosque da mata.

Sofre ameaça devido à perda de hábitat. Vários indivíduos foram registrados nas

trilhas e próximo ao canavial. Sensitividade alta.

Foto 55 – Arapaçu-rajado (Xiphorhynchus atlanticus)

Foto: Fabio Nunes.

Conservação

Além das espécies ameaçadas, a RPPN Sítio Palmeiras conta com outros

registros importantes por serem aves mais associadas às matas úmidas. São os

taxa a seguir: Juriti-gemedeira (Leptotila rufaxilla), Periquito-de-encontro-amarelo

(Brotogeris chiriri), Beija-flor-tesoura-verde (Thalurania furcata), Arapaçu-de-

garganta-amarela (Xiphorhynchus guttatus), João-de-cabeça-cinza (Cranioleuca

semicinerea), Piolhinho (Phyllomyias fasciatus), Guaracava-cinzenta (Myiopagis

caniceps), Poiaeiro-de-pata-cinza (Zimmerius gracilipes), Patinho (Platyrinchus

mystaceus), Assadinho-de-cauda-preta (Myiobius atricaudus), Enferrujado

(Lathrotriccus euleri), Uirapuru-laranja ou Guaramiranga (Pipra fasciicauda

scarlatina), Andorinha-serradora (Stelgidopteryx ruficollis), Guarrinchão-pai-avô

(Pheugopedius genibarbis) e Guaturamo-verdadeiro (Euphonia violácea).

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Foto 56: Poiaeiro-de-pata-cinza

(Zimmerius gracilipes)

Foto 57: Periquito-de-encontro-

amarelo (Brotogeris chiriri)

Foto 58: Beija-flor-tesoura-verde

(Thalurania furcata)

Foto 59: Patinho (Platyrinchus

mystaceus)

Foto 60: Enferrujado

(Lathrotriccus euleri)

Foto 61: Piolhinho (Phyllomyias

fasciatus)

Fotos: Fabio Nunes

Todas estas possuem alguma dependência a ambientes florestados,

merecendo atenção especial o caso do táxon Pipra fasciicauda scarlatina por se

tratar de uma população separada por centenas de quilômetros de outras

populações semelhantes, fato que pode provocar especiação nesse táxon isolado.

Essa ave é facilmente encontrada em feiras livres, apreciada por sua bela coloração.

Apesar do tráfico, é facilmente encontrada na RPPN. Diversos indivíduos foram

encontrados durante o levantamento.

Esse táxon juntamente com os oito taxa ameaçados de extinção encontrados

na RPPN Sítio Palmeiras, também foram encontrados por Albano et al. (2008) no

estudo realizado na mata do Hotel Remanso e Sítio Sinimbu.

A criação de novas RPPNs no entorno da RPPN Sítio Palmeiras e no maciço

de Baturité pode ser uma forma de proteção a essas espécies mais sensíveis,

permitindo a existência de populações viáveis nessas áreas protegidas.

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Foto 62 – Guaturamo-verdadeiro (Euphonia violácea) - espécie associada à mata

úmida

Foto: Fabio Nunes.

Durante o trabalho de campo foram encontrados vestígios de caça e de tráfico

de aves dentro da RPPN, como maçarandubas com marcas para extração de visgo,

utilizado em armadilhas para captura de aves, além de pessoas transportando aves

em alçapões, incluindo o Siara-militar (Tangara cyanocephala cearae), fato

preocupante por se tratar de uma subespécie ameaçada.

Foto 63 – Uirapuru-laranja ou Guaramiranga (Pipra fasciicauda scarlatina)

Foto: Fabio Nunes.

1.7.3. Herpetofauna

Contexto Regional

A herpetofauna do maciço de Baturité possui um caráter umbrófilo,

predominantemente atlântico, com espécies dependentes de úmida, mas também

com espécies típicas de caatinga e mata seca. Apresenta o padrão comum aos

brejos, com baixo número de espécies em relação à mata Atlântica nordestina e à

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floresta Amazônica, tendo uma herpetofauna umbrófila mista, mas com forte

influência da caatinga.

A fauna de anfíbios do maciço é diferente da presente na caatinga,

apresentando elementos de mata atlântica, amazônica, de áreas abertas e alguns

endemismos para os brejos-de-altitude do Ceará.

Caracterização da RPPN

A RPPN Sitio Palmeiras, localizada no município de Baturité – CE, abrange

uma área de 75,47ha. Sua formação vegetacional é Floresta Ombrófila Densa,

inserida no bioma Mata Atlântica. É uma região bastante acidentada com inúmeras

nascentes responsáveis pela alimentação dos vários riachos intermitentes. Por ser

detentor de diversas fontes naturais d’água, córregos intermitentes e riachos, é um

excelente local para a herpetofauna do maciço.

O levantamento da herpetofauna da RPPN Sítio Palmeiras foi feito através de

dados secundários, consultando-se bibliografia disponível.

Algumas espécies mais comuns da herpetofauna do maciço de Baturité são

apresentadas abaixo:

Foto 64 – Rãzinha-do-baturité (Adelophryne baturitensis)

Foto: Igor Joventino Roberto.

Espécie endêmica do no maciço de Baturité, encontra-se distribuída pelas áreas mais elevadas do

maciço, sendo mais freqüente observá-la no folhiço, em bromélias e na beira de riachos das áreas

florestadas primárias e secundárias. É ameaçada de extinção, na categoria Vulnerável (IUCN, 2011;

MMA, 2008).

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Foto 65 – Rã-de-folhiço (Ischnocnema ramagii)

Foto: Francisco V. Souza.

No Ceará é endêmica dos brejos de altitude, ocorrendo na Ibiapaba e Maranguape. É abundante no

maciço de Baturité. População em decréscimo (IUCN, 2011)

Foto 66 – Sapo-folha (Rhinella hoogmoedi)

Foto: Flávio Mota.

É um caso de distribuição descontínua, occorendo no Ceará somente no maciço de Baturité.

Conhecido como sapo-folha, necessita de estudos taxonômicos.

Foto 67 – Cobra-cega (Siphonops aff. Paulensis)

Foto: Omar Entiauspe.

Conhecida como cobra-cega, no Ceará também é endêmica dos brejos-de-altitude.

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Foto 68 – Papa-vento-cinza (Polychrus acutirostris)

Foto: Guarino R. Colli.

É uma espécie arborícola, podendo às vezes ser encontrada em arbustos baixos e até no chão, com

preferência por formações abertas, típico da caatinga.

Foto 69 - Papa-vento-verde (Polychrus marmoratus)

Foto: Paulo S. Bernarde.

Espécie típica de mata, não vivendo em simpatria com P. acutirostris.

Foto 70 – Surucucu-pico-de-jaca (Lachesis muta)

Foto: L. Aguiar.

Caso interessante de isolamento geográfico, ocorrendo populações amazônica e atlântica. É a maior

serpente peçonhenta sulamericana.

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Foto 71 – Coral-verdadeira (Micrurus ibiboboca)

Foto: Cristiano Nogueira.

Habita florestas, sendo encontrada nos biomas mata atlântica, caatinga e cerrado, ocorrem em todo

nordeste brasileiro.

A herpetofauna do Maciço de Baturité apresenta-se bastante mista, com

espécies da mata Atlântica, Amazônia, Cerrado e Caatinga, sendo um importante

local para a conservação, pois além de servir como refúgio para várias espécies,

possui vários casos interessantes de isolamento geográfico, carecendo de mais

estudos de ecologia e taxonomia.

1.8. Visitação

A RPPN não possui atividades relacionadas à visitação.

1.9. Trilhas

As trilhas utilizadas para os trabalhos dos pesquisadores dos Levantamentos

Expeditos serão as mesmas a serem utilizadas para a fiscalização e monitoramento

da Reserva.

1.10. Uso da Terra

Não existe uso direto dentro da área da RPPN segundo determinação de lei.

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1.11. Pesquisa e Monitoramento

Ainda não existe uma rotina de pesquisas e monitoramento além daquele que

foi empreendido para a criação da RPPN e deste que está originando o estudo para

a criação do Plano de Manejo.

1.12. Atividades

Atualmente foram constatadas atividades de visitação na RPPN para alguns

dos pontos notáveis, mas não com objetivos turísticos, uma vez que esta UC não

apresenta estrutura para tal. De acordo com dados obtidos em campo e com

moradores das comunidades de entorno, existe alguma atividade de caça e extração

de madeira, especialmente nas bordas da propriedade e RPPN.

1.13. Pontos Notáveis

A RPPN Sítio Palmeiras possui diversos pontos relevantes, em termos de

beleza cênica, de acessos, de potenciais mirantes, recursos hídricos, áreas

pReservadas de grande biodiversidade e mais importante ainda: localiza-se na

extremidade da cota 600m, possibilitando assim a conexão de novas áreas de

proteção e um corredor extrapolando assim a cota da APA.

Várias nascentes ocorrem dentro da RPPN e alimentam uma microbacia que

fornece todo o suprimento de água consumida pelas comunidades no entorno da

região.

Ocorrem também muitas áreas de bosques muito pReservados com espécimes

de alto porte e grande diversidade.

1.14. Perfil do Proprietário e Sistema de Gestão

O proprietário Roberto Proença de Macedo e Tânia Rocha Lima de Macêdo

que residem atualmente na Capital Fortaleza, tornaram-se proprietários da RPPN

Sítio Palmeiras criada em 24 de julho de 2008 pela portaria 46/2008. Residindo em

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domicílio diverso da RPPN procede a gestão da UC através do caseiro e sua família

que habita dentro da propriedade, em área da propriedade circundada pela RPPN,

onde é responsável pela administração da manutenção e quaisquer atividades

referentes à RPPN, segundo orientação dos proprietários. Afora isto, a gestão da

área será alvo de planejamento mais aprofundado e efetivo através deste plano de

manejo.

1.15. Equipamentos e Serviços

Estes recursos ainda não foram implantados na RPPN.

1.16. Recursos Financeiros

Todos os esforços de apoio financeiro desta RPPN partem, principalmente de

investimentos privados de seu proprietário e de editais de apoio à criação e gestão

de RPPNs - Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica.

1.17. Formas de Cooperação

Para a realização das pesquisas e elaboração deste documento foram

estabelecidas parcerias com as Associações Asa Branca e Caatinga.

2. Caracterização da Propriedade

A propriedade Sítio Palmeiras localizada no município de Baturité possui uma

área de 78,97ha dos quais 75,47 foram transformados em RPPN no ano de 2008,

após aquisição da área pelos atuais proprietários no segundo semestre de 1993.

Hoje a área da propriedade não recoberta pela RPPN Sítio Palmeiras conta

apenas com a casa sede do sítio, um antigo engenho de cana-de-açucar, utilizado

durante certo período do ano para beneficiar a pequena produção local, remetendo

ao passado de produtor canavieiro da região, e uma pequena área onde é cultivada

a cultura do café, apenas para consumo dos proprietários, não havendo nenhuma

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prática que venha a causar danos ou pressão à área recoberta pela RPPN Sítio

Palmeiras.

3. Caracterização das Áreas de Entorno

3.1. Caracterização Socioeconômica do Município de Baturité

Para a descrição dos dados municipais de Baturité, foram utilizadas,

principalmente, informações das pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE, 2009/2010).

3.1.1. Dados Populacionais

Quadro 07: População Residente em Baturité, 1991, 2000 e 2009*

Ano População

1991 27.147

2000 29.861

2009* 33.271

* Projeção. Fonte: IBGE – Perfil Municipal de Baturité. 1991 e 2000.

No período de 1991-2000, a população de Baturité teve uma taxa media de

crescimento anual de 1,99%, passando de 27.147 para 29.861 e com projeção de

33.271 habitantes em 2009.

Quadro 08: Estrutura etária, 1991 e 2000

Faixa Etária 1991 2000

Menos de 15 anos 10.478 10.111

15 a 64 anos 14.941 17.415

65 anos e mais 1.728 2.335

Fonte: IBGE – Perfil Municipal de Baturité. 1991 e 2000.

No quadro acima, observa-se o envelhecimento da população com predominância

contínua da faixa etária mediana (15 a 64 anos) e pouca variação na faixa etária

primária (menos de 15 anos).

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Quadro 09: Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade, 1991 e 2000

Indicadores 1991 2000

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000

nascidos)

84,1 60,3

Esperança de vida ao nascer (anos) 57,2 62,9

Taxa de Fecundidade Total (filhos por mulher) 5,0 3,3

Fonte: IBGE – Perfil Municipal de Baturité. 1991 e 2000.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil do município diminuiu 28,25%,

passando de 84,10 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 60,30 (por mil nascidos

vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 5,70 anos, passando de

57,20 em 1991 para 62,90 anos em 2000.

3.1.2. Indicadores Sociais

Educação

Quadro 10: Nível educacional da População Jovem, 1991 e 2000 Faixa

etária

(anos)

Taxa de

analfabetismo

% com menos de 4

anos de estudo

% com menos de 8

anos de estudo

% freqüentando

a escola

1991 2000 1991 2000 1991 2000 1991 2000

7 a 14 47,2 25,9 - - - - 75,7 92,9

10 a 14 37,9 12,9 81,1 51,0 - - 77,3 94,0

15 a 17 24,8 8,8 52,4 27,1 89,1 79,9 58,2 72,5

18 a 24 26,1 18,7 39,0 33,4 72,1 66,8 - -

- = Não se aplica. Fonte: IBGE – Perfil Municipal de Baturité. 1991 e 2000.

Em todas as faixas etárias houve queda na taxa de analfabetismo no período 1991-

2000 e aumento da freqüência escolar nas faixas de 7 a 14, 10 a 14 e 15 anos.

Quadro 11: Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2008 Matrícula – ensino fundamental – 2008 6.698 matrículas

Matrícula – ensino médio – 2008 1.335 matrículas

Docentes – ensino fundamental – 2008 252 docentes

Docentes - ensino médio – 2008 62 docentes

Fonte: IBGE < http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>

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Renda

Quadro 12: Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991 e 2000 Indicadores 1991 2000

Renda per capita Média (R$ de 2000) 71,0 106,2

Proporção de Pobres (%) 73,3 66,3

Índice de Gini 0,52 0,63

Fonte: IBGE – Perfil Municipal de Baturité. 1991 e 2000.

A renda per capita média do município cresceu 49,54%, passando de R$ 70,99 em

1991 para R$106,2 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com

renda familiar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade do salário mínimo

vigente em agosto de 2000) diminuiu 9,56%, passando de 73,3% em 1991 para

66,3% em 2000. A desigualdade cresceu: o índice de Gini(utilizado para mensurar

desigualdade de renda) passou de 0,52 em 1991 para 0,63 em 2000.

Quadro 13: Acesso a Serviços Básicos, 1991 e 2000 Serviços 1991 2000

Água Encanada 38,2 49,0

Energia Elétrica 67,9 91,1

Coleta de Lixo1 57,2 73,8

1 Somente domicílios urbanos Fonte: IBGE – Perfil Municipal de Baturité. 1991 e 2000.

No período de 1991-2000 ocorreu o aumento de acesso a serviços essenciais, o

menor índice sendo o de acesso a água encanada (10,8%) e o maior índice de

crescimento sendo o de coleta de lixo (23,2%), ainda que este último seja referente à

área urbana, apenas.

Quadro 14: Indicadores de Vulnerabilidade Familiar, 1991 e 2000 Indicadores 1991 2000

% de mulheres de 10 a 14 anos com filhos ND 0,6

% de mulheres de 15 a 17 anos com filhos 24,8 16,0

% de crianças em famílias com renda inferior à ½ salário mínimo 80,3 77,0

% de mães chefes de família, sem cônjuge, com filhos menores 7,6 4,8

ND = não disponível Fonte: IBGE – Perfil Municipal de Baturité. 1991 e 2000.

Os Indicadores de Vulnerabilidade Familiar indicam as realidades que são

potencialmente prejudiciais para o desenvolvimento de dado núcleo familiar. Com

exceção ao primeiro índice todos apresentaram redução em graus variados.

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3.1.3. Indicadores de Saúde e Saneamento Básico.

Quadro 15: Principais indicadores de saúde de Baturité – 2007.

Discriminação Principais indicadores de

Saúde

Município Estado

Médicos/1.000 hab. 1,36 2,13

Dentistas/1.000 hab. 0,38 0,52

Leitos/1.000 hab 2,24 2,31

Taxas de internação por AVC(40 anos ou mais)

10.000 hab

21,1 22,47

Nascidos vivos(1) 577 136.385

Óbitos(1) 10 2.439

Taxas de mortalidade infantil/1.000 nascidos

vivos(1)

17,3 17,9

(1) Dados referente à 2006. Fonte: Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA).

Os índices gerais apresentados seguem a tendência dos índices estaduais,

excetuando as taxas de Nascidos Vivos e óbitos.

Gráfico 12 - Abastecimento de água e esgotamento sanitário em Baturité.

No período de 2002 – 2007 a variação dos dois índices mostrados foram muito

pequenos.

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3.1.4. Indicadores Econômicos

Quadro 16. Principais indicadores de saúde de Baturité – 2007.

Discriminação Município Estado

PIB a preços de mercado (R$ mil) 92.111 46.309.884

PIB per capta (R$ 1,00) 2.902 5.636

PIB setor (%)

Agropecuária 15,36 7,26

Indústria 10,05 23,53

Serviços 74,59 69,21

No período do ano 2007, uma análise dos indicadores econômicos básicos mostra

um PIB per capita do município do Baturité, inferior ao mesmo índice estadual

51,59%. A distribuição do PIB por setor aponta a economia do município como

predominantemente de serviços e agropecuária.

3.1.5. Caracterização das comunidades do entorno da RPPN Sítio Palmeiras

Segundo levantamento realizado em campo, utilizando a metodologia de

pesquisa com análise qualitativa por aplicação de questionários na população local,

dentro da comunidade do entorno da RPPN Sítio Palmeiras, conhecida como Santa

Maria além de outras aglomerações populacionais menores e mesmo sítios isolados,

os seguintes aspectos sobre as relações das comunidades de entorno e aos

acessos à área da Reserva.

Não existem grandes concentrações populacionais no entorno da RPPN, mas

vários núcleos de menor densidade demográfica. Grande parte dos

moradores trabalham na agricultura. 75% dos entrevistados tinham

conhecimento sobre a RPPN e reconheciam sua importância para a

sobrevivência das comunidades.

Todos os entrevistados admitem que a pReservação da natureza é

importante, mas por motivos diversos que vão desde sobrevivência das

comunidades, passando pelo aspecto cênico, até a importância da

continuidade da existência do bioma como uma fonte de subsistência.

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Um dos fatores mais relevantes citados na pesquisa foi o fato de que muitos

dos agrupamentos populacionais do entorno obtém a sua água a partir de

uma nascente oriunda da RPPN.

Foto 72 - Encanamento usado pelas comunidades do entorno para uso da água oriunda da Reserva.

Os serviços básicos como coleta de lixo, saneamento básico, acesso de

serviços de saúde são escassos e mal distribuídos.

Foto 73 - Único posto de saúde da região só funciona poucas vezes por mês, segundo locais.

A educação é apenas em Baturité, poucos possuem PSF e apenas um dos

entrevistados recebia auxílios governamentais. Não houve registro de

trabalho com carteira assinada entre os entrevistados. Boa parte dos

entrevistados realizam queimada de lixo, retiram água para consumo de

mananciais locais (riachos e poços artesianos).

Todos os entrevistados possuem algum tipo de produção agropecuária,

predominantes na região da APA de Baturité, como por exemplo, a criação de

galinácios para consumo e algumas reses de asininos e bovinos como força

de trabalho e transporte. Criação de animais domésticos potencialmente

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103

agressivos para a fauna local (cães e gatos). Agricultura: milho, feijão,

banana, mandioca e cana de açúcar. Todos estes fatores em uma área

produtiva significativa no entorno da UC, demandando considerar a forte

possibilidade de efeitos de borda.

Foto 74 - Bananeiral no entorno da Reserva.

De acordo com os dados levantados ocorrem pressões de caça no entorno da

UC de histórico com ocorrência de antiga atividade canavieira. Espécies como

Jacú, avoantes, aves ornamentais (espécies do bioma), pequenos mamíferos

são os alvos preferenciais. A utilização de visgo na caça a essas espécies

está documentada (foto) bem como o uso de gaiolas no cativeiro.

Foto 75 - Animais silvestres engaiolados.

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Um fato chocante presenciado na ocasião dos levantamentos de campo foi o

fato de que uma obra que visava a melhoria do acesso à RPPN ocasionou na

mudança do curso do riacho que se origina na UC, derrubada indiscriminada

de espécies vegetais dentro da área da Reserva. Não existem informações

sobre possíveis estudos de impacto por parte da Prefeitura Municipal de

Baturité. São fortes os indícios de um grande prejuízo ambiental nesta área e

mais preocupante é seu impacto dentro da RPPN.

Foto 76 - Obras da prefeitura de Baturité para melhorar o acesso da região, resultam na destruição de vegetação

dentro da Reserva e desvia o curso de riacho importantíssimo no meio.

Foto 77 - Torna-se patente o grande impacto da obra que causou a alteração do rio.

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105

3.1.6. Pressões

Neste estudo constatou-se um conjunto de fatores que causam pressões

sobre a RPPN e necessitam de atenção e acompanhamento, visando em um nível

mínimo a redução e em um nível ideal a mitigação desses fatores.

Em um cruzamento de dados entre a origem da RPPN e de suas

comunidades de entorno pode-se apurar que a propriedade foi originalmente

adquirida visando o usufruto da estrutura original, mas buscando uma harmonização

crescente no tocante à pReservação (e eventual retorno) do estado mais natural

possível da área, com um mínimo de impacto, prevenindo a caça, extração de

madeira, mantendo a capacidade hídrica da região beneficiando as comunidades do

entorno com a oferta do importante insumo da região: água.

Foto 78 - Fornecimento de água oriunda da RPPN para moradores do entorno através de encanamento

(fornecimento por gravidade).

No entanto, segundo informações levantadas entre os moradores ainda

existem atividades de caça e, mais eventualmente a retirada de madeira da Reserva

(embora em níveis menores que o esperado, devendo-se isso ao fato do

conhecimento comunal do status da Reserva).

Outro fator a ser combatido são os impactos causados pela recente obra de

acesso da prefeitura de Baturité à região que resultou em impactos dentro da

Reserva e à preocupante possibilidade de futuros empreendimentos tão ou mais

prejudiciais sem um estudo aprofundado e total conhecimento do proprietário da

RPPN.

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4. POSSIBILIDADE DE CONECTIVIDADE

De acordo com Figueiredo e Barbosa (1990), o Maciço do Baturité é tido

como uma ilha verde localizada na paisagem semiárida e representa uma zona de

refúgio para muitas espécies. Assim, estas condições ambientais particulares de

florestas úmidas conferem a ocorrência de uma grande variedade de espécies e

certo grau de endemismo. Além disso, a localização deste refúgio em meio ao sertão

nordestino confere um ponto estratégico para muitas espécies migratórias e que

necessitam de paradas para recuperação, principalmente para avifauna, que

buscam nesses ambientes, abrigo e maior abundância de recursos.

O Decreto nº 6.660/2008 destaca a importância ecológica deste enclave de

Mata Atlântica no sertão cearense, apresentando este ambiente como uma área de

integração entre as unidades morfoclimáticas da Floresta Atlântica e Caatinga. Vale

destacar que em 2004, essa região também foi classificada como área de extrema

prioridade pelo Probio (MMA).

Segundo Cavalcante (2005), a conexão do Maciço de Baturité com outros

fragmentos úmidos como da Floresta Amazônica e Mata Atlântica é bastante

auxiliada pela rota migratória de muitas espécies da fauna que são comuns para

estes ambientes, por esse motivo, algumas espécies vegetais ocorrem nestes

biomas diferentes. Desta maneira, explica-se a ocorrência no Maciço de espécies da

Mata Atlântica como o limãozinho (Zanthoxylum rhoifolium), o amarelão (Buchenavia

capitata), o murici (Byrsonia sericea), pau-d’árco amarelo ou ipê-amarelo (Tabebuia

serratifolia), a imbiriba (Xylopia sericea), frei-jorge (Cordia trichotoma) e a gargaúba

(Schefflera morototoni). Além destas, ocorrem no Maciço de Baturité espécies

também comuns à região amazônica como a favinha (Stryphnodendron purpureum)

e a paraíba (Simarouba amara) (Figura 80; Figura 81; Figura 82).

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

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Foto 79 - Pau-d'árco-amarelo (Tabebuia seratifolia

Nicholson)

Espécie pertencente à Família Bignoniaceae com

altura podendo superar os 15 mestros, copa longa,

casca parda, folhas opostas, flores amarelas e

afunilado-campanuladas de 5 a 6 cm. Cresce no alto e

nas quebras frescas das serras, especialmente

litorâneas. Também conhecida como Ipê-amarelo.

(Coordenadas UTM: 508211 E / 9520228 N – Agosto

2009).

Foto 80 - Frei-jorge (Cordia trichotoma (Vell.) Arráb.

ex Steud.)

Espécie pertencente à Família Boraginaceae com

casca acizentada , folhas inteiras, agudas, flores alvas

e dispostas em grande panículas. Madeira boa para

contrução civil, carpintaria e obras internas.

(Coordenadas UTM: 508211 E / 9520228 N – Agosto

2009).

Foto 81 Amarelão (Buchenavia capitata (Vahl.) Eichler)

Espécie pertencente à Família Combretaceae comum para a região, todavia sua ocorrência nas propriedades do

Maciço vem reduzindo em função da sua procura, principalmente para construção civil. (Coordenadas UTM:

507700 E / 9520361 N – Agosto 2009).

Atualmente estão sendo criadas no Maciço de Baturité várias UC’s a fim de

conterem os impactos antrópicos na região e contribuir para o fortalecimento da

conservação dos recursos naturais. Desta maneira, a RPPN Sítio Palmeiras faz

parte de um bloco de Reservas que estabelece ligação com outras áreas e

colaborando, estrategicamente, com o fluxo gênico.

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5. DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA

A RPPN Sítio Palmeiras encontra-se inserida em uma área considerada pelo

Probio/MMA 2006, como Área Prioritária de Extrema Importância para a

Conservação da Biodiversidade. A criação de Unidades de Conservação nesta

Região é fundamental para reduzir a vulnerabilidade desse ambiente, cuja cobertura

vegetal, por ser complexa, serve de refúgio ecológico para uma fauna e flora

diversificada, tendo função vital para a manutenção dos processos ecológicos na

Caatinga.

Pesquisadores de diversas universidades vêm, nos últimos anos, promovendo

levantamentos e estudos na região. Foi publicado em 2006 uma importante

compilação de estudos envolvendo políticas públicas, biodiversidade da fauna e

flora, manejo de recursos, conservação e análise de impactos ambientais. Tais

estudos, publicados na forma de um livro1, apontam a riqueza biológica da região,

levantamentos de espécies ameaçadas e pressões antrópicas como desmatamentos

indiscriminados, fragmentação florestal, assoreamento de riachos, contaminação de

corpos d´água através do uso de agrotóxicos, agricultura em áreas com topografia

inadequada, dentre outras.

Segundo os levantamentos, essa floresta úmida subsidia uma alta

biodiversidade, incluindo espécies endêmicas e ameaçadas.

Dentre as espécies ameaçadas encontradas na Região onde está inserida a

RPPN Sítio Palmeiras, destaca-se o periquito cara-suja (Pyrrhura griseipectus), que

é considerado o periquito mais ameaçado das Américas, presente na lista nacional e

internacional da fauna ameaçada (MMA 2003 e BirdLife International 2007) como

“Criticamente em Perigo”. O tráfico de animais silvestres e a perda de habitat são

considerados suas principais ameaças de extinção. Pesquisas recentes indicam que

o maciço de Baturité é o último refúgio desta espécie, abrigando outros onze tipos

de aves ameaçadas de extinção.

1 Biodiversidade e conservação da biota na serra de Baturité, Ceará. 1 ed. Fortaleza: COELCE, 2006.

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109

C - PLANEJAMENTO

1. OBJETIVO ESPECÍFICO DO MANEJO

Os objetivos específicos da RPPN Sítio Palmeiras:

Proteger as paisagens naturais de notável beleza cênica;

Preservar as fitofisionomias do Maciço de Baturité, com destaque para os

resquícios de Mata Atlântica do estado do Ceará;

Proteger espécies da fauna ameaçadas de extinção;

Proporcionar a pesquisa científica;

Aumentar a área protegida do Maciço de Baturité;

2. ZONEAMENTO

2.1. Zoneamento Ambiental

O zoneamento é o ordenamento territorial da unidade de conservação e

estabelece usos diferenciados para cada área, de acordo com as características

físicas, geológicas e estruturais, bem como suas potencialidades e especificidades,

como atrativos culturais, belezas cênicas. Então, para o gestor, o principal objetivo

do zoneamento ambiental é gerar um guia da UC, ou seja, um instrumento que

permite integrar o uso limitado da RPPN com a conservação e manutenção da

integridade da Reserva a longo prazo.

Para o desenvolvimento do zoneamento da RPPN Sítio Palmeiras foram

delimitadas áreas com finalidades específicas de uso e ocupação com o propósito

de aumentar o grau de proteção da UC, através da determinação de normas de uso

nas áreas internas e circunvizinhas. Então, seguem as categorias destacadas por

Ferreira et al. (2004) e apresentadas no Roteiro Metodológico para Elaboração de

Plano de Manejo para Reservas Particulares do Patrimônio Natural.

Zona Silvestre: Área considerada de extrema importância; apresenta

poucos indícios de alterações; possui alto grau de conservação, que se

destina à preservação da biodiversidade local, monitoramento e pesquisas

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científicas, além de servir como banco natural de sementes para

processos naturais de sucessão secundária na zona de regeneração.

Zona de Proteção: Áreas com poucas intervenções antrópicas, destinadas

à pesquisa, monitoramento da biodiversidade, proteção dos recursos

naturais, bem como contribuírem para dispersão das espécies em áreas

que se encontram em estádio de regeneração.

Zona de transição: Faixa ao longo do perímetro da Reserva. Área

responsável por promover o amortecimento de intervenções antrópicas e

contribuir com a integridade da RPPN.

Zona de recuperação: Área com alto grau de significância ambiental em

função das alterações antrópicas ocorridas para instalação de

comunidades, assentamentos, especulação imobiliária ou mesmo para

práticas agropecuárias. Locais destinados para recuperação das

condições originais da cobertura vegetal através do plantio de mudas de

espécies nativas, baseado em estudos florísticos realizados no entorno da

RPPN.

2.2. Recomendações para Gestão das Áreas Zoneadas

No entanto, vale destacar que, apesar do zoneamento elaborado para

proteção da RPPN, algumas pressões antrópicas ainda são bastante evidentes para

muitas destas UC’s. Deste modo, destacam-se alguns impactos que devem ser

evitados para cada área zoneada:

Zona Silvestre: Não será permitida poluição sonora; presença de animais

domésticos; presença de gado; visitas de pessoas não autorizadas; coleta

de plantas, caça de animais silvestres ou extração de quaisquer outros

produtos naturais sem a devida autorização do órgão ambiental

competente; não será permitida a soltura de animais e plantio de espécies

exóticas; invasões ou instalação de assentamentos.

Zona de proteção: Não serão permitidas quaisquer atividades ou

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intervenções antrópicas que comprometam a pReservação ambiental,

processos naturais e a evolução do ecossistema; visitação, com exceção

de pesquisadores com permissão do gestor da unidade e órgão ambiental

competente; coleta de plantas, caça de animais silvestres ou extração de

produtos naturais sem a devida autorização do órgão ambiental

competente; não será permitida a soltura de animais e plantio de espécies

exóticas; invasões ou instalação de assentamentos. Por esses motivos, tal

área necessita de uma fiscalização intensa a fim de coibir as pressões

antrópicas.

Zona de transição: Não será permitido qualquer tipo de visitação sem o

acompanhamento do gestor ou monitor da RPPN; coleta de plantas, caça

de animais silvestres ou extração de produtos naturais sem a devida

autorização dos órgãos ambientais competentes; pesquisas sem

autorização do órgão ambiental competente; não será permitida a soltura

de animais e plantio de espécies exóticas; invasões ou instalação de

assentamentos; remoção da cobertura vegetal para plantio de culturas de

subsistência.

Zona de recuperação: Não será permitida visitação nesta área, com

exceção de visitação com fins científicos, estando os pesquisadores

devidamente autorizados pelo órgão ambiental competente e gestor da UC

para tais atividades; também não será permitida a coleta de plantas, caça

de animais silvestres ou extração de produtos naturais sem a devida

autorização do órgão ambiental competente; não será permitida a soltura

de animais e plantio de espécies exóticas; invasões ou instalação de

assentamentos; os visitantes autorizados devem observar atentamente as

normas de comportamento vigentes, sendo os infratores responsabilizados

criminalmente por quaisquer danos ambientais causados.

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3. PROGRAMAS DE MANEJO

Os Programas de Manejo têm como objetivos gerar diretrizes e agrupar

atividades para uma adequada implementação da RPPN. A estrutura do Plano de

Manejo em Programas permite que as atividades sejam descritas em grupos

temáticos, facilitando a gestão e o manejo da RPPN.

Os programas descritos são o de Administração, de Proteção, Fiscalização e

Manejo de Recursos, de Pesquisa e Monitoramento, de Sustentabilidade Econômica

e de Comunicação e Integração com a Área de Influência. Para um melhor

detalhamento, o Programa de Administração possui o Subprograma de Infra-

estrutura e equipamentos.

Cada programa constará da seguinte estrutura:

Objetivos e Resultados Esperados: são situações positivas desejadas;

Atividades, Sub-atividades e Normas: são as ações a serem desenvolvidas e

acompanhadas de normas específicas;

Para a distinção das atividades e normas em cada programa e subprograma,

deve-se considerar a seguinte legenda de marcadores:

1. Atividade

1.1 Sub-atividade

Norma

Normas Gerais da Reserva Particular do Patrimônio Natural Sítio Palmeiras

Os projetos específicos de pesquisa e monitoramento deverão ser elaborados e

desenvolvidos, preferencialmente, sob orientação de profissionais especializados;

São proibidas a caça e coleta de espécimes da fauna e da flora, ressalvadas

aquelas com finalidades científicas, desde que autorizadas pelos proprietários e,

obrigatoriamente, pelo ICMBio;

Caso o desenvolvimento de alguma atividade apresente indícios de danos à

RPPN, deverá ser suspensa para avaliação, bem como para elaboração e adesão

de procedimentos corretivos;

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114

São proibidos o ingresso e a permanência na RPPN e propriedade, de pessoas

portando armas, materiais ou instrumentos destinados ao corte, caça ou quaisquer

outras atividades prejudiciais à fauna, flora ou recursos naturais;

É proibida a entrada de animais domésticos.

As plantas utilizadas nas áreas de recuperação deverão, preferencialmente, ser

nativas, com origem de viveiros a serem implantados na propriedade cuja RPPN

encontra-se inserida, ou de outras instituições afins.

Sugere-se o controle ou a erradicação de animais domésticos (gatos e cachorros

predadores de animais nativos) no interior da RPPN utilizando métodos legais e

apropriados.

3.1. Programa de Administração

Objetivo

O principal objetivo deste programa é organizar e facilitar o processo de

gestão e gerenciamento adequado da RPPN.

Nota:

Tendo em vista o principal objetivo da RPPN – pesquisas e monitoramento

para a conservação da biodiversidade - a sua gestão apropriada demandará,

minimamente, uma pessoa e um local específico, que poderá ser na própria sede do

Sítio Palmeiras. A gestão da RPPN estará sob a responsabilidade dessa pessoa,

que deve atuar de acordo com o disposto nesse plano de manejo. Essa pessoa será

responsável por:

Pesquisa e Monitoramento:

- Agendar as expedições de campo de pesquisas;

- Controlar o fluxo de pessoas no interior da RPPN;

- Desenvolver e manter sistema de armazenamento de informações, ou seja, o

acervo da RPPN, que será composto por:

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Documentação relativa à UC, como portaria do IBAMA, Ato Declaratório

Ambiental, CCIR, ITR, eventuais laudos e pareceres técnicos, etc.;

Projetos e respectivas autorizações de pesquisas, relatórios, publicações

científicas, materiais audiovisuais, etc.;

Convênios, acordos de cooperação técnica, termos de parcerias e outros

instrumentos formais de cooperação técnica e científica;

Manter infra-estrutura de apoio à pesquisas e monitoramento, como

alojamento para pesquisadores, trilhas, etc.

Comunicação:

- Construir e manter uma boa relação com as comunidades locais e instituições de

pesquisa;

- Identificar especialista em comunicação e marketing, para criação da identidade

visual da RPPN, folheto de divulgação da RPPN junto às instituições acadêmicas;

Adequação Ambiental do Sítio Palmeiras:

A adequação ambiental da propriedade rural consiste na adoção de medidas

administrativas e práticas, visando o cumprimento da legislação vigente. Esses

procedimentos são importantes para assegurar a sustentabilidade econômica e

socioambiental da propriedade. No caso do Sítio Palmeiras, o proprietário deverá

fazer o ADA - Ato Declaratório Ambiental. Toda propriedade rural deve apresentar ao

IBAMA, anualmente, o Ato Declaratório Ambiental, que é feito em formulário próprio,

no qual se informa o tamanho da propriedade, da Reserva Legal, das áreas de

preservação permanente e da RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural; as

atividades econômicas e o tamanho respectivo de cada área utilizada; se há

captação de água para irrigação; a quantidade de fertilizantes, defensivos e produtos

químicos utilizados ao longo do ano, dentre outras. O proprietário deve estar atento

para o prazo anual de apresentação do ADA, geralmente em setembro. A não

entrega sujeita o proprietário às sanções da Receita Federal. O ADA pode ser

preenchido e entregue via Internet, no site www.ibama.gov.br .

Resultados Esperados

Pessoas que trabalham na RPPN capacitadas

Rotinas de serviço estabelecidas

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

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Orçamentos anuais elaborados

Sinalização implementada

Atividades e Normas

1. Designar pessoa responsável pela gestão da RPPN

Caso haja um consenso do proprietário, o gestor poderá administrar a Reserva,

desde que capacitado e munido de conhecimentos suficientes sobre a área e os

procedimentos legais de gestão.

2. Designar responsável(is) pela execução das atividades relacionadas a

proteção, fiscalização, manejo de recursos da RPPN

Este(s) responsável(is) deverá(ão) desempenhar as atividades listadas nos

respectivos Programas de Manejo, além de suprir de mão-de-obra todas as

demandas cotidianas da RPPN;

Em caso de contratações, estas deverão ser realizadas conforme a legislação

trabalhista.

3. Capacitar as pessoas que trabalham na RPPN no desenvolvimento das

atividades

O funcionário deverá ser capacitado em temas relacionados à função de guarda-

parque;

A união com os demais proprietários de RPPN e chefes de UCs do município e

adjacências para a realização dos cursos de forma conjunta poderá constituir uma

boa estratégia, reduzindo os custos e compartilhando experiências.

4. Aderir a rotinas e escalas de serviço

Proteção e fiscalização – deverão ser consideradas as demandas de serviço em

diferentes épocas sujeitas a: a) riscos de incêndios, b) períodos mais propícios para

apanha de animais e caça, c) rondas e segurança intensificadas, d)

acompanhamento de técnicos e pesquisadores no desenvolvimento de pesquisas,

dentre outros;

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

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Para o funcionamento do sistema de proteção, fiscalização e manejo de recursos

deverão ser adquiridos equipamentos e materiais específicos para este fim. A

relação de equipamentos é indicada no Subprograma de Infra-estrutura e

Equipamentos;

5. Elaborar o planejamento anual, incluindo a previsão de custos para atender

a estrutura e demandas da RPPN.

Subprograma de Infra-Estrutura e Equipamentos

Objetivo

O Subprograma de Infra-estrutura e Equipamentos visa garantir a instalação da

infra-estrutura, bem como a aquisição de equipamentos para o atendimento das

atividades previstas nos demais programas.

Normas gerais para implantação de infra-estrutura

Deverão ser consideradas as Áreas de PReservação Permanentes (APP),

respeitando os limites estabelecidos na legislação ambiental;

A infra-estrutura deverá ser implantada mediante projeto específico;

Os projetos deverão prever todos os impactos possíveis, principalmente erosões

e contaminação das águas subterrâneas e superficiais;

As infra-estruturas deverão ser instaladas privilegiando o sombreamento natural,

as curvas de nível e, de preferência, utilizando materiais e a mão-de-obra local;

Todo o conjunto deverá seguir um padrão estético e estar em harmonia com o

ambiente circundante, considerando as características histórico-culturais da região;

Deverá ser prevista a disposição adequada de restos de construção, tubulações e

outros resíduos;

Deverá ser promovida a manutenção regular de toda a infra-estrutura e

equipamentos.

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Normas gerais para aquisição, utilização e manutenção de equipamentos

e materiais permanentes

Recomenda-se que os materiais de segurança, apoio ao combate a incêndios

sejam de boa qualidade e armazenados em depósito específico;

É necessário organizar e manter um inventário atualizado de todo o patrimônio,

bem como uma rotina de manutenção;

Todos os produtos que vierem acompanhados de manual deverão ter suas

indicações de uso adotados à risca pelos usuários, visando sua otimização e

durabilidade.

1. Adequar a trilha para minimização dos impactos e contenção de erosões

Deverão ser melhorados os drenos já existentes, visando minimizar o

escoamento superficial da água nas épocas de chuva;

Em locais de descida sem afloramentos rochosos, indica-se a disposição de

pedras formando uma escadaria e saídas laterais para água, visando tanto a

redução de acidentes quanto a utilização de um caminho único;

Na trilha onde o trecho possui raízes expostas deverá ser feito uma passarela

gradeada, de forma que o seu crescimento não seja prejudicado;

Nos casos de focos de erosão deverá haver um trabalho mais intenso, com o

manejo de troncos caídos e ações de redução da velocidade da água e carreamento

do solo;

2. Implantar e manter a cerca nos limites secos da RPPN

É recomendável a utilização de cinco fios de arame farpado, e que o último fio

(arame liso) esteja a aproximadamente a 50 cm do chão, facilitando o fluxo de

animais silvestres.

3. Implementar a sinalização na área de acesso

A sinalização deverá ser de dois tipos: indicativa e informativa. A indicativa deverá

orientar a população sobre a existência de uma Reserva no local. A informativa tem

a função de ilustrar (mapas e fotos) e informar/interpretar, por meio de painéis, por

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exemplo, com dados da RPPN e região, sobre a flora e fauna ou histórico/culturais,

placas no perímetro da Reserva próximo às comunidades do entorno alertando para

a não realização de práticas que possam colocar em risco a Reserva, tais como

queimar lixo, entrar sem autorização e controle de animais de criação.

Para os dois casos, deverão ser priorizados materiais rústicos e harmônicos ao

meio ambiente, podendo utilizar os modelos já existentes;

4. Implementar marcos nos limites da RPPN com a área remanescente da

propriedade

Todos os vértices mapeados no memorial descritivo da RPPN correspondestes

aos limites da Reserva com a área remanescente do Sítio Palmeiras devem ser

materializados por meio de marcos de concreto.

5. Adquirir equipamentos e materiais permanentes de apoio às atividades de

primeiros socorros, proteção e fiscalização, tais como:

a. Proteção e fiscalização - calças e jaquetas resistentes, camisas identificando as

pessoas da RPPN, botas, chapéus, luvas de couro, cantis, lanternas, canivetes,

facões, radio comunicadores e kit primeiros socorros;

b. Combate a incêndios florestais - equipamentos individuais (EPIs), abafadores,

enxadas, facões, bombas costais, dentre outros;

É recomendável a obrigatoriedade na adoção de uniformes e equipamentos de

segurança específicos para as atividades de proteção e fiscalização, garantindo o

conforto e segurança dos funcionários;

Para evitar acidentes é recomendável o uso de botas de couro ou borracha e

luvas de couro, principalmente quando o funcionário estiver manuseando

diretamente com entulhos ou materiais estocados. Essas providências reduziriam

sensivelmente a quantidade de acidentes, principalmente com animais peçonhentos.

A validade dos medicamentos constantes no kit de primeiros socorros deverá ser

constantemente revisada.

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3.2. Programa de Proteção e Fiscalização

Objetivo

O Programa visa garantir a proteção dos ecossistemas e a manutenção da

biodiversidade.

Resultados Esperados

Rondas periódicas de fiscalização

Implementação e manutenção de cercas

Sistema de Prevenção e combate a incêndios

Placas informativas em pontos estratégicos da RPPN

Abertura de trilhas rústicas para a fiscalização

Implementar ações de prevenção e controle de erosões em trilhas

Atividades e Normas

1. Realizar rondas periódicas de fiscalização

1.1. Realização de rondas periódicas de prevenção à caça (desarmamento de

armadilhas e vistoria das cercas) e coleta ilegal de plantas nas trilhas

desativadas e limites da propriedade pelo(s) funcionário(s) da RPPN;

1.2. O(s) responsável(is) pela realização das rondas deverão ser capacitados para

o desempenho das atividades;

2. Sistematizar o combate a incêndios

2.1. Firmar parceria com a brigada de incêndio do Conselho Consultivo da APA da

Serra de Baturité para combater eventuais focos de incêndio, através do

órgão ambiental responsável (SEMACE);

2.2. Denunciar queimadas não autorizadas no entorno da Reserva à SEMACE e

ao Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

(PREVFOGO/IBAMA);

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2.3. Capacitar o(s) funcionário(s) responsável(is) pela RPPN para atuar(em) no

combate eventuais focos de incêndio, com o apoio do PREVFOGO/IBAMA.

3. Implementar ações de prevenção e controle de erosões em trilhas

3.1. Contratar um especialista em prevenção e controle de erosão em trilha para

capacitar o(s) funcionário(s) responsável(is) pela atividade;

3.2. Identificar pontos estratégicos de intervenção, visando minimizar os impactos;

3.3. Adotar ações de redução da velocidade de águas pluviais a fim de diminuir

sua capacidade de carrear o solo. O manejo de troncos e galhos caídos

constitui ótima barreira tanto para diminuir a velocidade da água, como para

fechar atalhos e caminhos paralelos;

3.4. Evitar que o material orgânico do solo não seja retirado totalmente, pois forma

camada natural de proteção ao impacto mecânico da chuva, prevenindo

erosões;

3.5. Realizar a drenagem da trilha por meio de canais laterais, em sentido

perpendicular ou diagonal a trilha (tanto em nível, quanto subterrâneo);

3.6. Adotar valas e barreiras oblíquas à superfície da trilha facilitando o

escoamento e diminuindo a velocidade da água;

O corredor da trilha inclui as áreas acima e nas laterais do caminho. Este é o

espaço limite para fazer o desbaste da vegetação, sendo que a roçagem, a capina e

a poda são corriqueiras formas de manejo;

Todas as trilhas deverão receber constante manutenção quanto às medidas de

contenção de erosões, invasão de plantas de rápido crescimento e presença de

animais que possam causar acidentes, como abelhas e vespas.

3.3 Programa de Pesquisa e Monitoramento

Objetivos

O Programa de Pesquisa e Monitoramento tem como objetivo proporcionar

subsídios mais detalhados para a proteção e o manejo ambiental. Está relacionado

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às pesquisas científicas a serem complementadas, na definição de outros temas,

auxiliando as ações de monitoramento a serem desenvolvidos na RPPN, bem como

outros estudos que se fizerem necessários.

As pesquisas não devem ser limitadas à RPPN, tendo em vista que o seu

entorno possui ecossistemas relevantes e funciona também para amortecer

possíveis impactos. A propriedade será igualmente abordada nas atividades e

normas que se seguem, embora a prioridade, maiores restrições e cuidados, sejam

indicados para a área da UC.

Atividades e Normas

Normas gerais para as atividades de Pesquisa e Monitoramento

A realização de pesquisa deverá ter autorização dos proprietários e do ICMBio,

conforme legislação;

Deverão ser evitadas coletas de material biológico, mesmo para fins científicos;

Os procedimentos deverão levar em conta o mínimo impacto ao ambiente e sua

dinâmica, respeitando sempre as restrições estabelecidas pelo zoneamento da

RPPN;

As pesquisas deverão ser coordenadas por profissionais especializados nas

respectivas áreas de abordagem;

Sugere-se que todos os estudos sejam precedidos de um projeto de pesquisa e

de um termo de compromisso, disciplinando a conduta, o uso das instalações e

manuseio adequado dos equipamentos da propriedade e firmando a obrigatoriedade

de entrega dos resultados finais;

Cópias de todas as pesquisas realizadas deverão ser arquivadas, incrementando

o acervo da RPPN, e cadastradas num banco de dados;

Os proprietários poderão fornecer aos pesquisadores dados de pesquisas já

disponíveis sobre a área, otimizando as oportunidades de aprofundamento das

informações geradas anteriormente.

1. Incentivar a realização de pesquisas científicas

1.1. Incentivar a realização de pesquisas científicas por parte de instituições

acadêmicas e conservacionistas de interesse da RPPN a fim de se fazer um

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estudo detalhado da fauna e flora local, acompanhar e avaliar o estado de

conservação e regeneração das áreas apontadas como Zona de

Recuperação da RPPN;

1.2. Elaborar um projeto de pesquisa visando o estudo e o possível controle de

espécies vegetais invasoras no interior da RPPN, mais específicamente da

palmeira denominada Babaçú (Orbignya phalerata).

1.3. Elaborar um Sistema de Informação Geográfica – SIG composto por todos os

dados levantados durante os estudos para a elaboração do plano de manejo,

bem como informações geradas em pesquisas futuras.

3.4. Programa de Visitação e Educação Ambiental

Na RPPN Sítio Palmeiras não está prevista atividades relacionadas à visitação e

Educação Ambiental.

3.5. Programa de Sustentabilidade Econômica

Objetivos

O Programa de Sustentabilidade Econômica tem como objetivo apresentar

diretrizes gerais para a avaliação das atividades econômicas a serem desenvolvidas

para a aplicação de investimentos e redução dos riscos.

A RPPN Sítio Palmeiras possui duas possibilidades de receita, conforme os

itens abaixo.

- A primeira possibilidade de receita é a proveniente de fundos, financiamentos e

doações, tais como:

1. Concorrer aos Editais de apoio a Projetos Ambientais do Fundo Nacional

do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)

Criado pela Lei 7.797 de 10 de julho de 1989, o Fundo Nacional do Meio

Ambiente (FNMA) tem por missão contribuir, como agente financiador e por meio da

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participação social, para a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente

(PNMA).

O FNMA é hoje referência pelo processo transparente e democrático na seleção

de projetos. Seu conselho deliberativo, composto de 17 representantes de governo e

da sociedade civil, garante a transparência e o controle social na execução de

recursos públicos destinados a projetos socioambientais em todo o território

nacional.

Ao longo de sua história, foram 1.400 projetos socioambientais apoiados e

recursos da ordem de R$ 230 milhões voltados às iniciativas de conservação e de

uso sustentável dos recursos naturais.

O proprietário poderá concorrer aos editais de apoio do FNMA a projetos por meio

de duas modalidades:

Demanda Espontânea, por meio da qual os projetos podem ser apresentados

em períodos específicos do ano, de acordo com temas definidos pelo

Conselho Deliberativo do FNMA, divulgados por meio de chamadas públicas;

e

Demanda Induzida, por meio da qual os projetos são apresentados em

resposta a instrumentos convocatórios específicos, ou outras formas de

indução, com prazos definidos e priorizando um tema ou uma determinada

região do país.

2. Concorrer aos Editais de apoio a Projetos Ambientais do Programa de

Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica (www.soscma.org.br)

Este programa apóia projetos voltados à conservação da biodiversidade em

regiões que ainda apresentam fragmentos de Mata Atlântica no Brasil, como é o

caso do Maciço de Baturité, local onde está inserida a RPPN Sítio Palmeiras.

Ao longo de nove anos, o Programa investiu cerca de R$ 8 milhões, sendo mais

de cinco milhões de reais em projetos dedicados às RPPNs, apoiando a criação de

467 novas RPPNs que protegerão 29.125 hectares e a gestão de 84 reservas

contribuindo para a consolidação de 28.500 hectares de áreas protegidas

particulares. O Programa contribuiu com um aumento de 110,6% no número de

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Plano de Manejo RPPN Sítio Palmeiras

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RPPNs no bioma, considerando o número de reservas existentes no bioma até

2002.

O proprietário poderá concorrer aos financiamentos de projetos através de editais

de chamada de propostas que são lançados periodicamente pelo Programa em

datas anunciada no sítio web institucional.

3. Concorrer aos Editais de apoio a Projetos Ambientais da Fundação Grupo

Boticário de Conservação da Natureza (www.fbpn.org.br)

O Programa de Incentivo à Conservação da Natureza tem por objetivo financiar

projetos que contribuam efetivamente para a conservação da natureza no Brasil,

através do apoio a ações de: manejo de unidades de conservação, conservação e

manejo de espécies ameaçadas, fiscalização e proteção ambiental, valorização e

manejo de áreas verdes urbanas, controle de espécies exóticas invasoras,

restauração de ecossistemas, desenvolvimento e implementação de políticas

públicas e legislação ambiental e pesquisa aplicada em ecologia e conservação da

natureza.

O proprietário poderá concorrer aos Editais lançados duas vezes por ano, no

início de cada semestre, por meio de pessoas jurídicas sem fins lucrativos, como

organizações não-governamentais, fundações ou associações privadas.

4. Concorrer aos Editais de apoio a Projetos Ambientais de ONGs

Internacionais

The Nature Conservancy – TNC (www.tnc.org.br)

Conservation International – CI (www.conservation.org.br)

World Wildlife Fund – WWF (www.wwf.org.br)

- A segunda possibilidade de receita é a proveniente de isenção de taxas, ex:

Imposto Territorial Rural (ITR), conforme orientações contidas no sítio web do

IBAMA: http://servicos.ibama.gov.br/index.php/relatorios-e-declaracoes/ato-

declaratorio-ambiental-ada ;

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3.6. Programa de Comunicação e Integração com a Área de Influência

Objetivo

O Programa de Comunicação e Integração com a Área de Influência visa

abordar as necessidades e formas de lidar com o público externo, institucional ou

não, e comunidade local. Inclui questões como a divulgação da interação da área

com seu ambiente de entorno direto e possíveis parceiros.

Resultados Esperados

Logomarca aplicada em materiais

Materiais de apoio e divulgação elaborados e confeccionados

Parcerias para o desenvolvimento de atividades da RPPN estabelecidas

RPPN divulgada

Atividades e Normas

1. Utilizar a logomarca da RPPN

A logomarca da RPPN deverá ser utilizada em todo material produzido, incluído

uniforme do funcionário, painéis, etc;

2. Estabelecer parcerias para o desenvolvimento das atividades da RPPN

O estabelecimento de parcerias é importante porque fortalece a RPPN, além do

apoio técnico e da troca de experiências, também poderá reduzir os custos. Podem

ser feitos acordos com diferentes parceiros: (a) vizinhos; (b) RPPNs da região; (c)

ONGs; (d) instituições de pesquisa; (e) prefeitura municipal; (f) instituições

governamentais ambientalistas, dentre outros.

3. Estabelecer parceria com os vizinhos da RPPN

O envolvimento da vizinhança poderá se dar de várias maneiras: (a) gestão

integrada da RPPN Sítio Palmeiras; (b) formação de brigadas de incêndios florestais;

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(c) proteção de fauna e flora através de boa conduta e denúncias; (d) adesão de

melhores práticas ambientais, entre outros.

4. Integrar a RPPN às Redes de Reservas Particulares

A RPPN Sítio Palmeiras se manterá incorporada à Associação de Proprietários de

RPPNs do Estado do Ceará - Asa Branca – e à Confederação Nacional de RPPNs.

5. Estabelecer parcerias com a prefeitura municipal de Baturité e Conselho

Gestor da APA da Serra de Baturité

5.1. O gestor da RPPN deverá articular-se para participar de conselhos e outros

coletivos.

A Secretaria de Meio Ambiente poderá colaborar na realização de atividades de

sensibilização e conscientização quanto à questão ambiental;

6. Estabelecer parceria com o ICMBio e SEMACE

O ICMBio e a SEMACE deverão ser informados sobre todas as ameaças à RPPN

e deverá ser solicitado sempre que necessário ações de fiscalização no seu entorno;

A RPPN poderá integrar-se aos programas de governo desenvolvidos na região.

7. Estabelecer parceria com instituições de pesquisa

Alunos de graduação e pós-graduação poderão realizar suas pesquisas na

RPPN. As universidades podem ser parceiras, colaborando com informações

científicas.

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D – INFORMAÇÕES FINAIS

1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abiótico

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2. ANEXOS

Anexo 1: lista das aves registradas para a RPPN Sítio Palmeiras. Legenda: Sensitividade: Alta (A), Média (M) e Baixa (B); Uso de hábitat: Dependentes (D), Semi-dependentes (S) e Independentes (I); Dieta: Insetívoras (I), Frugívoras/Insetívoras (FI), Carnívoras (C), Nectarívoras/Insetívoras (NI), Granívoras/Insetívoras (GI), Onívoras (O); Frugívoras (F), Granívoras (G) e Necrófagas (N).Espécies grifadas em vermelho estão na lista de ameaçadas.

Nome comum Nome científico uso de hábitat sensitivid

ade

dieta

CRACIDAE

Jacú Penelope jacucaca D A O

CATHARTIDAE

Urubu-comum Coragyps atratus I B N

ACCIPITRIDAE

Gavião-pernilongo Geranospiza caerulescens S M C

Gavião-pega-pinto Rupornis magnirostris I B C

Gavião-pedrês Buteo nitidus S M C

FALCONIDAE

Acauã Herpetotheres cachinnans S B C

RALLIDAE

Três-potes Aramides cajanea S A I

Pinto-d'água-comum Laterallus melanophaius S B I

COLUMBIDAE

Juriti-gemedeira Leptotila rufaxilla D M F

Rolinha-caldo-de-feijão Columbina talpacoti I B G

PSITTACIDAE

Periquito-de-encontro-

amarelo

Brotogeris chiriri S M F

CUCULIDAE

Alma-de-gato Piaya cayana S B I

Anu-branco Guira guira I B I

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TYTONIDAE

Suindara Tyto Alba I B C

STRIGIDAE

Corujinha-do-mato Megascops choliba S B C

Murucututu Pulsatrix perspicillata D M C

CAPRIMULGIDAE

Curiango Nyctidromus albicollis S B I

TROCHILIDAE

Besourinho-da-mata Phaethornis ruber D M NI

Beija-flor-rabo-branco-de-

sobre-amarelo

Phaethornis pretrei S B NI

Beija-flor-de-garganta-

azul

Chlorestes notata D B NI

Beija-flor-tesoura-verde Thalurania furcata S M NI

Beija-flor-de-banda-

branca

Amazilia versicolor D B NI

Beija-flor-de-garganta-

verde

Amazilia fimbriata S B NI

TROGONIDAE

Surucuá-de-barriga-

vermelha

Trogon curucui D M FI

GALBULIDAE

Ariramba-de-cauda-

ruiva

Galbula ruficauda S B I

PICIDAE

Pica-pau-anão-da-

caatinga

Picumnus limae D M I

Picapauzinho-anão Veniliornis passerinus S B I

Pica-pau-de-cabeça-

amarela

Celeus flavescens D M I

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THAMNOPHILIDAE

Choro-boi Taraba major S B I

Choca-da-mata Thamnophilus caerulescens D B I

Chorozinho-de-chapéu-

preto

Herpsilochmus atricapillus D M I

CONOPOPHAGIDAE

Chupa-dente Conopophaga lineata D A I

SCLERURIDAE

Vira-folha Sclerurus scansor D A I

DENDROCOLAPTIDAE

Arapaçu-de-bico-branco Dendroplex picus S B I

Arapaçu-rajado Xiphorhynchus atlanticus D A I

Arapaçu-de-garganta-

amarela

Xiphorhynchus guttatus D B I

FURNARIIDAE

Casaca-de-couro-da-

lama

Furnarius figulus I B I

Casaca-de-couro-

amarelo

Furnarius leucopus S B I

Petrim Synallaxis frontalis D B I

Estrelinha Synallaxis scutata S M I

João-de-cabeça-cinza Cranioleuca semicinerea S M I

Curutié Certhiaxis cinnamomeus I M I

TYRANNIDAE

Maria-do-nordeste Hemitriccus mirandae D A I

Ferreirinho-relógio Todirostrum cinereum S B I

Piolhinho Phyllomyias fasciatus S M FI

Guaracava-cinzenta Myiopagis caniceps D M FI

Guaracava-de-barriga-

amarela

Elaenia flavogaster S B FI

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Risadinha Camptostoma obsoletum I B I

Poiaeiro-de-pata-fina Zimmerius gracilipes D M FI

Bico-chato-amarelo Tolmomyias flaviventris D B I

Patinho Platyrinchus mystaceus D M I

Assadinho-de-cauda-

preta

Myiobius atricaudus D M I

Enferrujado Lathrotriccus euleri D M I

Lavadeira-mascarada Fluvicola nengeta I B I

Bentevizinho-de-

penacho-vermelho

Myiozetetes similis S B I

Bem-te-vi Pitangus sulphuratus I B I

Bem-te-vi-de-barriga-

sulfúrea

Myiodynastes maculatus D B FI

Neinei Megarynchus pitangua S B I

Suiriri Tyrannus melancholicus I B I

Maria-cavaleira Myiarchus ferox S B I

PIPRIDAE

Uirapuru-laranja ou

Guaramiranga

Pipra fasciicauda D M FI

VIREONIDAE

Pitiguari Cyclarhis gujanensis S B I

HIRUNDINIDAE

Andorinha-serradora Stelgidopteryx ruficollis I B I

TROGLODYTIDAE

Corruíra Troglodytes musculus I B I

Garrinchão-pai-avô Pheugopedius genibarbis D B I

TURDIDAE

Sabiá-laranjeira Turdus rufiventris I B FI

Sabiá-barranco Turdus leucomelas S B FI

COEREBIDAE

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Cambacica Coereba flaveola S B NI

THRAUPIDAE

Saíra-canário Thlypopsis sordida S B FI

Sanhaçu-cinzento Thraupis sayaca S B FI

Sanhaçu-do-coqueiro Thraupis palmarum S B FI

Saíra-militar Tangara cyanocephala D M FI

Saíra-amarela Tangara cayana I M FI

Saí-azul Dacnis cayana S B FI

Saíra-de-papo-preto Hemithraupis guira D B FI

EMBERIZIDAE

Tico-tico Zonotrichia capensis I B GI

Papa-capim Sporophila nigricollis I B GI

Tiziu Volatinia jacarina I B GI

Tico-tico-de-bico-preto Arremon taciturnus D M GI

PARULIDAE

Mariquita Parula pitiayumi D M I

Pula-pula Basileuterus culicivorus D M I

Canário-do-mato Basileuterus flaveolus D M I

ICTERIDAE

Vira-bosta Molothrus bonariensis I B O

FRINGILIDAE

Fim-fim Euphonia chlorotica S B FI

Gaturamo-verdadeiro Euphonia violacea D B FI

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Anexo 2 – Lista das principais espécies vegetais identificadas no interior e entorno do Sítio Palmeiras, Município de Baturité – Ceará.

NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA USOS E UTILIDADES

Almécega Protium heptaphyllum (Abl.) Marchand

1;3

Burseraceae Alimento; Construção Civil; Medicinal; Lenha

Amarelão Buchenavia capitata (Vahl) Eichler

1;3 Combretaceae Construção Civil; Lenha

Amarelo Tabebuia serratifolia2;3

Bignoniaceae Construção Civil; Medicinal; Lenha

Andiroba Carapa guianensis Aubl.

2;4 Meliaceae

Construção Civil; Arborização Urbana; Medicinal; Lenha; Industrial

Angico Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.) Altschul

1;3

Mimosoideae Construção Civil; Medicinal; Forrageira; Lenha; Industrial

Aroeira Myracrodruon urundeuva Allemão

2;3;5

Anacardiaceae Construção Civil, Medicinal; lenha

Azeitona-da-mata

Erythroxylum distortum Mart.

1;3 Erythroxylaceae

Alimento; Construção Civil, Lenha

Babaçu Orbignya martiana2;4

Palmae Alimento; Construção Civil; Ornamental

Bambu gigante Dendrocalamus giganteus

2;4 Gramineaceae Artesanato; Ornamental

Bananeira Musa sp2;4

Musaceae Alimento

Barriguda Ceiba glaziovii (Kuntze) k. schum

1;3 Bombacaceae Artesanato; Ornamental

Burra-leitera Sapium obovatum Klotzsch ex Müll. Arg.

1;3 Euphorbiaceae Alimento; Medicinal

Cabeleira-de-rapaz/zebrinha

Tradescantia zebrina Heynh

2;4 Commelianaceae Ornamental

café Coffea arabica Linn. 2;4

Rubiaceae Alimento; Medicinal

Café-bravo Casearia guianensis Urb.

2;4 Flacurtiaceae Alimento; Medicinal

Café-bravo Erythroxylum mucronatum Benth.

2;4 Erythroxylaceae Alimento; Medicinal

Cajazeira-brava/cajazeira

Thyrsodium schomburgkianum Benth.

1;3

Anacardiaceae Construção Civil; Alimento; Lenha

Cajueiro-bravo-da-serra / Maritacaca

Roupala cearensis Sleumer

2;4 Proteaceae

Carpintaria / lenha

Camará/ Camará-chumbinho

Latanda camara L. 1;4

Verbenaceae Ornamental

Camará-de-flecha

Wedelia scaberrima Benth.

2;3 Asteraceae

Ornamental; Construção Civil; Alimento; Lenha

Camunzé Pithecolobium polycephalum Benth.

2;3 Mimosoideae

Sombreamento; Construção Civil; Lenha

Cana-de-macaco Heliconia spathocircinata Aristeg.

2;3 Heliconiaceae Ornamental

Canafístula Cassia sp2;3

Casealpinioiadeae Ornamental; Construção Civil; Lenha

Canela-de-veado pequena

Clidemia debilis Crueg. 1;3

Melastomataceae Artesanato; Estabilização do Solo

Caroba / Jacaranda brasiliana Bignoniaceae Medicinal / Construção civil

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Jacarandá (Lam.) Pers. 2;3

/ lenha

Casca Grossa Maytenus sp2;3

Celastraceae Construção Civil; Lenha

Casquinha / Casquim

Amaioua intermedia Mart.

2;3 Rubiaceae Construção Civil; Lenha

Cedro Cedrela odorata L. 2;3;5

Meliaceae Construção Civil; Lenha

Chifre-de-bode Machaerium angustifolim

2;3

Leguminosae Papilionaceae

Lenha; Carvão; Ornamental

Cipó-de-cesta

Pyrostegia sp 2;3

Bignoniaceae Artesanato

Cipó-escada Bauhinia radiata Vell. 2;3

Fabaceae Artesanato

Cipó-de-fogo Euphorbia phosphorea Mart.

2;3 Euphorbiaceae Artesanato

Cocão

Esenbeckia macrocarpa Hub.

2;3 Rutaceae

Construção Civil; Alimento; Lenha

Coco-babão / Catolé

Syagrus picrophylla Barb. Rodr.

2;3 Arecaceae Alimento; Ornamental

Coração-de-Cristo

Caladium bicolar2;3

Araceae Ornamental

Crista-de-galo (Amaranthus cruentus Linn.),

2;4 Amarantaceae Ornamental

Croatá Aechmea bromeliifolia2;3

Bromeliaceae Ornamental

Croatá Guzmania sp2;3

Bromeliaceae Ornamental

Croatá Tillandsia sp2;3

Bromeliaceae Ornamental

Croatá Vriesea sp2;3

Bromeliaceae Ornamental

Embaúba /

Torém / Gargaúba

Cecropia palmata Willd.

2;3 Cecropiaceae

Medicinal; Lenha

Embira-branca Daphnopsis racemosa Griseb.

2;3 Thymeleacea

Construção Civil; Artesanato; Marcenaria; Lenha

Embiriba/Imbiriba Xylopia sericea2;3

Annonaceae Construção Civil; Artesanato; Marcenaria; Lenha

Embiratanha

Pseudobombax marginatum (A. St. –Hil., Juss & Cambess) A. Robyns

2;3

Bombacaceae

Construção Civil; Artesanato; Marcenaria; Lenha

Erva-de-rato-falsa

Psychotria colorata (Willd. Ex Roem. & Schult.) Müll. Arg.

2;3

Rubiaceae Ornamental

Espada-de-são-jorge

Sansevieria trifasciata var. Laurentti (De Wild.) N.E. Br

2;4

Liliaceae Ornamental

Espinho-de-judeu

Xylosma ciliatifolium (Clos) Eichler

2;3 Flacourtiaceae

Construção Civil; Lenha

Espinho-branco Guettarda angelica Mart. Ex Müll. Arg.

1;3 Rubiaceae Lenha

Espinheiro-branco/jurema-branca

Pithecalobium dumosuns

2;3 Mimosoideae Lenha; Forrageira

Espinheiro-preto/Jurema-preta

Mimosa hostilis Mart. 2;3 Mimosoide

ae Lenha; Forrageira

Eucalipto Eucalyptus sp2;4

Mirtaceae, Construção Civil; Industria de Papel; Quebra-vento;

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Lenha

Farinha-seca Banara guianensis Aubl.

2;3 Flacourtiaceae Construção Civil; Lenha

Favinha Stryphnodendron purpureum Ducke

2;3 Mimosoideae

Construção Civil; Forrageira; Lenha

Folha-dura Maytenus obtusifolia Mart.

2;3 Celastraceae Construção Civil; Lenha

Folha-miuda Eugenia sp2;3

Myrtaceae Construção Civil; Lenha

Folha-miuda Myrtaceae sp2;3

Myrtaceae Construção Civil; Lenha

Frei-jorge / Freijó Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. Ex Steud.

2;3 Boraginaceae Construção Civil; Lenha

Gameleira Ficus guianensis Desv. Ex. Ham.

2;3 Moraceae

Construção Civil; Ornamental; Medicinal; Lenha

Gargaúba Schefflera morototoni (Albi.) Maguiri, Steyerm. & Frodin

2;3

Araliaceae Medicinal, Lenha

Goiabinha Alseis floribunda Schott2;3

Rubiaceae Construção Civil; Lenha

Gonçalo-alves Astronium fraxinifolium Schott ex Sreng.

2;3;5 Anacardiaceae

Construção Civil; Medicinal; Lenha

Guabiraba Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb.

1;3 Myrtaceae

Construção Civil; Ornamental; Frutífera; Lenha

Guapuruvu Schizolobium parahyba2;4

Fabaceae Construção Civil; Lenha

Guaritana Geonoma elegans Mart.

2;3 Palmae Ornamental

Helicônia Heliconia sp2;3

Heliconiaceae Ornamental

Imburana Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillette

1;3 Burcearaceae

Construção Civil; Ornamental; Lenha

Ingá Inga sp2;3

Mimosoideae Sombreamento; Forrageira; Lenha; Recondicionador de solo

Ingaí Inga bollandii Sprague & Sandwith

2;3 Mimosoideae

Sombreamento; Forrageira; Lenha; Recondicionador de solo

Inharé Brosimum gaudichaudii Trécul.

1;3 Moraceae Construção Civil; Lenha

Jangada Apeiba tibourbou Aubl. 2;3

Tiliaceae Construção Civil; Lenha

Jaracatiá Carica dodecaphylla Vell.

2;4 Caricaceae

Construção Civil; Alimento; Ornamental

Jatobá / Jataí Hymenea sp1;3

Casealpinioiadeae Construção Civil; Ornamental; Lenha

João-mole Guapira opposita (Vell.) Reitz

2;3 Nyctaginaceae Lenha; Alimento; Medicinal

Lacre-branco Miconia cecidophora Naudin.

2;3 Melastomataceae

Construção Civil; Lenha; Pigmento

Lacre-vermelho Vismia guaramirangae2;3

Clusiaceae Construção Civil; Lenha

Limãozinho Zanthoxylum rhoifolium Lam.

2;3 Rutaceae Construção Civil; Lenha

lírio-d'água Nymphaea rubra Roxb. 2;4

Nymphaeaceae Ornamental

Maçaranduba Manilkara rufula (Miq.) H. J. Lam.

2;3 Sapotaceae Construção Civil; Lenha

Mangueira Mangifera indica2;4

Anacardiaceae Alimento

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Marmeleiro-branco / Marmeleiro-da-serra

Croton argyrophylloides Müll. Arg.

2;3 Euphorbiaceae

Forrageira; Medicinal

Mium / Mium-de-sangue-branco

Heisteria perianthomega (Vell.) Sleumer

2;3 Olacaceae Construção Civil; Lenha

Murici / Murici-

da-serra Byrsonia sericea

2;3 Malpighiaceae

Alimento; Construção Civil; Lenha

Mulungu Erythrina glauca Willd. 1;4

Leguminosae Papilionaceae

Sombreamento; Medicinal

Munguba Bombax aquaticum Schum.

1;3 Bombacaceae

Sombreamento; Arborização Urbana

Mutamba / mutamba-brava

Guazuma ulmifolia Lam.

2;3 Sterculiaceae

Carpintaria; Construção Civil; Forrageira; Medicinal

Nim-indiano Azadirachta indica1;4

Meliaceae Inseticida

Orelha-de-burro Clusia nemorosa G. Mey

2;3 Clusiaceae

Construção Civil; Artesanato

Orelha-de-onça-rasteira

Hydrocotyle leucocephala Cham. & Schlecth.

2;3 Apiaceae

Estabilização de encostas de morros

Pacavira Heliconia psittacorum2;3

Heliconiaceae Ornamental

Pacotê Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng.

2;3 Cochlospermaceae Artesanato; Medicinal

Paraíba / Praíba Simarouba amara Aubl. 2;3

Simaroubaceae Construção Civil; Medicinal

Pau-d’arco-amarelo

Tabebuia serratifolia

(Vahl) G. Nicholson2;3

Bignoniaceae Construção Civil; Ornamental

Pau-d’arco-roxo Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex DC.) Standl.

2;3 Bignoniaceae

Construção Civil; Ornamental

Pau-de-ferro / Jucá

Caesalpinia ferrea var. férrea Mart.

2;3 Caesalpinioideae

Construção Civil; Ornamental; Lenha

Pau-d’óleo Copaifera langsdorffii Desf.

2;3

Fabaceae Caesalpinioideae

Construção Civil; Medicinal; Lenha

Pitiá / Piquiá Aspidosperma multiflorum A. DC.

2;3 Apocynaceae Construção Civil; Lenha

Quina-quina Coutarea hexandra (jacq.) K. Schum.

2;3 Rubiaceae

Construção Civil; Medicinal; Lenha

Rabugem / Rabugeira / Carne-de-lata/Rabujo

Platymiscium piliferum Taub.

2;3

Leg. Papilionoideae

Construção Civil; Marcenaria; Lenha

Sabiá Mimosa caesalpiniifolia Benth.

2;3 Mimosoideae

Construção Civil; Forrageira; Lenha

Sabiá-da-mata Hyeronima oblonga2;3

Euphorbiaceae Forrageira

Samambaia-espada / Samambaia-de-boston

Nephrolepis biserrata (Sw.) Schott

2;3 Davalliaceae

Ornamental

Taboquinha Olyra latifolia L. 2;3

Gramineaceae Ornamental

Tiririca Scleria bracteata2;4

Cyperaceae Ornamental

Trapiá Crataeva tapia Linn.2;3

Capparaceae Construção Civil; Medicinal; Lenha

Urtiga Urera baccifera (L.) 2;3

Urticaceae Ornamental

Vassourinha-de-botão

Spermacoce verticillata L.

2;3 Rubiaceae Ornamental

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Visgueiro Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp.

2;3 Mimosoideae

Forrageira; Ornamental; Lenha

Aechmea aquilega2;3

Bromeliaceae Ornamental

Dicksonia sellowiana Hook.

2;3 Dicksoniaceae Ornamental

Guzmania monostachia

2;3;5 Bromeliaceae Ornamental

Prosthechea fragrans2;3

Orchidaceae Ornamental

Tipo de Registro: 1 – Entrevista de campo; 2 – Visualizada em campo; 3 – Espécie nativa; 4 – Espécie exótica; 5 – Espécie ameaçada de extinção.

Anexo 03 - Lista da herpetofauna que ocorre no maciço de Baturité (Borges-Nojosa,

2007).

Anfíbios Bufonidae Rhinella crucifer

Rhinella granulosus

Rhinella gr. margaritifer

Rhinella schneideri

Hylidae Corythomantis greeningi

Dendropsophus aff. decipiens

Dendropsophus gr. microcephalus

Dendropsophus minutus

Hypsiboas raniceps

Phyllomedusa gr. hypochondrialis

Scinax aff. fuscovarius

Scinax x-signatus

Trachycephalus venulosus

Eleutherodactylidae Adelophryne baturitensis

Brachycephalidae Ischnocnema gr. ramagii

Leptodactylidae Leptodactylus furnarius

Leptodactylus labyrinthicus

Leptodactylus mystaceus

Leptodactylus natalensis

Leptodactylus gr. ocellatus

Leptodactylus aff. pustulatus

Leptodactylus syphax

Odontophrynus carvalhoi

Physalaemus gr. cuvieri

Proceratophrys cristiceps

Microhylidae Dermatonotus muelleri

Caeciliidae Syphonops aff. paulensis

Chthonerpeton aff. arii

Répteis Amphisbaenidae Amphisbaena alba

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Anguidae Diploglossus lessonae

Gekkonidae Hemidactylus mabouia

Sphaerodactylidae Coleodactylus meridionalis

Phylodactylidae Gymnodactylos geckoides

Phyllopezus pollicaris

Gymnophthalmidae Colobosauroides cearensis

Leposoma baturitensis

Micrablepharus maximilani

Stenolepis ridleyi

Iguanidae Iguana iguana

Leiosauridae Enyalius bibronii

Polychrotidae Anolis fuscoauratus

Polychrus marmoratus

Polychrus acutirostris

Scincidae Mabuya heathi

Mabuya nigropunctata

Teiidae Ameiva ameiva

Kentropyx calcarata

Tupinambis merianae

Strobilurus Strobilurus torquatus

Tropiduros hispidus

Tropiduros semitaeniatus

Boidae Boa constrictor

Epicrates cenchria

Dipsadidae Apostolepis cearensis

Apostolepis gr. pymi

Atractus gr. maculatus

Dipsas albifrons

Echinanthera occipitalis

Imantodes cenchoa

Leptodeira annulata

Liophis peocilogyrus

Liophis reginae

Liophis viridis

Oxyrhophus aff. guibei

Oxyrhopus trigeminus

Phylodryas olfersi

Sibon nebulata

Spilotes pullatus

Tamnodynastes aff. pallidus

Waglerophis merremii

Colubridae Chironius bicarinatus

Drymarchon corais

Drymoluber dichrous

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Mastigodryas boddaerti

Oxybelis aeneus

Pseutes sulphureus

Tantilla melanocephala

Leptophis aff. ahaetulla

Elapidae Micrurus ibiboboca

Micrurus lemniscatus

Micrurus aff. corallinus

Viperidae Botrhops erythromelas

Crotalus durissus

Lachesis muta