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CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL REGIONAL NE 2 52ª Assembleia Pastoral Regional De 26 a 29 de setembro de 2017 Convento Ipuarana / Lagoa Seca/ PB Tema: “A Igreja a serviço da vida plena para todos” Lema: “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10) PRIMEIRO DIA TERÇA-FEIRA, 26/09 De 26 a 29 de setembro de 2017, no convento dos Franciscanos, em Ipuarana Lagoa Seca-PB aconteceu a 52 a Assembleia de Pastoral do Regional NE2 da CNBB, com a presença dos Senhores arcebispos, bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos devidamente convocados para este fim. Ao longo dos dias houve a assessoria da economista Tânia Barcelar, do Padre Everaldo Saraiva, do Professor Luciano (UEPB) e do Padre Francisco de Aquino. Iniciamos nossas atividades na terça feira, 26 de setembro, com o jantar e logo em seguida uma bela oração de preparação para os dias vindouros. Invocando as luzes do Espírito Santo e as Graças de Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, fizemos lembranças daqueles que nos antecederam na luta da construção de um mundo novo, alicerçado nas pilastras do Reino de Deus. Após esse momento de oração nos dirigimos ao auditório do Convento de Santo Antônio, onde aqui aconteceu a solenidade oficial de abertura da 52 a Assembleia do Regional NE2-CNBB. Tendo sido composta a mesa pela diretoria do Regional NE2-CNBB com a presença do presidente Dom Antônio Fernando Saburido, do Vice-Presidente Dom Frei Delson Pedreira da Cruz e do Secretário Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, ouvimos as palavras do Presidente que em nome do Regional NE2 deu as boas-vindas a todos os presentes: Prezados irmãos e Irmãs Deus nos dá a graça de, mais uma vez, estarmos reunidos em Assembleia Regional de Pastoral aqui em Lagoa Seca, na Paraíba. Independentemente da importância do tema, é sempre “bom e agradável estarmos juntos como irmãos”, partilhando as nossas alegrias e os desafios que se apresentam a cada um de nós e sobretudo às nossas comunidades eclesiais. Gostaria, inicialmente, de saudar os nossos irmãos arcebispos e bispos, provenientes das quatro províncias do nosso Regional NE2, entre eles os dois que comigo formam a presidência, Dom Frei Manoel Delson arcebispo da Paraíba e Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, bispo de Nazaré da Mata. Saúdo, de maneira especial o Pe. Aparecido Francisco de Camargo - Administrador Diocesano de Campina Grande, nosso anfitrião, nesses dias e que pela primeira vez, nessa condição, participa de uma Assembleia Regional, assim como o Pe. Antônio Malan de Carvalho Administrador Diocesano de Petrolina

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CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL – REGIONAL NE 2

52ª Assembleia Pastoral Regional

De 26 a 29 de setembro de 2017 – Convento Ipuarana / Lagoa Seca/ PB

Tema: “A Igreja a serviço da vida plena para todos”

Lema: “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10)

PRIMEIRO DIA

TERÇA-FEIRA, 26/09

De 26 a 29 de setembro de 2017, no convento dos Franciscanos, em Ipuarana – Lagoa

Seca-PB aconteceu a 52a Assembleia de Pastoral do Regional NE2 da CNBB, com a

presença dos Senhores arcebispos, bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos

devidamente convocados para este fim. Ao longo dos dias houve a assessoria da

economista Tânia Barcelar, do Padre Everaldo Saraiva, do Professor Luciano (UEPB) e do

Padre Francisco de Aquino.

Iniciamos nossas atividades na terça feira, 26 de setembro, com o jantar e logo em

seguida uma bela oração de preparação para os dias vindouros. Invocando as luzes do

Espírito Santo e as Graças de Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida,

padroeira do Brasil, fizemos lembranças daqueles que nos antecederam na luta da

construção de um mundo novo, alicerçado nas pilastras do Reino de Deus. Após esse

momento de oração nos dirigimos ao auditório do Convento de Santo Antônio, onde aqui

aconteceu a solenidade oficial de abertura da 52a Assembleia do Regional NE2-CNBB.

Tendo sido composta a mesa pela diretoria do Regional NE2-CNBB com a presença

do presidente Dom Antônio Fernando Saburido, do Vice-Presidente Dom Frei Delson

Pedreira da Cruz e do Secretário Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, ouvimos as

palavras do Presidente que em nome do Regional NE2 deu as boas-vindas a todos os

presentes:

Prezados irmãos e Irmãs

Deus nos dá a graça de, mais uma vez, estarmos reunidos em Assembleia Regional de

Pastoral aqui em Lagoa Seca, na Paraíba. Independentemente da importância do tema, é

sempre “bom e agradável estarmos juntos como irmãos”, partilhando as nossas alegrias e

os desafios que se apresentam a cada um de nós e sobretudo às nossas comunidades

eclesiais.

Gostaria, inicialmente, de saudar os nossos irmãos arcebispos e bispos, provenientes

das quatro províncias do nosso Regional NE2, entre eles os dois que comigo formam a

presidência, Dom Frei Manoel Delson – arcebispo da Paraíba e Dom Francisco de Assis

Dantas de Lucena, bispo de Nazaré da Mata. Saúdo, de maneira especial o Pe. Aparecido

Francisco de Camargo - Administrador Diocesano de Campina Grande, nosso anfitrião,

nesses dias e que pela primeira vez, nessa condição, participa de uma Assembleia Regional,

assim como o Pe. Antônio Malan de Carvalho – Administrador Diocesano de Petrolina –

PE. Saúdo também os provinciais, superiores e superioras religiosos, sacerdotes, diáconos,

fundadores e representantes das novas comunidades, leigos/as atuantes em nossas Igrejas

Particulares. Sejam todos bem-vindos para essa Assembleia Regional de Pastoral.

Estamos concluindo o mês da Bíblia. Este ano, o livro escolhido para nossa reflexão

é a 1 Carta de Paulo aos Tessalonicenses. Essa carta, portanto, deve ser o fio condutor desse

mês de setembro, com o lema: “Anunciar o Evangelho é doar a própria vida” (1 Ts 2,8).

Embora a carta tenha sido escrita para responder a problemas concretos da comunidade

daquela época, contém muitos elementos que podem ser atuais em nossa missão. Sem

dúvida, o mais importante deles é que o evangelho não é apenas um ensinamento ou

doutrina, mas a boa notícia do reino de Deus que vem através da manifestação (parusia) de

Jesus, nosso Salvador. Por isso, o anúncio do evangelho só pode ser feito com a vida e

não apenas por palavras. Pede de nós uma permanente mudança no nosso modo de ser e

no modo de nos relacionar com os outros. Também supõe uma profunda abertura em

relação aos problemas e necessidades do mundo no qual vivemos. Paulo e seus

companheiros escreveram essa carta quando estavam refugiados em Corinto, perseguidos

por chefes religiosos da sinagoga. Eles não foram perseguidos porque pregavam doutrinas

diferentes. O Judaísmo da época tinha uma imensidade de grupos, cada um pregando

interpretações diversas da Bíblia. Paulo e seus companheiros foram perseguidos pelos

rabinos porque faziam comunidades inclusivas nas quais pobres, migrantes e gente

considerada pelos religiosos como pecadoras eram acolhidos/as dentro da comunidade de

fé e de vida. Esse é o chão a partir do qual devemos ler a Bíblia na realidade atual brasileira.

Conforme decisão da 51ª Assembleia, o Tema deste ano será “A Igreja a serviço da

vida plena para todos” e o Lema “Eu vim para que todos tenham vida”. Uma escolha

bastante sintonizada com o Lema deste mês da Bíblia. A comum preocupação é exatamente

com a vida: valorização e doação. Seremos assessorados pela Economista Tânia Bacelar,

Prof. Luciano da UFPB, Pe Francisco de Aquino e Pe Everaldo Saraiva. A eles queremos,

desde já, expressar a nossa gratidão pela disponibilidade, assim como, a Dom José Luiz –

Bispo de Pesqueira e referencial da Comissão para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz,

nosso coordenador geral juntamente com os demais bispos, sacerdotes e leigos que se

encarregaram da montagem e execução desta assembleia. Os objetivos traçados para ela

são cinco: conhecer melhor a realidade de nossa região no que diz respeito aos “clamores

sociais” e aos “serviços da vida” desenvolvidos pela Igreja; favorecer o entrosamento entre

as diversas pastorais, fortalecendo a sustentabilidade das ações desenvolvidas; aprofundar

a dimensão sócio estrutural da caridade cristã; reavivar o compromisso social da Igreja;

apontar pistas de ação para o anúncio da Boa Nova da caridade, da justiça e da Paz.

Vivemos um tempo muito especial em nosso País. A cada dia nos deparamos com

verdadeira enxurrada de notícias que ferem a ética e a moral no campo político, econômico

e social que têm feito muitas pessoas perderem o encanto e a alegria. Como Igreja profética

a que somos chamados, não podemos absolutamente permitir que esses sentimentos

ganhem força. Precisamos sim, ajudar o nosso povo bom a alimentar a esperança. O Brasil

é um país “abençoado por Deus e bonito por natureza” como costumamos cantar. País de

abundantes riquezas naturais, sem grandes catástrofes e guerras. Infelizmente vem sendo

conduzido, em sua maioria, por administradores e legisladores egoístas e inescrupulosas,

que ameaçam a vida e a cidadania do nosso povo, especialmente as populações mais

carentes.

Uma Assembleia de Pastoral como essa que reúne lideranças cristãs de quatro estados

do nosso nordeste sofrido e que se debruça sobre um tema eminentemente social tem tudo

para contribuir não só com a conscientização da realidade, mas levar para nossas

comunidades uma palavra de encorajamento para manter a “chama” acesa e colaborar para

o crescimento da unidade e confiança.

O Papa Francisco, no final de sua carta encíclica Laudato Si, após chamar a atenção

para os tantos desafios que ameaçam a vida em nossa “casa comum” apela: “Deus, que nos

chama a uma generosa entrega e a oferecer-lhe tudo, também nos dá as forças e a luz de

que necessitamos para prosseguir. No coração deste mundo, permanece presente o Senhor

da vida que tanto nos ama. Não nos abandona, não nos deixa sozinhos, porque se uniu

definitivamente à nossa terra e o seu amor sempre nos leva a encontrar novos caminhos.

Que Ele seja louvado” (n.245). Que estas palavras do Papa nos sirvam também para o

momento que atravessamos em nosso Brasil, e com certeza tudo superaremos pela força da

unidade e da solidariedade.

Invocamos o Espírito Santo de Deus sobre cada um de nós para que esta nossa

assembleia chegue a bom termo e ajude nossas igrejas a caminharem na fé, na esperança e

na caridade. E neste Ano Mariano, que estamos prestes a concluir, invocamos também a

proteção de Nossa Senhora Aparecida – Padroeira do Brasil, para que abençoe, proteja e

console o nosso povo. Para alegria de todos nós, declaro aberta nossa 52ª Assembleia

Pastoral Regional.

Após este momento de abertura aconteceu a apresentação dos participantes,

assessores e da programação desta Assembleia. Finalizados os trabalhos de abertura nos

recolhemos para reiniciarmos os trabalhos no dia seguinte.

SEGUNDO DIA

QUARTA-FEIRA, 27/09

Retomamos nossas atividades as 7h da manhã, quarta feira, 27 de setembro com a

Celebração Eucarística/Laudes, na capela, seguida do café da manhã e das atividades no

auditório do Convento Santo Antônio. Formada a mesa redonda para a Análise de

Conjuntura com os assessores: economista Tânia Barcelar, Professor Luciano (UEPB) e o

Pe. Everaldo Saraiva.

A economista Tânia Barcelar agradeceu o convite do Regional NE2 para fazer uma

leitura da economia nos dias atuais. Iniciou lembrando que o ambiente mundial encontra-

se em crise e em mudança:

CONTEXTO ECONÔMICO: AVANÇO DA FINANCEIRIZAÇÃO

DO MUNDO

Dos anos 70 até os dias atuais, na economia, a esfera financeira cresceu muito mais que a

esfera produtiva. A tendência a financeirização da economia como outra dimensão do

capitalismo apareceu com muita evidência nestas últimas décadas. A consequência disso

foi que à economia não criou empregos, ela excluiu a população que estava na esfera

produtiva. Isso estimulava a globalização do capital, mas também criava desempregos e

misérias.

A crise financeira mundial de 2008 e 2009 foi uma crise que estourou no coração

financeiro do mundo Wall Street, impactando inicialmente as grandes potências mundiais,

exceto a China. O pós-crise de 2008 e 2009 levava a um crescimento muito lento. A China

despontava como o País que mais crescia naquele momento.

No ambiente mundial não existe só crise. No meio da crise existem mudanças dos

paradigmas técnicos para além da crise, que impactaram na produção, no emprego, no

consumo e na organização da sociedade: A mais importante é o paradigma do século XX

para o século XXI: a era eletrônica que é uma mudança de grande relevância. Ela vai

mudar e ter impacto direto na produção de empregos, quando alguns empregos

desaparecem. A forma de comunicação muda. O WhatsApp passa a mexer no cotidiano da

nossa vida: são mudanças não apenas econômicas, mas também comportamental.

A crise ambiental, o avanço de novo modelo energético e o debate sobre o

desenvolvimento, faz ampliar a consciência ecológica: nos damos conta que o planeta não

consegue acompanhar, sem adoecer, o consumo exagerado ao qual estávamos sendo

incentivados a viver. Há também uma reorganização geopolítica mundial com uma

multipolaridade em meio a conflitos econômicos, étnicos e religiosos.

BRASIL – trajetória recente e crise atual

No final do século XX, o Brasil vem como a oitava base industrial, com um quadro

social grave e como o terceiro País mais desigual do mundo. A crise dos anos 80 está

associada ao endividamento externo da era Geisel e ao “choque dos juros” no final dos

anos 70, com a crise financeira do Estado e tendo como resultado a hiperinflação. Nos anos

90, há a abertura financeira e comercial de forma rápida com impactos negativos na

indústria e com reforço ao rentismo. Cresce a dívida pública nos anos do pós-Real com

juros reais muito elevados.

No início do sec. XXI, temos o avanço de nova dinâmica demográfica – a população

do Brasil está envelhecendo. Uma nova pirâmide etária com avanço rápido do

envelhecimento.

Bom momento na dinâmica econômica e Melhorias relevantes no quadro social

Abre-se a janela das commodities com dinamismo do consumo popular e estímulo ao

investimento na primeira década (modelo produção e consumo de massa) com melhorias

relevantes no quadro social, ameaçadas pela crise atual e sinalizações de decisões recentes.

O modelo de crescimento econômico uniu política econômica com política social, tendo

como resultado a queda da pobreza extrema.

CRISE ATUAL

A crise atual é impactada pela queda mundial das commodities, mais do que pela

crise de 2008/2009. Nos anos 2012/2013 a presidente Dilma Russeff apoia fortes cortes

nos juros (rompe com o pacto lulista). Surgem limites evidentes do ciclo de crescimento

puxado pelo consumo das famílias (2014) com rápido avanço da recessão, forte

desemprego, queda da renda real, e altas taxas de juros reais (2015). A Crise política de

Dilma já começa em 2014. Ela ganha a eleição mais com um congresso opositor. Ela perde

a base social e perde força política.

O problema fiscal agravado em tempos de desaceleração da receita e medidas que

ampliaram incentivos fiscais e dívida pública. A operação “Lava Jato” trava as maiores

empresas do Brasil, afetando os investimentos, e gerando tensão no meio político. A crise

política resulta no impeachment da presidente e assume um governo sem legitimidade

buscando realizar mudanças profundas e de corte conservador, com destaque para cortes

de despesas públicas.

A conjuntura brasileira atravessa um momento difícil. Há uma convergência de crise

econômica e crise política, com tendência a inserção submissa do País no ambiente

mundial. Ressurge uma nova onda de privatização e desnacionalização da base de recursos

e da base produtiva do País. As reformas propostas pelo governo são pouco discutidas e

focadas nos interesses dos mais poderosos. Estamos com dificuldades para a retomada da

economia e com forte crise social (alto desemprego e crescente violência). Os debates sobre

alternativas são insuficientes com progressistas na defensiva e a população perplexa.

NORDESTE

Dinamismo econômico nos anos recentes (2000-2010)

Sua economia cresce mais que a média nacional, impulsionado pelo crescimento da

renda, do crédito, do emprego e pela atração de importante bloco de investimentos. Este

dinamismo econômico é refletido:

1. Na agricultura familiar;

2. Na presença do ensino superior – dobramos o número de universidades no interior do

Nordeste;

3. A renda rural cresceu mais pelo salário mínimo;

4. Bolsa família

PERMANÊNCIA DE IMAGEM DISTORCIDA NO BRASIL E NO RESTO DO

MUNDO

1. Visão predominante do Nordeste pobre e dependente de bolsa família, peso para o Brasil;

2. Visão do Nordeste ainda dominado pelas oligarquias (como se elas só existissem nessa

região).

Os desafios são grandes e há potencialidades evidentes no Nordeste:

Energia eólica e solar mas há também fragilidades importantes: a dimensão ambiental foi

pouco valorizada e o liberalismo conservador é ameaça.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

1. Como não existe só crise conjuntural, o Brasil precisa se reposicionar no ambiente

mundial, marcado por mudanças econômicas e socioculturais importantes e redefinições

geopolíticas.

2. O debate sobre novas alternativas (“um novo mundo é possível”) arrefeceu e as visões

conservadoras avançam mundialmente, mas ele é fundamental pois parte de uma nova

noção de desenvolvimento: o desenvolvimento sustentável, que articula a dimensão

econômica, sociocultural e ambiental.

Terminada a apresentação da economista Tânia Barcelar, continuamos a reflexão

assessorada pelo Padre Everaldo Saraiva da Diocese de Caruaru-PE, que fez uma leitura

aproximativa das subjetividades sociais contemporâneas, aprofundando a leitura da

assessora anterior e mostrando como tudo isso repercute no dia a dia das pessoas e das

comunidades.

Que tipos de culturas esses paradigmas têm produzido numa economia que sai da relação

capital trabalho para uma economia de especulação?

Um modelo econômico representado com características da esfinge de delfos (mitologia

grega), e uma economia incertas.

Terminada a apresentação do padre Everaldo, o professor Luciano deu continuidade à

reflexão, trazendo o tema do protagonismo social da Igreja e sua forte influência na

formação do povo nordestino. Lembrou elementos históricos que enfatizam a vocação da

Igreja no Nordeste na defesa da cultura e da vida do povo nordestino. Lembrou Dois

movimentos históricos que caracterizam bem o Nordeste: Canudos e Juazeiro do Norte –

Antônio Conselheiro e o Padre Cicero. De um a outro é que nós vamos entender o Nordeste.

A guerra de canudo foi um levante de um País moderno com um País que deveria ser

esquecido.

NORDESTE – TRAGEDIA E ENCANTAMENTO

Três visões do século XX, sobre o Nordeste

Gilberto Freyre – autenticidade, memória e unidade – guardar o Nordeste a partir da

autenticidade, da memória e da unidade.

Celso Furtado – tragédia, potencialidade e integração. O Nordeste, e todas as regiões do

Brasil, devem ter suas problemáticas resolvidas, e somente assim, o Brasil seria um País

desenvolvido. Para ele, o Brasil devia ser visto, a partir do binômio: problema e

potencial.

Durval Muniz – ficção, relações de poder e desconstrução.

Das provocações cearenses ao pós-secular: Há claramente um protagonismo social

da Igreja. Canudos e Juazeiro do Norte, Antônio Conselheiro e o Padre Cícero

contribuíram para o imaginário coletivo e a noção de Nordeste.

Terminado este momento com os assessores, o tempo foi aberto para questionamentos

e contribuições dos participantes que dirigiram perguntas aos três assessores. Logo em

seguida, Marcos, articulador das Pastorais Sociais do regional NE2 apresentou a síntese da

pesquisa realizada sobre a realidade das Pastorais Sociais em nosso Regional. Trazendo os

seguintes dados:

1. 93% das Dioceses tem Pastoral da criança e carcerária

2. Renasce as pastorais da mulher marginalizada e do povo de rua

3. 72% das Dioceses não tem Comissão de Justiça e Paz

4. 86% não tem Comissão de Direitos Humanos

5. 58% tem a Ação dos Catadores de recicláveis

6. 82% tem Coordenação das pastorais sociais

7. 69% tem o Fundo Diocesano de Solidariedade

8. 62% tem Escola de fé e politica

SEGUNDO DIA

(TARDE)

O assessor, Professor Luciano, iniciou fazendo a provocação para os trabalhos em

grupos. A tarefa consistiria em cada grupo fazer uma síntese do que foi apresentado pelos

assessores e trazer para o plenário.

RETORNO DOS GRUPOS

Os grupos foram divididos pelos números antecipadamente escritos nos crachás e

depois de 40 minutos os membros trouxeram os resultados das reflexões:

GRUPO 01

Exposição bem didática dos assessores nos conduzindo a uma reflexão profunda sobre o

tema

Leitura positiva do Nordeste

Enfoque dado aos governos

Repensar o modelo de desenvolvimento

Papel importante da Igreja na história do Nordeste

Pergunta apresentada: E para onde e por onde estamos caminhando?

Olhar para o passado e nos projetarmos para o futuro

A Igreja precisa atuar mais no campo da Política. Apoiar e acompanhar as lideranças

Investir na formação continuada – Escola fé e Política

Participação nos conselhos paritários

Política é para mudar. Política é também um problema da Igreja (D. Mariano)

GRUPO 02

Há uma crise política econômica social mais também eclesial

A Igreja do Brasil perdeu a dimensão do profetismo

A Igreja precisa de mais profetismo

Estamos tendo dificuldades para formar lideranças leigas

GRUPO 03

Desafios:

Formar lideranças jovens

Pauta de trabalho social inspirada nos que nos precederam.

GRUPO 04

Há claramente nos dias de hoje uma ruptura entre fé e vida

Tensão na geopolítica do mundo

Manipulação da grande mídia

Compreender as novas formas da miséria presentes em nossas comunidades

Aumento da violência sobretudo dos jovens

Dificuldades de mobilização das lideranças e do povo – grito do excluído

Somos portadores da esperança

Partimos sempre das cinzas por essa razão vamos recomeçar

Uma pauta que mobiliza hoje é cultura e ecologia

Clareza na reflexão sobre o Brasil real e Brasil oficial

Entender o Brasil a partir de Canudos

Percebe-se que fora da Igreja existe um movimento que muito mais aceita o Papa Francisco

do que dentro da própria Igreja.

Urgente necessidade de recomeçar a partir do pequeno e não do grande

O grande desafio é fazer com que as pessoas voltem a acreditar na política como algo que

é capaz de transformar suas vidas e a vida da comunidade.

GRUPO 05

Temos crise, mas não podemos deixar de acreditar que temos também forças

transformadoras no Nordeste

Dos 95% dos Cristão que existem no Brasil, muitos estão distantes do comprometimento

com a vida do povo

A Igreja se afastou da base, do povo e do Evangelho

Precisamos saber quem somos para poder sabermos para onde iremos

Investir na formação não só para o clero mais também para os leigos.

É preciso que as nossas lideranças conheçam mais a Doutrina Social da Igreja

É necessário que a Igreja escute mais o Papa Francisco

GRUPO 06

Estamos atravessando não apenas uma crise econômica mais também uma crise ética e

moral

Há um claro recuo da Igreja nas questões sociais

Deficiências das Pastorais Sociais. Apesar de tudo o Social é muito vivo na Igreja

Investir na formação integral dos líderes nas Escolas de fé e política

A Igreja precisa de um estilo de vida sóbria e voltar as bases para estar mais próxima dos

pobres.

GRUPO 07

Mudanças nas relações sociais com evidente presença da cultura de morte

Cresce o fundamentalismo Cristão, fazendo nascer uma separação entre teoria e prática

Distanciamento entre Igreja e leigos

GRUPO 08

As Pastorais Sociais têm uma função bonita dentro da comunidade.

A sociedade perplexa diante do mau exemplo das autoridades políticas.

Desafios:

Resgatar a esperança

Devolver a dignidade das pessoas

Comunhão e unidade entre as pastorais

Participação nos conselhos paritários

GRUPO 09

Existe uma crise que também afeta os movimentos sociais

Esfriamento da Teologia da libertação

Necessidade de repensar nossa ação pastoral

Superar o saudosismo sem deixar de contar a história

Acolhimento aos mais diversos carismas e movimentos, e acabar com a separação entre

nós.

GRUPO 10

O diálogo como grande desafio atual

Não se cansar de buscar novos caminhos

Apoiar a pastoral da pessoa idosa, diante de uma sociedade que cresce o número de

idosos.

Considerações finais

Tânia Barcelar

Há um consenso que estamos num momento difícil – esse momento do Brasil traz um

risco muito grande porque nós vamos demorar a reconstruir.

Destacou que há uma tendência da desnacionalização das riquezas brasileiras. Ex: o pré-

sal.

A educação deixa de ser um bem e passa a ser negócio (isto é grave porque a educação é

que forma os jovens). As redes de educação e saúde no Brasil estão sendo compradas por

empresas estrangeiras com fortes ligações econômicas.

Em curto prazo não iremos resolver o problema econômico do Brasil. Nossa retomada de

crescimento será lenta. Isso tem um lado bom, porque nós podemos discutir melhor o tipo

de economia que queremos.

O Brasil é um Pais de grandes potencialidades e não precisa ter as mazelas sociais que nós

temos.

Neste momento da história se tivermos que fazer uma opção, vamos fazer pelos jovens.

Eles estão vivendo o que nós não vivemos: a instabilidade. Deve ser a juventude olhada de

forma especial.

A visão distorcida do Nordeste foi difundida pelas elites para se beneficiarem dela.

O Nordeste não é pobre porque é seco. É a política que está errada e que não trata as nossas

riquezas.

Fazer uma releitura de que temos novos desafio.

A Igreja Católica tem um grande trunfo: a população acredita nela. O grau de confiança da

Igreja para a população em tempos como este é um trunfo relevante.

A fragilidade é que houve um recuo. Já fomos mais atuantes e mais protagonistas que hoje.

A Igreja deveria refletir mais sobre a esfera pública – o espaço de relação privado e público,

e ter sempre consciência que gestor público decide por pressão. Se não houver pressão o

leão come aquilo que é dos mais fracos.

Não devemos ser saudosistas mais sermos inovadores.

PADRE EVERALDO SARAIVA

Demanda do diálogo da Igreja com a sociedade.

Nossos trabalhos caritativos são gratuitos e têm grande importância para o povo.

Nossa presença como acolhimento, diálogo com todas as forças sociais e parcerias podem

construir um outro mundo.

Participação do laicato na vida da Igreja.

O mundo hoje está exigindo um novo profetismo: “O Profetismo coletivo”. Não é o

profetismo de uma pessoa mais da unidade e união de várias pessoas.

Espiritualidade da travessia. Alimentar nossas forças.

PROFESSOR LUCIANO

A Igreja sabe lidar com crise porque sempre sobre lidar com o tempo.

A Igreja tem uma capacidade grande de articular.

A Igreja é portadora de esperança.

Não abandonar a construção de um projeto de nação.

A Igreja quando se aproximou dos pobres ela foi mais Igreja. Quando dos pobres afastou-

se, perdeu sua identidade.

Há a necessidade da Igreja se reaproximar dos novos pobres.

A Igreja não pode se partidarizar ela é seu próprio partido. O que não significa que ela não

se comunique e dialogue com os partidos políticos.

Dom José Luiz, bispo referencial das Pastorais Sociais do Regional NE2, finalizou esse

momento agradecendo aos facilitadores/palestrantes.

TERCEIRO DIA

QUINTA-FEIRA, 28/09

Celebração da Santa Missa

DIMENSÃO SÓCIO ESTRUTURAL DA CARIDADE

Pe. Francisco de Aquino Paulino

Retomamos nossos trabalhos após o café da manhã, no auditório do Convento de

Santo Antônio. Desta vez, o assessor foi o Padre Francisco de Aquino Paulino, da

Diocese de Limoeiro do Norte-CE. O professor Aquino iniciou sua explanação fazendo

este questionamento:

O que a conjectura da realidade tem a ver com a missão da Igreja?

Justificou esta pergunta, em vista que muitas vezes sermos acusados de termos esta

preocupação com o social quando o papel da Igreja no mundo, para muitos, consiste apenas

numa dimensão espiritual fazendo a separação da vida real das pessoas. Por essa razão

destacou a unidade com as diretrizes da Igreja do Brasil e para além das diretrizes, a Igreja

deve desempenhar o serviço da vida plena.

O cuidado com a vida plena pelo envolvimento da Igreja no processo de construção

social é uma exigência evangélica. E é um equívoco a dicotomia do compromisso social

com o compromisso espiritual. Reduzir a evangelização ao âmbito do individual e não

ampliar o processo evangelizador as relações sociais, é não levar em conta que no processo

do anúncio da Boa Nova feito por Jesus, Ele alargava o anúncio ao âmbito social. É tarefa

de todos, e não somente das pastorais sociais o compromisso com as questões sociais

presentes no dia a dia das pessoas.

1. Caráter Evangélico do Compromisso social da Igreja

A Igreja não é uma ONG. Tratar da dimensão social da Igreja não significa ser um

braço do Estado. A Igreja deve anunciar o reinado de Deus. O objetivo da Igreja é

evangelizar. Não devemos dar por evidente o conceito de evangelização, nem tudo na

Igreja é evangelização. Na EG, do Papa Francisco, evangelizar é tornar o Reino de Deus

presente no mundo. O Papa Francisco cita a partir da Evangelli Nuntiande.

O Reino de Deus está próximo. O Evangelho de Jesus Cristo é a Boa Notícia que diz

que o Reino de Deus está próximo! O Reinado de Deus é uma das imagens bíblicas para

falar da presença e da ação de Deus entre os homens. A ação de Deus é sempre uma ação

historicizante, concreta. O Senhorio de Deus também toca a interioridade de cada pessoa,

bem como toca a realidade social.

A referência da justiça bíblica é Deus mesmo, que não é cego e toma parte de seu povo.

A Misericórdia cristã toca o mistério e o modo de ser de Deus. A Misericórdia não é uma

mera consequência da fé. A Misericórdia constitui o coração da fé cristã. Na parábola do

Bom Samaritano a questão sobre a vida eterna e como ganhá-la é uma questão fundamental.

O compromisso social da Igreja considera a vida eterna. O amor é o critério último da nossa

comunhão com Deus e atesta a autenticidade de nossa piedade.

2. A especificidade da dimensão social do Evangelho e da evangelização

A dimensão social do Evangelho tem o critério da justiça, enquanto garantia do direito dos

pobres e dos marginalizados. A preocupação com os pobres é uma ocupação muito presente

na vida de Jesus. Na tradição da Igreja, desenvolveu-se um organograma magisterial sobre

a defesa dos pobres. A dimensão social do Evangelho sempre foi guardada pela Igreja,

mesmo com os altos e baixos da história. Todos os carismas e ministérios da Igreja devem

preocupar-se com a evangelização integral. Segundo o Papa Bento XVI, o serviço da

caridade é constitutivo da Igreja. A dimensão social é patrimônio de toda a Igreja. Para o

Papa Francisco, quando a Igreja não se preocupa com os pobres e a caridade, a Igreja se

ocupa do mundanismo espiritual.

DESAFIOS

1. Há na Igreja uma clara afirmação da Ação Social, mas há uma distância entre está a

afirmação e a vida da Igreja, o que representa uma negação prática da dimensão social do

Evangelho.

2. Não basta dizer que a Igreja está a favor da vida – é preciso lutar contra os que defendem

a morte.

3. Como enfrentar estes grandes problemas que destroem a vida das pessoas e propiciam a

morte?

4. Como é que a Igreja do NE2 pode reorganizar-se hoje na defesa dos fracos e pequenos?

5. Resgatar a importância do Regional NE2 no processo de defesa da vida.

DEBATE

Padre Aquino fez a motivação para o cochicho relembrando os pontos da reflexão feita por

ele.

Pequenos grupos se formaram para 10 min de cochicho. Em seguida abriu-se o debate a

todos.

SOCIALIZAÇÃO DO COCHICHO

GRUPO 01

Todos são unânimes no aspecto social do Evangelho. A questão é como realizar esta

dimensão social.

Alguns dão acento em um aspecto da evangelização e outros em outros aspectos

Da mesma evangelização.

GRUPO 02

Ligação entre o que vimos ontem com o processo de evangelização

Superar o dualismo entre social e espiritual

Testemunhar e ter coerência com o que se fala e se pratica.

GRUPO 03

Superação entre espiritualidade e social, valorizando os carismas.

Não podemos ficar brigando entre nós (sermos inimigos de nós mesmos).

Unir e redimensionar nossas forças.

GRUPO 04

Lembrança que tudo isto que estamos conversando já é algo conhecido.

Precisamos dar o passo. Olhar para outro e fazer como Jesus fez.

GRUPO 05

Como tudo isso pode incidir na vida da nossa Igreja: comunidades, paróquias e dioceses.

CONSIDERAÇÕES DO PADRE AQUINO

Ninguém nega que a Fé e o Evangelho têm uma dimensão social. Negar isso é

reduzicionismo.

O problema está no como viver isso. A teoria e a prática.

Na prática essa dimensão social do Evangelho é a mais descuidada na Igreja.

O cuidado se acentua mais no culto e no âmbito da catequese sacramental (culto e doutrina).

Mesmo o que temos no âmbito da dimensão social do Evangelho desenvolvemos mais as

ações caritativas do que as ações transformadoras. Isso não quer dizer que não sejam

importantes; mas não podemos restringir a caridade a essa dimensão.

ANO DO LAICATO

CRISTO REI DE 2017 A CRISTO REI DE 2018

A Sra. Rejane Gaia, apresentou-nos a proposta para a vivência do ano do Laicato a

nível nacional, mas também com propostas para a vivência deste ano no Regional NE2.

Evidenciou a importância do apoio das dioceses, paróquias e comunidades para que a

vivencia do ano do laicato seja abraçado por todos.

TERCEIRO DIA

(TARDE)

Trabalhos em grupos por província eclesiástica

Padre Aquino fez a motivação

1. Indicar formas possíveis de dinamizar a dimensão da fé nas comunidades, nas Paróquias

e nas (Arqui)dioceses.

2. Quais são os grandes desafios sociais que exigem da Igreja uma ação social mais

articulada. (Indicando 3 grandes desafios). OLHANDO A NOSSA REGIÃO.

PLENÁRIA COM OS GRUPOS POR PROVINCIA ECLESIÁSTICA

PERNAMBUCO – ZONA DA MATA E AGRESTE

Âmbito paroquial/diocesano –

Escolher e capacitar membros para os conselhos paritários.

Retomar o estudo da Doutrina Social da Igreja nas Escolas de Fé.

Encantar os seminaristas para que se apaixonem pela Doutrina Social da Igreja.

Desafios

Quesito água –

Convivência com o semiárido, e conclusão das 5 barragens Zona da Mata Sul.

Quesito desemprego –

A situação da área canavieira com 8 meses sem trabalho e SUAPE.

Quesito Segurança Pública

Articular as pastorais sociais existentes.

Gerar uma consciência maior da dimensão do dizimo tendo equilíbrio nestas dimensões:

social e culto.

Usar o fundo de solidariedade para a dimensão social do Evangelho.

Trabalhar a questão da intolerância em todas as dimensões.

Grave situação da saúde Pública.

Articular a pastoral junto ao povo de rua.

PERNAMBUCO –SERTÃO

Respeitar o diferente,

Causa da juventude e dos idosos

Pastoral de conjunto – unir forças.

Desafios

Questão hídrica

Violência

Grandes projetos.

ALAGOAS

Seca, enchentes, desemprego e politica

Fomentar o trabalho das Cáritas em todas as dioceses. Tomar como experiência a Cáritas

da Diocese de Palmeira dos Índios.

Criar a casa da criança com câncer em Maceió.

Promover encontro com todas as pastorais sociais.

PARAÍBA

Dar visibilidade e fazer diagnóstico de tudo se que tem de trabalho social nas dioceses.

Fortalecer o que já existe de social nas dioceses.

Articular as pessoas e comunidades em vista da ação social.

Superar as duas dimensões – assistência e transformação.

Desafios

Violência (direitos humanos/presídios)

Ambiental – questão hídrica.

Acompanhamento do crescimento das periferias.

RIO GRANDE DO NORTE

Fortalecer a organização social da província.

Incentivar e apoiar o que já tem de trabalhos sociais.

Valorizar os elementos da cultura popular.

Resgatar as CEBs na sua metodologia.

Afinar-se na Doutrina Social da Igreja.

Desafios

Água

Violência

Ineficiência das políticas públicas.

DIANTE DAS CONTRIBUIÇÕES APARECERAM ESTAS SEIS URGÊNCIAS

COMUNS:

ÁGUA

DESEMPREGO

VIOLÊNCIA

FORMAÇÃO POLÍTICA

PERIFERIAS DAS GRANDES CIDADES

POLÍTICAS PÚBLICAS

A PRIORIDADE ESCOLHIDA PELA MAIORIA A TRABALHAR:

A VIOLÊNCIA (com os destaques inclusos: 1. Formação política / 2 questões

ambientais: água e convivência com o semiárido 3. Desemprego).

QUARTO DIA

SEXTA-FEIRA, 29/09

Retomamos nossas atividades no auditório do Convento com trabalho em grupos e

orientações com o Padre Aquino:

Relembrando o que se foi tomado como prioridade e destaques agora vamos dar

contribuições e sugestões:

Qual caminho podemos retomar para viabilizar a efetivação desta prioridade e os três

destaques, a nível do Regional NE2?

Grupos por província eclesiástica

RESULTADO DOS GRUPOS

ALAGOAS:

O que fazer

Celebração de abertura da CF 2018 – Regional e diocesano com calendário próprio para

multiplicadores do tema superação da violência da CF 2018.

Utilizar as redes sociais para que o tema da violência e da paz cheguem até os jovens.

Utilizar as Mídias com rodas de conversas sobre o tema da Violência e da Paz.

Fortalecer a Pastoral Carcerária.

Ocupar jovens com esportes e criar espaços de lazer em nossas comunidades.

DESTAQUES

Seminário de formação política com foco no exercício da cidadania.

Capacitação das lideranças para ocupar os conselhos paritários.

PERNAMBUCO

Seminário com lideranças e poder público sobre o tema: Superação da violência.

Divulgação na imprensa sobre o tema da CF 2018.

Carta aberta para a sociedade sobre a atual situação da violência no Brasil.

Nota em favor dos direitos humanos.

Escolas de mediação de conflito. Local: RECIFE

DESTAQUES

Formação Fé e Politica

Cartilha sobre o momento eleitoral

Participação no fórum alternativo das águas

Encontro com o governador para apresentar a preocupação da Igreja

Envolvimento da Igreja com as organizações que trabalham com a água

Defesa da caatinga

Desemprego

Cobrar políticas públicas com eficácia do Estado

Apoiar e Investir na agricultura familiar.

RIO GRANDE DO NORTE

Assumir o movimento da não violência ativa

Fortalecer e ampliar a Pastoral Carcerária

Empenho e apoio a Campanha da Fraternidade 2018

Fóruns de discussão sobre a violência e a paz

Articular mais e melhor a CF nas dioceses e paróquias

Fórum de discursão politica

Carta de orientação politica

PARAÍBA

Fóruns de superação da violência com toda a sociedade civil nas dioceses da província

eclesiástica da Paraíba

Fortalecer uma cultura da paz e da fraternidade

Caminhada da paz como gesto concreto após os fóruns

DESTAQUES

Reforçar as escolas de Fé e Politica

Estudo da Doutrina Social da Igreja

Fórum alternativo das águas- participar e mobilizar para o dia mundial das águas.

Estudo da Laudato Si

Rearticular a pastoral carcerária

Cooperativa e rede de economia solidária

Perceber outros meios de renda dentro das nossas comunidades

Cadastros dos profissionais nas paróquias e disponibiliza-los para a comunidade

Apoio as feiras agroecológicas

Estruturar o Fundo Diocesano de Solidariedade para apoio a pequenos projetos, como

também o Fundo Regional de Solidariedade.

AVALIAÇÃO FINAL

QUE BOM

O tema, o local do encontro, a acolhida, a noite cultural, os assessores, a alimentação, o

conteúdo, as liturgias, os debates em grupos, as reflexões.

QUE PENA

O esvaziamento antecipado de muitos representantes, muitos dias, poucos leigos presentes,

pouca presença da juventude, saída antecipada de alguns bispos, ter tido pouco tempo para

Tânia Barcelar, presença das lojas no trajeto entre auditório e refeitório, liturgias pouco

preparadas.

QUE TAL

Manter o local, repensar a duração da assembleia, não esquecer as prioridades escolhidas

em cada assembleia, socializar os passos dados pela assembleia anterior, começar as

atividades na noite da terça feira já com palestras, reduzir o tempo dos lanches, ter mais

tempo para análise de conjuntura, assembleia ser mais curta no tempo.

Encerrada as apresentações dos grupos, momentos finais

D. José Luís, bispo de Pesqueira-PE e referencial para as Pastorais Sociais, fez

agradecimentos a todos os que contribuíram para que esta assembleia se realizasse.

Agradeceu aos assessores e ao Pe. Aquino pela assessoria e por sua dedicação. Pe. Aquino

agradeceu por ter sido convidado e por ter estado presente no meio de nós como Igreja

solidária. E insistiu que não percamos a esperança: “Nosso caminho é o da mobilização

social para fortalecer os direitos humanos e a defesa da vida das pessoas”.

Palavra final do presidente do Regional NE2

Dom Fernando Saburido agradeceu a presença de todos, ressaltando o trabalho da

equipe do secretariado do Regional NE2, e dos assessores que estiveram conosco estes

dias. Após este momento fizemos a celebração de envio e finalizamos a 52ª Assembleia

Pastoral do Regional NE2.

Recife, novembro de 2017

Secretariado Regional Nordeste 2 da CNBB