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1 Conferência Anual Lisboa 19 Novembro 2010 Julho/Setembro 2010 Trimestral Distribuição gratuita Nº 40 Conferência Anual 19 de Novembro de 2010

Conferência Anual - IPAI · Julho/Setembro 2010 Trimestral Distribuição gratuita Nº 40 Conferência Anual 19 de Novembro de 2010 . 2 Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº

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1

Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Conferência Anual

Lisboa – 19 Novembro 2010

Julho/Setembro 2010 Trimestral Distribuição gratuita Nº 40

Conferência Anual

19 de Novembro de 2010

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

CORPOS SOCIAIS PARA O BIÉNIO 2010 – 2011

Assembleia Geral

Presidente da Mesa: António dos Santos Ramos, CIA – Estoril Sol

Secretário: Carlos Alberto Mendes Lopes – Estradas de Portugal

Vogal: Rodrigo Mário de Carvalho – ISCAP

Conselho Fiscal

Presidente: Manuel dos Santos Gomes

Vogais: Álvaro da Silva João

João Manuel Barata da Silva - CGD

Vogal Suplente: Maria de Lurdes Neves - TAP

Direcção

Presidente: Fátima Geada, PHD – TAP

Vice-Presidentes: Francisco de Melo Albino, CIA; CCSA; CGAP

António Neutel Neves, CIA – Portucel

Nuno Oliveira, CIA - AdP

José Costa Bastos – CGD

Nelson Martins, CCSA – BES

Pedro Cupertino de Miranda, CISA – SONAE

Secretário: Joaquim Leite Pinheiro

Vogais: Luís Filipe Machado, CIA; CCSA – BCP

Severo Praxedes Soares – IGF

Miguel Correia, CIA; CCSA; CFSA I – Liberty Seguros

Georgina Morais – ISCAC

Ana Cláudia – BRISA

Jorge Santos Nunes – Lusitânia

CONSELHO GERAL

Presidente: Manuel Marques Barreiro

Vice-Presidente: Manuel Agostinho Raul Fernandes

Vogais:

Domingos Sequeira – Ex-Presidente da Direcção

Orlando Sousa - SONAE

Ana Margarida Fernandes – Inspecção-Geral de Finanças

António Costa e Silva – Tribunal de Contas

Carlos Baptista da Costa – ISCAL

Octávio Castelo Paulo – Instituto Português Corporate Governance

Jean-éric Gaign – KPMG

João Frade – DELOITTE

João de Mello Franco – PT e EDP Renováveis

Jorge de Freitas Nunes – Ernst & Young

José Manuel Dias da Fonseca – APOGERIS

Francisco Martins da Rocha – Banco de Portugal

Nasser Sattar – PriceWaterhouseeCoopers

Orlando Germano da Silva - BES

Julho/Setembro 2010 Trimestral Distribuição gratuita Nº 40 Julho/Setembro 2010 Trimestral Distribuição gratuita Nº 40

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Agenda 2010

Pode consultar o calendário em http://www.ipai.pt/gca/index.php?id=149

25/26 Janeiro 01SE10 Introdução ao Controlo e Auditoria Interna - Lisboa

22/23 Fevereiro 24SE10 Introdução ao Controlo e Auditoria Interna - Lisboa - 2ª Edição

1/2 Março 03SE10 SNC - Reforma da Contabilidade

29/30 Março 04SE10 Liderança e Comunicação em Auditoria Interna - Lisboa

26/27 Abril 05SE10 Auditoria de Instituições Públicas - Preparação para o Exame CGAP

24/25 Maio 08SE10 Auditoria de Empreitadas de Obras Públicas

26 de Maio Fórum

31 Maio e 1 Junho 09SE10 Auditoria de Sistemas e Tecnologias de Informação

14 de Junho 10SE10 CIA Review - Parte I

15 de Junho 11SE10 CIA Review - Parte II

16/ 17 Junho 12SE10 CIA Reciew - Parte III

17 de Junho 13SE10 CIA Review - Parte IV

18 de Junho 14SE10 Quality Assurance and Improvement Program

6/7 Setembro 06SE10 Auditoria Interna Baseada no Risco - Metodologia ERM

16/17 Setembro 17SE10 Introdução ao Controlo e Auditoria Interna - Porto

20 de Setembro 18SE10 Preparação para o exame CIA - Parte I

21 de Setembro 19SE10 Preparação para o exame CIA - Partes II

22/23 Setembro 15SE10 Auto-Avaliação do Risco e do Controlo - Preparação para o Exame CCSA

27/28 Setembro 20SE10 Fraude e Auditoria Interna

07/08 Outubro 22SE10 Liderança e Comunicação em Auditoria Interna - Porto

18/19 Outubro 25SE10 Auditoria Interna Baseada no Risco - Metodologia ERM - 2ª Edição

2/4 Novembro Auditing Risk Management and Basel II - MIS

19 de Novembro XVII Conferência Anual do IPAI - "Auditoria Interna e o Risco de Fraude"

22/23 Novembro 07SE10 Relatórios de Auditoria

13/14 Dezembro 23SE10 Amostragem para Auditoria

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Índice

Colabore. Envie uma sugestão para [email protected]

Editorial

Auditar o SROI? Joaquim Leite Pinheiro 6

Audire:

Auditoria Interna e conflito

ocupacional, Manuel Marques Barreiro 8

A comunicação em auditoria

interna, Nuno Miguel Guerreiro 10

Análise de dados em auditoria,

Drumond de Freitas 12

Detecção da fraude com ACL, João

Revés

17

Entrevista –Prof. Dr. João Duque 22

Caneta digital 26

Pesqu isa na rede 28

Notícias 29

Post_it, Miguel Silva 30

Pesquisa de Institutos de Auditoria Interna - Europa

31

Missão

Promover a partilha do saber e da prática

em auditoria interna, gestão do risco e

controlo interno.

Propriedade e Administração

IPAI – Avenida Duque de Loulé, 5 – 2º B – 1050-085 LISBOA

Contribuinte nº 502 718 714; Telefone/Fax: 213 151 002

FICHA TÉCNICA

Presidente da Direcção: Fátima Geada

Director: Joaquim Leite Pinheiro

Redacção: Manuel Marques Barreiro; Raul Fernandes

Conselho Editorial: Manuel Barreiro, Fátima Geada, Francisco Melo Albino

Colaboradores nesta edição: Manuel Barreiro, Drumond de Freitas, Miguel

Silva, João Revés, João Duque e Nuno Miguel Guerreiro.

Pré-impressão: IPAI

Impressão e Acabamento: CEM

Ano XII – Nº 40 – TRIMESTRAL Julho /Setembro 2010

TIRAGEM: 1500 exemplares; Registo: DGCS com o nº 123336;

Depósito Legal: 144226/99; Expedição por correio; Grátis

Correspondência: IPAI – Avenida Duque de Loulé, 5 – 2º B – 1050-085 LISBOA Telefone/Fax: 213 151 002

[email protected]

Visite-nos em www.ipai.pt

Nota: Os artigos vinculam exclusivamente os seus autores, não reflectindo necessariamente as posições da Direcção e do Conselho Editorial da Revista nem do IPAI. A aceitação de publicação dos artigos na Revista Auditoria Interna do IPAI, implica a autorização para a inserção no sítio do IPAI após a edição da revista impressa.

Foto da capa: JLP

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

IPAI - Membros Colectivos

http://www.ipai.pt/gca/index.php?id=45

CP

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6

Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Editorial

A economia social (vulgarmente designada 3º sector) vive

momentos difíceis faca à conjuntura económica actual e à

forma de encarar a gestão das pessoas e dos recursos.

Vivemos numa sociedade “monetarizada” e, neste contexto,

a economia social deve contribuir para a transformação do

sector público e do estado, desenvolvendo políticas e

práticas sustentadas numa harmonia de interesses com

todos os participantes, desde os colaboradores, clientes,

fornecedores e outras partes interessadas.

Para conseguirmos uma alteração do paradigma actual é

importante a participação das empresas no desenvolvimento

dos projectos das comunidades onde se inserem.

As empresas devem promover e apoias eventos e causas

sociais dinamizadas pelas empresas de economia social,

envolvendo-se profundamente com as comunidades onde

desenvolvem as actividades. No entanto, estas atitudes não

devem cingir-se a uma participação financeira de um

projecto ou de uma causa, mas devem visar um

envolvimento dos colaboradores, numa participação

efectiva, visando a obtenção de reconhecimento e de

reputação para a empresa, pelo que a participação da

empresa deverá ser sustentado em criação de valor social e

ambiental para a comunidade.

A empresa deverá, no entanto, ser cautelosa e responsável

no seu envolvimento financeiro, tendo o cuidado de se

prevenir de que haverá uma gestão eficiente dos recursos

atribuídos e que os objectivos traçados são alcançados e

que haverá resultado positivo na comunidade.

A avaliação de impacto de resultados é crucial, implicando a

adopção da metodologia de apuramento do SROI _ Social

Return on Investment, permitindo a divulgação dos

resultados (Accountability), em bases stantadizadas e

comparáveis com outros projectos, de forma e entendível

pelas partes interessadas (Stakeholders).

Auditar o SROI?

Joaquim Leite Pinheiro

É essencial, definir medidas de eficiência e eficácia sobre o envolvimento das

empresas nos projectos comunitários, de forma a melhorar a informação

disponibilizada (accountability).

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

A implementação do SROI implica aceitar os seguintes

princípios:

Envolver os Stakeholders;

Perceber as mudanças;

Valorizar as coisas importantes;

Incluir somente os valores materialmente relevantes

(princípio da materialidade);

Não sobrevalorizar;

Transparência nos processos;

Verificar os resultados.

A adopção da metodologia poderá ser vantajosa para a

empresa de economia social que lidera o projecto, dado que

a transparência e a divulgação de resultados pode alavancar

outros fundos (fundraising), melhorar a capacidade de

divulgar os projectos apoiados e aumentar o prestígio na

comunidade.

O envolvimento de todas as partes interessadas é

fundamental para que haja criação de valor social, harmonia

com as comunidades vizinhas (um determinado programa

numa determinada região pode prejudicara região vizinha),

para o que valor social criado seja devidamente explicitado e

uma melhoria efectiva na prestação de contas

(Accountability).

A adopção desta metodologia pode ajudar a empresa, na

definição de uma política de mecenato, investindo em

projectos de longa duração e com resultados positivos.

Assim, o auditor interno deverá perceber a metodologia e

identificar no início da acção:

1. Objectivos da doação;

2. Como foram identificadas as partes interessadas;

3. Como foram envolvidas as partes interessadas;

4. Como medir o projecto patrocinado (impacto e

resultados);

5. Como foram elaborados e definidos os indicadores;

6. Comparabilidade com outros projectos idênticos.

7. Que valor foi criado para a comunidade?

8. Que partes interessadas foram envolvidas,

excluídas?

9. Que outputs são produzidos?

10. Que indicadores foram produzidos?

11. Que balanço foi realizado com as partes

interessadas (prestação de contas)?

12. Que relatório foi produzido – SROI?

Ou seja:WWWWWH:

What is the purpose?

Who is it for?

What is the background?

What resources?

What activities?

What timescale?

How to make a comparison?

Depois desta fase, o auditor deverá elaborar o programa de

trabalho com o objectivo de validar os inputs (doações em

dinheiro e tempo doado pelos voluntários, alavancagens

conseguidas em função da doação inicial, contribuições em

espécie), avaliar os critérios de valorização das

contribuições não monetárias, avaliar os outputs produzidos

e avaliar os resultados alcançados pelo projecto.

o

Editorial

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Audire

Contrariamente ao que possa pensar o comum dos

mortais, entendemos o conflito, como sério factor de

desenvolvimento. Como é evidente, falamos do

conflito de natureza ocupacional e não dos conflitos

decorrentes de situações eminentemente emocionais,

para não entrarmos em áreas que consubstancie

conflitos irracionais, e do foro patológico.

Nesta perspectiva, somos levados a admitir que

grande parte dos conflitos ocupacionais se

transforma em factores de desenvolvimento,

cabendo aqui aquele velho aforismo “ da

discussão nasce a luz”.

Em qualquer organização, é praticamente impossível

a não existência de conflitos. Verificam-se com maior

evidência, ao nível de quem detém rédeas de

comando, independentemente da situação na

estrutura da organização. Ainda aqui, também, podem

ter origem e natureza diversas, não deixando contudo,

de ser conflitos e, como o próprio nome indica,

susceptíveis de provocarem qualquer tipo de

turbulência. A instabilidade gerada não fica

circunscrita ao local físico da discussão, se acaso o

conflito for susceptível de provocar potenciais

interesses.

Se analisarmos esta questão somente à luz do conflito

ocupacional, podemos retirar que podemos encontrar

com mais frequência em qualquer organização.

A primeira e, quanto a nós, a de maior importância, é

quando o conflito é susceptível de provocar situações

fracturantes. Cabe aqui dizer, a propósito, que não

haverá mudança séria em qualquer organismo, se

esta não ocorrer pela via das atitudes fracturantes.

Outras formas de intervenção, amolecem os

comportamentos, criam rotinas indesejáveis e, sem

que se dê por isso, de forma insidiosa, fazem com que

tudo volte ao “statu quo.”

A segunda, é que o conflito pode ser susceptível de

provocar, quer nas pessoas que o desencadeiam e

sofrem, sendo também, neste caso, os principais

actores, quer nas pessoas que os rodeiam, processos

de desenvolvimento positivo. Isto pode ocorrer pela

via do aprofundamento das matérias que estão sendo

postas em questão, ou das práticas ou processos de

actuação, ou ainda, de ambas.

É de assinalar que, as situações ditas de competição

pessoal, mormente pela via da emulação, tem a sua

génese no conflito ocupacional devidamente

controlado.

Podemos ainda dizer algo mais sobre a importância

do conflito intra-pessoal. Isto é, sendo ele relacional,

pode afectar positivamente a saúde mental de cada

interveniente na acção.

Auditoria interna e conflito ocupacional

Manuel Marques Barreiro, Consultor e Presidente do

Conselho Geral do IPAI

Em qualquer organização, é praticamente impossível a não existência de conflitos.

Verificam-se com maior evidência, ao nível de quem detém rédeas de comando,

independentemente da situação na estrutura da organização.

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Tratar-se-ia, neste caso, de uma espécie de catársis,

a qual, tal como o nome indica, exerce uma função

purificadora susceptível de aliviar estados de tensão

emocional, situações sempre presentes em qualquer

organização.

Partindo agora do pressuposto que o tipo de conflito

descrito é uma realidade, e se atendermos a que a

sua existência quando ocorre nos moldes e situações

atrás indicadas, cria situações com as quais todos os

intervenientes são postos em confronto, cabe então

perguntar: como é que tudo isto pode interferir com a

actuação da auditoria interna?

A resposta não é simples.

Nesta unidade na multiplicidade que é a realidade

humana, isto obrigaria a um exercício complicado, a

uma espécie de análise factorial adaptada à

fenomenologia comportamental, coisa que não

estamos em condições de fazer.

O que podemos adiantar, nesta perspectiva, é que o

auditor, em actividade, ao ser surpreendido pelo fogo

cruzado de um conflito entre duas personalidades da

tecno-estrutura, deve fazer uma avaliação muito

ponderada da situação, de modo a não vir a pôr em

causa os princípios que enformam a profissão de

auditor.

A ocorrência de situações desta natureza que podem

ter a sua origem fora do âmbito de actuação do

auditor, num espaço que lhe é restrito, ou interferir

directamente com questões peculiares do seu

trabalho.

Não se pense que isto só eventualmente poderá

acontecer! Não é assim. Estas situações ocorrem com

bastante mais frequência de que se possa pensar. E

ocorrem das maneiras e das formas mais diversas.

Pode o auditor ser surpreendido a meio do seu

trabalho e sentir-se entalado entre duas situações de

natureza contraria dimanando de dois contendores em

clara situação conflitual.

Poderá até, em caso limite, ser confrontado com

pedidos de opinião pessoal, levando-o a ter que tomar

partido por um ou por outro dos conflituantes,

pretendendo, cada um deles, retirar da sua situação

especial, enquanto auditor, a sua aprovação na defesa

dos seus pontos de vista.

Escusado será dizer que, tomar partido, emitir opinião

fora do âmbito do seu trabalho, fazer qualquer

comentário, ainda que ajustado à situação, criticar,

ainda que de forma construtiva, aprovar, reprovar, etc.

nunca o deverá fazer, ainda que para isso se tenha

que escudar, guardando a sua independência,

refugiando-se, em última análise no CÓDIGO DE

ÉTICA DOS AUDITORES”

Deve pois, limitar a sua actuação, concentrando a sua

observação no objecto do seu trabalho, usar com toda

a profundidade a objectividade, como mandam as

boas regras e prosseguir a doutrina do trabalho

completo.

O conflito desajustado ou inadequado, tanto faz,

também afecta os auditores. São humanos, não

podemos esquecer esse facto. Por isso, a ele não são

imunes.

No entanto, a profissão de auditor, quer nesta quer em

outras situações afins, pelas suas características,

deve ser capaz de criar uma espécie de barreira com

imunidade, para se não deixar contagiar.

O conflito de competência dos auditores é de âmbito

mais restrito, reveste-se de características

essencialmente técnicas e resolve-se de forma

positiva, quando a compreensão é o cimento que liga

os auditores entre si, e estes, por sua vez, com os

auditados.

Conflitos de gestão? Certamente.

Mas, para os auditores, são circunstâncias que

também podem ajudar, e ajudam, o desenvolvimento

do seu trabalho pela via da clarificação dos princípios,

das situações e certamente, pela especificidade das

técnicas. Actuando de modo diferente, tudo pode ficar

na penumbra, criar tensões nas pessoas e nos grupos

e não contribuindo para a felicidade de cada um.

A procura da felicidade deve ser o desiderato,

a nossa postura e a nossa vivência.

o

Auditoria interna e conflito ocupacional

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Artigos

O sucesso e a visibilidade do trabalho de

auditoria interna depende significativamente do

empowerment dado à função, assim como da

capacidade de comunicação da equipa, quer na

abordagem e desenvolvimento dos trabalhos de

auditoria, quer na fase do reporte de conclusões

aos destinatários.

A “resistência” que por vezes enfrentamos na

execução das nossas actividades pode

influenciar negativamente a abordagem e as

interpretações que são dadas às conclusões de

auditoria. É minha convicção que uma

comunicação eficiente com os auditados, que

em situação alguma deve pôr em causa a

independência da função, pode minimizar atritos

e promover a imagem e a eficácia do trabalho

de auditoria interna nas organizações.

E quando abordamos o tema da “resistência”

dos auditados, uma das principais causas que

facilmente identificamos está relacionada com a

imagem criada ao longo dos tempos sobre os

auditores, em geral, e sobre os auditores

internos, em particular: “polícias”, pouco

construtivos e muito focados na crítica e na

identificação e no reporte de problemas.

De facto, se o enquadramento da actividade e

dos profissionais não for adequado, facilmente

poderá ser dado um relevo exagerado na

identificação e no reporte de problemas.

Temos responsabilidades importantes nas

organizações: avaliar o tratamento dos riscos

nos principais processos de negócio, validar o

cumprimento de políticas, procedimentos e de

legislação, mas tais responsabilidades não

significam que devamos ter como objectivo

principal a identificação de problemas e a

produção de informação negativa.

A comunicação em auditoria interna

Nuno Miguel Guerreiro CIA, CCSA, CGAP

Director de Auditoria Interna e Gestão de Risco

SONAE CAPITAL

E quando abordamos o tema da “resistência” dos auditados, uma das principais

causas que facilmente identificamos está relacionada com a imagem criada ao

longo dos tempos sobre os auditores.

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

E a forma de comunicação deve, em primeiro

lugar, ser considerada na abordagem e no

desenvolvimento das actividades de auditoria. A

imagem de que os auditores têm satisfação em

identificar problemas, e quanto mais problemas

identificam, mais satisfeitos ficam, não pode ser

interiorizada pela organização.

Pelo contrário, sendo a função auditoria interna

parte integrante da organização que audita,

deveria existir a “esperança” de nas suas

actividades não serem identificados problemas

para reportar, dado que esta situação seria

reveladora do estado de desenvolvimento da

organização e também da eficiência da própria

função auditoria interna.

O reporte é outra das fases do trabalho onde a

comunicação é fundamental – pode limitar ou

amplificar a interpretação e a imagem do

trabalho de auditoria, e com isso afectar a

eficiência e a eficácia da função.

É muito importante o enquadramento que se

dá às situações identificadas, validando o

seu impacto no contexto dos negócios

auditados. Dar um relevo exagerado a temas

de importância relativa promove comunicação

negativa com os auditados e aumenta a sua

“resistência” à função.

Catalogar os problemas identificados com

termos como deficiências nos controlos, riscos

ainda não abordados ou oportunidades de

melhoria, é mais consistente com os objectivos

da função e reflecte uma abordagem mais

próxima e cooperativa com os auditados.

Sabemos que se um problema existe, nem

sempre são os auditores internos os primeiros a

identificá-lo – é muito provável que alguns

temas reportados tenham sido já identificados

pela organização (colaboradores ou até a

própria gestão), mantendo-se em aberto por não

terem sido devidamente abordados. Mesmo

nestas situações, o auditor interno tem um papel

fundamental na dinamização interna de

processos para a resolução desse tipo de

problemas.

Falar de comunicação em auditoria interna não

é fácil, pode até ser arriscado se

incorrectamente interpretado.

Deve ficar claro que não estou a sugerir que

sejam alterados ou afastados os procedimentos

que seguimos, ou que sejam ignorados os

problemas que identificamos.

Pelo contrário, se o trabalho de auditoria é

desenvolvido de uma forma independente,

segundo os procedimentos definidos, e se nada

de significativo é identificado, devemos

interpretar esta situação como um sucesso de

toda a organização e não como uma falha da

equipa de auditoria.

A função auditoria interna deve conseguir

transmitir aos auditados que os relatórios são

uma fonte de informação positiva para a

organização, quer pela identificação de

oportunidades de melhoria, quer pela ausência

de problemas a reportar.

o

A comunicação em auditoria interna

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Auditoria Informática

O IDEA, no entanto, introduz uma característica particular e única em relação aos

restantes programas de estatística que abordam esta matéria, que é a possibilidade

de realizar as análises agrupando as séries de dados através de uma variável de

grupo a que se designa por unidade de auditoria ou de análise.

Existem muitos programas informáticos que permitem

efectuar os cálculos associados ao coeficiente de

correlação de Pearson, os cálculos da regressão linear

(análise de tendências) e os cálculos das séries de

tempos (análise de tendências que tomam em

consideração a existência de sazonalidade no histórico

dos dados em presença). A ferramenta informática de

auditoria IDEA, na sua última versão 8, inclui um novo

módulo sobre estes métodos estatísticos avançados.

O IDEA, no entanto, introduz uma característica

particular e única em relação aos restantes programas

de estatística que abordam esta matéria, que é a

possibilidade de realizar as análises agrupando as

séries de dados através de uma variável de grupo a

que se designa por unidade de auditoria ou de análise.

Esta unidade de auditoria pode representar por

exemplo uma localização, uma divisão, ou uma

qualquer outra entidade ou agrupamento de análise

dos dados. Estes métodos sempre foram usados como

ferramentas de monitorização contínua em auditoria.

No artigo anterior abordámos de forma sintética como

utilizar a correlação com o IDEA. Iremos hoje abordar

de forma igualmente breve e sintética a aplicação de

um outro método existente no IDEA; a análise de

tendências.

A análise de tendências é uma técnica estatística que

vem sendo utilizada por auditores e analistas de dados

para calcular a tendência de uma determinada

sequência de dados ao longo do tempo e prever os

correspondentes valores futuros assumindo que o

padrão se mantém inalterado. No IDEA a análise de

tendências é baseada na regressão linear utilizando o

método dos mínimos quadrados.

Esta técnica será adequada às análises cuja evolução

dos dados é significativamente bem representada por

uma linha recta. Se os dados em análise apresentam

uma componente de sazonalidade (por exemplo,

valores mais elevados associados a determinados

meses no ano, ou determinados dias no mês, ou certos

dias da semana na semana, ou determinadas horas no

dia) este método não será o mais adequado.

Nestes últimos casos será mais adequado utilizar um

método de séries de tempos (time series) em

alternativa à técnica de análise de tendências. A

análise de tendências pode ser utilizada em auditoria

como um componente valioso de rotinas de

monitorização contínua, por exemplo para testar

incorrecções, intencionais ou não, nos relatórios de

vendas de uma companhia que utiliza uma cadeia de

lojas para distribuição dos seus bens e produtos.

Análise de dados em auditoria

Métodos estatísticos avançados podem ser utilizados por

auditores e analistas como importantes componentes no

conjunto de rotinas de monitorização contínua: Análise de

tendências; Séries de tempos (continuação)

Drumond de Freitas – Consultor EQUICONSULTE, SA

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Um possível indicador de erro poderá ser a verificação

de uma tendência de decrescimento das vendas de

uma determinada loja quando a média de todas as

lojas apresenta uma evidente tendência de

crescimento.

A análise de tendências poderá ser muito útil na

quantificação da tendência do valor das vendas para

cada uma das lojas.

Uma tendência negativa poderá indicar possíveis

problemas com os valores dos relatórios de vendas.

Outra aplicação simples desta técnica poderá ser a

obtenção de uma previsão para variáveis submetidas a

controlo num ambiente de monitorização contínua, cuja

referida previsão poderá vir a ser comparada com os

valores reais registados.

As diferenças calculadas poderão ser um indicador

precioso de desvios em relação às tendências

passadas sugerindo que algo poderá estar a provocar

alterações significativas.

A análise de tendências poderá fornecer respostas

para variadíssimos aspectos que se colocam na

monitorização contínua, tais como:

Para uma cadeia de lojas quais aquelas que

apresentam decréscimos nas vendas quando

comparados com os valores extrapolados a partir da

tendência do passado?

Para um analista de investimentos quais aqueles que

apresentam tendência negativa no mercado?

Para uma entidade municipal quais os recursos cuja

utilização excede os valores extrapolados a partir da

tendência calculada com os valores do passado?

Para um navio cruzeiro ou hospital quais os

departamentos que apresentam um elevado nível ou

uma tendência de aumento de ausências dos

funcionários ao trabalho por motivo de doença?

Para uma transportadora quais os destinos que têm

maiores desvios no consumo de combustível em

relação à tendência do passado?

A análise de tendências também poderá ser excelente

auxiliar para realizar análises de mercado de bens e

serviços.

Vamos mostrar como aplicar esta técnica de análise

de tendências utilizando o IDEA tomando como

exemplo o seguinte cenário:

Uma companhia especializada em equipamento de

ponta para controlo de poluição pretende seleccionar

países da América, Europa e Ásia para promover

fortemente os seus bens de equipamento de controlo

de emissões de carbono para a atmosfera com um

grau controlado de garantia de retorno do investimento

mediante uma análise suportada pela dimensão do

mercado e pela evolução das emissões de carbono de

ano para ano.

Dispõe de uma base de dados em formato IDEA que

contém os valores das emissões poluentes de carbono

para a atmosfera organizada por países e por ano, tal

como apresentado na Fig. 2, recolhida junto de um

departamento da administração americana, o Energy

Information Administration, em formato Excel e

entretanto convertida para IDEA.

Fig. 1 - Tabela de valores das emissões de carbono por

País e Ano

Os dados abrangem o período de 1985 a 2004 de

cerca de 60 países dos continentes alvo. Para esta

análise foi decidido calcular uma previsão para 2004,

baseada nos dados de 1985 a 2003, para depois

comparar o valor previsto para 2004 com o valor

efectivamente ocorrido de 2004.

Análise de dados em auditoria

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14

Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Assim, em primeiro lugar, para calcular a previsão das

emissões para 2004 vamos criar, a partir da base de

dados existente, uma nova base de dados excluindo as

emissões referentes ao ano de 2004 mediante a

utilização da função de extracção do IDEA tal como

apresentado na Fig. 2.

Fig. 2 – Extracção no IDEA utilizando a condição YEAR

<> 2004

Depois, aplicar a técnica da Análise de Tendências do

IDEA sobre esta base de dados Emissions Pre-2004

(ver Fig. 3)

Fig. 3 – Janela IDEA de parametrização da Análise de

Tendências

Como o objectivo desta análise é identificar potenciais

mercados alvo vamos unicamente solicitar uma

previsão para um único período seguinte (numbers of

forecasts = 1).

Fig. 4

Vamos também solicitar adicionalmente como output

as três seguintes bases de dados; Trend Analysis,

Trend Analysis FORECAST e Trend Analysis MAPE.

Fig. 5

Assim o IDEA gerou de forma automática e imediata as

seguintes bases de dados:

A base de dados Trend Analysis está representada na

Fig. 6

Fig. 6 – Base de Dados Trend Analysis

Foi gerado o período 20 com a correspondente

previsão no campo Carbon_Forecast.

Análise de dados em auditoria

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

A base de dados Trend Analysis FORECAST está

representada na Fig. 7 a qual contém as previsões de

emissões de carbono para o período 20 que representa

o ano de 2004 para cada um dos países existentes na

base de dados inicial.

Fazemos notar a previsão da Albânia é de 0.84,

negativo valor este que está matematicamente

correcto, no entanto não tem qualquer lógica do ponto

de vista da análise de emissões de carbono para a

atmosfera, não existem emissões negativas.

Fig. 7 - Base de dados Trend Analysis FORECAST

A base de dados Trend Analysis MAPE está

representada na Fig. 8 e tem dois novos campos;

CARBON_SLOPE e CARBON_MAPE que

representam respectivamente o declive da recta gerada

no processo de extrapolação dos valores para os

períodos futuros e o erro absoluto médio em

percentagem (MAPE significa – Mean Absolute

percentage error) que para valores superiores a 50

evidencia uma tendência errática dos valores

passados.

Fig. 8 - Base de dados Trend Analysis MAPE

O IDEA gera ainda, para cada país, um conjunto de

elementos gráficos de que são exemplo os

representados nas figuras seguintes:

Fig. 9 Gráfico das Emissões da Austrália

Análise de dados em auditoria

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Fig. 10 Gráfico das Emissões da Croácia

Finalmente vamos comparar os valores previstos das

emissões de carbono para 2004 acabados de calcular

através da técnica estatística da análise de tendências

com os correspondentes valores reais de 2004.

Através de operações IDEA do tipo extracções e

cruzamento de bases de dados rápida e facilmente se

obtém uma base de dados que agrega os valores reais

e os valores extrapolados das emissões de carbono

para 2004 apresentada na Fig. 11.

Fig. 11 – Base de Dados das emissões de carbono

reais e previstas para o ano de 2004

Com os elementos constantes da base de dados da

Fig. 11 dispomos dos dados necessários para

seleccionar finalmente os países potenciais mercados

alvo para concretização da campanha de promoção de

equipamentos de controlo das emissões de carbono

para a atmosfera.

Esta selecção poderia ser efectuada de muitas

maneiras. No entanto, no caso presente para eleição

dos países alvo, vamos fazer uma mera extracção

impondo a seguinte condição através do Editor de

Equações do IDEA (Fig. 12):

Fig. 12 – Condição para seleccionar os países alvo

A justificação para a condição da Fig. 12 é a seguinte:

CARBON_FORECAST maior que 10 significa que o

mercado tem uma dimensão significativa e;

CARBON_SLOPE maior que zero significa que a

tendência é positiva logo a previsão é de crescimento

das emissões de carbono e por último;

CARBON_MAPE < 50 significa que o erro absoluto

médio em percentagem da extrapolação gerada por

esta técnica estatística é aceitável. Valores superiores

significam tendência errática.

Conclusão:

Esta funcionalidade existente nesta nova versão do

IDEA 8 utilizando métodos estatísticos avançados pode

ser de grande utilidade para manusear grandes séries

de dados através de uma unidade de auditoria definida

pelo auditor.

Em rotinas de monitorização contínua em auditoria

estas funcionalidades, nomeadamente quando

associadas às facilidades de automatização existentes

no IDEA serão efectivamente eficazes e de uma

enorme eficiência. Em próximo artigo abordaremos o

último método disponibilizado pelo IDEA neste módulo

avançado de métodos estatísticos associados à auditoria,

o método das séries de tempos.

Análise de dados em auditoria

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Detecção de Fraude com ACL

João Revés - Partner

SSP, SA, authorised channel distribution partner da ACL para Portugal

[email protected]

www.ssp-sa.com

Nos tempos que vivemos, em que as palavras mais

ouvidas são, entre outras, crise, queda de receitas, e

desemprego, as preocupações dos gestores estão em

grande parte orientadas para o controlo da despesa, e

os cortes orçamentais.

Neste contexto, a propensão para a fraude, quer no

sector privado quer no público, aumenta

consideravelmente. E ao contrário do que a prudência

recomendaria, não se reforçam as áreas de controlo,

auditoria e gestão de risco.

Os investimentos quer em meios financeiros e

tecnológicos quer em recursos humanos, sofrem aqui

as mesmas (se não mais) reduções que outras

funções.

Por estas razões, escolhemos dedicar este primeiro

artigo na “Auditoria Interna” à detecção de fraude.

Optámos por apresentar um artigo originalmente

publicado na AuditNet por Penny Borjas, uma das

mais conhecidas utilizadoras de ACL e que nos deixa

claro que as organizações que colocam em prática um

projecto de detecção de fraude com recurso a

ferramentas e tecnologias de data analysis, retiram,

para além do seu objectivo imediato, benefícios

adicionais:

Identificação de debilidades nos processos da

organização, sendo assim um motor de melhoria

organizativa;

Identificação e justificação da necessidade de

implementação de novos controlos, levando

assim a uma melhor business assurance

Efeito dissuasor da perpetração de fraudes

futuras, pois há menos propensão para a fraude

quando existe a percepção de um ambiente de

controlo apertado e eficaz

Todos estes benefícios e desde logo o da própria

detecção de fraude, são potenciados quando existem

ferramentas adequadas à implementação do conceito

de Auditoria contínua/ monitorização contínua de

controlos, como é o caso do ACL AuditExchange.

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Deixo-vos pois com o artigo...

Detecção de Fraude: O que está

debaixo do tapete?

Penny Borjas CFE, CIA, BA

Investigador Certificado de Fraude e Auditor Interno

Identificar a fraude tem sido sempre um importante

objectivo para as organizações em todo o mundo.

Contudo, a actual crise económica, veio colocar a

detecção de fraude num patamar mais elevado na

lista de prioridades. Infelizmente, são poucas as

companhias que tiram vantagem de soluções

tecnológicas que podem visar activamente áreas

chave de risco – em vez de confiar em esporádicas

chamadas pela hotline ou em palpites de alguém.

De acordo com o Report to the Nation de 2008 da

ACFE – Association of Certified Fraud Examiners, mais

de 50 por cento da fraude foi detectada através de

comentários ou por acaso. Quanto às actividades

fraudulentas detectadas por comentários, 31 por

cento tiveram a sua proveniência em chamadas da

hotline. Embora qualquer método que detecte a

fraude seja válido, é espantoso que não haja mais

companhias a usar pró-activamente a tecnologia para

combater a fraude.

Como gestora de fraude de uma companhia global de

alimentos e bebidas, estou focada em compreender

os riscos intrínsecos na minha organização e na

indústria em geral. Preciso saber como estão os

nossos dados standard e como encontrar áreas onde

poderão surgir bandeiras vermelhas. Há um errado

consenso geral que apregoa que as grandes empresas

possuem todos os recursos necessários ao

desenvolvimento e manutenção de apertados

controlos. Contudo, a minha experiência, diz-me que

o excesso de informação se pode tornar

incomportável para tratar. Há tantas transacções que

as grandes empresas podem perder rapidamente o

controlo sobre a informação – um convite virtual para

as pessoas que podem tirar vantagens da informação

não controlada e de eventuais “zonas negras”. Vários

gestores também já me disseram. “O problema é que

há transacções a mais. Não podemos olhar apenas

para as anomalias, no meio de milhões de registos”.

Graças ao poder das auditorias analíticas, nada

impede uma organização de controlar e, até prevenir,

a fraude. A tecnologia permite analisar rapidamente a

totalidade da informação. Em vez de extrair

casuisticamente dados para análise, ou confiar na

pequena percentagem de chamadas pela hotline, é

possível visar padrões específicos de informação,

actividades e excepções que escondem fraude.

Apresento três casos de estudo que demonstram

como uma análise pró-activa de dados, pode expor

actividades fraudulentas.

A actual crise económica, veio colocar a

detecção de fraude num patamar mais

elevado na lista de prioridades.

Infelizmente, são poucas as companhias

que tiram vantagem de soluções

tecnológicas que podem visar

activamente áreas chave de risco.

Detecção de fraude com ACL

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Análise de tempos e de assiduidade

Quanto trabalhava na área da saúde, desenvolvemos

um projecto baseado em soluções tecnológicas, para

monitorizar tempos de trabalho e assiduidade. Os

profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e

especialistas) são pagos de diferentes modos

consoante as suas posições, tipo de trabalho e local

de trabalho. Todas as taxas de pagamento têm

códigos únicos. Assim, a minha equipa começou por

associar o código aos membros das equipas a

trabalhar em banco. Olhámos para a informação típica

sobre este tipo de trabalho, e compreendemos o que

poderia comprometer uma correcta codificação.

Instalámos, então, condições de restrição e de

excepção, tais como o número máximo de horas

consecutivas de banco. Usámos uma ferramenta de

análise de dados para carregar os ficheiros e

rapidamente analisar a informação recorrendo aos

nossos scripts.

Encontrámos imediatamente pessoas que teriam

supostamente trabalhado todas as 24 horas por dia,

sete dias por semana (uma impossibilidade) ou que

foram pagas como estando de banco embora estando

de férias. Foi um rapidíssimo projecto de análise de

dados que apontou para uma possível fraude de

tempos e de assiduidade.

Relatórios de despesas

Noutra ocasião, trabalhei para uma organização com

aproximadamente 300.000 empregados em todo o

mundo. Como Gestora de Fraude para o

Departamento de Accounts Payable, estava a fazer

um teste sobre os relatórios de despesas dos

empregados, quando reparei em algo fora do normal

na informação. Nesta organização, a ferramenta de

comunicação de despesas, estava desenhada para

comunicar com o sistema de cartões de crédito a fim

de descarregar despesas e custos de viagem

directamente no relatório de despesas do empregado.

Quando o empregado carregava o relatório de

despesas com valores do cartão de crédito, aparecia

um indicador de que a operação tinha sido

completada. Também havia indicadores que

sinalizavam se uma linha de despesa deveria ser paga

pelo cartão de crédito ou reembolsada ao empregado.

Ao olhar para a informação, tornou-se claro que um

dos empregados estava a digitar manualmente no

relatório, despesas alegadamente realizadas com o

cartão de crédito, vindo assim a despesa ser paga

através de um crédito no cartão. Depois de uma

observação mais alargada, vimos que o empregado já

tinha enganado a organização em aproximadamente

50,000 USD. O empregado viajava com muita

frequência e, pura e simplesmente, adicionava custo

fictícios de hotel e refeições nos relatórios de despesa

e assim, uma contrapartida apareceria no cartão de

crédito. O empregado usava o saldo credor do cartão

para comprar bens pessoais. Mais uma vez, a simples

análise de dados, revelou situações não normais e

levou à implantação de um importante controlo para

a companhia.

Ao olhar para a informação, tornou-se claro

que um dos empregados estava a digitar

manualmente no relatório, despesas

alegadamente realizadas com o cartão de

crédito.

Detecção de fraude com ACL

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Encargos de combustíveis inapropriados

O meu empregador tem uma grande frota de veículos

de entregas, pelo que o combustível é uma

importante despesa operacional. Nalgumas áreas dos

Estados Unidos e do Canadá, os veículos são

abastecidos antes de saírem para a estrada, mas,

noutros locais, os condutores recebem cartões de

compra de combustível.

Actualmente há 3.000 cartões distribuídos aos

condutores que representam um gasto total de cerca

de 3,1 milhões de USD. Temos procedimentos

standard para a utilização dos cartões, mas, na

realidade, cada condutor tem sempre em sua posse o

cartão e conhece os códigos de autorização para

utilização na bomba. Infelizmente não é difícil para

um condutor fazer uma transacção pessoal coberta

por enchimento fictício para a cobrir.

A minha equipe achou que havia um risco significativo

associado a estes cartões e desenvolveu uma análise

baseada na tecnologia para testar a nossa teoria.

Levámos a cabo dois testes.

O primeiro servia para verificar se os condutores

abasteciam em dias de folga e o segundo procurava

condutores que abastecessem fora das horas de

trabalho. Rapidamente juntámos os ficheiros,

examinámos a informação “normal”, e executámos a

análise.

O projecto encontrou imediatamente empregados

que usavam os cartões para compras pessoais e

permitiu difundir a mensagem de que as transacções

estavam a ser controladas activamente. Entre Junho e

Julho de 2008, houve uma queda de 1,4 milhões de

USD nos gastos de combustível. Agora, estes testes

são feitos todos os meses. Um dos sucessos

alcançados e não antecipadamente expectável, foi o

desfazer “capelinhas”, no seio da empresa. Embora

tendo inicialmente visado detectar fraude, o projecto

dos cartões de combustível tornou-se num esforço

colectivo levando vários departamentos a trabalhar

conjuntamente para o mesmo objectivo.

Estes projectos não revelaram apenas fraudes

corporativas; também revelaram pontos fracos dos

processos e dados errados espalhados pelos vários

sistemas que requereram um controlo mais apertado.

A detecção pró-activa de fraude previne perda de

receitas, suporta melhores controlos internos e

disponibiliza resultados eficientes e mensuráveis. As

áreas de risco podem ser analisadas sem intervenção

humana e as companhias podem voltar a ter controlo

sobre os seus dados – independentemente do seu

tamanho, localização ou indústria.

Assim, se sempre confiou nas chamadas da hotline,

em incidentes esporádicos ou em observações

aleatórias, como poderá iniciar um programa pró-

activo de detecção de fraude?

A minha equipe começa sempre por uma discussão de

troca de ideias. Fazemos a nós próprios a seguinte

pergunta: “Que tipos de fraude procuramos?”. É

crucial estar focado no problema. Decida se pretende

atingir fornecedores fictícios, abuso, comissões

irregulares ou qualquer outra actividade.

Detecção de fraude com ACL

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21

Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

A seguir, identifique claramente qual deve ser o

aspecto da informação armazenada nas suas bases de

dados. Como pode identificar algo que não está onde

deveria estar? Quais são as excepções à regra? Quais

são as condições aceitáveis e os limites?

Desenhe os limites nos seus dados e concentre-se

num teste claro e objectivo. É um bom caminho para

obter resultados rápidos e encontrar áreas que

necessitam de uma observação mais profunda.

Por fim, é necessário dispor das ferramentas

adequadas.

Hoje em dia, as ferramentas de auditoria analítica, são

extremamente rápidas, poderosas e flexíveis.

Tornam o carregamento de dados numa tarefa

simples sem necessidade de intervenção do

departamento de informática ou de grandes tempos

de espera e possibilitam a uma análise rápida do

conjunto total da informação.

Apenas precisa saber que informação está

armazenada na sua organização. A capacidade e

poder da aplicação reside na possibilidade de aceder a

várias bases de dados e em juntar a informação a

analisar.

A crise económica tornou a detecção de fraude mais

importante do que nunca. É um modo crucial para

prevenção de quebra de receitas, promove um

ambiente mais seguro na empresa e ajuda a manter o

controlo total sobre a informação armazenada. A

natureza humana ensina-nos que as pessoas estão

menos predispostas a quebrar controlos quando

sabem que a gestão está a monitorizar activamente as

transacções.

E, embora cada actividade tenha os seus riscos

próprios (tal como os cartões de combustível para a

nossa frota ou condutores das entregas), há muitas

áreas comuns a todas as actividades, tais como

Facturas a Pagar, recebimentos, cartões de compra,

suporte financeiro e recursos humanos, que todos

podem analisar.

Na economia actual, não fique à espera de uma

observação aleatória. Sirva-se do poder da tecnologia

e dos testes analíticos pré-configurados para

identificar imediatamente a fraude.

Se consegue identificar um risco ou um

controlo importante na empresa e

capturou os dados electronicamente,

então, vá “atrás dele”. Provavelmente

irá encontrar fraude.

o

Detecção de fraude com ACL

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Entrevista

Oferta formativa:

Qual a importância da Formação em auditoria,

controlo interno e gestão do risco?

Considerando o desenvolvimento recente da

sociedade ocidental onde Portugal se insere e

onde prevalecem as economias de mercado, onde

as mais importantes empresas são de capital

aberto, as funções citadas revestem-se da maior

importância pelo aumento da accountability, de

credibilidade do relato financeiro, da correcção na

formação de expectativas e na melhoria no

processo de formação de preços de activos

financeiros.

Acresce que no caso do controlo interno, essa

área é hoje vital nas empresas dado o

desenvolvimento das organizações em termos de

dimensão e complexidade, evitando-se o

desenlace inesperado de empresas que, por

ausência de adequados níveis de controlo interno

e de gestão do risco, se põe em causa muitas

vezes a sobrevivência organizacional com

prejuízo directo para todos os Stakeholders.

Prof. João Duque

Acresce que no caso do controlo interno, essa área é hoje vital nas

empresas dado o desenvolvimento das organizações em termos de

dimensão e complexidade.

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Que tipo de cursos a Universidade/Faculdade oferece? Licenciaturas? Mestrados? Pós graduação?

O ISEG é uma escola que oferece uma variedade de cursos no âmbito do 1.º, 2.º e 3.º ciclo. Em alguns

desses cursos, o seu plano de estudos contemplam unidades curriculares relacionadas com a Auditoria.

Curso Unidades Curriculares Docente

Licenciatura em Gestão, Economia, Finanças e MAEG

Auditoria Prof. Dr. José Alves da Cunha

Mestrado em Contabilidade, Fiscalidade e Finanças Empresariais

Auditoria Financeira Mestre António Samagaio

Pós-Graduação em Controlo de Gestão e Finanças Empresariais

Auditoria I

Auditoria 2

Planeamento e Controlo Orçamental

Avaliação da Performance Divisional

Doutora Fátima Geada

Mestre António Samagaio

Mestre Pedro Rino Vieira

Dr. Francisco Lopes Santos

Pós-Graduação em Sistemas e Tecnologias de Informação

IT Governance

Análise de Sistemas de Informação

Redes e Segurança de Sistemas de Informação

Doutor Mário Romão

Mestre Jesualdo Fernandes

Prof. Doutor Gurpreet Dhillon

Pós-Graduação em Corporate Governance

Modelos de Corporate Governance

Avaliação e Gestão da Performance

Gestão de Risco e Controlo Interno

Auditoria e Normas Internacionais de Contabilidade

Mestre Telmo Vieira

Prof. Doutor João Carvalho das Neves

Dr. José Oliveira

Prof. Dr. José Alves da Cunha

Pós-Graduação em Gestão de Bancos e Seguradoras

Gestão de Risco e Controlo Interno

Mestre Filipe Serrano

Entrevista

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

A formação tem em consideração as

necessidades formativas para obtenção das

certificações concedidas pelo IIA e ISACA

(CIA’s, CCSA, CFSA, CGAP, CISA)?

Algumas das matérias leccionadas na Pós-

graduação em Sistemas e Tecnologias de

Informação para Organizações tem em

consideração as necessidades formativas

exigidas pelo CISA. Quanto às certificações

obtidas junto do IIA, designadamente a CIA,

consideramos que uma parte das matérias são

cobertas nas cadeiras de Auditoria I (PG CGFE) e

nas cadeiras da Pós-graduação em Corporate

Governance.

A formação tem em consideração a legislação

SOX? COSO? Auditoria Externa e Auditoria

Interna?

Nos programas das disciplinas referidas no ponto

2 existe a referência à legislação de Sarbanes-

Oxley e ao Framework do COSO. Em algumas

das disciplinas (e.g. Auditoria I da Pós-graduação

em Controlo de Gestão e Finanças Empresariais)

essas matérias são objecto de um grande

aprofundamento.

Modelo de governo

Como caracteriza o sistema de controlo

interno (modelo de governação, gestão do

risco) e o papel da auditoria interna na sua

Universidade?

De momento o sistema de Governance da

Universidade está em adaptação e mudança uma

vez que houve uma recente entrada em vigor dos

novos estatutos da Universidade. De qualquer

modo, a melhoria dos já existentes sistemas de

controlo interno, trará sempre efeitos benéficos

sobre a Universidade permitindo até potenciar o

sistema de financiamento da mesma, ganhando

mais credibilidade sobre os relatos financeiros e

permitindo mais confiança na análise dos

resultados da sua aplicação.

A gestão eficiente dos dinheiros públicos (a

Universidade Técnica de Lisboa é uma

universidade pública) é seguramente beneficiada

através da implementação de rigorosos modelos

de controlo interno e gestão do risco.

Considera que a auditoria interna fornece

valor?

Seguramente. Apesar de muitas vezes mal

entendida a auditoria interna é a primeira linha de

confiança supletiva dos Stakeholders das

organizações.

Que tipo de auditorias são realizadas?

De momento como referi o modelo de governo

está em implementação e está pois a ser erigido

um sistema coerente e integrado.

IPAI

Considera o papel do IPAI importante na

divulgação da auditoria interna em Portugal?

Sim. Consideramos aliás que o IPAI devia ter um

papel mais activo junto das entidades

governamentais no sentido de criar a

obrigatoriedade de certas instituições públicas

(e.g. universidades) e empresas privadas com

uma dimensão bastante razoável tenham pessoas

responsáveis pela auditoria interna.

Entrevista

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25

Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Não se trata de criar mais um encargo financeiro

para essas organizações, mas transmitir a

mensagem de que a auditoria interna pode

contribuir para a criação de valor.

Que colaboração espera do IPAI para a função

auditoria interna, em termos de formação?

A divulgação e interpretação das normas emitidas

pelo IIA.

Qual o desafio mais relevante do modelo de

governação e da auditoria interna nos

próximos tempos?

A turbulência dos mercados financeiros

internacionais e os aspectos relacionados com a

crise económica criaram um enorme desafio às

organizações: a capacidade de identificar os

riscos que afectam o seu negócio e que acções

serão importantes desenvolver para fazer face a

esses riscos.

Como deve ser avaliada a auditoria interna?

Key Performance Indicators (KPI´s) mais

relevantes.

Consideramos essencialmente duas dimensões: a

do profissional e do output produzido pelo

departamento de auditoria interna.

Ao nível do auditor interno, consideraríamos

indicadores relacionados com o n.º de horas de

formação, rotação de empregados e formação

académica.

Ao nível do output, consideraríamos indicadores

relacionados com as observações feitas pelos

ROC’s às deficiências do Sistema de Controlo

Interno, as inovações introduzidas no sistema de

controlo interno.

Considera importante o prémio “O melhor

aluno” dos cursos de Auditoria, promovido

pelo IPAI?

O reconhecimento do mérito e do esforço do

aluno aplicado numa licenciatura e/ou mestrado

em Auditoria será certamente um factor que

motivará os alunos.

Consequentemente, somos da opinião que

atribuição do prémio “O melhor aluno” trata-se de

uma excelente iniciativa. No entanto, sugerimos

que o prémio possa englobar candidatos oriundos

de outros cursos que são importantes para o

exercício da profissão de Auditoria Interna.

o

Ao nível do auditor interno,

consideraríamos indicadores relacionados

com o n.º de horas de formação, rotação

de empregados e formação académica.

O reconhecimento do mérito e do esforço

do aluno aplicado numa licenciatura e/ou

mestrado em Auditoria será certamente um

factor que motivará os alunos.

Entrevista

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26

Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Caneta Digital

“A prova da sinceridade e seriedade da

gestão reside no intransigente ênfase que se

dá à integridade de carácter. Esta

característica, acima de tudo, tem de estar

simbolizada nas decisões que dizem respeito

à gestão das “pessoas”.

Porque é o carácter através do qual uma

liderança é exercida; é o carácter que dá o

exemplo e é imitado.”

Peter Drucker, O Diário de Drucker

Sugestão de leitura

Livros para Venda

The International Professional Practices

Framework (IPPF) is the conceptual framework

that organizes authoritative guidance

promulgated by The Institute of Internal Auditors.

Preço para sócios: 36,73 Euros; Preços para

não sócios: 38,40 Euros; Acresce portes de

correio: 4,00 Euros (Portugal Continental).

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Preço: 30 Euros; Portes de correio: 3,30 Euros

(Portugal Continental).

Para encomendar

Enviar cheque a favor do Instituto Português de

Auditoria Interna, com indicação do livro

pretendido e morada para envio.

Pode utilizar o método de transferência bancária

utilizando o NIB do IPAI, com informação através

do correio electrónico

[email protected]

Não hesite em contactar-nos.

Telef. / Fax 213 151 002

Dr. Bombarda Azevedo

Novos associados

Ana Marta Bentes Caeiro

Valter Bruno Alves Pereira

José Manuel Fernandes Gomes

António Manuel G.S. Pinto Furtado

Nuno José Faria Lobo

Sónia Cristina R. Vilas Boas

Anabela Ferreira da Silva

José Luís Galrão do Livro

Site IPAI

Informação recolhida em 9 Setembro de 2010 10:40

20 Últimos domínios capturados (Domínios

com link para o site)

Total de visitas (acumuladas desde o início):

31512

Média de visitas/mês: 1262

Média de visitas/ semana: 295

Total de registos no site: 675

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Pesquisa na rede

http://ethisphere.com/50-codes-of-conduct-benchmarked-q4-

2008/

An organization’s Code of Conduct, alternatively referred to

as Code of Ethics or Code of Business Standards, is the

stated commitment of the behavioral expectations that an

organization holds for its employees and agents. Such Codes

are now commonplace for most corporations, increasingly

shared not only with employees, but with customers and the

public at large as well. To be successful, a Code must be

believable by all stakeholders to which it applies. Certainly the

subject corporation’s commitment in action has significant

impact. However, how the Code itself is written, what it

contains, omits and how it is communicated all play

instrumental underlying roles in whether it has the power to

influence not only perceptions, but actions. Having reviewed

over 800 Codes of Conduct, the Ethisphere editorial team has

revised its methodology to more accurately reflect the most

up-to-date best practices.

http://incursoes.blogs.sapo.pt/1311629.html

AUDITAR OS AUDITORES?

http://www.accaglobal.com/

ACCA (the Association of Chartered Certified Accountants) is

the global body for professional accountants. We aim to offer

business-relevant, first-choice qualifications to people of

application, ability and ambition around the world who seek a

rewarding career in accountancy, finance and management.

http://www.ceiops.org/

CEIOPS is the Committee of European Insurance and

Occupational Pensions Supervisors

http://www.ecoda.org/members.html

The European Confederation of Directors' Associations

(ecoDa) is a not-for-profit association founded in December

2004 under the laws of Belgium.

http://www.apee.pt/portal/index.php?option=com_content&vie

w=article&id=4&Itemid=8

Associação Portuguesa de Ética Empresarial

A comunidade internacional da Responsabilidade Social

está de parabéns. Após um longo processo de busca de

consensos, cerca de 100 países e 43 organizações internacionais produziram o que será um marco na

mudança de paradigmas na relação entre as organizações e a sociedade.

A APEE saúda e agradece a todas as Pessoas,

Sindicatos, Empresas, Associações Empresariais, ONGs e Universidades que contribuíram e suportaram a

Delegação Portuguesa.

Começa agora o trabalho de divulgação e aplicação da

ISO 26000 e da conexa Norma Portuguesa NP 4469.

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Notícias

Survey auditoria interna

Pode consultar em http://www.ipai.pt/noticias/detalhes.php?id=125

2010 PRÉMIO IPAI PARA O MELHOR TRABALHO SOBRE AUDITORIA INTERNA

Consulte regulamento em

http://www.ipai.pt/fotos/gca/2010_premio_ipai_para_o_melhor_trabalho_academico_sobre_auditoria_interna_12

77735780.pdf

2010 REGULAMENTO PARA A ATRIBUIÇÃO DO PRÉMIO IPAI AO MELHOR

ALUNO FINALISTA DE CURSO SUPERIOR EM AUDITORIA

Consulte o regulamento em http://www.ipai.pt/fotos/gca/2010_regulamento_para_melhor_aluno_1277735019.pdf

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30

Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Post_it

Miguel Silva

Conferência Anual

19 de Novembro de 2010

Lisboa

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Auditoria Interna Julho/Setembro 2010 Nº 40

Pesquisa de Institutos de Auditoria

Estónia

http://www.theiia.fi/

Finlândia

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