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A opinião aqui manifesta é de plena responsabilidade dos seus autores. Para o leitor, fica a liberdade de contatá-los diretamente através de seus próprios e-mails.

Confira a opinião dos nossos colunistas

Boas vindas aos dois novos

colunistas: dr. Carlos E. Gouvêa

e dr. Carlos Eduardo dos Santos Ferreira,

pontuando e compartilhando seus importantes conhecimentos a todos os nossos

leitores.

Í N D I C E

04

18Nova Legislação

Como os ginecologistas e obstetras veem a notificação compulsória em caso de

violência contra a mulher

Infecção ViralNota à Imprensa -

Campanha de Prevenção

Dr. Irineu Grinberg“Qualidade é primordial”, pág. 10

Dr. Yussif Ali Mere Jr“O importante papel socioeconômico da Saúde”, pág. 12

Dr. Carlos Eduardo dos Santos Ferreira“Transformação Digital – Medicina Laboratorial”, pág.8

Dr. Paulo Cesar Naoum “Por uma biomedicina que atenda à novademanda tecnológica”, pág. 6

Dr. Wilson Shcolnik“Medicina diagnóstica: caminho para a qualidade de vida”, pág. 25

Marcelo Lorencin“Riscos e oportunidades da era digital”, pág.12

Prof. Dr. Marcos Kneip Fleury“O 47° CBAC e as novas tecnologias de aprendizado”, pág.6

Dra. Heloisa da Rocha Picado Copesco“Melanoma: tumor de pele agressivo”, pág.24

Dra. Maria de Lourdes Pires Nascimento“Raça e racismo - texto 4”, pág. 24

Kelly Casimiro“Sobre empresas e chefes tóxicos”, pág.18

Carlos Eduardo Gouvêa“Diagnóstico para Resistência Antimicrobiana: O FUTURO EM NOSSAS MÃOS!”, pág.16

Dr. Rodrigo Masini De Melo“Inteligência artificial como ferramenta de controle da Insuficiência cardíaca”, pág.26

Nesta edição queremos agradecer a todos os profissionais, estudiosos, pesquisadores, atuantes incansáveis em suas atribuições de alto nível e generosos em compartilhar seus tesouros – conhecimento – com os nossos leitores. Muito nos honra essa confiança. Nossa meta é continuarmos merecedores. Atingimos patamares comprovados de acessos e participação, que continuam em ordem crescente.

Editorial

A cada edição, o melhor do presente é contar com protagonistas do futuro

26Transtorno (TCA)

Você tem fome de quê?

25Nova Sede

ABIMED inaugura escritório em Brasília

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Diante da confirmação do primeiro caso de infecção viral pelo coronavírus (Covid-19) em São Paulo, a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) vem a público para informar que o Brasil já conta com testes laboratoriais em PCR em tempo real para a detecção do novo vírus, devidamente validados por laboratórios de ponta.

É importante frisar, que a indústria laboratorial não tem medido esforços para desenvolver um grande número de testes laboratoriais, em diferentes metodologias e cada vez mais acessíveis, com vistas ao diagnóstico rápido do coronavírus.

Entre os testes, já estão à disposição de hospitais, clínicas e unidades laboratoriais, os testes qPCR RT (reação em cadeia da polimerase em tempo real), capazes de diagnosticar a doença rapidamente.

O paciente, vindo da Itália, está em isolamento, após ter a confirmação de infecção pelo COVID-19 em teste

Infecção Viral

Nota à Imprensa

feito no Laboratório do Hospital Israelita Albert Einstein. Ele e sua família estão sendo monitorados.

Para evitar o contágio, o Ministério da Saúde já iniciou uma campanha de prevenção maciça, que será amplamente divulgada pela imprensa.

O diagnóstico precoce da Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), doença rara que afeta um a cada 3.500 a 5.000 meninos no mundo, é fundamental para contribuir com a qualidade de vida dos pacientes. Desta forma, estas crianças podem receber o tratamento mais adequado, retardando a evolução da doença, uma vez que ainda não há cura.

A fisioterapeuta Liliane Aparecida da Silva Godoy ressalta a importância do diagnóstico precoce. “Tenho três filhos com DMD. Lucas foi diagnosticado aos 6 anos, junto com Davi que, na época, tinha 4 anos. Considerando o histórico dos dois, fizemos o diagnóstico do Samuel aos 2 anos de idade e logo começamos o tratamento dele também”, relata.

Doenças Raras

Diagnóstico precoce contribui para qualidade de vida de pacientes

A DMD é uma doença genética rara caracterizada pela deterioração muscular progressiva. Os pacientes são diagnosticados por meio de um exame de sangue chamado CK, complementado posteriormente por uma análise genética. O sinal mais importante da doença é a perda de força muscular. Crianças com DMD perdem progressivamente a capacidade de realizar atividades simples de forma independente e muitas vezes requerem o uso de cadeira de rodas no início da adolescência.

“Hoje, vemos que Samuel e Davi apresentam mobilidade melhor do que a do Lucas, que foi diagnosticado e iniciou o tratamento mais tarde do que os seus irmãos”, conta Liliane. Além do acompanhamento médico regular, os três meninos fazem fisioterapia, hidroterapia e terapia ocupacional, além de passarem por tratamento psicológico.

Projeto “Cada Passo Importa”,

da Sarepta Brasil com a Mauricio de Sousa Produções,

terá novos gibis para conscientizar sobre a

doença

Crianças com Distrofia Muscular de Duchenne visitam a Mauricio de Sousa Produções

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PROF. DR. MARCOS KNEIP FLEURYCoordenador da Comissão Científica de Congressos da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas - SBAC, Assessor Científico em Hematologia do Programa Nacional de Controle de Qualidade - PNCQ, e Professor Associado da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.

[email protected]

Estamos nos preparando para mais um Congresso Brasileiro de Análises Clínicas. Este ano estaremos numa das mais simpáticas e hospitaleiras capitais do Nordeste, a cidade de Fortaleza, entre os dias 14 e 17 de junho.

Como de costume, as expectativas para o Congresso são as melhores. Estamos preparando uma grade científica com foco no profissional de laboratório abordando os principais temas da rotina do laboratório clínico, sem esquecer das novidades que se apresentam em uma velocidade cada vez maior.

É sempre um grande desafio abordar temas de interesse sem ser repetitivo, incluir novidades científicas e novos formatos de atividades que estejam em dia com a evolução das formas de aprendizado e divulgação de informações. É o caso da educação à distância e das mídias sociais, que têm desempenhado papel importante na popularização do conhecimento e terão papel nas discussões promovidas pelo CBAC 2020.

Tanto a educação à distância quanto as

redes sociais já fazem parte do nosso cotidiano como uma forma de comunicação essencial, sendo usadas por pessoas de diferentes idades e formações para as mais diversas finalidades.

Hoje, as redes sociais, com todos os seus recursos e facilidade de acesso, permitem a integração e a divulgação de conhecimento entre pessoas de todo o mundo, incluindo aquelas que residem em locais de difícil acesso, onde encontrar conteúdo presencial de aperfeiçoamento profissional é extremamente complicado.

A maneira como as informações são transmitidas, com linguagem clara e objetiva, por meio de videoaulas, entrevistas, imagens e fluxogramas, tem contribuído para o aumento da busca por conhecimento em meio digital. Na área de medicina laboratorial, a conexão virtual já tem sido uma realidade e a interação entre pessoas, com o mesmo interesse, tem contribuído para um aprendizado constante.

A busca crescente por informações através dessas mídias tem colaborado para o aumento

O 47° CBAC e as novas tecnologias de aprendizadodo número de perfis voltados para a divulgação de conhecimentos. Muitos profissionais têm difundido informações abordando o dia a dia da rotina, ensinando de forma clara e objetiva os aspectos laboratoriais relacionados às diversas doenças, trocando experiências com pessoas de vários locais do Brasil e do mundo e contribuindo com a formação e o aperfeiçoamento profissional de muitos colegas.

Reiteramos nosso convite para que venham a Fortaleza participar de um evento que é cuidadosamente preparado para inserir o profissional do laboratório de análise clínicas nas discussões mais atuais da área. As atividades científicas e a feira de exposições sempre cheia de novidades certamente atenderão às expectativas de todos. Aproveitem a hospitalidade da capital cearense e as incontestáveis belezas naturais do nordeste brasileiro.

Opinião

PROF. DR. PAULO CESAR NAOUM

[email protected]

Por conta das novas tecnologias que incluem informática, automação, genômica, imunologia, entre outros, a segunda década do século 21 (2010-2019) mexeu com quase todos os setores de prestações de serviços médicos de muitos países, entre os quais o Brasil.

A automação laboratorial, por exemplo, foi resultado de um progresso natural que ocorreu na área de auxílio diagnóstico médico, principalmente por sua rapidez, bons níveis de segurança técnica e de reprodutibilidade de resultados. No entanto, como ocorre em qualquer progresso, a automação teve seu lado perverso evidenciado principalmente pela diminuição de postos de trabalho notadamente para os recém graduados das áreas biomédicas. É provável que a diminuição de oferta de empregos seja a principal causa pela qual recentemente vários cursos universitários de biomedicina não conseguiram formar novas turmas de graduação, pois os estudantes que buscam cursos universitários para a sua formação, procuram, também, conhecer a inserção de seus profissionais no mercado de trabalho. Embora os biomédicos não dependam exclusivamente de atividades em laboratórios, pois há várias outras áreas de atuações profissionais oferecidas em cursos de biomedicina, há de se considerar que justamente o laboratório é responsável por absorver cerca de 70% de seus graduados.

Além da automação laboratorial, ocorreram desenvolvimentos tecnológicos fantásticos nas áreas de diagnósticos moleculares e imunológicos. Três exemplos a seguir ilustram o que está ocorrendo em centros de excelências de diagnósticos laboratoriais: (1) paciente que obedeceu às orientações médicas preventivas para evitar a elevação de seu colesterol se decepciona ao saber que sua proteína APO-E é mutante e, assim, não efetua adequadamente a remoção de gordura de seu sangue e, por isso, o colesterol continua elevado; (2) pessoa de meia idade recebeu cinco endopróteses de expansão vascular (estentes ou stents) por conta de que sua proteína MMP3 que atua nas remoções de coágulos e detritos intravasculares é mutante e, portanto, não consegue desbloquear naturalmente seus vasos sanguíneos; (3) uma pessoa que se submeteu a tratamentos para quatro diferentes tipos de câncer em vinte anos descobriu que a provável causa destas doença se devia à baixíssima concentração de linfócitos T CD8 (Células T citotóxicas), expondo a fragilidade imune do paciente frente ao aparecimento contínuo de células com tendências tumorais. Estes três exemplos mostram que a genética molecular de proteínas e enzimas, bem como a imunologia relacionada com determinação de antígenos de membrana celular, serão disciplinas necessárias à formação

Por uma biomedicina que atenda à nova demanda tecnológicados profissionais que vão atuar em laboratórios, justificando a necessidade da adequação curricular de cursos de medicina, biomedicina e bioquímica, principalmente.

A expectativa é que os laboratórios clínicos que incluírem métodos recentes para avaliações genômicas das patologias mais frequentes, medições da capacidade imune e determinações de proteínas que participam de sinalizações celulares, estarão à frente de seus concorrentes, pois oferecerão aos médicos resultados mais adequados para que as condutas clínicas e os procedimentos terapêuticos tenham maiores eficácias.

Conclui-se, assim, que somente profissionais com ampla base de conhecimentos científicos e que estão atentos às atualizações tecnológicas, terão competitividade de emprego em laboratórios de portes médio e grande. Diante dessas novas requisições que começam a fazer parte do rol dos pedidos médicos, é preciso readequar alguns cursos da área de saúde, entre os quais destaco o de biomedicina pela sua performance laboratorial. Essas readequações incluem radicais modificações em suas grades curriculares e que abrangem conhecimentos de tecnologias de imagens 3D, bioquímica e genética moleculares, imunologia de receptores celulares, e domínio sobre a lógica dos algoritmos aplicados às informações de novos parâmetros de resultados de exames laboratoriais.

Professor Titular pela UNESPDiretor da Academia de Ciência e Tecnologia,Acadêmico da ARLC

Texto em parceria com o time do@atlasemhematologia, Thiago Alcântara e

Larissa Santana.

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O conceito de transformação digital é amplo e consiste na utilização da tecnologia para aumentar a eficiência operacional das diferentes empresas dos diferentes segmentos, incluindo a Medicina Laboratorial. Ela engloba outros diferentes conceitos tanto de digitalização (transformar o que é físico para o formato digital) quanto o de digitização (este mais abrangente: transforma todo o negócio em plataforma digital). Para que a transformação digital seja efetiva as empresas devem fazer uso de diferentes recursos e metodologias de análise de dados; tais como: Big Data, Business Intelligence (BI), People Analytics (PA), entre outros.

As diferentes empresas do nosso segmento, tais como: laboratórios clínicos, diagnósticos

in vitro (IVD), provedora de softwares, entre outras, já estão se movimentando com diferentes ações focadas nesta nova era digital. As adaptações que já estão em curso devem ser direcionadas para que as incorporações destes recursos tecnológicos possam ser úteis, agregando valor ao diagnóstico dos pacientes. Esta melhoria da acurácia diagnóstica e outras oportunidades de atuação na predição e prevenção das doenças, também devem ganhar força com os dados que estão sendo gerados e analisados. Vale a lembrança que todas estas melhorias devem vir atreladas a reduções dos custos, para que possamos garantir a sustentabilidade do setor.

Outro ponto a ser destacado é a busca pela segurança dos pacientes ao logo desta

Transformação Digital – Medicina Laboratorialincorporação. Os processos cada dia mais digitais permitem uma menor interferência humana reduzindo a ocorrência dos erros. No nosso segmento da Medicina Laboratorial todas as fases (pré-analítica, analítica e pós-analítica) podem ser beneficiadas. Vale lembrar que mesmo com toda esta tecnologia não devemos esquecer que as relações humanas devem existir e que são fundamentais principalmente quando lidamos com a nossa saúde.

Para o nosso próximo Congresso Brasileiro de Patologia Clínica que será realizado no período de 15 a 18 de setembro na cidade de São Paulo, estaremos preparando para o fórum de encerramento uma discussão sobre este tema. Programem-se e aguardem as novidades em breve.

DR. CARLOS EDUARDO DOS SANTOS FERREIRA

Presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para o biênio 2020-2021Gerente Médico do Departamento de Patologia Clínica. Laboratório Clínico - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert EinsteinCoordenador Médico do Setor de Imunoquímica do Laboratório Central do Hospital São Paulo – Escola Paulista de Medicina / Universidade Federal São Paulo (EPM/UNIFESP)[email protected]

Opinião

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Opinião

Dr. Irineu GrinbergEx-Presidente da SBACDiretor da Lab Farm [email protected]

Qualidade é primordial A Ciência Laboratorial surgiu nos antanhos da

Idade Média, quando os bruxos e magos, cientistas da época, verificaram a afinidade de formigas por urina que continha glicose. Dessa forma, nasceu o primeiro diagnóstico laboratorial de diabete. Em 1954 o Dr. Carlos Galli Mainini, em suas pesquisas em endocrinologia no Hospital Rivadavia em Buenos Aires, verificou que urina de gestante, quando injetada no dorso de um sapo macho, provocava produção de espermatozoides, que era verificada através de pesquisa por microscopia numa gota de urina. Este foi o primeiro teste laboratorial para a detecção de gestação.

Evidente que, entre a idade média, 1954, e os dias atuais muita coisa aconteceu. Ao início, a leitura visual das reações bioquímicas. Após, as avaliações quantitativas pelo colorímetro de Dubosc, após o fotoelétrico, espectrofotometria, e o surgimento das primeiras automações.

Com essas ações, e outras que lhes sucederam, os sistemas de rotina laboratorial revelaram algumas fragilidades, pois nos diversos passos que a realização de um exame percorre, estão presentes diversas situações que exigem verificação permanente. A começar pela leitura da prescrição médica, com interpretação exata no laboratório, verificação da situação do cliente em relação aos preparos pré-analíticos, coleta adequada do material, calibração dos equipamentos, qualidade da água reagente, verificação da corrente elétrica, liberação dos resultados, interfaciamento e entrega dos laudos aos interessados.

Entretanto, nenhum laboratório que prima pela qualidade pode afirmar que seu trabalho encerra com a entrega dos laudos. Estes devem permanecer no sistema, com total rastreabilidade, para eventuais emissão de cópias, consultas, discussão da patologia do cliente em relação aos resultados e repetições de exames, se necessário, tudo com total rastreabilidade.

O conjunto de todas essas ações e atitudes, mais a verificação da qualidade interna (proin) e externa (proex) constituem o Controle de Qualidade Laboratorial.

Essas ações são de cumprimento obrigatório, desde 2005, quando a ANVISA publicou, após muitas rodadas de discussões, a RDC 302. É possível afirmar, sem medo de errar, que daquele ano até agora, aconteceram incontáveis “cases” de sucesso na evolução da qualidade dos laboratórios existentes no país.

Em tempos atuais, nas maiores corporações laboratoriais, um tubo com sangue, para quase todos os tipos de exames rotineiros, percorre por esteiras,

sem que ninguém o toque. A função dos profissionais é a de controlar eventuais falhas no sistema, e acionar os mecanismos de correção. Os resultados dos exames, lidos e interpretados em qualquer lugar onde existir algum dispositivo ligado à internet.

No entanto, como citado em textos anteriores, o resultado final da busca permanente por novas tecnologias, ou aprimoramento das já existentes e o aumento expressivo das taxas de longevidade acarretam, de forma retilínea e ascendente, a elevação dos custos em saúde, fazendo com que milhares de famílias tenham que abandoná-los e retornar ao SUS.

Urge, portanto, a criação de sistemas de atendimento mais acessíveis, adaptáveis às incapacidades econômicas da população.

Uma delas, também já citada, será a da consulta farmacêutica. Valendo-se da capilaridade das farmácias, suas excepcionais localizações, abrangências como estabelecimentos de saúde, o preparo e incentivo que a profissão farmacêutica tem obtido através de avanços significativos nas graduações, e pós graduações, que os habilitam e incluem os conhecimentos necessários a resolver 60 a 70% das ocorrências. As demais, de imediato, encaminhadas a outras instâncias, previamente contratadas. Previsto também imunizações e realização de exames laboratoriais através Testes Laboratoriais Portáteis, os TLPs.

A utilidade dos TLPs é indiscutível e em várias situações são essenciais. A grande maioria é representada pelos testes cromatográficos ou similares, de leitura visual em tiras reagentes. Entretanto, ocorre uma invasão de marcas desconhecidas, de origem não bem esclarecidas, ante a inexigência de controles de qualidade interna e externa para todos eles.

Mesmo àqueles realizados em super mercados, shoppings e até farmácias, quando o sangue a ser analisado é colocado em dispositivos de leitura e laudado à distância, através de uma central de informática, que não possui nenhum informe ou controle em relação ao que acontece no momento do atendimento e coleta do material. Vetados pela ANVISA, e liberados, mediante liminar, através de informação de parecer que, de forma equivocada, utilizou interpretações confusas das RDCs 44 e 302.

Estes procedimentos poderão inviabilizar tanto os TLPs, como os diagnósticos obtidos. Portanto, cabíveis novas ações judiciais para findar os efeitos dessa decisão provisória.

Equipamentos altamente confiáveis, executáveis à beira do leito ou, porque não?, em estabelecimentos farmacêuticos, com alta sensibilidade e especificidade, sequer foram mencionados, pois necessitam os mais avançados sistemas de controle de qualidade, como todo e qualquer teste laboratorial confiável.

A instituição Laboratório de Análises Clínicas jamais deixará de existir, e nunca perderá a sua importância.

Entretanto, deverá estabelecer novos focos e atitudes, ser o ponto moderador e controlar a qualidade dos exames rotineiros ou urgentes, realizados em quaisquer estabelecimento de saúde.

Será, de forma permanente, avalista da qualidade interna e externa e do desempenho dos testes. Sua equipe técnica terá a incumbência de realizar essa função, resolver as não conformidades, esclarecer e orientar os profissionais dos estabelecimentos de saúde à solução de todas e quaisquer dúvidas ou não conformidades existentes. Tanto de execução, como de avaliação e interpretação dos resultados.

Este mesmo Laboratório deverá executar as demais rotinas laboratoriais, bem como os procedimentos mais sofisticados, tais como testes genéticos, moleculares, provas de compatibilidade e todos aqueles procedimentos que não se enquadrem como passíveis de execução imediata. Serão muitos e cada vez mais revestidos de maior complexidade e acurácia.

A RDC 302, quando lançada em 2005, já previa esses novos momentos, tanto que, de forma sábia, já regulava a execução dos TLPs e os incluía sob a responsabilidade de laboratório clínico.

Entretanto, em recentes movimentos, as inovações na forma de atendimento primário, crescimento da população a ser assistida, remetem a clamores para que sejam criados novos regramentos visando a uma regulação mais branda para os TLPs.

Esses procedimentos, de forma inequívoca, são laboratoriais, portanto devem estar regulados como os demais exame de análises clínicas.

Caso contrário, sem os controles fundamentais e sem finalidade diagnóstica, fatalmente estarão enquadrados como exames de segunda linha.

Os Laboratórios de Análises Clínicas tradicionais, convencionais e sempre presentes, possuem o compromisso inalienável com as realidades técnicas e científicas e, em nenhum momento, serão coniventes com a existência procedimentos laboratoriais secundários.

Dr. Irineu GrinbergEx-Presidente da SBACDiretor da Lab Farm [email protected]

A identificação precoce dos casos de dengue é de vital importância para tomar decisões e implementar medidas efetivas, visando principalmente o controle da doença.

LUMIRATEK TESTES RÁPIDOSDiagnóstico precoce para dengue

A situação epidemiológica da dengue no Brasil é caracterizada pelo aumento de 488% em relação a 2018, sendo registrados mais de 1,4 milhões de casos da doença em 2019, segundo dados do Ministério da Saúde.

Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti,a dengue é uma doença sazonal, a qual está amplamente distribuída em todas as áreas tropicais e subtropicais do mundo.

Segundo informações do Ministério da Saúde, a partir de março deste ano todos os estados brasileiros da região Nordeste e Centro-Oeste além do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, são considerados de maior risco para doença, podendo haver surtos epidemiológicos devido a estação de verão quente e chuvosa, favorecendo a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

A LumiraDx, possui em seu portfólio o teste rápido Lumiratek Combo Antígeno e anticorpo, um imunoensaio cromatográfico que utiliza a combinação de partículas revestidas com anticorpos IgM e IgG e antígeno NS1 para o auxílio no diagnóstico de dengue em amostras de sangue total, soro ou plasma humano, sendo realizado em 10 minutos.

Para maiores informações, entre em contato através do e-mail [email protected] ou (11) 5185- 8181.

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A gastroplastia, também chamada de cirurgia bariátrica ou redução do estomago, é uma das opções mais indicada para quem está lutando contra os problemas relacionados à obesidade. A cirurgiã do aparelho digestivo que atua na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Dra. Carina Fernandes Barbosa revela que o procedimento pode ajudar a reduzir diabetes, hipertensão, enxaqueca, depressão, apneia do sono, colesterol alto, asma, esteatose hepática, doença do refluxo, ovários policísticos, incontinência urinaria, osteoartrite, varizes e gota.

No entanto, segundo a especialista, para obter e

Saúde

Manter hábitos antigos após a bariátrica pode colocar em risco resultados da cirurgiaresultados.

Para combater esses números, a médica conta que a Rede São Camilo de São Paulo criou um programa que é conduzido por uma equipe multidisciplinar, cujo foco é dar suporte especializado aos pacientes que realizam a cirurgia.

“A equipe é composta por nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e/ou preparadores físicos. Esse time, juntamente com o cirurgião bariátrico, acompanha o paciente desde a pré-cirurgia até o pós-operatório, dando todo o apoio necessário na jornada da cirurgia bariátrica.”

manter os bons resultados com o procedimento, é fundamental promover uma mudança de hábitos.

“O reganho de peso pós-cirurgia bariátrica, normalmente, está vinculado à ausência de mudança no estilo de vida dos pacientes. A falta de atividade física, más escolhas alimentares e o não acompanhamento psicológico estão entre os agravantes”, alerta a especialista.

De acordo com dados de 2017 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), cerca de 15% das pessoas que fazem o procedimento não conseguem manter bons

Opinião

Não há dúvidas sobre o momento em que estamos vivendo e que a transformação que acontecerá no mundo e nos nossos negócios será marcada em toda a história da humanidade, tanto é que a chamamos de Revolução Digital ou Revolução 4.0.

Este cenário vem sendo possível graças à evolução da tecnologia. Não importa o tipo de negócio, essa transformação vem sendo impulsionada pelo registro de dados que, diariamente, são imputados nas diversas plataformas digitais que nos rodeiam. São esses dados que permitem às empresas monitorar atividades, perfis, eficiência, entender seus negócios e seus clientes com uma profundidade jamais vista. Além disso, torna-se possível enxergar outras oportunidades alavancadas pela ciência de dados, inteligência artificial e tantas outras tecnologias, todas embasadas em dados.

O poder é imensurável, no entanto, traz riscos e oportunidades. O próprio criador da Internet, Tim Berners-Lee, disse: “É difícil imaginar o poder que você terá quando tantos diferentes tipos de dados estiverem

disponíveis”. O tema vem sendo debatido em governos, empresas e universidades ao redor mundo.

Diante desse cenário, os dados coletados diariamente nas empresas podem trazer grandes oportunidades aos negócios, mas ao mesmo tempo acarreta grandes riscos no processo de transformação. No ambiente empresarial há uma alta pressão por custos. Em qualquer negócio observamos clientes emponderados com exigência de qualidade, atendimento e personalização, novos modelos de remuneração, rapidez da inovação e evolução. Todos esses fatores criam um cenário propício à consolidação e à disrupção.

Nesse contexto, vejo os dados e a tecnologia como grandes aliados das empresas. Tanto na gestão de suas atividades, trazendo eficiência operacional, quanto na diferenciação da oferta de serviços cada vez mais rápidos, cômodos e personalizados, que são as tendências de consumo da era em que vivemos. Além destes benefícios, novos horizontes ainda serão explorados e potencializados com as tecnologias de

Riscos e oportunidades da era digitalanalytics, inteligência artificial e outras.

Mesmo no meio deste cenário ainda exploratório, existem empresas não se atentando para este movimento e permitindo que a inteligência de seu negócio, bem como o seu petróleo do futuro – os dados – sejam entregues a outras corporações. Ter uma estratégia para a guarda, uso e compartilhamento deste grande ativo das organizações deve fazer parte das discussões, diretrizes e ações de gestão e governança.

Muitas vezes existe uma preocupação bem clara com a segurança de dados e dos resultados, o que é fundamental para a segurança do cliente, mas pouco se fala em segurança da inteligência dos negócios, ou até mesmo de um futuro diferencial nas organizações, o que faz com que a segurança dos negócios se torne vulnerável na era digital em que vivemos. Por isso, precisamos pensar em como lidar com todas essas transformações e como elas irão impactar o dia a dia das empresas, dos negócios e, principalmente, das pessoas.

MARCELO LORENCIN Fundador e CEO da Shift, empresa de Tecnologia da Informação voltada para medicina diagnóstica;faz parte de um seleto grupo de CEOs em Harvard.

[email protected]

O último Boletim Econômico da FEHOESP, que traz um balanço de janeiro a dezembro de 2019, traz dados interessantes e que merecem uma análise mais profunda. O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) mostra que o número de estabelecimentos de saúde cresceu no ano passado 4,1% no Brasil, totalizando 344.203 empresas. Desse total, 24,8% são estabelecimentos públicos (85.492), 73,2% são privados (251.700) e só 2% filantrópicos (7.011). Apesar de representar a menor fatia de estabelecimentos do país em percentual, o setor filantrópico (que também é privado, mas sem fins lucrativos), detém 27,2% do total de hospitais, o que mostra a importância deste segmento na assistência médico-hospitalar da população. Dos 6.742 hospitais brasileiros, 1.831 são filantrópicos, 2.448 são públicos (36,3%) e 2.463 privados (36,5%).

Esse crescimento absoluto no número de empresas foi puxado, principalmente, pela abertura de 8.563 consultórios médicos (crescimento de 5,2% no ano), de 1.109 policlínicas (13,8% de aumento) e de 1.442 clínicas especializadas (2,8%). Apesar de representar apenas 129 novas empresas, o setor de assistência domiciliar (ou home care) registrou crescimento de 17,5% no período, mostrando tendência à desospitalização,

ou seja, cuidados no domicílio ou em outros serviços de transição e retaguarda.

O número de hospitais cresceu 0,8% no ano passado, com a “abertura” de 55 novas unidades. Esse dado merece atenção especial. A administração pública abriu três unidades em 2019 e o setor privado, 61. Então, por que a conta não fecha, pois deveríamos ter 64 novos hospitais, certo? Ocorre que o setor filantrópico perdeu nove unidades hospitalares no período. O fechamento de hospitais da rede filantrópica mostra, principalmente, o que as entidades representativas da saúde vêm denunciando há anos: o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), pois a maioria desses hospitais depende quase que exclusivamente do sistema público.

O fechamento de hospitais filantrópicos explica a queda na oferta de leitos públicos. O SUS perdeu 3.959 leitos, uma redução de 1,2% de dezembro de 2018 a dezembro de 2019. Do total de 490.397 leitos existentes no país, 327.035 (66,7%) atendem ao SUS e 163.362 são destinados à saúde suplementar ou particulares (33,3%). Claro que o SUS têm papel assistencial importantíssimo, afinal, 77,6% dos brasileiros dependem exclusivamente dele. De uma população estimada pelo Instituto

O importante papel socioeconômico da SaúdeBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 210.147.125 pessoas, apenas 47.039.728 (22,4%) são vinculadas ao setor suplementar. E esse dado mostra outra discrepância: 22,4% da população têm 33,3% do total de leitos à disposição, enquanto a grande maioria (77,6% das pessoas) dispõe de 66,7% dos leitos SUS.

Um setor que movimenta mais de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país também é um grande empregador. O número de postos de trabalho na saúde apresentou crescimento de 4% no país no ano passado, totalizando a abertura de 90.125 novas vagas com carteira assinada, ou 2.319.231 trabalhadores.

Esses dados mostram a pujança da saúde brasileira e seu importante papel socioeconômico. Enfim, a saúde é um setor com papel social inquestionável e com enorme importância na economia. Investir em saúde é garantir não só melhores condições de vida e bem-estar aos cidadãos, mas também emprego, problema sério que o Brasil precisa resolver. É por tudo isso que defendemos uma reforma tributária que não onere ainda mais o setor de saúde, que simplifique a gestão das empresas, diminua a desigualdade social e colabore com o crescimento sustentável do país.

DR. YUSSIF ALI MERE JR

[email protected]

Presidente da Federação e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo(FEHOESP e SINDHOSP) e do SindRibeirão

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Após anos de uso indiscriminado de antibióticos e outros medicamentos antimicrobianos, acabamos ficando com uma bomba relógio que tem ameaçado toda a medicina moderna. De fato, sem antibióticos eficazes, cirurgias de rotina, partos e até mesmo terapias para câncer ou diabetes tornam-se de alto risco.

A RAM – Resistência Antimicrobiana mata atualmente mais de 70 mil pacientes por ano! Ao redor do ano de 2050, este número poderá chegar a 10 milhões de pessoas! Infecções resistentes requerem drogas mais caras, longas estadias em hospitais, levando, ao final, outras 28 milhões de pessoas à pobreza.

O diagnóstico exerce um importante papel na gestão dos pacientes para reduzir o mal uso de antibióticos, vigilância de tendências da resistência antimicrobiana e monitoramento da efetividade das estratégias de governança do uso de antibióticos. Contudo, a realidade é que há poucos materiais educativos e mesmo de atualização para os profissionais de saúde desta geração e da próxima sobre o uso correto dos diagnósticos contra a RAM.

Seguindo uma chamada para parcerias público-privadas na luta global contra a RAM no Fórum Econômico Mundial em Davos em 2016, a London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM) desenvolveu um curso massivo aberto

online (MOOC, em inglês) com o título “O Papel do Diagnóstico na Resposta à RAM”, em parceria com a Becton, Dickinson and Company. Também se juntaram a esta parceria a ASLM – African Society for Laboratory Medicine, a ALADDIV – Aliança Latino Americana para o Desenvolvimento do Diagnóstico in Vitro, a CBDL – Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial e os governos das Filipinas e da Indonésia, com a finalidade de aumentar o acesso à educação sobre RAM e orientar o desenvolvimento de esforços para combater a RAM globalmente.

O objetivo deste curso é ampliar a conscientização sobre o papel do diagnóstico na resposta à RAM. Ele consiste de seis módulos semanais que endereçam tópicos como: o que é a RAM e o papel que o diagnóstico pode exercer para reduzir o mal uso de antibióticos para síndromes clínicas comuns, para triagem e vigilância de infecções associadas ao cuidado à saúde, infecções entéricas e ao conceito de One Health (“Saúde Única”), termo para indicar a real integração entre a saúde humana, a saúde animal, o ambiente e a adoção de políticas públicas efetivas para a prevenção e controle de enfermidades. Tal abordagem deve ser feita nos níveis local, regional, nacional e global.

Este curso, inovador em seu formato, é aberto para qualquer um que tenha acesso à internet e

Diagnóstico para Resistência Antimicrobiana:O FUTURO EM NOSSAS MÃOS!

interesse em combater a RAM. O material do curso é apresentado de forma atrativa, usando-se histórias, reportagens, filmes e vídeos, apresentações em power point, animações, estudos de caso de diferentes países e ambientes, além de vários materiais de referência para leitura posterior. Todos os materiais são livres para se fazer o “download” para uso como material educativo.

Desde o seu lançamento, em setembro de 2019, o curso já atingiu mais de 8 mil pessoas. Uma pesquisa feita logo após esta primeira turma, mostrou que 97% dos alunos ganharam novos conhecimentos, 87% conseguiram já utilizar algo do que aprenderam e 91% compartilharam este novo conhecimento com outros.

Em um momento em que todos estamos preocupados com a disseminação de epidemias, como o COVID-19, é fundamental estarmos alinhados e fazendo bom uso das ferramentas que estão à nossa disposição. Neste curso são apresentadas várias situações que diferenciam o diagnóstico de vírus do de bactérias, principalmente no caso de vírus respiratórios. Tal informação pode ser crucial em um momento que o coronavírus está prestes a virar uma potencial pandemia!

Participe! Aprenda ou venha atualizar seus conhecimentos! Afinal de contas, o nosso futuro está em nossas próprias mãos!

Acesse: www.cbdl.org.br

Opinião

CARLOS EDUARDO GOUVÊA

presidente executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) e presidente executivo da Aliança Latino-americana para o Desenvolvimento do Diagnóstico in Vitro (Aladdiv).

[email protected]

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por causa do meu chefe.Para que a empresa deixe de ser toxica, ela

deve ter mentalidade estratégica, ou seja, mudar seu mindset e buscar inovar. Nesse sentido não cabem mais os estilos autoritários de liderança e sim o compartilhar de conhecimentos e informações. Essa mudança de cultura é bem trabalhosa, é verdade, porém, os ganhos que se tem após esse tipo de trabalho são imensos. Ouso dizer que trabalhar a cultura organizacional é o que diferencia as empresas boas das ruins.

Em contrapartida, os chefes que desejam trilhar o caminho da liderança, podem, da mesma forma, mudar seus mind sets e atuarem de modo estratégico também. Mas como? Buscando e transmitindo informações fidedignas à equipe, incentivando melhorias internas, apoiando os colaboradores no sentido de se aprimorarem, expondo suas opiniões de modo que isso agregue valor à empresa e trabalhando autoconhecimento. Simples assim!

KELLY CASIMIROÉ Psicóloga, fez carreira em RH de empresas da área da saúde. Atualmente é sócia da Desenvolvere Assessoria, empresa especializada em desenvolvimento humano na área da saúde.

Nesse mundo VUCA no qual vivemos, as mudanças são rápidas e constantes. Um dia dificilmente é igual ao outro, principalmente quando se tem uma empresa ou se atua como líder.

E junto a esse cenário, tem-se muitos “líderes” despreparados – aqui denominados simplesmente como Chefes - e empresas que não preparam seus profissionais para essa posição. Não adianta ter uma empresa estilo “vale do silício” com espaços modernos, arquitetura arrojada, estrutura participativa e isso não refletir o estilo de liderança da empresa.

Segundo o Guia Você S/A – As 150 melhores empresas para trabalhar de 2019, 10% dos profissionais entrevistados referem ser liderados por profissionais de estilo coercitivo e autoritário. Além disso, 13% trabalham em ambientes altamente sufocantes, já que seus chefes gostam de liderar via pressão.

Sobre empresas e chefes tóxicosCom essa imagem em mente, é fácil entender

por que existem empresas tóxicas. Vejo que muitos chefes acabam se tornando autoritários e coercitivos por dois motivos: 1) a cultura organizacional prioriza o modelo autoritário e o dito líder simplesmente replica o modelo; 2) esse suposto líder não foi desenvolvido para ocupar o cargo e atua no melhor estilo – eu me viro.

É sabido que a postura do chefe exerce grande influência na decisão de um desligamento. E também não é surpresa quando ouvimos que boa parte dos profissionais não confiam em seus chefes. Isso infelizmente é consequência da falta de atenção das empresas para esse assunto de suma importância.

Esse tipo de situação faz com que a comunicação fique comprometida, as metas não sejam atingidas e o clima organizacional despenque. Isso sem contar os pedidos de demissão cujo motivo se declara: pedi demissão

[email protected]

Opinião

Nova Legislação

Segundo a Lei n° 13.931, publicada no Diário Oficial da União, em 11 de dezembro de 2019, os agentes de saúde que se depararem com casos de indício ou confirmação de violência contra a mulher em serviços públicos ou particulares de atendimento, a partir de 10 de março de 2020, deverão notificar os centros de vigilância epidemiológica e comunicar as autoridades policiais em até 24 horas.

A medida levantou discussões sobre a perda da autonomia feminina, o risco à segurança da paciente e, ainda, a questão do sigilo médico. A dra. Maria Rita, Diretora de Valorização e Defesa Profissional da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), e a advogada Juliana Kozan, assessora jurídica da instituição, comentam a decisão.

“O objetivo dessa lei é combater a violência contra a mulher, uma questão muito séria em nosso país. Por outro lado, existe o risco de prejudicar o atendimento das vítimas, que podem deixar de buscar o serviço de saúde para evitar a notificação e a comunicação à polícia. Mas, a despeito dos prós e contras, a lei atingirá diretamente os médicos e deverá ser cumprida”, opina Kozan.

Mulheres que sofrem qualquer tipo de violência tendem a evitar o assunto, dirigindo-se a clínicas e hospitais apenas em casos extremos de agressão. Em razão do sigilo médico, grande parte das pacientes sentem maior tranquilidade em compartilhar suas vivências com profissionais médicos e de sua confiança. Contudo, a notificação compulsória e principalmente a comunicação à autoridade policial, sem consentimento da mulher, pode ferir a autonomia feminina além de promover inibição da procura aos serviços de saúde com prejuízo à assistência adequada.

A dra. Maria Rita ressalta a importância do primeiro contato entre o médico e a vítima de agressão, dando ênfase ao acolhimento,

Será lei agora: como os ginecologistas e obstetras veem a notificação compulsória em caso de violência contra a mulher

às orientações e aos esclarecimentos quanto a possibilidade de denúncia e a obrigatoriedade médica da notificação compulsória, segundo a nova lei. “É fundamental enfatizar que a mulher estará dando subsídios aos serviços governamentais para agirem no foco do problema”.

Os dados serão compartilhados com a Secretaria de Estado de Saúde e com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a fim de gerar estatísticas que fomentem políticas públicas efetivas de combate à violência.

A diretora de Valorização e Defesa Profissional também destaca que, apesar de a lei tornar obrigatória a notificação à vigilância e a comunicação à autoridade policial, o médico não deve entregar o prontuário da paciente, sem a expressa autorização dela. Essa resolução está expressa na nota técnica n° 3/2016 do Conselho Federal de Medicina.

Como recomendação, a SOGESP incentiva os médicos a questionarem os diretores técnicos dos estabelecimentos de saúde, responsáveis pelo funcionamento do serviço perante as autoridades, sobre as medidas burocráticas necessárias, além de informarem quaisquer dificuldades que estiverem enfrentando durante o processo.

“Isso para que, quando a lei entrar em vigor, o profissional não seja pego de surpresa e as instituições já tenham organizado um formato eficiente que não prejudique a assistência”, explica

Kozan. Dra. Maria Rita completa: “A SOGESP não tem o objetivo de trabalhar somente com ações voltadas às atualizações cientificas dos associados, mas também valorizar o exercício profissional e dar suporte jurídico, ético e legal, ajudando-os de forma efetiva”.

SOBRE A LEIA nova legislação alterou a Lei nº 10.778/2003,

que já estabelecia a obrigatoriedade de notificação compulsória de casos de violência contra a mulher, para fins de coleta de informações para melhorar o atendimento e fomentar políticas públicas. Mas a notificação, com caráter sigiloso, ficava restrita ao sistema de saúde. As mudanças são que a notificação compulsória deverá ser feita mesmo se houver apenas indícios de violência, bem como a comunicação do caso à autoridade policial.

A Lei define violência contra a mulher como “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, inclusive decorrente de discriminação ou desigualdade étnica, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público quanto no privado”, caso tenha ocorrido em qualquer das situações a seguir:

* dentro da família ou unidade doméstica ou em qualquer outra relação interpessoal, em que o agressor conviva ou haja convivido no mesmo domicílio que a mulher e que compreende, entre outros, estupro, violação, maus-tratos e abuso sexual;

* na comunidade e seja perpetrada por qualquer pessoa e que compreende, entre outros, violação, abuso sexual, tortura, maus-tratos de pessoas, tráfico de mulheres, prostituição forçada, sequestro e assédio sexual no lugar de trabalho, bem como em instituições educacionais, estabelecimentos de saúde ou qualquer outro lugar; e

* onde quer que ocorra, se perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes.

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2020

O exame de ancestralidade tem ganhado fama nos últimos anos. O teste realizado por meio da extração do DNA promete trazer informações étnicas de cada indivíduo. Estimulado por um mercado competitivo, os preços conseguiram alcançar níveis cada vez mais baixos, possibilitando mais acesso ao exame. Além do preço, o método de coleta simples e indolor colabora para que mais pessoas procurem pelo procedimento. A coleta do material a ser analisado é bem simples, basta um pequeno furo no dedo para coleta de sangue ou a coleta através da saliva feita por um swab na parte interna da bochecha.

Antes de falarmos sobre o teste de ancestralidade em si, é preciso explicar sobre o projeto do Genoma Humano e quais foram suas revelações. Iniciado formalmente em 1990, o Projeto Genoma Humano foi planejado para ser completado em 15 anos, porém com a evolução das tecnologias em 2003 o projeto foi concluído. Junto com o projeto do Genoma Humano foram compreendidas e descobertas várias questões como o fato de compartilharmos 99,9% de similaridade entre os indivíduos. Com tanta semelhança entre nós como podemos saber sobre a nossa ancestralidade? Porque no nosso DNA há polimorfismos, onde o mais comum deles são os Polimorfismo de Nucleotídeos Únicos (chamados de SNP), que diferem entre pessoas. Em 2005 um grupo de pesquisadores realizou o mapeamento dos padrões de SNPs encontrados nas populações da

DB Molecular oferece teste de Ancestralidadeatravés do sequenciamento do DNA

DB Molecular - Diagnósticos do BrasilTel:. 11 3868-9800

[email protected]

África, Ásia, Europa e Américas que é usado como base para identificar as origens genéticas. Daniele Abreu, especialista de produtos do DB Molecular explica que “no DNA encontram-se armazenadas as informações transmitidas de geração em geração desde os nossos antepassados mais distantes que herdamos diretamente dos nossos pais.” Mutações no DNA ocorrem ao longo dos anos e podem diferir de acordo com os continentes onde os indivíduos vivem. Estas alterações são herdadas ao longo

das gerações e possibilitam não só conhecer as relações familiares de um indivíduo, como também rastrear a sua ancestralidade em termos genéticos e geográficos. “O resultado dessas variações forma a base da análise de ancestralidade. Alguns padrões genéticos são compartilhados entre pessoas de origens diferentes, porém outros padrões são específicos de cada população.” Complementa Daniele.

Com o teste de ancestralidade também é possível conhecer informações genéticas da linhagem feminina da família pela análise do DNA Mitocondrial e pode ser realizado em homens e mulheres, uma vez que o cromossomo X está presente em ambos os sexos.

Já as informações herdadas pela linhagem masculina são disponíveis apenas para os homens, já que é analisado o cromossomo Y.

Para saber sobre suas origens, procure um laboratório credenciado ao DB Molecular e descubra mais sobre sua genealogia!

Horiba Medical lança triagem de malária para o Pentra XLR e Pentra XL 80Com o novo método de medição e o flag

de suspeita de malária, os analisadores hematológicos Pentra XLR e Pentra XL 80 da Horiba Medical oferece triagem microbiana rápida como parte de um painel sanguíneo completo (combinação CBC/CRP, 5 Diff…).O flag automático de suspeita de malária é feito com técnica computacional de análise de dados contemporânea baseada em milhares de medições, inclusa na rotina hematológica e não um teste separado com custo adicional. A malária é uma das formas mais prevalentes de doenças transmitidas por vetores em todo o mundo, causando altas taxas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. As regiões endêmicas de malária geralmente apresentam desafios econômicos e conscientização extremamente custosa, onde métodos diagnósticos confiáveis e acessíveis são urgentemente necessários.

Microscopia, testes de diagnóstico rápido (RDT) e reação em cadeia de polimerase (PCR)

são os três métodos diagnósticos comuns para a detecção da malária. A microscopia convencional de esfregaços de sangue espesso e delgado corados, considerada o padrão-ouro, depende muito da disponibilidade em tempo integral de um observador especialista para identificar corretamente os parasitas, o que tende a provocar a perda de casos de infecções por malária. Embora RDT e PCR sejam relativamente mais confiáveis, eles não ganharam popularidade devido ao custo mais elevado.

Como o hemograma completo (CBC) e a

[email protected]+55 (19) 33033800+55 (65) 36424387+55 (67) 33274566

contagem diferencial de leucócitos (DIFF) são os testes básicos mais comuns em laboratórios clínicos, os analisadores de hematologia que podem detectar a presença de parasitas da malária são uma grande vantagem para os pacientes potencialmente infectados com malária e laboratórios diagnósticos atualmente ocupados.

A triagem de malária é um recurso opcional e está disponível tanto para clientes que já possuem o analisador Pentra XLR e Pentra XL 80 como para novos clientes que os adquirirem.

O CQC Tecnologia em Sistemas Diagnósticos, preocupado em fornecer soluções diagnósticas de alta qualidade (reagentes, instrumentos, softwares), mantém parceria sólida com a HORIBA MEDICAL em sua distribuição.

de acidentes, além de fácil manuseio. Os Adaptadores de Segurança QUICKSHIELD

são de uso único e contêm um escudo de proteção com rotação de 360° que, ao ser acionado, impossibilita qualquer contato com a agulha após o uso. Basta pressionar o escudo contra uma superfície rígida até ouvir o clique, indicando que o sistema foi ativado e permanentemente travado.

Os Escalpes com Trava de Segurança VACUETTE® completam a Linha Safety. Compostos por uma agulha e uma tubulação plástica flexível, possuem o mecanismo de segurança que é ativado logo após a utilização, enquanto ainda está na veia do paciente. Assim, ao finalizar o procedimento, a agulha já sai retraída do acesso venoso e evita o contato do profissional com o perfurocortante. Além disso, os Escalpes com Trava de Segurança possuem antecâmara que

permite a visualização do fluxo sanguíneo na coleta de sangue ou infusão de medicamentos, indicando que a punção venosa foi realizada com sucesso.

Falando em coleta... os renomados Tubos VACUETTE® para coleta de sangue à vácuo, também contam com a linha Premium, que possui tampa de rosca, ou seja, mais garantia de segurança no transporte das amostras, sem o efeito aerossol ao transferir a amostra.

Acesse o site da Greiner Bio-One para saber mais sobre estes e outros produtos da Linha Safety, ou entre em contato pelo e-mail: [email protected]

www.gbo.com

Inovação e segurança para profissionais e pacientes

Pacientes críticos, principalmente aqueles que possuem difícil acesso venoso, acidentes que expõem os profissionais da saúde a ferimentos e risco de contaminação com agulhas, são ocasiões que, infelizmente, podem ocorrer no ambiente hospitalar e outros estabelecimentos que realizam procedimentos com punção intravenosa ou arterial nos seus atendimentos.

Garantir maior conforto e tranquilidade aos pacientes, além de mais facilidade e segurança para profissionais da saúde, já é possível com a escolha das ferramentas certas. A Greiner Bio-One está presente há mais de 10 anos no Brasil, é referência no segmento pré-analítico e oferece uma linha completa de produtos Safety, especialmente desenvolvidos com materiais de qualidade e dispositivos de segurança que evitam riscos

Linha Safety VACUETTE® de acessórios para coleta de sangue

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determinação da deficiência de atividade enzimática da LAL (em leucócitos do sangue periférico, fibroblastos ou em gotas de sangue seco em papel de filtro).

A deficiência de LAL é uma doença progressiva que causa lesões no fígado, baço e em outros órgãos, potencialmente pode levar à fibrose hepática, cirrose, insuficiência hepática e morte. O diagnóstico correto é o primeiro passo para o controle das graves e até mesmo fatais complicações a longo prazo desta doença.

Em seu portfólio, a Biotécnica conta com kits para determinação de transaminases, colesterol, triglicérides, HDL-Colesterol e LDL-Colesterol, com reagentes prontos para uso, controles e calibradores. Possui também uma linha de equipamentos com diversas opções para automação em bioquímica e turbidimetria.

Deficiência de Lipase Ácida LisossomalA deficiência de lipase ácida lisossomal

(LAL) é uma doença hereditária, genética, crónica, e progressiva, causada pela diminuição da atividade dessa enzima. A LAL se encontra no interior dos lisossomos, organelas celulares citoplasmáticas que possuem a capacidade de degradar partículas, realizar a reciclagem de componentes celulares envelhecidos e defender o organismo contra agentes externos, participando no processo de autofagia celular.

A função da LAL é degradar determinados lipídeos (colesterol esterificado e triglicerídeos), e a falta de atividade suficiente causa um acúmulo progressivo dessas gorduras no fígado, intestinos e nas paredes dos vasos sanguíneos.

Hoffman et al. descrevem que o espectro fenotípico da deficiência de LAL varia desde a forma inicial na infância (doença de Wolman) até as formas posteriores, coletivamente conhecidas como doenças de armazenamento de éster de colesterol (CESD - cholesterol ester storage disease). Os autores caracterizam a doença de Wolman pela má absorção que resulta em desnutrição, no armazenamento de ésteres de colesterol e triglicerídeos em macrófagos hepáticos que pode levar a hepatomegalia e doença hepática; e, em calcificação da glândula adrenal causando

à insuficiência cortical adrenal. A menos que tratados com transplante de células-tronco hematopoiéticas, bebês com doença de Wolman clássica não sobrevivem além da idade de um ano.

A CESD pode manifestar anormalidades lipídicas séricas, hepatoesplenomegalia e/ou elevação de enzimas hepáticas muito antes do diagnóstico. A morbidade da CESD resulta de aterosclerose (doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral), doença hepática (função hepática alterada, icterícia, esteatose, fibrose, cirrose e complicações relacionadas de varizes esofágicas e/ ou insuficiência hepática) e complicações de hiperesplenismo secundário (anemia, trombocitopenia). Portadores dessa enfermidade podem ter uma vida normal, dependendo da gravidade das manifestações da doença.

Suspeita-se de deficiência de LAL em pacientes com achados clínicos característicos, tais como hepatomegalia, transaminases elevadas e um perfil lipídico sérico típico que inclui concentrações séricas elevadas de colesterol total, lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e triglicerídeos; e, reduzidas de lipoproteínas de alta densidade (HDL). O diagnóstico é confirmado pela identificação de variantes patogênicas bialélicas codificadas pelo gene LIPA (localizado em 10q23.31) ou pela

Enrique Juan Brownwww.biotecnica.ind.br

[email protected] +55 (35) 3214-4646

Referência BibliográficaHoffman EP, Barr ML, Giovanni MA, et al. Lysosomal

Acid Lipase Deficiency. 2015 Jul 30 [Updated 2016 Sep 1]. In: Adam MP Ardinger HH, Pagon RA, et al., editors. GeneReviews® [Internet]. Seattle (WA): University of Washington, Seattle; 1993-2019.,

Relacionamento Wama Diagnóstica:Tel: +55 16 3377.9977 SAC: 0800 772 9977

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Leitor Fluorescente – WF500Testes Rápidos Quantitativos

A WAMA Diagnóstica, empresa com mais de 25 anos de experiência no mercado diagnóstico, apresenta um novo conceito em rotinas de diagnósticos laboratoriais, através do leitor de testes rápidos quantitativos WF500.

O WF500 proporciona resultados rápidos e quantitativos, utilizando testes de alta sensibilidade e especificidade.

Tal qualidade de resultados só é alcançada devido ao sistema de autocalibração somado às informações de curvas e equações específicas para cada parâmetro e para cada lote presentes no cartão SD que acompanha o kit. Com isso, obtêm-se maior precisão e exatidão em cada exame realizado.

O equipamento possui um sistema de validação do teste, baseado no cartão SD, impossibilitando troca de informações e liberação de resultados equivocados.

Acompanhado de testes com tempo de reação que variam de 3 a 15 minutos, o WF500 se destaca no mercado através por possuir:

• Memória para armazenar 10.000 dados;• Cassetes específicos para cada

parâmetro e vinculados ao cartão SD correspondente;

• Armazenamento de curvas para cada lote;

• Sistema Android com tela colorida e touch screen;

• Impressora interna;• Conexões: 2 USBs, rede e leitor de

códigos de barras;Além disso, é um equipamento

extremamente versátil, sendo adaptável a rotinas de laboratórios de diferentes portes através dos dois modos de leitura: Modo Interno, que permite realizar um teste por vez com controle interno de tempo de reação e Modo Externo, que permite utilizar o equipamento em grandes rotinas, através de uma leitura muito rápida e de fácil operação.

O leitor WF500 comporta leitor de códigos de barra e conexão a um sistema de impressão através de 2 entradas USB, 1 entrada de Rede e 1 entrada Serial.

O Leitor WF500 é um novo conceito no mercado diagnóstico, unindo testes de rápido

resultado com excelente desempenho.

PARÂMETROS IMUNO-RÁPIDO QUANTI:

- Dímero D- Hemoglobina Glicada- Microalbuminúria- PCR Ultrassensível- Procalcitonina- Troponina I

- Apresentações: 10, 20, 25, 30, 40, 50 e 80 testes.

- Registros no Ministério da Saúde – MS.- Assessoria técnica e científica para todo

Brasil.BREVE:- β-hCG- NT-proBNP- CK-MB- T3- T4- TSH- tPSA- Vitamina D

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Era 9 e pouco da manhã quando meu marido telefonou e pediu para atender um conhecido dele. Eu expliquei que estava no meu último dia de atendimento, com agenda lotada e a mudança de consultório no dia seguinte. Ele insistiu. E como era pedido do meu marido, eu topei não almoçar para atender o rapaz no meu horário de almoço.

A queixa era uma alergia no rosto. Somente no rosto. Ele tinha pressa (33 anos, acho que mal da nossa geração...) e queria que a consulta fosse rápida para poder ficar com a filha de 1 aninho.

Acontece que um dermatologista treinado não

deixa algumas coisas passarem. Por isso, a pressa dele ficou para depois do meu interrogatório (anamnese) e exame completo. Examinei todas as

Melanoma: tumor de pele agressivo

Médica Dermatologista. Especialização em Dermatologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - HC - FMRP- USP. Título de Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia - SBD. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia - [email protected]

pintas dele e, ao examinar as costas, lá estava essa aí (fotos ao lado, uma em maior aumento e a outra como estava nas costas dele).

Essa “pinta” foi retirada com URGÊNCIA e o resultado da BIÓPSIA confirmou meu diagnóstico: MELANOMA.

O melanoma é um TUMOR DE PELE AGRESSIVO, com alta capacidade de metástase (atingir outros órgãos) e levar a MORTE.

É verdade, naquele dia, eu fiquei sem almoçar. Mas, em troca, meu paciente ficou com tempo de vida para ver a filhinha crescer.

@heloisapicadodermato #melanomacutaneo #dermatosbd #confienasuadermato

Dra. Heloisa da Rocha Picado Copesco

Raça e racismo - texto 4

Maria de Lourdes Pires Nascimento, MD Hematologista, Universidade Federal da Bahia / UFBA [email protected]

No final do século XV e início do XVI, a Europa estava no seu apogeu, como “dona dos mares e do dinheiro. O homem branco estava no pedestal, sendo o senhor do mundo”. Imbuídos dessa ideologia, os conquistadores europeus – especificamente espanhóis e portugueses – iniciaram a colonização da América recém descoberta, implementando um sistema produtivo baseado na mão-de-obra escrava. Assim, as populações indígenas foram escravizadas e exterminadas, o que resultou na diminuição da mão de obra escrava indígena, e para substituí-la, os europeus voltaram os olhos para a África, dando início à escravidão negra. Os governantes, intelectuais da época com o beneplácito da Igreja Católica, que comungavam o ideário de superioridade dos brancos europeus sobre os demais povos, fundamentaram o racismo antinegro, ao afirmar que: “Não se pode admitir a ideia de que Deus, que é um ser infinitamente sábio, tenha colocado, sobretudo uma alma boa, em um corpo completamente negro”. Assim surgiu o Racismo Antinegro, que condenava além da cor negra a inferioridade cultural.

Em 1856 Joseph Arthur de Globineau na publicação do seu livro “Moral and intelectual diversity of races”, passa a dar validade “científica” a ideologia racista e a superioridade da raça branca, porque os brancos eram destinados a governar sobre os demais povos. Foram as teorias de Globineau que tiveram grande influência no desenvolvimento e nas políticas racistas da Europa, especialmente adaptadas aos interesses nazistas (1).

A África passou a sofrer durante séculos uma espoliação de traficantes de escravos, pelos governos europeus. No Brasil o racismo tem raízes

na escravidão, que foi a “anulação dos valores da cultura negra”, feita pelos colonizadores com o objetivo de legitimar a dominação. Entre 1550 a 1850, foram deportados para o Brasil mais de 4 milhões de africanos. A força do racismo fez com que a escravidão dominasse a história do Brasil por mais de três séculos, sendo este o último país, no mundo, a abolir a escravidão através da Lei n0 851 de Eusébio de Queiroz, com data de 4 de setembro de 1850. Após a lei, a classe dominante brasileira optou pela imigração de europeus brancos, com o intuito de “branquear” o país porque através da miscigenação poderia trazer “elementos étnicos superiores”. Mesmo após a lei, a raça negra ficou condenada a exclusão e discriminação, pois a ideologia racista permaneceu e assim pode-se concluir que foi “a escravidão quem inicialmente construiu o Brasil”. A substituição da mão-de-obra escrava significou a redefinição do lugar do negro na sociedade: “de escravo a marginal”, e assim surgiu o “racismo de exclusão”, significando que os negros livres não serviam para trabalhar. A posição de marginalidade do negro em relação a esta nova configuração social, e a “inadaptação” em relação com o trabalho, foi considerada uma inferioridade cultural da raça negra, sobrando para eles as “ocupações improdutivas” (serviços domésticos, biscates, ocupações subalternas, etc.). Deste modo nascia u’a massa de herdeiros de tudo aquilo de negativo que aqueles que estavam no poder do Império e da República legaram como heranças econômica, política, social e cultural para os escravos e ex-escravos (2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11,12).

Venturi e Paulino (13) sobre o preconceito racial afirmaram que: “os brasileiros sabem

haver, negam ter, mas demonstram, em sua imensa maioria, preconceito contra negros”. Rodrigues (14) denomina este fenômeno de “Racismo Cordial”, afirmando que esta atitude seria uma maneira de não ofender mais aqueles que se discrimina.

Opinião

(Tópicos retirados do Livro: Raça / Racismo: Relações com Doença Falciforme e Talassemia)

Como surgiu o racismo...e no Brasil?

Referências1) Globineau JA. Moral and intellectual diversity of races. J.B. Li-ppincott & Co, Philadelphia, p.337-338, 1856.2) Carvalho FM. O delírio racista. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 dez. 1984. Folhetim, n.4143) Davidoff C. Bandeirantismo: verso e reverso, (Coleção Tudo é História, 47), 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986. 4) Freitas D. Raízes históricas do racismo brasileiro, D.O. Leitura, São Paulo, v.4 (42): 12-13, 1985.5) Kalckmann S, Santos CG, Batista LE, et al. Racismo institucional: um desafio para a equidade no SUS? Saúde Soc São Paulo. 16 (2): 146-155, 2007.6) Sivanandan A. Los pobres son los nuevos negros. La Fogata Digital, Buenos Aires, sep. 2002. Disponível em: www.lafogata.org/02inter/09internacional/pobres,htmAcesso em 10 de agosto de 2005.7) MPF. Brasil / Ministério Público Federal, Lei n0 581, de 4 de setembro de 1850. Lei Eusébio de Queirós. Estabelece medidas para a repressão do tráfico de africanos neste império. Disponível em: www.prr1.mpf.gov.br/nucleos/nucleo_criminal Acesso em 16 / março / 2007.8) Alencastro LF. As populações africanas no Brasil. Texto redigido para o capítulo relativo as “Populações africanas no Brasil”, que integrou o plano Nacional de Cultura, apresentado no Congresso em 15 / 12 / 2006, pelo Ministro da Cultura, Gilberto Gil. http://www.funag.gov Acesso em 18 de janeiro de 20079) Adorno TW, Frenkel-Brunswik E, Levinson D & Sanford R N. The authoritarian personality, New York: Harper & Row. 1950.10) Camino L, Silva P,Machado A, Pereira C. A face oculta do ra-cismo no Brasil: uma analise psicossociológica. Revista Psicologia Política, 1 (1): 13-36, 2001.11) Dollard J, Doob L, Miller N, Mowrer O, Sears R. Frustation and Agression. New Haven, CT, Yale University Press, 1939.12) Hovland CL, Sears R. Minor Studies of Aggression: Correla-tion of Lynchings with Economic Indices. Journal of Psychology. 9, 301-310, 1940.13) Venturi G e Paulino MF. Pesquisando preconceito racial. Em C. Turra e G. Venturi, (Orgs.). Racismo Cordial: A mais completa análise sobre o preconceito de cor no Brasil. Editora Ática. São Paulo: 84-95, 1995.14) Rodrigues F. Racismo Cordial. Em: C Turra e G.Venturi (Orgs.). Racismo Cordial: A mais completa análise sobre o preconceito de cor no Brasil. Editora Ática. São Paulo: 11-56, 1995.

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Opinião

Dr. Wilson Shcolnik Médico patologista clínico, presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e do Conselho de Ex-Presidentes da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), membro da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp) e da Câmara Técnica de Segurança do Paciente do CFM

[email protected]

Medicina diagnóstica: caminho para a qualidade de vidaO aumento da expectativa de vida do brasileiro,

que chegou a 76,3 anos segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vem fazendo a população perceber a importância e a necessidade do cuidado com a saúde.

Segundo o “Painel Abramed 2019 – O DNA do Diagnóstico”, no ano de 2018 foram realizados 861,5 milhões de exames no sistema de saúde suplementar, (5% a mais do que no ano anterior) sendo 480,8 milhões (56%) realizados por empresas associadas à Abramed.

Esse crescimento no número de exames não pode ser explicado por um único fator. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, publicados pelo IBGE revelam que 54,1% dos brasileiros com 60 ou mais anos de idade têm pelo menos uma doença crônica; 47,1% têm pelo menos duas; e 33,2% têm três ou mais. Controlar tais doenças por meio de tratamentos adequados e exames complementares auxilia impedindo complicações.

O grande impulso baseado na pesquisa em genômica nas últimas décadas tem possibilitado avanços na chamada medicina personalizada ou de precisão, que busca customizar a prática médica com foco no indivíduo, baseando-se na utilização de exames genéticos, identificação de biomarcadores e desenvolvimento de medicações alvo.

É fato, também, que as pessoas hoje estão bem informadas e têm consciência da importância de um diagnóstico precoce com o objetivo de melhorar a condição de saúde, ter acesso a tratamentos e ganhar mais qualidade de vida. Do ponto de vista da prevenção, a vida saudável encontra amparo na medicina moderna com o suporte de exames preventivos para a detecção de doenças – muitas vezes silenciosas, como, por exemplo, o diabetes mellitus, a hipertensão e as neoplasias malignas.

A avaliação da saúde de um indivíduo pode incluir uma quantidade variável de exames,

dependendo, entre outros, de história familiar, hábitos de vida e idade.

Hoje dispomos de exames baratos capazes de identificar risco ou doenças já instaladas. São procedimentos simples que resultam em oportunidades de intervenção médica, aumentando a possiblidade de controle da doença ou mesmo cura.

As mulheres, que podem sofrer de doenças associadas as alterações hormonais e ginecológicas, devem fazer os exames preventivos e de acompanhamento periódico fundamentais para o diagnóstico precoce de diversas patologias, como o câncer de mama, cujo rastreamento é realizado por meio da mamografia, realizada a partir dos 40 anos. Já o rastreamento do câncer de colo de útero pode ser realizado por meio de exame citopatológico, capaz de identificar a doença em seus estágios iniciais. Além disso, o exame ajuda a detectar verrugas, infecções por fungos e herpes genital.

Para homens a partir dos 50 anos é recomendado fazer anualmente o exame de sangue para avaliar a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) que, juntamente com o exame de toque retal oferece oportunidade de rastreamento e detecção precoce do câncer de próstata, aumentam as chances de cura para mais de 90%, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Os exames anatomopatológicos também são uteis na identificação de lesões pré-cancerosas. O câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país, segundo o Inca. Por todos os fatores acima mencionados é esperado que a demanda por exames cresça nos próximos anos.

Novas tecnologias Poucas áreas foram tão beneficiadas pela

tecnologia, como a saúde, e a medicina diagnóstica é um dos segmentos que têm aproveitado essas inovações. Inteligência artificial, aprendizado de máquinas, a aplicação de métodos analíticos já conhecidos como a espectrometria de massas, já têm sido implementados pelo nosso setor que investe permanentemente em qualidade e busca de eficiência. O setor é consciente da importância de participar de discussões sobre super e subutilização de recursos, de modo a promover o uso racional de tecnologia e a sustentabilidade dos sistemas de saúde.

Um dos caminhos para sanar esse ponto é o estabelecimento de recomendações acerca da realização de exames de diagnóstico custo-efetivos, assim como faz a iniciativa Choosing Wisely Brasil, que promove recomendações a médicos e pacientes, incentivando escolhas baseadas em evidências científicas, aprimorando a tomada de decisão e evitando riscos, bem como o desperdício.

O equilíbrio para essas questões consiste, entre outras medidas, na educação e no empoderamento dos pacientes, além de atualização do conhecimento para quem exerce a medicina. Dessa forma, paciente e médico poderão ampliar a capacidade de diálogo e decisão sobre as melhores possibilidades de diagnóstico e tratamento, minimizando os riscos com melhores resultados em saúde, sem desconsiderar os limites financeiros de cada agente do setor.

E para que todos os envolvidos na cadeia de saúde estejam alinhados com o desafio de manter o sistema sustentável, sem perder o foco nos pacientes, é importante também incentivar a educação continuada de gestores e formuladores de políticas, possibilitando a obtenção da transformação desejada nos sistemas de saúde, público e privado.

Nova Sede

Para se aproximar do centro das decisões e atividades do Governo e agências regulatórias, Legislativo e Judiciário, a ABIMED –Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde acaba de inaugurar um escritório em Brasília.

A nova sede ficará sob o comando de Felipe Dias Carvalho, gerente regional de Relações Institucionais e Governamentais. Para ele, a nova sede é uma resposta da associação à necessidade de dar um suporte ainda maior às empresas associadas da ABIMED junto ao Poder Público.

Segundo Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da ABIMED, a abertura do novo escritório representa um diferencial na atuação da entidade e uma oportunidade de intensificar o diálogo com as instâncias decisórias.

“O setor de dispositivos médicos que a ABIMED representa é altamente regulado e demanda muita interação entre a indústria e os agentes regulatórios. Além disso, pela característica da associação, que sempre contribuiu muito com

ABIMED inaugura escritório em Brasília

o Governo na discussão de políticas públicas, é importante ficar mais próximo de Ministérios como o da Saúde e da Economia”, afirmou.

Walban Damasceno Santos, presidente do Conselho de Administração da ABIMED, destacou que a associação desempenha um papel muito importante como representante de empresas que buscam soluções inovadoras para melhorar a qualidade da Saúde e o desenvolvimento socioeconômico do país.

“Temos o compromisso e a responsabilidade como setor de trabalhar para ampliar o acesso da população a tecnologias médicas que ajudem a salvar e prolongar vidas, prevenir doenças e promover uma saúde com qualidade, além de melhorar a gestão e sustentabilidade dos sistemas público e privado de saúde”, disse.

A ABIMED representa cerca de 200 empresas de tecnologia avançada na área de equipamentos, produtos e suprimentos médico-hospitalares, que geram mais de 140 mil empregos e respondem por 65% do faturamento do segmento médico-hospitalar no país.

Nova sede será um ponto de apoio para empresas associadas e de diálogo com o Poder Público

Da esquerda para a direita: Felipe Dias Carvalho,Walban Damasceno de Souza e Fernando Silveira Filho na inauguração da sede em Brasília

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2020 - Maratona de Eventos

MAIO27ª HOSPITALAR

19 a 22 de maio de 2020 - 11h - 20h | São PauloExpo - São Paulo www.hospitalar.com

NOVEMBROHEMO 2020 - 4 a 7 de novembro

The Royal Palm Hall – Campinas – SPwww.hemo.org.br

JUNHO47º CBAC- 14 A 17 DE JUNHO DE 2020

Fortaleza - CE - www.sbac.org.br

SETEMBRO54º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial

15 e 18 de setembro - Pro Magno Centro de Eventos - SPwww cbpcml.org.br

DR. RODRIGO MASINI DE MELO

CEO||DATA SCIENTIST||PROJECT MANAGER, IBusinessHealth

[email protected]

Inteligência artificial como ferramenta de controle da Insuficiência cardíacade piora da insuficiência cardíaca. A plataforma detectou com sucesso alterações críticas nas condições dos pacientes antes das hospitalizações com sensibilidade de 76% a 88% e especificidade de 85%. Em média, a previsão ocorreu 10,4 dias antes da readmissão hospitalar.

Este estudo mostra que podemos prever com precisão a probabilidade de hospitalização por deterioração da insuficiência cardíaca antes que médicos e pacientes saibam que algo está errado graças a utilização da I.A.

Ao mesmo tempo podemos ver que que detectar prontamente as alterações no coração com antecedência suficiente permitirá, que os médicos iniciem intervenções imediatas que possam impedir a reinternação e impedir a piora da insuficiência cardíaca

Ainda, o wearable pode ser especialmente eficaz para pacientes com insuficiência cardíaca que receberam alta do hospital recentemente. A taxa de readmissão nos primeiros 90 dias de alta é de aproximadamente 30%, observaram os pesquisadores.

Pesquisadores desenvolveram um novo wearable(sensor vestível) que utiliza a inteligência artificial(I.A.) para identificar a piora da insuficiência cardíaca antes que ocorra uma crise, o que potencialmente impede as readmissões hospitalares.

O estudo demostrou que o wearable previu alterações críticas em pacientes com insuficiência cardíaca com um nível de precisão comparável aos sensores implantáveis.

Cerca de 26 milhões de pessoas em todo o mundo estão vivendo com insuficiência cardíaca, sendo esta condição o principal diagnóstico de alta hospitalar no mundo. Até 30% desses pacientes, provavelmente serão readmitidos no hospital dentro de 90 dias após a alta, apresentando sintomas como falta de ar, acúmulo de líquidos e fadiga. Para pacientes com insuficiência cardíaca, taxas mais altas de hospitalização geralmente se traduzem em piores resultados, isto é, mortalidade significamente maior.

A equipe de pesquisadores observou que, embora os sensores cardíacos implantáveis tenham se mostrado promissores na redução de readmissões hospitalares para pacientes com insuficiência

cardíaca, o impacto dos wearables com uso de I.A. não foi testado. O grupo se propôs a desenvolver um dispositivo não invasivo que pudesse ajudar a identificar a piora da insuficiência cardíaca.

Os pesquisadores acompanharam 100 pacientes com insuficiência cardíaca que foram diagnosticados e tratados em quatro hospitais americanos. Após a alta, os pacientes usavam um adesivo em seu peito 24 horas por dia, por até três meses. O sensor monitorava o eletrocardiograma (ECG) e o movimento de cada paciente.

Os dados foram transmitidos do sensor via Bluetooth para um smartphone e enviados para uma plataforma de análise em um servidor seguro, que obteve frequência cardíaca, ritmo cardíaco, frequência respiratória, caminhada, sono e outras atividades. Um algoritmo de I.A. determinou uma linha de base normal para cada paciente. Quando os dados se desviavam da linha de base, a plataforma acionava um alerta clínico indicando que a condição do paciente estava piorando.

Houve 35 eventos não planejados de hospitalização não traumática, incluindo 24 eventos

Opinião

MARÇOIII Simpósio de Patologia Clínica Veterinária da UFMG19 a 22 de

De 16 a 18 de março de 2020 (inscrições até 16 de março)LOCAL: Auditório Principal da Escola de Veterinária

Simpósio Brasileiro de Stewardship de Antimicrobianos13 e 14 de Março de 2020

Local: Museu Oscar Niemeyer, Curitiba/PR

Pensando em desmistificar alguns mitos e verdades sobre o Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA), a psicóloga Valeska Bassan elencou alguns itens para elucidar sobre o tema. Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 2,6% da população mundial sofre de TCA. O Brasil tem uma das taxas mais altas do mundo, de 4,7%, quase o dobro da média mundial.

1. Pessoas que sofrem de TCA são obesasMITO. Essa doença não está limitada somente a este

grupo, podendo ocorrer em pessoas com peso normal. O transtorno de compulsão alimentar, se caracteriza

TCA Você tem fome de quê?pessoas que seguem dietas muito rígidas, acabam não conseguindo manter o ritmo por muito tempo, uma vez que acabam tendo compulsões no meio do processo, podendo acarretar ganho de peso e muita frustração durante o período.

4. Pular refeições ajuda no tratamentoMITO. Quem sofre com a compulsão alimentar

precisa manter uma organização em sua alimentação, respeitando a sensação de fome e saciedade. É importante manter uma rotina alimentar e priorizar as principais refeições do dia como café da manhã, almoço e jantar. Seguir um padrão alimentar regulado ajuda a reduzir o transtorno.

5. Não existe curaMITO. Atualmente, a terapia cognitivo-

comportamental (TCC) é o tratamento mais eficaz para a compulsão alimentar, capacitando os pacientes a lidar com transtorno de forma a extinguir ou diminuir ao máximo os episódios de compulsão alimentar.

pela ingestão em um período de tempo determinado, de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que de outra pessoa na mesma situação, sem comportamentos compensatórios inadequados. Sendo assim, a compulsão, pode levar ao ganho de peso e até mesmo a obesidade mais grave.

2. Não possui sintomasMITO. Muitas pessoas que possuem TCA

acreditam ter uma relação estressante com a comida, apenas. Mas existem sintomas que merecem atenção como comer escondido, sentir-se culpado após as refeições, sensação de inadequação junto à sociedade e tentativas fracassadas de dieta são sinais que devem ser levados em conta.

3. Dietas restritivas podem contribuir com o TCAVERDADE. Existem muitos “gatilhos” para o

desenvolvimento do transtorno de compulsão alimentar, e sem dúvida, fazer dietas que restringem grande parte dos alimentos é perigoso. Em geral,

Psicóloga Valeska Bassan, especializada em compulsão alimentar

AGOSTOCongresso Sul Mineiro de Laboratórios Clínicos

14 a 16 de agosto - São Lourenço - MG. https://congressosulmineiro.com.br/

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