Congresso Português de Sociologia

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    REA TEMTICA:Classes, desigualdades e polticas pblicas

    A anlise da Poltica da Terceira Idade em Portugal, de 1976 a 2002

    VELOSO, ESMERALDINA

    DOUTORAMENTO EM EDUCAO, REA DO CONHECIMENTO DE SOCIOLOGIA DA EDUCAO

    UNIVERSIDADE DO MINHO, INSTITUTO DA EDUCAO E PSICOLOGIA

    [email protected]

    Palavras-chave: poltica da terceira idade, Portugal.

    NMERO DE SRIE: 412

    Resumo

    Pretende-se analisar o desenvolvimento verificado na poltica de terceira idade, a partir de 1976 e at

    2002, realando a forma como a terceira idade tem sido tratada e como tm sido garantidos os seus

    direitos.

    Esta anlise no pretende ser exaustiva, optando-se por focar as medidas e os aspectos dessas polticas

    que sejam mais significativos. A anlise documental foi o mtodo que foi utilizado, convocando, para esse

    efeito, diferentes trabalhos e outros documentos, tais como programas do governo, legislao, discursos e

    intervenes.

    O presente trabalho encontra-se dividido em trs perodos: de 1976 a 1985, analisando a ruptura com a

    forma de intervir na velhice, que vinha desde do sculo XIX; de 1985 a 1995, tendo em conta a poltica de

    terceira idade num contexto de crise do Estado-providncia; e de 1995 a 2002, abordando a ausncia de

    uma poltica global, integrada e pblica de terceira idade e a nfase colocada no potencial dos idosos

    como consumidores.

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    1 A nova poltica da terceira idade manter no domiclio, de 1976 a 1985. Algumasdimenses.

    Com a declarao de uma poltica da terceira idade, na Constituio de 1976, preconiza-se um novo modo

    de gerir a velhice, inicia-se um novo perodo. Assim, em Portugal, verifica-se, entre 1976 e 1985, umaalterao na forma de tratar os idosos. A alterao mais visvel concretiza-se na transformao dos asilos

    em lares e na emergncia de servios e instituies para a terceira idade.

    A poltica de manuteno dos idosos no seu domiclio foi divulgada e introduzida em Portugal atravs da

    criao de centros de dia, do apoio domicilirio, de centros de convvio e da alterao dos asilos em lares.

    Isto significa que no se registou em Portugal a elaborao de um documento como o Relatrio Laroque,

    contendo as diferentes propostas de poltica da terceira idade, com ampla divulgao e debate. Mas foi um

    processo essencialmente de implantao de medidas concretas, como os referidos equipamentos e

    instituies, que traduziam essa mesma poltica (apesar de se ter registado alguma reflexo/debate sobre a

    nova poltica francesa, por exemplo, em 1969). Assim, principalmente a anlise de documentos de

    divulgao, da responsabilidade de servios do Estado quer com objectivos de formao de pessoal, querde orientao para os promotores destes equipamentos, contendo indicaes de como se deviam organizar

    estes equipamentos, que objectivos deviam atingir, para que serviam, que actividades deviam desenvolver,

    que aspectos deviam ter em conta na sua criao assim como dos diferentes programas dos governos,

    que nos permitir examinar, aceder, e encontrar indcios da poltica que se foi implantando.

    Esta nova poltica caracteriza-se por preconizar a continuao dos idosos no seu domiclio, criando

    condies para que possam a permanecer integrados socialmente, partindo do pressuposto de que

    possvel retardar o envelhecimento (fsico e mental) atravs de diferentes actividades culturais, recreativas e

    desportivas. Para alm disso, tambm veicula uma representao de velhice diferente da velhice dos

    hospcios, ou seja, uma velhice autnoma e activa.

    Para alm da Constituio de 1976 ter consagrado uma poltica dirigida especificamente para estegrupo etrio, encontrmos uma inteno de interveno no campo da terceira idade, no programa do I

    Governo Constitucional (Agosto de 1976, sendo Primeiro Ministro Mrio Soares), promovendo medidas

    que se inserem nesta nova poltica de manter os idosos no domiclio.

    Outros documentos sobre os equipamentos para idosos tambm salientam o centro de dia como um

    equipamento que torna exequvel a poltica de manter os idosos no domiclio. Numa publicao promovida

    pela Secretaria de Estado da Segurana Social, com o objectivo de orientar na criao destes

    equipamentos, afirma-se que:

    Podemos concluir dizendo que o centro de dia , antes de mais, um equipamento aberto que tem como

    funo fundamental manter o idoso no seu prprio meio familiar e social, atravs da prestao de servios

    especficos proporcionados no prprio Centro e de outros extensivos ao domiclio (Morais et al., 1989: 8).

    Esta nova poltica, contrria anterior (que internava os idosos que no tinham meios de sobrevivncia),

    embora tenha um carcter humanizante e at permitindo inseri-la numa linha da defesa dos direitos

    humanos, e de cidadania, poder indiciar outras razes que, e/ou a pretexto de razes mais humanitrias,

    contriburam para a concretizao desta poltica de manter no domiclio as pessoas idosas. Outros

    interesses podero ter estado por detrs da defesa e promoo certas de medidas, como a implantao de

    centros de dia ou apoio domicilirio, que traduzem essa poltica. Note-se tambm que algumas das razes

    para esta nova forma de gerir a velhice podero ser de ordem financeira.

    Estes equipamentos, como por exemplo os centros de dia, para alm de proporcionarem um novo modo de

    vida aos idosos, que se desejavam inseridos e mais participativos na comunidade, tambm reduziriam asdespesas ao Estado, como abordaremos posteriormente.

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    Para alm dos centros de dia e do apoio domicilirio, outra instituio que tambm comea a

    emergir, nesta dcada, o centro de convvio, traduzindo a poltica de integrao dos idosos no seu meio

    social e tendo como objectivo fomentar o convvio, e oferecer actividades recreativas, refeies ligeiras e

    informao sobre cuidados de sade.

    A questo dos custos financeiros, como sendo um dos factores que contriburam para aconcretizao desta poltica de manuteno dos idosos no domiclio, traduzida em equipamentos como o

    centro de dia, tambm a encontramos na seguinte passagem da Carta Social:

    O aparecimento desta resposta social surge da necessidade de diversificar as estruturas de apoio

    populao idosa, dado que o lar, alm de exigir um forte investimento financeiro j no correspondia

    necessidades da maioria destas pessoas (R, 2000: 233).

    Um modo de vida comea a ser preconizado e a ser traduzido pelos diferentes equipamentos, como o

    centro de dia e o centro de convvio. Estes equipamentos indiciam simbolizar e promover um novo estilo de

    vida para os idosos, que deve ser participativo, autnomo, retardando o envelhecimento e o respectivo

    internamento. Este modo de vida parece corresponder e difundir uma nova representao social de idoso,no o idoso dependente, indigente, mas o idoso activo, autnomo, integrado o que constitui a categoria

    social designada por terceira idade.

    Esta poltica de manuteno dos idosos no seu domiclio foi concretizada, especificamente, com a criao

    de equipamentos que a simbolizam, designadamente durante este perodo de 1976 a 1985, apesar de

    existirem indcios de algumas alteraes na forma de percepcionar a velhice e de a gerir. Atravs da

    evoluo do nmero de centros de dia e de centros de convvio, verifica-se que este tipo de equipamento

    continuou a ser implantado e implementado entre 1975 e 1985. Assim, segundo os dados apresentados na

    Carta Social, de 1975 a 1985 foram criados 306 centros de dia e 106 centros de convvio (R, 2000).

    1.1 A ACO DO ESTADOA poltica de manuteno e participao do idoso no respectivo meio social foi preconizada pelo Estado,

    mas tambm se caracterizou pelo no envolvimento deste, principalmente ao nvel financeiro, fazendo uma

    apologia conteno de despesas e ao envolvimento de outros parceiros do Estado, nomeadamente de

    instituies que fossem, de preferncia, autnomas financeiramente.

    Esta preocupao do Estado em envolver outros parceiros na prossecuo da poltica da terceira idade,

    designadamente Instituies Particulares de Solidariedade Social (IPSSs), j tinha sido defendida em 1976,

    no Programa do I Governo Constitucional:

    Incentivao da aco das instituies privadas de solidariedade social no lucrativas, estabelecendo,

    atravs das normas da sua regulamentao e fiscalizao, as desejveis cooperao e articulao entre

    essa aco e a do Estado (Programa do I Governo, 1976, na alnea h), do ponto 4.3: 64).

    A defesa do envolvimento de outros parceiros na execuo da poltica da terceira idade encontra-se

    presente em algumas propostas apresentadas pela Comisso Nacional sobre o Envelhecimento, tais como

    controlar o crescimento dos encargos, equilibrar o sistema e melhorar as condies de vida dos idosos (p.

    35). Do mesmo modo, podemos constatar no ponto 3, intitulado sugestivamente Usar eficientemente os

    recursos disponveis, a seguinte proposta:

    A limitao crescente dos recursos financeiros, confrontada com necessidades cada vez maiores, impe-

    nos o desafio da eficincia. Ela traduzir-se- na escolha permanente entre alternativas de diferente custo e

    diversa eficcia. A interveno do Estado em matria de cuidados a idosos impe algumas escolhas (...)

    (Comisso Nacional sobre o Envelhecimento, 1982: 36).Entre essas escolhas encontravam-se os equipamentos e servios que ficassem com custo mais reduzido e

    que atendessem maior nmero de idosos. Ao compararem lares, centros de dia e apoio domicilirio, ficou

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    subentendido que a escolha acertada recairia no centro de dia e na ajuda domiciliria (Comisso sobre o

    Envelhecimento, 1982).

    Uma outra escolha relacionava-se com a opo de parceiros do Estado em matria de implantao

    e desenvolvimento da poltica de terceira idade. Neste ponto explcito o discurso quanto reduo das

    despesas do Estado, incentivando os parceiros para se tornarem autnomos financeiramente:- Definir os possveis parceiros do Estado na prossecuo da poltica de apoio aos idosos. H instituies

    de solidariedade social que obtm por si meios materiais com que cobrem quase metade dos seus encargos

    de funcionamento, recorrendo fortemente ao voluntariado e inserindo as suas aces no tecido social

    envolvente (Lar do Comrcio, Invlidos do Comrcio, Caritas Portuguesa, p. ex.); outras, esto dependentes

    do Estado em mais de 90% da sua aco, quer quanto a investimentos, quer quanto a encargos de

    funcionamento. Torna-se cada vez mais necessrio incentivar os parceiros de interveno ao

    desenvolvimento de projectos que diminuam o nvel da sua dependncia financeira do Estado (Comisso

    Nacional sobre o Envelhecimento, 1982: 36).

    Problematizar a actuao do Estado, neste perodo, contribuir para a compreenso sociolgica da poltica

    de terceira idade, relativamente reduo do investimento por parte do Estado e ao apelo ao envolvimentode outros parceiros sociais.

    Este perodo, entre 1976 e 1986, designado por perodo de normalizao, foi um perodo caracterizado

    por o Estado regulamentar a vida social e econmica, por um lado, e, por outro lado, reduzir a sua

    interveno, designadamente em termos financeiros na proteco social, ao contrrio do que aconteceu em

    1974, ficando prximo de um Estado-providncia.

    Da existir discrepncia entre os princpios declarados na Constituio de 76 e a actuao do I Governo

    Constitucional. Santos (1990) considerou que a Constituio de 76 preconizava a criao de um

    Estado-providncia, o que implicaria um envolvimento muito grande, por parte do Estado ao nvel das

    polticas sociais, quer seja financeira, poltica e administrativamente.

    A partir de 1976, incio do perodo de normalizao, as orientaes delineadas no perodo revolucionrio

    e consagradas na Constituio de 1976 no foram efectivamente realizadas na ntegra. O Estado tinha

    outro objectivo diferente do estabelecido na referida Constituio, conduzindo a uma configurao do que

    Santos designou de Estado paralelo:

    (...) Constituio faltava o Estado que quisesse e pudesse cumprir o seu programa. Tornou-se evidente,

    logo com o primeiro governo constitucional, que, em termos polticos concretos, o objectivo do Estado era

    restabelecer a acumulao de capital e construir uma social-democracia de tipo europeu. Nisto reside a

    primeira caracterstica, de carcter constitucional, daquilo a que chamo de Estado paralelo: um Estado

    constitucional preocupado com a construo de uma democracia capitalista moderna quando a Constituio

    previa uma sociedade socialista sem classes. Esta caracterstica do Estado paralelo durou at 1989, altura

    em que a segunda reviso constitucional eliminou os ltimos vestgios do programa socialista (Santos,

    1993: 30).

    A actuao distante, por parte do Estado, em relao ao que tinha sido no perodo revolucionrio e

    do que estava previsto constitucionalmente, foi ainda mais notria a partir dos anos 80. Neste perodo o

    Estado assume uma feio mais capitalista, designadamente ao sujeitar as polticas distributivas ao

    processo de acumulao privada (Rodrigues, 1999: 225), registando-se um aumento das privatizaes,

    assim como restringiu a aco estatal na rea da poltica social.

    Durante este perodo, visvel a defesa de uma poltica de idosos e de manuteno no domiclio, reduzindo

    assim os gastos do Estado. Por outro lado, o incentivo que comea a ser feito s IPSSs para colaborarem

    com o Estado, como referido no Programa do I Governo Constitucional, em 1976, assim como a defesa deoutros parceiros sociais, como instituies privadas sem fins lucrativos, na prossecuo da poltica de

    terceira idade, que encontramos mais tarde, em 1982, expresso no documento orientador da poltica de

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    terceira idade, da Comisso Nacional sobre o Envelhecimento, so medidas que traduzem essa mesma

    lgica de funcionamento.

    2. Uma poltica para a terceira idade num contexto de crise do Estado-providncia: entre1985 e 1995

    O programa do X Governo Constitucional, em matria de poltica para a terceira idade, revela-se

    bastante incipiente e indiciando at um certo retrocesso em relao ao IX Governo Constitucional, referido

    anteriormente, pois no h uma meno directa e explcita no que diz respeito a uma poltica especfica

    para esta categoria social. O que nos apresenta so apenas referncias parcelares e diludas quanto s

    possveis respostas a promover para certos grupos como as crianas, os idosos e os deficientes. E de

    destacar a preocupao colocada nestas respostas, para que sejam as mais correctas e as menos

    onerosas (Programa do X Governo Constitucional, 1986: 36). Quanto s respostas para os problemas dos

    idosos, estas encontram-se na linha j seguida pelos governos anteriores, a partir de 1976, que so os

    centros de dia e o apoio domicilirio. Como j analismos, estas mesmas medidas para a terceira idade

    visavam uma reduo das despesas pblicas, objectivo que igualmente estabelecido pelo X Governo

    Constitucional. Neste contexto, tambm se inserem as afirmaes, no seu programa, de que as iniciativasdas IPSSs sero valorizadas e apoiadas e que ser concretizado o apoio s iniciativas dos equipamentos

    sociais. Da mesma forma, foi referido que a gesto de equipamentos estatais ser feita por IPSSs, nos

    casos em que se verifique melhoria do servio e diminuio de custos para o Estado, tendo tambm sido

    afirmado o incentivo s iniciativas de criao e gesto de esquemas complementares de segurana social

    por parte das Associaes de Socorros Mtuos.

    Com o segundo mandato do Partido Social Democrata continua a verificar-se a nfase nas

    iniciativas no pblicas na rea da segurana social, como ilustra a seguinte transcrio:

    Mas a expresso solidariedade social no se esgota, contudo, na actuao estatal, impondo-se reconhecer

    que o sistema de Segurana Social admite outros vectores e outras formas organizadas de solidariedade,

    como sejam, designadamente, as instituies particulares de solidariedade social, as associaes

    mutualistas e os esquemas complementares privados (Programa do XI Governo Constitucional: 150).

    Estas intenes declaradas deixaram de ser unicamente intenes para serem orientaes que

    marcaram a aco do Estado, pelo menos na rea do social, nesta dcada em anlise. Esta forma de

    actuao do Estado, na rea do bem-estar social, foi caracterizada por Santos como semi-Estado-

    providncia (Santos, 1993: 54). Esta forma de Estado caracterizou-se por uma transferncia de servios

    pblicos para o sector privado, como se verificou no mbito da sade, sendo que essa transferncia

    tambm se traduziu em incentivo, apoio, financiamento e at na criao de instituies sem fins lucrativos

    que intervm na aco social, principalmente na rea da terceira idade e do apoio a deficientes (Santos,

    1993).

    Neste enquadramento e analisando mais pormenorizadamente a poltica especfica para a terceira idade,

    esta mencionada como uma das intenes no Programa do XI Governo (segundo Governo PSD), ao

    contrrio do que aconteceu no anterior Programa:

    Ser definida e executada uma poltica nacional para os idosos que vise a garantia de um nvel de vida

    condigno, a prestao dos cuidados de sade possveis para prolongar a vida e diminuir o sofrimento fsico,

    a manuteno nos limites realizveis, da autonomia e privacidade pessoais e familiares, dos deveres de

    gratido e solidariedade para com os mais idosos (Programa do XI Governo Constitucional, 1987: 152).

    Face linguagem utilizada no excerto anterior, consideramos existirem indcios de uma concepo

    assistencialista nesta poltica, pelo menos ao nvel deste texto, nomeadamente pelo uso da expresso dos

    deveres de gratido, pois se fosse numa concepo de Estado-providncia no estaria em causa umagratido mas um direito a uma determinada segurana social enquanto cidado. Destacamos que a

    poltica da terceira idade prossegue com os princpios de manter no domiclio os idosos e preservar a sua

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    autonomia, o que tambm compatvel com esta poltica de retraco do Estado na rea do bem-estar

    social, pois menos dispendioso para o Estado que os mais velhos estejam activos e nas suas residncias,

    em vez de internados, como tambm analismos no perodo anterior.

    Por outro lado, tambm este perodo em anlise, de 1985 a 1995, foi marcado pela adeso Comunidade

    Europeia. E a influncia da CEE fez-se sentir na poltica social, embora a dimenso social nunca tivessesido muito uma preocupao da Comunidade Europeia (Rodrigues, 1999). Mais concretamente, a influncia

    da Comunidade Europeia fez-se sentir na rea especfica da poltica para a terceira idade, no incio da

    dcada de 90 (entre 1991 e 1993), surgindo o primeiro Programa de Apoio Comunitrio s Pessoas Idosas.

    O empenhamento pela dimenso social e em particular pelas pessoas idosas, por parte da Comunidade

    Europeia, como referimos, no uma questo usual, revestindo-se, portanto, de interesse indagar acerca

    das razes para a promoo desse programa de apoio. Uma das respostas a esta questo a importncia

    que este grupo etrio passou a representar em termos polticos devido ao seu peso demogrfico e s suas

    consequncias, especialmente no mbito dos sistemas de segurana social.

    Consideramos que o que est em causa so, principalmente, problemas europeus, como o caso da

    alterao do Estado-providncia e do problema que representa o peso demogrfico dos mais velhos, sejaem termos de financiamento das penses de velhice, seja na prestao de diversos cuidados aos mais

    velhos, apelando assim para o papel da sociedade-providncia traduzida na solidariedade entre geraes,

    nomeadamente dentro da famlia, sendo uma das formas de produzir bem-estar social, ultrapassando a

    crise do Estado-providncia. Se tivermos em conta o que foi desenvolvido entre 1991 e 1993, este objectivo

    encontra-se muito explcito, alis tambm visvel no prprio ano de 1993 dedicado comemorao do Ano

    Europeu do Idoso e da Solidariedade entre Geraes.

    Depois desta dinmica e intercmbio entre diferentes projectos nacionais e europeus, provocados pelo I

    Programa Comunitrio de Apoio s Pessoas Idosas e pelo Ano Europeu, foi criado em 1994 o Programa de

    Apoio Integrado a Idosos (PAII), atravs do Despacho conjunto dos Ministrios da Sade e do Emprego e

    da Segurana Social, Dirio da Repblica n. 166, II Srie, de 20 de Julho de 1994.Quanto aos objectivos, este Programa visa, em termos gerais: criar condies para que o idoso se

    mantenha no seu domiclio atravs da disponibilizao de diferentes servios de natureza permanente e

    urgente; dar apoio s famlias que cuidam de familiares dependentes como os idosos; promover e apoiar

    aces de formao, quer inicial, quer em exerccio dos profissionais, voluntrios, familiares ou outras

    pessoas da comunidade; por ltimo, visa prevenir o isolamento, a excluso, a dependncia, concorrendo

    para a solidariedade intergeraes e para a criao de postos de trabalho (cf. Despacho Conjunto, o seu n.

    2). Portanto, foi mantida e foi dada continuidade poltica de manuteno dos idosos no seu domiclio

    iniciada em 1976 no nosso pas.

    No mbito deste Programa de Apoio Integrado aos Idosos (PAII), que teve a sua apresentao oficial em 21

    de Abril de 1995, e foram promovidos numa primeira fase diferentes projectos, como os passes para aterceira idade, servio de telealarme, servio de apoio domicilirio, centro de apoio a dependentes,

    formao de recursos humanos, sade e termalismo (Ribeiro, 1995).

    Este Programa, apesar de poder ter contribudo para a articulao entre os servios de aco social e os

    servios de sade, concretamente atravs dos projectos referentes a servio de apoio domicilirio, centro de

    apoio a dependentes, sade e termalismo, muito ficou por fazer no sentido de uma poltica global para a

    terceira idade, podendo considerar-se que esta poltica no foi uma realidade.

    Uma vez mais, no foi concretizada uma poltica integrada e global para a terceira idade, apesar da criao

    de um organismo pblico cujo nome pudesse indicar a existncia de tal poltica. Por outro lado, a criao de

    um organismo pode igualmente indiciar uma certa valorizao ou interesse pela terceira idade e seus

    problemas, sem no entanto conseguir traduzir essa possvel valorizao ou interesse numa poltica global eintegrada. O que se verificou foi que os sectores da aco social e da sade continuaram a ser os mais

    significativos em termos de interveno para a populao idosa. Isto no significa que no consideremos

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    esses sectores pertinentes e importantes para uma populao idosa como a portuguesa, a qual enfrenta, na

    sua maioria, muitas e diversas carncias, mas tambm essa frgil situao no excluiu a importncia que

    pode revestir para os mais velhos a educao, a habitao e o emprego, entre outras dimenses, e, at,

    dada essa situao deficitria, estas dimenses podero ganhar, em muitos casos, um carcter urgente e

    fundamental para a garantia dos seus direitos.

    O que se registou, ento, foi a implementao da poltica de manuteno do idoso no seu domiclio,

    enfatizando principalmente as reas da aco social e da sade, e dirigindo-se preferencialmente para uma

    populao mais velha e dependente e no desenvolvendo uma poltica para a terceira idade alargada a

    diferentes sectores e a uma populao mais diversificada, entre outros aspectos, em termos de idades.

    3. De 1995 a 2002: a continuidade da poltica de manuteno do idoso no domiclio

    Apesar da entrada do XIII Governo Constitucional do Partido Socialista, o Programa de Apoio Integrado ao

    Idoso (PAII) continua a ser desenvolvido, mantendo-se inalterveis os objectivos, a forma de funcionamento

    e de gesto, registando-se apenas alteraes na composio da comisso de gesto do Programa, com aextino, em 1996, da Comisso Nacional para a Terceira Idade, que integrava essa comisso (Dirio da

    Repblica n. 204, II Srie, de 3 de Setembro de 1996). Continua, portanto, a prosseguir-se a poltica de

    manuteno dos idosos na sua residncia, promovendo e apoiando estes projectos que visam criar

    respostas s diferentes necessidades vividas pelos mais dependentes.

    No mbito do PAII, os projectos em curso neste perodo so os mesmos que foram lanados no perodo

    anterior: os passes para a terceira idade, servio de telealarme, servio de apoio domicilirio, centro de

    apoio a dependentes, formao de recursos humanos, sade e termalismo e o turismo snior, sendo estes

    ltimos (sade e termalismo e turismo snior) geridos pelo INATEL mas financiados pelo PAII.

    Na dcada de 90, o turismo para essa faixa etria foi amplamente incentivado, concretamente com a

    criao do Programa Turismo para a Terceira Idade, em 1995 (sendo desenvolvido posteriormente sob a

    denominao de Programa de Turismo Snior) e com o Programa Sade e Termalismo.

    Neste contexto, considermos que o desenvolvimento da ideia dos reformados como potenciais

    consumidores, traduzido na consolidao e no alargamento de um mercado dirigido a esta populao,

    como, por exemplo, o turismo, as residncias tipo hotel, o carto do idoso, os diferentes bens que vo

    sendo criados especificamente para os mais velhos, as diferentes feiras com a exposio destes bens, foi-

    se sentindo com mais intensidade em Portugal, nomeadamente a partir de meados da dcada de 90,

    portanto neste perodo em anlise.

    Assim, analisando os prembulos dos Despachos Conjuntos dos Ministrios da Economia e da

    Solidariedade e Segurana Social sobre o Programa de Turismo para a Terceira Idade entre 1996 e 1999,so claras as referncias aos benefcios directos e indirectos para a economia nacional proporcionados

    pelo Turismo Snior, sendo por isso importante assegurar a manuteno de um programa de turismo para

    a terceira idade (D.R. n. 225, II Srie de 27-9-1996:13558; D.R. n. 58, II Srie de 10-3-1998: 3084; D. R.

    n. 99, II Srie de 28-4-1999: 6330).

    Quanto ao Programa de Sade e Termalismo tambm se verificam consideraes similares, como a

    seguinte:

    Considerando a forte adeso aos Programas Sade e Termalismo Snior, os quais permitiram o acesso a

    estabelecimentos termais nas suas edies de 1997 e de 1998, respectivamente a 2408 e a 2891 cidados

    com idade superior a 65 anos, ao mesmo tempo que contribuiu para dinamizar significativamente as

    economias locais; Considerando que, atentos os benefcios directos e indirectos para a sade dos cidadose para a economia nacional, importante assegurar a manuteno de um programa de sade e termalismo

    Snior para o ano de 1999 (Despacho Conjunto n. 216/99, prembulo).

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    A inteno de dirigir o consumo para os mais velhos, para alm dos Programas de Sade e Termalismo e

    de Turismo Snior, tambm clara na introduo do Decreto-Lei que cria a fundao do carto do idoso:

    perante este duplo desafio, de apoio e valorizao do estatuto dos idosos e de permitir a possibilidade de

    obter benefcios especiais no acesso a bens e servios pblicos e privados, que ser lanado o carto

    destinado populao com mais de 65 anos de idade. Ao carto atribui-se indirectamente uma funo desocializao do idoso. Evitar o isolamento e integrar socialmente os mais idosos atravs de

    comportamentos colectivos, ainda que por via do consumo, constitui o objectivo principal do carto

    (Decreto Lei n. 102/97, 28 de Abril).

    Portanto, a poltica de manuteno dos idosos no domiclio tambm permite aproveitar o potencial dos mais

    velhos como consumidores, sendo tambm por isso vantajosa para o Estado e para o desenvolvimento da

    economia.

    Um aspecto que se pode problematizar quanto a estas iniciativas, mais de cariz comercial e de incentivo ao

    consumo, a possvel discriminao dos idosos, ou seja, podem destinar-se privilegiadamente a quem

    possuir um capital econmico e tambm um capital cultural mais elevados, portanto, no serem iniciativas

    acessveis a todos os idosos.

    Os dados a que temos acesso, atravs da avaliao oficial realizada entre 1997 e 1999 aos diferentes

    projectos desenvolvidos no mbito do PAII e aos que so financiados por ele mas geridos pelo INATEL,

    salientam especificamente que os Programas de Sade e Termalismo e de Turismo Snior visaram

    promover o acesso a idosos dos diferentes escales de rendimentos, atravs de uma comparticipao

    proporcional s suas penses (Sampaio, 1999, 2000). De acordo com os dados oficiais, nos anos de 1997,

    de 1998 e de 1999, da totalidade dos beneficirios, 10% pertencia ao 1. escalo (com rendimentos

    inferiores ou iguais a 24.250$00), 34% pertencia ao 2. escalo (entre 24.250$000 e 32.800$00 de

    rendimento), 26% pertencia ao 3. escalo (entre 32.800$00 e 88.350$00 de rendimentos) e 30% pertencia

    ao 4. escalo (com rendimentos superiores ou iguais a 88.350$00) (Sampaio, 1999). De qualquer modo

    muitos idosos ficaram por abranger, apesar das referidas preocupaes de democratizao do acesso e departicipao neste Programa.

    Outras medidas destinadas aos idosos foram igualmente desenvolvidas no mbito da aco social e, sem

    pretendermos ser exaustivos, mas ilustrativos, indicamos o Programa Idosos em Lar (PILAR, Despacho n.

    6, de 21/1/97), que visava a melhoria dos cuidados para populao idosa, aumentando a oferta do nmero

    de lugares em lares e tambm criando novas respostas, como o alojamento temporrio.

    De salientar que, neste perodo em anlise, uma das medidas que foi implementada foi o Rendimento

    Mnimo Garantido (RMG), permitindo s diferentes famlias abrangidas as condies mnimas de

    sobrevivncia e, simultaneamente, tentando a sua insero social e profissional. Apesar da importncia

    social que esta medida poder ter representado para muitas pessoas, no obteve a mesma expresso

    significativa ao nvel do nmero das pessoas idosas abrangidas, apenas 8 % em 1999 (Martinho, 1999),provavelmente por estas j terem acesso a diferentes formas de proteco que lhes garantisse um mnimo

    de sobrevivncia. Outras reformas no campo da proteco social foram tambm implementadas, como a

    aprovao de uma nova Lei de Bases da Segurana Social, em 2000.

    Tendo em conta o que foi desenvolvido para a populao idosa, continuou-se a privilegiar a rea da aco

    social e da sade, dinamizando os diferentes projectos no mbito do PAII, criado em 1994, e fomentando

    outras respostas. Apesar deste esforo de dinamizao, no foi promovida a interveno noutras reas, no

    se concretizando assim uma poltica global e integrada para a terceira idade, mas antes diferentes medidas

    na rea da aco social e da sade, embora tentando uma articulao entre estes dois sectores.

    O ano de 1999 foi dedicado aos idosos, comemorando-se o Ano Internacional das Pessoas Idosas,

    intitulado Uma Sociedade para todas as Idades e promovido pelas Naes Unidas, tendo sido umobjectivo definido com bastante antecedncia. Em 1992, realizou-se em Nova Iorque uma Assembleia Geral

    das Naes Unidas, tendo a sido avaliado todo o trabalho desenvolvido pelos diferentes pases em relao

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    ao problema do envelhecimento e das pessoas idosas, como tinha ficado recomendado no Plano

    Internacional de Aco sobre o Envelhecimento, aprovado na Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento

    em 1982. As concluses retiradas da Assembleia de Nova Iorque, em 1992, aconselharam o prolongamento

    do Plano Internacional de Aco sobre o Envelhecimento at ao final do sculo XX, face aos problemas

    ainda vividos pelos diferentes pases em matria de envelhecimento populacional e o seu impacto no

    desenvolvimento. Ficou decidido igualmente que esse Plano finalizaria com o Ano Internacional dasPessoas Idosas em 1999.

    No final deste Ano Internacional, concretamente no Seminrio de Encerramento, reflectiu-se sobre

    diferentes questes como a educao e a formao, salientando-se a necessidade de enquadrar a

    educao de adultos e o ensino recorrente numa perspectiva de educao permanente, valorizando as

    culturas locais. Defendeu-se que o ensino superior deve possibilitar a frequncia aos adultos idosos e que a

    actualizao dos conhecimentos por parte das pessoas idosas necessria, dado o seu papel no

    desenvolvimento da sociedade (Comisso Nacional para o Ano Internacional das Pessoas Idosas, 1999).

    Deste Seminrio saram igualmente recomendaes, umas quanto clarificao do estatuto das pessoas

    idosas no sistema jurdico, de forma a serem garantidos os direitos humanos e sociais, ou seja, o seu direito

    autonomia; outras quanto a diferentes medidas no mbito do meio onde vivem as pessoas idosas,nomeadamente no campo da sade e da actividade fsica para se retardar o envelhecimento, e ainda outras

    recomendaes no mbito da educao e da formao, promovendo a actualizao cultural no sentido de

    manter a actividade mental e social do idoso.

    Portanto, embora no seja explcito, preconiza-se um estilo de vida activo para os idosos, para retardar os

    efeitos fsicos e mentais do processo de envelhecimento, que, como analismos no incio deste captulo, era

    uma perspectiva que fundamentava a poltica de manuteno do idoso no seu meio. Alis, esta defesa de

    um estilo de vida activo parece continuar a estar presente, pelo menos nalgumas orientaes internacionais

    para a poltica para a terceira idade a partir de 2002, como indiciam, por exemplo, a II Conferncia Mundial

    sobre o Envelhecimento, promovida pelas naes Unidas e realizada em Madrid, em 2002, e tambm a

    Organizao Mundial de Sade (World Health Organization, 2002).

    4. Concluses

    Este perodo entre 1976 e 2002, em Portugal, caracterizou-se por uma mudana bastante profunda

    na forma de tratar as pessoas idosas, traduzida em diferentes equipamentos e servios que ajudavam o

    idoso a assegurar as tarefas para a vivncia quotidiana, possibilitando-lhe permanecer na sua residncia.

    Numa primeira fase, entre 1976 e 1985, emergiu a poltica de manuteno do idoso na sua residncia,

    devido essencialmente a razes de ordem econmica, ou seja, muito concretamente, reduzia as despesas

    do Estado. Os novos equipamentos, tais como os centros de dia e os centros de convvio, eram menosonerosos para o Estado, pois no implicavam um elevado investimento como se verificava em instituies

    tipo asilos ou lares. A interveno de outros parceiros sociais na prossecuo da poltica de terceira idade

    vem igualmente nesta perspectiva de reduo das despesas por parte do Estado.

    Registou-se igualmente um papel preponderante entre 1985 e 1995, protagonizado por instituies

    particulares de solidariedade social e outras organizaes similares, nomeadamente nas diferentes

    respostas que se foram criando e desenvolvendo para se poder concretizar a poltica de manuteno dos

    idosos no seu domiclio, no existindo um Estado-providncia que fornecesse esses diferentes servios.

    A par disto, foi dada uma maior visibilidade ao problema social da terceira idade, principalmente a partir da

    dcada de 90, atravs dos media e da comemorao de determinados anos dedicados s pessoas idosas.

    Na esteira de Slvia Portugal, salientamos que a proclamao de Anos Internacionais (e no nosso casotambm europeus) visa chamar a ateno de instituies nacionais e internacionais para determinados

    problemas (Portugal, 2001: 301). S na dcada de 90 foram dedicados dois anos s pessoas idosas,

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    traduzindo a importncia que a questo do envelhecimento demogrfico representa(va) para certas

    sociedades (Esteves, 1993).

    Tambm devemos assinalar que a ausncia de uma poltica global e integral para a terceira idade

    foi uma constante durante todo este perodo em anlise (de 1976 a 2002), apesar das diferentes medidas

    que se foram implementando, principalmente na rea da aco social e da sade, no tendo muitaexpresso as medidas e iniciativas noutras reas. Portanto, o que se registou foi a preocupao com o

    desenvolvimento de uma poltica de manuteno no domiclio, dirigida essencialmente para idosos mais

    velhos e dependentes, logo a preferncia por medidas consubstanciadas essencialmente nas duas reas

    que referimos anteriormente.

    Assim, a ausncia de uma poltica de terceira idade, global e integral, no s foi limitada nas reas

    de incidncia como tambm na populao abrangida. Por outro lado, no foram igualmente garantidos, por

    essa ausncia, os direitos dos mais velhos educao, para referir e enfatizar o que mais nos interessa

    neste presente trabalho.

    Concretamente, no se registou na rea da educao uma articulao com a poltica para a terceira idade,

    nem uma dinamizao deste sector de forma a contemplar os mais velhos.

    Referncias Bibliogrficas

    COMISSO NACIONAL PARA O ANO INTERNACIONAL DAS PESSOAS IDOSAS (1999),

    Relatrio Ano Internacional das Pessoas Idosas.

    COMISSO NACIONAL SOBRE O ENVELHECIMENTO (1982), O envelhecimento em Portugal.

    Seminrio sobre Envelhecimento O Idoso na Famlia e na Comunidade. Solidariedade e

    Progresso. Secretaria de Estado da Famlia.

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    MARTINHO, Edmundo (1999), Rendimento Mnimo Garantido a Idosos. Estratgias, p.23.

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    s prticas locais no Ano Internacional da Famlia, em Pedro Hespanha & Graa Carapinheiro

    (orgs.) Risco scia e incerteza: Pode o Estado recuar mais?, Porto, Edies Afrontamento.

    PROGRAMA do I Governo Constitucional

    PROGRAMA do IX Governo Constitucional.

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    PROGRAMA do X Governo Constitucional.

    PROGRAMA do XI Governo Constitucional.

    R, Orlando (coord.) (2000), Carta Social. Rede de Servios e Equipamentos. Departamentos

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