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ESCOLA DO LEGISLATIVO Conhecendo o Poder Legislativo 1 APRESENTAÇÃO A presente publicação apresenta a relação entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, preconizada na Constituição Federal/1988 e simetricamente nas Constituições Estaduais. Trataremos desde a identificação dessas funções de poder em tempos mais remotos (a.C), passando pelo diagnóstico da necessidade de separação entre eles observado no século XVIII em oposição ao absolutismo vivenciado à época até a influência dessas teorias em nosso País. Preferencialmente, abordaremos sobre a função legislativa desempenhada pelos Parlamentos no Brasil, em especial, pela Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo no sentido do Processo Legislativo, funcionamento e composição dos seus respectivos órgãos. Como objetivo, esta publicação, juntamente com uma palestra informativa, visa atender ao projeto Universitários no Parlamento, projeto este desenvolvido desde 2005, pela Assembleia Legislativa, por meio da Escola do Legislativo, no sentido de proporcionar aos estudantes de faculdades públicas e privadas do Estado o conhecimento do trabalho do Legislativo Estadual, desenvolvendo a consciência crítica e incentivando a participação do jovem na política. Os alunos têm oportunidade de aprender sobre o exercício da democracia representativa e o contexto constitucional dos trabalhos da Casa. Está organizada em três capítulos, sendo abordada no primeiro a teoria geral da separação das funções de poder do Estado, pensada na antiguidade, até a divisão e as respectivas funções destes poderes de forma contemporânea no aspecto típico e atípico. No segundo capítulo, é analisado o processo legislativo no sentido das espécies normativas dispostas na Constituição e as fases para criação de cada uma delas. Finalizando, os órgãos que compõem a Assembleia Legislativa do Espírito Santo, segundo a Constituição do Estado, e suas competências serão analisados no capítulo terceiro. A metodologia usada foi a pesquisa bibliográfica incluindo a Constituição Federal/1988, a Constituição do Estado do Espírito Santo/1989 e o Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Espírito Santo. .

Conhecendo o Poder Legislativo OFICIAL.pdf · Cada função estaria relacionada a um órgão, não mais se concentrando junto ao soberano. Esta teoria nasce em oposição ao absolutismo,

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Legislativo

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APRESENTAÇÃO

A presente publicação apresenta a relação entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, preconizada na Constituição Federal/1988 e simetricamente nas Constituições Estaduais. Trataremos desde a identificação dessas funções de poder em tempos mais remotos (a.C), passando pelo diagnóstico da necessidade de separação entre eles observado no século XVIII em oposição ao absolutismo vivenciado à época até a influência dessas teorias em nosso País. Preferencialmente, abordaremos sobre a função legislativa desempenhada pelos Parlamentos no Brasil, em especial, pela Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo no sentido do Processo Legislativo, funcionamento e composição dos seus respectivos órgãos.

Como objetivo, esta publicação, juntamente com uma palestra informativa, visa atender ao projeto “Universitários no Parlamento”, projeto este desenvolvido desde 2005, pela Assembleia Legislativa, por meio da Escola do Legislativo, no sentido de proporcionar aos estudantes de faculdades públicas e privadas do Estado o conhecimento do trabalho do Legislativo Estadual, desenvolvendo a consciência crítica e incentivando a participação do jovem na política. Os alunos têm oportunidade de aprender sobre o exercício da democracia representativa e o contexto constitucional dos trabalhos da Casa.

Está organizada em três capítulos, sendo abordada no primeiro a teoria geral da separação das funções de poder do Estado, pensada na antiguidade, até a divisão e as respectivas funções destes poderes de forma contemporânea no aspecto típico e atípico.

No segundo capítulo, é analisado o processo legislativo no sentido das espécies normativas dispostas na Constituição e as fases para criação de cada uma delas.

Finalizando, os órgãos que compõem a Assembleia Legislativa do Espírito Santo, segundo a Constituição do Estado, e suas competências serão analisados no capítulo terceiro.

A metodologia usada foi a pesquisa bibliográfica incluindo a Constituição Federal/1988, a Constituição do Estado do Espírito Santo/1989 e o Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Espírito Santo.

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Capítulo I SEPARAÇÃO DOS PODERES Teoria Geral

1. IDENTIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES DO ESTADO

As teóricas iniciais para a consolidação da “tripartição de Poderes” foram lançadas na antiguidade pelo filósofo grego chamado Aristóteles, em sua obra Política, em que o pensador grego visualizava a existência de três funções diferentes praticadas pelo poder absolutista, sendo elas: I - a função de elaborar normas gerais a serem observadas por todos ( legislar); II - a de aplicar as referidas normas ao caso concreto (executar as leis) e; III - a função de julgar, decidindo os conflitos relacionados à execução das normas gerais nos casos concretos.

Contudo, Aristóteles, por conta do momento histórico que vivia quando do estabelecimento da sua teoria, (384 a 322 a.C) vinculou concentração do exercício das referidas funções na figura de uma única pessoa, o soberano, que possuía um poder total, uma vez que era ele quem criava as normas gerais, aplicando-as ao caso concreto e, isolado, também diluía os conflitos ocasionalmente oriundos da aplicação das normas. Assim, Aristóteles colaborou no aspecto de detectar a prática de três funções distintas do Poder, mesmo sendo aplicadas individualmente de forma absolutista por uma única pessoa.

2. TRIPARTIÇÃO DOS PODERES DO ESTADO Posteriormente, muito tempo após Aristóteles, no século XVIII, as ideias do filósofo grego seriam aprimoradas pela ótica pioneira do Estado liberal burguês desenvolvida pelo francês Charles-Louis de Secondat, mais conhecido por Montesquieu, em sua publicação chamada O espírito das leis.

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O aprimoramento teórico idealizado por Montesquieu não foi a identificação do exercício de três funções de Poder. É verdade que partindo das ideias do filósofo grego, que as identificou, o pensador francês aprimorou estas teorias estabelecendo que tais funções estariam ligadas a três órgãos diferentes, autônomos e independentes entre si.

Cada função estaria relacionada a um órgão, não mais se concentrando junto ao soberano. Esta teoria nasce em oposição ao absolutismo, sendo utilizado como base para estruturar o desenvolvimento de muitos movimentos como: a revolução americana e francesa, estabelecendo-se na Declaração Francesa dos Direitos do Homem e Cidadão no século XVIII. Através dessa teoria, cada Poder deveria exercer uma função própria, inerente à sua natureza, agindo de forma independente e autônoma. Assim, cada órgão executaria apenas a função que fosse própria (típica), sendo vedado um único órgão as funções de legislar, aplicar a lei e julgar, de modo uno, como se percebia anteriormente no absolutismo. Tais atividades passaram a ser praticadas de maneira independente por cada órgão, nascendo, desta maneira, o que se denominou teoria dos freios e contrapesos.

Portanto, o modelo de organização do poder do estado que se aplica em nosso País recebeu influência das teorias de Charles Montesquieu, senão vejamos: Na Constituição Federal (Art. 2º) e Estadual (Art.17) está disposto, respectivamente, em suas redações que são poderes da União e do Estado (E.S), independentes e harmônicos entre si: Legislativo, Executivo e Judiciário estabelecendo assim, Constitucionalmente, a separação dos poderes. Por isso, não podemos compreender o Poder Legislativo sem, também, conhecermos os demais poderes: Executivo e Judiciário.

A separação de poderes, prevista na Constituição Federal como cláusula pétrea, veda, sobre qualquer hipótese, o impedimento de sua aplicação, é o que dispõe o seu artigo 60, § 4º, III.

2.1 Poder Legislativo

É o responsável de executar a função legislativa do Estado, que se baseia em disciplinar as relações dos indivíduos entre si e com o próprio Estado, mediante a elaboração de leis.

No Espírito Santo, em nível estadual, o Poder Legislativo é representado pela Assembleia Legislativa composta, atualmente, por 30 Deputados, representantes do povo eleitos, para mandato de 4 anos, e que representam o povo. O número de Deputados Estaduais à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de dose, é o que dispõe o artigo 27, caput, da Constituição Federal de 1988.

A remuneração dos Deputados Estaduais será por subsídio, fixado por lei de iniciativa da própria Assembleia Legislativa, e não pode ser maior que 75% do subsídio dos Deputados Federais, conforme redação da Constituição Estadual/1989 no artigo 49, § 2°.

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A Assembleia Legislativa funciona de forma organizada, tendo os seus trabalhos coordenados pela Mesa Diretora composta por um Presidente e 1º e 2º Secretários com mandato de 2 anos, iniciado em 1º de fevereiro.

Compõem ainda a estrutura da Casa as comissões, que têm por função analisar proposições submetidas à sua análise e sobre elas deliberar através de pareceres.

Atualmente, existem na Assembleia Legislativa do Espírito Santo 15 comissões permanentes. Elas podem ser ainda, temporárias, quando criadas para apreciar determinado assunto e por prazo limitado. As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) e as comissões especiais são exemplos de comissões temporárias.

- Nos capítulos posteriores estudaremos mais sobre as comissões e suas atribuições -

2.2 Poder Executivo

O Poder Executivo Estadual é exercido pelo Governador do Estado, auxiliado pelos Secretários de Estado. (CE, art. 78, caput)

O Governador e o Vice-Governador do Estado são eleitos pelo voto direto e secreto para um período de quatro anos, com inicio do mandato em 1º de janeiro.

Em 1997, através da Emenda Constitucional Federal nº 16, foi permitida a reeleição dos Chefes do Executivo, incluído aí os Governadores de Estado, para um único mandato subsequente.

Em caso de impedimento do Governador do Estado, ou vacância do respectivo cargo, serão chamados sucessivamente para exercer o cargo, o Vice-Governador, o Presidente da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça. (CE, art. 83, caput)

Compete privativamente ao Governador do Estado, entre outras, chefiar o governo; administrar a coisa pública; aplicar as leis; iniciar o processo legislativo; sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; vetar, total ou parcialmente projetos de lei; prover e extinguir cargos públicos estaduais entre outros. (CE, art. 91, I, II, III, IV e V “a”)

Aos Secretários de Estado compete exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades na área de sua competência; e referendar os atos assinados pelo Governador do Estado e expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos. (CE, art. 98, I e II)

Nota: A execução das funções relacionadas ao Poder Executivo é feita através da Administração Direta e Indireta.

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2.3 Poder Judiciário

A competência do Poder Judiciário, na democracia, consiste em aplicar a lei a casos concretos, para assegurar a soberania da justiça e a realização dos direitos individuais nas relações entre os indivíduos (sociedade).

Na esfera estadual, a maior instância do Judiciário é o Tribunal de Justiça e que tem além da competência mencionada acima, as de, entre outras: processar e julgar, originariamente: (CE, art. 109, I, “a”, “b” e “e”)

a) nos crimes comuns, o Vice-Governador do Estado, os Deputados Estaduais e os Prefeitos Municipais, e, nesses e nos de responsabilidade, os juízes de direito e os juízes substitutos, os Secretários de Estado, o Procurador Geral de Justiça, os membros do Ministério Público e o Procurador Geral do Estado, ressalvada a competência da justiça eleitoral;

b) os mandados de segurança e os habeas-data contra ato do Governador do Estado, do Presidente da Assembléia Legislativa, dos membros da sua Mesa, do Presidente e dos Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, do Procurador Geral de Justiça, do Procurador-Geral do Estado, de Secretário de Estado e do próprio Tribunal, do seu Presidente, do seu Vice-Presidente e do Corregedor-Geral da Justiça;

c) as ações de inconstitucionalidade contra lei ou atos normativos estaduais ou

municipais que firam preceito da Constituição Estadual.

A estruturação do Poder Judiciário é alicerçada na hierarquia dos órgãos que o integram, surgindo desta maneira as instâncias. A denominada primeira instância relaciona-se ao órgão que irá preliminarmente proceder à análise e julgamento das ações apresentadas ao Judiciário. As outras instâncias analisam as decisões apresentadas pela instância imediatamente inferior a esta, e fazem esta análise, necessariamente, com órgãos colegiados, ou seja, por um grupo de juízes que participam do julgamento.

Por conta do princípio do duplo grau de jurisdição, as decisões em primeira instância podem ser apresentadas à análise de instância superior, dando oportunidade às partes em conflito de obterem a reanálise da matéria.

Em decorrência de sua competência originária, cabe às instâncias superiores, segundo a Constituição Federal, analisar determinadas ações que, em razão do seu conteúdo, lhes são apresentadas diretamente, sem que tenham sido submetidas, antes, à apreciação do juízo inferior.

A estruturação do Poder Judiciário está baseada na divisão de competências entre os muitos órgãos que o integram. Assim, temos no âmbito estadual a seguinte partição dos órgãos segundo a Constituição Estadual em seu artigo 101, I a VI:

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São órgãos do Poder Judiciário Estadual:

I - o Tribunal de Justiça;

II - os Juízes de Direito;

III - os Tribunais do Júri;

IV - os Tribunais ou Juízes;

V - os Juizados Especiais;

VI - o Conselho de Justiça Militar.

3 - FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS A teoria da “tripartição de Poderes”, idealizada por Montesquieu, foi admitida por muitos países modernos em nossos dias, e de forma mais flexível. Isso ocorre, por conta das mudanças e realidades sociais e históricas, que foi permitindo maior harmonia entre os Poderes, abrandando a teoria que conceituava a separação absoluta dos Poderes. Assim, além da atividade de funções típicas (próprias) vinculadas a seu caráter, cada órgão exerce, também, outras duas funções atípicas (impróprias) ou de caráter próprio dos outros dois órgãos. Dessa maneira, o Legislativo, por exemplo, além de exercer uma função típica, vinculada à sua natureza, exerce, também, uma função atípica de caráter executivo e outra de caráter jurisdicional. [1]

Podemos dizer, à luz do direito constitucional, que não é viável a manutenção de

Poderes harmônicos, independentes e autônomos dentro de uma estruturação rígida de

funções. Caso não fosse possível certa flexibilização nessa divisão de funções, o Poder

Legislativo, para, por exemplo, contratar servidores, deveria reportar-se ao Poder Executivo,

dado que sua função seria exclusivamente a edição de atos normativos de caráter geral e

abstrato. [2]

Importante destacar, a constatação de que o texto constitucional prioritariamente

designou ao Poder Executivo, ao Poder Legislativo e ao Poder Judiciário, respectivamente,

as funções administrativa, legislativa e judicante. Não só essas, porém. É que, embora de

forma subsidiária, cada Poder executa funções que originariamente pertenceria aos demais.

É dessa relação que nasce a conceituação de funções típicas atípicas.

_______________________________________________________ [1] LANZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado, p. 482. [2] ARAUJO, Luis Alberto David & JÚNIOR, Vidal Serrano Nunes. Curso de Direito Constitucional, p.103.

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Funções típicas são as que guardam uma relação de identidade com o Poder por que

são desempenhadas. Atípicas, contrariamente, são aquelas que não guardam nota de

identidade e, por isso mesmo, são originariamente desincumbidas pelos outros órgãos de

poder. [3]

Nessa relação, o Executivo tem a função típica de administrar e aplicar a lei de oficio, e

as funções atípicas de legislar e julgar. Por exemplo, quando nomeia ou demite um

funcionário, ou contrata uma obra pública, exerce a função administrativa, portanto, sua

função típica. Quando, porém, toma a iniciativa de um projeto de lei realiza função típica do

Poder Legislativo. [3]

A Constituição Federal e, por simetria, também a Estadual (ES), na discriminação

dessas funções típicas e atípicas, a fez com critério característico. Primeiramente, fixou

uma regra: a cada Poder atribuiu a respectiva função típica e as atípicas necessárias à

manutenção de sua autonomia e independência. Assim, o Poder Executivo, em virtude da

opção constitucional pela separação dos Poderes, tem atribuições não só para exercer atos

de administração regular como também para rever espontaneamente seus atos ou promover

o processo administrativo apto a apurar uma falta funcional. São funções, a princípio,

atípicas, porém necessárias à preservação de sua autonomia e independência em face do

Poder Judiciário.

Um exemplo disposto na Constituição do Estado do Espírito Santo em seu artigo 56, XXI,

destaca uma função atípica da Assembleia Legislativa do Estado, que diz: quando o

Governador do Estado cometer um crime de responsabilidade, o Chefe do Poder Executivo

será julgado pelo parlamento, exercendo assim, claramente, uma função que é própria do

Poder Judiciário.

O que se conclui, em resumo, é que a opção pela separação dos Poderes, estabelecida

pelo art. 2º, caput, da Constituição Federal e art. 17, caput, da Constituição Estadual (ES),

orienta a adoção de um regime em que a cada Poder ficam atribuídas as funções que lhe

são típicas e atípicas, necessárias à manutenção de sua independência.

_________________________________________ [3: ab] ARAUJO, Luis Alberto David & JÚNIOR, Vidal Serrano Nunes. Curso de Direito Constitucional. p. 230.

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APRESENTAMOS A SEGUIR QUADRO ESQUEMATIZADO DE ALGUMAS FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS DOS PODERES, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO/1989:

ÓRGÃO FUNÇÃO TÍPICA FUNÇÃO ATÍPICA

LEGISLATIVO

Legislar;

Fiscalização contábil, financeira,

orçamentária e patrimonial do

Executivo.

Natureza Executiva: ao dispor sua

organização, provendo cargo,

concedendo férias, licenças a

servidores, licitando, etc.

Natureza Jurisdicional: a

Assembleia Legislativa julga o

Governador do Estado nos crimes

de responsabilidade (art.56, XXI, CE)

EXECUTIVO

Prática DE ATOS DE CHEFIA DE

Estado, chefia de governo e atos de

administração.

Natureza Legislativa: O

Governador do Estado, por

exemplo, expede decretos e

regulamentos para sua fiel

execução; (art. 91, III, CE)

Natureza Jurisdicional: O

Executivo julga, apreciando defesas

e recursos administrativos.

JUDICIÁRIO

Julgar (função jurisdicional), dizendo o

direito no caso concreto e dirimindo

os conflitos que lhe são levados,

quando da aplicação da lei.

Natureza Legislativa: Quando

elabora o seu regimento interno;

(art.108, I, CE )

Natureza Executiva: administra,

ao conceder licenças e férias aos

magistrados e serventuários.

(art. 108, III, CE)

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Capítulo II DO PROCESSO LEGISLATIVO

1 - CONCEITOS E COMPETÊNCIAS DO PROCESSO LEGISLATIVO

O ilustre constitucionalista Alexandre de Morais conceitua que processo legislativo é o "conjunto coordenado de disposições que disciplina o

procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na produção das leis e atos normativos que derivam diretamente da própria constituição". [4]

Já para José Afonso da Silva entende que “ o processo legislativo pode ser

definido em termos gerais como o complexo de atos necessários à

concretização da função legislativa do Estado” [5]

O Processo Legislativo está disciplinado constitucionalmente nos arts. 59 ao 69 da CF e arts. 61 ao 69 da CE e compreende o conjunto de atos (iniciativa, discussão, deliberação, sanção ou veto, promulgação e publicação) que o Poder Legislativo e o Executivo executam para produzir uma lei.

Nota: Segundo as Constituições Federal e Estadual (ES), o Poder Judiciário, o Ministério Público e o Tribunal de Contas também participam deste processo, contudo, apenas na primeira fase, ou seja: a iniciativa.

__________________________________________________

[4] MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional, p. 487

[5] SILVA, José Afonso da. Direito Constitucional Positivo, p. 458.

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O processo legislativo, segundo a Constituição Federal/1988, em seu artigo 59, I

ao VII, tem competência para elaborar as seguintes espécies normativas: -Emendas à Constituição; -Leis complementares; -Leis ordinárias; -Leis delegadas; -Medidas provisórias; -Decretos legislativos; -Resoluções. Todas as espécies acima aparecem como o primeiro nível dos atos derivados da CF e estão no mesmo nível hierárquico, com exceção da Emenda Constitucional. Há de salientar que, na Constituição do Estado do Espírito Santo, não foi elencando dentro do “rol” de espécies normativas que se submeterão à influência do processo legislativo as Leis delegadas e Medidas provisórias.

2. ESPÉCIES NORMATIVAS Definiremos a seguir apenas as espécies normativas previstas na Constituição do Estado do Espírito Santo:

2.1 Emenda à Constituição Refere-se à espécie legislativa que visa à alteração pontual do texto da Constituição. Em geral, a aprovação de uma emenda passa por exigências superiores às necessárias para a aprovação de uma lei ordinária, como, por exemplo, a ampla maioria. A CF/1988, no seu art. 60 – Subseção II do Capítulo I do Título IV – ocupa-se da emenda constitucional. Em razão disso,[6] “ a Emenda consiste em lei constitucional; uma vez promulgada, integra a Constituição como norma superprimária” [7] _____________________________________________ [6] Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de contas. Guia parlamentar Brasília: 2ª edição, 2010. p. 32 [7] OLÈVE, Clémerson Merlin. Atividade legislativa Poder Executivo. S. P : Revistas dos Tribunais, 2000; 2ª.ed.p. 68

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Conforme ressalta o professor Alexandre de Moraes, “a emenda à

Constituição é produzida segundo uma forma e versando sobre conteúdo previamente limitado pelo legislador constituinte originário. Dessa maneira, se houver respeito aos preceitos fixados pelo ar. 60 da CF, a emenda constitucional ingressará no ordenamento jurídico com status constitucional, devendo ser compatibilizada com as demais normas originárias. Porém , se qualquer das limitações impostas pelo citado artigo for desrespeitada, a emenda constitucional será inconstitucional, devendo ser retirada do ordenamento jurídico através das regras de controle de constitucionalidade, por inobservarem as limitações jurídicas estabelecidas na Carta Magna” [8]

Para ser emendada, a Constituição do Estado do Espírito Santo deverá atender aos seguintes critérios dispostos na própria Constituição no art. 62, I a IV, §§ 1º, 2º, 3º e 4º:

A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Assembleia Legislativa;

II - do Governador do Estado;

III - de iniciativa popular, na forma do art. 69;

IV - de um terço, no mínimo, das Câmaras Municipais.

A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio que abranja o território do Estado.

A proposta será discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada quando obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos membros da Casa.

A matéria constante da proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Nota: A emenda à Constituição será promulgada pela Mesa da Assembleia

Legislativa

2.2 Lei Complementar

Na ordem jurídica brasileira, a lei complementar constitui-se numa espécie híbrida: não atinge a força de norma constitucional, conquanto exija um processo legislativo mais austero para sua aprovação do que o previsto para lei ordinária. Como é subalterna à Constituição, não pode contradizê-la, sob pena de incorrer em inconstitucionalidade. (...) [9] __________________________ [8] MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 200110ª Ed.3ª, p.536 [9] Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas. GUIA PARLAMENTAR. 2010. Ed. 2ª p.33.

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Conforme Manoel Gonçalves Ferreira Filho:

“A lei complementar só pode ser aprovada por maioria qualificada, a maioria absoluta, para que não seja, nunca, o fruto da vontade de uma minoria ocasionalmente em condições de fazer prevalecer sua voz. Essa maioria é assim um sinal certo da maior ponderação que o constituinte quis ver associada ao estabelecimento, paralelamente, deve-se convir, não quis o constituinte deixar ao sabor de uma decisão ocasional a desconstituição daquilo para cujo estabelecimento exigir ponderação especial”. [10]

Consoante Celso Bastos:

“Lei complementar é, pois, toda aquela que contempla uma matéria a ela entregue de forma exclusiva e que, em consequência repele normações heterogenias, aprovada mediante um quórum de maioria absoluta. (...) matéria própria- o que significa que recebe para tratamento normativo um campo determinado de atuação da ordem jurídica e só dentro deste ela é validamente exercitável –matéria essa perfeitamente cindível ou separável da versada pelas demais normações principalmente pela legislação ordinária (...) a exigência do quórum especial de votação, em função do qual terá projeto de lei complementar de obter para aprovação, no mínimo, a maioria absoluta dos votos dos membros da Casa legislativa, consagram os seus dois principais elementos fundamentais.” [11]

A lei complementar não se caracteriza por nenhum conteúdo especial, e as diferenças com a lei ordinária são de cunho formal(quórum diferenciado) e de ordem material ( reserva de determinadas matérias pela Constituição Federal que só poderá ser tratada mediante lei complementar) Resumindo, dois pontos são fundamentais para distinguir lei complementar e lei ordinária. O primeiro é que as matérias reservadas à lei complementar vêm expressamente no texto da Constituição. O segundo é o requisito do quórum qualificado, ou seja: exige maioria absoluta dos membros para a sua votação. [12] _____________________________________________________ [10] FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves, apud MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2008. 23ª

Ed. p. 668 [11] BASTOS, Celso Ribeiro. Lei complementar: teoria e comentários . São Paulo IBDC, 1999. 2ª Ed. Ampl. pp. 47-49 [12] Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas. GUIA PARLAMENTAR. 2010. Ed. 2ª p.34 e 36.

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Constata-se, então, primeiramente, que matérias reservadas à lei complementar não podem ser disciplinadas por lei ordinária, e, por essa razão, lei ordinária não pode modificar lei complementar. Ora, se o legislador só pode atuar diante das competências estipuladas e determinadas pela Constituição, o que não for matéria de lei complementar será de lei ordinária, toda vez que a primeira não vier expressa. Tal afirmação vale entre as espécies legislativas: lei complementar e lei ordinária. É importante ressaltar que, no sistema constitucional, não há qualquer exceção quanto ao que acabamos de afirmar. [13] Matéria de lei complementar estabelecida na Constituição Federal deve ser, obrigatoriamente, matéria de lei complementar no plano dos entes federados, ou seja, no âmbito estadual, conforme o art. 146 da CF e seguintes. Deve estar explicitamente requisitada pelas Constituições Estaduais conforme a natureza jurídica própria desta espécie legislativa. Nos demais casos, só será matéria de lei complementar, no âmbito estadual, quando assim estiver devidamente requisitada. [13]

Nota: Exemplo de indicação de Lei complementar na CF/1988:

Art. 59, II, parágrafo único: “ Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. Assim, conforme disposto na Constituição, LC disporá sobre Técnica Legislativa.”

2.3 Decreto Legislativo Ato com força de lei ordinária e de exercício, o decreto legislativo compete exclusivamente às Casas Legislativas e independe de sanção dos Chefes do Poder Executivo. No âmbito estadual, o decreto legislativo, por exemplo, susta atos do governador que extrapolam sua competência. Parafraseando o Professor Pontes de Miranda, os decretos legislativos são leis que não demandam remessa ao presidente, ao governador ou ao prefeito para fins de sanção. E não demandam justamente porque atinam a matérias reservadas, com exclusividade, ao órgão legislativo. [13] ______________________________________________ [13:abc] Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas. GUIA PARLAMENTAR. 2010. Ed. 2ª p.37, 38 e 43.

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2.4 Resolução

É aquela que trata, dentro do Legislativo, da organização do órgão, do seu regimento interno e da sua estrutura administrativa, possibilitando a criação de comissões parlamentares de inquérito e etc. [14]

Finalmente, a resolução não possui qualquer relação com a lei ordinária, nem pela essência da sua matéria, nem pelo processo legislativo adotado. Como tal, não pode ser sancionada pelo presidente, sendo imune ao veto do Chefe do Poder Executivo. [14]

2.5 Lei Ordinária

Lei ordinária é o ato legislativo típico, normativo primário e, via de regra, edita normas gerais e abstratas, motivo porque, na lição usual, é conceituada em função da generalidade e abstração. Não raro, porém, edita normas particulares, caso em que a doutrina tradicional a designa por lei formal, para sublinhar que lei propriamente dita só é aquela que tem matéria de lei, por isso chamada “Lei Material “ [15]

As leis ordinárias constituem-se no veículo legislativo corrente de conformação jurídica do País. Exteriorizam os princípios constitucionais e as normas gerais da lei complementar nos campos de sua particular atuação. A rigor, é o principal veículo legislativo de execução da ordem jurídica. É o típico instrumento de direito positivo, que, todavia, pode vincular normas de direito natural, como, por exemplo, o direito à vida. [16]

Dessa forma, ao conceituar a lei ordinária, está se delimitando a própria lei que passou por várias transformações no decorrer do tempo, motivo pelo qual é comumente chamada de ordinária. [14]

3 - FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO

O Processo Legislativo compreende as seguintes fases: 1º iniciativa; 2 º discussão; 3 º deliberação; 4 º sanção ou veto; 5 º promulgação; 6 º publicação. _____________________________ [14: abc] Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas. GUIA PARLAMENTAR. 2010. Ed. 2ª p.44, 38 e 43. [15] FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Do Processo Legislativo. p 204 [16] MARTINS, Yves Gandra. Comentários à Constituição da República Federativa do Brasil . São Paulo: Saraiva.

1995. Tomo I, vol 4. P.229

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3.1 Iniciativa

Para José Afonso da Silva, “ a iniciativa constitui o ato inicial do processo legislativo com vista a uma modificação ou inovação da ordem jurídica preexistente” [17]

“ É em termos simples, a faculdade que se atribui a alguém ou a algum

órgão para apresentar projetos de lei ao Legislativo“, no entendimento

de Alexandre de Moraes. [18] Constitui um ato inicial do processo legislativo por quem recebe a legitimação na Constituição para provocar o poder legiferante do estado, podendo ser classificada, quanto ao sujeito – iniciativa parlamentar ou extraparlamentar – e, quanto à matéria, em geral e privativa ) ou reservada). [19]

Define-se que a iniciativa é parlamentar quando a prerrogativa para apresentar projetos de lei pertence a todos os membros de um parlamento, por exemplo: Deputados e Comissões.[19] Em contrapartida, a iniciativa é extraparlamentar quando a prerrogativa é concedida a entidades fora do Parlamento, como o Chefe do Poder Executivo, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público, e o povo, mediante iniciativa popular. [19] Define-se iniciativa geral quando a prerrogativa compete concorrentemente ao Governador do Estado, a qualquer deputado, a qualquer comissão e aos cidadãos. [19]

Define-se iniciativa reservada aquela conferida pela Constituição a certos órgãos, excluindo qualquer outro, tais como Governador do Estado (art. 63, parágrafo único, I, CE/89), Assembleia Legislativa (art. 56, V, CE/89), Poder Judiciário (art. 108, VI, “b”, CE/89), Procurador Geral de Justiça. (CE. art. 119) __________________________________ [17] SILVA, José Afonso da. Direito Constitucional Positivo, p. 454. [18 ] MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional, p. 492 [19:abcd] BOBERG, José Lázaro, Lei Ordinária & Seu Processo Legislativo. P. 75

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A iniciativa de projetos na Assembleia Legislativa, segundo a C.E, art.63, caput e

R.I da Ales, será: I - de Deputados; II - da Mesa; III - de comissão; IV - do Governador do Estado; V - do Tribunal de Justiça; VI - do Ministério Público; VII - de cidadãos.

Sobre Iniciativa Popular

Alguns países têm concedido, em suas Constituições, o direito de iniciativa popular, isto é, a participação do próprio eleitorado numa proposta de lei. [20] No Brasil a iniciativa popular foi introduzida em 1988, por meio da atual Constituição Federal, através do art. 61, caput, parte final, “ (....) e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição”. Já o processo para a apresentação do projeto de lei de iniciativa popular está disposto no art. 61, § 2°, da Constituição Federa/1988, quando estabelece que: A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito, por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles”. _______________________________________________ [20] BOBERG, José Lázaro, Lei Ordinária & Seu Processo Legislativo. p.90

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A iniciativa popular em âmbito estadual está prevista no art. 27, § 4º, da CF/1988, que transfere a sua regulamentação para os estados através de lei. Apenas a título de ilustração, a Constituição do Estado do Espírito Santo/1989 regulamenta a matéria em seu art. 69, caput, trazendo algumas regras para o exercício desta iniciativa, são elas:

“A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Assembleia Legislativa de projeto de lei ou proposta de emenda à Constituição, devidamente articulados e subscritos por, no mínimo, um por cento do eleitorado estadual, distribuído em pelo menos cinco Municípios com um mínimo de dois por cento dos eleitores de cada um dos Municípios.“

Nota: - Em algumas constituições de estados não há previsão de Iniciativa Popular. - nos municípios, também, poderá ser exercida a apresentação de iniciativa popular. 3.2 Discussão

A Discussão é a fase do processo legislativo destinada ao debate das proposições. A discussão acontece inicialmente nas comissões permanentes, onde o projeto é enviado para parecer em seu aspecto formal e material. Formalmente falando, é analisado na perspectiva de sua compatibilidade vertical com a Constituição. Em relação à discussão, do ponto de vista material, o projeto é analisado quanto ao seu conteúdo e interesse público. A discussão far-se-á sobre o conjunto da proposição, ou seja, de todo o conteúdo do Projeto de Lei. [21]

O Presidente da Casa Legislativa, após a leitura de projeto, com os pareceres das respectivas comissões técnicas e eventuais emendas, verifica antes se há quorum, para o início da sessão, quando, então, anuncia que “ está em discussão” a proposição. Neste momento, os debatedores discutirão a matéria, quer sobre sua constitucionalidade, legalidade e juridicidade, quer sobre a sua conveniência, oportunidade e justiça. Será declarado o encerramento das discussões, com a ausência de oradores, pelo decurso dos prazos regimentais ou pela deliberação do próprio Plenário. [22] Andyara Klopstock Sproesser, sobre a discussão parlamentar, comenta:

“A discussão pode ter por finalidade apenas “marcar posição” favorável ou contrária ao projeto, justificando, desse modo, o voto a favor ou contra; mas pode ter por fim convencer os parlamentares de orientação diversa para que decidam a votar de outro modo; ou pode, finalmente, ter por destino ambas as coisas ,isto é, “marcar posição e convencer”. Após encerrada a discussão do projeto, e ocorrendo apresentação de emendas por parte de um ou mais parlamentares, será remetido, novamente, às comissões técnicas para apreciação visando receber

parecer”. [23] _________________________________________ [ 21 ] BOBERG, José Lázaro, Lei Ordinária & Seu Processo Legislativo, p. 109 [ 22] BOBERG, José Lázaro, Lei Ordinária & Seu Processo Legislativo, p. 110 [ 23] SPROESSER, Andyara Klopstock. Processo Legislativo: Direito Parlamentar. p.103

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Espécies de discussão: Especial (RI, art. 110) Visa à apreciação preliminar e recebimento de emendas. Prévia (RI, art. 179) Visa à apreciação prévia do pronunciamento de inconstitucionalidade da proposta ou projeto. Suplementar (RI, art. 178) Visa à abertura de nova oportunidade de discussão e de apresentação de emendas quando uma matéria for integralmente substituída por outra. Única: (RI, art. 144, 148, parágrafo único, e 175, parágrafo único.) Visa à discussão final da matéria, que antecede a etapa de deliberação. Dois turnos (RI, art. 258)

Visa ao debate das matérias que necessitam processo mais complexo para sua aprovação, como por exemplo: Emendas à Constituição onde a discussão se concretiza em dois turnos. Nota: Nos termos do Regimento Interno da Assembleia Legislativa as Comissões também poderão discutir pareceres sobre proposições de sua competência.

3.3 Deliberação / Votação Com o fim da discussão, inicia-se a fase da votação, quando serão apurados os votos por meio da manifestação do Plenário, se a favor ou contra o projeto, criando ou não uma regra jurídica nova. Trata-se de um ato dos mais importantes do processo legislativo, pois, através dessa sequência de atividades, é que se manifesta a vontade do Poder Legislativo, sobre uma determinada proposição. [24]

Algumas regras sobre votação: (RI, arts. 193 ao 199, CE, 59 e CF, 47)

- As deliberações, excetuadas as disposições em contrário, serão tomadas por maioria dos votos, presente, no mínimo, a maioria absoluta dos Deputados; -Quando o tempo regimental da sessão se esgotar no curso de uma votação, será prorrogado automaticamente; - O Deputado presente não poderá escusar-se de votar, salvo declarando previamente não ter assistido à discussão da matéria; _____________________________________________ [24] BOBERG, José Lázaro, Lei Ordinária & Seu Processo Legislativo. P. 110

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- Em se tratando de causa própria ou de assunto em que tenha interesse individual, o Deputado estará impedido de votar, mas poderá assistir à votação; - Para os efeitos do que dispõe o parágrafo anterior, o Deputado deverá manifestar o seu impedimento à Mesa que, para efeito de quórum, considerará o seu voto em branco. A decisão sobre uma votação dá-se por maioria dos votos, como se segue: Regra geral: Maioria simples ou relativa: maioria dos votos dos parlamentares presentes (metade + 1) estando necessariamente presente a maioria absoluta destes (metade + 1) de todos os membros da respectiva Casa. O quórum de maioria simples ou relativa para aprovação de uma proposição abrange as seguintes espécies normativas: - Lei ordinária; - Decreto Legislativo; - Resoluções. Exceções: Maioria absoluta: metade + 01 de votos favoráveis de todos os membros da Casa Legislativa. O quórum de maioria absoluta para aprovação de uma proposição abrange as seguintes espécies normativas: - Lei Complementar; - Veto (Executivo).

Nota: Assim, o cálculo da maioria absoluta numa Casa Legislativa será igual ao número inteiro imediatamente superior à metade do número total de membros da Casa Legislativa. Por sua vez, o cálculo da maioria simples será igual ao número inteiro imediatamente superior à metade da maioria absoluta.

Quórum qualificado: Quantidade elevada de votos (3/5, no caso da Ales) dos membros da Casa Legislativa para aprovação de, por exemplo: - Emenda Constitucional do Estado.

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Processo de votação (RI, art. 200 a 203) Na Ales existem dois processos de votação: Simbólico: Por este processo, o Presidente, ao anunciar a votação de qualquer matéria, convidará os Deputados a favor a permanecerem sentados e proclamará o resultado. Se algum Deputado tiver dúvida quanto ao resultado proclamado, deverá pedir imediatamente verificação de votação que será, em qualquer hipótese, deferida. O Presidente, neste caso, reiterará aos Deputados que ocupem seus lugares e convidará a se levantarem os Deputados que votaram a favor, procedendo-se à recontagem dos votos por filas contínuas e sucessivas de cadeiras do recinto, uma a uma. Nenhuma votação admitirá mais de uma verificação. A verificação de votação restringir-se-á aos Deputados que tenham participado da votação. Em caso de empate de votação, simbólica ou nominal, haverá nova votação na sessão seguinte e, persistindo o empate, observar-se-á o disposto no art. 23, § 2° (o Presidente terá o voto de qualidade (desempatará a votação) Nominal: Para as situações de quórum especial ( maioria absoluta ou quórum qualificado) no caso específico da Proposta de Emenda à Constituição e Projeto de Lei Complementar e excepcionalmente os vetos do executivo ou quando deliberado pelo Plenário por requerimento de qualquer Deputado. A votação nominal dá-se pela relação dos Deputados, que responderão “sim” ou “não” sendo favoráveis ou contrários à proposição votada. Concluída a votação de proposição, é permitido a qualquer Deputado fazer justificação de voto que poderá ser escrita ou verbal. Na Assembleia Legislativa, a votação nominal far-se-á pelo sistema eletrônico de votos, obedecidas às instruções estabelecidas pela Mesa para sua utilização.

Notas: - Desde o ano de 2007, através da Emenda à Constituição do Estado do Espírito Santo n° 53, é vedado o voto secreto nas deliberações (votações) da Assembleia Legislativa. - Escolhido um processo de votação, outro não será admitido.

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3.4 Sanção ou Veto: (deliberação do executivo)

Uma vez concluída a deliberação legislativa, isto é, manifestada a vontade do Legislativo, o projeto, com o respectivo autógrafo, segue para o Executivo, para que este também manifeste a sua vontade, um vez que a lei é o resultado de um ato jurídico complexo. É o momento em que o projeto de lei terá a SANÇÃO ou então o VETO. [25] Sanção É o ato através do qual o Executivo concorda com a vontade do Legislativo na produção da lei, de conformidade com o teor constante no projeto com os autógrafos. Na dicção da CE, art. 66, caput, recebendo o projeto de lei da Assembleia Legislativa com sua votação concluída, o Governador, aquiescendo, o sancionará. [25] A sanção é uma das operações integrativas na feitura da lei, consistindo na anuência do Executivo ao projeto de lei aprovado pela Casa Legislativa. Atende-se que a sanção do Executivo se dá sobre o projeto de lei não necessitando qualquer justificativa para a sua manifestação de vontade, situação que não ocorrerá, quando se der a sanção negativa, isto é, o veto, que deverá ser sempre motivado, seja veto jurídico ou político. A lei, na deliberação executiva, só terá seu nascimento com a sanção, pois, ocorrendo a recusa de se sancionar, o projeto retornará à Casa Legislativa e será apreciado, dentro de trinta dias, a partir do recebimento, podendo ser rejeitada a recusa (veto) pelo voto da maioria absoluta de seus membros conforme a CE, art., 66, §4°. A lei poderá surgir neste momento, por deliberação legislativa, quando não acatar a decisão de sanção negativa pelo Executivo.

Notas: existem espécies normativas que não são sancionadas pelo Governador do Estado, tais como os decretos legislativos e as resoluções.

____________________________________________ [25:ab] BOBERG, José Lázaro, Lei Ordinária & Seu Processo Legislativo. p. 117

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São dois os tipos de sanção: Expressa ou Tácita (CE, art.66, § 1º e §2º)

Expressa Será expressa quando o chefe do Poder Executivo manifestar a sua concordância com o Projeto de Lei aprovado pelo Poder Legislativo, no prazo de 15 dias úteis, contados do dia em que o recebeu, excluído esse. Tácita É a presunção, prevista na constituição, segundo a qual se considera sancionada a proposição de Lei sobre que não tenha o Chefe do Executivo se manifestado expressamente no prazo de quinze dias. A sanção que, quanto à sua extensão, pode ser total ou parcial, quer seja sancionado o projeto todo ou apenas parcialmente. Há de se entender que, neste caso, quando a sanção é total, não há de se falar em veto. Vale dizer que, se a sanção for parcial, obviamente, teremos o veto na parte não sancionada. Veto Entende-se o veto como a recusa devidamente motivada do chefe do Executivo em sancionar um projeto de lei, devidamente autografado pelo Legislativo, ou seja, tendo em vista o que dispõe o artigo 66, tanto da Constituição Federal como da Constituição Estadual, o Chefe do Poder Executivo, pode negar sanção ao projeto de lei aprovado pelo Parlamento através do veto. O veto pode ser total no sentido de rejeição global da matéria por parte do executivo ou parcial. Pressupostos do veto Em todas as Cartas Constitucionais Republicanas, desde 1891 até a de 1988, ora vigente, dois fundamentos caracterizam o instituto do veto. É na redação do art. 61, §1° (CF) e art. 66, §2° (CE), que vamos encontrar “se o Chefe do Executivo considerar o projeto no todo ou em parte inconstitucional (1° fundamento) ou contrário ao interesse público (2° fundamento), vetá-lo-á...” [26]

_____________________________________________ [26] BOBERG, José Lázaro, Lei Ordinária & Seu Processo Legislativo. p. 127

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Nestes dois fundamentos do veto, destacam-se: (CE, art. 66, §2º)

I - aspecto jurídico ( baseado na inconstitucionalidade), e II - o político ( relacionado ao interesse público, conveniência do veto).

Assim conceitua-se: O veto jurídico – se considerar o projeto, no todo ou em parte inconstitucional, o Chefe do Executivo vetá-lo-á, defendendo, desta forma, a Constituição, impedindo, preventivamente, a entrada em vigor de normas inconstitucionais. Neste sentido, “pelo ângulo estritamente jurídico, analisará a incompatibilidade com a lei mais alta; aqui, o Chefe do Executivo se revela como guardião da ordem jurídica”. [27] Nota: através do veto jurídico do Chefe do Executivo, o mesmo exerce controle prévio ou preventivo de Constitucionalidade. O veto político – quando considerar o projeto contrário ao interesse público. Neste caso, com relação à conveniência, o Chefe do Executivo o faz “com base num motivo estritamente político, envolvendo uma apreciação de vantagem ou desvantagem“. [27]

Quanto à sua extensão, o veto poder ser: (CE, art. 66, §2º)

I - Total – Incide sobre o Projeto de Lei na sua totalidade;

II - Parcial – Somente pode contemplar texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

Prazo para apreciação do veto pelo Poder Legislativo: (CE, art. 66, §§ 4ºe 6º) O prazo para apreciação do veto é de trinta dias, a partir de seu recebimento. Caso isto não venha a ocorrer, dada a sua prioridade, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até, a sua votação final. Havendo veto total ou parcial, o projeto retorna ao Poder Legislativo para reexame. Esta reapreciação se dá em plenário, segundo a Constituição, e estará definitivamente aprovado se a maioria absoluta dos Deputados rejeitar o veto e, então, o projeto se transforma em lei. Ao revés, se os Deputados não conseguirem a maioria absoluta, o veto será mantido e o destino do projeto será o seu arquivamento. _______________________________ [27:ab] BOBERG, José Lázaro, Lei Ordinária & Seu Processo Legislativo. p. 128

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3.5 Promulgação (CE, art., 66, § 5º)

Ocorrendo a sanção por parte do Chefe do Executivo do Projeto de Lei recebido do Legislativo ou a derrubada do veto do Chefe do Executivo por parte do Poder Legislativo, o, até então, Projeto de Lei se transforma em lei seguindo este para promulgação. E é esta fase do processo legislativo que analisaremos agora:

Nota: quando o veto é rejeitado pelo Legislativo, que converte o projeto em lei, neste caso, não haverá sanção, indo direto para a promulgação do Executivo.

A promulgação constitui mera comunicação, aos destinatários da lei, de que esta foi criada com determinado conteúdo. A promulgação não produz a lei, pois a mesma se dá com a sanção, mas os efeitos dela somente se produzem depois da “promulgação publicada”. A promulgação reconhece os fatos e atos geradores da lei e indica que a lei é válida. Celso Ribeiro Bastos afirma que

“é através da promulgação que a lei passa a existir no mundo jurídico e está apta a produzir efeitos” [30]

Competência para Promulgação (CE, art. 66, §7º)

Compete ao Chefe do Poder Executivo a promulgação, dentro do prazo constitucional de 48 horas, decorrido da sanção ou da superação do veto pelo Legislativo. Se o Chefe do Executivo, no caso do Estado, o Governador não promulgar a lei, dentro deste prazo, compete ao Poder Legislativo, através do Presidente da Assembleia Legislativa, que disporá, igualmente, de 48 horas para fazê-lo; se não o fizer, deverá fazê-lo o Vice- Presidente, em prazo idêntico.

Nota: há de se fazer distinção entre sanção e promulgação. A sanção incide sobre o projeto de lei, e não sobre a lei. É com a sanção que o projeto de lei se transforma em lei, para, a partir daí, ser promulgada conjugando a vontade política do Poder Legislativo com o Poder Executivo. [30]

Olhando para a Constituição do nosso Estado, em função das espécies normativas, temos que analisar que nem sempre a promulgação se dá pelo Chefe do Poder Executivo, senão vejamos: A lei ordinária, bem como a lei complementar, seguem os mesmos parâmetros, quanto à promulgação, ou seja, vão ao Chefe do Executivo para tal. Diferenciando-se apenas, no que se refere ao quórum para aprovação, que é de maioria simples no caso da primeira e maioria absoluta em relação à lei complementar. ________________________________ [30:ab] BOBERG, José Lázaro, Lei Ordinária & Seu Processo Legislativo. p. 144

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Já o decreto legislativo, por exemplo, que é uma espécie normativa que tem por objetivo regulamentar as matérias de competência exclusiva do Poder Legislativo, geralmente com efeitos externos que não disponha, integralmente, sobre assunto de sua economia interna, a promulgação da sua matéria é de responsabilidade do Poder Legislativo, não havendo assim, sanção e nem promulgação pelo Chefe do Poder Executivo. Da mesma maneira, a resolução também objetiva regulamentar as matérias de competência privativa do Poder Legislativo, com efeitos internos, utilizados em casos previstos na constituição e nos regimentos Internos dos Parlamentos, neste caso, também, não há promulgação do Chefe do Poder Executivo, pois este ato caberá ao Poder Legislativo. Efeitos e consequências da promulgação

São dois os efeitos da promulgação: I) O “primeiro” efeito é tornar conhecidos os fatos e atos geradores da lei. Não se trata de verificar se o processo de decisão e votação pelo Poder Legislativo e demais autoridades que participaram do processo de formação foi regular ou não. Isso se fez no momento da sanção. II ) O “segundo” é indicar, até que os tribunais se pronunciem, por provocação, em contrário, que a lei é válida, executável e obrigatória. A consequência imediata, que decorre da promulgação, é a sua publicação adequada para que se torne conhecida de todos, portanto, analisaremos a mesma a seguir.

3.6 Publicação Publicação é a comunicação feita a todos, pelo Diário Oficial, da existência de uma nova lei, bem como o seu conteúdo, após sua promulgação por quem constitucionalmente é competente. Quem promulgar a lei deve providenciar sua publicação, pois a promulgação da lei só se torna eficaz mediante a publicação. Quem promulga publica. Isto não consta de forma expressa em legislação nenhuma, mas trata-se de uma consequência, uma vez que a publicação é a comunicação de que uma lei foi promulgada. Assim, é da competência da autoridade que promulgou mandar publicar o ato.

Nota: a publicação não é regida por norma constitucional, e sim, pela LICC (Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro), Decreto.-Lei 4.657 de 04.10.1942.

Pelo princípio da publicidade, todo ato do processo legislativo, desde sua proposição pelos legitimados constitucionalmente ( iniciativa), até sua conclusão, deve ser publicado. Como regra geral, a publicação é feita através da imprensa oficial. No Brasil, no caso da União, a publicação é feita no Diário Oficial da União. Quando se trata de publicação do Poder Legislativo, esta é feita na parte destinada às publicações de atos legislativos.

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Nos Estados e Municípios, havendo imprensa oficial ou privada, as publicações podem ser feitas por esses órgãos. Executivo e Legislativo podem, no entanto, no caso dos Municípios, utilizarem-se dos jornais locais e regionais. Não havendo imprensa oficial ou privada, as publicações nos Municípios de pequeno porte podem ser feitas pelos arcaicos métodos da fixação em prédios e locais públicos. Em especial, no Legislativo Estadual do Espírito Santo, a publicação é feita no DPL (Diário do Poder Legislativo). Vigor e eficácia da lei A publicação da lei não garante o início da eficácia de uma lei. Há necessidade de que ela entre em vigor. Vigência e eficácia não se confundem. De regra, a lei determina a data de sua vigência, quando ela passa a ter vigor. Normalmente ela entra em vigência na data de sua publicação isto é, de forma imediata. Sua redação, via de regra, é assim: “esta lei entra em vigor na data de sua publicação“. (L.C nº 95,

de 26 de fevereiro de 1998)

Pode, no entanto, a lei estabelecer a data de vigência após a sua publicação. Exemplo: “Esta lei entra em vigor após decorridos noventa dias de sua publicação oficial” (L.C nº 107, de

26 de abril de 2001)

Não havendo cláusula de vigência, “ uma vez publicada a lei, no silêncio do texto, entrará em vigência após 45 ( quarenta e cinco dias ) em todo o País, e, nos Estados estrangeiros, três meses depois de publicada no lapso temporal denominado “vacatio legis”. (LINDB- Lei de

introdução de Normas do Direito Brasileiro/2010, art. 1°)

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Capítulo III DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESPÍRITO SANTO

1. COMPOSIÇÃO Segundo a Constituição Estadual, em seu artigo 48, § 1°, I, II e III, o Poder Legislativo no Estado do Espírito Santo é composto pelos seguintes órgãos: I – a Mesa II – o Plenário III – as Comissões

1.1 Da Mesa É o órgão responsável pela direção dos trabalhos legislativos e administrativos da Casa. São membros da Mesa: (RI, art. 16)

I - O Presidente; II – 1° Secretário; III – 2° Secretário. Para substituição do Presidente haverá 1° e 2° Vice-Presidentes e para substituição do 1° e 2° Secretários haverá 3° e 4° Secretários. (RI, art. 16, § 1º)

Em plenário, durantes as sessões, o Presidente convidará qualquer Deputado para substituir Secretários se nenhum destes estiver presente. (RI, art. 16, § 2º)

Os membros da Mesa não poderão ser líderes partidários nem fazer parte de nenhuma Comissão, a exceção fica por conta das Comissões de Representação criadas para funcionarem no recesso do Legislativo. (RI, art. 16, § 3º)

Competência da Mesa (entre outras): (RI, art. 17, I, II, VI, IX, X, XIV, XXII, XXIV, XXVI) - dirigir os serviços da Casa e tomar as providências necessárias à regularidade dos trabalhos legislativos;

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- propor ação de inconstitucionalidade por iniciativa própria ou por deliberação do Plenário a requerimento de Deputado; - declarar a perda de mandato do Deputado, nos casos previstos no art. 53, III, IV e V, da Constituição Estadual, observando o disposto no parágrafo 3º do mesmo artigo; - propor, privativamente, à Assembleia Legislativa, projeto de resolução, nos termos do art. 56 da Constituição Estadual, dispondo sobre sua organização, funcionamento, polícia, regime jurídico do seu pessoal, criação e extinção de cargos, empregos e funções e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; - prover os cargos, empregos e funções dos serviços administrativos da Assembleia Legislativa, bem como conceder licença, aposentadoria e vantagens devidas aos servidores e coloca-los em disponibilidade; - autorizar licitações e homologar seus resultados; - promulgar as emendas à Constituição Estadual; - determinar abertura de sindicância ou inquérito administrativo; - promulgar os decretos legislativos e as resoluções da Assembleia Legislativa dentro de dois dias úteis. Como acontece a eleição da Mesa No primeiro e terceiro ano de cada legislatura, a Assembleia Legislativa reunir-se-á, às 15 (quinze horas), em sessão preparatória, no dia 1° de fevereiro, para eleição dos membros da Mesa. Vago qualquer cargo da Mesa, até 30 de novembro do segundo ano do mandato, a eleição respectiva se processará dentro de 5 (cinco) sessões subsequentes à ocorrência da vaga, devendo o eleito completar o tempo do antecessor.

Nota: As reuniões marcadas para as datas fixadas acima serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.

Na sessão preparatória para a eleição da Mesa assumirá a direção dos trabalhos o último Presidente, caso o mesmo tenha sido reeleito Deputado, ou, na sua ausência, o Deputado mais idoso. A eleição da Mesa, bem como o preenchimento de qualquer vaga nela ocorrida, será feita por maioria absoluta de votos em primeiro escrutínio, e maioria simples em segundo escrutínio, com a tomada nominal de votos em aberto, observando-se, para efeito de votação, a ordem alfabética dos nomes dos Deputados. Na composição da Mesa será assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou blocos parlamentares que participam da Assembleia Legislativa.

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Presidência O Presidente é o representante da Assembleia Legislativa quando houver de se pronunciar coletivamente, o supervisor de seus trabalhos e de sua ordem, conforme estabelecido no Regimento Interno da Ales. Presidente e algumas das suas atribuições: I - relacionadas às sessões da Ales: (RI, art. 23, I )

- abri-las, presidi-las, suspendê-las, quando não puder manter a ordem e, encerrá-las, se as circunstancias o exigirem; - elaborar a Ordem do Dia das sessões extraordinárias e organizar a ata da sessão ordinária; - convocar sessões solenes e especiais, bem como organizar os trabalhos, ouvido o Colégio de Líderes; - interromper o orador que se desviar da matéria em discussão, advertindo-o e, em caso de insistência, retirar-lhe a palavra, suspendendo a sessão, se necessário; - decidir questões de ordem nos termos do Regimento Interno da Ales; - anunciar o resultado da votação e declarar a prejudicabilidade; - convocar as sessões ordinárias e extraordinárias da Ales; - determinar verificação de quórum em qualquer fase dos trabalhos; - convocar extraordinariamente a Ales, na forma do art. 58, § 6°, da Constituição Estadual; - desempatar as votações simbólica e nominal e votar em escrutínio secreto; - decidir os casos omissos, após audiência do Plenário; II - relacionadas às proposições: (RI, Art.23, II) - submetê-las à discussão e votação; - proceder à distribuição de matéria para as comissões permanentes e para as temporárias; - promulgar no prazo de quarenta e oito horas a lei que não o tenha sido na conformidade do disposto no artigo 66, §7º, da Constituição Estadual.

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III - relacionadas às comissões: (RI, Art. 23, III)

- assegurar meios e condições necessários ao seu pleno funcionamento; - presidir as reuniões dos presidentes das comissões permanentes; - convocar reunião de comissão, em sessão plenária, para apreciar proposição em regime de urgência. IV - relacionadas às reuniões da Mesa: - presidi-las; - distribuir matéria que dependa de parecer; V – relacionadas às publicações e à divulgação: - não permitir a publicação de pronunciamento que envolva ofensas às instituições nacionais, propaganda de guerra, subversão da ordem política ou social, preconceito de raça, religião ou classe, bem como o que configure crime contra a honra ou contiver incitamento à prática de crime de qualquer natureza; - determinar a publicação, no Diário do Poder Legislativo, de matéria referente à Assembleia Legislativa. VI - outras atribuições do Presidente: - substituir o Governador do Estado nos termos da Constituição Estadual; - dar posse aos Deputados; - justificar ausência de Deputado; - presidir as reuniões dos líderes; - constituir comissões de representação e especiais. O Presidente não poderá, senão na qualidade de membro da Mesa, oferecer projetos ou proposta de emendas à Constituição ou votar, exceto para desempatar o resultado de votação simbólica ou nominal. O Presidente poderá fazer ao Plenário, a qualquer momento, comunicação de interesse público ou diretamente relacionada com a Assembleia Legislativa. À hora do início da sessão, não estando presente, o Presidente será substituído, sucessivamente e na série ordinal, pelos Vice-Presidentes e Secretários ou, finalmente, pelo Deputado mais idoso, procedendo-se da mesma forma quando deixar a sua cadeira.

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1° Secretário da Mesa e suas atribuições: (RI, art. 26, I a VIII)

- proceder à chamada dos Deputados; - organizar e ler a súmula do expediente; - receber e assinar, depois do Presidente, as atas das sessões e os atos da Mesa, encaminhando-os à publicação; - decidir, em primeira instância, recursos contra atos da Direção Geral da Secretaria; - superintender o serviço da Secretaria, fiscalizar as despesas e fazer cumprir o seu regulamento, prestando contas anualmente à Mesa, que dará parecer, submetendo-o ao Plenário; - auxiliar na aplicação do Regimento Interno; - assinar a folha de frequência dos Deputados; - auxiliar na anotação dos votos das eleições e das deliberações da Assembleia Legislativa. 2º Secretário da Mesa e suas atribuições: (RI, Art. 27, I a V)

- fiscalizar a redação da ata e proceder à sua leitura; - assinar, depois do 1º Secretário, as atas das sessões e os atos da Mesa; - auxiliar na aplicação do Regimento Interno; - anotar a votação nominal; - fiscalizar a organização da folha de frequência dos Deputados e assiná-la com o 1º Secretário.

Nota: Os Secretários substituir-se-ão, conforme sua numeração ordinal e, nessa mesma ordem, substituirão o Presidente nas faltas e impedimentos dos Vice-Presidentes. (RI, art. 27, parágrafo único)

1.2 Plenário Conjunto dos Deputados reunidos em sessão para debater matérias de interesse público ou para deliberar sobre proposições legislativas em pauta. Atualmente, o Plenário da Ales é composto por 30 parlamentares entre Deputados e Deputadas.

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No Plenário acontecem as seguintes reuniões (sessões): (RI, Art. 4º, I ao IV e Art.102 e

106,Caputs )

I – Ordinárias: as de qualquer sessão legislativa realizadas nos dias úteis da semana. As sessões ordinárias terão duração de três horas; II – Extraordinárias: as realizadas em dias ou horas diversas dos prefixados para as ordinárias e terão a mesma duração das ordinárias; III – Solenes: as realizadas para grandes comemorações, posse, homenagens especiais e instalação dos trabalhos legislativos; IV – Especiais: para apreciar relatórios de comissões especiais e de inquérito, ouvir autoridades e para outras finalidades não definidas no Regimento Interno da Ales.

1.3 Das Comissões

Todos os projetos depositados para a tramitação na Casa legislativa são encaminhados às comissões, que são organismos auxiliares dos parlamentos, que instruem o projeto, apresentando emendas, quando necessárias, e emitindo pareceres técnicos, antes de sua discussão e votação pelo Plenário. As Comissões surgiram como método de organização do trabalho e, também, em razão de que, em grandes assembleias, fica difícil o estudo e a discussão dos pormenores. Por consequência, todo sistema de governo democrático tem utilizado pequenos grupos, que estudam os detalhes, discutindo as possíveis variantes, fornecendo assessoria para que os plenários possam decidir amparados por pareceres técnicos sobre determinada matéria. [31]

Tanto a Constituição Federal/1988 quanto a Constituição do Estado do Espírito Santo/1989 dispõem em suas redações sobre as comissões. Em especial, na Constituição do Estado a matéria está mencionada no art. 60, §§ 1º a 4º, e diz que às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe (entre outras): I - discutir e votar parecer sobre proposições; II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; III - convocar Secretário de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes às suas atribuições.

_______________________________ [31] BOBERG, José Lázaro, Lei Ordinária & Seu Processo Legislativo. p. 96

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Classificação das comissões:

As Comissões da Assembleia Legislativa são: (RI, arts. 30 ao 97 e CE, art. 60 ) I - permanentes;

II - temporárias.

Comissões Permanentes São as de caráter técnico-legislativo ou especializado, integrantes da estrutura institucional da Casa, subsistem de uma legislatura para outra e têm por finalidade apreciar os assuntos ou proposições submetidos ao seu exame e sobre eles deliberar, assim como exercer o acompanhamento dos planos e programas governamentais e a fiscalização orçamentária do Estado, no âmbito dos respectivos campos temáticos e áreas de atuação.

Número de membros das Comissões Permanentes na Ales As Comissões são organismos constituídos nas Casas Legislativas, compostas de um número geralmente restrito de seus membros, encarregados de estudar, examinar as proposições legislativas e apresentar seus pareceres. [31] Segundo o Regimento Interno da Ales, o número de membros efetivos das Comissões Permanentes será estabelecido por ato da Mesa, ouvido o Colégio de Líderes, no início dos trabalhos da primeira e da terceira sessões legislativas de cada legislatura, prevalecendo o quantitativo anterior enquanto não for modificado. (RI, art. 37, caput)

Nota: O Deputado poderá ser titular de até três comissões permanentes. (RI, art. 38, 3 §)

A duração do mandato dos membros das comissões permanentes coincidirá com a dos membros da Mesa. (RI, art. 37, § 2º) As comissões terão um presidente e um vice-presidente, eleitos por seus pares, com duração do mandato de dois anos. (RI, art. 65, caput)

______________________________________ [31] SILVA, José Afonso da. Princípios.., p. 85

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A quantidade das Comissões Permanentes na Assembleia Legislativa, atualmente, é de 15 comissões. Abaixo relacionamos o nome de cada uma delas no que se refere às suas áreas temáticas de atuação e as suas respectivas competências:

À Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação compete opinar sobre:

I - o aspecto constitucional, jurídico, legal e de técnica legislativa das proposições; II - o mérito das proposições, no caso de:

a) competência dos poderes estaduais; b) funcionalismo do Estado; c) organização judiciária; d) ajustes, convenções e acordos, inclusive internacionais; e) assuntos referentes à Polícia Militar; f) licença ao Governador do Estado para interromper o exercício das suas funções ou ausentar-se do Estado ou do País; g) pedido de sustação de processo judicial contra Deputado; h) perda de mandato; i) divisão territorial e administrativa do Estado; j) políticas de integração com parlamentos estaduais, federais e de outros países; III - a fiscalização do ordenamento jurídico positivo estadual e sua aplicação; IV - a admissibilidade da proposta de emenda à Constituição do Estado.

Nota: Através da Comissão de Constituição e Justiça, o Legislativo verificará se o projeto de lei contém algum vício a ensejar a inconstitucionalidade, exercendo assim, controle prévio ou preventivo de constitucionalidade.

À Comissão de Finanças, Economia, Orçamento, Fiscalização, Controle e

Tomada de Contas compete opinar sobre: I - as contas do Governador do Estado, da Mesa e do Tribunal de Contas; II - abertura de crédito; III - matéria orçamentária, tributária e empréstimos públicos; IV - fiscalização e controle orçamentário; V - todas as proposições quanto ao aspecto financeiro, que concorram diretamente para aumentar ou diminuir a despesa, assim como a receita pública; VI - assunto, proposição ou documento em geral que se refiram a quaisquer atividades econômicas do Estado ou concessão de benefícios a pessoas físicas ou jurídicas de que delas participem; VII - organização ou reorganização da administração direta ou indireta, de modo a propiciar a execução das atividades de que trata o inciso VI; VIII - matéria econômica, financeira e tributária, inclusive benefícios ou isenções, arrecadação e distribuição de rendas; IX - convênios interestaduais; X - questões econômicas relativas a obras públicas;

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XI - exploração, permissão ou concessão de serviço público; XII - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito e de dívida pública; XIII - planos e programas estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimento; XIV - alienação, cessão, permuta ou arrendamento de imóveis públicos; XV - interrupção, suspensão e alteração de empreendimento público; XVI - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, fixação dos respectivos vencimentos, bem como a criação ou extinção de órgãos das administrações direta, indireta ou fundacional; XVII - custas dos serviços forenses; XVIII - produção e consumo; XIX - aspecto econômico ou financeiro de todas as proposições; XX - programas de integração econômica com os Estados e outros países, especialmente os da América Latina e, com prioridade, os do Mercado Comum dos Países do Cone Sul - Mercosul; XXI - implantação de acordos internacionais referentes às normas técnicas e aos assuntos de políticas macroeconômica, fiscal, aduaneira, comercial e industrial.

À Comissão de Defesa do Consumidor compete opinar sobre: I - composição, custo, transporte, embalagem e apresentação de bens produzidos e distribuídos ao consumo; II - produção, qualidade, custo, presteza e segurança dos serviços públicos e privados prestados à população; III - medidas legislativas de defesa do consumidor; IV - política estadual de defesa do consumidor; V - organização do sistema estadual integrado por órgãos públicos que tenham atribuições de defesa dos destinatários finais de bens e serviços junto com entidades especializadas da sociedade civil; VI - atuação de órgão colegiado consultivo e deliberativo integrante do sistema estadual referido no inciso V, composto, prioritariamente, por representantes de órgãos públicos e entidades da sociedade civil; VII - política de proteção do Estado quanto a prejuízos à saúde, à segurança e ao interesse econômico; VIII - política de fornecimento de informações básicas necessárias à utilização de bens e serviços; IX - política de estruturação dos órgãos de atendimento, aconselhamento, conciliação e encaminhamento do consumidor; X - política de assistência judiciária, quando solicitada, independentemente de sua situação financeira, curadoria de proteção no âmbito do Ministério Público, delegacia especializada da Polícia Civil e juizados especiais de pequenas causas, no âmbito de sua competência; XI - política de fiscalização de preços, pesos e medidas; XII - receber colaboração de entidades de defesa do consumidor ou entidades congêneres.

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À Comissão de Agricultura, de Silvicultura, de Aquicultura e Pesca, de Abastecimento e de Reforma Agrária compete opinar sobre:

I - política de assistência à produção, diversificação e defesa agropecuária; II - cooperativismo, associativismo e sindicalismo, armazenamento, comercialização e abastecimento; III - identificação e destinação de terras devolutas, democratização do acesso a terra, à infraestrutura e ao atendimento rural; IV - política estadual de agricultura; V - política estadual de aquicultura e pesca; VI - política estadual de reforma agrária; VII - política estadual de abastecimento; VIII - programas de integração e acordos internacionais que versem sobre assunto atinente à sua área de atuação; IX - assuntos relativos ao plantio de florestas renováveis; X - assuntos relacionados à conservação e à exploração de florestas; XI - política estadual de formação de florestas naturais; XII - política estadual de recuperação de florestas e mananciais.

À Comissão de Proteção ao Meio Ambiente compete opinar sobre:

I - medidas legislativas de preservação do meio ambiente; II - poluição ambiental, objeto de denúncia; III - conservação do meio ambiente, tendo em vista o uso racional de recursos naturais, promovendo palestras, conferências, estudos e debates em trabalhos técnicos relativos à poluição ambiental; IV - política estadual de proteção ao meio ambiente; V - atuação de órgão colegiado consultivo e deliberativo integrante do sistema estadual, composto, prioritariamente, por representantes de órgãos públicos e entidades da sociedade civil; VI - receber colaboração de entidades de proteção ao meio ambiente ou entidades congêneres.

À Comissão de Infraestrutura, de Desenvolvimento Urbano e Regional, de Mobilidade Urbana e de Logística compete opinar sobre:

I - políticas de desenvolvimento do sistema viário, do setor de transportes de passageiros, de trânsito, de mobilidade urbana, de armazenamento e de escoamento de cargas e de logística em seus diversos modais; II - obras públicas; III - serviços públicos explorados por regime de permissão, concessão ou autorização; IV - atuação das agências estaduais de regulação de serviços públicos; V - políticas, programas, projetos e investimentos voltados para o desenvolvimento urbano e regional; VI - planos, programas e projetos estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimento; VII - registro, acompanhamento e fiscalização das concessões de direitos de pesquisa e de exploração de recursos minerais; VIII - habitação e ocupação do solo urbano;

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IX - planos, programas e projetos de infraestrutura rodoviária, ferroviária, portuária, aeroportuária, fluvial e costeira de integração regional e interestadual; X - parcerias público-privadas; XI - outros assuntos correlatos.

À Comissão de Infraestrutura, de Desenvolvimento Urbano e Regional, de

Mobilidade Urbana e de Logística compete ainda: I - estabelecer mecanismos de cooperação com instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais; II - acompanhar o cumprimento da aplicação dos recursos orçamentários, dos repasses de recursos federais e daqueles oriundos de convênios e contratos nacionais e internacionais relacionados ao seu campo temático; III - articular a elaboração e a implementação de planos, estudos e projetos relacionados ao seu campo temático, acompanhando sua execução; IV - propor ações, políticas e investimentos nas áreas relacionadas ao seu campo temático; V - propor e executar eventos e pesquisas que contribuam para a melhoria da prestação dos serviços públicos de infraestrutura, de logística, de transportes, de mobilidade urbana e de desenvolvimento urbano e regional; VI - atuar na defesa dos direitos dos usuários dos serviços públicos; VII - acompanhar, fiscalizar e apreciar programas de obras, planos e programas estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer; VIII - articular e fiscalizar a implantação e a execução de políticas e ações voltadas para a educação e a segurança do trânsito.

À Comissão de Educação compete opinar sobre:

I - educação e instrução; II - problemas da infância, da adolescência, do idoso e do deficiente físico relacionados com sua área de atuação; III - aplicação dos recursos públicos destinados às escolas públicas, comunitárias, confessionais ou filantrópicas; IV - assuntos relacionados com a interação de entidades ligadas à educação; V - cumprimento do Estado com relação à garantia de atendimento ao educando no ensino básico, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e de assistência; VI - programas de integração cultural e educacional com as unidades da Federação e com outros países.

À Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Inclusão Digital,

Biossegurança, Qualificação Profissional e Petróleo e seus Derivados compete opinar sobre:

I - assuntos relativos à ciência, tecnologia, inovação, inclusão digital, biossegurança, qualificação profissional e petróleo e seus derivados, inclusive programas e projetos de intercâmbio e de integração com outros estados e países na área de atuação;

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II - assuntos relacionados com a interação de todas as entidades ligadas à ciência, tecnologia, inovação, inclusão digital, biossegurança, qualificação profissional e petróleo e seus derivados; III - desenvolvimentos científico e tecnológico, pesquisas, inovação, inclusão digital, biossegurança, qualificação profissional e petróleo e seus derivados; IV - política estadual de ciência, tecnologia, inovação, inclusão digital, biossegurança, qualificação profissional, petróleo e seus derivados e organização institucional do setor público; V - política estadual de inclusão digital, tecnologia de informação e automação do setor público; VI - aplicação dos recursos públicos destinados ao fomento de projetos de desenvolvimentos científico e tecnológico, na forma do § 2º do artigo 197 da Constituição Estadual.

À Comissão de Saúde e Saneamento compete opinar sobre:

I - saúde pública, saneamento, higiene e assistência sanitária; II - assuntos relacionados com a interação de entidades ligadas à saúde e ao saneamento; III - ações e serviços de saúde pública, campanha de saúde pública, erradicação de doenças endêmicas, vigilância epidemiológica, bioestatística e imunizações; IV - defesa, assistência e educação sanitária; V - saneamento básico. Nota: A comissão promoverá a integração entre as instituições de pesquisa e de desenvolvimento científico e tecnológico do Estado.

À Comissão de Assistência Social, Segurança Alimentar e Nutricional compete opinar sobre:

I - assuntos inerentes à política de assistencial social, segurança alimentar e nutricional; II - acompanhamento da implementação e consolidação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS; III - ações voltadas para o combate às causas da miséria e da fome no âmbito do Estado do Espírito Santo; IV - ações que garantam mobilização e racionalização no uso dos recursos disponíveis; V - campanhas de conscientização da opinião pública, visando articular a união de esforços; VI - projetos que visem ao estudo e ao acompanhamento permanente de temas fundamentais na área de assistência social, segurança alimentar e nutricional.

À Comissão de Cultura e Comunicação Social compete opinar sobre: I - preservação, promoção e desenvolvimento cultural, histórico e artístico; II - programas de integração cultural com os municípios, com as demais unidades da Federação e com outros países; III - assuntos relacionados à interação com instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais; IV - política estadual de cultura, de preservação da memória histórica e de patrimônio artístico e ambiental, bem como de comunicação social;

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V - política e sistemas estaduais de bibliotecas e arquivos públicos, e de comunicação social; VI - estabelecer mecanismos de cooperação com instituições públicas e privadas, visando à promoção, à preservação e ao desenvolvimento do patrimônio e das manifestações históricas, artísticas e culturais; VII - política de proteção do patrimônio cultural, assim entendido os bens de natureza material e imaterial que contenham referências à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos étnicos que constituem a sociedade espírito-santense; VIII - acompanhar o cumprimento da aplicação dos recursos orçamentários, dos repasses de recursos federais e dos contratos e convênios relacionados ao seu campo temático; IX – articular os esforços para a promoção de arranjos institucionais e de mecanismos de regulação econômica adequados ao pleno desenvolvimento das atividades culturais, históricas e artísticas, bem como da comunicação social; X - garantir o livre acesso às fontes culturais; XI - acompanhar os processos de convocação das conferências nacionais de cultura e de comunicação social, participando de suas realizações, incluindo possíveis atividades em que a Comissão atue como promotora em parceria com outros órgãos e/ou entidades, bem como acompanhar os processos de implementação de suas deliberações; XII - propor ações e políticas voltadas para a preservação e para o desenvolvimento das manifestações e do patrimônio histórico, artístico e cultural, bem como para a comunicação social; XIII - propor e executar eventos e pesquisas que contribuam para o desenvolvimento, para a produção e para a difusão cultural, e da comunicação social em conjunto com outras Comissões Permanentes, Temporárias e Frentes Parlamentares, com os órgãos integrantes da estrutura administrativa da Assembleia Legislativa e com instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais.

À Comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos compete opinar sobre:

I - prevenção e defesa dos direitos individuais e coletivos; II - promoção da garantia dos direitos difusos e coletivos; III - aspectos e direitos das minorias e setores discriminados tais como os do índio, do menor, da mulher e do idoso; IV - abusos cometidos quanto à prestação de serviços públicos essenciais; V - direito de greve, dissídio individual e coletivo, conflito coletivo de trabalho, negociação coletiva no serviço público; VI - política salarial de emprego; VII - política de aprendizagem e treinamento profissional no serviço público; VIII - demais assuntos relacionados com a problemática homem, trabalho e direitos humanos; IX - promoção da integração social, com vistas à prevenção da violência e da criminalidade; X - política de assistência judiciária, quando solicitada, independentemente de sua situação financeira, curadoria de proteção no âmbito do Ministério Público e Juizados Especiais, no âmbito de sua competência.

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À Comissão de Turismo e Desporto compete opinar sobre: I - a política de treinamento e qualificação profissional na área de turismo e desporto; II - a promoção e a realização de programas de conscientização turística e desportiva; III - o incentivo e a integração do setor público, do privado e das comunidades para a otimização das políticas de desenvolvimento do turismo e desporto do Estado; IV - a implementação de uma política de turismo e desporto do Estado; V - a integração das políticas de segurança voltadas à proteção dos turistas e dos eventos desportivos, dentro dos padrões de qualidade profissional adequados; VI - a divulgação do Estado e de seus municípios em níveis nacional e internacional para a promoção do turismo e do desporto no Estado; VII - as ações que contribuam para o desenvolvimento do turismo e do desporto no Estado; VIII - a destinação de recursos públicos para o desenvolvimento das atividades turísticas e desportivas no Estado; IX - a promoção e o intercâmbio contínuo com as demais Comissões Permanentes, visando ao melhor desempenho das atividades desta Comissão; X - o acompanhamento e a fiscalização de programas e políticas governamentais e privadas, relativas a atividades turísticas e desportivas, de acordo com a legislação vigente no País; XI - a realização de convênios de cooperação técnica e financeira, visando ao planejamento e desenvolvimento integrado do turismo e desporto do Estado; XII - a implementação da Política Nacional de Municipalização do turismo e desporto nos municípios do Estado; XIII - outros assuntos pertinentes aos seus campos temáticos.

Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado compete opinar sobre:

I - prevenção da violência e da criminalidade; II - aspectos da segurança social e do sistema penitenciário; III - delegacias especializadas de Polícia Civil; IV - política de defesa estadual, estudos e pesquisas estratégicas relacionadas com o sistema de segurança do Estado; V - segurança pública e seus órgãos institucionais; VI - assuntos atinentes à prevenção, à fiscalização e ao combate ao uso de drogas e ao tráfico de entorpecentes; VII - assuntos relacionados com a existência de grupos paramilitares, de extermínio ou de crime organizado; VIII - recebimento, avaliação e investigação de denúncias relativas a ameaças ou violações ao sistema de segurança pública ou existência de crime organizado; IX - fiscalização e acompanhamento de programas governamentais relativos à segurança pública; X - assuntos atinentes à integração da comunidade com o sistema de segurança pública; XI - desenvolvimento de atividades relacionadas à segurança pública; XII - organização dos órgãos da administração pública encarregados especificamente da segurança pública - Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar; XIII - conflitos no sistema penitenciário; XIV - destinação de recursos públicos para a segurança; XV - assuntos atinentes ao caráter democrático na formulação de políticas e no controle das ações de segurança pública do Estado, com a participação da sociedade civil; XVI - outros assuntos pertinentes ao seu campo temático; XVII - combate ao crime organizado em todas as suas modalidades.

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À Comissão de Política sobre Drogas compete opinar sobre: I - os assuntos inerentes à política estadual sobre drogas, englobando as medidas para a prevenção do uso indevido, tratamento, recuperação, reinserção social, redução dos danos sociais e à saúde de usuários e dependentes de drogas; II - as ações de conscientização da sociedade sobre a ameaça representada pelo uso indevido de drogas e suas consequências; III - a formação de agentes nos seguimentos sociais para ação efetiva e eficaz de redução da demanda, fundamentada em conhecimentos científicos validados e experiências bem sucedidas; IV - a sistematização das iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso indevido de drogas que visem formar uma rede operativa de medidas preventivas de maior abrangência e eficácia; V - as medidas de redução às consequências sociais e de saúde decorrentes do uso indevido de drogas para o indivíduo, para a comunidade e para a sociedade geral; VI - saúde pública e assistência social; VII - a instituição de sistema de gestão para o planejamento, acompanhamento e avaliação das ações de redução da demanda por meio da promoção de levantamentos e pesquisa sistemática; VIII - articulação em rede estadual de assistência, da grande gama de intervenções para tratamento e recuperação de usuários de drogas e dependentes químicos, incluídas as organizações voltadas à reinserção social e ocupacional; IX - o desenvolvimento de sistema de informações que possa fornecer dados confiáveis para o planejamento e para avaliação dos diferentes planos de tratamento e recuperação sob a responsabilidade de órgãos públicos, privados ou organizações não-governamentais; X - a definição de normas que regulem o funcionamento de instituições dedicadas ao tratamento e à recuperação de dependentes, quaisquer que sejam os modelos ou formas de atuação, bem como das relacionadas à área de reinserção social e ocupacional; XI - o estabelecimento de procedimentos de avaliação para todas as intervenções terapêuticas e de recuperação, com base em parâmetros comuns, de forma a permitir a comparação de resultados entre instituições; XII - a adaptação do esforço especial às características específicas dos públicos-alvos como crianças e adolescentes, moradores de ruas, gestantes e indígenas; XIII - os dispositivos legais que contemplem parcerias e convênios em todos os níveis do Estado, a atuação de instituições e organizações públicas ou privadas que possam contribuir, de maneira efetiva, no tratamento, recuperação, reinserção social e ocupacional.

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Das Comissões Temporárias As Comissões Temporárias são as criadas para apreciar determinado assunto, extinguindo-se quando alcançado o fim a que se destinam, ou expirado seu prazo de duração e ao término da legislatura. Composição das Comissões Temporárias (RI, art. 56, §§ 1º à 4º)

As comissões temporárias compor-se-ão do número de membros previstos no ato ou requerimento de sua constituição, designados pelo Presidente por indicação dos líderes, no prazo de até quarenta e oito horas. Decorrido este prazo, sem que tenha sido feita a indicação, o Presidente a fará em igual prazo, após a aprovação do requerimento. Na composição das Comissões Temporárias observar-se-á o rodízio entre as bancadas ainda não participantes de comissões, de tal forma que todos os partidos ou blocos parlamentares possam fazer-se representar. A participação do Deputado em Comissão Temporária cumprir-se-á sem prejuízo de suas funções em Comissão Permanente.

Segundo o RI, Comissões Temporárias na Ales são: (RI, art. 56, I, II e III)

I – Especiais; II – de Inquérito (CPI); III - de Representação.

Comissões Especiais

As Comissões Especiais serão criadas por proposta da Mesa, do Presidente da Ales

ou de um terço dos Deputados, com a aprovação do Plenário, devendo constar do ato de sua

criação o motivo, o número de membros e o prazo de duração. (RI, art. 58, caput)

As Comissões Especiais serão constituídas para dar parecer sobre: (RI, art. 57, I, II, III e IV)

- proposta de Regimento Interno;

- análise e apreciação de matérias consideradas relevantes pela maioria simples dos

membros da Assembleia Legislativa não previstas no Regimento Interno da Ales;

- análise e apreciação de matérias relevantes previstas no Regimento Interno da Ales;

- investigação sumária de fato predeterminado de interesse público.

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Nota: É proibida a criação de comissão especial para tratar de assunto cuja

competência esteja atribuída à comissão permanente, tendo um ano legislativo

como prazo de duração, podendo ser prorrogado para o ano seguinte. (RI, art. 57,

VI)

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)

Segundo a Constituição do Espírito Santo, no art. 60, § 3º, as Comissões

Parlamentares de Inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades

judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno da Ales, serão criadas mediante

requerimento de um terço dos seus membros para apuração de fato determinado e por prazo

certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que

promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores, no prazo de noventa dias.

O prazo de até 90 dias para a conclusão dos trabalhos da CPI, poderá ser prorrogável

mediante deliberação do Plenário. (RI, art. 59, § 3º)

Do requerimento para criação da CPI constará: (RI, art. 59, § 1º, I, II e III)

- a determinação do fato a ser investigado;

- o número de Deputados que irá compor a Comissão;

- o prazo de funcionamento da Comissão.

Ainda, segundo o RI da Ales no seu art. 59, § 4º, não se criará Comissão Parlamentar

de Inquérito se já estiverem cinco em funcionamento.

A Comissão Parlamentar de Inquérito, observada a legislação específica, poderá

determinar diligências, ouvir indiciados, inquirir testemunhas sob compromisso; requisitar de

órgãos e entidades da administração pública informações e documentos; requerer a

audiência de Deputado, de Secretário de Estado e de autoridade equivalente; tomar

depoimentos de autoridades estaduais e municipais e requisitar os serviços de quaisquer

autoridades, inclusive policiais. (RI, art.60, II)

Nota: As Comissões Parlamentares de Inquérito valer-se-ão, segundo o artigo

60, parágrafo único, do RI da Ales, subsidiariamente, das normas contidas no

Código de Processo Penal e da legislação específica.

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Comissões de Representação (RI, art. 62, parágrafo único, e CE, Art. 60, § 4º)

As Comissões de Representação são criadas para cumprir missão autorizada que é aquela que implica o afastamento do Parlamentar pelo prazo máximo de três sessões, se exercida no Estado, e de dez, se desempenhada fora do Estado. Estas comissões poderão ser criadas por proposta do Presidente da Ales, de ofício ou a requerimento de qualquer Deputado, para cumprir missão autorizada, sujeita a deliberação do Plenário. As atribuições desta Comissão estão definidas no Regimento Interno da Ales e são as seguintes: (RI, art. 36, I, II, III, IV e V)

- representar a Assembleia e preservar a competência legislativa; - sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar; - deliberar sobre projetos de lei relativos a créditos adicionais; - fiscalizar atos do Poder Executivo, do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas; - receber petições, convocar autoridades e enviar-lhes pedido de informações. Outra prerrogativa da Comissão de Representação está disposta na Constituição Estadual, que dispõe no artigo 60, § 4°, que durante o recesso, haverá uma comissão representativa da Assembleia Legislativa, eleita na última sessão ordinária do período legislativo.

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REFERÊNCIAS

ARAUJO, Luis Alberto David & JÚNIOR, Vidal Serrano Nunes. Curso de Direito Constitucional. Ed. 3ª, São Paulo: Saraiva, 1999. Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de contas. Guia parlamentar. 2ª edição, Brasília, 2010. BASTOS, Celso Ribeiro. Lei complementar: teoria e comentários. Ed. 2ª, São Paulo IBDC, 1999. BOBERG, José Lázaro, Lei Ordinária & Seu Processo Legislativo. Ed. 1, Curitiba, 2002. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998.

BRASIL. Lei Complementar nº 107 de 26 de abril de 2001. Legislação Federal. sítio eletrônico internet - planalto.gov.br BRASIL. Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998. Legislação Federal. sítio eletrônico internet-planalto .gov.br BRASIL. A Lei 12.376 de 2010 - Introdução às normas do Direito Brasileiro – Legislação Federal. Sitio eletrônico internet-planalto.gov.br ESPÍRITO SANTO. Constituição do Estado do Espírito Santo. Vitória: Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, 1989. ESPÍRITO SANTO. Regimento Interno. Vitória: Assembleia Legislativa do Espírito Santo, 2009 FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves, apud MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. Ed. 23ª, São Paulo: Atlas, 2008. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Do Processo Legislativo. Ed. 3, São Paulo, saraiva, 1995.

LANZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. Ed 16ª, São Paulo, 2012.

MARTINS, Yves Gandra. Comentários à Constituição da República Federativa do Brasil . tomo I, vol 4, São Paulo: Saraiva. 1995. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional, Ed. 6, São Paulo: Atlas, 1999. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. Ed. 10, São Paulo: Atlas, 2001. OLÈVE, Clémerson Merlin. Atividade legislativa Poder Executivo. Ed. 2ª, São Paulo: Revistas dos Tribunais, 2000. SILVA, José Afonso da. Direito Constitucional Positivo, Ed. 16. São Paulo, 1999. SILVA, José Afonso da. Princípios.., Ed. 2, São Paulo, 2000. SPROESSER, Andyara Klopstock. Processo Legislativo: Direito Parlamentar. ed 1, São Paulo: ALESP, 2000.

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ABREVIAÇÕES

- Ales: Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo - Art.: Artigo - CE: Constituição Estadual - CF: Constituição Federal - CPI: Comissão Parlamentar de Inquérito - ES: Espírito Santo - RI: Regimento Interno - LINDB: Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LC: Lei Complementar