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FUB 2014 15.2.1.3 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PARA OS CARGOS DE NÍVEL INTERMEDIÁRIO CARGO 8: ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 1 Ética e função pública. ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA e ÉTICA NO SETOR PÚBLICO. O exercício da função pública deve ser feito sempre atrelado ao interesse público, buscando o bem comum. Nesse sentido, no exercício das mais diversas funções publicas, o agente público deve respeitar os valores éticos e morais enraizados na sociedade. Ressalta-se que o agente público deve estar atento aos padrões éticos e morais delineados pela sociedade não apenas no exercício de suas funções públicas, devendo incorporar tais padrões à sua vida privada. A busca pela eticidade e pela moralidade é tão ferrenha que a Constituição de 1988 alçou a moralidade ao patamar de princípio constitucional norteador de toda Administração Pública (art. 37, caput da CRFB/88). Infelizmente, mesmo ganhando “status” de princípio constitucional, a ética e a moral são institutos que, muitas vezes, se distanciam dos agentes públicos. Não é à toa que a sociedade brasileira, a muito, mostra-se insatisfeita com o setor público. De um modo geral, o nosso país enfrenta descrédito da opinião pública a respeito do comportamento dos administradores públicos (Poder Executivo) e da classe política (Poder Legislativo). A atividade pública deve ser conduzida com muita seriedade, pois desfazer a imagem negativa do padrão ético do setor público é tarefa das mais árduas. A ética no setor público é pré-requisito fundamental para a confiança pública, constituindo-se em marco fundamental para uma boa administração. Nesse ponto, o Código de Ética tem importante função, pois, ao trazer valores éticos e morais a serem observados pelo agente público, melhora a imagem do “desgastado” setor público. Definição O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos. Códigos de ética Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Aproveitando o exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é denominada bioética. A ética em ambientes específicos Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica, ética profissional (trabalho), ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na política, etc. Antiética Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamado de antiético, assim como o ato praticado. Definição e objeto de estudo O estudo da ética dentro da filosofia, pode-se dividir em sub-ramos, após o advento da filosofia analítica no séc XX, em contraste com a filosofia continental ou com a tradição filosófica. Estas subdivisões são: Metaética, sobre a teoria da significação e da referencia dos termos e

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15.2.1.3 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PARA OS CARGOS DE NÍVEL INTERMEDIÁRIOCARGO 8: ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 1 Ética e função pública.

ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA e ÉTICA NO SETOR PÚBLICO.O exercício da função pública deve ser feito sempre atreladoao interesse público, buscando o bem comum. Nesse sentido, no exercício das mais diversas funções publicas, o agente público deve respeitar os valores éticos e morais enraizados na sociedade.Ressalta-se que o agente público deve estar atento aos padrões éticos e morais delineados pela sociedade não apenas no exercício de suas funções públicas, devendo incorporar tais padrões à sua vida privada.A busca pela eticidade e pela moralidade é tão ferrenha que a Constituição de 1988 alçou a moralidade ao patamar de princípio constitucional norteador de toda Administração Pública (art. 37, caput da CRFB/88).Infelizmente, mesmo ganhando “status” de princípio constitucional, a ética e a moral são institutos que, muitas vezes, se distanciam dos agentes públicos. Não é à toa que a sociedade brasileira, a muito, mostra-se insatisfeita com o setor público. De um modo geral, o nosso país enfrenta descrédito da opinião pública a respeito do comportamento dos administradores públicos (Poder Executivo) e da classe política (Poder Legislativo).A atividade pública deve ser conduzida com muita seriedade, pois desfazer a imagem negativa do padrão ético do setor público é tarefa das mais árduas. A ética no setor público é pré-requisito fundamental para a confiança pública, constituindo-se em marco fundamental para uma boa administração. Nesse ponto, o Código de Ética tem importante função, pois, ao trazer valores éticos e morais a serem observados pelo agente público, melhora a imagem do “desgastado” setor público.

DefiniçãoO termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.

A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos.

Códigos de ética Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Aproveitando o exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é denominada bioética.

A ética em ambientes específicos Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica, ética profissional (trabalho), ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na política, etc.

Antiética Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamado de antiético, assim como o ato praticado.

Definição e objeto de estudoO estudo da ética dentro da filosofia, pode-se dividir em sub-ramos, após o advento da filosofia analítica no séc XX, em contraste com a filosofia continental ou com a tradição filosófica. Estas subdivisões são: Metaética, sobre a teoria da significação e da referencia dos termos e proposições morais e como seus valores de verdade podem ser determinados Ética normativa, sobre os meios práticos de se determinar as ações morais Ética aplicada, sobre como a moral é aplicada em situações específicas Ética descritiva, também conhecido como ética comparativa, é o estudo das visões, descrições e crenças que se tem acerca da moral Ética Moral, trata-se de uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como no âmbito individual.Termo[editar | editar código-fonte]Em seu sentido mais abrangente, o termo "ética" implicaria um exame dos hábitos da espécie humana e do seu caráter em geral, e envolveria até mesmo uma descrição ou história dos hábitos humanos em sociedades específicas e em diferentes épocas. Um campo de estudos assim seria obviamente muito vasto para poder ser investigado por qualquer ciência ou filosofia particular. Além disso, porções desse campo já são ocupadas pela história, pela antropologia e por algumas ciências naturais particulares (como, por exemplo, a fisiologia, a anatomia e a biologia),se considerarmos que o pensamento e a realização artística são hábitos humanos normais e elementos de seu caráter. No entanto, a ética, propriamente dita, restringe-se ao campo particular do caráter e da conduta humana à medida que esses estão relacionados a certos princípios – comumente chamados de "princípios morais". As pessoas geralmente caracterizam a própria conduta e a de outras pessoas empregando adjetivos como "bom", "mau", "certo" e "errado". A ética investiga justamente o significado e escopo desses adjetivos tanto em relação à conduta humana como em seu sentido fundamental e absoluto.1

Outras definições[editar | editar código-fonte]Já houve quem definisse a ética como a "ciência da conduta". Essa definição é imprecisa por várias razões. As ciências são descritivas ou experimentais, mas uma descrição exaustiva de quais ações ou quais finalidades são ou foram chamadas, no presente e no passado, de "boas" ou "más" encontra-se obviamente além das capacidades humanas. E os experimentos em questões morais (sem considerar as consequências práticas inconvenientes que provavelmente propiciariam) são inúteis para os propósitos da ética, pois a consciência moral seria instantaneamente chamada para a elaboração do experimento e para fornecer o tema de que trata o experimento. A ética é uma filosofia, não uma ciência. A filosofia é um processo de reflexão sobre os pressupostos subjacentes ao pensamento irrefletido. Na lógica e na metafísica ela investiga, respectivamente, os próprios processos de raciocínio e as

concepções de causa, substância, espaço e tempo que a consciência científica ordinária não tematiza nem critica. No campo da ética, a filosofia investiga a consciência moral, que desde sempre pronuncia juízos morais sem hesitação, e reivindica autoridade para submeter a críticas contínuas as instituições e formas de vida social que ela mesma ajudou a criar.1

Quando começa a especulação ética, concepções como as de dever, responsabilidade e vontade – tomadas como objetos últimos de aprovação e desaprovação moral – já estão dadas e já se encontram há muito tempo em operação. A filosofia moral, em certo sentido, não acrescenta nada a essas concepções, embora as apresente sob uma luz mais clara. Os problemas da consciência moral, no instante em que essa pela primeira vez se torna reflexiva não se apresentam, estritamente falando, como problemas filosóficos.1

Ela se ocupa dessas questões justamente porque cada indivíduo que deseja agir corretamente é constantemente chamado a responder questões como, por exemplo, "Que ação particular atenderá os critérios de justiça sob tais e tais circunstâncias?" ou "Que grau de ignorância permitirá que esta pessoa particular, nesse caso particular, exima-se de responsabilidade?" A consciência moral tenta obter um conhecimento tão completo quanto possível das circunstâncias em que a ação considerada deverá ser executada, do caráter dos indivíduos que poderão ser afetados, e das consequências (à medida que possam ser previstas) que a ação produzirá, para então, em virtude de sua própria capacidade de discriminação moral, pronunciar um juízo.1

O problema recorrente da consciência moral, "O que devo fazer?", é um problema que recebe uma resposta mais clara e definitiva à medida que os indivíduos se tornam mais aptos a aplicar, no curso de suas experiências morais, aqueles princípios da consciência moral que, desde o princípio, já eram aplicados naquelas experiências. Entretanto, há um sentido em que se pode dizer que a filosofia moral tem origem em dificuldades inerentes à natureza da própria moralidade, embora permaneça verdade que as questões que a ética procura responder não são questões com as quais a própria consciência moral jamais tenha se confrontado.1

O fato de que os seres humanos dão respostas diferentes a problemas morais que pareçam semelhantes ou mesmo o simples fato de que as pessoas desconsideram, quando agem imoralmente, os preceitos e princípios implícitos da consciência moral produzirão certamente, cedo ou tarde, o desejo de, por um lado, justificar a ação imoral e pôr em dúvida a autoridade da consciência moral e a validade de seus princípios; ou de, por outro lado, justificar juízos morais particulares, seja por uma análise dos princípios morais envolvidos no juízo e por uma demonstração de sua aceitação universal, seja por alguma tentativa de provar que se chega ao juízo moral particular por um processo de inferência a partir de alguma concepção universal do Supremo Bem ou do Fim Último do qual se podem deduzir todos os deveres ou virtudes particulares.1

Pode ser que a crítica da moralidade tenha início com uma argumentação contra as instituições morais e os códigos de ética existentes; tal argumentação pode se originar da atividade espontânea da própria consciência moral. Mas quando essa argumentação torna-se uma tentativa de encontrar um critério universal de moralidade – sendo que essa tentativa começa a ser, com efeito, um esforço de tornar a moralidade uma disciplina científica – e especialmente quando a tentativa é vista, tal como deve ser vista afinal, como fadada ao fracasso (dado que a consciência moral supera todos os padrões de moralidade e realiza-se inteiramente nos juízos particulares),

pode-se dizer então que tem início a ética como um processo de reflexão sobre a natureza da consciência moral.1

A ética, independente da dimensão em que se apresenta social ou individual, tem como objetivo, servir à vida, sua razão é o ser humano, seu bem estar, de forma que provenha a felicidade.1

DISTINÇÃO ENTRE CARGO PÚBLICO E FUNÇÃO PÚBLICA e DIREITO DO TITULAR DO CARGO PÚBLICO

DISTINÇÃO ENTRE CARGO PÚBLICO E FUNÇÃO PÚBLICA

A organização geral do funcionalismo é uma exigência da Constituição (art. 37,I) que determina que todo o cargo público só pode ser criado por lei.Não há como se confundir cargo com função pública. A idéia de função pública está relacionada com atividade, atribuição, conforme demonstrado no item primeiro deste trabalho. Cargo, por sua vez, no seu sentido etimológico, pode ser traduzido como incumbência.Sob o aspecto material representa o lugar onde o servidor desempenha sua atividade específica.

Cargo público é portanto,¨       o lugar instituído na organização do funcionalismo, com denominação própria, atribuições específicas,  e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por seu titular, na forma estabelecida em lei.  Ex.: Auditor Fiscal do Tesouro Nacional (AFTN), Técnico do Tesouro Nacional (TTN), Fiscal de Mercadorias em Trânsito, Agente Administrativo, Procurador do Estado, etc.

Função pública 騠      a atribuição ou conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria profissional ou individualmente a determinados servidores de serviços eventuais.

Todo o cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. As funções do cargo são definitivas, como ensina Hely Lopes Meirelles, enquanto as funções autônomas são provisórias.  Daí porque as funções permanentes da Administração devem ser desempenhadas por titulares de cargos e, as transitórias, por servidores designados, admitidos ou contratados precariamente.

Os cargos são distribuídos em classes (agrupamento de cargos da mesma profissão e com idênticas atribuições, responsabilidades e vencimentos) e carreira (agrupamento de classes da mesma profissão ou atividade, escalonadas segundo a hierarquia do serviço). O conjunto de carreiras e cargos isolados constitui o quadro permanente do serviço dos diversos órgãos da Administração.

Assim, cargo de carreira é escalonado em classes, para acesso privativo de seus titulares, até a mais alta hierarquia profissional.  Já o cargo de chefia é o que se destina à direção dos serviços.

Um quadro administrativo, portanto é composto de cargos de carreira e cargos isolados, considerados aqueles como de caráter dinâmico que possibilitam ascensão do funcionário na escala hierárquica. Contrario sensu  os cargos isolados não oferecem condições de promoção.

O magistério superior, por exemplo, é uma carreira, porque resulta do agrupamento das classes seguintes: professores assistentes, adjuntos e titulares.

DIREITO DO TITULAR DO CARGO PÚBLICO

Entre os direitos do titular do cargo público está o da estabilidade, mas esta restringe-se ao exercício, às prerrogativas da função, pois o cargo não é apropriável pelo servidor.

A administração, por isto mesmo, pode alterar os cargos públicos ou os serviços, independentemente da aquiescência de seu titular, como já vimos, visto que este não tem direito adquirido à imutabilidade de suas atribuições. Hely Meirelles doutrina:O funcionário tem direito adquirido à permanência no funcionalismo, mas nunca adquirirá direito ao exercício da mesma função, no mesmo lugar e nas mesmas condições, salvo os vitalícios, que constituem uma exceção constitucional à regra estatutária.

Segue dizendo o mestre:Enquanto subsistir o cargo, como foi provido, o seu titular terá direito ao exercício nas condições estabelecidas pelo Estatuto, mas se se modificar a estrutura, as atribuições, os requisitos para o seu desempenho, lícita é a exoneração, a disponibilidade, a remoção ou a transferência de seu ocupante, para que outro o desempenhe na forma da lei. O que não se admite é o afastamento arbitrário ou abusivo do titular, por ato do Executivo, sem lei que o autorize. (Op. Cit., pág. 365)

Temos, a título de exemplo,  na carreira de Auditor Fiscal do Tesouro Nacional uma mudança de nomenclatura de cargos e atribuições, onde os cargos de Fiscais de Tributos Federais e Controladores de Arrecadação, forma extintos em 1985 e transformados no atual AFTN, consoante Decreto-lei n° 2.225/85, sem que isto tenha causado qualquer furor nos tribunais.ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICOINTRODUÇÃO.Para o ser humano, viver é conviver, ou seja, o homem para poder sobreviver, necessita viver em sociedade. Assim, desde os temposmais remotos, o homem se organiza em grupos sociais.Na medida em que o ser humano se organiza em sociedade, há necessidade de se estabelecer regras e normas aptas a regulamentar o convívio social. Nesse universo de normas e regras, destaca-se a ética.A ética tem sido um dos temas mais priorizados nos últimos tempos, em razão dos constantes escândalos políticos e sociais expostos na mídia diariamente, fazendo com que a sociedade faça uma releitura de seus valores, visando resgatar valores morais abandonados.

ÉTICA E MORAL.A palavra ética deriva do grego ethos, significando “comportamento”. Ética pode ser conceituada como sendo o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal. É um conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano.A ética é a parte da filosofia que aborda o comportamento humano, seus anseios, desejos e vontades. É a ciência da conduta humana perante o ser e os seus semelhantes, definindo o que é virtude, o que é bom ou mal, certo ou errado, permitido ou proibido.

A ética pode ser dividida em duas partes: ética normativa e ética metaética. Aquela propõe os princípios de conduta correta, enquanto esta investiga o uso de conceitos como o bem e o mal, o certo e o errado etc.Moral, por sua vez, deriva do latim mos, significando “costumes”. De forma sucinta, podemos dizer que a moral é o instrumento de trabalho da ética. Em outras palavras, a ética é a ciência da moral.Não podemos falar de ética sem mencionar moral, pois ambas se entrelaçam na vida do homem que vive em sociedade. Assim, muitos utilizam as duas expressões sem fazer distinção. Todavia, a doutrina mais abalizada diferencia ética de moral. Para essa doutrina, de forma correta, a moral é um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes e valores que norteiam o comportamento do homem no seu seio social. Nesse sentido, a moral é normativa. Noutro giro, a ética é ateoria, o conhecimento ou a ciência do comportamento moral, que busca explicar, compreender, justificar e criticar a moral de uma sociedade.Nesse sentido, a ética é filosófica, é científica.Com base nessa diferenciação, alguns doutrinadores diferenciam ética de moral de diversos modos. Vejamos alguns:- ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas;- ética é permanente, moral é temporal;- ética é universal (tem como última referência a dignidade da pessoa humana, a busca do bem comum), moral é cultural (varia de uma sociedade para outra, de uma época para outra);- ética é regra, moral é conduta de regra e- ética é teoria, moral é prática.O ato moral tem em sua estrutura dois aspectos: o normativo e o factual. O aspecto normativo são as normas que anunciam um “dever ser” (ex: não roube, não trai seu amigo etc.). Já o aspecto factual são os atos humanos que se concretizam no mundo real, ou seja, é a aplicação da norma moral no dia a dia do convívio social.

ÉTICA, PRINCÍPIOS E VALORES.Os princípios são códigos de condutas que servem de norte para que o indivíduo pratique suas ações no meio social. Os princípios que regem a nossa conduta em sociedade são aqueles códigos e regras que aprendemos por meio do convívio social, passados de pai para filho.Em realidade, a qualidade própria dos princípios éticos nada mais é que uma decorrência lógica do fato de se fundarem na dignidade da pessoa humana, vista como componente essencial para a vida social.A doutrina elenca 05 (cinco) teorias sobre a formação dos princípios éticos. Vamos sintetizá-las:1ª – Teoria Fundamentalista: propõe que os princípios éticos sejam obtidos de uma fonte externa ao ser humano.2ª – Teoria Utilitarista: entende que os princípios éticos devem ser elaborados seguindo um critério que traga um maior bem para a sociedade como um todo (critério da maior utilidade para o todo).3ª – Teoria Kantiana: propõe que os princípios éticos sejam extraídos do fato de que cada um deve se comportar de acordo com os princípios universais.4ª – Teoria Contratualista: parte do pressuposto que o ser humano assumiu com os seus semelhantes a obrigação (contrato) de se comportar de acordo com regras morais, para poder conviver numa sociedade harmoniosa.5ª – Teoria Relativista: segundo a qual cada pessoa deveria decidir sobre o que é ou não ético, com base nas suas próprias convicções e na sua própria concepção sobre o bem e o mal.

Assim sendo, o que é ético para um pode não o ser para outro (relativismo).Já os valores, servem como “termômetro” para aferir caráter de uma pessoa. Nesse sentido, o caráter de uma pessoa é determinado pelo valor de suas ações. Sua ação será valorizada na medida em que for cobiçada e copiada pelas demais pessoas do grupo social.

ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA.O Brasil passou por um recente período de ditadura militar, durante o qual os valores morais e sociais foram reprimidos pelo regime militar, prevalecendo os valores que o Estado autoritário impôs, de forma unilateral, ao povo brasileiro. Assim, durante o período militar, podemos afirmar que vivemos numa verdadeira “apatia” social.Esse cenário foi alterado pela democracia implementada com Constituição de 1988. A partir desta, o povo volta a eleger e fiscalizarseus representantes (vereadores, deputados, prefeitos, governantes etc.). O controle do processo eleitoral passa a ser comandado pelo povo que, de forma periódica, escolhe seus representantes. Estes, cientes de que estão sendo observados e fiscalizados, devem pautar suas condutas sob o manto da ética, sob pena de serem extirpados do cenário político nacional.Cidadania, em sentido restrito, encontra-se atrelado ao exercício dos direitos políticos, ou seja, cidadão é aquele que tem o direito de votar e de ser votado. Todavia, aqui, o emprego da expressão cidadania qualifica o cidadão em sentido amplo, o possibilitando exercer direitos e assumir obrigações. Neste sentido amplo, todos são cidadãos.Assim, além de direitos, o cidadão tem deveres. Trata-se de verdadeira via de mão dupla: os direitos do cidadão aumentam na mesma proporção de seus deveres perante a sociedade. Portanto, ser cidadão é ter direitos e, também, ser chamado à responsabilidade para lutar pela defesa da vida com qualidade e do bem-estar geral (deveres).Existem direitos que nem sempre se concretizam no mundo real (ex: direito à saúde, direito à educação, direito à moradia etc.). A cidadania nem sempre é uma realidade efetiva e nem sempre é para todos. A efetivação da cidadania e a consciência coletiva dessa condição são indicadores do desenvolvimento ético e moral de uma sociedade.Para a ética, não basta que exista um elenco de direitos definidos numa Constituição. O desafio ético para uma sociedade é o deconcretizar no mundo fático os direitos elencados nas leis, permitindo que todos alcancem a cidadania plena.Além dos direitos, a cidadania traz uma gama de deveres.Assim, por exemplo, é dever do cidadão colaborar financeiramente com o custeio das despesas comuns através do pagamento de tributos. Outro dever do cidadão, por exemplo, é difundir o hábito de reciclar o lixo, poupar água, usar fontes alternativas de energia e outras medidas, tudo para preservar o meio ambiente.

ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA e ÉTICA NO SETOR PÚBLICO.O exercício da função pública deve ser feito sempre atrelado ao interesse público, buscando o bem comum. Nesse sentido, no exercício das mais diversas funções publicas, o agente público deve respeitar os valores éticos e morais enraizados na sociedade.Ressalta-se que o agente público deve estar atento aos padrões éticos e morais delineados pela sociedade não apenas no

exercício de suas funções públicas, devendo incorporar tais padrões à sua vida privada.A busca pela eticidade e pela moralidade é tão ferrenha que a Constituição de 1988 alçou a moralidade ao patamar de princípio constitucional norteador de toda Administração Pública (art. 37, caput da CRFB/88).Infelizmente, mesmo ganhando “status” de princípio constitucional, a ética e a moral são institutos que, muitas vezes, se distanciam dos agentes públicos. Não é à toa que a sociedade brasileira, a muito, mostra-se insatisfeita com o setor público. De um modo geral, o nosso país enfrenta descrédito da opinião pública a respeito do comportamento dos administradores públicos (Poder Executivo) e da classe política (Poder Legislativo).A atividade pública deve ser conduzida com muita seriedade, pois desfazer a imagem negativa do padrão ético do setor público étarefa das mais árduas. A ética no setor público é pré-requisito fundamental para a confiança pública, constituindo-se em marcofundamental para uma boa administração.Nesse ponto, o Código de Ética tem importante função, pois, ao trazer valores éticos e morais a serem observados pelo agente público, melhora a imagem do “desgastado” setor público.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – Lei nº 8.429/92Antes de iniciarmos o estudo da improbidade administrativa, lembramos que será, aqui, fundamental, a leitura da Lei nº 8.429/92.Trata-se de uma lei com poucos artigos e de leitura fácil. Muitas questões das provas objetivas são cópias fiéis da letra de lei. Então, não deixe de ler a Lei nº 8.429/92. Feita essa observação, vamos iniciar a matéria.Podemos conceituar improbidade administrativa como a designação técnica de corrupção administrativa, oriunda do desvirtuamento da função administrativa e desrespeito à ordem jurídica, caracterizado pelo favorecimento à minoria em desfavor da maioria, tráfico de influência, enriquecimento sem causa e exercício nocivo à função pública. Assim, a improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada por lei, que importa enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário ou violação aos princípios administrativos, apta a ensejar um processo judicial promovido pela pessoa jurídica lesada ou pelo Ministério Público e poderá resultar em sanções civis, administrativas e políticas.A base constitucional direta para a responsabilização pelos atos de improbidade administrativa encontra-se no §4º do art. 37 da CRFB/88, com a seguinte redação:§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.Com o objetivo de dar concreção ao citado dispositivo constitucional, em 1992 foi editada a Lei nº 8.429. Probidade administrativa e moralidade administrativa são princípios constitucionais que se identificam, tendo em vista que ambosse relacionam com a ideia de honestidade na Administração Pública.Todavia, quando se fala em improbidade como infração sancionada pelo ordenamento jurídico, como ato ilícito, deixa de haver sinonímia entre as expressões improbidade e imoralidade, porque aquele tem um sentido muito mais amplo,

que abrange não só atos desonestos ou imorais, mas também e principalmente atos ilegais. Assim, quando sefala em infrações/atos ilícitos, a improbidade é mais ampla que a imoralidade.o ato de improbidade administrativa tem natureza de ilícito civil, mas pode implicar também na configuração de um ilícito penale/ou um ilícito administrativo, caso haja previsão legal. Assim, há possibilidade de ser instaurado, de uma só vez, uma ação penal (para apurar o ilícito penal), um processo administrativo disciplinar (para apurar o ilícito administrativo) e uma ação de improbidade (para apurar o ilícito civil), como corolário da independência das instâncias (as responsabilidades civil, criminal e administrativa são, em regra, independentes).A Lei nº 8.429/92, que regulamenta o §4º do art. 37 da CRFB/88, NÃO elenca nenhuma sanção de natureza penal. Como afirmado, ato de improbidade trata-se de ilícito civil, não podendo um ilícito civil ser penalizado com uma sanção de natureza penal.A doutrina elenca quatro elementos definidores da improbidade administrativa, a saber: o sujeito passivo, o sujeito ativo, os atos de improbidade administrativa e o elemento subjetivo da improbidade.Vamos estudá-los.O sujeito passivo da improbidade é quem sofre com a prática do ato de improbidade. O art. 1º da Lei nº 8.429/92 elenca os sujeitospassivos da improbidade administrativa, podendo os mesmos serem resumidos da seguinte forma:- Administração Pública Direta e Indireta;- pessoa jurídica de direito privado em que o Estado concorra ou concorreu com mais de 50% do patrimônio ou receita;- pessoa jurídica de direito privado que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público e - pessoa jurídica de direito privado em que o Estado concorra ou concorreu com menos de 50% do patrimônio ou receita.Nessas duas últimas hipóteses, a sanção patrimonial se limita à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.Por seu turno, o sujeito ativo da improbidade é quem pratica o ato de improbidade. A lei estudada prevê como sujeito ativo:- o agente público, servidor ou não (art. 2º);- o terceiro que, “mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta”. (art. 3º) e- o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente (art. 8º).Quanto ao sujeito ativo, duas importantes observações.Primeiro é a distinção feita pela doutrina entre ato de improbidade próprio, aquele praticado por agente público e ato de improbidade impróprio, aquela praticado por terceiro.A segunda observação foi que em 2007, o Supremo Tribunal Federal decidiu que os agentes políticos que respondem por crimede responsabilidade estão excluídos da ação de improbidade, pois se respondessem pelos dois haveria bis in idem. Assim, por exemplo, se o Presidente da República praticar ato que atente contra a probidade administrativa (art. 85, inciso V da CRFB/88), somente responderá por crime de responsabilidade, não cabendo ação de improbidade.A Lei nº 8.429/92 elenca 03 (três) modalidades de atos de improbidade administrativa: que importam ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (art. 9º) ATOS DE IMPROBIDADE que causam PREJUÍZO AO ERÁRIO (art. 10) que atentam contra os PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (art. 11).

O ato de improbidade administrativa nasce de uma ação ou omissão, não sendo, necessariamente, um ato administrativo (ex:servidor público recebe dinheiro a título de comissão, haverá ato de improbidade, mas não estamos diante de um ato administrativo).A improbidade administrativa resta configurada independentemente da ocorrência de dano ao patrimônio (ex: um atoque viole um princípio da Administração, sem causar prejuízo econômicoao erário) ou de controle de contas pelo Tribunal de Contas. Nesse sentido o art. 21 da lei em estudo.“Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.”A doutrina ensina que o art. 11 da lei estudada, que elenca os atos de improbidade que atentam contra os princípios da Administração, trata-se de um tipo subsidiário ou um tipo de reserva, no sentido de que somente deve ser usado quando não for possível enquadrar a conduta do agente às hipóteses estabelecidas nos art. 9º e 10. Noutro giro, se a conduta do agente puder ser enquadrada, simultaneamente, nos art. 9º, 10 e 11, dever-se-á ser aplicado somente o art. 9º, que trata dos atos que importam enriquecimento ilícito, por estabelecer as sanções mais graves.O último elemento definidor da improbidade administrativa se refere ao elemento subjetivo.A doutrina, de forma quase unânime, entende que para a configuração dos atos de improbidade que causam prejuízo ao eráriobasta CULPA OU DOLO do agente. Leiamos o art. 10: ”Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente...”Já para configuração dos atos que importem enriquecimento ilícito ou que atentem contra os princípios da Administração Pública exigi-se DOLO do agente, não havendo, aqui, espaço para culpa.Assim, para a maioria da doutrina só haverá enriquecimento ilícito (art. 9º) e violação de princípios administrativos (art. 11) mediante DOLO, ao passo que poderá haver prejuízo ao erário (art. 10) mediante DOLO ou CULPA. Estudados os elementos definidores da improbidade administrativa, vamos analisar as sanções aplicáveis aos atos de improbidade administrativa.O §4º do art. 37 da CRFB/88 elenca somente quatro sanções, a saber:- suspensão dos direitos políticos;- a perda da função pública;- a indisponibilidade dos bens e- o ressarcimento ao erário.A Lei nº 8.429/92 possui um rol mais extenso de sanções, prevendo, por exemplo: multa civil e proibição de contratar com o Poder Público. Assim:- para a prática de atos que importem enriquecimento ilícito (art. 9º), as sanções estão previstas no art. 12, inciso I, da Lei nº 8.429/93;- para a prática de atos que causam prejuízo ao erário (art. 10), as sanções estão previstas no art. 12, inciso II da citada lei e

- para a prática de atos que atentem contra os princípios da Administração Pública (art. 11), as sanções estão previstas no art. 12, inciso III da citada lei.Sobre as sanções aplicáveis aos atos de improbidade administrativa, duas importantes considerações.Durante muito tempo se discutiu se as sanções previstas nos incisos do art. 12 deveriam ser aplicadas todas em conjunto de forma cumulativa, o que a doutrina denominava de aplicação das sanções “em bloco”, ou o juiz poderia aplicar apenas as sanções mais pertinentes ao caso concreto. A corrente que defendia a aplicação das sanções “em bloco” nunca prevaleceu, restando, totalmente, sucumbida em 2009, com a edição da Lei nº 12.120 que alterou o caput do art. 12 da Lei nº 8.429/92. Leiamos o artigo com a nova redação.Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, QUE PODEM SER APLICADAS ISOLADA OU CUMULATIVAMENTE, de acordo com a gravidade do fato:(Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).Portanto, hoje, não pairam mais dúvidas, restando totalmente afastada a corrente que defendia a aplicação das sanções “em bloco”,em virtude da alteração legislativa acima mencionada.A segunda observação a ser feita é que as sanções referentes à perda da função pública e à suspensão dos direitos políticos somentese efetivarão com o trânsito em julgado da sentença condenatória, conforme estabelece o art. 20 da lei em comento.Passaremos, agora, a tecer comentários sobre o procedimento da ação de improbidade administrativa.A maioria da doutrina entende que a ação judicial de improbidade administrativa tem natureza jurídica de ação civil publica, sendo denominada de ação civil pública por ato de improbidade.

Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente ou ao Ministério Público para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade (art. 14 da lei estudada). Todavia, a legitimidade ativa para a propositura da ação judicial de improbidade administrativa é do Ministério Público ou da pessoa jurídica interessada (art. 17). Se o Ministério Público não atuar como autor, deverá, obrigatoriamente, atuar como fiscal da lei (§4º do art. 17).Na ação de improbidade administrativa é vedado acordo, transação ou conciliação (§1º do art. 17), sendo que o dinheiro arrecadado terá como destino a pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito (art. 18).A Lei de Improbidade Administrativa prevê quatro medidas cautelares, a saber: indisponibilidade dos bens do indiciado (art. 7º);sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público (art. 16 caput);bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras no exterior (§2º do art. 17) e afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração (parágrafo único doart. 20).Quanto à prescrição, ela encontra-se prevista no art. 23 da lei estudada. Leiamos o dispositivo.Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.Aqui deve ser lembrado que o que prescreve é o ato de improbidade, vez que o dano é imprescritível com fulcro no art. 37, §5º da CRFB/88. Assim, mesmo que o agente não possa ser condenado pela prática de um ato de improbidade administrativa, em virtude daconsumação da prescrição prevista no citado art. 23, caberá a propositura da ação civil de ressarcimento ao erário, vez que, esta, com base na Constituição, é imprescritível.

2 Ética no setor público. 2.1 Decreto n. 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federa).

Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo FederalCAPÍTULO ISeção IDas Regras DeontológicasI - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em fator de legalidade.V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da

própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública.XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.Seção IIDos Principais Deveres do Servidor PúblicoXIV - São deveres fundamentais do servidor público:a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição;o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.Seção IIIDas Vedações ao Servidor PúblicoXV - E vedado ao servidor público;a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou

vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.CAPÍTULO IIDAS COMISSÕES DE ÉTICAXVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público.XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

2.2 Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União (Lei n. 8.112/1990). 2.2.1 Disposições preliminares: Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição. 2.2.2 Estágio probatório

Capítulo IDo ProvimentoSeção IDisposições Gerais        Art. 5o  São requisitos básicos para investidura em cargo público:        I - a nacionalidade brasileira;        II - o gozo dos direitos políticos;        III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

        IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;        V - a idade mínima de dezoito anos;        VI - aptidão física e mental.        § 1o  As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.        § 2o  Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.        § 3o  As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.         Art. 6o  O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder.        Art. 7o  A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.        Art. 8o  São formas de provimento de cargo público:        I - nomeação;        II - promoção;        V - readaptação;        VI - reversão;        VII - aproveitamento;        VIII - reintegração;        IX - recondução.Seção IIDa Nomeação        Art. 9o  A nomeação far-se-á:        I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira;        II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos.         Parágrafo único.  O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.          Art. 10.  A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.        Parágrafo único.  Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.  Seção IIIDo Concurso Público        Art. 11.  O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.         Art. 12.  O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.        § 1o  O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.

PAN R4

        § 2o  Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.Seção IVDa Posse e do Exercício        Art. 13.  A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.        § 1o  A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento.          § 2o  Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo será contado do término do impedimento        § 3o  A posse poderá dar-se mediante procuração específica.        § 4o  Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.         § 5o  No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.        § 6o  Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.        Art. 14.  A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.        Parágrafo único.  Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.        Art. 15.  Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.         § 1o  É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.          § 2o  O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18.         § 3o  À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício.  .        § 4o  O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação.         Art. 16.  O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servidor.        Parágrafo único.  Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente os elementos necessários ao seu assentamento individual.        Art. 17.  A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.  .        Art. 18.  O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. 

        § 1o  Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.          § 2o  É facultado ao servidor declinar (desviar) dos prazos estabelecidos no caput.          Art. 19.  Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente.          § 1o  O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração.         § 2o  O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabelecida em leis especiais.         Art. 20.  Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores:          I - assiduidade;        II - disciplina;        III - capacidade de iniciativa;        IV - produtividade;        V- responsabilidade.        § 1o  4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo.         § 2o  O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.        § 3o  O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.         § 4o  Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal.          § 5o  O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado a partir do término do impedimento.  Seção VDa Estabilidade        Art. 21.  O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (prazo 3 anos - vide EMC nº 19)        Art. 22.  O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

Seção VIDa Transferência

ADiCaProRe

Seção VIIDa Readaptação        Art. 24.  Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.        § 1o  Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.        § 2o  A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga..Seção VIIIDa Reversão        Art. 25.  Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:         I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou         II - no interesse da administração, desde que: .        a) tenha solicitado a reversão; .        b) a aposentadoria tenha sido voluntária; .        c) estável quando na atividade; .        d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; .        e) haja cargo vago. .        § 1o  A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação. .        § 2o  O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da aposentadoria. .        § 3o  No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. .        § 4o  O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria. .        § 5o  O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo. .        § 6o  O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo.             Art. 27.  Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.Seção IXDa Reintegração        Art. 28.  A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.        § 1o  Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.        § 2o  Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.Seção XDa Recondução        Art. 29.  Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:        I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

        II - reintegração do anterior ocupante.        Parágrafo único.  Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.Seção XIDa Disponibilidade e do Aproveitamento        Art. 30.  O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.        Art. 31.  O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal.        Parágrafo único.  Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade.          Art. 32.  Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.Capítulo IIDa Vacância        Art. 33.  A vacância do cargo público decorrerá de:        I - exoneração;        II - demissão;        III - promoção;        VI - readaptação;        VII - aposentadoria;        VIII - posse em outro cargo inacumulável;        IX - falecimento.        Art. 34.  A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.        Parágrafo único.  A exoneração de ofício dar-se-á:        I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;        II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.        Art. 35.  A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar-se-á:         I - a juízo da autoridade competente;        II - a pedido do próprio servidor. Capítulo IIIDa Remoção e da RedistribuiçãoSeção IDa Remoção        Art. 36.  Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.        Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção:         I - de ofício, no interesse da Administração;          II - a pedido, a critério da Administração;          III -  a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:         a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;         b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;

PEDRA PF

        c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. Seção IIDa Redistribuição        Art. 37.  Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC,     observados os seguintes preceitos:          I - interesse da administração;          II - equivalência de vencimentos;         III - manutenção da essência das atribuições do cargo;         IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;         V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;          VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade.         § 1o  A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.         § 2o  A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos.         § 3o  Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31.          § 4o  O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. 

Capítulo IVDa Substituição        Art. 38.  Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.         § 1o  O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período.          § 2o  O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período.          Art. 39.  O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.

2.2.3 Direitos e vantagens.

Título IIIDos Direitos e VantagensCapítulo I

Do Vencimento e da Remuneração        Art. 40.  Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei.        Parágrafo único.          Art. 41.  Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.        § 1o  A remuneração do servidor investido em função ou cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62.        § 2o  O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a     remuneração de acordo com o estabelecido no § 1o do art. 93.        § 3o  O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível.        § 4o  É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.        § 5o  Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo.          Art. 42.  Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, importância superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal.        Parágrafo único.  Excluem-se do teto de remuneração as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.           Art. 44.  O servidor perderá:        I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;         II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata.         Parágrafo único.  As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.         Art. 45.  Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.          Parágrafo único.  Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento.        Art. 46.  As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado.          § 1o  O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão.         § 2o  Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela.          § 3o  Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a data da reposição.             Art. 47.  O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou

Arresto: apreensão de quaisquer bens de um devedor necessário à garantia de dívida líquida e certa.Sequestro: é a apreensão judicial de um determinado bem, objeto de uma lide.

Penhora: ato judicial pelo qual se tomam os bens do devedor.

disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito.          Parágrafo único.  A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.        Art. 48.  O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.Capítulo IIDas Vantagens        Art. 49.  Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:        I - indenizações;        II - gratificações;        III - adicionais.        § 1o  As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.        § 2o  As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.        Art. 50.  As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.Seção IDas Indenizações        Art. 51.  Constituem indenizações ao servidor:        I - ajuda de custo;        II - diárias;        III - transporte.        IV - auxílio-moradia.         Art. 52.  Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento. .Subseção IDa Ajuda de Custo       Art. 53.  A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede.          § 1o  Correm por conta da administração as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.        § 2o  À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.        § 3o  Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 36.          Art. 54.  A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três) meses.        Art. 55.  Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.        Art. 56.  Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio.        Parágrafo único.  No afastamento previsto no inciso I do art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando cabível.

        Art. 57.  O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.Subseção IIDas Diárias        Art. 58.  O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento.          § 1o  A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.         § 2o  Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.        § 3o  Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional.         Art. 59.  O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.        Parágrafo único.  Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.Subseção IIIDa Indenização de Transporte        Art. 60.  Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

Subseção IVDo Auxílio-Moradia        Art. 60-A.  O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.          Art. 60-B.  Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os seguintes requisitos:          I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; .        II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;         III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação;          IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;          V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-

Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;         VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor;          VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; e         VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.          IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.         Parágrafo único.  Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão relacionado no inciso V.          Art. 60-D.  O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado.          § 1o  O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado.          § 2o  Independentemente do valor do cargo em comissão ou função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais).         Art. 60-E.  No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. Das Gratificações e Adicionais        Art. 61.  Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais:          I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;          II - gratificação natalina;        IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;        V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;        VI - adicional noturno;        VII - adicional de férias;        VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.        IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.  Subseção IDa Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia e Assessoramento        Art. 62.  Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu exercício.        Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9o.         Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo exercício de função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial a que se referem os arts. 3o e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998. .        Parágrafo único.  A VPNI de que trata o caput deste artigo somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos servidores públicos federais. .

Subseção IIDa Gratificação Natalina        Art. 63.  A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.        Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral.        Art. 64.  A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano.        Art. 65.  O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.        Art. 66.  A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.Subseção IIIDo Adicional por Tempo de ServiçoSubseção IVDos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Atividades Penosas       Art. 68.  Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.        § 1o  O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles.        § 2o  O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.        Art. 69.  Haverá permanente controle da atividade de servidores em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos.        Parágrafo único.  A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso.        Art. 70.  Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situações estabelecidas em legislação específica.        Art. 71.  O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em regulamento.        Art. 72.  Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.        Parágrafo único.  Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.Subseção VDo Adicional por Serviço Extraordinário        Art. 73.  O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.        Art. 74.  Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.Subseção VIDo Adicional Noturno        Art. 75.  O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta segundos.

        Parágrafo único.  Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73.Subseção VIIDo Adicional de Férias        Art. 76.  Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias.        Parágrafo único.  No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.Subseção VIIIDa Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso

Art. 76-A.  A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual:  I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal; .II - participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;  III - participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes;  IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.  § 1o  Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros:  I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da atividade exercida;  II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;  III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da administração pública federal:          a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;         b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo. .§ 2o  A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do § 4o do art. 98 desta Lei. § 3o  A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões.  Capítulo IIIDas Férias

        Art. 77.  O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica.          § 1o  Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.        § 2o  É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.        § 3o  As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública.          Art. 78.  O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observando-se o disposto no § 1o deste artigo.           § 3o  O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias.          § 4o  A indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o ato exoneratório.         § 5o  Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constituição Federal quando da utilização do primeiro período.          Art. 79.  O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.        Art. 80.  As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.         Parágrafo único.  O restante do período interrompido será gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77.  Capítulo IVDas LicençasSeção IDisposições Gerais        Art. 81.  Conceder-se-á ao servidor licença:        I - por motivo de doença em pessoa da família;        II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;        III - para o serviço militar;        IV - para atividade política;        V - para capacitação;          VI - para tratar de interesses particulares;        VII - para desempenho de mandato classista.        § 1o  A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta Lei.          § 3o  É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença prevista no inciso I deste artigo.        Art. 82.  A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mesma espécie será considerada como prorrogação.Seção IIDa Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família        Art. 83.  Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. 

        § 1o  A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44. § 2o  A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes condições:  I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração. § 3o  O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento da primeira licença concedida. § 4o  A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o.  Seção IIIDa Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge        Art. 84.  Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.        § 1o  A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.         § 2o  No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.  Seção IVDa Licença para o Serviço Militar        Art. 85.  Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas na      legislação específica.        Parágrafo único.  Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.Seção VDa Licença para Atividade Política        Art. 86.  O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.        § 1o  O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.          § 2o  A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses. Seção VIDa Licença para Capacitação        Art. 87.  Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por

até três meses, para participar de curso de capacitação profissional.          Parágrafo único.  Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveisSeção VIIDa Licença para Tratar de Interesses Particulares                Art. 91.  A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.        Parágrafo único.  A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço.        Seção VIIIDa Licença para o Desempenho de Mandato Classista         Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os seguintes limites:         I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) servidores; II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; ( III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, 8 (oito) servidores.  § 1o  Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no órgão competente.  § 2o  A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser renovada, no caso de reeleição.  Capítulo VDos AfastamentosSeção IDo Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade        Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:          I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;          II - em casos previstos em leis específicas.         § 1o  Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos.         § 2º  Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem.         § 3o  A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Oficial da União.          § 4o  Mediante autorização expressa do Presidente da República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo. 

       § 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo.         § 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de sociedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido condicionado a autorização específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em comissão ou função gratificada.          § 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, independentemente da observância do constante no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo.  Seção IIDo Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo       Art. 94.  Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:        I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;        II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;        III - investido no mandato de vereador:        a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;        b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.        § 1o  No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em exercício estivesse.        § 2o  O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.Seção IIIDo Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior       Art. 95.  O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.        § 1o  A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência.        § 2o  Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.        § 3o  O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática.        § 4o  As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento.         Art. 96.  O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneraçãoSeção IVDo Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no PaísArt. 96-A.  O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de

horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País.  § 1o  Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este fim.  § 2o  Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento.  § 3o  Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento. § 4o  Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido. § 5o  Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. § 6o  Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.  § 7o  Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. Capítulo VIDas Concessões        Art. 97.  Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:          I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;        II - pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a dois dias; e              III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :        a) casamento;        b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.        Art. 98.  Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.        § 1o  Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.          § 2o  Também será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário.

        § 3o  As disposições do parágrafo anterior são extensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensação de horário na forma do inciso II do art. 44.         § 4o  Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei.         Art. 99.  Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga.        Parágrafo único.  O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.Capítulo VIIDo Tempo de Serviço        Art. 100.  É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas.        Art. 101.  A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.        Parágrafo único.          Art. 102.  Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:        I - férias;        II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;        III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República;        IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento;         V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento;        VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;        VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento;          VIII - licença:        a) à gestante, à adotante e à paternidade;        b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;         c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;         d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;        e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;          f) por convocação para o serviço militar;        IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;        X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica;        XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere.

        Art. 103.  Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:        I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal;       II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses.          III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o;        IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;        V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;        VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;        VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea "b" do inciso VIII do art. 102.          § 1o  O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova aposentadoria.        § 2o  Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em operações de guerra.        § 3o  É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista e empresa pública.Capítulo VIIIDo Direito de Petição        Art. 104.  É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.        Art. 105.  O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente.        Art. 106.  Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.          Parágrafo único.  O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.        Art. 107.  Caberá recurso        I - do indeferimento do pedido de reconsideração;        II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.        § 1o  O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.        § 2o  O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente.        Art. 108.  O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.         Art. 109.  O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente.        Parágrafo único.  Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.        Art. 110.  O direito de requerer prescreve:        I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;

        II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.        Parágrafo único.  O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.        Art. 111.  O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição.        Art. 112.  A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração.        Art. 113.  Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.        Art. 114.  A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.        Art. 115.  São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.

2.2.4 Regime disciplinar, deveres e proibições, acumulação, responsabilidade e penalidades.

Título IVDo Regime DisciplinarCapítulo IDos Deveres        Art. 116.  São deveres do servidor:        I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;        II - ser leal às instituições a que servir;        III - observar as normas legais e regulamentares;        IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;        V - atender com presteza:        a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;        b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;        c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.        VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração;          VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;        VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;        IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;        X - ser assíduo e pontual ao serviço;        XI - tratar com urbanidade as pessoas;        XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.        Parágrafo único.  A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.Capítulo IIDas Proibições        Art. 117.  Ao servidor é proibido:         I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;        II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;        III - recusar fé a documentos públicos;        IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;        V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

        VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;        VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político;        VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;        IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;        X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;         XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;        XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;        XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;        XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;        XV - proceder de forma desidiosa;        XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;        XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;        XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;        XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.          Parágrafo único.  A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:         I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e         II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses.  Capítulo IIIDa Acumulação       Art. 118.  Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.        § 1o  A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.        § 2o  A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da compatibilidade de horários.        § 3o  Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade.         Art. 119.  O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.        Parágrafo único.  O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como

quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica.          Art. 120.  O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. Capítulo IVDas Responsabilidades        Art. 121.  O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.        Art. 122.  A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.        § 1o  A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.        § 2o  Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.        § 3o  A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.        Art. 123.  A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.        Art. 124.  A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.        Art. 125.  As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.        Art. 126.  A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.       Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.  Capítulo VDas Penalidades        Art. 127.  São penalidades disciplinares:        I - advertência;        II - suspensão;        III - demissão;        IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;        V - destituição de cargo em comissão;        VI - destituição de função comissionada.        Art. 128.  Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.        Parágrafo único.  O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.          Art. 129.  A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave. 

         Art. 130.  A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.        § 1o  Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.       § 2o  Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.        Art. 131.  As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.        Parágrafo único.  O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.        Art. 132.  A demissão será aplicada nos seguintes casos:        I - crime contra a administração pública;        II - abandono de cargo;        III - inassiduidade habitual;        IV - improbidade administrativa;        V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;        VI - insubordinação grave em serviço;        VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem;        VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;        IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;        X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;        XI - corrupção;        XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;        XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.       Art. 133.  Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:         I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração;         II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;          III - julgamento.          § 1o  A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico.        § 2o  A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado,

Circunstâncias agravantes da pena são fatores que agravam (pioram) a condição do réu Circunstâncias atenuantes da pena são fatores que atenuam (melhoram) a condição do réu

ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164.          § 3o  Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento.          § 4o  No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167.         § 5o  A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.         § 6o  Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados.         § 7o  O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem.          § 8o  O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.         Art. 134.  Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.        Art. 135.  A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.        Parágrafo único.  Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em destituição de cargo em comissão.        Art. 136.  A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.        Art. 137.  A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.        Parágrafo único.  Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.        Art. 138.  Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.        Art. 139.  Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses.        Art. 140.  Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se especialmente que:         I - a indicação da materialidade dar-se-á:          a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias; 

        b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze meses;         II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para julgamento.          Art. 141.  As penalidades disciplinares serão aplicadas:        I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;        II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior     quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;        III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;        IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão.        Art. 142.  A ação disciplinar prescreverá:        I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;        II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;        III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.        § 1o  O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.        § 2o  Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime.        § 3o  A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.        § 4o  Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.

2.3 Lei n. 8.429/1992. 2.3.1 Disposições gerais. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências

CAPÍTULO I Das Disposições Gerais        Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.        Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita

anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.        Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.        Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.        Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.        Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.        Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.        Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.        Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.        Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

2.3.2 Atos de improbidade administrativa. CAPÍTULO IIDos Atos de Improbidade AdministrativaSeção IDos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito        Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:        I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;        II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;        III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;        IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

        V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura (agiotagem-cobrar juros excessivo) ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;        VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;        VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;        VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;        IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;        X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;        XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;        XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.Seção IIDos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário        Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:        I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;        II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;        III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;        IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;        V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;        VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea (não confiável);        VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

Permuta é um tipo de contrato onde uma das partes é obrigada a dar algo em troca de alguma coisa.Bem Integrante: bem complementar (para completar).

        VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;          IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;        X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;        XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;        XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;        XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.        XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;               XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei

Seção IIIDos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública        Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:        I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;        II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;        III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;        IV - negar publicidade aos atos oficiais;        V - frustrar a licitude de concurso público;        VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;        VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.   2.4 Processo administrativo (Lei n. 9.784/1999): conceito, princípios, fases e modalidades.

PROCESSO ADMINISTRATIVO

ConceitoProcedimento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas funções ou relacionada com as atribuições do seu cargo e a ele estão sujeitos todos os servidores públicos estatutários , ainda que em estágio probatório, podendo resultar nas seguintes penalidades: advertência, aplicada por escrito em faltas de menor gravidade; suspensão; demissão; cassação da aposentadoria ou da disponibilidade.

A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover sua imediata apuração, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar. SindicânciaA sindicância, de rito sumário, é instaurada para apurar a existência de fatos irregulares e determinar os responsáveis, podendo resultar em: arquivamento do processo, quando não for apurada irregularidade; aplicação de penalidade de menor gravidade (advertência ou suspensão de até 30 dias); instauração de processo disciplinar.Somente a autoridade competente, indicada pelo Regimento ou Regulamento, poderá instaurar a sindicância, sob pena de nulidade do procedimento.A sindicância é constituída de três fases, que deverão ser cumpridas no prazo de 30 dias, prorrogável por igual período, sendo estas: abertura ou instauração; instrução; relatório.Se ficar provada a ocorrência do ilícito e identificada a sua autoria, o processo comportará, antes do julgamento, a fase dadefesa, que se desenvolve no prazo de 15 dias, prorrogável por mais 10.Após a defesa, a Comissão apresenta relatório conclusivo, focalizando basicamente três pontos : indiciação - resumo da denúncia e indicação dos dispositivos legais transgredidos. defesa - síntese dos argumentos desenvolvidos na defesa do sindicado, confrontando as acusações com as contestações apresentadas. parecer - relato do quanto foi apurado, exposição de suas conclusões à luz das provas produzidas, circunstâncias agravantes e atenuantes e recomendação da penalidade que entenda justa e compatível com a falta cometida.Julgamento da sindicânciaO julgamento da sindicância cabe à autoridade que tenha determinado a sua abertura.Qualquer que seja a decisão da autoridade, deve a mesma, no despacho que a proferir, determinar as medidas a serem tomadas para a sua eficácia.Decidindo a autoridade pela aplicação de penalidade, expedirá o competente ato que deve ser publicado em Diário Oficial da União, dele cabendo pedido de reconsideração ou recurso na forma da lei. Instauração do Processo Administrativo DisciplinarCiente do ato ou fato irregular, a autoridade o comunica ao respectivo dirigente máximo, juntando os elementos de comprovação da ocorrência e da responsabilidade do agente envolvido, e pedindo a instauração do processo administrativo disciplinar. Portaria da autoridade competente instaura o processo administrativo, designando uma comissão para apuração da irregularidade denunciada, integrada por 3 membros, servidores efetivos do quadro do órgão ou entidade, que poderão ser dispensados das atribuições normais de seus cargos até a apresentação do relatório final.São competentes para determinar a instauração do processo disciplinar:·         o Dirigente Superior de autarquia ou fundação, em relação aos servidores dos quadros da respectiva entidade.Instrução do ProcessoConsiste a instrução do processo na reunião de todos os elementos formadores da convicção sobre a ocorrência da irregularidade, bem como, da sua autoria, resumindo-se os atos a termos, sendo composto por: autuação e composição do processo disciplinar; citação; instrução;

tomada de depoimento das testemunhas; juntada de documentos; perícia; defesa do acusado; relatório.Caso o processo administrativo disciplinar tenha sido precedido de sindicância, os autos desta devem ser encaminhados à Comissão Processante, na condição de peça informativa, e integrará o processo instaurado.

PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS:Princípio da Legalidade: A atividade administrativa deve ser realizada de acordo com a lei e autorizada por ela. Pode-se afirmar que tal princípio é a submissão do Estado perante o ordenamento legal. A diferença consiste que nas relações privadas aplica-se o entendimento de que tudo que não está proibido está permitido, divergindo disso no direito público a Administração só pode realizar o que a lei determina ou autoriza. Vale ressaltar que tudo isso está em total consonância com a supremacia do interesse público.Princípio da Publicidade: a publicidade gera a eficácia do ato; a publicidade possibilita o controle do ato pela população.Princípio da Eficiência: Realizar as atividades administrativas da maneira mais racional, a fim de obter os melhores resultados na prestação dos serviços público.Princípio da Impessoalidade: Segundo Celso Antônio Bandeira de melo, o princípio da impessoalidade "traduz a idéia de que a administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. nem favoritismo, nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoas, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa"; pode-se concluir, então, a impessoabilidade é o corolário da isonomia ou igualdade e se confunde com o princípio da finalidade pública.Princípio da Moralidade: O Administrador deve agir com ética (art. 37, § 4° CF/88, art. 85, V e art. 5°, LXXIII).

PRINCÍPIOS IMPLÍCITOSFinalidade. Significa que toda a atividade administrativa deve perseguir a finalidade de interesse público contemplada pela lei, que algumas pessoas chamam de espírito da lei. Como na finalidade da lei está o critério para sua correta interpretação e aplicação, qualquer ato que viole o princípio da finalidade é ato nulo, por violar a própria lei.Proporcionalidade. Todo sacrifício de direito e toda ação administrativa deve guardar uma relação proporcional entre meios e fins. Não pode um particular ser tolhido na sua esfera de direitos individuais de forma desproporcional ao interesse público que supostamente estará sendo contemplado; da mesma forma, não pode um interesse público de maior grandeza ser preterido a pretexto de que há amparo jurídico para o direito individual ou mesmo em razão das garantias constitucionais dos direitos individuais. Se por um lado há prevalência do interesse público sobre o interesse particular, por outro lado deve haver uma proporcionalidade no sacrifício dos direitos individuais para o benefício da coletividade. Um ato administrativo que proporcionalmente beneficie muito pouco a coletividade e prejudique muito um particular será um ato nulo, por violar o princípio da proporcionalidade.Devido processo legal. A propriedade e a liberdade das pessoas são protegidas contra quaisquer abusos, razão pela qual a Constituição Federal é expressa no sentido de que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. Isso significa que todos têm direito ao acesso à Justiça, assim como têm direito a receber um provimento

jurisdicional (de mérito ou não) oriundo de um procedimento cujos atos devem estar previstos em lei.Supremacia do interesse público. Os interesses da coletividade têm prevalência sobre os interesses particulares. Por essa razão, goza a Administração Pública de uma posição hierarquicamente superior em relação ao particular: a Administração tem uma série de privilégios que não seriam admitidos no direito privado. Além disso, os vários atributos do ato administrativo (vide item __), que existem exatamente para que a Administração possa desempenhar de forma eficiente sua missão, decorrem dessa posição privilegiada e da supremacia do interesse público sobre o interesse particular.Indisponibilidade. Significa que os administradores não podem, em nome da Administração, renunciar aos interesses da Administração Pública, exatamente por serem da Administração Pública e estarem a serviço da coletividade e não de titularidade de qualquer agente público. O administrador público, portanto, tem o dever de zelar pelos interesses da administração, devendo agir de acordo com o disposto em lei.Continuidade. Significa que a atividade administrativa é obrigatória e não pode parar nunca, pois os interesses que ela atinge são fundamentais para a coletividade.Autotutela. A Administração Pública tem o dever de controlar seus próprios atos, devendo anular os atos praticados com ilegalidade e revogar os atos que se tornaram contrários ao interesse público. A autotutela se manifesta inclusive no controle de um órgão superior sobre um órgão inferior ou mesmo em face de uma entidade autárquica.Assim, em razão da autotutela, “A Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal reconhece à Administração o poder de anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.[1]Especialidade. Como a Administração Pública está vinculada à legalidade estrita, o agente público somente pode fazer o que a lei manda, ao contrário do particular, que pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. O princípio da especialidade reza que os órgãos e entidades da Administração devem cumprir o papel para os quais foram criadas, sendo vedadas as atividades estranhas à missão legalmente destinada a esses órgãos e entidades.Razoabilidade. Os agentes públicos devem ser guiados, na tomada das decisões, um padrão socialmente aceito de conduta. Existe uma razoabilidade consensual, que é exatamente um padrão de conduta que a esmagadora maioria das pessoas aceita como correta ou razoável. Aplicar o dinheiro dos tributos em investimentos de risco, por exemplo, não é tipo como adequado pela maior parte das pessoas; deixar de remeter verbas orçamentárias devidas à emergência hospitalar também não é razoável etc.Controle jurisdicional da Administração Pública. Nenhuma lesão ou ameaça de lesão pode ser subtraída da apreciação do Poder Judiciário. Isso significa que nosso sistema acolhe o princípio da jurisdição única, do que decorre que até mesmo os atos praticados pela Administração Pública podem ser revistos pelo Poder Judiciário, se praticados com ilegalidade.Motivação. Motivação são as razões de fato e de direito que embasam a prática de um ato e devem ser expressas. Qualquer ato da Administração deve ser motivado. O agente público deve expor os motivos pelos quais tomou essa ou aquela decisão.Segurança jurídica. Significa que não pode haver surpresas passíveis de desestabilizar as relações sociais. Disso decorre a

proteção do direito adquirido quando se declara a nulidade de um ato administrativo que produziu efeitos para particular inocente ou o reconhecimento da validade de atos praticados por servidor público que foi investido na função pública de forma ilegal. Também institutos como a prescrição e algumas limitações ao poder de tributar decorrem do princípio da segurança jurídica.Isonomia. Significa que a Administração não pode conceder privilégio injustificado ou dar tratamento desfavorável a quem quer que seja. Todos os administrados estão, formalmente, em igual posição em relação à Administração Pública. Todos são iguais perante a lei.

Para saber quais são os princípios implícitos, basta olhar para a figura acima. Isso mesmo! É uma PRIMCESA (Com“M” mesmo), pois é falsificada.

P = Presunção de LegitimidadeR = RazoabilidadeI = Indisponibilidade do Interesse PúblicoM = MotivaçãoC = Continuidade do Serviço PúblicoE = EspecialidadeS = Supremacia do Interesse PúblicoA = Autotutela

6. FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINARO Processo Administrativo Disciplinar compreende três fases, a instauração, o inquérito administrativo dividido em instrução, defesa e relatório, e o julgamento. Se a Autoridade Administrativa não tiver elementos suficientes para instaurar o Processo Administrativo Disciplinar, quer por dúvidas quanto a autoria do fato ou por quanto a irregularidade ou não no serviço público procederá à sindicância, que de toda forma estará inclusa nos autos do processo administrativo disciplinar, a sindicância  também é utilizada para a aplicação de punição quando o ato não exigir, expressamente, o Processo Administrativo. Vejamos agora sucintamente, fases que compõem o Processo Disciplinar6.1. InstauraçãoOcorre com a publicação do ato que constitui a comissão que vai julgar o indigitado servidor. É de suma importância que a peça de início determine de forma clara e precisa o objeto da lide de forma a possibilitar a justificação plena do apontado;6.2. Inquérito AdministrativoÉ dividido em três sub-fases: Instrução, Defesa e Relatório.6.2.1. InstruçãoNa instrução são apurados de forma precisa os fatos que deram origem ao Processo Administrativo Disciplinar. A Autoridade Administrativa tem nesta sub-fase do processo a oportunidade de produzir as provas de acusação;6.2.2. DefesaGarantida de forma expressa na nossa Constituição como princípio que deve reger todos os processos, quer em área federal, quer em área administrativa (CF/88, art. 5º, LV), como já foi ressaltado, o devido processo legal  também deve ser seguido, sob pena de anulação do ato;6.2.3. RelatórioÉ a apreciação célere e sucinta do que ocorreu no processo, não carrega efeito vinculativo para a Administração Pública, que pode não seguir as conclusões da comissão processante, desde que informe os motivos que levaram a tomar decisão divergente;6.3. Julgamento

Com a decisão da Autoridade Administrativa acerca do objeto da lide em questão. Sobredita fase é vinculativa devendo se basear em elementos probatórios existentes, necessariamente, no processo administrativo disciplinar (acusação ou defesa e provas)(10).Observação: Se o ilícito hipoteticamente praticado pelo servidor configurar crime será enviada cópia dos autos ao representante ministerial

Modalidades do Processo Administrativo 1- Processo de expediente - é mais simples, não tem a matéria do processo, tramita como um protocolado e é breviamente arquivado. Trata-se de um Processo Administrativo impróprio, ou seja, uma autuação por iniciativa do administrado ou da Administração, que recebe solução adequada rapidamente e sem controvérsia. Não há procedimento próprio, nem rito legal específico para ele, que recebe informações, opiniões, decisão e arquivamento. Não tem, portanto, previsão legal. A sua tramitação tem muitas vezes uma disciplina local que diverge nas várias unidades administrativas. Nestas várias unidades, acaba-se criando uma rotina para os processos de expediente. Estes vão ter a marca do local, sendo resolvidos em pouco tempo. Entretanto, a sua característica principal é não conter controvérsia. No processo de expediente não ocorre criação, alteração ou extinção de direito do administrado, do servidor ou da Administração. Não é sede de solução de direitos ou obrigação. As decisões nele proferidas não são vinculantes, por isso elas são irrecorríveis, mas também sem preclusão, permitindo renovação do pedido e modificação do despacho. São exemplos de processo de expediente o pedido de salário família, o pedido de certidão de tempo de serviço, a certidão para alteração de registro cadastral, o requerimento para correção de guia de recolhimento de imposto de renda etc.. 2- Processo de outorga - contém o pedido de algum direito ou situação individual diante da Administração Pública. Em regra, ele tem um rito específico e não é contraditório. Excepcionalmente, pode ser contraditório quando houver oposição de terceiros ou impugnação da Administração. Neste caso é necessário a defesa do interessado sob pena de nulidade da decisão final. Essa decisão final será vinculante e irretratável pela Administração, gerando direito subjetivo ao beneficiário. Constituem exceção a tal regra os atos precários que sempre admitem modificação ou supressão sumária. Quando nos falamos dos meios de atuação do poder de polícia, nos vimos que a Administração pode controlar o exercício de um direito ou a prática de uma atividade fornecendo um alvará de licença ou alvará de autorização. O primeiro tem caráter de definitividade e cria direito oponível à Administração. O segundo é meramente uma liberalidade da Administração e não cria direito perante ela. Tanto o processo de alvará quanto o processo de porte de arma constituem processos de outorga. Por causa disso, a Administração, como regra geral, pode revogar todos os seus atos, mas quando for um alvará de licença, ela tem que indenizar. Ela pode revogar, mas tem que indenizar. Quando for um alvará de autorização, ela pode simplesmente revogar sumariamente sem nenhuma consideração com o particular. Ela pode também fazer a cassação do alvará tendo em vista a infringência na execução. Se nós tivermos um alvará aprovado para a construção de um prédio residencial e o proprietário resolver construir um prédio para escritórios no seu lugar, ele estará alterando o alvará por conta própria. Quando ele assim procede, ele enseja que aAdministração poderá cassar esse alvará. Pode também ocorrer a anulação de alvará, se no momento de sua expedição

ocorre uma nulidade, tal como pode acontecer na falsificação da assinatura de quem o expediu. Esses são exemplos de processo de outorga. Todos os processos de poder de polícia têm esta característica de processo de outorga. No campo tributário, quando a lei tributária dispensa o pagamento de um tributo, constitui um processo de outorga. Da mesma forma constitui processo de outorga a isenção de imposto predial para os ex-combatentes da 2ª guerra mundial. O registro de marcas e patentes também é processo de outorga; 3- Processo de controle - a Administração, às vezes faz verificações e declara situação , direito ou conduta do administrado ou do servidor com caráter vinculante para as partes, registrando um processo de controle. Tal processo tem rito próprio e exige apresentação de defesa do interessado quando ocorrer irregularidade, sob pena de nulidade. AAdministração usa esse processo só para registrar. Se verificar irregularidade, solicitará que a pessoa apresente a defesa. Se aceitar a defesa, fica registrada a boa conduta da pessoa. Se não aceitar a defesa, ficará registrado a má conduta dela. Esse processo de controle é também chamado de processo de determinação ou de declaração. A decisão final do processo de controle é vinculante mas não é executável porque será necessário instaurar outro processo de caráter disciplinar ou de caráter punitivo ou mesmo propor ação judicial civil ou criminal ou ainda obter pronunciamento executório de outro poder. Ele vai servir apenas como um processo probatório para um outro processo. Assim, se o servidor recebe da Administração uma certa quantidade de dinheiro para determinados gastos internos, deverá fazer uma prestação de contas, o que será feito através de umprocesso de controle. Da mesma forma, os governantes também têm que prestar contas das suas as arrecadações e gastos orçamentários ocorridos nas suas gestões para o Tribunal de Contas, também através de um processo de controle. Segundo recente decisão do STF, se houve irregularidades administrativas, mesmo que ainda não tenham sido apreciadas pelas Casas Legislativas, é possível ao MP propor ação penal contra estes ex-governantes. O MP detém essa competência para processá-los. Também, uma simples consulta fiscal de um contribuinte que tem dúvida sobre o valor de um imposto devido, é um processo de controle. 4- Processo Punitivo -  o processo punitivo destina-se à imposição de penalidade por infração à lei, regulamento ou contrato, e é sempre promovido pela Administração Pública. Em regra, existe um processo legal que é contraditório e que tem que garantir a defesa sob pena de nulidade da sanção imposta. A instauração decorre de auto de infração, representação ou peça equivalente que deve conter a descrição detalhada dos atos e fatos ilegais ou administrativamente ilícitos e a indicação de norma ou convenção infringida. Tal processo é conduzido por autoridade individual ou comissão de autoridades. Os contratos celebrados pela Administração contém cláusulas de sanções para os casos de haver descumprimento de suas regras, podendo ocorrer repreensão, suspensão e até mesmo rescisão contratual, como penalidade imposta ao particular. Entretanto, esse poder punitivo da Administração deve observar rigorosamente o procedimento legal, ou seja, de acordo com o inc. LIV do art. 5° da CF, "Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal". Também deve ser garantido ao infrator o exercício da ampla defesa, com fundamento no art. 5° , inc. LV da CF, ou seja, "Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o

contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes". As sanções no poder punitivo estarão especificadas na lei, no decreto ou no contrato. Podem ser elas a demissão, a multa, a demolição de obra, o fechamento de estabelecimento etc. São sanções privativas do poder de polícia do Estado. Na maior parte das vezes, a escolha das sanções é uma atividade discricionária da autoridade competente, que tem liberdade para produzir a prova e escolher a sanção aplicável nos casos em que ela for aplicável, quando não existe a vinculação ilícito-sanção, já que esta é própria do D. Penal. Dentro do Direito Administrativo, todo poder de polícia sempre vai poder ensejar um processo punitivo.

PROCESSO ADMINISTRATIVO è aplicação das leis, mas na execuçãoPRINCÍPIOS DE PROCESSO ADMINISTRATIVO: OBJETIVOS BÁSICOS. 1. Garantir ao cidadão a observância dos direitos garantidos pela administração2. Permitir uma atuação transparente da administração pública. O processo administrativo está construído sob princípios. Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello os princípios são diretrizes de acatamento obrigatórias para a administração. Em 1999 foi criada a lei 9.784 que regula o processo administrativo, esta lei por sua vez passou a regulamentar os princípios que norteiam o processo administrativo. CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS:Princípios expressos – lei 9.784/99.Princípios implícitos.Princípios supra legais.

PRINCÍPIOS EXPRESSOS: ENCONTRADOS NA LEI 9.784/99.Princípio expresso: Legalidade (art. 2º, § único, I).Princípio expresso: Finalidade (art. 2º, § único, II, III).Princípio expresso: Motivação (art. 2º, § único, VI).

ð    Formal.A motivação formal é aquela em que a administração apenas toma a decisão e a comunica sem explicar sua fundamentação.

ð    Material/substancial.A motivação material é aquela em que a decisão é fundamentada pela administração.

Princípio expresso: Razoabilidade (art. 2º, § único, VI).Princípio expresso: Moralidade (art. 2º, § único, IV).Princípio expresso: Ampla defesa e contraditório.Princípio expresso: Publicidade (art. 2º, § único, V e X).Princípio expresso: Impulso oficial (art. 2º, § único, XII).Princípio expresso: Interesse público.

ð    Todos os atos públicos devem primar pelo interesse da coletividade em detrimento do individual.

Princípio expresso: Eficiência.

ð    É a organização racional dos meios e recursos humanos materiais e institucionais. “José Afonso da Silva”.

Princípio expresso: Segurança jurídica.A decisão que é proferida pela administração não terá mais recurso no âmbito administrativo, não se modificara mais essa decisão nesta esfera.

Princípio expresso: Revisibilidade das decisões.Toda decisão proferida pela administração poderá ser revista pelo poder judiciário sempre. Não há necessidade de se esgotarem todas as instancias administrativas para que se possa entrar na esfera judicial, e ainda existe a possibilidade de nem sequer entrar com o processo administrativo, podendo ingressar diretamente no judiciário.

PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS:OBS: NÃO ESTÃO NO ROL DA LEI, PORÉM, FAZEM PARTE DO SISTEMA.

Princípio implícito: Impessoalidade.O administrador não deve beneficiar ou prejudicar determinada pessoa, ele deve ser impessoal.

Princípio implícito: Economia processual.Processo administrativo em regra é gratuito, somente quando a lei autorizar é que se pode cobrar valores sobre um processo administrativo.

Princípio implícito: Participação popularEstá intimamente ligado com o processo democrático. Permite que a sociedade tenha condições de se manifestar sobre determinado assunto que seja de interesse de uma determinada comunidade, para que isso seja levado em consideração no momento da decisão administrativa. A participação popular poderá ser feita de três formas:

Modalidade de princípio implícito: Consulta pública. (art. 31).Modalidade de princípioimplícito: Audiência pública. (art. 32).Modalidade de princípio implícito: Por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas. (art. 33).

PRINCÍPIOS SUPRA-LEGAIS:São aqueles que estão na CF, ou então que decorrem do próprio sistema processual geral.

Modalidade de princípio supra-legal: Isonomia (tratar todos igualmente perante a lei).Modalidade de princípio supra-legal: Devido processo legal.Modalidade de princípio supra-legal: Razoável duração do processo. (art. 5º,CF,78).Modalidade de princípio supra-legal: Instrumentalidade das formas.Modalidade de princípio supra-legal: Vedação à prova ilícita.Modalidade de princípio supra-legal: Busca pela verdade material, ou seja, o administrador tem o dever de buscar a verdade material do fato que ele está decidindo, por essa razão é que se permite que o administrado produza provas a qualquer tempo, desde que seja antes  da sentença administrativa.

2º BIMESTREMODALIDADES DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS.

CLASSIFICAÇÃO:PROCESSO GRACIOSO E CONTENCIOSO.

1.            Contencioso administrativo.Os processos contenciosos são aqueles que ocorrem no sistema do contencioso administrativo, ou seja, são aqueles que não podem ser revistos pelo judiciário, diferentemente do processo gracioso que não termina na coisa julgada administrativa.

2.            Jurisdição única.Os processos graciosos estão dentro do sistema de jurisdição única, ou seja, são aqueles que podem ser revistos pelo judiciário. O processo gracioso é aquele em que a administração atua da forma em que a lei lhe permite.

TÉCNICO E JURÍDICO.

Esta classificação leva em conta  o elemento predominante na produção de ato ou decisão administrativa.

Nos processos técnicos a decisão é tomada muito mais com base em elementos técnicos, um exemplo é a construção de um aterro sanitário que necessita de um estudo minucioso sobre a melhor forma de realizar o ato.

Um processo jurídico é aquele em que a decisão é tomada com base apenas em aspectos jurídicos, um bom exemplo é a tentativa de impugnação de um edital de licitação aberto por uma prefeitura, neste caso será necessário a análise sobre aspectos jurídicos que tornam possíveis a impugnação.

PROCESSOS ADMINISTRATIVOS PROPRIAMENTE DITOS (OU EM SENTIDO ESTRITO) E PROCESSOS DE MERO EXPEDIENTE.

Os processos administrativos em sentido estrito e os processos de mero expediente são, para Silvia Di Pietro, os processos administrativos em sentido amplo, ou seja, são o todo dos processos administrativos.Processo administrativo em sentido estrito é aquele em que administração atua para solucionar um conflito de interesses entre a administração e o administrado ou para consecução dos seus próprios fins.

Para Celso Antonio Bandeira de Mello os processos de mero expediente não se enquadram nos processos administrativos.

Os processos de mero expediente são aqueles que não atingem a esfera de direito do cidadão, ou seja, são aqueles processos que não são recorríveis, um bom exemplo é quando um chefe de departamento decreta ponto facultativo na repartição ele apenas efetuou um processo de mero expediente.FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

INSTAURAÇÃOINSTRUÇÃODEFESAJULGAMENTO

1. INSTAURAÇÃO2. QUEM PODE?R: O administrador e o administrado.

TIPOS DE INTERESSES QUE O DIREITO PROTEGEIndividuais;Trans-individuais difusos;Trans-individuais coletivos;Trans-individuais homogêneos.

Pelo fato de serem de interesse coletivo, os trans-individuais  são de interesse público.

Os processos de interesse individual serão instaurados somente pelo administrado.

B)          REQUISITOS – ARTS 6º/8º - LEI 9.784/99.Escrito;Indicação da autoridade competente;Exposição de fatos e fundamentos;Pedido;Data / assinatura do requerente.

2.            INSTRUÇÃO – ART.. 29, LEI 9.784/99.PARA QUE SERVE?Serve para dar andamento ao processo.b)           ART. 30 – PRINCÍPIO REGENTE.Principio da verdade material, ou seja, a verdade material se refere a impossibilidade das provas ilícitas. Sendo assim o julgador deve buscar a verdade material, ou seja, não necessariamente aquelas que estejam nos autos.

c)           POSSIBILIDADE DE “REFORMATIO IN PEJUS”.Diferentemente do processo judicial a decisão poderá der reformada para pior.

d) INTIMAÇÕES – ART. 41

MEIOS:

1. PESSOAL;2.            VIA POSTAL (AR);3.            TELEGARAMA;4.            PUBLICAÇÃO OFICIAL – CASOS?

POSICIONAMENTO DO STJ:e)           ART. 40 – POSSIBILIDADE DE ARQUIVAMENTO DOS AUTOS SEM DECISÃO.

3.            DEFESAPRAZO – ART.. 44 DA LEI 9.784/99Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.Uma vez que a decisão foi proferida, a defesa deverá ser apresentada ao órgão competente para apreciá-la.

OS RECURSOSPRAZO DE INTERPOSIÇÃO10 dias

EXCEÇÃOQuando o prazo que estiver previsto em lei especifica for diferente, esse sempre prevalecerá sobre a lei genérica (lei 9.784/99).

b)           LEGITIMIDADE – ART. 58Os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo, aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida, e as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos, os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

c)           ÓRGÃO DE INTERPOSIÇÃO – ART. 56, § 1º

O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.

JUÍZO DE RETRATAÇÃOO juízo de retratação será a autoridade que proferiu a decisão.

CAUÇÃOSalvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.

d)           FORMA DE INTERPOSIÇÃO – ART. 60O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.

ART. 56, § 3º è SÚMULA VINCULANTESe o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. 

e)           CONHECIMENTO E JULGAMENTOCONHECIMENTOJULGAMENTO

ð    POSSIBILIDADESO recurso não será conhecido quando interposto:I - fora do prazo;II - perante órgão incompetente;III - por quem não seja legitimado;IV - após exaurida a esfera administrativa.

ð    PRAZOf)             EFEITOS DOS RECURSOS – ART. 61 EXCEÇÃODO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃOArt. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.§ 3o  Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida;III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.

§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:I - fora do prazo;II - perante órgão incompetente;III - por quem não seja legitimado;IV - após exaurida a esfera administrativa.§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão.Art. 64-A.  Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.Art. 64-B.  Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR SINDICÂNCIA FINALIDADEA finalidade da sindicância é apurar o ilícito administrativo. A necessidade desta apuração prévia se dá pelo fato de não se saber quem cometeu o ato. OBRIGATÓRIA?Não é obrigatória pois há situações em que o caso está claro, sendo assim a administração poderá instaurar o processo administrativo sem fazer sindicância.

 FASES: a)    Instauração;b)    Instrução;c)    Julgamento.Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar a opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/97).I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração; ( Inciso acrescentado pela Lei nº 9.527, de 10/12/97).II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; ( Inciso acrescentado pela Lei nº 9.527, de 10/12/97).III - julgamento. ( Inciso acrescentado pela Lei nº 9.527, de 10/12/97).§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico. ( Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/97).§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, observado o disposto nos artigos. 163 e 164. ( Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/97).§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento. ( Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.527, de 10/12/97).§ 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3º do art.167. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.527, de 10/12/97).§ 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.527, de 10/12/97).§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.527, de 10/12/97).§ 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias,

quando as circunstâncias o exigirem. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.527, de 10/12/97).§ 8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.527, de 10/12/97).

LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS        Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.        § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.        § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:        I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;        II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;        III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.        Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.        Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:        I - atuação conforme a lei e o Direito;        II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;        III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;        IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;        V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;        VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;        VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;        VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;        IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;        X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;        XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;        XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;

        XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.CAPÍTULO IIOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS        Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:        I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;        II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;        III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;        IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.CAPÍTULO IIIDOS DEVERES DO ADMINISTRADO        Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:        I - expor os fatos conforme a verdade;        II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;        III - não agir de modo temerário;        IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.CAPÍTULO IVO INÍCIO DO PROCESSO        Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.        Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:        I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;        II - identificação do interessado ou de quem o represente;        III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;        IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;        V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.        Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.        Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.        Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.CAPÍTULO VOS INTERESSADOS        Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo:        I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;        II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser     adotada;

        III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;        IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.        Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.CAPÍTULO VIDA COMPETÊNCIA        Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.        Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.        Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.        Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:        I - a edição de atos de caráter normativo;        II - a decisão de recursos administrativos;        III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.        Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.        § 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.        § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.        § 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.        Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.        Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.        Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.CAPÍTULO VIIDOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO        Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:        I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;        II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;        III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.        Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.        Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.        Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com

algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.        Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.

CAPÍTULO VIIIDA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO        Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.        § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.        § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.        § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.        § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.        Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.        Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.        Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.        Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.        Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.CAPÍTULO IXDA COMUNICAÇÃO DOS ATOS        Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.        § 1o A intimação deverá conter:        I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;        II - finalidade da intimação;        III - data, hora e local em que deve comparecer;        IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;        V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;        VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.        § 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento.        § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.        § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.        § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.        Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.

        Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado.        Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.CAPÍTULO XDA INSTRUÇÃO        Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.        § 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo.        § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.        Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.        Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.        § 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas.        § 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais.        Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo.        Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas.        Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.        Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.        Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.        Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.        Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo.        § 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.

        § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.        Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.        Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.        Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.        Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.        Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.        § 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.        § 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.        Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.        Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.        Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.        Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.        Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente.CAPÍTULO XIDO DEVER DE DECIDIR        Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.        Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.CAPÍTULO XIIDA MOTIVAÇÃO        Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:        I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;        II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

        III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;        IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;        V - decidam recursos administrativos;        VI - decorram de reexame de ofício;        VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;        VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.        § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.        § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.        § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.CAPÍTULO XIIIDA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO        Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.        § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado.        § 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.        Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.CAPÍTULO XIVDA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO        Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.        Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.        § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.        § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à     validade do ato.        Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.CAPÍTULO XVDO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO        Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.        § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.        § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.

        § 3o  Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.               Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.        Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:        I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;        II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida;        III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;        IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.        Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.        § 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.        § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.        Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.        Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.        Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.        Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.        Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:        I - fora do prazo;        II - perante órgão incompetente;        III - por quem não seja legitimado;        IV - após exaurida a esfera administrativa.        § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.        § 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.        Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.        Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão.        Art. 64-A.  Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.                Art. 64-B.  Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar

as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.               Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.        Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.CAPÍTULO XVIDOS PRAZOS        Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.        § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.        § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.        § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.        Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem.CAPÍTULO XVIIDAS SANÇÕES        Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.CAPÍTULO XVIIIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS        Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.        Art. 69-A.  Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado:           I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;              II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;              IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo.              § 1o  A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem cumpridas.                § 2o  Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.      

FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO4 Fases do Processo Administrativo Disciplinar. 4.1 Instauração. 4.2 Inquérito Administrativo. 4.2.1 Instrução.

4.2.2 Defesa. 4.2.3 Relatório. 4.3 Julgamento.

4.1 InstauraçãoO processo tem início pela própria administração, de ofício, ou, por requerimento do interessado, a pedido.É a primeira fase do processo, onde são oferecidos, por escrito, os fatos e em alguns casos a indicação do direito que enseja o processo. Esse requerimento conterá: o órgão ou autoridade (administrativa) a que se dirige, identificação do interessado, domicílio do requerente, formulação do pedido, documentos que comprovem os fatos expostos, rol de testemunhas, data e assinatura de seu requerente. Ressalte-se que a exigência de assinatura ao mesmo tempo em que inibe denúncias inconsistentes também desestimula a denúncia por aqueles que têm medo de represálias.O início propriamente dito dá-se com despacho de autoridade competente que, assim que tiver ciência de irregularidade age ex officio, embasado no princípio da oficialidade. Se porventura essa irregularidade constituir ilícito penal, a comissão processante é obrigada a comunicar às autoridades competentes e fornecer o material que tiver a sua disposição (Di Pietro, 2004. p. 544).É com base no princípio da oficialidade que a comissão toma iniciativa ao levantamento de provas e realizar as diligências que julgar necessárias. Com fundamento em outro princípio, o da ampla defesa, é que o processado pode acompanhar o processo com ou sem advogado, apreciando e contestando a tudo o que for apresentado contra ele.

4.2 Inquérito AdministrativoTem início após a instauração, divide-se em Instrução, Defesa e Relatório.

4.2.1 InstruçãoEsta etapa tem por finalidade a averiguação, comprovação e convencimento da Administração Pública para que tome uma decisão, é onde, são elucidados os fatos por iniciativa própria da Administração, determinando diligências, produzindo provas, requerendo depoimento da parte, oitiva (audição – no sentido de ouvir) testemunhas, inspeções e perícias. Além de determinar produção provas (pode ser feito até o momento do julgamento), através de laudos ou pareceres, tudo isso objetivando fundar a decisão que será tomada (Alexandrino, 2009. p.852).Na instrução devem ser tomadas todas as providências necessárias ao esclarecimento dos fatos que integram o processo, desde que não sejam utilizadas provas adquiridas ilicitamente, expressamente proibidas segundo art. 30, da lei em apreço. Verifica-se aí a implementação do princípio da economia processual.Nessa fase é assegurado ao denunciado a possibilidade de acompanhar o processo, pessoalmente, ou, através de seu advogado sendo-lhe permitido reinquirir (interrogar) testemunhas, produzir provas e contraprovas (Gasparini, 2008. p. 994).

4.2.2 DefesaÉ assegurado todos os meios legais para que o acusado exerça seu direito à ampla defesa no processo administrativo disciplinar, como nos mostra a Constituição Federal no art. 5°, LV "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recurso a ela inerentes".

4.3.3 RelatórioO relatório surge no processo administrativo como uma apreciação célere e sucinta de tudo que foi informado, colocado, como: provas, fatos, etc. É peça apenas opinativa, não vinculando a autoridade julgadora. Geralmente apresenta uma proposta de aplicação de pena, fazendo a indicando os fundamentos que induziram a essa conclusão, ou, uma proposta de absolvição.Somente aparece a figura do relatório se o órgão responsável pela instrução não for competente para o julgamento. Todavia, se tendo o órgão competente, passasse diretamente da instrução para a decisão, abstraindo-se do relatório.

4.3 Julgamento ou DecisãoFinalizamos, descrevendo a fase do processo administrativo disciplinar que se inicia com o término do Relatório ou da Instrução, dá-se início a fase processual de Julgamento, também chamada de Decisão. O prazo que a Administração tem para prolatar a decisão é 30 dias, prorrogáveis por igual período, desde que devidamente fundamentada, sendo obrigatória a sua divulgação em função do princípio da publicidade (Alexandrino, 2009. p.854).Na maioria das vezes, quando existir o relatório a decisão o seguirá, entretanto, como já foi ponderado, a decisão não se vincula ao relatório podendo ser diferente, desde que com a devida fundamentação.É importante aplicar a pena que a Lei define e possibilita independente de rancores pessoais ou facilitações decorrentes do relacionamento entre o denunciado e a autoridade julgadora.Em uma visão superficial do processo administrativo disciplinar, pode nos parecer que é algo simples e sem importância se comparado ao processo judicial, não obstante, tem grande importância para a Administração Pública, sendo imperativo que se atente aos princípios e a norma reguladora, para que não sejam empreendidos abusos de poder com relação aos servidores passivos de ação.

Modalidades do Processo Administrativo 1- Processo de expediente - é mais simples, não tem a matéria do processo, tramita como um protocolado e é breviamente arquivado. Trata-se de um Processo Administrativo impróprio, ou seja, uma autuação por iniciativa do administrado ou da Administração, que recebe solução adequada rapidamente e sem controvérsia. Não há procedimento próprio, nem rito legal específico para ele, que recebe informações, opiniões, decisão e arquivamento. Não tem, portanto, previsão legal. A sua tramitação tem muitas vezes uma disciplina local que diverge nas várias unidades administrativas. Nestas várias unidades, acaba-se criando uma rotina para os processos de expediente. Estes vão ter a marca do local, sendo resolvidos em pouco tempo. Entretanto, a sua característica principal é não conter controvérsia. No processo de expediente não ocorre criação, alteração ou extinção de direito do administrado, do servidor ou da Administração. Não é sede de solução de direitos ou obrigação. As decisões nele proferidas não são vinculantes, por isso elas são irrecorríveis, mas também sem preclusão, permitindo renovação do pedido e modificação do despacho. São exemplos de processo de expediente o pedido de salário família, o pedido de certidão de tempo de serviço, a certidão para alteração de registro cadastral, o requerimento para correção de guia de recolhimento de imposto de renda etc.. 2- Processo de outorga - contém o pedido de algum direito ou situação individual diante da Administração Pública. Em regra,

ele tem um rito específico e não é contraditório. Excepcionalmente, pode ser contraditório quando houver oposição de terceiros ou impugnação da Administração. Neste caso é necessário a defesa do interessado sob pena de nulidade da decisão final. Essa decisão final será vinculante e irretratável pela Administração, gerando direito subjetivo ao beneficiário. Constituem exceção a tal regra os atos precários que sempre admitem modificação ou supressão sumária. Quando nos falamos dos meios de atuação do poder de polícia, nos vimos que a Administração pode controlar o exercício de um direito ou a prática de uma atividade fornecendo um alvará de licença ou alvará de autorização. O primeiro tem caráter de definitividade e cria direito oponível ( que pode se opor) à Administração. O segundo é meramente uma liberalidade da Administração e não cria direito perante ela. Tanto o processo de alvará quanto o processo de porte de arma constituem processos de outorga. Por causa disso, a Administração, como regra geral, pode revogar todos os seus atos, mas quando for um alvará de licença, ela tem que indenizar. Ela pode revogar, mas tem que indenizar. Quando for um alvará de autorização, ela pode simplesmente revogar sumariamente sem nenhuma consideração com o particular. Ela pode também fazer a cassação do alvará tendo em vista a infringência na execução. Se nós tivermos um alvará aprovado para a construção de um prédio residencial e o proprietário resolver construir um prédio para escritórios no seu lugar, ele estará alterando o alvará por conta própria. Quando ele assim procede, ele enseja que aAdministração poderá cassar esse alvará. Pode também ocorrer a anulação de alvará, se no momento de sua expedição ocorre uma nulidade, tal como pode acontecer na falsificação da assinatura de quem o expediu. Esses são exemplos de processo de outorga. Todos os processos de poder de polícia têm esta característica de processo de outorga. No campo tributário, quando a lei tributária dispensa o pagamento de um tributo, constitui um processo de outorga. Da mesma forma constitui processo de outorga a isenção de imposto predial para os ex-combatentes da 2ª guerra mundial. O registro de marcas e patentes também é processo de outorga; 3- Processo de controle - a Administração, às vezes faz verificações e declara situação, direito ou conduta do administrado ou do servidor com caráter vinculante para as partes, registrando um processo de controle. Tal processo tem rito próprio e exige apresentação de defesa do interessado quando ocorrer irregularidade, sob pena de nulidade. A Administração usa esse processo só para registrar. Se verificar irregularidade, solicitará que a pessoa apresente a defesa. Se aceitar a defesa, fica registrada a boa conduta da pessoa. Se não aceitar a defesa, ficará registrado a má conduta dela. Esse processo de controle é também chamado de processo de determinação ou de declaração. A decisão final do processo de controle é vinculante mas não é executável porque será necessário instaurar outro processo de caráter disciplinar ou de caráter punitivo ou mesmo propor ação judicial civil ou criminal ou ainda obter pronunciamento executório de outro poder. Ele vai servir apenas como um processo probatório para um outro processo. Assim, se o servidor recebe da Administração uma certa quantidade de dinheiro para determinados gastos internos, deverá fazer uma prestação de contas, o que será feito através de umprocesso de controle. Da mesma forma, os governantes também têm que prestar contas das suas as arrecadações e gastos orçamentários ocorridos nas suas gestões para o Tribunal de Contas, também através de um processo de controle. 

Segundo recente decisão do STF, se houve irregularidades administrativas, mesmo que ainda não tenham sido apreciadas pelas Casas Legislativas, é possível ao MP propor ação penal contra estes ex-governantes. O MP detém essa competência para processá-los. Também, uma simples consulta fiscal de um contribuinte que tem dúvida sobre o valor de um imposto devido, é um processo de controle. 4- Processo Punitivo -  o processo punitivo destina-se à imposição de penalidade por infração à lei, regulamento ou contrato, e é sempre promovido pela Administração Pública. Em regra, existe um processo legal que é contraditório e que tem que garantir a defesa sob pena de nulidade da sanção imposta. A instauração decorre de auto de infração, representação ou peça equivalente que deve conter a descrição detalhada dos atos e fatos ilegais ou administrativamente ilícitos e a indicação de norma ou convenção infringida. Tal processo é conduzido por autoridade individual ou comissão de autoridades. Os contratos celebrados pela Administração contém cláusulas de sanções para os casos de haver descumprimento de suas regras, podendo ocorrer repreensão, suspensão e até mesmo rescisão contratual, como penalidade imposta ao particular. Entretanto, esse poder punitivo da Administração deve observar rigorosamente o procedimento legal, ou seja, de acordo com o inc. LIV do art. 5° da CF, "Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal". Também deve ser garantido ao infrator o exercício da ampla defesa, com fundamento no art. 5° , inc. LV da CF, ou seja, "Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes". As sanções no poder punitivo estarão especificadas na lei, no decreto ou no contrato. Podem ser elas a demissão, a multa, a demolição de obra, o fechamento de estabelecimento etc. São sanções privativas do poder de polícia do Estado. Na maior parte das vezes, a escolha das sanções é uma atividade discricionária da autoridade competente, que tem liberdade para produzir a prova e escolher a sanção aplicável nos casos em que ela for aplicável, quando não existe a vinculação ilícito-sanção, já que esta é própria do D. Penal. Dentro do Direito Administrativo, todo poder de polícia sempre vai poder ensejar um processo punitivo.

3 Estatuto e Regimento Geral da Universidade de Brasília (disponível em http://www.unb.br/unb/transparencia/downloads/regimento_estatuto_unb.pdf). Arquivo separado.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL: 1. Constituição. 1.1 Conceito, classificações, princípios fundamentais.

1) Conceito de ConstituiçãoDefiniçãoConstituição é o conjunto de leis, normas e regras de um país ou de uma instituição. A Constituição regula e organiza o funcionamento do Estado. É a lei máxima que limita poderes e define os direitos e deveres dos cidadãos. Nenhuma outra lei no país pode entrar em conflito com a Constituição. Nos países democráticos, a Constituição é elaborada por uma Assembleia Constituinte (pertencente ao poder legislativo), eleita pelo povo. A Constituição pode receber emendas e reformas, porém elas possuem também as cláusulas pétreas (conteúdos que não podem ser abolidos).

A Constituição brasileira, que está em vigência, foi promulgada pela Assembleia Constituinte no ano de 1988.

2) ClassificaçãoClassificação das ConstituiçõesExistem vários modos da doutrina classificação das Constituições. Boa parte será baseada na obra de José Afonso da Silva.1.Quanto ao conteúdoMaterial (ou substancial)A Constituição material no sentido estrito significa o conjunto de normas constitucionais escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos fundamentais, não se admitindo como constitucional qualquer outra matéria que não tenha aquele conteúdo essencialmente constitucional. Vale dizer que é possível separarem-se normas verdadeiramente constitucionais, isto é, normas que realmente devem fazer parte do texto de uma Constituição, daquelas outras, que só estão na Constituição por uma opção política, mas ficariam bem nas leis ordinárias.FormalA Constituição formal é o conjunto de normas escritas, hierarquicamente superior ao conjunto de leis comuns, independentemente de qual seja o seu conteúdo, isto é, estando na Constituição é formalmente constitucional, pois tem a forma de Constituição As Constituições escritas não raro inserem matéria de aparência constitucional, que assim se designa exclusivamente por haver sido introduzida na Constituição, enxertada no seu corpo normativo e não porque se refira aos elementos básicos ou institucionais da organização política.A Constituição Imperial Brasileira de 1824 fazia a nítida e expressa diferença entre normas de conteúdo material e as de conteúdo formal.2. Quanto à formaEscrita (ou positiva)É a Constituição codificada e sistematizada num texto único, escrito, elaborado por um órgão constituinte, encerrando todas as normas tidas como fundamentais sobre a estrutura do Estado, a organização dos poderes constituídos, seu modo de exercício e limites de atuação, e os direitos fundamentais (políticos, individuais, coletivos, econômicos e sociais).Não escrita (ou costumeira, ou consuetudinária)É a Constituição cujas normas não constam de um documento único e solene, mas se baseia principalmente nos costumes, na jurisprudência e em convenções e em textos constitucionais esparsos. Até o século XVIII preponderavam as Constituições costumeiras, hoje restaram poucas, como a Inglesa e a de Israel, esta última em vias de ser positivada.A É importante notar que, com o advento da Emenda Constitucional nº. 45, foi introduzido o § 3º, no art. 5º, possibilitando que tratado internacional sobre direito humanos possa ter força de norma constitucional, ainda que não esteja inserido formalmente na CF/88. Esse fato novo parece ter suavizado a condição de Constituição escrita da atual Carta brasileira.Assim, o novo parágrafo 3º do art. 5º: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.3. Quanto ao modo de elaboraçãoDogmáticaSerá sempre uma Constituição escrita, é a elaborada por um órgão constituinte, e sistematiza os dogmas ou ideias fundamentais da teoria política e do Direito dominantes no momento.

Histórica (ou costumeira)Sempre uma Constituição não escrita, resulta de lenta transformação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos.4. Quanto à origemPromulgada (popular ou democrática ou votada)É a Constituição que se origina de um órgão constituinte composto de representantes do povo, eleitos com a finalidade de elaborar e estabelecer aquela Constituição, portanto nasce de uma assembleia popular, seja esta representada por uma pessoa ou por um órgão colegiado. As Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988 foram promulgadas.OutorgadaÉ a Constituição elaborada e estabelecida sem a participação do povo, ou seja, a que o governante impõe ao povo de forma arbitrária, podendo ser elaborada por uma pessoa ou por um grupo. As Constituições brasileiras de 1824, 1937, 1967 e 1969 foram outorgadas.Cabe alertar para uma espécie de Constituição, entendida como uma Constituição outorgada por um bom número de autores, que é a Constituição Cesarista, examinada por plebiscito (para alguns autores tratar-se-ia de referendo) sobre um projeto formado por um imperador ou ditador, sendo que a participação popular não é democrática porque visa apenas confirmar a vontade do detentor do poder.5. Quanto à estabilidade (ou consistência, ou processo de reforma)RígidaClassificação relativa a rigidez constitucional foi estabelecida, inicialmente, por Lord Bryce. Trata-se de uma Constituição que somente pode ser modificada mediante processo legislativo, solenidades e exigências formais especiais, diferentes e mais difíceis do que aqueles exigidos para a formação e modificação de leis comuns (ordinárias e complementares). Quanto maior for a dificuldade, maior será a rigidez. A rigidez da atual Constituição Brasileira é marcada pelas limitações procedimentais ou formais (incisos e §§ 2º, 3º, e 5º). Quase todos os Estados modernos aderem a essa forma de Constituição, assim como todas as Constituições Brasileiras, salvo a primeira, a Constituição Imperial, de 1824.Cabe lembrar que só há rigidez constitucional em Constituições escritas e que só cabe controle da constitucionalidade  na parte rígida de uma Constituição. Por consequência, não existe possibilidade de controle da constitucionalidade nas Constituições flexíveis ou em qualquer Constituição costumeira.Flexível (ou plástica)É aquela Constituição que pode ser modificada livremente pelo legislador segundo o mesmo processo de elaboração e modificação das leis ordinárias. A flexibilidade constitucional se faz possível tanto nas Constituições costumeiras quanto nas Constituições escritas.Semi-RígidaÉ a Constituição que contém uma parte rígida e outra flexível. A Constituição Imperial Brasileira de 1824 foi semi-rígida.G Cabe alertar que alguns doutrinadores estabelecem outra espécie, a Constituição imutável. Mas a grande maioria dos autores a considera reprovável porque entende que a estabilidade das Constituições não deve ser absoluta, imutável, perene, porque a própria dinâmica social exige constantes adaptações para atender as suas exigências. A Constituição deve representar a vontade de um povo e essa vontade varia com o tempo, por isso a necessidade de que a Constituição se modifique.6. Quanto à extensãoConcisa (ou sintética)

É aquela Constituição que abrange apenas, de forma sucinta, principios constitucionais gerais ou enuncia regras básicas de organização e funcionamento do sistema jurídico estatal, deixando a parte de pormenorização à legislação complementar.Prolixa (ou analítica)É aquela Constituição que trata de minúcias de regulamentação, que melhor caberiam em normas ordinárias. Segundo o mestre Bonavides, estas Constituições apresentam-se cada vez em maior número, incluindo-se a atual Constituição Brasileira.7. Quanto à supremaciaConstituição MaterialÉ aquela que se apresenta não necessariamente sob a forma escrita e é modificável por processos e formalidades ordinários e por vezes independentemente de qualquer processo legislativo formal (através de novos costumes e entendimentos jurisprudenciais).Constituição FormalÉ aquela que se apresenta sob a forma de um documento escrito, solenemente estabelecido quando do exercício do poder constituinte e somente modificável por processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos.Apóia-se na rigidez constitucional.8. Constituição Garantia e DirigenteConstituição GarantiaÉ a Constituição que se preocupa especialmente em proteger os direitos individuais frente aos demais indivíduos e especialmente ao Estado. Impõe limites à atuação do Estado na esfera privada e estabelece ao Estado o dever de não-fazer (obrigação-negativa, status negativus).Constituição Dirigente (Programática ou Compromissória)É a Constituição que contém um conjunto de normas-princípios, ou seja, normas constitucionais de princípio programático, com esquemas genéricos, programas a serem desenvolvidos ulteriormente pela atividade dos legisladores ordinários.No entender de Raul Machado Horta, as normas programáticas exigem não só a regulamentação legal, mas também decisões políticas e providências administrativas. As normas programáticas constitucionais estabelecem fundamentos, fixam objetivos, declaram princípios e enunciam diretrizes.Tais normas, que José Afonso da Silva situa dentre as de eficácia limitada, não são de reconhecimento pacífico na doutrina no que se refere a sua existência. É importante lembrar que como qualquer norma constitucional, as normas de eficácia limitada, entre elas as programáticas, têm eficácia, ou seja, produzem efeitos (para relembrar, voltar à classificação quanto à eficácia das normas constitucionais).

A atual Constituição Brasileira traz numerosas normas de princípio programático, como por exemplo: arts. 3º, 4º, § único; 144; 196; 205 e 225.

Constituição BalançoÉ a Constituição que, ao caracterizar uma determinada organização política presente, prepara a transição para uma nova etapa.9. Classificação desenvolvida por Karl LoewensteinDenominada ontológica porque se baseia no uso que os detentores do poder fazem da Constituição:Constituição NormativaÉ a Constituição efetiva, ou seja, ela determina o exercício do poder, obrigando todos a sua submissão.Constituição Nominal ou NominativaÉ aquela ignorada pela prática do poder.

Constituição SemânticaÉ aquela que serve para justificar a dominação daqueles que exercem o poder político. 3) Princípios fundamentais da Constituição (art.1º ao 4º)Art.1º - FundamentosArt.2º - Separação dos PoderesArt.3º - ObjetivosArt.4º - Princípios nas relações internacionaisOs princípios fundamentais são os valores + interpretação + unidade

Fundamentos:- Soberania: é um poder que não pode ser limitado por nenhum outro.Ex: art.5º, §4º, da CF àTPI = Estatuto de Roma = Corte Internacional de Justiça (competente para julgar os crimes de genocídio, de guerra, contra a humanidade, de agressão). O TPI possui algumas características:1ª) nega imunidade de qualquer natureza e de qualquer ordem.2ª) um brasileiro nato que praticou um crime desta qualidade deve ser entregue.3ª) aplica pena de prisão perpétua.4ª) os crimes são imprescritíveis.O Principio da Complementaridade é o que justificaria o Tribunal Penal Internacional como não ofensa a nossa soberania. É o não agir do Estado na apuração do delito, que justifica a sua admissão no julgamento daquelas infrações penais.- Cidadania: é o direito de possuir direitos. Também entendido como ser brasileiro + possuir direitos políticos.Há entendimento doutrinário no sentido de que a criança de 0 a 5 anos ao possuir direitos fundamentais de ter a sua disposição assistência educacional adequada - através de creches, ficaria evidenciado que tal preceito legal é tido como cidadania.- Dignidade da pessoa humana: para o STF é o nosso valor-fonte.- valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: foram harmonizados lado a lado.- pluralismo político: é a aceitação constitucional de que a sociedade brasileira é formada por diversos centros de poder, tais como: religião, partidos políticos, associações, etc. É o direito à diferença = visão moderna de pluralismo político.O Preâmbulo, que faz parte da Constituição Federal, traz os nossos valores que orientam a própria CF ou ao constituinte.·                   Direitos humanos X direitos do homem X direitos fundamentais

O núcleo é os direitos do homem = são aqueles não formalizados (por formalizar).Quando passam a integrar tratados, convenções e acordos internacionais, tornam-se direitos humanos.Quando os direitos do homem passa a integrar o direito interno, tornam-se direitos  fundamentais. 3.1) A “questão topográfica” dos direitos fundamentais. Rompimento de tradição constitucional, uma vez que os direitos fundamentais vinham no fim da CF. Com o advento da CF/88, referidos direitos foram deslocados para o art.5º da Lei Maior.Encontramos Direitos Fundamentais:- Art.5º- Título II (art.5º ao 17)- Espalhados pela CF- Implícitos (decorrente do regime e dos princípios)- Tratados Internacionais

Fases de incorporação de um tratado internacional ao direito interno:1ª) Celebração = privativamente a Presidência da República2ª) Aprovação (referendo ou referendum) = exclusivamente pelo Congresso Nacional3ª) Ratificação = cabe a Presidência da República4ª) Promulgação e publicação = a cargo, privativamente, do Presidente da República.

Classificações trazidas pelo STF com relação aos Tratados Internacionais:Tratados Internacionais que não versam sobre DH = lei ordinária (regra geral)Tratados Internacionais sobre DH sem o quórum qualificado para aprovação, tanto faz se implementado antes ou após EC 45/2004 = supralegalidade (mas sempre infraconstitucional - abaixo da CF)Tratados Internacionais com assunto de DH = norma constitucional porque trata-se de uma norma tão somente materialmente constitucional.Tratados Internacionais sobre DH (após EC 45/2004 – art.5º, §3º) = aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 (dois) turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros, serãoequivalentes às Emendas Constitucionais. Diante deste contexto, o referido Tratado deve ser tido como materialmente e formalmente constitucional.

TÍTULO IDos Princípios FundamentaisArt. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:I - a soberania;II - a cidadaniaIII - a dignidade da pessoa humana;IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V - o pluralismo político.Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;II - garantir o desenvolvimento nacional;III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:I - independência nacional;II - prevalência dos direitos humanos;III - autodeterminação dos povos;IV - não-intervenção;V - igualdade entre os Estados;VI - defesa da paz;VII - solução pacífica dos conflitos;VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

1.1 Conceito, classificações, princípios fundamentais.

CONCEITO: A Constituição deve ser entendida como “a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos” (MORAES, Alexandre de. Direito constitucional, p. 6).

CLASSIFICAÇÃO:Quanto ao Conteúdo: Material ou Formal.Material: é aquela que possui apenas matérias constitucionais.Formal: além de possuir matérias constitucionais, também possui outros assuntos, tais como o artigo 242.Apesar de nossa Constituição ser formal, tudo nela contida é norma constitucional.

Quanto a Forma: Escrita ou Não escrita.Escrita: é um documento solene (Curiosidade - Todas as constituições brasileiras foram escritas).Não escrita: também chamada de constituição costumeira, é fruto dos costumes da sociedade, tal como a constituição da Inglaterra.

Quanto a Elaboração: Dogmática ou HistóricaDogmática: é aquela que é fruto de um trabalho legislativo específico. Tem esse nome por refletir os dogmas de um momento da história (Curiosidade - Todas as constituições brasileiras foram dogmáticas).Histórica: ela é fruto de uma lenta evolução histórica, tal como ocorre na Inglaterra.

Quanto a Origem: Promulgada, Outorgada ou Cesarista.Promulgada: é a constituição democrática, ou seja, feita pelos representantes do povo. Por isso, a Constituição de 1988 também é conhecida como Constituição Cidadã. Outorgada: é a constituição imposta ao povo pelo governante.Cesarista: é a feita pelo governante, mas submetida à apreciação do povo mediante referendo.

Quanto a Extensão: Sintética ou Analítica.Sintética: é aquela constituição reduzida, concisa, tal como a constituição Americana de 1787.Analítica: é uma constituição extensa, prolixa, assim como a brasileira.Quanto a Finalidade: Garantia ou Dirigente.Garantia: limita-se a fixar os direitos e garantias. É uma carta declaratória.Dirigente: além de fixar direitos e garantias, fixa metas estatais, fixa uma direção para o Estado, por exemplo, artigo 3º.Balanço: Destinada a registrar um dado estágio das relações de poder no Estado. Sua preocupação é disciplinar a realidade do Estado num determinado período, retratando o arranjo das forças sociais que estruturam o Poder. Faz um “balanço” entre um período e outro.

Quanto a Alterabilidade: Imutável, Rígida, Flexível ou Semirrígida.Imutável: a que não pode ser alterada.

Rígida: é aquela que possui um procedimento de alteração mais rigoroso (é a constituição difícil de ser alterada).Flexível: possui o mesmo procedimento de alteração das demais leis (é a constituição fácil de ser alterada).Semirrígida: parte dela é rígida e parte é flexível, onde uma parte é difícil e a outra é fácil de mudar.

Dessa forma, podemos concluir que nossa   Constituição   é Formal (possui outros assuntos), Escrita (documento solene), Dogmática (fruto do trabalho legislativo), Promulgada (constituição democrática), Analítica (constituição extensa, prolixa), Dirigente (fixa metas estatais) e Rígida (alteração mais rigoroso). Aliás, é possível afirmar que a Constituição Federal Brasileira é extremamente rígida, pois além de possuir um processo rigoroso de alteração, possui um conjunto de matérias que não podem ser suprimidas, as denominadas cláusulas pétreas, previstas no art. 60, 4º, da Constituição.

TÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAISArt. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:I - a soberania;II - a cidadania;III - a dignidade da pessoa humana;IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V - o pluralismo político.Parágrafo único. Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Comentário: Da leitura deste artigo depreende-se que o Brasil é uma República Federativa atualmente organizada, política e administrativamente, em 26 estados-membros, 01 Distrito Federal e em 5.548 Municípios.

A nossa nação tem como forma de governo, a República. Isso significa que seus representantes são eleitos pelo povo (ao contrário da Monarquia) para mandatos eletivos temporários (com início e término) e seus eleitos (presidente, governadores, prefeitos, etc.), podem ser punidos pelos seus atos. Tendo seus representantes eleitos pelo povo (para governá-los, etc.), podemos afirmar a existência da soberania popular, ou seja, da vontade do povo.

Também notamos que a forma do Estado é a de uma Federação, ou seja, é formado por um conjunto de Estados-membros com relativa autonomia para se organizar política e juridicamente e regulamentar os assuntos relacionados à suas obrigações. Embora a Federação seja aquela em que convivem a ordem jurídica (leis, normas, etc.) da União e a dos Estados membros, a Constituição Federal

reconhece os Municípios e o Distrito Federal como membros federados. É importante, ainda, destacar que tais membros estão ligados sem direitos de secessão ou separação, e qualquer tentativa nesse sentido caracteriza crime contra a Segurança Nacional.

Destaca ainda o artigo 1º que a República Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Direito. Por Estado de Direito entendemos que todos seus cidadãos estão submetidos às Leis confeccionados pelos representantes do povo (deputados), e, inclusive, o próprio Estado.

Os poderes deste Estado estão repartidos, e exercem mútuo controle entre si. Os direitos e garantias individuais são claramente enunciados. Por Estado Democrático entendemos que está baseado no princípio da soberania popular, ou seja, o povo tem a participação efetiva e operante nas decisões do governo, através de vários instrumentos como o plebiscito, o referendo, etc., e que também está fundado na ideia da defesa dos direitos sociais, ou seja, busca a superação das desigualdades sociais e regionais e realização da justiça social (por isso alguns programas oficiais como bolsa-escola, bolsa-família, salário mínimo, etc.).

Com relação aos fundamentos da República Federativa do Brasil expressos nos incisos do artigo, cabem os seguintes comentários:

a) Soberania, é o poder de organizar-se com suas leis, suas normas, e de fazer valer, dentro de seu território a universalidade (a abrangência) de suas decisões, nos limites éticos de convivência e de não estar submetido à nenhuma potência estrangeira. Mantêm relações diplomáticas, comerciais, financeiras e culturais com outros Estados que reconhecem a sua soberania, o seu poder dentro das fronteiras e limites do seu território. É importante esse reconhecimento internacional para a existência de um Estado. b) Cidadania, é o status da nacionalidade brasileira acrescido dos direitos políticos, isto é, do direito de participar do processo político como candidato aos cargos do governo ou como eleitor dos governantes. A própria Constituição prevê os poucos casos em que acontecem a perda e a suspensão dos direitos políticos.c) Valores Sociais do Trabalho, são todos os direitos que possibilitam que o exercício das profissões seja realizado com dignidade, entre eles, obrigação de uma remuneração justa e condições mínimas para o desenvolvimento e a sobrevivência da atividade. A Constituição Federal trata do assunto nos artigos 6º ao 11º, em especial, e em outros artigos dispersos em seu corpo.d) Livre Iniciativa, significa que as pessoas possuem inteira liberdade para desenvolver seus empreendimentos de qualquer tipo e de possuir bens como terras, empresas, etc., desde que respeitem as normas existentes. Isso reserva para o Estado o direito de regulamentar as atividades empresariais e profissionais, estabelecendo obrigações, penalidades, etc. O parágrafo único afirma que a fonte do poder do Estado é o povo, que o exerce indiretamente ao votar, ou seja, através dos seus representantes (deputados), de maneira direta e universal, ou seja, voto direto e secreto, sem restrições econômicas ou sociais (com exceção dos analfabetos ou soldados recrutas). A Constituição prevê que os jovens maiores de 16 anos e menores de 18 podem votar porém não podem ser votados. Prevê ainda que tal ato não é obrigatório para essa faixa de idade e também aos maiores de 65 anos. Por outro lado, existe

também a possibilidade de o povo exercer o poder diretamente ao decidir sobre certas matérias que lhe são propostas, através do plebiscito, do referendo e da iniciativa popular.  A presença dos mecanismos diretos e indiretos de participação do povo no governo, nas decisões do Estado, configura o regime político do nosso país como uma democracia representativa semidireta.

2 Direitos e garantias fundamentais. 2.1 Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, cidadania, direitos políticos.

TÍTULO IIDos Direitos e Garantias FundamentaisCAPÍTULO IDOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOSArt. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;  V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;  VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;  VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;   XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;  XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;   XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;   XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;   

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;XXX - é garantido o direito de herança;XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votações;c) a soberania dos veredictos;d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:a) privação ou restrição da liberdade;b) perda de bens;c) multa;d) prestação social alternativa;e) suspensão ou interdição de direitos;XLVII - não haverá penas:a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;b) de caráter perpétuo;c) de trabalhos forçados;d) de banimento;e) cruéis;XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;  LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:a) partido político com representação no Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;LXXII - conceder-se-á habeas data:a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:a) o registro civil de nascimento;b) a certidão de óbito;LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.  CAPÍTULO IIDOS DIREITOS SOCIAISArt. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;III - fundo de garantia do tempo de serviço;IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação

de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;  XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;XXIV - aposentadoria;XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;  XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;  XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;  XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.   Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou

econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.CAPÍTULO IIIDA NACIONALIDADEArt. 12. São brasileiros:I - natos:a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;II - naturalizados:a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. § 1º   Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:I - de Presidente e Vice-Presidente da República;II - de Presidente da Câmara dos Deputados;III - de Presidente do Senado Federal;IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;V - da carreira diplomática;VI - de oficial das Forças Armadas.VII - de Ministro de Estado da Defesa § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:  a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;  Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.CAPÍTULO IVDOS DIREITOS POLÍTICOSArt. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:I - plebiscito;II - referendo;III - iniciativa popular.§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;II - facultativos para:a) os analfabetos;b) os maiores de setenta anos;c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:I - a nacionalidade brasileira;II - o pleno exercício dos direitos políticos;III - o alistamento eleitoral;IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;V - a filiação partidária;  VI - a idade mínima de:a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;d) dezoito anos para Vereador.§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.  § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e

os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.§ 9º  Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.  § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;II - incapacidade civil absoluta;III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. 

3 Administração pública. 3.1 Disposições gerais, servidores públicos.

CAPÍTULO VIIDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICASeção IDISPOSIÇÕES GERAISArt. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:  I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;  II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;  VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;  VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;   XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;   XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;  XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:  a) a de dois cargos de professor;  b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;  XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;    XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.  XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.  § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:  I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.  § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,

assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:  I - o prazo de duração do contrato;II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;III - a remuneração do pessoal."§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.   § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.  § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Or gânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.Seção IIDOS SERVIDORES PÚBLICOSArt. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e

remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará:  I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;  II - os requisitos para a investidura; III - as peculiaridades dos cargos.  § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.  § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.  § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.  § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.  Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.  § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;  II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição; III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; 

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.  § 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão.  § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.  § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:  I portadores de deficiência;  II que exerçam atividades de risco;  III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. § 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no  § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.  § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo. § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual:  I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.  § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.  § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício.  § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. § 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social.  § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração

bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.  § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.  § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida.  § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos  §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei.  § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:  I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;  III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.  § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.  § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração

Provento Total: Homem: 60 + 35 / Mulher (-5) Provento Proporcional: Homem: 65 / Mulher (-5)

proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 1 Princípios fundamentais que regem a Administração Federal: enumeração e descrição. DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967.

TÍTULO IDA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL        Art. 1º O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República auxiliado pelos Ministros de Estado.        Art. 2º O Presidente da República e os Ministros de Estado exercem as atribuições de sua competência constitucional, legal e regulamentar com o auxílio dos órgãos que compõem a Administração Federal.        Art. 3º Respeitada a competência constitucional do Poder Legislativo estabelecida no artigo 46, inciso II e IV, da Constituição, o Poder Executivo regulará a estruturação, as atribuições e funcionamento do órgãos da Administração Federal.         Art. 4° A Administração Federal compreende:        I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.        II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:        a) Autarquias;        b) Empresas Públicas;        c) Sociedades de Economia Mista.        d) fundações públicas.          Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade.                Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:        I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.        II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.          III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.         IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

        § 1º No caso do inciso III, quando a atividade for submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à União, em caráter permanente.        § 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração Indireta existentes nas categorias constantes deste artigo.        § 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações. TÍTULO IIDOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS        Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:        I - Planejamento.        II - Coordenação.        III - Descentralização.        IV - Delegação de Competência.        V - Controle.CAPÍTULO IDO PLANEJAMENTO        Art. 7º A ação governamental obedecerá a planejamento que vise a promover o desenvolvimento econômico-social do País e a segurança nacional, norteando-se segundo planos e programas elaborados, na forma do Título III, e compreenderá a elaboração e atualização dos seguintes instrumentos básicos:        a) plano geral de governo;        b) programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual;        c) orçamento-programa anual;        d) programação financeira de desembolso.CAPÍTULO IIDA COORDENAÇÃO        Art . 8º As atividades da Administração Federal e, especialmente, a execução dos planos e programas de governo, serão objeto de permanente coordenação.        § 1º A coordenação será exercida em todos os níveis da administração, mediante a atuação das chefias individuais, a realização sistemática de reuniões com a participação das chefias subordinadas e a instituição e funcionamento de comissões de coordenação em cada nível administrativo.        § 2º No nível superior da Administração Federal, a coordenação será assegurada através de reuniões do Ministério, reuniões de Ministros de Estado responsáveis por áreas afins, atribuição de incumbência coordenadora a um dos Ministros de Estado (art. 36), funcionamento das Secretarias Gerais (art. 23, § 1º) e coordenação central dos sistemas de atividades auxiliares (art. 31).        § 3º Quando submetidos ao Presidente da República, os assuntos deverão ter sido previamente coordenados com todos os setores neles interessados, inclusive no que respeita aos aspectos administrativos pertinentes, através de consultas e entendimentos, de modo a sempre compreenderem soluções integradas e que se harmonizem com a política geral e setorial do Governo. Idêntico procedimento será adotado nos demais níveis da Administração Federal, antes da submissão dos assuntos à decisão da autoridade competente.        Art. 9º Os órgãos que operam na mesma área geográfica serão submetidos à coordenação com o objetivo de assegurar a programação e execução integrada dos serviços federais.        Parágrafo único. Quando ficar demonstrada a inviabilidade de celebração de convênio (alínea b do § 1º do art. 10) com os órgãos estaduais e municipais que exerçam atividades idênticas, os órgãos federais buscarão com eles

coordenar-se, para evitar dispersão de esforços e de investimentos na mesma área geográfica.        10) com os órgãos estaduais e municipais que exerçam atividades idênticas, os órgãos federais buscarão com eles coordenar-se, para evitar dispersão de esforços e de investimentos na mesma área geográfica.  CAPÍTULO IIIDA DESCENTRALIZAÇÃO        Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentralizada.        § 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais:        a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de execução;        b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio;        c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.        § 2° Em cada órgão da Administração Federal, os serviços que compõem a estrutura central de direção devem permanecer liberados das rotinas de execução e das tarefas de mera formalização de atos administrativos, para que possam concentrar-se nas atividades de planejamento, supervisão, coordenação e controle.        § 3º A Administração casuística, assim entendida a decisão de casos individuais, compete, em princípio, ao nível de execução, especialmente aos serviços de natureza local, que estão em contato com os fatos e com o público.        § 4º Compete à estrutura central de direção o estabelecimento das normas, critérios, programas e princípios, que os serviços responsáveis pela execução são obrigados a respeitar na solução dos casos individuais e no desempenho de suas atribuições.        § 5º Ressalvados os casos de manifesta impraticabilidade ou inconveniência, a execução de programas federais de caráter nitidamente local deverá ser delegada, no todo ou em parte, mediante convênio, aos órgãos estaduais ou municipais incumbidos de serviços correspondentes.        § 6º Os órgãos federais responsáveis pelos programas conservarão a autoridade normativa e exercerão controle e fiscalização indispensáveis sobre a execução local, condicionando-se a liberação dos recursos ao fiel cumprimento dos programas e convênios.        § 7º Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coordenação, supervisão e controle e com o objetivo de impedir o crescimento desmesurado da máquina administrativa, a Administração procurará desobrigar-se da realização material de tarefas executivas, recorrendo, sempre que possível, à execução indireta, mediante contrato, desde que exista, na área, iniciativa privada suficientemente desenvolvida e capacitada a desempenhar os encargos de execução.        § 8º A aplicação desse critério está condicionada, em qualquer caso, aos ditames do interesse público e às conveniências da segurança nacional.CAPÍTULO IVDA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA        Art. 11. A delegação de competência será utilizada como instrumento de descentralização administrativa, com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetividade às decisões, situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender.        Art . 12 . É facultado ao Presidente da República, aos Ministros de Estado e, em geral, às autoridades da Administração Federal delegar competência para a prática de atos administrativos, conforme se dispuser em regulamento.

        Parágrafo único. O ato de delegação indicará com precisão a autoridade delegante, a autoridade delegada e as atribuições objeto de delegação.CAPÍTULO VDO CONTRÔLE        Art. 13 O controle das atividades da Administração Federal deverá exercer-se em todos os níveis e em todos os órgãos, compreendendo, particularmente:        a) o controle, pela chefia competente, da execução dos programas e da observância das normas que governam a atividade específica do órgão controlado;        b) o controle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da observância das normas gerais que regulam o exercício das atividades auxiliares;        c) o controle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da União pelos órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria.        Art. 14. O trabalho administrativo será racionalizado mediante simplificação de processos e supressão de controles que se evidenciarem como puramente formais ou cujo custo seja evidentemente superior ao risco.

2 Administração Federal: administração direta e indireta, estruturação, características e descrição dos órgãos e entidades públicas.

A administração pública no Brasil é definida como órgãos e entidades que desempenham a atividade administrativa do estado. A organização da administração pública brasileira divide-se em administração direta e indireta.OrganizaçãoA organização da administração pública do Brasil divide-se em direta e indireta. A direta é composta por serviços integrados a Presidência da República e ministérios, governos estaduais, prefeituras, câmaras legislativas em geral e ao Judiciário federal e estadual. A indireta é composta por entidades de personalidade jurídica própria criadas ou autorizadas por lei: autarquias, fundações públicas, empresas públicas esociedades de economia mista.Administração direta do Poder Executivo da UniãoComposta pela presidência da república e pelos ministérios. Presidência da república: constituída pela Casa Civil, Secretaria Geral, Núcleo de Assuntos Estratégicos, Secretaria de Relações Institucionais, Secretaria de Comunicação Social, Gabinete Pessoal e Gabinete de Segurança Institucional. Ministérios: atualmente há 39 ministérios no Brasil.Administração indiretaA Administração Indireta é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva Administração direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada.4 Elas possuem como características comuns:1. Personalidade jurídica própria;2. Autonomia administrativa;3. Patrimônio próprio;4. Vínculo aos órgãos da administração direta;5. Sujeitam-se a licitação (lei 8.666/1993)6. Proibição de acúmulo de cargosO inciso XIX, do artigo 37 da Constituição Federal se refere às entidades da administração indireta, ao afirmar que "somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de atuação".

Autarquia: criada por lei específica, com personalidade jurídica de direito público, exerce atividades típicas do estado (gestão administrativa ou financeira), sem fins lucrativos, imunes a impostos, seus bens são impenhoráveis. São exemplos de autarquias federais: INSS, BACEN, EMBRATUR; Fundação pública: criada por lei autorizada com lei complementar definindo sua área de atuação, exerce atividades atípicas do Estado (assistência social, educacional, cultura, pesquisa) com personalidade jurídica de direito público ou privado, sem fins lucrativos, imunes a impostos, seus bens são impenhoráveis. São exemplos de fundações públicas: IPEA, IBGE, Fiocruz; Empresa pública: criada por lei autorizada, com personalidade jurídica de direito privado, exerce atividades econômicas ou serviços que o Estado seja obrigado a exercer por força de contingência, seu capital é exclusivo da União, podem ter lucro. São exemplos de empresas públicas: EMBRAPA, ECT, Caixa Econômica Federal; Sociedade de economia mista: criada por lei autorizada, com personalidade jurídica de direito privado, instituída mediante autorização legislativa e registro em órgão próprio para exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, seu capital pertence 50% + uma ação ordinária do Estado, podem ter lucro. Exemplos: Petrobras, Banco do Brasil;Agências executivas e reguladoras também fazem parte da administração pública indireta, são pessoas jurídicas de direito público interno e consideradas como autarquias especiais. Agência executiva: é uma qualificação criada através de um decreto em 1998. Autarquias e fundações públicas passam a qualificação de agência executiva após se candidatar com um plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional aprovado. A aprovação se dá por decreto presidencial. O candidato firma um "Contrato de Gestão" com o ministério superior que visa a redução de custos, melhoria na qualidade de serviços, maior autonomia administrativa, financeira e de pessoal. Exemplo de agência executiva: INMETRO. Agência reguladora: com as privatizações de atividades que antes pertenciam ao estado, foi criada a agência reguladora. Agência reguladora tem como função fiscalizar os serviços prestados por concessionárias ou permissionárias. São exemplos de agências reguladoras: ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), ANP (Agência Nacional do Petróleo), ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ANTT (Agência Nacional de Transportes terrestres). Consórcio público: criado por lei em 2005, o consórcio público pode ser de direito público ou privado. Quando de direito público, o consórcio público faz parte da administração indireta. O consórcio público é uma parceria formada entre entidades estatais para exercer alguma atividade de interesse da coletividade, geralmente relacionados ao meio ambiente, saúde e desenvolvimento regional, desenvolvimento de recursos hídricos e saneamento básico. São exemplos de consórcios públicos: Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

Estrutura da Administração Pública 1. Conceito de serviço público:

Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por quem lhe faça às vezes, debaixo de regras de direito público, para preservação dos interesses da coletividade. O serviço público é prestado debaixo de regras de direito público, independentemente de quem esteja à frente da execução, pois tais regras são as únicas capazes de preservar o interesse da coletividade. Segundo o princípio da continuidade da prestação do serviço público, a execução do serviço público, em regra, não pode ser interrompida. Assim, a greve dos servidores públicos não pode implicar em paralisação total da atividade, caso contrário será inconstitucional (art. 37, VII da CF).  2. Quem pode prestar o serviço público:Tanto a Administração como quem lhe faça às vezes podem prestar o serviço público. A titularidade na prestação de um serviço público é intransferível, isto é, nunca sai das mãos da Administração. O que pode ser transferido aos particulares é a execução do serviço público, mas nunca a titularidade. Sendo o Poder Público titular do serviço público, pode estabelecer regras para a execução do serviço público, ou seja, pode aplicar sanções; pode retomar o serviço por interesse público; pode retomar quando mal utilizado e etc.  3. Formas de prestação do serviço público:A execução do serviço público pode ser realizada de forma direta (centralizada) ou de forma indireta (descentralizada)  Execução Direta ou Centralizada: Ocorre quando a execução do serviço público for realizada pela Administração direta, isto é, pelo próprio titular do serviço público.  Execução Indireta ou Descentralizada: Ocorre quando a execução do serviço público for realizada por terceiro que não se confunde com o titular do serviço público. Descentralizar significa tirar do centro, tirar a execução da Administração Direta.  A execução descentralizada pode ser feita por terceiros que se encontrem dentro ou fora da Administração: o Terceiros que estão dentro da Administração: Administração Indireta: Autarquias, Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e ainda as Agências reguladoras e Executivas. 

“A administração pública, direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...” (art. 37 da CF). o Terceiros que estão fora da Administração: Particulares. A descentralização do serviço público para particulares só pode ser feito através de Concessão, Permissão e Autorização (formas de se promover uma descentralização de serviço público a particulares).  Descentralização por outorga e por delegação:

 o Descentralização por outorga: Transfere-se a titularidade e a execução do serviço público para terceiros. 

Há dois requisitos para que a descentralização seja por outorga: Que a pessoa esteja dentro da Administração indireta e que esta pessoa tenha personalidade jurídica de direito público. Assim, só há descentralização por outorga para as Autarquias e para as Fundações Públicas que tenham personalidade jurídica de direito público. o Descentralização por delegação: Transfere-se a execução do serviço público para terceiros. 

A descentralização para particulares é sempre por delegação, pois a titularidade jamais sai das mãos da Administração.

A descentralização para Empresa Pública e para a Sociedade de Economia Mista também se faz por delegação, pois, embora esteja dentro da Administração Indireta, não tem personalidade jurídica de direito público. 4. Diferença entre descentralização e desconcentração:A descentralização é uma forma de transferir a execução de um serviço público para terceiros, que se encontram dentro ou fora da Administração. Já a desconcentração é uma forma de se transferir a execução de um serviço público de um órgão para outro dentro da Administração direta (também pode ocorrer transferência de competência dentro do mesmo órgão). Assim, a diferença está na amplitude da transferência. Exemplo de desconcentração: Serviço Público executado pela Secretaria se Segurança Pública transferido para a Administração Penitenciária. Administração Indireta 1. Introdução:As pessoas da Administração indireta podem ser criadas para a prestação de serviço público ou para a exploração de atividade econômica. 2. Prestação de serviço público:Com relação ao serviço público, criam-se pessoas na Administração indireta para que existam especialistas e, assim, o serviço público seja prestado com maior eficiência (princípio da eficiência e especialidade). 3. Atividade econômica:Quando o Poder Público explora atividade econômica, o faz como exceção, pois como regra geral diz que cabe a iniciativa privada a exploração da atividade econômica. Assim, estas pessoas só exploraram atividade econômica nas hipóteses previstas na Constituição. “Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta da atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos de segurança nacional ou relevante interesse coletivo, conforme definido em lei” (art. 173 da CF). Estas pessoas, quando exploraram atividade econômica, não poderão ter privilégios que a iniciativa privada tem. Ex: O regime dos seus servidores será o celetista. “A lei estabelecerá o estatuto jurídico das empresas públicas, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de

prestação de serviços, dispondo sobre: I -sua função social às formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II- a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributarias; III- licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observado os princípios da administração pública; IV- a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; V- os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores” (art. 173, §1º, I, II, III, IV e V da CF). Para competir com a iniciativa privada, estas pessoas terão que obedecer aos princípios da ordem econômica. “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames de justiça social, observados os princípios: I- soberania nacional; II- propriedade privada; III- função social da propriedade; IV- livre concorrência; V- defesa do consumidor; VI- defesa do meio ambiente, VII- redução das desigualdades regionais e sociais; VIII- busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País” (art. 170, I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX  da CF). Autarquias 1. Conceito:Autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para prestação de serviço público contando com um capital exclusivamente público. Com a criação da Autarquia, há uma descentralização por outorga (transferência da titularidade e execução do serviço público). A Autarquia surge como um “longa manus” da atuação do Estado, pois tem a mesma personalidade jurídica da Administração direta por se criada para prestação de serviço público. Ex: INSS (Instituto Nacional do Seguro Social); INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária); IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis); INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial); Banco Central (fiscaliza as demais instituições financeiras); CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica que tem por finalidade fiscalizar as atividades desenvolvidas pela iniciativa privada, nelas interferindo se forem contrárias à Constituição, em particular às regras da ordem econômica: da livre concorrência e livre iniciativa. Irá combater a formação de monopólio). 2. Características:  Autonomia administrativa: A autarquia tem liberdade para gerir as suas atividades. Ex: Autarquia tem liberdade para contratar pessoas, mas com concurso público; para contratar serviços, mas por licitação e etc.  Autonomia financeira: A Autarquia tem verbas próprias que, em regra, vem do orçamento, mas nada impede que venha dos serviços por ela prestados.  Patrimônio próprio. 3. Controle:

Só pode existir um controle quanto à legalidade dos atos praticados pelas Autarquias. Assim, a Administração direta não poderá interferir no mérito dos seus atos, tendo que respeitar a autonomia que elas receberam ao serem criadas. 4. Criação:As Autarquias só podem ser criadas e extintas por meio de lei específica. Assim, para cada Autarquia deve existir uma lei. “Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo a lei complementar, neste último caso, definir as áreas de atuação” (art. 37, XIX da CF). A lei ordinária que criará a Autarquia será de iniciativa do Presidente da República, por força do artigo 61, §1º, II e da CF. “São de iniciativa do Presidente da República leis que disponham sobre criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI da CF”. 5. Privilégios:Como a Autarquia tem personalidade jurídica de direito público e presta serviço público, terá os mesmos privilégios da Administração direta.  Privilégios processuais (art. 188 do CPC): As autarquias têm prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer, visto que estão incluídas na expressão “Fazenda Pública”. A expressão “contestar” foi utilizada num sentido amplo, isto é, no sentido de responder.  Privilégios tributários (art. 150, §2º da CF): As autarquias são imunes a impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou delas decorrentes. Não são imunes às taxas e contribuições de melhoria. 6. Responsabilidade:As próprias Autarquias respondem por obrigações, compromissos e prejuízos que causarem a terceiros, por conseqüência lógica da sua autonomia. A Administração direta pode ser chamada a responder pelas obrigações contraídas pelas Autarquias apenas em caráter subsidiário (depois de esgotadas as forças das autarquias) e não solidário. 7. Falência:As Autarquias não se submetem ao regime falimentar, pois são prestadoras de serviço público.  Agências reguladoras (Autarquias de regime especial) 1. Conceito de Agências Reguladoras:As Agências Reguladoras são espécies do gênero Autarquias, assim possuem as mesmas características, exceto pelo fato de se submeterem a um regime especial. Têm por finalidade a regulamentação, controle e fiscalização da execução dos serviços públicos transferidos ao setor privado.  São dotadas de poder normativo: Podem estabelecer unilateral e previamente as regras através das quais um serviço

público será executado por terceiro. Não têm autonomia política (poder de fazer leis).  Fiscalizam o cumprimento das regras de execução e aplicam penalidades quando as regras forem mal executadas.  Conferem estabilidade aos seus dirigentes, ainda que não tenham entrado através de concurso público “Compete privativamente ao Senado Federal aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de titulares de outros cargos que a lei determinar” (art. 52, III, “f” da CF).  São dotadas de maior autonomia financeira: Podem cobrar taxas pelos serviços que fiscalizam através de lei que as criou. Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)Agência Nacional de Telecomunicação (ANATEL)Agência Nacional de Petróleo (ANP):Agência Nacional de Saúde (ANS)Agência nacional de vigilância sanitária (ANVISA)  Fundação 1. Conceito:Fundações são pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado criadas somente para a prestação de serviço público, contando com um capital inteiramente público e patrimônio próprio personalizado. Se for dotada de personalidade jurídica de direito público, o serviço público será transferido por outorga (99% das fundações que integram o Estado são de personalidade jurídica de direito público). Se for dotada de personalidade jurídica de direito privado, o serviço público será transferido por delegação. É relevante não confundi-las com as Fundações particulares, pois embora esta também tenha patrimônio personalizado, submete-se a regime jurídico diferente. Nas Fundações particulares, os bens são particulares; Não há um controle pelo Tribunal de Contas; Os seus dirigentes não se submetem a mandado de segurança, a ação popular e nem a Ação Civil Pública. Ex: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística); FUNAI (Fundação Nacional do Índio); FEBEM (Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor); Hospital das Clínicas; Biblioteca Nacional; Fundação Memorial da América Latina; Fundação Zoológico; Fundação Butantã; PROCON (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), Fundação Padre Anchieta Rádio e TV Cultura (esta última é a única Fundação com personalidade jurídica de direito privado). As fundações que tiverem personalidade de direito público serão também chamadas de Autarquias Fundacionais, pois vão se assemelhar às autarquias, com exceção do patrimônio personificado. 2. Características:  Autonomia administrativa: Tem liberdade para tomar suas decisões nesse setor, sem necessitar de concordância da Administração Direta. Ex: Pode contratar pessoas através de concurso, Adquirir bens através de licitação; Gerir as suas atividades.

  Autonomia financeira: Tem verbas próprias para gerir suas atividades. A principal fonte de verbas vem do orçamento, mas não impede que possam cobrar pelos serviços que prestam.  Patrimônio próprio personalizado: O patrimônio é personalizado, personificado, diferenciando-se das demais. As pessoas jurídicas de base associativa têm como aspecto principal as pessoas que as integram, já as pessoas jurídicas de base fundacional têm como aspecto peculiar o patrimônio, pois ele vai beneficiar as pessoas que se encontram na Administração e as que estão fora dela. 3. Controle:Há apenas um controle quanto à legalidade dos atos praticados pelas Fundações. Assim, a Administração direta não poderá interferir no mérito dos seus atos, tendo que respeitar a autonomia que elas receberam ao serem criadas. 4. Criação:  Se for pessoa jurídica de direito público: A lei específica cria.  Se for pessoa jurídica de direito privado: A lei específica autoriza a sua criação. Assim, só adquiriram personalidade jurídica após aprovação e registro dos Estatutos. A lei deve ser específica, assim para cada Fundação deve existir uma lei. “Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo a lei complementar, neste ultimo caso, definir as áreas de atuação” (art. 37, XIX da CF). A lei ordinária que criará a Fundação será de iniciativa do Presidente da República, por força do artigo 61, §1º, II e da CF. “São de iniciativa do Presidente da República leis que disponham sobre criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI da CF”. 5. Privilégios:  Privilégios processuais (art. 188 do CPC): o Se for pessoa jurídica de direito público: Tem os mesmos privilégios da Administração Direta, isto é, prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer, visto que estão incluídas na expressão “Fazenda Pública”. A expressão “contestar” foi utilizada num sentido amplo, isto é no sentido de responder. o Se for pessoa jurídica de direito privado: Não tem privilégios, pois não integra o conceito de “Fazenda Pública”.  Privilégios tributários (art. 150, §2º da CF): As Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público são imunes a impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou delas decorrentes. – Não são imunes às taxas e contribuições de melhoria. 6. Responsabilidade:

As próprias Fundações respondem por obrigações, compromissos e prejuízos que causarem a terceiros, por conseqüência lógica da sua autonomia e patrimônio.  A Administração direta pode ser chamada a responder pelas obrigações contraídas pelas Fundações apenas em caráter subsidiário (depois de esgotadas as forças das autarquias) e não solidário. 7. Falência:Não se submetem a regime falimentar, pois são prestadoras de serviço público.  Agências executivas 1. Conceito:É o qualificativo atribuído a certas Autarquias e Fundações por iniciativa da Administração Direta, através de um contrato de gestão, para o atingimento, durante um prazo certo e determinado, de novas metas em troca de uma ampliação da sua autonomia financeira, gerencial e orçamentária (Princípio da eficiência). Não estamos falando na criação de novas pessoas jurídicas, mas sim de qualificativo atribuído às pessoas que já existem. 2. Quem atribui esse qualificativo:É a Administração Direta que irá atribuí-lo, mais especificamente o Ministério ao qual as Autarquias ou Fundações estão vinculadas. 3. Finalidade da atribuição:É atribuído um qualificativo às Autarquias e Fundações para o alcance de novas metas que não estavam previstas inicialmente, conferindo, em troca, uma ampliação da sua autonomia financeira, gerencial e orçamentária. Tendo em vista que a autonomia dessas pessoas foi estabelecida por meio de lei só poderiam ser ampliadas da mesma forma e não por meio de um contrato de gestão, como determina a Constituição. Entretanto, deve prevalecer a determinação da Constituição. 4. Instrumento para atribuição:O qualificativo é atribuído através de um contrato de gestão. “A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e direta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o Poder Público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: o prazo de duração do contrato; os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; a remuneração do pessoal” (art. 37, §8º da CF). 5. Característica desse qualificativo:Tendo em vista que o qualificativo tem caráter temporário, assim que as metas forem cumpridas as agências executivas voltam a ser Autarquias e Fundações. Caberá à lei dispor sobre o prazo de duração do contrato.  Empresas Públicas 

1. Conceito:Empresas Públicas são pessoas jurídicas de direito privado criadas para a prestação de serviço público ou para a exploração de atividade econômica, contando com um capital exclusivamente público e constituídas sob qualquer modalidade empresarial. A descentralização do serviço público só se faz por delegação (só transfere a execução do serviço público). Com relação à exploração de atividade econômica devem se submeter aos princípios da ordem econômica (art. 170 e 173, §1º da CF). Ex: BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social: financia projetos de natureza social - presta serviço público); Caixa Econômica Federal (explora atividade econômica); Radio Brás (responsável pela voz do Brasil: presta serviço público). 2. Características:  Autonomia administrativa: Tem liberdade para gerir as suas atividades, tomar decisões. Ex: Pode contratar pessoas por concurso público; pode contratar serviços por meio de licitação.  Autonomia financeira: Tem verbas próprias e verbas que vêm do orçamento.  Patrimônio próprio: A Administração Direta transferiu parte de seu patrimônio a elas. Não pode-se falar em execução do direito privado contra a Empresa Pública, pois o patrimônio é público, dando-se o pagamento por meio de precatórios. 3. Controle da Empresa Pública:Há apenas um controle quanto à legalidade dos atos praticados pelas Empresas Públicas. Assim, a Administração direta não poderá interferir no mérito dos seus atos, tendo que respeitar a autonomia que elas receberam ao serem criadas. 4. Criação:Sendo a Empresa Pública pessoa jurídica de direito privado, a lei autoriza a sua criação. Adquirirão personalidade jurídica com o registro de seus estatutos no órgão competente. A lei deve ser específica, assim para cada Empresa Pública deve existir uma lei. “Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo a lei complementar, neste último caso, definir as áreas de atuação” (art. 37, XIX da CF). 5. Privilégios:  Privilégios processuais (art. 188 do CPC): As Empresas Públicas não têm privilégios processuais, pois estes só são conferidos à Fazenda Pública, expressão esta que só abrange as pessoas jurídicas de direito público.  Privilégios tributários (art. 150, §3º da CF):  Quando explorarem atividade econômica: Não terão privilégios tributários. Não serão imunes a impostos.  Quando prestarem serviços públicos: Não terão privilégios, salvo se não cobrarem tarifas dos usuários.

 “As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado” (art. 173, §2º da CF). 6. Responsabilidade:As próprias Empresas Públicas respondem por obrigações, compromissos e prejuízos que causarem a terceiros, por conseqüência lógica das suas características.  Se a Empresa Pública for prestadora de serviço público, a Administração Direta pode ser chamada a responder em caráter subsidiário (depois de esgotadas as forças da empresa publica) e não solidário. Entretanto, se for exploradora de atividade econômica, a Administração direta não poderá ser acionada, pois ela estará regulada pelo mesmo regime da iniciativa privada. 7. Falência:Se a Empresa Pública for prestadora de serviço público não se submete a regime falimentar. Mas, se explorar atividade econômica pode falir, pois está competindo com a iniciativa privada. A Empresa Pública não será extinta pela falência, pois só pode ser extinta por meio de lei.  Sociedades de economia mista 1. Conceito:Sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado criadas para prestação de serviço público ou exploração de atividade econômica, contando com um capital misto e constituídas sob a modalidade de sociedade anônima. A descentralização do serviço público só se faz por delegação (só transfere a execução do serviço público). Com relação a exploração de atividade econômica, assim como as Empresas Públicas, também estão submetidas aos princípios da ordem econômica (art. 170 e 173, §1º da CF). Diferem-se da empresa pública, pois contam com um capital misto (participação da iniciativa privada) e são constituídas sob a modalidade de sociedade anônima.  Ex: Banco do Brasil (exerce atividade econômica); Petrobrás (presta serviço público); Sabesp (presta serviço público); Metrô (presta serviços públicos); Cetesb (presta serviços públicos); Dersa (presta serviços públicos); Anhembi Turismo (presta serviços públicos); CET (presta serviços públicos). 2. Características:  Autonomia administrativa: Tem liberdade para gerir as suas atividades, tomar decisões. Ex: Pode contratar pessoas por concurso público; pode contratar serviços por meio de licitação.  Autonomia financeira: Tem verbas próprias e verbas que vêm do orçamento.  Patrimônio próprio: A Administração Direta transferiu parte de seu patrimônio a elas. Não pode-se falar em execução do direito privado contra a Sociedade de economia

Mista, pois o patrimônio é público, dando-se o pagamento por meio de precatórios. 3. Controle:Há apenas um controle quanto à legalidade dos atos praticados pelas Sociedades de Economia Mista. Assim, a Administração direta não poderá interferir no mérito dos seus atos, tendo que respeitar a autonomia que elas receberam ao serem criadas. 4. Criação:Sendo a Sociedade de Economia Mista pessoa jurídica de direito privado, a lei autoriza a sua criação. A personalidade jurídica será adquirida com o registro dos Estatutos no órgão competente. A lei deve ser específica, assim para cada Sociedade de Economia Mista deve existir uma lei. “Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo a lei complementar, neste último caso, definir as áreas de atuação” (art. 37, XIX da CF). 5. Privilégios:  Privilégios processuais (art. 188 do CPC): As Sociedades de Economia Mista não têm privilégios processuais, pois estes só são conferidos à Fazenda Pública, expressão esta que só abrange as pessoas jurídicas de direito público.  Privilégios tributários (art. 150, §3º da CF):   Quando explorarem atividade econômica: Não terão privilégios tributários. Não serão imunes a impostos.  Quando prestarem serviços públicos: Não terão privilégios, salvo se não cobrarem tarifas dos usuários. “As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado” (art. 173, §2º da CF). 6. Responsabilidade:As próprias Sociedades de Economia Mista respondem por obrigações, compromissos e prejuízos que causarem a terceiros, por conseqüência lógica das suas características.  Se a sociedade de economia Mista for prestadora de serviço público, a Administração Direta pode ser chamada a responder em caráter subsidiário (depois de esgotadas as forças da empresa publica) e não solidário. Entretanto, se for exploradora de atividade econômica, a Administração direta não poderá ser acionada, pois ela estará regulada pelo mesmo regime da iniciativa privada. 7. Falência:Se a Sociedade de Economia Mista for prestadora de serviço público, não se submete a regime falimentar. Mas, se explorar atividade econômica pode falir, pois está competindo com a iniciativa privada.

Aspectos objetivo e subjetivo[editar | editar código-fonte]Para alguns doutrinadores brasileiros, a administração pública é conceituada com base em dois aspectos: objetivo (também chamado material ou funcional) e subjetivo (também chamado formal ou orgânico):7 8

Sentido objetivo, material ou funcional: a administração pública é a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para a consecução dos interesses coletivos, sob regime jurídico de direito público. Neste sentido, a administração pública compreende atividades de intervenção, de fomento, o serviço público e o poder de polícia. Sentido subjetivo, formal ou orgânico: a administração pública é o conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes, aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado. Neste sentido, a administração pública pode ser direta, quando composta pelos entes federados (União, Estados, Municípios e DF), ou indireta, quando composta por entidades autárquicas, fundacionais, sociedades de economia mista e empresas públicas

Organização da Administração PúblicaEnquanto a organização do Estado, como sua divisão territorial, poderes etc., é matéria constitucional, cabendo ao Direito Constitucional discipliná-la, a criação, estruturação, organização da Administração Pública são temas de natureza administrativa. Objeto de normatização do Direito Administrativo. Desse modo, cabe essencialmente à lei essas tarefas, bem como criar ou autorizar a criação de autarquias, fundações, sociedades de economia mista ou empresas públicas.Pelo princípio do paralelismo das formas ou da simetria, os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios também seguem essa orientação, organizando sua estrutura através de lei.Administração Direita e Indireta (Concentração e Desconcentração)A Administração Direta corresponde à prestação dos serviços públicos diretamente pelo próprio Estado e seus órgãos.Indireto é o serviço prestado por pessoa jurídica criada pelo poder público para exercer tal atividade.Assim, quando a União, os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, prestam serviços públicos por seus próprios meios, diz que há atuação da Administração Direita. Se cria autarquias, fundações, sociedades de economia mista ou empresas públicas e lhes repassa serviços públicos, haverá Administração Indireta.Segundo o inciso XIX do art. 37 da CF/88, alterado pela EC nº 19/98, somente compõem a administração Pública Indireta as autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas, e nenhuma outra entidade, valendo essa regra para todos os entes da federação. No âmbito federal, essa enumeração já era vista no Decreto-Lei 200/67, recepcionado pela CF/88.Chama-se centralizada a atividade exercida diretamente pelos entes estatais, ou seja, pela Administração Direita. Descentralizada, por sua vez, á a atividade delegada (por contrato), ou outorgada (por lei), para as entidades da Administração Indireta.Atenção: não confunda descentralização com desconcentração. Descentralizar é repassar a execução e a titularidade, ou só a execução de uma pessoa para outra, não havendo hierarquia. Por exemplo, quando a União transferiu a titularidade dos serviços relativos à seguridade social à autarquia INSS. Já na desconcentração há somente uma pessoa, que reparte competências entre seus órgãos, despersonalizados, onde há hierarquia. Por Exemplo, a subdivisão do Poder Executivo em Ministérios, do Ministério da Fazenda em Secretaria, e assim por diante.Na esfera federal, a Administração Direta ou Centralizada é composta por órgãos subordinados à Presidência da República

e aos Ministérios, como o Departamento da Polícia Federal, Secretaria do Tesouro Nacional ou Corregedoria-Geral da União.Administração Indireta (descentralizada)Como se viu, o poder público pode repassar seus serviços a outras pessoas jurídicas, sejam elas de direito público (sujeitas as regras do direito público) ou de direito privado (sujeitas às regras do direito privado, em especial direito civil e comercial).Como características das pessoas públicas, pode-se destacar: Origem na vontade do Estado; Fins não lucrativos; Finalidade de interesse coletivo; Ausência de liberdade na fixação ou modificação dos próprios fins; Impossibilidade de se extinguir pela própria vontade; Sujeição a controle positivo pelo Estado; Prerrogativas autoritárias de que, em geral, dispõem.Por outro lado, veja as características das pessoas privadas em geral: Origem na vontade do particular; Fim geralmente lucrativo; Finalidade de interesse particular; Liberdade de fixar, modificar, prosseguir ou não seus próprios fins; Liberdade de se extinguir; Sujeição a controle negativo do Estado ou simples fiscalização; Ausência de prerrogativas autoritárias.Quando o Estado cria pessoas jurídicas de direito público (autarquias ou fundações públicas), estas acabam por ter quase todas as características da Administração Direta. Algumas características próprias da Administração Direta, como a imunidade tributária, possibilidade de rescisão ou alteração de contratos administrativos, impenhorabilidade de seus bens, sujeição ao princípio da legalidade, licitação, concursos públicos etc., também fazer parte das características da autarquias e fundações públicas.Por outro lado, quando são criadas pessoas privadas pelo Estado, busca-se um maior agilidade e liberdade de ação que a proporcionada pela Administração Direta. Porém, como há interesses públicos, essas pessoas nunca serão regidas totalmente pelo Direito Privado. Diz-se que a eles se aplica o Direito Privado derrogado pelo Direito Público (derrogação é revogação parcial, ab-rogação e revogação total).Assim, no desenvolvimento de suas atividades, essas entidades terão os meios necessários para atuar livremente na esfera privada (art. 173, § 1, II, CF/88), porém, deverão se submeter em parte ao regime administrativo, para que se garanta que sejam atingidos os fins para quais foi criada. A guisa de exemplo, destaco que devem seguir normas especiais de licitação (Art. 173, § 1, III, CF/88), admissão de mão de obra (art. 37, I e II, CF/88), acumulação de empregos e funções (art. 37, XVII, CF/88), responsabilidade objetiva (art. 37, § 6º, CF/88).A principal diferença entre pessoas públicas e privadas está nas prerrogativas e restrições próprias do regime jurídico administrativo.Dito isto, veja que a descentralização pode ser feita de duas formas distintas:1. Outorga: diz outorgado ao serviço repassado pela lei, que inclui a titularidade e a execução, tendo caráter definitivo enquanto nova lei não alterar essa situação.2. Delegação: transfere-se somente a execução do serviço, seja por contrato (concessão), seja por ato (permissão e autorização) unilateral da Administração Pública, tendo, como regra, termo final previamente previsto.

Princípios da Administração PúblicaBásicosSegundo o artigo 37 da Constituição Federal: "A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:...". Estes são os 5 princípios básicos explícitos na constituição5 . Princípio da Legalidade - no Direito Administrativo, esse princípio determina que, em qualquer atividade, a Administração Pública está estritamente vinculada à lei. Assim, se não houver previsão legal, nada pode ser feito. A diferença entre o princípio genérico e o específico do Direito Administrativo tem que ficar bem clara na hora da prova. Naquele, a pessoa pode fazer de tudo, exceto o que a lei proíbe. Neste, a Administração Pública só pode fazer o que a lei autoriza, estando engessada, na ausência de tal previsão. Seus atos têm que estar sempre pautados na legislação. Princípio da Impessoalidade - A finalidade é o interesse público (define também o Princípio da Finalidade) e o agente público deve tratar a todos de forma igual (também define o Princípio da Isonomia ou Igualdade). Princípio da Moralidade - Atuar com ética, com honestidade, com integridade de caráter. Princípio da Publicidade - É a divulgação dos atos administrativos, ou seja todas as ações do estado devem se tornar públicas, exceto em alguns casos extremos (segurança nacional, investigações sigilosas ou atos que envolvam a privacidade, como por exemplo, processos relativos a família ou menores). Princípio da Eficiência - Atuar com presteza, racionalidade e com perfeição.

FundamentaisSegundo o decreto-lei 200/1967: “As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: Planejamento, Coordenação, Descentralização, Delegação de Competência e Controle.”6

Planejamento: o governo só agirá de acordo com um planejamento pré-estabelecido com a finalidade de promover o desenvolvimento econômico e social e visando também a segurança nacional. O planejamento se faz por meio de: um plano geral de governo; de programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual; do orçamento-programa anual; e da programação financeira de desembolso. Coordenação: procura-se uma ação integrada para evitar duplicidade de atuação e consequente desperdício de recursos. A coordenação é feita em todos os níveis da administração pública: chefias, reuniões de ministros, presidente da república. Descentralização: O Estado passa a terceiros atividades públicas ou de utilidade pública, mas sem deixar de fiscalizá-las com isso o Estado passa a atuar indiretamente. A descentralização pode ser feita: dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de execução (chamada de desconcentração); da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio; da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.7

Delegação de Competência: transferência de competência a subordinados indicando a autoridade delegante, a autoridade delegada e as atribuições objeto de delegação. É

uma maneira de descentralização. É facultativo e transitório e obedece a oportunidade e conveniência.Controle: Feito pela chefia (entre os subordinados), feita por auditorias (dentro do próprio órgão) e pelo Sistema de Controle Interno (para controlar dinheiro e bens públicos).

3 Os Ministérios e respectivas áreas de competência. ÍTULO VIIDOS MINISTÉRIOS E RESPECTIVAS ÁREAS DE COMPETÊNCIA       Art. 35 - Os Ministérios são os seguintes:           Ministério da Justiça         Ministério das Relações Exteriores         Ministério da Fazenda        Ministério dos Transportes        Ministério da Agricultura        Ministério da Indústria e do Comércio         Ministério das Minas e Energia         Ministério do Interior         Ministério da Educação e Cultura         Ministério do Trabalho        Ministério da Previdência e Assistência Social        Ministério da Saúde         Ministério das Comunicações        Ministério da Marinha         Ministério do Exército         Ministério da Aeronáutica         Parágrafo único. Os titulares dos Ministérios são Ministros de Estado (Art. 20).          Art. 36. Para auxiliá-lo na coordenação de assuntos afins ou interdependentes, que interessem a mais de um Ministério, o Presidente da República poderá incumbir de missão coordenadora um dos Ministros de Estado, cabendo essa missão, na ausência de designação específica ao Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Planejamento.          § 1º O Ministro Coordenador, sem prejuízo das atribuições da Pasta ou órgão de que for titular atuará em harmonia com as instruções emanadas do Presidente da República, buscando os elementos necessários ao cumprimento de sua missão mediante cooperação dos Ministros de Estado em cuja área de competência estejam compreendidos os assuntos objeto de coordenação.          § 2º O Ministro Coordenador formulará soluções para a decisão final do Presidente da República.          Art. 37. O Presidente da República poderá prover até 4 (quatro) cargos de Ministro Extraordinário para o desempenho de encargos temporários de natureza relevante.          Parágrafo único.         Art . 38. O Ministro Extraordinário e o Ministro Coordenador disporão de assistência técnica e administrativa essencial para o desempenho das missões de que forem incumbidos pelo Presidente da República na forma por que se dispuser em decreto.          Art. 39 Os assuntos que constituem a área de competência de cada Ministério são, a seguir, especificados: Vide Leis: 

        MINISTÉRIO DA JUSTIÇA        I - Ordem jurídica, nacionalidade, cidadania, direitos políticos, garantias constitucionais.        II - Segurança interna. Polícia Federal.        III - Administração penitenciária.        IV - Ministério Público.        V - Documentação, publicação e arquivo dos atos oficiais.        MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES        I - Política Internacional.        II - Relações diplomáticas; serviços consulares.

        III - Participação nas negociações comerciais, econômicas, financeiras, técnicas e culturais com países e entidades estrangeiras.        IV - Programas de cooperação internacional.        MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL        I - Plano geral do Governo, sua coordenação. Integração dos planos regionais.        II - Estudos e pesquisas socioeconômicos, inclusive setoriais e regionais.        III - Programação orçamentária; proposta orçamentária anual.        IV - Coordenação da assistência técnica internacional.        V - Sistemas estatístico e cartográfico nacionais.        VI - Organização administrativa.        MINISTÉRIO DA FAZENDA        I - Assuntos monetários, creditícios, financeiros e fiscais; poupança popular.        II - Administração tributária.        III - Arrecadação.        IV - Administração financeira.        V - Contabilidade e auditoria.        VI - Administração patrimonial.         MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES        I - Coordenação dos transportes.        II - Transportes ferroviários e rodoviários.        III - Transportes aquaviários. Marinha mercante; portos e vias navegáveis.        IV - Participação na coordenação dos transportes aeroviários, na forma estabelecida no art. 162.        MINISTÉRIO DA AGRICULTURA        I - Agricultura; pecuária; caça; pesca.        II - Recursos naturais renováveis: flora, fauna e solo.        III - Organização da vida rural; reforma agrária.        IV - Estímulos financeiros e creditícios.        V - Meteorologia; climatologia.        VI - Pesquisa e experimentação.        VII - Vigilância e defesa sanitária animal e vegetal.        VIII - Padronização e inspeção de produtos vegetais e animais ou do consumo nas atividades agropecuárias.        MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO        I - Desenvolvimento industrial e comercial.        II - Comércio exterior.        III - Seguros privados e capitalização.        IV - Propriedade industrial; registro do comércio; legislação metrológica.        V - Turismo.        VI - Pesquisa e experimentação tecnológica.        MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA        I - Geologia, recursos minerais e energéticos.        II - Regime hidrológico e fontes de energia hidráulica.        III - Mineração.        IV - Indústria do petróleo.        V - Indústria de energia elétrica, inclusive de natureza nuclear.        MINISTÉRIO DO INTERIOR        I - Desenvolvimento regional.        II - Radicação de populações, ocupação do território. Migrações internas.        III - Territórios federais.        IV - Saneamento básico.        V - Beneficiamento de áreas e obras de proteção contra secas e inundações. Irrigação.        VI - Assistência às populações atingidas pelas calamidades públicas.        VII - Assistência ao índio.

        VIII - Assistência aos Municípios.        IX - Programa nacional de habitação.        MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA        I - Educação; ensino (exceto o militar); magistério.        II - Cultura - letras e artes.        III - Patrimônio histórico, arqueológico, científico, cultural e artístico.        IV - Desportos.        MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL         I - Trabalho; organização profissional e sindical; fiscalização.        II - Mercado de trabalho; política de emprego.        III - Política salarial.        IV - Previdência e assistência social.        V - Política de imigração.        VI - Colaboração com o Ministério Público junto à Justiça do Trabalho.        MINISTÉRIO DA SAÚDE        I - Política nacional de saúde.        II - Atividades médicas e paramédicas.        III - Ação preventiva em geral; vigilância sanitária de fronteiras e de portos marítimos, fluviais e aéreos.        IV - Controle de drogas, medicamentos e alimentos.        V - Pesquisas médico-sanitárias.        MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES        I - Telecomunicações.        II - Serviços postais.        MINISTÉRIO DA MARINHA        (Art. 54)        MINISTÉRIO DO EXÉRCITO        (Art. 59)        MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA        (Art. 63)

4 Os poderes e deveres do administrador público.

DIREITO ADMINISTRATIVO – PODERES E DEVERES DA ADMINISTRAÇÃOOs poderes da Administração são instrumentais, ou seja, são instrumentos conferidos à Administração e empregados apenas para o atendimento do interesse público. Exceder os limites das atribuições ou desviar das suas finalidades constitui abuso de poder e, consequentemente, prática de ato ilícito.O poder administrativo é conferido à autoridade para remover interesses particulares que se opõem ao interesse público.Poder-Dever de Agir – o administrador público tem o dever de agir, ele tem por obrigação exercitar esse poder em benefício da comunidade. Esse poder é irrenunciável.Dever de Eficiência – cabe ao agente público realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional.Dever de Probidade – a Administração poderá invalidar o ato administrativo praticado com lesão aos bens e interesses públicos. A probidade é elemento essencial na conduta do agente público necessária a legitimidade do ato administrativo.Dever de Prestar Contas – é o dever de todo administrador público prestar contas, é decorrência da gestão de bens e interesses alheios, nesse caso de bens e interesses coletivos.  Excesso de Poder – ocorre quando o agente extrapola os limites de sua competência, pratica o ato mesmo não tendo competência para isso. Desvio de Finalidade – ocorre quando o administrador abandona a finalidade indicada na lei e busca

atender outra diversa da estatuída na norma que autoriza a sua atuação (Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público).A Administração Pública não pode renunciar os poderes conferidos à ela. Há um dever de agir, o exercício é obrigatório e indeclinável.1. Espécies Poder Vinculado - É aquele conferido pela lei à Administração para a prática de ato de sua competência, ficando determinados os elementos e os requisitos necessários a sua formalização. Poder Discricionário - a Administração tem liberdade de escolha da conveniência, oportunidade e conteúdo do ato. Poder Normativo – é o poder conferido aos chefes do Executivo para editar decretos e regulamentos com a finalidade de oferecer fiel execução à lei. Não se deve confundir regulamentos com a lei, não podendo contrariar, restringir ou ampliar suas disposições.“Constituição Federal – Art.84. Compete privativamente ao Presidente da República:     IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;” Poder Disciplinar - é o exercido pela Administração para apurar as infrações dos servidores e das demais pessoas que ficarem sujeitas à disciplina administrativa. O poder disciplinar não pode ser confundido com o poder punitivo do Estado, que é exercido pela Justiça Penal, ele só abrange as questões relacionadas ao serviço público. Entretanto, uma mesma infração pode dar ensejo a uma punição administrativa e a criminal.O poder disciplinar da administração não está sujeito a prévia definição sobre a infração funcional e a respectiva sanção. O administrador age segundo sua discricionariedade, ou seja, aplicará a sanção que achar cabível, oportuna e conveniente, dentre as que estiverem enumeradas em lei ou regulamento para as infrações administrativas. As penas disciplinares no nosso Direito Administrativo são: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição de função comissionada. Aqui também não se dispensa a ampla defesa do acusado e a motivação da punição disciplinar é sempre imprescindível para a validade da pena. Poder Hierárquico – juntamente com o poder disciplinar, o poder hierárquico sustentam a ordem administrativa. É através do poder hierárquico que a Administração escalona a função de seus órgãos, revê a atuação de seus agentes e estabelece a relação de subordinação entre seus servidores. A hierarquia existe no Poder Executivo. O poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração. Poder de Polícia - é a atividade do Estado que limita os direitos individuais em benefício do interesse público, ou seja, é o mecanismo de frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito individual. O interesse público está relacionado com a segurança, moral, saúde, meio ambiente, consumidor, propriedade, patrimônio cultural. Razão do poder de polícia – interesse social. Fundamento – princípio da predominância do interesse público sobre o particular, supremacia geral que o Estado exerce em seu território sobre todas as pessoas, bens e atividades. Objeto – todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a coletividade ou por em risco a segurança nacional, exigindo regulamentação, controle e contenção pelo Poder

Público. Finalidade – proteção ao interesse público. Extensão – é muito ampla, abrange desde a proteção à moral e aos bons costumes, a preservação da saúde pública, até a segurança nacional. Limites – são demarcados pelo interesse social em conciliação com os direitos fundamentais individuais, através de restrições impostas às atividades do indivíduo que afetam a coletividade. Atributos – discricionariedade (livre escolha de oportunidade e conveniência), auto-executoriedade (decidir e executar diretamente sua decisão sem a intervenção do Judiciário) e coercibilidade (imposição coativa das medidas adotas pela Administração). Meios de Atuação – preferentemente preventiva através de ordens e proibições, sobretudo por meio de normas limitadoras e sancionadoras de conduta daqueles que utilizam bens ou exercem atividades que possam afetar a coletividade. Sanções – são impostas pela própria Administração em procedimentos administrativos compatíveis com as exigências do interesse público, respeitando a legalidade da sanção e a sua proporcionalidade à infração. Condições de Validade – a competência, a finalidade e a forma, acrescidas da proporcionalidade de sanção e da legalidade dos meios empregados pela Administração.

Poderes e Deveres do Administrador Público1 – INTRODUÇÃOO Estado, pode-se afirmar, é uma ficção jurídica, ou seja, constitui criação humana, de representação coletiva. Contudo, o Estado, por ser uma abstração, não age por si mesmo. Nesse quadro, surgem os agentes públicos, aos quais a ordem jurídica confere prerrogativas diferenciadas, a serem utilizadas para a consecução dos interesses da sociedade.Esse “conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins”1 denomina-se Poderes Administrativos. Regra geral, citados Poderes são concedidos por lei e destinam-se a instrumentalizar o Administrador Público para o atingimento do fim último a que se presta o Estado: a satisfação dos interesses públicos.Em contrapartida, por tutelarem interesses coletivos, impõem-se aos agentes públicos2, de modo geral, uma série de deveres. Em determinadas hipóteses, pode-se mesmo afirmar que os poderes convertem-se em verdadeiros deveres administrativos. De fato, enquanto na esfera privada o poder é faculdade daquele que o detém, no setor público representa um dever do administrador para com a comunidade que representa. A doutrina fala, então, em Poder-dever de agir, a ser mais detalhado abaixo.Há que se fazer diferença, ainda, entre Poderes Administrativos e Políticos. Aqueles, são poderes instrumentais da Administração, instrumentos de trabalho para cumprimento de tarefas de natureza administrativa, como não poderia deixar de ser. Já os Poderes Políticos são estruturais e inerentes à organização do Estado, integrando a organização constitucional, sendo que a inter-relação entre estes é objeto de estudo de ramo próprio do Direito, o Direito Constitucional.Por fim, inúmeros são os Poderes e Deveres do Administrador Público. Desse modo, serão analisados aqueles reiteradamente abordados pelos principais autores da doutrina pátria.2 – DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICOAlém de poderes, os agentes administrativos, obviamente, detém deveres, em razão das atribuições que exercem. Dentre os principais, podem ser citados os seguintes, conforme aponta doutrina a respeito do assunto: Dever de probidade;

Dever de prestar contas; Dever de Eficiência: Poder-dever de agir.2.1 – Dever de ProbidadeAinda que não se estabeleça ordem de importância entre os deveres que devem nortear a conduta do Administrador Público, pode-se afirmar que o de probidade é dos mais relevantes. Com efeito, além de estar pautada na Lei, a conduta dos agentes públicos deve ser honesta, reta, respeitando a noção de moral não só administrativa, mas também da própria sociedade.É de tal importância a conduta proba que o Legislador a erigiu a status constitucional, conforme se vê no § 4º, art. 37 da Carta Magna, verbis: Os atos de improbidade importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.Em diversas normas encontram-se referências à improbidade, tal como na Lei 8.112/90, que estabelece o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União3. De toda forma, é digna de destaque a Lei 8.429/92, que dispõe sobre atos de improbidade administrativa.Um dos pontos de relevo daquela norma é sua área de abrangência: atinge não só os agentes públicos, mas também àqueles que induzam ou concorram para a prática de ato de improbidade administrativa, ou dele se beneficie direta ou indiretamente, ainda que não seja agente público. Registre-se, ainda, que a Lei 8.429/92 é de abrangência nacional, isto é, aplica-se à União, Estados, Distrito Federal e Municípios.As sanções estabelecidas pela Lei de Improbidade Administrativa são de ordem administrativa, civil e política. Assim, a Lei 8.429 não cuida de sanções penais. De toda forma, a ocorrer infração prevista na Lei 8.429 que seja tipificada como crime, nada impede que o infrator responda na esfera penal pelo fato cometido.Por fim, ressalte-se que os atos de improbidade serão abordados com maior propriedade mais a frente, em capítulo específico.2.2 – Dever de Prestar ContasEm decorrência de gerir o que não lhe pertence, constitui dever do Administrador Público apresentar contas do que realizou à toda coletividade. Ora, se na esfera privada já o é assim, não poderia ser diferente no setor público. Bem esclarece Hely Lopes Meirelles, ao afirmar: a regra é universal: quem gere dinheiro público ou administra bens ou interesses da comunidade deve contas ao órgão competente para a fiscalização. Pela regra, percebe-se que o dever de prestar contas é maior do que se pensa: abrange não só aqueles que são Agentes Públicos, mas a todos que tenham sob sua responsabilidade dinheiros, bens, ou interesses públicos, independentemente de serem ou não administradores públicos.2.3 – Dever de EficiênciaElevado à categoria de Princípio Constitucional de Administração Pública (vide Emenda Constitucional 19/1998), o dever de eficiência impõe que a atividade administrativa seja cada vez mais célere e técnica, ou seja, que se busque não só o aumento quantitativo, mas também qualitativo do papel desempenhado pelo Administrador Público. A busca contínua pela eficiência resulta, sem dúvida, em maiores benefícios à própria coletividade, daí por que constitui dever do administrador.Inúmeros exemplos da busca da eficiência pela Administração podem ser observados em textos legais, tais como o Decreto Lei 200/674, ou mesmo na Constituição Federal5.- Poder-dever de Agir.

O poder que possui o agente público significa, em realidade, dever com relação à comunidade, no sentido de quem o detém está na obrigação de exercê-lo, sendo inadmitida a sua renúncia. Assim, difere em essência com relação à noção de poder na esfera privada, na qual o poder é faculdade de agir para quem é seu titular.Por oportuno, cite-se a lapidar lição, como de costume, do Prof. Hely Lopes Meirelles, que ensina: Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade. É que o Direito Público ajunta ao poder do administrador o dever de administrar.Assim, conclui-se que pouca margem de decisão subsisti ao agente quando surge a oportunidade (dever) de agir. Disto resulta que a omissão da autoridade ou o silêncio administrativo ocorridos quando é seu dever atuar gerará a responsabilização do agente omisso, autorizando a obtenção do ato não realizado por via judicial, em regra, por intermédio de mandado de segurança, quando ferir direito líquido e certo do interessado.3 – PODERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICOJá se viu que aos agentes públicos são concedidos poderes, para que bem desempenhem sua função de elemento concretizador da vontade do Estado. A despeito da controvérsia que o assunto gera, faz-se necessário abordar aqueles mais relevantes, com base na doutrina majoritária.3.1 – Poder Discricionário:É impossível a Lei prever todas as condutas a serem adotadas pelo Administrador frente às situações concretas que se apresentam e que exigem pronta solução. Dessa maneira, a Lei faculta ao administrador a possibilidade de adotar uma dentre várias (ou pelo menos mais de uma) condutas possíveis, a qual deve estar alinhada ao melhor atendimento do interesse público, o que resulta num juízo discricionário por parte do responsável pelo ato, o qual, de forma alguma, pode ser confundido com um “livre arbítrio”, pois a Administração Pública, ao revés dos particulares de modo geral, só pode fazer aquilo que a Lei lhe determina (atuação/poder vinculado – vide item 3.2 abaixo) ou autoriza. Neste último caso é que há discricionariedade. De toda forma, em ambas as situações (vinculação ou discricionariedade), a conduta do agente deve estar pautada na legalidade, em nenhuma hipótese admitindo-se ações que desbordem tal limite, faltando ao administrador público, por conseguinte, a possibilidade de escolher livremente, da forma que melhor entender (livre arbítrio), uma vez que limitado, SEMPRE, pela Lei. Por tudo, pode-se afirmar que arbitrariedade é, para a Administração Pública, sinônimo de ilegalidade.Afirma, com razão, o Prof. José dos Santos Carvalho Filho: conveniência e oportunidade são os elementos nucleares do poder discricionário. A primeira indica em que condições vai se conduzir o agente; a segunda diz respeito ao momento em que a atividade deve ser produzida. Registre-se, porém, que essa liberdade de escolha tem que se conformar com o fim colimado na lei... A lição é autoexplicativa, sendo desnecessários comentários adicionais.Ainda que discricionários, os atos praticados pela Administração não refogem, de maneira alguma, ao controle judicial. Conforme se viu em capítulo próprio, os elementos do ato administrativo são 5: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Os 3 primeiros são sempre vinculados, ou seja, sobre estes o agente não possui liberdade quanto à decisão a forma de agir. A discricionariedade, quando existente, reside nos dois últimos, motivo e objeto, que constituem o que a doutrina denomina de mérito administrativo, existente nos atos

discricionários. Assim, é mais fácil ao Poder Judiciário o controle daqueles 3 primeiros elementos, dada a sua vinculação. Quanto ao motivo e ao objeto, o Julgador (Juiz ou Tribunal) deve agir com cautela: não se admite que o controle judicial invada a competência que, por lei, foi reservada ao Administrador, sob pena de ofender o princípio republicano da separação dos poderes. Não é possível, portanto, o Judiciário controlar o mérito da decisão administrativa, desde que esta seja produzida dentro dos limites da lei. De qualquer forma, o Judiciário tem se utilizado dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, dentre outros fundamentos, para coibir excessos na discricionariedade administrativa.É razoável a conduta que respeite critérios aceitáveis do ponto de vista racional, ou seja, que leve em conta o senso comum de pessoas equilibradas, sensatas e prudentes. Não se admite, assim, que a Administração adote condutas bizarras, incoerentes, ou seja, em síntese, desarrazoadas6.A proporcionalidade pode ser traduzida como a adequabilidade entre os meios utilizados e os fins pretendidos. Se a conduta do Administrador não respeita tal relação, será excessiva, portanto, desproporcional. A ideia central da proporcionalidade é que ninguém é obrigado a suportar restrições em sua liberdade ou propriedade que não sejam imprescindíveis ao atendimento do interesse público.Pelo exposto, verifica-se que a apreciação do ato do Administrador sob a ótica da razoabilidade e da proporcionalidade amplia a atuação do Judiciário, possibilitando a apreciação de atos que, sob o manto da discricionariedade, consubstanciam verdadeiros abusos de poder, podendo-se afirmar, por conseguinte, que o mérito administrativo é uma faixa de liberdade cada vez mais estreita ao Administrador Público.3.2 – Poder VinculadoTambém chamado de regrado, o Poder Vinculado é aquele conferido por Lei à Administração para a prática de atos nos quais a liberdade de atuação é mínima, ou mesmo inexiste. Difere em essência do Poder e, por consequência, dos atos administrativos discricionários, nos quais há maior liberdade de atuação da Administração.Nos atos vinculados, todos os elementos que o compõem (competência, finalidade, forma, motivo e objeto) não podem ser valorados pela Administração, a qual não goza de liberdade para a prática de atos vinculados. Daí por que alguns autores considerarem que não existe “Poder Vinculado”, uma vez que esse não encerra prerrogativa do Poder Público, mas mera restrição à atuação administrativa, constituindo, quando muito, atributos de outros poderes da Administração. Essa é a posição defendida por Maria Sylvia di Pietro, por exemplo.3.3 – Poder RegulamentarConforme já dito, não haveria como o legislador prever todas as soluções técnicas a serem adotadas frente às situações reais enfrentadas pela Administração Pública. Tampouco caberia a este mesmo legislador tornar exequível todas as normas que edite. A tarefa tornar-se-ia por demais onerosa, mesmo desvirtuando o sentido de abstração e generalidade inerentes às normas legais. Incumbe à Administração, então, complementá-las, criando os mecanismos para sua efetiva implementação. Essa constitui a principal caracterização do Poder Regulamentar, o qual, na lição do Prof. José dos Santos, pode ser conceituado como a prerrogativa conferida à Administração Pública de editar atos gerais para complementar as leis e permitir sua efetiva implementação. Ressalte-se ainda que, com acerto, alguns autores preferem falar em Poder Normativo ao invés de Poder Regulamentar, uma vez que este representa apenas uma das formas pelas quais

se expressa aquele, coexistindo com outras. Adota essa posição, por exemplo, a Profa. Maria Sylvia di Pietro.3.3.1 – Natureza do Poder RegulamentarConstitui prerrogativa de direito público, dado que é conferido aos órgãos que tem por responsabilidade a gestão de interesses públicos. É o Poder Regulamentar, ainda, de natureza derivada, somente exercido com base em lei anterior. As leis, de sua parte, são normas originárias, arrimando-se diretamente na Constituição.3.3.2 – Materialização do Poder RegulamentarBasicamente, a formalização do Poder ora tratado se dá por meio dos regulamentos e decretos. Nessa linha, estatui o inc. IV, art. 84 da CF que compete ao Presidente da República expedir decretos e regulamentos7 para a fiel execução das leis. Em decorrência do princípio da simetria constitucional, os Chefes de Executivos dos Estados possuem a mesma prerrogativa.Outras autoridades, como os Ministros, podem editar atos normativos (inc. II, § único, art. 87, CF). Também há possibilidade de outras entidades, tais como as agências reguladoras, assim procederem. Para ambos os casos, evidentemente, há que se preservar os limites postos pelo princípio da legalidade.3.3.3 – Limites do Poder RegulamentarO Legislador não pode, sob pena de ofensa ao princípio de separação dos poderes, delegar in totum (integralmente) sua competência legiferante ao executivo. Nessa situação, ocorreria uma delegação legislativa “em branco”, tida por inconstitucional pelo STF, e, assim, inaceitável em nosso sistema jurídico.Mesmo naquelas matérias de alta dose de tecnicidade, a delegação concedida para a Administração regulamentá-las deverá ser limitada. Assim, o Legislativo poderia, por exemplo, determinar regras básicas, enquanto à Administração caberia a regulamentação técnica, de maior complexidade, de acordo com parâmetros estabelecidos na norma. A Administração não pode, portanto, a pretexto de regulamentar norma, criar direito, introduzindo novidade no mundo jurídico, dado que este papel cabe ao Legislativo, este sim, possuidor da prerrogativa de produzir novidades jurídicas.3.3.4 – Decretos e Regulamentos: de Execução, autônomos e autorizados.Os decretos/regulamentos de execução são regras jurídicas gerais, abstratas e impessoais, concebidas em função de uma lei, para lhe dar fiel execução e referentes à atuação da Administração. No âmbito federal, a competência para expedição desses decretos é do Presidente da República (§ único, art. 84), sendo tal competência indelegável. Fundamento básico para a edição de decretos de execução é que estes devem ser editados em função de uma Lei que futuramente exigirá a participação da Administração na sua efetivação. Assim, não seria razoável, ou mesmo legal, a Administração, sob a argumentação de uso do Poder Regulamentar, expedir decretos de execução em razão de normas que nada tem a ver com o exercício de suas atribuições, tais como alguns dispositivos de direito comercial, por exemplo.Os decretos autônomos foram reintroduzidos em nossa ordem jurídica por intermédio da Emenda Constitucional 32/2001. A partir da promulgação desta, compete ao Presidente da República “dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos”. Ressalte-se que, a despeito do que estabelece a alínea a, a criação e extinção de Ministérios e órgãos da

Administração Pública continua a depender de Lei (art. 88, CF). São duas situações distintas, então: tratando-se de organização/funcionamento da administração federal (alínea a), competência do Presidente da República, por meio de decreto (autônomo), competência que é delegável, nos termos do art. 84, § único da CF/88; já a criação/extinção de Ministérios é matéria a ser tratada em lei.Por fim, decretos/regulamentos autorizados são os que complementam disposições de uma lei, em razão de expressa determinação contida nessa mesma norma para que o Executivo assim proceda. Ressalte-se, ainda que repetitivamente, a impossibilidade da Administração prover por meio de atos administrativos situações cuja regulamentação exija a edição de Lei.3.3.5 – Controle dos Atos RegulamentaresA regra geral é que os atos regulamentares (ou mesmo não regulamentares) devem ser praticados sem vícios. Veremos, contudo, em capítulo próprio (referente aos Atos Administrativos), que, sob certas circunstâncias, podem ser “corrigidos” (convalidados, é a expressão correta) certos vícios. Nesse sentido, levando em conta a regra geral, verifica-se a existência de uma série de instrumentos ou mecanismos que visam coibir tal prática nociva de se editar atos ilegais.Inicialmente, diga-se que, conforme o inc. V, art. 49 da CF, compete exclusivamente ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativo. Tal controle visa nitidamente impedir a usurpação da competência legiferante do poder que, constitucionalmente, a detém, ou seja, visa restringir a invasão de competência do Legislativo pelo Executivo.Com relação ao controle judicial dos atos regulamentares, este variará conforme a natureza destes e em razão à norma infringida. No caso de conflito com a lei, o ato regulamentar estará sujeito ao controle de legalidade. De outra parte, o ato regulamentar poderá ser submetido ao controle de constitucionalidade, desde que ofenda diretamente a Lei Maior. Nesta situação, não haverá lei subordinadora do ato regulamentar editado, o qual será qualificado como autônomo, podendo ser impugnado por intermédio da Ação Direta de Inconstitucionalidade, permissiva da invalidação dos atos que ofendem diretamente a constituição. Assim, conclui-se que só são passíveis de controle direto de constitucionalidade os atos regulamentares normativos e autônomos. Nessa linha, já decidiu o STF: Ação Direta de Inconstitucionalidade – Objeto – Decreto. Uma vez ganhando contornos de verdadeiro ato autônomo, cabível é a ação direta de inconstitucionalidade8.Por fim, quando a Administração deixar de regulamentar lei que para produção dos seus efeitos exija, imprescindivelmente, a edição de ato normativo próprio, os destinatários do ato não editado poderão utilizar o mandado de injunção, para gozar todas as vantagens que seriam decorrentes. Para tanto, a Lei produzida deverá ter fixado prazo para sua regulamentação, o qual, por sua vez, transcorrerá “em branco” quanto à publicação do decreto regulamentar. Tal saída jurídica é justificada, pois a omissão do Executivo não poderia inviabilizar direitos estabelecidos em norma editada pelo Legislativo. Ressalte-se que a omissão do ato normativo tem que se referir a direitos de ordem constitucional, que encontram supedâneo no art. 5º, inc. LXXI, verbis: conceder-se-á mandado de injunção sempre que falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania.3.4 – Poder Hierárquico

Nas relações hierárquicas vislumbra-se vínculo de subordinação entre órgãos e agentes que componham a relação de direito em questão. A despeito de ser inerente ao Executivo, não se pode afirmar que as relações hierárquicas se restrinjam a este no âmbito da Administração Pública. De fato, onde ocorra o desempenho da função administrativa poderá ocorrer uma relação hierárquica, mesmo no Legislativo ou no Judiciário. Mas, quando os membros desses dois poderes estiverem exercendo suas funções típicas, de legislar ou de judicar (funções legislativa e jurisdicional, respectivamente), inexiste hierarquia. Não há, portanto, hierarquia entre parlamentares ou membros da magistratura.É o poder hierárquico que permite à Administração “distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal”9. Nota-se, desse modo, a íntima relação existente entre o Poder Hierárquico e o Disciplinar, a ser visto logo abaixo. Do Poder Hierárquico resultam, ainda, as prerrogativas dos superiores de ordenar, fiscalizar, rever, delegar ou avocar, com relação aos subordinados.Ordenar implica impor ao subordinado a conduta a ser adotada diante do caso concreto. Consigne-se que o dever de obediência do subordinado não será absoluto: nos casos em as ordens emanadas pelos superiores foram manifestamente ilegais não há que se cumpri-las. A afirmativa encontra amparo mesmo no texto da atual Carta Magna, que estabelece, em seu art. 5º, inc. II que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei. Regra no mesmo sentido está contida na Lei 8.112/90, que estabelece o Regime Jurídico dos Servidores Públicos da União, ao estatuir, no inc. IV, art. 116, que o servidor é obrigado a cumprir com as ordens que lhes são dadas, salvo quando manifestamente ilegais.Fiscalizar significa verificar se a conduta dos subordinados se coaduna com o que dispõem as normas legais e regulamentares, bem como em relação às diretrizes fixadas pelos agentes superiores.Revisar implica a apreciação pelos superiores quanto aos aspectos dos atos praticados pelos inferiores, no sentido de mantê-los ou invalidá-los. A revisão ocorrerá de ofício (iniciativa da Administração) ou por provocação do interessado, e só poderá ocorrer até quando o ato ainda não tenha se tornado definitivo para a Administração ou não tenha gerado direito adquirido para o Administrado.Delegar consiste na “transferência de atribuições de um órgão a outro no aparelho administrativo”10. Não é admitida com relação a atos políticos, bem como de um Poder para outro, salvo nos casos constitucionalmente previstos (por exemplo, no caso de lei delegada). Em nível federal, há, hoje, norma que trata de tal instituto, a Lei 9.784/99, a ser tratada no capítulo referente ao Processo Administrativo.Avocar é a possibilidade que tem o superior de trazer para si as funções exercidas por um subalterno. É medida excepcional, que só pode ser realizada à luz de permissivo legal e que desonera o subordinado com relação à qualquer responsabilidade referente ao ato praticado pelo superior. Não pode ser avocada, destaque-se, a atribuição expressamente dada por lei a certo órgão ou agente, como no caso dos julgamentos de licitações pelas comissões competentes.Finalmente, é de se registrar que não se deve confundir vinculação com subordinação. Enquanto a primeira tem caráter externo e é conseqüência do controle que as pessoas federativas têm sobre as pessoas administrativas que compõem a administração indireta, a última é de caráter interno, estabelecida entre órgãos de uma mesma entidade, como decorrência do poder hierárquico. Assim, a relação da União

com uma de suas autarquias é de vinculação destas para com aquela, enquanto que a relação de uma divisão de um Ministério (órgãos criados) com relação ao próprio Ministério é de subordinação.3.5 – Poder DisciplinarPode-se afirmar que o Poder Disciplinar decorre, em boa medida, do escalonamento hierárquico verificado no exercício da atividade administrativa. Com efeito, se ao superior é dado poder de fiscalizar os atos dos subordinados, nada mais lógico que, em verificando o descumprimento de ordens ou normas, tenha a possibilidade de impor as devidas sanções que a conduta infratora exija.Por oportuno, consigne-se o ensinamento de Hely Lopes Meirelles, que conceitua o Poder Disciplinar como faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. Cabem algumas pequenas observações com relação ao conceito.O termo “faculdade” contido na definição do Mestre poderia dar a impressão de que se trata de decisão discricionária da autoridade, a qual avaliaria a conveniência em agir. Não o é. Em verdade, trata-se de um poder-dever, que obriga a autoridade a apenar o infrator, caso a sanção a ser aplicada esteja na esfera de sua competência. Para ratificar o afirmado, basta ver o que estabelece o art. 143 da Lei 8.112/90, que estatui o denominado Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, Autarquias e Fundações Públicas: A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover sua apuração imediata.... Deixar de promover a necessária apuração de uma infração que tenha conhecimento poderá implicar responsabilidade criminal ao Administrador, pelo que se vê do art. 320, do Código Penal, que cuida dos crimes contra a Administração Pública: Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo, ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente... O assunto será retomado com maior minudência no capítulo “Agentes Públicos”, mas deixe-se claro o seguinte: caso a autoridade tenha conhecimento de infração cometida por seu subordinado, deverá determinar sua apuração11.Deixe-se registrado, ainda, que não há de se confundir o Poder Disciplinar, administrativo, com o Poder punitivo do estado. Enquanto aquele é de ordem interna, abrangendo as infrações relacionadas ao serviço, este é realizado pelo Poder Judiciário, e refere-se à repressão de crimes e contravenções, com tipos estabelecidos nas leis penais. Também é digno de nota que, em determinadas situações, há possibilidade de uma mesma infração levar à punição administrativa e penal, sendo que a primeira é de menor severidade, por assim dizer, com relação à última. Assim, certas infrações implicarão apenas sanções administrativas, não alcançando consequências na esfera penal. Observe-se que, por não terem uma “tipicidade” tão rígida quanto as sanções penais, as condutas administrativas infratoras permitem à autoridade valorar quanto à penalidade administrativa a ser aplicada. Aqui, sim, pode-se afirmar que há uma certa discricionariedade “relativa” no agir da autoridade aplicadora, a qual, de toda forma, deve se ater ao princípio da adequação punitiva, aplicando sanção adequada ao caso verificado.Por derradeiro, consigne-se que nos atos de punição disciplinar sempre deverá haver motivação, que pode ser entendida como a exposição dos motivos, de fato e de direito, que levaram à aplicação da sanção disciplinar. Ainda que de forma resumida, a motivação deverá ocorrer, como condição de validade do ato sancionatório. Tal providência encontra-se positivada, por

exemplo, na Lei 8.112/90, que estabelece no art. 128, § único: o ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar12.3.6 – Poder de PolíciaO conceito de Poder de Polícia encontra-se positivado no art. 78 do Código Tributário Nacional - CTN, que em seu art. 78 estabelece: considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. O conceito encontra-se contido no CTN em razão do exercício do Poder de Polícia constituir fato gerador de taxas, em virtude do que dispõe a CF/8813. Pode-se, afirmar, então, que é indevida a cobrança de tarifa em decorrência do Poder de Polícia. De fato, a tarifa caracteriza-se por ser preço público, tendo natureza negocial e contratual, adequada para remunerar serviços públicos econômicos, não adequando-se, portanto, à instituição em razão do poder polícia.Ainda que de precisão jurídica, o conceito dado pelo CTN é por demasiado extenso, razão pela qual opta-se, mais uma vez, por conceito dado pelo Prof. Hely Lopes Meirelles, que assim o faz: ‘Poder de polícia’ é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade e do próprio Estado. E explica o autor: em linguagem menos técnica, podemos dizer que o ‘poder de polícia’ é o mecanismo de frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito individual. Em resumo, o Poder de Polícia consiste na limitação do uso do exercício dos direitos individuais, quando assim exigir o interesse público. Evidentemente, há que se ter em conta certos limites para o exercício de tal mister, em razão das condições verificadas. Passa-se, então, à análise dos principais pontos referentes ao Poder de Polícia.3.6.1 – Sentido Amplo e EstritoDe forma ampla, Poder de Polícia abrange todas as ações do Estado que impliquem a limitação de direitos individuais. Aqui, é relevante o papel do Poder Legislativo, ao qual incumbe a função precípua de criar o direito, dado que apenas por lei pode-se impor obrigações ou proibições, o que constitui princípio constitucional, haja vista que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5º, II, CF, o já citado e conhecido princípio da reserva legal).Estritamente, ao se referenciar o Poder de Polícia quer-se tratar de atividades administrativas que culminam no uso pelos agentes da administração das prerrogativas que lhe foram concedidas e que tenham por resultado a restrição e o condicionamento da liberdade e propriedade. Aqui, a atuação da administração ocorre dentro dos limites estabelecidos pelas Leis, preexistentes quanto ao efetivo uso do Poder de Polícia. Por oportuno, cite-se o comando contido no § único do art. 78 do CTN, que estatui como regular o uso do poder ora abordado quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.3.6.2 – Polícia Administrativa e Judiciária.O poder policialesco do Estado pode ocorrer em duas áreas: na administrativa e na judiciária.

A Polícia Administrativa é atividade da Administração que se exaure em si mesma, ou seja, com início e fim no âmbito da função administrativa, levada a efeito por órgãos administrativos e incidindo basicamente sobre as atividades dos indivíduos. Já Polícia Judiciária atua na preparação da atuação função jurisdicional penal, sendo executada por órgãos de segurança (polícia civil de um estado, a exemplo), referindo-se ao indivíduo, ou seja, aquele que poderia cometer um ilícito penal.Evidentemente, há ilícitos penais que repercutirão na esfera administrativa, assunto o qual será abordado oportunamente em vários pontos deste texto14. De toda forma, a título de esclarecimento, exponha-se a lição da Profa. Maria Sylvia di Pietro: ...a linha de diferenciação está na ocorrência ou não de ilícito penal. Com efeito, quando atua na área de ilícito puramente administrativo (preventiva ou repressivamente) a Polícia é Administrativa. Quando o ilícito penal é praticado, é a Polícia Judiciária que age. Como exemplo de polícia administrativa pode-se citar a fiscalização de atividades de comércio, sobre condições de estocagem de alimentos, etc. Quando há investigação criminal, com a audiência de testemunhas, inspeções e perícias, por exemplo, estão a se desenvolver atividades de Polícia Judiciária, após o término das quais os elementos deverão ser enviados ao Ministério Público, para a adoção das providências pertinentes.Outro critério adotado para diferenciação entre as Polícias Administrativa e Judiciária seria quanto a seu caráter: quando preventivo, trata-se de atividade de polícia administrativa; quando repressivo, de polícia judiciária. Tal critério, contudo, deve ser relativizado.A Polícia Administrativa também atua repressivamente quando, por exemplo, apreende arma usada indevidamente ou quando interdita um estabelecimento comercial. Já os agentes da Polícia Judiciária podem agir, e modo preventivo, de modo a evitar a prática de delitos. Em resumo, pode-se afirmar: a Polícia Administrativa reveste-se, eminentemente, de caráter preventivo, mas, sob determinadas circunstâncias, terá caráter repressivo.3.6.3 – Competência para ExercícioA princípio, o critério para determinação de competência para o exercício do Poder de Polícia é o que diz respeito ao poder de regular a matéria, o qual, por sua vez, arrima-se no princípio de predominância do interesse. Assim, aproveitando os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles: os assuntos de interesse nacional ficam sujeitos à regulamentação e policiamento da União; as matérias de interesse regional sujeitam-se às normas e à polícia estadual; os assuntos de interesse local subordinam-se aos regulamentos edilícios e ao policiamento administrativo municipal15.No caso de invasão de competência de um por outro ente, ou pessoa, que não detenha atribuição constitucional para regular a matéria, o ato de polícia será inválido, já que ilegitimamente praticado. Em verdade, muita confusão a esse respeito tem sido feita e importa ao intérprete da norma, com base no caso concreto, identificar a quem cabe o exercício do poder de polícia, caso tenha sido levantada dúvida quanto à titularidade. Para ilustrar o afirmado, veja-se o seguinte exemplo: de acordo com a Súmula 19 do Supremo Tribunal de Justiça – STJ, compete à União regular o horário de atendimento bancário. De outro lado, fixa a recente Súmula 645 do Supremo Tribunal Federal – STF, competência para os municípios para fixação do horário para funcionamento de lojas comerciais. Desse modo, a depender da situação, incumbirá a um ou outro ente político a competência para exercício do poder de polícia.3.6.4 – Poder de Polícia Originário e Delegado

Por estar se tratando, em essência, da polícia administrativa, apenas a esta estaremos nos referindo. Doutrinariamente, o Poder de Polícia pode ser dividido em originário e delegado.De maneira originária, o Poder de Polícia é exercido pelas pessoas políticas do Estado (União, Estados e Distrito Federal e Municípios), abarcando os atos administrativos praticados por estas.Ocorre que o poder público, sabidamente, não age exclusivamente por órgãos e agentes internos a sua estrutura. Quando o poder de polícia é levado a efeito pelas pessoas administrativas do Estado, componentes da Administração indireta, em decorrência de delegação (outorga) legal da entidade estatal a qual pertence está-se diante do poder de polícia delegado. Duas são as condições para validade dessa delegação:1. Deve decorrer de lei formal, oriunda do regular exercício da função Legislativa;2. O delegatário (aquele que recebe a delegação) deve ser integrante da administração indireta, devendo possuir, ainda, personalidade jurídica de direito público.Observe-se que a doutrina inadmite outorga do poder de polícia a pessoas da iniciativa privada, sem vínculo oficial com os entes públicos, dado que tais pessoas não possuem o poder de império (ius imperii), próprio e privativo do Poder Público.3.6.5 – Limites e ExtensãoEm razão do contínuo aumento das atividades estatais, o que tem se observado é o proporcional aumento nas atividades de polícia administrativa, alcançando as mais diversas áreas, tais como: proteção à moral e aos bons costumes, controle de publicações, saúde pública, etc. A regra para definir a área de abrangência da polícia administrativa é a seguinte: verificando-se relevante interesse da coletividade ou do Estado, ocorre a possibilidade, de maneira correlata, do exercício do Poder de Polícia Administrativa para a proteção desses interesses.De outra parte, não poderia ser ilimitado o exercício do Poder de Polícia, haja vista que esse não poderia fulminar direitos da sociedade e dos indivíduos, de modo geral. Assim, têm-se como limites do Poder de Polícia: os direitos do cidadão, prerrogativas individuais e liberdades públicas asseguradas na Constituição e nas leis16.Outros pressupostos de limitação do Poder ora estudado são a proporcionalidade dos atos de polícia, bem como a observância do devido processo legal.Em decorrência da proporcionalidade, que pode ser entendida como a adequada relação entre a medida restritiva e o benefício a ser atingido, a decisão adotada pela autoridade não poderá ultrapassar o necessário para atingimento do benefício desejado pela coletividade, sendo desproporcional o ato de polícia praticado com abuso de poder (a ser visto logo a seguir), podendo ser corrigido pela atuação do Poder Judiciário. Não é por outra razão que Celso Antônio Bandeira de Mello ensina: mormente no caso de utilização de meios coativos, que, bem por isso, interferem energeticamente com a liberdade individual, é preciso que a administração se comporte com extrema cautela, ‘nunca se servindo de meios mais enérgicos que os necessários à obtenção do resultado pretendido pela lei’, sob pena de vício jurídico que acarretará responsabilidade da Administração.Por fim, para a aplicação das sanções decorrentes do Poder de Polícia deve ser observado o devido processo legal (due process of law), garantindo-se ao administrado o direto à ampla defesa, assegurado constitucionalmente (art. 5º, LIV e LV, CF).3.6.6 – Atributos ou CaracterísticasTrês são os atributos costumeiramente apontados pela doutrina no que se refere aos atos resultantes do exercício regular do

poder de polícia: discricionariedade, auto-executoriedade e coercibilidade.A discricionariedade significa que a Administração detém razoável liberdade de atuação no exercício do Poder de Polícia. Dentro dos limites dados pela lei, a Administração poderá valorar critérios de conveniência e oportunidade para a prática dos atos de polícia, determinando critérios para definição, por exemplo, de quais atividades irá fiscalizar, bem como as sanções aplicáveis em decorrência de uma certa infração, as quais, é lógico, devem estar previstas em lei. A regra é que atividade de polícia administrativa é discricionária, mas, sob determinadas circunstâncias, será vinculada. É o caso das concessões de licença, que é ato administrativo vinculado e definitivo, por meio do qual a Administração reconhece o direito subjetivo de um particular à prática de determinada atividade, a partir do preenchimento de certas condições necessárias ao gozo desse direito. Não há que se confundir a licença com o alvará, pois este apenas se apresenta como uma das formas de exteriorizar a licença. O assunto será novamente abordado, diga-se, quando se tratar dos atos administrativos em espécie, em capítulo próprio.Assim, pode-se afirmar que a regra é a discricionariedade do exercício do Poder de Polícia, mas nada impede que este, sob determinadas situações, seja vinculado.A auto-executoriedade consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial17. É pressuposto lógico do exercício do Poder de Polícia, sendo necessária para garantir agilidade às decisões administrativas no uso desse poder. Contudo, a auto-executoriedade não está presente em todos os atos decorrentes do poder de polícia administrativa. Com efeito, no caso, por exemplo, das multas, permite-se, de maneira auto-executória, apenas a imposição destas, mas não a sua cobrança, a qual deverá ser realizada por meio da ação adequada na esfera judicial. Em razão disso, parte da doutrina opta por desdobrar o atributo da auto-executoriedade em dois: a exigibilidade (privilège du prèalable) e a executoriedade (privilège d’action d’office).Em decorrência da exigibilidade, a decisão administrativa constante de um ato de polícia se impõe ao administrado, independentemente de sua concordância. Para fazer valer esse instituto, a Administração pode lançar mão de meios indiretos de coação, tais como as multas ou a impossibilidade de licenciamento de veículo, enquanto não pagas as multas anteriores.Pela executoriedade, haverá coação direta, ou material, do administrado para a prática de um ato. Há executoriedade, por exemplo, na dissolução de uma reunião ocorrente em determinado local.É de se concluir, portanto, em consonância com a abalizada lição de Maria Sylvia di Pietro que a exigibilidade está presente em todas as medidas de polícia, mas não a executoriedade (privilège d’action d’office).Não se confunda auto-executoriedade das sanções de polícia com punição sumária e sem defesa, a qual só pode ser aplicada nos casos urgentes, que imponham risco iminente à saúde ou à segurança pública. É o que ocorre, por exemplo, na interdição de estabelecimentos que, por sua estrutura física, estejam a ameaçar a vida das pessoas, ou na apreensão e destruição de alimentos impróprios para o consumo humano.Por fim, tem-se o atributo da coercibilidade. Em razão deste, as medidas adotadas pela Administração no exercício do Poder de Polícia podem ser impostas de maneira coativa (obrigatória) aos Administrados. A imposição coercitiva também independe de prévia manifestação judicial. De todo modo, frente a

pretensões que poderão sofrer forte resistência dos particulares, a Administração poderá, a priori (a princípio), demandar manifestação do Judiciário, no intuito de diminuir essa resistência. Tal situação é comum, por exemplo, na interdição de prédios que, em decorrência de suas instalações físicas, sejam inseguros para o exercício de certas atividades. De qualquer maneira, o particular insatisfeito com a atuação administrativa poderá levar a situação à apreciação do Poder Judiciário, a quem competirá, última forma, decidir sobre a questão discutida. A coercibilidade justifica, ainda, o uso da força física no caso de resistência do administrado, a qual deverá ser proporcional à tal resistência.Bom registrar que nem todo ato de polícia é dotado de coercibilidade: de fato, as licenças, autorizações e permissões, decorrentes do poder de polícia, contam com a concordância do destinatário do ato, daí dizer que, nestes atos, não há falar em coercibilidade.3.6.6 – Sanções decorrentes do Poder de PolíciaAs sanções administrativas são os atos punitivos que resultam de uma infração administrativa, a serem aplicadas por órgãos da Administração. Quando decorrer do Poder de Polícia, constituirão, obviamente, sanções de polícia. Devem guardar origem na lei, em face do princípio da legalidade, não podendo ser instituídas, originariamente, por meio de atos administrativos. Em razão da abordagem elucidativa, exponha-se o julgado do Tribunal Regional Federal – 1ª Região:Portaria não é instrumento adequado a, originariamente, prescrever infrações e sanções administrativas, de modo que, somente a lei, em sentido formal e material, pode descrever a infração e impor penalidades.A título de exemplo, podem ser citadas as seguintes sanções administrativas, em decorrência do exercício do Poder de Polícia: as multas, a interdição de atividades, demolição de construções irregulares, inutilização de gêneros, apreensão de objetos; etc.4 – USO E ABUSO DO PODEROs Poderes concedidos aos agentes para o bom desempenho de suas atribuições de interesse público devem ser usados com normalidade, dentro dos contornos da lei. Não pode a autoridade, por achar-se no uso legítimo dos poderes que lhe foram cometidos, desbordar dos limites estabelecidos Para que não sejam invalidados, os atos das autoridades e dos agentes em geral devem, então, ser legítimos, legais e morais, atendo-se, em qualquer espécie, aos interesses públicos da coletividade. Ao mau uso do poder, de forma desproporcional, ilegal, ou sem atendimento do interesse público, constitui o abuso de poder, que pode ocorrer de duas formas18: O agente atua fora dos limites de sua competência; e, O agente, embora dentro de sua competência, afasta-se do interesse público que deve nortear todo o desempenho administrativo.No primeiro caso, verifica-se o excesso de poder, com o agente público exorbitando das competências que lhe foram atribuídas, invadindo competências de outros agentes, ou praticando atividades que não lhe foram conferidas por lei. O vício aqui é de competência, tornando o ato arbitrário, ilícito e nulo.Na segunda situação, embora o agente esteja atuando no raio de sua competência, pratica ato visando fim diverso do fixado em lei ou exigido pelo interesse público. Ocorre, então, o que a doutrina costumeiramente chama de desvio de poder ou de finalidade. Consequentemente, o vício do ato, nesse caso, não é de competência do agente, mas de finalidade. Em duas acepções pode ocorrer essa violação da finalidade: de forma ampla, quando o ato praticado ofende genericamente o interesse público, como a concessão de vantagens pecuniárias a

um grupo de servidores, ou de forma específica, quando o ato, por exemplo, desatende o objetivo prevista em norma, tal como no já clássico exemplo da remoção de ofício do servidor como forma de punição do mesmo. Tal figura jurídica [a remoção] tem por fim o atendimento de necessidade do serviço, e não poderia, com intuito diverso, ser utilizada como forma de punição do servidor, sob pena de invalidação por desvio de finalidade.Então, em rápida síntese, o abuso de poder é gênero, do qual são espécies o excesso de poder e o desvio de poder ou de finalidade, com as características apontadas acima.

ATOS ADMINISTRATIVOSConceito:É toda manifestação unilateral da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria (Hely Lopes Meirelles). Ato administrativo é toda manifestação unilateral da administração pública. Contrato de aluguel com particular há uma manifestação bilateral de interesses.Atos administrativos sempre serão regidos pelo direito público. Atos da administração são os que serão regidos pelo direito privado.

Requisitos (elementos ou pressupostos) de validade (CONFIFORMOOB)Competência: É o poder atribuído ao agente.Finalidade: É o objetivo de interesse público a atingir. Forma: É o modo pelo qual o mesmo se apresenta. Motivo: É a situação fática ou jurídica.

Motivo é a situação de fato e direito que determina ou autoriza a prática do ato.Motivação é a declaração escrita do motivo que determinou a prática do ato.

Objeto: É o conteúdo do ato.Ex:

 

Demissão de Servido do Poder Executivo por abandono de Cargo

Construção da Ponte JK

Vin

cula

do COMPresidente da República Governador

FI Interesse Público Interesse Público

FOR PAD Licitação

Vin

cula

do

Dis

cici

on.

MO Abandono de Cargo

Melhorar o Trânsito naquela localidade

OBDemissão do Servidor Ponte

Atributos (ou características) (PIATE)Presunção de legitimidade: os atos são válidos até que se prove o contrário. Veracidade: o ato deve estar condizente com a realidade dos fatos;Legalidade: o ato deve estar condizente com a lei.Imperatividade: impõe obrigações unilateralmente aos administrados, independentemente da concordância destes. Ex: placa de 80KM. Auto-Executoriedade ou Executoriedade: é o poder que os atos administrativos têm de serem executados pela própria Administração independentemente de intervenção do Poder Judiciário. É algo que vai além da imperatividade e da exigibilidade. 

O atributo da autoexecutoriedade, segundo a doutrina dominante, se divide em:

a) exigibilidade (faculdade de aplicar meios de coação indiretos, como as multas, no exercício do poder de polícia);b) executoriedade, que é executar por meios próprios independente de apelação ao poder judiciário. A execução (não confundir com aplicação) de multas para ser executada depende, necessariamente, de que a Adm. Pública recorra ao poder judiciário.Portanto, é a EXIGIBILIDADE que permite à Adm. Pública aplicar multas de trânsito a particulares.

AUTO-EXECUTORIEDADEAutoriza a Administração Pública a executar diretamente seus atos e fazer cumprir suas determinações sem precisar recorrer ao Judiciário, admitindo-se até o uso da força, se necessário, sempre que for autorizada por lei. OBS: a auto-executoriedade nunca afasta a apreciação judicial do ato; apenas dispensa a Administração de obter ordem judicial prévia para poder praticá-lo. A auto-executoriedade apresenta dois aspectos: a) exigibilidade: permite que o administrador decida, sem a exigência de controle pelo Poder Judiciário, representando a tomada de decisão. Aqui a Administração utiliza meios indiretos de coerção, como por exemplo, a multa, pelo descumprimento do ato. Esta praticamente está em todo ato. b) executoriedade: é a possibilidade que o administrador tem de fazer cumprir suas decisões e executá-las, independentemente de autorização de outro Poder. Aqui a Administração emprega meios diretos de coerção, compelindo materialmente o administrado, utilizando inclusive a força, independente de previsão legal para socorrer situação emergente. Esta depende de previsão legal, exceto quando se tratar de medida urgente para a proteção do interesse público.IMPORTANTE: o atributo da auto-executoriedade sofre limitações, visto que não se aplica às penalidades de natureza pecuniária como, por exemplo, as multas decorrentes de infrações a obrigações tributárias, entre outras, pois estas somente podem ser executadas por meio de processo judicial de execução fiscal. OBS: a auto-executoriedade está prevista em duas situações:a) quando a lei expressamente a prevê;b) em situações de urgência, quando for necessária a adoção imediata de medida destinada a evitar um prejuízo maior para o interesse público.

Autorização: ato administrativo discricionário e precário pelo qual a administração pública possibilita ao particular o exercício de determinada atividade, de serviço ou a utilização de bens. Ex.: autorização para o porte de armas;Admissão é o ato administrativo vinculado pelo qual o poder publico, verificando a satisfação de todos os requisitos legais pelo particular, defere-lhe determinada situação jurídica de seu exclusivo ou predominante interesse, como ocorre no ingresso aos estabelecimentos de ensino mediante curso de habilitação.

Permissão: tem dupla natureza. Caso se refira ao uso de bens públicos, é ato administrativo discricionário. Caso se refira à execução de serviços públicos, a permissão é um contrato de adesão, precedido de licitação, INDISPENSÁVEL  a manifestação das partes. Em ambos os casos, a permissão é precária, ou seja, revogável a qualquer tempo;Homologação – é o ato unilateral e vinculado de controle pelo qual a Administração concorda com um ato jurídico, ou série de atos (procedimento),JÁ PRATICADOS verificando a consonância deles com os requisitos legais condicionadores de sua válida emissão.Dispensa (caracterizada como exoneração – que trata-se de cargo efetivo) é ato vinculado;Dispensa (caracterizada como cargo comissionado) é ato discricionário, pois somente servidor com cargo efetivo pode ser exonerado; servidor com cargo comissionado é apenas dispensado.

ClassificaçãoDestinatáriosGerais – editados sem um destinatário determinado.Individuais – editados com destinatários específicos.Alcance de seus efeitos:Internos – geram efeitos dentro da Administração Pública. Externos – produzem efeitos fora do Poder Público.Grau de liberdade ou RegramentoVinculados – a lei não permite liberdade de ação. Exoneração de cargo efetivo. Discricionários – a lei permite liberdade de ação dentro dos limites legais. Ex: exoneração de cargo comissionado com base na oportunidade e conveniência.Composição ou formação dos atosSimples – depende da manifestação de 1 único órgão.Composto – depende da vontade de + de 1 órgão, sendo que a vontade de um e meramente instrumental a do outro.Complexo - depende da vontade de + de 1 órgão, sendo que a vontade de 1 é a mesma do outro.Objeto ou SupremaciaAtos de Império –  há supremacia da administração. Ex: Desapropriação.Atos de Gestão – não há supremacia da administração. Ex: Contrato de Locação. Atos de Expediente – São os documentos corriqueiramente produzidos pela administração. Ex: relatórios, atas, atestados.ValidadeNulo - possui vício não possível de correção. Vício quanto a: Finalidade / Motivo e ObjetoAnulável - possui vício passível de correção. Vício quanto a Competência e a Forma.Perfeito - é aquele que percorreu todas as fazes dentro da legalidade (começo / meio / fim).

Invalidação dos atos administrativos (ou modos de desfazimento) (E - C4)Anulação/invalidação1 - Ocorre por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade;2 – Pode ser feita pela administração ou poder judiciário (provocado);3 – Gera efeitos “ex-tunc”(retroage as origens do ato)4 – Não há direito adquirido5 – Os terceiros de boa fé, alheios ao ato extinto, tem direito a indenização. Decai em 5 anos os efeitos da anulação de um ato para

terceiros de boa fé (convalidação tácita).

Competência

MotivoEfeitos

Direito Adquirido

Indenização

Rev

ogaç

ão Administração

Conveniência e Oportunidade

Ex-Nunc

Sim Não

An

ula

ção

Administração e Poder Judiciário

Ilegalidade e Ilegitimidade

Ex-tunc

Não

Sim (3ª pessoa de boa fé)

ConvalidaçãoConceito 1: é o somatório de ato com vício sanável (anulável) possível de corrigir ato com vício.Competência: AdministraçãoEfeitos: ex-tunc.Requisitos Convalidáveis: competência e forma;Modalidades ou tipos- ratificação: ocorre quando a irregularidade recai na competência do agente; neste caso ele será substituído por um competente. Ex: comissão substitui servidor não estável por um estável.- reforma: ocorre quando o vício recai na forma do ato; retira-se a parte inválida deixando a válida.- conversão: ocorre quando o vício recai quanto a forma, retira-se a parte inválida procedendo-se sua substituição. - cassação: ocorre quando irregularidade recai na execução do ato. Ex: cassação de alvará (irregularidade do estabelecimento).- caducidade: ocorre por superveniência (posterior) de ato com efeitos contrapostos a do anterior. Ex: nomeação e exoneração.

Conceito 2: É o ato jurídico que com efeitos retroativos sana vício de ato antecedente de tal modo que ele passa a ser considerado como válido desde o seu nascimento.Só é possível a convalidação (saneamento ou refazimento) de atos com defeito na competência ou na forma. Defeitos na finalidade, no motivo ou no objeto são, geralmente, insanáveis. Em resumo: é possível à administração pública convalidar atos com vício de competência ou de forma. Porém, mesmo nos outros casos, a convalidação pode acontecer sem a necessidade de nenhum ato - em razão do decurso de determinado prazo: cinco anos, se houver beneficiários de boa-fé, e dez anos, se não houver. Os únicos atos "inconvalidáveis" são as infrações penais.Espécies de convalidação:Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato.Confirmação: É a convalidação feita por uma autoridade superior àquela que praticou o ato.Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro.Casos em que o ato não poderá ser convalidado:Prescrição do prazo para anulação.Impugnação do ato pela via judicial ou administrativo, pois neste caso o ato será anulado e não convalidado.Convalidação não se confunde com conversão (sanatória) do ato administrativo, que é o ato administrativo que, com efeitos “ex tunc”, transforma um ato viciado em outro de diferente categoria tipológica. O ato passa a ser considerado válido desde o seu nascimento. A conversão é possível diante do ato nulo, mas não diante do ato anulável.

Espécies de atos administrativos

  Atos normativos são aqueles que regulamentam, complementam uma lei. Não podem inovar a ordem jurídica, salvo o decreto autônomo (art. 84, VI). Como exemplo, temos os decretos, resoluções, instruções normativas. Atos ordinatórios são aqueles que veiculam ordens aos servidores e aos particulares vinculados ao Estado. Exemplo: portarias, circulares, ordens de serviço.Atos punitivos são utilizados pela administração para a aplicação de sanções aos servidores e aos particulares. Os exemplos são multas, interdição de atividades, demissão.Atos enunciativos são aqueles que apenas declaram algo a pedido de um interessado. Não há imperatividade em tais atos. Exemplo: certidão, atestado, parecer. OBS: a apostila é um ato enunciativo que apenas declara um direito preexistente. Equivale à averbação.Atos negociais são aqueles em que o interesse do particular coincide com a manifestação de vontade do Estado. Não há imperatividade em tais atos. Exemplos: licença, autorização, permissão.Formas de extinção dos atos administrativos: 1. Anulação2. Revogação3. Cassação4. Caducidade5. ContraposiçãoCASSAÇÃO: Celso  Antônio  Bandeira  de Mello  define  a cassação  como  sendo  a  extinção  do  ato  porque o  destinatário descumpriu  condições  que  deveriam  permanecer  atendidas  a fim  de  poder continuar desfrutando da situação jurídica. Como exemplo, temos  a  cassação  de  uma  licença,  concedida  pelo Poder  Público,  sob determinadas  condições,  devido  ao descumprimento  de  tais  condições  pelo  particular beneficiário de tal ato.  É importante observarmos que  a  cassação  possui caráter  punitivo  (decorre  do descumprimento de um ato). 2) CADUCIDADE: A caducidade origina-se com uma legislação  superveniente  que  acarreta  a  perda  de  efeitos jurídicos da antiga norma que respaldava a prática daquele ato. Diógenes Gasparini define: quando  a  retirada  funda-se  no advento  de  nova  legislação  que impede a permanência da situação anteriormente consentida. Ocorre, por exemplo, quando há retirada de permissão de uso de um bem público, decorrente de uma nova lei editada que  proíbe  tal  uso  privativo  por particulares.  Assim, podemos afirmar que tal permissão caducou.3) CONTRAPOSIÇÃO: Também chamada por alguns  autores de  derrubada.  Quando um ato deixa  de  ser  válido  em virtude da  emissão  de  um  outro  ato  que  gerou  efeitos opostos  ao seu,  dizemos  que  ocorreu  a contraposição.  São atos que possuem efeitos contrapostos  e  por  isso  não  podem  existir  ao mesmo tempo. Exemplo clássico é a exoneração de um funcionário, que aniquila os efeitos do ato de nomeação.Lei 9.784/99Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:I - a edição de atos de caráter normativo;II - a decisão de recursos administrativos;III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Todos os Poderes Públicos (legislativo, executivo e judiciário, inclusive) podem revogar seus próprios atos administrativos,

pois são baseados na conveniência e oportunidade. O que o Poder judiciário não pode é revogar os atos administrativos dos poderes executivo e legislativo pautado na mesma justificativa, qual seja, a oportunidade e conveniência.O PJ poderá anular atos de outros poderes, caso:-  seja provocado (princípio da inércia do judiciário) E- estes atos sejam ilegais.

ORÇAMENTO PÚBLICO: 1 Princípios orçamentários.Princípios OrçamentáriosAutor: Vander Gontijo - COFF/CD; Local e Data: Brasília, setembro de 2004.Desde seus primórdios, a instituição orçamentária foi cercada de uma série de regras com a finalidade de aumentar-lhe a consistência no cumprimento de sua principal finalidade: auxiliar o controle parlamentar sobre os Executivos. Essa regras ou princípios receberam grande ênfase na fase que os orçamentos possuíam grande conotação jurídica, chegando alguns incorporados na corrente legislação: basicamente na Constituição, na Lei 4.320/64 e nas Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs). Os princípios orçamentários  são premissas a serem observadas na concepção da proposta orçamentária.

UnidadeO orçamento deve ser uno, ou seja, deve existir apenas um orçamento para dado exercício financeiro. Dessa forma integrado, é possível obter eficazmente um retrato geral das finanças públicas e, o mais importante, permite-se ao Poder Legislativo o controle racional e direto das operações financeiras de responsabilidade do Executivo.São evidências do cumprimento deste princípio, o fato de que apenas um único orçamento é examinado, aprovado e homologado. Além disso, tem-se um caixa único e uma única contabilidade.O princípio da unidade é respaldado legalmente por meio do Art. 2º da Lei 4.320/64 e pelo § 5º do art. 165 da CF 88.Mas mesmo assim, o princípio clássico da unidade não estava, na verdade, sendo observado. As dificuldades começaram antes da Constituição de 88 em razão da própria evolução do sistema orçamentário brasileiro. Na década de 80, havia um convívio simultâneo com três orçamentos distintos &mdash o orçamento fiscal, o orçamento monetário e o orçamento das estatais. Não ocorria nenhuma consolidação entre os mesmos.Na verdade, o art.62, da Constituição de 1967, emendada, limitava o alcance de sua aplicação, ao excluir expressamente do orçamento anual as entidades que não recebessem subvenções ou transferências à conta do orçamento (exemplo: Banco do Brasil - exceto se houver integralização de capital pela União).No seu § 1º, estabelecia que a inclusão, no orçamento anual, da despesa e da receita dos órgãos da administração indireta será feita em dotações globais e não lhes prejudicará a autonomia na gestão legal dos seus recursos.O orçamento Fiscal era sempre equilibrado e era aprovado pelo Legislativo. O orçamento monetário e o das Empresas Estatais eram deficitários e sem controle e, além do mais, não eram votados. Ora, como o déficit público e os subsídios mais importantes estavam no orçamento monetário, o Legislativo encontrava-se, praticamente, alijado das decisões mais relevantes em relação à política fiscal e monetária da Nação. Totalidade

Coube à doutrina tratar de reconceituar o princípio da unidade de forma que abrangesse as novas situações. Surgiu, então, o princípio da totalidade, que possibilitava a coexistência de múltiplos orçamentos que, entretanto, devem sofrer consolidação, de forma a permitir uma visão geral do conjunto das finanças públicas.A Constituição de 1988 trouxe melhor entendimento para a questão ao precisar a composição do orçamento anual que passará a ser integrado pelas seguintes partes: a) orçamento fiscal; b) orçamento da seguridade social e c) orçamento de investimentos das estatais. Este modelo, em linhas gerais segue o princípio da totalidade. UniversalidadePrincípio pelo qual o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas do Estado. Indispensável para o controle parlamentar, pois possibilita :a) conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para respectiva arrecadação e realização;b) impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e de despesa sem prévia autorização Legislativa;c) conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrança de tributos estritamente necessários para atendê-las.

Na Lei 4.320/64, o cumprimento da regra é exigido nos seguintes dispositivos: Art.2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. Art.3º A Lei do Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as operações de crédito autorizadas em lei.A Emenda Constitucional n.º 1/69 consagra essa regra de forma peculiar: "O orçamento anual compreenderá obrigatoriamente as despesas  e receitas relativas a todos os Poderes, órgãos, fundos, tanto da administração direta quanto da indireta, excluídas apenas as entidades que não recebam subvenções ou transferências à conta do orçamento.Observa-se, claramente, que houve um mal entendimento entre a condição de auto-suficiência ou não da entidade com a questão, que é fundamental, da utilização ou não de recursos públicos.Somente a partir de 1988 as operações de crédito foram incluídas no orçamento. Além disso, as empresas estatais e de economia mista, bem como as agências oficiais de fomento (BNDES, CEF, Banco da Amazônia, BNB) e os Fundos Constitucionais (FINAM, FINOR, PIN/PROTERRA) não têm a obrigatoriedade de integrar suas despesas e receitas operacionais ao orçamento público. Esses orçamentos são organizados e acompanhados com a participação do Ministério do Planejamento (MPO), ou seja, não são apreciados pelo Legislativo. A inclusão de seus investimentos no Orçamento da União é justificada na medida que tais aplicações contam com o apoio do orçamento fiscal e até mesmo da seguridade. Anualidade ou PeriodicidadeO orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período de tempo, geralmente um ano. A exceção se dá nos créditos especiais e extraordinário autorizados nos últimos quatro meses do exercício, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício subsequente.

Este princípio tem origem na questão surgida na Idade Média sobre a anualidade do imposto. E aí se encontra a principal conseqüência positiva em relação a este princípio, pois dessa forma exige-se autorização periódica do Parlamento. No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, como sói acontecer na maioria dos países. Mas isso não é regra geral. Na Itália e na Suécia o exercício financeiro começa em 1/7 e termina em 30/6. Na Inglaterra, no Japão e na Alemanha o exercício financeiro vai de 1/4 a 31/3. Nos Estados Unidos começa em 1/10, prolongando-se até 30/9.O § 5º do art. 165 da CF 88 dá respaldo legal a este princípio quando dispõe que: "A lei orçamentária anual compreenderá:"O cumprimento deste princípio torna-se evidente nas ementas das Leis Orçamentárias, como por exemplo, a da Lei 10.837/2004: "Estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2004."Observe-se, finalmente, que a programação financeira, trimestral na Lei 4.320/64 e mensal nos Decretos de Contingenciamento, limitando a faculdade de os órgãos empenhar despesas, não mais ao montante das dotações anuais, pode ser entendido como um abandono parcial do princípio da anualidade. ExclusividadeA lei orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária ou financeira. Ou seja, dela deve ser excluído qualquer dispositivo estranha à estimativa de receita e à fixação de despesa. O objetivo deste princípio é evitar a presença de "caldas e rabilongos"Não se inclui na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.Este princípio encontra-se expresso no art. 165, § 8º da CF de 88: "A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa ..." Especificação, Especialização ou DiscriminaçãoAs receitas e as despesas  devem aparecer de forma discriminada, de tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, as origens dos recursos e sua aplicação. Como regra clássica tinha o objetivo de facilitar a função de acompanhamento e controle do gasto público, pois inibe a concessão de autorizações genéricas (comumente chamadas de emendas curinga ou "rachadinhas") que propiciam demasiada flexibilidade e arbítrio ao Poder Executivo, dando mais segurança ao contribuinte e ao Legislativo.A Lei nº 4.320/64 incorpora o princípio no seu art. 5º: "A Lei de Orçamento não consignará dotações globais para atender indiferentemente as despesas...., "O art. 15 da referida Lei exige também um nível mínimo de detalhamento: "...a discriminação da despesa far-se-á, no mínimo, por elementos".Como evidência de cumprimento deste princípio pode-se citar a Atividade 4775, cujo título é "Capacitação de agentes atuantes nas culturas de oleaginosas". Mas, também, existem vários exemplos do não cumprimento como, por exemplo, a Ação 0620 "Apoio a projetos municipais de infra-estrutura e serviços em agricultura familiar’, ou o subtítulo "Ações de Saneamento Básico em pequenas cidades da Região Sul"

Não Vinculação ou Não Afetação das ReceitasNenhuma parcela da receita geral poderá ser reservada ou comprometida para atender a certos casos ou a determinado gasto. Ou seja, a receita não pode ter vinculações. Essas reduzem o grau de liberdade do gestor e engessa o planejamento de longo, médio e curto prazos.

Este princípio encontra-se claramente expresso no inciso IV do art. 167 da CF de 88, mas aplica-se somente às receitas de impostos."São vedados "a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts., 158 e 159, a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino (art. 212), prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º".As evidências de receitas afetadas são abundantes: Taxas, contribuições: servem para custear certos serviços prestados; Empréstimos: comprometidos para determinadas finalidades; Fundos: receitas vinculadas.Observe-se ainda que as vinculações foram eliminadas no governo Figueiredo, mas, infelizmente, ressuscitadas na Constituição de 1988. O ministro Palocci recoloca essa idéia na ordem do dia. Orçamento BrutoEste princípio clássico surgiu juntamente com o da universalidade, visando ao mesmo objetivo. Todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução.A intenção é a de impedir a inclusão de valores líquidos ou de saldos resultantes do confronto entre receitas e as despesas de determinado serviço público.Lei 4.320/64 consagra este princípio em seu art. 6º: "Todas as receitas e despesas constarão da Lei do Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Reforçando este princípio, o § 1º do mesmo artigo estabelece o mecanismo de transferência entre unidades governamentais "Dessa forma, as cotas de receita que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada à transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber. Como exemplo desse procedimento pode-se citar o caso da Arrecadação do Imposto Territorial Rural, que se constitui numa receita prevista no orçamento da União para 2004 com o valor de R$ 309,4 milhões. No mesmo orçamento, fixa-se uma despesa relativa à Transferência para Municípios (UO 73108-Transferências Constitucionais) no valor de R$ 154,7 milhões.Ou seja, se o Orçamento registrasse apenas uma entrada líquida para a União de apenas R$ 154,7 milhões, parte da história estaria perdida.

EquilíbrioPrincípio clássico que tem merecido maior atenção, mesmo fora do âmbito específico do orçamento, pautado nos ideais liberais dos economistas clássicos (Smith, Say, Ricardo). O keynesianismo (a partir dos anos 30) tornou-se uma contraposição ao princípio do orçamento equilibrado, justificando a intervenção do governo nos períodos de recessão. Admitia-se o déficit (dívida) e seu financiamento. Economicamente haveria compensação, pois a utilização de recursos ociosos geraria mais emprego, mais renda, mais receita para o Governo e, finalmente, recolocaria a economia na sua rota de crescimento.

No Brasil, as últimas Constituições têm tratado essa questão ora de maneira explícita ora de forma indireta. A Constituição de 1967 dispunha que : "O montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total de receitas estimadas para o mesmo período."

Observa-se a existência de dificuldades estruturais para o cumprimento desse princípio, principalmente em fases de crescimento da economia, pois as despesas públicas normalmente crescem mais que as receitas públicas quando há crescimento da renda interna .De qualquer forma, ex-ante, o equilíbrio orçamentário é respeitado, conforme pode ser verificado nos Arts. 2º e 3º da Lei 10.837/2003, onde: A Receita Total é estimada em R$ 1.469.087.336,00, e a Despesa Total é fixada em R$ 1.469.087.336,00.Entretanto, nas cifras acima encontra-se um tremendo déficit, devidamente financiado por empréstimos. O déficit aparece embutido nas chamadas Operações de Crédito que classificam tanto os financiamentos de longo prazo contratados para obras, as operações de curto prazo de recomposição de caixa e que se transformam em longo prazo pela permanente rolagem e a receita com a colocação de títulos e obrigações emitidas pelo Tesouro.A CF 88 adotou uma postura mais realista. Propôs o equilíbrio entre operações de crédito e as despesas de capital. O art. 167, inciso III, veda: "a realização de operações de créditos  que excedam o montante das despesas de capital  ....";Qual a mensagem que se encontra vinculada a esse dispositivo? Claramente a de que o endividamento só pode ser admitido para a realização de investimento ou abatimento da dívida. Ou seja, deve-se evitar tomar dinheiro emprestado para gastar com despesa corrente, mas pode pegar emprestado para cobrir despesa de capital (o déficit aqui é permitido ). Essa é uma norma lógica e de grande importância para as finanças públicas do País. Na verdade, é a Regra de Ouro reforçada na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF, art. 12, § 2º): "O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária."Essa Regra também significa, por outro lado, que a receita corrente deve cobrir as despesas correntes (não pode haver déficit corrente).  A Regra de Ouro vem sendo adequadamente cumprida nos últimos orçamentos, exceto nos dois últimos (2003 e 2004). Para o exercício de 2004, o valor das operações de crédito dos orçamentos fiscal e da seguridade é de R$ 629,7 bilhões. Se somado a esse, o valor corresponde ao Orçamento de Investimento das Estatais &mdash OIE - (R$ 5,9 milhões) chega-se ao total de R$ 635,6 milhões.Já as despesas de capital dos orçamentos fiscal e da seguridade social somam R$ 612,7 milhões. Com R$ 23,8 do OIE, chega-se ao total de R$ 636,5 milhões. Ou seja, só se cumpre a regra de ouro se se considera na contabilização os dados relativos ao Orçamento das Estatais.Ainda com relação ao princípio do equilíbrio, um terceiro conceito surge a partir da Lei de Responsabilidade Fiscal &mdash o chamado Equilíbrio Fiscal. Na verdade, exige-se mais que o equilíbrio, exige-se um superávit (fiscal), ou seja, a receita (primária) deve superar a despesa (primária) de forma que o saldo possa ser utilizado para pagamento do serviço da dívida pública.Essa variação do princípio do equilíbrio faz parte das orientações orçamentárias constantes das leis de diretrizes orçamentárias. O art. 15 da Lei nº 10.707, de 30 de julho de 2003 (LDO 2004) dispõe, por exemplo, que: "Art. 15. A elaboração do projeto da lei orçamentária de 2004, a aprovação e a execução da respectiva lei deverão levar em conta a obtenção de superávit primário em percentual do Produto Interno Bruto - PIB, conforme discriminado no Anexo de Metas Fiscais, constante do Anexo III desta Lei." Legalidade

Historicamente, sempre se procurou dar um cunho jurídico ao orçamento, ou seja, para ser legal, tanto as receitas e as despesas precisam estar previstas a Lei Orçamentária Anual, ou seja, a aprovação do orçamento deve observar processo legislativo porque trata-se de um dispositivo de grande interesse da sociedade.O respaldo a este princípio pode ser encontrado nos art. 37 166 da CF de 1988. O Art. 166 dispõe que: "Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum."A evidência de seu cumprimento encontra-se na própria ementa das leis orçamentárias, como por exemplo, a da Lei nº 10.837/2003: "O Presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:" PublicidadeO conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) nos veículos oficiais de comunicação para conhecimento do público e para eficácia de sua validade. Este princípio é consagrado no art. 37 da CF de 88: "A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ..." Clareza ou ObjetividadeO orçamento público deve ser apresentado em linguagem clara e compreensível a todas pessoas que, por força do ofício ou interesse, precisam manipulá-lo. Difícil de ser empregado em razão da facilidade de a burocracia se expressar em linguagem complexa. Observe-se, por exemplo, o título da ação nº 0373 do orçamento para 2004: "Equalização de Juros e Bônus de Adimplência no Alongamento de Dívidas Originárias do Crédito Rural". ExatidãoDe acordo com esse princípio as estimativas devem ser tão exatas quanto possível, de forma a garantir à peça orçamentária um mínimo de consistência para que possa ser empregado como instrumento de programação, gerência e controle. Indiretamente, os autores especializados em matéria orçamentária apontam os arts. 7º e 16 do Decreto-Lei nº 200/67 como respaldo ao mesmo.Princípios orçamentários[editar | editar código-fonte]Os princípios orçamentários são os seguintes: Princípio da universalidade: a Lei orçamentária anual deve trazer em peça única a previsão de todas as receitas, bem como a autorização de todas as despesas daadministração direta e indireta, relativamente aos três Poderes e, ainda, da seguridade social. Princípio da exclusividade: é proibido incluir dispositivo na lei orçamentária que contenha matéria estranha ao seu objeto, conforme art. 165, § 8°, da Constituição brasileira. Princípio da unidade: numa única lei devem ser previstas todas as receitas e gastos dos três Poderes da União, seus órgãos, fundos e entidades da administração direta e indireta, existindo previsão para o orçamento de investimento nas empresas estatais federais e, ainda, o orçamento da seguridade social. Princípio da periodicidade ou Anualidade: para cada ano deve existir uma lei orçamentária (art. 165, III, da Constituição brasileira).

Princípio da não afetação ou não vinculação: é um princípio destinado apenas aos impostos, que diz que é proibida a vinculação de receitas de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo algumas exceções legalmente previstas (art. 167, IV, da Constituição Federal). Princípio do equilíbrio: princípio contido na Lei de Responsabilidade Fiscal, em que os gastos são condicionados à arrecadação. Princípio da transparência: contido no art. 165, § 6°, da Constituição Federal de 1988. Princípio da publicidade: contido em vários dispositivos da Carta Magna brasileira. Princípio da quantificação dos créditos orçamentários: refere-se à proibição da concessão e utilização de créditos ilimitados. 1 Noções de administração financeira. A administração financeira é a disciplina que trata dos assuntos relacionados à administração das finanças de empresas e organizações. Trata-se de um ramo privativo à Administração.Primeiramente, deve-se compreender e entender o sentido e o significado de finanças, que corresponde ao conjunto de recursos disponíveis circulantes em espécie que serão usados em transações e negócios com transferência e circulação de dinheiro. Sendo que há necessidade de se analisar a fim de se ter exposto a real situação econômica dos fundos da empresa, com relação aos seus bens e direitos garantidos. Analisando-se apuradamente verifica-se que as finanças fazem parte do cotidiano, no controle dos recursos para compras e aquisições, tal como no gerenciamento e própria existência da empresa, nas suas respectivas áreas, seja no marketing, produção, contabilidade e, principalmente no planejamento de nível estratégico, gerencial e operacional em que se toma dados e informações financeiras para a tomada de decisão na condução da empresa.A administração financeira é uma ferramenta ou técnica utilizada para controlar da forma mais eficaz possível, no que diz respeito à concessão de credito para clientes, planejamento, analise de investimentos e, de meios viáveis para a obtenção de recursos para financiar operações e atividades da empresa, visando sempre o desenvolvimento, evitando gastos desnecessários, desperdícios, observando os melhores “caminhos” para a condução financeira da empresa.Tal área administrativa pode ser considerada como o “sangue” ou a gasolina da empresa que possibilita o funcionamento de forma correta, sistêmica e sinérgica, passando o “oxigênio” ou vida para os outros setores, sendo preciso circular constantemente, possibilitando a realização das atividades necessárias, objetivando o lucro, maximização dos investimentos, mas acima de tudo, o controle eficaz da entrada e saída de recursos financeiros, podendo ser em forma de investimentos, empréstimos entre outros, mas sempre visionando a viabilidade dos negócios, que proporcionem não somente o crescimento, mas o desenvolvimento e estabilização.É por falta de informações financeiras precisas para o controle e planejamento financeiro que a maioria das empresas pequenas brasileiras entra em falência até o quinto ano de existência. São indiscutivelmente necessárias as informações do balanço patrimonial, no qual se contabilizam os dados da gestão financeira, que devem ser analisados detalhadamente para a tomada de decisão.Pelo benefício que a contabilidade proporciona à gestão financeira e pelo íntimo relacionamento de interdependência que ambas têm é que se confundem, muitas vezes, estas duas áreas, já que as mesmas se relacionam proximamente e geralmente se sobrepõem.

É preciso esclarecer que a principal função do contador é desenvolver e prover dados para mensurar o desempenho da empresa, avaliando sua situação financeira perante os impostos, contabilizando todo seu patrimônio, elaborando suas demonstrações, reconhecendo as receitas no momento em que são incorridos os gastos (este é o chamado regime de competência), mas o que diferencia as atividades financeiras das contábeis é que a administração financeira enfatiza o fluxo de caixa, que nada mais é do que a entrada e saída de dinheiro, que demonstrará realmente a situação e capacidade financeira para satisfazer suas obrigações e adquirir novos ativos (bens ou direitos de curto ou longo prazo) a fim de atingir as metas da empresa.Os contadores admitem a extrema importância do fluxo de caixa, assim como o administrador financeiro utiliza o regime de caixa, mas cada um tem suas especificidades e maneira de descrever a situação da empresa, sem menosprezar a importância de cada atividade já que uma depende da outra no que diz respeito à circulação de dados e informações necessárias para o exercício de cada uma delas.

Área de atuação das Finanças1.1 - Área de atuação das finanças: A administração financeira pode ser dividida em áreas de atuação, que podem ser entendidas como tipos de meios de transações ou negócios financeiros. São estas: Finanças CorporativasAbrangem na maioria, relações com cooperações (sociedades anônimas).As finanças corporativas abrangem todas as decisões da empresa que tenham implicações financeiras, não importando que área funcional reivindique responsabilidade sobre ela

InvestimentosSão recursos depositados de forma temporária ou permanente em certo negócio ou atividade da empresa, em que se deve levar em conta os riscos e retornos potenciais ligados ao investimento em um ativo financeiro, o que leva a formar, determinar ou definir o preço ou valor agregado de um ativo financeiro, tal como a melhor composição para os tipos de ativos financeiros. Os ativos financeiros são classificados no Balanço Patrimonial em investimentos temporários e em ativo permanente (ou imobilizado), este último, deve ser investido com sabedoria e estratégia haja vista que o que traz mais resultados é se trabalhar com recursos circulantes por causa do alto índice de liquidez apresentado.

Instituições financeirasSão empresas intimamente ligadas às finanças, onde analisam os diversos negócios disponíveis no mercado de capitais– podendo ser aplicações, investimentos ou empréstimos, entre outros – determinando qual apresentará uma posição financeira suficiente à atingir determinados objetivos financeiros, analisados por meio da avaliação dos riscos e benefícios do empreendimento, certificando-se sua viabilidade. Finanças InternacionaisComo o próprio nome supõe, são transações diversas podendo envolver cooperativas, investimentos ou instituições, mas que serão feitas no exterior, sendo preciso um analista financeiro internacional que conheça e compreenda este ramo de mercado.Funções BásicasTodas as atividades empresariais envolvem recursos e, portanto, devem ser conduzidas para a obtenção de lucro. As atividades do porte financeiro têm como base de estudo e análise dados retirados do Balanço Patrimonial, mas

principalmente do fluxo de caixa da empresa já que daí, é que se percebe a quantia real de seu disponível circulante para financiamentos e novas atividades. As funções típicas do administrador financeiro são: Análise, planejamento e controle financeiroBaseia-se em coordenar as atividades e avaliar a condição financeira da empresa, por meio de relatórios financeiros elaborados a partir dos dados contábeis de resultado, analisar a capacidade de produção, tomar decisões estratégicas com relação ao rumo total da empresa, buscar sempre alavancar suas operações, verificar não somente as contas de resultado por competência, mas a situação do fluxo de caixa desenvolver e implementar medidas e projetos com vistas ao crescimento e fluxos de caixa adequados para se obter retorno financeiro tal como oportunidade de aumento dos investimentos para o alcance das metas da empresa. Tomada de decisões de investimentoConsiste na decisão da aplicação dos recursos financeiros em ativos correntes (circulantes) e não correntes (ativo realizável a longo prazo e permanente), o administrador financeiro estuda a situação na busca de níveis desejáveis de ativos circulantes, também é ele quem determina quais ativos permanentes devem ser adquiridos e quando os mesmos devem ser substituídos ou liquidados, busca sempre o equilíbrio e níveis otimizados entre os ativos correntes e não-correntes, observa e decide quando investir, como e quanto, se valerá a pena adquirir um bem ou direito, e sempre evita desperdícios e gastos desnecessários ou de riscos irremediável, e ate mesmo a imobilização dos recursos correntes, com altíssimos gastos com imóveis e bens que trarão pouco retorno positivo e muita depreciação no seu valor, que impossibilitam o funcionamento do fenômeno imprescindível para a empresa, o 'capital de giro'.Como critérios de decisão de investimentos entre projetos mutuamente exclusivos, pode haver conflito entre o VAL (Valor Atual Líquido) e a TIR (Taxa Interna de Rendibilidade). Estes conflitos devem ser resolvidos usando o critério do VAL. Tomada de decisões de financiamentosDiz respeito à captação de recursos diversos para o financiamento dos ativos correntes e não correntes, no que tange a todas as atividades e operações da empresa; operações estas que necessitam de capital ou de qualquer outro tipo de recurso necessário para a execução de metas ou planos da empresa. Leva-se sempre em conta a combinação dos financiamentos a curto e longo prazo com a estrutura de capital, ou seja, não se tomará emprestado mais do que a empresa é capaz de pagar e de se responsabilizar, seja a curto ou a longo prazo. O administrador financeiro pesquisa fontes de financiamento confiáveis e viáveis, com ênfase no equilíbrio entre juros, benefícios e formas de pagamento. É bem verdade que muitas dessas decisões são feitas ante a necessidade (e até ao certo ponto, ante ao desespero), mas independente da situação de emergência é necessária uma análise e estudo profundo e minucioso dos prós e contras, a fim de se ter segurança e respaldo para decisões como estas.Função na empresaA administração financeira de uma empresa pode ser realizada por pessoas ou grupos de pessoas que podem ser denominadas como: vice-presidente de finanças (conhecido como Chief Financial Officer – CFO) diretor financeiro, controller e gerente financeiro, sendo também denominado simplesmente como administrador financeiro. Sendo que, independentemente da classificação, tem-se os mesmos objetivos e características, obedecendo aos níveis hierárquicos, portanto, o diretor financeiro coordena as atividades de tesouraria e controladoria.Mas, é necessário deixar bem claro que, cada empresa possui e apresenta um especifico organograma e divisões deste setor,

dependendo bastante de seu tamanho. Em empresas pequenas, o funcionamento, controle e análise das finanças, são feitas somente no departamento contábil - até mesmo, por questão de encurtar custos e evitar exageros de departamentos, pelo fato de seu pequeno porte, não existindo necessidade de se dividir um setor que está inter-relacionado e, que dependendo do da capacitação do responsável desse setor, poderá muito bem arcar com as duas funções: de tesouraria e controladoria. Porém, à medida que a empresa cresce, o funcionamento e gerenciamento das finanças evoluem e se desenvolvem para um departamento separado, conectado diretamente ao diretor-financeiro, associado à parte contábil da empresa, já que esta possibilita as informações para a análise e tomada de decisão.No caso de uma empresa de grande porte, é imprescindível esta divisão, para não ocorrer confusão e sobrecarga. Deste modo, a tesouraria (ou gerência financeira) cuida da parte específica das finanças em espécie, da administração do caixa, do planejamento financeiro, da captação de recursos, da tomada de decisão de desembolso e despesas de capital, assim como o gerenciamento de crédito e fundo de pensão. Já a controladoria (ou contabilidade) é responsável com a contabilidade de finanças e custos, assim como, do gerenciamento de impostos - ou seja, cuida do controle contábil do patrimônio total da empresa.Áreas de atuaçãoComo já foi dito, as finanças estão presentes em todas as áreas de uma empresa e auxiliam o seu bom funcionamento. É extremamente importante a administração e controle eficaz da empresa, pois a correta administração do capital - recursos essenciais da organização - e as decisões hábeis, conduzirão ao sucesso e evitarão o fracasso. Deste modo, o administrador financeiro pode atuar em diversas áreas específicas, em alguns cargos ou funções como: Analista FinanceiroTem como função principal, preparar os planos financeiros e orçamentários, ou seja, através da preparação de demonstrações financeiras e orçamentos diversos, estabelece os planos financeiros de curto e longo prazo para chegar às metas, analisando e realizando previsões futuras, avaliação de desempenho e o trabalho em conjunto com a contabilidade. Gerente de Orçamento de CapitalNeste caso, o responsável é incumbido de avaliar, recomendando ou não as propostas de investimentos em ativos, pois ele já terá feito um traçado futuro, verificando se certos investimentos ou transações trarão resultados positivos ou negativos no aspecto financeiro. Gerente de Projetos de FinanciamentosEm empresas de grande porte, conseguem financiamentos para investimentos em ativos. Deste modo, o Gerente de orçamento de capital e o Gerente de projetos de financiamentos trabalham juntos, podendo atuar num mesmo setor. Dependendo da empresa, sempre antes de fazer um grande investimento de capital, como a aquisição de um imóvel, será preciso avaliar se o custo inicial está dentro de sua capacidade de pagamento (gerente de orçamento de capital) e também estabelecer como financiá-lo (gerente de projetos de financiamentos), comparando alternativas como comprar à vista ou a prazo, ou ainda a conveniência de realizar um leasing, dependendo de cada situação. Gerente de CaixaResponsável por manter e controlar os saldos diários do caixa da empresa. Geralmente cuida das atividades de cobrança e desembolso do caixa e investimentos em curto prazo. Analista/gerente de Crédito

Gerencia as políticas de crédito da empresa. Avalia as solicitações de crédito, extensão, monitoramento e cobrança de contas a receber. Gerente de Fundos de PensãoEm grandes empresas, supervisiona no geral a administração de ativos e passivos do fundo de pensão dos empregados, economizando e investindo o dinheiro para atender metas de longo prazo.Objetivos e compromissosTodo administrador da área de finanças deve levar em conta, os objetivos dos acionistas e donos da empresa, para daí sim, alcançar seus próprios objetivos. Pois conduzindo bem o negócio - cuidando eficazmente da parte financeira - consequentemente ocasionará o desenvolvimento e prosperidade da empresa, de seus proprietários, sócios, colaboradores internos e externos – stakeholders (grupos de pessoas participantes internas ou externas do negócio da empresa, direta ou indiretamente) - , e, logicamente, de si próprio (no que tange ao retorno financeiro, mas principalmente a sua realização como profissional e pessoal). Podemos verificar que existem diversos objetivos e metas a serem alcançadas nesta área, dependendo da situação e necessidade, e de que ponto de vista e posição serão escolhidos estes objetivos. Mas, no geral, a administração financeira serve para manusear da melhor forma possível os recursos financeiros e tem como objetivo otimizar o máximo que se puder o valor agregado dos produtos e serviços da empresa, a fim de se ter uma posição competitiva diante de um mercado repleto de concorrência, proporcionando, deste modo, o retorno positivo a tudo o que foi investido para a realização das atividades da mesma, estabelecendo crescimento financeiro e satisfação aos investidores. Não se deixa de mencionar que não há necessidade de se agir sem ética profissional, ilegalmente ou de má-fé, pois o ambiente em que se trabalha sobre mentiras e falsas informações não é propicio ao sucesso - pois não haverá verdade, compromisso, motivação, respeito e lealdade dos que cercam à empresa. E este é um fator que merece reflexão, pois de nada vale se conseguir recursos e capital a partir de mentiras e trabalho “sujo”, sofrimento e desilusão dos colaboradores, parceiros e agentes internos ou externos que de uma forma ou de outra são a razão da existência da empresa, e fazem o empreendimento “caminhar”. Faz-se referência desde o funcionário ao diretor, até o cliente; por isso deve-se ter responsabilidade e compromisso com todos os tipos de atividades, logicamente visionando a lucratividade, mas jamais decorrentes da dor e prejuízo de outrem, tendo sempre o compromisso com a responsabilidade e integridade do próprio nome da empresa. É claro que esta temática traz e trará muita contradição e divergência de ideias e concepções, já que muitas das vezes o “bolso fala muito mais alto”, mas há necessidade de se refletir sobre esta situação e apresentar a prática da responsabilidade social.Subdivisões da administração financeira Valor e orçamento de capital. Análise de retorno e risco financeiro Análise da estrutura de capital financeira Análise de financiamentos de longo prazo ou curto prazo Administração de caixa ou caixa financeira

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS: 1 Conceituação de Recursos Humanos (RH). Definições É um conjunto de princípios estratégicos e técnicos que contribuiu para atrair, manter, motivar, treinar e desenvolver o

patrimônio humano de qualquer organização. Outra definição nos é fornecida por TOLEDO (1986), segundo a qual Recursos Humanos seriam "o ramo de especialização da ciência da Administração que desenvolve todas as ações que têm como objetivo a integração do trabalhador no contexto da organização e o aumento de sua produtividade".Diante disso, pode-se afirmar que essa área da organização trata do recrutamento, da seleção, do treinamento, do desenvolvimento, da manutenção, do controle e da avaliação dos funcionários de uma empresa. Sendo assim, pode-se considerar que a existência da área de Recursos Humanos está diretamente relacionada à melhora da efetividade dos funcionários nas empresas, implicando na melhor efetividade organizacional. (CHIAVENATO, 1981). Conceitos Gerenciar pessoas se tornou uma atividade estratégica dentro das empresas, pois a globalização e o acirramento da concorrência nivelaram as organizações nos produtos e nos preços.Sendo assim, a cada momento fica mais importante selecionar novos funcionários que demonstrem capacidade de absorção de novas habilidades e uma forte tendência a reagir positivamente aos processos motivacionais.A seleção de profissionais com esse perfil, aliada aos sistemas de avaliação de desempenho focados em resultados e complementados por sistemas motivacionais, poderão levar as empresas a se destacarem no mercado.Dessa forma, a adoção do Gerenciamento de Pessoas será o grande diferencial entre as empresas, visto que, cada vez mais, o bom atendimento aos clientes (internos e externos), a racionalização dos custos, o cuidado com os bens da empresa (produtos, insumos e ativos) e a permanente motivação de seus Recursos Humanos serão condições básicas de sobrevivência num mercado cada vez mais competitivo e globalizado.A sigla RH significa Recursos Humanos. Dentro de uma empresa, RH é o departamento que tem a responsabilidade de seleção, contratação, treinamento, remuneração, formação sobre higiene e segurança no trabalho, e estabelecimento de toda a comunicação relativa aos funcionários da organização.RH também pode se referir à totalidade de empregados e colaboradores que compõem a organização, normalmente referidos como os recursos humanos da empresa.RH é ainda conjunto de práticas de recursos humanos, constituído por todas as decisões tomadas pela empresa para realizar as atividades inerentes ao setor de RH.A Gestão de RH é uma área de estudo que forma profissionais capacitados para gerenciar pessoas e lidar com todos os processos relacionados à gestão do quadro de funcionários de uma empresa.O profissional de RH é encarregado de gerenciar planos de carreira; determinar a política salarial, remunerações, incentivos e benefícios; avaliar a necessidade de contratação de novos colaboradores; elaborar estratégias e planos operacionais para recrutamento e proporcionar a integração de novos funcionários dentro da organização.

Conceito de Recursos HumanosNormalmente, designa-se recursos humanos ao conjunto de trabalhadores ou empregados que fazem parte de uma empresa ou instituição e que se caracterizam por desempenhar uma variada lista de tarefas específicas à cada setor. Os recursos humanos de uma empresa são, de acordo com as teorias de administração de empresas, uma das fontes de riqueza mais importantes já que são as responsáveis pela execução e desenvolvimento de todas as tarefas e atividades que se

precisam para o bom funcionamento da mesma. O termo é muito comum hoje em dia e utiliza-se em diversos aspectos relacionados à organização empresarial.Devido à importância que os recursos humanos têm para uma empresa ou espaço trabalhista, hoje em dia se costuma destinar um setor diretamente especializado na organização de tais recursos. Este setor conta com o mesmo nome e pelo geral compõe-se de vários agentes capacitados que têm entre suas principais funções a de selecionar trabalhadores, localizá-los nas diferentes áreas da empresa, a manutenção de bons e apropriados laços de comunicação entre as diferentes áreas, o estabelecimento de pautas de trabalho, a condução e desenvolvimento de equipes de trabalho e o planejamento de táticas e atividades específicas para cada setor. Além disso, o setor de recursos humanos também pode ter interferência no estabelecimento das políticas salariais. Muitas vezes, também tem que se fazer cargo da demissão de empregados que não se enquadram nas políticas empresariais, bem como também com o estabelecimento das correspondentes indenizações trabalhistas.Considera-se que a organização dos recursos humanos de uma instituição (especialmente quando se fala de instituições que têm que demonstrar resultados específicos) é uma das chaves para o bom funcionamento da mesma. Isto tem a ver com a noção de adequação da cada um dos empregados às necessidades da empresa de modo a assegurar que os resultados tanto a nível geral como específico sejam os esperados.Mais uma leitura:Recursos Humanos é um termo que enfoca o lado empresarial e o lado administrativos como um todo. Vejamos como funciona o conceito do termo da seguinte forma: A primeira parte do termo faz referencia a Recursos que é um conjunto de elementos que se tem a disposição para resolver uma serie de necessidades. A segunda parte do nosso termo de hoje Humanos, que sendo a complementação do termo que equipara com outros como podem ser os tecnológicos, os financeiros, etc.Partindo desse pressuposto, melhor dizendo, partindo dessa definição na qual, primeiramente dividimos o termo em duas palavras como realmente o é, o termo Recursos Humanos, nada mais é que um conjunto de pessoas as quais se dispõem para alcançar um objetivo numa empresa.

2 Funções do Administrador de RH. O que faz um Gerente de Recursos Humanos

O Gerente de Recursos Humanos é o profissional responsável por gerir pessoas, visando planejar e construir as atividades da área de Recursos Humanos.Um Gerente de Recursos Humanos se responsabiliza pelo recrutamento, seleção e treinamento de profissionais atraindo profissionais de talento para a empresa.Está sob as responsabilidades de um Gerente de Recursos Humanos gerenciar e elaborar a manutenção de planos de cargos e salários acompanhando os programas de treinamento, administração salarial, folha de pagamento, benefícios registros , controle de serviços prestados por terceiros, administrar a rotina dos empregados, desenvolver atividades em equipe, oferecer treinamento e definir políticas e procedimentos de recursos humanos, desenvolver e implementar as políticas de recursos humanos em toda a unidade de negócio, conforme orientação da matriz, assegurar a conformidade legal das práticas de recursos humanos, de acordo com as exigências legais, planejar e gerenciar programas de treinamento e desenvolvimento dos profissionais na avaliação de

performance, preparando orçamento da área, e revendo estrutura de remuneração, manter programas de benefícios, estudando e avaliando novas práticas de acordo com tendências e custos, gerenciando processos de seleção, testes, entrevistas e integração de novos colaboradores.Para que o profissional tenha um bom desempenho como Gerente de Recursos Humanos além da graduação é necessário ter experiência em Desenvolvimento de Pessoal, com treinamento, plano de avaliação, plano de remuneração, recrutamento, seleção e conhecimentos gerais de DP.Com que áreas dentro de uma empresa, um Gerente de Recursos Humanos se relaciona?

O Gerente de Recursos Humanos por ter atuação estratégica, tem interação com todas as áreas da companhia.Qual a função de um gerente de Recursos Humanos?EVANDRO MONTENEGRO, GERENTE DE RH DO SUPERMERCADO PALÁCIO DOS ALIMENTOS, VITÓRIA DE SANTO ANTÃO (PE)A principal tarefa desse profissional, segundo Jozete Bezerra, coordenadora da área técnica da consultoria de RH Ricardo Xavier, é planejar e organizar a rotina dos funcionários da empresa, a fim de criar um ambiente agradável e motivador. “Sem, é claro, deixar de lado a satisfação do empregador. Por isso, é importante saber até que ponto está disposto a investir nos funcionários”, alerta Jozete.A parte mais burocrática do departamento, como pagamentos, férias, banco de horas, autorização de licenças, segurança, saúde, alimentação e transporte de todos os contratados também fica sob sua responsabilidade. Vale ressaltar que essas e outras missões do RH precisam estar sempre baseadas nas leis trabalhistas vigentes no País, Estados e Municípios. “O objetivo é impedir erros que levem a empresa a ser autuada pela Justiça, durante alguma fiscalização, ou processada por um funcionário”, alerta Jozete.Outro dever de um Gerente de Recursos Humanos é estimular a produtividade e a competitividade saudável entre os colaboradores de cada departamento. Para isso, a consultora indica manter contato direto com os gestores de cada área e suas equipes. “Fazer visitas periódicas para mostrar sua acessibilidade é uma boa estratégia. Além disso, durante esses encontros é possível ouvir anseios e solicitações de ambos os lados e ainda orientar os gestores sobre como lidar corretamente com seu time”, explica a consultora da Ricardo Xavier.É recomendável que boa parte dos benefícios oferecidos pelas empresas sejam escolhidos com base nos pedidos dos funcionários, como, por exemplo, salas de descanso e lazer, distribuição de frutas e lanches. Há pedidos simples e pontuais que também funcionam como benefício e, ao serem atendidos, fazem a diferença no nível de satisfação dos colaboradores em relação à empresa. “Por isso, é importante estar sempre atento”, destaca Jozete.Definir política de recrutamento, plano de cargos e salários, de carreira ou meritocracia é mais uma tarefa de um Gerente de RH. Dessa forma, garante que os novos contratados tenham o perfil da empresa e se enquadrem nas atividades a serem exercidas. Permite ainda que os antigos colaboradores tenham oportunidade de expandir sua experiência profissional. “Sem dúvida, é uma forma de motivar as pessoas e permitir que troquem a área de atuação se desejarem e, assim, produzam mais”, diz Jozete. O Gerente pode ainda pleitear treinamentos para os funcionários junto à diretoria para garantir que essa estratégia dê certo.Implantar pesquisa de clima organizacional, de avaliação de desempenho, além de entrevista de desligamento, são outras

atribuições desse profissional. O objetivo, novamente, é garantir a alta produtividade das equipes e sua satisfação. Esses estudos ajudam a mostrar se a empresa está ou não no caminho certo. Com certeza, se o Gerente de RH colocar todas essas ações em prática, os resultados serão sempre positivos.Administrar Recursos Humanos depende de uma série de fatores como o ambiente em que as empresas atuam, a tecnologia empregada por elas, das políticas e das diretrizes vigentes na organização. Além disso, administrar RH , também dependa da filosofia administrativa aplicada, da quantidade e da qualidade dos Recursos Humanos disponíveis.E, na medida em que mudam esses elementos, também mudam a forma de administrar os Recursos Humanos nas organizações.

As funções básicas da Administração de Recursos Humanos são:a) Provisão: Quem Irá Trabalhar na Organização? Para tanto, a empresa precisará providenciar uma pesquisa de mercado para obter maiores informações sobre as atividades inerentes ao cargo, o salário médio pago ao ocupante desse cargo e as habilidades que serão requeridas. Além disso, a organização terá que providenciar o recrutamento e a seleção para esse cargo.b) Aplicação: O Que as Pessoas Farão na Organização? Para isso, a organização precisará implementar um Desenho de Cargos (descrevendo detalhadamente o cargo) e um rigoroso programa de Avaliação de Desempenho.c) Manutenção: Como Manter as Pessoas Trabalhando na Organização? Para mantê-las, a empresa precisará oferecer uma remuneração compatível com o cargo, benefícios sociais e segurança no trabalho.d) Desenvolvimento: Como Desenvolver as Pessoas na Organização? Para tanto, precisará providenciar treinamento e desenvolvimento aos seus colaboradores.e) Controle: Quem São e o Que Fazem as Pessoas na Organização? Para isso, precisará implementar um eficaz sistema de informação, controles e uma auditoria de pessoal. Embora as suas tarefas variem consideravelmente de organização para organização, as suas áreas de trabalho mais comuns são as seguintes:recrutamento e seleção, no âmbito da qual são responsáveis pela afetação de novas pessoas à organização. As tarefas desta área podem incluir preparação de anúncios de emprego, seleção e análise de currículos, aplicação de testes (psicotécnicos, de personalidade, de conhecimentos, etc.), realização de entrevistas e obtenção de referências sobre os candidatos junto das suas ex-entidades empregadoras. Antes de iniciarem este processo, os gestores de recursos humanos necessitam de conhecer o mercado de trabalho e os requisitos do cargo a ocupar, de modo a saberem qual o candidato que reúne as características e as qualificações mais adequadas para ocupá-lo. Além disso, devem ter um conhecimento global da estrutura e do funcionamento da organização para poderem negociar com o candidato as condições que esta tem para oferecer (ordenado, benefícios sociais, oportunidades de evolução na carreira, formação, etc.). Nesta área, é também da sua responsabilidade acompanhar o processo de acolhimento e integração do candidato na organização.·  formação e desenvolvimento, área em que são responsáveis por conceber ações de formação a realizar junto dos trabalhadores, com o objetivo de lhes transmitir novos conhecimentos, desenvolver as suas capacidades e modificar as suas atitudes perante o trabalho. Para programar estas ações, os gestores de recursos humanos fazem um levantamento prévio das necessidades de formação existentes na organização,

determinando quais os requisitos que cada cargo exige (capacidades técnicas, conhecimentos teóricos, características pessoais, etc.) e avaliando se a pessoa que o ocupa no momento reúne esses requisitos. Uma vez diagnosticadas estas necessidades, elaboram um programa de formação e reúnem as condições necessárias para a sua execução (formadores, instalações, material didático, etc.). Este processo termina com a avaliação dos resultados, através da qual averiguam se houve (ou não) benefícios decorrentes das ações de formação ministradas, isto é, se houve um aumento da produtividade e da eficiência, se a qualidade dos produtos e/ou dos serviços melhorou, se o número de acidentes de trabalho diminuiu, etc.· no contexto da política salarial, cabe a estes gestores estabelecer e manter um sistema apropriado de remunerações, de modo a que, por um lado, cada trabalhador seja remunerado de acordo com a importância do cargo que ocupa e que, por outro, seja recompensado adequadamente pelo seu desempenho profissional. Para tal, analisam e classificam cada cargo existente na organização (atendendo, por exemplo, às aptidões e conhecimentos exigidos, ao esforço físico necessário, às responsabilidades envolvidas ou às condições de trabalho impostas) e avaliam o desempenho do seu ocupante (tendo em conta o volume e a qualidade do seu trabalho, a capacidade de resolver problemas, o índice de absentismo, etc.). Esta área pode incluir também a criação e a manutenção de um sistema de benefícios sociais, o qual, além de complementar a retribuição mensal, contribui para melhorar a imagem das organizações junto dos seus trabalhadores e, consequentemente, aumentar a produtividade em geral. Seguros de vida e de acidentes pessoais, assistência médico-hospitalar, refeitório no local de trabalho, colónias de férias ou estacionamento privativo são alguns exemplos dos muitos benefícios sociais que as organizações podem conceder aos seus trabalhadores.· segurança, higiene e saúde no trabalho. Nesta área, é seu dever elaborar programas que protejam a integridade física e mental dos trabalhadores, preservando-os de riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas. Estes programas servem também para prevenir acidentes, pois visam eliminar condições que põem em causa a segurança no ambiente de trabalho, fazer cumprir normas e procedimentos de prevenção e fomentar hábitos de trabalho seguros e previdentes. A avaliação contínua das condições de trabalho dos empregados (ruído, iluminação, condições atmosféricas, etc.), a imposição de exames médicos anuais e a criação de um sistema de vigilância na empresa são algumas das responsabilidades que se incluem nesta área.· no âmbito das relações laborais, estes profissionais concebem e aplicam a política de relacionamento da organização com os trabalhadores e/ou seus representantes. As suas funções nesta área consistem, por exemplo, em resolver conflitos entre a entidade empregadora e os trabalhadores ou negociar com os sindicatos matérias relativas a salários, benefícios sociais e condições de trabalho.· na área do planeamento de recursos humanos, estes gestores avaliam as necessidades futuras da organização relativamente aos seus recursos humanos, ou seja, determinam o número e o tipo de pessoas que a organização precisará para atingir os seus objetivos, dentro de determinado período de tempo. É através do planejamento de recursos humanos que a organização sabe quantas pessoas são necessárias recrutar, formar, reciclar, transferir ou dispensar.As funções que estes profissionais podem desempenhar são, assim, bastante diversificadas: elaborar estatísticas, analisar e descrever cargos, aplicar e interpretar testes psicológicos, interpretar leis do trabalho, conduzir entrevistas, motivar

pessoas, avaliar desempenhos, etc. Todavia, os gestores de recursos humanos podem não exercer todas estas atividades, designadamente quando, trabalhando numa grande empresa, desempenham funções apenas numa das áreas de atuação da sua profissão ou somente num dos sectores da organização.

3 Recrutamento e seleção de pessoas, treinamento e desenvolvimento de pessoas e benefícios sociais.

RECRUTAMENTO. É um conjunto de técnicas que visa buscar funcionários qualificados a ocupar cargos dentro das empresas. É o processo de atrair ao emprego candidatos com as características e as habilidades adequadas para preencher as vagas abertas – ou a serem abertas – na organização.À partir de determinado diagnóstico – de que a empresa está precisando de mão-de-obra – o próximo passo é descobrir fontes de recursos humanos que detenham as qualidades necessárias para ocuparem os cargos vagos (ou a serem criados). Uma vez analisadas as necessidades de mão-de-obra deve-se partir para o processo de recrutamento (interno e/ou externo), onde os candidatos externos deverão ser atraídos através das fontes adequadas e os candidatos internos (dentro da própria organização), entre aqueles que apresentem perfil adequado à vaga em aberto.As principais fontes de pesquisa para a captação de candidatos externos são as escolas (ensino superior e/ou técnico), a Internet (sites de bancos de currículos gratuitos e pagos), consultorias de recursos humanos, anúncios em classificados de jornal e bancos próprios de currículos.Uma vez encerrada a etapa de Recrutamento (onde se espera ter recebido inúmeros candidatos recrutados) passa-se à segunda fase – seleção de pessoal – que tem como objetivo básico escolher entre os candidatos recrutados aqueles que tenham melhores chances de se adequar ao cargo. O PROCESSO DE SELEÇÃO DE PESSOAL Alguns autores definem seleção de pessoal como sendo "a escolha do homem certo para o cargo certo"; mas, pode-se afirmar que esse processo visa selecionar candidatos, não somente com experiência técnica, como também com características e habilidades pessoais necessárias ao desempenho das funções requeridas. Os objetivos principais são selecionar candidatos de boa qualidade, os quais sejam adequados às necessidades (e sempre em quantidades suficientes), a fim de atender às vagas existentes (ou a serem criadas).O selecionador deve, sempre que possível, recrutar número suficiente de candidatos, de forma a possibilitar a escolha do mais habilitado e, além disso, também deve tentar reduzir o custo do recrutamento, utilizando-se de fontes menos onerosas, tais como cadastro de candidatos, indicações, contatos com outras empresas, etc.Recrutar (identificar, encontrar talentos) e Selecionar (diferenciar os melhores dentre os identificados) são atividades muito complexas, as quais deveriam estar incluídas entre as muitas atividades de cunho estratégico de toda e qualquer organização. Portanto, essas atividades devem ser tratadas com profissionalismo através da contratação de profissionais habilitados para tais tarefas. Técnicas de Seleção.  Entrevistas. Provas de conhecimentos (ou de capacidade). Testes psicotécnicos.

Testes de personalidade. Dinâmicas de grupo Entrevista Preliminar (ou de triagem) No primeiro contato com o candidato o selecionador transmitirá informações básica, tais como as atividades referentes ao cargo, suas responsabilidades, o salário, os benefícios, a quem o novo colaborador ficará subordinado e o horário de trabalho. O selecionador também deverá falar um pouco à respeito da organização, oferecendo-lhe condições de avaliar se quer realmente continuar com o processo ou não. Nessa entrevista preliminar, o selecionador deverá verificar se o(a) candidato(a) atende aos requisitos mínimos para a exigência do cargo; pois, caso contrário, deverá ser dispensado logo a seguir

RECRUTAMENTO DE PESSOASAs Organizações escolhem as pessoas que desejam como funcionários e as pessoas escolhem as organizações onde pretendem trabalhar e aplicar seus esforços. Trata-se de uma escolha recíproca que depende de inúmeros fatores e circunstâncias, mas para que essa relação seja possível é necessário que as organizações comuniquem e divulguem as suas oportunidades de trabalho afim de que as pessoas saibam como procurá-las e iniciar seu relacionamento. Este é o papel do Recrutamento: divulgar no mercado as oportunidades que a organização pretende oferecer para as pessoas que possuam determinadas características desejadas. Pelo Recrutamento a organização sinaliza, para determinados candidatos, a oferta de oportunidade de emprego. O Recrutamento funciona como uma ponte entre o Mercado de Trabalho e o Mercado de RH.CONCEITO DE RECRUTAMENTOO Recrutamento corresponde ao processo pelo qual a organização atrai candidatos no MRH para abastecer seu processo seletivo. Na verdade, o recrutamento funciona como um processo de comunicação: a organização divulga e oferece oportunidades de trabalho ao MRH. Se o recrutamento apenas comunica e divulga, ele não atinge seus objetivos básicos. O fundamental é que atraia e traga candidatos para serem selecionados.RECRUTAMENTO INTERNO E EXTERNOO recrutamento interno atua sobre os candidatos que estão trabalhando dentro da organização para promovê-los ou transferi-los para outras atividades mais complexas ou mais motivadoras. O recrutamento externo atua sobre candidatos que estão MRH, portanto fora da organização, para submetê-los ao seu processo de seleção de pessoal. Um privilegia os atuais funcionários para oferecer-lhes oportunidades melhores dentro da organização, enquanto o outro busca candidatos externos para trazerem experiências e habilidades não existentes atualmente na organização.Recrutamento interno Recrutamento externoOs cargos vagos são preenchidos por funcionários, que são selecionados e promovidos dentro da organização

Os cargos vagos são preenchidos por candidatos externos que são selecionados e ingressam na organização

Os candidatos são recrutados internamente dentro dos quadros da própria organização

Os candidatos são recrutados externamente no mercado de recursos humanos

Os candidatos já são conhecidos pela organização, passaram por testes de seleção, passaram por programas de treinamento e foram avaliados quanto ao seu

Os candidatos são desconhecidos pela organização e precisam ser testados e avaliados pelo processo seletivo

desempenhoAs oportunidades de emprego melhor são oferecidas aos próprios funcionários, que podem subir a postos melhores e desenvolver sua carreira profissional dentro da organização

As oportunidades de emprego são oferecidas ao mercado, cujos candidatos podem disputá-las

PRÓS E CONTRAS DO RECRUTAMENTO INTERNOPRÓS CONTRAS1. Aproveita melhor o potencial humano da organização

1. Pode bloquear a entrada de novas idéias, experiências e expectativas

2. Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional dos atuais funcionários

2. Facilita o conservantismo e favorece a rotina atual

3. Incentiva a permanência e a fidelidade dos funcionários à organização

3. Mantém quase inalterado o atual patrimônio humano da organização

4. Ideal para situações de estabilidade e pouca mudança ambiental

4. Ideal para empresas burocráticas e mecanísticas

5. Não requer socialização organizacional de novos membros

5.Mantém e conserva a cultura organizacional existente

6. Probabilidade de melhor seleção, pois os candidatos são bem conhecidos

6. Funciona como um sistema fechado de reciclagem contínua

7. Custa financeiramente menos do que fazer recrutamento externoPRÓS E CONTRAS DO RECRUTAMENTO EXTERNOPRÓS CONTRAS1. Introduz sangue novo na organização: talentos, habilidades e expectativas

1. Afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários da organização

2. Enriquece o patrimônio humano, pelo aporte de novos talentos e habilidades

2. Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a estranhos

3. Aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos e destrezas

3. Requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos externos. Isso significa custos operacionais

4. Renova a cultura organizacional e a enriquece com novas aspirações

4. Exige esquemas de socialização organizacional para os novos funcionários

5. Incentiva a interação da organização com o MRH

5. É mais custoso, oneroso, demorado e inseguro que o recrutamento interno

6. Indicado para enriquecer mais intensa e rapidamente o capital intelectual

TÉCNICAS DE RECRUTAMENTO EXTERNOEnquanto o recrutamento interno aborda um contingente circunscrito e conhecido de funcionários internos, o recrutamento externo aborda um enorme contingente de candidatos que estão espalhados pelo MRH. Seu âmbito de atuação é imenso e seus sinais nem sempre são recebidos pelos candidatos. Por essa razão, o recrutamento externo utiliza várias e diferentes técnicas para influenciar e atrair candidatos. Trata-se de escolher os meios mais adequados para ir até o candidato desejado – onde quer que ele esteja – e atraí-lo para a organização.

As organizações bem-sucedidas estão sempre de portas abertas para receber candidatos que se apresentam espontaneamente, mesmo que não tenham oportunidades a oferecer no momento. O recrutamento deve ser uma atividade contínua e ininterrupta.O curriculum vitae (CV) assume enorme importância no recrutamento externo. Funciona como um catálogo, currículo ou portfólio do candidato. O CV é apresentado em várias seções: dados pessoais (informações básicas como nome, idade, endereço e telefone para contatos), objetivos pretendidos (cargo ou posição desejada), formação escolar (cursos feitos), experiência profissional (empresas onde trabalha e trabalhou) e habilidades e qualificações profissionais (principais pontos fortes e competências pessoais).

As principais técnicas de recrutamento externo são: Anúncios em jornais e revistas especializadas:Anúncios em jornais costumam ser uma boa opção para o recrutamento, dependendo do tipo de cargo a ser preenchido. Geralmente, supervisores e funcionários de escritório se dão bem com jornais locais ou regionais. Para empregados especializados, jornais mais populares são mais indicados. Quando o cargo for muito específico, pode-se lançar mão de revistas especializadas.A construção do anúncio é importante. Deve-se ter sempre em mente como o candidato interpretará e poderá reagir ao anúncio. Especialistas em propaganda salientam que o anúncio deve possuir quatro características, representadas pelas letras AIDA.1. A primeira é chamar a atenção.2. A segunda é desenvolver o interesse.3. A terceira é criar o desejo através do aumento do interesse, ao mencionar aspectos como satisfação no trabalho, desenvolvimento de carreira, participação nos resultados e outras vantagens.4. Por fim, a ação. O anúncio acima provoca uma ação ou providência do candidato, como enviar o se CV pelo correio ou endereço eletrônico. A internet tem sido a mídia preferida para o recrutamento externo para muitas organizações. Agências de recrutamento:A organização pode, em vez de ir direto ao MRH, entrar em contato com agências de recrutamento para abastecer-se de candidatos que constam de seus bancos de dados. As agências podem servir de intermediárias para fazer o recrutamento. Existem três tipos de agências de recrutamento:

1. Agências operadas pelo governo (federal, estadual ou municipal).

2. Agências associadas com organizações não-lucrativas.3. Agências particulares ou privadas de recrutamento.

A utilização de agências requer os seguintes cuidados:1. Dar a agência uma descrição completa e acurada do cargo

a preencher. A agência precisa compreender exatamente o cargo a ser preenchido para proporcionar um conjunto adequado de candidatos.

2. Especificar à agência quais as ferramentas a utilizar na seleção dos candidatos potenciais, como formulários de emprego, testes e entrevistas, como parte do processo seletivo e os aspectos relevantes para o cargo.

3. Proporcionar retroação adequada à agência, ou seja, quais os candidatos rejeitados e qual a razão da rejeição.

4. Se possível, desenvolver um relacionamento de longo prazo com uma ou duas agências. Pode ser vantajoso designar uma pessoa para servir de ligação entre a organização e a agência e coordenar as necessidades futuras de recrutamento.

5. Existem agências de recrutamento para altos executivos (as headhunters) que entrevistam e pré-selecionam os candidatos a posições mais elevadas.

6. Contatos com escolas, universidades e agremiações:A organização pode desenvolver um esquema de contatos intensivos com escolas, universidades, associações de classe, agremiações e centros de integração empresa-escola para divulgar as oportunidades que está oferecendo ao mercado. Algumas organizações promovem sistematicamente palestras e conferências em universidades e escolas, utilizando recursos audiovisuais, como propaganda institucional para divulgar as suas políticas de RH e criar uma atitude favorável entre os candidatos em potencial, mesmo que não haja oportunidades a oferecer a curto prazo. Cartazes ou anúncios em locais visíveis:É um sistema de recrutamento de baixo custo e com razoável rendimento e rapidez. Trata-se de um veículo de recrutamento estático e indicado para cargos simples, como operários e funcionários de escritório. Geralmente, é colocado nas proximidades da organização, em portarias ou locais de grande movimentação de pessoas, como áreas de ônibus ou trens. Apresentação de candidatos por indicação de funcionários:É outro sistema de recrutamento de baixo custo, alto rendimento e efeito relativamente rápido. A organização estimula seus funcionários a apresentarem ou recomendarem candidatos (amigos, vizinhos ou parentes). Dependendo de como o processo é desenvolvido, o funcionário sente-se um importante corresponsável pela admissão do candidato. Consulta aos arquivos de candidatos:O arquivo de candidatos é um banco de dados que pode catalogar os candidatos que se apresentam espontaneamente ou que não foram considerados em recrutamento anteriores. Para não se transformar em um arquivo morto, a organização deve manter contatos eventuais com os candidatos, afim de não perder o interesse e a atratividade. Trata-se do sistema de recrutamento de menor custo. Quando funciona bem, é capaz de promover a apresentação rápida de candidatos. Banco de dados de candidatos:Em função do não-aproveitamento de candidatos em certos recrutamentos, as organizações utilizam um banco de dados onde são arquivados os CVs para utilização futura em novos recrutamentos. Para as agências de recrutamento, o banco de dados constitui seu principal patrimônio. Para as organizações, um filão de talentos para oferecer novas oportunidades de trabalho. Ao buscar um candidato externo, a primeira providência será consultar o banco de dados.ARH DE HOJE – Compre sua Vaga:As agências de recrutamento aumentam sua presença no país. Antes, conseguir um emprego dependia da rede de contatos pessoais, ofertas em jornais, programas de recolocação patrocinados por empresas ou de um convite salvador. Tudo isso continua valendo, mas os profissionais de nível superior que querem trocar de emprego ou conseguir trabalho têm a opção de recorrer às consultorias de recolocação profissional. Esse serviço, conhecido pela palavra, em inglês, outplacement, é oferecido no país há uma década. As consultorias especializadas só atendiam profissionais encaminhados pelas companhias que ajudavam ex-funcionários a conseguir um novo emprego. Agora, algumas delas – há cerca de trinta no país – aceitam que o candidato as procure diretamente, sem restrição quanto à idade, profissão ou experiência.Esses empregos têm um preço. No mínimo, o valor do primeiro salário que o profissional receberá depois de contratado.

O curriculum vitae é o primeiro contato da empresa com o candidato e as agências dão extrema importância a ele. É uma carta de apresentação. O CV abrirá ou não as portas para as entrevistas. Por isso é tão importante. Uma pesquisa da DBM mundial de recolocação de executivos mostrou que os responsáveis pela seleção de profissionais das empresas dedicam no máximo 30 segundos à leitura de cada CV. Daí, as restrições aos currículos massudos, que detalham a vida do candidato do curso primário ao último emprego. O documento reflete as mudanças de expectativa das empresas em relação aos profissionais: ele precisa produzir resultados imediatos.As informações do currículo devem ser concisas, objetivas e ocupar, no máximo, duas páginas. Os dados pessoais, a área de atuação, a formação acadêmica e o domínio de idiomas são indispensáveis. Deve-se mencionar as empresas onde trabalhou, cargos ocupados e, uma novidade, os resultados alcançados no trabalho. Esta informação fornece um indício da capacidade de proporcionar resultados à organização.AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DO RECRUTAMENTOO recrutamento não é uma atividade que possa ser isolada da estratégia da empresa. Como os negócios mudam e surgem novas funções a cada dia, torna-se imprescindível contar com pessoas flexíveis, capazes de adaptar-se a essas mudanças constantes.A avaliação dos resultados é importante para aferir se o recrutamento está realmente cumprindo a sua função e a que custo. No enfoque quantitativo, quanto mais candidatos influenciar, tanto melhor será o recrutamento. Contudo, no enfoque qualitativo, o mais importante é trazer candidatos que sejam triados, entrevistados e encaminhados ao processo seletivo. É incrível a proporção entre os candidatos que se apresentam e os que são aproveitados para disputar o processo de seleção.O recrutamento não sai barato. Custa tempo e dinheiro. Mas compensa. Recrutar pessoas passou a ser estratégico para as organizações. Atrair talento é fundamental para o sucesso organizacional, seja no longo ou no curto prazo.

SELEÇÃO DE PESSOASA competitividade organizacional é sinônimo de recursos tecnológicos, processos racionais de trabalho, uma adequada estrutura organizacional, produtos e serviços excelentes e clientes satisfeitos. Com todas estas ferramentas, a empresa estará capacitada para desafiar e vencer a concorrência. Certo? Não. Errado! O calcanhar-de-aquiles das organizações é a qualidade das pessoas que nelas trabalham. São elas que proporcionam produtividade, qualidade e competitividade para as organizações.As organizações estão sempre agregando novas pessoas para integrarem seus quadros, seja para substituir funcionários que se desligaram, seja para ampliar o quadro de pessoal em épocas de crescimento e expansão.A seleção de pessoas integra o processo de agregar pessoas e funciona logo após o recrutamento.Enquanto o objetivo do recrutamento é abastecer o processo seletivo de sua matéria-prima, o objetivo da seleção é escolher e classificar os candidatos mais adequados às necessidades do cargo e da organização.

O CONCEITO DE SELEÇÃO DE PESSOAS1. Seleção é o processo de escolher o melhor candidato para o cargo;2. Seleção é o processo pelo qual uma organização escolhe de uma lista de candidatos a pessoa que melhor

alcança os critérios de seleção para a posição disponível, considerando as atuais condições de mercado;3. Seleção é a obtenção e uso da informação a respeito de candidatos recrutados externamente para escolher qual deles deverá receber a oferta de emprego.A seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro que permite que apenas algumas pessoas possam ingressar na organização: aquelas que apresentam características desejadas pela organização.Existem duas alternativas para fundamentar o processo seletivo: o cargo a ser preenchido ou as competências a serem preenchidas. Assim, de um lado, o processo seletivo baseia-se em dados e informações sobre o cargo a ser preenchido ou, de outro lado, em função das competências desejadas pela organização.

Seleção como um processo de comparação: A melhor maneira de conceituar seleção é representa-la como uma comparação entre duas variáveis: de um lado, os requisitos do cargo a ser preenchido e, de outro lado, o perfil das características dos candidatos que se apresentam para disputá-lo. A primeira variável é fornecida pela descrição e análise do cargo, enquanto a segunda é obtida por meio de aplicação das técnicas de seleção. A primeira variável será denominada X e a segunda variável Y.Quando X é maior que Y, dizemos que o candidato não atinge as condições ideais para ocupar um determinado cargo e, portanto, é rejeitado para aquele cargo.Quando X e Y são iguais, dizemos que o candidato reúne as condições ideais para tanto e, portanto, é aprovado.Quando a variável Y for maior do que X, o candidato reúne mais do que as condições exigidas pelo cargo e, portanto, torna-se superdotado para aquele cargo.

Seleção como um processo de decisão e escolha:Após a comparação entre as características exigidas pelo cargo e as características oferecidas pelos candidatos, pode acontecer que vários destes apresentem condições aproximadamente equivalentes para serem indicados para ocupar o cargo. O órgão de seleção não pode impor ao órgão requisitante a aceitação dos candidatos aprovados no processo de comparação. Pode apenas prestar o serviço especializado, aplicar as técnicas de seleção e recomendar aqueles candidatos que julgar mais adequados ao cargo. No entanto, a decisão final de aceitar ou rejeitar os candidatos é sempre de responsabilidade do órgão requisitante.

Modelo de colocação, seleção e classificação de candidatos:A seleção de pessoal comporta três modelos de tratamento, a saber: Modelo de colocação; Modelo de seleção; Modelo de classificação.

O modelo de classificação é superior aos modelos de colocação e de seleção, pois aproveita os candidatos disponíveis, permite maior eficiência do processo seletivo por envolver a totalidade de cargos vacantes a serem preenchidos e proporciona redução dos custos operacionais por evitar duplicidade de comparações ou repetição de despesas com o processo.

A identificação das características pessoais do candidato:Identificar e localizar as características pessoais do candidato é uma questão de sensibilidade. Requer um razoável conhecimento da natureza humana e das repercussões que a tarefa impõe à pessoa que irá executa-la.

Quase sempre, as características individuais estão relacionadas com três aspectos principais: Execução da tarefa em si: (a tarefa a ser executada exige

certas características humanas ou aptidões como: atenção concentrada ou aptidão para detalhes, etc);

Interdependência com outras tarefas: (A tarefa a ser executada depende de outras tarefas para iniciar ou terminar);

Interdependência com outras pessoas: (A tarefa a ser executada exige contatos com pessoas, estejam elas situadas acima, lateralmente ou abaixo na hierarquia da organização).

As características pessoais quase sempre estão relacionadas com a tarefa, mas sempre considerando o entorno social e as condições tecnológicas existentes (abordagem sociotécnica).

AS BASES PARA A SELEÇÃO DE PESSOASA seleção de pessoal é um sistema de comparação e escolha. Para tanto, ele deve necessariamente apoiar-se em algum padrão ou critério para alcançar uma certa validade na comparação. O padrão ou critério de comparação e escolha deve ser extraído a partir de informações sobre o cargo a ser preenchido ou as competências desejadas, e sobre os candidatos que se apresentam.Colheita de informações sobre o cargo: Descrição e análise do cargo (constituem o levantamento dos aspectos intrínsecos (conteúdo do cargo) e extrínsecos (requisitos que o cargo exige do seu ocupante) do cargo. Proporcionam informações a respeito dos requisitos e das características que o ocupante do cargo deverá possuir para ocupá-lo adequadamente); Técnica dos incidentes críticos (consiste na anotação sistemática e criteriosa que os gerentes devem fazer a respeito de todos os fatos e comportamentos dos ocupantes do cargo considerado que produziram um excelente ou péssimo desempenho no trabalho. Visa a localizar as características desejáveis e as indesejáveis que deverão ser investigadas no processo seletivo); Requisição de pessoal (constitui uma ordem de serviço que o gerente emite para solicitar uma pessoa para ocupar um determinado cargo vacante. Em organizações que não existe um sistema estruturado de descrição e análise dos cargos, a RP será a única base para todo o processo seletivo); Análise do cargo no mercado (quando a organização não dispõe das informações sobre os requisitos e características essenciais ao cargo a ser preenchido, por se tratar de algum cargo novo ou cujo conteúdo esteja fortemente atrelado ao desenvolvimento tecnológico, ele lança mão da pesquisa de mercado). Pode ser usado também para comparar os seus cargos com a estrutura dos cargos das empresas bem-sucedidas no mercado (benchmarking); Hipótese de trabalho (caso nenhuma das alternativas anteriores possa ser utilizada para obter informações a respeito do cargo a ser preenchido, resta o emprego de uma hipótese de trabalho, ou seja, uma previsão aproximada do conteúdo do cargo e de sua exigibilidade em relação ao ocupante com uma simulação inicial).

TÉCNICAS DE SELEÇÃOA partir das informações sobre o cargo a ser preenchido ou das competências a serem agregadas, o passo seguinte é a escolha das técnicas de seleção para conhecer, comparar e escolher os candidatos adequados. As técnicas de seleção são agrupadas em 5 categorias:1. entrevista;2. provas de conhecimento ou capacidade;

3. testes psicológicos;4. testes de personalidade; e5. técnicas de simulação.

Entrevista de Seleção:Constitui a técnica mais utilizada. O entrevistado se assemelha a uma caixa-preta a ser desvendada. Aplica-se a ela determinados estímulos para se verificar as suas reações e, com isto, estabelecer as possíveis relações de causa e efeito ou verificar seu comportamento diante de determinadas situações.Prós e contras:1. Prós:

a) Permite contato face a face com o candidato;b) Proporciona interação direta com o

candidato;c) Focaliza o candidato como pessoa humana;d) Permite avaliar como o candidato se

comporta e suas reações. Contras: Técnica altamente subjetiva e forte margem de erro e

variação; Nem sempre o candidato se sai bem na entrevista; Difícil comparar vários candidatos entre si; Exige treinamento do entrevistador; Exige conhecimento a respeito do cargo e suas

características básicas. O que você deve saber para poder entrevistar candidatos: Qual é o aspecto mais importante da pessoa que você

pretende admitir? Quais os outros aspectos importantes que também

requerem atenção? Como o cargo foi desempenhado no passado? Por qual razão o cargo está vago? Você tem uma descrição escrita do cargo? Quais são as maiores responsabilidades inerentes ao

cargo? Qual a autoridade que você tem sobre o cargo? Como

definir seus objetivos? Quais são as projeções da organização para os próximos 5

anos? Quais as necessidades para alcançar essas projeções? Quais são as maiores forças e fraquezas da sua

organização? Quais são as maiores forças e fraquezas da sua área de

atuação? Quais são as maiores forças e fraquezas dos produtos de

sua organização? Como você poderia identificar sua posição competitiva

diante dos concorrentes? Quais são as maiores forças e fraquezas de seus

concorrentes? Como você visualiza o futuro de seu mercado? Você tem planos para novos produtos ou serviços em sua

área? O que você poderia falar sobre as pessoas que se reportam

a você? O que você poderia falar sobre as outras pessoas em

posições-chave? O que você poderia falar a respeito de seus subordinados? Como você definiria a sua filosofia de administração? Quais são as oportunidades para os funcionários

continuarem sua educação? Como você está visualizando a pessoa que preencherá esse

cargo?

Como conduzir entrevistas de seleção:

A entrevista não deve ser improvisada. Ela exige alguns cuidados preliminares que podem melhorar sua eficiência e eficácia. Identifique os objetivos principais da entrevista. Planeje

antecipadamente, leia a descrição e as especificações do cargo e a solicitação de emprego do candidato. Obtenha dados a respeito da situação;

Crie um bom clima para a entrevista. Aplique bastante tempo, escolha um local adequado, quieto e mostre interesse;

Conduza a entrevista orientada para os objetivos. Busque as informações que precisa com perguntas objetivas;

Analise e avalie profundamente dois aspectos. O formal (experiência, conhecimento, etc) e o comportamental;

Evite questões discriminatórias. Focalize todas as questões no cargo visado pelo candidato e avalie as suas qualificações em relação a este foco;

Responda as questões feitas e às outras que não foram feitas;

Anote suas impressões imediatamente após a entrevista. Não confie na memória.

Provas de conhecimentos ou de capacidades:São instrumentos para avaliar o nível de conhecimento dos candidatos exigidos pelo cargo pretendido. Podem ser: Quanto a forma de aplicação:Provas orais;Provas escritas;Provas de realização; Quanto à abrangência:Provas gerais;Provas específicas; Quanto à organização:Provas tradicionais;Provas objetivas;

Testes psicológicos:São utilizados como uma medida de desempenho e se baseiam em amostras estatísticas de comparação, sendo aplicados sob condições padronizadas. Os resultados de uma pessoa são comparados com padrões de resultados em amostras representativas para obter resultados em percetis.Os testes psicológicos focalizam principalmente as aptidões, para oferecer um prognóstico futuro do seu potencial de desenvolvimento. Cada cargo impõe determinadas aptidões do ocupante. Elas são anotadas na ficha profissiográfica do cargo para definir o perfil e as características do candidato ideal. A partir daí, determinam-se quais os testes psicológicos adequados para pesquisar as aptidões necessárias ao ocupante do cargo.

RecrutamentoAtrair ou ir à procura de pessoas que possuam as qualificações para o preenchimento de vagas. Continuidade e consistência de recrutamento favorecem a imagem pública da empresa.Técnicas de Recrutamento: Anúncios, jornais, agências de emprego, escolas profissionalizantes e universidades, funcionários da empresa, tabuletas na porta da empresa.Recrutamento InternoAtravés do remanejamento de empregados: Transferência, promoção, transferência, promoção, transferência com promoção, programas de desenvolvimento pessoal e plano de encarreiramento de pessoal.Vantagens:Economia para a empresa

RapidezMaior índice de validade e de segurançaFonte poderosa de motivação para os empregadosAproveita os investimentos da empresaDesenvolve um sadio espírito de competiçãoDesvantagensConflito de interesses entre os empregadosExige potencial de desenvolvimentoRecrutamento ExternoAnúncios, jornais, agências de emprego, escolas profissionalizantes e universidades, funcionários da empresa, tabuletas na porta da empresa.VantagensTrás sangue novo para a empresaRenova e enriquece o ambienteAproveitamento de pessoal preparado de outras empresasDesvantagensDemora até a admissãoÉ mais caroÉ menos seguroGera problemas com o pessoal interno (desprestigio)

SeleçãoVisa selecionar os candidatos a emprego, dentre eles os melhores para ajustar-se ao cargo vago. Visa também solucionar 2 problemas: adequação do homem ao cargo, eficiência do homem no cargo.Seleção como um processo de comparaçãoModelo de convocação: Um só candidato e uma só vaga.Modelo de seleção: Vários candidatos e apenas uma vagaModelo de classificação: Várias vagas e vários candidatos.Treinamento de PessoalAto ou efeito de treinar. Processo educacional de curto prazo que utiliza procedimentos sistemático e organizado pelo qual o pessoal aprende conhecimentos e habilidades técnicas para um proposto definido.Conteúdo de TreinamentoTransmissão de informaçõesDesenvolvimento de habilidadesDesenvolvimento ou modificação de atitudesDesenvolvimento de conceitosProcesso cíclico composto de 4 fases seqüenciais Determinação das necessidades de treinamento Programação de treinamento Execução do treinamento Avaliação dos resultados do treinamentoO treinamento pode ser feito:Na própria empresaEm cursos especializadosEnfim, o treinamento visa mudar atitudes negativas em relação ao trabalho, possibilita conseguir certas habilidades para melhor desenvolvimento de algumas habilidades.

1.6 DESENVOLVIMENTOS DE RECURSOS HUMANOSUma empresa é constituída pela reunião de recursos como máquinas, equipamentos, instalações, sistemas, materiais com o objetivo de produzir bens e serviços que satisfaçam os consumidores do segmento-alvo escolhido. Contudo, de nada adianta a empresa ter estes recursos se não dispõe de funcionários treinados e que possam produzir os bens e serviços com a qualidade e custo necessários.À capacidade dos empregados da empresa de satisfazerem a necessidade dos clientes chamamos de capital humano. Uma empresa terá sucesso se tiver profissionais com habilidade, talento e conhecimento suficientes para desempenharem bem suas atividades. Algumas empresas têm equipamentos e

instalações muito similares às concorrentes, mas tem desempenho muito superior. Isto se deve, fundamentalmente, à diferença do capital humano da organização. Este é um diferencial que cada vez mais influenciará na geração de resultados.Assim, é fundamental que as empresas realizem esforços nosentido de desenvolver o capital humano, através de treinamento e capacitação dos funcionários. Ao mesmo tempo em que isto significa aumento do capital humano para a empresa, significa, também, valorização e aumento do capital pessoal de cada funcionário (SEBRAE PARANÁ, 2007).

1.7 TREINAMENTOO treinamento envolve basicamente quatro etapas: 1) diagnóstico; 2) desenho do programa de treinamento; 3) aplicação ou implementação; e 4) avaliação e acompanhamento.

O diagnóstico visa levantar as necessidades (carências em termos de preparo profissional) passadas, presentes ou futuras por intermédio de pesquisas internas, a fim de descrever o problema e prescrever uma intervenção. Envolve a coleta e o cruzamento de dados e informações, a definição dos pontos fortes e fracos e o detalhamento dos problemas por meio de uma análise aprofundada, visando identificar as suas causas e definir ações para os pontos passíveis de melhoria.O desenho do programa de treinamento refere-se ao planejamento das ações de treinamento a partir do diagnóstico das necessidades. Este deve estar associado às necessidades estratégicas da organização. Envolve identificar o que fazer (metas); como (estratégias) e por que fazer (objetivos).A aplicação ou implementação depende de alguns fatores, tais como: adequação do programa de treinamento às necessidades da organização e dos treinandos; qualidade do material de treinamento apresentado; cooperação dos gestores e dirigentes da empresa;motivação do treinando para aprender; capacidade de aprendizagem do treinando; aplicação prática e tempo para assimilação do que foi aprendido; elaboração do material de treinamento, o qual deve ser significativo, ou seja, os métodos devem ser variados, inovadores e transferíveis para o trabalho.A avaliação é a etapa final do processo de treinamento.Avalia-se, aqui, se o treinamento atingiu o objetivo, se atendeu às necessidades da organização e das pessoas envolvidas, se houve retorno do investimento, se as pessoas envolvidas se comprometeram e estão aplicando o aprendizado, se a produtividade aumentou e se o clima organizacional melhorou (CLARO E NICKEL, 2002).

1.8 BENEFICIOS SOCIAIS Benefícios sociais são aquelas facilidades, conveniências, vantagens e serviços que as empresas oferecem aos seus empregados, no sentido de poupar-lhes esforços e preocupação. Podem ser financiados, parcial ou totalmente, pela empresa (MARQUES, 2005).Contudo, constituem sempre meios indispensáveis na manutenção de força de trabalho dentro de um nível satisfatório de moral e produtividade (CHIAVENATO, 1999).Os benefícios sociais geralmente são planejados para auxiliar o empregado em três áreas de sua vida:a) no exercício do cargo - gratificações, seguro de vida, prêmios de produção etc.b) fora do cargo, mas dentro da empresa: lazer, refeitório, cantina etc.

c) fora da empresa, ou seja, na comunidade: recreação, atividades comunitárias, dentre outras.Além de poderem ser classificados de acordo com sua exigência, natureza e objetivos.Quanto à sua exigência:a) Legais: 13° salário, férias, salário família, conforme exigidos na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), ou ainda por convenção coletiva.b) Espontâneos: que são concedidos por liberalidade das empresas, como gratificações, assistência médica, dentre outras(MARQUES, 2005).Quanto à sua natureza:a) Monetários: são os benefícios concedidos em dinheiro através da folha de pagamento.b) não monetários: são os benefícios oferecidos na forma de serviços, ou vantagens, ou facilidades para os usuários (MARQUES, 2005).Quanto aos seus objetivos:a) Assistenciais: são os benefícios que visam prover ao empregado e sua família condições de segurança e previdência fora de seu controle.b) Recreativos: são serviços que visam proporcionar ao empregado condições de repouso, diversão, recreação, higiene mental ou lazer (MARQUES, 2005).

ORGANIZAÇÃO: 1 Conceito e tipos de estrutura organizacional.

1. Estrutura OrganizacionalDefinição: “Estrutura organizacional é o instrumento administrativo resultante da identificação, análise, ordenação e agrupamento das atividades e dos recursos das empresas, incluindo o estabelecimento dos níveis de alçada e dos processos decisórios, visando ao alcance dos objetivos estabelecidos pelos planejamentos das empresas”. (OLIVEIRA, 2006)Vamos destrinchar essa definição. As atividades da empresa devem estar bem identificadas, isto é, deve-se saber, exatamente, o que fazer e na ordem certa, primeiro uma e depois outra. Os recursos também devem estar conforme as atividades, por exemplo, uma máquina deve estar no lugar certo e as pessoas devem estar no lugar das atividades que elas sabem executar. Estabelecer os níveis de alçada e dos processos decisórios significa que a as pessoas só podem mandar ou agir dentro dos seus limites e as decisões só podem ser tomadas dentro do seu campo de ação. Uma empresa estabelece seus objetivos e, para que eles sejam alcançados, é necessário um planejamento. As atividades da empresa devem seguir o planejamento estabelecido. Se não for desta forma, tudo vira uma grande confusão.A Estrutura Organizacional pode ser de dois tipos: formal e informal.Estrutura Formal: é aquela representada pelo organograma. Todas as relações são formais. Não se pode descartá-la e deixar funcionários se relacionarem quando eles não devem ter relações diretas. A figura abaixo é um exemplo de organograma.

Estrutura Informal: é o relacionamento entre as partes fora do Organograma, ou seja, as relações não estão previstas.A estrutura informal surge naturalmente. Ela pode ajudar a empresa, facilitando o trabalho, mas pode, também, atrapalhar, realizando procedimentos errados.Por exemplo, um funcionário recebeu um documento sem carimbo. Se ele seguir a estrutura formal, o papel deve retornar pelo mesmo caminho que veio. Caso resolva ir buscar o carimbo diretamente, ele está criando uma relação informal. 2. Tipos de Estruturas Organizacionais FormaisAs estruturas organizacionais formais podem ser dos seguintes tipos:Funcional - é estruturada por função da empresa. Ex: Departamento de Produção, Departamento Financeiro, Departamento de Marketing etc.Territorial - é usada quando a empresa é dispersa. Ex: região norte, região sul etc.Produtos/Serviços – quando a empresa tem várias linhas de produtos. Ex: têxtil, farmacêutico, químico etc.Clientes - por tipo de cliente. Ex: feminino, infantil etc.Processos - etapas de um processo. Ex: em uma indústria, tem os setores de corte, montagem, estamparia etc.Projetos - a alocação de pessoas e recursos é temporária. Quando acaba um projeto, a equipe muda para outro. Ex: uma construtora tem várias obras. Quando acaba uma construção, o pessoal e os equipamentos vão para outra obra.Matricial - a equipe trabalha para dois comandos simultaneamente. Ex: em uma fábrica, a equipe de manutenção recebe ordens da gerência de manutenção e também da gerência de produção.Mista - mistura os vários tipos de estruturas para se adaptar à realidade.Síntese: Vimos assim, o conceito de organização, seus principais tipos, a estrutura organizacional e suas partes. Devido à competição de mercados, as estruturas organizacionais tendem a ficar cada vez mais enxutas.

2 Noções de arquivamento e procedimentos administrativos.

NOÇÕES DE ARQUIVAMENTO E PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOSProf.ª Ana Luiza Soares

CONCEITOS BÁSICOS:

• Arquivo: É o conjunto organizado de documentos produzidos ou recebidos pela instituição ao longo de suas atividades. A finalidade é organizar os documentos e facilitar o acesso a ele.•Informação: Idéia, conhecimento. Suporte: Meio físico utilizado para registrar a informação. Papel, CD, VHS, DVD.• Documento: Informação registrada em qualquer tipo de suporte. Ex: livro, relatório, certidão, memorando.• Biblioteca: Conjunto de material impresso e não impresso disposto ordenadamente para estudo e consulta.• Museu: É o lugar destinado ao estudo, à reunião e à exposição de peças e obras de valor, representativas dos diferentes campos de conhecimento humano.

PRINCIPIOS DA ARQUIVOLOGIAv    Princípio da proveniência:

Fixa a identidade do documento, relativamente a seu produtor. Por este princípio, os arquivos devem ser organizados em obediência à competência e às atividades da instituição ou pessoa legitimamente responsável pela produção, acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos originários de uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva individualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não devendo ser mesclados a outros de origem distinta.v    Princípio da organicidade:As relações administrativas orgânicas se refletem nos conjuntos documentais. A organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, funções e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações internas e externas.v    Princípio da unicidade:Não obstante, forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter único, em função do contexto em que foram produzidos.v    Princípio da indivisibilidade ou integridade:Os fundos de arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, alienação, destruição não autorizada ou acréscimo indevido.v    Princípio da cumulatividade:O arquivo é uma formação progressiva, natural e orgânica.v    Princípio do respeito à ordem original:O arquivo deve conservar o arranjo dado pela entidade produtora.

ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DOS DOCUMENTOS.            Forma: é o estágio de preparação e transmissão do documento de arquivo e passa por três formas diferentes:1. Rascunho (minuta); É a primeira redação, ainda não definida, de um texto; um borrão, ou um contrato não assinado.2. Original; É a redação definitiva de um documento não se permitindo alterações.3. Cópia. È a reprodução fiel do original.

            Formato: É a configuração física do documento, de acordo com a natureza e o modo como foi confeccionado. Ex: Papel = cartão, ficha, livro, folha, folder, cartaz.            Espécie: é a definição do aspecto formal, da forma como as informações são distribuídas no documento e da aplicação a que este documento se destina. Ex: ofícios, certidões, atestados, atas, contratos, declarações.            Tipologias ou tipo: É a soma da espécie documental com a atividade (finalidade) a que o documento se destina. EX:

GÊNERO DOS

DOCUMENTOS

Espécie Atividade Tipo ou tipologia

Contrato Aluguel Contrato de aluguel

Declaração Imposto de renda

Declaração de imposto de renda

Memorando Apresentação de servidor

Memorando de apresentação de servidor

Nota Promissória Nota promissória

Ata Reunião Ata de reuniãoRelatório Atividades Relatório de

atividadesRequerimentoFérias Requerimento

de férias

• Textuais ou escritos: Informação em forma de texto, manuscritos, datilografados ou impressos Ex: livro, relatório, certidão, ofício.• Iconográficos: Informação em forma de imagem estática. Ex: fotografia, desenhos, gráficos, slides, gravuras.•Filmográficos ou Audiovisuais: Documentos em películas cinematográficas e fitas magnéticas com ou sem trilhas sonoras, contendo imagens em movimentos.• Cartográficos: Documentos contendo representações geográficas e arquitetônicas ou de engenharia ex: mapas e plantas.• Informáticos: Documentos produzidos, tratados ou armazenados em computador ex: disquete, disco rígido, disco óptico.• Sonoro: Documentos contendo registros fonográficos.•Micrograficos Documentos em suporte fílmico resultante da microrreprodução de imagens ex: microfilmes, microfichas.•Fotográficos: São as fotografias em geral.Obs.: O documento pode ser classificado em um ou mais gêneros.

TIPOS DE ARQUIVOSQuanto às entidades mantedoras:• Públicos: mantidos por instituição pública.• Privados: mantidos por instituições privadas.Quanto à natureza dos documentos:• Especiais: Guardam documentos de determinados tipos ou suporte.• Especializados: Guardam documentos de determinados assuntos específicos.Quanto á extensão de sua localização:• Setoriais: São aqueles estabelecidos junto aos órgãos operacionais, cumprindo funções de arquivo corrente.• Central ou geral: São os que se destinam receber os documentos correntes provenientes dos diversos órgãos e instituições, centralizando, por tanto, as atividades de arquivo corrente.Quanto aos valores dos documentos• Primários (administrativo): É o valor que o documento apresenta para o funcionamento de atividades realizadas pela instituição. Todo documento nasce com esse valor e depois o perde.É o valor temporário e estará presente nas fases corrente e intermediária.• Secundário (histórico): É o valor que o documento apresenta para história da instituição. É o valor definitivo (dura para sempre) e nem todo documento o apresentará.Quanto ao seu estágio de evolução• Corrente (1 fase):        -É a fase em que os documentos são criados;        -Nesta fase os documentos tramitam bastantes e são muito consultados;        -Os arquivos correntes se localizam nos próprios setores que produzem/recebem os documentos.(arquivos setoriais) ou em locais próximos a estes (arquivo central/geral).Atividades dos arquivos correntes: Protocolo, expedição, arquivamento, empréstimo e consulta.• Intermediária (2 fases):          -É a fase em que os documentos ainda têm valor administrativo, mas são pouco consultados.          -Nesta fase, os documentos aguardam sua destinação final (eliminação ou guarda permanente).• Permanente (3 fases):          -É a fase em que os documentos já perderam seu valor administrativo e são guardados pelo seu valor histórico;

          -Os documentos desta fase jamais serão eliminados.Atividades dos arquivos permanentes: Destinação, arranjo, descrição, publicação e referência.

TABELA DE TEMPORALIDADEÉ o instrumento que define o prazo de guarda (tempo que o documento será guardado nas fases corrente e intermediária) e a destinação final dos documentos (eliminação ou guarda permanente).

AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOSÉ o processo em que são estabelecidos prazos de guarda nas fases correntes e intermediárias, bem como a destinação final dos documentos das instituições (eliminação ou guarda permanente). Na prática é o ato de se criar a tabela de temporalidade, realizado pela comissão permanente de avaliação de documentos.

   Assim na tarefa de avaliar, podem-se constituir equipes técnicas integradas por:

• Arquivista ou responsável pela guarda dos documentos;• Autoridade administrativa, conhecedora da estrutura e funcionamento do órgão a que esteja subordinada o setor responsável pela guarda dos documentos;• Profissionais da área jurídica;• Profissionais da área financeira;• Profissionais ligados ao campo de        conhecimento de que tratam os documentos, objeto de avaliação (historiador, economista, Engenheiro, sociólogo, medico, estatístico etc.).     Com base na teoria das três idades, a aplicação dos critérios de avaliação efetiva-se na fase corrente, a fim de distinguirem os documentos de valor eventual (de eliminação sumária) daqueles de valor informativo ou probatório.

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS

PROTOCOLOÉ o controle da tramitação de documentos da instituição. É uma atividade típica da fase corrente.Atividades do setor de protocolo:• Recebimento e classificação;• Registro e Controle(autuação);• Expedição (distribuição).Rotina das atividades do protocoloSetor de recebimento e classificaçãoQuanto ao recebimento e classificação pode-se adotar a seguinte rotina:1. Receber a correspondência;2. Separar a correspondência oficial da particular;3. Distribuir a correspondência particular;4. Separar a correspondência oficial de caráter ostensivo da de caráter sigiloso;5. Encaminhar a correspondência oficial sigilosa;6. Abrir a correspondência ostensiva;7. Tomar conhecimento da correspondência ostensiva verificando a existência de antecedentes;8. Requisitar ao Arquivo os antecedentes. Se os antecedentes não estiverem no Arquivo, o Setor de Registro e Movimentação informará onde se encontram e os solicitará para ser feita a juntada;9. Interpretar e classificar a correspondência;10. Apor carimbo de protocolo no canto superior direito do documento;11. Anotar abaixo do número e da data a primeira distribuição e o código de assunto, se for o caso;

12. Elaborar o resumo do assunto a ser lançado na ficha de protocolo;13. Encaminhar os papéis ao Setor de Registro e Movimentação.

Setor de registro e controleEste setor funciona como um centro de distribuição e redistribuição de documentos e suas atribuições podem ser assim descritas:

1. Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anotando: número de protocolo data de entrada, procedência, espécie, número e data do documento, código e resumo do assunto, primeira distribuição;

2. Anexar à segunda via da ficha ao documento, encaminhando-o ao seu destino, juntamente com os antecedentes, após o registro e as anotações pertinentes nas respectivas fichas;

3. Inscrever os dados constantes da ficha de protocolo nas fichas de procedência e assunto, rearquivando-as em seguida;

4. Arquivar as fichas de protocolo em ordem numérica;5. Receber dos vários setores os documentos a serem

redistribuídos, anotar nas respectivas fichas (numéricas) o novo destino;

6. Encaminhar os documentos aos respectivos destinos, de acordo com despacho de autoridade competente.*Essa ficha será retirada no órgão a que o documento é destinado pelo responsável pelo controle no âmbito desse órgão, e será novamente anexada ao documento quando este for encaminhado a outro órgão, devendo essa passagem ser feita por intermédio do Setor de Registro e Movimentação, que o redistribuirá.

Setor de ExpediçãoGeralmente são adotadas as seguintes atividades:1. Receber a correspondência;2. Verificar se não falta folhas ou anexos;3. Numerar e completar a data, no original e nas cópias;4. Separar o original das cópias;5. Expedir o original com os anexos;6. Encaminhar as cópias, acompanhadas dos antecedentes que lhes deram origem, ao arquivo.

ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE ARQUIVOS Levantamento de dados; Análise dos dados coletados; Planejamento; Execução ou implantação e acompanhamento.

ARQUIVAMENTO (Na fase corrente)ETAPAS:1. Inspeção;2. Análise;3. Ordenação;4. Arquivamento.

GRAUS DE SIGILO Ostensivo ou ordinário: é o documento cuja divulgação

não prejudica a administração. Sigilosos são os documentos que, por sua natureza, devam

ser de conhecimento restrito e, por isso, requerem medidas especiais de guarda para sua custódia e divulgação e são divididos em: ultra-secretos, secretos e reservados.

A classificação é a atribuição do grau de sigilo.A reclassificação é a alteração do grau de sigilo.

A desclassificação é a retirada do grau de sigilo.

GRAU DE SIGILO

ANOS/PRORROGAÇÃO

ACESSO/INDEVIDO

ULTRA-SECRETO

MÁXIMO DE 25 ANOS/+25

Acarreta dano excepcionalmente grave à segurança da sociedade e do estado

SECRETO MÁXIMO DE 15 ANOS/+15

Acarreta dano grave à segurança da sociedade e do estado

RESERVADO

MÁXIMO DE 5 ANOS/+5

Revelação não autorizada de dados podem comprometer planos, operações ou objetivos neles previstos.

GESTÃO DE DOCUMENTOSÉ o controle de todo fluxo de documentos da instituição, desde a criação dos mesmos até sua destinação final.Etapas da gestão de documento• Produção;• Uso (tramitação, arquivamento e outros);• Avaliação e destinação final (eliminação ou guarda permanente).

MICROFILMAGEM É uma técnica que permite criar uma cópia do documento em formato micro gráfico ou microficha. O microfilme é uma imagem reduzida da forma maior: é por tanto o tamanho extraordinariamente reduzido da imagem de um documento qualquer.BENEFÍCIOS DA MICROFILMAGEM• Valor legal;• Acesso fácil e rápido;• Segurança;• Garantia de confidencialidade das informações;• Durabilidade;• Redução sensível de espaço.OBS: no Brasil, a microfilmagem é normatizada pela lei 5.433/1968, regulamentada pelo decreto 1.799/1996.

PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS• Conservação;• Restauração;• Armazenamento e acondicionamento.

Agentes que danificam os documentos• Físicos: Umidade, temperatura, luminosidade.• Químicos: Poeira, fumaça, tinta.• Biológicos: Insetos, microorganismos, ratos, homem.

CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DOS DOCUMENTOSTemperatura e Umidade

A temperatura e a umidade são agravantes para a deterioração e enfraquecimento do papel e o aparecimento do mofo, devendo ser mantida uma temperatura entre 15 a 20ºC, e umidade de 40 a 60%, evitando oscilações para não acelerar a fragilização do papel.O arquivo não deve estar localizado em áreas como porão e sótão, não deve também ser mantido próximo a depósitos de água (a fim de se evitar a umidade), mas sim em prateleiras e arquivos que não estejam apoiados em paredes internas.Em regiões úmidas, deve-se evitar objetos molhados e plantas aquáticas no acervo, controlar infiltrações e goteiras, arejar o ambiente com o auxílio de ventiladores. Em regiões secas, utilizar umidificadores de ar.IluminaçãoOs raios ultravioletas emitidos pelo sol e pelas lâmpadas fluorescentes provocam a oxidação do papel, isto é, o papel branco adquire manchas amareladas e o papel colorido torna-se esbranquiçado.Deve-se evitar iluminação natural, isolando vidraças através da utilização de verniz filtrante, papel opaco ou cortinas escuras para bloquear a radiação ultravioleta e manter a luz apagada sempre que possível.Poeira e GasesOs agentes poluidores atmosféricos como a poeira e gases devem ser evitados, mantendo portas e janelas fechadas, vedação das aberturas externas e limpeza periódica do acervo com a utilização de aspirador de pó.Agentes biológicosCorrespondem aos fungos, insetos e microorganismos que causam danos ao papel. O sistema preventivo como desinsetização deve ser feita periodicamente. Os fungos e insetos se localizam em determinadas áreas do arquivo em que encontram condições ambientais favoráveis, como alto grau de umidade, alta temperatura e pouca ou nula ventilação.Agentes humanosOs hábitos humanos como alimentação e manuseio dos documentos podem afetar e agredir o papel, devendo ser amplamente difundido os cuidados quanto à limpeza do local.Os responsáveis devem ser esclarecidos sobre os cuidados com os elementos orgânicos que fazem parte do documento, assim como colas, papeis, papelões, que devem ser de primeira qualidade.

• PRESERVAÇÃO: Toda a ação que se direciona a salvaguarda das condições físicas dos materiais.•RESTAURAÇÃO: Intervenção na estrutura dos materiais visando melhorar o seu estado.•CONSERVAÇÃO PREVENTIVA: Melhoria do meio ambiente e dos meios de armazenagem visando prevenir e retardar a degradação.

Principais operações de conservação:• Desinfecção – O método mais eficiente de combater os insetos é a fumigação. A substância química a ser empregada nesse processo deve passar por testes de garantia da integridade do papel e da tinta sob sua ação. Com a fumigação os insetos, em qualquer fase de desenvolvimento, são completamente destruídos.Método químico utilizado para o combate de insetos e pragas. Consiste em introduzir os documentos na câmara (câmara de fumigação), onde se faz a vácuo, aplica-se o produto químico e submetem-se os documentos à ação fumigante pelo prazo de 48 a 72 horas, aproximadamente. Em seguida repete-se o vácuo, insufla-se o ar e retiram-se os documentos.

• Limpeza – É a fase posterior à fumigação. Na falta de instalações especiais para essa operação, utiliza-se um pano macio, uma escova ou um aspirador de pó.• Alisamento – Consiste em colocar os documentos em bandejas de aço inoxidável, expondo-os à ação do ar com forte percentagem de umidade, 90 a 95%, durante uma hora, em uma câmara de umidificação. Em seguida, são passados a ferro, folha por folha, em máquinas elétricas. Caso existam documentos em estado de fragilidade, recomenda-se o emprego de prensa manual sob pressão moderada. Na falta de equipamento adequado, aconselha-se usar ferro de engomar caseiro.Restauração ou reparo – O método ideal é aquele que aumenta a resistência do papel ao envelhecimento natural e às agressões externas do meio ambiente. Métodos de restauração:• Banho de gelatina• Tecido• Silking• Laminação• EncapsulaçãoØ Banho de gelatinaConsiste em mergulhar o documento em banho de gelatina ou cola o que aumenta a sua resistência, não prejudica a visibilidade e a flexibilidade e proporciona a passagem dos raios ultravioletas e infravermelhos. Os documentos, porém, tratados por este processo, que é natural, tornam-se suscetíveis ao ataque dos insetos e dos fungos, além de exigir habilidade do executor.Ø Tecido com pasta de amidoProcesso de reparação em que são usadas folhas de tecido muito fino, aplicadas com pasta de amido. A durabilidade do papel é aumentada consideravelmente, mas o emprego do amido propicia o ataque de insetos e fungos, impede o exame pelos raios ultravioletas e infravermelhos, além de reduzir a legibilidade e a flexibilidade.Ø SilkingEste método utiliza tecido – crepeline ou musseline de seda – de grande durabilidade, mas, devido ao uso de adesivo à base de amido, afeta suas qualidades permanentes. Tanto alegibilidade quanto a flexibilidade, a reprodução e o exame pelos raios ultravioletas e infravermelhos são pouco prejudicados. É, no entanto, um processo de difícil execução, cuja matéria prima é de alto custo.Ø LaminaçãoProcesso em que se envolve o documento, nas duas faces, com uma folha de papel de seda e outra de acetato de celulose (substancia termoplástica), colocando-o numa prensa hidráulica. O acetato de celulose, por ser termoplástico, adere ao documento, juntamente com o papel de seda, e dispensa adesivo. A durabilidade e as qualidades permanentes do papel são asseguradas sem perda da legibilidade e da flexibilidade, tornando-o imune à ação de fungos e pragas. Qualquer mancha resultante do uso pode ser removida com água e sabão.O volume do documento é reduzido, mas o peso duplica. A aplicação, por ser mecanizada, é rápida e a matéria-prima, de fácil obtenção. O material empregado na restauração não impede a passagem dos raios ultravioletas e infravermelhos. Assim, as características da laminação são as que mais se aproximam do método ideal.Ø Laminação manualEste processo, desenvolvido na Índia, utiliza a matéria-prima básica da laminação mecanizada, embora não empregue calor nem pressão, que são substituídos pela acetona. A laminação manual, também chamada laminação com solvente, oferece grande vantagem àqueles que não dispõem de recursos para instalar equipamentos mecanizados.

Ø EncapsulaçãoUtiliza basicamente películas de poliéster e fita adesiva de duplo revestimento. O documento é colocado entre duas lâminas de poliéster fixadas nas margens externas por fita adesiva nas duas faces; entre o documento e a fita deve haver um espaço de 3mm, deixando o documento solto dentro das duas lâminas.A encapsulação é considerada um dos mais modernos processos de restauração de documentos.

TIPOS DE ARQUIVAMENTO• Horizontal: Os documentos ou fichas são colocados uns sobre os outros e arquivados em caixas, estantes ex: arquivos permanentes, mapas, plantas e desenhos.• Vertical: Os documentos ou fichas são dispostos uns atrás dos outros, permitindo sua rápida consulta ex: arquivo corrente.

SISTEMAS DE ARQUIVAMENTO• Sistema Direto: É aquele em que a busca do documento é feita diretamente no local onde se acha guardado.• Sistema Indireto: É aquele em que para se localizar o documento é preciso antes consultar um índice ou código.

MÉTODOS DE ARQUIVAMENTOMétodo alfabético – Elemento considerado é o nome e são colocados em ordem alfabética.

REGRAS DE ALFABETAÇÃO1. Nomes de pessoas físicas considera-se o último sobrenome depois o prenome.Exemplo:Daniele Firme MirandaVeneza Firme MirandaMarcos Roberto Araújo da SilvaArquivam-se:Miranda, Daniele FirmeMiranda, Veneza FirmeSilva, Marcos Roberto Araújo daObs.: Quando houver sobrenomes iguais, prevalece a ordem do prenome.

2. Sobrenomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen não se separam, quando transpostos para o início.Exemplo:Joaquim da Boa MorteCamilo Castelo BrancoHeitor Villa-LobosArquivam-se:Boa Morte, Joaquim daCastelo Branco, CamiloVilla-Lobos, HeitorObs.: Os sobrenomes formados com as palavras Santa, Santo ou São seguem a regra dos sobrenomes compostos por um adjetivo e um substantivo.

3. As iniciais abreviativas de prenomes têm precedência na classificação de sobrenomes iguais.Exemplo:E.SilvaEstevão SilvaEveraldo SilvaArquivam-se:Silva, E.Silva, Estevão

Silva, Everaldo

4. Os artigos e preposições, tais como a, o, de, d, da, do, e, um, uma, não são considerados.Exemplo:Pedro de AlmeidaRicardo d AndradeLúcia da CâmaraArnaldo do CoutoArquivam-se:Almeida, Pedro deAndrade, Ricardo dCâmara, Lúcia daCouto, Arnaldo do

5. Os sobrenomes que exprimem grau de parentesco são considerados parte integrante do último sobrenome, mas não são considerados na ordenação alfabética. Quando existirem, devem ser transpostos acompanhados pelo sobrenome que os antecedem.Exemplo:Edílson Miranda JúniorOsório Soares NetoMárcio Cerqueira SobrinhoArquivam-se:Cerqueira Sobrinho, MárcioMiranda Júnior, EdílsonSoares Neto, Osório

6. Os títulos não são considerados na alfabetação. São colocados após o nome completo, entre parênteses.Exemplo:Ministro Jorge CardosoProfessor Carlos FernandesCoronel Emerson FontesDoutor Raimundo TorresArquivam-se:Cardoso, Jorge (ministro)Fernandes, Carlos (professor)Fontes, Emerson (professor)Torres, Raimundo (doutor)

7. Os nomes estrangeiros são considerados pelo último sobrenome, salvo nos casos de nomes espanhóis e orientais.Exemplo:George Walker BushCharles ChaplinAdolf HitleArquivam-se:Bush, George WalkerChaplin, CharlesHitle, Adolf

8. As partículas de nomes estrangeiros podem ou não ser considerados. O mais comum é considerá-las como parte integrante do nome, quando escritas com letras maiúsculas.Exemplo:Giulio di CapriEsteban De PenedoCharles Du PontJonh Mac AdamGordon O BrienArquivam-se:Capri, Giulio diDe Penedo, EstebanDu Pont, Charles

Mac Adam, JonhO Brien, Gordon

9. Os nomes espanhóis ou hispânicos (paises de língua espanhola) são registrados pelo penúltimo sobrenome, que, tradicionalmente, corresponde ao sobrenome de família do pai.Exemplo:Enrico Gutierrez SalazarMaria Pereira de la FuentePablo Puentes HermandezArquivam-se:Gutierrez Salazar, EnricoPereira de la Fuente, MariaPuentes Hermandez, Pablo

10. Os nomes orientais- japoneses, chineses e árabes- são registrados como se apresentam.Exemplo:Li Yutang (chinês)Osama Bin Lade( árabe)Sasasaki Yonoyama(japonês)Arquivam-se:Li YutangOsama Bin LadeSasasaki Yonoyama

11. Os nomes de firmas, empresas, instituições e órgãos governamentais devem ser transcritos como se apresentam não se considerando, porém, para fins de ordenação, os artigos e preposições que os constituem. Admite-se, para facilitar a ordenação, que os artigos iniciais sejam colocados entre parênteses após o nome.Exemplo:EmbratelAntonio Silva & Cia.Fundação BradescoA TentaçãoThe Washington PostCompanhia Petrolífera NacionalAssociação dos JornalistasAssociação Educacional do DFEl PaísArquivam-se:Antônio Silva & Cia.Associação Educacional do DFAssociação dos JornalistasCompanhia Petrolífera NacionalEmbratelFundação BradescoPaís (El)Tentação (A)Washington Post (The)

12. Nos títulos de congresso, conferências, reuniões, assembleias e assemelhados os números arábicos, romanos ou escritos por extenso deverão aparecer no fim, entre parênteses. Exemplo:II Encontro Nacional de ArquivistasQuinto Congresso de Biblioteconomia3º. Curso de Ciências ContábeisArquivam-se:Congresso de Biblioteconomia (Quinto)Curso de Ciências Contábeis (3º)Encontro Nacional de Arquivistas (II)Método geográfico – Elemento considerado é o local ou a procedência. Ex:

País, estado, cidade, regiões, distritos, bairros, zonas e outros.Obs: Seguem o método alfabético. exemplo: Estado, cidade, correspondente. Cidade, estado, correspondente. Região, estado, cidade, correspondente. País, cidade, correspondente.

As 2 ordens mais utilizadas são:Estado-Cidade-Correspondente(Quando utilizada esta ordem e capital terá precedência e não obedecerá a ordenação alfabética) Ex:Rio de Janeiro-Rio de Janeiro-João AlfredoSão Paulo-Campinas-Pedro LuizMaranhão-São Luiz-Maria do carmoRio de Janeiro-Campos-Lucas MarquesSão Paulo-São Paulo-Lívia de FatimaArquivam-se:Maranhão - São Luiz- Carmo, Maria doRio de Janeiro-Rio de Janeiro - Alfredo, JoãoRio de Janeiro-Campos-Marques, LucasSão Paulo-São Paulo-Fátima, Lívia deSão Paulo-Campinas-Luís, Pedro

Cidade-Estado-Correspondente (A chave é a cidade. Não há destaques para as capitais, será usada somente a ordem das letras).Araçatuba-SP-Luis CarlosSão Mateus-ES-Maria AugustaBelém- PA-Adalberto OliveiraCrateús-CE-Francisco BalbinoDiadema-SP-Dilma da SilvaArquivam-se:Araçatuba-SP-Carlos, LuisBelém- PA- Oliveira, AdalbertoCrateús-CE-Balbino, FranciscoDiadema-SP-Silva, Dilma daSão Mateus-ES-Augusta, Maria

Método numérico simples – Elemento principal é o número. O documento recebe um número conforme a ordem de chegada.Método cronológico – Tem como elementos números e datas, baseados em datas de emissão, recepção, fabricação, etc.Método digito – terminal – Sequência de códigos numéricos divididos em grupos de dígitos lidos da direita para esquerda, que indicam a disposição física dos documentos.Ex: 56432929 – iniciais/primários43 – subterminais/secundários56- finais/terminais/terciáriosObs.: Quando o número for composto por menos de 5 dígitos, serão colocados 0(zeros) à sua esquerda.Ex: 42054 042054

Método ideográfico – Elemento considerado é o assunto em ordem alfabética.• Ideográfico alfabético/ordem dicionário – Os assuntos são dispostos em ordem alfabética, obedecendo somente a sequência das letras. Ex: Transferência, promoção, férias, diárias, ajuda de custo, apresentação.Arquivamento: Ajuda de custo Apresentação Diárias Férias

Promoção Transferência• Ideográfico alfabético/ordem enciclopédicaOs assuntos são agrupados sob títulos gerais e dispostos em ordem alfabética. Ex: Mesas, admissões, aposentadorias, cadeiras, transferências, armários, licenças.Arquivamento: Material Armários Cadeiras Mesas Pessoal Admissões Aposentadoria Licenças TransferênciasMétodo numérico decimal – Os assuntos partem do geral para o especifico, dividindo-se em 9 grandes classes principais e uma décima reservada para os assuntos gerais.Classe/Subclasse/Grupo/Subgrupo.Ex: Classe 000 – Obras Gerais 100 – Filosofia 200 – Religião 300 – Ciências Aplicadas Subclasse 310 – Medicina 320 – Engenharia Grupo 311 – Anatomia 312 – Fisiologia 313 – Clínica Médica Subgrupo 313.1 – Cardiologia 313.2 – Sistema Respiratório 313.3 – Sistema digestivo

Método Duplex – Divisão dos documentos em grandes classes por assuntos e podem ser subdivididos em classes subordinadas. Ex: 0 Administração Geral 1 Pesquisas1-1 Psicologia1-1-1 Aplicadas ao trabalho1-1-2 Aplicadas a educação1-2 Ciências Políticas

Método Padronizado Variadex – Tem como elemento as letras do alfabeto representadas por cores bem distintas. Ex: TabelaA, B, C, D e abreviações............ OuroE, F, G, H e abreviações............. RosaI, J, K, L, M, N e abreviações...... VerdeO, P, Q, e abreviações................. AzulR, S, T, U, V, W, X, Y, Z e abreviações.... PalhaEx.: C. Catran, S.A – C = Ouro Figueiredo, Hugo – i = Verde Pontes, Armando – o = AzulObs: Quando adotado o método variadex deve-se utilizar pastas com projeções nos fichários, as fichas devem ser coloridas.

Método Padronizado Soundex – Tem como elemento a fonética e não a grafia dos nomes.

Método Padronizado Mnemônico – Memória (uso de palavras chaves de fácil memorização).Ex.: associação de palavras.Método Padronizado Automático – Os papéis são arquivados com guias e pastas que já indicam as divisões das letras do alfabeto.

Método Alfanumérico – Alfabético + NuméricoEx.: Tabela Aa – Af = 1 Ag – Al = 2 Am – As = 3 At – Az = 4Afonseca, João (Aa – Af = 1)Almeida, Marcio( Ag – Al = 2)Amaral, Roberto( Am – As = 3)

2 Relações humanas, desempenho profissional e desenvolvimento de equipes de trabalho.

RELAÇÕES HUMANAS

1.CONSIDERAÇÕES INICIAISCada uma das pessoas tem sua própria individualidade, desejos, emoções, sentimentos, motivos, e interesses que irão influenciar nas suas relações sociais. Além dessas qualidades pessoais, ela também está sob a influência dos laços familiares, das suas idéias políticas e ideológicas, das suas crenças religiosas, das tradições da comunidade, das pressões do mundo. A pressão imposta pela tecnologia, principalmente nas comunicações, determinará o futuro do homem moderno.Conhecer, entender e utilizar os browser, internet, mouse, site, etc. será o caminho inevitável para o profissional bem sucedido. Inovar é preciso.As maiores e melhores empresas do mundo são bem sucedidas porque são capazes de criar as novas formas de apresentar o seu produto. Elas são capazes de entender as demandas existentes e apresentam produtos capazes de surpreender a concorrente e de conquistar o consumidor. A qualidade que diferencia estas empresas das outras é a capacidade de criar novidades. Ser criativa, nesta época de mudanças tão rápidas é um dos fatores que conduz ao sucesso independentemente do tipo de atividade exercida. Estas características também devem ser atributos das pessoas, porque quem faz a empresa é quem nela trabalha.

2.O QUE É RELAÇÃO HUMANA

Não existem dúvidas que as pessoas são diferentes umas das outras, que tem necessidades diferentes. Apesar disso compartilhamos algo que é comum a todos os seres humanos: a capacidade de nos relacionarmos de forma consciente e voluntariamente uns com os outros.A relações humanas se estruturam através das relações entre as pessoas no dia-a-dia.O modo de o indivíduo estar e perceber o mundo dependerá da multiplicidade das redes de interações que ele for estabelecendo durante sua vida. Serão estas relações que construirão todo o sistema que sustentará o desenvolvimento social dos seres humanos. Onde houver mais de uma pessoa, envolvida num processo de troca de experiências, teremos um relacionamento humano. É previsível a ocorrência de conflitos de crenças, costumes, valores, etc., pois qualquer tipo de relacionamento certamente estará subordinado às características que distinguem um indivíduo do outro.

3.COMUNICAÇÃOA comunicação é a utilização de qualquer meio pelo qual um agrupamento de códigos (a mensagem) é transmitido. No caso dos seres humanos podemos dizer que a comunicação é a transmissão de um modo de pensar, de ser e de sentir. seu objetivo é influenciar com o objetivo de se ter uma reação específica do outro interlocutor. Um grande engano ocorre

quando se confunde comunicação com falar. Comunicação é muito mais do que simplesmente o ato da fala. Ela envolve outros sentidos: ver, ouvir e sentir.

3.1.EMPATIA E COMUNICAÇÃOAlém das palavras, existe um mundo infinito de nuanças e prismas diferentes que geram energias ou estímulos que são percebidos e recebidos pelo outro, através dos quais a comunicação se processa. Um olhar, um tom de voz um pouco diferente, um levantar de sobrancelhas, podem comunicar muito mais do que está contido em uma mensagem manifestada através de palavras.A empatia é a capacidade de se colocar na posição do outro e perceber todas as nuanças acima descritas. Ser capaz de entender como o outro vê as coisas, de saber como ele exprime seus sentimentos. sentir os problemas do outro como se fossem seus.Além da presença de empatia a comunicação entre as pessoas tem que ser clara, objetiva, sem distorções. Tem que ser elaborada numa linguagem que o receptor seja capaz de decifrar, de entender. Será neste processo de falar, sentir, ver e ouvir que se consegue descobrir as necessidades, os desejos e os problemas que estarão envolvidos na relação humana.É importante entender que não basta transmitir o que se quer dizer. é fundamental que se procure saber e entender o que a outra pessoa espera.Em síntese, então, o que é comunicação? É uma busca de entendimento, de compreensão. É uma ligação, transmissão de sentimentos e de idéias. Ao se comunicar o indivíduo coloca em ação todos os seus sentidos com o objetivo de transmitir ou receber de forma adequada a mensagem.Nos podemos nos comunicar utilizando canais verbais e não-verbais. Nas comunicações orais agrupamos mensagens do tipo ordens, pedidos, comunicações telefônicas, debates, discussões, etc. Nas comunicações escritas incluímos as cartas, jornais impressos, revistas, etc. Nas comunicações não-verbais estão mímicas, onde estão incluídos os gestos de mão, do corpo, da face.

3.2.O CICLO DA COMUNICAÇÃOComunicação é um processo de interação social entre indivíduos e não meramente uma troca de atos verbais e não-verbais. Comunicar-se está relacionado com o desempenho de papeis sociais, e durante o desenrolar do processo os comunicantes estão submetidos a várias condições psicológicas, tais como: falta de conhecimento sobre o assunto, nervosismo, tensão, ansiedade, etc. O ato de comunicar envolve sempre um propósito definido, um grau de imprevisibilidade e criatividade por parte de quem participa do processo.Um processo de comunicação envolve 4 integrantes básicos:

· emissor· receptor· canal· feedback

3.3 EMISSOR - TRANSMISSOR - CODIFICADOR

No processo de comunicação o emissor é o ponto de partida. É ele que envia a mensagem através da palavra oral ou escrita, gestos, expressões, desenhos, etc. O emissor pode ser também uma organização informativa como rádio, TV, estúdio cinematográfico, etc. É preciso não confundir o emissor como fonte de mensagem, um locutor poderá estar dando início a um processo de comunicação, porém não será ele a fonte que originou a mensagem.

3.4 RECEPTOR - OUVINTE - DESTINATÁRIOReceptor ou destinatário ou ouvinte é a pessoa ou grupo de pessoas situadas na outra ponta da cadeia de comunicação. Ele é o elemento mais importante do processo. Pode ser a pessoa que lê, que ouve, um pequeno grupo, um auditório ou uma multidão. Ao recebedor cabe decodificar a mensagem e dele depende, em termos, o êxito da comunicação. Vale considerar nestes casos os agentes externos que independem da vontade do recebedor (ruídos). O receptor recebe a mensagem e a interpreta internamente, manifestando externamente esta manifestação. O receptor faz o caminho inverso.

3.5. CANAIS DE COMUNICAÇÃOCanal é a forma utilizada pelo emissor para enviar a mensagem. Deve ser escolhido cuidadosamente para assegurar a eficiência e o bom êxito da comunicação. Um canal escolhido erradamente pode prejudicar ou até impedir a concretização de uma comunicação.Uma mensagem pode ser transmitida por diferentes modos e meios:visual - gestos, movimentos do corpo, expressões faciais, postura;auditiva - tom de voz, variação de altura e intensidade vocal;verbal - palavras;sensorial - manipulação de objetos;pictória - gráficos, diagramas e figuras;

3.6.MENSAGEMPartindo do princípio que a comunicação é o processo de troca de mensagens entre duas ou mais pessoas pode-se concluir que para que as mensagens possam ser trocadas é preciso que repousem sobre um sistema simbólico comum ao transmissor e ao receptor. esse sistema simbólico se formula através de um código, dentro do qual são concebidas as mensagens. Portanto, a mensagem é um conjunto de códigos estruturados e agrupados de uma forma coerente e que deve ser decifrado pelo receptor. É aquilo que o emissor deseja transmitir. É necessário que a mensagem tenha conteúdo, objetivos e use canal apropriado. Os códigos podem ser verbais ou não-verbais.O conteúdo refere-se ao que será dito com respeito a um determinado assunto (evite criara mensagens com diversos e diferentes conteúdos).A estrutura diz respeito ao modo como você vai organizar sua mensagem (uma mensagem para ser bem compreendida deve ter todos os seus elementos logicamente ligados entre si).

3.7.CÓDIGOCódigos é o conjunto de signos e regras de combinação desses signos capazes de dar sentido a um modo de pensar ou de se expressar. O emissor lança mão desse sistema de códigos para elaborar sua mensagem, realizando a operação de codificação. O receptor identificará esse sistema de signos, faznedo a

operação de decodificação (este processo somente poderá ser efetuado se o receptor tiver conhecimento dos símbolos utilizados e for capaz de decodificá-los.

3.8. RUÍDOSRuído é qualquer tipo de interferencia existente no processo de comunicação que resulte na dificuldade ou mesmo na impossibilidade do receptor decodificar a mensagem.As interferencias podem ter as mais variadas origens. podem ser oriundas do meio externo e ser de natureza física (raio que caia na linha telefônica por ex.).Podem também ter carater interno tendo origem no próprio receptor ou mesmo no próprio emissor (pode ser de origem emotiva, como insegurança, por exemplo).Entretanto na maioria das vezes os ruídos podem ser evitados.

3.9.FEEDBACKPode se dizer que o feedback é a última etapa do processo de comunicação (sem o ele o processo de comunicação não pode ser considerado completo). Ele constitui um conjunto de sinais envisdos pelo receptor que permitem ao emissor conhecer o resultado de sua mensagem. Será esta fase que informará ao emissor se a sua mensagem original foi recebida e compreendida ou não.Um componente importante do feedeback é a comunicação não-verbal por parte do receptor (através delas o emissor pode ter uma revelação mesmo antes do receptor emitir qualquer resposta verbal).Pelo feedbakc sabe-se se quem escuta a mensagem a entendeu e qual foi o impacto causado no receptor.

Avaliação de desempenho – O que é e como funcionaA melhor forma de demonstrar que o gestor está de olho no trabalho do seu funcionário, valorizando suas decisões, métodos, conhecimento técnico etc., é através do acompanhamento de perto das atividades realizadas. E o método mais eficaz de demonstrar este acompanhamento é através da Avaliação de Desempenho do colaborador. Por meio dela é possível identificar diversos pontos que necessitam de melhoria dentro de uma organização.

O que é a Avaliação de Desempenho?A avaliação de desempenho é uma ferramenta da gestão de pessoas que visa analisar o desempenho individual ou de um grupo de funcionários em uma determinada empresa. É um processo de identificação, diagnóstico e análise do comportamento de um colaborador durante um certo intervalo de tempo, analisando sua postura profissional, seu conhecimento técnico, sua relação com os parceiros de trabalho etc.Como implantar a Avaliação de DesempenhoEste método tem por objetivo analisar as melhores práticas dos funcionários, proporcionando um crescimento profissional e pessoal, visando um melhor desempenho de suas funções no ambiente de trabalho. Além disso, é uma importante ferramenta de auxílio à administração de recursos humanos da empresa, alimentando-a com informações que auxiliam a tomada de decisão sobre práticas de bonificação, aumento de salários, demissões, necessidades de treinamento etc.Segundo Wagner Siqueira, o processo de avaliação de desempenho de um colaborador inclui, dentre outras, as expectativas desejadas e os resultados reais. Sendo divida em algumas etapas:

Apreciação diária do comportamento do colaborador, seus progressos e limitações, êxitos e insucessos, com oferecimento permanente de feedback instantâneo; Identificação e equacionamento imediato dos problemas emergentes, procurando manter continuamente um alto padrão de motivação e de obtenção de resultados; Entrevistas formais periódicas de avaliação de desempenho, em que avaliador e avaliado analisam os resultados obtidos no período considerado e redefinem novas orientações, compromissos recíprocos e ações corretivas, se for o caso.Neste processo, o gestor precisa avaliar as fraquezas e limitações dos funcionários, buscando identificar pontos de melhoria, necessidade de treinamento ou até mesmo remanejamento do indivíduo para outras funções em que poderia render melhor. Buscando sempre equilibrar as metas estabelecidas pela empresa com o comportamento de seus colaboradores, a fim de manter o sistema funcionando em harmonia, atingindo sempre os objetivos traçados.Assim, o papel principal da avaliação de desempenho é identificar e trabalhar de forma sistêmica as diferenças de desempenho entre os muitos funcionários da organização. Tendo sempre como base a interação constante entre avaliador e avaliado.Formas de avaliação de desempenhoExistem diversos sistemas e/ou métodos para se avaliar o desempenho de um funcionário dentro de uma empresa. Variando de acordo com a necessidade do gestor, do setor e dos objetivos da avaliação, bem como do perfil dos avaliados e da dinâmica de observação utilizada. Listamos abaixo os métodos mais tradicionais de avaliação, os quais falaremos em outra oportunidade, em outros posts sobre o tema. São eles: Escalas gráficas de classificação; Escolha e distribuição forçada; Pesquisa de campo; Incidentes críticos; Comparação de pares; Auto-avaliação; Relatório de performance; Avaliação por resultados; Avaliação por objetivos; Padrões de desempenho; Frases descritivas; Avaliação 360 graus ; Avaliação de competências; Avaliação de competências e resultados; Avaliação de potencial; Balanced Scorecard .Vantagens da Avaliação de desempenhoPor meio da avaliação de desempenho é possível identificar novos talentos dentro da própria organização, por meio da análise do comportamento e das qualidades de cada indivíduo. Gerando, assim, novas possibilidades para remanejamento interno de colaboradores. Além de poder oferecer bonificações e premiações aos funcionários que mais se destacarem na avaliação.Outra vantagem é a possibilidade de gerar um feedback mais fácil aos funcionários analisados e gestores, uma vez que tem como resultado informações relevantes, sólidas e tangíveis para um resultado eficiente. Este feedback faz com que os avaliados queiram investir ainda mais em seu desenvolvimento, melhorando seu desempenho e trazendo vantagens para a empresa.Este método é importante, também, para eliminar achismos e palpites quando da avaliação de um funcionário. É um meio de obter informações reais e avaliar de perto as implicações de

uma possível mudança na gestão de recursos humanos da empresa.-Por isso, manter este tipo de avaliação pode trazer muitos benefícios e mudanças positivas na gestão de pessoas de uma organização, seja qual for o seu tamanho. Com ela o gestor pode avaliar melhor seus subordinados, melhorar o clima de trabalho, investir no treinamento de seus pares, melhorar a produtividade, desenvolver os métodos de remuneração, fazê-los trabalhar de forma mais eficiente etc. Todos ganham quando uma equipe é avaliada de forma satisfatória pelos gerentes.

SEBRAEAs áreas gerenciais abordadas nas cartilhas foram divididas da seguinte forma:• Pessoas - Relações Interpessoais e Desenvolvimento de Equipes;• Atendimento - Cliente fiel: O grande segredo dos negócios;• Qualidade dos serviços - Postura profissional e normas técnicas;• Finanças - Boas práticas para a gestão financeira.

AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS Segundo Rocha (2010), “relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo, é abrir-se para o novo, é aceitar e fazer-se aceito, buscar ser entendido e entender o outro. A aceitação começa pela capacidade de escutar o outro, colocar-se no lugar dele e estar preparado para aceitar o outro em seu meio”.A autora acrescenta que uma boa comunicação e a valorização do profissional permitem maior interação e mais cooperativismo entre o líder e os demais membros, por meio da troca de experiências e conhecimentos, possibilitando uma melhor expressão de suas competências e contribuindo para desenvolver as atividades da equipe de trabalho.Assim, um dos fatores que colaboram para a realização favorável das relações interpessoais em salões de beleza e clínicas de estética é o trabalho em equipe. Neste contexto, Gomes (2010) diz que “as relações interpessoais fortalecem não apenas o desempenho do profissional, mas também traz à tona boas expectativas para que as equipes atinjam objetivos e superem metas que agreguem valor ao negócio”, uma vez que o melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aceita os defeitos do outro e consegue perdão pelos próprios defeitos.Dos empresários modernos exige-se não apenas o conhecimento econômico, técnico e financeiro, mas também um comportamento interpessoal e a compreensão das pessoas com quem se relacionam. Para compreender as pessoas, é necessário colocar-se no lugar do outro.Portanto, para os segmentos de salão de beleza e clínica de estética atingirem resultados, tendo os colaboradores como parceiros, é necessário observar os seguintes aspectos:- os colaboradores são diferentes entre si e têm competências e habilidades que se complementam e são interdependentes, o que favorece que sejam atinjidos os objetivos empresariais previamente definidos;- os colaboradores são agregadores de valor e introduzem inteligência, conhecimento e talento que resultam em crescimento próprio e de cada organização;- os colaboradores são parceiros únicos, capazes de levar empresas ao sucesso. Sucesso significa atingir os objetivos empresariais propostos.1.1 | CAUSAS DE CONFLITO

- Preconceito- Grosseria- Teimosia- Sensibilidade exagerada- Diferença de percepções- Diferença de valores- Diferença de interesses- Competição- Distorções na comunicação- Luta por status ou poder- Vaidade desmedida

COMUNICAÇÃO: O SEGREDO DO SUCESSOLombardi (2010) diz que “comunicação é a troca de informações, ideias e sentimentos; processo que mantém os indivíduos em contato permanente, propiciando a interação”. Diante disso, pode-se afirmar que a comunicação bidirecional é primordial para a qualidade da relação interpessoal no ambiente de trabalho, cabendo aos gestores propiciar as informações necessárias para um melhor resultado da equipe e a concretização das atividades. Neste sentido, o líder precisa atentar para as atitudes do grupo, a fim de direcionar sua atuação, visando aos interesses interpessoais e da empresa.Assim, para a excelência na comunicação em salões de beleza e clínicas de estética, haverá a necessidade de:- compreender o comportamento do outro;- ser sensível à comunicação não verbal;- ver, ouvir e sentir o que está sendo dito;- ser autêntico, sem magoar o outro;- manter debates abertos;- elucidar e desenvolver ideias;- compartilhar informações;- usar dados reais como base para decisões;- decidir consensualmente.

2.1 | BARREIRAS DA COMUNICAÇÃOSão problemas que interferem e dificultam a comunicação, chamados também de ruídos:- diferenças de percepção (colaboradores com conhecimentos e experiências distintos costumam perceber a mesma comunicação de forma diferente);- diferenças de linguagem (uso de palavras que possibilitam diferentes interpretações e de termos técnicos para pessoas leigas em determinados assuntos);- reações emocionais (qualquer tipo de emoção que possa influenciar na maneira com que vamos compreender ou passar a mensagem);- inconsistência na comunicação verbal e não-verbal (as mensagens são fortemente influenciadas por fatores não verbais como os movimentos do corpo, a postura, os gestos, as expressões faciais, o contato físico etc);- desconfiança (a confiança na mensagem pode gerar credibilidade para o emissor).2.2 | SUPERANDO AS BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO- Superando as diferenças de percepção: faz-se necessário observar o ponto de vista do outro. Compreender a informação diminuirá a ambiguidade da mensagem.- Superando as diferenças de linguagem: termos técnicos devem ser substituídos por uma linguagem simples e direta. As dúvidas devem ser solucionadas a partir da repetição dos principais tópicos da mensagem.- Superando as reações emocionais: mudança no seu próprio comportamento e aceitação das reações emocionais como parte do processo de comunicação.- Superando a inconsistência na comunicação verbal e não verbal: evite o envio de mensagens incorretas.

- Superando a desconfiança: use sempre a honestidade e as boas intenções.LEMBRETEA excelência na comunicação empresarial propicia:- informação e compreensão para que as pessoas possam conduzir suas tarefas;- atitudes que promovem motivação, cooperação e satisfação nos cargos.

MOTIVAÇÃO E DESMONTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHOMotivação é a força ou impulso que leva o indivíduo a agir de forma específica. Anteriormente, a motivação no ambiente de trabalho era compreendida como a busca por dinheiro, recompensas salariais e materiais. Atualmente, este panorama mudou, pois o pagamento (ou recompensa salarial) não é o único fator de satisfação profissional, uma vez que as pessoas também são motivadas por recompensas sociais, simbólicas e não materiais. Assim, a compreensão da motivação do comportamento exige o conhecimento das necessidades humanas. A teoria das relações humanas constatou a existência de algumas necessidades essenciais para o ser humano:NECESSIDADES FISIOLÓGICASRelacionam-se com a sobrevivência e são consideradas vitais para o homem, exigindo uma satisfação periódica. As principais necessidades fisiológicas são alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo e proteção contra os elementos da natureza, e segurança física contra os perigos.NECESSIDADES PSICOLÓGICASAprendidas e adquiridas no decorrer da vida, representam um padrão mais elevado e complexo de necessidades, uma vez que raramente são plenamente satisfeitas.NECESSIDADES DE AUTORREALIZAÇÃOProduto da educação e da cultura, é o impulso de trabalhar o seu próprio potencial, de estar em contínuo desenvolvimento.O acervo de teorias acerca da motivação humana passou a ser aplicado dentro das empresas, uma vez que todo comportamento humano leva o indivíduo a alguma forma de comportamento, visando à satisfação de uma ou mais necessidades. Neste sentido, Bergamini e Coda apud Tauffer e Coltre (2010) apontam a motivação como uma energia intrínseca ligada ao significado e à natureza do trabalho realizado. Já a satisfação é uma energia extrínseca ligada a aspectos como salários, benefícios, reconhecimento, chefia, colegas etc. Estes são indicadores do nível de satisfação ou insatisfação (intrínsecos e extrínsecos).3.1 | FATORES INTRÍNSECOS (PESSOAIS)- Personalidade- Aprendizagem- Emoções- Atitudes- Percepção- Valores3.2 | FATORES EXTRÍNSECOS (AMBIENTAIS)- Equipe- Recompensas- Confiança- Normas- Ambiente- Processos3.3 | CAUSAS DE DESMOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO- Falta de reconhecimento- Falta de respeito profissional e pessoal- Falta de treinamento- Críticas em excesso

- Comunicação inadequada- Trabalho sob pressão excessiva- Desorganização da empresa- Falta de produtos- Promessas não cumpridas- Pouca valorização pessoal e profissional- Remuneração abaixo do mercado- Comportamentos empresariais não éticos com empregados ou consumidores- Ambiente de trabalho não atrativoEM SUMA...

- Quando o colaborador não sabe o que fazer, COMUNICA.- Quando o colaborador não sabe como fazer, TREINA.- Quando o colaborador não quer fazer, MOTIVA.- Quando o colaborador está energizado e deseja participar, DÁ AUTONOMIA.

ÉTICA, MORAL E ATITUDESilvano (2010) diz que a palavra ética vem do grego “ethos”, tendo seu correlato no latim “morale”, que significa modo de ser, conduta ou costumes, do ponto de vista do bem e do mal. Etimologicamente, ética e moral são palavras sinônimas. Deste modo, a ética e a moral se formam numa mesma realidade.O mesmo autor acrescenta que ética é a forma do homem se comportar profissionalmente e em sociedade, enquanto a moral diz respeito ao conjunto de normas que regulam esse comportamento, adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Neste caso, o moral elevado é acompanhado de uma atitude de interesse, identificação, fácil aceitação, entusiasmo, colaboração e impulso em relação ao trabalho, geralmente paralela a uma diminuição dos problemas de supervisão e disciplina.4.1 | ÉTICA PROFISSIONALDe acordo com Pissurno (2008), ética profissional é o conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão. Refere-se à ação reguladora da ética agindo no desempenho das profissões. Também estuda e regula o relacionamento do profissional com seus clientes, visando à dignidade humana e à construção do bem-estar no contexto sociocultural onde exerce sua profissão. Atinge todas as profissões. Quando falamos de ética profissional, estamos nos referindo ao caráter normativo e até jurídico que regulamenta determinadas profissões, a partir de estatutos e códigos específicos.Assim, os bons resultados profissionais e empresariais devem provir de relações morais ou éticas com colaboradores, parceiros e clientes. Portanto, ter padrões éticos pode significar sucesso nos negócios, uma vez que nas relações de trabalho, hoje, não basta a empresa oferecer bons salários para ter bons colaboradores. É preciso oferecer qualidade de vida e padrões éticos.Atitudes éticas- Cumprir tarefas e promessas feitas.- Falar com pessoas (e não delas).- Saber ouvir.- Admitir erros (não tentar escondê-los nem culpar outras pessoas).- Não espalhar boatos e nem participar de intrigas.- Não falar negativamente dos concorrentes.- Não criticar uma pessoa na frente de outra.- Defender os outros contra ataques injustos.- Não fazer comentários depreciativos sobre pessoas ausentes.- Assumir sua parte de responsabilidade pelos erros cometidos por seus colaboradores ou equipe.

- Ser autêntico (o que você diz deve corresponder ao que você pensa).- Não se apropriar das ideias dos outros, nem aceitar créditos pelas realizações de terceiros (é preciso basear seu progresso em seu próprio desempenho).- Comunicar-se de forma aberta, honesta e transparente.- Inspirar confiança no ambiente de trabalho.- Cooperar.Colhemos as flores das sementes que fazemos germinar. Semeie, pois, flores do bem, flores da paz, flores do amor (Kira Gonçales).

LIDERANÇALiderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente e serem melhores, facilitando a convivência no ambiente de trabalho e estabelecendo objetivos do bem comum.Liderar significa possuir a capacidade e o discernimento para comandar pessoas. Vale salientar que os grandes líderes possuem a capacidade de construir relacionamentos saudáveis.A liderança é um trabalho contínuo de comunicação e motivação de pessoas - portanto, também pode ser aprendido. Inclusive, a experiência demonstra a existência de líderes informais que defendem as normas e expectativas do grupo e mantêm controle5 | LIDERANÇAsobre o comportamento dos colegas.5.1 | ESTILOSDiz respeito ao comportamento do líder em relação aos seus subordinados. Refere-se àquilo que o líder faz. Neste caso, há três estilos de liderança:- autoritárioA ênfase é centrada no líder, que estabelece as diretrizes sem qualquer participação do grupo, determinando providências e técnicas para a execução das tarefas. Consequências: desmotivação da equipe, clima de desconfiança e baixa qualidade na realização de tarefas.- liberalEnfatiza os subordinados. Existe uma grande liberdade para as decisões grupais ou individuais, com uma participação mínima do líder. Consequências: pouco envolvimento da equipe, competição entre os membros, ausência de responsabilização por erros, tendência para jogos de empurra.- democráticoAs diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo. O diálogo é estimulado pelo líder. O próprio grupo esboça providências e técnicas para a execução de tarefas. Consequências: equipe motivada, colaboradores autovalorizados, trabalho em conjunto e com autonomia dos membros, melhores resultados.5.2 CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS PARA O LÍDER DE SUCESSO- Seus colaboradores possuem satisfação e sentem-se realizados em executar as tarefas solicitadas.- Tem seguidores e não subordinados. Todos cumprem suas determinações, sem encará-las como ordens.- Não comanda pelo medo, mas transmite segurança e confiança, inspirando lealdade. É confidente e deixa as pessoas à vontade para expor seus pontos de vista.- Possui senso de justiça, não tomando decisões injustas. Seus atos são transparentes.

DESENVOLVIMENTO DE EQUIPE6.1 | CONCEITO DE EQUIPESegundo Pissurno (2008), equipe são duas ou mais pessoas trabalhando juntas para alcançar um objetivo. Mas não basta que elas tenham o mesmo objetivo. É necessário também que dependam umas das outras para que o objetivo seja alcançado.

6.2 | DESENVOLVENDO O TRABALHO EM EQUIPEPesquisas discorrem que o trabalho em equipe tem efeito positivo tanto nos resultados organizacionais, como nos resultados de satisfação dos colaboradores. Kulisch e Banner (1993) ressaltam os benefícios existentes a partir da formação das equipes6 | DESENVOLVIMENTO DE EQUIPEde trabalho: melhoria do envolvimento e do desempenho, senso de responsabilidade e comprometimento com a empresa e os colegas de equipe.Pode-se afirmar que o sucesso empresarial dos segmentos de salão de beleza e clínica de estética inclui um processo de seleção minucioso, bem como tomada de decisão descentralizada, valorização dos colaboradores, treinamento sistemático e compartilhamento de informações entre funcionários e gerência (Dessler, 2003; Nunes, 2002).Sem dúvida, são os funcionários treinados e comprometidos que constituem a chave para a competitividade das empresas. Entretanto, quanto mais integrada for a equipe, mais as pessoas se sentirão à vontade para dialogar, dar e receber feedback. Portanto, a integração influencia positivamente no resultado da equipe.Assim, para um trabalho em equipe, não basta juntar várias pessoas num mesmo grupo e deixar os resultados por conta do acaso. De acordo com Marins (2010), algumas regras devem ser observadas para que o trabalho em conjunto torne-se produtivo e contribua para o desenvolvimento da capacidade competitiva da empresa:- definir claramente metas e objetivos da equipe (todos os colaboradores necessitam saber qual o objetivo do trabalho a ser realizado, para que o esforço seja feito na mesma direção. Clareza na comunicação é essencial para se alcançar esse objetivo);- estabelecer papéis (se os integrantes da equipe não sabem a função ou o papel a desempenhar, dificilmente poderão atingir o objetivo comum);- aprender a lidar com conflitos (em uma equipe de trabalho, é inevitável que haja choque de opiniões, personalidades e estilos. Os desafios são valorizar as diferenças, maximizar os pontos negativos e tornar os conflitos impulsionadores do crescimento e da produtividade);- avaliar e monitorar resultados (é essencial que cada integrante saiba do seu desempenho - em que e como pode melhorar. Informações insuficientes podem jogar por água abaixo o trabalho de qualquer equipe. “Preocupar-se com a qualidade do trabalho em equipe é uma questão crucial para o sucesso da organização” (Marins, 2010).

LIDANDO COM OS CONFLITOSConflito vem do latim conflictus, originário do verbo confligo, confligere (choque entre duas coisas, embate de pessoas que lutam entre si). Trata-se de uma situação existente em qualquer empresa, onde “o que se opõe, coopera, e da luta dos contrários deriva a mais bela harmonia” (Heráclito, 2010).Assim, faz-se necessário reconhecer que o conflito existe e precisa ser enfrentado. Negá-lo impede o grupo de buscar uma solução. É preciso evitar os “deixa disso...”, “isso não é admitido aqui...”, “esqueçam as diferenças e vamos trabalhar...”, “as pessoas gastam muito mais energia para esconder e camuflar o conflito, do que para enfrentá-lo e resolvê-lo, e ainda correm o risco de vê-lo se agravar com o passar do tempo” (Pissurno, 2008).Diante de um conflito, podem ser observadas as seguintes posturas:- competiçãoNa competição, satisfazem-se aos próprios interesses, sem preocupação com os outros. Não há cooperação.

- evitaçãoFugir da situação a ser resolvida, sem buscar atender nem aos interesses de uma parte, nem de outra, pode provocar raiva ou frustração. É desejável, no entanto, evitar resolver um conflito quando, por exemplo, uma das partes estiver muito alterada.- acomodaçãoNa acomodação, busca-se o atendimento dos interesses do outro, em detrimento dos próprios.- conciliaçãoPara conciliar, é preciso que os membros da equipe sejam “assertivos” e cooperativos, na tentativa de satisfazer à parte dos interesses de todos os envolvidos no conflito.6.4 | BUSCANDO O CONSENSOConsidera-se a procura pelo entendimento entre os membros da equipe um dos aspectos fundamentais para a excelência nos serviços em salões de beleza e clínicas de estética, pois o exercício do diálogo e o estímulo à expressão abrem caminho para o respeito às diferenças pessoais e de pontos de vista. Os conflitos passam a ser uma grande oportunidade para praticar a busca do consenso. Neste sentido, deve-se evitar decidir por votação, pois o que se busca é o esgotamento das questões pelo consenso, sem que uma “instância superior” decida pelas pessoas em divergência (Galper, 2010).6.5 | COMPORTAMENTOS NOCIVOS ÀS EQUIPES DE TRABALHO- Autoritarismo e abuso de poder- Insegurança- Antagonismo entre os colaboradores- Relutância dos colaboradores- Devaneios e digressões- Menosprezo a ideias- Constante rejeição das atividades propostas- Aceitação absoluta de opiniões- Pressa em finalizar o trabalho/projeto- Não utilizar metodologia adequada (ferramentas)6.6 | DESAFIOS DA EQUIPE DE TRABALHODe acordo com Rocha (2003), um grupo não se torna uma equipe naturalmente, por decurso de prazo. É preciso muito esforço e dedicação. Nos salões de beleza e clínicas de estética, uma equipe é considerada time quando passa do estágio em que se buscam apenas resultados financeiros, não existindo uma preocupação real com o bem-estar das pessoas, já que “numa equipe deve haver sinergia e isso é muito mais do que a soma dos esforços individuais”.Percebe-se que “decidir em grupo costuma ser mais demorado porque é preciso chegar a um ponto em que todos, ou pelo menos a maioria, concordem”, diz Luiz Carlos Barchechen, coordenador de RH da Landis+Gyr, nova razão social da Siemens Metering, campeã da edição 2002 do Guia Exame das 100 Melhores Empresas para Você Trabalhar. No entanto, depois que se chega a uma conclusão, implementar o que foi decidido é mais rápido e fácil do que nos casos em que as decisões vêm de cima para baixo.Elas sabem das coisas: quando o assunto é trabalhar em equipe, as formigas dão uma aula de time. Elas vivem numa sociedade organizada e sabem exatamente o que fazer pelo bem comum. Detalhe: não precisam receber ordens para agir. Quando estão em ação, a sincronia entre as formigas é tão perfeita que elas parecem funcionar como células do mesmo corpo. São a prova viva de que a união tem tudo a ver com a força. Juntas são capazes de fazer o que não dariam conta de realizar se estivessem sozinhas.Em salão de beleza e clínica de estética, trabalhar em equipe pode ser muito simples... Mas, também, muito complicado. Depende do ponto de vista e do esforço pessoal de cada um.

ATOS ADMINISTRATIVOSConceito:É toda manifestação unilateral da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria (Hely Lopes Meirelles). Ato administrativo é toda manifestação unilateral da administração pública. Contrato de aluguel com particular há uma manifestação bilateral de interesses.Atos administrativos sempre serão regidos pelo direito público. Atos da administração são os que serão regidos pelo direito privado.

Requisitos (elementos ou pressupostos) de validade (CONFIFORMOOB)Competência: É o poder atribuído ao agente.Finalidade: É o objetivo de interesse público a atingir. Forma: É o modo pelo qual o mesmo se apresenta. Motivo: É a situação fática ou jurídica. Motivo é a situação de fato e direito que determina ou autoriza a prática do ato.Motivação é a declaração escrita do motivo que determinou a prática do ato.Objeto: É o conteúdo do ato.Ex:

 

Demissão de Servido do Poder Executivo por abandono de Cargo

Construção da Ponte JK

Vin

cula

do

COM Presidente da República GovernadorFI Interesse Público Interesse PúblicoFOR PAD Licitação

Vin

cula

do MO Abandono de Cargo

Melhorar o Trânsito naquela localidade

OB Demissão do Servidor Ponte

Atributos (ou características) (PIATE)Presunção de legitimidade: os atos são válidos até que se prove o contrário. Veracidade: o ato deve estar condizente com a realidade dos fatos;Legalidade: o ato deve estar condizente com a lei.Imperatividade: impõe obrigações unilateralmente aos administrados, independentemente da concordância destes. Ex: placa de 80KM. Auto-Executoriedade ou Executoriedade: é o poder que os atos administrativos têm de serem executados pela própria Administração independentemente de intervenção do Poder Judiciário. É algo que vai além da imperatividade e da exigibilidade. O atributo da autoexecutoriedade, segundo a doutrina dominante, se divide em:a) exigibilidade (faculdade de aplicar meios de coação indiretos, como as multas, no exercício do poder de polícia);

b) executoriedade, que é executar por meios próprios independente de apelação ao poder judiciário. A execução (não confundir com aplicação) de multas para ser executada depende, necessariamente, de que a Adm. Pública recorra ao poder judiciário.Portanto, é a EXIGIBILIDADE que permite à Adm. Pública aplicar multas de trânsito a particulares.

AUTO-EXECUTORIEDADEAutoriza a Administração Pública a executar diretamente seus atos e fazer cumprir suas determinações sem precisar recorrer ao Judiciário, admitindo-se até o uso da força, se necessário, sempre que for autorizada por lei. OBS: a auto-executoriedade nunca afasta a apreciação judicial do ato; apenas dispensa a Administração de obter ordem judicial prévia para poder praticá-lo. A auto-executoriedade apresenta dois aspectos: a) exigibilidade: permite que o administrador decida, sem a exigência de controle pelo Poder Judiciário, representando a tomada de decisão. Aqui a Administração utiliza meios indiretos de coerção, como por exemplo, a multa, pelo descumprimento do ato. Esta praticamente está em todo ato. b) executoriedade: é a possibilidade que o administrador tem de fazer cumprir suas decisões e executá-las, independentemente de autorização de outro Poder. Aqui a Administração emprega meios diretos de coerção, compelindo materialmente o administrado, utilizando inclusive a força, independente de previsão legal para socorrer situação emergente. Esta depende de previsão legal, exceto quando se tratar de medida urgente para a proteção do interesse público.IMPORTANTE: o atributo da auto-executoriedade sofre limitações, visto que não se aplica às penalidades de natureza pecuniária como, por exemplo, as multas decorrentes de infrações a obrigações tributárias, entre outras, pois estas somente podem ser executadas por meio de processo judicial de execução fiscal. OBS: a auto-executoriedade está prevista em duas situações:a) quando a lei expressamente a prevê;b) em situações de urgência, quando for necessária a adoção imediata de medida destinada a evitar um prejuízo maior para o interesse público.

Autorização: ato administrativo discricionário e precário pelo qual a administração pública possibilita ao particular o exercício de determinada atividade, de serviço ou a utilização de bens. Ex.: autorização para o porte de armas;Admissão é o ato administrativo vinculado pelo qual o poder publico, verificando a satisfação de todos os requisitos legais pelo particular, defere-lhe determinada situação jurídica de seu exclusivo ou predominante interesse, como ocorre no ingresso aos estabelecimentos de ensino mediante curso de habilitação.Permissão: tem dupla natureza. Caso se refira ao uso de bens públicos, é ato administrativo discricionário. Caso se refira à execução de serviços públicos, a permissão é um contrato de adesão, precedido de licitação, INDISPENSÁVEL  a

manifestação das partes. Em ambos os casos, a permissão é precária, ou seja, revogável a qualquer tempo;Homologação – é o ato unilateral e vinculado de controle pelo qual a Administração concorda com um ato jurídico, ou série de atos (procedimento),JÁ PRATICADOS verificando a consonância deles com os requisitos legais condicionadores de sua válida emissão.Dispensa (caracterizada como exoneração – que trata-se de cargo efetivo) é ato vinculado;Dispensa (caracterizada como cargo comissionado) é ato discricionário, pois somente servidor com cargo efetivo pode ser exonerado; servidor com cargo comissionado é apenas dispensado.

ClassificaçãoDestinatáriosGerais – editados sem um destinatário determinado.Individuais – editados com destinatários específicos.Alcance de seus efeitos:Internos – geram efeitos dentro da Administração Pública. Externos – produzem efeitos fora do Poder Público.Grau de liberdade ou RegramentoVinculados – a lei não permite liberdade de ação. Exoneração de cargo efetivo. Discricionários – a lei permite liberdade de ação dentro dos limites legais. Ex: exoneração de cargo comissionado com base na oportunidade e conveniência.Composição ou formação dos atosSimples – depende da manifestação de 1 único órgão.Composto – depende da vontade de + de 1 órgão, sendo que a vontade de um e meramente instrumental a do outro.Complexo - depende da vontade de + de 1 órgão, sendo que a vontade de 1 é a mesma do outro.Objeto ou SupremaciaAtos de Império –  há supremacia da administração. Ex: Desapropriação.Atos de Gestão – não há supremacia da administração. Ex: Contrato de Locação. Atos de Expediente – São os documentos corriqueiramente produzidos pela administração. Ex: relatórios, atas, atestados.ValidadeNulo - possui vício não possível de correção. Vício quanto a: Finalidade / Motivo e ObjetoAnulável - possui vício passível de correção. Vício quanto a Competência e a Forma.Perfeito - é aquele que percorreu todas as fazes dentro da legalidade (começo / meio / fim).

Invalidação dos atos administrativos (ou modos de desfazimento) (E - C4)Anulação/invalidação1 - Ocorre por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade;2 – Pode ser feita pela administração ou poder judiciário (provocado);3 – Gera efeitos “ex-tunc”(retroage as origens do ato)4 – Não há direito adquirido5 – Os terceiros de boa fé, alheios ao ato extinto, tem direito a indenização. Decai em 5 anos os efeitos da anulação de um ato para terceiros de boa fé (convalidação tácita).

Competência

MotivoEfeitos

Direito Adquirido

Indenização

Rev

ogaç

ão Administração

Conveniência e Oportunidade

Ex-Nunc

Sim Não

An

ula

ção

Administração e Poder Judiciário

Ilegalidade e Ilegitimidade

Ex-tunc

Não

Sim (3ª pessoa de boa fé)

ConvalidaçãoConceito 1: é o somatório de ato com vício sanável (anulável) possível de corrigir ato com vício.Competência: AdministraçãoEfeitos: ex-tunc.Requisitos Convalidáveis: competência e forma;Modalidades ou tipos- ratificação: ocorre quando a irregularidade recai na competência do agente; neste caso ele será substituído por um competente. Ex: comissão substitui servidor não estável por um estável.- reforma: ocorre quando o vício recai na forma do ato; retira-se a parte inválida deixando a válida.- conversão: ocorre quando o vício recai quanto a forma, retira-se a parte inválida procedendo-se sua substituição. - cassação: ocorre quando irregularidade recai na execução do ato. Ex: cassação de alvará (irregularidade do estabelecimento).- caducidade: ocorre por superveniência (posterior) de ato com efeitos contrapostos a do anterior. Ex: nomeação e exoneração.

Conceito 2: É o ato jurídico que com efeitos retroativos sana vício de ato antecedente de tal modo que ele passa a ser considerado como válido desde o seu nascimento.Só é possível a convalidação (saneamento ou refazimento) de atos com defeito na competência ou na forma. Defeitos na finalidade, no motivo ou no objeto são, geralmente, insanáveis. Em resumo: é possível à administração pública convalidar atos com vício de competência ou de forma. Porém, mesmo nos outros casos, a convalidação pode acontecer sem a necessidade de nenhum ato - em razão do decurso de determinado prazo: cinco anos, se houver beneficiários de boa-fé, e dez anos, se não houver. Os únicos atos "inconvalidáveis" são as infrações penais.Espécies de convalidação:Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato.Confirmação: É a convalidação feita por uma autoridade superior àquela que praticou o ato.Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro.Casos em que o ato não poderá ser convalidado:Prescrição do prazo para anulação.Impugnação do ato pela via judicial ou administrativo, pois neste caso o ato será anulado e não convalidado.Convalidação não se confunde com conversão (sanatória) do ato administrativo, que é o ato administrativo que, com efeitos “ex tunc”, transforma um ato viciado em outro de diferente categoria tipológica. O ato passa a ser considerado válido desde o seu nascimento. A conversão é possível diante do ato nulo, mas não diante do ato anulável.

Espécies de atos administrativos  Atos normativos são aqueles que regulamentam, complementam uma lei. Não podem inovar a ordem jurídica, salvo o decreto autônomo (art. 84, VI). Como exemplo, temos os decretos, resoluções, instruções normativas.

 Atos ordinatórios são aqueles que veiculam ordens aos servidores e aos particulares vinculados ao Estado. Exemplo: portarias, circulares, ordens de serviço.Atos punitivos são utilizados pela administração para a aplicação de sanções aos servidores e aos particulares. Os exemplos são multas, interdição de atividades, demissão.Atos enunciativos são aqueles que apenas declaram algo a pedido de um interessado. Não há imperatividade em tais atos. Exemplo: certidão, atestado, parecer. OBS: a apostila é um ato enunciativo que apenas declara um direito preexistente. Equivale à averbação.Atos negociais são aqueles em que o interesse do particular coincide com a manifestação de vontade do Estado. Não há imperatividade em tais atos. Exemplos: licença, autorização, permissão.Formas de extinção dos atos administrativos: 6. Anulação7. Revogação8. Cassação9. Caducidade10. ContraposiçãoCASSAÇÃO: Celso  Antônio  Bandeira  de Mello  define  a cassação  como  sendo  a  extinção  do  ato  porque o  destinatário descumpriu  condições  que  deveriam  permanecer  atendidas  a fim  de  poder continuar desfrutando da situação jurídica. Como exemplo, temos  a  cassação  de  uma  licença,  concedida  pelo Poder  Público,  sob determinadas  condições,  devido  ao descumprimento  de  tais  condições  pelo  particular beneficiário de tal ato.  É importante observarmos que  a  cassação  possui caráter  punitivo  (decorre  do descumprimento de um ato). 2) CADUCIDADE: A caducidade origina-se com uma legislação  superveniente  que  acarreta  a  perda  de  efeitos jurídicos da antiga norma que respaldava a prática daquele ato. Diógenes Gasparini define: quando  a  retirada  funda-se  no advento  de  nova  legislação  que impede a permanência da situação anteriormente consentida. Ocorre, por exemplo, quando há retirada de permissão de uso de um bem público, decorrente de uma nova lei editada que  proíbe  tal  uso  privativo  por particulares.  Assim, podemos afirmar que tal permissão caducou.3) CONTRAPOSIÇÃO: Também chamada por alguns  autores de  derrubada.  Quando um ato deixa  de  ser  válido  em virtude da  emissão  de  um  outro  ato  que  gerou  efeitos opostos  ao seu,  dizemos  que  ocorreu  a contraposição.  São atos que possuem efeitos contrapostos  e  por  isso  não  podem  existir  ao mesmo tempo. Exemplo clássico é a exoneração de um funcionário, que aniquila os efeitos do ato de nomeação.Lei 9.784/99Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:I - a edição de atos de caráter normativo;II - a decisão de recursos administrativos;III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Todos os Poderes Públicos (legislativo, executivo e judiciário, inclusive) podem revogar seus próprios atos administrativos, pois são baseados na conveniência e oportunidade. O que o Poder judiciário não pode é revogar os atos administrativos dos poderes executivo e legislativo pautado na mesma justificativa, qual seja, a oportunidade e conveniência.

O PJ poderá anular atos de outros poderes, caso:-  seja provocado (princípio da inércia do judiciário) E- estes atos sejam ilegais.

LEI 8.112Título ICapítulo ÚnicoDas Disposições Preliminares

2.1. Das Disposições Preliminares (arts. 1º ao 4º). 2.2. Do Provimento (arts. 5º ao 22 e 24 ao 32). 2.3. Da Vacância (arts. 33 ao 35). 2.4. Dos Direitos e Vantagens (arts. 40 ao 115). 2.5. Do Regime Disciplinar (arts. 116 ao 142). 2.6. Da Seguridade Social do Servidor (arts. 183 ao 231). 2.7. Das Disposições Gerais (arts. 236 ao 242).

Das Disposições Preliminares        Art. 1o  Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.        Art. 2o  Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.        Art. 3o  Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.        Parágrafo único.  Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.        Art. 4o  É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

8 Provimento (PAN R4) 33 Vacância (PEDRA PF)I - promoção; I - promoção;II - aproveitamento; II - exoneração; III - nomeação; III - demissão; VI - readaptação; VI - readaptação;V - reversão; V - aposentadoria;VI - reintegração; VI - posse em out. cargo inacumul.;VI - recondução. VI - falecimento.

40 - Dos Direitos e VantagensVencimento: valor fixado em lei.Remuneração: vencimento + vantagens pecuniárias;

49 - Das VantagensI - indenizações; não se incorporam ao vencimento ou provento.II - gratificações;III - adicionais.

51 - Das IndenizaçõesI - ajuda de custo: mudança de domicílio permanente;II – diárias: afastar-se da sede em caráter eventual;III – transporte: execução de serviços externos;IV - auxílio-moradia: aluguel de moradia;

Seção II61 - Das Gratificações e AdicionaisI - retribuição pelo exercício de função DAS;II - gratificação natalina; IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas; (insalubridade ou periculosidade)V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;VI - adicional noturno;

VII - adicional de férias; § 3o  As férias poderão ser parceladas em até 3 etapas.E o pagamento será efetuado até 2 dias antes.VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.

Art. 81.  Conceder-se-á ao servidor licença:I - doença em pessoa da família; (60 – CR / 90 - SR)II - afastamento do cônjuge ou companheiro; (PI / SR)III - para o serviço militar; (SR)IV - para atividade política; (SR)V - para capacitação; (CR)VI - para tratar de interesses particulares; (até 3 anos – SR)VII - para desempenho de mandato classista. (SR).

93 - Dos AfastamentosDo Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade;Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo; (Pref – Ver)Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior;Do Afastamento para Pós-Graduação Stricto Sensu no País.* O estágio probatório ficará suspenso.

Das ConcessõesArt. 97.  Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:I - por 1 dia, para doação de sangue;II - por 2 dias, para se alistar como eleitor;III - por 8 dias consecutivos: casamento / falecimento de parente.

Do Direito de PetiçãoArt. 106.  Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido (enviado) o ato ou proferido (publicado) a primeira decisão, não podendo ser renovado. Parágrafo único.  O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 dias e decididos dentro de 30 dias. Art. 107.  Caberá recurso: I - do indeferimento do pedido de reconsideração;II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.Art. 108.  O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. Art. 110.  O direito de requerer prescreve:I - em 5 anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;II - em 120 dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.Parágrafo único.  O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.Art. 111.  O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição (É a perda do direito de reivindicar).

Regime disciplinarDos DeveresTrabalhar com cortesia, dedicação e ética.

Capítulo IIDas ProibiçõesArt. 117.  Ao servidor é proibido: I - ausentar-se do serviço sem autorização;Adve

Não entrar em exercício.

Não aprovado no Est. Prob.

Aposentado

Do servidor e de sua família como: passagem, bagagem e bens pessoais. Durante 3 eses.

Para DAS. Até 8 anos.

II - retirar qualquer coisa da repartição sem autorização;III - recusar fé a documentos públicos;IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;V - promover manifestação de apreço ou desapreço;VI – repassar a outro, atribuição de sua responsabilidade ou de seu subordinado, salvo disposição em lei;VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional, sindical ou partido político;VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o 2º civil;IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem;X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 2º, e de cônjuge ou companheiro;XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem;XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;XIV - praticar usura (empréstimo c/j) sob qualquer de suas formas;XV - proceder de forma desidiosa;XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 

Capítulo VDas PenalidadesArt. 127.  São penalidades disciplinares: (asc 3d)I - advertência;II - suspensão;III - demissão;IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;V - destituição de cargo em comissão;VI - destituição de função comissionada.

Art. 129.  A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, Art. 130.  A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência não podendo exceder de 90 dias.Art. 131.  As penalidades de advertência e suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 e 5 anos de efetivo exercício.Parágrafo único.  O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.Art. 132.  A demissão será aplicada nos seguintes casos:I - crime contra a administração pública;II - abandono de cargo;III - inassiduidade habitual;IV - improbidade administrativa;V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;VI - insubordinação grave em serviço;

VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem;VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;XI - corrupção;XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.Art. 142.  A ação disciplinar prescreverá:I - em 5 anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;II - em 2 anos, quanto à suspensão;III - em 180 dias, quanto á advertência.

D

E

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I

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Adve