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Conjuntura Econômica e seus reflexos no Agronegócio.

Conjuntura Econômica e seus reflexos no Agronegócio. · Adoção de medidas voltadas à ampliação do crédito ao consumidor. Aumento real no salário mínimo. Adoção de programas

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Conjuntura Econômica e seus

reflexos no Agronegócio.

Índice da Apresentação

A Deterioração da Situação Macroeconômica do Brasil

A Situação Particular do Agronegócio

Principais Riscos para o Agronegócio

Perspectivas de Curto e Médio Prazo e Medidas de Defesa a serem Adotadas

A Deterioração da Situação Macroeconômica

Diante de um cenário de crise internacional aguda em 2008 e 2009, o Brasilconseguiu manter a sua economia com desempenho relativamente bom (ainda quecom baixo crescimento) num contexto mundial altamente recessivo, fundamentadopelas políticas adotadas tais como:

Adoção de medidas voltadas à ampliação do crédito ao consumidor.

Aumento real no salário mínimo.

Adoção de programas de transferência de renda direta.

Criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da ampliação daatuação do BNDES estimulando investimentos dos setores público e privado.

Medidas anticíclicas de combate a crise internacional a partir de 2009.

“Crise é tsunami nos EUA, se chegar ao Brasil, será marolinha”

A Deterioração da Situação Macroeconômica

Importantes políticas de estímulos e expansão (notadamente as baseadas emestímulo ao consumo via crédito) foram adotadas e de fato, preservaram osbons resultados da economia brasileira, em contraste com o cenáriointernacional. Entretanto, tais estímulos se tornaram insustentáveis diante dapiora das taxas de crescimento e esgotamento de certas políticas.

O Brasil obteve uma considerável expansão de seu Produto Interno Bruto (PIB)em 2010, quando registrou resultado de 7,6% de crescimento, sendo o melhordesempenho desde 1986.

Entretanto, diante de algumas peculiaridades como, aceleração dos jurospartindo de 11,25% para 12,5% de janeiro a julho daquele ano, além da adoçãodas chamadas medidas macroprudenciais, levaram o Brasil a apresentar umcrescimento no PIB de 3,9% em 2011.

O comportamento da inflação começou a dar sinais negativos, bemcomo o comportamento da taxa de câmbio.

A Deterioração da Situação Macroeconômica

A dinâmica da inflação foi em grande parte afetada por eventos que se iniciaramem 2010 e se estenderam nos anos seguintes. Dentre estes fatores, pode-sedestacar: I) a escalada dos preços das commodities nos mercadosinternacionais; II) Os efeitos diretos da concentração atípica de reajuste dospreços administrados; III) Os altos índices de consumo também incentivaram apressão inflacionária.

4,31%

5,91%

6,50%

5,84% 5,91%

6,40%

2,00%

3,00%

4,00%

5,00%

6,00%

7,00%

2009 2010 2011 2012 2013 2014

IPCA

Fonte: Ipea Data

532.301

815.057

500.000

550.000

600.000

650.000

700.000

750.000

800.000

850.000

Índice de Consumo das FamíliasR$ (milhões)

Fonte: IBGE

A Deterioração da Situação Macroeconômica

685.675

1.187.948

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Evolução Arrecadação Federal68,2%

36,1%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Dívida Pública Participação no PIBR$ (milhões)

O Brasil conseguiu apresentar resultados satisfatórios no controle da dívidapública, mesmo diante de diversos incentivos fiscais concedidos pois obteveevolução da arrecadação. Entretanto, as politicas expansionistas foram mantidasmesmo com resultados de baixo crescimento e forte pressão inflacionária,tornando-se insustentável a permanência de renuncia fiscal.

Fonte: Ipea Data Fonte: Ipea Data

A Deterioração da Situação Macroeconômica

O dólar valorizou-se em relação a maioria das principais moedas no mundo,refletindo o desempenho relativamente mais favorável da economia dos EUA.Já a desvalorização do real frente ao dólar se iniciou em julho de 2011, apósum longo período de apreciação iniciado em maio de 2004.

Esta apreciação decorreu em ganhos de competitividade da economia brasileiradecorrentes da intensificação da demanda internacional por commoditiesagrícolas e minerais produzidos pelo Brasil.

Por outro lado, a apreciação do real neste período foi muito além do que amelhoria de sua inserção externa propiciaria. Elevou o poder de compra emmoeda externa e nesse sentido, tornou ainda mais prejudicial ao país após acrise financeira internacional de 2008.

A consequência deste populismo cambial praticado neste período foifortemente subsidiado à custa de perdas de competitividade da economiabrasileira em sua consequência.

A Deterioração da Situação Macroeconômica

A depreciação do real frente ao dólar desde outubro de 2011 é o principalsintoma de que o subsídio à aquisição de produtos e serviços no exterior chegouao limite. No curto prazo, a apreciação do dólar e a consequente perda do poderde compra da divisa é a resposta possível diante da perda de competitividadeacumulada por longos anos e que certamente terá efeitos importantes emtermos de recuperar a competitividade em vários setores.

R$ 1,56

R$ 3,17

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

2,25

2,50

2,75

3,00

3,25

3,50

abr-11 out-11 abr-12 out-12 abr-13 out-13 abr-14 out-14 abr-15

Evolução Dólar Comercial

Fonte: Banco Central

A Deterioração da Situação Macroeconômica

Medidas de Ajuste Para Retomada do Crescimento

Devido ao calendário eleitoral, diversas medidas de ajuste que deveriam sertomadas com antecedência, foram postergadas para 2015. Estes ajustes que forampostergados quando efetivamente implementados devem alterar asperspectivas quanto ao futuro do país.

IMPOSTOS: O governo reverteu medidas anticíclicas adotadas anteriormente ediminuiu a intensidade de ações de renúncia dentro do quadro anticíclico. Tambémdeve ocorrer a retirada de desonerações e retomada de impostos no setorprodutivo, além de tributos sobre a gasolina, energia elétrica e operações decrédito.

METAS: A nova equipe econômica fixou uma meta de superávit primário de 1,2%do PIB para 2015 e de pelo menos 2% do PIB para 2016 e 2017. Para 2015, a metaequivale a uma economia de R$ 66,3 bilhões. Desse montante, R$ 55,3 bilhõescorrespondem à meta para o governo e R$ 11 bilhões são uma estimativa paraestados e municípios. Já no primeiro bimestre, o governo conseguiu um superávitde R$ 3,09 bilhões e este esforço representa cerca de 5,6% da meta de todo ano.

A Situação Particular do Agronegócio

Em um cenário de baixo crescimento em 2015, com previsão de retração naeconomia, o agronegócio deverá ser o único, ou um dos únicos setores aregistrar crescimento este ano. As estimativas apontam que o setor como umtodo pode crescer 2,8% em razão de uma tendência de avanço mais lento daagroindústria (2,0%) e dos insumos (3,2%).

O câmbio e os fatores climáticos devem ser os fatores condicionantes quepoderão ter impacto nesses números – tanto para o bem como para o mal.Entretanto, o crescimento virá especialmente com o ganho de produtividade, oqual tem sido característica do setor nos últimos anos. O ganho “dentro daporteira” foi ao redor de 5% ao ano nos últimos 6 anos.

8,0%

-5,8%

7,5%

5,4%

-2,8%

3,9%

1,6%

-6,0%

-3,0%

0,0%

3,0%

6,0%

9,0%

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Evolução PIB Agronegócio

Fonte: CEPEA

A Situação Particular do Agronegócio

Exportações Brasileiras do Agronegócio – Consolidado 2013 e 2014

A Situação Particular do Agronegócio

A Rússia, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, foi muitoenfraquecida com a queda do preço do petróleo no mercado externo. Somadaas sanções comerciais impostas pela União Europeia e Estados Unidos, foramreduzidos maciçamente o volume de entrada de dólares na Rússia e,consequentemente, o poder de compra do país. Contudo, o Rublo desabou e emseis meses e o dólar passou de 32 rublos para 62 rublos.

-

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

110,00

120,00

jun-14 jul-14 ago-14 set-14 out-14 nov-14 dez-14 jan-15 fev-15 mar-15

Petróleo X Dólar/Rublo

Petróleo USD/RBU

Os Principais Riscos para o Agronegócio

Risco Cambial

As empresas deverão colocar à prova suas estratégias de gestão de riscocambial. Embora a situação seja mais tranquila do que há três anos, ainstabilidade cambial não veio desacompanhada.

A disparada do dólar terá forte impacto sobre os balanços das empresas. Asdemonstrações deverão refletir o aumento das dívidas e despesas financeiras,como efeitos da valorização da moeda norte-americana. Os efeitos daapreciação da divisa podem variar de acordo com as medidas adotadas pelascompanhias para se proteger. O hedge cambial e a contabilidade de hedgeapresentam-se eficazes e as mais adotadas como proteção.

Outro fator que será de grande representatividade nas dificuldades para osetor, será o forte desaquecimento nas vendas e nas atividades produtivas.Hoje, o país apresenta uma situação pior que 2003, quando o dólar tambémestava em um patamar acima dos R$ 3,00. O câmbio teria que apreciar paracerca de R$ 3,75 para trazer de volta a competitividade que as empresastinham em 2004.

Os Principais Riscos para o Agronegócio

Contração e Encarecimento do Crédito para Financiamentos

O aumento dos juros e o encarecimento do crédito já apresentam resultadosda inibição de financiamentos, reduzindo o espaço para futuros projetos eexpansão de investimentos. O momento pode apresentar duas frentes.

Contração da Oferta: Os bancos já retraem a concessão de crédito às empresasvisto as condições atuais da economia. Temerosos às condições das atividadeseconômicas e tomando posições mais conservadoras, os agentes financeiros nãoobservam com bons olhos a abertura de novos financiamentos diante do riscoevidente de inadimplência.

Redução de Endividamento: Por outro lado, as empresas focam em reduzir seuendividamento devido as más condições mercadológicas. Os investimentos devemser mais reduzidos em 2015, bem como o adiamento de projetos e de gastos, demodo que possam evitar a contratação de empréstimos e financiamentos.

Além de mais difícil, o credito ficou mais caro e os prazos mais curtos.

Os Principais Riscos para o Agronegócio

Paralisação dos Investimentos e Risco de Inadimplência em Cadeia

Dados divulgados pelo Banco Central mostram que os empréstimos do BNDESdespencaram e a forte retração nos financiamentos mostra que o cenário temerosoafeta a postura até mesmo do principal banco de crédito para o setor produtivo.

A concessão de crédito para os investimentos despencou 64% de dezembro parajaneiro. Em valores nominais, a redução foi de R$ 21,9 bilhões para R$ 7,8 bilhões.Até mesmo na comparação com o mesmo mês do ano passado, a redução foi de43%. Há linhas encolhendo mais de 60%. A taxa de juros do banco parafinanciamentos também teve uma forte alta, de 7,1% para 8,2%.

Para os investimentos, os juros fazem parte do preço e com empresas faturandomenos e controlando rigorosamente seus gastos, o cenário torna-se extremamentepropicio para um PIB negativo já no primeiro trimestre deste ano.

Há estoques elevados, juros mais altos e um sentimento generalizado de confiançabaixa. As empresas estão fugindo dos bancos, e os bancos sobem os juros porque orisco de emprestar é maior.

Os Principais Riscos para o Agronegócio

131,7

113,0

100,0

105,0

110,0

115,0

120,0

125,0

130,0

135,0

140,0

jan-14 fev-14 mar-14

abr-14 mai-14

jun-14 jul-14 ago-14

set-14 out-14 nov-14

dez-14

Índice de Confiança do Consumidor

57,2

49,2

42,0

44,0

46,0

48,0

50,0

52,0

54,0

56,0

58,0

Índice de Confiança do Empresário

Paralisação dos Investimentos e Risco de Inadimplência em Cadeia

Dados da CNI mostram o menor nível de confiança dos empresários industriaisdesde 1999. Isso explica a menor propensão para endividamento. Quando aconfiança cai, os empresários não investem e reduzem a produção.O índice de intenção do consumidor, medido pela CNC, também caiu ao nível maisbaixo da série em 2014. Reflexo da inflação e de números menos favoráveis nomercado de trabalho. Alta dos preços reduz renda e o risco de desemprego diminuio ímpeto ao consumo.

Perspectivas e Possíveis Medidas de Defesa

Setores competitivos, embora a queda de preços nos mercados internacionais.

GRÃOS: Após o registros de grandes produções nas últimas safras, os preçosinternacionais para soja e milho tomaram tendências baixistas diante do consumoque não acompanhou a recomposição dos altos estoques mundiais.

O período atual é caracterizado como um ciclo baixista, com grandes possibilidadesfuturas da retomada dos preços anteriormente praticados. Esta pressão baixistaocorre no cenário geral de commodities, onde é possível visualizar a desvalorizaçãonas cotações de preços de outros produtos como petróleo e minério de ferro.

Todavia, esta pressão baixista nos preços ocorre em um momento que o Brasilpassa por desvalorização cambial, que por sua vez, favorece o setor de grãos.Embora o setor possua seus custos indexados ao dólar, as receitas das exportaçõesapresentam melhores resultados em um cenário de Real enfraquecido perante aoDólar.

Perspectivas e Possíveis Medidas de Defesa

Mercado e perspectivas.

Provavelmente a área de soja no Brasil não vai registrar expansões de área nocurtíssimo prazo, entretanto, ainda que existem incertezas, há de se notarinvestimentos da inciativa privada em logística intermodal para o escoamento degrãos que devem favorecer o setor. Tais investimentos trarão boas oportunidades econsequentemente ótimos resultados em médio e longo prazo.

Proteínas Animais

O cenário apresenta uma redução do rebanho bovino mundial, devido a fatoresestruturais, justamente no momento em que cresce a demanda mundial paraproteínas animais em geral, em destaque para pelo Sudeste Asiático.

Perspectivas e Possíveis Medidas de Defesa

Cana-de-Açucar

Diante de uma alavancagem nos investimentos para uma possível expansão do setorsucroenergético brasileiro, as usinas se endividaram altamente em um cenário quenão se confirmou. Fundamentos como a escalada dos juros, a desvalorização cambiale a retomada de altos índices inflacionários contribuem para suportar as altasdívidas. Destaque-se que com a retomada dos preços do açúcar em 2014, empresascom boa qualidade a gestão de seus custos, apresentaram resultados positivos.

Acredita-se na retomada de crescimento e a formação de um melhor cenário paraeste setor em um prazo de 4 ou 5 anos, quando a sustentação dos preços deverãofundamentar uma recuperação financeira das Usinas e consequentemente melhoresperspectivas para investimentos.

Algodão; Café e Frutas.

Commodities com preços internacionais em baixa, porém, caracterizam-se comocondições mercadológicas momentâneas. Estes itens podem apresentar recuperaçãoem médio e longo prazo.

Perspectivas e Possíveis Medidas de Defesa

Medidas de Defesa

O momento é de proteção contra os riscos da variação cambial, efetuando hedge emcontratos, contabilidade de hedge, bem como demais artifícios contra o riscocambial.

A contenção de custos e o endividamento mínimo possível serão primordiais enecessitarão de maiores controles e um rigoroso gerenciamento de caixa.

Não contrair dívidas em moedas estrangeiras, bem como buscar financiamentos ecrédito nos agentes financeiros, de modo que não se exponha às altas taxas deconcessão diante da escalada de juros.

Cenário Econômico e seu Impacto no setor de fertilizantes

especiais

Acredita-se que a situação de crise perdurará de 12 a 18 meses. Portanto, espera-se mercado estagnado para o

setor de fertilizantes especiais, no ano de 2015.

As empresas do setor de fertilizantes especiais deverão principalmente focar nos clientes já existentes. O

momento econômico não é adequado para buscar Market share. O foco deve ser, em manter os clientes já

existentes/fidelização.

O aumento de custos de produção dos fertilizantes especiais (inflação de custos), deverá ter impacto em toda a

cadeia, assim sendo, haverá a necessidade de gerenciamento estrito das margens, não permitindo em nenhuma

hipótese margens negativas . As empresas deverão ficar especialmente atentas ao aumento de endividamento.

Com o crédito mais difícil e caro, uma saída seria pensar em sistemas de barter e swap. Entretanto, deve-se

observar a existência também de riscos desses sistemas.

Empresas de fertilizantes especiais dependentes de importação, seja para matéria-prima, seja para produtos

finalizados, devem ficar atentas e tomar medidas de gerenciamento de câmbio, neste período de flutuação

cambial. Buscar medidas para redução do impacto do dólar (Ex: Hedge).

As empresas devem focar nas culturas com maior adoção e fidelidade de marcas de seus produtos, como soja,

algodão, milho, feijão e HF.

Cenário Econômico e seu Impacto no setor de fertilizantes

especiais

Fertilizante Foliar

Micronutriente via semente

Estimulante de plantas

CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS Mercado de Fertilizantes foliares: maior mercado em

volume e valor, caminha para uma maturidade de

mercado. Vem reduzindo o seu crescimento anual a

cada ano, justamente por sua maturidade. O ano de

2015 e o primeiro semestre de 2016, devem assim

como 2014, apresentar na melhor hipótese estabilidade

de mercado. O crescimento anual de 6-7%, deve iniciar

retomada apenas em meados de 2016.

Mercado de estimulantes de plantas: para esse mercado, vale a observação de que

apresenta-se no início do estágio de crescimento, e que não é visto como algo essencial

pelos produtores, ainda é de certa forma “perfumaria”. No atual período econômico,

pode ocorrer desaceleração, e sofrer maior impacto, não garantindo taxas de

crescimento.

OBRIGADO

José Vicente FerrazDiretor Técnico + 55 11 4504 [email protected]