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0 CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Estudo Comparativo dos Sistemas Construtivos: Steel Frame, Concreto PVC e Sistema Convencional Conrado Sanches Domarascki Lucas Sato Fagiani Orientadora: Profa. Paula Cacoza Amed Albuquerque 2009

Conrado Lucas

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  • 0

    CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

    Estudo Comparativo dos Sistemas Construtivos:

    Steel Frame, Concreto PVC e Sistema Convencional

    Conrado Sanches Domarascki

    Lucas Sato Fagiani

    Orientadora: Profa. Paula Cacoza Amed Albuquerque

    2009

  • 1

    Conrado Sanches Domarascki

    Lucas Sato Fagiani

    Estudo Comparativo dos Sistemas Construtivos:

    Steel Frame, Concreto PVC e Sistema Convencional

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao

    curso de Engenharia Civil do Centro Universitrio

    da Fundao Educacional de Barretos, como

    requisito obteno do grau de Engenheiro Civil.

    Orientadora: Prof. MS. Paula Cacoza Amed Albuquerque

    Barretos

    2009

  • 2

    FOLHA DE APROVAO

    Candidatos: CONRADO SANCHES DOMARASCKI E LUCAS SATO FAGIANI

    ESTUDO COMPARATIVO DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS: STEEL FRAME, CONCRETO PVC E SISTEMA CONVENCIONAL

    Centro Universitrio da Fundao Educacional de Barretos.

    Monografia defendida e julgada em 23/10/2008 perante a Comisso Julgadora:

    ________________________________ _________________

    Prof. Artur Gonalves

    Centro Universitrio da Fundao Educacional de Barretos

    ____________________________ _________________

    Prof. Eduardo Caldeira Brandt Almeida

    Centro Universitrio da Fundao Educacional de Barretos

    ____________________________ _________________

    Prof. Nilton Borges Pimenta

    Centro Universitrio da Fundao Educacional de Barretos

    ____________________________

    Prof. Ms. Paula Cacoza Amed Albuquerque

    Coordenador dos trabalhos de Concluso de Curso

  • 3

    DEDICATRIA

    Aos nossos pais, que esto nos dando algo que

    jamais nos ser tirados: o conhecimento.

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Deus, pela vida. Aos nossos pais, pela educao. Aos nossos amigos, pela

    compreenso e apoio. A orientadora Paula, pela demarcao do caminho e aos professores,

    pelo estmulo e confiana.

  • 5

    O desejo da conquista realmente uma coisa

    muito natural e comum, e, sempre que os homens

    conseguem satisfaz-lo, so louvados, nunca

    recriminados; mas, quando no conseguem e

    querem satisfaz-lo de qualquer modo, a esto o

    erro e a recriminao.

    Nicolau Maquiavel

  • 6

    RESUMO

    Os altos investimentos em habitao, a entrada de empresas estrangeiras no setor e a

    grande concorrncia, impulsionam as empresas da construo civil a buscarem novas

    tecnologias que possibilitam construir mais rpido, mais barato e com maior qualidade.

    Dentro deste cenrio, surgem diversos sistemas construtivos industrializados, com

    caractersticas distintas, mais com o mesmo enfoque: mudar a maneira de se construir.

    Dentre diversos sistemas foram analisados o steel frame, sistema j difundido em

    vrios pases do mundo, e o concreto PVC, que ainda pouco conhecido.

    Palavras-chaves: Sistemas construtivos, industrializao da construo, concreto PVC,

    Steel frame.

  • 7

    ABSTRACT

    The high investment in housing, the entry of foreign firms in the industry and fierce

    competition, driving the construction companies to seek new technologies that enable to build

    faster, cheaper and higher quality.

    Within this scenario arise several industrialized building systems, with different

    characteristics, but with the same focus: to change the way to build.

    Among various systems analyzed the steel frame system, already widespread in

    several countries of the world, PVC and concrete, which is still largely unknown.

    Keywords: building systems, manufacturing of construction, concrete PVC, Steel frame.

  • 8

    SUMRIO

    1 INTRODUO ................................................................................................................... 13

    2 OBJETIVO .......................................................................................................................... 14

    3 REVISO BIBLIOGRAFICA ........................................................................................... 15

    3.1 Indstrias da Construo ..................................................................................... 15

    3.2 A Evoluo da Indstria da Construo Civil ................................................... 18

    3.3 Definies de Industrializao ............................................................................. 20

    3.3.1 Industrializao de Ciclo Fechado ............................................................ 21

    3.3.2 Industrializao de Ciclo Aberto ............................................................... 22

    4 METODOLOGIAS E ETAPAS ......................................................................................... 24

    5 SISTEMAS CONSTRUTIVOS INDUSTRIALIZADOS ................................................ 25

    5.1 Paredes de Concreto ............................................................................................. 25

    5.2 Casas de Madeira - Light wood frame ................................................................ 26

    5.3 Blocos de EPS ........................................................................................................ 28

    5.4 Painis cermicos pr-fabricados ........................................................................ 29

    5.5 Frmas tipo Banche .............................................................................................. 31

    5.6 Sistema Techouse ................................................................................................. 32

    5.7 Tilt-up .................................................................................................................... 33

    6 APRESENTAO DOS SISTEMAS STEEL FRAME, CONCRETO PVC E

    SISTEMA CONVENIONAL. ................................................................................................ 36

    6.1 Steel frame ............................................................................................................. 36

    6.1.1 Fundaes .................................................................................................... 38

    6.1.2Estrutura ...................................................................................................... 38

    6.1.3 Fechamento e revestimento ........................................................................ 43

    6.1.4 Instalaes sanitrias, hidrulicas e eltricas. .......................................... 45

  • 9

    6.1.5 Cobertura .................................................................................................... 45

    6.2 Sistema Concreto PVC ......................................................................................... 47

    6.2.1 Fundaes .................................................................................................... 49

    6.2.2 Estruturas .................................................................................................... 49

    6.2.3 Fechamento e revestimento ........................................................................ 53

    6.2.4 Instalaes sanitrias, hidrulicas e eltricas. .......................................... 54

    6.2.5 Coberturas ................................................................................................... 59

    6.3 Sistema Convencional ........................................................................................... 60

    7 COMPARAO DOS SISTEMAS INDUSTRIALIZADOS E SISTEMA

    CONVENCIONAL ................................................................................................................. 62

    7.1 Produtividade ........................................................................................................ 62

    7.2 Preo ....................................................................................................................... 64

    8 RESULTADO E DISCUSSO ........................................................................................... 69

    9 CONCLUSO ...................................................................................................................... 71

    10 REFERNCIA BIBLIOGRFICA ................................................................................. 73

  • 10

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Relao para 1m3 de concreto leve de peso especifico de 900kg/m3. ............... 51

    Tabela 2: Produtividade sistema steel frame. ...................................................................... 62

    Tabela 3: Produtividade sistema concreto PVC .................................................................. 62

    Tabela 4: Produtividade sistema convencional .................................................................... 62

    Tabela 5: Composio de custo do sistema steel frame por metro quadrado de estrutura

    e vedao. ................................................................................................................................. 64

    Tabela 6: Composio de custo por metro quadrado de estrutura e vedao do concreto

    PVC. ......................................................................................................................................... 65

    Tabela 7: Composio de custo por metro quadrado de alvenaria auto portante. .......... 65

    Tabela 8: Composio de custo unitrio concreto grout para parede autoportante. ...... 66

    Tabela 9: Composio de custo unitrio para armadura CA 50 para parede

    autoportante. ........................................................................................................................... 66

    Tabela 10: Composio de custo unitrio de chapisco. ....................................................... 67

    Tabela 11: Composio de custo unitrio de emboo desempenado. ................................ 67

    Tabela 12: Composio de custo unitrio de pintura em ltex. ......................................... 68

    Tabela 13: Composio de custo unitrio da parede alvenaria pronta. ............................ 68

  • 11

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1- Banheiro pr-moldado........................................................................................... 18

    Figura 2 - Frmas de plstico para paredes de concreto .................................................... 26

    Figura 3 - Casa construda com o sistema Light Wood Frame .......................................... 27

    Figura 4 - Fabricao de Kits hidrulicos ............................................................................ 28

    Figura 5 - Construo de casas com blocos de EPS ............................................................ 29

    Figura 6 - Fabricao de painis cermicos ......................................................................... 31

    Figura 7 - Frmas tipo banche .............................................................................................. 32

    Figura 8 - Construo em sistema Techouse ........................................................................ 33

    Figura 9 - Construo no sistema Tilt-up ............................................................................. 35

    Figura 10 - Construo em sistema steel frame ................................................................... 37

    Figura 11 - Subestruturas do sistema steel frame ............................................................... 39

    Figura 12 - Vigas apoiadas sobre paredes centrais ............................................................. 40

    Figura 13- Viga apoiada sobre parede lateral...................................................................... 40

    Figura 14 - Detalhes da conexo dos elementos estruturais com a fundao ................... 41

    Figura 15 - Detalhes da conexo dos elementos estruturais com o revestimento ............. 41

    Figura 16 - Detalhes da conexo dos elementos estruturais entre duas paredes .............. 41

    Figura 17 - Subestrutura de cobertura ................................................................................. 42

    Figura 18 - Estrutura em steel frame.................................................................................... 42

    Figura 19 - Construo com fechamento de placa cimentcia ............................................ 43

    Figura 20 - Placas OSB .......................................................................................................... 43

    Figura 21 - Processo de fabricao de gesso acartonado .................................................... 44

    Figura 22 - Fechamento de parede em steel frame .............................................................. 45

  • 12

    Figura 23 - Paredes em steel frame com instalaes eltricas e hidrulicas ..................... 45

    Figura 24 - Estrutura de cobertura em steel frame para edificao convencional .......... 47

    Figura 25 - Indstria construda em concreto PVC ............................................................ 48

    Figura 26 - Guias e barras de ancoragem. ........................................................................... 49

    Figura 27 - Barra de ao CA50 fixada no radier ................................................................. 50

    Figura 28 - Montagem das frmas de PVC .......................................................................... 50

    Figura 29 - Escoras dos painis. ............................................................................................ 51

    Figura 30 - Concretagem de parede em concreto PVC ....................................................... 52

    Figura 31 - Construo em concreto PVC ........................................................................... 53

    Figura 32 - Concretagem de parede em concreto PVC ....................................................... 53

    Figura 33 - Radier com instalaes sanitrias ..................................................................... 54

    Figura 34 - Instalaes sanitrias concreto PVC ................................................................. 55

    Figura 35 - Distribuio das instalaes hidrulicas pela base da parede ........................ 55

    Figura 36 - Distribuio das instalaes hidrulicas pelo radier ....................................... 56

    Figura 37 - Distribuio das instalaes hidrulicas por fora do radier ........................... 56

    Figura 38 - Distribuio das instalaes hidrulicas por cima ........................................... 57

    Figura 39 - Paredes de concreto PVC com circuitos eltricos ............................................ 57

    Figura 40 - Perfurao da parede para passar a instalao eltrica ................................. 58

    Figura 41 - Parede de concreto PVC com mdulo da tomada instalado ........................... 58

    Figura 42 - Estrutura da cobertura em madeira para edificao em concreto PVC ....... 59

    Figura 43 - Construo em sistema convencional ............................................................... 61

  • 13

    1 INTRODUO

    Durante muitos anos os engenheiros civis se perguntaram se era possvel que a

    construo no Brasil deixasse seu carter artesanal para seguir o caminho da industrializao

    nos canteiros de obra. Aps o fim da Segunda Guerra Mundial, os pases desenvolvidos da

    Amrica do Norte, Europa e sia passaram a se valer com maior intensidade de sistemas

    construtivos prontos, pr-fabricados, que proporcionassem maior produtividade e economia

    de mo de obra de custo muito alto nessas regies (FARIA, 2008).

    Agora, o momento parece ter chegado. A oportunidade surge com a expanso dos

    empreendimentos voltados ao segmento econmico: como a margem de lucro sobre cada

    unidade pequena, o negcio s se viabiliza economicamente com a produo de unidades

    habitacionais em grandes volumes. E produo em larga escala implica industrializao,

    desde os macrossistemas construtivos estrutura e vedao at os elementos construtivos

    menores - como as instalaes eltricas e hidrulicas e as coberturas (FARIA, 2008).

    Segundo SABBATINI (1989) (apud BRUMATTI 2008), ... evoluir no sentido de

    aperfeioar-se como indstria o caminho natural da construo civil, portanto,

    industrializar-se para a construo sinnimo de evoluir.

    Tradicionalmente, entende-se como elementos industrializados desde as peas mais

    simples at os diferentes painis, lajes de piso etc. A derivao qualitativa do conceito de

    elemento at o de componente sugere a individualizao das partes de uma edificao em

    subsistemas, tais como cobertura, vedaes, fundaes etc. Os subsistemas, constitudos como

    agrupamentos de elementos, tendem a ser unidades auto-suficientes de desenvolvimento e

    agregao, unidades funcionalmente unitrias e independentes entre si, com respeito funo

    e possibilidades de desenvolvimento.

    Dentre diversos sistemas industrializados temos o steel frame e o concreto PVC, alvo

    desta pesquisa, por apresentar agilidade e economia em sua montagem e por traduzirem o

    significado de mais simblico da construo industrializada, que o fim do tijolo sobre

    tijolo, que tanto se tem almejado.

  • 14

    2 OBJETIVO

    O objetivo deste trabalho apresentar, um panorama sobre a construo

    industrializada, apresentando diversos sistemas construtivos industrializados utilizados no

    Brasil, dando nfase nos sistemas Steel Frame e concreto PVC comparando e determinando

    qual dos sistemas construtivos , comparados com nosso sistema convencional, o mais

    vivel em vrios aspectos.

  • 15

    3 REVISO BIBLIOGRAFICA

    3.1 Indstrias da Construo

    Durante muitos anos os engenheiros civis se perguntaram se era possvel que a

    construo no Brasil deixasse seu carter artesanal para seguir o caminho da industrializao

    nos canteiros de obra (FARIA, 2008).

    Segundo a FUNDAO JOO PINHEIRO (2005), estima-se que o dficit

    habitacional brasileiro, no ano de 2005, era de 7.902.699 moradias, o que significa 14,9% do

    total do estoque de domiclios. De acordo com a metodologia adotada no trabalho, o dficit

    habitacional est desmembrado em trs tipos: o dficit por habitao com ocupao acima de

    uma famlia (caso de vrias famlias vivendo sob o mesmo teto ou de sublocao de

    cmodos); o dficit por habitao precria (moradias constitudas de materiais ordinrios ou

    de sobras); e o dficit por habitao desprovida de infra-estrutura adequada.

    PEDUZZI (2009) citou que o ministro do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio

    Exterior, Miguel Jorge, disse que faz parte dos planos do governo a construo de um milho

    de casas populares em 2009. A idia combater o problema histrico de habitao no pas e,

    ao mesmo tempo, amenizar outros problemas decorrentes da crise.

    Agora, o momento parece ter chegado. A oportunidade surge com a expanso dos

    empreendimentos voltados ao segmento econmico: como a margem de lucro sobre cada

    unidade pequena, o negcio s se viabiliza economicamente com a produo de unidades

    habitacionais em grandes volumes. E produo em larga escala implica industrializao,

    desde os macrossistemas construtivos - estrutura e vedao - at os elementos construtivos

    menores - como as instalaes eltrica, hidrulicas e as coberturas (FARIA, 2008).

    O plano habitacional, anunciado em maro de 2009, definiu o comprometimento de

    20,0% a 10,0% dos rendimentos familiares com as prestaes, para o total das famlias e para

    aquelas com renda de at 3,0 salrios mnimos, respectivamente, sendo, para estas ltimas,

    destinadas 400,0 mil unidades (LOURENO, 2009).

    Em contra partida CILIANA (2009) comenta que a indstria da construo, mais

    especificamente no setor de edificaes, apresenta particularidades singulares, que a

    diferencia da indstria de transformao. Estas particularidades criam obstculos para que se

    processe uma introduo mais agressiva de mquinas e equipamentos nos canteiros de obras.

  • 16

    Processos predominantemente artesanais, onde so marcantes baixa produtividade e

    enorme desperdcio, ainda compem a maior parcela da construo civil brasileira

    (SANTIAGO e ARAUJO, 2008).

    Segundo CILIANA (2009) destacam-se nestas caractersticas: o carter no

    homogneo e no seriado de produo devido singularidade do produto, feito sob

    encomenda; a dependncia de fatores climticos no processo construtivo, o perodo de

    construo relativamente longo; a complexa rede de interferncias dos participantes (usurios,

    clientes, projetistas, financiadores, construtores); uma ampla segmentao da produo em

    etapas ou fases que imprime um dinamismo centrado no princpio de sucesso e no de

    simultaneidade; o parcelamento da responsabilidade entre vrias empresas, onde o processo

    de subcontratao comum; a significativa mobilidade da fora de trabalho; alm do

    nomadismo do setor (tanto em relao aos produtos finais como ao processo de produo); o

    carter semi-artesanal (manufatureiro) do processo construtivo.

    AGOPYAN (et al. 1999) comenta que no caso da execuo, so vrias as fontes de

    perdas possveis: no recebimento, o material pode ser entregue em uma quantidade menor que

    a solicitada; blocos estocados inadequadamente esto sujeitos a serem quebrados mais

    facilmente; o concreto, transportado por equipamentos e trajetos inadequados, pode cair pelo

    caminho; a no obedincia ao trao correto da argamassa pode implicar sobre consumos na

    dosagem dela (processamento intermedirio); o processo tradicional de aplicao de gesso

    pode gerar uma grande quantidade de material endurecido no utilizado.

    Mais recentemente, o desperdcio na construo foi estudado por uma investigao

    bastante abrangente em nvel nacional, onde foram pesquisados 85 canteiros de obras de 75

    empresas construtoras em 12 estados, medindo o consumo e perdas relativos a 18 tipos de

    materiais e diversos servios (CILIANA, 2009).

    A pesquisa, coordenada pelos professores Ubiraci Espinelli Lemes de Souza e Vahan

    Agopyan (Departamento de Engenharia de Construo Civil da Escola Politcnica da USP),

    constatou uma variedade grande de desempenho entre uma e outra empresa, tais como perdas

    mnimas (2,5%) comparveis aos melhores ndices internacionais ao mesmo tempo em que

    um desperdcio alarmante (133%) devido s muitas falhas cometidas na empresa. Tambm

    foram constatadas diferenas dentro de uma mesma empresa, de um servio para outro. O

    estudo mostrou, principalmente, que o desperdcio, em mdia, muito menor que o

    legendrio e divulgado desperdcio de 30%, ou de uma casa a cada trs construdas. Por

  • 17

    exemplo, no caso do concreto usinado a maior perda registrada foi de 23,34%, a mdia ficou

    em 9,59%, e a mediana em 8,41% (AGOPYAN, et al 1999 apud, CILIANA, 2009).

    A construo civil no Brasil apresenta baixos ndices de produtividade em relao a

    outros pases, segundo SANTOS (1995), a produtividade nos canteiros brasileiros encontra-se

    em 45 homem hora/m, enquanto na Dinamarca de 22 homem hora/m (ROSSO, 1974).

    Ainda, segundo ROSSO (1980 apud CILIANA, 2009), no domnio da edificao pode se

    passar de uma produtividade de 80 homem hora/m em um processo artesanal primitivo, a

    uma de 10 homem hora/m em um processo industrializado. PICCHI (1993 apud CILIANA,

    2009) afirma que a produtividade no Brasil menor que um quinto da produtividade dos

    pases industrializados.

    Entretanto, diante da crescente demanda do mercado por novas edificaes e da

    disponibilidade tcnica de alternativas, vrias correntes desse setor tm se mostrado abertas ao

    emprego de solues industrializadas (SANTIGO e ARAUJO, 2008).

    O movimento, a nvel mundial pela melhoria da qualidade tem tambm tido reflexos o

    setor da construo civil, levando as empresas a um questionamento de seu processo

    produtivo e a adoo de estratgias para racionalizao, visando melhoria de desempenho

    frente a um mercado cada vez mais competitivo. Este movimento decorre tambm de

    mudanas que afetam especificamente o setor, dentre os quais se podem citar a diminuio

    dos recursos financeiros, o maior grau de exigncia do consumidor e a maior mobilizao dos

    trabalhadores (AGOPYAN, et al 1999 apud, CILIANA, 2009).

    Segundo CAMPOS (2009) no caso brasileiro, face aos desafios colocados pela

    economia globalizada e as crescentes necessidades de se construir com rapidez, qualidade e

    economia, alguns destes componentes pr-fabricados passaram a ser oferecidos no mercado

    nacional h alguns anos atrs, como o caso dos painis arquitetnicos e banheiros prontos

    (figura 1), para citar dois exemplos. As demandas hoje existentes sob a forma de centros

    comerciais, hotis, edifcios de escritrios e residenciais, indstrias etc. levaram a construo

    civil a criar novos paradigmas.

  • 18

    Figura 1- Banheiro pr-moldado Fonte: Revista Plstica reforado

    Independentemente da chegada destes novos produtos pr-fabricados ao mercado

    atravs da instalao no pas de empresas estrangeiras, constata-se tambm a existncia de um

    representativo parque produtor j instalado no pas na rea da pr-fabricao, parque este que

    j fornecedor habitual de componentes para a construo de edifcios industriais, comerciais

    e habitacionais h vrias dcadas. diante desta realidade que se colocam as possibilidades

    para o aperfeioamento e o desenvolvimento de novos produtos pr-fabricados para a

    indstria da construo civil, com base nas potencialidades e na real capacidade j instalada

    no pas (CAMPOS, 2009).

    3.2 A Evoluo da Indstria da Construo Civil

    Segundo BAPTISTA (2005) a histria da industrializao se identifica, num primeiro

    tempo, com a histria da mecanizao, isto , com a evoluo das ferramentas e mquinas

    para a produo de bens. De forma gradativa, as atividades exercidas pelo homem com

    auxlio da mquina foram sendo substitudas por mecanismos, como aparelhos mecnicos ou

    eletrnicos, ou genericamente por automatismos.

    A Construo Civil tem sido considerada uma indstria atrasada quando comparada a

    outros ramos industriais, por apresentar, de maneira geral, baixa produtividade, grande

    desperdcio de materiais, morosidade e baixo controle de qualidade (ELDEBES, 2000 apud

    BRUMATTI, 2008).

    BAPTISTA (2005) comenta que a industrializao da construo civil, atravs da

    utilizao de peas de concreto pr-fabricados, promoveu um salto de qualidade nos canteiros

    de obras, pois atravs de componentes industrializados com alto controle ao longo de sua

  • 19

    produo, com materiais de boa qualidade, fornecedores selecionados e mo-de-obra treinada

    e qualificada, as obras tornaram-se mais organizadas e seguras.

    Segundo VASCONCELLOS (2002 apud et al. PIGOZZO 2005), no se pode precisar

    a data em que comeou a pr-moldagem. O prprio nascimento do concreto armado ocorreu

    com a pr-moldagem de elementos, fora do local de seu uso. Sendo assim, pode-se afirmar

    que a pr-moldagem comeou com a inveno do concreto armado.

    SALAS (1988 et al.PIGOZZO 2005) considera a utilizao dos pr-fabricados de

    concreto dividida nas trs seguintes etapas:

    I) de 1950 a 1970 perodo em que a falta de edificaes ocasionadas pela devastao

    da guerra, houve a necessidade de se construir diversos edifcios, tanto habitacionais quanto

    escolares, hospitalares e industriais, dentro dos sistemas de pr-fabricao de ciclo fechado.

    No perodo ps-guerra os sistemas pr-fabricados de ciclo fechado representaram a

    tecnologia dominante, onde se procurou aplicar na construo civil os mesmos conceitos

    adotados em outros setores da indstria, buscando-se a produo em srie com alto ndice de

    repetio dos elementos pr-moldados.

    II) de 1970 a 1980 perodo em que ocorreram acidentes com alguns edifcios

    construdos com grandes painis pr-fabricados. Esses acidentes provocaram, alm de uma

    rejeio social a esse tipo de edifcio, uma profunda reviso no conceito de utilizao nos

    processos construtivos em grandes elementos pr-fabricados. Neste contexto, teve o incio do

    declnio dos sistemas pr-fabricados de ciclo fechado de produo.

    III) ps 1980 esta etapa caracterizou-se pela consolidao de uma pr-fabricao de

    ciclo aberto, base de componentes compatveis, de origens diversas.

    Segundo PIGOZZO (et al 2002), surge uma nova gerao de sistemas de ciclos

    flexibilizados, por entender que no apenas os componentes so abertos, mas todo o

    sistema o e, portanto, o projeto tambm passa a ser necessariamente aberto e flexibilizado

    para se adequar a qualquer tipologia arquitetnica.

    CAMPOS (2009) comenta que o conceito de sistemas flexibilizados na produo vai

    alm da fbrica, com a possibilidade da produo de componentes no canteiro, dentro de um

    sistema com alto grau de controle e qualidade e de organizao da produo.

  • 20

    3.3 Definies de Industrializao

    BAPTISTA (2005) diz que a industrializao um processo organizacional

    caracterizado por:

    continuidade no fluxo de produo;

    padronizao;

    integrao dos diferentes estgios do processo global de produo;

    alto nvel de organizao do trabalho;

    mecanizao em substituio ao trabalho manual sempre que possvel;

    pesquisa e experimentao organizada integradas produo.

    Conforme ROSSO (1980 apud BRUMATTI, 2008), ... a industrializao um

    mtodo baseado essencialmente em processos organizados de naturezas repetitivas, nos quais

    a variabilidade incontrolvel e casual de cada fase de trabalho, que caracteriza as aes

    artesanais, substituda, por graus pr-determinados de uniformidade e continuidade

    executiva, caractersticas das modalidades operacionais parcial ou totalmente mecanizadas.

    Industrializao da Construo o emprego de forma racional e mecanizada de

    materiais, meios de transporte e tcnicas construtivas para conseguir uma maior

    produtividade. (ORDONEZ et al. 1974 apud BAPTISTA, 2005).

    Segundo BRUNA (1976 apud PIGOZZO, 2005) a industrializao est

    essencialmente associada aos conceitos de organizao e de produo em srie, os quais

    devero ser entendidos, analisando-se de forma mais ampla, as relaes de produo

    envolvidas e mecanizao dos meios de produo". O xito de aes que conduzem

    diminuio dos custos, o aumento da produtividade e ao incremento da qualidade dos

    processos e do produto final depende da evoluo das atividades contrativas, ou seja, do

    incremento dos seus nveis de industrializao.

    Segundo SABBATINI (1989 apud BRUMATTI, 2008), evoluir no sentido de

    aperfeioar-se como indstria o caminho natural da construo civil, portanto,

    industrializar-se para a construo sinnimo de evoluir.

    Conclui-se assim que, a Industrializao da Construo no um fim em si

    mesma, mas somente um meio de obter determinados objetivos que so basicamente os

    mesmos de outras reas da indstria, ou seja (BAPTISTA, 2009):

  • 21

    Produzir: em maior quantidade, com melhor qualidade, a um custo menor, em um

    tempo menor.

    3.3.1 Industrializao de Ciclo Fechado

    BRUNA (1976 apud PIGOZZO 2005) comenta que aps o perodo de ps-guerra na

    Frana, com a necessidade de reconstruo do pas, utilizaram-se largamente os elementos

    pr-fabricados de concreto armado, que segundo, possuam dimenses de aproximadamente

    0,60 a 0,90 X 2,50 X 0,20 m, com peso de cerca de uma tonelada montados numa estrutura

    portante convencional. Porm, os tamanhos reduzidos dos painis geravam diversas juntas

    verticais, de difcil execuo, sendo necessrio aumentar o tamanho dos painis para a

    conseqente reduo no nmero de juntas. Estes elementos cresceram at o ponto de

    atingirem o tamanho de um vo completo, fazendo com que as juntas passassem a existir

    apenas entre elementos transversais e longitudinais, que corresponderam s ligaes mais

    fceis de serem executadas. Desta forma, os painis de concreto armado de grandes

    dimenses e com funo estrutural, passaram a se impor com grande rapidez pela Europa.

    Segundo FERREIRA (2003 apud PIGOZZO, 2005), no perodo ps-guerra os sistemas

    pr-fabricados de ciclo fechado representaram a tecnologia dominante, onde se procurou

    aplicar na construo civil os mesmos conceitos adotados em outros setores da indstria,

    buscando-se a produo em srie com alto ndice de repetio dos elementos pr-moldados.

    Deste modo, conforme BRUNA (1976 apud PIGOZZO, 2005), os edifcios,

    principalmente os residenciais, passaram a ser subdivididos em grandes elementos, em geral,

    painis-parede, que eram fabricados em usinas fixas ou mveis ao p do canteiro e montados

    por gruas, com equipes reduzidas de operrios. Assim sendo, este mtodo de construo

    passou a ser chamado de Industrializao de Ciclo Fechado.

    evidente o fato de que o grande painel pr-fabricado de concreto foi o logotipo da

    reconstruo da Europa destruda pela II Grande Guerra. No entanto, seria muito restrita nos

    dias de hoje uma definio de industrializao calcada nos modelos de pr-fabricao do

    segundo ps-guerra, visto que tais modelos vm passando j h algum tempo por uma

    profunda reviso em seus prprios pases de origem (CAMPOS, 2009).

    O grande problema da Industrializao Fechada de grande srie que os sistemas mais

    difundidos so extremamente limitados do ponto de vista inventivo e mal orientados do ponto

    de vista cultural porque procuram a soluo do problema exclusivamente no mbito

  • 22

    tecnolgico de suas prprias experincias e no de um ponto de vista global (BAPTISTA,

    2005).

    3.3.2 Industrializao de Ciclo Aberto

    Segundo RODRIGUES (2009) o principio de industrializao de ciclo aberto

    produzir elementos construtivos "polivalentes", isto , com possibilidade de serem utilizados

    na construo de organismos arquitetnicos tipos, categorias e portes diversos.

    BAPTISTA (2005) comenta que os elementos assim produzidos podero ser

    combinados entre si numa grande variedade de modos, gerando os mais diversos edifcios e

    satisfazendo uma larga escala de exigncias funcionais e estticas. preciso, porm, que os

    componentes feitos dos mais diversos materiais possuam as caractersticas bsicas de um

    sistema aberto, ou seja, devem ser:

    a) Substituveis por outros de diferentes origens.

    b) Intercambiveis para que possam assumir diferentes posies dentro de uma mesma

    obra.

    c) Combinveis para formarem conjuntos maiores (aditividade de termos).

    d) Permutveis por uma pea maior ou por um nmero de peas menores.

    Segundo PEREIRA (2005) a tendncia de industrializao de ciclo aberto e a poltica

    de produo de componentes deram margem ao aparecimento, no final da dcada de 1980 e

    incio dos anos 1990, daquilo que se convencionou chamar na Europa de a "segunda gerao

    tecnolgica" no campo da industrializao da construo. Os sistemas construtivos de ciclo

    aberto, ou seja, aqueles constitudos em suas partes fundamentais pelo emprego de elementos

    pr-fabricados de vrias procedncias passaram a ser a marca desta segunda gerao.

    Salas (1981 apud PIGOZZO et al. 2005) comenta que costumam ser caractersticas

    definidoras dos sistemas abertos de pr-fabricao:

    a coordenao dimensional que possibilite unir o maior nmero de elementos e

    produtos de distintas procedncias;

    o catlogo de elementos padronizados, que possibilita ao usurio uma

    informao exaustiva sobre o produto, de modo a facilitar o seu emprego;

    o raio de ao tanto maior quanto mais especficos sejam os elementos pr-

    fabricados;

  • 23

    a flexibilidade dos processos de produo, de modo a atender encomendas de

    produtos especiais, tirando de linha produtos que se tornaram obsoletos, combatendo a

    tendncia de fechamento paulatino do processo etc.

    a montagem dos componentes pr-fabricados por terceiros, j que os

    fabricantes preferem se responsabilizar, sobretudo, pelo bom comportamento de seus

    produtos;

    a possibilidade de manter elementos de catlogo em estoque, especialmente se

    ocupam pouco volume.

  • 24

    4 METODOLOGIAS E ETAPAS

    Com base em estudos de livros e autores do assunto em questo, reunindo informaes

    extradas de sites e revistas, foi proposta a seguinte metodologia para o desenvolvimento da

    pesquisa:

    01 Reviso Bibliogrfica sobre a construo industrializada e sobre sistemas

    construtivos industrializados.

    02 Levantamento do processo construtivo de dois sistemas distintos, o steel frame e

    o concreto PVC.

    03 Comparao entre os sistemas construtivos.

    04 Analise de qual sistema se torna mais vivel dentro dos parmetros estabelecidos

    pelo trabalho.

  • 25

    5 SISTEMAS CONSTRUTIVOS INDUSTRIALIZADOS

    Tradicionalmente, entende-se como elementos industrializados desde as peas mais

    simples at os diferentes painis, lajes de piso etc. A derivao qualitativa do conceito de

    elemento at o de componente sugere a individualizao das partes de uma edificao em sub-

    sistemas, tais como cobertura, vedaes, fundaes e estruturas. Os sub-sistemas, constitudos

    como agrupamentos de elementos, tendem a ser unidades auto-suficientes de desenvolvimento

    e agregao, unidades funcionalmente unitrias e independentes entre si, com respeito

    funo e possibilidades de desenvolvimento. Dentro desta viso, o componente construtivo

    seria resultado da decomposio do organismo arquitetnico em unidades auto-suficientes ou

    unidades de projeto. Sendo assim, o significado adquirido pela expresso "sistema

    construtivo" em nossos dias equivale ao conjunto de componentes entre os quais se possa

    atribuir ou definir uma relao, coordenados dimensionalmente e funcionalmente entre si,

    como estrutura organizada (PEREIRA, 2005).

    A seguir so apresentados alguns sistemas construtivos industrializados.

    5.1 Paredes de Concreto

    Os construtores tm encarado a moldagem in loco de paredes de concreto como a

    alternativa industrializada mais vivel para a produo de unidades habitacionais em larga

    escala. Alta produtividade, custos competitivos e familiaridade com material e processo de

    execuo so fatores importantes na escolha dessa soluo tecnolgica (FARIA, 2009).

    Segundo CESTA (2008), na poca dos estudos o sistema se mostrou mais competitivo

    em comparao com o steel frame e com as paredes pr-moldadas. O pr-moldado demanda

    equipamentos para movimentao das peas. O custo do ao e do material de preenchimento

    do steel frame era invivel para um produto destinado a camadas de menor poder aquisitivo.

    A aceitao dos consumidores outro aspecto importante. Os compradores acreditam que a

    solidez das paredes monolticas transmite maior sensao de segurana. O steel frame uma

    soluo tcnica fantstica, mas no atende cultural e financeiramente a esse pblico.

    Executadas com concreto celular auto-adensvel, as unidades so produzidas pela

    Rodobens Negcios Imobilirios razo de uma a cada dois dias. As frmas de alumnio

    (figura 2), adquiridas pela empresa, podem ser utilizadas 1.500 vezes (FARIA, 2009).

  • 26

    Figura 2 - Frmas de plstico para paredes de concreto

    Fonte: Revista Tchne edio 136

    5.2 Casas de Madeira - Light wood frame

    Um dos materiais mais comuns empregados na construo de casas norte-americanas e

    canadenses, a madeira ainda sofre, no Brasil, resistncia cultural por parte da populao. Os

    testes realizados nos laboratrios, porm, atestam o bom desempenho do material em itens

    como durabilidade, resistncia, conforto trmico e acstico. Observadas as questes de

    projeto, de tratamento adequado e de manuteno, so moradias previstas para 50 anos.

    Solues construtivas industrializadas com o material tm potencial de uso em construes

    em larga escala de condomnios econmicos, sobretudo os prximos a regies madeireiras

    (FARIA, 2009).

    STAMATO (2008) comenta que a madeira foi muito utilizada pelos nossos arquitetos

    em meados do sculo XX, quando foram erguidas diversas estruturas em arcos lamelares e

    prticos. Mas, a partir da dcada de 1970, essa tecnologia comeou a se perder por aqui,

    enquanto que no resto do mundo as estruturas de madeira continuaram evoluindo.

    A Universidade Federal de Santa Catarina desenvolveu e avaliou, em parceria com a

    iniciativa privada, um sistema construtivo leve chamado "Sistema Plataforma". Composto por

    painis estruturais revestidos e estruturados em madeira, o sistema suporta os esforos

    verticais e horizontais sem apoio de vigas e colunas tradicionais. O "esqueleto" dos painis

    feito de rguas de seo 4 cm x 8 cm e fechado com chapas de OSB ou madeira compensada.

    Como as paredes de steel frame ou drywall, preenchida com material isolante trmico e

    absorvente acstico e tem as instalaes eltricas e hidrulicas embutidas (FARIA, 2009).

  • 27

    NETO (2008) diz que a dificuldade de visualizar a madeira como soluo interessante

    para a construo de residncias nas cidades brasileiras no deixa de ser paradoxal. A

    indstria de reflorestamento nacional uma das mais competitivas no mundo. Alm disso, h

    disponibilidade de reas para reflorestamento praticamente do Oiapoque ao Chu.

    O sistema ainda no foi utilizado em larga escala, mas no prottipo construdo junto

    com a fabricante Batistella, os pesquisadores conseguiram erguer uma casa de 40 m em 30

    dias com uma equipe de trs pessoas. Em um sistema mais industrializado de produo, a

    habitao possa ser produzida entre dez e 15 dias. O sistema pode ser utilizado, com

    segurana estrutural, em edifcios de at quatro pavimentos. A figura 3 mostra uma residncia

    de dois pavimentos construda no sistema Light Wood Frame (FARIA, 2009).

    Figura 3 - Casa construda com o sistema Light Wood Frame Fonte: Revista Tchne edio 136

    Uma outra forma de tornar a construo mais rpida, ou seja, mais produtiva

    pensando na produo de kits eltricos e hidrulicos.

    As construtoras que pretendem ser competitivas no segmento residencial econmico

    devem pensar tambm na industrializao das instalaes eltricas e hidrulicas.

    Diferentemente das construes de mdio e alto padro, os projetos padronizados possibilitam

    essa soluo. Com ambientes de dimenses conhecidas, fabricantes de fios e cabos, por

    exemplo, conseguem montar chicotes eltricos para cada uma das unidades (BARBOZA,

    2009).

    Segundo FARIA (2009), dependendo da familiaridade da construtora com processos

    industrializados de produo, possvel reduzir em at 15% a mo-de-obra necessria para a

  • 28

    execuo das instalaes hidrulicas de um apartamento (figura 4). Atualmente, pr-

    montamos as instalaes dos ramais dos edifcios de mdio e alto padro, mas em geral as

    prumadas ainda so artesanais. Quando a obra permite, as prumadas so pr-numeradas e pr-

    montadas. Apenas barriletes e instalaes especiais so montados no local, porque no h

    repetio.

    Figura 4 - Fabricao de Kits hidrulicos Fonte: Revista Tchne edio 136

    5.3 Blocos de EPS

    O poliestireno expandido (EPS) foi descoberto em 1949 na Alemanha, e introduzido

    na construo civil pouco tempo depois. Por ser um plstico celular rgido composto por

    praticamente 98% de ar, o EPS um material muito leve, resistente e de alto potencial termo-

    acstico. So diversas as aplicaes do EPS na construo civil, entre elas a utilizao como

    bloco para a construo civil, conforme figura 5 (BARBOSA e SILVA, 2009).

    REIS (2008) comenta que a construo em larga escala de habitaes do segmento

    econmico pode viabilizar o uso de tecnologias baseadas em materiais alternativos para

    alvenaria. o caso, por exemplo, dos blocos de EPS vazados que, armados e preenchidos

    com concreto, iro compor o fechamento da unidade residencial. A tecnologia de origem

    alem e existe h 30 anos no exterior.

    Faria (2008) comenta que o primeiro contrato para produo de casas em larga escala

    foi firmado com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado

    de So Paulo) para a execuo de 152 unidades de 51 m cada em Bocaina, interior de So

    Paulo. Antes disso, algumas obras j haviam sido executadas no Pas com a tecnologia, entre

    elas uma escola em Bocaina (SP), o prdio de uma universidade em Rio Claro (SP),

  • 29

    instalaes administrativas em So Paulo. Ainda segundo Faria (2009) com uma equipe de

    quatro pessoas, pode-se construir uma casa de 45 m em at sete dias. As casas de Bocaina,

    por exemplo, custaro CDHU cerca de quatrocentos e cinqenta reais o metro quadrado.

    Segundo REIS (2008). Coberta com uma camada de chapisco rolado, a superfcie de

    EPS do bloco pode receber qualquer tipo de revestimento. Os blocos podem ser utilizados em

    edifcios de at 12 pavimentos. O consumo mdio de concreto, com o sistema, de 1 m para

    cada 17 m de parede.

    Figura 5 - Construo de casas com blocos de EPS Fonte: Revista Tchne edio 136

    5.4 Painis cermicos pr-fabricados

    O sistema construtivo consiste na utilizao de painis pr-fabricados com blocos

    cermicos furados, unidos com argamassa, reforados com concreto armado em seu permetro

    e revestidos nas duas faces com argamassa de cimento, cal e areia conforme mostra a figura 6.

    Os painis verticais formam as paredes da edificao e apresentam capacidade de receber as

    cargas da cobertura. Os painis de paredes vem de fbrica j com a impermeabilizao da sua

    base; podendo conter tambm janelas, portas, instalaes eltricas e hidrulicas. As

    instalaes so complementadas em obra, feitas s colocaes dos revestimentos cermicos e

    as pinturas de finalizao (BARTH et al. 2006).

    FARIA (2008) menciona que as instalaes hidrulicas e eltricas so embutidas. A

    ligao mecnica entre os painis realizada com soldas de barras e chapas de ao especial e

    as juntas so protegidas da infiltrao de gua de chuvas ou de reas molhveis com selantes

    flexveis. A tecnologia pode ser utilizada na produo de casas trreas e sobrados.

    Segundo BERGAMASCHI (2008), as peas podem ser produzidas no prprio canteiro

    ou confeccionadas na fbrica e transportadas at a obra. Caso a primeira opo seja a mais

  • 30

    vivel para o empreendimento, necessria uma rea de 100 m x 15 m para a instalao da

    pista de produo. A empresa fornece a ponte rolante e as frmas e a construtora entra com o

    caminho-guindaste.

    BARTH (et al. 2006) comenta que os painis so produzidos em mesas metlicas

    horizontais e desmoldados aps 72 horas. A manipulao dos mesmos realizada com grua

    ou caminho com lana telescpica, cujo balancim fixado nos insertes de ao, posicionados

    nas suas quatro extremidades, permitindo o seu armazenamento na posio vertical ou na

    lateral com ngulo de inclinao de aproximadamente 75. Os painis so armazenados na

    fbrica durante 14 dias de modo a adquirir a resistncia mecnica necessria ao processo de

    montagem da edificao.

    Segundo FARIA (2008) a produtividade mdia com o sistema de trs casas por dia,

    sendo necessria uma equipe de cinco pessoas para a montagem das casas e de outras 48 para

    a produo dos painis.

    De acordo com BERGAMASCHI (2008), para que o uso da tecnologia seja

    economicamente vivel em empreendimentos do segmento econmico, a rea construda

    mnima deve ser de 10 mil m, equivalentes a 250 casas de 40 m, em mdia.

    Os painis pr-fabricados podem receber diferentes tipos de revestimentos e pinturas,

    desde uma pintura a base de PVA, massa corrida, massa texturizada, pintura acrlica ou

    pintura epxi no caso de cozinhas e banheiros. Os revestimentos de banheiros e a parede da

    cozinha onde est localizada a pia podem tambm ser realizados com azulejos at a altura do

    teto, recobrindo totalmente as juntas entre os painis. As juntas entre os azulejos pode ser com

    3 a 13mm de espessura, de acordo com o padro compositivo adotado. Os pisos, por serem

    realizados de forma convencional, podem receber os revestimentos usuais na construo de

    casas.

    O preo de venda do metro quadrado das casas varia entre R$ 450,00 por metro

    quadrado a R$ 600,00 por metro quadrado, dependendo da sofisticao do acabamento

    interno das unidades. Desde o ano 2000, aproximadamente oito mil unidades j foram ou

    esto sendo executadas com a tecnologia (FARIA, 2008).

  • 31

    Figura 6 - Fabricao de painis cermicos Fonte: Revista Tchne edio 136

    5.5 Frmas tipo Banche

    Sergus Construtora desenvolveu o sistema construtivo com frmas tipo banche, que

    permite produzir edifcios multipiso com paredes de concreto em dois ciclos de concretagem

    por pavimento. Ele composto por frmas metlicas (paredes) e chapas de madeira (lajes)

    (FARIA 2008).

    Segundo o IPT (2007) a tecnologia consiste na moldagem de paredes e lajes de

    concreto armado, adotando-se frmas metlicas denominadas banche (figura 7), para a

    execuo das paredes, e frmas de madeira denominadas tablados, para execuo das lajes.

    FARIA (2008) comenta que o sistema dispensa escoramento, pois as vigas de

    sustentao das chapas das lajes so apoiadas nas paredes estruturais anteriormente

    concretadas. A espessura mnima das paredes de 12 cm; a das lajes de 8 cm. Ambas so

    armadas com telas de ao soldadas CA 60, com reforos localizados em barras e trelias de

    ao CA 50 ou CA 60, de acordo com o projeto estrutural.

    A racionalizao abrange ainda a adoo de shafts1 para as prumadas hidrulicas e

    eltricas, montagem de eletrodutos e caixas de ligao antes da concretagem das paredes e

    lajes, prvia instalao de marcos de portas e contramarcos de caixilhos ou, eventualmente, de

    gabaritos para definio de vos de portas e janelas. Para introduo de ramais de gua e

    1 O shaft um espao de construo vertical por onde passam as instalaes hidrulicas e sanitrias do banheiro.

  • 32

    esgoto de pequenos dimetros so previstos canais definidos por negativos fixados nas

    frmas das paredes (IPT, 2007)

    Segundo FARIA (2008), o sistema possibilita grande variedade de layout s unidades,

    j que as frmas usadas para as paredes e para as lajes so independentes. As frmas

    metlicas suportam at 500 utilizaes. Para sua movimentao, necessria a instalao de

    uma grua no canteiro. Para eventuais reparos e manutenes, recomenda se reservar no

    canteiro uma rea livre de cerca de 100 m.

    Figura 7 - Frmas tipo banche Fonte: Revista Tchne edio 136

    5.6 Sistema Techouse

    Sistema Techouse, um conjunto de painis-sanduche, cada um formado por duas

    placas de concreto estruturadas com malhas e vigas de ao eletrossoldadas e preenchidas com

    instalaes eltricas e hidrulicas e EPS (figura 8). Os painis so unidos e fixados por meio

    de encaixes autotravantes nas bordas das placas. Sua montagem exige a presena de um

    caminho-guindaste para o transporte das peas no canteiro (FARIA, 2008).

  • 33

    Figura 8 - Construo em sistema Techouse Fonte: Revista Tchne edio 136

    5.7 Tilt-up

    O precursor do tilt-up foi o arquiteto construtor americano Robert Aiken, que em 1909

    experimentou a novidade na construo do frontal da Igreja Metodista em Zion-Illinois, nos

    Estados Unidos. Ele construiu a parede pr-moldada de concreto sobre um estrado, que depois

    foi elevado por uma plataforma basculante, levando-a at a posio final (FARIA, 2008).

    Segundo CATEP (2009), conhecida h pelo menos sessenta anos e aplicada numa

    escala que ronda os 15% das construes industriais em territrio norte americano.

    Aps a Segunda Guerra Mundial, o tilt-up evoluiu e passou a ser muito empregado nos

    Estados Unidos em galpes industriais. Com o surgimento das mquinas de iamento e das

    grandes centrais de concreto, na dcada de 50, o mtodo tomou impulso e hoje referncia

    em sistema construtivo (FARIA, 2008).

    Segundo a ABESC (2009) o sistema baseia-se na fabricao de placas de concreto de

    grandes dimenses, autoportantes, que tm funo estrutural e de fechamento. Essas paredes

    podem apresentar as mais variadas formas e texturas, so moldadas em concreto armado e

    executadas no prprio canteiro de obras, utilizando a superfcie do piso como frma na

    posio horizontal conforme mostra a figura 9.

    De acordo com FARIA (2008), o tilt-up eficiente porque no exige transporte,

    otimiza o canteiro, as frmas so reutilizveis e permite os mais variados desenhos,

    dimenses e formas. Se comparado ao pr-moldado industrializado, possibilita a

  • 34

    personalizao do produto com a insero de frisos ou relevos variados e o envolvimento do

    projetista no sistema. A montagem mais segura do que o processo tradicional, porque no

    usa andaimes e os operrios no ficam pendurados.

    Um dos principais destaques do sistema tilt-up sua imensa versatilidade e a

    possibilidade de ser utilizado em qualquer tipo de construo, seja industrial, comercial ou

    residencial (ABESC, 2009).

    FARIA (2008) aponta a versatilidade de acabamentos externos como mais uma

    qualidade do sistema. " possvel agregar desde cermica at pedra", explica. Mas 99% das

    obras so acabadas com pinturas lisas ou texturizadas, facilmente obtidas com a aplicao de

    tinta diretamente no painel, ou com a incorporao de formliners estampados, alm disso o

    sistema tilt-up permite expanses e mudanas de layout de maneira simples, mediante o

    deslocamento de painis ou a abertura de vos, por meio do corte do painel, sem demolies e

    remendos.

    Outra vantagem importante para trabalhar com o tilt-up, alm da economia e fcil

    manuteno, o fato de que, por no utilizarmos frmas de madeira, h um ganho ambiental a

    ser considerado (SEIXAS, 2009).

    FARIA (2008) argumenta que alm das vantagens acima, o tilt-up limpo, pois no

    desperdia madeira e concreto (que vem dosado), gerando baixo resduo; racional, porque

    um sistema planejado e proporciona ganhos em espao interno; rpido entre fabricao e

    montagem das peas, possvel formar a caixa do prdio em quatro a cinco semanas; e

    econmico, uma vez que feito em canteiro, com mo-de-obra local e no-especializada, e

    no requer o recolhimento de IPI nem de ICMS.

  • 35

    Figura 9 - Construo no sistema Tilt-up Fonte: Revista Tchne edio 136

  • 36

    6 APRESENTAO DOS SISTEMAS STEEL FRAME, CONCRETO PVC E

    SISTEMA CONVENIONAL.

    A aplicao dos diversos sistemas construtivos existentes esta intimamente ligada

    tipologia da edificao. Neste trabalho sero abordados os sistemas steel frame, concreto PVC

    e sistema convencional.

    6.1 Steel frame

    O ao tem sido utilizado como um material de varias aplicaes, com alto desempenho

    e adaptvel s mais severas condies de servios. Devido as suas caractersticas, tem

    substitudo outros materiais em vrios setores industriais.

    Produzido no parque siderrgico brasileiro e integrado com outros componentes

    industrializados, o ao agora, empregado no sistema steel frame, substitui com vantagens

    tcnicas, econmicas e ambientais, materiais como tijolos, madeiras, vigas e pilares de

    concreto; proporcionando um salto qualitativo no processo produtivo e posicionando a

    indstria nacional de construo civil de uma forma mais competitiva frente a um mercado

    globalizado (HERNANDES, 2009).

    O sistema construtivo steel-frame tem sido muito utilizado em diversos pases,

    principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra. Por sculos os norte-americanos

    utilizaram a madeira como principal material de construo para as edificaes residenciais.

    No entanto, o grande aumento dos preos, devido escassez desse material na natureza, levou

    esses construtores a buscarem alternativas de produtos que substitussem a madeira.

    De acordo com JARDIM e SOUZA (2007 apud MACHADO, 2008), em 1998,

    comearam a ser implantadas, no Brasil, as primeiras construes no processo steel frame,

    dando prosseguimento necessidade de um produto industrializado e as vantagens intrnsecas

    desse processo construtivo frente ao sistema tradicional; portanto, podemos considerar que

    um produto tecnolgico novo no pas.

    Os perfis formados a frio de paredes finas ganharam grande aplicabilidade,

    substituindo a madeira nas construes residenciais principalmente devido aos seguintes

    fatores: baixos preos, qualidade homognea, similaridades com o sistema de Wood-Frame,

    alto desempenho estrutural, baixo peso, produo em massa, facilidade de pr-fabricao,

    entre outros. A figura 10 ilustra uma edificao residencial sendo construda utilizando o

    sistema steel-frame.

  • 37

    Figura 10 - Construo em sistema steel frame Fonte: Revista Tchne edio 136

    Apesar do steel frame e o Dry-Wall serem visualmente semelhantes, conceitualmente

    apresentam caractersticas bem distintas. O steel frame a conformao do esqueleto

    estrutural composto por painis em perfis leves, com espessuras nominais usualmente

    variando entre 0,80mm 2,30mm e revestimento de 180g/m para reas no marinhas e

    275g/m para reas marinhas, em ao galvanizado, projetados para suportar todas as cargas da

    edificao. J o Dry-Wall um sistema de vedao, no estrutural, que utiliza ao

    galvanizado em sua sustentao, com espessura nominal de 0,50mm, com necessidade de

    revestimento de Zinco menor do que o steel frame (mdia mundial de 120g/m) e que

    necessita de uma estrutura externa ao sistema para suportar as cargas da edificao (JARDIM

    e SOUZA, 2007 apud MACHADO, 2008).

    A aplicao desse sistema permite a reduo de custo atravs da otimizao do tempo

    de fabricao e montagem da estrutura, pois permite a execuo de diversas etapas

    concomitantemente, por exemplo, enquanto as fundaes so executadas no canteiro de obra,

    os painis das paredes so confeccionados em fbrica. Outra caracterstica inerente ao sistema

    a diminuio do carregamento na fundao, possibilitando um barateamento desta etapa

    devido ao baixo peso da estrutura metlica. (CBCA, 2003 apud MACHADO, 2008).

    MORIKAWA (2006) comenta que a preparao do mercado nacional para a chegada

    do sistema construtivo steel frame passa, necessariamente, por trs vertentes de

    desenvolvimento, so elas: a cadeia produtiva, o agente financiador e a normatizao, direta

    ou indiretamente, na construo, por exemplo, perfil de ao, fechamento interno e externo,

  • 38

    parafusos, isolamento trmico e acstico, revestimento externo, esquadrias, instalaes e

    acabamentos. A cadeia produtiva formada por todas as empresas que possuem produtos que

    so aplicados.

    O steel frame possui algumas vantagens, como reduo em 1/3 os prazos de

    construo quando comparada com o mtodo convencional, o alvio nas fundaes, devido ao

    reduzido peso e uniforme distribuio dos esforos atravs de paredes leves e portantes,

    proporciona custo de 20% a 30% por metro quadrado inferior ao convencional, desempenho

    acstico atravs da instalao da l de rocha e l de vidro entre as paredes e forro, facilita a

    manuteno de instalaes hidrulica, eltrica, ar condicionado, gs, custos diretos e indiretos

    menores, devido aos prazos reduzido e inexistncia de perdas comuns nas construes

    convencionais, o ao o nico material que pode ser reaproveitado inmeras vezes sem nunca

    perder suas caractersticas bsicas de qualidade e resistncia. No por acaso, o ao, em suas

    vrias formas, o material mais reciclado em todo o mundo, por conta de suas caractersticas

    naturais, o ao no sofre o ataque de cupins. A estrutura do telhado em ao galvanizado,

    portanto, elimina qualquer necessidade de tratamento e despesas de manuteno, devido sua

    comprovada resistncia, o ao capaz de vencer grandes vos, eliminando colunas e paredes

    intermedirias. Com isso, oferece maiores espaos e confere flexibilidade na concepo e

    execuo de projetos,

    6.1.1 Fundaes

    A soluo mais empregada para fundaes, quando se fala de habitaes econmicas

    o radier.

    O radier um tipo de fundao rasa, constituda de uma laje em concreto armado com

    a cota bem prxima da superfcie do terreno, na qual toda estrutura se apia.

    O sistema steel frame por ser um sistema autoportante, a fundao deve estar

    perfeitamente nivelada e em esquadro, permitindo a correta transmisso das aes da

    estrutura.

    6.1.2Estrutura

    De uma maneira geral, qualquer edificao necessita de um sistema estrutural que

    possibilite mant-la estvel e em condies normais de utilizao quando sujeita a diversas

    aes.

  • 39

    O sistema steel frame uma proposta para racionalizar a concepo da estrutura da

    edificao utilizando-se perfis dobrados a frio. As chapas tm entre 0,8 mm e 3,0 mm de

    espessura, sendo a mais utilizada a de espessura de 0,95 mm.

    O sistema steel frame composto basicamente por trs tipos de subestruturas: os pisos

    estruturais, as paredes estruturais e o sistema de cobertura. Na figura 11 apresenta-se uma

    ilustrao bsica, de cada uma dessas subestruturas componentes do sistema, j detalhando

    alguns de seus elementos.

    Figura 11 - Subestruturas do sistema steel frame Fonte: Centro Brasileiro de Construo em Ao

    Segundo JUNIOR (2004) as subestruturas de piso so basicamente compostas por

    vigas apoiadas sobre as paredes estruturais, vencendo os vos entre elas. As cargas aplicadas

    sobre essas vigas so os carregamentos permanentes e acidentais de pisos, e os modelos

    estruturais geralmente utilizados para o dimensionamento desses elementos, so os de viga bi-

    apoiada ou viga contnua. A figura 12 ilustra o apoio dessas vigas sobre paredes centrais,

    enquanto a figura 13 mostra em detalhe como as vigas se apiam em paredes laterais.

  • 40

    Figura 12 - Vigas apoiadas sobre paredes centrais Fonte: Centro Brasileiro de Construo em Ao

    Figura 13- Viga apoiada sobre parede lateral Fonte: Centro Brasileiro de Construo em Ao

    Outra subestrutura do sistema construtivo steel frame so as paredes estruturais, que

    basicamente compostas por montantes, que suportam as vigas de piso. No entanto, os detalhes

    construtivos para esses elementos so inmeros, sempre ligados arquitetura das edificaes

    contendo aberturas de janela, portas e ventilao. Os carregamentos atuantes so oriundos do

    apoio das vigas de piso. Os montantes das paredes externas tambm esto sujeitos ao

    carregamento de vento, que atua diretamente sobre as paredes. Logo, esses elementos

    estruturais so dimensionados como se fossem colunas sujeitas a carregamentos de

    compresso e flexo. As figuras 14, 15 e 16 ilustram respectivamente detalhes da conexo

    desses elementos estruturais com as fundaes, com os revestimentos e entre duas paredes.

  • 41

    Figura 14 - Detalhes da conexo dos elementos estruturais com a fundao Fonte: Centro Brasileiro de Construo em Ao

    Figura 15 - Detalhes da conexo dos elementos estruturais com o revestimento Fonte: Centro Brasileiro de Construo em Ao

    Figura 16 - Detalhes da conexo dos elementos estruturais entre duas paredes Fonte: Centro Brasileiro de Construo em Ao

    Por ltimo, tem-se a subestrutura de cobertura. Basicamente, essas subestruturas so

    compostas de trelias e/ou caibros vencendo os vos de telhado como mostra a figura 17.

  • 42

    Figura 17 - Subestrutura de cobertura Fonte: Centro Brasileiro de Construo em Ao

    Os perfis so fixados entre si, atravs de parafusos autobrocantes, compondo painis

    de paredes, lajes de piso/forro e estrutura de telhado. Constituindo dessa forma, um conjunto

    monoltico de grande resistncia e apto a absorver as cargas e esforos solicitados pela

    edificao e agentes da natureza como vento e chuva (figura 18).

    Figura 18 - Estrutura em steel frame Fonte: Revista Tchne edio 137

  • 43

    6.1.3 Fechamento e revestimento

    Para o revestimento e fechamento da estrutura de ao, so mais utilizados atualmente

    trs tipos de painis: as placas cimenticias (figura 19), os painis de madeira, comercialmente

    denominados OSB, e as placas de gesso acartonado.

    Segundo JUNIOR (2004) as placas cimentcias so placas delgadas de concreto,

    fabricadas a partir de argamassas especiais contendo aditivos e uma elevada porcentagem de

    cimento. Geralmente so confeccionadas a partir de moldes metlicos, utilizando a mesma

    tecnologia do concreto pr-moldado.

    Figura 19 - Construo com fechamento de placa cimentcia Fonte: Fonte: Revista Tchne edio 136

    Como componentes dos fechamentos externos, podemos citar as placas OSB (Oriented

    Strand Board), um tipo de painel de madeira fabricado com trs a cinco camadas de tiras de

    madeira reflorestada, cruzadas perpendicularmente, prensadas e unidas com resinas como

    mostra a figura 20 (TECHNE 2009).

    Figura 20 - Placas OSB Fonte: Revista Tchne edio 136

  • 44

    Segundo FARIA (2008) as chapas de gesso acartonado comearam a ser produzidas

    no Brasil, no inicio da dcada de 1970. O produto foi inventado nos Estados Unidos por

    Augustine Sackett, ainda no final do sculo 19, mais s na dcada de 1940 se disseminou seu

    uso em divisrias internar de casas e escritrios.

    O gesso acartonado fabricado a partir do minrio de gesso ou Gipsita, em duas fases.

    Na primeira fase feita a moagem e a calcinao da Gipsita, enquanto que a segunda etapa

    consiste na fabricao dos painis propriamente ditos, como mostra a figura 21 (JUNIOR

    2004).

    Figura 21 - Processo de fabricao de gesso acartonado Fonte: Pereira 2004

    No steel frame, podemos dividir o sistema de vedao vertical em trs partes: a

    primeira corresponde aos fechamentos externos (figura 22) que delimitam as reas molhveis;

    a segunda refere-se aos isolantes trmicos e acsticos, que so colocados entre as placas e

    entre os montantes e, por ltimo, os fechamentos internos, instalados nas reas secas ou

    midas, mas no molhveis.

  • 45

    Figura 22 - Fechamento de parede em steel frame Fonte: Revista Tchne edio 139

    6.1.4 Instalaes sanitrias, hidrulicas e eltricas.

    As instalaes eltricas, hidrulicas e sanitrias, conforme mostra a figura 23, para

    edificaes com sistema construtivo steel frame so as mesmas utilizadas em edificaes

    convencionais e apresentam o mesmo desempenho, no variando em razo do sistema

    construtivo. Assim, os materiais empregados e princpios de projeto tambm so os mesmos

    aplicados em edificaes convencionais e, portanto, as consideraes para projeto,

    dimensionamento e uso das propriedades dos materiais no divergem do tratamento

    tradicional nessas instalaes.

    Figura 23 - Paredes em steel frame com instalaes eltricas e hidrulicas Fonte: Revista Tchne edio 141

    6.1.5 Cobertura

    A cobertura destina-se a proteger as edificaes da ao das intempries. Pode ser

    vista tambm como um dos elementos de importncia esttica do projeto, merecendo, por

    isso, materiais que atendam tanto ao desempenho tcnico como s exigncias arquitetnicas.

    A definio da cobertura da edificao depende, entre outros fatores, de: dimenses dos vos

  • 46

    que devero ser vencidos; aes da natureza; opes arquitetnicas e estticas; condies

    locais e a relao custo-benefcio. (TCHNE, 2009)

    De um modo geral, os elementos das coberturas so a vedao propriamente dita

    (telhas), que pode ser de diversos materiais, a armao ou conjunto de elementos que do

    suporte cobertura, como as ripas, caibros, teras, tesouras, trelias, elementos de

    contraventamento e o sistema de escoamento das guas pluviais, como condutores, calhas e

    rufos.

    Construtivamente, as coberturas prprias para steel frame possuem as mesmas

    caractersticas e princpios das estruturas convencionais. Portanto, podem ser utilizadas com

    telhas metlicas, cermicas, fibrocimento e shingle, entre outras. As coberturas prontas para

    steel frame, por sua leveza e versatilidade, podem ser utilizadas em edificaes de sistemas

    construtivos tradicionais (figura 24) e so capazes de vencer grandes vos, inclusive podem

    ser empregadas em galpes e edificaes de usos gerais de servios.

    Para executar estruturas de coberturas de steel frame utilizam-se os mesmos perfis de

    ao galvanizado empregados na estrutura das paredes, que so os perfis U e Ue, com alma de

    90 mm, 140 mm ou 200 mm de altura. O conceito de alinhamento das cargas, empregado na

    execuo do restante da estrutura da construo, deve valer tambm para a cobertura. Os

    perfis metlicos devem se posicionar entre si de tal forma que gerem o mnimo de

    excentricidade e transmitam as aes citadas sem gerar efeitos substanciais de segunda ordem.

    Para tanto, construtivamente, os perfis que compem a tesoura, trelia ou conjunto de caibros

    devem ter suas almas alinhadas s almas dos montantes das paredes que as suportam, para que

    os esforos no produzam efeitos no avaliados no dimensionamento.

  • 47

    Figura 24 - Estrutura de cobertura em steel frame para edificao convencional Fonte: Revista Tchne edio 147

    6.2 Sistema Concreto PVC

    O PVC obtido a partir de 57% de insumos provenientes do sal marinho ou da terra

    (sal-gema), e 43% de insumos provenientes de fontes no renovveis, como o petrleo e o gs

    natural. Estima-se que somente 0,25% do suprimento mundial de gs e petrleo so

    consumidos na produo do PVC. H estudos e tecnologia disponvel para a substituio dos

    derivados de petrleo e gs por lcool vegetal (cana-de-acar e outros) em sua fabricao.

    Alm disso, o PVC um material que consome pouca energia e gera pouco resduo na sua

    fabricao, reduzindo custos de operao e manuteno na sua aplicao (BRASKEN, 2009).

    O sistema formado por perfis leves e modulares de PVC e preenchido com

    concreto e ao, resultando em um produto de elevada resistncia e com inmeras qualidades

    construtivas. O concreto PVC oferece alta produtividade, uma vez que facilita a administrao

    de materiais, mo-de-obra e transporte. Proporciona uma construo rpida e limpa, evita

    desperdcios e reduz o impacto, alm do PVC ser um produto reciclvel. A figura 25 ilustra

    uma indstria que foi construda com o sistema concreto PVC.

  • 48

    Figura 25 - Indstria construda em concreto PVC Fonte: Revista Tchne edio 139

    O sistema construtivo concreto PVC foi desenvolvido no Canad para projetar e

    construir, de forma industrializada, vrios tipos de edificaes de at cinco pavimentos. As

    primeiras casas construdas no Brasil com a tecnologia PVC+Concreto foram as 130 unidades

    em um condomnio em Canoas (RS) entre 2001 e 2002. Entre as obras industriais, comerciais

    e residenciais, j foram construdos por aqui mais de setenta mil metros quadrados com a

    tecnologia (FARIA, 2008).

    Segundo GOMES (2008), a versatilidade do sistema possibilita aplicaes tanto em

    construes mais simples, a exemplo de casas populares e Mdulo Sanitrio unifamiliar,

    como em projetos mais complexos, a exemplo de estaes de tratamento de esgoto compactas

    galpes para uso industrial e comercial, prdios de at cinco pavimentos e imveis de alto

    padro.

    O concreto PVC possui algumas caractersticas que lhe conferem vantagens sobre os

    outros sistemas, as placas de PVC antes da concretagem so leves, cerca de 1,4g/cm, o que

    facilita seu manuseio e aplicao.

    O PVC um material resistente ao de fungos, bactrias, insetos e roedores,

    maioria dos reagentes qumicos, um bom isolante trmico, eltrico e acstico, slido e

    resistente a choques, impermevel a gases e lquidos, s intempries tais como sol, chuva,

    vento e maresia. Sua vida til em construes superior a 20 anos, no propaga chamas, por

    ser auto-extinguvel. O PVC um material reciclvel e reciclado, fabricado com baixo

    consumo de energia.

  • 49

    6.2.1 Fundaes

    No concreto PVC muito aconselhvel o radier, ou base de concreto, que deve estar o

    mais liso possvel na rea aonde os painis vo se apoiar. Tambm importante o nvel do

    radier j que os painis vo copiar todas as irregularidades do piso, projetando-o para a parte

    superior dos mesmos.

    Aps a base j estar pronta, demarca-se com giz o layout da casa fixando as barras de

    ancoragem e pregando guias que iro auxiliar na montagem dos painis conforme mostra a

    figura 26.

    Figura 26 - Guias e barras de ancoragem. Fonte: Construo Plstica

    6.2.2 Estruturas

    No sistema concreto PVC a estrutura formada pelos prprios painis preenchidos

    com concreto, o sistema fixado na fundao atravs de barras de ancoragem, colocadas a

    cada dois metros e meio em mdia, como superestrutura so usados reforos (figura 27).

    Normalmente estes reforos so colocados nos lados de cada janela e porta (figura 28),

    mas tambm so montados nos encontros das paredes e nos cantos da casa. Estes reforos so

    barras de ao de 8 mm de dimetro com o seu comprimento igual altura do p direito, por

    exemplo: 2,60m cada um. A colocao destes reforos muito simples, s largar dentro da

    parede junto s janelas e portas.

    Quando comear a concretagem deve-se ter em conta o fato de centralizar as barras na

    espessura do painel.

  • 50

    Figura 27 - Barra de ao CA50 fixada no radier Fonte: Construo Plstica

    Figura 28 - Montagem das frmas de PVC Fonte: Construo Plstica

    Como dito anteriormente o sistema no precisa de estruturas adicionais para a sua

    montagem, simplesmente escoras de madeira em alguns pontos so suficientes para manter

    em p com total segurana o layout completo da casa (figura 29).

  • 51

    Figura 29 - Escoras dos painis. Fonte: Construo Plstica

    H vrios tipos de concreto para o preenchimento do sistema concreto PVC utilizado

    em moradias populares. Segundo o projeto e a localidade onde ser implantado pode-se

    utilizar concreto leve ou estrutural.

    Foram feitos os testes na COOPETEC (Universidade Federal do Rio de Janeiro), para

    a obteno da melhor densidade do material que cumpre com o equilbrio entre a resistncia

    mecnica e o melhor isolamento trmico e acstico. A tabela 1 mostra o trao da argamassa.

    Tabela 1: Relao para 1m3 de concreto leve de peso especifico de 900kg/m3.

    N Descrio Und. Qtd.

    1 Cimento Kg 300

    2 Areia Comum l 370

    3 EPS (bolinhas ou raspa de poliestireno) l 750

    4 gua l 110

    5 Aditivo vinlico para EPS l 15

    6 Superfluidificante l 3

    Fonte: Construo Plstica

    Este tipo de concreto possui as melhores caractersticas de isolamento trmico e

    acstico para uma casa feita em concreto PVC. A resistncia mecnica a suficiente para uma

    casa do tipo trrea e no para sobrados.

    H uma perda de resistncia na fixao, deve-se tomar a precauo de colocar reforos

    nas reas onde devero se montar equipamentos tais como aparelhos de TV; microondas;

    mveis; etc.

  • 52

    Tambm possvel utilizar concretos convencionais do tipo estrutural. Estes concretos

    tambm devem ser carregados mo (figura 30). O uso de bombas est restrito a manobras

    mais seguras e especficas.

    Dependendo do uso podem ser utilizados concretos de 8 a 15 MPa2 e de slump

    3 18

    variando segundo projeto.

    Utiliza-se brita zero; cimento comum e areia sem peneirar. No aconselhvel o uso

    de aditivos aceleradores de pega ou retardadores, mais sim aditivos super-fluidificantes.

    Assim como no concreto leve no se deve vibrar no momento da carga. Simplesmente

    bater com taco de madeira para verificar que no existam bolhas de ar e para que o concreto

    flua entre os buracos laterais dos painis. Esta manobra tambm serve para verificar a altura

    da concretagem, que nunca deve superar os 60 cm em toda a distribuio da obra (Figura 32).

    Figura 30 - Concretagem de parede em concreto PVC Fonte: Construo Plstica

    2 Unidade padro de presso e tenso no SI.

    3 Abatimento do tronco de cone de concreto.

  • 53

    Figura 31 - Construo em concreto PVC Fonte: Revista Tchne edio 139

    Figura 32 - Concretagem de parede em concreto PVC

    Fonte: Construo Plstica

    6.2.3 Fechamento e revestimento

    O fechamento no sistema concreto PVC feito com as prprias placas de PVC, no

    havendo necessidade de outros materiais. As paredes lisas e brilhantes podem ser usadas

    como revestimento, gerando assim uma alta reduo de desperdcio, menor nmero de

    matrias para controle, menor consumo de gua, reduo do custo de logstica e frete e um

    maior controle sobre o oramento.

    Por serem menos espessas tem-se um ganho de at 7% de rea til da edificao. As

    paredes de PVC no necessitam de grandes manutenes, apenas gua e sabo so suficientes

    para a limpeza.

  • 54

    Apesar disto, existe a possibilidade de pintar as paredes de PVC, para isso, basta lixar

    a superfcie a aplicar massa corrida dissolvida com a tinta desejada. J esto sendo

    desenvolvidas tintas especiais para a superfcie do PVC.

    6.2.4 Instalaes sanitrias, hidrulicas e eltricas.

    No concreto PVC devem ser feitas as instalaes sanitrias convencionais para o tipo

    de radier ou base de concreto selecionada. A utilizao dos distintos tipos de materiais e

    distribuio no radier, no afeta em nada a montagem do sistema concreto PVC (figura 33).

    Figura 33 - Radier com instalaes sanitrias Fonte: Construo Plstica

    Dever ser definido se os esgotos das pias e tanques sero embutidos nas paredes ou

    diretamente no cho embaixo dos balces, antes de comear a concretagem das paredes

    (figura 34). Para os projetos de casas populares mais recomendvel a instalao do tipo no

    embutido. Esta montagem no precisa de modificaes nas vigas da base de concreto nem

    cuidados no preenchimento de concreto nas paredes.

  • 55

    Figura 34 - Instalaes sanitrias concreto PVC Fonte: Construo Plstica

    A instalao pode ser distribuda pela base da parede e por cmodos. Entrando sempre

    por um ponto no topo da parede (figura 35). Esta instalao recomendada para distribuio

    com caixa d gua. Desta forma pode-se percorrer o layout da casa e entrar onde necessrio

    para logo distribuir.

    Figura 35 - Distribuio das instalaes hidrulicas pela base da parede Fonte: Construo Plstica

    Quando a instalao possui muitos tubos melhor distribuir pelo radier ou base de

    concreto (figura 36), j que neste tipo de sistema no h muito espao dentro dos painis.

    Deve-se sempre levar em conta as ancoragens de ao que se encontra em todo o layout e no

    centro da parede.

  • 56

    Figura 36 - Distribuio das instalaes hidrulicas pelo radier Fonte: Construo Plstica

    Se houver problemas para a distribuio interna por causa de outras instalaes, (ex:

    esgoto), possvel fazer a instalao por fora do radier (figura 37).

    Figura 37 - Distribuio das instalaes hidrulicas por fora do radier Fonte: Construo Plstica

    Outra alternativa percorrer o layout da casa pela parte mais alta da parede e fazer a

    entrada onde necessrio (figura 38).

  • 57

    Figura 38 - Distribuio das instalaes hidrulicas por cima Fonte: Construo Plstica

    As instalaes eltricas so muito simples e rpidas. Aps a montagem das paredes e

    antes da concretagem, deve-se montar os circuitos eltricos necessrios (figura 39).

    Figura 39 - Paredes de concreto PVC com circuitos eltricos Fonte: Construo Plstica

    Para esta manobra utiliza-se uma serra copo de , ou 1 polegadas (figura 40),

    dependendo do circuito a montar.

  • 58

    Figura 40 - Perfurao da parede para passar a instalao eltrica Fonte: Construo Plstica

    Aps a furao no local exato do ponto eltrico pode se passar uma mangueira

    corrugada, ou conduto plstico, desde este ponto e at o topo da parede, deixando pendurar o

    suficiente para depois fazer a distribuio at o centro do cmodo (figura 41).

    Figura 41 - Parede de concreto PVC com mdulo da tomada instalado Fonte: Construo Plstica

    No necessrio colocar caixa de 5 x 10cm para este tipo de moradia. Aps a

    concretagem o conduto eltrico ficar mergulhado na argamassa e quando comear a fazer a

    instalao eltrica deve-se abrir um pequeno buraco, com talhadeira, suficiente para deixar

    entrar o mdulo da tomada ou interruptor. O espelho plstico deste elemento pode ser fixado

    diretamente no PVC da parede.

  • 59

    Se a casa projetada com forro, os condutos podem sair pelo topo das paredes ou

    pouco antes fazendo outro pequeno buraco por cima do nvel do forro. O restante da

    distribuio convencional.

    importante saber que todas as instalaes, tanto hidrulicas quanto eltricas no

    podem ser horizontais.

    Sempre as instalaes so na vertical, desde o radier para cima ou do teto para baixo e

    dentro de um mesmo painel. Cada ponto eltrico ter um conduto eltrico que sobe ou desce.

    Depois da concretagem e antes de montar o forro, devem ser conectadas as caixas

    centrais de cada cmodo com estes chicotes de condutos eltricos deixados anteriormente e

    finalmente fazer a fiao e montagem dos pontos previstos.

    6.2.5 Coberturas

    A cobertura ou telhado das casas feitas com o sistema concreto PVC so

    convencionais. Os perfis de PVC atuam como uma parede de tijolo normal, mas com maior

    resistncia mecnica para a descarga linear de qualquer tipo de telhado.

    Para moradias do tipo popular muito utilizada a estrutura de madeira e em formas de

    tesouras (figura 42). Estas estruturas podem ser apoiadas diretamente no topo das paredes de

    concreto PVC e amarradas da forma mais convencional.

    Figura 42 - Estrutura da cobertura em madeira para edificao em concreto PVC Fonte: Construo Plstica

    O sistema de paredes de PVC sem oito o mais recomendado para uma casa

    econmica e do tipo popular.

  • 60

    As tesouras ficam apoiadas sobre o p direito das paredes e o fechamento pode ser de

    madeira, alvenaria, ou mesmo PVC do tipo forro. Existem tipos de forro que podem ficar

    expostos ao sol e a intempries sem sofrer modificaes estruturais e nem de cor.

    6.3 Sistema Convencional

    Na construo convencional (figura 43), primeiramente se faz a base de concreto ou

    radier, que como citado anteriormente a soluo mais econmica, pois alm de servir como

    base pra a construo da casa j serve tambm como contra piso, muitas vezes dependendo do

    grau de habilidade dos operrios, se dispensa ate a regularizao desta base.

    Depois se inicia a execuo da alvenaria, na construo em grande escala, geralmente

    feita com blocos cermicos autoportantes, por isso despensa a execuo de estruturas, o que

    geralmente se faz, passar por dentro dos blocos, barras de ao, que depois so concretadas

    com concreto tipo grout4, que nada mais de que um concreto com pedrisco como agregado.

    As vigas so executadas com o uso de canaletas, dispensando assim o uso de formas,

    as lajes so pr-moldadas e se apiam nas paredes.

    Depois de executada a alvenaria, as paredes so chapiscadas depois emboadas com

    argamassa de cimento, cal e areia trabalho este extremamente artesanal, pois, o prumo da

    parede depende muito da habilidade do operrio.

    As instalaes so embutidas na parede, depois de executada a alvenaria, o operrio

    com uma talhadeira e uma marreta, quebra a parede formando rasgos para a passagem da

    tubulao.

    O telhado executado com estruturas de madeira ou em ao, opo esta que est sendo

    muito utilizada por empresas do ramo.

    4 Argamassa composta por cimento, areia, quartzo, gua e aditivos especiais, que tem como destaque sua

    elevada resistncia mecnica.

  • 61

    Figura 43 - Construo em sistema convencional Fonte: Autor

  • 62

    7 COMPARAO DOS SISTEMAS INDUSTRIALIZADOS E SISTEMA

    CONVENCIONAL

    Como parmetro de comparao este trabalho utilizar apenas as etapas de

    fechamento, revestimento e estrutura, que juntas so responsveis por mais de 44% do valor

    do imvel, pois so estas as etapas mais relevantes e que consomem mais material, tempo e

    conseqentemente dinheiro de uma construo habitacional.

    7.1 Produtividade

    Tabela 2: Produtividade sistema steel frame.

    Descrio homem hora/m

    Montar a estrutura de ao 0,25

    Fechar com placas cimentcias 0,22

    Isolar com l de vidro 0,06

    Pintura em ltex 0,85

    Total (homem hora/m) 1,38

    Fonte: Wall System.

    Tabela 3: Produtividade sistema concreto PVC

    Descrio homem hora/m

    Montar a parede oca 0,18

    Escorar e colocar ferragens 0,27

    Concretagem 0,25

    Total (homem hora/m) 0,70

    Fonte: ROYAL.

    Tabela 4: Produtividade sistema convencional

    Descrio homem hora/m

    Alvenaria de tijolo cermico furado esp. nominal 10 cm 2,10

    Chapisco 0,50

    Emboo desempenado 1,71

    Pintura em ltex 0,85

    Total (homem hora/m) 5,16

    Fonte: Tabela Maro 2009 FDE.

    Considerando para uma anlise duas equipes com dois oficiais e dois ajudantes cada,

    portanto, oito operrios

  • 63

    Para uma residncia econmica com duzentos metros quadrados de fechamento.

    Temos:

    1) Para o sistema em steel frame:

    2) Para o concreto PVC:

    3) Para o sistema convencional:

  • 64

    7.2 Preo

    Para efeito de comparao, novamente utilizaremos apenas o fechamento e estrutura

    como parmetros, infelizmente no foi possvel obter dados detalhados, nos sistemas

    industrializados, quanto ao valor da mo de obra unitria, obtendo apenas o valor global para

    uma residncia econmica com rea de fechamento igual a 200m.

    Steel frame

    Tabela 5: Composio de custo do sistema steel frame por metro quadrado de estrutura e

    vedao.

    Material

    Mo

    de

    Obra

    Un. Consumo

    Preo

    Unitrio

    (R$)

    Preo

    Total

    (R