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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TRE/MG – ANALISTA (AJAJ + AJAA) PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 07 Poder Legislativo: Processo Legislativo I. PROCESSO LEGISLATIVO------------------------------------------------------------------------------------------------ 3 II. O PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO------------------------------------------------------------------- 12 III. LEI ORDINÁRIA (LO) E LEI COMPLEMENTAR (LC)-------------------------------------------------- 50 IV. EMENDA CONSTITUCIONAL (EC) -------------------------------------------------------------------------------- 64 V. LEI DELEGADA (LDel) ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 90 VI. DECRETO LEGISLATIVO (DecLeg) ------------------------------------------------------------------------------ 94 VII. RESOLUÇÕES (Res) -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 95 VIII. DECRETO AUTÔNOMO (Dec Aut) --------------------------------------------------------------------------------- 96 IX. TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS -------------------------------------------------------- 97 X. MEDIDA PROVISÓRIA (MP) --------------------------------------------------------------------------------------- 106 XI. CONTROLE JUDICIAL DO PROCESSO LEGISLATIVO --------------------------------------------- 127 XII. QUESTÕES DA AULA----------------------------------------------------------------------------------------------------- 138 XIII. GABARITO ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 153 XIV. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ------------------------------------------------------------------------------------ 154 Olá futuros Analistas do TRE/MG! Prontos para o SEU salário de R$ 6.611,39? Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital: Poder Legislativo: Processo Legislativo. A aula de hoje deve ser estudada somente pelos futuros Analistas da área JUDICIÁRIA, ok? Juntamente com o controle de constitucionalidade, essa talvez seja uma das maiores matérias dentro do direito constitucional. Justamente por isso, nossa aula de hoje ficou bastante extensa (dê uma olhada no número de páginas). Mas fique tranquilo porque a leitura do material flui com bastante tranquilidade. Além disso, fiz questão de colocar, como sempre, uma linguagem bem simples e também vários esquemas e desenhos, o que faz com que o número de páginas aumente, mas também faz com que a velocidade da leitura seja bem maior do que a de um texto corrido no padrão culto. Na aula de hoje, teremos 70 páginas de conteúdo (teoria). Como sempre, faremos muitos exercícios da FCC (banca que cobra com estilo parecido com a sua) para que você treine muito e tenha uma visão de todos os ângulos da matéria: serão 50 questões comentadas!

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Aula 07Poder Legislativo: Processo Legislativo

I. PROCESSO LEGISLATIVO ------------------------------------------------------------------------------------------------ 3

II. O PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO------------------------------------------------------------------- 12

III. LEI ORDINÁRIA (LO) E LEI COMPLEMENTAR (LC) -------------------------------------------------- 50

IV. EMENDA CONSTITUCIONAL (EC) -------------------------------------------------------------------------------- 64

V. LEI DELEGADA (LDel) ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 90

VI. DECRETO LEGISLATIVO (DecLeg) ------------------------------------------------------------------------------ 94

VII. RESOLUÇÕES (Res) -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 95

VIII. DECRETO AUTÔNOMO (Dec Aut) --------------------------------------------------------------------------------- 96

IX. TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS -------------------------------------------------------- 97

X. MEDIDA PROVISÓRIA (MP) --------------------------------------------------------------------------------------- 106

XI. CONTROLE JUDICIAL DO PROCESSO LEGISLATIVO --------------------------------------------- 127

XII. QUESTÕES DA AULA ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 138

XIII. GABARITO ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 153

XIV. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ------------------------------------------------------------------------------------ 154

Olá futuros Analistas do TRE/MG!

Prontos para o SEU salário de R$ 6.611,39?

Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital: Poder Legislativo: Processo Legislativo. A aula de hoje deve ser estudada somente pelos futuros Analistas da área JUDICIÁRIA, ok?

Juntamente com o controle de constitucionalidade, essa talvez seja uma das maiores matérias dentro do direito constitucional. Justamente por isso, nossa aula de hoje ficou bastante extensa (dê uma olhada no número de páginas). Mas fique tranquilo porque a leitura do material flui com bastante tranquilidade. Além disso, fiz questão de colocar, como sempre, uma linguagem bem simples e também vários esquemas e desenhos, o que faz com que o número de páginas aumente, mas também faz com que a velocidade da leitura seja bem maior do que a de um texto corrido no padrão culto. Na aula de hoje, teremos 70 páginas de conteúdo (teoria).

Como sempre, faremos muitos exercícios da FCC (banca que cobra com estilo parecido com a sua) para que você treine muito e tenha uma visão de todos os ângulos da matéria: serão 50 questões comentadas!

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Começaremos com a parte teórica e os exercícios virão na medida em que a matéria for explicada. Ao responder as questões, leia todos os comentários, pois foram feitas várias observações além da mera resolução da questão.

Você notará que alguns esquemas e respostas foram exaustivamente repetidos nos comentários das questões. Isso não é por acaso! Sugiro que você os revise várias vezes, para internalizar o conhecimento.

Caso tenham alguma dúvida, mandem-na para o fórum ou para o email [email protected].

Vamos então à nossa aula!

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I. PROCESSO LEGISLATIVO

1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Meu caro amigo e futuro Analista do TRE/MG, o processo legislativo é a sequência de atos que devem ser cumpridos para a devida formação das normas jurídicas, ou seja, é o passo a passo para a “fabricação” de uma lei. O processo legislativo nos diz qual é a “receita de bolo” para que possamos fazer/fabricar uma norma jurídica.

“Mas quais normas jurídicas?” As normas jurídicas primárias, ou seja, aquelas normas que derivam diretamente da Constituição (as normas previstas pela própria CF). As normas jurídicas primárias compreendidas pelo Processo Legislativo são as seguintes:

Emenda Constitucional (EC)

Lei Ordinária (LO)

Lei Complementar (LC)

Lei Delegada (LDel)

Medida Provisória (MP)

Decreto Legislativo (Dec Leg)

Resoluções (Res)

As normas primárias inovam o direito e possuem igual hierarquia, salvo a Emenda Constitucional, que está acima de todas as demais, pois tem statusde Constituição. Traduzindo: “uma medida provisória tem o mesmo valor de um decreto legislativo, que tem o mesmo valor de uma lei ordinária, que tem o mesmo valor de uma Lei Complementar e assim por diante, SALVO A EMENDA CONSTITUCIONAL, QUE É SUPERIOR A TODAS AS DEMAIS”.

“Roberto, se elas possuem o mesmo valor, como eu sei quando e qual espécie normativa deve ser usada?” Cada uma dessas espécies possui seu campo específico de atuação (princípio da especialidade), ou seja, a própria CF88delimitou matérias específicas que devem ser tratadas por Lei Complementar, ouras que devem ser tratadas por Decreto Legislativo, outras por Resoluções, e etc.

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Existem ainda dois outros tipos de normas primárias, ou seja, espécies normativas que derivam diretamente da Constituição, mas que não são objeto do processo legislativo: os Decretos Autônomos (DecAut) e as Resoluções dos Tribunais do Judiciário.

A pirâmide normativa no Brasil

A pirâmide normativa é um conceito introduzido por Hans Kelsen que nos mostra quais são as espécies normativas no ordenamento jurídico de um país e sua ordem de importância e hierarquia. O ordenamento jurídico brasileiro funciona da seguinte forma:

No topo, está a Constituição Federal, juntamente com as Emendas àConstituição e os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos aprovados pelo procedimento especial.

No segundo degrau, estão os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos aprovados pelo procedimento comum, que possuem status supralegal.

No terceiro degrau, estão as Leis Ordinárias, Leis Complementares, Leis Delegadas, Decretos Legislativos, Resoluções, Medidas Provisórias, Decretos Autônomos, as Resoluções editadas pelos Tribunais e os Tratados Internacionais que não versam sobre Direitos Humanos e que foram aprovados pelo procedimento comum.

No quarto degrau, estão as normas infralegais, ou seja, que estão abaixo (infra) da lei (legais). Entre essas normas, podemos citar os decretos regulamentares, portarias, instruções normativas, dentre outras.

Observe a pirâmide normativa brasileira, sem se preocupar, por enquanto, com o que é e como funciona cada uma dessas normas, pois é exatamente isso que estudaremos daqui em diante.

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Hierarquia entre as normas

Observe que HÁ hierarquia entre CONSTITUIÇÃO Federal, Constituição Estadual e Lei Orgânica Municipal. Dessa forma, as constituições estaduais, quando forem elaboradas, devem sempre obedecer à constituição federal. Do mesmo modo, as leis orgânicas municipais, quando forem elaboradas, devemsempre obedecer à CF88 e às constituições estaduais. Veja:

Por outro lado, em regra, NÃO há hierarquia entre leis Federais, Estaduais e Municipais, assim, os conflitos entre essas normas são solucionados através do chamado conflito de competência. Dessa forma, aConstituição dividiu as competências, de modo que um ente não pode entrar nas atribuições dos outros. Portanto, em regra, a União não pode legislar sobre as competências dos municípios ou dos estados. Igualmente, os estados não podem legislar sobre assuntos de competência da União e dos municípios e assim por diante.

CF

CE

LO Mun

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Excepcionalmente, existe uma previsão constitucional onde uma lei federal pode suspender leis estaduais ou municipais. O art. 24 da CF prevê, ao estabelecer a competência CONCORRENTE, que “art. 24, § 4º - Asuperveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.”

Demais observações

É importante saber que as espécies normativas não são cláusulas pétreas, dessa forma, elas podem ser alteradas por meio de uma Emenda Constitucional. Assim, se o Poder Constituinte Derivado quiser criar uma nova espécie normativa ou alterar alguma já existente, isso pode ser feito, por meio de emenda à constituição. Por exemplo, a Emenda Constitucional número 32/2001 alterou várias regras da Medida Provisória.

Outra observação importante, é que as regras do processo legislativo constitucional são normas de reprodução obrigatória, no que couber. Portanto, os Estados, quando forem elaborar suas constituições estaduais edemais leis estaduais, e os municípios, quando forem elaborar suas leis orgânicas e demais leis municipais, devem obedecer às regras do processo legislativo e também reproduzi-las, sempre que possível (ADI 1.254/RJ-MC).

Lei em sentido amplo e Lei em sentido estrito

Em Direito, a palavra “lei” pode possuir sentidos diferentes. O primeiro deles éo sentido estrito, que diz que a lei é a “norma legal devidamente produzida pelo processo legislativo”, ou seja, as leis complementares e ordinárias.

Já o sentido amplo da palavra lei se refere a qualquer norma jurídica, compreendidas as normas primárias e também as normas infralegais, por exemplo, um decreto regulamentar.

Lei Fed Lei Est Lei Mun

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E como eu sei qual dos dois conceitos a questão está usando? Vá pelo contexto. Geralmente, quando se fala em lei, utiliza-se o sentido estrito.

Princípio da reserva legal

O princípio da reserva legal ocorre quando a Constituição Federal deixa a regulamentação de algum tema para a lei. Ela pode ser compreendida em dois subconceitos:

Reserva legal Absoluta: quando a disciplina de determinada matéria éreservada, pela Constituição, à LEI EM SENTIDO ESTRITO. Assim, exclui-se qualquer outra fonte infralegal (infra=abaixo; legal=da lei);

Reserva legal Relativa: quando Constituição também exige a edição de uma lei para sua regulamentação, mas permite que ela apenas fixe os parâmetros de atuação a serem complementados por ato infralegal.Dessa forma, a disciplina de determinada matéria é, em parte, admissível a outra fonte diversa da lei (ex: decreto regulamentar,portarias, instruções normativas, etc.).

Esquematizando:

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ESPÉCIES NORMATIVAS

- Emenda Constitucional (EC)

- Lei Ordinária (LO)

- Lei Complementar (LC)

Espécies Normativas - Lei Delegada (LDel)

- Medida Provisória (MP)

- Decreto Legislativo (Dec Leg)

- Resoluções (Res)

- DECRETO AUTÔNOMO (Dec Aut)***

- RESOLUÇÕES DOS TRIBUNAIS***

Não há hierarquia entre as espécies normativas EXCETO Emenda Constitucional

Há hierarquia entre CONSTITUIÇÃO Federal, Constituição Estadual e Lei Orgânica

Municipal

Não há hierarquia entre leis Federais, Estaduais e Municipais – existe conflito de

competência

PROCESSO LEGISLATIVO

Observações Gerais

Conceito: É a sequência de atos que devem ser cumpridos para a devida formação de normas

jurídicas.

Normas primárias - Derivam diretamente da CF

- Inovam o direito

- Possuem igual hierarquia, salvo EC

- Cada uma tem um campo de atuação específico (princípio da

especialidade)

As espécies legislativas NÃO são cláusulas pétreas

a) Podem ser modificados por EC

b) Ex: EC n.º 32/01 - alterou regras das MPs.

Todos os procedimentos do processo legislativo são normas de reprodução obrigatória nos

Estados e Municípios, no que couber

o (ADI 1.254/RJ-MC)

São normas primárias,

mas não são tratadas

no processo legislativo.

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2. CLASSIFICAÇÕES E CONCEITOS DO PROCESSO LEGISLATIVO

O processo legislativo, ou seja, o passo a passo para a fabricação de uma lei,pode ter várias classificações. Vamos às principais:

2.1. Quanto à participação popular:

a. Autocrático: é aquele realizado pelo monarca ou ditador, sem a participação de um órgão composto de representantes do povo.

b. Direto: é aquele em que a lei é feita diretamente pelo povo, em assembleias públicas.

c. Indireto/Representativo: a lei é produzida por um órgão composto de representantes do povo, sendo o adotado pelo Brasil.

d. Semidireto: quando a lei é elaborada por um órgão formado de representantes do povo, mas que somente se aperfeiçoa depois de uma aprovação popular posterior, por meio de referendo.

ATENÇÃO: Não confundir as classificações do processo legislativocom a classificação da democracia, que é muito parecida. Vamos revisar:

Democracia Direta: onde o povo participa diretamente, ou seja, o próprio povo elabora as políticas públicas. Esse tipo de democracia é típica da Grécia antiga e é inviável nos dias de hoje (imagine só 180 milhões de brasileiros mandando emails para se discutir como será a atuação do governo na saúde).

Democracia Indireta: onde o povo elege os representantes e estes elaboram as políticas públicas.

Democracia Semidireta ou participativa: é um misto da democracia direta e da indireta. Nela, o povo elege os representantes e estes elaboram as políticas públicas. Complementarmente, existem mecanismos para que o povo também participe dessa elaboração. Assim, a regra é participação indireta, combinada com alguns meios de exercício direto do povo. Esse é o modelo adotado pelo Brasil. Confira o art. 1º parágrafo único da CF: “Todo o poder emana do povo,

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que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

Portanto, lembre-se:

Democracia no Brasil: semidireta ou participativa

Processo Legislativo no Brasil: indireto ou representativo.

2.2. Quanto à compreensão do conceito

a. Conceito Jurídico: o processo legislativo é o conjunto coordenado de disposições que disciplinam o procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na produção das leis e atos normativos primários (Alexandre de Moraes).

b. Conceito Sociológico: o processo legislativo reflete os fatores reais de poder. Assim, as leis de um determinado país serão reflexo dos jogos internos de poder do mesmo.

2.3. Quanto aos ritos e prazos

a. Ordinário ou comum: em regra, não existem prazos rígidos para que o Poder Legislativo produza uma norma. Assim, pode ocorrer de um determinado Projeto de Lei ficar anos tramitando pelo Congresso Nacional sem que isso traga consequência nenhuma. Como exemplo, temos as leis ordinárias, que, em regra, não possuem prazo para serem elaboradas.

b. Sumário ou abreviado: segue o mesmo procedimento do processo legislativo comum, mas existem prazos rígidos para sua conclusão. Como exemplo, temos os projetos de lei sob regime de urgência constitucional,estudados adiante.

c. Especial: segue um rito diferente do ordinário. Como exemplo, temos a elaboração de Emenda Constitucional (EC), Medida Provisória (MP), Lei Delegada (LDel), Lei de Orçamento Anual (LOA), Decreto Legislativo(Dec Leg), Resolução (Res) e códigos.

Esquematizando:

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- Autocrático – o soberano elabora as leis.

- Direto – o povo elabora as leis

- Indireto/Representativo – o povo elege os representantes e estes (os

representantes) elaboram as leis (Brasil)

- Semidireto – os representantes elaboram as leis e o povo as aprova por

meio do referendo

- Jurídico – conjunto coordenado de disposições que disciplinam o

procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na produção

das leis e atos normativos primários (Alexandre de Moraes)

- Sociológico – o processo legislativo reflete os fatores reais de poder

- Ordinário ou comum – inexistência de prazos rígidos

- Ex: LO

- Sumário ou abreviado – segue o mesmo procedimento do comum, mas

existem prazos rígidos

- Ex: urgência constitucional (45+45+10)

- Especial – segue um rito diferente do ordinário

- Ex: elaboração de EC, MP, LDel, LOA, Dec Leg, Res e códigos

OBS: Não confundir com

Democracia - Direta/Clássica

- Indireta/Representativa

- Semidireta/Participativa (BR)

Cla

ssif

icaç

ões

do

Pro

cess

o le

gisl

ativ

o

Quanto à

participação

popular

Quanto aos ritos e prazos

Quanto à compreensão do conceito

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II. O PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO

Meu caro Analista do TRE/MG, a primeira das espécies a ser estudada será a Lei Ordinária (LO). Em direito, “ordinário” significa comum. Assim, a LO é a “lei comum”, aquela mais corriqueira.

O procedimento de formação de uma Lei Ordinária possui três estágios. O primeiro é a fase de iniciativa, o segundo é a fase constitutiva e o terceiro é a fase complementar. Observe atentamente o esquema a seguir. Ele demonstra o que iremos estudar daqui em diante.

- Parlamentar ou Extraparlamentar

- Geral

- Restrita

- Concorrente

1 – Iniciativa - Conjunta

- Popular

- Vinculada / Obrigatória

- Da maioria absoluta dos membros da Casa (p/ repetir)

- Privativa / Reservada / Exclusiva

- Deliberação Parlamentar - Discussão

2 – Constitutiva - Votação

- Deliberação Executiva - Sanção

- Veto

3 – Complementar - Promulgação

- Publicação

Fases do

Processo

Legislativo

Ordinário

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1. FASE DE INICIATIVA

A fase de iniciativa inicia/deflagra/começa o processo de fabricação de uma lei, ou seja, um legitimado apresenta um projeto de lei (PL) ao Congresso Nacional para que este delibere sobre o assunto.

O artigo 61 da Constituição estabelece que a iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a:

Qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional,Presidente da República, Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República CidadãosTribunal de Contas da União (art. 73 + 96, II)

A depender de quem o inicia, o processo legislativo pode ter diferentes tipos de iniciativa. E atenção: as diferentes iniciativas NÃO são autoexcludentes.Vamos estudá-las:

1.1. Iniciativa Parlamentar e Extraparlamentar

A iniciativa parlamentar é aquela onde quem inicia o processo legislativo são os parlamentares (bem fácil, não acha?), ou seja, os deputados e senadores.

Já a iniciativa extraparlamentar é aquela onde quem inicia o processo legislativo são agentes diferentes dos deputados e senadores. Por exemplo: Presidente da República, STF, PGR, iniciativa popular etc.

1.2. Iniciativa geral

É a regra geral de iniciativa de leis, segundo a qual o Presidente da República, Deputados, Senadores, membros ou Comissão de qualquer das Casas Legislativas, bem como a iniciativa popular podem propor leis sobre diversasmatérias, salvo matérias de iniciativa privativa.

Observe que, no Brasil, não existe a chamada iniciativa geral plena, ou seja, ninguém pode propor lei sobre “qualquer matéria” sem limitações. Assim,

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não existe uma figura que está legitimada a propor um projeto de lei sobre qualquer matéria irrestritamente, devendo-se, sempre, observar as iniciativas privativas, estudadas mais a frente.

1.3. Iniciativa restrita

A iniciativa restrita ocorre quando o titular somente pode propor leis para matérias específicas. Cuidado para não confundir iniciativa restrita com iniciativa privativa, ok?

Exemplo: os Tribunais do Poder Judiciário somente podem propor Projetos de Lei sobre as suas remunerações, estatuto da magistratura e sobre as matérias do artigo 96, II. Outro exemplo é a iniciativa do PGR, restrita às matérias dos artigos 127 § 2º e 128, § 5º.

1.4. Iniciativa concorrente

A iniciativa concorrente ocorre quando mais de uma pessoa pode propor lei sobre uma mesma matéria. Por exemplo: existem quatro legitimados a propor uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC): 1/3 da Câmara dos Deputados, 1/3 do Senado Federal, Presidente da República e mais da metade das assembleias legislativas estaduais, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.

Outro exemplo é a propositura de lei sobre normas gerais de organização do MPU, que é concorrente entre o Presidente da República e o Procurador-Geral da República.

1.5. Iniciativa conjunta

A iniciativa será conjunta quando precisar de duas ou mais pessoas para iniciar o procedimento legislativo de uma lei. Assim, os legitimados (dois ou mais) devem iniciar juntos o processo legislativo.

A iniciativa conjunta não existe mais no Brasil. O seu último exemplo de ocorrência no ordenamento pátrio foi a iniciativa de lei para fixar o subsídio dos Ministros do STF, que ERA conjunta entre os Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do STF.

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1.6. Iniciativa popular

Por expressa disposição do art. 14, III, a iniciativa popular é um instrumento de exercício da SOBERANIA popular, ou seja, é uma das formas através das quais o povo exerce o seu poder.

A iniciativa popular de lei ocorre quando um projeto de lei é iniciado diretamente pelo próprio povo, e não por intermédio de seus representantes, como é a regra. Ela apenas inicia o procedimento legislativo, devendo, o projeto de lei, após iniciado, seguir o trâmite normal das demais proposições legislativas.

Somente podem ser propostas, pela iniciativa popular, as Leis ORDINÁRIASe as COMPLEMENTARES. Assim, não cabe iniciativa popular em medida provisória, Decretos Legislativos etc. Além disso, não cabe iniciativa popular em matérias de iniciativa reservada.

Importante saber também que não cabe iniciativa popular em Proposta de Emenda à Constituição FEDERAL (somente LO e LC). No entanto, curiosamente, pode haver iniciativa popular em PEC ESTADUAL.

Outro ponto importante a ser ressaltado é que somente o cidadão pode propor uma lei por iniciativa popular. E guarde essa informação: cidadão é quem tem a capacidade eleitoral ativa, ou seja, a capacidade de votar.

Um projeto de lei (PL) iniciado pela iniciativa popular deve ter sua tramitaçãoiniciada na Câmara dos Deputados, uma vez que essa Casa representa o povo. Como dito, a iniciativa popular apenas inicia o procedimento legislativo, devendo, o projeto de lei, seguir o trâmite normal das demais proposições legislativas. Assim, o legislativo pode emendar e até mesmo rejeitar o PLiniciado pela iniciativa popular.

ATENÇÃO: a iniciativa popular apenas INICIA a tramitação de um projeto de lei.

Um PL de iniciativa popular pode versar somente sobre um único assuntoe, apesar de passar pelos trâmites normais, tem uma pequena “ajuda” da CF:ele não pode ser rejeitado por vício de forma, devendo a Câmara dos Deputados corrigir eventuais erros formais. Ora, isso ocorre porque o povo não necessariamente tem os conhecimentos sobre a técnica legislativa, sendo desarrazoada sua rejeição logo de pronto por vício formal.

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A Constituição prevê diferentes requisitos da iniciativa popular para a União, estados e municípios. Vamos ver quais são eles:

a)UNIÃO: Art. 61, § 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

b)ESTADOS e DF: Art. 27, § 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

c) MUNICÍPIOS: Art. 29, XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;

1.7. Iniciativa vinculada / obrigatória

A iniciativa vinculada é aquela obrigatória, onde o seu detentor é obrigado a apresentar o projeto de lei nas datas estabelecidas. Exemplos deste tipo de iniciativa são o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei de Orçamento Anual (LOA), nas quais o Presidente da República é obrigado a iniciar seu procedimento legislativo nos prazos previstos pela Constituição.

1.8. Iniciativa por proposta da maioria absoluta (MA) dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional

Antes de adentrarmos no estudo desse tipo de iniciativa, devemos entender o conceito de sessão legislativa. O art. 57 da CF estabelece que “O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro”. Assim, temos três conceitos:

Sessão Legislativa Ordinária (SLO): período onde o Congresso Nacional exerce ordinariamente seus trabalhos, que vai de 2 de fevereiro a 22 de dezembro

1º período da SLO: período que vai de 2 de fevereiro a 17 de julho

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2º período da SLO: período que vai de 1º de agosto a 22 de dezembro

Uma vez entendidos esses conceitos, vamos agora à iniciativa por proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional:Em regra, se um projeto de lei for rejeitado na fase de discussão e votação, sua matéria não poderá ser objeto de novo PL na mesma SLO (2 de fevereiro a 22 de dezembro).

Excepcionalmente, caso haja a aprovação da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional, pode haver um novo PL, na mesma sessão legislativa, com a matéria do PL rejeitado.

Observe o art. 67 da CF: “A matéria constante de projeto de lei rejeitadosomente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.”

No caso dos Projetos de Lei de iniciativa de outros órgãos, os detentores da iniciativa podem até reapresentar os PLs na mesma SLO, no entanto, para que os mesmos tramitem, deve haver a aprovação da maioria absoluta dos membros da Casa (art. 110 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados).

ATENÇÃO: a possibilidade de se repetir um PL rejeitado na mesma sessão legislativa NÃO EXISTE PARA PEC OU MP, por expressa determinação constitucional (arts. 60, §5º e 62, §10º).

1.9. Iniciativa privativa, reservada ou exclusiva

Meus caros Analistas do TRE/MG, ao estudarmos sobre a organização do Estado brasileiro, nos artigos 21 e 22 da CF, aprendemos que existem competências EXCLUSIVAS da União (que não podem ser delegadas) e PRIVATIVAS da União (que podem ser delegadas). Atenção: esses conceitos não valem para processo legislativo. Assim, em processo legislativo, competência “privativa”, “exclusiva” e “reservada” são SINÔNIMOS, ok?

A iniciativa privativa (ou reservada ou exclusiva) ocorre quando um PL pode ser proposto apenas por uma pessoa e sua iniciativa não pode ser delegadaa mais ninguém. Além disso, nem o poder Legislativo e nem o Judiciário podem obrigar ou fixar prazo para que o detentor da iniciativa reservada

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exerça sua prerrogativa. Isso feriria a separação dos poderes. Dessa forma,caso algum detentor de iniciativa exclusiva não encaminhe o PL ao Legislativo,ninguém pode obrigá-lo a fazer isso, salvo a própria Constituição.

Um exemplo para ficar mais claro: as leis sobre criação de cargos públicos no poder executivo federal são de iniciativa privativa do Presidente da República. Dessa forma, caso o PR não inicie a lei, ninguém poderá obrigá-lo ou fixar prazo para que o Projeto de Lei seja enviado ao Legislativo.

Ainda sobre esse tema, o poder judiciário pode declarar a mora(impontualidade no cumprimento de uma obrigação) do legitimado em enviar o projeto de lei ao Legislativo, mas não pode obrigá-lo a fazer isso.

Um ponto importante é que nem mesmo as constituições estaduais podem fixar o prazo para que um detentor de iniciativa privativa a exerça. Assim, deve-se obedecer rigorosamente o texto da Constituição Federal e, se esta não fixou o prazo, as Constituições estaduais não podem fazê-lo. Naturalmente, uma Emenda à Constituição FEDERAL pode fixar prazo ou criar obrigação a um legitimado em iniciar uma Lei.

Outra observação bastante recorrente em provas é que a Proposta de Emenda à Constituição não possui iniciativa privativa. Dessa feita, qualquer um dos legitimados pode propor PEC sobre qualquer tema.

As normas de iniciativa privativa são normas de reprodução obrigatória.Assim, se uma determinada matéria é reservada ao chefe do executivo federal, a mesma matéria, no que for cabível, também deverá ser destinada ao chefe do executivo estadual e municipal. Por exemplo: são de iniciativa privativa do Presidente da República as leis orçamentárias federais. Assim, as leis orçamentárias estaduais e municipais também são de iniciativa exclusiva dos chefes do executivo estadual e municipal, respectivamente.

Emendas a projetos de lei de iniciativa privativa

O Supremo entende ser possível emendas parlamentares a projetos de lei de iniciativa privativa de outros poderes. Assim, uma vez que os Projetos de Lei de iniciativa exclusiva do Executivo e do Judiciário foram iniciados, o Legislativo pode emendar/alterá-los porque a exclusividade se refere unicamente à iniciativa da lei e não à sua tramitação. No entanto, as referidas

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emendas parlamentares devem ter pertinência temática com a proposição legislativa original e não podem aumentar despesa:

nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, salvo orçamento, onde pode haver aumento de despesa, desde que obedecidos os demais requisitos constitucionais;

nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público

Sanção e vício de iniciativa

Suponhamos que um parlamentar ou qualquer outra figura tenha iniciado uma lei de iniciativa privativa do Presidente da República. Essa lei sofreria de inconstitucionalidade formal, ou seja, não obedeceria aos procedimentos estabelecidos pela Constituição Federal para sua devida formação, uma vez que foi iniciada por pessoa diferente do que a Constituição prevê.

Mas suponha também que ninguém percebeu o vício e o projeto de lei tramitou pelo Congresso Nacional e foi aprovado. Após sua aprovação, o PL foi para sanção ou veto do Presidente da República (e até aqui ninguém havia percebido o vício).

Chegando ao Presidente da República para sanção ou veto, o chefe do executivo gosta muito da lei e está plenamente de acordo com seu conteúdo, e ainda pensa consigo mesmo: “nem mesmo eu teria feito um PL tão bom”.Assim, o Presidente da República sanciona a lei.

Pergunta: essa lei é válida? NÃO! Pois a sanção não supre/convalida/conserta o vício de iniciativa. Dessa forma, se a lei tinha um vício desde seu nascimento, a sanção do Presidente da República não “conserta” esse vício (mesmo que fosse o próprio Presidente quem devesse ter iniciado a lei). Da mesma forma, caso haja algum vício de emenda parlamentar, a sanção do Presidente da República também não o convalidará.

Exemplos de iniciativa privativa

Iniciativa privativa do STF

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a) Estatuto da Magistratura, que deve ser feito por meio de Lei Complementar.

b) Fixação do subsídio dos Ministros do STF (lei ordinária com sanção presidencial).

Iniciativa privativa do STF, Tribunais Superiores e Tribunais de Justiça Estaduais (art. 96, II)

a) Matérias de seu interesse exclusivo;

b) Criação e extinção de cargos e remuneração;

c) Lei sobre alteração de número de membros dos tribunais inferiores;

d) Fixação dos subsídios de seus membros e juízes.

Iniciativa privativa da Câmara dos Deputados e Senado Federal

a) Lei para a remuneração de seus cargos.

b) OBS: via de regra, na administração pública, a criação de cargos e sua remuneração é feita por uma LEI. No entanto, para a Câmara dos Deputados e Senado Federal a regra é um pouco diferente: a criação de cargos é feita por RESOLUÇÃOenquanto o aumento da remuneração é feita por LEI. Assim, esses órgãos podem criar seus cargos por resolução, e detêm a INICIATIVA privativa de lei para aumento da sua remuneração.

Iniciativa privativa do Presidente da República (art. 61, § 1º + art. 84, XXIII)

São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas ou que disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;

Observe que os poderes Judiciário e Legislativo não estão incluídos. Assim, caso se queira aumentar a remuneração ou criar cargos no

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poder Judiciário, isso deve ser feito por meio de lei de iniciativa do Judiciário, ocorrendo o mesmo para o Legislativo (com a ressalva da criação de cargos na Câmara e no Senado, que podem se dar por meio de Resolução).

b) enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual (PPA), o projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e as propostas de orçamento (LOA) previstos na Constituição (art. 84, XXIII);

c) organização administrativa e judiciária, matéria tributária eorçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;

Obs. sobre a matéria tributária: Somente a matéria tributáriaDOS TERRITÓRIOS é de iniciativa exclusiva do Presidente da República. Se a lei for sobre matéria tributária da União, estados e municípios, a iniciativa será concorrente entre o executivo, o legislativo e a iniciativa popular.

d) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o decreto autônomo;

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.

g) Organização da Defensoria Pública da União e normas gerais para a Defensoria Pública dos estados, DF e Territórios.

h) Organização do Ministério Público da União e normas gerais para o Ministério Público dos estados, DF e Territórios.

Apesar de a Constituição Federal estabelecer no art. 61 que a iniciativa de lei sobre a organização do Ministério Público da União é privativa do Presidente da República, a doutrina entende que a iniciativa de lei de normas gerais para a organização do MPU é CONCORRENTE ENTRE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA E O PGR.

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Já a iniciativa de lei sobre normas específicas para o MP da União, é de iniciativa privativa do PGR.

Para o MP estadual, funciona assim: iniciativa de lei sobre normas gerais é de iniciativa privativa do Presidente da República (art. 61) enquanto a iniciativa de leis sobre normas específicas é concorrente entre o governador e o Procurador-Geral de Justiça (PGJ – o chefe do MP estadual).

O Ministério Público do DF (MPDFT) é um braço do MPU e a competência para sua organização é concorrente do Presidente da República com o PGR (assim como todo o MPU).

O Ministério Público que atua junto aos Tribunais de Contas é parte integrante desses Tribunais, assim, sua organização fica a cargo das próprias Cortes de Contas.

Por ser de extrema importância, colocarei os três artigos correspondentes da Constituição. Atenção para o seu texto!

Art. 61, § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: II - disponham sobre: d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

Art. 127, § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.

Art. 128, § 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: (...)

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Colocarei agora as mesmas informações, porém organizadas de uma forma diferente, ok?

MPU • Normas gerais: é organizado por Lei Complementar de iniciativa concorrente entre o Presidente da República e o PGR (art. 61, § 1º, II, “d” + art. 128, § 5º).

• Normas específicas: Lei de criação e extinção de cargos e serviços auxiliares do Ministério Público, a política remuneratória e os planos de carreira: iniciativa é privativa do PGR (CF, art. 127, § 2º).

MPE • Normas gerais: Lei federal de normas gerais para a organização do MP dos Estados: iniciativa é privativa do Presidente da República (CF, art. 61, § 1º, II, “d”).

• Normas específicas: Lei Complementar estadual de organização do MP do Estado: iniciativa concorrente entre o Governador e o PGJ (art. 61, § 1º, II, “d” + 128, § 5º).

• Lei sobre a organização do MPDFT: concorrente entre o Presidente da República e o PGR. (O MPDFT integra o MPU e é organizado e mantido pela União).

MPjTC: Lei de organização do MP especial que atua junto à Corte de Contas: iniciativa privativa do Tribunal de Contas.

Esquematizando:

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1. FASE DE INICIATIVA

Deflagra / inicia o procedimento legislativo

- Deputados / Senadores (dep/sen)

- Câmara dos Deputados (CD)

- Comissão da - Senado Federal (SF)

- Congresso Nacional (CN)

- Presidente da República (PR)

- STF

- Tribunais Superiores (TS)

- PGR

- Cidadãos

- TCU (73+96,II)

As diferentes iniciativas NÃO são autoexcludentes

1.1) Iniciativa Parlamentar e Extraparlamentaro Parlamentar: Dep e Sen

o Extraparlamentar: PR, TS, STF, PGR, iniciativa popular (...)

1.2) Iniciativa Geral - Dep/Sen

- Câmara dos Deputados (CD)

- Comissão da - Senado Federal (SF)

- Congresso Nacional (CN)

- Presidente da República (PR)

- Iniciativa popular

o Podem propor leis sobre qualquer coisa, salvo iniciativa privativa

o OBS: no BR não existe iniciativa geral plena – Ninguém pode propor qualquer lei sobre

qualquer assunto sem exceções.

1.3) Iniciativa Restritao Não confundir com iniciativa privativa

o O titular só pode propor lei para matérias específicas

- Judiciário - STF, TS e STJ podem propor leis específicas (96, II)

- $ dos Min STF - iniciativa do STF (48,XV)

- Estatuto da Magistratura (93)

- PGR: Criação, extinção de cargos, plano de carreira e $ (127, §20 e 128, §50)

- TCU (73, 75 e 96, II)

Podem propor LO e LC(Art. 61)

Ex. d

e In

icia

tiva

Res

trit

a

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1.4) Iniciativa Concorrenteo Mais de uma pessoa pode propor lei sobre a mesma matéria

Ex: - PEC

- Organização do MPU – PR + PGR

1.5) Iniciativa Conjuntao Quando precisa de 2 ou + pessoas, JUNTAS, para iniciar lei.

o Não existe mais no BR

Último exemplo no BR: $ dos MinSTF – ERA conjunta entre PR + PCD + PSF +

PSTF

1.6) Iniciativa Popularo É instrumento da soberania popular

o Somente para o CIDADÃO

o Forma direta – o povo propõe a lei sem o intermédio dos representantes

o Apenas inicia o procedimento legislativo

No resto, segue o mesmo procedimento das LO

o O Parlamento pode rejeitar ou emendar o PL proposto por iniciativa popular

o Apresenta à CD

o PL deve ter somente 1 assunto

o Não pode ser rejeitado por vício de forma, devendo a CD corrigi-lo

o Somente cabe iniciativa popular em LO e LC (o resto não)

o Não cabe iniciativa popular em -PEC (federal)

-Matéria reservada

União: Mín 1% do - Mín 5 Estados

eleitorado nacional - Mín 0,3% eleitores de cada Estado

Mun – 5% do ELEITORADO do Mun

Est e DF – lei disporá

Requisitos da Iniciativa popular(61, §20 + 27, §40

+ 29, XIII)

- Sufrágio Universal- Voto direto, secreto e igualitário- Plebiscito- Referendo- Iniciativa Popular de lei

OBS: cabe iniciativa popular em PEC estadual, mas não cabe em PEC federal

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1.7) Iniciativa por proposta da Maioria Asoluta (MA) dos membros de qualquer das

Casas do CNo Se o PL for rejeitado na fase de discussão e votação:

Regra: não pode novo projeto sobre o mesmo tema na mesma sessão legislativa

ordinária – SLO (2/fev a 22/dez)

Exceção: pode novo projeto sobre o mesmo tema na mesma SLO pela aprovação

da MA dos membros de qualquer das Casas

PL de iniciativa de outros órgãos: pode reapresentar (ex: PR, Trib, MP, etc)

Mas a tramitação do novo PL também depende da aprovação da MA de

qualquer das Casas do CN

Art. 110 RICD

MP e PEC não pode repetir de jeito nenhum

1.8) Iniciativa Vinculadao Obrigatória

o Ex: leis orçamentárias: PPA, LDO e LOA

O PR é obrigado a apresentar os projetos de leis orçamentárias

1.9) Iniciativa Privativa / Reservada /Exclusiva

o Não confundir com COMPETÊNCIA privativa/exclusiva da União (arts. 21 e 22)

No Processo Legislativo, iniciativa privativa = reservada = exclusiva

Nas competências: privativa

o Ocorre quando o PL pode ser proposto somente por uma pessoa

o Não pode ser delegada

o Legislativo e Judiciário não podem fixar prazo (obrigar) para que o titular exerça a

iniciativa reservada

Separação dos poderes

Ninguém pode obrigar o dono da iniciativa privativa a iniciar a lei – Salvo a CF

O Judiciário pode declarar a mora (mandado de injunção ou ADO)

Nem a Constituição Estadual (CE) pode fixar o prazo (se a CF não o fixar

também)

OBS: EC (da CF) pode alterar ou criar prazo

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- Pertinência temática

- Não pode despesa - Iniciativa exclusiva do PR salvo orçamento

nos Projetos de - Organização da - CD

- SF

- Tribunais Federais

- MP

o OBS: a sanção NÃO convalida (supre) - Vício formal de iniciativa

- Vício de emenda parlamentar

o PEC não possui iniciativa privativa – somente PL

o São normas de reprodução obrigatória

o Ex: Iniciativa Privativa do STF - Estatuto da Magistratura (LC)

- Fixação da $ dos Min STF (lei com sanção do PR)

o Ex: Iniciativa Privativa do STF, TS, TJEst (96,II) – matérias de seu interesse exclusivo

Ex - Criação e extinção de cargos e remuneração

- Fixação dos subsídios de seus membros e juízes

- Iniciativa de lei sobre alteração de n0 de membros dos tribunais inferiores

o Ex: Iniciativa Privativa da CD e SF: leis para $ de seus cargos

o Organização, criação de cargos, funções etc – RESOLUÇÃO

OBS: para - Aumento de $ - INICIATIVA de LEI

- Criação de cargos – Resolução

Pode haver emendasem PL de iniciativaprivativa de outrosPoderes (art. 63)

Pode aumentar despesa, desde que

cumpridos os demais requisitos

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- Criação de cargos públicos e $ da administração - Direta

Não inclui Legislativo e Judiciário - Autárquica

- PPA/LDO/LOA

- Administrativa

- Judiciária

- Organização - Orçamentária dos TERRITÓRIOS

- Tributária

- Serviços públicos

- Pessoal

PL sobre matéria TRIBUTÁRIA: Se for da U, E e Mun – será

concorrente entre Executivo + Legislativo + povo

o PL sobre matéria TRIBUTÁRIA – NÃO é de

iniciativa privativa do PR

- Servidores Públicos da U e Territ e seu Regime Jurídico

Criação de cargos e $ no Judiciário e Legislativo NÃO é do

PR

- Criação e extinção de ministérios e órgãos

Observado o Decreto Autônomo

- Militares das Forças Armadas

- Organização da DPU + normas Gerais para DP E, DF e Territ

- Organização do MPU + normas Gerais para MP E, DF e Territ

Organização do MP

MP Normas Gerais Normas Específicas

UniãoPR + PGR(61, § 1º, II, d + 128 § 5º)

PGR (127, § 2º)

DFTPR + PGR(61, § 1º, II, d + 128 § 5º)

PGR (127, § 2º)

Estados PR (61, § 1º, II, d)Gov + PGJ(61, § 1º, II, d + 128 § 5º + ADI 852)

MPjTC TC TC

Ex:

In

icia

tiva

Pri

vati

va d

o P

R(a

rt. 6

1 §1

0 + 1

65)

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2. FASE CONSTITUTIVA

Após a fase de iniciativa, ou seja, após iniciado um Projeto de Lei, entramos na segunda fase do processo legislativo ordinário: a fase constitutiva, ondeocorre a deliberação do poder legislativo (deliberação parlamentar), que é a discussão e votação do PL no Congresso Nacional, e a deliberação do poder executivo (deliberação executiva), que é a sanção ou veto do Presidente da República.

- Deliberação Parlamentar - Discussão

2 – Fase Constitutiva - Votação

- Deliberação Executiva - Sanção

- Veto

2.1. DELIBERAÇÃO PARLAMENTAR – DISCUSSÃO E VOTAÇÃO

Na fase de deliberação parlamentar ocorre a apreciação do projeto de lei pelas duas Casas do Congresso Nacional: a Casa Iniciadora, ou seja, a Casa onde o PL se inicia e a Casa Revisora, ou seja, a segunda Casa por onde o PL tramita.

O Senado Federal será a Casa Iniciadora em apenas três casos:

a) PL de iniciativa de senador;

b) PL de iniciativa das Comissões do Senado Federal;

c) PL proposto por Comissão Mista alternadamente entre Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Em todos os demais casos a Câmara dos Deputados é a Casa Iniciadora:

d) PL de iniciativa do Presidente da República, STF e Tribunais Superiores;

e) PL de iniciativa de deputados e comissões da Câmara dos Deputados;

f) PL de iniciativa do PGR;

g) PL de iniciativa popular;

h) PL de iniciativa de Comissão mista alternadamente entre Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Esquematizando:

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2. Fase Constitutiva

o Deliberação do - Legislativo (Deliberação Parlamentar) – discussão e votação no CN

- Executivo (Deliberação Executiva) – sanção ou veto

2.1) Deliberação Parlamentar – Discussão e votação

o Apreciação das duas Casas - Iniciadora

- Revisora

o O Senado Federal é casa - PL de iniciativa de senador

iniciadora em 3 casos - PL de iniciativa das Comissões do SF

- PL proposto por Comissão Mista

o Em todos os demais casos a Câmara - Presidente da República

dos Deputados é a Casa Iniciadora - STF

- Tribunais Superiores

- Deputados

- Comissões da Câmara dos Deputados

- PGR

- Iniciativa popular

- Comissão mista

Alternadamente entre CD e SF

Alternadamente entre CD e SF

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2.1.1. Da Casa Iniciadora

Meus queridos Analistas do TRE/MG, para facilitar o seu estudo, colocarei sempre um desenho do procedimento que será estudado. À medida que você for lendo, volte ao desenho do procedimento e visualize exatamente onde você está. Isso facilitará bastante o seu estudo além de fornecer uma visão melhor do todo. Vamos à primeira parte:

CASA INICIADORA

Votação nas Comissões

Tramitação nas comissões

Iniciado o processo legislativo, o PL tramita nas comissões da Casa Iniciadora (ele tramitará nas comissões da Casa Revisora também, em um momento posterior).

Essas comissões, que podem fazer emendas ao PL, podem ser temáticas (ex. Comissão de Educação, Comissão de Assuntos Sociais, etc.) ou Comissões de Constituição e Justiça (CCJ). A CCJ, realiza um exame formal do PL e emite um parecer de observância obrigatória (terminativo). Já as comissões temáticas realizam um exame material do PL e emitem um parecer não obrigatório (opinativo).

O número de comissões temáticas e por quais comissões o PL passará não é estudado na parte constitucional do processo legislativo e sim no Regimento Interno de cada Casa legislativa. Assim, não se preocupe com isso, combinado?

Plenário

(Discussão

e Votação)

Iniciativa Comissão 1

emite

parecer

Comissão 2

emite

parecer

Comissão X

emite

parecer

Aprova – vai para

a Casa Revisora

Rejeita – arquiva+

Irrepetibilidade

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Emendas ao Projeto de Lei

As emendas (alterações ao PL) podem ser feitas tanto nas Comissões quanto no Plenário e também podem ser feitas nos projetos de lei de iniciativa privativa. Lembre-se que a iniciativa privativa é somente para dar início ao andamento do PL, que pode ser alterado pelo Poder Legislativo.

Além disso, as emendas podem ser propostas tanto pelos congressistas (deputados e senadores) quanto pelas Comissões Parlamentares.

Existe um dispositivo na Constituição que merece maior explicação:

Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo (leis orçamentárias – PPA, LDO e LOA) enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.

Observe que quem elabora os projetos do PPA, da LDO e da LOA é o próprio Presidente da República, aliás, essas leis são de iniciativa exclusiva dele. Depois de elaborados os projetos, o Presidente os encaminha ao Congresso Nacional, dando início à fase constitutiva do processo legislativo.

Ocorre que, por força do art. 166, § 5º, APÓS enviado o projeto de lei para o Congresso Nacional, o Presidente da República pode propor emendas,desde que não tenha sido iniciada a votação da parte a ser alterada na primeira comissão onde esse projeto de lei tramita (a Comissão Mista Parlamentar de Orçamento e Finanças - CMPOF).

Por fim, a Constituição prevê que não será admitido aumento da despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvadas as leis orçamentárias, onde poderá haver esse aumento, cumpridos os demais requisitos constitucionais.

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público

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Do Plenário

Após a discussão e votação dentro da última comissão (lembrando que o PL pode passar por várias delas), o Projeto de Lei é enviado a Plenário para discussão e votação. O referido Plenário pode:

1. Aprovar o PL, com ou sem emendas, caso em que o mesmo vai para a Casa Revisora;

2. Rejeitar o PL, caso em que o mesmo será arquivado e sua matéria não pode ser objeto de novo PL na mesma sessão legislativa, salvo requerimento da maioria absoluta de qualquer das Casas (irrepetibilidade).

Da delegação interna corporis: votação do PL no âmbito das comissões

Como dito acima, em regra, após tramitarem pelas comissões, os Projetos de Lei (PLs) devem ser votados no Plenário de cada Casa. No entanto, a Constituição permite que o Regimento Interno de cada Casa delegue algumas atribuições do Plenário para se discutir e votar definitivamente os PLs no âmbito das comissões. Assim, um Projeto de Lei pode ser aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal sem jamais ter passado pelo Plenário de nenhuma dessas Casas (caso tenha havido a delegação de ambos os regimentos internos). Essa delegação se chama delegação interna corporis(art. 58, §2º, I).

No entanto, a CF também regra que, caso haja recurso de 1/10 dos membros da Casa, o PL (que seria votado somente nas comissões) deve ser levado a Plenário. Essa disposição também protege o direito das minorias parlamentares.

Volte agora e revise o desenho do procedimento estudado até aqui.

Esquematizando:

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o Procedimento

I- Casa Iniciadora

a) Iniciado o Processo Legislativo: PL tramita nas comissões

Comissões - de Constituição e Justiça (CCJ) - Exame formal

- Parecer Terminativo (obrigatório)

Em ambas - Temáticas – emitem - Parecer - não obrigatório (opinativo)

as Casas - Exame material

(Podem emendar)

b) Emendas:

Pode haver emendas - Nas comissões

- No Plenário

- Nos PL de iniciativa privativa

Podem ser propostas pelos - Congressistas

- Comissões Parlamentares

Quem tem iniciativa privativa PODE apresentar emendas APÓS proposto o

PL e enquanto não iniciada a votação na primeira Comissão (divergência

doutrinária sobre outros, que não o PR)

Ex: PR nas leis Orçamentárias, enquanto não iniciada a votação na CMPOF

da parte cuja alteração é proposta. (art. 166, §50)

Emendas a PL não podem - Iniciativa exclusiva do PR, salvo orçamento

aumentar despesa nos PL de - Organização da - CD

- SF

- Tribunais Federais

- MP

Pode aumentar despesa, desde que

cumpridos os demais requisitos

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c) Após discussão e votação dentro das Comissões, o PL é enviado ao Plenário para

discussão e votação

OBS: Votação do PL no âmbito das comissões

As comissões podem aprovar (VOTAR) o PL sem passar pelo Plenário

o (art. 58, §20, I)

o Para agilizar a atividade legislativa

o Por delegação interna corporis

o Em casos específicos previstos nos Regimentos Internos

o Isso pode ocorrer nas duas Casas, ou seja: um PL pode ser aprovado

(virar lei) sem jamais ter passado pelo PLENÁRIO da CD ou do SF

o Cabe recurso de 1/10 dos membros da Casa – caso em que vai a

Plenário

d) Aprovado pela Casa Iniciadora (com ou sem emendas) – Segue para a Casa Revisora

e) Rejeitado pela - Arquiva

Casa Iniciadora +

- Irrepetibilidade (art. 67): a matéria do PL rejeitado não pode mais

ser objeto de PL na mesma Sessão Legislativa, salvo MA de

qualquer das Casas

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2.1.2. Da Casa Revisora

Colocarei agora a segunda parte do desenho do processo legislativo ordinário. Lembre-se de sempre voltar até ele à medida que for lendo a explicação:

CASA INICIADORA

Votação nas Comissões

CASA REVISORA

Votação nas Comissões

Uma vez aprovado pela Casa Iniciadora, o Projeto de Lei vai para a Casa Revisora. Tudo o que foi estudado até aqui para a Casa Iniciadora, também vale para a Casa Revisora. Ex: o PL também passa pelas comissões (CCJ e temáticas), pode haver emendas, delegação interna corporis, etc. Assim, após o trâmite nas comissões, o PL vai ao Plenário da Casa Revisora, que pode:

1. Aprovar o PL sem emendas de mérito, caso em que ele segue para autógrafo, que é a reprodução do conteúdo final que o PL terá. De lá, o PL segue para a Deliberação executiva (sanção ou veto do Presidente da República).

Iniciativa

Aprova – vai para

a Casa Revisora

Comissão 1, 2, 3,

4, X …

Emitem Parecer

Aprova – vai para autógrafo

+ Sanção ou veto do PR

Emenda – volta para a Casa

Iniciadora para apreciação

das emendas.

Rejeita – arquiva+

Irrepetibilidade

Rejeita – arquiva+

Irrepetibilidade

Comissão

1 emite

parecer

Comissão

2 emite

parecer

Comissão X

emite

parecer

Plenário

(Discussão

e Votação)

Plenário

(Discussão

e Votação)

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2. Rejeitar o PL, caso em que o mesmo será arquivado e ocorrerá a irrepetibilidade, ou seja, a matéria do PL rejeitado não pode mais ser objeto de projeto de lei na mesma sessão Legislativa, salvo proposta da maioria absoluta de qualquer das Casas (art. 67).

3. Emendar o PL, caso em que ele volta para a Casa Iniciadora para apreciação das emendas da Casa Revisora. Observe que, nesse estágio, a Casa Iniciadora somente pode apreciar a parte emendada pela Casa Revisora, sendo vedada a subemenda (emenda da emenda).

Ao apreciar as emendas da Casa Revisora, a Casa Iniciadora pode aprová-las ou rejeitá-las. Caso aprove, o PL segue para autógrafo, seguido da sanção ou veto do Presidente da República. Caso rejeite, oPL segue para a sanção ou veto do Presidente do mesmo jeito, e sem as emendas! Portanto, a vontade da Casa iniciadora prevalecesobre a da Revisora.

Importantíssimo ressaltar que, apesar de haver predominância da Casa Iniciadora sobre a Casa Revisora, não há hierarquia entre elas.

Assim, como a Câmara dos Deputados é, geralmente, a Casa Iniciadora, ela tem papel preponderante sobre o Senado Federal na elaboração das leis (lembre-se de que não há hierarquia entre as Casas!).

Volte agora e revise o desenho do procedimento estudado até aqui.

Esquematizando:

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II- Casa Revisora

a) Aprovar - Sem emendas de mérito – Segue para sanção do PR

- Com emendas de mérito – o mesmo que emendar

b) Rejeitar – arquiva + irrepetibilidade (a matéria do PL rejeitado não pode mais ser objeto

de PL na mesma sessão Legislativa, salvo MA de qualquer das Casas

c) Emendar - PL volta para a Casa Iniciadora, que somente apreciará o que foi

modificado

- Vedado subemenda (emenda da emenda)

- A Casa • Aprovar as emendas – segue para a sanção do PR

Iniciadora pode • Rejeitar as emendas – segue para a sanção do PR do

mesmo jeito (e sem as emendas)

Como a CD é geralmente a Casa Iniciadora, ela tem papel preponderante na

elaboração normativa

Lembrando: a CD não é hierarquicamente superior ao SF

OBS:o Na Casa Revisora, o PL também passa pelas comissões

Após as Comissões, vai a Plenário (igual na Casa Iniciadora)

A Casa Revisora também pode aprovar um PL somente no âmbito das Comissões

(delegação interna corporis) – igual na Casa iniciadora.

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A vontade da Casa Iniciadora prevalece

(E SEM AS EMENDAS)

NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE CASA INICIADORA e

REVISORA, mas há PREDOMINÂNCIA da CASA

INICIADORA sobre a REVISORA

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2.2. DELIBERAÇÃO EXECUTIVA – SANÇÃO OU VETO

Após aprovado na fase de discussão e votação no Congresso Nacional, o projeto de lei é encaminhado ao Presidente da República, que tem 15 dias úteis para realizar a sanção ou o veto.

Da sanção

A sanção completa a fase constitutiva e é a aprovação da lei. Significa que o Presidente da República está de acordo com seu conteúdo e faz com que o“projeto de lei” se transforme em “LEI”.

A sanção pode ser expressa ou tácita. A sanção expressa ocorre quando o Presidente da República “assina o papel”, ou seja, ele assina um ato se manifestando em favor daquela lei. Repare que a sanção expressa requer uma ação presidencial.

Mas o que ocorre se o Presidente deixar passar os 15 dias úteis e não sancionar e nem vetar o PL? Ocorre a sanção tácita. Daí vem aquele ditado “quem cala, consente”. Dessa forma, caso o Presidente da República permaneça em silêncio, deixando escoar o prazo de sanção ou veto, ele está, tacitamente (implicitamente), aprovando a lei.

Após a sanção, a LEI (lembre-se que a sanção transforma o PL em lei) será promulgada e publicada. O prazo para promulgação é de 48 horas e não existe prazo constitucional definido para a sua publicação.

Apenas as leis ordinárias, as leis complementares e as MPs modificadas pelo Congresso Nacional (leis de conversão) se submetem à sanção. Assim, não se submetem à sanção as Emendas Constitucionais, Leis Delegadas, Decretos Legislativos, Resoluções, e Medidas Provisórias não modificadas.

Vale observar que, ainda que o Presidente da República sancione uma lei, ele pode propor uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra ela, ou seja, não é pelo fato de o Presidente haver sancionado uma lei, que ele perderá o direito de contestá-la perante o judiciário.

Além disso, a sanção não supre o vício de iniciativa ou de emenda parlamentar. Portanto, caso o Projeto de Lei contenha algum vício de

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iniciativa ou vício de emenda, a sanção presidencial não fará com que ele se torne válido.

Somente para lembrar uma informação importantíssima e muito cobrada em provas: Não há sanção ou veto presidencial na emenda à Constituição, em decretos legislativos, em resoluções, nas leis delegadas e na lei resultante da conversão, sem alterações, de medida provisória.

Esquematizando:

2.2) Deliberação Executiva – Sanção ou Veto

o Após a fase de discussão e votação, - Sanção - Expressa

o PL vai para o PR para - Tácita

- Veto

o Sanção - Aprovação da lei.

- Completa a fase constitutiva

- Se o PR deixar passar o prazo sem se manifestar = sanção tácita

15 d úteis - Após a sanção, a LEI vai para a fase de promulgação e publicação.

• A sanção faz o PL virar LEI 48h Não tem prazo definido

- Mesmo que o PR tenha sancionado, ele pode entrar com Adin contra a Lei

- A sanção não supre o vício de iniciativa ou de emenda parlamentar

- Não há sanção em - Emenda Constitucional

- Lei Delegada

- Decreto Legislativo

- Resoluções,

- MP não modificada

Se for PL de conversão (MP modificada)

precisa de sanção

o Não há sanção ou veto do PR em - EC

- DecLeg

- Res

- LDel

- MP aprovada pelo CN sem alterações

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Do veto

O veto é a rejeição do PL pelo Presidente da República e possui prazo comum de 15 dias úteis (é o mesmo prazo, onde o Presidente decide se sanciona ou veta uma lei).

Imagine que o Presidente da República apresente um projeto de lei ao Congresso Nacional e este o aprove integralmente, sem nenhuma modificação. O Presidente, ainda assim, pode vetar esse projeto de lei. O Presidente da República pode vetar um texto que ele mesmo apresentou.

Vamos às características do veto:

Expresso: o veto só ocorre se houver manifestação expressa do Presidente, ou seja, uma ação do chefe do executivo de rejeitar o PL no todo ou em parte. Dessa forma, caso o chefe do executivo deixe escoar oprazo de 15 dias úteis, haverá a sanção tácita (não existe veto tácito).

Irretratável: uma vez vetado, o Presidente não pode desistir do veto.

Supressivo: o Presidente da República somente pode retirar texto do PL e nunca alterá-lo ou acrescentar nada a ele.

A depender das informações vetadas, o veto pode ser classificado comototal ou parcial. Ele será total quando ocorrer na íntegra, ou seja, quando o presidente vetar TODO o projeto de lei. Por outro lado, será parcial quando o Presidente vetar apenas PARTE do projeto de lei.

Uma observação importantíssima é que o Presidente da República, ao realizar o veto parcial, somente pode vetar o texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea e não pode deixar a lei ilógica ou modificar o seu “sentido”. Dessa feita, o Presidente da República não poderá vetar palavras isoladas no texto da lei.

Motivado: Outra característica do veto é que ele deve ser SEMPRE MOTIVADO. Assim, o Presidente da República deve sempre dizer por qual motivo vetou um PL, sendo que, a ausência de motivação implica na inexistência do veto. Isso ocorre porque o veto é um ato composto e somente se aperfeiçoa com a comunicação dos motivos ao Presidente do Senado Federal em 48 horas, caso contrário, tem-se pela inexistência do veto.

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Jurídico ou político: Quanto à motivação, o veto pode ainda ser jurídico ou político. Ele será jurídico quando o Presidente vetar um PL alegando a inconstitucionalidade do mesmo. Nesse caso, o chefe do executivo estará exercendo o controle preventivo de constitucionalidade. O veto será ainda político quando o Presidente alegar, ao motivá-lo, que o PL é contrário ao interesse público.

Ato político: atos políticos são aqueles expedidos pelos agentes políticos no exercício de sua função estatal, com larga margem de independência e liberdade. Não são atos administrativos (ADPF 1/RJ-QO).

O veto é um ato político, não cabendo, via de regra, controle judicial de suas razões. É cabível, no entanto, o controle judicial da tempestividade ou quando houver abuso por parte do chefe do executivo.

Superável ou relativo: o Congresso Nacional pode derrubar/superar o veto presidencial.

Da derrubada do veto pelo Congresso Nacional

Como visto, ao vetar um Projeto de Lei, o Presidente da República deve comunicar ao Presidente do Senado Federal (PSF) os motivos do veto no prazo de 48 horas. Após isso, a parte vetada será apreciada em sessão conjunta do Congresso Nacional no prazo de 30 dias.

Caso o Congresso Nacional permaneça inerte e não delibere sobre o veto presidencial no prazo de 30 dias, haverá o trancamento da pauta da sessão conjunta do Congresso Nacional. Observe que não haverá o trancamento da pauta da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, mas sim da sessãoconjunta do CN. Por maioria absoluta e voto secreto, o veto pode ser afastado, produzindo os mesmos efeitos da sanção.

Trancar a pauta significa que o Congresso Nacional (na sessão conjunta) não poderá deliberar sobre nenhum outro assunto enquanto não deliberar sobre o motivo do trancamento, no caso, a apreciação do veto presidencial.

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Caso o Congresso Nacional decida pela manutenção do veto, o PL será arquivado e sua matéria não poderá ser objeto de novo PL na mesma sessão legislativa, salvo requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas (irrepetibilidade).

Observe que, assim como o veto do Presidente da República pode ser total ou parcial, a derrubada do veto também pode ser total ou parcial. Dessa forma, o Congresso Nacional pode derrubar apenas parte do veto do Presidente (Rp 1385 / SP). Por exemplo, se o Presidente da República veta os artigos 1, 2 e 3 de um projeto de lei, o Congresso Nacional pode derrubar apenas o veto do artigo 1 e deixar vetados os artigos 2 e 3.

Uma vez derrubado o veto, a lei segue para que o Presidente da República a promulgue. Observe que o Presidente deve promulgar a lei, mesmo a tendo vetado anteriormente. Se o Presidente da República não a promulgar no prazo de 48 horas, o Presidente do Senado Federal (PSF) o faz em igual prazo. Caso o Presidente do Senado Federal também não a promulgue, o Vice-Presidente do Senado Federal (VPSF) deve fazê-lo. Nesse último caso, oVPSF é OBRIGADO a promulgar a lei, sendo que a Constituição não prevê um prazo específico para tal.

Esquematizando:

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- Rejeição do PL pelo Presidente da República

- Prazo para vetar: 15 d úteis (o mesmo prazo da sanção)

- PR pode vetar texto que ele mesmo apresentou

- Expresso: Silêncio: sanção tácita (NÃO EXISTE VETO TÁCITO)

- Irretratável: Não pode desistir do veto

- Supressivo - Só pode retirar texto. Nunca acrescentar

- Veto - Total – Na íntegra

- Parcial - Só pode vetar texto integral de artigo, parágrafo,

inciso ou alínea

- Não pode deixar ilógico ou modificar o “sentido” da lei

- Motivado • Prazo para comunicar o PSF com os motivos do veto: 48h

Sempre • Comunicação dos motivos aperfeiçoa o veto (ato composto)

• Se não motivar: inexistência do veto

- Veto - Jurídico: Inconstitucionalidade (controle preventivo de constitucionalidade)

- Político: Contrário ao interesse público

- Ato político - Não cabe controle judicial das RAZÕES do veto

- Excepcionalmente cabe (abuso)

- ADPF 1/RJ-QO

- Superável ou relativo: o Congresso Nacional pode derrubar o veto do Presidente

Veto

- Presidente da República comunica ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto (48h)

- A parte vetada é apreciada em sessão conjunta do CN

- Prazo: 30d

- Se o CN ficar inerte: tranca a pauta da SESSÃO CONJUNTA DO CN

Não tranca a pauta da CD ou SF:

Só tranca a pauta da sessão conjunta do CN

- Por MA E VOTO SECRETO, o veto é afastado, produzindo os mesmos efeitos da sanção

CN derrubar o veto

Derrubada do veto: produz os mesmos efeitos da sanção presidencial

- Mantido o veto: arquiva + irrepetibilidade

- CN pode derrubar apenas parte do veto do Presidente da República (Rp 1385 / SP)

- Derrubado o veto: segue para o PR promulgar (48h)

O PR deve promulgar a Lei mesmo sem concordar com ela

o Se o PR não promulgar - PSF o faz

- Prazo: 48h

Se o PSF não promulgar - VPSF o faz

- Não tem prazo constitucional definido

- É OBRIGATÓRIO

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3. FASE COMPLEMENTAR

A fase complementar compreende as fases de promulgação e publicação da lei.

3.1. PROMULGAÇÃO

A promulgação é a declaração de existência da lei e sua inserção no ordenamento jurídico. Observe que se promulga a “LEI” e não um “projeto de lei”, uma vez que o PL é transformado em lei na sanção do Presidente ou na derrubada do veto pelo Congresso Nacional (fases anteriores à promulgação).

Se o Presidente da República não promulgar a lei no prazo de 48 horas, o Presidente do Senado Federal (PSF) o faz em igual prazo. Caso o Presidente do Senado Federal também não a promulgue, o Vice-Presidente do Senado Federal (VPSF) deve fazê-lo. Nesse último caso, Vice-Presidente do Senado Federal é OBRIGADO a promulgar a lei e a Constituição não prevê um prazo específico.

Existem algumas promulgações originárias do poder legislativo, como as Emendas Constitucionais, que são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, os Decretos Legislativos, que são promulgados pelo Presidente do Senado Federal (que é o Presidente do Congresso Nacional) e as Resoluções, que são promulgadas pelos Presidentesdas Casas que as editarem.

3.2. PUBLICAÇÃO

A publicação é um pressuposto de eficácia da lei. Assim, a lei só pode ser exigida depois de publicada, ou seja, depois que todos tomarem conhecimento de sua existência.

Em regra, a cláusula de vigência da lei vem prevista em seu último artigo(clique no link e olhe art. 125 da Lei 8.666). Dessa forma, a própria lei diz quando ela entrará em vigor. No entanto, se ela não falar nada quanto ao seu prazo de vigência, entrará em vigor no território nacional no prazo de 45 dias após sua publicação e em território estrangeiro após 3 meses de sua publicação.

A Constituição Federal não estipula expressamente o prazo para a publicação das leis.

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Esquematizando:

3. Fase Complementar - Promulgação

- Publicação

3.1) Promulgação

o Declaração de existência da lei e sua inserção no ordenamento jurídico

o Promulga LEI e NÃO Projeto de Lei

Já é Lei

O PL vira lei com a - Sanção

- Derrubada do veto

o Prazo: 48h

o Promulgada pelo Presidente da República

Caso haja rejeição do veto e o PR não promulgue - PSF o faz

- Prazo: 48h

Se o PSF não promulgar - VPSF o faz

- Não tem prazo constitucional definido

- É OBRIGATÓRIO

o Promulgação originária - Emenda Constitucional – promulgada pela mesa CD + mesa SF

do LEGISLATIVO - Decreto Legislativo – promulgado pelo PSF (PCN)

- Resolução – promulgada pelo Presidente da Casa que a editar

3.2) Publicação

o Não há prazo definido para a publicação

o Pressuposto de eficácia da lei

o A lei pode ser exigida (só tem eficácia) depois de publicada

o Marca o momento em que a legislação passa a ser exigida

o Regra: cláusula de vigência no último artigo da lei

Se não falar nada - Território nacional: 45 dias da publicação

- Estrangeiro: 3meses da publicação

Observe agora o procedimento legislativo completo das leis ordinárias e complementares:

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4. PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO OU REGIME DE URGÊNCIA CONSTITUCIONAL

O Processo legislativo Sumário ou Regime de Urgência constitucional segue o mesmo trâmite do processo ordinário, passando pelas comissões, plenário, Casa Iniciadoa e Revisora, enfim, possui todas as características do processo legislativo estudadas até aqui. No entanto, o regime de urgência constitucionalpossui prazos.

O PL em regime de urgência tem que ser aprovado pela Casa Iniciadora no prazo de 45 dias. Saindo da Casa Iniciadora e indo para a Casa Revisora, esta também possui 45 dias para aprová-lo. Em caso de emenda da Casa Revisora, o PL voltará para a Casa Iniciadora, que terá agora 10 dias para deliberar sobre as emendas.

Caso os prazos acima citados não sejam cumpridos, haverá o trancamento / sobrestamento da pauta da Casa descumpridora de sua obrigação,salvo para as deliberações legislativas com prazo constitucional certo,como as Medidas Provisórias, que possuem prazo de deliberação de 60 dias prorrogáveis por mais 60 dias. Vale ressaltar que somente é trancada a pauta da Casa que estourar o prazo.

Ex.1: Caso a Câmara (Casa Iniciadora) estoure o prazo de 45 dias, a pauta da Câmara será trancada, salvo para as deliberações com prazo constitucional certo. A pauta do Senado, por outro lado, não será trancada.

Ex.2: Caso a Câmara aprove o PL sob regime de urgência em 20 dias, ele seguirá para o Senado este terá 45 dias para aprová-lo.

Ex.3: Caso o Senado estoure o prazo de 45 dias, a sua pauta restará trancada. Mas ele ainda poderá apreciar uma Medida Provisória, pois esta é uma deliberação legislativa com prazo constitucional certo.

Somando-se os prazos (45+45+10), constata-se que o procedimento legislativo sumário pode ter, no máximo, 100 dias de duração sem haver trancamento de pauta.

Cabe ressaltar que os prazos não correm durante o recesso e não se aplicam aos projetos de CÓDIGO (art. 64, § 4.º). Além disso, não há

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aprovação por decurso de prazo, assim, se o prazo “estourar”, haverá trancamento de pauta e não a aprovação tácita por parte do Congresso Nacional.

São duas as hipóteses onde pode ocorrer o regime de urgência constitucional:

1. Se o Presidente da República solicitar urgência nos projetos de SUA INICIATIVA. ATENÇÃO: Não é iniciativa privativa do Presidente e sim QUALQUER projeto de lei que ele tenha iniciado.

2. Outorga e renovação de concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens (art. 223,§ 1º +49, XII).

Equematizando:

Processo Legislativo Sumário ou Regime de Urgência

- É o mesmo do ordinário, mas com prazos:

• Casa - Iniciadora: CD - 45d

- Revisora: SF - 45d

- Caso de emenda: 10d (volta para a CD)

• Portanto, o procedimento sumário pode ter no máximo 100d (sem trancar a pauta)

- Se qualquer das casas não apreciar em 45d: tranca a pauta da Casa que estourar o prazo

Somente tranca a pauta da Casa que estourar o prazo. (No rito ordinário, os

prazos correm normalmente (não tranca a pauta)

Só não tranca para as deliberações legislativas com prazo constitucional

certo (ex: MPs (60+60)

Lembrando que NÃO EXISTE aprovação por “decurso de prazo”!!!

- Os prazos - Não correm durante o recesso

- Não se aplicam aos projetos de CÓDIGO (art. 64, § 4.º)

- Hipóteses do regime 1. Se o PR solicitar urgência nos projetos de SUA INICIATIVA

de urgência - Não é iniciativa privativa do PR – é QUALQUER projeto

constitucional que o PR tenha iniciado (art. 64,§ 10)

2. Apreciação dos atos de delegação ou renovação de serviços de

Radiodifusão sonora e de sons e imagens

- art. 223,§ 10 + 49, XII

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III.LEI ORDINÁRIA (LO)E LEI COMPLEMENTAR (LC)

As leis ordinárias e complementares são atos normativos primários, assim, não há hierarquia entre elas, devendo ser observado o princípio da especialidade. Dessa forma, a Constituição Federal reservou algumas matérias que somente podem ser disciplinadas por Lei Complementar, sendo as demais matérias regradas por Lei Ordinária (residual).

As leis ordinárias e complementares possuem uma série de semelhanças,dentre elas, o procedimento legislativo em três fases: iniciativa, constitutiva e complementar. Essas duas normas funcionam quase da mesma maneira.

Mas Roberto, qual é a diferença entre elas?

A primeira diferença, já explicada, é em relação à matéria que as leis podem tratar, ou seja, em relação ao seu objeto. Enquanto as hipóteses de Lei Complementar estão taxativamente expressas na CF, as hipóteses de Lei Ordinária são residuais, ou seja, o que não for das demais espécies normativas será tratado pela Lei Ordinária.

A segunda diferença é quanto ao aspecto formal, ou seja, em relação ao procedimento de formação das leis: o quórum de votação da Lei Ordinária é a maioria simples, enquanto o quórum de votação da Lei Complementar é a maioria absoluta.

Observação

Em regra, como dito, essas duas espécies normativas não invadem as competências umas das outras. Assim, uma Lei Ordinária é alterada por outra LO, enquanto uma Lei Complementar é alterada por outra LC. No entanto, existem dois casos onde uma Lei Complementar pode ser alterada ou revogada por uma Lei Ordinária:

1. Quando a Lei Complementar tratar (indevidamente) de matéria de Lei Ordinária.

2. Quando a matéria, no passado, era reservada à Lei Complementar,mas deixou de ser, em virtude do surgimento de uma nova CF ou de Emenda Constitucional.

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Em ambos os casos acima, apesar de a lei continuar sendo chamada de Lei Complementar, ela funcionará como Lei Ordinária, pois será materialmente uma LO, apesar de ser formalmente uma LC. Explicando: ela terá passado pelo procedimento de formação das leis complementares, mas terá conteúdo,matéria e validade de uma Lei Ordinária.

Esses dois são os únicos casos em que uma espécie normativa infraconstitucional pode entrar na competência de outra.

Por fim a Constituição estabelece que Lei Complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

Esquematizando:

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Lei Ordinária e Lei Complementar

São atos normativos primários

Não há hierarquia entre elas (princípio da especialidade)

Igualdades: procedimento legislativo - Iniciativa

em 3 fases - Constitutiva (deliberação) - Legislativa

- Executiva

- Complementar

Diferenças - Material (objeto) - LC – Hipóteses previstas taxativamente na CF

- LO – Residual (o que não for de EC, LC, Dec Leg, Res

e Ldel)

- Formal (Quórum de - LO: Maioria Simples

APROVAÇÃO) - LC: Maioria Absoluta

Quórum de VOTAÇÃO (Instalação da Sessão de votação): LO e LC: MA, ou seja, pra

iniciar a votação, tem que estar presentes o primeiro número inteiro superior à metade do

número de membros.

OBSERVAÇÃO: Casos onde uma LC pode ser alterada/revogada por uma LO

I- Quando a Lei Complementar tratar de matéria de Lei Ordinária

II- Quando a matéria, no passado, era reservada à LC, mas deixou de ser, em virtude do

surgimento de uma nova CF ou de EC

o Nesses dois casos, apesar de continuar sendo chamada de Lei Complementar, ela

funcionará como Lei Ordinária, pois será - Formalmente: LC

- Materialmente: LO

o A LC poderá ser alterada/revogada por LO porque ela será, em sua essência, uma LO

o Únicos casos em que uma espécie normativa infraconstitucional pode entrar na

competência de outra

LC disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. (art. 59 par. Único)

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EXERCÍCIOS

1. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário - Execução de Mandados) O projeto de lei aprovado por uma Casa do Congresso Nacional será revisto pela outra, em a) dois turnos de discussão e votação e enviado o veto se a Casa revisora o rejeitar e sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.

b) dois turnos de discussão e votação e enviado o veto se a Casa revisora o rejeitar.

c) dois turnos de discussão e um só turno de votação e enviado à sanção se a Casa revisora o aprovar.

d) dois turnos de discussão e um só turno de votação e enviado o veto se aCasa revisora o rejeitar em parte, sendo projeto emendado e voltará à Casa revisora para nova votação.

e) um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

Gabarito: E. Pessoal, os projetos de lei são aprovados por maioria simples em turno único de discussão e votação em ambas as casas. Não confundam com a proposta de emenda à Constituição. Essa tem um rito só para ela (2 turnos de votação e quórum de 3/5)!

2. (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Taquigrafia) A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República terão início naa) primeira assembleia extraordinária do Senado Federal.

b) Câmara dos Deputados.

c) primeira assembleia ordinária do Senado Federal.

d) segunda assembleia extraordinária do Senado Federal.

e) segunda assembleia ordinária do Senado Federal.

Gabarito: B. Que questão esquisita! Ela tentou abalar a confiança do candidato apresentando quatro alternativas muito parecidas. Sabe qual é a semelhança entre elas? São todas erradas! Os projetos de lei

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de iniciativa do Presidente terão a Câmara dos Deputados como casa iniciadora. Veja no art. 64 da Constituição Federal.

3. (FCC - 2010 - MPE-SE - Analista - Direito) Em matéria de processo legislativo, é certo que:a) Não cabe o veto por inconstitucionalidade em razão da análise prévia da Comissão legislativa competente e por ser passível de rejeição.

b) A sanção é competência privativa do Chefe do Executivo, salvo nos casos de lei delegada, cuja sanção é legislativa.

c) A ausência de sanção expressa no prazo de 15 (quinze) dias implica na caducidade ou prescrição do projeto de lei.

d) O veto constitui ato político do Chefe do Executivo, sendo insuscetível de controle judicial, restrição aplicável tanto no veto político como no jurídico.

e) A promulgação da lei é ato exclusivo do Chefe do Executivo, inclusive noscasos de sanção tácita e de rejeição do veto.

Gabarito: D.

Item A – ERRADO. De fato, a constitucionalidade de um projeto de lei é analisada no âmbito das comissões do Congresso Nacional, podendo, inclusive, ser rejeitado no âmbito destas comissões. No entanto, isso não exclui a possibilidade do veto presidencial, que fará o juízo de constitucionalidade e interesse público a respeito dos projetos de lei.

Item B – ERRADO. A sanção é um ato exclusivo do Presidente da República, por meio do qual expressa concordância com o projeto de lei. Assim, o Congresso Nacional não sanciona ou veta qualquer Projeto de Lei.

Item C – ERRADO. A ausência de sanção expressa importa a sanção tácita (art. 66, §3º). Lembre-se de que este prazo é de quinze dias ÚTEIS, conforme nos traz o §1º do art. 66.

Item D – CERTO. O veto presidencial é um ato político. Não cabe controle judicial sobre o veto presidencial, seja ele por motivos de inconstitucionalidade (veto jurídico) ou interesse público (veto político). A questão nos trouxe a regra, mas lembre-se de que,

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excepcionalmente, caberá o controle judicial do veto presidencial se houver abuso por parte do chefe do executivo.

Item E – ERRADO. Existe a possibilidade de o Presidente do Senado ter que providenciar a promulgação, em caso de inércia presidencial. Veja no art. 66, §7º: “Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.”

4. (FCC - 2011 - TCE-PR - Analista de Controle) Sobre as disposições constitucionais referentes ao processo legislativo ordinário, é correto afirmar quea) o Congresso Nacional não pode rejeitar projeto de lei advindo de iniciativapopular.

b) o Senado Federal é a casa inicial para discutir e votar projetos de lei de iniciativa do Presidente da República.

c) matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto se, quando reproposto, apresentar fundamentação diversa da do projeto original.

d) matéria relacionada à modificação de efetivos das Forças Armadas não pode ser objeto de deliberação legislativa.

e) projeto de lei cujo veto tenha sido derrubado pelo Congresso Nacional será enviado para promulgação ao Presidente da República.

Gabarito: E.

Item A – ERRADO. A única “prerrogativa especial” conferida a um projeto de iniciativa popular é que o mesmo não poderá ser rejeitado por vício de forma (maneira como o texto se estrutura), devendo a Câmara dos Deputados corrigir eventuais erros formais. Ora, isso ocorre porque o povo, não necessariamente, tem os conhecimentos sobre a técnica legislativa, sendo desarrazoada sua rejeição logo de pronto por vício formal. De resto, este projeto é como qualquer outro, ou seja, pode ser emendado e até mesmo rejeitado pelos parlamentares.

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Item B – ERRADO. Vamos ao art. 64: “A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.”

Item C – ERRADO. Não existe essa exigência. A exigência que existe é que haja proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das casas do Congresso Nacional. E saiba que isso não pode ser feito para medidas provisórias e propostas de emendas à Constituição!

Item D – ERRADO. A própria Constituição Federal prevê que a fixação e modificação dos efetivos das Forças Armadas sejam feitas por meio de lei, conferindo ao Presidente da República iniciativa sobre as mesmas (art. 61, §1º, I).

Item E – CERTO. Mesmo após a derrubada do veto, o projeto será enviado para o Presidente da República, que tem 48 horas para promulgá-lo (note que não é sanção, é promulgação). Se ele não o fizer, caberá ao Presidente do Senado fazê-lo em igual prazo.

5. (FCC - 2010 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) As Leis complementares e ordinárias que versem sobre servidores públicos da União, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria são de iniciativa privativaa) do Congresso Nacional.

b) da Comissão da Câmara dos Deputados.

c) do Senado Federal.

d) do Presidente da República.

e) do Procurador-Geral da República.

Gabarito: D. Lei que verse sobre servidores da União, seu regime jurídico e etc, como diz a questão, deve ser iniciada pelo Presidente da República, que é o chefe da Administração Pública Federal. Mas onde está isso na Constituição? No art. 61, §1º, I, “c”.

6. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário) A iniciativa das leis complementares cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo

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Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos na Constituição Federal.

Certo. Essa é a literalidade do art. 61 da Constituição Federal. Lembre-se:

- Deputados / Senadores (dep/sen)

- Câmara dos Deputados (CD)

- Comissão da - Senado Federal (SF)

- Congresso Nacional (CN)

- Presidente da República (PR)

- STF

- Tribunais Superiores (TS)

- PGR

- Cidadãos

- TCU (73+96,II)

7. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário) Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. As condições para integração de regiões em desenvolvimento serão estabelecidos em

a) Lei Ordinária.

b) Lei Complementar.

c) Lei Delegada.

d) Medida Provisória.

e) Decreto Legislativo.

Gabarito: B. Questão “chatinha”, pois cobra um assunto que não é muito tradicional no estudo do direito constitucional. Segundo o art. 43, lei complementar disporá sobre as condições para integração de regiões em desenvolvimento.

8. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário) a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, dez por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por dez Estados, com não menos de nove décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Podem propor LO e LC(Art. 61)

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Errado. Dez por cento do eleitorado nacional significa algo próximo de 10 milhões de assinaturas! Não acharam um pouco demais? Haja papel e caneta, rsrs! Vamos ver os números corretos:

União: Mín 1% do - Mín 5 Estados

eleitorado nacional - Mín 0,3% eleitores de cada Estado

Mun – 5% do ELEITORADO do Mun

Est e DF – lei disporá

9. (FCC - 2012 - TRE-SP - Analista Judiciário - Área Judiciária) Suponha que um Senador da República tenha apresentado projeto de lei dispondo sobre o regime jurídico dos servidores públicos da União. O projeto de lei foi aprovado pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados e, na sequência, encaminhado à sanção e promulgação pelo Presidente da República, que o vetou integralmente no 11º dia útil do recebimento do projeto. Na sequência, o veto presidencial foi apreciado, sucessivamente, em cada uma das Casaslegislativas, sendo rejeitado pela maioria absoluta de seus membros. Ao final, o projeto de lei foi enviado ao Presidente do Senado Federal, que o promulgou, uma vez que o Presidente da República estava ausente do PaísA situação acima descrita contém erros, do ponto de vista jurídico. A alternativa que apresenta, apropriadamente, um desses erros é:

a) O projeto de lei somente poderia ter sido apresentado por Deputado Federal.

b) O veto presidencial foi exercido fora do prazo constitucional

c) O veto presidencial deveria ter sido apreciado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal em sessão conjunta

d) O veto presidencial poderia ter sido rejeitado por maioria simples de cada uma das Casas legislativas.

e) O projeto de lei deveria ter sido encaminhado ao Presidente da Câmara dos Deputados para promulgação.

Gabarito: C.

Item A – ERRADO. A iniciativa de projeto de lei sobre servidores da União e seu regime jurídico é privativa do Presidente da República, conforme o art. 61, §1º, II, “c”.

Requisitos da Iniciativa popular

(61, §20 + 27, §40 +29, XIII)

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Item B – ERRADO. O prazo constitucional para que o Presidente da República vete projetos de lei é de 15 dias úteis, conforme o art. 66, §1º: “Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-átotal ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto”.

Item C – CERTO. Isso mesmo! Quando o Presidente vetar um projeto de lei ou parte dele, o mesmo retornará ao Congresso Nacional, para apreciação em sessão conjunta, no prazo de 30 dias e por voto secreto, na forma do art. 66, §4º.

Item D – ERRADO. Para “derrubar” o veto do Presidente, é necessário o voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em sessão conjunta.

Item E – ERRADO. A promulgação é feita, em regra, pelo Presidente da República. Em casos excepcionais (art. 66, §7º), caberá a promulgação ao Presidente do Senado e, em último caso, ao Vice-Presidente do Senado. Não há hipótese do Presidente da Câmara dos Deputados, neste cargo, promulgar uma lei.

No caso da questão, como o Presidente está fora do país, quem promulga a lei é o Presidente da República em exercício (o Vice, que está substituindo o titular).

Observe também que a questão possui outro erro: O PL de iniciativa do Presidente da República deveria ter sido iniciado na Câmara dos Deputados e não no Senado Federal

10. (FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle Externo - Jurídica) O regime de urgência para a tramitação de projetos de leia) pode ser adotado apenas para os projetos de lei de iniciativa privativa do Presidente da República.

b) pode sobrestar as deliberações legislativas da Casa Legislativa em que estiver, com exceção daquelas que possuem prazo constitucional estabelecido.

c) impede que a Casa Revisora proponha emendas ao projeto de lei votado sob seu rito, a fim de garantir celeridade à votação.

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d) determina a continuidade da contagem dos prazos durante os períodos de recesso do Congresso Nacional em decorrência da urgência imposta à votação.

Gabarito: B.

Item A – ERRADO. Vamos revisar:

- Hipóteses do regime 1. Se o PR solicitar urgência nos projetos de SUA INICIATIVA

de urgência - Não é iniciativa privativa do PR – é QUALQUER projeto

constitucional que o PR tenha iniciado (art. 64,§ 10)

2. Apreciação dos atos de delegação ou renovação de serviços de

Radiodifusão sonora e de sons e imagens

- art. 223,§ 10 + 49, XII

Item B – CERTO. Após 45 dias na mesma casa, o projeto de lei tramitando em urgência constitucional “trancará” a sua pauta. As únicas matérias que serão apreciadas com preferência serão aquelas com prazo definido na Constituição, como as medidas provisórias.

Item C – ERRADO. Não existe isso. A casa revisora, que é o Senado Federal, pode propor emendas ao projeto, ainda que esteja em regime de urgência constitucional (art. 64, § 3º). Caso isso ocorra, a Casa Iniciadora (Câmara dos Deputados) terá 10 dias para apreciar as emendas.

Item D – ERRADO. Os prazos da urgência constitucional não correm nos períodos de recesso e não se aplicam aos projetos de código. Veja no art. 64, §4º.

11. (FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle Externo) O mecanismo de participação popular que possibilita uma consulta prévia da opinião pública sobre questão política ou institucional a ser resolvida antes da elaboração de legislação a seu respeito é a) o recall.

b) a iniciativa popular.

c) o abaixo-assinado.

d) o plebiscito.

e) o referendo.

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Gabarito: D. O “PRÉbiscito” é a consulta PRÉvia ao cidadão! Já o referendo é a consulta posterior.

12. (FCC - 2010 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) A lei que disponha sobre matéria tributária e orçamentária é de iniciativa privativa do Presidente da Câmara dos Deputados.

Errado. As leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são de iniciativa exclusiva do Presidente da República (art. 165). Já as leis que versem sobre matéria tributária não possuem reserva de iniciativa.

13. (FCC - 2010 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) O processo legislativo compreende a elaboração de Emendas à Constituição Federal, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções.

Certo. Essa é a lista do art. 59!

14. (ESAF/Analista Administrativo/ANEEL/2006) Não pode haver projeto de lei de iniciativa popular sobre matéria reservada pela Constituição para lei complementar.

Errado. Somente podem ser propostas, pela iniciativa popular, as LeisORDINÁRIAS e as COMPLEMENTARES. Assim, não cabe iniciativa popular em medida provisória, Decretos Legislativos, Resoluções, etc. Além disso, não cabe iniciativa popular em matérias de iniciativa reservada.

15. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) Um projeto de lei de iniciativa do Supremo Tribunal Federal terá sua discussão e votação iniciada no Senado Federal.

Errado. O PL de iniciativa do STF deve ser iniciado na Câmara dos Deputados. O Senado Federal será a Casa Iniciadora em apenas três casos. Vamos relembrar o esquema:

o O Senado Federal é casa - PL de iniciativa de senador

iniciadora em 3 casos - PL de iniciativa das Comissões do SF

- PL proposto por Comissão Mista

Alternadamente entre CD e SF

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o Em todos os demais casos a Câmara - Presidente da República

dos Deputados é a Casa Iniciadora - STF

- Tribunais Superiores

- Deputados

- Comissões da Câmara dos Deputados

- PGR

- Iniciativa popular

- Comissão mista

16. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) A Constituição Federal não permite emendas a projeto de lei de iniciativa do Presidente da República.

Errado. O Supremo entende ser possível emendas parlamentares a projetos de lei de iniciativa privativa de outros poderes. Assim, uma vez que os Projetos de Lei de iniciativa exclusiva do Executivo e do judiciário foram iniciados, o Legislativo pode emendar/alterá-los porque a exclusividade se refere unicamente à iniciativa da lei e não à sua tramitação. No entanto, as referidas emendas parlamentares devem ter pertinência temática com a proposição legislativa original enão podem aumentar despesa:

nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, salvo orçamento, onde pode haver aumento de despesa, desde que obedecidos os demais requisitos constitucionais;

nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.

17. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) Havendo emendas, na Casa revisora, ao texto do projeto de lei aprovado pela Casa iniciadora do processo legislativo, caberá à Casa iniciadora enviar o projeto de lei à sanção do Presidente da República.

Certo. Caso haja emendas na Casa revisora, o PL deve voltar para que a Casa iniciadora aprecie as emendas. Caso as emendas sejam aprovadas ou rejeitadas pela Casa Iniciadora, o PL seguirá para o

Alternadamente entre CD e SF

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Presidente da República (com ou sem as emendas). Dessa forma, a Casa Iniciadora tem prevalência (não é hierarquia) no processo legislativo.

18. (ESAF/AFT/2004) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), a distinção entre a lei complementar e a lei ordinária não se situa no plano da hierarquia, mas no da reserva de matéria.

Certo. Não há hierarquia entre leis ordinárias e complementares, o que existe é a divisão de competências. Aliás, não há hierarquia entre nenhuma das normas primárias, salvo a emenda constitucional. Dessa forma, com a exceção já ressaltada, todas as seguintes normas possuem o mesmo status:

- Emenda Constitucional (EC)

- Lei Ordinária (LO)

- Lei Complementar (LC)

Espécies Normativas - Lei Delegada (LDel)

- Medida Provisória (MP)

- Decreto Legislativo (Dec Leg)

- Resoluções (Res)

- DECRETO AUTÔNOMO (Dec Aut)***

- RESOLUÇÕES DOS TRIBUNAIS***

19. (ESAF/AFT/2004) Por não existir hierarquia entre leis federais e estaduais, não há previsão, no texto constitucional, da possibilidade de uma norma federal, quando promulgada, suspender a eficácia de uma norma estadual.

Errado. De fato, não existe hierarquia entre leis federais e estaduais, sendo que o conflito entre essas normas é solucionado pelo conflito de competências e não pelo conflito hierárquico. No entanto, o art. 24 da CF prevê, ao estabelecer a competência concorrente, que “§ 4º - Asuperveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.”

São normas primárias,

mas não são tratadas

no processo legislativo.

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IV. EMENDA CONSTITUCIONAL (EC)

1. OBSERVAÇÕES GERAIS

Hierarquia das Emendas constitucionais

Meus futuros Analistas do TRE/MG, a Emenda Constitucional é uma espécie normativa fruto do poder constituinte derivado reformador e que possui a mesma hierarquia das normas constitucionais originárias. Assim, as emendas constitucionais possuem o mesmo “valor” / status das normas constitucionais originárias (aquelas que foram promulgadas no dia 05 de outubro de 1988).

Apesar de possuírem status constitucional, as emendas constitucionais podem sofrer controle de constitucionalidade, podendo, assim, ser declaradas inconstitucionais. Explicando: o poder constituinte originário (aquele que cria a Constituição) é ilimitado, não conhecendo limites ou regras para criar a CF. Assim, as normas constitucionais originárias não podem sofrer controle de constitucionalidade.

Por outro lado, o poder constituinte derivado (aquele que altera a CF) possui uma série de limitações e de procedimentos impostos pela própria CF. Dessa forma, caso algum desses limites tenha sido desrespeitado, a Emenda Constitucional deverá ser retirada do ordenamento jurídico. Em breve falaremos mais sobre esses limites.

Rigidez constitucional

O procedimento para se realizar uma Emenda Constitucional é mais difícil do que o procedimento legislativo das demais normas infraconstitucionais (que estão abaixo da CF), por isso, a CF88 é uma Constituição do tipo rígida. Essa rigidez constitucional dá origem ao princípio da Supremacia da Constituição, segundo o qual a CF está no topo do ordenamento jurídico e nenhuma outra norma pode ir contra ela.

Mas Roberto, qual a vantagem da Constituição rígida? A rigidez constitucional serve para dar mais estabilidade à CF, mas sem engessá-la. Dessa forma, por ter um procedimento difícil de alteração, evitam-se alterações casuísticas no texto constitucional. Por outro lado, são permitidas alterações da Constituição para que o texto da mesma acompanhe o desenvolvimento da sociedade.

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Reforma e mutação constitucional

A Constituição pode ser alterada de duas formas. A primeira delas é a modificação do texto da Carta Magna, ou seja, há um procedimento formal que atinge o texto da CF por meio de uma Emenda Constitucional ou pela Emenda de Revisão. Esse tipo de modificação é chamado de reforma constitucional.

A segunda forma de se modificar a Constituição é através da mudança do sentido do seu texto, sem atingir a letra da Lei Maior. Assim, ocorrem atualizações não formais da CF derivadas da evolução dos costumes e valores da sociedade, não atingindo o seu texto. Esse tipo de modificação da Constituição é chamado de mutação constitucional.

Exemplo de reforma constitucional: o texto original do artigo 16 da CF era o seguinte: “A lei que alterar o processo eleitoral só entrará em vigor um ano após sua promulgação.”

Após a Emenda Constitucional nº 4, de 1993, o texto passou a ser o seguinte: “Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.”

Estão vendo? Há uma alteração no próprio texto da CF. Ela é reescrita.

Já um exemplo de mutação constitucional foi a nova interpretação dada ao art. 226, § 3º da CF88. Observe o texto daquele dispositivo:

Art. 226, § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

Antigamente, para fins deste artigo, somente se considerava a união estável entre um homem e uma mulher. No entanto, o Supremo Tribunal Federal deu novo entendimento a esse dispositivo para incluir os casais homossexuais (ADI 4277/DF e ADPF 132/RJ).

Perceberam? O texto da Constituição não foi modificado, mas o seu sentido mudou completamente. Ocorreu uma mutação constitucional.

Esquematizando:

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Emenda Constitucional (EC)

Fruto do poder Constituinte Derivado Reformador

EC tem a mesma hierarquia das normas constitucionais originárias

o Mas cabe controle de constitucionalidade das ECs

o Enquanto NÃO cabe controle de constitucionalidade das normas originárias

o EC é hierarquicamente superior às demais normas infraconstitucionais

Rigidez constitucional: O procedimento de EC é mais difícil do que o das demais normas

(infraconstituionais)

o A rigidez da CF dá origem ao Princípio da Supremacia da Constituição o A rigidez constitucional serve para dar mais estabilidade à CF e não para engessá-la

Reforma constitucional - Modificação do texto da CF por - Emenda Constitucional

- Emenda de Revisão

- Procedimento formal

- Atinge o TEXTO da Constituição

Mutação constitucional - Modificação do sentido de um termo sem mudar o texto da CF

- Atualizações não formais da CF

- Derivam da evolução dos costumes e valores da sociedade

- Não Atinge o texto da Constituição

o Ex: Art. 226§ 30 (ADI 4277/DF e ADPF 132/RJ)

o Significado de “mulher honesta” (art. 407 código penal

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2. LIMITES AO PODER DE REFORMA

Como dito anteriormente, as emendas constitucionais devem obedecer a alguns limites impostos pelo Poder Constituinte Originário. Esses limites podem estar expressos, ou seja, escritos na própria Constituição, ou ainda implícitos, ou seja, não estão escritos na CF, mas decorrem de sua leitura e interpretação.

2.1. OS LIMITES EXPRESSOS

Os limites ao poder de reforma que estão expressos no texto constitucional podem ser de quatro tipos: circunstanciais, temporais, formais ou materiais.

I. Limites circunstanciais: são determinados contextos onde a Constituição não pode ser alterada. A CF prevê que não poderá haver alterações em seu texto na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Essa limitação se justifica porque esses são contextos de grave comoção nacional, onde se pode, facilmente, fazer modificações oportunistas na CF (que estão em desacordo com os direitos fundamentais, por exemplo).

II. Limites temporais: os limites temporais se relacionam a períodos de tempo nos quais a Constituição não pode ser emendada. Exemplo: “durante xyz anos, a Constituição não poderá ser emendada.”Observe que NÃO EXISTEM limitações temporais na CF88.

Muito cuidado para não confundir a limitação temporal com o prazo de cinco anos para a revisão constitucional (que não é uma limitação temporal). Explicando: o artigo 3º do ADCT trouxe a possibilidade de se fazer, após 5 anos da promulgação da CF88,uma modificação “simplificada” da CF. Ao invés do procedimento normal, ou seja, 2 turnos de votação e aprovação de 3/5 dos votosem cada Casa do Congresso Nacional, as emendas de revisão poderiam ser aprovadas por maioria absoluta e sessão unicameral.

Mas Roberto, se eu devo esperar 5 anos para fazer a revisão constitucional, isso não seria uma limitação temporal? NÃO! Isso porque, durante os cinco primeiros anos, a Constituição poderia ser

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emendada normalmente, desde que fosse seguido o procedimento da emendas constitucionais comuns: 2 turnos de votação e aprovação de 3/5 dos votos em cada Casa do CN.

III. Limites materiais: os limites materiais são conteúdos que possuem regras especiais. Observe o artigo 60, § 4º:

Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

IV - os direitos e garantias individuais.

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

Essas são as famosas CLÁUSULAS PÉTREAS: a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes e os direitos e garantias INDIVIDUAIS (os direitos sociais,políticos e dos partidos políticos não são cláusulas pétreas).

Um mnemônico bastante útil para saber quais são as cláusulas pétreas é o FO-DI-VO-SE.

A expressão “não será objeto de deliberação” significa que não poderá sequer tramitar em qualquer das Casas do CN uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que desrespeite esse dispositivo.

Já a expressão “tendente a abolir” significa que não pode haver PEC que tenda a suprimir, restringir indevidamente ou que viole a essência dessas matérias. Observe que uma cláusula pétrea pode sim ser modificada, desde que seja protegido o seu núcleo essencial.

Pode-se, por exemplo, aumentar o número de direitos individuais, ou fortalecer a forma federativa de Estado. Pode-se até enfraquecer uma cláusula pétrea, DESDE QUE DEVIDAMENTE. Exemplo: se for adicionado um direito individual que entre em confronto com outro direito individual (ex: direito à intimidade e à liberdade de expressão), deve-se interpretar a Constituição de forma que os dois

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direitos se equilibrem, podendo, desde que devidamente eobedecendo o princípio da razoabilidade, diminuir o alcance de um deles em prol do outro.

PEC tendente a abolir cláusula pétrea

Caso haja uma PEC tendente a abolir alguma cláusula pétrea, caberá o Mandado de Segurança (MS) impetrado por parlamentar da Casa onde a PEC tramita para sustar/trancá-la. Observe que o MS estará protegendo o direito líquido e certo do parlamentar ao devido processo legislativo. Assim, somente o parlamentar da Casa onde a PEC tramita pode impetrar esse remédio constitucional, sendo a competência originária do Supremo Tribunal Federal (MS 23.565/DF + MS 27.931).

Observe que, nesse caso, estará sendo realizado o controle preventivo de constitucionalidade, pois se estará aferindo a constitucionalidade de uma norma (PEC) que ainda não entrou no ordenamento jurídico.

Importante ressaltar que o Mandado de Segurança não alcança atos interna corporis, aqui entendidos como os Regimentos Internos das Casas Legislativas. Dessa forma, caso o Regimento Interno tenha sido desrespeitado, o STF não poderá julgar o MS. Por outro lado, caso a Constituição tenha sido desrespeitada, o STF será competente para julgar o Mandado de Segurança.

Por fim, se a PEC for aprovada antes do julgamento do Mandado de Segurança, ocorrerá a perda superveniente da legitimidade ativada ação e a mesma será extinta.

Em palavras mais simples:

Superveniente = que veio depois

Legitimidade ativa = capacidade de entrar com a ação

Extinção do processo por perda superveniente de legitimidade ativa = o processo é

extinto porque o autor perde a capacidade de entrar com a ação depois que ele já

entrou com ela.

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IV.Limites formais: Os limites formais se referem ao procedimentopelo qual as emendas constitucionais devem passar para que tenham formação regular. Eles podem ser em relação aos legitimados para propor uma EC, ao quórum de votação, à promulgação e à irrepetibilidade. Vamos estudar cada uma delas:

a) Legitimados para propor PEC: são apenas quatro os legitimados para propor uma Emenda Constitucional: o Presidente da República;o 1/3 da Câmara dos Deputadoso 1/3 do Senado Federal;o Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da

Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Observe que a iniciativa em PEC é sempre concorrente, ou seja, não existe iniciativa exclusiva (restrita ou privativa) na Proposta de Emenda à Constituição. Dessa forma, todos os legitimados podem propor PEC sobre qualquer assunto.

Por fim, lembre-se de que não há iniciativa popular em Proposta de Emenda à Constituição FEDERAL, mas pode haver PEC estadual derivada de iniciativa popular.

b) Quórum de votação: para ser válida, a PEC deve ser votada em 2 turnos de votação e aprovada por 3/5 dos membros em cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Observe ainda que o quórum de 3/5 é de repetição obrigatória nos estados, mas não o é no DF e nos municípios. Isso ocorre porque estes não possuem Constituição e sim uma Lei Orgânica,que deve ser votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Municipalou da Câmara Legislativa do DF.

c) Promulgação: as emendas constitucionais serão promulgadas pelas Mesas da Câmara e do Senado. Lembre-se de que NÃO HÁ SANÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA EM PEC(essa informação é muito cobrada em provas!).

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d) Irrepetibilidade em PEC: a CF estabelece que a PEC rejeitada ou prejudicada não pode ser objeto de nova PEC na mesma sessão legislativa. Essa proibição não pode ser contornada nem mesmo pela aprovação da maioria absoluta de qualquer das Casas, como é para os projetos de lei. Atenção!

o Irrepetibilidade em PEC: A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

o Irrepetibilidade em PL: A matéria constante de projeto de lei rejeitado (prejudicado não) somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Por fim, se o texto rejeitado for o SUBSTITUTIVO e não o projeto original, a PEC original pode ser votada na mesma sessão legislativa. Explicando: o substitutivo é a proposição acessória que altera "substancialmente" a proposição inicial. O substitutivo, apresentado em forma de projeto, uma vez aprovado, prejudica a proposição principal.

Em palavras mais simples, o substitutivo é feito quando, por exemplo, uma PEC tem tantas emendas que seu texto original fica completamente desfigurado. Assim, se faz o substitutivo para “trocar o texto cheio de emendas por um texto único”.

Ao se fazer um substitutivo, a PEC original fica prejudicada e é aqui o ponto chave: se o substitutivo for rejeitado, a PEC original pode ser votada, uma vez que é completamente diferente daquele.

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2.2. OS LIMITES IMPLÍCITOS

Os limites implícitos são aqueles que, embora não estejam escritos na Constituição, podem ser depreendidos de sua leitura, tais como:

A titularidade do poder constituinte originário e derivado, que será sempre do povo.

O processo de modificação da Constituição não pode ser alterado. Dessa forma, não pode haver uma Emenda Constitucional mudando o procedimento de alteração da CF para 3 turnos (ao invés de 2) ou aprovação por maioria absoluta (ao invés dos 3/5).

Não pode ser criada uma nova Revisão Constitucional. Assim, a única hipótese deste tipo de revisão já foi exaurida e não se pode criar outra por Emenda Constitucional.

Vedação à dupla revisão: como vimos, não pode haver uma PEC tendente a abolir as cláusulas pétreas. Uma parte da doutrina defendia que esse dispositivo poderia ser “contornado” se fosse feita uma Emenda Constitucional revogando o artigo que fala das cláusulas pétreas e depois fosse feita outra Emenda Constitucional abolindo aquelas matérias.

Essa seria a dupla revisão: primeiro se faz uma EC revogando o artigo 60, § 4º; segundo, se faz uma outra EC restringindo aquelas matérias que eram protegidas e não são mais (pois o artigo estaria revogado). Atenção porque a dupla revisão não pode ser feita no Brasil!

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3. OUTRAS OBSERVAÇÕES

I. Os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos que forem aprovados pelo mesmo procedimento das emendas constitucionais, ou seja, em 2 turnos e 3/5 dos votos em cada Casa, equivalem àquelas (art. 5º, § 3º).

II. A CF não define qual deve ser a Casa onde a PEC irá começar sua tramitação. No entanto, para fins de prova, considere o seguinte:

PEC iniciada por - 1/3 do Senado Federal

- Presidente da República

- 1/3 da Câmara dos Deputados

- Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da federação, manifestando-se,cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros

III. Doutrinariamente, no processo legislativo de Emenda Constitucional não há a nomenclatura “Casa Iniciadora” e “Casa Revisora”. No entanto, ela tem sido usada pelas bancas de concurso. Observe a seguinte questão:

(CESPE/UNB-PGE.RR.2004) No processo de reforma da Constituição por proposta do presidente da República, o Senado deve atuar como Casa revisora.

Gabarito: certo.

IV. Caso a segunda Casa emende substancialmente a PEC, esta voltará inteiramente para que a primeira Casa a aprecie.

V. Na PEC a vontade da primeira Casa não prevalece sobre a vontade da segunda, como é no Projeto de Lei. Assim, para ser aprovada, a PEC deve ser aprovada por 2 turnos de votação e 3/5 dos votos nas duas Casas do Congresso Nacional.

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VI. Retroatividade da Constituição: existem três tipos de retroatividade que as constituições podem ter:

Retroatividade máxima: Alcança fatos já consumados no passado

Retroatividade Média: Alcança prestações pendentes (vencidas e não pagas) de fatos passados.

Retroatividade Mínima: Alcança prestações futuras de fatos passados. Essa é a REGRA NA CF 88, sendo que as outras duas são utilizadas apenas quando expressas pela própria CF.

VII. Apesar de haver doutrina contrária, as emendas constitucionais não podem desrespeitar direito o adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Muita atenção a esse ponto porque, segundo a melhor doutrina, uma NOVA CONSTITUIÇÃO pode sim desrespeitar esses três itens, no entanto, a EMENDA não poderá.

VIII.Todos os procedimentos do processo legislativo são normas de reprodução obrigatória nos estados e municípios, no que couber (ADI 1.254/RJ-MC).

IX. Lei Orgânica ou Constituição?

• República Federativa do Brasil - Constituição Federal

- Votação: 2 turnos em cada Casa do CN

- Aprovação 3/5 dos membros

• Estados - Constituição Estadual

- Votação: 2 turnos na Assembleia Legislativa (unicameral)

- Aprovação: 3/5 dos membros

• Distrito Federal - Lei Orgânica do DF

- Votação: 2 turnos na Câmara Legislativa do DF (unicameral)

- Interstício mínimo: 10 dias

- Aprovação: 2/3 dos membros

• Municípios - Lei Orgânica do município

- Votação: 2 turnos na Câmara Municipal (unicameral)

- Interstício mínimo: 10 dias

- Aprovação: 2/3 dos membros

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Esquematizando:

a) Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos aprovados em 2 turnos e 3/5 dos votos:

equivalem às EC (art. 50, § 3º)

b) Processo legislativo de Emenda Constitucional

- Não há nomenclatura Casa Iniciadora / Revisora (mas ela pode ser usada pelas bancas)

- Não existe Casa iniciadora definida pela CF***

- A CF não diz em qual Casa deve ser iniciada uma PEC de iniciativa do PR e das

Assembléias Legislativas estaduais. Mas o RICD diz que é na Câmara dos Deputados

(art. 210 RICD).

- A 1ª Casa NÃO prevalece sobre a 2ª (como é no PL)

- Só volta da 2ª para a 1ª Casa se houver alteração substancial (ADI 2.666/DF)

- Nesse caso, volta a PEC inteira, como uma “nova PEC” e não apenas a parte

modificada.

c) Retroatividade da Constituição

• Retroatividade Máxima Alcança fatos já consumados no passado

• Retroatividade Média Alcança prestações pendentes (vencidas e não pagas) de fatos

passados

• Retroatividade Mínima - Alcança prestações futuras de fatos passados.

- REGRA NA CF 88

- As outras duas são utilizadas apenas quando expressas pela

própria CF

d) EC e direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada

o Emenda Constitucional NÃO PODE desrespeitar direito adquirido, ato jurídico perfeito e

coisa julgada (existe doutrina contrária)

o NOVA CF PODE desrespeitar direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada

O poder constituinte originário não precisa respeitar o direito adquirido, o ato

jurídico perfeito e a coisa julgada (o derivado precisa)

e) Regras das EC nos Estados e Municípios

o Todos os procedimentos do processo legislativo são normas de reprodução obrigatória nos

Estados e MUN, no que couber (ADI 1.254/RJ-MC)

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Procedimento de Emenda Constitucional

Fonte: Direito Constitucional Descomplicado (Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino)

1ª Casa 2ª Casa

2ª Turno

Aprovação

3/5

1ª Turno

2ª Turno

1ª Turno

Modificação

Substancial Aprovação

3/5

Aprovação

3/5

Aprovação

3/5

Para reapreciação

em 2 turnos

Promulgação

Mesas CD e SF

Só pára quando atingir

2 turnos nas 2 Casas e

por 3/5 dos votos

Iniciativa

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4. VEDAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE

O poder constituinte derivado decorrente é o poder que os estados membros possuem de se auto-organizar, ou seja, é o poder que eles possuem de elaborar as suas próprias constituições estaduais. No entanto, esse poder não é pleno, existindo uma série de limites. Vamos estudar alguns deles. Assim, as constituições estaduais (CE) NÃO PODEM:

I. CE não pode: Estabelecer a monarquia como forma de governo, o parlamentarismo como sistema de governo ou outros sistemas eleitorais.

II. CE não pode: Modificar o quórum de 3/5 e os 2 turnos para aprovação de emendas constitucionais estaduais, uma vez que as normas do processo legislativo são de repetição obrigatória.

III. CE não pode: Estabelecer prazo para que os detentores de iniciativa privativa apresentem PL ao Legislativo, pois isso fere a separação dos poderes.

IV. CE não pode: Dar competência para que a Assembleia Legislativa julgue suas próprias contas e as dos administradores do Executivo e do Judiciário. As contas do Governador devem ser julgadas pela Assembleia Legislativa do estado, após parecer prévio do Tribunal de Contas Estadual.Por outro lado, as contas dos demais administradores dos três poderes devem ser julgadas pelo Tribunal de Contas Estadual.

V. CE não pode: Tratar de matérias de iniciativa privativa do chefe do executivo a partir de proposta de emenda apresentada por parlamentar (61§1º + ADI 858), uma vez que tais matérias só podem ser disciplinadas a partir de iniciativa do chefe do executivo, mediante Projeto de Lei ou Emenda Constitucional Estadual de iniciativa do Governador.

VI. CE não pode: Condicionar a eficácia de convênio celebrado pelo executivo à prévia aprovação do Legislativo, pois fere o art. 84, II.

VII. CE não pode: Subordinar nomeação do PGJ à prévia aprovação da Assembleia Legislativa (128 §§ 1º e 3º). Observe que o procedimento de escolha do Procurador-Geral da República - PGR (chefe do Ministério Público da União) é realmente diferente do Procurador-Geral de Justiça –PGJ (chefe do Ministério Público estadual).

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Enquanto o PGR é escolhido pelo Presidente da República e aprovado pelo Senado Federal, o PGJ é escolhido pelo Governador em lista tríplice, sem a participação da Assembleia Legislativa. Assim, as constituições estaduais não podem subordinar a nomeação do PGJ à prévia aprovação da Assembleia Legislativa Estadual (128 §§ 1º e 3º).

VIII.CE não pode: Estabelecer casos em que os recursos dos estados sejam depositados em instituições não oficiais.

IX. CE não pode: Definir os crimes de responsabilidade do governador, tampouco cominar as respectivas penas.

X. CE não pode: Estabelecer que a perda de mandato do parlamentar seja decidida em votação aberta (55,§2º + ADI 2.461 e 3.208).

XI. CE não pode: Condicionar a nomeação, exoneração e destituição dos secretários de estado à prévia aprovação da Assembleia Legislativa (CF 84, I).

Os secretários de estado são os equivalentes estaduais aos Ministros de Estado (federais). Assim, caso a CE diga que o Legislativo tem que aprovar todos os secretários de estado escolhidos pelo executivo, isso fere a separação dos poderes.

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EXERCÍCIOS

20. (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa) No que tange à Emenda Constitucional, é correto afirmar: a) A Constituição Federal, em situação excepcional, poderá ser emendada na vigência de intervenção federal.

b) Pode ser objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado.

c) A Constituição poderá ser emendada mediante proposta de um quarto, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

d) A matéria constante de proposta de emenda havida por prejudicada poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

e) A proposta de emenda será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

Gabarito: E.

Item A – ERRADO. Nunca! A intervenção federal é uma situação onde temos limites circunstanciais de reforma da Constituição Federal. Art 60, §1º: “A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio”.

Item B – ERRADO. Esse foi de graça, hein? A forma federativa de Estado é uma cláusula pétrea, e não pode ser abolida por emenda constitucional. Vamos ver todas, só para revisar:

I - a forma federativa de Estado;

IV - os direitos e garantias individuais.

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

Item C – ERRADO. Chegou a hora de revisarmos os legitimados para propor emendas à Constituição:

o Presidente da República;o 1/3 da Câmara dos Deputadoso 1/3 do Senado Federal;

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o Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Item D – ERRADO. A proposta de emenda rejeitada ou havida como prejudicada não pode, de nenhuma forma, ser reapreciada no Congresso Nacional na mesma sessão legislativa. Não confunda com a matéria do projeto de lei, que poderá ser reapresentada mediante requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer das casas.

Item E – CERTO. Isso mesmo! Esse é o procedimento para aprovação de uma PEC: 2 turnos e 3/5 dos votos em cada Casa do Congresso Nacional.

21. (FCC - 2011 - PGE-MT - Procurador) Proposta de emenda à Constituição da República tornando o voto facultativo para todos os maiores de dezesseis anos é subscrita por dois por cento do eleitorado nacional, distribuído por seis Estados da federação, com três décimos por cento dos eleitores de cada um deles, sendo aprovada em dois turnos, em cada Casa do Congresso Nacional, pelo voto de três quintos dos membros respectivos, em cada votação. Essa proposta de emenda constitucional a) deverá, na sequência, ser submetida à sanção presidencial e promulgação, a fim de que possa produzir seus regulares efeitos.

b) é incompatível com a Constituição da República, que não admite proposta de emenda constitucional de iniciativa popular.

c) não poderia sequer ter sido objeto de deliberação pelas Casas do Congresso, por ofensa aos limites materiais ao poder de reforma da Constituição.

d) não respeitou os requisitos constitucionais para propositura legislativa de iniciativa popular, vício que, contudo, foi convalidado pela votação regular nas Casas do Congresso.

e) é compatível com a Constituição da República, devendo, na sequência, ser promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

Gabarito: B.

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Item A – ERRADO. Vamos ignorar o vício de iniciativa (falaremos dele abaixo). Após aprovada nas duas casas, a proposta de emenda à Constituição é promulgada pelo próprio Legislativo, por meio das mesas do Senado e da Câmara dos Deputados. Não há sanção ou veto presidencial, tampouco promulgação da emenda constitucional pelo Presidente da República, nem se ele for o autor da proposta.

Item B – CERTO. Entre as possibilidades de iniciativa de uma proposta de emenda à Constituição Federal não se encontra a iniciativa popular(esse é o posicionamento da doutrina majoritária e deve ser o seu para concursos públicos). Vamos revisar:

Legitimados para propor PEC - Presidente da República- 1/3 da CD OU 1/3 do SF- + da ½ das Assembléias Legislativas

(cada uma delas pela MS dos seus membros)

Item C – ERRADO. Novamente ignorando o vício de iniciativa, podemos perceber que a emenda visa a alterar propriedades do voto. Mas ela é tendente a abolir o voto direto, secreto, universal e periódico? Pela nossa análise, não. Dessa forma, inexistem, aparentemente, problemas materiais (de conteúdo) nesta PEC.

Item D – ERRADO. Este item é pra esquecer: tudo errado. Já vimos que não existe iniciativa popular para PEC. Além disso, a aprovação de um projeto não convalida o vício de iniciativa. O mesmo será formalmente inconstitucional e assim será declarado, caso seja analisado pelo Judiciário.

Item E – ERRADO. O item traz corretamente a fase final da tramitação de uma PEC, mas, como já analisamos, o projeto traz um vício insanável de iniciativa, sendo formalmente inconstitucional.

22. (FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judiciário - Área Administrativa) Será objeto de deliberação em cada Casa do Congresso Nacional a proposta de Emenda à Constituição formulada por César, Presidente da República, tendente a abolir a) a exigência de submeter de imediato ao Congresso Nacional a medida provisória que adotar no caso de relevância e urgência.

b) a forma federativa de Estado.

c) o voto direto, secreto, universal e periódico.

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d) a separação dos Poderes.

e) os direitos e garantias individuais.

Gabarito: A. Conseguiram captar o que a banca está cobrando nesta questão? São as cláusulas pétreas! Proposta de Emenda à Constituição tendente a aboli-las não pode ser objeto de deliberação. A única alternativa que não traz uma cláusula pétrea explícita é a alternativa “A”, pois as disposições constitucionais sobre medidas provisórias podem ser (e até já foram) amplamente modificadas via emenda à Constituição Federal. Vamos revisar:

- Cláusulas pétreas - Forma Federativa de Estado- Voto direto, secreto, universal e periódico- Separação de poderes- Direitos e Garantias INDIVIDUAIS

23. (FCC - 2011 - TCE-SP - Procurador) Proposta de emenda à Constituição da República tendo por objeto a introdução do direito ao afeto familiar dentre os direitos individuais é apresentada por Deputado Federal, sendo aprovada por dois terços dos membros da Câmara dos Deputados e três quintos do Senado Federal, em dois turnos de votação, em cada uma das Casas legislativas. A proposta assim aprovada é promulgada pelas Mesas das Casas do Congresso Nacional. Referida proposta é incompatível com a Constituição, poisa) padece de vício de iniciativa.

b) não se atingiu o quórum necessário para aprovação na Câmara dos Deputados.

c) não se atingiu o quórum necessário para aprovação no Senado Federal.

d) versa sobre matéria de direitos fundamentais, vedada à ação de reforma constitucional.

e) a promulgação é ato de competência exclusiva do Presidente da República.

Gabarito: A. Excelente questão. Permite-nos revisar vários conceitos relativos às Emendas à Constituição de maneira bastante prática. Vamos item por item:

Item A – CERTO. Aqui, nós já matamos a questão: um Deputado, sozinho, não pode apresentar proposta de emenda à Constituição,devendo ter a companhia de mais colegas de casa. Vamos ver quem são os legitimados?

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Legitimados para propor PEC - Presidente da República- 1/3 da CD OU 1/3 do SF- + da ½ das Assembléias Legislativas

(cada uma delas pela MS dos seus membros)

Itens B e C – ERRADOS. O quórum de aprovação para uma PEC é de 3/5 dos membros em cada um dos turnos, o que equivale a 60%. Ora, 2/3 equivale a aproximadamente 67% (portanto, maior). Assim, não haveria problemas nesta parte: tanto a CD quanto o SF teriam aprovado a proposta de acordo com as regras constitucionais.

Item D – ERRADO. Esta PEC realmente versa sobre matéria de direitos fundamentais, mas ela não é tendente a abolir ou restringir indevidamente nenhum direito individual (pelo contrário, ela cria um direito). Desta forma, não haveria impedimento à deliberação dessa matéria.

Item E – ERRADO. O Presidente não sanciona nem promulga Emendas à Constituição. A promulgação de PECs é um ato exclusivo do Legislativo, que o fará por meio das Mesas da Câmara e do Senado.

24. (FCC - 2011 - TRE-TO - Analista Judiciário - Área Administrativa) A Constituição Federal poderá ser emendada mediante proposta de um terço, no mínimo, dos membrosa) do Senado Federal, apenas.

b) da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

c) da Câmara dos Deputados, apenas.

d) das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

e) das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria absoluta de seus membros.

Gabarito: B. Revisando os legitimados para propor uma emenda à Constituição Federal:

o Presidente da República;o 1/3 da Câmara dos Deputadoso 1/3 do Senado Federal;

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o Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

25. (FCC - 2011 - TCM-BA - Procurador Especial de Contas) Cento e oitenta Deputados Federais subscrevem proposta de emenda à Constituição, com vistas a alterar a redação de seu artigo 5o, IX, para prever que “é livre o acesso à imaginação, sendo igualmente livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. A proposta é votada em dois turnos na Câmara dos Deputados, sendo aprovada pelo voto de 331 membros, em cada turno. Em primeira votação no Senado Federal, contudo, a proposta é rejeitada. Nessa hipótese, a) a emenda, se aprovada, seria inconstitucional, pois a proposta padecia de vício de iniciativa.

b) não poderia sequer ter havido deliberação sobre a proposta de emenda, que tem por objeto um direito individual assegurado na Constituição como cláusula pétrea.

c) não foi observado o quorum mínimo de aprovação da proposta na Câmara dos Deputados, a despeito de correta votação em dois turnos.

d) o Senado Federal não poderia ter rejeitado a proposta de emenda, na medida em que não apresentava incompatibilidade formal ou material com a Constituição.

e) a matéria não poderá ser objeto de nova proposta de emenda à Constituição na mesma sessão legislativa.

Gabarito: E. Preparem as calculadoras! Vamos item a item:

Item A – ERRADO. São poucos os legitimados para propor uma PEC:

- Presidente da República; - 1/3 da Câmara (171 Deputados) ou do Senado (27 Senadores) (no mínimo)- Mais da metade das Assembleias Legislativas (14 Assembleias), cada uma pela maioria simples.

Logo, percebemos que 180 Deputados podem, sim, propor uma Emenda à Constituição.

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Item B – ERRADO. As emendas à Constituição podem tratar de direitos individuais (e outras cláusulas pétreas) sem problemas, desde que a mesma não seja tendente à abolição ou restrição indevida destes direitos.

Item C – ERRADO. O quórum para aprovação de uma PEC em cada turno de votação é de 3/5 dos membros da respectiva casa. Na Câmara dos Deputados, isso significa 308 Deputados Federais (3/5 de 513). Como 331 é maior que 308, a proposta passou sem problemas pela Câmara.

Item D – ERRADO. Como assim, não pode rejeitar? Claro que pode! Se o projeto não alcançar 3/5 dos votos dos Senadores (49 votos) em cada um dos dois turnos, tchau para essa PEC! Rejeitada pelo Senado.

Item E – CERTO. A proposta de emenda à Constituição rejeitada não pode ser reapresentada na mesma sessão legislativa ordinária. Não há exceções para este caso (diferentemente do projeto de lei rejeitado, que pode ser reapresentado por requerimento de maioria absoluta de qualquer das casas).

26. (FCC - 2010 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) A Constituição Federal poderá ser emendada mediante proposta de dois terços, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

Errado. O correto seria um terço, no mínimo. Os congressistas compõem a lista dos legitimados para proposição de PEC, ao lado do Presidente e da maioria das Assembleias legislativas dos estados (cada uma delas por maioria simples).

27. (FCC - 2010 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) A Constituição Federal poderá se emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Errado. Estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal são circunstâncias especiais, onde a ordem e a federação podem estar fragilizadas. Desta forma, é vedada a modificação da Constituição Federal durante estes contextos.

28. (ESAF - 2010 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) Sabe-se que a Constituição Federal, apesar de ser classificada como rígida, pode sofrer reformas. A respeito das alterações na Constituição, podemos afirmar que

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I. a emenda à Constituição Federal, enquanto proposta, é considerada um ato infraconstitucional.

II. de acordo com a doutrina constitucionalista, a Constituição Federal traz duas grandes espécies de limitações ao Poder de reformá-la, as limitações expressas e as implícitas.

III. as limitações expressas circunstanciais formam um núcleo intangível da Constituição Federal, denominado tradicionalmente por "cláusulas pétreas".

IV. vários doutrinadores publicistas salientam ser implicitamente irreformável a norma constitucional que prevê as limitações expressas.

Assinale a opção verdadeira.

a) II, III e IV estão corretas.

b) I, II e III estão incorretas.

c) I, III e IV estão corretas.

d) I, II e IV estão corretas.

e) II e III estão incorretas.

Gabarito: D.

Item I – CERTO. Atos infraconstitucionais são aqueles que estão abaixo da Constituição. Uma Emenda Constitucional (depois de aprovada e depois de entrar no ordenamento jurídico) tem o mesmo status da CF. No entanto, enquanto não for aprovada, ou seja, enquanto ainda estiver em tramitação pelo Congresso Nacional (enquanto ainda for apenas uma PROPOSTA de emenda), não tem força normativa e terá status infraconstitucional (ela não está nem no ordenamento jurídico).

Item II – CERTO. Os limites expressos podem ser circunstanciais (relacionados ao contexto), materiais (relacionados ao assunto) e formais (relacionados ao procedimento). Já os limites implícitos são aqueles que, embora não estejam escritos na Constituição, podem ser depreendidos de sua leitura, tais como:

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A titularidade do poder constituinte originário e derivado, que será sempre do povo.

O processo de modificação da Constituição não pode ser alterado. Dessa forma, não pode haver uma Emenda Constitucional mudando o procedimento de alteração da CF para 3 turnos (ao invés de 2) ou aprovação por maioria absoluta (ao invés dos 3/5).

Não pode ser criada uma nova Revisão Constitucional. Assim, a única hipótese deste tipo de revisão já foi exaurida e não se pode criar outra por Emenda Constitucional.

Vedação à dupla revisão: como vimos, não pode haver uma PEC tendente a abolir as cláusulas pétreas. Uma parte da doutrina defendia que esse dispositivo poderia ser “contornado” se fosse feita uma Emenda Constitucional revogando o artigo que fala das cláusulas pétreas e depois fosse feita outra Emenda Constitucional abolindo aquelas matérias. Mas isso não é possível devido à vedação implícita à essa dupla revisão.

Item III – ERRADO. As cláusulas pétreas são limitações materiais,visto que são assuntos/matérias/conteúdos sobre os quais não se pode discutir a abolição ou diminuição indevida. As limitações circunstanciais são relacionadas ao contexto (a Constituição Federal não pode ser emendada na vigência de estado de sítio, estado de defesa ou intervenção federal).

Item IV – CERTO. Isso é uma limitação implícita (vedação à dupla revisão). Basta raciocinar um pouco: se retirássemos da Constituição Federal o dispositivo que institui as cláusulas pétreas (art. 60, §4º), não teríamos cláusulas pétreas e poderíamos reformar a Constituição Federal à vontade! Trapaça não vale, né?

29. (ESAF/PGFN/2007) É viável reforma constitucional que aperfeiçoe o processo legislativo de emenda constitucional, tornando-o formalmente mais rigoroso.

Errado. Não se pode alterar o processo legislativo de emenda constitucional, nem para torná-lo mais fácil, nem para torná-lo mais difícil. Trata-se de uma limitação implícita ao poder constituinte derivado.

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30. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A revisão constitucional prevista por uma Assembleia Nacional Constituinte, possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do texto constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações expressas e implícitas originalmente definidas no texto constitucional.

Errado. Realmente, a revisão constitucional era um procedimento de alteração da CF88 mais simplificado do que a emenda constitucional tradicional. No entanto, assim como na emenda constitucional, a revisão constitucional também deveria ter observado as limitações expressas e implícitas impostas pelo poder constituinte originário.

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V. LEI DELEGADA (LDel)

Meus caros Analistas do TRE/MG, em regra, as normas jurídicas são elaboradas pelo Poder Legislativo, exercendo sua função típica legiferante (de fazer leis).Excepcionalmente, existem situações onde uma lei é elaborada por um órgão estranho àquele poder.

A Lei Delegada é uma dessas situações: o Poder Executivo solicita ao Legislativo uma autorização para elaborar uma lei. Por sua vez, o Legislativo, realizando uma delegação externa corporis, autoriza que o Poder Executivo a elabore.

Observe que essa é uma exceção ao princípio da indelegabilidade de atribuições, segundo o qual, em regra, as funções de um poder não podem ser delegadas aos outros poderes.

Primeiro, o Presidente da República solicita ao Congresso Nacional a autorização para a elaboração da Lei Delegada (iniciativa solicitadora).

Segundo, o Congresso Nacional edita uma Resolução autorizando o Presidente da República a elaborar a Lei Delegada. Esta Resolução transfere temporariamente a competência do Legislativo para elaborar lei, mas não transfere a titularidade, que permanece com o Poder Legislativo. Assim, o Legislativo pode legislar sobre a mesma matéria, mesmo tendo delegado. Ele pode, ainda, revogar a delegação a qualquer tempo. Observe que o Presidente da República não é obrigado a elaborar a Lei Delegada.

A Resolução que delega ao Presidente da República funciona como uma procuração e deve ser limitada e específica, ou seja, não pode dar poderes genéricos ao Presidente. A referida Resolução deve ainda dizer se a delegação é típica ou atípica.

Da delegação típica

O Presidente da República, após receber a autorização do Congresso Nacional,elabora, promulga e publica a Lei Delegada. Assim, a lei não é apreciada pelo CN após sua elaboração pelo Presidente e não precisará de sanção presidencial, pois foi elaborada por ele próprio.

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Da delegação atípica

Na delegação atípica, o Congresso Nacional, ao delegar, estabelece que a Lei Delegada será apreciada pelo Congresso Nacional após sua elaboração(e antes de ser promulgada).

O Congresso Nacional aprecia a Lei Delegada em votação única e vedado emendas. Caso a lei seja aprovada, o Presidente da República a promulga e publica. Caso a lei seja rejeitada pelo CN, será arquivada e não poderá ser objeto de novo Projeto de Lei na mesma sessão legislativa, salvo requerimento da maioria absoluta de qualquer das Casas.

Do veto legislativo

Caso o Poder Executivo se exceda e elabore a Lei Delegada fora dos limites da delegação, o Congresso Nacional, por Decreto Legislativo, poderá sustá-la.

Observe que o Congresso Nacional delega por Resolução e susta a Lei Delegada por Decreto Legislativo.

Vedações à Lei Delegada

A Constituição Federal, em seu art. 68, § 1º, estabelece que “Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.”

Por fim, uma questão bastante comum em provas é que tanto a Lei Delegada quanto a Medida Provisória podem instituir ou majorar tributos.

Esquematizando:

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Lei Delegada

Delegação externa corporis

Exceção ao princípio da indelegabilidade de atribuições

O Legislativo delega ao Executivo a elaboração de lei

o Elaborada pelo Presidente da República

o Após prévia SOLICITAÇÃO do Presidente ao CN (iniciativa solicitadora)

o O CN delega por RESOLUÇÃO

A Resolução transfere temporariamente a COMPETÊNCIA do Legislativo

A titularidade é do Poder Legislativo

O Legialativo pode - Mesmo tendo delegado, legislar sobre a mesma

matéria

- Revogar a delegação a qualquer tempo

O PR não é obrigado a elaborar a LDEL, mesmo com a delegação

Funciona como uma procuração

A resolução que delega deve ser Limitada e Específica e deve dizer se a

delegação é típica ou atípica.

Delegação Típica - PR promulga e publica direto

- A LDel não é apreciada pelo CN após sua elaboração

- Não precisa sanção do PR, pois a LDel foi editada por ele

Delegação - O CN, ao delegar, estabelece que a LDel será apreciada pelo CN

Atípica - Apreciação - Votação única - Aprova – PR promulga e publica

- Não Aprova – arquiva e não pode ser

objeto na mesma sessão Leg, salvo MA

- Vedado emendas (pode alterar o texto, mas não pode alterar o

conteúdo)

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Veto Legislativo: Se o executivo exceder: CN susta o ato normativo por Decreto

Legislativo (49,V)

o O CN - Delega por Resolução

- Susta por Decreto Legislativo: Efeitos Ex Nunc

Não pode delegar - Competência - Privativa da CD e SF

( Art 68, § 1.º) - Exclusiva do CN

- Direitos Individuais (obs: cabe MP sobre direitos individuais)

- Nacionalidade

- Cidadania

- Direitos Eleitorais

- Organização do - Judiciário

- Ministério Público

- Direitos Políticos

- PPA, LDO, LOA

- Matéria de Lei Complementar

Tanto Lei Delegada quanto Medida Provisória podem instituir ou majorar Tributo

Procedimento da LDel:

Iniciativa

Solicitadora (PR)

CN delega

(Resolução)

Típica

Atípica

PR Edita

a Lei

PR Promulga PR Publica

CN

- Votação Única

- vedado emenda

Não aprova

Aprova

Arquiva e não pode ser objeto de novo PL na

mesma SLO, salvo MA

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VI. DECRETO LEGISLATIVO (DecLeg)

O Decreto Legislativo é o instrumento através do qual são materializadas as Competências exclusivas do Congresso Nacional estabelecidas no artigo 49 da Constituição. Além dessas, é também pelo Decreto Legislativo que o CN regula os efeitos das medidas provisórias não convertidas em lei (art. 62, § 3º).

A Constituição não regulou de forma ampla essa espécie normativa, sendo que o Regimento Interno do CN a regulamentará, não nos interessando para o Direito Constitucional. Para a sua prova, você deve apenas saber que:

a) deflagrado o processo do Decreto Legislativo, haverá discussão no Congresso Nacional de forma bicameral;

b) não cabe intervenção do Presidente da República (nem sanção, nem veto e nem promulgação);

c) o Decreto Legislativo será promulgado pelo Presidente do Senado Federal (atuando como Presidente do Congresso Nacional)

Por fim, muita atenção aos nomes das normas, que são muito parecidos, mas são coisas completamente diferentes:

o Decreto Legislativo (49): é morma primária (vem da CF)

o Decreto Autônomo (84, VI): é morma primária (vem da CF)

o Decreto Regulamentar (84, IV): é norma secundária e regulamenta a Lei

Esquematizando:

Decreto Legislativo

Instrumento através - Competências exclusivas do Congresso Nacional (art. 49)

do qual são - Regular efeitos de MP não convertida em lei (62, § 3.º)

materializadas as - Sustar o ato normativo que exceder os limites da delegação (49, V)

(...) outros

Deflagrado o processo:

o Discussão no Congresso Nacional - forma bicameral

o O Regimento Interno regulamentará o processo do Decreto Legislativo

o Não cabe intervenção do PR (nem sanção, nem veto e nem promulgação)

o Promulgado pelo PSF (PCN)

Decreto Legislativo (art. 49) (executivo) (84, IV)

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VII. RESOLUÇÕES (Res)

As resoluções são espécies normativas elaboradas pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal e pelo Congresso Nacional (lembre-se que os decretos legislativos são elaborados somente pelo Congresso Nacional). Elas são promulgadas pelos presidentes da Casa que a elaborar, não cabendo intervenção do Presidente (nem sanção, nem veto e nem promulgação)

Assim como o Decreto Legislativo, a CF não regulou o procedimento das resoluções, ficando a cargo dos Regimentos Internos das Casas Legislativas ofazer.

Para a sua prova, você deve saber que são materializadas por meio de resolução os seguintes atos (dentre outros):

a) Competências privativas da Câmara dos Deputados (art. 51) e do Senado Federal (52);

b) Delegação do Congresso Nacional para elaboração de Lei Delegada (art. 58, § 2º). Lembre-se que a suspensão da mesma é feita por Decreto Legislativo (art. 49, V);

c) Senado Federal suspende lei declarada inconstitucional pelo STF em controle difuso de constitucionalidade (art. 52,X).

Esquematizando:

Resolução - CD (51)

- SF (52)

- CN

Promulgada pelo Presidente da respectiva Casa

O Regimento Interno regulamentará o processo da Resolução

Não cabe intervenção do PR (nem sanção, nem veto e nem promulgação)

- Competencias privativas - CD (51)

- SF (52)

- Delegação do CN para elaboração de LeiDel (58, §20)

• Lembrando: suspende por Dec Leg (49,V)

- Suspender lei declarada inconstitucional pelo STF em controle difuso (SF) (52,X)

- Outros (...)

Enquanto os Decretos Legislativos são

exclusivos do Congresso Nacional

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VIII. DECRETO AUTÔNOMO (Dec Aut)

O Decreto Autônomo está previsto no art. 84, VI da Constituição Federal e é o instrumento através do qual o Presidente da República pode dispor sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. Lembre-se que a criação de cargos públicos é feita, em regra, por meio de lei.

O Decreto Autônomo pode ser delegado aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República e ao Advogado-Geral da União e pode ser reproduzido pelos estados e pelos municípios.

Observe também que o Decreto Autônomo é diferente do Decreto Regulamentar, que, por sua vez, é diferente do Decreto Legislativo:

o Decreto Legislativo (49): é morma primária (vem da CF)

o Decreto Autônomo (84, VI): é morma primária (vem da CF)

o Decreto Regulamentar (84, IV): é norma secundária e regulamenta a Lei

Esquematizando:

Decreto Autônomo (84, VI)

O PR pode dispor,: - Organização e funcionamento da Administração Federal.

por meio de decreto - Salvo quando - Aumento de despesa

(Autônomo) implicar em - Criação ou extinção de órgãos

- Extinção de funções e cargos públicos quando vagos

Criação NÃO (criação de cargos é por LEI)

O Decreto Autônomo (84, VI) é DIFERENTE de decreto regulamentar (84,IV)

o Decreto Legislativo (49): é morma primária (vem da CF)

o Decreto Autônomo (84, VI): é morma primária (vem da CF)

o Decreto Regulamentar (84, IV): é norma secundária e regulamenta a Lei

Pode ser delegado aos - MinE

- PGR

- AGU

Podem ser reproduzidos pelos Estados e Municípios

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IX. TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS

O artigo 49, I da Constituição versa que “É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional”.

Fique atento, pois cabe ao Congresso Nacional resolver sobre a grande maioria dos tratados internacionais e não apenas os que acarretem compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Procedimento de entrada dos Tratados Internacionais no direito brasileiro

O procedimento de entrada dos Tratados Internacionais no direito brasileiro é bastante simples e obedece a quatro passos:

1. Celebração do Tratado pelo Executivo: o Poder Executivo celebra o tratado em âmbito internacional. Nesse momento, a República Federativa do Brasil ainda não está obrigada a obedecê-lo em âmbito interno.

Além disso, somente a República Federativa do Brasil pode celebrar tratados internacionais, sendo representada pela União. Os demais entes internos (estados, Distrito Federal e municípios) não podem celebrar Tratados Internacionais. Por fim, essa competência éEXCLUSIVA da UNIÃO (não pode ser delegada).

2. Aprovação (referendo ou ratificação) pelo Legislativo: após a celebração do Tratado Internacional pelo Poder Executivo, o Congresso Nacional deve aprová-lo por meio de um Decreto Legislativo. Nesse momento, o Tratado Internacional ainda não tem validade interna nem externa.

3. Troca ou depósito dos instrumentos de ratificação/adesão pelo Executivo em âmbito Internacional: nesse momento, o Poder Executivo volta ao âmbito internacional para “comunicar à outra parte que o seu Poder Legislativo aprovou o Tratado Internacional”. A partir desse momento, o Tratado Internacional já possui validade no âmbito externo, mas ainda não possui validade interna.

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4. Promulgação, por Decreto Presidencial, seguida da publicaçãodo Tratado Internacional: após a troca dos instrumentos de ratificação, o Presidente da República expede um decreto presidencial que possui os efeitos de promulgação, publicação e executoriedade. Apartir daqui o Tratado Internacional terá validade no âmbito interno.

Como visto, o procedimento de entrada dos Tratados Internacionais no ordenamento jurídico brasileiro é um ato complexo, necessitando da manifestação de vontade dos poderes Executivo e Legislativo.

Observe também que, uma vez incorporados ao direito interno, podem sofrer controle de constitucionalidade concentrado e difuso.

Força dos tratados internacionais no direito brasileiro

Em relação ao passo 2, descrito anteriormente, o Congresso Nacional pode referendar os Tratados Internacionais de três formas diferentes e, a depender dessa forma de aprovação e de sua matéria, o Tratado Internacional terá diferentes validades no direito interno:

1. Emenda Constitucional: por força do art. 5º, §3º, os TratadosInternacionais sobre Direitos Humanos (TIDH) aprovados por 3/5 dos votos em 2 turnos de votação em cada Casa do Congresso Nacional (o mesmo procedimento das ECs) terão validade de emendas à Constituição. Observe que esses tratados não podem alterar ou integrar o texto da CF.

2. Supralegal: os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanosaprovados pelo procedimento comum valem mais do que as leis e menos do que a Constituição. Assim, eles estão acima (supra) da lei (legal).

3. Lei Ordinária (regra): os Tratados Internacionais que não versem sobre direitos humanos e que forem aprovados pelo procedimento comum possuem validade de Lei Ordinária.

Importante ressaltar que os Tratados Internacionais não podem tratar de matéria de Lei Complementar.

Esquematizando:

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Tratados e Convenções Internacionaiso Art. 49, I: “É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre

tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao

patrimônio nacional”

Não só os que acarretem compromissos gravosos, mas a maioria dos tratados

internacionais

Procedimento de entrada dos tratados internacionais

1 – Celebração do Tratado pelo Executivo – competencia EXCLUSIVA da UNIÃO (não pode

delegar)

2 – Aprovação (referendo ou ratificação) pelo Legislativo através de Decreto Legislativo

3 – Troca ou depósito dos instrumentos de ratificação/adesão pelo Executivo em âmbito

Internacional

4 – Promulgação, por Decreto Presidencial, seguida da publicação

- A partir daqui o tratado vale no âmbito interno

- O DECRETO PRESIDENCIAL tem 3 efeitos - Promulgação

- Publicação

- Executoriedade

o Ato complexo: manifestação do - Executivo

- Legislativo

o Uma vez incorporados ao direito interno, podem sofrer controle de constitucionalidade

concentrado e difuso

- Emenda Constitucional: Tratado Internacional sobre DH aprovado por 3/5 dos

votos em 2 turnos (procedimento de EC)

o Não podem alterar ou integrar o texto da CF

o art. 50, §30 (introduzido pela EC 45/2004)

- Supralegal: Tratado Internacional sobre DH aprovado por procedimento comum:

valem mais do que as leis e menos que a CF (HC 87.585/TO).

- Lei Ordinária (regra): Tratado Internacional SEM ser sobre DH e aprovado pelo

procedimento comum

OBS: Tratado Internacional não pode tratar de matéria de LC

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EXERCÍCIOS

31. (FCC - 2010 - AL-SP - Agente Técnico Legislativo Especializado) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, ema) dois turnos, por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às Leis Complementares.

b) dois turnos, por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

c) turno único, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às Leis Complementares.

d) dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

e) turno único, por dois terços dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às Leis Complementares.

Gabarito: D. Vamos revisar as possibilidades de ingresso de tratados internacionais na ordem jurídica brasileira. São três possibilidades:

- Emenda Constitucional: Tratado Internacional sobre DH aprovado por 3/5 dos

votos em 2 turnos (procedimento de EC)

o Não podem alterar ou integrar o texto da CF

o art. 50, §30 (introduzido pela EC 45/2004)

- Supralegal: Tratado Internacional sobre DH aprovado por procedimento comum:

valem mais do que as leis e menos que a CF (HC 87.585/TO).

- Lei Ordinária (regra): Tratado Internacional SEM ser sobre DH e aprovado pelo

procedimento comum

32. (FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle Externo - Jurídica) O regime de urgência para a tramitação de projetos de lei pode ser adotado para a apreciação de leis delegadas, quando ocorre a delegação imprópria.

Errado. A delegação atípica, também conhecida como delegação imprópria, ocorre quando o CN exige apreciar a lei após sua elaboração pelo Presidente da República. Não há previsão constitucional para a apreciação com urgência desta espécie normativa. Recordando:

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- Hipóteses do regime 1. Se o PR solicitar urgência nos projetos de SUA INICIATIVA

de urgência - Não é iniciativa privativa do PR – é QUALQUER projeto

constitucional que o PR tenha iniciado (art. 64,§ 10)

2. Apreciação dos atos de delegação ou renovação de serviços de

Radiodifusão sonora e de sons e imagens

- art. 223,§ 10 + 49, XII

33. (FCC - 2011 - PGE-MT - Procurador) Os textos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em março de 2007, tramitaram perante as Casas do Congresso Nacional nos anos de 2007 e 2008, com vistas à sua aprovação, por meio de Decreto Legislativo. O então projeto de Decreto Legislativo foi aprovado, inicialmente, na Câmara dos Deputados, pelo voto de 418 e 353 de seus membros, em primeiro e segundo turnos, respectivamente; na sequência, encaminhado ao Senado Federal, foi aprovado pelo voto de 59 e 56 de seus membros, em primeiro e segundo turnos, respectivamente. Promulgado e publicado o Decreto Legislativo no 186, de 2008, o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação dos atos junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas em agosto de 2008, ocorrendo, ao final, a edição do Decreto no 6.949, de 2009, pelo Presidente da República, promulgando a referida Convenção e seu Protocolo Facultativo.

Diante disso, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo

a) estão aptos a produzir efeitos no ordenamento jurídico brasileiro, ao qual se integraram como norma equivalente às leis ordinárias.

b) estão aptos a produzir efeitos no ordenamento jurídico brasileiro, em que serão considerados equivalentes às emendas à Constituição.

c) estão aptos a produzir efeitos no plano jurídico externo, mas não no ordenamento interno brasileiro.

d) estariam aptos a produzir efeitos no ordenamento jurídico brasileiro se houvessem sido aprovados como proposta de emenda à Constituição de iniciativa do Presidente da República, promulgada pelas Mesas das Casas do Congresso Nacional.

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e) não estão aptos a produzir efeitos no plano jurídico externo, tampouco no ordenamento interno brasileiro, uma vez que não foram observados os procedimentos necessários à sua ratificação e promulgação.

Gabarito: B. A questão trouxe, na prática, a inclusão de um tratado internacional no ordenamento jurídico brasileiro. Perceba que ele foi aprovado pelo mesmo procedimento de uma emenda à Constituição (2 turnos, 3/5 dos membros em cada casa). Assim, tal tratado será equivalente a uma emenda constitucional. Note que, após a aprovação, o Presidente realizou dois atos:

1) Depósito junto às Nações Unidas – Neste momento, o Brasil comunica que o tratado foi aceito pelo Legislativo brasileiro, dando validade externa ao tratado;

2) Promulgação de Decreto publicando o tratado: equivale à promulgação e publicação do tratado, dando validade ao mesmo no direito interno brasileiro.

34. (FCC - 2010 - PGE-AM - Procurador) De acordo com o texto vigente da Constituição Federal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre os tratados internacionais, é correto afirmar quea) os tratados internacionais firmados pelo Brasil não podem versar sobre normas materialmente constitucionais.

b) todos os tratados internacionais firmados pelo Brasil ingressam no ordenamento jurídico brasileiro como normas de hierarquia constitucional.

c) todos os tratados internacionais firmados pelo do Brasil ingressam no ordenamento jurídico brasileiro como normas infraconstitucionais.

d) os tratados internacionais firmados pelo Brasil sobre direitos humanos podem ingressar no ordenamento jurídico brasileiro com hierarquia de emendas constitucionais.

e) o procedimento de aprovação, pelas Casas do Congresso Nacional, dos tratados internacionais sobre direitos humanos é irrelevante para caracterizar sua hierarquia normativa.

Gabarito: D.

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Item A – ERRADO. Item absurdo. Eles podem inclusive ter status de Constituição Federal (emenda à Constituição), se atenderem a certos requisitos.

Itens B a E. Segue um resumo de como os tratados podem ingressar no ordenamento jurídico brasileiro:

- Emenda Constitucional: Tratado Internacional sobre DH aprovado por 3/5 dos

votos em 2 turnos (procedimento de EC)

o Não podem alterar ou integrar o texto da CF

o art. 50, §30 (introduzido pela EC 45/2004)

- Supralegal: Tratado Internacional sobre DH aprovado por procedimento comum:

valem mais do que as leis e menos que a CF (HC 87.585/TO).

- Lei Ordinária (regra): Tratado Internacional SEM ser sobre DH e aprovado pelo

procedimento comum

35. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A lei delegada será elaborada pelo Presidente da República, em razão de delegação do Congresso Nacional. Editada a norma, com extrapolação de seus limites, resta ao Poder Legislativo suscitar a inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, haja vista não mais possuir competência para sustar o ato normativo.

Errado. Segundo o art. 49, V, cabe ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Assim, caso o Presidente da República edite uma lei delegada que extrapole os limites da delegação concedida pelo Congresso Nacional, cabe ao próprio Congresso sustar a Lei Delegada por meio de um Decreto Legislativo.

36. (ESAF - 2009 - ANA - Analista Administrativo) Assinale a opção correta relativa ao tratamento dado pela jurisprudência que atualmente prevalece no Supremo Tribunal Federal, ao interpretar a Constituição Federal, relativa aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil.

a) Incorporam-se à Constituição Federal, porque os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

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b) Incorporam-se ao ordenamento jurídico como lei ordinária federal porque a Constituição confere ao Supremo Tribunal Federal, competência para julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal.

c) Os que tiveram ato de ratificação antes da vigência da Emenda Constitucional n. 45, de 2004, são equivalentes às emendas constitucionais em razão dos princípios da recepção e da continuidade do ordenamento jurídico.

d) Os que tiveram ato de ratificação depois da vigência da Emenda Constitucional n. 45, de 2004, independentemente do quorum, são equivalentes às emendas constitucionais em razão do princípio da prevalência dos direitos humanos.

e) A legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de ratificação que com eles seja conflitante é inaplicável, tendo em vista o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos humanos subscritos pelo Brasil.

Gabarito: E.

Item A – ERRADO. Os tratados internacionais sobre DH só terão status de Emenda Constitucional se forem aprovados por 3/5 dos membros das duas casas (Câmara e Senado) em dois turnos, no mesmo procedimento da emenda à Constituição.

Itens B, C e D – ERRADOS. A EC 45/04 modificou a forma de como os tratados internacionais entram no ordenamento brasileiro. Vamos ver como ficou?

O Congresso Nacional pode referendar os Tratados Internacionais de três formas diferentes e, a depender dessa forma de aprovação e de sua matéria, o Tratado Internacional terá diferentes validades no direito interno:

1. Emenda Constitucional: por força do art. 5º, §3º, os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos (TIDH) aprovados por 3/5 dos votos em 2 turnos de votação em cada Casa do Congresso Nacional (o mesmo procedimento das ECs) terão validade de emendas

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à Constituição. Observe que esses tratados não podem alterar ou integrar o texto da CF.

2. Supralegal: os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanosaprovados pelo procedimento comum valem mais do que as leis e menos do que a Constituição. Assim, eles estão acima (supra) da lei (legal).

3. Lei Ordinária (regra): os Tratados Internacionais que não versem sobre direitos humanos e que forem aprovados pelo procedimento comum possuem validade de Lei Ordinária.

Item E – CERTO. De acordo com o STF, o status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil torna inaplicável a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de adesão. Assim ocorreu com o art. 1.287 do CC de 1916 e com o DL 911/1969, assim como em relação ao art. 652 do Novo CC (Lei 10.406/2002). (RE 466.343).

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X. MEDIDA PROVISÓRIA (MP)

Meus amigos e futuros Analistas do TRE/MG, a Medida Provisória é um ato normativo editado pelo Presidente da República, em caso de relevância e urgência, com posterior manifestação do Poder Legislativo, e que tem força de Lei Ordinária.

A MP, após sua edição pelo Presidente da República, deve ser submetida imediatamente ao Poder Legislativo, que pode aprová-la ou rejeitá-la. Observe que, caso a MP seja rejeitada, o Presidente da República não poderá ser responsabilizado politicamente.

Além das MPs federais, editadas pelo Presidente da República, podem também existir MPs estaduais e municipais, editadas, respectivamente pelo Governador e pelo Prefeito, desde que haja previsão na Constituição Estadual ou na Lei Orgânica Municipal (ADI 812/TO-MC). Observe que o único legitimado para editar a Medida Provisória é o chefe do executivo, que não pode delegar sua elaboração.

1. EFEITOS DA MEDIDA PROVISÓRIA

A Medida Provisória possui força de Lei Ordinária desde a sua edição e as demais normas com ela incompatíveis serão SUSPENSAS até a manifestação do Poder Legislativo.

Caso a Medida Provisória seja rejeitada pelo Poder Legislativo, as normas anteriores voltam a valer. Por outro lado, caso a MP seja aprovada, as normas incompatíveis com ela serão revogadas (porque agora é uma lei e não mais uma Medida Provisória). Observe o esquema:

Cuidado para não confundir!

MP não revoga lei, mas sim suspende a sua eficácia!

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MP aprovada:

MP rejeitada:

Importante destacar que, pelo fato de a MP já possuir efeitos desde a sua edição pelo chefe do Executivo (portanto, desde antes da manifestação do Poder Legislativo), cabe tanto o controle de constitucionalidade concentrado como o difuso, antes ou depois da sua conversão em lei.

Esquematizando:

1- Lei A vigente 2- PR edita MP:

A Lei A é suspensa

MP

3 - O CN aprova a MP:

A lei A será definitivamente revogada

e a MP é convertida em Lei.

Lei A

1- Lei “A” vigente

2- PR edita MP:

A Lei A é suspensa

MP

3 - O CN rejeita a MP:

A lei “A” volta a valer ex nunc e as

relações jurídicas decorrentes da MP

rejeitada serão disciplinadas pelo CN

Lei A

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Medida Provisória

Força de Lei Ordinária

Editada pelo PR – participação posterior do Legislativo, que a aprova ou rejeita

o Não responsabiliza politicamente o PR no caso de não aprovação da MP

Substituiu o antigo Decreto-Lei

Cabe MP Federal, Estadual e Municipal desde que haja previsão na CE ou LOM

o (ADI 812/TO-MC)

Processo de criação da MP

o PR edita MP

o Em caso de relevância E urgência (DISCRICIONÁRIO DO PR)

o Submetida ao CN de imediato

Legitimado:

o Competência exclusiva do PR

o Não pode delegar

Efeitos da MP

o MP tem força de LO desde a sua edição

o Demais normas incompatíveis com MP serão suspensas

MP não revoga lei – SUSPENDE a eficácia

o MP - Rejeitada – volta a valer as normas anteriores

- Aprovada – Revoga o que foi incompatível (porque agora é lei)

o Cabe controle de constitucionalidade de MP (concentrado e difuso)

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2. PRAZO DE DURAÇÃO DA MP

As medidas provisórias possuem prazo de duração de 60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias. A referida prorrogação é automática por ato do Presidente da Mesa do Congresso Nacional, assim, o Presidente da República não precisa tomar nenhuma atitude para que a prorrogação ocorra.

O prazo de 60+60 dias é para que o Congresso Nacional delibere sobre a Medida Provisória, assim, ele não corre durante o recesso parlamentar.

Antigamente, caso o Congresso Nacional estivesse em recesso quando da edição de uma MP, ele deveria ser convocado extraordinariamente. Hoje em dia, isso não é mais necessário. No entanto, caso haja uma convocação extraordinária, as MPs serão automaticamente incluídas na pauta, contando o prazo normalmente enquanto o Congresso Nacional estiver trabalhando durante a convocação extraordinária.

O prazo de 60+60 dias é para que o Congresso Nacional delibere sobre a Medida Provisória e não para que ela seja promulgada e publicada. Assim, uma MP pode valer mais de 120 dias! Por exemplo:

1. Quando o prazo de 60+60 dias é suspenso devido ao recesso parlamentar.

2. Aprovado o PL de Conversão (MP modificada pelo CN) alterando o texto original da MP, esta manter-se-á integralmente em vigor até que o projeto seja sancionado ou vetado (prazo: 15 dias úteis). Ou seja, se o Legislativo aprova o PL de Conversão só no 119º dia, ele segue para que o Presidente da República o sancione ou vete no prazo de 15 dias úteis. Mesmo passado o prazo de 120 dias, a MPvale até a sanção ou veto do Presidente (porque o prazo é para que o CN delibere sobre a MP e não para que ela seja promulgada e publicada).

Cuidado para não confundir!

Prorrogação de MP: ocorre quando o prazo de duração da MP é renovado.

Reedição de MP: ocorre quando o Presidente da República edita uma outra MP com o mesmo conteúdo de MP anterior.

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3. REGIME DE URGÊNCIA DA MEDIDA PROVISÓRIA

Se a Medida Provisória não for apreciada em até 45 dias de sua edição, ela entrará em regime de urgência, trancando a pauta da Casa onde estiver edas próximas (se houver).

Observe que o prazo não é de 45 dias para cada Casa (como no regime de urgência constitucional), mas sim de 45 dias no total.

Veja ainda que a Casa Iniciadora de uma MP é sempre a Câmara dos Deputados. Assim, se a MP estiver na Câmara dos Deputados trancando pauta, após votada, já chegará no Senado Federal trancando pauta também.

Esquematizando:

Cuidado para não confundir!

Regime de Urgência de MP (45 dias)Regime de Urgência Constitucional (45+45+10)

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Prazo de duração: 60 + 60o Prorrogação é automática por ato do PMesaCN.

Não depende do ato – é só para dar publicidade

Prorrogação de MP Reedição de MP

o Recesso Parlamentar: O prazo é suspenso durante o Recesso Parlamentar

o Convocação Extraordinária:

Não precisa de convocação extraordinária caso haja edição de MP durante o

recesso (antes precisava)

Havendo convocação extraordinária: as MPs são automaticamente incluídas

na pauta, contando o prazo normalmente durante a convocação extraordinária

o O prazo (60+60) é para que o CN delibere sobre a MP e não para que ela seja

promulgada e publicada

- CUIDADO: MP PODE VALER MAIS DE 120 dias!!

1. Aprovado o PL de Conversão alterando o texto original da MP, esta

manter-se-á integralmente em vigor até que o projeto seja sancionado

ou vetado (15 dias úteis).

o Ou seja, se o Legislativo aprova o PL de Conversão só no

119º dia, ele segue para o PR. Mesmo passado o prazo de 120

dias, a MP vale até a sanção ou veto do PR.

2. Outro exemplo de MP valendo mais de 120 dias: quando o prazo de

60+60 dias da MP é suspenso devido ao Recesso Parlamentar

Regime de Urgência da MP:

o Se não for apreciada em até 45d, entra em regime de urgência, trancando a pauta da

Casa onde está e das próximas (se houver)

É 45d no total e não para cada Casa

Se estiver na CD trancando pauta, após votada, já chegará no SF trancando

pauta também

Não confundir Regime de Urgência de MP (45 dias) com regime de urgência Presidencial (45+45+10)

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4. APROVAÇÃO E REJEIÇÃO DA MP PELO CONGRESSO NACIONAL

O procedimento legislativo das MPs visto até aqui foi o seguinte:

Continuando então o raciocínio, o Congresso Nacional pode aprovar a MP de duas formas diferentes: com ou sem alterações. Igualmente, ele pode rejeitar a MP de duas formas: expressa ou tacitamente. Assim, temos o seguinte:

a) Aprovação da MP pelo CN sem alterações: ela será promulgada pelo Presidente do Senado Federal (atuando na condição de Presidente do Congresso Nacional – lembre-se de que é a mesma pessoa).

O Presidente da República não sanciona, não veta, nem promulga ou publica a MP aprovada sem alterações justamente porque o texto aprovado pelo Congresso Nacional foi o mesmo texto editado pelo PR.

b) Aprovação da Medida Provisória com alterações: o CN pode também emendar/alterar a Medida Provisória editada pelo Presidente da República. Se isso ocorrer, a MP alterada terá um nome especial: Projeto de Lei de Conversão.

Observe que o texto que o Congresso Nacional aprovou foi diferente do texto editado pelo Presidente da República. Assim, o PL de conversão deve ser enviado ao Presidente da República para que ele o sancione ou o vete.

Daqui para frente, o procedimento será o mesmo dos projetos de lei ordinária, estudados anteriormente.

c) Não apreciação da MP (rejeição tácita): caso se escoe o prazo de 60 + 60 dias e o Congresso Nacional não se manifeste, ocorrerá a rejeição tácita da Medida Provisória. Assim, NÃO EXISTE aprovação de MP por decurso de prazo!

PR edita MP

Rejeita

Aprova

CN

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Note que a MP funciona diferente da sanção ou veto dos projetos de lei, onde, caso o Presidente da República não se manifeste nos 15 dias úteis, ocorre a sanção tácita do PL.

Lembre-se também que o prazo para que o Congresso Nacional se manifeste sobre a MP é de 60 + 60 dias e que ela entrará em regime de urgência com 45 dias.

d) Rejeição expressa da MP pelo Congresso Nacional: o Congresso Nacional pode também rejeitar expressamente a Medida Provisória.

Observe o procedimento estudado até aqui:

5. REJEIÇÃO DA MP PELO CONGRESSO NACIONAL (PERDA DE EFICÁCIA DA MEDIDA PROVISÓRIA)

Quando ocorrem alterações na MP, a parte que recebeu as emendas de mérito (e portanto não foi convertida em lei) é considerada rejeitada. Assim, a Medida Provisória pode ser rejeitada pelo Congresso Nacional de três formas: expressa ou tacitamente ou pela aprovação com emendas (rejeição parcial). Nas três hipóteses, a MP rejeitada (ou a parte rejeitada) perderá sua eficácia ex tunc(retroativamente/desde a sua edição). Caso isso ocorra, ela será arquivada e a matéria não poderá ser reapresentada na mesma sessão legislativa (irrepetibilidade).

Meu caro Analista do TRE/MG, perceba agora o seguinte: enquanto a Medida Provisória está em vigor e ainda não foi apreciada pelo CN, ela já está produzindo efeitos. Assim, enquanto o Congresso não analisa a MP, já estão sendo produzidas relações jurídicas com base nessa MP.

PR edita MP

Rejeita

Aprova

CN

60+60 d

Com alterações (PL de conversão)

Sem alterações

Tacitamente

Expressamente

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Caso a MP seja aprovada pelo Congresso Nacional, não haverá problemas. No entanto, caso ela seja rejeitada, o que acontecerá com as relações jurídicas formadas com base na MP que foi rejeitada? Serão válidas ou inválidas?

RESPOSTA: o Congresso Nacional decidirá. Caso ocorra esta situação, o CN tem 60 dias para editar um Decreto Legislativo disciplinando as relações jurídicas consolidadas decorrentes da MP rejeitada.

E se o Congresso Nacional não editar esse Decreto Legislativo? Aí sim, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados e aperfeiçoados durante a vigência da MP rejeitada conservar-se-ão regidas por ela(art. 62, § 11).

Observe que não é o período que fica regido pela Medida Provisória, mas somente as relações jurídicas já consolidadas. Assim, não pode haver o reconhecimento posterior de direitos com base na MP rejeitada.

Esquematizando:

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a) Aprovar sem alteração: promulgada pelo PSF (PCN / PMesaCN) – são a mesma pessoa

o Não há sanção ou veto porque a MP é EXATAMENTE a mesma que o PR editou

b) Não apreciar (rejeição tácita)

o Contrário da sanção tácita no PLO e PLC

o NÃO EXISTE aprovação de MP por “decurso de prazo”!!!

É diferente da sanção de PL (que pode ser tácita)

o Prazo: 60 + 60 (entra em regime de urgência com 45d)

o Se não apreciar: perde o efeito ex tunc

O CN tem que disciplinar as relações jurídicas decorrentes das MP por

DecLeg, no prazo de 60d da perda da eficácia

Se não for editado esse DecLeg: as relações jurídicas decorrentes da MP

conservar-se-ão regidas por ela.

c) Rejeitar expressamente

Se rejeitar expressamente: perde o efeito ex tunc

O CN tem que disciplinar as relações jurídicas decorrentes das MP por

DecLeg, no prazo de 60d da perda da eficácia

Se não for editado esse DecLeg: as relações jurídicas decorrentes da MP

conservar-se-ão regidas por ela.

d) Aprovar com alteração:

o O CN pode emendar a MP:

1 – O projeto de Lei de Conversão (MP alterada) é apreciado pelas duas

Casas

2 – Levado ao PR que pode sancionar ou vetar a Lei de Conversão

O PR sanciona/veta a Lei de Conversão porque ela é diferente da MP

encaminhada por ele

A parte da MP que recebeu emendas de mérito (e não foi convertida

em lei) é considerada rejeitada e perde sua eficácia desde sua edição

(ex tunc)

No tocante à matéria alterada, os efeitos decorrentes devem ser

regulamentados por DecLeg (60d)

Se não for editado esse DecLeg: as relações jurídicas decorrentes da

MP conservar-se-ão regidas por ela.

3 – No caso de sanção ou derrubada do veto: PR promulga e publica

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Perda da Eficácia de MP

o Perde a eficácia ex tunc (desde sua edição) se não for convertida em lei no prazo de

60d + 60d

o Arquiva + irrepetibilidade (A matéria veiculada em MP rejeitada pelo Congresso

Nacional não poderá ser reapresentada na mesma sessão legislativa)

o O CN Por Dec Leg, tem que disciplinar as relações jurídicas decorrentes da MP

rejeitada no prazo de 60d da perda da eficácia ou revogação

o Se o CN não editar esse Dec Leg, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de

atos praticados e aperfeiçoados durante a vigência da MP rejeitada conservar-se-ão

regidas por ela (art. 62, § 11)

Não é o período que fica regido pela MP e sim somente as relações jurídicas

já consolidadas

Não pode haver o reconhecimento posterior de direitos

6. TRAMITAÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA

Meus queridos Analistas do TRE/MG, tudo o que é complicado pode ser dividido em várias partes simples. É exatamente isso que estamos fazendo no procedimento das medidas provisórias: indo bem devagar e dividindo em várias partes fáceis. Vamos acrescentar alguns elementos ao processo estudado até aqui:

1. A MP é editada pelo Presidente da República em caso de relevância e urgência;

2. A MP é submetida de imediato ao Congresso Nacional para apreciação no prazo de 60 + 60 dias;

3. A Casa Iniciadora é a Câmara dos Deputados, enquanto a Casa Revisora é o Senado Federal;

Até aqui, nós já sabemos. A novidade ocorre a partir de agora:

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4. Dentro do Congresso Nacional, a Medida Provisória será apreciada por uma comissão mista de deputados e senadores que emitirá um parecer opinativo sobre:

o Aspectos constitucionais (relevância e urgência)

o Mérito

o Adequação financeira e orçamentária

Somente para ilustrar, caso haja uma Medida Provisória que abre crédito extraordinário, ela será analisada pela Comissão MistaParlamentar de Orçamento e Finanças (CMPOF), conforme os artigos. 62, § 9º + 166, § 1º).

5. Apreciação do PLENÁRIO de cada Casa e votação em sessão separada: após passar pela comissão mista, a MP deve ser apreciada pelo Plenário. O órgão máximo de cada Casa faz duas votações. Primeiramente, aprecia os requisitos de relevância e urgência e adequação financeira e orçamentária. Caso seja rejeitada nessa primeira votação, a MP será arquivada. Por outro lado, caso seja aprovada, haverá uma segunda votação paraapreciar o mérito da Medida Provisória.

Ao chegar no Senado, a Medida Provisória passará pelo mesmo procedimento.

Por fim, observe que NÃO PODE EXISTIR delegação interna corporis para apreciar a MP somente no âmbito das Comissões, devendo a mesma ser apreciada, em sessão separada, pelo PLENÁRIO de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Observe o esquema abaixo, seguido do procedimento completo das medidas provisórias:

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Tramitação

1 – PR edita a MP em caso de relevância e urgência

2 – MP submetida de imediato ao CN (prazo 60+60)

- Casa iniciadora: CD

- Casa Revisora: SF

3 – Comissão Mista de Dep e Sen apreciará - Aspectos constitucionais (relev. e urg.)

- Mérito

Parecer opinativo - Adequação financeira e orçamentária

Ex: MP que abre crédito extraordinário: analisada pela CMPOF (art. 62, § 9º +

166, § 1º)

4 – Apreciação do Plenário de cada Casa (votação em sessão separada)

a) Plenário aprecia NOVAMENTE - Relevância e urgência

- Adequação financeira e orçamentária

- MP é arquivada se não possuir caráter de relevância e urgência

b) Plenário aprecia o mérito da MP

NÃO PODE EXISTIR delegação interna corporis para apreciar a MP

somente no âmbito das Comissões!! (art. 62, § 9º)

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7. REEDIÇÃO DE MEDIDA PROVISÓRIA

Você deve ficar atento para não confundir reedição com prorrogação de MP. Vamos revisar o quadro:

É vedada a reedição de MP na mesma sessão Legislativa em que se deu a perda da eficácia (não é da edição), podendo ser reeditada em outra sessão Legislativa, ainda que tenha sido expressamente rejeitada em SLO anterior.

Além disso, é vedada reedição de Medida Provisória que tenha sido revogada pelo Presidente da República. É que o Presidente pode editar uma Medida Provisória revogando outra MP, considerando-se uma autorrejeição (ADI 3.964/DF).

8. RETIRADA DA MP DA APRECIAÇÃO DO CN

Uma vez editada a Medida Provisória, o Presidente da República não pode retirar sua apreciação do Congresso Nacional. Assim, as MPs serão obrigatoriamente analisadas pelo Poder Legislativo (ADI 221/DF-MC).

No entanto, como explicado, o Presidente da República pode editar uma Medida Provisória revogando outra MP. Contudo, esta segunda Medida Provisória será apreciada pelo Legislativo e, se não for aprovada, a primeira MP voltará a valer (pelo tempo que resta de sua vigência) e será apreciada pelo CN (ADI 1659/DF-MC). Dessa forma, o Presidente da República não retira do Congresso Nacional a apreciação da Medida Provisória.

Esquematizando:

Cuidado para não confundir!

Prorrogação de MP: ocorre quando o prazo de duração da MP é renovado.

Reedição de MP: ocorre quando o Presidente da República edita uma outra MP com o mesmo conteúdo de MP anterior.

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Reedição de MP:

o Não confundir prorrogação com reedição de MP.

o Vedada na mesma sessão Legislativa em que se deu a perda da eficácia

É da perda da eficácia e não da edição

Em outra sessão Legislativa: Pode reeditar MP, mesmo que tenha sido

expressamente rejeitada em SLO anterior

o Vedada reedição de MP - Rejeitada - Expressamente

na mesma SLO pelo CN - Por decurso de prazo

- Revogada pelo PR

Retirada da MP da apreciação do CN

o O PR não pode retirar MP da apreciação do CN (ADI 221/DF-MC)

o REGRA: MPs sempre serão apreciadas pelo Legislativo

o Retirar da apreciação (não pode) revogar (pode por outra MP)

PR só pode revogar MP por outra MP

1. Mas esta outra MP será apreciada pelo Legislativo e, se não for

aprovada, a 1ª MP volta a valer (pelo tempo que resta de sua vigência)

e será apreciada pelo CN.

2. (ADI 1659/DF-MC)

ProrrogaçãoA MP será prorrogada automaticamente por mais 60 dias caso o

Congresso Nacional não a aprecie no prazo de 60 dias (CF, art.62, § 7.º).

RevogaçãoUma MP pode revogar outra que ainda esteja sendo apreciada pelo

Congresso Nacional.

Reedição

É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa (da perda da

eficácia), de MP rejeitada expressa ou tacitamente ou, ainda,

revogada (“autorrejeição”).

RetiradaO presidente da República não pode retirar a MP já em tramitação no

Congresso Nacional.

Revogação de MP pelo PR =autorrejeição (ADI 3.964/DF)

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9. VÍCIOS NOS REQUISITOS DE RELEVÂNCIA E URGÊNCIA

Os requisitos constitucionais de relevância e a urgência das medidas provisórias possuem caráter político e são de apreciação discricionária do Presidente da República. Dessa forma, por exemplo, o Presidente pode decidir que os deslizamentos de terra do Rio de Janeiro são relevantes e urgentes, enquanto as enchentes no Rio Grande do Sul não o são.

Como o Presidente é livre para decidir, em regra, os requisitos de relevância e urgência não são analisados pelo Poder Judiciário.Excepcionalmente, caso haja abuso ou excessos por parte do Presidente da República, tais requisitos podem sim ser apreciados pelo Judiciário.

Por fim, a ausência da relevância e urgência NÃO É CONVALIDADA com a conversão da Medida Provisória em Lei. Acompanhe o raciocínio:

1. Imagine que o Presidente da República edite uma MP que não possua os requisitos de relevância e urgência. A MP é, portanto, inconstitucional.

2. Suponha que, durante a tramitação no Congresso Nacional, ninguém percebeu isso, e o Poder Legislativo aprovou a MP com alterações.

3. Quando o PL de conversão segue para o Presidente da República, este o sanciona (lembre-se que há um vício desde o início do processo, pois a MP não possuía os requisitos de relevância e urgência).

4. Não é pelo fato de o Congresso Nacional ter aprovado a MP e o Presidente tê-la sancionado que o vício será convalidado. Assim, a lei continua inconstitucional.

Lembrando que a sanção também não convalida o projeto de lei ordinária ou complementar com vício de iniciativa e nem de emenda.

Esquematizando:Vícios nos Requisitos de Relevância e Urgência:

o Relevância e urgência: caráter político e discricionário do PR

o Regra: não são analisados pelo Judiciário

o Exceção: podem ser analisados se houver excesso ou abuso

o A ausência da relev. e urg. NÃO É CONVALIDADA com a conversão em Leio Lembrando: no PL, a sanção também não convalida o vício de iniciativa e nem o de

emenda.

Esquematizando:Vícios nos Requisitos de Relevância e Urgência:

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10. MEDIDA PROVISÓRIA VS LEI DELEGADA

Se você prestou atenção, deve ter notado algumas semelhanças entre as medidas provisórias e as Leis Delegadas. Ambos são atos normativos primários, editados pelo Presidente da República (órgão estranho ao Legislativo). No entanto, observe três grandes diferenças entre esses dois tipos de normas:

1. Enquanto a Lei Delegada possui eficácia permanente, a MP possui eficácia temporária (60 + 60 dias).

2. O Presidente da República precisa de autorização prévia do Congresso Nacional para elaborar uma Lei Delegada. Por outro lado, essa autorização não é necessária para a elaboração da Medida Provisória.

3. Por fim, a Lei Delegada não possui os requisitos de relevância e urgência, enquanto as MPs os possuem.

11. VEDAÇÕES À MEDIDA PROVISÓRIA

Assim como as leis delegadas, as medidas provisórias possuem algumas matérias que lhe são vedadas. Observe os referidos dispositivos constitucionais:

Art. 62, § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I – relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;

b) direito penal, processual penal e processual civil;

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;

III – reservada a lei complementar;

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IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

Art. 25, § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda, inclusive.

ADCT art. 73. Na regulação do Fundo Social de Emergência não poderá ser utilizado o instrumento previsto no inciso V do art. 59 da Constituição.

Algumas observações sobre essas vedações:

Cabe a edição de Medida Provisória em direitos individuais, enquanto não cabe Lei Delegada sobre essa matéria.

Tanto Lei Delegada quando a Medida Provisória podem ser utilizadas para instituir ou majorar tributo.

Esquematizando:

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Vedada edição de MP sobre (art. 62, § 1º + art. 25 § 2º + 246 + 73ADCT)

o Concessão de gás canalizado (estados) (25 § 2º)

o Nacionalidade

o Cidadania

o Direito eleitoral

o Direitos políticos

o Partidos políticos

o Direito - Penal

- Processual penal

- Processual civil

o Organização MP e Judiciário

o PPA, LDO, LOA e créditos adicionais e suplementares

Créditos extraordinários pode MP

o Detenção e sequestro de bens, poupança ou ativo financeiro

o Matéria reservada à LC

o Já disciplinada em PL e pendente de sanção ou veto do PR

o Para regulamentar art. alterado por EC entre 1/1/95 e EC 32/2001 (CF art. 246)

As MPs anteriores à EC 32/2001 são válidas (aprovação por decurso de

prazo) até que MP ou LO ulterior as revogue explicitamente ou até

deliberação definitiva do CN (independente de renovação)

o Fundo social de Emergência (73 ADCT)

o Sobre matéria de PL/MP rejeitados na mesma Sessão Legislativa

OBS:

MP em direitos individuais - CABE

o A que não pode ser usada para regular direito individual é a LDEL

Medidas provisórias anteriores à EC n.º 32/01

o As MPs editadas antes da EC n.º 32/01 adquiriram vigência por prazo indeterminado

(independentemente de qualquer ato do PR ou do CN)

(EC 32/2001 art. 20)

Até que - MP posterior as revogue ou

- Sua deliberação definitiva pelo CN

Caso o CN delibere sobre elas, deverá utilizar o processo legislativo previsto

para a MP antes da EC n.º 32/01 Votação em Sessão CONJUNTA do

CN e não em separado (como é hoje).

MP em matéria tributária (ADI 1667/DF-MC),

o Tanto Lei Del quanto MP podem instituir ou majorar Tributo

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12. IRREPETIBILIDADE

A irrepetibilidade pode ocorrer em diferentes espécies normativas. Observe atentamente cada um dos dispositivos constitucionais sobre ela e as diferenças e semelhanças.

PEC: Art. 60, § 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

MP: Art. 62, § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

PL: Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Observe que na PEC e na MP, não há a possibilidade da repetição do projeto na mesma sessão legislativa, nem mesmo pela aprovação da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do CN. Essa permissão somente é válida para os projetos de lei ordinária e complementar.

Finalmente, a irrepetibilidade só vale para a mesma sessão legislativa. Assim, pode-se repetir um PL, PEC ou MP em uma NOVA sessão legislativa.

O STF entende que a convocação extraordinária, ou seja, aquela feita durante o período de recesso do Congresso Nacional, inaugura nova sessão legislativa. Assim, em convocação extraordinária pode-se, por exemplo, editar uma medida provisória sobre o mesmo tema de PL rejeitado na sessão legislativa ordinária.

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XI. CONTROLE JUDICIALDO PROCESSO LEGISLATIVO

Como já aprendido, o Poder Judiciário pode intervir caso alguma norma constitucional do processo legislativo esteja sendo descumprida. Esse controle pode ser diferente, a depender da espécie normativa analisada:

1. PROJETO DE LEI E PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO

Observe que, enquanto estão em tramitação no Congresso Nacional, os projetos de lei e as PECs não possuem efeitos (são apenas proposições/propostas legislativas). Justamente por isso, o controle judicial dessas proposições legislativas é mais ameno do que nas medidas provisórias, que já possuem efeitos, mesmo antes da aprovação pelo CN.

Dessa forma, nos projetos de lei e nas propostas de emenda à Constituição, somente caberá o controle incidental de constitucionalidade, realizado por meio do Mandado de Segurança impetrado por parlamentar da Casa onde o PL/PEC tramita para preservar o seu direito líquido e certo (do parlamentar) ao devido processo legislativo.

Caso o PL/PEC seja aprovado antes do julgamento do Mandado de Segurança,essa ação será extinta sem o julgamento do mérito por perda superveniente da legitimidade ativa.

Obviamente, após a conversão em Lei ou EC, caberá o controle mais amplo possível pelo Poder Judiciário, uma vez que agora a norma já está produzindo seus plenos efeitos. Dessa feita, após a conversão em lei ou em Emenda Constitucional, caberá o controle concreto e o abstrato de constitucionalidade.

Lembre-se de que não cabe controle concentrado de constitucionalidade de projeto de lei ou de PEC e que o Mandado de Segurança não alcança atos interna corporis, aqui entendidos como os Regimentos Internos das Casas Legislativas. Dessa forma, caso somente o Regimento Interno tenha sido

Superveniente = que veio depois

Legitimidade ativa = capacidade de entrar com a ação

Extinção do processo por perda superveniente de legitimidade ativa = o processo

foi extinto porque o autor perde a capacidade de entrar com a ação depois que ele

já entrou com ela.

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desrespeitado, o STF não poderá julgar o MS. Por outro lado, caso a Constituição tenha sido desrespeitada, o STF será competente para julgar o Mandado de Segurança.

2. MEDIDA PROVISÓRIA

Como explicado, o controle judicial das medidas provisórias é muito mais amplo do que o controle dos projetos de lei ou da Proposta de Emenda à Constituição, justamente porque a MP já produz efeitos desde a sua edição, ainda que esteja tramitando pelo Congresso Nacional. Portanto, caberá o controle concentrado e difuso de constitucionalidade antes e depois da conversão em Lei.

Caso a Medida Provisória seja rejeitada, a Ação Direta de Inconstitucionalidade perderá o objeto, uma vez que a norma atacada pela ADI não mais estará em vigor. Por outro lado, caso a MP seja convertida em lei antes do julgamento da Adin, esta continuará válida, não perdendo o objeto.

Lembre-se de que, como o Presidente é livre para decidir, em regra, os requisitos de relevância e urgência da MP não são analisados pelo Poder Judiciário. Excepcionalmente, caso haja abuso ou excessos por parte do Presidente da República, tais requisitos podem sim ser apreciados por aquele Poder.

Por fim, a ausência da relevância e urgência NÃO É CONVALIDADA com a conversão da Medida Provisória em Lei.

Esquematizando:

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CONTROLE JUDICIAL DO PROCESSO LEGISLATIVO

1- PL e PEC

Só cabe o controle INCIDENTAL

o Por meio do Mandado de Segurança

o Impetrado por parlamentar da Casa onde o PL tramita

o Competência originária: STF

o (MS 23.565/DF + MS 27.931)

Aprovado o PL ou PEC (Conversão em Lei ou EC): extingue o MS sem julgar o mérito por

perda superveniente de legitimidade ativa

o O MS não pode ser usado como sucedâneo da ADIN

o Convertido em Lei ou EC: cabe controle AMPLO

por via de ação e exceção

para corrigir aspectos formais e materiais

Não cabe Adin contra PL ou PEC

NÃO CABE CONTROLE DE ATOS INTERNA CORPORIS (regimento interno)

o Postulado da separação dos poderes

o Se a proposição ferir a CF, caberá o controle!

2- MP

o Cabe controle concentrado e difuso antes e depois da conversão em Lei

o Se a MP for - Rejeitada: ADIN perde o objeto

- convertida em Lei antes - Adin continua valendo

do julgamento da ADIN - Basta aditar o pedido

- Não perde mais o objeto

OBS: Vícios nos Requisitos de Relevância e Urgência:

o Relevância e urgência: caráter político e discricionário do PR

o Regra: não são analisados pelo Judiciário

o Exceção: podem ser analisados se houver excesso ou abuso

o A ausência da relevância e urgência NÃO É CONVALIDADA com a conversão

em Lei

OBS: Vícios nos Requisitos de Relevância e Urgência:

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EXERCÍCIOS

37. (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária) Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional, sendo quea) se a medida provisória não for apreciada em até trinta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.

b) a deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias não dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.

c) é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

d) prorrogar-se-á por duas vezes por iguais períodos a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contados de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.

e) caberá à comissão exclusiva de Deputados examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada,pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Gabarito: C.

Item A – ERRADO. Se a Medida Provisória não for apreciada em até 45dias de sua edição, ela entrará em regime de urgência, trancando a pauta da Casa onde estiver e das próximas (se houver).

Observe que o prazo não é de 45 dias para cada Casa (como no regime de urgência constitucional), mas sim de 45 dias no total.

Item B – ERRADO. Pelo contrário, depende sim! Veja o art. 62, §5º.

Item C – CERTO. Perfeito. E não adianta requerimento da maioria absoluta da Casa, esta vedação não admite exceções.

Item D – ERRADO. A MP só se prorroga uma vez. Vamos revisar:

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Prazo de duração: 60 + 60o Prorrogação é automática por ato do PMesaCN.

Não depende do ato – é só para dar publicidade

Prorrogação de MP Reedição de MP

Item E – ERRADO. A comissão que examina as medidas provisórias é mista de deputados e senadores, na forma do art. 62, §9º.

38. (FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário) A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento a) das determinações do Presidente da República.

b) de seus pressupostos constitucionais.

c) do parecer do Ministério da Justiça.

d) dos requisitos mínimos estabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal.

e) dos requisitos mínimos estabelecidos pelo Superior Tribunal de Justiça.

Gabarito: B. As medidas provisórias só podem ser editadas em caso de relevância e urgência. Estes são os chamados pressupostos constitucionais, previstos no art. 62. O §5º do mesmo artigo determina a prévia análise da presença destes requisitos para que a MP seja apreciada pelo plenário de cada uma das casas do CN.

39. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário) À comissão formada por dez Deputados Federais, escolhidos pelo Senado Federal, caberá examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas pelo Presidente da República.Errado. Neste item a banca foi bastante criativa. A apreciação de medidas provisórias cabe a uma Comissão Mista de Deputados e Senadores, conforme o art. 62, §9º.

40. (FCC - 2011 - TCE-PR - Analista de Controle - Jurídica) Em relação ao regime constitucional das medidas provisórias, é correto afirmar: a) Medida provisória rejeitada somente poderá ser reeditada, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

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b) A análise dos pressupostos constitucionais de urgência e relevância das medidas provisórias é matéria de discricionariedade política e, dessa forma, não pode ser objeto de análise do Poder Judiciário, salvo manifesto desvio de finalidade ou abuso do poder de legislar.

c) Medida provisória que implique instituição ou majoração de tributos e contribuições sociais só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

d) Caberá a uma comissão de Deputados examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

e) Matéria relacionada a direito penal, civil, processual penal e processual civil não pode ser objeto de medida provisória.

Gabarito: B.

Item A – ERRADO. A reapresentação, na mesma sessão legislativa, de matéria rejeitada pode ocorrer no caso de PROJETO DE LEI (mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das casas do CN), mas é absolutamente vedada em caso de proposta de emenda à Constituição Federal ou medida provisória.

Item B – CERTO. O Presidente é livre para decidir, em regra, osrequisitos de relevância e urgência da MP, não sendo os mesmos analisados pelo Poder Judiciário. Excepcionalmente, caso haja abuso ou excessos por parte do Presidente da República, tais requisitos podem sim ser apreciados por aquele Poder.

Item C – ERRADO. Temos exceções que o item não trouxe. São os impostos sobre importação, exportação, produtos industrializados, operações de crédito ou ainda no caso de guerra externa, que não seguem o princípio da anterioridade tributária. Veja o art. 62, §2º.

Item D – ERRADO. A comissão que aprecia as medidas provisórias antes das casas é uma comissão mista de deputados e senadores, instituída pelo art. 62, §9º.

Item E – ERRADO. O direito civil pode ser modificado via MP. Vamos ver as vedações constitucionais à essa espécie normativa?

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o Concessão de gás canalizado (estados) (25 § 2º)

o Nacionalidade

o Cidadania

o Direito eleitoral

o Direitos políticos

o Partidos políticos

o Direito - Penal

- Processual penal

- Processual civil (civil pode)

o Organização MP e Judiciário

o PPA, LDO, LOA e créditos adicionais e suplementares

Créditos extraordinários pode MP

o Detenção e sequestro de bens, poupança ou ativo financeiro

o Matéria reservada à LC

o Já disciplinada em PL e pendente de sanção ou veto do PR

o Para regulamentar art. alterado por EC entre 1/1/95 e EC 32/2001 (CF art. 246)

As MPs anteriores à EC 32/2001 são válidas (aprovação por decurso de prazo) até que

MP ou LO ulterior as revogue explicitamente ou até deliberação definitiva do CN

o Fundo social de Emergência (73 ADCT)

o Sobre matéria de PL/MP rejeitados na mesma Sessão Legislativa

41. (FCC - 2010 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) É permitida a edição de medida provisória sobre matéria relativa a direito eleitoral.

Errado. Medida provisória não pode versar sobre o direito eleitoral. Importante sabermos as vedações do art. 62 § 1º!

42. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário) O Presidente da República, em caso de relevância e urgência, poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, sendo dispensado de submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

Errado. O art. 62 dispõe que a medida provisória deve ser imediatamente submetida ao Congresso Nacional.

43. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário) A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias independerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.

Errado. O art. 62, §5º diz exatamente o contrário. A deliberação de cada uma das Casas dependerá de juízo prévio sobre o atendimento

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dos pressupostos constitucionais (relevância e a urgência e adequação financeira e orçamentária).

44. (FCC - 2010 - TCE-AP - Procurador) Seria INCOMPATÍVEL com a Constituição da República a medida provisória quea) fosse reeditada na mesma legislatura em que houvesse sido rejeitada ou tivesse perdido eficácia por decurso de prazo.

b) procedesse à abertura de créditos extraordinários.

c) dispusesse sobre conflito de competência, em matéria tributária, entre os entes da Federação.

d) não fosse convertida em lei no prazo de 60 (sessenta) dias.

e) implicasse majoração de impostos e produzisse efeitos no exercício financeiro seguinte àquele em que fosse convertida em lei.

Gabarito: C. Essa questão é art. 62 na cabeça! Vamos lá!

Item A – ERRADO. Olha a pegadinha! A MP rejeitada não pode ser reeditada na mesma sessão legislativa ordinária, que é bem diferente de legislatura. Compatível.

Item B – ERRADO. Os créditos extraordinários podem ser abertos por medida provisória. Ela é vedada para créditos suplementares e especiais. Compatível.

Item C – CERTO. Os conflitos de competência em matéria tributária entre os entes federativos é matéria de lei complementar. E uma medida provisória não pode tratar de assunto reservado às leis complementares.

Item D – ERRADO. Após 60 dias, a MP pode ser automaticamente prorrogada por mais 60 dias. Mas só uma vez... de qualquer forma, é compatível.

Item E – ERRADO. Em regra, a Medida Provisória que implique instituição ou majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada (art. 62, § 2º).

45. (ESAF.Auditor.CE.2006) O Presidente da República poderá ajuizar ação direta de inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, a fim de que

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seja arquivada proposta de emenda à Constituição tendente a abolir cláusula pétrea.

Errado. Não cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade contra PEC (e nem contra Projetos de Lei). No entanto, após a conversão da PEC em Emenda Constitucional, aí sim, caberá o controle mais amplo possível.

A questão tentou confundir o candidato com o Mandado de Segurança impetrado por parlamentar da Casa onde a PEC tramita (e não pelo Presidente da República). Este sim pode ser impetrado caso a Proposta de Emenda à Constituição tenda a abolir cláusula pétrea.

46. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) O prazo de quarenta e cinco dias para a entrada das medidas provisórias em regime de urgência é contado, separadamente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, sendo o marco inicial da contagem do prazo a data do recebimento da medida provisória no Protocolo Geral de cada Casa.

Errado. Se a Medida Provisória não for apreciada em até 45 dias de sua edição, ela entrará em regime de urgência, trancando a pauta da Casa onde estiver e das próximas (se houver).

Observe que o prazo não é de 45 dias para cada Casa (como no regime de urgência constitucional), mas sim de 45 dias no total.

Veja ainda que a Casa Iniciadora de uma MP é sempre a Câmara dos Deputados. Assim, se a MP estiver na Câmara dos Deputados trancando pauta, após votada, já chegará no Senado Federal trancando pauta também.

47. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) O processo legislativo das medidas provisórias iniciará, alternadamente, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Cuidado para não confundir!

Regime de Urgência de MP (45 dias)Regime de Urgência Constitucional (45+45+10)

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Errado. Conforme o artigo 62: “§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.”

48. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) A Constituição veda, de forma expressa, a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a garantias individuais, salvo para ampliar o campo de aplicação dessas garantias.

Errado. Não há essa vedação para a Medida Provisória, mas sim para a Lei Delegada. Essa é uma questão bastante comum em provas!

49. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Não é possível a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda constitucional.

Errado. A questão tentou confundir o candidato com uma vedação parecida, prevista no art. 246: ”É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda, inclusive.”

50. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) Não é possível a edição de medida provisória sobre matéria constante de projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional que esteja pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

Certo. Isso é proibido pelo art. 62, § 1º: “É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.”

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Meus caros Analistas do TRE/MG, chegamos ao final de nossa aula de hoje.Continuem firmes e estudem de maneira simples, procurando entender o espírito das normas e não apenas decorando informações. Lembre-se que A SIMPLICIDADE É O GRAU MÁXIMO DA SOFISTICAÇÃO (Leonardo da Vinci).

Espero que todos vocês tenham muito SUCESSO nessa jornada, que é bastante trabalhosa, mas extremamente gratificante!

Abraços a todos e até a próxima aula.

Roberto Troncoso

Se você acha que pode ou se você acha que não

pode, de qualquer maneira, você tem razão.

(Henry Ford)

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XII. QUESTÕES DA AULA

PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO, LEIS ORDINÁRIAS E COMPLEMENTARES

1. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário - Execução de Mandados) O projeto de lei aprovado por uma Casa do Congresso Nacional será revisto pela outra, em

a) dois turnos de discussão e votação e enviado o veto se a Casa revisora o rejeitar e sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.

b) dois turnos de discussão e votação e enviado o veto se a Casa revisora o rejeitar.

c) dois turnos de discussão e um só turno de votação e enviado à sanção se a Casa revisora o aprovar.

d) dois turnos de discussão e um só turno de votação e enviado o veto se a Casa revisora o rejeitar em parte, sendo projeto emendado e voltará à Casa revisora para nova votação.

e) um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

2. (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Taquigrafia) A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República terão início na

a) primeira assembleia extraordinária do Senado Federal.

b) Câmara dos Deputados.

c) primeira assembleia ordinária do Senado Federal.

d) segunda assembleia extraordinária do Senado Federal.

e) segunda assembleia ordinária do Senado Federal.

3. (FCC - 2010 - MPE-SE - Analista - Direito) Em matéria de processo legislativo, é certo que:

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a) Não cabe o veto por inconstitucionalidade em razão da análise prévia da Comissão legislativa competente e por ser passível de rejeição.

b) A sanção é competência privativa do Chefe do Executivo, salvo nos casos de lei delegada, cuja sanção é legislativa.

c) A ausência de sanção expressa no prazo de 15 (quinze) dias implica na caducidade ou prescrição do projeto de lei.

d) O veto constitui ato político do Chefe do Executivo, sendo insuscetível de controle judicial, restrição aplicável tanto no veto político como no jurídico.

e) A promulgação da lei é ato exclusivo do Chefe do Executivo, inclusive nos casos de sanção tácita e de rejeição do veto.

4. (FCC - 2011 - TCE-PR - Analista de Controle) Sobre as disposições constitucionais referentes ao processo legislativo ordinário, é correto afirmar que

a) o Congresso Nacional não pode rejeitar projeto de lei advindo de iniciativa popular.

b) o Senado Federal é a casa inicial para discutir e votar projetos de lei de iniciativa do Presidente da República.

c) matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto se, quando reproposto, apresentar fundamentação diversa da do projeto original.

d) matéria relacionada à modificação de efetivos das Forças Armadas não pode ser objeto de deliberação legislativa.

e) projeto de lei cujo veto tenha sido derrubado pelo Congresso Nacional será enviado para promulgação ao Presidente da República.

5. (FCC - 2010 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) As Leis complementares e ordinárias que versem sobre servidores públicos da União, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria são de iniciativa privativa

a) do Congresso Nacional.

b) da Comissão da Câmara dos Deputados.

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c) do Senado Federal.

d) do Presidente da República.

e) do Procurador-Geral da República.

6. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário) A iniciativa das leis complementares cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos na Constituição Federal.

7. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário) Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. As condições para integração de regiões em desenvolvimento serão estabelecidos em

a) Lei Ordinária.

b) Lei Complementar.

c) Lei Delegada.

d) Medida Provisória.

e) Decreto Legislativo.

8. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário) a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, dez por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por dez Estados, com não menos de nove décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

9. (FCC - 2012 - TRE-SP - Analista Judiciário - Área Judiciária) Suponha que um Senador da República tenha apresentado projeto de lei dispondo sobre o regime jurídico dos servidores públicos da União. O projeto de lei foi aprovado pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados e, na sequência, encaminhado à sanção e promulgação pelo Presidente da República, que o vetou integralmente no 11º dia útil do recebimento do projeto. Na sequência, o veto presidencial foi apreciado, sucessivamente, em cada uma das Casas legislativas, sendo rejeitado pela maioria absoluta de seus membros. Ao final,

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o projeto de lei foi enviado ao Presidente do Senado Federal, que o promulgou, uma vez que o Presidente da República estava ausente do País

A situação acima descrita contém erros, do ponto de vista jurídico. A alternativa que apresenta, apropriadamente, um desses erros é:

a) O projeto de lei somente poderia ter sido apresentado por Deputado Federal.

b) O veto presidencial foi exercido fora do prazo constitucional

c) O veto presidencial deveria ter sido apreciado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal em sessão conjunta

d) O veto presidencial poderia ter sido rejeitado por maioria simples de cada uma das Casas legislativas.

e) O projeto de lei deveria ter sido encaminhado ao Presidente da Câmara dos Deputados para promulgação.

10. (FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle Externo - Jurídica) O regime de urgência para a tramitação de projetos de lei

a) pode ser adotado apenas para os projetos de lei de iniciativa privativa do Presidente da República.

b) pode sobrestar as deliberações legislativas da Casa Legislativa em que estiver, com exceção daquelas que possuem prazo constitucional estabelecido.

c) impede que a Casa Revisora proponha emendas ao projeto de lei votado sob seu rito, a fim de garantir celeridade à votação.

d) determina a continuidade da contagem dos prazos durante os períodos de recesso do Congresso Nacional em decorrência da urgência imposta à votação.

11. (FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle Externo) O mecanismo de participação popular que possibilita uma consulta prévia da opinião pública sobre questão política ou institucional a ser resolvida antes da elaboração de legislação a seu respeito é

a) o recall.

b) a iniciativa popular.

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c) o abaixo-assinado.

d) o plebiscito.

e) o referendo.

12. (FCC - 2010 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) A lei que disponha sobre matéria tributária e orçamentária é de iniciativa privativa do Presidente da Câmara dos Deputados.

13. (FCC - 2010 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) O processo legislativo compreende a elaboração de Emendas à Constituição Federal, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções.

14. (ESAF/Analista Administrativo/ANEEL/2006) Não pode haver projeto de lei de iniciativa popular sobre matéria reservada pela Constituição para lei complementar.

15. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) Um projeto de lei de iniciativa do Supremo Tribunal Federal terá sua discussão e votação iniciada no Senado Federal.

16. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) A Constituição Federal não permite emendas a projeto de lei de iniciativa do Presidente da República.

17. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) Havendo emendas, na Casa revisora, ao texto do projeto de lei aprovado pela Casa iniciadora do processo legislativo, caberá à Casa iniciadora enviar o projeto de lei à sanção do Presidente da República.

18. (ESAF/AFT/2004) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), a distinção entre a lei complementar e a lei ordinária não se situa no plano da hierarquia, mas no da reserva de matéria.

19. (ESAF/AFT/2004) Por não existir hierarquia entre leis federais e estaduais, não há previsão, no texto constitucional, da possibilidade de uma norma federal, quando promulgada, suspender a eficácia de uma norma estadual.

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EMENDA CONSTITUCIONAL

20. (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa) No que tange à Emenda Constitucional, é correto afirmar:

a) A Constituição Federal, em situação excepcional, poderá ser emendada na vigência de intervenção federal.

b) Pode ser objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado.

c) A Constituição poderá ser emendada mediante proposta de um quarto, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

d) A matéria constante de proposta de emenda havida por prejudicada poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

e) A proposta de emenda será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

21. (FCC - 2011 - PGE-MT - Procurador) Proposta de emenda à Constituição da República tornando o voto facultativo para todos os maiores de dezesseis anos é subscrita por dois por cento do eleitorado nacional, distribuído por seis Estados da federação, com três décimos por cento dos eleitores de cada um deles, sendo aprovada em dois turnos, em cada Casa do Congresso Nacional, pelo voto de três quintos dos membros respectivos, em cada votação. Essa proposta de emenda constitucional

a) deverá, na sequência, ser submetida à sanção presidencial e promulgação, a fim de que possa produzir seus regulares efeitos.

b) é incompatível com a Constituição da República, que não admite proposta de emenda constitucional de iniciativa popular.

c) não poderia sequer ter sido objeto de deliberação pelas Casas do Congresso, por ofensa aos limites materiais ao poder de reforma da Constituição.

d) não respeitou os requisitos constitucionais para propositura legislativa de iniciativa popular, vício que, contudo, foi convalidado pela votação regular nas Casas do Congresso.

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e) é compatível com a Constituição da República, devendo, na sequência, ser promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

22. (FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judiciário - Área Administrativa) Será objeto de deliberação em cada Casa do Congresso Nacional a proposta de Emenda à Constituição formulada por César, Presidente da República, tendente a abolir

a) a exigência de submeter de imediato ao Congresso Nacional a medida provisória que adotar no caso de relevância e urgência.

b) a forma federativa de Estado.

c) o voto direto, secreto, universal e periódico.

d) a separação dos Poderes.

e) os direitos e garantias individuais.

23. (FCC - 2011 - TCE-SP - Procurador) Proposta de emenda à Constituição da República tendo por objeto a introdução do direito ao afeto familiar dentre os direitos individuais é apresentada por Deputado Federal, sendo aprovada por dois terços dos membros da Câmara dos Deputados e três quintos do Senado Federal, em dois turnos de votação, em cada uma das Casas legislativas. A proposta assim aprovada é promulgada pelas Mesas das Casas do Congresso Nacional. Referida proposta é incompatível com a Constituição, pois

a) padece de vício de iniciativa.

b) não se atingiu o quórum necessário para aprovação na Câmara dos Deputados.

c) não se atingiu o quórum necessário para aprovação no Senado Federal.

d) versa sobre matéria de direitos fundamentais, vedada à ação de reforma constitucional.

e) a promulgação é ato de competência exclusiva do Presidente da República.

24. (FCC - 2011 - TRE-TO - Analista Judiciário - Área Administrativa) A Constituição Federal poderá ser emendada mediante proposta de um terço, no mínimo, dos membros

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a) do Senado Federal, apenas.

b) da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

c) da Câmara dos Deputados, apenas.

d) das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se,cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

e) das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria absoluta de seus membros.

25. (FCC - 2011 - TCM-BA - Procurador Especial de Contas) Cento e oitentaDeputados Federais subscrevem proposta de emenda à Constituição, com vistas a alterar a redação de seu artigo 5o, IX, para prever que “é livre o acesso à imaginação, sendo igualmente livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. A proposta é votada em dois turnos na Câmara dos Deputados, sendo aprovada pelo voto de 331 membros, em cada turno. Em primeira votação no Senado Federal, contudo, a proposta é rejeitada. Nessa hipótese,

a) a emenda, se aprovada, seria inconstitucional, pois a proposta padecia de vício de iniciativa.

b) não poderia sequer ter havido deliberação sobre a proposta de emenda, que tem por objeto um direito individual assegurado na Constituição como cláusulapétrea.

c) não foi observado o quorum mínimo de aprovação da proposta na Câmara dos Deputados, a despeito de correta votação em dois turnos.

d) o Senado Federal não poderia ter rejeitado a proposta de emenda, na medida em que não apresentava incompatibilidade formal ou material com a Constituição.

e) a matéria não poderá ser objeto de nova proposta de emenda à Constituição na mesma sessão legislativa.

26. (FCC - 2010 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) A Constituição Federal poderá ser emendada mediante proposta de dois terços, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

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27. (FCC - 2010 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) A Constituição Federal poderá se emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

28. (ESAF - 2010 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) Sabe-se que a Constituição Federal, apesar de ser classificada como rígida, pode sofrer reformas. A respeito das alterações na Constituição, podemos afirmar que

I. a emenda à Constituição Federal, enquanto proposta, é considerada um ato infraconstitucional.

II. de acordo com a doutrina constitucionalista, a Constituição Federal traz duas grandes espécies de limitações ao Poder de reformá-la, as limitações expressas e as implícitas.

III. as limitações expressas circunstanciais formam um núcleo intangível da Constituição Federal, denominado tradicionalmente por "cláusulas pétreas".

IV. vários doutrinadores publicistas salientam ser implicitamente irreformável a norma constitucional que prevê as limitações expressas.

Assinale a opção verdadeira.

a) II, III e IV estão corretas.

b) I, II e III estão incorretas.

c) I, III e IV estão corretas.

d) I, II e IV estão corretas.

e) II e III estão incorretas.

29. (ESAF/PGFN/2007) É viável reforma constitucional que aperfeiçoe o processo legislativo de emenda constitucional, tornando-o formalmente mais rigoroso.

30. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A revisão constitucional prevista por uma Assembleia Nacional Constituinte, possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do texto constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações expressas e implícitas originalmente definidas no texto constitucional.

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LDEL, DEC LEG, RESOLUÇÃO, DECRETO AUTÔNOMO E TRATADOS INTERNACIONAIS

31. (FCC - 2010 - AL-SP - Agente Técnico Legislativo Especializado) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em

a) dois turnos, por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às Leis Complementares.

b) dois turnos, por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

c) turno único, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às Leis Complementares.

d) dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

e) turno único, por dois terços dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às Leis Complementares.

32. (FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle Externo - Jurídica) O regime de urgência para a tramitação de projetos de lei pode ser adotado para a apreciação de leis delegadas, quando ocorre a delegação imprópria.

33. (FCC - 2011 - PGE-MT - Procurador) Os textos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em março de 2007, tramitaram perante as Casas do Congresso Nacional nos anos de 2007 e 2008, com vistas à sua aprovação, por meio de Decreto Legislativo. O então projeto de Decreto Legislativo foi aprovado, inicialmente, na Câmara dos Deputados, pelo voto de 418 e 353 de seus membros, em primeiro e segundo turnos, respectivamente; na sequência, encaminhado ao Senado Federal, foi aprovado pelo voto de 59 e 56 de seus membros, em primeiro e segundo turnos, respectivamente. Promulgado e publicado o Decreto Legislativo no 186, de 2008, o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação dos atos junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas em agosto de 2008, ocorrendo, ao final, a edição do Decreto no 6.949, de 2009, pelo Presidente da República, promulgando a referida Convenção e seu Protocolo Facultativo.

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Diante disso, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo

a) estão aptos a produzir efeitos no ordenamento jurídico brasileiro, ao qual se integraram como norma equivalente às leis ordinárias.

b) estão aptos a produzir efeitos no ordenamento jurídico brasileiro, em que serão considerados equivalentes às emendas à Constituição.

c) estão aptos a produzir efeitos no plano jurídico externo, mas não no ordenamento interno brasileiro.

d) estariam aptos a produzir efeitos no ordenamento jurídico brasileiro se houvessem sido aprovados como proposta de emenda à Constituição de iniciativa do Presidente da República, promulgada pelas Mesas das Casas do Congresso Nacional.

e) não estão aptos a produzir efeitos no plano jurídico externo, tampouco no ordenamento interno brasileiro, uma vez que não foram observados os procedimentos necessários à sua ratificação e promulgação.

34. (FCC - 2010 - PGE-AM - Procurador) De acordo com o texto vigente da Constituição Federal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre os tratados internacionais, é correto afirmar que

a) os tratados internacionais firmados pelo Brasil não podem versar sobre normas materialmente constitucionais.

b) todos os tratados internacionais firmados pelo Brasil ingressam no ordenamento jurídico brasileiro como normas de hierarquia constitucional.

c) todos os tratados internacionais firmados pelo do Brasil ingressam no ordenamento jurídico brasileiro como normas infraconstitucionais.

d) os tratados internacionais firmados pelo Brasil sobre direitos humanospodem ingressar no ordenamento jurídico brasileiro com hierarquia de emendas constitucionais.

e) o procedimento de aprovação, pelas Casas do Congresso Nacional, dos tratados internacionais sobre direitos humanos é irrelevante para caracterizar sua hierarquia normativa.

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35. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A lei delegada será elaborada pelo Presidente da República, em razão de delegação do Congresso Nacional. Editada a norma, com extrapolação de seus limites, resta ao Poder Legislativo suscitar a inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, haja vista não mais possuir competência para sustar o ato normativo.

36. (ESAF - 2009 - ANA - Analista Administrativo) Assinale a opção correta relativa ao tratamento dado pela jurisprudência que atualmente prevalece no SupremoTribunal Federal, ao interpretar a Constituição Federal, relativa aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil.

a) Incorporam-se à Constituição Federal, porque os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

b) Incorporam-se ao ordenamento jurídico como lei ordinária federal porque a Constituição confere ao Supremo Tribunal Federal, competência para julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal.

c) Os que tiveram ato de ratificação antes da vigência da Emenda Constitucional n. 45, de 2004, são equivalentes às emendas constitucionais em razão dos princípios da recepção e da continuidade do ordenamento jurídico.

d) Os que tiveram ato de ratificação depois da vigência da Emenda Constitucional n. 45, de 2004, independentemente do quorum, são equivalentes às emendas constitucionais em razão do princípio da prevalência dos direitos humanos.

e) A legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de ratificação que com eles seja conflitante é inaplicável, tendo em vista o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos humanos subscritos pelo Brasil.

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MEDIDA PROVISÓRIA E CONTROLE JUDICIAL DO PROCESSO LEGISLATIVO

37. (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária) Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional, sendo que

a) se a medida provisória não for apreciada em até trinta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.

b) a deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias não dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.

c) é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

d) prorrogar-se-á por duas vezes por iguais períodos a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contados de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.

e) caberá à comissão exclusiva de Deputados examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada,pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

38. (FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário) A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento

a) das determinações do Presidente da República.

b) de seus pressupostos constitucionais.

c) do parecer do Ministério da Justiça.

d) dos requisitos mínimos estabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal.

e) dos requisitos mínimos estabelecidos pelo Superior Tribunal de Justiça.

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39. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário) À comissão formada por dez Deputados Federais, escolhidos pelo Senado Federal, caberá examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas pelo Presidente da República.

40. (FCC - 2011 - TCE-PR - Analista de Controle - Jurídica) Em relação ao regime constitucional das medidas provisórias, é correto afirmar:

a) Medida provisória rejeitada somente poderá ser reeditada, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

b) A análise dos pressupostos constitucionais de urgência e relevância das medidas provisórias é matéria de discricionariedade política e, dessa forma, não pode ser objeto de análise do Poder Judiciário, salvo manifesto desvio de finalidade ou abuso do poder de legislar.

c) Medida provisória que implique instituição ou majoração de tributos e contribuições sociais só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

d) Caberá a uma comissão de Deputados examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

e) Matéria relacionada a direito penal, civil, processual penal e processual civil não pode ser objeto de medida provisória.

41. (FCC - 2010 - TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) É permitida a edição de medida provisória sobre matéria relativa a direito eleitoral.

42. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário) O Presidente da República, em caso de relevância e urgência, poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, sendo dispensado de submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

43. (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário) A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias independerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.

44. (FCC - 2010 - TCE-AP - Procurador) Seria INCOMPATÍVEL com a Constituição da República a medida provisória que

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a) fosse reeditada na mesma legislatura em que houvesse sido rejeitada ou tivesse perdido eficácia por decurso de prazo.

b) procedesse à abertura de créditos extraordinários.

c) dispusesse sobre conflito de competência, em matéria tributária, entre os entes da Federação.

d) não fosse convertida em lei no prazo de 60 (sessenta) dias.

e) implicasse majoração de impostos e produzisse efeitos no exercício financeiro seguinte àquele em que fosse convertida em lei.

45. (ESAF.Auditor.CE.2006) O Presidente da República poderá ajuizar ação direta de inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, a fim de que seja arquivada proposta de emenda à Constituição tendente a abolir cláusula pétrea.

46. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) O prazo de quarenta e cinco dias para a entrada das medidas provisórias em regime de urgência é contado, separadamente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, sendo o marco inicial da contagem do prazo a data do recebimento da medida provisória no Protocolo Geral de cada Casa.

47. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) O processo legislativo das medidas provisórias iniciará, alternadamente, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

48. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) A Constituição veda, de forma expressa, a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a garantias individuais, salvo para ampliar o campo de aplicação dessas garantias.

49. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Não é possível a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda constitucional.

50. (ESAF.Analista Administrativo.ANEEL.2006) Não é possível a edição de medida provisória sobre matéria constante de projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional que esteja pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

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XIII. GABARITO

Processo legislativo ordinário, leis ordinárias e complementares

1. E 2. B 3. D 4. E 5. D 6. C 7. B 8. E 9. C 10.B

11.D 12.E 13.C 14.E 15.E 16.E 17.C 18.C 19.E

Emenda Constitucional

20.E 21.B 22.A 23.A 24.B 25.E 26.E 27.E 28.D 29.E

30.E

Lei Delegada, Decreto Legislativo, Resolução, Decreto Autônomo e Tratados Internacionais

31.D 32.E 33.B 34.D 35.E 36.E

Medida Provisória e controle judicial do processo legislativo

37.C 38.B 39.E 40.B 41.E 42.E 43.E 44.C 45.E 46.E

47.E 48.E 49.E 50.C

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XIV. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Ed. Átlas

PAULO, Vicente e ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado. Ed. Impetus

MENDES, Gilmar Ferreira e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva

CRUZ, Vítor. 1001 questões Comentadas Direito Constitucional. Questões do Ponto (ebook)

www.cespe.unb.br

http://www.esaf.fazenda.gov.br/

http://www.fcc.org.br/institucional/

www.consulplan.net

http://www.fujb.ufrj.br