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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ROBERTA DE LOURDES SILVA DOS SANTOS
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE PARÂMETROS ACÚSTICOS NA INTELIGIBILIDADE DA
FALA: UM ESTUDO EM SALAS DE AULA DE ESCOLAS MUNICIPAIS DE JOÃO PESSOA
JOÃO PESSOA
2012
ROBERTA DE LOURDES SILVA DOS SANTOS
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE PARÂMETROS ACÚSTICOS NA INTELIGIBILIDADE DA
FALA: UM ESTUDO EM SALAS DE AULA DE ESCOLAS MUNICIPAIS DE JOÃO PESSOA
Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção do Centro de Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba para obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Bueno da Silva, Dr.
JOÃO PESSOA
2012
S237a Santos, Roberta de Lourdes Silva dos
Análise da influência de parâmetros acústicos na inteligibilidade da fala: um estudo em salas de aula de escolas municipais de João Pessoa. / Roberta de Lourdes Silva dos Santos. – João Pessoa, 2012.
127f.: il. Orientador: Prof. Luiz Bueno da Silva Dr. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – PPGEP-
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção/ CT - Centro de Tecnologia/ UFPB - Universidade Federal da Paraíba.
1. Sala de Aula 2. Parâmetros Acústicos 3. Inteligibilidade I.
Título.
UFPB/BC CDU: 65.015.11(043)
ROBERTA DE LOURDES SILVA DOS SANTOS
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE PARÂMETROS ACÚSTICOS NA INTELIGIBILIDADE DA
FALA: UM ESTUDO EM SALAS DE AULA DE ESCOLAS MUNICIPAIS DE JOÃO PESSOA
DATA DA DEFESA: 03/08/2012
LOCAL: UFPB – Campus I – Centro de Tecnologia –
Departamento de Engenharia de Produção
HORÁRIO: 14:00 h
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
Orientador – Prof. Luiz Bueno da Silva (Dr.)
_______________________________________________________
Examinadora interna - Prof.ª Maria Bernadete Fernandes Vieira de Melo (Dra.)
_______________________________________________________
Examinador externo - Prof. Roberto Leal Pimentel (Dr.)
_______________________________________________________
Examinadora externa - Prof.ª Solange Maria Leder (Dra.)
“Se não puder voar, corra.
Se não puder correr, ande.
Se não puder andar, rasteje.
Mas continue em frente de qualquer jeito.”
Martin Luther King
À Wáldina, minha mãe, minha amiga, minha estrela, meu anjinho, que tanto me amou...
A melhor pessoa que poderia ter existido. Com todo meu amor!
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida e principalmente pela força para suportar e superar tantos momentos difíceis ao longo destes dois anos.
Ao meu pai Roberto dos Santos, exemplo de luta, integridade, responsabilidade, meu herói. À minha mãe Waldinar Freire (in memorian), pelo significado e pela importância que teve em minha vida. A ambos pela educação e afeto recebidos.
A Walber e Walberto, por serem simplesmente os melhores irmãos do mundo.
Ao professor Luiz Bueno da Silva, meu orientador, ser humano e profissional exemplar, que de maneira muito especial soube conduzir o trabalho com paciência, dedicação, comprometimento e disponibilidade.
Aos dois amigos, irmãos que Deus me presenteou como colegas de turma, Eduardo Guimarães e Valeska Menezes pelas tantas horas partilhadas, na alegria e na tristeza.
Aos bolsistas/amigos participantes da pesquisa, sem os quais os dados não seriam coletatos: Amy Paola, Thales Ribeiro, Luciano Carlos, Paulo Guilherme, Tatiane Barros. A Elaine que pacientemente proporcionou a produção das plantas baixas das escolas. A todos os colegas do Grupo de Pesquisa CESET: Vanessa Meneses, Priscila Vasconcelos, Erivaldo Lopes e Flávia Brito.
A todos os professores do PPGEP, especialmente Roberto Quirino e Antonio Souto Coutinho com os quais aprendi lições que foram além dos conhecimentos acadêmicos.
À professora Bernadete Fernandes que me presenteou com sua amizade e me apoiou em momentos especiais.
Aos professores Roberto Pimentel e Solange Leder pela disponibilidade e a gentileza de fazer parte da banca desta dissertação.
Aos colegas de turma e amigos com os quais partilhei momentos especiais que tornaram as aulas bem mais agradáveis.
À Ana Araújo, mais que secretária do PPGEP, conselheira e amiga dos alunos.
Aos amigos da graduação em Engenharia de Produção Mecânica, alguns já mestrandos, em especial: Vitória Mola, Elizama Marques e Raphael Kramer.
Aos funcionários do DEP, Josenildo, Ricardo e Josemildo pela disponibilidade em ajudar todos os alunos.
Aos meus amigos e amigas, pessoas fundamentais nessa caminhada pelo apoio e incentivo.
Aos meus familiares que torceram e acreditaram que tudo isso seria possível.
A todos os professores que tive ao longo de minha vida estudantil sem os quais não teria chegado até aqui.
À Secretaria de Educação e Cultura do Município de João Pessoa por ter possibilitado a realização da pesquisa.
Ao CNPq por ter possibilitado e financiado esta pesquisa.
RESUMO
Estudos na área de conforto ambiental realizados em estabelecimentos de ensino
registraram que, considerando as variáveis termofísicas, a variável acústica possui
uma importância superior às outras variáveis, nomeadamente em relação às
variáveis térmica, luminínica e da qualidade do ar interior, uma vez que esta é a
variável que está diretamente vinculada à inteligibilidade da fala com repercussões
no desempenho de professores e alunos. Contudo, o nível de pressão sonora da
fala, a reverberação da sala e o ruído de fundo são fatores que podem interferir na
inteligibilidade da fala em salas de aula. Assim, a partir das diretrizes de normas
brasileiras e internacionais, foram avaliadas as condições acústicas de 119 salas de
aulas das Escolas Municipais, na cidade de João Pessoa, no Brasil. Através da
construção de um modelo de regressão beta, verificou-se em que medida os
parâmetros acústicos destas salas interferem na inteligibilidade da fala dos
professores. Constatou-se que o nível de ruído advindo de fontes externas às salas
de aula, ruído de fundo, tempo de reverberação e o Índice de Inteligibilidade da fala
não se encontram dentro dos valores de referência estabelecidos nas normas
aplicáveis. A modelagem matemática apresentou uma elevada consistência, com um
valor de 0,9956 para o pseudo R2 e a variável “Tempo de Reverberação” (p-value =
2 . 10-16) foi a mais representativa; odds ratio= 0,228126, demonstrando que esta
variável afeta a qualidade da inteligibilidade no em torno de 77,18%.
Palavras chave: Sala de Aula. Parâmetros Acústicos. Inteligibilidade.
ABSTRACT
Researchs in the area of environmental comfort conducted in schools reported that,
considering the thermophysical variables, the acoustic variable is more important
than the other variables, especially in relation to thermal, luminous and indoor air
quality variables, since this is the variable that is directly tied to speech intelligibility,
with impacts on the performance of teachers and students. However, the sound
pressure level of speech, the reverberation of the room and the background noise
are factors that can affect the speech intelligibility in classrooms. Thus, from the
guidelines of Brazilian and international standards, we evaluated the acoustic
conditions of 119 classrooms of municipal schools in the city of Joao Pessoa, Brazil.
Through the construction of a beta regression model, it was verified how much the
acoustic parameters of these rooms can affect the speech intelligibility of teachers. It
was found that the level from external sources to classrooms, background noise,
reverberation time and the speech intelligibility index is not within the reference
values established in those standards. The mathematical modeling showed a high
consistency, with a value of 0,9956 for the pseudo R2 and the variable
"Reverberation Time" (p-value = 2 . 10-16) was the most representative, odds ratio=
0,228126, demonstrating that this variable affects the quality of intelligibility at around
77,18%.
Keywords: Classroom. Acoustic parameters. Intelligibility.
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Meios de transmissão sonora .................................................................. 30
Figura 2 - a) reflexão sonora em superfície especular, b) reflexão em superfície difusora .................................................................................................................... 31
Figura 3 - Diferentes casos de reflexão sonora ........................................................ 33
Figura 4 - Corte exemplar da utilização de placas refletoras em uma sala utilizada para proporcionar distribuição sonora. ..................................................................... 33
Figura 5 - Curvas Balanceadas de Critério de Ruído (NCB). .................................... 35
Figura 6 - Efeitos do ruído no organismo ................................................................. 36
Figura 7 - Relação entre o STI e AlCons, obtido para um conjunto de condições. .. 42
Figura 8 - Projeto Pátio ............................................................................................ 54
Figura 9 - Projeto Blocos .......................................................................................... 55
Figura 10- Projeto Grupo ......................................................................................... 55
Figura 11 - Projeto como cidade .............................................................................. 55
Figura 12 - Tipologias arquiteturais escolares .......................................................... 58
Figura 13- Pontos de medições de ruído.................................................................. 73
Figura 14 - Exemplos de escolas por grupo ............................................................. 82
Figura 15 - Exemplos de salas de aula .................................................................... 83
LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Níveis de pressão sonora medidos nas salas de aula ............................ 78
Gráfico 2 - Níveis de ruído advindos de fontes externas medidos nas salas de aula 79
Gráfico 3 - Tempos de reverberação calculados nas salas de aula.......................... 80
Gráfico 4 - Índice de transmissão da fala medidos nas salas de aula ...................... 81
Gráfico 5 - Distribuição das salas de aula de acordo com os projetos das escolas .. 83
Gráfico 6 - Normal Q-Q Plot ..................................................................................... 84
Gráfico 7 - Ajuste do Modelo .................................................................................... 87
Gráfico 8 - Resíduos x Índices de observações ....................................................... 87
Gráfico 9 - Distância de Cook .................................................................................. 88
Gráfico 10 - Alavanca Generalizada x Valor Predito ................................................ 89
Gráfico 11 - Resíduos x Preditor Linear ................................................................... 89
Gráfico 12 - Valores Preditos x Valores Observados................................................ 90
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Classificação dos valores de ALCONS ................................................... 40
Quadro 2 - Avaliação do STI .................................................................................... 40
Quadro 3 - Variáveis e indicadores da pesquisa ...................................................... 72
Quadro 4 - Matriz de correlação ............................................................................... 85
Quadro 5 - Estimativas dos coeficientes do modelo e respectivos erros padrões .... 86
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - O nível de critério de avaliação para ambientes externos. ...................... 27
Tabela 2 - Níveis de som para conforto.................................................................... 37
Tabela 3 - Divisão das escolas municipais de João Pessoa por pólo e por bairro .... 69
Tabela 4 - Composição da amostra ......................................................................... 70
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ................................................................................ 14
1.1 Definição do tema e problema de pesquisa ................................................... 14
1.2 Justificativa ...................................................................................................... 18
1.3 Objetivos ........................................................................................................... 21
1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 21
1.3.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 21
1.4 Delimitação do Estudo ..................................................................................... 22
1.5 Estrutura da dissertação ................................................................................. 22
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................ 24
2.1 Acústica ............................................................................................................ 24
2.1.1 Parâmetros para avaliação acústica de ambientes ......................................... 25
2.1.1.1 Reverberação e Tempo de Reverberação - TR ............................................ 25
2.1.1.2. Ruído advindo de fontes externas - REXT .................................................. 27
2.1.1.3. Nível de Pressão Sonora - NPS .................................................................. 28
2.1.2 Tipologias arquiteturais e propagação do som ................................................ 29
2.2 O Ruído e suas consequências ...................................................................... 34
2.3 Inteligibilidade .................................................................................................. 38
2.4 O ambiente escolar .......................................................................................... 43
2.4.1 Arquitetura e Conforto Acústico no Ambiente Escolar ..................................... 43
2.4.2 A importância de Inteligibilidade da fala no ambiente escolar.......................... 50
2.4.3 Influência do projeto no ambiente escolar ....................................................... 53
2.5 Estudos Descritivo-Correlacional e Correlacional ........................................ 60
2.5.1 Modelagem ..................................................................................................... 62
2.5.2 Modelo de Regressão Beta ............................................................................. 63
CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................... 68
3.1 Natureza e classificação da pesquisa ............................................................ 68
3.2 População e Amostra....................................................................................... 68
3.3 Variáveis e Indicadores ................................................................................... 70
3.4 Materiais e métodos ......................................................................................... 73
3.5 Tratamento dos dados ..................................................................................... 75
3.6 Considerações Éticas ...................................................................................... 75
CAPÍTULO 4: RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................ 77
4.1 Análise descritiva de parâmetros acústicos .................................................. 77
4.1.1 Nível de Pressão Sonora (NPS) ...................................................................... 77
4.1.2 Ruído advindo de fontes externas (REXT) ...................................................... 78
4.1.3 Tempo de Reverberação (TR) ......................................................................... 79
4.1.4 Inteligibilidade da fala (STI) ............................................................................. 80
4.2 Análise dos projetos arquiteturais .................................................................. 81
4.3. Análise da relação entre os Níveis de Pressão Sonora (NPS) levando em
consideração projetos antigos e novos ............................................................... 83
4.4 Modelagem Matemática ................................................................................... 85
CAPÍTULO 5: CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO ................................... 91
5.1 Direções Futuras .............................................................................................. 94
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 95
ANEXO – Relação das Escolas Municipais de João Pessoa ............................ 106
APÊNDICE I – Teste Piloto .................................................................................. 114
APÊNDICE II – Questionário ................................................................................ 117
APÊNDICE III – Carta de Apresentação .............................................................. 120
APÊNDICE IV – Rotina utilizada no software R .................................................. 121
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
Nenhuma sociedade renuncia ao seu direito de ensinar; ao contrário, cada
uma define a educação de acordo com os seus critérios, pois é através dela que a
sociedade mantém vivos seus costumes, suas tradições, sua história. Nesse
contexto, a instituição escolar exerce importante papel no desenvolvimento das
pessoas e da sociedade. Na escola, mais precisamente na sala de aula, acontece o
processo ensino-aprendizagem, que envolve a abordagem de conteúdos
curriculares bem como a disseminação de boas práticas sociais contempladas pela
educação em seu sentido mais amplo (CURY, 2002; LOSSO, 2003; OLIVEIRA,
2007; SOARES, 2007; ZANNIN &. ZWIRTES, 2009; RIBEIRO, 2011).
1.1 Definição do tema e problema de pesquisa
No Brasil, as escolas públicas estão divididas em instituições de atendimento
infantil para crianças de 0 a 6 anos de idade, escolas de ensino fundamental e
médio, escolas técnicas ou profissionalizantes e escolas especiais para portadores
de necessidades especiais. O ensino fundamental divide-se em dois níveis: o
primeiro que corresponde às séries iniciais (1º ao 5º ano), que atende alunos dos
seis aos dez anos de idade; e o segundo (do 6º ao 9º ano) que envolve alunos dos
onze aos quatorze anos de idade. (KOWALTOWSKI, 2011).
De acordo com Ribeiro (2011), as cinco primeiras séries do ensino
fundamental são as mais decisivas para na formação dos estudantes, é onde se
forma a base para desenvolvimento dos alunos. Segundo dados do Ministério da
Educação, o município de João Pessoa possuía em 2011 cerca de 71.963 (setenta e
um mil, novecentos e sessenta e três) alunos matriculados no ensino fundamental,
60% destes faziam parte da rede municipal de ensino. Por outro lado, o crescimento
populacional e os programas sociais do Governo Federal resultaram na construção
de diversos conjuntos habitacionais que precisaram ser dotados de infraestrutura,
implicando na necessidade de construção de novas edificações escolares.
Kowaltowski (2011) destaca que a importância do conforto ambiental em
relação à produtividade, no trabalho ou na aprendizagem, depende do projeto do
edifício e de seus ajustes às atividades do usuário. Há, portanto, uma forte relação
15
entre a arquitetura escolar e a satisfação do usuário em relação à qualidade do
ambiente, sendo estas diretamente ligadas ao conforto ambiental, que inclui os
aspectos térmico, visual, acústico e funcional proporcionados pelos espaços
externos e internos. As questões de conforto abordam diversos fatores, tais como a
qualidade do ar, as condições de ventilação, de comunicação verbal, os níveis de
iluminação, a disponibilidade do espaço e quais os materiais de acabamento.
De Giuli et. al. (2012) afirmam que trabalhar ou estudar em um ambiente
confortável aumenta não só o bem-estar, mas também a satisfação e, portanto, a
produtividade e a aprendizagem. Assim, é necessário alcançar um bom nível de
conforto em edifícios educacionais, tendo em vista que os alunos passam,
aproximadamente, 30% de suas vidas na escola.
Neste sentido, as edificações escolares devem contemplar condições que
proporcionem o desenvolvimento adequado das atividades educativas, sendo
fundamental que suas dependências estejam dentro de padrões admissíveis de
níveis de ruídos e sons. Dentre as inúmeras atividades desenvolvidas na escola
destaca-se o processo ensino-aprendizagem, destinado às mais diferentes faixas
etárias e nos mais diferentes campos do conhecimento. (LOSSO, 2003)
De acordo com Ribeiro (2011), estudos sobre desempenho acadêmico nas
escolas brasileiras (Albanez, Ferreira e Franco, 2002; Alves, 2007; Barbosa, 2009;
Soares, 2004) indicam que escolas públicas de ensinos fundamental e médio têm
alunos com desempenho médio significativamente menor do que escolas privadas
ou públicas federais. Tal fato pode ser ocasionado pelo pouco investimento em
instalações físicas e infraestrutura, qualificação do corpo docente, implantação de
metodologias pedagógicas adequadas e eficientes, e/ou pela falta aquisição de
materiais ou na manutenção em geral.
Dentre os fatores relativos aos investimentos nas instalações físicas e
infraestrutura está a qualidade acústica das edificações, aspecto que há algum
tempo parece negligenciado. A maioria das edificações não evita a propagação dos
sons e não leva em consideração a qualidade acústica interna das salas de aula.
Tal aspecto se torna importante, pois é na sala de aula que o processo
educativo se consolida e a aprendizagem acontece, envolvendo a intensa
comunicação verbal entre professores e alunos. A eficiência desta comunicação, e,
portanto, a eficiência do ambiente de aprendizagem, pode ser medida por meio das
condições acústicas das salas. (ZANNIN & ZWIRTES, 2009).
16
Segundo Santos e Russo (1999), a acústica é a parte da física que se
preocupa com o estudo do som, tanto em sua produção e transmissão, quanto na
sua detecção pelo ouvido humano. No entanto, Kuttruff (1979); Bradley et. al. (1999);
Airey (2000); Bondi et. al. (2001); Losso (2003); Fernandes (2005); Eniz e Garavelli
(2006) e outros autores utilizam o termo “acústica” para fazer referência às
condições acústicas de ambientes. Valle (2009), por exemplo, define acústica como
o comportamento de um espaço em relação ao som produzido em seu interior.
Com relação às salas de aula, Hodgson e Wong (2009) afirmam que as más
condições acústicas podem afetar significativamente a inteligibilidade da
comunicação verbal entre alunos e professores. Os alunos sentados na parte da
frente da sala de aula geralmente são capazes de ouvir muito bem o professor
devido sua proximidade e a recepção de fortes sinais de fala diretos do professor.
No entanto, um aluno sentado no fundo da sala de aula, além de receber sinais da
fala do professor menos intensos, é mais afetado pela reverberação, um dos
principais parâmetros acústicos. Adicionalmente, ainda pode haver outras fontes de
ruído, como, por exemplo, saídas de ventilação, janelas, equipamentos eletrônicos e
os alunos, que afetam a inteligibilidade da fala.
De acordo com Fernandes (2003), o conceito de inteligibilidade é bastante
genérico, podendo ser definido como a razão pela qual nós entendemos os sons. A
inteligibilidade pode ser aplicada a ambientes, a sistemas de comunicação, em
testes de equipamentos de áudio, em testes de audição, em avaliação de próteses
auditivas, em avaliação de protetores auriculares. Ao mesmo tempo, também se
aplica à linguagem, ao canto, às notas musicais e outros sons. Portanto, como a
voz é um dos sons mais ouvidos no dia-a-dia, considera-se a inteligibilidade da fala
como a mais usual. Esta é definida como a relação entre palavras faladas e palavras
entendidas, expressas em porcentagem. Assim, para que a comunicação seja
efetiva e inteligível, a inteligibilidade da fala deve ser superior a 90%
(NEPOMUCENO, 1994).
A partir das definições de acústica e inteligibilidade pode-se inferir que ambas
se relacionam com propagação sonora. Segundo Fernandes (2003), a propagação
do som no ar se dá a partir da fonte geradora, em todas as direções. Por ser uma
vibração longitudinal das moléculas do ar, esse movimento oscilatório é transmitido
de molécula para molécula, até chegar aos nossos ouvidos, gerando a audição.
Quando existe uma superfície interpondo o avanço de uma onda sonora, esta se
17
divide em várias partes: uma quantidade é refletida, outra é absorvida e outra
atravessa a superfície (transmitida).
Neto (2006) aponta que em ambientes a propagação sonora se dá das
seguintes formas: através do ar, pelas aberturas como portas, janelas, etc.
(transmissão por fendas); pela estrutura que separa os dois ambientes, através de
vibrações nessa estrutura que são transmitidas de um ambiente para outro
(transmissão por vibração de elementos); e por meio da transmissão por flancos
(transmissão marginal), através das superfícies limítrofes da estrutura como lajes,
pilares etc.
Dada a importância da transmissão sonora como indicador para as variáveis
acústica e inteligibilidade, torna-se indispensável considerar as tipologias
arquiteturais na análise destes parâmetros. No caso das salas de aula, Losso (2003)
afirma que a geometria pode ser um fator determinante do ponto de vista de sua
qualidade acústica. A análise geométrica faz uma aproximação e considera a onda
sonora como um raio que parte de uma fonte sonora e propaga-se em direções
determinadas pelas características direcionais da fonte e da frequência do som.
Toro et. al. (2006), analisando escolas públicas em Belém do Pará,
observaram que na amostra das salas de aula avaliada, todas se encontravam
inadequadas para a atividade a que se destinam, considerando a qualidade acústica
necessária para esse tipo de ambiente. De modo análogo, Libardi et. al. (2006)
verificaram que 30% das salas de aula de uma escola pública de Piracicaba
apresentaram níveis de ruído superiores a 85 dB, níveis que, segundo a Legislação
Trabalhista Brasileira, tornam os ambientes insalubres para a audição, se a
exposição for acima de 8 horas diárias.
Na mesma direção, Oiticica et. al. (2003), em estudo realizado em uma escola
pública de Maceió, comprovou a ineficiência das condições acústicas das salas de
aula, evidenciando a necessidade de serem investigadas, em outros ambientes de
ensino, as relações entre reverberação, relação sinal/ruído e inteligibilidade, haja
vista que a compreensão e a percepção do aluno frente à informação perpassada
pelo professor vai depender, na maioria das vezes, da adequação destas relações.
A partir dos resultados encontrados nos diversos estudos disponíveis,
analisando parâmetros acústicos e suas relações com a inteligibilidade da fala em
escolas públicas de outras cidades brasileiras; levando-se, também, em
consideração que estudos na área de conforto ambiental, realizados em
18
estabelecimentos de ensino, registraram que entre as variáveis termofísicas, a
variável acústica possui uma importância superior às outras variáveis (térmica,
luminínica e qualidade do ar), haja vista ser a que está diretamente vinculada ao
entendimento da fala com repercussões no desempenho de professores e alunos; e
diante de dados do Ministério da Educação, que apontam uma demanda de alunos
para o ensino fundamental na rede municipal superior à rede estadual de ensino, a
presente dissertação tem como principal proposta responder ao seguinte problema
de pesquisa: Em que medida parâmetros acústicos das salas de aulas de
Escolas Municipais de João Pessoa influenciam na inteligibilidade da fala?
1.2 Justificativa
Segundo Eniz e Garavelli (2006), o ruído urbano, cada vez mais presente nas
residências, nos locais de trabalho, ambientes de lazer, hospitais e nas escolas,
interfere nas relações sociais, na comunicação, no comportamento, rendimento
escolar e, principalmente, na saúde das pessoas. De fato, a poluição sonora é hoje,
depois da poluição do ar e da água, um dos problemas ambientais que afeta o maior
número de pessoas (ZANNIN, 2002).
Nesta direção, Araújo e Regazzi (2002) relatam que nenhum dos riscos
existentes no ambiente de trabalho se faz tão presente como ruído. Estatísticas do
INSS comprovam que o ruído tem sido um agente causador de doenças, estresse
ocupacional e acidentes. Estes últimos, muitas vezes, causados pela falta de
comunicação no ambiente de trabalho. Portanto, é fundamental que o ruído seja
controlado nos ambientes e, sobretudo, naqueles quem envolvem o processo ensino
aprendizagem. Aspecto que merece atenção, principalmente, quando se observa
que a exposição ao ruído tem diversas consequências, tanto sobre o aparelho
auditivo quanto sobre outros aspectos da saúde do trabalhador, principalmente a
nível psicológico. (AREZES, 2002)
Os ruídos intensos, acima de 90 dB dificultam a comunicação verbal. As
pessoas precisam falar mais alto, prestar mais atenção para entender e serem
compreendidas. Isso faz aumentar a tensão psicológica e o nível de atenção. Os
ruídos intensos tendem a prejudicar tarefas que exigem concentração mental e
certas tarefas que exigem atenção ou velocidade e precisão de movimentos, e os
resultados tendem a piorar após duas horas de exposição ao ruído (IIDA, 2005).
19
No caso especifico de edificações escolares, a qualidade acústica é um item
pouco considerado no projeto por arquitetos e engenheiros, apesar da fundamental
importância em função do tipo de atividade desenvolvida nesses ambientes. Dentre
os problemas causados pelo ruído, ressaltam-se a falta de concentração, baixa
produtividade, interferência na comunicação e dificuldades na aprendizagem.
Segundo Vono-Coube, Belivilacqua e Fernandes (1999), em relação às crianças, o
ruído diário pode acarretar problemas de comportamento e distúrbios na voz, além
de dificuldade na localização dos sons e no desenvolvimento da fala.
Vallet (2001) afirma que dentre os problemas causados pela exposição ao
ruído no ambiente escolar estão: 1) diminuição da atenção e fadiga mental; 2) atraso
no aprendizado da leitura; 3) mascaramento da fala com decréscimo da
inteligibilidade do conteúdo das aulas e 4) falta de interesse em entender. A fala é o
principal meio de comunicação na construção do conhecimento. Qualquer distúrbio
que sofra pode afetar a concentração dos alunos e ainda causar prejuízo à saúde
dos professores. Pesquisas sobre os efeitos do ruído em crianças da pré-escola têm
mostrado uma conexão da exposição do barulho crônico e a alfabetização. Projetos
de escolas que dão maior atenção para características acústicas têm como
consequência melhor aproveitamento escolar (MAXWELL e EVANS, 2000).
Martins (2002) relata que a criança de hoje é obrigada a aprender em salas
barulhentas onde o ruído ambiental compete com a voz do professor, tarefa que
exige da criança um elevado nível de atenção. O desempenho acústico de salas de
aula é um dos principais aspectos que deve ser considerado em um projeto
arquitetônico, visto que este espaço é destinado à realização de tarefas que exigem
um alto nível de concentração e que o nível de ruído influencia na percepção do
aluno. (KOWALTOWSKI, 2011)
Portanto, como é possível constatar, o nível de ruído é um fator determinante
no projeto de salas de aula. Com efeito, salas com bom desempenho acústico são
ambientes propícios à aprendizagem e concentração, ao passo que salas ruídos
excessivos podem causar danos à saúde de alunos e professores. Celani et. al.
(1999) enfatiza que, no ambiente escolar, o ruído não é apenas um incômodo, mas
interfere no rendimento das atividades de ensino. Como solução, Gerges (2000)
propõe que as medições de ruído e vibrações permitem quantificações e análises
precisas de condições ambientais incômodas.
20
Parece plausível que projetistas de escolas e arquitetos devam iniciar o
processo construtivo destas edificações a partir de um planejamento acústico de
salas de aula. O melhor modo de resolver problemas acústicos é evitá-los ainda na
fase de projeto. Durante o processo de planejamento, problemas acústicos podem
geralmente ser evitados com um pouco de reflexão prévia e com uma diferente
disposição dos mesmos materiais de construção. Tais considerações podem
colaborar para um melhor desenvolvimento da capacidade de aprendizagem dos
alunos, ratificando o Artigo 32, parágrafo III, da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional 9.394/1996.
Lubman e Sutherland (2003) afirmam que a reforma de salas de aula mal
projetadas oneram os cofres públicos. No entanto, o custo de renovação é pequeno
quando comparado com custos sociais provenientes de salas de aula com baixa
qualidade acústica, que prejudicam o aprendizado de milhões de crianças. Assim, os
autores consideram que na solução do problema de ruído devem-se considerar
todas as soluções possíveis e analisar a relação custo/benefício.
Observa-se que, nos países onde há normas e códigos de obras rigorosos, as
condições de conforto atingem os níveis adequados na maioria das construções. As
pesquisas do ambiente escolar, nestes países, concentram-se na descoberta de
detalhes que possam contribuir especificamente para o aumento da aprendizagem.
São estudados elementos específicos como: tipo de projeto arquitetônico e de
configuração de sala de aula; porte da escola e lotação das salas de aula;
agrupamentos de estudantes; lotação e arranjo físico do mobiliário; espaços
alternativos; tipos de janelas, luminárias e aspectos da composição da luz; ruídos
externos (do bairro); organização do material didático nas paredes das salas de aula
(KOWALTOWSKI, 2002).
Segundo Zannin & Zwirtes (2009), o tema do conforto acústico nas salas de
aula das escolas primárias, nas escolas secundárias, bem como em salas de aula
das universidades tem sido o foco de diversos estudos em todo o mundo (Yang &
Hodgson, 2005; Kennedy et. al., 2006; Yang & Hodgson, 2006; Hodgson &
Scherebnyj , 2006; Yang & Hodgson, 2007a; Yang & Hodgson, 2007b; Yang &
Hodgson, 2007c; Zannin & Marcon, 2007; Zannin & Loro, 2007; Astolfi & Pellerey,
2008). Outro foco de estudos mencionado pelos autores tem sido a percepção de
ruído por alunos e professores, bem como a influência do ruído sobre as pessoas
21
(Zannin & Marcon, 2007; Lercher & Meis, 2003; Shield & Dockrell, 2003; Dockrell &
Shield 2004)
Verifica-se que a qualidade de uma sala de aula está vinculada a diversas
variáveis importantes, entre elas as que compõem a base do conforto ambiental, a
saber: térmica, lumínica, acústica e qualidade do ar. Nesta base há uma variável que
está diretamente associada à qualidade da aprendizagem do aluno: conforto
acústico. Salas de aula são ambientes designados para a aprendizagem, não
apenas para crianças em idade escolar, mas para a formação de adultos também.
Salas de aula tornaram-se ambientes de comunicação multimídia, aumentando
ainda mais a importância da acústica da sala de aula.
Boa acústica para a aprendizagem utilizando-se da comunicação verbal exige
baixos níveis de ruído e pouca reverberação. Quando a acústica não é boa tanto o
conforto como a saúde vocal do professor podem ser afetadas (RASMUSSEN,
2012). Assim, esta dissertação pretende contribuir com a Secretaria de Educação do
Município de João Pessoa, apresentando um panorama acústico atual das salas de
aula bem como analisar as possíveis relações entre os parâmetros acústicos e
inteligibilidade nas salas de aula de escolas municipais de João Pessoa.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
Analisar a influência de parâmetros acústicos na inteligibilidade da fala em
salas de aula das escolas municipais de João Pessoa (PB).
1.3.2 Objetivos Específicos
Mensurar parâmetros acústicos das salas de aula.
Mensurar a inteligibilidade da fala.
Descrever os padrões arquiteturais (projetos e elementos construtivos) das
salas de aula e das escolas.
Explicar a relação entre os parâmetros acústicos e inteligibilidade da fala.
22
1.4 Delimitação do Estudo
A realização de uma pesquisa que envolve todos os aspectos inerentes à
análise de um tema é uma tarefa difícil e pouco provável de ser executada tendo em
vista sua complexidade. No entanto, é possível realizar uma pesquisa eficiente e
eficaz a partir da análise de parte dessa realidade (MELO, 2001). Nessa direção,
este estudo não pretende analisar todas as salas de aula das escolas municipais de
João Pessoa, mas somente aquelas que oferecem turmas do 5º ano do ensino
fundamental, tendo em vista que estas turmas possuem uma amostra de alunos
mais representativa com maior faixa etária.
Conforme Fernandes (2006); Astolfi et. AL (2008); Han & Mak (2008);
Hodgson & Wong (2009); Zannin & Zwirtes (2009) e Jianxin (2010), nível de pressão
sonora, ruído externo e tempo de reverberação são parâmetros que apresentam
maior relação com a inteligibilidade da fala. Assim, nesta dissertação apenas estes
parâmetros acústicos foram analisados.
1.5 Estrutura da dissertação
Este trabalho está estruturado em cinco capítulos descritos a seguir:
O primeiro capítulo contém a parte introdutória, a definição do tema e
questão de pesquisa. Além da justificativa da realização do trabalho, seus
objetivos, algumas considerações sobre as contribuições e a delimitação
do estudo.
No segundo capítulo é apresentada a revisão bibliográfica, onde são
abordados os assuntos: Acústica e Parâmetros para avaliação acústica de
ambientes; Tipologias arquiteturais e propagação do som; O ruído e suas
consequências; Inteligibilidade e O ambiente escolar, compondo assim o
eixo temático desta dissertação.
Os procedimentos metodológicos são descritos no capítulo três. Este
capítulo apresenta a natureza e a classificação da pesquisa, identifica a
população e a amostra estudada, as variáveis, os indicadores, as técnicas
utilizadas para coleta de dados bem como para análise e tratamento destes
dados.
23
O quarto capítulo apresenta os resultados e a análise dos dados obtidos
durante a pesquisa e está estruturado da seguinte forma: Análise descritiva
de parâmetros acústicos; Análise dos projetos arquiteturais; Análise da
relação entre os Níveis de Pressão Sonora (NPS) levando em
consideração projetos antigos e novos e Modelagem Matemática.
No quinto capítulo encontram-se as considerações conclusivas
relacionadas com os objetivos definidos e com as possíveis contribuições
científicas, e algumas recomendações.
Finalizando, são apresentadas as referências bibliográficas consultadas,
além dos anexos e apêndices (que contêm informações adicionais).
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo apresenta uma revisão da literatura sobre os temas da pesquisa que
serão discutidos no trabalho, iniciando pela discussão dos principais conceitos que
norteiam o estudo da acústica, levando em consideração as consequências do
ruído, sobretudo no ambiente escolar, e finalizando com definições de Modelagem
Matemática e Modelo de Regressão Beta.
2.1 Acústica
Acústica é definida por Valle (2009) como o comportamento de um espaço em
relação ao som produzido em seu interior. Para Santos e Russo (1999), é uma área
da física que se preocupa com o estudo do som, tanto em sua produção e
transmissão, quanto na sua detecção pelo ouvido humano. Os autores definem o
som como a modificação de pressão que se propaga em meios elásticos, não
sendo, portanto, transmitido no vácuo. É o resultado do movimento ordenado e
vibratório das partículas materiais que se propagam em oscilação em torno de uma
posição de equilíbrio.
Como mencionado, Araújo e Regazzi (2002) relatam que o som consiste em
um fenômeno físico causado por qualquer vibração ou onda mecânica que se
propague em meio elástico, capaz de produzir excitações auditivas ao homem. De
acordo com os autores, quando os sons se misturam e suas frequências não
seguem uma lei precisa diferenciando-se entre si por valores imperceptíveis ao
ouvido humano surge um som indesejado, denominado ruído.
Segundo Iida (2005), fisicamente, o ruído é uma mistura complexa de
diversas vibrações, medido em uma escala logarítima em uma unidade chamada de
decibel (dB). Pode se destacar três características principais, frequência, intensidade
e duração.
Fernandes (2003) considera duas definições para o ruído: uma física, em que
“o ruído é todo fenômeno acústico não periódico, sem componentes harmônicos
definidos”; e outra subjetiva em que “o ruído é toda sensação auditiva desagradável
ou insalubre”.
25
Para Everest (2001), as medições sempre foram de grande importância para
cientistas, pois elas permitem testar em relação à realidade, pressupostos, teorias e
equações. Como resultado, sempre se procurou por maneiras de melhorar a
precisão das medições. Assim, a medição é o modo mais preciso para quantificar
acusticamente salas, por meio da utilização de métodos para medição de
parâmetros acústicos é possível um melhor entendimento das correlações entre as
medições físicas e as qualidades subjetivas do ambiente.
2.1.1 Parâmetros para avaliação acústica de ambientes
Segundo Valle (2009), parâmetros acústicos são propriedades acústicas de
ambientes que influenciam sua “personalidade” sonora e determinam sua melhor ou
pior qualidade para execução ou reprodução de música ou da fala. Kendrick et. al.
(2008) destacam que tais parâmetros são rotineiramente usados na avaliação e
concepção de espaços fechados e/ou semi-fechados tais como salas de concerto,
salas de aula e estádios.
Uma característica importante dos parâmetros acústicos ressaltada por Tang
(2008) é a alta correlação existente entre eles mesmos através de diferentes bandas
de oitava. Os parâmetros acústicos que apresentam maior relação com a
inteligibilidade da fala são: Tempo de reverberação, Nível de Pressão Sonora e
Ruído Externo (VALLE, 2009; FERNANDES, 2006; ASTOLFI ET. AL., 2008; HAN &
MAK, 2008; HODGSON & WONG, 2009; ZANNIN & ZWIRTES, 2009; JIANXIN,
2010).
2.1.1.1 Reverberação e Tempo de Reverberação - TR
Reverberação é o fenômeno que se dá em ambientes fechados. Trata-se do
aumento necessário de reflexões de um som emitido e se relaciona diretamente com
a inteligibilidade em um recinto (CARVALHO, 2006). Normalmente, escuta-se
primeiro o som direto e depois o refletido. Mas quando as duas sensações se
sobrepõem, tem-se a impressão de uma audição mais prolongada.
Segundo a NBR 12.179/92 da ABNT, o tempo de reverberação é definido
como o tempo necessário para que o som deixe de ser ouvido em um ambiente
após a extinção da fonte sonora. Tecnicamente, o tempo de reverberação é o tempo
26
necessário para que o som sofra um decréscimo de 60 dB, uma vez cessada a
emissão sonora. Quanto mais absorventes forem as paredes do local, menor será
esse tempo.
O tempo de reverberação depende do volume da sala, da área de absorção
dos materiais que compõem as superfícies internas (paredes, teto e piso), da
ocupação da sala (pessoas, móveis e objetos), com seus respectivos coeficientes de
absorção. (KOWALTOWSKI, 2011)
Astolfi et.al. (2008) aponta que para se alcançar um bom nível de
inteligibilidade de fala, mesmo em pequenas salas de aula, a necessário prever o do
nível do tempo de reverberação. Existem dois modelos para calcular o tempo de
reverberação de um ambiente, conforme NBR 12.179/92:
Modelo de Sabine (utilizado quando o coeficiente de absorção médio (αm)
for menor ou igual a 0,30):
𝑇𝑅 =0,16.𝑣
∑ 𝑆𝑖𝛼𝑖 (1)
Onde:
V= volume do ambiente em m³;
Si= superfície de cada parede em m²;
αi= coeficiente de absorção de cada parede;
TR= tempo de reverberação em segundos.
Modelo de Eyring (empregado quando o coeficiente de absorção médio
(αm) for maior que 0,30):
𝑇𝑅 = −0,16.𝑉
𝑆.ln(1−𝛼𝑚) (2)
Onde:
S= área total das paredes do ambiente.
O coeficiente de absorção médio é dado através da equação (4):
𝛼𝑚 =∑𝑆𝛼
∑𝑆 (3)
27
De acordo com Souza et. al. (2009) para cada tipo de sala existe um tempo
de reverberação (TR) apropriado, com base no volume da sala e nas frequências
sonoras das fontes. Esse tempo é chamado tempo ótimo de reverberação.
2.1.1.2. Ruído advindo de fontes externas - REXT
Segundo Andrade (2009), as fontes de ruído externo são aquelas
provenientes do entorno envolvente a escola. O ruído ambiental, provocado pelo
tráfego rodoviário, ferroviário e/ou aéreo, pelas indústrias e atividades econômicas
instaladas e por máquinas e equipamentos, todos eles dentro na envolvente da
escola. A possibilidade de determinar o mapa de ruído da envolvente da escola é
uma medida importante a ser tomada O efeito maléfico deste tipo de ruído é tanto
maior quanto menor for à preocupação com o isolamento sonoro e com a qualidade
sonora ambiental. Pormenorizar esta diretriz é essencial para que a aprendizagem
ocorra em boas condições acústicas.
Fontes de ruído externo pontuais, como, por exemplo, obras na via pública,
têm um efeito mais grave na concentração da criança do que as fontes de ruído
externo lineares, como no caso do ruído tráfego. A NBR 10151/1987 fixa as
condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades,
independente da existência de reclamações. O nível de critério de avaliação NCA
para ambientes externos está indicado na tabela 1.
Tabela 1 - O nível de critério de avaliação para ambientes externos.
Tipos de áreas Diurno Noturno
Áreas de sítios e fazendas 40 35
Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas
50 45
Área mista, predominantemente residencial 55 50
Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55
Área mista, com vocação recreacional 65 55
Área predominantemente industrial 70 60
Fonte: NBR 10151/1987
28
2.1.1.3. Nível de Pressão Sonora - NPS
Segundo a NBR 10151/2000, o nível de pressão sonora ambiental, ou ruído
ambiental ou de fundo (NPS), é o ruído em um determinado local e que não diz
respeito ao objeto de apreciação ou medição, representado em dB.
Para Kowaltovisk (2010), o conforto acústico depende das distâncias entre a
fonte e o receptor para um determinado NPS, assim como do uso da voz nessas
diferentes condições. Por exemplo, se a distância entre quem fala e quem ouve for
de 30 cm, e o nível de ruído de fundo for de 65 dB(A), a pessoa pode falar de forma
normal, mas se a distância for de 1,2 m, a pessoa precisa falar muito alto.
Conhecer o nível de ruído presente em um ambiente é condição primordial
para calcular e/ou predizer os demais parâmetros, tornando-se este o principal
parâmetro o que torna necessário um conhecimento mais profundo no que diz
respeito a suas características e seus efeitos no organismo humano. Para efeito de
avaliação de conforto acústico de ambientes, deve-se adotar como base a norma
NBR 10152/1987.
No Brasil, as medições dos níveis de pressão sonora devem seguir as
diretrizes prescritas pela a NBR 10.151/2000, norma que especifica um método para
a medição de ruído. Segundo esta norma, no levantamento de níveis de ruído deve-
se medir externamente aos limites da propriedade que contém a fonte. Todos os
valores medidos do nível de pressão sonora devem ser aproximados ao valor inteiro
mais próximo. Não devem ser efetuadas medições na existência de interferências
audíveis advindas de fenômenos da natureza (por exemplo: trovões, chuvas fortes
etc.). O tempo de medição deve ser escolhido de forma a permitir a caracterização
do ruído em questão.
A medição pode envolver uma única amostra ou uma sequencia delas. Em
ambientes internos devem ser efetuadas a uma distância de no mínimo 1 m de
quaisquer superfícies, como paredes, teto, pisos e móveis. Os níveis de pressão
sonora em interiores devem ser o resultado da média aritmética dos valores medidos
em pelo menos três posições distintas, sempre que possível afastadas entre si em
pelo menos 0,5 m. As medições devem ser efetuadas nas condições de utilização
normal do ambiente, isto é, com as janelas abertas ou fechadas de acordo com o
habitual.
Para os efeitos da Norma, aplicam-se as seguintes definições:
29
Nível de pressão sonora equivalente (LAeq), em decibels ponderados em
“A” [dB (A)]: Nível obtido a partir do valor médio quadrático da pressão
sonora (com a ponderação A) referente a todo o intervalo de medição.
Ruído com caráter impulsivo: Ruído que contém impulsos, que são picos
de energia acústica com duração menor do que 1 s e que se repetem a
intervalos maiores do que 1 s (por exemplo martelagens, bate-estacas,
tiros e explosões).
Ruído com componentes tonais: Ruído que contém tons puros, como o
som de apitos ou zumbidos.
Nível de ruído ambiente (Lra): Nível de pressão sonora equivalente
ponderado em “A”, no local e horário considerados, na ausência do ruído
gerado pela fonte sonora em questão.
A norma também indica um método alternativo para o cálculo do nível de
pressão sonora equivalente, Leq, quando o medidor de nível de pressão sonora não
dispõe dessa função. Nesse caso, o nível de pressão sonora equivalente, LAeq, em
dB(A), deve ser calculado pela expressão:
(4)
Onde:
Leq - é o nível de pressão sonora equivalente, em dB(A);
Li - é o nível de pressão sonora medido a cada instante “i”, em dB(A);
N - é o número total de medições.
Outra norma brasileira importante é a NBR 10152/1987 - Níveis de ruído para
conforto acústico, que fixa os níveis de ruído compatíveis com o conforto acústico
em ambientes diversos.
2.1.2 Tipologias arquiteturais e propagação do som
Segundo Neto (2006), a transmissão da energia sonora que ocorre entre
ambientes se dá das seguintes formas (Figura 1): através do ar, pelas aberturas
como portas, janelas, etc. (transmissão por fendas, 1); pela estrutura que separa os
n
i
Li
Leq1
1010n
1 10.log
30
dois ambientes, através de vibrações nessa estrutura que são transmitidas de um
ambiente para outro (transmissão por vibração de elementos, 2); e por meio da
transmissão por flancos (transmissão marginal, 3), através das superfícies limítrofes
da estrutura como lajes, pilares etc. A figura 1 ilustra como se dá a transmissão
sonora entre ambientes.
Fonte: Souza (2003)
O som decorrente de uma fonte sonora presente em um local se propaga até
encontrar um obstáculo qualquer, que pode ser uma parede ou outro material. Ao
encontrar o obstáculo produz um choque das moléculas, fazendo com que parte de
sua energia volta em forma de onda de pressão refletida e o restante produza uma
vibração das moléculas do novo meio, como se o obstáculo “absorvesse” parte do
som incidente. Parte dessa energia de vibração das moléculas do obstáculo será
dissipada como calor, devido aos atritos que as moléculas enfrentam no seu
movimento ondulatório; outra parte voltará ao primeiro meio, somando-se com a
onda refletida, o resto da energia contida na vibração do próprio obstáculo produzirá
a vibração do ar do lado oposto, funcionando esse obstáculo como uma nova fonte
sonora que criará uma onda em um terceiro meio. (DE MARCO, 2001)
Figura 1 - Meios de transmissão sonora
31
Losso (2003) afirma que a geometria de uma sala pode ser um fator
determinante da sua qualidade acústica. A análise geométrica faz uma aproximação
e considera a onda sonora como um raio que parte de uma fonte sonora e se
propaga em direções determinadas pelas características direcionais da fonte e da
frequência do som. Esses raios não possuem significado físico, sendo apenas uma
representação das frentes de onda. Para se considerar esta abordagem, é
necessário que se contemple uma condição básica, o comprimento de onda deve
ser pequeno em relação às dimensões da sala em estudo. Satisfeita essa condição,
assume-se que o raio incidente, o raio refletido e a normal à superfície no ponto de
incidência estejam no mesmo plano e que os ângulos de incidência e reflexão sejam
iguais, fazendo assim uma analogia com as leis da ótica geométrica. (KNUDSEN,
HARRIS, 1988; KUTTRUF, 1979).
A figura 2 ilustra como um raio pode ser refletido quando incide em uma
superfície. A reflexão poderá ser (a) especular ou (b) difusa. No primeiro caso, o raio
refletido possui a mesma angulação em relação a linha normal a superfície e o raio
incidente. Já no segundo, isto não ocorre, porque agora existirão raios refletidos em
várias direções.
Fonte: Losso (2003)
Figura 2 - a) reflexão sonora em superfície especular, b) reflexão em superfície difusora
32
Segundo Losso (2003), na prática, dificilmente existe apenas um tipo ou outro
de reflexão, mas uma mistura de ambos, fazendo com que haja reflexão mista, caso
em que, por exemplo, pode ocorrer uma reflexão difusa, mas não para todas as
direções. Isso dependerá basicamente dos seguintes itens: (a) material da parede
no qual o raio está incidindo, (b) espectro de frequência do som incidente, e (c)
forma geométrica da superfície. A quantidade de energia sonora irradiada será tanto
menor quanto maior for o coeficiente de absorção do material da parede
considerada. Por outro lado, sons com diferentes frequências possuem diferentes
comportamentos frente a reflexão. Por último, como normalmente, o som incidente
contém um espectro amplo de frequências, o comportamento geral será
provavelmente algo entre a reflexão especular e a difusa.
A análise geométrica torna-se importante, pois através dela é possível tirar
proveito das reflexões para incremento da inteligibilidade, maximizando as reflexões
do ponto de vista da distribuição e da qualidade sonora, facilitando a sobreposição
das primeiras reflexões no som original para ouvintes mais distantes da fonte
(KNUDSEN; HARRIS, 1988). Também, os modos acústicos da sala serão
determinados pelas dimensões: comprimento, largura e altura, promovendo o
surgimento de ressonâncias indesejáveis.
A figura 3 ilustra quatro casos de reflexão tratados pela acústica geométrica,
considerando a reflexão especular. No primeiro caso, o ângulo de incidência do raio
é idêntico ao ângulo de reflexão. No segundo, a reflexão provém de uma fonte virtual
situada em um ponto que é a imagem especular da fonte verdadeira. Tais fontes
virtuais existem em todas as demais paredes que limitam a sala, que depois de certo
tempo fica completamente envolvida por uma série de fontes. No terceiro, é ilustrado
como os raios sonoros se espalham quando incidem sobre uma superfície convexa.
Este tipo de superfície colabora para o espalhamento do som e melhor difusidade,
aspecto que é na maioria das vezes desejado. No quarto e último, a superfície é
côncava, fazendo com que o som seja concentrado em um determinado ponto. A
não ser que se tenha o objetivo muito específico de concentrar o som, este tipo de
superfície não é adequado do ponto de vista acústico.
33
Fonte: Losso (2003)
A Figura 4 mostra como as propriedades de reflexão podem ser aproveitadas
para melhorar a qualidade acústica de uma sala. A simples colocação de superfícies
refletoras em locais perto da fonte sonora contribui para uma melhor distribuição
espacial da energia sonora no ambiente. Locais aonde, em princípio, o som chegaria
com dificuldade, pois o som direto, que se caracteriza como sendo o som que
percorre única e exclusivamente o menor caminho entre a fonte sonora e o receptor,
chega atenuado, podem ser favorecidos com o uso dos painéis, que focalizam os
raios sonoros refletidos para onde está a plateia ou para onde o som chegaria com
problemas de atenuação.
Fonte: Losso (2003)
Figura 3 - Diferentes casos de reflexão sonora
Figura 4 - Corte exemplar da utilização de placas refletoras em uma sala utilizada para
proporcionar distribuição sonora.
34
Ainda com relação à geometria, um importante objetivo é se evitar a formação
de ondas estacionárias. Essas ondas afetam a distribuição sonora, prejudicando o
entendimento por parte dos ouvintes. Assim, devem-se evitar superfícies rígidas e
paralelas, que levam a múltiplas reflexões e formam ondas estacionárias. Por fim,
VermeIr e Geetere (2002) afirmam que a existência de mobília colabora para se
evitar a formação de ecos flutuantes, pois o efeito da difusão permite o
espalhamento das ondas sonoras no ambiente.
2.2 O Ruído e suas consequências
Para Bistafa (2006) ruído pode ser definido como um som sem harmonia, um
som indesejável que pode, na maioria das vezes, gerar efeitos também indesejáveis,
como: em níveis suficientemente elevados, causar perda da audição e aumento da
pressão arterial (efeitos fisiológicos), incômodos (efeitos psicológicos), por exemplo,
perturbação do sono, stress, tensão, queda do desempenho; interferência com a
comunicação oral, que por sua vez provoca irritação; pode causar danos e falhas
estruturais (efeitos mecânicos). A presença de ruído durante o processo de
comunicação diário causa, muitas vezes, dificuldades na percepção da fala e
grandes níveis de estresse, até mesmo em pessoas com audição normal (SOCINI
et. al., 2003).
Zannin et. al. (2002) estudaram os incômodos causados pelas principais
fontes de ruído urbano à população de Curitiba-PR. Setenta e três por cento dos
entrevistados apontaram o ruído causado pelo tráfego de veículos automotores
como o maior causador de incômodos. As principais reações ao ruído foram
descritas como: irritabilidade, baixa concentração, insônia e dores de cabeça.
Atualmente, os níveis de ruído urbano das grandes e médias cidades
brasileiras superam consideravelmente os níveis determinados ou considerados
adequados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Companhia de Tecnologia
de Saneamento Ambiental (CETESB), pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Um método muito utilizado para avaliar o ruído em ambientes é a aplicação
das curvas NC (Noise Criterion) de Beranek (1989) (Figura 5). Essas curvas
representam o limite de ruído para determinada atividade, visando ao conforto
acústico em função da comunicação humana.
35
Figura 5 - Curvas Balanceadas de Critério de Ruído (NCB).
Fonte: Beranek (1989)
De acordo com a OMS (1980), o limite tolerável ao ouvido humano é de 65
dB(A); acima disto, o organismo sofre de estresse. Este, por sua vez, aumenta o
risco de doenças, e com ruídos acima de 85 dB(A) aumenta o risco de
comprometimento na audição. Segundo Fernandes (2003), quando uma pessoa é
submetida a altos níveis de ruído, existe a reação de todo o organismo a esse
estímulo. Dentre os principais efeitos do ruído no organismo o autor destaca:
alterações fisiológicas reversíveis, mudanças bioquímias e efeitos cardiovasculares.
Tais efeitos podem ser observados na figura 6.
36
Fonte: Adaptado de Fernandes (2003)
A Resolução do CONAMA nº 001, de 08 de março de 1990, estabelece
padrões, critérios e diretrizes a serem observados na emissão de ruídos, que, em
decreto publicado no Diário Oficial da União, de 02 de abril de 1990, Seção I, Pág.
6.408, cita a Norma Brasileira Registrada - NBR 10.152/87. Segundo esta norma,
constituem prejuízos à saúde e ao sossego público a emissão de ruídos, em
decorrência de qualquer atividade industrial, comercial, social ou recreativa, inclusive
as de propaganda política, os ruídos com níveis superiores aos considerados
aceitáveis.
O Ministério do Trabalho (BRASIL, 1978) considera que o ruído se torna fator
de risco da perda auditiva ocupacional se o nível de pressão sonora e o tempo de
exposição ultrapassarem certos limites. A Norma Regulamentadora - NR 15, da
Portaria nº 3.214/78, estabelece os limites de tolerância para a exposição a ruído
Dilatação das pupilas
Aumento da produção de hormônios na tireóide
Aumento da frequência cardíaca
Aumento da produção de adrenalina
Impulsos no estômago e abdômen
Reação muscular
Estreitamento dos vasos sanguíneos
Figura 6 - Efeitos do ruído no organismo
37
contínuo ou intermitente e para ruído de impacto, vigentes no país. A máxima
exposição diária permitida em nível de ruído contínuo é de 85 dB(A) para oito horas
de exposição. As atividades ou operações que expõem os trabalhadores a níveis de
ruído contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada,
oferecem risco grave ou iminente (RODRIGUES, 2004).
A NR 17.1 da Portaria nº 3751/90 estabelece parâmetros que permitam a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
Os valores permitidos para ambientes escolares, segundo a NBR
10152/1987, destacados na Tabela 2, são relativos aos níveis de conforto acústico
para salas de aula. Estes valores serão utilizados como parâmetros mínimos e
máximos na presente pesquisa.
Tabela 2 - Níveis de som para conforto
LOCAIS dB (A) NC
Hospitais: Apartamentos, Enfermarias, Berçários, Centro Cirúrgico
35 – 45 30 – 40
Laboratórios, Áreas para uso público 40 – 50 35 – 45 Serviços 45 – 55 40 – 50
Escolas: Bibliotecas, Salas de música, salas de desenho.
35 – 45 30 – 40
Salas de Aula, Laboratórios. 40 – 50 35 – 45 Circulação 45 – 55 40 – 50
Hotéis: Apartamentos 35 – 45 30 – 40 Restaurantes, Salas de Estar. 40 – 50 35 – 45 Portaria, Recepção, Circulação. 45 – 55 40 – 50
Residências: Dormitórios 35 – 45 30 – 40 Salas de Estar 40 – 50 35 – 45
Auditórios: Salas de Concertos, Teatros 30 – 40 25 -30 Salas de Conferências, Cinemas, Salas
de uso múltiplo 35 – 45 30 – 35
Restaurantes 40 – 50 35 – 45
Escritórios: Salas de Reunião 30 – 40 25 -35 Salas de gerência, salas de projetos e de
administração 35 – 45 30 – 40
Salas de computadores 45 – 65 40 – 60 Salas de Mecanografia 50 – 60 45 -55
Igrejas e Templos (cultos meditativos) 40 – 50 35 -45
Locais para esporte: Pavilhões fechados para espetáculos a atividades esportivas
45 – 60 40 – 55
Fonte: NBR 10.152/87 – Níveis de ruído para conforto acústico
38
2.3 Inteligibilidade
Segundo Carvalho (2010), inteligibilidade é a principal característica acústica
de um ambiente, pois reflete o grau de entendimento das palavras em seu interior.
Para locais onde a comunicação é primordial a boa inteligibilidade acústica é um
fator decisivo. A definição comum de inteligibilidade corresponde à qualidade do que
é inteligível, ou que se ouve bem, ou ainda que se entende bem. Levitt e Webster
(1991) definem inteligibilidade da palavra como sendo o entendimento das palavras
faladas.
Para Fernandes (2003), o conceito de inteligibilidade é bastante genérico,
podendo ser definido como a razão pela qual nós entendemos os sons. Pode ser
aplicada a ambientes, a sistemas de comunicação, em testes de equipamentos de
áudio, em testes de audição, em avaliação de próteses auditivas, em avaliação de
protetores auriculares, etc. A inteligibilidade pode ser aplicada à linguagem, ao
canto, a notas musicais, ou até a outros sons. Como a voz é o som ouvido em mais
de 90 % das vezes em nosso dia-a-dia, a inteligibilidade da fala é mais usual.
Grande parte das experiências referentes à qualidade da comunicação oral
depende da existência de uma técnica ajustada para medir a inteligibilidade da
palavra. Durante um discurso, os órgãos vocais humanos produzem ondas sonoras
com diferentes características, com níveis distintos de intensidade sonora, diferentes
durações, frequências fundamentais distintas e diferentes componentes espectrais.
Estas características têm importâncias distintas na inteligibilidade da palavra e
existem vários métodos, aplicáveis aos testes de inteligibilidade da palavra, que se
podem utilizar para descobrir a importância das mesmas.
Makrinenko (1994) afirma que a inteligibilidade da fala é determinada por
características acústicas tais como: nível do sinal da fala, nível de ruído de fundo,
tempo de reverberação e padrão das reflexões do som. Portanto, a boa
inteligibilidade é determinada pelo alto nível da fala, baixo nível de ruído, menor
tempo de reverberação e padrão de reflexão breve e sem atraso acentuado de
reflexões iniciais.
Pode-se afirmar que a qualidade da comunicação verbal pode ser
quantificada pela inteligibilidade da fala. As normas técnicas ANSI S3.2, 1990 e ISO
TR 4870 1991 contêm detalhes sobre os procedimentos e materiais para aplicar os
testes de inteligibilidade da fala. Segundo Fernandes (2003), a inteligibilidade da fala
39
em ambientes pode ser calculada, predita e medida. É mensurada por várias
formas, que podem ser agrupadas em métodos subjetivos e analíticos.
Os métodos subjetivos são aqueles que utilizam pessoas na avaliação.
Consiste em distribuir pessoas com audição normal no ambiente a ser estudado e,
através de um orador, pronunciar um lote de palavras normalizadas, que são
anotadas pelos ouvintes. A porcentagem de acerto é chamado de Índice de
Discriminação da Fala (IDF). Os métodos analíticos se baseiam em parâmetros
acústicos do ambiente, buscando obter um índice que avalie a inteligibilidade.
Segundo Lecastre (1988), os métodos subjetivos de inteligibilidade da palavra
são métodos de realização muito demorada e que obrigam ao uso de grandes
recursos humanos. Por estas razões, é por vezes vantajoso recorrer ao uso de
métodos analíticos, isto é, com uso de equipamentos e sem a intervenção subjetiva
de auditores.
Desde os anos 40 que foram se desenvolvendo diversos métodos para avaliar
o efeito do ruído de fundo e da reverberação na inteligibilidade. Procurou-se
encontrar métodos de cuja utilização fosse possível prever a inteligibilidade através
da medição de um parâmetro apropriado ou de uma série de parâmetros. Um dos
primeiros métodos desenvolvidos para avaliar a inteligibilidade, sob condições de
ruído, foi o Articulation Index (AI). Este foi estudado por French e Steinberg, em
1947, vindo depois a ser desenvolvido por Kryter, Beranek, entre outros, e publicado
como uma Norma ANSI em 1969.
Outro método é a Percentagem de Consoantes Perdidas (% ALCONS), que
estabelece uma medição diretamente correlacionada com a percentagem de
consoantes. Este método foi criado na Holanda em 1971, por Peutz e Klein que
estabeleceram uma equação (5) para, a partir das características acústicas de uma
sala e de uma fonte sonora, calcular diretamente a perda de articulação ALCONS
(Articulation Loss of Consonants).
𝐴𝐿𝐶𝑂𝑁𝑆 =200.𝐷2.𝑇𝑅
𝑉.𝑄 %; 𝐷 ≤ 𝐷𝐿 (5)
Onde D é a distância entre a fonte e o ouvinte, DL é a distância crítica, TR é o tempo
de reverberação, V é o volume da sala e Q é a diretividade da fonte sonora. Os
valores de ALCONS são interpretados conforme quadro 1.
40
Quadro 1- Classificação dos valores de ALCONS
Valores de ALCONS
0 a 5% Excelente
5% a 10% Bom
10% a 15% Aceitável
Acima de 15% Inaceitável
Fonte: Valle (2009)
O "Speech Transmission Index" (STI) é um método cujo conceito é muito
similar ao AI. É de maior aplicabilidade, tendo em consideração o efeito do ruído de
fundo e da reverberação na inteligibilidade da palavra. A determinação da qualidade
de transmissão e recepção da palavra no domínio da inteligibilidade baseia-se na
diminuição da taxa de modulação de um sinal de experiência, que simula as
características acústicas da voz humana, desde que o sinal seja transmitido numa
sala (CEI 268- 16, 1988). O sinal sonoro é emitido por uma fonte sonora, situada na
posição do orador e vai ser recebido por um microfone situado no lugar do receptor.
As principais características da fonte sonora são a dimensão física, a direção, a
posição e o nível de pressão sonora. (MAPP, 1997)
Segundo Müller (2005), dos múltiplos parâmetros acústicos objetivos que
podem ser obtidos, mediante simulação e medição da conjuntura acústica, o que
mais se popularizou nas últimas três décadas e foi introduzido em normas e
regulamentos de vários países, é o STI (Speech Transmission Índex). Este índice
leva em consideração tanto a reverberação e os ecos das salas quanto o ruído de
fundo, sendo, portanto, sensível aos dois maiores inimigos da inteligibilidade. Além
disso, ao contrário de outros parâmetros acústicos conhecidos, o resultado é um
índice simples, de fácil interpretação, que ocupa valores entre 0 (fala completamente
ininteligível) e 1 (ótima inteligibilidade), variando de acordo com o quadro 2.
Quadro 2 - Avaliação do STI
Valor do STI Avaliação segundo a IEC 60268-16
0.75 – 1 Excelente
0.6 – 0.75 Bom
0.45 – 0.6 Adequado
0.3 – 0.45 Fraco
0 – 0.3 Péssimo
Fonte: IEC 60268-16/2003
41
Duas outras medidas de inteligibilidade podem ser encontradas a partir do
STI, o Common Intelligibility Scale (CIS) e o índice de articulação %AlCons . Através
da equação 5 obtem-se
1 CISeSTI (6)
Pode-se obter o CIS:
CIS = 1 + log(STI), CIS 1,0 (7)
Por outro lado, conforme Muller (2005), Farell-Becker encontrou a equação
(8) que avalia a relação entre %AlCons (equação 5) e STI.
%AlCons = 170.5405 . e-5.419 . STI, %AlCons 100,0 (8)
Assim, a partir das equações (5) e (8) pode-se encontrar o valor de STI
através da equação (9).
200.𝐷2.𝑇𝑅
𝑉.𝑄= 170,5405. 𝑒−5,419.𝑆𝑇𝐼
200.𝐷2.𝑇𝑅
170,5405.𝑉.𝑄=𝑒−5,419.𝑆𝑇𝐼
log (200.𝐷2. 𝑇𝑅
170,5405. 𝑉. 𝑄) = −5,419. 𝑆𝑇𝐼
𝑆𝑇𝐼 = −𝑙𝑜𝑔 (
200.𝐷2.𝑇𝑅
170,5405.𝑉.𝑄)
5,419⁄
; 𝐷 ≤ 𝐷𝐿 (9)
Onde:
D é a distância do ouvinte à fonte sonora, V é o volume do ambiente, Q é a
diretividade da fonte sonora e DL a distância crítica. Esta é a distância limite em que
a intensidade sonora, devido ao som direto da fonte sonora, é igual à intensidade do
campo reverberante, conforme equação 10.
𝐷𝐿 = 0,141 ∙ √𝑄 ∙ 𝐴 (10)
Onde:
Q é a diretividade da fonte sonora e A é o coeficiente de absorção total.
A forma de expressar a diretividade de uma fonte sonora em um ponto
qualquer do espaço é mediante o denominado fator de diretividade Q. Este fator
depende da relação entre o nível de pressão sonora produzido pela fonte sonora na
42
direção considerada e o nível que se obteria se a fonte não fosse diretiva. Quanto
maior o NPS em uma direção determinada, maior será o valor de Q nesta direção.
De acordo com Smith et. al. (1996), o fator de diretividade Q de uma certa
fonte é definido como
Q =intensidadesonoraemumacertadireçãoaumacertadistânciar
intensidademédiaemtodasasdireçõesamesmacertadistânciar (11)
Ainda segundo estes autores, a intensidade média é aquela que seria
produzida se a energia fosse uniformemente irradiada em todas as direções. As
intensidades podem ser somadas e a média pode ser feita aritmeticamente. No
entanto, as medições são feitas de maneira mais conveniente usando-se a pressão
sonora em decibéis. Desse modo, encontra-se o índice de diretividade (Dir), que é a
diferença entre o nível de pressão na direção desejada e a média logarítmica do
nível de pressão em todas direções; todas as medidas feitas na mesma distância da
fonte. Este índice se relaciona com o fator de diretividade pela equação (12)
Q = eDir
10 (12)
Para o presente estudo, como a fonte sonora é a voz do professor, utilizou-se
o valor típico de Q = 2,5 para a voz humana, de acordo com Valle (2009).
A figura 7, expressa a relação linear entre STI e AlCons, obtida para um
conjunto de condições; na medida em que o STI aumenta o AlCons diminui.
Figura 7 - Relação entre o STI e AlCons, obtido para um conjunto de condições.
Fonte: Houtgast (1981)
43
2.4 O ambiente escolar
Segundo Kowaltowski (2011), a composição de um ambiente escolar depende
das condições econômicas, sociais e culturais. A educação de qualidade depende
de um ambiente de ensino com um grande número de componentes que devem
trabalhar em sintonia com o objetivo de aprofundar e ampliar o aprendizado dos
alunos
O ambiente depende de características das pessoas presentes, do sistema
educacional adotado, do suporte da comunidade e da infraestrutura disponível. A
escola também depende da qualidade dos espaços que abrigam as atividades
pedagógicas desenvolvidas. Logo, como mencionado, a arquitetura escolar tem um
papel fundamental ao propiciar um ambiente de ensino adequado, sendo
considerado o terceiro professor, tendo em vista que o primeiro é o profissional da
educação e o segundo, o material didático.
2.4.1 Arquitetura e Conforto Acústico no Ambiente Escolar
É a partir do desenvolvimento do projeto de arquitetura que se constitui o
espaço físico escolar. A concepção arquitetônica dos prédios escolares depende da
situação socioeconômica e política, mas deve se preocupar com os conceitos
educacionais e de conforto necessários para atingir a qualidade do sistema
ensino/aprendizagem.
O prédio de uma escola é a concretização de uma visão da educação e de
seu papel na construção da sociedade (BRITO CRUZ; CARVALHO, 2004). A
evolução da arquitetura escolar está diretamente ligada à história da humanidade e
é essencial o conhecimento histórico para compreender a realidade escolar em cada
momento específico. As tendências na arquitetura escolar caminham paralelamente
às mudanças nas formas de ensino. O aluno e o professor passam mais tempo na
escola, muitas vezes o dia todo, com necessidade e direito a áreas de descanso ou
repouso, e boa alimentação, em um ambiente agradável.
A disposição espacial da maioria das escolas no Brasil ainda segue os
padrões tradicionais, com carteiras enfileiradas e o professor em frente ao quadro-
negro. Segundo Ornstein e Borelli (1995), nos poucos registros sobre a arquitetura
escolar da época do Império, consta um sistema unificado para todo território
44
nacional, que estabelecia um padrão pedagógico e arquitetônico voltado para a
educação religiosa. Para Buffa e Pinto (2002), foram herdadas do Império escolas
de ler e escrever que, muitas vezes, eram a extensão da casa do professor,
funcionando em paróquias, cômodos de comércio, em salas pouco ventiladas e
pouco iluminadas, fruto da falta de organização. O processo de organização do
espaço escolar, considerando o vínculo edifício/escola e conceitos educacionais,
surge a partir das exigências das escolas primárias, que se organizaram em classes
sequenciais.
Segundo a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE, 1998),
desde o século XIX, vários órgãos do poder público foram responsáveis pelo
planejamento, construção e manutenção dos estabelecimentos de ensino no Brasil,
com várias tentativas de se traçar diretrizes ou “padrões” para a construção das
edificações escolares. Como consequência das tentativas de padronização da
construção de escolas públicas, verifica-se uma semelhança na concepção dos
projetos arquitetônicos, diferentes apenas na implantação (AMORIM, 2007).
Na maioria dos Estados brasileiros, a responsabilidade da construção dos
prédios escolares públicos ficou, inicialmente, a cargo do Departamento de Obras
Públicas ou da Secretaria de Viação e Obras Públicas. Em alguns casos, foram
criados órgãos responsáveis especificamente pela construção de escolas públicas
para o ensino fundamental e médio (BUFFA; PINTO, 2002).
No contexto brasileiro, considerando a análise de Kowaltowski (2011) a
maioria das edificações escolares, construídas nos últimos trinta anos, apresenta
arquitetura bastante padronizada. A inclusão da quadra de esportes, por exemplo,
influencia o volume da edificação escolar e, em alguns casos, interfere no
desempenho acústico da escola porque o isolamento das vibrações de atividades
esportivas exige detalhamento e qualidade construtiva, nem sempre atingida em
contratos de obras públicas. Contrata-se a empresa que oferece o melhor preço,
para tanto são empregados materiais, em função do baixo custo, de baixa qualidade.
De fato, muitas edificações escolares seguem um projeto padrão. Entretanto,
a padronização nem sempre leva em conta situações locais específicas, resultando
em ambientes escolares desfavoráveis, com problemas de conforto ambiental. O
que releva a necessidade de flexibilidade, a fim de permitir ajustes às condições
peculiares de implantação. O projeto padrão para instituições como escolas,
hospitais e creches é uma prática comum em projetos públicos de interesse social,
45
que usam programas de necessidades padronizados das atividades estipuladas
pelos órgãos administrativos de equipamentos urbanos. Busca-se atender aos
objetivos econômicos, à racionalidade construtiva e à funcionalidade.
Os argumentos a favor da padronização são a economia pela produção em
massa, a redução de custo de projeto e o tempo de elaboração. Defende-se que o
produto (projeto e obra) pode alcançar uma qualidade superior em relação às obras
não padronizadas, em virtude da mão de obra especializada em construções
repetidas. Essa prática deve reduzir falhas na execução, principalmente porque a
equipe recebe treinamento para serviços iguais. Outro argumento é que a repetição
de obras pode permitir introduzir correções quando o projeto padrão é construído,
testado e avaliado. A possibilidade de montagem rápida de módulos pré-fabricados,
como as salas de emergência portáteis ou contêineres e as chamadas “escolas de
lata”, é outro argumento para defender a padronização em projeto (KOWALTOWSKI,
2011).
Outro fator para utilização de projetos padrão nas edificações públicas é o
desejo de que sejam identificadas a uma determinada administração, ou a um
determinado momento político. O reconhecimento da tipologia construtiva é
considerado importante, como uma assinatura ou um símbolo da gestão.
A arquitetura escolar e a satisfação do usuário em relação à qualidade do
ambiente estão diretamente ligadas ao conforto ambiental, que inclui os aspectos
térmico, visual, acústico e funcional, proporcionados pelos espaços externos e
internos. As questões de conforto abordam diversos fatores, tais como a qualidade
do ar, as condições de ventilação, de comunicação verbal, os níveis de iluminação, a
disponibilidade do espaço e quais os materiais de acabamento. Os elementos
construtivos podem ser avaliados em relação às patologias e às questões de
manutenção e higiene. Ambientes escolares são ricos em informações e podem ter
avaliações em relação à satisfação dos usuários e à aprendizagem dos alunos,
medindo-se a produtividade do ambiente (KOWALTOWSKI, 2010).
Segundo Gifford (1997), observa-se que nos países onde há normas e
rigorosos códigos de obras, as condições de conforto atingem níveis mínimos na
maioria das suas construções, e as pesquisas do ambiente escolar se concentram
em detalhes que contribuem para a aprendizagem. Estudam-se elementos
específicos como: tipo de projeto arquitetônico e de configuração de sala de aula;
porte da escola e lotação das salas de aula; agrupamentos de estudantes; lotação e
46
arranjo físico do mobiliário; espaços alternativos; tipo de janelas; luminárias e
aspectos da composição da luz; ruídos externos (do bairro), entre outros.
Ainda na perspectiva de Gifford (1997), pode-se afirmar que o conforto
ambiental é uma parceria entre ambiente físico (características do local, arquitetura
da edificação e uso do ambiente) e usuários do espaço. No ambiente escolar, são
essenciais as pesquisas das condições de conforto ambiental e a possibilidade de
introduzir melhorias, para propiciar um ambiente adequado ao ensino. A importância
do conforto ambiental em relação à produtividade, no trabalho ou na aprendizagem,
depende em primeiro lugar do projeto do edifício e de seus ajustes às atividades do
usuário. A literatura sobre projetos de prédios escolares é vasta e, em sua maioria,
discute a arquitetura em relação a fatores como a teoria e as tendências
educacionais.
O desempenho das escolas pode ser relacionado a questões
socioeconômicas dos estudantes, à idade da edificação, aos métodos de ensino, ao
currículo, aos materiais didáticos e à infraestrutura disponível na escola (LACKNEY,
1994; LACKNEY, LONG, 2006). A organização EFL (Educational Facilities
Laboratories) relaciona a aprendizagem a fatores como condições internas e
qualidade do ar, temperatura e umidade, ventilação e iluminação e acústica de salas
de aula.
Lubman e Sutherland (2003) afirmam que a falta de uma boa acústica na sala
de aula pode ser a explicação para a dificuldade com a lição de casa de alguns
estudantes e para o desgaste físico dos professores. As condições acústicas em
muitas salas de aula são inadequadas para algumas atividades, como aprender a
ler, ouvir ou entender uma matéria nova. Nível de ruído elevado ou reverberação
excessiva pode frustrar e desencorajar estudantes e professores. Normalmente, os
professores colocam nível de ruído elevado em sua lista de reclamações. Os
estudantes, por sua vez, não notam que as condições acústicas contribuem na
dificuldade de seu aprendizado.
Para Jesper et. al. (2011), além das condições acústicas do ambiente, o
número de crianças na sala podem contribuir para o ruído incômodo, porque o
número de fontes de som (fala, ruídos móveis) aumenta com o número de crianças.
Não são apenas problemas auditivos os causadores de baixo aproveitamento ou
reprovações escolares. A dificuldade em isolar diversos parâmetros que possam
influenciar no desempenho acadêmico torna a questão bastante complexa. Existem
47
diversos problemas encontrados em uma escola que afetam o aluno: conforto
ambiental, aspectos sociológicos, pedagógicos e até mesmo políticos. Porém, é
inegável que condições acústicas inadequadas influenciem no ambiente escolar de
forma negativa. (MENEGON, 2007; XIE et. al., 2011).
Hoje, a preocupação acústica não é apenas uma questão de condicionamento
acústico do ambiente, mas também de controle de ruído e preservação da qualidade
ambiental. A questão acústica passa a ter mais importância do que, até então, pois o
número de fontes produtoras de ruído é cada vez maior e as consequências desses
ruídos para o homem são cada vez mais prejudiciais (SOUZA, 2003).
Segundo Iida (2005), os ruídos intensos, acima de 90 dB, dificultam a
comunicação verbal. As pessoas precisam falar mais alto e prestar mais atenção,
para serem compreendidas. Isso tudo faz aumentar a tensão psicológica e o nível de
atenção. Os ruídos intensos tendem a prejudicar tarefas que exigem concentração
mental e certas tarefas que exigem atenção ou velocidade de precisão dos
movimentos, e os resultados tendem a piorar após duas horas de exposição ao
ruído.
De acordo com Mehlau et. al. (2004), um dos principais fenômenos
observados nos dias atuais diz respeito aos problemas e dificuldades relacionados à
voz do professor, que enfrenta jornadas extras de trabalho, ministrando aulas em
cursos de finais de semana, onde são exigidas horas seguidas de atividade vocal.
No caso específico de edificações escolares, a qualidade acústica é um item pouco
considerado por arquitetos e engenheiros no projeto, apesar da fundamental
importância em função do tipo de atividade desenvolvida nesses ambientes.
Elevados níveis de ruído e/ou condições de reverberação inadequadas
desfavorecem o processo de aprendizagem, chegando, até, a contribuir para um
baixo aproveitamento por parte dos alunos. Em relação aos professores, o não
atendimento de critérios de conforto acústico ocasiona um esforço vocal excessivo,
aspecto que não garante uma melhor inteligibilidade da fala. Paralelamente, a
questão normativa sobre o tema está muito aquém do desejado, não existindo
recomendações adequadas em nível nacional. A situação demonstra a necessidade
urgente do estabelecimento de parâmetros mínimos de aceitabilidade de edificações
escolares (MENEGON, 2007).
Segundo Han e Mak (2008), projetos de salas de aula que contemplam boas
condições acústicas podem melhorar diretamente a eficiência da aprendizagem dos
48
alunos. Projetos acústicos eficazes são importantes e necessários para que seja
atingido um alto grau de inteligibilidade da fala para os ouvintes. Celani et. al. (1994)
relatam que, até pouco tempo, a exposição ao ruído era pouco investigada em
ambientes onde aparentemente a audição não corria riscos. As pesquisas voltavam-
se principalmente para a audição de trabalhadores, ou seja, indivíduos sujeitos as
doenças ocupacionais. O crescente aumento de pessoas envolvidas com doenças e
distúrbios considerados não ocupacionais fez com que artigos sobre os efeitos do
ruído não ocupacional começassem a surgir nas últimas décadas.
As consequências relativas aos problemas acústicos em escolas são
significativas e aparecem de maneira direta e indireta em diversas pessoas
envolvidas e em diferentes setores da sociedade, inclusive em professores que
ministram aulas em salas onde os níveis de pressão sonora são elevados; uma
dessas consequências é o desempenho vocal prejudicado, que contribui diretamente
para diminuir a produtividade do professor. Com relação aos problemas de cunho
social estão: professores afastados do trabalho, custo do tratamento de recuperação
vocal do professor, tratamento de recuperação auditiva de professores, alunos e
funcionários da escola, contratação de professores substitutos, custo individual e
social de baixo aproveitamento escolar e reprovações, dentre outros.
Silva (1991) menciona que o atendimento às condições acústicas adequadas
de trabalho resulta na diminuição de faltas, por doenças ou acidente, com
consequente aumento da produtividade, caso em que o professor se enquadra
plenamente. Santos (1996) cita como consequências da exposição prolongada ao
ruído o absenteísmo, cefaleia e alta incidência de acidentes de trabalho. O custo
social disso torna-se bastante elevado, pois os professores deixam de exercer sua
profissão e alunos deixam de receber educação adequada. Devem-se destacar,
também, de acordo com Menegon (2007), outras consequências para os alunos, já
que a mudança de professor significa mudança de métodos de ensino, levando
algum tempo para readaptação e sendo um fator determinante para a diminuição na
capacidade de aproveitamento escolar.
Voltando à questão da acústica, Bradley, Reich, Norcross (1999) e Bradley
(2002) sugerem que dois pontos principais devem ser seguidos para se obter uma
boa acústica nas salas de aula. O primeiro seria a redução do ruído de fundo do
ambiente para níveis admissíveis e recomendados para a atividade. Nestes casos o
valor é próximo de 30 dB(A)( BRADLEY,1996). Consequentemente, essa redução
49
levaria a um aumento na razão sinal/ruído, colaborando para uma melhor
inteligibilidade e, também, para permitir a redução do esforço vocal pelo professor. O
segundo ponto seria a adequação qualitativa interna da sala através da correta
especificação do tempo de reverberação
A inteligibilidade de 100% das palavras fáceis exige uma intensidade de voz
10 dB(A) acima do ruído de fundo, que nas cidades brasileiras geralmente passa
dos 70 dB(A). Isto pode estressar as cordas vocais de quem fala e incompatibilizar
as condições de concentração para atividades mentais e psicológicas de quem
escuta (PIMENTEL; SOUZA, 1992).
As condições acústicas das salas de aula precisam ser consideradas com
responsabilidade, por sua real influência no processo de ensino e aprendizagem e,
consequentemente, na vida das pessoas. Em uma sala de aula, a comunicação
entre alunos e professores é necessária para o aluno ouvir e entender o que é dito,
sem níveis elevados de ruído, que prejudicam o desempenho do aluno a aumentam
o desgaste dos professores. Para avaliar as condições de conforto acústico de um
ambiente é necessário verificar a qualidade interna do ambiente e a influência do
meio externo.
A qualidade interna se refere à geometria do espaço, à absorção sonora e à
potência e localização das fontes sonoras. A influência do meio externo associa-se a
fontes de ruído e à qualidade do isolamento das aberturas, e esses ruídos provêm
de trânsito, atividades industriais, atividades comerciais e atividades de lazer, muitas
vezes da própria escola. Os ruídos internos referem-se a impactos, vozes e
reverberação de som. Ambos, ruídos externos e internos, resultam em falta de
privacidade e dificuldade de comunicação verbal em salas de aula (KOWALTOWSKI
et. al. 2002).
As pesquisas demonstram que a condição acústica de uma sala de aula é
uma variável importante que contribui para as atividades escolares das crianças,
tanto as que têm audição normal quanto aquelas com algum problema de audição.
Por exemplo, a condição acústica de uma sala de aula foi identificada como um fator
crítico nos desenvolvimentos psicoeducacional e psicosocial das crianças com
problemas de audição. Os níveis impróprios de ruídos das salas de aula, e/ou a
reverberação, têm efeito nocivo não só na percepção oral, como também na leitura,
pronúncia, conduta, atenção e concentração das crianças (ASHA, 2003;
CRANDELL; BESS, 1997; CRANDELL; SMALDINO; FLEXER, 2005).
50
Como é possível observar, os danos causados pela acústica precária em uma
sala de aula ocasionam sofrimento e faz com que, geralmente, os professores
fiquem menos dispostos a falar ou falem por períodos mais curtos, quando os níveis
de ruído são altos. Alguns professores têm o poder limitado para falar ou têm
problemas de audição, e as salas de aula com deficiências acústicas aumentam
essas limitações. As deficiências na leitura e na linguagem dos alunos decorrentes
das más condições acústicas são cumulativas e nocivas ao desenvolvimento
educacional. Muitas crianças se tornam adultos menos capazes pelo descaso às
suas necessidades de audição.
A percepção da qualidade acústica também é um reflexo das experiências
sensoriais dos indivíduos que irão utilizar os espaços, como mostrado nas recentes
pesquisas neurológicas desenvolvidas pela Medicina. Entretanto, os fatores de
qualidade acústica devem ser definidos em função dos valores dos usuários e do
tipo de uso que terá o edifício (DUDEK, 2007). Em países de clima quente, como,
por exemplo, o Brasil, os parâmetros acústicos se chocam com os parâmetros
térmicos. Deste modo, salas com aberturas e ventilação natural sofrem com falta de
inteligibilidade.
2.4.2 A importância de Inteligibilidade da fala no ambiente escolar
Falar e ouvir são os principais modos de comunicação em uma sala de aula.
As condições acústicas desempenham um papel crítico na criação de um ambiente
de aprendizagem ideal. Boa qualidade acústica e alto nível de inteligibilidade da fala
são essenciais. (JIANXIN, 2010). Na prática, a maioria dos alunos é capaz de ouvir o
professor, mas nem todos podem realmente entender o que está sendo dito.
Segundo Subramaninam e Ramachandraiah (2006), a capacidade de se comunicar
de maneira eficaz dentro de uma sala de aula depende de alguns elementos
básicos: tempo de reverberação, relação sinal ruído e nível de pressão sonora.
As más condições acústicas reduzem a inteligibilidade da fala nas salas de
aula e afetam a atenção e o desempenho acadêmico dos alunos (JIANG,1997). Para
que um bom nível de inteligibilidade seja alcançado, mesmo em pequenas salas de
aula, é necessária a previsão exata do nível do tempo de reverberação (PICARD;
BRADLEY, 2001). Astolfi et. al. (2008) afirmam que existem vários modelos para
prever o tempo de reverberação, alguns dos quais foram testados especificamente
51
em salas de aula. De acordo com os autores, a teoria do campo difuso é comumente
usada para determinar tanto o tempo de reverberação (equações de Sabine e
Eyring) e o nível do som reverberante.
Segundo Jianxin (2010), vários estudos sobre condições acústicas de salas
de aula já foram publicados, a maioria deles relaciona tempo de reverberação, ruído
de fundo e relação sinal ruído (PICARD e BRADLEY, 2001; BISTAFA e BRADLEY,
2000; HODGSON et. al., 1999; BRADLEY, 1986; HODGSON e NOSAL, 2002).
Alguns investigaram a relação entre tais fatores e a inteligibilidade da fala por meio
de uma série de estudos experimentais e teóricos em salas de aula. Os resultados
apontam que o ruído é o fator mais crítico e que os critérios de condições acústicas
em salas de aula devem basear-se na inteligibilidade da fala.
Neste sentido, um aspecto importante da perturbação provocada pelo ruído é
o seu efeito sobre a inteligibilidade da fala. Em particular, para salas, a informação
sobre a relação entre a inteligibilidade da fala e o nível de ruído do ambiente é
pertinente para a formulação de critérios de níveis de ruído adequados para ser
aplicado no planejamento e design dos edifícios escolares. Nas salas de aula, há
dois fatores ambientais que são importantes para a inteligibilidade (1) a
reverberação na sala e (2) a interferência do ruído. Estes dois fatores não devem ser
considerados isoladamente. (HOUTGAST, 1981)
Segundo Kendrick et. al. (2012), as salas de aula se configuram como um
importante espaço de estudo para a medição ocupada e estimativa de parâmetros
acústicos, uma vez que suas condições acústicas podem mudar substancialmente
entre os estados desocupados e ocupados. O nível de pressão sonora (NPS) dentro
de uma sala, proveniente de fontes de ruído externo, depende da intensidade
desses ruídos, das propriedades de isolamento sonoro das divisórias que cercam a
sala e da absorção sonora da sala. Os materiais de absorção servem para dois
propósitos: reduzem o tempo de reverberação e reduzem o nível de ruído de fundo.
Em salas de aula, o som da fala direta está misturado com o som de reverberação e
com o ruído de fundo (LOSSO, 2003).
Em salas silenciosas, a inteligibilidade da fala diminui com o aumento do
tempo de reverberação, que, até certo ponto é semelhante ao ruído e afeta a
identificação das consoantes mais do que as vogais. Os sons da fala recebidos a
uma distância da fonte sonora diferem dos sons recebidos próximos à fonte
(DANIEL et. al., 2003).
52
Sobre estes aspectos, em fevereiro de 2003, foi publicada nos Estados
Unidos pelo American National Standard Institute a norma ANSI S12.60 – Acoustical
Performance Criteria, Design Requeriments and Guidelines for Schools. Trata-se da
primeira norma no mundo que especifica parâmetros sobre a acústica de escolas
(FERNANDES, 2005). Tal norma tem como objetivo alcançar uma inteligibilidade
ótima (I > 90%) em ambientes de ensino, impondo limites para três parâmetros
acústicos da sala de aula:
Ruído de Fundo – estabelece valores máximos de 35 e 40 dB para o ruído de
fundo de salas de aula (inclusive com o sistema de ar condicionado ligado). Em
momentos de maior ruído, a norma especifica que a média em uma hora não deve
ultrapassar a 40 dB(A), não podendo exceder este valor em mais de 10% do tempo.
Tempo de reverberação – indica que o tempo de reverberação em salas de
aula deve estar entre 0,4 e 0,6 segundos. Para espaços acima de 10.000 ft3, não
deve exceder a 0,6 s, e para salas entre com volume entre 10.000 e 20.000 ft3, não
deve exceder a 0,7 s.
Transmissão sonora – a avaliação do isolamento sonoro entre dois ambientes
é dada pela Classe de Transmissão Sonora (STC) do material.
Como é possível perceber, a acústica inadequada das salas de aula cria
condições ruins de aprendizagem para muitos estudantes, especialmente aqueles
que possuem deficiências auditivas ou de aprendizagem. Esse problema causa
frustração tanto em estudantes como em professores. Em várias salas de aula nos
Estados Unidos, por exemplo, até 25% da informação pode ser perdida por causa do
ruído e da reverberação (EVANS; MAXWELL, 2000). Quando o ruído é combinado
com a reverberação, o entendimento da fala torna-se difícil. Pode-se concluir que,
para manter alta inteligibilidade de fala, o tempo de reverberação em salas com
níveis consideráveis de ruído deveria ser menor do que o tempo de reverberação em
lugares silenciosos.
Reverberação e ruído em excesso interferem com a inteligibilidade da fala,
resultando na redução do entendimento e, portanto, na redução do aprendizado. Em
muitas salas de aula nos Estados Unidos, a inteligibilidade da fala é de 75% ou
menos. Isto significa que em testes de inteligibilidade da fala, ouvintes com audição
normal podem ouvir apenas 75% das palavras lidas de uma lista. Imagine ler um
livro faltando toda quarta palavra, sendo esperado que se entenda o material nele
contido (SEEP et. al., 2002).
53
Amorim (2007) relata que o espaço da sala de aula deve favorecer o
desenvolvimento de atividades individuais, em pequenos grupos ou em grupo único
com formas variadas. Em relação ao desempenho acústico, o projeto de salas de
aula com formas diferentes requer estudos específicos para garantir a qualidade.
Nesta direção, pode-se obter uma melhoria na acústica de salas de aula ao transferir
parte da absorção do forro para as paredes e manter a região central do teto sem
revestimento, a fim de favorecer a reflexão da voz do professor na direção do fundo
da sala. Como o teto absorve e reflete parcialmente, pode ser facilmente construído
com uma grade de sustentação padrão, assim, colocam-se placas acústicas ao
redor do perímetro do teto e as placas de gesso no centro da modulação. Para
refletir ainda mais o som para o fundo da sala, o teto pode ser chanfrado acima da
posição do professor, na frente da sala de aula. Essa superfície refletora deve ser
construída com material duro, como compensado ou placa de gesso, com a mesma
tinta da sala. Ao colocar materiais absorventes nas paredes, reduz-se
simultaneamente o tempo de reverberação e os ecos.
2.4.3 Influência do projeto no ambiente escolar
De acordo com Ramdass & Lewis (2012) há um crescente número de
pesquisas que ligam o ambiente físico das escolas à saúde dos estudantes,
desempenho, segurança, autoestima e bem-estar, bem como as atitudes dos
professores e comportamentos (TANNER, 2009; ULINE;TSCHANNEN-MORAN,
2008; MATAR; BRGHITH, 2010).
Uma realidade evidente em diversos países é a ampla diversidade de
edifícios escolares alguns dos quais seguem tipos tradicionais, enquanto outros
diferem deles no que tange ao uso de padrões morfológicos e espaciais. A escolha
de um determinado tipo dependerá das características específicas da escola, o nível
da educação e do número de alunos. Mas também pode depender da filosofia
educacional da escola, condições climáticas e sua localização na região (urbano,
suburbano ou rural). (NAIR; FIELDING, 2005)
Rigolon (2010) realizou um estudo sobre padrões gerais de design para
instituições de ensino baseado na análise de estudos de casos internacionais e
encontrou quatro tipos de design, os quais receberam a seguinte classificação:
projeto pátio, projeto blocos, projeto grupos e projeto como cidade. É importante
54
notar que os critérios de base para a elaboração de estes tipos foram morfologia e
disposição interna. Estes últimos aspectos influenciam fortemente as características
de alguns padrões espaciais que são fundamentais para o processo de
planejamento dos edifícios escolares. Eles incluem, por exemplo, a hierarquia entre
os diversos espaços dentro da instalação e da coexistência de salas de aula e as
áreas próximas.
O projeto pátio, um dos mais frequentemente utilizados no passado, ainda
está na vanguarda para as escolas que consideram espaços exteriores como muito
importante. Este tipo tem dois efeitos principais: primeiro, ele contribui
significativamente para a criação de um sentimento de pertença na comunidade
escolar, em segundo lugar, ele fornece um foco visual para os espaços interiores: a
sensação de estar dentro de uma área fechada, com diferentes graus da abertura,
geralmente traz uma sensação de bem-estar.
Três subtipos (figura 8) foram identificados durante a pesquisa: pátio único,
fechado e aberto, e múltiplos pátios. A escolha de deixar em aberto ou para delimitar
os espaços exteriores, formando assim um microcosmo, depende acima de tudo
sobre o local. Por outro lado, onde a paisagem rural ou suburbana é um elemento
importante, pátios abertos em formas de L ou U são usados frequentemente.
Fonte: Rigolon (2010)
O projeto blocos (Figura 9) é caracterizado por volumes compactos e
esquemas internos simples. Uma segunda característica importante deste tipo é um
espaço único grande para a socialização levando diretamente para os principais
espaços de aprendizagem (salas de aula, estúdios, laboratórios). Este espaço pode
ser usado para diferentes atividades simultaneamente e oferece acesso prático às
outras partes do edifício. A eficácia deste tipo baseia-se na condição de que o
principal espaço de socialização é verdadeiramente utilizado pelos estudantes: se
este espaço não oferecesse possibilidades múltiplas e flexíveis para as atividades
seria simplesmente uma área de circulação.
Figura 8 - Projeto Pátio
55
Fonte: Rigolon (2010)
No projeto grupo (figura 10), o edifício está fragmentado em diferentes
volumes, que podem representar unidades pedagógicas independentes. Este tipo de
projeto tem um número de variações, dependendo do esquema de circulação, tanto
ao nível do edifício como um todo e as unidades pedagógicos: ele pode ter qualquer
disposição um longitudinal ou átrios centrais.
Fonte: Rigolon (2010)
Caracterizado por uma multiplicidade de espaços e funções, daí a metáfora
da cidade, há ainda o projeto como cidade (figura 11). O espaço mais público, a
"praça da Câmara Municipal", está rodeado pelos mais importantes "edifícios"
(biblioteca, auditório). A partir daí, uma série de estradas dá acesso a espaços que
são mais e mais "privados”. Uma grande variedade de estudos de casos que podem
ser considerados como cidade levou à identificação de dois subtipos.
Fonte: Rigolon (2010)
Primeiro, há os "blocos complexos", nesses casos, a metáfora da cidade se
materializa em uma combinação de espaços interiores. Em segundo lugar, há
"estruturas compostas", formadas por uma variedade de volumes livremente
Figura 9 - Projeto Blocos
Figura 10- Projeto Grupo
Figura 11 - Projeto como cidade
56
arranjados. A noção do espaço urbano é criada tanto pela complexidade dos
espaços internos quanto pela riqueza das formas tridimensionais.
Comparando os quatro tipos encontrados na pesquisa, Rigolon (2010)
considerou os edifícios com projetos tipo bloco com melhor desempenho. Já os de
grupo e como cidade, se definidos com a central de átrios, também podem eficazes.
Por outro lado, os tipos pátio tendem a perder uma grande quantidade de espaço de
circulação, uma vez que eles são normalmente dispostos de acordo com o padrão
do corredor estreito de salas de aula.
No que diz respeito à densidade de construção, o corpo de investigação
mostrou que tipos de blocos são mais susceptíveis de ser utilizados em áreas
urbanas devido à sua dimensão compacta e porque elas podem ser colocadas em
locais desfavoráveis. Ao contrário do tipo de bloco, o pátio, grupos e como cidade
são mais populares em ambientes suburbanos e rurais, porque eles geralmente
exigem uma maior área disponível.
Em estudo sobre a qualidade acústica de edificações escolares em Santa
Catarina, Losso (2003) realizou avaliação e elaboração de diretrizes para projeto e
avaliação, dividindo as edificações escolares em quatro categorias segundo sua
tipologia, cujos projetos estão ilustrados na figura 12.
Na primeira categoria estavam as escolas que possuem um bloco principal
administrativo defronte ao logradouro, na maioria dos casos, seguido por um pátio
coberto com laterais abertas, e salas de aula localizadas em um, dois ou mais
blocos desconectados fisicamente das demais partes da escola, mas possuindo
corredores cobertos para a ligação dos diversos setores. Em alguma lateral do pátio
estavam as áreas de apoio como banheiros, cozinha, depósito e outros, e em outra
lateral está a quadra de esportes.
Do ponto de vista acústico, os pontos fracos nesta tipologia eram: a
proximidade do pátio coberto aberto das primeiras salas de aula de cada ala e,
similarmente, a proximidade da quadra de esportes do outro lado com as últimas
salas de aula. Em alguns casos, a quadra de esportes encontra-se de frente para as
salas, como se fosse uma terceira ala de salas. Os pátios e as quadras funcionam
como fontes sonoras e deveriam ser elementos a serem segregados fisicamente.
Também, em alguns casos, os banheiros encontravam-se junto com as salas de
aula, sendo um aspecto negativo, especialmente quando as paredes divisórias entre
57
banheiro-sala de aula, ou mesmo entre salas de aula não se elevam até a cumeeira.
Caso bastante comum, ocorrendo vazamento sonoro.
Diversas vezes e em diferentes escolas, o autor presenciou o vazamento
sonoro entre salas de aula, principalmente na aplicação dos questionários em sala,
durante sua apresentação e explicação para os alunos, momento em que o ruído de
fundo diminuía, facilitando assim a percepção do vazamento sonoro.
A segunda categoria caracterizou-se por escolas com dois pavimentos, onde
no térreo localizava-se a administração e pátio interno, normalmente coberto com
laterais fechadas e áreas de apoio (banheiros, cozinha, depósitos, etc.). No segundo
pavimento estavam as salas de aula, e por esse motivo, não sofriam com problemas
de ruído de impacto e estavam de certa forma protegidas do ruído originado no pátio
coberto do primeiro pavimento. Porém, existia um grande vazamento sonoro através
das escadarias e corredores. Em diversas escolas com essa tipologia observou-se a
existência de janelas nas paredes divisórias entre salas de aula e corredor. As
janelas, nesse caso, eram elementos fracos acusticamente e responsáveis pela
diminuição na capacidade de isolamento sonoro entre os ambientes.
58
Fonte: Losso (2003)
As tipologias 3 e 4 sofriam com problemas de ruído ocasionado nos pátios e
quadras centrais. Essas tipologias estavam entre as piores possíveis do ponto de
vista acústico, pois não protegiam as salas de aula e as submetiam ao ruído gerado
nas áreas altamente ruidosas localizadas no entorno próximo. A existência de aula
de educação física no mesmo momento que as aulas em sala configuravam uma
situação crítica. O mesmo acontecia nas escolas que possuíam diferentes horários
para recreio entre as séries menores e maiores.
Tang (2008) realizou estudo sobre as relações de parâmetros acústicos em
salas de aula com layouts padronizados em Hong Kong. Os resultados
demonstraram que os parâmetros acústicos são altamente correlacionados entre si
Figura 12 - Tipologias arquiteturais escolares
59
mesmo através de bandas de oitava diferentes. Constatou-se tembém que as
relações entre os parâmetros de diferentes tipos não dependem das bandas de
frequência. Acredita-se que as fortes correlações entre os diversos parâmetros
acústicos da fala relacionados e as informações de regressão obtidas no estudo
podem ajudar a estimar a qualidade de voz das na fase de concepção das salas de
aula.
Pelegrin-Garcia e Brunskog (2012) desenvolveram um modelo, baseado nas
propriedades geométricas de uma sala de aula (volume, área superficial total e
tempo de reverberação), que aponta quais as restrições geométricas para que seja
obtida uma boa condição acústica tanto para o emissor quanto para o receptor.
Por outro lado, Blaszak (2008), afirma que além das dimensões geométricas
das salas deve-se considerar o modo de distribuição das salas, muitas delas
equipadas com computadores, projetores, condicionadores de ar, ou outros
dispositivos que produzem ruídos, além do mobiliário que interferem na absorção
média acústica da sala. Assim, salas de aula de mesma geometria poderão ter
coeficientes de absorção diferentes.
De acordo com Guldbaek et. al. (2011), a diversidade de projetos de
construção de escolas faz com que abordagens para esses tipos projetos tendam a
evoluir para uma nova visão de ambientes de aprendizagem que está em sintonia
com o mais recente pensamento pedagógico. Métodos de aprendizagem baseados
em projeto baseado atividades que envolvam os alunos ativamente, ao invés da
simples transmissão de conhecimentos, estão ganhando popularidade. Isto levou a
duas consequências importantes que têm impacto sobre a concepção de edifícios.
Primeiro, a sala de aula tradicional já não é o único espaço de aprendizagem, uma
vez que pode hospedar apenas um número limitado de atividades de ensino. Em
segundo lugar, provocou uma reformulação geral da construção de disposição e
conduziu a uma maior flexibilidade, tornando mais eficaz a utilização de espaços.
Estes parecem ser os principais desafios de design de hoje e as escolas de amanhã,
considerando ainda a necessidade de considerar os aspectos térmico, lumínico e
acústico.
Segundo Kowaltowski (2010), o projeto padrão para instituições como
escolas, hospitais e creches é uma prática comum em projetos públicos de interesse
social, que usam programas de necessidades padronizados das atividades
estipuladas pelos órgãos administrativos de equipamentos urbanos. Outro fator para
60
utilização de projetos padrão nas edificações públicas é o desejo de que sejam
identificadas a uma determinada administração, ou a um determinado momento
político. O reconhecimento da tipologia construtiva é considerado importante, como
uma assinatura ou um símbolo da gestão.
Oliveira (2012) afirma que em João Pessoa, as escolas municipais diferem
consideravelmente no partido arquitetônico, no dimensionamento das salas de aula,
nas cores, nas soluções construtivas e no tamanho e localização das aberturas
diferiam consideravelmente, até mesmo na própria escola, devido histórico de
reformas e adaptações realizadas.
2.5 Estudos Descritivo-Correlacional e Correlacional
O propósito de muitos dos estudos na área de acústica é o desenvolvimento
de métodos para avaliar, modelar, predizer e simular parâmetros acústicos em
ambientes (CAVANAUGH; WILKES, 1999).
Segundo Fortin (2009), no estudo descritivo-correlacional, o pesquisador tenta
explorar e determinar a existência de relações entre variáveis, com o objetivo de
descrever essas relações. É natural que existam variáveis cujas relações mútuas
não sejam previamente estabelecidas. O principal objetivo deste estudo é descobrir
fatores relacionados a um fenômeno, onde a definição e a descrição preliminares
das variáveis, estabelecidas em um nível de investigação precedente, conduzem à
exploração da existência de relações entre variáveis, podendo dar lugar à
formulação de hipóteses, que poderão ser objeto de verificações em estudos
subsequentes. O tamanho da amostra e a representatividade com relação à
população estudada são fundamentais. Utilizam-se análises de correlação para
explorar a existência de relações entre variáveis.
O estudo descritivo permite, no decorrer de um mesmo processo, considerar
simultaneamente várias variáveis visando explorar suas relações mútuas além de
descrever as relações que foram detectadas entre as variáveis. O estudo puramente
correlacional permite ir mais longe verificando a natureza das relações que existem
entre determinadas variáveis. Estas relações presumidas entre as variáveis apoiam-
se em trabalhos de investigação anteriores ou em bases teóricas (BRINK; WOOD,
1989; DIERS, 1979). O elemento adicional que o estudo correlacional comporta
relativamente ao estudo baseado na exploração das relações advém do fato de nos
61
perguntarmos em que medida a aparição de um fenômeno se acompanha da
aparição de um outro fenômeno (ROBERT, 1988). A análise consiste em determinar,
com a ajuda de diversas estimações estatísticas da correlação, a natureza desta
relação, ou seja, a sua força e sua direção.
As correlações são expressões estatísticas que denotam uma forma particular
de relação ou de associação entre fatores ou variáveis. Significam que os fatores
variam simultaneamente, mas sem permitirem afirmar que um fator ou uma variável
causa a outra (DIERS, 1979). As variáveis são examinadas como se apresentam:
não há manipulação como no estudo experimental. As correlações podem ser
positivas, se as variáveis ou fatores variam simultaneamente na mesma direção, ou
negativas, se as variáveis ou fatores variam simultaneamente em direções opostas.
O elemento determinante que caracteriza o estudo correlacional,
propriamente dito, reside na especificidade das variáveis escolhidas relativamente
ao fenômeno estudado. Este tipo de estudo comporta hipóteses quanto à natureza
das relações previstas entre as variáveis e necessita que as amostras sejam
grandes e representativas da população estudada, no caso dos estudos cujo
propósito seja a generalização dos resultados. Empregam-se meios de coleta de
dados quantitativos e análises multivariadas, compreendendo diversas estimações
estatísticas de correlação. A análise de fatores, a análise de correlação canônica, a
análise de regressão múltipla estão entre as técnicas estatísticas que permitem
verificar as hipóteses formuladas sobre a força e a direção das relações entre as
variáveis ditas independentes ou dependentes (FORTIN, 2009).
A análise de correlação fornece um número, indicando como duas variáveis
variam conjuntamente. Mede a intensidade e a direção da relação linear ou não
linear entre duas variáveis. É um indicador que atende a necessidade de se
estabelecer a existência ou não de uma relação entre essas variáveis sem que, para
isso, seja preciso o ajuste de uma função matemática. Não existe a distinção entre a
variável explicativa e a variável resposta, ou seja, o grau de variação conjunta entre
X e Y é igual ao grau de variação entre Y e X.
Quando a análise envolve grande número de variáveis e há interesse em
conhecer a correlação duas a duas, é comum a construção de uma matriz de
correlações. Esta é uma matriz formada pelas correlações entre as variáveis Xi e Xj, i
≠ j, fora da diagonal e 1 na diagonal, indicando a correlação das variáveis Xi e Xj,
sendo i = j .
62
2.5.1 Modelagem
O mundo que nos cerca é interpretado através de modelos, já que, seja na
vida cotidiana ou em trabalhos científicos, a construção de modelos ajuda a
interpretar a complexa realidade. Isso porque, sendo um dado fenômeno de
interesse regido por interações de infinitas variáveis, este se faz incompreendido,
caso se deseje conhecer toda a realidade sobre ele. O que se faz é tentar
compreender tal fato por meio de modelos. Modelo pode ser definido como uma
representação simplificada e abstrata de fenômeno ou situação concreta, e que
serve de referência para a observação, estudo ou análise.
Embora não represente toda a realidade por trás de um dado acontecimento
de interesse, os modelos são úteis, pois permitem além da interpretação de tal
acontecimento, simulações de mudanças que sofre tal fato, variando-se os
parâmetros descritores do modelo que o representa.
Além disso, por se tratar de um “recorte da realidade”, um modelo matemático
descritor de um fenômeno pode ser, desde o mais parcimonioso, considerando um
pequeno número de interações com outras variáveis e admitindo que a relação entre
as variáveis envolvidas seja a mais simples possível (relação linear), como mais
complexos, sem excluir a parcimônia, aumentando o número de variáveis e
admitindo não linearidades na relação entre elas.
Para Royston e Sauerbrei (2008), um bom modelo é satisfatório e
interpretável do ponto de vista da matéria em estudo, robusto com respeito a
mínimas variações dos dados presentes, preditivo em novos dados e, parcimonioso.
É preciso ainda, ter em mente os dois principais objetivos da proposição de um
modelo, e distingui-los. O primeiro objetivo é o da predição, onde o ajuste do modelo
e o erro médio quadrático predito são os principais critérios de adequação deste. O
segundo objetivo é o da explanação, em que o interesse recai em tentar identificar
preditores influentes e ganhar discernimento na relação entre os preditores e a saída
do modelo.
Portanto, um bom modelo precisa ser o mais simples possível, sem se tornar, no
entanto, inadequado. Ou seja, deve-se manter o modelo tão simples quanto a
complexidade dos dados coletados permitam. Isso porque generalidade e utilidade
prática devem ser mantidas em mente quando da proposição de um modelo.
Modelos constituídos de exagerado número de preditores, ou com relação entre as
63
variáveis complexa demais, ficam prejudicados quanto à usabilidade. Dependendo
do papel a ser desempenhado pelo modelo proposto (Predição, explanação,
entendimento dos efeitos dos preditores) o julgamento da adequação do modelo
muda (ROYSTON & SAUERBREI, 2008).
2.5.2 Modelo de Regressão Beta
A análise de regressão é uma técnica estatística utilizada para investigar e
modelar, com base em um banco de dados, a relação entre uma variável de
interesse e um conjunto de variáveis explicativas. O modelo de regressão normal
linear é bastante utilizado em análises empíricas. No entanto, tal modelo se torna
inapropriado em situações em que a variável resposta é restrita ao intervalo (0,1),
como ocorre com taxas (inteligibilidade) e proporções. Nestes casos, o modelo de
regressão normal linear pode prever valores da variável resposta fora do intervalo
unitário padrão.
Uma possível solução é transformar a variável dependente, porém, os
parâmetros se tornam de difícil interpretação em termos da variável resposta
original. Adicionalmente, em geral, medidas de razão e/ou proporção apresentam
comportamento distribucional assimétrico, não satisfazendo assim simetria implicada
pela suposição de normalidade.
Muitos estudos, em diferentes áreas do conhecimento, examinam como um
conjunto de variáveis se relaciona com algum tipo de porcentagem ou proporção
(BREHM; GATES, 1993, KIESCHNICK; MCCULLOUGH, 2003, SMITHSON;
VERKUILEN, 2006, ZUCCO, 2008). Para estas situações, Ferrari e Cribari-Neto
(2004) propuseram a classe de modelos de regressão beta, em que a variável
resposta (y) segue a lei beta.
A distribuição beta é bastante flexível para modelar proporções, uma vez que
dependendo dos valores dos dois parâmetros que a indexam, a densidade assume
formas bem variadas. A densidade beta é dada por
𝜋1(𝑦; 𝑝, 𝑞) =Γ(p+q)
Γ(𝑝)Γ(𝑞)𝑦𝑝−1(1 − 𝑦)𝑞−1, 0 < 𝑦 < 1 (13)
Em que p>0 e q>0 são parâmetros que indexam a distribuição Γ(. ) na função
gama:
Γ(𝑝) = ∫ 𝑦𝑝−1𝑒−𝑦𝑑𝑦∞
0 (14)
64
A média e a variância da variável y são dadas, respectivamente, por
𝐸(𝑦) =𝑝
𝑝+𝑞, (15)
𝑣𝑎𝑟(𝑦) =𝑝𝑞
(𝑝+𝑞)2(𝑝+𝑞+1) (16)
No modelo proposto por Ferrari e Cribari-Neto (2004) é utilizada uma
reparametrização da densidade beta, sendo 𝜇 = 𝑝 (𝑝 + 𝑞)⁄ e 𝜙 = 𝑝 + 𝑞, isto é, 𝑝 =
𝜇𝜙 e 𝑞 = (1 − 𝜇)𝜙. Com isso a partir das equações (15) e (16) tem-se que:
𝐸(𝑦) = 𝜇, (17)
𝑣𝑎𝑟(𝑦) =𝑉(𝜇)
1+𝜙 (18)
em que V(μ)= μ (1− μ) denota a função de variância e 𝜙 pode ser interpretado
como um parâmetro de precisão, uma vez que, para μ fixo, se o valor de 𝜙 aumenta,
então a variância da variável resposta diminui. Deste modo, a densidade de y pode
ser escrita como
𝜋1(𝑦; 𝜇, 𝜙) =Γ(ϕ)
Γ(𝜇𝜙)Γ(1−𝜇)𝜙𝑦𝜇𝜙−1(1 − 𝑦)(1−𝜇)𝜙−1, 0 < 𝑦 < 1 (19)
Em que 0 < 𝜇 < 1 e 𝜙 > 0.
Tais modelos de regressão beta apresentam grande aplicabilidade em
situações de modelagem cujo objetivo é estudar a relação entre uma variável y, que
assume continuamente valores no intervalo unitário padrão (0,1), e outras variáveis
que afetam seu comportamento através de uma estrutura de regressão. A resposta
média é relacionada a um preditor linear, que incorpora covariáveis e parâmetros
desconhecidos, através de uma função de ligação. Deste modo, a modelagem e os
procedimentos inferenciais dos modelos de regressão beta são similares aos
modelos lineares generalizados (McCullagh e Nelder, 1989).
O Modelo de regressão beta é caracterizado por três componentes:
componente aleatória, que identifica a distribuição de probabilidade da variável
dependente; componente sistemática, que especifica a estrutura linear das variáveis
independentes, denominada preditor linear; e a função que relaciona a média da
variável dependente à estrutura linear das variáveis independentes, sendo uma
função estritamente monótona e duplamente diferenciável que transforma valores do
intervalo (0,1) em valores reais, denominada função de ligação.
65
Componente Sistemática
Sejam 𝑦1, … , 𝑦𝑛 variáveis aleatórias identicamente distribuídas, em que
cada 𝑦𝑖, 𝑖 = 1,… , 𝑛, com média 𝜇𝑖 = (𝜇1, … , 𝜇𝑛) e parâmetro de precisão
desconhecido 𝜙. O modelo de regressão Beta é definido pela distribuição de
probabilidade Beta e por uma estrutura linear,
𝜂𝑖 = ∑ 𝑥𝑗𝛽𝑗𝑘𝑗=1 (20)
onde a função linear 𝜂𝑖 dos parâmetros desconhecidos 𝛽 = (𝛽1, … , 𝛽𝑘) é
denominada de preditor linear; 𝑥𝑗 representa os valores de k (k<n) variáveis
independentes que são assumidas fixas e conhecidas.
Função de Ligação
Segundo Dobson (1990) e McCullagh e Nelder (1989), a estrutura da função
de ligação na equação do modelo, pode ser representada como,
𝑔(𝜇𝑖) = 𝛼 +𝛽1𝑥1 +⋯+ 𝛽𝑘𝑥𝑘, (21)
Podendo ser reescrito como
𝑔(𝜇𝑖) = 𝜂𝑖 , (22)
em que a função 𝑔(𝜇𝑖) é uma função monótona e duplamente diferenciável e
que possibilite modelar diretamente a média da variável dependente, conforme pode
ser ilustrado
𝜇𝑖 = 𝑔−1(𝜂𝑖); 𝑖 = 1,… , 𝑛 (23)
Semelhante a estrutura do Modelo Linear Generalizado, as funções de
ligações utilizadas no modelo de regressão beta podem ser:
Logit (𝑔(𝜇) = log(𝜇 1 − 𝜇⁄ )); Probit (𝑔(𝜇) = 𝜙−1(𝜇)); Complemento Log-log (𝑔(𝜇) =
log{− log(1 − 𝜇)}); e a função Log-log (𝑔(𝜇) = − log{− log(𝜇)}). Essas quatro
funções de ligações são contínuas e estritamente crescentes no intervalo unitário
(0,1).
Na prática é comum realizar a escolha da função de ligação que melhor ajuste
a relação da estrutura linear (preditor linear) e a média da distribuição da variável
dependente. Ferrari e Cribari-Neto (2004) afirmaram que, no processo de
modelagem de algum conjunto de dados medidos em proporção, tais funções de
ligação podem apresentar similaridade no ajuste destes dados.
66
Dentre as funções de ligação acima citadas, a função Logit, - utilizada nesta
dissertação -, pode ser expressa de acordo com a equação (24).
𝑔(𝜇𝑖) = 𝑙𝑜𝑔 (𝜇𝑖
1−𝜇𝑖) = 𝑥𝑗𝛽𝑗 , (24)
onde 𝑥𝑗 , 𝑖 = 1,… , 𝑛, e 𝑗 = 1, … , 𝑘. Ela pode ser reescrita como µi em função de
xj:
𝜇𝑖1 − 𝜇𝑖
= 𝑒𝑥𝑗𝛽𝑗
1 − 𝜇𝑖𝜇𝑖
=1
𝑒𝑥𝑗𝛽𝑗
1
𝜇𝑖−
𝜇𝑖𝜇𝑖=
1
𝑒𝑥𝑗𝛽𝑗
1
𝜇𝑖− 1 =
1
𝑒𝑥𝑗𝛽𝑗
1
𝜇𝑖=
1
𝑒𝑥𝑗𝛽𝑗+ 1
1
𝜇𝑖=1 + 𝑒𝑥𝑗𝛽𝑗
𝑒𝑥𝑗𝛽𝑗
Donde,
𝜇𝑖 =𝑒𝑥𝑗𝛽𝑗
1+𝑒𝑥𝑗𝛽𝑗
(25)
Logo, eβj é uma medida que expressa o risco a qual avalia a relação entre a
chance de um indivíduo exposto possuir a condição de interesse, comparada à do
não exposto.
Medidas de Diagnóstico
Em análises estatísticas, em particular em análise de regressão, surge
sempre uma pergunta importante: qual o melhor modelo? Para responder a esta
pergunta é necessário verificar se o modelo ajustado é adequado para descrever os
dados em estudo. Rao e Wu (2005) sugerem que se escolha o modelo que mais se
aproxima do modelo verdadeiro a partir de um conjunto de modelos candidatos.
67
Uma etapa essencial na análise de uma ajusta é a verificação de possível
violação de qualquer uma das suposições feitas para o modelo, especialmente para
a parte aleatória (yi) e pelo componente sistemático (𝜂𝑖), bem como a existência de
observações externas com alguma interferência desproporcional nos resultados do
ajuste. Tal etapa, conhecida como análise de diagnóstico, se inicia com a análise
dos resíduos para detectar a presença de pontos extremos (outliers) e avaliar a
adequação da distribuição proposta para a variável dependente.
A adequação de um modelo é avaliada pela sua capacidade preditiva e
definida a partir dos próprios dados utilizados na determinação do modelo. Modelos
com bom desempenho estatístico apresentam pequena discrepância entre os dados
reais e seis respectivos valores preditos. Ademais, segundo Cordeiro e Lima Neto
(2004), na adequação do modelo aos dados é fundamental a análise de ferramentas
gráficas como, avaliação dos gráficos dos resíduos, a observação de pontos
influentes (valores que influenciam na estimativa da média da variável dependente),
alavanca generalizada e a distância de Cook.
Em uma modelagem, variáveis independentes e/ou interações destas
variáveis só devem ser acrescentadas ao modelo se apresentarem sobre o
comportamento da variável dependente, um nível explanatório significativo (p-value).
Em muitas aplicações, o coeficiente de determinação (R2) é uma medida
global da qualidade do ajuste, utilizado como indicador numérico que permite
comparar o desempenho de diferentes modelos, contudo, não é uma boa estratégia,
pois o mesmo sempre aumenta com a inclusão de novas variáveis independentes.
Para contornar este problema foi criado um coeficiente de determinação ajustado,
denominado “pseudo” R2 (Rp2) que é definido como o quadrado do coeficiente de
correlação amostral entre g(y) e �̂�. Dado que 0 ≤ 𝑅𝑝2 ≤ 1, quando Rp
2= 1 existe uma
concordância perfeita entre �̂� e y, consequentemente melhor será o ajuste.
CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos utilizados no
desenvolvimento desta dissertação. Uma pesquisa requer a descrição de seus
métodos e procedimentos, que significa definir a estratégia de investigação,
identificando o melhor caminho, partindo do estado atual e alcançando-se os
objetivos. Segundo Lakatos e Marconi (2005), método é o conjunto de atividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o
objetivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando decisões.
3.1 Natureza e classificação da pesquisa
Vergara (2004) relata que as pesquisas podem ser classificadas quanto aos
fins e meios. Quanto aos fins, a pesquisa pode ser: exploratória, descritiva,
explicativa, metodológica, aplicada e intervencionista. Com relação aos meios de
investigação, a pesquisa pode ser: pesquisa de campo, pesquisa de laboratório,
documental, bibliográfica, experimental, ex post facto, participante, pesquisa-ação e
estudo de caso.
Quanto aos fins, esta pesquisa caracteriza-se, em exploratória e descritiva.
Exploratória porque visa criar maior familiaridade em relação aos parâmetros
relacionados à acústica das salas de aula. Descritiva porque busca retratar acústica
levando em consideração as características arquitetonicas das salas de aulas.
Quanto aos meios, pode ser classificada como pesquisa bibliográfica e de
campo. Bibliográfica porque grande parte do estudo será organizado e desenvolvido
com base em publicações realizadas em livros, periódicos, anais de eventos e sites
relativos à acústica e inteligibilidade da fala. De campo porque, para alcançar os
objetivos, será necessário quantificar o ruído existente nas salas de aula e o nível de
inteligibilidade da fala dos professores, a partir de medições realizadas in situ.
3.2 População e Amostra
De acordo com Vergara (2004), o universo ou população como o conjunto de
seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em
69
comum. Segundo esse mesmo autor a delimitação da população consiste em
explicar que elementos serão pesquisados.
O estudo foi realizado nas escolas municipais da cidade de João Pessoa,
conforme relação em anexo. Essas escolas são agrupadas em nove polos que
respeitam certa coerência socioeconômica e geográfica, totalizando 93 (noventa e
três) escolas.
A divisão dos polos por bairro e quantidade de escolas municipais presentes
em cada um pode ser visualizada na Tabela 3.
Tabela 3 - Divisão das escolas municipais de João Pessoa por polo e por bairro
Polo Bairros Quantidade de Escolas
1 Mangabeira, Bancários, Cidade Universitária, Cristo e Penha
13
2 Cristo e Rangel 15
3 Bairro dos Novais e Auto do Mateus 10
4 José Américo, Valentina, Geisel e Gramame 09
5 Jaguaribe, Torres, Centro, Roger, Varadouro, Ilha do Bispo e Miramar
10
6 Padre Zé, Mandacaru, Bairro dos Estados, 13 de Maior, Bairro dos Ipês e Bessa
11
7 Bairro das Indústrias, Costa e Silva e Ernani Sátyro 09
8 Funcionários, Esplanada e Grotão 08
9 Cruz das Armas 08
Total de escolas 93 Fonte: Secretaria Municipal de Educação de João Pessoa
Na delimitação da amostra, alguns critérios foram considerados para garantir
sua significância e representatividade com relação à população estudada. Optou-se
por analisar apenas as escolas que oferecem turmas de 1º ao 5º ano do ensino
fundamental, haja vista serem os anos iniciais e responsáveis pelo maior número de
matrículas na rede municipal.
Constatou-se, a partir de um teste-piloto, que crianças com idades mais
elevadas adaptavam-se mais facilmente à presença do pesquisador durante a coleta
de dados, uma vez que as medições do nível de pressão sonora equivalente foram
70
realizadas durante períodos de aula. Logo, definiu-se que o estudo seria realizado
nas turmas de 5º ano do ensino fundamental.
Do total de 93 (noventa e três) escolas, 65 (sessenta e cinco) participaram da
pesquisa. As justificativas para a não avaliação das 28 (vinte e oito) escolas são as
seguintes: 1) não possuíam turmas de 5º ano; 2) estavam em reforma; e 3) devido à
realização de atividades extracurriculares (ensaios de bandas marciais, grupos de
dança, etc.) no intervalo entre os turnos manhã e tarde, inviabilizando a
determinação dos níveis de ruídos externos, ou ainda, apresentaram discrepâncias
nos dados do nível de pressão sonora.
Assim, a amostra foi composta por 119 (cento e dezenove) salas de aula que
representam 71,26% do total de 167 (cento sessenta e sete) turmas de 5º ano
existentes na rede municipal de ensino. A tabela 4 apresenta como a amostra foi
composta a partir da distribuição das escolas e salas de aula de acordo com seus
respectivos polos.
Tabela 4 - Composição da amostra
Total de Escolas
Escolas que
compõem a amostra
% Escolas que
compõem a amostra
Total de salas de
aula
Salas de aula que
compõem a amostra
% Salas de aula que
compõem a amostra
PÓLO 1 13 9 69,23 26 17 65,38
PÓLO 2 15 11 73,33 27 17 62,96
PÓLO 3 10 5 50,00 12 7 58,33
PÓLO 4 9 7 77,78 22 16 72,73
PÓLO 5 10 4 40,00 14 8 57,14
PÓLO 6 11 8 72,73 22 15 68,18
PÓLO 7 9 7 77,78 17 13 76,47
PÓLO 8 8 7 87,50 17 16 94,12
PÓLO 9 8 7 87,50 10 10 100,00
TOTAL 93 65 69,89 167 119 71,26
Fonte: Elaboração Própria (2012)
3.3 Variáveis e Indicadores
De acordo com Martins (2010), em toda pesquisa é fundamental que as
variáveis sejam bem definidas de forma a serem mensuradas com precisão, o que
depende da boa definição dos construtos ou conceitos definidos.
71
Fernandes (2001) afirma que a mensuração das variáveis se dá através dos
indicadores, por sua vez entendidos pela maioria dos estudiosos do assunto como
fatores que possibilitam a mensuração ou indicação da variável no fenômeno.
Nesse sentido o quadro 3 apresenta as variáveis analisadas no presente
estudo bem como seus respectivos indicadores.
72
Quadro 3 - Variáveis e indicadores da pesquisa
VARIÁVEIS INDICADORES
Parâmetros Acústicos
Nível de Pressão Sonora (NPS) Nível de pressão sonora equivalente medido no interior das salas durante as aulas de acordo com a NBR 10152/1987 - Níveis de ruído para conforto acústico, que recomenda a faixa de 40 a 50 dB para salas de aula.
Nível de ruído advindo de fontes externas (REXT)
Nível de pressão sonora equivalente medido no interior das salas vazias cujas escolas se encontravam sem atividades, de acordo com a NBR 10152/1987 - Níveis de ruído para conforto acústico.
Tempo de Reverberação (TR)
Cálculo em função do volume da sala e coeficiente de absorção dos materiais e das pessoas. ANSI S12.60/2002 - Acoustical Performance Criteria - Design Requirements and Guidelines for Schools NBR 12179/1992 – Tratamento Acústico em Recintos Fechados
Elementos Arquiteturais
Projeto Planta baixa das escolas e salas de aula.
Elementos Construtivos Tipo e dimensão dos materiais utilizados nos revestimentos das paredes, esquadrias e elementos vazados.
Inteligibilidade da Fala
Speech Transmission Index (STI) Avaliação segundo a IEC 60268-16/2003 0,75 – 1 Excelente 0,6 – 0,75 Bom 0,45 – 0,6 Adequado 0,3 – 0,45 Fraco 0 – 0,3 Péssimo
Fonte: Elaboração Própria (2012)
73
3.4 Materiais e métodos
Com base na pesquisa bibliográfica, buscando-se atingir os objetivos geral e
específicos, realizou-se a coleta dos dados seguindo as seguintes etapas:
Etapa 1: Avaliação dos parâmetros acústicos das salas de aula
Nível de Pressão Sonora (NPS) - Para medir os níveis sonoros
equivalentes – Leq utilizou-se um medidor de nível de pressão sonora marca:
Instrutherm; modelo: Sound Level Meter (SL – 4011); fabricante: Instrutherm
instrumentos de medição LTDA, devidamente calibrado. O equipamento é adequado
para atender aos parâmetros de normalidade pela legislação brasileira em vigor para
cálculo do NPS composto por: Circuito de ponderação – “A”; Circuito de resposta –
“lenta – SLOW”; Circuito de referência – 85 dB; faixa de medição entre 50 a 115
dB(A), utilizada nesta pesquisa. Este tipo de medidor é constituído por um sistema
onde o microfone é uma peça vital, aliado a um amplificador e um indicador de nível
de pressão sonora.
Foram coletados os níveis de ruído em cada um dos cinco pontos específicos
selecionados na sala de aula, conforme Figura 13, cinco vezes consecutivas em
cada ponto, com intervalos de 30 segundos entre as medições, em salas em pleno
funcionamento (durante as aulas) em períodos onde o professor não estava falando.
Em seguida, calculou-se o nível de pressão sonora utilizando a equação (4).
Figura 13- Pontos de medições de ruído
P4
P3 P2
P1
P5
1m
1m
Fonte: Elaboração própria (2012)
74
Para facilitar a coleta e tabulação dos dados, foi desenvolvido um questionário
(Apêndice I) para LEVANTAMENTO DA ACÚSTICA E CARACTERÍSTICAS
ARQUITETÔNICAS, onde os dados correspondentes aos níveis de ruído serão
anotados na parte I os resultados correspondentes às MEDIÇÕES DE ACÚSTICA.
Níveis de Ruído advindos de fontes externas (REXT) – Utilizou-se o
mesmo procedimento anterior, porém considerou-se o ruído advindo das
áreas externas à sala de aula e à escola.
Tempo de Reverberação (TR) – Calculou-se o TR em função do volume da
sala, da área dos materiais que compõem as superfícies internas (paredes,
teto e piso), da ocupação da sala (pessoas, móveis e objetos) com seus
respectivos coeficientes de absorção (α). Utilizou-se a equação (1)
desenvolvida por SABINE tendo em vista que esta equação leva em
consideração o coeficiente de absorção médio inferior a 0,30.
Inteligibilidade da fala – A inteligibilidade da fala foi mensurada a partir do
"Speech Transmission Index" (STI) através da equação (9), um método de
boa aplicabilidade, pois leva em consideração o efeito do ruído de fundo e da
reverberação na inteligibilidade da palavra.
Etapa 2: Descrição os padrões arquiteturais das salas de aula e das escolas
Foram coletadas informações dos elementos arquiteturais, a fim de
agrupar as escolas e as salas de aula segundo suas tipologias arquitetônicas
(Projetos). Conforme descrito na parte II - CARACTERÍSTICAS
ARQUITETÔNICAS, do questionário (Apêndice I) para LEVANTAMENTO DA
ACÚSTICA E CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS, seguindo os seguintes
procedimentos:
I. Fotografar a escola da seguinte forma: Três fotos internas; uma foto do
corredor; duas fotos externas (sala / prédio).
II. Mensurar as seguintes dimensões da sala de aula: Largura; Comprimento;
Pé-Direito; Dimensões das aberturas e quantidade.
III. Verificar a orientação do prédio / sala (Norte, Sul, Leste, Oeste)
IV. Elaborar um esquema da Planta baixa da sala e ambientes vizinhos.
75
3.5 Tratamento dos dados
Realizaram-se análises para examinar as relações entre parâmetros acústicos
e inteligibilidade de fala a partir de um estudo descritivo-correlacional, bem como
foram verificadas hipóteses de associação estabelecendo-se relações mais
definitivas a partir da observação da natureza das relações entre elas realizando um
estudo correlacional.
Portanto, no tratamento dos dados pretendeu-se explorar, descrever, predizer
e analisar as relações entre as variáveis através de estudos descritivo-correlacional
e correlacional puro, seguindo as seguintes etapas:
Análise descritiva de parâmetros acústicos;
Buscou-se com a análise descritiva dos parâmetros Nível de pressão sonora (NPS),
Ruído Externo (REXT) e Tempo de Reverberação (TR), conhecer suas
características bem como comparar os resultados encontrados com os padrões
estabelecidos pela legislação vigente.
Para descrever as principais características dos dados encontrados aplicou-se
estatística descritiva com a utilização do software R. Esta análise permitiu conhecer
melhor as variáveis investigadas, observando como os dados estão organizados e
sumarizados a partir de gráficos e medidas de tendência central e de dispersão.
Análise dos projetos;
Os projetos foram classificados de acordo com o tipo de projeto da escola. Em
seguida, levando-se em consideração os tipos encontrados, avaliaram-se a
existência de diferenças significativas do parâmetro NPS em função da classificação
destes projetos. Os testes utilizados foram o test t de Student e o gráfico Normal Q-
Q Plot.
Análise da relação entre parâmetros acústicos e inteligibilidade da fala
A análise da relação entre os parâmetros acústicos NPS, TR e REXT e a
inteligibilidade da fala foi realizada em duas fases, a saber: Fase 1 – Análise de
Correlação e Fase 2 – Modelagem de regressão beta.
3.6 Considerações Éticas
O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
Hospital Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba, em sua reunião de
76
03 de outubro de 2009, pois se trata de investigação utilizando seres humanos e
está devidamente regulamentado segundo resolução do Conselho Nacional de
Saúde 196/96.
CAPÍTULO 4: RESULTADOS E DISCUSSÕES
No presente capítulo são apresentados e discutidos os resultados encontrados na
pesquisa a partir dos procedimentos metodológicos traçados. Inicialmente
apresenta-se uma análise descritiva dos parâmetros acústicos mensurados levando-
se em consideração as diretrizes estabelecidas em normas nacionais e
internacionais, bem como a descrição e análise dos projetos arquiteturais das
escolas e salas de aula analisadas. Levando-se em consideração o tipo de projeto
(novo ou antigo), analisou-se a relação entre os NPS e finalizando apresentou-se a
Modelagem Matemática.
4.1 Análise descritiva de parâmetros acústicos
Esta análise permitiu conhecer melhor cada parâmetro acústico investigado a
partir da observação de como os dados estão organizados e sumarizados utilizando
gráficos e medidas de tendência central e de dispersão.
4.1.1 Nível de Pressão Sonora (NPS)
Os níveis de pressão sonora medidos variaram entre 56,54 dB e 84,57dB,
com média 71,48 dB e desvio-padrão 5,98 dB, o que indica pouca dispersão, ou
seja, os dados estão próximos da média. Observou-se que 25% do Nível de Pressão
Sonora nas salas de aulas estão abaixo de 67,18 dB, enquanto que 75% do NPS
estão abaixo de 75,40 dB. Assim, a amplitude interquartil (Q3-Q1) será de 8,22, o
que significa que 50% do NPS estão no em torno da mediana, 71,40 dB, os quais
estão contidos num intervalo com amplitude 8,22.
Com relação aos parâmetros estabelecidos na NBR 10152/1987, os valores
encontrados estão acima dos previsto na norma, que estabelece valores na faixa de
40 a 50 dB para salas de aula. Tal constatação pode ser observada no gráfico (1).
78
Fonte: Pesquisa Direta (2012)
4.1.2 Níveis de ruído advindos de fontes externas (REXT)
Os níveis de ruído advindos de fontes externas variaram entre 42,02 dB e
66,01 dB, com média 52,68 dB e desvio-padrão 4,84 dB, o que indica pouca
dispersão, ou seja, os dados estão próximos da média. Observou-se que 25% do
REXT nas salas de aulas estão abaixo de 49,46 dB, enquanto que 75% do NPS
estão abaixo de 55,72 dB. Assim, a amplitude interquartil (Q3-Q1) será de 6,26, o
que significa que 50% do REXTestão no em torno da mediana, 52,73 dB, os quais
estão contidos num intervalo com amplitude 6,26.
Com relação aos parâmetros estabelecidos na NBR 10152/1987, cerca de
75% dos valores encontrados estão acima dos estabelecidos pela norma que deve
ser entre 40 e 50 dB para salas de aula, constatação que pode ser observada no
gráfico (2).
Gráfico 1 - Níveis de pressão sonora medidos nas salas de aula
79
Fonte: Pesquisa Direta (2012)
4.1.3 Tempo de Reverberação (TR)
Os tempos de reverberação variaram entre 0,43 e 0,92 segundos, com média
0,6863 segundos e desvio-padrão 0,1082516 segundos, indicando pouca dispersão,
ou seja, os dados estão próximos da média. Observou-se que 25% dos tempos de
reverberação estão abaixo de 0,61 segundos, enquanto que 75% estão abaixo de
0,76 segundos. Assim, a amplitude interquartil (Q3-Q1) será de 0,15 segundos, o
que significa que 50% do NPS estão no em torno da mediana, 0,69 segundos, os
quais estão contidos num intervalo com amplitude 0,15.
Com relação aos parâmetros estabelecidos na ANSI S12.60/2002, apenas
18,33% dos valores encontrados estão dentro da faixa aceitável prevista que deve
ser entre 0,4 e 0,6 segundos, constatação que pode ser observada no gráfico (3).
Gráfico 2 - Níveis de ruído advindos de fontes externas medidos
nas salas de aula
80
Fonte: Pesquisa Direta (2012)
4.1.4 Inteligibilidade da fala (STI)
Os índices de transmissão da palavra (Speech Transmission Index – STI)
encontrados variaram entre 0,1980 e 0,3377, com média 0,2540 e desvio-padrão
0,03070982, indicando pouca dispersão, ou seja, os dados estão próximos da
média. Observou-se que 25% dos índices estão abaixo de 0,2316, enquanto que
75% estão abaixo de 0,2540. Assim, a amplitude interquartil (Q3-Q1) será de
0,0417, o que significa que 50% do NPS estão no em torno da mediana, 0,2496, os
quais estão contidos num intervalo com amplitude 0,0417.
Com relação aos parâmetros estabelecidos pela IEC 60268-16/2003, apenas
nove salas, 7,5%, apresentaram índices na faixa de 0,3 a 0,45, obtendo uma
inteligibilidade fraca, as demais apresentaram índices na faixa de 0 a 0,3, que reflete
uma péssima inteligibilidade, constatação que pode ser observada no gráfico (4).
Gráfico 3 - Tempos de reverberação calculados nas salas de aula
81
Fonte: Pesquisa Direta (2012)
4.2 Análise cronológica dos padrões arquiteturais
Observou-se durante a pesquisa que as escolas não foram construídas
segundo um projeto padrão, havia diversas diferenças tanto com relação ao projeto
arquitetônico quanto aos elementos construtivos, e que tais divergências
relacionavam-se diretamente ao ano de construção e/ou fundação das escolas.
Verificou-se que alguns prédios escolares foram construídos para outros fins
(galpões, supermercados, entre outros), mas foram adaptados e transformados em
escolas. Outros foram construídos e/ou reformados segundo o projeto padrão da
administração municipal da época. Para agrupá-las segundo seu padrão arquitetural
desenharam-se os projetos de cada escola e considerou-se o período de
construção/fundação das mesmas. Classificando-as em quatro grupos, a saber:
I. Escolas Novas com dois pavimentos (construídas segundo projeto padrão
a partir de 2005);
II. Escolas Novas com um Pavimento (construídas segundo projeto padrão a
partir no período de 1997 a 2005);
III. Escolas Antigas com dois pavimentos (construídas/fundadas até 1997);
IV. Escolas Antigas com um pavimento (construídas/fundadas até 1997).
Gráfico 4 - Índice de transmissão da fala medidos nas salas de aula
82
Fonte: Pesquisa Direta (2012)
Após a definição da classificação das escolas verificou-se como as salas de aula
que compõem a amostra estão distribuídas segundo o tipo de projeto das escolas.
Então, observou-se a que: 17 (dezessete) salas de aula encontram-se em escolas
novas com dois pavimentos; 21 (vinte e uma) salas de aula encontram-se em escolas
novas com um pavimento; 7 (sete) salas de aula encontram-se em escolas antigas com
dois pavimentos e 74 (setenta e quatro) salas de aula encontram-se em escolas antigas
com um pavimento. Esta distribuição pode ser observada no gráfico (5).
Figura 14 - Exemplos de escolas por grupo
83
Gráfico 5 - Distribuição das salas de aula de acordo com os projetos das escolas
Fonte: Pesquisa Direta (2012)
É importante destacar, que independente do tipo de projeto das escolas,
observou-se uma característica comum nas salas de aula pesquisadas, independente
do tipo de projeto, todas apresentam revestimento cerâmico em suas paredes internas
(figura 15), variando apenas na altura.
Fonte: Pesquisa Direta (2012)
4.3. Análise da relação entre os Níveis de Pressão Sonora (NPS) levando em
consideração projetos antigos e novos
Observou-se anteriormente que os Níveis de Pressão Sonora encontrados
apresentaram valores superiores aos estabelecidos pelas normas o que indica que
níveis podem estar contribuindo para uma má qualidade da inteligibilidade nas salas
14,29%
17,65%
5,88%62,18%
Distribuição das salas de aula de acordo com os projetos das escolas
Layout 1
Layout 2
Layout 3
Layout 4
Figura 15 - Salas de aula
84
de aulas. Porém, algumas salas fazem parte de edificações novas, outras, de
edificações antigas. Ou seja, levando-se em consideração os projetos das escolas,
há salas que são advindas de escolas que foram construídas recentemente, outras,
de escolas mais antigas. Assim sendo, será que os NPSs possuem diferenças
significativas se comparados com as edificações novas e antigas?
A estatística t_student com p-value=0,4983>0,05 mostra que a hipótese das
médias dos NPSs entre as escolas novas e antigas serem iguais é verdadeira.
Então, o fator de haver salas de aulas em escolas com projetos arquitetônicos
considerados recentes não contribui para a qualidade acústica da sala de aula. O
gráfico (6), Normal Q-Q Plot, ratifica o resultado deste teste, pois os NPSs entre as
escolas novas e antigas possuem, no conjunto, comportamento uniforme.
Fonte: Pesquisa Direta (2012)
Gráfico 6- Normal Q-Q Plot
85
4.4 Modelagem Matemática
Observou-se através de análise estatística descritiva que as variáveis NPS,
RE, TR e STI não estão em conformidade com as normas. O teste t_student e o
gráfico Q-Q plot mostraram que mesmo nos projetos de edificações mais novos não
houve mudança significativa nos níveis de pressão sonora.
A partir destas constatações torna-se importante avaliar como o nível de
inteligibilidade na sala de aula pode ser afetado por alguma variável. Uma questão a
ser levantada é como o Nível de Pressão Sonora, Ruído Externo e o Tempo de
Reverberação poderiam interferir no Índice de Transmissão da Fala nas salas de
aulas avaliadas. Mas antes de analisar esta questão precisa-se primeiramente
avaliar as correlações entre estas variáveis. Um fator representativo de dependência
entre elas permitirá escolher as variáveis dependente e independentes. O quadro (4)
apresenta as correlações, ressaltando associação forte entre STI e TR (r = –
0,99373916).
Quadro 4 - Matriz de correlação
NPS REXT TR STI PROJETO
NPS 1,0000000 0,10007630 - 0,14933457 0,16221662 - 0,06046220
REXT 0,1000763 1,00000000 0,19389128 - 0,17564388 0,07546456
TR - 0,1493346 0,19389128 1,00000000 - 0,99373916 - 0,02082661
STI 0,1622166 - 0,17564388 - 0,99373916 1,00000000 0,03720505
PROJETO - 0,0604622 0,07546456 - 0,02082661 0,03720505 1,00000000
Fonte: Dados da Pesquisa
A correlação apresentada entre os parâmetros STI e TR, r = –0,99373916, é
representativa e esperada haja vista que segundo a equação (9) STI é função das
variáveis TR, D, V e Q. Como não há correlação significativa entre os demais
parâmetros, e levando-se em consideração que a distância do ouvinte à fonte
sonora (D) varia entre as salas, além de haver variação também entre os volumes
das salas (V), é importante verificar qual a probabilidade do TR interferir na
qualidade da Inteligibilidade neste específico estudo de caso. Assim, construiu-se
um modelo matemático baseado na modelagem de regressão beta, onde STI é
função de TR tal que STI (0,1).
86
Modelo de Regressão Beta
Sejam Yi as observações tal que para cada valor independente de y tem-se
um valor de STI (0,1) com distribuição e média µi, e parâmetro desconhecido .
Seja a variável X observações tal que para cada valor independente x tem-se um
valor TR. Logo o modelo de previsão para STI será escrito na forma da equação
(26).
𝑔(𝜇𝑖) = 𝑙𝑜𝑔 (𝜇𝑖
1−𝜇𝑖) = 𝑥𝑗𝛽𝑗 (26)
onde xj, i = 1, ..., n, e j = 1, ..., k, podendo ser reescrito como
𝜇𝑖
1−𝜇𝑖= 𝑒𝑥𝑗𝛽𝑗, (27)
ou escrito como
μi =e𝑥𝑗β
1+e𝑥𝑗β
(28)
A equação (28) é a função inversa de 𝑔(𝜇𝑖). Nesta forma, o parâmetro de
regressão 𝛽 tem uma importante interpretação que é a razão de chances (odds
ratio), definida por 𝑒𝛽𝑗.
As estimativas dos coeficientes do modelo e seus respectivos erros padrões,
valores de Z e probabilidades estão descritos no quadro (5). Observa-se neste
quadro que o erro, valor de Z e Pr(>Z) validam as estimativas dos coeficientes
intercepto e TR. O valor representativo do pseudo R2 ratifica a eficácia do modelo
em relacionar STI com TR.
Quadro 5 - Estimativas dos coeficientes do modelo e respectivos erros padrões
Coeficiente Estimativa Erro Padrão Valor de Z Pr(>Z
Intercepto -0,069322 0,006178 -11,22 2. 10-16
TR -1,477769 0,008997 -164, 24 2. 10-16
Pseudo R2 0,9956 Fonte: Pesquisa Direta (2012)
Por outro lado, a consistência do modelo matemático precisa ser ratificada
através de avaliação dos gráficos dos resíduos, da observação de pontos influentes
(valores que influenciam na estimativa da média da variável dependente), alavanca
generalizada e a distância de Cook, as quais serão apresentadas a seguir.
O gráfico 7 apresenta uma uniformidade dos dados caracterizando assim um
modelo bem ajustado.
87
G
G
Fonte: Pesquisa Direta (2012)
Vale ressaltar que o gráfico 8 mostra poucos pontos considerados aberrantes.
Ou seja, dentre uma amostra significativa, apenas estes pontos apresentam perfis
diferentes das demais observações em relação aos valores da variável STI.
Fonte: Pesquisa Direta (2012)
Gráfico 7 – Ajuste do Modelo
Gráfico 8 - Resíduos x Índices de observações
88
Observa-se, também, que o gráfico 8 não apresenta pontos considerados
influentes. Ou seja, não há pontos que possam exercer um peso desproporcional
nas estimativas dos parâmetros do modelo. E, segundo Cook, R. Dennis; and
Weisberg, Sanford (1982); Residuals and influence in regression, New York, NY:
Chapman & Hall, a distância de Cook desejável é inferior a 1, e esta é evidenciada
no gráfico 9.
Fonte: Pesquisa Direta (2012)
Outras informações importantes que consolida a modelagem de regressão
beta mostrando a influência do TR no STI é a ausência de pontos de alavancas.
Observando o gráfico 10 não há evidências representativas de pontos de alavancas
diferentes dos demais em relação aos valores da variável explicativa TR.
Gráfico 9 - Distância de Cook
89
Fonte: Dados da Pesquisa
No gráfico 11 os resíduos padronizados apresentam-se de forma aleatória,
sem “saltos” representativos, o que mostra que a variância dos resíduos é constante.
Fonte: Dados da Pesquisa
Finalizando, o gráfico 12 apresenta os pontos em linha diagonal, indicando
uma boa linearidade, ou seja, as previsões se aproximam dos valores reais.
Gráfico 10 - Alavanca Generalizada x Valor Predito
Gráfico 11 - Resíduos x Preditor Linear
90
Fonte: Dados da Pesquisa
Assim sendo, a partir destas análises ratifica-se a consistência do modelo.
Assim, com base nas informações das estimativas apresentadas no Quadro 4, o
modelo matemático de previsão do STI em função do TR está apresentado na
equação 27.
𝑆𝑇𝐼 = 𝑒−0,069322−1,477769𝑇𝑅
1+𝑒−0,069322−1,477769𝑇𝑅 (27)
A partir da equação (27) pode-se estimar a razão das chances (odds ratio),
analisando o quanto a variável TR interfere no STI. O valor 𝑒𝑇𝑅 = 𝑒−1,477769 =
0,228146 associado ao TR é esta razão. Assim, existe uma chance no entorno de 22
vezes de um professor sofrer uma perda na qualidade da inteligibilidade de sua fala
se o TR aumentar a cada segundo. Ou seja, nas condições que se encontram as
salas de aulas das escolas avaliadas se comparadas com salas sob controle de
conforto acústico, há uma probabilidade no em torno de 77,18% do TR afetar a
qualidade da inteligibilidade da fala.
Gráfico 12 - Valores Preditos x Valores Observados
CAPÍTULO 5: CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO
Trabalhar e/ou estudar em um ambiente confortável aumenta não só o bem-
estar, mas também a satisfação e, portanto, a produtividade e a aprendizagem.
Assim, é necessário alcançar um bom nível de conforto em edifícios educacionais,
tendo em vista que os alunos passam, aproximadamente, 30% de suas vidas na
escola. As edificações escolares devem contemplar condições que proporcionem o
desenvolvimento adequado das atividades educativas, sendo fundamental que suas
dependências estejam dentro de padrões admissíveis de níveis de ruídos e sons.
Dentre as inúmeras atividades desenvolvidas na escola destaca-se o processo
ensino-aprendizagem, destinado às mais diferentes faixas etárias e nos mais
diferentes campos do conhecimento.
O desempenho acadêmico nas escolas públicas de ensinos fundamental e
médio pode ser inferior do que nas escolas privadas ou públicas federais. Tal fato
pode ser ocasionado pelo pouco investimento em instalações físicas e infraestrutura,
qualificação do corpo docente, implantação de metodologias pedagógicas
adequadas e eficientes, e/ou pela falta aquisição de materiais ou na manutenção em
geral, isto é, ajustes termofísicos.
Por outro lado, uma das preocupações levantadas nesta dissertação está
associada às condições ambientais das salas de aula, quando relaciona a
compreensão da fala do professor ao nível de ruído presente no momento em que
ele exercita a função de perpassar o conhecimento para os alunos. Mas como a
maioria das edificações escolares, construídas nos últimos trinta anos, apresenta
arquitetura bastante padronizada, a inclusão da quadra de esportes, por exemplo,
influencia o volume da edificação escolar e, em alguns casos, interfere no
desempenho acústico da escola porque o isolamento das vibrações de atividades
esportivas exige detalhamento e qualidade construtiva, nem sempre atingida em
contratos de obras públicas.
Uma das observações subtraídas das entrelinhas desta dissertação é que
muitas edificações escolares seguem um projeto padrão. Entretanto, a padronização
nem sempre leva em consideração situações locais específicas, resultando em
ambientes escolares desfavoráveis, com problemas de conforto ambiental. Dentro
deste prisma o objetivo primordial desta dissertação possibilitou analisar a influência
de parâmetros acústicos na inteligibilidade da fala em salas de aula de escolas
92
municipais de João Pessoa. Foram pesquisadas 119 salas de aula, onde
funcionavam turmas do 5º ano do ensino fundamental, tendo em vista que estas
turmas possuem uma amostra de alunos mais representativa, com maior faixa etária
na primeira fase do ensino fundamental.
Inicialmente, buscou-se mensurar parâmetros acústicos NPS, REXT e TR,
que retrataram a ausência de conforto acústico em, praticamente, todas as salas de
aula. Os Níveis de Pressão Sonora em sua totalidade estavam acima do previsto na
NBR 10152/1987, que estabelece valores na faixa de 40 a 50 dB. Cerca de 75%
das salas de aula apresentaram REXTs acima dos estabelecidos pela NBR
10151/2000, que recomenda 50 dB no período diurno em áreas estritamente urbana
ou de hospitais ou de escolas. Com relação ao TR, apenas 18,33% das salas
apresentaram valores considerados aceitáveis pela ANSI S12.60/2002, que propõe
a faixa entre 0,4 e 0,6 segundos para salas de aula.
Um fator preocupante foi a inteligibilidade da fala nas salas de aula,
mensurada a partir do Speech Transmission Index – STI, que se apresentou em
nível péssimo em 92,5% das salas. Apenas nove salas (7,5%) apresentaram índices
na faixa de 0,3 a 0,45, obtendo uma inteligibilidade fraca de acordo com a IEC
60268-16/2003. Situação que merece atenção especial dado que a inteligibilidade
reflete o grau de entendimento das palavras no interior dos ambientes, considerada
como um fator decisivo tendo em vista que nas salas de aula a comunicação é
primordial.
Em seguida, observou-se que as Escolas Municipais de João Pessoa,
construídas até o ano de 1997, se configuram, em seus projetos, com um ou dois
pavimentos, sem um projeto padrão comum, mas com algumas semelhanças.
Aquelas que foram edificadas no período entre 1997 e 2005 apresentaram um único
pavimento, seguindo um projeto padrão comum. As escolas construídas após o ano
de 2005, além de apresentaram um novo projeto padrão, diferenciavam-se das
anteriores por propor uma estrutura com dois pavimentos.
No entanto, é importante destacar que, independente do tipo de projeto das
escolas, observou-se uma característica comum nas salas de aula pesquisadas. Ou
seja, todas as salas possuíam revestimento cerâmico em suas paredes internas,
variando apenas na altura. Tais revestimentos apresentam superfícies altamente
reflexivas o que ocasiona aumento no tempo de reverberação dos ambientes.
93
Apesar da existência de diversos estudos que apontam a interferência do tipo
de projeto nas condições acústicas das escolas, na presente dissertação foi
verificado que em todos os projetos as salas de aula apresentam condições
desfavoráveis à comunicação. No que diz respeito ao NPS, a estatística t-student
com p-value=0,4983>0,05 mostrou que a hipótese que propunha médias de NPSs
iguais é verdadeira, entre as escolas novas e antigas. Portanto, apesar da existência
de salas de aulas em escolas com projetos arquitetônicos considerados recentes,
estes não contribuíram para a qualidade acústica destes ambientes.
A correlação apresentada entre os parâmetros STI e TR, r = –0,99373916, é
representativa e esperada haja vista que STI e TR são dependentes entre si. E esta
relação forte ratifica estudos que apontam que bons níveis de inteligibilidade de fala,
mesmo em pequenas salas de aula, estão relacionados à previsão de bons tempos
de reverberação. Mas como não há correlação significativa entre os demais
parâmetros, e levando-se em consideração que a distância do ouvinte à fonte
sonora (D) varia entre as salas, além de haver variação também entre os volumes
das salas (V), foi importante verificar qual a probabilidade do TR interferir na
qualidade da Inteligibilidade neste específico estudo de caso. Assim, construiu-se
um modelo matemático baseado na modelagem de regressão beta, onde STI é
função de TR tal que STI (0,1).
A modelagem matemática apresentou uma elevada consistência, com um
valor de 0,9956 para o pseudo R2 e a variável “Tempo de Reverberação” (p_value =
2 . 10-16) foi a mais representativa; odds ratio= 0,228126, demonstrando que esta
variável afeta a qualidade da inteligibilidade no em torno de 77,18%.
Como é possível observar, estima-se que o objetivo inicialmente proposto foi
alcançado. Deste modo, a presente dissertação contribui para a área de Ergonomia
Ambiental, ou Environmental Ergonomics, de acordo com a Associação Internacional
de Ergonomia Ambiental. Especificamente, nesta dissertação, o enfoque para o
conforto acústico em ambientes de ensino, cujo propósito de muitos dos estudos é o
desenvolvimento de métodos para avaliar, modelar, predizer e simular parâmetros
acústicos nestes ambientes.
94
5.1 Direções Futuras
Finalmente, deve-se assumir que as atividades decorrentes da dissertação
não se encerram aqui, não se tem a pretensão de esgotar o tema proposto, mas
sim, dar um passo inicial nas pesquisas a respeito da acústica de salas de aula,
sobretudo na região nordeste e, mais precisamente, no estado da Paraíba. A fim de
ampliar os conhecimentos a respeito do assunto, complementando os resultados
aqui obtidos, recomenda-se o desenvolvimento das seguintes propostas:
Avaliação do efeito do ruído e a acústica nas salas de aula na
aprendizagem das crianças e desempenho acadêmico
Aplicação do modelo matemático proposto para avaliação acústica de escolas
localizadas no Brasil e em outros países;
Encontrar com maior precisão o tempo de reverberação ideal segundo a
percepção do professor acerca da boa inteligibilidade;
Investigar outras variáveis do conforto ambiental que em conjunto com as
variáveis acústicas poderiam ter reflexos na qualidade da inteligibilidade da
fala do professor;
Estudar a relação entre conforto termoambiental e o desempenho do
professor.
Além disso, como é comum em qualquer atividade acadêmica e científica,
espera-se ainda elaborar alguns manuscritos (papers) para o periódico Applied
Acoustics - Qualis B1 e/ou para o Journal of the Acoustical Society of America –
Qualis A1; e para XV International Conference on Environmental Ergonomics, 2013.
Esta elaboração permitirá a socialização do conhecimento e quiçá a aplicação
prática da pesquisa realizada.
95
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106
ANEXO – Relação das Escolas Municipais de João Pessoa
PREFEITURA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA - PARAÍBA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA – SEDEC DIRETORIA DE GESTÃO CURRICULAR DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS
RELAÇÃO DAS ESCOLAS / GESTORES
POLO – 01
Unidade / Endereço Fone
Escola Gestores
1 ANA CRISTINA ROLIM MACHADO 3218.9359
- Jose Bonifacio de Araujo - Péricles Dias de Medeiros -Cassia Monteiro de Araújo Av. Hilton Souto Maior – 555 - Água Fria
2 ANITA TRIGUEIRO DO VALE
3252.1498
- Maria das Graças da S. Queiroz - Reginalda da Costa - Iolanda Maria O. Ramalho - Ivone de Araújo Monteiro
Rua Emilio de Araújo Chaves -118 - Altiplano
3 ANTONIO SANTOS COELHO NETO 3251.1483 3251.1114
- Rosilene Do Bom Parto Ferreira - Luzia Fidelis Da Silva - Lúcia Verônica A. Liberal -Maria do Carmo Santos Tavares
Rua. Osvaldo Pessoa S/N – Praia da Penha
4 ARUANDA 3235.4852 3218.9362 3235.4851
- Abigail Niedja M. S. Braga - Tecla Cristina T. Figueiredo - Ruth Limeira F. dos Santos Rua. Eurídice Félix Cabral s/n - Bancários
5 DAVID TRINDADE 3214.3182 3238.7370
- Hilda da Silva Santos - Beatriz Souza Soares - Angélica Mª D. A. Lopes - Maria de Lourdes S. Oliveira
Rua José Mendonça de Araújo – 88 –Mangabeira/ PROSIND
6 INDIO PIRAGIBE 3214.3185 3238.8770
- Francineide C. de Morais - Jeane Rodrigues Vieira - Mônica Guedes Brandão -Marcia Veloso Silva
Rua Beatriz Marta de Oliveira, s/n – Mangabeira
/*7 JOÃO GADELHA DE OLIVEIRA 3213.0090 3238.6904
- Ana Lúcia de A. Nunes - Joaquim T. de Almeida Filho - Elizabeth Martins Nunes - Rosa Maria Ferreira de Alencar Rua. Ivan de Assis Costa s/n – Mangabeira VII
8 LIONS TAMBAU 3218.9361 3255.1516
- Maria da Luz F. Albuquerque - Aila Fabiana Costa S. Cruz - Guiomar Medeiros F. Moreira - Maria Galvani Vieira
Rua Francisco F. Sousa - 31 - Água Fria
9 LUIZ VAZ DE CAMÕES 3239.3802 3214.1993
- Francisca Lucinete da. S. Gonçalves - José Carlos de Melo - José Vamberto de O. Santos - Maria de Lourdes G. Ferreira
Rua Josefa Taveira, s/n - Mangabeira
10 OLÍVIO RIBEIRO CAMPOS 3218.9358 - José Mário Araújo E. Caldas
107
Rua. Esmeraldo G. Vieira – 195 - Bancários 3235.1959 - Cristina O. de Carvalho
- Maria das Graças Feitosa - Ana Maria Nascimento da Silva
11 VIRGINIUS DA GAMA E MELO 3238.6344 3238.5714
- Francisco Rodrigues Tenório - Joana Nita de Souza - Maria José Rodrigues - Olga Maria do N. L. Cabral
Rua Com. Antonio S Lima - 30 Mangabeira I
12 ZUMBI DOS PALMARES 3238.6563 3213.1921
- Maria do Socorro dos S. Soares - Ivonilde Alves Teixeira - Lindalva Alves de Albuquerque - Floripes Maria SantosSantana do Nascimento
Rua Rita Xavier de Oliveira s/n - Mangabeira VI
13 PROF. AFONSO PEREIRA DA SILVA
3214.3189
Maria das Graça Madruga F. da Silva Zélia Rodrigues de Luna Soares Maria da Penha da Silva Paiva Gerinalva da Silva Gomes
Rua Dep. Valdevino Lobo Mais- Mangabeira
VIII, Cidade Verde
POLO – 02
Unidade / Endereço Fone
Escola Gestores
1 AGOSTINHO FONSECA NETO 3218.9374 3223.1827
-Tereza Cristina Novais de Freitas - Mª de Fátima S. Santos Brito - Normanda E. de Araújo
Rua. Fernando Cunha Lima s/n C. B. Vista – Cristo
2 AMERICO FALCAO 3218.9375 3223.3583
- Edna Maria do Amaral Veras - Selda dos Santos Andrade - Maria do Socorro de Sousa Barreto Av. Dom Bosco - 557 - Cristo - CEP 58.070-470
3 ANALICE CALDAS
3218.9818 3262.1385
- Francisca Gomes Barreto - Maria das Graças D. Leite - Maria de Fátima O Neves - Maria Jose Santos Oliveira
Rua Cecilia Miranda - 22 – Jaguaribe
4 AUGUSTO DOS ANJOS 3223.9819 3218-9365
- Diane Gouveia Vilar - Janete Lacet de Paula - Mª do Socorro M. Cavalcante - Mª Hortemilza M. de Melo
Rua Olívio de A. Guerra - 391 – Cristo
5 BARTOLOMEU DE GUSMAO 3218.9140 3231.1668
- Joselanda Andrade Batista - Maria Célia D. de Moura - Josenilda soares M. da silva - Mª Elizabeth de Freitas Teixeira
Rua. Joana Domingos Alves - 120 Conj. INOCOP/Cristo
6
EDUC. FRNACISCO PEREIRA DA NÓBREGA
3218.9364 3223.9824
- Rubia Aliane M. Formiga - Francimary Graziela Pereira - Maria das Graças S. da Silva - Genilsa Lima Ferreira
ESC. M. DE EDUCAÇÃO INFANTIL DAURA SANTIAGO
Rua Elias Cavalcanti de Albuquerque , Sn. Cristo.
7 DURMERVAL TRIGUEIRO MENDES 3218.9368 3223.1795
- Ana Lucia Pedrosa Costa - Maria do Socorro Silva C. Viana - Alba Maria Pereira - Helena de Fátima P. de Souza
Rua .14 de Julho - 891 – Rangel
8 FRANCISCO EDWARD DE AGUIAR 3241.2075 - Edineuza Leandro
108
Rua. Generino Maciel – 516 – Jaguaribe 3218.9834 - Regina Coeli T. Pereira
-Ana Meybe Borges de Lima
9 LEÔNIDAS SANTIAGO 3218.9371 3223.6415 3231.2690
- Maria Madelena G. Pereira - Claudete Ferreira das Neves - Maria de Fátima Neves - Ana Maria dos Santos Dionísio
Rua São Vicente - 350 – Rangel
10
LUIZ MENDES PONTES 3218.9376 3223.1144
- Vilma Viana Francisca da Silva - Maria do Socorro Ramalho - Maria Lilian de Andrade - Marta Leonora B. dos Santos
Rua José Gomes da Silva - 415 – Cristo
11
PADRE PEDRO SERRÃO 3218.6726
- Jane Leal Pinto Ramos - Apolonia Maria Falcão de O. Silva - Ana Maria Barbosa Lucena Av. Dom Bosco
12
SANTA ÂNGELA 3223.7334 3223.9818 3218.9102
- Maria Helena L. Vasconcelos - Maria de Lourdes P. Alves - Francisca Fátima da R. Melo - Maria Cleide F. de Castro Rua. Antônia G. da Silva – 1135 – Cristo
13
SANTA EMÍLIA DE RODAT 3218.9373
- Alessandra T. de Souza - Elinete Palhano de Lima - Eliane André de Almeida Rua. 02 de Fevereiro – 306 – Rangel
14
UBIRAJARA TARGINO BOTTO 3223.3775
- Maria Gonçalves do Nascimento - Maria da ConceiçãoSoares - Andréa Karla C. Bezerra - Risalva Leite Dantas
Av. Da Fraternidade - 950 – Cristo
POLO – 03
Unidade / Endereço Fone
Escola Gestores
1 ANA NERY 3212.6504 3212.6396
- Edvania Maria do Nascimento - Janete Vital da Silva Lira - Edmilson Justino da Silva Rua Josë Gomes de Abreu - 342 - Alto do Mateus
2 ARNALDO DE BARROS MORREIRA 3218.9396 3233.9877
- Rosinete Alves de Noronha - Patricia de Fátima da Silva - Mônica Alves P. de Aquino - Francisco M. de Medeiros
Rua. Cap. Francisco Pereira - 365 – B. dos Novais
3 EUCLIDES DA CUNHA 3233.8033 3218.9381
- Maria Jose Sousa - Dilma de Lourdes G. Lucena - Berenice Silva C. de Lacerda Rua Valêncio Lins Mendonça - 97 – B. dos Novais
4 JOÃO MEDEIROS 3262.3026
- Fátima Aparecida A. Souza - Eliete Francisca Lima - Ricardo Sérgio dos Santos Rua. Zulmira de Novais – 546 – B dos Novais
5 JOÃO SANTA CRUZ 3233.9926 3218.9041
- Gilberto Cruz de Araújo - Bernadete de Jesus de A.Cavalcanti - Maria Gorett Q. Soares - Maria de Lourdes F. Oliveira
Rua. Des. Santo Stanislau o 460 – B. dos Novais
6 JOÃO XXIII 3218.9380 3214.2743
- Elizabete Judite do Carmo - Eliane Cabral do N. Lisboa - Josefa de Souza M. de Lima - Dalnes Cristine de F. Gondim
Rua. Projetada – 60 – Juracy Palhano – A. do Mateus
7 JOSE NOVAIS 3218.9394 3262.2001
- Nivonete Rodrigues de Melo - Fernando Guimarães (8857.1937) -Janeide Maria dos Santos Rua Santo Stanislau - 322 - Bairro dos Novais
8 LUIZA LIMA LOBO 3212.8056 - Mônica Maria Albuquerque
109
Rua. Cart. Franc. Inácio R. Filho -25 Alto do Mateus 3212.6394 - Maria Aparecida S. de Lima
-Gilberta de Fátima B. de Oliveira
9 NAPOLEÃO LAUREANO 3218.9390 3233.9903
- Maria Ivone Souza da Silva - Edna Andrade de Farias - Rosângela Maria L. de Sousa Rua. Cel. Adolfo Massa – 700 – B. dos Novais
10 SEVERINO PATRICIO 3212.6395 3212.6136
- Vitória Regia V. de LemosViana -Lúcia Maria de Castro -Vanice Duarte Apolinário -Maria da Penha dos Santos
Rua Indio Arariboia, s/n - Alto do Mateus
POLO – 04
Unidade / Endereço Fone
Escola Gestores
1 ANTONIA DO S. MACHADO 3212.0399 3237.1788
- Estela Maria Reis de Carvalho - Jandira Pontes M. Sousa - Mª de Fátima de C. Oliveira - Maria Welida da Silva
Sítio Piragibe – 272 Zona Rural – Cx Postal 54 Monsenhor Magno – Valentina Figueiredo
2 CARLOS NEVES DA FRANCA 3264.6829
- Lúcia Maria Teixeira C. Santos - Lúcia Domênica S. Lima - Rita de Cássia de O. Tavares Rua Leila Diniz - 244 - Conj. José Américo
3 CICERO LEITE 3218.9406
- Maria Aparecida S. do N. Silva - Rejane de Melo Chancon - Carlos Alberto C. Vieira - Joana D’arc Ramalho Leite
Av. Goiania, nº 125 - Gravatá (Valentina)
4 DOM HELDER CAMARA 3237.2778 3212.0400
- Mª Eudes Santos Silva - Rogéria Sandra M. Albuquerque - Síndio Figueiredo Gomes - Severina dos Ramos P. Mendes
Rua. Joamil Severino dos Santos – s/n Valentina
5 DOM MARCELO P. CARVALHEIRA 3218.9407 3212.0255
- Maria de Lourdes de Lima e Silva - Mª de Lourdes Marcone Tavares - Zacarias Virgino Martins - Maria da Salete de Abrantes
Rua Projetada, s/n - Cond Liberdade -Sonho Meu
6 FENELON CAMARA 3218.9139 3231.5435
- Lucidalva Alves de Menezes - Francisco de Assis A.Bezerra - Penha D’arc de Freitas Barros - Lúcia de Fátima A. Monteiro
Rua Adauto Toledo -157 - Ernesto Geisel
7 JOSE AMÉRICO DE ALMEIDA 3231.2695 3218.9142
- Dione Menezes da Costa - Sandra Cristina Veloso Lira - Rilda Maria Ramalho - Carmen Luiza da Silva
R. Cel. Augusto F. Maia – s/n - Cj. José Américo
8 JOSE EUGENIO LINS DE
ALBUQUERQUE 3218.9143 3231.0443 3214.2712
- Gerciane Miranda Gomes - Maria Luiza de Castro - Rômulo Medeiros
Rua Projetada - s/n Ernesto Geisel
9 Pe. LEONEL DA FRANCA 3218.9144 3231.5436
- Angelita Silva de Almeida - Maria Gorete Rodrigues Silva -Maria Lúcia do Rosário - Edleuda Silva M. C. da Cunha
Rua. Antônio Abrantes – 160 – Ernesto Geisel
110
POLO 05
Unidade / Endereço Fone
Escola Gestores
1 DAMASIO BARBOSA DA FRANCA 3218.9847 3241.2047
- Maria do Socorro Albuquerque - Cleide Carneiro de Amorim - Valter Pereira Gomes - Severina Alves de Souza
Rua. Sebastião de C. de Lima, s/n – Varadouro
2 FREI AFONSO 3222.9962
- Maria das Graças de O.Alves - Admilda Cosmo Pereira - Maria Anunciada Ferreira - Maria das Graças Soares
Av. Ayrton Senna - 250 - Baixo Roger
3 FRUTUOSO BARBOSA 3218.9839 3241.7424
- Iza Domingos de Lima - Betânia D. Abrantes - Joíse Domingues de Lima - Verônica Maria de Almeida
Rua Lopo Garro - 200 - Ilha do Bispo
4 JOSE PEREGRINO DE CARVALHO 3241.8838 3218.9805
- Maria Aparecida A. Brito - João Nailson O. Costa - Elza Marques de Oliveira Rua Carneiro de Campos s/n - Ilha do Bispo
5 MONSENHOR JOÃO COUTINHO 3241.8796
- Maria do Socorro R. Duarte - Albertiza Pires de Lacerda - Josefa Pires de Lacerda - Odete de Lima C. Barbosa
Rua. 19 de Março – 339 – Baixo Roger
6 SANTOS DUMONT 3241.7286 3218.9833
- João Francisco da Silva - Maria Adalfran de Oliveira - Ivanilda dos Santos - José Roberto de Lucena
Rua. Frei Miquelino – 34 – Varadouro
4 CONEGO JOÃO DE DEUS 3244.5770 3214.7928
- Marcelyno Costa Lima - Francisco de Assis Barros - Fernando Augusto S. Filho - Vera Lúcia Guimarães
Av. Expedicionários - 728 – Expedicionários
3 CONEGO MATIAS FREIRE 3244.5646 3214.7930 3244.5646
- Maria Wagne R. Mangueira - Luciane Alves Vieira Madruga - Maria do Carmo Barros Rua Germiniano de Franca, s/n – Torre
10 LEONEL BRIZOLA 3214.7171
- Expedita de O. Monteiro - Maria do Socorro V. L. Silva - Marileide Vieira da Silva -Elizabeth Cabral de Lira
Rua. Olívio T. Medeiros – 590 – Miramar
POLO – 06
Unidade / Endereço Fone
Escola Gestores
1 ANGELO FRANCISCO NOTARE
3244.2955 3224.5234
- Adelma Falcao da Silva - Maria Nadja de Medeiros - Valdislene Mª. Leite R. Tiburtino - Josicléa Mª do Nascimento
Praça D. Vilas Boas - 27- Jardim 13 de Maio
2 FRANCISCA MOURA
3225.0547
- Zeneide Fernandes A.de Almeida - Soraya Maria Motta Grangeiro - Rosilda Maria de Carvalho - Gildásio Rodrigues Teixeira
Rua Silvino Santos - 27 – Mandacaru [email protected]
111
3 FREI ALBINO
3246.6953 3268.1201
- Sônia Maria Fideles Coelho - Maria Aparecida da Silva Vasconcelos -Maria do Socorro Egito de Carvalho - Agnes Wildt Cavalcanti Viana
Av. Gov. Argemiro de Figueiredo - 4455 – Bessa
4 GENERAL RODRIGO OTÁVIO 3214.7961 3244.5387
- Silene Maria Lira Vital - Helian José S. de Araújo - Leni Matias de Andrade - Sônia Maria Costa Silva
Av. Mato Grosso - 988 - Bairro dos Estados
5 HUGO MOURA 3243.4860 3244.4847
- Sônja Maria de Oliveira Cabral - José Saldanha de Araujo Neto - Maria Mariselma Rodrigues Fonseca - Adriana Santos Batista
Rua Fagundes Varela -113 - Padre Zé
6 JOSÉ DE BARROS MOREIRA 3214.7919 3244.6136
- Mirtes Carvalho Machado - Carmem Lucia Costa Benicio - Lúcia Marques de Melo - Maria de Fatima Urbano Vasconcelos
Rua. Monte Castelo – 41 – Mandacaru
7 NAZINHA BARBOSA
3226.8805
- Geraldina Lins Nacre - Marta Cardoso Nascimento - Mariza Medeiros - Lenilde Pereira de Alcântara
Rua. Francisco Brandão – 829 – Manaíra
8 SENADOR RUI CARNEIRO 3244.2837 3214.7932
- Alzeni Andrade Matsubayashi - Joseane dos Santos Santana - Edleuza Maria S. de Lima - Maurilio Cesar Araújo
Rua. João de Brito – 180 – Mandacaru
9 SERÁFICO DA NÓBREGA 3244.2837 3214.7932
- Luzia Bernadete M. Souza - Gláucia Denise G.Barbosa - Sônia Elizabeth S. Nóbrega - Jahiel Jacqueline Catão Lucena
Rua. Ubirajara Targino Botto – 36 – Tambaú
10 JORNALISTA LUIS AUGUSTO CRISPIM 3214.7933
3244.5516
- Braz Di Lorenzo Oliveira - Edite Ribeiro da Costa - Inês Carvalho Pinto -Maria do Socorro Crispim Rua. José Peregrino Montenegro, s/n – B. dos Ipês
11 VIOLETA FORMIGA 3243.5696 3243.7918
- Elisabete Brasileiro L. Olegário - Marileide dos Santos Rodrigues - Maria da Silva Souza -Geane Climaco de Vasconcelos
Av. Alfredo José Ataíde – s/n – A. do Céu Mandacaru
POLO – 07
Unidade / Endereço Fone
Escola Gestores
1 ANAYDE BEIRYS
3218.5817
- Marcos Antônio de F. Azevedo - Silvia Liene F. Patriota - Mª Zélia dos Santos - Célia Maria de Melo
Rua. Cajazeiras s/n Cid. Verde B. das Indústrias
2 CANTALICE LEITE MAGALHAES 3212.4591 3218.9363
-Edmar Cavalcante de Nascimento -José Gaudioso de Oliveira -Maria das Neves Vieira dos Santos - Lúcia de Fatima Ferreira de Paula
Rua. Manoel de P. Magalhães - 57 - B.das Indústrias
3 DUARTE DA SILVEIRA 3218.9388 -José Otaviano Ferraz Neto
112
Rua Marieta A Nascimento - 265 - Costa e Silva 3233.7687 -Zeneide Lígia de Araújo Quintino
-Walquíria Soares Marinho da Silva -Liana Miranda Ferraz de Oliveira
4 DUQUE DE CAXIAS 3218.9392 3233.7191
- Josefa Jacinto de França - Ivo Lima Ferreira - Carlos Antonio da Silva - Marlene Lira Machado
Rua Graciliano Delgado - 284 - Costa e Silva
5 ERNANI SÁTIRO 3233.8471 3214.2896
-Iracema Luiza da Silva Xavier - Azinete Souza da Silva -Maria do Carmo Neves Cassiano Rua Prof. José Holmes - 120 - Ernani Satyro
6 JOÃO MONTEIRO DA FRANCA 3255.3281 3218.9400
- Dalvaci Rodrigues P. Lira - Jonatas Martins Soares - Benigna Veloso Teixeira - Pedro Alves da Silva Rua. Mara J. M. do Amaral – 43 Conj. José V. Diniz
7 MONTEIRO LOBATO 3218.9389 3234.2949
- Rosália Ferreira Leite - Sônia Maria de A. de Carvalho - Maria Cristina Araujo de Almeida ‘’’’
8 PAULO FREIRE 3218.9402 3262.8134
- Chirley de Souza S. Martins - Veranice Anísia Viana Paulino - Maria Inês de O. Dias
Rua. Projetada s/n - Qd 01 -Lt 02 - Conj. Nova Trindade
9 PRESIDENTE JOÃO PESSOA 3214.2719 3218.9401
- Warner Albuquerque Pontes - Natalina F. Gonçalves - Maria José de F. Lopes - Maria Marli C.dos Santos
Rua. Martinho Lutero – 520 – Jd. Veneza
POLO – 08
Unidade / Endereço Fone
Escola Gestores
1 ANISIO TEXEIRA 3218.9384 3233.2369
- Clésio Borborema Brito - Maria Socorro G. Bezerra - Lêda Maria Numes Cordeioro - Alcida Alves S. Souza Rua Lourenço Cesar - 369 - Esplanada I
2 ANTENOR NAVARRO
3220.1042
- Jesualdo Nobrega do Nascimento - Francinete Elita Brasil - Silvia Aparecida V. da Silva -Maria Elisa de Almeida Navarro
Gramame - 25 000 – Gramame
3 DARCY RIBEIRO 3233.8985 3218.9382
- Israel Pereira Gomes - Aurília Abrantes de Q. Pereira - Nair Paulino de Brito - Idinalda Aguiar Trindade Rua Projetada s/n - Funcionários II
4 JORNALISTA RAIMUNDO NONATO 3214.3209
- Bento Carvalho de L. Filho -Adelsir Cavalcanti S. dos Santos - Sônia Maria Máximo Rua Projetada s/n– Gervásio Maia. Gramame
5 MOEMA TINOCO CUNHA LIMA 3233.3735 3218.9378
- Maria Coely R. B. Alencar - Twana Rodrigues Macedo - Djaneide Ramos Silva - Irene Soares de Andrade Rua. Severino B. de Morais – 175 – Funcionários II
6 PEDRA DO REINO 3234.3040 3233.9467
- Maria Gomes Dantas - Marcelina Gonzaga de Luna - Maria do Socorro Villa Nova - Lúcia Pessoa Ferreira Rua Projetada s/n – Grotão
113
7 THARSILLA BARBOSA DA FRANCA 3218.9398 3233.6439
- Maria de Fátima R. dos Santos - Maria Leite Cavalcante de Andrade - Maria das Graças de Brito -Maria de Fátima F.Santos de Lima
Rua. Nossa Senhora da Paz - 72 – Grotão [email protected]
8 ECON. CELSO MONTEIRO FURTADO 3214-3669
- Josiane Doía de A. Pimentel - Arlete Chacon Santos - Maria Adjanith Bezerra de Moura - Maria do Rosário de O.dos Santos
Rua Mª Carneiro dos Santos, 50 João Paulo II, Func. I I
POLO – 09
Unidade / Endereço Fone
Escola Gestores
1 ALMIRANTE BARROSO 3218.9379 3233.3527
- Maria da Penha Araújo -Joseni Lemos Souza Oliveira - Edileuza Cabral Ferreira Rua. Enedino Jorge - 371 - C.das Armas
2 ANALICE GONÇALVES DE CARVALHO 3215.6133 3242.7683
- Antonio Alberto da Costa Souza - Joseneide Cordeiro da Silva - Mª Gorett da S. Souza
Rua 04 de Outubro - 653 - Cruz das Armas
3 ANIBAL MOURA 3215.6132 3242.7680
- Maria Emilia Coelho da Silva Correa - Ivone de Morais Rio Branco - Loydmar Batista Costa -Solange Santos Gonçalves
Rua São Salvador -25 - Cruz das Armas
4 APOLONIO SALES DE MIRANDA
3222.5819
- Maria Elizabeth Rodrigues Sales -Suely de Souza Azevedo Barros -Conceição de Maria Oliveira Souza -Valdeniza Coutinho Santana
Rua Eng. Retumba - 240 - Cruz das Armas
5 CASTRO ALVES
3233.1687
- João Letício de Sousa -Maria de Fátima O. dos Santos - Maria Eunice Alves de Sousa - Zélia Benedito Santos de Sousa
Rua Manoel Guerra – 71 – Funcionários I
6 OSCAR DE CASTRO
3215.6130
- Lindemberg de Paiva Bronzeado - Marlene Carlos Fernandes - Maria Verônica da Silva - Ângela Cavalcanti da Silva
Rua Lima Filho -147 - Cruz das Armas
7 RENATO LIMA 3215.6131
- Cleidivane Marques B. de Moura - Maria Camilo do Nascimento -Maria Celi F. M. Medeiros
Rua. Monsenhor Severino – 270 – Cruz das Armas
8 ZULMIRA DE NOVAIS 3262.3311 3233.5029
- Tereza Lúcia de F. Albuquerque - Paulo Oliveira dos Santos - Francineide Maria Marcone - Marisalva do N. Pereira Correia
Rua Sara Tereza - 570 - Cruz das Armas
114
APÊNDICE I – Teste Piloto
No sentido de avaliar o roteiro e procedimentos estabelecidos para a
realização da coleta de dados, refletir sobre padrão amostral do estudo a ser
realizado, além sublinhar as possíveis relações entre as variáveis, seus efeitos e
comparações com normas nacionais e internacionais, fez-se um teste piloto numa
escola Municipal de João Pessoa onde foram avaliados os aspectos acústicos de
turmas do 1º ao 5º ano, turnos manhã e tarde, cujos resultados estão descritos a
seguir:
Os gráficos 1 e 2 apresentam os comportamentos dos níveis de ruído
medidos nas salas de aula do turno da manhã e tarde, respectivamente. No turno da
manhã os resultados indicam valor mínimo de 73,40 dB(A) e máximo de 87,30
dB(A), tais valores encontram-se fora dos limites estabelecidos na legislação
vigente. No turno da tarde verifica-se que os valores indicam um ambiente insalubre
em quase todas as salas de aula, exceto nos pontos 2 e 3 na sala do 3º Ano B.
115
GRÁFICO 1 – Nível de ruído em salas de aula do turno da manhã. Fonte: Dados coletados durante a pesquisa
GRÁFICO 2 – Nível de ruído em salas de aula do turno da tarde. Fonte: Dados coletados durante a pesquisa
Comparados com os parâmetros estabelecidos pela NBR 10.152/1987, no
qual o ruído em sala de aula é considerado inadequado quando se encontrar acima
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
90,0
1 2 3 4 5
1º Ano A
2º Ano A
3º Ano A
4º Ano A
5º Ano A
NBR 10.152 - ABNT
OMS (1980)
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
90,0
1 2 3 4 5
1º Ano B
2º Ano B
3º Ano B
4º Ano B
5º Ano B
NBR 10.152 - ABNT
OMS (1980)
116
de 70 dBA, podendo desencadear reações fisiológicas; os valores indicam um
ambiente insalubre em todas as salas de aula. De igual modo, a Organização
Mundial de Saúde – OMS (WHO, 1980) afirma que acima de 65 dB(A) o ruído pode
prejudicar o trabalho, o descanso, o sono e a comunicação; podendo causar danos à
audição e causar ou provocar reações psicológicas, fisiológicas e patológicas.
Analisando os dados coletados, é possível afirmar que as salas de aula desta
escola municipal apresentaram resultados preocupantes, uma vez que todas as
salas de aula pesquisadas encontravam-se inadequadas para a atividade a que se
destinam, tendo por base a qualidade acústica que deve ter um ambiente como este.
Esta avaliação preliminar permitiu concluir que as salas de aulas, de um modo geral
não dispõem de condições necessárias para cumprir de forma eficiente os seus
objetivos.
117
APÊNDICE II – Questionário
LEVANTAMENTO DA ACÚSTICA E CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS
Escola Municipal ____________________________________________________
Endereço: __________________________________________________________
Telefone: ___________________________________
Contato : ___________________________ Função: _________________________
Turma: ________________
Data da Medição: ____/______/_______
Hora: ___:_____ h
I - MEDIÇÕES DE ACÚSTICA
Pontos Medição 1 Medição 2 Medição 3
P1 P2 P3 P4 P5
Pontos Medição 1 Medição 2 Medição 3
P1 P2 P3 P4 P5
118
IDENTIFICAR OS PONTOS DE MEDIÇÃO E A POSIÇÃO DO PROFESSOR
FAZENDO UM BREVE LAYOUT COM A LOCALIZAÇÃO DA PORTA, DA MESA DO
PROFESSOR E DISPOSIÇÃO DAS CARTEIRAS E ARMÁRIOS NA SALA.
II - LEVANTAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS
1. Fotografar a escola da seguinte forma:
- Três fotos internas
- Uma foto do corredor
- Duas fotos externas (sala / prédio)
2. Medidas da Sala:
Largura: ___________________
Comprimento: _______________________
Pé-Direito (Altura): _____________________
119
Dimensões das aberturas e quantidade: ___________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3. Orientação do prédio / sala (Norte, Sul, Leste, Oeste) 4. Esquema da Planta baixa da sala e ambientes vizinhos.
120
APÊNDICE III – Carta de Apresentação
121
APÊNDICE IV – Rotina utilizada no software R
dados = read.table(file="C:\\Users\\LAT\\Desktop\\Roberta\\dadosnovos2.txt", header=TRUE, dec=".") attach(dados) library(boot) names(dados) dados is.numeric(NPS) is.numeric(STI) is.numeric(REXT) is.numeric(TR) is.numeric(LAYOUT) --------------------------------------------------------------- Análise descritiva #NPS plot(NPS, xlab="Salas de aula", ylab="NPS", main="Níveis de pressão sonora - NPS", xlim=c(0,120), ylim=c(20,90)) abline(h=40,lwd=4, col=2) abline(h=50,lwd=4, col=2) summary(NPS) sd(NPS) #REXT plot(REXT, xlab="Salas de aula",ylab="REXT" , main="Ruído Externo", xlim=c(0,120),ylim=c(20,80),space=1.5,axisnames = TRUE) abline(h=50,lwd=4, col=2) summary(REXT) sd(REXT) #TR plot(TR, xlab="Salas de aula",ylab="TR" , main="Tempo de Reverberação",xlim=c(0,120),ylim=c(0,1),space=1,axisnames = TRUE) abline(h=0.4,lwd=4, col=2) abline(h=0.6,lwd=4, col=2) summary(TR) sd(TR) #STI plot(STI, xlab="Salas de aula",ylab="STI" , main="Speech Transmission Índex",xlim=c(0,120),ylim=c(0,0.5),space=1,axisnames = TRUE) abline(h=0.3,lwd=4, col=2) abline(h=0.45,lwd=4, col=2) abline(h=0,lwd=4, col=2) summary(STI) sd(STI) #LAYOUT is(LAYOUT)
122
factor(LAYOUT) plot(factor(LAYOUT),xlab="Tipos de Layout",ylab="Quantidade de salas de aula" , main="Layout das Escolas") summary(factor(LAYOUT)) dp(factor(LAYOUT) --------------------------------------------------------------- Análise da relação entre os parâmetros - Teste t dados = read.table(file="C:\\Users\\LAT\\Desktop\\Roberta\\testet.txt", header=TRUE, dec=".") dados NPSpa <- c(dados$NPSpa) NPSpn <- c(dados$NPSpn) differences <- NPSpa-NPSpn differences summary(differences) t.test(NPSpa, NPSpn) qqnorm(differences) qqline(differences) --------------------------------------------------------------- Modelo de Regressão Beta cor(dados) dados = read.table(file="C:\\Users\\LAT\\Desktop\\Roberta\\dadosnovos2.txt", header=TRUE, dec=".") attach(dados) library(boot) #*Link LOGIT*# a = betareg(formula = STI ~ NPS + REXT + TR + LAYOUT, data = dados, link = "logit") summary (a) #Retirando REXT a = betareg(formula = STI ~ NPS + TR + LAYOUT, data = dados, link = "logit") summary (a) #Retirando NPS a = betareg(formula = STI ~ TR + LAYOUT, data = dados, link = "logit") summary (a) #Retirando LAYOUT a = betareg(formula = STI ~ TR, data = dados, link = "logit") summary (a) #Adequação Global s.a=summary(a)
123
s.a$deviance/s.a$dispersion qchisq(0.95, 4) #Validação do Modelo #Valor Ajustado e Desvio residual fit=fitted(a) fit plot(fit,STI) STI plot(a) #*Link PROBIT*# b = betareg(formula = STI ~ NPS + REXT + TR + LAYOUT, data = dados, link = "probit") summary (b) #Retirando REXT b = betareg(formula = STI ~ NPS + TR + LAYOUT, data = dados, link = "probit") summary (b) #Retirando NPS b = betareg(formula = STI ~ TR + LAYOUT, data = dados, link = "probit") summary (b) #Retirando LAYOUT b = betareg(formula = STI ~ TR, data = dados, link = "probit") summary (b) #Adequação Global s.b=summary(b) s.b$deviance/s.b$dispersion qchisq(0.95, 7) #Validação do Modelo #Valor Ajustado e Desvio residual fit=fitted(a) fit plot(fit,STI) #*Link CLOGLOG*# c = betareg(formula = STI ~ NPS + REXT + TR + LAYOUT, data = dados, link = "cloglog") summary (c) #Retirando NPS c = betareg(formula = STI ~ REXT + TR + LAYOUT, data = dados, link = "cloglog") summary (c) #Retirando REXT c = betareg(formula = STI ~ TR + LAYOUT, data = dados, link = "cloglog")
124
summary (c) #Retirando LAYOUT a = betareg(formula = STI ~ TR, data = dados, link = "cloglog") summary (a) #Adequação Global s.a=summary(a) s.a$deviance/s.a$dispersion qchisq(0.95, 3) #Validação do Modelo #Valor Ajustado e Desvio residual fit=fitted(a) fit plot(fit,STI) plot(a) #Gráficos do Modelo plot(a,which=1) plot(a,which=2) plot(a,which=3) plot(a,which=4) plot(a,which=5) plot(a,which=6) #*Link CAUCHIT*# d= betareg(formula = STI ~ NPS + REXT + TR + LAYOUT, data = dados, link = "cauchit") summary (d) #Retirando LAYOUT d= betareg(formula = STI ~ NPS + REXT + TR, data = dados, link = "cauchit") summary (d) #Retirando REXT d= betareg(formula = STI ~ NPS + TR, data = dados, link = "cauchit") summary (d) #Retirando NPS d= betareg(formula = STI ~ TR, data = dados, link = "cauchit") summary (d) #*Link LOG*# e= betareg(formula = STI ~ NPS + REXT + TR + LAYOUT, data = dados, link = "log") summary (e) #Retirando LAYOUT
125
e= betareg(formula = STI ~ NPS + REXT + TR, data = dados, link = "log") summary (e) #Retirando NPS e= betareg(formula = STI ~ REXT + TR, data = dados, link = "log") summary (e) #Retirando REXT e= betareg(formula = STI ~ TR, data = dados, link = "log") summary (e) #Gráficos do Modelo plot(a,which=1) plot(b,which=1) plot(a,which=2) plot(b,which=2) plot(a,which=3) plot(b,which=3) plot(a,which=4) plot(b,which=4) plot(a,which=5) plot(b,which=5) plot(a,which=6) plot(b,which=6) #*Link LOGLOG*# f = betareg(formula = STI ~ NPS + REXT + TR + LAYOUT, data = dados, link = "loglog") summary (f) #Retirando LAYOUT f = betareg(formula = STI ~ NPS + REXT + TR, data = dados, link = "loglog") summary (f) #Retirando NPS f = betareg(formula = STI ~ REXT + TR, data = dados, link = "loglog") summary (f) predict dados plot(STI,TR) cor(dados)