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1 Construções Verdes em Salvador: Estudo de Caso de Uma Residência Martin Joseph Mullins 1  Nilton Góis 2   Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar recursos atualmente disponíveis à construção civil para o alcance da sustentabilidade no processo da construção de edificações, utilizando como referência obras em Salvador. Foca-se em uma residência construída no condomínio Alphaville Salvador I, mostrando as tecnologias ecológicas implementadas para o aproveitamento dos recursos naturais, também como as possíveis mudanças no projeto e as tecnologias e produtos disponíveis no mercado que possam ser implementadas, demonstrando assim a importância e benefícios que tais mudanças trarão  para a edificaçã o e seus moradores, como também para a sociedad e, incentiva ndo assim a  prática da engenhari a ecologic amente correta. O trabalho foi desenvolvido a partir da definição de um estudo de caso que procurou relacionar teoria e prática de modo a demonstrar formas alternativas que promovessem a sustentabilidade das edificações, contribuindo assim, para a transformação da construção civil em algo moderno e ecológico. Palavras-chave: Sustentabilidade; Tecnologias Ecológicas; Recursos Naturais. 1.0 Introdução Muito tem se falado sobre construções verdes, construções ecológicas e construções sustentáveis, mas exatamente o que significa isso? Na verdade, tudo diz respeito à mesma coisa, “utilizar os recursos disponíveis no presente sem esgotá-los e comprometer o meio ambiente das gerações futuras” (Relatório Bruntland – 1987). A concepção de Construções Verdes, do inglês Green Building, é a prática pelo qual construções aumentam a eficiência do uso de recursos (energia, água, materiais, entre outros) empregados na obra, reduzindo o impacto sobre a natureza e a saúde humana durante toda a vida da construção. Isso é atingido através do projeto, da construção, operação, manutenção e inovação, conseguindo assim a redução da poluição, da degradação do meio ambiente e dos resíduos gerados. Durante muito tempo, e ainda hoje em menor escala, a engenharia civil é a vilã do meio ambiente. De todas as atividades praticadas pelo ser humano, a construção civil é uma das que mais impactam na natureza, pois é responsável, junto com os setores agrícolas e agropecuários pela devastação descontrolada de grande parte da floresta tropical brasileira. No Brasil, aproximadamente 40% da extração dos recursos naturais têm como destino a indústria da construção. As edificações por sua vez consomem 60% da energia gerada, 12% da água doce, 56% dos resíduos sólidos urbanos vêm das construções e demolições, além da emissão de 40% dos gases geradores do efeito estufa. Quase toda a água que entra nas edificações, sai sem reaproveitamento carregando consigo algum tipo de poluente. Essa água geralmente acaba indo para os córregos, rios ou oceanos destratada, isto porque, somente 75% das residências brasileiras estão ligadas à rede de esgoto, e apenas 32% do esgoto recebe algum tipo de tratamento. Na reportagem “Avaliação ambiental de edifícios,” artigo publicado na revista Téchne de abril de 2008, os autores afirmam que pesquisas mostram que em algumas cidades do estado de São Paulo, mais da metade do volume diário de resíduos 1 Concluinte do Curso de Engenharia Civil da Universidade Católica do Salvador – Autor 2  Professor titular da disciplina d e Eletricidade da Universidade Católica do Salvador – Orientador

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Construções Verdes em Salvador: Estudo de Caso de Uma Residência

Martin Joseph Mullins1 Nilton Góis2 

 Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar recursos atualmente disponíveis à

construção civil para o alcance da sustentabilidade no processo da construção deedificações, utilizando como referência obras em Salvador. Foca-se em uma residência

construída no condomínio Alphaville Salvador I, mostrando as tecnologias ecológicas

implementadas para o aproveitamento dos recursos naturais, também como as possíveis

mudanças no projeto e as tecnologias e produtos disponíveis no mercado que possam ser 

implementadas, demonstrando assim a importância e benefícios que tais mudanças trarão

 para a edificação e seus moradores, como também para a sociedade, incentivando assim a

  prática da engenharia ecologicamente correta. O trabalho foi desenvolvido a partir da

definição de um estudo de caso que procurou relacionar teoria e prática de modo a

demonstrar formas alternativas que promovessem a sustentabilidade das edificações,

contribuindo assim, para a transformação da construção civil em algo moderno e ecológico.

Palavras-chave: Sustentabilidade; Tecnologias Ecológicas; Recursos Naturais.

1.0 Introdução

Muito tem se falado sobre construções verdes, construções ecológicas e construçõessustentáveis, mas exatamente o que significa isso? Na verdade, tudo diz respeito à mesmacoisa, “utilizar os recursos disponíveis no presente sem esgotá-los e comprometer o meioambiente das gerações futuras” (Relatório Bruntland – 1987).

A concepção de Construções Verdes, do inglês Green Building, é a prática pelo qualconstruções aumentam a eficiência do uso de recursos (energia, água, materiais, entre outros)empregados na obra, reduzindo o impacto sobre a natureza e a saúde humana durante toda avida da construção. Isso é atingido através do projeto, da construção, operação, manutençãoe inovação, conseguindo assim a redução da poluição, da degradação do meio ambiente e dosresíduos gerados.

Durante muito tempo, e ainda hoje em menor escala, a engenharia civil é a vilã domeio ambiente. De todas as atividades praticadas pelo ser humano, a construção civil é umadas que mais impactam na natureza, pois é responsável, junto com os setores agrícolas eagropecuários pela devastação descontrolada de grande parte da floresta tropical brasileira.

No Brasil, aproximadamente 40% da extração dos recursos naturais têm como destino aindústria da construção. As edificações por sua vez consomem 60% da energia gerada, 12%da água doce, 56% dos resíduos sólidos urbanos vêm das construções e demolições, além daemissão de 40% dos gases geradores do efeito estufa. Quase toda a água que entra nasedificações, sai sem reaproveitamento carregando consigo algum tipo de poluente. Essa águageralmente acaba indo para os córregos, rios ou oceanos destratada, isto porque, somente75% das residências brasileiras estão ligadas à rede de esgoto, e apenas 32% do esgoto recebealgum tipo de tratamento. Na reportagem “Avaliação ambiental de edifícios,” artigopublicado na revista Téchne de abril de 2008, os autores afirmam que pesquisas mostram queem algumas cidades do estado de São Paulo, mais da metade do volume diário de resíduos

1 Concluinte do Curso de Engenharia Civil da Universidade Católica do Salvador – Autor2 Professor titular da disciplina de Eletricidade da Universidade Católica do Salvador – Orientador

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coletados são oriundos da construção civil, e que nos países do hemisfério norte, a maiorparte do consumo de energia elétrica é decorrente da climatização das edificações.

Números desse tipo é que levam a uma preocupação maior com a vida humana nofuturo, tanto que em 1983 a ONU criou a Comissão Mundial de Meio Ambiente eDesenvolvimento (UNCED) – Comissão Brundtland, que lançou o Relatório Brundtland (O

Nosso Futuro Comum) em 1987, onde foi concebido o conceito de desenvolvimentosustentável.

Hoje, como se pode notar, houve um aumento no número das construções verdesrealizadas no Brasil e no mundo se comparado a dez anos atrás, quando nem se ouvia falar arespeito do assunto. Porém, esse número ainda é muito baixo. O problema a ser estudado é omotivo pelo qual construções verdes são pouco implementadas no Brasil. Os fatores quepossam explicar o baixo número de construções verdes estão ligados ao acréscimo no custoda obra por usar tecnologias e sistemas modernos, e ao retorno em longo prazo, além da faltade conhecimento da população a respeito do assunto, um tema ainda novo.

Procurou-se então apresentar recursos atualmente disponíveis à construção civil parao alcance da sustentabilidade no processo da construção de edificações, utilizando comoreferência obras em Salvador. Para isso foi avaliado custos de algumas tecnologias tambémcomo a economia e o tempo de retorno do investimento de algumas das implementações.Foca-se em uma residência construída no condomínio Alphaville Salvador I, mostrando astecnologias ecológicas implementadas para o aproveitamento dos recursos naturais, tambémcomo as possíveis mudanças no projeto e as tecnologias e produtos disponíveis no mercadoque possam ser implementados, demonstrando assim a importância e benefícios que taismudanças trarão para a edificação e seus moradores, como também para a sociedade,incentivando assim a prática da engenharia ecologicamente correta.

2.0 Sustentabilidade em Salvador

Em Salvador, como no resto do Brasil, o tema de construções verdes infelizmenteainda é bem novo e pouco difundido. Embora já se leia e ouça muito a respeito, não seencontra muitos exemplos de obras ecologicamente corretas nas cidades. A agência doBanco Real na Granja Viana, em Cotia na região metropolitana de São Paulo, é o únicoprédio com a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)3 no país.Muitos outros empreendimentos estão em fase de processo dessa certificação, porém o maisfácil, embora também raro, é encontrar edificações não aptas a receber o certificado porusarem apenas um ou alguns tipos de tecnologias sustentáveis.

Ainda em fase inicial de projetos, existe o Evolution Ecologic Residence, o primeiroprédio sustentável do Norte-Nordeste a ser avaliado para receber o certificado do LEED, queserá construído pela Leão Engenharia no bairro de Jardim Armação, Salvador, com inícioprevisto para julho de 2009. Entre algumas das tecnologias que serão implementadas estão oreaproveitamento de água, coleta seletiva de lixo, bacias sanitárias de baixo fluxo de água,torneiras econômicas, elevadores econômicos, tijolos ecológicos, madeira certificada, telhadoverde, sensores de movimento e uso de energia solar para aquecimento de água.

3 Certificação obtida por edifícios cujo impacto ambiental está de acordo com as rigorosas recomendações

elaboradas pelo USGBC (U.S. Green Building Council) dos Estados Unidos. Para adquirir a certificação LEED,o empreendimento é avaliado nas seguintes categorias: sustentabilidade de espaço, racionalização de uso deágua, eficiência energética, qualidade ambiental interna, sustentabilidade dos materiais e inovações e processos.

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O Salvador Shopping, na Avenida Tancredo Neves, em funcionamento desde maio de2007 também possui inovações ecológicas, entre elas as que se destacam são oaproveitamento pluviométrico; dispositivos de sanitários dotados de redutores de consumo eum sistema de esgoto a vácuo que reduz o consumo de água em até 90% em relação aossistemas comuns; ar condicionado de termo-acumulação, com um reservatório de 3 milhõesde litros de água gelada (entre 7 e 8 graus) para evitar a utilização dos resfriadores (chillers)

nos horários de pico de energia onde o custo da energia é bem mais caro, sem falar nasobrecarga no sistema da concessionária; a não-utilização de formas de madeira na estruturade construção; a redução do lixo gerado; o uso de lâmpadas especiais com filtros de raiosultra-violetas; uso racional e reaproveitamento de energia; um teto em vidro com 5,5 milmetros quadrados para iluminação natural, vidros estes que são de alta performance e têmfatores de controle de raios infravermelhos e ultra-violeta que reduzem a irradiação de calorpara dentro do ambiente e geram uma redução de custo de energia para iluminação em até70% entre às 10 e 15 horas.

Por último há a residência destacada nesse artigo, localizada no Alphaville Paralela Ina Avenida Paralela, Salvador, que embora sem certificado, contém várias tecnologias

ecologicamente corretas. Ao analisar o projeto, serão vistas quais das implementaçõessurtiram efeito, em termos econômicos e de conforto, e o que poderia ter sido mudado ouacrescentado no projeto, para melhorar ainda mais o mesmo.

Segundo Márcio Araujo, do IDHEA (Instituto para o Desenvolvimento da HabitaçãoEcológica), são necessários nove passos para que uma obra seja classificada como sustentávelcom base no LEED:

1. Planejamento Sustentável da obra2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais3. Eficiência energética4. Gestão e economia da água5. Gestão dos resíduos na edificação6. Qualidade do ar e do ambiente interior7. Conforto termo-acústico8. Uso racional de materiais9. Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis

Passos esses utilizados pelo engenheiro Carlos Mauricio França no projeto e execuçãode sua casa em Alphaville. Entre as implementações tecnológicas, as que mais se destacamsão:

•  eficiência energética com o uso de sistemas de aquecimento solar•  eficiência energética com o uso da tecnologia LED•  iluminação natural•  grandes beirais para aumentar sombreamento•  paredes poentes com isolamento térmico•  vasos sanitários com descarga de 6 lpf (litros por fluxo)•  madeira certificada•  implantação da obra em vários níveis evitando grandes cortes•  piso permeável usando blocos intertravados•  conforto térmico com utilização de ventilação cruzada•  cômodos bem amplos, ventilados e iluminados• 

irrigação do jardim por gravidade aproveitando a coleta de água de chuva•  área de preservação permanente (APP)

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3.0 Economia Obtida

3.1 Iluminação N

Segundo Renato Fariamaior extensão na direção lenecessidade do uso de lâmpa

foi reduzido, aproveitando aem menos horas de luz artifici O proprietário e proj

melhorado ao usar vidro tipcalor, mantendo a temperatretenção à entrada da luz natuPara resolver essa retenção esó abrindo as portas e janelas

Fi

3.2 Ventilação Na 

Importante tambémimplementada a obra comomelhor aproveitamento da vede condicionadores de ar e ve

Figura 2 - Es

Pelas Implementações Ecológicas

tural

, em artigo para Techné de abril 2008, edif te-oeste, usando ao máximo a iluminação nas. Com isso o uso da iluminação artificial

l

 

uminosidade natural durante mais horas doal, que por sua vez reflete positivamente na

tista da casa em estudo concluiu que o c“fumê” ou similar que permita a entradara interna da residência agradável. O f ral, mas isso só será notado no amanhecer oaproveitar ao máximo a luz natural usandoao máximo nas horas de pouca luminosidade

 

ura 1 - Estudo de Sombreamento e Insolação(Fonte - Mauricio França)

tural

estudar a velocidade do vento na reambém a direção predominante do mesm

ntilação natural no edifício. Com isso podetiladores.

tudo da velocidade e freqüência dos ventos em Salvad(Fonte - Programa SOL-AR)

4

cios precisam ter aatural, reduzindo ana casa em estudo

dia, o que implicaonta de energia.

nforto térmico foia luz, mas não domê implica numaentardecer do dia.

o fumê nos vidros,.

ião em que será, que possibilitaráse dispensar o uso

or.

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Nas imagens seguintes da casa em estudo, nota-se que o ar frio entra pelo lado sul esudeste da casa saindo pelo lado norte, levando consigo todo o ar quente de dentro daresidência, possibilitando a circulação e troca constante do ar. No lado SE da casa há uma

 janela de vidro de 7m de altura, que além de possibilitar boa entrada de ar fresco é ótimo parao aumento da iluminação natural dentro da casa.

Figura 3 - Estudo de ventos no local da edificação Figura 4 - Estudo de ventos no interior da edificação(Fonte - Mauricio França) (Fonte - Mauricio França)

Com o posicionamento adequado da casa para melhor aproveitar o vento natural e teruma ventilação cruzada, foi possível dispensar o uso de ventiladores e condicionadores de ar.Agora, para esse sistema de ventilação funcionar perfeitamente, as janelas e portas de todos

os ambientes precisam ser mantidas abertas.

Em entrevista para a Téchne, a arquiteta Alexandra Lichtenberg menciona que éimpossível atingir um conforto térmico sem precisar de condicionadores de ar ou ventiladoresno clima tropical úmido com o pé-direito útil entre 2,40m e 2,55m. Para se ter uma idéia,antes do advento dos condicionadores de ar, o pé-direito era de, no mínimo, 3m de altura. Naresidência focada, isso pode ser notado na sala onde há a escada para o segundo andar, nolado Sul da casa, cujo pé-direito é de pelo menos 7m, porém seria algo a ter sido consideradopara os outros vãos da casa.

Para melhorar ainda mais a ventilação interna, poderia se adotar canos subterrâneos

(earth ducts) que injetam na edificação ar que circulou previamente sob a terra por meio detrocadores de calor terra-ar. Ao passar pelos dutos enterrados, o ar que entra é resfriado pelosolo que tem uma temperatura mais baixa, lançando na edificação um ar mais frio,eliminando a necessidade de manter todas as janelas e portas abertas para obter uma boacirculação de ar, uma opção mais segura.

3.3 Eficiência Energética - Aquecimento Solar

Os chuveiros elétricos são muito baratos, motivo de sua grande popularidade. ADucha Ballerina SS Corona, por exemplo, custa hoje R$ 23,00 (valor pesquisado no dia24/05/2009), tem potência nominal de 4,4kW, o que é bem elevado para uma época em que asociedade vive preocupada com o consumo dos recursos naturais, mas apesar disso é um dosmenores do mercado, onde existem duchas de até 7kW. O uso de chuveiros elétricos em

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larga escala, resulta num eleperíodo do dia em que as pconsumo de pico e na potêngeração, transporte e distribuigeração, maior será a rede decustos com manutenção. Assi

por um curto período de temp Para solucionar esse p

solar. Além disso, a substituieconomia, em médio prazo,manutenção e com vida útilconta de energia elétrica, coma cinco anos. Esses númeequipamento, no número dedo número de pontos abasteBasílio “Aproveitamento de

retorno era em 3 anos e 5 meconforto térmico, por permitirhá possibilidade da ocorrênci

Figura 5 - Principais com

Para dimensionar seuusou a tabela seguinte. Paraquantas pessoas usariam o sidiários, quantos seriam os podistribuição.

ado pico de consumo de energia entre as 1ssoas chegam em casa e tomam seus bancia instalada que a concessionária dimensição de energia elétrica. Portanto, quanto madistribuição, e maiores serão os investimentm, é preciso fazer um investimento elevado

.

roblema, é preciso difundir em larga escalaão do chuveiro pelo sistema de aquecimentprincipalmente para o usuário final, pois em média superior a vinte anos, proporcionaa qual o investimento pode ser recuperado n

ros divergem dependendo, além da capaessoas usando o sistema, a quantidade de bidos por água quente, pois no trabalho reEnergia Solar para Aquecimento de Águ

es. Além da economia, o usuário goza dasum maior controle sobre a temperatura, e sede choque elétrico.

ponentes e orientação de um SAS (Sistema de Aqueci(Fonte - Mauricio França)

sistema de aquecimento solar, o projetistadefinir a capacidade do reservatório térmicstema diariamente, a duração média e a quntos de uso de água quente e as perdas de

6

:00 e 21:00 horas,os. É baseado nona os sistemas de

ior a capacidade deos necessários e ospara suprir energia

uso do aquecedorsolar se traduz em

xigindo baixíssimaforte economia na

um período de doisidade e preço donhos diários, alémlizado por Camila

em Salvador,” o

antagens de maiorurança, já que não

mento Solar)

da casa em estudo, foi preciso saberntidade de banhosalor no sistema de

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Tabela 1 - Tabela de consumo diário de água quente

(Fonte: SolarSul)

Assim, considerando o dimensionamento para 5 moradores, com aquecimento parachuveiros, torneira da cozinha e banheira simples, chegou-se à tabela seguinte.

Tabela 2 - Tabela de dimensionamento do SAS Componentes Consumo Consumo Total (litros)

Ducha 40 x 5 200Cozinha 20 x 5 100Banheira 100 litros por dia 100

Reserva 100Consumo diário total 500

(Fonte: Mauricio França) 

Foi implementado também um sistema auxiliar de aquecimento, formado por umaresistência elétrica ligada a um termostato, instalados dentro do reservatório térmico. Essesistema tem como objetivo manter a água armazenada aquecida, mesmo quando o tempo ficanublado ou chuvoso por vários dias seguidos ou quando o número de usuários do sistema émuito superior ao especificado pelo projeto. Quando a temperatura da água no interior dotanque cair para níveis pré-estabelecidos, o termostato aciona a resistência elétrica no interiordo tanque, aquecendo a água que está no seu interior. Mas segundo o proprietário, ele nunca

teve que usar o sistema auxiliar, pois por mais de três anos os disjuntores que alimentam aresistência elétrica de backup permaneceram desligados. Portanto, toda a água utilizada naresidência nesse período, foi aquecida pelo sol, não consumindo energia elétrica, mostrando oquão eficaz é o sistema.

Outro ponto positivo, para melhor aproveitar a energia solar, foi a colocação dasplacas solares voltadas para o norte, onde o sol permanece por mais tempo na face dasedificações na cidade de Salvador, possibilitando a captação da radiação solar com maiorintensidade. Além disso, outro cuidado que teve o construtor foi com a inclinação da placaem relação ao plano horizontal, que para que o sistema funcione com maior eficiência, deveráser calculada somando-se 10 graus de inclinação à latitude da localidade da implantação dosistema.

No estudo de caso foi utilizado um sistema de aquecimento solar com capacidade para600 litros. Como a residência é habitada por cinco ocupantes, e considerando que cadapessoa toma dois banhos de dez minutos (0,17 da hora) por dia, resulta ao final do mês emuma economia que pode ser calculada da seguinte forma (considerando como referência umchuveiro com potência nominal de 5,2 kW):

5,2 kW x 0,17 hora x 2 banhos x 5 pessoas x 30 dias/mês

Representando uma economia no consumo de 265,2 kWh. Considerando o valorunitário médio de R$ 0,48911 do kWh no mês de maio de 2009 (sem considerar contribuição

Componentes Consumo DiárioDucha Normal 40 litros por pessoa (banho de 10 min)Lavatório 5 litros por pessoaBidê 7 litros por pessoaCozinha 20 litros por pessoaLavanderia 20 litros por kg de roupa seca

Banheira Simples 100 litros por banho

Banheira Dupla 200 litros por banho

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de iluminação pública), na rena ordem de:

R$

Considerando o valordo presente estudo, foi conse

sem levar em conta custos deatual de um sistema do tipopara um pouco mais que 19aquecimento solar por um quVinicius Calazans Morais, amateriais utilizados, oriundasBaixo Custo) da ONG SocieSoSol de 200 a 1.000 litros éobtendo um retorno financeicusto de R$ 300,00 a unidadbarato, resultando num custo t

3.4 Eficiência En

A evolução da ilumincandescente, fluorescenteincandescente comum tem vi10.000 horas, a lâmpada LEininterrupto. Ver figura abaix 

Fig

Para efeito de cálculo, foidiversos cômodos da residênhoras diariamente. Comparan(a incandescente de menor

4 Politereftalato de etileno, ou PET,

para tecelagem e em embalagens pa5 Cloreto de polivinila ou policloretum plástico não 100% originário do

IInnccaannddeesscceennttee 

11887799 

11..000000 hhoorraass 

1122 llúúmmeenn//ww 

RR$$ 11,,5544 ((4400WW)) 

40 W - 480 lúmen

sidência do estudo de caso, obteve-se uma

,48911 * 265,2 kWh/mês = R$ 129,71

em 2005 de R$ 4.200,00 para o sistema instuido um retorno do investimento em menos

aquisição de chuveiros elétricos ou chuveirstá em torno de R$ 2.500,00, o que reduzeses. Uma possível implementação seria a

e usa garrafas PET4 e caixas Tetra Pak de 1utor de Eficiência Energética em Edificaçde reciclagem, ou usar o projeto ASBC (ade do Sol (SoSol). O projeto do aquecedgratuito e é até 85% mais barato que os veo em 9 meses após o início do uso do AS. O aparelho é construído com tubos de Potal de instalação variando de R$ 250 a R$

rgética - Lâmpadas Led 

inação elétrica pode ser dividida em trLED (Diodo Emissor de Luz). Enqu

da útil de apenas 1.000 horas e uma lâmptem uma durabilidade entre 20.000 a 10

.

ura 6 - Principais tecnologias de iluminação(Fonte – adaptado de Mauricio França)

considerado que dos 45 pontos de iluminaçia em estudo, em média, 10 pontos permao o uso de 10 lâmpadas incandescentes de 4otência) contra 10 lâmpadas LED de 3 w

é um polímero termoplástico. Utiliza-se principalmen

ra bebidas. de vinila, é mais conhecido como PVC (do inglês P

petróleo.

FFlluuoorreesscceennttee LLEEDD 

 

11993300 

33..000000 hhoorraass 

11996622 

110000..000000 hhoorraass 

5577 llúúmmeenn//ww  111177 llúúmmeenn//ww 

RR$$ 77,,1188 ((77WW))  RR$$ 2299,,9900 ((33WW)) 

7 W - 400 lúmen 3 W - 350 lúmen

8

economia em reais

alado na residênciade 33 meses. Isso

s comuns. O valortempo de retornotroca do coletor delitro, que segundo

ões, só difere nosquecedor Solar der solar de água dodidos no mercado,BC, admitindo umVC5, material mais00.

s fases: lâmpadanto uma lâmpadada fluorescente de.000 horas de uso

ão distribuídos nosecem acesos por 30 watts de potênciatts, permanecendo

te na forma de fibras

lyvinyl chloride), é

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ligadas por 3 horas diariamente, tem-se ao final de um mês uma economia que pode sercalculada da seguinte forma:

•  Lâmpada Incandescente0,04 kW x 10 lâmpadas x 3 horas/dia x 30 dias/mês

Representa um consumo de 36 kWh no mês.

•  Lâmpada LED0,003 kW x 10 lâmpadas x 3 horas/dia x 30 dias/mês

Representa um consumo de apenas 2,7 kWh no mês. Proporcionando assim umaeconomia de 33,3 kWh a cada mês. Como o valor unitário do kWh na conta do mês de maioda residência do estudo de caso foi de R$ 0,48911 (sem considerar a contribuição comiluminação pública), podemos concluir que a economia mensal pela substituição de 10lâmpadas incandescente por LED seria de (sem levar em conta o preço de cada lâmpada):

R$ 0,48911 * 33,3 kWh/mês = R$ 16,29

Por enquanto representa uma economia muito pequena, mas mesmo assim justificariao investimento de R$ 29,90 (preço FOB na Giamar – São Paulo, maio 2009) por cadalâmpada LED de 3W em substituição às lâmpadas incandescentes de 40W que custam apenasR$ 1,54 (Dismel - Salvador). Só para se ter uma idéia, o retorno do investimento deR$299,00 em 10 lâmpadas LED com a economia mensal de R$16,29 seria de um pouco maisde 18 meses. Além disso, ao analisar a vida útil, constata-se que a durabilidade da lâmpadaLED é de até 100.000 horas enquanto que a lâmpada incandescente possui uma durabilidadede apenas 1.000 horas.

Uma outra opção poderia ter sido o uso de lâmpadas fluorescentes, pois usando omesmo cálculo o consumo seria (usando uma lâmpada de 14W, que emite mais luz, sendoequivalente a uma lâmpada incandescente de 60W):

•  Lâmpada Fluorescente0,014 kW x 10 lâmpadas x 3 horas/dia x 30 dias/mês

Representando um consumo de 12,6 kWh no mês que resultaria numa economia de22,5 kWh/mês e um gasto de R$0,48911 * 12,6 kWh/mês = R$ 6,16. Ainda bem inferior aode lâmpadas incandescentes e com um preço unitário da lâmpada muito mais em conta doque o LED (R$ 9,78 para lâmpada de 14W da General Electric - GE). Os LED são ideais

para quem procura ambientação e destaque de detalhes, pois permitem a iluminaçãodecorativa da casa e jardim com a vantagem de eliminar a preocupação com os custos daenergia e com a constante necessidade da troca de lâmpadas, possibilitando um melhor efeitovisual com a variedade de cores, além de serem compactas. Porém, possuem um baixo fluxoluminoso, não sendo ainda conveniente iluminar um ambiente inteiro e substituir lâmpadasfluorescentes que emitem um fluxo luminoso bem maior (quando comparado aos módulos deLED). Desta forma, os LED são mais recomendados como sinalização, iluminação dedestaque, iluminação de jardim, iluminação ambiente, mas não em quartos, escritórios, salasde jantar e banheiros, onde muitas vezes há a necessidade de um alto fluxo luminoso,

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principalmente em áreas de trabalho e estudo. Outras opções para redução de energia é usarsensores de presença para os pontos de iluminação e eletrodomésticos com o selo Procel 6.

3.5 Economia de Água – Bacias Sanitárias

Somente nos últimos anos a preocupação com o uso racional da água ganhou força nomundo. Diversos estudos apontam para a falta d’água em um futuro próximo, situaçãodiretamente relacionada a seu uso incorreto. Isso levou o projetista a usar as bacias sanitáriasde 6 litros por fluxo (lpf). Segundo o mesmo, as bacias com válvulas tipo Hydra7 podemconsumir oito vezes mais água para alcançar o mesmo objetivo. Como pode ser visto nográfico 1, as bacias sanitárias são os maiores responsáveis pelo consumo de água emresidências no Brasil, com 29% em média do volume diário consumido, segundo o ProgramaNacional de Combate ao Desperdício de Água. Já no gráfico 2 pode se notar a evolução dasbacias sanitárias. Assim, as bacias acopladas de 6 lpf (litros por fluxo) merecem atençãoespecial por parte do presente estudo.

Gráfico 1 - Volume diário consumido numa residência(Fonte: Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água)

Gráfico 2 - Volume consumido por descarga.(Fonte: Celite)

Atualmente existem bacias acopladas ainda mais econômicas, que são as bacias comduplo acionamento (6/3), com consumo de 3 litros por fluxo para eliminação de resíduos

6 Selo que tem por objetivo orientar o consumidor dos produtos que apresentam os melhores níveis de eficiênciaenergética dentro de cada categoria, proporcionando economia na conta de energia elétrica.7 Sistema com válvulas embutidas na parede, e não em caixas acopladas ao vaso ou suspensas.

29%29%

28%28%

17%17%

9%9%

6%6%6%

6%6%

5%5%

Bacia Sanitária

Chuveiro

Pia (cozinha)

Máquina de lavar roupas

Tanque

Lavatório

Máquina de lavar louças

+ de 18 litros+ de 18 litros

16 litros16 litros

12 litros12 litros9 litros9 litros

6,8 litros6,8 litros

1985 1997 2000 2003 atual

Tempo

1985 1997 2000 2003 atual

Tempo

   V  o

   l  u  m  e  p  o  r   D  e  s  c  a  r  g  a

   V  o

   l  u  m  e  p  o  r   D  e  s  c  a  r  g  a

EVOLUÇÃO DA NORMA NBR 15097 DA ABNT

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líquidos e de 6 litros para eliminação de sólidos. No entanto, na residência o construtor eproprietário utilizou as bacias acopladas de 6 lpf (6,8 l), pois o mesmo julgou serem as maiseconômicas do mercado na época do projeto.

As bacias sanitárias antigas gastam em média 18 litros de água por descarga. Assim,em uma residência com 4 pessoas, onde aciona-se a descarga sanitária em média 16 vezes ao

dia, seriam gastos o equivalente a 288 l/dia ou 8.640 litros/mês. A mesma conta com adescarga de 6,8 l, usada na residência, consumirá 108,8 l/dia e 3.264 l/mês ou uma economiade 62% no consumo de água.

Fazendo a mesma conta acima para uma bacia de duplo acionamento, calculando quecada pessoa utilizará uma vez a descarga de 6 litros e três vezes a de 3 litros, as quatropessoas utilizarão 60 litros por dia, o que equivale a 1.800 l/mês.

Para uma residência que consome 32m3  /mês usando bacias sanitárias de 18 litrosresultaria em uma conta conforme mostra tabela 1 seguinte (a informação apresentada éapenas para valores obtidos com a troca das bacias sanitárias).

Tabela 3: Cálculo da conta de água sem taxa de esgoto

Ao substituir a bacia sanitária de 18 litros por uma de 6,8 litros, haveria uma reduçãode 8,64m3  /mês para 3,264m3  /mês, obtendo uma redução de 5,38m3 no consumo, passando aconsumir 26,62m3 /mês.

Tabela 4: Cálculo da conta de água sem taxa de esgoto para bacia sanitária de 6,8L

Obtendo assim uma redução de 25% no valor da conta. Porém, ao substituir a baciasanitária de 6,8 litros por uma de 6/3 litros, haveria uma redução de 3,264m 3  /mês para1,8m3 /mês, obtendo uma redução de 1,46m3 no consumo, passando a consumir 25,16m3 /mês.

Faixa de Consumo Consumo (m3) Valor Unit Valor Total

Até 10 10 12.85 12.85 

11 a 15 5 3.59 17.95 

16 a 20 5 3.83 19.15 

21 a 25 5 4.28 21.40 

26 a 30 5 4.76 23.80 

31 a 40 2 5.23 10.46 

Total 32 105.61 

Total a pagar em R$ 105.61 

(Fonte – EMBASA, maio 2009)

Faixa de Consumo Consumo (m3) Valor Unit Valor Total

Até 10 10 12.85 12.85 

11 a 15 5 3.59 17.95 

16 a 20 5 3.83 19.15 21 a 25 5 4.28 21.40 

26 a 30 1.62 4.76 7.71 

31 a 40 0 5.23 - 

Total 26.62 79.06 

Total a pagar em R$ 79.06 

(Fonte – EMBASA, maio 2009)

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Tabela 5: Cálculo da conta de água sem taxa de esgoto para bacia sanitária de 6/3L

Obtendo assim uma redução de 9% no valor da conta e 5,5% no consumo de águacom a utilização da bacia sanitária de acionamento duplo ao invés da bacia de 6lpf usado nacasa em estudo. Em comparação com a bacia de 18L, a economia na conta é de 32% e aredução no consumo de água é de 21%. Ou seja, a economia seria maior ainda ao usar abacia de duplo acionamento (isso sem levar em conta o preço das bacias sanitárias).

Figura 7 - Comparação entre bacias antigas e bacias ecológicas(Fonte: França) 

Apesar de uma das ênfases do projeto ter sido sobre bacias sanitárias econômicas, aeconomia de água pode e deve ser explorada através de outros dispositivos. Existe hoje umaextensa lista de dispositivos e peças sanitárias desenvolvidas para diminuir o gasto de água:redutor de vazão, torneira com sensor eletrônico, arejadores8, torneira de fechamentoautomático e mictório com válvula de fechamento automático, como alguns exemplos. Nocaso da residência em estudo, uma ótima implementação nos banheiros seria a torneira comsensor eletrônico.

Tratando-se de bacias sanitárias, o mais aconselhável teria sido a adoção de baciascom duplo acionamento, que reduziria ainda mais o desperdício de água. Entre várias outrasopções, o sistema Hydra é o melhor, pois permite o controle mecânico de fluxo através deválvula giratória na própria descarga além do controle operacional, possibilitando um melhorcontrole sobre a quantidade de água utilizada em cada descarga. Uma opção é o Hydra Max(R$107,88, cotado em 30/05/09 na Dismel - Salvador), e outra ótima opção, mais moderna, éa descarga Hydra Duo, que embora com preço elevado (R$210,00 ½ pol. e R$262,18 1¼ pol.,cotado em 30/05/09 na Dismel - Salvador), segundo dados do fabricante, é uma válvulaecologicamente correta, com duas opções de descarga: 3 litros (dejetos líquidos) e completa

8 Peça que introduz ar junto à saída de água da torneira produzindo uma lâmina leve ao contato, reduzindorespingos quando a água bate em algum objeto ou no fundo da cuba, permitindo maior economia ao distribuirmelhor a água, necessitando de menor fluxo para o mesmo resultado.

18 litros poracionamento

Residência com 4pessoas16 descargas/dia

Total em 1 ano éde 105m3

BACIASANTIGAS

 

18 litros poracionamento

Residência com 4pessoas16 descargas/dia

Total em 1 ano éde 105m3

BACIASANTIGAS

6,8 litros poracionamento

Residência com4 pessoas

16 descargas/diaTotal em 1 ano éde 40m3

BACIASECOLÓGICAS

 

6,8 litros poracionamento

Residência com4 pessoas

16 descargas/diaTotal em 1 ano éde 40m3

BACIASECOLÓGICAS

ECONOMIADE 65m3

 

ECONOMIADE 65m3

Faixa de Consumo Consumo (m3) Valor Unit Valor Total

Até 10 10 12.85 12.85 

11 a 15 5 3.59 17.95 

16 a 20 5 3.83 19.15 

21 a 25 5 4.28 21.40 

26 a 30 0.16 4.76 0.76 31 a 40 0 5.23 - 

Total 25.16 72.11 

Total a pagar em R$ 72.11 

(Fonte – EMBASA, maio 2009)

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(dejetos sólidos), reduzindo o consumo de água em ate 40%. Vale à pena salientar que essesdois sistemas só se tornam eficazes quando lidando com pessoas conscientes, tendo melhoraceitação em residências onde o proprietário normalmente tem maior controle sobre o queusa. Não sendo o caso para banheiros para visitas, ou até mesmo em lugares públicos, comohotéis, restaurantes, escritórios, aeroportos entre outros, onde o melhor seria a bacia de duploacionamento.

Entretanto, para economizar este líquido cada vez mais precioso, é preciso uma amplamudança de cultura e conscientização da população para coisas simples como o fechar datorneira enquanto se escova os dentes para então ir para conscientizações mais complexas.

3.6 Economia de Água – Sistema de Coleta de Água de Chuva

Em Salvador, onde a precipitação média anual é em torno de 2.000 mm, há apossibilidade de fazer uso desse recurso. Considerando que em apenas um dia, no dia 24 denovembro de 2006, foi registrada uma precipitação total em Salvador de 77,2 milímetros dechuva, o engenheiro França (que projetou e construiu a residência estudada) chegou à

conclusão que a captação de um telhado da 100m2 seria da ordem de 5.790 litros de água noperíodo de 24 horas, considerando o descarte das primeiras chuvas que carregam impurezasdepositadas nos telhados e colhidas na atmosfera. Só para se ter uma idéia, entre os meses desetembro e fevereiro, os menos chuvosos em Salvador, com precipitações médias que variamde 110 a 130 mm por mês, seria possível, para o mesmo telhado acima, acumular cerca de10.000 litros de água de chuva.

Segundo o construtor, podem-se destacar três principais vantagens quando um sistema deaproveitamento de água da chuva é implantado em uma edificação:

•  Diminuição do consumo de água potável proveniente do sistema de distribuição;• 

Redução das despesas dos seus habitantes com água e esgoto;•  Redução do escoamento superficial, diminuindo a sobrecarga no sistema público decoleta de águas pluviais.

O volume de água aproveitável no sistema de coleta de água de chuva pode ser calculadopela seguinte equação:

V = P x A x C x η 

Onde:V = volume anual, mensal ou diário de água de chuva aproveitável;

P = precipitação média anual, mensal ou diária;A = área de coleta;C = coeficiente de escoamento superficial da cobertura (0,90);η = fator de captação que é a eficiência do sistema de captação, levando em conta odispositivo de descarte de sólidos e desvio de escoamento inicial (de 0,5 a 0,9).

Considerando que a precipitação média anual em Salvador é de 2.000mm, ou seja, 2m(para que o resultado do cálculo seja em m3) e adotando uma área de coleta de chuva de100m2 tem-se um volume captado de:

V = 2m/ano x 100m2 x 0,90 x 0,90

V = 162 m3

 /ano ou V= 13,5 m3

 /mês

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Assim, o sistema proporcionará um acúmulo e conseqüentemente uma economia de13,5m3 ao mês no consumo de água. Para cálculo será utilizado o consumo médio de águanos últimos seis meses da residência em estudo, que foi de 32m3.

Tabela 6: Cálculo da conta de água para 32m3 

Aplicando a redução obtida com a utilização da água da chuva, o consumo de água cai

para: 32m3

– 13,5m3

= 18,5m3

.

Tabela 7: Cálculo da conta de água retirando volume de captação

Os cálculos mostram que há um decréscimo na conta de água de R$190,10 paraR$79,57 obtendo uma economia de R$110,53 a cada mês, mantendo-se essa média deconsumo e captação. Para melhor aproveitamento do sistema é importante ter umreservatório capaz de armazenar um bom volume de água para compensar os dias secos.

Apesar de haver sido projetado para a casa em estudo, o sistema de captação de águanão foi instalado e com isso o proprietário deixou de obter uma redução de 58% na conta e de42% no consumo mensal de água.

Para melhor utilizar a água da chuva, embora seja mais caro que simplesmente usarum reservatório de onde a água é retirada para uso por gravidade ou bombeamento, é fazer aágua de chuva captada passar por um filtro antes de ir para um reservatório inferior ousubterrâneo. Através de bombeamento, leva-se essa água a uma caixa-d’água paralela ao deágua potável, de onde pode seguir para as descargas, uso em áreas externas ou até mesmoabastecer a máquina de lavar roupas (em caso de cidades muito poluídas, a máquina deve terum filtro especial). Ver figura 8.

Faixa de Consumo Consumo (m3) Valor Unit Valor Total

Até 10 10 12,85 12,85 11 a 15 5 3,59 17,95 

16 a 20 5 3,83 19,15 

21 a 25 5 4,28 21,40 

26 a 30 5 4,76 23,80 

31 a 40 2 5,23 10,46 

Total 32 105,61 Esgoto (80% água) 84,49 

Total a pagar em R$ 190,10 

(Fonte – EMBASA, maio 2009)

Faixa de Consumo Consumo (m3) Valor Unit Valor Total

Até 10 10 12.85 12.85 

11 a 15 5 3.59 17.95 

16 a 20 3.5 3.83 13.41 

21 a 25 0 4.28 - 

26 a 30 0 4.76 - 

31 a 40 0 5.23 - 

Total 18.5 44.21 

Esgoto (80% água) 35.36 Total a pagar em R$ 79.57 

(Fonte – EMBASA, maio 2009)

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3.7 Economia de Água – Aproveitamento da Água de Reuso

A poluição da água é infelizmente uma realidade comum na vida dos brasileiros, poistemos o mar, os lençóis freáticos e os rios como destino final de todos os poluentes lançadosno ar e no solo. A melhor saída é cuidar da água através de um tratamento prévio, antes dolançamento em córregos d’água. Como o tratamento de água é feito em construções verdes,

basta reutilizar a água para a descarga, irrigação e lavagem de carros e passeios, sem anecessidade do descarte, e ainda economizando. Um dos passos mais importantes, é o usointeligente da água, tratá-la localmente e reciclá-la.

O sistema mais moderno de aproveitamento da água é através do sistema de reuso,que também poderia ter sido implementada na casa em estudo para melhor aproveitar a águaque normalmente é descartada. Conforme figura 8, a água que sai da cozinha passa pelacaixa de gordura (A), que retém esse material, segue para a 1ª caixa de inspeção (B), paraonde também se direciona a água oriunda de banheiros e da lavanderia. A água segue entãopara a fossa séptica (C), onde bactérias decompõem a matéria orgânica presente no esgoto,com a água saindo 50% mais limpa. Passando então por um filtro biológico (D), ocorre a

etapa final do tratamento: a matéria orgânica é eliminada da água, que sai filtrada com 98%de pureza, para reuso em descargas, irrigação e áreas externas.

Figura 8 – Sistema de água potável (azul), água de chuva (marrom) e água de reuso (roxo).(Fonte: Nova Hydra) 

3.8 Isolamento Térmico

Um dos aspectos mais importantes de qualquer projeto de engenharia é assegurarconforto termo-acústico ao ambiente construído. Na casa em estudo foi utilizado o isopor9 noisolamento térmico de paredes voltadas para o poente. Para isso foi usada uma camada deisopor no meio de duas camadas de blocos de alvenaria.

O isopor é um material de excelente poder de isolamento, tanto de calor comoprincipalmente de frio, devido à grande quantidade de células fechadas e cheia de ar em seuinterior. A fabricação da espuma de poliestireno é feita a partir do benzeno, um produtoderivado do petróleo e cancerígeno. O benzeno é convertido em estireno e depois é estufado

9 Polímero de estireno (poliestireno) minúsculo resultante de pérolas, que submetidas à expansão de vapor d'água aumentam em até 50 vezes seu tamanho original.

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com gases dando-lhe o aspecto de espuma. O gás mais usado é o CFC – clorofluorcarbono,aquele que destrói a camada de ozônio da atmosfera. Pelo fato de ser um produtoproveniente do petróleo e pelo risco da presença do CFC, o isopor não deveria ter sido usadocomo isolante térmico. Segundo Vinicius Morais, materiais com baixos riscos ambientaisque podem ser utilizados para se ter bons resultados no isolamento térmico são papelreciclado, linho10, lã ou cortiça11. Materiais estes que têm seu uso difundido em países que

apresentam baixas temperaturas, pois ajudam também na conservação do calor no interior daresidência, importante principalmente no inverno.

Segundo Morais, o uso de blocos de concreto celular do tipo YTONG pintados comtinta de cor ocre altamente refletiva que têm baixa condutividade eliminaria a necessidade deparedes tradicionais do tipo sanduíche ou de isolamento térmico externo. Esta é outra opçãoque poderia ter sido adotada na residência.

Para ter efeitos ainda melhores, poderiam ser utilizadas mantas reflexivas desubcobertura no telhado, reduzindo assim a quantidade de calor que passa pela telha e penetraa casa, além de evitar goteiras. Uma outra opção bastante ecológica seria a instalação de um

telhado verde.

3.9 Telhado Verde

Apesar de na casa em estudo não ter sido usada esta possibilidade de cobertura, éfundamental difundir informações sobre esta importante ferramenta ecológica. As vantagensde usar um telhado verde nas residências são muitas, entre elas a melhora da qualidade do ar,pois agem como purificadores do ar urbano aprisionando o carbono. Promovem a proteção doprédio, pois a cobertura vegetal elimina a concentração de calor evitando a dilatação doconcreto e protegendo o prédio contra trincas, além de absorver as chuvas ácidas, elevando avida útil da construção. A laje vegetada contribui de forma muito significativa no

escoamento de água da chuva, pois há uma melhora na captação e retenção da águadiminuindo o fluxo que escoaria para a rua. Possibilita o aumento da biodiversidade nascidades, permitindo a propagação da vida animal nos grandes centros além de uma melhorana estética do edifício e da cidade. Melhora a acústica ao absorver e isolar ruídos, serve comoisolante térmico devido ao sombreamento das vegetações deixando o ambiente interno maisagradável, além de contribuir para a diminuição do aquecimento global, já que há umaredução na necessidade da climatização de ambientes, contribuindo assim para a diminuiçãoda emissão de CO2. Auxilia no resfriamento de centros urbanos possibilitando o confortoambiental das áreas mais urbanizadas por reduzir as ilhas de calor12. No caso de lajes planas,o telhado de grama se transforma em uma área de lazer além de possibilitar a horticultura(facilitando o crescimento das mesmas pelo ar em grandes centros ser rico em CO2),

reforçando a idéia de sustentabilidade, pois permite aos moradores produzir e consumir seuspróprios alimentos. Serve também para ajudar na área da psicologia, pois pesquisas apontama rapidez de curas em hospitais onde os pacientes têm a oportunidade de entrar em contatocom áreas verdes. Por todos esses benefícios confere ao prédio um maior valor no caso devenda.

10 Planta herbácea que chega a atingir um metro de altura. Compõe-se basicamente de uma substância fibrosa,da qual se extraem as longas fibras.11 Material de origem vegetal da casca dos sobreiros.12 Designação dada à distribuição espacial e temporal do campo de temperatura sobre a cidade que apresenta ummáximo, como se fosse uma ilha quente localizada.

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Figura 9 – Cobertura verde em Chicago, EUA. Figura 10 – Casa com telhado verde.

No gráfico seguinte estão os resultados obtidos pela UFRGS em um experimento emque se mediu ao longo de quatro dias a temperatura interna de uma caixa com telhado normal

e de outra caixa com telhado verde. A temperatura do ar na caixa com o telhado verdeacompanhou a temperatura externa, com valores levemente menores, em torno de 1ºC. Já acaixa com telha normal teve sua temperatura interna entre 43 e 47ºC. Conclui-se que para oespaço de ar da caixa, que representa um sótão ou ático, a telha comum aqueceu o ar emtorno de 10 ºC acima do telhado verde ao longo da tarde. Nota-se também que durante amadrugada o ar da caixa com o telhado verde ficou mais quente, devido ao isolamentotérmico propiciado pelo mesmo.

No gráfico 3, vermelho é a temperatura do ar na caixa com telha normal, verde é aevolução da temperatura do ar dentro da caixa com telhado verde e azul é a temperaturaambiente fora da caixa.

Gráfico 3 - Evolução das temperaturas externas e internas das caixas(Fonte: Beyer, P.)

A instalação do telhado verde é fácil, segundo a empresa gaúcha Ecotelhado, levaapenas um dia para montar 150 m2 de telhado com três pessoas. O preço fica em torno deR$70,00 o m2 e em termos de custos só é mais caro cerca de 20% do valor de um telhado

convencional, algo bem razoável se comparado aos benefícios que trás. O telhado verde aindapode até ser usado em combinação com o sistema de coleta de água de chuva.

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Para a residência estudada, a instalação poderia ser feita em cima das telhas, ou o queseria melhor ainda, ter feito o telhado como uma laje, possibilitando, além da implementaçãode um telhado verde uma área de lazer. Todas as edificações deveriam utilizar essatecnologia, pois além de todos os benefícios já citados, ainda cria mais verde nas cidadestomadas pelo cinza.

3.10 Energia Eólica

Outra possível fonte de energia que poderia ter sido estudada como possível de serutilizada na residência seria o vento. O vento pode ser transformado em energia através deturbinas eólicas como o Aerogerador Batuíra com potência de 1000W e custo de R$5.959(Fonte - Altercoop), que usa fibras naturais como sisal, bucha vegetal e fibra de coco nafabricação das turbinas, materiais totalmente ecológicos. Em regiões com boa incidência deventos a demanda energética mensal de uma família de quatro pessoas é facilmente suprida.

3.11 Sombreamento

Muito importante e impactante para que se tenha uma temperatura adequada dentro daresidência é o sombreamento da mesma. Vantagem para casas com grandes beirais, casoencontrado na casa em estudo, que além de ter sombra extra dentro da casa pelos beiraislaterais de 1m, frontal de 3,20m e traseiro de 2,60m ainda conta com a vegetação da APP(Área de Preservação Permanente) no fundo. Para melhor aproveitar as áreas sombreadascriadas pelos beirais, é aconselhável a implementação de varandas.

3.12 Piso Permeável

A presença de um piso permeável usando blocos intertravados é de extremaimportância, pois permite um melhor escoamento de água de chuva para o solo, aliviandoassim os sistemas que coletam águas oriundas da chuva, ajudando a minimizar ou até mesmoevitar enchentes no caso de muita chuva. O recomendado é ter o máximo de área verdepossível, pois assim aumenta-se a área de absorção da chuva.

3.13 Coleta Seletiva

Durante todo o uso de uma construção, é imprescindível a implementação de umsistema de coleta seletiva, separando os resíduos orgânicos (lixo de banheiro e restos dealimentos) dos secos (vidro, papel, metal, plástico, etc.), algo que ainda pode ser realizadopelo projetista da casa em estudo.

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4.0 Considerações Finais

Como visto, as tecnologias em prol da sustentabilidade ecológica de uma edificaçãosão muitas e suas implementações diversas, sem falar da economia que esses sistemas trarãopara o bolso dos proprietários, mas, mais importante ainda é a conservação do Planeta e dosseus recursos naturais esgotáveis que isso trará.

Para ter resultados positivos, é importante pesquisar e estudar muito antes de construirou reformar uma edificação que adote sistemas ecológicos, aproveitando ao máximo todos osrecursos naturais existentes para aquele local (sol, vento e chuva) para que os resultados emtermos de conforto, economia e segurança sejam os melhores, e o impacto no eco-sistema omenor possível. Como visto na casa em estudo, varias foram as tecnologias implementadas,todas com resultados positivos no que diz respeito ao conforto dos moradores, economia noconsumo refletindo positivamente nas contas e na preservação do meio ambiente, porém, compequenas mudanças e possíveis aplicações de tecnologias não utilizadas na casa, o resultadofinal teria sido ainda melhor do que o já obtido pelo projetista. E segundo estudos, obrasconstruídas usando as tecnologias ecologicamente corretas ficam com um investimento

inicial em torno de 15 a 20% mais cara do que se feita sem as implementações ecológicas.Para se chegar à utopia de cidades sustentáveis está longe, porém não impossível.

Conscientização é a palavra chave do processo para se chegar lá. Pois de nada adiantariaconstruir uma edificação com alternativas tecnológicas de construção, como a baixa emissãode resíduos, baixo consumo de energia e água, uso de materiais recicláveis, se seus futurosmoradores não tiverem a consciência de que aquele ambiente deve ser preservado para que asfuturas gerações possam usufruir dos mesmos recursos naturais que usamos hoje. De nadaadiantaria uma pessoa morar num prédio que foi construído pensando-se em preservar o meioambiente se ela no caminho do trabalho joga lixo na rua. A população precisa entender aimportância e benefícios da preservação do meio-ambiente, levando a idéia da preservação

para dentro de casa, para o trabalho, na escolha de um móvel, de um carro, da residência emque vai morar, resumindo, que cuidem da natureza como cuidam dos seus filhos.

Esse tipo de mudança de comportamento deve ser empregado em toda sociedade.Todos já sabemos que o aquecimento global está acontecendo, que a água doce está seesgotando, que a poluição atmosférica afeta a respiração de milhares de brasileiros, que asmatas que controlam nosso clima estão desaparecendo, mas a maioria das pessoas faz nadaou pouco a respeito. As grandes construtoras que estão expandindo seus empreendimentosnão se preocupam em implantar nenhuma tecnologia de baixo impacto ambiental em suasconstruções. Um exemplo disso são as próprias edificações do Condomínio AlphaVille queadotaram como medida de baixo impacto ambiental, a adoção de áreas de preservação

permanente (APP) nos terrenos de área construída, porém não fizeram nada para recuperar odesmatamento já feito com a obra. Lógico que já é um começo, mas muito mais ainda podeser feito, como o reflorestamento de áreas devastadas. Com exceção disso, a construção dosedifícios em si está sendo sinônimo de progresso com destruição.

Por trás das grandes construtoras, ainda existe mais um problema grave, que é amentalidade conservadora dos engenheiros mais antigos. Para a maioria deles, a preservaçãoambiental é uma medida precipitada no Brasil. Seus representantes acham que como apoluição ainda não chegou por aqui se deve continuar a construir do jeito como se construíaantigamente, ou seja, pensam primeiro no lucro individual. Porém sabe-se que é sempremelhor e mais barato adotar medidas preventivas do que corretivas, pois é melhor evitar que a

poluição chegue aqui do que ter que adotar procedimentos de despoluição de toda umaatmosfera vital (água, ar e solo) fazendo das construções verdes a principal forma de seconstruir preservando.

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5.0 Referências

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