60
CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO REGULATÓRIA PARA A 3ª REVISÃO TARIFÁRIA ORDINÁRIA DA COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO - SABESP Setembro de 2019

CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 1

CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA

BASE DE REMUNERAÇÃO REGULATÓRIA PARA A 3ª REVISÃO TARIFÁRIA ORDINÁRIA DA

COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO - SABESP

Setembro de 2019

Page 2: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 2

Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP

SUMÁRIO

1 Introdução ...........................................................................................................................3

2 Objetivo...............................................................................................................................4

3 Conceito de Base de Remuneração Regulatória ..................................................................5

4 Metodologias de Avaliação da BRR .....................................................................................6

5 Avaliação Geral da Nova Metodologia Proposta ............................................................... 10

6 Levantamento e descrição dos ativos ................................................................................ 15

7 Atualização da Base Blindada ............................................................................................ 19

8 Ativos em Processo de Regularização ................................................................................ 21

9 Valor a Novo de Reposição (VNR) de Terrenos .................................................................. 23

10 Diagrama de Avaliação e Atualização da BRR .................................................................... 24

11 Edificações, Obras Civis e Benfeitorias .............................................................................. 25

12 Redes de Distribuição de Água, Redes Coletoras de Esgoto e Hidrômetros e Medidores (Bens de Massa) .......................................................................................................................... 26

13 Juros sobre Obra em Andamento (JOA)............................................................................. 27

14 Metodologia de Valoração dos Ativos ............................................................................... 34

15 Índices de Aproveitamento ............................................................................................... 41

16 Conciliação Físico-Contábil ................................................................................................ 46

17 Apresentação do Laudo de Avaliação de Ativos ................................................................ 47

18 Contratos de Performance ................................................................................................ 49

19 Classe de Ativos Especiais .................................................................................................. 50

20 Taxas de Depreciação Regulatória ..................................................................................... 51

21 Referências Bibliográficas .................................................................................................. 52

Page 3: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 3

1 INTRODUÇÃO

A Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo – ARSESP publicou no ano de 2010 a primeira deliberação que estabeleceu conceitos, parâmetros e critérios para a avaliação da Base de Ativos da SABESP - Deliberação ARSESP nº 156/2010, a qual visou o desenvolvimento do processo de revisão tarifária.

Em 14 de outubro de 2016, publicou a Deliberação ARSESP nº 672, que estabeleceu a metodologia e critérios gerais utilizados para definição da base de remuneração regulatória de ativos na segunda revisão tarifária da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP, dispôs, no seu art. 10º, que “A cada revisão tarifária subsequente, a base de remuneração regulatória a ser considerada incluirá as movimentações efetuadas no período anterior à data da respectiva revisão, e será revista e avaliada conforme critérios definidos pela ARSESP.”

Considerando que a conclusão da 3ª Revisão Tarifária Ordinária (3ª RTO) da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP está prevista para Abril de 2021 e o cronograma estabelecido na Agenda Regulatória 2019-2020, a ARSESP apresentou proposta de revisão da metodologia e critérios gerais para atualização da Base de Remuneração Regulatória da 3ª Revisão Tarifária Ordinária (RTO) da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP. Com esta finalidade foi publicada a Consulta Pública n.º 09/2019, cuja contribuição é objeto desta Nota Técnica.

Page 4: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 4

2 OBJET IVO

O objetivo da Nota Técnica é apresentar as diferenças entre a metodologia anteriormente vigente e a colocada em consulta pública e as vantagens e desvantagens com vistas a subsidiar o conhecimento e favorecer a decisão técnica nos termos das melhores práticas regulatórias dos setores regulados, destacando-se o de saneamento básico, bem como apresentar as contribuições e solicitações da Sabesp no âmbito da Consulta Pública em curso para aprimoramento da metodologia e critérios para atualização da base de remuneração regulatória (BRR) visando a 3ª Revisão Tarifária Ordinária da Companhia.

Importante destacar que a SABESP reconhece os avanços promovidos pela ARSESP com relação a metodologia que define os critérios gerais para avaliação e formação da base de ativos, um dos principais componentes da equação tarifária.

Para cada tema que a Companhia julgou pertinente se manifestar, são apresentados os seguintes itens:

Proposta ARSESP: contém em linhas gerais as considerações da Agência Reguladora contida nos documentos colocados em consulta pública. Proposta SABESP: contêm as observações, dúvidas e/ou sugestões de nova proposta acerca do tema discorrido.

Esta contribuição está organizada em formato de relatório, onde para cada tema é

exposta a proposta da Agência Reguladora e, em seguida, as considerações/propostas da empresa. Tal formato complementa o sugerido pela ARSESP para permitir uma avaliação mais extensa e aprofundada do tema.

Page 5: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 5

3 CONCEITO DE BASE DE REMUNERAÇÃO REGULATÓRIA

A Base de Capital, também chamada de Base de Ativos Regulatória (BAR) ou Base de Remuneração Regulatória (BRR) corresponde ao montante de investimentos prudentes realizados por uma empresa regulada, operando em regime de eficiência, que serão remunerados por tarifas. Os principais enfoques utilizados na regulação para determinar o valor da BRR do Capital Inicial no instante da Revisão Tarifária são: Financeiro que busca manter a remuneração do valor do negócio; o Físico que faz a valoração dos ativos a partir do custo técnico, cujas referências são da engenharia econômica para aquisição, substituição e reposição do ativo; e o terceiro é composto por metodologias híbridas dos dois primeiros. A principal abordagem financeira é pelo Valor de Mercado, que objetiva manter o retorno do capital financeiro investido na empresa regulada. Aplicada em várias ocasiões no Reino Unido, a metodologia é criticada por depender de negociação das ações da companhia em bolsa de valores e das expectativas dos investidores quanto às restrições regulatórias, que enfrentará a empresa regulada. Por sua vez, existe uma circularidade na utilização do método, uma vez que o valor das ações depende da expectativa da receita regulada (ou da tarifa) (Guimarães, 2013). Também se utiliza, com a mesma ideia do enfoque financeiro, a valorização ao momento da privatização, no entanto esse valor pode refletir expectativas de lucros de monopólio ou a valoração de estratégias empresariais no momento da licitação da concessão (SABESP,2012).

Page 6: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 6

4 METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DA BRR A Consulta Pública ARSESP n.º 09/2019, de 17/07/2019, visa colher subsídios para estabelecer a Metodologia da Base de Remuneração Regulatória do 3. Ciclo de Revisão Tarifária da SABESP e apresenta mudanças metodológicas para avaliação dos ativos da SABESP. As principais diferenças são:

1. Precificação da Base de Ativos

a. A Deliberação ARSESP n. 156/2010 determinou avaliação da base de ativos da SABESP baseada no conceito e metodologia de engenharia de avaliação para concessões e regulação de serviços públicos pelo Valor Novo de Reposição - VNR, definidas pelos referencias técnicos de engenharia1: VNR2 é o valor de um bem novo, idêntico ou similar ao avaliado. A valoração dos ativos em instalações, máquinas e equipamentos é feita a partir de cotações efetuadas pela avaliadora e preços constantes do Banco de Preços da CONCESSIONÁRIA, devidamente atualizados, conforme critérios definidos pela ARSESP, utilizando-se o que for menor. Em último caso, poderão ser considerados os preços praticados por outra companhia de saneamento do país.

b. A Consulta Pública 09/2019 passa agora a precificar a Base Incremental adotando o conceito e regras definidas pelo Comitê de Pronunciamento Contábeis (CPC) definido para a precificação o VOC: VOC – Valor Original Contábil - Pelo método do valor contábil, o valor de aquisição do ativo ou valor de construção de obra registrados na contabilidade representam o valor do bem elegível. Serão considerados os custos acessórios incorridos na aquisição de um equipamento ou na construção de uma obra para valoração dos ativos.

1 Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, IBAPE – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia associado aos referenciais econômico-financeiros definidos pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais - ANBIMA, Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL 2 ARSESP. DELIBERAÇÃO ARSESP Nº 156, de 30-07-2010, Deliberação ARSESP, nº 352 de 09 de agosto de 2012.

Page 7: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 7

No Diagrama de avaliação pode-se identificar as principais diferenças, conforme as figuras abaixo.

De:

Para:

Page 8: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 8

2. Critério de Despesas Capitalizáveis

a. Antes da Consulta Pública 09/2019: O Custo Adicional é o custo necessário para colocar o bem em operação, formado pelos custos de projeto, engenharia, montagem e frete. O Custo Adicional é definido através da relação entre o valor do custo adicional e a soma dos valores dos custos do equipamento principal e acessório, constantes dos seus registros contábeis, ou o percentual observado em seus projetos, conforme configuração padrão de engenharia. As bases para apuração dos preços dos equipamentos principais, equipamentos acessórios e custos adicionais deverão ser mantidas pela CONCESSIONÁRIA, em separado, para atender eventuais fiscalizações. O Valor Novo de Reposição (VNR) de cada ativo será obtido da seguinte forma: sobre o valor de fábrica do equipamento principal, acrescido dos equipamentos acessórios, somam-se os Custos Adicionais e acrescenta-se a este resultado os juros regulatórios.

b. Na Consulta Pública 09/2019:

As Despesas Capitalizáveis – CAP são custos acessórios envolvidos com a compra do equipamento ou a construção da obra; custos de engenharia e de gerenciamento da obra apropriados por rateio de despesa administrativa, ainda quando o ativo está em construção (obras em andamento). Pela forma que a SABESP realiza seus registros contábeis para os ativos patrimoniais não é possível evidenciar as despesas capitalizáveis individualizada por ativo. Essas despesas são mostradas de forma agregada junto com o Valor Original Contábil (VOC). A validação das despesas capitalizáveis será realizada de forma global, a partir do valor registrado nas obras em andamento do período de julho/2016 a junho/2019.

3. Depreciação

a. Antes Consulta Pública 09/2019 A Depreciação foi definida pelo método de linha, no qual considera-se obrigatoriamente o percentual de depreciação acumulada, registrada na contabilidade para cada bem do ativo considerado. Serão utilizadas as

Page 9: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 9

taxas de depreciação constante do Plano de Contas do Serviço de Saneamento, a partir da data de entrada em operação do ativo, para determinar a depreciação a ser considerada no cálculo do valor de mercado do ativo em uso para constar da base de remuneração regulatória. A depreciação deve ser aplicada sobre o VNR e é calculada respeitando-se o método da linha reta considerando-se obrigatoriamente o estabelecido no Plano de Contas por meio da Deliberação ARSESP 395/2013.

b. Na Consulta Pública 09/2019 A Depreciação Acumulada Regulatória (DACA) foi definida. Para a determinação da depreciação deve ser utilizado somente o método da linha reta considerando-se obrigatoriamente o estabelecido no Plano de Contas por meio da Deliberação ARSESP 395/2013. A depreciação regulatória (DACA) deve respeitar sempre os percentuais de depreciação que constam no Manual de Contabilidade Regulatória e Plano de Contas Regulatório para Empresas do Setor de Saneamento no Estado de São Paulo, a partir da data de sua entrada em operação. Após a aplicação da depreciação regulatória sobre o Valor Original Contábil (VOC) do ativo, será obtido o Valor do Ativo em Operação (VAO), que apresentará a valorização final do ativo para posterior aplicação do Índice de Aproveitamento, conforme detalhamento no Apêndice XI.2 – Resumo Consolidado – Base Incremental Valor Contábil (VC).

Page 10: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 10

5 AVALIAÇÃO GERAL DA NOVA METODOLOGIA PROPOSTA

A SABESP concorda com a iniciativa da ARSESP em passar a adotar para a formação da Base de Remuneração Regulatória Incremental (BRRI) o método de avaliação dos ativos com base no VOC, cuja premissa pressupõe utilizar no processo de valoração dos ativos imobilizados no período incremental o valor registrado na contabilidade societária, mas entende que há necessidade de alguns ajustes.

A proposição para adoção do valor contábil na determinação do valor dos ativos que constituirão a BRRI na 3ª RTO, exceto para os ativos dos municípios assumidos pela SABESP após junho de 2016, deve, pelas suas características, ser mais simples e objetiva do que a metodologia de avaliação pelo VNR. O método de avaliação pelos custos históricos corrigidos envolve a adoção do preço de aquisição original proveniente dos registros contábeis, depreciado com base na vida útil e atualizado monetariamente.

Diferentemente do método do VNR, principalmente pelo fato dos investimentos serem recentes, o VOC é mais interessante por determinar o valor de cada um dos ativos com base no que está escriturado, registrado contabilmente, considerando as condições financeiras e tecnológicas em que foram realizados os investimentos. No VNR a adoção teórica de custos eficientes se baseia em ativos que incorporam inovação tecnológica, o que muitas vezes não representando a realidade.

Como já dito anteriormente, a SABESP reconhece os avanços na metodologia proposta e concorda com sua adoção, mas entende que modificações devem ser introduzidas para que de fato sua aplicação e, posterior fiscalização, sejam feitas de forma simplificada e com a maior transparência possível.

Ressaltando o entendimento da função de complementaridade que a contabilidade regulatória deve ter em relação à societária, A SABESP, ao fazer essas contribuições, se pautou em que:

as informações contábeis e demonstrações financeiras da SABESP são preparadas de acordo com as normas internacionais de contabilidade (International Financial Reporting Standards – IFRS), emitidas pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (International Accounting Standards Board – IASB), e de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil que seguem os pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC;

Page 11: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 11

as imobilizações referentes ao período incremental constavam das ações previstas nos Planos de Investimentos apresentados pela SABESP nos Planos de Negócio e aprovados pela ARSESP nas revisões anteriores. São imobilizações referentes ao período de 2016 a 2019, portanto recentes, cujos investimentos já foram ou serão fiscalizados pela ARSESP;

a adoção do método de avaliação dos ativos pelo VOC deve refletir os recursos efetivamente investidos pela SABESP, garantindo assim a remuneração adequada do capital investido e a sustentabilidade da prestação do serviço através do equilíbrio econômico-financeiro da empresa;

ao final do período do contrato de concessão ou de programa, na possibilidade de reversão, a BRR líquida será um orientador da parcela a ser indenizada pelos ativos ainda não amortizados.

Ao passar por duas revisões tarifárias ordinárias com uso da metodologia do VNR, a SABESP enfrentou grandes dificuldades para demonstrar componentes essenciais para o cálculo da Base de Remuneração Regulatória, já que as práticas contábeis adotadas pela Companhia e por demais agentes do setor de saneamento seguem a legislação societária, cujas demonstrações contábeis são realizadas em consonância com os padrões internacionais e muitas vezes são incompatíveis com os formatos de informação requeridos pelo órgão regulador.

Em função dessas possíveis incompatibilidades, no setor elétrico a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, implantou a contabilidade regulatória e estabeleceu o Manual de Contabilidade do Setor Elétrico e o Manual de Controle Patrimonial do Setor Elétrico – MCPSE, que estabelecem diretrizes para a contabilização e gestão dos ativos com foco regulatório, além de implantar mecanismos para fiscalização dos agentes no cumprimento dessas diretrizes. O setor de saneamento, apesar de ter avançado nos últimos anos, ainda está em evolução para contemplar todas as especificidades do setor e estabelecer métricas para garantir seu cumprimento.

A Metodologia proposta pela ARSESP para atualização dos ativos incrementais que comporão a Base de Remuneração Regulatória para a 3ª Revisão Tarifária da SABESP, prevê aberturas dos valores registrados na contabilidade, sobre cada uma delas, abordaremos pontos que merecem atenção.

Em relação às informações que deverão ser prestadas para atendimento dessa nova metodologia, a Deliberação, na página 16, diz:

Page 12: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 12

(...) O Valor Contábil (VC) será a somatória dos valores registrados na contabilidade da concessionária no momento de incorporação do ativo em serviço. Esses valores deverão ser detalhados em:

- VOC: Valor Original contábil: valor de compra do equipamento ou valor final da obra, que inclui serviços de terceiros (empreiteiros), mão de obra própria, equipamentos adicionais e outras aquisições.

- CAP: Despesas Capitalizáveis - custos acessórios envolvidos com a compra do equipamento ou a construção da obra; custos de engenharia e de gerenciamento da obra apropriados por rateio de despesa administrativa, ainda quando o ativo está em construção (obras em andamento). Pela forma que a SABESP realiza seus registros contábeis para os ativos patrimoniais não é possível evidenciar as despesas capitalizáveis individualizada por ativo. Essas despesas são mostradas de forma agregada junto com o Valor Original Contábil (VOC). A validação das despesas capitalizáveis será realizada de forma global, a partir do valor registrado nas obras em andamento do período de julho/2016 a junho/2019.

- CONS: Margem de construção - A Margem de Construção da concessionária é considerada para cobrir custos de administração, bem como, a assunção do risco primário da empresa. A Margem de Construção é contabilizada pela concessionária a partir do reconhecimento da Receita de Construção (de acordo com os pronunciamentos contábeis estabelecidos pelo CPC 17 – R1) e também como custos de gerenciamento, através do reconhecimento dos Contratos de Concessão (de acordo com a Interpretação Técnica ICPC 01 – R1 e OCPC 05 – Orientação que trata dos contratos de concessão). Esses custos não serão reconhecidos na valoração dos ativos da Base Incremental.

- JOA: são os Juros sobre Obra em Andamento que a concessionária aloca às obras durante seu período de execução.

Nota-se que o regulador vem exigindo cada vez mais informações detalhadas acerca dos ativos implantados pela Companhia. Tal detalhamento, até então não era exigido pelo regulador, uma vez de que não existiam procedimentos padrões para essa contabilização anteriormente publicados, tampouco uma norma que orientasse o processo de contabilização nas mais variadas tipologias de obras da SABESP. Outro problema corriqueiro destes processos não normatizados é quanto a customização dos

Page 13: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 13

sistemas da empresa, uma vez que não customizados para geração de tais informações podem não ter a possibilidade de retroagir para geração da informação agora requerida.

Considerando que grande parte dos empreendimentos realizados pela SABESP é pelo modelo de contratação turn key, segundo o qual a empresa contratada fica obrigada a entregar a obra em condições de pleno funcionamento, o que envolve tanto a execução da obra, quanto o fornecimento de materiais, máquinas e equipamentos, incluindo todos os equipamentos acessórios e custos adicionais envolvidos, a demonstração da composição desses custos implica num grande desafio para a concessionária, que implementou ferramentas que consistem numa obrigatoriedade do fornecedor em apresentar a composição detalhada desses custos.

Essa situação, além de impossibilitar a segregação dos custos, no momento em que a obra está em fase de construção, reflete inclusive na contabilização dos ativos, já que, em alguns casos, não é possível sequer segregar grupos de ativos, gerando imobilizações de forma consolidada.

Como consequência, o processo de conciliação físico-contábil, previsto no item 6 da Deliberação em consulta pública, poderá será prejudicado, uma vez que o item identificado fisicamente poderá não ter seu correspondente contábil identificado, já que sua imobilização ocorreu de forma agregada em outros ativos.

A conciliação físico-contábil deverá ser feita pela concessionária e pela empresa por ela contratada levantando os seguintes atributos para os ativos que irão compor a base incremental: identificação, localização, descrição (registros técnicos) e registros contábeis patrimoniais. Esses atributos levantados para os ativos da base incremental serão os mesmos que vão ser verificados pela ARSESP na etapa de validação do Laudo de Ativos a ser apresentado pela concessionária. O laudo a ser apresentado não é documento hábil que comprove a origem do bem imobilizado. A concessionária deve comprovar a situação dos ativos em serviço com a documentação que suporte o lançamento contábil (Notas Fiscais, Ordens de Compra e outros que compõem o dossiê da Obra em Andamento), atestando a data de entrada do bem em serviço. Documentos dos projetos de engenharia também deverão ser disponibilizados. (ARSESP, 2019, p. 42)

Outro ponto de alerta que vale ser comentado é a exigência de documento hábil que comprove a origem do bem imobilizado, principalmente para equipamentos, considerando que para as obras turn key o que se tem é a nota fiscal do fornecedor que

Page 14: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 14

faz referência ao avanço da obra e não a nota fiscal de compra efetiva dos equipamentos, ademais, as medições dos contratos em geral, fazem referência ao “fornecimento de materiais e equipamentos” e não ao detalhamento dos equipamentos específicos.

Portanto, o que a Sabesp solicita ao órgão regulador é que nesses casos sejam:

a) Dispensada da obrigatoriedade de apresentação de notas fiscais; b) Aceitas as medições de obras para comprovação dos valores

imobilizados.

Page 15: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 15

6 LEVANTAMENTO E DESCRIÇÃO DOS ATIVOS

Proposta ARSESP:

Sobre o levantamento dos ativos, a deliberação da CP09/2019 detalha que:

Os serviços deverão ser iniciados pela inspeção local, para identificar os ativos físicos efetivamente existentes, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, além do levantamento de suas características e especificações técnicas, de acordo com os seguintes procedimentos:

a) Deverão ser objeto de levantamento individual

• Terrenos e edificações operacionais (inclusive aqueles vinculados às tividades administrativas e comerciais);

• Sistema de abastecimento de água: instalações, máquinas e equipamentos das barragens, captações, adutoras de água bruta, estações elevatórias de água, linhas de recalque, estações de tratamento de água, adutoras de água tratada e reservatórios;

• Sistema de esgotamento sanitário: instalações, máquinas, equipamentos, estações elevatórias, linhas de recalque, coletores tronco, interceptores, estações de tratamento de esgotos, estações de pré-condicionamento, emissários e destino final;

• Laboratórios de controle de qualidade e centros de controle operacional. • Softwares (licenças)

b) Deverão ser objeto de levantamento por amostragem

• Sistema de abastecimento de água:

1. Redes (tubulações em geral: material, diâmetro, e classe de pressão); 2. Ligações prediais (material e diâmetro), hidrômetros (diâmetro e vazão nominal) e demais equipamentos.

• Sistema de esgoto: 1. Redes (tubulações em geral: material, diâmetro); 2. Ligações prediais (material e diâmetro) e demais equipamentos

Page 16: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 16

• Bens de uso geral. Proposta SABESP:

A empresa deve ter acesso às informações dos bens, consultar e conhecer a documentação antes dos serviços de campo, o que facilitará e otimizará o trabalho, portanto, sugerimos que a redação do primeiro parágrafo seja alterada para: “Os serviços deverão ser iniciados pela verificação da documentação e inspeção local, para identificar os ativos físicos efetivamente existentes, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, além do levantamento de suas características e especificações técnicas, de acordo com os seguintes procedimentos:” Ainda sobre o levantamento dos ativos, nos parágrafos abaixo fazemos as seguintes contribuições: a) Inspeções amostrais A Sabesp entende que o prazo para a realização dos serviços e a necessidade de inspeção de todos os bens (“levantamento individual”) mostram-se incompatíveis. Simulamos com a base parcial de junho a seguinte necessidade de inspeção para os bens de “levantamento individual” definidos na minuta:

Vê-se a necessidade da SABESP vistoria 1.920 locais (PG’s), em 334 municípios para cobrir 100% do valor incorporado (R$ 2.287 bi a valor original sem depreciação). Caso inspecionemos apenas as 90 PG’s (locais) com maiores incorporações, teremos coberto 85% do valor, com significativa redução do esforço (tempo):

Page 17: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 17

Se por cautela deseje-se cobrir % maior, podemos com a vistoria de 302 PG’s (locais) cobrir 95% do valor incorporado:

Em ambas as situações, com redução fantástica do custo de realização das inspeções e sem prejuízo do resultado. Para esse tópico sugerimos a seguinte redação: “A verificação da documentação e inspeção serão realizadas sobre duas amostras selecionadas a partir do agrupamento dos bens de controle de massa (Tubulações, Ligações, Hidrômetros e Redes elétricas) e do agrupamento dos bens de controle individual (demais UP’s). A amostra de bens de controle individual poderá ser obtida a partir da seleção de um conjunto de “Plantas Globais” (PG’s), com base no critério da materialidade, de modo a cobrir 95% do valor dos bens da base incremental. Todos os bens da base incremental localizados em uma PG selecionada devem ser inspecionados.”

b) Realocação de grupos de bens A minuta também especifica que as redes, ligações e hidrômetros, controlados por massa e não vinculados a Plantas Globais, devem ser objeto de levantamento por amostragem. No entanto, a minuta especifica que as linhas de recalque, adutoras, coletores tronco, interceptores e emissários, que também possuem controle por massa e também não são vinculados a Plantas Globais, devem ser objeto de levantamento individual. Essa diferenciação dos bens de características homogêneas carece de sentido e, sem prejuízo às observações anteriores, por coerência, os bens de massa, todos, devem ser objeto de levantamento amostral.

Page 18: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 18

c) Classe de pressão

Sem prejuízo das observações anteriores, a nosso ver a “classe de pressão” não constitui informação técnica pertinente e deve ser retirada do texto. d) Conclusão: Nestes termos, sugerimos que: i. A inspeção e verificação sejam amostrais para todos os tipos de bens, o que

é possível sem prejudicar a acurácia da verificação;

ii. Sejam instituídos dois critérios de seleção das amostras, segregados entre os bens de controle de massa (Tubulações, Ligações, Hidrômetros e Redes elétricas) e os bens de controle individual (demais UP’s);

iii. Para os bens de controle de massa, acompanha-se o critério já sugerido na minuta de normativa (NBR 5626);

iv. Para os bens de controle individual, a seleção de amostra se dê a partir das “Plantas Globais” (PG), com a inspeção de todos os bens da base incremental contidos nas PG’s selecionadas, adotando-se o critério da materialidade que permita cobrir 95% do valor da base.

Page 19: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 19

7 ATUALIZAÇÃO DA BASE BLINDADA Proposta ARSESP:

O item 3.2 da deliberação em consulta pública define os critérios de atualização da Base blindada dos ativos, especificamente sobre a atualização do índice de aproveitamento descreve: ...

c) Índice de Aproveitamento (IA): ativos em serviço que, devido à ampliação de sua área operacional, deverão ter seus índices de aproveitamento recalculados de acordo com a metodologia e critérios estabelecidos por esta deliberação.

Proposta SABESP:

A ampliação da área operacional não constitui o único evento que justifica a alteração do índice de aproveitamento, tema objeto de avaliação detalhada no capítulo 15 desta nota técnica. O texto da forma como está apresentado pode conduzir à equivocada interpretação de que este seria o único evento, portanto, a Sabesp sugere que a redação desse parágrafo seja alterada para: “c) Índice de Aproveitamento (IA): ativos em serviço que, devido por exemplo à ampliação de sua área operacional, deverão ter seus índices de aproveitamento recalculados de acordo com a metodologia e critérios estabelecidos por esta deliberação;” No parágrafo seguinte a deliberação discorre: A Base Blindada das 1ª e 2° RTOs foram originalmente avaliadas pelo Valor Novo de Reposição (VNR) a preços de junho de 2016 e atualizada até dezembro de 2016, atualização esta realizada de modo agregado e não individualizado por ativo. Além disso, durante o último ciclo tarifário, alguns ativos da base foram objeto de baixa por alienação, desuso ou depreciação. Quanto ao Índice de Aproveitamento (IA), alguns ativos podem ter passado por alteração no caso de ter ocorrido expansão da área operacional.

Page 20: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 20

Sobre esse parágrafo, é importante esclarecer que a SABESP não pratica da “baixa por depreciação”. Portanto, sugerimos que o parágrafo seja alterado considerando a seguinte redação: “A Base Blindada das 1ª e 2° RTOs foram originalmente avaliadas pelo Valor Novo de Reposição (VNR) a preços de junho de 2016 e atualizada até dezembro de 2016, atualização esta realizada de modo agregado e não individualizado por ativo. Além disso, durante o último ciclo tarifário, alguns ativos da base foram objeto de baixa por alienação ou desuso. Quanto ao Índice de Aproveitamento (IA), alguns ativos podem ter passado por alteração no caso de ter ocorrido, por exemplo, expansão da área operacional.” Ainda sobre a atualização da base blindada, é importante destacar que a deve-se considerar na Base Blindada a conciliação (homogeneização) das quantidades de ligações (água e esgoto) com o sistema Comercial – CSI realizadas para a migração da base de ativos ao SAP, portanto, sugerimos que seja acrescentada à metodologia o seguinte item: “d) Conciliação cadastral entre os sistemas corporativos da Cia realizadas por ocasião da implantação do SAP.”

Page 21: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 21

8 ATIVOS EM PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO

Proposta ARSESP:

O item 3.7 da deliberação trata de ativos em processo de regularização e apresenta a seguinte redação: Os imóveis que não possuem documentação de titularidade de propriedade definitiva em nome da Sabesp podem ser incluídos na Base de Remuneração Regulatória, desde que cumpram as seguintes condições:

• Ser um imóvel elegível (imóvel operacional); • Encontrar-se registrado na contabilidade; • Existir documentação que comprove a aquisição em nome da Sabesp; e • A documentação de titularidade de propriedade encontrar-se em processo de

regularização.

Proposta SABESP:

O processo de regularização imobiliária segue um rito independente, totalmente descasado com a realização e entrada em operação de uma nova unidade operacional. Assim, há áreas regularizadas cuja obra não se encontra em operação e sequer foi concluída e, de ocorrência mais comum, há áreas em processo de regularização (não concluído), cuja obra foi concluída e as instalações estão em plena operação. Essa segunda situação decorre, por exemplo, quando da desapropriação judicial. O registro da área sem nome da SABESP somente é possível após o término da ação, o que demanda vários anos. Os pagamentos pela área ocorrem bem antes desse registro, desde o início do processo judicial (com a oferta prévia que acompanha a peça inicial) e complementado no seu transcorrer. Nestes termos, para que a BRR seja justa e essa situação não penalize a prestadora, com desembolsos e investimentos realizados mas não reconhecidos, é muito salutar a inclusão dos ativos em processo de regularização.

Page 22: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 22

Aprimorando o texto para que a situação relatada acima seja claramente compreendida e retratada:

• Os desembolsos devem ser reconhecidos mesmo se estiverem registrados no “Imobilizado em andamento”;

• A documentação que comprove a aquisição em andamento, mesmo que não

finalizada, deve ser aceita. E finalmente, os custos desses processos devem ser reconhecidos como investimentos já realizados, mesmo se estiverem registrados no “Imobilizado em andamento”. Esse requisito se aplica tanto aos terrenos quanto às servidões, portanto, sugerimos que a redação desse tópico seja alterada para: “Os imóveis, terrenos e servidões que não possuem documentação de titularidade de propriedade definitiva em nome da Sabesp podem ser incluídos na Base de Remuneração Regulatória, desde que cumpram as seguintes condições:

• Ser um imóvel elegível (imóvel operacional); • Encontrar-se registrado na contabilidade, seja no imobilizado em andamento

(IeA) ou no Imobilizado Definitivo (BP’s); • Existir documentação que comprove a aquisição em nome da Sabesp em

andamento; e • A documentação de titularidade de propriedade encontrar-se em processo de

regularização. “

Page 23: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 23

9 VALOR A NOVO DE REPOSIÇÃO (VNR) DE TERRENOS O método do Valor Novo de Reposição (VNR) será empregado somente para avaliação dos ativos incorporados pela SABESP através da assinatura de contratos de programa com novos municípios, que até então tinham seu serviço de saneamento gerido por terceiros, como por exemplo, por autarquia municipal. Nessa situação, a informação do “valor histórico” dos terrenos não está disponível e não pode ser usada. Nestes termos, sugerimos o uso do valor de mercado dos terrenos, na data da assunção dos serviços.

Page 24: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 24

10 DIAGRAMA DE AVALIAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DA BRR Proposta ARSESP:

Proposta SABESP:

A figura está em desacordo com o item 3.1 “a” e “b”, especificamente quanto aos “Coletores” e “Interceptores” que aqui aparecem como amostrais. Considerando a proposta que apresentamos no item 6 da presente contribuição, sugerimos que a figura seja substituída pela abaixo:

Page 25: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 25

11 EDIFICAÇÕES, OBRAS CIVIS E BENFEITORIAS

Proposta ARSESP:

A avaliação desses bens deve ser efetuada adotando-se o método de reprodução ou quantificação de custo, que consiste em identificar o custo do bem, ou de suas partes por meio de orçamentos analíticos ou sintéticos, a partir das quantidades de serviços e respectivos custos diretos e indiretos. Os valores de reprodução devem ser obtidos por meio de orçamentos detalhados ou sintéticos, considerando-se os preços atuais de seus componentes básicos e o custo de construção na região. Para o levantamento do Valor do Ativo em Operação (VAO) deverão se levantados os custos registrados na contabilidade, na abertura de Valor Contábil Original (VCO), que inclui as Despesas capitalizáveis (CAP); bem como os juros sobre obras em andamento (JOA) registrados na contabilidade da concessionária. A concessionária deverá informar os custos de construção (CONS) lançados para cada ativo imobilizado na contabilidade, porém esses custos não serão reconhecidos na valoração desses ativos pelo Valor Contábil (VC). Proposta SABESP:

A deliberação prevê a avaliação por “Valor Original Contábil (VOC) em detrimento ao Valor Novo de Reposição (VNR). Portanto, salvo para as ativos pertencentes a municípios novos, o método de reprodução ou de quantificação de custo, ao qual o VNR está vinculado, foi abandonado, portanto, sugerimos que a redação desse tópico seja alterada para: “A avaliação desses bens deve ser efetuada adotando-se o Valor do Ativo em Operação (VAO). Para o levantamento do Valor do Ativo em Operação (VAO) deverão se levantados os custos registrados na contabilidade, na abertura de Valor Contábil Original (VCO), que inclui as Despesas capitalizáveis (CAP); bem como os juros sobre obras em andamento (JOA) registrados na contabilidade da concessionária. A concessionária deverá informar os custos de construção (CONS) lançados para cada ativo imobilizado na contabilidade, porém esses custos não serão reconhecidos na valoração desses ativos pelo Valor Contábil (VC).

Page 26: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 26

12 REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA, REDES COLETORAS DE ESGOTO E HIDRÔMETROS E MEDIDORES (BENS DE MASSA)

Proposta ARSESP:

A avaliadora deve validar os controles da Sabesp no que se refere às instalações existentes de redes de distribuição e coletoras, efetuando levantamento de campo dos equipamentos das redes e medidores e hidrômetros por amostragem. As tubulações em geral devem ser objeto de vistoria, quanto às suas características técnicas cadastradas, se disponíveis (material, diâmetro, etc). Proposta SABESP:

Considerando que a esmagadora maioria das tubulações é subterrânea e que os municípios brasileiros não adotam as “galerias técnicas”, a vistoria das tubulações em operação exige, via de regra, escavação. Isso não parece ser o objetivo, pois tornaria o trabalho muito oneroso e demorado, sem falar nos efeitos colaterais como o impacto ao trânsito. Sugerimos excluir a necessidade de vistoria das tubulações e alterar a redação do item para: “A avaliadora deve validar os controles da Sabesp no que se refere às instalações existentes de redes de distribuição e coletoras, efetuando levantamento de campo dos equipamentos das redes e medidores e hidrômetros por amostragem.As tubulações em geral devem ser avaliadas com base na documentação técnica e demais evidências, quanto às suas características técnicas cadastradas, se disponíveis (material, diâmetro, etc)”.

Page 27: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 27

13 JUROS SOBRE OBRA EM ANDAMENTO (JOA)

Proposta ARSESP:

A ARSESP propõe nas páginas 24 e 25 da deliberação que:

A concessionária irá informar, para cada estrutura de saneamento, o valor contábil do JOA apropriado. Caberá a ARSESP, no momento de fiscalização do Laudo de Ativos a ser apresentado pela SABESP, analisar o JOA contábil e reconhecer o valor registrado na contabilidade ou reconhecer o limite regulatório definido acima para Estações de Tratamento, Redes de distribuição e coletores e para reservatórios e captações.

A ARSESP propõe a adoção dos mesmos critérios utilizados nas revisões tarifárias

anteriores com relação a prazos de construção, distribuição de fluxos financeiros e sobre quais

grupos de obras o JOA deve ser aplicado.

Os Juros sobre Obras em Andamento Regulatório (JOA) são definidos regulatoriamente e calculados considerando-se o Custo Médio Ponderado de Capital (Weighted Average Cost of Capital - WACC) após impostos. O WACC foi estabelecido pela Nota Técnica Final 0006-2018 Resultado da 2ª Revisão Tarifária Ordinária da SABESP – Etapa Final: Cálculo da Tarifa Média Máxima (P0) para o 2° Ciclo Tarifário e que deverá ser aplicada na avaliação e atualização dos ativos. A seguir são apresentadas algumas considerações e a fórmula de cálculo dos juros:

• Prazos médios de construção: 12 meses para redes de distribuição, 24 meses para Estações e 18 meses para captações. Prazos maiores deverão ser justificados;

• Para efeito de fluxo financeiro, considerar para as estações, redes e captações, 40% de desembolso distribuídos de forma homogênea ao longo da primeira metade do prazo de construção considerado, e 60% distribuídos de forma homogênea ao longo da segunda e última metade do prazo de construção considerado. (ARSESP, 2019c, p. 24)

Page 28: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 28

Proposta SABESP:

A Sabesp entende que o JOA deva ser aplicado a um conjunto maior de ativos, não se

restringindo apenas às obras referentes a Estações de Tratamento, Redes de Distribuição e

Coletores, Reservatórios e Captações.

A metodologia deve ser ajustada para contemplar os seguintes tipos de

empreendimentos:

Redes de Água (incluindo redes de distribuição e de adução);

Redes de Esgoto (incluindo redes de coleta, coletores tronco, interceptores, linhas de

recalque e emissários);

Estações de Tratamento de Água e Esgoto;

Estações Elevatórias de Água e Esgoto;

Reservatórios e Captações;

Demais empreendimentos necessários à operação dos serviços de saneamento

básico.

O JOA representa o custo financeiro do empreendimento. Entre as características do setor de saneamento estão os elevados custos fixos pelo elevado volume de investimentos em infraestrutura, ao mesmo tempo em que esses custos são afundados (sunk costs), ou seja, os investimentos não podem ser aproveitados em outras atividades. Portanto, o JOA cumpre o papel do reconhecimento do custo de oportunidade pelo dispêndio de recursos empenhados em investimentos nos quais a Concessionária ainda não extrai os benefícios (que é a geração de receita a partir da fase de operação dos ativos). Quando a Agência não reconhece a capitalização de juros em determinadas classes de bens, ela implica à Concessionária um desequilíbrio econômico na prestação dos serviços de saneamento.

Observamos que existem pontos que merecem revisão, em especial, nos critérios propostos para cálculo dos Juros sobre Obras em Andamento (JOA).

Page 29: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 29

13.1) Prazos médios de construção:

A minuta de deliberação da Consulta Pública ARSESP 09/2019, em seu Anexo I, separa os Ativos em categorias, relacionando os prazos médios de construção de maneira incompleta, não abrangendo a totalidade dos tipos de Ativos comumente utilizados em investimentos de saneamento básico:

“Prazos médios de construção: 12 meses para redes de distribuição, 24 meses para Estações e 18 meses para captações. Prazos maiores deverão ser justificados;” Consulta Pública ARSESP 09/2019, Anexo I, p. 24.

Pelo histórico de execução das obras, a Sabesp considera que esses prazos não são factíveis, e realizou um estudo baseado nas Obras em andamento que correspondem aos Contratos ativos e Obras Imobilizadas que correspondem à Base Incremental, como resultado, ficam evidentes as discrepâncias entre os prazos teóricos e os prazos praticados nos Contratos, tanto em sua fase inicial, quanto em sua fase final, que correspondem aos tempos adicionados (Aditivos).

Em linhas gerais, considerando as características das obras de infraestrutura de água e esgoto, observam-se diversas tipologias de instalações cujos avanços médios mensais estão indicados abaixo, considerando seu porte:

13.1.1. Obras lineares

I) Redes de Distribuição de água, Redes Coletoras de esgotos e Tubulações:

• Redes de Água - diâmetro até 300 mm - 800,00 m / mês

• Redes de Esgoto - diâmetro até 300 mm - 600,00 m / mês

II) Coletores Tronco:

• 400 mm a 800 mm - 360,00 m / mês

• 900 mm a 1500 mm - 150,00 m / mês

• Acima de 1500 mm - 110,00 m / mês

III) Adutoras em Aço Carbono:

• Diâmetro entre 900 e 1500 mm - 330,00 m / mês

• Diâmetro entre 1800 mm a 2500 mm - 150,00 m / mês

Page 30: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 30

6.1.2. Obras localizadas (Estruturas de Saneamento) I) Estação de Tratamento de Água:

• 150 l/s até 450 l/s - 18 meses

• 450 l/s até 800 l/s - 24 meses

• 800 l/s até 2.000 l/s - 30 meses

• 2.000 l/s até 3500 l/s - 36 meses

• 3.500 l/s até 5.000 l/s - 40 meses

II) Estação de Tratamento de Esgoto:

• 150 l/s até 450 l/s - 20 meses

• 450 l/s até 800 l/s - 26 meses

• 800 l/s até 2.000 l/s - 32 meses

• 2.000 l/s até 3500 l/s - 40 meses

• 3.500 l/s até 5.000 l/s - 48 meses

III) Estações Elevatórias:

• Potência até 100 cv - 12 meses

• Potência entre 100 cv até 500 cv - 20 meses

• Potência entre 500 cv e 1500 cv - 24 meses

• Potência entre 1500 cv e 3000 cv - 30 meses

• Potência acima de 3000 cv - 36 meses

IV) Reservatórios: 36 meses

13.2. Proposta SABESP para revisão dos tempos médios de execução

O estudo realizado pela Sabesp considera o tempo de execução das obras imobilizadas no período incremental (3º RTO), que para tal, considerou:

Page 31: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 31

• Número de contratos: 67, sendo que alguns deles se repetem para Redes e Estruturas de Saneamento;

• Número de Instalações: 674, distribuídos; • Valor total: R$ 5,3 bilhões, sendo:

Como resultado, obtivemos os seguintes prazos de execução:

Prazo médio dos Contratos (mês)

Instalações Prazos

Redes 606 48

ETAs/ETEs 32 42

Reservação 16 37

Captação 4 33

Elevatórias 16 46

Total 674

I) Obras lineares

O prazo médio identificado nas 606 Instalações imobilizadas do quadro “Prazo médio dos Contratos”, nos vários tipos de Rede, foi de 48 meses, confirmando que o prazo teórico dado pela ARSESP de 12 meses é insuficiente para a execução das Obras.

II) Obras localizadas (Estruturas de Saneamento)

Para os itens ETAs / ETEs onde o prazo teórico adotado pela ARSESP é de 24 meses, identificamos também diferenças significativas como pode-se observar

Vlr Redes Vlr Estruturas Total2.851.413.711,66 2.472.726.752,27 5.324.140.463,93

Page 32: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 32

no quadro “Prazo médio dos Contratos”, onde a média para ETAs / ETEs é de 42 meses.

Como pode-se observar no filtro para ETEs / ETAs abaixo o prazo contratual médio é de 35 meses e prazo final médio, considerando os Aditivos, é de 42 meses, muito além do prazo teórico de 24 meses.

O detalhamento deste estudo, com a indicação dos dados e respectivos contratos que foram analisados serão encaminhados de forma apartada à ARSESP, visando subsidiar a análise do órgão regulador.

Desde já, a SABESP coloca-se à disposição para agendamento de reunião entre as equipes técnicas para apresentação do referido estudo e demais considerações porventura necessárias e solicita a revisão dos prazos médios de execução adotados atualmente.

13.3. Distribuição do desembolso mensal:

A distribuição de desembolso das obras deve ser avaliada com cuidado, por envolver custos referentes a materiais e serviços que não ocorrem necessariamente de maneira linear ao longo de todo o empreendimento.

Em obras de saneamento básico, os custos relacionados a fornecimento de materiais para uso em obras lineares e estruturas de saneamento, em geral, são desembolsados na primeira metade do prazo de execução do empreendimento, onerando significativamente o investimento neste período inicial. Este fato se deve a vários fatores, como: logísticos, de estratégia de aquisição e, principalmente, para garantir a disponibilidade de materiais ao longo de toda a execução do empreendimento, minimizando o risco de interrupções que podem trazer prejuízos para a população.

A minuta da deliberação estabelece que:

Para efeito de fluxo financeiro, considerar para as estações, redes e captações, 40% de desembolso distribuídos de forma homogênea ao longo da primeira metade do prazo de construção considerado, e 60% distribuídos de forma homogênea ao longo da segunda e última metade do prazo de construção considerado...” Consulta Pública ARSESP 09/2019, Anexo I, p. 24 “...O desembolso mensal, em percentual, será definido para estações de tratamento, conforme Quadro 6 a seguir. Para

Page 33: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 33

redes de distribuição de água e rede coletora de esgoto, os percentuais estão apresentados no Quadro 7, e para reservatórios e captações, no Quadro 8. Somente em casos excepcionais, mediante justificativa, esses percentuais poderão ser alterados. Não são admitidos JOA aplicado nos hidrômetros e ligações.

Para minimizar os efeitos dos desembolsos financeiros nas aquisições de materiais, nos custos relacionados à implantação inicial de canteiro e mobilização de equipe, solicitamos adotar a distribuição de 60% (sessenta por cento) do investimento distribuídos de forma homogênea ao longo da primeira metade do prazo de construção e 40% (quarenta por cento) distribuídos de forma homogênea ao longo da segunda metade do prazo de construção.

Page 34: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 34

14 METODOLOGIA DE VALORAÇÃO DOS ATIVOS

No Anexo I da minuta de Deliberação, em seu item “2. Data base do Laudo de Avaliação dos ativos”, quando determina a data base do laudo de avaliação dos “ativos físicos e monetários” como 30 de junho de 2019, entende-se que o termo correto seria “ativos físicos e contábeis” por não estarmos tratando de valores de desembolso e sim de valores efetivamente registrados na contabilidade, portanto “contábeis”.

14.1 Métodos de Valoração dos Ativos

Proposta ARSESP: O Item 4.1 da Deliberação da Agência cita que o VOC Atualizado será o critério

adotado para valoração dos ativos elegíveis incorporados pela concessionária no período de julho de 2016 a junho de 2019, dos contratos vigentes. Sobre a atualização, o texto coloca da seguinte forma (página 15):

(...) a SABESP deverá realizar a atualização dos valores contábeis dos ativos da base incremental até a data de junho de 2019. Isso significa que a concessionária deverá atualizar o valor de incorporação de cada ativo, da data em que ele foi incorporado como ativo em operação na contabilidade até a data de junho/2019 pelo índice IPCA.

Considerações SABESP:

Como já dito, a SABESP concorda com a adoção do VOC atualizado como critério para valoração dos ativos da BRRI. No entanto, a SABESP argumenta em defesa da necessidade de que a metodologia proposta contemple a necessidade de atualização monetária dos investimentos, desde a data da realização dos investimentos, contemplando, assim, todo o período de execução das obras, até a data de seu registro contábil como ativo imobilizado.

Segundo a proposta da ARSESP, a remuneração do capital investido incide apenas sobre o ativo em operação, ou seja, sobre o ativo imobilizado. Os investimentos em obras que se encontram em andamento não entram no cômputo da BRR. Isso significa dizer que os desembolsos feitos pela SABESP durante a construção dos ativos só são considerados como um incremento à BRR a partir do momento que o empreendimento entra em operação e é imobilizado.

O setor de saneamento é caracterizado por obras de médio e longo prazo, sendo que os desembolsos financeiros acontecem durante a construção. Se a atualização do

Page 35: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 35

valor do ativo ocorrer somente após a data de imobilização, os ativos incrementais, incluído aqueles que foram imobilizados retroativamente após a entrega da BRR da 2ª RTO, serão subavaliados do ponto de vista monetário.

A indexação do valor imobilizado deve considerar o momento em que os desembolsos ocorrem durante a fase de construção, de maneira a remunerar o valor do investimento corrigido. Deste modo, a atualização deve contemplar o período de execução das obras, levando em consideração os momentos em que ocorreram os desembolsos, de maneira a incorporar na correção dos valores as mudanças monetárias dos desembolsos que, como apresentado anteriormente, ocorrem em períodos de tempo consideravelmente diferentes do da data de seu registro contábil como ativo imobilizado.

Na 1ª RTO, concluída em abril de 2014, todos os ativos foram levantados e avaliados através do Laudo de Avaliação de Ativos com data base setembro/2011, seguindo as definições da Deliberação ARSESP nº 156/2010. A BRR da 1ª RTO foi elaborada com base na metodologia do VNR.

Para a 2ª RTO, concluída em maio de 2018, todos os ativos foram levantados e avaliados através do Laudo de Avaliação de Ativos com data base junho/2016, seguindo as determinações da Deliberação ARSESP nº 672/2016. A BRR da 1ª RTO (Base Blindada) foi atualizada monetariamente (IPCA), considerando as baixas e depreciações ocorridas no período compreendido entre setembro/2011 e junho/2016. Foi também efetuada a apuração dos ativos incorporados (Base Incremental) durante esse período do ciclo tarifário, com base na metodologia do VNR.

Segundo a proposta metodológica apresentada pela ARSESP na minuta de Deliberação colocada na Consulta Pública 09/2019, para a 3ª RTO, prevista para abril de 2021, será realizada a atualização monetária (IPCA) da BRR da 2ª RTO (nova Base Blindada), considerando as baixas e depreciações ocorridas, assim como a apuração dos novos ativos incorporados (Base Incremental), durante o período do ciclo tarifário (ARSESP, 2019a, p.2-3; 6-7; 10). Os ativos incrementais incorporados pela SABESP no período de julho/2016 a junho/20193 serão avaliados pelo método do VOC (ARSESP, 2019b, Art. 2º, 3º e 4º). A Base Incremental compreende também os ativos incorporados pela SABESP através da assinatura de contratos de programa com novos municípios,

3 A data base do Laudo de Avaliação de Ativos (físico e monetário) que subsidiará o valor da BRR da SABESP será 30 de junho de 2019. Ver: (ARSESP c: 2019, p.4).

Page 36: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 36

entre julho/2016 e junho/20194, que serão avaliados pelo método do VNR (ARSESP, 2019c, p.6-7; 19).

A grande inovação metodológica apresentada pela minuta de deliberação colocada na Consulta Pública 09/2019 se refere ao uso do método do VOC para avaliar a Base Incremental.

O método do Valor Original Contábil (VOC) se refere ao valor histórico registrado pela SABESP em seus livros contábeis, corrigido pelo IPCA/IBGE. O que justificou a proposta de adoção deste método, em detrimento ao Valor Novo de Reposição (VNR), são as vantagens apresentadas pelo VOC. O método do VOC é vantajoso por ser simples e objetivo. Também por refletir a realidade dos registros contábeis da SABESP, além de estar diretamente relacionado aos recursos de fato investidos pela empresa, em linha com o preconizado no artigo 29, § 1º, inciso VI da Lei 11.445/2007 – que inclui, dentre as diretrizes a serem observadas para a definição dos preços e taxas dos serviços públicos de saneamento básico, a “remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços. (ARSESP, 2019, p.11)5

A utilização da metodologia do VOC coloca a questão da atualização monetária dos ativos imobilizados. A metodologia propõe a correção monetária dos valores dos ativos imobilizados, através do índice IPCA, somente a partir da data de seu registro contábil.

O elemento discutido é o da necessidade de atualização monetária dos investimentos desde a data de início da realização das obras dos investimentos, até a data de sua conclusão e imobilização nos registros contábeis. Vale lembrar que muitos dos investimentos realizados no setor de saneamento básico apresentam custos elevados e longo prazo de execução das obras.

A necessidade de correção monetária dos investimentos, durante o período de andamento das obras de investimento, já foi analisada no processo da 1ª Revisão Tarifária Periódica da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA). A atualização monetária dos ativos, antes feita somente a partir da data de sua imobilização, passou a ser feita desde a data dos investimentos, contemplando, assim, o período de execução das obras. Segue um breve resumo desse processo:

4 Santa Branca (assunção em 05/07/2014), Iperó (30/06/2016), Pereira (25/10/2017), Saltinho (07/07/2018), Aguaí (11/07/2018), Guarulhos (13/11/2018). Ver: (ARSESP a: 2019, p.10). 5 Ver também: (ARSESP, 2019c p.15-17).

Page 37: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 37

• A Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (ARSAE) colocou a proposta metodológica para a elaboração da Base de Remuneração Regulatória (BRR) na Audiência Pública Nº 12/2016 - 2ª etapa da 1ª Revisão Tarifária Periódica da COPASA (Primeira fase do processo de consultas) (ARSAE, 2016a, p.4-6). Foi proposto o Método do Valor Histórico Corrigido ou Enfoque Contábil, que valora o ativo a partir do seu custo histórico incorrido, baseando-se em registros contábeis A metodologia proposta e aprovada determinou que a correção monetária dos valores contábeis dos ativos deveria ser calculada com a aplicação da variação do IPCA, a partir da data de imobilização do ativo. Os gastos com obras de investimento, não seriam atualizados enquanto as obras ainda estivessem em andamento, mas somente a partir do instante em que entrassem em operação (ARSAE, 2016b, p.3-5).

• A metodologia aprovada durante o processo da Audiência Pública Nº 12/2016 foi novamente apresentada para avaliação na Audiência Pública nº15/2017 - 2ª etapa da 1ª Revisão Tarifária Periódica da COPASA (Terceira fase do processo de consultas). Destaquem-se as contribuições apresentadas pela COPASA, XP Gestão de Recursos, Kondor Invest, Vertra Capital e Siglasul, todas no sentido da necessidade de que a Base de Ativos Regulatória deveria considerar a correção do investimento pela inflação histórica, desde o seu registro no sistema de ativos da Companhia, como ativo em andamento, até a data de sua ativação como ativo imobilizado6. A proposta apresentada pela COPASA foi de: “Atualizar a Base de Ativos Regulatória a partir da data de realização dos investimentos, a fim de considerar a inflação histórica. Devem-se equalizar os custos no período de execução do empreendimento para a data de ativação” (COPASA, 2017, p.27);

• A ARSAE acatou a sugestão da COPASA e dos investidores, entendendo que a atualização monetária das obras em andamento é um procedimento correto. A atualização monetária dos ativos, antes feita somente a partir de sua imobilização, passou a ser feita desde a data dos investimentos, contemplando, assim, o período de execução das obras7 (ARSAE, 2017c, p.34-35).

Finalmente, destaque-se que não há perda inflacionária na avaliação dos ativos através da metodologia do VNR utilizada na 1ª e 2ª RTO da SABESP, e que está novamente proposta na 3ª RTO para a avaliação dos ativos dos novos municípios assumidos pela SABESP. Na metodologia do VNR não há perda inflacionária na

6 Ver: (Copasa, 2017, p.26-27); (XP Gestão de Recursos e Kondor Invest, 2017, p.32-33); (Vertra Capital, 2017, p.1-12); (Siglasul, 2017, p.8-9, 12). 7 Ver também: (ARSAE, 2017c, p.22-23); (ARSAE, 2017c, p.13)

Page 38: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 38

avaliação dos ativos imobilizados por duas razões principais: a) porque os ativos são avaliados a partir da consideração de um mesmo bem novo, idêntico ou similar ao avaliado; b) porque os ativos são valorados na mesma data base do Laudo de Avaliação de Ativos, através das cotações efetuadas pela empresa avaliadora, a preços constantes do Banco de Preços da SABESP, devidamente atualizados.

Em resumo, a análise empreendida demonstra a necessidade de que a metodologia de avaliação da BRR da 3ª RTO da SABESP contemple a atualização monetária dos ativos, desde a data da realização dos investimentos, contemplando, assim, todo o período de execução das obras, até a data de sua imobilização.

Outro ponto em questão diz respeito ao índice utilizado para atualização monetária. Apesar de largamente aplicado, o IPCA não necessariamente reflete a melhor composição, para fins de atualização monetária, de uma base de ativos do serviço público de saneamento. Para que não haja um tratamento demasiadamente simplista sobre o conceito de atualização monetária, sugere-se a adoção de cestas de índices de acordo com as tipologias de ativos da BRR.

Atualmente, quando utilizado o método no valor novo de reposição, a atualização do banco de preços aplica índices distintos para edificações/estruturas, máquinas/equipamentos e terrenos/servidões. Outra possibilidade é a segregação dos ativos por tipologia de obra, sendo elas, redes de distribuição e coletores, estações de tratamento e reservatórios/captações. Assim, cada um dos grupos de ativos seria atualizado por uma cesta de índices com pesos que reflitam de maneira mais adequada a sua composição, levando em conta a representatividade de custos com materiais e despesas capitalizáveis. Ainda, como a contabilização já considera um percentual de serviços, é importante que os índices escolhidos reflitam essa análise do percentual de serviço de cada tipologia específica de obra.

14.2 Sobras Contábeis

Proposta ARSESP:

A Agência na página 24 da minuta de Deliberação (Anexo I) demonstra a figura 2 – Diagrama atualizado de avaliação e atualização da BRR, ilustra que as “Sobras Contábeis (Físicas)” devem ser valoradas pelo Valor Novo de Reposição.

Page 39: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 39

Considerações SABESP:

Entende-se que há um erro de semântica já que as sobras contábeis são lançamentos contábeis de ativos inexistentes, ou seja, sem contrapartida física, que deveriam ser desconsiderados, diferentemente das sobras físicas, que por se tratarem de ativos fisicamente existentes, deveriam ser valorados, mas que no momento não possuíam a contrapartida contábil.

Assim, é importante que agência esclareça esse ponto específico e a forma como serão tratadas eventuais sobras físicas e contábeis.

14.3 Critérios de Elegibilidade

Proposta ARSESP:

No item 1 da Deliberação ARSESP são determinados os grupos de ativos que deverão ser levantados para fins avaliação, bem como definidos os critérios de elegibilidade destes ativos. No entanto, quando tratados os ativos de atividades administrativas, não existe um maior detalhamento dos critérios para que estes sejam considerados elegíveis para fins de BRR, conforme trecho a seguir:

Para aplicação dos critérios de elegibilidade de inclusão na BRR faz-se necessária uma análise qualificada da utilização do ativo segundo o critério de prudência em que se verificam a conveniência, a necessidade e os custos envolvidos, tendo em vista a sua utilização na atividade concedida de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Deverá ser apresentada a relação dos ativos definidos como não elegíveis com a devida justificativa. Esses bens devem ser avaliados e identificados no Laudo de Avaliação de Ativos, porém não estarão contemplados na BRR. Os ativos considerados para as atividades de administração e de comercialização devem também ser levantados e avaliados para fins de elegibilidade na BRR.

Considerações SABESP:

Entendemos que os critérios de elegibilidade são importantes e determiná-los com maior clareza trará maior transparência ao processo, neste sentido ainda se faz necessário a determinação de critérios objetivos para avaliação da prudência e reconhecimento de investimentos de caráter administrativo e de

Page 40: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 40

apoio/desenvolvimento operacional, visando inclusive nortear corretamente as decisões de gestão dos prestadores de serviços.

A definição de forma genérica por vezes suscita dúvidas no prestador de serviços sobre quais tipos de investimentos são elegíveis e poderão ser considerados pelo regulador para fins de formação da base de remuneração regulatória.

Consideramos que para amadurecimento do ambiente regulado no setor de saneamento, a ARSESP como Agência de referência na regulação do setor, observe a necessidade deste aprimoramento metodológico e considere as diversas características de investimentos realizados pela SABESP na prestação dos serviços, estabelecendo de forma clara e “ex-ante” o que será considerado elegível para fins de BRR.

Desde já, a SABESP coloca-se à disposição para agendamento de reunião entre as equipes técnicas para discussão e considerações porventura necessárias.

14.4 Softwares

Proposta ARSESP:

Em relação à consideração de softwares próprios, a Deliberação coloca:

No caso de softwares desenvolvidos pela própria concessionária, deve ser verificada se foi aberta Ordem de Serviço para o desenvolvimento do software. Caso positivo, o software pode ser incluído.

Considerações SABESP:

O texto não é claro quanto ao critério base de consideração dos valores, ou seja, não há especificação se são os valores contabilizados ou valores não contabilizados de softwares próprios que necessitam de Ordem de Serviços para serem considerados. Se forem os valores contabilizados, não vemos a necessidade destas “Ordens de Serviço”, pois o critério base são os de registros contábeis, o que distorceria o fundamento do ovo método. Já se forem para os valores não contabilizados, faria sentido, pois estes valores de softwares poderiam ter sido omitidos dos registros de ativos na contabilidade e assim redundar em uma subavaliação do ativo para a concessionária. No entanto, há necessidade de esclarecimento quanto a exata interpretação.

Page 41: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 41

15 ÍNDICES DE APROVEITAMENTO

Proposta ARSESP:

Referente ao Índice de Aproveitamento, a ARSESP propõe para a 3ª RTO a manutenção da aplicação do Índice de Aproveitamento, conforme item 6 Índices de Aproveitamento (IA) (ARSESP, 2019c, p. 22):

Para os ativos constantes dos grupos de contas terrenos, edificações, obras civis e benfeitorias, instalações, máquinas e equipamentos e estações de tratamento de água e de esgoto será aplicado um índice que indique o percentual de aproveitamento desses ativos na prestação do serviço de forma a ajustar o Valor contábil (VC) e o Valor de Mercado em Uso (VMU). Estes valores ajustados comporão a BRR.

Considerações SABESP: O Índice de Aproveitamento foi utilizado na metodologia de cálculo da BRR na 1ª

RTO (ARSESP, 2010b) e na 2ª RTO (ARSESP, 2016a) e está presente novamente na proposta de metodologia para a 3ª RTO.

A ARSESP adotou uma metodologia híbrida para a determinação da BRR inicial da SABESP na 1ª RTO, a qual foi mantida na 2ª RTO8. A metodologia do VNR foi utilizada para a valoração dos seguintes ativos (ARSESP, 2010b):

Art. 3º Quando da realização de revisão tarifária será efetuado ajuste no conjunto de ativos imobilizados em serviço, mediante processo de avaliação dos ativos, com vistas à composição da base de remuneração da concessionária. § 1º Será utilizada a metodologia do custo de reposição, considerando o valor novo do ativo como base para a determinação do seu valor de mercado em uso, conforme definido no Anexo II desta Deliberação, para

8 A metodologia utilizada pela ARSESP é composta por três diferentes métodos: 1) Custo de Reposição

Depreciado que corresponde ao custo atual de repor o ativo depreciado. Sob esta metodologia, respeita-se o histórico tecnológico dos investimentos realizados e se considera o valor de um bem novo, idêntico ou similar ao avaliado, obtido por meio de cotações de mercado (ARSESP: 2010b, p. 6-7; 11-13). A ARSESP chamou esse método de Valor Novo de Reposição (VNR); 2) Custos Históricos Corrigidos, que corresponde à utilização dos valores contábeis históricos indexados por indicadores monetários para bens não específicos, como terrenos, servidões, veículos, móveis e utensílios; 3) Rolling Forward para projetar a movimentação da BRR inicial ao longo dos quatro anos do ciclo tarifário por meio: da dedução da depreciação com base na vida útil regulatória; da atualização monetária pelo ÍPCA; das adições dos investimentos considerados prudentes; da soma da variação do capital de giro (UNIABES c: 2018c, p. 10).

Page 42: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 42

o ajuste do valor dos seguintes grupos de ativos da concessionária: I – Terreno; II – Edificações, obras civis e benfeitorias; III – Máquinas e equipamentos; IV – Redes de distribuição de água; e, V – Redes coletoras de esgoto.

O Índice de Aproveitamento foi introduzido junto com o VNR para a valoração

inicial dos ativos na 1ª RTO (ARSESP, 2010b, p. 23): Sobre o VMU9 de cada ativo será aplicado um índice de aproveitamento, bem como o critério de elegibilidade. Para os ativos constantes dos grupos de conta como terrenos, edificações, estações de tratamento de água e de esgoto será aplicado um índice que indique o percentual de aproveitamento desses ativos na prestação do serviço, de forma a ajustar o VMU. Estes valores ajustados comporão a BRR. Os critérios para a definição do IA serão melhor detalhados na especificação dos procedimentos de avaliação de cada tipo de ativo.

Embora a metodologia original do Custo de Reposição (“VNR puro”), origem da

metodologia adotada pela ARSESP (“VNR adaptado”), não preveja o redesenho dos ativos para considerar a eficiência, a ARSESP buscou a otimização da infraestrutura mediante a dedução do IA dos ativos constantes dos grupos de conta terrenos, edificações e estações de tratamento de água e de esgoto10.

A opção pela utilização do IA para a determinação do valor da BRR inicial na 1ª RTO está relacionada ao diagnóstico da ARSESP de que haveria superdimensionamento dos investimentos realizados no passado no setor de saneamento (ARSESP, 2010, p,11-12):

Contudo, dentre as opções analisadas, a metodologia do custo de reposição pelo valor de mercado pode ser identificada inicialmente, como a mais consistente - sob a ótica regulatória - para a determinação

9 O VMU é definido como sendo o valor novo de reposição deduzido da parcela de depreciação, que deve

respeitar sempre os percentuais de depreciação acumulada registrados na contabilidade para o bem considerado, a partir da data de sua entrada em operação. Para a determinação da depreciação deve ser utilizado somente o método da linha reta, considerando-se obrigatoriamente o percentual de depreciação acumulada, registrada na contabilidade para cada bem do ativo considerado (ARSESP 2010b, p. 23).

10 Na metodologia do Custo de Reposição (“VNR puro”) se redesenha a infraestrutura da prestadora de serviços em base zero, considerando os ativos que seriam operados por um novo provedor hipotético e eficiente com independência dos ativos existentes. Por seu turno, no “VNR adaptado” respeita-se o histórico tecnológico dos investimentos efetuados pela prestadora de serviços, por meio da consideração do valor de um bem novo, idêntico ou similar ao existente, obtido por cotações de mercado. Porém, para introduzir a otimização requerida no “VNR puro”, se desconta o IA do valor de alguns ativos, caso o dimensionamento dos mesmos seja considerado maior que o necessário para atender a demanda existente e projetada (UNIABES,2018a, p. 12-19); (UNIABES, 2018c, p. 4 e 10); (ARSESP, 2010b, p. 6-7).

Page 43: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 43

do valor da base de remuneração da atividade de saneamento. Isto porque, este método demonstra ser o mais aderente ao princípio de eficiência econômica e parece indicado para o setor de saneamento que, por não ser regulado até este momento indica uma alta probabilidade de possuir investimentos ineficientes.

Porém, os investimentos realizados pela SABESP a partir da 1ª RTO foram

regulados e aprovados pela própria ARSESP. Desta forma, não faria sentido a aplicação do Índice de Aproveitamento a esses investimentos que podem ser considerados como enquadrados nos requisitos regulatórios:

• Elegíveis, por serem afetos à prestação do serviço; • Úteis, por serem necessários à prestação do serviço; • Prudentes, por serem planejados e executados dentro de premissas

técnicas e de custos consistentes; • Onerosos ao prestador.

UNIABES, 2018b, p.3

Destaquem-se ainda as seguintes características dos investimentos no setor de saneamento que adicionam argumentos para a revisão da utilização do IA, até como forma de minimizar os riscos desses investimentos:

• Longa maturação dos investimentos: os avanços tecnológicos

não são implantados rapidamente, o que exige regras estáveis; • Investimentos antes da demanda: os investimentos são

executados ex ante, baseados em projeções demográficas e de mercado, o que significa riscos para o investidor;

• Investimentos específicos: alguns ativos não possuem uso alternativo, exigindo maior segurança na recuperação dos investimentos11;

• A maior parte dos ativos é do poder concedente: a metodologia da base deve ser consistente com os mecanismos de eventual reversão dos ativos.

11 Dentro da teoria fala-se em custos irrecuperáveis, são investimentos que não tem outra utilidade e, portanto, só pode ser aproveitada por empresas de saneamento (no caso). Sendo essa uma das características de monopólio natural (UNIABES, 2018b, p.8).

Page 44: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 44

Além dos pontos destacados, é relevante apontar que após a promulgação da Lei nº 11.445/2007, o planejamento dos investimentos em saneamento passou a ser responsabilidade indelegável do poder concedente, titular dos serviços, através do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), o qual é revisado a cada quatro anos. A lei também estabelece que a existência do PMSB é condição básica para a validade dos contratos ou programa de concessão. O PMSB e os investimentos previstos nos contratos de programa ou concessão devem ser compatíveis entre si. Nessas condições a utilização do IA pode estar punindo a Concessionária por executar obras que foram dimensionadas no PMSB do titular dos serviços e, em geral, obras que também foram fiscalizadas pela agência reguladora (UNIABES 2018b, p.16-21).

Cabe destacar que a BRR é fundamental para o cálculo das tarifas de equilíbrio econômico-financeiro, garantindo uma justa remuneração do capital investido, e que deve ser aderente com as diretrizes do PMSB. Também merece ser realçada uma das características da BRR que é a de orientar os processos de indenização dos ativos no final dos contratos de concessão ou programa.

De um modo geral, estes contratos de prestação de serviços, têm um prazo médio de 25 ou 30 anos, e alguns ativos têm a sua vida útil física além desses 30 anos. Isso faz com que ao final do período contratual possa ser instalada uma discussão entre o poder concedente e o prestador, com referência aos bens da concessão (UNIABES, 2018b, p.22-23).

No caso do saneamento básico, conforme determina o Manual de Hidráulica do Prof. Azevedo Neto, o horizonte temporal de um projeto de saneamento é 20 anos definido para projetos e obras de saneamento para abastecimento das cidades (AZEVEDO NETO, 1992, AZEVEDO NETTO & BOTELHO, 1995). Outros autores como Tsutiya e Sobrinho (2011) definem o mesmo horizonte de projeto a ser estabelecido no valor de 20 anos. Igualmente, a NBR12218 e Norma SABESP NTS 018 referentes ao Procedimento para elaboração de projetos, as quais tem por objetivo definir um conjunto de requisitos mínimos a serem exigidos em projetos básicos e executivos de sistemas de abastecimento de água e de esgotos sanitários, definem o horizonte de projeto de 20 anos (ABNT, 2017, SABESP, 2018). Os mesmos critérios de horizonte de projeto são adotados pela FUNASA e Ministério das Cidades nos modelos de Plano de Saneamento, em consonância com parágrafo segundo do Art. 52 lei federal 11.445/2007. Deve-se destacar que termo adotado “horizonte de projeto” define o período de tempo que o sistema de saneamento tem que operar atendendo ao previsto.

Page 45: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 45

Portanto, a Sabesp solicita a reavaliação da metodologia de aplicação dos índices de aproveitamento para terrenos e estações de tratamento, à luz dos motivos expostos e considerando as necessidades de garantir a segurança hídrica, bem como a resiliência dos sistemas de saneamento em condições climáticas adversas.

Page 46: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 46

16 CONCILIAÇÃO F ÍSICO-CONTÁBIL

A conciliação físico-contábil dá as bases para a fiscalização da ARSESP. Neste contexto, observamos:

Proposta ARSESP:

Os bens que se encontram em fase de transferência de Obra em Andamento para o Ativo em Operação na data de 30/06/2016 não irão compor a Base de Remuneração Regulatória mesmo que estejam em operação. Proposta SABESP:

Excetua-se dessa regra os terrenos em processo de regularização, conforme proposta apresentada no item 8 da presente contribuição - Ativos em processo de regularização, nesse caso, propomos a seguinte redação: Com exceção dos ativos em processo de regularização (II – CRITÉRIOS PARA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS, item 3.7 Ativos em processo de regularização), os bens que se encontram em fase de transferência de Obra em Andamento para o Ativo em Operação na data de 30/06/2016 não irão compor a Base de Remuneração Regulatória mesmo que estejam em operação.

Page 47: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 47

17 APRESENTAÇÃO DO LAUDO DE AVALIAÇÃO DE ATIVOS

Proposta ARSESP:

Item 2.4. Caracterização do trabalho executado ... b) Redes de distribuição de água ... Informar o comprimento das redes de distribuição (km), por tipo de material, diâmetro, vazão e classe de pressão, quantidade de válvulas, com os respectivos valores apurados pelo Valor Contábil (VC) ou Valor Novo de Reposição (VNR).

Proposta SABESP:

Retirar a “classe de pressão”, que constitui uma informação técnica não pertinente e alterar a redação para: Item 2.4. Caracterização do trabalho executado ... b) Redes de distribuição de água ... Informar o comprimento das redes de distribuição (km), por tipo de material, diâmetro e vazão, quantidade de válvulas, com os respectivos valores apurados pelo Valor Contábil (VC) ou Valor Novo de Reposição (VNR).

Proposta ARSESP:

2.8. Imóveis que se Encontram em Processo de Regularização ... A relação em questão deve conter, no mínimo, as seguintes informações: designação do imóvel, endereço completo, referência do laudo de avaliação, valor de mercado em uso e valor final apurado para inclusão na Base de Remuneração Regulatória.

Page 48: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 48

Proposta SABESP:

A avaliação será por “Valor Original Contábil (VOC) em detrimento ao Valor Movo de Reposição (VNR), portanto, alterar a redação para: 2.8. Imóveis que se Encontram em Processo de Regularização ... A relação em questão deve conter, no mínimo, as seguintes informações: designação do imóvel, endereço completo, referência do laudo de avaliação, Valor Original Contábil e valor final apurado para inclusão na Base de Remuneração Regulatória.

Page 49: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 49

18 CONTRATOS DE PERFORMANCE

A Sabesp vem adotando modelos de contratação por performance na prestação de serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Esta inovação consiste basicamente na definição de um escopo mínimo a ser implantado pelo contratado e uma remuneração variável atrelada ao atingimento de metas pré-estabelecidas no contrato.

A proposta de metodologia apresentada pela ARSESP não abordou este tipo de contrato quem vem sendo utilizado com cada vez mais frequência, conforme preconizado na lei federal 13.303/2016.

É importante que a agência esclareça como serão tratados esses investimentos para fins de determinação da base de remuneração regulatória.

Page 50: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 50

19 CLASSE DE ATIVOS ES PECIAIS Dada a dinâmica das cidades, especialmente em regiões metropolitanas, onde a

ocupação urbana desordenada propicia riscos operacionais, a Sabesp pretende implantar equipamentos sociais e/ou mobiliários urbanos que visem a garantia operacional, segurança e disponibilidade dos sistemas de água e esgoto, bem como evitar invasões e riscos de acidentes nas áreas operacionais.

Neste contexto, considerando que a proposta de metodologia apresentada pela

ARSESP não abordou este tipo de situação quem vem ocorrendo com cada vez mais frequência, a Sabesp solicita que investimentos realizados para esses fins sejam considerados prudentes e elegíveis para fins de determinação da base de remuneração regulatória.

Page 51: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 51

20 TAXAS DE DEPRECIAÇÃO REGULATÓRIA Depois de apurado o valor de cada ativo, são aplicadas as taxas de depreciação

regulatórias definidas no Plano de Contas utilizado pelo Prestador do Serviço Público de Saneamento, aprovado pela Deliberação ARSESP 395/2013. Ainda que o valor de aquisição seja contábil, a taxa de depreciação a ser aplicada é a taxa regulatória (ARSESP, 2019c, p. 20).

A depreciação regulatória (DACA) deverá ser aplicada pela concessionária sobre o Valor Original Contábil (VOC) para o método de Valor Contábil. A SABESP também deverá aplicar a depreciação regulatória (DACA) sobre o Valor Novo de Reposição (VNR), para os ativos avaliados pelo método VNR, isto é, para os ativos envolvidos com as novas concessões adquiridas de forma onerosa pela companhia. Para a determinação da depreciação deve ser utilizado somente o método da linha reta considerando-se obrigatoriamente o estabelecido no Plano de Contas por meio da Deliberação ARSESP 395/2013. A depreciação regulatória (DACA) deve respeitar sempre os percentuais de depreciação que constam no Manual de Contabilidade Regulatória e Plano de Contas Regulatório para Empresas do Setor de Saneamento no Estado de São Paulo, a partir da data de sua entrada em operação. Após a aplicação da depreciação regulatória sobre o Valor Original Contábil (VOC) do ativo, será obtido o Valor do Ativo em Operação (VAO), que apresentará a valorização final do ativo para posterior aplicação do Índice de Aproveitamento, conforme detalhamento no Apêndice XI.2 – Resumo Consolidado – Base Incremental Valor Contábil (VC). Esse procedimento será realizado para todos os ativos elegíveis da SABESP, excetuando os ativos oriundos de novos contratos de concessão. Após a aplicação da depreciação regulatória sobre o Valor Novo de Reposição (VNR) do ativo, será obtido o Valor de Mercado em Uso (VMU), que apresentará a valorização final do ativo para posterior aplicação do Índice de Aproveitamento, conforme detalhamento no Apêndice XI.3 – Resumo Consolidado – Base Incremental Valor Novo de Reposição (VNR). Esse procedimento será realizado para todos os ativos oriundos de novos contratos de concessão. Quando o bem estiver totalmente depreciado, conforme identificado nos respectivos registros, a avaliação do VAO ou do VMU, para a composição da base de remuneração, será obrigatoriamente igual a ZERO, mesmo que o ativo ainda esteja em funcionamento normal.

Considerando que as taxas de depreciação devem refletir efetivamente a vida útil em que os bens poderão gerar receitas para a concessionária ao longo de sua operação, fator predominante para equilíbrio econômico-financeiro e recomposição dos ativos à disposição da concessão, a Sabesp solicita a revisão das taxas de depreciação regulatórias, as quais devem ser objeto de um estudo técnico que demonstre a real vida útil dos equipamentos e estruturas que compõem a base de remuneração regulatória.

Page 52: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 52

21 REFERÊNCIAS BIB LIOGRÁFICAS ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR12218 PROJETO DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO — PROCEDIMENTO, 2017. Rio de Janeiro. Brasil. _________________________________________________, NBR 5422. Projeto de linhas Aéreas de Transmissão de Energia Elétrica. 2017. Rio de Janeiro. Brasil. _________________________________________________, NOR.DISTRIBU-ENGE-0025 - Projeto de Rede de Distribuição de Iluminação Pública. 2017. Rio de Janeiro. Brasil. ANEEL. A G Ê N C I A N A C I O N A L D E E N E R G I A E L É T R I C A. Consulta Pública. Nota conjunta BRR.... 2014. Disponível em: http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2014/023/contribuicao/energisa_ap_023_2014_3fase.pdf. Acessado em 18/07/2019. _______________________________________________________. Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST Módulo 2 – Planejamento da Expansão do Sistema de Distribuição. 2010. Disponível em: ________________________________________________________. Contribuição Conjunta: Metodologia Para Apuração da Base de Remuneração Regulatória. 105. Disponível em: http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2014/023/contribuicao/energisa_ap_023_2014_3fase.pdf. Acessado em: 22/07/2019 ________________________________________________________. Módulo 2: Revisão Tarifária Periódica de Concessionárias de Distribuição. Submódulo 2.3. Base de Remuneração Regulatória. 2015. Disponível em: http://www2.aneel.gov.br/arquivos/PDF/Proret_Subm%c3%b3dulo%202.3_V%202.0.pdf. Acessado em: 22//07/2019 ________________________________________________________. Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST. 2016. Disponível em: http://www.aneel.gov.br/documents/656827/14866914/M%C3%B3dulo1_Revisao_9/1b78da82-6503-4965-abc1-a2266eb5f4d7. Acessado em 19/07/2019. ________________________________________________________. Resolução Normativa nº 457 de 08 de novembro de 2011. Disponível em: http://www2.ANEEL.gov.br/cedoc/ren2011457.pdf

ANDADE, M.E.M.C, MARTINS, E. (2018). Challenges with the public policy of measuring assets to set tariffs in the electricity sector: should someone benefit and

Page 53: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 53

someone be sacrificed? Revista de Contabilidade Finanças – USP, São Paulo, v. 28, n. 75, p. 344-360.

ANUATTI, F., NETO, PELIN, E. P., & PEANO, C. R. (2004). O papel do fator X na regulação por incentivos e a consolidação com a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro. Contribuição enviada para ANEEL referente à AP nº 43/2003. São Paulo, SP: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas/Universidade de São Paulo).

ARSAE/MG – Nota Técnica CRFEF 10/2016 – Outras Receitas - Revisão Tarifária Periódica de 2016 da Companhia de Saneamento Municipal de Juiz de Fora – Cesama. Disponível em http://arsae.mg.gov.br/images/Arq_Apresentacoes/NTCRFEF%2010_2016_Outras%20Receitas.pdf. Acessado em 04/09/2019.

ARSAE. Nota técnica 60/2017 - Respostas às contribuições da Audiência Pública Nº 15/2017 - referente à 2ª etapa da primeira Revisão Tarifária Periódica da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. Belo Horizonte- MG. ARSAE, 2017a. [consultado em: 29/07/2019] disponível em:<http://www.arsae.mg.gov.br/images/documentos/audiencia_publica/15/NTCRFEF_60_2017_RESPOSTAS_AP15.pdf>.

ARSAE. Resultado da Primeira Revisão Tarifária Periódica da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. Belo Horizonte - MG, ARSAE, 2017b. [consultado em: 29/07/2019] Disponível em: < http://www.arsae.mg.gov.br/audiencia-publica/page/724-audiencia-publica-n-15-2017-2-etapa-da-revisao-tarifaria-periodica-da-copasa-terceira-fase>.

ARSAE. Apresentação do cálculo e das mudanças realizadas depois da Audiência Pública nº 15/2017. Belo Horizonte – MG, ARSAE, 2017c. [consultado em: 29/07/2019] Disponível em: <http://www.arsae.mg.gov.br/images/documentos/audiencia_publica/15/Apresentacao_1_Reviso_Tarifaria_Copasa.pdf>.

ARSAE. Nota técnica 35/2016 - Metodologia de Cálculo da Base de Ativos Regulatória da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. Belo Horizonte, MG. ARSAE, 2016a. [consultado em: 29/07/2019]. Disponível em: <http://www.arsae.mg.gov.br/images/documentos/audiencia_publica/12/NTCRFEF_35_Base_RevCopasa_2017.pdf>

Page 54: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 54

ARSAE. Metodologia de Cálculo da Base de Ativos Regulatória da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. Belo Horizonte – MG. ARSAE, 2016b. [consultado em: 29/07/2019] Disponível em: <http://www.arsae.mg.gov.br/images/documentos/audiencia_publica/13/documentos_alterar/NTCRFEF_39_BaseRem_RevCopasa_2017_atualizada.pdf>.

ARSESP. Nota Técnica 039/2019. Metodologia e critérios para atualização da Base de Remuneração Regulatória para 3ª Revisão Tarifária Ordinária da Sabesp. São Paulo, SP, ARSESP, 2019 a. [consultado em: 26/07/2019] disponível em: http://www.arsesp.sp.gov.br/ConsultasPublicasBiblioteca/NOTA_TECNICA_F_0039_2019_v2.pdf

ARSESP. Minuta da Deliberação. Metodologia e critérios para atualização da Base de Remuneração Regulatória para 3ª Revisão Tarifária Ordinária da Sabesp. São Paulo, SP, ARSESP 2019 b. [consultado em: 26/07/2019] Disponível em: http://www.arsesp.sp.gov.br/ConsultasPublicasBiblioteca/DELIBERACAO_minuta_CP092019.pdf

ARSESP. Minuta da Deliberação - Anexo I. Metodologia e critérios para atualização da Base de Remuneração Regulatória para 3ª Revisão Tarifária Ordinária da Sabesp. São Paulo, SP, ARSESP, 2019 c. [consultado em: 26/07/2019] Disponível em: <http://www.arsesp.sp.gov.br/ConsultasPublicasBiblioteca/DELIBERACAO_minuta_ANEXO_I_CP092019.pdf>.

ARSESP. Nota técnica final. Metodologia a ser aplicada na 4 Revisão Tarifária Ordinária da Companhia de Gás de São Paulo – COMGÁS. ARSESP, São Paulo, SP. 2019 d. [consultado em: 02/08/2019] disponível em: < http://www.arsesp.sp.gov.br/ConsultasPublicasBiblioteca/NTF-0003-2019-CP11.pdf >.

ARSESP. Deliberação Nº 672/2016. Estabelece a metodologia e critérios gerais para atualização da Base de Remuneração Regulatória da 2ª Revisão Tarifária Ordinária (RTO) da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp. ARSESP, São Paulo - SP, 2016a. [consultado em: 29/07/2019]. Disponível em: <http://www.arsesp.sp.gov.br/LegislacaoArquivos/ldl6722016.pdf>.

ARSESP. Deliberação Nº 672/2016 – Termo de Referência. Metodologia e critérios para atualização da Base de Remuneração Regulatória para a 2ª Revisão Tarifária Ordinária da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp. ARSESP, São Paulo – SP 2016b. [consultado em: 29/07/2019] Disponível em:

Page 55: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 55

<http://www.arsesp.sp.gov.br/ConsultasPublicasBiblioteca/ldl6722016_TERMO_DE_REFERENCIA.pdf>.

ARSESP. Minuta de deliberação - Metodologia e Critérios para Determinação da Base de Remuneração Regulatória dos Ativos dos Serviços de Saneamento Básico prestados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP. São Paulo, SP, ARSESP, 2010a. [consultado em: 26/07/2019] Disponível em: http://www.arsesp.sp.gov.br/ConsultasPublicasBiblioteca/Minuta_de_Deliberacao.pdf

ARSESP. Deliberação Nº 156/2010 Estabelece metodologia e critérios gerais para definição da base de remuneração regulatória de ativos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp, visando o desenvolvimento do processo de revisão tarifária da concessionária, bem como a definição dos parâmetros iniciais para as auditorias a serem realizadas pela ARSESP, nos termos do art.42 da Lei federal 11.445/07. São Paulo, SP, ARSESP, 2010b. [consultado em: 26/07/2019] Disponível em: http://www.arsesp.sp.gov.br/LegislacaoArquivos/ldl1562010.pdf

AZEVEDO NETTO, J. M. & BOTELHO, M. H. C. - "Manual de Saneamento de Cidades e Edificações", PINI Editora, Reimpressão 1995, São Paulo. AZEVEDO NETTO, J. M., et alli. - "Manual de Hidráulica", Ed. Edgard Blucher Ltda, 8ª Edição, São Paulo, 1998. 669p. BARAN, A., LAKONISHOK, J., & OFER, A. R. (1980). The information content of general price level adjusted earnings: some empirical evidence. The Accounting Review,15(1), 22-35.

BARBIERI, G. (1996). Lucro inflacionário e fluxo de caixa. Caderno de Estudos,13(jan.-jun).

BEESLEY, M., & LITTLECHILD, S. (1989). The regulation of privatized monopolies in the UK. Rand Journal of Economics,20, 454-472.

BRASIL. Lei nº 4.537, de 16 de julho de 1964. Autoriza a emissão de Obrigações do Tesouro Nacional, altera a legislação do imposto sobre a renda, e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União.

BRASIL. Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União.

Page 56: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 56

BRUNÉLI, T. C. (1987). Os bancos comerciais sob o efeito da inflação – reflexo nas suas demonstrações contábeis: um estudo de caso (Master’s Degree). Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro.

COPASA. Contribuição para a Audiência Pública ARSAE Nº 15/2017- Custo de Capital. ARSAE, Belo Horizonte - MG, 2017. [consultado em: 29/07/2019] Disponível em: <http://www.arsae.mg.gov.br/images/documentos/audiencia_publica/15/contribuicoes/Contribuies%20%20Consulta%20e%20Audincia%20Pblica_Custo%20de%20Capital%20NT%2059.pdf>.

CREDER, H.; Instalações Hidráulicas e Sanitárias. 6. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2012. 423 p. DAMEDA, A. N., ALVES, T. W., & Ott, E. (2011). Uso do custo corrente na avaliação de ativos de empresas de tecnolgia de informação. Revista Universo Contábil,7(3), 25-40.

DAVIS-FRIDAY, P. Y. (2001). Equity valuation and current cost disclosures: the case of Mexico. Journal of International Financial Management and Accounting 12(3), 260-285.

ECONOMIC INSIGHTS (2009). Asset valuation and productivity based regulation taking account of sunk costs and financial capital maintenance. Report by Erwin Diewert, Denis Lawrence and John Fallon. Disponível em: https://www.semanticscholar.org/paper/Asset-valuation-and-productivity-%E2%80%93-based-regulation-Diewert-Lawrence/37f010099461f893cddbdff752427aad93dab89f

FEITOSA, A. (2002). Uma análise dos efeitos inflacionários sobre demonstrações contábeis de empresas brasileiras traduzidas para apresentação no exterior (Master’s Degree). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de São Paulo, Universidade de São Paulo, São Paulo.

FOSTER, V., & ANTMANN, P. (2004). The regulatory challenge of asset valuation: a case study from the Brazilian electricity distribution sector. Disponível em: http://documents.worldbank.org/curated/pt/316591468744268475/The-regulatory-challenge-of-asset-valuation-a-case-study-from-the-Brazilian-electricity-distribution-sector

Page 57: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 57

Fundação Nacional da Saúde - FUNASA. PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO. Disponível em: http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/uploads/2016/09/PMSB.pdf. Acessado em 19/07/2019.

GABRIEL, F., ASSAF, A., NETO, & CORRAR, L. J. (2003). O impacto do fim da correção monetária no retorno do patrimônio líquido dos bancos no Brasil. Disponível em: http://www.spell.org.br/documentos/ver/16828/o-impacto-do-fim-da-correcao-monetaria-no-retorno-sobre-o-patrimonio-liquido-dos-bancos-no-brasil

GORDON, E. A. (2001). Accounting for changing prices: the value relevance of historical cost, price level, and replacement cost accounting in Mexico. Journal of Accounting Research,39(1), 177-200.

GREENWALD, B. (1980). Admissible rate bases, fair rates of return and the structure of regulation. The Journal of Finance, 35(2), 359-368.

http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2014/023/contribuicao/energisa_ap_023_2014_3fase.pdf. Acessado em 18/07/2019. http://www2.aneel.gov.br/arquivos/PDF/Modulo2_Revisao_1.pdf. Acessado em 19/07/2019. LUDÍCIBUS, S. (2010). Teoria da contabilidade (8a. ed.) São Paulo, SP: Atlas.

MARTINS, E. (1972). Contribuição à avaliação do ativo intangível (Doctoral Thesis). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo.

MARTINS, E. (1982). O significado da correção monetária patrimonial. Boletim IOB, Temática Contábil e Balanços, 3, 82.

MARTINS, E. (1984a). Análise da correção monetária das demonstrações financeiras – implicações no lucro e na alavancagem financeira (2a. ed.). São Paulo, SP: Atlas.

MARTINS, E. (1984b). Contabilidade e inflação – como entender um pouco mais. Boletim IOB, Temática Contábil e Balanços, 22, 251.

MARTINS, E. (1985). Correção integral de balanço. Revista da CVM, 3(7), 9-15.

MARTINS, E. (2002). A posição do Conselho Federal de Contabilidade com relação à atualização monetária dos balanços: decepção! Boletim IOB, Temática Contábil e Balanços, 15, 1-6.

Page 58: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 58

MARTINS, E. (2004). Um pouco da história dos juros sobre o capital próprio. Boletim IOB, Temática Contábil e Balanços, 49, 1-7.

MARTINS, E., SALOTTI, B., Amaral, J. V., NAGAI, C., & MELO, S. (2012). Demonstrações contábeis sem efeitos inflacionários: uma abordagem relativa às empresas distribuidoras de energia elétrica. Contabilidade, Gestão e Governança, 15(2), 21-35.

Pedell, B. (2006). Regulatory risk and the cost of capital: determinants and implication for rate regulation. Berlin: Springer.

Salotti, B. M., LIMA, G. S., CORRAR, J. L., YAMAMOTO, M. M., & MALACRIDA, M. C. (2006). Um estudo empírico sobre o fim da correção monetária integral e seu impacto na análise das demonstrações contábeis: uma análise setorial. UnB Contábil,9(2).

SANTOS, A. (2001a). Avaliação da falta de reconhecimento dos efeitos inflacionários no Brasil no período de 1966-2000 (1ª parte). Boletim IOB, Temática Contábil e Balanços, 27, 1-6.

SANTOS, A. (2001b). Avaliação da falta de reconhecimento dos efeitos inflacionários no Brasil no período de 1966-2000 (2ª parte). Boletim IOB, Temática Contábil e Balanços, 28, 1-6.

SANTOS, A. (2002). Pior que decepção! Dá para entender os resultados publicados pelas empresas? Boletim IOB, Temática Contábil e Balanços, 36, 1-7.

SANTOS, A., & BARBIERI, G. (1990). Os bancos ganham ou não com a inflação? Boletim IOB, Temática Contábil e Balanços, 17, 168-169.

SABESP. Contribuição à Nota Técnica Preliminar ARSESP, Deliberação e Termo de Referência: Atualização da Metodologia e Critérios Gerais Para a Definição da Base de Ativos regulatórios da 2ª Revisão Tarifária Ordinária (RTO) da SABESP. São Paulo, SP, ARSESP, 2016 [consultado em: 26/07/2019] Disponível em: http://www.arsesp.sp.gov.br/ConsultasPublicasBiblioteca/Contribuicao_CP03_2016_SABESP.pdf SABESP. Contribuições à Consulta Pública ARSESP 02/2010: Determinação da Base de Remuneração Regulatória – BRR. São Paulo: ARSESP, 2010b. [Consultado em: 26/07/2019] Disponível em: http://www.arsesp.sp.gov.br/ConsultasPublicasBiblioteca/Contrib-Sabesp.pdf São Paulo. PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE SÃO PAULO. Disponível em:

Page 59: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 59

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/habitacao/arquivos/PMSB_Volume_I.pdf. Acessado em 19/07/2019. Siglasul Consultoria. Contribuição para a Audiência Pública ARSAE Nº 15/2017. ARSAE, Belo Horizonte - MG, 2017. [consultado em: 29/07/2019] Disponível em: <http://www.arsae.mg.gov.br/images/documentos/audiencia_publica/15/contribuicoes/20170519_Siglasul_Consultoria.pdf>. SOUZA, J. Â. (2004). Para entender os índices de preços – uma visão moderna. Revista de Economia Mackenzie,2(2), 141-168. SPENCE, C. (2004). The regulation of energy utilities based on depreciated optimised replacement cost (DORC), valuation of assets(Doctoral Thesis). Departamenting of Accounting and Finance, University of Wollongong, Wollongong.

SZUSTER, N. (1985). Análise do lucro passível de distribuição: uma abordagem reconhecendo a manutenção do capital da empresa (Doctoral Thesis). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo.

TEIXEIRA, D. (2005). Regulators’ challenge in the price ceiling – the valuation of regulatory assets in the Brazil’s electricity ratemaking [Working Paper]. The George Washington University. Disponível em: https://www2.gwu.edu/~ibi/minerva/Spring2005/Denise.Teixeira.pdf

TSUTIYA, M. T.; SOBRINHO, P. A., Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário. 3. ed, São Paulo, Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2011, 547p. UNIABES. Curso Regulação dos Serviços de Saneamento – Base de Remuneração Regulatória (BRR) e seu impacto no planejamento. Módulo 1 – Conceitos, Definições e Metodologias. ABES, Rio de Janeiro, RJ, 2018a. UNIABES Curso Regulação dos Serviços de Saneamento – Base de Remuneração Regulatória (BRR) e seu impacto no planejamento. Módulo 2 – Uso da base da remuneração regulatória. ABES, Rio de Janeiro, RJ, 2018b. UNIABES. Curso Regulação dos Serviços de Saneamento – Base de Remuneração Regulatória (BRR) e seu impacto no planejamento. Módulo 3 – Aplicações Práticas da Base de Remuneração Regulatória no Setor de Saneamento. ABES, Rio de Janeiro, RJ, 2018c. Vertra Capital. Contribuição para a Audiência Pública ARSAE Nº 15/2017. ARSAE, Belo Horizonte - MG, 2017b. [consultado em 29/07/2019] Disponível em: <http://www.arsae.mg.gov.br/images/documentos/audiencia_publica/15/contribuicoes/20170518_Vertra_Capital.pdf>.

Page 60: CONSULTA PÚBLICA N 09/2019€¦ · Superintendência de Assuntos Regulatórios 1 . CONSULTA PÚBLICA Nº 09/2019 . METODOLOGIA E CRITÉRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO

Superintendência de Assuntos Regulatórios 60

XP Gestão de Recursos e Kondor Invest. Contribuição para a Audiência Pública ARSAE Nº 15/2017. ARSAE, Belo Horizonte – MG, 2017. [consultado em: 29/07/2019] Disponível em: <http://www.arsae.mg.gov.br/images/documentos/audiencia_publica/15/contribuicoes/20170516_XPGestao_Kondor.pdf>.