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Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da República Michel Temer Ministro da Educação José Henrique Paim Fernandes Secretário de Educação Profissional e Tecnológica Aléssio Trindade de Barros Diretor de Integração das Redes Marcelo Machado Feres Coordenação Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Arêas Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto César Gonçalves
Governador do Estado de Pernambuco João Soares Lyra Neto
Secretário de Educação e Esportes de
Pernambuco José Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira
Secretário Executivo de Educação Profissional
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Gerente Geral de Educação Profissional Josefa Rita de Cássia Lima Serafim
Coordenador de Educação a Distância
George Bento Catunda
Coordenação do Curso Sheila Ramalho
Coordenação de Design Instrucional
Diogo Galvão
Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevêdo
Diagramação
Klébia Carvalho
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3
1. COMPETÊNCIA 01 | CONCEITUAR O REGISTRO DENOMINADO DE CONTABILIDADE E
APRENDER SUAS NOÇÕES BÁSICAS. ......................................................................................... 4
1.1. Contabilidade Comercial ....................................................................................... 5
1.2. Contabilidade Pública ............................................................................................ 7
2. COMPETÊNCIA 02 | CONHECER A IMPORTÂNCIA DOS PROGRAMAS DA AUTARQUIA
DENOMINADA FUNDO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FNDE ............. 8
2.1. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).......................................... 8
2.2. Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) ........................................................ 9
2.3. Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) ................................................. 10
2.4. Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) ....................................................... 10
2.5. Programa Nacional de Transporte Escolar (PNTE) .............................................. 11
2.6. Programa Nacional de Saúde do Escolar (PNSE) ................................................. 12
2.7. Programa Nacional de Tecnologia Educacional - ProInfo ................................... 13
3. COMPETÊNCIA 03 | COMPREENDER OS PROCESSOS DE FINANÇAS PÚBLICAS, RECEITA E
TRIBUTAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO DE DESPESAS, BALANÇOS E ORÇAMENTOS. ......................... 15
3.1 As Finanças Públicas ............................................................................................. 15
3.2. Receita ................................................................................................................. 16
3.3. Classificação da Despesa ..................................................................................... 18
3.4 Orçamentos e Balanços ........................................................................................ 20
CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 23
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR ........................................................................................... 24
Sumário
3
Contabilidade na Escola
INTRODUÇÃO
Olá, caro aluno!
Durante as próximas semanas estaremos juntos, estudando conteúdos que
lhe serão úteis na sua vida profissional e por que não dizer também no seu
cotidiano.
Estamos iniciando uma passagem por um conteúdo muito utilizado nos dias
atuais, estamos falando da Contabilidade, então você reflete, o que tem a ver
meu curso em Educação? Já que ela esta mais ligada a dinheiro! Bem, nós
vamos procurar trabalhar a Contabilidade como sendo mais uma ferramenta
para seu uso no desempenho de suas atividades profissionais, ela vai nos
ajudar a entender melhor as suas colocações como também fazer análises de
resultados e de programas governamentais.
Estaremos todos juntos voltados para o nosso objetivo maior que é vê-lo
formado como Técnico.
Desde já, desejo a você, sucesso!
Professor Jordão Gomes
4
Técnico em Secretaria Escolar
Competência 01
1. COMPETÊNCIA 01 | CONCEITUAR O REGISTRO DENOMINADO DE
CONTABILIDADE E APRENDER SUAS NOÇÕES BÁSICAS.
A contabilidade tem seus registros acompanhados com a evolução da
humanidade, quando o homem relacionava pedrinha com a sua criação ele já
fazia contabilidade intuitiva.
Figura 1 - Contabilidade Intuitiva Fonte: históriascomentadas.wordexpress.com
Temos registro de contabilidade até na bíblia veja o que diz em 1º Reis 4.22-
26 e 10.14-17, lá comenta-se que os bens e as rendas de Salomão também
foram inventariados.
A origem da Contabilidade esta ligada a história antiga desde os Fenícios que
lidavam com o comércio, mas foi o Frei italiano Luca Pacioli(fig 2) que
escreveu "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas
Dobradas), publicado em 1494 enfatizando que à teoria contábil do débito e
do crédito corresponde a teoria dos números positivos e negativos. Pacioli, é
considerado por muitos o pai da Contabilidade.
5
Contabilidade na Escola
Competência 01
Figura 2 – Retrato de Luca Padoli. obra de Jacopo de Barbari, 1495. Fonte: http://tipografos.net/historia/lucapadoli.jpg
1.1. Contabilidade Comercial
A Contabilidade Comercial é a vivenciada pelas lojas, mercados (fig 3),
padarias, restaurantes etc., todos com fins de obtenção de lucros e aumento
de patrimônio, bens, também chamado de Ativo. O Passivo de uma empresa
são as dívidas, os valores a serem pagos a terceiros, sendo pessoa física ou
jurídica. Toda empresa possui um patrimônio líquido que é a diferença entre
os valores do ativo e do passivo de uma empresa em determinado momento.
Vejamos esse exemplo, uma empresa tem um ativo (bens e direitos) no valor
de R$ 500.000,00 e um passivo (obrigações) de R$ 150.000,00, o patrimônio
liquido nesse momento será de R$ 350.000,00.
Figura 3 – Mercado Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=109509280
Também podemos representar o ativo e o passivo da seguinte forma:
6
Técnico em Secretaria Escolar
Competência 01
Ativo é composto por Bens e Direitos Aplicação de recursos
Obrigações (capital de terceiros) Passivo é composto por Patrimônio Liquido (capital próprio dos sócios ou Acionistas)
Outra representação é em forma de grade:
Ainda na contabilidade comercial contamos com o ato administrativo, que são
ações que não provocam alteração no patrimônio, e o fato administrativo,
esse causa modificações no patrimônio.
O Patrimônio pode ser dividido em dois aspectos, o qualitativo que
representa, como o nome já expressa, a qualidade. Assim, temos que dar
nome aos elementos, quanto mais explícito, melhor para o entendimento, por
exemplo: Fornecedor (aquele que vende para a empresa), caixa (é o banco)
Cliente (aquele que procura a empresa) e etc. Outro aspecto é o quantitativo,
nesse o valor vai surgir como forte atuação, como também a quantidade
envolvida como por exemplo, banco R$ 540.000,000, transporte R$ 23.000,00
mercadoria recebida 52 caixas, etc.
Ativo Passivo
Bens
Obrigações
(exigibilidades)
+
Direitos
Patrimônio Líquido
7
Contabilidade na Escola
Competência 01
1.2. Contabilidade Pública
A contabilidade Pública está voltada para as empresas públicas que devem
ter como objetivo o bem público e a gestão do patrimônio público com vistas
para o social, seja na área Federal, Estadual, Municipal ou no Distrito Federal.
Tem como base a Lei 4320, de 17 de março de 1964, que instituiu normas
gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Direito Federal
A contabilidade pública registra a previsão da receita e a fixação da despesa,
estabelecidas no orçamento público aprovado para o exercício, escritura a
execução orçamentária da receita e da despesa; faz a comparação entre a
previsão e a realização das receitas e despesas, controla as operações de
crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos e obrigações, revela as variações
patrimoniais e mostra o valor do patrimônio.
Já vimos que na contabilidade comercial temos ativo, passivo, bens, e outras
coisas, mas na contabilidade pública será que é do mesmo jeito? Não, por ser
pública torna-se necessário o maior planejamento, para tanto, nós (o povo)
escolhemos quem vai planejar e administrar as finanças públicas através do
nosso voto.
Que tal um
pouco mais de leitura!
https://www. tesouro.fazenda.
gov.br/pt/ responsabilidade
-fiscal/lei-de-responsabilidade
-fiscal. Nessa leitura
podemos entender melhor
sobre gastos públicos.
8
Técnico em Secretaria Escolar
Competência 02
2. COMPETÊNCIA 02 | CONHECER A IMPORTÂNCIA DOS
PROGRAMAS DA AUTARQUIA DENOMINADA FUNDO NACIONAL
DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FNDE
Antes de conhecer os principais programas do Fundo Nacional do
Desenvolvimento da Educação – FNDE, vamos a sua criação. O FNDE foi
criado pela lei n° 5537, de 21 de novembro de 1968, alterado pelo Decreto Lei
n° 872, de 15 de setembro de 1969. Essa Autarquia(1). é a maior do pais em
termos de orçamento.
O FNDE tem muitos programas, vamos aqui tratar de alguns deles.
2.1. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
Esse programa teve inicio em 1955, é voltado para o crescimento, o
desenvolvimento, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de
hábitos alimentares saudáveis, já que são ofertados alimentos e ações de
educação nutricional e alimentar, também é conhecido pelo nome de
“Merenda escolar”. Acredito que já tivemos alguma experiência com ele, seja
lembrando do tempo que usufruíamos da sopa da escola ou lembrando de
fatos desagradáveis como o desvio da verba destinada para a merenda
escolar.
O PNAE é o programa social mais antigo na área de educação do Governo
Federal, direito garantido pela Constituição Federal, disposto no inciso VII do
artigo 208. Esse programa atende desde a educação básica até o ensino
médio e educação de jovens e adultos matriculados em escolas públicas ou
entidades conveniadas.
No endereço http://www. fnde.gov.br/ programas, podemos encontrar todos os
programas, como
também seus manuais de utilização e
prestação de contas.
.(1) A
administração pública é uma
entidade autônoma, auxiliar e
descentralizada da
administração pública, porem
fiscalizada e tutelada pelo estado, com patrimônio
formado com recursos
próprios, cuja a finalidade é
executar serviços que interessam a
coletividade ou de natureza
estatal
9
Contabilidade na Escola
Competência 02
Figura 4 – Merenda Escolar Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/otavioauler
2.2. Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)
A idéia desse programa teve início em 1929 com o Instituto Nacional do Livro
(INL) e de lá para cá, teve varias versões e aprimoramento. Hoje, ele ocorre
em período de três em três anos alternados. Assim, a cada ano o MEC adquire
e distribui livros para todos os alunos de um segmento, que pode ser: anos
iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental ou ensino
médio. Para tanto, a escola deve estar cadastrada no Programa, o que se dá
apenas uma vez. O PNLD começou com as publicações da Língua Portuguesa e
Matemática, atualmente já disponibiliza quase todas as disciplinas.
Figura 5 – Programa Livro Didático Fonte: www.fnde.org.br
10
Técnico em Secretaria Escolar
Competência 02
O que algumas escolas desconhecem é que o PNLD também atende ao EJA
isto é, ao Programa de Educação de Jovens e Adultos.
2.3. Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE)
Esse programa em relação aos outros já citados é considerado recente, pois
data dos idos de 1997 e tem como objetivo principal estimular a leitura entre
os jovens, os títulos distribuídos vão desde os clássicos a temas mais gerais,
como dicionários e enciclopédias.
Para o PNBE de 2013, o FNDE prevê um orçamento de aproximadamente R$
75 milhões para compra e distribuição das obras, durante a realização do
processo de avaliação, seleção e formação dos acervos.
2.4. Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)
O PDDE teve seu início em 1995 e seu principal objetivo é levar os recursos
para escolas estaduais, municipais ou do distrito Federal além de escolas de
Educação Especial mantidas por Organizações Não-Governamentais (ONGs),
desde que registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) de
maneira mais rápida e direta, onde o gestor e a comunidade têm o poder de
escolherem onde vão aplicar esse recurso de caráter complementar. A
comunidade normalmente é representada por uma unidade executora, o
valor recebido é destinado para garantir condições mínimas de
funcionamento da escola, que inclui manutenção, conservação e pequenos
reparos. Também pode ser utilizado para adquirir equipamentos, material
didático-pedagógico e até aperfeiçoamento de profissionais. Os valores estão
relacionados à quantidade de alunos matriculados na escola, como podemos
ver na tabela abaixo (fig 6) retirada do site do FNDE.
A partir de 2013 o valor destinado às Unidades Executoras Próprias (UEx) e
Entidades Mantenedoras (EM) será calculado pela soma do valor fixo (Valor
Fixo/ano - VF/a), de acordo com o tipo de estabelecimento de ensino, e do
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Contabilidade na Escola
Competência 02
valor variável (Valor Per Capita/ano - VPC/a), de acordo com o número de
alunos matriculados
Figura 6 – Recursos por Quantidade de Alunos Fonte: www.fnde.gov.br
2.5. Programa Nacional de Transporte Escolar (PNTE)
Esse programa teve seu início por volta de 1993 a 1994, vem para atender
mais a população rural e a crianças com necessidades especiais, procurando
diminuir a evasão escolar e proporcionar um transporte seguro. Os recursos
deste programa destinam-se à compra de veículos automotores (zero
quilometro) destinados ao transporte diário dos alunos, que pode ser ônibus,
vans, microônibus e ate embarcações (fig 7), dependendo da situação.
Fica ao encargo da entidade associada ao FNDE que utilizou o PNTE, seja a
prefeitura ou ONGs, o pagamento de taxas, impostos, seguro e multas. Além
do seguro obrigatório, a entidade deve fazer o seguro total do veículo contra
danos materiais e vítimas por acidente. Tanto o veículo como os condutores
deverão obedecer às disposições específicas no Código Nacional de Trânsito,
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Técnico em Secretaria Escolar
Competência 02
Lei no 9.503, de 23/09/97, ou nas normas da Diretoria de Portos e Costas da
Marinha do Brasil, até mesmo quanto às exigências de segurança.
Figura 7 – Transporte Escolar Fonte: www.portalvaledoribeira.com.br
2.6. Programa Nacional de Saúde do Escolar (PNSE)
O (PNSE) Programa Nacional de Saúde do Escolar atende na sua maioria
alunos do ensino fundamental nas escolas públicas. Os recursos são alocados
para a promoção da saúde, tem uma política que atrela uma boa saúde a um
bom rendimento.
As dificuldades mais abordadas são as visuais e auditivas, pois são causas de
evasão e repetência escolar. Em 1999, o FNDE juntamente com o PNSE,
lançou duas campanhas nacionais, uma “Olho no Olho” e a outra foi “ Quem
ouve bem, Aprende Melhor”. Outros órgãos não governamentais também
deram sua contribuição para o sucesso dessas campanhas. Em 2006 o PNSE
atendeu 56.953 alunos com um investimento de R$ 3,7 milhões.
Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a
Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância)
Esse programa foi criando em 2007 e tem como objetivo ajudar as prefeituras
a colocarem o maior número de crianças na escola, pré-escola e creche. As
unidades que se utilizam dos recursos desse programa devem ter condições
essenciais para o aprendizado das crianças, que vai de sala de aula a
construção de quadras poliesportivas, fraldários e área de serviços
13
Contabilidade na Escola
Competência 02
administrativos. Um dos desafios desse programa é entre 2013 e 2014
construir mais de 3000 creches e pré-escola (fig 8).
Figura 8 – Projeto Proinfância - Creche Fonte: http://smecarbonita.blogspot.com.br
2.7. Programa Nacional de Tecnologia Educacional - ProInfo
Esse programa teve seu início em 1997 com o objetivo de fomentar o uso da
tecnologia como suporte para o pedagógico, melhorando o desempenho do
aluno no ensino Fundamental e no Médio. Podemos perceber que o Proinfo é
como um grande guarda chuva que abriga outros programas voltados para
uso de TICs (Tecnologias de Informática e Comunicações) tais como o projeto
“Um Computador por Aluno (UCA)”, ou “Programa Banda Larga nas Escolas”
ou ainda o “Programa um Computador por aluno (PROUCA)” mais a entrega
de tablets em escolas para uso dos alunos e professores.
O ProInfo também tem a divisão entre Proinfo Rural e Proinfo Urbano, que
tem como diferença básica os tipos de laboratórios de informática
disponibilizados. Para fazer parte do Proinfo, é necessária a inscrição no
SIGETEC. Veja na figura 8 o modelo de algumas máquinas que o ProInfo
disponibiliza para as escolas.
14
Técnico em Secretaria Escolar
Competência 02
Figura 9 – Equipamentos Proinfo Fonte: www.portalmec.org.br
Estas máquinas já vêm com o sistema operacional Linux , um pacote de
software educativo e um data show embutido.
Bem, educando, esses são alguns programas que o FNDE disponibiliza para a
área educacional.
O FNDE tem sua importância para a educação à medida que vamos procurar
usufruir de seus programas, lembrando sempre da prestação de contas aos
órgãos mantenedores.
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Contabilidade na Escola
Competência 03
3. COMPETÊNCIA 03 | COMPREENDER OS PROCESSOS DE
FINANÇAS PÚBLICAS, RECEITA E TRIBUTAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO DE
DESPESAS, BALANÇOS E ORÇAMENTOS.
Educando, depois de conhecermos alguns programas ligados ao FNDE, vamos
ampliar nosso conhecimento acerca das finanças públicas, receitas,
tributação, classificação de despesas, balanços e orçamentos.
3.1 As Finanças Públicas
A denominação “finanças públicas” está ligada aos métodos, princípios e
processos financeiros por meio dos quais os governos federal, estadual,
distrital e municipal desempenham suas funções: alocativas, distributivas e
estabilizadoras. Vamos observar como funcionam?
Função Alocativa: processo pelo qual o governo divide os recursos para
utilização no setor público e privado, oferecendo bens públicos, semipúblicos
ou meritórios, como rodovias, segurança, educação, saúde, dentre outros, aos
cidadãos.
Função Distributiva: distribuição, por parte do governo, de rendas e riquezas,
buscando assegurar uma adequação àquilo que a sociedade considera justo,
tal como a destinação de parte dos recursos provenientes de tributação ao
serviço público de saúde, serviço – por essência – mais utilizado por
indivíduos de menor renda.
Função Estabilizadora: aplicação das diversas políticas econômicas, pelo
governo, a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade,
diante da incapacidade do mercado em assegurar o atingimento desses
objetivos.
Dessa forma, a organização político-administrativa do Estado determina quem
são os entes públicos e suas responsabilidades e as finanças públicas indicam
16
Técnico em Secretaria Escolar
Competência 03
a maneira como estes entes deverão trabalhar para atingir seus fins,
planejando, executando e prestando contas das receitas e dos gastos
realizados pelo Estado. Para tanto, o Estado dispõe de instrumentos de
planejamento, tais como: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento de planejamento de amplo
alcance, cuja finalidade é estabelecer os programas e as metas
governamentais de longo prazo. Atualmente, sua vigência é de quatro anos e
uma das suas características é a regionalização, pois serve de instrumento
para diminuir as desigualdades entre as diferentes regiões.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um instrumento intermediário
entre o PPA e a LOA, que antecipa as diretrizes, as prioridades de gastos, as
normas e os parâmetros que devem orientar a elaboração do Projeto de Lei
Orçamentária para o exercício seguinte.
A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o plano de trabalho para o exercício a que
se refere, expresso por um conjunto de ações a realizar, com fim de atender
às demandas da sociedade e indicar os recursos necessários à sua execução.
No Brasil, as finanças públicas são disciplinadas, dentre outros, pela
Constituição Federal, pela Lei nº 4.320/64 e pela Lei Complementar n°
101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal. Esses normativos definem as
linhas de atuação dos governos federal, estadual, distrital e municipal,
principalmente quanto ao planejamento das receitas e despesas públicas que
constituem o orçamento público.
3.2. Receita
17
Contabilidade na Escola
Competência 03
Depois de conhecer as leis vamos procurar entender a forma como o Estado
adquire a receita para gerar benefícios gerais. A forma que o Estado encontra
para ter receitas são os tributos, os impostos, as taxas e as contribuições de
melhorias. Mas você deve estar pensando: Tributo, imposto e taxa não é a
mesma coisa?.Vamos verificar.
Pagamos tributos por quase tudo que consumimos. Quando compramos
arroz, feijão, perfume, roupa, contratamos um serviço médico, dentista etc.
Também temos essa obrigação nas aplicações que fazemos de nossas
economias junto a uma instituição financeira (poupança, aplicação no banco
etc.). De acordo com o Código Tributário Nacional (CTN), tributo “é toda
prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nelas se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Bem, seguindo
essa definição as multas não são consideradas tributos, porque constituem
“sanção de ato ilícito”.
O imposto é um tributo exigido do contribuinte, sem qualquer
contraprestação específica. Nesse caso, por exemplo, você pode pagar IPTU
(fig 9) e ele pode não virar benefícios como asfalto, iluminação pública, coleta
de lixo e transporte coletivo. A receita da arrecadação dos impostos é
utilizada para administração pública em geral. De acordo com art. 167 da
Constituição, não podem ocorrer a vinculação de receita de impostos. As
taxas, por sua vez, podem ser cobradas em razão da utilização, efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos, prestados ou postos à disposição
do contribuinte. Por exemplo, a coleta domiciliar de lixo. A taxa é, portanto,
um tributo que incide sobre um bem ou serviço de caráter econômico, como
por exemplo, a energia fornecida por um sistema de companhias públicas.
Está relacionada primordialmente ao benefício específico recebido pelo
pagador e não à sua utilidade pública. Pode incidir também sobre um serviço
de caráter governamental ou administrativo, como por exemplo, o registro de
um carro, neste caso está relacionada tanto à sua utilidade pública quanto ao
benefício recebido.
18
Técnico em Secretaria Escolar
Competência 03
Figura 10 – IPTU Fonte: www.dicasgratisnanet.blogspot.com.br
De acordo com o Código Tributário Nacional (CNT), a contribuição de
melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer
jus diante do custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária,
tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Um
exemplo da contribuição de melhorias é o pagamento do asfalto que foi
colocado em uma determinada rua pelos seus moradores.
3.3. Classificação da Despesa
A Classificação da despesa tem várias vertentes, se seguirmos a classificação
institucional, veremos o reflexo da estrutura organizacional de alocação dos
créditos orçamentários, e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão
orçamentário e unidade orçamentária como temos no exemplo abaixo (fig.
11)
Figura 11 – Classificação da Despesa – Órgão x Unidade Orçamentária Fonte: www.crc-ce.org.br
19
Contabilidade na Escola
Competência 03
Podemos perceber no exemplo a existência de um número formado por cinco
dígitos, que obedecem à separação: os dois primeiros representam o órgão e
os demais representam a unidade orçamentária. Outra classificação é a
funcional programática que foi instituída pela Portaria 42, de 14 de abril de
1999, que trata-se de classificação de aplicação comum e obrigatória, no
âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o que
permite a consolidação nacional dos gastos do setor público. A classificação
funcional é representada por cinco dígitos. Os dois primeiros referem-se à
função, enquanto que os três últimos dígitos representam a subfunção.(fig.
12)
Figura 12 – Funções e Subfunções Fonte: www.crc-ce.org.br
Trazendo para a escola, também podemos classificar as despesas como de
custeio ou de capital.
As despesas de custeio são aqueles destinados à aquisição de bens e materiais
de consumo e à contratação de serviço para a realização de atividades de
manutenção, necessários ao regular funcionamento da escola (Manual de
Orientações Básicas do PDDE2003). Podemos dar como exemplo a compra de
papel, material de limpeza, tinta de parede, material para manutenção
elétrica, hidráulica alem de contratação de serviços para reparos, desde que
não sejam contratados servidores que tenham vínculo com a administração
pública de qualquer esfera de governo.
Outro tipo de despesa é a de capital que é relacionada com a aquisição de
máquinas equipamentos, realização de obras, aquisição de participações
acionárias de empresas, aquisição de imóveis, concessão de empréstimos
para investimento. Normalmente, uma despesa de capital concorre para a
20
Técnico em Secretaria Escolar
Competência 03
formação de um bem de capital, assim como para a expansão das atividades
do órgão. Alguns exemplos: aquisição de bebedouro, fogão, armário,
ventilador, equipamento de informática, retroprojetor, projetor de slides,
geladeira, mimeógrafo etc.
O Governo Federal através do Tesouro Nacional criou o Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI em menos de um ano,
implantando-o em janeiro de 1987, para suprir o Governo Federal de um
instrumento moderno e eficaz no controle e acompanhamento dos gastos
públicos.
3.4 Orçamentos e Balanços
O Balanço Orçamentário apresentará as receitas detalhadas por categoria
econômica, origem e espécie, especificando a previsão inicial, a previsão
atualizada para o exercício, a receita realizada e o saldo a realizar.
Demonstrará também as despesas por categoria econômica e grupo de
natureza da despesa, discriminando a dotação inicial, a dotação atualizada
para o exercício, as despesas empenhadas, as despesas liquidadas, as
despesas pagas e o saldo da dotação. A identificação das receitas e despesas
intraorçamentárias, quando necessária, deverá ser apresentada em notas
explicativas.
Essa definição um tanto formal nos leva a refletir que devemos ter coerência
ao produzir um orçamento e ter o máximo de informações para realizar um
balanço. Na esfera governamental, temos um tanto de leis que dão suporte
na realização do orçamento que é o Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
No cotidiano precisamos organizar pequenos orçamentos para termos
controle das nossas finanças, e não gastarmos mais do que podemos, assim
no balanço final não ficaremos com dividas ou prejuízos.
21
Contabilidade na Escola
Competência 03
Bem, estudante, chegamos ao final das nossas aulas. Acredito que lhe seja útil
e fonte de inspirações para maiores conquistas e descobertas.
Sucesso para você!
22
Técnico em Secretaria Escolar
CONCLUSÃO
Esse material contém informações inerentes a Contabilidade Educacional,
voltadas para uma pequena introdução histórica, alguns conteúdos básicos,
algumas aplicações voltadas à educação. Estudante, com esse caderno,
buscamos proporcionar-lhe uma ampliação ou revisão dos seus
conhecimentos, uma aplicabilidade da Contabilidade na sua vida social e
profissional, uma recordação de conceitos outrora estudados, como também,
provocar em você, um desejo pela busca de mais conhecimentos inerentes a
sua formação profissional. SUCESSO!
23
Contabilidade na Escola
REFERÊNCIAS
ANGÉLICO, João. Contabilidade pública. São Paulo: Atlas, 1995.
BRASIL: Constituição Federal (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil, Brasília, DF: Senado, 1988.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, Princípios fundamentais de
contabilidade e normas brasileiras de contabilidade, 3. ed. Brasília: CFC, 2001
LOPES DE SÁ, A. M. Dicionário de contabilidade. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
Ribeiro, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 22.ed. São Paulo; Saraiva
1999
Ferreira, Ricardo, Contabilidade Básica- 10ªEd. São Paulo, Atlas 2013
www.fnde.org.br
http://www.orcamentofederal.gov.br/
http://www.portaldecontabilidade.com.br/
24
Técnico em Secretaria Escolar
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR
Caro educando, sou Licenciado em Matemática, há mais de 20 anos. Minha
formação acadêmica se deu pela Fundação de Ensino Superior de Olinda e
pela Universidade Federal de Pernambuco. Também tenho Licenciatura em
Física, esta feita nos moldes desse curso. Já trabalhei na rede privada de
ensino e atualmente sou Professor da rede pública. Já fui tesoureiro do
conselho escolar, alem de atuar como professor conteudista e formador.
Acredito no ensino a distancia, pois é onde o educando é o principal agente
da aprendizagem.