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Técnico em Secretaria Escolar Jordão Gomes 2014 Contabilidade na Escola

Contabilidade na Escola - Sistema Acadêmico - Site · O Programa Nacional de Alimentação Escolar ... para seu uso no desempenho de suas atividades ... Para o PNBE de 2013, o FNDE

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Técnico em Secretaria Escolar

Jordão Gomes

2014

Contabilidade na Escola

Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da República Michel Temer Ministro da Educação José Henrique Paim Fernandes Secretário de Educação Profissional e Tecnológica Aléssio Trindade de Barros Diretor de Integração das Redes Marcelo Machado Feres Coordenação Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Arêas Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto César Gonçalves

Governador do Estado de Pernambuco João Soares Lyra Neto

Secretário de Educação e Esportes de

Pernambuco José Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira

Secretário Executivo de Educação Profissional

Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Gerente Geral de Educação Profissional Josefa Rita de Cássia Lima Serafim

Coordenador de Educação a Distância

George Bento Catunda

Coordenação do Curso Sheila Ramalho

Coordenação de Design Instrucional

Diogo Galvão

Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevêdo

Diagramação

Klébia Carvalho

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3

1. COMPETÊNCIA 01 | CONCEITUAR O REGISTRO DENOMINADO DE CONTABILIDADE E

APRENDER SUAS NOÇÕES BÁSICAS. ......................................................................................... 4

1.1. Contabilidade Comercial ....................................................................................... 5

1.2. Contabilidade Pública ............................................................................................ 7

2. COMPETÊNCIA 02 | CONHECER A IMPORTÂNCIA DOS PROGRAMAS DA AUTARQUIA

DENOMINADA FUNDO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FNDE ............. 8

2.1. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).......................................... 8

2.2. Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) ........................................................ 9

2.3. Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) ................................................. 10

2.4. Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) ....................................................... 10

2.5. Programa Nacional de Transporte Escolar (PNTE) .............................................. 11

2.6. Programa Nacional de Saúde do Escolar (PNSE) ................................................. 12

2.7. Programa Nacional de Tecnologia Educacional - ProInfo ................................... 13

3. COMPETÊNCIA 03 | COMPREENDER OS PROCESSOS DE FINANÇAS PÚBLICAS, RECEITA E

TRIBUTAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO DE DESPESAS, BALANÇOS E ORÇAMENTOS. ......................... 15

3.1 As Finanças Públicas ............................................................................................. 15

3.2. Receita ................................................................................................................. 16

3.3. Classificação da Despesa ..................................................................................... 18

3.4 Orçamentos e Balanços ........................................................................................ 20

CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 22

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 23

MINICURRÍCULO DO PROFESSOR ........................................................................................... 24

Sumário

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Contabilidade na Escola

INTRODUÇÃO

Olá, caro aluno!

Durante as próximas semanas estaremos juntos, estudando conteúdos que

lhe serão úteis na sua vida profissional e por que não dizer também no seu

cotidiano.

Estamos iniciando uma passagem por um conteúdo muito utilizado nos dias

atuais, estamos falando da Contabilidade, então você reflete, o que tem a ver

meu curso em Educação? Já que ela esta mais ligada a dinheiro! Bem, nós

vamos procurar trabalhar a Contabilidade como sendo mais uma ferramenta

para seu uso no desempenho de suas atividades profissionais, ela vai nos

ajudar a entender melhor as suas colocações como também fazer análises de

resultados e de programas governamentais.

Estaremos todos juntos voltados para o nosso objetivo maior que é vê-lo

formado como Técnico.

Desde já, desejo a você, sucesso!

Professor Jordão Gomes

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Técnico em Secretaria Escolar

Competência 01

1. COMPETÊNCIA 01 | CONCEITUAR O REGISTRO DENOMINADO DE

CONTABILIDADE E APRENDER SUAS NOÇÕES BÁSICAS.

A contabilidade tem seus registros acompanhados com a evolução da

humanidade, quando o homem relacionava pedrinha com a sua criação ele já

fazia contabilidade intuitiva.

Figura 1 - Contabilidade Intuitiva Fonte: históriascomentadas.wordexpress.com

Temos registro de contabilidade até na bíblia veja o que diz em 1º Reis 4.22-

26 e 10.14-17, lá comenta-se que os bens e as rendas de Salomão também

foram inventariados.

A origem da Contabilidade esta ligada a história antiga desde os Fenícios que

lidavam com o comércio, mas foi o Frei italiano Luca Pacioli(fig 2) que

escreveu "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas

Dobradas), publicado em 1494 enfatizando que à teoria contábil do débito e

do crédito corresponde a teoria dos números positivos e negativos. Pacioli, é

considerado por muitos o pai da Contabilidade.

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Contabilidade na Escola

Competência 01

Figura 2 – Retrato de Luca Padoli. obra de Jacopo de Barbari, 1495. Fonte: http://tipografos.net/historia/lucapadoli.jpg

1.1. Contabilidade Comercial

A Contabilidade Comercial é a vivenciada pelas lojas, mercados (fig 3),

padarias, restaurantes etc., todos com fins de obtenção de lucros e aumento

de patrimônio, bens, também chamado de Ativo. O Passivo de uma empresa

são as dívidas, os valores a serem pagos a terceiros, sendo pessoa física ou

jurídica. Toda empresa possui um patrimônio líquido que é a diferença entre

os valores do ativo e do passivo de uma empresa em determinado momento.

Vejamos esse exemplo, uma empresa tem um ativo (bens e direitos) no valor

de R$ 500.000,00 e um passivo (obrigações) de R$ 150.000,00, o patrimônio

liquido nesse momento será de R$ 350.000,00.

Figura 3 – Mercado Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=109509280

Também podemos representar o ativo e o passivo da seguinte forma:

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Técnico em Secretaria Escolar

Competência 01

Ativo é composto por Bens e Direitos Aplicação de recursos

Obrigações (capital de terceiros) Passivo é composto por Patrimônio Liquido (capital próprio dos sócios ou Acionistas)

Outra representação é em forma de grade:

Ainda na contabilidade comercial contamos com o ato administrativo, que são

ações que não provocam alteração no patrimônio, e o fato administrativo,

esse causa modificações no patrimônio.

O Patrimônio pode ser dividido em dois aspectos, o qualitativo que

representa, como o nome já expressa, a qualidade. Assim, temos que dar

nome aos elementos, quanto mais explícito, melhor para o entendimento, por

exemplo: Fornecedor (aquele que vende para a empresa), caixa (é o banco)

Cliente (aquele que procura a empresa) e etc. Outro aspecto é o quantitativo,

nesse o valor vai surgir como forte atuação, como também a quantidade

envolvida como por exemplo, banco R$ 540.000,000, transporte R$ 23.000,00

mercadoria recebida 52 caixas, etc.

Ativo Passivo

Bens

Obrigações

(exigibilidades)

+

Direitos

Patrimônio Líquido

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Contabilidade na Escola

Competência 01

1.2. Contabilidade Pública

A contabilidade Pública está voltada para as empresas públicas que devem

ter como objetivo o bem público e a gestão do patrimônio público com vistas

para o social, seja na área Federal, Estadual, Municipal ou no Distrito Federal.

Tem como base a Lei 4320, de 17 de março de 1964, que instituiu normas

gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e

balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Direito Federal

A contabilidade pública registra a previsão da receita e a fixação da despesa,

estabelecidas no orçamento público aprovado para o exercício, escritura a

execução orçamentária da receita e da despesa; faz a comparação entre a

previsão e a realização das receitas e despesas, controla as operações de

crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos e obrigações, revela as variações

patrimoniais e mostra o valor do patrimônio.

Já vimos que na contabilidade comercial temos ativo, passivo, bens, e outras

coisas, mas na contabilidade pública será que é do mesmo jeito? Não, por ser

pública torna-se necessário o maior planejamento, para tanto, nós (o povo)

escolhemos quem vai planejar e administrar as finanças públicas através do

nosso voto.

Que tal um

pouco mais de leitura!

https://www. tesouro.fazenda.

gov.br/pt/ responsabilidade

-fiscal/lei-de-responsabilidade

-fiscal. Nessa leitura

podemos entender melhor

sobre gastos públicos.

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Técnico em Secretaria Escolar

Competência 02

2. COMPETÊNCIA 02 | CONHECER A IMPORTÂNCIA DOS

PROGRAMAS DA AUTARQUIA DENOMINADA FUNDO NACIONAL

DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FNDE

Antes de conhecer os principais programas do Fundo Nacional do

Desenvolvimento da Educação – FNDE, vamos a sua criação. O FNDE foi

criado pela lei n° 5537, de 21 de novembro de 1968, alterado pelo Decreto Lei

n° 872, de 15 de setembro de 1969. Essa Autarquia(1). é a maior do pais em

termos de orçamento.

O FNDE tem muitos programas, vamos aqui tratar de alguns deles.

2.1. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

Esse programa teve inicio em 1955, é voltado para o crescimento, o

desenvolvimento, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de

hábitos alimentares saudáveis, já que são ofertados alimentos e ações de

educação nutricional e alimentar, também é conhecido pelo nome de

“Merenda escolar”. Acredito que já tivemos alguma experiência com ele, seja

lembrando do tempo que usufruíamos da sopa da escola ou lembrando de

fatos desagradáveis como o desvio da verba destinada para a merenda

escolar.

O PNAE é o programa social mais antigo na área de educação do Governo

Federal, direito garantido pela Constituição Federal, disposto no inciso VII do

artigo 208. Esse programa atende desde a educação básica até o ensino

médio e educação de jovens e adultos matriculados em escolas públicas ou

entidades conveniadas.

No endereço http://www. fnde.gov.br/ programas, podemos encontrar todos os

programas, como

também seus manuais de utilização e

prestação de contas.

.(1) A

administração pública é uma

entidade autônoma, auxiliar e

descentralizada da

administração pública, porem

fiscalizada e tutelada pelo estado, com patrimônio

formado com recursos

próprios, cuja a finalidade é

executar serviços que interessam a

coletividade ou de natureza

estatal

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Contabilidade na Escola

Competência 02

Figura 4 – Merenda Escolar Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/otavioauler

2.2. Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)

A idéia desse programa teve início em 1929 com o Instituto Nacional do Livro

(INL) e de lá para cá, teve varias versões e aprimoramento. Hoje, ele ocorre

em período de três em três anos alternados. Assim, a cada ano o MEC adquire

e distribui livros para todos os alunos de um segmento, que pode ser: anos

iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental ou ensino

médio. Para tanto, a escola deve estar cadastrada no Programa, o que se dá

apenas uma vez. O PNLD começou com as publicações da Língua Portuguesa e

Matemática, atualmente já disponibiliza quase todas as disciplinas.

Figura 5 – Programa Livro Didático Fonte: www.fnde.org.br

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Técnico em Secretaria Escolar

Competência 02

O que algumas escolas desconhecem é que o PNLD também atende ao EJA

isto é, ao Programa de Educação de Jovens e Adultos.

2.3. Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE)

Esse programa em relação aos outros já citados é considerado recente, pois

data dos idos de 1997 e tem como objetivo principal estimular a leitura entre

os jovens, os títulos distribuídos vão desde os clássicos a temas mais gerais,

como dicionários e enciclopédias.

Para o PNBE de 2013, o FNDE prevê um orçamento de aproximadamente R$

75 milhões para compra e distribuição das obras, durante a realização do

processo de avaliação, seleção e formação dos acervos.

2.4. Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)

O PDDE teve seu início em 1995 e seu principal objetivo é levar os recursos

para escolas estaduais, municipais ou do distrito Federal além de escolas de

Educação Especial mantidas por Organizações Não-Governamentais (ONGs),

desde que registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) de

maneira mais rápida e direta, onde o gestor e a comunidade têm o poder de

escolherem onde vão aplicar esse recurso de caráter complementar. A

comunidade normalmente é representada por uma unidade executora, o

valor recebido é destinado para garantir condições mínimas de

funcionamento da escola, que inclui manutenção, conservação e pequenos

reparos. Também pode ser utilizado para adquirir equipamentos, material

didático-pedagógico e até aperfeiçoamento de profissionais. Os valores estão

relacionados à quantidade de alunos matriculados na escola, como podemos

ver na tabela abaixo (fig 6) retirada do site do FNDE.

A partir de 2013 o valor destinado às Unidades Executoras Próprias (UEx) e

Entidades Mantenedoras (EM) será calculado pela soma do valor fixo (Valor

Fixo/ano - VF/a), de acordo com o tipo de estabelecimento de ensino, e do

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Contabilidade na Escola

Competência 02

valor variável (Valor Per Capita/ano - VPC/a), de acordo com o número de

alunos matriculados

Figura 6 – Recursos por Quantidade de Alunos Fonte: www.fnde.gov.br

2.5. Programa Nacional de Transporte Escolar (PNTE)

Esse programa teve seu início por volta de 1993 a 1994, vem para atender

mais a população rural e a crianças com necessidades especiais, procurando

diminuir a evasão escolar e proporcionar um transporte seguro. Os recursos

deste programa destinam-se à compra de veículos automotores (zero

quilometro) destinados ao transporte diário dos alunos, que pode ser ônibus,

vans, microônibus e ate embarcações (fig 7), dependendo da situação.

Fica ao encargo da entidade associada ao FNDE que utilizou o PNTE, seja a

prefeitura ou ONGs, o pagamento de taxas, impostos, seguro e multas. Além

do seguro obrigatório, a entidade deve fazer o seguro total do veículo contra

danos materiais e vítimas por acidente. Tanto o veículo como os condutores

deverão obedecer às disposições específicas no Código Nacional de Trânsito,

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Técnico em Secretaria Escolar

Competência 02

Lei no 9.503, de 23/09/97, ou nas normas da Diretoria de Portos e Costas da

Marinha do Brasil, até mesmo quanto às exigências de segurança.

Figura 7 – Transporte Escolar Fonte: www.portalvaledoribeira.com.br

2.6. Programa Nacional de Saúde do Escolar (PNSE)

O (PNSE) Programa Nacional de Saúde do Escolar atende na sua maioria

alunos do ensino fundamental nas escolas públicas. Os recursos são alocados

para a promoção da saúde, tem uma política que atrela uma boa saúde a um

bom rendimento.

As dificuldades mais abordadas são as visuais e auditivas, pois são causas de

evasão e repetência escolar. Em 1999, o FNDE juntamente com o PNSE,

lançou duas campanhas nacionais, uma “Olho no Olho” e a outra foi “ Quem

ouve bem, Aprende Melhor”. Outros órgãos não governamentais também

deram sua contribuição para o sucesso dessas campanhas. Em 2006 o PNSE

atendeu 56.953 alunos com um investimento de R$ 3,7 milhões.

Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a

Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância)

Esse programa foi criando em 2007 e tem como objetivo ajudar as prefeituras

a colocarem o maior número de crianças na escola, pré-escola e creche. As

unidades que se utilizam dos recursos desse programa devem ter condições

essenciais para o aprendizado das crianças, que vai de sala de aula a

construção de quadras poliesportivas, fraldários e área de serviços

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Contabilidade na Escola

Competência 02

administrativos. Um dos desafios desse programa é entre 2013 e 2014

construir mais de 3000 creches e pré-escola (fig 8).

Figura 8 – Projeto Proinfância - Creche Fonte: http://smecarbonita.blogspot.com.br

2.7. Programa Nacional de Tecnologia Educacional - ProInfo

Esse programa teve seu início em 1997 com o objetivo de fomentar o uso da

tecnologia como suporte para o pedagógico, melhorando o desempenho do

aluno no ensino Fundamental e no Médio. Podemos perceber que o Proinfo é

como um grande guarda chuva que abriga outros programas voltados para

uso de TICs (Tecnologias de Informática e Comunicações) tais como o projeto

“Um Computador por Aluno (UCA)”, ou “Programa Banda Larga nas Escolas”

ou ainda o “Programa um Computador por aluno (PROUCA)” mais a entrega

de tablets em escolas para uso dos alunos e professores.

O ProInfo também tem a divisão entre Proinfo Rural e Proinfo Urbano, que

tem como diferença básica os tipos de laboratórios de informática

disponibilizados. Para fazer parte do Proinfo, é necessária a inscrição no

SIGETEC. Veja na figura 8 o modelo de algumas máquinas que o ProInfo

disponibiliza para as escolas.

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Técnico em Secretaria Escolar

Competência 02

Figura 9 – Equipamentos Proinfo Fonte: www.portalmec.org.br

Estas máquinas já vêm com o sistema operacional Linux , um pacote de

software educativo e um data show embutido.

Bem, educando, esses são alguns programas que o FNDE disponibiliza para a

área educacional.

O FNDE tem sua importância para a educação à medida que vamos procurar

usufruir de seus programas, lembrando sempre da prestação de contas aos

órgãos mantenedores.

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Contabilidade na Escola

Competência 03

3. COMPETÊNCIA 03 | COMPREENDER OS PROCESSOS DE

FINANÇAS PÚBLICAS, RECEITA E TRIBUTAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO DE

DESPESAS, BALANÇOS E ORÇAMENTOS.

Educando, depois de conhecermos alguns programas ligados ao FNDE, vamos

ampliar nosso conhecimento acerca das finanças públicas, receitas,

tributação, classificação de despesas, balanços e orçamentos.

3.1 As Finanças Públicas

A denominação “finanças públicas” está ligada aos métodos, princípios e

processos financeiros por meio dos quais os governos federal, estadual,

distrital e municipal desempenham suas funções: alocativas, distributivas e

estabilizadoras. Vamos observar como funcionam?

Função Alocativa: processo pelo qual o governo divide os recursos para

utilização no setor público e privado, oferecendo bens públicos, semipúblicos

ou meritórios, como rodovias, segurança, educação, saúde, dentre outros, aos

cidadãos.

Função Distributiva: distribuição, por parte do governo, de rendas e riquezas,

buscando assegurar uma adequação àquilo que a sociedade considera justo,

tal como a destinação de parte dos recursos provenientes de tributação ao

serviço público de saúde, serviço – por essência – mais utilizado por

indivíduos de menor renda.

Função Estabilizadora: aplicação das diversas políticas econômicas, pelo

governo, a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade,

diante da incapacidade do mercado em assegurar o atingimento desses

objetivos.

Dessa forma, a organização político-administrativa do Estado determina quem

são os entes públicos e suas responsabilidades e as finanças públicas indicam

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Técnico em Secretaria Escolar

Competência 03

a maneira como estes entes deverão trabalhar para atingir seus fins,

planejando, executando e prestando contas das receitas e dos gastos

realizados pelo Estado. Para tanto, o Estado dispõe de instrumentos de

planejamento, tais como: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).

O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento de planejamento de amplo

alcance, cuja finalidade é estabelecer os programas e as metas

governamentais de longo prazo. Atualmente, sua vigência é de quatro anos e

uma das suas características é a regionalização, pois serve de instrumento

para diminuir as desigualdades entre as diferentes regiões.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um instrumento intermediário

entre o PPA e a LOA, que antecipa as diretrizes, as prioridades de gastos, as

normas e os parâmetros que devem orientar a elaboração do Projeto de Lei

Orçamentária para o exercício seguinte.

A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o plano de trabalho para o exercício a que

se refere, expresso por um conjunto de ações a realizar, com fim de atender

às demandas da sociedade e indicar os recursos necessários à sua execução.

No Brasil, as finanças públicas são disciplinadas, dentre outros, pela

Constituição Federal, pela Lei nº 4.320/64 e pela Lei Complementar n°

101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal. Esses normativos definem as

linhas de atuação dos governos federal, estadual, distrital e municipal,

principalmente quanto ao planejamento das receitas e despesas públicas que

constituem o orçamento público.

3.2. Receita

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Contabilidade na Escola

Competência 03

Depois de conhecer as leis vamos procurar entender a forma como o Estado

adquire a receita para gerar benefícios gerais. A forma que o Estado encontra

para ter receitas são os tributos, os impostos, as taxas e as contribuições de

melhorias. Mas você deve estar pensando: Tributo, imposto e taxa não é a

mesma coisa?.Vamos verificar.

Pagamos tributos por quase tudo que consumimos. Quando compramos

arroz, feijão, perfume, roupa, contratamos um serviço médico, dentista etc.

Também temos essa obrigação nas aplicações que fazemos de nossas

economias junto a uma instituição financeira (poupança, aplicação no banco

etc.). De acordo com o Código Tributário Nacional (CTN), tributo “é toda

prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nelas se possa

exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada

mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Bem, seguindo

essa definição as multas não são consideradas tributos, porque constituem

“sanção de ato ilícito”.

O imposto é um tributo exigido do contribuinte, sem qualquer

contraprestação específica. Nesse caso, por exemplo, você pode pagar IPTU

(fig 9) e ele pode não virar benefícios como asfalto, iluminação pública, coleta

de lixo e transporte coletivo. A receita da arrecadação dos impostos é

utilizada para administração pública em geral. De acordo com art. 167 da

Constituição, não podem ocorrer a vinculação de receita de impostos. As

taxas, por sua vez, podem ser cobradas em razão da utilização, efetiva ou

potencial, de serviços públicos específicos, prestados ou postos à disposição

do contribuinte. Por exemplo, a coleta domiciliar de lixo. A taxa é, portanto,

um tributo que incide sobre um bem ou serviço de caráter econômico, como

por exemplo, a energia fornecida por um sistema de companhias públicas.

Está relacionada primordialmente ao benefício específico recebido pelo

pagador e não à sua utilidade pública. Pode incidir também sobre um serviço

de caráter governamental ou administrativo, como por exemplo, o registro de

um carro, neste caso está relacionada tanto à sua utilidade pública quanto ao

benefício recebido.

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Técnico em Secretaria Escolar

Competência 03

Figura 10 – IPTU Fonte: www.dicasgratisnanet.blogspot.com.br

De acordo com o Código Tributário Nacional (CNT), a contribuição de

melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos

Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer

jus diante do custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária,

tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o

acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Um

exemplo da contribuição de melhorias é o pagamento do asfalto que foi

colocado em uma determinada rua pelos seus moradores.

3.3. Classificação da Despesa

A Classificação da despesa tem várias vertentes, se seguirmos a classificação

institucional, veremos o reflexo da estrutura organizacional de alocação dos

créditos orçamentários, e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão

orçamentário e unidade orçamentária como temos no exemplo abaixo (fig.

11)

Figura 11 – Classificação da Despesa – Órgão x Unidade Orçamentária Fonte: www.crc-ce.org.br

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Contabilidade na Escola

Competência 03

Podemos perceber no exemplo a existência de um número formado por cinco

dígitos, que obedecem à separação: os dois primeiros representam o órgão e

os demais representam a unidade orçamentária. Outra classificação é a

funcional programática que foi instituída pela Portaria 42, de 14 de abril de

1999, que trata-se de classificação de aplicação comum e obrigatória, no

âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o que

permite a consolidação nacional dos gastos do setor público. A classificação

funcional é representada por cinco dígitos. Os dois primeiros referem-se à

função, enquanto que os três últimos dígitos representam a subfunção.(fig.

12)

Figura 12 – Funções e Subfunções Fonte: www.crc-ce.org.br

Trazendo para a escola, também podemos classificar as despesas como de

custeio ou de capital.

As despesas de custeio são aqueles destinados à aquisição de bens e materiais

de consumo e à contratação de serviço para a realização de atividades de

manutenção, necessários ao regular funcionamento da escola (Manual de

Orientações Básicas do PDDE2003). Podemos dar como exemplo a compra de

papel, material de limpeza, tinta de parede, material para manutenção

elétrica, hidráulica alem de contratação de serviços para reparos, desde que

não sejam contratados servidores que tenham vínculo com a administração

pública de qualquer esfera de governo.

Outro tipo de despesa é a de capital que é relacionada com a aquisição de

máquinas equipamentos, realização de obras, aquisição de participações

acionárias de empresas, aquisição de imóveis, concessão de empréstimos

para investimento. Normalmente, uma despesa de capital concorre para a

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Técnico em Secretaria Escolar

Competência 03

formação de um bem de capital, assim como para a expansão das atividades

do órgão. Alguns exemplos: aquisição de bebedouro, fogão, armário,

ventilador, equipamento de informática, retroprojetor, projetor de slides,

geladeira, mimeógrafo etc.

O Governo Federal através do Tesouro Nacional criou o Sistema Integrado de

Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI em menos de um ano,

implantando-o em janeiro de 1987, para suprir o Governo Federal de um

instrumento moderno e eficaz no controle e acompanhamento dos gastos

públicos.

3.4 Orçamentos e Balanços

O Balanço Orçamentário apresentará as receitas detalhadas por categoria

econômica, origem e espécie, especificando a previsão inicial, a previsão

atualizada para o exercício, a receita realizada e o saldo a realizar.

Demonstrará também as despesas por categoria econômica e grupo de

natureza da despesa, discriminando a dotação inicial, a dotação atualizada

para o exercício, as despesas empenhadas, as despesas liquidadas, as

despesas pagas e o saldo da dotação. A identificação das receitas e despesas

intraorçamentárias, quando necessária, deverá ser apresentada em notas

explicativas.

Essa definição um tanto formal nos leva a refletir que devemos ter coerência

ao produzir um orçamento e ter o máximo de informações para realizar um

balanço. Na esfera governamental, temos um tanto de leis que dão suporte

na realização do orçamento que é o Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).

No cotidiano precisamos organizar pequenos orçamentos para termos

controle das nossas finanças, e não gastarmos mais do que podemos, assim

no balanço final não ficaremos com dividas ou prejuízos.

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Contabilidade na Escola

Competência 03

Bem, estudante, chegamos ao final das nossas aulas. Acredito que lhe seja útil

e fonte de inspirações para maiores conquistas e descobertas.

Sucesso para você!

22

Técnico em Secretaria Escolar

CONCLUSÃO

Esse material contém informações inerentes a Contabilidade Educacional,

voltadas para uma pequena introdução histórica, alguns conteúdos básicos,

algumas aplicações voltadas à educação. Estudante, com esse caderno,

buscamos proporcionar-lhe uma ampliação ou revisão dos seus

conhecimentos, uma aplicabilidade da Contabilidade na sua vida social e

profissional, uma recordação de conceitos outrora estudados, como também,

provocar em você, um desejo pela busca de mais conhecimentos inerentes a

sua formação profissional. SUCESSO!

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Contabilidade na Escola

REFERÊNCIAS

ANGÉLICO, João. Contabilidade pública. São Paulo: Atlas, 1995.

BRASIL: Constituição Federal (1988). Constituição da República Federativa do

Brasil, Brasília, DF: Senado, 1988.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, Princípios fundamentais de

contabilidade e normas brasileiras de contabilidade, 3. ed. Brasília: CFC, 2001

LOPES DE SÁ, A. M. Dicionário de contabilidade. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

Ribeiro, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 22.ed. São Paulo; Saraiva

1999

Ferreira, Ricardo, Contabilidade Básica- 10ªEd. São Paulo, Atlas 2013

www.fnde.org.br

http://www.orcamentofederal.gov.br/

http://www.portaldecontabilidade.com.br/

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Técnico em Secretaria Escolar

MINICURRÍCULO DO PROFESSOR

Caro educando, sou Licenciado em Matemática, há mais de 20 anos. Minha

formação acadêmica se deu pela Fundação de Ensino Superior de Olinda e

pela Universidade Federal de Pernambuco. Também tenho Licenciatura em

Física, esta feita nos moldes desse curso. Já trabalhei na rede privada de

ensino e atualmente sou Professor da rede pública. Já fui tesoureiro do

conselho escolar, alem de atuar como professor conteudista e formador.

Acredito no ensino a distancia, pois é onde o educando é o principal agente

da aprendizagem.