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Revista de Educação Dom Alberto Revista de Educação Dom Alberto, n. 1, v. 1, jan./jul. 2012. Página 115 CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA DISCENTE DE LER E INTERPRETAR Ana Paula Teixeira Porto 1 Luana Teixeira Porto 2 RESUMO Este estudo apresenta reflexões sobre as competências de ler e interpretar que podem se desenvolvidas na escola, no ensino fundamental, a partir da exploração da contação de histórias. Parte-se do pressuposto que a leitura é uma competência que começa a ser desenvolvida no seio familiar, sendo a sala de aula um espaço fecundo para o aprimoramento dessa competência. Considera-se que a contação de histórias, especialmente as disponibilizadas no You Tube, no formato de áudio e/ou vídeo, pode ser uma estratégia pertinente para inserção de atividades de leitura e interpretação discente que atendem aos parâmetros que norteiam a formação básica do aluno. Palavras-chave: Contação de histórias. Leitura e interpretação. ABSTRACT This study presents reflections on the skills of reading and interpreting that may be developed at school, at basic school, from the exploration of storytelling. It starts with the assumption that reading is a skill that begins to be developed within the family, the classroom is a fruitful area for the improvement of those powers. It is considered that the storytelling, especially those available on YouTube, in audio and / or video format may be a relevant strategy for integration of activities of reading and interpreting students who meet the criteria that guide the student's basic education. Keywords: Storytelling. Reading and interpretation Sabe-se que a leitura do mundo precede a leitura da palavra (FREIRE, 1997), pois, antes mesmo de se dominar as “letras”, as frases, os períodos, os textos verbais, a leitura faz 1 Graduada em Letras (UFSM), Mestre e Doutora em Letras área de Literatura Brasileira, Portuguesa e Luso- africana (UFRGS). E-mail: [email protected]. 2 Graduada em Letras (UFSM), Mestre em Literatura Brasileira (UFRGS) e Doutora em Letras área de Literatura Comparada (UFRGS). E-mail: [email protected].

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CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA PARA DESENVOLVIMENTO DA

COMPETÊNCIA DISCENTE DE LER E INTERPRETAR

Ana Paula Teixeira Porto1

Luana Teixeira Porto2

RESUMO Este estudo apresenta reflexões sobre as competências de ler e interpretar que podem se desenvolvidas na escola, no ensino fundamental, a partir da exploração da contação de histórias. Parte-se do pressuposto que a leitura é uma competência que começa a ser desenvolvida no seio familiar, sendo a sala de aula um espaço fecundo para o aprimoramento dessa competência. Considera-se que a contação de histórias, especialmente as disponibilizadas no You Tube, no formato de áudio e/ou vídeo, pode ser uma estratégia pertinente para inserção de atividades de leitura e interpretação discente que atendem aos parâmetros que norteiam a formação básica do aluno.

Palavras-chave: Contação de histórias. Leitura e interpretação.

ABSTRACT This study presents reflections on the skills of reading and interpreting that may be developed at school, at basic school, from the exploration of storytelling. It starts with the assumption that reading is a skill that begins to be developed within the family, the classroom is a fruitful area for the improvement of those powers. It is considered that the storytelling, especially those available on YouTube, in audio and / or video format may be a relevant strategy for integration of activities of reading and interpreting students who meet the criteria that guide the student's basic education.

Keywords: Storytelling. Reading and interpretation

Sabe-se que a leitura do mundo precede a leitura da palavra (FREIRE, 1997), pois,

antes mesmo de se dominar as “letras”, as frases, os períodos, os textos verbais, a leitura faz

1 Graduada em Letras (UFSM), Mestre e Doutora em Letras – área de Literatura Brasileira, Portuguesa e Luso-

africana (UFRGS). E-mail: [email protected]. 2 Graduada em Letras (UFSM), Mestre em Literatura Brasileira (UFRGS) e Doutora em Letras – área de

Literatura Comparada (UFRGS). E-mail: [email protected].

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parte do contexto social, seja através da compreensão de um gesto, de uma imagem, de

uma fotografia3. Sabe-se também que o hábito de ler deve iniciar antes mesmo de a criança

ingressar na escola (OLIVEIRA, 2009), o que significa que, no seio familiar, começam as

primeiras atividades de leitura da criança, uma leitura que envolve a linguagem não-verbal

também. A leitura, sob essa ótica, não é exclusividade das salas de aula, embora estas

constituam espaços fecundos e promissores para instigar o interesse pela leitura e sejam

lócus por excelência destinado a ensinar os alunos a ler.

A leitura é uma competência tão importante que é enfatizada não apenas na

bibliografia sobre o tema, mas também em documentos oficiais que norteiam a educação no

Brasil. Ela é objeto de ensino e de aprendizagem nas escolas de educação básica e em

instituições de ensino superior, que colocam a interpretação como competência relacionada

à da leitura. Ler e interpretar são duas competências básicas que as instituições de ensino

devem privilegiar desde a formação inicial do aluno até sua formação profissional, pois,

tanto na Educação Básica, conforme orientam documentos como os Parâmetros Curriculares

Nacionais4 e a Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional5, quanto no Ensino Superior,

de acordo com o exposto em diversas Diretrizes Curriculares Nacionais6, a leitura e a

interpretação são destacadas como competências a serem reveladas ao final de uma

formação. É, portanto, dever das instituições de ensino promover a aprendizagem da leitura

e da interpretação em todos os níveis de aprendizagem, dando continuidade ao

desenvolvimento dessa competência que deve ser iniciada nos primeiros meses de vida da

criança.

3 Segundo Antunes (2006), as primeiras leituras estão associadas a significações construídas através dos

sentidos (audição, tato, olfato e paladar), como a leitura que se faz do gosto do leite materno, do ato de mamar, etc, e aos poucos, com a ampliação do sentido da visão, a leitura do mundo e das pessoas começa a se desenvolver. 4 Nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1997), por exemplo, a leitura, juntamente com

a escrita, é apontada como um dos fatores que influencia o fracasso escolar, devendo, portanto, a escola “encontrar formas de garantir, de fato, a aprendizagem da leitura e da escrita.” (BRASIL, 1997, p. 14). 5 No art. 32, inciso I, a LDB enfatiza que o ensino fundamental deve priorizar o “o desenvolvimento da

capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo” (BRASIL, 1996) (grifos nossos). 6 Nas DCNs dos cursos de Comunicação Social e suas habilitações (BRASIL, 2001), o domínio da leitura é

apontado como umas das competências requeridas nesse curso superior. As DCNs do Curso de Direito (BRASIL, 2004) também fazem referência ao domínio da leitura de textos, incluindo também a leitura de atos e documentos jurídicos ou normativos, com a devida utilização das normas técnico-jurídicas.

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A partir desse contexto, a proposta deste estudo é refletir acerca das possibilidades

de desenvolvimento das competências de ler e escrever, considerando o universo escolar e

uma prática comum nesse contexto: a contação de histórias. Parte-se do pressuposto de que

a contação de histórias é uma estratégia fecunda para construção dessas competências

pelas vantagens que essa atividade proporciona ao desenvolvimento da criança e tomam-se

como referência as habilidades de leitura e interpretação sugeridas pelos discentes na

formação básica, no ensino fundamental. Especificamente, a pesquisa busca analisar a

importância da contação de histórias na formação do leitor bem como as possibilidades de

se contar histórias; e discutir os processos de ler e escrever, apontando perspectivas de

abordagem da leitura e da interpretação na escola a partir de referências a histórias

contadas disponibilizadas em áudio e/ou vídeo no You Tube, o que configura uma contação

de história diferente da tradicional, que é pautada na leitura e/ou dramatização de um texto

realizada pelo professor no próprio ambiente da sala de aula ou biblioteca.

A abordagem de histórias disponibilizadas na rede mundial de computadores é

motivada ainda pelo fato de a escola necessitar se apropriar dos meios de comunicação e

interação da web como forma de se aproximar do contexto em que se inserem os alunos

atualmente e de se renovar metodologicamente, buscando opções dinâmicas e interativas

de exploração da leitura e da interpretação. Nesse contexto, cabe destacar que o meio

cibernético promove interesse especial dos alunos, que, na maioria das vezes, já têm

contato com a internet em casa e/ou na escola, e isso pode favorecer a adoção da contação

de histórias através de áudio e/ou vídeo e, por conseqüência, o desenvolvimento da

habilidade de leitura e interpretação de texto.

A escolha do site do You Tube como fonte de captação de áudio e/ou vídeo das

histórias infantis está atrelada à quantidade de acessos ao site como mecanismo de

planejamento de ações pedagógicas usadas em aulas e palestras, à facilidade de se assistir

aos vídeos e à possibilidade de fazer download do material de forma gratuita, o que implica

a ampliação de acesso a essas formas de contação de histórias nas escolas.

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CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E

FORMAS DE FAZER

Desde cedo, a contação de história vai fazendo parte do universo da criança,

especialmente as histórias orais, contadas pela mãe ou pai, pelos avós, pelos familiares mais

próximos da criança7 e, logo depois, pelo professor. A transmissão oral de histórias

caracteriza o contato inicial das crianças com textos:

O primeiro contato da criança com um texto é feito, em geral, oralmente. É pela voz da mãe e do pai, contando contos de fada, trechos da Bíblia, histórias inventadas tendo a gente como personagem, narrativas de quando eles eram crianças e tanta, tanta coisa mais... (ABRAMOVICH, 2003)

A contação de histórias desperta o interesse pela leitura à medida que promove a

curiosidade da criança sobre os personagens e enredo e estimula a imaginação através da

construção de imagens interiores, pois a construção de como são os personagens, por

exemplo, é trabalho do leitor tanto ao ouvir uma história quanto ao lê-la através de um livro

impresso. Além disso, as histórias possibilitam a compreensão de situações adversas e

conflitos, bem como a identificação das histórias ao contexto de quem as ouve, assiste ou lê.

Para Coelho (2004, p. 12), “história é importante alimento para imaginação. Permite a auto-

identificação, favorecendo a aceitação de situações desagradáveis, ajuda a resolver conflitos,

acenando com esperança. Agrada a todos, de modo geral, sem distinção de idade, de classe

social, de circunstâncias de vida.”

Na visão de Abramovich (2003, p. 17), ouvir histórias permite que o sujeito sinta

“emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o

pavor, a insegurança, a tranqüilidade”, além de possibilitar “viver profundamente tudo o que

7 A audição de histórias permite à criança compreender a si mesma, construir significados sobre si mesma a

partir do que se ouve dos coadjuvantes dessa história: familiares e amigos, que pelas memórias das histórias contadas colaboram para que através da narração a criança compreenda a si mesma (FOLLADOR, 2011).

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as narrativas provocam em quem as ouve – com toda amplitude, significância e verdade que

cada uma delas fez (ou não) brotar. Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos da

imaginação!” (ABRAMOVICH, 2003, p. 17).

A partir de histórias simples, a criança começa a reconhecer e interpretar sua

experiência da vida real. Pode, a partir de uma experiência relatada na história, identificar-se

com a situação narrada, compreender melhor o universo em que se situa, refletir sobre a

história ficcional que pode se aproximar da realidade vivida8. Nessa interpretação das

histórias contadas, é importante o papel desempenhado pelo contador para que haja de fato

estimulação à leitura e prazer ao se ter contato com a narrativa.

Para a contação de histórias, o contador deve tomar alguns cuidados, pois as

histórias devem ser escolhidas dentro de um tema. No planejamento didático do professor,

a contação deve ser pensada dentro de um contexto para que ela seja uma atividade prazerá

e que também suscite o desenvolvimento da competência de ler e interpretar. Não basta

apenas contar a história: é preciso, a partir da contação, propor atividades, instigar a

imaginação, incitar o raciocínio crítico da criança, atividades que à escola cabe desenvolver,

embora muito antes da experiência escolar através do estímulo da família essa prática deva

ser usual. A contação de história não pode ser vista apenas como um passatempo. Deve ser

compreendida como uma possibilidade de se ampliar a competência de ler e interpretar.

Outro fator que deve ser observado pelo docente na contação de história é a faixa

etária de seu público-alvo, pois isso influencia a seleção da história a ser trabalhada na sala

de aula:

Nos primeiros anos da infância, a garotada assimila mais facilmente enredos que tenham crianças como personagens ou animais com características humanas, como fala e sentimentos. Dos 3 aos 6 anos, as histórias devem abusar da fantasia com reviravoltas freqüentes na trama. A partir dos 7, valem as aventuras e fábulas mais elaboradas. (GRANADEIRO, 2003)

8 Considerando esses fatores, torna-se imprescindível que a seleção das histórias contadas seja uma atividade

planejada na escola, já que, dependendo do enfoque de uma história, haverá maior ou menor identificação do aluno àquele contexto da ficção.

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O interesse do grupo também é um aspecto a ser levado em conta. Nem sempre os

autores e temas preferidos do professor vão agradar ao público-alvo. Considerar o interesse

dos alunos quanto a temas e preferências é uma forma de atrair sua atenção e

consequentemente ter maior probabilidade de a contação de histórias ser um estímulo rico

para trabalhar a competência discente de ler e interpretar. Talvez por esse fator a contação

de histórias através do áudio e/ou do vídeo seja mais atraente para o aluno atual:

acostumado a acessar a vídeos do You Tube para atividades as mais diversas, as histórias

contadas através desses recursos podem chamar mais a atenção do aluno.

Além disso, a maneira de contar uma história também deve variar de acordo com o

perfil de quem a escuta. O grupo se adéqua aos espectadores, variando a forma das

apresentações, que podem ser pautadas no uso da voz do contador, praticadas com

fantoches, realizadas através de espetáculo teatral e com o uso de LIBRAS9 especialmente

quando o público-alvo necessita desse tipo de linguagem. Essas diferentes possibilidades de

contação de história deveriam ser exploradas na escola em todas as áreas do conhecimento

não apenas pela necessidade de diversificação metodológica, mas também pela

interatividade que esses métodos possibilitam.

Para Eliane Cavalcanti (2008), o processo de estímulo e incentivo para se contar uma

história são inúmeros, mas sua eficácia depende de como o contador os utilizará. Ela destaca

que não há "fórmulas mágicas" que substituam o entusiasmo do contador. A autora

enumera seis cuidados que se deve ter ao contar uma história para crianças, o que pode ser

sintetizado no quadro abaixo:

9 No site do You Tube, encontram-se várias histórias como os contos de fada clássicos, contadas em LIBRAS.

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QUADRO 1 – Cuidados na contação de história

1

A história a ser contada e apresentada deve estar bem memorizada. Por isso, é imprescindível ler a história várias vezes e estar bem familiarizado com cada parágrafo do livro, para não perder "o fio da meada" e ficar procurando algum tópico durante a apresentação;

2 Destacar e sublinhar os tópicos mais importantes, interessantes e significativos, para que na apresentação recebam a devida valorização;

3 Procurar vivenciar a história. Envolver-se com ela, fazer parte dela e sentir a emoção dos personagens e ao apresentá-la atrair os ouvintes para a magia da história;

4

Ao apresentar a história, falar com naturalidade e dar destaque aos tópicos mais importantes com gestos e variações de voz, de acordo com cada personagem e cada nova situação. No entanto, é preciso cuidar para não exagerar nos gestos ou nas entonações de voz;

5

Oferecer espaço aos ouvintes que querem interferir na história e participar dela. Quem se sente tocado em seu imaginário sente necessidade de participar ativamente no desenrolar da história. O importante é que nessa hora não haja pressa, contando ou lendo tudo de uma só vez. É preciso respeitar as pausas, perguntas e comentários naturais que a história possa despertar, tanto em quem lê quanto em quem ouve. É o tempo dos porquês;

6

Toda história e toda dramatização devem ser apresentadas com entusiasmo e paixão. Sempre devem transparecer a alegria e o prazer que elas provocam. Sem esses componentes, os ouvintes não são atingidos e logo perdem o interesse pelo que está sendo apresentado.

Fonte: CAVALCANTI (2008)

Além disso, o tempo explorado na contação de história deve ser o suficiente para não

dispersar a atenção do aluno, por isso cada sessão de contação de história deve levar em

conta a faixa etária do grupo. É importante observar que a concentração do aluno varia,

dependendo da geração em que se situa10, pois, quanto mais novo é o aluno, menor é o

10

Estudos revelam que as gerações, classificadas de acordo com a década de nascimento e divididas em Tradicional, Baby Boomer, Geração X, Geração Y e Geração Z, influenciam o comportamento dos alunos na escola, o que inclui o tempo de concentração. A Geração Z, por exemplo, relacionada a crianças nascidas entre 2000 e 2010, é conectada à internet e a dispositivos portáteis e dispõe de menos tempo de concentração que os sujeitos relacionados às gerações anteriores. (Jornal da Educação, 2012)

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tempo de sua concentração. Considerando esses pressupostos, o tempo gasto para cada

proposição não deve ser superior a 40 minutos.

Os cuidados ao se contar as histórias são importantes, assim como o reconhecimento

do que a contação pode promover no desenvolvimento da criança. Rosa (2007, p. 31)

destaca que

A criança, quando ouve uma história, se identifica com o personagem que mais se aproxima do seu eu (características físicas, psicológicas) e de seu momento de vida (o tema abordado) e com isso ela interage e então passa a brincar quando, por exemplo, veste a roupa da Branca de Neve e imita a personagem quando verbaliza a parte da história que mais gostou, fazendo relação com algum momento de sua vida ou quando fala da parte que não gostou ou sentiu medo, fazendo uma elaboração do seu sentimento, acomodando situações que está vivendo. Todo esse movimento é também brincar de forma lúdica e prazerosa, além da criança também estar tendo a oportunidade de colocar em ordem suas questões emocionais (sua casa interna).

Segundo Abramovich (1993, p. 23), "o ouvir histórias pode estimular o desenhar, o

musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o

querer ouvir de novo. Afinal, tudo pode nascer dum texto!" A partir da contação,

dependendo da criatividade e dos objetivos que se quer alcançar, há diversas possibilidades

de desenvolvimento do aluno, em que as competências de ler e escrever são cruciais.

Abramovich (2003) entende que “ouvir e ler histórias é também desenvolver todo o

potencial crítico da criança. É poder pensar, duvidar, se perguntar, questionar... É se sentir

inquieto, cutucado, querendo saber mais e melhor ou percebendo que se pode mudar de

idéia... É ter vontade de reler ou deixar de lado de uma vez...”.

É preciso ponderar, concordando com Rosa (2007), que a contação de histórias deve

ser motivada pelo prazer da atividade e não ser explorada com objetivos exclusivamente

acadêmicos. Ou seja, a contação de histórias precisa atender a uma perspectiva formativa,

em que o gosto e o prazer pela atividade possam ser desenvolvidos como meio para o aluno

desenvolver competências e não apenas explorados como parte do cumprimento de um

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plano de conteúdos, já que tal tipo de atividade se co-relaciona à aquisição de outras

competências, como a de ler e interpretar textos, sejam eles verbais ou não-verbais.

LEITURA E INTERPRETAÇÃO A PARTIR DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA DISPONIBILIZADA NO

YOU TUBE

O trabalho com leitura e a interpretação tem como finalidade a formação de leitores

competentes, aqueles que compreendem os textos, reconhecem os objetivos da produção,

identificam o que está explícito e o que está implícito, estabelecem conexões entre as

informações de vários textos, consideram o contexto de produção. Segundo os PCNs de

Língua Portuguesa (1997), a formação de leitores conduz à formação de escritores, pois a

possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na prática de leitura, espaço de

construção da intertextualidade e fonte de referências modalizadoras. A leitura, por um

lado, fornece a matéria-prima para a escrita: o que escrever. Por outro, contribui para a

constituição de modelos: como escrever.

A partir de todos os pressupostos já elencados, apresentam-se algumas

considerações sobre possibilidades de desenvolvimento das competências de leitura e

interpretação de histórias contadas em áudio e/ou vídeo. Seleciona-se como objeto de

reflexão a história “Menina bonita do laço de fita”, disponibilizada no site do You Tube. A

escolha dessa história está atrelada a dois fatores essenciais: o tema abordado, que faz

referência ao universo infantil, privilegiando o respeito à diversidade; a forma como a

história é contada no áudio e vídeo, com ilustrações animadas e uma contadora que

apresenta a história a partir do texto original de Ana Maria Machado.

O início da história contempla uma breve apresentação de Ana Maria Machado com

dados sobre sua obra, o que é uma forma de destacar a questão da autoria. As crianças

devem reconhecer que as histórias são criadas por alguém, saber quem é o sujeito

idealizador da narração, o que constitui uma das tarefas mais elementares da leitura. Isso

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permite que os autores passem a ser conhecidos pelas crianças, que assim também podem

identificar aspectos que singularizam as obras de diferentes autores.

Em seguida à apresentação da autora do texto, a contadora chama atenção para

história, interagindo com o telespectador: a contadora destaca que não vai dizer o que

ocorre no livro, porque o melhor é ler. É um fator que já sinaliza a importância da leitura

verbal e prepara o espectador para a leitura do texto, o que ocorre em seguida, pois todas as

cenas do livro são contadas, usando-se os diálogos originais, e apresentadas com animação e

som, permitindo ampla interação da criança com a história.

A voz da contadora é uma forma de despertar o interesse pela audição, pois

apresenta ótima dicção, pausas necessárias que conduzem a uma boa compreensão do

enredo. Quem ouve o áudio consegue apreender todos os movimentos da narrativa, os

traços dos personagens, o enredo e o desfecho do texto. O áudio não é uma narração lenta

nem rápida ao ponto de causar desinteresse pela demora no andamento dos fatos narrados

ou dificuldade de compreensão do que é contado. O ritmo equilibrado da fala da contadora

da história contribui para que o infante reconheça os elementos narrativos sem grandes

esforços.

Em “Menina Bonita dos Laços de Fita”11, a história prioriza a abordagem da menina

bonita que, embora sem nome, apresenta uma identificação bastante precisa: é bem

cuidada, é bonita, é negra. A referência à beleza da menina é um fator interessante na

produção, à medida que o conceito de belo é tido como algo natural, sem uma ênfase

exagerada que poderia traçar o belo como valor indispensável na formação da criança. A

beleza do cabelo associada ao uso da fita sinaliza a faixa etária infantil da criança,

respeitando esse universo e não transformando a menina em uma projeção de mulher

adulta, ou seja, não associa os padrões de beleza da mulher ao universo infantil, como se a

criança fosse, em tamanho menor, a versão infantil da mulher.

11

Menina Bonita do Laço de Fita, de Ana Maria Machado, é um texto literário infantil, publicado primeiramente no formato de livro impresso pela editora Ática em 2005. O livro é caracterizado como uma “narrativa curta” que “ revela um episódio típico do mundo infantil, narrando a história de uma linda menina de olhos pretos, cabelos enrolados e pele escura, que despertou a admiração de um coelho branco que desejava, quando casasse, ter uma filha como ela” (SILVA; ANDRADE; SANTOS, 2011).

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A seleção de uma protagonista negra, de olhos escuros para uma história infantil que

tradicionalmente, a exemplo dos contos de fada, traz personagens brancas e de olhos claros

como heroínas é um fator que permite à criança, se estimulada, refletir sobre perfil de

heroína, comparar diferentes personagens, entender o contexto em que esses personagens

se situam. A observação dessa alteração de perfil de personagem deve ser objeto de

reflexão, pois, na leitura e interpretação, no processo de formação de leitores competentes,

saber reconhecer os traços que caracterizam os personagens das histórias e estabelecer

relações com outros é necessário.

A leitura de Silva, Andrade e Santos (2011) aponta que a recorrência a um

personagem negro também é uma forma de valorizar a autoestima da criança negra. Sendo

apresentada como uma menina bonita, projeta-se a imagem da criança negra com atributos

de beleza:

Nesta narrativa infantil, a autora deixa nas entrelinhas um discurso que valoriza a auto-estima da pessoa negra, que, independentemente da sua cor, merece respeito. Assim, ela busca despertar no leitor uma consciência não-preconceituosa e anti-racista, que é algo fundamental, tendo em vista que vivemos diariamente situações de discriminação contra a população afro-descendente.

Além dessa valorização, a presença da menina negra induz a identificação de

eleitores negros: “o destaque principal dado à menina negra garante identidade de

protagonista aos negros, de quem sempre foi legada a posição de outro, o não-branco.”

(MADANÊLO, 2006). É uma forma de o texto permitir que crianças negras percebam-se como

parte atuante do contexto em que se inserem, tendo sua identidade preservada e

valorizada.

A projeção positiva do negro está relacionada ainda à valorização do tipo de cabelo

da menina (o crespo, que recebe as fitas para se tornar mais bonito e não é estimulado a ser

alisado) e também é motivada pela presença do coelho, amigo da menina. O coelho, que é

branco, faz de tudo para se tornar negro, pois admira a beleza da menina. Inverte, dessa

forma, a tendência, baseada em preconceito racial e negação da negritude, já que quer ficar

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branco e associa o negro a uma referência a ser imitada. Para Medeiros e Tamaru (2012),

essa inversão é uma forma de o texto criticar o racismo como prática social.

A contação de histórias, nessa perspectiva, tal como ilustra o áudio e vídeo analisado,

amplia as possibilidades de o texto verbal e não-verbal estimular a construção de

significados e sentidos para o texto. Quando o aluno, juntamente com o professor, analisa os

personagens, especialmente a postura e caracterização da menina e do coelho, refletindo

sobre suas ações, está interagindo com o texto e pode relacionar literatura e vida social. Está

ainda tendo a oportunidade de compreender melhor a si mesmo e ao outro, na identificação

da diferença, e assim, a assistência do texto configura-se como uma leitura de texto e de

mundo. Ler o texto e ler o mundo são habilidades necessárias para a vida em sociedade e

cabe à escola desenvolvê-las.

Usar recursos de áudio e vídeo nas atividades de contação de histórias é, enfim, um

recurso para desenvolver as habilidades de leitura e interpretação de texto e deve ser usado

desde a Educação Infantil como mecanismo para tornar os alunos leitores competentes. E,

para isso, cabe ao professor e aos gestores escolares as tarefas de se preparar, em termos

formativos e infraestruturais, para fazer da contação de histórias uma atividades de

potencialização da leitura e interpretação de texto e de mundo. Nesse sentido, ressalta-se

que contação de histórias na escola deve ser acompanhada de atividades preparatórias, a

serem realizadas antes da contação com o objetivo de estimular os alunos a desenvolver a

atividade, e de atividades pós-contação, realizadas com o objetivo de propor reflexões sobre

a história ouvida de forma a fazer o aluno compreender o texto, a si mesmo e ao outro,

construindo a leitura de mundo.

Destaca-se ainda que o uso de atividades com recursos de áudio e vídeo, como os

provenientes do You Tube, estimula a concentração e o interesse dos alunos na/pela

aprendizagem. Como esses materiais não são longos em termos de duração, favorecem a

atenção dos discentes e a apreensão das informações mais relevantes, o que impulsiona a

decodificação de traços de personagens, compreensão de enredo, reflexão sobre temática

das histórias. Usar recursos da internet, como o site You Tube, favorece a articulação entre

escola e aluno, considerando que este faz parte de um contexto social em que as diferentes

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mídias operam na imaginação e construção de valores e leituras de todos os sujeitos, sendo

a adoção desses recursos na escola um meio para promover a interação da instituição com o

contexto social e também uma forma de orientar os alunos a ter criticidade ao ter contato

com objetos/materiais provenientes do espaço cibernético.

Para finalizar, é importante destacar também, como já apontado na pesquisa do

Follador (2011) quando de suas experiências sobre contação de histórias com alunos da

educação infantil, que as crianças, no ato de ler e interpretar as histórias, apresentam níveis

diferenciados de construções simbólicas, o que significa reconhecer que nem todos vão

identificar as mesmas projeções e propor as mesmas leituras, já que essas dependem, em

parte, do seu nível de desenvolvimento, como também das leituras prévias que fazem parte

de sua história de vida.

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®Artigo aceito em jul./ 2012.