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PRODUZIDO POR Alexandre Jobim, presidente da ABIR CONTEÚDO PATROCINADO POR ÁDON BICALHO ÁDON BICALHO ÁDON BICALHO alarmismo deve ser evitado. “O método triangular não orienta, impõe que aquilo é bom ou ruim”, disse. A nutricionista Marcia Terra, diretora da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), destacou que há uma diferença entre infor- mação e alerta. “A palavra informação é citada 32 vezes no Código de Defesa do Consumidor. A informa- ção existe para empoderar o consumidor para que ele faça uma escolha cons- ciente”, disse. Já o alerta, acrescentou Marcia, é usado para identificar a nocividade ou a periculo- sidade de produto per se (perigoso por natureza). “Açúcares totais, gordura saturada, sódio e adoçan- tes. Seriam esses elemen- tos perigosos para eu fazer um alerta sobre eles? Se a gente sabe que o sistema de alerta não se aplica a produ- tos alimentícios, o mais interessante seria mesmo o farol que é conhecido no mundo inteiro”, afirmou Márcia. A nutricionista ainda lembrou que o Chile passou a usar o sistema de alerta nos rótulos há dois anos e mesmo assim a taxa de obesidade não caiu no país. Portanto, ela consi- dera que não é pelo sistema de alertas que as pessoas passam a fazer escolhas mais saudáveis. “A dieta humana é complexa. Nenhum alimento é bom ou ruim. Tudo pode ser parte de uma dieta”, disse. Para que as pessoas tenham um estilo de vida mais saudável e façam escolhas de acordo com as necessidades de seu dia a dia, Marcia afirmou que é preciso criar políticas públi- cas relacionadas à educação alimentar e ao estímulo à prática de exercícios físicos. “O Brasil é o quarto país mais sedentário do mundo”, lembrou. O s consumidores buscam cada vez mais informações sobre os alimentos que consomem. Mas nem sempre é uma tarefa fácil entender as informações nutricionais dos rótulos dos produtos. Para dar aos consumidores a oportunidade de fazer uma escolha consciente, a Rede Rotulagem, composta por 22 entidades ligadas ao setor de alimentos e bebi- das, propõe a adoção do “semáforo nutricional” nas embalagens destes produtos. Por esse sistema, a quantidade de sódio, açúcares e gordura satu- rada por porção do alimento passam a ser representados nas cores verde, amarelo e vermelho, as mesmas de um sinal de trânsito. Assim, o consumidor poderá esco- lher, de acordo com o seu estilo de vida e dieta, qual alimento é adequado para cada momento. Com abertura do dire- tor-presidente da Anvisa, Willian Dib, o seminário reuniu representantes de entidades de defesa do consumidor e da Rede Rotulagem, além de profis- sionais de saúde. “Estamos caminhando para uma solução em pouco tempo. Isso vem sendo discutido com a sociedade e a Anvisa vê uma grande oportuni- dade de oferecer não só direito à informação, mas de escolha, de comparabi- lidade entre os produtos oferecidos ao consumidor final”, afirmou Dib. Entre as propostas analisadas pela Anvisa, a que prevê a utili- zação de triângulos pretos foi considerada alarmista pelos especialistas partici- pantes do Seminário. O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), João Dornellas, destacou o papel da Rede Rotulagem na definição das novas regras. “A Rede se formou para prover à como um todo quer essa renovação. É preciso dar ao consumidor informa- ções para que ele exerça o seu direito de escolha. O que não gostaríamos é que houvesse uma vilanização de determinados produ- tos que são lícitos, certi- ficados e aprovados para consumo. Por isso, a nova rotulagem não deve ser de alerta, mas sim de informa- ção”. Henrique Lian, dire- tor da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), afirmou que a preferência da entidade é também pelo “semáforo de cores”. “A ciência nos diz que o sistema de cores é mais compreensível por consumidores do mundo inteiro. E num país com 11 milhões de analfabetos, um sistema de cores é especial- mente bem-vindo”, disse. Lian lembrou de pesquisa realizada pelo Ibope, que mostrou que 7 entre 10 brasileiros preferem o modelo de rotulagem apresentado em porções e com cores. Além disso, 66% consideram que a proposta apresentada pela Rede Rotulagem, faci- lita a comparação entre os produtos e para 89% deles, o modelo incentiva escolhas alimentares mais nutritivas. Lian citou a mudança de postura de muitos consu- midores que estão pesqui- sando mais informações sobre os produtos que consomem. “Esses consu- midores hiperconectados, empoderados pelos meios tecnológicos, têm muito mais informação sobre os produtos, sobre toda a sua cadeia, onde cada alimento foi fabricado”, disse. Para Lian, a definição de cores de forma padronizada pode facilitar a pesquisa pelos consumidores. O diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Dimitri Homar, também considera que o autoridade reguladora informações técnicas e científicas que podem ser consideradas nesse processo”, disse. Esse grupo de entidades empre- sariais, entre elas a ABIA, administra os canais “Sua Liberdade de Escolha” nas redes sociais. O movimento defende que as informa- ções nutricionais sejam disponibilizadas na parte frontal das embalagens, de forma clara e objetiva, para facilitar a escolha dos consumidores. Especialistas defendem rotulagem de alimentos informativa e sem alarmismo Valor Econômico e Rede Rotulagem debatem sobre o direito dos consumidores à informação “A ciência nos diz que o sistema de cores é mais compreensível por consumidores do mundo inteiro. E num país com 11 milhões de analfabetos, um sistema de cores é especialmente bem-vindo” HENRIQUE LIAN, DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS DA PROTESTE (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DEFESA DO CONSUMIDOR) “Defendemos um modelo de cores porque é um símbolo universal facil- mente reconhecido”, disse. “É muito importante que o estilo de vida seja a base para tomar a decisão com autonomia”, acrescentou Dornellas. Na abertura do semi- nário, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR), Alexandre Kruel Jobim, destacou: “Precisa ficar claro que a indústria Em debate, a adoção de um novo modelo de rotulagem nutricional dos alimentos no Brasil Henrique Lian, diretor de relações institucionais da Proteste

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Alexandre Jobim, presidente da ABIR

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ALHO

alarmismo deve ser evitado. “O método triangular não orienta, impõe que aquilo é bom ou ruim”, disse.

A nutricionista Marcia T e r r a , d i r e t o r a d a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), destacou que há uma diferença entre infor-mação e alerta. “A palavra informação é citada 32 vezes no Código de Defesa do Consumidor. A informa-ção existe para empoderar o consumidor para que ele faça uma escolha cons-ciente”, disse. Já o alerta, acrescentou Marcia, é usado para identificar a nocividade ou a periculo-sidade de produto per se (perigoso por natureza). “Açúcares totais, gordura saturada, sódio e adoçan-tes. Seriam esses elemen-tos perigosos para eu fazer um alerta sobre eles? Se a gente sabe que o sistema de alerta não se aplica a produ-tos alimentícios, o mais interessante seria mesmo o farol que é conhecido no mundo inteiro”, afirmou Márcia. A nutricionista ainda lembrou que o Chile passou a usar o sistema de alerta nos rótulos há dois anos e mesmo assim a taxa de obesidade não caiu no país. Portanto, ela consi-dera que não é pelo sistema de alertas que as pessoas passam a fazer escolhas mais saudáveis.

“A d ie t a hu ma n a é c o m p l e x a . N e n h u m alimento é bom ou ruim. Tudo pode ser parte de uma dieta”, disse. Para que as pessoas tenham um estilo de vida mais saudável e façam escolhas de acordo com as necessidades de seu dia a dia, Marcia afirmou que é preciso criar políticas públi-cas relacionadas à educação alimentar e ao estímulo à prática de exercícios físicos. “O Brasil é o quarto país mais sedentário do mundo”, lembrou.

O s c o n s u m i d o r e s busca m cada vez

mais informações sobre os alimentos que consomem. Mas nem sempre é uma tarefa fácil entender as informações nutricionais dos rótulos dos produtos. Para dar aos consumidores a oportunidade de fazer uma escolha consciente, a Rede Rotulagem, composta por 22 entidades ligadas ao setor de alimentos e bebi-das, propõe a adoção do “semáforo nutricional” nas embalagens destes produtos. Por esse sistema, a quantidade de sódio, açúcares e gordura satu-rada por porção do alimento passam a ser representados nas cores verde, amarelo e vermelho, as mesmas de um sinal de trânsito. Assim, o consumidor poderá esco-lher, de acordo com o seu estilo de vida e dieta, qual alimento é adequado para cada momento.

Com abertura do dire-tor-presidente da Anvisa, Willian Dib, o seminário reu n iu representa ntes de entidades de defesa do consumidor e da Rede Rotulagem, além de profis-sionais de saúde. “Estamos caminhando para uma solução em pouco tempo. Isso vem sendo discutido com a sociedade e a Anvisa vê uma grande oportuni-dade de oferecer não só direito à informação, mas de escolha, de comparabi-lidade entre os produtos oferecidos ao consumidor final”, afirmou Dib. Entre as propostas analisadas pela Anvisa, a que prevê a utili-zação de triângulos pretos foi considerada alarmista pelos especialistas partici-pantes do Seminário.

O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), João Dornellas, destacou o papel da Rede Rotulagem na definição das novas regras. “A Rede se formou para prover à

como um todo quer essa renovação. É preciso dar ao consumidor informa-ções para que ele exerça o seu direito de escolha. O que não gostaríamos é que houvesse uma vilanização de determinados produ-tos que são lícitos, certi-ficados e aprovados para consumo. Por isso, a nova rotulagem não deve ser de alerta, mas sim de informa-ção”. Henrique Lian, dire-tor da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), afirmou que a preferência da entidade é também pelo “semáforo de cores”. “A ciência nos diz que o sistema de cores é mais compreensível por consumidores do mundo inteiro. E num país com 11 milhões de analfabetos, um sistema de cores é especial-mente bem-vindo”, disse.

Lian lembrou de pesquisa rea l i z ad a pelo I bope, que mostrou que 7 entre 10 brasileiros preferem o modelo de rotulagem apresentado em porções e com cores. Além disso, 66% consideram que a proposta apresentada pela Rede Rot u lagem, faci-lita a comparação entre os produtos e para 89% deles, o modelo incentiva escolhas alimentares mais nutritivas.

Lian citou a mudança de postura de muitos consu-midores que estão pesqui-sando mais informações sobre os produtos que consomem. “Esses consu-midores hiperconectados, empoderados pelos meios tecnológicos, têm muito mais informação sobre os produtos, sobre toda a sua cadeia, onde cada alimento foi fabricado”, disse. Para Lian, a definição de cores de forma padronizada pode facilitar a pesquisa pelos consumidores.

O diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Dimitri Homar, também considera que o

autor idade reg u ladora informações técnicas e científ icas que podem ser consideradas nesse processo”, disse. Esse grupo de entidades empre-sariais, entre elas a ABIA, administra os canais “Sua Liberdade de Escolha” nas redes sociais. O movimento defende que as informa-ções nutricionais sejam disponibilizadas na parte frontal das embalagens, de forma clara e objetiva, para facilitar a escolha dos consumidores.

Especialistas defendem rotulagem de alimentos informativa e sem alarmismoValor Econômico e Rede Rotulagem debatem sobre o direito dos consumidores à informação

“A ciência nos diz que o sistema de cores é mais compreensível por consumidores do mundointeiro. E num país com 11 milhões de analfabetos, um sistema de cores é especialmente bem-vindo”HENRIQUE LIAN, DIRETOR

DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS

DA PROTESTE (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE DEFESA DO

CONSUMIDOR)

“Defendemos um modelo de cores porque é um símbolo universal facil-mente reconhecido”, disse.

“É muito importante que o estilo de vida seja a base para tomar a decisão com autonomia”, acrescentou Dornellas.

Na abertura do semi-nário, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR), Alexandre Kruel Jobim, destacou: “Precisa ficar claro que a indústria

Em debate, a adoção de um novo modelo de rotulagem nutricional dos alimentos no Brasil

Henrique Lian, diretor de relações institucionais da Proteste

PRODUZIDO POR

CONTEÚDO PATROCINADO POR

ÁDON

BIC

ALHO

O presidente da ABIA, J o ã o D o r n e l l a s ,

também apresentou no seminário a importân cia da base de declaração ser por porções recomendadas dos nutrientes. Ele citou o exemplo da manteiga que tem um consumo médio de 10 gramas por dia. Essa medida equivale a uma colher de sopa.

Uma das propostas é que haja uma padronização em

100 gramas ou 100 ml dos produtos, mas Dornellas argumenta que o consumi-dor terá muita dificuldade para compre ender as infor-mações nutri cionais.

O setor produtivo propõe que nos rótulos sejam colo-cadas informações sobre as porções usualmente consu midas e uma corre-lação com medidas casei-ras (por exemplo colher de sopa ou xícara de chá).

A diretora de relações i nst it uciona is da

Confederação Nacional da Indústria (CNI), Monica Messenberg, destacou que o segmento de alimen-tos tem “peso significa-tivo” no atual momento de retomada da atividade econômica do país e para a geração de empregos.

Ela disse que a indús-tria brasileira representa 21,5% do Produto Interno Br uto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é responsável por 20,3% dos empregos formais.

Nada de cálculos matemáticos

Retomada do crescimento com regras claras

O diretor-presidente da Anvisa, William

Dib, defendeu que este é o momento adequado para conversar sobre a rotulagem nutricional e destacou que solução virá logo. A Anvisa discute com a sociedade as novas regras desde 2014. O objetivo da agência é incluir um rótulo na parte frontal das embalagens, com desta-que para nutrientes como açúcares, sódio e gordura saturada.Durante o semi-nário, Dib explicou que o processo de construção da nova regulamentação é diferente, com ampla parti-cipação da sociedade. Ele destacou que esse processo já passou pelas fases da análise pela área técnica da Anvisa e foi feita a tomada pública de subsídios, que recebeu mais de 33 mil suges-tões. Agora essas propostas da sociedade voltam a ser analisadas pela área técnica que está produzindo um relatório previsto para ser finalizado no próximo ano. Em seguida, será elaborado um documento que vai à consulta pública. Só então, a decisão sobre a nova regu-lamentação da rotulagem será tomada por delibera-ção da diretoria colegiada da Anvisa.

O presidente da Anvisa acrescentou que a regu-lamentação envolve dois

A caminho da solução para a rotulagem eficientetodo quer essa renovação. É preciso dar ao consumidor informações para que ele exerça o seu direito de esco-lha”, disse Alexandre Jobim, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcóolicas (ABIR).

A ntes mesmo dessa discussão sobre os novos rótulos, João Dornellas , presidente da ABIA, ressal-tou que o setor industrial tem trabalhado em parce-ria com os consumidores. Ele destacou a retirada de 17.254 toneladas de sódio dos alimentos industriali-zados, por meio do Plano de Redução de Sódio firmado entre o governo e a ABIA. Apesa r desse esforço, Dornellas lembrou que a indústria de alimentos é responsável por apenas 23 ,8% do sódio consu-mido pelos brasileiros, contra 76,2% do sódio que é adicionado no preparo final dos alimentos.

Também foram retiradas 310 mil toneladas de gordu-ras trans das prateleiras dos supermercados brasileiros, entre 2008 e 2016, com as modificações realizadas nos processos produtivos. Dornellas citou ainda que a previsão é de retirada de144 mil toneladas de açúcar dos alimentos industrializados até 2022.

aspectos importantes, que são a tabela de nutrien-tes e os aler tas sobres sódio, açúcar e gordura. “A rotulagem precisa ser homogeneizada. Hoje tem

“O objetivo da Anvisa é incluir nas embalagens informações sobre a presença de altos teores de açúcares, sódio e gorduras saturadas e assim, estimular a adoção de dietas mais saudáveis”

que ser um cientista para comparar cada rotulagem. É muito complexo para sociedade discernir o que é melhor para ela”, disse.

“A indústria como um

Somente a indústria da alimentação representa 9,8% do PIB. “É um setor robusto, expressivo na economia do país, que responde por 58% do processamento da produ-ção agropecuária e 18% das vendas ao exterior”, acrescentou.

Nesse contexto, Monica destacou a necessidade de um ambiente favorável aos negócios, com segurança jurídica. “Uma regulação transparente, com maior perenidade é fundamen-tal para essa retomada da economia”, disse.

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William Dib, diretor-presidente da Anvisa

João Dornellas, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA)

Monica Messenberg, diretora de relações institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI)