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CONTOS DE FADAS Sara Augusto Carra

CONTOS DE FADAS Sara Augusto Carra. Público-alvo: alunos de 8º ano (antiga 7ª série) de escola pública da Zona Sul de Porto Alegre, que possuem entre

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CONTOS DE FADASSara Augusto Carra

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Público-alvo: alunos de 8º ano (antiga 7ª série) de escola pública da Zona Sul de Porto Alegre, que possuem entre 12 e 16 anos.

A oficina visa proporcionar o aprimoramento da capacidade de leitura (principalmente) e escrita dos alunos a partir do pressuposto de que o ensino de português e literatura deve dar acesso à escrita e aos discursos que se organizam a partir dela e de que o conhecimento deve partir do conhecimento de mundo que o aluno já possui.

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Número de alunos: 20 alunos.

Número de horas-aula: 6 horas-aula (2 horas aula por dia/3 dias).

Recursos necessários: cópias dos textos A Bela e a Fera e O Coração Peludo do Mago, de J.K. Rowling; folhas e canetas para a produção textual dos alunos.

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PRIMEIRO DIA: - atividade de pré-leitura- leitura dos textos- primeira atividade de leitura (recontar as histórias

oralmente) SEGUNDO DIA:

- continuar e concluir as atividades de leitura. TERCEIRO DIA:

- atividade de escrita

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TEXTOS

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A BELA E A FERA Era uma vez um jovem príncipe que vivia no seu lindo castelo. Apesar de toda a sua riqueza ele era muito egoísta e não tinha amigos. Numa noite chuvosa recebeu a visita de uma velhinha que lhe pediu abrigo só por aquela noite. Com um enorme mal humor ele se recusou a ajudar a velhinha. Porém, o que ele não sabia é que aquela velhinha era uma bruxa disfarçada, que já ouvira diversas histórias sobre o egoísmo daquele jovem príncipe. Indignada com a sua atitude, ela lançou sobre ele um feitiço que o transformara numa fera horrível. Todos os seu criados haviam se transformado em objetos. O encanto só poderia ser desfeito se ele recebesse um beijo de amor.  Enquanto isso, numa vila distante dali, vivia um comerciante com sua filha chamada Bela. Eles eram pobres, mas muito felizes. Bela adorava livros, histórias, vivia a contá-las para as crianças da vila. Seu pai, Maurício, era comerciante e viajava muito comparando e vendendo seus produtos diversos.  Um dia voltando de uma longa viagem, Maurício foi pego de surpresa por uma forte tempestade, passou em frente a um castelo que parecia abandonado e resolveu pedir acolhida. Bateu à porta, mas ninguém o atendeu. Como a porta do castelo estava aberta resolveu entrar se proteger da chuva. Acendeu a lareira e encontrou uma garrafa de vinho sobre a mesma. Após bebê-la acabou adormecendo. No dia seguinte uma Fera furiosa apareceu diante dele. Quis castigá-lo por invadir o seu castelo e assim, o fez prisioneiro. A Fera decretou ao velho comerciante que este morreria por tal invasão. Aterrorizado, o pobre homem suplicou:  - Deixa que me despeça da minha filha.  A Fera concedeu-lhe o pedido. De volta a sua casa, contou o ocorrido a sua filha. Sem medo, ela decidiu voltar ao palácio com o pai. Uma vez no palácio da Fera, Bela tomou coragem e fez uma proposta:  - Deixa meu pai ir embora. Eu ficarei no lugar dele. A Fera concordou, e o pobre comerciante foi embora desolado. 

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A BELA E A FERA(continuação)

A jovem permaneceu com a Fera no castelo, mas não era mantida na prisão, podia ficar em um quarto ou na biblioteca, local que muito a agradava. Bela tinha medo de morrer, mas percebia que a Fera a tratava bem a cada dia que passava.  Com o passar do tempo o monstro e a Bela foram ficando mais amigos. Ele se encantava com a forma que a moça via o mundo, as pessoas e a natureza. Sentia que ela o via de uma forma diferente, além da sua aparência. A Fera enfim havia se apaixonado, de verdade. Numa noite, ao jantarem, pediu-a em casamento. Bela não aceitou, mas ofereceu sua amizade.  Apesar da tristeza, a Fera, aceitou o desejo da Bela.  Bela , por sua vez, passava dias muito agradáveis no castelo, sentia-se bem lá, porém com muitas saudades do seu pobre pai.  Certo dia dia, Bela pediu permissão à Fera para visitar o seu pai.  - Voltarei logo - prometeu.  A Fera, que nada lhe podia negar, a deixou partir. Bela passou muitos dias cuidando de seu pai, que estava doente, tinha envelhecido de tristeza pensando que tinha perdido a filha para sempre.  Quando Bela retornou ao palácio, encontrou a Fera no chão, meio morta de saudade por sua ausência. Então Bela soube o quanto era amada.  Bela se desesperou, também sentia um algo forte pela Fera. Amizade, amor ou compaixão.  - Não morras, caso-me contigo - disse-lhe chorando.  Comovida, a Bela beijou a Fera... e, nesse momento, o monstro transformou-se num belo príncipe. Enfim, o encanto havia se desfeito. A Fera encontrou alguém que o amava de verdade, além da sua aparência grotesca. Afinal, a verdadeira beleza está no coração.

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O CORAÇÃO PELUDO DO MAGO(J.K. Rowling)

Era uma vez um jovem mago rico, bonito  e talentoso, que observou que seus amigos agiam como tolos quando se apaixonavam, se enfeitando, andando aos saltos e corridinhas, perdendo  o apetite e a dignidade. O jovem mago resolveu jamais se  deixar dominar por tal fraqueza, e recorreu ás artes das trevas para garantir a sua imunidade. Sem saber do seu segredo, a família do mago achava graça de vê-lo tão distante e frio. “ Tudo mudará”, vaticinavam eles, “ quando um donzela atrair seu interesse!” O jovem mago, porem, permanecia impassível. Embora muita donzela se sentisse intrigada por seu ar altivo e recorresse ás artes mais sutis para agrada-lo, nenhuma conseguia tocar seu coração. Ele se vangloriava de sua indiferença e da sagacidade que a produzira. O frescor da juventude foi dissipando-se e os jovens de mesma idade e posição que o mago começaram a casar e ter filhos. “ O coração deles deve ser apenas uma casca”, desdenhava ele mentalmente, observando o ridículo comportamento dos jovens pais ou seu redor, “ ressecada pelas exigências desses pirralhos chorões!”. E mais uma vez ele se felicitou pela sabedoria da opção que fizera no primeiro momento. No devido tempo, os pais do mago, já idosos, faleceram. O filho não lamentou a morte deles; ao contrario, considerou-se abençoado por terem desaparecido. Agora ele reinava sozinho em seu castelo. Depois de transferir o seu maior tesouro para a masmorra mais profunda, ele se entregou a uma vida desregrada e farta, na qual seu conforto era o único objetivo dos inúmeros criados.

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O CORAÇÃO PELUDO DO MAGO(continuação)

O mago estava convencido de que devia ser alvo de imensa inveja de todos que contemplavam sai solidão esplendida e despreocupada. Feroz, portanto, foi sua raiva e desgosto, quando um dia ouviu dois lacaios discutindo a sua pessoa. O primeiro criado manifestou pena do mago que, com tanto poder e riqueza, continuava sem alguém que o amasse. Seu colega, entretanto, desdenhou, perguntando porque um homem com tanto ouro e dono de tão esplêndido castelo não fora capaz de atrair uma esposa. Tal conversa desferiu um terrível golpe no orgulho do mago que os ouvia. Ele decidiu imediatamente escolher uma esposa, e uma que fosse superior a todas as existentes. Possuiria uma beleza assombrosa e provocaria inveja e desejo em um a linhagem mágica que seus filhos herdasse excepcionais dons de magia; e seria dona de uma fortuna no mínimo igual a dele, para garantir a existência, apesar do acréscimo de pessoas e despesas. Encontrar tal mulher talvez levasse cinquenta anos, mas aconteceu que, no dia seguinte á sua decisão, chegou a vizinhança, em visita a parentes, uma donzela que correspondia a todos os seus desejos. Era uma bruxa de prodigioso talento e dona de grande riqueza. Sua beleza era tanta que mexia com o coração do todos os homens que a contemplavam, isto é, todos, exceto um. O coração do mago não sentiu absolutamente nada. Contudo, a moça era o premio eu ele buscava, e, assim sendo, começou a corteja-la.

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O CORAÇÃO PELUDO DO MAGO(continuação)

Todos que notaram a mudança no comportamento do mago ficaram surpresos e disseram a donzela que ela tivera êxito, onde uma centena de outras havia fracassado. A jovem por sua vez, sentiu ao mesmo tempo fascínio e repulsa pelas atenções do mago. Ela pressentiu a frieza que havia sob o calor de suas lisonjas, pois jamais conhecera um homem tão estranho e distante. Seus parente , contudo, consideraram essa união extremamente desejável e,  muito interessados em promove-la, aceitaram o convite do mago para um grande banquete em homenagem à donzela. A mesa, carregada com peças de ouro e prata, continham os mais finos vinhos e as comidas mais suntuosas. Menestréis dedilhavam alaúdes de cordas sedosas e cantavam um  amor que seu senhor jamais sentira. A donzela sentou-se um trono ao lado do mago, que lhe falava suavemente, empregando palavras de carinhos que roubara dos poetas, sem a mínima ideia do seu real significado. A donzela ouvia, intrigada, e por fim respondeu: - Você fala bonito, mago, eu ficaria encantada com suas atenções, se ao menos acreditasse que você tem coração! O mago sorriu e lhe respondeu que, quanto a isso, ela não precisava temer. Pediu-lhe que acompanhasse e, conduzindo-a para fora do salão, desceu à masmorra trancada à chave onde guardava o seu maior tesouro. Ali, em uma caixa de cristal encantada, encontrava-se o coração pulsante do mago. Há muito tempo desligado dos olhos, ouvidos e dedos, o coração jamais se deixara cativar pela beleza, ou por uma voz musical, ou pelo tato de uma pele sedosa. A donzela ficou aterrorizada ao vê-lo, pois o coração encolhera e se cobrira de longos pelos negros. -Ah, o que você fez! – lamentou ela. –Reponha o coração no lugar a que permanece, eu lhe imploro! Ao perceber que isto era necessário para agradá-la, o mago apanhou a varinha, destrancou a caixa de cristal, abriu o próprio peito e repôs o coração peludo na cavidade vazia que outrora ocupara.

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O CORAÇÃO PELUDO DO MAGO(continuação)

-Agora você está curado e conhecera o verdadeiro amor!  - exclamou a donzela e abraçou-o. O toque dos macios braços alvos da donzela, o som de sua respiração no ouvido dele, o aroma dos seus cabelos dourados; tudo isso penetrou como uma lança o seu coração recém despertado. Mas o órgão se corrompera durante o longo exílio, cego e selvagem na escuridão a que fora condenado, seus apetites tinham se tornado vorazes e perversos. Os convidados ao banquete notaram a ausência da anfitrião e da donzela. A principio despreocupados, começaram, porem,  a se sentir ansiosos a medida que as horas passavam e, por fim, decidiram revistar o castelo.Acabaram encontrando a masmorra, onde uma cena aterrorizante os aguardava. A donzela jazia morta no chão, peito aberto, e ao seu lado ajoelhava-se o mago enlouquecido, segurando em uma das mãos ensanguentadas um grande e reluzente coração, que ele e lambia e acariciava, jurando troca-lo pelo seu. Na outra mão, ele empunhava a varinha, tentando induzir o coração murcho e peludo a sair do próprio peito. O coração, porem, era mais forte do que ele e se recusou a renunciar ao controle dos seus sentidos ou a retornar à urna em que estivera por tanto tempo. Diante do olhar aterrorizado dos convidados, o mago atirou para um lado a varinha e agarrou uma adaga de prata. Jurando jamais ser dominado pelo próprio coração, arrancou-o do peito. Por um momento, o mago permaneceu de joelhos, triunfante, segurando um coração em cada mão; em seguida caiu atravessando sobre o corpo da donzela e morreu.

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ATIVIDADES/QUESTÕES

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Você já ouviu contos de fada? Se sim, dê alguns exemplos de contos de fada que conhece. (atividade feita oralmente)

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Conte, com as suas palavras, as histórias dos textos lidos. (atividade feita oralmente)

As histórias tratam-se de contos de

fadas? Que marcas nos textos podem nos mostrar isso? (atividade feita oralmente)

Que semelhanças há entre as histórias? (atividade feita oralmente)

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As histórias possuem algum tipo de lição de moral? Se sim, qual seria a lição em cada uma? (atividade feita oralmente)

Em ambas as histórias houve redenção? Qual a consequência disso para os personagens principais envolvidos em cada história?(atividade feita oralmente)

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Escreva um conto de fadas (tema livre).

Leia para a turma seu conto (atividade voluntária).