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www.cmjornal.pt/multimedia/graficos.html | CORREIO DA MANHÃ Fonte Elaboração própria Contradições e omissões de Sócrates “Não conheço ninguém em Vale do Lobo” “Como não tinham provas contra o Grupo Lena inventaram Vale do Lobo” O QUE NÃO DISSE Hélder Bataglia, dono de Vale do Lobo, foi casado com a prima de Sócrates, com quem viveu em Paris. Armando Vara autorizou um empréstimo de 194 milhões para Vale do Lobo e recebeu uma transferência de 1 milhão de Hélder Bataglia. Joaquim Barroca recebeu 12 milhões de Bataglia, mas diz que assinou papéis em branco e desconhecia motivo das verbas que mais tarde foram transferi- das para Santos Silva “Aceitei ser ajudado por um amigo de há 40 anos (...) eu ganhava 25 mil euros e tinha uma expectativa de pagar ao meu amigo” “Insistiu em pagar o funeral do meu irmão” “Não sabia quanto dinheiro tinha” O QUE NÃO DISSE Falava diariamente com Santos Silva sobre dinheiro e exigia-lhe o pagamen- to das suas contas. Fazia férias por conta do empresário. A mulher de Santos Silva diz, mais tarde, que Sócrates foi a sua desgraça. Não revelou que João Perna fazia transportes de di- nheiro em envelopes e que nunca utilizava o termo empréstimo nas conversas “O negócio da venda da casa da minha mãe foi claro” “Vendi a minha casa por 650 mil euros, a minha mãe vendeu por 600 mil” O QUE NÃO DISSE A mãe vendeu também outras casas, em Massamá e no Cacém, a Santos Silva, cujos valores foram inflacionados. A investigação apurou que as vendas servi- ram para justificar transferências avul- tadas para o ex-pri- meiro-ministro. Há outros negócios, designadamente a compra do monte do Alentejo por parte de Sofia Fava, cujo empréstimo era pago com o dinheiro de uma avença de uma empresa de Santos Silva “Detiveram-me sem indícios e não fizeram nenhuma investigação” “Não me apresen- taram um único facto” O QUE NÃO DISSE O interrogatório foi longo e foi gravado. Há um registo em CD da conversa integral que manteve com o procurador e o juiz de instrução. Foi confrontado com factos e teve até possibilidade de ouvir as escutas telefóni- cas que apontavam no sentido inverso às explicações que apresentava. O com- putador pessoal e algumas obras de arte foram retirados da sua casa antes das buscas. Foram mais tarde apreendidas na casa da empregada doméstica “Não tinha uma vida de luxo em Paris, só nas cabecinhas do CM” “Depois da morte do meu irmão, a minha mãe decidiu dar-me várias coisas” “Como é que me acusam de ser proprietário de um apartamento em Paris quando em janeiro de 2014 eu aluguei outro apartamento?” O QUE NÃO DISSE As despesas fixas em outubro de 2014 eram de 15 mil euros por mês, mas ganhava apenas 12 500 euros. O próprio Sócrates mostrava preocupa- ção pelos seus gastos elevados e teve necessidade de aumentar os plafonds das contas à ordem. Na casa de Paris – que diz ser de Santos Silva – foi Sócrates quem deu ordens diretas nas obras. Discutiu com o arquiteto, escolheu azulejos e orientou a decoração

Contradições e omissões de Sócrates · O QUE NÃO DISSE Hélder Bataglia, dono de Vale do Lobo, foi casado com a prima de Sócrates, com quem viveu em Paris. Armando Vara autorizou

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Page 1: Contradições e omissões de Sócrates · O QUE NÃO DISSE Hélder Bataglia, dono de Vale do Lobo, foi casado com a prima de Sócrates, com quem viveu em Paris. Armando Vara autorizou

www.cmjornal.pt/multimedia/graficos.html | CORREIO DA MANHÃFonte Elaboração própria

Contradições e omissões de Sócrates

“Não conheço ninguém em Vale do Lobo”

“Como não tinham provas contrao Grupo Lena inventaramVale do Lobo”

O QUE NÃO DISSEHélder Bataglia, dono de Vale do Lobo, foi casado com a prima de Sócrates, com quem viveu em Paris.Armando Vara autorizou um empréstimo de 194 milhões para Vale do Lobo e recebeu uma transferência de 1 milhão de Hélder Bataglia. Joaquim Barroca recebeu 12 milhões de Bataglia, mas diz que assinou papéis em branco e desconhecia motivo das verbas que mais tarde foram transferi-das para Santos Silva

“Aceitei ser ajudado por um amigo de há 40 anos (...) eu ganhava 25 mil euros e tinha uma expectativa de pagar ao meu amigo”

“Insistiu em pagar o funeral do meu irmão”

“Não sabia quanto dinheiro tinha”

O QUE NÃO DISSEFalava diariamente com Santos Silva sobre dinheiro e exigia-lhe o pagamen-to das suas contas. Fazia férias por conta do empresário.A mulher de Santos Silva diz, mais tarde, que Sócrates foi a sua desgraça. Não revelou que João Perna fazia transportes de di-nheiro em envelopes e que nunca utilizava o termo empréstimo nas conversas

“O negócio da venda da casa da minha mãe foi claro”

“Vendi a minha casa por 650 mil euros, a minhamãe vendeu por 600 mil”

O QUE NÃO DISSE

A mãe vendeu também outras casas, em Massamáe no Cacém, a Santos Silva, cujos valores foram inflacionados. A investigação apurou que as vendas servi-ram para justificar transferências avul-tadas para o ex-pri-meiro-ministro.Há outros negócios, designadamente a compra do monte do Alentejo por parte de Sofia Fava, cujo empréstimo era pago com o dinheiro de uma avença de uma empresa de Santos Silva

“Detiveram-me sem indícios e não fizeram nenhuma investigação”

“Não me apresen-taram um único facto”

O QUE NÃO DISSEO interrogatório foi longo e foi gravado. Há um registo em CD da conversa integral que manteve como procurador e o juiz de instrução. Foi confrontado com factos e teve até possibilidade de ouvir as escutas telefóni-cas que apontavam no sentido inversoàs explicações que apresentava. O com-putador pessoal e algumas obras de arte foram retirados da sua casa antes das buscas. Foram mais tarde apreendidas na casa da empregada doméstica

“Não tinha uma vida de luxoem Paris, só nas cabecinhas do CM”

“Depois da morte do meu irmão,a minha mãe decidiu dar-me várias coisas”

“Como é que me acusam de ser proprietário deum apartamento em Paris quando em janeiro de 2014eu aluguei outro apartamento?”

O QUE NÃO DISSEAs despesas fixasem outubro de 2014 eram de 15 mil euros por mês, masganhava apenas12 500 euros.O próprio Sócrates mostrava preocupa-ção pelos seus gastos elevados e tevenecessidade de aumentar os plafonds das contas à ordem.Na casa de Paris –que diz ser de Santos Silva – foi Sócrates quem deu ordens diretas nas obras. Discutiu como arquiteto, escolheu azulejose orientoua decoração