Contrato Colectivo Trabalho Antram

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Contrato Colectivo Trabalho Antram

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    CONVENO COLECTIVA DE TRABALHO ANTRAM FESTRU

    CAPTULO I (MBITO, VIGNCIA E REVISO)

    Clusula 1.

    (mbito) A presente regulamentao colectiva de trabalho vertical obriga, por um lado, todas as empresas de indstria de transportes inscritas na Associao Patronal signatria e, por outro lado, os trabalhadores ao servio das referidas empresas representados pelas Associaes Sindicais outorgantes.

    Clusula 2. (Vigncia)

    1. Este CCTV entra em vigor 5 dias aps a sua publicao no Boletim do Trabalho e Emprego.

    2. 0 perodo de vigncia ser de 24 meses, salvo quanto a tabelas salariais, cujo perodo de vigncia ser de 12 meses, contados a partir da sua produo de efeitos.

    3. Para efeitos do nmero anterior, considera-se que a expresso tabelas salariais abrange no s as remuneraes de base mnimas, mas tambm outras formas de remunerao mnima.

    4. Os valores da tabela salarial, assim como as clusulas que consagram valores pecunirios, produzem efeitos a partir de 1 de Janeiro de cada ano para o qual foram acordados.

    5. 0 presente CCTV mantm-se em vigor, at ser substitudo, no todo ou em parte, por outro instrumento de regulamentao colectiva de trabalho.

    Clusula 3.

    (Forma e tempo de reviso) 1. A denncia far-se- por escrito, at sessenta dias do termo de cada perodo

    de vigncia. 2. A denncia implicar a apresentao de uma proposta de reviso da

    conveno, at sessenta dias do termo do perodo de vigncia. 3. A contraproposta proposta de reviso da conveno dever ser feita por

    escrito, at trinta dias aps a apresentao da proposta, e conter, apenas matrias apresentadas na proposta que se pretende rever ou substituir.

    CAPTULO II

    (ADMISSO E CARREIRA PROFISSIONAL)

    Clusula 4. (Condies de admisso)

    1. As condies mnimas de admisso para o exerc cio das funes inerentes s categorias previstas neste CCTV so as seguintes:

    a) Ser maior e possuir as habilitaes escolares mnimas legais, com excepo das categorias seguintes:

    Categoria

    Idade mnima

    Habilitaes Literrias

    Praticante de despachante 16 - Ajudante de lubrificador 17 - Ajudante de lavador 16 - Aprendiz de metalrgico 14 -

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    Aprendiz de electricista 14 - Paquete 14 - Telefonista 15 - Estagirio 16 9 ano de escolaridade ou equivalente Escriturrio - Idem Secretria de direco - Curso de Secretariado Reconhecido

    oficialmente ou frequncia de curso superior adequado

    Porteiro e Guarda 21 - 2. Os trabalhadores que j exeram a profisso e que disso possam fazer prova

    sero dispensados dos requisitos estabelecidos no nmero anterior.

    Clusula 5. (Regime de experincia)

    1. A admisso do trabalhador a ttulo experimental feita durante o perodo de quinze dias.

    2. 0 prazo definido no nmero anterior no se aplica nos casos ou postos de trabalho em que, pela sua alta complexidade tcnica ou elevado grau de responsabilidade, s seja possvel determinar a aptido do trabalhador aps um perodo maior de vigncia do contrato. Nestes casos o perodo experimental poder ter uma durao at ao mximo de noventa dias, devendo a sua durao constar de acordo prvio, escrito.

    3. A antiguidade do trabalhador considerada a partir da data da admisso provisria, caso a mesma se torne definitiva.

    4. Salvo acordo expresso, por escrito, em contrrio, quando qualquer trabalhador for transferido de uma empresa para outra da qual a primeira seja associada ou tenha administradores comuns, ou, ainda, em resultado da fuso ou absoro da empresa, contar-se- para todos os efeitos a data da admisso na primeira, mantendo o trabalhador o direito a todas as regalias anteriores.

    5. Entende-se que a empresa renncia ao perodo experimental sempre que admite ao seu servio um trabalhador a quem tenha oferecido, por escrito, melhores condies de trabalho do que aquelas que tinha na empresa onde prestava servio anteriormente e com a qual tenha rescindido o seu contrato em virtude daquela proposta.

    Clusula 6.

    (Categorias profissionais) 1. Os trabalhadores abrangidos por este CCTV sero classificados de harmonia

    com as suas funes, em conformidade com as categorias constantes do Anexo I.

    2. vedado empresa atribuir aos trabalhadores categorias diferentes das previstas neste CCTV, salvo se da resultar benefcio para o trabalhador. Em todos os documentos que haja de elaborar por fora dos preceitos regulamentares das relaes de trabalho, deve a empresa usar sempre a mesma designao na classificao profissional.

    3. Sempre que perante a disperso regular das funes de um profissional existam dvidas sobre a categoria a atribuir-lhe, optar-se- por aquela a que corresponda retribuio mais elevada.

    4. As empresas para o preenchimento dos lugares de chefia devem preench-los por trabalhadores da empresa.

    5. Caso o trabalhador tenha sido contratado para o exerccio de funes que compreendem no mbito de uma s categoria final, tal como descritas no anexo 1 ao presente CCTV e a entidade patronal o tiver encarregado unilateralmente e quando o interesse da empresa o exige, servios no compreendidos no objecto do contrato que correspondam a uma categoria

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    profissional superior, durante mais de 90 dias consecutivos por ano, dever ser atribuda ao mesmo trabalhador esta ltima categoria profissional.

    6. O disposto no nmero anterior no aplicvel situao de substituio temporria de trabalhador.

    Clusula 7.

    (Quadros de pessoal) 1. A empresa obriga-se a organizar, nos termos legais, os quadros do seu

    pessoal. 2. Caso o trabalhador apresente declarao de acordo com a lei, a empresa

    enviar at ao dia 10 de cada ms aos respectivos sindicatos os mapas de quotizao, fornecidos gratuitamente por estes, acompanhados da quantia destinada ao pagamento das quotas.

    3. Os mapas obtidos por meios mecanogrficos podem substituir os mapas dos respectivos sindicatos, desde que contenham os elementos necessrios.

    Clusula 8.

    (Regulamentao do quadro densidades) 1. As densidades mnimas para cada uma das categorias de oficiais metalrgicos,

    electricistas, escriturrios e equivalentes so:

    Nmero de Profissionais

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 - 1 1 2 2 3 3 4 4 5 2. 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5

    1.1. Se existir apenas um oficial metalrgico, electricista, escriturrio ou equivalente, este ter de ser classificado como de 1.

    1.2. Existindo mais do que dez oficiais metalrgicos, electricistas, escriturrios ou equivalentes, a respectiva classificao manter as propores estabelecidas no quadro supra.

    1.3. Nos estabelecimentos com cinco ou mais oficiais metalrgicos ou onde no haja encarregado, tem de haver, pelo menos, um classificado como chefe de equipa.

    1.4. Os estabelecimentos que tiverem ao seu servio mais de sete oficiais metalrgicos tm de classificar um como encarregado.

    1.5. No haver mais de 50% de aprendizes em relao ao nmero total de trabalhadores de cada profisso para a qual se prev aprendizagem.

    2. Para os trabalhadores praticantes de despachante e ajudantes de lubrificador o seu nmero no poder exceder um tero dos respectivos profissionais. 2.1. Poder sempre haver um praticante, desde que exista um profissional.

    3. Para os trabalhadores electricistas ser obrigatoriamente observado o seguinte quadro de densidades: 3.1. 0 nmero de aprendizes no pode ser superior ao total do nmero de

    oficiais e pr-oficiais. 3.2. 0 nmero de pr-oficiais e ajudantes no seu conjunto no pode exceder

    o total do nmero de oficiais. 3.3. Nos estabelecimentos com cinco ou mais oficiais, onde no haja

    encarregado, tem de haver, pelo menos, um classificado como chefe de equipa.

    3.4. Os estabelecimentos que tiverem ao seu servio mais de sete oficiais tem de classificar um como encarregado.

    4. Para os trabalhadores de escritrio obrigatria a existncia de: 4.1. Um profissional classificado de chefe de seco por cada seco

    diferenciada que tenha um mnimo de cinco trabalhadores, dentro de cada departamento, diviso ou servio.

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    4.2. Um profissional classificado de chefe de servio, departamento ou de diviso, por cada dois profissionais classificados de chefe de seco, no mesmo sector de servios, departamento ou de diviso.

    4.3. 0 nmero de estagirios no pode exceder em 50% de escriturrios, podendo sempre haver um estagirio desde que haja um escriturrio.

    4.4. 0 cmputo dos escriturrios ser feito em separado em relao aos escritrios centrais e cada filial, no caso de haver separaes geogrficas dos locais de trabalho.

    Clusula 9.

    (Acesso) 1. Constitui acesso a passagem de um trabalhador classe superior ou a

    mudana para outras funes e que corresponda uma hierarquia e retribuio mais elevadas.

    2. Nos provimentos dos lugares, a empresa dar sempre preferncia aos trabalhadores j ao seu servio, salvo nos casos especiais em que, com o acordo dos rgos representativos dos trabalhadores, no lhes seja reconhecida competncia profissional

    3. Tero acesso categoria ou classe imediatas, os trabalhadores que completem os seguintes perodos de permanncia:

    Tempo de permanncia na categoria ou classe

    Categoria ou Classe Acesso

    Praticante de despachante Despachante Ajudante de lubrificador Lubrificador Estagirio do 1. Ano Estagirio do 2. Ano Estagirio do 2. Ano Estagirio do 3. Ano Estagirio do 3. Ano Escriturrio de 2. Aprendiz de metalrgico do 1.

    Ano Aprendiz de metalrgico do 2. Ano

    Aprendiz de metalrgico do 2. Ano

    Aprendiz de metalrgico do 3. Ano

    1. Ano Aprendiz de metalrgico do 3. Ano

    Aprendiz de metalrgico do 4. Ano

    Aprendiz de metalrgico do 4. Ano

    Praticante de metalrgico do 1. Ano

    Praticante de metalrgico do 1. Ano

    Praticante de metalrgico do 2. Ano

    Praticante de metalrgico do 2. Ano

    Profissional metalrgico de 2. Classe

    Ajudante de electricista do 1. Perodo

    Ajudante de electricista do 2. Perodo

    Ajudante de electricista do 2. Perodo

    Pr-Oficial electricista do 1. Perodo

    Pr-Oficial electricista do 1. Perodo

    Pr-Oficial electricista do 2. Perodo

    Pr-Oficial electricista do 2. Perodo

    Oficial electricista (menos de 3 anos).

    Oficial electricista (menos de 3 anos)

    Oficial electricista (mais de 3 anos).

    3 anos Profissional metalrgico de 2. Classe

    Profissional metalrgico de 1. Classe

    Escriturrio de 2. Classe Escriturrio de 1. Classe 4. Os aprendizes metalrgicos sero promovidos a praticantes metalrgicos do

    1 ano, com um, dois, trs ou quatro anos de aprendizagem, conforme sejam admitidos, respectivamente, com 17, 16, 15 ou 14 anos de idade.

    5. Os trabalhadores que j prestam servio na empresa e que possuam as habilitaes literrias necessrias para o ingresso nas categorias profissionais de escritrio tero preferncia no preenchimento dos lugares que entretanto ocorrerem.

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    6. Os paquetes que no possuam as habilitaes literrias mnimas exigidas para os profissionais de escritrio tero acesso obrigatrio a contnuo logo que completem 18 anos de idade.

    7. a) Os trabalhadores electricistas diplomados pelas escolas oficiais

    portuguesas nos cursos industriais de electricista ou montador de electricista e ainda diplomados com os cursos de electricista da Casa Pia de Lisboa ou do Instituto Tcnico Militar dos Pupilos do Exercito, 2 grau de torpedeiros electricistas da Marinha de Guerra Portuguesa e curso da Marinha de Guerra Portuguesa e Escola Militar de Electromecnico tero, no mnimo, a categoria de pr-oficial de 2 perodo.

    b) Os trabalhadores electricistas diplomados com cursos do Ministrio do Trabalho atravs do Fundo de Desenvolvimento de Mo-de-Obra tero, no mnimo, a categoria de pr-oficial de 1 perodo.

    8. Os estagirios passam a escriturrios de 2 classe, mesmo que no perfaam trs anos na categoria, logo que atinjam 21 anos de idade, com excepo dos trabalhadores admitidos com 20 ou mais anos de idade, que tero de fazer um estgio que no pode ultrapassar um ano, integrados no escalo remunerativo de estagirio do 3 ano.

    9. A aprendizagem, os perodos de prtica, de estgio ou equivalentes far-se-o sob a responsabilidade de um profissional com a categoria de oficial ou equivalente, sempre que a empresa no possua servios autnomos para a formao profissional.

    Clusula 10.

    (Admisso para efeitos de substituio) 1. A admisso de qualquer trabalhador para efeitos de substituio temporria

    entende-se sempre feita por prazo certo e desde que esta circunstncia ao nome do trabalhador a substituir constem de documento escrito e assinado pelo trabalhador e delegado sindical.

    2. 0 trabalhador admitido nas condies previstas no n 1 pode despedir-se mediante aviso prvio de dois dias.

    3. No caso do trabalhador admitido nestas condies continuar ao servio no termo do contrato ou perodo de prorrogao e tendo-se j verificado o regresso do trabalhador substitudo, dever a admisso considerar-se definitiva para todos os efeitos, a contar da data do inicio do contrato a prazo.

    4. 0 trabalhador admitido nos termos do n 1 desta clusula tem direito s partes proporcionais do Subsdio de Natal e do perodo de frias e respectivo subsdio.

    CAPTULO III

    (DIREITOS E DEVERES DAS PARTES)

    Clusula 11. (Deveres da empresa)

    1. So deveres da empresa: a) Cumprir rigorosamente as disposies do presente CCTV, bem como

    prestar s associaes sindicais outorgantes ou nelas filiadas todas as informaes e esclarecimentos que estas solicitem quanto ao seu cumprimento;

    b) Passar certificados de comportamento e competncia profissional aos seus trabalhadores, quando por estes solicitados;

    c) Nos termos e dentro das linhas gerais, facilitar a misso dos trabalhadores que faam parte das comisses de trabalhadores,

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    sindicais ou intersindicais e prestar-lhes todos os esclarecimentos por estes solicitados;

    d) Exigir a cada trabalhador apenas o trabalho compatvel com a respectiva categoria;

    e) No deslocar qualquer trabalhador para servios que no sejam exclusivamente os da sua profisso ou no estejam de acordo com a sua classe hierrquica, salvo os casos previstos na lei e no presente CCTV;

    f) Proporcionar boas condies de trabalho, tanto do ponto de vista fsico como moral;

    g) Segurar todos os trabalhadores de acordo com a retribuio auferida. 0 seguro abrange o trabalhador durante o perodo de trabalho e nas deslocaes de ida e regresso do trabalho;

    h) Proporcionar dentro do possvel aos trabalhadores a necessria formao, actualizao e aperfeioamento profissional e facilitar horrios aos trabalhadores-estudantes;

    i) Dispensar os trabalhadores pelo tempo necessrio ao servio das funes em organismos do Estado, Previdncia ou outros a ela inerentes;

    j) Facilitar todo o tempo necessrio aos trabalhadores que desempenhem servio como bombeiros voluntrios, em caso de emergncia;

    k) Facultar ao trabalhador, quando ele o solicite, por escrito, a consulta do seu processo individual, no qual devem constar, para alm de outros elementos, a categoria profissional e acessos, salrios auferidos, faltas dadas ao trabalho e sua natureza, pocas de frias gozadas, castigos aplicados e louvores atribudos;

    l) Garantir aos trabalhadores de horrio mvel transporte de/e para o local de trabalho, sempre que o servio se inicie ou termine fora dos horrios normais dos transportes pblicos, salvo os casos em que os trabalhadores estejam na situao de deslocados, nos termos do presente CCTV;

    m) Garantir aos trabalhadores de horrio fixo, que por motivos imperiosos de servio sejam forados a iniciar ou terminar o servio fora do seu horrio de trabalho normal, meios de transporte de/e para o local de trabalho, sempre que o servio se inicie ou termine fora dos horrios normais dos transportes pblicos, salvo os casos em que os trabalhadores estejam deslocados, nos termos do presente CCTV;

    n) Assinar, na semana imediatamente posterior quela a que disserem respeito, os resumos semanais dos livretes de horrio de trabalho, sob pena de se presumir efectuado o trabalho extraordinrio nele registado;

    o) Adquirir o livrete de trabalho referido no anexo IV no sindicato que no distrito do local de trabalho representa o trabalhador ou a respectiva categoria profissional, com a indicao do tipo de horrio de trabalho e do respectivo descanso semanal;

    p) Proporcionar aos trabalhadores, nas instalaes da empresa e desde que estas no coincidam com a residncia da entidade patronal, local apropriado para tomarem as suas refeies, desde que no exista refeitrio.

    2. As empresas devem fornecer aos trabalhadores deslocados em servio no estrangeiro os seguintes elementos:

    Direces das empresas a contactar, embaixadas e consulados; Pontos de carga e descarga; Lugares de acomodao; Estabelecimentos de servios, postos de reparaes, garagens e

    lugares de estacionamento.

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    Assim como, a expensas suas, tratar dos passaportes e das vacinas exigidas aos trabalhadores. Devem tambm as empresas informar os trabalhadores do seguinte:

    Das condies climatricas dos pases por onde transitam, bem como outras normas de ndole poltica e religiosa;

    Das situaes de normas de trnsito nos diversos pases; Das regulamentaes legais sobre importaes em vigor nos diversos

    pases.

    Clusula 12. (Deveres dos trabalhadores)

    So deveres dos trabalhadores: a) Comparecer ao servio com pontualidade e assiduidade; b) Cumprir com zelo e diligncia o trabalho que lhe esteja confiado,

    dentro do exerccio da sua actividade profissional, de acordo com o presente CCTV;

    c) Acompanhar com interesse a aprendizagem dos que ingressam na profisso;

    d) Informar com verdade, iseno e esprito de justia a respeito dos seus subordinados;

    e) Velar pela conservao e pela boa utilizao dos bens relacionados com o seu trabalho que lhes forem confiados pela empresa, bem como a documentao com eles relacionada;

    f) Prestar pontualmente conta das importncias de cuja cobrana forem incumbidos ou que estejam confiados sua guarda;

    g) Participar, por escrito, pontualmente os acidentes ocorridos em servio. Prestar os esclarecimentos necessrios para a descrio detalhada do acidente. Quando o acidente envolva determinada responsabilidade, dever o trabalhador informar a empresa logo que tal ocorra e pelos meios ao seu alcance;

    h) No negociar por conta prpria ou alheia em concorrncia com a empresa;

    i) Cumprir todas as demais obrigaes emergentes deste contrato de trabalho, das normas que o regem e dos regulamentos internos ou ordens de servio que no sejam contrrios s disposies do presente CCTV e aos seus direitos e garantias;

    j) Respeitar as normas vigentes de segurana no trnsito e sanidade publica, quer no Pas, quer no estrangeiro;

    k) No utilizar a viatura para o transporte de qualquer tipo de mercadorias no identificadas por documento alfandegrio.

    Clusula 13.

    (Garantias dos trabalhadores) vedado empresa:

    a) Despedir o trabalhador sem justa causa; b) Opor-se, por qualquer forma, a que o trabalhador exera os seus

    direitos, bem como aplicar-Ihe sanes por causa desse exerccio; c) Exercer presso sobre o trabalhador para que actue no sentido de

    influir desfavoravelmente nas condies de trabalho dele e/ou dos seus companheiros;

    d) Diminuir-lhe a retribuio; e) Baixar-lhe a categoria; f) Transferir o trabalhador para outro local de trabalho, fora das

    condies previstas no presente CCTV; g) Explorar com fins lucrativos quaisquer cantinas, refeitrios,

    economatos ou outros estabelecimentos directamente relacionados

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    com o trabalho para fornecimento de bens ou prestao de servio aos trabalhadores;

    h) Despedir e readmitir trabalhadores, mesmo com o seu acordo, havendo propsito de os prejudicar em direitos ou garantias decorrentes da antiguidade;

    i) Utilizar os trabalhadores em actividades alheias s que correspondem s suas aptides e classe ou categoria, salvo nos casos de fora maior em que haja acordo escrito do trabalhador;

    j) Modificar o horrio de trabalho dos trabalhadores de diurno para nocturno ou vice-versa, de horrio normal para regime de nocturno ou vice-versa, ou alterar o local de trabalho sem o acordo escrito do trabalhador;

    k) Efectuar sem o consentimento escrito do trabalhador qualquer desconto no seu vencimento, nomeadamente por danos causados por acidentes ou avaria nas viaturas ou mquinas com que trabalha, salvo quando tais documentos forem legal ou judicialmente estabelecidos;

    l) Obrigar o trabalhador a trabalhar com mquinas ou viaturas que no possuam comprovadas condies de segurana ou no estejam devidamente legalizadas ou documentadas e da resultem sanes legais para os trabalhadores;

    m) Ofender a honra e dignidade dos trabalhadores; n) Ter ao seu servio trabalhadores em regime de tempo parcial ou

    comisso, bem como trabalhadores que j exeram outra profisso, salvo com o acordo do respectivo sindicato;

    o) Estabelecer contratos com empresas que subcontratem mo-de-obra directa;

    p) A criao de novas classes ou categorias profissionais sem aprovao do sindicato.

    Clusula 14.

    (Direito greve e proibio do lock-out) Em conformidade e perante a imperatividade preceituado na Constituio Poltica da Repblica Portuguesa e na Lei:

    a) assegurado aos trabalhadores e s suas organizaes de classe o direito de preparar, organizar e desenvolver processos de greve;

    b) proibido s empresas quaisquer formas de lock-out.

    CAPTULO IV (LOCAL DE TRABALHO)

    Clusula 15.

    (Local de trabalho) 1. Considera-se local de trabalho aquele para onde o trabalhador foi contratado. 2. 0 local de trabalho pode ser alterado para outro que no diste mais de 2 km

    da residncia permanente do trabalhador ou para outro dentro da mesma localidade se tal transferncia resultar mudana ou encerramento total ou parcial do estabelecimento onde o trabalhador presta servio.

    Clusula 16.

    (Transferncia do local de trabalho) 1. A empresa pode ainda transferir o trabalho para outro local de trabalho se

    essa transferncia no causar prejuzo ao trabalhador e sempre que este der o seu acordo.

    2. Poder tambm ser livremente alterado desde que haja acordo escrito entre o trabalhador e a empresa.

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    CAPTULO V (PRESTAO DE TRABALHO)

    Clusula 17.

    (Perodo normal de trabalho) 1. 0 perodo normal de trabalho para os trabalhadores administrativos ser de

    quarenta horas semanais divididas por cinco dias de oito horas, sem prejuzo de outros de menor durao em vigor.

    2. 0 perodo normal de trabalho para os trabalhadores de manuteno ser de quarenta e quatro horas semanais, no podendo ser superior a nove horas dirias, divididas por cinco dias, sem prejuzo de outros de menor durao em vigor.

    3. 0 perodo normal de trabalho para os trabalhadores do movimento ser de quarenta e quatro horas semanais, no podendo ser superior a nove horas dirias, sem prejuzo de outros de menor durao em vigor, distribudos em cinco dias ou cinco dias e meio.

    4. 0 perodo de trabalho dirio ser interrompido por um intervalo de descanso para refeio cuja durao no poder ser inferior a uma hora e no dever ser superior a duas horas, no podendo os trabalhadores prestar mais de cinco horas de trabalho consecutivo.

    5. Nos casos em que as necessidades de servio o exijam, o intervalo de descanso para refeio poder ser alargado at trs horas.

    6. Exceptuam-se no consignado no nmero anterior, onde poder haver um alargamento do perodo de trs horas desde que haja acordo entre o trabalhador e a entidade patronal, os seguintes casos:

    a) Nos casos de embarques e desembarques em cais; b) Distribuio e recolha de mercadorias quando seja proibido efectu-las

    durante um perodo superior a trs horas. c) Os restantes casos em que a natureza do servio ou interesse dos

    trabalhadores assim o requeira. 7. Todos os trabalhadores tm um perodo de, no mnimo, dez horas

    consecutivas entre o fim de cada perodo de trabalho dirio e incio do seguinte.

    Clusula 18.

    (Trabalho extraordinrio) 1. Considera-se trabalho extraordinrio o prestado fora do perodo normal de

    trabalho. 2. proibida a prestao de trabalho extraordinrio com carcter de

    regularidade. 3. S em casos inteiramente imprescindveis e justificados poder haver lugar a

    prestao de trabalho extraordinrio. 4. Nos casos previstos no nmero anterior, a prestao de trabalho

    extraordinrio no exceder as duas horas dirias, nem ultrapassar, no total, as duzentas e quarenta horas anuais.

    5. Excepcionalmente, o perodo de trabalho extraordinrio poder ultrapassar o limite estipulado no nmero anterior nos seguintes casos:

    a) Em servio de desempanagem da viatura ou equipamento oficinal; b) Demoras provocadas pelo embarque ou desembarque de mercadoria.

    6. Todo o trabalho extraordinrio e registado em livrete prprio, fornecido pelo sindicato, nas condies expressas na alnea o) da clusula 11.

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    Clusula 19. (Trabalho nocturno)

    1. 0 trabalho prestado entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte considerado trabalho nocturno.

    Clusula 19.-A

    (Colaborao temporria) 1. Os trabalhadores podem prestar a sua colaborao temporria noutra

    empresa desde que esta seja associada ou tenha administrao comum da empresa onde trabalham, desde que fiquem vinculados empresa para a qual foram contratados e tenham dado o seu acordo por escrito.

    2. Esta situao no altera o estabelecido nas clusulas 15 (Local de trabalho) e 16 (Transferncia do local de trabalho).

    3. Quando a durao da colaborao estipulada no n. 1 desta clusula se prolongar para alm de 10 dias, a empresa ter de informar o sindicato respectivo. Se esta informao no for prestada, o trabalhador poder de imediato recusar a sua colaborao.

    CAPTULO VI

    (SUSPENSO DA PRESTAO DE TRABALHO)

    Clusula 20. (Descanso semanal)

    1. 0 dia de descanso semanal coincidir sempre que possvel com o domingo. 2. 0 dia de descanso complementar tem de ser fixado imediatamente antes ou a

    seguir ao dia de descanso semanal. 3. Devido s condies especficas de trabalho dos trabalhadores dos transportes

    internacionais rodovirios de mercadorias, tem de haver um descanso mnimo de 24 horas, imediatamente antes do incio de qualquer viagem, acrescido dos dias de descanso semanal e feriado que coincidiram com a ltima viagem.

    Clusula 21.

    (Feriados) 1. So feriados obrigatrios os seguintes dias:

    - 1 de Janeiro; - Sexta-Feira Santa; - 25 de Abril; - 1 de Maio; - Corpo de Deus (festa mvel); - 10 de Junho; - 15 de Agosto; - 5 de Outubro; - 1 de Novembro; - 8 de Dezembro; - 25 de Dezembro.

    2. 0 feriado de Sexta-Feira Santa poder ser substitudo por outro dia com significado local no perodo da Pscoa

    3. Alm dos feriados obrigatrios, sero ainda observados: o feriado municipal do local de trabalho, ou quando aquele no exista, o feriado municipal da capital de distrito e a tera-feira de Carnaval.

    4. 0 nmero de dias feriados estabelecidos nesta clusula ficar prejudicado se a lei vier a dispor mais favoravelmente quanto a esta matria.

    5. Considera-se haver prestao de trabalho em dia de feriado quando ocorrerem as circunstncias referidas no n 7 da clusula 41.

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    Clusula 22. (Gozo de frias)

    1. As frias devero ser gozadas seguidamente, excepto quando o trabalhador ou a entidade patronal tenham interesse em que sejam gozadas interpoladamente e nisso cheguem a acordo e tal conste de documento escrito.

    2. As frias devem ser gozadas no decurso do ano civil em que se vencem, no sendo permitido acumular no mesmo ano frias de dois ou mais anos.

    3. Os trabalhadores de nacionalidade estrangeira e os naturais das regies autnomas, quando desejarem gozar frias nas terras da sua naturalidade, podero acordar com a empresa regime diferente de frias.

    Clusula 23.

    (Direito a frias) 1. A todos os trabalhadores ser concedido um perodo de frias em cada ano

    civil, sem prejuzo da sua remunerao normal, de trinta dias de calendrio, com incio no 1 dia a seguir aos dias de descanso do trabalhador, a partir do dia1 de Janeiro, com referncia ao ano anterior.

    2. Os trabalhadores que sejam admitidos no 1 semestre de cada ano civil tm direito, no prprio ano de admisso, a dois dias e meio de frias por cada ms completo de servio, contados at 31 de Dezembro desse ano e gozados conforme o estipulado na clusula seguinte.

    3. 0 direito a frias irrenuncivel e no pode ser substitudo, fora dos casos expressamente previstos na lei, por remunerao suplementar ou qualquer vantagem, ainda que o trabalhador d o seu consentimento.

    4. Aos trabalhadores do mesmo agregado familiar que estejam ao servio da empresa ser concedida a faculdade de gozarem as suas frias simultaneamente.

    Clusula 24.

    (Marcao de frias) 1. A poca de frias deve ser estabelecida de comum acordo entre o trabalhador

    e a empresa. No havendo acordo, compete empresa fixar o perodo de frias, as quais tero de ser gozadas entre 1 de Maro e 31 de Outubro, devendo contudo, ser dado conhecimento ao trabalhador com uma antecedncia nunca inferior a dois meses.

    2. 0 plano de frias dever ser fixado at 31 de Maro e dele ser remetido um exemplar ao sindicato. Sero comunicadas aos trabalhadores todas as alteraes ao plano de frias.

    3. Os trabalhadores do movimento participaro das respectivas escalas de frias, atravs dos seus rgos representativos, podendo, para o efeito e tendo em conta a natureza especfica do sector, proceder respectiva fixao ao longo de todo o ano civil.

    Clusula 25.

    (Frias em caso de impedimento prolongado) 1. No caso de suspenso de contrato de trabalho por impedimento prolongado,

    respeitante ao trabalhador, nomeadamente servio militar obrigatrio e doena, se se verificar a impossibilidade total ou parcial do gozo do direito a frias j vencido ou que se vena no ano de admisso, o trabalhador ter a direito a retribuio correspondente ao perodo de frias no gozadas e respectivo subsdio.

    2. No ano da cessao do impedimento prolongado, o trabalhador ter direito ao perodo de frias e respectivo subsdio que teria a 1 de Janeiro desse ano, se tivesse estado ininterruptamente ao servio.

  • 12

    Os dias de frias que excedam o nmero de dias contados entre o momento da apresentao do trabalhador, aps a cessao do impedimento e o termo do ano civil em que esta se verifique sero gozadas no 1 trimestre do ano imediato.

    Clusula 26.

    (Alterao ou interrupo de frias) 1. Se depois de fixado o perodo de frias a empresa, por motivo de interesse

    desta, o alterar ou fizer interromper as frias j iniciadas, indemnizar o trabalhador dos prejuzos que comprovadamente haja sofrido, na pressuposio de que gozaria o perodo de frias acordado na poca fixada.

    2. Sempre que um perodo de doena, devidamente comprovado pelos servios mdico-sociais, coincida no todo ou em parte com o perodo de frias, considerar-se-o estas no gozadas na parte correspondente.

    3. Quando se verificar a situao prevista no nmero anterior, relativamente a um perodo de frias j iniciado, o trabalhador dever comunicar empresa o dia de incio da doena, bem como o do seu termo devidamente comprovado.

    4. Findo o impedimento a que se refere o n 2, prosseguir o gozo das frias nos termos em que as partes acordarem, ou, na falta de acordo, logo aps a alta.

    Clusula 27.

    (Frias em caso de cessao de contrato) Cessando o contrato de trabalho, a empresa paga ao trabalhador a retribuio, incluindo subsdio correspondente ao perodo de frias vencido, salvo se o trabalhador j as tiver gozado, bem como retribuio e subsdio correspondente a um perodo de frias proporcional ao tempo de servio prestado no ano da cessao.

    Clusula 28. (Proibio do exerccio de outra actividade durante as frias)

    0 trabalhador no pode exercer durante as frias qualquer actividade remunerada, salvo se j a vinha exercendo cumulativamente ou a empresa o autorizar a isso, sob pena de sano disciplinar e reembolso da retribuio correspondente s frias e subsdio respectivo.

    Clusula 29. (Licena sem retribuio)

    1. A empresa pode conceder ao trabalhador, a pedido deste, licena sem retribuio.

    2. 0 perodo de licena sem retribuio, autorizado pela empresa, contar-se- para todos os efeitos de antiguidade.

    3. Durante o mesmo perodo cessam os direitos, deveres e garantias das partes, na medida em que pressuponham a efectiva prestao de trabalho.

    4. 0 trabalhador a quem for concedida licena sem retribuio mantm o direito ao lugar.

    Clusula 30.

    (Impedimentos prolongados) 1. Quando o trabalhador esteja temporariamente impedido, por facto que no

    lhe seja imputvel, nomeadamente servio militar obrigatrio, doena ou acidente, e o impedimento se prolongar por mais de um ms, cessam os direitos, deveres e garantias das partes, na medida em que pressuponham a efectiva prestao de trabalho, sem prejuzo da manuteno do direito ao lugar com a categoria, antiguidade e mais regalias, nem da observncia das disposies aplicveis de legislao sobre previdncia.

  • 13

    2. 0 disposto no n 1 comear a observar-se mesmo antes de expirado o prazo de um ms, a partir do momento em que haja a certeza ou se preveja com segurana que o impedimento ter a durao superior quele prazo.

    3. Terminado o impedimento, o trabalhador deve, dentro de quinze dias, comunicar empresa que pretende retomar o lugar e apresentar-se dentro dos quinze dias seguintes, a contar da data da comunicao, sob pena de perder o direito ao lugar.

    CAPTULO VII

    (FALTAS)

    Clusula 31. (Conceito de falta)

    1. Por falta entende-se a ausncia durante um dia de trabalho. 2. Nos casos de ausncia durante perodos inferiores a um dia de trabalho, os

    respectivos perodos sero adicionados, reduzindo-se o total a horas. 3. No sero considerados como faltas os atrasos na hora de entrada inferior a

    quinze minutos, desde que no excedam uma hora por ms. 4. Dadas as consequncias graves que podem advir de qualquer atraso no incio

    do trabalho, nomeadamente quanto ao pessoal de movimento, exige-se rigorosa pontualidade, sob pena de sanes disciplinares, salvo os casos devidamente justificados.

    Clusula 32.

    (Faltas justificadas) 1. Consideram-se justificadas as faltas dadas nas seguintes condies:

    Natureza da falta Documento comprovativo

    a) Doena, acidente de trabalho e parto.

    Boletim dos servios mdico-sociais, atestado mdico ou da instituio de sade.

    b) Falecimento de pais, filhos, sogros, genros e noras, padrastos ou enteados e do cnjuge no separado de pessoas e bens, durante cinco dias consecutivos.

    Documento passado pelos rgos autrquicos ou certido de bito.

    c) Falecimento de avs, netos, irmos, cunhados ou pessoa com quem o trabalhador viva em comunho de vida e habitao, durante dois dias consecutivos.

    Documento passado pelos rgos autrquicos ou certido de bito.

    d) Morte dos parentes referidos nas alneas b) e c), durante o dia do funeral, quando este tenha lugar fora dos perodos referidos nas mesmas alneas.

    Documento passado pelos rgos autrquicos ou certido de bito.

    e) Casamento, durante onze dias seguidos, excluindo os dias de descanso intercorrentes.

    Documento passado pelos rgos autrquicos ou certido de casamento.

    f) Parto da esposa ou pessoa com quem vive em comunho de vida e habitao, durante um dia, podendo prolongar-se at trs dias no caso de assistncia inadivel em caso de complicao de parto.

    Documento passado pelos rgos autrquicos ou pelo estabelecimento hospitalar ou exibio de cdula de nascimento.

    g) Cumprimento de qualquer obrigao imposta por lei ou pelas entidades oficiais, pelo tempo necessrio.

    Contraf ou aviso.

    h) Provas de exame em estabelecimento escolar, no dia de prestao.

    Documento passado pelo estabelecimento de ensino oficial.

    i) Desempenho de servio como bombeiros voluntrios, em caso de emergncia, pelo tempo necessrio.

    Documento passado pelo comando do quartel.

    j) Exerccio de funes sindicais, em comisses de trabalhadores e em organismos do Estado, Previdncia ou outras a ela inerentes, pelo tempo necessrio.

    Requisio da associao ou organismo respectivo com justificao prvia ou posterior.

    l) Prestao de assistncia inadivel aos membros do seu agregado familiar em caso de acidente ou doena, at ao limite de seis dias teis por ano.

    Documento adequado situao.

  • 14

    m) Doao gratuita de sangue, durante o dia da colheita, at cinco dias por ano.

    Documento do Servio Nacional de Sangue ou do estabelecimento hospitalar.

    n) As que a empresa autorizar prvia ou posteriormente e nas condies em que for expressa e claramente definida tal autorizao.

    2. As faltas das alneas b) e c) entendem-se como dias completos a partir da data em que o trabalhador teve conhecimento do facto, acrescidos do tempo referente ao perodo do prprio dia em que tomem conhecimento, se receberem a comunicao durante o perodo de trabalho.

    3. As faltas justificadas, quando previsveis, sero obrigatoriamente comunicadas empresa com a antecedncia mnima de cinco dias, salvo se outro prazo for estabelecido neste CCTV.

    4. Quando imprevisveis, sero comunicadas empresa logo que possvel. 5. 0 no cumprimento no disposto nos ns 4 e 5 torna as faltas injustificadas. 6. Em qualquer caso de falta justificada, a empresa pode, atravs dos servios

    de pessoal competentes, exigir ao trabalhador prova dos factos invocados para a justificao.

    7. A prova, quando exigida, far-se- por meios idneos, designadamente os referidos no quadro n 1 desta clusula.

    Clusula 33.

    (Efeitos de faltas justificadas) 1. As faltas justificadas no determinam perda de retribuio ou prejuzo de

    quaisquer direitos ou regalias do trabalho, salvo o disposto no nmero seguinte.

    2. Determinam perda de retribuio as seguintes faltas, ainda que justificadas: a) As referidas na alnea j) da clusula anterior, salvo disposio legal em

    contrrio ou tratando-se de faltas dadas por membros de comisses de trabalhadores;

    b) As dadas por motivo de doena ou acidente de trabalho e parto sem prejuzo dos benefcios complementares estipulados neste CCTV,

    c) As referidas na alnea n) da clusula anterior, salvo se tiverem sido autorizadas sem perda de remunerao.

    Clusula 34.

    (Faltas injustificadas e seus efeitos) 1. So consideradas injustificadas todas as faltas no previstas na clusula 32. 2. As faltas injustificadas determinam perda de retribuio correspondente ao

    tempo de falta ou, se o trabalhador assim o preferir, a diminuio de igual nmero de dias de perodo de frias imediato, no podendo, porm, este perodo ser reduzido a menos de dois teros da sua durao normal.

    3. Incorre em infraco disciplinar todo o trabalhador que: a) Faltar injustificadamente durante cinco dias consecutivos, ou dez

    interpolados, no mesmo ano civil; b) Faltar injustificadamente com alegao de motivo de justificao

    comprovadamente falso.

    Clusula 35. (Frmula de clculo por perda de remuneraes)

    0 montante a deduzir por motivo de falta que implique perda de remunerao ser calculado pela aplicao da seguinte frmula:

    Remunerao mensal = Remunerao diria 30

  • 15

    CAPTULO VIII (RETRIBUIES)

    Clusula 36.

    (Retribuies mnimas) 1. As retribuies mnimas mensais dos trabalhadores abrangidos por este CCTV

    so as constantes da tabela do Anexo II, devendo ser pagas ate ao ltimo dia do ms a que digam respeito e dentro do perodo normal de trabalho, salvo quando se verifique o impedimento do trabalhador, por motivo de servio. Neste caso a empresa, por solicitao do trabalhador, pode liquidar o vencimento a pessoa em que o trabalhador delegue.

    2. 0 tempo para alm do perodo normal de trabalho em que o trabalhador seja retido para efeito de recebimento ser pago como extraordinrio, desde que exceda quinze minutos.

    3. A empresa entregar no acto do pagamento das retribuies cpia dos respectivos recibos donde conste o nome do trabalhador, a respectiva categoria, classe, grau ou nvel, nmero de instituio de previdncia respectiva, perodo a que a retribuio corresponde, discriminao das importncias relativas a trabalho extraordinrio e o trabalho prestado em dias de descanso semanal ou feriados, ajudas de custo e todos os descontos devidamente especificados como o montante lquido a receber.

    Clusula 37.

    (Retribuio dos trabalhadores que exeram funes inerentes a diversas categorias por substituies temporrias)

    1. Sempre que o trabalhador substitua outro de categoria e retribuies superiores, receber desde o incio o vencimento inerente ao do trabalho substitudo.

    2. Se a substituio se prolongar para alm de cento e vinte dias consecutivos o direito retribuio cessa com o regresso do trabalhador substitudo, excepto se a substituio for motivada por doena ou servio militar obrigatrio.

    Clusula 38.

    (Diuturnidades) 1. Para alm da remunerao, os trabalhadores sem acesso obrigatrio nos

    termos da clusula 9. tero direito a uma diuturnidade de 2590$00, de trs em trs anos, at ao limite de cinco, que faro parte integrante da retribuio, a qual ser atribuvel em funo da respectiva antiguidade na empresa.

    2. Para efeitos desta clusula a antiguidade do trabalhador conta-se a partir de 1 de Fevereiro de 1977.

    Clusula 39.

    (Retribuio do trabalho nocturno) 0 trabalho nocturno ser remunerado com um acrscimo de 25% em relao retribuio a que d o direito o trabalho equivalente prestado durante o dia.

    Clusula 40. (Retribuio do trabalho extraordinrio)

    0 trabalho extraordinrio ser remunerado com os seguintes adicionais sobre o valor da hora normal:

    a) 50% na primeira hora; b) 75% nas horas ou fraces subsequentes.

  • 16

    Clusula 41. (Retribuio do trabalho em dias de descanso e feriados)

    1. 0 trabalho prestado em dias feriados ou dias de descanso semanal e/ou complementar remunerado com o acrscimo de 200%.

    2. Para efeito de clculo, o valor do dia ser determinado pela seguinte frmula:

    Remunerao mensal = Remunerao diria 30 e o valor da hora ser tambm determinado pela seguinte frmula:

    Remunerao diria = Remunerao hora Horrio de trabalho dirio 3. Qualquer perodo de trabalho prestado nos dias feriados de descanso semanal

    e/ou complementar ser pago pelo mnimo de 5 horas, de acordo com os ns 1 e 2 desta clusula.

    4. Cada hora ou fraco trabalhada para alm do perodo normal de trabalho ser paga pelo triplo do valor resultante da aplicao da frmula consignada no n 2 desta clusula.

    5. Se o trabalhador prestar servio em qualquer dos seus dias de descanso semanal, ter direito a descansar obrigatoriamente 1 dia completo de trabalho num dos 3 dias teis seguintes por cada dia de servio prestado, independentemente do disposto nos ns 1 e 2 desta clusula.

    6. Por cada dia de descanso semanal ou feriado em servio no estrangeiro o trabalhador, alm do adicional referido nos ns 1 e 2 desta clusula, tem direito a 1 dia de descanso complementar, gozado seguida e imediatamente sua chegada.

    7. Considera-se haver sido prestado trabalho em dias de descanso semanal e/ou complementar ou feriado sempre que no se verifique pelo menos 24 horas consecutivas de repouso no decurso do dia civil em que recair, salvaguardando-se e exceptuando-se os seguintes casos:

    a) 0 trabalho que se prolongue at s 3 horas do dia civil de descanso semanal, de descanso complementar ou feriado;

    b) Os casos de horrio que envolvam a prestao de servio normal em 2 dias civis.

    Pargrafo nico. Para esclarecimento das frmulas mencionadas no n 1, e tendo como exemplo uma remunerao mensal de 12.000$00:

    12.000$00 = 400$000 30 isto quer dizer que se o trabalhador s trabalhou um nico dia feriado ou de descanso semanal e/ou complementar receber, alm dos 12.000$00 da sua remunerao mensal, mais 800$00. 0 valor hora ser dividir os 400$00 pelo nmero de horas dirias.

    Clusula 42. (Determinao do valor da hora normal)

    Para efeitos de retribuio ou remunerao de trabalho extraordinrio, de trabalho nocturno o valor hora determinado pela seguinte frmula:

    Remunerao normal x 12 Horas de trabalho semanal x 52

  • 17

    Clusula 43.

    (Subsdio de frias) At pelo menos 8 dias do incio das suas frias, os trabalhadores abrangidos por este CCTV recebero da empresa um subsdio igual ao montante da retribuio correspondente ao perodo de frias a que tm direito.

    Clusula 44. (Subsdio de Natal)

    1. Todos os trabalhadores abrangidos por este CCTV tm o direito a um subsdio correspondente a um ms de retribuio, o qual ser pago ou posto sua disposio at 15 de Dezembro de cada ano, salvo o previsto nos ns 2 e 3.

    2. Os trabalhadores que no ano de admisso no tenham concludo um ano de servio, tero direito a tantos duodcimos daquele subsdio quantos os meses de servio que completarem at 31 de Dezembro.

    3. Cessando o contrato de trabalho, o trabalhador tem direito ao subsdio fixado no nmero um, em proporo ao tempo de servio prestado no prprio ano de cessao.

    4. Para efeitos do disposto nos ns 2 e 3, entende-se como um ms completo qualquer fraco do mesmo.

    5. Os trabalhadores tm direito ao subsdio de Natal por inteiro, tanto no ano de ingresso como no de regresso do servio militar obrigatrio.

    6. Tem direito ao subsdio de Natal, na parte proporcional ao tempo de trabalho efectivo, o trabalhador que esteja ou tenha estado na situao de impedimento prolongado por motivo de doena devidamente comprovada pelos servios mdico-sociais.

    7. A empresa adiantar o subsdio de Natal pelo montante a que o trabalhador, nas condies referidas no nmero anterior, teria direito se no se tivesse verificado o impedimento.

    8. 0 pagamento do subsdio referido e o adiantamento do complemento referido no n. 7 sero pagos ou postos disposio dentro do prazo estabelecido no n 1, obrigando-se o trabalhador a reembolsar a empresa no quantitativo recebido da Previdncia, quando o receber.

    Clusula 45.

    (Abono para falhas) 1. Os trabalhadores no exerccio de funes de tesoureiro, caixa, empregados de

    servio externo e cobradores recebero, a ttulo de abono para falhas, a quantia mensal de 3.740$00.

    2. Os trabalhadores que procedam cobrana de despachos e/ou mercadorias transportadas recebero, por cada dia em que efectuem este tipo de cobrana, a ttulo de abono para falhas, a quantia de 240$00.

    3. Sempre que os trabalhadores referidos nos nmeros anteriores sejam substitudos no desempenho das respectivas funes, o substituto receber o abono correspondente.

    Clusula 45.-A

    (Subsdio de risco e seguro) 1. Os motoristas habilitados com o certificado de formao vlido, exigido nos

    termos do Regulamento Nacional de Transportes de Mercadorias Perigosas por Estrada, tm direito, quando realizem transporte de matrias perigosas, em cisternas, ou de gs embalado, a um subsdio de risco de Esc. 950$00 por cada dia em que prestem trabalho efectivo, independentemente da sua durao.

  • 18

    2. As empresas obrigam-se a efectuar um seguro adicional que por acidente no exerccio das funes referidas no nmero anterior garanta ao trabalhador, em caso de invalidez permanente, ou a quem for por ele indicado, em caso de morte, a importncia de dez milhes de escudos.

    1) O disposto nos nmeros anteriores produz efeitos a partir de 1 de Agosto de 1998.

    CAPTULO IX

    (REFEIES E DESLOCAES)

    Clusula 46. (Ajudas de Custo)

    1. As empresas atribuiro um subsdio de refeio de valor igual para todos os trabalhadores abrangidos por este CCTV, independentemente da sua categoria profissional.

    2. 0 subsdio de 340$00 por cada perodo normal de cada dia de trabalho. 3. Os trabalhadores que exeram funes nas cantinas e refeitrios tero direito

    gratuitamente s refeies servidas ou confeccionadas, que sero tomadas imediatamente a seguir aos perodos de refeio definidos para os restantes trabalhadores. A estes trabalhadores no se aplica o disposto no n 2 da presente clusula.

    4. 0 disposto no n 2 desta clusula no aplicvel aos trabalhadores que se encontram deslocados no estrangeiro e aos que tenham reembolso da sua primeira refeio no decurso do perodo normal de trabalho, nos termos dos ns 1 e 3 da clusula 47, nos dias em que tais situaes ocorram.

    Clusula 47.

    (Refeies, alojamento e deslocaes no continente) 1. A empresa pagar aos trabalhadores todas as refeies que estes por motivo

    de servio, tenham de tomar fora das horas referidas no n 2 ou deslocados fora do local de trabalho.

    2. Para efeitos do n 1 as horas das refeies so: a) Pequeno-almoo quando o trabalhador inicie o servio at s 07.00

    horas, inclusiv; b) Almoo ou jantar das 11.30 horas s 14.30 horas e das 19.30 horas s

    21.30 horas; c) Ceia quando o trabalhador termine o servio depois das 00.00 horas.

    3. As refeies so pagas pelos seguintes valores: a) Pequeno-almoo e ceia: 340$00 b) Almoo e jantar: 1.330$00

    4. A empresa reembolsar os trabalhadores que prestem pelo menos 4 horas de servio no perodo compreendido entre as 00.00 horas e as 07.00 horas, com o valor de 1.325$00.

    5. Se o trabalhador concordar em utilizar veculo prprio ao servio da empresa, esta obriga-se a pagar-lhe, por cada quilmetro percorrido, 0,26 ou 0,12 do preo do litro da gasolina super que vigorar, consoante se trate de veiculo automvel ou de motociclo ou ciclomotor; quando esta utilizao tiver carcter de regularidade, a empresa obriga-se ainda a efectuar um seguro contra todos os riscos, incluindo responsabilidade civil obrigatria, compreendendo passageiros transportados gratuitamente, desde que em servio da empresa.

    6. Os trabalhadores deslocados em servio determinado pela entidade patronal tm direito ao pagamento das despesas de transporte.

    7. Os trabalhadores tm ainda direito ao regresso imediato e ao pagamento das viagens se ocorrer falecimento ou doena grave do cnjuge, filhos ou pais ou ainda por altura do Natal e da Pscoa, salvo se, neste ltimo caso, e tratando-

  • 19

    se de deslocao no estrangeiro, for celebrado acordo em contrrio entre os trabalhadores e a empresa.

    8. No incio de cada servio a empresa prestar um adiantamento em dinheiro e em quantidade suficiente para suportar todas as possveis despesas de viagem que ter de efectuar com a viatura e consigo mesmo, no podendo em qualquer caso ser inferior a 50% do respectivo vencimento.

    9. Sempre que a deslocao no tenha regresso dirio residncia, o trabalhador ter direito a dormida contra factura, desde que a empresa no assegure a mesma em boas condies de conforto e higiene.

    Clusula 47.-A

    (Refeies, alojamento e subsdio de deslocao fora do Pas) Os trabalhadores deslocados no estrangeiro tm as seguintes condies:

    a) Direito ao pagamento das despesas efectuadas com as refeies (pequeno-almoo, almoo e jantar), mediante factura;

    b) A empresa prestar um adiantamento em dinheiro e em quantidade suficiente para fazer face a todas as possveis despesas de viagem que ter de efectuar com a viatura e consigo mesmo;

    c) Subsdio de deslocao ao estrangeiro (controvertido); d) Dormida no estrangeiro (controvertido).

    Clusula 47.-B

    (Seguro do pessoal deslocado no estrangeiro) As empresas devero segurar os trabalhadores em servio no estrangeiro de acordo com o estabelecido na alnea g) da clusula 11. (Deveres da empresa).

    Clusula 47.-C (Indexao)

    Os valores constantes das clusulas 46 e 47 sero actualizados quando da reviso da tabela salarial, com o mesmo factor de percentagem que vier a ser atribudo para a remunerao mnima do grupo V do anexo II e com simultnea produo de efeitos.

    CAPTULO X (CONDIES PARTICULARES DE TRABALHO)

    Clusula 48.

    (Trabalhadores do sexo feminino) 1. Alm do j estipulado no presente CCTV para a generalidade dos

    trabalhadores abrangidos, so assegurados aos do sexo feminino os seguintes direitos:

    a) Ir as consultas pr-natais nas horas de trabalho; b) No desempenhar durante a gravidez, e at trs meses aps o parto,

    tarefas clinicamente desaconselhveis para o seu estado, nomeadamente as que impliquem grande esforo fsico, trepidaes, contactos com substncias txicas, posies incmodas e transportes inadequados, sem que tal implique diminuio de retribuio;

    c) Faltar durante noventa dias no perodo de maternidade, devendo ser sessenta gozados obrigatria e imediatamente aps o parto e os restantes trinta total ou parcialmente antes ou depois do parto;

    d) Durante a licena referida na alnea anterior, a trabalhadora mantm o direito ao pagamento mensal da retribuio tal como se estivesse ao servio. Quando a trabalhadora tiver direito ao subsdio da Previdncia, este reverter para a empresa;

  • 20

    e) Dois perodos de uma hora por dia, sem perda de retribuio, s mes que desejem aleitar os seus filhos, durante o perodo de um ano aps o parto;

    f) Quando o solicitar, ser dispensada de desempenhar tarefas no aconselhveis dois dias por ms durante o perodo menstrual.

    Clusula 49.

    (Trabalhadores menores) 1. A empresa e o pessoal dos quadros devem dentro dos mais sos princpios,

    velar pela preparao profissional dos menores. 2. A empresa deve cumprir, em relao aos menores de 18 anos de idade ao seu

    servio, as disposies legais relativas aprendizagem e formao profissional.

    3. Nenhum menor pode ser admitido sem ter sido aprovado em exame mdico, a expensas da empresa, destinado a comprovar se possui a robustez fsica necessria para as funes a desempenhar.

    4. Pelo menos uma vez por ano, a empresa deve assegurar a inspeco mdica dos menores ao seu servio, de acordo com as disposies legais aplicveis a fim de se verificar se o seu trabalho feito sem prejuzo da sua sade e do desenvolvimento fsico normal.

    5. Os resultados da inspeco referida no nmero anterior devem ser registados e assinados pelo mdico nas respectivas fichas ou em cadernetas prprias.

    Clusula 50.

    (Trabalhadores-estudantes) 1. Os trabalhadores-estudantes que, com aproveitamento, frequentem um curso

    oficial ou equivalente, beneficiaro de duas horas dirias durante o perodo de aulas, sem perda de retribuio e de quaisquer outras regalias.

    2. Os trabalhadores que pretenderem usufruir do benefcio referido no nmero anterior devero:

    a) Solicit-lo expressamente por escrito; b) Acompanhar o pedido com certificado de matrcula.

    3. A empresa tem o direito de verificar o aproveitamento escolar dos trabalhadores referidos no n 1, fazendo cessar a regalia sempre que comprovadamente se verifique impossibilidade de aproveitamento no ano lectivo, designadamente a reprovao por faltas.

    4. No final do ano lectivo em que tenham usufrudo da regalia, os trabalhadores faro prova do aproveitamento mediante apresentao do respectivo certificado.

    5. Nenhum trabalhador poder beneficiar da regalia no ano lectivo subsequente quele em que, tendo dela usufrudo, no tenha obtido aproveitamento, ressalvados os casos em que a falta de aproveitamento resulte de causa no imputvel ao trabalhador.

    6. A disposio do nmero anterior no aplicvel se o trabalhador tiver renunciado ao benefcio antes do incio do 3 perodo lectivo.

    CAPTULO XI

    (CESSAO DO CONTRATO DE TRABALHO)

    Clusula 51. (Cessao do contrato de trabalho)

    1. 0 contrato de trabalho pode cessar por: a) Mtuo acordo das partes; b) Caducidade; c) Resciso de qualquer das partes ocorrendo justa causa; d) Denncia unilateral, por parte do trabalhador.

  • 21

    2. So proibidos os despedimentos sem justa causa, actos que, por consequncia, sero nulos de pleno direito.

    3. A cessao do contrato de trabalho conferira ao trabalhador, sem prejuzo de outros devidos por fora de lei ou do presente CCTV, o direito:

    a) Ao subsdio de Natal proporcional ao tempo de trabalho efectivo prestado no ano da cessao;

    b) As frias vencidas e no gozadas, bem como ao respectivo subsdio; c) As frias proporcionais ao tempo de trabalho efectivo no ano da

    cessao e ao subsdio correspondente.

    Clusula 52. (Cessao do contrato de trabalho por mtuo acordo das partes)

    1. sempre lcito empresa e ao trabalhador fazerem cessar por mtuo acordo o contrato de trabalho, quer este tenha prazo quer no, sem observncia das obrigaes e limitaes estabelecidas e previstas neste CCTV.

    2. A cessao do contrato por mtuo acordo deve sempre constar de documento escrito, assinado por ambas as partes, em triplicado, sendo duas cpias entregues ao trabalhador, que dever enviar uma ao sindicato respectivo.

    3. Neste documento podem constar outros efeitos acordados entre as partes, desde que no contrariem as leis gerais do trabalho.

    4. So nulas as clusulas do acordo revogatrio segundo as quais as partes declarem que o trabalhador no pode exercer direitos adquiridos ou reclamar crditos vencidos.

    5. No prazo de sete dias a contar da data da assinatura do documento referido no n 2 desta clusula, o trabalhador poder revog-lo unilateralmente, reassumindo o exerccio do seu cargo.

    6. No caso de exercer o direito referido no nmero anterior, o trabalhador perder a antiguidade que tinha data do acordo revogatrio, a menos que faa prova de que a declarao de revogar o contrato foi devida a dolo ou coaco da outra parte.

    Clusula 53.

    (Cessao do contrato de trabalho por caducidade) 1. 0 contrato de trabalho caduca nos casos previstos nos termos gerais de

    direito, nomeadamente: a) Expirado o prazo por que foi estabelecido; b) Verificando-se impossibilidade superveniente, absoluta e definitiva, de

    o trabalhador prestar o seu trabalho ou de a empresa o receber; c) Com a reforma do trabalhador.

    2. Nos casos previstos na alnea b) do n 1, s se considera verificada a impossibilidade quando ambos os contraentes a conheam ou devam conhecer.

    Clusula 54.

    (Cessao do contrato de trabalho por despedimento promovido pela empresa ocorrendo justa causa)

    1. So proibidos os despedimentos sem justa causa ou por motivos polticos ou ideolgicos.

    2. Verificando-se justa causa, o trabalhador pode ser despedido, quer o contrato tenha prazo ou no.

    3. Nas aces judiciais de impugnao de despedimento compete empresa a prova de existncia da justa causa invocada.

    4. Considera-se justa causa o comportamento culposo do trabalhador que, pela sua gravidade e consequncias, torne imediata e praticamente impossvel a subsistncia da relao de trabalho.

  • 22

    5. 0 despedimento com justa causa depender sempre de processo disciplinar e s poder efectuar-se nos termos da lei.

    6. Verificando-se nulidade do despedimento por inexistncia de justa causa, o trabalhador tem o direito de optar entre a reintegrao na empresa e a indemnizao estabelecida na lei.

    Clusula 55.

    (Cessao do contrato de trabalho por iniciativa do trabalhador ocorrendo justa causa)

    1. 0 trabalhador pode rescindir o contrato, sem observncia de aviso prvio, nos seguintes casos:

    a) Necessidade de cumprir obrigaes legais incompatveis com a continuao ao servio;

    b) Falta culposa do pagamento pontual da retribuio na forma devida; c) Violao culposa das garantias legais e convencionais do trabalhador; d) Aplicao de sano abusiva; e) Falta culposa de condies de higiene e segurana do trabalho; f) Leso culposa de interesses patrimoniais do trabalhador ou ofensa a

    sua honra e dignidade. 2. A cessao do contrato nos termos das alneas b) e f) do nmero anterior

    confere ao trabalhador o direito indemnizao estabelecida na lei.

    Clusula 56. (Cessao do contrato de trabalho por denncia unilateral por parte do

    trabalhador) 1. 0 trabalhador tem direito a rescindir o contrato de trabalho por deciso

    unilateral, devendo comunic-la, por escrito, com a antecedncia de trinta ou sessenta dias, conforme tenha menos ou mais de dois anos de antiguidade na empresa.

    2. Se o trabalhador no cumprir, total ou parcialmente, o prazo de aviso prvio, pagar outra parte, a titulo de indemnizao, o valor de retribuio correspondente ao perodo de aviso prvio em falta.

    3. 0 abandono do lugar equivalente resciso do contrato por parte do trabalhador sem aviso prvio.

    4. Considera-se haver abandono de lugar quando, a no comparncia do trabalhador ao servio durante seis dias consecutivos, sem que apresente qualquer justificao, no responda no prazo de quinze dias a carta registada com aviso de recepo que a empresa lhe env iar procurando saber as razes da sua ausncia.

    5. Os efeitos previstos nos ns 3 e 4 s sero susceptveis de reviso se o trabalhador vier a demonstrar, de maneira inequvoca, a sua incapacidade de dar cumprimento, em devido tempo, ao disposto nesta matria.

    CAPTULO XII

    (PODER DISCIPLINAR)

    Clusula 57. (Sanes disciplinares)

    1. A inobservncia, por parte dos trabalhadores, das normas constantes do presente CCTV ser punida com as penalidades seguintes:

    a) Repreenso b) Repreenso registada; c) Multa at 10% da retribuio diria, pelo prazo mximo de dez dias,

    no podendo exceder em cada ano civil cinco dias de retribuio;

  • 23

    d) Suspenso sem vencimento at dez dias, no podendo em cada ano civil exceder o total de vinte dias;

    e) Despedimento. 2. As penalidades nos termos das alneas c) e e) do nmero anterior s podem

    ser aplicadas na sequncia de processo disciplinar. 3. Da deciso do processo disciplinar cabe sempre recurso, a interpor no prazo

    de dez dias e com efeito suspensivo, para a comisso paritria, prevista neste CCTV, excepto se a sano aplicada tiver sido a referida na alnea c) do n 1 desta clusula, que ficar sujeita ao disposto na clusula 60.

    4. A sano disciplinar deve ser proporcional gravidade da infraco e culpabilidade do infractor ou no podendo aplicar-se mais do que uma pela mesma infraco.

    Clusula 58.

    (Sanes abusivas) 1. Consideram-se sanes abusivas as sanes disciplinares motivadas pelo

    facto de o trabalhador: a) Haver reclamado legitimamente contra as condies de trabalho; b) Recusar-se a cumprir ordens a que no deva obedincia; c) Exercer ou candidatar-se a funes em organismos sindicais ou de

    Previdncia, de delegado sindical ou de membro de comisso de trabalhadores;

    d) Em geral, exercer, ter exercido, pretender exercer ou invocar os direitos e garantias que lhe assistem.

    2. At prova em contrrio, presume-se abusivo o despedimento ou a aplicao de qualquer sano quando levada a efeito at seis meses aps qualquer dos factos mencionados nas alneas a), b) e c) do nmero anterior.

    Clusula 59.

    (Consequncia da aplicao de sanes abusivas) A aplicao de alguma sano abusiva, nos termos da clusula anterior, para alm de responsabilizar a empresa por violao das leis do trabalho, d direito ao trabalhador lesado a ser indemnizado nos termos gerais, com as alteraes seguintes:

    a) Se a sano consistir no despedimento, a indemnizao no ser inferior estabelecida no n 6 da clusula 54;

    b) Tratando-se de suspenso em multa, a indemnizao no ser inferior a dez vezes a importncia da retribuio perdida.

    Clusula 60.

    (Tramitao processual disciplinar) 1. Nos casos em que se verifique comportamento passvel de sano disciplinar,

    a empresa, nos trinta dias teis posteriores ao conhecimento da infraco por parte da entidade patronal ou rgos com poderes delegados, comunicar por escrito ao trabalhador e comisso de trabalhadores a inteno de proceder disciplinarmente.

    2. 0 processo disciplinar ser escrito e iniciar-se- com a nota de culpa da qual conste a descrio fundamentada dos factos imputados ao trabalhador, no prazo mximo de trinta dias aps a comunicao referida no nmero anterior.

    3. 0 trabalhador dispe do prazo mximo de quinze dias para deduzir por escrito os elementos considerados relevantes para o esclarecimento da verdade.

    4. Os prazos referidos nos ns 2 e 3 so reduzidos a oito dias nos casos em que houver suspenso preventiva do trabalhador.

    5. A acusao tem de ser fundamentada na violao dos princpios, deveres e garantias das partes consignadas no presente CCTV e na le i geral e a nota de

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    culpa transmitida ao arguido por escrito, com aviso de recepo ou termo de entrega.

    6. A instruo ter de ser concluda no prazo mximo de quarenta e cinco dias, aps a recepo da nota de culpa pelo arguido, podendo este prazo ser prorrogado apenas nos casos em que tal seja do interesse do trabalhador.

    7. Finda a instruo, o processo ser presente por cpia comisso de trabalhadores, a qual se pronunciar no prazo mximo de oito dias.

    8. Decorrido o prazo referido no nmero anterior, a empresa proferir no prazo de oito dias a deciso, ponderando todas as circunstncias do caso e referenciando obrigatoriamente as razes aduzidas num e noutro sentido pela comisso de trabalhadores.

    9. A deciso fundamentada constar de documento escrito de que sero sempre entregues duas cpias ao trabalhador e uma comisso de trabalhadores, estando o processo, a partir desta altura, para vir disposio do trabalhador.

    10. Quando a sano aplicada for o despedimento, o documento referido no nmero anterior ser igualmente remetido ao sindicato pelo trabalhador.

    11. Caso a deciso fundamentada da comisso de trabalhadores seja contrria ao despedimento, o trabalhador dispe de um prazo de trs dias a contar da deciso do despedimento para requerer judicialmente a suspenso do mesmo.

    12. Quando no haja comisso de trabalhadores, o trabalhador dispe da faculdade de pedir a suspenso do despedimento nos termos do nmero anterior.

    13. Quando no haja audio verbal do trabalhador arguido, facultado a este o direito de se fazer acompanhar por um jurista ou um representante sindical.

    CAPTULO XIII

    (APOIO AOS TRABALHADORES)

    Clusula 61. (Higiene e segurana no trabalho)

    1. A empresa instalar o seu pessoal em boas condies de higiene e dever prover os locais de trabalho com os indispensveis requisitos de segurana.

    2. Aos trabalhadores que laborem com leos e combustveis ou sujeitos a humidade e intemprie, a empresa obriga-se a fornecer gratuitamente equipamento de proteco, designadamente botas de borracha forradas, tamancos, luvas de borracha, calas e casaco PVC equipado com capuz.

    3. Qualquer das partes poder apresentar proposta de criao de uma comisso de higiene e segurana e respectivo regulamento, devendo as negociaes iniciar-se no prazo de 30 dias aps a recepo daquela.

    Clusula 61.-A

    (Condies de trabalho) 1. As viaturas a adquirir pelas empresas transportadoras para transporte

    internacional sero obrigatoriamente dotadas de um sistema que permita o aquecimento a gasleo da cabina quando o motor est parado.

    2. Nas viaturas que componham as frotas das empresas transportadoras data da entrada em vigor deste acordo ser instalado equipamento do mesmo tipo, at 15 de Novembro de 1986.

    3. Exceptuam-se as viaturas afectas exclusivamente ao transporte dentro da Pennsula Ibrica.

  • 25

    Clusula 62. (Complemento de subsdio de doena)

    (Base I das PRT publicadas no Boletim do Trabalho e Emprego, ns 16 e 26, de 1977) (Controvertida)

    Clusula 63. (Complemento de penso por acidente de trabalho ou doena

    profissional) (Base I das PRT publicadas no Boletim do Trabalho e Emprego, ns 16 e 26, de 1977) (Convertida)

    Clusula 64. (Incapacidade permanente por acidente de trabalho ou doena

    profissional) 1. Em caso de incapacidade permanente, parcial ou absoluta para o trabalho

    habitual e proveniente de acidente de trabalho ou doena profissional ao servio da empresa, esta diligenciar conseguir a reconverso dos diminudos para funo compatvel com as diminuies verificadas.

    2. Sempre que possvel, a reconverso ser feita para uma categoria equiparada no respeitante remunerao. Ter sempre de haver acordo escrito entre o trabalhador e a empresa.

    Clusula 65.

    (Apoio por apreenso de licena de conduo) 1. A todos os motoristas a quem haja sido apreendida a licena por razes de

    servio em actos cometidos no exerccio ou por causa do exerccio das suas funes, ser garantido trabalho em qualquer outro sector da empresa compatvel com as suas aptides sem diminuio da sua retribuio normal.

    2. Esta responsabilidade cessa se, em processo disciplinar, vier a apurar culpa grave do trabalhador.

    Clusula 66.

    (Ocorrncias fora do Pas) 1. Quando o trabalhador se encontre fora do Pas por motivo de servio e for

    vtima de acidente de trabalho ou acometido de doena comprovada por atestado mdico, tem direito, custa da empresa, na medida em que no lhe for atribudo subsdio equivalente por fora da legislao nacional ou acordo internacional:

    a) A todos os cuidados mdicos de que possa ter efectivamente necessidade;

    b) A qualquer outro subsdio a que tenha direito pela legislao nacional aplicvel, no caso de o acidente de trabalho ou a doena se ter verificado do Pas;

    c) Ao alojamento e alimentao at que o seu estado de sade lhe permita regressar ao local da sua residncia. A responsabilidade da empresa pelo pagamento das despesas referidas nesta alnea fica limitada a seis meses, nos casos em que se conclua que a doena do trabalhador resulta de um estado interior e se teria declarado mesmo que o trabalhador no sasse do Pas;

    d) A viagem de regresso ao local da sua residncia e, no caso de falecimento, para o local a indicar pela famlia ou por quem a represente desde que seja em Portugal Continental;

  • 26

    e) Ao pagamento das despesas com a deslocao de um familiar para o acompanhar, inclusiv no regresso, em caso de absoluta necessidade e s quando requerido pelos servios clnicos em que o trabalhador esteja a ser assistido e como condio necessria para o tratamento.

    2. Quando a viagem for interrompida por causa independente da vontade do trabalhador e lhe seja impossvel regressar com veculo que conduz ao local da sua residncia, o trabalhador tem direito a viagem de regresso custa da empresa. A viagem de regresso far-se- com conformidade com as instrues da empresa e de acordo com o trabalhador.

    CAPTULO XIV

    (COMISSO PARITRIA)

    Clusula 67. (Comisso paritria)

    1. Ser constituda uma comisso paritria, com sede em Lisboa, que integrar dois elementos de cada uma das partes outorgantes, os quais podero ser assessorados.

    2. Cada parte indicar outra, por escrito, nos trinta dias subsequentes entrada em vigor deste CCTV, os nomes dos respectivos representantes na comisso paritria. Conjuntamente com os representantes efectivos sero designados dois suplentes para substituir os efectivos em casos de impedimento.

    3. Tanto os elementos efectivos como os suplentes podem ser substitudos a qualquer tempo pela parte que os mandatou.

    4. A comisso paritria ter, designadamente, as seguintes atribuies: a) Interpretao do presente CCTV; b) Deliberao sobre questes de natureza tcnica, nomeadamente a

    criao de novas categorias profissionais e sua integrao a tabela salarial;

    c) Deliberao sobre os recursos interpostos nos termos do n 3 da clusula 57.

    5. As deliberaes da comisso paritria relativamente a questes da competncia atribuda por fora da alnea a) do nmero anterior constituem a interpretao autntica do presente CCTV.

    6. A comisso paritria s poder deliberar com a presena de, pelo menos, um representante de cada uma das partes, e para deliberao s poder pronunciar-se igual nmero de elementos de cada parte.

    7. As deliberaes da comisso paritria no podem contrariar a lei ou a substncia deste CCTV e so tomadas por maioria dos elementos presentes com direito a voto nos termos do n 6, sendo de imediato aplicveis, salvo se tiverem de ser comunicadas ao Ministrio do Trabalho para efeitos de publicao.

    8. 0 expediente ser assegurado pela associao patronal. 9. A comisso paritria estar apta a funcionar logo que cada uma das partes de

    cumprimento ao disposto no n 2. 10. Na sua primeira reunio a comisso paritria elaborar o respectivo

    regulamento de funcionamento.

    CAPTULO XV (DISPOSIES DIVERSAS)

    Clusula 68.

    (Transmisso do estabelecimento) 1. A posio que dos contratos de trabalho corre para a empresa transmite-se ao

    adquirente, quaisquer ttulo, do estabelecimento onde os trabalhadores

  • 27

    exeram a sua actividade, salvo se, antes da transmisso, o contrato de trabalho houver deixado de vigorar nos termos legais ou se tiver havido acordo entre o transmitente e o adquirente no sentido de os trabalhadores continuarem ao servio daquele noutro estabelecimento, sem prejuzo das indemnizaes previstas na lei.

    2. 0 adquirente do estabelecimento solidariamente responsvel pelas obrigaes do transmitente vencidas nos seis meses anteriores transmisso, ainda que respeitem a trabalhadores cujos contratos que hajam cessado, desde que reclamadas at ao momento da transmisso.

    3. Para efeitos do n 2, dever o adquirente, durante os trinta dias anteriores transmisso, fazer afixar um aviso nos locais de trabalho, no qual se d conhecimento aos trabalhadores de que devem reclamar os seus crditos.

    4. 0 disposto na presente clusula aplicvel, com as necessrias adaptaes, a quaisquer actos ou estados que envolvam a transmisso de explorao do estabelecimento.

    Clusula 69.

    (Falncia ou insolvncia) 1. A declarao judicial da falncia ou insolvncia da empresa no faz caducar os

    contratos de trabalho. 2. 0 administrador da falncia ou da insolvncia satisfar integralmente as

    retribuies que se forem vencendo, se o estabelecimento no for encerrado e enquanto o no for.

    3. A cesso dos contratos de trabalho, no caso revisto nesta clusula, fica sujeito ao regime geral estabelecido na lei.

    Clusula 70.

    (No cumprimento das disposies relativas ao horrio de trabalho) 1. A falta de horrio de trabalho, a sua no apresentao quando tal obrigao

    seja da responsabilidade da empresa, a infraco do horrio de trabalho ou a inexistncia do livrete de registo de trabalho para horrio mvel e trabalho extraordinrio implicam para a empresa uma multa mnima de 10.000$00.

    2. A no apresentao do livrete de trabalho, a infraco ao horrio de trabalho, a falta de preenchimento ou da assinatura dos relatrios semanais, o seu preenchimento com fraude, as rasuras e emendas regulares feitas, quando com culpa do trabalhador, implicam para este uma multa no inferior a 10% do seu salrio mensal.

    3. Para alm do previsto nos nmeros anteriores, as infraces cometidas pela empresa sero punidas nos termos do regime jurdico da durao do trabalho.

    Clusula 71.

    (Manuteno de regalias anteriores e prevalncia de normas) 1. Da aplicao da presente conveno no podero resultar quaisquer

    prejuzos para os trabalhadores, designadamente baixa ou mudana de categoria ou classe, bem como a diminuio de retribuio e no outras regalias de carcter regular ou permanente contempladas neste CCTV.

    2. Quaisquer condies mais favorveis que venham a ser estabelecidas por via administrativa para as categorias profissionais abrangidas por este contrato passam a fazer parte integrante do mesmo.

    Clusula 72.

    (Prazo para adaptao do seguro) As empresas que no tiverem o seguro nos termos da clusula 47-B (Seguro do pessoal deslocado no estrangeiro) devem adapt-lo no prazo de 30 dias a contar da data da publicao do presente CCTV.

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    Clusula 73. (Produo de efeitos)

    Os valores das tabelas salariais resultantes das prximas revises, produziro efeitos a partir de 1 de Janeiro de 1991, respectivamente.

    Clusula 74. (Regime de trabalho deslocados estrangeiro)

    1. Para que os trabalhadores possam trabalhar nos transportes internacionais rodovirios de mercadorias, dever existir um acordo mtuo para o efeito. No caso de o trabalhador aceitar, a empresa tem de respeitar o estipulado nos nmeros seguintes.

    2. Os trabalhadores que iniciem o seu trabalho neste regime devem ter uma formao tcnica adequada.

    3. Aps acordo prvio, entre o trabalho e a empresa, e desde que se verifique que o trabalhador no disponha de formao profissional adequada para o desempenho da sua funo, o mesmo deixar de a exercer.

    4. Nenhum trabalhador que complete 50 anos de idade ou 20 anos de servio neste poder ser obrigado a permanecer nele.

    5. Qualquer trabalhador que comprove, atravs de atestado mdico reconhecido pelos servios de medicina no trabalho, a impossibilidade de continuar a trabalhar neste regime, passa imediatamente a trabalhar noutro tipo de trabalho, dentro das possibilidades da empresa.

    6. No caso referido no n4 desta clusula, a empresa colocar o trabalhador noutro tipo de trabalho ou noutra funo, mesmo que para tal haja necessidade de reconverso, nunca podendo o trabalhador vir a receber remunerao inferior.

    7. Os trabalhadores tm direito a uma retribuio mensal, que no ser inferior a remunerao correspondente a duas horas de trabalho extraordinrio por dia.

    8. A estes trabalhadores, de acordo com o estabelecido no nmero anterior, no lhes aplicvel o disposto nas clusulas 39 (Retribuio de trabalho nocturno) e 40 (Retribuio de trabalho extraordinrio).

    9. 0 nmero de cargas e descargas das mercadorias transportadas neste regime no pode ser superior ao estabelecido na lei.

    Clusula 75.

    (Seguro) 1. A partir de Outubro, qualquer das partes poder apresentar uma proposta

    relativa criao e regulamentao de um seguro que garanta a cada motorista, em caso de invalidez permanente ou morte, um prmio equivalente a um montante calculado em funo da retribuio mensal, varivel de acordo com a antiguidade do trabalhador e, se for o caso, com o grau de incapacidade.

    2. As negociaes iniciar-se-o dentro dos 30 dias seguintes recepo da proposta.

    CAPTULO XVI

    (Disposies finais e transitrias)

    Clusula 76. (Disposio transitria)

    Todos os trabalhadores que data da publicao da presente reviso do CCTV tenham a categoria profissional de Chefe de Estao ou Chefe de Central passam automaticamente para a categoria de Operador de Trfego, assim como os que

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    tm a categoria de Chefe de Movimento passam para a categoria de Chefe de Trfego.

    ANEXO I (CATEGORIAS PROFISSIONAIS)

    Director de servios o trabalhador que estuda, organiza, dirige e coordena, nos limites do poder de que est investido, as actividades da empresa ou de um ou vrios dos seus departamentos. Chefe de escritrio 0 trabalhador que estuda, planifica, organiza, dirige, coordena e controla, dentro dos limites dos poderes de que est investido, as actividades de um ou vrios dos seus departamentos, dirigindo e supervisionando os trabalhadores que lhe esto adstritos. Exerce funes tais como: colabora na determinao da poltica da empresa e planeia a utilizao mais conveniente dos meios humanos, materiais e financeiros adstritos ao rgo a que pertence; dirige e fiscaliza as actividades que dele dependem, elabora planos de actuao e assegura o seu cumprimento; vela pelo cumprimento das polticas definidas e das normas e regulamentos em vigor, bem como dos preceitos legais; prope a aquisio de equipamento e materiais e a admisso de pessoal necessrio ao bom funcionamento dos servios; Cria e assegura uma boa estrutura administrativa que permita explorar e dirigir os vrios rgos que supervisiona; colabora na fixao da poltica financeira e exerce a verificao dos custos. Analista de sistemas o trabalhador que concebe e projecta, no mbito do tratamento automtico da informao, o sistema que melhor responda aos fins em vista, tendo em conta os meios de tratamento disponveis, consulta os interessados a fim de recolher elementos elucidativos dos objectivos que se tem em vista, determina se possvel e economicamente rentvel um sistema de tratamento automtico de informao, examina os dados obtidos, determina qual a informao a ser recolhida, com que periodicidade e em que ponto do seu circuito, bem como a forma e a frequncia como devem ser apresentados os resultados, determina as modificaes a introduzir necessrias a normalizao dos dados e as transformaes a fazer na sequncia das operaes, prepara ordinogramas e outras especificaes para o programador, efectua os testes a fim de se certificar se o tratamento automtico da informao se adapta aos fins em vista e, caso contrrio, introduz as modificaes necessrias. Pode ser incumbido de dirigir a preparao dos programas. Pode coordenar os trabalhos das pessoas encarregadas de executar as fases sucessivas das operaes da anlise do problema. Pode dirigir e coordenar a instalao de sistemas de tratamento automtico de informao. Chefe de departamento o trabalhador que estuda, organiza, dirige e coordena, sob a orientao do seu superior hierrquico, num ou vrios dos departamentos da empresa, as actividades que lhe so prprias: exercer, dentro do departamento que chefia e nos limites da sua competncia, funes de direco, orientao e fiscalizao do pessoal sob as suas ordens e de planeamento das actividades do departamento, segundo as orientaes e fins definidos. Contabilista o trabalhador que organiza e dirige os servios de contabilidade e d conselhos sobre problemas de natureza contabilstica; estuda a planificao dos circuitos contabilsticos, analisando os diversos sectores de actividade da empresa, de forma a assegurar uma recolha de elementos precisos, com vista a determinao de custos e resultados da explorao; elabora o plano e contas a utilizar para a obteno dos elementos mais adequados gesto econmico-financeira e cumprimento da legislao comercial e fiscal; supervisiona a

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    estruturao dos registos e livros de contabilidade, coordenando, orientando e dirigindo os trabalhadores encarregados dessa execuo; fornece os elementos contabilsticos necessrios a definio da poltica oramental e organiza e segura o controlo da execuo do oramento; elabora ou certifica os balancetes e outras informaes contabilsticas a submeter a administrao ou a fornecer a servios pblicos; procede ao apuramento de resultados, dirigindo o encerramento das contas e a elaborao do respectivo balano, que apresenta e assina; elabora o relatrio explicativo que acompanha a apresentao de contas e fornece indicadores para esse fim; efectua as revises contabilsticas necessrias, verificando os livros ou registos, para se certificar da correco da respectiva escriturao. E o responsvel pela contabilidade da empresa, a que se refere o Cdigo da Contribuio Industrial, perante a Direco-Geral das Contribuies e Impostos. Chefe de diviso ou servios o trabalhador que dirige ou chefia o sector de servios. Tesoureiro o trabalhador que dirige a tesouraria, em escritrios em que haja departamento prprio, tendo a responsabilidade dos valores de caixa que lhe esto confiados; verifica as diversas caixas e confere as respectivas existncias; prepara os fundos para serem depositados nos bancos e toma as disposies necessrias para os levantamentos. Verifica periodicamente se os montantes e valores em caixa coincidem com os que os livros indicam. Pode por vezes autorizar certas despesas e executar outras tarefas relacionadas com operaes financeiras. Programador o trabalhador que estabelece programas que se destinam a comandar operaes de tratamento automtico de informao por computador, recebe as especificaes e instrues preparadas pelo analista de sistemas, incluindo todos os dados elucidativos dos objectivos a atingir, prepara os ordinogramas e procede a codificao dos programas, escreve instrues para computador, procede a testes para verificar a validade do programa e introduz-lhe alteraes, sempre que necessrio, apresenta os resultados obtidos sob a forma de mapas, cartes perfurados, suportes magnticos ou por outros processos. Pode fornecer informaq0es escritas para o pessoal encarregado de trabalhar com o computador. Chefe de seco o trabalhador que assegura o funcionamento de uma seco, dirigindo e supervisionando o pessoal que lhe est adstrito, accionando e controlando as actividades que lhe so prprias, sob a orientao do superior hierrquico. Guarda-livros o trabalhador que se ocupa da escriturao de registos ou do livro de contabilidade, gerais ou especiais, analticos ou sintticos, selados ou no selados, executando, nomeadamente, trabalhos contabilsticos relativos ao balano anual e apuramento dos resultados da explorao e do exerc cio. Pode colaborar nos inventrios das existncias, preparar ou mandar preparar extractos de contas simples ou com juros, executar trabalhos conexos. No havendo seco prpria de contabilidade, superintende os respectivos servios e tem a seu cargo a elaborao dos balanos e escriturao dos livros selados ou e responsvel pela boa ordem e execuo dos trabalhos. Encarregado electricista o trabalhador electricista com a categoria de oficial que controla e dirige os servios nos locais de trabalho.

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    Encarregado metalrgico o trabalhador que tem sob a sua orientao todos os trabalhadores do sector metalrgico. Programador mecanogrfico o trabalhador que estabelece os programas de execuo dos trabalhos mecanogrficos para cada mquina ou conjunto de mquinas funcionando em interligao, segundo as directrizes recebidas dos tcnicos mecanogrficos; elabora organogramas de painis e mapa de codificao; estabelece as fichas de dados e de resultados. Chefe de movimento o trabalhador que orienta e dirige parte do movimento de camionagem em zonas de trfego determinadas; coordena os servios de transporte pblico e o controlo do estado de limpeza interior e exterior de viaturas, indicativos de destino ou desdobramento, cumprimento e afixao de horrios e tabelas, reviso de bilhetes, passes sociais ou outros ttulos de transporte; coordena e acompanha o movimento das estaes; controla e informa sobre reclamaes de bagagem despachada (perda, violao, desvio, etc.) bem como outras reclamaes de utentes do servio pblico; dirige o movimento em feiras, festas ou mercados, sempre que se justifique; prope actuaes execuo do movimento da rea; controla a actuao dos agentes. Secretria de direco - o trabalhador que se ocupa do secretariado especfico da administrao ou direco da empresa. Competem-lhe, normalmente, as seguintes funes: assegurar por sua prpria iniciativa o trabalho de rotina do gabinete; recepo, registo, classificao, distribuio e emisso de correspondncia externa ou interna, leitura e traduo da correspondncia recebida, juntando a correspondncia anterior sobre o mesmo assunto e organizando o respectivo processo; dar colaborao ao responsvel do rgo que secretaria na recolha e anlise de informaes e preparar a redaco de documentos a emitir; redigir a correspondncia e outros documentos, eventualmente em francs ou ingls; organizar, manter e actualizar o arquivo ou arquivos do rgo de secretaria;. dactilografar relatrios, actas, cartas, ofcios e comunicaes; preparar reunies de trabalho e redigir as respectivas actas; coordenar trabalhos auxiliares de secretariado, tais como dactilografia, retrografia de textos, expedio de correio, etc. Como habilitaes escolares mnimas e exigido o curso superior de secretariado ou curso superior equivalente. Escriturrio principal o trabalhador que, pela sua experincia, conhecimento e aptido, possui um nvel de qualificao que permite que lhe seja conferida autonomia e atribuio de competncia especfica na execuo das tarefas mais complexas do mbito da seco em que trabalha, cuja realizao pode implicar formao especfica, no mbito da profisso de escriturrio, podendo ainda coordenar o trabalho de outros profissionais de qualificao inferior em equipas constitudas para tarefas bem determinadas. Oficial principal (metalrgico ou electricista) o trabalhador que, pelo seu grau de experincia, conhecimento e aptido, possui um nvel de qualificao que