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CONTRATO DE PARCERIA PÚBLICA ENTRE O ESTADO PORTUGUÊS E O CONJUNTO DOS MUNICÍPIOS DE ÁGUEDA, ALBERGARIA-A- VELHA, AVEIRO, ESTARREJA, ÍLHAVO, MURTOSA, OLIVEIRA DO BAIRRO, OVAR, SEVER DO VOUGA, VAGOS Considerando que a Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, estabelece, no seu artigo 8.º, que a administração central e as autarquias locais podem estabelecer entre si, sem prejuízo das suas competências próprias, formas adequadas de parceria para melhor prossecução do interesse público, determinando, no seu n.º 2, que os contratos relativos ao exercício de competências municipais em regime de parceria estabelecem obrigatoriamente o modo de participação das partes na elaboração dos programas e na gestão dos equipamentos ou dos serviços públicos correspondentes, bem como os recursos financeiros necessários. Considerando que a preocupação que subjaz àquela norma, bem como o respectivo modelo de gestão dos serviços, foram reiterados pelo artigo 54.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro, que prevê a celebração de parcerias públicas, permitindo que a administração central e a administração local actuem de forma coordenada na prossecução do interesse público, sem prejuízo das suas competências próprias, mediante prévia definição das competências a exercer em parceria, das obrigações das partes, da duração e do regime de distribuição de custos e de afectação de recursos financeiros. Considerando a necessidade de implementação do Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais para o período de 2007-2013 (PEAASAR II). Considerando o disposto no Decreto-Lei nº 90/2009, de 9 de Abril, que estabelece o regime das parcerias entre o Estado e as autarquias locais no âmbito da exploração e gestão de sistemas municipais de abastecimento público de água, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos. Considerando a necessidade de resolução eficaz dos problemas de infra-estruturação e gestão dos serviços de abastecimento público de água para consumo humano e de saneamento de águas residuais urbanas junto dos utilizadores finais.

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CONTRATO DE PARCERIA PÚBLICA ENTRE O ESTADO PORTUGUÊS

E O CONJUNTO DOS MUNICÍPIOS DE ÁGUEDA, ALBERGARIA-A-

VELHA, AVEIRO, ESTARREJA, ÍLHAVO, MURTOSA, OLIVEIRA DO

BAIRRO, OVAR, SEVER DO VOUGA, VAGOS

Considerando que a Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, estabelece, no seu artigo 8.º,

que a administração central e as autarquias locais podem estabelecer entre si, sem

prejuízo das suas competências próprias, formas adequadas de parceria para melhor

prossecução do interesse público, determinando, no seu n.º 2, que os contratos

relativos ao exercício de competências municipais em regime de parceria estabelecem

obrigatoriamente o modo de participação das partes na elaboração dos programas e

na gestão dos equipamentos ou dos serviços públicos correspondentes, bem como os

recursos financeiros necessários.

Considerando que a preocupação que subjaz àquela norma, bem como o respectivo

modelo de gestão dos serviços, foram reiterados pelo artigo 54.º da Lei n.º 2/2007, de

15 de Janeiro, que prevê a celebração de parcerias públicas, permitindo que a

administração central e a administração local actuem de forma coordenada na

prossecução do interesse público, sem prejuízo das suas competências próprias,

mediante prévia definição das competências a exercer em parceria, das obrigações das

partes, da duração e do regime de distribuição de custos e de afectação de recursos

financeiros.

Considerando a necessidade de implementação do Plano Estratégico de Abastecimento

de Água e de Saneamento de Águas Residuais para o período de 2007-2013 (PEAASAR

II).

Considerando o disposto no Decreto-Lei nº 90/2009, de 9 de Abril, que estabelece o

regime das parcerias entre o Estado e as autarquias locais no âmbito da exploração e

gestão de sistemas municipais de abastecimento público de água, de saneamento de

águas residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos.

Considerando a necessidade de resolução eficaz dos problemas de infra-estruturação e

gestão dos serviços de abastecimento público de água para consumo humano e de

saneamento de águas residuais urbanas junto dos utilizadores finais.

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Considerando que as tarifas mais elevadas actualmente praticadas na região permitirão,

se aplicadas até 2014 de modo homogéneo em todos os municípios, assegurar a

recuperação tendencial do custo efectivo do serviço, em linha com o princípio

consagrado na Lei da Água.

O Estado Português, neste acto representado por S. Exa. o Ministro do Ambiente, do

Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, …, doravante designado por

primeiro outorgante, e

Os seguintes municípios,

Município de Águeda, neste acto representado por S. Exa., o Presidente da Câmara

Municipal, ...

Município de Albergaria-a-Velha, neste acto representado por S. Exa., o Presidente da

Câmara Municipal, …

Município de Aveiro, neste acto representado por S. Exa., o Presidente da Câmara

Municipal, …,

Município de Estarreja, neste acto representado por S. Exa., o Presidente da Câmara

Municipal, …,

Município de Ílhavo, neste acto representado por S. Exa., o Presidente da Câmara

Municipal, …,

Município de Murtosa, neste acto representado por S. Exa., o Presidente da Câmara

Municipal, …,

Município de Oliveira do Bairro, neste acto representado por S. Exa., o Presidente da

Câmara Municipal, …,

Município de Ovar, neste acto representado por S. Exa., o Presidente da Câmara

Municipal, …,

Município de Sever do Vouga, neste acto representado por S. Exa., o Presidente da

Câmara Municipal, …,

Município de Vagos, neste acto representado por S. Exa., o Presidente da Câmara

Municipal, …,

Doravante, em conjunto, designados por segundos outorgantes ou Municípios,

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Celebram o presente Contrato de Parceria Pública, doravante designado por

Parceria ou Contrato, nos termos do seguinte clausulado e respectivos anexos, os

quais constituem sua parte integrante:

CAPÍTULO I

OBJECTO E REGIME DA PARCERIA PÚBLICA

Cláusula 1.ª

Sistema de Águas da Região de Aveiro

1. Os Municípios decidem agregar os respectivos sistemas municipais de

abastecimento de água para consumo público e de saneamento de águas

residuais urbanas, num sistema territorialmente integrado de águas,

denominado Sistema de Águas da Região de Aveiro (SARA) que será ainda

constituído pelas infra-estruturas e pelos equipamentos a construir pela

Entidade Gestora da Parceria referida na Cláusula 2.ª, doravante designado por

Sistema, com a extensão e os limites que decorrem da solução técnica global,

constantes do Anexo I ao presente Contrato.

2. Os sistemas municipais constituem o conjunto composto pelas infra-estruturas

e pelos equipamentos, identificados no anexo referido no número anterior,

cuja operacionalidade concorre técnica e fisicamente de forma directa para a

prestação dos serviços públicos de abastecimento de água para consumo

público e saneamento de águas residuais urbanas aos utilizadores.

Cláusula 2.ª

Regime e modalidade de gestão

1. Os Municípios, nos termos e para os efeitos do previsto no artigo 2º do

Decreto-Lei nº 90/2009, de 9 de Abril, acordam em delegar no Estado, para

exercício no quadro da Parceria, as respectivas competências municipais

relativas à gestão e à exploração dos serviços públicos de abastecimento de

água para consumo público e saneamento de águas residuais urbanas aos

utilizadores finais, doravante designados de serviços de águas relativos ao

Sistema, nos termos dos números seguintes.

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2. Os serviços de águas relativos ao Sistema serão geridos e explorados em

regime de parceria pública, nos termos da lei e das cláusulas seguintes e

correspondentes anexos, mediante a constituição conjunta de uma sociedade

anónima a integrar no sector empresarial do Estado, doravante designada por

Entidade Gestora da Parceria (EGP), na qual a AdP - Águas de Portugal, SGPS,

S.A., em representação do primeiro outorgante, detenha 51% do capital social

com direito a voto, tendo também como accionistas os municípios acima

identificados, que subscreverão o valor remanescente do capital social com

direito a voto.

3. A EGP deve ser constituída e o contrato de gestão deve ser outorgado no

prazo máximo de 2 meses após a assinatura do presente Contrato.

4. No acto de constituição da EGP, bem como na prossecução da respectiva

actividade, os outorgantes comprometem-se a assegurar o cumprimento dos

deveres estabelecidos na Parceria.

Cláusula 3.ª

Objecto e regime da Parceria

1. A gestão e a exploração dos serviços de águas relativos ao Sistema

compreendem, em regime de exclusivo no âmbito territorial descrito no

Anexo I, a concepção, o projecto, a construção, a extensão, a reparação, a

renovação, a manutenção, a aquisição das infra-estruturas e dos equipamentos,

a respectiva exploração e a prestação dos serviços de águas.

2. A prestação dos serviços de águas prevista no número anterior pode ser

efectuada directamente pela EGP ou operar através da adjudicação por esta,

mediante prévio procedimento concursal, de contratos de concessão da gestão

e exploração dos serviços de águas relativos a partes do Sistema, designados

por centros de exploração, conforme disposto no contrato de gestão.

3. A construção das infra-estruturas e equipamentos compreende também a

aquisição, por via do direito privado ou de expropriação, dos terrenos

necessários à sua implantação e, bem assim, a constituição das necessárias

servidões.

4. Permanecem na responsabilidade de cada um dos municípios os seguintes

riscos:

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a) Toda e qualquer responsabilidade ambiental que seja suscitada

relativamente às infra-estruturas que foram integradas no plano de

investimentos da EGP, com origem em situações que remontem a data

anterior à da conclusão dos respectivos investimentos de expansão nos

prazos determinados no contrato de gestão;

b) Toda e qualquer responsabilidade civil contratual ou outra decorrente de

contratos que foram afectos ao contrato de gestão, antes de tal afectação;

c) Toda e qualquer responsabilidade financeira associada ao estado das infra-

estruturas e equipamentos quando o seu estado de conservação não

corresponda à informação prestada por cada município que constitua o

segundo outorgante aquando da constituição da presente parceria.

5. Para efeitos da Parceria os Municípios afectarão ao contrato de gestão as infra-

estruturas, os equipamentos e os contratos indispensáveis à gestão e

exploração do Sistema.

6. As infra-estruturas e os equipamentos são os que constam das listagens que

constituem o Anexo II e das cláusulas 5ª e 11.ª, sem prejuízo de eventuais

acertos a efectuar no contrato de gestão.

7. Os trabalhadores da administração autárquica podem, por recurso às figuras

jurídicas que a lei prever, exercer funções na EGP.

8. Os Municípios acordam com a EGP a transmissão, a favor desta, da sua posição

em todos os instrumentos contratuais que tenham outorgado que respeitem à

concepção, à construção, ao financiamento e à gestão de sistemas municipais e

sejam indispensáveis à gestão e exploração do Sistema.

9. Sem prejuízo da respectiva responsabilidade, os Municípios devem transmitir à

EGP, mediante consentimento da competente entidade gestora, a respectiva

posição contratual nos contratos de fornecimento e de recolha que tenham

celebrado com a Associação de Municípios do Carvoeiro – Vouga, a SIMRIA –

Saneamento Integrado dos Municípios da Ria, S.A., e a Águas do Douro e Paiva,

S.A.

10. Da transmissão da posição contratual referida no número anterior não resulta

a assunção pela EGP de eventuais dívidas dos Municípios, ou responsabilidades

decorrentes de litígios ou outras com origem em factos anteriores à

transmissão.

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Cláusula 4.ª

Missões de interesse público

1. A Parceria tem por objectivo garantir a qualidade, a continuidade e a eficiência

dos serviços públicos de águas, no sentido da protecção da saúde pública, do

bem-estar das populações, da protecção do ambiente e da sustentabilidade

económico-financeira do sector, contribuindo ainda para o desenvolvimento

regional e o ordenamento do território.

2. Em virtude do disposto no número anterior, a EGP está incumbida,

essencialmente, da realização das seguintes missões de interesse público:

a) Assegurar de forma regular, contínua e eficiente, o abastecimento de água

para consumo público e o saneamento de águas residuais urbanas;

b) Promover a concepção e assegurar a construção e a exploração, nos

termos dos respectivos projectos, das infra-estruturas, instalações e

equipamentos necessários à distribuição de água para consumo público e,

quando aplicável, à captação e tratamento de água para essa finalidade, e à

recolha de águas residuais urbanas, bem como, quando aplicável, ao

respectivo tratamento e rejeição;

c) Assegurar a reparação e a renovação das infra-estruturas e instalações

referidas na alínea anterior, de acordo com as exigências técnicas e o

respeito dos parâmetros sanitários aplicáveis;

d) Controlar, sob a fiscalização das entidades competentes, os parâmetros

sanitários da água distribuída e dos efluentes tratados, salvo quando tal

atribuição tenha sido transferida para a concessionária de um centro de

exploração ou constitua responsabilidade de outra entidade gestora;

e) Assegurar a qualidade do serviço prestado e o atendimento aos utilizadores

finais.

3. Tendo em vista a prossecução das missões de interesse público enunciadas no

número anterior, a EGP gere e explora os serviços de águas relativos ao

Sistema em regime de exclusivo no âmbito territorial descrito no Anexo I.

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Cláusula 5.ª

Contratos de cedência de infra-estruturas

1. Os contratos de cedência das infra-estruturas e dos equipamentos

funcionalmente indispensáveis àquelas infra-estruturas são celebrados entre,

por um lado, cada um dos municípios que constituem os segundos outorgantes

e, por outro lado, a EGP, com menção expressa de que a cedência tem por

finalidade a gestão e a exploração do Sistema.

2. Os contratos mencionados no número anterior não transmitem a propriedade

dos bens, mas facultam à EGP os meios facultados ao possuidor nos artigos

1276.º do Código Civil, quando privada, efectiva ou potencialmente, dos seus

direitos ou perturbada no respectivo exercício.

3. Pela afectação das infra-estruturas e equipamentos mencionados no n.º 1 da

presente cláusula, a EGP pagará, a cada um dos municípios que constituem os

segundos outorgantes uma retribuição nos termos da cláusula 20.ª.

Cláusula 6.ª

Prazo

A Parceria vigora por um período de 50 anos contados a partir da data da assinatura

do contrato de gestão.

CAPÍTULO II

ESTATUTO DOS PARCEIROS

Cláusula 7.ª

Poderes dos outorgantes

1. Os outorgantes são titulares de poderes de fiscalização, direcção, autorização,

aprovação e suspensão de actos da EGP, podendo, para o efeito, emitir

directrizes e instruções vinculantes e definir as modalidades de verificação do

respectivo cumprimento.

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2. Para efeitos do exercício dos poderes referidos no número anterior, a EGP

deve enviar periodicamente à comissão referida na cláusula seguinte os

seguintes instrumentos:

a) Os planos de actividade, de investimento e financeiros quinquenais;

b) Os projectos de construção das infra-estruturas do Sistema, bem como das

respectivas alterações

c) Os orçamentos anuais de exploração, de investimento e financeiros;

d) Relatórios e contas anuais auditados por entidade independente;

e) Os projectos tarifários quinquenais.

3. A concessão de serviços pela EGP deve ser submetida à aprovação da comissão

referida na cláusula seguinte, que delibera de acordo com o definido no

respectivo regulamento de funcionamento.

Cláusula 8.ª

Comissão da Parceria

1. Os poderes dos outorgantes referidos na Parceria e no contrato de gestão a

celebrar serão exercidos pela Comissão da Parceria (CP).

2. A CP é composta por três membros, sendo um designado pelo primeiro

outorgante, outro designado pelo segundo outorgante e o terceiro designado

pelos anteriores.

3. Na impossibilidade de obtenção de acordo relativamente à designação do

terceiro elemento, o mesmo será nomeado por indicação da entidade

reguladora do sector.

4. O regulamento de funcionamento da CP constitui o Anexo III da presente

Parceria.

5. No exercício dos poderes referidos na cláusula anterior, a CP pode exigir à

EGP as informações e os documentos que considerar necessários, dispondo

ainda de livre acesso a todas as infra-estruturas, equipamentos e instalações.

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CAPÍTULO III

CONTRATO DE GESTÃO

Cláusula 9.ª

Contrato de gestão

Os outorgantes celebrarão com a EGP um contrato de gestão, regulando, em

conformidade com a Parceria, os seguintes aspectos:

a) Delimitação das actividades a prosseguir e respectivo âmbito territorial;

b) Prazo;

c) Modelo técnico, incluindo a melhor estimativa disponível do plano de

investimento global;

d) Os pressupostos de base que enformam o estudo que demonstra a viabilidade

económico-financeira do Sistema, que constituiem o Anexo IV ao presente

Contrato;

e) Listagem de infra-estruturas e equipamentos e relações jurídicas afectos à

gestão e exploração do Sistema;

f) Identificação das principais actividades a desenvolver, designadamente em

matéria de investimento, incluindo metas temporais e indicadores que

permitam aferir a respectiva realização;

g) Objectivos a atingir quanto à qualidade do serviço, designadamente de

atendimento, desempenho ambiental, produtividade e eficiência de gestão, com

indicação de um conjunto de indicadores ou referenciais que permita medir a

realização dos objectivos;

h) Procedimentos para a fixação e a revisão de tarifas;

i) Autorização e fixação de condições para a subcontratação, mediante a

celebração de contratos de prestação de serviço, das actividades de operação,

manutenção e conservação de infra-estruturas e equipamentos e atendimento

e assistência aos utilizadores dos serviços;

j) Regras a adoptar no caso de vir a operar a adjudicação de concessões de

centros de exploração;

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l) Regras e procedimentos para a modificação e a cessação do contrato.

Cláusula 10.ª

Período de instalação

1. A EGP terá um período de instalação correspondente aos seis meses seguintes

à outorga do contrato de gestão.

2. Durante o período de instalação a EGP deve, nomeadamente:

a) Instalar e preparar a estrutura da empresa, no que respeita aos recursos

humanos e aos meios técnicos e físicos, tendo em vista o seu envolvimento

global no regular funcionamento dos serviços de águas e do Sistema;

b) Desenvolver os actos preparatórios tendentes a assumir as actividades que

lhe estão atribuídas pelo contrato de gestão, designadamente a migração do

sistema comercial e a preparação do sistema de gestão de activos.

3. Durante o período de instalação a EGP pode assumir a qualidade de beneficiário

das candidaturas a fundos comunitários apresentadas no quadro da Parceria e

celebrar os respectivos contratos ou apresentar candidaturas, consoante o

caso.

Cláusula 11.ª

Activos, responsabilidades e relações jurídicas afectos ao contrato de

gestão

Com a outorga do contrato de gestão consideram-se afectos à actividade da EGP:

a) As infra-estruturas relativas à exploração, designadamente, as redes

domiciliárias de distribuição de água e de saneamento de efluentes, os ramais

de ligação e as demais infra-estruturas associadas e, quando aplicável, os

sistemas de captação, as estações de tratamento de água, a rede de adução de

água para consumo público, os colectores, emissários, interceptores, estações

elevatórias, estações de tratamento de águas residuais e emissários submarinos;

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b) Os equipamentos necessários à operação das infra-estruturas e ao controlo de

qualidade da água produzida e da qualidade sanitária do tratamento, quando

aplicável;

c) Todas as obras, máquinas e aparelhagem e respectivos acessórios utilizados

para a gestão e a exploração do Sistema não referidos nas alíneas anteriores;

d) Os imóveis adquiridos por via do direito privado ou mediante expropriação

para implantação das infra-estruturas;

e) Os direitos privativos, de propriedade intelectual e industrial, de que a EGP seja

titular;

f) Quaisquer fundos ou reservas consignados à garantia do cumprimento de

obrigações da EGP;

g) A totalidade das relações jurídicas que se encontrem em cada momento

necessariamente conexionadas com a continuidade da exploração,

nomeadamente laborais, de empreitada, de locação, de prestação de serviços,

de aprovisionamento ou de fornecimento de água ou de materiais.

Cláusula 12.ª

Propriedade dos bens e titularidade dos contratos afectos ao contrato de

gestão

1. Durante a vigência do contrato de gestão, a EGP detém a propriedade dos bens

referidos na cláusula anterior que não pertençam ao Estado e aos Municípios,

designadamente dos bens que forem por ela construídos ao abrigo da presente

Parceria, e será titular dos contratos referidos na alínea g) da cláusula anterior.

2. Os bens e os direitos afectos ao contrato de gestão só poderão ser alienados,

transmitidos por qualquer outro modo, ou onerados, após autorização

conjunta dos outorgantes.

Cláusula 13.ª

Servidões e expropriações

1. A EGP e, quando aplicável, as concessionárias dos centros de exploração

poderão constituir as servidões e requerer as expropriações necessárias à

implantação e à exploração das infra-estruturas e dos equipamentos.

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2. As servidões e expropriações dependem da aprovação dos respectivos

projectos e de despacho ou declaração de utilidade pública por parte da

assembleia municipal do município onde se situe o imóvel a onerar ou a

expropriar, correndo por conta da EGP as indemnizações a que derem lugar

Cláusula 14.ª

Prazos de construção de infra-estruturas e instalação de equipamentos

A construção das infra-estruturas e a instalação dos equipamentos associados ao plano

de investimentos inicial devem estar concluídos no prazo fixado no contrato de gestão,

tendo como referência o final de 2015.

CAPÍTULO IV

MODELO ECONÓMICO-FINANCEIRO DA PARCERIA

Cláusula 15.ª

Financiamento da EGP

1. A EGP adoptará e executará, tanto na construção das infra-estruturas, como na

correspondente exploração do serviço, o modelo de financiamento previsto no estudo

de viabilidade económico-financeira (EVEF) que estiver em vigor, conforme previsto no

contrato de gestão.

2. O modelo referido no número anterior considera o capital da EGP, as

comparticipações e subsídios atribuídos à EGP, as receitas provenientes das tarifas dos

serviços de águas, as receitas provenientes das rendas pagas pelos concessionários dos

centros de exploração, quando aplicável, e quaisquer outras fontes de financiamento,

designadamente empréstimos.

Cláusula 16.ª

Critérios para a fixação e revisão das tarifas

1. As tarifas a praticar deverão corresponder a tarifas necessárias, que se definem

como sendo as tarifas que permitem a recuperação anual de todos os custos devidos

para suporte da gestão e exploração dos serviços de águas relativos ao Sistema, em

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condições de assegurar a qualidade dos serviços, durante e após o contrato de gestão,

a sustentabilidade económico-financeira da EGP e a acessibilidade aos serviços públicos

por parte dos utilizadores finais, salvo o disposto no número seguinte.

2. O valor das tarifas a suportar pelos utilizadores finais deve ser progressivamente

uniformizado até 2014 tendo por base os princípios que determinam as trajectórias de

convergência definidos no Anexo IV, devidamente actualizado de acordo com o Índice

Harmonizado de Preços ao Consumidor (IHPC) divulgado anualmente pela entidade

responsável pela sua publicação.

3. Os tarifários a aplicar em cada um dos Municípios deverão ter a mesma estrutura

tarifária desde o primeiro ano de aplicação de convergência tarifária, não devendo

gerar um volume de proveitos inferior ao definido no Anexo IV para cada ano,

podendo ainda ser afectadas pelos efeitos:

a) Dos ajustamentos que se mostrarem necessários decorrentes da transposição para

as respectivas estruturas tarifárias das tarifas médias indicadas naquele anexo;

b) Dos ajustamentos decorrentes de eventuais cessões das posições contratuais em

contratos pré existentes;

c) Da eventual revisão dos pressupostos económico-financeiros que constituem o

Anexo IV que tenha lugar até à data de celebração do contrato de gestão.

4. Os custos referidos no n.º 1 visam:

a) Assegurar, dentro do prazo do contrato de gestão ou, em alternativa, tendo em

consideração o período de vida útil das infra-estruturas, a amortização do

investimento inicial a cargo da EGP, deduzido das comparticipações e subsídios a fundo

perdido, bem como, nos mesmos termos, a amortização do investimento de

renovação, reabilitação e substituição;

b) Assegurar a manutenção e a reparação e a renovação tecnicamente exigida de todos

os bens e equipamentos afectos ao contrato de gestão;

c) Assegurar, nos termos da alínea a), a amortização tecnicamente exigida de eventuais

novos investimentos de expansão ou modernização do Sistema especificamente

incluídos nos planos de investimento;

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d) Assegurar os encargos com as tarifas ou valores mínimos garantidos às entidades

gestoras dos sistemas multimunicipais e intermunicipais relacionados com o âmbito

territorial do Sistema;

e) Assegurar os encargos com a gestão e exploração eficiente do Sistema;

f) Assegurar os encargos com a retribuição aos Municípios nos termos da cláusula 20.ª;

g) Assegurar em cada período tarifário uma remuneração anual efectiva adequada dos

capitais investidos nos seguintes termos:

i. Durante o prazo de investimento inicial, pela aplicação ao capital social de uma

taxa correspondente à soma da rentabilidade das Obrigações de Tesouro

portuguesas a 10 anos, ou outra equivalente que a venha a substituir, com 3

pontos percentuais, sendo essa remuneração devida desde a data da realização

do capital social;

ii. Durante o restante período da parceria, uma remuneração adequada sobre o

valor do imobilizado corpóreo e incorpóreo líquidos de amortizações e de

subsídios ao investimento a uma taxa correspondente à soma da rentabilidade

das Obrigações de Tesouro portuguesas a 10 anos, ou outra equivalente que a

venha a substituir, com 3 pontos percentuais.

h) Assegurar os encargos obrigatórios, nos termos da legislação e regulamentação

aplicáveis;

i) Assegurar a recuperação dos encargos financeiros gerados no período a que se

refere a subalínea i) da alínea g).

5. Para efeitos do disposto na subalínea ii) da alínea g) do n.º 4, o imobilizado corpóreo

integra todos os bens do património da empresa, afectos a esta por via da cedência de

infra-estruturas e equipamentos, prevista na cláusula 4.ª, da aquisição a terceiros, do

investimento realizado pela EGP ao longo do prazo da Parceria, ou que, de qualquer

outra forma, passe a integrar o imobilizado a cargo da EGP, deduzido de quaisquer

subsídios ou apoios de que tenham beneficiado.

6. Durante a parceria vigorará um modelo tarifário do tipo custo de serviço, sendo a

remuneração accionista anual mínima garantida, calculada nos termos da alínea g) do

n.º 4 da presente cláusula.

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7. Sempre que as condições económico-financeiras não permitirem proceder à

distribuição dos dividendos a que os accionistas tenham direito, a remuneração

accionista ficará em dívida e será capitalizada até à data do seu pagamento, de acordo

com a mesma taxa utilizada para o cálculo da remuneração anual.

8. A estrutura tarifária compreende uma componente fixa e uma componente variável.

9. A componente fixa é um valor aplicado em função de cada intervalo temporal e visa

recuperar, tendencialmente, os custos envolvidos na disponibilização dos serviços aos

utilizadores incorridos pela EGP.

10. A componente variável é o valor unitário aplicável em função do nível de utilização

do serviço, em cada intervalo temporal, visando recuperar os custos incorridos pela

EGP não recuperados através da componente fixa.

11. O prazo a que se refere o parágrafo i) da alínea g) do n.º 4 da presente cláusula

não pode ultrapassar 10 anos a contar da data de celebração do contrato de gestão da

parceria.

Cláusula 17.ª

Desvios tarifários

1. Por desvios tarifários entende-se a diferença, quando a houver, entre o volume de

proveitos necessários à cobertura da totalidade dos custos incorridos pela EGP,

incluindo os impostos sobre os resultados da sociedade e a remuneração dos capitais

próprios, e o volume de proveitos registado em cada um dos exercícios económicos.

2. A verificar-se a situação referida no número anterior, o desvio, em concreto, deve

ser evidenciado nos documentos de prestação de contas a remeter à CP e ser objecto,

por esta, de deliberação expressa no sentido do seu reconhecimento.

3. A EGP deve reflectir integralmente nas tarifas os eventuais desvios tarifários que se

gerarem durante o primeiro período tarifário até ao termo do segundo sub período

tarifário subsequente.

4. Os desvios tarifários que se gerem durante cada sub período tarifário previsto na

alínea b) da cláusula seguinte, devem ser corrigidos, na íntegra, no sub período

subsequente.

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5. A EGP pode ceder a terceiros, para quaisquer efeitos, no todo ou em parte, o

direito a receber através das tarifas o montante do desvio tarifário, quando aplicável.

Cláusula 18.ª

Períodos tarifários

Durante a vigência do contrato de gestão existirão dois períodos tarifários, nos

seguintes termos:

a) O primeiro, correspondente ao período de convergência tarifária até 2014;

b) O segundo, que decorre entre o termo do primeiro período tarifário e o

termo do contrato de gestão, dividido em sub períodos tarifários, cada um

de 5 anos.

Cláusula 19.ª

Fixação e revisão das tarifas e revisão do estudo de viabilidade económico-

financeira

1. As tarifas médias a praticar durante o primeiro período tarifário são as que constam

do Anexo IV e são objecto de actualização pelos órgãos societários competentes,

nos termos do n.º 2 da cláusula 16.ª, sem prejuízo do disposto no n.º 2 da cláusula

7.ª.

2. As tarifas para o período tarifário subsequente são revistas quinquenalmente, tendo

em conta os princípios referidos na cláusula 16.ª e os pressupostos de base do

estudo de viabilidade económica e financeira do Anexo IV, procedendo-se à

reformulação deste estudo, nos termos do disposto no n.º 2 da cláusula 7.ª.

3. Durante o segundo período tarifário, as tarifas revistas conforme o disposto no

número anterior serão actualizadas anualmente de acordo com o Índice de

Produtividade de Factores (IPF) da fórmula constante do Anexo V.

4. A revisão do estudo de viabilidade económica e financeira referida no número 2,

que suportará as tarifas para cada sub período tarifário, dispensa a revisão dos

contratos de gestão e de parceria.

Cláusula 20.ª

Retribuição

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1. Os municípios que constituem os segundos outorgantes têm direito a uma

contrapartida pecuniária pela afectação das infra-estruturas e equipamentos previstos

na cláusula 5.ª, a pagar pela EGP sob a forma de retribuição, com efeitos a partir da

data da celebração do contrato de gestão, sem prejuízo do disposto no número

seguinte.

2. O valor da retribuição poderá ser reduzido ou corresponder a um valor nulo em

virtude do disposto no n.º 4 da cláusula 3.ª.

3. O cálculo da retribuição mencionada no n.º 1 tem por base, em cada ano, os

benefícios gerados pelas infra-estruturas e pelos equipamentos referidos no número

anterior, de acordo com a formulação constante do Anexo VI, e podendo

corresponder a um valor nulo.

4. A retribuição será paga anualmente em duas prestações, em função dos valores

efectivos apurados de cada ano, nos termos do número seguinte.

5. A primeira prestação deve ser paga até ao final do mês de Setembro do ano ao qual

respeita, com base nos valores previsionais constantes do orçamento da EGP, devendo

a segunda prestação ser paga até ao final do mês de Março do ano seguinte, com base

na informação histórica do ano ao qual respeita, procedendo-se, nesse momento, ao

acerto que se mostrar devido.

6. Atendendo ao esforço de infra-estruturação já desenvolvido por cada um dos

municípios que constituem o segundo outorgante e ao esforço de infra-estruturação

vertido no plano de investimentos a cargo da EGP no que respeita a esse mesmo

município, o contrato de gestão pode prever regras específicas para o pagamento da

retribuição a todos ou a alguns dos municípios que constituem os segundos

outorgantes.

7. Da retribuição a pagar a cada um dos municípios, nos termos dos números

anteriores, serão deduzidos os montantes correspondentes a novos impostos ou taxas

municipais ou à alteração substancial do valor dos já devidos, lançados por esses

Municípios e que estejam directamente relacionados com a actividade específica da

EGP relativa à gestão e à exploração do Sistema.

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8. Exceptuam-se do disposto no número anterior os impostos ou taxas que incidam,

genericamente, sobre um conjunto de actos que a EGP pratique e as taxas a que se

refere o n.º 1 do artigo 34.º do Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de Junho.

9. À EGP assiste o direito à compensação de créditos vencidos perante cada um dos

municípios, com origem na sua relação contratual com a EGP enquanto utilizadores do

Sistema.

Cláusula 21.ª

Acompanhamento e reequilíbrio do contrato de gestão

1. A CP acompanhará o cumprimento do contrato de gestão por intermédio de

relatórios anuais enviados pela EGP, designadamente em matéria orçamental e de

implementação dos planos de actividades, de investimentos e de exploração.

2. Findo o primeiro período tarifário, haverá lugar à revisão obrigatória do estudo que

demonstrou a viabilidade do sistema anexo ao contrato de gestão e, caso se mostre

necessário, promover-se-á o reequilíbrio do contrato de gestão, mediante:

a) A revisão do tarifário aplicável;

b) A prorrogação do prazo do contrato de gestão;

c) A compensação directa pelos municípios integrantes dos segundos outorgantes da

Parceria que estiverem na origem da necessidade de reequilíbrio;

d) A alteração da retribuição prevista na cláusula 20.ª;

f) Uma combinação das medidas anteriormente referidas.

3. A reposição do equilíbrio económico-financeiro do contrato de gestão será

requerida pela EGP junto da CP, mediante comunicação escrita, identificando o evento

ou eventos que considera terem ocorrido e que conferem o direito à mesma, juntando

os elementos susceptíveis de comprovar a pretensão e as razões invocadas.

4. O reequilíbrio económico-financeiro do contrato de gestão no termo do primeiro

período tarifário pressupõe a verificação de um desvio entre os pressupostos que

estiveram na base da elaboração do estudo de viabilidade económico-financeira em

vigor e os encargos incorridos, resultante de uma qualquer combinação de factores

que impeça a recuperação da totalidade dos encargos, incluindo os encargos fiscais e a

remuneração accionista, sem prejuízo do disposto na cláusula 17.ª.

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5. A revisão quinquenal do estudo de viabilidade económico-financeira durante o

segundo período tarifário, poderá dar lugar ao reequilíbrio do contrato de gestão se se

verificarem as condições previstas no número anterior.

CAPÍTULO V

OUTROS ASPECTOS RELATIVOS AO CONTRATO DE GESTÃO

Cláusula 22.ª

Regulação

1. A actividade da EGP relativa à gestão dos serviços de águas fica sujeita a regulação

nos termos da lei.

2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, os parceiros acordam em que a EGP

submeterá, para efeitos de recolha de parecer, à apreciação da entidade reguladora do

sector, até Maio do último ano do sub período tarifário, a proposta de tarifário para o

sub período seguinte.

Cláusula 23.ª

Responsabilidade civil extracontratual e responsabilidade ambiental

A responsabilidade civil extracontratual e a responsabilidade ambiental da EGP devem

estar cobertas por seguro.

CAPÍTULO VI

VICISSITUDES DA PARCERIA

Cláusula 24.ª

Alterações ao Contrato de Gestão

1. A alteração substancial do objecto e do âmbito do contrato de gestão só pode

operar mediante alteração da Parceria e competentes anexos.

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2. Quando a gestão e a exploração dos serviços de águas relativos ao Sistema passe a

abranger partes de sistemas municipais ou sistemas municipais de abastecimento de

água para consumo público e de saneamento de águas residuais urbanas não integrados

no objecto e no âmbito da Parceria, os municípios interessados celebram com os

outorgantes da Parceria uma Adenda à Parceria e competentes anexos, procedendo

ainda à delegação prevista na cláusula 2.ª.

Cláusula 25.ª

Resolução do contrato de gestão

1. Os outorgantes da Parceria poderão resolver por mútuo acordo o contrato de

gestão, nos termos e nas condições definidas no acordo de resolução.

2. O primeiro ou os segundos outorgantes, em conjunto ou cada um de per si,

poderão resolver unilateralmente o contrato de gestão quando se verifique, ou seja

iminente, uma cessação total ou parcial da prestação dos serviços ou se verifiquem

graves deficiências na respectiva organização ou funcionamento ou no estado geral das

infra-estruturas ou equipamentos susceptíveis de comprometer a regularidade da

exploração, designadamente em virtude dos actos seguintes:

a) Desvio do objecto do contrato de gestão;

c) Recusa em proceder à adequada conservação, reparação ou substituição das infra-

estruturas e equipamentos;

d) Quebra das regras de convergência tarifária previstas no Anexo IV e da aplicação de

tarifas necessárias, nos termos do número 1 da cláusula 16.ª, no segundo período

tarifário, na ausência de acordo quanto ao reequilíbrio da Parceria;

e) Oposição reiterada ao exercício da fiscalização por parte dos outorgantes da

Parceria ou repetida desobediência às respectivas directrizes e instruções vinculativas

ou ainda sistemática inobservância das leis e regulamentos aplicáveis à exploração;

f) Cessação de pagamentos pela EGP ou apresentação à falência;

g) Não acompanhamento e fiscalização do cumprimento dos contratos de concessão

dos centros de exploração, quando aplicável;

h) Violação grave das cláusulas do contrato de gestão.

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3. A resolução do contrato de gestão pelo primeiro outorgante da Parceria determina

uma opção de venda das acções que sejam da respectiva propriedade e uma obrigação

de compra das referidas acções por parte dos Municípios pelo preço determinado

segundo os termos, critérios e fórmula constantes do Anexo VII, para o que devem

constituir uma ou mais entidades que os representem, que assumirão todas as

responsabilidades financeiras ou outras inerentes à gestão do Sistema.

4. A resolução pelo primeiro outorgante ou pelo conjunto dos segundos outorgantes

determina a extinção da Parceria.

5. A resolução por um ou mais dos segundos outorgantes determina a redução do

âmbito da Parceria.

6. A resolução do contrato pelos segundos outorgantes da Parceria, em conjunto,

determina uma opção de venda das acções que sejam propriedade da AdP – Águas de

Portugal, SGPS, S.A., em representação do primeiro outorgante da Parceria, e uma

concomitante obrigação de compra por parte dos segundos outorgantes da Parceria,

nos mesmos termos referidos no n.º 4, e a assunção de todas as responsabilidades

financeiras ou outras inerentes à gestão do Sistema.

7. A resolução do contrato de gestão por um ou mais dos municípios que integram os

segundos outorgantes implica o pagamento de uma indemnização à EGP,

correspondente ao montante calculado com base no valor do investimento

correspondente ainda não reintegrado e nos prejuízos decorrentes da alteração da

configuração do Sistema, nomeadamente os decorrentes do cálculo da sua quota-parte

nos desvios tarifários pendentes e do ressarcimento dos lucros cessantes para a

Parceria, valor que será calculado pela EGP e validado por auditor independente, bem

como a assunção de todas as responsabilidades financeiras ou outras inerentes à

gestão do Sistema.

8. Ao valor da indemnização referido no número anterior acresce ainda o valor

correspondente à totalidade do montante da remuneração que tiver sido recebida ao

abrigo do disposto no n.º 6 da Cláusula 20.ª, capitalizado anualmente a uma taxa não

inferior ao custo do capital.

9. A transmissão das infra-estruturas associada à reconfiguração do Sistema só opera

na data da liquidação da indemnização referida no número anterior.

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10. Nas circunstâncias previstas no n.º 2, e sem prejuízo do aí disposto, pode a CP

avocar, a termo incerto, a gestão e a exploração dos serviços de águas, até que se

possa considerar retomada a regularidade na prestação dos serviços.

11. Quer a avocação da gestão e exploração dos serviços pela CP, quer a respectiva

retoma da gestão e exploração dos serviços por parte da EGP dependem de prévia

notificação a esta.

12. Durante o período de avocação da gestão e exploração dos serviços pela CP, as

despesas extraordinárias necessárias ao restabelecimento da normalidade da

exploração são suportadas pela EGP.

Cláusula 26.ª

Caducidade do contrato de gestão

1. No termo do contrato de gestão, com a sua caducidade, extingue-se a Parceria.

2. Na situação referida no número anterior os bens a que se referem as cláusulas 11ª e

12ª.ª transferem-se, livres de quaisquer ónus ou encargos e em perfeitas condições de

operacionalidade, utilização e manutenção, para uma ou mais entidades representativas

dos municípios que constituem os segundos outorgantes que assumirão todas as

responsabilidades financeiras ou outras inerentes à gestão do Sistema.

3. A transferência da propriedade dos bens referidos no número anterior só opera,

quando aplicável, mediante o pagamento pela entidade transmissária à EGP de uma

indemnização correspondente ao valor do investimento ainda não reintegrado pelo

prazo da sua vida residual.

Capítulo VII

Disposições finais

Cláusula 27.ª

Custos suportados com os estudos prévios

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Todos os custos incorridos com os estudos prévios à instituição do Sistema tendentes

a definir os pressupostos da Parceria, na sua vertente técnica jurídica, económico-

financeira e jurídica serão suportados pela EGP.

Cláusula 28.ª

Apresentação de candidaturas ao QREN

1. Com base no presente contrato, nos termos regulamentares aplicáveis, os

Municípios podem, para efeitos dos investimentos previstos, apresentar candidaturas

ao Eixo II do POVT do QREN.

2. Serão candidatados os investimentos elegíveis já efectuados pelos municípios que

integram os segundos outorgantes, sem prejuízo dos acertos financeiros que daí

decorram a efectuar entre estes municípios e a EGP.

3. Com a constituição da EGP, a mesma sucede aos municípios na qualidade de

beneficiária das candidaturas apresentadas.

4. No caso de candidaturas apresentadas pelos municípios e já aprovadas, estes

comprometem-se a ceder a sua posição de beneficiários à EGP nos termos legais e

regulamentares aplicáveis.

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Anexo I

(Delimitação do Sistema)

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Anexo II

(Infra-estruturas e equipamentos a afectar à Parceria)

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Anexo III

(Regulamento de funcionamento da Comissão da Parceria)

Artigo 1.º

(Objecto)

O presente Regulamento de Funcionamento da Comissão de Parceria, doravante designado

por Regulamento, define as competências, a composição, a organização e o funcionamento da

Comissão da Parceria (CP) prevista na Cláusula 8.ª do Contrato de Parceria, doravante

Parceria, de que o presente Regulamento constitui Anexo.

Artigo 2.º

(Local de funcionamento)

A CP funciona a sede da EGP local onde se realizam as suas reuniões e para onde deve ser

dirigida toda a documentação que lhe seja relativa.

Artigo 3.º

(Competências)

1. Compete à CP o acompanhamento, a supervisão e a fiscalização da actividade da EGP

no que respeita ao cumprimento do contrato de gestão, sendo titular, como

representante dos outorgantes da Parceria, dos poderes de fiscalização, direcção,

autorização, aprovação e suspensão dos actos da EGP, sem prejuízo das competências

que a lei atribuir à entidade reguladora do sector.

2. Para efeitos do disposto no número anterior, a EGP deve enviar à CP, para efeitos de

conhecimento e eventual pronúncia, os seguintes documentos:

a) Os planos de actividade, de investimento e financeiros quinquenais;

b) Os projectos tarifários quinquenais;

c) Os projectos de reequilíbrio económico-financeiro do contrato de gestão

previstos no n.º 3 da Cláusula 22.ª da Parceria;

d) Os projectos de construção das infra-estruturas do Sistema, bem como das

respectivas alterações;

e) Os orçamentos anuais de exploração, de investimento e financeiros;

f) Os relatórios e contas, devidamente auditados por entidade independente;

g) As actualizações obrigatórias do EVEF de referência em vigor, nos termos da

Cláusula 20.ª e do n.º 2 da Cláusula 22.ª da Parceria.

3. Fica sujeita à aprovação da CP a concessão de centros de exploração.

4. Quando aplicável, a EGP deve ainda evidenciar nos documentos de prestação de contas

remetidos à CP o desvio tarifário em questão para efeitos do respectivo reconhecimento

expresso nos termos previsto no n.º 2 da cláusula 17.ª do Contrato.

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5. O disposto nos números anteriores não prejudica o cumprimento de outras obrigações

de informação da EGP previstas na Parceria e ou no Contrato de Gestão para os efeitos aí

enunciados.

6. Sem prejuízo de outros prazos estabelecidos na Parceria ou no Contrato de Gestão o

envio dos instrumentos aí referidos é feito, mediante comunicação escrita e registada, com

a seguinte antecedência:

a) 30 dias, quanto aos instrumentos referidos nas alíneas d), e), f) e g);

b) 60 dias, quanto aos instrumentos referidos nas alíneas a) e b);

c) 90 dias, quanto aos instrumentos referidos na alínea c).

7. A eventual pronúncia pela CP relativamente aos instrumentos previstos no nº. 2, deve

ocorrer nos 30 dias seguintes à sua recepção, após o que se considera que a CP dispensa

pronunciar-se sobre os mesmos.

Artigo 4.º

(Composição e duração de mandatos)

1. A CP é composta por três membros efectivos, um designado pelo Primeiro

Outorgante da Parceria, outro designado pelos Segundos Outorgantes da Parceria, e

o terceiro designado pelos anteriores, que preside, sendo que na impossibilidade de

obtenção de acordo relativamente à designação do terceiro elemento, o mesmo será

nomeado por indicação da entidade reguladora do sector.

2. A CP é ainda composta por 2 membros suplentes, designados pelos Primeiro e

Segundos Outorgantes da Parceria que podem participar nos trabalhos da CP com os

mesmos poderes, direitos e deveres dos membros efectivos, sempre que estes

percam a qualidade que determinou a sua designação, e até à designação dos seus

substitutos, e sempre que os mesmos se encontrem, a qualquer título, impedidos.

3. O presidente da CP recebe senhas de presença de montante a definir pelos

outorgantes da Parceria tendo por base o valor da senha de presença fixada para o

presidente do órgão consultivo da entidade reguladora do sector.

4. Os restantes membros da CP recebem senhas de presença de montante

correspondente a 80% da senha do Presidente. As despesas referidas nos números

anteriores serão suportadas pela EGP.

5. A duração do mandato é de 5 anos, podendo os membros da CP ser reconduzidos

uma ou mais vezes, contando-se como completo o ano civil em que foram designados.

6. A designação dos membros da CP é efectuada antes do início de cada novo

quinquénio em reunião em que estejam presentes ou representados o primeiro

outorgante e o segundo outorgante da Parceria, para efeitos da designação dos

respectivos representantes, que, uma vez designados, aí procederão à designação do

terceiro membro da CP.

7. A CP iniciará as respectivas funções após a outorga do contrato de gestão.

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Artigo 5.º

(Periodicidade das reuniões)

1. As reuniões ordinárias da CP realizam-se uma vez por ano.

2. No primeiro ano da Parceria, as reuniões referidas no número anterior realizam-se

semestralmente.

3. As convocatórias para as reuniões ordinárias são efectuadas pelo presidente da CP,

mediante o envio de convocatória dirigida aos restantes membros por aviso postal ou

por correio electrónico, com uma antecedência mínima de 20 dias, em que se indique

dia, hora e Ordem do Dia, devendo ser remetida a documentação conexa com os

assuntos a tratar na reunião.

4. A Ordem do Dia deve estabelecer os assuntos que, para esse fim, lhe tiverem sido

indicados, dentro de um prazo máximo de oito dias sobre a data da convocatória, por

qualquer membro da CP, no âmbito das competências definidas no artigo 3.º, devendo

o terceiro membro da CP, nesse caso, aditar tais assuntos à Ordem do Dia e remetê-

la com uma antecedência de, pelo menos, cinco dias sobre a data da reunião.

5. Em cada reunião ordinária haverá um período de “antes da ordem do dia”, para

discussão e análise de quaisquer assuntos da competência da CP, cuja duração não

prejudique o cumprimento integral da Ordem do Dia, sem prejuízo do disposto na

parte final do n.º 1 do artigo seguinte.

6. A CP reúne ainda sempre que convocada por 2/3 dos respectivos membros, nos

termos dispostos no n.º 3, com a antecedência mínima de 48 horas relativamente à

data da sua realização.

7. Sempre que sejam recepcionados os instrumentos referidos no artigo 3º o presidente

circula-os pelos restantes membros da CP e se for caso, por forma a permitir o

cumprimento dos prazos nele estabelecidos, convoca uma reunião da CP.

8. Os membros da CP podem solicitar a participação nas reuniões de peritos ou outras

pessoas cuja presença a CP entenda ser necessária ao esclarecimento de assuntos

integrados na respectiva competência.

Artigo 6.º

(Funcionamento)

1. Compete, ao presidente da CP abrir e encerrar as reuniões e dirigir os respectivos

trabalhos, devendo ainda suspendê-los ou encerrá-los antecipadamente, quando

circunstâncias excepcionais ou a complexidade das matérias em apreciação o

justifiquem.

2. Os membros da CP, com excepção do presidente, são substituídos nas suas faltas ou

impedimentos pelos membros suplentes, nos termos previstos no n.º 2 do artigo 4.º.

3. O quórum exigido para a realização das reuniões da CP é o da totalidade dos seus

membros.

4. As deliberações da CP são tomadas por maioria, salvo as referidas no n.º 3 do artigo

3.º e as relativas à aprovação do regulamento de serviços tipo, que o são por

unanimidade.

5. Na formação do sentido das deliberações dos municípios que constituem os segundos

outorgantes deve prevalecer a adopção da regra da sua definição por consenso sendo

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que, quando tal não seja possível, tal sentido é definido entre os mesmos por recurso à

maioria de 2/3, correspondendo a cada município um voto.

Artigo 7.º

Apoio logístico

1. Compete à EGP prestar o apoio logístico necessário ao funcionamento da CP.

2. O apoio logístico referido no número anterior compreende o envio das convocatórias

das reuniões, a remessa a cada um dos membros da CP dos instrumentos que forem a

esta dirigidos por parte da EGP ou de outra entidade, o lavrar das actas em cada

reunião e o respectivo envio, bem como o de deliberações, pareceres, instruções ou

outros instrumentos que a CP emita.

Artigo 8.º

Actas e deliberações das reuniões

1. De cada reunião será lavrada acta que registe o que de essencial se tiver passado, os

assuntos apreciados, os intervenientes, as deliberações e os pareceres emitidos, o

resultado das votações e as declarações de voto escritas e a forma e o resultado das

respectivas votações e, bem assim, o facto de a acta ter sido lida e aprovada.

2. As actas e as deliberações são submetidas a aprovação e a assinatura pelos membros

da CP no termo de cada reunião.

3. Excepcionalmente, as actas ou o texto das deliberações mais importantes podem ser

aprovadas em minuta, no final das reuniões, desde que tal seja deliberado pela maioria

dos membros presentes, sendo assinadas, após aprovação, pelo terceiro membro da

CP e por quem as lavrou.

4. As deliberações da CP só são válidas depois de aprovadas e assinadas as respectivas

actas ou depois de assinadas as minutas, nos termos dos números anteriores.

5. As deliberações da CP só são eficazes depois de comunicadas à EGP.

Artigo 9.º

Casos omissos

Quaisquer dúvidas que surjam na interpretação deste regulamento, ou perante casos omissos,

a dúvida ou omissões serão resolvidas por deliberação da CP.

Artigo 10.º

Contagem de prazos

Os prazos mencionados no presente Regulamento são contínuos.

Artigo 11.º

Produção de efeitos e alterações

O presente Regulamento produz efeitos na data da outorga da presente Parceria e pode ser

alterado por deliberação unânime dos seus membros.

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Anexo IV

(Pressupostos económico-financeiros)

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Anexo V

(Fórmula de cálculo do Índice de Produtividade de Factores - IPF)

T n+1 = T n X IPTF

Sendo:

T n+1 = Tarifa actualizada para um dado ano face ao ano anterior

T n+1 = Tarifa praticada para um dado ano e que deve ser revista para o ano seguinte

IPTF = Valor da actualização = Estrutura de parâmetros e respectivas ponderações a

considerar para a revisão do tarifário

n = ano

IPTF = 0,1 X TAA + 0,25 X TSA + 0,05 X E + 0,1 X P + 0,025 X CMF + 0,425 X IHPC

Correspondendo:

TAA = Variação da Tarifa de aquisição Água em Alta aprovada pelo Concedente, ou

da proposta na falta de aprovação desta tarifa até à data da actualização do tarifário,

assim como a contrapartida pela utilização de captações dos municípios

TSA = Variação da Tarifa de Saneamento em Alta, ou da proposta na falta de

aprovação desta tarifa até à data da actualização do tarifário

E = Variação do custo de aquisição da energia em conformidade com as variações de

tarifas e preços publicados pela ERSE e tendo em atenção a composição do consumo

da empresa

P = Variação do custo médio do quadro de pessoal, calculado de acordo com a

fórmula abaixo indicada

CMF = Variação do custo médio de financiamento, calculado de acordo com a fórmula

abaixo indicada

IAS = Factor de actualização utilizado na revisão de preços em obras de infra-

estruturas de água e saneamento

IHPC = Índice harmonizado e Preços no Consumidor, publicado pela entidade

responsável pela sua divulgação

P = Custo médio do quadro de pessoal n+1 / Custo médio do quadro de pessoal n

Custo médio de pessoal = (Custo total de pessoal - Custo pessoal dos Órgãos Sociais)

/ n.º médio de trabalhadores, excluindo Órgãos Sociais

P = Custo médio de financiamento n+ 1/ Custo médio de financiamento n

Custo de financiamento = Custos Financeiros / Endividamento médio do ano

Endividamento médio =[[(Endividamento Bancário + Apoios accionistas) Dez] +

[(Endividamento Bancário + Apoios accionistas) Jan]] / 2

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Anexo VI

(Fórmula de retribuição)

O valor da retribuição , igual ou superior a zero, é calculado nos seguintes moldes:

a) O cálculo do valor da retribuição total anual (RTi) devida aos municípios resulta

da aplicação de cinco por cento sobre o volume de negócio anual (VNi).

b) O cálculo da retribuição de cada município para o respectivo ano (Ri) resulta da

seguinte formulação:

n

Ri = RPi x (RT / RPi ) t=a

sendo:

RPi = Max ( 0 ; Pi x VNi - Amortização do Investimento Associado ao Município x ( %

VN - % Investimento Município))

sendo ainda:

VNi – o volume de negócios decorrente dos serviços de águas no ano i

RT - Retribuição Total

RPi - Retribuição Potencial do Município i

Ri - Retribuição do Município i

Pi – Percentual a aplicar no ano i conforme definido no Anexo IV

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Anexo VII

(Fórmula para transmissão do capital social em caso de resolução do

contrato de gestão)

n+1

It / (1+rt)(t-x) t=x

sendo:

It=Ct + Pt + St + RCt+ RPt +RSt+ CFt + Indt

Ct – Reembolsos de capital previstos para o ano t no EVEF em vigor;

Pt – Reembolsos de prestações acessórias previstos para o ano t no EVEF em vigor;

St - reembolsos de suprimentos previstos para o ano t no EVEF em vigor;

RCt – Pagamento de remuneração de capital (dividendos) previsto para o ano t no

EVEF em vigor;

RPt – Pagamento de remuneração de prestações acessórias previsto para o ano t no

EVEF em vigor;

RSt – Pagamento de remunerações de suprimentos (juros) previstos para o ano t no

EVEF em vigor;

CFt – Outros “cash flows” devidos aos Accionistas previstos para o ano t no EVEF em

vigor;

Indt – Indemnização correspondente a 10% (dez por cento) do total da facturação

prevista para o ano t no EVEF em vigor;

rt – Média aritmética simples das taxas de inflação previstas no EVEF em vigor entre o

ano x e o ano n;

n – Último ano do Contrato de Gestão;

x – Ano da ocorrência da resolução unilateral ou da denúncia do contrato de gestão

O montante resultante da fórmula será acrescido dos montantes já vencidos, tais

como dividendos, suprimentos, prestações acessórias e outros, com a remuneração

que se mostrar devida até ao momento da transmissão.

No caso dos dividendos será aplicada a taxa referida na alínea g) do n.º 4 da cláusula

16.ª da Parceria.

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