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II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque SC CONTRIBUIÇÃO DE AUDITORIAS EM FORNECEDORES PARA O PROCESSO DE COMPRAS DE UMA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA Fernando, MOREIRA, [email protected] 1 Caroline Rodrigues, VAZ, [email protected] 2 Álvaro Guillermo Rojas, LEZANA, [email protected] 3 Alexandre Meira, VASCONCELOS, [email protected] 4 Renault do Brasil, Curitiba-PR 1 Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis-SC 2,3,4 Resumo: O presente trabalho visa analisar a contribuição das auditorias da qualidade em fornecedores para o processo de compras de uma indústria automobilística situada na região de Curitiba. Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados levantamentos bibliográficos e métodos de observação e entrevistas. Apresentou-se como resultado que as montadoras despendem grandes recursos e tempo de seus colaboradores para ajudar seus fornecedores a melhorarem seus índices de qualidade, mas muitas vezes falta à contrapartida do fornecedor no mesmo sentido. Tais situações são normalmente causadas pelas constantes reduções de custos impostas pelas montadoras aos seus fornecedores. E, pode-se concluir que o excesso de pressão das montadoras sobre seus fornecedores causa a redução de custo em departamentos importantes destes mesmos fornecedores causando assim problemas em relação à qualidade. Palavras-chave: auditorias, processo de compras, indústria automobilística. INTRODUÇÃO A indústria automotiva investe bilhões de dólares anualmente para aumentar a eficácia eficiência, e a competitivida (1) e parte deste recurso é designado a melhorar a qualidade em produtos e processos. Zelo especial é dado à gestão da cadeia de suprimentos, incluindo todas as fases do ciclo produtivo, e a academia tem se interessado em assimilar e divulgar a dimensão da relação entre as montadoras e os fornecedores (2, 3). A relação mais próxima entre fornecedores e a montadora tem se apresentado como uma maneira eficaz para aperfeiçoar os processos fabris e contribuir para a comunhão de objetivos, aumento do valor agregado e consequentemente ganho de mercado (3, 4). Em um mercado com elevada concorrência como o automotivo, a solução de problemas é mais rápida, quando há compromisso e compatibilidade entre as partes e uma parceria de longo prazo (5). As montadoras, como o próprio nome já diz, têm o foco apenas em montar os veículos, sendo que a produção da maioria das peças é fabricada por fornecedores. Este processo de terceirizar a fabricação e peças e equipamentos são conhecidos dentro da administração como horizontalização, que é a estratégia de terceirizar o máximo de itens que compõem os bens produzidos por uma empresa(6). As montadoras imprimem um esforço considerável para adequar seus fornecedores aos métodos de qualidade e de processos em termos de qualidade mundial. Baseando-se nas melhores práticas, as montadoras desenvolvem metodologias e ferramentas para melhorar os índices de qualidade. Todas as montadoras hoje possuem práticas consideradas pontos de referência, e por isto elas desenvolvem produtos e processos de seus fornecedores. É sabido que nem todas as boas práticas podem ser desenvolvidas em qualquer processo, mas tudo pode ser adaptado ou melhorado para se construir uma metodologia que funcione para ambas as partes. Baseando-se nestas premissas, as montadoras desenvolvem sistemas de controle da qualidade e solicitam a implantação delas nos processos de seus fornecedores. Após a implantação as montadoras conferem se as metodologias estão sendo desenvolvidas a contento, para isto criam auditorias de segunda parte (6) para verificar a adequação. Semelhante ao que ocorre com as normas ISO as auditorias de segunda parte são realizadas por meio de uma lista de verificação dos processos do fornecedor. Dependendo das respostas ou das evidências encontradas, um fornecedor pode ser aprovado, aprovado com ressalvas ou reprovado. Em caso de reprovação deverá haver uma ação do reprovado para se adequar aos requisitos e normalmente nova auditoria deverá ser realizada para comprovar a adequação.

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II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque – SC

CONTRIBUIÇÃO DE AUDITORIAS EM FORNECEDORES PARA O

PROCESSO DE COMPRAS DE UMA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

Fernando, MOREIRA, [email protected]

1

Caroline Rodrigues, VAZ, [email protected]

Álvaro Guillermo Rojas, LEZANA, [email protected]

Alexandre Meira, VASCONCELOS, [email protected]

Renault do Brasil, Curitiba-PR1

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis-SC2,3,4

Resumo: O presente trabalho visa analisar a contribuição das auditorias da qualidade em fornecedores para o

processo de compras de uma indústria automobilística situada na região de Curitiba. Para o desenvolvimento da

pesquisa foram utilizados levantamentos bibliográficos e métodos de observação e entrevistas. Apresentou-se como

resultado que as montadoras despendem grandes recursos e tempo de seus colaboradores para ajudar seus

fornecedores a melhorarem seus índices de qualidade, mas muitas vezes falta à contrapartida do fornecedor no mesmo

sentido. Tais situações são normalmente causadas pelas constantes reduções de custos impostas pelas montadoras aos

seus fornecedores. E, pode-se concluir que o excesso de pressão das montadoras sobre seus fornecedores causa a

redução de custo em departamentos importantes destes mesmos fornecedores causando assim problemas em relação à

qualidade.

Palavras-chave: auditorias, processo de compras, indústria automobilística.

INTRODUÇÃO

A indústria automotiva investe bilhões de dólares anualmente para aumentar a eficácia eficiência, e a

competitivida (1) e parte deste recurso é designado a melhorar a qualidade em produtos e processos. Zelo

especial é dado à gestão da cadeia de suprimentos, incluindo todas as fases do ciclo produtivo, e a academia

tem se interessado em assimilar e divulgar a dimensão da relação entre as montadoras e os fornecedores (2,

3). A relação mais próxima entre fornecedores e a montadora tem se apresentado como uma maneira eficaz

para aperfeiçoar os processos fabris e contribuir para a comunhão de objetivos, aumento do valor agregado e

consequentemente ganho de mercado (3, 4). Em um mercado com elevada concorrência como o automotivo,

a solução de problemas é mais rápida, quando há compromisso e compatibilidade entre as partes e uma

parceria de longo prazo (5).

As montadoras, como o próprio nome já diz, têm o foco apenas em montar os veículos, sendo que a

produção da maioria das peças é fabricada por fornecedores. Este processo de terceirizar a fabricação e peças

e equipamentos são conhecidos dentro da administração como horizontalização, que é a estratégia de

terceirizar o máximo de itens que compõem os bens produzidos por uma empresa(6). As montadoras

imprimem um esforço considerável para adequar seus fornecedores aos métodos de qualidade e de processos

em termos de qualidade mundial. Baseando-se nas melhores práticas, as montadoras desenvolvem

metodologias e ferramentas para melhorar os índices de qualidade.

Todas as montadoras hoje possuem práticas consideradas pontos de referência, e por isto elas

desenvolvem produtos e processos de seus fornecedores. É sabido que nem todas as boas práticas podem ser

desenvolvidas em qualquer processo, mas tudo pode ser adaptado ou melhorado para se construir uma

metodologia que funcione para ambas as partes. Baseando-se nestas premissas, as montadoras desenvolvem

sistemas de controle da qualidade e solicitam a implantação delas nos processos de seus fornecedores. Após

a implantação as montadoras conferem se as metodologias estão sendo desenvolvidas a contento, para isto

criam auditorias de segunda parte (6) para verificar a adequação.

Semelhante ao que ocorre com as normas ISO as auditorias de segunda parte são realizadas por meio de

uma lista de verificação dos processos do fornecedor. Dependendo das respostas ou das evidências

encontradas, um fornecedor pode ser aprovado, aprovado com ressalvas ou reprovado. Em caso de

reprovação deverá haver uma ação do reprovado para se adequar aos requisitos e normalmente nova

auditoria deverá ser realizada para comprovar a adequação.

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METODOLOGIA

Esta pesquisa se caracteriza como quantitativa, desenvolvida através de um estudo de caso de caráter

exploratório e descritivo, realizado por meio de pesquisa documental em dados primários (entrevistas

exploratórias) e pesquisa bibliográfica para o referencial teórico e fundamentação dos dados e resultados.

A planilha de auditoria da qualidade é dividida em cinco dimensões com vinte perguntas. As dimensões

são: realimentação do cliente, organização do sistema da qualidade, análise das causas, controle do processo,

e inspeção de recebimento. As vinte perguntas podem ser pontuadas com os seguintes valores:

a) Cinco – Superior às exigências da montadora;

b) Quatro – Satisfaz às exigências da montadora;

c) Três – Atende em parte às exigências da montadora;

d) Dois – Muitos itens insuficientes;

e) Zero – não atende às exigências;

Baseando-se neste questionário acima e nas evidências encontradas nas auditorias, o auditor elabora uma

nota para o fornecedor que poderá ir de zero a cem pontos, sendo que acima de oitenta pontos o fornecedor é

considerado aprovado. Após um período de três meses sem fornecer peças com defeito, a montadora poderá

não exigir mais a auditoria, deixando a manutenção a cargo do fornecedor.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nenhum dos fornecedores auditados conseguiu os 80 pontos na primeira auditoria, por isto foi necessário

à exigência de planos de ação para adequação dos fornecedores aos requisitos da qualidade. O fornecedor

que mais se aproximou da pontuação mínima conseguiu apenas 71 pontos. Dentre todos os fornecedores

auditados quatro foram considerados de alto risco, pois não ficaram abaixo de quarenta pontos que é a

metade da pontuação mínima de adequação. Os itens a seguir foram os que tiveram a pior pontuação na

auditoria:

Realimentação do cliente;

Organização da qualidade;

Controle do processo.

Analisando-se os quatro fornecedores com as piores notas na auditoria notou-se que dois deles tiveram

nota final 2,0, o que quer dizer que não atendem às exigências da montadora, e portanto estão reprovados na

auditoria. As quatro empresas críticas foram consideradas prioritárias para serem desenvolvidas pelo

departamento de compras, pois existia um risco grande de problemas de qualidade ligados a estes

fornecedores. Segundo a avaliação das auditorias estes fornecedores estavam muito abaixo dos índices de

qualidade considerados ideais.

Gráfico 1. Fornecedores críticos pela avaliação da auditoria.

Fonte: Renault do Brasil S/A.

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Dentre as não conformidades encontradas, algumas podem ser consideradas as mais críticas (Tabela 1),

pois colocam em risco as principais funções da produção que estão ligadas à identificação das não

conformidades.

Tabela 1. Principais não conformidades registradas.

Item do Questionário Situação

encontrada Solicitação do Questionário

1. Identificação do

responsável para envio de

informações ao fornecedor.

não está

identificado

A pessoa responsável está identificada, assim como o seu

substituto. O responsável do cliente está identificado?

2. Recebimento das

informações de problemas de

qualidade do cliente

Não recebem

informações.

Peças não conforme (PPM), problemas na linha final e problemas

de garantias. Local de detecção e gravidade do defeito. Descrição:

foto, rastreabilidade, peça defeituosa.

3. Regras de reação em caso

de não conformidade

Não estão

definidas

As regras de reação são padronizadas. As pessoas responsáveis

pela sua aplicação estão identificadas.

4. Tempo reação em caso de

não conformidade

Não está

definido

Reação antes do término do turno: Feedback para: o processo

afetado, o firewall e as operações de controle (antes do firewall).

Atualização dos pontos de controle do firewall: inclusão de um

ponto de controle, se necessário.

5. Aviso aos demais em caso

de não conformidade

Não está

definido

Feedback imediato para todos os processos. Os responsáveis pela

qualidade e produção são alertados.

Fonte: Renault do Brasil S/A.

As não conformidades identificadas acima fazem parte dos maiores problemas encontrados nas

auditorias. Baseando-se nisto é elaborado um relatório com as recomendações para os fornecedores. Tabela 2

mostra algumas das principais recomendações.

Tabela 2. Recomendações aos fornecedores

Recomendações Comunicadas aos fornecedores

1. Identificar o responsável pela busca de informações no cliente e seu substituto e o responsável pelo contato cliente

2. Estabelecer formalmente à maneira de apresentação do retorno das informações do cliente no posto do Firewall (foto

ou peça, local do defeito). Todas as informações necessárias para se avaliar a peça deverão ser disponibilizadas.

3. Formalizar e afixar no posto de Firewall as ações padrão em caso de ocorrência de não conformidades no Cliente;

4. Definir o processo de contenção dos problemas. Garantir o feedback para o processo, o firewall e operações de

controle;

5. Garantir a exposição de peças ou fotos de não conformidades dentro de 48 horas.

Fonte: Renault do Brasil S/A.

Baseando-se nas recomendações informadas pela montadora, os fornecedores elaboraram planos de ação

para se adequarem aos requisitos do cliente.

Seguindo as informações e recomendações do cliente, os fornecedores implementaram planos de ação

para se adequarem as necessidades do muro da qualidade. A tabela 3 apresenta um exemplo de plano de ação

elaborado e colocado em prática por um fornecedor.

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Tabela 3. Plano de ação do fornecedor.

Recomendações Prazo Ação

1. Piloto de Firewall deveria receber o feedback da

Renault também, além dos contatos. - -

2. Deveriam conseguir distinguir se as informações

provêm de AVES, PPM indicando gravidade e quantidade

de peças.

S10

Revisar o formulário de alerta da qualidade

incluindo número de peças com problema, cotação

AVES, foto do local, data do recebimento do

problema do cliente, data abertura do alerta.

3. Regra deveria ser específica para o Firewall e com

pessoas identificadas. S10

Revisar o fluxograma de reatividade incluindo

responsáveis em TODAS as etapas

4. Incluir na regra os tempos para tomada de ações. S10 Revisar fluxograma

5. Deveriam receber dados mais completos para

conseguir entender o defeito. Exemplo: No defeito sobre

rugas, somente a foto não deixa claro o problema,

deveriam expor problema numa peça real.

S10 Revisar o alerta incluindo foto detalhada. Fazer um

painel com amostras dos defeitos

Fonte: Renault do Brasil S/A.

Após mais algumas auditorias, notou-se que ainda existiam fornecedores que não estavam adequados às

exigências do cliente. Por isto mais recomendações e planos de ação foram desenvolvidos e alguns

fornecedores tiveram muitas dificuldades em se adequar aos requisitos, mas os problemas de qualidade

foram tratados a contento e não houve grandes distúrbios para a linha de produção da montadora.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atingir níveis de qualidade que possam ser referência mundial são os grandes desafios das empresas,

principalmente nas indústrias e no mercado automotivo. Hoje existem muitas técnicas e metodologias que

facilitam e melhoram os processos, mas o que se observa é que muitas empresas ainda deixam de investir o

tempo e os recursos necessários para a qualidade de seus produtos.

O que pôde ser observado pelo presente artigo é que as montadoras despendem grandes recursos e tempo

de seus colaboradores para ajudar seus fornecedores a melhorarem seus índices de qualidade, mas muitas

vezes falta à contrapartida do fornecedor no mesmo sentido. Tais situações são normalmente causadas pelas

constantes reduções de custos impostas pelas montadoras aos seus fornecedores. O excesso de pressão das

montadoras sobre seus fornecedores causa a redução de custo em departamentos importantes destes mesmos

fornecedores causando assim problemas em relação à qualidade.

Uma das mais importantes coisas a serem consideradas quando se estabelece uma parceria é verificar se

existe o ganho adequado para ambas às partes. O ganho desmedido e demasiado de uma das partes pode

causar a exploração de outro e assim um dos lados sempre estará enfraquecido. Por isto há a necessidade de

se fazer parcerias que possibilitem ganhos para todos.

Conforme mencionado neste artigo, se houvesse a possibilidade de ganhos adequados para toda a cadeia

de suprimentos como no exemplo mencionado, talvez não houvesse a necessidade de tantas visitas e

acompanhamentos destes fornecedores. Eles mesmos poderiam descobrir seus problemas e resolvê-los com

muito mais autonomia.

REFERÊNCIAS

1. STETAR, B. Training: It's not always the answer. Quality Progress, v. 38, n. 3, p. 44-49, 2005.

2. OH, J.; RHEE, S. K. Influences of supplier capabilities and collaboration in new car development on

competitive advantage of carmakers. Management Decision, v. 48, n. 5-6, p. 756-774, 2010.

3. PRAKASH, G. Service quality in supply chain: Empirical evidence from Indian automotive industry.

Supply Chain Management, v. 16, n. 5, p. 362-378, 2011.

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4. AHIRE, S. L.; RAVICHANDRAN, T. An innovation diffusion model of TQM implementation. IEEE

Transactions on Engineering Management, v. 48, n. 4, p. 445-464, 2001.

5. AL-MASHARI, M.; ZAIRI, M.; GINN, D. Key enablers for the effective implementation of QFD: A

critical analysis. Industrial Management and Data Systems, v. 105, n. 9, p. 1245-1260, 2005.

6. O'HANLON, T. Auditoria de qualidade: com base na ISO 9001:2000: conformidade agregando valor.

Tradução Gilberto Ferreira de Sampaio. São Paulo: Saraiva, 2006

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EXPECTATIVAS DOS COLABORADORES QUANTO AS MUDANÇAS NA

ESTRUTURA FÍSICA E ORGANIZACIONAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE

ENSINO

Jefferson, KRONHARDT, [email protected]

1

Lilian Rosana Kremer, SCHULTZ, [email protected]

Caroline Rodrigues, VAZ, [email protected]

Alexandre Meira de, VASCONCELOS, [email protected]

Álvaro Guillermo Rojas, LÉZANA, [email protected]

Uninter1

Faculdades Guarapuava2

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC. 3,4,5

Resumo: O presente trabalho visa conhecer e descrever as expectativas dos colaboradores de uma instituição de

ensino privado, filantrópica e sem fins lucrativos na região de Curitiba-PR em relação às mudanças na estrutura física

e organizacional. Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados levantamentos bibliográficos e métodos de

observação e entrevistas. Os resultados da pesquisa mostraram que, no geral os colaboradores esperam resultados

positivos com as mudanças e estão entusiasmados e dispostos a alcançar estes resultados. As mudanças promoverão

um melhor foco nas atividades, melhorando assim o rendimento individual de cada funcionário dos setores envolvidos.

Os envolvidos no processo de atendimento acreditam que os clientes externos e internos estarão sendo mais bem

recepcionados e assim estarão mais satisfeitos com os serviços prestados aguardando apenas a avaliação institucional

para a verificação da melhora no indicador. Outro aspecto positivo é o relacionamento que tende a melhorar entre os

funcionários, desta forma as informações ficarão mais acessíveis e com uma linguagem mais clara.

Palavras-chave: gestão de pessoas, gestão de qualidade, processo de mudança, instituições de ensino.

INTRODUÇÃO

Este artigo tem como objetivo geral verificar e descrever as expectativas dos colaboradores da

secretaria/financeiro de uma instituição de ensino tecnológico quanto às mudanças na estrutura física e

organizacional no ambiente de trabalho. Essa pesquisa justifica-se devido a sua relevância, do ponto de vista

acadêmico, ao propiciar uma reflexão sobre as novas habilidades e competências exigidas do profissional

para se adequar às mudanças organizacionais. Há também uma justificativa relacionada à organização, com a

expectativa de melhorar o atendimento ao cliente (aluno) e na ampliação das tarefas e responsabilidades dos

colaboradores. Segundo o diretor da instituição, a mudança foi uma necessidade verificada através dos

indicadores de satisfação do cliente em relação ao atendimento ao público destes departamentos.

A instituição de ensino escolhida para a pesquisa é uma entidade civil de caráter educacional e cultural,

sem fins lucrativos e filantrópica; possui um modelo de gestão diferenciado, onde as diretrizes são

apresentadas pelo diretor-executivo ao conselho composto pelos presidentes das principais empresas da

região que contribuem na condução da entidade. Essa contribuição é através das necessidades no âmbito

profissional e também de bolsas de estudos aos colaboradores dos respectivos empresários. A instituição foi

criada com o objetivo de dar suporte técnico ao setor produtivo, seja por meio de ações na educação voltadas

à capacitação tecnológica ou por meio da prestação de serviços técnicos a setores empresariais como centro

de pesquisa.

Sendo o tema mudança organizacional extremamente amplo (1), restringe-se a pesquisa a observar

mudanças resultantes de intervenções realizadas por meio de programas de melhoria ou programas de

mudança (2), como Reengenharia, Qualidade Total, ISO 9000, Gestão do Conhecimento, Aprendizagem

Organizacional e Balanced Scorecard, considerando-se aspectos organizacionais, os quais representam

grande parte das propriedades institucionais que podem causar impacto nos sistemas de informação.

O sistema de gestão da qualidade da instituição foi reconhecido pelo Bureau Veritas Certification por

meio da certificação ISO 9001:2000, após a auditoria realizada em agosto de 2001. A qualidade na entidade

se faz: provendo serviços que atendam aos requisitos de seus clientes; investindo na capacitação continuada

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de seus valores humanos, em novas tecnologias, na melhoria contínua de seus processos e no

desenvolvimento da comunidade.

Mudanças da visão, da posição e dos produtos, bem como as mudanças estimuladas por meio de

programas de mudança como reengenharia de processos de negócios, melhoria da qualidade, aprendizado

estratégico, entre outros métodos, visam a alterar a direção para a qual a organização está voltada (mudança

de estratégia), refletindo em mudanças no estado – percebido na cultura, estrutura, em sistemas e pessoas –

em que se encontra a empresa (3).

METODOLOGIA

Para a realização da presente pesquisa, foi utilizado um levantamento bibliográfico pertinente ao assunto,

observações e entrevistas com os colaboradores do departamento financeiro e atendimento ao público

(secretaria) da instituição de ensino. As entrevistas buscaram identificar as melhorias obtidas em termos de

rapidez no desenvolvimento das tarefas a partir de mudanças de layout, bem como a melhoria em termos de

motivação do pessoal, dos incentivos promovidos para a participação das pessoas nos processos decisórios e

da maior facilidade de acompanhamento das mudanças organizacionais e ambientais proporcionadas pelo

trabalho em equipe. Neste ponto, é importante salientar sobre a importância da confidencialidade e o

anonimato dos entrevistados. Segundo Baez (4), o discurso em relação à confidencialidade pode ser

classificado desta forma: preocupações relacionadas com a proteção de "dano"; preocupações relacionadas

com a privacidade dos entrevistados; preocupações em matéria de assegurar a "precisão ou integridade da

investigação"; e preocupações em matéria de" padrões éticos".

Definida a realização da pesquisa, estabeleceu-se uma série de etapas a serem cumpridas. Inicia-se pelo

desenvolvimento de um questionário semi-estruturado. Após dá-se a coleta de dados por meio do

questionário pré-definido e, por fim, análise dos dados que permitam atingir os objetivos e contribuir na

resposta da questão da pesquisa. As informações sobre as expectativas dos colaboradores surgirão da

concepção deles mesmo sobre suas expectativas quanto às mudanças.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A instituição pesquisada é administrada tradicionalmente através de uma distribuição hierárquica de

poder, ou seja, através de um processo de controle que flui de cima para baixo como pode ser verificado

através do organograma (Figura 1).

Figura 1 – Organograma da Instituição

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As decisões são tomadas por uma pessoa ou grupo de pessoas que detêm o poder. Este fato foi

comprovado ao verificar os relatos dos colaboradores em relação às mudanças físicas dos setores em

pesquisa, sendo que os mesmos não participaram do processo de decisão de mudança, apenas foram

informados que seriam realizadas mudanças nos setores. O primeiro questionamento foi em relação à

necessidade de haver mudanças nestes departamentos. A instituição de ensino apresenta um Sistema de

Gestão da Qualidade (SGQ), no qual a política da qualidade é prover serviços que atendam às

necessidades/requisitos dos clientes. Pesquisas realizadas mostraram que a instituição recebeu muitas

reclamações de clientes em relação ao atendimento ao público/clientes (alunos e responsáveis), e com base

nestas informações a direção teve que tomar providências para resolução de tais problemas. Um dos

principais problemas era a falta de comunicação entre os setores secretaria e financeiro, fazendo o cliente

ficar impaciente ao ter que ir de um setor para outro sem resolver o seu problema. Com o objetivo de

melhorar o funcionamento destes setores, a direção resolveu integrá-los.

A próxima etapa foi a verificação dos cargos e/ou funções envolvidos no processo. Aparentemente todos

os colaboradores do setor secretaria executam as mesmas funções, do ponto de vista do cliente, pois não há

uma separação visível das atividades de cada colaborador. Ao fazer o levantamento através de questionário

verificaram-se os seguintes cargos e/ou funções envolvidos no processo: auxiliar administrativo - quatro

colaboradores; secretária acadêmica – dois colaboradores; analista financeiro pleno – um colaborador; e

assistente administrativo – a ser definido o colaborador. Cada uma das atividades/responsabilidades está

descrita nos procedimentos da qualidade, os quais indicam o objetivo, documentos e registros relacionados,

siglas, definições, responsabilidades e condições gerais. Desta forma cada colaborador conhece o

detalhamento da atividade relacionada à sua função.

Com a mudança estrutural a direção pretende, como exposto anteriormente, unir os

setores/departamentos, mas separar as funções, ou seja, deixar claro ao cliente quais colaboradores são

auxiliares administrativos, quais são secretárias acadêmicas e quais são analistas financeiros. Para fazer esta

separação alguns colaboradores terão seus cargos e/ou funções alterados.

Na verdade a instituição estará realizando uma reengenharia de processos de negócios seguido de um

benchmarking, ou seja, pretende incrementar o desempenho da organização, redesenhando seus processos e

sua estrutura visando alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho,

tais como custos, qualidade, atendimento e velocidade; utilizando também um processo contínuo de medir

produtos, serviços e processos, cujos resultados são comparados com benchmarks – padrão de comparação,

referência, modelo –, que servem para calibrar o desempenho dos elementos medidos, e por ser um processo

que pode ser aplicado para comparações de operações internas à empresa.

Com base nas respostas, foram relacionadas as seguintes expectativas:

1) Em relação ao layout: Melhorar comunicação entre os setores/departamentos; Facilitar o trabalho;

Melhorar a concentração no exercício das atividades.

2) Em relação ao espaço físico: Expectativa de um espaço físico maior; Melhorar condições ambientais

(ventilação).

3) Em relação ao relacionamento entre colaboradores: Integrar a equipe; Ampliar rede de contatos;

Melhorar o entrosamento entre os colaboradores.

Em relação à estrutura funcional (equipamentos, móveis, etc.): Ampliar o número de computadores;

Ampliar o número de armários e mesas; Melhorar a ergonomia das cadeiras; Adquirir um aparelho de fax;

Possuir um sistema de ventilação eficiente (condicionador de ar).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando as pesquisas e entrevistas realizadas verificou-se a falta de envolvimento dos

colaboradores no planejamento das mudanças. A direção tomou a decisão da mudança baseada em

documentos indicadores da qualidade dos setores/departamentos em questão. Tendo chegado à conclusão da

necessidade de mudança, a direção informou os colaboradores envolvidos os procedimentos que seriam

tomados para a realização da mesma. Pode ser verificado, que mesmo não participando do planejamento os

colaboradores estavam entusiasmados e dispostos a participar do processo.

As mudanças promoverão um melhor foco nas atividades, melhorando assim o rendimento individual de

cada funcionário dos setores envolvidos. Os envolvidos no processo de atendimento acreditam que os

clientes externos e internos estarão sendo mais bem recepcionados e assim estarão mais satisfeitos com os

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serviços prestados aguardando apenas a avaliação institucional para a verificação da melhora no indicador.

Outro aspecto positivo é o relacionamento que tende a melhorar entre os funcionários, desta forma as

informações ficarão mais acessíveis e com uma linguagem mais clara.

Outro fato verificado foi em relação às expectativas dos colaboradores em relação às mudanças. Na

maioria dos casos, os colaboradores esperam melhorias físicas e estruturais para melhor executar suas

funções. Não foram verificadas situações de insatisfação em relação à remuneração financeira ou troca de

cargos e/ou funções, os colaboradores parecem satisfeitos com as atividades que realizam.

A instituição não deve ficar presa a dados numéricos em relação às melhorias oferecidas pelas mudanças

estruturais, deve preocupar-se também com a satisfação pessoal de cada colaborador envolvido nesta fase.

Pois passada a euforia da mudança o comportamento do colaborador poderá sofrer alterações, e situações

não verificadas anteriormente podem aflorar: como a satisfação em relação à remuneração financeira e/ou

comparações de atividades semelhantes realizadas por colaboradores diferentes versus remuneração pela

atividade. Outra questão é achar que a mudança estrutural é a solução para todos os problemas de

comunicação entre os colaboradores e não fazer um acompanhamento do processo pós-mudança. Todo

processo requer uma avaliação periódica de eficácia.

E por fim, a instituição utilizar as informações da pesquisa, ou seja, o levantamento das expectativas dos

colaboradores e tentar atender as necessidades dos mesmos, pois colaboradores satisfeitos produzem mais e

com uma qualidade melhor.

REFERÊNCIAS 1. ARMENAKIS, Achilles A.; BEDEIAN, Arthur G. Organizational Change: a review of theory and research

in the 1990s. Journal of Management, v.25, n.3, 1999.

2. SCHAFFER, R. H.; THOMSON, H. A. Successful change programs begin with results. Harvard Business

Review, v. 70, n. 1, p. 80-89, 1992.

3. MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de Estratégia. Porto Alegre: Bookman, 2000.

4. BAEZ, B. Confidentiality in qualitative research: reflections on secrets, power and agency. Qualitative

research, v. 2, n. 1, p. 35-58, 2002.

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II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque – SC

FATORES DE DESMOTIVAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DO SETOR DE

PRODUÇÃO DE UMA METALÚRGICA DE CURITIBA-PR

Valdemir Fernando, STELLA, [email protected]

1

Denize Demarche, MINATTI-FERREIRA2

Álvaro Guillermo Rojas, LEZANA3

Alexandre Meira de, VASCONCELOS4

Metalúrgica Schwarz S/A, Curitiba, PR.1

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC.2,3,4

Resumo: O objetivo deste artigo é investigar os fatores de desmotivação dos colaboradores de uma indústria

metalúrgica de Curitiba, com base na teoria dos dois fatores de Herzberg. A pesquisa tem abordagem

predominantemente quantitativa, que consistiu na aplicação de um questionário com 60 colaboradores do setor de

produção, de um total de 120. Critérios de anonimato das respostas foram estabelecidos para garantir a

confidencialidade, e consequentemente a coerência e veracidade da opinião dos colaboradores. Os itens mais

pontuados como desmotivadores foram: ferramentas e matrizes; maquinário; jornada de trabalho; condições de

trabalho; chefia; qualidade do produto. Os resultados apontam que os principais fatores de desmotivação são

higiênicos e que há necessidade de investimento prioritário em maquinários que atendam as exigências de produção e

qualidade dos produtos, treinamentos para os cargos de chefia e liderança e proporcionar condições de trabalho

adequadas. Ainda sugere-se que esta pesquisa seja refeita após a implantação das melhorias para evidenciar se as

ações foram eficazes.

Palavras-chave: motivação, indústria metalúrgica, produção, gestão de pessoas, teoria de Herzberg

INTRODUÇÃO

Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa realizada no setor de produção de uma empresa de

Curitiba. A empresa tem 120 funcionários, trabalhando em um regime de 03 turnos, com folga apenas no

domingo. Sua atividade principal é “corte e conformação” de matéria-prima em alumínio. A pesquisa é

focada na percepção de 60 funcionários sobre os fatores insatisfatórios e motivacionais do ambiente de

trabalho, tendo como base teórica a Teoria dos Dois Fatores de Herzberg (1) e tem por objetivo esclarecer os

motivos que levam os funcionários do setor de produção a estarem desmotivados com o trabalho.

Qualquer que seja o trabalho a realizar, motivar as pessoas é uma das mais importantes políticas e

condição fundamental para atingir objetivos. Sabe-se que se as pessoas envolvidas numa tarefa estiverem

suficientemente motivados, elas conseguirão superar quaisquer tipos de dificuldades. Para Herzberg(1), os

administradores devem atuar sobre os fatores higiênicos, buscando atender estas necessidades, e isso vai

gerar ausência de insatisfação. Porém, se quiserem ter funcionários motivados deverão atuar sobre os fatores

motivacionais, criando condições para que os fatores motivacionais, ligados ao conteúdo do trabalho, possam

ser percebidos e apropriados pelos funcionários para de fato motivarem-se.

Para uma empresa ter colaboradores motivados, duas condições principais são indispensáveis (2):

a) conhecer realmente quais são as necessidades e expectativas das pessoas;

b) ter recursos para oferecer fatores que sejam verdadeiros elementos complementares dessas

expectativas, facilitando o ato motivacional.

Por mais excelente que seja a organização, será inútil, ou mesmo contraproducente, se as pessoas não se

sentirem motivadas. Atitudes motivadas geram crescimentos profissionais e elevam a autoestima do ser

humano. Quando o mesmo é valorizado, quando é depositado nele confiança e seus trabalhos elogiados,

consequentemente a qualidade de seu trabalho será eficaz e de visível crescimento (3).

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METODOLOGIA

Para realização desta pesquisa, foi utilizado uma metodologia com abordagem quantitativa, através de

um questionário adaptado de Fernandes (4), para evidenciar os principais fatores de desmotivação na

empresa. Em uma breve consulta a um grupo de cinco colaboradores da empresa, foram levantados 12

possíveis fatores que ocasionam a desmotivação, que foram incluídos em um questionário e distribuído aos

funcionários da produção para preenchimento. Para evitar constrangimento no momento do preenchimento

do questionário, estes foram distribuídos no horário de almoço e saída e o mesmo não solicitava

identificação. Toda vez que a resposta fosse afirmativa, o funcionário tinha que descrever o motivo que

levou a essa conclusão. Abaixo mostraremos um esboço do questionário, bem como o gráfico obtido através

da análise do mesmo.

Quadro 1 - Questionário de Avaliação

Fator desmotivacional Resposta

No caso de sim como resposta, justifique. Sim Não

Atividade exercida

Benefícios

Chefia

Condições de trabalho

Ferramentas(matrizes)

Horário de trabalho

Jornada de trabalho

Maquinário

Qualidade do produto

Relação com os colegas

Salário

Segurança

Fonte: Autores

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Dos 80 questionários distribuídos, 60 foram devolvidos preenchidos, posteriormente analisados, e

mostrados no Gráfico 1 com as respostas marcadas com SIM, ou seja, estes itens são fatores

desmotivacionais. Pode-se identificar pela porcentagem acumulada no diagrama de Pareto, quais fatores

mais contribuem para a falta de motivação dos funcionários na empresa. Observa-se que os quatro primeiros

itens respondem por 60% da insatisfação dos colaboradores e todos eles são fatores higiênicos.

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44

37

31

26

19

16

11 10 10 9 97

19%

35%

49%

60%

69%

76%80%

85%89%

93%97% 100%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Gráfico 1 - Fatores de Desmotivação

Fonte: autores

No Quadro 2, são relacionados e discutidos os seis principais (maiores porcentagens) apresentados pelos

funcionários, que representam 76% dos motivos de desmotivação, e os principais comentários dos

respondentes. Observa-se que os fatores de desmotivação são em sua grande maioria higiênicos e como estes

são relacionados ao ambiente, não geram satisfação, apenas impedem o descontentamento (5). Neste caso a

empresa precisa investir recursos e esforços para melhorar as condições gerais do trabalho e dos

equipamentos sob pena de gerar mais insatisfação no corpo funcional e isto comprometer a qualidade dos

produtos. Por outro lado, destaca-se que os fatores motivacionais, que são relacionados ao conteúdo do

cargo, não são críticos para esta empresa e talvez sirvam para fortalecer a empresa diante dos fatores

higiênicos não atendidos.

Quadro 2 – Comentários dos respondentes

Item Tipo de

fator Comentários dos respondentes

Ferramentas e

Matrizes Higiênico

“As ferramentas têm baixa durabilidade. Fazem em média 10.000 peças, quando

deveriam fazer 30.000 peças”.

“Temos que trocar as ferramentas constantemente”.

“O set-up é demorado. Demora mais de uma hora para trocar a ferramenta. Com

isso não conseguimos atingir a produção do dia”.

Maquinário Higiênico

“Os maquinários (prensas) são antigos. Vivem quebrando toda semana.”

“O pior é que, as vezes, levam várias semanas para consertá-las”.

“Com isso, a produção diária fica comprometida por falta de equipamento”.

Jornada de

Trabalho Higiênico

“Com as máquinas e ferramentas quebrando constantemente, temos que fazer

hora-extra todo o final de semana. Isto já vem ocorrendo há vários meses”.

“Estamos trabalhando há semanas seguidas, chegando a ficar meses sem

descanso. Além de estarmos cansados, não temos vida social. Há vários finais de

semanas não passamos com nossos familiares”.

“E caso recusemos a fazer hora-extra, somos “recriminados” pelo superior”.

Condições de

Trabalho Higiênico

“Trabalhamos o dia todo de pé, sendo que muitos de nós no processo de

conformação à quente, onde ficamos diretamente expostos a alta temperatura,

chegando a mais de 50ºC no verão”.

“Temos que usar de guarda-pó de manga cumprida, o que aumenta mais a

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sensação térmica”.

“O sistema de refrigeração da empresa é ineficiente. Houve até um dia que nós

fizemos uma pequena paralisação, reivindicando melhores condições de trabalho”.

“O processo é repetitivo, o que faz com que muitos de nós colaboradores,

contraiam sérias lesões”.

Chefia Motivacional

“Nós reclamamos das condições de trabalho, das condições das máquinas e

ferramentas aos nossos superiores, más os mesmos não estão “nem aí” com a

gente”.

“Além de pedirem produtividade, pedem também qualidade nas peças”.

“Não tem condições de fazer peças com qualidade com estes equipamentos que

trabalhamos aqui na empresa”.

“Tem muito líder na produção que sabe menos que um operador de máquina”.

Qualidade do

Produto Higiênico

“Devido as condições precárias das nossas ferramentas e maquinários, não temos

como fazer um produto de qualidade com alta produtividade”.

“Quase todos os dias nós temos que selecionar ou retrabalhar as peças que

fazemos, porque, mesmo com a ferramenta “trincada” temos que produzir as

peças. Isso atrasa a nossa produção, gerando custos desnecessários”.

“Não temos como melhorar estas condições de trabalho, pois somos obrigados a

trabalhar desta forma, devido a deficiência dos equipamentos e ordem da chefia”.

Fonte: Autores

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta deste trabalho foi identificar os principais motivos da desmotivação dos funcionários do setor

de produção; o que ficou evidente através do resultado obtido através do questionário. O fato do colaborador

não ter seu nome identificado após o preenchimento do questionário, fez com que o mesmo relatasse o seu

mais puro sentimento. Observou-se que a motivação dos funcionários está comprometida principalmente por

fatores higiênicos.

Para que seja revertido este quadro, a empresa deverá investir para eliminar ou diminuir os efeitos dos

fatores higiênicos sobre a motivação e, consequentemente, melhorar o desempenho. O investimento deve ser

prioritário para maquinários que atendam as exigências de produção e qualidade dos produtos, treinamentos

para os cargos de chefia e liderança e proporcionar condições de trabalho adequadas. Sugere-se que

promovam, a intervalos regulares, nova pesquisa, para verificar se as melhorias foram eficazes.

REFERÊNCIAS 1. MASLOW, A. H. Maslow no gerenciamento. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000.

2. BERGAMINI, C. W. Motivação: uma viagem ao centro do conceito. RAE executivo, v. 1, n. 2, p. 63-7, 2003.

3. KONDO, Y. Motivação Humana: um fator chave para o gerenciamento. São Paulo: Levine, 1994.

4. FERNANDES, E.C. Qualidade de vida no trabalho: como medir para melhorar. 2ª ed. Salvador: Casa da

Qualidade, 1996.

5. GIESTA, L. C.; MAÇADA, A. C. G. Análise do sistema de produção enxuta (SPE) na percepção dos

funcionários: o caso de uma empresa de tratores e retroescavadeiras. ENANPAD. Rio Grande-RS 2002.

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DIRETRIZES E PRÁTICAS DE GESTÃO SOCIOAMBIENTAL NO

CAMPUS DA UNIFEBE: UMA PESQUISA COM DOCENTES DO CURSO

DE ADMINISTRAÇÃO

Denize Demarche, MINATTI FERREIRA, [email protected]

1

Alexandre Meira de, VASCONCELOS, [email protected]

Álvaro Guillermo Rojas, LEZANA, [email protected]

George Wilson, AIUB, [email protected]

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC1,2,3

Unifebe, Brusque, SC4

Resumo: As universidades assumem um papel relevante no propósito humano por um meio ambiente saudável pois é

um espaço de reflexão e de formação da geração de conhecimento. O objetivo do trabalho foi o de avaliar as diretrizes

e práticas socioambientais implantadas na Unifebe. O seu resultado poderá subsidiar a elaboração de projetos e de

propostas de prática docente e de novas políticas institucionais para o meio-ambiente. Um questionário foi aplicado

com docentes da instituição e foram analisados parâmetros pela teoria clássica dos testes (índice de facilidade, índice

de discriminação, correlação bisserial, média e desvio padrão das respostas positivas do teste, e intervalo de confiança

para a média do total dos escores). Os resultados apontam que a Unifebe deve criar uma política institucional clara,

formalmente estabelecida, divulgada e implantada em todas as instâncias, pois as práticas ora estabelecidas devem ser

precedidas de diretrizes e políticas amplas, que definam e determinem objetivos e metas socioambientais antes de

serem aplicadas na instituição.

Palavras-chave: gestão socioambiental, educação ambiental, Unifebe, política institucional socioambiental

INTRODUÇÃO

Na década de 70, percebeu-se que o modelo de desenvolvimento vigente não era sustentável, a partir

de então, disseminaram-se atitudes ecologicamente corretas. O que se procura atualmente é conciliar o

desenvolvimento econômico e social, aliado à preservação ambiental. Surge assim o que alicerça a

premissa do desenvolvimento sustentável, o uso sem a exaustão dos recursos naturais. O conceito de

desenvolvimento sustentável é aquele que diz que se deve atender às necessidades da geração atual sem

comprometer o direito das futuras gerações atenderem suas próprias necessidades, deste modo

assegurando-lhes as necessidades econômicas, sociais e ambientais (1). O planeta pode não suportar as

perdas ambientais causadas pela ação humana e comprometer o futuro da humanidade, o que coloca a

questão ambiental como uma pauta relevante dos países na era atual (2).

O ser humano percebe sinais de que há uma necessidade de se efetivar medidas de preservação

ambiental. O desenvolvimento e a manutenção da espécie humana estão ligados à questão ambiental,

assim, a conscientização ecológica veio a partir do diagnóstico de uma realidade que ameaça a vida e a

preservação da mesma. Porém, os problemas ambientais, por sua complexidade, devem ser solucionados

por indivíduos treinados e educados, com pensamento crítico e que saibam percorrer as fronteiras

disciplinares e políticas (3).

Gestão ambiental consiste em um conjunto de medidas e procedimentos definidos e adequadamente

aplicados que visam a reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento sobre o

meio ambiente (4). Argumenta-se ser necessário um trabalho multidimensional de cunho social e

ambiental, com compartilhamento de objetivos e valores comuns e uma perspectiva de trabalho que

vislumbre o comprometimento com as gerações futuras (5). Destaca-se o esforço das Organizações das

Nações Unidas em convocar os países em uma empreitada conjunta para colocar a questão ambiental na

pauta de desenvolvimento em igualdade de importância com os pilares econômicos e sociais, uma vez

que o problema envolve todos: poder público, empresas e cidadãos (6).

As universidades assumem um papel relevante no propósito humano por um meio ambiente

saudável, pois é um espaço de reflexão e de formação da geração de pensadores, trabalhadores e

empreendedores que assumirão as rédeas do modelo de desenvolvimento ora estabelecido. Neste

contexto, este estudo foi conduzido no Centro Universitário de Brusque (Unifebe) para evidenciar as

práticas de gestão socioambiental docentes e da instituição e, com isso, subsidiar a instituição de

informação para tomada de ações.

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METODOLOGIA

A pesquisa possui abordagem quantitativa e qualitativa e se constitui da aplicação de uma survey

com professores da Unifebe para evidenciar as práticas de cunho socioambiental, por parte deles e da

instituição.

A população estudada corresponde ao universo de 50 professores do curso de Administração. A

proposta inicial deste artigo foi a de realizar um estudo censitário, porém somente 18 professores (36%

da população) atenderam aos sucessivos chamados para responder ao questionário. Para cada item foi

solicitado aos respondentes que avaliassem se a prática de educação/gestão socioambiental está ou não

implementada na Unifebe (os 20 itens do questionário são apresentados na seção de resultados). Cada

resposta afirmativa gerou 0,5 pontos e cada resposta negativa (ou caso o docente não saiba responder), gerou

0,0 ponto e, ao final, as respostas geraram um escore de 0 a 10 que representa o grau de implantação de tais

práticas. Optou-se por considerar o desconhecimento do docente quanto à prática socioambiental como um

aspecto negativo porque entendeu-se que desconhecer a presença da prática na instituição também é um

problema a ser resolvido pela Unifebe.

Como o estudo censitário não pode ser consumado, estudos estatísticos foram conduzidos sob os dados

para inferir conclusões sobre a população. Usou-se a Teoria Clássica dos Testes (TCT) para analisar os dados

coletados e a análise dos itens baseou-se nos seguintes parâmetros (7):

a) índice de facilidade - proporção de participantes que responderam positivamente ao item, ou

seja, afirmam que a prática descrita no item é realizada na Unifebe, por algum motivo, mesmo

não havendo a prática, acreditam que ela é cumprida na instituição. Considera-se um item como

“fácil” quando o índice é maior que 0,70 e difícil quando é menor ou igual a 0,30.

b) índice de discriminação - que mede a capacidade do item de diferenciar os participantes que

afirmam que a prática descrita no item é executada na Unifebe (27% dos respondentes com

escores mais altos) daqueles que afirmam que a prática não é executada, ou não sabem dizer se é

executada (27% dos respondentes com pontuações mais baixas) e corresponde à diferença entre

a proporção de respostas positivas do primeiro grupo e a do segundo grupo;

c) correlação bisserial: correlação entre as respostas dadas ao item e o escore total dos

respondentes. Espera-se que itens que consigam discriminar as pessoas que avaliam

positivamente o item daquelas que têm opinião contrária sejam maiores que itens não

discriminatórios (8). Considera-se satisfatório quando o índice é igual ou superior a 0,40;

d) a média e o desvio-padrão do número total de respostas positivas;

e) a média do total dos escores - Uma vez que o estudo não foi censitário, será conduzido um teste

de significância para inferir a média da população docente para um nível de confiança de 95%.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Tabela 1 apresenta os dados coletados e os principais resultados coletados no período de 30 de

maio a 04 de julho de 2012. Todos os respondentes (12 homens e 6 mulheres) têm um ano ou mais de

atuação como docente na Unifebe, o que lhes confere um tempo de experiência suficiente para

analisarem a situação da instituição quanto às práticas socioambientais.

A média de respostas positivas é de 10,5 de um total de 20, o que coloca a visão dos docentes sobre

as práticas socioambientais em uma posição intermediária. Observa-se que há itens sobre diretrizes

organizacionais (01, 05, 11, 12, 14, 16 e 17), sobre práticas institucionais (02, 03, 07, 08, 09, 13 e 18) e

os demais sobre as práticas dos docentes e demais colaboradores (04, 06, 10, 15, 19 e 20), com médias e

desvios-padrão de respostas positivas respectivamente de (9,14; 5,37), (12,3; 2,81) e (10,0; 4,29).

Constata-se que as diretrizes organizacionais obtiveram a média mais baixa e maior dispersão, o que

sugere que precisam ser instituídas, reavaliadas ou implantadas, conforme cada caso. Neste grupo,

destaque para o item 12 sobre a institucionalização da política socioambiental para a Unifebe, que

obteve somente duas respostas positivas; e o item 01, com 13 respostas positivas, sobre o

comprometimento da Unifebe com o meio-ambiente e com a sociedade. Quanto às práticas

institucionais, o número mais baixo de respostas positivas foi nove para o item 09, e o item mais

pontuado foi o número 02, com 17 respostas positivas, sobre a existência de iniciativas de

responsabilidade socioambiental. O número elevado de respostas positivas neste grupo, e a pouca

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variabilidade dos resultados, indica que há uma percepção do corpo docente de que a instituição se

mobiliza para realizar ações socioambientais. Quanto às práticas socioambientais de docentes e demais

colaboradores, destaca-se o item 19, com somente três respostas positivas, ou seja, os docentes

desconhecem ou têm conhecimento de que os professores não se utilizam da gestão ambiental de forma

transversal em suas disciplinas, o que pode orientar ações da coordenação de curso e/ou coordenação

pedagógica para a revisão de planos de ensino para contemplar este item. Neste grupo, ainda se destaca

o item 10, com quinze respostas positivas sobre a promoção pela Unifebe de ações educativas para

alunos e colaboradores.

Tabela 1. Parâmetros dos itens da survey

ITEM

Res

po

stas

Po

siti

vas

Índ

ice

de

faci

lid

ade

Índ

ice

de

Dis

crim

inaç

ão

Co

efic

ien

te B

isse

rial

1.A Unifebe demonstra elevado grau de comprometimento com questões relacionadas

a meio ambiente e com o bem estar da sociedade. 13 0,72 0,60 0,75

2.Existem iniciativas de educação para a responsabilidade socioambiental na Unifebe. 17 0,94 0,00 0,66

3.Faz-se coleta seletiva de lixo na Unifebe. 13 0,72 0,20 0,56

4.Os funcionários e alunos da Unifebe colaboram com a Gestão Socioambiental (ex.

desperdício de papel, não discriminação de pessoas, economia de água e luz,). 9 0,50 1,00 0,98

5.A Unifebe incentiva o uso racional de energia elétrica. 12 0,67 0,20 0,40

6.Na Unifebe se reaproveita folhas de papel ou se utiliza papel reciclado para fins de

impressão. 14 0,78 0,00 0,29

7.Na Unifebe, as ações da gestão universitária seguem princípios do desenvolvimento

sustentável. 10 0,56 1,00 1,01

8.Existem campanhas de conscientização para cuidados com o meio-ambiente na

Unifebe. 13 0,72 0,80 0,99

9.A Unifebe se preocupa em utilizar e fornecer materiais pensando na disposição final

destes, ou seu impacto no meio ambiente. 9 0,50 0,40 0,62

10.A Unifebe promove ações educativas para a formação da cidadania dos

colaboradores e dos alunos. 15 0,83 0,00 0,16

11.A Unifebe estimula a participação dos funcionários (professores e técnicos) em

ações que beneficiam a comunidade. 16 0,89 0,20 0,78

12.A Unifebe tem uma política socioambiental institucionalizada 2 0,11 0,40 1,01

13.Há respeito e valorização dos funcionários na Unifebe. 14 0,78 0,40 0,64

14.Existem políticas de gestão de resíduos na Unifebe. 5 0,28 0,80 0,89

15.Há coerência entre discurso e prática na Unifebe quando se trata de questões de

Gestão Socioambiental. 9 0,50 1,00 0,98

16.A Unifebe dispõe de pessoal especializado em questões socioambientais e as

decisões são tomadas por meio de comitê responsável. 4 0,22 0,40 0,67

17.A Unifebe incentiva os funcionários/alunos a participarem das questões

socioambientais. 12 0,67 0,60 0,79

18.A atividade econômica da Unifebe interfere no meio ambiente. 10 0,56 -

0,40

-

0,12

19.Todos os professores abordam a questão ambiental em suas disciplinas. 3 0,17 0,40 0,26

20.Há projetos de pesquisa/iniciação científica que contemplam a Gestão

Socioambiental 10 0,56 0,80 0,91

Fonte: Autores.

Em relação ao índice de facilidade, entre os mais “difíceis” (12, 14, 16 e 19) há três que envolvem

diretrizes e políticas não institucionalizadas e os mais “fáceis” (02, 06, 08, 10, 11, 13, 14 e 20) mais

relacionados à prática. Esta constatação sugere que a Unifebe deve criar uma política institucional clara,

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formalmente estabelecida, divulgada e implantada em todas as instâncias, pois as práticas ora

estabelecidas devem ser precedidas de diretrizes e políticas amplas, que definam e determinem objetivos

e metas socioambientais antes de serem aplicadas na instituição.

O índice de discriminação demonstra que os itens 04, 07 e 15 discriminam totalmente as pessoas que

têm uma visão positiva sobre as práticas docentes daqueles que não têm, enquanto os itens 02, 03, 05,

06, 10, 11 e 18 são os que menos discriminam, ou seja, em pesquisas futuras pode ser avaliada a sua

retirada da survey, desde que não comprometa a avaliação qualitativa associada ao item.

Como a correlação bisserial mede a capacidade do item de discriminá-lo em relação ao resultado do

teste, conclui-se que os itens 06, 10, 18 e 19 podem ser eliminados da survey sem comprometer o

resultado final.

Os escores das respostas de cada docente é mostrado na Tabela 2 com média de 5,83 e desvio-

padrão de 2,18 e somente três docentes obtiveram um escore superior a 7,0. O intervalo de confiança,

calculado pelo teste t de Student, para um nível de confiança de 95% , 17 graus de liberdade, e uma

população finita de 50 docentes é (4,96; 6,71). O escore médio pode ser usado para estabelecer metas de

desempenho socioambiental relacionado a esta avaliação.

Tabela 2. Escores dos respondentes

Docente 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Média Desvio

padrão

Escore 9,5 9,5 8,5 7 7 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5 6 5,5 4 4 3 3 3 2,5 5,83 2,18

Fonte: Autores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados orientam a Unifebe a rever suas diretrizes e práticas socioambientais, com especial

destaque para a formalização e disseminação de sua política socioambiental, para que a defesa do meio-

ambiente não fique concentrada em práticas isoladas e desconexas. Porém, como este estudo foi

exploratório, sugere-se que seja ampliado para toda a Unifebe, e prever a participação de docentes e

demais colaboradores para evidenciar uma visão, bem como da diretoria.

A política institucional socioambiental deverá ser utilizada para direcionar as ações do centro

universitário em todos os níveis, com especial atenção para a atividade docente, com vistas à inclusão

desta temática em todas as disciplinas de todos os cursos. Sabe-se que a temática socioambiental já está

se transformando em disciplina institucional e será oferecida em todos os cursos da Unifebe.

REFERÊNCIAS

1. VALLE, CE. Qualidade Ambiental-Iso 14.000. São Paulo: Senac; 2009.

2. SICHE R, AGOSTINHO F, ORTEGA E, ROMEIRO A. Índices versus indicadores: precisões conceituais na

discussão da sustentabilidade de países. Ambiente & sociedade. v. 10, p. 137-148, 2007.

3. CUSICK J, MONROE C, MACLEOD S, BARKER NH. Sustainability Education and Public Diplomacy: A

Case Study of the United States Institute on the Environment. Environmental Practice. v. 12, n. 1, p. 8-17, 2010.

4. ROBLES JÚNIOR A, BONELLI VV. Gestão da qualidade e do meio ambiente: enfoque econômico,

financeiro e patrimonial. São Paulo: Atlas; 2006.

5. SACHS, I. Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.

6. EWEJE, G. Strategic partnerships between MNEs and civil society: the post-WSSD perspectives. Sustainable

Development, v. 15, n. 1, p. 15-27, 2007.

7. VENDRAMINI, C.M.M.; SILVA, M.C.; CANALE, M. Análise de itens de uma prova de raciocínio

estatístico. Psicologia em Estudo, v. 9, n. 3, p. 487-498, 2004.

8. SANTOS, L.M. Desempenho escolar em Pernambuco: Análise dos itens e das Habilidades usando a Teoria

Clássica e TRI. 29 de fevereiro de 2008. 89f. Dissertação (Mestre). Departamento de Estatística, Universidade Federal

de Pernambuco, Recife-PE, 2008.

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ALTERAÇÕES DO CLIMA ORGANIZACIONAL EM UMA EMPRESA

FORNECEDORA DE EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO DE ENERGIA

Simey Costa, BATISTA, [email protected]

1

Luciano, VIGNOCHI, [email protected]

Álvaro Ghillermo Rojas, LEZANA, [email protected]

Alexandre Meira de, VASCONCELOS, [email protected]

Landys+Gyr, Curitiba, PR

1

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Forianópolis, SC.2,3,4

Resumo: Através de uma base de informações é possível identificar e compreender os aspectos positivos e negativos que

impactam no clima organizacional e orientar a definição de planos de ação para melhoria do mesmo. O presente trabalho

visa investigar as alterações do clima organizacional em uma empresa fabricante de equipamentos de medição de energia

elétrica a partir das relações entre a crise do setor no período de 2001/2002 e o período de crescimento do mercado

energético no ano de 2008. O método é descritivo e a pesquisa é de caráter qualitativo. Como técnica de abordagem de

campo utilizou-se um questionário com funcionários que acompanharam as variações do clima organizacional durante o

período da crise energética entre 2001 e 2002 até o ano de 2008. Os resultados indicam que (1) no período da crise

energética o clima organizacional era “instável” tendo como ponto principal a alteração em benefícios e que (2) no

período de crescimento do setor o clima é considerado “estável” para 100% dos entrevistados.Os resultados obtidos

demonstram que existe uma relação direta nos efeitos do clima organizacional com o período em que a empresa vive.

Palavras-chave:clima organizacional; crise energética; crescimento setorial; setor elétrico.

INTRODUÇÃO

Em 2001 e 2002, o Brasil enfrentou uma das piores crises no setor energético de todos os tempos. O

racionamento de energia causou uma série de consequências de impacto econômico, tais como: redução do

crescimento econômico, aumento do desemprego, aumento do déficit da balança comercial, perda de

arrecadação de impostos e efeito inflacionário(TALMASQUIM, 2000).

Este trabalho tem como objetivo avaliar as alterações do clima organizacional em uma empresa fornecedora

de equipamentos de medição de energia em um período de crise no setor energético. Além disso, busca comparar

estas alterações com o período de 2008 onde ocorreu um crescimento gradativo da demanda do mercado

consumidor de energia elétrica no Brasil. Através de uma pesquisa de clima organizacional é possível mapear o

ambiente interno da empresa para assim atacar efetivamente os principais focos de problemas melhorando o

ambiente de trabalho (THUMIN E THUMIN, 2011). Em outras palavras, criando esta base de informações é

possível identificar e compreender os aspectos positivos e negativos que impactam no clima organizacional e

orientar a definição de planos de ação para melhoria do mesmo. Além disso, a busca de entendimento e consenso

entre os membros de uma organização pode auxiliar na redução da incerteza e criar consistência e previsibilidade

nas reações em situações críticas, fortalecendo um clima de segurança em períodos economicamente turbulentos

(SAMUELSON, 1987; MELNIK ET AL, 2009; SCHULTE ET AL, 2009).

Essa pesquisa é justificada devido a sua relevância, do ponto de vista preventivo, ao propiciar uma reflexão e

análise sobre a temática do clima organizacional em períodos de crise entre os membros de uma empresa

fabricante de equipamentos de medição de energia elétrica. Como estudo aplicado, pode contribuir com

indicativos para uma base sustentável e linear visando redução de variações no clima organizacional de empresas

com demandas sazonais, como é o caso das empresas de energia elétrica. Além disso, possibilita aprofundar

relações teórico-empíricas sobre o impacto de alterações econômicas na vida organizacional.

O estudo foi desenvolvido em quatro seções. A presente introdução; o desenvolvimento do referencial

teórico sobre clima organizacional; a metodologia utilizada; os resultados e discussões e as considerações finais.

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METODOLOGIA

A pesquisa de campo se caracteriza como descritiva e qualitativa. Foi desenvolvida com funcionários que

acompanharam as variações no clima organizacional da uma empresa fabricante de instrumentos de medição de

energia elétrica no período da crise energética entre 2001 e 2002 em paralelo com o período de 2008.

Para a coleta dos dados foi criado um questionário (APÊNDICE 1) com o objetivo de mapear as variações

no ambiente de trabalho no período em estudo. Definido o grupo de pessoas, avaliou-se os efeitos das alterações

do clima organizacional sobre os indivíduos nos períodos determinados.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em 2002, no período da crise energética, a pesquisa revelou um clima “instável”. Os benefícios tiveram

alterações, porém os requisitos básicos não foram alterados como vale transporte, refeição, ônibus e assistência

médica e odontológica. Isto contribuiu para um resultado regular. As palavras-chave mencionadas pelos

entrevistados foram “insegurança e medo”, refletindo o ambiente instável do período.

O impacto revelou o ambiente de insegurança dos entrevistados onde demissões, cortes de turnos de trabalho

e instabilidade foram os principais efeitos da crise do setor energético na produção de equipamentos de medição

de energia.

No ano de 2008 o clima organizacional foi considerado “estável”. Nos quesitos analisados, os resultados

apontaram esta qualificação em 100% dos entrevistados. Os benefícios tiveram resposta positiva por todos os

entrevistados, mostrando que o grau de satisfação é alto pelos benefícios oferecidos pela empresa.

Quando perguntamos “qual a primeira palavra que você pensa sobre a empresa?”, “estabilidade” foi, na

maioria das respostas, mencionada. Para os entrevistados, o impacto pelo mercado aquecido aparece através do

aumento de produção e contratações, revelando um cenário otimista motivado pelo crescimento da empresa.

O gráfico um mostra os resultados da pesquisa nos respectivos períodos:

Gráfico 1 – Relação entre o clima organizacional em 2002 e 2008

Fonte: Autores.

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Observa-se, ainda, que os quesitos comunicação, chefia e condições de trabalho não sofreram alterações nos

períodos analisados. Para melhor compreensão deste fenômeno, torna-se necessário aprofundar as analises

caracterizando especificamente estas categorias e colhendo dados específicos sobre as mesmas com os

entrevistados. Relacionar estes aspectos do clima com cultura organizacional pode ser relevante para o

aprofundamento do estudo.

CONCLUSÕES

Este estudo buscou investigar as alterações do clima organizacional em uma empresa fabricante de

equipamentos de medição de energia elétrica a partir das relações entre a crise do setor no período de 2001/2002

e o período de crescimento do mercado energético no ano de 2008. Os resultados obtidos demonstram que há

uma relação direta nos efeitos do clima organizacional, em determinados pontos (ver Gráfico 1), com o período

em que a empresa vivencia. Os principais destaques são alterações nos benefícios. A impressão dos entrevistados

em relação ao clima no momento de crise se mostrou de insegurança e medo para estável no período de

crescimento. O principal impacto durante a crise de 2001/2002 foi causado por demissões e redução de turnos de

trabalho. Para a transição em períodos de crise é fundamental a análise destes pontos, a fim de minimizar

consequências negativas resultantes de ambientes instáveis na organização Recomenda-se, neste sentido,

pesquisar em outras empresas para verificar se o fenômeno foi isolado ou representa uma realidade que

circunscreve mais organizações do setor elétrico em períodos de crise. Em paralelo, a comunicação e as

condições físicas de trabalho não sofreram alteração, tanto na crise como em crescimento. Relacionar estes

aspectos com estudo da cultura organizacional pode ser relevante para o aprofundamento desta e o

desenvolvimento de pesquisas futuras.

REFERÊNCIAS

1. MELNICK, G.; ULASZEK, W. R.; LIN, H. J.; WEXLER, H. K. When Goals Diverge: Staff Consensus and the

Organizational Climate. Drug and Alcohol Dependence. v.103 (1)., august 2009, p.17–22.

2. THUMIN, F. J.; THUMIM, L. J. Measurement and Interpretation of Organizational Climate. The Journal of

Psychology, 2011, v.145(2), p.93–109

3. TOLMASQUIM, M. As origens da crise energética brasileira. Ambient. soc. [online]. 2000, n.6-7, p. 179-183.

4. SCHULTE, M.; OSTROFF, C.; SHMULYIAN, S.; KINICKI, A. Organizational climate configurations:

relationships to collective attitudes, customer satisfaction, and financial performance. The Journal Of Applied

Psychology, 2009; v. 94 (3), p.618-34.

5. SAMUELSON, K. Developing a motivating organizational climate. Health Management Forum ,1987; v.8 (1),

p.35-41.

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APÊNDICE 1

Pesquisa para análise do clima organizacional da empresa fabricante de medidores de energia

elétrica.

Quanto tempo você trabalha na Empresa?

( ) Menos de 1 ano

( ) De 1 a 5 anos

( ) De 6 a 10 anos

( ) Acima de 10 anos

Avaliação da empresa

( ) Muito Bom

( ) Bom

( ) Neutro

( ) Regular

( ) Ruim

Benefícios da empresa

( ) Muito Bom

( ) Bom

( ) Neutro

( ) Regular

( ) Ruim

Primeira palavra quando você pensa

da empresa :

( ) Muito Bom

( ) Bom

( ) Neutro

( ) Regular

( ) Ruim

Comunicação Interna

( ) Muito Bom

( ) Bom

( ) Neutro

( ) Regular

( ) Ruim

Atuação da sua chefia

( ) Muito Bom

( ) Bom

( ) Neutro

( ) Regular

( ) Ruim

Imagem da empresa

( ) Muito Bom

( ) Bom

( ) Neutro

( ) Regular

( ) Ruim

Condições de trabalho

( ) Muito Bom

( ) Bom

( ) Neutro

( ) Regular

( ) Ruim

Impacto da crise para a empresa

( ) Muito Bom

( ) Bom

( ) Neutro

( ) Regular

( ) Ruim

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II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque – SC

SOLUÇÕES SOCIOAMBIENTAIS: O CASO DA FBA TÊXTIL LTDA ME

Bruna, FLORIANI, [email protected] ¹

Aline, MERÍZIO, [email protected]¹

Mayara, HILLESHEIM, [email protected]¹

George Wilson, AIUB, [email protected]¹

Denize, MINATTI-FERREIRA, [email protected]²

Unifebe, Brusque, SC.¹

Unifebe/UFSC, Brusque/Florianópolis, SC. ²

Resumo: O objetivo do trabalho foi o de propor estratégias socioambientais, voltadas para resolver os problemas

ligados à sustentabilidade da empresa FBA Têxtil Ltda ME. Reduzir resíduos deve ser uma meta das organizações

visto que os impactos negativos gerados no processo são de beneficiamento têxtil na fabricação dos tecidos. O setor

também tem sido apontado um forte poluidor das águas por gerar efluentes, os quais, quando não tratados causam

contaminação. O método utilizado para elaboração do trabalho foi um estudo de caso fundamentado na empresa,

onde se observou a necessidade de adotar novas medidas, assim como auxiliar no processo de demanda de seus

resíduos industriais sem prejudicar o meio ambiente, desempenhando desta forma uma conduta voltada para o

desenvolvimento sustentável. Assim, é fundamental que as empresas busquem alternativas para iniciar um processo de

gestão ambiental e que, consolide essas mudanças junto ao seu público-alvo, lembrando que, as tendências apontam

para mudanças no perfil dos consumidores.

Palavras-chave: desenvolvimento sustentável, meio ambiente, resíduos industriais, FBA Têxtil Ltda ME.

INTRODUÇÃO

O planeta recebe enorme quantidade de resíduos por dia, grande parte desse enviada para lixões a céu

aberto. Concomitantemente ao fato, nota-se um fortalecimento da cadeia de reciclagem gerando receitas.

Porém, a origem dos resíduos é inevitável principalmente nas indústrias têxteis que tem um nível altamente

produtivo. Estes resíduos são considerados inúteis, indesejáveis ou descartáveis e podem se apresentar em

estado sólido, semissólido ou semilíquido (1).

Assim, deve se considerar a redução dos resíduos, pois são os impactos negativos gerados no processo de

beneficiamento têxtil na fabricação dos tecidos. O setor têxtil apresenta um especial destaque também na

contaminação das águas e que, tem sido abordado como um dos principais problemas da sociedade moderna,

devido ao seu grande parque industrial instalado gerar consideráveis volumes de efluentes, os quais, quando

não corretamente tratados, podem causar sérios problemas de contaminação (2).

No entanto, a quantidade de resíduos originados das indústrias é tão grande que os lixões controlados e

aterros sanitários estão sobrecarregados e, com isso, o lixo acaba sendo despejado a céu aberto em meio à

natureza, sendo causa de agressão ao meio ambiente. Assim, a redução da geração de resíduos deve ser a

primeira meta a ser alcançada de uma empresa. Os valores correspondentes aos resíduos (e desperdícios)

gerados são acrescidos ao custo e, consequentemente, ao preço de venda das peças (produtos), fazendo com

que o cliente pague mais sem ter retorno em termos de valor agregado ou reduzindo a margem de lucro da

empresa, o que se configura em um risco elevado para a empresa ao competir. No caso de uma organização

interessada na questão ambiental, há que se contemplar em seu planejamento, portanto, um programa de

gestão ligado aos demais objetivos da organização. Normalmente, abrangem aspectos ambientais importantes

e, ainda se adaptam a mudanças presentes ou futuras (3).

O presente artigo teve o intuito de elucidar as deficiências referentes ao modelo sustentável que se

pretende implantar na FBA Têxtil Ltda.

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II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque – SC

METODOLOGIA

A presente pesquisa é de abordagem qualitativa, de natureza descritiva e configura-se como um estudo de

caso. Optou-se por investigar a FBA Têxtil Ltda ME, fundada em maio de 2000, que tem por principal

atividade econômica, o comércio atacadista e varejista de artigos de cama, mesa e banho.

A empresa comercializa tecidos planos, lisos e estampados de onde provêm os resíduos. O intuito da

implantação do programa trará melhorias referentes ao destino dos resíduos têxteis produzidos pelo processo

de fabrico e ainda no funcionamento de sua estrutura.

Deste modo, no levantamento realizado percebeu-se que o principal resíduo gerado são aparas e retalhos

de tecidos, provenientes do processo de corte. Os tamanhos, formas e volumes das sobras variam de acordo

com os formatos dos moldes, das larguras dos rolos de tecidos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A redução de resíduos pode ser alcançada a partir de melhorias nos processos fabris, sendo que os

impactos ambientais devem ser considerados em todas as etapas de desenvolvimento de novos produtos, da

origem da matéria-prima até o descarte pelo consumidor final. Após reduzir os desperdícios, vimos que todos

os retalhos e aparas de tecidos deveriam ser reutilizados ao máximo antes que sejam descartados. O que não

for possível reutilizar dentro da própria empresa na criação de novos produtos deve ser reciclado ou doado.

Após a redução na fonte, a reciclagem é o caminho mais viável para a diminuição dos resíduos sólidos. A

reciclagem têxtil tem como principal esforço o reprocessamento de resíduos de forma que eles retornem ao

processo original ou componham novos produtos (4).

A empresa em questão recebe em média 8.000 kg de resíduos por mês, os preços variam entre R$ 0,59 a

R$ 2,00 pelo quilo de resíduo. Destes a maioria é vendida e/ou entra na fabricação de novos produtos como,

por exemplo, os travesseiros, fabricados em media 400 unidades por semana e tapetes, ambos enviados em

sua maioria para o estado de São Paulo.

Os resíduos, retalhos de tecidos planos e sobras de toalhas são selecionados e separados por tamanho e

qualidade tendo assim, sua destinação correta, estes são enviados, normalmente, para o estado de

Pernambuco.

A reciclagem é o resultado de uma série de atividades, nas quais os materiais que se tornariam lixo ou

estão no lixo, são desviados, coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na

manufatura de novos produtos. A reciclagem de tecidos existe, apesar de pouco difundida no Brasil. As

informações disponíveis sobre descarte, reciclagem e impactos ambientais gerados pela indústria têxtil são

poucas e insuficientes, porém, a preocupação ambiental relacionada aos resíduos gerados vem crescendo (1).

A reciclagem de materiais da indústria têxtil pode ser feita com a reutilização dos resíduos de modo a

evitar que estes sejam enviados a aterros sanitários. As empresas da indústria têxtil e do vestuário podem

obter benefícios da reciclagem sob o ponto de vista ambiental (5). A maior parte dos resíduos gerados pode

ser doada para a comunidade local, pois a reutilização das sobras de tecido pode ser canalizada para

artesanatos, o que é economicamente viável e tem efeito de conscientização e socioeconômico. Os artesãos

confeccionam almofadas, bonecas, colchas, tapetes, roupas e outros produtos. Pode-se reutilizar a matéria-

prima pela transformação das roupas em acessórios, evitando o descarte total do material e aumentando sua

vida útil, além de reaproveitar as aparas de tecidos na produção de fios e de não tecidos. As aparas e retalhos

de tecidos também podem ser utilizados como matéria-prima na produção de fios reciclados, onde são

desfiados e colocados no processo de fiação. O não-tecido é constituído de véu ou manta de fibras e

filamentos, consolidado por processo mecânico, químico ou térmico ou combinação destes. Na sua

fabricação podem ser utilizadas fibras naturais ou artificiais (4).

Na empresa há reaproveitamento do fio onde o processo é feito em uma máquina especializada (Figura

1). O processo de reciclagem de resíduos têxteis é complexo. Para que volte a ser fio novamente, esse

material deve ser separado por matéria-prima e comprimento de fibra e depende de uma separação eficiente.

Sugere-se que o aproveitamento desses resíduos sem muita complexidade, poderia ser na produção de

estopas, no qual não é necessária a eliminação do tingimento, mas só a fragmentação dos retalhos,

diferentemente do setor industrial, onde há necessidade do uso de um conjunto de máquinas.

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II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque – SC

Figura 1. Máquina para reaproveitamento de fios.

Fonte: Autores

Dentre as alternativas encontradas está a produção de tapetes por teares manuais com as sobras dos

resíduos têxteis e, travesseiros também são feitos manualmente e totalmente feito com os resíduos (Figura 2).

Cabe ressaltar que os resíduos não reaproveitados são vendidos, como por exemplo, para a fabricação de

estopas.

Figura 2. Travesseiro fabricado a partir de resíduos.

Fonte: Autores

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo de caso deixou transparecer o quanto a empresa pode beneficiar o meio ambiente

através das ações desenvolvidas para programar o reaproveitamento dos resíduos produzidos. Os resíduos da

empresa são destinados de acordo com suas peculiaridades, por exemplo: copinhos plásticos, lâmpadas,

papel/papelão e plástico são enviados a reciclagem. Detectou-se que além de destinar corretamente os

resíduos, a empresa usa materiais para a confecção de tapetes, travesseiros e ainda o fio que é reutilizado.

A empresa procura desenvolver uma política de desenvolvimento sustentável, mas tem ciência de como é

difícil cumprir de forma integral esse processo, pois além do custo gerado, o processo é lento e provê

mudanças na rotina.

Com o desenvolvimento e aplicação das ações propostas pode-se concluir que a empresa adotou em seus

procedimentos medidas sustentáveis, destinando corretamente também os resíduos têxteis, fazendo o

reaproveitamento de sua grande maioria, e por fim, vendendo o que não pode ser reaproveitado, além de

investir em tecnologias, que se fazem necessárias.

Diante das ações empreendidas tornou-se visível a responsabilidade socioambiental que a empresa

exerce, apesar de apresentar dificuldades para sua aplicação, já que os processos sustentáveis são geralmente

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mais lentos e de custo mais elevado. Apesar destes fatores, o projeto apresentou resultados positivos e de

contribuição importante para o desenvolvimento sustentável, sendo que esta já adota em sua política, meios

de contribuição para uma sociedade melhor e sustentável.

É essencial que a empresa encontre alternativas para iniciar as substituições e, em paralelo, trabalhe essas

mudanças junto ao seu público-alvo por meio de campanhas de conscientização, lembrando que, as

tendências apontam para mudanças no perfil dos consumidores. A maioria dos fornecedores de artigos

têxteis, parceiros da empresa, possuem tecidos ecologicamente corretos em suas cartelas de produtos, desde

os produzidos com princípios orgânicos aos obtidos a partir de materiais reciclados, o que facilitaria a sua

utilização em futuras coleções, porém, torna o custo deste produto mais caro.

REFERÊNCIAS

1. JARDIM, N. S. et al. (coord.). Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. 2. ed. São Paulo:

IPT/CEMPRE, 2000.

2. KUNZ, A.; PERALTA-ZAMORA, P.; MORAES, S. G.; DURAN, N. Novas tendências no tratamento de

efluentes têxteis. Química Nova, v. 25, n. 1, p. 78-82, 2002.

3. DIAS, R. Gestão ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade. Ed. Atlas. 2006.

4. MALUF, E.; KOLBE,W. Dados técnicos para a indústria têxtil. 2. ed. São Paulo: IPT, 2003.

5. TEXTILES INTELLIGENCE. Site institucional: Disponível em: <http://www.textilesintelligence.com>

Acessado em: 09 jun 2012.

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TECHNÉ, TÉCNICA E OS SEUS DISPOSITIVOS TÉCNICOS:

A MERCANTILIZAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS

NATURAIS

Wellington Lima AMORIM,[email protected]¹

Everaldo da SILVA, [email protected]²

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Joinville. Santa Catarina.1

Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE. Brusque. Santa Catarina.2

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo compreender a relação que há entre a técnica moderna e a

atual economia de mercado, bem como a preocupação constante da sociedade quanto à exploração do meio

ambiente e as suas conseqüências, como, por exemplo, poluição, desmatamento e mercantilização dos

recursos naturais. Para tanto, se fez uma revisão bibliográfica sobre os conceitos de techné e técnica e os

dispositivos técnicos descritos por Heidegger. Daí a importância de aprofundar o debate para conscientizar o

potencial que tem a sociedade civil de desenvolver comunidades alternativas e estratégias nas esferas

comunitária e familiar, sendo que tudo agora é objeto de consumo, até mesmo setores que antes pareciam

intocáveis, como a saúde, a educação, a cultura e os recursos naturais. A sociedade civil deve tomar a frente

em todos os âmbitos, debatendo com as universidades e seus pesquisadores, mas, acima de tudo, deve ficar

numa posição de tomar a iniciativa e pressionar por mudanças reais, aproximando as questões ambientais às

de equidade social e de direitos humanos

Palavras-chave: Techné, Técnica, Globalização, Meio ambiente.

INTRODUÇÃO

O mundo está passando por grandes transformações, além de que existem cada vez mais agressões a

todas as esferas da vida. Para entender completamente essas mudanças, basta apontar que tudo agora é objeto

de consumo, até mesmo setores que antes pareciam intocáveis, como a saúde, a educação, a cultura e os

recursos naturais. O processo de globalização não é recente. Ocorre há mais de quinhentos anos, é só lembrar

como os países da Europa competiam entre si, buscando recursos, como ouro, prata, cobre e madeira. Apesar

do crescente desenvolvimento tecnológico, o modelo básico da globalização econômica continua sendo o

mesmo.

Esse modelo econômico teve seus passos acelerados a partir, principalmente, da queda do Muro de

Berlim. Antes disso, e em grande parte do século XX, a economia global foi dividida em dois modelos

competidores: o comunismo e o capitalismo. Com a queda do Muro de Berlim e o Fim da Guerra Fria, teve-

se o triunfo do mercado internacional capitalista sobre o comunismo. Para entender esse processo, realizou-

se uma revisão bibliográfica sobre techné, técnica e os seus dispositivos técnicos, sob a ótica de Heidegger,

com o objetivo de, por meio desses conceitos, compreender a relação que há entre a técnica moderna e a

atual economia de mercado, bem como a preocupação constante da sociedade quanto à exploração do meio

ambiente e as suas conseqüências, como, por exemplo, poluição, desmatamento e mercantilização dos

recursos naturais. Apresentam-se os conceitos de techné e técnica descritos por Heidegger para, em seguida,

demonstrar como se deu a associação entre esses conceitos e a moderna sociedade de consumo na

contemporaneidade, convertendo todos os recursos naturais em objetos de consumo.

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METODOLOGIA

Esta pesquisa se caracteriza como sendo exploratória, buscando conhecer com maior profundidade o

assunto que está sendo abordado, com a intenção de deixá-lo mais claro, construindo questões importantes

para pesquisas posteriores. Uma característica importante desta pesquisa consiste em analisar conceitos

preliminares, contribuindo para o esclarecimento de determinadas questões que muitas vezes são abordadas

superficialmente.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

As reflexões de Heidegger sobre a técnica acontecem por meio do desvelamento da sua

representação. Por sua vez, a techné é entendida pelo desvelamento que acontece a partir das próprias coisas.

Heidegger, buscando pensar a essência da técnica, a questiona. O motivo dessa busca é estabelecer com a

técnica uma relação de liberdade. A experimentação da técnica é uma das principais conseqüências da

relação que Heidegger estabelece com a essência da técnica. Isso ocorre para que o filósofo possa se manter

a distância, evitando sustentar uma aceitação incondicional, ou oposição ou, ainda, rejeição e alienação

diante da técnica moderna. Heidegger reflete sobre a essência da técnica, a partir de duas modalidades do

pensamento – calculante e meditante –, alertando, com isso, para os possíveis perigos aos quais a

humanidade se expõe, com a prevalência do pensamento que calcula e o esquecimento por completo do

pensamento que medita. Isso ocorre devido ao projeto iluminista que, desencadeado no século XVIII, atingiu

a sua máxima efetivação no final da modernidade, a partir do século XIX.

Nesse projeto, foi privilegiado o pensamento calculante e abandonado, quase que

completamente, o pensamento meditante. O pensamento que calcula tornou-se, então, a principal

característica da modernidade. Assim, ocorreu um grande avanço do racionalismo, ou seja, o homem

começou a buscar a perfeição da razão, a sua sagacidade e proficiência, que são, entre outras, as principais

características do pensamento calculante. Ainda sobre o pensamento calculante, tem-se que é por meio dos

cálculos precisos que se pode prever, planejar, dominar e controlar todo o real. Além disso, o predomínio

dessa forma de pensar fez com que surgisse uma forte presença do utilitarismo. O pensamento passou a ser

visto como superficial, inútil, incapaz de responder as nossas indagações a respeito do real, não possuindo

caráter prático algum.

Para o homem de ciência, o pensamento que calcula se tornou gigante frente ao pensamento

que medita. O pensamento meditante, por sua vez, é descrito por Heidegger como aquele que precisa de

maturação, de tempo, de muito esforço; que requer engajamento, total dedicação às questões sobre as quais

se pensa; e que exige que o homem que medita se debruce por completo sobre aquilo que lhe é mais próximo

e que facilmente pode ser esquecido. Para que tal empreendimento tenha sucesso e para que não ocorra o

aprisionamento de apenas uma representação, entre muitas outras, é preciso que o homem que se dedica à

meditação não se atenha a um aspecto das coisas, ou melhor, não se atenha a um ponto de vista. O que isso

significa? A verdadeira meditação consiste em parar diante das coisas e deixar que a reflexão ocorra

livremente, mesmo que, em um primeiro momento, isso pareça impossível ou inconciliável. Pela procura por

uma total liberdade com a técnica, Heidegger empreende uma caça à essência da técnica. Assim, em busca de

suas origens, medita. Nessa busca, o filósofo pensou a partir dos gregos, mais especificamente de Aristóteles,

que, para se referirem à manufatura e à arte que denominavam tanto o artista quanto o artesão, usavam a

palavra techné, cognominada de technite.

No decorrer da pesquisa é possível concluir que a técnica pode ser tomada em dois sentidos do

desvelamento: como desafio e como levar à frente. Para melhor explicitar, vale exemplificar a relação que o

homem pode estabelecer com o rio cujas águas seguem tranquilamente seu rumo. O homem pode contemplá-

lo, pode navegá-lo, pode transformá-lo em um modo de produção de energia. No primeiro caso, o homem

não intervém na natureza. Deixa-se levar por algo que o transporta sem deslocamento: contempla. No

segundo caso, o homem deixa que a natureza do rio se dê ao seu modo e ao modo do rio e, então, por meio

de seu artefato, se deixa levar, mas não interfere, não desafia. No último exemplo, esse homem desafia,

manipula e transmuta a natureza de modo que possa se tornar um recurso energético a ser explorado como

fundo de reserva, para fins de subsistência. Heidegger acredita que apontar para as aproximações e para as

diferenças entre a técnica e tekhné não é suficiente para alcançar a essência da técnica e, desse modo,

estabelecer uma relação livre com a técnica moderna. A essência da técnica moderna se anuncia naquilo que

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Heidegger denomina gestell (dispositivos técnicos).

Diante do cenário exposto, a técnica moderna se associa à ideologia de produção da moderna

sociedade de consumo e promove sistemas de valores de mercado livre no planeta que predominou por

várias décadas, sendo conhecida como o consenso de Washington, termo criado em 1990, por John

Williamson, do Instituto de Economia Internacional. Diante do exposto, argumenta-se que um dos maiores

problemas está na própria condição do homem dentro de uma sociedade que vive do consumo. Apontando o

que está acontecendo no mundo, tem-se preocupação com o destino da sociedade contemporânea. Quando se

pensa nas possíveis soluções sobre a questão ambiental se volta sempre a questionar sobre a posição do

governo e da inclusão da sociedade civil no debate. As pessoas que decidem são bem poucas, e aqueles que

estão no poder geralmente provêm de várias empresas. Entretanto, existem caminhos por meio dos quais se

poderia agir politicamente: por meio de negociações no sistema da ONU, esse momento, apresenta-se como

estritamente necessária, com seus profissionais altamente qualificados e politicamente capazes, ou ainda, de

comunidades religiosas, da organização da sociedade civil etc.. Ou será que somente Deus poderá nos

salvar?

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É pertinente aprofundar o debate para conscientizar o potencial que tem a sociedade civil de

desenvolver comunidades alternativas e estratégias nas esferas comunitária e familiar. A sociedade civil

deve tomar a frente em todos os âmbitos, debatendo com as universidades e seus pesquisadores, mas, acima

de tudo, deve ficar numa posição de tomar a iniciativa e pressionar por mudanças reais. O bom resultado dos

esforços dos ambientalistas depende parcialmente da realização de alguns direitos humanos e o sucesso da

proteção ambiental exige mais trabalho, com um contingente ainda maior de agendas e custos. O avanço na

direção de uma sociedade sustentável, tanto em âmbito mundial como nacional, depende, em muito, da

aproximação das questões ambientais às de equidade social e de direitos humanos. Encontrar uma forma de

resolver os problemas da questão ambiental no mundo exige não apenas verificar o que está errado, estando a

ideia vinculada diretamente à atitude do homem. Caso não se mudem as atitudes, nada se solucionará. Deve-

se conhecer e encontrar no primitivo a verdadeira relação. Adequar os costumes vividos por tribos indígenas

pode ser importante para se encontrar a harmonia. Dentro da natureza, existe um ciclo de sobrevivência, mas

a cultura humana se coloca fora desse ciclo, numa posição de ruptura com o meio natural. O homem deve

compreender qual o seu papel dentro desse ciclo e saber que, mesmo antes de seu aparecimento, quase tudo

existia e vivia em sincronia, simetria e harmonia. Para entender como se deu todo esse processo, em um

primeiro momento, foi necessário apresentar os conceitos de techné e técnica sob a ótica de Heidegger para,

em seguida, em um segundo momento, demonstrar como se deu a associação entre esses conceitos e como a

moderna sociedade de consumo, na contemporaneidade, converteu todos os recursos naturais em objetos de

consumo.

REFERÊNCIAS

1. FLORIT, Luciano. “Teoria social e a relação sociedade/natureza a partir da obra de Anthony

Giddens”. Cadernos de Sociologia, v. 10, pp. 61-86, Porto Alegre, PPGS/UFRGS, 1998.

2. HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

3. LEIS, Héctor Ricardo e Eduardo J. Viola. A emergência e evolução do ambientalismo no Brasil.

In Leis, Héctor Ricardo. O labirinto: ensaios sobre ambientalismo e globalização. São Paulo: Gaia;

Blumenau: Edifurb, 1996.

4. LEIS, Héctor Ricardo. A modernidade insustentável: as críticas do ambientalismo à sociedade

contemporânea. Petrópolis. RJ: Vozes: Santa Catarina: UFSC, 1999.

5. MARTINEZ ALIER, Joan. Da economia ecológica ao ecologismo popular. Blumenau: Edifurb.

[Cap. 3: Pobreza e meio ambiente: Uma crítica ao Informe Brundtland, pp. 99-142], 1998.

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II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque – SC

6. MOL, Arthur. “O refinamento da produção”, mimeo, trad. Cristiano Lenzi exclusiva para uso

interno na FURB.

7. SACHS, Ignacy. Ecodesenvolvimento, crescer sem destruir. São Paulo: Vértice. [Cap.1: Ambiente

e estilos de desenvolvimento], 1986 a.

8. SACHS, Ignacy. Ecodesenvolvimento, crescer sem destruir. São Paulo: Vértice. [Cap. 2:

Economia e ecologia], 1986b.

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PRÁTICAS DE GESTAO DA PRODUÇÃO EM COOPERATIVAS

POPULARES DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS INCUBADAS

PELA ITCP/FURB

Vanira Marluce Vieira Lopes da, SILVA, [email protected]

1

André Luís Almeida, BASTOS12

Gláucia Tais, PURIN1

Lorena de Fátima, PRIM1

Ana Paula, MARTINS1

FURB - Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, SC.1

UNIFEBE - Centro Universitário de Brusque, SC. 2

Resumo: Este trabalho tem como objetivo principal identificar as práticas de gestão da produção utilizadas nos

empreendimentos de reciclagem de residuos sólidos incubados pela Incubadora tecnológica de Cooperativas

Populares (ITCP) da Universidade regional de Blumenau (FURB). Para alcance deste objetivo recorreu-se à

metodologia descritiva-exploratória, utilizando-se de buscas de referenciais bibliográficos, visitas técnicas aos dois

empreendimentos estudados e entrevistas por meio da aplicação de questionário previamente elaborado, com

perguntas relevantes sobre o tema. Os resultados obtidos foram apresentados conforme os objetivos específicos da

pesquisa e relativos às questões referentes as formas de controle da produçao dos empreendimentos incubados,

controle da produtividade do empreendimento, controle de vendas dos materiais produzidos, participação dos

associados e suas respectivas funcões na gestao, entre outros itens. Constatou-se que ambos os empreendimentos

ainda possuem incipiência em suas práticas de gestão da produção quanto aos itens verificados, embora os mesmos

possuam diferentes níveis de estágio de adoçao de práticas científicas para este fim.

Palavras-chave: ITCP; gestão da produção; cooperativas populares, incubadoras.

INTRODUÇÃO

O surgimento de programas como incubadoras tecnológicas de empreendimentos populares (ITCP) teve

como objetivo assessorar pequenos grupos em vulnerabilidade social e econômica, os quais constituem-se

em cooperativas ou associações, de caráter autogestionário, visando a inclusão social por meio de

desenvolvimento de fonte de renda, a partir da realização de atividades artesanais ou que envolvem pouca

tecnologia (COPPE/UFRJ, 2012). Entretanto, tendo em vista a eficiência das atividades do grupo enquanto

uma organização com objetivos definidos, deseja-se identificar as formas de gestão da produção utilizadas

nos empreendimentos para alcance destes objetivos. Neste sentido, surgem alguns questionamentos inerentes

ao contexto desta pesquisa tais como: Como as cooperativas populares de reciclagem de resíduos sólidos

incubadas pela ITCP/FURB monitoram a sua produtividade? Quais as ferramentas de gestão da produção

aplicadas por elas? Quais os indicadores de desempenho monitorados por estes empreendimentos? Para

responder a estes questionamentos, foram definidos alguns objetivos para esta pesquisa tais como: descrever

os procedimentos de gestão da produção utilizados nos empreendimentos incubados pela ITCP-FURB;

identificar como é monitorado o controle de produção nos empreendimentos; identificar como é monitorada

a produtividade nos empreendimentos; identificar como são monitorados os volumes de venda nos

empreendimentos; descrever qualitativamente a estrutura organizacional e as atividades desempenhadas

pelas principais funções nos empreendimentos; identificar quais as ferramentas de gestão da produção

utilizadas; identificar quais os indicadores de desempenho utilizados.

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METODOLOGIA

A metodologia de pesquisa pode ser caracterizada como descritiva-exploratória, descritivo porque foram

descritas práticas de gestão da produção e exploratória porque tentou-se conhecer o panorama sobre o tema

pesquisado. Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se um roteiro de entrevista com um formulário de

questões previamente elaboradas, visando o alcance dos objetivos propostos.

A população em estudo são empreendimentos destinados à reciclagem de materiais sólidos incubados

pela ITCP/FURB no ano corrente (2012), em qualquer das etapas de incubação. A delimitação deste universo

deveu-se por eles apresentarem um sistema produtivo menos artesanal que os demais empreendimentos

incubados pela ITCP/FURB. A amostra foi composta por dois empreendimentos em que seus perfis, seguem

o ilustrado no Quadro 1. A pesquisa foi realizada entre Março de 2012 e Junho de 2012.

Quadro 1 - Perfil dos empreendimentos

Empresa

Atividade de

Produção

Tempo de Incubação

Visitas da Equipe da

ITCP por semana

Apoio de Políticas

Públicas

Empresa A

Reciclagem

8 meses

1 a 3

Mais intenso

Empresa B

Reciclagem

9 meses

1

Menos intenso

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O monitoramento do controle de produção em ambos os empreendimentos é essencialmente realizado de

forma visual, onde são observados os volumes de material nos diversos estágios da produção (material a ser

triado, material triado e material já prensado). No empreendimento A ocorre também, o controle da produção

dos produtos saídos na forma de fardos, efetuado a partir da contagem diária das quantidades de fardos

prensados, tendo assim controle da quantidade produzida em quilograma por cada prensista, já para os

materiais que não passam pela fase de prensagem, a produção é controlada totalmente de forma visual. Em

ambos os empreendimentos só se tem os dados totais da produção no momento de venda onde são pesadas as

quantidades por tipo de produto vendido.

Em ambos os empreendimentos pesquisados, encontram-se indicadores formais (documentados) e

informais (visuais e não documentados) conforme o Quadro 2.

Quadro 2 - indicadores do controle de produção

Empreendimento

Indicadores de Controle da Produção

Informais

Indicadores de Controle da Produção

Formais

Empreendimento

A

- Volume do material por triar

- Volume dos materiais triado

- Quantidade de fardos prensados por dia

- Quilogramas de prensados por dia/mês por

prensista

- Quantidade vendida por venda e por mês

- Quantidade por produto vendido por venda e

por mês

Empreendimento

B

- Volume do material por triar

- Volume dos materiais triados

- Quantidade de fardos prensados por dia

- Quantidade vendida por venda e por mês.

- Quantidade por produto vendido por venda e

por mês

É importante ressaltar que no caso do empreendimento A, o registro das quantidades vendidas é feito

com um sistema de pesagem digital dentro do empreendimento que gera as informações de venda

informatizadas, já no empreendimento B estas pesagens normalmente são feitas na instalação do comprador

em que o empreendimento tem como registro de controle, os recibos ou notas fiscais emitidos pelos

compradores.

Quanto ao monitoramento da produtividade, as diferenças podem ser observadas no Quadro 3.

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Quadro 3 - indicadores de produtividade Produtividade

Empreendimento A Empreendimento B

Indicadores de Produtividade

Informais

Noção de volume de material separado

por triadores na baia por turno/dia

Noção de volume diário de produto

separado por triador

Indicadores de Produtividade

Formais

-Fardos prensados por prensista por dia.

-Quantidade total vendida no mês pela

quantidade total entrada no mês.

-Receita por material entrado no mês.

A produtividade informal fornece uma noção de volume de material separado na baia por turno por dia.

Na empresa A, a produtividade é avaliada por meio da observação do gestor e/ou encarregado de turno

referente ao acúmulo de material separado, efetuada por cada pessoa ou das pessoas que enchem determinada

baia. Mas a produtividade mais considerada pelo empreendimento é quando faturaram no mês em razão do

material que deu entrada para ser triado. No empreendimento B não se evidenciou nenhum tipo de

monitoramente de produtividade formal.

O monitoramento dos volumes de venda ocorre com a pesagem de todo o material no momento da venda

dentro da instalação. Os indicadores de interesse gerados são as quantidades totais e por tipo de material

vendidas e receitas geradas por tipo de produto e totais em ambos os empreendimentos. No empreendimento

A, são observadas também as vendas que são realizadas por material a granel, que é o material classificado

como aquele que não passou pelo processo de triagem.

Quanto à estrutura organizacional e as atividades desempenhadas pelas principais funções, os dois

empreendimentos apresentam as mesmas funções organizacionais. No entanto, as atividades desempenhadas

pelas funções variam. No empreendimento A, por exemplo, o presidente acumula menos atividades que no

empreendimento B pois, em geral estas atividades são realizadas por uma secretaria. Nas funções

operacionais, os cargos e funções são idênticos, ou seja, o triador faz a separação dos materiais, o prensista

faz os fardos, o líder de produção fornece as diretrizes e realizam múltiplas atividades da produção que

surgem diariamente. A função que não necessita existir em B é a função de alimentador de esteira por não

existir uma. Nos transportes a função de coletor e a atividade relacionada são comuns, mas no

empreendimento B, pelo fato da venda se realizar na instalação do comprador, existe também uma função de

transportador dos produtos. No empreendimento B, as pessoas realizam tanto as funções de administração

quando de produção já no empreendimento A, a secretária não realiza nenhuma atividade de produção.

Quanto às ferramentas de gestão aplicadas, os dois empreendimentos passam pelas práticas já descritas

de controlar visualmente sem uma metodologia própria de planejamento e controle das etapas de produção.

As decisões de alguma ação em relação à produção são movidas a partir dos resultados dos indicadores

citados de monitoramento de controle da produção e produtividade.

O planejamento e controle de estoques em relação ao suprimento de recursos é inexistente porque deles

não depende a quantidade de material que chegam para ser triado. O material armazenado entra na produção

por ordem de chegada, têm um tempo de até 5 dias para serem processados desde a recolha dos materiais nas

ruas, caso contrário, este material é vendido ou direcionado para o aterro. O produto pronto tem uma

rotatividade alta, os compradores compram tudo que for produzido, o que faz com que poucos esforços

sejam feitos em práticas elaboradas de gestão de estoque. O empreendimento A faz um registro

informatizado dos volumes dos materiais de entrada e dos volumes e tipos de materiais de comprados apenas

o registro dos produtos prensados na produção e não o balanço da movimentação destes o empreendimento B

não faz nenhum dos registros citados.

Quanto ao controle de participação nas vendas, no começo da pesquisa os associados do empreendimento

A tinham um ganho monetário fixo mensal. Entretanto, visando melhorar os resultados do empreendimento e

visando atender à demanda do principal comprador, adotou-se a remuneração por produção do grupo. Assim,

das receitas das vendas são deduzidas as despesas e o resto é distribuído pelos associados. Este tipo de

distribuição do resultado de venda é o que sempre ocorreu no empreendimento B.

As ferramentas para controle de faltas de pessoal no empreendimento A é através de assinatura de cada

associado em uma lista de presença no momento de chegada. No fim do mês as faltas são contabilizadas e já

que os ganhos são por produção, quem tiver faltado é descontado por não ter produzido nestes dias. No

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empreendimento B, não existe nenhuma ferramenta de controlar e de coibir as faltas, as presenças são

controladas visualmente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As práticas de controle de produção são realizadas recorrendo-se a indicadores formais (documentados) e

informais (observados visualmente nas operações). O monitoramento de produtividade dos

empreendimentos, principalmente do empreendimento A que utiliza indicadores formais, é embasado pela

teoria científica já que fazem a relação de outputs como volume de material separado, quantidade de fardos

prensados e quantidades de material vendido por inputs como mão-de-obra de triadores e prensista e

quantidades de material entrado respectivamente (SLACK, 2009). Constata-se que o empreendimento B

poderia fazer uso de indicadores formais que auxiliem na gestão da produção.

Quanto à estrutura das suas organizações os empreendimentos são equivalentes, nas funções e atividades

realizadas. Observa-se que as funções administrativas, na maioria das vezes, são desempenhadas pelos

próprios associados que possuem funções operacionais, tanto no conselho fiscal, quanto no conselho

administrativo.

Em ambos os empreendimentos, não há controle formal dos níveis de estoque em cada uma das fases do

processo produtivo (recebimento/alimentação, triagem, prensa). A simples observação dos processos de

forma visual é a ferramenta de gestão utilizada nos dois empreendimentos.

Para o prevalecimento da autogestão e gestão participativa inseridos nos conceitos de economia solidária

(AZAMBUJA, 2009), em que todos os associados são responsáveis pelo empreendimento, o fato dos

associados ganharem por aquilo que produzem, por meio da remuneração por resultados, e terem voz nas

deliberações da administração do empreendimento se mostram consoantes. Adicionalmente, o controle de

faltas no empreendimento A é feito de forma a coibir o absenteísmo e assim, os associados recebem como

remuneração proporcional aos dias efetivamente trabalhados. Já o empreendimento B se mostra mais

paternalista, absorvendo os impactos das faltas dos associados na produção sem aplicar punições.

De modo geral, observa-se que as práticas de gestão da produção para ambos os empreendimentos ainda

são muito incipientes tento em vista a ausência de um maior controle formal dos volume de materiais nos

diversos estágios produtivos, monitoramento da produtividade e monitoramento por indicadores de

desempenho. No entanto, o empreendimento A caminha mais para práticas científicas, o que pode ser vital

para alcance de objetivos propostos para esta organização, enquanto um sistema produtivo. O

empreendimento B mostra ter práticas mais incipientes na gestão da produção.

REFERÊNCIAS

1- AZAMBUJA, L. R. Os Valores da Economia Solidária. Porto Alegre: Sociologias, ano 11, nº 21, jan./jun.

2009, p. 282-317

2- COPPE/UFRJ. (sitio da internet). Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ; c. 2003- 2012 (acessado em 22, Abril, 2012).

Disponível em: http://www.itcp.coppe.ufrj.br/

3- SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

752p.

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O QUE A VIVÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PODE PROMOVER

PARA A VIDA?

Ana Isabela Mafra, MAFRA, [email protected]

1

Tamily Roedel, ROEDEL, [email protected]²

Centro Universitário de Brusque, UNIFEBE, Brusque, SC.1,²

Resumo: A Educação Ambiental (EA) precisa estar presente em todos os níveis educacionais para ser trabalhada de

modo transdisciplinar e essa responsabilidade socioambiental de cada cidadão encontra-se em processo permanente

de construção e, reconstrução. A finalidade desta pesquisa foi distinguir as incompatibilidades entre a teoria

educacional recebida culturalmente, as reflexões em sala de aula sobre consumo e a prática cotidiana de cada

universitário, caracterizando limites e possibilidades de mobilização e envolvimento que possam amenizar o

consumo de recursos naturais. Os sujeitos de pesquisa foram 16 universitários do curso de Processos Gerenciais de

uma Universidade particular de Brusque - SC que vivenciaram a dinâmica e contextualizaram o documentário: “As

marcas da humanidade” produzindo e debatendo resenhas críticas. Os universitários demonstraram preocupação com

os problemas ambientais e entenderam a EA como um processo contínuo, que é necessário no cotidiano da sala de

aula para a sensibilização e reflexão. Os mesmos acreditam que as reflexões, pesquisas e debates sobre os temas

socioambientais fazem com que alguns colegas ajam de forma diferente não só na escola, mas ao fazer o repasse

desses valores discutidos e incorporados por eles para suas famílias e grupos sociais onde atuam.

Palavras-chave: Educação Ambiental, Universitários, Reflexão.

INTRODUÇÃO

No Brasil, com a promulgação da Lei nº. 9.795 de 27 de abril de 1999 que institui a Política Nacional

de Educação Ambiental - PNEA, a Educação Ambiental (EA) se institucionaliza como uma prática

interdisciplinar no sistema educacional como “um componente essencial e permanente da Educação

nacional” (Art. 2º). Esta Lei se consolida como política pública com o Programa Nacional de EA – ProNEA

(BRASIL, MMA, ProNEA, 2005).

Dessa forma, entende-se que a EA deve estar presente em todos os níveis educacionais para ser

trabalhada de modo transdisciplinar. É significativo reconhecê-la como uma metodologia pedagógica na área

ambiental por levar os universitários a refletirem sobre suas práticas e discursos, uma vez que, a Educação

Ambiental no Brasil como um espaço de conhecimento, encontra-se em processo permanente de construção

e reconstrução.

Nesse sentido, este trabalho teve por finalidade distinguir as incompatibilidades entre a teoria

educacional recebida culturalmente, as reflexões em sala de aula sobre consumo e a prática cotidiana de cada

universitário, caracterizando limites e possibilidades de mobilização e envolvimento que possam

amenizar o consumo de recursos naturais.

A EA deve ser entendida como uma complexa dimensão da educação global (SAUVÈ, 1996) -

resgatando seu aspecto político mais amplo, por estar voltada à cidadania e construção de sociedades justas,

democráticas e sustentáveis. A Educação Ambiental deve fazer parte de qualquer forma de educação, pois

ela não é uma outra educação nem pode ser um momento pedagógico. Ela desempenha uma educação de

análise da realidade vivenciada, que possibilite reflexão, atuação e ponderação contínua, no sentido de

restaurar e recriar as afinidades do ser humano social com a natureza, onde acredita-se que esta permita uma

melhor qualidade de vida.

A falta de percepção da Educação Ambiental como processo educativo,

reflexo de um movimento histórico, produziu uma prática descontextualizada,

voltada para a solução de problemas de ordem física do ambiente, incapaz de

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discutir questões sociais e categorias teóricas centrais da educação (LOUREIRO,

2004, p. 81).

Infelizmente é visível como faltam metodologias educacionais práticas, que façam os alunos tanto da

educação básica como do ensino superior tornarem-se mais reflexivos e questionadores com os

acontecimentos ambientais locais e globais.

Carneiro (2008) afirma que a carência de formação em EA reflete-se nas pesquisas realizadas em

Programas de Pós-Graduação, mostrando que no ensino fundamental vem ocorrendo trabalhos iniciais de

informação, identificação e descrição relativamente a elementos do meio, porém, com deficiência de

orientação dos educandos para um raciocínio crítico-reflexivo sobre as dinâmicas e problemas

socioambientais.

Através deste trabalho, acredita-se que o processo de formação vivenciado foi um incentivo aos

sujeitos da pesquisa para mudanças conceituais, relacionando suas ações à crise ambiental que a sociedade

vive atualmente, representada, por exemplo, pelos efeitos que o desperdício faz na degradação de ambientes.

METODOLOGIA

Utilizou-se a pesquisa qualitativa do tipo Estudo de Caso. As principais características deste estudo,

citadas por André (2005) visam à descoberta (isso significa que novas questões podem ser propostas no

decorrer da pesquisa); enfatizam a interpretação em um contexto; buscam retratar a realidade de forma

completa e profunda; usam variedade de fontes de informação; revelam a experiência vicária e permitem

generalizações; procuram representar os diferentes e às vezes conflitantes pontos de vista presentes numa

situação social; utilizam linguagem e uma forma mais acessível que outros relatórios.

Os sujeitos de pesquisa foram 16 universitários do curso de Processos Gerenciais de uma Universidade

particular de Brusque - Santa Catarina, que participaram de aulas voltadas ao consumo consciente dentro da

disciplina Ecologia e Meio Ambiente.

Na primeira etapa do trabalho, realizou-se uma dinâmica denominada “Teia de Aranha”, onde inicia

com um aluno segurando um rolo de barbante e esse se apresenta, relatando quais são as suas atitudes

ecologicamente corretas que realiza no seu cotidiano, esse aluno segura uma parte do fio de barbante e passa

o rolo, que vai se desenrolando, para outro aluno até que todos falem e reflitam sobre suas ações e atitudes.

Ao final da dinâmica, nota-se que todos os participantes estão interligados pelo barbante e assim, esses

compreendem que em cada ação há uma reação que envolve um grupo de pessoas ou a população (local e/ou

global).

Entre informações apresentadas em aulas expositivas e dialogadas com base em artigos científicos e

vídeos ambientais encontrados na internet, os mesmos assistiram um documentário produzido pela National

Geographic Channel intitulado “As Marcas da Humanidade” com 47 minutos, que apresenta tudo o que um

ser humano consome ao longo da vida, desde o lixo que produz até as lágrimas que irá derramar, baseado em

um cidadão europeu. Durante a apresentações do documentário foram feitas várias pausas para informações

complementares de artigos científicos e explanações de vivências relatadas pelos alunos. “As Marcas da

Humanidade" examina o consumo do ser humano desde o seu nascimento até a velhice e, ilustra o impacto

que cada pessoa exerce sobre os demais e sobre o próprio planeta. O vídeo expõe uma representação singular

sobre o rastro que cada ser humano deixa no planeta Terra.

Após assistir o documentário, foi solicitado que cada aluno fizesse uma resenha crítica envolvendo as

informações obtidas e o seu consumo diário. Anotações do vídeo foram feitas durante a aula e a resenha foi

entregue uma semana depois, no encontro da aula seguinte.

Informações e orientações foram expostas sobre as condições ambientais local e global pré discutidas

pelo senso comum de cada universitário e, pelas aulas da disciplina de Ecologia e Meio Ambiente que

apresentaram dados científicos em artigos e notícias nacionais veiculadas pela mídia.

As resenhas produzidas pelos universitários foram socializadas entre a turma, podendo debater e fazer

uma reflexão em grupo sobre o que se deve e se pode fazer para diminuir os impactos ambientais

ocasionados pelo consumo excessivo.

Segundo Mafra (2010) a Educação Ambiental é um estímulo à participação cidadã, visando às mudanças

de valores e atitudes, pois um curso promovido se preocupa com uma formação para a cidadania, preparando

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os participantes para analisar criticamente a realidade e, consequentemente, contribuindo para o bem estar e

qualidade de vida individual e da sociedade.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com a participação dos universitários, buscou-se verificar a percepção de cada participante

em relação à aprendizagem dos fundamentos teórico-metodológicos básicos sobre EA e, o que se pode fazer

para conquistar uma melhor qualidade de vida.

A análise das resenhas revelou que os universitários se apropriaram de parte dos fundamentos teóricos

apresentados durante as aulas de Ecologia e Meio Ambiente, notando-se que os autores utilizados na

disciplina foram às bases para a discussão de suas teorias em sala de aula, pois a maioria quando discutiu

questões ambientais, demonstrou haver retirado seus subsídios teóricos das notícias em sites na internet,

sendo que os poucos artigos de periódicos científicos lidos ocorreram nas leituras em aulas na faculdade.

Verificou-se que a maioria se denomina como uma pessoa ecologicamente correta, pelo fato de fazer a

coleta seletiva, entregar os materiais inorgânicos para serem reciclados, reutilizar água da chuva, participar

de encontros pontuais como as atividades da Semana do Meio Ambiente que ocorrem na faculdade, nas

escolas e secretarias municipais de meio ambiente; e, que há reaproveitamento de muitos resíduos da

produção das empresas em que trabalham, como os restos de panos das empresas têxteis. Porém se verifica

que ainda não estão preparados para abrirem mão de seu conforto, mesmo que seja supérfluo, em prol da

questão ambiental.

Os relatos remetem a uma práxis mais vinculada a abordagem crítica da EA e, uma vez que, para

Moraes et. al. (2007) a concretização da Educação Ambiental deve partir das questões locais para as

regionais e globais, possibilitar as soluções para esses problemas, envolver comunidade e estudantes, ser

contínua e interdisciplinar. Assim as atividades realizadas pelos docentes com estudantes e comunidade

podem fomentar uma mudança de atitude dos participantes no seu cotidiano, auxiliando seu processo de

ensino e aprendizagem referente às questões ambientais.

Percebeu-se a preocupação dos universitários na construção de valores ambientais, conhecimentos,

habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente. Para isto, sugeriram

realizar vivências de sensibilização para o convívio com a natureza e repensar hábitos de consumo,

recusando produtos que agridam a saúde e o meio ambiente.

Os universitários demonstraram preocupação com os problemas ambientais e entenderam a EA como um

processo contínuo, que é necessário no cotidiano da sala de aula para a sensibilização e reflexão. Os mesmos

acreditam que as reflexões, pesquisas e debates sobre os temas socioambientais fazem com que alguns

colegas ajam de forma diferente não só na escola, mas ao fazer o repasse desses valores discutidos e

incorporados por eles para suas famílias e grupos sociais onde atuam.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verifica-se assim, que as estratégias utilizadas durante as aulas, foram significativas na promoção de

mudanças de atitudes e valores ambientais, observando-se que todos os universitários, apesar de apontarem

certos limites e obstáculos no cotidiano para realizar ações ecologicamente corretas, afirmaram que as

reflexões realizadas contribuíram para o desenvolvimento das novas práticas, chegando a afirmarem que a

disciplina contribuiu mais para as suas formações e sensibilizações pessoais, acreditando que a partir do

momento que trabalham de forma diferente amenizam a agressão ao meio ambiente e, que agora querem

convencer e mobilizar seus grupos de amigos e familiares a uma mudança de atitude em relação à

preservação da vida no planeta.

Percebe-se também que os universitários desenvolveram ainda mais a reflexão e o senso crítico, e

foram convencidos da seriedade de se divulgar e debater sobre as alterações ambientais ocorridas no planeta

dentro da sala de aula e na comunidade, além de relatarem a preocupação de vincular seu trabalho com as

questões ambientais, tornando-a contínua, independente da realização conjunta com projetos.

Considerando as reflexões através deste trabalho sobre o desejável e o possível na vida e trabalho das

pessoas, acredita-se que é importante analisar e pensar que:

- Deve haver espaços educativos para reuniões periódicas entre os docentes para relacionarem suas

disciplinas à realidade ambiental e reforçar a aprendizagem da administração de forma ecológica;

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II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque – SC

- A participação dos universitários não se limita apenas ao espaço físico da faculdade, e podendo e

devendo também ser desenvolvida em outras instâncias.

- O poder público e as secretarias municipais de educação e meio ambiente devem buscar recursos para

investir de forma mais significativa na valorização e atualização constante dos docentes em processos de

formação continuada, estabelecendo ou mantendo o vínculo e parceria com os grupos de pesquisa das

Universidades próximas, para atualização e aperfeiçoamento das práticas docentes, e desta forma envolver-se

o estudante diretamente aos projetos do curso superior.

REFERÊNCIAS 1- BELTRANO, S. Título do livro. Curitiba: Editora, 2007.

2- ANDRÉ, M. E. D. A. Estudo de caso em pesquisa e avaliação educacional. Brasília: Liber Livro Editora,

2005.

3- AS marcas da humanidade. Produção de National Geographic Channel. 2010. DVDRip (47 min.). 644mb.

Son., color. Dublado/Legendado. Port.

4- BRASIL. Programa Nacional De Educação Ambiental- ProNEA. Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de

Educação Ambiental; Ministério da Educação. Coordenação Geral de Educação Ambiental 3. ed. Brasília:

Ministério do Meio Ambiente, 2005.

5- _____. Lei 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre Educação Ambiental, institui sobre a Política Nacional

de Educação Ambiental. Ministério do Meio Ambiente. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil,

Brasília, DF, 28 abr. 1999.

6- CARNEIRO, S. M. M. A formação inicial e continuada de educadores ambientais. Revista Eletrônica do

Mestrado em Educação Ambiental. FURG – RS. p. 56-70. dez. de 2008. Disponível em:

< http://www.remea.furg.br/edicoes/volesp08/art5vesp.pdf>. Acesso em: 15 mai. 2012.

7- LOUREIRO, C F B. Trajetórias e Fundamentos da Educação Ambiental. São Paulo: Cortez, 2004.

8- MAFRA, A. I. A formação em educação ambiental no município de Navegantes-SC: entre o desejável e o

possível. Itajaí: 2010. 120 fls. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Mestrado Acadêmico em

Educação. Universidade do Vale do Itajaí. Itajaí.

9- MORAES, C.; BALBINOT, M. C.; OAIGEN, E. R. Caderno de Pesquisa, série Biologia, v. 19, n. 1, p. 36-

55, 2007.

10- SAUVÉ, L. La educación ambiental: hacia un enfoque global y crítico. In: SEMINARIO DE

INVESTIGACIÓN-FORMACIÓN EDAMAZ. Québec, Université du Québec a Montreal, 1996. p.83-104.

.

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A RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL DAS TINTURARIAS E

ESTAMPARIAS: UMA ANÁLISE DE CASOS EM BRUSQUE

Tamily Roedel, ROEDEL, [email protected]

1

Guiomara Rodrigues dos Santos, SANTOS, [email protected]

Gislaine Carpena, CARPENA, [email protected]

Anna Lúcia Martins Mattoso Camargo, CAMARGO, [email protected]

Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, Brusque, SC. 1,2, 3, 4

Resumo: O trabalho teve como motivação a necessidade de realizar maiores estudos no âmbito do direito ambiental,

sobre a responsabilidade civil ambiental e sobre os métodos de gestão utilizados pelas tinturarias e estamparias de

Brusque, SC. A pesquisa foi dividida em três tópicos. Inicialmente foram expostos os conceitos de meio ambiente, bem

ambiental e direito ambiental. No segundo tópico se buscou apresentar os princípios elementares da questão

ambiental. Abordou-se também sobre a responsabilidade civil no direito brasileiro, considerações históricas acerca

da responsabilidade civil ambiental bem como as varias conceituações sobre o termo. No terceiro tópico foi dada

ênfase na responsabilidade civil ambiental das empresas de tinturaria e estamparia de Brusque, nos requisitos

necessários para a caracterização do dano ambiental, bem como a questão da existência do prejuízo e a relação de

causalidade. Pode-se destacar que o direito ambiental tem recebido maior atenção nos últimos anos, sendo que ainda

não se aproxima da importância que normalmente se atribui a outros ramos do direito; e a verificação de que na

própria doutrina existem alternativas relevantes para os problemas de preservação e reparação ambiental.

Palavras-chave: Direito ambiental. Dano ambiental. Meio ambiente.

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento dessa pesquisa está fundamentado na vida social, pois o meio ambiente é bem

supremo e incontestavelmente importante para a sociedade. As questões a respeito do meio ambiente vêm

inovando a cada dia o direito ambiental e o conceito de bem ambiental, ou seja, bem de uso comum do povo

e essencial à sadia qualidade de vida. A pesquisa teve como objetivo inicial apresentar as principais considerações existentes na doutrina sobre

responsabilidade civil ambiental das empresas, com bases nas leis existentes e, apresentar uma análise de caso concreto.

São apresentados posicionamentos decorrentes de leis e doutrinas, encontram-se jurisprudências com

entendimentos que são divergentes dos usualmente apresentados; existem também outros princípios relacionados com o

tema como o princípio da educação ambiental que surge como forma de possibilitar às populações o conhecimento

necessário para que se possam implementar as mais diversas atividades e ações relacionadas à preservação do meio

ambiente, inclusive a compreensão e adoção dos outros princípios estabelecidos e por fim observa-se que o dano

causado nem sempre é reversível, possível de reparação natural, desta forma a opção que resta é a indenização

pecuniária.

METODOLOGIA

Para investigação do objeto deste estudo e para atingir os objetivos formulados, utilizou-se o método

dedutivo, no qual a cadeia de raciocínio estabelece conexão descendente, isto é, do geral para o particular, ou

seja, a pesquisa será iniciada, a partir de constatação geral da responsabilidade das empresas de tinturaria e

estamparia, chegando assim na responsabilidade civil das tinturarias e estamparias de Brusque.

O método de procedimento utilizado foi o método monográfico pelo fato de consistir na

observação, estudo de um único tema, ou seja, os danos causados ao meio ambiente pelas empresas

de tinturarias e estamparias. As técnicas de pesquisa utilizadas foram quatro, dentre elas a documental, que está relacionada a

coleta de dados através de documentos, escritos ou não, como por exemplo, arquivos públicos, publicações

parlamentares e administrativas, censos, documentos de arquivos privados (processos judiciais), contratos,

relatos de visitas a instituições, fotografias, entre outros. Também foi utilizada a técnica de pesquisa de

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campo, para desenvolver melhor o tema estudado, que se faz necessário a constatação in loco dos danos

causados bem como, o método de preservação utilizado pelas empresas. Tem-se ainda a técnica de pesquisa

tendo por base a entrevista, que foi realizada para obter mais informações a respeito do assunto, ou seja,

sobre a responsabilidade civil das empresas, e quais são os procedimentos tomados, quando da constatação

de dano causado. Outra técnica usada foi a bibliográfica, incluindo artigos jurídicos, jornais, livros, outras

monografias, jurisprudências e leis.

ASPECTOS GERAIS DO DIREITO AMBIENTAL

A terminologia meio ambiente foi introduzida pela Lei 6.938/81, no seu artigo 3º, I, conhecida como Lei de

Política Nacional do Meio Ambiente. Conforme a lei, meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e

interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

O processo de sistematização do Direito Ambiental Brasileiro ainda é muito recente. Nascido basicamente por

pressões da sociedade tendo em vista que o ambiente encontra-se grave e permanentemente ameaçado, colocando em

risco as condições de ideais de vida, tornando-se necessária uma reação, deve o Direito criar e colocar em prática

sistemas de prevenção e de reparação adaptados a uma melhor e mais eficaz defesa contra as agressões oriundas do

desenvolvimento da sociedade moderna. (BOMBASSARO, 2010).

Muito embora envolva todos os segmentos da sociedade, nota-se que um dos setores de maior interveniência

com o Direito Ambiental é o setor empresarial. Isso se deve por ser o processo produtivo um dos maiores vilões no que

se refere ao uso de recursos naturais e, portanto, o maior responsável pelas ações que podem agredir o meio ambiente

(BOMBASSARO, 2010).

De acordo com o art. 3°, V, da Lei 6.938/81, bem ou recurso ambiental pode ser entendido como: a atmosfera, as

águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera.

O bem ambiental é, portanto, um bem de uso comum do povo, que pode ser desfrutado por toda e qualquer pessoa,

dentro dos limites da própria Constituição Federal. Além disso, têm-se os bens essenciais à sadia qualidade de vida,

sendo estes os bens fundamentais à garantia da dignidade da pessoa humana, ou seja, ter uma vida sadia é ter uma vida

com dignidade.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL

Por princípios se entende a origem, o ponto de partida, o alicerce de toda a estrutura, podendo, ainda, serem

considerados como os mandamentos nucleares de um sistema jurídico.

Nas palavras de Albergaria (2010), um dos principais princípios inseridos na Constituição Federal de 1988 foi o

de elevar o status do meio ambiente a direito humano fundamental e essencial à sadia qualidade de vida, sendo que

desse princípio advém os demais.

A Lei Federal nº 9.795/99, que cria a Política Nacional de Educação Ambiental, define como princípios básicos

da educação ambiental: o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; a vinculação entre a ética, a

educação, o trabalho e as práticas sociais; o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e

cultural.

No direito positivo brasileiro, o princípio da precaução tem seu fundamento na Lei de Política Nacional do Meio

Ambiente (Lei 6.938, de 31/08/1981), no artigo 4º, I e IV, que expressa a necessidade de haver um equilíbrio entre o

desenvolvimento econômico e a utilização, de forma racional, dos recursos naturais, inserindo também a avaliação do

impacto ambiental.

A formulação de políticas de proteção ao meio ambiente nos diversos países gerou o princípio do "poluidor-

pagador" propagado pelos diversos setores que se preocupam com a tutela ambiental. Referido princípio consiste em

impor ao poluidor a responsabilidade pelos danos causados ao meio ambiente, arcando com as despesas de prevenção,

repreensão e reparação da poluição provocada.

O princípio da reparação do dano ambiental é adotado pelo Brasil e também pela maioria dos demais

países. No ordenamento jurídico brasileiro, o dever de reparar os danos causados ao meio ambiente está

expresso nos artigos 225, parágrafo 3º, da Constituição Federal, “as condutas e atividades lesivas ao meio

ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas e jurídicas, a sanções penais e administrativas,

independentemente de reparar os danos causados”. E no artigo 4º, inciso VII, da Lei 6.938/81 “à imposição,

ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da

contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”.

RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO BRASILEIRO

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A responsabilidade é um termo que pode ser compreendido como obrigação de alguém responder por

um comportamento nocivo à sociedade ou então a outra pessoa.

Stoco (2004, p. 61) define responsabilidade civil como “a obrigação de reparar mediante indenização

quase sempre pecuniária, o dano que o nosso fato ilícito causou a outrem”. A razão fundamental e causadora da responsabilidade civil é o restabelecimento do equilíbrio

econômico ou moral que decorre do dano sofrido pela vítima. Daí nasce a obrigação de quem causou o dano

de indenizar aquele que o sofreu.

Responsabilidade civil subjetiva é a decorrente de um dano causado em função de um ato doloso ou

culposo, entretanto a responsabilidade objetiva é aquela na qual o agente causador tem o dever de reparação

mesmo que não tenha agido dolosamente ou não haja configuração de culpa por parte do mesmo.

RESPONSABILIDADE CIVIL DA EMPRESA PELOS DANOS AMBIENTAIS

A responsabilidade civil objetiva em matéria ambiental teve seu início com a preocupação oriunda das

ações em maior evidência no final da década dos anos setenta, isto é, da poluição das águas por óleo e a

contaminação nuclear, que culminaram com a aprovação do Decreto n.º 79.347/77 e da Lei n.º 6.453/77,

sendo posteriormente estendida aos Danos Ambientais de qualquer natureza.

Fiorillo (2009, p.70) destaca “que devidamente aplicada a Lei 9.605/98 esta representa um importante

instrumento destinado a preservar e defender os bens ambientais”.

No entender de Rodrigues (2002, p. 11) o artigo 225 § 3° da CF é denominado como teoria do risco:

aquele que, através de sua atividade, cria um risco de dano para terceiros, deve ser obrigado a repará-lo,

ainda que sua atividade e o seu comportamento sejam isentos de culpa. Examina-se a situação e, se for

verificada, objetivamente, a relação de causa e efeito entre o comportamento do agente e o dano

experimentado pela vítima, esta tem direito de ser indenizada por aquele.

Milaré (2005, p. 735) afirma que o dano ambiental significa “lesão aos recursos ambientais, com

conseqüente degradação, alteração adversa ou in pejus do equilíbrio ecológico e da qualidade de vida”.

Sirvinskas (2010, p. 260) complementa, que dano ambiental “é toda agressão contra o meio ambiente

causado por atividade econômica potencialmente poluidora, por ato comissivo praticado por qualquer pessoa

ou por omissão voluntária decorrente de negligência”.

Segundo Machado (2009, p. 355) “os danos causados ao meio ambiente encontram grande dificuldade

de serem reparados, é a saúde do homem e a sobrevivência das espécies da fauna e da flora que indicam a

necessidade de prevenir e evitar o dano”.

De acordo com dados obtidos na FUNDEMA (Fundação Municipal do Meio Ambiente) observa-se

que desde o início de 2009 até abril de 2010, um total de 38 empresas foram notificadas pela FUNDEMA

para regularizarem sua situação em relação à: alvará emitido pelo IBPLAM (Instituto Brusquense de

Planejamento e Mobilidade); descarte adequado dos efluentes; e licenciamento ambiental (FATMA –

Fundação do Meio Ambiente). Não atendendo às exigências feitas pelo órgão fiscalizador, seriam adotadas

algumas medidas de emergência, medidas estas que estão elencadas no art. 25 da Lei Municipal de Brusque

n° 2.627/02.

alinhada com o início da tabela.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O direito disciplina e regula a vida das pessoas. O meio ambiente é um bem jurídico protegido pela

Constituição Federal, devendo ser conservado, preservado e, em caso de degradação, recuperado.

Os princípios apresentados visam proporcionar para as gerações presentes e futuras a garantia da

preservação da qualidade de vida, em qualquer forma que esta se apresente, conciliando elementos

econômicos e sociais, isto é, crescendo de acordo com a idéia do desenvolvimento sustentável.

A responsabilidade civil ambiental está caracterizada em vários dispositivos, assim também se

encontram explanados os princípios que regem o direito ambiental e os aspectos gerais da responsabilidade

civil objetiva, sendo que esta prevalece sobre a responsabilidade civil subjetiva.

Foi feita a busca de dados na cidade de Brusque no tangente ao estudo de empresas do ramo de

tinturaria e estamparia, enfatiza-se dois exemplos típicos: a importância de impor ao proprietário de

empresas que possam gerar efluentes punições aos danos ambientais potencialmente causados, fazendo com

que surja a necessidade de que a empresa se adéque e passe a tratar seus resíduos e o incentivo para a

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regularização das empresas e preservação do meio ambiente. E, embora exista já uma legislação específica

com relação ao dano ambiental, a qual vem sendo aplicada cada vez mais, nota-se que as medidas de

precaução e prevenção são as mais adequadas para o desenvolvimento industrial sustentável, pois evitam o

dano e trazem benefícios tanto para a empresa, quanto para os colaboradores e a sociedade da região,

acarretando também o desenvolvimento de novas tecnologias.

REFERÊNCIAS 1- ALBERGARIA, Bruno. Direito Ambiental e a responsabilidade civil das empresas. 2. ed. Belo Horizonte:

Fórum, 2009.

2- BOMBASSARO, Roberto Tadeu. Governança corporativa e Direito Ambiental: sustentabilidade nas

empresas. Florianópolis: Conceito, 2010.

3- BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988.

Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituiçao.htm >. Acesso em: 16 jul. 2012.

4- BRASIL. Decreto-Lei n° 79.347 de 7 de março de 1977. Dispõe sobre a convenção Internacional sobre

Responsabilidade Civil por Danos causados por poluição por óleo. Disponível em: <http://www2

.camara.gov.br/legin/fed/decret/1970-1979/decreto-79347-7-marco-1977-428307-publicacaooriginal-1-

pe.html>. Acesso em: 16 jul. 2012.

5- BRASIL. Lei n° 6.453 de 17 de outubro de 1977. Dispõe sobre a Responsabilidade Civil por danos nucleares.

Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6453.htm>. Acesso em: 16 jul. 2012.

6- BRASIL. Lei n° 6.938 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.

Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 15 jul. 2012.

7- BRASIL. Lei n° 9.795 de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental.

Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em: 15 jul. 2012.

8- BRUSQUE. Lei Municipal de Brusque n° 2.627 de 25 de junho de 2002. Dispõe sobre a Política Municipal de

Meio Ambiente. Disponível em: <www.jusbrasil.com.br/legislacao/942935/lei-2627-02-brusque-0>. Acesso

em: 15 jul. 2012.

9- FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental brasileiro. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

10- MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.

11- MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: doutrina, jurisprudência, glossário. 4. ed. São Paulo: Revista dos

Tribunais, 2005.

12- RODRIGUES, Silvio Rodrigues. "in" Direito Civil – Responsabilidade civil. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

13- SIRVINSKAS, Luiz Paulo. Manual de Direito Ambiental. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

14- STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.

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A RESPONSABILIDADE CIVIL PELA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E

SAÚDE PÚBLICA PELO USO DO AMIANTO

Tamily Roedel, ROEDEL, [email protected]

Marcos Alexandre Cadore, CADORE, [email protected]

Anna Lúcia Martins Mattoso Camargo, CAMARGO, [email protected]

Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, Brusque, SC. 1,2, 3.

Resumo: O presente estudo tem como objetivo apresentar o tema, a Responsabilidade Civil pela degradação

ambiental e saúde pública pelo uso do amianto. Com base em uma pesquisa bibliográfica, fala-se no amianto, como

um problema antigo que vem afetando a saúde do homem desde tempos remotos; muitas vezes levando ao óbito as

pessoas envolvidas em sua manufatura. Também se pretende destacar os casos de contaminação indireta, pessoas que

são contaminadas pela poeira de amianto que são usados para aterros construções e componentes dos carros e outros

veículos automotores. Além das que são contaminadas no trabalho, ou simples pelo manejo com o amianto, como:

borracheiros, mecânicos, pedreiros, entre outros trabalhadores envolvidos em reparos de peças que contenham

amianto, desta forma ocorre a erosão do produto usado em revestimentos de construções, revestimentos de pedes e

discos de embreagem de automóveis e outras formas que citarei no decorrer do trabalho, transformado em pó vão

sendo levados pelos ventos e a águas e assim contaminando o meio ambiente.

Palavras-chave: Poluição. Degradação ambiental. Amianto.

INTRODUÇÃO

Tudo o que a ciência desenvolveu no mundo até meados do século XX, foi através de experimentação, da técnica

do erro e do acerto. Atualmente existem técnicas diferentes, primeiro é feito um estudo, depois a experimentação e

finalmente o produto chega até o consumidor final, evitando riscos à saúde. A história demonstra como produtos foram

sendo desenvolvidos com a finalidade de serem úteis ao homem, como o uso do amianto, do DDT, PCB, tetraetil

chumbo, mercúrio, entre outros.

Um ato que venha a prejudicar o meio ambiente tem que ser reprimido de todas as formas que a lei permitir. É

pela educação dos cidadãos, com uma consciência ecológica, que se evitam danos que são previsíveis ao homem.

Toda forma de poluição tem um responsável. No dano ambiental a responsabilidade é objetiva, entretanto, no

dano civil, a responsabilidade é subjetiva, em relação ao dano causado. A Constituição Federal de 1988 define que a

proteção do meio ambiente, deve ser feita pelo poder público, e à coletividade, defender e preservá-lo para as presentes

e futuras gerações.

Destaca-se a possibilidade de participação do Ministério público, em demandas envolvendo o dano ambiental,

por se tratar de um direito coletivo e difuso, defendendo os direitos dos cidadãos.

O trabalho tem como objetivos informar sobre os perigos do uso do amianto, trazendo à tona a discussão de

décadas de risco ao meio ambiente e à saúde humana.

METODOLOGIA

O trabalho foi feito através do método dedutivo, com a investigação do objeto, operacionalizando as técnicas do

referente, do conceito operacional e da pesquisa bibliográfica, divididos em três tópicos (COLZANI, 2009).

O primeiro tópico aborda o desenvolvimento, a extração e industrialização dos produtos com uso de elementos

prejudiciais à saúde do cidadão.

O segundo tópico destaca o uso do amianto e o direito, pela defesa de interesses do bem jurídico tutelado por lei.

O terceiro tópico demonstra aspectos peculiares da lei, que protegem a comercialização do amianto em

detrimento da saúde.

O estudo se baseou nas ideias defendidas por Fernanda Giannasi, auditora fiscal do Ministério do Trabalho e

líder do movimento pelo banimento do amianto no Brasil, e outros doutrinadores.

EFEITOS DO AMIANTO FRENTE À SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE

Os produtos que são consumidos hoje podem ser causadores de várias doenças que se manifestarão no futuro.

Assim, fez-se necessário conhecer os efeitos nocivos do uso do amianto.

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II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque – SC

O amianto ou asbesto “é uma fibra de origem mineral composta de silicato de magnésio hidratado [...]”

(Giannasi, 2004, p.3). Caracteriza-se por possuir propriedades como “alta resistência mecânica (comparada ao aço),

elevada superfície específica [...], resistência a produtos químicos [...], capacidade de filtrar microorganismos e outras

substâncias nocivas [...], boa capacidade de isolação térmica e acústica [...]” (MARTINES et al., 2009, pp.1-2).

O amianto foi amplamente usado nas décadas de 40 e 50 na América do Norte, Europa, Austrália e Japão

(MARTINES et al., 2009). Após um longo período de utilização, esta matéria-prima começou a ser investigada, devido

a mortes provocadas nas indústrias de beneficiamento. Segundo o panorama da Associação Brasileira dos Expostos ao

Amianto - ABREA (2009) 48 países já baniram o amianto (Quadro 1).

Alemanha: 1993 Espanha: 2002 Liechtenstein

Arábia Saudita: 1998 Estônia: 2005 Lituânia: 2005

Argentina: 2001 Finlândia: 1992 Luxemburgo: 2002

Austrália: 2003 França: 1996 Malta: 2005

Áustria: 1990 Gabão Noruega: 1984

Bélgica: 1998 Grécia: 2005 Nova Caledônia

Burkina Faso: 1998 Holanda: 1991 Nova Zelândia: 2002

Chile: 2001 Honduras: 2004 Polônia: 1997

Chipre: 2005 Hungria: 2005 Portugal: 2005

Coréia do Sul: a partir de

2009

Irlanda: 2000 Principado de Mônaco:

1997

Croácia: 2006 Islândia: 1983 Reino Unido: 1999

Dinamarca: 1986 Itália: 1992 República Checa: 2005

Egito: 2005 Japão: 2004 Seychelles

Emirados Árabes: 2000 Jordânia Suécia: 1986

Eslováquia: 2005 Kuwait: 1995 Suíça: 1989

Eslovênia: 1996 Látvia (Letônia):

2001

Uruguai: 2002

Quadro 1. Países que baniram o uso do amianto.

Fonte: ABREA (2009).

Existem mais de 3.000 tipos de produtos que são produzidos com o amianto, nas casas, carros, roupas, utensílios

de cozinha e outros. São fabricados telhados, caixas d’água, revestimentos de tubulações, aquecedores térmicos, talco,

batom, roupas de bombeiros, papel laminado, pastilhas e lonas de freios (CAMPBELL, 2008).

O amianto pode provocar pneumoconiose ou fibrose pulmonar intersticial, que é uma doença pulmonar

geralmente provocada pela inalação de poeira; e a mesotelioma, um tipo de câncer nas camadas da pleura, ou pericárdio

(GIANNASI, 2004).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) se manifesta contrária ao uso do amianto, “[...] a exposição ao amianto

crisotila aumenta os riscos de asbestose, câncer de pulmão e mesotelioma em função da dose” (JUS, 2006).

A atmosfera terrestre é como uma redoma de vidro onde o ar circula dentro dela. O ar é um elemento integrante

da natureza e é indispensável para a sobrevivência humana, sua contaminação pode atingir qualquer indivíduo que

integre o meio ambiente.

O amianto por ser um material muito usado na construção civil, seus resíduos são facilmente encontrados,

depositados em locais não apropriados, e acaba sofrendo a ação do tempo, com a erosão por força dos ventos e das

chuvas, dispersando assim partículas no ar, que são transportadas pelos ventos.

O CONAMA aprovou a resolução 348, de 16 de agosto de 2004, que obriga a disposição final dos resíduos

provenientes de obras de construção civil, os entulhos, em aterros industriais para resíduos perigosos ou do tipo classe I.

O AMIANTO E A LEGISLAÇÃO

A Constituição Federal de 1988 assegura os direitos à vida, à segurança (art. 5º, caput), à saúde (art. 6º), bem

como o direito à “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meios de normas de saúde, higiene e segurança” (art.7º,

inciso XXII), além de garantir a proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho (artigos. 170, VI, 200,

VIII, e 225, § 3º).

Segundo a ABREA (2009, p.2) o problema pode ser maior devido ao caráter indestrutível da fibra de amianto.

O amianto se constitui num grave problema de saúde pública, já que atinge

trabalhadores direta ou indiretamente expostos, seus familiares, moradores do entorno das

fábricas e minas (ou não ocupacionalmente expostos), e também ambiental já que, por

suas características tecnológicas, é impossível sua destruição, sendo material que

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permanece disperso no ar, contaminando ambientes internos e externos e também é de

difícil destinação final.

O Princípio do Limite que é um principio ambiental extraído do art. 225, § 1º, V, da Constituição Federal,

segundo o qual cabe ao poder público controlar a produção, e a comercialização e o emprego de técnicas, método e

substâncias que acarretem riscos para a vida e ao meio ambiente. Agora se não há limites de tolerância para a saúde, o

uso de certos produtos, como o amianto, deve ser proibido.

Quando o produto é potencialmente perigoso ao meio ambiente, e quando este produto for usado de forma

inadequada, diferente do que está sendo formulado na lei, pode-se, assim responsabilizar a pessoa jurídica, pois está

havendo um risco ao meio ambiente e a saúde.

A poluição do ar é sempre um problema muito relevante, pois pode afetar um número indefinido de pessoas. O

pó de amianto pode ser carregando para qualquer lado, dependendo da direção dos ventos.

Na Lei de Crimes Ambientais, em relação a poluição; no art 54 da Seção III do Capítulo V, definiu o legislador

a figura do crime de poluição. Segundo o dispositivo:

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam

resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortalidade de animais ou a

destruição significativa da flora. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1º

Se o crime é culposo: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa. (BRASIL,

1998).

A RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS CAUSADOS PELO AMIANTO

A responsabilidade civil nasce de um fato danoso, que prejudique o indivíduo ou a coletividade, a partir do

momento que o autor do fato é identificado, ele é responsável pelo dano causado. É importante ressaltar que o poluidor

é responsável desde o primeiro momento que provocou o dano, pois se trata de uma responsabilidade objetiva conforme

o art. 225, § 3º, da Constituição Federal como preceituar a “[...] obrigação de reparar os danos causados ao meio

ambiente, sem exigir qualquer elemento subjetivo para a configuração da responsabilidade civil” (FIORILLO, 2008,

p.47).

O fornecedor que coloque a venda um produto nocivo à saúde poderá ser responsabilizado, porque se em seu

rótulo estiver descrito, por exemplo, amianto, ele tem uma obrigação objetiva. Destaca-se a Lei 6.938, de 31 de agosto

de 1981, art. 14, § 1º que diz: sem prejuízo das penas administrativas previstas nos incisos do artigo, o poluidor é

obrigado, independentemente de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,

afetados por sua atividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O maior desafio da humanidade hoje é conseguir conviver coma natureza sem agredi-la, a agressão ao meio

ambiente, pode trazer consequências à sociedade. Deve-se eliminar todas as formas de poluição existentes.

Em relação à responsabilidade civil, o poluidor sempre responderá pelos danos ocorridos, pois a

responsabilidade jurídica ambiental será sempre objetiva, o poluidor assume todos os riscos de um evento danoso.

A poluição é um mau invisível que vem afetando a vida de todo o planeta. Cabe à ciência pesquisar formas de

produtos que não agridam o meio ambiente. No caso do amianto, infelizmente ainda não existem muitos materiais que

podem substituí-lo, exceto o polietileno, principalmente na fabricação de telhas com fibro-cimento.

Ainda existem diversos produtos que prejudicam a saúde humana, são em sua maioria, produtos sintéticos, mas

existem os naturais.

O meio ambiente saudável é um direito inato, o ser humano nasce com ele, pois a natureza nos precede em muito

com a existência terrena, portanto, preservá-lo é dever da humanidade. O direito ambiental como direito objetivo, deve

prevenir o dano, por isso é tão rígido e contém penalidades que às vezes parecem ser pesadas, se não parecesse assim, a

população seria muito mais afetada.

O uso do amianto no Brasil é liberado, porém é causador de muitas mortes, poucos estados tiveram sucesso na

sua erradicação. A luta era pela saúde pública, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que houve a invasão de

competência por parte dos estados, e sem o olhar o mérito da questão, julgou inconstitucionais as leis que baniam o

amianto. Ao julgar desta forma, o Brasil foi na contramão de outros países.

REFERÊNCIAS

ABREA. História do amianto. Disponível em: <http://www.abrea.org.br/06historia.htm>. Acesso em: 28 fev. 2009.

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BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao

/constituiçao.htm>. Acesso em: 15 jul. 2012.

BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre a Lei de Crimes Ambientais. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm >. Acesso em: 15 jul. 2012.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente. Disponível

em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 15 jul. 2012.

CAMPBELL, Ullisses. A ameaça do amianto. Disponível em: <http://www.sindicatomercosul.com.br>. Acesso

em: 14 set. 2008.

COLZANI, V. F. Guia para redação do trabalho científico. 2.ed. Curitiba: Juruá, 2009.

CONAMA. Resolução nº 348, de 16 de agosto de 2004. Disponível em: <www.mma.gov.br/port/conama

/res/res04/res34804.xml>. Acesso em: 15 jul. 2012.

FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

GIANNASI, Fernanda. Morte lenta: a exposição ao amianto ou asbestos como causa de câncer ocupacional no

Brasil. Jusnavegandi, jul. 2004 Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6461>. Acesso em: 28

fev.2009.

JUS. Responsabilidade civil. Indenização por danos morais - Chuva de "pó branco" ocorrida na localidade em que

reside o autor. Publicação em 2006. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/ 2523762 /apelacao-

apl-32744-rj-200500132744-tjrj >. Acesso em: 15 jul. 2012.

MARTINES, Marco Antonio Utrera; SIDNEY, D. G.; RIBEIRO, J. L.; MESSADEQ, Y. Amianto: proibição, uso

controlado ou imobilização? Disponível em: <htttp://www.fiec.org.br/iel/bolsaderesiduos /Artigos/Artigo_ Amianto.pdf

>. Acesso em: 30 mai. 2009.

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O PROJETO DE SUSTENTABILIDADE DE UMA ESCOLA PÚBLICA

Irani Rocha, ROCHA, [email protected]

1

Tamily Roedel, ROEDEL, [email protected]

Ana Isabela Mafra, MAFRA, [email protected]

Luciene Pohmann da Silveira Gaulke, GAULKE, [email protected]

Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, Brusque, SC. 1,2,3

Escola Básica Municipal Zenaide Schmitt Costa, Gaspar, SC.4

Resumo: Através da educação ambiental é possível envolver os alunos de maneira ativa, usando atividades

diferenciadas, que despertam a curiosidade e o interesse dos mesmos. O trabalho teve como objetivo demonstrar um

projeto de sustentabilidade aplicado no ensino fundamental em uma escola pública. Através dele foi possível

sensibilizar os alunos sobre a importância da redução do lixo; reeducar hábitos em relação ao meio ambiente;

trabalhar com atitudes éticas e valores morais; contribuir na formação de cidadãos críticos; abordar a educação

ambiental em uma instituição de ensino. O projeto incluiu uma investigação da situação-contexto; um levantamento de

estratégias que foram utilizadas e sua aplicação; para isso, foi fundamental definir os conceitos de sustentabilidade e

educação ambiental. Existem diversas estratégias que podem ser utilizadas em um projeto de sustentabilidade. O

projeto permitiu a construção de um modelo de escola sustentável, proporcionando vários momentos de reflexão,

facilitando o desenvolvendo de um pensamento crítico sobre o assunto. A escola representa um espaço de trabalho

fundamental para fortalecer o sentido pela luta ambiental e a base da formação para a cidadania.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Escola sustentável. Educação Ambiental.

INTRODUÇÃO

Existem hoje diversas alterações no meio ambiente, decorrentes de ações antrópicas, como a poluição

do ar e da água. De acordo com Gomes (2006, p.29) “a preservação do meio ambiente para as presentes e as

futuras gerações depende de uma consciência ecológica, e a formação de uma nova consciência depende em

grande parte da educação. É preciso uma educação que possibilite a continuidade da vida na Terra [...]”.

A educação ambiental se contrapõe à aprendizagem mecânica, destaca-se pelo desenvolvimento de

atividades que envolvem a participação ativa dos alunos. Eles são estimulados a contribuir para a melhoria

de vida da comunidade no qual estão inseridos, e influenciar diretamente neste ambiente

(DESPRESBITERIS, 2001).

As atividades diferenciadas, que são usadas para trabalhar aspectos ambientais, despertam a

curiosidade e o interesse dos alunos, favorecendo um envolvimento efetivo com a aprendizagem, e

propiciam a construção de um ambiente motivador, agradável, estimulante e rico em situações novas e

desafiadoras (Araújo e Abib, 2003). É importante perceber que os processos de investigação e de pesquisa

também fazem parte do aprendizado, e que desta maneira o professor estaria incentivando o aluno a trabalhar

com situações-problema.

O trabalho teve como objetivo geral demonstrar um projeto de sustentabilidade aplicado no ensino

fundamental em uma escola pública. Para tanto, alguns objetivos específicos foram traçados: a) conscientizar

os alunos sobre a importância da redução do lixo; b) reeducar hábitos em relação ao meio ambiente; c)

trabalhar com atitudes éticas e valores morais; d) contribuir na formação de cidadãos críticos; e) abordar o

conceito de educação ambiental.

METODOLOGIA

O projeto incluiu uma investigação da situação-contexto; o levantamento de estratégias que seriam

utilizadas para aplicá-las na escola; para tanto, definiram-se os conceitos de sustentabilidade e educação

ambiental. Definida a escola, foi feito um estudo exploratório sobre quais atividades a escola já desenvolvia

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na área de sustentabilidade, uma descrição de sua capacidade física, histórico, número de alunos e

funcionários, além de outras informações pertinentes.

Diversas estratégias foram utilizadas no projeto de sustentabilidade, como: atividades de

sensibilização ambiental, como caminhadas por trilhas (Fig. 1), coleta de lixo no entorno da escola;

instalação das lixeiras da coleta seletiva; palestra sobre a temática com pais e alunos; criação e manutenção

de uma horta escolar (Fig. 2), enfatizando a importância de uma alimentação saudável; projeto de separação

do lixo descartado em sala de aula a fim de armazenar todo o material desperdiçado pelos alunos, revelando

a eles a quantidade de papel descartado semanalmente; reciclagem artesanal do papel (Fig. 3); produção de

murais; campanha de descarte adequado de pilhas e óleo usados; instalação de uma cisterna para a captação

da água das chuvas, que pode ser usada nos banheiros e para a limpeza das calçadas e do pátio; instalação de

pluviômetros; redução do desperdício de alimentos; troca de copos descartáveis por permanentes, entre

outros.

As estratégias foram escolhidas mediante demanda e espaço na escola. Pode-se ainda trabalhar com o

Manual da Etiqueta Sustentável (PLANETA SUSTENTÁVEL, 2012).

Figura 1. Caminhadas por trilhas ecológicas.

Fonte: Tamily Roedel (2010).

Figura 2. Horta escolar.

Fonte: Tamily Roedel (2010).

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Figura 3. Papel reciclado.

Fonte: Tamily Roedel (2010).

A escola também desenvolveu um projeto de coleta seletiva, recolhendo resíduos sólidos que eram

descartados nas casas dos pais e parentes dos alunos, e a administração escolar fez uma pesagem e

acompanhamento da quantidade de material trazido. Foram abertos espaços de discussão do destino

adequado dos resíduos produzidos pela população.

Foram usados os seguintes livros paradidáticos: “O papel do papel” (Secco, 2010), “A incrível história

do mundo que ia morrer” (Cni-Sesi, [s.d.]) e “Chico papeleta e a reciclagem do papel” (Rosa, 2006).

Também se utilizaram os filmes: Wall.e (2008), que trata da quantidade de lixo gerado pelo homem, que

pode tornar a vida insustentável no planeta Terra, e Ciências [s.d.], organizado pela TV Escola, em parceria

com o MEC, que explica a origem das “coisas”.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

O projeto permitiu construir um modelo de escola sustentável, proporcionando vários momentos de

reflexão, facilitando o desenvolvendo de um pensamento crítico sobre o assunto. O trabalho cumpre com sua

função social, estando baseado na “Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014),

promovido pela ONU e liderada pela UNESCO” (CARLETTO et al., 2006, p.3).

Dentre os objetivos gerais que permeiam a educação ambiental, verifica-se que o trabalho atende a

todos quando ocorre participação ativa dos envolvidos no processo, busca uma unidade entre a teoria e a

prática, o planejamento parte de uma realidade concreta, e está voltado a atingir um fim mais amplo dentro

da educação (GUIMARÃES, 2007).

Segundo Rocha et al. (2010) as práticas pedagógicas devem proporcionar meios que viabilizem a

percepção da realidade e consequentemente, a solução de problemas ligados à questão ambiental. Os

trabalhos que envolvem situações do cotidiano tendem a favorecer o aprendizado de conceitos novos na

medida em que enfocam uma realidade vivida pelos alunos (ARAÚJO; ABIB, 2003).

A Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) também se confunde com o tema educação

para a sustentabilidade, na qual há uma mudança na simples transmissão de conhecimentos, transcendendo

uma alteração do comportamento.

Para Carletto et al. (2006) a EDS pretende motivar, preparar e envolver os indivíduos e grupos sociais na

reflexão sobre nosso modo de vida, na tomada de decisões informadas e no estabelecimento de caminhos

para um mundo mais sustentável.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É fundamental que haja participação efetiva nas ações sustentáveis do maior número possível de

profissionais da escola, sendo que a transversalidade ocorre quando o aluno aprende, reconhece a

importância e leva ensinamento além do muro escolar, atingindo também a comunidade ao entorno.

Precisa-se desenvolver nos estudantes uma consciência crítica e ambiental, no sentido de modificar o

meio em que vivem, tornando-o mais sustentável. As mudanças no comportamento, principalmente

consumista, podem garantir uma redução do uso dos recursos naturais, garantindo-os para as futuras

gerações. A escola representa um espaço de trabalho fundamental para fortalecer o sentido pela luta

ambiental e a base da formação para a cidadania (SEGURA, 2001).

A educação deve proporcionar aos estudantes a oportunidade de desenvolver capacidades que neles

despertem a inquietação diante do desconhecido, buscando explicações lógicas e razoáveis, levando os

alunos a desenvolverem posturas críticas, realizar julgamentos e tomar decisões fundamentadas em critérios

objetivos, baseados em conhecimentos compartilhados por uma comunidade escolarizada (HAYASHI et al.,

2009).

REFERÊNCIAS

1- ARAÚJO, M. S. T.; ABIB, M. L. V. S. Atividades experimentais no ensino de física: diferentes enfoques,

diferentes finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Física, v.25, n.2, p.176-194, 2003.

2- CARLETTO, M. R.; LINSINGEN, I. V.; DELIZOICOV, D. Contribuições a uma educação para a

sustentabilidade. I Congresso Iberiamericano de Ciencia, Tecnología e Innovación CTS+I, p.1-15, 2006.

3- CIÊNCIAS. v.1. Direção: TV Escola e Ministério da Educação. Produção: Pólo Industrial de Manaus, [s.d.].

4- CNI-SESI. A incrível história do mundo que ia morrer. Distrito Federal: Verano Editora. [s.d.].

5- DESPRESBITERIS, L. Avaliação da aprendizagem na Educação Ambiental – uma relação muito delicada. In:

SANTOS, J. E.; SATO, M. A contribuição da educação ambiental à esperança de Pandora. São Carlos: RiMa,

2001.

6- GOMES, D. V. Educação para o consumo ético e sustentável. Revista eletrônica do Mestrado em Educação

Ambiental, Rio Grande, v.16, p.1-14, 2006.

7- GUIMARÃES, M. 2007. A dimensão ambiental na educação. 8.ed. Campinas: Papirus, 2007.

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8- HAYASHI, A. M.; PORFÍRIO, N. L. S.; FAVETTA, L. R. A. A importância da experimentação na construção

do conhecimento científico nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Disponível em:

<http://proformar.org/revista/edicao13 /ensino_exp_ciencias.pdf>. Acesso: jan. 2009.

9- PLANETA SUSTENTÁVEL. Manual da etiqueta sustentável. Disponível em:

<http://planetasustentavel.abril.com.br/manual/manual.shtml>. Acesso: mar. 2012.

10- ROCHA, N. S. A.; VIEIRA, E. S.; GALVÃO, S. O.; SILVA, S. P. Reciclagem: a concepção ambiental no

combate ao desperdício. Disponível em:<http:// www.proex.ufpa.br>. Acesso em: mai. 2010.

11- ROSA, N. S. S. Chico papeleta e a reciclagem do papel. 1.ed. São Paulo: Moderna, 2006.

12- SECCO, P. E. O papel do papel: para crianças. Disponível em: <http://www.rigesa.com.br/infantil/pdf/

papel.pdf>. Acesso em: abr. 2010.

13- SEGURA, D. S. B. Educação ambiental na escola pública: da curiosidade ingênua à consciência. São Paulo:

Annablume, 2001.

14- WALL.E. Direção: Andrew Stanton. Produção: Disney Pixar, 2008.

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A INFLUÊNCIA DE PALESTRAS SOBRE CONSUMO SUSTENTÁVEL

Ana Isabela Mafra, MAFRA, [email protected]

1

Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, Brusque, SC. 1

Resumo: Para se praticar a sustentabilidade, é necessário que haja equilíbrio entre o conforto pessoal, sociedade e

meio ambiente; onde pequenas alterações nas ações de consumo realizadas por muitas pessoas promovam grandes

transformações. Um grande desafio dos educadores ambientais é informar para transformar o pensamento das

pessoas em relação ao consumo, para que o desenvolvimento ocorra sem destruir. Assim, esta pesquisa teve o objetivo

de informar estudantes com palestras proferidas em escolas públicas em que a autora atuava, promovendo reflexão e

consciência ecológica. A pesquisa do tipo coletiva foi realizada em escolas públicas e particulares, totalizando 658

estudantes do Ensino Fundamental e Médio em 2011. Os estudantes receberam a palestra intitulada “Consumo

Consciente”, onde fizeram relatório mensal do seu consumo familiar, debates durante as palestras, pesquisas,

produção de cartazes, apresentações orais e sugestões de mudanças em suas ações diárias. Verificou-se que os

estudantes tem o desejo de socializarem suas ações diárias e desta forma, os mesmos iniciaram um processo de

reconhecimento direto de como suas atitudes interferem no meio ambiente e que a transformação da sua prática, pode

resolver problemas cotidianos domésticos e da sala de aula.

Palavras-chave: Sustentabilidade, Cosumo Consciente, Educação Ambiental.

INTRODUÇÃO

Refletir sobre nossos hábitos diários de consumo é um ato de responsabilidade diante de tanto

desperdício e degradação ambiental ocorrente no planeta Terra.

A preocupação ambiental atual é fazer com que cada cidadão repense no seu modo de consumo,

levando em consideração os impactos provocados no ambiente. Assim, o consumidor pode, por meio de suas

escolhas, catalisar o processo de preservação do que existe da natureza e diminuir impactos negativos para

construir um mundo melhor.

As proposições teóricas abordando as relações existentes entre os temas educação e meio ambiente

têm sido cada vez mais debatidas na tentativa de colocar as discussões realizadas no campo teórico em

prática. Esse debate evidencia a necessidade de promover na sociedade uma reflexão acerca de suas atitudes

e comportamentos em relação ao meio ambiente (JACOBI, 2005).

Para estimular a percepção da população, é imprescindível ter como mediador o educador ambiental,

elo entre a ciência e a conservação ambiental, cujo trabalho deve estar embasado na participação,

pensamento crítico-reflexivo, sustentabilidade, ecologia de saberes, responsabilidade, continuidade,

igualdade, conscientização, emancipação e transformação social, sem esquecer o cunho político

(GONZALEZ et al. 2007).

Um grande desafio dos educadores ambientais é informar para transformar o pensamento das pessoas

em relação ao consumo, para que o desenvolvimento ocorra sem destruir. Assim, esta pesquisa teve o

objetivo de informar estudantes com palestras proferidas em escolas públicas em que a autora atuava,

promovendo reflexão e consciência ecológica.

Para se praticar a sustentabilidade, que implica em um modelo ecológico correto para se viver

ambiental, social e economicamente; é necessário que haja equilíbrio entre o conforto pessoal, sociedade e

meio ambiente; onde pequenas alterações nas ações de consumo realizadas por muitas pessoas promovam

grandes transformações.

Tal consciência crítica pode ser despertada através da Educação Ambiental, que tem como desafio

promover a mudança de valores, posturas e atitudes, sendo necessário para isso, integrar suas ações aos

aspectos ecológicos, culturais, políticos e éticos (CERATI; LAZARINI, 2009).

Consumir de forma consciente (sem desperdício) é ajudar a preservação e recuperação do planeta, pois

adquirindo a consciência sobre o que se consome, o cidadão pode optar por estimular que o comércio de

modo geral, se adapte aos princípios sustentáveis (ecológicos), uma vez que os consumidores definem o

desempenho do mercado.

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A educação ambiental no atributo de reconhecer um conjunto crescente de degradação socioambiental

pode influenciar na mudança da situação atual, contando que a educação auxilia a formar a consciência

ambiental para desenvolver atitudes de caráter sustentável e consequentemente socioambiental. Com o passar do tempo a humanidade vai afirmando uma consciência individual. Paralelamente, cada vez mais

vai deixando de se sentir integrada com o todo e assumindo a noção de parte da natureza. Nas sociedades atuais o ser

humano afasta-se da natureza. A individualização chegou ao extremo do individualismo. O ser humano, totalmente

desintegrado do todo, não percebe mais as relações de equilíbrio da natureza. Age de forma totalmente desarmônica

sobre o ambiente, causando grandes desequilíbrios ambientais. (GUIMARÃES, 2009, p. 12).

Morin (1996) apresenta em sua teoria da complexidade, a importância de distinguirmos as diversas dimensões da

realidade, sem separá-las. Ao contrário, é importante integrá-las, considerando os efeitos de seu mútuo relacionamento.

Com relação à educação para o meio ambiente, isto “significa levar em conta as influências de todos os aspectos sociais,

culturais, econômicos, políticos, ecológicos, técnicos e éticos entre outros que intervêm, dinamicamente, em seu campo

teórico-prático” (PETRAGLIA, 1995, citado por LIMA, 1999). A Educação Ambiental, portanto, não pode fugir de seu

caráter interdisciplinar e transversal e, por outro lado, precisa adotar a perspectiva de uma “abordagem relacional” junto

a tudo que a cerca (GUIMARÃES, 2006).

A Educação Ambiental não transmite só o conhecimento científico, mas enfatiza e provoca a necessidade de

diálogo entre todo tipo de conhecimento, inclusive com a arte, que permite ao cidadão e à cidadã uma melhor atuação e

intervenção cotidiana na busca de soluções e alternativas socioambientais. (REIGOTA, 2009, p. 54).

METODOLOGIA

Para este estudo foi usada a pesquisa coletiva denominada por Prada (2006), cujos pressupostos

teórico-metodológicos aproximam-se, com outros modelos de pesquisa: a pesquisa-ação e a pesquisa

participativa, sendo as três de abordagem qualitativa.

A pesquisa do tipo coletiva pode ser entendida no que tange à abordagem metodológica, como uma

pesquisa de natureza qualitativa e quantitativa. Nessa perspectiva, há uma relação sujeito-sujeito e os dados

são construídos coletivamente.

Para Carletto et al. (2006) a EDS pretende motivar, preparar e envolver os indivíduos e grupos sociais

na reflexão sobre nosso modo de vida, na tomada de decisões informadas e no estabelecimento de caminhos

para um mundo mais sustentável.

As escolas que participaram das palestras foram informadas que as turmas da autora que é professora

de biologia e ciências na Educação Básica receberam a palestra intitulada “Consumo Consciente”, onde os

estudantes fizeram relatório mensal do seu consumo familiar e as mesmos serviram de referencias para

debates durante as palestras.

No total foram vinte turmas e seiscentos e cinquenta e oito estudantes do Ensino Fundamental e Médio

de escolas públicas e particulares no período de três meses (agosto, setembro, outubro) do ano de 2011.

Os estudantes pesquisaram, em fontes de jornais e revistas impressos e eletrônicos, dados referentes ao

consumo excessivo, os quais foram usados para contribuir durante as palestras e trabalhos elaborados em

dupla, com produção de cartazes e apresentações orais.

Após exposições nos corredores de cada escola, os alunos apresentaram sugestões de mudanças em suas

ações diárias.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

O consumo ocorre para promover bem-estar, porém o modelo utilizado de produção e consumo

contribuiu para aumentar alguns aspectos da desigualdade social e do desequilíbrio ambiental; assim

sustentável também se confunde com o tema educação para a sustentabilidade, na qual há uma mudança na

simples transmissão de conhecimentos, transcendendo uma alteração do comportamento.

A partir da observação e registros feitos durante as palestras, percebeu-se que os estudantes preferem

ações cujas metodologias sejam dinâmicas, possibilitando sua participação e as trocas de conhecimento e

experiências entre os participantes.

Notou-se também, que os estudantes tem o desejo de socializarem suas ações diárias e desta forma, os

mesmos iniciaram um processo de reconhecimento direto de como suas atitudes interferem no meio

ambiente e que a transformação da sua prática, pode resolver problemas cotidianos da sala de aula e

domésticos.

Verificou-se assim, ser necessário haver envolvimento científico com a realidade diária dos

estudantes, para que estes incorporem o aprendizado as suas ações.

Mafra (2010) afirma que ao final de um processo de formação continuada, os participantes parecem

desenvolver ainda mais o senso crítico, sendo convencidos da seriedade de se divulgar e debater sobre as

alterações ambientais ocorridas no planeta dentro da sala de aula. Além de expor a preocupação de vincular

as suas aulas com a Educação Ambiental, tornando-a contínua, independente da realização conjunta com

projetos.

Constata-se que a degradação ambiental pode ser enfraquecida se a população agir de forma

responsável, questionando seus costumes e atitudes diante de tantos desastres ambientais ocorridos pela ação

humana, onde consequentemente se terá um ambiente mais equilibrado e harmonioso para se viver.

O grande desafio consiste em formular-se uma Educação Ambiental que seja crítica e inovadora, e,

acima de tudo, um ato político voltado para a transformação social, cujo enfoque deve buscar uma

perspectiva holística de ação, relacionando o homem, a natureza e o universo, partindo do princípio de que

os recursos naturais se esgotam e o protagonista da degradação é o homem (JACOBI, 2003).

Segundo Mafra (2010) os educadores ambientais querem incorporar ações ecológicas que pratiquem a

sustentabilidade, porém estes sabem o quanto é fundamental sensibilizar todos os que estão envolvidos no

processo educativo, tentando cada vez mais trabalhar de forma conjunta com seus colegas.

Economizar, repensar os hábitos de consumo e descarte, recusar produtos que prejudicam o meio

ambiente e a saúde, reduzir o consumo desnecessário, reutilizar e recuperar ao máximo antes de descartar e,

reciclar materiais, são algumas ações que o ser humano necessita praticar para cooperar com atitudes mais

ecológicas e assim, os educadores podem proporcionar palestras, aulas diferentes que envolvam os

estudantes de forma empírica.

Queiroz et al. (2011) afirma que as metodologias participativas surgem como uma ferramenta importante

no sentido de incentivar a mobilização social e contribuir com a superação da letargia e do acomodamento

social. Nessa perspectiva crítica, a Educação Ambiental e a escola são vistas como grandes potencializadoras

de um processo educativo na sociedade em busca de superações e transformações sociais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As ações sustentáveis acontecem quando as pessoas são informadas e sensibilizadas com o problema social,

econômico, político ou ambiental. É fundamental que haja participação efetiva nas ações sustentáveis do maior número

possível de profissionais da escola, sendo que a transversalidade ocorre quando o estudante aprende, reconhece a

importância e leva ensinamento além do muro escolar, atingindo também a comunidade ao entorno.

As sugestões registradas para praticar o Consumo Sustentável durante e após as palestras e práticas com

os estudantes foram: comprar somente o que realmente se precisa, para não gerar mais lixo; economizar água

e energia, evitando desperdício; comprar eletrodomésticos que funcionem com baixo consumo de energia

elétrica; escolher produtos de empresas que demonstram preocupações socioambientais; adquirir produtos

somente com emissão de nota fiscal; utilizar sacolas retornáveis; consumir alimentos da estação dando

preferência aos orgânicos, que não utilizam agrotóxicos; evitar pegar no comércio sacolas plásticas

desnecessariamente; usar tintas a base de água para pintar a casa, pois são menos tóxicas e menos poluentes;

promover a separação (coleta seletiva) e reciclagem do lixo; usar pilhas recarregáveis; descartar as pilhas em

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locais apropriados de coleta e não no lixo comum; levar as baterias usadas de celulares para as revendedoras,

pois elas não devem ser jogadas no lixo comum, por conterem metais pesados (altamente tóxicos); evitar

substituir os aparelhos celulares desnecessariamente; procurar melhorar o computador ao invés de comprar

um novo, pois 20 milhões de toneladas de lixo eletrônico são descartados anualmente e a maior parte ainda

não é reciclada; imprimir e-mails e documentos somente quando necessário; não pegar panfletos entregues

na rua a não ser que esteja interessado nas informações; e, utilizar calculadoras e lanterna que possam

funcionar com energia solar ou dínamo, evitando desta maneira o uso de pilhas. A educação deve proporcionar aos estudantes a oportunidade de desenvolver capacidades que neles despertem a

inquietação diante do desconhecido, buscando explicações lógicas e razoáveis, levando os estudantes a desenvolver

posturas críticas, realizar julgamentos e tomar decisões fundamentadas em critérios objetivos, baseados em

conhecimentos compartilhados por uma comunidade escolarizada (HAYASHI et al., 2009).

REFERÊNCIAS

1- CARLETTO, M. R.; LINSINGEN, I. V.; DELIZOICOV, D. Contribuições a uma educação para a

sustentabilidade. I Congresso Iberiamericano de Ciencia, Tecnología e Innovación CTS+I, p.1-15, 2006.

2- HAYASHI, A. M.; PORFÍRIO, N. L. S.; FAVETTA, L. R. A. A importância da experimentação na construção

do conhecimento científico nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Disponível em:

<http://proformar.org/revista/edicao13 /ensino_exp_ciencias.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2011.

3- CERATI, T. M.; LAZARINI, R. A. de M. A pesquisa-ação em Educação Ambiental: uma experiência no

entorno de uma unidade de conservação urbana. Ciência e Educação, v. 15, n. 2, p. 383-392, 2009.

4- GONZALEZ, Luciana Thais Villa; TOZONI-REIS, Marília Freitas Campos de; DINIZ, Renato Eugênio Silva.

Educação ambiental na comunidade: uma proposta de pesquisa-ação. Revista Eletrônica Mestrado em

Educação Ambiental, Rio Grande, v. 18, 2007. Disponível em:

<http:// www.remea.furg.br/edicoes/vol18/art31v18a27.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2010.

5- GUIMARÃES, M. A dimensão ambiental na educação. 9. ed. Campinas, SP: Papirus, 2009.

6- ______. Os caminhos da educação ambiental: da forma a ação. Campinas, SP: Papirus, 2006.

7- JACOBI, P. R. Educação Ambiental: o desafio da construção de um pensamento crítico, complexo e reflexivo.

Educação e Pesquisa, v.31, n.2, p.233-250, maio/ago. 2005.

8- JACOBI, Pedro. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n.

118, p. 8-17, 2003.

9- LIMA, G. F. C. Questão ambiental e educação: contribuições para o debate. In: Ambiente e Sociedade.

Campinas, SP: Nepam/Unicamp, ano II, n. 5, p. 135-153, 1999.

10- MAFRA, A. I. A formação em educação ambiental no município de Navegantes-SC: entre o desejável e o

possível. Itajaí: 2010. 120 fls. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Mestrado Acadêmico em

Educação. Universidade do Vale do Itajaí. Itajaí.

11- MORIN, E. Ciência com consciência. São Paulo: Bertrand Brasil, 1996.

12- PRADA, L. E. A. Projeto de pesquisa: ações de formação continuada de professores desenvolvidas em

municípios da região de Uberaba. Uberaba: UNIUBE, 2006b.

13- REIGOTA, M. O que é educação ambiental. 2. ed. São Paulo: Brasiliense. 2009.

14- QUEIROZ, E. D. de; OLIVEIRA, A. L. de; GUIMARÃES, M. Práticas educativas em educação ambiental a

partir do diálogo escola-comunidade. Revista Teias. v. 12 . n. 25. p. 186-196 . maio/ago. 2011.

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A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE PELO DIREITO TRIBUTÁRIO:

CONSIDERAÇÕES SOBRE O ICMS ECOLÓGICO

Anna Lúcia Martins Mattoso Camargo, CAMARGO, [email protected]¹

Juliana Haas, HAAS, [email protected]²

Gilson Amilton Sgrott, SGROTT, [email protected]³

Tamily Roedel, ROEDEL, [email protected]

Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, Brusque, SC. 1,2, 3, 4

Resumo: Este trabalho demonstra a simbiose que pode existir entre o direito tributário e a proteção do meio

ambiente. Parte-se da premissa de que este é um direito fundamental, o qual, também pode ser garantido/efetivado por

meio de políticas públicas tributárias. Nesse contexto, surge o ICMS Ecológico, como um mecanismo com vistas à

orientar e/ou incentivar condutas não-poluidoras no âmbito das municipalidades. O estudo se apresenta como

necessário, atual e premente, no sentido de se efetivar uma nova concepção de desenvolvimento, desvinculando-a da

idéia de degradação ambiental. Vislumbra-se, ademais, a geração de novos conceitos axiológicos, que possibilitem a

alteração dos parâmetros fiscais para uma convivência mais harmônica com a natureza.

Palavras-chave: Direito tributário. Meio ambiente. ICMS Ecológico.

INTRODUÇÃO

Os efeitos deletérios da degradação ambiental estão evidenciados através de desastres ambientais,

aquecimento global, portanto a necessidade da preservação do meio ambiente já é um consenso.

O ICMS ecológico é um imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços ecológicos realizados

nas municipalidades, como indutor de novas condutas ambientais.

Em função dos crescentes problemas ambientais gerados pelas atividades produtivas, as políticas

ambientais, através dos seus instrumentos econômicos, procuram resolve-los ou mitigá-los. Afinal, se existe

a necessidade da produção de normas jurídicas ambientais é porque existe um substrato social, a necessidade

de regulamentação da relação entre o ser humano e meio ambiente.

Um meio ambiente saudável e ecologicamente equilibrado é um direito fundamental. A realidade atual

demonstra imperiosa necessidade de reformulação dos parâmetros sobre os quais se ergue o Sistema

Tributário Nacional, de forma a melhor harmonizá-lo com os preceitos relativos à proteção ambiental

constantes na Carta Constitucional.

O trabalho tem por escopo demonstrar a importância da tributação ambiental, como um forte aliado na

preservação do meio ambiente, busca-se descrever o ICMS e seus elementos fundamentais, de forma a

permitir uma melhor compreensão da matéria em análise; tecer considerações acerca do ICMS ecológico,

qual seja, o remanejamento da receita tributária, com base na proteção ambiental, que um determinado

município aplica no seu território.

METODOLOGIA

O estudo foi elaborado através de uma pesquisa bibliográfica para compreender melhor o tema

proposto. O percurso teórico foi distribuído em três tópicos.

No primeiro tópico são tratadas questões relativas à existência das receitas públicas como a principal

fonte de financiamento dos gastos governamentais, conhecendo, para tanto, sua conceituação e

classificações, em todos os seus aspectos.

O segundo tópico versa sobre o conceito e o alcance do ICMS – Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços, ocasião em que serão desbravados maiores detalhes de sua aplicação, da mesma

forma que se terá conhecimento da sua imensa complexidade.

No terceiro tópico é desenvolvida a noção de meio ambiente saudável como direito fundamental e se

demonstra a possível correlação existente entre a tributação e a defesa do meio ambiente, além da atuação do

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ICMS ecológico analisando-o como meio de compensação fiscal a Municípios que não podem explorar

economicamente áreas que constituem unidades de conservação e/ou outras áreas protegidas existentes em

seus territórios, bem como incentivo para a criação de novas áreas de proteção ambiental.

AS RECEITAS PÚBLICAS

Para realizar o bem comum, atendendo aos anseios e necessidades públicas, cumprindo com o seu

desiderato máximo perante a sociedade, o Estado presta os chamados serviços públicos, como o dever de

cuidar da educação, saúde e segurança de todos.

Para Fabretti (2009, p.16) “o Estado tem como premissa necessária o exercício da atividade financeira,

na qual, por seu poder coercitivo sobre o particular, arrecada, administra valores e estabelece as despesas

prioritárias”.

A atividade financeira é composta por três campos, a arrecadação, as despesas e a gestão

(NASCIMENTO, 2006).

Em suma, a arrecadação é a forma pelo qual se obtém a receita pública, notadamente por meio da

cobrança de tributos, “tem origem no patrimônio privado do cidadão que, por força de dispositivo legal, é

coagido a entregar, na forma de impostos, taxas ou contribuições, uma parte de sua riqueza” (SILVA, 2002,

p.1).

Em contrapartida, “as necessidades da coletividade exigem que, além dos ingressos oriundos dos

cidadãos, o Estado também possua patrimônio próprio com o objetivo de manter a ordem, a defesa interna e

externa e de promover a justiça e muitas outras atribuições definidas na Constituição” (SILVA, 2002, p.1).

Assim as despesas consistem no emprego dos recursos patrimoniais para a realização dos fins visados

pelo Estado. Em última análise “gestão é a administração e a conservação de todo o patrimônio público”

(NASCIMENTO, 2006, p.92).

Receitas públicas “são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em

qualquer esfera governamental, para a alocação e cobertura das despesas públicas” (BRASIL, 2004, p.15).

IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS

O ICMS, imposto estadual que incide sobre a circulação mercadorias e alguns serviços, instituído

pela reforma tributária da Emenda Constitucional n.18/65, previsto no artigo 155, inciso II da

Constituição Federal, representa cerca de 80% (oitenta por cento) da arrecadação dos Estados e constitui

importante fonte de renda para os municípios (SABBAG, 2010)

De acordo com Melo (2004, p.12) “o ICMS constitui fascinante tema de estudo, devido à circunstância

de cogitar-se do tributo com mais amplo tratamento constitucional, em termos de princípios, competência e

materialidades diversificadas”.

No Quadro 1 é apresentada uma síntese dos dispositivos legais que regulam a participação no retorno

do ICMS em Santa Catarina.

ICMS ECOLÓGICO

O ICMS ecológico nasceu como forma de „compensação‟, tentando conciliar a sistemática financeira

com a preservação do meio ambiente, fornecendo incentivos para que os municípios mantenham áreas de

conservação ambiental, sem que isso fosse um empecilho ao desenvolvimento econômico.

No Brasil, o primeiro estado a usar o ICMS ecológico foi o Paraná, em 1991 “a partir da aliança entre

um movimento de municípios e o Poder Público Estadual, intercedido pela Assembléia Legislativa”

(LOUREIRO, 2011, p.51).

Ramalho e Passos (2011, p.7) ressaltam que as áreas de preservação ambiental “adquirem um novo

significado para os gestores municipais e para os próprios munícipes, pois, antes consideradas empecilho ao

desenvolvimento econômico e social, passam a ser valorizadas como fonte de riqueza”.

O ICMS ecológico não se trata de uma nova modalidade de tributo, apresenta uma nova forma de

redistribuição dos critérios legalmente previstos para repasse de receitas tributárias às municipalidades,

induzindo-as a adotar medidas de preservação ambiental e, por conseguinte, de incremento da qualidade de

vida. Para Hempel (, p.11) os municípios são estimulados a zelarem pelo meio ambiente “mediante a

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aplicação do princípio da prevenção e da compensação financeira, ao invés da aplicação de repressões e

punições”.

Em Santa Catarina, tramita o Projeto de Lei Projeto de Lei Complementar nº 0010.9/2003, proposto

pelo legislativo, de autoria do deputado Francisco de Assis, o qual dispõe sobre os critérios de distribuição da

parcela de receita do ICMS pertencente aos municípios, de que tratam os incisos I e II do § 3º do art. 133 da

Constituição Estadual, propondo a criação do ICMS Ecológico no Estado.

A nova proposta legislativa objetiva melhor distribuir a parcela de ¼ dos 25% de participação dos

municípios na receita do ICMS, com vistas a estimular ações na área ambiental, como a educação ambiental,

o saneamento ambiental, os mananciais de abastecimento público e as unidades de conservação/terra

indígena. Prevê, que da parcela de receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios,

5% será distribuída conforme critérios ambientais, na seguinte forma: a) 2,5% referente à conservação da

biodiversidade: b) 2,5% referente à conservação da água.

Quadro 1. Síntese de dispositivos legais que regulam a participação no retorno do ICMS/SC.

Ordenamento legal Descrição

Constituição da República

Federativa do Brasil, de 05 de

outubro de 1988.

A Carta Magna estabelece em seus artigos 158,

parágrafo único e incisos I e II, 159 parágrafo 3º e 161, inciso I

e II, a parcela pertencente aos Municípios, bem como define

os critérios de repasse.

Lei Complementar Federal n.

63, de 11 de janeiro de 1990.

Dispõe sobre critérios e prazos de crédito das parcelas do

produto da arrecadação, define o Valor Adicionado, e as

operações e prestações a serem computadas para efeito de

cálculo.

Lei Estadual n. 7.721, de 06

de setembro de 1989.

Dispõe sobre a distribuição do ICMS aos

Municípios, estabelecendo critérios de cálculo do valor de

retorno aos Municípios.

Constituição do Estado de

Santa Catarina, de 05 de outubro

de 1989.

Em consonância com a Constituição Federal/88, estabelece

em seu Capítulo III – Da Tributação, Seção IV – Da

Repartição da Receita Tributária, art.133, inciso II, item “a” e

parágrafos 3º, incisos I e II, 4º, 5º e 6º, a parcela de

Imposto que pertence aos Municípios, e define critérios de

prazo e repasse.

Lei Estadual n.7.816, de 12 de

dezembro de 1989.

Veio dar nova redação ao artigo 1º. Da Lei n. 7.721,

acrescentando o parágrafo único e incisos I e II.

Lei Estadual n.8.203, de 26 de

dezembro de 1990.

Alterou os incisos I e II do artigo 1º da Lei 7.721.

Portaria Estadual n.087, de 27

de junho de 1991.

Instituiu o Grupo de Trabalho com a finalidade de executar

as tarefas relativas à fixação dos índices de arrecadação do

ICMS.

Portaria Estadual n.305, de 08

de novembro de 1994.

Estabelece as formalidades para apresentação de

impugnações por parte dos Municípios e Associações de

Municípios sobre o Valor Adicionado.

Lei Estadual n.10.297, de 26

de dezembro de 1996, e

alterações posteriores.

Dispõe sobre o ICMS e adota outras providenciais.

Decreto n. 2.870, de 27 de

agosto de 2001.

Aprova o Regulamento do ICMS do Estado de Santa

Catarina.

Anexo V do Regulamento do

ICMS, art.168 a 175.

Trata da Declaração de Informações Econômico-fiscais.

Portaria Estadual n. 111, de

18 de março de 1998.

Altera o artigo 7º da Portaria 305/94, relativo à

petição, devendo ser acompanhada dos documentos

comprobatórios sob pena de arquivamento e sem direito a

recurso de segunda instância. Fonte: Criação de Juliana Haas

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Estado, para a consecução de seu desiderato máximo, qual seja, prestar os ditos serviços públicos

universais, como a educação, saúde e segurança, necessita de recursos que, via de regra, obtém por meio da

tributação.

Nota-se que os tributos, desde sua gênese, carregam como objetivo precípuo a tarefa de angariar

recursos financeiros para o Estado, e certamente essa é a imposição tradicional do direito tributário. No

entanto, nossa Constituição Federal de 1988 permitiu a instituição de tributos que não meramente

arrecadatórios, ou seja, com uma função extra-fiscal, visando, mais especificamente, estimular ou

desestimular comportamentos sociais.

De outro lado, é o ICMS - Imposto Estadual sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, a principal

fonte de arrecadação dos Estados e Municípios brasileiros. Os Estados, por sua vez, possuem autonomia para

determinar a lógica de repartição da receita arrecadada que cabe aos Municípios, podendo-se valer, inclusive,

de critérios ambientais.

A ideia central do ICMS ecológico é possibilitar um incremento dos recursos tributários aos

municípios que investem em medidas de conservação ambiental e, ao mesmo tempo, compensar aqueles que

sofrem restrições de ordem física quanto ao uso de parte de seus territórios, em razão da existência de

unidades de conservação.

Do ponto de vista econômico, frisa-se o paralelismo entre a proteção ao meio ambiente e o

desenvolvimento, ambos representando valores essenciais para o mercado, e princípios da ordem econômica

e social, que determina ao Poder Público, a adoção de medidas para direcionar seu equacionamento.

Com o trabalho demonstraram-se os resultados positivos de tal sistema no que diz respeito ao

incremento dos investimentos em preservação ambiental e da efetiva melhora na qualidade de vida dos

cidadãos.

Sob tal panorama, procurou-se perquirir se o ICMS Ecológico é, de fato, um instrumento eficaz de

política ambiental; se, à luz da experiência dos Estados que já o implantaram, apresenta vantagens na

comparação com os mecanismos de controle tradicionais; se tem conduzido a resultados objetivamente

positivos e que tipo de relação vincula os Estados à sua implementação.

REFERÊNCIAS

1- BRASIL, Ministério da Fazenda. Receitas públicas: manual de procedimentos aplicado à União, Estados,

Distrito Federal e Municípios. Brasília: Coordenação-Geral de Contabilidade, 2004.

2- FABRETTI, Láudio Cláudio. Direito tributário para os cursos de administração e ciências contábeis. 7.ed.

São Paulo: Atlas, 2009.

3- HEMPEL, W. B. A importância do ICMS ecológico para a sustentabilidade ambiental no Ceará. Revista

Eletrônica do Prodema, Fortaleza, v.2, n.1, p.97-113, jun.2008.

4- LOUREIRO, W. Contribuição do ICMS ecológico à conservação da biodiversidade no estado do Paraná.

Disponível em: <http://www.unicen.com.br/universoverde/TrabalhosCientíficos/trabWilson.htm>. Acesso em:

5 mai. 2011.

5- MELO, José Eduardo Soares de. ICMS: Teoria e prática. 7.ed. São Paulo: Dialética, 2004.

6- NASCIMENTO, Edson Ronaldo. Gestão pública. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

7- RAMALHO, L. V. S.; PASSOS, R. M. B. A eficácia do ICMS ecológico como instrumento de política

ambiental e o dever do estado quanto à sua efetivação. Disponível em: <http://www.icmsecologico.

org.br/index.php?option=com_content&view=article& id=58&Itemid=68>. Acesso em: 29 abr. 2011. p.2.

8- SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 2.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.

9- SILVA, Lino Martins da. Contabilidade governamental: um enfoque administrativo. 5.ed. São Paulo:

Atlas, 2002.

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RESPONSABILIDADE CIVIL DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO

PRIVADO POR DANO AMBIENTAL

Anna Lúcia Martins Mattoso Camargo, CAMARGO, [email protected]

1

Tamily Roedel, ROEDEL, [email protected]

Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, Brusque, SC.

1

Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo averiguar a responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito privado por

dano causado ao meio ambiente. Estuda-se o instituto da responsabilidade civil no âmbito do Direito Civil, conceito,

divisões, classificações e as peculiaridades do instituto no Direito Ambiental. Procura-se nesse sentido, identificar o

conceito de responsabilidade civil e os requisitos necessários para sua caracterização. Examina-se entendimentos

doutrinários sobre o Direito Ambiental em geral, na busca da conceituação de meio ambiente, suas espécies, os

princípios que o regem e quais os danos que atualmente mais o afetam de maneira a prejudicar a sobrevivência da

vida humana. A caracterização da responsabilidade civil depende da comprovação do dano, do ato ilícito, do nexo

causal e da culpa nos casos de responsabilidade subjetiva. O ato ilícito pressupõe uma conduta do agente, que pode

ser praticada pela ação ou omissão do mesmo. O dano, por sua vez, consiste em uma lesão que pode ser de natureza

patrimonial ou moral. No que tange ao nexo causal trata-se da relação de causa e efeito entre a conduta e o dano,

comprovando que a ação do agente causou o dano.

Palavras-chave: Direito ambiental. Dano ambiental. Responsabilidade civil.

INTRODUÇÃO

A questão ambiental é de suma importância, já que a vida humana depende dos recursos da natureza

para sobrevivência. Embora grande parte da população entenda a relevância de tal questão, poucos se

preocupam com a degradação que avança a cada dia e faz que os recursos se esgotem aos poucos.

Principalmente as indústrias que estão atentas somente para produção em massa e utilizam poucos ou

nenhum meio de prevenção quanto aos danos que possam causar ao meio ambiente.

O trabalho tem como objetivos averiguar a responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito privado

que por meio de sua atividade cause dano ao meio ambiente, com fundamento nos entendimentos

doutrinários no âmbito do direito civil e ambiental brasileiro; conceituar meio ambiente e suas espécies,

pesquisar quais as causas que apresentam riscos ambientais; buscar o conceito de direito ambiental e dos

princípios que o regem; conceituar responsabilidade civil, suas espécies; investigar quais os elementos

essenciais para sua caracterização e examinar as peculiaridades da responsabilidade civil no direito

ambiental.

A responsabilidade ambiental baseia-se na responsabilidade civil lato sensu, utiliza seus princípios e

evolui, valendo-se de suas características e requisitos. Entre as peculiaridades relevantes, destaca-se o fato de

que a responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito privado por dano ambiental é objetiva e dessa

forma, independe de comprovação de culpa do agente para sua caracterização. Assim, basta comprovar a

atividade do agente, o dano e o nexo causal.

METODOLOGIA

A metodologia empregada nessa pesquisa corresponde à adoção do método dedutivo que segundo

Pasold (1999, p 104) consiste em “[...] estabelecer uma formulação geral e, em seguida, buscar as partes do

fenômeno de modo a sustentar a formulação geral”, que se opera por meio de pesquisa bibliográfica.

Na busca de atender os objetivos formulados, a presente pesquisa divide-se em três tópicos. O

primeiro trata dos aspectos gerais do direito ambiental, estuda o meio ambiente, caracteriza suas espécies;

aponta de forma concisa as causas que atualmente provocam degradação, conceitua direito ambiental,

destacando sua relevância e finaliza com considerações referente aos princípios fundamentais do direito

ambiental.

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O segundo aborda a responsabilidade civil no direito brasileiro, faz breves considerações sobre a

evolução histórica do instituto; traz o conceito de responsabilidade, as generalidades e aprofunda o estudo

sobre a responsabilidade civil lato sensu, apresentando o conceito, as espécies, sua função e os elementos

essências para caracterização.

O terceiro tópico conceitua a responsabilidade civil no âmbito do direito ambiental, delineiam suas

peculiaridades, os elementos para caracterização e conceitua dano ambiental. Descreve as considerações

acerca da responsabilidade na hipótese de haver licença ambiental, aponta as formas de reparação do dano

ambiental e os meios processuais para responsabilização da pessoa jurídica de direito privado por dano

causado ao meio ambiente.

ASPECTOS GERAIS DO DIREITO AMBIENTAL

O Meio Ambiente não é apenas um espaço , mas uma realidade complexa e marcada por variáveis,

combinação de todas as coisas e fatores externos ao indivíduo em questão, constituída por seres

bióticos e abióticos e suas relações e interações.O meio ambiente é a expressão do patrimônio natural e

as relações com os seres vivos e entre eles, de forma que só abrange o que diz respeito aos

recursos naturais. Já em uma concepção ampla, o meio ambiente supera os limites fixados pela

Ecologia, para realizar o bem comum, atendendo aos anseios e necessidades públicas, cumprindo com o seu

desiderato máximo perante a sociedade, o Estado presta os chamados serviços públicos, como o dever de

cuidar da educação, saúde e segurança de todos.(MILARÉ, 2005)

O Meio Ambiente divide-se em natural, artificial, cultural e laboral. Tais espécies se relacionam

de forma em que a degradação de um deles importa em consequências aos demais (LEMOS, 2008)

Entende-se Meio Ambiente Artificial como sendo “[...] aquele constituído pelo espaço urbano

construído, consubstanciado no conjunto de edificações (espaço urbano fechado) e dos equipamentos

públicos (ruas, praças, áreas verdes, espaços livres em geral: espaço urbano aberto)”. (SILVA,2004, p. 21).

Destaca- Lemos (2008, p. 28) que “o meio ambiente natural é composto: a) pelos recursos naturais de

características planetárias, quais sejam, o solo, a água, o ar atmosférico, a flora e a fauna; b) pelos

ecossistemas brasileiros e sua função geoeconômica; e, c) pela biodiversidade e patrimônio genético”.

O meio ambiente cultural preocupa-se em preservar o patrimônio histórico, turístico, estético,

paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico e científico. Visa, dessa maneira, preservar bens de

valor material e imaterial ligados à cultura de um povo ou de uma nação (VIANNA,

2009, p. 22). Já o Meio Ambiente Laboral é composto pelo espaço em que se desenvolve a atividade

laboral, como o local hígido, sem periculosidade, com harmonia para o desenvolvimento da produção e

respeito à dignidade da pessoa humana (LEMOS, 2008, p. 41).

RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO BRASILEIRO

Observa-se que no Código Civil de 1916 não expressa dispositivos que demonstrem a preocupação

com a responsabilidade civil para a proteção do meio ambiente, pois foi só com a multiplicação das

máquinas e o aumento de número de acidentes, que a jurisprudência e a doutrina forneciam soluções para os

diversos litígios submetidos ao judiciário.( GONÇALVES, 2009)

Entende Gonçalves,( 2009, p. 03) que o vigente Código Civil de 2002 sistematizou melhor a

matéria, sendo que dedicou um título especial e autônomo à responsabilidade civil. Contudo, repetiu,

em grande parte, ipsis litteris, alguns dispositivos do Código de 1916, corrigindo a redação de outros,

trazendo, assim, poucas inovações. Mesmo assim foram poucos os dispositivos dedicados ao tema. “Na Parte

Geral, nos arts. 186, 187 e 188, consignou a regra geral da responsabilidade aquiliana e algumas

excludentes. Na Parte Especial, estabeleceu a regra básica de responsabilidade contratual no art. 389, e

dedicou dois capítulos, um à “obrigação de indenizar” e outro à “indenização, sob o título “Da

Responsabilidade Civil”.

Gagliano; Pamplona (2010, p. 43) assevera que: responsabilidade tem sua origem no verbo latino

respondere, significando a obrigação de assumir com as consequências jurídicas da atividade

praticada por alguém.

Verifica-se que a nomenclatura responsabilidade civil, refere-se à situação jurídica de quem

descumpriu determinado dever jurídico, ocasionando dano material ou moral a ser reparado. A

autoria pode ser direta ou indireta, sendo direta quando o agente responde pelos atos que ele mesmo

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praticou, e indireta quando responde pelos atos praticados por terceiros, sendo que para isso, deve haver

uma ligação jurídica entre o responsável e o executor do ato, como pai e filho, tutor e pupilo por

exemplo.( NADER, 2010,p.6)

RESPONSABILIDADE CIVIL DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO

POR DANO AMBIENTAL

Destaca Cavalieri (2010, p. 2) que a violação de um dever jurídico configura o ilícito,

que, quase sempre, acarreta dano para outrem, gerando um novo dever jurídico, qual seja, o de

reparar o dano. Há, assim, um dever jurídico originário, chamado por alguns de primário, cuja

violação gera um dever jurídico sucessivo, também chamado de secundário, que é o de indenizar o

prejuízo.

Verifica-se a importância da diferença entre responsabilidade e obrigação, como faz

Cavalieri (2010, p. 2): “Obrigação é sempre um dever jurídico originário, Responsabilidade é um

dever jurídico sucessivo, conseqüente a violação do primeiro”.

A definição de dano ambiental é ampla uma vez que o próprio conceito de meio

Ambiente é amplo, sujeito a ser preenchido com cada realidade concreta, razão pela qual,

a lei brasileira não conceitua expressamente dano ambiental. o disposto inserido no art. 3°,

incisos II e III da Lei6.938/81, que definem o que se entende por degradação ambiental e

poluição:

Art 3º da Lei 6.938/81- Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: [...]

II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das

características do meio ambiente;

III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de

atividades que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões

ambientais estabelecidos;

Entre os meios processuais existentes para defesa do meio ambiente, destaca-se a Ação

Civil Pública, criada e disciplinada pela Lei 7.347, de 24 de julho de 1985, que rege as ações

de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e

direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (GONÇALVES, 2009)

Constata-se que a responsabilidade civil pode ser aferida por meio da Ação Civil Pública ou

outros meios processuais de rito ordinário. Pois a responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito

pessoa jurídica de direito privado por dano causado ao meio ambiente, é determinada pela responsabilidade

civil na modalidade objetiva, que tem como requisitos essenciais, o exercício de uma atividade,

independentemente de ser ilícita ou não, que resulte em dano ao meio ambiente, e deve restar comprovado o

nexo causal entre a atividade e o dano em questão.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme proposto pela pesquisa, verificou-se que o meio ambiente consiste na combinação de todas

as coisas e fatores externos aos indivíduos, abrange toda a natureza natural e artificial e os bens

correspondentes e é essencial para sobrevivência do ser humano. Observou-se também, que o meio ambiente

divide-se em natural, artificial, cultural e laboral.

Com relação ao Direito Ambiental, restou claro que se trata dos conjuntos de princípios e normas

coercitivas que buscam regular as atividades humanas que possam causar dano ao meio ambiente, com

objetivo de preservar os recursos naturais para garantir a sobrevivência da geração atual, e também das

futuras.

A proteção ao meio ambiente está fundamentada na Constituição Federal, artigo 225, que prevê o

direito a todos de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. No que tange aos princípios fundamentais

do Direito Ambiental, destacou-se o princípio da prevenção, que prioriza medidas que evitem a possibilidade

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do dano ambiental, o princípio da reparação integral, que estabelece o dever de reparar o dano que cause ao

meio ambiente e o princípio do poluidor pagador, que visa prevenir e reprimir eventuais danos ao meio

ambiente.

O conceito de responsabilidade civil consiste na obrigação que incumbe a uma pessoa a reparar o dano

que tenha causado à outra. A responsabilidade civil pode ser ainda subjetiva, quando para caracterizá-la é

necessária a comprovação da culpa do agente, ou objetiva nos casos em que prescinde de culpa para

caracterização.

A caracterização da responsabilidade civil depende da comprovação do dano, do ato ilícito, do nexo

causal e da culpa nos casos de responsabilidade subjetiva. O ato ilícito pressupõe uma conduta do agente,

que pode ser praticada pela ação ou omissão do mesmo. O dano, por sua vez, consiste em uma lesão que

pode ser de natureza patrimonial ou moral. No que tange ao nexo causal trata-se da relação de causa e efeito

entre a conduta e o dano, comprovando que a ação do agente causou o dano.

A responsabilidade civil ambiental se fundamenta na responsabilidade objetiva, conforme previsto no

artigo 14, parágrafo primeiro da Lei 6.938/81, e no artigo 225, parágrafo terceiro da Constituição Federal,

assim sendo, a culpabilidade do agente prescinde por completo. Tal responsabilidade fundamenta-se na

teoria do risco da atividade, o que significa dizer que, como as empresas possuem riscos inerentes, as

atividades que exercem devem assumir o dever de indenizar ou reparar qualquer prejuízo que possa causar,

independentemente de culpa.

A responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito privado, vem regulamentada pelo artigo 3°, inciso

IV da lei 6.938/81, que prevê sua responsabilidade direta ou indireta por atividade causadora de degradação

ambiental. Destacou-se que a Ação Civil Pública prevista na Lei 7.347/85 que, embora não seja ação

exclusiva de direito ambiental, tem tido grande importância na defesa do meio ambiente.

REFERÊNCIAS 1- BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988.

Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituiçao.htm >. Acesso em: 16 jul. 2012.

2- BRASIL. Lei n° 6.938 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.

Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 15 jul. 2012.

3- BRASIL. Lei n° 7.347 de 24 de julho de 1985. Dispõe sobre a ação civil pública de responsabilidade por danos

causados ao meio-ambiente, ao consumidor, e outros. Disponível em: <http://www.planalto.

gov.br/ccivil_03/leis/l7347orig.htm>. Acesso em: 16 jul. 2012.

4- CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade civil. 9. ed. São

Paulo: Atlas, 2010.

5- COLZANI. Valdir Francisco. Guia para redação do trabalho científico. 2. ed.

Curitiba: Juruá, 2007.

6- COIMBRA, José de Ávila Aguiar. O outro lado do meio ambiente. Campinas:

Millenium, 2002.

7- MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente: doutrina, jurisprudência e glossário. 4. ed.

São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.

8- NADER, Paulo. Curso de Direito Civil: responsabilidade civil. 3. ed. Vol.7. Rio de

Janeiro: Forense, 2010.

9- PEREIRA, Caio Mario da Silva. Responsabilidade Civil. Rio de Janeiro: Forense,

2000.

10- ROCHA, Maria Isabel de Matos. Reparação de Danos Ambientais. Revista de

Direito Ambiental: São Paulo, a.5, v.19, p.129-56, Jul/Set. 2000.

11- RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Responsabilidade civil. 20 ed. Vol. 4. São

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Paulo: Saraiva: 2008.

12- SANTOS, Márcia W. B. dos. Proteção do Meio Ambiente: Meios Processuais. São

Paulo: RT, 1991.

13- SILVA, Danny Monteiro da. Dano Ambiental e sua reparação. Curitiba: Juruá,

2010.

14- SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 5. ed. São Paulo:

Malheiros, 2004.

15- VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: responsabilidade civil. 10. ed. Vol. 4. São

Paulo: Atlas, 2010.

16- VIANNA, José Ricardo Alvarez. Responsabilidade civil por danos ao meio

ambiente. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2009.

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ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS

SÓLIDOS COM BASE EM MODELO DE GOVERNANÇA PARTICIPATIVA

Dante Luiz, JULIATTO, [email protected]

1

Álvaro, G. R. LEZANA2

Mateus, SANTANA REIS3

Thaianna, ELPÍDIO CARDOSO4

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC.1

Resumo: Apresenta-se a abordagem adotada por uma Instituição Federal de Ensino Superior para atender à Política

Nacional de Resíduos Sólidos prevista na Lei 12.305/2010. Descrevem-se os fatores geradores da demanda por este

tipo de ação, a metodologia proposta que está fundamentada na ideia de governança local e no modelo de

responsabilidade compartilhada. São abordadas questões fundamentais referentes à forma como é possível

desenvolver soluções para o problema do trato com o lixo (resíduos) em uma Instituição pública que é visitada por

milhares de pessoas todos os dias. Além disto, estão descritas as principais etapas a serem desenvolvidas com a

aplicação do modelo, percorrendo de forma resumida as etamas do processo iterativo que deve acontecer para que

sejam criadas bases sustentáveis, que permitam a manutenção de um programa que se proponha a dividir a

responsabilidade pela geração, reaproveitamento, reciclagem e destinação final dos resíduos sólidos. Tamém estão

descritos os principais resultados esperados a partir da implantação deste modelo de gestão.

Palavras-chave: Plano de gestão de resíduos, sustentabilidade, governança

INTRODUÇÃO

O presente trabalho propõe a elaboração de um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos com

base em um modelo de Governança Participativa aplicado a uma Instituição Federal de Ensino Superior. A

proposta se fundamenta por meio do processo de valorização de experiências locais, visando melhorar a

eficiência no uso dos recursos. A abordagem apresentada é resultado de reflexões a cerca da complexa

relação entre a comunidade universitária e seus passivos, e aponta uma nova perspectiva para a tomada de

decisão que envolva a coletividade, transcendendo os atuais modelos e, que, portanto, venha responder com

efetividade ao desafio da difusão das práticas de sustentabilidade.

Para tal, faz-se necessária a compreensão de que o distanciamento entre os resultados da gestão de

resíduos sólidos e a realidade das comunidades tem por vezes se revelado como a principal carência a ser

preenchida no que diz respeito ao manejo, contemplando aspectos referentes à geração, segregação,

acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a proteção à

saúde pública, elevando assim a qualidade de vida da população e promovendo o asseio da comunidade. Para

tanto, as ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que envolvem a questão devem se

processar de modo articulado, segundo a visão de que todas as ações e operações encontram-se interligadas e

comprometidas.[1]

A responsabilidade compartilhada como o elo entre o Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos

e o Modelo de Governança Participativa implica no acesso à informação sobre os passivos e no dever dos

governantes de apoiarem as decisões dos cidadãos[2]

. Cabe ainda reforçar que a responsabilidade

compartilhada, entre os cidadãos e cidadãs, assim como as indústrias, o comércio, o setor de serviços e ainda

as instâncias do poder público, é diretriz fundamental da Política Nacional de Resíduos Sólidos[3]

e

estabelece o reconhecimento dos próprios limites da ação institucional: Governar torna-se um processo

interativo porque nenhum ator detém sozinho o conhecimento e a capacidade de recursos para resolver

problemas unilateralmente.

Não se trata, portanto, apenas de uma maneira ingênua de conceber soluções e gerir o setor público,

mas de um novo olhar sobre uma realidade pré-existente. Governança significa o aumento da capacidade de

governar no nível local, sendo que este aumento de 'governabilidade' está associado à gestão compartilhada

de bens comuns, na qual a comunidade passa de consumidores a definidores e gestores públicos.[4]

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METODOLOGIA

Baseado na concepção do Modelo de Governança da Água e do Território para a Sustentabilidade-

GATS, são estabelecidos 5 ciclos de aprendizagem[5].

A aplicação do modelo proporciona as mudanças de

comportamentos e valores que apoiam as decisões dos cidadãos no que concerne à vida da coletividade.

Cada ciclo inicia com um foco de abordagem, que significa um tempo no qual se deve organizar e aprender

um conhecimento novo, seja na forma de um conceito, de uma metodologia, de uma técnica, ou de uma

experiência externa, traduzindo este tempo como determinante para a superação dos desafios e elaboração

das estratégias para uma efetiva gestão integrada de resíduos sólidos rumo ao desenvolvimento sustentável.

Os cinco ciclos de aprendizagem são: Acordo Inicial, Economia de Experiência, Comunidade de

Aprendizagem, Avaliação e Prospecção e estão intrinsecamente aliados à criação de um fórum de

aprendizagem. Porquanto se fundamenta na construção de novos conhecimentos coletivos para a

sustentabilidade, tendo como foco principal a valorização das experiências individuais, destacando a

importância da aceitação do outro como legítimo. Sugere uma revisão crítica que evidencie a pluralidade

cultural e a experiência que emerge de cada pessoa, assim como do estado da arte e aponte novos caminhos

que preencham os desafios da sustentabilidade nas dimensões: cultural, pedagógica e política.

Acordo Inicial - É o primeiro ciclo do processo, seu objetivo é a construção da permanência e

ampliação da participação e envolvimento das lideranças representantes dos grupos, organizações, e

comunidade em geral interessados na temática resíduos sólidos. Neste momento se tem noção mais precisa a

respeito da composição do fórum de aprendizagem.

Nesta etapa, as palavras-chave são apresentação e esclarecimento. Os participantes se apresentam e

apontam suas expectativas com relação à participação e firmam um acordo.

Este acordo de cooperação estratégica entre as pessoas e organizações participantes, firmará o

compromisso de trabalho conjunto na tentativa de trilhar os melhores caminhos (estratégias) em busca das

melhores práticas (táticas) para a gestão dos resíduos sólidos na Instituição Federal de Ensino Superior.

Economia de Experiência - Surge com a função de preencher o vazio cultural entre o saber técnico

e o saber das comunidades, em que a atuação técnica apesar de incorporar valores sustentáveis, ainda não se

compromete com a dimensão civilizatória capaz de ligar as atuais gerações com o passado e o futuro.

Existe a necessidade em transcender a visão tecnicista (quando a técnica é o critério da verdade) e o

agir tecnocrático (quando a técnica é a fonte do poder), em direção ao diálogo transdisciplinar (que considera

os diversos níveis de realidade) e o agir em equidade de poderes.[6]

Ela parte do resgate do histórico das experiências da comunidade universitária, avaliação crítica

destas experiências e abertura para uma ideia de futuro com base em experiências de outras comunidades.

Em outras palavras, a partir da valorização da experiência local, conjunto dos esforços ou simplesmente do

abandono que levou a comunidade à situação atual e identificação das melhores práticas, se planeja uma ação

presente de desenvolvimento sustentável local.

O segundo ciclo de aprendizagem assume a valorização da experiência como ponto de partida para o

processo de governança. Diante disso, existem três questões cruciais advindas das teorias que suportam esta

etapa: a valorização da experiência local; a valorização da experiência internacional e de suas melhores

práticas; a reflexão sobre o que realmente vale a pena preservar. A economia da experiência permite ainda

identificar os vazios de conhecimento, suportando a necessidade da próxima etapa que aponta conceitos,

metodologias, tecnologias e práticas a serem trabalhadas.

Comunidade de Aprendizagem - Constitui a estratégia para o desafio pedagógico do processo.

Uma Comunidade de Aprendizagem é um grupo de pessoas que acordam em construir um conhecimento que

seja útil para si e para a transformação da realidade de sua comunidade.

Uma vez identificados os vazios de conhecimento, faz-se necessária a busca pelos conteúdos

específicos, acordando entre os próprios participantes os temas, os textos e os seus tempos para a

consolidação do processo de aprendizagem. Além da possível busca por tecnologias que supram

necessidades que já começam a ficar mais claras nesta etapa.

Estratégias de Governança - O quarto ciclo de aprendizagem diz respeito ao processo social de

empoderamento da comunidade para sua participação na gestão relacionada a governança dos resíduos

sólidos. Esta participação acontece de forma estratégica e qualificada, através do envolvimento dos

participantes em todas as etapas anteriormente descritas, onde o melhor para todos emerge como resposta

desse processo de mediação entre os interesses individuais, coletivos e difusos. Neste momento são

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considerados para a tomada de decisão: o território de domínio público e a sociedade para o exercício

qualificado da governança deste território. Esta etapa consiste na estratégia para o desafio político do

processo de Governança.

A metodologia estratégica deste trabalho foi distribuída ao longo das etapas e sua essência

planejadora será abordada principalmente neste ciclo de Estratégias de Governança em que o grupo

trabalhará estrategicamente e consensualmente para a construção do Plano de Gestão Integrada de Resíduos

Sólidos da Instituição.

Avaliação e Prospecção - Este será o último ciclo e se refere ao tempo de avaliação dos resultados

obtidos e da prospecção de novos projetos para dar continuidade às demandas da comunidade universitária

no que concerne a sustentabilidade do Campus.

Neste momento, espera-se a reação e articulação entre todos os atores da governança para efetivação das

estratégias elaboradas. A melhor expectativa que se tem para este trabalho é de que o processo de construção

do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos se configure como um processo de melhoria contínua,

realizado para consolidar as perspectivas de continuidade das atividades do grupo para as demandas

ambientais que possivelmente surgirão no processo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Uma vez estabelecida a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos participativamente, incorrem-se os

benefícios os quais se destacam as economias no que diz respeito a redução no consumo de energia, água e

materiais de expediente; o estabelecimento das conformidades com a legislação ambiental em resposta às

demandas públicas, reduzindo assim, os riscos de penalidades pela geração de passivos ambientais; o

estímulo a práticas responsáveis comprometidas com os valores da instituição; e a geração de oportunidades

de pesquisa.

Espera-se obter como resultados:

O estabelecimento de forma participativa e qualificada do Plano de Gestão Integrada de Resíduos

Sólidos da Instituição Federal de Ensino Superior, para que auxilie a administração universitária

na solução dos problemas encontrados, permitindo a superação das limitações atuais e a

consolidação de um sistema de limpeza urbana mediante a implantação de um Gerenciamento

Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (GIRSU);

A consolidação de um Sistema de Governança Institucional para Resíduos Sólidos, que agregue

efetividade e eficiência à gestão de resíduos sólidos, sendo capaz de dar continuidade ao processo de

governança;

A formalização de um Programa de Educação Ambiental Continuado para Resíduos Sólidos, que

supra a evidente carência de ações e reflexões na temática e, portanto, impulsione avanços científicos e

civilizatórios.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A avaliação do trabalho ocorrerá por meio da verificação do cumprimento dos objetivos gerais e

específicos por parte do grupo de trabalho e verificação das expectativas de continuidade do processo de

governança dos resíduos sólidos.

A aplicação do acompanhamento por indicadores, de modo geral, reflete a necessidade da quantificação

de parâmetros que permitam avaliar, da forma mais correta possível, a eficiência e eficácia de todo o

processo do gerenciamento de resíduos. Esses resultados tanto podem demonstrar que o desempenho do

processo está adequado, quanto podem apontar quadros de não conformidades que mereçam ser saneados.

REFERÊNCIAS 1- MONTEIRO, José Henrique Penido [et al.] Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos /

Coordenação técnica Victor Zular Zveibil. Rio de Janeiro: IBAM, 2001.

2- CALAME, P. Pour une gouvernance mondiale: efficace, legitime et democratique. Paris: Diffusion

Charles Leopold Mayer, 2003.

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3- BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei

nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, DF.

4- SILVA, D. J. Uma abordagem cognitiva ao planejamento estratégico do desenvolvimento sustentável.

1998. 240p. Tese. (Doutorado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina,

Florianópolis, 1998.

5- FERNANDES NETO, José Antônio Silvestre. Modelo Urubici de governança da água e do território: Uma

tecnologia social a serviço do desenvolvimento sustentável loval. 2010. Tese de Doutorado. Programa de

Pós-Graduação em Engenharia Ambiental – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2010,

235p.

6- HOLLANDA, Camilo Leite de. Estratégias de Governança em Resíduos Sólidos no Município de Urubici-

SC. 2009.100f. Trabalho de Conclusão de Curso. Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental.

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.

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GERENCIAMENTO DE ESTOQUES EM UMA LOJA

DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Alkieris Pereira, [email protected]

1

Leopoldo Pedro Guimarães Filho, [email protected]

Milla Lúcia Ferreira Guimarães, [email protected]

UNESC, Criciúma, SC1

Resumo: O controle do estoque dos insumos é considerado como ponto relevante pelas organizações. Em um cenário

com estreitas margens de lucro, empresas buscam uma forma de alcançar eficiência e eficácia em suas atividades

cotidianas. Uma delas é desenvolvida na área de suprimentos. Os estoques são dimensionados para auxiliar as

atividades da organização funcionando como amortecedor entre fornecimento e demanda. Para isso é preciso aplicar,

adaptar e desenvolver técnicas de previsão de demanda, técnicas de identificação da importância relativa dos itens de

estoque. Esse estudo mostra uma maneira de identificar e dimensionar os níveis de estoque segundo o princípio 80/20,

traçando uma relação da contribuição de cada item de estoque com o faturamento da organização. Após essa análise

foi possível adequar políticas para os itens de estoque pertencentes a Curva ABC. De acordo com essa metodologia os

itens que demandam maior controle existem em menor quantidade, todavia são vitais para a manutenção do

faturamento. Pó outro lado existe grande quantidade de produtos, que somados, representam uma parcela menor do

faturamento, esses os controles podem ser flexíveis. Ao final do trabalho se observou questões engajadas com a

problemática e os objetivos da pesquisa. Essa trará uma forma de gerenciar os níveis de estoque dentro de uma

empresa de materiais de construção.

Palavras-chave: Estoque. Curva ABC. Demanda. Materiais de construção.

INTRODUÇÃO

O presente estudo explicita a luz de autores reconhecidos, o importante papel da área de suprimentos em

uma empresa que comercializa materiais para construção. Na área de suprimentos encontra-se a

administração de materiais, que por sua vez tem sob sua responsabilidade a administração dos estoques.

O varejo é uma atividade da ponta da cadeia, que se expande e se reinventa constantemente. É o elo mais

próximo do consumidor com o fabricante. Na conjectura econômica atual brasileira, o setor da construção

civil está em pleno crescimento e projeta-se que esse segmento deve aquecer ainda mais. Com o aumento do

consumo tem-se aumento de demanda. Se as indústrias não estiverem devidamente preparadas para essa

nova demanda, pode ocorrer à falta de mercadorias e, consequentemente, inflacionar o preço dos produtos.

O estoque pode ser considerado um diferencial competitivo das empresas. Em tempo que se fala de

estoque zero, gerenciar estoques é imprescindível para aumentar os ganhos obtidos por uma corporação ou,

simplesmente, a manter funcionando. O nível inadequado de investimentos em estoque pode ocasionar falta

de mercadorias, por outro lado o volume de estoque elevado pode gerar dificuldades de caixa para a

organização.

Em uma época onde o tempo que as pessoas têm disponível para fazer suas tarefas parece cada vez

menor, é essencial que o colaborador responsável pelos estoques saiba onde deve despender maior parte de

seu tempo e onde não deve desperdiçar esforços.

Diante desse cenário e das perspectivas é necessário que uma loja de varejo do segmento da construção

civil gerencie de forma competente e dinâmica seus níveis de estoque. Para que não tenha que lidar com

efeitos indesejados sem ter se preparado para eles.

METODOLOGIA

As pesquisas são classificadas e diferenciadas entre si conforme a natureza e especificidades do estudo

aplicado. Uma pesquisa deve ser classificada ou tipificada quanto a seus objetivos, procedimentos e

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abordagem utilizados durante a confecção da pesquisa. Essa Tipologia define os rumos de uma pesquisa,

bem como também delimita sua abrangência e suas limitações em relação ao objeto de estudo.

Essa pesquisa tem características descritivas, segundo os relatos de Gil (1996), a pesquisa descritiva é

aquela que fundamentalmente busca identificar relações e características de uma população ou um fenômeno.

Foi efetuada pesquisa bibliográfica para erguer as bases da possível solução, na opinião dos especialistas

da administração de materiais e administração de varejo. De acordo com Lakatos e Marconi (2007) a

pesquisa bibliográfica é desenvolvida através das fontes de papel.

De acordo com Diehl e Tatim (2004), essa pesquisa se enquadra na tipologia de estudo de caso. Que

consiste em estudar profundamente um ou poucos objetos.

Para Mattos (1999), nas pesquisas quantitativas são comumente utilizados testes, e sua análise é feita

baseada em estatísticas para que os resultados obtidos possam ser transportados a outras populações que

sejam parecidas com a pesquisada.

Mattos (1999) descreve pesquisa qualitativa como aquela que utiliza mais da subjetividade, sem ser tão

coerentemente apurada como a quantitativa é evidente principalmente na coleta de dados.

Essa pesquisa tem abordagem qualitativa e também quantitativa. Os dados coletados são quantificados e

interpretados para melhor compreensão da problemática da pesquisa. Na primeira etapa foi feito um

levantamento de dados e na etapa posterior uma análise dos dados levantados.

A pesquisa documental segundo Diehl e Tatim (2004) é parecida com a bibliográfica, entretanto a

pesquisa documental utiliza materiais que ainda não receberam tratamento analítico. Foram utilizados

relatórios de movimentação dos estoques e vendas, gerados pelo sistema da empresa. Destes relatórios foram

destacadas as informações relevantes para o andamento da pesquisa.

A análise dos dados se deu por meio de correlações de tabelas, planilhas e representações gráficas. O

objetivo de se utilizar planilhas e gráficos é organizar os dados de forma lógica e coerente, permitindo

interpretar cientificamente os dados encontrados na pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados encontrados que compõem a pesquisa, foram separados e agrupados em famílias de produtos.

Fez-se análise individual de cada grupo e, ao final, de todas as análises individuais, uma análise

contemplando todas as famílias. Ao todo foram relacionados em torno de oito mil itens de estoque de

revenda, agrupados por semelhança em cento e trinta e três famílias. Usou-se o princípio de Paretto para

estratificar a amostra que tem representatividade em relação ao faturamento total da empresa estudada.

Após esta etapa restaram trinta e quatro famílias com representatividade de aproximadamente oitenta

pontos percentuais no faturamento. Na segunda etapa se analisou cada família individualmente e decidiu-se

por retirar todo produto com percentual, relativo ao faturamento total da família, menor que um ponto

percentual.

FAMÍLIAS DE PRODUTOS DE MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO

Uma família é um aglutinado de produtos semelhantes, substituíveis ou apenas itens agrupados por

conveniência da organização. Esses agrupamentos são necessários para que a empresa possa planejar e

controlar com eficiência e eficácia os produtos por meio de suas famílias.

Percebeu-se que poucas famílias contribuem com a maior parte do faturamento da empresa, e o restante

dos grupos uma parcela minoritária. Valendo-se da afirmação de Francischini e Gurgel (2008) dividiu-se

essas famílias em dois grandes grupos, os poucos vitais e os muitos e úteis.

Para a pesquisa foi estudado o grupo poucos vitais, que compreende as trinta e quatro famílias de

produtos que representam oitenta por cento do faturamento. A Figura 3 mostra como o princípio 80/20 é

presente e se faz verdadeiro na atividade de varejo de uma loja de materiais de construção.

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Famílias em relação ao Faturamento da empresa

(Princípio 80/20)

79,8%

25,6%

20,2%74,5%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Famílias Faturamento

Poucos Vitais

Muitos e Úteis

Figura 1: Famílias em relação ao faturamento da empresa (Principio 80/20)

Fonte: dados de pesquisa

Percebe-se que poucas famílias são responsáveis pela maior parte do volume faturado por essa

organização. Logo as famílias classificadas como poucos e vitais devem receber maior atenção especial em

relação a seus níveis de estoque. As famílias que entraram no grupo muitos e úteis devem ter controles mais

flexíveis e que não demandem recursos excessivos.

As trinta e quatro famílias estudadas são aquelas que devem concentrar esforços em relação ao

planejamento e controle de níveis de estoque. É nessas famílias que o esforço no controle representará uma

melhora significativa nos resultados. A análise dos dados encontrou que em uma loja de materiais para

construção existe uma diversidade de itens considerável. Como é esperado em um composto de produtos de

revenda heterogêneo observou-se situações das mais diversas em relação ao percentual de contribuição com

o faturamento da empresa.

Os produtos são divididos por famílias de produtos para que possam ser gerenciados pela organização.

Baseado nos argumentos de Dias (2006) se identificou que em algumas dessas famílias a contribuição dos

produtos para o faturamento da empresa e bastante similar, fazendo o que a concentração da curva ABC seja

fraca. Em outras se encontrou curvas de altíssima concentração, algumas com apenas um produto da família

respondendo por mais de 80% do valor de faturamento do grupo.

A família cujo principal produto é o cimento contribui com 10% do valor faturado pela organização é

aquela em que uma pequena mudança nas condições surtirá maior efeito dentro da organização, tanto para

melhor quanto para pior, logo deve ser administrada com muito cuidado. Dentro dessa família há um produto

que representa sozinho quase 95% do valor alcançado por esse grupo. Esse produto deve ser gerenciado com

destreza pela empresa, pois ele representa 95% do grupo que representa 10% do faturamento. Pode-se dizer

que a empresa é mais sensível a mudanças que venham a ocorrer nesse produto do que em outros que

contribuem com uma parcela pequena do faturamento da organização.

Essas diferenças devem ser levadas em consideração no momento de traçar estratégias comerciais para a

empresa. Deve-se relacionar a contribuição da família e de seus produtos com montante faturado e adequar

às estratégias e controles. Isso evitará que recursos sejam consumidos em famílias e produtos de baixa

representatividade

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir a pesquisa se trocou o empirismo pelo científico. A revisão bibliográfica foi um recurso

utilizado constantemente na elaboração dessa pesquisa, fundamental para o desenvolvimento dos assuntos.

A metodologia utilizada possibilitou alcançar o objetivo de desenvolver uma ferramenta gerencial que

possibilite o controle dos níveis de estoque em uma loja de materiais para construção. Atualmente a empresa

mantém um nível de estoque que ela julga suficiente para atender seus clientes, todavia de forma empírica

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em alguns casos, fato esse que implica em não saber realmente qual o impacto desses níveis na organização

como um todo.

Durante o estudo percebeu-se que ocorrem faltas de produtos, produtos extraviados, danificados, velhos e

até mesmo produtos que simplesmente desapareceram. Isso em parte se deve ao vasto portfólio, tornando

praticamente impossível controlar e planejar cada produto separadamente. É coerente agrupar os produtos de

acordo com uma metodologia que possibilite o gerenciamento dos mesmos.

Utilizando-se o princípio 80/20 pode-se identificar e classificar os itens por importância e avaliar quais

produtos devem permanecer, quais devem ser retirados do mix. Esse principio permitiu verificar também

quais produtos contribuem mais para o faturamento da empresa.

Com esse conhecimento a empresa deve focar seus esforços nos produtos que são responsáveis pelos

resultados mais expressivos. As informações encontradas devem ser capazes de facilitar a criação de

estratégias por parte da organização.

A partir da pesquisa realizada chega-se a conclusão de que são necessárias mudanças no sistema

informatizado da empresa para que os indicadores, medidores de desempenho e os próprios níveis de estoque

sejam historicamente calculados e mantidos atualizados. Além de todos os benefícios gerenciais, isso

permitirá ao comprador da empresa o domínio sobre vantagens, desvantagens e implicações de suas

negociações.

Ao término desse trabalho percebeu-se ser possível gerenciar os níveis de estoque em uma revenda de

materiais de construção, seguindo a metodologia da Curva ABC. Considera-se que o ato de administrar

estoques é imprescindível para empresa.

Será emitido um certificado por trabalho apresentado, através do site do congresso, em data posterior ao

evento.

REFERÊNCIAS

1- DIAS, Marco Aurélio Pereira. Administração de materiais: Uma abordagem logística. 4. ed. São Paulo:

Atlas, 2006.

2- DIEHL, Astor Antonio; TATIM, Denise Carvalho. Pesquisa em ciências sociais aplicadas: Métodos e

técnicas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.

3- GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. São

Paulo: Atlas, 2003.

4- LEVY, Michael; WHEITZ, Barton A. Administração de varejo. São Paulo: Atlas, 2000.

MATTOS, Andréia Machado de Almeida. Estudos com Diários. Artigo científico. Publicado na Revista de

Estudos da Linguagem, v. 8, no. 1, jan/jun 1999, FALE/UFMG, pp. 147-58. Disponível em:

<http://www.artigocientifico.com.br/uploads/artc_1147705363_11.rtf> Acesso em 31 maio. 2008.

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ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE GESTÃO INTEGRADA BASEADA NO

MODELO DE GESTÃO POR PROCESSOS (BPM)

Dante Luiz, JULIATTO, [email protected]

1

Álvaro, G. R. LEZANA1

Édio , FACCHINI1

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC.1

Resumo: Apresenta-se a abordagem adotada pela Universidade Federal de Santa Catarina para reestruturar seus

processos administrativos. Descrevem-se os fatores geradores da demanda por este tipo de ação e a metodologia

proposta que está fundamentada na ideia de representação de processos seguindo o modelo BPM (Business Process

Management), associado à visão da Gestão Integrada. Estão comentados os fatores motivadores para este

procedimento, que se baseiam na construção de documentos formalizando os processos, os quais devem ser adotados

como manuais de procedimento, e poderão ser estudados pelos novos servidores a serem contratados. Estão descritas

as principais etapas a serem desenvolvidas com a aplicação do modelo assim como os resultados alcançados por meio

de uma aplicação piloto nos processos que envolvem as compras da instituição, respeitando os procedimentos e

exigências legais para as compras públicas. Como principais contribuições desta abordagem estão o mapeamento dos

processos administrativos, a identificação de pontos de melhoria e a proposição de modificações visando adequar os

processos ao sistema de virtualização recentemente adquirido pela UFSC.

Palavras-chave: Gestão por processos, gestão integrada, mapeamento, BPM.

INTRODUÇÃO

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) conta com quatro campi em quatro cidades e

apresenta enorme crescimento se comparada a outras instituições de ensino superior. Com o objetivo de

aumentar a eficiência dos processos e dinamizar a estrutura, os conceitos de gestão integrada foram

introduzidos nas rotinas administrativas da instituição. E acompanhando estes conceitos passou-se a abordar

os processos sob uma nova ótica, em que a visão departamentalizada, característica deste tipo de instituição,

começou a mudar para a visão do processo, permeando a estrutura administrativa.

Para alcançar a Gestão Integrada não basta reter conhecimentos superficiais sobre a organização. É

preciso buscar a fundo informações no âmbito da qualidade, meio ambiente, responsabilidade social e saúde

e segurança. Para buscar este detalhamento é necessário recorrer a metodologias que façam com que todo o

conhecimento seja absorvido da melhor maneira possível, para que não haja perda de informações ou

esquecimento de atividades importantes. Muitas informações e conhecimentos são perdidos com a

aposentadoria ou afastamento de funcionários, falta de comunicação, falta de flexibilidade, etc. Isto faz com

que as melhorias que poderiam ocorrer continuamente nas instituições sejam desconsideradas.

A metodologia adotada pela UFSC é baseada no mapeamento dos processos, análise crítica,

proposição de melhorias e implantação das mudanças.

O processo escolhido como piloto para a validação do método adotado para mapeamento e gestão é

extremamente complexo, percorre quatro grandes setores da instituição, envolvendo dezenas de servidores,

fornecedores e solicitantes . A experiência relatada a seguir é fruto de oito meses de trabalho e o objetivo

consiste em registrar as os resultados obtidos até o presente momento, destacando os principais desafios, as

soluções encontradas e os primeiros avanços.

METODOLOGIA

Diante de uma campanha de conscientização sobre o uso racional de papel no campus, lançada em

outubro de 2010, sob o aval do magnífico reitor da UFSC, criou-se a necessidade de digitalizar processos e

reduzir drasticamente as operações administrativas que utilizam papel. A aquisição de módulos de software

ERP foi necessária para integrar processos, e viabilizada depois de elaborado processo de seleção de

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fornecedor. Somado à necessidade da virtualização dos processos, visando obter segurança e agilidade, se

configurava outra necessidade premente da instituição, a qual se relacionada com o objetivo de construir

documentos com os registros do conhecimento acumulado pelos servidores mais antigos. É de praxe que em

instituições como a UFSC, de tempos em tempos a estrutura política é alterada e consequentemente cargos

são modificados e pensamentos são revistos. Além disso, o corpo de funcionários é renovado com as

aposentadorias e afastamentos.

Entende-se que o ato de integrar processos, reter conhecimento e proliferar a visão por processos

dentro de uma organização traz consigo rapidez, versatilidade de mudança, e envolvimento de funcionários

nas rotinas de trabalho.

O crescimento do método de gestão tem duas percepções distintas, uma onde as novas terminologias

em torno de Business Process Management são frequentemente mal entendidas e definidas por diferentes

praticantes e pesquisadores [1]

[2]

e outra salientando que as boas práticas são utilizadas como forma de

interpretar e aprimorar fluxos de trabalho através de alguma ferramenta seja ela virtual ou física. [3] [4]

As

mais comuns interpretações acerca de BPM consideram:

Como solução para o negocio usando softwares ou tecnologias para automatizar e gerenciar os

processos;

Como ampla aproximação para gerenciamento e processos de melhoria cujo foco está em ciclos de

vida de processos;

Como aproximação para o gerenciamento da organização utilizando a visão por processos.

Gestão por processos compreende alguns objetivos básicos para alcançar desempenho e informações

suficientes para análise estratégica da organização. [5]

Processos de negócios são um conjunto de atividades

com uma ou mais espécies de entrada e que criam saídas de valor para o cliente. O fluxo do processo visa

aprimorar todas as atividades envolvidas e não setores separadamente. Por meio deste é possível gerar

indicadores específicos para cada setor ou responsável envolvido e juntamente ter meios para avaliar como o

processo como um todo se comporta na linha do tempo.

Uma das formas de operacionalização da visão por processos está baseada em softwares

desenvolvidos especialmente para esta finalidade. Tais softwares são chamados de Business Process

Management System (BPMS). Além de servirem de apoio para o desenvolvimento da metodologia de

gestão, esta ferramenta vem se mostrado como grande aliada na disseminação de conhecimento dentro das

empresas. [6]

Uma das funções da tecnologia da informação está no direcionamento à captação do

conhecimento tácito e sua transformação em conhecimento explícito. Ele ainda descreve que conhecimento

tácito é aquele representado pelas experiências individuais e é mais difícil de ser transmitido. Já o

conhecimento explícito é o formal da instituição, e pode ser encontrado nas formalizações que a organização

tem sobre si mesma.

A integração entre processo físico e virtual normalmente segue uma rotina específica de organização

para organização. Comumente chamado de Business Process Modeling, pode ser considerado uma

metodologia de implantação para a gestão por processos. [7]

A prática do Process Modeling nasceu como

instrumento chave para permitir a tomada de decisão sob o contexto de análise e desenho do processo de

conhecimento em sistemas de informação.

Buscando atender ao estabelecido, foi adotada a metodologia de mapeamento de processos, a qual é

apresentada na sequência do texto, onde estão descritos os passos para viabilizar a implantação do método de

trabalho:

Preparação inicial - Foram levantadas informações sobre setores para verificar onde se iniciaria o

mapeamento e qual a estrutura hierárquica do processo. Este levantamento baseou-se na técnica de Processos

Colaborativos B2B, que pretende mapear o processo geral visto de um macrofluxo. Com esta atividade foi

possível perceber todas as divisões pelas quais passa o processo e a sequência de atividades entre estas.

Sensibilização dos responsáveis - Com as divisões a serem exploradas bem definidas é dado o

momento de entrar em contato com os responsáveis por cada processo. Devido às características culturais e

comportamentais, foi realizada sensibilização dos envolvidos salientando a importância da participação no

trabalho ao longo do desenvolvimento do processo de implantação. Tal ação passa aos entrevistados maior

credibilidade no trabalho e segurança no repasse de informações.

Salientou-se a importância da realização dos mapeamentos em todos os níveis, demonstrando que

estes repercutiriam em benefícios tanto para a organização quanto para cada funcionário.

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Pesquisas de campo - Esta atividade também se baseou no macrofluxo elaborado e buscou

conhecer, no âmbito de cada divisão explorada, os responsáveis pelas principais atividades relacionadas aos

fluxos existentes.

Apresentação - Como realizado na sensibilização, foi retomado o tema da importância da execução

das atividades e apresentados os principais objetivos da realização da atividade. Juntamente com a

apresentação foram explicadas as formas de trabalho e a metodologia que seria utilizada no mapeamento.

Explicaram-se conceitos básicos da metodologia BPM para que fosse possível um maior aproveitamento do

tempo de trabalho tanto por parte do entrevistado como por parte do entrevistador. Os fluxos em formato de

raias representando os setores e pessoas responsáveis continham as atividades que cada qual tinha sob sua

responsabilidade.

Levantamento de informações - O levantamento de informações foi feito através de reuniões

periódicas com os respectivos responsáveis pelas atividades. Foram necessários três bolsistas orientados por

um coordenador para dar o devido andamento a esta atividade. O número de reuniões com cada entrevistado

variou devido a diferentes complexidades de funções e diferentes tipos de atividades realizadas em cada

setor.

Validação – Depois de todos os fluxos elaborados, estes foram agrupados de maneira que fosse

possível uma visualização clara da relação das atividades. Com estas relações elaboradas foram realizadas

novas entrevistas, desta vez envolvendo todos os colaboradores responsáveis avaliando o fluxo

simultaneamente.

Análise crítica do processo - Todas as atividades citadas acima foram realizadas para cada divisão.

Os fluxogramas foram unidos formando um macrofluxo que engloba o processo de compras abrangendo os

servidores envolvidos. Neste momento foi necessária a realização de mais uma validação, agora com todos

os responsáveis pelas divisões a fim de, como na validação realizada em cada setor, perceber problemas

existentes no processo.

Planos de ação para realização de mudanças - Nem todas as modificações sugeridas durante a

análise crítica podem ser realizadas de maneira imediata, para isto, a partir de uma comparação entre o fluxo

atual e o fluxo pretendido pelo setor será necessário criar planos de ação para que todas as atividades

alteradas, criadas ou excluídas pudessem ser devidamente modificadas, sem gerar futuros problemas.

Confecção de padrões de relatórios e manuais de orientação - Com a ajuda da metodologia BPM é

possível, através dos elementos de artefatos, relacionar observações, agregar documentos, entre outros

fatores importantes para o fluxo. Desta forma será possível avançar a um grau mais detalhado do

mapeamento e criar instruções de trabalho que podem ajudar na contenção de informações sobre o processo

da maneira prática, garantindo assim, uma padronização das atividades e da qualidade na realização destas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 1 – Fluxograma de Compras de Material Permanente

Fonte: elaborada pelos autores

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Ao final das etapas descritas anteriormente, foi possível obter um desenho completo do processo de

compras (Aquisição de bens) pelas principais modalidades de compra no setor público (Licitação, dispensa

por inexigibilidade e dispensa de licitação). Levantaram-se as principais informações dentro de cada setor ou

divisão por onde o fluxo percorre, como tarefas críticas para o sucesso da atividade, pontos onde ocorrem as

principais falhas e/ou dificuldades.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A metodologia BPM se mostrou adequada à estrutura da organização favorecendo o mapeamento

das atividades. Foi possível trabalhar de forma harmoniosa e apresentar melhorias para o processo estudado.

Os servidores foram receptivos para a realização das atividades e colaboraram para o bom andamento do

processo. A ferramenta, como já era previsto, foi de grande ajuda e de fácil assimilação pelos envolvidos, o

que faz com que os participantes do projeto a vejam como uma ferramenta recomendada para a realização de

trabalhos como este.

É importante salientar que a realização deste tipo de atividade necessita de planejamento e preparação,

pois são encontrados muitos problemas durante o mapeamento que precisam ser resolvidos de forma

imediata, o que causa alterações constantes do fluxo mesmo antes da sua conclusão. Além disto,

frequentemente ocorrem imprevistos por parte dos entrevistados refletindo em remarcações e adiamento das

reuniões, o que gera atrasos na realização dos trabalhos.

REFERÊNCIAS 1- HAVEY, M. Essential Business Process Modeling. 1st ed. O’Reilly Media, Sebastopol, CA. 2005.

2- HILL, J.B., PEZZINI, M. and NATIS, Y.V. Findings: confusion remains regarding BPM terminologies.

Vol. ID No. G00155817, Gartner Research, Stamford, CT. 2008.

3- DEBRUIN, T.; DOEBELI, G. Progressing an organisational approach to BPM: integrating experience

from industry and research. Proceedings of the 21st International Conference on Advanced Information

Systems, Amsterdam, The Netherlands. 2009.

4- DEBRUIN, T.; DOEBELI, G. “BPM as an organisational approach: the experience of na Australian

transport provider”, in Rosemann, M. and von Brocke, J. (Eds). Handbook on Business Process

Management. Vol. 1. Berlin. 2009.

5- HAMMER, M.; CHAMPY, J. Reengenharia: O caminho para a mudança. 29. Ed. Rio de Janeiro: Campus,

1995.

6- THIVES Jr.; JUAREZ J. – Workflow: Uma tecnologia para transformação do conhecimento nas

organizações. Ed. Insular. Florianópolis. 2000.

7- RECKER, J. Opportunities and constraints: the current struggle with BPMN. Business Process

Management Journal, Vol. 16 No. 1, pp. 181-201. 2010.

8- SOUZA, D. S. Título do trabalho. 1999. 287f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-

Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.

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SUSTENTABILIDAE NA AULAS DE MATEMÁTICA

Janilson, LOTERIO, [email protected]

1

Unifebe, Brusque, Santa Catarina.

1

Resumo: Esse trabalho consiste em apresentar abordagens acerca do tema sustentabilidade nas aulas de mátemática.

O objetivo principal é envolver a matemática nas discusões sobre sustentabilidade no meio academico, através de

trabalhos aplicados em sala de aula que possam culminar em projetos de pesquisa e extensão. A metodologia

utilizada está relacionada com os principios da investigação matemática, usando dados bibliograficos, pesquisa de

campo e seminários em sala para analisar os resultados obtidos, apresentada nesse trabalho atarvés dos momentos

pedagógicos , problematização, organização e aplicação do conhecimento. A medida em que os resultados forem

alcançados, poderemos perceber se os academicos construirão uma postura mais critica sobre o tema. Em trabalhos

anteriores, acerca do debate sobre o desastre ambiental de 2008, pode-se perceber que processo de investigação

matemática já trouxe para sala de aula debate sobre causas sustentaveis e a poluição de combustiveis, apresentando

assim a possibilidade de expansão do trabalho para o conhecimento da sociedade na atualidade, possibilitanto

construções alternativas de casas.

Palavras-chave: matemática, sustentabilidade, investigação matemática.

INTRODUÇÃO

No ano de 2008, Santa Catarina, passou por um verdadeiro desastre ambiental, que resultado em uma

série inundações, enxurradas e deslizamentos, atingindo mais de 1,5 milhão de Catarinenses, dos quais 135

pessoas perderam suas vidas e mais de 80.000 suas casas. Estima-se um prejuízo de mais de meio bilhão de

reais só em danos ao setor publico. Depois desse desastre, o modo de ver e olhar a região passou a ser outro.

Entrar em sala de aula, pós 2008 em Santa Catarina, e não debater o tema, independente da disciplina, e

desconsiderar um fato histórico, moral e social. Nesse contexto a matemática também se inclui. Há também

todo um debate dentro das instituições de ensino superior, a necessidade de cada vez mais, professores e

alunos, realizar trabalhos de pesquisa e extensão.

Sendo assim nas aulas de Matemática Financeira, no curso de Processos Gerenciais, os alunos foram

incentivados a pesquisar qual seria o custo de comprar ou reformar uma casa, com esse novo panorama, onde

os terrenos mais “seguros” passaram a ter uma maior valorização. Quando o curso foi de engenharia a

discussão norteou a necessidade de se construir moradias, onde a sustentabilidade faça parte do projeto

inicial. E por fim no curso de Logística, o debate ficou no contexto no custo do frete para enviar uma

produção, e qual seria o efeito no meio ambiente desse transporte.

O conceito de investigação apresentado por Ponte (2010), para o qual, investigar, em Matemática, inclui

a formulação de questões, que frequentemente evoluem à medida que o trabalho avança. Investigar envolve,

também, a produção, a análise e o refinamento de conjecturas sobre essas mesmas questões. Logo

investigação é processo, que conforme o trabalho se desenvolve, novos rumos são definidos. Investigar

envolve, também, a produção, a análise e o refinamento de conjecturas sobre essas mesmas questões. E,

finalmente, envolve a demonstração e a socialização dos resultados.

Na verdade, na sua essência, “investigar” consiste em procurar compreender algo de modo

aprofundado, tentar encontrar soluções adequadas para os problemas com que nos

deparamos. Trata-se de uma capacidade de primeira importância para todos os cidadãos,

que deve permear todo o trabalho da escola, tanto dos alunos como dos professores.

(PONTE 2010, p.15)

Para diferenciar a investigação matemática de outras atividades, Ponte, Brocardo e Oliveira (2009),

definem que as investigações matemáticas constituem uma das atividades que os alunos podem realizar e que

se relacionam, de muito perto, com a resolução de problemas, sendo o grau de complexidade o que as

diferencia. Na figura abaixo podemos analisar essas diferenças.

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Figura 1 – Esquema dos diferentes tipos de tarefa para a aula de matemática.

Fonte: Ponte, 2010, p. 21

Percebemos que ao realizar a investigação, estamos propondo ao ensino de matemática atividades

complexas e abertas. O sentido de aberta está relacionado às respostas que se podem obter; nos exercícios e

nos problemas tem-se uma resposta pré-determinada, nas investigações produzem-se vários resultados,

alguns imprevisíveis.

Para Skovsmose (2007) a matemática deve ser considerada não somente na perspectiva

educacional, mas também de uma perspectiva filosófica e sociológica. Freire (1987) propõe que a

investigação parta da discussão dos temas geradores e da investigação temática, na qual por meio desses,

investigar o pensar dos homens referente à realidade, é investigar seu atuar sobre a realidade, que é sua

práxis. Sugere problematizar os projetos com os temas geradores, os quais devem surgir das situações

vivenciadas pelos alunos e professor. Eis um exemplo:

Por que não aproveitar a experiência que tem os de viver em áreas da cidade

descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos

riachos e dos córregos e os baixos níveis de bem-estar das populações, os

lixões e os riscos que oferecem à saúde das gentes. Por que não há lixões no

coração dos bairros ricos e mesmo puramente remediados dos centros

urbanos? (FREIRE, 1997, p. 33)

Pode-se realizar uma investigação para buscar sanar um problema de compreensão matemática

como tabuadas, pode-se também buscar compreender a relação entre animais e seres humanos, como se pode

buscar, na investigação, a possibilidade de intervir no saneamento básico de uma comunidade. Depois de

iniciada a investigação, a conjectura definirá qual o melhor caminho a seguir, pois se sabe onde começa, mas

não sabemos onde irá acabar.

Para Skovsmose (2000 p.2), o trabalho com projeto está localizado num ambiente de aprendizagem

que difere do paradigma do exercício, no qual o professor segue uma sequência básica: exposição do

conteúdo, lista de exercícios para os alunos resolverem individualmente ou em grupos, correção no quadro e

avaliação escrita. Já o projeto cria um cenário que oferece recursos para fazer investigações. Skovsmose

(2001) acrescenta que uma das etapas fundamentais da investigação é a problematização. A definição do

problema a ser estudado tem enorme importância para o que se deseja da investigação, os critérios para

seleção do problema seriam:

1) Deveria ser possível para os estudantes perceber que o problema é importante. Isto é, o problema

deve ter relevância subjetiva para os estudantes, deve estar relacionado às situações ligadas às

experiências deles.

2) O problema deve estar relacionado a processos importantes na sociedade.

3) De alguma maneira e em alguma medida, o engajamento dos estudantes na situação-problema e no

processo de resolução deveria servir como base para um engajamento político e social (posterior).

Seguindo essa linha de pensamento, em que a problematização tem um papel importante nos projetos de

investigação, encontramos no trabalho de Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2009) os momentos

pedagógicos, que são a problematização inicial, organização do conhecimento e a aplicação do

conhecimento. Os momentos pedagógicos, tem características próximas a investigação matemática, sendo

essa a justificativa da utilização deles nesse projeto.

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METODOLOGIA A metodologia aplicada segue a discussão sobre a investigação matemática, onde inicialmente é construída a

problematização inicial. O quadro abaixo apresenta algumas perguntas levantadas nesse momento.

Quadro 01: Problematização Inicial

Curso/Disciplina Algumas Perguntas

Processos Gerenciais/

Matemática Financeira

Quais seriam então as possibilidades de encontrar uma moradia de baixo

custo? Quais as modalidades de financiamento que existe? Quanto tempo

o cidadão levará para quitar uma casa?

Engenharia Civil/

Introdução ao Cálculo

Qual o custo de uma casa sustentável? Como inserir em uma casa o reuso

da água e energia solar?

Logística/ Matemática Qual o custo do frete? Quantos quilômetros o caminhão percorrer para

realizar o frete? Quanto de monóxido de carbono esse caminhão despeja

no ar? Há meios alternativos de frete?

Fonte: O autor

No segundo momento - organização do conhecimento: são levantados os conteúdos matemáticos a serem

trabalhados no projeto, os conceitos necessários e a relação das atividades a serem realizadas, como pesquisa em campo

e bibliográfica.

Quadro 02: Organização do conhecimento Curso/Disciplina Conteúdos matemáticos

Processos Gerenciais/

Matemática Financeira

Juros simples e compostos

Sistemas de amortização

Série de pagamento

Engenharia Civil/ Introdução

ao Cálculo

Calculo de escalas ( para maquetes)

Custo de Materiais

Porcentagem e proporcionalidade

Logística/ Matemática Calculo de distancias

Calculo de medidas de massa

Porcentagem e Escalas

Programação Linear.

Fonte: O autor

No terceiro momento - aplicação do conhecimento: são aplicados os conteúdos matemáticos listados e suas

analises.

Quadro 03: Aplicação do conhecimento

Curso/Disciplina Aplicação do conhecimento

Processos Gerenciais/

Matemática Financeira

Pesquisa em campo de terrenos/casas e apartamentos para compra.

Calculo do custo de financiamento.

Engenharia Civil/

Introdução ao Cálculo

Desenho da planta baixa.

Construção de maquete

Calculo do custo total da casa/apartamento.

Logística/ Matemática Calculo custo do Frete

Calculo das distancias percorridas

Cálculo da emissão de monóxido de carbono.

Fonte: O autor

Para finalizar o projeto é realizada a socialização dos trabalhos, nos Cursos de Logística e processos Gerencias os

trabalhos foram apresentados em forma de seminário em sala de aula, e no curso de Engenharia Civil, os trabalhos

foram expostos nos corredores da instituição. Ambas as turmas, não foi possível, nesse momento, levar os resultados

para a comunidade.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

A constituição do projeto de investigação ocorre por meio de um processo desenvolvido pelos

acadêmicos e pelo professor. Por isso, devemos ter um olhar atento para situações imprevistas que surgem

que poderão influenciar nos rumos da investigação. Afinal, antes de definir como seria a pesquisa, qual

assunto, quais autores, onde aplicar, enfim, determinar o problema de pesquisa, o professor busca refletir

sobre a sua prática docente e o aluno saciar seus desejos perante a sua formação acadêmica.

Na aplicação do projeto de investigação, cada nova etapa, cada atividade realizada e analisada, fez

com que refletíssemos sobre a prática docente e também as atitudes dos acadêmicos, que provocaram novas

situações, imprevistas e inesperadas. As situações novas trouxeram novas possibilidades de ensino. Com as

pesquisa de campo, incentivadas pelo projeto de pesquisa, surgiram debates sobre tipo de casa, construção de

casa levando em consideração o meio ambiente e a aspecto de sustentabilidade e a poluição do ar, debates

que sem o projeto de extensão não entrariam nas aulas de matemática.

Um dos grupos de processos gerencias apresentou uma casa feita de aço que é produzida na região,

que é uma ótima alternativa de custo baixo e rapidez na construção para a região, atingida por calamidades

públicas. Alguns grupos de engenharia civil usaram softwares para melhorar suas casas, além de trazer para a

sala de aula, serras tico-tico, martelo e outras ferramentas para construir suas maquetes e por fim o grupo de

logística apresentou a discussões sobre os tipo de caminhões usados em fretes, todas questões que

dificilmente seria apresentadas em sala de aula , se não fosse feito os projetos.

Também temos com principal resultado, a interação entre, acadêmico e sociedade, como também a

possibilidade de aulas mais dinâmicas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se que os acadêmicos atuaram com autonomia durante as atividades desenvolvidas no

âmbito do projeto e que os projetos de investigação trouxeram muitas possibilidades, permitindo a ampliação

de saberes onde, acadêmicos e o professor, de foram os protagonistas da sua construção, sem limitar-se ao

ambiente da sala de aula, o que contribuiu com a constituição da autonomia de ambos.

Por fim a experiência da aplicação dos projetos , resultou em aprendizado das temáticas trabalhadas

através de momentos aprendizagens criativos, estimulantes e interativos.

REFERÊNCIAS

1- TAL, F. de. Nome do trabalho publicado. In: Congresso Brasileiro de Exemplo, 1., Antares, 29 a 31 fev. 2005.

Anais do I Congresso Brasileiro de Exemplo. Antares: Instituição, 2005. p.102-118.

2- SILVA, M. J. Título do trabalho publicado. Revista Tal, São Paulo, v. 4, n. 3, p. 11-16, mar. 2010.

3- SOUZA, D. S. Título do trabalho. 1999. 287f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-

Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.

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ANÁLISE DA ROTATIVIDADE DE PESSOAL EM UMA EMPRESA

TERCEIRIZADA PRESTADORA DE SERVIÇOS PARA A ÁREA DA

QUALIDADE

Dayane Aparecida Juppe, CLEMENTE, [email protected]

1

Leomar, SUCHEVICZ, [email protected]

Luciane, CAMILOTTI, [email protected]

Álvaro Guillermo Rojas, LEZANA, [email protected]

Alexandre Meira de, VASCONCELOS, [email protected]

Eletrolux 1, Curitiba, Paraná.1, 2

Faculdades SENAI/SC, Florianópolis, Santa Catarina.3

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis, SC.4, 5

Resumo: A necessidade latente de soluções de médio e longo prazo para redução da alta rotatividade de pessoas é um

tema que vem sendo discutido amplamente no meio organizacional. O presente trabalho tem como objetivo analisar as

causas do alto índice de rotatividade em uma empresa prestadora de serviços para a área de qualidade e propor ações

de melhoria com base nas análises realizadas. Para tanto, foi utilizado o método descritivo e como técnica de

abordagem de campo foi realizada entrevistas e questionário. A pesquisa de opinião foi realizada por meio de

questionários tendo a participação de auxiliares de produção, encarregado e supervisor. Os resultados apontaram que

com o uso de soluções criativas e de técnicas de gestão de recursos humanos até então não aplicadas pela empresa é

possível melhorar o sistema de gestão recursos humanos com intuito de reduzir a alta rotatividade. Porém, considera

de vital importância o envolvimento e conscientização da alta direção da empresa.

Palavras-chave: rotatividade, recursos humanos, gestão de pessoas.

INTRODUÇÃO

Para atender as novas necessidades do mercado várias empresas já adotaram a terceirização da mão de

obra em determinadas atividades. As empresas prestadoras de serviços precisam estar atentas a esse cenário,

pois o aumento de demanda vem aliado ao aumento de expectativas do cliente. Para a sobrevivência das

empresas não é apenas o custo que deve ser considerado, a qualidade da mão de obra oferecida, a

confiabilidade e a qualificação dos colaboradores, tornaram-se um grande diferencial.

De acordo com Costa (2004) dentro do que se chama taxa de rotatividade, podem ser enumerados vários

movimentos que podem ser decorrentes de morte ou invalidez do empregado, aposentadoria, pedido de

demissão por parte do empregado para migrar para um emprego melhor, demissão por parte da empresa

decorrente da aplicação de novas tecnologias, de adaptação do empregado, manutenção da folha salarial

através da troca de funcionários com salários mais altos por outros mais baratos, entre outros fatores que

contribuem para este fenômeno.

A empresa que será utilizada como estudo de caso passa anualmente por processo de renovação de

contrato com o cliente Y, que é uma empresa fabricante de equipamentos para linha branca que atua na

região sul do país, o que exige uma readequação quanto ao gerenciamento de pessoas com o propósito de

reduzir a rotatividade, para que esta característica da Empresa X, que é uma prestadora de serviços para a

área da qualidade, não venha a afetar de forma negativa a expectativa do cliente quanto ao serviço oferecido

o que pode ter como consequência a perda do contrato. Em virtude disto, surge a principal questão da

pesquisa: Quais as causas do aumento da rotatividade de pessoal? A análise do índice de rotatividade, aliado

a pesquisa realizada com os colaboradores da Empresa X buscou evidenciar as principais causas da alta

rotatividade e propor melhorias no sistema de gestão de pessoas atual.

Existem vários fatores que podem influenciar a rotatividade de funcionários nas empresas, e o fator

econômico é um deles. Ao contrário do que parece em tempos de recessão a rotatividade diminui, pois

quando há uma dispensa de um funcionário, a empresa não o repõe, e os funcionários evitam pedir demissão

com medo de não encontrar outra colocação no mercado de trabalho (Pastore, 1987).

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De acordo com Costa (2004) dentro do que se chama taxa de rotatividade, pode-se enumerar vários

movimentos que podem ser decorrentes de morte ou invalidez do empregado, aposentadoria, pedido de

demissão por parte do empregado para migrar para um emprego melhor, demissão por parte da empresa

decorrente da aplicação de novas tecnologias, de adaptação do empregado, manutenção da folha salarial

através da troca de funcionários com salários mais altos por outros mais baratos, entre outros fatores que

contribuem para este fenômeno.

A empresa possui como ônus da alta rotatividade, os custos referentes a recrutamento e seleção, exames

médicos adimensionais e demissionais, treinamento para integração do novo funcionário, período de

adaptação, etc. (Costa 2004). Segundo este autor podem ser diversas as causas de rotatividade de pessoal,

entre elas a insatisfação quanto à política salarial da organização, ofertas mais atraentes por outras empresas,

descontentamento quanto ao local de trabalho (distância, estrutura física, ambiente em geral, etc.),

insatisfação quanto à supervisão, política de benefícios ineficiente, problemas de relacionamento com os

colegas, insatisfação, inadaptação à função exercida pelo empregado, política inadequada de

desenvolvimento e crescimento profissional, critério de avaliação de desempenho. Cabe aos profissionais de

recursos humanos, verificar quais são as causas da alta rotatividade da empresa e tomar ações que possam

reverter o quadro, visando à manutenção dos bons profissionais.

METODOLOGIA

O trabalho de pesquisa foi realizado em uma empresa prestadora de serviços que fornece mão de obra

para os departamentos de qualidade, manufatura e logística de diversas empresas de Curitiba/Paraná e

Região Metropolitana a qual apresenta um índice de rotatividade de 83%. Isso significa que a organização

pode contar apenas com 17% de sua força de trabalho no período de um ano. A pesquisa foi realizada em um

cliente da empresa, com intuito de promover melhorias no sistema de gestão de pessoas e reduzir este índice.

Realizou-se uma pesquisa de campo tendo como população alvo os auxiliares de produção, encarregado e

supervisor da Empresa X no Cliente Y.

Sup. - Supervisor

RSC - Recrutamento e

seleção de pessoalEnc. - Encarregado

BSPF - Beneficio e serviços prestados aos

funcionários

ADM. CS - Administração de

Cargos e salários

Aux. Prod. - Auxiliar de Produção TD - Treinamento e desenvolvimentoSHT - Segurança e higiene no

trabalho

SH

TA

DM

. C

S

LEGENDA

TD

BS

PF

Conforme as afirmativas abaixo, classifique seu ambiente de trabalho quanto:

RS

C

7O programa de beneficios da empresa

atende aos exigidos por lei.

4

O programa de treinamento e

desenvolvimento de pessoas estimulam as

aptidoes dos colaboradores e desenvolve

novas.

Nome:_________________________________________________

Setor:____________________________________

Função:___________________________________

Empresa:______________________________________________

12Há uma politica de cargos e salarios bem

definida.

10

Há um controle de EPI`s entregue aos

colaboradores e os mesmos são repostos

periodicamente.

3O Encarregado e ou supervisor permitem e

estimulam as aptidoes dos colaboradores.

1

O Dep de Recrutamento e seleção de

pessoas se preocupa em recrutar pessoas

com o perfil da empresa.

2

O Dep de Recrutamento e seleção de

pessoas se preocupa em recrutar pessoas

com o perfil da equipe.

Regular Bom Muito Bom OtimoFerramentas AFIRMATIVAS Inexistência Ruim

18.03.2008

Data

Questionario de Pesquisa

Quadro 1. Questionário de pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor

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A pesquisa de opinião foi realizada por meio de questionários (quadro 1) tendo a participação de nove

colaboradores sete auxiliares de produção, um encarregado e um supervisor. Segundo Fachin (2005) é

importante tomar consciência do ponto de vista dos colaboradores da empresa, visto que para a implantação

de ações para a redução da rotatividade é imprescindível conhecer as necessidades dos colaboradores.

Para que no momento da entrevista as informações necessárias não deixassem de ser colhidas foram

elaborados dois check lists: exploratório e coleta. As entrevistas foram realizadas em duas etapas a primeira

de caráter exploratório e a segunda de coleta de informação sendo estruturada com base nos dados coletados

no check list exploratório.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados obtidos no trabalho de campo passaram por um processo de tabulação para extrair informações

sobre cada ferramenta proposta recrutamento e seleção de pessoal, treinamento e desenvolvimento, benefício

e serviços prestados aos funcionários, segurança e higiene no trabalho, administração de cargos e salários.

Com o objetivo de dimensionar e avaliar a opinião dos colaboradores pode-se perceber por meio da análise

das respostas dos auxiliares de produção que em relação ao recrutamento e seleção consideram praticamente

inexistente (67%) a preocupação em buscar candidatos e funcionários com perfil adequado a empresa,

apenas 50% dos encarregados consideram bom este processo, sendo que outros 50% deles consideram um

procedimento regular. Pode-se afirmar que nesta pesquisa oito colaboradores avaliaram de forma negativa a

sistemática de recrutamento e seleção de pessoal, pois a entrevista foi considerada a única ferramenta para

recrutamento e seleção.

Em relação ao treinamento e desenvolvimento, percebe-se por meio das respostas que há uma relação

deficitária neste processo, sendo que 71% dos auxiliares de produção consideram ruim, e 14% deles

acreditam que não há incentivo ao desenvolvimento de habilidades e aptidões dos indivíduos. Entre os

encarregados e supervisores de treinamento o treinamento é considerado entre bom (com 50% das respostas)

e regular (50% das respostas). Entre os colaboradores observar um percentual pequeno de respostas

positivas, como 6% muito bom, 6% bom, entretanto 56% consideram este processo ruim, e 22% entendem

que trata-se de procedimentos regulares. Conclui-se que, de acordo com o levantamento realizado sobre o

treinamento e desenvolvimento de pessoal oferecido pela empresa 67% dos funcionários classificaram-no

entre inexistente e ruim.

Quanto aos benefícios e serviços prestados aos funcionários, pode-se afirmar que 78% dos entrevistados

consideram o programa ruim por oferecer apenas os benefícios exigidos por lei. Apenas os encarregados e o

supervisor acreditam que os benefícios são bons (total de 100% das respostas). A higiene e segurança no

trabalho, simplificada seriam medidas de proteção das pessoas e dos bens da empresa, dentro deste contexto

os colaboradores avaliaram de forma negativa este programa. Sendo que 57% dos auxiliares de produção

consideram como ruim, e 43% deles como inexistente. Os encarregados conceituaram como regular e os

supervisores como boa.

Verificou-se a existência de um programa salarial para funcionários com um determinado tempo de casa,

no entanto este teve uma avaliação negativa 89% por parte dos funcionários, onde 100% dos auxiliares de

produção consideram inexistente esse programa, 100% dos encarregados como ruim, e 100% dos

supervisores como regular. Foi percebido por essas analises, que os processos avaliados precisam ser re-

estruturados visando melhorias e diminuição da rotatividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observou-se com a pesquisa que a empresa terceirizada de pequeno porte pode ser um grande laboratório

por apresentar maiores limitações principalmente em relação a capital de investimentos. Dentro deste

contexto seguem recomendações para cada uma das ferramentas proposta recrutamento e seleção de pessoal,

treinamento e desenvolvimento, benefício e serviços prestados aos funcionários, segurança e higiene no

trabalho, administração de cargos e salários.

O modelo a ser proposto pretende padronizar e sistematizar o processo de seleção, buscando melhorar a

comunição entre solicitante e recrutador, obter informações quanto ao desempenho do recrutado e do

profissional de RH que estará realizando a seleção, obter dados dos motivos do desligamento de funcionário

pois uma seleção de pessoal mais assertiva é fundamental a todo e qualquer empreendimento principalmente

na área de prestação de serviço onde o produto oferecido é a competência do indivíduo.

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Treinamento e desenvolvimento por meio de uma consultoria de RH permite a avaliação dos pontos

fracos da gestão de recursos humanos, e através de soluções criativas, sem muitos gastos, propiciar a

motivação e crescimento necessários a seus colaboradores de modo que estes não sintam a necessidade de

trocar de emprego.

Quanto ao beneficio e serviços prestados aos funcionários, a empresa em questão é de pequeno porte por

isso não dispõe de um grande capital para investimento, mas podem se criar programas com baixo

investimento e incentivos do governo como, por exemplo: A) Doação de material escolar no início do

ano letivo para os colaboradores que tiverem interesse e comprovarem que estão matriculados, o que ajudaria

também nas questões que envolvem o treinamento e desenvolvimento. B) Doação de cestas básicas a

funcionários que ficassem dentro de metas pré-estabelecidas de absenteísmo.

Tais ações demonstrariam a preocupação da empresa com algumas necessidades básicas dos

funcionários, bem como com o desenvolvimento pessoal, incentivando a utilização de novas habilidades

desenvolvidas pelo funcionário.

Quanto à segurança e higiene no trabalho, observa-se que nesta empresa o funcionário possui direito ao

EPI ou uniforme, entretanto não é permitido a sua reposição, independente do tempo de uso, o que gera

desmotivação, pois demonstra que a empresa apenas cumpre uma obrigação e não busca mais alternativas

para o seu bem estar. Sugere-se que seja criado um programa de treinamento, bem como uma planilha de

controle de entrega de EPI´s e uniformes com o intuito de controlar a entrega e prioriza- lá. Visando o bem

estar do funcionário, seria necessário o investimento em plano de saúde para os funcionários com a co-

participação dos mesmos no pagamento. Em relação ao plano de saúde, esta atitude reflete a preocupação da

empresa com o funcionário e sua família e permite que o mesmo trabalhe menos preocupado, pois sabe que

em caso de necessidade, terá o atendimento adequado.

Em relação a administração de cargos e salários, visando melhorar o desempenho da Administração de

Cargos e salários seguem algumas sugestões como: criação da descrição de cargos e salários; criação de uma

avaliação que leve em conta além do tempo de casa e a função, as aptidões, iniciativas, a busca por

aperfeiçoamento, comprometimento, após a aplicação desta avaliação e de vital importância que o supervisor

realize um feedback com o colaborador enfatizando os pontos positivos e os que necessitam ser aprimorados

pelo funcionário.

A criação de uma política de cargos e salários quando bem estruturada, permite que a empresa avalie e

retribua ao funcionário os ganhos como fruto de seu desempenho e aprimoramento, premiando os que

realmente apresentam um desenvolvimento e deixa claro qual o caminho a ser seguido para o crescimento

profissional de cada um dentro da empresa, o que faz com que o funcionário procure crescimento onde está,

e na grande maioria das vezes, sem a necessidade de trocar de emprego. Conclui-se que com soluções

criativas e uso de técnicas de gestão de recursos humanos até então não aplicada é possível melhorar o

sistema de gestão de recursos humanos com intuito de reduzir alta rotatividade. No entanto é de vital

importância o envolvimento e conscientização da alta direção da empresa, sem este se torna impossível

realizar qualquer melhoria.

REFERÊNCIAS

1- FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

2- FLEURY/FLEURY, Afonso e Maria Tereza Leme. Aprendizagem e inovação Organizacional 1 ed.

Fundação Vanolini.

3- COMERCIAL_SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem. (On line) 19/03/2008. Disponível na Web:

http://www.senac.br/home.asp

4- PASTORE, José. Artigo Estabilidade e Rotatividade Publicado na Folha de São Paulo (On line) 15/03/2008.

Disponível na Web: www.josepastore.com.br

5- COSTA, Flavio Martins. Artigo Absenteísmo e rotatividade de pessoal (On line) 15/03/2008. Disponível na

Web: http://www.gestaoesucesso.com.br

.

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O APRENDIZADO DA LIDERANÇA NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL

Danilo de Souza, GOMES [email protected]

Luciane, CAMILOTTI [email protected]

Andreia Maria Pedro, SALGADO [email protected]

Álvaro Guillermo Rojas, LEZANA [email protected]

Alexandre, MEIRA [email protected]

SENAI, Florianópolis, Santa Catarina.2

UNESP - Faculdade de Engenharia Campus Guaratinguetá, Guaratinguetá, São Paulo.3

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis, SC.4, 5

Resumo: O tema sobre liderança desperta a atenção de pessoas envolvidas nas mais variadas atividades

principalmente no ambiente organizacional. O objetivo geral deste artigo é analisar a importância do aprendizado

para o exercício da liderança e do trabalho em equipe, tomando-se por base os modelos brasileiro e japonês. A

metodologia utilizada tem como caracteristica a pesquisa bibliográfica, sob a perspectiva exploratória, de natureza

básica, com abordagem qualitativa. Acredita-se que para conseguir um modelo de liderança e trabalho em equipe no

contexto organizacional é necessário aprender como se é e como se exerce a liderança. Por meio da pesquisa pode-se

concluir que alguns aspectos com a tecnologia, patrimônio, informações, são facilmente adquiridos, mas uma equipe

integrada, competente e motivada depende de questões comportamentais, de tempo e de liderança. Os cinco pontos

para uma liderança e trabalho em equipe de sucesso são: querer aprender, dedicação, humildade, não ter bloqueios e

um método de estudo eficiente.

Palavras-chave: Liderança, Aprendizagem, Organização.

INTRODUÇÃO

O tema sobre liderança desperta a atenção de pessoas envolvidas nas mais variadas atividades. A

liderança e o trabalho em equipe envolvem a complexidade do comportamento humano no contexto

organizacional. O objetivo geral deste artigo é analisar a importância do aprendizado para o exercício da

liderança e do trabalho em equipe. Para alcançar o objetivo geral, foram traçados os seguintes objetivos

específicos: a) comparar o trabalho a partir do modelo brasileiro e japonês; b) esclarecer o papel de um líder

para o desempenho das equipes; c) descrever os pontos necessários do aprendizado contínuo para exercer

uma liderança adequada.

O que é liderança? Os líderes são natos ou formados? Como se sabe que existe um líder presente? Quais

são as diferenças, se é que existem, entre os grandes líderes e os demais? Para Deming (1990, p.159), “o

objetivo da liderança deve ser de melhorar o desempenho de homens e máquinas, melhorar a qualidade,

aumentar a produção e, simultaneamente, dar às pessoas orgulho pelo trabalho que fazem”.

Acredita-se que para conseguir um modelo de liderança e trabalho em equipe no contexto organizacional

é necessário aprender como se é e como se exerce a liderança. Ou seja, torna importante compreender o

estilo de liderança é influenciado pelo contexto e pelo próprio indivíduo, porém o líder deverá analisar dois

aspectos: comportamento e situação, para escolher o estilo de liderança mais adequado para o momento,

adotando posturas flexíveis, para não se fixar num único estilo de liderança, isto mostra que não existe uma

estilo de liderança “universal e ideal”, que se enquadre a todos os indivíduos e situações (LEZANA ET AL,

2001)

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METODOLOGIA

Este trabalho tem como objetivo compreender a liderança e a importância do aprendizado para seu

exercício. Para tanto, utilizou-se de pesquisa com características exploratórias, visando a investigação teórica

sobre o assunto. A pesquisa é exploratória, pois busca conhecer todas as rotinas, resultados e conseqüências,

através de um levantamento bibliográfico que tem o intuito de obter conhecimentos para embasar a pesquisa.

Sendo assim, a pesquisa é um procedimento formal com método de pensamento reflexivo. Trata-se de uma

pesquisa bibliográfica, de natureza básica e com abordagem qualitativa.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Através de pesquisas realizadas em empresas dos setores automobilístico e telecomunicações, observa-se

que o Brasil busca uma incessante comparação com o Japão, devido o “modelo japonês” ter provocado

mudanças nas organizações brasileiras (FLEURY; FLEURY, 1997).

Contudo, há diferenças consideráveis no que tange a gestão de pessoas nos dois países, conforme tabela a

seguir:

Tabela 1. Diferenças entre o modelo de gestão de pessoas japonês e brasileiro. ITEM DE

AVALIAÇÃO MODELO JAPONÊS MODELO BRASILEIRO

HIERARQUIA

Menos hierarquizadas no modo de

coordenação das atividades, e mais

hierarquizadas no que diz respeito a

incentivos.

Estruturas com uma grande cadeia

hierárquica e um sistema centralizador.

RELAÇÃO COM

EMPREGADOS

Maior parte de seus empregados na

categoria de centrais, que são formadas

por trabalhadores considerados

indispensáveis para as empresas ao qual

trabalham. Normalmente são os

proprietários e empregados vitalícios.

Empregados marginais ou periféricos,

que geralmente têm pouco

comprometimento com a empresa e uma

precária relação empregatícia.

FORMAÇÃO

PROFISSIONAL

DOS

EMPREGADOS

A responsabilidade pelo treinamento e

desenvolvimento da força dos

trabalhadores é assumida principalmente

pelas organizações.

A qualificação dos trabalhadores é

desenvolvida pelo governo juntamente

com o SENAI (Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial) e o SENAC

(Serviço Nacional de Aprendizagem

Comercial).

Fonte: FLEURY; FLEURY, 1997.

Segundo Yoshimoto (1992) o japonês está constantemente em busca do aprendizado, independente do

lugar onde esteja, e aprende a qualquer momento. No país tudo é feito para ensinar algo útil, a busca do

conhecimento é algo constante e incessante. Por algum tempo os japoneses foram criticados, pois apenas

copiam, utilizando pouco sua criatividade, entretanto para este povo copiar ou imitar é importante para

aprender e conseqüentemente evoluir, sendo para eles esta a forma mais natural de aprender.

Na cultura japonesa, as pessoas têm o hábito de estudar durante toda a vida para se manter atualizadas

dentro da mesma empresa. Sua cultura tem como base uma gestão participativa, e isto acontece ainda quando

crianças no ambiente escolar. Para haver esta gestão, é necessário que sejam inicialmente guiados por

lideres, que orientam, coordenam as equipes.

Para Diniz (2004, p.56) ”a liderança é a capacidade de inspirar, motivar e movimentar pessoas a

atingirem e superarem metas, ultrapassando aquilo que aparentava ser seus limites” é “a habilidade de tornar

a visão do futuro clara e atraente para todos” e, finalmente, é “a qualidade de inspirar confiança “cega” nos

seus seguidores. Confiança “cega” não significa que eles não participem da visão, mas que confiam

incondicionalmente na sinceridade do líder e na honestidade dos seus objetivos”.

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Hersey e Blanchard (1986, p.4; 11) definem liderança como “o processo de influenciar as atividades de

indivíduos ou grupos para a consecução de um objetivo numa dada situação”. Segundo esses autores, a

definição não está atrelada ao tipo de organização; quando um indivíduo busca influenciar o comportamento

de outro indivíduo ou grupo, em relação às suas atividades dentro de uma empresa, escola ou hospital pode-

se afirmar que esse indivíduo exerceu liderança.

Yoshimoto (1992, p.32;33), é necessário como ponto de partida de qualquer aprendizado é querer

aprender. O segundo ponto para um aprendizado é a dedicação e a persistência, que facilitam o bom

aprendizado e capacita as pessoas a realizarem suas tarefas. O terceiro ponto é humildade, não se

envergonhar de perguntar o que não se entende. Notam-se, em todos os níveis, muitas pessoas que não

entendem o que está sendo ensinado e tem vergonha de perguntar; outras, o que é ainda pior, fingem que

entendem o que se ensina, devido a cultura da sociedade brasileira, que acredita que errar é algo ruim,

danoso, uma sociedade altamente competitiva que exclui os indivíduos que não se enquadram no modelo

padrão de perfeição.

Outro aspecto que diferencia as culturas brasileira e japonesa, no processo de liderança, é a relação entre

líder e liderados, no Brasil, os líderes tem dificuldades em adotar posturas mais flexíveis, baseada na relação

de dialogo, onde líderes e liderados busquem juntos a solução de problemas, priorizando o trabalho em

equipe.

O quarto ponto citado por este autor, refere-se a motivação de cada indivíduo, onde os desejos e as

necessidades impulsionam o ato de aprender, se quiser de fato aprender alguma coisa por certo aprenderá

seguindo um método adequado ao perfil do indivíduo. Muitas pessoas se consideram incapazes de realizar

certas atividades, mas com o incentivo e valorização por parte de seus superiores, é possível estimular e

remover barreiras para o aprendizado. E o quinto ponto é o método adequado para estudar, este processo sem

método dificulta o aprendizado, cada pessoa é diferente da outra, portanto cada uma deve encontrar o método

mais adequado para si.

Ao considerarmos a liderança uma habilidade fica explícito a possibilidade de seu desenvolvimento e/ou

seu aperfeiçoamento. Para que isso aconteça no entanto, é preciso que o indivíduo tenha consciência das

habilidades que possui e de seus deficts. Wilson e Alexander (1997), após pesquisas, identificaram algumas

habilidades associadas a liderança, dentre elas as cinco principais são: 1. Autoconsciência elevada

(percepção de seus potenciais e deficiências); 2. O hábito de solicitar feedbacks (possibilita o

desenvolvimento da autoconsciência); 3. Sede de aprender (aprendizado contínuo); 4. Integração da vida

profissional e pessoal (busca de um alinhamento entre vida pessoa e profissional, gerando autenticidade e

confiança); 5. Respeito pelas diferenças (seja de cultura, costumes etc.).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A tecnologia, patrimônio, informações, tudo isso pode ser adquirido, mas uma equipe integrada,

competente e motivada depende de questões comportamentais, de tempo e de liderança. Os cinco pontos para

uma liderança e trabalho em equipe de sucesso são: querer aprender, dedicação, humildade, não ter bloqueios

e um método de estudo eficiente.

As organizações que se preocupam com suas equipes e buscam colocar em prática a abordagem

contemporânea da liderança e trabalho em equipe, estando sempre atentas a não cometer os erros comuns

apresentados nessa pesquisa, atingirão sempre os melhores resultados e tornarão possível a superação de seus

objetivos. Com base nesse estudo é recomendável que os líderes busquem melhorar a comunicação com a

equipe e busquem fazer uma análise crítica do seu desempenho, levando em consideração as sugestões para

exercer uma liderança eficiente e obter sucesso em seu trabalho em equipe.

Outra recomendação é estender o estudo a outros modelos de gestão, como o americano e o alemão, por

exemplo, diferentes do brasileiro e do japonês, tão investigados pelos pesquisadores. Tal estudo possibilitaria

um aprofundamento das diferenças culturais no aprendizado e exercício da liderança.

Recomenda-se também a realização de um estudo de caso em uma ou mais organizações para verificar se

o aprendizado da liderança acontece como descrito neste artigo, ou seja, entender na prática como esse

fenômeno ocorre.

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II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque – SC

REFERÊNCIAS

1- DEMING W. E. Qualidade: a revolução da administração. Trad. de Clave Comunicação e Recursos Humanos.

Rio de Janeiro: Marques/Saraiva;1990.

2- ALEXANDER, J. WILSON, M.S. “Liderando entre culturas: cinco habilidades vitais”. In: DRUCKER, P. F.

A organização do Futuro: como preparar hoje as empresas de amanhã. São Paulo: Futura, 1997.

3- DINIZ A. O novo líder. 2004;5(57):50-7.

4- FLEURY, Afonso, FLEURY, Maria Tereza Leme: Aprendizagem e Inovação Organizacional. Atlas; 1997.

5- HERSEY P, Blanchard KH. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da liderança situacional.

Trad. de Edwina Royer. São Paulo: EPU; 1986.

6- HUNTER JC. O Monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. Trad. de Maria da

Conceição Fornos de Magalhães. Rio de Janeiro: Sextante; 2004.

7- MAXIMINIANO AÇA. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 4ª ed. São

Paulo: Atlas; 2004.

8- YOSHIMOTO, tsikara. Qualidade, Produtividade e Cultura.1992.

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TERCEIRIZAÇÃO DIANTE DA GESTÃO POR PROCESSOS: UM ESTUDO

DE CASO DAS EMPRESAS METALÚRGICAS, FABRICANTES DE

EQUIPAMENTOS PARA GASTRONOMIA DE BRUSQUE, (SC).

Sidnei, GRIPA1, [email protected]

1

Luiz Veriano Oliveira, DALLA VALENTINA2, [email protected]

2

André Hideto, FUTAMI3, [email protected]

3

Sociedade Educacional de Santa Catarina (SOCIESC) , Joinville, Santa Catarina.¹²³

Resumo: A terceirização de processos produtivos surgiu como uma grande solução para as empresas, no que diz

respeito à redução de seus custos operacionais, visto que boa parte do processo produtivo poderia ser repassada à

outra empresa, com uma estrutura mais enxuta. Esta analogia no curto prazo até que funcionou, porém, com o passar

dos anos, o resultado foi bem diferente do esperado. Paralelo a este conceito surge também à gestão por processos,

que aparentemente traria resultados melhores, sobretudo quando se trata de abertura de novos concorrentes. O

presente artigo tem o objetivo de relatar a visão de um funcionário que trabalhou em duas das maiores empresas deste

segmento no Brasil sobre a terceirização de alguns processos. Para atingir o objetivo proposto foi realizada uma

pesquisa de abordagem qualitativa, bem como, de natureza exploratória e configura-se como estudo de caso. Assim

sendo, foi possível verificar que determinados processos, jamais poderiam ser terceirizados.

Palavras-chave: terceirização, gestão por processos, processos chave.

INTRODUÇÃO A atividade de fabricação de equipamentos para o processamento de alimentos possui papel estratégico para a

economia do município de Brusque, Santa Catarina. Na cidade existem cinco empresas fabricantes desses

equipamentos, duas delas, são consideradas as maiores do Brasil. Diante da importância desse segmento para a

economia regional, este artigo investigou se a terceirização de processos produtivos resultou em melhorias significativas

para as empresas. Desenvolveu-se este estudo, de natureza exploratória e descritiva, caracterizado como estudo de caso

em três empresas da cidade. Os resultados obtidos são apresentados e questionados neste trabalho.

Diversas empresas adotaram a política da terceirização dos processos produtivos, sem realizar um estudo mais

aprofundado sobre as vantagens e desvantagens dela. Esse estudo mostraria que seria necessário tomar cuidado com

alguns pontos fundamentais, como por exemplo: qualidade dos produtos, prazos de entrega, custos em longo prazo,

desenvolvimento de tecnologias e, sobretudo abertura de novos concorrentes. Por volta dos anos 2000, boa parte dos

processos produtivos das empresas objeto de estudo desde artigo foi terceirizada sem muito critério.

Na época havia uma corrente muito forte, ressaltando os benefícios de uma terceirização. De acordo com Bezerra

(1), a terceirização se comporta como uma ferramenta amplamente adotada pelas organizações brasileiras, com

delegação da maioria dos serviços de apoio e até mesmo de importantes etapas do processo produtivo, numa corrida à

redução de custos. O que muitos empresários não observaram com mais cuidado, era o risco de se terceirizar processos

chave. Hoje quase que na sua totalidade, todos os processos produtivos que foram terceirizados 11 anos atrás, estão

sendo “primarizados”. Nesse tempo, em que a empresa passou para terceiros seus processos principais, ela “empresa”,

ficou com grande parte de seus equipamentos defasados, o que está resultando em grandes gastos com investimentos em

tecnologias mais modernas.

METODOLOGIA

Este artigo será desenvolvido quanto à abordagem do problema, através da pesquisa qualitativa. De acordo com

Roesch (7), a pesquisa qualitativa é indicada para a avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de

um programa, ou mesmo quando é o caso da proposição de planos. Quanto aos objetivos, adotaremos uma pesquisa

exploratória, visto que não há muito conhecimento neste tema, atentando-se à necessidade de aprofundar os conceitos

estudados. Segundo Hair Jr. et al. (4), deve-se utilizar a pesquisa exploratória quando o responsável pelas decisões

dispõe de poucas informações sobre determinado acontecimento.

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Referente aos procedimentos técnicos trata-se de um estudo de caso, pois, visa proporcionar o entendimento a cerca

do modo como vem sendo tratado o tema de pesquisa, numa realidade pratica de determinada empresa. Conforme Gil

(2), o estudo de caso é um estudo profundo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado

conhecimento. Os resultados obtidos serão apresentados e discutidos neste trabalho, salientamos também que o tema

não se esgota com esta pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÕES A empresa “A” foi fundada em 25 de abril de 1963, iniciou as suas atividades dedicando-se à fabricação de

bombas de água e furadeiras de bancada. Em seguida, passou a fabricar também máquinas de lavar roupas e, em 1968,

ingressou definitivamente no segmento de mercado que até hoje atua, fabricando Serras-Fitas e Mini-Serras Fitas para

Ossos além de Batedeiras de Sorvetes.

A empresa “B”, atua no mercado desde 1989. Localizada na cidade de Brusque, Estado de Santa Catarina, está

situada num dos polos industriais metalmecânico mais importantes do Estado. Constituída de excelente equipe

profissional, tanto na área administrativa quanto industrial. Fabrica mais de 50 tipos de máquinas diferentes e diversos

modelos, entre eles: Serras de fitas para carnes e ossos, Descascadores de batata e cebola, Cutters, Fatiadores de pão,

Batedeiras de massa, Despolpadeiras.

A Empresa “C” é uma empresa especializada na fabricação de equipamentos e utensílios para o setor de

alimentação e gastronômico. Fundada em 9 de maio de 2009, tem como objetivo principal a inovação, a busca de novas

tecnologias e soluções de acordo com as tendências de mercado do setor. Os produtos atualmente produzidos, foram

projetados com foco voltado para um padrão de qualidade, design moderno e uma otimização do custo, visando a

satisfação total de nossos clientes, com a melhor relação custo benefício.

Na sequência mostramos através da Tab. (1) os processos referentes as empresas “A” e “B” antes da onda da

terceirização, ou seja, relacionamos os processos que as empresas realizavam internamente e externamente. Na Tab. (2),

mostramos de forma bem clara os processos que foram terceirizados após o modismo da terceirização referente às

empresas “A e B” e em virtude desse processo de terceirização empresas como a empresa “C” surgiram com baixíssimo

investimento em máquinas e ferramentas.

Tabela 1. Descrição dos Processos Produtivos Realizados pelas Empresas Estudadas A, B antes da

Terceirização.

Tipo de Empresa A Empresa B

Processo

Atividades

Realizadas Processo Interno Terceirizado Interno Terceirizado

Montagem

Montagem de

Máquinas Produtivo X X

Pintura Pintura em Geral Produtivo X X

Usinagem Torneamento Produtivo X X

Frezamento

Furação

Funilaria Corte de chapas Produtivo X X

Dobras de chapas

Solda

Fundição Fundição em Ferro Fundido Produtivo X X X

Fundição em

Alumínio

Injeção

Injeção de Peças

Plásticas Produtivo X X

Acabamento Lixamento Produtivo X X

Polimento

Fonte: Os autores.

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Tabela 2. Descrição dos Processos Produtivos Realizados pelas Empresas Estudadas A, B e C após a

Terceirização.

Tipo de Empresa A Empresa B Empresa C

Processo

Atividades

Realizadas Processo Interno Terceirizado Interno Terceirizado Interno Terceirizado

Montagem

Montagem de Máquinas Produtivo X X X

Pintura Pintura em Geral Produtivo X

X

X

Usinagem Torneamento Produtivo X X X X

X

Frezamento

Furação

Funilaria Corte de chapas Produtivo X X X

X

Dobras de chapas

Solda

Fundição

Fundição em Ferro

Fundido Produtivo X X X

Fundição em

Alumínio

Injeção

Injeção de Peças

Plásticas Produtivo X X X

Acabamento Lixamento Produtivo X X X

Polimento

Fonte: Os autores.

Baseado na bibliografia e análise das tabelas acima, podemos ressaltar que a terceirização dos processos produtivos

em especial os grifados em cinza, foi equivocada. As empresas “A e B” terceirizaram processos chaves para seu

negócio, ou seja, aqueles processos nos quais as empresas tinham seu diferencial, devido a atual situação relacionada à

globalização e dificuldades econômicas. No primeiro momento, até que foi interessante economicamente, porém, com o

passar de em média apenas cinco anos, as empresas terceiras, como não conseguiam sobreviver apenas da prestação de

serviços para as empresas “A e B” começaram a prestar serviços para outras empresas também.

Dessa maneira muitos funcionários que acabaram se desligando das empresas objeto deste estudo, vislumbraram

uma grande oportunidade de montar seu próprio negócio. Como já havia fornecedor desenvolvido para componentes

que antes eram bem difíceis de serem fabricados em virtude dos altos custos com investimento em maquinários. A partir

dos anos 1990, foram abertas em torno de seis empresas desde segmento em Brusque. Hoje dessas seis empresas três

ainda estão em funcionamento.

Com a oportunidade de fornecer seus componentes para outros clientes, as empresas terceiras, cresceram

desenvolveram-se e muitas estão maiores que as empresas que foram à razão para sua abertura, no caso, as empresas “A

e B”. Nesse sentido, aquela oportunidade de redução de custos, no primeiro momento foi até válida, mas nos dias atuais

essa não é mais uma realidade. Na visão de Souza et al (9), a maneira mais simples e talvez a mais antiga de abordar a

decisão de “fazer ou buscar externamente” é a análise econômica, cuja metodologia consiste em comparar o custo de

fabricação de um determinado componente com o custo de aquisição no mercado. Porém, conforme discutido

anteriormente, a decisão final não pode ser tão simples assim e deve incluir outras considerações além do custo do

produto ou processo. Ou seja, devem-se considerar aspectos relacionados à estratégia, fator humano, P&D (Pesquisa e

Desenvolvimento), tecnologia, infraestrutura, entre outros. Os autores Serio e Sampaio (8), consideram que algumas

organizações buscam desenvolver fornecedores em competências que nunca deveriam ser abandonadas, deixando claro

que muitos executivos não conseguem distinguir claramente as competências essenciais das competências periféricas.

Portanto, resolver “fazer ou buscar externamente” apenas com base na análise econômica, parece conduzir a decisões

equivocadas.

A partir de 2008 a empresa “C” inicia suas atividades, produzindo extratores de sucos, fritadores elétricos, mesas de

trabalho e chapas bifeteiras. Esta empresa não precisou investir nenhum centavo com aquisição de equipamentos e

ferramentais, apenas se concentrou em desenvolver um melhor projeto de produto e na montagem dos mesmos. Todos

os custos com desenvolvimento de ferramentas e dispositivos foram bancados pelos fornecedores terceiros, e todos os

componentes que compõem os produtos são terceirizados.

Aproximadamente de uns três anos para cá, as empresas estão primarizando os processos que possuem ligação

direta com o produto final. De acordo com Magalhães et al (5), a primarização (outsourcing reverse ou re-insourcing)

se caracteriza pelo reverso da terceirização, ou seja, consiste em retomar as atividades que haviam sido terceirizadas. Na

primarização, portanto, a contratante passa a executar as atividades que haviam sido repassadas às contratadas. De todos

os processos citados nas Tab. (1 e 2), apenas os processos de injeção e fundição não foram primarizados, ainda. Hoje as

empresas estão investindo alto em equipamentos de usinagem CNC, corte a LASER e equipamentos para dobra e solda

de chapas CNC. Buscando dessa forma o diferencial novamente.

Diante dos fatos evidenciados neste artigo, acredita-se que para as empresas “A e B” a gestão por processos seria a

alternativa mais coerente na época para que as mesmas pudessem melhorar seus resultados. A gestão de processos faz

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com que as empresas, possam enxergar toda a cadeia, desde um simples recebimento de pedido, compra de matéria

prima, processamento, entrega ao cliente, etc., assim a empresa consegue identificar quem são os fornecedores e

clientes do processo. Nesse sentido a empresa passa a ser gerenciada pelos seus processos e não mais por sua estrutura

funcional. Gonçalves (3) destaca que a análise dos processos nas empresas implica a identificação das diversas

dimensões desses processos: fluxo (volume por unidade de tempo), sequência das atividades, esperas e duração do

ciclo, dados e informações, pessoas envolvidas, relações e dependências entre as partes comprometidas no

funcionamento do processo.

Na época se falava muito na reengenharia, com a premissa de mudança RADICAL. Acredito que esse foi um

exemplo de insucesso, pois, este mercado está cada vez mais concorrido por causa da entrada de novos concorrentes. Na

visão de Paim et al (6), a gestão de processos tem se consolidado como área do conhecimento com utilidade prática para

a melhoria do desempenho das organizações. Em especial como de dar respostas internas para mudanças no ambiente

externo de atuação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebe-se que só conseguimos saber se uma estratégia é boa ou não, depois de ter lá a colocado em prática. Porem

em se tratado de empresas, estas não podem de forma alguma mergulhar de cabeça em modismos, sem se cercar de

todos os pontos, positivos e negativos. Um exemplo bem interessante disso e o STP (Sistema Toyota de Produção), um

modelo muito interessante que funciona, em alguns tipos de empresas. Nem todo sistema de produção consegue

absorver o modelo STP, mesmo assim para alguns sistemas produtivos é modelo de referência e funciona muito bem.

Cabe a cada empresa levantar todas as informações possíveis antes de implantar qualquer modelo de gestão.

Keen apud Gonçalves (3), ressalta que os processos são a fonte das competências específicas da empresa que fazem

a diferença em termos de concorrência, além da influência que podem ter a estratégia, os produtos, a estrutura e a

indústria. Sendo assim fica o alerta, antes de transferir para qualquer que seja o fornecedor, parte ou o processo como

um todo, devemos estar cientes de todos os riscos envolvidos nesta ação, e estarmos bem preparados para as

adversidades advindas desta tomada de decisão. Não estamos aqui crucificando a terceirização, o enfoque é em não

terceirizar processos chave, onde a empresa possui seu diferencial, o que não aconteceu com as empresas objeto deste

estudo. Estes processos devem sim ser reestruturados com base na gestão por processos para possibilitar um maior

retorno para a empresa e para o cliente.

REFERÊNCIAS

1. BEZERRA, O. M. P. A. Impactos da terceirização sobre instâncias das relações de trabalho: um estudo comparativo

em órgãos de nutrição e dietéticas industriais. Dissertação (Mestrado em Administração) – Programa de Pós-

Graduação em Administração, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1994.

2. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

3. GONÇALVES, J. E. L. As empresas são grandes coleções de processos. Revista de Administração de Empresas,

São Paulo, v. 40, n.1, p. 6-19, jan/mar. 2000.

4. HAIR JR., J. F. et al. Fundamentos de métodos de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookman, 2005.

5. MAGALHÃES, Y, T. et al. Da terceirização à primarização: um estudo em uma mineradora de grande porte. In:

Simpósio de Engenharia de Produção, 16., Antares, 09 a 11 de nov. 2009. Anais do XVI Simpósio de Engenharia

de Produção. Antares: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2009.

6. PAIM, R., et al. Gestão de processos: pensar, agir e aprender. Porto Alegre: Bookmann, 2009.

7. ROESCH, S. M. de A. Projetos de estágios do Curso de Administração: guia para pesquisas, projetos, estágios e

trabalhos de conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 1996.

8. SERIO L. C. Di e SAMPAIO, M. Projeto da cadeia de suprimento: uma visão dinâmica da decisão fazer versus

comprar. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 41, n.1, p. 54-66, jan./mar. 2001.

9. SOUZA, L.D.C., et al. A Gestão do Processo e do Conhecimento na Terceirização. In: Simpósio de Administração

da Produção, Logística e Operações Internacionais, 12., Antares, 26 a 28 ago. 2009. Anais do XII Simpósio de

Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais. Antares: Escola de Administração de

Empresas da Fundação Getúlio Vargas, 2009.

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DIAGNÓSTICO DAS PRÁTICAS DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NOS

SEGMENTOS INDUTRIAIS DA REGIÃO DE BRUSQUE

Bruno, DELUCA, [email protected]

1

Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE, Brusque, Santa

Resumo: A inovação tecnologica mostra-se presente em todos os momentos de nosso dia, com a relevância deste tema

e em conjunto com a importância da universidade na criação e no desenvolvimento tecnológico da região, este projeto

de pesquisa visa diagnosticar as práticas de inovação tecnológica adotadas nos diferentes segmentos industriais da

região de Brusque. Utilizou-se uma pesquisa por meio de formulário on-line encaminhado aos setores específicos das

empresas a serem pesquisadas, onde questionava-se as formas inovativas da empresa, os investimentos, os setores ou

pessoas dedicadas a esta prática. Desta forma, tornar-se-á possível o alinhamento de políticas de pesquisas e

desenvolvimentos de produtos em âmbito laboratorial universitário, que venham a atender as necessidades da

indústria local e assim, promover o desenvolvimento social e econômico de toda a região. Constatou-se que a maioria

das empresas realizam os processos de inovação por meio de atividades do dia a dia, no entanto estas tem uma

expressão financeira fazendo com que as empresas deixem de investir ou de motivar seus colaboradores a prática

inovativa.

Palavras-chave: Inovação, Industrais, Brusque e região.

INTRODUÇÃO

De acordo com a PINTEC (Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica do IBGE), inovação tecnológica

é caracterizada pelo êxito mercadológico de novos serviços ou produtos manufaturados, o uso comercial de

novos processos técnicos, a aplicação de novos produtos ou processos, ou aperfeiçoamento dos mesmos, ou

ainda, todos os passos científicos, tecnológicos, organizacional, financeiro e comercial incluindo

investimentos em conhecimento. ¹

Pode-se diferenciar a inovação da invenção pelo momento em que ambas acontecem. Caracteriza-se

invenção como a primeira idéia, os primeiros estágios de desenhos, modelos, protótipos de produto ou de

processo que dará origem para a inovação, esta caracterizada pela primeira comercialização, manufatura ou

aplicação do projeto trabalhado. ²

A transformação de uma invenção em inovação nem sempre é fácil ou rápida, muitas vezes necessita

tipos diferenciados de conhecimentos, de capacidade, de habilidade e de recursos. Seguindo essa linha de

raciocínio o inovador e o inventor tende a ter diferentes qualidades, apesar de todos seus conhecimentos

práticos e teóricos que podem ligá-los. ³

O local que tem maiores chances da inovação acontecer é dentro das empresas, onde as ideias, os

projetos, a produção e a comercialização estão em sintonia, alem da competitividade industrial que torna

indispensável a melhoria produtiva, a otimização dos custos, e a inovação contínua dos produtos.

Com base na importância da inovação, esta pesquisa se propôs a identificar as práticas de inovação

tecnológica adotadas pelas empresas locais e compará-las ao perfil nacional.

METODOLOGIA

Para atingir os objetivos do trabalho, realizou-se uma pesquisa com as empresas da região dos diversos

segmentos, por meio de um formulário online pode-se abordar e caracterizar as empresas detectando as

principais formas inovativas.

O questionário baseou-se na identificação das praticas de inovação, como métodos que as empresas

utilizam para inovar, setores de pesquisa e desenvolvimento na empresa, parcerias com centros de ensino,

profissionais com ensino em nível superior, freqüência de inovação das empresas tanto em produto quanto

em processos e o motivo que levam as empresas a estarem inovando seus produtos e seus processos.

Após a caracterização das empresas tornou-se possível compará-las ao perfil de inovação nacional,

identificar as formas de inovação mais utilizadas pelas empresas, diagnosticar as parcerias entre industrias e

centros de ensino, e criar um perfil regional das empresas.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

O formulário foi enviado para mais de cem empresas de diversos setores classificadas de acordo com a

indicação do IBGE. A figura 1 mostra a distribuição de setores das empresas pesquisadas.

Figura 1. Principais atividades Ecônomicas

Classificação conforme IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

Fonte: Pesquisa de Campo

Conforme a figura 1 verifica-se que o maior número de empresas pesquisadas estão no setor das

indústrias metalúrgicas, seguidas do setor têxtil. Esses dados correspondem com o perfil regional, que é

focado nestes perfis de indústrias. Inclusive, as indústrias metalúrgicas tendem a inovar com mais frequência

em função da maior diversidade de materiais produzidos. A figura 2 aponta que dentre as empresas que

inovam, realizam esta prática tanto em produto como em processo.

Figura 2. Empresas que consideram inovativas

Fonte: Pesquisa de Campo

As empresas que inovam em produtos tendem a se manter competitivas no mercado, esta prática

deve ser a cada dia aprimorada por meio de práticas de inovação .A figura 3, mostra a distribuição das

práticas de inovação.

Pode-se observar no gráfico abaixo que metade das empresas entrevistadas não possui nenhum local

ou setor específico para inovar e nem buscam os centros de ensino para isso.

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Figura 3. Local onde as Empresas praticam a inovação

Fonte: Pesquisa de Campo

Verifica-se que 20% das empresas pesquisadas possuem setores dedicados a pesquisa e

desenvolvimento de novos produtos, novos processos e novas tecnologias.

Destaca-se 30% das empresas pesquisadas que tem não tem o setor de P&D, ou tem e este e ainda

possuem parcerias com centros de pesquisas. Relaciona-se aqui a importância da UNIFEBE no mercado em

expansão regional, formando profissionais capacitados ao mercado e disponibilizando de tecnologias

existentes em âmbito laboratorial que muitas vezes é limitado as empresas.

Como ponto negativo, verifica-se que 50% das empresas não possuem setor ou funcionário dedicado

aos processos de inovação. Certamente, esta prática existe diariamente nas empresas, no entanto o mercado

de atuação destas empresas é muito restrito, na maioria das vezes empresas de pequeno porte.

Além disso, verificou-se que 20% das empresas remuneram de forma extra os funcionários que

promovem idéias, colaboram com a evolução da empresa, sugerem oportunidades de melhorias de produto

ou do âmbito de trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verifica-se que entre as empresas pesquisadas o perfil regional é de microempresas que atuam em nível

nacional, com poucos setores, funcionários ou parcerias com instituições de ensino dedicados à prática

inovativa.

Mesmo com poucos incentivos a inovação estas empresas buscam inovar seus produtos e processos, no

entanto estas inovações são pequenos atos do dia a dia que acabam sendo desprezadas por suas pequenas

expressões financeiras. Sugere-se a estas empresas darem oportunidades para que seus colaboradores dêem

sugestões, realizem parcerias com os centros de ensino da região, busquem sindicatos para investimentos em

inovação tecnológica.

REFERÊNCIAS

1- SUGAHARA, CIBELE ROBERTA e JANNUZZI, PAULO DE MARTINO. Estudo do uso de fontes de

informação para inovação na indústria brasileira. Ci. Inf., brasília, v. 34, n. 1, p.45-56, jan./abr. 2005.

2- CABRAL, JOSÉ EDNILSON DE OLIVEIRA. Determinantes da Propensăo para Inovar e da Intensidade

Inovativa em Empresas da Indústria de Alimentos do Brasil. 2007.

3- ARBIX, GLAUCO. Estratégias de Inovação Para o Desenvolvimento. Tempo Social, revista de sociologia

da USP, v. 22, n. 2. 2010.

4- ARBIX, GLAUCO e NEGRI, JOÃO ALBERTO DE. A nova competitividade da indústria e o novo

empresariado - uma hipótese de trabalho. são paulo em perspectiva, v. 19, n. 2, p. 21-30, abr./jun. 2005.

2005.

5- Maffezoli, Cindy Ane. Fatores Motivacionais Para Os Profissionais De Produção De Calçados Em São

João Batista-Sc. 2010

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6- MOTA, TEREZA LENICE NOGUEIRA DA GAMA. Interação universidade - empresa na sociedade do

conhecimento: reflexões e realidade. 1999.

7- TIRONI, LUÍS F. Inovação incremental ou radical: há motivos para diferenciar? Uma abordagem com

dados da pintec. 2008.

8- Moreira, Bruno. Onde está a inovação no Brasil? 2008.

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II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque – SC

SAÍDAS A CAMPO COM DIFERENTES ATORES: CAMINHOS

CONSTRUTIVOS DA EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL.

Daniele Vasconcelos,OLIVEIRA, [email protected]¹

Luiz Fernando, HOHDE,@.com.br² Edson Roberto, OAIGEN, [email protected]³

Unifebe,Santa Catarina,Brasol¹

UEP-PY, Assuncion,Paraguai2

UNIVATES,Porto Alegre,Rio Grande do Sul3

Resumo: A pesquisa buscou a identificação das percepções de diferentes segmentos sociais, bem como o

desenvolvimento de atividades empíricas que possibilitem maior sensibilização e conscientização. Como forma de

contribuição para a sustentabilidade na área ambiental, foco deste estudo, as ações sugeridas devem se constituir em

estratégias, ou seja, subsídios efetivos, podendo servir como possíveis caminhos investigativos de pesquisas, na

continuação desta ou demais. Este trabalho justifica-se na importância que os conhecimentos produzidos, alicerçados

nos saberes existentes e analisados, servirão como mais uma referência para reflexões no processo de planejamento e

gestão ambiental da região em questão, bem como das possibilidades de uso como subsídios para a Educação focada

no Desenvolvimento Sustentável - EDS. A pesquisa foi de cunho qualitativo, utilizando procedimentos observacionais

com registros em diário de campo e, posteriormente, análise descritiva dos dados registrados. Os resultados devem

incentivar o desenvolvimento de capacitações para todos os segmentos sociais, onde se possa discutir conceitos

ambientais e da economia, alicerçada nos fundamentos dialéticos (confronto de idéias) e dialógico (aprofundamento

das discussões sobre idéias). É fundamental que ocorra a implementação de projetos e ações socioambientais,

focalizando os aspectos: sensibilização e conscientização ambiental, dentro da perspectiva interinstitucional. Nesse

contexto, a educação vem adquirindo, cada dia mais, um papel central e decisivo para promover a tomada de

consciência sobre a nossa realidade global e provocar uma reflexão a respeito do tipo de relação que os homens estão

estabelecendo entre si e com a natureza e quais os problemas decorrentes de suas ações.

Palavras-chave: Saídas a Campo. Caminhos construtivos. Educação para o Desenvolvimento Sustentável-EDS

INTRODUÇÃO

A prática docente exige do professor inúmeras competências e habilidades, que As atividades realizadas e

analisadas ocorreram focadas em caminhos investigativos, como: trilhas ecológicas, palestras para a capacitação e

qualificação, buscando ter subsídios e competências para diagnosticar e atuar como agentes preventivos de futuras

degradações, impactos e tragédias ambientais.

A realidade de Santa Catarina nos últimos anos, principalmente na região de Itajaí e entorno, tem causado

preocupações em diferentes níveis, principalmente no campo socioambiental, gerado pela destruição dos variados

ecossistemas existentes.

A falta de cuidados ambientais e os avanços imensuráveis das construções, bem como a falta de atendimento as

normas ambientais, gera problemas de diversas origens, principalmente relacionados ao saneamento básico, matas

ciliares, encostas e desflorestamentos.

Outro aspecto a ser considerado são as invasões e ocupações irregulares, gerando maior densidade demográfica,

sem os devidos cuidados ambientais. Tudo isto somado, tem favorecido a proliferação de acidentes ambientais de

proporções gigantescas, como se destaca o de 2008.

A questão norteadora da pesquisa buscou responder a seguinte interrogação: a realidade ambiental em Itajaí/SC

manifestadas nas percepções ambientais da população relaciona-se com os princípios da educação para o

desenvolvimento sustentável?

Vemos a crescente necessidade de que a comunidade de Itajaí – SC e entorno adquiram consciência da importância

da preservação dos ecossistemas, destacando as espécies nativas de sua região, favorecendo a redução dos problemas

gerados por invasões das águas, devido ao alto índice de precipitações das chuvas, ao lixo em local indevido, às

ocupações do solo em áreas de preservação permanente, entre outros.

O conhecimento da percepção ambiental assim como do comportamento de determinados indivíduos e comunidade

leva ao entendimento de seus valores que por sua vez reflete-se no uso e ocupação do seu espaço.

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II Congresso de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade, 10 a 12 de setembro de 2012, Brusque – SC

A necessidade de integrar a Educação Científica e Tecnológica à Educação Ambiental juntamente aos princípios da

Educação para o Desenvolvimento Sustentável - EDS pode ser um meio de alcançar o paradigma da Educação para o

Desenvolvimento Sustentável.

Considera-se como fundamental que a população acompanhe e procure conhecer os aspectos antrópicos que geram

e favorecem alguns desastres ambientais na própria região, pressupondo que tenham condições de participar na tomada

de decisões e encontrar alternativas para a melhoria do mundo em que vivem.

Nesta etapa da pesquisa realizada analisaram-se as atividades socioambientais desenvolvidas em Itajaí/SC

realizando atividades em campo com representantes dos diversos segmentos sociais e focadas nos mesmos indicadores

do diagnóstico.

METODOLOGIA

A metodologia usada foi a qualitativa, valendo-se do método Empírico Observacional e Descritivo e das

interpretações das falas gravadas em vídeo. Os dados coletados pelo de coleta de dados utilizado nas atividades em

campo, serviu como base para este resumo. O mesmo foi direcionado para as questões ambientais, permitindo o registro

das observações sobre as manifestações dos participantes, usando os indicadores: Educação, Ambiente, Educação

Ambiental, Desenvolvimento Sustentável e Educação para o Desenvolvimento Sustentável, buscando a definição mais

adequada para os indicadores diante das percepções da amostra.

Foram organizadas saídas a campo com atores diferentes, respondendo e registrando as impressões sobre os

indicadores pré-selecionados. Destacamos pontos que foram documentados e sobre estes, efetuou-se os registros

específicos para cada Categoria Principal - CP.

Os dados coletados pelo instrumento permitiram a análise das atividades realizadas com alunos do ensino

fundamental. Foram organizadas saídas a campo com atores diferentes (num total de vinte e cinco alunos, três

professores e a pesquisadora), buscando responder e registrar as impressões sobre os indicadores pré-selecionados.

Os dados coletados nas atividades em campo favoreceram o registro e as análises das impressões sobre as questões

ambientais observadas, relacionadas aos indicadores já citados. Destacamos pontos que foram documentados e sobre

estes, efetuou-se os registros específicos para cada CP, conforme descrições a seguir.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Indicador Percepções sobre Educação

De acordo com as manifestações dos alunos verifica-se que o conceito de Educação está relacionado às boas

atitudes para com os colegas dentro de seu meio escolar, respeito entre si e entre professores, hábitos saudáveis de

higiene. Portanto, nem sempre estas atitudes são tomadas com freqüência dentro do seu meio escolar.

LÜCK (1992) conceitua Educação Ambiental como sendo “o processo contínuo de capacitação que, sem

sacrificar a necessidade de desenvolvimento, participa ativamente da conservação do meio ambiente, contribuindo,

portanto para melhoria da qualidade de vida”.

A participação de toda a comunidade: entende por comunidade escolar composta pelos alunos, professores e

toda a comunidade da região escolar, principalmente a família. A participação de todos deve iniciar colocando o aluno

diretamente em contato com o objeto, fenômeno ou lei a ser estudada.

Indicador Percepções sobre Ambiente

A amostra apresentou-se preocupada em relação a assuntos tais como: consumismo demasiado, oriundos

principalmente do capitalismo pouco sustentável e degradação ambiental. Supervisionar o mundo, cuidar do mundo,

fiscalizar as atividades de agressão para com meio ambiente e fazer cada um a sua parte neste sentido. Estas, são

atitudes que se forem tomadas será possível tornar o mundo um lugar melhor para se viver. Incentivar o plantio de

mudas e cuidar das mesmas, pois de nada adianta apenas plantar e não ter cuidados posteriormente. Todos devem ter

este compromisso.

A civilização nascida no Ocidente, soltando suas amarras com o passado, acreditava dirigir-

se para o futuro de progresso infinito [....] vimos que o desenvolvimento industrial podia

causar danos à cultura e poluições mortais; vimos que a civilização do bem-estar podia ao

mesmo tempo causar mal-estar. Se a modernidade é defendida como fé incondicional no

progresso, na tecnologia, na ciência, no desenvolvimento econômico, então esta

modernidade está morta. (MORIN, 2000, p. 71)

A atual crise ecológica é uma crise do capitalismo. O capitalismo tem por meta a criação incessante de

necessidades, visando à acumulação de bens e incentivando o consumismo desenfreado.

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Indicador Percepções sobre Educação Ambiental

Poucas atividades que envolvem o vínculo dos indivíduos com a natureza. Nota-se a falta de lixeiras para coleta

seletiva do lixo, pois o lixo no chão é visto com freqüência Também inexiste o incentivo de separação correta do lixo no

meio escolar, o que poderia gerar incentivo ao uso de materiais reciclados. Destaca-se também a falta de um sistema

para a captação e aproveitamento das águas da chuva.

Teitelbaum (1978) chama a atenção para o fato de que a Educação Ambiental deverá adaptar-se aos poucos para

mudar a estrutura, e não mudar para adaptar-se a estrutura já existente.

A Educação Ambiental se instalou no plano federal pelo seu contexto naturalista, com esse enfoque a

Educação Ambiental aparece pela primeira vez no decreto Legislativo Federal de 13 de janeiro de 1948.

Somente em, 1988 aparece pela primeira vez na constituição brasileira, no capítulo de meio ambiente, não

constando no Capítulo de Educação, o que demonstra a falta de dimensão pedagógica.

Indicador Percepções sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentável

Os entrevistados acreditam que o Desenvolvimento Sustentável será possível somente através da Educação, e que

esta deve começar dentro de casa, aprimorada na escola, demonstrando boas atitudes, respeito entre colegas, respeito

com o ambiente em que vivem. Este deve ser o alicerce para que um futuro Sustentável seja possível, mas na visão dos

alunos, ainda faz-se necessárias muitas mudanças, principalmente no que se refere à Educação.

Segundo a UNESCO (2010):

Educação para o Desenvolvimento Sustentável possui em sua essência uma idéia

simples com implicações complexas, pois, após vivermos durante séculos sem nos

preocupar com o esgotamento dos recursos naturais do planeta, temos que aprender, agora,

a viver de forma sustentável. O grande desafio é estimular mudanças de atitude e

comportamento nas populações, uma vez que as capacidades intelectuais, morais e culturais

do homem nos impõem responsabilidades para com outros seres vivos e para com a

natureza como um todo.

Os alunos de um modo geral percebem o ambiente como sendo o lugar onde vivem, onde se relacionam, no seu lar,

no ambiente escolar, nas proximidades da escola, etc. Demonstram isto através das percepções que manifestam quando

falam do trânsito que enfrentam para chegar até a escola, muitas vezes da falta de respeito por parte de alguns

motoristas que não respeitam as faixas de segurança ou ultrapassam o limite de velocidade da área escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um dos aspectos que podemos destacar relaciona-se a importância do desenvolvimento de atividades na forma de

seminários, ciclo de palestras e trabalhos em campo, focadas nos principais aspectos do diagnóstico construído.

Estas atividades envolvem a população em geral como determinantes das possibilidades da identificação de

subsídios direcionados a conhecimentos triviais, mas com significado que caracterizam idéias prévias sobre a

importância do ambiente.

Notamos a preocupação com desafios na busca da compreensão dos temas abordados, bem como há

utilização de outros recursos do cotidiano da população de Itajaí/SC como ferramentas para a compreensão

da Educação para o Desenvolvimento Sustentável.

REFERÊNCIAS

1- LÜCK, Heloísa. Pedagogia Interdisciplinar 8ª edição Ed. Vozes Petrópolis, RJ 2000

2- MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à Educação do Futuro. 2. Ed. São Paulo: Cortês, 2000

3- TEITELBAUM, A. El papel de la Educación Ambiental en America Latina. UNESCO, 1978.

4- UNESCO. Década da educação para o desenvolvimento sustentável 2005 – 2014.

Disponível em: http://www.peaunesco-sp.com.br/ano_inter/ano_energia/decada_do_desenvolvimento_sustentavel.pdf

Acesso em 05 fev 2010.

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PERCEPÇÕES DE DIFERENTES SEGMENTOS SOCIAIS, RELACIONADO

AOS PRINCÍPIOS DA EDS EM ITAJAÍ/SC

Daniele Vasconcelos,OLIVEIRA, [email protected]¹

Luiz Fernando, HOHDE,[email protected] ²

Edson Roberto, OAIGEN, [email protected]³

UNIFEBE,,Brusque,Santa Catarina¹

ULBRA,Canoas,Rio Grande do Sul

UNIVATES,Porto Alegre,Rio Grande do Sul3

Resumo: A pesquisa analisou no período de 2009 a 2010 as concepções e percepções da comunidade de Itajaí-SC,

referente a realidade ambiental, focando a análise nos princípios da Educação para o Desenvolvimento Sustentável. A

pesquisa utilizou-se de abordagem qualitativa. usou-se o Método Hermenêutico associado á técnica de Análise de

Conteúdos. Neste resumo expandido analisou-se os dados coletados no instrumento 02/09. Esta etapa foi realizada

utilizando a categorização nas questões abertas. Como resultados principais destacam-se: o conhecimento prévio da

comunidade sobre Educação Ambiental e as percepções muito consolidadas sobre os princípios do Desenvolvimento

Sustentável, assim como o envolvimento com as questões ambientais da região e entorno. Destacou-se o interesse e o

envolvimento da comunidade em tentar solucionar e/ou minimizar os problemas ambientais desta região, onde são, em

parte, conscientes dos muitos problemas ambientais da região. Portanto, o compromisso de adotar uma nova postura

na educação, nos temas relacionados ao ambiente percebe-se como primordiais para alcançar-se o Desenvolvimento

Sustentável.

Palavras-chave: Percepções Ambientais. Desenvolvimento Sustentável e Educação para o Desenvolvimento

Sustentável-EDS.

INTRODUÇÃO

A compreensão das relações entre o indivíduo e o Ambiente torna-se cada vez mais

importante a fim de buscar o equilíbrio sócio-econômico-ambiental com o intuito de resguardar as

gerações futuras dos efeitos decorrentes dos problemas ambientais hoje enfrentados. O objetivo

central foi pesquisar a realidade ambiental em Itajaí/SC diante das percepções ambientais voltadas à

Educação para o Desenvolvimento Sustentável - EDS.

Construiu-se um diagnóstico sobre as percepções de diferentes segmentos sociais,

relacionado aos princípios da EDS, através da entrevista de uma amostra representativa de cada

segmento da comunidade de Itajaí/SC, diante das questões ambientais decorrentes.

Para isto foram desenvolvidas ações de capacitação, como: palestras, seminários, trilhas

que, propiciaram alternativas para melhor compreensão atendendo aos princípios voltados para

melhoria da qualidade de vida dos seres vivos em seus diferentes ecossistemas.

Os resultados foram discutidos e a partir deles foi possível a construção de conhecimentos

científicos e metodológicos, tanto para o uso quanto para a compreensão da importância do

manejo sustentável do ambiente.

A Educação para o Desenvolvimento Sustentável - EDS utiliza métodos educacionais

transversais para desenvolver a ética para a educação permanente, promovendo o respeito às

necessidades humanas compatíveis com o uso sustentável dos recursos naturais e com as

necessidades do planeta assim como nutre o senso de solidariedade global.

O objetivo principal da EDS é o desenvolvimento de conhecimentos e metodologias aos

cidadãos para agirem por mudanças sociais e ambientais positivas, implicando em uma ação

participativa. A EDS integra conceito e ferramentas analíticas de uma variedade de disciplinas para

auxiliar pessoas a compreenderem melhor o mundo em que vivem.

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Este paradigma é uma visão da educação que busca equilibrar o bem-estar humano e

econômico com as tradições culturais e o respeito aos recursos naturais do planeta.

A construção de processos para o Desenvolvimento Sustentável através da educação requer

que educadores e educandos reflitam criticamente em suas próprias comunidades, identifiquem

elementos inviáveis em suas vidas, explorando tensões entre valores e objetivos conflitantes.

A busca dessa pesquisa buscou a identificação das percepções de diferentes segmentos

sociais, bem como o desenvolvimento de atividades empíricas que possibilitem maior sensibilização

e conscientização.

Tais atividades ocorreram focadas em caminhos investigativos, como: trilhas ecológicas,

palestras para a capacitação e qualificação, buscando ter subsídios e competências para diagnosticar

e atuar como agentes preventivos de futuras degradações, impactos e tragédias ambientais.

A realidade de Santa Catarina nos últimos anos, principalmente na região de Itajaí e

entorno, tem causado preocupações em diferentes níveis, principalmente no campo sócio-ambiental,

gerado pela destruição dos variados ecossistemas existentes.

A falta de cuidados ambientais e os avanços imensuráveis das construções, bem como a

falta de atendimento as normas ambientais, gera problemas de diversas origens, principalmente

relacionados ao saneamento básico, matas ciliares, encostas e desflorestamentos.

Outro aspecto a ser considerado são as invasões e ocupações irregulares, conforme Anexo

I, onde são assinaladas as áreas irregularmente ocupadas, gerando maior densidade demográfica,

sem os devidos cuidados ambientais. Tudo isto somado, tem favorecido a proliferação de acidentes

ambientais de proporções gigantescas, como se destacou o de 2008.

Vemos a crescente necessidade de que a comunidade de Itajaí – SC e entorno adquiram

consciência da importância da preservação dos ecossistemas, destacando as espécies nativas de sua

região, favorecendo a redução dos problemas gerados por invasões das águas, devido ao alto índice

de precipitações das chuvas, ao lixo em local indevido, às ocupações do solo em áreas de

preservação permanente, entre outros.

Este trabalho justificou-se pela importância dos conhecimentos produzidos, alicerçados nos

saberes existentes e analisados, servindo como mais uma referência para reflexões no processo de

planejamento e gestão ambiental da região em questão, bem como das possibilidades de uso como

subsídios para a Educação focada no Desenvolvimento Sustentável - EDS.

METODOLOGIA

A pesquisa caracterizou-se por adotar um diagnóstico feito a partir dos conhecimentos e

percepções da amostra a respeito do indicador pré-selecionado. Para isto utilizou-se o Método

Hermenêutico, devido à necessidade da leitura e interpretações das falas e textos produzidos pelos

membros da amostra. A riqueza do uso do método interpretativo direciona-se para as possibilidades

de aproveitamento das idéias.

O uso dos caminhos hermenêuticos permite a interpretação das diferentes formas de

linguagem e comunicações, possibilitando que a releitura feita pelo(a) pesquisador(a), ocorra num

processo de triangulação: dado em análise, opinião do(a) pesquisador(a) e o confronto diante das

opiniões dos autores selecionados.

O indicador selecionado foi referente ás percepções sobre Educação para o Desenvolvimento

Sustentável.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na seqüência são apresentados e discutidos os dados obtidos durante as observações dos

componentes da amostra, bem como as respostas dos mesmos apresentados nos instrumentos de

coleta de dados.

Percebe-se que os princípios que norteiam a Educação para o Desenvolvimento

Sustentável encontram-se presentes nas afirmações, evidenciando que os mesmos compreendem a

importância do tema. A preocupação manifestada para atingir um crescimento sustentável

relaciona-se com a formação de cidadãos críticos e conscientes que deve ser obtido através da

educação e que somente assim termos uma possível sociedade organizada, justa e sustentável.

Devemos considerar que a Educação Ambiental, para uma sustentabilidade efetiva,

necessita de um processo contínuo de aprendizagem, baseado no respeito de todas as

formas de vida, afirmando valores e muitas ações que contribuem para a formação social do

homem e a preservação do ambiente. (GUIMARÃES, 2000b, p. 107.)

Na fala dos alunos destacaram-se os seguintes trechos que julgados importantes, referentes

ao indicador Educação para o Desenvolvimento Sustentável:

[...] Ainda falta muito no Brasil e no mundo todo. Já deve ser ensinado desde

criança, para quando adulto poder aplicar seu conhecimento sobre Desenvolvimento

Sustentável em casa e incentivar outros, fazendo o mundo melhor. (14)

[...] necessária para o desenvolvimento Sustentável realmente acontecer [...].(08)

[...]é muito importante, porém não é divulgada[...](9)

[...]importante para começarem a pensar de forma

sustentável...(5)

Em relação aos representantes dos diferentes segmentos sociais, destacaram-se os

seguintes aspectos referentes ao indicador Educação para o Desenvolvimento Sustentável:

[...] a sociedade provida de EDS alcançará um crescimento econômico saudável,

consciente e sustentável [...](10)

[...] infelizmente não a temos em abrangência em nossas escolas brasileiras[...](10)

[...] é importante para adquirir um Desenvolvimento Sustentável [...](8)

Na realidade o que se pretende é que a partir das inúmeras possibilidades de crescimento

econômico no contexto em que vivemos, as preocupações e as ações voltadas a um ambiente

suportável sejam constantes no nosso fazer diário. Com estas estratégias estaremos caminhando na

direção uma práxis voltada para a Educação para o Desenvolvimento Sustentável.

A idéia da implantação do paradigma da Educação para o Desenvolvimento Sustentável

aparece no cenário internacional na Agenda 21, aprovada durante a Conferência das Nações Unidas

sobre Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio 92. No capítulo 36 deste documento, se

define o “compromisso de promover a educação nos temas ambientais e de desenvolvimento

sustentável, afirmando que a educação é essencial no rumo ao Desenvolvimento Sustentável.

(BRASIL, MMA/MEC, 2005, p. 16).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Destaca-se a importância do desenvolvimento de atividades na forma de seminários, ciclo

de palestras e trabalhos em campo, focadas nos principais aspectos do diagnóstico construído. Estas

atividades envolveriam a população em geral como determinantes das possibilidades da

identificação de subsídios direcionados a conhecimentos triviais, mas com significado que

caracterizam idéias prévias sobre a importância do ambiente.

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Notou-se a preocupação com desafios na busca da compreensão do tema abordado, bem como a

utilização de outros recursos do cotidiano da população de Itajaí/SC como ferramentas para a compreensão da

Educação para o Desenvolvimento Sustentável.

Tendo em vista que os resultados obtidos foram relevantes para inferir, que a população

manifesta ter conhecimento e serem favoráveis aos princípios da Educação para o Desenvolvimento

Sustentável.

REFERÊNCIAS

1- BRASIL,MCT/MEC. Documentos Técnicos, n. 5. Programa Latino-americano e Caribenho de

Educação Ambiental-Brasília, DF. 2005.

2- GUIMARÃES, Mauro.. Educação Ambiental: No consenso um embate?.Campinas,SP: Papirus, 2000.

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A FORMAÇÃO CONTINUADA E SUA VINCULAÇÃO COM A EDUCAÇÃO

PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL NA REGIÃO DO MÉDIO

NORTE DE MATO GROSSO

Meire Moura Soave, RODRIGUES, [email protected]

Edson Roberto, OAIGEN, [email protected]²

Daniele Vasconcellos,OLIVEIRA, [email protected]

UEP-PY, Assuncion, Paraguai1

UNIVATES, Porto Alegre, Rio Grande do Sul2

UNIFEBE, Santa Catarina, Brasil3

Resumo: Este trabalho foi realizado no período de 2009 até 2011, na Região do Médio Norte do Mato Grosso

dedicou-se a investigação da formação continuada dos professores diante do uso das atividades em campo como

ferramenta direcionada ao tema Educação para o Desenvolvimento Sustentável verificando suas influências nas

mudanças conceituais, Atitudinais e comportamentais e as possibilidades de releitura dos atuais Projetos Políticos,

Pedagógicos e Institucionais. Buscou-se conhecer os processos desenvolvidos na região direcionados a Formação

Continuada dos professores da Educação Básica, o perfil dos professores, os objetivos e as relações com as questões

socioambientais loco – regionais. A pesquisa realizada valeu-se dos princípios da abordagem qualitativa, estando

focada na análise, interpretação e uso das atividades em campo como ferramenta educacional que tornam os projetos

pedagógicos mais atualizados e contextualizados. Utilizou-se do método analítico interpretativo, do método empírico

analítico, da metodologia empírico-experimental, destacando as atividades em campo como ferramenta educacional e

o método expositivo- discussivo. Os principais resultados mostraram a ausência na formação continuada de cursos e

estratégias focadas na Educação para o Desenvolvimento Sustentável, bem como nos atuais projetos pedagógicos.

Temáticas

Palavras-chave: Projeto Pedagógico, Formação Continuada, e Educação para o Desenvolvimento Sustentável.

INTRODUÇÃO

A pesquisa investigou os processos desenvolvidos na região direcionados à Formação

Continuada dos Professores da Educação Básica, identificando o perfil dos professores, o tipo de

processo, seus objetivos e suas relações com as questões socioambientais loco- regionais na região

do Médio Norte do Mato Grosso, Brasil formada por quatro municípios: Arenápolis, Nortelândia,

Nova Marilândia e Santo Afonso.

Estes municípios tiveram na sua história forte envolvimento com as atividades extrativistas

realizada no século passado e com significativa presença na atualidade. Sente-se, como presença

diária, os impactos ambientais que alteraram os ecossistemas existentes antes destas atividades

extrativistas serem realizadas.

A realidade curricular existente na região, aliada aos processos de Formação Inicial e/ou

Continuada apresenta-se descontextualizada da realidade existente no ambiente e dos conteúdos e

metodologias desenvolvidas em sala de aula, demonstrando-se a falta de uma práxis efetiva da

autonomia nas escolas.

Uma das expectativas mais expressiva a ser obtida é que a autonomia seja constante nas

escolas, propiciando o desenvolvimento de um país que amadureça em mente e em espírito.

Convive-se cada vez mais com situações inusitadas que conduzem a uma busca

permanente de alternativas e estratégias para desempenhar o ofício de ensinar. Não são poucos os

desafios encontrados que resultam em uma busca constante de alternativas e estratégias para

desempenhar o ato de ensinar. Neste cenário a formação continuada é essencial para que o

profissional esteja sempre bem informado e integrado com as mudanças ocorridas na sociedade.

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Diante das necessidades do mundo em que vivemos, os programas de formação inicial

e continuada do professor precisam contemplar temas que possibilitem a reflexão crítica da

realidade social, pois todos almejamos que o mundo possa ser um lugar mais justo, plural e

solidário (VEIGA, 2010, p. 88).

Etimologicamente, formação é conceituada como “ação, efeito ou modo de formar...

constituição, organização (deu um ser, ou grupo...)”, já formação continuada esta ligada a algo

prolongado, que não esta terminada. O propósito desse projeto é investigar como e quais assuntos

estão sendo trabalhados na formação continuada dos professores.

(...) formação de professores centrada na escola, formação que tem como pressuposto

que é o professor quem conhece melhor a realidade da escola e as questões que surgem

nesse espaço (...) (VEIGA, 2010, p. 11).

A escola é o local ideal para se discutir coletivamente seus problemas e nada mais eficaz

que essas discussões sejam feitas pelos próprios educadores (professores e funcionários), dessa

forma estudando assuntos de dentro da escola, discutindo com sua própria comunidade escolar, sem

que necessariamente precise vir um “expert” para “formá-los”, estudando assuntos e conceitos pré-

estabelecidos e não o que realmente seja necessário.

Charlot (2002, p. 89) chama atenção para a dificuldade de se formar professor,

principalmente quando não se tem a dimensão de sua responsabilidade. “Não é porque não sabemos

formar que não é fácil, mas porque não sabemos o que é exatamente o professor, ou o que é

exatamente o ofício do professor”.

As mudanças provocadas na sociedade, decorrentes do processo de globalização da

informação, transformaram e vem a cada dia transformando mais a escola, pois esse processo tem

grande influencia no ensino de cada umas das disciplinas do currículo, fazendo-se assim com que os

professores tenham que estar em constante formação tanto inicial e, principalmente, continuada.

Este processo constitui-se em alicerce para que se consiga sempre estar atualizado,

seguindo novos caminhos para a construção de projetos pedagógicos que contemple os anseios e

expectativas dos alunos aliados a interação com seu contexto loco - regional.

Em linhas gerais, o perfil desejado do profissional da educação é aquele cuja formação

contribua e esteja comprometido com a dimensão pública da educação, capaz de enfrentar

problemas referentes à prática educativa em suas diferentes modalidades, que use o conhecimento

pedagógico para gerar e difundir novas tecnológicas e inovar o trabalho educativo na escola e em

outros espaços organizacionais.

A formação continuada de professores é o processo de desenvolvimento que ocorre na vida

profissional, depois da formação inicial, e que está articulada com sua prática pedagógica no

contexto do cotidiano escolar, quando estão atuando na docência. É, portanto, um processo

permanente, dinâmico e rico que se consolida no cotidiano pessoal e profissional dos professores e

que ocorre, primordialmente, na organização do trabalho pedagógico, no espaço e tempo da escola.

Para Sacristán (1999, p.74), “o professor não é um técnico nem um improvisador, mas sim

um profissional que pode utilizar o seu conhecimento e a sua experiência para se desenvolver em

contextos pedagógicos preexistentes”. Para que essa experiência se efetive na prática, o futuro

professor precisa ser dotado de conhecimentos educacionais e culturais mais amplos que lhe

possibilitem atuar com desenvoltura em situações pedagógicas inusitada, desafiadoras, pois a

realidade não é estática nem orientada por um manual. Ao contrário, ela é bastante dinâmica e

imprevisível.

Veiga questiona qual seria o caminho para um currículo formativo, afirmando que deveria

ser o objeto central na formulação de políticas publicas educacionais.

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Um currículo para a formação de professores deve resultar de um trabalho intelectual

coletivo por parte de quem o demanda. Romper com a cultura do individualismo

predominante na sociedade e na escola capitalista ainda constitui um enorme desafio para

as propostas curriculares pensadas e materializadas no campo da formação docente

(VEIGA, IN TORRES SANTOMÉ: 1998 p.25).

A escola como espaço privilegiado do saber elaborado, com vários profissionais a sua

disposição e com um objetivo comum deverá promover e facilitar o sucesso de todos os envolvidos.

É necessário que a Educação Ambiental esteja presente em todas as nossas ações

diárias, sejam elas em casa, na escola ou na comunidade. A escola é o local onde as

crianças e os adolescentes darão seqüência aos seus processos de socialização, sendo

fundamental que se insira a Educação Ambiental neste processo de formação (REIGOTA,

2001, p.47).

Somente participará ativamente da história, da sociedade, da transformação da realidade se

tiver condições de tomar consciência da realidade e, mais ainda, da sua própria capacidade de

transformá-la com qualidade de vida planetária.

A educação é uma atividade que acontece dentro da realidade conflitiva. Entendemos que

são nos momentos de “crise” que avançamos e que aprendemos a superar as nossas dificuldades e

limitações. A educação não é um reflexo das relações entre as classes, mas sim um produto da

relação dialética entre cultura e reações sociais de produção.

Freire (1987) deixa claro que para avaliar o processo educativo na perspectiva ambiental e

dentro das dimensões dialógicas, fundamenta-se na auto-avaliação. Somos seres que, social e

historicamente nos tornamos capazes de aprender. Por isso aprender é uma aventura criadora. Nessa

perspectiva a formação continuada possibilita suprir o vazio deixado pela formação inicial do

docente, acreditando dessa forma que uma formação continuada eficaz, fundamentada na Educação

para o Desenvolvimento Sustentável (articulando crescimento econômico e preservação ambiental),

possibilitará uma aprendizagem direcionada a mudanças na sua práxis educativa.

METODOLOGIA

A pesquisa utilizou como população - alvo os Projetos de Formação Continuada- PFC das

Escolas Públicas Estaduais de Ensino Fundamental da região do Médio-Norte do Mato Grosso,

Brasil e envolvendo os professores com regência de classe.

Convém destacar o percentual de escolas com os respectivos PFC que foram analisados,

bem como o percentual de professores que participaram das atividades de coleta dos dados. Do total

de 13 (treze) escolas públicas, municipais e estaduais, existentes na região do Médio Norte do MT,

formada pelos municípios de Arenápolis, Nortelândia, Nova Marilândia e Santo Afonso foram

analisados 11(onze) PFC, representando 84,61 %.

Diante da temática analisada apresentamos a seguir algumas características identificadas

nos projetos Sala de Professor. As atividades são definidas pela escola com total autonomia,

visando atender as necessidades loco regionais.

A investigação inicia pela análise do PFC denominado, Sala de Professores, implantada em

todas as escolas estaduais de Mato Grosso. Foram analisados treze projetos. Embora o projeto seja

único para todas as escolas do estado, há autonomia para cada escola definir seus conteúdos,

metodologias e planos de ação.

Iniciamos pela análise do perfil dos professores. A formação dos mesmos inclui:

Pedagogia, Letras, Ciências Biológicas, História, Matemática e Educação Física. Observamos que

nem todas as disciplinas e áreas do conhecimento estão contempladas. Isto decorre da falta de

profissionais formados na região, tornando uma variável interveniente na qualidade do ensino e no

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planejamento/execução de atividades interdisciplinares e transversais, como é o caso específico da

área ambiental.

Freire (1977:69) sustenta que a educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não

é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos

significados.

Os dados a seguir possuem além das características analisadas, também a freqüência com

que as mesmas foram localizadas em cada projeto. Em relação ao Indicador/Categoria Principal

(CP): objetivos do PFC, a análise realizada possibilitou a construção das seguintes Categorias

Especificas - CE. A fração colocada após cada CE significa o total de vezes que foi identificada em

cada projeto analisado, diante do total (13) de projetos analisados.

a) Fortalecer a escola enquanto espaço de formação e atualização docente e não docentes

(5/13;

b) Desenvolver potencialidades (4/13);

c)Promover a formação continuada e contribuir para o diálogo e a reflexão (4/13).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É de fundamental importância o desenvolvimento de práticas ecológicas e ambientais para

valorização do patrimônio ambiental. Na medida em que a população foi educada a se apropriar do

ambiente natural como um bem disponível, gratuito e inesgotável, se implantou a idéia de que o

patrimônio natural não tem dono e pode ser usado sem nenhum critério, e ainda pior, se possa

utilizar estes ecossistemas como verdadeiros depósitos de lixo, causando uma seqüência de

degradações que tem levado alguns destes ecossistemas ao declínio ou ao desaparecimento por

completo.

A implantação das práticas ambientais, como por exemplo, na produção de horto-fruti-

granjeiros, possibilitará um caminho significativo para a Educação para o Desenvolvimento

Sustentável. O uso da terra, os produtos deste uso corretamente diante do novo paradigma proposto

pela UNESCO, o adequado manejo com a água, entre outros fatores inerentes, tornam esta CE

significativa para esta investigação.

A ética na construção de valores ambientais tem como meta restabelecer uma nova visão,

procurando dignificar e dar o verdadeiro valor ao ambiente natural, inserindo o homem novamente

na teia ecológica, a fim de restabelecer as relações que norteiam a manutenção do equilíbrio

ecológico.

As mudanças de conceitos e práticas possibilitarão melhoria na qualidade de vida que

norteiam a sociedade atual: centralizadora de renda e impondo um consumo de matéria prima e

energia incompatível e insustentável relegando o direito das gerações futuras (homem, animais,

vegetais e microorganismos), a Terra limpa e exuberante a que todos tem direito.

É importante a análise do custo ambiental, comparando e esclarecendo tópicos sobre custos

ambientais, para que possam no futuro próximo ser retomados e servir para aprofundar os seus

pontos-chaves que permitirão avaliar a sua viabilidade, sob o prisma da eco-eficiência.

REFERÊNCIAS

1- CHARLOT, B. Formação de Professores: a pesquisa e a política educacional in:

PIMENTA, Selma Garrido & GHEDIN, Evandro (orgs). Professor reflexivo no Brasil:

Gênese e crítica de um conceito, São Paulo: Cortez, 2002. DEMO, P.

2- FREIRE, P., SHOR, Ira. Medo e Ousadia: O cotidiano do professor. 7º ed. Rio de Janeiro:

Paz e Terra, 1977.

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3- REIGOTA, M. O que é educação ambiental. São Paulo: Brasiliense, 2001.(Coleção

Primeiros Passos)

4- SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto Alegre,

RS: Artmed, 2000.

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CONSTRUÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS EM ATIVIDADES

INFORMAIS: FERRAMENTAS PARA A APRENDIZAGEM

SIGNIFICATIVA

Luiz Fernando,ROHDE, [email protected]¹

Edson Roberto, OAIGEN, [email protected]²

Meire Moura, RODRIGUES, [email protected]³

Universidade Luterana do Brasil, Canoas, Rio Grande do Sul¹

Universidade Evangélica do Paraguai, Assuncion, Paraguai²,³

Resumo: Os professores vêm encontrando grandes dificuldades para construir o conhecimento e

obter uma aprendizagem significativa junto à classe, tendo em vista que os alunos chegam às

instituições de ensino com muitas informações. Os mapas conceituais, desenvolvidos por NOVAK

(1977), são utilizados como uma linguagem para descrição e comunicação de conceitos dentro da

teoria de assimilação (Ausubel, 1978). Representam uma estrutura que vai desde os conceitos mais

abrangentes até os menos inclusivos. São utilizados para auxiliar a ordenação e seqüência

hierarquizada dos conteúdos de ensino, de forma oferecer estímulos adequados ao aluno.

Relacionando este trabalho com a aprendizagem significativa de AUSUBEL, onde a assimilação

de novos conceitos e proposições na estrutura cognitiva do aluno deve ser considerada para a

ampliação de conhecimentos, parte-se do pressuposto que estes mapas servem para efetivar a

aprendizagem do aluno, que transforma o conhecimento sistematizado em conteúdo curricular.

Isto possibilita ligações deste novo conhecimento com os conceitos relevantes que ele já possui. A

proposta deste trabalho “A Construção de Mapas Conceituais em Atividades Informais: Uma

Ferramenta Para a Aprendizagem Significativa” visa unir os conhecimentos dos alunos e

professores nas diversas áreas de estudo, visando um melhor entendimento sobre os temas a serem

abordados.

Palavras-chave mapas conceituais, atividades informais, aprendizagem significativa.

INTRODUÇÃO

Há enormes dificuldades no atual modelo de processo ensino e aprendizagem para a construção

do conhecimento e vivências dos princípios da aprendizagem significativa junto aos professores e

alunos. Isto decorre do fato de que os alunos chegam às instituições de ensino com muitas

informações e pouca produção. O conhecimento prévio é fruto da memorização e não da construção

cognitiva dos processos. Diante disso é necessário fazer uma ponte para que possa aproveitar o

conhecimento prévio que o aluno traz de sua experiência de vida e o conhecimento científico que é

aplicado pelos professores nas escolas. Qualquer evento educativo implica uma ação para trocar

significados e sentimentos entre professor e aluno, NOVAK (1981).

Desta forma, mapas conceituais podem se constituir em um mecanismo que podemos utilizar

para realizar a avaliação da aprendizagem sobre dado tema. Neste momento o professor é o

orientador, o colega que conhece mais a temática, favorecendo o crescimento e a construção do

conhecimento. Visto assim, numa saída de campo, a importância do professor direcionar o estudo

para que haja a construção das estruturas cognitivas, trazendo melhores resultados.

O processo de aprendizagem é caracterizado pela contínua construção e reconstrução do

conhecimento a partir de experiências vivenciadas pelos alunos. O professor, o material instrucional

e o ambiente educacional atuam como facilidades da elaboração e reconstrução do conhecimento

durante o processo.

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AUSUBEL (1978) propõe que a estrutura cognitiva pode e deve ser organizada de forma

hierárquica indicando uma série de conceitos e suas relações, que representariam então o

conhecimento e as experiências de uma pessoa.

A aprendizagem significativa ocorre quando a informação nova é ligada a conceitos existentes

subsunçores, nos termos de AUSUBEL (et al., 1978, p. 159). O mais importante fator isolado que

influencia na aprendizagem é o que o aprendiz já sabe. AUSUBEL. (1968).

Este trabalho baseia-se nos conceitos descritos acima, pois para termos uma educação de

qualidade é necessário o uso de ferramentas que realmente venham a contribuir com a

Aprendizagem Significativa.

A construção de mapas conceituais, no entanto seria um dispositivo muito útil de analise que

pode ser usado para ilustrar a estrutura conceitual em uma fonte de conhecimentos.

Os mapas conceituais, desenvolvidos por NOVAK (1977), são utilizados como uma linguagem

para descrição e comunicação de conceitos dentro da teoria de assimilação (AUSUBEL, 1978).

A teoria que está por trás do mapeamento conceitual é a teoria cognitiva de aprendizagem

de Ausubel (Ausubel et a1., 1978, 1980; Moreira e Masini, 1982; Moreira, 1983). Trata-se,

no entanto, de uma técnica desenvolvida em meados da década de setenta por Joseph

Novak e seus colaboradores na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Ausubel

nunca falou de mapas conceituais em sua teoria.

Representam uma estrutura que vai desde os conceitos mais abrangentes até os menos

inclusivos. São utilizados para auxiliar a ordenação e sequenciação hierarquizada dos conteúdos de

ensino, de forma oferecer estímulos adequados ao aluno.

Segundo NOVAK (1977, 1981) os mapas conceituais podem contemplar diversas disciplinas e

áreas do conhecimento, fazendo também uma aprendizagem colaborativa nas quais os estudantes e

professores, constroem cooperativamente um modelo explícito de conhecimento.

Este modelo hierárquico é feito de maneira em que os conceitos mais abrangentes ou gerais são

colocados no topo e/ou na parte central geralmente em destaque no mapa e à medida que eles vão

ficando mais específicos tendem a ocupar a parte intermediária e inferior. De acordo com o modelo

de mapas conceituais, esse deve vir ligado por palavras-chaves de forma gráfica, assim é possível

detectar e comparar idéias antagônicas.

Mapas conceituais são recursos para a representação do conhecimento. Ele se constitui em uma

rede de nós ou “links” representando conceitos ou objetos conectados por ligações com descreres

das relações entre pares e nós. Existe a possibilidade da rede de conhecimento ser ampliada a todo o

momento, na medida em que alunos e/ou professores passem a "conhecer" mais, no nosso caso,

sobre estudo a campo.

METODOLOGIA

O processo de construção de mapas conceituais desenvolvidos em atividades em campo envolve

algumas etapas: (a) escolha do assunto e identificação da idéia principal, intermediárias e principais,

anotando as palavras chaves; (b) organização dos conceitos mais abstratos para os mais concretos

(c) começar a montagem do mapa; (d) escolher formas geométricas para contornar os conceitos

principais; (e) colocar os conceitos intermediários abaixo dos gerais e os específicos abaixo dos

intermediários.

Inicialmente os participantes foram divididos em sete grupos de três pessoas, logo após foram

distribuídos entre os grupos os assuntos a serem abordados em cada trilha. As atividades formam

desenvolvidas com quatorze (14) alunos da graduação do curso de Biologia na disciplina de Estagio

Supervisionado em Biologia II e seis alunos do PPGECIM – Programa de Pós Graduação em

Ensino de Ciências e Matemática/Mestrado da Universidade Luterana do Brasil Campus Canoas –

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RS, onde tiveram a oportunidade de vivenciar esta metodologia em atividades informais realizando

trilhas ecológicas e trilhas temáticas em uma saída a campo. O local escolhido para a atividade, foi

o Camping Vô Artur do Município de Barra do Ribeiro - RS que fica junto à orla do Lago Guaíba.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os assuntos definidos que constituíram as trilhas temáticas foram os seguintes: vegetação,

fauna, Educação Ambiental, Recursos Hídricos, Solos, Planejamento Urbano e Ecoturismo

Cada grupo realizou uma trilha, o trajeto ficou de livre escolha, os participantes tinham a tarefa

de marcar os pontos em que houvesse informações relevantes sobre o seu tema previamente

determinado.

Com o uso das trilhas temáticas foi possível abordar temas específicos, por exemplo, estudo da

vegetação existente, chamando atenção pela sua imponência. Os troncos de árvores caídas que são

encontrados em trilhas e neles instala-se um pequeno ecossistema constituído por pequenos

animais, vegetais inferiores briófitas entre outros; Os fungos têm a importante função de degradar

os troncos de árvores mortas, devolvendo-os ao solo, na forma de nutrientes minerais ou adubo.

Também a compreensão da inter-relação da água com o solo, a vegetação, a fauna e o ar,

despertaram a percepção dos alunos para a importância da água na vida do planeta, contribuindo

para a diminuição da devastação e melhoria do meio ambiente, através do aproveitamento de

materiais recicláveis

Outro aspecto relevante foram as possibilidades da execução de ligações entre as varias

disciplinas dadas no contexto formal, ou seja, dependendo da trilha escolhida, foi possível observar

os animais que vivem nos diversos ambientes presentes na trilha construída. Destacamos a

existência de vários animais, entre eles: catetos, quatis, graxaim podem ser vistos no interior da

floresta; capivaras, marrecas e saracuras na barragem; uma grande variedade de aves pode ser

descoberta através de suas cores e cantos, em cada ponto da trilha; a vegetação esconde insetos

multicoloridos, de formas inimagináveis, visíveis somente ao observador mais atento .

Posteriormente os grupos se dedicaram na organização e discutir sobre os conceitos para a

confecção dos mapas (ver figura a seguir), foi também utilizada bibliografia adequada para cada

trilha, além de papel cartaz, tinta guache, cola colorido, lápis de cor e caneta hidrocor. É importante

destacar a presença moderadora do professor junto aos grupos. O encerramento desta atividade

contou com a apresentação dos mapas conceituais, em uma atividade expositiva, dialogada e

ilustrada, possibilitando uma interessante interação entre alunos e professores.

Figura 1 - Mapa conceitual sobre vegetação

Fonte: Desenvolvida pelo autor

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da análise parcial dos resultados do ICD, concluímos reconhecendo a importância de

atividades como estas na formação de professores em diversas disciplinas, possibilitando a

construção do conhecimento interdisciplinar e transversal. Também o desenvolvimento de aulas em

ambientes informais, possibilita o acesso dos alunos e professores à outras realidades diferentes das

que ocorrem nas salas de aula. Enfim a realização de trilhas temáticas juntamente com a construção

de mapas conceituais em atividades informais funcionam como uma importante ferramenta para a

construção da aprendizagem significativa.

REFERÊNCIAS 1- NOVAK, Joseph D. Uma teoria de educação. livraria pioneira; são paulo 1981. ausubel, david p.;

novak, joseph d.; hanesian, helen; psicologia educacional; ed. interamericana, 2°. ed. rio de janeiro

1980.

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PERCEPÇÕES DE DIFERENTES SEGMENTOS SOCIAIS, RELACIONADO

AOS PRINCÍPIOS DA EDS EM ITAJAÍ/SC

Fábio BOEING, [email protected]¹

Ismael DAGOSTIN GOMES, [email protected] ²

André MATTEI BIANCO, [email protected]³

Centro Universitário Barriga Verde - UNIBAVE, Orleans (SC)1,²,³

Resumo: A pesquisa foi desenvolvida no município de Orleans (SC), com parcela da população das comunidades

rurais de Chapadão e Três Barras e com pessoas que migraram destas localidades para a área urbana do município.

Orleans apresentou evidencias de crescimento urbano exponencial na última década, contudo, os dois últimos sensos

demográficos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE demonstraram outra realidade,

composta por inexpressivo crescimento de sua população municipal. Diante este paradoxo, onde se verificou entre

2000 e 2010 um crescimento urbano de 3.271 habitantes e redução de 1.909 habitantes na área rural, conduzindo a

um baixo crescimento populacional do município, representado por 1.363 habitantes, buscamos identificar quais são

os fatores que proporcionaram tal realidade demográfica transformadora do território Orleanense. Estas se

assemelham a realidade brasileira, onde cada senso demográfico demonstrou aumento de sua população urbana e

redução da população rural, configurando atualmente um percentual de 84% de sua população residindo nas cidades.

Todavia, como os índices de consumo em áreas urbanas são maiores, sobretudo pela dependência de alimentos

provenientes do campo, a inserção de parcela da população destas comunidades, na cidade de Orleans é um fenômeno

que na relação consumo-meio ambiente, pode comprometer o desenvolvimento sustentável.

Palavras-chave: Crescimento demográfico, Êxodo rural, Planejamento territorial, Desenvolvimento sustentável.

INTRODUÇÃO

O município de Orleans (SC) apresentou inexpressivo crescimento demográfico na última década,

contudo, sua área urbana tem demonstrado realidade distinta, verificada em seu acentuado número de

edifícios e na expansão de seu tecido urbano. Diante este paradoxo, onde são visíveis a acentuada expansão

urbana e o inexpressivo crescimento demográfica do município na última década, identificado nos sensos do

IBGE, que demonstrou em 2000 uma população de 20.031 habitantes e em 2010, 21.393 habitantes.

Com vistas a esta realidade paradoxal, nós pesquisadores questionamos o seguinte: estará existindo

um fluxo migratório de Chapadão e Três Barras, comunidades que têm reduzido sua população, com destino

a área urbana do município? O que tem incentivado estes a realizarem este fluxo migratório? Quais as

consequências socioambientais deste fenômeno para área rural e urbana do município?

É relevante destacar, que a área urbana de Orleans apresenta uma estrutura topográfica declivosa,

composta por relevo ondulado, irregular, inserido na composição geomorfológica denominado por Ab Sáber

(2003) como “mares de morros”. Assim, os inexpressivos espaços que proporcionam facilidades a ocupação

territorial, se limitam a algumas pequenas planícies aluviais, que são Áreas de Preservação Permanente

(APP) e, portanto devem ser preservadas em sua integra.

Diante este sítio natural que dificulta a superposição dos elementos sociais em um processo

denominado construção do espaço geográfico, Boeing (2009) relata que as camadas mais pobres da

população ocuparam encostas de morros dando origem ao bairro Alto Paraná. Já Nicoladelli (2011) destaca

que a ocupação da área central da cidade, se manifesta através de prédios, em uma configuração morfológica

verticalizada, proporcionando aos inexpressivos espaços planos, comportarem maior população. Assim, o

fluxo migratório de Chapadão e Três Barras com destino a área urbana de Orleans, insere ainda mais pessoas

a ocuparem topos e encostas de morros e margens de rios, espaços irregulares perante a legislação ambiental

brasileira.

Todavia, esta relação embasada em níveis de insustentabilidade transcende a ocupação em áreas de

riscos de impactos socioambientais, pois a saída destas pessoas do campo os elimina da condição de

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produtores de alimentos inserindo-os em uma sociedade urbana de consumo, fenômeno merecedor de

atenção do poder público, pois tal realidade se insere na contramão da sustentabilidade.

Portanto, a pesquisa se justifica por buscar identificar os motivos que proporcionaram a existência desta

realidade socioeconômica e espacial, representada pelo esvaziamento demográfico em duas comunidades

rurais, Chapadão e Três Barras e, pela expansão desordenada do espaço urbano de Orleans, verificada

mediante ocupação em áreas de risco de impactos socioambientais. Seu objetivo geral foi identificar os

motivos que inseriram a população de Chapadão e Três Barras a migrarem com destino a área urbana do

município, bem como os impactos socioambientais decorrentes deste fenômeno socioespacial.

METODOLOGIA

Com o intuito de obter respostas aos questionamentos desta pesquisa qualitativa e quantitativa,

fomos a campo nas localidades de Chapadão e Três Barras, onde entrevistamos respectivamente dose e

quatorze proprietários rurais. Tal abordagem se fez com o intuito de identificar, os motivos que conduziram

parcela da população a migrarem com destino ao meio urbano do município e que alterações espaciais estes

verificaram nas referidas comunidades.

Para conceder maior valor à pesquisa, também foram entrevistados 20 pessoas, ex-moradores destas

comunidades, que atualmente, habitam a área urbana de Orleans. Para isso, fomos ao Cartório Eleitoral do

município, afim de, identificarmos as transferências de votos das comunidades de Chapadão e Três Barras

para a sede do município de Orleans. Após concluirmos esta identificação, procuramos na Prefeitura

Municipal de Orleans o endereço destas pessoas por meio de seus registros de imóveis e identificação do

IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano, para entrevistarmos

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A história humana tem demonstrado, que migrar é um fenômeno inerente a nossa espécie e, que

talvez seja este o maior legado remanescente das sociedades primitivas. Todavia, no atual contexto da pós-

modernidade, a dinâmica dos fluxos migratórios adquiriu uma nova essência, onde os deslocamentos

demográficos perfazem a procura por melhor qualidade de vida, condição que, no atual contexto está

associado à ascensão do poder de consumo das pessoas.

O município de Orleans despertou em nós a curiosidade por identificar os motivos de seu

crescimento urbano, sem, contudo, existir aumento considerável de sua população absoluta. Diante o

interesse por desvendar este fenômeno demográfico e socioespacial, de consequências socioambientais,

buscamos através desta pesquisa sua compreensão.

Os resultados são relevantes, pois explicam esta problemática socioeconômica e espacial, que, o

Estado, mediante a elaboração de políticas públicas pode mitigá-las. No entanto, a formação de uma postura

política que vise atender as necessidades de sanar esta triste realidade de desprezo as populações campesinas,

caso se concretize, configurar-se-á como tendência a proporcionar melhorias que satisfação a população.

Assim, o êxodo rural com destino a área urbana do município e a insatisfação dos que ainda padecem por

melhorias de toda ordem nas comunidades abordadas, nos dão a certeza de que precisamos agir por eles, pois

na medida em que intervimos a favor de seus ideais, falo intervirmos, pois cabe aqui incluir a academia

como esfera produtora de conhecimentos, que sirvam de subsídios para a formação de políticas públicas,

colaboramos na (re) organização do território, urbano e rural.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A comissão técnica científica classificará os resumos expandidos como: aceito ou não aceito. Serão

escolhidos os 03 (três) melhores trabalhos na modalidade oral para apresentação em horário diferenciado de

destaque. As decisões da comissão científica serão irrevogáveis, não cabendo recurso. O resultado da

avaliação será divulgado em comunicação via e-mail ao autor responsável pela submissão do resumo

expandido.

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Será emitido um certificado por trabalho apresentado, através do site do congresso, em data posterior ao

evento.

REFERÊNCIAS

1- AB’ SÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê,

2003.

2- BOEING, F. O processo de urbanização: um estudo sobre a ocupação em áreas de riscos de impactos

socioambientais no bairro Alto Paraná, em Orleans (SC). Dissertação de mestrado apresentado ao

Programa de Pós-Graduação de Ciências Ambientais (PPG-CA) da Universidade do Extremo Sul Catarinense –

UNESC, 2009.

3- BRASIL, Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão. IBGE. Senso demográfico: Orleans (SC) 2000.

Disponível em: HTTP://www.inge.gov.br/cidadesat/xtras/csv.php?

tabela=amostra&banco=cidadesat&codmum=421170&nomemum=orleans. Acesso em 18 de fev. 2012.

4- IBGE. Senso demográfico: Orleans (SC) 2010. Disponível em:

HTTP://www.inge.gov.br/cidadesat/xtras/csv.php?tabela=amostra&banco=cidadesat&codmum=421170&nom

emum=orleans. Acesso em dezembro de 2011.

5- CUNHA, Y. M. da. As inter-relações da dimensão física do urbano. In: NASCIMENTO, D. do;

BITENCOURT, J. B. (Orgs.). Dimensões do urbano: múltiplas facetas da cidade. Chapecó: Argos, 2008. 269-

285.

6- GONÇALVES, T. M. Cidade e poética: um estudo de Psicologia Ambiental sobre o ambiente urbano. Ijuí

(RS): Unijuí/ABEU, 2007.

7- GREGORY, D. ; MARTIN, R. & SMITH, G. (Orgs.). Geografia Humana: Sociedade, Espaço e Ciência

Social. Trad. Mylan Isaack; revisão técnica, Pedreo Geiger. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

8- LACKI, P. Rentabilidade na agricultura: com mais subsídios ou com mais profissionalismo? Santiago-Chile:

FAO, 1996.

9- LEFEBVRE, H. A Revolução Urbana. Trad. Sérgio Marins – Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999.

10- LOTTIM, J. Orleans em dados. Florianópolis: Elbert, 2004.

11- NICOLADELLI, T. B. Centralidade e Verticalização: estudo da valorização da área central da cidade de

Orleans (SC). Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado para obtenção do grau de Bacharel em

Geografia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, dezembro de 2011.

12- SANTOS, M. O dinheiro e o território. In: SANTOS, M. BECKER, B. K. (Orgs.). Território, territórios:

ensaio sobre o ordenamento territorial. 3ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2007. (pg. 11-21).