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Mestrado
Arqueologia
Contributo para o estudo da metalurgia de base cobre dos povoados fortificados da bacia média do Cávado no I Milénio a. C. João Manuel Pinto Fernandes
M 2017
João Manuel Pinto Fernandes
Contributo para o estudo da metalurgia de base cobre dos
povoados fortificados da bacia do curso médio do Cávado no I
Milénio a. C.
Dissertação realizada no âmbito do Mestrado em Arqueologia, orientada pelo Professor
Doutor Rui Manuel Lopes de Sousa Morais
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Setembro de 2017
Contributo para o estudo da metalurgia de base cobre dos
povoados fortificados da bacia do curso médio do Cávado no I
Milénio a. C.
João Manuel Pinto Fernandes
Dissertação realizada no âmbito do Mestrado em Arqueologia, orientada pelo Professor
Doutor Rui Manuel Lopes de Sousa Morais
Membros do Júri
Professora Doutora Maria Teresa Cordeiro de Moura Soeiro
Faculdade de Letras – Universidade do Porto
Professor Doutor Rui Manuel Lopes de Sousa Morais
Faculdade de Letras – Universidade do Porto
Professora Doutora Paula Cristina Menino Duarte Homem
Faculdade de Letras – Universidade do Porto
Classificação obtida: 17 valores
À minha família
8
Sumário
Agradecimentos .............................................................................................................. 11
Resumo ........................................................................................................................... 12
Abstract ........................................................................................................................... 13
Índice de Figuras ............................................................................................................ 14
Índice de Tabelas ............................................................................................................ 18
Lista de abreviaturas e siglas .......................................................................................... 22
Introdução ....................................................................................................................... 23
Capítulo 1 – Objetivos e Metodologia ............................................................................ 25
1.1. Objetivos .............................................................................................................. 25
1.2. Critérios Funcionais e Morfológicos ................................................................... 26
1.3. Sistemas de Informação Geográfica (SIG) .......................................................... 29
1.4. Espectrometria de fluorescência de raios-X portátil (pXRF) .............................. 31
1.4.1. Limitações e erros ......................................................................................... 33
1.4.2. Conceitos de liga ........................................................................................... 34
Capítulo 2 – Enquadramento fisiográfico ....................................................................... 36
2.1. Geografia ............................................................................................................. 36
2.2. Geologia ............................................................................................................... 40
2.2.1. Contexto geodinâmico................................................................................... 40
2.2.2. Geologia local ............................................................................................... 42
2.3. Relevo .................................................................................................................. 46
2.4. Rede hidrográfica ................................................................................................. 49
2.5. Clima .................................................................................................................... 51
2.6. Solos ..................................................................................................................... 52
2.7. Cobertura vegetal ................................................................................................. 54
Capítulo 3 – Evolução das pesquisas .............................................................................. 57
3.1. Noroeste da Península Ibérica no I Milénio a. C. ................................................ 57
3.1.1. Bronze Final .................................................................................................. 58
3.1.2. Idade do Ferro ............................................................................................... 64
3.2. Bacia Média do Cávado ....................................................................................... 70
3.3. Evolução da investigação arqueometalúrgica ...................................................... 72
Capítulo 4 – Relação dos materiais arqueológicos ......................................................... 84
9
4.1. Povoado de São Julião ......................................................................................... 84
4.1.1. Introdução...................................................................................................... 84
4.1.2. Localização e contexto fisiográfico............................................................... 84
4.1.3. Contexto arqueológico .................................................................................. 86
4.1.4. Contexto arqueológico do espólio metálico .................................................. 88
4.2. Povoado do Barbudo .......................................................................................... 129
4.2.1. Introdução.................................................................................................... 129
4.2.2. Localização e contexto fisiográfico............................................................. 129
4.2.3. Contexto arqueológico ................................................................................ 131
4.2.4 Contexto arqueológico do espólio em estudo .............................................. 132
4.3. Povoado do Lago ............................................................................................... 138
4.3.1. Introdução.................................................................................................... 138
4.3.2. Localização e contexto fisiográfico............................................................. 138
4.3.3. Contexto arqueológico ................................................................................ 140
4.3.4. Contexto arqueológico do espólio em estudo ............................................. 140
4.4. Povoado da Santinha .......................................................................................... 148
4.4.1. Introdução.................................................................................................... 148
4.4.2. Localização e contexto fisiográfico............................................................. 148
4.4.3. Contexto arqueológico ................................................................................ 150
4.4.4. Contexto arqueológico do espólio em estudo ............................................. 151
Capítulo 5 – Resultados e Interpretações ..................................................................... 154
5.1. Fase I .................................................................................................................. 155
5.2. Fase II ................................................................................................................ 158
5.3. Fase III ............................................................................................................... 161
5.4. Correlação das Fases .......................................................................................... 164
Conclusão ..................................................................................................................... 166
Referências bibliográficas ............................................................................................ 170
Anexos .......................................................................................................................... 196
Anexo 1 – Visibilidade do povoado de São Julião (3). Fonte cartográfica: Câmara
Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de
Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde. ............................................................ 197
Anexo 2 – Território de exploração do povoado de São Julião (3) sobreposto à
geologia local. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares, Câmara Municipal
de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde;
Folha 5-B Ponte da Barca da Carta Geológica de Portugal na escala de 1/50 000. . 198
10
Anexo 3 – Território de exploração do povoado de São Julião (3) sobreposto ao uso
do solo. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares, Câmara Municipal de
Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde;
Carta de Aptidão da Região de Entre Douro e Minho, Braga Folha 5, à escala 1/100
000. ........................................................................................................................... 199
Anexo 4 – Visibilidade do povoado do Barbudo (2). Fonte cartográfica: Câmara
Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de
Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde. ............................................................ 200
Anexo 5 – Território de exploração do povoado do Barbudo (2) sobreposto à geologia
local. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga,
Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde; Folha 5-
B Ponte da Barca e Folha 5-D Braga da Carta Geológica de Portugal na escala de
1/50 000. ................................................................................................................... 201
Anexo 6 – Território de exploração do povoado do Barbudo (2) sobreposto ao uso do
solo. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga,
Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde; Carta de
Aptidão da Região de Entre Douro e Minho, Braga Folha 5, à escala 1/100 000. ... 202
Anexo 7 – Visibilidade do povoado do Lago (4). Fonte cartográfica: Câmara
Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de
Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde. ............................................................ 203
Anexo 8 – Território de exploração do povoado do Lago (4) sobreposto à geologia
local. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga,
Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde; Folha 5-
D Braga da Carta Geológica de Portugal na escala de 1/50 000. ............................. 204
Anexo 9 – Território de exploração do povoado do Lago (4) sobreposto ao uso do
solo. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga,
Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde; Carta de
Aptidão da Região de Entre Douro e Minho, Braga Folha 5, à escala 1/100 000. ... 205
Anexo 10 – Visibilidade do povoado da Santinha (1). Fonte cartográfica: Câmara
Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de
Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde. ............................................................ 206
Anexo 11 – Território de exploração do povoado da Santinha (1) sobreposto à
geologia local. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares, Câmara Municipal
de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde;
Folha 5-B Ponte da Barca e Folha 5-D Braga da Carta Geológica de Portugal na
escala de 1/50 000. .................................................................................................... 207
Anexo 12 – Território de exploração do povoado da Santinha (1) sobreposto ao uso
do solo. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares, Câmara Municipal de
Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde;
Carta de Aptidão da Região de Entre Douro e Minho, Braga Folha 5, à escala 1/100
000. ........................................................................................................................... 208
11
Agradecimentos
Começo por agradecer ao meu orientador, Professor Doutor Rui Morais, pelo
apoio e dedicação sem a qual esta dissertação não seria possível de se realizar.
À Professora Doutora Paula Menino Homem pelo apoio na realização das análises
e pelas discussões relativas às metodologias.
Um profundo agradecimento à empresa Bruker pela disponibilização e
autorização do uso do equipamento de espectrometria de fluorescência de raios-X
portátil, e ao Doutor Lee Drake pela orientação durante a realização das análises, assim
como na calibração dos dados e no auxílio nas interpretações.
Destaco a colaboração do museu D. Diogo de Sousa, na pessoa da Doutora Isabel
Silva, pelo acesso ao espólio do museu, à Doutora Maria José e Clara Lobo, por todo o
seu apoio nas mais variadas situações, à Amélia Marques, pelas aulas de desenho e
autorização de utilizar os seus desenhos, ao Vítor Hugo, pelo apoio na identificação das
áreas restauradas dos artefactos e ao Manuel Santos, pelo apoio fotográfico e
autorização do uso das suas fotografias.
Sublinho ainda o apoio prestado pelas Câmaras Municipais de Amares, Braga,
Póvoa de Lanhoso e Vila Verde, na disponibilização dos dados digitais cartográficos.
De forma mais particular, agradeço também à Andreia Esteves, à Ana Jesus, à
Catarina Castro e ao Fernando Silva, pelo empréstimo de obras essenciais para este
trabalho.
Dirijo uma palavra de reconhecimento ao Engenheiro Pedro Laranjeira, pelo seu
auxílio na obtenção do equipamento de espectrometria de fluorescência de raios-X
portátil.
Por último, gratifico o apoio prestado pela Diana da Silva, Erika de la Cruz
Rodriguez, Pedro Freitas e Isabel Silva, nas revisões e discussões ao longo deste
trabalho.
12
Resumo
Esta dissertação, elaborada no âmbito do Mestrado de Arqueologia da Faculdade
de Letras da Universidade do Porto, tem como principal objetivo o estudo da metalurgia
de base cobre dos povoados fortificados do I milénio a. C., da bacia média do Cávado.
Procedeu-se à análise de numerosos artefactos de base bronze provenientes dos
povoados de São Julião, Barbudo, Lago, e Santinha, depositados no Museu D. Diogo de
Sousa, mediante a técnica de espectrometria de fluorescência de raios-X portátil.
Foram realizadas 87 análises num total de 44 itens, como punhais, fíbulas,
alfinetes de cabelo, contas, placas rebitadas, escórias, nódulos, entre outros, inseridos
nas Fases I, II e III da cronologia de Manuela Martins (1990b: 111-113).
Os resultados obtidos demonstram a presença maioritária de ligas binárias de
bronze, cobre e estanho, na Fase I (Bronze Final). Na transição da Idade do Bronze para
a Idade do Ferro (Fase II), verifica-se a persistente introdução de chumbo na
composição das ligas, que passam então a ternárias, também designadas como bronze
«chumbado». A Fase III é caracterizada pela continuação de uso de ligas ternárias na
maioria das peças, notando-se, porém, um decréscimo no teor de chumbo. Em cada fase
observa-se a correlação entre as composições dos artefactos e as composições dos
vestígios da atividade metalúrgica, que sugerem a produção local de artefactos
metálicos de base cobre. Estes resultados vão ao encontro das hipóteses defendidas
pelos autores que se focaram no estudo da bacia média do Cávado, no período do I
milénio a. C..
Verificou-se que o método aplicado permitiu aferir a composição semi-
quantitativa dos itens, sem ser necessário tratamento, invasão ou destruição de qualquer
parte das peças. Todavia, isto significa que as análises foram efetuadas frequentemente
em patines de alteração, não refletindo a verdadeira composição do núcleo metálico.
Assim sendo, mostra-se necessária a realização de outros estudos para corroborar os
resultados desta dissertação.
Palavras-chave: Arqueometalurgia (pXRF), I milénio a. C., bacia média do Cávado,
povoados fortificados
13
Abstract
Developed within the Masters in Archeology in the Faculty of Arts of University
of Porto, this thesis main purpose is the study of the copper-based metallurgy of the
fortified settlements of Cavado‟s middle basin in the I millennium B. C..
We analyzed, through the portable X-ray fluorescence spectrometry, numerous
copper-based artifacts from the settlements of São Julião, Barbudo, Lago and Santinha,
archived in the D. Diogo de Sousa Museum.
A total of 87 analyses were made in 44 items, such as daggers, fibulae, hair pins,
beads, nailed plates, slags, nodules, among others, that belong to the I, II and III Phases
of the chronology established by Manuela Martins (1990b: 111-113).
The results show, in the I Phase (Bronze Age), a major presence of bronze binary
alloys, copper and tin. The transition from the Bronze Age to the Iron Age (Phase II) is
marked by the introduction of lead in the alloys composition, which become ternary,
also called «leaded» bronze. The III Phase is characterized by the continued use of the
ternary alloys in most of the artifacts, although there‟s a slight decrease in lead contents.
There is, in each phase, a correlation between the artifact‟s composition and the
metallurgical activities traces, which point to the local production of the metallic
copper-based artifacts. These results match the hypotheses defended by the authors that
focused their research on the Cávado‟s middle basin, in the I millennium B. C..
The analysis method applied in this study allowed us to access the semi-
quantitative composition of the items, without having to apply any kind of treatment to
the piece, and without being invasive or destructive. However, this means that the
analyses were frequently done on the corroded surfaces, and thus they do not reflect the
metallic nucleus‟ composition. Therefore, other studies are necessary to corroborate this
thesis‟s results.
Keywords: Archaeometallurgy (pXRF), I millennium B. C., Cavado‟s middle basin,
fortified settlements
14
Índice de Figuras
Figura 1 – Exemplo de isócronas de custo. .................................................................... 30 Figura 2 – Equipamento portátil de espectrometria de fluorescência de raios-X, Bruker
Tracer IIISD (T3S2589). ................................................................................................ 31
Figura 3 - Enquadramento área de estudo na bacia hidrográfica do rio Cávado e em
Portugal Continental. Fonte cartográfica: Atlas Digital do Ambiente. .......................... 37 Figura 4 - Mapa administrativo da área de estudo. Fonte cartográfica: Câmara
Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de
Lanhoso e Câmara Municipal de Vila Verde. ................................................................ 38
Figura 5 – Limites físicos delimitadores da área de estudo. Fonte cartográfica: Câmara
Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de
Lanhoso e Câmara Municipal de Vila Verde. ................................................................ 39
Figura 6 – Localização dos povoados da Santinha (1), Barbudo (2), São Julião (3) e
Lago (4), sobre a Carta Geológica de Portugal, Folha 1, na escala 1:200 000. .............. 43 Figura 7 - Unidades morfoestruturais da Península Ibérica (adaptado de Ribeiro et al.,
1979, por Ribeiro, 2013a: 12). 1) bacias cenozóicas; 2) bacias meso-cenozóicas com
inversão tectónica alpina fraca a moderada; 3) cadeias alpinas; 4) soco varisco. .......... 46 Figura 8 – Mapa de declives (%) da área de estudo. Fonte cartográfica: Câmara
Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de
Lanhoso e Câmara Municipal de Vila Verde. ................................................................ 48 Figura 9 – Mapa da bacia do rio Cávado. Fonte cartográfica: Atlas Digital do Ambiente.
........................................................................................................................................ 49
Figura 10 - Temperaturas médias e absolutas (Estação climatológica de Braga, 1971-
2000). Fonte: IPMA, I.P. ................................................................................................ 51 Figura 11 - Precipitação mensal e preciptitação máxima diária (Estação climatológica de
Braga, 1971-2000). Fonte: IPMA, I.P. ........................................................................... 51 Figura 12 – Localização dos povoados da Santinha (1), Barbudo (2), São Julião (3) e
Lago (4) sobre a carta da aptidão da Terra de Entre Douro e Minho. Fonte cartográfica:
Carta da aptidão da Terra de Entre Douro e Minho. ...................................................... 53
Figura 13 - «Carta Biogeográfica de Portugal continental» (Costa et al., 1998). .......... 56 Figura 14 – Anel. Número de Inventário 1991.2489. Zonas de análise «a» e «b». ....... 89 Figura 15 – Fíbula tipo Transmontano. Número de Inventário 1991.2490. Zonas de
análise «a» e «b»............................................................................................................. 90 Figura 16 – Lingote. Número de Inventário 1991.2491. ................................................ 91
Figura 17 – Tacha. Número de Inventário 1992.0129. Zona de análise «a», «b», «c» e
«d». ................................................................................................................................. 92
Figura 18 – Fragmento de prego. Número de Inventário 1992.0153. Zona de análise «a»
e «b». .............................................................................................................................. 93 Figura 19 - Punhal «Porto de Mós». Número de Inventário 1992.0177. Zona de análise
«a» e «c». Fonte: Manuel Santos. ................................................................................... 94 Figura 20 – Punhal «Porto de Mós». Número de Inventário 1992.0177. Zona de análise
«b». ................................................................................................................................. 94
15
Figura 21 – Punhal «Porto de Mós». Número de Inventário 1992.0178. Zona de análise
«a» e «c». ........................................................................................................................ 96 Figura 22 – Punhal «Porto de Mós». Número de Inventário 1992.0178. Zona de análise
«b». ................................................................................................................................. 96 Figura 23 – Fíbula Ponte 33. Número de Inventário 1992.1859. Zona de análise «a» e
«b». ................................................................................................................................. 98 Figura 24 - Fíbula Ponte 33, detalhe da cabeça. Número de Inventário 1992.1859. Zona
de análise «a».................................................................................................................. 98 Figura 25 – Placa rebitada. Número de Inventário 1992.1951. Zona de análise «a» e
«b». ............................................................................................................................... 100
Figura 26 – Desenho arqueológico do artefacto número de inventário 1992.1951. Zona
de análise «a», «b» e «c». Autor: Amélia Marques ...................................................... 100 Figura 27 – Pendente. Número de inventário 1995.0061. ............................................ 102
Figura 28 – Fragmento de fusilhão de uma fíbula. Número de Inventário 1995.0063.
Zona de análise «a» e «b»............................................................................................. 103 Figura 29 – Fragmento de possível vareta. Número de Inventário 1995.0432. Zona de
análise «a» e «b»........................................................................................................... 104
Figura 30 – Placa. Número de Inventário 1995.0433. Zona de análise «a». ................ 105 Figura 31 - Placa. Número de Inventário 1995.0433. Zona de análise «b». ................ 105
Figura 32 – Rebite. Número de Inventário 1995.0434. Zona de análise «a» e «b». .... 106 Figura 33 – Fragmento indefinido. Número de Inventário 1995.0435. Zona de análise
«a» e «b». ...................................................................................................................... 107
Figura 34 – Escória metálica. Número de Inventário 1995.0436. Zona de análise «a» e
«b». ............................................................................................................................... 108
Figura 35 – Escória metálica. Número de Inventário 1995.0439. Zona de análise «a» e
«b». ............................................................................................................................... 109
Figura 36 – Nódulo metálico indefinido. Número de Inventário 1995.0440. Zona de
análise «a» e «b»........................................................................................................... 110 Figura 37 – Fragmento de cadinho cerâmico, com aderência metálica. Número de
Inventário 1995.0444. ................................................................................................... 111
Figura 38 – Nódulos ou placas metálicas de dimensão considerável, indefinidos.
Número de Inventário 1995.0447. Zona de análise «a» e «b». .................................... 112 Figura 39 – Nódulos ou placas metálicas de dimensão considerável, indefinidos.
Número de Inventário 1995.0447. ................................................................................ 112 Figura 40 – Possível conta fragmentada. Número de Inventário 1995.0448. Zona de
análise «a» e «b»........................................................................................................... 113
Figura 41 – Vareta ou prego. Número de Inventário 1995.0449. Zona de análise «a» e
«b». ............................................................................................................................... 114 Figura 42 – Folha de punhal. Número de Inventário 1995.0935. Ref. Lab.
SJL_1995.0935_a ......................................................................................................... 115 Figura 43 – Folha de punhal. Número de Inventário 1995.0935. Ref. Lab.
SJL_1995.0935_b ......................................................................................................... 115
Figura 44 – Vareta. Número de Inventário 1995.0936. Zona de análise «a». .............. 117 Figura 45 – Vareta. Número de Inventário 1995.0936. Zona de análise «b». .............. 117 Figura 46 – Fragmento de nódulo. Número de Inventário 2014.0017. ........................ 118
16
Figura 47 – Fragmento metálico, indefinido. Número 2014.0054. Zona de análise «a».
...................................................................................................................................... 119 Figura 48 - Fragmento metálico, indefinido. Número 2014.0054. Zona de análise «b».
...................................................................................................................................... 119 Figura 49 – Fragmento de nódulo. Número de Inventário 2014.0055. Zona de análise
«a». ............................................................................................................................... 121 Figura 50 - Fragmento de nódulo. Número de Inventário 2014.0055. Zona de análise
«b». ............................................................................................................................... 121 Figura 51 – Fragmento de vareta. Número de Inventário 2014.0056. Zona de análise
«a». ............................................................................................................................... 123
Figura 52 – Fragmento de vareta. Número de Inventário 2014.0056. Zona de análise
«b». ............................................................................................................................... 123 Figura 53 – Fragmento de placa. Número de Inventário 2014.0172. Zona de análise «a».
...................................................................................................................................... 124 Figura 54 - Fragmento de placa. Número de Inventário 2014.0172. Zona de análise «b».
...................................................................................................................................... 124 Figura 55 – Fragmento de nódulo. Número de Inventário 2014.0173. ........................ 126
Figura 56 – Fragmento de placa ou nódulo. Número de Inventário 2014.0211. Zona de
análise «a». ................................................................................................................... 127
Figura 57 - Fragmento de placa ou nódulo. Número de Inventário 2014.0211. Zona de
análise «b». ................................................................................................................... 127 Figura 58 – Fragmento de placa, com quatro rebites Referência 1992.0148. Zona de
análise «a». ................................................................................................................... 133 Figura 59 – Fragmento de placa, rebitada Referência 1992.0148. Zona de análise «b».
...................................................................................................................................... 133 Figura 60 – Dois fragmentos de placa finos indeterminados Referência 1992.0149. Zona
de análise «a»................................................................................................................ 134 Figura 61 - Dois fragmentos de placa finos indeterminados Referência 1992.0149. Zona
de análise «b». .............................................................................................................. 134
Figura 62 – Placa fina indeterminada associada a um pequeno aro. Número de
Inventário 1992.0150. Zona de análise «a». ................................................................. 135 Figura 63 – Placa fina indeterminada associada a um pequeno aro. Número de
Inventário 1992.0150. Zona de análise «b». ................................................................. 135 Figura 64 – Nódulo metálico incaracterístico. Número de Inventário 2014.0213. Zona
de análise «a»................................................................................................................ 136
Figura 65 – Nódulo metálico incaracterístico. Número de Inventário 2014.0213. Zona
de análise «b». .............................................................................................................. 136
Figura 66 – Nódulo metálico, com forma redonda. Número de Inventário 2014.0215.
Zona de análise «a». ..................................................................................................... 137 Figura 67 – Nódulo metálico, com forma redonda. Número de Inventário 2014.0215.
Zona de análise «b». ..................................................................................................... 137 Figura 68 – Fíbula (Ponte 51.1) Referência 1991.2493. Zona de análise «a» e «b». ... 141
Figura 69 – Conta esférica. Número de Inventário 1991.2494. ................................... 142 Figura 70 - Possível placa Referência 2014.0018. Zona de análise «a». ..................... 143 Figura 71 – Possível placa Referência 2014.0018. Zona de análise «b»...................... 143 Figura 72 – Escória. Referência 2014.0019. Zona de análise «a» e «b». ..................... 144
17
Figura 73 – Prego. Referencia 2014.0050. ................................................................... 145 Figura 74 – Prego. Referência 2014.0050. ................................................................... 145 Figura 75 – Alfinete de cabelo. Referência 2014.0051. Zona de análise «a» e «b». ... 146 Figura 76 – Nódulo metálico indefinido. Referência 2014.0052. Zona de análise «a» e
«b». ............................................................................................................................... 147
Figura 77 – Fragmento de vareta. Número de Inventário 1995.0466. Zona de análise «a»
e «b». ............................................................................................................................ 151 Figura 78 – Fragmento de placa rebitada. Número de Inventário 1995.0467. Zona de
análise «a» e «b»........................................................................................................... 153 Figura 79 – Gráfico de correlação dos valores de cobre e de estanho das peças
analisadas. ..................................................................................................................... 164
Figura 80 – Gráfico de correlação dos valores de cobre e chumbo das peças analisadas.
...................................................................................................................................... 164
Figura 81 – Gráfico de correlação dos valores de estanho e de chumbo das peças
analisadas. ..................................................................................................................... 165
18
Índice de Tabelas
Tabela I – Símbologia cartográfica da Fig. 12. Fonte: Carta da aptidão da Terra de Entre
Douro e Minho ............................................................................................................... 53
Tabela II – Análises de machados da Galiza de (1) Murguía, 1888; (2) Saralegui, 1894;
(3) Murguía, 1901; (4, 5 e 6) Siret, 1913; (7) Jesús Casares Bescansa (segundo Castillo,
1927). .............................................................................................................................. 73
Tabela III – Percentagens médias dos elementos detetados em 10 artefactos do Cabeço
do Crasto de São Romão (segundo Gil et al., 1989). ..................................................... 77
Tabela IV – Composição química dos artefactos metálicos do Bronze Final no Entre
Douro e Minho (segundo Bettencourt, 2001a). .............................................................. 79
Tabela V – Composição química dos achados metálicos da transição Bronze/Ferro e do
Ferro Inicial no Entre Douro e Minho (segundo Bettencourt, 2001a)............................ 80
Tabela VI – Composição química do anel, número de inventário 1991.2489,
proveniente do povoado de S. Julião I, através das análises do equipamento T3S2589. 89
Tabela VII – Composição química da fíbula, número de inventário 1991.2490,
proveniente do povoado de S. Julião IIB, através das análises do equipamento T3S2589.
........................................................................................................................................ 90
Tabela VIII – Composição química do fragmento de lingote, número de inventário
1991.2491, proveniente do povoado de S. Julião Id. ...................................................... 91
Tabela IX – Composição química do anel, número de inventário 1992.0129,
proveniente do povoado de S. Julião Id, através das análises do equipamento T3S2589.
........................................................................................................................................ 92
Tabela X – Composição química do prego, número de inventário 1992.0153,
proveniente do povoado de S. Julião IIA, através das análises do equipamento T3S2589.
........................................................................................................................................ 93
Tabela XI – Composição química do punhal, número de inventário 1992.0177,
proveniente do povoado de S. Julião I, através das análises do equipamento T3S2589. 95
Tabela XII – Composição química do punhal, número de inventário 1992.0178,
proveniente do povoado de S. Julião I, através das análises do equipamento T3S2589. 97
Tabela XIII – Composição química da fíbula, número de inventário 1992.1859,
proveniente do povoado de S. Julião I, através das análises do equipamento T3S2589. 99
Tabela XIV – Composição química da placa, número de inventário 1992.1951,
proveniente do povoado de S. Julião Id. ....................................................................... 101
Tabela XV – Composição química do pendente, número de inventário 1995.0061,
proveniente do povoado de S. Julião Id, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 102
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Tabela XVI – Composição química da agulha de fíbula, número de inventário
1995.0063, proveniente do povoado de S. Julião Id, através das análises do equipamento
T3S2589. ...................................................................................................................... 103
Tabela XVII – Composição química da vareta, número de inventário 1995.0432,
proveniente do povoado de S. Julião Ib, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 104
Tabela XVIII – Composição química da placa, número de inventário 1995.0433,
proveniente do povoado de S. Julião Id, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 105
Tabela XIX – Composição química do rebite, número de inventário 1995.0434,
proveniente do povoado de S. Julião Id. ....................................................................... 106
Tabela XX – Composição química do fusilhão de fíbula, número de inventário
1995.0435, proveniente do povoado de S. Julião Id, através das análises do equipamento
T3S2589. ...................................................................................................................... 107
Tabela XXI – Composição química da escória metálica, número de inventário
1995.0436, proveniente do povoado de S. Julião Ib, através das análises do equipamento
T3S2589. ...................................................................................................................... 108
Tabela XXII – Composição química da escória metálica, número de inventário
1995.0439, proveniente do povoado de S. Julião Id, através das análises do equipamento
T3S2589. ...................................................................................................................... 109
Tabela XXIII – Composição química do nódulo, número de inventário 1995.0440,
proveniente do povoado de S. Julião Id, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 110
Tabela XXIV – Composição química do fragmento de cadinho, com aderência metálica,
número de inventário 1995.0444, proveniente do povoado de S. Julião Id. ................ 111
Tabela XXV – Composição química dos nódulos ou placas, número de inventário
1995.0447, proveniente do povoado de S. Julião Id, através das análises do equipamento
T3S2589. ...................................................................................................................... 112
Tabela XXVI – Composição química da conta, número de inventário 1995.0448,
proveniente do povoado de S. Julião Id, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 113
Tabela XXVII – Composição química da vareta, número de inventário 1995.0449,
proveniente do povoado de S. Julião Id, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 114
Tabela XXVIII – Composição química da folha de punhal, número de inventário
1995.0935, proveniente do povoado de S. Julião Ia. .................................................... 116
Tabela XXIX – Composição química da vareta, número de inventário 1995.0936,
proveniente do povoado de S. Julião Ia, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 117
Tabela XXX – Composição química do nódulo, número de inventário 2014.0017,
proveniente do povoado de S. Julião I, através da análise do equipamento T3S2589. 118
20
Tabela XXXI – Composição química do fragmento metálico de função indefinida,
número de inventário 2014.0054, proveniente do povoado de S. Julião IIB, através das
análises do equipamento T3S2589. .............................................................................. 120
Tabela XXXII – Composição química do fragmento metálico de função indefinida,
número de inventário 2014.0055, proveniente do povoado de S. Julião IIA, através das
análises do equipamento T3S2589. .............................................................................. 122
Tabela XXXIII – Composição química da vareta, número de inventário 2014.0056,
proveniente do povoado de S. Julião, através das análises do equipamento T3S2589. 123
Tabela XXXIV – Composição química da placa, número de inventário 2014.0172,
proveniente do povoado de S. Julião I, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 125
Tabela XXXV – Composição química do nódulo, número de inventário 2014.0173,
proveniente do povoado de S. Julião IIA, através da análise do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 126
Tabela XXXVI – Composição química da placa, número de inventário 2014.0211,
proveniente do povoado de S. Julião I, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 128
Tabela XXXVII – Composição química da placa, número de inventário 1992.0148,
proveniente do povoado do Barbudo IIA, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 133
Tabela XXXVIII – Composição química da placa, número de inventário 1992.0149,
proveniente do povoado do Barbudo IIB, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 134
Tabela XXXIX – Composição química da placa, número de inventário 1992.0150,
proveniente do povoado do Barbudo IIB, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 135
Tabela XL – Composição química do nódulo, número de inventário 2014.0213,
proveniente do povoado do Barbudo IIB, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 136
Tabela XLI – Composição química do nódulo, número de inventário 2014.0215,
proveniente do povoado do Barbudo IIB, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 137
Tabela XLII – Composição química da fíbula, número de inventário 1991.2493,
proveniente do povoado do Lago II, através das análises do equipamento T3S2589. . 141
Tabela XLIII – Composição química da fíbula, número de inventário 1991.2494,
proveniente do povoado do Lago II, através das análises do equipamento T3S2589. . 142
Tabela XLIV – Composição química da placa, número de inventário 2014.0018,
proveniente do povoado do Lago II, através das análises do equipamento T3S2589. . 143
Tabela XLV – Composição química da escória, número de inventário 2014.0019,
proveniente do povoado do Lago II, através das análises do equipamento T3S2589. . 144
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Tabela XLVI – Composição química do prego, número de inventário 2014.0050,
proveniente do povoado do Lago II, através das análises do equipamento T3S2589. . 145
Tabela XLVII – Composição química do alfinete de cabelo, número de inventário
2014.0051, proveniente do povoado do Lago II, através das análises do equipamento
T3S2589. ...................................................................................................................... 146
Tabela XLVIII – Composição química do nódulo, número de inventário 2014.0052,
proveniente do povoado do Lago II, através das análises do equipamento T3S2589. . 147
Tabela XLIX – Composição química da vareta, número de inventário 1995.0466,
proveniente do povoado da Santinha I. ........................................................................ 152
Tabela L – Composição química da placa rebitada, número de inventário 1995.0467,
proveniente do povoado da Santinha I. ........................................................................ 153
Tabela LI – Composição química dos artefactos metálicos do Bronze Final (Fase I),
provenientes das estações arqueológicas estudadas, através das análises do equipamento
T3S2589. ...................................................................................................................... 157
Tabela LII – Composição química dos artefactos metálicos da Fase II, provenientes da
bacia média do Cávado, através das análises do equipamento T3S2589. .................... 160
Tabela LIII – Composição química dos artefactos metálicos da Fase III, provenientes
das estações arqueológicas estudadas, através das análises do equipamento T3S2589.
...................................................................................................................................... 162
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Lista de abreviaturas e siglas
APA – Agência Portuguesa do Ambiente
ATcd - Antrossolos cumúlicos dístricos
CAOP - Carta Administrativa Oficial de Portugal
CM - Cambissolos
FL - Fluvissolos
FWHM - Full width at half maximum
HGM - Sistema militar Hayford-Gauss, datum Lisboa
LP - Leptossolos
pXRF - Espectrometria de fluorescência de raios-X portátil
RG - Regossolos
SDD - Detetor de Silicon-drift
SET - Site Exploitation Territory
SIG – Sistemas de Informação Geográfica
ZCI – Zona Centro Ibérica
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Introdução
A presente dissertação, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do
Porto no âmbito do Mestrado de Arqueologia, tem como objetivo o estudo da
metalurgia de base cobre dos povoados fortificados do I milénio a. C., da bacia média
do Cávado.
Procurou-se, mediante métodos de análise não invasivos e não destrutivos, estudar
os artefactos de base cobre e vestígios associados a essa metalurgia, materiais esses
gentilmente cedidos pelo Museu D. Diogo de Sousa. Para tal, recorreu-se à
espectrometria de fluorescência de raios-X, tendo-se utilizado o equipamento facultado
pela empresa Bruker sob orientação do Prof. Doutor Lee Drake.
Foram efetuadas na totalidade 628 análises em cerca de 115 peças provenientes da
necrópole de Chã de Arefe, do balneário da Estação de Caminhos-de-Ferro de Braga,
dos povoados do Pego, São Julião, Sola, Santinha, Castro Máximo, Lago, São João de
Rei, Barbudo, Falperra, Frijão, Covelinhos, e ainda achados avulsos. Não obstante, por
motivos logísticos e conceptuais, optou-se por abordar apenas os povoados do São
Julião, Barbudo, Lago e Santinha, que se encontram inseridos na bacia média do
Cávado e que representam uma parte substancial das peças analisadas, totalizando 87
análises relativas a 44 peças.
Este trabalho está estruturado em 5 capítulos: Capítulo 1 - Objetivos e
Metodologia; Capítulo 2 - Enquadramento Fisiográfico; Capítulo 3 - Evolução das
Pesquisas; Capítulo 4 - Relação dos Materiais Arqueológicos; Capítulo 5 - Resultados e
Interpretações.
No primeiro capítulo detalham-se os objetivos específicos da dissertação, os
critérios funcionais e morfológicos estabelecidos para o espólio estudado, explicitando-
se também a metodologia aplicada nos sistemas de informação geográfica, bem como a
metodologia empregada nas análises de espectrometria de florescência de raios-X
portátil, clarificando as suas limitações, erros e os conceitos de liga.
Segue-se, no segundo capítulo designado Enquadramento Fisiográfico, uma
síntese das características fisiográficas mais relevantes para este tipo de estudo, nas
24
quais se inclui a geografia, a geologia, o relevo, a rede hidrográfica, o clima, os solos e a
cobertura vegetal.
O estudo da Evolução das Pesquisas é apresentado no terceiro capítulo, referindo-
se os trabalhos de destaque e as propostas cronológicas ou esquemas evolutivos que
foram sendo desenvolvidos na investigação arqueológica da proto-história do Noroeste
Peninsular e, mais especificamente, da bacia média do rio Cávado. A investigação
insere-se em dois grandes momentos, a Idade do Bronze, com especial realce para a
Idade do Bronze Final, e a Idade do Ferro. Ainda neste capítulo é apresentada uma
evolução da investigação arqueometalúrgica, referindo-se trabalhos e investigações
desenvolvidos através de processos arqueométricos relativos à proto-história de
Portugal e Noroeste Peninsular.
Em seguida, no quarto capítulo apresentam-se a Relação dos Materiais
Arqueológicos, relacionando-se os materiais de base cobre de acordo com os seus
contextos estratigráficos, analisados por povoados. Elaborou-se, para cada um, uma
pequena introdução, uma síntese do seu contexto fisiográfico, do contexto arqueológico,
e ainda do contexto arqueológico do espólio metálico estudado, apresentando-se
individualmente os dados obtidos pela espectrometria de florescência de raios-X.
Por fim, no quinto e último capítulo são apresentados os resultados de forma
sincrónica e diacrónica de acordo com a cronologia estabelecida por Manuela Martins
(1990b: 111-113), tecendo-se sobre estes interpretações relevantes para as conclusões.
25
Capítulo 1 – Objetivos e Metodologia
1.1. Objetivos
A presente dissertação teve como principal objetivo o estudo das práticas
metalúrgicas de base cobre das comunidades do I milénio a. C. da bacia do médio
Cávado, procurando contribuir para os estudos regionais da denominada «Cultura
Castreja».
O estudo centrou-se nas evidências diretas e indiretas da actividade metalúrgica,
provenientes dos seguintes povoados fortificados: Povoado do Barbudo, Povoado de
São Julião, Povoado do Lago e Povoado da Santinha.
Pretendeu-se proceder ao estudo tecnológico, dos artefactos provenientes dos
povoados supra-referidos, mediante a análise química por Espectrometria de
Fluorescência de Raios-X portátil, de forma a caracterizar a composição elementar de
cada um dos artefactos.
Seguindo um método de análise sincrónico e diacrónico, procurou-se também
compreender de que forma as comunidades da bacia média do Cávado interagiram com
o meio envolvente, e verificar em que aspetos essa interação terá afetado a actividade
metalúrgica. Assim, e recorrendo aos Sistemas de Informação Geográfica (SIG),
elaboraram-se modelos de site exploitation territory (SET) e mapas de visibilidade, para
se estudarem as áreas anexas aos povoados fortificados em causa.
Por último, procedeu-se à quantificação e avaliação do registo arqueológico
representativo deste estudo, com o objectivo de compreender o impacto da actividade
metalúrgica na economia e na sociedade das comunidades em análise, e qual seria o seu
grau de especialização.
26
1.2. Critérios Funcionais e Morfológicos
Nos povoados estudados identificaram-se estruturas associadas à produção
metalúrgica e numerosos materiais de base cobre com distintas funções. De acordo com
os investigadores que se têm dedicado ao estudo destes materiais (Martins, 1989a: 120;
Bettencourt, 1994: 182-183, 1999: 1116-1117, 1169-1170, 2000c: 143, 2001a: 23, 30,
32, 2001b: 59), as populações destes povoados obtinham-nos através de relações de
intercâmbio, fossem em forma de minério (posteriormente transformado), lingotes e/ou
artefactos passiveis de refundição, permitindo-lhes a produção de novos itens.
Das interações foram detetados vestígios de produção e transformação
metalúrgica registados através de diferentes tipos de escórias, de minerais parcialmente
reduzidos, de nódulos e de prills metálicos (Martins, 1989a: 52, 1990b: 149, 165;
Bettencourt, 1999: 1110, 1174-1175, 2000c: 27, 62, 65, 123, 130-131, 143-144, 2001a:
23, 30). De acordo com os vestígios encontrados essa transformação é realizada em
fornos, cadinhos-forno (alguns deles com aderências escoriáceas ou metálicas) e
tubeiras.
Relacionado com a fase de produção foram detetados moldes e cadinhos que
inequivocamente corroboram a produção local (Martins, 1990b: 135, 165; Bettencourt,
1999: 1110, 1174-1175, 2000c: 62, 65, 123, 130-131, 2001a: 23, 30). A esta fase
pertencem ainda as ferramentas que intervêm no acabamento final das peças e possíveis
materiais que seriam refundidos.
Regra geral, os materiais de base cobre podem ser identificados de acordo com a
sua funcionalidade, nomeadamente armas, instrumentos e utensílios, e adereços. Nas
armas incluem-se os objetos relacionados com as atividades bélicas e inclusivamente
objetos de prestígio, nomeadamente os punhais «Porto de Mós», do Bronze Final. No
grupo dos instrumentos e utensílios consideram-se os objetos relacionados com as
atividades económicas ou de produção, nomeadamente rebites, pregos, tachas, caldeiros.
A estes acrescentam-se ainda os objetos usados como adereços, nomeadamente fíbulas,
pendentes, anéis, alfinetes de cabelo, entre outros.
No período correspondente à Idade do Bronze foram detetados nos povoados de
São Julião e Santinha materiais de bronze (cobre e estanho) tais como punhais, anéis,
27
varetas, placas rebitadas, entre outros, para além de escórias e nódulos (Martins, 1985:
214-215, 1990b: 134; Bettencourt, 1994: 176-177, 180-181, 1995: 60-61, 1998: 31-32,
1999: 1110-1112, 2000c: 27, 62, 65, 123, 130-131, 2001a: 22-23, 25-26, 2001b: 21, 29,
51). Na transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro estão documentados nos
povoados de São Julião e Barbudo outros objetos, nomeadamente pregos, rebites,
tachas, placas, fíbulas, contas, pendentes, entre outros; à semelhança do período anterior
também se registou a presença de escórias, nódulos e resíduos metálicos em cadinhos,
desta vez em maior abundância (Martins, 1988a: 19, 50, 86, 158, 212-213, 1989a: 23,
34, 1990b: 149; Bettencourt, 1999: 1167, 2000c: 65, 130-131).
Na Idade do Ferro plena nos povoados de São Julião, Barbudo e Lago continuam
presentes os mesmos objetos de base cobre e alfinetes, bem como a presença de nódulos
e escórias (Martins, 1988a: 86, 212-213, 1989a: 53, 1990b: 164-165).
Define-se a forma geral e a finalidade dos artefactos estudados da seguinte forma:
- As fíbulas têm a finalidade de fixar duas partes de uma mesma peça ou de mais
peças de vestuário. São representadas por formas e tipologias diversificadas, sendo
constituídas na sua maioria por uma série de elementos como o fusilhão, a mola, o eixo,
o arco, o pé e o aro, que caracterizam a sua estrutura. Estes componentes podem ser
fabricados a partir de um só fio metálico ou de vários elementos independentes (Ponte,
2006: 27).
- Os punhais tipo «Porto de Mós» são caracterizados pela sua forma sub-
triangular, e um perfil sub-retangular. As lâminas tendem a ser placas simétricas, de
secção losangular decrescendo para a ponta e espalmando no cabo, apresentando
normalmente uma nervura central (Coffyn, 1985: 217-218).
- Os pregos, de tamanhos diversificados, correspondem a elementos de fixação,
constituindo reforço, consolidação ou união de outras peças e/ou estruturas, sendo
composto por um pé, normalmente longo e por uma cabeça, normalmente achatada e
mais pequena que o pé.
- Os caldeiros de rebites são recipientes de bronze, de fundo curvo e de forma
cónica ou semiovoidal mais ou menos achatados, sendo elaborados através da união de
placas mediante a fixação de rebites alinhados (Pita, 2008: 128). Nestes incluem-se as
placas rebitadas e os rebites.
28
- As contas apresentam diversas formas, tendencialmente arredondadas, possuindo
um furo central por onde passa um fio. Podem apresentar os mais diversos motivos
decorativos.
- Os pendentes e anéis são formados por varetas ou fios dobrados, moldados até
ficarem com forma circular, podendo apresentar as extremidades abertas ou fechadas,
sendo constituídos por uma ou mais voltas. As diferenças entre um pendente e um anel
são difíceis de estabelecer, quando fragmentados, caracterizando-se basicamente pelo
tamanho do diâmetro.
- Os alfinetes de cabelo apresentam diversos tamanhos, tendo a função de prender
o cabelo e também decorativa que podem apresentar morfologias diversas. São
constituídos por um pé, normalmente longo e por uma cabeça, que pode apresentar
morfologias diversas.
29
1.3. Sistemas de Informação Geográfica (SIG)
O território de exploração (Site Exploitation Territory - SET) corresponde à área
na envolvente de um sítio, neste caso de um povoado, que seria explorada pelos seus
habitantes. Vita-Finzi & Higgs (1970), Higgs & Vita-Finzi (1972) e Vita-Finzi (1975,
1978) foram promotores das técnicas de análise dos territórios de exploração. O seu
estudo baseia-se no pressuposto de que quanto mais distante do sítio estiver o recurso,
menor é a probabilidade de ele ser explorado (Renfrew & Bahn, 2008: 264-265).
Basicamente, a obtenção do recurso distante não compensaria o custo em termos de
tempo e esforço. Estima-se que os recursos usados por uma determinada comunidade
agrícola, como os povoados fortificados aqui em estudo, deveriam encontrar-se dentro
de uma área de exploração de 5 km de raio (em termos de deslocação), que se aproxima
a 1h de percurso pedestre (Renfrew & Bahn, 2008: 264), considerando que a velocidade
de deslocação normal é de 5 km/h (Oubiña & Álvarez, 2006: 83).
Das diferentes técnicas que podem ser aplicadas para a análise do território de
exploração dos povoados, optou-se por utilizar o modelo do custo mínimo (least cost),
recorrendo ao software ArcGis para a modelação dos dados. Este método consiste em
atribuir a cada célula da área de estudo um valor de custo. O custo representa a
dificuldade ou facilidade da deslocação. Podem introduzir-se diferentes variáveis que
vão influenciar o custo, por exemplo, a topografia, hidrologia, vegetação, caminhos,
entre outras, devendo ser escolhidas em função do objetivo de estudo. Neste trabalho,
atribuíram-se apenas duas variáveis, os declives e a hidrografia.
Para introduzir o efeito dos declives no modelo foi necessário criar a superfície de
fricção, recorrendo à equação dada por Agustín Díaz (in Oubiña & Álvarez, 2006: 76):
Fricção = Declive (%) / 10. Esta é uma fórmula isotrópica, uma vez que não tem em
conta a relação do declive com a direção, pelo que seria desadequada caso se
pretendesse calcular um itinerário de um ponto a outro. Porém, para o estudo
desenvolvido nesta dissertação, em que se pretende obter uma área focada num ponto, a
equação isotrópica apresentada é suficiente.
O efeito da hidrografia foi introduzido criando uma superfície na qual os rios
maiores, o rio Cávado e o rio Homem, apresentam valores de custo elevados. Por outro
30
lado, o rio Rabagão foi atribuído um custo médio, e às restantes linhas de água foram
atribuídos valores praticamente insignificantes, pois o reduzido tamanho delas não
apresenta grande desafio à deslocação.
Assumindo então que a velocidade normal de deslocamento é de 5 km/h, foi
possível originar, para cada povoado, quatro isócronas (Fig. 1) de valor
simultaneamente espacial e temporal. A isócrona mais central corresponde à linha dos
1,25 km ou 15 minutos, a segunda isócrona corresponde aos 2,5 km ou 30 minutos, a
terceira corresponde aos 3,75 km ou 45 minutos, e a última, mais externa, corresponde à
linha dos 5 km ou 1 hora. Isto significa, por exemplo, que caminhando diretamente
desde o povoado em questão até a qualquer ponto da sua isócrona mais central,
percorre-se 1,25 Km em 15 minutos. Por outro lado, se se caminhar diretamente até um
ponto da isócrona mais externa percorrer-se-á 5 km no espaço de 1 hora.
Os resultados são apresentados sobrepostos ao modelo digital de terreno, ao
mapa de declives (%), à carta geológica e ao mapa da capacidade de uso do solo. Assim,
para cada povoado são apresentados quatro mapas de pormenor.
Figura 1 – Exemplo de isócronas de custo.
31
1.4. Espectrometria de fluorescência de raios-X portátil (pXRF)
Como referimos, neste trabalho aplicou-se a técnica de espectrometria de
fluorescência de raios-X, caracterizada por ser uma técnica rápida, não invasiva e não
destrutiva. Este método consiste na emissão de um fotão a partir de uma fonte de raios-
X, que vai interagir com os átomos da amostra. Em alguns casos esta interação provoca
a excitação de um eletrão dos níveis inferiores, e este é expelido. O átomo fica instável,
pelo que um eletrão dos níveis superiores vai ocupar o espaço deixado no nível inferior.
Quando isto ocorre, liberta-se energia sob a forma de fotão, que é característico não só
de cada elemento, mas também de cada transição entre níveis. A este processo chama-se
fluorescência. O equipamento utilizado na espectrometria de fluorescência de raios-X
deteta as energias fluorescentes características, traduzindo então a composição química
da peça.
Utilizou-se o equipamento Bruker Tracer IIISD (T3S2589) (Fig. 2) com um tubo
de Ródio 4W a 40 kV e com corrente de 9.4 μA com um filtro de 25 μm Ti/300 μm Al.
O tubo de raios-X foi colocado a um ângulo de 52º graus e a 23 mm de distância da
peça, com um ângulo de 63º para um detetor de Silicon-drift (SDD), Peltier-cooled,
com uma espessura de 600 μm e espaçado 9 mm. Os atenuadores incluem uma janela de
Prolene com 8 μm de espessura e uma janela de deteção de Be com 7.5 μm de
espessura. O detetor possuía uma resolução de 140 eV a largura à meia altura (FWHM).
Figura 2 – Equipamento portátil de espectrometria de
fluorescência de raios-X, Bruker Tracer IIISD (T3S2589).
32
As definições foram selecionadas de forma a serem obtidos resultados para os
seguintes elementos: Cu, Sn, Pb, As, Zn, Fe, Ag, Mn, Nb, Bi, Sb, Co e Ni. Os dados
foram quantificados usando uma calibração empírica de Lukas-Tooth e Price (1961)
com os padrões de referência das ligas de cobre. Foram usados outros três padrões
menos típicos de forma a otimizar este conjunto: uma amostra pura de chumbo, e duas
amostras de estanho (97% e 99%) para validar a calibração de valores atípicos.
Em novembro de 2015, com o apoio do Doutor Lee Drake, foram analisados 44
artefactos de base cobre, depositados no Museu D. Diogo de Sousa. A selecção dos
povoados de São Julião, Barbudo, Lago e Santinha, deve-se à sua inserção na bacia
média do Cávado, e principalmente pela existência de contextos arqueológicos para os
artefactos analisados, permitindo uma melhor compreensão e estudo da sua influência
na metalurgia de base cobre desta1s comunidades. Procedeu-se, sempre que possível, à
análise de pelo menos duas zonas distintas em cada peça, cada uma com uma duração
de 60 segundos. Não se aplicou qualquer tipo de tratamento na superfície dos objetos.
Contudo, devido a esta condicionante realizaram-se as análises nas zonas que
demonstravam menor corrosão, fossem mais planas e longe das ações de restauro.
No caso dos objetos relacionados com a atividade metalúrgica, nomeadamente
cadinhos e moldes (cerâmicos e líticos), analisou-se também a superfície, com o
objectivo de descobrir quais seriam os metais usados nesses recipientes. As análises
incidiram em zonas de contacto com o metal, e realizou-se também para cada peça uma
análise de controlo, numa zona que possivelmente não tivesse contacto com o metal.
Contudo, as análises não permitiram a identificação de quaisquer metais associados à
metalurgia de base cobre, semelhante às análises obtidas nos moldes do povoado do
Pego (Sampaio & Bettencourt, 2011: 401-403).
33
1.4.1. Limitações e erros
A técnica de análise utilizada apresenta algumas limitações que podem influenciar
a qualidade dos resultados. O facto de não usarmos uma análise microscópica invasiva
tem naturalmente algumas limitações, em particular quando as peças estão
excessivamente corroídas. É também importante mencionar que os filtros selecionados
para deteção dos metais apresentam baixa sensibilidade para elementos abaixo do cálcio
na tabela periódica. Apesar destas limitações, o tipo de análise empreendida não
constitui um problema maior, pois o nosso objetivo consistiu na identificação e
obtenção dos teores dos metais do espólio analisado.
Um problema bem mais relevante está associado com a escolha dos padrões de
referência utilizados na calibração dos dados obtidos inicialmente. Diferentes padrões
produzem resultados totalmente distintos, e utilizando padrões para certos elementos
pode-se destabilizar totalmente os valores de outros. Assim, além da calibração
empírica de Lukas-Tooth e Price (1961) para ligas de cobre, optou-se por recorrer ainda
a uma amostra pura de chumbo e duas amostras de estanho quase puras (97% e 99%),
de modo a otimizar os resultados.
Sendo esta técnica macroscópica e superficial, como já foi referido, as
características da amostra têm limitações relevantes, principalmente porque as peças de
base cobre proto-históricas apresentam sempre uma patine de alteração que variam
conforme as ligas utilizadas e as condições de enterramento, e a sua heterogeneidade.
A heterogeneidade de alguns objetos resulta da formação de diferentes fases
metálicas, intermetálicas e até segregados durante o processo de arrefecimento do metal,
que contribuem para grandes variações na composição, em pontos diferentes da mesma
peça (Montero & Rovira, 2010: 35). As diferenças da solubilidade e de miscibilidade
dos elementos, assim como as diferenças na temperatura e velocidade de arrefecimento,
produzem segregados e zonas com maior concentração de um elemento do que outro
(Montero, 1994: 34). Destaca-se o exemplo do chumbo que integrado, em ligas
constituídas por cobre e estanho não se mistura devidamente com qualquer um dos
outros metais, originando, nódulos (Mohen, 1990: 113). Assim, os artefactos com esta
composição têm tendência a ser muito heterogéneos e frágeis.
34
Como já foi referido, a existência de uma patine é um problema frequente para os
metais e ligas de base cobre. Infelizmente este é o caso de grande parte das peças
estudadas, algumas das quais estão já num estado de alteração avançado. De acordo
com Montero e Rovira (2010: 34), as diferenças de composição entre a patine e o núcleo
metálico são significativas, levando na maioria dos casos à sobrevalorização de
elementos como o arsénio, antimónio, chumbo, estanho e ferro, e ao empobrecimento
do cobre e zinco. Neste sentido, e como as análises são efetuadas diretamente na
superfície irregular, heterogéneas e corroídas dos artefactos, os resultados são
interpretados como semi-quantitativos.
1.4.2. Conceitos de liga
Os elementos analisados, de acordo com a proporção em que estão presentes,
classificam-se como elementos maiores (>1%), elementos menores (<1% - 0,01%) e
elementos traço (<0,01%) (Montero, 1994: 31). A composição dos elementos maiores
permite compreender quais são os metais base e/ou qual é o tipo de liga (Montero &
Rovira, 2010: 34). Os elementos menores e traço, considerados impurezas, são muitas
vezes interpretados como reflexo da(s) matéria(s)-prima(s) usada(s), permitindo ainda
elaborar modelos de impurezas, e permitir o estudo do intercâmbio e comércio de metal.
A definição de liga possui alguns inconvenientes, mascarando, por vezes, a
intencionalidade do processo metalúrgico. Considera-se liga metálica como uma mistura
entre dois ou mais metais, atendendo a uma análise meramente quantitativa, considera-
se que os elementos em proporções superiores a 1% ou 2% no metal de base são parte
integrante da liga (Rovira & Montero, 2003: 17-21; Montero & Rovira, 2010: 32).
Porém, isto não tem em conta a intencionalidade do metalurgistas, podendo estes teores
terem resultado, por exemplo, apenas dos minérios originais. Assim, consideram-se dois
tipos de ligas, as ligas intencionais, em que o metalurgista procura diferentes metais
para as formar propositadamente, e as ligas naturais, consequência da composição do
minério usado durante a obtenção do metal (Tylecote, 1992: 5, 31; Rovira & Montero,
2003: 17-21; Montero & Rovira, 2010: 32).
Segundo André Coffyn (1985: 21), o processo de refundição de artefactos que
possuem na sua constituição arsénio provoca a volatilização do mesmo, pelo que o
35
produto final apresenta teores mínimos para esse elemento, pelo menos inferiores a
0.1%.
Rovira e Montero (2003: 17-21) referem que o processo de refundição leva à
diminuição dos teores de estanho, pelo que, após várias refundições, o teor pode
decrescer até restar somente um terço do valor original.
O bronze consiste numa liga de cobre e estanho, tendo na sua composição sempre
uma maior percentagem de cobre do que de estanho. A dureza do bronze é influenciada
através da quantidade de estanho que possui, de acordo com Mohen (1990: 102) se a
percentagem de estanho estiver abaixo dos 13% a liga é resistente e dura, se for superior
a esses limites a liga torna-se frágil e quebradiça.
As ligas constituídas por cobre, estanho e chumbo, consideram-se como bronze
«chumbado». Este tipo de liga ternária apresenta vantagens tecnológicas, em relação ao
bronze, visto que a adição de chumbo aumenta a fluidez permitindo um vazamento mais
fácil do metal fundido e uma diminuição do ponto de fusão (Mohen, 1990: 112-113).
Contudo é necessário ter em conta, tal como já referido, que o chumbo não se mistura
devidamente com cobre nem estanho, pelo que não forma uma liga propriamente dita,
originando, nódulos (Mohen, 1990: 113).
36
Capítulo 2 – Enquadramento fisiográfico
2.1. Geografia
Segundo Nuno Bicho (2011: 91-92), num projeto de investigação os limites da
área de estudo devem ser estabelecidos com a fusão de, pelo menos, duas das três
unidades: unidade geográfica ou natural, definida por um sistema natural, por exemplo
geomorfologia de vale ou de uma bacia, ou mesmo a topografia, a geologia e a
vegetação; unidade cultural, em que a cultura material define os limites; e unidade
institucional, completamente independente das anteriores, podendo a área em estudo ser
limitada por uma fronteira arbitrária ou por uma divisão política do espaço, como, por
exemplo, um distrito ou um concelho.
Considerando esta análise decidimos restringir o nosso estudo a uma área cultural
e geográfica bem definida, correspondente aos povoados fortificados do I milénio a. C.
da bacia média do rio Cávado.
A bacia hidrográfica do rio Cávado ocupa uma área total aproximada de 1699
km2, da qual cerca de 256 km
2 e 248 km
2 correspondem, respetivamente às sub-bacias
dos afluentes mais importantes, o rio Homem e o rio Rabagão (APA, 2016: 20). É
limitada pela bacia do rio Neiva e do rio Lima a norte, pela bacia do rio Ave a sul, e
pela bacia do rio Douro a este (Peixoto, 2008: 19). Amares é o único concelho que é
totalmente integrado na bacia do Cávado, sendo os restantes concelhos parcialmente
integrados. Este é o caso dos concelhos Barcelos, Braga, Esposende, Póvoa de Lanhoso,
Terras de Bouro, Vila Verde e Cabeceiras de Basto, integrados no distrito de Braga,
parte dos concelhos do distrito de Vila Real, nomeadamente, Boticas e Montalegre, do
distrito de Viana do Castelo, nomeadamente, Ponte de Lima e Ponte da Barca, e ainda
do distrito do Porto, com a Póvoa de Varzim. Os rios principais desta bacia são o rio
Cávado, o rio Homem e o rio Rabagão.
Neste trabalho considera-se que a divisão da bacia do Cávado em baixa, média e
alta é marcada pelos concelhos Amares, Braga, Póvoa de Lanhoso e Vila Verde. A área
da bacia do Cávado localizada a sudoeste de Vila Verde e Braga pertence à bacia baixa,
e a área a nordeste de Amares, Vila Verde e Póvoa de Lanhoso pertence à bacia alta. A
37
área de estudo corresponde à bacia média do Cávado, integrando totalmente o concelho
de Amares, e parcialmente os concelhos de Braga, Póvoa de Lanhoso e Vila Verde,
aproximando um total de 375 km2. Na Figura 3 e 4 apresenta-se o enquadramento da
área de estudo na bacia do Cávado e em Portugal Continental.
O concelho de Amares ocupa 81,95 km² de área (Carta Administrativa Oficial de
Portugal (CAOP), Instituto Geográfico Português, versão de 2015), sendo limitado
administrativamente a norte e nordeste por Terras de Bouro, a noroeste por Vila Verde,
a sudeste por Vieira do Minho e Póvoa de Lanhoso, e a sul por Braga. Atualmente
inclui 16 freguesias (Diário da República, Reorganização administrativa do território
das freguesias, Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I).
O município de Braga, com 183,39 km² de área (Carta Administrativa Oficial de
Portugal (CAOP), Instituto Geográfico Português, versão de 2015), está atualmente
subdividido em 37 freguesias (Diário da República, Reorganização administrativa do
território das freguesias, Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I). Os limites
administrativos são marcados a norte por Amares, a noroeste por Vila Verde, a oeste por
Barcelos, a sul por Vila Nova de Famalicão, a sudeste por Guimarães e a este pela
Póvoa de Lanhoso.
Figura 3 - Enquadramento área de estudo na bacia hidrográfica do rio Cávado e em Portugal Continental.
Fonte cartográfica: Atlas Digital do Ambiente.
38
Figura 4 - Mapa administrativo da área de estudo. Fonte
cartográfica: Câmara Municipal de Amares, Câmara
Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de
Lanhoso e Câmara Municipal de Vila Verde.
O concelho de Póvoa de Lanhoso
tem uma área de 134,65 km² (Carta
Administrativa Oficial de Portugal
(CAOP), Instituto Geográfico Português,
versão de 2015), limitada a norte por
Amares, a este por Vieira do Minho, a
sul por Fafe e Guimarães e a oeste por
Braga. Atualmente inclui um total de 22
freguesias (Diário da República,
Reorganização administrativa do
território das freguesias, Lei n.º 11-
A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I).
Vila Verde ocupa uma área de
228,66 km² (Carta Administrativa
Oficial de Portugal (CAOP), Instituto
Geográfico Português, versão de 2015), subdividida atualmente em 33 freguesias
(Diário da República, Reorganização administrativa do território das freguesias, Lei n.º
11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I). É limitado a norte por Ponte da Barca, a
noroeste por Ponte de Lima, oeste por Barcelos, a sul por Braga, a sudeste por Amares e
a este por Terras de Bouro.
A área de estudo pode ser definida por numerosos limites físicos (Fig. 5) de fácil
identificação nas folhas da Carta Militar de Portugal, da série M888, na escala 1/25 000
que abrangem os concelhos de Amares, Braga, Póvoa de Lanhoso e Vila Verde: 41, 42,
43, 55, 56, 57, 69, 70. O limite Norte corresponde a uma cadeia de montes,
nomeadamente de Este para Oeste, Mixões da Serra, Monte Redondo, Barrete, Monte
da Cruz, Oural, S. Miguel, Borrelho e Moinho Velho. O limite Este é definido por uma
outra linha de montes, nomeadamente de Sul para Norte, Santa Maria, Santa Marta,
Santa Cruz e S. Gens e Senhora da Luz, e por um troço do rio Homem. O limite Sul é
determinado pelos montes, de Este para Oeste, Serra de S. Mamede de Penafiel, Santo
Tirso, Serra do Carvalho, Eiras Velhas, Pedroso, São Gregório e Caldas. A Oeste
define-se os limites pelos montes de Escariz, Monte do Busto e Monte Eiro.
39
Figura 5 – Limites físicos delimitadores da área de estudo. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de
Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso e Câmara Municipal
de Vila Verde.
40
2.2. Geologia
2.2.1. Contexto geodinâmico
A evolução geodinâmica global resulta da atividade de ciclos de Wilson, de
acordo com a teoria da Tectónica de Placas. Um ciclo de Wilson corresponde ao
conjunto de eventos geológicos que promovem a abertura e fecho de um oceano e o
crescimento de continentes (Ribeiro, 2013a: 11). Inicia-se com a abertura de um oceano
num cratão, através de rifting, levando à formação e expansão de crusta oceânica, num
regime distensivo (Ribeiro, 2013a: 11). Posteriormente, quando se propicia um regime
compressivo, ocorre subducção acompanhada eventualmente por obducção, culminando
com a colisão de continentes ou arcos insulares (Ribeiro, 2013a: 11).
A geologia da Península Ibérica exprime ciclos de Wilson desde há pelo menos
1000 Ma, no entanto os ciclos mais antigos podem apenas ser reconstruídos de modo
muito fragmentado a partir de relíquias (Ribeiro, 2013a: 11). O soco da Ibéria pertence
ao Ciclo Varisco ou Hercínico (560-245 Ma, segundo Ribeiro, 2013a: 11), e os ciclos
mais recentes correspondem ao Ciclo de Tétis (150 e 20 Ma, segundo Terrinha, 1998),
praticamente concluído, e ao Ciclo Atlântico, ainda ativo (Ribeiro, 2013a: 11).
O Ciclo Varisco é caracterizado por diferentes etapas (Ribeiro, 2013b: 22),
começando com a extensão relacionada com a abertura dos oceanos paleozóicos
bordejados por margens passivas (540-420 Ma), dos quais se destaca o oceano principal
e mais largo, o oceano Rheic, cuja abertura se inicia aos 500-470 Ma. Segue-se um
regime compressivo, primeiramente ocorre subducção dos oceanos paleozóicos, seguido
de colisão continental e orogénese (390-300 Ma), acompanhados de anomalias térmicas
geradoras de abundantes granitóides e metamorfismo de alta temperatura. Por fim,
ocorre deformação intra-continental transcorrente seguida de colapso orogénico
localizado (300-270 Ma).
Dias et al. (2010: 143-144) consideram que a orogenia varisca está dividida em
quatro fases de deformação principais, D1, D2, D3 e D4: «[...] a idade da primeira fase de
deformação (D1) está estimada como sendo do Devónico médio. Quanto à segunda fase
de deformação (D2) é uma deformação associada a cisalhamentos tangenciais de
transporte de mantos de carreamento. Trata-se de uma fase que está sempre presente nas
41
unidades alóctones e parautóctones da ZCI. Uma vez terminado o encurtamento crustal,
a deformação transita do regime de cisalhamentos tangenciais para um regime de
cisalhamentos transcorrentes subverticais que correspondem à terceira fase de
deformação varisca (D3). Os reajustamentos intracontinentais geram cisalhamentos
dúcteis que têm uma direção dominante NO-SE. A fase D4 é desencadeada por
transpressão dextra e compressão máxima O-E (Ribeiro et al., 2006).»
O Ciclo Varisco está representado no Maciço Ibérico. As suas características
estratigráficas, estruturais, magmáticas, e metamórficas permitiram que Lotze (1945, in
Dallmeyer & Garcia, 1990: 3; Dias & Ribeiro, 2013: 59-60) dividisse o Maciço Ibérico
em seis zonas, nomeadamente Zona Cantábrica, Zona Astúrico Ocidental-Leonesa,
Zona Galaico-Castelhana, Zona Luso Oriental-Alcudiana, Zona de Ossa Morena e Zona
Sul Portuguesa. Posteriormente, Julivert et al. (1972, in Dallmeyer & Garcia, 1990: 3;
Dias & Ribeiro, 2013: 61) propôs a união da Zona Galaico-Castelhana e da Zona Luso
Oriental-Alcudiana numa só zona, a Zona Centro-Ibérica, e Farias et al. (1987: 427-
429) propôs que os complexos parautóctone e alóctone da Zona Galaico-Castelhana se
separassem numa outra zona, a Zona Galiza-Trás-os-Montes.
Mais recentemente, outros trabalhos (Ribeiro & Sanderson, 1996; Vera, 2004;
Ribeiro et al., 2007; in Ribeiro, 2013b: 17) dividem o Varisco Ibérico em terrenos e
zonas, da seguinte forma: o Terreno Ibérico que inclui a Zona Cantábrica, Zona Astur-
ocidental Leonesa, Zona Centro-Ibérica e Zona de Ossa Morena; o Terreno Sul
Português; e os Terrenos exóticos, carreados sobre os anteriores, que incluem o Terreno
Continental Alóctone, o Terreno Ofiolítico do NO Ibérico, Terrenos Ofiolíticos do SO
Ibérico e Terreno Finisterra.
Do ponto de vista geodinâmico, a área de estudo encontra-se na transição entre os
terrenos autóctones da Zona Centro-Ibérica (ZCI) e o Domínio Parautóctone da Zona
Galiza média-Trás-os-Montes Oriental (ZGTMO) (Ferreira et al., 2000; Ribeiro &
Pereira, 1992; Pereira & Ribeiro, 1992).
A Zona Centro-Ibérica integra o domínio orogénico interno da cintura Varisca
Ibérica. É dominantemente constituída por rochas granitóides que intruiram uma
sucessão composta por diferentes sequências metassedimentares e metavulcânicas com
idades compreendidas entre o Neoproterozóico e o Carbonífero Inferior (Bard et al.,
42
1973; Ribeiro et al., 1979, 2007; Matte, 1986, 1991, 2001; Matte & Mattaeur, 2003, in
Mateus & Noronha, 2010: 48). Essas rochas graníticas, caracterizadas por forte
variabilidade composicional e de tipologia diversa, desde afinidade aluminopotássica e
calcoalcalina e subalcalina (Dias et al., 1998; Dias, 2001; Noronha et al., 2006, in Dias
et al., 2010: 143), definem alinhamentos em estrita relação com zonas de cisalhamento
(Ferreira et al., 1987, in Dias et al., 2010: 143). Os granitóides do NO de Portugal
instalaram-se predominante e sucessivamente durante e após a fase D3, considerando-se
4 grupos (Ferreira et al., 1987; Dias, 2001; Noronha et al., 2006, in Dias et al., 2010:
143): granitóides sin-D3, monzogranitos/granodioritos biotíticos, fraca a
moderadamente peraluminosos e granitos de duas micas fortemente peraluminosos;
granitóides tardi-D3, predominantemente monzogranitos/granodioritos essencialmente
biotíticos, fraca a moderadamente peraluminosos, por vezes associadas rochas de
composição básica a intermédia, ocorrendo ainda granitos de duas micas fortemente
peraluminosos; granitóides tardi-pós-D3, granitos de duas micas fortemente
peraluminosos; granitóides pós-D3, granitos biotíticos a biotítico-moscovíticos,
ligeiramente metaluminosos e peraluminosos.
O Domínio Parautóctone sobrepõe-se à ZCI. Terá sofrido deslocação desde alguns
quilómetros até à centena de quilómetros, apresentando ainda afinidades
paleogeográficas com a ZCI. Segundo Pereira & Ribeiro (1992: 9-22), a sequência
estratigráfica do Minho Ocidental é a seguinte: formações autóctones, que incluem o
Grupo do Douro (Complexo Xisto-Grauváquico) do Câmbrico, o Ordovícico, o Silúrico
e Devónico (provável), o Devónico, e o Carbonífero; o parautóctone que inclui a
Unidade do Minho Central e Ocidental; e o alóctone, que inclui a Unidade de Vila Nune
e Bragança.
2.2.2. Geologia local
A cartografia geológica de maior relevância para a escala deste estudo resume-se
à Folha 1 da Carta Geológica de Portugal, na escala 1: 200 000 (Fig. 6), e às Folhas 5-B
(Ponte da Barca) e 5-D (Braga) da Carta Geológica de Portugal, na escala 1:50 000.
Com base na cartografia referida e respetivas notícias explicativas (Pereira, 1992;
43
Medeiros et al., 1975; Ferreira et al., 2000) observa-se que o povoado de São Julião,
Barbudo, Lago e Santinha assentam sobre um substrato rochoso comum, o Granito de
Braga. Destacam-se ainda, devido à sua proximidade com os povoados referidos, o
Granito de Vila Verde e o Granito da Pousadela.
Figura 6 – Localização dos povoados da Santinha (1), Barbudo (2), São Julião (3) e Lago (4), sobre a
Carta Geológica de Portugal, Folha 1, na escala 1:200 000.
44
O Granito de Braga, um granitoide tarditectónico relativamente a D3 e pertencente
ao Complexo Granítico de Braga, corresponde, segundo Ferreira et al. (2000: 27-28), a
um monzogranito biotítico com rara moscovite, de tendência porfiróide de grão médio a
fino, cujos megacristais, correspondentes a feldspato potássico, apresentam um aspeto
alongado. O granitoide apresenta numerosos encraves de diversos tipos, sendo de
destacar os microgranulares máficos, os metassedimentares, contendo geralmente
andaluzite, bem como pequenos encraves micáceos com andaluzite e silimanite. Ocorre,
por vezes, o alinhamento de megacristais, encraves e/ou minerais micáceos que poderá
corresponder a fluxo magmático.
O Granito de Pousadela, também tarditectónico relativamente a D3 e pertencente
ao Complexo Granítico da Póvoa de Lanhoso, corresponde a um monzogranito
biotítico, com rara moscovite, porfiroide, de grão médio a fino, que a contém encraves
microgranulares máficos e micáceos abundantes (Ferreira et al., 2000: 26-27).
Segundo Ferreira et al. (2000: 23), o Granito de Vila Verde, um granitoide
sintectónico relativamente a D3, ocorre encaixado no Granito de Braga, estando, no
sector SO, o contacto bem marcado pelo cisalhamento Vigo-Régua com orientação
N40ºO. Trata-se de um granito de duas micas, de grão médio, porfiroide, que apresenta
megacristais pequenos, sem orientação preferencial, rodeados por concentrações de
biotite. Porém, é visível uma foliação N40ºO, marcada pela orientação das micas, de
schlieren, e de pequenos encraves xistentos muito frequentes. É também frequente a
presença de nódulos de silimanite.
Os referidos granitoides intruem a sequência metassedimentar da região, que é
constituída por diferentes unidades separadas por acidentes tectónicos, correspondentes
a carreamentos associados à fase de deformação Varisca D2 (Ferreira et al., 2000: 9-13).
Da base para o topo ocorre: a Formação de Sobrado (Silúrico Superior – Devónico
Inferior), autóctone; a Unidade do Minho Central e Ocidental (Silúrico), parautóctones;
e a Unidade de Vila Nune (Silúrico Inferior), alóctone.
Destaca-se, por aflorar nas proximidades do povoado do Barbudo, a Unidade de
Vila Nune, que apresenta, segundo Ferreira et al. (2000: 12), litologias de elevado grau
metamórfico, fundamentalmente micaxistos e migmatitos.
Sobre estas litologias, ocorrem, ao longo do curso das linhas de água, depósitos de
45
cobertura atuais e do Holoceno, constituídos, segundo Ferreira et al. (2000: 14-19), por
seixos rolados a subrolados, areias e areias argilosas, que acompanham normalmente os
leitos dos rios atuais. Identificam-se ainda depósitos de solifluxão e de vertente,
caracterizados de forma geral, segundo os mesmos autores, por uma matriz de areia fina
e grosseira castanha-amarelada, com blocos e seixos dispersos de quartzo subanguloso e
feldspatos com fraco rolamento, e lentículas ou bolsadas de argila cinzenta clara a
amarelada. Ocorrem ainda depósitos do Quaternário antigo, formados por areias
caulínicas.
Na área de estudo ocorrem filões e massas aplíticos e pegmatíticos, por vezes alvo
de exploração mineira de estanho, filões doleríticos, rochas melanocratas de grão fino,
direção aproximada EO e ainda filões de quartzo, de direção ENE-OSO mais dominante
a NE-SO, ocorrem por vezes como preenchimento de grandes falhas, por vezes com
mineralização associada de Sn e W (Ferreira et al., 2000: 39-40).
46
2.3. Relevo
Considera-se que a Península Ibérica pode ser dividida em diferentes unidades
morfoestruturais (Ribeiro et al., 1979; Matte, 1991; Ribeiro & Sanderson, 1996; Ribeiro
& Silva, 1997; Vera, 2004; Ribeiro et al., 2007; in Ribeiro, 2013a: 11-12) (Fig. 7),
distinguindo-se o Maciço Hespérico, correspondente ao soco varisco, as cadeias alpinas
(cadeia Cantábrica, Pirinéus e cadeia Bética), as bacias meso-cenozóicas com inversão
tectónica alpina fraca a moderada (cadeia Ibérica, cadeia Catalã, Orla ocidental e Orla
meridional), e as bacias cenozóicas (bacias do Douro, Ebro, Tejo, Guadalquivir, Baixo
Tejo e Sado). O Maciço Hespérico é atravessado pela Cordilheira Central, alongada na
direção ENE-WSW sub-paralela à Cadeia Bética, dividindo-o em Meseta Norte, com
altitude média de 800 m, e Meseta Sul, com altitude de 200 a 900 m (Ribeiro, 2013a:
12). A área de estudo localiza-se na Meseta Norte.
A bacia média do Cávado enquadra-se, do ponto de vista morfotectónico, no
Maciço Hespérico. Este corresponde ao segmento, atualmente, mais ocidental do soco
varisco Europeu (Ribeiro, 2013b: 15). Situava-se, durante os ciclos ante-mesozóicos, no
eixo da Cadeia Varisca (Ribeiro, 2013b: 16). No núcleo do Maciço Hespérico, a
estruturação Varisca apresenta uma orientação predominante NW-SE, estando para sul
truncada pela orientação alpina, NE-SW (Ribeiro, 2013b: 16). A norte verifica-se uma
Figura 7 - Unidades morfoestruturais da Península Ibérica (adaptado de Ribeiro et
al., 1979, por Ribeiro, 2013a: 12). 1) bacias cenozóicas; 2) bacias meso-cenozóicas
com inversão tectónica alpina fraca a moderada; 3) cadeias alpinas; 4) soco varisco.
47
rotação das estruturas variscas para uma direção submeridiana no Noroeste Peninsular,
em continuidade quase perfeita para uma orientação NE-SW e mesmo E-W, desenhando
o arco montanhoso conhecido por Arco Ibero-Armoricano (Ribeiro, 2013b: 16), o qual
pode ser reconstruído invertendo a abertura do golfo da biscaia (Ribeiro et al., 2007).
A região do Entre Douro e Minho é comparada com um anfiteatro virado para o
mar, havendo diminuição da altitude desde as serras do interior até ao litoral (Monteiro,
2005: 6). As serras do Noroeste português, conhecidas como serras graníticas do Minho,
são cortadas pelos principais rios, o Minho, Lima, Cávado e Ave, e alguns dos seus
afluentes, muitas vezes segundo alinhamentos de fraturas de direção bética (Feio, 1951,
in Rebelo, 1992: 24) e tardi-hercínicos (Rebelo, 1992: 24). O relevo divide-se numa
quadrícula de blocos a diferentes altitudes (Monteiro, 2005: 6).
O relevo da área de estudo é marcado por numerosos montes graníticos (Fig. 5)
que se destacam dos vales dos rios Cávado e Homem. Na margem esquerda do rio
Cávado, de Este para Oeste, localizam-se os montes Serra de S. Mamede de Penafiel,
Santo Tirso, Serra do Carvalho, Eiras Velhas, Pedroso, São Gregório, Caldas e Monte
Eiro. Na margem direita do rio Cávado e do rio Homem, de Este para Oeste, erguem-se
os montes Senhora da Luz, Mixões da Serra, Monte Redondo, Barrete, Vairão, S.
Julião, Monte da Cruz, Oural, S. Miguel, Borrelho, Moinho Velho, Barbudo, Escariz e
Monte do Busto. Por fim, entre o rio Cávado e o Homem, novamente de Este para
Oeste, destacam-se os montes Santa Maria, Santa Marta, Santa Cruz, S. Gens e S. Pedro
Fins. O relevo apresenta uma forte amplitude altimétrica, entre o ponto mais baixo no
vale do rio Cávado, com cerca de 20 metros de altitude, e o ponto mais alto, no monte
de Santa Isabel, com cerca de 900 metros de altitude.
Os declives são também importantes marcadores do relevo. De acordo com mapa
de declives (Fig. 8) verifica-se que 28,1% do território tem declives entre 0 e 7%,
correspondendo a áreas planas; 25,2% da área situa-se entre os 7 os 15% de declive;
18,2% corresponde a áreas com declives entre os 15% e os 25%; e declives superiores a
25% representam 28,5% do total do território.
48
Figura 8 – Mapa de declives (%) da área de estudo. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de
Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso e Câmara
Municipal de Vila Verde.
49
2.4. Rede hidrográfica
A bacia hidrográfica do rio Cávado (Fig. 9) ocupa uma área total aproximada de
1699 km2, sendo limitada pela bacia do rio Neiva e rio Lima a norte, pela bacia do rio
Ave a sul, e pela bacia do rio Douro a este (APA, 2016: 20). Integra totalmente o
concelho de Amares e integra parcialmente os concelhos Barcelos, Braga, Esposende,
Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vila Verde e Cabeceiras de Basto, do distrito de
Braga, parte dos concelhos do distrito de Vila Real, nomeadamente, Boticas e
Montalegre, do distrito de Viana do Castelo, nomeadamente, Ponte de Lima e Ponte da
Barca, e ainda do distrito do Porto, nomeadamente, Póvoa de Varzim. Considera-se uma
subdivisão da bacia do rio Cávado em bacia alta, média e baixa.
O rio Cávado nasce a cerca de 1520 m de altitude na Serra do Larouco, na União
das Freguesias de Meixedo e Padornelos, concelho de Montalegre, e percorre cerca de
129 km seguindo um traçado geral de Este para Oeste, que vai desaguar à foz, em
Esposende (APA, 2016: 20). Atravessa os concelhos de Montalegre, Terras de Bouro,
Vieira do Minho, Amares, Póvoa de Lanhoso, Vila Verde, Braga, Barcelos, Esposende.
Os principais tributários do rio Cávado são o rio Homem, na sua margem direita,
que drena uma área de 256 km2, e o rio Rabagão na sua margem esquerda, com uma
bacia de 248 km2 (APA, 2016: 20), sendo ainda de destacar como importantes afluentes
Figura 9 – Mapa da bacia do rio Cávado. Fonte cartográfica: Atlas Digital do Ambiente.
50
os rios Cabril, Fafião, Touca, Conho, Arado, Gerês, Caldo, Cabreira, Regadias,
Labriosque, Pontes, Pedrinho, Covo, e as ribeiras Bouça, Mau, Camposinho, Beredo,
Teixeira, Dola, Sabroso, Corujeira, Cambela, Amiar, Torrão, Abadia, Roda, Cabra,
Lamas, Tojal, Febros, Poriço, Panóias, Lombão, Mouriz, Sapogal, Rodilhões, Milhases,
Outeiro, Caveiro.
O rio Homem nasce na Serra do Gerês, em Campo do Gerês (Terras de Bouro), a
uma cota superior aos 1390 m de altitude e corre no sentido NE-SW, desaguando, após
45 km de percurso na margem direita do rio Cávado em Lago (Amares), a cerca de 35
km a montante de Esposende (APA, 2016: 20). Os seus principais afluentes são as
ribeiras Roda, Cabra e Tojal.
O rio Rabagão, com uma extensão de cerca de 37 km, nasce entre as serras do
Barroso e do Larouco, na União das Freguesias de Meixedo e Padornelos, Montalegre, e
conflui para a margem esquerda do rio Cávado em Ferral, Montalegre (APA, 2016: 20).
Os seus principais afluentes são as ribeiras Amiar, Torrão, Cambela e Corujeira.
51
2.5. Clima
A área de estudo localiza-se na região de Entre Douro e Minho, a qual é
condicionada climaticamente quer pela proximidade ao Oceano Atlântico, quer pelo
cordão montanhoso do limite oriental que separa esta região do interior transmontano.
Este condicionalismo vem determinar distintas situações climáticas que são sentidas
desde a orla marítima até aos topos
culminantes da vertente montanhosa
(Agroconsultores & Geometral, 1995:
11).
De acordo com os dados
fornecidos pelo Instituto Português do
Mar e da Atmosfera, relativos à estação climatológica de Braga, o concelho é
caracterizado por um clima de
temperaturas amenas (Fig. 10),
apresentando pequenas amplitudes
térmicas, e uma forte pluviosidade
média (Fig. 11). Apresenta uma
temperatura mínima média durante o
mês mais frio de 4,1°C, representando
Invernos frescos e uma temperatura
máxima média durante o mês mais
quente de 27,5°C, representando Verões
moderados a quentes. Os valores máximos e mínimos absolutos são de 39,3°C no mês
de agosto e de -6,3°C em janeiro, respetivamente.
Apresentam também, de acordo com os dados da estação climatológica de Braga,
uma frequência de precipitação próxima de 300 dias, representada em chuvas superiores
a 0,1mm, registando em média 134,4 dias, chuvas superiores a 1mm, registando em
média 116,4 dias e chuvas superiores a 10 mm, registando em média 49 dias. A maior
concentração de precipitação ocorre no mês de dezembro e a mínima em julho.
Figura 11 - Precipitação mensal e preciptitação máxima
diária (Estação climatológica de Braga, 1971-2000).
Fonte: IPMA, I.P.
Figura 10 - Temperaturas médias e absolutas (Estação
climatológica de Braga, 1971-2000). Fonte: IPMA, I.P.
52
2.6. Solos
Segundo as Memórias Explicativas da Carta dos Solos (Agroconsultores &
Geometral, 1995) e a Carta da Aptidão da Terra de Entre Douro e Minho (Fig. 12),
podem-se distinguir, na área de estudo, os seguintes tipos de solos: antrossolos
cumúlicos dístricos (ATcd), cambissolos (CM), fluvissolos (FL), leptossolos (LP), e
regossolos (RG).
Os antrossolos cumúlicos dístricos são definidos como solos que sofreram uma
modificação profunda devido à atividade humana, através de cortes ou escavações,
regas contínuas, soterramento de horizontes, entre outras ações, ocorrendo um
soterramento dos horizontes originais do solo através de remoção ou perfuração dos
horizontes superficiais (Agroconsultores & Geometral, 1995: 39-40).
Os cambissolos são solos formados a partir de materiais transportados pelo
«Homem», constituindo coberturas antrópicas, em geral sobre materiais provenientes da
alteração de rocha subjacente de litologia semelhante, na parte inferior de encostas
socalcadas e, por vezes, sobre materiais coluvionares em bases de encostas e fundos de
vales (Agroconsultores & Geometral, 1995: 50).
Os fluvissolos apresentam propriedades flúvicas, com formação a partir de
depósitos aluvionares (Agroconsultores & Geometral, 1995: 44).
Os leptossolos correspondem a solos limitados em profundidade, até 30 cm a
partir da superfície, por rocha contínua e dura ou uma camada cimentada contínua ou
com menos de 20% de terra fina até 75 cm a partir da superfície (Agroconsultores &
Geometral, 1995: 41).
Os regossolos são definidos como solos de materiais não consolidados, com
exclusão de materiais com textura mais grosseira que franco-arenosa ou com
propriedades flúvicas (Agroconsultores & Geometral, 1995: 46).
53
Tabela I – Simbologia cartográfica da Fig. 12. Fonte: Carta da aptidão da Terra de Entre Douro e Minho
Aptidão para agricultura (A) Aptidão para floresta de exploração e/ou silvo-
pastoricia (F) Unidades do solo
A0F2 Sem aptidão Moderada AT, CM, RG
A0F3 Sem aptidão Marginal AT, LP, CM
A1F1 Elevada Elevada AT, CM, RG
A1F2 Elevada Moderada AT, CM, FL, LP, RG
A2F1 Moderada Elevada AT, CM, RG
A3F2 Marginal Moderada AT, CM, RG
Figura 12 – Localização dos povoados da Santinha (1), Barbudo (2), São Julião (3) e
Lago (4) sobre a carta da aptidão da Terra de Entre Douro e Minho. Fonte
cartográfica: Carta da aptidão da Terra de Entre Douro e Minho.
54
2.7. Cobertura vegetal
A área de estudo está incluída na Região Eurossiberiana, Sub-região Atlântica-
Medioeuropeia, Superprovíncia Atlântica, Província Cantabro-Atlântica, Subprovíncia
Galaico-Asturiana, Sector Galaico-Português, Subsector Miniense, Superdistrito
Miniense Litoral, Distrito Miniense Oriental (Costa et al., 1998: 6-7; Moreira & Neto,
2005: 418-419; Aguiar et al., 2008: 42).
A Região Eurossiberiana é dominada por florestas caudocifólias, também
denominadas como florestas de planifólias, uma vez que as folhas das árvores são
grandes e planas (Moreira & Neto, 2005: 418-419). Este é o tipo de floresta dominante
em toda a Europa ocidental com clima atlântico, sendo representada no estrato arbóreo
por espécies dos géneros Quercus (carvalho), Fagus (faias), Fraxinus (freixos), Acer
(bordos), Betula (vidoeiros), entre outros (Moreira & Neto, 2005: 418-419).
A Superprovíncia Atlântica apresenta a chamada "flora atlântica", que inclui o
carvalho-roble (Quercus robur), o vidoeiro (Betula pubescens subsp. celtibérica), a faia
(Fagus sylvatica), árvore naturalizada nas montanhas do Noroeste de Portugal, os
bordos (Acer spp.), os tojos (Ulex europaeus s.l., U. minor, U. galli- este último não
ocorre em Portugal), algumas urzes (Erica ciliaris, E. cinerea, Daboecia cantabrica) e
outras plantas como Lithodora prostrata subsp. prostrata, Centaurium scilloides,
Allium ericetorum, Pseudarrhenatherum longifolium, entre outras (Costa et al., 1998:
7). Os tojais, urzais/tojais e urzais alcançam a sua máxima extensão e diversidade neste
território (Costa et al., 1998: 7).
A Província Cantabro-Atlântica caracteriza-se pela presença dos tojais do
Daboecenion cantabricae e está representada pela Subprovíncia Galaico-Asturiana
(Costa et al., 1998: 7), a qual é, por sua vez, caracterizada pela presença de espécies de
plantas de distribuição ibérica ocidental, como a Linaria triornithophora, Omphalodes
nitida, Saxifraga spathularis, entre outras (Costa et al., 1998: 7).
O Sector Galaico-Português é caracterizado por bosques dominados por árvores
caducifólias (classe Querco-Fagetea), sobretudo pelo carvalho-alvarinho ou,
pontualmente, pelo carvalho-negral (Q. pyrenaica) ou pelo vidoeiro (Betula celtibérica)
(Aguiar et al., 2008: 42). O macrobioclima temperado permite ainda a presença de
55
outras plantas da chamada “flora atlântica”, entre as quais se contam alguns tojos (Ulex
europaeus, U. minor e U. micranthus) e diversas urzes (Erica ciliaris, E. cinerea e
Daboecia cantabrica), elementos fundamentais na estrutura dos matos baixos subseriais
que substituem, após perturbação, os bosques climácicos (Aguiar, 2008: 42-43).
Neste Sector, diversas plantas mediterrânicas como Daphne gnidium, Arbutus
unedo, Laurus nobilis, Ruscus aculeatus, Smilax aspera ou Corema album coexistem
com plantas tipicamente atlânticas (Costa et al., 1998: 7-8). Entre as numerosas espécies
de apetência atlântica e oceânica próprias deste Sector destacam-se Acer
pseudoplatanus, Antoxanthum amarum, Carduus gaianus, Centaurium scillioides,
Cytisus striatus subsp. striatus, Daboecia cantabrica, Elymus pycnanthus, Euphorbia
dulcis, Genista berberidea, Hypericum androsaemum, Origanum vulgare, Phalaris
arundinacea, Pyrus cordata, Quercus robur, Ulex europaeus subsp. latebracteatus,
Ulex minor, Viola lactea, entre outros (Costa et al., 1998: 8). As plantas Armeria
humilis subsp. odorata, Laserpitium eliasii subsp. thalictrifolium, Murbeckiella sousae,
Narcissus nobilis, Sedum pruinatum e Thymelaea broteroana são endémicas do Sector
(Costa et al., 1998: 8). A paisagem é dominada por tojais e urzais / tojais que resultam
da degradação dos carvalhais de Quercus robur. (Costa et al., 1998: 8)
No Subsector Miniense existem alguns endemismos cujas populações são
exclusivas ou estão em grande parte incluídas nele, tais como Armeria pubigera,
Rhynchosinapis jonhnstonii (Coincya monensis var. johnstonii), Jasione lusitana,
Narcissus cyclamineus, Narcissus portensis, Scilla merinoi, Silene marizii e Ulex
micranthus (Costa et al., 1998: 8-9). Outras espécies de distribuição mais ampla têm,
em Portugal, a sua máxima expressão neste território, nomeadamente Carex durieui,
Carex pilulifera, Centaurea limbata subsp. limbata, Ophioglossum lusitanicum, Salix
arenaria, Sesamoides canescens subsp. suffruticosa, Trichomanes speciosum, Ulex
europaeus subsp. latebracteatus, Veronica montana, entre outras (Costa et al., 1998: 8-
9). Acrescentam-se ainda plantas costeiras e de sapais como Anthyllis vulneraria subsp.
ibérica, Cochlearia danica, Elymus pycnanthus, Festuca rubra subp. pruinosa, Festuca
rubra subp. litoralis, Plantago maritima, Scrophularia frutescens, Silene littorea, Silene
uniflora, Puccinellia maritima, entre outras (Costa et al., 1998: 8-9).
A vegetação potencial deste Subsector é constituída pelos carvalhais
56
mesotemperados e termotemperados do Rusco aculeati-Quercetum roboris quercetosum
suberis que sobrevivem em pequenas bolsas seriamente ameaçadas (Costa et al., 1998:
8-9). São característicos os giestais do Ulici latebracteati-Cytisetum striati e os tojais
endémicos do Ulicetum latebracteatominoris, Erico umbellatae-Ulicetum latebracteati
(Serra de Arga) e Erico umbellatae- Ulicetum micranthi. Ocorrem ainda os tojais do
Ulici europaei-Ericetum cinereae e mais localmente os urzais-tojais do Ulici minoris-
Ericetum umbellatae (Costa et al., 1998: 8-9). As zonas costeiras são caracterizadas
pela vegetação dunar atlântica do Otantho-Ammophiletum e Iberidetum procumbentis,
pela vegetação de salgados do Limonio-Juncetum maritimi, Puccinellio maritimae-
Arthrocnemetum perennis e Inulo crithmoidis-Elymetum pycnanthi e pela vegetação de
arribas do Crithmo-Armerietum pubigerae, Sagino maritimae-Cochlearietum danicae e
Cisto-Ulicetum humilis (tojal aero-halófilo) (Costa et al., 1998: 8-9).
Segundo Costa et al. (1998: 9),
no Superdistrito Miniense litoral
verifica-se uma correlação entre a
distribuição do Ulex europaeus subsp.
latebracteatus e do Ulex micranthus e
respectivas comunidades que
definiriam este Superdistrito. Na parte
mais interior do Superdistrito, à
excepção dos vales mais entalhados,
aqueles dois tojos são substituidos
pelo Ulex europaeus subsp. europaeus
integrado em duas associações de
grande área de ocupação: o Ulici
europaei-Ericetum cinereae e o Ulici
europaei-Cytisetum striati (Costa et
al., 1998: 9). Assim, os mesmos autores propuseram que, caso se constatem estes factos,
é possível a divisão dos distritos Miniense Ocidental e Oriental, baseada neste contraste
da paisagem vegetal.
Figura 13 - «Carta Biogeográfica de Portugal
continental» (Costa et al., 1998).
57
Capítulo 3 – Evolução das pesquisas
3.1. Noroeste da Península Ibérica no I Milénio a. C.
A investigação desenvolvida nos finais do século XIX e inícios do século XX
cingiu-se fundamentalmente à descrição e ao colecionismo, quer público, quer privado,
e à realização de trabalhos de campo isentos de metodologia científica. Neste primeiro
momento, a arqueologia portuguesa encontrava-se numa fase embrionária, o que talvez
tenha levado José Leite de Vasconcellos (1906: 179) a defender que: «No estado actual
da sciencia seria prematuro empreender qualquer estudo systematico sobre a epoca do
bronze em Portugal».
Por volta dos anos 20 do século XX, surgiu na Península Ibérica uma nova fase de
investigação que perdura, grosso modo, até meados dos anos 80 do mesmo século. Esta
consistia no estudo dos artefactos metálicos mediante a sua descrição, classificação,
tipologia e cronologia, e apoiava-se nos paradigmas científicos das correntes
arqueológicas vigentes na Europa, nomeadamente histórico-culturalista e evolucionista
linear tecno-tipológica (Bosch-Gimpera, 1932; Santa-Olalla, 1946).
A partir dos anos 80 do século XX começaram a surgir, no Noroeste da Península
Ibérica, os primeiros trabalhos arqueológicos pautados pelos paradigmas interpretativos
da Nova Arqueologia e da Arqueologia Processual (Sanches, 1981, 1982; Queiroga,
1984; Martins, 1984). Seguindo novas conceções teóricas e promovendo a ligação
interdisciplinar, pretendia-se estudar a cultura como um sistema em adaptação constante
relativamente ao meio. Desenvolveram-se novas metodologias e tendências de análise,
recorrendo-se à arqueologia da paisagem e às escavações em open area que requeriam a
rigorosa contextualização dos achados, a crivagem e a recolha de amostras para vários
tipos de análises. Muitos destes estudos enquadraram-se em projetos de investigação
locais e regionais, e mesmo transfronteiriços (Almeida, 1983; Silva, 1983/1984;
Hawkes, 1984).
Com o Pós-processualismo, procurou-se estudar os vestígios arqueológicos de
forma a conceber modelos explicativos do passado sem assumir explicações universais,
homogéneas e deterministas. Esta nova abordagem teórica, sendo vigente, assume que a
58
arqueologia opera numa sociedade contemporânea que influencia o raciocínio do
arqueólogo sobre o passado (Hodder & Hutson, 2003: 207-208).
3.1.1. Bronze Final
A primeira síntese relativa à Idade do Bronze em Portugal foi proposta por
Mendes Corrêa (1924, 1928) que, baseando-se na classificação de Déchelette para a
Europa Ocidental, elaborou uma sistematização cronológica dos achados metálicos do
território português. Este autor assumiu uma posição crítica relativamente ao
evolucionismo linear à data adoptado, referindo, na obra «Lusitânia Pre-romana» (1928:
146) que «… longe de haver uma sobreposição linear, regular e constante, de culturas
sucessivas, há sobrevivências freqüentes, há a coexistência de formas culturais atrazadas
e de formas evolutidas, de tipos arcáicos e tipos mais modernos, desafiando a
simplicidade categórica dos quadros cronológicos que se dizem clássicos e que,
instituídos para certas regiões, não podem considerar-se da universalidade que se lhes
atribuía». Mendes Corrêa apresentou hipóteses inovadoras que apenas voltariam a ser
levantadas nos anos 80 por Philine Kalb (1980a, 1980b), tendo estabelecido
paralelismos e sobreposições entre as áreas da carta mineira do País e da carta
arqueológica relativamente aos machados do bronze, associando assim a distribuição
dos machados metálicos aos recursos mineiros de Portugal.
Pere Bosch-Gimpera (1932) elaborou a primeira grande síntese e periodização
peninsular relativas, quer à Idade do Bronze, quer à Idade do Ferro. O autor procurou
aplicar a terminologia e as cronologias estabelecidas para a Europa continental,
correlacionando-as com o Bronze peninsular, considerando, então, duas grandes fases: a
primeira fase, o Bronze Levantino ou do Sudeste (2500-1400 a. C.), corresponde ao
Bronze I e II da periodização europeia, sendo caracterizado pela cultura de El Argar; a
segunda fase, o Bronze do Noroeste (1200-1000/900 a. C.), corresponde ao Bronze III e
IV da periodização europeia.
De acordo com Eoin Mac-White (1951), em 1938, Julio Martínez Santa-Olalla
terá defendido uma nova periodização para a Idade do Bronze peninsular, periodização
que, no entanto, se manteria na sombra até à sua publicação, que ocorreria mais tarde.
59
Em 1946, Santa-Olalla apresentou os conceitos de Bronze Mediterrâneo I (2000-1700 a.
C.) e II (1500-1200 a. C.), e Bronze Atlântico III (1200-900 a. C.) e IV (900-650 a. C.).
Esta nova periodização revelou-se marcante para a investigação arqueológica até aos
anos 80 do século passado, e até posteriormente, identificando-se ainda a expressão
«Bronze Atlântico» nas obras de Philine Kalb (1980a, 1980b), Ruiz-Gálvez Priego
(1984, 1987), Andrés Coffyn (1985), Andrés Coffyn e Sion (1993), Susana Oliveira
Jorge (1993) e Ana Bettencourt (1998).
Eoin Mac-White (1951) adotou parcialmente o esquema dual de Santa-Olalla
(1946), tendo, porém, considerado cronologias e áreas geográficas distintas. O autor
definiu para o Noroeste peninsular o Bronze II ou Proto-Atlântico, entre 1700-1200 a.
C., sincrónico à cultura sul-peninsular de El Argar, bem como o Bronze III, entre 1200
e 900 a. C., e o Bronze IV, entre 900-650 a. C. Mac-White defende que a expressão
«Bronze Atlântico» é apenas aplicável para o Noroeste e Sudoeste peninsulares.
Segundo o mesmo, as mudanças cronológicas seriam apenas o resultado de contactos
comerciais, rejeitando que fossem consequência de migrações.
Pouco depois, Luis Monteagudo (1953, 1954, 1955, 1958, 1965, 1977, 1981)
baseando-se no esquema cronológico de Santa-Olalla para refletir sobre a evolução
tecnológica metalúrgica hispânica, realçou o desempenho das comunidades indígenas
como agente determinante do faseamento cronológico. Procedeu também a uma análise
profunda de um grande número de artefactos metálicos pertencentes à fase final do
Bronze Atlântico, relacionando-os com depósitos extrapeninsulares e com condições
paleoambientais.
Na década de setenta, Jorge Juan Eiroa Gárcia (1971/1972, 1973, 1973/1974)
reviu as cronologias da Idade do Bronze estabelecidas para o Noroeste peninsular,
considerando errado o uso de periodizações estabelecidas em contextos fora da
Península que subsistiam desde os anos 20. Eiroa Gárcia (1979, 1980) aplicou novos
critérios na investigação arqueológica, apoiando-se em trabalhos de campo sistemáticos
e em estudos tecnológicos, como a análise metalográfica e a datação por radiocarbono.
No mesmo período, Juan Maluquer de Motes (1973, 1975a, 1975b), tal como
Eiroa Gárcia, defendeu que não se deveriam aplicar divisões cronológicas europeias
fundamentadas em contextos culturais exógenos para a Idade do Bronze peninsular.
60
Apoiando-se na estatística, em mapas de distribuição e na datação por radiocarbono, o
autor propôs a divisão da Idade do Bronze em três períodos designados por «A», «B» e
«C», cujo motor evolucionário seria endógeno, e os fatores externos de mutacionismo
seriam os contactos comerciais. Os trabalhos deste autor vieram a ter maior impacto nos
finais dos anos 80, promovendo a aplicação de novas metodologias de investigação
arqueológica.
Philine Kalb (1980a, 1980b) relacionou os achados metálicos do Bronze Atlântico
em Portugal com as zonas de mineração e com os povoados. Distinguiu três grandes
áreas de povoamento com bases económicas distintas, uma no Norte, com jazidas de
estanho, outra a Sul, na área de Bronze do Sudoeste (segundo Schubart, 1975) ligada à
exploração de cobre, e outra na Estremadura, que não possui jazidas metalíferas
significativas. Autores como Marisa Ruiz-Gálvez Priego (1984) e André Coffyn (1985)
seguiram a mesma linha de pensamento.
Manuela Martins, na sua tese de doutoramento (1990b), seguiu uma linha de
investigação de cariz antropológico e económico, defendendo que, para a Idade do
Bronze Final do Norte de Portugal, a organização socioeconómica das comunidades
estaria centrada no intercâmbio suprarregional de artefactos metálicos ou de minérios,
que se traduziam em diferentes unidades sociopolíticas hierarquizadas, ainda que sujeita
a fenómenos de interdependência económica. A autora efetuou um estudo relativo aos
padrões de assentamento, baseando-se também em estudos prévios de Susana Oliveira
Jorge (1985a, 1985b, 1986, 1988a, 1988b, 1988c), tendo constatado existir uma
dualidade de formas de povoamento: os povoados fortificados, dedicados ao controlo de
vias de circulação e atividades metalúrgicas, e os povoados abertos, vocacionados à
atividade agrícola. Manuela Martins defendeu que os povoados fortificados se teriam
generalizado a partir do I milénio a. C. devido a fatores endógenos, nomeadamente a
instabilidade social, o controlo de explorações mineiras, de vias de contacto e de posse
de territórios.
Susana Oliveira Jorge, na sua primeira síntese cronológica da Pré-história recente
do Norte de Portugal (1988c), subdividiu o Bronze Final em três fases, vindo
posteriormente (1990) a reduzir para duas. A primeira fase, entre 1250 e 1000 a. C.,
seria caracterizada pelo desenvolvimento da manufatura e circulação de artefactos
61
metálicos, intensificação económica baseada na especialização agropastoril,
povoamento disperso, ausência de elementos defensivos. A segunda fase, entre
1000/900 e 700 a. C., seria caracterizada por maior instabilidade social do que a fase
anterior, aumento da diversidade e quantidade de artefactos metálicos em circulação,
surgimento de povoamentos fortificados em altura, a par de povoados abertos. A autora
considera os povoados fortificados como lugares centrais, onde se controlava a
manufaturação e a circulação dos bens metálicos, assim como dos bens de subsistência.
Inicialmente Susana Oliveira Jorge defendeu que o fenómeno de fortificação se deveria
à situação de instabilidade social, resultando em conflitos pelo controlo dos mercados
recetores da produção metalúrgica. Contudo, em trabalhos posteriores (1996,
1996/1997), a autora defendeu que a fortificação dos povoados se poderia relacionar
com fenómenos de ocupação do território, e subsequente perceção da paisagem.
Marisa Ruiz-Gálvez Priego (1990, 1991, 1993) apresenta uma nova interpretação
para as formas de povoamento do Bronze Final do Noroeste Peninsular. Os povoados
abertos representariam um modo de vida itinerante, enquanto os povoados em altura
seriam testemunho de um estilo de vida sedentário. Seguindo os padrões adoptados na
Europa Ocidental, a presença de artefactos metálicos seriam a expressão da existência
de comunidades «varonis». Neste tipo de povoado, dá-se um incremento da economia
agrária e um maior controlo dos recursos, nomeadamente do estanho, e também das vias
de circulação.
A partir das tendências principais representadas por Manuela Martins (1990b),
Susana Oliveira Jorge (1988c, 1990) e Marisa Ruiz-Gálvez Priego (1990, 1991, 1993)
foram-se desenvolvendo outros trabalhos, nomeadamente de Carlos Fabião (1992),
Jorge Alarcão (1992), Peña Santos (1992), Mendez Fernandez (1993), Armando Coelho
Ferreira da Silva e Mário Varela Gomes (1993), e Manuel Calado (1993).
Num estudo de síntese, Manuela Martins (1996, 1997), abordou a temática do
povoamento do Noroeste de Portugal durante a transição do II para o I milénio a. C..
Apoiando-se nas obras de Susana Oliveira Jorge (1987), Maria de Jesus Sanches (1988)
e Ana Bettencourt (1995), a autora defendeu que os povoados abertos tendem a ocorrer
no Bronze Final (1250-700/600 a. C.), em zonas geomorfológicas diversas,
caracterizados pela prática de agricultura e por um número reduzido de habitantes. Os
62
povoados fortificados, um outro tipo de habitat contemporâneo, teriam surgido em
resposta a um aumento de tensões a nível regional e inter-regional, tendo em vista o
controlo das vias de circulação e das zonas de exploração mineira, aumento esse
potenciado pela expansão da metalurgia do bronze, suportada pelos excedentes das
atividades agropastoris.
Ana Bettencourt (1998) procedeu a uma revisão dos dados cronológicos de certos
artefactos metálicos e das interpretações propostas até então para o Noroeste peninsular.
Analisando os critérios tecno-tipológicos de artefactos metálicos de afiliação atlântica, e
auxiliando-se de datações calibradas, a autora colocou grande parte dos artefactos numa
fase anterior ao século X a. C., contrariando autores como Marisa Ruiz-Gálvez Priego
(1984, 1987), Andrés Coffyn (1985), Martín Almagro-Gorbea (1986), entre outros.
Concluiu ainda que as ligas binárias teriam perdurado no Noroeste, Centro e Sudoeste
peninsular até aos séculos X-IX a. C., e que no segundo quartel do I milénio a. C. teriam
surgido também ligas ternárias no Noroeste.
Na sua tese de doutoramento (1999), Ana Bettencourt estudou a Idade do Bronze
da bacia do Cávado, suportando a sua investigação em datações por radiocarbono e em
dados paleoambientais e antropológicos. Baseando-se nos dados das escavações e na
reanálise de dados anteriores, distinguiu três grandes momentos: a Idade do Bronze, que
inclui o Bronze Inicial e o Médio, que definiu na transição do III e II milénio a.C. e o
último quartel do II milénio a.C.; a Idade do Bronze Final, entre o final do II milénio a.
C. (cerca de XI a. C.) e o século VI a. C.; e a fase de transição entre a Idade do Bronze
Final e a Idade do Ferro, situada entre o século VI a. C. e o início do século IV a. C..
Segundo esta autora, no Bronze Final existiriam povoados fixos de longa duração,
localizados em zonas de vale e com ocupação até à Idade do Ferro, e povoados de
curta/média duração contemporâneos, que ocupariam colinas, outeiros ou esporões
adjacentes a terrenos agrícolas, e que viriam a ser desocupados na Idade do Ferro. A
autora defendeu uma hierarquia do povoamento sazonal, isto é, parte das populações
deslocar-se-ia de povoados fixos para povoados abertos. A estabilidade das atividades
de subsistência terá promovido a sedentarização efetiva das comunidades e um
equilíbrio alimentar e demográfico. O período de transição da Idade do Bronze Final
para a Idade do Ferro terá mantido os padrões de povoamento do Bronze Final, tendo-se
63
verificado um incremento das práticas agrícolas e do intercâmbio.
Posteriormente, partindo deste trabalho, a autora publicou diversas monografias e
artigos (Bettencourt 2000a, 2000b, 2000d, 2001a, 2001b; Figueiral & Bettencourt
2004), e desenvolveu, entre 2000 e 2006, o projeto de investigação «A reconstrução da
paisagem no Entre Douro e Minho desde meados do III a finais do II milénio a. C.».
Susana Oliveira Jorge e Vítor Oliveira Jorge (2006) questionariam a existência de
uma verdadeira hierarquia de povoamento no Norte de Portugal, exemplificando com o
caso da serra da Aboboreira. Os autores apontaram o reduzido número de investigações
realizadas em sítios arqueológicos, nomeadamente em locais com ocupação desde o
Bronze Final até à Idade do Ferro, que resulta numa escassez de dados generalizada
para o Norte de Portugal. Consideram importantes os estudos regionais relativos aos
padrões de assentamento, dando como exemplo Ana Bettencourt (1999), procurando
detetar a existência de alguma homogeneidade.
Nas suas abordagens mais recentes à Idade do Bronze da região minhota, Ana
Bettencourt (2009, 2010, 2013) baseando-se nos padrões de povoamento, nas práticas
funerárias e na metalurgia, reconsidera três grandes momentos para a Idade do Bronze:
o Bronze Inicial, entre meados do III milénio a. C. e inícios do II milénio a. C., o
Bronze Médio, durante todo o II milénio, e o Bronze Final, entre os finais do II milénio
a. C. e os séculos VII/VI do I milénio a. C.. A autora defendeu que no Bronze Final terá
surgido uma nova estruturação espacial plasmada nos povoados fortificados. A
monumentalização de locais como S. Julião seria um processo raro durante o Bronze
Final. Estes locais seriam utilizados pelas comunidades para realizar ações rituais de
cariz social e ideológico. Existiriam como forma de povoamento complementar,
consolidado durante a Idade do Bronze. Segundo a autora, o crescimento do número de
contactos e de intercâmbios suprarregionais seria demonstrado pela intensificação da
atividade metalúrgica. As práticas rituais de deposição de objetos metálicos revelariam
novas conceções ideológicas, presentes durante a Idade do Bronze. Ana Bettencourt
abordou ainda as questões relacionadas com a interação das comunidades relativamente
ao território referindo, a título de exemplo, o Monte da Penha, lugar de santuário e de
depósitos.
64
3.1.2. Idade do Ferro
O estudo da Idade do Ferro do Noroeste Peninsular teve o seu início nos finais do
século XIX, com os trabalhos pioneiros de Francisco Martins Sarmento (1879a, 1879b,
1903a, 1903b, 1903c, 1904a, 1904b, 1904c, 1905a, 1905b, 1906, 1907a, 1907b, 1909a,
1909b) relativos às escavações na Citânia de Briteiros, em 1875, e no Castro Sabroso,
em 1878.
Os trabalhos de Francisco Martins Sarmento (e.g. 1933, 1999, 2004) e de José
Leite de Vasconcellos (1897, 1905, 1913) enquadram-se numa fase ainda embrionária
da arqueologia científica em Portugal e do estudo dos designados «castros» na
Península Ibérica.
Pere Bosch-Gimpera (1932) sugeriu que a Idade do Ferro peninsular teria
resultado de invasões célticas pós-hallstáticas, que ocorreram entre 900-570 a. C.,
baseando-se na tipologia dos povoados, na planta das habitações e na análise de
artefactos metálicos. O autor introduziu o termo «Cultura dos Castros», que permaneceu
na bibliografia arqueológica até aos dias de hoje.
Mendes Corrêa (1924, 1928), partindo das sistematizações e terminologias de
Bosch-Gimpera, elaborou uma síntese relativa à Idade do Ferro português. O autor
defendeu que, aquando as invasões celtas na Idade do Ferro, as populações autóctones
mantiveram a sua identidade, apenas assimilando novos elementos.
Em 1923, foi fundado o Seminário de Estudos Galegos que marcou uma nova fase
ao nível da investigação na Galiza caracterizada por um aumento dos trabalhos
arqueológicos de catalogação e de escavação. Nesta fase destacaram-se nomes como
Lopez Cuevillas, Bouza Brey, González García-Paz, Lorenzo Fernández, Figueira
Valverde, Frederico Macineira, entre outros. Contudo, esta fase da investigação galega
sofreu bastante com o início da Guerra Civil Espanhola, em 1936.
Julio Martínez Santa-Olalla (1946) sugeriu que a «Cultura dos Castros» se teria
iniciado na Idade do Ferro Céltico, propondo duas fases: o Ferro Céltico I, séculos VII-
V a. C., e o Ferro Céltico II, séculos IV-I a. C.. O Ferro Céltico I seria caracterizado
pelas vagas migratórias de populações celtas, portadoras da «Cultura dos Campos de
Urnas» e da metalurgia do ferro, enquanto o Ferro Céltico II seria caraterizado pela
65
entrada de novos elementos indo-europeus. O declínio destes povoados teria resultado
da fixação romana na região no início do século I d. C., e a subsequente extinção teria
ocorrido nos séculos III-IV d. C.. Sendo um germanófilo convicto, este autor defendeu a
tese da «arianização da Espanha» através dos Celtas.
Lopez Cuevillas (1926, 1952) elaborou sínteses relativas à Idade do Ferro do
Noroeste Peninsular, definindo as características da «Cultura Castreja». O autor,
apoiado numa visão exógena, defendeu que o aparecimento de elementos hallstáticos
nos castros na primeira metade do século VI a. C. seriam resultado da chegada dos
Sefes, um povo indo-europeu. São de destacar ainda numerosas obras do mesmo autor
sobre diferentes aspetos da «Cultura Castreja», nomeadamente a área geográfica (1933),
a arquitetura e habitações (1947a, 1947b), as armas (1946/1947), as fíbulas (1950), a
escultura (1951b), a cerâmica (1953, 1958) e a ourivesaria (1926, 1932a, 1932b, 1943,
1951a, 1951c).
Entre os anos 20 e 70 do século XX foram vários os autores que desenvolveram
trabalhos de catalogação e escavação relativos à «Cultura Castreja» no Norte de
Portugal, dos quais se destaca Mário Cardoso (1936, 1943, 1948, 1949b, 1950, 1951,
1952a, 1953b, 1954, 1955, 1956, 1957, 1958, 1959b, 1960, 1961, 1968), autor que deu
continuidade aos trabalhos arqueológicos iniciados por Francisco Martins Sarmento na
Citânia de Briteiros. Das suas numerosas obras destacam-se as sínteses referentes à
arquitetura dos castros (1952b), à arquitetura doméstica (1946a, 1974), à arte
ornamental (1949a), à metalurgia (1965), à cerâmica e aos vidros (1966), à ourivesaria
(1929, 1938a, 1942a, 1942b, 1944, 1959c), aos monumentos com forno (1932a, 1932b,
1934, 1946b) ou a problemáticas gerais (1937, 1938b, 1953a, 1959b, 1962, 1973).
Outros autores de referência são Félix Alves Pereira (1895, 1898, 1903, 1904,
1908, 1909, 1910, 1912, 1914, 1915, 1933, 1938a, 1938b, 1939a, 1939b, 1941a, 1941b),
Rui de Serpa Pinto (1932, 1933), Carlos Teixeira (1936), Abel Viana (1937, 1955a,
1955b, 1963; Viana & Neves 1959; Viana & Oliveira 1954, 1955), Quintas Neves
(1946/1947, 1959, 1965), Jorge Dias (1946, 1949; Dias & Oliveira 1962), Russel Cortez
(1946, 1948, 1949a, 1949b), Irisalva Moita (1962, 1971), entre muitos outros.
A partir dos anos 70 do século XX assistiu-se a um aumento do número de
trabalhos de investigação relativos à «Cultura Castreja», assim como a uma renovação
66
epistemológica e metodológica. Os trabalhos procuravam responder às questões
evolutivas também dentro dos quadros cronológicos locais e regionais. Para além da
importância dada à diacronia, desde logo pelo rigor colocado na estratigrafia e pela
tentativa de proceder a datações absolutas sempre que possível, procurou-se entender o
espaço ocupado dentro de uma perspetiva mais antropológica. Destacam-se de entre
outros, os estudos de Eiroa Garcia (1971/1972, 1973, 1973/1974), que consideram a
hipótese de a «Cultura Castreja» ter surgido nos finais da Idade do Bronze, apoiando-se
na primeira datação de radiocarbono proveniente de um contexto estratigráfico do
Castro de Borneira. São de referir ainda autores como Teresa Soeiro et al. (1981),
Carlos Alberto Ferreira de Almeida (1983), Armando Coelho Ferreira da Silva
(1983/1984, 1986), Manuela Martins (1989b, 1990b, 1991, 1993/1994, 1996), Carlos
Alberto Brochado de Almeida (1990), Francisco Queiroga (1992), Jorge Alarcão (1992,
1996), António Dinis (1993), Francisco Calo Lourido (1993), Francisco Sande Lemos
(1993) e Ana Bettencourt (1999, 2000b, 2000c, 2000d), entre muitos outros.
Relativamente às propostas cronológicas, salientam-se os esquemas evolutivos de
Maluquer de Motes (1973, 1975a, 1975b), Fariña Busto, Arias Vilas e Romero Masiá
(1983), Carlos Alberto Ferreira de Almeida (1983), Armando Coelho Ferreira da Silva
(1986, 2007), Manuela Martins (1990b, 1993/1994, 1996) e Alfredo González (2006).
Maluquer de Motes (1973, 1975a, 1975b) defendeu que a «Cultura Castreja» teria
resultado de um processo cultural local resultante de uma adaptação ao meio, visível na
amplitude cronológica de numerosos castros. Dividiu a «Cultura Castreja» em quatro
períodos: o «Período Castrejo I», correspondente ao Bronze Final e ao início da época
de Hallstat; o «Período Castrejo II», iniciado por volta de 500 a. C., associado ao
desaparecimento do reino de Tartessos; o «Período Castrejo III», definido pelos
primeiros contactos com o mundo romano, entre a campanha de Decimus Junius Brutus,
em 138-136 a. C., até Augusto; e o «Período Castrejo IV», posterior a Augusto.
Fariña Busto, Arias Vilas e Romero Masiá (1983) dividem a «Cultura Castreja»
em três fases. A primeira fase define-se com base nas datações de radiocarbono das
estações arqueológicas de Borneiro, Penarrubia, Castromao e Neixón, levando os
autores a fixar o início desta fase nos séculos VII/VI a. C. e o seu fim no século IV a.
C.; a segunda fase enquadra-se entre os séculos IV a. C. e II a. C. (mais precisamente
67
em 138-136 a. C., coincidindo com a campanha de Decimus Junius Brutus) e define-se
essencialmente na introdução e generalização do aparelho pétreo; a terceira fase situa-se
nos finais do século II a. C. e prolonga-se em alguns casos até ao século I d. C., sendo
definido pela sucessiva destruição, abandono e remodelação dos povoados castrejos.
Carlos Alberto Ferreira de Almeida (1983) denominou a primeira fase da «Cultura
Castreja» como «Pré-castrejo», considerando-a entre o século VI a. C. e meados do
século IV a. C.. A transição entre esta fase e a seguinte, denominada «Castrejo Antigo»,
foi definida com base na introdução e generalização do aparelho pétreo nas casas. O
autor considerou que o final do «Castrejo Antigo» teria ocorrido nos inícios do século I
a. C., excluindo assim a expedição de Decimus Junius Brutus como marco cronológico
importante. Definiu ainda três fases posteriores: o «Castrejo Médio», do século I a. C.
até Augusto, caracterizado pelo desenvolvimento dos aspetos da cultura material mais
divulgados sobre os «castros»; o «Castrejo Recente», desde a primeira metade do século
I d. C. até aos Flávios, caracterizado pelo urbanismo ortogonal de Sanfins, Santa Luzia
e Briteiros, bem como por um grande crescimento dos povoados; e o «Castrejo Final»,
posterior aos Flávios na área meridional, com as mesmas características do período
anterior, embora a «Cultura Castreja» se tenha tornado «residual» desde então.
Armando Coelho Ferreira da Silva (1986, 2007) considerou três grandes
momentos da «Cultura Castreja».
A Fase I, com início no século IX a. C. e que, de acordo com as cronologias mais
antigas dos povoados da Senhora da Guia e Coto da Pena, se subdivide em dois
períodos distintos: o primeiro, entre 900 e 700 a. C, seria caracterizado pela cultura
material dos povoados da Senhora da Guia e Coto da Pena; e o segundo, entre os
séculos VII-VI a. C., seria caracterizado pelo afluxo de influências continentais
hallstáticas e meridionais relacionadas com os Tartessos.
A Fase II teria início em 500 a. C., coincidente com a expedição dos Túrdulos e
dos Celtas, e com final no século II a. C, com a expedição de Decimus Junius Brutus, de
acordo com o registo arqueológico patente na destruição de alguns «castros», como a
Cividade de Terroso.
A Fase III teria início após as campanhas de Decimus Junius Brutus, abrangendo
o período entre 138-136 a. C. e as reformas flavianas. O autor subdividiu esta fase em
68
dois períodos, definindo como momento de transição o fim das campanhas de
pacificação de Augusto. Os povoados teriam sofrido então profundas modificações na
sua organização espacial, verificando-se a generalização de um proto-urbanismo
representado nos «castros» mais importantes da região, por exemplo, na Citânia de
Sanfins e Citânia de Briteiros. Estes passariam a desempenhar o papel de lugares
centrais de territórios bem definidos, com funções defensivas, políticas, administrativas,
económicas e religiosas.
Manuela Martins (1990, 1993/1994, 1996), tendo por base os dados adquiridos
sobre a bacia média do Cávado, sugeriu um esquema evolutivo distinto dividido em
quatro grandes fases. A autora definiu a Fase I entre os séculos X/IX a. C. e VII/VI a.C.,
suportando-se nos dados obtidos nos povoados fortificados de S. Julião e Barbudo
(Martins 1988a, 1989a), nomeadamente através da estratigrafia, cerâmica característica
do Bronze Final e datações de radiocarbono; a Fase II, entre os séculos VII/VI a. C.,
com base nos dados de S. Julião e a finais do século II a. C., de acordo com os
elementos provenientes de S. Julião, Barbudo e Lago; a Fase III, entre o final do século
II, inícios do século I a. C., e os meados do século I d. C., com base mais uma vez, nos
dados provenientes de várias estações arqueológicas; a Fase IV, correspondente à
romanização, entre meados do século I d. C. e eventualmente o século III d. C.,
novamente devido a dados provenientes de várias estações arqueológicas.
Mais recentemente, Alfredo González (2006) propôs uma cronologia marcada por
três grandes momentos, definindo, porém, numerosas subfases. O autor situou a Fase I
entre cerca de 1000 a. C. e cerca de 400 a. C., abrangendo a fase avançada do Bronze
Final e toda a Primeira Idade do Ferro. O autor subdividiu esta fase em três períodos: a
Fase Ia, entre 1000 e 825/800 a. C., caracterizada pela generalização da
monumentalização dos «castros» e expansão do modelo «castrejo» de organização do
território (circunscrita à zona Noroeste de Portugal e Sudoeste da Galiza); a Fase Ib,
entre 825/800 e 400 a. C., marcada pela desocupação dos povoados abertos,
generalização da metalurgia do ferro e introdução de novos tipos de armamento; e a
Fase Ic, entre 550 e 400 a. C., restrita a zonas meridionais e costeiras do Noroeste, as
quais terão sofrido mudanças, através do comércio púnico. A Fase II, entre 400 e
125/100 a. C. corresponderia ao período entre Segunda Idade do Ferro e finais do século
69
II a. C., aplicando-se em todo o território. O limite superior desta fase foi estabelecido
devido à formação de oppida na região e subsequente reestruturação do território. A
Fase III, entre 125/100 a. C. e 50/75 d. C., abrangendo os finais da Idade do Ferro e
inícios do domínio romano, seria caracterizada pelo aparecimento de cidades e pela
morosa incorporação do território que se denominaria como Gallaecia no Império
Romano. Foi subdividida em três momentos distintos: a Fase IIIa, 125 a. C. e 30 a. C.; a
Fase IIIb, entre 30 a. C. e 20 d. C.; e a Fase IIIc, entre 20 d. C. e 50/75 d. C.. O autor
considera perfeitamente plausível a perpetuação de alguns «castros» e de certos traços
culturais para além de 75 d. C., que poderiam ter chegado até século II d. C..
70
3.2. Bacia Média do Cávado
A investigação arqueológica efetuada na bacia média do Cávado iniciou-se no
princípio do século XX, destacando-se o trabalho desenvolvido por Albano Belino
(1909), com a inventariação de estações pré-romanas das proximidades da cidade de
Braga. Esta primeira fase de trabalhos, que se prolongou até meados da década de 70,
deu origem a uma série de publicações que tornam pública a descoberta de achados
descontextualizados e de levantamentos arqueológicos. Destacam-se autores como
Joaquim Fontes (1916), que apresenta a estação arqueológica de S. Julião em Caldelas,
Rui de Serpa Pinto (1932) e faz referência a povoados da bacia média do Cávado,
Carlos Teixeira (1936, 1955/1956), com artigos relativos à arqueologia da zona de
Braga, Domingos Silva (1958), que publica as primeiras monografias históricas do
concelho de Amares, Abade João de Freitas (1971), com a publicação póstuma do
relatório das escavações dirigidas na Citânia de S. Julião, Ribeiro da Cunha (1975), com
a inventariação de «castros» da bacia do Cávado, publicada também no Diário do
Minho entre 1948 e 1974, e Rigaud de Sousa (1973), com publicação da carta
arqueológica de Braga.
Entre os anos 70 e 80 do século passado realizam-se uma série de escavações
arqueológicas em povoados proto-históricos com recurso a novas metodologias de
investigação, de que é exemplo as escavações no Castro de Sabroso (Soeiro et al.,
1981).
Nos inícios dos anos 80, a criação da delegação dos Serviços Regionais de
Arqueologia da Zona Norte permitiu o aumento do número de trabalhos, ligados ou não
a instituições académicas, e de inventários arqueológicos sistemáticos. São de referir os
trabalhos de Henrique de Lemos Regalo (1986), com destaque para o seu levantamento
arqueológico do concelho de Vila Verde, de Henrique de Lemos Regalo & Mário Brito
(1991), com a carta arqueológica da Póvoa de Lanhoso, de Luís Fontes (1990, 1993) e
de Manuela Martins e Luís Fontes (2000) com a inventariação de sítios e achados
arqueológicos do concelho de Braga.
Armando Coelho Ferreira da Silva (1986, 2007) e Francisco Veleda Reimão
Queiroga (1992, 2003) fizeram constar algumas das estações arqueológicas dos
71
concelhos de Amares, Braga, Póvoa de Lanhoso e Vila Verde nos inventários incluídos
nas respetivas teses de doutoramento, classificando-os grosso modo como povoados
fortificados.
A Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho também reforçou o estudo
da bacia média do Cávado, tendo sido realizados projetos de investigação sistemáticos
conduzidos por Manuela Martins (1984, 1985, 1986, 1987, 1988a, 1988b, 1988c, 1989a,
1989b, 1990a, 1990b, 2005), Ana Bettencourt (1999, 2000a, 2000b, 2000c, 2000d,
2001b), Helena Carvalho (2008), entre outros.
72
3.3. Evolução da investigação arqueometalúrgica
São dos finais do século XIX as primeiras análises de composição química
efetuadas a artefactos metálicos na arqueologia peninsular. A técnica de análise por via
húmida então em voga permitia obter dados qualitativos, apesar de ser destrutiva
relativamente ao objeto sob análise.
Em Portugal, Alfredo Ben-Saude (1888/1892) publicou as análises que efetuou a
objetos pré-históricos fabricados em cobre nas «Communicações da Commissão dos
Trabalhos Geológicos de Portugal». Estas análises, como referimos feitas por via
húmida, foram realizadas no Laboratório de Química Mineral da Escola Politécnica de
Lisboa. José Fortes (1906) analisou no Instituto Industrial de Lisboa, igualmente por via
húmida, o punhal procedente da sepultura da Quinta de Água Branca.
Na Galiza, tal como em Portugal, as primeiras análises foram realizadas nos finais
do século XIX, igualmente por via húmida.
Em 1888, Manuel Murguía tornou pública uma análise feita a um machado
procedente de Cambados e em 1901, na sua «Historia de Galicia», a análise de um
machado procedente de Coropó.
Pouco depois, Leandro de Saralegui (1894) dá a conhecer o resultado das análises
a um machado do depósito de Senra na 3ª edição dos «Estudios sobre la época céltica en
Galicia».
Nos inícios do século XX, Louis Siret (1913) procedeu à análise de uma série de
materiais metálicos da Península Ibérica, abarcando uma vasta cronologia. O estudo,
incidindo em machados de talão e de alvado provenientes maioritariamente do Norte e
Centro-Norte de Portugal e Galiza, conclui que estes machados continham na sua
composição química teores elevados de chumbo, representativos de ligas ternárias.
Ángel del Castillo (1927: 96) apresentou uma tabela (Tabela II) comparativa que
incluía dados de Murguía, Saralegui, Siret e uma análise realizada a seu pedido por
Jesús Casares Bescansa, que reunia 7 análises relativas a machados de talão da Galiza.
Castillo classificou os machados como sendo de bronce pobre, de bronce normal y de
bronce plomoso. Porém, o mesmo autor revelaria ser essencial analisar um maior
número de peças.
73
Tabela II – Análises de machados da Galiza de (1) Murguía, 1888; (2) Saralegui, 1894; (3) Murguía,
1901; (4, 5 e 6) Siret, 1913; (7) Jesús Casares Bescansa (segundo Castillo, 1927).
Números Procedência Cobre Estanho Chumbo Ferro Arsénio Zinco
1 Cambados - - 16.00 - - -
2 Senra 77.63 18.57 3.20 - - 0.54
3 Coropó 88.00 12.00 - - - -
4 Sotomayor 69.14 15.34 3.07 - 0.28 -
5 Monforte 72.05 10.09 16.60 0.35 - -
6 Monforte 62.25 6.50 25.05 - 6.02 -
7 Cumbraos 66.73 28.39 3.55 0.89 - -
Em Portugal, na década de 50 do século passado, foram ainda realizadas análises
no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, nomeadamente aos artefactos metálicos
provenientes de Pinhal dos Melos (Paço & Ferreira, 1956), de Abreiro e da Serra de
Bornes (Bartholo, 1958).
Nas décadas de 60 e 70, Siegfried Junghans, Edward Sangmeister e Manfred
Schröder (1960, 1968, 1974) realizaram as primeiras associações tecno-tipológicas
tendo por base a composição química de um vasto número de artefactos metálicos de
base cobre provenientes de países europeus, incluindo Portugal e Espanha. Porém, o
número de artefactos provenientes do Noroeste Peninsular é reduzido. A análise por
espectroscopia ótica de emissão, realizada no Landesmuseum Württemberg,
Universidade de Estugarda, é uma técnica invasiva e destrutiva, sendo, no entanto,
menos agressiva para a peça relativamente à via húmida. Estes autores estudaram a
metalurgia desde o Calcolítico até à Idade do Bronze na Europa, tendo como objetivo
principal conhecer a procedência e as rotas de intercâmbio baseando-se nos padrões dos
elementos traço, pois consideravam que estes não se alteravam com os processos de
transformação do minério em metal. Este objetivo não foi cumprido devido à
complexidade dos processos de extração metalúrgica que influenciaram os elementos
traço e à possibilidade de reciclagem dos metais ou artefactos através, por exemplo, da
sua refundição. Estes estudos que visavam a elaboração de grandes sínteses ganhariam
grande relevância e até novos desenvolvimentos com os trabalhos de Beatrice Blance
(1971), Axel Hartmann (1982), Marisa Ruiz-Gálvez Priego (1984) e André Coffyn
(1985).
74
André Coffyn (1985: 224, 227) apresentou o resultado de análises de
espectrografia destrutiva realizadas a artefactos provenientes de diversos povoados, no
Laboratoire d‟Anthropologie de Rennes. Da Quinta do Ervedal foram estudados cinco
lingotes plano-convexos de cobre quase puro, em média 97.8%, cujas impurezas
principais são o arsénio, com (0.14%), e o antimónio (em média 0.063%). O autor
referiu que, tendo em conta os métodos primitivos empregues, estes lingotes são
notavelmente refinados. Ainda deste povoado, analisaram-se dois machados de talão e
anel do Bronze Final português, sendo o primeiro constituído por 7% de estanho e
apresentando impurezas de arsénio (1.5%), de antimónio (3%), de prata (1%). O
segundo machado apresenta, de acordo com o autor, uma composição comparável à dos
machados do final do Bronze Médio francês, com 14% de estanho e teores elevados de
arsénio e antimónio.
De Coles de Samuel foram analisados todos os tipos de objetos presentes no
depósito: foice de tipo «Rocanes», cinzel, machado de alvado e de dois anéis, machado
de talão uniface e bracelete. Todos os objetos são constituídos por bronzes binários com
10.5 a 14.1% de estanho, sendo as percentagens de chumbo negligenciáveis para sete
análises, e para as outras duas de 0.2% e 0.7%. Verifica-se a presença de 0.10 a 1% de
arsénio, o que, segundo o autor, aponta para o uso de minério rico em arsénio, pois uma
liga obtida pela refundição teria perdido o arsénio por volatilização. Um dos lingotes do
Ervedal apresenta um teor de arsénio de 0.50%, comparável aos objetos de Coles de
Samuel. Coffyn (1985: 227) referiu que a utilização de liga binária cobre-estanho se terá
prolongado até ao século VIII a. C., porém, os teores de estanho terão aumentado
relativamente à fase anterior, constatando que a técnica dos metalurgistas «lusitanos»
não teria sido afetada pela falta de estanho que se fez sentir em França desde a Fase II
do Bronze Final.
Uma foice de Castropol contém 20.5% de chumbo para 10.4% de estanho, e
importantes vestígios de arsénio (0.15%), de prata (0.25%) e de níquel (0.30%). Pelo
contrário, duas foices de Coles de Samuel são constituídas por bronze binário (0.025 e
0.20 % de chumbo), realçando-se apenas o arsénio (0.15 e 0.20%) entre as impurezas.
De acordo com André Coffyn (1985: 230), a foice asturiana apresenta uma tecnologia
75
diferente que recorda a utilizada na produção de machados de talão tardios, contudo
nada permite ainda fixar uma data posterior ao fim do século VIII a. C.
De S. Martinho de Bougado realça-se o elevado teor de chumbo presente no
machado de talão e de dois anéis e nos fragmentos de um outro machado analisados,
46.7% e 73% respetivamente.
Na década de 80 do século passado, na Galiza, iniciou-se o Proyecto para la
Investigación Metalúrgica de Galicia, que pressupunha, entre outras coisas, a análise
mais ou menos sistemática dos achados galegos. As instituições que promoveram o
estudo dos materiais foram a Secção de Arqueología del Instituto de Estudos Galegos
Padre Sarmiento e o Departamento de Arqueología de la Universidad de Santiago, em
colaboração com os museus arqueológicos galegos. As análises realizaram-se nos
laboratórios da Asociación para la Investigación Metalúrgica del Noroeste de Vigo e no
Departamento de Edafología de la Universidad de Santiago. Na Asociación para la
Investigación Metalúrgica del Noroeste de Vigo realizaram-se análises de composição
através de espectroscopia de plasma, porém, como não possuíam padrões de referência
que se aproximassem de ligas pré-históricas, apresentavam erros de medição nas
análises. Fora do projeto, mas no mesmo laboratório, analisaram-se fragmentos de
cerâmica através de difração de Raios-X e de aderências de escórias através de
espectroscopia de plasma, provenientes das estações de O Fixóne e Lavapés (García
Lastra, 1984; Peña, 1985).
Em Portugal, a partir dos anos 80 as análises passaram a realizar-se sobretudo em
três centros laboratoriais principais: no Laboratório Nacional de Engenharia e
Tecnologia Industrial, no Centro de Física Nuclear da Universidade de Lisboa e no
Centro de Metalurgia e Ciência dos Materiais da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto.
No Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial, em Lisboa,
recorrendo-se à tecnologia de análise por Microscopia Eletrónica de Varrimento,
analisaram-se maioritariamente artefactos de períodos anteriores à Idade do Bronze
Final (Cabral & Araújo, 1983; Jorge, 1984; Jorge, 1986; Cruz, 1992; Cavalheiro &
Sanches, 1996). No Centro de Física Nuclear da Universidade de Lisboa procedeu-se à
análise por espectrometria de fluorescência de raios-X de artefactos de base cobre
76
provenientes de estações arqueológicas do Norte e Centro de Portugal e datados da
Idade do Bronze Final (Gil et al., 1989; Senna-Martinez, 1989; Vilaça, 1995). No
Centro de Metalurgia e Ciência dos Materiais da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto utilizaram-se três técnicas principais, espectrometria de absorção
atómica, espectrometria de fluorescência de raios-X e microanálise de raios-X por
dispersão de energias. São de referir os estudos de Armando Coelho Ferreira da Silva
(1986, 2007) juntamente com Mário Varela Gomes (1993), Ivone Pedro (1995) e Ana
Bettencourt (2001a) relativos à Idade do Bronze Final e Idade do Ferro.
Em Espanha destaca-se o projeto Arqueometalurgia de la Península Ibérica
iniciado em 1982, a partir do qual se desenvolveram numerosos estudos relativos à
metalurgia peninsular, destacando-se para este trabalho os estudos referentes à
metalurgia de base cobre da Idade do Bronze Final e Idade do Ferro no Noroeste
Peninsular (Rovira, 1995; Rovira et al., 1997; Comendador, 1997, 1999; Bettencourt,
2001a; Montero et al., 2003; Rovira, 2004). A maioria dos trabalhos apresentam
análises realizadas mediante espectrometria de fluorescência de raios-X, entre outras
técnicas.
Em 1986, Armando Coelho Ferreira da Silva (1986: 169, 170, 2007: 246)
apresentou os resultados das análises efetuadas a 11 artefactos de base cobre
provenientes do povoado do Coto da Pena, através da técnica de microanálise de raios-
X por dispersão de energias. Os valores de estanho para uma parte do espólio variam
entre 10 e 15 %, e para outra parte variam entre 2 e 3%. O autor considera que os
diferentes teores das ligas seriam intencionais e dependentes da função dos próprios
objetos, salientando o exemplo dos resultados da amostra do eixo (12-15%) e da mola
(2,5-3%) pertencentes a um mesmo fragmento de fíbula, cujas composições parecem
sugerir «em favor da solidez e da elasticidade de cada um dos elementos.»
Fernando Bragança Gil, João Senna-Martínez, Maria Filomena Guerra, Ana Isabel
Seruya e Carlos Fabião (1989: 239) analisaram 10 artefactos metálicos de base cobre, da
Idade do Bronze Final, provenientes de dois sectores do Cabeço do Crasto de São
Romão, o Sector A e o Sector B. Apresentam-se as percentagens médias dos elementos
detetados nas peças referidas na Tabela III. Todas as peças analisadas, exceto uma, são
bronzes com valores de estanho anormalmente elevados, na ordem dos 23-39%.
77
Segundo os autores, a exceção, um cravo, teria sido fabricado com um cobre impuro,
sendo o estanho, o chumbo e o ferro as impurezas mais significativas, e a prata,
antimónio, paládio e ouro as impurezas menores. Tendo em conta a sua composição, os
autores consideraram que se trataria de uma peça ornamental. O grupo de artefactos do
Sector A é heterogéneo quanto aos minérios e às técnicas de fabrico, distinguindo-se
duas matérias-primas com base nos valores de arsénio. O Sector B é mais homogéneo,
apresentando percentagens de arsénio semelhantes e não contendo ferro na sua
composição.
Tabela III – Percentagens médias dos elementos detetados em 10 artefactos do Cabeço do Crasto de São
Romão (segundo Gil et al., 1989: 239).
Peça Cu Sn Fe As Ag Sb Pb
Sec
tor
A
30 74.4±2.2 24.2±2.0 Vestigial - Vestigial 0.1±0.01 1.3±0.3
31A 61.5±2.0 37.4±1.0 0.6 1.4 0.1 0.13±0.01 -
31B 60.6±2.6 37.2±4.2 2.6 1.5 0.06±0.04 0.12±0.04 -
31C 56.2 42.7 - 1.7 0.1 0.2 -
32 59.9±2.7 39.1±2.3 - 1.0±0.2 0.13±0.06 0.0s±0.03 -
75 70.5±5.7 29.0±5.2 1.9 - - 0.1±0.01 -
76 62.3±8.6 37.4±8.7 - - 0.0s±0.02 0.2
77 93.6±3.3 0.2±0.0 5.5±3.3 - 0.07±0.03 0.5±0.3
Sec
tor
B
78 67.6±4.6 28.8±2.8 - 1.6 0.2±0.1 0.3±0.3 2.4±0.9
79 63.6±1.6 34.6±1.8 - 1.5±0.7 0.18±0.04 0.05±0.01 -
80 57.7±5.7 37.8±4.0 - 2.3 0.4±0.1 0.3±0.1 3.3±2.6
81 76.8±3.1 23.2±3.1 - - 0.014±0.001 0.00±0.00 0.00
Raquel Vilaça (1995) analisou 114 artefactos metálicos provenientes de Castelejo,
Monte do Frade, Alegrios, Moreirinha e Cachouça, povoados da Idade do Bronze Final.
Em 1995 recorreu à técnica de fluorescência de raios-X, no Centro de Física Nuclear da
Universidade de Lisboa. Em 1997, publicou resultados obtidos em 83 artefactos dos 114
já analisados, recorrendo à Microscópia Eletrónica de Varrimento associada à
espectrometria de raios-X dispersiva de energias, comparando-os com os anteriores. As
análises foram realizadas sob orientação do Doutor Craig Merideth no Wolfsan
Basement Laboratory do Instituto de Arqueologia da Universidade de Londres.
Concluiu que a grande maioria dos bronzes correspondiam a ligas binárias de cobre e
78
estanho de muito boa qualidade, e com valores de estanho rondando os 6-18%. Porém,
para um conjunto de 17 argolinhas do povoado da Moreirinha, os valores de estanho
chegaram aos 26%. A ocorrência de chumbo é rara. Verificou-se a presença de cobre
quase puro apenas com vestígios de enxofre. Distinguiu dois grupos gerais em função
da percentagem de estanho, que coincidem com certas categorias de artefactos.
Percentagens de estanho entre 6 e 12% ocorrem em instrumentos e nas armas, enquanto
percentagens entre 12 e 17% encontram-se em peças ornamentais ou afins que não
precisariam de ser muito resistentes. Raquel Vilaça (1997: 129) considerou que «as
variações, aliás mínimas, ao nível da composição das ligas se devem correlacionar mais
com a finalidade e funcionalidade das peças, do que com eventuais diferentes lotes de
fabrico».
Ana Bettencourt (2001a) interpretou o resultado de diferentes análises efetuadas
quer por espectrometria de absorção atómica, no Centro de Metalurgia e Ciência dos
Materiais da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, quer por
espectrometria de Fluorescência de raios-X, no âmbito do projeto de Arqueometalurgia
de la Península Ibérica, no Instituto de Patrimonio Histórico Español do Ministério da
Cultura de Madrid, utilizando também análises de Siret (1913) e Bourhis (1976, in
Coffyn, 1985). Partindo das análises (Tabela IV) efetuadas a artefactos do Bronze Final,
concluiu que a esmagadora maioria das peças eram bronzes binários com altos teores de
estanho (13% e 30,93%), resultando em artefactos de pouca resistência, e apresentando
ainda teores residuais de chumbo, mas com ausência de arsénio. Dos objetos estudados
destaca-se a nervura de um punhal de S. Julião que apresenta valores de estanho da
ordem dos 16%, resultando numa peça pouco resistente e de fraca qualidade,
correspondendo provavelmente a uma peça ornamental ou apenas usada para fins
rituais. De referir, também, a vareta e um fragmento de caldeiro de rebites do povoado
da Santinha, que contêm elevados teores de estanho, 19 e 21% respetivamente,
implicando pouca resistência. Perante os resultados, e para esta fase, a autora faz
aproximar a metalurgia do Norte de Portugal e Sul da Galiza ao mundo mediterrâneo,
afastando-se deste modo da hipótese levantada por Rovira, que havia traçado paralelos
com a Meseta Norte, a fachada atlântica francesa e a Grã-Bretanha, onde era comuns as
ligas ternárias.
79
Tabela IV – Composição química dos artefactos metálicos do Bronze Final no Entre Douro e Minho
(segundo Bettencourt, 2001a).
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Cu As Ag Sn Sb Pb
Alto de S.
Bento PA7194 Punhal tipo P. Mós 0.169 86.33 - 0.031 13.46 0.030 .
C. Lanhoso
sup PA7180 Punhal triangular 0.337 76.34 - 0.090 22.54 0.446 0.247
Corvite L. Siret
(1913) Machado de Talão - 77.87 - - 12.98 1.25 .
Coto da Pena
IA
CMCM Fíbula de tipo
Alcores ? ? ? ? 2.5<3 ? ?
CMC Foice tipo
«Rocanes» ? ? ? ? 12.5<13.5 ? ?
CMCM Mola de Fíbula ? ? ? ? 12<15 ? ?
CMCM Eixo da fíbula
anterior ? ? ? ? 2.5<3 ? ?
Lavra II
PA7183 Lâmina (frag.) 0.217 87.27 - 0.008 12.23 - -
PA7184 Lâmina (frag.) 0.210 73.98 - - 25.64 - -
PA7185 Fíbula - Det. - - Det. - -
PA7186 Vareta 0.238 84.60 - Vest. 15.12 - -
PA7187 Indeterminado Vest. 77.65 - - 22.34 - -
Santinha I PA6965 Caldeiro de rebites 0.673 78.24 - 0.051 21.03 - -
PA7025 Vareta 0.347 80.86 - 0.027 18.76 - -
S. Julião PA7189 Machado de talão? 0.195 74.09 0.424 0.074 24.47 0.080 0.424
PA7191 Ponta de lança 0.350 76.34 - 0.056 22.45 0.208 0.189
S. Julião Ia PA7197 Nervura 0.150 83.20 - 0.016 16.43 0.075 0.159
PA7201 Folha punhal - Vest. - - Vest. - -
S. Julião Ib
PA6937 Arco de Fíbula - Vest. - - Vest. - Vest.
PA7200 Vareta Vest. Vest. - Vest. Vest. Vest. -
PA6932 Escória (?) indet. 0.275 64.19 - 0.055 30.93 0.052 1.26
Na transição da Idade do Bronze Final para a Idade do Ferro (ver Tabela V), a
autora considerou que as ligas binárias se tornaram ternárias nas bacias do Cávado e do
Minho, apresentando valores discretos (3,35-8,95%), mas intencionais de chumbo. No
caso de um caldeiro de S. Julião, a adição de chumbo é de 3%. Valores desta ordem
permitiriam maior fluidez e facilidades de vazamento (Mohen, 1990), o que teria
favorecido a reprodutibilidade deste tipo de artefactos compostos por várias peças.
Também um rebite proveniente de S. Julião, apresentando 6% de chumbo e 4% de
estanho, aponta a intencionalidade de criar uma liga pouco dura de forma a facilitar a
martelagem deste tipo de utensílios. A autora refere que, neste período, as percentagens
80
de adição de chumbo no Noroeste não são idênticas de área para área, revelando
assimetrias tecnológicas importantes.
Relativamente ao Ferro Inicial no Entre Douro e Minho (ver Tabela V), Ana
Bettencourt (2001a: 30-33) apresentou 5 análises efetuadas a artefactos do povoado de
Penices por espectrometria de absorção atómica, tendo verificado que uma das peças era
constituída por cobre, e quatro peças correspondiam a ligas chumbadas, sendo três delas
discretas (1-3%), e uma, um fragmento de machado, apresentava valores elevados de
chumbo (18,7%). A autora referiu que «parece notória a intencionalidade em fabricar
estes artefactos com ligas muito chumbadas», levantando ainda a hipótese de os
machados de talão de duplo anel, com elevados teores de chumbo, pertencerem à Idade
do Ferro Inicial.
A autora inferiu que no Noroeste peninsular o fenómeno das ligas ternárias com
chumbo terá surgido a partir do 2º quartel do I milénio a. C..
Tabela V – Composição química dos achados metálicos da transição Bronze/Ferro e do Ferro Inicial no
Entre Douro e Minho (segundo Bettencourt, 2001a).
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Cu As Ag Sn Sb Pb
Abelheira
Bourhis
(1976)
Machado de talão (2
anéis) - 42.2 0.20 0.20 7.4 0.06 46.7
L. Siret
(1913)
Machado de talão (2
anéis) - 63.32 - - 7.98 1.25 24.73
Coto da Pena
IB
CMCM Pend. (sang.) ? ? ? ? 12.5<14 ? ?
CMCM Pend. (sang.) ? ? ? ? 11.5<13 ? ?
CMCM Pend. (trombet) ? ? ? ? 10<11.5 ? ?
CMCM Pend. (trombet) ? ? ? ? 10<13 ? ?
CMCM Corrente ? ? ? ? 10<11.5 ? ?
CMCM Fíbula Acebuchal ? ? ? ? 2<2.6 ? ?
CMCM Fíbula (mola) ? ? ? ? 2.5<3 ? ?
Boticas L. Siret
(1913)
Machado de talão (2
anéis) - 73.86 - - 11.17 1.18 13.66
Falperra II PA7190 Mach. (frag.) 0.384 77.90 - 0.33 12.23 0.155 8.954
Minho
L. Siret
(1913)
Machado de talão (2
anéis) - 59.32 - - 9.67 2.50 28.13
L. Siret
(1913)
Machado de talão (2
anéis) - 56.05 - - 5.34 1.67 33.60
L. Siret
(1913)
Machado de talão (2
anéis) - 50.62 - - 11.01 1.83 26.29
L. Siret
(1913)
Machado de talão (2
anéis) - 51.70 - - 8.10 0.75 40.02
81
L. Siret
(1913)
Machado de talão (2
anéis) - 50.06 - - 3.30 1.00 35.44
Penices II
CM2 Arco fíbula ? - ±90% - - 7.5% - 1.63%
CM6 Machado - ±65% - - 15.4% - 18.7%
CM8 Cinzel ? - ±87% - - 9.7% - 2.6%
CM9 Lingote - ±98% - - 1% - 0.12%
CM10 Vareta - ±85% - - 11.3% - 3.09%
Rio Cávado PA7195 Mach. de alv. (2
anéis) 0.307 73.49 - 0.058 18.76 0.083 7.134
S. Julião Id
PA6938 Fíbula - Vest. - - Vest. - Vest.
PA6947 Indeterminado 0.391 66.60 - 0.032 29.39 0.012 3.35
PA6964 Lingote ? 0.733 72.41 - 0.020 19.02 0.053 7.63
PA7193 Cadinho - Vast. - - Vest. - Vest.
PA6946 Rebite - 89.73 - 0.044 4.308 0.127 5.78
PA6964 Caldeiro 0.524 76.82 - 0.121 18.94 0.358 3.08
Vila Nova de
Cerdeira
L. Siret
(1913)
Machado de talão
(anéis) - 61.48 - - 9.88 0.39 25.75
Para tentar enquadrar a adoção de ligas chumbadas a partir da transição
Bronze/Ferro, a autora levantou algumas hipóteses, a começar na questão económica,
cuja preponderância questionou por princípio, desde logo porque a escassez de cobre na
região poderia ser facilmente suprida através das jazidas de cobre das Astúrias e das
jazidas de estanho e de volfrâmio da Galiza e do Norte de Portugal, onde está presente a
calcopirite. Relevando a hipótese apresentada por Peña Santos (1992) de que esta
tecnologia poderia derivar do uso sistemático da técnica da refundição e da reciclagem,
a autora ressalvou que a mesma carece ainda de confirmação, não afastando, contudo,
essa possibilidade. Considerando a hipótese de este processo metalúrgico poder ter
origem exógena, a autora referiu que o mesmo tanto poderia ter chegado através da
fachada atlântica ou da Meseta Norte, ou então ser de proveniência meridional, o que
deixa evidenciar mais dúvidas do que certezas relativamente à questão. Contudo,
apoiando-se nas «novidades» encontradas nos povoados, que, segundo a própria, teriam
marcado o período, nomeadamente as cerâmicas estampilhadas, as fíbulas de tipo Sta.
Luzia, a cerâmica ática, as fíbulas de tipo Acebuchal, a introdução da aveia e a
introdução esporádica de objetos de ferro, a autora deixou claro que a via meridional
parece ter tido aqui alguma preponderância relativamente às demais apresentadas,
quanto mais não seja em termos de probabilidade (Bettencourt, 2001a).
82
Apesar das múltiplas dificuldades que se colocam à interpretação das variáveis em
presença, a diversificação dos objetos metálicos, bem como a alteração das suas
composições químicas, resultado da introdução de novas tecnologias num contexto que
sugere alterações ideológicas, sociais e económicas, parece ser determinante para
caracterizar o Bronze Final na região. Nesta linha de raciocínio, a combinação binária, a
ausência de vestígios de arsénio e os elevados teores de estanho põem em evidência
uma influência meridional, que vai ao encontro dos vestígios encontrados nos povoados.
A passagem da Idade do Bronze para a do Ferro é aqui descrita como uma mudança em
continuidade pela manutenção de alguns artefactos da fase anterior e pela introdução de
outros que são novidade. É nesta transição que se assiste à passagem para as ligas
ternárias, em que pontificam adições discretas de chumbo, facto revelador, segundo a
autora, do saber técnico dos bronzistas da região. As ligas ternárias marcam também o
Ferro Inicial mas os teores de chumbo continuarão a depender sobretudo da
funcionalidade dos objetos, o que só por si revela domínio e intencionalidade.
Em Portugal, a partir do ano 2000, iniciaram-se estudos sistemáticos da
composição de metais do território português, mediante o protocolo Investigação em
Arqueometria estabelecido entre o Instituto Tecnológico Nuclear e o Instituto Português
de Arqueologia. Foram desenvolvidos diversos projetos de investigação, por exemplo a
Caracterização de Metais e Ligas Metálicas Pré-Históricas, cujo arqueólogo
responsável foi M. F. Araújo; e a Caracterização das produções metalúrgicas do grupo
Baiões/Santa Luzia (Bronze Final), cujos arqueólogos responsáveis foram João Senna-
Martinez e Inês Vaz. Os trabalhos realizados sob este protocolo recorreram à técnica de
análise elementar por espectrometria de fluorescência de raios-X, tendo resultado em
diversas publicações (Senna-Martinez & Pedro, 2000; Araújo et al., 2004; Senna-
Martinez et al., 2004; Senna-Martinez et al., 2005; Senna-Martinez et al., 2006). O
Instituto Tecnológico Nuclear iniciou novas colaborações, em 2002 com o
Departamento de Conservação e Restauro da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Nova de Lisboa, e em 2005, com o Departamento de Ciência dos
Materiais da Universidade Nova de Lisboa. O projeto Metalurgia e Sociedade no
Bronze Final do Centro de Portugal (arqueólogo responsável João Senna-Martinez) foi
o primeiro projeto arqueometalúrgico totalmente financiado pela Fundação para a
83
Ciência e a Tecnologia, tendo sido publicados vários artigos (Figueiredo et al., 2006;
Valério et al., 2006; Figueiredo et al., 2007a; Figueiredo et al., 2007b; Figueiredo et al.,
2007c; Figueiredo et al., 2007d; Melo et al., 2007; Senna-Martinez et al., 2007;
Figueiredo et al., 2009; Melo et al., 2009; Figueiredo et al., 2010a; Figueiredo et al.,
2010b; Senna-Martinez, 2010; Senna-Martinez et al., 2010; Senna-Martinez, 2011;
Senna-Martinez et al., 2011a; Senna-Martinez et al., 2011b).
Em 2008 foram apresentados três projetos de investigação à Fundação para a
Ciência e a Tecnologia: Primeiras Etapas Metalúrgicas na Pré-História da
Estremadura Portuguesa, responsável Fátima Araújo; Origens e Difusão da Produção
de Bronzes Binários no Norte e Centro de Portugal - Implicações Arqueometalúrgicas e
Sociais, responsável João Senna-Martinez; Antigas ligas de Bronze no Sul de Portugal -
Processos Metalúrgicos e Cadeias Operatórias, responsável Monge Soares. Estes
projetos sofreram uma restruturação, tornando-se num grande projeto intitulado
EarlyMetal: Metalurgia Primitiva no Território Português, cujos responsáveis eram
Fátima Araújo, João Senna-Martinez e Monge Soares. O projeto tem como objetivo a
caracterização das condições histórico-tecnológicas que presidiram ao surgimento da
metalurgia do cobre no extremo ocidente peninsular, à sua evolução durante a Primeira
Idade do Bronze e à introdução das ligas de bronze no Norte, Centro e Sul de Portugal,
bem como a reconstituição dos processos metalúrgicos envolvidos na produção dessas
ligas e na manufatura dos artefactos (Comendador & Bettencourt, 2011; Cruz et al.,
2011; Figueiredo et al., 2011a; Figueredo et al., 2011b; Figueiredo et al., 2011c;
Sampaio & Bettencourt 2011; Figueiredo et al., 2012; Figueiredo et al., 2013a;
Figueiredo et al., 2013b; Fonte et al., 2013; Senna-Martinez et al., 2013; Loureiro et al.,
2014).
84
Capítulo 4 – Relação dos materiais arqueológicos
4.1. Povoado de São Julião
4.1.1. Introdução
O povoado de São Julião é referenciado desde meados do século XIX, nas obras
de Carvalho da Costa, em 1868 (211), e de Pinho Leal, em 1874 (44). No início do
século XX, é citado por Albano Belino, em 1909 (6), e por Joaquim Fontes, em 1916
(198). Na década de 30, o povoado é alvo das primeiras intervenções arqueológicas,
realizadas sob direção do Padre João Martins de Freitas, contudo das várias
intervenções desenvolvidas no povoado apenas um dos trabalhos foi publicado em
1971.
No início da década de 80, Manuela Martins reinicia os trabalhos arqueológicos
neste povoado, resultando em cinco campanhas de escavação, de 1981 a 1985, tendo-se
publicado sistematicamente os seus resultados (Martins, 1984; 1985; 1986; 1988a;
1990b).
No mesmo sentido e numa tentativa de responder a algumas das questões
levantadas com os trabalhos de Manuela Martins, Ana Bettencourt, efetua uma série de
campanhas de escavação entre 1989 e 1996, das quais resultaram quatro publicações
(Bettencourt, 1994; 1995; 1999; 2000c).
4.1.2. Localização e contexto fisiográfico
O povoado de São Julião situa-se no monte de S. Julião no Noroeste de Portugal,
na região de Entre-Douro-e-Minho. Em termos administrativos o povoado encontra-se
repartido entre as freguesias de Ponte (S. Vicente) e Coucieiro, ambas pertencentes ao
concelho de Vila Verde, distrito de Braga (Martins, 1988a: 8). As coordenadas
geográficas do sítio arqueológico na sua cota máxima de duzentos e noventa e seis
metros são as seguintes: 41°41‟23‟‟N e 8°23‟36‟‟O (HGM).
O povoado localiza-se num remate de esporão de grande altitude (máximo de
85
cerca de 296m), de orientação NE/SO, a sudoeste do Monte Vairão, contraforte da Serra
Amarela (Bettencourt, 2000c: 7). As vertentes Norte, Oeste e Sul apresentam declives
abruptos, ao contrário da vertente Este que apresenta desníveis sucessivos que suavizam
o declive (Martins, 1988a: 8). O topo do monte é aplanado e razoavelmente extenso
(Martins, 1984: 16). As características de esporão de grande altitude conferem-lhe
excelentes condições naturais de defesa, inexistentes apenas a NE, onde o cabeço
entronca nos restantes relevos do cordão montanhoso (Martins, 1988a: 8), e ampla
visibilidade para os vales dos rios Cávado e Homem (Anexo 1) (Martins, 1985: 198).
A rede hidrográfica da região onde se localiza o povoado integra-se na bacia do
rio Homem (Martins, 1984: 16). O rio Homem dista apenas cerca de 2 km deste
povoado. Na base das vertentes Sul e Este correm diversos subafluentes do rio Homem
(Martins, 1984: 16). No sopé das vertentes Norte e Oeste dominam os afluentes da
ribeira do Loureiro, também ligada à bacia do Homem (Martins, 1984: 16).
Como já foi referido na zona do povoado aflora o granito de Braga (Medeiros et
al., 1975), como se pode observar no excerto da carta geológica apresentado no Anexo
2. Sobrepondo o traçado do SET à carta geológica (Anexo 2), verifica-se que o território
de exploração deste povoado não abrange nenhum local com recursos metalogénicos
relevantes.
Por análise da Carta de Aptidão da Terra da Região de Entre Douro e Minho,
Braga Folha 5, à escala 1/100 000, de 1996 (Anexo 3), verifica-se que os solos do
monte de S. Julião não apresentam aptidão para a agricultura (A0), apresentando,
porém, moderada aptidão para floresta de exploração e/ou silvo-pastorícia (F2). Na
paisagem adjacente ao monte de S. Julião, os solos inserem-se nas seguintes unidades
cartográficas (Agroconsultores & Geometral, 1995: 143-144): A1 F2, aptidão elevada
para agricultura e aptidão moderada para floresta de exploração e silvo-pastorícia; A2
F1, aptidão moderada para agricultura e aptidão elevada para floresta de exploração e/ou
silvo-pastorícia; e A3 F2, aptidão marginal para agricultura e aptidão moderada para
floresta de exploração e silvo-pastorícia.
Segundo a carta acima referida, o monte de S. Julião apresenta um ou mais dos
seguintes tipos de solos, antrossolo cumúlico, cambissolo e/ou regossolo (Tabela I).
Outras fontes (Martins, 1988a: 9; Bettencourt, 2000c: 8) afirmam que os solos do
86
povoado são de origem sinantrópica, existindo porém nas imediações solos de tipo
ranker atlântico, um subtipo de leptossolos de terrenos graníticos (Jones et al., 2005:
31).
O monte de S. Julião encontra-se coberto por vegetação rasteira de herbáceas e
gramíneas, já a meia encosta estão presentes manchas de pinhal (Pinus pinaster) e
eucaliptal (Eucaliptus globulus) (Martins, 1984: 16; Martins, 1988a: 9; Bettencourt,
2000c: 8).
O acesso faz-se a partir do lugar do Crasto, freguesia de Ponte (S. Vicente), segue
por estrada municipal (sentido SO) até um entroncamento que dá acesso a um caminho
florestal, o qual leva ao cume do monte de S. Julião.
4.1.3. Contexto arqueológico
A ocupação humana mais antiga do povoado de São Julião remonta ao
Calcolítico, mas de acordo com os dados das distintas campanhas de escavação, teve
diferentes fases de reocupações, desde o Bronze Final até à Idade Média (Bettencourt,
2000c: 143).
Os vestígios mais antigos da primeira fase de ocupação, foram recolhidos na zona
mais elevada da acrópole, identificando-se materiais cerâmicos e líticos
descontextualizados que não permitem uma caracterização exaustiva do povoado nesse
momento (Bettencourt, 2000c: 143).
Durante os finais da Idade do Bronze, especificamente século XI a. C., ocorre a
segunda ocupação do povoado, denominada S. Julião Ia, onde se ocupa apenas parte da
acrópole (Bettencourt, 2000c: 143). Nesta fase foram detetados fundos de cabanas,
buracos de poste, fossas abertas no saibro ou no solo e lareiras. Também se detetaram
indicadores de atividades de subsistência de âmbito local, através de ecofactos, e outros
itens relacionáveis com sistemas de intercâmbio, como a cerâmica «Tipo Baiões», a
aquisição ou confeção de artefactos em bronze, peças em azeviche e líticos provenientes
de outras áreas (Bettencourt, 2000c: 143-144).
A partir do século IX a. C., o povoado é marcado por um forte dinamismo,
caracterizado pelo aumento do núcleo populacional e pela introdução de novidades
87
arquitetónicas e artefactuais (Bettencourt, 2000c: 144). Nesta fase a acrópole é
praticamente toda ocupada e estende-se para as plataformas norte e oeste (Bettencourt,
2000c: 144). É o momento da primeira monumentalização arquitectónica do povoado
que se caracteriza pela construção de dois panos de «muralhas», e pelo aparecimento de
novas tipologias cerâmicas e de novos itens: cossoiros em cerâmica, objetos em ferro,
contas em pasta vítrea, moldes em cerâmica e de cera perdida (Bettencourt, 2000c: 144).
A presença de objetos exóticos de origem meridional neste povoado demonstra a
importância e influência (direta ou indireta) dos Fenícios sobre os povos indígenas
peninsulares (Bettencourt, 2000c: 144).
O povoado foi ocupado sem interrupção até aos séculos II e III d. C., no registo
arqueológico proveniente da acrópole, constata-se que a ocupação dos finais da Idade
do Bronze continuou sem grandes alterações na cultura material móvel e no registo
paleoecológico até os inícios do século VIII e os meados do VI a. C. (S. Julião Ic)
(Bettencourt, 2000c: 144-145).
Na plataforma oeste a ocupação dá-se desde o século IX até inícios do século IV
a. C. (S. Julião Id, camada 3b e 3a). Nesta fase dos finais da Idade do Bronze e transição
para a Idade do Ferro, ocupa-se a acrópole, as plataformas norte e oeste, a vertente este
e o esporão norte. Surgem novas estruturas, novas formas cerâmicas e a metalurgia do
bronze ternária (cobre, estanho e chumbo), entre outros vestígios. Os contactos à
distância comprovam-se pela continuação da produção metalúrgica em bronze, pelos
artefactos em ferro, entre outros (Bettencourt, 2000c: 145).
Entre os séculos VII/VI a. C. e finais do século II a. C. (S. Julião IIA), a
organização do povoado altera-se, visando o aumento do sistema defensivo, com o
objetivo possível da proteção da produção alimentar (Martins, 1988a: 158-178). Nesta
fase detetam-se vestígios de pavimentos com buracos de poste, e nos finais deste
período surgem as primeiras construções de pedra (Martins, 1990b: 140). Verifica-se o
uso de novas técnicas de fabrico cerâmico, caracterizado por pastas grosseiras. A
metalurgia parece manter uma certa continuidade em relação à fase anterior (Martins,
1990b: 149).
É no século I a. C. até meados do século I d. C. (S. Julião IIB), que ocorre uma
remodelação do sistema defensivo, construindo-se novas muralhas e torreões,
88
generalizam-se as habitações com vestíbulo e paredes em pedra de boa qualidade,
pavimentos compactados de argila e terra, e pavimentos lajeados entre habitações
(Martins 1988a: 178-213). Regista-se também mudanças na cerâmica, em relação à fase
anterior, generalizando-se o uso do torno, a presença de cerâmicas de melhor qualidade
e uma maior diversificação. No povoado regista-se um desenvolvimento considerável
da metalurgia, representado pelo aparecimento significativo de objetos em bronze e em
ferro, e o aparecimento de moldes e escórias, que indiciam produção local de objetos
metálicos (Martins, 1990b: 164).
A partir de meados do século I d. C. até século II/III d. C. (S. Julião III), não se
registam alterações percetíveis à organização do povoado, em relação à fase anterior,
contudo o núcleo de ocupação parece agora concentrar-se nas plataformas mais baixas
do povoado (Martins, 1988a: 213-222). As habitações mantêm as mesmas
características do período anterior. A cerâmica fornece a melhor caracterização desta
fase, demonstrando a generalização da louça romana de fabrico comum e de cerâmica
de importação romana. Relativamente à metalurgia salienta-se o uso mais lato de
objetos de ferro, em detrimento do bronze (Martins, 1990b: 175).
As escavações realizadas no povoado não permitiram a deteção de ocupações
evidentes da Idade Média, contudo, foram detetados na acrópole, cerâmicas datáveis
entre os séculos X e XV, e um ceitil de Afonso V (Bettencourt, 2000c: 145).
4.1.4. Contexto arqueológico do espólio metálico
Nas diversas escavações realizadas no povoado de São Julião foram detetados
vários objetos relacionados com a atividade metalúrgica de base cobre. Entre todo o
espólio recolhido ao longo das várias campanhas de escavações, referem-se aqueles que
foram estudados nesta dissertação, explicitando o seu contexto, descrevendo-se o
objecto e fornece-se as análises químicas realizadas por outros investigadores e as
realizadas no âmbito desta dissertação.
89
Figura 14 – Anel. Número
de Inventário 1991.2489.
Zonas de análise «a» e «b».
Anel - Nº Inv. 1991.2489
Contexto: Foi encontrado no Sector B, Corte 1, Zona
B3. Segundo Manuela Martins (1988a: 19-50, 1990b: 113-
134) as características do espólio cerâmico, recolhido neste
nível arqueológico, corresponde à fase de ocupação entre os
séculos X e VI a. C., considerado S. Julião I.
Descrição: Trata-se de um anel. Aro fechado de perfil
circular e secção retangular, com as extremidades sobrepostas
(Figura 14).
Análises: Na Figura 14 apresenta-se as marcas, das
zonas de análise «a», correspondente à referência laboratorial SJL_1991.2489_a, e «b»
à referência laboratorial SJL_1991.2489_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela VI) trata-se de um
artefacto de composição binária, bronze, apresenta elevada percentagem de cobre e
baixa percentagem de estanho.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1988a). A citânia de S. Julião, Vila
Verde. Memória dos trabalhos realizados entre 1981 e 1985, Cadernos de Arqueologia
– Monografias 2, Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Martins, M. (1990b). O povoamento proto-histórico e a romanização da bacia do
curso médio do Cávado, Cadernos de Arqueologia – Monografias 5, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Tabela VI – Composição química do anel, número de inventário 1991.2489, proveniente do povoado de S. Julião I, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião I SJL_1991.2489_a Anel 0.063 - 91.39 0.130 0.13 0.310 3.477 0.421 - 0.704 pXRF
S. Julião I SJL_1991.2489_b Anel 0.372 - 83.44 0.218 0.174 0.521 4.840 1.10 - 1.30 pXRF
90
Fíbula - Nº Inv. 1991.2490
Contexto: Foi encontrada no
Sector C, Corte 1, Camada 3,
relacionada com a Casa 6. Segundo
Manuela Martins (1988a: 86, 212-213)
as características do espólio cerâmico,
recolhido neste nível arqueológico,
corresponde à fase de ocupação entre o
século I a. C. e meados do século I d. C., classificado como S. Julião IIB.
Descrição: Trata-se de um fragmento de fíbula tipo Transmontano; Schule 4d.
Mola de perfil cilíndrico e secção circular, bilateral, conservando vinte e uma espiras e
uma pequena saliência no centro. Botões terminais em tambor com quatro nervuras em
cada (Figura 15).
Análises: Na Figura 15 apresenta-se as marcas, das zonas de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial SJL_1991.2490_a, e «b» à referência
laboratorial SJL_1991.2490_b.
Discusão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela VII) trata-se de um
artefacto de composição ternária, apresenta valores anormais de cobre, elevada
percentagem de estanho e uma discreta percentagem de chumbo. Os valores anormais
de cobre e os elevados valores de estanho nas duas análises pressupõem que a peça
encontra-se num elevado estado de corrosão.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1988a). A citânia de S. Julião, Vila
Verde. Memória dos trabalhos realizados entre 1981 e 1985, Cadernos de Arqueologia
– Monografias 2, Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Tabela VII – Composição química da fíbula, número de inventário 1991.2490, proveniente do povoado de S. Julião IIB, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião IIB SJL_1991.2490_a Fíbula 0.534 - 8.072 0.131 0.523 - 20.31 0.871 - 7.733 pXRF
S. Julião IIB SJL_1991.2490_b Fíbula 0.264 - 37.12 0.113 0.335 - 14.74 0.706 - 3.965 pXRF
Figura 15 – Fíbula tipo Transmontano. Número de
Inventário 1991.2490. Zonas de análise «a» e «b».
91
Figura 16 – Lingote. Número de
Inventário 1991.2491.
Fonte: Manuel Santos.
Lingote - Nº Inv. 1991.2491
Contexto: Foi encontrado no Corte 6, Camada
3b. Segundo Ana Bettencourt (2000c: 27, 62, 123) as
datas de radiocarbono, recolhidas neste nível
arqueológico, corresponde à fase de ocupação entre os
finais da segunda metade do século IX a. C. até aos
séculos VIII/VI a. C., considerado S. Julião Id.
Descrição: Trata-se de um fragmento de lingote,
de forma paralelepipédica (Figura 16).
Análises: Na Figura 16 apresenta-se a marca, da
zona de análise «a», correspondente à referência
laboratorial SJL_1991.2491_a.
Discussão dos resultados: De acordo com a análise de Bettencourt (2000c)
(Tabela VIII), trata-se de um artefacto de liga ternária de bronze e chumbo. Segundo a
nossa análise (Tabela VIII) trata-se também de uma liga ternária contudo o chumbo
apresenta maior percentagem que o cobre e o estanho. Apresentando assim valores
díspares dos de Bettencourt. Coloca-se a hipótese de a nossa área de análise tenha
incidido nas proximidades de um possível nódulo de chumbo.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela VIII – Composição química do fragmento de lingote, número de inventário 1991.2491, proveniente do povoado de S. Julião
Id.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Bettencourt
(2000c) S. Julião Id PA6964
Fragmento
de lingote 0.733 0.114 72.41 - - 0.020 19.02 0.053 - 7.63 XRF
Nossa análise S. Julião Id SJL_1991.24
91_a
Fragmento
de lingote - - 43.20 0.203 1.764 0.032 5.61 0.114 - 50.74 pXRF
92
Tacha - Nº Inv. 1992.0129
Contexto: Foi encontrada no
Corte 6, Camada 3b. Segundo Ana
Bettencourt (2000c: 27, 62, 123) as
datas de radiocarbono, recolhidas
neste nível arqueológico,
corresponde à fase de ocupação
entre os finais da segunda metade
do século IX a. C. até aos séculos
VIII/VI a. C., considerado S. Julião Id.
Descrição: Trata-se de uma tacha fraturada, cabeça cónica e espigão de secção
circular, fraturado na extremidade (Figura 17).
Análises: Na Figura 17 apresenta-se as marcas, das zonas de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial SJL_1992.0129_a, «b» à referência laboratorial
SJL_1992.0129_b, «c» à referência laboratorial SJL_1992.0129_c, e «d» à referência
laboratorial SJL_1992.0129_d.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela IX) trata-se de um
artefacto de composição binária, apresenta relativamente baixos de cobre e altos de
estanho. Os valores de chumbo consideram-se como residuais.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela IX – Composição química do anel, número de inventário 1992.0129, proveniente do povoado de S. Julião Id, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Id SJL_1992.0129_a Tacha 0.158 - 43.98 0.126 0.574 - 13.66 0.403 - 1.218 pXRF
S. Julião Id SJL_1992.0129_b Tacha 0.182 - 22.45 0.127 0.85 - 18.14 0.533 - 1.826 pXRF
S. Julião Id SJL_1992.0129_c Tacha 0.63 - 47.41 0.131 0.244 - 12.74 0.74 - 1.131 pXRF
S. Julião Id SJL_1992.0129_d Tacha 0.407 - 50.84 0.169 0.499 - 11.94 0.708 - 1.47 pXRF
Figura 17 – Tacha. Número de Inventário 1992.0129. Zona
de análise «a», «b», «c» e «d».
93
Prego - Nº Inv. 1992.0153
Contexto: Foi encontrado no Sector A, Corte 1,
Camada Ib. Segundo Manuela Martins (1988a: 50, 158)
as características do espólio cerâmico, recolhido neste
nível arqueológico, corresponde à fase de ocupação
entre os séculos VII/VI a. C. e finais do século II a. C.,
classificado como S. Julião IIA.
Descrição: Trata-se de um fragmento de prego, de
secção quadrangular e cabeça circular (Figura 18).
Análises: Na Figura 18 apresenta-se as marcas, das zonas de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial SJL_1992.0153_a, e «b» à referência
laboratorial SJL_1992.0153_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela X) trata-se de um
artefacto de composição ternária. As análises revelam diferenças salientes relativamente
à percentagem de chumbo e de cobre. A análise SJL_1992.0153_a apresenta valores
superiores de chumbo e inferiores de cobre em relação à análise SJL_1992.0153_b. A
diferença, se bem que subtil, talvez se deva à função ou à posição de vazamento
aquando do fabrico da própria peça.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1988a). A citânia de S. Julião, Vila
Verde. Memória dos trabalhos realizados entre 1981 e 1985, Cadernos de Arqueologia
– Monografias 2, Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Tabela X – Composição química do prego, número de inventário 1992.0153, proveniente do povoado de S. Julião IIA, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião IIA SJL_1992.0153_a Prego 1.288 - 86.92 0.116 0.624 0.466 3.522 0.5 - 5.923 pXRF
S. Julião IIA SJL_1992.0153_b Prego 0.808 - 90.91 0.09 0.414 0.676 3.159 0.504 - 3.066 pXRF
Figura 18 – Fragmento de prego.
Número de Inventário 1992.0153.
Zona de análise «a» e «b».
94
Punhal - Nº Inv. 1992.0177
Contexto: Foi encontrado no Sector
B, Corte 2, Camada IIb. Segundo Manuela
Martins (1985: 214-215, 1988a: 19, 1990b:
134) as características do espólio
cerâmico, recolhido neste nível
arqueológico, corresponde à fase de
ocupação entre os séculos X e VI a. C.,
considerado S. Julião I.
Descrição: Trata-se de um punhal
tipo «Porto de Mós». Lâmina de placas
simétricas, de secção losangular
decrescendo para a ponta e espalmada no
cabo (Figura 19 e 20). Punhal fraturado no
cabo.
Análises: Na Figura 19 apresenta-se as marcas, das zonas de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial SJL_1992.0177_a, e «c» à referência
laboratorial SJL_1992.0177_c. Na Figura 20 apresenta-se a marca da zona de análise
«b», correspondente à referência laboratorial SJL_1992.0177_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XI) trata-se de um
artefacto de composição binária, uma vez que os valores de chumbo e arsénio, entre os
1 e 3%, devem ser tomados como impurezas e não como elementos maiores da liga. As
análises apresentam valores altos para o estanho, chumbo e arsénio, contudo os valores
deveriam ser mais baixos e o cobre mais alto, devido à corrosão.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1985). A ocupação do Bronze Final da
citânia de S. Julião, em Vila Verde. Caracterização e cronologia, Trabalhos de
Antropologia e Etnologia, volume XXV (2-4), p. 197-240.
Martins, M. (1988a). A citânia de S. Julião, Vila Verde. Memória dos trabalhos
realizados entre 1981 e 1985, Cadernos de Arqueologia – Monografias 2, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Martins, M. (1990b). O povoamento proto-histórico e a romanização da bacia do
Figura 20 – Punhal «Porto de Mós». Número de
Inventário 1992.0177. Zona de análise «b».
Fonte: Manuel Santos.
Figura 19 - Punhal «Porto de Mós». Número de
Inventário 1992.0177. Zona de análise «a» e «c».
Fonte: Manuel Santos.
95
curso médio do Cávado, Cadernos de Arqueologia – Monografias 5, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Tabela XI – Composição química do punhal, número de inventário 1992.0177, proveniente do povoado de S. Julião I, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião I SJL_1992.0177_a Punhal 0.101 - 41.94 0.202 1.468 - 13.87 0.311 - 1.962 pXRF
S. Julião I SJL_1992.0177_b Punhal 0.085 - 14.66 0.23 2.615 - 19.36 0.449 - 3.362 pXRF
S. Julião I SJL_1992.0177_c Punhal 0.118 - 24.87 0.538 1.786 - 17.34 0.424 - 2.379 pXRF
96
Figura 21 – Punhal «Porto de Mós». Número de
Inventário 1992.0178. Zona de análise «a» e «c».
Figura 22 – Punhal «Porto de Mós». Número de
Inventário 1992.0178. Zona de análise «b».
Punhal - Nº Inv. 1992.0178
Contexto: Foi encontrado no Sector
B, Corte 1, na parte superior da Camada
B6. Segundo Manuela Martins (1985:
214-215, 1988a: 19, 1990b: 134) as
características do espólio cerâmico,
recolhido neste nível arqueológico,
corresponde à fase de ocupação entre os
séculos X e VI a. C., considerado S. Julião
I.
Descrição: Trata-se de um punhal
tipo «Porto de Mós». Lâmina de placas
simétricas, com vinco central, de secção losangular decrescendo para a ponta e
espalmada no cabo onde apresenta um
orifício circular, em disposição central. Lâmina fracturada a meio e no cabo (Fig. 21 e
22).
Análises: Na Figura 21 apresenta-se as marcas, das zonas de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial SJL_1992.0178_a, e «c» à referência
laboratorial SJL_1992.0178_c. Na Figura 22 apresenta-se a marca da zona de análise
«b», correspondente à referência laboratorial SJL_1992.0178_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XII) trata-se de
um artefacto de composição binária, bronze. Apresenta valores elevados de estanho na
lâmina especialmente na lâmina. Existe diferença entre as análises incidentes na lâmina
e na guarda, caracterizada pela diminuição da percentagem de estanho, chumbo e
arsénio.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1985). A ocupação do Bronze Final da
citânia de S. Julião, em Vila Verde. Caracterização e cronologia, Trabalhos de
Antropologia e Etnologia, volume XXV (2-4), p. 197-240.
Martins, M. (1988a). A citânia de S. Julião, Vila Verde. Memória dos trabalhos
realizados entre 1981 e 1985, Cadernos de Arqueologia – Monografias 2, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
97
Martins, M. (1990b). O povoamento proto-histórico e a romanização da bacia do
curso médio do Cávado, Cadernos de Arqueologia – Monografias 5, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Tabela XII – Composição química do punhal, número de inventário 1992.0178, proveniente do povoado de S. Julião I, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião I SJL_1992.0178_a Punhal 0.128 - 20.87 0.169 0.777 - 18.5 0.524 - 1.669 pXRF
S. Julião I SJL_1992.0178_b Punhal 0.073 - 20.62 0.157 0.768 - 18.56 0.518 - 1.592 pXRF
S. Julião I SJL_1992.0178_c Punhal 0.123 - 39.03 0.792 0.541 - 14.59 0.412 - 1.13 pXRF
98
Fíbula - Nº Inv. 1992.1859
Contexto: Foi encontrada numa das escavações do
povoado de São Julião. Segundo Manuela Martins (1988a: 50,
158) as características do espólio cerâmico, recolhido neste
nível arqueológico, corresponde à fase de ocupação entre os
séculos VII/VI a. C. e finais do século II a. C., classificado
como S. Julião IIA.
Descrição: Trata-se de uma fíbula fracturada, tipo Ponte
33 (fíbulas do tpo Meseta), cabeça de secção quadrangular com
as arestas ligeiramente côncavas e com decoração incisa,
formada por duas fiadas de círculos concêntricos nas faces
laterais, e com dois círculos concêntricos rodeados e
emoldurados por duas filas de pequenas incisões em forma de
disco na face superior. A peça possui um espigão de secção
quadrangular ligeiramente curvado que se encontra fraturado
na extremidade (Fig. 23).
Análises: Na Figura 23 e 24 apresenta-se as marcas, das
zonas de análise «a», correspondente à referência laboratorial
SJL_1992.0153_a, e na Figura 23, a marca «b»
correspondente à referência laboratorial SJL_1992.0153_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises
(Tabela XIII) trata-se de um artefacto de composição ternária, bronze «chumbado». A
zona de análise «a» apresenta valores altos de estanho e chumbo, porém os da zona «b»
são superiores.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1988a). A citânia de S. Julião, Vila
Verde. Memória dos trabalhos realizados entre 1981 e 1985, Cadernos de Arqueologia
– Monografias 2, Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Figura 23 – Fíbula Ponte
33. Número de Inventário
1992.1859. Zona de
análise «a» e «b».
Fonte: Manuel Santos.
Figura 24 - Fíbula Ponte 33,
detalhe da cabeça. Número
de Inventário 1992.1859.
Zona de análise «a».
Fonte: Manuel Santos.
99
Tabela XIII – Composição química da fíbula, número de inventário 1992.1859, proveniente do povoado de S. Julião I, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião IIA SJL_1992.1859_a Fíbula 0.246 0.015 48.72 0.155 1.583 - 10.5 0.636 - 14.81 pXRF
S. Julião IIA SJL_1992.1859_b Fíbula 0.279 0.002 25.76 0.176 2.897 - 13.5 0.946 - 26.09 pXRF
100
Figura 25 – Placa rebitada.
Número de Inventário 1992.1951.
Zona de análise «a» e «b».
Fonte: Manuel Santos.
Placa - Nº Inv. 1992.1951
Contexto: Foi encontrada no Corte 6, Camada 3a.
Segundo Ana Bettencourt (2000c: 65, 130-131) as datas de
radiocarbono, a estratigrafia, e as características do espólio
cerâmico, recolhidas neste nível arqueológico, corresponde à
fase de ocupação entre os séculos VIII/VI a. C. e o primeiro
quartel do século IV a. C., considerado S. Julião Id.
Descrição: Trata-se de uma placa fragmentada, com
forma de T, com uma série de quatro rebites
paralelepipédicos (Figura 25 e 26),
possivelmente de um caldeiro.
Análises: Na Figura 25 e 26
apresenta-se as marcas, das zonas de
análise «a», correspondente à referência
laboratorial SJL_1992.1951_a, e «b»
correspondente à referência laboratorial
SJL_1992.1951_b, e na Figura 26, a marca
«c» correspondente à referência laboratorial SJL_1992.1951_c.
Discussão dos resultados: De acordo com a análise de Bettencourt (2000c), trata-
se de um artefacto de liga ternária, de bronze e chumbo. Segundo a nossa análise
(Tabela XIV), os dados indicam que se trata também de um artefacto de liga ternária,
bronze e chumbo, contudo apresentam valores mais baixos de estanho, que os de
Bettencourt.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Figura 26 – Desenho arqueológico do artefacto número
de inventário 1992.1951. Zona de análise «a», «b» e
«c». Autor: Amélia Marques
101
Tabela XIV – Composição química da placa, número de inventário 1992.1951, proveniente do povoado de S. Julião Id.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técni
ca
Bettencourt
(2000c) S. Julião Id PA6964 Placa 0.524 0.149 76.82 - - 0.121 18.94 0.358 - 3.08 XRF
Nossa análise S. Julião Id SJL_1992.1951_a Placa 0.536 - 37.89 0.200 1.571 - 12.42 0.458 - 17.33 pXRF
Nossa análise S. Julião Id SJL_1992.1951_b Placa 1.456 - 68.58 0.227 1.090 0.022 6.517 0.246 - 12.46 pXRF
Nossa análise S. Julião Id SJL_1992.1951_c Placa 1.983 - 82.68 0.218 0.411 0.189 4.805 0.326 - 3.412 pXRF
102
Pendente - Nº Inv. 1995.0061
Contexto: Foi encontrado numa das escavações do povoado de
S. Julião. Segundo a ficha de inventário do Museu de D. Diogo de
Sousa, o artefacto insere-se na transição da Idade do Bronze para a
Idade do Ferro, que corresponde à fase de ocupação de S. Julião Id,
de Ana Bettencourt (2000c).
Descrição: Trata-se de um pendente, cuja conta tem forma de
gota e argola oval (Figura 27).
Análises: Na Figura 27 apresenta-se a marca, da zona de
análise, correspondente à referência laboratorial SJL_1995.0061_a.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela
XV) trata-se de um artefacto de composição quaternária, contudo
não se tem a certeza de ser um objecto de bronze e chumbo, uma vez
que o chumbo apresenta uma percentagem de 67.82% e o cobre de 20.03%. O arsénio
surge com uma percentagem elevada de 4.79%, talvez associado à elevada percentagem
de chumbo, por associação nos minérios ou devido a erro de análise por parte do
equipamento ou à corrosão.
Tabela XV – Composição química do pendente, número de inventário 1995.0061, proveniente do povoado de S. Julião Id, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Id SJL_1995.0061_a Pendente 2.066 - 20.03 0.206 4.79 0.014 6.34 0.262 - 67.82 pXRF
Figura 27 – Pendente.
Número de inventário
1995.0061.
Fonte: Manuel Santos.
103
Figura 28 – Fragmento de fusilhão de uma fíbula. Número
de Inventário 1995.0063. Zona de análise «a» e «b».
Fíbula - Nº Inv. 1995.0063
Contexto: Foi encontrada no
Corte 6, Camada 3, Quadrado C9.
Segundo Ana Bettencourt (2000c:
65, 130-131) as datas de
radiocarbono, a estratigrafia, e as
características do espólio cerâmico, recolhidas neste nível arqueológico, corresponde à
fase de ocupação entre os séculos VIII/VI a. C. e o primeiro quartel do século IV a. C.,
considerado S. Julião Id.
Descrição: Trata-se de um fragmento de fíbula, sendo apenas constituído pelo
fusilhão, de pequenas dimensões (Figura 28).
Análises: Na Figura 28 apresenta-se as marcas, da zona de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial SJL_1995.0063_a, e «b» correspondente à
referência laboratorial SJL_1995.0063_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XVI) trata-se de
um artefacto de composição ternária. O valor elevado de chumbo influência o valor de
arsénio, pelo que esta última não se deve tomar como um elemento maior. Esta peça
pela sua reduzida dimensão e pelos dados da análise mostra-se evidentemente corroída.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XVI – Composição química do fusilhão, número de inventário 1995.0063, proveniente do povoado de S. Julião Id, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Id SJL_1995.0063_a Fusilhão 2.291 - 6.893 0.207 1.879 - 13.63 0.896 - 47.3 pXRF
S. Julião Id SJL_1995.0063_b Fusilhão 2.312 - 8.418 0.217 1.963 - 13.56 0.882 - 45.95 pXRF
104
Vareta - Nº Inv. 1995.0432
Contexto: Foi encontrada no
Corte 3a, Camada 5, Quadrado
D3. Segundo Ana Bettencourt
(2000c: 27, 62, 123) as datas de
radiocarbono, a estratigrafia, e as
características do espólio
cerâmico, recolhidas neste nível
arqueológico, corresponde à fase de ocupação da Idade do Bronze, transição do século
XI para o X até à segunda metade do século IX a. C., considerado S. Julião Ib.
Descrição: Trata-se de um fragmento de uma possível vareta, apresenta forma
paralelepipédica e um buraco próximo de uma extremidade (Figura 29).
Análises: Na Figura 29 apresenta-se as marcas, da zona de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial SJL_1995.0432_a, e «b» correspondente à
referência laboratorial SJL_1995.0432_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XVII) trata-se de
um artefacto de composição binária, bronze. O artefacto possui uma elevada
percentagem de estanho. A análise SJL_1995.0432_b, apresenta valores de chumbo
acima de 1% contudo consideram-se como valores residuais.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XVII – Composição química da vareta, número de inventário 1995.0432, proveniente do povoado de S. Julião Ib, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Ib SJL_1995.0432_a Vareta 0.201 - 26.97 0.124 0.656 - 17.17 0.73 - 1.677 pXRF
S. Julião Ib SJL_1995.0432_b Vareta 0.143 0.069 14.65 0.174 0.535 - 19.55 1.237 - 1.865 pXRF
Figura 29 – Fragmento de possível vareta. Número de
Inventário 1995.0432. Zona de análise «a» e «b».
105
Figura 30 – Placa. Número de
Inventário 1995.0433. Zona de
análise «a».
Placa - Nº Inv. 1995.0433
Contexto: Foi encontrada no Corte 6, Camada 3,
Quadrado A7. Segundo Ana Bettencourt (2000c: 65, 130-
131) as datas de radiocarbono, a estratigrafia, e as
características do espólio cerâmico, recolhidas neste nível
arqueológico, corresponde à fase de ocupação entre os
séculos VIII/VI a. C. e o primeiro quartel do século IV a.
C., considerado S. Julião Id.
Descrição: Trata-se de uma placa de espessura
considerável e de função indeterminada (Figura 30 e 31).
Análises: Na Figura 30 apresenta-se a marca,
da zona de análise «a», correspondente à referência
laboratorial SJL_1995.0433_a, e na Figura 31 a
marca «b» correspondente à referência laboratorial
SJL_1995.0433_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas
análises (Tabela XVIII) trata-se de um artefacto de
composição ternária, bronze e chumbo. Contem
maior percentagem de estanho do que chumbo, ambos a percentagens elevadas.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XVIII – Composição química da placa, número de inventário 1995.0433, proveniente do povoado de S. Julião Id, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Id SJL_1995.0433_a Placa 0.416 - 21.84 0.138 1.056 - 17.6 0.547 - 6.082 pXRF
S. Julião Id SJL_1995.0433_b Placa 0.281 - 34.2 0.131 0.962 - 15.2 0.459 - 4.704 pXRF
Figura 31 - Placa. Número de
Inventário 1995.0433. Zona de análise
«b».
106
Figura 32 – Rebite. Número de
Inventário 1995.0434. Zona de
análise «a» e «b».
Fonte: Manuel Santos.
Rebite - Nº Inv. 1995.0434
Contexto: Foi encontrado no Corte 6, Camada 3b.
Segundo Ana Bettencourt (2000c: 65, 130-131) as datas
de radiocarbono, a estratigrafia, e as características do
espólio cerâmico, recolhidas neste nível arqueológico,
corresponde à fase de ocupação entre os séculos VIII/VI a.
C. e o primeiro quartel do século IV a. C., considerado S.
Julião Id.
Descrição: Trata-se de um rebite, cabeça de perfil
cónico, possui uma fratura na base (Figura 32).
Análises: Na Figura 32 apresenta-se as marcas, das zonas de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial SJL_1995.0434_a, e «b» correspondente à
referência laboratorial SJL_1995.0434_b.
Discussão dos resultados: De acordo com a análise de Bettencourt (2000c), trata-
se de um artefacto de liga ternário, de bronze e chumbo. Segundo a nossa análise
(Tabela XIX), os dados indicam que se trata também de um artefacto de liga ternária,
bronze e chumbo. Contudo os dados por nós obtidos apresentam percentagens mais
elevadas de estanho e chumbo, e menor percentagem de cobre do que os dados de
Bettencourt, isto deve-se à corrosão.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XIX – Composição química do rebite, número de inventário 1995.0434, proveniente do povoado de S. Julião Id.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Bettencourt
(2000c) S. Julião Id PA6964 Rebite - - 89.73 - - 0.044 4.308 0.127 - 5.78 XRF
Nossa análise S. Julião Id SJL_1995.0434_a Rebite 0.233 - 38.72 0.205 1.214 - 13.27 0.772 - 10.60 pXRF
Nossa análise S. Julião Id SJL_1995.0434_b Rebite 0.185 - 17.23 0.217 1.773 - 17.26 1.098 - 13.93 pXRF
107
Figura 33 – Fragmento indefinido.
Número de Inventário 1995.0435. Zona
de análise «a» e «b».
Indefinido - Nº Inv. 1995.0435
Contexto: Foi encontrado no Corte 6,
Camada 3b. Segundo Ana Bettencourt (2000c: 65,
130-131) as datas de radiocarbono, a estratigrafia, e
as características do espólio cerâmico, recolhidas
neste nível arqueológico, corresponde à fase de
ocupação entre os séculos VIII/VI a. C. e o
primeiro quartel do século IV a. C., considerado S.
Julião Id.
Descrição: Trata-se de um fragmentado
indefinido, provavelmente pertencente a um objecto de adorno (Figura 33).
Análises: Na Figura 33 apresenta-se as marcas, das zonas de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial SJL_1995.0435_a, e «b» correspondente à
referência laboratorial SJL_1995.0435_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XX) trata-se de
um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo. Tanto o chumbo como o
estanho encontra-se em percentagens muito elevadas, entre 23% e 36%, e 12% e 13%,
respectivamente. O zinco também apresenta valores elevados, que não são comuns nas
outras análises.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XX – Composição química do fragmento indefinido, número de inventário 1995.0435, proveniente do povoado de S. Julião Id,
através das análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Id SJL_1995.0435_a Indefinido 0.732 - 29.12 1.703 - - 12.71 1.702 - 23.49 pXRF
S. Julião Id SJL_1995.0435_b Indefinido 1.595 - 16.31 1.745 0.701 - 13.35 1.063 - 36.06 pXRF
108
Figura 34 – Escória metálica.
Número de Inventário
1995.0436. Zona de análise
«a» e «b».
Escória - Nº Inv. 1995.0436
Contexto: Foi encontrada no Corte 3a, Camada 3b.
Segundo Ana Bettencourt (2000c: 27, 62, 123) as datas de
radiocarbono, recolhidas neste nível arqueológico,
corresponde à fase de ocupação da Idade do Bronze,
transição do século XI para o século X até à segunda metade
do século IX a. C., considerado S. Julião Ib.
Descrição: Trata-se de uma escória metálica (Fig. 34).
Análises: Na Figura 34 apresenta-se as marcas, das
zonas de análise «a», correspondente à referência laboratorial SJL_1995.0436_a, e «b»
correspondente à referência laboratorial SJL_1995.0436_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XXI) trata-se de
um artefacto de composição binária, bronze. Apresenta percentagem de chumbo entre
os 1 e 2%, contudo, devido à corrosão, este valor encontra-se valorizado, pelo que não
se considera como elemento maior. O estanho apresenta uma elevada percentagem
acima dos 15%.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XXI – Composição química da escória metálica, número de inventário 1995.0436, proveniente do povoado de S. Julião Ib,
através das análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Ib SJL_1995.0436_a Escória 0.189 - 20.4 0.122 0.709 - 18.59 0.559 - 1.619 pXRF
S. Julião Ib SJL_1995.0436_b Escória 0.232 - 34.55 0.117 0.491 - 15.63 0.555 - 1.329 pXRF
109
Figura 35 – Escória metálica.
Número de Inventário 1995.0439.
Zona de análise «a» e «b».
Escória - Nº Inv. 1995.0439
Contexto: Foi encontrada no Corte 6, Camada 3b,
Quadrado B3. Segundo Ana Bettencourt (2000c: 27, 62,
123) as datas de radiocarbono, recolhidas neste nível
arqueológico, corresponde à fase de ocupação entre os
finais da segunda metade do século IX a. C. até aos
séculos VIII/VI a. C., considerado S. Julião Id.
Descrição: Trata-se de uma escória metálica
(Figura 35).
Análises: Na Figura 35 apresenta-se as marcas, das zonas de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial SJL_1995.0439_a, e «b» correspondente à
referência laboratorial SJL_1995.0439_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XXII) trata-se de
um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo. Esta peça é um bom exemplo,
da diferença entre uma área corroída e uma «limpa». A grande diferença de nota-se
entre as percentagens de estanho e chumbo que aumentam da zona «a», para a «b» e a
diminuição do cobre da mesma forma.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XXII – Composição química da escória metálica, número de inventário 1995.0439, proveniente do povoado de S. Julião Id,
através das análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Id SJL_1995.0439_a Escória 0.247 - 57.43 0.104 0.296 - 10.35 0.191 - 4.653 pXRF
S. Julião Id SJL_1995.0439_b Escória 0.854 - 11.5 0.128 1.081 - 18.47 0.469 - 15.02 pXRF
110
Figura 36 – Nódulo metálico
indefinido. Número de Inventário
1995.0440. Zona de análise «a» e «b».
Nódulo - Nº Inv. 1995.0440
Contexto: Foi encontrado no Corte 6, Camada
3b, Quadrado B7 associado à Cabana III. Segundo
Ana Bettencourt (2000c: 27, 62, 123) as datas de
radiocarbono, recolhidas neste nível arqueológico,
corresponde à fase de ocupação entre os finais da
segunda metade do século IX a. C. até aos séculos
VIII/VI a. C., considerado S. Julião Id.
Descrição: Trata-se de um nódulo metálico
(Figura 36), de função indefinida.
Análises: Na Figura 36 apresenta-se as marcas, das zonas de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial SJL_1995.0440_a, e «b» correspondente à
referência laboratorial SJL_1995.0440_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XXIII) trata-se de
um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo. A percentagem de chumbo,
apresenta valores elevados acima dos 20%. O estanho também apresenta valores altos,
acima dos 10%. Estes valores contrastam com a percentagem de cobre que apresenta
valores baixos, possivelmente indicando que se trata de mais uma peça fortemente
corroída.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XXIII – Composição química do nódulo, número de inventário 1995.0440, proveniente do povoado de S. Julião Id, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Id SJL_1995.0440_a Nódulo 0.559 - 15.87 0.138 1.661 - 15.28 0.537 - 29 pXRF
S. Julião Id SJL_1995.0440_b Nódulo 0.56 - 30.51 0.126 1.782 - 12.99 0.449 - 23.71 pXRF
111
Figura 37 – Fragmento de cadinho cerâmico,
com aderência metálica. Número de
Inventário 1995.0444.
Cadinho - Nº Inv. 1995.0444
Contexto: Foi encontrado no Corte 6,
Camada 3b, Quadrado A2. Segundo Ana
Bettencourt (2000c: 27, 62, 123) as datas de
radiocarbono, recolhidas neste nível
arqueológico, corresponde à fase de ocupação
entre os finais da segunda metade do século IX
a. C. até aos séculos VIII/VI a. C., considerado
S. Julião Id.
Descrição: Trata-se de um fragmento de cadinho cerâmico, com uma aderência
metálica (Figura 37).
Análises: Na Figura 37 apresenta-se a marca, da zona de análise, correspondente
à referência laboratorial SJL_1995.0444_a.
Discussão dos resultados: De acordo com a análise de Bettencourt (2000c), trata-
se de um artefacto de liga ternário, de bronze e chumbo. Segundo a nossa análise
(Tabela XXIV), os dados indicam que se trata também de um artefacto de liga ternária,
bronze e chumbo.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XXIV – Composição química do fragmento de cadinho, com aderência metálica, número de inventário 1995.0444,
proveniente do povoado de S. Julião Id.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Bettencourt
(2000c) S. Julião Id PA7193 Cadinho - - Vest. - - - Vest. - - Vest. XRF
Nossa
análise S. Julião Id SJL_1995.0444_b
Resíduo do
cadinho 1.432 - 45.91 0.122 0.681 - 11.60 0.321 - 11.51 pXRF
112
Figura 38 – Nódulos ou placas metálicas de
dimensão considerável, indefinidos. Número de
Inventário 1995.0447. Zona de análise «a» e
«b».
Figura 39 – Nódulos ou placas metálicas de
dimensão considerável, indefinidos. Número
de Inventário 1995.0447.
Nódulo - Nº Inv. 1995.0447
Contexto: Foi encontrada no Corte 6,
Camada 3b, Quadrado B7 associado à Cabana
III. Segundo Ana Bettencourt (2000c: 27, 62,
123) as datas de radiocarbono, recolhidas neste
nível arqueológico, corresponde à fase de
ocupação entre os finais da segunda metade do
século IX a. C. até aos séculos VIII/VI a. C.,
considerado S. Julião Id.
Descrição: Trata-se de dois nódulos ou
placas metálicas de dimensão considerável
(Figura 38 e 39), de função indefinida.
Análises: Na Figura 38 apresenta-se as
marcas, das zonas de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial
SJL_1995.0447_a, e «b» correspondente à
referência laboratorial SJL_1995.0447_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XXV) trata-se de
um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo. Apresenta também arsénio com
percentagens na ordem dos 3 a 4%, porém não se inclui nos elementos maiores, por
apresentar chumbo na ordem dos 27 a 37%.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XXV – Composição química dos nódulos ou placas, número de inventário 1995.0447, proveniente do povoado de S. Julião Id,
através das análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Id SJL_1995.0447_a Nódulo 0.976 - 14.7 0.144 3.906 - 13.73 0.531 - 37.66 pXRF
S. Julião Id SJL_1995.0447_b Nódulo 1.672 - 14.82 0.149 3.127 - 15.36 0.565 - 27.83 pXRF
113
Figura 40 – Possível conta fragmentada.
Número de Inventário 1995.0448. Zona de
análise «a» e «b».
Conta - Nº Inv. 1995.0448
Contexto: Foi encontrada no Corte 6,
Camada 3, Quadrado C6. Segundo Ana
Bettencourt (2000c: 65, 130-131) as datas de
radiocarbono, a estratigrafia, e as características
do espólio cerâmico, recolhidas neste nível
arqueológico, corresponde à fase de ocupação
entre os séculos VIII/VI a. C. e o primeiro
quartel do século IV a. C., considerado S. Julião
Id.
Descrição: Trata-se de uma possível conta
fragmentada (Figura 40).
Análises: Na Figura 40 apresenta-se as marcas, das zonas de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial SJL_1995.0448_a, e «b» correspondente à
referência laboratorial SJL_1995.0448_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XXVI) trata-se de
um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo. Apresenta valores elevados de
chumbo, e valores baixos de cobre, sugerindo tratar-se de uma peça muito corroída.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XXVI – Composição química da conta, número de inventário 1995.0448, proveniente do povoado de S. Julião Id, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Id SJL_1995.0448_a Conta 1.284 - 23.38 0.161 1.902 0.008 7.378 0.538 - 61.13 pXRF
S. Julião Id SJL_1995.0448_b Conta 0.635 - 5.532 0.143 2.613 - 11.25 0.749 - 60.81 pXRF
114
Figura 41 – Vareta ou prego.
Número de Inventário
1995.0449. Zona de análise «a» e
«b».
Vareta - Nº Inv. 1995.0449
Contexto: Foi encontrada no Corte 6, Camada 3b.
Segundo Ana Bettencourt (2000c: 65, 130-131) as datas
de radiocarbono, a estratigrafia, e as características do
espólio cerâmico, recolhidas neste nível arqueológico,
corresponde à fase de ocupação entre os séculos VIII/VI
a. C. e o primeiro quartel do século IV a. C., considerado
S. Julião Id.
Descrição: Trata-se uma vareta ou prego (Fig. 41).
Análises: Na Figura 41 apresenta-se as marcas, das
zonas de análise «a», correspondente à referência
laboratorial SJL_1995.0449_a, e «b» correspondente à referência laboratorial
SJL_1995.0449_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XXVII) trata-se de
um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo. Sendo de referir a análise da
zona «a», que forneceu dados mais verosímeis da possível composição do artefacto.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XXVII – Composição química da vareta, número de inventário 1995.0449, proveniente do povoado de S. Julião Id, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Id SJL_1995.0449_a Vareta 4.6 - 83.87 0.122 0.459 0.312 3.476 0.401 - 8.359 pXRF
S. Julião Id SJL_1995.0449_b Vareta 15.28 - 54.59 0.212 1.024 0.406 6.6 1.392 - 20.29 pXRF
115
Figura 42 – Folha de punhal.
Número de Inventário 1995.0935.
Ref. Lab. SJL_1995.0935_a
Figura 43 – Folha de punhal.
Número de Inventário 1995.0935.
Ref. Lab. SJL_1995.0935_b
Folha de punhal - Nº Inv. 1995.0935
Contexto: Foi encontrada no Corte 3b, Camada 6,
Quadrado A2. Segundo Ana Bettencourt (2000c: 27, 62,
123) as datas de radiocarbono, a estratigrafia, e as
características do espólio cerâmico, recolhido neste nível
arqueológico, corresponde à fase de ocupação do último
quartel do II milénio a. C., considerado S. Julião Ia.
Descrição: Trata-se de uma possível folha de
punhal (Figura 42 e 43).
Análises: Na Figura 42 apresenta-se a marca, da
zona de análise «a», correspondente à referência
laboratorial SJL_1995.0449_a, e na Figura 43 a marca
«b» correspondente à referência laboratorial
SJL_1995.0449_b.
Discussão dos resultados: De acordo com a
análise de Bettencourt (2000c), trata-se de um artefacto
de liga binária, bronze. Segundo a nossa análise (Tabela
XXVIII), os dados indicam que se trata também de um
artefacto de liga binária, bronze. Contudo a análise da
zona «a», revela uma percentagem de 2% de chumbo, que neste caso não se interpreta
como elemento maior.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
116
Tabela XXVIII – Composição química da folha de punhal, número de inventário 1995.0935, proveniente do povoado de S. Julião Ia.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnic
a
Bettencourt
(2000c) S. Julião Ia PA7201
Folha de
punhal - - Vest. - - - Vest. - - - XRF
Nossa
análise S. Julião Ia SJL_1995.0935_a
Folha de
punhal 0.186 - Vest. 0.139 0.515 - 24.23 0.581 - 2.009 pXRF
Nossa
análise S. Julião Ia SJL_1995.0935_b
Folha de
punhal 0.026 - 50.84 0.120 0.266 - 12.31 0.320 - 0.942 pXRF
117
Figura 44 – Vareta. Número de Inventário
1995.0936. Zona de análise «a».
Figura 45 – Vareta. Número de Inventário
1995.0936. Zona de análise «b».
Vareta - Nº Inv. 1995.0936
Contexto: Foi encontrada no Corte 3b,
Camada 6, Quadrado A2. Segundo Ana
Bettencourt (2000c: 27, 62, 123) as datas de
radiocarbono, a estratigrafia, e as
características do espólio cerâmico, recolhido
neste nível arqueológico, corresponde à fase
de ocupação do último quartel do II milénio
a. C., considerado S. Julião Ia.
Descrição: Trata-se de uma vareta,
indefinida (Fig. 44 e 45).
Análises: Na Figura 44 apresenta-se a
marca, da zona de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial
SJL_1995.0936_a, e na Figura 45 a marca
«b» correspondente à referência laboratorial SJL_1995.0936_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XXIX) trata-se de
um artefacto de composição binária, bronze. A análise da zona «a» apresenta uma
percentagem de chumbo perto dos 2%, contudo, esta zona encontra-se mais corroída,
pelo que aumenta a sua concentração na superfície, pelo que não se interpreta como
elemento maior. De acordo com a análise SJL_1995.0936_b, o estanho está num nível
moderado.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2000c). O povoado de S.
Julião, Vila Verde, Norte de Portugal, na Idade do Bronze e na Transição para a Idade
do Ferro, Cadernos de Arqueologia – Monografias 10, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XXIX – Composição química da vareta, número de inventário 1995.0936, proveniente do povoado de S. Julião Ia, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião Ia SJL_1995.0936_a Vareta 0.02 - 48.86 0.103 1.048 - 12.49 0.371 - 1.919 pXRF
S. Julião Ia SJL_1995.0936_b Vareta 0.265 - 68.29 0.094 0.4 - 8.532 0.272 - 0.889 pXRF
118
Figura 46 – Fragmento de nódulo. Número de Inventário
2014.0017.
Nódulo - Nº Inv. 2014.0017
Contexto: Foi encontrada
no Sector A, Corte 1, Zona A4,
Camada Ib. Segundo Manuela
Martins (1985: 214-215, 1988a:
19, 1990b: 134) as características
do espólio cerâmico, recolhido
neste nível arqueológico,
corresponde à fase de ocupação entre os séculos X e VI a. C., considerado S. Julião I.
Descrição: Trata-se de um fragmento de nódulo, indefinido (Figura 46).
Análises: Na Figura 46 apresenta-se a marca, da zona de análise, correspondente
à referência laboratorial SJL_1995.0449_a.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XXX) trata-se de
um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo. Representado por elevados
teores de chumbo. Peça muito corroída.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1985). A ocupação do Bronze Final da
citânia de S. Julião, em Vila Verde. Caracterização e cronologia, Trabalhos de
Antropologia e Etnologia, volume XXV (2-4), p. 197-240.
Martins, M. (1988a). A citânia de S. Julião, Vila Verde. Memória dos trabalhos
realizados entre 1981 e 1985, Cadernos de Arqueologia – Monografias 2, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Martins, M. (1990b). O povoamento proto-histórico e a romanização da bacia do
curso médio do Cávado, Cadernos de Arqueologia – Monografias 5, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Tabela XXX – Composição química do nódulo, número de inventário 2014.0017, proveniente do povoado de S. Julião I, através da
análise do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião I SJL_2014.0017_a Nódulo 0.308 - 11.79 0.14 13.48 0.35 5.682 1.346 - 76.37 pXRF
119
Fragmento metálico - Nº Inv. 2014.0054
Contexto: Foi encontrada no Sector A,
Corte 1, Zona A2, Camada IIIa. Segundo
Manuela Martins (1988a: 86, 212-213, 1990b:
164-165) as características do espólio
cerâmico, recolhido neste nível arqueológico,
corresponde à fase de ocupação entre o século
I a. C. e meados do século I d. C., considerado
S. Julião IIB.
Descrição: Trata-se de um fragmento
metálico, de função indefinida (Fig. 47 e 48).
Análises: Na Figura 47 apresenta-se a
marca, da zona de análise «a», correspondente
à referência laboratorial SJL_2014.0054_a, e
na Figura 48 a marca «b» correspondente à
referência laboratorial SJL_2014.0054_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XXXI) trata-se de
um artefacto de composição binária, bronze.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1985). A ocupação do Bronze Final da
citânia de S. Julião, em Vila Verde. Caracterização e cronologia, Trabalhos de
Antropologia e Etnologia, volume XXV (2-4), p. 197-240.
Martins, M. (1988a). A citânia de S. Julião, Vila Verde. Memória dos trabalhos
realizados entre 1981 e 1985, Cadernos de Arqueologia – Monografias 2, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Martins, M. (1990b). O povoamento proto-histórico e a romanização da bacia do
curso médio do Cávado, Cadernos de Arqueologia – Monografias 5, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Figura 47 – Fragmento metálico, indefinido.
Número 2014.0054. Zona de análise «a».
Figura 48 - Fragmento metálico, indefinido.
Número 2014.0054. Zona de análise «b».
120
Tabela XXXI – Composição química do fragmento metálico de função indefinida, número de inventário 2014.0054, proveniente do
povoado de S. Julião IIB, através das análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião IIB SJL_2014.0054_a Fragmento
metálico 0.384 - Vest. 0.16 0.103 - 23.85 0.809 - 0.904 pXRF
S. Julião IIB SJL_2014.0054_b Fragmento
metálico 0.75 - 23.95 0.14 0.16 - 17.92 0.493 - 0.785 pXRF
121
Figura 49 – Fragmento de
nódulo. Número de Inventário
2014.0055. Zona de análise «a».
Nódulo - Nº Inv. 2014.0055
Contexto: Foi encontrado no Sector A, Corte 1,
Zona A3, Camada II. Segundo Manuela Martins (1988a:
50, 158, 1990b: 149) as características do espólio
cerâmico, recolhido neste nível arqueológico,
corresponde à fase de ocupação entre os séculos VII/VI a.
C. e finais do século II a. C., classificado como S. Julião
IIA.
Descrição: Trata-se de um fragmento de nódulo,
indefinido (Fig. 49 e 50).
Análises: Na Figura 49 apresenta-se a marca, da
zona de análise «a», correspondente à referência
laboratorial SJL_2014.0055_a, e na Figura 50 a marca
«b» correspondente à referência laboratorial
SJL_2014.0055_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas
análises (Tabela XXXII) trata-se de um artefacto de
composição ternária, bronze e chumbo.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1985). A ocupação do Bronze Final da
citânia de S. Julião, em Vila Verde. Caracterização e cronologia, Trabalhos de
Antropologia e Etnologia, volume XXV (2-4), p. 197-240.
Martins, M. (1988a). A citânia de S. Julião, Vila Verde. Memória dos trabalhos
realizados entre 1981 e 1985, Cadernos de Arqueologia – Monografias 2, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Martins, M. (1990b). O povoamento proto-histórico e a romanização da bacia do
curso médio do Cávado, Cadernos de Arqueologia – Monografias 5, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Figura 50 - Fragmento de nódulo.
Número de Inventário 2014.0055.
Zona de análise «b».
122
Tabela XXXII – Composição química do fragmento metálico de função indefinida, número de inventário 2014.0055, proveniente do
povoado de S. Julião IIA, através das análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião IIA SJL_2014.0055_a Nódulo 3.44 - 33.22 0.192 1.472 - 11.3 0.565 - 27.85 pXRF
S. Julião IIA SJL_2014.0055_b Nódulo 0.431 - 5.823 0.174 1.736 - 17.19 0.67 - 30.1 pXRF
123
Vareta - Nº Inv. 2014.0056
Contexto: Foi encontrada no Sector B, Corte
4, Zona B, como recolha de superfície. Não existe
contexto estratigráfico para definir a cronologia
deste artefacto.
Descrição: Trata-se de um fragmento de
vareta (Fig. 51 e 52).
Análises: Na Figura 51 apresenta-se a marca,
da zona de análise «a», correspondente à referência
laboratorial SJL_2014.0056_a, e na Figura 52 a
marca «b» correspondente à referência laboratorial
SJL_2014.0056_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas
análises (Tabela XXXIII) trata-se de um artefacto de
composição ternária, bronze e chumbo.
Tabela XXXIII – Composição química da vareta, número de inventário 2014.0056, proveniente do povoado de S. Julião, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião SJL_2014.0056_a Vareta 1.053 - 79.39 0.121 1.081 0.652 4.943 1.648 - 6.693 pXRF
S. Julião SJL_2014.0056_b Vareta 0.669 - 79.07 0.127 1.034 0.736 5.149 1.563 - 6.067 pXRF
Figura 51 – Fragmento de vareta.
Número de Inventário 2014.0056. Zona
de análise «a».
Figura 52 – Fragmento de vareta.
Número de Inventário 2014.0056.
Zona de análise «b».
124
Placa - Nº Inv. 2014.0172
Contexto: Foi encontrada no Sector B, Corte 1,
Zona B1B. Segundo Manuela Martins (1985: 214-215,
1988a: 19, 1990b: 134) as características do espólio
cerâmico, recolhido neste nível arqueológico,
corresponde à fase de ocupação entre os séculos X e VI
a. C., considerado S. Julião I.
Descrição: Trata-se de um fragmento de placa
(Fig. 53 e 54).
Análises: Na Figura 53 apresenta-se a marca, da
zona de análise «a», correspondente à referência
laboratorial SJL_2014.0172_a, e na Figura 54 a marca
«b» correspondente à referência laboratorial
SJL_2014.0172_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas
análises (Tabela XXXIV) trata-se de um artefacto de
composição quaternária, bronze, chumbo e arsénio.
Nesta peça o arsénio encontra-se invulgarmente alto,
rondando os 16 e 18%. O chumbo também se encontra
em proporções elevadas entre os 25 e 26%.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1985). A ocupação do Bronze Final da
citânia de S. Julião, em Vila Verde. Caracterização e cronologia, Trabalhos de
Antropologia e Etnologia, volume XXV (2-4), p. 197-240.
Martins, M. (1988a). A citânia de S. Julião, Vila Verde. Memória dos trabalhos
realizados entre 1981 e 1985, Cadernos de Arqueologia – Monografias 2, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Martins, M. (1990b). O povoamento proto-histórico e a romanização da bacia do
curso médio do Cávado, Cadernos de Arqueologia – Monografias 5, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Figura 53 – Fragmento de placa.
Número de Inventário 2014.0172.
Zona de análise «a».
Figura 54 - Fragmento de placa.
Número de Inventário 2014.0172.
Zona de análise «b».
125
Tabela XXXIV – Composição química da placa, número de inventário 2014.0172, proveniente do povoado de S. Julião I, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião I SJL_2014.0172_a Placa 1.332 - 43.14 0.188 18.6 - 7.872 0.686 - 26.28 pXRF
S. Julião I SJL_2014.0172_b Placa 2.302 - 48.27 0.205 16.12 0.049 7.123 0.593 - 25.05 pXRF
126
Nódulo - Nº Inv. 2014.0173
Contexto: Foi encontrado no Sector B, Corte 1,
Zona B5. Segundo Manuela Martins (1988a: 50, 158,
1990b: 149) as características do espólio cerâmico,
recolhido neste nível arqueológico, corresponde à fase de
ocupação entre os séculos VII/VI a. C. e finais do século
II a. C., classificado como S. Julião IIA.
Descrição: Trata-se de um fragmento de nódulo, de
forma redonda, indefinido (Fig.55).
Análises: Na Figura 55 apresenta-se a marca, da zona de análise, correspondente
à referência laboratorial SJL_2014.0173_a.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XXXV) trata-se
de um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo. Apresenta elevada
percentagem de chumbo e baixo cobre, traduzindo-se numa peça muito corroída.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1985). A ocupação do Bronze Final da
citânia de S. Julião, em Vila Verde. Caracterização e cronologia, Trabalhos de
Antropologia e Etnologia, volume XXV (2-4), p. 197-240.
Martins, M. (1988a). A citânia de S. Julião, Vila Verde. Memória dos trabalhos
realizados entre 1981 e 1985, Cadernos de Arqueologia – Monografias 2, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Martins, M. (1990b). O povoamento proto-histórico e a romanização da bacia do
curso médio do Cávado, Cadernos de Arqueologia – Monografias 5, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Tabela XXXV – Composição química do nódulo, número de inventário 2014.0173, proveniente do povoado de S. Julião IIA, através
da análise do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião IIA SJL_2014.0173_a Nódulo 0.077 - 14.38 0.143 1.212 - 11.36 0.291 - 52.8 pXRF
Figura 55 – Fragmento de
nódulo. Número de Inventário
2014.0173.
127
Placa - Nº Inv. 2014.0211
Contexto: Foi encontrada no Sector B, Corte 2,
Zona B16A. Segundo Manuela Martins (1985: 214-215,
1988a: 19, 1990b: 134) as características do espólio
cerâmico, recolhido neste nível arqueológico,
corresponde à fase de ocupação entre os séculos X e VI
a. C., considerado S. Julião I.
Descrição: Trata-se de um fragmento de placa ou
nódulo de forma ovóide (Fig. 56 e 57).
Análises: Na Figura 56 apresenta-se a marca, da
zona de análise «a», correspondente à referência
laboratorial SJL_2014.0211_a, e na Figura 57 a marca
«b» correspondente à referência laboratorial
SJL_2014.0211_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas
análises (Tabela XXXVI) trata-se de um artefacto de
composição binária, bronze.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1985).
A ocupação do Bronze Final da citânia de S. Julião, em
Vila Verde. Caracterização e cronologia, Trabalhos de Antropologia e Etnologia,
volume XXV (2-4), p. 197-240.
Martins, M. (1988a). A citânia de S. Julião, Vila Verde. Memória dos trabalhos
realizados entre 1981 e 1985, Cadernos de Arqueologia – Monografias 2, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Martins, M. (1990b). O povoamento proto-histórico e a romanização da bacia do
curso médio do Cávado, Cadernos de Arqueologia – Monografias 5, Unidade de
Arqueologia da Universidade do Minho, Braga.
Figura 56 – Fragmento de placa
ou nódulo. Número de Inventário
2014.0211. Zona de análise «a».
Figura 57 - Fragmento de placa
ou nódulo. Número de Inventário
2014.0211. Zona de análise «b».
128
Tabela XXXVI – Composição química da placa, número de inventário 2014.0211, proveniente do povoado de S. Julião I, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
S. Julião I SJL_2014.0211_a Placa 0.637 - 42.1 0.121 0.098 - 14.15 0.414 - 0.54 pXRF
S. Julião I SJL_2014.0211_b Placa 0.297 - 50.02 0.114 0.094 - 12.52 0.318 - 0.479 pXRF
129
4.2. Povoado do Barbudo
4.2.1. Introdução
As primeiras referências ao povoado do Barbudo encontram-se em fontes
medievais, tais como o «Censual de Entre Lima e Ave» (Costa, 1958: 160, 167-179,
182, 185, 358, 376) e no «Liber Fidei» (Costa, 1965: 234), referindo-se na sua
totalidade a doações de terrenos, que não referem a explicita ocupação do sítio, mas que
incluem o monte do Barbudo ou Barvodo e ainda Barvudo.
As primeiras sondagens realizadas na estação de Barbudo, foram realizadas pelo
cónego Arlindo da Cunha (Cunha, 1975: 197).
Entre 1983 e 1985, Manuela Martins realiza campanhas arqueológicas neste
povoado, culminando em cinco sondagens. Os resultados destas intervenções são
compilados na obra de 1989, «O Castro de Barbudo, Vila Verde. Resultados das
campanhas realizadas entre 1983 e 1985.», e na tese de doutoramento (Martins, 1990b).
4.2.2. Localização e contexto fisiográfico
O Castro do Barbudo situa-se no monte do Barbudo no Noroeste de Portugal, na
região de Entre-Douro-e-Minho. Em termos administrativos o povoado encontra-se
repartido entre as freguesias de Moure, União das Freguesias de Carreiras (São Miguel)
e Carreiras (Santiago), e Vila Verde e Barbudo, todas pertencentes ao concelho de Vila
Verde, distrito de Braga (Martins, 1989a: 8). As coordenadas geográficas do sítio
arqueológico na sua cota máxima de trezentos e trinta e um metros são as seguintes:
41º39‟30‟‟N e 8º28‟01‟‟O (HGM).
O povoado localiza-se numa sobreelevação de esporão montanhoso, de orientação
NE/SO, a sul do Monte Borrelho, esporão do Monte Oural. As vertentes Norte, Oeste e
Este apresentam declives acentuados, ao contrário das vertentes Sul e Nordeste que
apresentam desníveis sucessivos, que suavizam o declive (Martins, 1989a: 8). O topo do
monte é aplanado e extenso. As características suprarreferidas e a razoável altitude do
monte, em relação ao vale, são alguns dos fatores que conferem boas condições naturais
de defesa do local e excelente visibilidade para o vale do Cávado e Homem (Anexo 4)
130
(Martins, 1989a: 8).
A rede hidrográfica da região onde se localiza o Castro do Barbudo integra-se na
bacia do rio Homem (Martins, 1989a: 9). Este rio dista cerca de 5 km do povoado do
Barbudo. Na base das vertentes Norte e Oeste corre a ribeira do Rojão, afluente do rio
Homem.
Como já foi referido na zona do povoado aflora o granito de Braga, como se pode
observar no excerto da carta geológica apresentado no Anexo 5. Sobrepondo o traçado
do SET às cartas geológicas (Anexo 5), verifica-se que o território de exploração deste
povoado não abrange nenhum local com recursos metalogénicos relevantes, contudo na
área Este e Norte, encontram-se minas auríferas e estaníferas.
Por análise da Carta de Aptidão da Terra da Região de Entre Douro e Minho,
Braga Folha 5, à escala 1/100 000, de 1996 (Anexo 6), verifica-se que os solos do
monte do Barbudo não apresentam aptidão para a agricultura (A0), apresentando,
porém, moderada aptidão para floresta de exploração e/ou silvo-pastorícia (F2). Na
paisagem adjacente ao monte, os solos inserem-se nas seguintes unidades cartográficas
(Agroconsultores & Geometral, 1995: 143-144): A1 F1, aptidão elevada para
agricultura e aptidão elevada para floresta de exploração e silvo-pastorícia; e A2 F1,
aptidão moderada para agricultura e aptidão elevada para floresta de exploração e/ou
silvo-pastorícia.
Segundo a carta acima referida, o monte do Barbudo apresenta um ou mais dos
seguintes tipos de solos, antrossolo cumúlico, cambissolo e/ou regossolo (Tabela I). De
acordo com Manuela Martins (1989a: 8-9), é nos limites das plataformas que se
encontra mais sedimentos, decorrentes de sucessivas ocupações e suportados por
estruturas defensivas.
O monte do Barbudo encontra-se coberto por vegetação rasteira de herbáceas e
gramíneas (Martins, 1989a: 9).
O acesso faz-se a partir da Igreja de Barbudo, rua do Castelo, até ao fim desta
(sentido NO/O), que vai dar a um entroncamento de dois caminhos florestais, optando-
se seguir pelo caminho direção Norte, o qual leva ao cume do monte do Barbudo.
131
4.2.3. Contexto arqueológico
O povoado do Barbudo é ocupado pela primeira vez durante o Bronze Final, mais
especificamente no século IX a. C., estendendo-se até aos séculos VIII/VI a. C.
(Barbudo I) (Martins 1989a: 119). Nesta fase descobriram-se três estruturas, no Corte 4,
que se podiam definir como um muro de suporte, uma possível estrutura doméstica e
uma defensiva, na vertente NE do monte (Martins 1989a: 119). A cerâmica deste
período é grosseira e fina, e maioritariamente lisa, apresentando grande diversidade
(Martins, 1990b: 125-126).
A partir dos séculos VI/V a. C. até finais do século II a. C. (Barbudo IIA), ocorre
uma série de mudanças, evidenciadas no registo arqueológico, tais como a deslocação
do núcleo do povoado para a zona mais alta do monte e a construção de um talude,
também ocorre uma menor diversificação funcional da cerâmica, que inclui pastas
muito micáceas (Martins, 1990b: 135-143). São ainda observados possíveis indícios de
atividade metalúrgica de produção local, através da presença de dois fragmentos de
chumbo e de sistemas de intercâmbio, com o aparecimento de um objeto de bronze
correspondente a uma placa rebitada (Martins, 1990b: 149).
Entre os séculos I a. C. e I d. C. (Barbudo IIB) regista-se um grande
desenvolvimento do povoado, assinalado no sistema defensivo, na cerâmica e na
metalurgia (Martins 1990b: 150). O núcleo do povoado expande, demonstrado pela
construção de três circuitos defensivos, nos cortes 2, 4 e 5, e pelo facto de surgirem
vestígios de ocupação nas áreas do corte 3, 4 e 5, que antes não registavam ocupação
(Martins, 1989a: 90-93). As únicas habitações identificadas na escavação foram
construídas e ocupadas durante esta fase (Martins, 1990b: 152-153). A cerâmica
encontrada evidencia a generalização do uso de torne, o aumento da qualidade das
pastas e o aparecimento de novas formas (Martins, 1990b: 155-156). Aumenta o
número de objetos em bronze e surge pela primeira vez um objeto em ferro, tendo-se
também encontrado nódulos metálicos que indiciam a produção local de objetos
(Martins, 1990b: 164-165).
A fase seguinte, entre meados do século I d. C. até aos séculos III/IV d. C.
(Barbudo III), é representada num escasso número de níveis, dificultando a sua
132
caracterização (Martins, 1989a: 116-117, 1990b: 170). A organização do povoado é
alterada, registando-se apenas uma possível reocupação de uma habitação redonda com
vestíbulo, construída na fase anterior (Martins, 1990b: 171). A cerâmica predominante
nesta fase consiste em louça comum de fabrico indígena e em raros objetos de
importação romanos. A metalurgia sofre algumas mudanças, demonstradas pelo
aumento de objetos em ferro e pela diminuição dos objetos em bronze, notando-se
também a presença de escórias de ferro (Martins, 1990b: 175). De acordo com os dados
disponíveis, sugere-se que o povoado foi abandonado entre o século II d. C. e os séculos
IV/V d. C., tendo ocorrido uma reocupação posterior ou tendo sucedido uma deslocação
do núcleo do povoado (Martins, 1990b: 171-172).
A última fase de ocupação do povoado encontra-se representada no topo do monte
e nos níveis superiores dos cortes, contudo a sua definição cronológica coloca vários
problemas, existindo a possibilidade de o povoado ter sido ocupado no Baixo-império
ou durante o período medieval (Martins, 1990b: 172).
4.2.4 Contexto arqueológico do espólio em estudo
Nas diversas escavações realizadas no povoado do Barbudo foram detectados
vários objetos relacionados com a atividade metalúrgica de base cobre. Como no
povoado anterior, entre todo o espólio recolhido ao longo das várias campanhas de
escavações, referem-se aqueles que foram estudados nesta dissertação, explicitando o
seu contexto e descrevendo-se o objecto.
133
Placa - Nº Inv. 1992.0148
Contexto: Foi encontrada no Corte 2, Camada
2. Segundo Manuela Martins (1989a: 23, 34) as
características do espólio cerâmico, recolhido neste
nível arqueológico, corresponde à fase de ocupação
entre os séculos V e II a. C., considerado Barbudo IIA.
Descrição: Trata-se de uma placa fragmentada,
ligeiramente arqueada, com uma série de quatro
rebites paralelepipédicas, de secção quadrangular (Fig.
58 e 59), possivelmente de um caldeiro.
Análises: Na Figura 58 apresenta-se a marca, da
zona de análise «a», correspondente à referência
laboratorial BAR_1992.0148_a, e na Figura 59 a
marca «b» correspondente à referência laboratorial
BAR_1992.0148_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas
análises (Tabela XXXVII) trata-se de um artefacto de
composição ternária, bronze e chumbo.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1989a). O castro de Barbudo, Vila
Verde. Resultados das campanhas realizadas entre 1983 e 1985, Cadernos de
Arqueologia – Monografias 3, Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho,
Braga.
Tabela XXXVII – Composição química da placa, número de inventário 1992.0148, proveniente do povoado do Barbudo IIA, através
das análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Barbudo IIA BAR_1992.0148_a Placa 0.677 - 94.14 0.114 0.237 0.546 2.462 0.861 - 3.793 pXRF
Barbudo IIA BAR_1992.0148_b Placa 0.387 0.069 81.41 0.117 0.432 0.196 5.339 2.12 - 2.272 pXRF
Figura 58 – Fragmento de placa,
com quatro rebites Referência
1992.0148. Zona de análise «a».
Figura 59 – Fragmento de placa,
rebitada Referência 1992.0148.
Zona de análise «b».
134
Placa - Nº Inv. 1992.0149
Contexto: Foi encontrada no Corte 2, Camada
3. Segundo Manuela Martins (1989a: 53) as
características do espólio cerâmico, recolhido neste
nível arqueológico, corresponde à fase de ocupação
entre os séculos I a. C. e inícios do I d. C.,
considerado Barbudo IIB.
Descrição: Trata-se de dois fragmentos de
placas finas indeterminadas ligadas por um pequeno
rebite numa das extremidades, e apresentam um furo
no centro (Fig. 60 e 61).
Análises: Na Figura 60 apresenta-se a marca,
da zona de análise «a», correspondente à referência
laboratorial BAR_1992.0149_a, e na Figura 61 a
marca «b» correspondente à referência laboratorial
BAR_1992.0149_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas
análises (Tabela XXXVIII) trata-se de um artefacto
de composição ternária, bronze e chumbo.
Referências bibliográficas: Martins, M.
(1989a). O castro de Barbudo, Vila Verde.
Resultados das campanhas realizadas entre 1983 e
1985, Cadernos de Arqueologia – Monografias 3, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XXXVIII – Composição química da placa, número de inventário 1992.0149, proveniente do povoado do Barbudo IIB, através
das análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Barbudo IIB BAR_1992.0149_a Placa 0.02 0.053 83.19 0.1 1.442 0.056 3.607 0.127 - 12.41 pXRF
Barbudo IIB BAR_1992.0149_b Placa 0.104 0.085 58.07 0.165 0.762 - 9.528 0.54 - 8.417 pXRF
Figura 60 – Dois fragmentos de placa
finos indeterminados Referência
1992.0149. Zona de análise «a».
Figura 61 - Dois fragmentos de placa
finos indeterminados Referência
1992.0149. Zona de análise «b».
135
Placa - Nº Inv. 1992.0150
Contexto: Foi encontrada no Corte 2,
Camada 3. Segundo Manuela Martins (1989a:
53) as características do espólio cerâmico,
recolhido neste nível arqueológico, corresponde à
fase de ocupação entre os séculos I a. C. e inícios
do I d. C., considerado Barbudo IIB.
Descrição: Trata-se de um fragmento de
placa fina indeterminada associada a um pequeno
aro, a placa apresenta um furo numa das
extremidades (Fig. 62 e 63).
Análises: Na Figura 62 apresenta-se a
marca, da zona de análise «a», correspondente à
referência laboratorial BAR_1992.0150_a, e na
Figura 63 a marca «b» correspondente à
referência laboratorial BAR_1992.0150_b.
Discussão dos resultados: Segundo as
nossas análises (Tabela XXXIX) trata-se de um
artefacto de composição ternária, bronze e
chumbo.
Referências bibliográficas: Martins, M.
(1989a). O castro de Barbudo, Vila Verde. Resultados das campanhas realizadas entre
1983 e 1985, Cadernos de Arqueologia – Monografias 3, Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho, Braga.
Tabela XXXIX – Composição química da placa, número de inventário 1992.0150, proveniente do povoado do Barbudo IIB, através
das análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Barbudo IIB BAR_1992.0150_a Placa 0.953 0.02 78.46 0.133 1.335 0.108 4.538 0.299 - 11.97 pXRF
Barbudo IIB BAR_1992.0150_b Placa 0.222 0.079 64.09 0.155 0.803 - 8.357 0.652 - 7.503 pXRF
Figura 62 – Placa fina indeterminada
associada a um pequeno aro. Número de
Inventário 1992.0150. Zona de análise «a».
Figura 63 – Placa fina indeterminada
associada a um pequeno aro. Número de
Inventário 1992.0150. Zona de análise «b».
136
Nódulo - Nº Inv. 2014.0213
Contexto: Foi encontrado
no Corte 4, Camada 5c. Segundo
Manuela Martins (1989a: 53) as
características do espólio
cerâmico, recolhido neste nível
arqueológico, corresponde à fase
de ocupação entre os séculos I a.
C. e inícios do I d. C., considerado
Barbudo IIB.
Descrição: Trata-se de um
nódulo metálico, incaracterístico
(Fig. 64 e 65).
Análises: Na Figura 64
apresenta-se a marca, da zona de
análise «a», correspondente à referência laboratorial BAR_2014.0213_a, e na Figura 65
a marca «b» correspondente à referência laboratorial BAR_2014.0213_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XL) trata-se de
um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1989a). O castro de Barbudo, Vila
Verde. Resultados das campanhas realizadas entre 1983 e 1985, Cadernos de
Arqueologia – Monografias 3, Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho,
Braga.
Tabela XL – Composição química do nódulo, número de inventário 2014.0213, proveniente do povoado do Barbudo IIB, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Barbudo IIB BAR_2014.0213_a Nódulo 0.234 - 37.07 0.104 1.363 - 14.36 1.124 - 6.037 pXRF
Barbudo IIB BAR_2014.0213_b Nódulo 0.515 - 30.54 0.114 1.464 - 15.57 1.284 - 6.849 pXRF
Figura 64 – Nódulo metálico incaracterístico. Número de
Inventário 2014.0213. Zona de análise «a».
Figura 65 – Nódulo metálico incaracterístico. Número de
Inventário 2014.0213. Zona de análise «b».
137
Nódulo - Nº Inv. 2014.0215
Contexto: Foi encontrada no Corte 4,
Camada 6. Segundo Manuela Martins
(1989a: 53) as características do espólio
cerâmico, recolhido neste nível
arqueológico, corresponde à fase de
ocupação entre os séculos I a. C. e inícios do
I d. C., considerado Barbudo IIB.
Descrição: Trata-se de um nódulo
metálico, com forma redonda, de função
indefinida. (Fig. 66 e 67).
Análises: Na Figura 66 apresenta-se a
marca, da zona de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial
BAR_2014.0215_a, e na Figura 67 a marca «b» correspondente à referência laboratorial
BAR_2014.0215_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XLI) trata-se de
um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo.
Referências bibliográficas: Martins, M. (1989a). O castro de Barbudo, Vila
Verde. Resultados das campanhas realizadas entre 1983 e 1985, Cadernos de
Arqueologia – Monografias 3, Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho,
Braga.
Tabela XLI – Composição química do nódulo, número de inventário 2014.0215, proveniente do povoado do Barbudo IIB, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Barbudo IIB BAR_2014.0215_a Nódulo 0.936 - 10.81 0.151 0.534 - 20.35 1.066 - 2.68 pXRF
Barbudo IIB BAR_2014.0215_b Nódulo 1.118 - 8.466 0.142 0.48 - 20.84 1.118 - 2.671 pXRF
Figura 66 – Nódulo metálico, com forma
redonda. Número de Inventário 2014.0215. Zona
de análise «a».
Figura 67 – Nódulo metálico, com forma
redonda. Número de Inventário 2014.0215. Zona
de análise «b».
138
4.3. Povoado do Lago
4.3.1. Introdução
O povoado do Lago foi identificado por Manuel Braga da Cruz, provavelmente na
década de 30 do século passado (Martins 1988b: 9).
A primeira referência cartográfica do povoado do Lago é fornecida por Carlos
Teixeira (1936: 233), representado na Figura 1, sob o nome de «Castro de Lago».
Mais tarde é citado em algumas obras, como Domingos da Silva (1958: 139), que
salienta a proximidade da estação, da possível passagem da Geira, Rigaud de Sousa
(1971/1972: 180-181) e Carlos Teixeira & Medeiros (1974).
Entre 1980 e 1982, são realizadas três campanhas de escavação arqueológica,
dirigidas por Manuela Martins, tendo resultado em três publicações (Martins 1987,
1988b, 1990b), fornecendo dados interessantes relativos a esta particular estação
«castreja».
4.3.2. Localização e contexto fisiográfico
O povoado do Lago situa-se numa colina de baixa altitude, na margem direita do
rio Cávado, denominada como monte Crasto, no Noroeste de Portugal, na região de
Entre-Douro-e-Minho. Em temos administrativos o povoado encontra-se na freguesia de
Lago, pertencente ao concelho de Amares, distrito de Braga (Martins, 1987: 152). As
coordenadas geográficas do sítio arqueológico na sua cota máxima de sessenta e cinco
metros são as seguintes: 41º36‟45‟‟N e 8º24‟33‟‟O (HGM).
O povoado localiza-se num pequeno cabeço de baixa altitude de orientação O/E,
ramificado do esporão, de orientação NE/SO, do Monte das Lajes. As vertentes Norte,
Sul e Este oferecem boas condições naturais de defesa, apresentando declives abruptos e
as vertentes Sul e Este encontram-se limitadas pelo rio Cávado, A vertente Oeste
apresenta um declive suave, integrando-se com a plataforma do esporão, sendo o lado
menos defendido (Martins, 1988b: 10). O topo do cabeço possui uma única plataforma
de configuração poligonal e aplanada. Salienta-se que o povoado do Lago se localiza
próxima do rio Cávado, possuindo uma posição de destaque em relação aos rios Cávado
139
e Homem, contudo possui baixa visibilidade para os vales destes (Anexo 7).
A rede hidrográfica da região onde se localiza o Povoado do Lago integra-se na
bacia do rio Cávado. O rio Cávado dista apenas 100 metros do povoado do Lago e o rio
Homem cerca de 1 km e 500 metros. Nas proximidades do povoado, a Noroeste
encontra-se o ribeiro das Pontezinhas, afluente do rio Homem, assim como diversos
afluentes a Nordeste e Sudoeste, afluentes do rio Cávado.
Como já foi referido na zona do povoado aflora o granito de Braga, como se pode
observar no excerto da carta geológica apresentado no Anexo 8. Sobrepondo o traçado
do SET à carta geológica (Anexo 8), verifica-se que o território de exploração deste
povoado não abrange nenhum local com recursos metalogénicos relevantes. Contudo na
área Sul, encontram-se próximas minas estaníferas.
Por análise da Carta de Aptidão da Terra da Região de Entre Douro e Minho,
Braga Folha 5, à escala 1/100 000, de 1996 (Anexo 9), verifica-se que os solos do
monte Crasto apresentam aptidão elevada para a agricultura (A1), e apresentam aptidão
elevada para floresta de exploração e silvo-pastorícia (F1). Na paisagem adjacente ao
monte, os solos inserem-se nas seguintes unidades cartográficas (Agroconsultores &
Geometral, 1995: 143-144): A1 F2, aptidão elevada para agricultura e aptidão moderada
para floresta de exploração e silvo-pastorícia; e A2 F1, aptidão moderada para
agricultura e aptidão elevada para floresta de exploração e/ou silvo-pastorícia.
Segundo a carta acima referida, o monte Crasto apresenta um ou mais dos
seguintes tipos de solos, antrossolo cumúlico, cambissolo e/ou regossolo (Tabela I). De
acordo com Manuela Martins (1988b: 10), a colina encontra-se coberta por restos de um
antigo depósito fluvial, marcado pela abundância de cascalho, sobreposto por
sedimentos que registam vestígios de ocupação humana.
O povoado do Lago encontra-se coberto por vegetação rasteira de herbáceas e
gramíneas, e por vegetação arbórea nomeadamente eucaliptos e pinheiros (Martins,
1987: 154, 1988b: 10).
O acesso faz-se a partir da Junta de Freguesia de Lago, rua da Sede da Junta, até
ao cruzamento, em direção ao rio Cávado, que dá à N205, tomando a direita e depois a
esquerda, pela rua do Picoto, continuando até à rua das Portas, nesta seguir por caminho
florestal, direção Nordeste, para o povoado do Lago.
140
4.3.3. Contexto arqueológico
A primeira ocupação do povoado do Lago remonta ao século III a. C. e finais do
século II a. C. (Lago IA e IB), caracterizado pelo sistema defensivo e pela cerâmica
(Martins, 1988b: 141-143). Atribuível ao século III a. C. (Lago IA), são uma muralha
em talude, um fosso escavado na rocha, alicerces de estruturas, buracos de poste e
numerosas lareiras (Martins, 1990b: 138). Registados como pertencentes ao século II a.
C. (Lago IB), são uma muralha maciça, de carater tosco, feita a partir de pedras
simplesmente partidas, e cerâmica feita em torno lento e a inexistência de formas
características da produção indígena do século I a. C. (Martins, 1990b: 138).
Identifica-se ainda outras duas fases entre o século I a. C. até meados do século I
d. C. (Lago IIA e IIB) (Martins, 1988b: 71). Regista-se a edificação de um muro de
reforço articulado com a muralha da fase anterior, que apresenta um aparelho poligonal
com pedras bem facetadas e pico (Martins, 1990b: 152-153). Encontraram-se algumas
estruturas feitas em pedras simplesmente partidas, que poderiam corresponder a
habitações, mantendo-se presente as estruturas definidas por buracos de poste (Martins,
1990b: 153-155). Nestas fases evidencia-se o desenvolvimento da metalurgia, mediante
a presença de objetos em bronze, que indica também relações comerciais, e a presença
de escórias e nódulos que sugerem produção local (Martins, 1990b: 164-165). A
cerâmica demonstra o uso do torno rápido, ocasionamentel na fase IIA e generalizado
na fase IIB. Aparecem novas formas cerâmicas e raros achados de cerâmica romana
importada na última fase do povoado que estabelecem o limite cronológico nos inícios
ou meados do século I d. C., momento de abandono do povoado (Martins, 1990b: 155-
163).
4.3.4. Contexto arqueológico do espólio em estudo
Nas diversas escavações realizadas no povoado do Lago foram detectados vários
objetos relacionados com a atividade metalúrgica de base cobre. Entre todo o espólio
recolhido ao longo das várias campanhas de escavações, referem-se aqueles que foram
estudados nesta dissertação, explicitando o seu contexto e descrevendo-se o objecto.
141
Fíbula - Nº Inv. 1991.2493
Contexto: Segundo Manuela Martins (1990b:
164-165) a metalurgia do povoado do Lago insere-se
nas fases de ocupação Lago IIA e IIB, entre o século
I a. C. e meados do século I d. C., esta cronologia é
sugerida pela estratigrafia do corte A, pelas
estruturas e pelo espólio associado, maioritariamente
cerâmico.
Descrição: Trata-se de uma fíbula tipo Ponte
51.1 (contudo como não apresenta extremidades não
se define «a, b ou c»), de aro e secção circular, fragmentado nas extremidades, apresenta
fusilhão em fita (Fig. 68).
Análises: Na Figura 68 apresenta-se as marcas, das zonas de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial LAGO_1991.2493_a, e «b» à referência
laboratorial LAGO_1991.2493_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XLII) trata-se de
um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo.
Tabela XLII – Composição química da fíbula, número de inventário 1991.2493, proveniente do povoado do Lago II, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Lago II LAGO_1992.2493_a Fíbula 0.334 - 23.38 0.14 1.617 - 16.67 1.608 - 8.636 pXRF
Lago II LAGO_1992.2493_b Fíbula 0.358 - 14.49 0.166 2.259 - 18.21 1.813 - 10.2 pXRF
Figura 68 – Fíbula (Ponte 51.1)
Referência 1991.2493. Zona de análise
«a» e «b».
142
Conta - Nº Inv. 1991.2494
Contexto: Segundo Manuela Martins (1990b: 164-165)
a metalurgia do povoado do Lago insere-se nas fases de
ocupação Lago IIA e IIB, entre o século I a. C. e meados do
século I d. C., esta cronologia é sugerida pela estratigrafia do
corte A, pelas estruturas e pelo espólio associado,
maioritariamente cerâmico.
Descrição: Trata-se de uma conta, em forma de esfera,
com um orifício de face a face, decorada com círculos
dispostos em cruz e com aplicações de duas pequenas
esférulas (Fig. 69).
Análises: Na Figura 69 apresenta-se a marca, da zona
de análise, correspondente à referência laboratorial LAGO_1991.2494_a.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XLIII) trata-se de
um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo.
Tabela XLIII – Composição química da fíbula, número de inventário 1991.2494, proveniente do povoado do Lago II, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Lago II LAGO_1992.2494_a Conta 0.149 - 63.11 0.141 0.387 - 8.584 0.142 - 8.457 pXRF
Figura 69 – Conta esférica.
Número de Inventário
1991.2494.
Fonte: Manuel Santos.
143
Placa - Nº Inv. 2014.0018
Contexto: Segundo Manuela Martins
(1990b: 164-165) a metalurgia do povoado
do Lago insere-se nas fases de ocupação
Lago IIA e IIB, entre o século I a. C. e
meados do século I d. C., esta cronologia é
sugerida pela estratigrafia do corte A, pelas
estruturas e pelo espólio associado,
maioritariamente cerâmico.
Descrição: Trata-se de uma possível
placa fina (Fig. 70 e 71).
Análises: Na Figura 70 apresenta-se a
marca, da zona de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial
LAGO_2014.0018_a, e na Figura 71 a marca
«b» correspondente à referência laboratorial
LAGO_2014.0018_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XLIV) trata-se de
um artefacto de composição binária, bronze.
Tabela XLIV – Composição química da placa, número de inventário 2014.0018, proveniente do povoado do Lago II, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Lago II LAGO_2014.0018_a Placa 1.254 - 53.47 0.124 0.041 - 11.58 0.355 - 0.8 pXRF
Lago II LAGO_2014.0018_b Placa 3.868 - 43.17 0.172 0.035 - 13.26 0.63 - 1.142 pXRF
Figura 71 – Possível placa Referência
2014.0018. Zona de análise «b».
Figura 70 - Possível placa Referência
2014.0018. Zona de análise «a».
144
Escória - Nº Inv. 2014.0019
Contexto: Segundo Manuela Martins
(1990b:164-165) a metalurgia do povoado do Lago
insere-se nas fases de ocupação Lago IIA e IIB, entre o
século I a. C. e meados do século I d. C., esta
cronologia é sugerida pela estratigrafia do corte A,
pelas estruturas e pelo espólio associado,
maioritariamente cerâmico.
Descrição: Trata-se de uma escória de trabalhos
metalúrgicos (Fig. 72).
Análises: Na Figura 72 apresenta-se a marca, da zona de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial LAGO_2014.0019_a, e «b» correspondente à
referência laboratorial LAGO_2014.0019_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XLV) trata-se de
um artefacto de composição quaternária, cobre, estanho, chumbo e arsénio. No entanto
o arsénio pode ser elemento menor, dependendo do grau de corrosão.
Tabela XLV – Composição química da escória, número de inventário 2014.0019, proveniente do povoado do Lago II, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Lago II LAGO_2014.0019_a Escória 21.35 - 56.35 0.21 4.337 0.279 6.147 2.264 - 15.54 pXRF
Lago II LAGO_2014.0019_b Escória 26.97 - 47.53 0.24 4.938 0.238 6.9 3.284 - 19.21 pXRF
Figura 72 – Escória. Referência
2014.0019. Zona de análise «a» e
«b».
145
Prego - Nº Inv. 2014.0050
Contexto: Segundo Manuela Martins (1990b:
164-165) a metalurgia do povoado do Lago insere-se
nas fases de ocupação Lago IIA e IIB, entre o século I
a. C. e meados do século I d. C., esta cronologia é
sugerida pela estratigrafia do corte A, pelas estruturas e
pelo espólio associado, maioritariamente cerâmico.
Descrição: Trata-se de um prego, de secção
quadrada e cabeça cónica (Fig. 73 e 74)
Análises: Na Figura 73 apresenta-se a marca, da
zona de análise, correspondente à referência
laboratorial LAGO_2014.0050_a.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas
análises (Tabela XLVI) trata-se de um artefacto de
composição ternária, bronze e chumbo.
Tabela XLVI – Composição química do prego, número de inventário 2014.0050, proveniente do povoado do Lago II, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Lago II LAGO_2014.0050_a Prego 1.798 - 17.44 0.147 0.695 - 17.79 0.431 - 10.37 pXRF
Figura 73 – Prego. Referencia
2014.0050.
Figura 74 – Prego. Referência
2014.0050.
146
Alfinete de cabelo - Nº Inv. 2014.0051
Contexto: Segundo Manuela Martins
(1990b: 164-165) a metalurgia do povoado do
Lago insere-se nas fases de ocupação Lago IIA e
IIB, entre o século I a. C. e meados do século I d.
C., esta cronologia é sugerida pela estratigrafia
do corte A, pelas estruturas e pelo espólio
associado, maioritariamente cerâmico.
Descrição: Trata-se de um alfinete de cabelo, de secção circular, e cabeça bolbosa
(Fig. 75)
Análises: Na Figura 75 apresenta-se a marca, da zona de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial LAGO_2014.0019_a, e «b» correspondente à
referência laboratorial LAGO_2014.0019_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XLVII) trata-se de
um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo.
Tabela XLVII – Composição química do alfinete de cabelo, número de inventário 2014.0051, proveniente do povoado do Lago II,
através das análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Lago II LAGO_2014.0051_a Alfinete de
cabelo 0.195 - 25.96 0.14 1.045 - 15.86 0.857 - 11.92 pXRF
Lago II LAGO_2014.0051_b Alfinete de
cabelo 0.136 - 52.24 0.114 0.596 - 10.85 0.569 - 8.18 pXRF
Figura 75 – Alfinete de cabelo. Referência
2014.0051. Zona de análise «a» e «b».
147
Nódulo - Nº Inv. 2014.0052
Contexto: Segundo Manuela Martins
(1990b: 164-165) a metalurgia do povoado
do Lago insere-se nas fases de ocupação
Lago IIA e IIB, entre o século I a. C. e
meados do século I d. C., esta cronologia é
sugerida pela estratigrafia do corte A, pelas
estruturas e pelo espólio associado,
maioritariamente cerâmico.
Descrição: Trata-se de um nódulo metálico indefinido (Fig. 76).
Análises: Na Figura 76 apresenta-se a marca, da zona de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial LAGO_2014.0052_a, e «b» correspondente à
referência laboratorial LAGO_2014.0052_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XLVIII) trata-se
de um artefacto de composição ternária, bronze e chumbo.
Tabela XLVIII – Composição química do nódulo, número de inventário 2014.0052, proveniente do povoado do Lago II, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Lago II LAGO_2014.0052_a Nódulo 1.135 - 38.05 0.148 1.497 - 13.98 0.96 - 5.18 pXRF
Lago II LAGO_2014.0052_b Nódulo 0.578 - 41.69 0.132 1.33 - 13.4 0.883 - 4.719 pXRF
Figura 76 – Nódulo metálico indefinido.
Referência 2014.0052. Zona de análise «a» e
«b».
148
4.4. Povoado da Santinha
4.4.1. Introdução
O povoado da Santinha é referenciado pela primeira vez por Arlindo da Cunha em
1948, que detetou a presença de estruturas e fragmentos cerâmicos, aquando de uma
visita em 1943. Num artigo posterior, Arlindo da Cunha (1975: 525), detecta novamente
fragmentos cerâmicos na estação, classificando-se como «louça castreja» e romana.
Mais tarde, Manuela Martins cita o povoado da Santinha na sua tese de doutoramento
(1990b: 64), classificando-o como povoado fortificado, fornecendo duas ocupações
distintas, uma na Idade do Ferro e outra de época romana. Nos seguintes anos são
realizadas algumas prospeções que detetam cerâmicas tecno-tipologicamente
enquadráveis no Calcolítico e na Idade do Bronze da região. Aliado ao facto de o
povoado se localizar numa posição geo-estratégica, do perigo de destruição devido ao
avanço das pedreiras nas vertentes Sul e Oeste, assim como obras programadas pela
confraria de Nossa Senhora da Paz na plataforma superior do monte, levaram a
arqueóloga Ana Bettencourt a realizar duas campanhas de escavações, entre 1993 e
1994, tendo resultado destas intervenções algumas de publicações (Bettencourt, 1995b,
1999, 2001b)
4.4.2. Localização e contexto fisiográfico
O Castro da Santinha situa-se no monte da Santinha no Noroeste de Portugal, na
região de Entre-Douro-e-Minho. Em termos administrativos o povoado pertence à
União das Freguesias de Amares e Figueiredo, concelho de Amares, distrito de Braga
(Bettencourt, 2001b: 7). As coordenadas geográficas do sítio arqueológico na sua cota
máxima de duzentos e três metros são as seguintes: 41º38‟10‟‟N e 8º20‟38‟‟O (HGM).
O povoado localiza-se num outeiro, nos contrafortes da serra do Gerês. As
vertentes Norte, Sul, Oeste e Este apresentam declives acentuados, ao contrário da
vertente Nordeste que se integra no esporão proveniente do monte de Santiago
(Bettencourt, 2001b: 7).
O topo do monte é aplanado, defendido por afloramentos, e apresenta boas
149
condições de visibilidade para o vale do Cávado (Anexo 10) (Bettencourt, 2001b: 7).
A rede hidrográfica da região onde se localiza o povoado da Santinha integra-se
na bacia do rio Cávado (Bettencourt, 2001b: 7). Este rio dista cerca de 1km e 800m do
povoado. Na base da vertente Oeste corre o ribeiro do Bárrio, afluente do rio Cávado.
Como já foi referido na zona do povoado aflora o granito de Braga, como se pode
observar no excerto da carta geológica apresentado no Anexo 11. Sobrepondo o traçado
do SET às cartas geológicas (Anexo 11), verifica-se que o território de exploração deste
povoado não abrange nenhum local com recursos metalogénicos relevantes.
Por análise da Carta de Aptidão da Terra da Região de Entre Douro e Minho,
Braga Folha 5, à escala 1/100 000, de 1996 (Anexo 12), verifica-se que os solos do
monte de S. Julião não apresentam aptidão para a agricultura (A0), apresentando,
porém, moderada aptidão para floresta de exploração e/ou silvo-pastorícia (F2). Na
paisagem adjacente ao monte da Santinha, os solos inserem-se nas seguintes unidades
cartográficas (Agroconsultores & Geometral, 1995: 143-144): A1 F1, aptidão elevada
para agricultura e aptidão elevada para floresta de exploração e silvo-pastorícia; A1 F2,
aptidão elevada para agricultura e aptidão moderada para floresta de exploração e silvo-
pastorícia; A2 F1, aptidão moderada para agricultura e aptidão elevada para floresta de
exploração e/ou silvo-pastorícia; e A3 F2, aptidão marginal para agricultura e aptidão
moderada para floresta de exploração e silvo-pastorícia.
Segundo a carta acima referida, o monte da Santinha apresenta um ou mais dos
seguintes tipos de solos, antrossolo cumúlico, cambissolo e/ou regossolo (Tabela I).
Ana Bettencourt (2001b: 7) refere que os solos do monte são de origem antrópica.
O monte da Santinha encontra-se coberto por vegetação arbórea constituída por
Amieiros, Carvalhos, Loureiros, Pereiras selvagens, Pinheiros bravos, Sobreiros,
Salgueiros, Eucaliptos e Mimosas e por vegetação arbustiva e herbácea nomeadamente
Fetos, Giestas, Madressilva, Silveira, Tojos e Urzes (Bettencourt, 2001b: 7-8).
O acesso faz-se a partir da Cruz Vermelha Portuguesa de Amares, rua Dr. Adolfo
Vilela, seguindo-se para rua das Escolas. No fim desta rua, virar à direita, para a
avenida Lopes de Almeida e depois virar à esquerda para a rua Conde Ferreira,
seguindo-se por esta rua até ao cimo do monte, onde se encontra a capela de Nossa
Senhora da Paz.
150
4.4.3. Contexto arqueológico
A ocupação humana mais antiga do povoado da Santinha remonta ao Calcolítico,
com duas reocupações no Bronze Final e provável reocupação durante a Romanização
(Bettencourt, 2001b: 59).
A ocupação do Calcolítico fez-se na zona mais alta da acrópole, identificou-se
materiais cerâmicos em posição estratigráfica invertida, pelo que não foi possível
identificar as características do povoado durante esta fase (Bettencourt, 2001b: 59).
Durante os finais da Idade do Bronze, mais especificamente no século X a. C.,
verifica-se a primeira ocupação detetável deste povoado (Santinha I). Na acrópole foram
identificadas diversas fossas abertas no saibro, um grande número de sementes de
cereais, crucíferas e leguminosas, cerâmicas de fabrico grosseiro, moinhos manuais, que
pressupõem o uso desta zona como área de armazenagem e transformação de produtos
agrícolas (Bettencourt, 2001b: 59). Na vertente sul, contida por muros de pedra,
registaram-se pavimentos, um número reduzido de fossas, uma sepultura, espólio
cerâmico diversificado, que sugerem um espaço diferenciado do anterior, no qual
desempenhar-se-iam atividades diárias mais diversificadas (Bettencourt, 2001b: 59).
Também foram identificados indicadores da inserção destas comunidades em sistemas
de intercâmbio, através do aparecimento de peças em bronze, que implicam a circulação
de cobre e estanho na região, e a presença de uma conta em pasta vítrea (Bettencourt,
2001b: 59). Esta primeira fase de ocupação parece não ter tido continuidade.
Como acima referimos, durante o Bronze Final, dá-se uma segunda ocupação do
povoado (Santinha II) surgindo vestígios, embora muito destruídos por terraplenagens e
pela erosão, na plataforma superior e numa área contígua (Bettencourt, 2001b: 60).
Desta fase foram apenas detetadas três fossas abertas na camada mais antiga, maiores
que as da fase anterior, e com maior diversidade de sementes de cereais e crucíferas,
indicadores de um maior incremento da produção agrícola no povoado (Bettencourt,
2001b: 60).
Após este período o povoado foi abandonado por muitos séculos, tendo-se
detetado materiais romanos descontextualizados que permitem supor a ocupação do
povoado durante a romanização (Bettencourt, 2001b: 60).
151
4.4.4. Contexto arqueológico do espólio em estudo
Nas diversas escavações realizadas no povoado da Santinha foram detectados
vários objetos relacionados com a atividade metalúrgica de base cobre. Entre todo o
espólio recolhido ao longo das várias campanhas de escavações, referem-se aqueles que
foram estudados nesta dissertação, explicitando o seu contexto e descrevendo-se o
objecto.
Vareta - Nº Inv. 1995.0466
Contexto: Foi encontrada no Corte 1, no
Quadrado A6, Camada 2. Segundo Ana
Bettencourt (2001b: 21, 29) as características do
espólio cerâmico e as datas de radiocarbono
situam a ocupação da Camada 2 do Corte 1,
entre os finais do século XI e os inícios do IX a.
C., ou século X a. C., classificado como
Santinha I.
Descrição: Trata-se de um fragmento de vareta, em bronze binário (Tabela XLIX)
de secção quadrangular (Fig. 77).
Análises: Na Figura 77 apresenta-se a marca, da zona de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial CSANT_1995.0466_a, e «b» correspondente à
referência laboratorial CSANT_1995.0466_b.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela XLIX) trata-se de
um artefacto de composição binária, bronze.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2001b). O povoado da
Santinha, Amares, Norte de Portugal, nos finais da Idade do Bronze, Cadernos de
Arqueologia – Monografias 12, Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho,
Braga.
Figura 77 – Fragmento de vareta. Número de
Inventário 1995.0466. Zona de análise «a» e
«b».
152
Tabela XLIX – Composição química da vareta, número de inventário 1995.0466, proveniente do povoado da Santinha I.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Bettencourt
(2001b) Santinha I PA7025 Vareta 0.347 - 80.86 - - 0.027 18.76 - - - XRF
Nossa
análise Santinha I CSANT_1995.0466_a Vareta 0.165 - 27.41 0.139 - - 17.31 0.493 - 0.547 pXRF
Nossa
análise Santinha I CSANT_1995.0466_b Vareta 0.368 - 13.79 0.151 - - 20.18 0.591 - 0.59 pXRF
153
Placa - Nº Inv. 1995.0467
Contexto: Foi encontrada no Corte 2, no
Quadrado A0, Camada 2. Segundo Ana Bettencourt
(2001b: 21, 29) as características do espólio
cerâmico e as datas de radiocarbono situam a
ocupação da Camada 2 do Corte 1, entre os finais
do século XI e os inícios do IX a. C., ou no século
X a. C., classificado como Santinha I.
Descrição: Trata-se de um fragmento de
placa de bronze binário (Tabela L), rebitada, com
dois rebites (Fig. 78), possivelmente de um
caldeiro.
Análises: Na Figura 78 apresenta-se a marca, da zona de análise «a»,
correspondente à referência laboratorial CSANT_1995.0467_a, «b» correspondente à
referência laboratorial CSANT_1995.0467_b, e «c» correspondente à referência
laboratorial CSANT_1995.0467_c.
Discussão dos resultados: Segundo as nossas análises (Tabela L) trata-se de um
artefacto de composição binária, bronze.
Referências bibliográficas: Bettencourt, A. M. S. (2001b). O povoado da
Santinha, Amares, Norte de Portugal, nos finais da Idade do Bronze, Cadernos de
Arqueologia – Monografias 12, Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho,
Braga.
Tabela L – Composição química da placa rebitada, número de inventário 1995.0467, proveniente do povoado da Santinha I.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb Técnica
Bettencourt
(2001b) Santinha I PA6965 Caldeiro 0.673 - 78.24 - - 0.051 21.03 - - - XRF
Nossa
análise Santinha I CSANT_1995.0467_a Placa 0.217 - 95.78 0.189 0.039 0.12 2.779 0.052 - 0.167 pXRF
Nossa
análise Santinha I CSANT_1995.0467_b Placa 0.836 - 91.21 0.199 0.102 0.144 3.624 0.076 - 0.284 pXRF
Nossa
análise Santinha I CSANT_1995.0467_c Placa 0.48 - 70.67 0.19 0.128 - 8.077 0.127 - 0.298 pXRF
Figura 78 – Fragmento de placa
rebitada. Número de Inventário
1995.0467. Zona de análise «a» e «b».
Fonte: Manuel Santos.
154
Capítulo 5 – Resultados e Interpretações
Nas Tabelas LI, LII e LIII apresentam-se, mediante uma perspetiva sincrónica e
diacrónica, as composições químicas dos artefactos metálicos dos povoados de São
Julião, Barbudo, Lago e Santinha, obtidos mediante a técnica de espectrometria de
fluorescência de raios X. As tabelas correspondem, respetivamente, à Fase I (século IX
a. C. até séculos VII/VI a. C.), à Fase II (século VI a. C. até século II a. C.) e à Fase III
(século I a. C. até século I d. C.), segundo o faseamento cronológico de Manuela
Martins (1990b: 111-113) para a bacia média do Cávado.
Os resultados obtidos permitem conhecer a composição elementar dos objetos
estudados, porém a sua interpretação implica algum cuidado, pois tratam-se de
resultados semi-quantitativos de uma análise superficial efetuada na generalidade das
peças em patine de alteração. Este facto leva, na maioria dos casos, à sobrevalorização
de elementos como o arsénio, antimónio, chumbo, estanho e ferro, e ao empobrecimento
do cobre e zinco, relativamente ao núcleo metálico (Montero & Rovira, 2010: 34). Não
obstante, o seu carácter semi-quantitativo permite a avaliação do tipo de metal bem
como a identificação dos elementos constituintes das ligas e as suas impurezas.
155
5.1. Fase I
Na Tabela LI apresenta-se a composição de 14 peças caracterizadas por um total
de 26 análises, sendo 12 peças e respetivas 21 análises pertencentes ao povoado de São
Julião, e 2 peças e respetivas 5 análises do povoado da Santinha. Estes artefactos estão
incluídos na Fase I, compreendendo armas (dois punhais e uma folha de punhal),
utensílios e instrumentos (três varetas e três placas), adereços (um anel), e ainda peças
pertencentes à fase de transformação e/ou produção (uma escória e um nódulo).
De acordo com os dados reunidos, as percentagens de cobre variam
significativamente, tendo-se obtido um valor máximo de 95,78% e um valor mínimo de
13,79%, apresentando um valor médio de 43,15%. As percentagens de estanho variam
entre 20,18% e 2,779%, tendo um valor médio de 13,81%. Relativamente ao chumbo
destaca-se o valor máximo de 3,362% e um valor mínimo de 0,167%, com um valor
médio de 1,272%, não se contabilizando as análises SJL_2014.0017_a,
SJL_2014.0172_a e SJL_2014.0172_b, que apresentam valores de chumbo e arsénio
acima dos 25% e 13%, respetivamente. A grande disparidade dos valores deve-se aos
diferentes graus de corrosão, verificando-se valores elevados de estanho e chumbo para
valores baixos de cobre.
A generalidade das peças é composta por ligas binárias de bronze com teores de
estanho médios (13,81%), que se encontram sobrevalorizados devido à corrosão. As
ligas contêm ainda elementos residuais, nomeadamente chumbo, arsénio, antimónio,
ferro, zinco e prata, referidos por ordem de maior quantidade global. Deste grupo
excluem-se as peças 2014.0017 e 2014.0172, que apresentam elevadas percentagens de
chumbo e arsénio, e baixas percentagens de cobre e estanho, em especial no nódulo
2014.0017, sendo de referir a ocorrência de prata, apesar de ser em baixa quantidade.
Estas duas peças destacam-se do restante espólio, não só pelas suas composições, como
também pelas suas funções e morfologias.
Nos grupos definidos por critérios funcionais e morfológicos verificam-se
variações de composição. O grupo dos adereços, contendo apenas o anel, apresenta
teores de cobre entre 91,39% e 84,44%, com um valor médio de 87,92%, de estanho
variável entre 4,84% e 3,477%, com valor médio de 4,159%, e de chumbo entre 1,3% e
156
0,704%, e valor médio de 1,002%.
As armas, que incluem os punhais «Porto de Mós» e a folha de punhal,
apresentam teores de cobre entre 50,84% e vestigial, com valor médio de 26,61%,
estanho variável entre 24,23% e 12,31%, com valor médio de 17,36%, e chumbo
variável entre 3,362% e 0,942%, com valor médio entre 1,881%.
Nos instrumentos e utensílios, as três varetas apresentam teores de cobre entre
68,29% e 13,79%, com valor médio de 33,33%, estanho variável entre 20,18% e
8,532%, com valor médio de 15,87%, e chumbo entre 1,919% e 0,547%, com valor
médio de 1,278%. No mesmo grupo, as duas placas têm teores de cobre entre 95,78% e
42,1%, com valor médio de 69,96%, estanho variável entre 14,15% e 2,779%, com
valor médio de 8,23%, e chumbo variável entre 0,54% e 0,167%, com valor médio
0,354%.
De acordo com Mohen (1990: 102), uma liga de bronze com teor de estanho na
ordem dos 10% corresponde a uma liga boa e de excelente qualidade. Tendo em conta
que os teores médios de estanho das armas, instrumentos e os utensílios oscilam entre
17,36% e 8,23%, os quais estão sobrevalorizados devido à corrosão, pode-se aferir que
seriam artefactos resistentes e de notável qualidade. Por outro lado, os teores de estanho
na ordem dos 4% presentes no anel, um adereço, conferem à liga maleabilidade, embora
a torne menos resistente.
A escória, integrada nas fases de transformação e/ou produção, apresenta valores
de cobre entre 34,55% e 20,4%, com valor médio de 27,48%, estanho variável entre
18,59% e 15,63%, com valor médio de 17,11% e chumbo variável entre 1,619% e
1,329%, com valor médio de 1,474%. Esta escória demonstra a presença de produção
local de artefactos no povoado de São Julião, sendo a sua composição correlacionável
com os restantes artefactos analisados nesta fase, que apresentam composição binária,
bronze (cobre e estanho).
A peça 2014.0017 apresenta 11,79% de cobre, 5,682% de estanho, 76,37% de
chumbo, e 13,48% de arsénio. A placa 2014.0172 têm teores de cobre entre 48,27% e
43,14%, com valor médio de 45,71%, estanho variável entre 7,872% e 7,123%, com
valor médio de 7,498%, chumbo entre 26,28% e 25,05%, com valor médio de 25,67%, e
arsénio variável entre 18,6% e 16,12%, com valor médio de 17,36%. Estes artefactos
157
são constituídos por ligas quarternárias de cobre, chumbo, arsénio e estanho, não se
correlacionando com as restantes peças analisadas desta fase, podendo corresponder a
vestígios de um outro tipo de transformação e/ou produção metalúrgica.
Tabela LI – Composição química dos artefactos metálicos do Bronze Final (Fase I), provenientes das estações arqueológicas
estudadas, através das análises do equipamento T3S2589.
Prov. Obj. Ref. Lab Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb
S. Julião I Anel SJL_1991.2489_a 0.063 - 91.39 0.130 0.13 0.310 3.477 0.421 - 0.704
SJL_1991.2489_b 0.372 - 83.44 0.218 0.174 0.521 4.840 1.10 - 1.30
S. Julião I Punhal
SJL_1992.0177_a 0.101 - 41.94 0.202 1.468 - 13.87 0.311 - 1.962
SJL_1992.0177_b 0.085 - 14.66 0.23 2.615 - 19.36 0.449 - 3.362
SJL_1992.0177_c 0.118 - 24.87 0.538 1.786 - 17.34 0.424 - 2.379
S. Julião I Punhal
SJL_1992.0178_a 0.128 - 20.87 0.169 0.777 - 18.5 0.524 - 1.669
SJL_1992.0178_b 0.073 - 20.62 0.157 0.768 - 18.56 0.518 - 1.592
SJL_1992.0178_c 0.123 - 39.03 0.792 0.541 - 14.59 0.412 - 1.13
S. Julião Ib Vareta SJL_1995.0432_a 0.201 - 26.97 0.124 0.656 - 17.17 0.73 - 1.677
SJL_1995.0432_b 0.143 0.069 14.65 0.174 0.535 - 19.55 1.237 - 1.865
S. Julião Ib Escória SJL_1995.0436_a 0.189 - 20.4 0.122 0.709 - 18.59 0.559 - 1.619
SJL_1995.0436_b 0.232 - 34.55 0.117 0.491 - 15.63 0.555 - 1.329
S. Julião Ia Folha de punhal SJL_1995.0935_a 0.186 - Vest. 0.139 0.515 - 24.23 0.581 - 2.009
SJL_1995.0935_b 0.026 - 50.84 0.120 0.266 - 12.31 0.320 - 0.942
S. Julião Ia Vareta SJL_1995.0936_a 0.02 - 48.86 0.103 1.048 - 12.49 0.371 - 1.919
SJL_1995.0936_b 0.265 - 68.29 0.094 0.4 - 8.532 0.272 - 0.889
S. Julião I Nódulo SJL_2014.0017_a 0.308 - 11.79 0.14 13.48 0.35 5.682 1.346 - 76.37
S. Julião I Placa SJL_2014.0172_a 1.332 - 43.14 0.188 18.6 - 7.872 0.686 - 26.28
SJL_2014.0172_b 2.302 - 48.27 0.205 16.12 0.049 7.123 0.593 - 25.05
S. Julião I Placa SJL_2014.0211_a 0.637 - 42.1 0.121 0.098 - 14.15 0.414 - 0.54
SJL_2014.0211_b 0.297 - 50.02 0.114 0.094 - 12.52 0.318 - 0.479
Santinha I Vareta CSANT_1995.0466_a 0.165 - 27.41 0.139 - - 17.31 0.493 - 0.547
CSANT_1995.0466_b 0.368 - 13.79 0.151 - - 20.18 0.591 - 0.59
Santinha I Placa
CSANT_1995.0467_a 0.217 - 95.78 0.189 0.039 0.12 2.779 0.052 - 0.167
CSANT_1995.0467_b 0.836 - 91.21 0.199 0.102 0.144 3.624 0.076 - 0.284
CSANT_1995.0467_c 0.48 - 70.67 0.19 0.128 - 8.077 0.127 - 0.298
158
5.2. Fase II
Na Tabela LII lista-se a composição de 19 peças caracterizadas por 37 análises, 18
peças e respetivas 35 análises pertencentes ao povoado de São Julião e 1 peça e
respetivas 2 análises do povoado do Barbudo. Estes artefactos estão incluídos na Fase
II, abrangendo utensílios e instrumentos (uma vareta, três placas, um prego, uma tacha e
um rebite), adereços (uma fíbula, dois fuzilhões, um pendente e uma conta) e ainda
peças pertencentes à fase de transformação e/ou produção (uma escória, quatro nódulos,
resíduo num cadinho e um lingote).
As percentagens de cobre dos objetos da Fase II são também muito variáveis
devido à corrosão dos materiais, tendo-se obtido um teor de cobre máximo igual a
94,14%, um teor mínimo de 5,532%, e uma média de 38.63%. Os teores de estanho
variam entre 18.47% e 2.462%, tendo um valor médio de 11,18%, e o chumbo possui
um valor máximo de 67,82%, um valor mínimo de 1.131%, com uma média de 21,95%.
Os teores de arsénio variam entre 4,79% e 0,237%, tendo um valor médio de 1,364%.
Observa-se, através da interpretação da Tabela LII, que os principais elementos
constituintes dos objetos desta fase são o cobre, o estanho e chumbo, indicando que o
conjunto de peças é composto por ligas ternárias de bronze (cobre e estanho) e chumbo,
«bronze chumbado», com teores de chumbo elevados, média global de 21,95%, que se
encontram sobrevalorizados devido à corrosão. As análises também revelaram a
presença de elementos residuais, referindo-se por ordem de maior quantidade global, o
ferro, arsénio, antimónio, zinco e prata.
Nos grupos definidos por critérios funcionais e morfológicos verificam-se
variações de composição. Os adereços incluem as fíbulas, cujos teores de cobre variam
entre 48,72% e 6,893%, com valor médio de 22,54%, com estanho variável entre
13,63% e 10,5%, com valor médio de 12,88%, e com chumbo variável entre 47,3% e
14,81%, e valor médio de 32,28%. Este grupo inclui ainda o pendente e a conta, com
teores de cobre entre 23,38% e 5,532%, e valor médio de 16,31%, estanho variável
entre 11,25% e 6,34%, com valor médio de 8,323%, e chumbo a variar entre 67,82% e
60,81%, com valor médio de 63,25%.
A tacha, incluída no grupo dos instrumentos e utensílios, apresenta valores de
159
cobre entre 50,84% e 22,45%, com valor médio de 41,17%, estanho variável entre
18,14% e 11,94%, com valor médio de 14,12%, e chumbo variável entre 1,826% e
1,131%, com valor médio de 1,411%. No mesmo grupo incluem-se três placas e um
rebite, cujos teores de cobre variam entre 94,14% e 17,23%, com valor médio de
52,97%, com estanho variável entre 17,6% e 2,462%, com valor médio de 10,54%, e
chumbo variável entre 17,33% e 2,272%, com valor médio de 8,287%. Ainda no grupo
dos instrumentos e utensílios, a vareta e o prego apresentam teores de cobre entre
90,91% e 54,59%, com valor médio de 79,07%, estanho variável entre 6,6% e 3,159%,
com valor médio de 4,189%, e chumbo variável entre 20,29% e 3,066%, com valor
médio de 9,41%.
Segundo Mohen (1990: 112-113), a adição de chumbo na liga de bronze baixa o
ponto de fusão e confere maior fluidez ao metal fundido, permitindo um melhor
vazamento. Contudo, uma vez que o chumbo não se mistura com cobre e estanho, tem
tendência à formação de nódulos que baixam a eficácia da liga, tornando-a menos dura
e menos resistente. Assim sendo, os elevados teores de estanho e chumbo presentes nos
adereços serviriam para proporcionar maior facilidade de vazamento no seu fabrico,
bem como menor dureza, correspondendo à finalidade dos fragmentos de fuzilhões das
fíbulas, pendente e conta analisados.
Os instrumentos e utensílios apresentam, na generalidade, teores de estanho e
chumbo moderados materializando uma liga resistente e com fluidez de vazamento no
seu fabrico, indo ao encontro da sua funcionalidade. A tacha, ao contrário dos restantes
itens, é constituída por uma liga binária, sendo o chumbo residual, o seu teor de estanho
na ordem dos 14%, sobrevalorizado devido à corrosão, traduz-se numa liga dura e
resistente, que vai ao encontro da sua funcionalidade.
No campo da transformação e/ou produção, o lingote apresenta 43,20% de cobre,
5,61% de estanho, e 50,74% de chumbo, enquanto os quatro nódulos, a escória e o
resíduo do cadinho revelam teores de cobre entre 57,43% e 5,823%, com média de
24,42%, estanho variável entre 18,47% e 10,35%, com média de 13,76%, e chumbo
variável entre 52,8% e 4,653%, com valor médio de 26,01%. Estes itens denunciam a
presença de produção local de artefactos no povoado de São Julião, sendo a sua
composição ternária correlacionável com a maioria dos artefactos analisados nesta fase.
160
Tabela LII – Composição química dos artefactos metálicos da Fase II, provenientes da bacia média do Cávado, através das
análises do equipamento T3S2589.
Prov. Ref. Lab Obj. Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb
S. Julião Id Lingote SJL_1991.2491_a - - 43.20 0.203 1.764 0.032 5.61 0.114 - 50.74
S. Julião Id Tacha
SJL_1992.0129_a 0.158 - 43.98 0.126 0.574 - 13.66 0.403 - 1.218
SJL_1992.0129_b 0.182 - 22.45 0.127 0.85 - 18.14 0.533 - 1.826
SJL_1992.0129_c 0.63 - 47.41 0.131 0.244 - 12.74 0.74 - 1.131
SJL_1992.0129_d 0.407 - 50.84 0.169 0.499 - 11.94 0.708 - 1.47
S. Julião IIA Prego SJL_1992.0153_a 1.288 - 86.92 0.116 0.624 0.466 3.522 0.5 - 5.923
SJL_1992.0153_b 0.808 - 90.91 0.09 0.414 0.676 3.159 0.504 - 3.066
S. Julião IIA Fíbula SJL_1992.1859_a 0.246 0.015 48.72 0.155 1.583 - 10.5 0.636 - 14.81
SJL_1992.1859_b 0.279 0.002 25.76 0.176 2.897 - 13.5 0.946 - 26.09
S. Julião Id Placa
SJL_1992.1951_a 0.536 - 37.89 0.200 1.571 - 12.42 0.458 - 17.33
SJL_1992.1951_b 1.456 - 68.58 0.227 1.090 0.022 6.517 0.246 - 12.46
SJL_1992.1951_c 1.983 - 82.68 0.218 0.411 0.189 4.805 0.326 - 3.412
S. Julião Id Pendente SJL_1995.0061_a 2.066 - 20.03 0.206 4.79 0.014 6.34 0.262 - 67.82
S. Julião Id Fusilhão SJL_1995.0063_a 2.291 - 6.893 0.207 1.879 - 13.63 0.896 - 47.3
SJL_1995.0063_b 2.312 - 8.418 0.217 1.963 - 13.56 0.882 - 45.95
S. Julião Id Placa SJL_1995.0433_a 0.416 - 21.84 0.138 1.056 - 17.6 0.547 - 6.082
SJL_1995.0433_b 0.281 - 34.2 0.131 0.962 - 15.2 0.459 - 4.704
S. Julião Id Rebite SJL_1995.0434_a 0.233 - 38.72 0.205 1.214 - 13.27 0.772 - 10.60
SJL_1995.0434_b 0.185 - 17.23 0.217 1.773 - 17.26 1.098 - 13.93
S. Julião Id Fusilhão SJL_1995.0435_a 0.732 - 29.12 1.703 - - 12.71 1.702 - 23.49
SJL_1995.0435_b 1.595 - 16.31 1.745 0.701 - 13.35 1.063 - 36.06
S. Julião Id Escória SJL_1995.0439_a 0.247 - 57.43 0.104 0.296 - 10.35 0.191 - 4.653
SJL_1995.0439_b 0.854 - 11.5 0.128 1.081 - 18.47 0.469 - 15.02
S. Julião Id Nódulo SJL_1995.0440_a 0.559 - 15.87 0.138 1.661 - 15.28 0.537 - 29
SJL_1995.0440_b 0.56 - 30.51 0.126 1.782 - 12.99 0.449 - 23.71
S. Julião Id Resíduo do cadinho SJL_1995.0444_b 1.432 - 45.91 0.122 0.681 - 11.60 0.321 - 11.51
S. Julião Id Nódulo SJL_1995.0447_a 0.976 - 14.7 0.144 3.906 - 13.73 0.531 - 37.66
SJL_1995.0447_b 1.672 - 14.82 0.149 3.127 - 15.36 0.565 - 27.83
S. Julião Id Conta SJL_1995.0448_a 1.284 - 23.38 0.161 1.902 0.008 7.378 0.538 - 61.13
SJL_1995.0448_b 0.635 - 5.532 0.143 2.613 - 11.25 0.749 - 60.81
S. Julião Id Vareta SJL_1995.0449_a 4.6 - 83.87 0.122 0.459 0.312 3.476 0.401 - 8.359
SJL_1995.0449_b 15.28 - 54.59 0.212 1.024 0.406 6.6 1.392 - 20.29
S. Julião IIA Nódulo SJL_2014.0055_a 3.44 - 33.22 0.192 1.472 - 11.3 0.565 - 27.85
SJL_2014.0055_b 0.431 - 5.823 0.174 1.736 - 17.19 0.67 - 30.1
S. Julião IIA Nódulo SJL_2014.0173_a 0.077 - 14.38 0.143 1.212 - 11.36 0.291 - 52.8
Barbudo IIA Placa BAR_1992.0148_a 0.677 - 94.14 0.114 0.237 0.546 2.462 0.861 - 3.793
BAR_1992.0148_b 0.387 0.069 81.41 0.117 0.432 0.196 5.339 2.12 - 2.272
161
5.3. Fase III
Na Tabela LIII lista-se a composição de 13 peças caracterizadas por 24 análises, 2
peças e respetivas 4 análises pertencentes ao povoado de São Julião, 4 peças e
respetivas 8 análises do povoado do Barbudo, e 7 peças e respetivas 12 análises do
povoado do Lago. Estes artefactos estão incluídos na Fase III, abrangendo utensílios e
instrumentos (um fragmento metálico, três placas, um prego), adereços (duas fíbulas,
uma conta e um alfinete de cabelo) e ainda peças pertencentes à fase de transformação
e/ou produção (uma escória, três nódulos).
Tal como nas fases anteriores, os teores de cobre dos artefactos da Fase III são
muito díspares devido à corrosão dos materiais, tendo-se obtido um teor de cobre
máximo igual a 83,19%, um valor mínimo vestigial, e uma média de 36.37%. As
percentagens de estanho variam entre 29.85% e 3.607%, tendo um valor médio de
13,63%. Os teores de chumbo variam entre 19,21% e 0.785%, com uma média de
7,345%. Os teores de arsénio variam entre 4,938% e 0,103%, tendo um valor médio de
1,17%.
Como se constata na Tabela LIII, verifica-se que os principais constituintes dos
artefactos da Fase III são cobre, estanho e chumbo. Isto indica que o conjunto de peças é
composto por ligas ternárias de bronze (cobre e estanho) e chumbo, denominado
«bronze chumbado», apresentando teores de chumbo baixos, média global de 7,345%,
que se encontram sobrevalorizados devido à corrosão. Pelo menos duas peças, o
fragmento metálico 2014.0054 e a placa 2014.0018, são compostas por liga binária de
bronze (cobre e estanho), apresentando um baixo teor de chumbo.
Nos grupos definidos por critérios funcionais e morfológicos verificam-se
composições relativamente semelhantes. Os adereços, nomeadamente as duas fíbulas, a
conta e o alfinete, apresentam teores de cobre entre 63,11% e 8,072%, com um valor
médio de 32,05%, estanho variável entre 20,31% e 8,584%, com valor médio de
15,03%, e chumbo variável entre 11,92% e 3,965%, com valor médio de 8,44%.
Nos instrumentos e utensílios, as três placas revelam teores de cobre entre 78,46%
e 43,17%, com valor médio de 63,41%, estanho variável entre 13,26% e 3,607%, com
valor médio de 8,48%, e chumbo variável entre 12,41% e 0,8%, com valor médio de
162
7,04%. No mesmo grupo, o fragmento metálico contém teores de cobre entre 23,95% e
vestigial, com valor médio de 11,98%, estanho variável entre 23,85 e 17,92%, com
valor médio de 20,89%, e chumbo variável entre 0,904% e 0,785%, com valor médio de
0,84%. O prego tem 17,44% de cobre, 17,75% de estanho e 10,37% de chumbo.
Nesta fase, os adereços, o prego e as placas, apresentam teores de estanho e
chumbo moderados materializando uma liga ternária resistente e com fluidez de
vazamento no seu fabrico, que poderia possivelmente estar correlacionada com a
funcionalidade e finalidade das peças. Estes adornos, em particular o alfinete, a mola e o
arco das fíbulas, têm funções que necessitam de ligas mais resistentes e duras.
Relativamente à etapa de transformação e/ou produção, os três nódulos e a escória
apresentam teores de cobre entre 56,35% e 8,466%, com valor médio de 33,81%,
estanho variável entre 20,84% e 6,147%, com valor médio de 13,94%, e chumbo
variável entre 19,21% e 2,671%, com valor médio de 7,86%. Estes itens denunciam a
presença de produção local de artefactos no povoado do Barbudo e Lago, sendo a sua
composição ternária correlacionável com a maioria dos artefactos analisados nesta fase.
Tabela LIII – Composição química dos artefactos metálicos da Fase III, provenientes das estações arqueológicas estudadas,
através das análises do equipamento T3S2589.
Prov. Obj. Ref. Lab Fe Ni Cu Zn As Ag Sn Sb Au Pb
S. Julião IIB Fíbula SJL_1991.2490_a 0.534 - 8.072 0.131 0.523 - 20.31 0.871 - 7.733
SJL_1991.2490_b 0.264 - 37.12 0.113 0.335 - 14.74 0.706 - 3.965
S. Julião IIB Fragmento
metálico
SJL_2014.0054_a 0.384 - Vest. 0.16 0.103 - 23.85 0.809 - 0.904
SJL_2014.0054_b 0.75 - 23.95 0.14 0.16 - 17.92 0.493 - 0.785
Barbudo IIB Placa BAR_1992.0149_a 0.02 0.053 83.19 0.1 1.442 0.056 3.607 0.127 - 12.41
BAR_1992.0149_b 0.104 0.085 58.07 0.165 0.762 - 9.528 0.54 - 8.417
Barbudo IIB Placa BAR_1992.0150_a 0.953 0.02 78.46 0.133 1.335 0.108 4.538 0.299 - 11.97
BAR_1992.0150_b 0.222 0.079 64.09 0.155 0.803 - 8.357 0.652 - 7.503
Barbudo IIB Nódulo BAR_2014.0213_a 0.234 - 37.07 0.104 1.363 - 14.36 1.124 - 6.037
BAR_2014.0213_b 0.515 - 30.54 0.114 1.464 - 15.57 1.284 - 6.849
Barbudo IIB Nódulo BAR_2014.0215_a 0.936 - 10.81 0.151 0.534 - 20.35 1.066 - 2.68
BAR_2014.0215_b 1.118 - 8.466 0.142 0.48 - 20.84 1.118 - 2.671
Lago II Fíbula LAGO_1992.2493_a 0.334 - 23.38 0.14 1.617 - 16.67 1.608 - 8.636
LAGO_1992.2493_b 0.358 - 14.49 0.166 2.259 - 18.21 1.813 - 10.2
Lago II Conta LAGO_1992.2494_a 0.149 - 63.11 0.141 0.387 - 8.584 0.142 - 8.457
163
Lago II Placa LAGO_2014.0018_a 1.254 - 53.47 0.124 0.041 - 11.58 0.355 - 0.8
LAGO_2014.0018_b 3.868 - 43.17 0.172 0.035 - 13.26 0.63 - 1.142
Lago II Escória LAGO_2014.0019_a 21.35 - 56.35 0.21 4.337 0.279 6.147 2.264 - 15.54
LAGO_2014.0019_b 26.97 - 47.53 0.24 4.938 0.238 6.9 3.284 - 19.21
Lago II Prego LAGO_2014.0050_a 1.798 - 17.44 0.147 0.695 - 17.79 0.431 - 10.37
Lago II Alfinete de cabelo LAGO_2014.0051_a 0.195 - 25.96 0.14 1.045 - 15.86 0.857 - 11.92
LAGO_2014.0051_b 0.136 - 52.24 0.114 0.596 - 10.85 0.569 - 8.18
Lago II Nódulo LAGO_2014.0052_a 1.135 - 38.05 0.148 1.497 - 13.98 0.96 - 5.18
LAGO_2014.0052_b 0.578 - 41.69 0.132 1.33 - 13.4 0.883 - 4.719
164
5.4. Correlação das Fases
Nas Figuras 79 e 80 apresenta-se a relação entre os teores de cobre e estanho, e a
relação entre os teores de cobre e chumbo, respetivamente. No primeiro evidencia-se,
logo à partida, a proporcionalidade entre o decréscimo do teor de cobre e a
sobrevalorização dos teores de estanho, sendo possível distinguir dois grupos de acordo
com o seu grau de corrosão. O primeiro grupo, com teores de cobre superiores a 70% e
de estanho inferiores a 5%, aproxima-se grandemente à real composição do núcleo dos
itens estudados. Por outro lado, as análises que apresentam teores de cobre inferiores a
70% e de estanho superiores 5% correspondem a análises efetuadas em patine de
alteração. No gráfico de cobre vs chumbo destaca-se um conjunto de análises com
teores de cobre superiores a 80% e teores de chumbo inferiores a 13%, correspondendo
aos valores mais próximos da composição real dos artefactos.
Identifica-se uma maior homogeneidade entre os resultados de cobre e estanho das
análises da Fase I e da Fase III, evidenciando-se a disparidade dos resultados da Fase II
relativamente a estas. Relativamente aos resultados de cobre e chumbo, estas relações
mantêm-se, sendo menos evidentes. Ambos os gráficos demonstram uma maior
diversificação de composição na Fase II, apresentando uma tendência mais dispersa e
menos linear.
Os teores da Fase I, quer para estanho quer para chumbo, são significativamente
lineares, distinguindo-se apenas três análises que não seguem a tendência,
Figura 79 – Gráfico de correlação dos valores de
cobre e de estanho das peças analisadas. Figura 80 – Gráfico de correlação dos valores de
cobre e chumbo das peças analisadas.
165
nomeadamente o nódulo 2014.0017 e a placa 2014.0172, apresentando baixo teor de
estanho e elevado teor de chumbo. Os restantes artefactos da Fase I apresentam níveis
de chumbo vestigiais. Na Fase II revela-se a presença de maiores teores de chumbo,
exceto na tacha 1992.0129, que possui meramente chumbo residual. Por outro lado, na
Fase III verifica-se a diminuição percentual dos teores chumbo relativamente à fase
anterior, sendo, porém, mais elevados que na Fase I.
Devem-se referir ainda que os teores vestigiais de cobre obtidos para a folha de
punhal 1995.0935, da Fase I e para o fragmento metálico 2014.0054 correspondem a
análises em material muito corroído, tendo sido, no entanto, compensadas com a
segunda análise nas respetivas peças.
No gráfico da Figura 81
projetaram-se os teores de chumbo em
função dos teores de estanho, também
para as três fases, não se tendo
verificado qualquer relação entre eles,
o que indica que a introdução do
chumbo nas ligas não é feita em
detrimento do estanho.
Figura 81 – Gráfico de correlação dos valores de
estanho e de chumbo das peças analisadas.
166
Conclusão
Partindo das interpretações dos resultados obtidos, é possível tecer-se algumas
considerações, que vão ao encontro de algumas hipóteses levantadas por outros autores.
Na Fase I os dados evidenciam produções de artefactos de liga binária, bronze
(cobre e estanho), com teores de estanho entre 20,18% e 2,779%, apresentando ainda
teores residuais de chumbo e de arsénio, correlacionáveis com os dados obtidos por Ana
Bettencourt (1999: 1110-1113, 2001a: 23-26) para a bacia média do Cávado durante o
Bronze Final. Segundo esta autora (2001a: 17-19, 23-24, 34), o Bronze Médio do Norte
de Portugal é caracterizado por ligas de bronze ternárias (cobre, estanho e arsénio), com
teores altos de estanho, superiores a 25%, dando-se uma alteração da composição
química na passagem para o Bronze Final para ligas binárias, nomeadamente bronze
(cobre e estanho), representados por altos teores de estanho (13% a 30%), teores
residuais de chumbo e ausência de arsénio. Esta transição foi corroborada nas análises
realizadas neste estudo, ainda que se tenham verificado teores de estanho um pouco
mais baixos (média de 13,81%).
Segundo os dados e de acordo com os seus respetivos contextos arqueológicos,
evidencia-se uma influência meridional, tal como Bettencourt (1999: 1115-1117, 2001a:
24-25) sugere. Esta hipótese é também corroborada por objetos exóticos encontrados
nos povoados desta fase. Segundo Raquel Vilaça (1997: 129), as produções
metalúrgicas da Beira Interior são representadas maioritariamente por ligas binárias, em
que os valores de estanho, globalmente, oscilam entre 6% e 17%/18%. Pode-se ainda
efetuar uma ligação com a metalurgia do sul peninsular e o restante mundo
mediterrâneo, Sardenha, Sicília, Itália, Grécia e Chipre (Rovira, 1995: 559). No espólio
analisado nesta dissertação, verifica-se a presença de punhais tipo «Porto de Mós» no
povoado de S. Julião, que têm sido considerados como produções peninsulares (Coffyn,
1985: 216-218) e também como uma forma de tradição meridional (Jorge, 1990: 234-
235).
167
É importante salientar que os vestígios de produção metalúrgica, nomeadamente
as escórias, revelam composições idênticas às dos artefactos encontrados nesse
contexto, permitindo supor a sua produção local.
O nódulo 2014.0017 e a placa 2014.0172, que apresentam elevadas percentagens
de chumbo e arsénio, não traduzem a mesma unidade composicional que as restantes
peças inseríveis nesta fase, apresentando composição quaternária (cobre, chumbo,
arsénio e estanho). Sugere-se que estes possam ser vestígios metalúrgicos associados à
produção de machados de talão e de duas argolas, que são artefactos muito chumbados,
(Coffyn, 1985: 224, 227; Bettencourt, 1998: 20), cuja presença está registada no Minho
(Vilaça, 1997: 136).
As diferenças de composição, em especial a variação do estanho, apontam para
uma intencionalidade composicional relacionada com a função e finalidade dos
artefactos, indo ao encontro dos resultados de Raquel Vilaça (1997: 129) para a Beira
Interior.
Os itens inseridos na Fase II são maioritariamente compostos por ligas ternárias
de bronze (cobre e estanho) e chumbo, designado «bronze chumbado», com teores de
chumbo elevados, de média global igual a 21,95%. Exclui-se deste conjunto a tacha
1992.0129, de composição binária. Bettencourt (1999: 1167-1168, 2001a: 30, 34)
admite, nesta fase, a presença de ligas ternárias com adições intencionais de chumbo
embora com teores discretos, entre 3% e 8%. Considerando as análises de melhor
qualidade, em que o teor de cobre é superior a 80%, verificam-se teores de chumbo
inferiores a 13%, que não distam muito dos resultados obtidos pela referida autora.
Na transição da Fase I para a Fase II testemunha-se a introdução do chumbo na
composição das ligas, não se identificando qualquer relação entre o conteúdo de estanho
e o de chumbo. Como os resultados obtidos são apenas semi-quantitativos, e se verifica
a diminuição dos teores de cobre em função da corrosão, não é possível aferir se haveria
ou não decréscimo nos teores de cobre proporcionalmente à introdução do chumbo.
Parece manter-se uma certa intencionalidade composicional relacionada com a
funcionalidade das peças, que vai ao encontro do que Ana Bettencourt (1999: 1168-
1171, 2001a: 34) defende. Foram encontrados diversos vestígios que permitem referir
uma suposta produção metalúrgica local, nomeadamente um lingote, escórias, nódulos,
168
um cadinho com resíduos de refundição. O facto de estes materiais apresentarem
composições idênticas às dos artefactos encontrados nesse contexto permite supor a sua
produção local.
Na Fase III verifica-se a presença de liga binária, bronze (cobre e estanho), numa
placa e num fragmento metálico de função indefinida, que apresentam teores muito
semelhantes aos da Fase I. Porém, a generalidade dos itens inseridos nesta fase é
composta por ligas ternária de cobre, estanho e chumbo, bronze «chumbado», tendo o
chumbo uma média de 7,345%.
A homogeneidade composicional verificada nos objetos inseridos nesta fase, que
se estende por todos os grupos funcionais, nomeadamente adornos e instrumentos e
utensílios, demonstra, ao contrário do que esperava, uma intencionalidade do
metalurgista na produção das peças, formando uma liga ternária resistente e com fluidez
de vazamento no seu fabrico, que seria de esperar em instrumentos e utensílios, mas não
nos adornos, dado que estes últimos têm funções que necessitam de ligas mais
resistentes e duras.
Mantém-se uma presença da produção local de artefactos, indiciada pela
composição ternária dos vestígios da atividade metalúrgica, nomeadamente escórias e
nódulos, que são correlacionáveis com as composições dos restantes artefactos
metálicos desta fase.
De acordo com os dados de SET, os povoados de São Julião, Barbudo, Lago e
Santinha não dispunham de recursos metalogénicos nos seus territórios de exploração
de 1h, sendo o Barbudo o povoado mais próximo de recursos metálicos, a uma distância
superior a 6km para sul. Deduz-se então que os recursos e artefactos seriam obtidos por
sistemas de intercâmbio, hipóteses também defendidas por Manuela Martins (1989a:
120) e Ana Bettencourt (1994: 182-183, 2000c: 143, 2001a: 23, 30, 32, 2001b: 59) para
a bacia média do Cávado.
Em forma de síntese e como reflexão final devemos salientar a importância da
aplicação da técnica de espectrometria de raios-X que, como referimos, permite
conhecer a composição semi-quantitativa dos artefactos sem ser necessário qualquer
tratamento invasivo e/ou destrutivo da superfície. Tratando-se de uma técnica de análise
superficial os dados obtidos representam, na generalidade, as composições da patine de
169
alteração, e não a verdadeira composição do núcleo metálico. Somos assim conscientes que
são necessários mais estudos de caso para poderem confirmar e/ou rever os dados obtidos
neste estudo.
De forma a auxiliar a selecção das melhores zonas de análise, poder-se-ia recorrer à
radiografia das peças, de forma a observar a estrutura interna e a homogeneidade dos
objectos metálicos, evitando-se assim efectuar a análise em nódulos, bolhas de ar, inclusões
escoriáceas, etc.
Poder-se-ia, ainda proceder no estudo mediante microscópios metalográficos de
forma a analisar os processos de fabricos dos artefactos metálicos. Contudo, esta técnica
implica uma análise destrutiva, nomeadamente a preparação da amostra mediante
polimento, de forma a criar-se uma superfície plana e posterior tratamento com um reagente
químico.
Uma outra possibilidade seria também o estudo da proveniência dos metais e dos
minérios usados na produção dos artefactos metálicos. Esta análise permitiria a
identificação do isótopo de chumbo e estabelecer ligações entre a assinatura isotópica do
chumbo de um determinado local de extracção com o respectivo objecto metálico. Este
procedimento apresenta, entre outras, algumas limitações, nomeadamente a necessidade de
se realizar um grande número de prospecções (de forma a identificar e recolher exemplares
de minérios com chumbo) e a possibilidade de o objecto analisado ser constituído por
misturas de chumbos com procedências distintas.
170
Referências bibliográficas
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Portugal (Costa et al. 1998), Biogeografia e uso do território, Instituto da
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das Aves, Parque Natural da Madeira e Secretária Regional do Ambiente e do
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196
Anexos
197
Anexo 1 – Visibilidade do povoado de São Julião (3). Fonte cartográfica:
Câmara Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara
Municipal de Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde.
1-Povoado da Santinha; 2-Povoado do Barbudo; 3-Povoado de S. Julião; 4-Povoado do
Lago; 5-Castelhão; 6- Castelo de Espinho; 7-Castro da Sola; 8-Castro de Caires; 9-Castre de
Caldelas; 10-Castro de Escariz; 11-Castro de Santa Engrácia; 12-Castro de Santa Lucrécia
de Algeriz; 13-Castro Mau; 14-Castro Máximo; 15-Chã do Castro; 16-Dossãos; 17-Eiras
Velhas; 18-Lugar de Gaião; 19-Monte de Sequeiros; 20-Outeirinho; 21-Outeiro; 22-Outeiro
da Vila; 23-Penedos da Portela; 24-Povoado de S. João de Rei; 25-S. Sebastião; 26-Santa
Helena; 27-Santa Iria; 28-Santo Tirso; 29-Torre do Castro.
198
Anexo 2 – Território de exploração do povoado de São Julião (3) sobreposto
à geologia local. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares,
Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso,
Câmara Municipal de Vila Verde; Folha 5-B Ponte da Barca da Carta
Geológica de Portugal na escala de 1/50 000.
199
Anexo 3 – Território de exploração do povoado de São Julião (3) sobreposto
ao uso do solo. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares,
Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso,
Câmara Municipal de Vila Verde; Carta de Aptidão da Região de
Entre Douro e Minho, Braga Folha 5, à escala 1/100 000.
200
Anexo 4 – Visibilidade do povoado do Barbudo (2). Fonte cartográfica:
Câmara Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara
Municipal de Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde.
1-Povoado da Santinha; 2-Povoado do Barbudo; 3-Povoado de S. Julião; 4-Povoado do
Lago; 5-Castelhão; 6- Castelo de Espinho; 7-Castro da Sola; 8-Castro de Caires; 9-Castre de
Caldelas; 10-Castro de Escariz; 11-Castro de Santa Engrácia; 12-Castro de Santa Lucrécia
de Algeriz; 13-Castro Mau; 14-Castro Máximo; 15-Chã do Castro; 16-Dossãos; 17-Eiras
Velhas; 18-Lugar de Gaião; 19-Monte de Sequeiros; 20-Outeirinho; 21-Outeiro; 22-Outeiro
da Vila; 23-Penedos da Portela; 24-Povoado de S. João de Rei; 25-S. Sebastião; 26-Santa
Helena; 27-Santa Iria; 28-Santo Tirso; 29-Torre do Castro.
201
Anexo 5 – Território de exploração do povoado do Barbudo (2) sobreposto à
geologia local. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares,
Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso,
Câmara Municipal de Vila Verde; Folha 5-B Ponte da Barca e Folha 5-
D Braga da Carta Geológica de Portugal na escala de 1/50 000.
202
Anexo 6 – Território de exploração do povoado do Barbudo (2) sobreposto
ao uso do solo. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares,
Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso,
Câmara Municipal de Vila Verde; Carta de Aptidão da Região de
Entre Douro e Minho, Braga Folha 5, à escala 1/100 000.
203
Anexo 7 – Visibilidade do povoado do Lago (4). Fonte cartográfica: Câmara
Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara
Municipal de Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde.
1-Povoado da Santinha; 2-Povoado do Barbudo; 3-Povoado de S. Julião; 4-Povoado do
Lago; 5-Castelhão; 6- Castelo de Espinho; 7-Castro da Sola; 8-Castro de Caires; 9-Castre de
Caldelas; 10-Castro de Escariz; 11-Castro de Santa Engrácia; 12-Castro de Santa Lucrécia
de Algeriz; 13-Castro Mau; 14-Castro Máximo; 15-Chã do Castro; 16-Dossãos; 17-Eiras
Velhas; 18-Lugar de Gaião; 19-Monte de Sequeiros; 20-Outeirinho; 21-Outeiro; 22-Outeiro
da Vila; 23-Penedos da Portela; 24-Povoado de S. João de Rei; 25-S. Sebastião; 26-Santa
Helena; 27-Santa Iria; 28-Santo Tirso; 29-Torre do Castro.
204
Anexo 8 – Território de exploração do povoado do Lago (4) sobreposto à
geologia local. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares,
Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso,
Câmara Municipal de Vila Verde; Folha 5-D Braga da Carta
Geológica de Portugal na escala de 1/50 000.
205
Anexo 9 – Território de exploração do povoado do Lago (4) sobreposto ao
uso do solo. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares,
Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso,
Câmara Municipal de Vila Verde; Carta de Aptidão da Região de
Entre Douro e Minho, Braga Folha 5, à escala 1/100 000.
206
Anexo 10 – Visibilidade do povoado da Santinha (1). Fonte cartográfica:
Câmara Municipal de Amares, Câmara Municipal de Braga, Câmara
Municipal de Póvoa de Lanhoso, Câmara Municipal de Vila Verde.
1-Povoado da Santinha; 2-Povoado do Barbudo; 3-Povoado de S. Julião; 4-Povoado do
Lago; 5-Castelhão; 6- Castelo de Espinho; 7-Castro da Sola; 8-Castro de Caires; 9-Castre de
Caldelas; 10-Castro de Escariz; 11-Castro de Santa Engrácia; 12-Castro de Santa Lucrécia
de Algeriz; 13-Castro Mau; 14-Castro Máximo; 15-Chã do Castro; 16-Dossãos; 17-Eiras
Velhas; 18-Lugar de Gaião; 19-Monte de Sequeiros; 20-Outeirinho; 21-Outeiro; 22-Outeiro
da Vila; 23-Penedos da Portela; 24-Povoado de S. João de Rei; 25-S. Sebastião; 26-Santa
Helena; 27-Santa Iria; 28-Santo Tirso; 29-Torre do Castro.
207
Anexo 11 – Território de exploração do povoado da Santinha (1) sobreposto
à geologia local. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares,
Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso,
Câmara Municipal de Vila Verde; Folha 5-B Ponte da Barca e Folha 5-
D Braga da Carta Geológica de Portugal na escala de 1/50 000.
208
Anexo 12 – Território de exploração do povoado da Santinha (1) sobreposto
ao uso do solo. Fonte cartográfica: Câmara Municipal de Amares,
Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso,
Câmara Municipal de Vila Verde; Carta de Aptidão da Região de
Entre Douro e Minho, Braga Folha 5, à escala 1/100 000.