126
Programa de Pós-Graduação em Odontologia Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580, cobertura 22790-710 – Rio de Janeiro, RJ Tel. (0XX21) 2497-8988 RENATA COSTA VAL RODRIGUES CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015

CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

  • Upload
    others

  • View
    4

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

Programa de Pós-Graduação em Odontologia Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580, cobertura

22790-710 – Rio de Janeiro, RJ Tel. (0XX21) 2497-8988

RENATA COSTA VAL RODRIGUES

CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS

SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO

2015

Page 2: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

ii

RENATA COSTA VAL RODRIGUES

CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE

INSTRUMENTAÇÃO

Orientadores:

Profa. Dra. Isabela Neves Rôças Siqueira

Prof. Dr. José Freitas Siqueira Júnior

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

RIO DE JANEIRO

2015

Tese apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Odontologia da

Universidade Estácio de Sá, visando a

obtenção do grau de Doutor em

Odontologia (Endodontia).

Page 3: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

iii

DEDICATÓRIA _______________________________________________________________

Aos meus pais (Adalberto e Marlene), ao meu marido (Delmo) e a minha irmã (Carolina). Pelo enorme incentivo, paciência e apoio incondicional durante toda esta fase tão importante da minha vida. Sem eles nada disso seria possível.

Page 4: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

iv

AGRADECIMENTOS _______________________________________________________________

A Deus pela oportunidade de traçar esta jornada, por me dar força para superar

todos os obstáculos e por me amparar sempre.

Ao meu marido, Delmo, pelo carinho, incentivo, apoio, paciência, por ter sido

parte fundamental desta trajetória e por ter se mostrado ainda mais o quão

especial é para mim.

À minha família (Adalberto, Marlene, Carolina e Henrique), verdadeiros amigos,

que amo muito, pelo suporte, incentivo e torcida nesta jornada e pelo carinho

constante.

Aos meus orientadores Professora Doutora Isabela Neves Rôças Siqueira e

Professor Doutor José Siqueira Freitas Júnior pelo exemplo de competência e

dedicação, por todos os ensinamentos, orientações, pela confiança e

oportunidade a mim conferidas. Foi um privilégio poder aprender com dois

grandes nomes e exemplos da Endodontia. Tenho a certeza de que minha vida

acadêmica passou por uma mudança e amadurecimento enorme em função

desta oportunidade concedida.

Ao Professor Doutor Hélio Pereira Lopes, pela bondade, grande incentivo para

ingressar no doutorado, exemplo de dedicação, pela disponibilidade e por

todos os ensinamentos.

Page 5: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

v

Ao Professor Doutor Flávio Rodrigues Ferreira Alves pelo estímulo e incentivo

para ingressar nesta jornada, pela generosidade e suporte durante todo o

curso, pelos ensinamentos e pela amizade estabelecida.

À Professora Doutora Mônica Aparecida Schultz Neves pela grande amizade

desenvolvida, pela forma que me acolheu, pela enorme contribuição no

desenvolvimento deste trabalho, pela disponibilidade e pela força e atenção

dispensadas enquanto estive fora.

À Professora Doutora Luciana Armada Dias pelo carinho, atenção,

competência e amizade. Obrigada pela oportunidade de aprendizado cada vez

maior.

Ao Professor Doutor Lúcio Gonçalves pela amizade, ajuda e atenção

dispensadas enquanto estive fora, pela troca de experiências e por todos os

ensinamentos.

Aos Professores do PPGO (Doutor Fábio Ramoa, Doutor Fábio Vidal, Doutor

José Cláudio Provenzano) pelos ensinamentos, dedicação e oportunidade de

aprendizado. Todos os professores do PPGO contribuíram muito para meu

crescimento e amadurecimento tanto profissional quanto pessoal.

Ao Professor Doutor Milton Uzeda pela atenção, dedicação e pelos

ensinamentos durante a realização das disciplinas ministradas ao longo do

curso.

À Angélica pelo carinho e atenção sempre dispensados, pela boa vontade e

pelos bons momentos compartilhados.

Page 6: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

vi

Às amizades especiais desenvolvidas durante o curso (Andrea Campello,

Cíntia Bueno, Fábio Barcelos, Rafaela Rodrigues, Renata Soares e Sabrina

Brasil) pelo carinho, companheirismo, atenção, agradável convivência,

confiança e maravilhosos momentos vividos durante esta jornada.

Ao amigo Henrique Antunes pela grande amizade, companheirismo, confiança

depositada de forma inexplicável, pela acolhida em seu consultório. Sua

colaboração no desenvolvimento deste trabalho foi fundamental e inesquecível.

Ao amigo Carlos Vieira pela amizade, carinho, conhecimentos trocados, pela

excelente convivência e bons momentos durante esta trajetória.

À amiga Georgiana Amaral, pessoa fundamental no meu crescimento

profissional e que hoje tenho como uma grande amiga. Obrigada por todo

carinho, confiança e torcida sempre.

Às amigas endodontistas Luciana Nogueira, Flávia Basílio e Carolina Amorim

pela amizade, disponibilidade e contribuição direta na execução deste trabalho

durante a etapa de coleta das amostras.

Aos amigos e colegas de trabalho (Alessandro, Antônio, Marisa, Renata

Azevedo e Renata Santiago) pelo incentivo, confiança e ajuda durante esta

jornada.

Às secretárias Amanda, Fernanda e Patrícia, minha gratidão pela ajuda e

empenho durante a realização dos atendimentos aos pacientes para o

desenvolvimento da tese.

Page 7: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

vii

Ao técnico Marlei pelo apoio excepcional durante o trabalho laboratorial.

A todos os alunos das turmas de doutorado, mestrado e especialização do

PPGO pela convivência, aprendizado, apoio, consideração e bons momentos

compartilhados durante todo o curso.

Aos professores Doutores Dag Ørstavik, Morten Enersen e Anne Karin

Kristoffersen pela oportunidade de ter vivido uma experiência incrível, por

terem me recebido tão bem, pela humildade, competência, pelos ensinamentos

e pela paciência. Vocês contribuíram muito para meu aprimoramento

acadêmico.

Ao Homan Zandi pela acolhida e atenção dispensadas durante minha

permanência na Noruega.

Aos amigos e colegas da Universidade de Oslo e da Noruega pela recepção

amiga, pela consideração, pelo convívio e pela troca de conhecimentos. Vocês

tornaram este momento muito mais especial e inesquecível para mim. Minha

gratidão será eterna.

A todos meus amigos e colegas de trabalho pelo apoio, paciência e

compreensão em todos os momentos em que estive ausente me dedicando

para transformar este sonho em realidade. Obrigada.

Page 8: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

viii

ÍNDICE _______________________________________________________________

Página

RESUMO ix

ABSTRACT x

LISTA DE FIGURAS xi

LISTA DE TABELAS xii

LISTA DE ABREVIATURAS xiii

1. INTRODUÇÃO 1

2. REVISÃO DE LITERATURA 8

3. JUSTIFICATIVA 38

4. HIPÓTESE 39

5. OBJETIVOS 40

6. ARTIGO PUBLICADO 41

7. DISCUSSÃO 69

8. CONCLUSÕES 81

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 83

ANEXOS 104

Page 9: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

ix

RESUMO _______________________________________________________________

Objetivos: Avaliar in vivo, através de métodos moleculares, a desinfecção

promovida pelo preparo químico-mecânico com as técnicas de instrumentação

do sistema Self-Adjusting File (SAF, ReDent-Nova, Ra’anana, Israel) e Twisted

File Adaptive (TFA, SybronEndo, Orange, CA, EUA). A irrigação ultrasônica

passiva (PUI) também foi usada depois de TFA, no retratamento endodôntico

de dentes com lesão perirradicular.

Materiais e Métodos: Quarenta e oito dentes unirradiculares com tratamento

endodôntico e lesão perirradicular foram selecionados para este estudo,

seguindo critérios rígidos de inclusão/exclusão. Os canais foram divididos

aleatoriamente de acordo com a técnica de instrumentação (SAF e TFA). Em

todos os grupos, a solução irrigadora usada foi hipoclorito de sódio a 2.5%. As

amostras foram coletadas antes (S1) e após o preparo químico-mecânico (S2).

PUI foi realizada após o preparo no grupo da TFA. DNA foi extraído das

amostras clínicas e submetido à análise quantitativa através da reação em

cadeia da polimerase (PCR) em tempo-real para avaliar os níveis de bactérias

em geral e os específicos de Enterococcus faecalis e Streptococcus spp. A

análise estatística foi realizada utilizando o teste de Wilcoxon para comparar a

redução na contagem bacteriana intragrupos e o teste Mann-Whitney para

análise quantitativa intergrupos. O teste exato de Fisher foi usado para análise

qualitativa, com nível de significância em 5% para todas as análises.

Resultados: Quarenta e três canais foram positivos para a presença de

bactérias em S1. Todos os protocolos de instrumentação mostraram uma

redução bacteriana intracanal altamente significativa (P < 0,001). Não houve

diferença significativa entre os grupos (P > 0,05). PUI não promoveu redução

significativa na contagem bacteriana após o preparo (P > 0,05).

Conclusões: Todos os protocolos de tratamento foram significativamente

eficazes na redução bacteriana. Não houve diferença entre os sistemas na

desinfecção de canais tratados endodonticamente com lesão perirradicular.

Palavras-chave: Endodontia; microbiologia; instrumentação; infecção; biologia

molecular

Page 10: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

x

ABSTRACT _______________________________________________________________

Aim: This in vivo study evaluated the antibacterial effects of two endodontic

instrumentation systems Self-Adjusting File (SAF, ReDent-Nova, Ra’anana,

Israel) and Twisted File Adaptive (TFA, SybronEndo, Orange, CA, EUA), the

later also associated with passive ultrasonic irrigation (PUI), during the

chemomechanical preparation of root canal treated teeth with apical

periodontitis.

Materials and Methods: Forty-eight single-rooted single-canal teeth with post

treatment apical periodontitis were selected for this study according to stringent

inclusion/exclusion criteria. The endodontic retreatments were randomly divided

into groups according to the instrumentation techniques (SAF and TFA). In all

groups, 2.5% NaOCl was the irrigant. Bacteriological samples were taken

before (S1) and after chemomechanical preparation (S2). PUI was used after

TFA instrumentation. DNA was extracted from the clinical samples and

subjected to quantitative real-time polymerase chain reaction (qPCR) to

evaluate the levels of total bacteria, Enterococcus faecalis and streptococci.

Statistical analysis from qPCR data were performed within groups using the

Wilcoxon matched pairs test and between groups using the Mann-Whitney U-

test and the Fisher’s exact test, with significance level set at 5%.

Results: Forty-three S1 samples were positive for bacteria. All instrumentation

protocols showed a highly significant intracanal bacterial reduction (P<0,001).

Intergroup comparisons disclosed no significant differences between groups (P

> 0,05). PUI did not significantly improve disinfection (P>0.05).

Conclusions: All treatment protocols were highly effective in significantly

reducing the bacterial counts. No significant difference occurred between

systems in disinfecting canals of teeth with posttreatment apical periodontitis.

Key Words: Endodontics; microbiology; instrumentation; infection; molecular

biology

Page 11: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

xi

LISTA DE FIGURAS _______________________________________________________________

Página

FIGURA 1: Fluxograma dos procedimentos clínicos 65

Page 12: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

xii

LISTA DE TABELAS

Página

TABELA 1: Incidência de resultados positivos no

qPCR antes (S1) e depois do preparo químico-

mecânico usando diferentes técnicas de

instrumentação (S2) em dentes tratados

endodonticamente com lesão perirradicular.

66

TABELA 2: Contagem bacteriana total nas amostras

dos canais radiculares de dentes tratados

endodonticamente com lesão perirradicular

coletadas antes (S1) e depois do preparo químico-

mecânico utilizando dois sistemas de instrumentação

(S2). Dados da análise do qPCR quantitativo

66

TABELA 3: Níveis de Streptococcus spp. nas

amostras dos canais radiculares de dentes tratados

endodonticamente com lesão perirradicular

coletados antes (S1) e depois do preparo químico-

mecânico utilizando dois sistemas de instrumentação

(S2). Dados da análise do qPCR quantitativo

67

TABELA 4: Níveis de Enterococcus faecalis nas

amostras dos canais radiculares de dentes tratados

endodonticamente com lesão perirradicular

coletados antes (S1) e depois do preparo químico-

mecânico utilizando dois sistemas de instrumentação

(S2). Dados da análise do qPCR quantitativo

68

Page 13: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS _______________________________________________________________

DNA: Ácido desoxirribonucleico

DR1: D-RaCe retratamento 1

DR2: D-RaCe retratamento 2

EDTA: Ácido etilenodiaminotetracético

H₂O₂: Peróxido de Hidrogênio ML1: Medium/Large 1

ML2: Medium/Large 2

ML3: Medium/Large 3

NaOCl: Hipoclorito de sódio NiTi: Níquel-titânio PAI: Índice periapical PCR: Reação em cadeia da polimerase

PQM: Preparo químico-mecânico

PUI: Irrigação ultrasônica passiva

qPCR: Reação em cadeia da polimerase em tempo real

rRNA: Ácido ribonucleico

SAF: Self-Adjusting file

SCR: Sistema de canais radiculares

TE: Tris EDTA

TF: Twisted File

TFA: Twisted File Adaptive

UFCs: Unidades formadoras de colônias

Page 14: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

1

1. INTRODUÇÃO

A terapia endodôntica de um dente com inflamação pulpar irreversível é

realizada com o intuito de remover o tecido inflamado e prevenir o

desenvolvimento das patologias perirradiculares (HAAPASALO et al., 2011). Já

no sistema de canais radiculares infectados, o tratamento endodôntico visa

reduzir a carga microbiana a um nível compatível com a cura através de uma

adequada desinfecção (BAUGH & WALLACE, 2005; PENESIS et al., 2008;

FLEMING et al., 2010; RÔÇAS & SIQUEIRA, 2010; SIQUEIRA, 2011; VERA et

al., 2012).

A lesão perirradicular é uma doença inflamatória, que afeta os tecidos

que circundam a raiz dentária, e possui origem microbiana representada pela

infecção do sistema de canais radiculares (ØRSTAVIK et al., 1985; FIDGOR &

SUNDQVIST, 2007; SIQUEIRA et al., 2012). A doença pode se manifestar de

formas distintas e a microbiota do canal radicular pode variar, sendo

responsável pelas diferentes apresentações clínicas da lesão perirradicular

(SIQUEIRA & RÔÇAS, 2009a). Apesar de fatores físicos e químicos serem

capazes de induzir a inflamação perirradicular (NAIR, 2004), evidências

científicas indicam que a infecção endodôntica é fundamental para a

progressão e perpetuação de diferentes formas de lesão perirradicular

(SIQUEIRA, 2002; PINHEIRO et al., 2003; GOMES et al., 2008; SIQUEIRA &

RÔÇAS, 2008; HAAPASALO et al., 2011; SANTOS et al., 2011; RICUCCI et

al., 2013).

Page 15: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

2

Apesar de fungos, arqueias e vírus terem sido encontrados em

associação com algumas formas de lesão perirradicular, bactérias são os

principais agentes etiológicos, microbianos, desta doença (SIQUEIRA &

RÔÇAS, 2009a; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2009b). Atualmente, a lesão

perirradicular tem sido descrita como uma doença causada por biofilmes

bacterianos mistos, trazendo uma visão mais holística da etiologia da infecção

endodôntica (SIQUEIRA & RÔÇAS, 2009a; SIQUEIRA, 2011).

A infecção persistente é causada por micro-organismos presentes na

infecção primária ou secundária, que resistiram aos procedimentos intracanais

antimicrobianos e sobreviveram a períodos de escassez nutricional em canais

radiculares tratados endodonticamente (SIQUEIRA & RÔÇAS, 2008). O

fracasso do tratamento endodôntico é caracterizado pela ocorrência ou

permanência de lesão perirradicular após a terapia endodôntica, em

decorrência da presença de infecção intra-radicular (PINHEIRO et al., 2003;

PAIK et al., 2004; SIQUEIRA e RÔÇAS 2004; SAKAMOTO et al., 2006;

SIQUEIRA & RÔÇAS 2008; RICUCCI et al., 2009, RÔÇAS & SIQUEIRA 2012).

Estudos têm revelado que o resultado do tratamento endodôntico é

significativamente influenciado pela presença de bactérias no canal radicular

no momento da obturação (SJÖGREN et al., 1997; WALTIMO et al., 2005;

SIQUEIRA & RÔÇAS, 2008; TORABINEJAD et al., 2009; VERA et al., 2012;

VIEIRA et al., 2012; RICUCCI et al., 2013).

Determinado o papel essencial das bactérias na etiologia das patologias

pulpares e perirradiculares, o principal propósito do tratamento endodôntico é

reduzir de forma significativa os micro-organismos presentes no interior do

Page 16: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

3

sistema de canais radiculares (SIQUEIRA & RÔÇAS, 2008). Entretanto, a

complexidade anatômica, representa um grande desafio para o profissional. A

resistência dos micro-organismos, após a realização do preparo químico-

mecânico, pode ocorrer em função dos mesmos estarem localizados em canais

laterais, ramificações apicais e interior dos túbulos dentinários, podendo

consequentemente levar ao fracasso da terapia endodôntica (RICUCCI &

SIQUEIRA, 2011; KISHEN, 2012).

Micro-organismos presentes em uma infecção intra-radicular podem

resistir ao preparo químico-mecânico de diversas maneiras: podem aderir à

parede do canal radicular e se acumular para formar biofilmes ou se alojar em

ramificações, istmos ou outras irregularidades, no interior de túbulos

dentinários, favorecendo a sua permanência mesmo após a ação dos

instrumentos e irrigantes endodônticos (CARR et al., 2009; RICUCCI &

SIQUEIRA, 2011; VIEIRA et al., 2012; RICUCCI et al., 2013).

Métodos moleculares têm sido utilizados na identificação da microbiota

endodôntica, na tentativa de correlacionar estes achados com o resultado do

tratamento. Estes métodos não só confirmaram, como reforçaram a associação

de diversas espécies bacterianas cultiváveis à lesão perirradicular, expandindo

a lista de patógenos endodônticos suspeitos (ROLPH et al., 2001; MUNSON et

al., 2002; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2005a; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2005b;

SEDGLEY et al., 2006; WILLIAMS et al., 2006; RÔÇAS & SIQUEIRA, 2011).

São métodos mais sensíveis, específicos e acurados do que os métodos de

cultura. Ainda não existem muitos estudos clínicos descrevendo a avaliação

molecular da microbiota em casos de retratamento endodôntico de dentes com

Page 17: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

4

lesão perirradicular e há a necessidade de se entender melhor o fracasso no

intuito de estabelecer protocolos viáveis para aprimorar o combate a estes

micro-organismos (SEDGLEY et al., 2006; SCHIRMEISTER et al., 2007;

RÔÇAS & SIQUEIRA, 2012). Em casos de retratamento a taxa de sucesso é

reduzida quando comparada ao tratamento inicial em dentes que apresentam

lesão perirradicular (SJÖGREN et al., 1990; GORNI & GAGLIANI., 2004). Com

isto, acredita-se que a desinfecção adequada não é fácil de ser alcançada em

dentes submetidos a reintervenção endodôntica. Diversos estudos têm

avaliado a eficácia dos procedimentos clínicos na redução da contagem

bacteriana em dentes com infecção intrarradicular primária (WALTIMO et al.,

2005; VIANNA et al., 2006; NEVES et al., 2014). Contudo, poucos têm

investigado a eficácia antibacteriana de procedimentos realizados durante o

preparo químico-mecânico em casos de retratamento (PECIULIENE et al.,

2001; ZERELLA et al., 2005; SCHIRRMEISTER et al., 2007; RÔÇAS &

SIQUEIRA, 2010).

Alguns procedimentos têm sido indicados durante a terapia endodôntica

para otimizar a desinfecção, como diferentes sistemas mecanizados de níquel-

titânio (DALTON et al., 1998; DE DEUS et al., 2010; SOLOMONOV, 2011;

NEVES et al., 2014), associados a uma medicação intracanal à base de

hidróxido de cálcio (RÔÇAS & SIQUEIRA, 2011; VERA et al., 2012). Novos

sistemas foram desenvolvidos no intuito de otimizar o desempenho dos

instrumentos durante a limpeza e formatação dos canais radiculares, como o

sistema SAF (Self-Adjusting File), que preconiza o uso de um único

instrumento que se molda às paredes do canal radicular e realiza o preparo

Page 18: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

5

através de movimentos vibratórios associados à irrigação concomitante

vinculada por uma bomba peristáltica acoplada ao instrumento. O objetivo

deste sistema é favorecer a desinfecção (HOF et al., 2010; METZGER et al.,

2010a; DE DEUS et al., 2011; PETERS & PAQUÉ, 2011; DE DEUS et al.,

2012; SOLOMONOV et al., 2012a; SOLOMONOV et al., 2012b; LIN et al.,

2013; METZGER, 2014; NEVES et al., 2014).

Diversos estudos foram realizados utilizando o sistema SAF no intuito de

avaliar a qualidade da limpeza e/ou desinfecção juntamente com irrigação

simultânea (DE DEUS et al., 2010; METZGER et al., 2010b; ALVES et al.,

2011a; ALVES et al., 2011b; DE DEUS et al., 2011; DE DEUS et al., 2012; DE

DEUS et al., 2013; RIBEIRO et al., 2013; SIQUEIRA et al., 2013, NEVES et al.,

2014), bem como o preparo obtido durante a instrumentação (HOF et al., 2010;

PAQUE & PETERS, 2011; VERSIANI et al., 2011; DIETRICH et al., 2012;

SOLOMONOV et al., 2012a; HIN et al., 2013; RUCKMAN et al., 2013) e

também em retratamento (SOLOMONOV et al., 2012b). Estudos observaram

que o sistema SAF (Self-Adjusting File, ReDent Nova, Ra’anana, Israel),

promoveu redução significativa da contagem bacteriana (SIQUEIRA et al.,

2010; ALVES et al., 2011a; NEVES et al., 2014), adequada modelagem

durante o preparo de canais achatados (VERSIANI et al., 2011; DE DEUS et

al., 2012), maior centralização do preparo do canal (PAQUÉ & PETERS, 2011)

e efetivo resultado em casos de retratamento quando comparado a outros

sistemas, apesar de não remover completamente todo o resíduo de material

obturador (SOLOMONOV et al., 2012b).

Page 19: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

6

Outro sistema recentemente desenvolvido, frente a necessidade de

associar eficácia com segurança, foi o sistema Twisted File Adaptive

(SybronEndo, Orange, CA, EUA) que apresenta as mesmas características do

sistema Twisted File (SybronEndo) já existente no mercado com algumas

modificações na apresentação comercial do instrumento e no movimento

realizado. Neste novo sistema, o instrumento realiza tanto o movimento de giro

contínuo quanto o alternado, de acordo com o nível de stress sofrido

(GAMBARINI et al., 2014; DE-DEUS et al., 2015; GERGI et al., 2015;

KIRCHHOFF et al., 2015; SILVA et al., 2015). Não existem ainda estudos

clínicos avaliando a eficácia deste instrumento na desinfecção endodôntica.

Além de novos instrumentos mecanizados de níquel-titânio, algumas

estratégias têm sido propostas para aumentar a desinfecção do canal radicular

(SIQUEIRA & RÔÇAS, 2011). Uma delas é a irrigação ultrassônica passiva

(PUI), caracterizada pela agitação ultrassônica do irrigante (geralmente o

hipoclorito de sódio) após o preparo químico-mecânico. Estudos ex vivo e in

vivo avaliando a eficácia antibacteriana da irrigação ultrassônica passiva com

hipoclorito de sódio como um procedimento suplementar têm apresentado

resultados inconclusivos. Alguns autores descreveram que a irrigação

ultrassônica passiva promoveu maior desinfecção quando comparada ao

método tradicional de irrigação com seringa (HUQUE et al., 1998; CARVER et

al., 2007), enquanto outros não apresentaram diferenças estatisticamente

significativas (TARDIVO et al., 2010; ALVES et al., 2011a; PAIVA et al., 2013).

Os efeitos da irrigação ultrassônica passiva, in vivo, nos casos de retratamento

ainda não foram investigados.

Page 20: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

7

Frente ao exposto, a investigação de bactérias presentes em casos de

retratamento e a susceptibilidade da mesma aos procedimentos intracanais

têm por finalidade identificar espécies capazes de influenciar no resultado da

terapia endodôntica e que estão intimamente associadas ao insucesso.

Page 21: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

8

2. REVISÃO DE LITERATURA

_______________________________________________________________ 2.1 Infecção Intrarradicular A infecção endodôntica é essencialmente a infecção do sistema de

canais radiculares e o principal agente etiológico da lesão perirradicular

(SIQUEIRA & RÔÇAS, 2008). Fatores químicos e físicos podem induzir uma

inflamação perirradicular, mas estudos evidenciam claramente o papel dos

micro-organismos no desenvolvimento e manutenção da lesão perirradicular

(FIDGOR & SUNDQVIST, 2007; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2009a; HAAPASALO et

al., 2011; VERA et al., 2012).

A importância do papel de micro-organismos na etiologia da lesão

perirradicular foi inicialmente descrita por MILLER (1894) e posteriormente

confirmada por outros autores (KAKEHASHI et al., 1965; SUNDQVIST, 1976;

MÖLLER et al, 1981; BYSTRÖM & SUNDQVIST, 1981; MOLANDER et al.,

1998; SIQUEIRA et al., 2004; SAKAMOTO et al., 2006; RÔÇAS et al., 2008;

RÔÇAS & SIQUEIRA, 2008).

A necrose pulpar pode estabelecer-se no canal radicular como

consequência de cárie, trauma, doença periodontal ou iatrogenias. O

tratamento endodôntico visa a erradicação da infecção instalada e/ou a

prevenção da infecção ou reinfecção do canal radicular e dos tecidos

perirradiculares (SIQUEIRA, 2002; HAAPASALO et al., 2011)

A infecção intrarradicular primária é causada por micro-organismos que

invadem e colonizam o tecido pulpar necrosado. Os micro-organimos

Page 22: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

9

participantes provavelmente estão envolvidos nos estágios iniciais da invasão

pulpar (usualmente via cárie), que culminam na inflamação e posteriormente

necrose, ou podem ser micro-organismos que tiram proveito das condições

ambientais do canal radicular após a necrose pulpar (SIQUEIRA & RÔÇAS,

2009b).

A infecção secundária é causada por micro-organismos que não

estavam presentes na infecção primária e que adentram no canal durante o

tratamento endodôntico, entre as sessões ou após sua conclusão,

secundariamente à intervenção do profissional, sobrevivendo e colonizando

este novo habitat. As espécies envolvidas podem ou não ser micro-organismos

orais, dependendo da fonte da infecção secundária (SIQUEIRA, 2002).

A infecção persistente é desenvolvida por micro-organismos

membros da infecção primária ou secundária e que resistiram aos

procedimentos de desinfecção e obturação e sobreviveram a períodos de

privação nutricional em canais tratados (SIQUEIRA, 2002). A perpetuação de

uma infecção pulpar permite a proliferação dos micro-organismos por todo o

sistema de canais radiculares (SCR), inclusive para locais inacessíveis aos

procedimentos endodônticos de combate à infecção. Um desequilíbrio

ecológico também pode ocorrer no interior do canal e por consequência induzir

a propagação de micro-organismos resistentes que estavam sendo inibidos na

população microbiana inicial que colonizava o SCR (SIQUEIRA & RÔÇAS,

2008).

Bactérias podem sobreviver aos procedimentos intracanais se forem

capazes de: resistir a períodos de escassez nutricional, usualmente através de

Page 23: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

10

um estado de inatividade ou de reduzida atividade metabólica; resistir às

alterações da comunidade bacteriana promovidas pelo tratamento, interferindo

no sistema de quorum sensing (caracterizado por um sistema de comunicação

intra e interespécies de micro-organismos, baseado na emissão de estímulos e

respostas dependentes da densidade populacional); ter acesso irrestrito aos

tecidos perirradiculares; atingir carga crítica necessária para gerar danos ao

hospedeiro; e expressar fatores de virulência neste ambiente alterado.

Infecções persistentes ou secundárias são geralmente indistinguíveis

clinicamente. São também consideradas as principais causas de problemas

clínicos severos, como exsudato persistente, sintomatologia persistente, flare-

ups entre sessões, bem como do fracasso da terapia endodôntica, o qual é

caracterizado pelo aparecimento ou persistência de lesão perirradicular após o

tratamento (SIQUEIRA & RÔÇAS, 2008). Estudos têm buscado identificar os

micro-organismos presentes na fase de obturação, os quais podem

comprometer o resultado do tratamento (SjÖGREN et al., 1997; SIQUEIRA &

RÔÇAS, 2009b; RÔÇAS & SIQUEIRA, 2010; RÔÇAS & SIQUEIRA, 2011).

RÔÇAS & SIQUEIRA (2011) avaliaram os efeitos antimicrobianos do

preparo químico-mecânico em canais radiculares infectados. Foram utilizados

instrumentos manuais de níquel-titânio (NiTi) suplementado pelo uso de

medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio associado à glicerina com e

sem paramonoclorofenol canforado. A análise microbiana do material coletado

dos canais antes e após o preparo químico-mecânico e o uso da medicação

intracanal, previamente à obturação, foi realizada através de métodos

moleculares. Os autores observaram que a contagem bacteriana reduziu

Page 24: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

11

significativamente, contudo, níveis detectáveis de bactérias foram ainda

observados após o protocolo de desinfecção dos canais radiculares.

2.2 Lesão perirradicular em dentes tratados endodonticamente

Não é difícil entender porque casos com tratamento endodôntico

inadequado podem fracassar: a infecção endodôntica não foi combatida e

controlada de forma eficaz. Já em canais bem tratados, a causa do insucesso é

muitas vezes intrigante (SIQUEIRA, 2011).

Estudos microbiológicos avaliando canais radiculares tratados com

lesão perirradicular têm mostrado uma alta associação da presença de

bactérias no canal com o fracasso do tratamento (PINHEIRO et al., 2003;

GOMES et al., 2008; RÔÇAS & SIQUEIRA, 2010). Tem sido revelado que o

resultado do tratamento endodôntico é significativamente influenciado pela

presença de bactérias no interior do canal radicular no momento da obturação.

Isto indica que bactérias persistentes podem sobreviver em canais tratados,

sendo capazes de induzir ou sustentar a inflamação dos tecidos

perirradiculares (ZERELLA et al., 2005; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2008; VIEIRA et

al., 2012).

RICUCCI et al. (2009) examinaram histologicamente vinte e quatro

dentes com canais radiculares tratados e apresentando evidência de lesão

perirradicular (doze sintomáticos e doze assintomáticos). Em quase todos os

casos foram encontradas bactérias, exceto em um caso do grupo

assintomático, onde a causa provável da doença pós-tratamento foi uma

reação de corpo estranho ao material obturador extruído.

Page 25: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

12

A infecção persistente é causada por micro-organismos que

persistiram no canal após a execução de um protocolo antimicrobiano e se

adaptaram às condições ecológicas dos canais radiculares instrumentados e

posteriormente obturados (RÔÇAS & SIQUEIRA, 2012). Mesmo sabendo que a

persistência bacteriana pode influenciar no resultado do tratamento

endodôntico, nenhuma espécie específica foi identificada como um fator de

risco para o fracasso (SIQUEIRA & RÔÇAS, 2008).

A microbiota dos canais radiculares de dentes tratados

endodonticamente apresenta diversidade reduzida em comparação à infecção

primária. Canais radiculares com tratamento aparentemente adequado,

usualmente, contêm de uma a cinco espécies, enquanto os canais com

tratamento inadequado podem ultrapassar trinta espécies, sendo muito similar

à infecção primária (SIQUEIRA & RÔÇAS, 2008; SIQUEIRA, 2011). Com

relação à densidade bacteriana, um canal tratado associado à doença pós-

tratamento pode alojar de 103 a 107

células. Fungos do gênero Candida,

particularmente a espécie Candida albicans, têm sido detectados em canais

radiculares tratados em mais de 18% dos casos (SIQUEIRA & RÔÇAS, 2009b).

Infecções persistentes geralmente apresentam predomínio de

bactérias facultativas Gram-positivas. A espécie Enterococcus faecalis, a qual

não é normalmente encontrada em número elevado na infecção primária, tem

sido isolada com grande frequência em dentes tratados endodonticamente com

lesão perirradicular persistente (ZERELLA et al., 2005).

Para que bactérias sobrevivam à terapia endodôntica e possam

causar a doença perirradicular pós-tratamento, elas precisam resistir aos

Page 26: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

13

procedimentos de desinfecção intracanal e se adaptar à mudança drástica do

meio ambiente. Inúmeras estratégias são capazes de aumentar à resistência

bacteriana, mas a que se destaca é a capacidade de adesão às paredes dos

canais radiculares para formar biofilme, o qual é caracterizado como

comunidade microbiana multicelular séssil firmemente aderida a uma superfície

e embebida por uma matriz polimérica extracelular (RICUCCI & SIQUEIRA,

2010; SIQUEIRA et al., 2012). Este pode ser um fator importante para a

resistência e persistência bacteriana após os procedimentos antimicrobianos

intracanais (DISTEL et al., 2002).

Bactérias localizadas em ramificações, istmos e outras

irregularidades são propensas a escapar da ação mecânica dos instrumentos

(devido às limitações físicas) e dos efeitos dos irrigantes usados durante o

preparo químico-mecânico (NAIR et al., 2005). A capacidade de algumas

bactérias de penetrar em túbulos dentinários, algumas vezes de forma mais

profunda, pode também permitir que elas resistam à terapia endodôntica. Além

disto, algumas espécies microbianas, como E. faecalis e C. albicans, podem

apresentar resistência ao hidróxido de cálcio, comumente usado como

medicação intracanal (WALTIMO et al., 1999). A adaptação ao novo ambiente

é crucial para que bactérias residuais desenvolvam a doença persistente

(SIQUEIRA & RÔÇAS, 2008).

2.3 Mecanismos de combate à infecção endodôntica

O tratamento ou retratamento endodôntico de canais radiculares

infectados visa a eliminação da infecção existente e a prevenção de futura

Page 27: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

14

reinfecção (SIQUEIRA & RÔÇAS, 2008). O preparo químico-mecânico

associado ao uso de medicação intracanal são os pilares fundamentais no

controle da infecção, acompanhados da obturação do canal radicular e

selamento coronário definitivo (PENESIS et al., 2008; RÔÇAS & SIQUEIRA,

2010; VERA et al., 2012).

Idealmente, o objetivo do tratamento endodôntico deveria ser obter a

esterilização do SCR. Entretanto, devido à complexidade anatômica do sistema

de canais radiculares torna-se impossível alcançar este propósito através das

técnicas, substâncias e instrumentos disponíveis na atualidade. Com isto, o

objetivo do tratamento deve ser reduzir a população bacteriana a um nível

compatível com a saúde, ou seja, abaixo da contagem necessária para causar

ou manter a doença. Mas o maior desafio é definir qual é o nível preciso

compatível com a cura (SIQUEIRA & RÔÇAS, 2008; SIQUEIRA, 2011).

Como na infecção do canal radicular as bactérias se encontram além do

alcance do sistema de defesa do hospedeiro e de antibióticos sistêmicos,

devido à ausência de suprimento sanguíneo na região, a única forma de tratar

a infecção endodôntica é através da intervenção do profissional (SIQUEIRA,

2011).

O preparo químico-mecânico (PQM) é capaz de atuar no canal

radicular principal e consequentemente eliminar a maior parte dos micro-

organismos (FIGINI et al., 2008, SIQUEIRA et al., 2008; RÔÇAS & SIQUEIRA,

2011). A ação mecânica dos instrumentos, pontas ultrassônicas e irrigação são

efetivas em eliminar grande parte das bactérias cultiváveis no interior dos

canais radiculares. No entanto, não promove desinfecção previsível, podendo

Page 28: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

15

permanecer bactérias viáveis após o preparo (SIQUEIRA et al., 2013). A ação

química de algumas substâncias tem se mostrado fundamental na desinfecção

dos canais radiculares (SIQUEIRA & RÔÇAS, 2008; DE GREGÓRIO et al.,

2009; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2011; CASTELO-BAZ et al., 2012).

As substâncias químicas auxiliares usadas na irrigação, hipoclorito

de sódio e clorexidina, têm apresentado eficácia antimicrobiana apropriada

(ERCAN et al., 2004; SIQUEIRA et al., 2007a, SIQUEIRA et al., 2007b).

Associadas a uma concentração adequada, grandes volumes e trocas

constantes de solução são necessários para se obter atividade antibacteriana

favorável (RÔÇAS & SIQUEIRA, 2011). A PUI tem sido sugerida como um

método suplementar ao PQM, objetivando otimizar a desinfecção dos canais

radiculares (VAN DER SLUIS et al., 2010; ALVES et al., 2011a; BEUS et al.,

2012; MUNOZ & CAMACHO-CUADRA, 2012). Todavia, um estudo in vivo

demonstrou que esta alternativa não foi eficaz na redução bacteriana (PAIVA et

al., 2013).

Em função da presença de bactérias residuais que podem comprometer

o resultado do tratamento endodôntico, o uso de uma medicação intracanal

entre sessões é recomendado para suplementar os efeitos antibacterianos do

PQM e eliminar bactérias persistentes, pois em algumas áreas do canal

principal os instrumentos podem não atuar (CARD et al., 2002; RICUCCI &

SIQUEIRA, 2008; RÔÇAS & SIQUEIRA, 2010; VERA et al., 2012; RICUCCI et

al., 2013).

O hidróxido de cálcio é a substância mais utilizada como medicação

intracanal, mas sozinha pode não ser ideal, em função de apresentar algumas

Page 29: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

16

limitações (SIQUEIRA et al., 2007c). Seu efeito antimicrobiano é dependente

do pH e ocorre por contato direto (BYSTRÖM et al., 1985), o que pode ser

limitado em decorrência da baixa solubilidade e difusibilidade desta substância.

Segundo SIQUEIRA & UZEDA (1998) e WALTIMO et al. (1999),

algumas espécies microbianas podem exibir resistência ao hidróxido de cálcio.

Com isto, a associação desta substância com outras que apresentam

propriedades antibacterianas foram e continuam sendo propostas (PENESIS et

al., 2008).

O paramonoclorofenol canforado foi apresentado como uma opção de

associação por aumentar o espectro antimicrobiano e o raio de ação da

medicação (BYSTRÖM et al., 1985; GOMES et al., 2008; SIQUEIRA et al.,

2008). A clorexidina também surgiu como uma alternativa de veículo para o

hidróxido de cálcio (SIQUEIRA et al., 2007a), apesar de alguns estudos não

demonstrarem melhora na desinfecção do canal radicular (VIANNA et al., 2007;

WANG et al., 2007).

ZERELLA et al. (2005) investigaram in vivo o efeito da associação

do hidróxido de cálcio com clorexidina a 2% comparado com o hidróxido de

cálcio puro na desinfecção do canal radicular em casos de retratamento de

dentes com lesão perirradicular. O retratamento foi realizado em 3 sessões

com intervalos de 7 a 10 dias. As coletas foram realizadas durante o tratamento

e a presença de Enterococcus também foi determinada no início do tratamento.

Os autores concluíram que a associação da clorexidina com o hidróxido de

cálcio foi tão eficaz quanto o hidróxido de cálcio puro na desinfecção de canais

durante a reintervenção.

Page 30: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

17

ENDO et al. (2013) investigaram in vivo micro-organismos presentes em

canais radiculares tratados endodonticamente com infecção persistente e

quantificaram o número de unidades formadoras de colônia durante o

retratamento endodôntico. Quinze dentes foram selecionados para o estudo

seguindo os critérios de inclusão/ exclusão e submetidos aos procedimentos de

reintervenção de acordo com o protocolo clínico estabelecido. Todos os

tratamentos foram executados por um mesmo profissional. O material

obturador foi removido com instrumentos manuais sem solvente, o canal

instrumentado com limas manuais três diâmetros acima do preparo inicial do

canal e a irrigação foi realizada com gel de clorexidina 2% e EDTA 17%. Os

dentes foram então divididos em três grupos, de acordo om a medicação

intracanal utilizada. Grupo 1- Hidróxido de cálcio com gel de clorexidina 2%,

grupo 2- Hidróxido de cálcio com solução salina e grupo 3- gel de clorexidina

2%. Amostras foram coletadas após a remoção do material obturador, após o

PQM e após o uso da medicação intracanal estipulada para cada grupo. Os

resultados demonstraram que houve uma redução microbiana significativa

após o PQM, mas sem diferenças significativas após o uso da medicação

intracanal nos três grupos avaliados. Concluiu-se que o protocolo realizado no

preparo dos canais radiculares durante o retratamento foi efetivo mas a

medicação intracanal não promoveu uma maior desinfecção.

FLEMING et al. (2010) compararam o sucesso do tratamento

endodôntico utilizando técnicas clássicas (instrumentação manual com aço

inoxidável, irrigação com hipoclorito de sódio a 2,5% e H2O2 a 3%, medicação

intracanal com hidróxido de cálcio e formocresol, obturação com a técnica da

Page 31: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

18

condensação lateral e restauração final) com as técnicas contemporâneas

(instrumentação mecanizada de NiTi, irrigação com hipoclorito de sódio, EDTA,

clorexidina, H2O2, sessão única, obturação com técnicas termoplastificadas,

microscópio operatório, localizador apical, raio X digital, instrumentação

ultrassônica e restauração final). Realizaram um estudo retrospectivo com 984

dentes tratados endodonticamente. Nenhuma diferença estatisticamente

significativa foi observada entre os dois grupos ou entre sessão única e

múltiplas sessões.

VERA et al. (2012) avaliaram in vivo o estado microbiológico do SCR de

raízes mesiais de molares inferiores com lesão perirradicular primária após

uma e duas sessões de tratamento endodôntico. Os canais foram

instrumentados com o sistema ProTaper (Dentsply-Maillefer, Ballaigues,

Suíça), nos canais mésio-vestibulares e sistema K3 e Lightspeed (SybronEndo,

Orange, Califórnia, EUA) nos canais mésio-linguais, irrigação com hipoclorito

de sódio a 5%, EDTA a 17% e clorexidina a 2%. O grupo de sessão única

recebeu obturação logo após o preparo químico-mecânico com a técnica de

onda contínua de condensação e o grupo de duas sessões recebeu a

medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio e solução salina por sete

dias. Os dentes foram extraídos uma semana após o procedimento e

submetidos à análise histobacteriológica. No grupo de sessão única, nenhum

caso estava completamente livre de bactérias. O protocolo de duas sessões

resultou em uma melhor redução microbiológica. Bactérias residuais se

mostraram mais frequentes e abundantes em ramificações, istmos e túbulos

dentinários no grupo de sessão única. Foi concluído que o uso de agente

Page 32: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

19

antibacteriano entre sessões é necessário para maximizar a redução

bacteriana antes da obturação.

RICUCCI et al. (2013) descreveram o relato de um caso no qual ocorreu

a persistência de sinais e sintomas durante o tratamento endodôntico. Foram

realizadas múltiplas sessões com sucessivas trocas de medicação a base de

hidróxido de cálcio, totalizando 106 dias com a medicação e cinco sessões de

instrumentação. A cirurgia perirradicular foi então executada devido à presença

de sinais e sintomas e o ápice radicular juntamente com a lesão foram

submetidos à análise histobacteriológica. A lesão foi diagnosticada como cisto

e o canal principal se apresentou livre de bactérias e debris. Concluíram que a

causa do fracasso foi um biofilme bacteriano colonizando um canal lateral no

segmento apical da raiz. Este relato de caso chamou a atenção para um dos

maiores problemas da terapia endodôntica moderna, bactérias localizadas em

áreas distantes do canal radicular principal, permanecendo não afetadas pelo

tratamento e perpetuando a doença. O desafio para os pesquisadores e

clínicos é desenvolver estratégias, instrumentos ou substâncias capazes de

alcançar estas áreas e conseguir promover redução da infecção suficiente para

promover uma reparação perirradicular mais previsível.

PECIULIENE et al. (2001) investigaram a ocorrência de bactérias Gram

negativas e de Enterococcus em dentes tratados endodonticamente que

apresentavam lesão perirradicular e o efeito antimicrobiano da irrigação com

iodeto de potássio iodetado. Foram incluídos no estudo 40 dentes

assintomáticos tratados endodonticamente e com infecção persistente, que

foram divididos em dois grupos com protocolos de retratamento distintos. Um

Page 33: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

20

grupo recebeu medicação intracanal a base de hidróxido de cálcio após o

preparo químico-mecânico e o outro teve o preparo realizado com solução de

iodeto de potássio iodetado e obturação preconizada na mesma sessão. Foi

detectado, pelo método de cultura, uma alta prevalência de leveduras e

bactérias entéricas (E. faecalis, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e

Proteus mirabilis) nas amostras coletadas associando a presença nos dentes

com infecção persistente. O protocolo de retratamento com a solução de iodeto

de potássio iodetado promoveu uma maior efetividade antimicrobiana.

SCHIRRMESTEIR et al. (2007) determinaram in vivo a presença de

micro-organismos em canais radiculares assintomáticos tratados

endodonticamente com lesão perirradicular através dos métodos de cultura e

molecular de reação em cadeia da polimerase (PCR). Vinte pacientes foram

selecionados para o estudo de acordo com os critérios de inclusão/exclusão. O

protocolo de desinfecção realizado no retratamento endodôntico incluiu

irrigação com hipoclorito de sódio 2,5%, EDTA 17%, irrigação final com

clorexidina 2% e medicação intracanal a base de hidróxido de cálcio. Amostras

foram coletadas após a remoção do material obturador, após o PQM com

hipoclorito de sódio e EDTA, após a irrigação com clorexidina e após o uso da

medicação intracanal. E. faecalis foi encontrado em 31% das amostras iniciais.

Nenhum micro-organismo foi detectado após o preparo do canal com

hipoclorito de sódio e EDTA. Com isto, a desinfecção promovida pela

clorexidina e o hidróxido de cálcio não puderam ser avaliadas. Em

contrapartida, dois dentes apresentaram micro-organismos nas amostras

coletadas após o uso da medicação intracanal. Os autores concluíram que um

Page 34: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

21

preparo adequado com hipoclorito de sódio, EDTA e clorexidina podem ser

suficientes para a descontaminação do SCR.

2.4 Instrumentos endodônticos

2.4.1 Sistema SAF (Self-Adjusting File)

Este sistema foi introduzido no mercado pela ReDent Nova

(Ra’anana, Israel), em 2010, trazendo um novo conceito de instrumentação de

canais radiculares (METZGER et al., 2010a). Um único instrumento é utilizado

no procedimento.

O instrumento apresenta, segundo informações do fabricante, o desenho

de uma treliça cilíndrica de NiTi, com 120 µm de espessura, capaz de se

adaptar à secção transversal dos canais. Possui uma superfície abrasiva que

promove a remoção de dentina por desgaste e é fabricado em dois diâmetros

de 1.5 e 2 mm, selecionado de acordo com o diâmetro do canal. O instrumento

se adapta a um contra-ângulo que realiza de 3000 a 5000 rotações por minutos

através de movimentos de vibração com 0,4mm de amplitude, realizando

avanço gradual no interior do canal radicular. O sistema é composto ainda por

uma bomba peristáltica, VATEA, que é acoplada ao instrumento por um tubo

de silicone, capaz de realizar irrigação contínua durante o preparo, gerando um

fluxo constante de baixa pressão durante 4 minutos.

Os estudos realizados com o sistema SAF in vitro e in vivo têm mostrado

resultados bastante promissores (METZGER et al., 2010b; PETERS et al.,

2010; ALVES et al., 2011a; ALVES et al., 2011b;; PETERS & PAQUÉ, 2011;

Page 35: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

22

SOLOMONOV, 2011; SOLOMONOV et al., 2012a; SOLOMONOV et al., 2012b;

SIQUEIRA et al., 2013; NEVES et al., 2014). ALVES et al. (2011b) avaliaram in

vitro a capacidade do instrumento SAF em reduzir a população bacteriana de

canais radiculares ovais usando solução de hipoclorito de sódio em duas

concentrações diferentes, 2,5% e 6%. Realizaram coletas bacterianas após 2,

4 e 6 minutos. Nenhuma diferença significante foi observada entre as duas

concentrações testadas. Os achados revelaram que o instrumento promoveu

redução significativa na contagem bacteriana após 2 minutos, sendo que os

resultados mais impressionantes foram obtidos após 6 minutos.

PETERS & PAQUÉ (2011) descreveram a capacidade de modelagem

do instrumento SAF in vitro, em molares superiores, utilizando a

microtomografia computadorizada para análise. Compararam as mudanças

geradas no volume do canal, área da superfície e geometria da seção

transversal com os valores pré-operatórios estipulados e avaliaram o transporte

promovido bem como as superfícies que não foram tocadas pelo instrumento.

Os autores observaram que os canais obtiveram preparos homogêneos e

circunferenciais com pouco transporte.

SOLOMONOV (2011) utilizou o sistema SAF para instrumentação de

mais de 50 canais com infecção endodôntica primária, apresentando diferentes

graus de dificuldade anatômica, durante 8 meses. Concluiu que o tratamento

endodôntico pode ser realizado com este sistema de forma simples e

previsível, desde o canal com anatomia mais simples à mais complexa, e

recomenda sua introdução de forma lenta ao longo de todo o canal radicular.

Page 36: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

23

ABRAMOVITZ et al. (2012) testaram a eficácia do sistema SAF na

remoção de material obturador após o uso do sistema ProTaper retratamento

(Dentsply Maillefer, Ballaigues, Suíça). 25 molares inferiores foram utilizados

neste estudo. A instrumentação dos canais foi realizada com o sistema

ProTaper (Dentsply Maillefer) até F2 e complementada com instrumentos

manuais de niTi até o diâmetro 45. Posteriormente foram obturados. Foram

feitas radiografias após cada etapa do retratamento para servir de controle.

Inicialmente o material obturador foi removido com o sistema ProTaper de

retratamento (D1 a D3) e em seguida com o instrumento SAF no intuito de

remover os remanescentes no interior do canal radicular. A quantidade de

material radiopaco em cada segmento do canal radicular foi avaliada com

tomadas radiográficas no sentido vestíbulo-lingual e mésio-distal. Os resultados

mostraram que nenhum sistema foi capaz de remover completamente o

material obturador. O uso do instrumento SAF após o sistema ProTaper

retratamento promoveu uma redução significativa da quantidade de resíduo

obturador em canais curvos de molares inferiores.

SOLOMONOV et al. (2012b) avaliaram, através de microtomografia

computadorizada, a eficácia da remoção da guta-percha com o sistema

ProTaper de retratamento, seguido pelo uso dos instrumentos F1 e F2 e

compararam estes resultados com os obtidos pelo instrumento Profile

(Dentsply Maillefer) com diâmetro inicial da ponta #25 e conicidade 0.06

mm/mm, seguido pela SAF. Concluíram que nenhum dos métodos

selecionados para o retratamento removeu completamente os resíduos de

material obturador, mas que a associação do instrumento Profile com SAF foi

Page 37: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

24

mais efetiva e deixou menor quantidade de material no interior dos canais

radiculares do que o procedimento executado apenas com o sistema ProTaper.

VOELT et al. (2012) compararam o percentual de material obturador

presente nos canais radiculares após a reintervenção com ProTaper

retratamento associada ou não ao sistema SAF. Trinta e três raízes mesio-

vestibulares de molares inferiores foram instrumentadas e obturadas com o

cimento AH26 (Dentsply DeTrey, Johnson City, TN). A remoção do material

obturador foi preconizada com o sistema ProTaper retratamento e instrumentos

manuais hedstrom em 28 canais. A complementação com o sistema SAF foi

feita em 14 canais. Cinco raízes não foram retratadas. Todas as raízes foram

seccionadas horizontalmente a 2, 4 e 6 mm do ápice. A quantidade residual de

guta-percha foi calculada. O uso adicional do sistema SAF promoveu maior

remoção da guta-percha do que a utilização apenas do sistema ProTaper

retatamento, mas a remoção completa do material obturador não foi alcançada

em nenhum dos grupos testados. Segundo os autores, a remoção completa da

guta-percha na porção apical de canais curvos permanece ainda um desafio.

BASMACI et al. (2013) avaliaram a eficácia do sistema SAF na redução

de E. faecalis no interior dos canais radiculares quando comparados à

instrumentação mecanizada de níquel-titânio. Oitenta e um pré-molares

inferiores, com canal único foram contaminados com E. faecalis e divididos em

9 grupos: 1A- SAF com solução salina, 1B- SAF com hipoclorito de sódio 5% e

EDTA a 15%, 1C- SAF com hipoclorito de sódio 5% e ácido maleico 7%, 2A-

Reciproc (VDW, Munique, Alemanha) com solução salina, 2B- Reciproc com

hipoclorito de sódio 5% e EDTA 15%, 2C- Reciproc com hipoclorito de sódio

Page 38: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

25

5% e ácido maleico 7%, 3A- ProTaper com solução salina, 3B - ProTaper com

hipoclorito de sódio 5% e EDTA 15% e EC - ProTaper com hipoclorito de sódio

5% e ácido maleico 7%. Todos os grupos reduziram significantemente o

número de células bacterianas no interior do canal radicular. Nenhuma

diferença significativa foi observada entre os sistemas testados em combinação

com os diferentes irrigantes.

KIM et al. (2013) investigaram o stress gerado na dentina de canais

radiculares curvos após instrumentação com três sistemas mecanizados.

Foram selecionados os instrumentos SAF #1,5 mm, ProTaper F1 e Profile #

20/.06. O stress foi calculado através de análise por elemento finito. O

instrumento SAF foi o que promoveu menor stress na dentina, sendo que os

instrumentos ProTaper e Profile desenvolveram de 8 a 10 vezes mais stress do

que o sistema SAF. Os autores descreveram que o desenho do instrumento

SAF pode levar gerar menor concentração de stress durante o preparo de

canais curvos, minimizando a ocorrência de defeitos na dentina e a chance de

fratura do segmento apical da raíz após a instrumentação.

RUCKMAN et al. (2013) compararam a capacidade de limpeza dos

sistemas SAF, Profile e instrumentos manuais em canais radiculares ovais.

Trinta dentes com canais ovais foram selecionados. Os canais foram

preenchidos com um material de contraste radiopaco (Vitapex) e

instrumentados utilizando um volume total de irrigação de 20 ml de solução

salina. O grupo controle recebeu apenas irrigação com solução salina.

Radiografias pré e pós-opratórias foram realizadas e o método de subtração

digital foi aplicado para avaliar a porcentagem de redução do contraste. Os

Page 39: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

26

resultados mostraram que os três sistemas removeram quantidade similar de

material na região de 0 a 5 mm do ápice. Já o sistema SAF apresentou melhor

desempenho do que os instrumentos manuais no segmento de 5 a 10 mm do

ápice nos canais radiculares ovais.

SIQUEIRA et al. (2013) correlacionaram os achados microbiológicos

com a microtomografia computadorizada na desinfecção e formatação dos

canais com três sistemas distintos na instrumentação de canais mesiais de

molares inferiores extraídos. Os canais foram contaminados com E. faecalis

por trinta dias, divididos em três grupos, os quais foram preparados com os

respectivos sistemas: SAF, Reciproc e Twisted File. Todos os grupos foram

irrigados com hipoclorito de sódio a 2,5%. Amostras dos canais foram

coletadas antes e após a instrumentação e a quantificação bacteriana foi

realizada pelo método de cultura. Em seguida, as raízes foram analisadas por

microtomografia computadorizada objetivando avaliar a formatação e preparo

dos canais. Os resultados mostraram que todos os sistemas apresentaram

desinfecção e desempenho no preparo dos canais similares, sem diferença

estatística entre os grupos. A redução bacteriana foi significativa em todos os

protocolos testados.

NEVES et al. (2014) avaliaram, in vivo, a eficácia antibacteriana do

sistema SAF através de métodos moleculares. Cinquenta dentes

unirradiculares que apresentavam infecção endodôntica primária, com lesão

perirradicular visível na radiografia periapical foram selecionados para o

estudo. As amostras foram divididas em dois grupos, os quais foram

preparados com os respectivos sistemas: SAF e instrumentos de Niti manuais.

Page 40: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

27

Ambos os grupos foram irrigados com hipoclorito de sódio a 2,5%. Amostras

dos canais foram coletadas antes (S1) e após a instrumentação (S2) e a

quantificação bacteriana foi realizada pelo método molecular real-time PCR. O

método do checkerboard de captura reversa também foi utilizado para

identificar espécies bacterianas presentes antes e após o preparo químico-

mecânico. O sistema SAF foi significativamente superior na redução bacteriana

quando comparado ao grupo da instrumentação manual (p<0,001), contudo

bactérias ainda foram encontradas após o preparo em ambos os grupos. A

análise por checkerboard revelou que além de estreptococos, bactérias

anaeróbias e algumas não-cultiváveis foram capazes de persistir após o

preparo químico-mecânico realizado na terapia endodôntica.

2.4.2 Twisted File Adaptive

Este sistema é fabricado pela Axis/SybronEndo, Orange, Califórnia,

Estados Unidos, tendo sido apresentado comercialmente em março de 2013. É

composto pelos instrumentos Twisted File (TF) já existentes no mercado,

apresentando secção reta transversal triangular, mas que agora são

recomendados para uso em um movimento adaptativo, que segundo o

fabricante é capaz de promover menor índice de fratura e reduzir a extrusão de

debris apicalmente.

De acordo com o fabricante, este novo sistema permite o uso de uma

quantidade reduzida de instrumentos na modelagem do canal radicular com

dois kits disponíveis no mercado contendo 3 instrumentos cada. Um kit é

indicado para canais mais atrésicos (SM1 #20/.04; SM2 #25/.06 e SM3

Page 41: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

28

#35/.04) e o outro para canais mais amplos (ML1 #25/.08; ML2 #35/.06; ML3

#50/.04). Devido à fabricação por torção, na fase R, apresenta alta flexibilidade

e promove mais segurança, minimizando o risco de fratura, em função das

suas espiras se deformarem previamente, indicando o momento de descarte do

instrumento.

Neste sistema, ocorrem mudanças no movimento do instrumento de

acordo com a força aplicada e o stress gerado. Quando o instrumento está

realizando um esforço mínimo (pouco ou nenhum stress) o movimento é

puramente de giro contínuo (rotação no sentido horário). Quando começa a

cortar mais dentina, o movimento começa a se adaptar de giro contínuo para

movimento alternado (rotação no sentido horário e anti-horário). Esta ação

evita o travamento do instrumento nas paredes do canal, puxando-o para fora

do canal e reduz o risco de fratura, não permitindo que o instrumento seja

submetido a um alto nível de stress (GAMBARINI et al., 2014; GERGI et al.,

2015).

RODRIGUES et al. (2011) avaliaram a flexibilidade e resistência à

fratura dos instrumentos TF e RaCe (FKG Dentaire, La Chaux-de-Founds,

Suíça) através de ensaios de flexão rotativa estático e dinâmico. Utilizaram

instrumentos #25/.06 de ambas as marcas comerciais e observaram que os

instrumentos fabricados por torção (TF) apresentaram flexibilidade acentuada e

maior resistência à fadiga cíclica, com diferença estatisticamente significativa

em relação ao sistema fabricado por usinagem (RaCe).

BHAGABATI et al. (2012) compararam o sistema TF com três sistemas

fabricados por usinagem [Profile, Mtwo (VDW), e K3 (SybronEndo)], no intuito

Page 42: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

29

de determinar se a mudança no método de fabricação aumenta a resistência à

fadiga cíclica dos instrumentos. Os ensaios foram realizados em canais

artificiais com ângulos de curvatura de 45° e 90°, usando dez instrumentos de

cada sistema. TF foi significativamente mais resistente do que os outros três

sistemas analisados.

ZHAO et al. (2013) descreveram as propriedades dos instrumentos

Hyflex (Coltene-Whaledent, Allstetten, Suíça), TF e K3 durante a modelagem

dos canais radiculares usando a microtomografia computadorizada. Para este

estudo foram selecionados canais mésio-vestibulares de primeiros molares

superiores e avaliado o volume de dentina removida após o preparo, área não

instrumentada e transporte do canal nos terços cervical, médio e apical. O

grupo TF apresentou significativamente maior remoção volumétrica de dentina

e menor transporte do canal quando comparado aos outros sistemas. Não

houve diferença significativa com relação às áreas não instrumentadas.

AYDIN et al. (2014) investigaram a incidência de formação de fraturas

em pré-molares inferiores utilizando os sistemas Reciproc, WaveOne

(Dentsply, Maillefer, Ballaigues, Suíça) e Twisted File Adaptive (TFA) com e

sem o gel de EDTA. 70 pré-molares foram incluídos no estudo. As coroas dos

elementos foram removidas e a porção radicular foi padronizada em um total

16 mm de comprimento. As amostras foram divididas em sete grupos: grupo 1

controle, sem preparo do canal; grupo 2 Reciproc; grupo 3 Reciproc com

EDTA; grupo 4 WaveOne; grupo 5 WaveOne com EDTA; grupo 6 TFA e grupo

7 TFA com EDTA. As raízes foram seccionadas horizontalmente a 3, 6 e 9 mm

do ápice e analisadas no estereomicroscópio. A formação de fraturas foi similar

Page 43: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

30

nos três sistemas mecanizados e o uso do gel de EDTA não reduziu a

ocorrência de fraturas geradas durante o preparo.

CAPAR et al. (2014a) compararam a qualidade da obturação após a

instrumentação de canais radiculares com diferentes sistemas mecanizados.

120 raízes mesiais de molares inferiores foram selecionados para o estudo.

Utilizaram os seguintes sistemas no preparo dos canais: TFA, Oneshape

(MicroMega, Besancon, França), ProTaper Universal, ProTaper Next (Dentsply

Maillefer) Reciproc e WaveOne. Cada canal foi obturado com o cone de guta-

percha do respectivo instrumento. As raízes foram seccionadas

horizontalmente a 2, 4, 6 e 8 mm do ápice. Os valores das áreas de guta-

percha, cimento e espaços vazios foram mensurados e convertidos para

porcentagem baseado no volume total da área estudada. Os grupos ProTaper

Next e WaveOne apresentaram maior área de guta-percha e menor área de

cimento. Já o grupo TFA apresentou a menor área de guta-percha e maior

quantidade de cimento, quando comparado com os outros sistemas.

CAPAR et al (2014b) avaliaram, através da tomografia computadorizada

de feixe cônico (TCFC), diferentes sistemas mecanizados no preparo de canais

mesiais curvos de molares inferiores. Foram analisados transporte, curvatura,

centralização, área da superfície e mudanças volumétricas geradas. Canais

mesiovestibulares de molares inferiores, com curvatura de 20°- 40° foram

divididos em seis grupos com 20 canais cada. Imagens foram obtidas antes do

preparo ser realizado. Os instrumentos selecionados foram: OneShape,

ProTaper Universal F2, ProTaper Next X2, Reciproc R25, TFA SM2 e

WaveOne primary. Todos apresentavam diâmetro inicial da ponta 25. As

Page 44: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

31

mudanças foram avaliadas após imagens obtidas na TCFC. O instrumento

Reciproc removeu uma quantidade de dentina significativamente maior do que

os instrumentos OneShape, TFA e ProTaper Universal. Não houve diferença

com relação ao transporte, curvatura do canal, centralização e mudança na

área de superfície nos seis sistemas testados, sendo que todos geraram

transporte similar durante a instrumentação de canais curvos.

CAPAR et al. (2014c) compararam in vitro a quantidade de debris

extruídos de três sistemas de níquel-titânio. Foram instrumentados 60 pré-

molares inferiores até o diâmetro 25 com ProTaper Universal, ProTaper Next,

TFA e Hyflex. Os debris extruídos apicalmente foram coletados e secos no tubo

de microcentrífuga, previamente pesados. A quantidade de debris foi pesada

em uma balança eletrônica. O tempo total de instrumentação foi cronometrado.

O sistema ProTaper Universal apresentou o maior tempo de preparo. Os

sistemas TFA e ProTaper Next geraram menor extrusão de debris, com

diferença estatisticamente significativas quando comparados aos outros

sistemas avaliados.

GAMBARINI et al. (2014) avaliaram a eficiência de corte do sistema TFA

comparando o movimento adaptativo com o de giro contínuo e observaram se

o uso prolongado afetou a eficiência de corte do instrumento. Vinte

instrumentos diâmetro #35 e conicidade 0,06 mm/mm foram selecionados e

divididos em dois grupos de acordo com a cinemática determinada. Cada

instrumento realizou o corte de 10 blocos de plástico e a área de desgaste no

bloco foi medida através de um programa computadorizado com precisão de

0,1 mm após o primeiro uso e após 10 usos. Não houve diferença

Page 45: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

32

estatisticamente significativa entre os movimentos analisados nem entre o

número de usos testados. O sistema TFA no movimento adaptativo apresentou

capacidade de corte similar ao movimento de giro contínuo e o uso prolongado

do instrumento não alterou a capacidade de corte.

GERGI et al. (2014) compararam o transporte gerado pela

instrumentação de canais radiculares curvos testando três sistemas

mecanizados de níquel-titânio: Reciproc, WaveOne e TFA. Vinte e quatro

molares inferiores que apresentavam dois canais separados na raíz mesial e

curvatura severa foram selecionados. Os canais radiculares foram divididos em

três grupos com 16 cada. Os espécimes foram scaneados antes e após o

preparo com microtomografia computadorizada. O transporte gerado e a

capacidade de centralização foram determinados. O sistema TFA foi o que

demonstrou menor transporte do canal radicular e maior centralização do

preparo, com diferença estatisticamente significativa em relação ao instrumento

WaveOne e Reciproc.

DE-DEUS et al. (2015) investigaram, através de microtomografia

computadorizada, a presença de microfraturas dentinárias após o preparo de

canais radiculares com dois sistemas mecanizados: TFA e ProTaper Next. 20

raízes mesiais de molares inferiores, com curvatura moderada, foram incluídas

no trabalho e divididas em dois grupos, de acordo com o sistema utilizado no

preparo. Imagens pré e pós-operatórias foram obtidas, através de

escaneamento com microtomógrafo e a dentina foi posteriormente analisada

em imagens de cortes transversais das raízes objetivando identificar possíveis

defeitos. Os resultados mostraram que todos os defeitos dentinários presentes

Page 46: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

33

nas imagens pós-operatórias haviam sido previamente identificadas nas

imagens pré-operatórias. Foi concluído que nenhum dos sistemas analisados

promoveram microfraturas dentinárias.

HIGUERA et al. (2015) avaliaram a resistência à fadiga cíclica de três

instrumentos de níquel-titânio. 45 instrumentos foram testados, divididos em

três grupos experimentais: WaveOne Primary, Reciproc R25 e TFA ML1. Os

instrumentos foram submetidos ao teste de fadiga cíclica no modelo estático.

Foi utilizado um canal artificial de metal, com um ângulo de curvatura de 60° e

raio de curvatura de 5 mm. Cada instrumento foi testado no movimento

recomendado pelo fabricante até ocorrer a fratura e o tempo foi cronometrado.

Os instrumentos Reciproc e TFA apresentaram maior resistência a fratura (sem

diferença estatística entre ambos) mas com uma diferença estatisticamente

significativa quando comparados ao instrumento WaveOne.

KARATAS et al. (2015) investigaram o efeito da instrumentação de

canais radiculares com o sistema TFA realizando cinemáticas distintas durante

o preparo. 105 incisivos inferiores foram selecionados e divididos em seis

grupos com 15 cada. O grupo controle foi instrumentado com limas manuais.

Os outros dentes foram preparados com o sistema TFA nos seguintes

movimentos: adaptativo; 90° no sentido horário e 30° no sentido anti-horário;

150° no sentido horário e 30° no sentido anti-horário; 210° no sentido horário e

30° no sentido anti-horário e giro contínuo. Todos os dentes foram seccionados

horizontalmente a 3, 6 e 9 mm do ápice e avaliados no estereomicroscópio com

magnificação de 25x. Imagens digitais foram obtidas a fim de determinar a

presença de fraturas dentinárias. Nenhuma fratura foi observada no grupo

Page 47: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

34

controle e o movimento de giro contínuo promoveu maior formação de fratura

do que os movimentos reciprocantes analisados, com diferença

estatisticamente significativa. O movimento adaptativo e o de giro contínuo

desenvolveram mais fraturas do que o grupo controle instrumentado por

instrumentos manuais.

KIRCHHOFF et al. (2015) avaliaram a quantidade de debris extruídos

apicalmente após a limpeza e a formatação de canais radiculares ovais com

diferentes sistemas mecanizados. Foram selecionados 72 incisivos inferiores e

divididos em quatro grupos com 18 dentes cada, de acordo com o sistema de

instrumentação selecionado: ProTaper Next, WaveOne, TFA e SAF. Debris

extruídos durante o preparo foram coletados em tubos de microcentrífuga e

pesados após secagem. Três pesos foram obtidos de cada tubo e a média

posteriormente calculada. O sistema SAF foi o que apresentou maior

quantidade de debris com diferença estatisticamente significativa quando

comparada com os outros sistemas (p<0,05). Não houve diferença significativa

entre os outros grupos analisados (p>0,05).

SILVA et al. (2015) analisaram a capacidade de manutenção do trajeto

original de canais simulados curvos após a instrumentação com diferentes

técnicas. Utilizaram 30 blocos de resina que foram divididos em três grupos de

acordo com o sistema selecionado (TF, TFA e ProTaper). Foram obtidas

imagens pré e pós-instrumentação, através do estereomicroscópio, na mesma

posição para posterior comparação. As análises foram realizadas tanto na

parte reta quanto na curvatura dos canais simulados. Os resultados mostraram

que os sistemas TF e TFA apresentaram menor transporte na porção reta

Page 48: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

35

quando comparados ao sistema ProTaper. Já na região curva um menor

transporte foi observado pelo sistema TF, seguido pelo TFA e ProTaper,

respectivamente.

2.5 Métodos moleculares

As infecções persistentes associadas ao fracasso endodôntico são

geralmente compostas por uma comunidade microbiana mista, contendo de

uma a cinco espécies bacterianas em casos de canais aparentemente tratados

de forma adequada, com cerca de 55% de bactérias não cultiváveis.

Apresentam maior prevalência de bactérias Gram-positivas facultativas, sendo

que a microbiota mais frequente se caracteriza pela presença de E. faecalis, C.

albicans, Pseudoramibacter alactolyticus, Propionibacterium propionicum,

Filifactor alocis, Pseudomonas aeruginosa, espécies do gênero Streptococcus,

espécies do gênero Dialister, espécies do gênero Actinomyces e bacilos

entéricos (SIQUEIRA, 2011).

É de extrema importância a identificação das principais espécies

bacterianas capazes de resistir aos protocolos endodônticos antibacterianos

para se entender o papel destes micro-organismos no resultado e prognóstico

do tratamento e a partir daí estabelecer a terapêutica mais efetiva e previsível

para lidar com estes micro-organismos (RÔÇAS & SIQUEIRA, 2010; RÔÇAS et

al., 2011; NEVES et al., 2014). Poucos estudos têm investigado as bactérias

persistentes após os procedimentos realizados na terapia endodôntica

(RÔÇAS & SIQUEIRA, 2008) e a maioria dos trabalhos existentes se baseia

em métodos de cultura para identificação microbiana. No entanto, estes

Page 49: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

36

métodos apresentam algumas limitações, como baixa sensibilidade, erro na

identificação de certas espécies cultiváveis com fenótipo ambíguo, dificuldade

na detecção de espécies de difícil cultivo e incapacidade de crescimento de

muitas espécies orais nas condições artificiais de laboratório (RÔÇAS &

SIQUEIRA, 2011).

Os métodos moleculares vieram para suprir várias limitações do

método de cultura, pois são capazes de detectar e identificar micro-organismos

baseados em informações genômicas, diretamente na amostra clínica e sem a

necessidade de cultivo em laboratório. Isto tem permitido a expansão da lista

de patógenos endodônticos putativos (ASAI et al., 2002; MUNSON et al., 2002;

SIQUEIRA & RÔÇAS, 2005a; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2005b; SIQUEIRA &

RÔÇAS, 2005c; GOMES et al., 2006; DALWAI et al., 2007; BLOME et al.,

2008).

E.faecalis, por ser uma espécie comumente encontrada em casos de

retratamento com infecção persistente e apresentar capacidade de resistir a

condições ambientais desfavoráveis, foi por um tempo sugerido como o

principal patógeno envolvido na etiologia dos casos de fracasso da terapia

endodôntica. Estudos desenvolvidos através de métodos moleculares têm

apresentado resultados diferentes, onde a espécie E.faecalis muitas vezes não

é a espécie dominante (RÔÇAS et al., 2004; RÔÇAS et al., 2008; SAKAMOTO

et al., 2008), sendo que um estudo não detectou E.faecalis em casos de

fracasso (ROLPH et al., 2001) permitindo o questionamento desta espécie ser

apontada como a principal nos casos de insucesso. Outros micro-organismos

também têm sido associados à casos de fracasso por serem comumente

Page 50: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

37

encontrados em canais tratados como espécies do gênero Streptococcus e

algumas espécies bacterianas anaeróbias através dos métodos moleculares

(SIQUEIRA & RÔÇAS, 2004; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2005c).

Page 51: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

38

3. JUSTIFICATIVA

_______________________________________________________________

Tendo em vista o papel fundamental dos micro-organismos nas infecções

persistentes associadas ao fracasso da terapia endodôntica, justifica-se

analisar a eficácia de técnicas distintas de preparo químico-mecânico na

eliminação da infecção em casos de retratamento de dentes com lesão

perirradicular. Poucos estudos têm avaliado a eficácia antimicrobiana de

protocolos de tratamento em casos de retratamento e, até o momento, nenhum

destes estudos utilizou métodos de microbiologia molecular para este tipo de

avaliação.

Page 52: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

39

4. HIPÓTESE

_______________________________________________________________

O preparo químico-mecânico com o sistema SAF resulta em melhor

desinfecção dos canais radiculares do que com os instrumentos TFA, devido à

melhor adaptação à seção transversal do canal.

Page 53: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

40

5. OBJETIVOS

_______________________________________________________________

5.1 Objetivos Gerais

O presente estudo objetivou avaliar in vivo através de métodos

moleculares, a microbiota presente em canais radiculares com infecção

persistente bem como a desinfecção promovida pelo preparo químico-

mecânico com as técnicas de instrumentação do sistema SAF e TFA no

retratamento endodôntico.

5.2 Objetivos Específicos

a) comparar as técnicas de preparo na redução da carga

microbiana, através de amostras coletadas do interior do canal

radicular, utilizando o protocolo de instrumentação de cada

sistema, após a remoção do material obturador existente;

b) analisar a microbiota antes e após o preparo químico-mecânico

através do método molecular real-time PCR.

Page 54: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

41

6. ARTIGO PUBLICADO

_______________________________________________________________ Rodrigues RCV, Antunes HS, Neves MAS, Siqueira JF Jr, Rôças IN (2015).

Infection control in retreatment cases: in vivo antibacterial effects of two

instrumentation systems. J Endod (in press).

Page 55: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

42

De: "The Journal of Endodontics" <[email protected]> Data: 15 de junho de 2015 13:37:43 BRT Para: [email protected] Assunto: Acceptance of JOE Manuscript Ref.: Ms. No. JOE 15-406R1 Infection control in retreatment cases: in vivo antibacterial effects of two instrumentation systems Dear Dr. Rodrigues, I am pleased to inform you that your manuscript has now been accepted for publication in Journal of Endodontics. You will soon be contacted by our publisher to review the galley proofs. When your paper is published on ScienceDirect, you want to make sure it gets the attention it deserves. To help you get your message across, Elsevier has developed a new, free service called AudioSlides: brief, webcast-style presentations that are shown (publicly available) next to your published article. This format gives you the opportunity to explain your research in your own words and attract interest. You will receive an invitation email to create an AudioSlides presentation shortly. For more information and examples, please visit http://www.elsevier.com/audioslides Thank you for submitting this manuscript. I look forward to seeing it published soon. With kind regards, Ken Hargreaves Editor

Page 56: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

43

Artigo 01

Infection control in retreatment cases: in vivo antibacterial effects of two

instrumentation systems

Renata C. V. Rodrigues, MSc 1

Henrique S. Antunes, MSc 1,2

Mônica A. S. Neves, PhD 1

José F. Siqueira Jr, PhD 1

Isabela N. Rôças, PhD 1

1 Molecular Microbiology Laboratory, Department of Endodontics, Faculty of

Dentistry, Estácio de Sá University, Rio de Janeiro, RJ, Brazil. 2 Department of Endodontics, Faculty of Dentistry, Grande Rio University,

Duque de Caxias, RJ, Brazil.

Running title: Bacterial reduction during retreatment

Author´s address:

Renata Costa Val Rodrigues, PhD Faculty of Dentistry, Estácio de Sá University Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580/cobertura, Recreio Rio de Janeiro, RJ Brazil 22790-710 e-mail: [email protected]

ACKNOWLEDGEMENTS

This study was supported by grants from Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) and Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Brazilian Governmental Institutions. The authors are grateful to ReDent-Nova for providing the SAF instruments and accessory devices; SybronEndo for providing the TFA instruments and accessory devices; and Drs. Andrea Fagundes Campello and Fábio Barcelos Jacinto for the valuable assistance during sample taking procedures.

The authors deny any conflicts of interest.

Page 57: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

44

ABSTRACT

Introduction This in vivo study compared the antibacterial effects of two

instrumentation systems in root canal-treated teeth with apical periodontitis.

Methods Forty-eight single-rooted single-canalled teeth with post-treatment

apical periodontitis were selected for this study. For retreatment, teeth were

randomly divided into two groups according to the instrumentation system used:

Self-Adjusting File (SAF) and Twisted File Adaptive (TFA). In both groups, 2.5%

NaOCl was the irrigant. Bacteriological samples were taken before (S1) and

after chemomechanical preparation (S2). In the TFA group, passive ultrasonic

irrigation (PUI) was performed after instrumentation and samples were also

taken after this supplementary step (S2b). DNA was extracted from the clinical

samples and subjected to quantitative real-time polymerase chain reaction

(qPCR) to evaluate the levels of total bacteria, streptococci and Enterococcus

faecalis. Statistical analyses from qPCR data were performed within groups

using the Wilcoxon matched pairs test and between groups using the Mann–

Whitney U-test and the Fisher’s exact test, with significance level set at p<0.05.

Results Bacteria were detected in S1 samples from 43 teeth, which were then

included in the antibacterial experiment. Both SAF and TFA instrumentation

protocols showed a highly significant intracanal bacterial reduction (p<0.001).

Intergroup quantitative comparisons disclosed no significant differences

between TFA with or without PUI and SAF (p>0.05). PUI did not result in

significant improvement in disinfection (p>0.05).

Conclusions Both instrumentation systems/treatment protocols were highly

effective in significantly reducing the intracanal bacterial counts. No significant

Page 58: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

45

difference was observed between the two systems in disinfecting canals of

teeth with post-treatment apical periodontitis.

Key Words: Post-treatment apical periodontitis; endodontic retreatment;

chemomechanical preparation; Self-Adjusting File; Twisted File Adaptive;

passive ultrasonic irrigation

INTRODUCTION

Endodontic treatment failure usually occurs when the intraradicular infection

is not properly controlled by treatment procedures (1). Infection is present in

virtually all cases of post-treatment apical periodontitis (2-4). Studies have

reported that the treatment outcome is negatively affected by bacterial

persistence in the root canal at the time of filling (5-6). Therefore, the main

microbiological goal of the endodontic treatment and retreatment of teeth with

apical periodontitis is to eradicate bacterial infection (1).

Given the lower success rates of retreatment when compared with the initial

treatment in teeth with apical periodontitis (7), one may expect that proper

disinfection is not easy to achieve in previously treated canals. Many studies

have evaluated the efficacy of clinical procedures in reducing bacterial

populations in teeth with primary intraradicular infection [for review see

reference (8)]. However, only a few have investigated the antibacterial effects of

chemomechanical procedures in retreatment cases (9-12). None of these

previous studies have used contemporary rotary instrumentation techniques

Page 59: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

46

and the microbiologic evaluation method consisted of culture (9-11,13) or

nonquantitative end-point polymerase chain reaction (PCR) (11-12).

In order to improve the performance of instruments in cleaning and

shaping root canals, new instruments are available. The self-adjusting file (SAF)

(ReDent-Nova, Ra’anana, Israel) has been developed with a totally different

concept of root canal instrumentation (14). This instrument consists of a hollow

cylindrical file with flexibility that allows it to adapt to the cross-section of the

root canal (15). SAF has an abrasive surface that enlarges the canal while still

preserving its original shape. The SAF design permits a continuous delivery and

flow of irrigants through its hollow body. Studies have shown that the SAF

system can enhance cleaning (16-17) and disinfection of root canals when

compared with conventional instruments (18-19).

Conventional nickel-titanium (NiTi) rotary systems have continuously

evolved, especially in terms of design and improvements in the NiTi alloy. The

Twisted File Adaptive (TFA) instrument, developed by SybronEndo (Orange,

CA), is proposed for use in combined continuous rotation and reciprocating

motions. The instrument utilizes continuous rotation when it is exposed to a

minimal or no applied load and changes to reciprocating motion when it

engages dentin and some load is applied. This adaptive technology and the

twisted file design that uses R-phase treatment is claimed to reduce the risk of

instrument failure and increase flexibility and canal centering ability (20-21).

In addition to new instruments, strategies have been developed to

improve root canal disinfection (22). One of these strategies is passive

ultrasonic irrigation (PUI), which consists of the ultrasonic activation of an

Page 60: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

47

irrigant (usually NaOCl) after root canal preparation. Data from ex vivo and in

vivo studies evaluating the antibacterial effectiveness of PUI with NaOCl as a

supplementary step have been inconclusive. Some authors reported superiority

of the PUI approach over syringe irrigation (23-24), while others showed no

significant differences (25-27). To the best of our knowledge, no study has

evaluated the in vivo effects of PUI in retreatment cases.

The purpose of this clinical study was to compare the antibacterial

effectiveness of SAF and TFA systems during the chemomechanical

preparation of root canal-treated teeth with apical periodontitis. Counts of total

bacteria, Streptococcus species and Enterococcus faecalis were evaluated

before and after preparation by means of quantitative PCR (qPCR). The null

hypothesis was that there is no significant difference in intracanal bacterial

reduction promoted by the SAF system, TFA system and TFA with PUI.

MATERIAL AND METHODS

Case selection

Forty-eight patients (35 female and 13 male; mean age 43, range 12 –

72 years) attending the endodontic clinic at the Department of Endodontics,

Estácio de Sá University, for retreatment of teeth with post-treatment apical

periodontitis were included in this study. All teeth were single-rooted and single-

canalled and showed radiograph evidence of periapical bone destruction.

Treatments were performed at least 2 years previously. Root canal fillings were

no more than 4 mm short of the apex. Symptoms were absent. All teeth were

Page 61: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

48

coronally restored and with no evidence of direct exposure of the root canal

filling material to the oral cavity. Exclusion criteria included teeth with

periodontal pockets deeper than 4 mm, teeth that could not be easily isolated

with a rubber dam, and teeth with large intraradicular posts. Approval for the

study protocol was obtained from the Ethics Committee of the Estácio de Sá

University.

Sample taking and treatment procedures

Samples from root canals were taken using strict aseptic techniques.

After oral rinse with 0.12% chlorhexidine for 1 minute, supragingival plaque

biofilms were removed by scaling and cleansing with pumice. Next, the tooth

was isolated with rubber dam and the operative field (tooth, clamp and

surrounding dam) was cleaned by using 3% hydrogen peroxide and disinfected

with 2.5% NaOCl. After completing the access preparation with sterile burs

under sterile saline irrigation, the operative field, this time also including the

pulp chamber, was once again cleaned and disinfected as above. Residual

NaOCl was neutralized with 10% sodium thiosulfate, and sterility control

samples were taken by scrubbing sterile paper points on the cavosurface angle

of the access cavity. These paper points were transferred asseptically to a

cryotube containing Tris-EDTA buffer (10 mmol/L Tris-HCl, 1mmol/L EDTA,

pH=7.6) and immediately frozen at -20°C.

Gutta-percha fillings were removed by using the DR1 (size 30/.10, at

1000 rpm) and DR2 (size 25/.04, at 600 rpm) instruments from the D-Race

system (FKG Dentaire, La Chaux-de-Fonds, Switzerland). Sterile saline solution

was used for irrigation and no solvent was used. The working length (WL) was

Page 62: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

49

established 1 mm short of the apical foramen with an apex locator (Novapex,

Forum Technologies, Rishon Le-Zion, Israel) and confirmed by radiographs.

Next, the canal was left filled with saline and a small hand instrument was

placed at the WL and used to gently file the canal walls. An initial microbiologic

sample (S1) was taken from the root canal with sterile paper points

consecutively placed at the WL. Each paper point was left in the canal for about

1 min. Paper points were transferred to cryotubes containing RNAlater (Ambion,

Austin, TX), stored at -4°C for 12 hours and then frozen at -20°C.

For inclusion of the tooth in the study, sterility control samples had to be

negative for end-point PCR using universal 16S rRNA gene bacterial primers

and S1 samples had to be positive for bacterial presence in the qPCR assay

(see below). Accordingly, 5 teeth were excluded from the study because of

negative PCR results in S1 sample after two separate qPCR runs in triplicates.

Thus, 43 patients were included in the study. According to the treatment

protocol, teeth were randomly distributed into two groups. Chemomechanical

preparation was completed at the same appointment in all cases.

SAF group

Twenty-one teeth had their root canals prepared using the SAF system.

Initially, the canal was instrumented at the WL with the DR 2 instrument.

Irrigation was performed with 3 ml of 2.5% NaOCl. Root canal preparation was

then completed using the SAF system operated for 4 min at the WL, under

continuous irrigation with 2.5% NaOCl. The irrigant solution was continuously

delivered by a special irrigation device (VATEA; ReDent-Nova) at a flow rate of

5 mL/min (total of 20 mL per canal). The SAF system was used with the

Page 63: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

50

instrument operated by an in-and-out vibrating handpiece (GENTLEpower;

KaVo, Bieberach a.d. Riß, Germany) combined with a RDT3 head 2 (ReDent-

Nova) at 5000 rpm and amplitude of 0.4 mm. Each root canal was instrumented

with a single SAF, and each instrument was used to prepare only one canal.

After preparation with SAF, patency of the apical foramen was checked with

small hand files and a size 50/.02 NiTi hand instrument was used at the WL to

finish apical preparation. The canal was then irrigated with 3 mL 2.5% NaOCl

(Figure 1).

Smear layer was removed by rinsing the canal with 1 mL of 17% EDTA

and then leaving the canal filled with this solution for 3 minutes. Next, the canal

was irrigated with 5 mL 2.5% NaOCl. The total volume of NaOCl used to

prepare the root canal with SAF was 31 mL (Figure 1). Each canal was flushed

with 1 mL 10% sodium thiosulfate during 1 minute to inactivate any residual

NaOCl. A post-instrumentation sample (S2) was taken from the root canal as

outlined earlier.

TFA group

Twenty-two teeth had their root canals prepared using the TFA system.

Initial instrumentation with DR 2 instrument was performed at the WL and the

canal was rinsed with 5 mL 2.5% NaOCl. TFA instruments of the ML kit (sizes

25/.08, 35/.06 and 50/.04) were used up to the WL. After each instrument size,

the root canal was rinsed with 6 mL 2.5% NaOCl. Following apical preparation,

the canal was dried by using sterile paper points and then flushed with 1 mL

10% sodium thiosulfate for 1 minute to inactivate NaOCl. Next, a sample (S2)

was taken from the canals as described for S1. Next, smear layer was removed

Page 64: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

51

by rinsing the canal with 1 mL 17% EDTA and 3 mL 2.5% NaOCl. PUI was

performed for 1 minute by using an irrisonic E1 insert (Helse, Santa Rosa de

Viterbo, SP, Brazil) coupled to an ultrasonic device (GVDentus, São José dos

Campos, SP, Brazil) and placed to the WL. Then, the canal was rinsed with 5

mL 2.5% NaOCl, dried with sterile paper points and then flushed with 1 mL 10%

sodium thiosulfate for 1 minute. Another microbiological sample (S2b) was

taken from the canal. Irrigation was performed using the total volume of 23 mL

2.5% NaOCl up to S2 and 31 mL up to S2b (Figure 1). Irrigant was delivered by

disposable syringes and NaviTip needles (Ultradent, South Jordan, UT) inserted

up to 4 mm short of the WL.

Following preparation in both groups, the canal was medicated with a

calcium hydroxide paste and one week later it was filled with gutta-percha and

sealer and the tooth was coronally restored.

DNA extraction and quantitative real-time PCR analysis

Clinical samples were thawed to room temperature and DNA was

extracted using the QIAamp DNA Mini Kit (Qiagen, Valencia, CA), following the

protocol recommended by the manufacturer. To quantify the total bacterial load

and levels of E. faecalis and Streptococcus species before and after treatment

procedures, 16S rRNA gene-targeted qPCR was carried out with Power SYBR

Green PCR Master Mix (Applied Biosystems, Foster City, CA) on an ABI 7500

Real-time PCR instrument (Applied Biosystems) in a total reaction volume of 20

mL. Primers, qPCR conditions and data analyses were as described previously

(2,28). All measurements were taken in triplicate for samples and standards.

Page 65: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

52

Statistical analysis

Sample size calculation revealed that 21 specimens per group would be

sufficient to show a 5% difference in S2 or S2b/S1 proportions with a power of

90%. The Wilcoxon matched pairs test was used to compare S1 and S2/S2b

samples for intragroup bacterial reduction. The non-parametric Mann-Whitney

test was used to compare S1 samples from both groups. Because there was no

statistically significant difference between S1 for both groups (p>0.05), the

absolute values in S2/S2b could be used for intergroup comparisons also using

the Mann-Whitney test. S2 samples from the SAF group were compared with

S2 (before PUI) and S2b (after PUI) from the TFA group. For intergroup

analysis of presence/absence (qualitative) data, the Fisher’s exact test was

used. Significance level for all tests was set at p<0.05.

RESULTS

In the SAF group, a mean number of 1.78 × 104 bacterial cell equivalents

were found in S1 samples and decreased substantially in S2 to a mean of 9.43

× 102 cells (p<0.001). This comprised an 83.7% reduction in total bacterial

counts. In the TFA group, the initial mean number of 8.24 × 104 bacterial cell

equivalents was significantly reduced in S2 to a mean of 7.71 × 101 cells

(p<0.001), with a 94.8% reduction. After PUI (S2b), the mean number of total

bacteria still decreased to 5.35 × 101, with a 96.9% reduction in relation to S1.

However, the reduction from S2 to S2b was not statistically significant (p=0.3).

Table 1 depicts the mean, median, and range of bacterial counts (quantitative

data) observed for the test groups.

Page 66: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

53

No significant difference was observed when comparing quantitative S2

data between the groups or S2 data from the SAF group with S2b data from the

TFA group (p>0.05). Likewise, qualitative analysis of the same data showed no

significant difference for the incidence of negative PCR results (p>0.05). Table

2 displays the incidence of positive results in qPCR before (S1) and after

chemomechanical preparation (S2 or S2b) in the test groups.

Streptococci occurred in 17/21 (81%) S1 samples from the SAF group, in

mean counts of 8.50 × 103 cell equivalents. After SAF instrumentation,

streptococci were still detected in 9 samples, in mean levels of 1.06 × 103 cells.

In the TFA group, streptococci were present in 19/22 (86%) S1 samples, with a

mean number of 9.08 × 104 cells. After TFA instrumentation, streptococci were

still present in 6 samples, in a mean count of 6.83 × 101 cells. After PUI,

streptococci still remained in the 6 cases, slightly decreasing in numbers to 6.57

× 101 cells (Table 3). Results for streptococci were the same as those for total

bacteria in terms of statistical differences.

E. faecalis was detected in 5/21 (24%) S1 samples from the SAF group,

in mean levels of 4.47 × 10⁴ cell equivalents. After SAF instrumentation, this

species was no longer detected (100% reduction). In the TFA group, E. faecalis

was found in 7/22 (32%) S1 samples, with a mean number of 8.63 × 103 cells.

After instrumentation and before or after PUI, this species was not detected

either (Table 4).

DISCUSSION

Page 67: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

54

This clinical study compared the antibacterial effects of two

instrumentation systems during retreatment of teeth with post-treatment apical

periodontitis. Both systems were associated with irrigation with 2.5% NaOCl

and showed a highly significant reduction of the intracanal bacterial populations.

This is in agreement with the previous studies that evaluated the effects of

retreatment on bacterial elimination from the root canal (9-13).

Mean total bacterial reduction was 83.7% for SAF, 94.8% for TFA and

96.9% for TFA + PUI. No significant difference was observed between the

groups. Attempts were made to reduce the influence of other variables on the

results by standardizing the apical size of instrumentation (size 50) and the

volume of NaOCl used, which was the same for the comparison between SAF

and TFA + PUI. Time of NaOCl permanence in the canal is another factor that

may potentially influence the results, and in vitro studies have shown that a

significantly higher bacterial reduction was observed after longer exposures to

NaOCl (29-30). However, this was difficult to standardize in the present in vivo

study because of the differences between the two systems, one using a single

instrument with concomitant irrigation (SAF) and the other using multiple

instruments alternated with syringe irrigation (TFA). How the exposure time to

NaOCl influences the in vivo antibacterial results is worth further research.

The SAF system is a single-instrument approach, whose main

advantages are that the instrument is designed to adapt to the root canal

morphology in cross-section and the irrigant solution is concomitantly and

continuously delivered during the instrument action. Ex vivo studies have shown

that the SAF ability of cleaning, shaping and disinfecting canals that are curved

Page 68: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

55

and/or irregular in cross-section is superior to conventional instruments (16-

17,19,31-32). In terms of antibacterial effects of SAF, the only previous clinical

study published so far revealed that SAF performed significantly better than a

hand instrumentation technique in untreated teeth with primary infection (18).

However, the results of the present study in root canal-treated teeth showed no

superior results for SAF when compared to conventional rotary instruments.

There are some potential explanations for the lack of improved effects for SAF

in the present study. One is that the teeth included in this study did not have

significant anatomic variations, and under these conditions SAF may not

perform differently from conventional rotary instruments. Moreover, remnants of

the previous filling may have made it difficult or even precluded SAF from

properly reaching and affecting bacteria located in root canal irregularities.

PUI has been recommended as an additional step following

chemomechanical preparation for supplementary disinfection. Potential benefits

of ultrasonic activation of NaOCl are related to acoustic streaming, cavitation,

and/or warming of the irrigating substance (33-34). In the present study, PUI led

to a mean percent reduction of 30.6% when compared to samples taken

immediately after chemomechanical preparation. This reduction in bacterial

counts was not statistically significant and is in consonance with other studies

(25-27). PUI is expected to enhance bacterial elimination in recesses of oval

and flattened canals, in ramifications or in areas of isthmus. However, the

sampling method with paper points only provides information about the

bacteriological conditions of the main root canal. Thus, our findings along with

others (25-27) permit to conclude that PUI does not significantly improve

Page 69: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

56

disinfection of the main canal. The in vivo effects of PUI in other areas of the

root canal system require further investigation in a modified experimental

protocol.

In spite of the substantial bacterial reduction after chemomechanical

procedures, 48% of the teeth in the SAF group, 32% in the TFA group and

27% after PUI in the TFA group were still positive for bacteria. Except for one

study, which found 100% of the cases with no bacteria after

chemomechanical procedures (11), the present data are in agreement with

previous culture studies on retreatment, which reported bacterial persistence

ranging from 23% to 67% of cases (9-10,13). A study using nonquantitative

end-point PCR found 29% of the cases still positive for bacteria after

chemomechanical preparation in retreatment cases (12). Because bacterial

persistence is a risk factor for unfavorable treatment outcome (5-6),

developing improved methods for intracanal disinfection during retreatment

should be encouraged. In addition to these presence/absence data, this

study also quantified bacteria after preparation. Most cases that were

positive for bacteria presented counts in the order of 102 to 103 bacterial

cells; one case from the SAF group had 104 cells. Quantification of bacteria

may be a more important piece of information than mere presence, but the

association of residual bacterial counts with treatment outcome still remains

to be established.

A limitation of this and other in vivo studies is the sampling method using

paper points, which can reveal the bacteriological conditions only in the main

root canal and the tissues in its immediate vicinity. Bacterial infection in teeth

Page 70: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

57

with post-treatment apical periodontitis can occur in lateral canals, isthmuses,

dentinal tubules and apical ramifications (4,35-36). Present in these locations,

bacteria can pass unnoticed by the paper point sampling approach. Another

limitation of this sampling procedure is that it is not possible to infer bacterial

location by root canal segments (apical, middle or coronal), because the paper

points are placed in the entire extent of the main canal. Bacteria located in the

apical canal are those directly involved with persistent disease (37).

Many studies have reported that E. faecalis is the most frequently

detected species in canals of teeth with post-treatment apical periodontitis

(3,38-39). However, its status as the most important pathogen associated with

this condition has been questioned by many studies (2,40-41), including the

present one. Overall, E. faecalis occurred in 12/43 samples (28%), 5 from the

SAF group and 7 from the TFA group. This species has also been suggested to

resist treatment procedures, but our findings revealed that E. faecalis was not

detected in any sample taken after chemomechanical procedures in the test

groups. This indicates that the treatment protocols adopted in this study were

highly effective in eliminating E. faecalis from the root canals.

The presence and levels of streptococci before and after

chemomechanical procedures were also evaluated. Streptococci were included

in the analysis because this bacterial group is amongst the most prevalent

bacterial taxa in post-instrumentation samples (12,18,42-43) and in retreatment

cases (2-3,38-39). Our findings confirmed both, i.e., streptococci were highly

frequent in S1 samples [overall 36/43 (84%) samples, 17 from the SAF group

Page 71: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

58

and 19 from the TFA group] and they were still found after instrumentation in 5

and 7 of the samples from the SAF and TFA groups, respectively.

The previous studies evaluating the antibacterial effects of treatment

procedures in retreatment cases used culture (9-11,13) or nonquantitative end-

point PCR (11-12). The qPCR approach used in this study has higher sensitivity

and can detect difficult-to-culture and even as-yet-uncultivated bacteria. This

permits for a more accurate evaluation of the treatment effects. The method

used can detect DNA from dead cells and this may represent both an

advantage and a disadvantage. DNA from cells that recently died as a result of

antimicrobial treatment can still be detected and this may underestimate the

effects of treatment (12). However, an ex vivo study using extracted human

teeth contaminated with E. faecalis reported no significant differences in

bacterial counts after chemomechanical preparation with NaOCl irrigation

analyzed by culture or DNA-based qPCR. The possibility exists that free DNA is

degraded by NaOCl and thereby made undetectable. This can also be inferred

from the present results showing that most cases that were positive for bacterial

DNA in S1 were negative in S2 or S2b. The present findings are in line with

previous clinical studies that also used qPCR to analyze the antibacterial effects

of chemomechanical preparation with NaOCl irrigation (18,44).

In conclusion, the test treatment protocols using the SAF system or TFA

instruments with or without PUI were highly effective and statistically similar in

reducing the bacterial populations during endodontic retreatment of teeth with

apical periodontitis. PUI did not succeed in significantly enhancing disinfection.

Some cases still harbored residual bacteria in counts that are as yet unknown to

Page 72: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

59

be sufficient to cause persistent infection and disease. If the goal of endodontic

retreatment is to attain complete bacterial eradication from the root canal,

development of strategies and substances to improve disinfection should be

encouraged.

Page 73: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

60

REFERENCES

1. Siqueira JF, Jr., Rôças IN. Clinical implications and microbiology of bacterial

persistence after treatment procedures. J Endod 2008;34:1291-301 e3.

2. Rôças IN, Siqueira JF, Jr. Characterization of microbiota of root canal-treated

teeth with posttreatment disease. J Clin Microbiol 2012;50:1721-4.

3. Siqueira JF, Jr, Rôças IN. Polymerase chain reaction-based analysis of

microorganisms associated with failed endodontic treatment. Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2004;97:85-94.

4. Ricucci D, Siqueira JF, Jr., Bate AL, Pitt Ford TR. Histologic investigation of

root canal-treated teeth with apical periodontitis: a retrospective study from

twenty-four patients. J Endod 2009;35:493-502.

5. Sjögren U, Figdor D, Persson S, Sundqvist G. Influence of infection at the

time of root filling on the outcome of endodontic treatment of teeth with apical

periodontitis. Int Endod J 1997;30:297-306.

6. Waltimo T, Trope M, Haapasalo M, Ørstavik D. Clinical efficacy of treatment

procedures in endodontic infection control and one year follow-up of periapical

healing. J Endod 2005;31:863-6.

7. Sjögren U, Hagglund B, Sundqvist G, Wing K. Factors affecting the long-term

results of endodontic treatment. J Endod 1990;16:498-504.

8. Siqueira JF, Jr. Treatment of endodontic infections. London: Quintessence

Publishing, 2011.

9. Peciuliene V, Reynaud AH, Balciuniene I, Haapasalo M. Isolation of yeasts

and enteric bacteria in root-filled teeth with chronic apical periodontitis. Int

Endod J 2001;34:429-34.

10. Zerella JA, Fouad AF, Spångberg LS. Effectiveness of a calcium hydroxide

and chlorhexidine digluconate mixture as disinfectant during retreatment of

failed endodontic cases. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod

2005;100:756-61.

11. Schirrmeister JF, Liebenow AL, Braun G, Wittmer A, Hellwig E, Al-Ahmad A.

Detection and eradication of microorganisms in root-filled teeth associated with

periradicular lesions: an in vivo study. J Endod 2007;33:536-40.

Page 74: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

61

12. Rôças IN, Siqueira JF, Jr. Identification of bacteria enduring endodontic

treatment procedures by a combined reverse transcriptase-polymerase chain

reaction and reverse-capture checkerboard approach. J Endod 2010;36:45-52.

13. Endo MS, Ferraz CC, Zaia AA, Almeida JF, Gomes BP. Quantitative and

qualitative analysis of microorganisms in root-filled teeth with persistent

infection: Monitoring of the endodontic retreatment. Eur J Dent 2013;7:302-9.

14. Metzger Z, Teperovich E, Zary R, Cohen R, Hof R. The self-adjusting file

(SAF). Part 1: respecting the root canal anatomy--a new concept of endodontic

files and its implementation. J Endod 2010;36:679-90.

15. Metzger Z. The self-adjusting file (SAF) system: An evidence-based update.

J Conserv Dent 2014;17:401-19.

16. Paqué F, Peters OA. Micro-computed tomography evaluation of the

preparation of long oval root canals in mandibular molars with the self-adjusting

file. J Endod 2011;37:517-21.

17. De-Deus G, Souza EM, Barino B, Maia J, Zamolyi RQ, Reis C, Kfir A. The

self-adjusting file optimizes debridement quality in oval-shaped root canals. J

Endod 2011;37:701-5.

18. Neves MA, Rôças IN, Siqueira JF, Jr. Clinical antibacterial effectiveness of

the self-adjusting file system. Int Endod J 2014;47:356-65.

19. Siqueira JF, Jr., Alves FR, Almeida BM, Machado de Oliveira JC, Rôças IN.

Ability of chemomechanical preparation with either rotary instruments or self-

adjusting file to disinfect oval-shaped root canals. J Endod 2010;36:1860-5.

20. Gergi R, Osta N, Bourbouze G, Zgheib C, Arbab-Chirani R, Naaman A.

Effects of three nickel titanium instrument systems on root canal geometry

assessed by micro-computed tomography. Int Endod J 2015;48:162-70.

21. Gambarini G, Giansiracusa Rubini A, Sannino G, Di Giorgio F, Piasecki L,

Al-Sudani D, Plotino G, Testarelli L. Cutting efficiency of nickel-titanium rotary

and reciprocating instruments after prolonged use. Odontology 2014.

22. Siqueira JF, Jr., Rôças IN. Optimising single-visit disinfection with

supplementary approaches: A quest for predictability. Aust Endod J

2011;37:92-8.

Page 75: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

62

23. Huque J, Kota K, Yamaga M, Iwaku M, Hoshino E. Bacterial eradication

from root dentine by ultrasonic irrigation with sodium hypochlorite. Int Endod J

1998;31:242-50.

24. Carver K, Nusstein J, Reader A, Beck M. In vivo antibacterial efficacy of

ultrasound after hand and rotary instrumentation in human mandibular molars. J

Endod 2007;33:1038-43.

25. Alves FR, Almeida BM, Neves MA, Moreno JO, Rôças IN, Siqueira JF, Jr.

Disinfecting oval-shaped root canals: effectiveness of different supplementary

approaches. J Endod 2011;37:496-501.

26. Tardivo D, Pommel L, La Scola B, About I, Camps J. Antibacterial efficiency

of passive ultrasonic versus sonic irrigation. Ultrasonic root canal irrigation.

Odontostomatol Trop 2010;33:29-35.

27. Paiva SS, Siqueira JF, Jr., Rôças IN, Carmo FL, Leite DC, Ferreira DC,

Rachid CT, Rosado AS. Molecular microbiological evaluation of passive

ultrasonic activation as a supplementary disinfecting step: a clinical study. J

Endod 2013;39:190-4.

28. Antunes HS, Rocas IN, Alves FR, Siqueira JF, Jr. Total and specific

bacterial levels in the apical root canal system of teeth with post-treatment

apical periodontitis. J Endod 2015.

29. Alves FR, Almeida BM, Neves MA, Rôças IN, Siqueira JF, Jr. Time-

dependent antibacterial effects of the self-adjusting file used with two sodium

hypochlorite concentrations. J Endod 2011;37:1451-5.

30. Retamozo B, Shabahang S, Johnson N, Aprecio RM, Torabinejad M.

Minimum contact time and concentration of sodium hypochlorite required to

eliminate Enterococcus faecalis. J Endod 2010;36:520-3.

31. Ruckman JE, Whitten B, Sedgley CM, Svec T. Comparison of the self-

adjusting file with rotary and hand instrumentation in long-oval-shaped root

canals. J Endod 2013;39:92-5.

32. Ribeiro MVM, Silva-Sousa YT, Versiani MA, Lamira A, Steier L, Pécora JD,

Sousa-Neto MD. Comparison of the cleaning efficacy of self-adjusting file and

rotary systems in the apical third of oval-shaped canals. J Endod 2013;39:398-

401.

Page 76: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

63

33. van der Sluis LW, Versluis M, Wu MK, Wesselink PR. Passive ultrasonic

irrigation of the root canal: a review of the literature. Int Endod J 2007;40:415-

26.

34. Ahmad M, Pitt Ford TR, Crum LA. Ultrasonic debridement of root canals: an

insight into the mechanisms involved. J Endod 1987;13:93-101.

35. Ricucci D, Loghin S, Siqueira JF, Jr. Exuberant biofilm infection in a lateral

canal as the cause of short-term endodontic treatment failure: report of a case.

J Endod 2013;39:712-8.

36. Vera J, Siqueira JF, Jr., Ricucci D, Loghin S, Fernandez N, Flores B, Cruz

AG. One- versus two-visit endodontic treatment of teeth with apical

periodontitis: a histobacteriologic study. J Endod 2012;38:1040-52.

37. Ricucci D, Siqueira JF, Jr. Biofilms and apical periodontitis: study of

prevalence and association with clinical and histopathologic findings. J Endod

2010;36:1277-88.

38. Sundqvist G, Figdor D, Persson S, Sjogren U. Microbiologic analysis of

teeth with failed endodontic treatment and the outcome of conservative re-

treatment. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 1998;85:86-93.

39. Pinheiro ET, Gomes BP, Ferraz CC, Sousa EL, Teixeira FB, Souza-Filho

FJ. Microorganisms from canals of root-filled teeth with periapical lesions. Int

Endod J 2003;36:1-11.

40. Zoletti GO, Siqueira JF, Jr., Santos KR. Identification of Enterococcus

faecalis in root-filled teeth with or without periradicular lesions by culture-

dependent and -independent approaches. J Endod 2006;32:722-6.

41. Kaufman B, Spångberg L, Barry J, Fouad AF. Enterococcus spp. in

endodontically treated teeth with and without periradicular lesions. J Endod

2005;31:851-6.

42. Byström A, Sundqvist G. The antibacterial action of sodium hypochlorite and

EDTA in 60 cases of endodontic therapy. Int Endod J 1985;18:35-40.

43. Chavez de Paz L, Svensater G, Dahlen G, Bergenholtz G. Streptococci

from root canals in teeth with apical periodontitis receiving endodontic

treatment. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2005;100:232-41.

Page 77: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

64

44. Vianna ME, Horz HP, Gomes BP, Conrads G. In vivo evaluation of microbial

reduction after chemo-mechanical preparation of human root canals containing

necrotic pulp tissue. Int Endod J 2006;39:484–92.

Page 78: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

65

Figure 1. Flowchart of the clinical procedures. SAF, Self-Adjusting File. TFA,

Twisted File Adaptive. WL, working length. PUI, passive ultrasonic irrigation.

Page 79: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

66

Table 1. Incidence of positive results in quantitative qPCR before (S1) and after

chemomechanical preparation using different instrumentation systems (S2) in

teeth with post-treatment apical periodontitis

Total bacteria Streptococci Enterococcus faecalis Groups S1 S2 S1 S2 S1 S2

Self-Adjusting File 21/24 (87.5)* 10/21 (48) 17/21 (81) 9/21 (43) 5/21 (24) 0/21 (0) Twisted-File Adaptive 22/24 (92) 7/22 (32) 19/22 (86) 6/22 (27) 7/22 (32) 0/22 (0) Twisted-File Adaptive + passive ultrasonic irrigation**

22/24 (92) 6/22 (27) 19/22 (86) 6/22 (27) 7/22 (32) 0/22 (0)

* number of cases with positive result/number of positive cases for total bacteria in S1

(%)

** in the Twisted File Adaptive group, a final step of passive ultrasonic activation was included. Therefore S1 results from both groups are the same

Table 2. Total bacterial load in root canal samples of teeth with post-treatment

apical periodontitis taken before (S1) and after chemomechanical preparation

using two instrumentation systems (S2). Data from quantitative qPCR analysis

Groups S1 S2 N* Mean Median Range Mean Median Range Mean % S1 to

S2 reduction Self-Adjusting File

21 1.78E+04 1.13E+03 1.00E+02 - 2.22E+05

9.43E+02 0 0 - 1.10E+04

83.7

Twisted-File Adaptive 22 8.24E+04 1.00E+03 1.06E+02 - 7.80E+05

7.71E+01 0 0 - 3.71E+02

94.8

Twisted-File Adaptive + passive ultrasonic irrigation**

22 8.24E+04 1.00E+03 1.06E+02 - 7.80E+05

5.35E+01

0 0 - 3.19E+02

96.9

* number of cases positive for total bacteria in S1

** in the Twisted File Adaptive group, a final step of passive ultrasonic activation was included. Therefore S1 results from both groups are the same

Page 80: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

67

Table 3. Levels of streptococci in root canal samples of teeth with post-

treatment apical periodontitis taken before (S1) and after chemomechanical

preparation using two instrumentation systems (S2). Data from quantitative

qPCR analysis

Groups S1 S2 N* Mean Median Range Mean Median Range Mean % S1

to S2 reduction

Self-Adjusting File

17 8.50E+03 8.44E+02 1.01E+02 - 5.14E+04

1.06E+03 1.09E+02

0 - 1.00E+04

85

Twisted-File Adaptive 19 9.08E+04 6.38E+02 1.02E+02 - 7.66E+05

6.83E+01 0 0 - 3.66E+02

95.4

Twisted-File Adaptive + passive ultrasonic irrigation**

19 9.08E+04 6.38E+02 1.02E+02 - 7.66E+05

6.57E+01 0 0 - 3.02E+02

96.9

* number of cases positive for streptococci in S1

** in the Twisted File Adaptive group, a final step of passive ultrasonic activation was included. Therefore S1 results from both groups are the same

Page 81: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

68

Table 4. Levels of Enterococcus faecalis in root canal samples of teeth with

post-treatment apical periodontitis taken before (S1) and after

chemomechanical preparation using two instrumentation systems (S2). Data

from quantitative qPCR analysis

Groups S1 S2 N* Mean Median Range Mean Median Range Mean % S1

to S2 reduction

Self-Adjusting File

5 4.47E+04 2.66E+03 6.65E+02 - 2.12E+05

0 0 0 100

Twisted-File Adaptive 7 8.63E+03 6.30E+03 3.43E+02 - 3.05E+04

0 0 0 100

Twisted-File Adaptive + passive ultrasonic irrigation**

7 8.63E+03 6.30E+03 3.43E+02 - 3.05E+04

0 0 0 100

* number of cases positive for Enterococcus faecalis in S1 ** in the Twisted File Adaptive group, a final step of passive ultrasonic activation was included. Therefore S1 results from both groups are the same

Page 82: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

69

7. DISCUSSÃO _______________________________________________________________

Este estudo clínico avaliou a eficácia antibacteriana de duas técnicas de

instrumentação no retratamento endodôntico de canais radiculares com

infecção persistente. Os sistemas utilizados no estudo foram SAF e TFA

isolado e com associação da utilização da PUI como procedimento

suplementar. Em ambos os protocolos clínicos a irrigação foi realizada com

solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, com um volume total de 31 ml

associado ao uso do EDTA a 17% para remoção da smear layer. Estes

procedimentos revelaram uma redução estatisticamente significativa da

contagem bacteriana após análise pelo método molecular real-time PCR. Os

achados encontrados estão de acordo com estudos prévios, os quais avaliaram

os efeitos do retratamento na eliminação bacteriana do interior dos canais

radiculares (PECIULIENE et al., 2001; ZERELLA et al., 2005;

SCHIRRMEISTER et al., 2007; RÔÇAS e SIQUEIRA, 2010; ENDO et al.,

2013).

A média da redução bacteriana total foi de 83,7% para o grupo SAF,

94,8% para o grupo TFA e 96,9% para o grupo TFA associado ao uso da PUI.

Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos analisados.

Objetivando reduzir a influência de variáveis nos resultados, foi preconizado

padronizar o diâmetro cirúrgico apical da instrumentação (diâmetro 50) e o

volume total de irrigante (hipoclorito de sódio) utilizado no protocolo de

retratamento durante o PQM, totalizando 31 ml. O volume foi o mesmo na

comparação entre o grupo SAF e o grupo TFA associado a PUI. Sabe-se que o

Page 83: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

70

tempo que o irrigante hipoclorito de sódio permanece no canal é um fator que

pode influenciar os resultados, mas que foi de difícil padronização devido à

diferença apresentada pelos dois sistemas selecionados para o estudo. Um

sistema preconiza a utilização de um único instrumento com irrigação

simultânea ao preparo mecânico (SAF) e o outro é composto por três

instrumentos utilizados alternadamente com a irrigação (TFA). Um estudo

prévio in vitro com o sistema SAF desenvolvido por ALVES et al. (2011b)

comparou duas concentrações de hipoclorito de sódio (2,5% e 6%) com

tempos distintos de atuação no interior dos canais radiculares (2, 4 e 6

minutos). Nenhuma diferença estatisticamente significante foi observada entre

as duas concentrações testadas. Uma maior redução bacteriana foi observada

após 6 minutos de irrigante. Não se tem determinado como o tempo de

permanência do hipoclorito de sódio pode influenciar nos resultados de eficácia

antibacteriana, o que se torna necessário o desenvolvimentos de trabalhos in

vivo para maiores esclarecimentos.

O sistema SAF, apresentado por um instrumento único no preparo do

canal radicular, foi desenvolvido com um desenho de uma treliça oca de Niti

com superfície abrasiva (METZGER 2010a). Possui como principais vantagens

a adaptação à secção reta transversal do canal radicular devido ao seu

desenho, acompanhando assim a anatomia e morfologia interna do canal e a

irrigação concomitante com renovação constante da solução irrigadora durante

a ação do instrumento (SIQUEIRA et al., 2010; PAQUE & PETERS, 2011; DE-

DEUS et al., 2011; RIBEIRO et al., 2013; RUCKMAN et al., 2013). Com relação

a eficácia antibacteriana, um trabalho clínico prévio foi publicado, relatando

Page 84: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

71

superioridade do sistema SAF em comparação aos instrumentos manuais no

preparo de canais radiculares necrosados com presença de lesão perirradicular

(NEVES et al., 2014). Contudo, no presente estudo realizado em dentes

tratados endodonticamente com infecção persistente, o sistema SAF não

apresentou resultados superiores quando comparado a um sistema

mecanizado de NiTi (TFA). Este resultado demonstrado pode ter algumas

possíveis explicações. A primeira delas se deve a anatomia dos canais

radiculares selecionados para o estudo. No intuito de padronizar as amostras,

todos os dentes selecionados foram unirradiculares com apenas um canal, o

que aumenta a possibilidade de canais mais circulares terem sido incluídos no

estudo. Sobre estas condições, o instrumento SAF pode não ter tido um

desempenho diferenciado quando comparado aos instrumentos endodônticos

mecanizados convencionais. Diversos estudos que demonstraram um

resultado superior do instrumento SAF durante o PQM selecionaram canais

ovais e achatados (SIQUEIRA et al., 2010; ALVES et al., 2011 b; PAQUE &

PETERS, 2011; DE-DEUS et al., 2011; RIBEIRO et al., 2013; RUCKMAN et al.,

2013), mas nenhum trabalho in vivo foi descrito utilizando este instrumento com

esta variação. Apesar da tentativa de se padronizar as amostras durante a

seleção para o trabalho, algumas limitações são apresentadas. Clinica e

radiograficamente não é possível determinar com precisão a secção reta

transversal do canal para que todos os canais sejam similares. Variações

anatômicas são observadas bem como diferenças no diâmetro inicial do canal,

principalmente após o tratamento endodôntico prévio. Além disto, no caso de

retratamento, remanescentes de material obturador podem ter dificultado a

Page 85: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

72

ação adequada do instrumento SAF, impedindo sua atuação contra bactérias

localizadas em irregularidades dos canais radiculares. Alguns trabalhos in vitro

relataram que o sistema SAF, associado a instrumentos mecanizados,

promoveram uma maior limpeza dos canais radiculares durante o retratamento

(SOLOMONOV et al., 2012b; VOELT et al., 2012; KELES et al., 2014a; KELES

et al., 2014b), mesmo não sendo capaz de remover completamente o material

obturador no interior do canal radicular. O único trabalho in vivo descrito com o

sistema SAF foi realizado em tratamento endodôntico de dentes com lesão

perirradicular em infecções primárias (NEVES et al., 2014). O sistema SAF

demonstrou melhor desempenho com maior eficácia antibacteriana quando

comparada a instrumentação manual. Em casos de tratamento, isto se deve

provavelmente pela proposta do sistema de se adaptar a anatomia do canal de

forma a tocar em todas as paredes e atuar com irrigação simultânea à

instrumentação do canal.

A PUI tem sido recomendada como um passo adicional seguido do

PQM objetivando otimizar a desinfecção dos canais radiculares, em particular

nas áreas não atingidas pelo instrumento endodôntico. Os potenciais

benefícios da ativação ultrassônica do hipoclorito de sódio estão relacionados

ao processo de cavitação e/ou aquecimento da substância irrigadora (AHMAD

et al., 1987; VAN DER SLUIS et al., 2007). A energia ultrassônica provoca um

fenômeno físico denominado microcorrente acústica, definida como a

circulação de uma solução irrigante ao redor de um instrumento ativado no

interior do canal radicular. A técnica sugerida pela literatura consiste no uso da

PUI como coadjuvante durante a irrigação final (GUTARTS et al., 2005;

Page 86: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

73

CARVER et al., 2007; VAN DER SLUIS et al., 2007). Um estudo in vivo

comparou a eficácia da instrumentação na remoção de debris, com e sem 1

minuto extra de irrigação ultrassônica. O grupo com PUI produziu canais

significativamente mais limpos a 1mm do ápice e istmos mais limpos a 1 e a 3

mm do ápice (GUTARTS et al., 2005). Outro estudo in vivo descreveu que a

realização da PUI durante 1 minuto resultou na redução significativa na

contagem de unidades formadoras de colônias (UFCs) e de culturas positivas.

A análise de regressão logística indicou que a adição de ultrassom no

protocolo aumentou sete vezes a probabilidade de se obterem culturas

negativas (CARVER et al., 2007). No presente estudo, a irrigação ultrassônica

passiva levou a uma média percentual de redução bacteriana de 30,6%

quando comparada as amostras coletadas imediatamente após o PQM Esta

redução não foi estatisticamente significativa e está de acordo com outros

estudos descritos previamente (TARDIVO et al., 2010; ALVES et al., 2011a;

PAIVA et al., 2013). Com a PUI espera-se uma melhor remoção tecidual e

maior eliminação bacteriana em reentrâncias de canais ovais e achatados ou

em áreas de istmos. Estas variações anatômicas não estão comumente

presentes no grupo de dentes incluídos neste estudo. O método de coleta com

pontas de papel absorvente, utilizado neste estudo, fornece informações

apenas sobre as condições bacteriológicas do canal radicular principal. Mas,

uma vez que o procedimento de coleta deve ser bem criterioso, buscando

manter uma assepsia rigorosa na tentativa de eliminar micro-organismos do

campo operatório e reduzir a chance de contaminar o canal radicular, a seleção

de dentes unirradiculares se justifica neste trabalho. A realização de coleta em

Page 87: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

74

dentes multirradiculares poderia dificultar o controle de tantas variáveis na

execução da coleta. Deste modo, os achados deste estudo aliado com outros

descritos (TARDIVO et al., 2010; ALVES et al., 2011a; PAIVA et al., 2013)

permitem concluir que a PUI não melhora significativamente a desinfecção do

canal principal. O efeito in vivo da PUI em outras áreas do SCR necessita de

maiores investigações com modificação nos protocolos experimentais. Seria

interessante estender os achados deste trabalho para canais com maior

complexidade anatômica.

Com relação à redução bacteriana após os procedimentos executados

durante o PQM, 48% dos dentes no grupo SAF, 32% no grupo TFA e 27% no

grupo TFA associado a PUI, foram positivos com relação a presença

bacteriana. Com exceção de um estudo, no qual 100% dos casos de

retratamento apresentaram ausência de bactérias após os procedimentos

químico-mecânicos (SCHIRRMEISTER et al., 2007), os dados apresentados

neste estudo estão de acordo com outros previamente descritos em casos de

retratamento, utilizando método de cultura, os quais descreveram que houve

persistência bacteriana variando entre 23% e 67% dos casos (PECIULIENE et

al., 2001; ZERELLA et al., 2005; ENDO et al., 2013) . Um estudo que utilizou o

método molecular não quantitativo end-point PCR para análise reportou que

29% dos casos continuaram positivos na detecção bacteriana após o PQM em

casos de retratamento (RÔÇAS & SIQUEIRA, 2010). Em função da presença

de bactérias ser um fator de risco desfavorável no prognóstico (SJÖGREN et

al., 1997; WALTIMO et al., 2005), novos métodos para melhorar a desinfecção

intracanal durante o retratamento endodôntico devem ser desenvolvidos.

Page 88: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

75

Em adição aos dados que revelaram presença/ausência de bactérias,

este estudo também quantificou bactéria após o preparo. A maioria dos casos

em que os resultados para bactérias foram positivos apresentaram uma

contagem de células bacterianas de 102 a 103, sendo que um caso do grupo

SAF revelou uma contagem de 104 células. Estes valores vão de encontro com

o descrito na literatura, que revela um número médio equivalente de células

bacterianas de 103 a 107 em infecções persistentes de dentes tratados

endodonticamente através de métodos moleculares e de cultura (PECIULIENE

et al., 2001; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2004; SEDGLEY et al., 2006; BLOME et al.,

2008). A quantificação pode ser uma informação mais importante do que a

mera presença de bactérias no interior do canal radicular, mas a associação da

contagem de bactérias residuais com o prognóstico do tratamento precisa

ainda ser estabelecida. O grande desafio é definir qual o nível bacteriano

presente no interior do SCR é compatível com a cura da doença endodôntica

(SIQUEIRA, 2011). Dada a diversidade bacteriana encontrada em canais

infectados, com níveis distintos de virulência e a variação entre indivíduos na

composição das espécies, é difícil conceber a idéia de que um valor de limiar

preciso será algum dia determinado, embora no mínimo um parâmetro

certamente deveria ser estabelecido. A resistência do hospedeiro também é um

fator importante capaz de gerar um impacto na patogênese da lesão

perirradicular. A mesma combinação e número de espécies bacterianas, em

indivíduos diferentes, pode desenvolver respostas variadas. Como a

esterilização do sistema de canais radiculares se torna impossível mediante a

complexidade anatômica apresentada, o tratamento antimicrobiano deve visar

Page 89: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

76

reduzir a contagem bacteriana a um nível abaixo do necessário para

desenvolver e perpetuar a doença (SIQUEIRA, 2002).

Dentre as limitações citadas neste trabalho, a contagem

bacteriana presente em S1 muitas vezes se torna crítica nos casos de

retratamento. Devido à escassez de nutrientes em dentes tratados

endodonticamente, o número de espécies bacterianas constituintes da

microbiota associada à infecção persistente é significativamente menor

do que em infecções primárias (SUNDQVIST et al., 1998; SIQUEIRA &

RÔÇAS, 2004; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2005a) uma vez que apresenta

menor densidade e diversidade. Das 48 amostras selecionadas neste

estudo, cinco foram excluídas por apresentarem resultados negativos

em S1. Todas as amostras previamente selecionadas neste estudo

apresentavam lesão perirradicular detectável na radiografia periapical

antes da execução do procedimento clínico. Para que se controle todas

as variáveis de um estudo, torna-se necessário aumentar o número da

amostra, o qual permite a detecção de diferenças significativas na

contagem bacteriana, o qual foi observado neste estudo entre S1 e S2

dos grupos avaliados.

A microbiota dos canais com infecção persistente geralmente é

constituída por poucas espécies, sendo predominantemente Gram-positivas

facultativas e/ou aneróbias. Esta microbiota é distintamente diferente das

infecções em dentes não tratados endodonticamente, as quais apresentam

comunidade microbiana mista composta por espécies Gram-positivas e Gram-

negativas, com o predomínio de anaeróbios (FIDGOR & SUNDQVIST, 2007). A

Page 90: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

77

literatura descreve uma diversidade de espécies isoladas de canais tratados

endodonticamente com infecção persistente, mas muitos estudos relataram

uma alta prevalência de bactérias do gênero Streptococcus e Enterococcus

(MOLANDER et al., 1998; SUNDQVIST et al., 1998; PECIULIENE et al., 2000;

HANCOCK et al., 2001). A lesão perirradicular é caracterizada por um processo

dinâmico envolvendo uma interação entre o hospedeiro e bactérias, sendo que

os micro-organismos necessitam de substrato para proliferarem. Em canais

tratados endodonticamente e bem instrumentados, o qual o tecido necrótico foi

removido e não há comunicação com nutrientes exógenos da cavidade oral, a

nutrição parece vir de fluidos perirradiculares, o qual provavelmente é de

natureza serosa. Bactérias da espécie E. faecalis têm sido descritas como

serem capazes de degradar o fluido seroso e moléculas teciduais

apresentando a capacidade de evitar a resposta do hospedeiro e induzir uma

resposta inflamatória (FIDGOR & SUNDQVIST, 2007). Vários estudos têm

demonstrado que bactérias da espécie E. faecalis são mais comumente

detectadas em canais radiculares de dentes tratados endodonticamente com

infecção persistente (SUNDQVIST et al., 1998; PINHEIRO et al., 2003;

SIQUEIRA & RÔÇAS, 2004; FIDGOR & SUNDQVIST, 2007). Contudo, seu

status de patógeno mais importante associado a estas condições tem sido

questionado por diversos estudos (CHEUNG & HO, 2001; RÔÇAS et al., 2004;

KAUFMAN et al., 2005; ZOLETTI et al., 2006; SAKAMOTO et al., 2008;

RÔÇAS & SIQUEIRA, 2012; ANTUNES et al., 2015), inclusive no presente

estudo. No total, bactérias da espécie E. faecalis foram encontradas em 12 de

43 amostras, representando 28%, sendo 5 do grupo SAF e 7 do grupo TFA.

Page 91: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

78

Em relação a esta espécie, tem sido sugerido, que é capaz de resistir aos

procedimentos clínicos durante o tratamento, mas os achados deste estudo

revelaram que bactérias da espécie E. faecalis não foram detectadas em

nenhuma amostra coletada após os procedimentos químico-mecânicos nos

grupos testados. Diversos estudos descreveram a eficácia da substância

química auxiliar hipoclorito de sódio contra E.faecalis (SIQUEIRA et al., 2007a;

SPRATT et al., 2001; EVANS et al., 2002).

A presença de espécies do gênero Streptococcus e os níveis

encontrados antes e após os procedimentos durante o retratamento também

foram avaliados. Streptococcus foram incluídos na análise porque este grupo

bacteriano está entre um dos mais prevalentes nas amostras obtidas em casos

de tratamento endodôntico após a instrumentação (BYSTRÖM & SUNDQVIST,

1985; CHAVEZ DE PAZ et al., 2005; RÔÇAS & SIQUEIRA, 2010; NEVES et

al., 2014) e em casos de retratamento (SUNDQVIST et al., 1998; PINHEIRO et

al., 2003; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2004; RÔÇAS & SIQUEIRA, 2012), indicando

que este micro-organismo pode ser mais resistente a terapia endodôntica e

estar envolvido nas infecções persistentes. Como a maioria dos estudos não

associou nenhuma espécie específica à lesão perirradicular em dentes tratados

endodonticamente (PINHEIRO et al., 2003; SIQUEIRA & RÔÇAS, 2004), e

bactérias do gênero Streptococcus parecem ser dominantes na comunidade

bacteriana associada a vários casos de infecção persistente no retratamento

(RÔÇAS & SIQUEIRA, 2012), a presença de bactérias do gênero

Streptococcus foi também avaliada. Os achados deste estudo confirmam tanto

que espécies do gênero Streptococcus foram altamente frequentes nas

Page 92: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

79

amostras S1 (36 de 43 amostras, representando 84% do total, sendo 17 do

grupo SAF e 19 do grupo TFA) bem como foram encontrados após a

instrumentação em 5 e 7 das amostras dos grupos SAF e TFA,

respectivamente.

Estudos prévios avaliaram os efeitos antibacterianos dos procedimentos

nos casos de retratamento utilizando o método de cultura (PECIULIENE et al.,

2001; ZERELLA et al., 2005; SCHIRRMEISTER et al., 2007; ENDO et al.,

2013) ou método molecular não quantitativo PCR end-point (SCHIRRMEISTER

et al., 2007; RÔÇAS & SIQUEIRA, 2010). O método molecular real-time PCR

utilizado neste estudo apresenta maior sensibilidade e é capaz de detectar

bactérias difíceis de serem cultivadas bem como bactérias ainda não-

cultiváveis. Isto permite realizar uma avaliação mais acurada dos efeitos do

tratamento executado, além de relatar uma diversidade maior da microbiota

associada às infecções endodônticas. O método usado pode detectar DNA de

células mortas e isto pode representar tanto uma vantagem quanto uma

desvantagem (BRUNDIN et al., 2010). DNA de células que morreram

recentemente em função dos procedimentos antimicrobianos podem ainda ser

detectados, mesmo não sendo relevante para o desenvolvimento da doença

presente e isto pode subestimar os efeitos do tratamento executado (RÔÇAS &

SIQUEIRA, 2010; BRUNDIN et al., 2014). Um fator que afeta a degradação do

DNA é como estas células morreram. Caso as membranas celulares

permaneçam predominantemente intactas, o DNA pode ser protegido da

degradação, se reconstituir e amplificar através da reação da técnica de PCR

(BRUNDIN et al., 2014). Alguns estudos relataram alta prevalência de E.

Page 93: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

80

faecalis através do método molecular PCR (SIQUEIRA & RÔÇAS, 2004;

GOMES et al., 2006) comparado com o de cultura (MOLANDER et al., 1998;

SUNDQVIST et al., 1998). Aparentemente, a explicação provável seria pela

alta sensibilidade do método molecular PCR (BRUNDIN et al., 2013). No

entanto, um estudo ex vivo, que utilizou dentes extraídos contaminados com

E.faecalis, descreveu que não houve diferença estatisticamente significantes

entre a contagem bacteriana após o PQM usando irrigação com hipoclorito de

sódio, analisados pelo método de cultura ou pelo método molecular real-time

PCR (ALVES et al., 2012). A possibilidade existente é de que o DNA livre é

degradado por hipoclorito de sódio impossibilitando a sua detecção. Isto pode

ser deduzido pelos resultados do presente estudo que demonstrou que a

maioria dos casos que foram positivos para o DNA bacteriano em S1 foram

negativos em S2 e S2b. Os presentes achados vão de encontro com estudos

clínicos prévios que também utilizaram o real-time PCR como método de

análise dos efeitos antibacterianos durante o PQM usando a solução de

hipoclorito de sódio como irrigante (VIANNA et al., 2006; NEVES et al., 2014).

Page 94: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

81

8. CONCLUSÕES ______________________________________________________________

8.1 Conclusões gerais

A desinfecção promovida pelo preparo químico-mecânico com as

técnicas de instrumentação do sistema SAF e TFA no retratamento

endodôntico revelaram uma redução estatisticamente significativa na contagem

bacteriana após análise pelo método molecular real-time PCR. Bactérias do

gênero Streptococcus e da espécie E. faecalis foram detectadas nas amostras

iniciais.

8.2 Conclusões específicas

a) Os protocolos de tratamento testados no presente estudo utilizando

os sistemas de instrumentação SAF e TFA com e sem PUI foram altamente

efetivos e estatisticamente similares na redução da contagem bacteriana

durante o retratamento endodôntico de dentes com infecção persistente. A PUI,

estatisticamente, não promoveu maior desinfecção. Como o objetivo do

tratamento endodôntico é eliminar completamente as bactérias do interior dos

canais radiculares, deve-se buscar o desenvolvimento de novas substâncias e

estratégias para otimizar a desinfecção.

b) Espécies do gênero Streptococcus foram comumente encontradas

nas amostras iniciais em ambos os grupos e bactérias residuais foram

observadas em algumas amostras após o preparo químico-mecânico e não se

Page 95: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

82

sabe se esta quantidade seria suficiente para causar e perpetuar a infecção

persistente. Bactérias da espécie E. faecalis foram detectadas em um número

reduzido das amostras iniciais e, após o PQM em ambos os grupos, bactérias

desta espécie não foram visualizadas em nenhuma das amostras analisadas.

Page 96: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

83

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abramovitz I, Relles-Bonar S, Baransi B, Kfir A (2012). The effectiveness of a

self-adjusting file to remove residual gutta-percha after retreatment with rotary

files. Int Endod J 45: 386-392.

Ahmad M, Pitt Ford TR, Crum LA (1987). Ultrasonic debridement of root canals:

an insight into the mechanisms involved. J Endod 13: 93-101.

Alves FRF, Almeida BM, Neves MAS, Moreno JO, Rôças IN, Siqueira JF Jr

(2011a). Disinfecting oval-shaped root canals: effectiveness of different

supplementary approaches. J Endod 37: 496-501.

Alves FRF, Almeida BM, Neves MAS, Rôças IN, Siqueira JF Jr (2011b). Time-

dependent antibacterial effects of the self-adjusting file used with two sodium

hypochlorite concentrations. J Endod 37: 1451-1455.

Alves FR, Rôças IN, Almeida BM, Neves MA, Zoffoli J, Siqueira JF Jr (2012).

Quantitative molecular and culture analysis of bacterial elimination in oval-

shaped root canals by a single-file instrumentation technique. Int Endod J

45:871-877.

Antunes HS, Alves FRF, Rôças IN, Siqueira Jr JF (2015). Total and specific

bacterial levels in the apical root canal system of teeth with post-treatment

apical periodontitis. J Endod 41: in press.

Page 97: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

84

Asai Y, Jinno T, Igarashi H, Ohyama Y, Ogawa T (2002). Detection and

quantification of oral treponemes in subgingival plaque by real-time PCR. J Clin

Microbiol 40: 3334-3340.

Aydin U, Aksoy F, Karataslioglu E, Yildirim C (2014). Effect of

ethylenediaminetetraacetic acid gel on the incidence of dentinal cracks caused

by three novel nickel-titanium systems. Aust Endod J 11:524-427.

Basmaci F, Öztan MD, Kiyan m (2013). Ex vivo evaluation of various

instrumentation techniques and irrigants in reducing E. faecalis within root

canals. Int Endod J 46: 823- 830.

Baugh D, Wallace J (2005). The role of apical instrumentation in root canal

treatment. A review of literature. J Endod 31: 33-40.

Beus C, SAFavi K, Stratton J (2012). Comparison of the effect of two

endodontic irrigation protocols on the elimination of bacteria from root canal

system: a prospective, randomized clinical trial. J Endod 38: 1479-1483.

Bhagabati N, Yadav S, Talwar S (2012). An in vitro cyclic fatigue analysis of

different endodontic nickel-titanium rotary instruments. J Endod 38: 515-518.

Blome B. Braum A, Sobarzo V, Jepsen S (2008). Molecular identification and

quantification of bacteria from endodontic infections using real-time polymerase

chain reaction. Oral Microbiol Immunol 23: 384- 390.

Brundin M, Fidgor D, Roth C, Davies JK, Sundqvist G, Sjögren U (2010).

Persistence of dead-cell bacterial DNA in ex vivo root canals and influence of

Page 98: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

85

nucleases on DNA decay in vitro. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol

Endod 110: 789-794.

Brundin M, Fidgor D, DipEndo, Sundqvist G, Sjögren U (2013). DNA binding to

hydroxyapatite: a potential mechanism for preservation of microbial DNA. J

Endod 39: 211-216.

Brundin M, Fidgor D, DipEndo, Johansson A, Sjögren U (2014).Preservation of

bacterial DNA by human dentin. J Endod 40: 241-245.

Byström A, Sundqvist G (1981). Bacteriologic evaluation of the efficacy of

mechanical root canal instrumentation in endodontic therapy. Scand J Dent Res

89: 321-328.

Byström A, Claesson R, Sundqvist G (1985). The antibacterial effect of

camphorated paramonochlorophenol, camphorated phenol and calcium

hydroxide in the treatment of infected root canals. Endod Dent Traumatol 1:

170- 175.

Capar ID, Ertas H, Ok E, Arslan H (2014a). Comparison of single cone

obturation performance of different novel nickel-titanium Rotary systems. Acta

Odontol Scand 72: 537-542.

Capar ID, Arslan H, Akcay M, Ertas H (2014b). Comparative study of different

novel nickel-titanium rotary systems for root canal preparation in severely

curved root canals. J Endod 40: 852-856.

Page 99: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

86

Capar ID, Arslan H, Akcay M, Ertas H (2014c). An in vitro comparison of

apically extruded debris and instrumentation times with ProTaper universal,

ProTaper next, Twisted file adaptive, and Hyflex instruments. J Endod 40: 1638-

1641.

Card SJ, Sigurdsson A, Ørstavik D (2002). The effectiveness of increased

apical enlargement in reducing intracanal bacteria. J Endod 28: 779-783.

Carr BB, Schwartz RS, Schaudinn C (2009). Ultrastructural examination of

failed molar retreatment in secondary apical periodontitis: an examination of

endodontic biofilms in an endodontic retreatment failure. J Endod 35: 1303-

1309.

Carver K, Nusstein J, Reader A, Beck M (2007). In vivo antibacterial efficacy of

ultrasound after hand and rotary instrumentation in human mandibular molars. J

Endod 33: 1038-1043.

Castelo-Baz P, Martin-Biedma B, Cantatore G (2012). In vitro comparison of

passive and continuous ultrasonic irrigation in simulated lateral canals of

extracted teeth. J Endod 38: 688-691.

Chavez de Paz L, Svensater G, Dahlen G, Bergenholtz G (2005). Streptococci

from root canals in teeth with apical periodontitis receiving endodontic

treatment. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 100: 232-241.

Cheung GS, Ho MW (2001). Microbial flora of root canal-treated teeth

associated with asymptomatic periapical radiolucent lesions. Oral Microbiol

Immunol 16: 332-337.

Page 100: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

87

Dalton Bc, Orstavik D, Phillips C (1998). Bacterial reduction with nickel-titanium

rotary instrumentation. J Endod 24: 763-767.

Dalwai F, Spratt DA, Pratten J (2007). Use of quantitative PCR and culture

methods to characterize ecological flux in bacterial biofilms. J Clin Microbiol 45:

3072-3076.

De Deus G, Barino B, Zamolyi (2010). Suboptimal debridement quality

produced by the single-file F2 ProTaper technique in oval-shaped canals. J

Endod 36: 1897-1900.

De Deus G, Souza EM, Barino B (2011). The self-adjusting file optimizes

debridement quality in oval-shaped root canals. J Endod 37: 701-705.

De Deus G, Barino B, Marins J (2012). Self-adjusting file cleaning-shaping-

irrigation system optimizes the filling of oval-shaped canals with

thermoplasticized gutta-percha. J Endod 38: 846-849.

De Deus G, Accorsi-Mendonça T, Silva LC (2013). Self-adjusting file cleaning-

shaping-irrigation system improves root-filling bond strength. J Endod 39: 254-

257.

De-Deus G, Belladonna FG, Souza EM, Silva EJNL, Neves AA, Alves H, Lopes

RC, Versiani MA (2015). Micro–computed tomographic assessment on the

effect of ProTaper Next and Twisted File Adaptive systems on dentinal cracks. J

Endod 41: in press.

Page 101: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

88

De Gregorio C, Estevez R, Cisneros R (2009). Effect of EDTA, sonic and

ultrasonic activation on the penetration of sodium hypochlorite into simulated

lateral canals: an in vitro study. J Endod 35: 891-895.

Dietrich MA, Kirkpatrick TC, Yaccino JM (2012). In vitro canal and isthmus

debris removal of the self-adjusting file, K3, and Waveone files in the mesial

root of human mandibular molars. J Endod 38: 1140-1144.

Distel JW, Hatton JF, Gillespie MJ (2002). Biofilm formation in medicated root

canals. J Endod 28: 689-693.

Endo MS, Ferraz CC, Zaia AA, Almeida JF, Gomes BP (2013). Quantitative and

qualitative analysis of microorganisms in root-filled teeth with persistent

infection: Monitoring of the endodontic retreatment. Eur J Dent 7: 302-309.

Ercan E, Ozekinci T, Atakul F (2004). Antibacterial activity of 2% chlorhexidine

gluconate and 5,25% sodium hypochlorite in infected root canal: in vivo study. J

Endod 30: 84-87.

Evans M, Davies JK, Sundqvist G, Fidgor D (2002). Mechanisms involved in the

resistance of Enterococcus faecalis to calcium hydroxide. Int Endod J 35: 221-

228.

Fidgor D, Sundqvist G (2007). A big role for the very small – understanding the

endodontic microbial flora. Aust Dent J Endod Sup 52: S38-S51.

Page 102: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

89

Figini L, Lodi G, Gorni F (2008). Single versus multiple visits for endodontic

treatment of permanent teeth: a cochrane systematic review. J Endod 34: 1041-

1047.

Fleming CH, Litaker MS, Alley LW (2010). Comparison of classic endodontic

technique versus contemporary techniques on endodontic treatment success. J

Endod 36: 414-418.

Gambarini G, Giansiracusa Rubini A, Sannino G, Di Giorgio F, Piasecki L, Al-

Sudani D, Plotino G, Testarelli L (2014). Cutting efficiency of nickel-titanium

rotary and reciprocating instruments after prolonged use. Odontol 30: 526-528.

Gergi R, Arbab-Chirani R, Osta N, Naaman A (2014). Micro–computed

tomographic evaluation of canal transportation instrumented by different

kinematics rotary nickel-titanium instruments. J Endod 40:1223-1225.

Gergi R, Osta N, Bourbouze G, Zgheib C, Arbab-Chirani R, Naaman A (2015).

Effects of three nickel titanium instrument systems on root canal geometry

assessed by micro-computed tomography. Int Endod J 48: 162-170.

Gomes BP, Pinheiro ET, Sousa EL, Jacinto RC, Zaia AA, de Sousa-Filho FJ

(2006). Enterococcus faecalis in dental root canals detected by culture and by

polimerase chain reaction analysis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol

Endod 102: 247-253.

Gomes BP, Pinheiro ET, Jacinto RC (2008). Microbial analysis of canals of root-

filled teeth with periapical lesions using polymerase chain reaction. J Endod 34:

537-540.

Page 103: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

90

Gorni FGM, Gagliani MM (2004). The outcome of endodontic retreatment: a 2-

yr follow-up. J Endod 30: 1-4.

Gutarts R, Nusstein J, Reader A, Beck M (2005). In vivo debridement efficacy of

ultrasonic irrigation following hand-rotary instrumentation in human mandibular

molars. J Endod 31: 166-170.

Haapasalo M, Shen Y, Ricucci D (2011). Reasons for persistent and emerging

post-treatment endodontic disease. Endod Topics 18: 31-50.

Hancock HH, Sigurdsson A, Trope M, Moiseiwitsch J (2001). Bacteria isolated

after unsussceful endodontic treatment in a North American population. Oral

Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 91: 579-586.

Higuera O, Plotino G, Tocci L, Carrillo G, Gambarini G, Jaramillo DE (2015).

Cyclic fatigue resistance of 3 different nickel-titanium reciprocating instruments

in artificial canals. J Endod 41: 913-915.

Hin ES, Wu M, Wesselink PR (2013). Effects of self-adjusting file, Mtwo,

ProTaper on the root canal wall. J Endod 39: 262-264.

Hof R, Perevalov V, Eltanani M (2010). The Self-adjusting file (SAF). Part 2:

mechanical analysis. J Endod 36: 691-696.

Huque J, Kota K, Yamaga M, Iwaku M, Hoshino E (1998). Bacterial eradication

from root dentine by ultrasonic irrigation with sodium hypochlorite. Int Endod J

31: 242-250.

Page 104: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

91

Kakehashi S, Stanley HR, Fitzgerald RJ (1965). The effects of surgical

exposures of dental pulps in germ-free and convencional laboratory rats. Oral

Surg Oral Med Oral Pathol 18: 340-348.

Karatas E, Arslan H, Alsancak M, Kirici DO, Ibrahim E (2015). Preparation with

Twisted file adaptive instruments using different kinematics. J Endod 41: in

press.

Kaufman B, Spångberg L, Barry J, Fouad AF (2005). Enterococcus spp. In

endodontically treated teeth with and without periradicular lesions. J Endod

31:851-856.

Keles A, Simsek N, Alcin H (2014a). Retreatment of flat-oval root canals with a

Self-Adjusting File: an SEM study. Dent Mater J 33: 786-791.

Keles A, Alcin H, Kamalak A, Versiani MA (2014b). Oval-shaped canals

retreatment with Self-Adjusting File: a micro-computed tomography study. Clin

Oral Invest 18: 1147-1153.

Kim HC, Sung SY, Ha JH, Solomonov M, Lee JM, Lee CJ, Kim BM (2013)

Stress generation during Self-Adjusting File movement: minimally invasive

instrumentation. J Endod 39: 1572-1575.

Kirchhoff AL, Fariniuk FL, Mello I (2015). Apical extrusion of debris in flat-oval

root canals after using different instrumentation systems. J Endod 41: 237-241.

Kishen A (2012). Advanced therapeutic options for endodontic biofilms. Endod

Topics 22: 99-123.

Page 105: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

92

Lin J, Shen Y, Haapasalo M (2013). A comparative study of biofilm removal with

hand, rotary nickel-titanium, and self-adjusting file instrumentation using a novel

in vitro biofilm model. J Endod 39: 658-663.

Metzger Z, Teperovich E, Zary R (2010a). The self-adjusting file (SAF). Part 1:

respecting the root canal anatomy-new concept of endodontic files and its

implementation. J Endod 36: 679-690.

Metzger Z, Teperovich E, Cohen R (2010b). The self-adjusting file (SAF). Part

3:removal of debris and smear layer-a scanning electron microscope study. J

Endod 36: 697-702.

Metzger Z (2014). The self-adjusting file (SAF) system: An evidence-based

update. J Conserv Dent 17: 401-419.

Miller WD (1894). An introduction to the study of the bacterio-pathology of the

dental pulp. Dent Cosmos 36: 505-528.

Molander A, Reit C, Dahlem G, Kvist T (1998). Microbiological status of root-

filled teeth with apical periodontitis. Int Endod J 31: 1-7.

Möller AJR, Fabricius L, Dahlén G (1981). Influence on periapical tissues of

indigenous oral bacteria and necrotic pulp: tissue in monkeys. Scand J Dent

Res 89: 475-484.

Munoz HR, Camacho-Cuadra K (2012). In vivo efficacy of three different

endodontic irrigation systems for irrigant delivery to working length of mesial

canals of mandibular molars. J Endod 38: 445-448.

Page 106: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

93

Munson MA, Pitt-Ford T, Chong B, Weightman A, Wade WG (2002). Molecular

and cultural analysis of the microflora associated with endodontic infections. J

Dent Res 81: 761-766.

Nair PN (2004). Pathogenesis of apical periodontitis and the causes of

endodontic failures. Crit Rev Oral Biol Med 15: 348-381.

Nair PN, Henry S, Cano V (2005). Microbial status of apical root canal system

of human mandibular first molars with primary apical periodontitis after “one-

visit” endodontic treatment. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod

99: 231-252.

Neves MA, Rôças IN, Siqueira Jr JF (2014). Clinical antibacterial effectiveness

of the self-adjusting file system. Int Endod J 47:356-365.

Ørstavik D, Kerekes K, Eriksen HM (1985). The periapical index: a scoring

system for radiographic assessment of apical periodontitis. Endod Dent

Traumatol 2: 20-34.

Paik S, Sechrist C, Torabinejad M (2004). Levels of evidence for the outcome of

endodontic retreatment. J Endod 30: 745-750.

Paiva SS, Siqueira JF, Jr., Rôças IN, Carmo FL, Leite DC, Ferreira DC, Rachid

CT, Rosado AS (2013). Molecular microbiological evaluation of passive

ultrasonic activation as a supplementary disinfecting step: a clinical study. J

Endod 39: 190-194.

Page 107: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

94

Paqué F, Peters OA (2011). Micro-computed tomography evaluation of the

preparation of long oval root canals in mandibular molars with the self-adjusting

file. J Endod 37: 517-521.

Peciuliene V, Balciniene I, Eriksen HM, Haapasalo M (2000). Isolation of

enterococcus faecalis in previously root-filled canals in a Lithuanian population.

J Endod 26:593-595.

Peciuliene V, Reynaud AH, Balciuniene I, Haapasalo M (2001). Isolation of

yeasts and enteric bacteria in root-filled teeth with chronic apical periodontitis.

Int Endod J 34: 429-434.

Penesis VA, Fitzgerald PI, Fayad MI (2008). Outcome of one-visit and two-visit

endodontic treatment of necrotic teeth with apical periodontitis: a randomized

controlled trial with one-year evaluation. J Endod 34: 251-257.

Peters OA, Boessler C, Paqué F (2010). Root canal preparation with a novel

nickel-titanium instrument evaluated with micro-computed tomography: canal

surface preparation over time. J Endod 36: 1068-1072.

Peters OA, Paqué F (2011). Root canal preparation of maxillary molars with the

self-ajusting file: a micro-computed tomography study. J Endod 37: 53-57.

Pinheiro ET, Gomes BP, Ferraz CC, Sousa EL, Teixeira FB, Souza-Filho, FJ

(2003). Micro-organisms from canals of root-filled teeth with periapical lesions.

Int Endod J 36: 1-11.

Page 108: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

95

Ribeiro MVM, Silva-Sousa YT, Versiani MA (2013). Comparison of the

cleansing efficacy of self-adjusting file and Rotary systems in the apical third of

oval-shaped canals. J Endod 39: 398-401.

Ricucci D, Siqueira JF Jr (2008). Anatomic and microbiologic challenges to

achieving success with endodontic treatment: a case report. J Endod 34: 1249-

1253.

Ricucci D, Siqueira JF Jr, Bate AL (2009). Histologic investigation of root canal-

treated teeth with apical periodontitis: a retrospective study from twenty-four

patients. J Endod 35: 493-502.

Ricucci D, Siqueira JF Jr (2010). Biofilms and apical periodontitis: study of

prevalence and association with clinical and histopathologic findings. J Endod

36: 1277-1288.

Ricucci D, Siqueira JF Jr (2011). Recurrent apical periodontitis and late

endodontic treatment failure related to coronal leakage: a case report. J Endod

37: 1171-1175.

Ricucci D, Loghin S, Siqueira JF Jr (2013). Exuberant biofilm infection in a

lateral canal as the cause of short-term endodontic treatment failure: report of a

case. J Endod 39: 712-718.

Rôças IN, Siqueira JF Jr, Aboim MC, Rosado AS (2004). Denaturing gradient

gel electrophoresis analysis of bacterial communities associated with failed

endodontic treatment. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 98:

741- 749.

Page 109: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

96

Rôças IN, Hulsmann M, Siqueira JF Jr (2008). Microorganisms in root canal-

treated teeth from a German population. J Endod 34: 926-931.

Rôças IN, Siqueira JF Jr (2008). Root canal microbiota of teeth with chronic

apical periodontitis. J Clin Microbiol 46: 599-606.

Rôças IN, Siqueira JF Jr (2010). Identification of bacteria enduring endodontic

treatment procedures by a combined reverse transcriptase-polymerase chain

reaction and reverse-capture checkerboard approach. J Endod 36: 45-51.

Rôças IN, Siqueira JF Jr (2011). In vivo antimicrobial effects of endodontic

treatment procedures as assessed by molecular microbiologic techniques. J

Endod 37: 304-310.

Rôças IN, Siqueira JF Jr, Debelian GJ (2011). Analysis of symptomatic and

asymptomatic primary root canal infections in adult norwegian patients. J Endod

37: 1206-1212.

Rôças IN, Siqueira JF Jr (2012). Characterization of microbiota of root canal-

treated teeth with posttreatment disease. J Clin Microbiol 50: 1721-1724.

Rodrigues RCV, Lopes HP, Elias CN (2011). Influence of different

manufacturing methods on the cyclic fatigue of Rotary nickel-titanium

endodontic instruments. J Endod 37: 1553-1557.

Rolph HJ, Lennon A, Riggio MP, Saunders WP, Mackenzie D, Coldero L, Bagg

J (2001). Molecular identification of microorganisms from endodontic infections.

J Clin Microbiol 39: 3282-3289.

Page 110: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

97

Ruckman JE, Whitten B, Sedgley CM (2013). Comparison of the self-adjusting

file with rotary and hand instrumentation in long-oval-shaped root canals. J

Endod 39: 92-95.

Sakamoto M, Rôças IN, Siqueira JF Jr, Benno Y (2006). Molecular analysis of

bacteria in asynptomatic and synptomatic endodontic infections. Oral Microbiol

Immunol 21: 112-122.

Sakamoto M, Rôças IN, Siqueira JF Jr, Benno Y (2008). Molecular analysis of

the root canal microbiota associated with endodontic treatment failures. Oral

Microbiol Immunol 23: 275-281.

Santos AL, Siqueira JF Jr, Rôças IN (2011). Comparing the bacterial diversity of

acute and chronic dental root canal infections. PLOS ONE 6: 1-8.

Sedgley C, Nagel A, Dahlén G, Molander A (2006). Real-time quantitative

polymerase chain reaction and culture analyses of Enterococcus faecalis in root

canals. J Endod 32: 173-177.

Schirmeister JF, Liebenow AL, Braun G (2007). Detection and eradication of

microorganisms in root-filled teeth associated with periradicular lesions:

an in vivo study. J Endod 33: 536-540.

Silva EJNL, Tameirão MDN, Belladonna FG, Neves AA, Souza EM, De-Deus G

(2015). Quantitative transportation assessment in simulated curved canals

prepared with an adaptive movement system. J Endod 41: in press

Page 111: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

98

Siqueira JF Jr, Uzeda M (1998). Influence of diferente vehicles on the

antibacterial effects of calcium hydroxide. J Endod 24: 663-665.

Siqueira JF Jr (2002). Endodontic infections: concepts, paradigms and

perspectives. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 94: 281-293.

Siqueira JF Jr, Rôças IN (2004). Polymerase chain reaction-based analysis of

microorganisms associated with failed endodontic treatment. Oral Surg Oral

Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 97:85-94.

Siqueira JF Jr, Rôças IN, Rosado AS (2004). Application of denaturing gradient

gel electrophoresis (DGGE) to the analysis of endodontic infections. J Endod

31: 775-782.

Siqueira JF Jr, Rôças IN (2005a). Exploiting molecular methods to explore

endodontic infections. Part 1. Current molecular technologies for microbiological

analysis. J Endod 31: 411-423.

Siqueira JF Jr, Rôças IN (2005b). Exploiting molecular methods to explore

endodontic infections. Part 2. Redefining the endodontic microbiota. J Endod

31: 488-498.

Siqueira JF Jr, Rôças IN (2005c). Uncultivated phylotypes and newly named

species associated with primary and persistente endodontic infections. J Clin

Microbiol 43: 314-319.

Siqueira JF Jr, Rôças IN, Paiva SSM (2007a). Bacteriologic investigation of the

effects of sodium hypochlorite and chlorhexidine during the endodontic

Page 112: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

99

treatment of teeth with apical periodontitis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 104: 122-130.

Siqueira JF Jr, Paiva SS, Rôças IN (2007b). Reduction in the cultivable

bacterial populations in infected root canals by a chlorhexidine-based

antimicrobial protocol. J Endod 33: 541-547.

Siqueira JF Jr, Guimarães-Pinto T, Rôças IN (2007c). Effects of

chemomechanical preparation with 2,5% sodium hypochlorite and intracanal

medication with calcium hydroxide on cultivable bacteria in infected root canals.

J Endod 33: 800-805.

Siqueira JF Jr, Rôças IN, Riche FNSJ (2008). Clinical outcome of the

endodontic treatment of teeth with apical periodontitis using an antimicrobial

protocol. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 106: 757-762.

Siqueira JF Jr, Rôças IN (2008). Clinical implications and microbiology of

bacterial persistence after treatment procedures. J Endod 34: 1291-1301.

Siqueira JF Jr, Rôças IN (2009a). Community as the unit of pathogenicity: an

emerging concept as to the microbial pathogenesis of apical periodontitis. Oral

Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 107: 870-878.

Siqueira JF Jr, Rôças IN (2009b). Diversity of endodontic microbiota revisited. J

Dent Res 88: 969-981.

Page 113: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

100

Siqueira JF, Jr., Alves FR, Almeida BM, Machado de Oliveira JC, Rôças IN

(2010). Ability of chemomechanical preparation with either rotary instruments or

self-adjusting file to disinfect oval-shaped root canals. J Endod 36: 1860-1865.

Siqueira JF Jr (2011). Treatment of endodontic infections. London:

Quintessence Publishing. 1ª ed. 403 p.

Siqueira JF Jr, Rôças IN (2011). Optimising single-visit disinfection with

supplementary approaches: a quest for predictability. Aust Endod J 37: 92-98.

Siqueira JF Jr, Rôças IN, Ricucci D (2012). Biofilms in endodontic infection.

Endod Topics 22: 33-49.

Siqueira JF Jr, Alves FRF, Versiani MA (2013). Correlative bacteriologic and

micro-computed tomographic analysis of mandibular molar mesial canals

prepared by Self-Adjusting file, Reciproc, and Twisted File systems. J Endod

39: 1044-1050.

Sjögren U, Hagglund B, Sundqvist G, Wing K (1990). Factors affecting the long-

term results of endodontic treatment. J Endod 16: 498-504.

Sjögren U, Figdor D, Persson S, Sundqvist G (1997). Influence of infection at

the time of root filling on the outcome of endodontic treatment of teeth with

apical periodontitis. Int Endod J 30: 297-306.

Solomonov M (2011). Eight months of clinical experience with the self-adjusting

file system. J Endod 27: 881-887.

Page 114: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

101

Solomonov M, Paqué F, Fan B (2012a). The challenge of C-shaped canal

systems: a comparative study of the self-adjusting file and ProTaper. J Endod

38: 209-214.

Solomonov M, Paqué F, Kaya S (2012b). Self-adjusting files in retreatment: a

high-resolution micro-computed tomography study. J Endod 38: 1283-1287.

Spratt DA, Pratten J, Wilson M, Gulabivala K (2001). An in vitro evaluation of

the antimicrobial efficacy of irrigants on biofilms of root canal isolates. Int Endod

J 34: 300-307.

Sundqvist G (1976). Bacteriological studies of necrotic dental pulps

[Dissertation]. Umea, Sweden: University of Umea.

Sundqvist G, Figdor D, Persson S, Sjogren U (1998). Microbiologic analysis of

teeth with failed endodontic treatment and the outcome of conservative re-

treatment. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 85: 86-93.

Tardivo D, Pommel L, La Scola B, About I, Camps J (2010). Antibacterial

efficiency of passive ultrasonic versus sonic irrigation. Ultrasonic root canal

irrigation. Odontostomatol Trop 33: 29-35.

Torabinejad M, Corr R, Handysides R (2009). Outcomes of nonsurgical

retreatment and endodontic surgery: a systematic review. J Endod 35: 930-937.

Van der Sluis LW, Versluis M, Wu MK, Wesselink PR (2007). Passive ultrasonic

irrigation of the root canal: a review of the literature. Int Endod J 40: 415-26.

Page 115: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

102

Van der Sluis LWM, Vogels MPJM, Verhaagen B (2010). Study on the influence

of refreshment/activation cycles and irrigants on mechanical cleaning efficiency

during ultrasonic activation of the irrigant. J Endod 36: 737-740.

Vera J, Siqueira JF Jr, Ricucci D (2012). One-versus two-visit endodontic

treatment on teeth with apical periodontitis: a histobacteriologic study. J Endod

38: 1040-1052.

Versiani MA, Pécora JD, Sousa-Neto MD (2011). Flat-oval root canal

preparation with self-adjusting file instrument: a micro-computed tomography

study. J Endod 37: 1002-1007.

Vianna ME, Horz HP, Gomes BP, Conrads G (2006). In vivo evaluation of

microbial reduction after chemo-mechanical preparation of human root canals

containing necrotic pulp tissue. Int Endod J 39: 484-492.

Vianna ME, Horz HP, Conrads G (2007). Effect of root canal procedures on

endotoxins and endodontic pathogens. Oral Microbiol Immunol 22: 411-418.

Vieira AR, Siqueira JF Jr, Ricucci D, Lopes WS (2012). Dentinal tubule infection

as the cause of recurrent disease and late endodontic treatment failure: a case

report. J Endod 38: 250-254.

Voelt KC, Wu M, Wesselink PR (2012). Removal of gutta-percha from root

canals using self-adjusting file. J Endod 38: 1004-1006.

Waltimo TM, Siren EK, Ørstavik D (1999). Susceptibility of oral Candida species

to calcium hydroxide in vitro. Int Endod J 32: 94-98.

Page 116: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

103

Waltimo T, Trope M, Haapasalo M, Ørstavik D (2005). Clinical efficacy of

treatment procedures in endodontic infection control and one year follow-up of

periapical healing. J Endod 31: 863-866.

Wang CS, Arnold RR, Trope M (2007). Clinical efficiency of 2% chlorhexidine

gel in reducing intracanal bacteria. J Endod 33: 1283-1289.

Williams JM, Trope M, Caplan DJ, Shugars DC (2006). Detection and

quantitation of E. faecalis by real-time PCR (qPCR), reverse transcription-PCR

(RT-PCR), and cultivation during endodontic treatment. J Endod 32: 715-721.

Zerella JA, Fouad AF, Spangberg LSW (2005). Effectiveness of a calcium

hydroxide and chlorhexidine digluconate mixture as disinfectant during

retreatment of failed endodontic cases. Oral Surg, Oral Med, Oral Pathol, Oral

Radiol Endod 100: 756-761.

Zhao D, Shen Y, Peng B (2013). Micro-computed tomography evaluation of the

preparation of mesiobuccal root canals in maxillary first molars with Hyflex CM,

Twisted Files, and K3 instruments. J Endod 39: 385-338.

Zoletti GO, Siqueira JF Jr, Santos KR (2006). Identification of Enterococcus

faecalis in root-filled teeth with or without periradicular lesions by culture-

dependent and –independent approaches. J Endod 32:722-726.

Page 117: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

104

10. ANEXOS 10.1. Anexo A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PÓS-

INFORMAÇÃO, PARA PARTICIPAÇÃO EM PESQUISA, CONFORME

RESOLUÇÃO NÚMERO 196 DE 10/10/96, DO CONSELHO NACIONAL DE

SAÚDE.

Título da pesquisa: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM

CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE

INSTRUMENTAÇÃO

Pesquisador responsável: Renata Costa Val Rodrigues – Cirurgiã-dentista

graduada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/MG), especialista em

Endodontia pela faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic – Rio de

janeiro, Mestre em Odontologia pela Faculdade de Odontologia São Leopoldo

Mandic – Campinas e doutoranda em Odontologia pela Universidade Estácio

de Sá (UNESA).

Introdução: Antes de consentir com a sua participação nesta pesquisa, é

importante e necessário que você leia atentamente as informações contidas

neste documento. Aqui estão os esclarecimentos sobre os objetivos, os

benefícios, os riscos, os desconfortos e os procedimentos deste estudo.

Esclarece-se também o seu direito de interromper a sua participação no estudo

a qualquer momento.

Resumo: O trabalho visa avaliar a eficácia de dois novos sistemas (SAF e

Twisted File Adaptative) de preparo químico-mecânico, na redução da

população bacteriana em retratamento endodôntico de canal radicular dentário

necrosado com infecção.

Page 118: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

105

Objetivos: Utilizar de novos recursos tecnológicos que permitam uma melhor

desinfecção do canal radicular, durante o preparo químico-mecânico no

retratamento endodôntico.

Procedimentos: Selecionamos pessoas que tenham dentes com canais

tratados e que apresentem lesão perirradicular que necessitam de retratamento

endodôntico. As coletas são realizadas por cones de papéis estéreis, antes de

iniciar o tratamento e após o preparo químico-mecânico. Vale lembrar que o

conteúdo coletado seria descartado ou aspirado pela sucção caso não fosse

coletado, não havendo nenhum passo diferente na forma do tratamento.

Desconforto: Poderá haver ligeiro desconforto transitório, como ocorre após

qualquer outra intervenção odontológica de rotina.

Riscos: Não haverá risco adicional para você.

Benefícios: Estes procedimentos poderão promover uma maior desinfecção

dos canais radiculares com lesão persistente.

Pagamento: Você não terá nenhum tipo de despesa extra ao autorizar sua

participação nesta pesquisa, bem como não receberá qualquer remuneração

por esta participação.

Confidencialidade: As informações fornecidas sobre você serão acessíveis

apenas aos pesquisadores. Dentro dos limites da lei, os dados serão mantidos

em sigilo.

Contato com o pesquisador: Poderá ser feito com Renata Costa Val

Rodrigues, telefone 21-98202-4829. Em caso de dúvida quanto aos seus

direitos como participante da pesquisa, você deverá ligar para o Comitê de

Ética em Pesquisa da UNESA, através do número 21- 3231-6135.

Consentimento: Li e entendi as informações contidas neste documento. Tive a

oportunidade de fazer perguntas e todas as minhas dúvidas foram respondidas

satisfatoriamente. Estou participando desta pesquisa por minha vontade, até

que eu decida o contrário.

Eu _______________________________ RG _______________, após a

leitura e compreensão destas informações, entendo que minha participação é

voluntária, e que posso sair a qualquer momento do estudo sem prejuízo

Page 119: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

106

algum. Confirmo que recebi uma cópia deste termo de consentimento e

autorizo a execução do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos

neste estudo.

Rio de janeiro, de de .

Page 120: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

107

10.2. Anexo B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ou

Esclarecimento do Responsável)

Nome do entrevistado: ___________________________________Idade: ____ Responsável legal: ___________________________________ RG: ________

Projeto:_________________________________________________________

_______________________________________________________________

Responsável:____________________________________________________

Eu,____________________________________________________________,

abaixo assinado, (responsável pelo meu parente próximo

____________________________________________) , declaro ter pleno

conhecimento do que se segue:

1. Objetivo da Pesquisa: __________________________________________

2. Benefícios que possam ser obtidos:________________________________

3. Receberei resposta ou esclarecimento a qualquer dúvida acerca de assuntos relacionados com o objeto da pesquisa.

4. Tenho a liberdade de retirar o meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo.

5. Obterei informações atualizadas durante o estudo, ainda que isto possa afetar minha vontade de continuar dele participando.

6. A pesquisa manterá o caráter oficial das informações relacionando-as com a minha privacidade.

Page 121: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

108

7. Em caso de dúvidas, poderei esclarecê-las através de contato telefônico com o (a) pesquisador(a) pelos telefones ___________________________.

Rio de Janeiro, _____de ___________________de 20 ___

_____________________________ _________________________

Assinatura do Participante ou Responsável Assinatura do(a) Pesquisador(a)

Page 122: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

109

10.3 ANEXO C – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

Page 123: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

110

10.4 ANEXO D – Tabela contendo radiografias, dados clínicos e bacteriológicos dos casos clínicos incluídos no estudo

Page 124: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

111

10.5 ANEXO E – Artigos publicados (ou aceitos para publicação)

Page 125: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

112

Artigo 02 Rodrigues RCV, Soares RG, Silva TM, Marotta OS, Kill KB, Duailibe SAC, Falcão TV, Alves FRF (210). Atividade antimicrobiana de diferentes cimentos endodônticos. RBPS 14: 34-37.

Page 126: CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE … · CONTROLE DA INFECÇÃO ENDODÔNTICA EM CASOS DE RETRATAMENTO: AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO 2015. ii RENATA

113

Artigo 03 Rodrigues RCV, Soares RG, Gonçalves L, Armada L, Siqueira JF Jr (2015). Comparison of canal preparation using K3XF, Mtwo and BioRace Rotary instruments in simulated curved canals. Endo 9: 129-135.