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COOPERBELGO É COOPERJOVEM Ano I Ed.02 JORNAL DO SISTEMA OCB/SESCOOP Ano I Ed.02 JORNAL DO SISTEMA OCB/SESCOOP Ano I Ed.02 JORNAL DO SISTEMA OCB/SESCOOP Ano I Ed.02 JORNAL DO SISTEMA OCB/SESCOOP Ano I Ed.02 JORNAL DO SISTEMA OCB/SESCOOP-GO Março/Abril 2006 GO Março/Abril 2006 GO Março/Abril 2006 GO Março/Abril 2006 GO Março/Abril 2006

COOPERBELGO É COOPERJOVEM · Lajose Alves Godinho João Ferreira da Rocha Figueira Sizenando da Silva Campos Haroldo Max de Souza ... da Câmara, com o Caiado [Ronaldo, deputado

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COOPERBELGO É COOPERJOVEM

Ano I Ed.02 JORNAL DO SISTEMA OCB/SESCOOPAno I Ed.02 JORNAL DO SISTEMA OCB/SESCOOPAno I Ed.02 JORNAL DO SISTEMA OCB/SESCOOPAno I Ed.02 JORNAL DO SISTEMA OCB/SESCOOPAno I Ed.02 JORNAL DO SISTEMA OCB/SESCOOP-----GO Março/Abril 2006GO Março/Abril 2006GO Março/Abril 2006GO Março/Abril 2006GO Março/Abril 2006

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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOEFETIVOS

Antonio Chavaglia - PresidenteAntonio Carlos BorgesCarlos Rubens SoaresLajose Alves Godinho

João Ferreira da Rocha FigueiraSizenando da Silva Campos

Haroldo Max de SouzaMarcos Mariath Rangel

Divino Vandomar R. de Jesus

CONSELHO FISCALEFETIVOS

Welber D'Assis Macedo e SilvaVictor Iacovelo FilhoRegis Silva Manata

SUPLENTESAnádio Rosa Ribeiro

Otávio D`Abadia Silva PintoEuclécio Dionízio de Mendonça

SUPERINTENDENTEValéria Mendes Elias

Sindicato e Organização dasCooperativas Brasileiras no

Estado de Goiás

Av. Deputado Jamel Cecílio, 3427 Jardim Goiás CEP: 74810-100 Goiânia-Goiás

Fone: (62) 3281-2633Fax: (62) 3281-6755

CNPJ: 01.269.612/0001-47e-mail: [email protected]

CONSELHO ADMINISTRATIVOEFETIVOS

Antonio Chavaglia - PresidenteAntonio Carlos Borges

José Abel XimenesPaulo Carneiro Junqueira

Celso Orlando Rosa

SUPLENTESJoão Gonçalves Vilela

Adalcino Francisco dos SantosAntonio Moraes Resende

Iran Chuquer

CONSELHO FISCALEFETIVOS

Welber D'Assis Macedo e SilvaAltran Gomes da Silva

Ariomar Rezende Vilela

SUPLENTESAstrogildo Gonçalves Peixoto

Haroldo Max de SousaRomeu Natal Alves Andrade

SUPERINTENDENTEValéria Mendes Elias

Av. Deputado Jamel Cecílio, 3427 -Jardim Goiás

CEP: 74810-100 Goiânia-GoiásFone: (62) 3281-8975Fax: (62) 3541-6796

CNPJ: 07.012.268/0001-92e-mail:[email protected]

Site: http://www.sescoopgo.org.br

Serviço Nacional de Aprendizagem doCooperativismo no Estado de Goiás

EXPEDIENTE

Este jornal é editado com a participação doMinistério da Agricultura Pecuária e

Abastecimento através do CONVÊNIO/CV/CR/TP 420013200500102

Redação e Edição:Edson Wander

Jornalista responsável(Mtb 31.158/SP)

Diagramação e Ilustração:Bruno Neiva

Assessor de Comunicação doSistema OCB/SESCOOP-GO

Fotografias:Arquivo Sistema OCB/SESCOOP-GO

Impressão:Portograff – Fone: (62) 3271-6651

Revisão :Juslene Moreira Braga

Tiragem:6 mil exemplares

Distribuição: Publicação dirigida às cooperativase entidades ligadas direta ou indiretamente aocooperativismo no estado de Goiás.Os artigos publicados são de inteiraresponsabilidade de seus autores, nãocorrespondendo necessariamente à opinião doSistema OCB/SESCOOP-GO. Permitida areprodução total ou parcial dos textos deste jornal,desde que citada a fonte.

EDITORIAL

O campo está a perigo e não é por causa das saúvas

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EDUCAÇÃO COOPERATIVISTA

Cooperbelgo é CooperjovemCooperbelgo é CooperjovemCooperbelgo é CooperjovemCooperbelgo é CooperjovemCooperbelgo é Cooperjovem

Cooperativa transforma realidade escolarde Bela Vista com o programa que levaos princípios cooperativistas para a salade aula do ensino básicoA Cooperativa Agropecuária Mista deBela Vista de Goiás (Cooperbelgo) vemengordando, há dois anos, os númerosdo Cooperjovem em Goiás, ao lado daComigo e da Credirural Comigo, em RioVerde. Com apoio financeiro doSESCOOP/GO, o Cooperjovem é oprojeto que leva ensinamentos desolidariedade e cidadania a partir dosprincípios cooperativistas para a sala deaula. A Cooperbelgo já atende a cercade 350 crianças do ensino fundamentalem cinco escolas da rede pública de BelaVista de Goiás, quase a metade do totalde escolas do ensino fundamental dacidade.São quatro escolas municipais e umaestadual apadrinhadas pela cooperativa,onde os alunos da 1ª a 4ª sériesaprendem os princípios cooperativistas.Além da aprendizagem teórica (feita porcartilhas e atividades pedagógicasdesenvolvidas pelos professores), asatividades contemplam visita àcooperativa (com excursão para osalunos conheceram a ordenha), aulaspráticas sobre meio ambiente, mostracultural cooperativista e campeonatoesportivo. “Realizamos um cursomultiplicador com um representante detodas as escolas municipais da cidadee um de uma escola estadual, que noprincípio não fazia parte do nosso projeto.O resultado não podia ser melhor, amotivação que foi plantada em cada umadaquelas professoras invadiu nossacidade e movimentos as salas de aula”,disse Caroline Paixão do AmaralGuimarães, que divide com MariaTeresinha Pereira Abadia a coordenaçãodo projeto pela Cooperbelgo. Em outubrodo ano passado, a Cooperbelgo realizouum segundo curso de multiplicadores quecontou com a participação dacoordenadora nacional do programa

Cooperjovem. No curso, realizado emtrês dias, esteve também oscoordenadores do Cooperjovem em Goiáspelo SESCOOP/GO (Vinicius Sebastiãoe Tays Almeida).O Cooperjovem não entusiasma só ascrianças, especial na hora das atividadespráticas. O presidente da Cooperbelgo,João Batista da Paixão Júnior, fala comgosto do projeto. “Acredito demais nesteprograma, essa fé aumentou quando tiveuma reunião uma vez com umas 200crianças e fiquei emocionado. Acho quetrabalhar com as crianças era para seruma prioridade em todo o Brasil. Nossoproblema maior é cultural e sótrabalhando com a educação é quereverteremos nosso sofrido quadrosocial”, afirmou Júnior. Segundo a

coordenadora Caroline, todas asatividades do programa são construídasem sintonia com os professores e aSecretaria Municipal de Educação deBela Vista. As quatro escolas municipaisatendidas pelo programa estão na zonaurbana. E a secretária de Educação dacidade, Sirlene Divina Gonçalves,também não poupa elogios ao programa.“O projeto é maravilhoso. Além de serdiferente para as crianças, ensina atrabalhar em conjunto e mostra a elasque um precisa do outro”, disse Sirlene,que é pedagoga. Segundo ela, a extensãodo programa para as outras escolas domunicípio (as outras sete estão na árearural) só depende do apoio de novascooperativas. “No que depender de nós,as portas estão abertas”, adiantou.

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A resolução da Agência Nacional deEnergia Elétrica (Aneel) que estabeleciaa obrigatoriedade de separação, pelascooperativas, de quaisquer atividadesnão relacionadas à prestação de serviçosde energia elétrica foi derrubada depoisde muita articulação política dasentidades do cooperativismo deinfraestrutura em Brasília. Principalarticulador por trás desta vitória, JânioVital Stefanello, presidente daConfederação Nacional das Cooperativasde Infraestrutura (Infracoop), vê nela umanova chance de reerguer um ramo tidopor muitos com futuro comprometido,tamanho é o poder das concessionáriasde energia elétrica no país. Outro avançoconseguido pelo movimento foi oatendimento da Aneel em não exigir maisque as cooperativas se transformem emSociedades de Propósito Específico(SPE) para continuarem atuando nosetor. Mas mesmo com essas vitórias,em muitos estados o cooperativismo deeletrificação rural definha com o poderfinanceiro e estrutural dasconcessionárias. É o caso de Goiás,onde a CELG abocanhou a maioria dascooperativas do ramo. Em entrevista aoGO Cooperativo, Stefanello diz que atéas cooperativas que se desfizeram deseus ativos podem brigar na Justiça pelarecuperação do que foi vendido comprejuízo para os cooperados. Gaúcho,Stefanello se divide entre a presidênciada Cooperativa de Energia eDesenvolvimento Rural (Coprel), uma dasmais sadias cooperativas brasileiras doramo (tem 38 anos, 40 mil sócios e atuaem cerca de 70 municípios do RioGrande do Sul) e da Infracoop, por ondeele diz prepar-se para mais um round damobilização. A briga agora, diz, serápela aprovação, no Senado, do texto daMP 269 (já aprovada na Câmara) quepreserva o ato cooperativo nascooperativas de eletrificação rural egarante a totalidade da geração deenergia elétrica para o seu consumo.Sobre a função social do cooperativismode eletrificação rural, Jânio VitalStefanello é enfático: “Quem é dono ecliente, se não gosta do atendimento,muda o presidente. É assim que ter queser no cooperativismo de eletrificaçãorural. Você vai ligar para um 0800 de umaconcessionária e vai reclamar paraquem? O que temos que ter em mente éque o serviço e o atendimento valemmuito mais. Quem está lá no camposabe muito bem o que representa uma

falta de energia e a gente sabe que muitasvezes a prioridade da concessionária éoutra. Esse produtor sem luz sabe muitobem o que é o atendimento de umacooperativa”, resumiu. Confira osprincipais trechos da entrevista.

Jânio Vital Stefanello, presidente da Infracoop (Confederação Nacionaldas Cooperativas de Infraestrutura)

Entrevista

A vitória que o movimentocooperativista de eletrificação ruralconseguiu junto à Aneel está surtindoo efeito esperado?

Estamos confiantes, tão confiantes quetemos certeza de que vamos regularizara situação de todas as cooperativasvinculadas à frente de luta encampadapela Infracoop em prol da regularização,principalmente as do Sul e Sudeste,mais ligadas à luta, são cerca de 70cooperativas. Estamos recebendo acomunicação para as cooperativaspermissionárias, que terão áreasgeográficas só delas e tarifas reguladas,a negociação está muito boa. Inclusiveestá se diminuindo na compra e está sebuscando preço igual ao daconcessionária na venda, o que dá umacapacidade financeira muito boa para ascooperativas. Nas autorizadas, que sãoos casos das cooperativas que vão ficarsó com área rural, que acho que deveser o caso específico de Goiás também,a nossa visão é que as cooperativas quenegociaram é que continuemtrabalhando. No Rio Grande do Sul, porexemplo, temo duas autorizadas queestão em situação muito positiva. Euacho que esse processo de negociaçãoque tivemos em Brasília envolvendo aOCB, Frencoop e o ramo deinfraestrutura negociamos em condiçõesmuito boas. As perspectivas são muitopositivas. Independente de qualquercoisa, achamos inclusive que no casodas cooperativas que não se viabilizarem,estamos dispostos a buscar medidasjudiciais.

Mas há casos em que cooperativasestão sendo vendidas paras asconcessionárias de energia...

Pois é uma pena, mas tem outro fatorimportante surgindo, ontem inclusive [dia29/03] foi aprovada no Senado a MedidaProvisória 269 que passou pela Câmaraque justamente vai obrigar a Aneel aregularizar as cooperativas. Vamosbuscar a regulamentação dessa lei.Estamos pensando é no longo prazo dascooperativas, as autorizadas e aspermissionárias. Em 2004, conseguimos

aprovar uma lei que obriga a Aneel adefinir tarifas de compra que possamgarantir a atividade das cooperativas, elaterá que fazer isso, é uma determinaçãolegal. Então volto a dizer, as cooperativasteriam que aguardar esse momento,esperar passar esse processo para tomaruma decisão de futuro, principalmenteem relação à venda. No Paraná, porexemplo, quando as cooperativasdecidiram vender seus ativos de altatensão, elas foram muito bemremuneradas. Os associados ganharamde volta o seu dinheiro. Porque nós temosque pensar o seguinte, quando oassociado pagou a rede, isso aí é umcapital importante, esse capitalprecisaria ser devolvido ao associado.Então esse negócio de concessionáriapressionar as cooperativas para venderpor qualquer valor não existe. Eu achoque as cooperativas, mesmo as quedesistiram de continuar no ramo evenderam na base da pressão, deveriambuscar reparo judicialmente, tem quedenunciar à Aneel, botar a área jurídicaem cima disso. Nós denunciamos issonuma reunião no dia 2 de fevereiro emBrasília com a Comissão da Agriculturada Câmara, com o Caiado [Ronaldo,deputado goiano] e mais de trintaparlamentares presentes, denunciamoseste tipo de pressão. É preciso rever issoaí, defender ao menos o que osassociados vão perder nesta transação,eles não ganharam as rede de graça, elestiraram dinheiro do bolso para pagara osinvestimentos.

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Saber cooperativo

Acervo rico para pesquisas e leituras cooperativistasCom o maior acervo da literaturacooperativa do Centro-Oeste, a bibliotecado Sistema OCB/SESCOOP-GO já viroureferência para pesquisadores,estudantes de diversas faculdadesgoianas e para os próprios dirigentes efuncionários de cooperativas. Segundo abibliotecária do Sistema, Maria Silvério,o número de visitantes tem crescido nosúltimos anos especialmente peloaumento da procura de alunos degraduação atrás de textos que falem dahistória do cooperativismo até detalhesde funcionamento e legislação dascooperativas. A biblioteca tem um acervocom mais de três mil títulos de literaturacooperativista nacional e internacional,além de periódicos diversos, fotografias,DVDs e fitas de vídeo em VHS sobreeventos do cooperativismo. Este materialpode ser consultado na sede do Sistemapelos cooperados e o público em geral.Os alunos recebidos na biblioteca sãodas faculdades onde o cooperativismotem cadeira cativa como disciplina oucomo tema de trabalho.

Indiara Gonzaga Valério, aluna dosegundo ano de Administração naUniversidade Católica de Goiás, recorreuà biblioteca para elaborar um trabalhopara a disciplina “Cooperativismo” de seucurso. “É uma disciplina optativa, masconfesso que gostei muito do temaporque o associei à cooperativa decrédito dos funcionários da empresaonde trabalho”, disse Indiara sobre otexto que teve de escrever abordandovários aspectos do cooperativismo. Os

Vitrine Cooperativista : Produtos e serviços das cooperativas em destaque

alunos de Direito da Faculdade Universofizeram um trabalho sobrecooperativismo para a disciplina “Direitode Empresas”. A turma foi dividida emgrupos que abordaram cada um dos 13ramos em que o cooperativismo brasileiroestá organizado. Além de recorrer àbiblioteca, os alunos convidaramprofissionais ligados às cooperativas parapalestrar na apresentação dos trabalhos.

O novo leite da Complem

Já faz sucesso nos supermercados deGoiás e Brasília a nova embalagem doleite da Cooperativa Mista dos Produtoresde Leite de Morrinhos (Complem). O litrodo leite longa vida Compleite estáacondicionado em nova embalagem comabertura fácil que dispensa os cortesindesejáveis e sempre perigosos na horade servir o produto. Outra novidade é oleite desnatado da Complem éultrapasteurizado pelo sistema UHT (altatemperatura) mantendo a qualidade esabor do produto.

Cooperabs: a marca dopolvilho fino

A região do Cará, em Bela Vista deGoiás, tem uma tradição quasecentenária na produção de polvilhoartesanal, mas só no ano passado é quea Cooperativa Mista dos PequenosProdutores de Polvilho e Derivados deMandioca da Região do Cará (Cooperabs)colocou no mercado a marca Polvilho doCará. Em pacotes de 1 kg e 10 kg, aCooperabs é a única detentora datradição em polvilhos de fina granulagem(sem ser pó), cor branca alva e resultadoincomparável no forno na hora de fazerpão de queijo e biscoitos.

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O quadro de crise vivido pelo setoragrícola se arrasta há pelos menos trêsanos com o aumento dos custos deprodução, câmbio desfavorável àsexportações e queda vertiginosa narentabilidade com a conseqüentedificuldade de arcar com osfinanciamentos nos bancos. Esse cenáriotem sido piorado especialmente emalguns setores como o algodão, que sofrecom altos estoques de passagem tantono Brasil quanto no exterior. Acontinuidade da crise está levando osprodutores cooperados a pensarem emestratégias de sobrevivênciadiversificando suas atividades, como aCooperativa de Produtores de Algodão deAcreúna (All Cotton) e a Cooperativa deProdutores Rurais de Chapadão do Céu(Coaceu), que planejam entrar nonegócio do biodiesel. As cooperativas deeletrificação rural, também vítimas decrise (esta de outra ordem, vinda de seupróprio sistema e na regulaçãogovernamental), se movem rumo àdiversificação.

No caso das cooperativas agrícolas, oóleo diesel é um dos elementos que maistem pesado na balança de custos doprodutor. O combustível subiu 16,35%nos últimos três anos e só perde para amão-de-obra e serviços terceirizados nacomposição de custos do produtor,segundo levantamento da Federação daAgricultura do Estado de Goiás (FAEG).É de olho neste vilão que as cooperativasfomentam projetos de produção do óleocombustível vegetal. Segundo JoãoPereira Matos, a All Cotton estuda hádois anos um projeto de viabilidadeeconômica de produção do biodiesel apartir do caroço do algodão e da sementede soja. A cooperativa conta com trêsempresas parceiras da Europa (que Matosprefere não revelar ainda) e a meta é quea planta comece a operar em Acreúnaem março do ano que vem.

A capacidade de produção será de 100mil toneladas, sendo que 72% da matéria-prima virá da soja e outros 28% do caroçodo algodão. Desta produção, cerca de30% será destinada aos cooperados daAll Cotton e o restante vendida nomercado, cuja principal comprador já éa Petrobras que está fechando contratosde aquisição de produção. “Nossoobjetivo é agregar valor ao produto,mostrar ao cooperado que ele vai ganharduas vezes, primeiro tendo o óleo a preçode custo e depois repassando a matéria-prima a um preço muito melhor do queele tem hoje, sem contar que a indústria

é dele, naturalmente”, disse o presidenteJoão Pereira Matos informando com oprojeto de viabilidade econômica jápassou por duas assembléias na AllCotton está indo para terceira, que vaidecidir sobre o início da construção daplanta. Matos informa que um projetodeste porte consome cerca de R$ 150milhões em investimento, dinheiro que nocaso da All Cotton virá de recursospróprios e das empresas-parceiras noempreendimento.

A Coopaceu reúne 54 grandes produtoresde algodão, que respondem por cerca de90% da produção de Chapadão do Céu.A cidade, ao lado de Acreúna, éresponsável por cerca de 70% daprodução goiana, que dever fechou a safra2004/2005 em cerca de 180 mil toneladasde algodão. A cooperativa nomeou umacomissão para elaborar um estudo deviabilidade econômica do biodiesel, queserá apresentado à Assembléia Geral nofim deste mês. De acordo com RogérioBruxel, gerente executivo da Coopaceu,a comissão busca responder a quatroquestões no estudo: definir qual o melhorproduto a ser usado para obtenção doóleo, que tipo de processamento instalar,que tipo de reagente adotar para misturarao óleo (metanol ou álcool) e definir adestinação a dar aos subprodutos doprocessamento, como a torta (massaderivada do esmagamento) e a glicerina.“Temos que acertar nessas escolhas paranão comprometer nossos custos deprodução. Reduzir custos hoje em diasignifica você aplicar bem os recursosde que dispõe”, disse o gerente dacooperativa falando sobre cada uma dasquestões estudadas pela comissão.

Embora não fale ainda explorar omercado do biodiesel, procurando ummodelo que atenda apenas aosprodutores cooperados, a comissãonomeada pela Coopaceu levanta tanto asopções de menor custo quanto o atualestágio do mercado do produto e a próprialegislação. Uma portaria editada pelogoverno federal estabelece que até o fimdeste ano, 2% do volume de óleo dieselconsumido no país deverá vir de fontesalternativas ao subproduto do petróleo(até 2010 o porcentual sobe para 5%). Aprodução brasileira de biodiesel ainda épequena, não passa de 100 milhões delitros por ano. Segundo Rogério Bruxel,a comissão da Coopaceu vemtrabalhando no projeto há um ano econsultou várias empresas eespecialistas na área para montar o

projeto da cooperativa que será levado àassembléia.

As opções de matéria prima paraproduzir biodiesel no Cerrado, explicaBruxel, são o caroço do algodão, soja egirassol. O tipo de processamento podeser a transisterificação ou ocraqueamento, sendo este último depatente nacional e o reagente fica entreo metanol e o álcool. “O metanol porenquanto apresenta ser a melhor opçãoem preço e rentabilidade, mas é umquadro que pode mudar com odesaquecimento do preço do álcool, alémdo que é um produto mais difícil dearmanezar”, comentou Bruxel. Pelolevantamento da comissão, uma plantaprocessadora de biodiesel varia de R$700 mil a R$ 1 milhão (para produção de1 milhão de litros), mas dependendo daopção, os produtores podem ficaratrelados aos royalties de fabricantes poraté cinco anos. Rogério Bruxel diz que aCoopaceu não definiu ainda o tamanhoda produção de óleo vegetal dacooperativa e que, se aprovado, o projetoda Coopaceu buscará autonomia emrelação aos fabricantes a partir definanciamento do BNDES.

A busca de diversificação da produção émotivo que mexe também com ascooperativas do setor de eletrificaçãorural, que passa por dificuldades com afalta de regulamentação. A AgênciaNacional de Energia Elétrica (Aneel)atendeu à reivindicação docooperativismo de eletrificação rural enão vai mais exigir que as cooperativasse transformem em Sociedades dePropósito Específico (SPE) paracontinuarem atuando no setor. Mesmocom esta decisão, baixada na resolução213/06 (em 10 de março), a Cooperativade Eletrificação e Telefonia Rural deGoiânia e Trindade (Cetertringo) estádividida entre continuar no ramo ou partirpara a agricultura ou o cooperativismo decrédito. A decisão começou a ser tomadana Assembléia Geral da cooperativa,realizada no último dia 31 de março.Segundo o presidente Onival Correia deAzevedo, a opção majoritária por oraentre os mais de mil cooperados daCetertringo é manter o modelo originalpara depois estudar melhor aspossibilidades futuras. “Precisamosganhar tempo, não temos dívidas com aCELG e portanto não temos motivos paracorrer com uma decisão séria comoesta”, disse Azevedo, que está à frenteda cooperativa há oito anos. Ele diz serfavorável à continuidade da Cetertringo noramo de infra-estrutura. A Cetertringo éuma das menores cooperativas de

Estratégia Cooperativista

Cooperativas diversificam produção para segurar rentabilidade

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Crise no Campo

Indefinições do pacote agrícola põem em dúvida extensão da ajuda e governo fala emcomplementar a “MP Agrícola do Bem”

O pacote de apoio ao setor agrícola deR$ 14,6 bilhões anunciado pelo governofederal na última quinta-feira (6/3) aindacarece das regras que vão definir de fatoa validade e extensão do socorro aoprodutor rural brasileiro. As medidasanunciadas terão que ser baixadas porMedida Provisória e passar pelo crivo doConselho Monetário Nacional, cujareunião extraordinária que vai deliberarsobre o assunto não tem data definida.Falta também o Ministério da Agriculturaestabelecer as regras para ofinanciamento da comercialização dasculturas. Sem isso, não dá para precisara eficácia do socorro ao produtor, avaliaAntonio Chavaglia, presidente doSindicato e Organização dasCooperativas Brasileiras no Estado deGoiás (OCB-GO). Dos R$ 14, 6 bilhõesliberados, R$ 7,7 são para prorrogar osempréstimos de custeio da safra, R$ 1,2bilhão vai para garantir preço mínimo deprodutos na comercialização (sendo 238milhões para o Programa de Aquisiçãoda Agricultura Familiar) e outros R$ 5,7bilhões para crédito rural de

comercialização para aplicação até 30de junho de 2006. As medidas tambémpermitirão a desvinculação dos limites decrédito de custeio e de comercializaçãoe a elevação dos limites de financiamentopara produtores de algodão, arroz, milho,soja, sorgo e trigo. “Não se sabe aindaquanto cada estado terá dessa verba nema maneira como o governo vaioperacionalizar esse apoio àcomercialização dos diversos produtos,se por AGF, PEP ou outro instrumento.Isso causa uma certa apreensão noprodutor”, comentou Chavaglia. Segundoele informa diz, na maioria dos estadoso preço do milho, por exemplo, está

cerca de 40% a 50% abaixo do preçomínimo e se as regras de liberação dosrecursos não contemplarem a opção decompra do produto ao final pelo governo,pode ser que a proposta não configureum bom negócio para o produtor. “A

grande dúvida é saber se essesinstrumentos vão garantir asustentabilidade do preço mínimo, que éde responsabilidade do governo federal”,arrematou Chavaglia reforçando anecessidade urgente de os produtoresterem claras as regras das medidasanunciadas. O próprio governo admite umrombo de R$ 30 bilhões na agriculturabrasileira e promete liberar novasmedidas para complementar o pacote dachamada “MP Agrícola do Bem”. Entreas medidas em estudo, está a reduçãoda carga tributária (como PIS, Cofins eImposto de Renda que incidem nos

insumos agrícolas) e a diminuiçãotambém da alíquota de importação dedefensivos e adubos. Antonio Chavagliadiz que as medidas anunciadas pelogoverno não esvaziam a mobilização dosprodutores rurais em Goiás puxadas pelaOCB-GO e FAEG.

Agrishow Comigo voltou a aproximar produtores das novas tecnologiasA terceira edição da feira AgrishowComigo, realizada de 4 a 8 de abril noCentro Tecnológico da Comigo, em RioVerde, atingiu seu objetivo de aproximaros produtores das novas tecnologias deprodução e orientar decisões futuras comrelação ao plantio e comercialização. Aavaliação é do presidente da Comigo,Antonio Chavaglia (também presidentedo Sistema OCB/SESCOOP-GO).Chavaglia observou que a AgrishowComigo deste ano serviu para embasaro produtor rural no momento de crise epara a tomada de decisões com relaçãoàs próximas safras. “Foi muito boa aprocura pelas palestras tanto na áreaagrícola quanto na pecuária. O produtorhoje está mais consciente de que precisabuscar melhor produtividade com o usocorreto da tecnologia no campo. E o

objetivo da feira é trazer essa orientação”,comentou. Segundo Chavaglia, algunsnegócios são realizados antes mesmoda feira e outros se concretizam duranteou depois da feira, mas o principalobjetivo é o de colocar o produtor emcontato direto com empresas demáquinas e insumos. “Em outras feirasvocê tem a presença do distribuidor comfoco mais em negócios, mas aquioptamos por trazer os fabricantes e seus

técnicos para promover a troca deinformações com o produtor. O negócioé conseqüência disso, mas o foco é essatransferência de tecnologia eaproximação dos elos da cadeia produtivado agronegócio”, afirmou Chavaglia. Emcinco dias de feira, o evento recebeucerca de 36 mil pessoas. Os visitantesparticiparam de 10 palestras e 28 mini-palestras em várias áreas do agronegócioque contou com 150 expositores.

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Destaque Cooperativista

A Uniodonto e o alcance social do Projeto SorrisoA Uniodonto e o alcance social do Projeto SorrisoA Uniodonto e o alcance social do Projeto SorrisoA Uniodonto e o alcance social do Projeto SorrisoA Uniodonto e o alcance social do Projeto SorrisoQuem não quer ter um sorriso bonito?Todo mundo quer, mas muitos seesquecem de que ter uma dentiçãoperfeita e uma boca sadia são conquistasque começam com uma boa educaçãodesde tenra idade. Partindo desteprincípio básico de saúde e higienebucal, a Cooperativa de Trabalho deCirurgiões Dentistas de Goiânia(Uniodonto) realiza há nove anos umprojeto vitorioso que alia educação esaúde. É o premiado Projeto Sorriso, quecom o apoio do SESCOOP/GO levaatividades de odontologia preventiva amilhares de crianças e adultos na GrandeGoiânia.O trabalho consiste em visitação emescolas e entidades com uma série deatividades voltadas ao ensinamento debons hábitos de higienização bucal paraa garotada. Em cada atendimento,voluntários da Uniodonto ensinam aforma correta de escovar os dentes, fazaplicação de flúor, distribui kitsodontológicos contendo escova, cremee fio dental. Durante as atividades sãorealizadas ainda palestras educativasnas áreas de fonoaudiologia, nutrição epsicologia. Ilustrando toda a sériabrincadeira vai sempre o mascoteDentinho, personagem que ilustra as

cartilhas educativas que são distribuídasàs crianças.“O projeto chama muito a atenção deinstituições, escolas e empresas, tantoque não temos dado conta dos pedidosde atendimentos que nos chegam”, disseo dentista Ruy Jorge Rezende, diretor deOrganização de Quadro Social (OQC) daUniodonto, setor que abriga as ações doProjeto Sorriso. Iniciado em 1997, oProjeto Sorriso ganhou rápida aceitaçãosocial e em 2002 foi condecorado pelaFundação Unimed como o melhor projetosocial da Região Centro-Oeste. Doisanos antes, com apenas três anos devida, ficou em 3º lugar do Prêmio DjalmaChastinet Contreiras, da mesmaFundação Unimed. “Foi o reconhecimentodo trabalho sério que realizamos nesteprojeto. Nos últimos anos, a Uniodontotem sido premiada também em outrosprêmios em Goiânia e Anápolis, prêmiosna área comercial, mas que temoscerteza que nos chegam a partir dosreflexos sociais do Projeto Sorriso”,comentou Dr. Rui Jorge Rezende.A cada ano, o projeto ganha maisprojeção e contabiliza números cada vezmaiores. Em 2005, o Projeto Sorrisorealizou 24 grandes ações que atenderama 3,6 mil pessoas e distribuiu 4,5 kits de

escovação e o mesmo número dascartilhas educativas “As Aventuras deDentinho”.O diretor Dr. Ruy Jorge Rezende achaque o Projeto Sorriso ganhará este anouma projeção ainda maior a partir asparcerias que estão sendo acertadas.Uma delas é com o Centro deReabilitação e Readaptação HenriqueSantillo (CRER), onde a Uniodonto estáfechando parcerias para ter uma unidadefixa de atendimento (trailer). O modeloprevê a ajuda do Rotary Club para ainstalação do trailer, a Uniodontomanteria uma equipe de voluntários ecaberia ao CRER buscar patrocínios paraa manutenção do material necessário àsatividades de orientação para a saúdebucal dos pacientes (a maioria pessoascom necessidades especiais).

Projeto vai somar forças com CooperjovemUnir a educação para a promoção dasaúde bucal com a educação para apromoção da cidadania cooperativista.Este é o mote que alimenta a junção dosprojetos Sorriso e Cooperjovem nasescolas onde o programa de educaçãocooperativista já existe, a partir doapadrinhamento de cooperativas. A uniãode forças do Projeto Sorriso e doCooperjovem está acertada entre aUniodonto, o SESCOOP/GO e ascooperativas participantes doCooperjovem. Segundo Valéria MendesElias, superintendente do Sistema OCB/SESCOOP-GO, os projetos possuemuma afinidade natural por trabalharemquestões ligadas à educação. A primeiraatividade conjunta já tem data marcada,

será realizada nos dias 5 e 6 de maio naCooperativa Agroindustrial dosProdutores Rurais do Sudoeste Goiano

(Comigo), onde o Cooperjovem funcionahá dois anos em duas escolas públicasdo Ensino Fundamental de Rio Verde.