Cordel e Quadrinhos

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  • CORDEL NA SALA DE AULA

  • O trabalho com fontes histricas se constitui de primaz importncia para o/a professor/a de histria no seu fazer pedaggico, sejam estas fontes orais textuais ou escritas. Isto porque, no cotidiano escolar, no planejamento das atividades de sala de aula, o/a professor/a, alm do livro didtico, que j se constitui como um recurso abundantemente utilizado na educao, ao adotar outras linguagens na ao educativa, pode dinamizar o ensino-aprendizagem da histria.

  • Entre as linguagens do espao escolar que podem ser apropriadas pelo professor, est o cordel. Este artefato cultural uma forma de conhecimento que articula saberes sobre a realidade social, histrica, cultural e poltica, sobre o Nordeste, o Brasil, e o mundo, veiculando e representando estes conhecimentos em forma de poesia. A partir da interpretao e da viso de mundo do poeta, estas adquirem fora atravs do jeito versado, ldico e rimado que este tipo de fonte apresenta. Nesse sentido, o cordel, conforme visualizado aqui promove uma experincia educativa a partir da produo cultural. Ao ser introduzido no ensino de histria, o cordel desempenha uma linguagem educativa, dotada de papel cultural e histrico.

  • Neste sentido, na tessitura do social, as prticas culturais que os sujeitos histricos elaboram trazem em si significados, que ao serem apropriadas no ensino da histria, fornecem outras interpretaes acerca das aes humanas.Expressa indcios de uma realidade que, interpretada pelo poeta, permite que seu leitor, no caso o/a aluno/aluna, interprete os acontecimentos que fazem parte da realidade social que observada e representada.As experincias de sujeitos sociais comuns e os seus modos de viver, que fazem parte da escrita do cordel, foram tomados como referncia para a compreenso das vivncias construdas no cotidiano pelos micro-grupos; tal compreenso tem seu significado, pois tratam da sua prpria vida.

  • Importante da perspectiva do (a) docente, pela utilidade de maior aproximao entre teoria e prtica. Nesse tocante, o (a) professor (a) precisa atentar que cada uma dessas linguagens requer procedimentos especficos, que levem o aluno a uma aprendizagem ampliada, a partir das mltiplas dimenses do objeto. Portanto, um preparo terico-metodolgico.

    POR QUE IMPORTANTE O USO DO CORDEL NO ENSINO DE HISTRIA?

  • importante, da perspectiva do(a) aluno (a), a apropriaes desses recursos de expresso e comunicao, que vo capacitlo para ler e interpretar o mundo e possibilitar que ele(a) nele se situe e se posicione. Tambm porque essas novas linguagens (no caso o cordel) podem aproximar os contedos de Histria do seu universo, demarcado pela imagem, o som, a combinao dos dois e pela combinao da imagem-som-escrita da linguagem computacional.

  • O QUE DEVEMOS PERGUNTAR AO CORDEL NA AULA DE HISTRIA?Qual o fim da sua produo? didtica? Crtica? Diverte?Que temtica eu tenho retratada no cordel?O cordeis selecionados so significativos e dizem algo para o conhecimento histrico a ser trabalhado?Em que contexto ele foi produzido? tempo e espao, indagar sobre sua autoria (Onde vivia seus autores? H uma tradio cordelista onde vivem?)As poesias dos cordeis podem ser interpretadas com construo de pequenos textos? podem tambm ser reescritos ou ilustrados?

  • TRABALHANDO....

    Lampio uma fera Como todo mundo sabe. Seu nome no Universo Noter mais quem o gabe. Eu temo ele no me jure Mas no h bem que ature Nem mal que nunca se acabe. (...) Virgulino Lampio, Se achar meu verso ruim Deus queira que o Governo Brevemente d-lhe fim Falei somente a verdade Lampio, por caridade No tenha queixa de mim.Virgulino Ferreira, o Lampio Bandoleiro das selvas nordestinas Sem temer a perigo, nem runas Foi o rei do cangao no serto Mas um dia sentiu no corao O feitio atrativo do amor A mulata da terra do condor Dominava uma fera perigosa Mulher nova, bonita e carinhosa Faz o homem gemer sem sentir dor.Se alevanta, Maria Bonita se alevanta pra fazer caf O dia j vem raiando e a polcia j est de p.

  • Dia sete de setembro Independncia do Brasil, Todo mundo disso sabe Mas ningum isso viu, S brasileiros mais humildes Honram o pas varonil. A estria da cegonha bem melhor contada, D. Pedro tava com diarria Parou pra dar uma defecada, No Riacho do Ipiranga Sua buzanfa foi lavada. Quando a carta foi entregue Por aquele mensageiro, J tava tudo acertado Com D.Joo, pai de Pedro I, Brasil, devedor dos inglses Milhes de libras, em dinheiro. De uma colnia portuguesa Para uma inglsa passou, Depois para os americanos Agora de um grupo se tornou, Tem o Bush, Chvez, Fidel... O Boliviano, que Lula adorou. Para se abrir uma empresa tamanha burocracia, Quando tudo fica pronto Bate at uma melancolia, O empresrio desanimado Nem o seu negcio inicia. Os impostos so mais caros Juro, ento,sempre exorbitante, como falar pr um preguioso Que ele o mais importante, Se algum melhorar isso... Meu folheto vai pro barbante! Vou terminar meus versos Deixando uma coisa "no ar", Por favor, peo aos leitores Escrevam pra me avisar, No dia que formos independentes Com churrasco, vamos comemorar!

  • PINTURAS E GRAVURASA anlise de pinturas e gravuras uma das possibilidades de trabalho com fontes e objetos imagticos para estudar momentos histricos.No trabalho com essas fontes histricas deve-se ter uma postura questionadora e de dilogo com o documento, observando formas, cores, personagens, aes, vestimentas , paisagens. necessrio tentar interpretar a mensagem que o documento quer transmitir, viajar na poca em que o mesmo foi produzido, reconstruindo contextos e momentos histricos. importante conhecer dados da autoria para que se possa perceber intenes, valores e mensagens que o documento possa emitir.

  • HISTRIAS EM QUADRINHOSNa elaborao a classe pode escolher um personagem que passeia pela histria.A histria pode ser iniciada e depois completada.Selecionar dilogos e depois ilustrar.Fazer ilustraes e depois elaborar os dilogos.Selecionar documentos ou textos e depois ilustrar.Temas que podem ser usados para construo de histria em quadrinhos: Guerra do Paraguai; a vida nos quilombos; a escravido; independncia do Brasil; a vida no engenho; as grandes navegaes; o cercamento dos campos na Inglaterra; a vida dos indgenas; a vida dos camponeses; a chegada de Colombo; a vida feudal; a conduo das boiadas; a revolta da vacina; o coronelismo; as oligarquias.

  • PRINCIPAIS MOMENTOS PARA MONTAGEM DE UMA HISTRIA EM QUADRINHOSCriao dos personagens > O autor deve planejar tudo, desde os protagonistas aos tipos secundrios, para no cair em contradio mais tarde. O ideal ter presente cada personagem, com personalidade, aspecto fsico, estilo do vesturio, hbitos, virtudes.Nessa fase, o artista deve desenhar cada um dos tipos em posies variadas e com expresses caractersticas. necessrio um certo treino no trao para que o personagem seja reconhecido.

    Argumento e Roteiro > O argumento a idia geral da histria, com comeo, meio e fim. Quando trocado em midos, tem-se o roteiro, que deve ser planejado quadro a quadro. tambm o momento da diagramao, a descrio das cenas e definio dos dilogos.

  • Desenho . As linhas de todos os elementos das pginas so marcadas a lpis como os personagens, cenrios, bales ( j no caso dos textos, escritos a lpis), onomatopias ( palavras que reproduzem sons naturais, como Tchibum! Poh! Crs!) e os contornos dos quadrinhos.

    Letras > Com tinta nanquim ou caneta hidrogrfica preta de ponta fina) o texto dos bales e as onomatopias so finalizados. Deve-se planejar o desenho e o texto simultaneamente para no faltas espao nos bales.

    Arte-Final > Todos os elementos grficos recebem a tinta preta, cobrindo os traos a lpis e corrigindo falhas.Para dar efeito de luz e sombra os quadros podem ser hachurados ou pontilhados.Na confeco de quadrinhos em determinadas situaes o arte-finalista e o desenhista so a mesma pessoa.

    A cor > a ltima etapa antes da impresso. Os alunos podem optar por lpis de cor, canetinhas ou outra tcnica de pintura que tenha sido trabalhada.

  • USO DE GRFICOSO uso de grficos no ensino de Histria se constitui uma ferramenta importante para o desenvolvimento, principalmente da Histria Econmica e da Histria Social/Demogrfica.O uso dos grficos podem ser feitos associados ao ensino da Geografia e da Matemtica, possibilitando o desenvolvimento de trabalhos interdisciplinares.Como atividades podem ser sugeridas: a construo de textos a partir da anlise e interpretao de grficos; a construo de grficos a partir de idias contidas em textos estudados; a construo de relaes/comparaes, semelhanas e diferenas.

  • So diferentes categorias de humor:Caricatura > representao grfica da figura humana, cujas feies e traos mais caractersticos da personalidade so exagerados, deformados e evidenciados pelo artista;Charge > a caracterizao do humor com carter exclusivamente poltico, a crtica humorstica de um fato ou acontecimento especfico da realidade;Muitos utilizam a caricatura e charge indistintamente. Observa-se que muitas vezes a caricatura faz parte de uma charge ou aparece de forma independente.A elaborao de um desenho humorstico exige mais observao do que uma tcnica de desenho apurada.CARICATURAS E CHARGES

  • ATIVIDADES A SEREM PROPOSTASAnlise e interpretao de desenhos humorsticos, podendo ser exigido a construo de textos com base no desenho;

    Produo de charges ou caricaturas individualmente ou em equipes, com a devida exposio ao grupo do seu significado;

    Produzir charges ou caricaturas a partir de textos, artigos de jornais ou revistas, poemas, narrativas, etc. Expor os desenhos na sala de aula ou no mural da escola e convide alunos a eleger as mais engraadas ou que apresentem a mensagem mais expressiva.

  • CONSTRUO DE LINHAS CRONOLGICASPrincipal desafio dos professores de Histria > levar seus alunos a ler e interpretar a realidade em que vivem.Para isso precisam localizar acontecimentos passados - sem usar a memorizao de datas - conhecer a origem de situaes sociais, polticas e culturais que permanecem at os dias de hoje e identificar as mudanas ocorridas no decorrer do processo histrico.

  • A Linha Cronolgica auxilia na formao de noes de anterioridade, posterioridade e contemporaneidade.As Linhas Cronolgicas tem como funo fazer o aluno compreender a ordenao, a simultaneidade e a sucesso de fatos histricos e as relaes entre eles. Caracterizar pocas, formar conceitos e fazer a leitura da realidade em suas dimenses espacial e temporal, respeitando visualmente as escalas de tempo.

  • Usar a linha cronolgica como uma ferramenta de apoio ao ensino e aprendizagem, no como um fim em si mesmo.Subsidiar os alunos com material de pesquisa que contextualize os acontecimentos marcados.Destaque semelhanas e diferenas entre eles, as permanncias e as mudanas ocorridas no perodo estudado.Sugere-se o uso de duas ou mais linhas de tempo simultaneamente, com temticas diferentes, para que o aluno perceba que a Histria ocorre simultaneamente em diferentes lugares.

  • As linhas cronolgicas podero partir da histria de vida do aluno, da turma, do bairro, da cidade, etc.Na construo de linhas de tempo os temas escolhidos devem estar de acordo com os objetivos da disciplina, ser construda de forma gradativa e sempre por toda a classe.Contemplar fatos de curta, mdia e longa durao

  • MONTAGEM DE MAQUETES

    Sugere-se aps o trabalho de um contedo. Dividir os alunos em grupos de forma que possam providenciar o material necessrio com antecedncia.Salientar os pontos mais importantes do tema para que os alunos possam aplicar o recurso representando esses aspectos na maquete.Podem ser usados: cartolina, sucatas, tintas e papis coloridos, madeira, folhas de rvore, papel laminado, fios de l, cola, tesoura,etc.O objetivo que o aluno represente na maquete aquilo que ele julgou mais importante do que foi tratado no tema.Um pequeno texto deve acompanhar o trabalho , contendo a explicao dos fatos, contexto e o motivo pelo qual a maquete foi construda.