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Direito Romano Corpus Iuris Civilis Planos de Justiniano Plano Inicial – Codex Vetus (529): Comissão incumbida da elaboração; publicação Corpus Iuris Civilis é uma grande colectânea de Ius (fragmentos de obras de juristas clássicos) e de Leges (excertos de constituições importantes) Compilação do Ius Romanum ordenada pelo imperador Justiniano no séc VI Considerado o maior monumento de todos os tempos De inicio Justiniano pretendia elaborar uma colectânea de leges. Queria fazer um novo código com fins práticos, que viria a substituir o Codex Theodosianus. Esta idéia tinha sido pensada com a ajuda do seu tio, Justino I. No entanto, quando este morre (527) Justiniano, sozinho no poder, pela constituição Haec Quae Necessario nomeia uma comissão para realizar a sua antiga idéia. 10 homens (presidida por João- Quaestor sacri palatii -, e da qual faziam parte membros como Triboniano (possuídor de uma riquíssima biblioteca e na altura magister officiorum (ministro do Interior)), e Teófilo, prof. De Direito em Constantinopola). Comissão: - organizar o novo código utilizando os 3 códigos precedentes -Gregoriano, Hermogeniano e Teodosiniano- e as constituições posteriores até às do próprio Justiniano, podendo ainda utilizar outro tipo de fontes - o novo código seria uma legislaçãoimperial que se distinguiria do Teodosiano uma vez que incluia matérias dos outros 2 códigos, ou seja leges speciales (e não só leges generales), e porque neste código seriam excluídas as instituições já não vigentes 1

Corpus Iuris Civiles

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Direito RomanoCorpus Iuris Civilis

Planos de Justiniano

Plano Inicial – Codex Vetus (529): Comissão incumbida da elaboração; publicação

Corpus Iuris Civilis é uma grande colectânea de Ius (fragmentos de obras de juristas clássicos) e de Leges (excertos de constituições importantes) ↓Compilação do Ius Romanum ordenada pelo imperador Justiniano no séc VI

Considerado o maior monumento de todos os tempos

De inicio Justiniano pretendia elaborar uma colectânea de leges. Queria fazer um novo código com fins práticos, que viria a substituir o Codex Theodosianus. Esta idéia tinha sido pensada com a ajuda do seu tio, Justino I. No entanto, quando este morre (527) Justiniano, sozinho no poder, pela constituição Haec Quae Necessario nomeia uma comissão para realizar a sua antiga idéia. ↓10 homens (presidida por João- Quaestor sacri palatii -, e da qual faziam parte membros como Triboniano (possuídor de uma riquíssima biblioteca e na altura magister officiorum (ministro do Interior)), e Teófilo, prof. De Direito em Constantinopola). Comissão: - organizar o novo código utilizando os 3 códigos precedentes -Gregoriano, Hermogeniano e Teodosiniano- e as constituições posteriores até às do próprio Justiniano, podendo ainda utilizar outro tipo de fontes - o novo código seria uma legislaçãoimperial que se distinguiria do Teodosiano uma vez que incluia matérias dos outros 2 códigos, ou seja leges speciales (e não só leges generales), e porque neste código seriam excluídas as instituições já não vigentes - tinha poderes para interpolar a vontade, ou seja, podia eliminar repetições ou contradições, suprimir o que estivesse em desuso, modificar como entendesse todas as constituições ainda em vigor (dividir 1 em várias, fundir várias numa só, acrescentar ou tirar algo) ↓ Constituições actualizadas e adaptadas eram distribuídas em livros e estes em títulos segundo a matéria (dentro de cada título seriam colocadas por ordem cronológica)

Ao fim de 14 meses, em 7-abr-529, o novo código (Codex Vetus, codex Primus ou Código de 529) era publicado pela constituição summa publicae, fixando a sua entrada em vigor (16) e proibindo o recurso aos velhos códigos e a todas as novelas post-Teodosianas (excepção: o recurso a pragmaticae sanctiones que concedessem

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privilégios ou não contradissessem as const. Do códigoSó esteve em vigos 5 anossendo substituido por outro código: Codex repetitae praelectionis (cod. em 2ª edição) ou cód. 534 ou codex do Corpus Iuris CivilisO 1º não chegou até nós foi refundido pelo cód. 534

Plano Posterior – Realização de uma grande colectânea de ‘’ius’’ e de ‘’leges’’

Com o Codex Vetus de 529 justiniano deu-se conta de:

Rapidez e perfeição da feitura desse código; Da grande competência dos membros da comissão redactora –

sobretudo do eminente jurista Triboniano; Facilidade com que era executado na pratica o novo código.

Circunstancias favoráveis a realizar o plano concebido mas fracassadopor Teodósio II – colectânea de ‘’ius’’ e de ‘’leges’’

A tal juntaram-se aforte personalidade de Justiniano que pretendiarestaurar em todo o seu esplendora velha grandeza de Roma criando um sóImpério, uma só igreja, um só direito. E ainda a vasta cultura de Triboniano, possuidor de uma valiosabiblioteca com livros de jurisconsultos clássicos. – Eruditissimis hominibus incogniti

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Devido à eficácia das escolas de direito e o seu elevado grau de cultura jurídica.

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-- Necessidade e forte desejo de elaborar uma grande compilação oficial de ‘’ius’’ e de ‘’leges’’ –

era necessário acabar com as incertezas e inúmeras controvérsias a respeito das obras dos juristas clássicos.

Haver um direito proveniente do ‘’ius’’, certo, uniforme e apto a poder facilmente aplicar-se na pratica.

Expressão de todo o ius romanum ainda vigente.

Tentativas

1ª - César – Suetónio2ª - Pompeu Magno – Orígenes3ª - Teudósio

4ª - Justiniano – Maior obra jurídica de todos os tempos chamada a partir de 1583 – Corpus Iuris Civiles

-- Factores que concorreram para a realização do Corpos Iuris Civiles –

1. Escolas2. Tribuniano e outros juristas de Valor3. Personalidade de Justiniano

1.-- ESCOLAS --

Grau elevado de cultura juridrica a que tinham chegado as escolas de direito do oriente desde o século V – Beirute e Constantinopla eram as mais importantes

Sem elas não tinham surgido jurisconsultos importantes Sem elas não haveria ambiente para realizar uma reforma

legislativa Uma escola jurídica decante corrompe até uma legislação perfeita

Justiniano deu-se conta de tal e ao mesmo tempo que preparava a grande colectânea de ius aperfeiçoava mais as escolas jurídicas

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(1 século mais tarde)

Imprescindíveis

Reduzindo-as e melhorando os

seusprogramas para mais facilmente

disciplinaro seu labor

interpretativo.

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2.-- TRIBUNIANO E OUTROS JURISTAS DE VALOR --

Sem juristas de envergadura não se pode efectuar uma reforma legislativa

Os colaboradores de Tribuniano eram Teófilo e Doroteu – Jurisconsultos notáveis

Os maiores juristas codificadores – Tribuniano (o maior de todos), S. Raimundo de Penhafort e o Cardeal Gasparri

Uma das primeiras medidas de Justiniano foi nomear Tribuniano ‘’Quaestor sacri palatti’ para poder presidir à comissão (central) e considera-lo até à morte o seu colaborador intimo e fiel e o seu conselheiro sábio.

3.-- PERSONALIDADE DE JUSTINIANO –

Justiniano soube rodear-se de colaboradores à altura para realizar o ‘’corpus Iuris Civiles’’ pois um homem publico, um chefe, vale o que valem os seus colaboradores

Reformou os programas das escolas como ponto de partida Tinha uma excelente qualidade de chefe e era pessoalmente um

classicista e um legislador – era apaixonado pela tradição latina e um grande defensor do ius romanum reagindo contra os factores da sua decadência

Era também um legislador embora classicista e por isso a compilação Justinianeia oferece dois aspectos:

-Podemos conhecer o direito clássico e o direito pos-classico tal como se encontra no corpus iuris.

Finalidade da compilação Justinianeia : legislativa e didáctica

Justiniano tentou fazer no séc. VI o que faria um bom jurista clássico nas mesmas circunstâncias ciente da corrupção que os princípios jurídicos romanos tinham sofrido ao longo de quase 3 séculos de decadência.

Ele inovou o direito clássico, o corpus iuris é directamente uma fonte de direito Justinianeu – post-clássico. É um monumento jurídico onde não se

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encontra a sabedoria romana só de uma época mas acumula a ciência e a experiência de séculos.

Finalidade legislativa – Servir de exposição autorizada, com força de lei, de todo o ius romanum.

Finalidade didáctica – Ser texto único que devia estudar-se nas escolas.

-- As várias partes do ‘’Corpus Iuris Civiles’’--

1 – Digesta ou Pandectae

Preparação da colectânea de ius: Quinquaginta decisiones

Para decidir o maior nº de controvérsias agitadas entre os comentadores de literatura clássica e optar por uma entre as diversas opiniões, Justiniano manda elaborar uma grande colectânea de ius através de várias const. Publicadas em 530 para: - resolver legislativamente velhas questões doutrinárias - revogar normas caducadas - estabelecer novos critérios e determinadas orientações para solução de problemas juridicos

50 dessas const. De 530 foram reunidas na Quinquaginta decisiones (colectanea provisória que terá sido incorporada no Codex de 534) ↓ Discute-se se: - as quinquagintas decisiones se destinavam somente a servir de trabalho preparatório para a elaboração do digesto ou apenas a fixar normas para a aplicação do ius (complemento de Lex Citationum) - se terá havido mais instituições semelhantes

Elaboração do Digesto e publicação

- Justiniano pela const. Deo Auctore, encarregou triboniano de elaborar uma obra do tipo dos digesta da iurisprudentia classica (denominada Digesta seu Pandectae = recolho tudo)

- Dava total liberdade a Triboniano e todos os poderes para escolher os 16 membros da comissão codificadora: Constantino,

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4 profs. de direito –Teófilo, e Cratino (escola Constantinopola) Doroteu e Anatólio (escola Beirute) -, 11 advogadosdo foro de Constantinopola

- A Comissão devia: - Juntar os melhores fragmentos das obras dos jurisconsultos que tivessem tido ius respondendi ex auctoritate principis ( sem ordem ou distinção ou preferência pela doutrina de Papinianus indicando o autor, a obra e o livro)

- eliminar o que tivesse caído em desuso ou fosse superfluo

- eliminar as autonomias, semelhanças e repetições

- adaptar às novas circunstâncias sociais

Passados 3 anos, o digesto estava concluído. Era publicado pela const. Bilingue Tanta a 16-dez-533 (vigos com força de lei a 30-dez-533)

Autores e obras utilizadas. Sistematização e forma de citar

- Digesto encerra 9.142 fragmentos: . 3000 pertencem a Ulpianus . 3000 aos restantes da Lei das Citações (Papinianus, Paulus, Modestinus, e Gaius) . 2500 aos 7 jurisconsultos classicos (Iulianus, Africanus, Iavolenus, Pomponius, Cervidius Scaevola, Marcianus, Marcelus) . 642 aos outros 26 ou 27 jurisconsultos

- Sistematização: Dividido em 50 livros, subdivididos por títulos, fragmentos e paragrafos

- Obra repartida em 7 secções: I - principios gerais sobre direito e jurisdição II – matéria relativa às actiones e à protecção juridica III – obrigações e contractos IV – obrigações e família V – heranças, legados e testamentos VI – sucessão pretória e de vários institutos heterógeneos VII – 2 livros dedicados a stipulatio 2 livros dedicados a direito penal

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1 livro dedicado a appellatio 1 livro dedicado ao direito municipal (2 títulos de caracter geral)

- D.13, 7, 9, 2: Digesto, livro 13º, título 7º, fragmento 9º e paragrafo 2

Proibição de comentar o Digesto. Obrigação de o adoptar nas escolas e nos tribunais

- No mesmo dia em que era promulgado o Digesto, publicava Justiniano a const. Omnem, decretando uma reforma dos estudos juridicos baseada na nova compilação de ius

- Pela const. Tanta, ficava proibido comentar oDigesto; e pela mesma const. e tb pela Omnem estabelecia-se a obrigação de adoptar nas escolas e tribunais

- Proibiçao de comentar o digesto vem referido em 3 textos de Justiniano

- A respeito da proibição estabelecida de comentar o digesto dominava a opinião publica que apenas seriam permitidas as traduções literais de textos latinos para grego, resumos e organização de indices, e as duvidas de interpretação deviam ser comunicadas ao imperador pois so a ele competia criar e interpretar a lei (const imperial) ↓ Sob pena de serem considerados punidos como falsários e as suas obras serem destruidas

- Recentemente, verificou-se que essa opinio communis nao podia corresponder a realidade: 1º- não haveria trabalho autonomo, cientifico, proprio de juristas (apenas traduçoes e organizaçoes de indices). Neste sentido seriam inuteis as escolas de direito que Justiniano reformou 2º- no tempo de Justiniano e depois dele, há bastante literatura juridica a respeito do Digesto ( Basilicos) que não era clandestina mas sim permitida

Dentro desta nova ordem de ideias, surgiram ultimamente algumas opiniões. As mais importantes são as de Berger em 1951 e de Pescani 3m 1961: - Berger, contestado em grande parte por Pescani, teve o mérito de, pela 1ª vez se opor frontalmente à opinio communis

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Problemas externos à elaboração e à publicação do Digesto

A. Distribuição dos fragmentos dentro de cada título Bluhme descobriu em 1820 que os fragmentos dentro de cada título do digesto não se encontram distribuídos ao acaso segundo a teoria das massas dentro de cada título os fragmentos encontram-se reunidas em quatro grupos ou massas: - massa sabiniana (massa do ius civile) é composta por fragmentos de obras relativas ao ius civile, figurando os de Ulpianus, Pomponius e Paulus - massa edictal (massa do ius praetorium) compreende os fragmentos das libri edictum (Paulus e Ulpianus) - massa papiniana (massa casuísta) constituída por fragmentos de obras do tipo dos responsa, das quaestiones e dos digesta (libri quaestionum e libri responsorum de Papinius) - appendix (varia) é uma massa menor do que qualquer outra, constituída por fragmentos de 12 obras secundárias

Nem todos os títulos têm as 4 massas, e às vezes uma das massas encontra-se repetida. As massas nem sempre estão dispostas da mesma maneira.

B. Método de trabalho dos compiladores. TeoriasComo foi possivel, num tão curto espaço de tempo elaborar o digesto? - Próprio Justiniano contou com 10 anos - Hoje para reformar um codigo são precisos 10, 15 ou mais anos - Há várias teorias que tentam explicar:

I) Teoria da distribuição das massas a cargo de subcomissões

Bluhme: presumiu que a comissão redactora tivesse sido dividida em 3 subcomissões (1- estudar a massa sabiniana, 2- massa edictal, 3- massa papiniana e appendix). Estas subcomissões reuniam-se e em cada titulo ter-se- ia colocado, em 1º lugar a massa com maior nº de fragmentos, passando depois às outras que eram um complemento da 1ª

Critica: explicauma certa ra+idez (6 7 anos) mas não a que se verificou

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Não fornece um contributo decisivopara resolver várias questões como a recolha das obras dos juristas clássicos. Dominou até 1900, agora não tem adeptos

II) Teoria do pré-digesto

Hofmann 1900: existência duma compilação privada do séc. V, em tudo semelhante ao digesto. Os compiladores justinianeus limitaram-se a retocarEssa colectânea, a ler algumas obras e transformar em fragmentos autonomos as citações encontradas nessas poucas obras que foram lidas.

Critica: vai contra as afirmações de Justiniano. Nega a originalidade do Digesto ↓Esta teoria foi rebatida mas a ideia de pré-digesto foi explorada mais tarde

Hans Peters 1913: Digesto baseava-se numa compilação privada do séc.V elaborada pela Escola e para a escola

Critica: não faz sentido: - o silencio do imperador e da Escola sobre a vdd fonte - a compilação escolar está sistematizada com a distribuição dos fragmentos ↓ Fácil explicação quando se trata de um trabalho duma comissão legislativa. Mas dificil se se tratasse de uma obra escolar

2 – Institutiones

a) Elaboração e publicação das ‘’institutiones’’

Não há uma constituição expressa de ordenar a feitura das institutiones pois a intenção de Justiniano das mandar fazer estava implícito no acto de ordenas a compilação do digesto.

Eram necessárias umas novas institutiones pois:-- Os velhos manuais de direito já não estavam à altura para servirem de introdução ao estudo do digesto

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-- O espírito classicista de Justiniano tentava restaurar sempre que possível a cultura jurídica da época clássica.-- O Desejo do imperador que fosse redigido um manual de direito Sui generes de carácter normativo.

Encarregou Tribuniano, Doroteu (da escola de Beirute) e Teófilo (da escola de Constantinopla) desse trabalho. Foi executado rapidamente e foram publicadas antes do Digesto pela constituição Imperatorium dirigida por Justiniano à Cupida Legum Inventus (Jovens desejosos do estudo das leis).

Deviam ser leccionadas nas escolas de direito.

b) Fontes utilizadas. Sistematização.

1. Principalmente as Institutiones de Gaio e as Res Cottidianae.

2. Várias Constitutiones da época clássica – (Florentinus, Ulpianos, Marcianus) (Paulos)

3. E algumas partes do Digesto, nesta altura já (quase) elaborado.

É nas Institutiones que justiniano se revela legislador e mestre de direito. De facto interveio pessoalmente em muitos pormenores. É composta de 4 livros.

c) Carácter normativo das Institutiones

Tiveram um valor legislativo – publicadas pela constituição Imperatoriam foram promulgadas pela constituição Tanta para entrarem em vigos, juntamente com o digesto a 30 de Dezembro de 533.

d) Modo de elaboração

Huschke – Triboniano teria tido a presidência e teófilo e doroteu a composição de dois livros cada um.

3 – Codex Repetitae Praevectionis

a) Elaboração e publicação

O Codex Repetitae Praevectionis é uma nova edição actualizada do Codex Vetus de 529 – depois do Digesto era necessário um novo código pois o codex vetus estava desactulizado. Era necessário que o novo código:-- incluísse as constituições de Justiniano promulgadas depois de 529-- eliminasse as contidas nos codex vetus que tivessem sido revogadas ou alteradas.

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-- que estivesse em harmonia com o critério seguido na feitura do Digesto e das Institutiones 1 – Em razão do espírito inovados e interpolacionista em face ao antigo ius

2 – e em razão da sistematização da matéria.

Para o realizar Justiniano nomeou uma comissão composta por Tribuniano, Doroteu e 3 advogados (Mena, Constantino e João)

b) Fontes Utilizadas. Sistematização.

Além do Codex Vetus e das constituições de Justiniano de 530 a 534 são fontes de Codex Repetitae Praelectionis os códigos Gregoriano, Hermogeniano e Teodosiano assim como outras possíveis compilações de leges pré-Justianeias.

É composta de 12 livros.

4 – Novallae (Constitutiones)

De 535 a 565 (ano em que faleceu Justiniano) mas sobretudo de 535 a 546 (data da morte de Tribuniano) foram promulgadas muitas constituções designadas ‘’Novallae’’.

As Novallae constam de um preambulo denominado prefacio, da parte dispositiva e quase sempre de um epilogus.

A maior parte trata de direito publico, eclesiástico ou são leis sociais. As que tratam de direito privado têm por norma carácter interpretativo.

Colectâneas privadas de Novallae

Justiniano, prevendo a publicação de novas constituições após o código de 534 tinha resolvido não modificar esse codex mas fazer uma colectânea oficial das Novelas por ele publicadas. Intuito que não conseguiu cumprir, nem qualquer dos seus sucessores.

As colectâneas de Novallae que chegaram até nós são todas privadas. As mais importantes são: Epitome Iuliani, authenticum e a Colectânea Grega.

I – Epitome Iuliani

É a mais antiga das 3: organizada em 555 ou 556 por um Juliano (provavelmente professor de direito em Constantinopla onde deveria viver) Contem uma versão latina sintetizada de 122 novelas. (Omite o inscriptio, o proaemium e o epilogus, nunca é omitida a subscriptio)

Por estarem em latim deviam ser dirigidas ao ocidente.

II – Authenticum

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Compreende 134 Novallae de Justiniano de 535 a 556. Transcritas integralmente na sua versão latina. (127 por ordem cronológica e as restantes em espécie de apêndice)

A partit do séc. XI o uso do Authenticum nas escolas e nos tribunais do ocidente é tão frequente que faz desaparecer o uso do Epitome Iuliani e transforma-se praticament na única fonte de direito no que diz respeito a Novelas.

III – Colectânea Grega

É a mais importante de todas as colectâneas de Novallae.Contem todas as Novelas, latinas e gregas, na língua original (147 em

grego, 20 em latim e uma em grego e latim) são 168:158 de Justiniano4 do Imperador Justino II3 do Imperador Tibério II3 ultimas ao Praefectuss Praetorio.

As primeiras estão por ordem cronológica e as restantes como apêndice.

Foi elaborada por autor desconhecido no reinado de Tibério II, talvez em 580.

No Ocidente o seu uso escolástico é de época moderna.

Modo de citar novelas – no uso moderno, cita-se pelo seu número.

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