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QUINZENÁRIO - ANO XXXVIII - N. o 681 15.OUTUBRO.2014 Director: Bento da Cruz - Editor: José Dias Baptista Preço Avulso: E 0,70 - Assinatura Anual: Território Nacional E 15,00 / Estrangeiro E 45,00 (Continua na pág. 2) CORREIO DO PLANALTO Prolegómeno [email protected] ATENÇÃO CORREIO DO PLANALTO já pode ser lido em versão digital Consulte o site: Mais 150 mil euros para apoiar famílias carenciadas (Continua na pág. 3) À vista de Covelães lembrei-me: -Conheceste o Ilídio de Assis Laranjeira? -Não. -Andámos juntos em Singeverga e saímos mais ou menos ao mesmo tempo. Eu fui viver para Leça da Palmeira, para casa do senhor António Curral e esposa D. Germana Moutinho, onde tive a sorte de encontrar uma segunda família à qual fiquei grata e saudosamente ligado para o resto da vida. Ele para a Maia, para casa de um tio materno que tinha sido padre e depois mudado de ofício. Ilídio era um rapaz bem-parecido, saudável, alegre e inocente como uma criança. Tornámo-nos bons amigos. Uma amizade imaculada, dessas que eu julgava só existirem nas metáforas dos poetas. Encontrávamo-nos frequentemente e fazíamos as viagens sempre juntos. Um ano vínhamos para as férias de Natal. Chegámos a Braga e, como continuávamos ambos com as nossas crenças intactas, fomos à sé ouvir missa. Nisto aparece de lá um jarreta de um padre com ares de macaco amestrado ou palhaço de circo e começa a engrolar no latim numa voz em falsete, fanhosa, disparatada, irresistivelmente cómica. Eu levei a mão à boca a conter o riso e fugi porta fora. O Ilídio seguiu-me. Subimos a rua do Souto a rir como dois tolinhos. Doutra feita, ao aproximarmo-nos do Pinheiro, avistámos ao longe um grupo de passageiros que ali fazia transbordo da caminheta de Cabeceiras de Basto para a de Chaves, e, entre eles, um sombrero mexicano de copa alta, abas largas, listrado de vermelho e verde sobre fundo cor de palha. Uma coisa estapafúrdia de todo. “Ó Ilídio? Ó Ilídio? Olha para aquilo…” E começámo-nos logo a rir. Nisto a caminheta pára, o chapelão entra e vem direito a mim: “Ó primo? Mas que prazer em ver-te!” E eu, a custo contendo o riso e apontando-lhe para a cabeça: “Onde foste buscar isso?” “Faz parte do uniforme do colégio.” “Fica- te bem...” “Eu gosto.” No resto da viagem, de vez em quando o Ilídio lembrava-se deste quiproquó e ria-se. Aliás com ele não havia tristezas. Era a própria alegria personificada. Durante as férias ia a pé de Montalegre a Peireses passar as tardes comigo. Guardo desses tempos doces recordações. Um ano, talvez aí por 1948, marcámos o dia de regresso às aulas. Na véspera, ao escurecer, chega a Peireses a notícia de um desastre de caminheta de carga na serra da Mourela. Que na descida para Covelães perdera os travões, ganhara A Câmara Municipal de Montalegre vai avançar, ainda este ano, para o apoio a cinco famílias carenciadas do concelho com uma verba que ultrapassa os 150 mil euros. São casos «verdadeiramente dramáticos», adianta Orlando Alves, presidente do município. O edil frisa que estamos perante «irmãos nossos que vivem com muitas dificuldades, que vivem em casas que são indignas de serem ocupadas por seres humanos». O único caminho a trilhar, defende Orlando Alves, «é deitar mãos à obra e acudir a estas pessoas para que sintam que são seres humanos, que tenham vaidade neles próprios e que sintam que a sociedade reconhece e exerce o dever que tem para com estes estratos desfavorecidos». CALDEIROS E BALDES ESPALHADOS PELA CASA Esta decisão foi deliberada por unanimidade, na última reunião do executivo municipal , ao abrigo do regulamento de atribuição de apoios a estratos sociais desfavorecidos. O presidente da Câmara de Montalegre continuou com a sua argumentação: «estes cinco casos que foram identificados, e que aguardavam por solução há muito tempo, Ainda este ano arrancam as obras que irão fazer sorrir mais cinco famílias carenciadas no concelho de Montalegre. Um pacote que ultrapassa os 150 mil euros que irá beneficiar mais um conjunto de agregados familiares espalhados por Montalegre, Pardieiros (Ferral), Gralhas, Vilarinho de Arcos e Viade de Cima. O presidente da autarquia, Orlando Alves, adianta que esta medida deve honrar «todo o povo barrosão». «A promoção e o apoio ao desporto, consubstanciado na criação de condições de prática desportiva são uma das competências e obrigações das Autarquias na prossecução dos interesses próprios, comuns e específicos das populações respetivas». Perto de 200 atletas em competição Autarquia gasta mais de 100 mil • na prática desportiva A Câmara Municipal de Montalegre, à luz dos protocolos celebrados com as instituições envolvidas, disponibiliza uma verba superior a 100 mil euros no apoio da prática desportiva. Uma aposta que está canalizada desta forma: Montalegre (55 mil), Vilar de Perdizes (45 mil) e associação “A Colmeia” (3 mil). Ao todo são 180 atletas a competir e a defender o nome do concelho. Centro Desportivo e Cultural de Montalegre: (55 MIL EUROS - 105 jogadores) Futebol Sénior (24) - Futebol Júnior (21) - Futebol Iniciados (20) - Petizes (20)- Traquinas (20) Grupo Desp. Associação Cultural e Recreativa de Vilar de Perdizes (45 MIL EUROS - 38 jogadores) Futebol Sénior (22)- Futsal Sénior (16) Associação Desportiva e Cultural “A Colmeia (3 MIL EUROS - 37 jogadores) Futsal Iniciados (15) - Futsal Infantis (22) Jovens da Colmeia são exemplo de sucesso no desporto do concelho de Montalegre e ainda ... Empresas Familiares - pág. 2 Famílias Carenciadas - pág. 3 Bombeiros de Montalegre brilham no Porto - pág. 5 Intercâmbio “Montalegre-Picos da Europa” - pág. 6 Futebol - pág. 6 Notícias de Salto - pág. 7 Notícias de Montalegre - pág. 8 V Congresso de Património Etnográfico - pág. 3 Apresentação pública do programa (co) empreende- pág. 4 Apresentação da Cooperativa Agrícola do Barroso - pág. 4 XXIV Encontro Regional de Escuteiros em Sabrosa - pág. 5 Encontro na Corujeira… - pág. 7 Contos da nossa terra - pág. 3 e 7 “Rama de Oliveira” no Auditório Municipal - pág. 5

CORREIO DO PL ANAL TO - aoutravoz.info · de um desastre de caminheta de carga na serra da Mourela. Que na descida para Covelães perdera os travões, ganhara A Câmara Municipal

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QUINZENÁRIO - ANO XXXVIII - N.o 681 15.OUTUBRO.2014 w Director: Bento da Cruz - Editor: José Dias Baptista w Preço Avulso: E 0,70 - Assinatura Anual: Território Nacional E 15,00 / Estrangeiro E 45,00

(Continua na pág. 2)

CORREIO DO PLANALTO

Prolegómeno

a o u t r a v o z 0 @ g m a i l . c o m

ATENÇÃO

CORREIO DO PLANALTOjá pode ser lido em versão digital

Consulte o site:

Mais 150 mil euros para apoiar famílias carenciadas

(Continua na pág. 3)

À vista de Covelães lembrei-me:-Conheceste o Ilídio de Assis

Laranjeira?-Não.-Andámos juntos em Singeverga e

saímos mais ou menos ao mesmotempo.

Eu fui viver para Leça da Palmeira, paracasa do senhor António Curral e esposaD. Germana Moutinho, onde tive a sortede encontrar uma segunda família à qualfiquei grata e saudosamente ligado parao resto da vida. Ele para a Maia, para casade um tio materno que tinha sido padre edepois mudado de ofício.

Ilídio era um rapaz bem-parecido,saudável, alegre e inocente como umacriança. Tornámo-nos bons amigos. Umaamizade imaculada, dessas que eujulgava só existirem nas metáforas dospoetas.

Encontrávamo-nos frequentemente efazíamos as viagens sempre juntos.

Um ano vínhamos para as férias deNatal. Chegámos a Braga e, comocontinuávamos ambos com as nossascrenças intactas, fomos à sé ouvir missa.Nisto aparece de lá um jarreta de umpadre com ares de macaco amestradoou palhaço de circo e começa a engrolarno latim numa voz em falsete, fanhosa,disparatada, irresistivelmente cómica. Eulevei a mão à boca a conter o riso e fugiporta fora. O Ilídio seguiu-me. Subimos arua do Souto a rir como dois tolinhos.

Doutra feita, ao aproximarmo-nos doPinheiro, avistámos ao longe um grupode passageiros que ali fazia transbordoda caminheta de Cabeceiras de Bastopara a de Chaves, e, entre eles, umsombrero mexicano de copa alta, abaslargas, listrado de vermelho e verde sobrefundo cor de palha. Uma coisaestapafúrdia de todo. “Ó Ilídio? Ó Ilídio?Olha para aquilo…” E começámo-noslogo a rir. Nisto a caminheta pára, ochapelão entra e vem direito a mim: “Óprimo? Mas que prazer em ver-te!” E eu, acusto contendo o riso e apontando-lhepara a cabeça: “Onde foste buscar isso?”“Faz parte do uniforme do colégio.” “Fica-te bem...” “Eu gosto.” No resto da viagem,de vez em quando o Ilídio lembrava-sedeste quiproquó e ria-se. Aliás com elenão havia tristezas. Era a própria alegriapersonificada.

Durante as férias ia a pé de Montalegrea Peireses passar as tardes comigo.Guardo desses tempos docesrecordações.

Um ano, talvez aí por 1948, marcámoso dia de regresso às aulas. Na véspera,ao escurecer, chega a Peireses a notíciade um desastre de caminheta de cargana serra da Mourela. Que na descida paraCovelães perdera os travões, ganhara

A Câmara Municipal de Montalegre vaiavançar, ainda este ano, para o apoio a cincofamílias carenciadas do concelho com umaverba que ultrapassa os 150 mil euros. Sãocasos «verdadeiramente dramáticos»,adianta Orlando Alves, presidente domunicípio. O edil frisa que estamos perante«irmãos nossos que vivem com muitasdificuldades, que vivem em casas que sãoindignas de serem ocupadas por sereshumanos». O único caminho a trilhar,defende Orlando Alves, «é deitar mãos àobra e acudir a estas pessoas para quesintam que são seres humanos, quetenham vaidade neles próprios e quesintam que a sociedade reconhece e exerceo dever que tem para com estes estratosdesfavorecidos».

CALDEIROS E BALDESESPALHADOS PELA CASA

Esta decisão foi deliberada porunanimidade, na última reunião doexecutivo municipal, ao abrigo doregulamento de atribuição de apoios aestratos sociais desfavorecidos. Opresidente da Câmara de Montalegrecontinuou com a sua argumentação: «estescinco casos que foram identificados, e queaguardavam por solução há muito tempo,

Ainda este ano arrancam as obras que irão fazer sorrir mais cinco famíliascarenciadas no concelho de Montalegre. Um pacote que ultrapassa os 150 mileuros que irá beneficiar mais um conjunto de agregados familiares espalhadospor Montalegre, Pardieiros (Ferral), Gralhas, Vilarinho de Arcos e Viade deCima. O presidente da autarquia, Orlando Alves, adianta que esta medidadeve honrar «todo o povo barrosão».

«A promoção e o apoio ao desporto,consubstanciado na criação de condiçõesde prática desportiva são uma dascompetências e obrigações das Autarquiasna prossecução dos interesses próprios,comuns e específicos das populaçõesrespetivas». 

Perto de 200 atletas em competição

Autarquia gasta mais de 100 mil • na prática desportivaA Câmara Municipal de Montalegre, à luz dos protocolos celebrados com

as instituições envolvidas, disponibiliza uma verba superior a 100 mil eurosno apoio da prática desportiva. Uma aposta que está canalizada desta forma:Montalegre (55 mil), Vilar de Perdizes (45 mil) e associação “A Colmeia” (3mil). Ao todo são 180 atletas a competir e a defender o nome do concelho.

Centro Desportivo e Cultural deMontalegre:

(55 MIL EUROS - 105 jogadores)Futebol Sénior (24) - Futebol Júnior (21) -

Futebol Iniciados (20) - Petizes (20)-Traquinas (20)

Grupo Desp. Associação Culturale Recreativa de Vilar de Perdizes

(45 MIL EUROS - 38 jogadores)Futebol Sénior (22)- Futsal Sénior (16)

Associação Desportiva e Cultural“A Colmeia”

(3 MIL EUROS - 37 jogadores)Futsal Iniciados (15) - Futsal Infantis (22)

Jovens da Colmeia são exemplo de sucesso no desporto do concelho de Montalegre

e ainda ...

Empresas Familiares - pág. 2

Famílias Carenciadas - pág. 3

Bombeiros de Montalegre brilham

no Porto - pág. 5

Intercâmbio “Montalegre-Picos

da Europa” - pág. 6

Futebol - pág. 6

Notícias de Salto - pág. 7

Notícias de Montalegre - pág. 8

V Congresso de Património

Etnográfico - pág. 3

Apresentação pública do programa

“(co) empreende” - pág. 4

Apresentação da Cooperativa

Agrícola do Barroso - pág. 4

XXIV Encontro Regional de

Escuteiros em Sabrosa - pág. 5

Encontro na Corujeira… - pág. 7

Contos da nossa terra - pág. 3 e 7

“Rama de Oliveira” no Auditório

Municipal - pág. 5

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2 – CORREIO DO PLANALTO

Conselho de

administração

Tutelar o

desenvolvimento

Supervisionar o

exercício

Transmitir

Conhecimentos e

outros recursos

Poder

Equipa

Prolegómeno(Continuação da pág. 1)

Empresas Familiares por: João Medeiros Pereira

(Continuação do número anterior)

HOTEL GERIÁTRICO DE CHAVESLAR DE TERCEIRA IDADE

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Locais onde as ASSINATURAS do“Correio do Planalto” podem ser pagas:

w Rádio Montalegre - Travessa do Polo

Norte 5470-251 MONTALEGRE.

w PISÕES - Restaurante Sol e Chuva.

w SALTO - Papelaria Milénio - Rua Central,

Ed. Igreja Nova, 77-A - Loja 3.

w Do País: transferência bancária para a conta

do BPI: NIB 0010 0000 1598 7370 0017 7.

w Do estrangeiro: IBAN: PT50 0010 0000 1598

7370 0017 7.

w Directamente para a Delegação do Porto: Rua

Rodrigo Álvares, 61, 2º Dt. - 4350-278 PORTO

(por cheque, vale de correio ou moeda corrente).

Locais onde o “Correio do Planalto” está à venda:

w MONTALEGRE: - Quiosque Estrela Norte.

w SALTO: - Papelaria Milénio.

(Continua no Próximo número)

2.2.1. As funções do Conselho deAdministração

Os três propósitos fundamentais, do CA,enumerados pelos autores (Gersick et al,1997: 229) são:

- Considerar e representar os interessesdos accionistas;

- Formular e monitorizar a estratégia delongo prazo da empresa;

- Ser o primeiro conselheiro doPresidente da Comissão Executiva;

Nas empresas em que a gestão éestritamente profissional, o CEO(Presidente da Comissão Executiva)reporta ao CA e é recrutado e supervisionadopor este.

Os familiares proprietários, normal-mente, resistem a formar um CA e a utilizá-lo efectivamente. Estão preocupados coma perda de autonomia e do controlodiscricionário. Previsivelmente preocupam-se com a confidencialidade e a privacidade.Os administradores devem ser cuidado-samente seleccionados e as regras departicipação explicitas. Os proprietáriosgestores que vêem o conselho como umrecurso seu – como os seus melhoresconselheiros, sem igual – tendem adepender do conselho e aguardamansiosamente pelas reuniões. Osespecialistas insistem que existemenormes vantagens num CA bem escolhidoe bem nomeado nas empresas familiares.Significando, por vezes, a dissolução ou asobrevivência da empresa (Gersick et al,1997: 229).

Poucas empresas na etapa PC criamConselhos de Administração enquanto sãouma Start-Up. O fundador está preocupadoem implementar o seu projecto e não nasua discussão. Para satisfazer osrequisitos legais, por vezes um conselho écomposto pelo fundador e por sóciosminoritários. A estes podem ter sidoatribuídos lugares na administração.Nestes casos o PC pode minimizar aimportância do conselho.

Nas empresas PC que criam verdadeirosConselhos de Administração, o proprietáriopode pretender que o conselho se focalizeem duas das três funções que lhe estãodestinadas. Não é necessário que oconselho proteja os interesses doproprietário. É necessário que o conselhose concentre em fornecer informação eaconselhamento ao PC. A vulnerabilidadedo PC é estar dependente do conhecimentoe experiência de uma só pessoa. PoucasStart-Up têm capacidade financeira pararecrutar gestores profissionais paracolmatar as carências de experiência etalento. Um dos obstáculos que encontramos PC interessados em criar um CA é o defornecer incentivos suficientes para atrairos administradores que possamefectivamente ser úteis. Não é prestigianteser membro de um CA de uma empresaPC, sobretudo numa fase Start-Up. Aempresa não tem capacidade para pagarsalários muito elevados. Frequentemente

o proprietário apoia-se nos amigos ou emassociações que lhe podem fornecer esseapoio.

“Só uma pequena percentagem deProprietários em Controlo têm a felicidadede ter os amigos certos e esses beneficiamenormemente” (Gersick, et al, 1997: 230).

Um CA pode ser considerado útil na etapade PC, numa fase de Start-Up da empresa,mas pode tornar-se essencial à medida quea empresa alcança a etapa AI ao nível dapropriedade ou a empresa se desenvolveaté à etapa Expansão/Formalização. Nestemomento os três propósitos fundamentaisdo CA estão operacionais. No momento emque a propriedade se dispersa surge anecessidade de representação.

Os autores (Gallo, Ribeiro, 1996: 60)acrescentam que o CA tem que serejuvenescer ao longo do tempo. A inovaçãotem que estar sempre presente apesar dolongo período de permanência quehabitualmente dispõe aquele que dirige aempresa familiar.

“O conselho de administração deve influirna implantação correcta dos sistemas deavaliação, promoção e remuneração,providenciando a objectividade de quemnão está influenciado pela gestão do dia-a-dia da empresa ou por intensos laços deafecto com outros membros da família”Gallo, Ribeiro, 1996: 60).

Lansberg (1999: 290) refere que, tal comonas restantes empresas, o CA tem aresponsabilidade de controlar asoperações da empresa. É a suaresponsabilidade gerir o maiseficientemente possível e obter o retornoóptimo para o accionista.

Segundo este autor as suas funçõesincluem:· Rever os objectivos da empresa· Monitorizar a performance da empresa· Aprovar aquisições e desinvestimentos daempresa· Aprovar o plano estratégico e o orçamentooperacional· Aconselhar o Presidente da ComissãoExecutiva e a sua equipa· Aprovar os rácios de endividamento eliquidez· Guiar o plano de sucessãoPor sua vez os autores Gallo e Ribeiro,(1996: 85) enumeram três tarefas chave doCA, nas EF:· Definir a estratégia e supervisionar;· Providenciar recursos, especialmenteconhecimentos, para que o director geraltenha maiores possibilidades de formulare implementar a estratégia definida;· Tutelar o desenvolvimento e dotar depessoas a equipa que conduz a empresa.

Tarefas chave do Conselho deAdministração

O dilema mais importante na criação dosconselhos, nas empresas familiares,poderá estar no equilíbrio óptimo naescolha entre MF e de fora da família, ecomo devem ser escolhidos os MF.Ultrapassar, correctamente, estes dilemassignifica considerar as funçõeselementares do conselho: assessorar e ou

integrar a administração na liderançaefectiva da empresa de acordo com osobjectivos dos accionistas. As funções doconselho de administração são muitoimportantes e só podem ser bemdesempenhadas se incluírem as pessoascorrectas para as funções. No momento emque a empresa atinge a etapa decrescimento, o conselho deve serconstituído primeiramente por elementosde fora da família. A representação dafamília, no conselho, é importante paratransmitir e monitorizar os valores dafamília, mas não é necessário que cadaramificação da família tenha a suarepresentação no conselho. Tal como nareunião de accionistas, é um indicador dedesconfiança, no seio da família, quandoos accionistas sentem que os seusinteresses só serão defendidos se tiveremo seu assento no conselho. Dois ou trêsmembros da família a representá-la será oóptimo para que um conselho deadministração funcione bem (Gersick, et al,1997: 230).

Fonte: Gallo, Ribeiro, (1996: 85)

Figura 4

Estes representantes serão a ligaçãoaos outros grupos familiares onde existiráuma participação mais lata como seja o CF.Um número maior de membros da famíliano CA só se justificará se esses membros,devido à sua experiência ou talento,possam dar um contributo excepcional aoCA com competências ao nível deestratégia, financeiras ou de gestão.

Isto também é verdade á medida que aempresa se desloca na dimensão dapropriedade para a etapa de AI ou CP. Utilizaro CA para representar os diversos ramosda família é desperdiçar o papel de umaestrutura que pode ser vital para acompetitividade da EF.

Podemos encontrar inúmeras empresasem que o CA é formado por “históricos” dafamília com capacidades que possi-velmente não são as mais adequadas paradesempenhar as responsabilidades docargo, ou por familiares em permanenteconflito que não sabem chegar a acordosobre o futuro da empresa (Gallo, Ribeiro,1996: 73).

A dinâmica e os valores da família sãomuito importantes, mas devem serdebatidos e discutidos até alcançar oconsenso no CF. Depois essas conclusõesdevem ser transmitidas ao CA através dorepresentante ou dos poucosrepresentantes com assento nesse CA(Gersick, et al, 1997: 231).

uma velocidade louca no declive acentuadoe fora embater estrondosamente num muro.

Que no impulso, a carroceria, sobre-carregada de sacos de batatas, correra àfrente e esmagara todos os que vinham nacabine. Um deles era o Ilídio.

Corri a Montalegre. Ao ver o belo rosto doIlídio irreconhecível, espalmado como setivesse sido sujeito às garras de umaprensa, senti um baque no coração quejulguei que ia morrer. Retirei-me para umcanto e chorei como uma criança perdidana noite.

Desde então, sempre que aqui passo,adapto ao meu caso a lamentação do reiDavid pela morte de Jónatas, filho de Saúl,nos montes Gelboé: “Ilídio? Ilídio? A tuamorte despedaça-me o coração. Como eusofro por ti, Ilídio! Como eu te queria bem!Para mim o teu amor era mais caro do queo amor das mulheres. Montes da Mourela?Que nunca mais caia sobre vós orvalho ouchuva e os vossos campos permaneçamestéreis para todo o sempre. (…) Ilídio?Ilídio meu irmão! Como eu sofro por ti, Ilídio!”Reparo que os campos da Mourelacontinuam verdes e, decerto, os de Gilboétambém. Quando penso no Ilídio sintosempre aquela sensação de tragédia ehorror que Pablo Picasso nos transmite noquadro “Guernica” e Federico Garcia Lorca(1) no “Pranto por Ignácio SánchesMejías”(2). Não quero pensar mais nisso.

-É o melhor que tens a fazer. Distrai-tecom a paisagem.

-Isto é uma beleza…-Como vês nem tudo neste mundo é

horror e tragédia.-É o que nos vale.-Atenção às placas. Devemos estar perto.Alguns metros andados, deparei com

este letreiro: “Estalagem Vista Bela doGerês” a indicar para a direita.

-Cá estamos nós - disse o Zé.Subiu uma pequena rampa, estacionou

na esplanada do hotel e disse:-Anda cá ver isto.Aproximei-me. Tinha pela frente o espelho

tranquilo da albufeirara de Paradela aospés do majestático vulto da Serra do Gerêscom a ermida de São João da Fraga abranquejar ao longe.

-Que te parece? – voltou o Zé.-Simplesmente divino. Como diria o Prof.

José Hermano Saraiva, estamos perante apaisagem mais bonita de Portugal.

(Fim da quarta jornada)VIVA BARROSO!

(1) - Federico Garcia Lorca, um dos maiorespoetas de Espanha, assassinado pelosfalangistas em Granada no dia 19 de Agosto de1936.

(2) - Ignácio Sánches Mejías, célebre matadorde touros. Foi colhido na praça de Manzanares,em Ciudad Real, no dia 11 de Agosto de 1934.Morreu dois dias depois em Madrid comgangrena.

O Mundo está na tua mão.Preserva-o!!Correio do Planalto

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Rua Raúl Brandão, 28 - GONDOMARe-mail: [email protected]

—Tiragem deste número: 1000 ex.

—Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus Autores

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CORREIO DO PLANALTO – 3

têm um dispêndio de verba que ultrapassa os 150 mil euros, mas não estamos nada

arrependidos por deitar mãos a este assunto porquanto entendemos que estas são as

intervenções que dignificam o ser humano e honram, modéstia à parte, quem as promove

e quem o faz». Uma missão que não se esgota por aqui, esclarece Orlando Alves: «temos

mais situações a que iremos, ainda este ano, deitar mão. Há, por exemplo, uma série de

intervenções no Bairro Novo das Minas da Borralha onde há um conjunto de pessoas,

sobretudo idosas, com as suas parcas reformas de 200 euros, que não têm condições

para por uma telha ou reparar uma janela. Vamos pegar novamente neste assunto para

tentar acudir a todas as situações. O facto de serem pobres não significa que tenham que

passar os dias de Inverno com caldeiros e baldes espalhados por toda a casa para os

abrigar da chuva».

POVO BARROSÃO HONRADOPara Orlando Alves «todo o povo barrosão deve sentir-se honrado por sentirem que há,

na sua autarquia, alguém que tenha esta preocupação social e tenta chegar a todas as

situações difíceis que ainda abundam no nosso concelho». O próximo passo é ultrapassar

a burocracia e avançar para as obras: «vamos agora fazer convites aos empreiteiros da

zona, onde as intervenções vão ser feitas, para que apresentem as suas propostas. O

nosso departamento técnico irá acompanhar os chamados “cadernos de encargos” que

os empreiteiros têm que cumprir e que serão alvo da nossa fiscalização». Estamos a falar

de «um processo que teve que ser preparado como se fosse um particular a iniciar o seu

processo de construção de casa nova», reporta.

«OBRAS VÃO COMEÇAR AINDA ESTE ANO»Falamos de uma aposta que pede agora celeridade. Um apoio que tem como objetivo

«conceder a indivíduos isolados, ou inseridos em agregado familiar em situação

económico-social precária, os direitos básicos de cidadãos, através da intervenção numa

área específica do bem-estar e qualidade de vida de pessoas isoladas, ou inseridos em

agregado familiar desfavorecido». Este conjunto de frases explicam bem a delicadeza e a

urgência desta matéria. Orlando Alves garante que «as obras vão começar ainda este ano

e pode até acontecer que ainda este ano alguns casos já estejam solucionados». O

autarca acrescenta que irá ser feito um «”pressing” para que estas pessoas que beneficiam

deste apoio possam passar uma parte significativa do Inverno já com o conforto que têm

direito».

APOIOS CONTEMPLADOS

Maria de Fátima Antunes Carvalho (Pardieiros, freguesia de Ferral) - 17.500 euros

Fernando José Santos Seixas (Gralhas) - 38.100 euros

Maria de Fátima Afonso de Miranda (Viade de Cima, União das freguesias de Viade de

Baixo e Fervidelas) - 20.675 euros

Orlando Gonçalves Ferreira (Vilarinho de Arcos, freguesia de Cervos) - 58.574,50 euros

Maria da Glória Dias Oliveira (Montalegre) - 15.850 euros

Mais 150 mil euros para

apoiar famílias carenciadas(Continuação da pág. 1)

Um dia virá em que alguém estude com profundidade as alcunhas dos Barrosões: o seu significado,que características físicas ou espirituais ressaltam nos alcunhados e, até, a sua origem e circunstâncias.Sem efeito, importará muito conhecer as razões por que as atribuem e quem o fez. Esta do “Coclas”que muita gente ainda conhece e ninguém parece saber o seu significado atribuíram-na a um sapateirode Montalegre. Eu que julgo entender as coisas mais íntimas desta gente penso que o Povo queriadizer Cócoras porque viam o homem sempre sentado e sinais fisionómicos de esforço bem semelhantesna posição aos de outros trabalhos. Mas Coclas era bem mais fácil de dizer e o sapateiro foi semprehomem cordato, bem disposto, muito social e atencioso. De tal modo que era raro vê-lo só, sentado àbanca de trabalho. O Povo gostava de o ouvir e ver trabalhar.

Quando não eram os vizinhos ou clientes que iam bater o papo enquanto ele trabalhava na suabanca, eram as crianças do bairro que por ali se distraíam entre correrias e gritos. Se a criançadajogava às escondidas não era raro entrarem-lhe pela loja a esconder-se nas suas costas ou atrás daporta sempre aberta. Ora o homem, um dia por outro, cansava-se da gritaria e dos incómodos que asbrincadeiras lhe provocavam. Mas, mesmo nesses dias de mais cansado ou menos bem disposto,nunca ameaçava nem mostrava má cara à pequenada. Vendo que era demasiado o barulho ou o tropeldas crianças pela quadra, aliás bem pequena, onde trabalhava, arranjava de pronto uma maneirasimples de as afastar sem ralhar nem ameaçar. 

Certo dia em que a sua cabeça já não suportava mais a gritaria e a invasão atabalhoada da suapequena oficina o ti-Coclas chamou os miúdos brincalhões. 

- “Olhai lá, quereis fazer-me um favorzinho?” 

- “Queremos...”, responderam em uníssono. -”Ide-me ali à Pipela e enchei-me essa selha de água para demolhar os cabedais...”   A selha de sapateiro era um recipiente especial, de boas dimensões, de madeira, não muito funda

e rectangular. Os pequenos alcançaram a selha e foram à água. A Pipela era um rochedo  à superfície da terra e do caminho que ligava a vila ao bairro da Portela.

Do rochedo virgem brotava uma nascente, e por isso lhe chamavam Pipela, que corria para um

bebedouro onde os animais se dessedentavam. Hoje tudo isso (figurantes deste conto, caminho,nascente, bebedouro e topónimo) desapareceu. 

Os moços encheram o recipiente e regressaram para junto do sapateiro. Vinham todos molhados

porque a selha, sendo de madeira, encolhia com a secura durante o verão e vertia o conteúdo portodos os cantos. 

Um vizinho da Portela, que tinha mandado colocar umas tombas nas botas, chegou à porta do

sapateiro e vendo os rapazes todos molhados, disse: -”A tua selha verte como um cesto...” -”Ai verte? Não dei conta...”

Tornou o vizinho: -”E deste conta das minhas botas?...” O ti-Coclas enquanto puxava o fio do norte ensebado a coser uns botins, acenou com a cabeça

que sim. Segundos depois tirou as botas debaixo da banca e colocou-lhas na frente. O outro mirou,remirou, apalpou e disse-lhe: 

-”Quanto é?” 

-”Nada...” -”Quanto?” -”Fica assim...” 

-”Quanto disseste que não ouvi?” -”Homesta! Vós quereis ver que este caralho ainda acha caro?”

Em representação do município de Montalegre, o vice-presidente da Câmara

Municipal, David Teixeira, marcou lugar, por estes dias, no V Congresso de Património

Etnográfico, segundo de cariz internacional, que teve lugar em Ourense, Espanha. O

convite foi-lhe dirigido pela Universidade de Vigo que desafiou o número dois do executivo

a explicar o impacto que representa a marca Ecomuseu de Barroso. Falamos de um

evento organizado por várias instituições e associações, entre as quais a Faculdade

de Ciências de Educação do Campus de Ourense (Universidade de Vigo), o Centro de

Cultura Popular “Xaquín Lorenzo”, Associação “Ben-Cho-Shey”, Nova Escola Galega e

a Sociedade Ibero-americana de Pedagogia Social.

Vice-presidente falou da marca Ecomuseu de Barroso

Montalegre no V Congresso de Património Etnográfico«O vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre participou em

Ourense (Espanha) no “V Congresso de Património Etnográfico”. Na palestraque assinou, David Teixeira falou da experiência do Ecomuseu de Barroso.Entre outras notas, o autarca saiu com a convicção que irá ser lançada «umarede de cultura ibérica entre o Norte de Portugal e a Galiza» ao mesmo tempoque está a ganhar força «a que a cultura galaico-portuguesa volte a estruturar-se e a apresentar a candidatura a património imaterial da UNESCO».

TRABALHO EM REDE

David Teixeira esclarece que a participação neste congresso foi enriquecedora,

mais não seja pela rede de contactos estabelecidos e pelo unir de mãos que sente

nos responsáveis políticos e académicos: «é destes encontros que nascem as parcerias

e as redes. Finalmente está lançada a base para criarmos uma rede de cultura ibérica

entre o Norte de Portugal e a Galiza». O responsável pela pasta do Ecomuseu de

Barroso, disse ainda que «está novamente a ganhar força a que a cultura galaico-

portuguesa volte a estruturar-se e a apresentar a candidatura a património imaterial da

UNESCO». Começam «novamente as reuniões para dar força e vigor a esta ideia que

tem toda a consistência, assim os governos, principalmente o português, dê aquilo

que não deu há alguns anos atrás», opinou.A rematar, David Teixeira deixou esta nota:

«uma coisa ficou clara: a cultura tem que ser paga e tem que ser a base do

desenvolvimento e só é uma base séria se houver empenho e dedicação dos privados

que fazem evoluir estes investimentos públicos que são âncora de uma visão mais

empreendedora que os nossos barrosões também têm que agarrar».

Estivemos perante um fórum dedebate, constituído por mesas redondas,muito debate, salas de estudo, numaatmosfera que potenciou as explicaçõesdas palestras. David Teixeira fala em«reconhecimento pelo trabalho que temvindo a ser feito, no concelho deMontalegre, pelo município e peloEcomuseu de Barroso». Trata-se de umevento «que tem escolhido as boaspráticas que vão sendo feitas no Norte dePortugal e Norte da Galiza», acrescentou.A reboque, frisou: «para nós foi uma honraestar presente num congresso como este,onde estiveram os maiores especialistase etnógrafos que têm trabalho, também,no nosso território. Foi bom encontrar genteque esteve no trabalho de investigação ede recolha das lendas e tradições doinventário da Universidade FernandoPessoa. Muita gente ligada à UTAD,galegos e sobretudo José Carlos Serra,que é o grande etnógrafo que continua atrabalhar tanto em Espanha como nonosso Barroso».

«HONRA ESTAR PRESENTE»

Para RIR...

Então o médico acertou com o que tinhas?Quase. Eu tinha 200 euros e ele levou 180!

…………Quando tomo café não posso dormir.

-Eu é o contrário, quando durmo, não posso tomar café!…………

No cartomante

-Vejo uma morena que o fez sofrer muito no passado.Agora vejo uma loira que o faz sofrer muito no futuro.

- É a minha mulher! Ela pintou o cabelo!…………

Paizinho com que idades se casam os burros?Depende, meu filho. Eu, por exemplo, casei-me com 25 anos.

…………- Então diz que há cães mais inteligentes que o dono?

-São raros, mas eu tenho um

O ti-CoclasContos da Nossa TContos da Nossa TContos da Nossa TContos da Nossa TContos da Nossa Terraerraerraerraerra

José Baptista

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4 – CORREIO DO PLANALTO

Apresentação pública doprograma “(co) empreende”

Duas sessões - Montalegre e Salto

A Câmara Municipal de Montalegre lançou para o terreno o “(Co)Empreende”, um programa integrado de apoio às iniciativas empresariaislocais, com vista ao aproveitamento dos recursos e oportunidades do território.O programa é gratuito e acolhe mais de 40 potenciais empreendedores. Asessão pública foi muito concorrida e aconteceu nos Paços do Concelho, emMontalegre, e no auditório da Casa do Capitão, em Salto.

Está apresentado publicamente, no concelho de Montalegre, o programa “(Co)Empreende”, destinado a capacitar e apoiar «projetos empresariais do concelho, comvista ao aproveitamento das oportunidades territoriais».

Com efeito, todo o programa assenta num estudo desenvolvido pela Universidade doMinho sobre as oportunidades locais para o desenvolvimento de negócios sustentáveiscom maior potencial de sucesso. Os resultados preliminares deste estudo, as principaislinhas de financiamento do novo quadro comunitário 2014-2020 e o programa “(Co)Empreende” estiveram na base das duas sessões públicas realizadas. Coube a OrlandoAlves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, presidir aos dois momentos, oprimeiro feito no salão dos Paços do Concelho e o outro, em Salto, no auditório da Casado Capitão. Dois encontros muito participados, facto destacado pelo autarca: «aapresentação impunha-se e correu muito bem. Foi um momento extraordinário sentirmosque havia uma presença tão massiva de jovens da nossa terra à procura de um desígniopara as suas próprias vidas».

INÍCIO PROMETEDORO edil reforçou o entusiasmo em volta desta aposta do município que trabalha em

colaboração com a EDP, UMinho Exec e a Escola de Economia e Gestão da Universidadedo Minho: «é bom sentirmos que criamos condições para que as ideias de cada umpossam ser delegadas aos homens da ciência, neste caso aos homens da Universidadedo Minho, que darão todo o apoio e encaminhamento até ao escoamento do produto,colocando-o no mercado com as pistas que serão indicadas».

Por outras palavras, explica Orlando Alves, «foi um momento muito bom de cooperaçãoe de institucionalização da cidadania e do empreendedorismo no nosso território que tãocarente está de empreendedores».

A encerrar o depoimento, o líder do executivo fez saber que está «convencido que irãosair daqui muito boas experiências» e explica porquê: «isto mesmo foi-me dito pelossenhores professores deste projeto. Disseram-me que do conjunto das ideiasapresentadas, há um lote de ideias extraordinárias que urge deitar mão para que possamospotenciá-las em desenvolvimento da nossa terra e sustentabilidade do território».

FASES DO PROJETOFalamos de uma iniciativa que conta com o apoio da EDP, no âmbito da sua política de

responsabilidade social, contribuindo para «promover dinâmicas de desenvolvimento eemprego nas regiões abrangidas pelos novos projetos hidroelétricos». O “(Co)empreende”Montalegre desenvolve-se em três fases. A primeira tem como objetivo principal «acapacitação dos participantes em áreas importantes para o desenvolvimento com sucessode negócios de base local, através de workshops práticos sobre temas como gestãooperacional, vendas, finanças e obtenção de financiamento». Na segunda fase «asiniciativas empresariais que venham a consolidar-se poderão usufruir de serviços comoapoio à formalização da empresa, registo de marcas ou preparação de candidaturas aapoios e financiamento». Na última fase, «os projetos participantes recebem apoio técnicoespecializado em áreas da gestão onde se verificarem maiores fragilidades. Desta forma,o programa «promove não apenas o desenvolvimento de novos negócios mas dá apoiotambém na fase mais crítica que é o seu arranque». A implementação do programa estáa cargo da UMinho Exec, um projeto da Universidade do Minho, sediado na Escola deEconomia e Gestão, que oferece formação aplicada para os negócios não conferente degrau.Todo o programa assenta num estudo desenvolvido pela Universidade do Minhosobre as oportunidades locais para o desenvolvimento de negócios sustentáveis commaior potencial de sucesso. Os resultados preliminares deste estudo, as principais linhasde financiamento do novo quadro comunitário 2014-2020 e o programa “(Co) Empreende”são apresentados na próxima segunda-feira, em duas sessões a decorrer às 18 horasno salão nobre da Câmara Municipal e, no mesmo dia, às 21 horas em Salto, no auditórioda casa do Capitão. A entrada é aberta a todos os interessados. 

Helena Gomes - EDP Produção

«A EDP, no âmbito da construção dos aproveitamentos hidroelétricos (Sabor e Tua),realizou um inquérito onde se verificou que uma das coisas que as populações locaispediram foi a criação do autoemprego e o desenvolvimento económico da região. Nessesentido, consultados várias empresas de consultoria, na área do empreendedorismo,para fazermos este projeto que aqui apresentamos. Fizemos um “piloto” no Sabor em2010 que correu bastante bem e depois no Tua. Aparecemos agora, como parceiros, emMontalegre e também em Vieira do Minho. Posso dizer que, até agora, já conseguimoscapacitar cerca de 300 pessoas, um volume de 100 empreendedores com negócio comatividade aberta e criar 180 postos de trabalho. Estou em crer que em Montalegre tudo irácorrer bem».

Elisabete Sá - Universidade do Minho

«É um programa que abraçamos com muito entusiasmo. Falamos de um programaque visa não só capacitar as pessoas da região, em diferentes áreas da criação de umnovo negócio, mas complementa com serviços de apoio e consultoria especializada. Onosso objetivo é pegarmos em algumas ideias, em alguma matéria prima que já existe,e melhorar o seu potencial de sucesso. A ideia é diminuir os fatores de risco, ajudar amelhorar a competitividade e o potencial das ideias que venham a ser desenvolvidas.Vamos cá estar à volta de 10 meses. É o tempo suficiente para as ideias iremamadurecendo e serem trabalhadas, afinadas, porque sabemos que criar uma empresanão é de um momento para o outro. Tem que ser um trabalho ponderado e muito bemrefletido».

José Carlos Chaves - ADRAT

«Somos mais um parceiro e um potencial gerador de iniciativas, de forma a otimizaros processos produtivos para que haja valor e rendimento. Com isto, trabalhamos parafixar pessoas no nosso território».

Apresentação da CooperativaAgrícola do Barroso

Criada em Junho deste ano, a Cooperativa Agrícola do Barroso (CoopBarroso), liderada pelo jovem Rui Duarte, fez a primeira apresentação pública,aos agricultores e comunidade em geral, numa sessão realizada no auditóriomunicipal de Montalegre.

A missão foi cumprida apesar do pouco público presente. O próximo passoé repetir as ideias nas «principais juntas de freguesia do concelho».

Composta por elementos das três associações de agricultores existentes no concelhode Montalegre, a Cooperativa Agrícola de Barroso (Coop Barroso), criada em Junho desteano, aposta forte em conciliar o desavindo mundo agrícola concelhio. Um trabalho desapa que promete recolher frutos à medida que o tempo for passando. Esta é a convicçãodo jovem presidente Rui Duarte que aposta em divulgar este novo produto em sessõespúblicas. A primeira aconteceu na sede do concelho, mais concretamente no AuditórioMunicipal, onde se registou, contra todas as previsões, um fraco índice de interessados.Todavia, no fecho da palestra, o desânimo não ficou instalado no seio da jovem cooperativaagrícola. Rui Duarte começou por referir: «apresentamos os órgãos sociais e os objetivosgerais. Fizemos esta divulgação para angariarmos novos sócios. Vamos repetir este tipode sessão nas principais juntas de freguesia, nas freguesias mais populosas, que tenhammais agricultores».

GANHAR DIMENSÃORui Duarte acredita que o tempo joga a favor da coletividade. O trabalho de casa está

feito. Agora é necessário «ganhar força e dimensão porque só desta forma é queconseguimos pedir os reconhecimentos dos processos», esclarece o presidente daCooperativa Agrícola do Barroso. É intenção, nesta primeira fase, «ter o reconhecimentoda OPP». Uma bandeira firme que combata a confusão instalada no reino agrícola: «aquestão da sanidade animal no concelho de Montalegre é um bocado confusa. Operamaqui três OPPS e duas Direções de Veterinária distintas. O concelho de Montalegre, comoOPP, não tem representatividade em lado nenhum. São os outros concelhos que decidempor nós. Isto é um ponto fraco».

PROJETOS EM ESCALAOutro objetivo passa pela «criação dos agrupamentos de produtores para a

comercialização porque, ao abrigo do novo Quadro Comunitário, todos os projetos sãomajorados e melhor classificados se os candidatos fizerem prova que vão comercializaros seus produtos através dos agrupamentos». Um “cavalo de batalha” que promete trabalhoárduo mas sem cariz de invencível até porque os indicadores são encorajadores: «comocooperativa temos que trabalhar com algo superior que será a confederação. Nestemomento, falta-nos ouvir a CAP. Depois de escutarmos as várias propostas, iremos decidircom qual confederação iremos trabalhar. A informação «que temos é que se cumprirmoscom os requisitos técnicos exigidos, a OPP (Organização de Produtores Pecuários) poderáser reconhecida», concluiu. Nota de rodapé para referir que nesta fase inicial a sede daCooperativa Agrícola de Barroso está instalada no antigo “ciclo velho”, bem no coração davila de Montalegre.

DADOS Coop Barroso - Cooperativa Agrícola do Barroso, C.R.L

Constituição: 3 de Junho de 2014Estatutos: Código Cooperativo

Secções: Secção Pecuária e Agro Florestal, Secção de Aprovisionamento e Secção deServiços Agro Rurais

Órgãos Sociais:

Mesa da Assembleia Geral

Presidente: Manuel Pereira DuarteVogal: Ricardo António Pires de Moura

Secretário: Sandra Rua Gonçalves Pinto

Direção:

Presidente: Rui Manuel Pereira DuarteSecretário: Manuel Nuno Pereira de Sousa

Tesoureiro: António Morais da CostaVogais: António Joaquim João Luís - Manuel Domingos Lopes

Conselho Fiscal:

Presidente: José Bento Caselas Dias1º Vogal: Elói Cadime Pereira

2º Vogal: Luís Augusto Pinheiro Cascais

OBJETIVOS:

- Reconhecimento da OPP (Organização de Produtores Pecuários) Montalegre- Agrupamentos de Produtores para a Comercialização (Dimensão para novos

mercados; os projetos agrícolas com maior taxa de aprovação e maior comparticipação;aumento do valor dos subsídios agrícolas e verbas especificas)

- Contribuir para a viabilização do Matadouro Regional do Barroso e Alto Tâmega

Gostei da Missa e das palavras do Sr. Padre, mais uma vezparabéns dos vossos amigos que nunca se esquecem de vós.

Domingos Domingos Domingos Domingos Domingos e Leonor GomesLeonor GomesLeonor GomesLeonor GomesLeonor Gomes

ParabénsParabénsParabénsParabénsParabéns

Maria e JoséMaria e JoséMaria e JoséMaria e JoséMaria e José

Pelos vossos 45 anos dematrimónio, sois um casal bonito, mereceis tudo de bom.

P. S. - Peço desculpa mas é do Coração.

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CORREIO DO PLANALTO – 5

Agrupamento 1115 de Montalegre presente

XXIV Encontro Regionalde Escuteiros em Sabrosa

Montalegre, através do Agrupamento de Escuteiros 1115, esteverepresentado no XXIV Encontro Regional de Escuteiros. Cerca de 30 elementosdo concelho viajaram até Sabrosa indo ao encontro de uma megaconcentração que juntou cerca de 900 elementos.

A autarquia cedeu o transporte gratuitamente.

No passado fim de semana, a cidade do Porto foi literalmente invadida por bombeirosde todo o país. Uma convocatória em torno do “I Meeting de Equipas de Salvamento emMeio Urbano” onde foram realizadas várias operações no parque de estacionamentomunicipal da Trindade, na placa central da Avenida dos Aliados, torre e igreja dos Clérigos,zona fronteira à estação de S. Bento e no Largo de S. Domingos. Três dias de intensassimulações de salvamentos, alguns deles vistosos e interpretados pela corporação dosbombeiros voluntários de Montalegre, uma das oito equipas em prova. Ao todo foram 70operacionais de seis corporações: Voluntários de Montalegre; Baião; Canas de Senhorim;Cruz Verde (Vila Real); Tirsenses e Municipais de Santarém, para além da GNR e daEscola Portuguesa de Salvamento.

«INICIATIVA MEMORÁVEL»Miguel Monteiro, segundo comandante dos bombeiros de Montalegre, fala em «iniciativa

memorável» e uma participação onde foram superadas «todas as expetativas». Oentusiasmo não é para menos. No saldo, o grupo de Montalegre arrecadou o segundoposto, a escassos 56 segundos da Escola Portuguesa de Salvamento, deixando o terceiroclassificado a 38 minutos de distância. Miguel Monteiro explica: «fomos convidados porquetemos uma equipa de grande ângulo. Fizemos seis exercícios na “Baixa do Porto”, emmeio urbano, algo que não estávamos muito habituados. No último dia fizemos doisexercícios de caráter de competição». Sempre no mesmo tom, o homem que chefiou aequipa barrosã, acrescentou: «fomos porque queríamos adquirir mais experiência. Desdeo início que os exercícios começaram a correr bastante bem. A organização foi muito boa.Sentimos que estávamos lá para demonstrar que tínhamos alguns conhecimentos.Saímos de lá mais enriquecidos porque estivemos perante realidades diferentes».

«SUPERAMOS TODAS AS EXPETATIVAS»Responsável pela equipa de resgate, José Carlos Moura começou por contextualizar

a participação ao mesmo tempo que pediu mais apoio para equipar a corporação: «foi ocolmatar de vários teatros de operação. Enquanto equipa de seis elementos, tínhamos acondicionante do “Chefe de Equipa” não poder trabalhar e a vítima também não. Seriacom quatro elementos que teríamos que gerir a complexidade dos exercícios. Ao todoforam seis, espalhados por toda a cidade do Porto. Situações completamente novas paranós. O nosso equipamento nem sempre era o mais adequado. Agradecemos ao batalhãode Sapadores de Bombeiros que nos emprestou algum equipamento em algumassituações. Há que ter em atenção a estas situações. Gostávamos que não se lembrassemsó dos bombeiros quando faz falta. É preciso equipar os bombeiros!». A fechar, JoséCarlos Moura não disfarçou o orgulho pela presença da coletividade que integra: «aprestação da equipa foi muito boa. Conseguimos o nosso objetivo que era criar umespírito de grupo e de trabalho. Um grupo que deu bastante visibilidade à nossa corporação.Concluímos todas as provas e todos os obstáculos a que nos propusemos, com bastanteprofissionalismo e a prova é que saímos de lá com o segundo prémio».

Bombeirosde Montalegrebrilham no Porto

Uma equipa de seis elementos dos bombeiros voluntários de Montalegredeu cartas no “I Meeting de Equipas de Salvamento em Meio Urbano”, feitona cidade do Porto no passado fim de semana. Uma prestação “5 estrelas” dacorporação barrosã que bateu recordes no evento. Um feito (2.º lugar) quenão passou despercebido e que prova a competência desta coletividade.

EXERCÍCIOS (Porto)

1. Parque da Trindade (09h31 às 10h20)(Vítima inconsciente é encontrada num local de difícil acesso obrigando à sua retirada através de

meios diferenciados)2. Avenida dos Aliados (10h45 às 11h25)(Prova de perícia em que a equipa terá de transpor a vítima em maca sobre um obstáculo,

utilizando dois pontos elevados)3. Rio da Vila (12h10 às 12h38)(Trabalhador que estava a efetuar um trabalho de manutenção num espaço confinado encontra-

se incontactável, o elemento de vigia dá o alarme para os meios externos)4. Torre dos Clérigos (13h39 às 13h53)(Um operário encontra-se a efetuar um trabalho de acesso por corda na fachada de um edifício

histórico, sofrendo um impacto de uma pedra ficando inconsciente)5. Igreja dos Clérigos (14h38 às15h25)(Trabalhador é vítima de uma queda em altura sob o telhado de um edifício em recuperação.

Elementos da obra alertam os bombeiros)6. Largo S. Domingos (16h10 às 16h58)(Indivíduo de uma empresa de manutenção de estruturas sofre queda quando procedia à verificação

da lança de uma grua, ficando inconsciente)

ELEMENTOS DA CORPORAÇÃO

Miguel Monteiro (chefe de equipa) - José Carlos Moura - Nuno Araújo - Paulo Rocha -Guilherme Martins - Júlio Lopes

Pela primeira vez, o grupo transmontano “Rama de Oliveira” atuou noauditório municipal de Montalegre. Um espetáculo com uma forte componenterural e humana, preenchido com temas de autores célebres, e umaapaixonante viagem a um Portugal de tradições e raízes musicais. O concerto,com entrada livre, merecia mais público.

“Rama de Oliveira” no Auditório Municipal

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6 – CORREIO DO PLANALTO

A Associação dos Baldios do Parque Nacional da Peneda Gerês (ABPNPG) e aAssociação Florestal dos Vales do Minho, Coura, Âncora, Vez e Lima (Atlântica) organizaram,em Maio último, uma visita de trabalho com os gestores dos baldios inseridos na área deIntervenção da ITI - Peneda Gerês ao Parque Nacional dos Picos da Europa (Espanha). Avisita teve por fim «trocar experiências relacionadas com a gestão e o ordenamento dosmontes comunitários/baldios, defesa da floresta contra incêndios, conservação da natureza,caça, pesca, turismo, artesanato, entre outros aspetos».Deste modo, no âmbito destavisita, foi efetuado um convite aos codirectores das três autonomias que gerem o ParqueNacional dos Picos da Europa (Astúrias, Cantábria e Castela Leão) para conhecerem oParque Nacional da Peneda Gerês (PNPG) mais concretamente o trabalho que está a serrealizado no âmbito das ITI´S da Peneda Gerês pelos Baldios. O périplo, estendido portrês dias (consultar ficheiro anexo), percorreu várias localidades, entre elas, alguns sítiosdo concelho de Montalegre. Esta parceria encerrou com uma palestra, realizada no auditóriodo Ecomuseu de Barroso, onde foi «abordada a gestão do Parque Nacional dos Picos daEuropa nas várias vertentes e outra sobre as ITI´S – Peneda Gerês conforme o programado»

Intercâmbio “Montalegre-Picos da Europa”Conclusões foram conhecidas na sede do Ecomuseu de Barroso

Na sequência da visita realizada, no passado mês de Maio, ao ParqueNacional dos Picos da Europa (Espanha), foi a vez da Associação dos Baldiosdo Parque Nacional da Peneda Gerês (ABPNPG) e a Associação Florestal dosVales do Minho, Coura, Âncora, Vez e Lima (Atlântica), retribuírem a viagem.As conclusões desta troca de «experiências relacionadas com a gestão e oordenamento dos montes comunitários/baldios», foram explicadas numasessão pública realizada no auditório da sede do Ecomuseu de Barroso.

 «FOI ESPLÊNDIDO»Lúcia Jorge, em nome do Secretariado dos Baldios de Trás-os-Montes e Alto Douro,

explicou esta troca de saberes: «isto resulta de uma visita de estudo que fizemos aosPicos da Europa onde levamos representantes dos baldios do território do PNPG paracontracenarem com realidades, embora diferentes, algo semelhantes». Sem se deter,reforçou: «a viagem correu muito bem. Foi esplêndida. Aproveitamos para fazer o conviteaos diretores do Parque dos Picos da Europa para virem ao PNPG. A ideia foi verem onosso projeto, que se chama ITI´S, que são as agroambientais, e o trabalho que estamosa desenvolver com os baldios». A fechar, reportou: «acredito que o concelho tenha sidobeneficiado».

«ESTAMOS NO BOM CAMINHO» endo consciência que 80% da área do PNPG é baldia, David Teixeira, vice-presidente

do município de Montalegre e profundo conhecedor do tema, deixou reflexões, muitasdelas em formato de desafio. O autarca acredita que o futuro tem que romper com o pesoexcessivo de regras que minam o desenvolvimento do Parque Nacional sob pena devoltarmos a não potenciar este enorme território natural, cuja maior parte está plantada noconcelho de Montalegre. David Teixeira espera que estejamos perante «o início de umaparceria e de um intercâmbio de experiências que o Barroso muito tem a ganhar». Nessesentido, adiantou: «na senda desta aposta que o município vem fazendo, no âmbito doempreendedorismo, penso que outras viagens se irão propor para que o Parque Nacional,reserva da biosfera, ganhe maior dimensão e possa ser usufruído de uma formaorganizada, que todos nós queremos, e que não seja tudo proibido como até agora eraconhecido». O passado é desanimador dado que «qualquer decisão, qualquer iniciativa,tinha de passar por aprovação e quase nunca se conseguia». Porém, o presente dá aovice-presidente da Câmara de Montalegre um grau de confiança superior: «felizmente anova direção do PNPG e do ICNF, apresentam uma nova postura, têm colaborado e propostoalgumas atividades diferentes. Penso que estamos no bom caminho».

Moura 2 - Montalegre 0

28-09-2014

por: Nuno CarvalhoF U T E B O L

Montalegre eliminado

Caíu de pé o Montalegre na 2ª eliminatória da Taça de Portugal. O Moura sóconseguiu garantir o triunfo nos últimos cinco minutos de jogo…

Primeira parte monótona e sem grande ritmo - o Montalegre defendia bem e oMoura apenas teve uma boa situação de golo por Mike. Na etapa complementar aequipa barrosã surge mais atrevida e tem duas grandes oportunidades por Rafa eAbreu. Na ultima meia hora de jogo o Moura assuma as rédeas do encontro e empurrao Montalegre para o seu reduto defensivo.

É aqui que brilha o guarda-redes do Montalegre, Vieira, com duas excelentesdefesas. Já nos derradeiros minutos da contenda Mike abre o activo num disparocruzado e Caju fecha as contas do jogo.

Boa arbitragem.

2ª eliminatória Taça de Portugal - 28.09.2014Estádio do Moura

ARBITRO: Carlos Cabral do Algarve

Campeonato Distrital da A. F. Vila Real - 2ª jornada - 05.10.2014Campo da Lage

ARBITRO: Pedro Mesquita auxiliado por Fernando Carvalho e Ricardo Pinto

Vilar de Perdizes 2 - 1 Montalegre

Vilar bate Montalegre

Jogo muito disputado entre duas equipas do mesmo concelhoVilar de Perdizes muito forte tacticamente deu muito que fazer a um Montalegre

que procurava vencer. O Montalegre teve a primeira grande oportunidade de golo porintermédio de Rafa que obriga o guarda-redes local a defesa apertada. Responde oVilar de Perdizes por Tunes, que se isola, mas dispara por cima. De bola paradaFidalgo podia ter marcado mas o disparo sai por cima do travessão. O Vilar marcaacabar o primeiro tempo, depois de excelente jogada de entendimento. Tunes foi oautor do golo. Arranca melhor na segunda parte o Montalegre que chega ao golo porVeras depois de falha de marcação …. O Vilar de Perdizes sacode a pressão e voltaa equilibrar o jogo. Jonas é derrubado dentro da área e o juiz do encontro assinala (ebem) grande penalidade. O Montalegre podia depois ter empatado e em contra-ataquetambém o Vilar podia feito o terceiro. Mika está perto de um golão. Derby barrosãomuito disputado, numa rivalidade que é feroz…

Arbitragem positiva de Pedro Mesquita e seus pares.

Campeonato Distrital da A. F. Vila Real - 3ª jornada - 12.10.2014

Estádio Dr. Diogo Vaz PereiraARBITRO: Alexandre Cardoso auxiliado por Pedro Castro e Carlos Teixeira

Montalegre 4 - Mesão Frio 0

Goleada

O Montalegre cilindrou um Mesão Frio que ainda resistiu meia horaO Montalegre entrou determinado e concentrado na partida no intuito de marcar o

mais cedo possível. Porém, bem organizada a turma forasteira, não deixava a equipabarrosã criar grandes oportunidades de golo. Só aos 35 minutos surgiu o primeirotento, depois de excelente assistência de Fortunato para André Veras. O mais difícilestava feito e a partir daqui tudo ficou facilitado para a equipa de José Manuel Viage.Na melhor jogada do encontro o conjunto da casa aumenta para 2-0 com conclusãoperfeita de Gabi. Ao intervalo 2-0. A etapa complementar foi um passeio para a equipabarrosã, a formação do Mesão Frio nunca foi demasiado perigosa e o Montalegre comoutros valores faz o 3-0 em jogada rápida por Bruno Madeira. O Mesão Frio só teveuma oportunidade, de bola parada, Bruno, o melhor do Mesão Frio, atira perto dabaliza… A passe de Gabi, Ptt fecha as contas do jogo com o 4-0. Todavia podiam tersido mais… Leonel Costa e Zacharias também puderam estrear-se a marcar nestatemporada….

Boa arbitragem num jogo fácil de dirigir….

Em Beja: Foto de Família

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CORREIO DO PLANALTO – 7

NOTÍCIAS DE SALTO

Foi com os sons da Banda Filarmónica de Salto e foguetes que o novo padre PedroRei Alves foi recebido, no dia 5 de outubro, à entrada da igreja nova.

Muito povo e os presidentes da Câmara Municipal de Montalegre, prof. Orlando Alves eda Junta de Freguesia de Salto, prof. Alberto Martins, quiseram dar as boas vindas ao novoprelado da freguesia.

O Bispo Diocesano, D. Amândio Tomás presidiu à solene Eucaristia, na qual deuposse ao novo pároco das freguesias de Salto, Pondras, Reigoso, Vila da Ponte e Cerdedo.

Padres, diáconos, além de seminaristas e centenas de fiéis que superlotavam a igreja,participaram nas cerimónias religiosas.

No final, com o contributo de vários saltenses, houve um lanche convívio, no adro daigreja nova e vivas ao novo pároco.

Associação Borda D’Água reúneAssociados reunidos, no Lar Nossa Senhora do Pranto, aprovaram o relatório e contas

de 2013. Com movimentos a ultrapassar o meio milhão de euros; 538 mil na receita e 554mil na despesa. A verba para pagar os ordenados ao pessoal atingiu os 355 mil euros. Foisalientado que a Associação suporta a despesa com a equipa do RSI, sem qualquerapoio do governo que ainda não se dispôs a assinar o protocolo de financiamento.

Ecomuseu com visita especialNo dia 15 de outubro, a Associação dos Invisuais do Distrito de Braga visitou a Casa do

Capitão, entre eles o seu Presidente Domingos Silva.

Foi um dia e uma experiência diferente para eles e para o ecomuseu, nesta visitaorientada, pelo Dr. João Azenha e pelo Presidente da Freguesia que também quis estarpresente, a receber estes visitantes especiais.

O Dr. Azenha programou a visita para que eles pudessem mexer e apalpar alguns dosobjetos expostos. A experiencia foi boa, partilharam conhecimentos e vivências, ouviram ahistória da freguesia e da Casa do Capitão e sentirem o cheiro do mel de barroso, numaoferta individual da Junta de Freguesia de Salto. Partiram felizes.

Assembleia de FreguesiaReuniu a Assembleia de Freguesia de Salto com o Presidente da Junta a apresentar

a informação escrita sobre as atividades realizadas e a situação financeira da autarquia.

O Presidente lembrou o padre Jorge Cachide e o seu trabalho realizado, nos oito anosque paroquiou Salto, desejou votos de bom trabalho ao novo pároco, Pedro Rei.

Felicitou o povo de Salto, na forma digna como soube despedir-se do seu padre ereceber este. Agradeceu à Banda Filarmónica de Salto o gesto simpático de estar presentee tocar na receção ao novo padre e ao Senhor Bispo.

Falou do saldo positivo que a autarquia dispõe e disse ser a maior parte destinado àconstrução de um novo edifício sede; da elaboração de algumas alterações ao regulamentode trânsito local, nomeadamente ao domingo e melhorar a sinalização, propôs a alteraçãodo nome de algumas ruas.

Breves:- Algumas famílias do Bairro Novo das Minas da Borralha terão, brevemente, as

suashabitações melhoradas, com obras feitas pela Câmara Municipal de Montalegre;

- A Câmara de Montalegre abjudicou o projeto de beneficiação da estrada municipal1026 da EN311-1 a Pereira por Amiar, à GEADA – Gabinete de Engenharia, por 26.200euros;

- Também do Pavilhão Desportivo de Salto, à mesma Empresa, por 33.100 euros;

- O Realizador Leonel de Brito volta para continuar o seu documentário de registo depersonalidades da freguesia;

- O Dr. João Azenha estará, dia 23 de setembro, no encontro “Relação Umbilical entreTurismo e Cultura, a realizar em Vila Nova da Barquinha;

- Exposição a decorrer no ecomuseu “Ruja, ruja, quem quiser que fuja” termina dia31de outubro;

- A recente Cooperativa Agrícola de Barroso (Coop Barroso) tem como Secretário daDireção, o Eng.º. Nuno Sousa, de Salto;

- Bombeiros de Salto estiveram presentes, dia 15, no quartel dos bombeiros deMontalegre, numa Sessão de Esclarecimento sobre a Vespa Asiática;

- Os alunos da escola de Salto participaram no auditório do ecomuseu, numa palestrarelacionada com o Dia Mundial da Alimentação - 16 de outubro;

- A III Desfolhada do Barroso, realiza-se na eira do Borralheiro, no dia 18 de outubro.

Deixaram-nos:Infância de Jesus Araújo, 105 anos, Corva.

Os presidentes, prof. Orlando Alves e prof. Alberto Martins, deram as boas vindas ao novoprelado da freguesia.

Padre Pedro Rei assume a paróquiaQue me desculpem os amigos que tenho mas a verdade é esta: um dos meus ócios preferidos,

desde há muitos anos, foi sempre a cavaqueira. E tanto me faz que seja num serão quentinho, depoisdo vinho aquecido ao borralho com mel e castanhas assadas e da sueca, como o diálogo com oamanuense de finanças à mesa do botequim ou ainda com o Zé-da-esquina ao balcão da taberna acheirar a bacalhau frito e a sardinha de escabeche.

Tanto me faz! Gosto é de saber coisas e loisas, mundos e fundos. Não se trata de tirar nabos dopúcaro para esgrimir em eventual represália nem de propalar as morbidezas do género humano. Pelocontrário, trata-se de preservar em letra de forma a memória oral da nossa gente e assim contribuirpara a perpetuação da nossa identidade.

Que me desculpem os meus amigos mas, certo certinho, prefiro mesmo dez minutos na tasca doque duas horas no hotel! E não sinto qualquer relutância ao dizer isto porque, na realidade, nuncamaluquei a descobrir as razões destas preferências…

Há anos, numa dessas tardes de primavera temporã que nos deixa os montes vestidos de roxo eamarelo, enquanto procurava umas ruínas que a história eclesiástica ignorou, entabulei conversa comumas senhoras de socos e lenços negros na cabeça. Os socos, é claro, iam-lhes nos pés (nunca umaexpressão me saiu com tamanha e adequada propriedade como esta!) e na cabeça, além do lenço, iammitos e mistérios que eu não podia imaginar. O que elas me ensinaram então, segundadas pelo ti-Joaquim que não resistiu à curiosidade do estranho encontro e se aproximou para ajudar. Que lições!Davam de abondo para escrever cem memórias como esta!

Alturas tantas, uma das senhoras que parecia a mais jovem, desafiou o ti-Joaquim a contar umaida que havia feito à feira do prémio de Montalegre. É dessa viagem que se colhe esta história pelaboca esclarecida e bem falante do esclarecido e patusco lavrador.

Foi por necessidade premente. Eu já nem me lembrava da última vez que tinha ido à feira. Canté!Era o ias…Levavam-se as botas, atadas pelos atacadores, ao pescoço… Quem nas tinha! Algunstinham de as pedir ao vizinho…E só se calçavam no Avelar, à entrada da vila. Se calhava deesmoucar a cabeça dum dedo do pé num seixo do caminho, ao tirar as botas dos ombros paraacudir ao dói, logo se dizia: Minhas botinhas, olhai se vos levo calçadas!... Eram tempos de nuncamais. Vós bem sabeis como era: os pobres lá se amanhavam com os vizinhos da porta; não faziamgrandes viagens nem negociatas. Mas eu precisava de um ferro de arado. Ainda por cima é coisaque, quando faz falta, faz falta a toda a gente. Não valia a pena esperar e meti pés a caminho davila…À feira.

Cheguei cedo mas percorri as tendas todas e perdi muito mais tempo do que julgava. Ao darpelas horas estava cheio de fome…Fui comer…

- « Feijoada! Pode ser feijoada?» - « Pode ser! Vamos à feijoada!» Olhei em redor: todo o mundo deglutia feijões! Eu comer comia…a fome a tanto me

obrigava…mas para empurrar a feijoada estava sempre a bebericar. Mal que não, o copo nosqueixais.

Quer dizer, o ti -Joaquim não gostou daquilo. Ou melhor, a feijoada tinha gosto, um gosto esquisitoque ele não conseguia apaladar. Porém, como os mais comessem alarvemente sem reclamar tambémo nosso homem não reclamou e comeu.

- «Não come mais?...» - «Não! Bonda!» - «Fruta?...» - «Não! Estou farto!» - «Café?...» -« O café vai…»Talvez um cafèzito combatesse a má disposição…pensei de mim para comigo…Comi, bebi, paguei e não bufei…” - «Ai que não bufou!...»- atirou a mulher jovem. - «Bem, bufei mas foi fora da pensão!» – retrucou o ti - Joaquim.Passava pouco do meio dia e, não havendo transporte àquela hora, pus o saco com o ferro de

arado e um cartuchinho de semente de sécias e cravinas às costas e ala!, caminho de casa. Afinal,o que poupava na viagem, deu-me bem para o preço das sementes…E dei uma alegria à patroa quepresumia como zeladora do altar de Nossa Senhora das Neves. Por isso, pés ao caminho direito àCorujeira.

Ainda não ia a meio da subida e parecia que me tinha estalado uma trovoada de maio dentro dabarriga. Dei um jeitinho na boina asturiana e continuei a trepar. Quase no cimo da rampa, ao passarjunto do restaurante, senti-me mais indisposto…Cheirou-me à comida, aos fritos de óleos e gorduras…Arrotei.

Não conseguia distinguir com certeza o que o corpo me pedia: que evacuasse ou que vomitasse.E continuei a sentir o péssimo gosto a ervas, o azedum incomodativo que a feijoada me deixara.Gosto maligno que me subia do estômago à boca. Apertavam-me cada vez mais os vómitos e aquelamaldita aguadilha que me subia aos gorgomilos.

Que diabo de ervagem seria aquela? E para que servia tal condimento? Esta gente já faz comoos cães quando sentem bichas! Tó-diabo! Os cães com as bichas também vão mastigar umaservas...

E dentro de mim estrondeavam trovões que me percorriam os interiores de lés-a-lés. Maspensei: está ali a poula do Barbudo…É só saltar a parede e alivio-me.

Até acelerei o andamento. Alijei a carga, quero dizer o saco com o ferro do arado para trás daparede, saltei onde a vedação era mais baixa e…ainda não contara meia dúzia de passadas, já tinhadesafivelado o cinto e descia com ambas as mãos calças e ceroulas que a urgência era enorme.

A poula é levemente inclinada ao poente e quanto mais se desce mais gordo se torna o terrenoe mais altas e fortes são as giestas. Por entre elas uns palmos de relva viçosa.

O ti-Joaquim olhou para trás, certificando-se de que não podiam vê-lo da estrada, ia descobrindoa região nadegueira e expelindo as ventosidades anunciadoras das primeiras enxurradas. De modoque estava ele no auge dos prazeres da descarga intestinal e eis que da clareira atapetada de relvase levanta um casal de jovens, completamente nus, a correr por entre as giestas de mão dada.

Só quando deram de caras com a parede que separa a poula da estrada olharam para si própriose viram que iam nus. Atónitos, hesitaram no que fazer…A moça agachou-se, porque ali o giestal eramais ralo e baixo, e lobrigando o saco que o ti-Joaquim largara, aproximou-se dele, despejou-o e pô-lo à cintura na tentativa de esconder as partes podendas. Sem uma palavra, num repente, começou acorrer na direcção do tálamo ocasional seguida do rapaz. Todavia, à falta de caminho trepado, e porentre tantas giestas cada vez mais espessas, deram de chofre com o homem que mal tivera tempo desoerguer-se. Desviaram a rota e, já na clareira donde saíram, estacaram de súbito. Apanharam aspeças de roupa espalhadas pelo doce chão onde sentiram as ardências do líbido, espreitaram nadirecção do ruidoso intruso e começaram a vestir-se a toda a pressa, nervosamente, como quem vaipartir sem levar a melhor jóia que possui. O ti-Joaquim, que pela rapidez e surpresa do acto ficaracomo estava, podia ver agora o pudor carminando o rostinho de cera da jovem e ouvir girândolas deimprecações que o rapaz vociferava. E trocaram este diálogo de que reproduzo apenas o vernáculomais limpo:

- «Rais te parta, velhadas! Só vieste à feira para encher o bandulho!» - praguejava o jovem. - «Deixai o saco! O saco tem dono, ouvis?» - retorquia o ti-Joaquim. - «Palerma do velho glutão que não aprendeu a comer nem beber!» - repreendia o jovem. - «Deixa-me o saco das compras e a moça, seu panasca!» - respondeu o ti-Joaquim. O diálogo que se seguiu é-me penoso reproduzi-lo. Contudo, enquanto o ti-Joaquim se deleitava

em dar vazão às ditas ventosidades e enxurros com notórios estrondos da bateria traseira, o mancebo,muito pelo contrário, reprimia silenciosamente, apertando a mão da companheira, os seus libidinososinstintos interrompidos.

Sempre há encontros muito desencontrados!

ENCONTRO na CORUJEIRA…

José Baptista

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8 – CORREIO DO PLANALTO

por: Maria José Afonso

MONTALEGRE - NOTÍCIAS - MONTALEGRE - NOTÍCIAS - MONTALEGrE

Centro Barrosão há 8 anos a unir fronteiras

O programa Centro Barrosão da Rádio Montalegre, no ar há oito anos consecutivos,continua a ajudar a ultrapassar distâncias e a minimizar as saudades entre barrosõesespalhados pelo mundo e os que residem na região.

Passam poucos minutos das 14h00, terça-feira. No estúdio a jornalista Fátima Teixeira,ao lado, um dos primeiros participantes do programa: Manuel Moura, natural do concelhode Montalegre e emigrante na Inglaterra e Lucinda Fernandes de Morgade.

Hoje, há menos gente em estúdio, no entanto, pela internet está o Acácio de Vilar dePerdizes, que não podendo deslocar-se à vila, dá os seus palpites via skype.

O mesmo acontece com o Artur Guerreiro que está em França radicado e com DanielAfonso, da Vila da Ponte e vive em Inglaterra.

A gravação é sempre prévia, por norma às terças de tarde, os amigos Centro Barrosãoreúnem-se para debater os assuntos mais relevantes da semana, de âmbito pessoal,nacional ou internacional.

Quando surgiu, “o programa servia, acima de tudo, para mitigar a distância e a saudadeentre o povo barrosão que tinha partido da terra e os familiares que por aqui ficaram”,conta Fátima Teixeira, que assegura a emissão.

O Centro Barrosão começou a ser emitido no natal de 2006, “A ideia sempre foi ocontacto com os emigrantes”, explica a jornalista, “surgiu esse espaço na programação”,sendo que, nessa altura, “se começava a usar as novas tecnologias, Internetnomeadamente ao serviço da estação local: Rádio Montalegre.”

Durante oito anos muitos emigrantes passaram pelo programa desde o Brasil, àAustrália, emitido no horário 13h-14h à quinta-feira e reposição às 22h00 “com intuito dechegar a todo o mundo a horas em que as pessoas pudessem ouvir”, adianta FátimaTeixeira.

Em oito anos pouco mudou, porque “a fórmula encontrada continua a manter a ligaçãoentre as diversas comunidades espalhadas pelo mundo”. O programa mantém-se fiel àsorigens e “as pessoas continuam a procurar a amizade, o conforto das conversas, a nossahistória, a nossa cultura, tradições, usos e costumes”, afirma.

Dos assuntos variados, muitos partilham um tema central que é a sua terra natal:Montalegre.

“Quem ouve, parece que está no meio deles, e não perco um programa” afirma umouvinte que já passou os 80 de idade e vive na aldeia da Borralha, “faz-me muitacompanhia, até parece as conversas de antigamente, juntos e cada um conta a sua.” Ri-se.

Por lá vão sendo mandados alguns palpites sobre o passado, presente e futuro daregião.

Pequenos recados para os agentes locais, também são veiculados: como um pequenoarranjo aqui, ou ate ideias de desenvolvimento da terra.

A emissão online pode ser ouvida em todo o mundo através do link:

www.radiomontalegre.net

Ao total são cinco, as famílias de Montalegre e das aldeias de Ferral, Gralhas, Vilarinhode Arcos e Viade de Cima, de estratos sociais desfavorecidos, que irão beneficiar deobras de conservação, reparação ou beneficiação de habitação própria com a atribuiçãode 150.699,50 euros destinados à execução das obras.

Em reunião ordinária na Câmara Municipal de Montalegre (CMM), realizada dia 6 deoutubro no salão nobre do edifício dos Paços do Concelho, sob a presidência do edilOrlando Alves e com a participação dos vereadores Duarte Gonçalves, David Teixeira,Fátima Fernandes, Elsa Minhava e Paulo Cruz, foi aprovado por unanimidade a atribuiçãodeste apoio que tem como objectivo conceder a indivíduos isolados, ou inseridos emagregado familiar em situação económico-social precária, os direitos básicos de cidadãos,através da intervenção numa área específica do bem-estar e qualidade de vida de pessoasisoladas, ou inseridos em agregado familiar desfavorecido.

Casa entregue a familia carenciada no ano 2006

Para Orlando Alves, presidente da CMM «este apoio vem na senda das directrizes queo município tem preconizado, estamos a dar hoje continuidade, com um pendor, umavertente que se alargará também, num futuro próximo a uma família com quatro filhos dafreguesia de Ferral, que urge ter este tipo de apoio.»

No âmbito das suas competências, refere que a autarquia «está com as pessoas quevivem com muitas dificuldades em casas indignas de serem ocupadas por seres humanos»concluindo que «o único caminho é deitar mãos à obra e acudir a estes cidadãos, paraque sintam que a sociedade exerce, tem para com estes estratos desfavorecidos, umaatenção, que honra quem as promove e quem as faz.»

Este ano está também prevista uma incursão no bairro novo, na Borralha, em casasque carecem de intervenção «de forma a dar um pouco de dignidade aos idosos que lávivem com parcas pensões, e que de todo têm condições para por uma telha nova sequer.»Um apoio que rondará os 50.000 euros.

O início da empreitada, que contempla as cinco habitações, está prevista começarantes do final do corrente ano.

Radiografia concelhia dada a conhecer amanhã naX edição da MANIFesta

Montalegre esteve presente na X edição da MANIFesta - Assembleia, Feira e Festa doDesenvolvimento Local e da Economia Social e Solidária em Santarém dia 11 de outubro,através do município.

Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre referiu que foi dado aconhecer aos presentes a realidade socioeconómica do concelho através de uma«caracterização vivencial, os limites geográficos, a extensão territorial, a densidadepopulacional, a caracterização da atividade económica vigente como também as parceriaslocais estratégicas para o desenvolvimento do nosso concelho.»

O edil, durante 15 minutos mostrou a estratégia adotada para o desenvolvimento localque passa por um «apoio da ligação à terra. Não pode haver mundo rural com as pessoasdissociadas. » Afirmou.

Os eventos promovidos pela autarquia foram também evocados, uma vez que«Montalegre é reconhecido, como o município que aposta na criação e projeção de eventoscomo motor do desenvolvimento com a transversalidade que as dinâmicas desustentabilidade do território têm de ter, nomeadamente pela ligação forte que suscitajunto com os empresários do ramo da hotelaria e da restauração.» Concluiu.

Bruxedos e Diabruras em Vilar de Perdizes

Depois do Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes que aconteceu eminícios de setembro, a pacata aldeia barrosã volta a receber uma iniciativa recheada demisticismo, no dia em se celebra «O Dia das Bruxas» 31 de outubro, evento tradicional ecultural que tem como origem as celebrações dos antigos povos Celtas.

Em Vilar de Perdizes nesta noite há apresença de muitos elementos ligados aofollore em torno da bruxaria, fantasias debruxas, gatos pretos, vampiros, fantasmase monstros, prometem «assombrar» anoite, de forma a inebriar os visitantes como elixir mágico, cativando de ano para ano,mais fiéis.

Os restaurantes também se «vestem»a preceito e o caldo de urtigas ou olhos demorcego no prato, não irão faltar. Trata-sede um evento que nasceu em 2004 pelamão da Associação de Defesa doPatrimónio de Vilar de Perdizes com o intuitode «dar vida» à aldeia, atrair visitantes epotenciar a economia local.

Um dos pontos altos da noite é apresença do Padre Fontes que, com a suamistela queimada (aguardente, maçã,açúcar, café, canela), exorcizará todos osmales que por ali andarem.

«Uma noite dos Diabos» com as bruxasa fazerem das suas é o cartaz que Vilar dePerdizes propõe para o último dia deoutubro.

PAPELARIA MILÉNIOPAPELARIA MILÉNIO

R. Central, Edifício Igreja Nova, nº 77 - A, Loja 3 - SALTO

JORNAIS e REVISTASLIVRARIA – MATERIAL ESCOLAR

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Famílias carenciadas recebem mais de 150.000 euros em apoios sociais