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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 1

    DIMENSIONAMENTO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO

    AO ESFORO CORTANTE

    1. INTRODUO

    Uma viga de concreto armado resiste a carregamentos externos primariamente pela

    mobilizao de momentos fletores (M) e foras cortantes (V), como mostrado na fig. 1. De modo

    geral, no projeto de uma viga de concreto armado, o dimensionamento flexo e o deslocamento

    vertical (flecha) determinam as dimenses da seo transversal e a armadura longitudinal. O

    dimensionamento da viga ao esforo cortante normalmente feito na seqncia, determinando-

    se a chamada armadura transversal.

    A

    A

    A

    A

    V

    VM

    V

    M

    V

    M + dM

    dx

    Fig. 1 Esforos solicitantes na viga.

    A ruptura de uma viga por efeito da fora cortante freqentemente violenta e frgil,devendo sempre ser evitada, o que se obtm fazendo a resistncia da viga fora cortante

    superior sua resistncia flexo. A armadura de flexo deve ser proporcionada de tal modo

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 2

    que, se vier a ocorrer a ruptura, deve ser por flexo, de modo que se desenvolva lenta e

    gradualmente, ou seja, necessrio garantir uma boa ductilidade, de forma que uma eventual

    runa ocorra de forma suficientemente avisada, alertando os usurios (NBR 6118/2003, item

    16.2.3).

    Os itens seguintes apresentam a anlise terica e os procedimentos aplicados pela nova

    NBR 6118/2003 (Projeto de estruturas de concreto Procedimento) para o projeto de vigas

    de concreto armado ao esforo cortante. A resistncia da viga fora cortante ser proporcionada

    pelo concreto comprimido, por meio das bielas de compresso, e por uma armadura transversal

    (normalmente na forma de estribos verticais), convenientemente dimensionada. A baixa

    resistncia do concreto trao ser desprezada, como feito tambm no caso do

    dimensionamento das vigas flexo.

    2. COMPORTAMENTO DE VIGAS HOMOGNEAS NO ESTDIO I

    Considere a viga no fissurada de seo retangular, biapoiada e sob carregamento

    uniformemente distribudo, como mostrado na fig. 2. Sejam dois elementos infinitesimais A1 e

    A2 da viga de material homogneo, istropo (material que apresenta propriedades de deformao

    iguais para qualquer direo) e elstico linear.

    p

    A 2

    1A

    a bw

    hL.N.

    a 2 2a

    a1 1

    ay

    Linha Neutra

    c

    t

    Fig. 2 Tenses na viga homognea.

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 3

    As tenses normais de trao e de compresso, atuantes ao nvel dos planos a 1 e a2,

    respectivamente, assim como a variao da tenso de cisalhamento ao longo da altura da viga,

    encontram-se indicadas na fig. 2.

    Da teoria clssica da Resistncia dos Materiais, a tenso normal e a tenso de

    cisalhamento no elemento A1 so:

    I

    yM=

    Ib

    SV

    w

    y=

    com: M e V = momento fletor e fora cortante na seo a-a;

    y = distncia do elemento A1 linha neutra;

    Sy = momento esttico da rea considerada em relao linha neutra;I = momento de inrcia da seo transversal;

    bw = largura da viga.

    As fig. 3 e 4 mostram o estado de tenso nos elementos A 1 e A2, bem como o crculo de

    Mohr correspondente.

    L.N.R

    R

    A1

    x

    y

    20

    tenso principal detrao I

    tenso principal de

    compresso II

    mximatenso decisalhamento

    cc

    st

    yx

    xy

    x x

    xy

    I

    xy

    Fig. 3 - Tenses no elemento A1 .

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 4

    2A

    L.N.

    v

    I

    R

    Ry

    x

    2

    tenso principal decompresso II

    mximatenso de

    cisalhamento

    tenso principal detrao

    cc

    st II

    yx

    x

    xy

    x

    xy

    Fig. 4 - Tenses no elemento A2 .

    3. COMPORTAMENTO RESISTENTE DE VIGAS NA FLEXO COM FORA

    CORTANTE

    Considere uma viga de concreto biapoiada, sob carregamento uniforme, com momentos

    fletores e foras cortantes como indicadas na fig. 5. O carregamento induz o surgimento de

    estados de tenso nos vrios pontos da viga, que podem ser representados por um conjunto de

    diferentes componentes, em funo da orientao do sistema de eixos coordenados. A fig. 5

    mostra dois pontos da viga com os estados de tenso desses pontos representados, conforme os

    eixos coordenados x-y e os eixos principais. Os eixos x-y definem, entre outras, as tenses

    normais x e as tenses de cisalhamento xy, e os eixos principais definem as tenses principais

    de trao I e de compresso II .

    De modo geral, a tenso y pode ser desprezada, tendo importncia apenas nos trechos

    prximos introduo de foras.

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 5

    X

    y

    X

    yy = 0

    x

    X

    y

    ( - )

    ( + )

    III

    ( - )

    ( + )

    +

    xy

    yx

    Fig. 5 Representao dos estados de tenso por diferentes componentes de tenso.

    Na fig. 6 so mostradas as trajetrias das tenses principais I e II , inclinadas de 45 (ou

    135) com o eixo longitudinal da viga, na altura da linha neutra. importante observar que as

    trajetrias apresentam-se aproximadamente perpendiculares entre si.

    O dimensionamento das estruturas de concreto armado toma como base normalmente as

    tenses x e xy . No entanto, conhecer as trajetrias das tenses principais importante para se

    posicionar corretamente as armaduras de trao e para conhecer a direo das bielas de

    compresso.

    Considere agora a viga de concreto armado biapoiada mostrada na fig. 7, submetida a

    duas foras concentradas P de igual intensidade, com armaduras longitudinal e transversal, para

    resistirem s tenses de trao. A armadura longitudinal de trao composta pelas cinco barras

    posicionadas prximas face inferior da viga. No lado esquerdo da viga a armadura transversal

    composta por apenas estribos verticais, e no lado direito composta por estribos verticais

    combinados com barras longitudinais dobradas a 45. Nota-se que no trecho da viga entre as

    foras concentradas a solicitao de flexo pura (V = 0).

    A fig. 7a mostra as trajetrias das tenses principais de trao e de compresso,

    semelhantes quelas j indicadas na fig. 6. Observe que no trecho de flexo pura as trajetrias

    das tenses de compresso e de trao so paralelas entre si e com o eixo longitudinal da viga.

    Nos demais trechos as trajetrias das tenses principais inclinam-se, por influncia da atuao da

    fora cortante.

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 6

    Fig. 6 - Trajetria das tenses principais em uma viga biapoiada no Estdio I.

    (LEONHARDT & MNNIG - 1982).

    Para pequenos valores das foras P no ocorrem fissuras, permanecendo toda a viga no

    Estdio I. Com o aumento das foras P e conseqentemente das tenses principais, no instante

    que a tenso de trao supera a resistncia do concreto trao, surgem as primeiras fissuras no

    trecho de flexo pura, chamadas fissuras de flexo. As fissuras de flexo so aquelas que

    iniciam na fibra mais tracionada e prolongam-se em direo linha neutra, conforme aumenta o

    carregamento externo aplicado. Apresentam-se aproximadamente perpendiculares ao eixo

    longitudinal da viga e s trajetrias das tenses principais de trao.

    O trecho fissurado passa do Estdio I para o Estdio II e os trechos entre os apoios e as

    foras concentradas, sem fissuras, permanecem no Estdio I (fig. 7b). Para este nvel decarregamento a viga apresenta trechos nos Estdios I e II.

    Continuando a aumentar as foras P, outras fissuras de flexo continuam a surgir, e

    aquelas j existentes aumentam de abertura e prolongam-se em direo ao topo da viga (fig. 7c).

    Nos trechos entre os apoios e as foras P, as fissuras de flexo inclinam-se, devido inclinao

    das tenses principais de trao I. Essas fissuras so chamadas de fissuras de flexo com fora

    cortante (ou fissuras de flexo com cisalhamento). Nas proximidades dos apoios, como a

    influncia dos momentos fletores muito pequena, podem surgir fissuras de cisalhamentopuras (ver fig. 8).

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    Fig. 7 - Comportamento resistente de uma viga biapoiada.

    (LEONHARDT & MNNIG - 1982).

    As tenses de trao inclinadas na alma exigem uma armadura denominada armadura

    transversal, composta normalmente na forma de estribos verticais fechados. Note que, na regio

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 8

    de maior intensidade das foras cortantes, a inclinao mais favorvel para os estribos seria de

    aproximadamente 45, ou seja, paralelos s trajetrias das tenses de trao e perpendiculares s

    fissuras. Por razes de ordem prtica os estribos so normalmente posicionados na vertical, o que

    os torna menos eficientes se comparados aos estribos inclinados.

    A colocao de armadura transversal evita a ruptura prematura das vigas e, alm disso,

    possibilita que as tenses principais de compresso possam continuar atuando, sem maiores

    restries, entre as fissuras inclinadas prximas aos apoios.

    Fig. 8 - Fissuras na viga no Estdio II (LEONHARDT & MNNIG - 1982).

    O comportamento da regio da viga sob maior influncia das foras cortantes e comfissuras inclinadas de cisalhamento no Estdio II, pode ser muito bem descrito fazendo-se a

    analogia com uma trelia isosttica (fig. 9). A analogia de trelia consiste em simbolizar a

    armadura transversal como as diagonais inclinadas tracionadas (montantes verticais no caso de

    estribos verticais), o concreto comprimido entre as fissuras (bielas de compresso) como as

    diagonais inclinadas comprimidas, o banzo inferior como a armadura de flexo tracionada e o

    banzo superior como o concreto comprimido acima da linha neutra.

    A trelia isosttica com banzos paralelos e diagonais comprimidas de 45 chamada

    trelia clssica de Ritter-Mrsch. Sobre ela, Lobo Carneiro escreveu o seguinte: A chamada

    trelia clssica de Ritter-Mrsch foi uma das concepes mais fecundas na histria do concreto

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    armado. H mais de meio sculo tem sido a base do dimensionamento das armaduras

    transversais estribos e barras inclinadas das vigas de concreto armado, e est muito longe

    de ser abandonada ou considerada superada. As pesquisas sugerem apenas modificaes ou

    complementaes na teoria, mantendo no entanto o seu aspecto fundamental: a analogia entre a

    viga de concreto armado, depois de fissurada, e a trelia. Essas palavras continuam vlidas at

    o presente momento.

    Rcb

    sR

    R s Rcb

    a) armadura transversal a 45 b) armadura transversal a 90

    Fig. 9 - Analogia de trelia para as foras internas na regio de esforo cortante de uma viga.

    (LEONHARDT & MNNIG - 1982).

    A analogia feita com trelias isostticas com diagonais tracionadas simples, distantes

    entre si de tal forma que algumas fissuras podem no ser interceptadas. Deve-se imaginar,

    portanto, a existncia de uma trelia com diagonais tracionadas mltiplas (fig. 10 a) ou trelia em

    malha (fig. 10 b). A trelia em malha altamente hiperesttica internamente e

    simplificadamente considerada como a superposio de vrias trelias isostticas, deslocveis

    entre si.

    Fig. 10 Trelia mltipla ou em malha (LEONHARDT & MNNIG - 1982).

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    Os estribos devem estar prximos entre si a fim de interceptarem qualquer possvel

    fissura inclinada devido ao esforo cortante, o que leva necessidade da trelia mltipla. Uma

    ruptura precoce pode ocorrer quando a distncia entre as barras for 2z para estribos inclinados

    a 45 e >z para estribos a 90 (fig. 11).

    2 z fissura de cisalhamento z fissura de cisalhamento

    Fig. 11 - Analogia clssica de uma viga com uma trelia.

    4. FORMAS DE RUPTURA POR FORA CORTANTE

    Quando as tenses principais de trao inclinadas I alcanam a resistncia do concreto

    trao, surgem as primeiras fissuras de cisalhamento, perpendiculares direo de I , como

    mostrado nas fig. 7 e 8. medida que as fissuras vo surgindo ocorre uma redistribuio dos

    esforos internos, e a armadura transversal e as diagonais comprimidas passam ento a

    trabalhar de maneira mais efetiva. A redistribuio de esforos depende da quantidade e da

    direo da armadura transversal, o que leva a diversos tipos de ruptura por fora cortante.

    Com o aumento do carregamento as fissuras de flexo na regio de maiores foras

    cortantes propagam-se com trajetria inclinada, dando origem s chamadas fissuras de flexo

    com cisalhamento. Se a armadura transversal for insuficiente, o ao atinge a deformao deincio de escoamento (y). As fissuras inclinadas de cisalhamento prximas ao apoio

    desenvolvem-se rapidamente em direo ao banzo comprimido, diminuindo a sua seo

    resistente, que por fim pode se romper bruscamente (fig. 12). A falta de armadura transversal

    tambm pode levar a esta forma de ruptura. A fissura propaga-se tambm pela armadura

    longitudinal de trao nas proximidades do apoio, separando-a do restante da viga (fig. 12).

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    Fig. 12 Ruptura de viga e laje por rompimento do banzo superior comprimido de concreto.

    (LEONHARDT & MNNIG - 1982).

    Pode tambm ocorrer o rompimento dos estribos, antes da ruptura do banzo comprimido,

    ou a ruptura na ligao das diagonais comprimidas com o banzo comprimido. A fig. 13 mostra a

    ruptura que pode ocorrer por rompimento ou deformao excessiva dos estribos.

    Fig. 13 Runa da viga por rompimento dos estribos.

    (LEONHARDT & MNNIG - 1982).

    Em sees com banzos reforados, como sees I, que possuam armaduras longitudinal e

    transversal reforadas, formam-se muitas fissuras inclinadas, e as bielas de compresso entre as

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 12

    fissuras podem romper de maneira brusca ao atingir a resistncia do concreto compresso. Tal

    ruptura ocorre quando as diagonais so solicitadas alm do limite da resistncia do concreto

    compresso, antes que a armadura transversal entre em escoamento (fig. 14).

    As bielas de compresso delimitam o limite superior da resistncia das vigas ao esforo

    cortante, o que depende da resistncia do concreto. A tenso de compresso nas bielas depende

    da inclinao dos estribos, como se ver adiante.

    Fig. 14 - Ruptura das diagonais comprimidas no caso de armadura transversal reforada.

    (LEONHARDT & MNNIG - 1982).

    5. ESFOROS E TENSES NA TRELIA CLSSICA DE MRSCH

    A fig. 15 mostra a trelia clssica para uma viga, com fora cortante constante, com

    diagonais comprimidas (bielas de compresso) inclinadas de 45 e com diagonais tracionadas

    inclinadas de um ngulo qualquer. A trelia isosttica o que significa que as foras nas barras

    podem ser determinadas considerando-se apenas as condies de equilbrio dos ns, a partir do

    esforo cortante. A trelia esquematizada representa uma das diversas trelias isostticas, que,

    juntas, formam a trelia mltipla ou em malha, que internamente hiperesttica.

    Sendo V a fora cortante que atua na seo 1-1 da fig. 15, a fora ou resultante nasdiagonais comprimidas (bielas de compresso - Rcb) :

    (1)45senRV cb=

    V245sen

    VRcb == (2)

    45

    V

    Rcb

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    diagonal comprimidaP

    V =P2

    z ( 1 + cotg )

    diagonal tracionada

    z ( 1 + cotg )

    banzo tracionado

    banzo comprimido

    z

    (1+cotg)

    2z

    45

    Fig. 15 - Trelia clssica de Mrsch.

    A fora em cada diagonal comprimida relativa distncia ( )+ cotg12

    z, e

    considerando-se a largura bw da viga, a tenso mdia de compresso na biela dada por:

    ( ) ( )+=

    +=

    cotg1zb

    V22

    cotg12

    zb

    R

    ww

    cbcb

    ( )+=

    cotg1zb

    V2

    wcb (3)

    A fora ou resultante na diagonal tracionada (Rs,) pode ser determinada na seo 1-1 da

    fig. 15:

    (4)= senRV ,s

    =

    sen

    VR ,s (5)

    VRs,

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 14

    Supondo que a resultante de trao, relativa distncia horizontal z (1 + cotg ) na viga,

    seja absorvida por uma armadura transversal Asw , compostas por barras espaadas por um

    comprimento s, a tenso sw na armadura transversal tracionada, inclinada de um ngulo ,

    resulta:

    ( ) ( )

    +

    =+

    =,swsw

    ,s,sw A

    s

    sencotg1z

    V

    s

    cotg1zA

    R

    ( ) +

    =,sw

    ,sw A

    s

    cossenz

    V(6)

    s

    Asw,

    6. RELAES DA TRELIA CLSSICA PARA NGULOS , 45 E 90

    Apesar da clssica analogia de trelia com um viga fissurada ter sido criada h cerca de

    cem anos, a sua simplicidade a faz continuar sendo um modelo para o dimensionamento da

    armadura transversal das vigas. A NBR 6118/2003 admite dois modelos para clculo da

    armadura, denominados Modelos de Clculo I e II, sendo que, no Modelo I, a trelia admitida a

    trelia clssica de Mrsch, com banzos paralelos e bielas de compresso inclinadas de 45.

    A Tabela 1 resume as diversas relaes possveis para a trelia clssica em funo do

    ngulo de inclinao da diagonal tracionada.

    A equao para determinao da tenso na diagonal comprimida mostra que a tenso

    depende do ngulo de inclinao da armadura de trao (estribos). Disso resulta que, como a

    armadura transversal a 90 no favorvel, a tenso na diagonal comprimida (biela de

    compresso) o dobro da mesma tenso para a armadura a 45.

    O fato j enunciado da armadura transversal inclinda de 45 ser mais eficiente por

    acompanhar a inclinao das tenses principais de trao I , fica evidenciado ao se comparar as

    equaes da tenso na armadura transversal (sw). Nota-se que a armadura a 45 resulta 2

    vezes menor que a armadura a 90. No entanto, o estribo a 45 apresenta comprimento 2 vezes

    maior que o estribo a 90, o que acaba levando a volumes de armaduras praticamente iguais.

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 15

    Tabela 1 - Resumo das relaes para a trelia clssica em funo do ngulo

    de inclinao das diagonais tracionadas.

    Relao qualquer = 45 = 90

    Resultante na diagonalcomprimida (Rcb)

    V2 V2 V2

    Tenso na diagonal

    comprimida (cb) + cotg11

    zb

    V2

    w

    zb

    V

    w

    zb

    V2

    w

    Resultante de trao (Rs)

    senV

    45sen

    V

    V

    Tenso na armadura

    transversal (sw) + cossen

    1

    A

    s

    z

    V

    ,sw

    2A

    s

    z

    V

    45,sw

    90,swA

    s

    z

    V

    7. GENERALIZAO DA TRELIA CLSSICA

    Os resultados experimentais obtidos em numerosas pesquisas experimentais mostraram

    que a trelia clssica de Mrsch conduz a armaduras transversais um pouco exageradas. Aconciliao de tais resultados com as hipteses bsicas de Mrsch conduziu idealizao de uma

    nova trelia, a trelia generalizada. As principais diferenas entre as trelias so:

    a) a inclinao das fissuras menor que 45;

    b) os banzos superior e inferior no so paralelos. O banzo comprimido inclina-se em direo ao

    apoio, como mostrado na fig. 16;

    c) a trelia altamente hiperesttica internamente. Existe um certo engastamento das diagonaiscomprimidas no banzo comprimido.

    As bielas comprimidas so muito mais rgidas que os montantes tracionados. Existe um

    certo engastamento das bielas com o banzo comprimido, o que faz as bielas trabalharem flexo,

    aliviando os montantes tracionados. Alm disso, observa-se que os esforos de trao na alma

    diminuem com a inclinao do banzo comprimido e com a inclinao menor que 45 para as

    diagonais comprimidas (fig. 16).

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    - 30 - 38

    - 38 - 45

    a) trelia de alma espessa

    b) trelia de alma delgada

    PP

    Fig. 16 - Trelia generalizada (CEB - 1979).

    A trelia internamente hiperesttica no conduz a um equacionamento simples para o

    dimensionamento ao cortante mas , porm, til para a concepo do comportamento estrutural

    das vigas. Por simplicidade, a nova trelia utilizada no equacionamento leva em conta apenas o

    fato das diagonais comprimidas no formarem um ngulo de 45 com o eixo longitudinal da

    viga, mas sim um ngulo genrico , varivel em funo da quantidade de armadura transversal e

    principalmente da relao entre as larguras superior e inferior da viga. A trelia com ngulo

    genrico est mostrada na fig. 17. A deduo das foras na trelia apresentada a seguir

    semelhante quela j apresentada no item precedente.

    Sendo V a fora cortante que atua na seo 1-1 da fig. 17, a fora ou resultante nas

    diagonais comprimidas (bielas de compresso - Rcb) :

    (7)= senRV cb

    =

    sen

    VRcb (8)

    45 V

    Rcb

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 17

    diagonal comprimida

    PV =

    2

    diagonal tracionada

    z

    banzo tracionado

    banzo comprimido

    P

    z(cotg + cotg )sen

    z(cotg + cotg ) z(cotg + cotg )

    Fig. 17 - Trelia generalizada com bielas de compresso de inclinao e estribos inclinados.

    A fora em cada diagonal comprimida relativa distncia ( ) + sencotggcotz , e

    considerando-se a largura bw da viga, a tenso mdia de compresso na biela dada por:

    ( ) +=

    sencotggcotzb

    R

    w

    cbcb

    ( ) +=

    2w

    cbsencotggcotzb

    V(9)

    A fora ou resultante na diagonal de trao (Rs,) pode ser determinada na seo 1-1 dafig. 17:

    (10)= senRV ,s

    =

    sen

    VR ,s (11)

    VRs,

  • 7/27/2019 Cortante-04

    18/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 18

    Supondo que a resultante de trao, relativa distncia horizontal z (cotg + cotg ) da

    viga, seja absorvida por uma armadura transversal Asw , compostas por barras espaadas por um

    comprimento s, a tenso sw na armadura transversal tracionada, inclinada de um ngulo ,

    resulta:

    ( )s

    cotggcotzA

    R

    sw

    ,s,sw +

    =

    ( ) +

    =,sw

    ,sw A

    s

    sencotggcotz

    V

    (12)

    s

    Asw,

    8. DETERMINAO DO NGULO DE INCLINAO DAS DIAGONAIS DE

    COMPRESSO ()

    Investigaes experimentais mostraram que, aps iniciado o processo de fissurao na

    viga, ocorre uma redistribuio dos esforos internos, proporcional rigidez, principalmente das

    diagonais de compresso e do banzo comprimido. No caso de seo retangular, por exemplo, as

    diagonais de compresso so rgidas em relao ao banzo comprimido, o qual inclina-se emdireo ao apoio, criando o efeito de arco atirantado na viga (fig. 18). O banzo comprimido, ao

    inclinar-se em direo ao apoio pode at mesmo absorver toda a fora transversal, por meio de

    sua componente vertical, como indicada na fig. 19.

    q

    PP

    Fig. 18 Efeito de arco ou prtico atirantado na viga.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    19/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 19

    R

    P

    cc

    ccR ~~V

    ccR

    P

    Rs Rcb

    h f

    b

    bw

    ccR~V~

    Fig. 19 Efeito de arco em viga de seo retangular e seo T com inclinao

    do banzo comprimido em direo ao apoio.

    Com a diminuio da relao b/bw ocorre um aumento da inclinao da fora no banzo

    comprimido e uma diminuio da inclinao das diagonais comprimidas (diminuio de ) e,

    como conseqncia, os esforos de trao na alma diminuem progressivamente em comparao

    aqueles calculados segundo a trelia clssica.

    Os ensaios experimentais realizados na Alemanha e descritos por LEONHARDT &

    MNNIG (1982) mostraram tambm que a inclinao das fissuras de cisalhamento ou dasdiagonais comprimidas varia com a relao b/bw; essa inclinao situa-se em torno de 30para

    b/bw = 1 e cresce para cerca de 45para b/bw = 8 a 12. As diagonais de compresso que

    possuem uma inclinao menor que 45 conduzem a esforos de trao na alma de menor

    valor.

    Na seo retangular as fissuras de cisalhamento mostram-se com inclinao inferior a

    45, reduzindo-se at 30, como relatado por LEONHARDT & MNNIG 1982. As diagonais

    comprimidas absorvem uma maior parcela da fora cortante, diminuindo conseqentemente osesforos de trao na alma e a armadura transversal. Dessa constatao feita em diversos ensaios

    experimentais de vigas pode-se concluir que adequado considerar ngulos inferiores a 45

    quando do dimensionamento de vigas de concreto de seo retangular.

    No caso de sees com banzos comprimidos mais rgidos, como sees em forma de T, I,

    etc., a fora no banzo comprimido inclina-se pouco, e as fissuras de cisalhamento apresentam-se

    com inclinao de aproximadamente 45 (fig. 19).

    A rigidez depende da quantidade das armaduras longitudinal e transversal, masprincipalmente das reas de concreto que formam o banzo comprimido e as diagonais de

    compresso, expressa simplificadamente pela relao b/bw, como indicado na fig. 19.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    20/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 20

    9. REDUO DA FORA CORTANTE

    Ensaios experimentais com medio da tenso nos estribos mostram que o modelo de

    trelia desenvolvido para as vigas efetivamente vlido aps uma pequena distncia dos apoios,

    pois se constatou que os estribos muito prximos aos apoios apresentam tenso menor que os

    estribos fora deste trecho. Em funo desta caracterstica, na regio junto aos apoios, a

    NBR 6118 permite uma pequena reduo da fora cortante para o dimensionamento da armadura

    transversal (item 17.4.1.2.1).

    No caso de apoio direto, com a carga e a reao de apoio aplicadas em faces opostas

    (comprimindo-as), valem as seguintes prescries:

    a) a fora cortante oriunda de carga distribuda pode ser considerada, no trecho entre o apoio e aseo situada distncia d/2 da face de apoio, constante e igual desta seo (fig. 20);

    b) a fora cortante devida a uma carga concentrada aplicada a uma distncia a 2d do eixo

    terico do apoio pode, nesse trecho de comprimento a, ser reduzida multiplicando-a por a/2d.

    Esta reduo no se aplica s foras cortantes provenientes dos cabos inclinados de protenso

    (fig. 21).

    h

    d / 2

    R dVd

    Fig. 20 Reduo da fora cortante para viga sob carregamento uniforme.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    21/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 21

    h

    a < 2d

    R d reduo em dV

    R d Vd

    Fig. 21 Reduo da fora cortante para viga sob carga concentrada.

    As redues indicadas neste item no se aplicam verificao da resistncia

    compresso diagonal do concreto (bielas de compresso). No caso de apoios indiretos, essasredues tambm no so permitidas.

    10. ATUAO DO ESTRIBO NA ANALOGIA DE TRELIA

    A fig. 22 mostra a atuao ou trabalho desenvolvido pelo estribo vertical na analogia de

    trelia, para uma viga com trao na fibra inferior. No n em sua parte inferior o estribo

    entrelaa a armadura longitudinal tracionada e no n na sua parte superior o estribo se ancora no

    concreto comprimido e na armadura longitudinal superior.

    As bielas de compresso se apiam nas barras da armadura longitudinal inferior, no

    trecho final dos ramos verticais dos estribos e nos seus ramos horizontais, principalmente na

    interseco do estribo com as barras longitudinais, como mostrado na fig. 22.

    O ramo horizontal inferior dos estribos importante porque, alm de servir de apoio s

    bielas, tambm atua para equilibrar as tenses de trao oriundas da inclinao transversal das

    bielas diagonais, como indicado na fig. 22 III e IV.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    22/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 22

    Fig. 22 Atuao do estribo no modelo de trelia (FUSCO 2000).

    Na fig. 22 II mostra-se o apoio da biela na interseco do estribo com a barra longitudinal

    inferior, e o acrscimo de tenso s na armadura longitudinal, entre um estribo e outro e

    proveniente da atuao da tenso de aderncia b , entre a barra e o concreto.

    No n superior os estribos se ancoram no concreto comprimido, e nas barras

    longitudinais a posicionadas. Barras porta-estribos tambm atuam para evitar o fendilhamento,

    que pode ser provocado pelo gancho do estribo ao aplicar tenses de trao num pequenovolume de concreto.

    O ramo horizontal superior do estribo no obrigatrio, porm, sua disposio indicada

    para o posicionamento de barras longitudinais internas e para resistir a esforos secundrios que

    possam surgir.

    Vigas com larguras superiores a 30/40 cm devem ter estribos de quatro ou mais ramos

    verticais.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    23/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 23

    11. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS AO ESFORO CORTANTE SEGUNDO A

    NBR 6118/2003

    A nova metodologia apresentada na NBR 6118/2003, embora continue considerando a

    analogia de trelia, em alguns aspectos difere significativamente daqueles constantes da NBR

    6118/78. Entre eles pode-se citar os novos valores adotados para a parcela Vc da fora cortante

    absorvida por mecanismos complementares de trelia, adoo da resistncia do concreto

    compresso para regio fissurada (fcd2), constante no cdigo MC-90 do CEB-FIP e

    considerao de uma nova sistemtica para verificao do rompimento das diagonais

    comprimidas, por meio da fora cortante resistente de clculo (VRd2) em substituio tenso de

    cisalhamento ltima (wu).

    De modo geral, a nova metodologia segue o MC-90 do CEB-FIP e o Eurocode 2, com

    algumas modificaes e adaptaes. Uma das principais inovaes est na possibilidade de se

    poder considerar inclinaes variveis (30 45) para as diagonais comprimidas (bielas de

    compresso). Apesar das modificaes introduzidas foi possvel simplificar o equacionamento,

    possibilitando a automatizao manual dos clculos de dimensionamento, com conseqente

    ganho de tempo nos clculos.

    A NBR 6118 admite como hiptese bsica a analogia com o modelo em trelia, de

    banzos paralelos, associado a mecanismos resistentes complementares desenvolvidos no interior

    do elemento estrutural e traduzidos por uma componente adicional Vc.

    O projeto do elemento estrutural fora cortante sugerido com base em dois modelos

    de clculo, chamados Modelos de Clculo I e II.

    A condio de segurana do elemento estrutural satisfatria quando verificados os

    estados limites ltimos, atendidas simultaneamente as duas condies seguintes:

    2RdSd VV (13)

    swc3RdSd VVVV += (14)

    onde: VSd = fora cortante solicitante de clculo (Vd), na seo;

    VRd2 = fora cortante resistente de clculo, relativa runa das diagonais comprimidas de

    concreto;

    VRd3 = Vc + Vsw = fora cortante resistente de clculo, relativa runa por trao

    diagonal;

    Vc = parcela de fora cortante absorvida por mecanismos complementares ao de trelia;

    Vsw = parcela absorvida pela armadura transversal.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    24/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 24

    11.1 Modelo de Clculo I

    No modelo de clculo I a NBR 6118 adota a trelia clssica de Mrch, ao admitir o

    ngulo de 45o para as diagonais comprimidas de concreto (bielas de compresso), e a parcela

    complementar Vc tem valor constante, independentemente do esforo cortante VSd .

    11.1.1 Verificao da Diagonal Comprimida de Concreto

    A equao que define a tenso de compresso nas bielas para a trelia clssica ( = 45o)

    foi deduzida no item 5, sendo a eq. 3, aqui repetida:

    ( )+=

    cotg1zbV2

    wcb

    A norma limita a tenso de compresso nas bielas ao valor fcd2 , como est definido no

    cdigo MC-90 do CEB. O valor fcd2 atua como um fator redutor da resistncia compresso do

    concreto, quando h trao transversal por efeito de armadura e existem fissuras transversais s

    tenses de compresso, como mostrado na fig. 23. O valor fcd2 definido por:

    cdck

    2cd f250

    f160,0f

    = (15)

    fissura

    tenso de traode armadura

    tenso < fcd2

    Fig. 23 Tenso de compresso com trao transversal conforme o MC-90 do CEB-FIP.

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 25

    A NBR 6118 (item 17.4.2.2) chama o fator

    250

    f1 ck de v2 . Na eq. 3, substituindo z

    por 0,9 d, cb por fcd2 e transformando V no valor de clculo VSd , a eq. 3 transforma-se em:

    ( )2

    gcot1d9,0bf60,0V wcd2vSd

    += (16)

    ( )+= gcot1dbf27,0V wcd2vSd (17)

    Fazendo VSd como a mxima fora resistente de clculo (VRd2), correspondente runa

    das diagonais comprimidas de concreto, tem-se:

    dbf27,0V wcd2v2Rd = (18)

    com250

    f1 ck2v = (fckem MPa)

    Portanto, conforme a eq. 13, para no ocorrer o esmagamento das diagonais comprimidas

    deve-se ter:

    2RdSdd VVV =

    11.1.2 Clculo da Armadura Transversal

    Da eq. 14 (VSd VRd3), fazendo a cortante de clculo (VSd) igual mxima cortante

    resistente de clculo, relativa ruptura da diagonal tracionada (armadura transversal), tem-se:

    swc3RdSd VVVV +==

    A parcela Vc referente parte da fora cortante absorvida pelos mecanismos

    complementares ao de trelia definida como:

    a) elementos tracionados quando a linha neutra se situa fora da seo

    Vc = 0

  • 7/27/2019 Cortante-04

    26/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 26

    b) na flexo simples e na flexo-trao com a linha neutra cortando a seo

    dbf6,0VV wctd0cc == (19)

    Com 3 2ckcc

    ctm

    c

    inf,ctkctd f

    3,0.7,0f7,0ff

    =

    =

    = (20)

    a equao de Vc fica:

    dbf3,0.7,0

    6,0VV w3 2

    ckc

    0cc == (21)

    com fckem MPa.

    c) na flexo-compresso

    0cmx,Sd

    00cc V2

    M

    M1VV

    += (22)

    onde:

    bw = menor largura da seo, compreendida ao longo da altura til d;

    d = altura til da seo, igual distncia da borda comprimida ao centro de gravidade da

    armadura de trao;

    s = espaamento entre elementos da armadura transversal Asw, medido segundo o eixo

    longitudinal do elemento estrutural;

    fywd = tenso na armadura transversal passiva, limitada ao valor fyd no caso de estribos e a

    70 % desse valor no caso de barras dobradas, no se tomando, para ambos os casos,

    valores superiores a 435 MPa;

    = ngulo de inclinao da armadura transversal em relao ao eixo longitudinal doelemento estrutural, podendo-se tomar 45 90;

    M0 = momento fletor que anula a tenso normal de compresso na borda da seo

    (tracionada por Md,max), provocada pelas foras normais de diversas origens

    concomitantes com VSd, sendo essa tenso calculada com valores de f e p iguais a 0,9,

    os momentos correspondentes a essas foras normais no devem ser considerados no

    clculo dessa tenso pois so considerados em MSd, apenas os momentos isostticos de

    protenso;

  • 7/27/2019 Cortante-04

    27/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 27

    MSd,max = momento fletor de clculo, mximo no trecho em anlise, que pode ser tomado

    como o de maior valor no semitramo considerado, (para esse clculo, no se consideram

    os momentos isostticos de protenso, apenas os hiperestticos).

    Com o valor de Vc conhecido, da eq. 14 calcula-se a parcela do esforo cortante a ser

    resistida pela armadura transversal:

    cSdsw VVV = (23)

    A equao que define a tenso na diagonal tracionada para a trelia clssica ( = 45o) foi

    deduzida no item 5, sendo a eq. 6, aqui repetida:

    ( ) +

    =,sw

    ,sw A

    s

    cossenz

    V

    Substituindo z por 0,9 d, V por Vsw, e fazendo sw, igual mxima tenso admitida na

    armadura ( fywd), a eq. 6 fica:

    )cos(senfd9,0s

    AV ywd

    ,swsw +=

    (24)

    onde 43515,1

    ff ykywd = MPa.

    A inclinao dos estribos deve obedecer condio .oo 9045

    Para estribo inclinado a 45 a eq. 24 fica:

    ywd45,sw

    ywd45,sw

    sw fds

    A27,12fd9,0

    s

    AV ==

    isolando Asw,45/s

    ywd

    sw45,sw

    fd27,1

    V

    s

    A= (25)

  • 7/27/2019 Cortante-04

    28/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 28

    No caso de se utilizar os aos CA-50 e CA-60 e armadura transversal somente na forma

    de estribos, fywd assume o valor de 43,5 kN/cm2, que aplicado eq. 25 fica:

    5,43d27,1

    V

    s

    A sw45,sw =

    d4,55

    V

    s

    A sw45,sw = (26)

    Para estribo vertical ( = 90) a eq. 24 fica:

    ywd90,sw

    sw fd9,0s

    AV =

    ywd

    sw90,sw

    fd9,0

    V

    s

    A= (27)

    No caso de se utilizar os aos CA-50 e CA-60 e armadura transversal somente na forma

    de estribos, fywd assume o valor de 43,5 kN/cm2, que aplicado eq. 27 fica:

    d2,39

    V

    5,43d9,0

    V

    s

    A swsw90,sw ==

    d2,39

    V

    s

    A sw90,sw = (28)

    importante observar ques

    Asw a armadura transversal por unidade de comprimento da

    viga e Asw a rea total do estribo, cortando todos os ramos verticais existentes.

    11.2 Modelo de Clculo II

    No modelo de clculo II a norma admite que a inclinao () das diagonais de

    compresso varie livremente entre 30o e 45o e que a parcela complementar Vc sofra reduo com

  • 7/27/2019 Cortante-04

    29/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 29

    o aumento de VSd. Ao admitir ngulos inferiores a 45 a norma adota a chamada trelia

    generalizada.

    11.2.1 Verificao da Diagonal Comprimida de Concreto

    Conforme a eq. 9, deduzida no item 7 para a trelia com diagonais comprimidas

    inclinadas de um ngulo :

    ( ) +=

    2w

    cbsengcotgcotzb

    V

    A norma limita a tenso nas bielas comprimidas ao valor fcd2 , valor este constante do

    cdigo MC-90 do CEB e definido no item anterior. O valor fcd2 (eq. 15) definido por:

    cdck

    2cd f250

    f160,0f

    =

    Chamando o fator

    250

    f

    1ck

    de v2 e substituindo z por 0,9 d, cb por fcd2 e V pela

    mxima cortante resistente de clculo (VRd2), a eq. 9 transforma-se em:

    ( ) +=

    2w

    2Rdcd2v

    sengcotgcotd9,0b

    Vf60,0 (29)

    isolando VRd2 fica:

    ( )+= gcotgcotsendbf54,0V 2wcd2v2Rd (30)

    Para no ocorrer o esmagamento das diagonais comprimidas deve-se ter (eq. 13):

    2RdSd VV

  • 7/27/2019 Cortante-04

    30/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 30

    11.2.2 Clculo da Armadura Transversal

    Da eq. 14, fazendo a cortante de clculo (VSd) igual mxima cortante resistente de

    clculo, relativa ruptura da diagonal tracionada (armadura transversal), tem-se:

    swc3RdSd VVVV +==

    A parcela Vc referente parte da fora cortante absorvida pelos mecanismos

    complementares ao de trelia definida como:

    a) elementos tracionados quando a linha neutra se situa fora da seo

    Vc = 0

    b) na flexo simples e na flexo-trao com a linha neutra cortando a seo

    Vc = Vc1

    c) na flexo-compresso

    1cmx,Sd

    01cc V2M

    M1VV

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    31/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 31

    com

    3 2ck

    cc

    ctm

    c

    ,infctkctd f

    3,0.7,0f7,0ff

    =

    =

    =

    Conforme o grfico mostrado na fig. 24, o valor de V c1 pode ser calculado segundo a

    equao seguinte:

    0c2Rd

    Sd2Rd0c1c VV

    VVVV

    = (33)

    0 Vc1 Vc0 Vc1

    Vc1

    VRd2 - VSd

    Vc0

    VSdVc0VSd

    VRd2 Vc0

    VRd2

    Fig. 24 Interpolao para determinao do valor de Vc1 .

    Com o valor de Vc1 conhecido, na flexo simples faz-se Vc = Vc1 , e aplicando a eq. 14

    calcula-se a parcela Vsw do esforo cortante a ser resistida pela armadura transversal (eq. 23):

    cSdsw VVV =

    A equao que define a tenso na diagonal tracionada para a trelia com ngulo de

    inclinao das diagonais comprimidas igual a foi deduzida no item 7, sendo a eq. 12, aqui

    repetida:

  • 7/27/2019 Cortante-04

    32/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 32

    ( ) +

    =,sw

    ,sw A

    s

    sencotggcotz

    V

    limitando sw, mxima tenso admitida na armadura (fywd) tem-se:

    ( ) +

    ==,sw

    ywd,sw A

    s

    sencotggcotz

    Vf

    isolando V e substituindo z por 0,9 d:

    ( +=

    sencotggcotfd9,0s

    A

    V ywd,sw

    ) (34)

    A eq. 34 a parcela Vsw do esforo cortante total (VSd) resistido pela armadura

    transversal, isto :

    ( += sencotggcotfd9,0s

    AV ywd

    ,swsw ) (35)

    isolando Asw/s

    ( ) +=

    sencotggcotfd9,0

    V

    s

    A

    ywd

    sw,sw (36)

    onde 43515,1

    fff

    yk

    s

    yk

    ywd=

    = MPa.

    A inclinao dos estribos deve obedecer condio .oo 9045

    12. ARMADURA MNIMA

    Com o objetivo de impedir uma ruptura brusca por fora cortante-flexo, deve existir

    uma armadura transversal mnima. A NBR 6118 estabelece a seguinte equao para a taxa

    geomtrica mnima, constituda por estribos:

  • 7/27/2019 Cortante-04

    33/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 33

    ywk

    m,ct

    w

    swsw f

    f2,0

    sensb

    A

    = (37)

    onde: Asw = rea da seo transversal total de cada estribo, compreendendo todos os seus

    ramos;

    s = espaamento dos estribos;

    = ngulo de inclinao dos estribos em relao ao eixo longitudinal do elemento

    estrutural;

    bw = largura mdia da alma;

    fywk= resistncia ao escoamento do ao da armadura transversal;

    fct,m = resistncia mdia trao do concreto.

    Isolando Asw/s:

    senbf

    f2,0

    s

    Aw

    ywk

    m,ctsw (38)

    Para estribo vertical ( = 90) e fazendo o espaamento s igual a 100 cm, a armadura

    mnima fica:

    wywk

    m,ctmn,sw bf

    f20A = (cm2/m) (39)

    com: bw em cm

    fywke fct,m em kN/cm2

    3 2ckm,ct f3,0f = (MPa)

    13. DISPOSIES CONSTRUTIVAS

    As armaduras destinadas a resistir aos esforos de trao provocados por foras cortantes

    podem ser constitudas por estribos, combinados ou no com barras dobradas ou barras soldadas.

    Os estribos para cortantes devem ser fechados atravs de um ramo horizontal, envolvendo

    as barras da armadura longitudinal de trao, e ancorados na face oposta. Quando essa facetambm puder estar tracionada, o estribo deve ter o ramo horizontal nessa regio, ou

    complementado por meio de barra adicional.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    34/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 34

    As prescries para o dimetro do estribo so:

    5 mm t bw/10 (40)

    - para barra lisa, o dimetro deve ser inferior a 12,5 mm;

    - para estribos formados por telas soldadas, o dimetro mnimo pode ser reduzido para

    4,2 mm, desde que sejam tomadas precaues contra a corroso dessa armadura.

    O espaamento mnimo entre estribos, medido segundo o eixo longitudinal do elemento

    estrutural, deve ser suficiente para permitir a passagem do vibrador, garantindo um bom

    adensamento da massa. Adotando-se uma folga de 1 cm para a passagem do vibrador, o

    espaamento mnimo fica:

    s vibr+ 1 cm (41)

    O espaamento mximo deve atender s seguintes condies:

    >

    cm20d3,0sV67,0

    cm30d6,0sV67,0

    V2Rd

    2Rd

    Sd (42)

    O espaamento transversal (st) entre ramos sucessivos da armadura constituda por

    estribos no deve exceder os seguintes valores:

    (43)

    >

    cm35d6,0sV20,0

    cm80dsV20,0

    Vt2Rd

    t2Rd

    Sd

    As emendas por transpasse so permitidas apenas quando os estribos forem constitudos

    por telas ou por barras de alta aderncia.

    O item 18.3.3.3 da NBR 6118 apresenta as prescries para elementos estruturais

    armados com barras dobradas. Na prtica, no mais usual a utilizao de barras dobradas para a

    resistncia fora cortante, e por este motivo as prescries no esto aqui apresentadas.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    35/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 35

    14. EQUAES SIMPLIFICADAS

    Com base na formulao contida na NBR 6118/2003, elaboraram-se equaes

    simplificadas com o objetivo de automatizar o dimensionamento das armaduras transversais para

    as vigas de concreto armado, submetidas flexo simples. A automatizao torna o clculo um

    pouco mais simples e rpido, facilitando o trabalho manual. Na seqncia, as equaes segundo

    os modelos de clculo I e II so remanejadas e simplificadas.

    14.1 Modelo de Clculo I

    14.1.1 Fora Cortante Mxima

    Para verificar se ocorrer ou no o esmagamento das bielas de compresso, considera-se

    a situao limite 2RdSd VV = , a partir das equaes 13 e 18:

    dbf27,0V wcd2v2Rd =

    Com 250

    f

    1

    ck

    2v = , c = 1,4 e estribo vertical ( = 90), resulta a equao para VSd,u :

    dbf250

    f1027,0V wcd

    cku,Sd

    = (44)

    comc

    ckcd

    ff

    = e fckem MPa e VRd2 em kN.

    Se VSd VRd2 no ocorrer o esmagamento das bielas de compresso. (45)

    14.1.2 Fora Cortante Correspondente Armadura Mnima

    A fora cortante correspondente armadura mnima (VSd,mn) pode ser obtida por meio da

    igualdade:

    s

    A

    s

    A swmn,sw = (46)

  • 7/27/2019 Cortante-04

    36/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 36

    Conforme as eq. 37 e 24 modificadas tem-se as eq. 37 e 24:

    = senbs

    Awmn,sw

    mn,sw(37)

    )cos(senfd9,0

    V

    s

    A

    ywd

    swsw

    += (24)

    Aplicando as eq. 37 e 24 na eq. 46 resulta:

    )90cos90(senfd9,0

    V90senb

    ywd

    mn,swwmn,sw +

    = (47)

    ou ainda,

    ywdwmn,swmn,sw fd9,0bV = (48)

    Sendo a taxa de armadura mnima dada por:

    ywk

    3 2ck

    ywk

    ctmmn,sw f

    f3,02,0

    f

    f2,0 = (49)

    A eq. 48 passa a ser escrita em funo das resistncias caractersticas do concreto e

    do ao:

    15,1

    fd9,0b

    f10

    f06,0V ywkw

    ywk

    3 2ck

    mn,sw = (50)

    Fazendo as simplificaes na eq. 50 obtm-se a eq. 51, referente resistncia da viga

    correspondente armadura mnima, em funo da resistncia caracterstica do concreto:

    3 2ckwmn,sw fdb0047,0V = (51)

    Fazendo Vc = Vc0 na eq. 14 de verificao do estado limite ltimo, tem-se:

    mn,sw0cmn,Sd VVV +=

    Substituindo-se as expresses de Vc0 e de Vsw,mn, eq. 21 e 51, respectivamente, resulta:

  • 7/27/2019 Cortante-04

    37/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 37

    += 0047,0

    10.4,1

    3,0.7,0.6,0fdbV 3 2ckwmn,Sd (52)

    ou ainda,

    3 2ckwmn,Sd fdb0137,0V = (53)

    com fckem MPa e VSd,mn em kN.

    Se VSd VSd,mn utiliza-se armadura transversal mnima;

    Se VSd > VSd,mn

    calcula-se a armadura transversal para VSd .

    14.1.3 Armadura Transversal

    Para a determinao da armadura transversal necessria, tambm em funo da

    resistncia do concreto, pode-se retomar a eq. 24:

    )cos(senfd9,0

    V

    s

    A

    ywdswsw

    +=

    e, como , considerando-se tambm fcSdsw VVV = ywd = 435 MPa, s = 100 cm e estribo vertical

    ( = 90), obtm-se:

    )90cos90(sen5,43.d.9,0

    dbf6,0V

    100

    Aoo

    wctdSdsw

    +

    = (16)

    ou, ainda, simplificando-se:

    3 2ckw

    Sd90,sw fb023,0d

    V55,2A = (55)

    com fckem MPa e Asw em cm2/m.

    A Tabela 1 mostra as eq. 44, 53 e 55, para VRd2 , VSd,mn e Asw respectivamente, em

    funo da resistncia caracterstica do concreto compresso (fck). Nota-se que os coeficientes

  • 7/27/2019 Cortante-04

    38/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 38

    de segurana c e s , com valores de 1,4 e 1,15, respectivamente, j esto considerados nas

    equaes constantes da Tabela 1.

    Entrando com bw e d em cm e VSd em kN, resultam VRd2 e VSd,mn em kN e Asw em cm2/m.

    Tabela 1 Equaes simplificadas para diferentes valores de fck.

    (Modelo de Clculo I estribo vertical, c = 1,4, s = 1,15).

    Concreto VRd2 VSd,mn Asw

    C-15 db27,0 w db083,0 w wSd b14,0d

    V55,2

    C-20 db35,0 w db101,0 w wSd b17,0d

    V55,2

    C-25 db43,0 w db117,0 w wSd b20,0d

    V55,2

    C-30 db51,0 w db132,0 w wSd b22,0d

    V55,2

    C-35 db58,0 w db147,0 w wSd b25,0d

    V55,2

    C-40 db65,0 w db160,0 w wSd b27,0d

    V55,2

    C-45 db71,0 w db173,0 w wSd b29,0d

    V55,2

    C-50 db77,0 w db186,0 w wSd b31,0d

    V55,2

    14.2 Modelo de Clculo II

    Processo semelhante ao desenvolvido para o modelo de clculo I pode ser aplicado ao

    modelo II com o intuito de definir equaes simplificadoras.

    14.2.1 Fora Cortante ltima

    Para a verificao do esmagamento das bielas de compresso, considera-se a situao

    limite , a partir da eq. 13 aplicada na eq. 30:2RdSd VV =

  • 7/27/2019 Cortante-04

    39/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 39

    ( )+= gcotgcotsendbf54,0V 2wcd2v2Rd

    Com250

    f1 ck2v = , c = 1,4 e estribo vertical ( = 90), resulta a equao para VRd2 :

    = cossendbf

    250

    f1054,0V wcd

    ck2Rd (56)

    comc

    ckcd

    ff

    = e fckem MPa e VRd2 em kN.

    Se VSd VRd2 no ocorrer o esmagamento das bielas de compresso.

    14.2.2 Fora Cortante Correspondente Armadura Mnima

    A fora cortante correspondente armadura mnima (VSd,mn) pode ser obtida por meio da

    igualdade, resultante da eq. 14:

    mn,swcmn,Sd VVV += (57)

    Da eq. 39 transformada (eq. 39) para a armadura mnima e eq. 35 para a parcela V sw ,

    aqui repetidas:

    = senbf

    f3,02,0

    s

    Aw

    ywk

    3 2ckmn,sw (39)

    ( += sencotggcotfd9,0s

    AV ywd

    ,swsw ) (35)

    Aplicando a armadura mnima (eq. 39) na eq. 35 de Vsw:

    ( += sencotggcot15,1

    fd9,0senb

    f.10

    f3,02,0V ywk

    wywk

    3 2ck

    mn,sw

    ) (58)

    Para estribo vertical ( = 90) a eq. 58 fica:

  • 7/27/2019 Cortante-04

    40/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 40

    = gcotdbf0047,0V w3 2

    ckmn,sw (59)

    Sendo Vc = Vc1 (item 11.2.2b) e aplicando a eq. 59 na eq. 57 tem-se o esforo cortante

    mnimo, referente resistncia correspondente armadura mnima, em funo da resistncia

    caracterstica do concreto:

    += gcotfdb0047,0VV 3 2ckw1cmn,Sd (60)

    com fckem MPa e VSd,mn em kN.

    Se VSd VSd,mn utiliza-se armadura transversal mnima;

    Se VSd > VSd,mn calcula-se a armadura transversal para VSd .

    14.2.3 Armadura Transversal

    Para a determinao da armadura transversal necessria, tambm em funo da

    resistncia do concreto, pode-se retomar a eq. 36:

    ( ) +=

    sencotggcotfd9,0

    V

    s

    A

    ywd

    sw,sw

    e, como (eq. 14), considerando-se tambm f1cSdsw VVV = ywd = 435 MPa, s = 100 cm e estribo

    vertical ( = 90), obtm-se:

    =

    gcot5,43.d.9,0

    VV

    100

    A 1cSd90,sw

    ou, ainda, simplificando-se

    ( )

    =

    gcot.d

    VV55,2A 1cSd90,sw (61)

    com d em cm, VSd e Vc1 em kN e Asw em cm2/m.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    41/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 41

    A parcela Vc1 sai da eq. 33 j definida:

    ( )

    0c2Rd

    Sd2Rd0c1c VV

    VVVV

    =

    A Tabela 2 mostra as eq. 56, 60 e 61, para VSRd2 , VSd,mn e Asw respectivamente, em

    funo da resistncia caracterstica do concreto compresso (fck). Nota-se que os coeficientes

    de segurana c e s , com valores de 1,4 e 1,15, respectivamente, j esto considerados nas

    equaes constantes da Tabela 2.

    Entrando com bw e d em cm e VSd e Vc1 em kN, resultam VRd2 e VSd,mn em kN e Asw em

    cm2/m.

    Tabela 2 Equaes simplificadas para diferentes valores de fck.

    (Modelo de Clculo II estribo vertical, c = 1,4, s = 1,15).

    Concreto VRd2 VSd,mn Asw

    C-15 cos.sen.d.b54,0 w 1cw Vgcot.d.b.029,0 +

    C-20 cos.sen.d.b71,0 w 1cw Vgcot.d.b.035,0 +

    C-25 cos.sen.d.b87,0 w 1cw Vgcot.d.b.040,0 +

    C-30 cos.sen.d.b02,1 w 1cw Vgcot.d.b.045,0 +

    C-35 cos.sen.d.b16,1 w 1cw Vgcot.d.b.050,0 +

    C-40 cos.sen.d.b30,1 w 1cw Vgcot.d.b.055,0 +

    C-45 cos.sen.d.b42,1 w 1cw Vgcot.d.b.059,0 +

    C-50 cos.sen.d.b54,1 w 1cw Vgcot.d.b.064,0 +

    ( )

    gcot.d

    VV55,2 1cSd

    15. Exemplo Numrico 1

    A fig. 25 mostra uma viga biapoiada para a qual deve-se calcular e detalhar a armadura

    transversal, composta por estribos verticais.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    42/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 42

    p = 40 kN/m

    5 0 m

    50 cm

    100Vk (kN)

    10012 cm

    seo transversal

    Fig. 25 Esquema esttico e carregamento da viga (DUMT & PINHEIRO - 2000).

    So conhecidos:

    concreto C-20 ; ao CA-50 A

    d = 4 cm

    d = h d = 50 4 = 46 cm

    0,1400,100.4,1V.VkN0,100V kfSdk ==== kN

    Para fins de comparao os clculos sero feitos segundo os modelos de clculo I e II,

    com o ngulo de 30 para o modelo II. Os clculos sero feitos conforme as equaes

    deduzidas nos itens 11.1, 11.2 e 14 - equaes da norma NBR 6118 e equaes simplificadoras.

    15.1 Equaes de Norma

    15.1.1 Modelo de Clculo I

    O modelo de clculo I supe a trelia clssica de Mrsch, ou seja, admite apenas o ngulo

    de 45.

    a) Verificao da Compresso na Biela

    Para no ocorrer o esmagamento do concreto que compe a biela comprimida deve-se ter:

    VSd VRd2

    A equao que define VRd2 (eq. 18):

  • 7/27/2019 Cortante-04

    43/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 43

    dbf250

    f127,0V wcd

    ck2Rd

    = , com fckem MPa

    Substituindo os valores numricos na eq. 18:

    9,19546.124,1

    0,2

    250

    20127,0V 2Rd =

    = kN

    VSd = 140,0 kN < VRd2 = 195,9 kN

    A verificao demonstra que no ocorrer o esmagamento das bielas de compresso.

    b) Clculo da Armadura Transversal

    Para efeito de comparao com a armadura calculada, primeiramente ser determinada a

    armadura mnima (eq. 39) para estribo a 90 e ao CA-50:

    w

    ywk

    ctmmn,sw bf

    f20A (cm2/m)

    A resistncia do concreto trao direta :

    21,2203,0f3,0f 3 23 2ckctm === MPa

    06,112.50

    221,0.20A

    mn,sw

    cm2/m

    Para calcular a armadura deve-se determinar as parcelas do esforo cortante que sero

    absorvidas pelas diagonais comprimidas (Vc) e pela armadura (Vsw), de tal modo que (eq. 14):

    swcSd VVV +=

    Na flexo simples, a parcela Vc determinada pela eq. 21:

    dbf6,0VV wctd0cc ==

  • 7/27/2019 Cortante-04

    44/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 44

    com 3 2ckcc

    ctm

    c

    inf,ctkctd f

    3,0.7,0f7,0ff

    =

    =

    = , com fckem MPa

    11,1204,1

    3,0.7,0f 3 2

    ctd== MPa

    6,3646.1210

    11,16,0VV 0cc === kN

    Portanto, da eq. 14:

    Vsw = VSd Vc = 140,0 36,6 = 103,4 kN

    A armadura, de acordo com a eq. 28 :

    d2,39

    V

    s

    A sw90,sw = 0573,046.2,39

    4,103

    s

    A 90,sw == cm2/cm

    Asw,90 = 5,73 cm2/m > 1,06 cm2/m (portanto, deve-se dispor a armadura calculada,

    5,73 cm

    2

    /m)

    15.1.2 Modelo de Clculo II

    O modelo de clculo II supe a possibilidade de se adotarem diferentes valores para o

    ngulo de inclinao das diagonais comprimidas, no intervalo de 30 a 45. Para utilizar esse

    mtodo, adotou-se nesta demonstrao o valor de 30o para a inclinao () das diagonais de

    concreto.

    a) Verificao da Compresso na Biela

    Para no ocorrer o esmagamento do concreto que compe a biela comprimida deve-se ter

    (eq. 13):

    VSd VRd2

    A equao que define VRd2 (eq. 30):

  • 7/27/2019 Cortante-04

    45/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 45

    ( +

    = gcotgcotsendbf

    250

    f154,0V 2wcd

    ck2Rd ) , com fckem MPa

    Aplicando numericamente a eq. 30:

    ( ) 6,16930gcot90gcot30sen.46.124,1

    0,2

    250

    20154,0V 22Rd =+

    = kN

    VSd = 140,0 kN < VRd2 = 169,6 kN

    A verificao demonstra que no ocorrer o esmagamento das bielas de compresso em

    ambos os apoios. Das relaes 32 tem-se que Vc1 0.

    b) Clculo da Armadura Transversal

    Para calcular a armadura deve-se determinar as parcelas do esforo cortante que sero

    absorvidas pelas diagonais comprimidas (Vc) e pela armadura (Vsw), de tal modo que (eq. 14):

    swcSd VVV +=

    Na flexo simples, a parcela Vc igual a Vc1. Devem tambm serem calculados (eq. 21):

    dbf6,0V wctd0c =

    com 3 2ckcc

    ctm

    c

    inf,ctkctd f

    3,0.7,0f7,0ff

    =

    =

    = , com fckem MPa

    11,1204,1

    3,0.7,0f 3 2ctd == MPa

    6,3646.1210

    11,16,0V 0c == kN

    VSd,A = 140,0 > Vc0 = 36,6 kN

  • 7/27/2019 Cortante-04

    46/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 46

    O esquema grfico mostrado na fig. 26 apresenta a relao inversa entre a resistncia V c1

    e a solicitao de clculo VSd, explicitando que, quanto maior o grau de solicitao fora

    cortante, menor ser a contribuio da biela comprimida na composio resistente do elemento

    de viga a esta fora.

    0 Vc1 36,6 Vc0

    VRd2 - VSd

    Vc1

    29,7

    36,6

    VSd36,6140,0

    VRd2 Vc0 = 133,1

    169,7

    Fig. 26 - Interpolao para obteno do valor de Vc1 em funo de VSd.

    Conforme a eq. 33, resulta:

    2,86,367,169

    0,1407,1696,36

    VV

    VVVVV

    0c2Rd

    Sd2Rd0c1cc =

    =

    == kN

    A parcela do esforo cortante a ser resistida pela armadura transversal :

    8,1312,80,140VVV cSdsw === kN

    A eq. 36 foi definida para o clculo da armadura transversal:

    ( ) +

    =

    sencotggcotfd9,0

    V

    s

    A

    ywd

    sw,sw

    A armadura transversal :

  • 7/27/2019 Cortante-04

    47/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 47

    ( )

    0423,090sen30cotg90gcot

    15,1

    50.46.9,0

    8,131

    s

    A 90,sw =+

    = cm2/cm

    Asw,90 = 4,23 cm2/m > 1,06 cm2/m (portanto, deve-se dispor armadura calculada,

    4,23 cm2

    /m)

    15.2 Equaes Simplificadas

    A fim de exemplificao so aplicadas as equaes definidas no item 14.

    15.2.1 Modelo de Clculo I

    a) Verificao das Bielas de Compresso

    Da Tabela 1, para o concreto C-20, determina-se a fora cortante ltima ou mxima:

    2,19346.12.35,0db35,0V w2Rd === kN

    == kN8,55V0,140V mn,SdSd portanto, deve-se calcular a armadura transversal p/

    VSd .

    Da equao para Asw na Tabela 1 (concreto C-20):

    72,5A12.17,046

    0,14055,2b17,0d

    V55,2A swwSd

    sw === cm2/m

  • 7/27/2019 Cortante-04

    48/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 48

    e, a ttulo de comparao, da eq. 39, a armadura mnima :

    06,11250.10

    203,020A

    3 2

    mn,sw == cm2/m

    Como Asw = 5,72 > Asw,mn = 1,06 cm2/m, deve-se dispor a armadura calculada.

    Observe a semelhana nos valores das armaduras calculadas segundo os dois processos

    de clculo (norma e simplificado).

    15.2.2 Modelo de Clculo II

    Para utilizar esse mtodo, adotou-se nesta demonstrao o valor de 30o para a inclinao

    () das diagonais de concreto.

    a) Verificao das Bielas de Compresso

    Da Tabela 2, para concreto C-20, a fora cortante ltima ou mxima :

    7,16930cos.30sen.46.12.71,0cos.sendb71,0V w2Rd === kN

    =

  • 7/27/2019 Cortante-04

    49/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 49

    6,3646.124,1.10

    203,07,06,0dbf6,0V

    3 2

    wctd0c =

    == KN

    6,36V0,140V 0cSd =>= kN

    O esquema grfico mostrado na fig. 27 apresenta a relao inversa entre a resistncia V c1

    e a solicitao de clculo VSd, explicitando que, quanto maior o grau de solicitao fora

    cortante, menor ser a contribuio da biela comprimida na composio resistente do elemento

    de viga a esta fora.

    0 Vc1 36,6 Vc0

    VRd2 - VSd

    Vc1

    29,7

    36,6

    VSd36,6140,0

    VRd2 Vc0 = 133,1

    169,7

    Fig. 27 - Interpolao para obteno do valor de Vc1 em funo de VSd.

    Conforme a eq. 33, resulta:

    2,86,367,169

    0,1407,1696,36

    VV

    VVVV

    0c2Rd

    Sd2Rd0c1c =

    =

    = kN

    Verifica-se que, para estribo vertical ( = 90), Vc1 independe do modelo adotado, ou

    seja, se modelo de clculo I ou II.

    Assim, das expresses da Tabela 2:

    7,412,830gcot.46.12.035,0Vgcotdb035,0V o1cwmn,Sd =+=+= kN

  • 7/27/2019 Cortante-04

    50/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 50

    =>= kN7,41V0,140V mn,SdSd portanto, deve-se calcular a armadura transversal para

    VSd .

    ( ) ( )

    22,430gcot46

    2,80,140

    55,2gcotd

    VV

    55,2A o1cSd

    sw =

    =

    = cm2

    /m

    Na Tabela 3 so apresentados os resultados obtidos para outros valores adotados para .

    A fig. 28 mostra o detalhamento da armadura transversal na viga.

    Tabela 3 Resultados de Asw obtidos segundo os dois modelos de clculo

    da NBR 6118/2003 e segundo a NBR 6118/78.

    Asw(cm2/m)NORMA

    (o) E . Norma E . Sim lif.

    Asw,mn(cm2/m)

    NBR 6118/78 45 6,20 - 1,68NBR 6118/2003 - Modelo I

    - Modelo II45454030

    5,737,075,954,23

    5,72--

    4,22

    1,061,061,061,06

    Observa-se na Tabela 3 que o modelo de clculo I da NBR 6118/2003, resulta armadura

    menor que a calculada segundo a NBR 6118/78, para o mesmo ngulo de 45.

    15.3 Detalhamento da Armadura Transversal

    Para efeito de detalhamento, na fig. 28 os estribos verticais so mostrados conforme

    definidos pelo modelo de clculo II, com ngulo de 30.

    a) Dimetro do estribo: segundo a eq. 40: 5 mm t bw/10 t 120/10 12 mm

    b) Espaamento mximo: segundo a eq. 42:

    0,67 VRd2 = 0,67 . 169,6 = 113,6 kN

    VSd = 140,0 > 113,6 kN s 0,3 d 20 cm

    0,3 d = 0,3 . 46 = 13,8 cm Portanto, s 13,8 cm

  • 7/27/2019 Cortante-04

    51/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 51

    c) Espaamento transversal entre os ramos do estribo: segundo a eq. 43:

    0,20 VRd2 = 0,20 . 169,6 = 33,9 kN

    VSd = 140,0 > 33,9 kN st 0,6 d 35 cm

    0,6 d = 0,6 . 46 = 27,6 cm Portanto, s 27,6 cm

    d) Escolha do dimetro e espaamento dos estribos

    Para a armadura calculada segundo o modelo de clculo II, de 4,23 cm2/m nos apoios,

    considerando estribo vertical composto por dois ramos e dimetro de 5 mm (1 5 mm = 0,20

    cm2), tem-se:

    0423,0s

    Asw = cm2/cm 0423,0s

    40,0= s = 9,5 cm

    Para a armadura mnima de 1,06 cm2/m, considerando o mesmo estribo, tem-se:

    0106,0s

    Asw = cm2/cm 0106,0s

    40,0= s = 37,7 cm

    20 cm

    Sd, min = 41,7V

    20 cm

    (KN)SdV

    N1 - 48 5 C = 122 cm

    9 cm

    47cm480 cm

    250 cm 250 cm

    Sd, minV

    176 cm148 cm176 cm

    171 176N1-19 c/9 N1-19 c/9

    140

    140

    N1 - 10 c/14

    Fig. 28 - Detalhamento dos estribos ao longo da viga.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    52/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 52

    16. Exemplo Numrico 2

    Calcular e detalhar a armadura transversal composta por estribos verticais para os

    esforos cortantes mximos da viga esquematizada na fig. 29. So conhecidos: C-25, CA-50,c = f= 1,4, s = 1,15, d = 80 cm.

    viga transversal

    4m 3m 25cm

    A BC

    150 KN29 KN / m

    85cm

    25 cm 25 cm

    Fig. 29 Esquema esttico e esforos cortantes na viga.

    Como os esforos cortantes na viga so diferentes nos apoios A e B, sero dimensionadas

    duas armaduras transversais diferentes, uma para cada apoio. Os esforos cortantes de clculo

    so:

    Apoio A VSd,A = Vd,A = f . Vk,A = 1,4 . 165,8 = 232,1 kN

    Apoio B VSd,B = Vd,B = f . Vk,B = 1,4 . 187,2 = 262,1 kN

    Para comparao de resultados, a viga ter a armadura transversal calculada segundo os

    modelos de clculo I e II, com o ngulo de inclinao das bielas comprimidas assumido com os

    valores de 30 e 45. Todos os clculos sero feitos segundo a formulao terica derivada da

    NBR 6118/2003 e tambm segundo as frmulas simplificadas definidas no item 14.

    16.1 Modelo de Clculo I

    O modelo de clculo I supe a trelia clssica de Mrsch, ou seja, admite apenas o ngulo

    de 45.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    53/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 53

    16.1.1 Equaes de Norma

    a) Verificao da Compresso na Biela

    Para no ocorrer o esmagamento do concreto que compe a biela comprimida deve-se ter:

    VSd VRd2

    A equao que define VRd2 (eq. 18):

    dbf

    250

    f127,0V wcd

    ck2Rd

    = , com fckem MPa

    9,86780.254,1

    5,2

    250

    25127,0V 2Rd =

    = kN

    Apoio A VSd,A = 232,1 kN < VRd2 = 867,9 kN

    Apoio B VSd,B = 262,1 kN < VRd2

    A verificao implica que no ocorrer o esmagamento das bielas de compresso em

    ambos os apoios.

    b) Clculo da Armadura Transversal

    A armadura mnima (eq. 39) para estribo a 90 e ao CA-50 :

    wywk

    ctmmn,sw bf

    f20A = (cm2/m)

    56,2253,0f3,0f 3 23 2ckctm === MPa

    56,225.50

    256,0.20A mn,sw == cm

    2/m

    Para calcular a armadura deve-se determinar as parcelas do esforo cortante que sero

    absorvidas pelas diagonais comprimidas (Vc) e pela armadura (Vsw), de tal modo que (eq. 14):

  • 7/27/2019 Cortante-04

    54/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 54

    swcSd VVV +=

    Na flexo simples, a parcela Vc determinada pela eq. 21:

    dbf6,0VV wctd0cc ==

    com 3 2ckcc

    ctm

    c

    inf,ctkctd f

    3,0.7,0f7,0ff

    =

    =

    = com fckem MPa

    28,1254,1

    3,0.7,0f 3 2ctd == MPa

    9,15380.2510

    28,16,0VV 0cc === kN

    Vsw = VSd Vc

    Apoio A Vsw,A = 232,1 153,9 = 78,2 kN

    Apoio B Vsw,B = 262,1 153,9 = 108,2 kN

    A armadura, de acordo com a eq. 28 :

    d2,39

    V

    s

    A sw90,sw =

    Apoio A: 0249,080.2,39

    2,78s

    A 90,sw == cm2/cm

    Asw,90 = 2,49 cm2/m < 2,56 cm2/m (portanto, dispor a armadura mnima)

    Apoio B: 0345,080.2,39

    2,108

    s

    A 90,sw == cm2/cm

    Asw,90 = 3,45 cm2/m > 2,56 cm2/m (portanto, dispor a armadura calculada)

  • 7/27/2019 Cortante-04

    55/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 55

    16.1.2 Equaes Simplificadas

    a) Verificao da Compresso na Biela

    Conforme a equao contida na Tabela 1, para o concreto de resistncia caracterstica

    20 MPa, tem-se a fora cortante mxima:

    0,86080.25.43,0db43,0V w2Rd === kN

    Apoio A VSd,A = 232,1 kN < VRd2 = 860,0 kN

    Apoio B VSd,B = 262,1 kN < VRd2

    A verificao implica que no ocorrer o esmagamento das bielas de compresso em

    ambos os apoios.

    b) Clculo da Armadura Transversal

    Primeiro deve-se verificar se a fora cortante solicitante levar ou no armadura

    mnima. Da Tabela 1:

    0,23480.25.117,0db117,0V wmn,Sd === kN

    Apoio A VSd,A = 232,1 kN < VSd,mn = 234,0 kN

    (portanto, dispor armadura mnima conforme definida no item anterior)

    Para efeito de comparao, da Tabela 1 a armadura calculada resulta:

    40,225.20,080

    1,23255,2b20,0

    d

    V55,2A w

    Sd90,sw === cm

    2/m < Asw,mn = 2,56 cm2/m

    Apoio B VSd,B = 262,1 kN > VSd,mn = 234,0 kN

    (portanto, calcular a armadura transversal)

    35,325.20,080

    1,26255,2b20,0

    d

    V55,2A w

    Sd90,sw === cm

    2/m > Asw,mn = 2,56 cm2/m

  • 7/27/2019 Cortante-04

    56/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 56

    Verifica-se que as armaduras calculadas para o apoio B segundo as equaes de norma e

    equaes simplificadas resultaram praticamente idnticas.

    16.2 Modelo de Clculo II

    O modelo de clculo II supe a possibilidade de se adotar diferentes valores para o

    ngulo de inclinao das diagonais comprimidas, no intervalo de 30 a 45. A ttulo de

    comparao a viga ser calculada com os ngulos de 30 e 45, segundo as formulaes da

    norma e as equaes simplificadas.

    16.2.1 Equaes de Norma

    16.2.1.1 ngulo de 30

    a) Verificao da Compresso na Biela

    Para no ocorrer o esmagamento do concreto que compe a biela comprimida deve-se ter

    (eq. 13):

    VSd VRd2

    A equao que define VRd2 (eq. 30):

    ( +

    = gcotgcotsendbf

    250

    f154,0V 2wcd

    ck2Rd ) , com fckem MPa

    ( ) 6,75130gcot90gcot30sen.80.254,1

    5,2

    250

    25154,0V 22Rd =+

    = kN

    Apoio A VSd,A = 232,1 kN < VRd2 = 751,6 kN Vc1 0

    Apoio B VSd,B = 262,1 kN < VRd2 Vc1 0

    A verificao implica que no ocorrer o esmagamento das bielas de compresso emambos os apoios.

  • 7/27/2019 Cortante-04

    57/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 57

    b) Clculo da Armadura Transversal

    Para calcular a armadura deve-se determinar as parcelas do esforo cortante que sero

    absorvidos pelas diagonais comprimidas (Vc) e pela armadura (Vsw), de tal modo que (eq. 14):

    swcSd VVV +=

    Na flexo simples, a parcela Vc igual a Vc1. Devem tambm serem calculados (eq. 21):

    dbf6,0V wctd0c =

    com 3 2ckcc

    ctm

    c

    inf,ctkctd f

    3,0.7,0f7,0ff

    =

    =

    = com fckem MPa

    28,1254,1

    3,0.7,0f 3 2ctd == MPa

    9,15380.25

    10

    28,16,0V 0c == kN

    Apoio A VSd,A = 232,1 > Vc0 = 153,9 kN

    Apoio B VSd,B = 262,1 > Vc0

    O esquema grfico mostrado na fig. 30 apresenta a relao inversa entre a resistncia V c1

    e a solicitao de clculo VSd, explicitando que, quanto maior o grau de solicitao fora

    cortante, menor ser a contribuio da biela comprimida na composio resistente do elemento

    de viga a esta fora.

    Conforme a eq. 33, resulta:

    Apoio A 8,1339,1536,751

    1,2326,7519,153

    VV

    VVVV

    0c2Rd

    Sd2Rd0c1c =

    =

    = kN

    Apoio B 0,1269,1536,7511,2626,751

    9,153VV

    VV

    VV 0c2Rd

    Sd2Rd0c1c =

    =

    = kN

  • 7/27/2019 Cortante-04

    58/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 58

    0 Vc1 153,9 Vc0

    VRd2 -VSd

    Vc1

    153,9

    VSd153,9751,6 (A) 232,1

    (B) 262,1597,7

    Fig. 30 - Interpolao para obteno do valor de Vc1 em funo de VSd.

    A parcela do esforo cortante a ser resistida pela armadura transversal :

    Apoio A 3,988,1331,232VVV A,cA,SdA,sw === kNApoio B 1,1360,1261,262VVV B,cB,SdB,sw === kN

    A eq. 36 foi definida para o clculo da armadura transversal:

    ( ) +=

    sencotggcotfd9,0

    V

    s

    A

    ywd

    sw,sw

    A armadura transversal no apoio A :

    ( )0181,0

    90sen30cotg90gcot15,1

    50.80.9,0

    3,98

    s

    A 90,sw =+

    = cm2/cm

    Asw,90 = 1,81 cm2/m < 2,56 cm2/m (portanto, dispor armadura mnima)

    A armadura transversal no apoio B :

  • 7/27/2019 Cortante-04

    59/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 59

    ( )

    0251,090sen30cotg90gcot

    15,1

    50.80.9,0

    1,136

    s

    A 90,sw =+

    = cm2/cm

    Asw,90 = 2,51 cm2/m < 2,56 cm2/m (portanto, dispor armadura mnima)

    16.2.1.2 ngulo de 45

    a) Verificao da Compresso na Biela

    Para no ocorrer o esmagamento do concreto que compe a biela comprimida deve-se ter:

    VSd VRd2

    A equao que define VRd2 :

    ( +

    = gcotgcotsendbf

    250

    f154,0V 2wcd

    ck2Rd ) , com fckem MPa

    ( ) 9,86745gcot90gcot45sen.80.254,1

    5,2

    250

    25154,0V 22Rd =+

    = kN

    Apoio A VSd,A = 232,1 kN < VRd2 = 867,9 kN Vc1 0

    Apoio B VSd,B = 262,1 kN < VRd2 Vc1 0

    A verificao implica que no ocorrer o esmagamento das bielas de compresso em

    ambos os apoios.

    b) Clculo da Armadura Transversal

    Para calcular a armadura deve-se determinar as parcelas do esforo cortante que sero

    absorvidos pelas diagonais comprimidas (Vc) e pela armadura (Vsw), de tal modo que:

    swcSd VVV +=

  • 7/27/2019 Cortante-04

    60/70

    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 60

    Na flexo simples, a parcela Vc igual a Vc1. Devem tambm ser calculados:

    dbf6,0V wctd0c =

    com 3 2ckcc

    ctm

    c

    inf,ctkctd f

    3,0.7,0f7,0ff

    =

    =

    = com fckem MPa

    28,1254,1

    3,0.7,0f 3 2ctd == MPa

    9,15380.25

    10

    28,16,0V 0c == kN

    Apoio A VSd,A = 232,1 > Vc0 = 153,9 kN

    Apoio B VSd,B = 262,1 > Vc0

    O esquema grfico mostrado na fig. 31 apresenta a relao inversa entre a resistncia V c1

    e a solicitao de clculo VSd, explicitando que, quanto maior o grau de solicitao fora

    cortante, menor ser a contribuio da biela comprimida na composio resistente do elemento

    de viga a esta fora.

    0 Vc1 153,9 Vc0

    VRd2 - VSd

    Vc1

    153,9

    VSd153,9867,9 (A) 232,1

    (B) 262,1714,0

    Fig. 31 - Interpolao para obteno do valor de Vc1 em funo de VSd.

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 61

    Conforme a eq. 33, resulta:

    Apoio A 0,1379,1539,867

    1,2329,8679,153

    VV

    VVVV

    0c2Rd

    Sd2Rd0c1c =

    =

    = kN

    Apoio B 6,1309,1539,867

    1,2629,8679,153

    VV

    VVVV

    0c2Rd

    Sd2Rd0c1c =

    =

    = kN

    A parcela do esforo cortante a ser resistida pela armadura transversal :

    Apoio A 1,950,1371,232VVV A,cA,SdA,sw === kN

    Apoio B 5,1316,1301,262VVV B,cB,SdB,sw === kN

    A eq. 36 foi definida para o clculo da armadura transversal:

    ( ) +=

    sencotggcotfd9,0

    V

    s

    A

    ywd

    sw,sw

    A armadura transversal no apoio A :

    ( )0304,0

    90sen45cotg90gcot15,1

    50.80.9,0

    1,95

    s

    A 90,sw =+

    = cm2/cm

    Asw,90 = 3,04 cm2/m > 2,56 cm2/m (portanto, dispor a armadura calculada)

    A armadura transversal no apoio B :

    ( )0420,0

    90sen45cotg90gcot15,1

    50.80.9,0

    5,131

    s

    A 90,sw =+

    = cm2/cm

    Asw,90 = 4,20 cm2/m > 2,56 cm2/m (portanto, dispor a armadura calculada)

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 62

    16.2.2 Equaes Simplificadas

    16.2.2.1 ngulo de 30

    a) Verificao da Compresso na Biela

    Conforme a equao contida na Tabela 2, para o concreto de resistncia caracterstica

    20 MPa (C-20), tem-se a fora cortante mxima:

    7,75130cos.30sen.80.25.87,0cossendb87,0V w2Rd === kN

    Apoio A VSd,A = 232,1 kN < VRd2 = 751,7 kN

    Apoio B VSd,B = 262,1 kN < VRd2

    A verificao implica que no ocorrer o esmagamento das bielas de compresso em

    ambos os apoios.

    b) Clculo da Armadura Transversal

    Primeiro deve-se verificar se o cortante levar armadura mnima ou no. Da Tabela 2:

    1cwmn,Sd Vgcotdb040,0V +=

    A parcela Vc1 da fora cortante avaliada pela eq. 33:

    ( )

    0c2Rd

    Sd2Rd0c1c VV

    VVVV

    =

    Os valores de Vc0 = 153,9 kN, VRd2 = 751,7 kN, VSd,A = 232,1 kN e VSd,B = 262,1 kN so

    conhecidos.

    Substituindo os valores na eq. 33 de Vc1 fica:

    ( ) 8,1339,1536,751

    1,2326,7519,153V A,1c == kN

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 63

    ( )0,126

    9,1536,751

    1,2626,7519,153V B,1c =

    = kN

    1cmn,Sd V30gcot.80.25.040,0V +=

    Apoio A VSd,A = 232,1 kN < VSd,mn,A = 272,4 kN

    (portanto, dispor a armadura mnima)

    Apoio B VSd,B = 262,1 kN < VSd,mn,B = 264,6 kN

    (portanto, dispor a armadura mnima)

    Conforme a Tabela 2, a equao para clculo da armadura :( )

    =gcot.d

    VV55,2A 1cSdsw

    No apoio A:

    ( )81,1

    30gcot.80

    8,1331,23255,2A A,sw =

    = cm2/m

    No apoio B:

    ( ) 50,230gcot.80

    0,1261,26255,2A B,sw == cm2/m

    Verifica-se que as armaduras calculadas segundo as duas formulaes resultaram

    praticamente idnticas.

    16.2.2.2 ngulo de 45

    a) Verificao da Compresso na Biela

    Conforme a equao contida na Tabela 2, para o concreto de resistncia caracterstica

    20 MPa, tem-se a fora cortante mxima:

    0,86845cos.45sen.80.25.87,0cossendb87,0V w2Rd === kN

    Apoio A VSd,A = 232,1 kN < VRd2 = 868,0 kNApoio B VSd,B = 262,1 kN < VRd2

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 64

    A verificao implica que no ocorrer o esmagamento das bielas de compresso em

    ambos os apoios.

    b) Clculo da Armadura Transversal

    Primeiro deve-se verificar se o cortante levar armadura mnima ou no:

    1cwmn,Sd Vgcotdb040,0V +=

    A parcela Vc1 da fora cortante avaliada pela eq. 33:

    ( )

    0c2Rd

    Sd2Rd0c1c VV

    VVVV

    =

    Os valores j conhecidos so: Vc0 = 153,9 kN, VRd2 = 868,0 kN, VSd,A = 232,1 kN e

    VSd,B = 262,1 kN. Substituindo na eq. 33 de Vc1 tem-se:

    ( )0,137

    9,1530,868

    1,2320,8689,153V A,1c =

    = kN

    ( )6,130

    9,1530,868

    1,2620,8689,153V B,1c =

    = kN

    1c1cmn,Sd V0,80V45gcot.80.25.040,0V +=+=

    Apoio A: 0,2170,1370,80V mn,Sd =+= kN

    VSd,A = 232,1 kN > VSd,mn = 217,0 kN

    (portanto, calcular a armadura transversal)

    Apoio B: 6,2106,1300,80V mn,Sd =+= kN

    VSd,B = 262,1 kN > VSd,mn = 210,6 kN

    (portanto, calcular a armadura transversal)

    Conforme a Tabela 2, a equao para clculo da armadura :( )

    =gcot.d

    VV55,2A 1cSdsw

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 65

    No apoio A:

    ( )03,3

    45gcot.80

    0,1371,23255,2A A,sw =

    = cm2/m > Asw,mn = 2,56 cm

    2/m

    No apoio B:

    ( )19,4

    45gcot.80

    6,1301,26255,2A B,sw =

    = cm2/m > Asw,mn = 2,56 cm

    2/m

    Verifica-se que as armaduras calculadas segundo os dois processos de clculo resultaram

    praticamente idnticas.

    A Tabela 4 resume os resultados encontrados nos clculos.

    Tabela 4 Resultados obtidos conforme os dois modelos de clculo da NBR 6118/2003.

    Asw(cm2/m)Modelo de

    Clculo(o)

    Processo deClculo Apoio A Apoio B

    Modelo I 45 NormaSimplificado

    2,492,40

    3,453,35

    Modelo II 30

    45

    NormaSimplificado

    NormaSimplificado

    1,811,81

    3,043,03

    2,512,50

    4,204,19

    16.3 Detalhamento da Armadura Transversal

    Dentre as vrias possibilidades de valores para a armadura transversal, optou-se pelo

    modelo de clculo I. O detalhamento encontra-se mostrado na fig. 32.

    a) Dimetro do estribo: segundo a eq. 40: 5 mm t bw/10 t 250/10 25 mm

    b) Espaamento mximo: segundo a eq. 42:

    0,67 VRd2 = 0,67 . 868,0 = 581,5 kN

    VSd,A = 232,1 < 581,5 kN s 0,6 d 30 cm

    0,6 d = 0,6 . 80 = 48 cm Portanto, s 30 cm

    VSd,B = 262,1 < 581,5 kN s 0,6 d 30 cm

    Portanto, s 30 cm

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    1309 Estruturas de Concreto II Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado ao Esforo Cortante 66

    c) Espaamento transversal entre os ramos do estribo: segundo a eq. 43:

    0,20 VRd2 = 0,20 . 868,0 = 173,6 kN

    VSd,A > 173,6 kN e VSd,B > 173,6 kN st 0,6 d 35 cm

    0,6 d = 0,6 . 80 = 48 cm Portanto, s 35 cm

    d) Escolha do dimetro e espaamento dos estribos

    Para as armaduras calculadas segundo o modelo de clculo I, de 2,49 cm2/m no apoio A e

    de 3,45 cm2/m no apoio B. considerando estribo vertical composto por dois ramos e dimetro de

    5 mm (1 5 mm = 0,20 cm2), tem-se para o apoio A:

    Asw = 2,49 cm2/m < Asw,mn = 2,56 cm

    2/m

    0256,0s

    Asw = cm2/cm < 0256,0s

    40,0= s = 15,6 cm

    Para o apoio B:

    0345,0

    s

    Asw = cm2/cm 0345,0

    s

    40,0= s = 11,6 cm

    N1 - 41 c/15

    25 cm 25 cm

    55A

    700 cm

    371 cm

    331 cm 40 cm

    VSd, mn = 234,0

    262,1 cm

    232,1cm

    VSd (KN)

    N1 - 46

    sw,mn

    N1 - 5 c/11

    675 cm

    Fig. 32 - Detalhamento dos estribos ao longo do vo livre da viga.

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    17. QUESTIONRIO

    1) Numa viga de concreto armado biapoiada sob duas foras concentradas P, como se

    apresentam as trajetrias das tenses principais de trao e de compresso? O que

    diferencia o trecho de flexo pura com os demais?

    2) E numa viga com carregamento uninforme?

    3) Numa viga contnua, como se mostram as trajetrias das tenses principais?

    4) Qual a configurao das fissuras numa viga no instante pr-ruptura? Desenhe.

    5) Como so as fissuras de flexo e de flexo com fora cortante?

    6) Em que instante do carregamento surgem as fissuras de flexo por exemplo?

    7) Desenhe numa viga contnua qual a inclinao mais favorvel para os estribos? Explique.

    8) Por que h indicao do espaamento mximo do estribo?

    9) O que uma trelia mltipla ou em malha?

    10) Explique a analogia de uma viga fissurada com a trelia clssica. Quais as hipteses da

    trelia clssica?

    11) Se os estribos resistem s tenses de trao, quem deve resistir s tenses de compresso?

    Como isso ocorre?

    12) Mostre as diferentes possibilidades de ruptura por fora cortante.

    13) Qual a configurao da trelia generalizada? Quais as diferenas para a trelia clssica?14) Nas trelias clssica e generalizada, estude como surgem as equaes para clculo da

    armadura transversal (Asw) e verificao da tenso na biela comprimida.

    15) Quais as diferenas nos valores da armadura transversal e da tenso na biela de

    compresso quando = 45 ou 90 ?

    16) Por que a trelia clssica conduz a uma armadura transversal exagerada?

    17) Quais as indicaes para adoo do ngulo ?

    18) Por que pode ser feita uma reduo da fora cortante nos apoios. Como deve serconsiderada?

    19) Comente sobre a forma de atuao dos estribos na analogia de trelia.

    20) De que modo feita a verificao do esmagamento ou no do concreto comprimido nas

    bielas?

    21) O que so os modelos de clculo I e II? Quais as diferenas entre eles?

    22) O que representa a parcela Vc da fora cortante?

    23) Como calculada a parcela Vc1 ?24) O que significam os valores VSd,mn e VSd,u ?

    25) Qual o valor da armadura mnima ao esforo cortante?

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    26) Quais os limites para o dimetro e o espaamento dos estribos?

    27) Quais os tipos de arranjos de armadura transversal que podem ser utilizados para uma

    viga resistir ao esforo cortante?

    18. EXERCCIOS PROPOSTOS

    Calcular e detalhar a armadura transversal para as vigas mostradas nas fig. 33 e 34, sendodados:

    1) C-20, CA-50, c = 2,0 cm, bw = 20 cm, h = 50 cm, d = 45 cm.

    600 cm

    25 KN/m

    l

    20 cm 20 cm

    Fig. 33 Esquema esttico e carregamento externo na viga.

    2) Idem ao primeiro, mas com concreto C-30.

    3) C-25, CA-50, c = 1,5 cm, bw = 30 cm, h = 60 cm, d = 56 cm.

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