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dissertação
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CAROLINE SIANLIAN KWEE
ABORDAGEM TRANSDISCIPLINAR NO AUTISMO: O PROGRAMA TEACCH
Dissertao apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Fonoaudiologia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para obteno do grau de Mestre.
Orientadora: Profa.Dra.Tania Maria Marinho Sampaio
Rio de Janeiro 2006
CAROLINE SIANLIAN KWEE
ABORDAGEM TRANSDISCIPLINAR NO AUTISMO: O PROGRAMA TEACCH
Dissertao apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Fonoaudiologia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para obteno do grau de Mestre.
Aprovada em 24 de novembro de 2006
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Tania Maria Marinho Sampaio Universidade Veiga de Almeida UVA
Prof. Dr. Ciraco Cristvo Tavares Atherino Universidade Veiga de Almeida UVA
Profa. Dra. Maria Lcia Abrantes Fortuna Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Agradecimentos minha orientadora, pela pacincia, competncia e coragem em compartilhar dessa idia; aos professores do mestrado, pelo exemplo; ao Prof. Dr. Ciraco Atherino pela orientao com a metodologia; ao Prof. Dr. Sylvio Brock pela clareza no trabalho estatstico dos resultados; aos meus pais e irm por acreditarem; aos meus filhos, Rodrigo e Marcelo pela compreenso nas minhas ausncias; a Mikaella, pela dedicao e Rafael pela renovao; aos meus amigos por existirem; a Daniela, ao Csar e ao Henrique pela amizade; ao Cris pelo carinho, companheirismo, incentivo e apoio; ao CRADD, pela formao profissional; a Suany, pelo auxlio inestimvel com os protocolos; equipe, pela garra em acreditarem no trabalho transdisciplinar e a todos os alunos e suas famlias por me ensinarem o verdadeiro valor da responsabilidade social.
As capelas cientficas, fundadas sobre o signo da especializao, vivem muito mais vontade num mundo fechado, onde a verdade de cada um menos contestada, do que num mundo aberto, onde esto expostas aos ventos da crtica.
Hilton Japiassu
RESUMO
A presente pesquisa tem o objetivo de apresentar protocolo de avaliao transdisciplinar no autismo a partir do programa denominado Treatment and Education of Autistic and related Communicattion handicapped Children TEACCH e sua aplicao no programa desenvolvido na Organizao-No Governamental Centro de Referncia e Apoio s Desordens do Desenvolvimento CRADD. Foram escolhidos seis indivduos, entre sete e doze anos, com diagnstico de autismo que freqentam o programa da referida instituio e que foram avaliados em trs momentos durante o ano de 2005 (janeiro, junho e dezembro). Foram verificados os desenvolvimentos de cada um deles nas reas de interao social, comportamento, aspecto cognitivo e linguagem. Concluiu-se que independente do grau e do tipo de autismo, existe desenvolvimento em todas as reas avaliadas atravs do protocolo avaliativo, proporcionando o efetivo estabelecimento das suas funes comunicativas.
ABSTRACT The main objective of this study is to introduce a transdiciplinary protocol of evaluation for autism using as a base the program called Treatment and Education of Autistic and related Communication handicapped Children TEACCH and its application in the program developed in the Non-Governmental Organization - Centro de Referncia e Apoio s Desordens do Desenvolvimento CRADD. Six subjects who belong to the education program of the institution above, all with a positive diagnostic of autism, ages between seven and twelve years old, were evaluated in three distinctive moments during the year of 2005 (January, June and December). The developments of each one of them in the areas of social interaction, behavior, cognitive aspects and language had been verified. One concluded that independent of the degree and the type of autism, development in all the areas evaluated through the evaluative protocol exists, proving the effective establishment of its communicative functions.
SUMRIO
RESUMO ABSTRACT
1) INTRODUO p. 08 2) OBJETIVO p. 12 3) REVISO DE LITERATURA 3.1) HISTRICO DO AUTISMO p. 13 3.2) CARACTERSTICAS DO AUTISMO p. 17 3.3) CONSIDERAES DIAGNSTICAS p. 23 3.4) TRANSDISCIPLINARIDADE 3.4.1) Consideraes Gerais p. 25 3.4.2) Definies conceituais: Multidisciplinaridade, Pluridisciplinaridade, Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade p. 28
3.4.3) Programa TEACCH: Histrico p. 33 3.4.4) Programa Educativo do CRADD: Pressupostos Tericos p. 38
4) METODOLOGIA p. 43 5) RESULTADOS p. 45 6) DISCUSSO p. 94 7) CONCLUSO p. 98 8) REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS P. 101 9) ANEXOS p. 106
1 . Introduo
A principal caracterstica do Transtorno do Espectro Autista o dficit
considervel na interao social, comportamento e invariavelmente na
comunicao, em sua maioria, com ausncia de comunicao verbal e
quando presente, geralmente nos casos de Autismo Leve e na Sndrome de
Asperger, as dificuldades se encontram principalmente no que se refere
pragmtica, prejudicando ainda mais a interao social deste indivduo. O que
mais me chamou a ateno foi a complexidade dos sintomas e a ainda atual,
diversidade de explicaes etiolgicas que tentam enquadrar o autismo nas
mais distintas reas do conhecimento, que resultam em diferentes e por
vezes divergentes abordagens clnicas, teraputicas e educacionais.
Diferentes autores concordam em citar o autismo como uma questo
que apresenta grandes controvrsias, uma vez que engloba, dentro dos seus
conceitos, uma gama bastante variada de doenas com diferentes quadros
clnicos que tm como fator comum o autismo. (ASSUMPO JR.,1995)
Colocam ainda o autismo como objeto de controvrsias e freqentes
alteraes na sua descrio e categorizao. (FERNANDES, 1996).
Com a dificuldade e ocasionalmente o desconhecimento especfico do
Transtorno do Espectro Autista, encontramos diversas abordagens clnicas e
teraputicas e, por vezes, at mesmo antagnicas. Assistimos as famlias em
verdadeiras peregrinaes de atendimentos especializados, dentro de uma
proposta multi ou interdisciplinar e com dificuldades em atingir objetivos
comuns.
Nestas teorias formuladas do autismo, a linguagem
constantemente bastante enfocada, sendo o profissional da fonoaudiologia,
um dos primeiros que so procurados pelas famlias para diagnstico e
interveno nos atrasos de linguagem destas crianas. Esse papel varia de
acordo com a perspectiva terica abordada e afeta diretamente a atuao
teraputica e educativa da prtica fonoaudiolgica.
Dentro da perspectiva do atendimento fonoaudiolgico individual, a
criana com autismo estimulada a fazer uso da comunicao, desde a
utilizao de padres articulatrios adequados, atravs do treino da fala
(quando ela existe) at o uso da linguagem funcional da abordagem
pragmtica (FERNANDES, 1996). Porm, com a prtica clnica dos ltimos
anos, pude observar que ainda existia uma lacuna no processo comunicativo
destas crianas, principalmente das no-verbais, que invariavelmente
passava por suas caractersticas mais marcantes que so as dificuldades de
comportamento e de interao social.
O uso dos discretos resultados conseguidos na fonoterapia, ainda
deixava as crianas com severas dificuldades comunicativas na famlia e a
escola que recebe esta criana pouco consegue ajudar e se v atnita diante
deste indivduo habitante de outro planeta, no contribuindo de forma
satisfatria com seu desenvolvimento. Conforme pesquisa feita por
FERNANDES (2003), as crianas atendidas h mais tempo em fonoterapia,
atingiram uma espcie de plat, no qual, o desenvolvimento, embora continue
a ocorrer, d-se em ritmo mais lento.
Partindo do princpio de que a comunicao surge da interao
me/adulto com o beb, no difcil imaginar porque a linguagem est
bastante prejudicada no Transtorno do Espectro Autista, sendo quase uma
conseqncia das dificuldades que esse indivduo tem nas capacidades de
interao social e comportamento. Estas dificuldades geram inmeras
alteraes na forma de estabelecer contato com o mundo, criando em torno
deste indivduo um universo repleto de estereotipias, ecolalias,
comportamentos rotineiros e hiperativos, dificuldades graves de
generalizaes, reaes inusitadas s mudanas de rotina, alm de uma
comunicao verbal e no-verbal sem contexto.
diante deste quadro que muitas vezes o Fonoaudilogo recebe uma
criana com autismo. Com os recursos tericos da Fonoaudiologia,
esperamos ento recuperar e/ou estabelecer a fala ou alguma comunicao
com ela. exatamente neste momento que este trabalho procura reavaliar a
atuao deste atendimento clnico isolado e desconectado das vrias outras
necessidades deste cliente to peculiar e complexo, enfocando
principalmente a criana no-verbal.
Nesse modelo de atendimento, onde as crianas percorrem diferentes
profissionais que vo desde o Neuropediatra ou Psiquiatra, Fonoaudilogo,
Psiclogo, Psicomotricista, Musicoterapeuta, Psicopedagogo at as
consideradas terapias alternativas como a Equoterapia, os pais e familiares
vivem uma verdadeira peregrinao entre as diversas especialidades que
aps algum tempo, tornam-se extremamente cansativas, dispendiosas e na
grande maioria das vezes, pouco efetivas em relao aos resultados. No caso
da criana com Autismo, o modelo dos atendimentos multi ou
interdisciplinares reforam uma das principais caractersticas do Transtorno
que a dificuldade de generalizao e aumenta o tempo de investimento na
criao dos vnculos com cada profissional, j que a criana com autismo
possui graves problemas de interao.
Esta pesquisa tem a partir de ento, o objetivo de apresentar protocolo
de avaliao transdisciplinar do Programa Treatment and Education of
Autistic and related Communicattion handicapped Children - TEACCH a fim
de observar o desenvolvimento e realizar os devidos ajustes nos programas
de seis alunos inseridos no programa educativo da Organizao No-
Governamental Centro de Referncia e Apoio s Desordens do
Desenvolvimento CRADD.
Esperamos que os dados levantados nessa dissertao possam
iluminar novos caminhos para a fonoaudiologia e mais eficazes para o
indivduo portador de autismo.
2 . Objetivo
Sendo da competncia do Fonoaudilogo a viso maior da
comunicao relativas interao social e comportamento, que so os
fatores mais comprometidos no indivduo com autismo, este trabalho, atravs
do protocolo de avaliao do Programa TEACCH, visa apontar os ajustes
necessrios a cada criana em particular, com vistas a maior efetividade na
sua integrao social.
3 . Reviso de literatura
3.1 . Histrico do Autismo
Muito antes da identificao e descrio desta Sndrome ter sido feita,
outros autores j se debruaram sobre o estudo das particularidades e
idiossincrasias do comportamento humano. Como exemplo disso, as
descries de Victor, o rapaz selvagem de Aveyron de 1802. (FILIPE, 2005;
BAPTISTA&OLIVEIRA,apud BATISTA, 2002), que suscitaram posteriormente
possveis correlaes com um quadro Autista.
Mesmo aps sessenta anos de pesquisas sobre o autismo,
descreveram-se muito sobre suas principais caractersticas, suas
associaes com diversas patologias, suas possveis causas etiolgicas e a
organizao de inmeros itens que auxiliam no diagnstico, at hoje,
estritamente clnicos. As pesquisas levantadas nesta reviso procuram
esclarecer, principalmente, sobre o histrico, a etiologia e as caractersticas
do autismo, que justificam nossa escolha pela abordagem transdisciplinar.
O termo autismo foi utilizado pela primeira vez por E. Bleuler em 1911,
para designar a perda de contato com a realidade, que acarretaria em uma
dificuldade ou impossibilidade de se comunicar com os demais.
(AJURIAGUERRA, 1991). Segundo ele, o termo foi empregado para se referir
ao retraimento ativo no imaginrio dos esquizofrnicos, que foi ento a fonte
de confuso entre o autismo nos esquizofrnicos de Bleuler, que possuam
uma imaginao rica e um retraimento das relaes sociais, e o autismo que
Kanner, descreveu pela primeira vez, em artigo publicado em 1943 nos
Estados Unidos. Seu estudo apresentou onze crianas, com idade variando
entre dois e onze anos, sendo oito meninos e trs meninas, revelando uma
falta de imaginao e uma incapacidade de desenvolver o relacionamento
social, acarretando da, as primeiras descries diagnsticas de esquizofrenia
infantil e psicose infantil para o autismo (LEBOYER, 2003). Essa questo
importante para a tentativa de conceituao do autismo, uma vez que
remonta a prpria origem do termo e justifica porque existe at hoje, o
emprego desta conceituao.
Kanner passou a referir-se ao quadro com o nome de Autismo Infantil
Precoce, (ASSUMPO JR.,1995) descrevendo-o com um quadro de
profunda dificuldade de contato com as pessoas, um desejo obsessivo de
preservar as coisas e as situaes, uma ligao especial com os objetos,
presena de fisionomia inteligente e graves alteraes de linguagem que se
estendiam do mutismo a uma linguagem sem funo comunicativa, refletindo
as dificuldades de contato e de comunicao interpessoal
(HOLMES,1997;FRITH,1989;RUTTER,1987). Essa linguagem revelava
inverso pronominal, neologismos e metforas (ASSUMPO JR.,1995;
FERNANDES,1996; BISHOP, 2002), com isso, Kanner acreditava que o
Autismo deveria ser separado da Esquizofrenia, embora tivesse intima
relao com ela.
O isolamento social autista que descreveu era diferente do evitamento
social que observou na esquizofrenia. Naquele, dizia, "h desde o incio um
isolamento autstico extremo (extreme autistic aloneness) que, sempre que
possvel, no v, ignora, afasta qualquer coisa que chegue criana a partir
do exterior" (FILIPE,2005). Assim, notou que estas crianas no tinham
respostas antecipatrias estimulao, satisfaziam-se em brincar sozinhas e
tratavam as pessoas como tratavam os objetos. Outra particularidade comum
a estas crianas era a sua insistncia na repetio.
Distinta tambm das crianas com esquizofrenia era a idade do
aparecimento dos sintomas: as crianas com autismo mostravam sinais de
perturbaes muito antes das crianas com esquizofrenia manifestarem
sintomatologia psictica, por isso Kanner acreditava que o autismo pudesse
estar presente desde a nascena. Alm disso, com o acompanhamento
continuado destas crianas, observou-se que no desenvolviam alucinaes,
caractersticas muito comuns na esquizofrenia. (FRITH,1992)
Em 1944, Hans Asperger, pediatra austraco, descreveu em sua tese
um conjunto de sinais semelhantes dos descritos por Kanner e o denominou
de Psicopatia Autista (hoje conhecido com Sndrome de Asperger). As
caractersticas eram semelhantes, como a manifestao a partir dos trs
anos, marcha tardia, fala precoce, dificuldades no contato visual e graves
problemas de interao social (PERISSINOTO, 2003). A fala foi descrita com
pedante e com pouca modulao, interesses profundos por alguma rea
especfica, e pouco comprometimento de linguagem e do cognitivo, o que
ainda bastante questionvel (MOUSINHO,2003).
Kanner e Asperger nunca se encontraram e desconheciam por
completo o trabalho um do outro, mas descreveram, quase que
simultaneamente, dois grupos de crianas com perturbaes idnticas que
ambos interpretaram e designaram como Autismo. O texto de Asperger,
escrito em alemo, foi muito menos divulgado que o de Kanner, tendo sido
quase ignorado at a dcada de 1980. Sua traduo e divulgao na lngua
inglesa em 1991 por Utha Frith, viria a contribuir decisivamente para a grande
divulgao que o trabalho de Asperger tem hoje e constituiu um marco no
estudo das perturbaes do Espectro do Autismo. (FILIPE,2005)
Mesmo com o rigor das descries feitas pelos autores, o autismo no
mereceu muita ateno da comunidade mdica e em 1954, Kanner descreve
o autismo como uma psicose, j que no existiam dados laboratoriais que
comprovassem o autismo. Na poca, observou que as famlias possuam
uma sofisticao e uma dificuldade de relaes interpessoais com um padro
obsessivo, usando o termo refrigerao emocional para descrever a relao
travada principalmente entre a me e o seu filho autista, o que reforou a
viso etiolgica psicoafetiva da questo. (ASSUMPO JR.,1995)
Assim, durante os anos de 50 e 60 a comunidade mdica passou a
acreditar, erroneamente, que o Autismo era uma perturbao psicolgica e
resultava do suposto abandono da relao no-afetiva da me com seu filho.
Vrias geraes de mes foram injustamente recriminadas, acrescentando-
lhes ao peso de terem um filho com deficincia grave, a culpabilidade de
serem delas a responsabilidade.
Na poca, o psicanalista Bruno Bettleheim, nascido em Viena em 1903,
fundou a Escola Ortognica de Universidade de Chicago, onde acolheu, em
regime de internato, crianas gravemente perturbadas e autistas.
(BETTLHEIM,1987).
A hiptese de Bettlheim era de que a criana encontra no isolamento
autstico, o nico recurso possvel a uma experincia intolervel do mundo
exterior, experincia negativa vivida muito precocemente na relao com sua
me no seu ambiente familiar. Partindo deste princpio, ele s aceitava
crianas no seu Instituto que pudessem, ao menos temporariamente, serem
separadas de seus pais. Ele afirmava querer dar a elas a possibilidade de
estabelecer com os adultos uma relao calorosa, porm, jamais intrusiva.
(AMY,2001)
RUTTER (1978), em seu estudo com gmeos verdadeiros e gmeos
falsos com autismo, demonstrou no s a origem biolgica do autismo, como
a contribuio da origem gentica do mesmo. Sendo o autismo uma
perturbao do neurodesenvolvimento, a criana nasce autista, porm, a
causa ou as causas especficas ainda no so conhecidas.
Por volta dos anos 80, surgiu um conceito mais alargado de Autismo,
passando a ser descrito como Perturbaes do Espectro do Autismo, quando
Lorna Wing, psiquiatra inglesa e me de uma criana com autismo, incluiu a
Sndrome de Asperger neste grupo e descreveu a Trade de caractersticas
que auxiliam no diagnstico clnico at hoje (WING,1980).
Com o passar dos anos, as caractersticas iniciais descritas por Kanner
continuam servindo de referncia, mas no podemos dizer o mesmo com
relao etiologia, tratamento clnico, interveno teraputica e prognstico.
3.2 . Caractersticas do autismo
As caractersticas diagnsticas do autismo, tais como dficits na rea
social e problemas de comunicao, so teis para distingui-lo de outras
deficincias, mas so relativamente imprecisos para a conceituao de como
um indivduo com autismo entende o mundo, age com base nesta
compreenso, e aprende (HOLMES,1997). A seguir se encontram as suas
caractersticas fundamentais que interagem para produzir os comportamentos
que abrangem este transtorno.
As dificuldades, no so exclusivas do autismo. Muitas das
caractersticas encontradas no autismo so vistas em outros transtornos do
desenvolvimento, tais como deficincia mental, transtornos de aprendizagem
e transtornos da linguagem.(HAGE&GUERREIRO,2001). Algumas so
observadas em certas condies psiquitricas, tais como o transtorno
obsessivo-compulsivo, personalidade esquizide, e transtornos de ansiedade.
Muitas delas so tambm vistas em crianas com desenvolvimento normal,
ou at em ns mesmos. O que distingue o autismo o nmero, a gravidade,
combinao e interao de problemas, que resultam em deficincias
funcionais significativas.
O autismo um compsito de dficits, no uma caracterstica isolada.
(LANG,2003)
As caractersticas que descreveremos a seguir foram baseadas no
trabalho de MESIBOV (1997) e PEETERS (1998) e visam melhor
aproximao do entendimento do comportamento, interao social e de
linguagem do indivduo com autismo e justificam posteriormente, a
abordagem educativa transdisciplinar deste trabalho.
PENSAMENTO
1. Falta do conceito de sentido.
O problema primrio que caracteriza o pensamento de indivduos com
autismo a inabilidade de dar sentido a suas experincias. Eles atuam em
seus ambientes, podem aprender habilidades, alguns podem aprender a usar
a linguagem, mas no tm capacidade independente de entender o
significado de suas atividades. No estabelecem relaes entre idias e
eventos. Seu mundo consistido por uma srie de experincias e demandas
sem relao uma com as outras, enquanto os temas, conceitos, razes ou
princpios subjacentes so, para eles, tipicamente obscuros. Este grave
prejuzo na gerao de sentido est provavelmente relacionado a vrias
outras graves dificuldades cognitivas.
2. Foco excessivo em detalhes, com habilidade limitada em priorizar a
relevncia destes detalhes.
Indivduos com autismo so, com muita freqncia, muito bons na
observao de detalhes minsculos, especialmente os visuais. Eles
freqentemente percebem quando os objetos do seu ambiente foram
mudados, eles podem ver pequenos fragmentos de refugo para serem
colhidos, fios de linha para serem puxados, flocos de pintura a serem
pinados, quadrados do forro a serem contados, etc. Alguns deles tambm
notam outros detalhes sensoriais, como os sons de ventiladores e
maquinrio. Indivduos que funcionam a um nvel de inteligncia mais alto
usualmente se concentram em detalhes mais cognitivos, tais como chamadas
de estaes de rdio, cdigos de rea de nmeros de telefone, ou capitais de
estados. O que as pessoas com autismo so menos capazes de acessar a
importncia relativa de todos os detalhes que foram observados. Eles podem
se concentrar na viso do fio de linha que esto balanando enquanto
atravessam uma rua, e no perceber a aproximao de um nibus que estiver
chegando; ou eles podem entrar em uma sala de jantar e comentar sobre os
sons dos ventiladores, ignorando o fato de que a refeio est na mesa.
3. Distractibilidade.
freqentemente difcil para pessoas com autismo prestar ateno no que
seus professores, por exemplo, querem, porque esto concentrados em
sensaes que para eles so mais interessantes e importantes. Alm do
mais, seus focos de ateno com freqncia mudam rapidamente de uma
sensao para outra. Mormente as fontes de distrao para crianas de nvel
funcional mais baixo so visuais. Um professor pode colocar um lpis em
uma mesa, e a criana ser to distrada pelo lpis que no consegue executar
seu trabalho. Ou o aluno v algo alm da porta e ficar to distrado que pra
de trabalhar para ver mais de perto. Os estmulos auditivos podem ser
tambm fonte de bastante distrao. Um aluno pode ouvir um rudo que o
professor no pode nem ouvir e ser incapaz de se concentrar. Alguns
indivduos com autismo so tambm facilmente distrados por estimulao
interna, tais como o desejo por um palito de madeira, barbante, xcara, ou
outro objeto que eles se lembrem de experincias passadas. So distrados
por processos cognitivos internos tais como, rimar, contar, calcular ou recitar
fatos que tenham memorizado. Independentemente da fonte de distrao,
pessoas com autismo tm uma grande dificuldade em interpretar e priorizar a
importncia da estimulao externa e pensamentos que os bombardeiam.
Alguns deles olham, se movem, e exploram constantemente, como se todas
as sensaes fossem igualmente novas e excitantes, o que de fato para eles,
elas o so. Outros lidam com este bombardeamento, aparentemente
bloqueando a maior parte da estimulao circundante, ficando preocupados
com um tipo muito limitado de objetos.
4. Pensamento Concreto.
Indivduos com autismo, independente do nvel cognitivo, tm maior
dificuldade com conceitos lingsticos simblicos ou abstratos do que com
fatos e descries objetivas. No autismo cada palavra significa apenas uma
coisa; eles no tm conotaes adicionais ou associaes subjacentes.
5. Dificuldade em Combinar ou Integrar Idias.
mais fcil para pessoas com autismo entender fatos ou conceitos isolados
do que combinar conceitos, ou integr-los com informaes relacionadas a
este, particularmente quando eles parecem ser de alguma forma,
contraditrios.
6. Dificuldade em Organizar e Seqenciar
Esto relacionados com a dificuldade geral em integrar mltiplas informaes.
A capacidade de organizar requer a integrao de vrios elementos para
atingir um objetivo pr-determinado. As habilidades de organizao so
difceis para pessoas com autismo porque elas demandam ao mesmo tempo,
a habilidade de concentrao, tanto na tarefa imediata, quanto no resultado
almejado. Neste tipo de foco duplo, indivduos que respondem a detalhes
especficos e individuais no se do bem. Seqncia algo difcil para
pessoas com autismo, porque demanda habilidades similares. No
incomum executarem uma srie de atos em uma ordem ilgica e
contraprodutiva, que eles parecem no perceber.
7. Dificuldade em Generalizar.
Pessoas com autismo com freqncia aprendem habilidades ou
comportamentos em uma situao, mas tm grande dificuldade em transferi-
las para uma outra situao.
PADRES BIO-COMPORTAMENTAIS
1. Forte Impulsividade.
Pessoas com autismo so freqentemente muito persistentes em buscar
coisas que eles desejam, no importa que estas sejam objetos preferidos,
experincias, ou sensaes, tais como tocar algo, executar um ritual
complexo, ou repetir um padro comportamental estabelecido. Estes
comportamentos, que se assemelham aos sintomas do transtorno obsessivo-
compulsivo, podem ser muito difceis para os pais e profissionais que
trabalham com essas crianas. Na verdade, existe nestes comportamentos
tamanha determinao que eles parecem no estar sob o controle consciente
do indivduo com autismo.
2. Ansiedade Excessiva
Muitas pessoas com autismo tendem a apresentar altos nveis de ansiedade;
eles esto freqentemente frustrados ou por um fio de ficarem frustrados.
Uma dose desta ansiedade provavelmente atribuvel a fatores biolgicos.
Alm disto, a ansiedade pode ser resultado das constantes confrontaes
com o ambiente que imprevisvel e opressivo. Por causa de seus dficits
cognitivos, as pessoas com autismo tm dificuldade em entender o que
esperado deles e o que est acontecendo ao seu redor; a ansiedade e a
agitao so reaes compreensveis diante desta constante incerteza e das
significativas dificuldades de estabelecer a comunicao.
3. Anormalidades Sensrio-perceptuais.
Os sistemas de processamento sensorial so alterados nas pessoas com
autismo. Existem pessoas com preferncias alimentares muito incomuns, que
usam seu tempo olhando seus dedos em movimento, ou friccionando texturas
em suas bochechas, atentos a ouvir sons no usuais muito perto do ouvido
para poder tambm sentir as vibraes. Sabemos que as pessoas com
autismo que no respondem a sons da mesma forma que os outros, causam
a idia ou suspeita inicial que so surdos, quando tm perfeita acuidade
auditiva. Algumas pessoas com autismo parecem confundir o sentimento de
ser beliscado com o de receber ccegas, ou parecem no sentir dor alguma.
Outros escolhem se balanar por horas, para frente e para trs, com um
padro repetitivo. De muitas formas diferentes, pessoas com autismo
mostram que suas diferenas comeam ao nvel de processamento de
algumas ou de todas as sensaes que atingem seus corpos a todo minuto.
3.3. Consideraes diagnsticas
Atualmente, h pelo menos 4 variantes clnicas do autismo.
Freqentemente estas variantes so descritas a partir da trade de
deficincias nas reas social, de comunicao e de comportamento, mas est
ficando cada vez mais difcil saber se todas as deficincias que compem a
trade realmente aparecem em conjunto em todos os casos. H casos de
problemas de comunicao social sem os problemas comportamentais, e h
casos de problemas comportamentais sem os problemas de comunicao
social, e esto crescendo as dificuldades em saber onde esto os limites do
chamado autismo. (GILLBERG, 2005)
Para o diagnstico de autismo necessrio haver sintomas nos trs
domnios: pelo menos dois sintomas dos aspectos sociais, pelo menos um de
comunicao e pelos menos um de comportamento, com um total de quatro
desses sintomas. O indivduo precisa estar extremamente prejudicado por
esses sintomas para que o diagnstico possa ser feito. Algumas pessoas
realmente tm problemas similares e leves, mas pode-se dizer que elas no
cruzam a linha do diagnstico, porque no so gravemente incapacitadas
por esses problemas, permanecendo no que se denomina Espectro do
Autismo. (LANG,2003;GILLBERG,2005).
O fentipo do autismo, como descrevemos anteriormente, bastante
variado, mas todos os autores concordam que suas perturbaes ocorrem
antes dos trs anos e persistem at a vida adulta. Cerca de 75% dos casos
apresentam deficincia mental e 30% apresentam convulses
(CARVALHEIRA,G.;VERGANI,N.;BRUNONI,D.;2004).
O Manual de Diagnstico e Estatstica de Doenas Mentais, o DSM-IV
e a Classificao Internacional das Doenas, o CID-10, criaram e incluram o
autismo na categoria diagnstica de Distrbios Globais do Desenvolvimento e
Transtornos Invasivos do Desenvolvimento.
Quanto sua epidemiologia, acreditava-se que o autismo era uma
ocorrncia relativamente rara, mas atualmente, o autismo atinge 0,2% da
populao em geral e, portanto, cinco a dez vezes mais comum do que se
acreditava nos anos 1960 e 1970, atingindo mais a meninos que meninas na
proporo 4:1 (GILLBERG,2005).
Diante da diversidade que caracteriza as reas comprometidas no
indivduo com autismo, propomos uma direo que aportando na
transdisciplinaridade, faz-se via de atravessamento dessa complexidade.
3.4.Transdisciplinaridade
3.4.1. Consideraes Gerais
A cultura se refere a padres compartilhados do comportamento
humano. As normas culturais afetam a maneira com que as pessoas pensam,
comem, se vestem, trabalham, compreendem os fenmenos naturais, usam o
tempo de lazer, se comunicam e outros aspectos fundamentais das
interaes humanas.
As culturas apresentam ampla diversidade quanto a estes aspectos, de
forma que as pessoas de uma cultura para outra, podem s vezes, perceb-
los como incompreensveis ou muito estranhos. A cultura passada de uma
gerao para outra; as pessoas pensam, sentem e se comportam de certa
forma porque outras em sua cultura as ensinaram. Algum nos ensina como
devemos viver nesse mundo.
O Autismo, obviamente no uma cultura; um transtorno de
desenvolvimento causado por uma disfuno neurolgica. Entretanto, o
Autismo tambm afeta a maneira como as pessoas com Autismo se
alimentam, se vestem, usam seu tempo de lazer, entendem seu mundo e se
comunicam. Conseqentemente, de alguma forma, o Autismo funciona como
uma cultura, sob a perspectiva de que ele produz padres de comportamento
caractersticos e previsveis nas pessoas sob esta condio.
O papel do profissional que trabalha com Autismo semelhante ao de
um intrprete ou guia transcultural: algum que entende ambas as culturas e
capaz de traduzir e orientar as expectativas e procedimentos de um
ambiente no-Autstico para o indivduo com alteraes complexas e
abrangentes como o Autismo.
Porm, com a extenso das dificuldades enfrentadas pelo indivduo
com Autismo, surgem, em nome da cincia, diferentes tipos de intrpretes.
Observamos a proliferao de diferentes e concomitantes atuaes
disciplinares. Deixamos de olhar o indivduo com Autismo e passamos a tratar
do Autismo. Repartimos os saberes e institumos graus de importncia a cada
rea que apresenta comprometimento neste indivduo. Concordamos quanto
complexidade da Sndrome e deletamos a complexidade do indivduo.
Como se pudssemos compartimentaliz-lo de acordo com a necessidade da
construo do nosso conhecimento especfico. Como coloca Edgar Morin:
Os progressos conseguidos nos conhecimentos das especializaes disciplinares, esto dispersos e desunidos, devido justamente especializao que muitas vezes fragmenta os contextos, as globalidades e as complexidades. O enfraquecimento da percepo global, conduz ao enfraquecimento da responsabilidade, pois cada um tende a ser responsvel apenas por sua rea especializada. (Morin,2005)
Associado ao mesmo processo, a segmentao do saber ganhou em
nmero numa escala jamais vista. O prprio conhecimento passou a ser
gerado, manipulado e guardado por um corpo de especialistas, multiplicados
pela prpria Universidade em correspondente profuso e escala, os quais
montam guarda na cancela, vigiam suas fronteiras e zelam pela difuso
setorizada do conhecimento. Este cenrio bem conhecido, porm mal
compreendido, resultou na acumulao de uma massa gigantesca de
conhecimentos, compartimentalizada em disciplinas e especialidades
vizinhas, porm que se ignoram umas s outras e no se tocam.
Estamos ento diante de uma diversidade de saberes
disciplinares com o advento das especializaes. imprescindvel a
necessidade de ligaes entre as diferentes disciplinas, para atender
complexidade do nosso indivduo com Autismo.
Para tentar uniformizar os objetivos, foram estabelecidas
nomenclaturas como equipe multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar
que muitas vezes so usadas como sinnimos. Porm, segundo Japiassu
(1976), preciso esclarecer o sentido de disciplinaridade, examinando
primeiro o que vem a ser disciplina.
Disciplinas so arranjos lgicos e poltico-administrativos, segundo
padres de racionalidade de uma dada situao histrica (PAVIANI,2003).
Pode ser usada tambm para designar uma rea de conhecimento ou
matria, ou ainda indicar o estudo de uma teoria. A disciplina em geral, tende
a coincidir com o programa de ensino, mas possvel que seja ministrada
com diversos contedos e perspectivas tericas, atendendo s estruturas
curriculares e a profissionais que pretendem realizar isoladamente as metas
da formao cientfica.
Do ponto de vista epistemolgico, disciplina ter o mesmo sentido de
cincia. Disciplinaridade significar ento, a explorao cientfica e
especializada de determinado domnio homogneo de estudo
(IRIBARRY,2003). Tal explorao, tem como objetivo fazer surgir novos
conhecimentos que iro substituir os antigos. Vale ainda ressaltar que, toda
cincia uma disciplina, mas nem toda disciplina uma cincia. Por isso,
faz-se necessrio estabelecer nveis de agrupamento para as disciplinas em
questo.
3.4.2.Definies conceituais: multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade,
interdisciplinaridade e transdisciplinaridade
Multidisciplinaridade
Sua descrio geral evoca uma gama de disciplinas propostas
simultaneamente, mas sem fazer aparecer as relaes que podem existir
entre elas. No h uma cooperao entre as disciplinas e elas no so
articuladas entre si. (NICOLESCU,2004)
Pluridisciplinaridade
A pluridisciplinaridade, diz respeito ao estudo de um objeto (indivduo
com Autismo, por exemplo), efetuada por diversas disciplinas ao mesmo
tempo.
O procedimento pluridisciplinar, ultrapassa os limites da disciplina, mas
sua finalidade permanece restrita quela determinada disciplina.
(DOMINGUES,2000).
Suas atuaes, normalmente esto situadas no mesmo nvel
hierrquico e agrupadas de modo a existir relaes entre elas. Os
profissionais cooperam, mas no se articulam de maneira coordenada.
(NICOLESCU,2002).
Interdisciplinaridade
A multiplicao excessiva das disciplinas, no permitiu que os avanos
pedaggicos e a produo de conhecimentos novos nas pesquisas,
pudessem acompanhar este crescimento. A origem do fenmeno da
interdisciplinaridade, surge quase como uma necessidade, como uma
condio epistemolgica e de poltica fundamental do conhecimento.
(PAVIANI,2003).
Sua organizao envolve um objetivo comum a um grupo de disciplinas
conexas e definidas no nvel hierrquico ligadas a uma coordenao.
(IRIBARRY,2003).
A interdisciplinaridade, diz respeito transferncia dos mtodos de
uma disciplina para outra (NICOLESCU,2002), e est caracterizada por trs
graus:
a) Grau de aplicao: onde os mtodos de uma disciplina so
aplicados em outra, gerando novas formas de atuao desta segunda.
b) Grau epistemolgico: onde os mtodos de uma disciplina so
transferidos para os estudos epistemolgicos de outra disciplina.
c) Grau de formao de novas disciplinas: onde os mtodos de uma
disciplina passam para outra, criando uma terceira.
O conceito de interdisciplinaridade aponta para a tenso existente entre
os movimentos de sistematizao de conhecimentos e os de produo de
conhecimentos novos. (PAVIANI,2003). Ela surge como soluo para o
problema da fragmentao do conhecimento e da perda da viso de conjunto
da realidade e de resultados eficazes dos problemas. A interdisciplinaridade,
realiza-se em cada situao, de modo peculiar e pressupe a integrao de
saberes, de unidades de conhecimento e do nvel lgico dos saberes. Para
isso, faz-se necessrio uma reavaliao das atuaes disciplinares na
produo da pesquisa cientfica.
Nos casos do surgimento das novas reas de conhecimento, a
multiplicidade de pontos de vista nem sempre alcana a unidade e a
autonomia desejada. Sem unidade terica a multiplicidade apenas um
conjunto de partes tericas isoladas e desordenadas (PAVIANI,2003)
O uso inadequado e superficial do conceito de interdiscipinaridade gera
disciplinas com programas fixos e inflexveis, como os currculos e programas
de pesquisa, que valorizam o conhecimento em si, procurando mostrar a
autonomia, independente das necessidades sociais e dos avanos do
conhecimento terico global. Por isso, sua finalidade tambm continua sendo
o investimento na pesquisa disciplinar (original ou a recm criada) e neste
grau, contribui ento para compartimentalizao do conhecimento.
(NICOLESCU,2000)
A caracterstica dessas novas abordagens pareceu consistir (ainda que no exclusivamente), em muitos casos, na diviso de um mesmo objeto de estudos entre diferentes disciplinas, acompanhada de um esforo de unificao. Todavia, neste esforo de aproximao, as disciplinas em questo foram levadas a trabalhar, como que por um vcio de origem, os vrios aspectos do objeto que elas dividiam em comum segundo pontos de vista diferentes, cada qual resguardando suas fronteiras e permanecendo intocada ao fim da aproximao - como na partilha da categoria de trabalho por diferentes disciplinas das cincias humanas, biolgicas ou exatas. (DOMINGUES e col,1999)
O advento da interdisciplinaridade, inicia a quebra do isolamento das
disciplinas e especialidades, mostrando que o fato possvel. o caso de
multiplicar as experincias com as abordagens interdisciplinares, bem mais
do que multidisciplinares, e mesmo de se propor o desafio de ir alm,
potencializar e complexificar cada vez mais o conhecimento.
Transdisciplinaridade
Na dcada de 70, aps a pluri e a interdisciplinaridade como tentativas
sucessivas de estabelecer relaes entre as disciplinas, aparece a
transdisciplinaridade. A origem do uso do termo foi registrada em um colquio
sobre relaes interdisciplinares, feito por Piaget em 1970.(PAUL,1998)
A transdisciplinaridade reside na possibilidade de ultrapassar o domnio
das disciplinas formalmente estabelecidas e at da cincia, para estabelecer
uma ponte entre a cincia, a arte, a religio, a poltica, etc.(PAVIANI,2003).
Diz respeito quilo que est ao mesmo tempo entre as disciplinas, atravs
das diferentes disciplinas e alm de qualquer disciplina. Seu objetivo a
compreenso do mundo presente, e para tal, imprescindvel a unidade do
conhecimento (NICOLESCU,2000;MORIN,1996).
Enquanto a interdisciplinaridade torna flexveis os limites das
disciplinas e promove o intercmbio terico e metodolgico, a
transdisciplinaridade prope novas teorias e metodologias, que se situam
alm do cotidiano das disciplinas acadmicas (PAVIANI,2003).
Foi o que ocorreu, por exemplo, com o estudo transdisciplinar da
energia (DOMINGUES & col.,1999) pelas mais diferentes disciplinas das
cincias exatas, biolgicas e humanas. Tal estudo, ensejado em meados do
sculo passado e conduzido at o incio deste, ainda que sem esta
denominao, ps em contato ntimo a fsica, a qumica, a biologia, a
economia e a psicologia, que terminaram por se ver transfiguradas ao fim da
aproximao e de sua cooperao mtua ao tratarem aquele conceito,
levando a dois resultados distintos e complementares. De um lado, fuso
pura e simples de algumas delas, como a fsico-qumica, a biofsica e a
psicofisiologia; de outro, sua imbricao e mesmo integrao, ao menos no
tocante a certos aspectos do conceito, sem todavia perder a especificidade,
como a psicanlise e a economia.
A transdisciplinaridade uma ao de abertura e de fuso de cincias
e disciplinas que envolvem pesquisadores e comunidades cientficas, com
objetivo de integrar teorias e mtodos de investigao para buscar solues
de problemas complexos. Tem a finalidade de impedir que o ser humano seja
reduzido a simples estruturas formais. Mais ainda, cabe a ela a tarefa de
reconhecer, ao mesmo tempo, as contribuies cientficas, filosficas,
artsticas, religiosas, mticas, acerca de um determinado problema. (cf.Carta
da Transdisciplinaridade,Convento da Arrbida, Portugal,1994)
Com a transdisciplinaridade, procura-se sanar as contingncias
encontradas na interdisciplinaridade, realizando interaes entre os seus
projetos. Assim, mais do que defender uma nomenclatura, a
transdisciplinaridade procura refletir e explicar a realidade e esclarecer as
interaes com o conhecimento (PAVIANI,2003).
A Transdisciplinaridade uma teoria do conhecimento, uma
compreenso de processos, um dilogo entre as diferentes reas do saber
e uma aventura do esprito. A Transdisciplinaridade uma nova atitude, a
assimilao de uma cultura, uma arte, no sentido da capacidade de articular
a multirreferencialidade e a multidimensionalidade do ser humano e do
mundo. Ela implica numa postura sensvel, intelectual e transcendental
perante si mesmo e perante o mundo. Implica, tambm, em aprendermos a
decodificar as informaes provenientes dos diferentes nveis que compem
o ser humano e como eles repercutem uns nos outros. A transdisciplinaridade
transforma nosso olhar sobre o individual, o cultural e o social, remetendo
para a reflexo respeitosa e aberta sobre as culturas do presente e do
passado, do Ocidente e do Oriente, buscando contribuir para a
sustentabilidade do ser humano e da sociedade. (MORIN,2005)
A transdisciplinaridade procura pontos em comum entre a cincia,
cultura, tradio, tecnologia e outras manifestaes sociais e histricas.
Contra o excesso de especializaes e de fragmentaes, a
transdisciplinaridade deseja buscar novas formas de conhecimento e uma
nova concepo de natureza. Seu desafio consiste em gerar uma nova
mentalidade cientfica, uma civilizao democrtica e politicamente
harmoniosa.
3.4.3) O Programa TEACCH: Histrico
Treatment and Education of Autistic and related Communication
handicapped CHildren o TEACCH, ou Tratamento e Educao para Autistas
e Crianas com dficits relacionados Comunicao um programa que
envolve as esferas de atendimento educacional e clnico, em uma prtica com
abordagem psicoeducativa, tornando-o por definio, um programa
transdisciplinar.
Criado em 1966, na diviso de Psiquiatria da Escola de Medicina da
Universidade da Carolina do Norte (EUA), por Eric Shopler e colaboradores,
atravs de um projeto de pesquisa que procurou questionar a prtica clnica
daquela poca, na sociedade americana, em que se acreditava que o
Autismo tinha uma causa emocional e deveria ser tratado atravs dos
princpios da psicanlise. (LEON,2002;SCHARTZMAN,1995)
O projeto envolvia basicamente a observao aprofundada e criteriosa
dos comportamentos de crianas autistas em diferentes settings e frente a
diferentes estmulos e propuseram a participao dos pais como elementos
importantes de ajuda em todo o processo.
Atualmente, o Programa TEACCH que iniciou como um projeto de
pesquisa, cresceu graas a seus resultados empricos e hoje, a Diviso
TEACCH responsvel por todo o setor de educao e sade pblica do
Estado da Carolina do Norte, abrangendo as reas de construo e
desenvolvimento de instrumentos de avaliao diagnstica e
psicoeducacional, treinamento de profissionais, orientao a pais, alm da
criao de locais de atendimentos, escolas, residncias assistidas e
programas de acompanhamento profissional. (LEON,2002)
Suas bases tericas so a Teoria Behaviorista e a Psicolingstica. A
valorizao das descries das condutas, a utilizao de programas passo a
passo e o uso de reforadores, evidenciam as caractersticas
comportamentais. Por outro lado, foi na psicolingstica que se buscou as
estratgias para compensar os dficits comunicativos desta Sndrome, como
a utilizao de recursos visuais, proporcionando interao entre pensamento
e linguagem e para ampliar as capacidades de compreenso, onde a imagem
visual geradora de comunicao. Assim, a teoria comportamental e a
psicolingstica bases epistemolgicas do TEACCH convergem para uma
prtica funcional e pragmtica. Alm disso, o entendimento da condio
neurobiolgica da Sndrome fundamental neste modelo.
medida que avana a pesquisa aliada experincia clnica,
comeam a ser questionadas as formulaes iniciais, apontando o tratamento
educacional como o mais indicado, nos EUA e na Inglaterra
(RUTTER,1971,RIMLAND,1964) e a sndrome passa de uma patologia
parental s interpretaes cognitivo-organicistas. Com isso, os pais foram
desenvolvendo uma atividade poltica, exigindo e estabelecendo servios e
tratamento para seus filhos (LANSING & SCHOPLER,1978).
Sendo assim em 1972, o TEACCH foi legitimado pela legislao do
estado da Carolina do Norte como o primeiro programa estadual nos EUA
para atendimento vitalcio s crianas autistas e deficincias na comunicao
correlata e suas famlias (SCHOPLER, MESIBOV, SHIGLEY, BASHFORD,
1984). Os objetivos da proposta de atendimento foi centrado em 4 pontos: (1)
oferecer ajuda e servios para as crianas e suas famlias, (2) desenvolver
pesquisa em um contexto de ajuda e trabalho clnico (retorno populao
estudada), (3) capacitar profissionais no contexto do servio, (4) esclarecer e
educar o pblico (SCHOPLER& VAN BOURGONDIEN,1991).
O TEACCH se prope atualmente a garantir de forma vitalcia, o
desenvolvimento de uma ampla gama de servios para pessoas com Autismo
e suas famlias. Para tanto, acredita que os programas de atendimento
devam ser to abrangentes quanto o prprio continuum autstico,
demandando mltiplas abordagens, estruturas administrativas complexas e
servios extensivos.
Os princpios cardeais so (SCHOPLER & VAN BOURGONDIEN,1991;
SCHOPLER,1995) :
1. o objetivo do programa promover a adaptao de cada indivduo de duas
formas trans-atuantes: a primeira melhorar todas as habilidades para o viver
atravs das melhores tcnicas educacionais disponveis; a segunda, na
medida em que existe um dficit envolvido, entender e aceitar esta
deficincia, planejando estruturas ambientais que possam compens-la;
2. estas pessoas sero mais bem apoiadas atravs de seus pais e outros
membros da famlia e com os pais e/ou responsveis como co-terapeutas. Na
verdade, isto se traduz por uma colaborao mtua em nvel de trabalho ativo
onde os profissionais aprendem com os pais e usam suas experincias
particulares relativas a seu prprio filho e, em contrapartida, os profissionais
oferecem aos pais seu conhecimento na rea e sua experincia. Juntos
definem as prioridades dos programas, na Instituio, em casa e na
comunidade. Esta unio politicamente a mais potente, tanto para o
tratamento quanto para a pesquisa;
3. a base dos programas de tratamento a avaliao que permita a
compreenso de quais so as habilidades atuais da criana, as habilidades
emergentes e o que ajuda a desenvolv-las. Os programas especficos de
ensino e tratamento so individualizados e baseados em uma compreenso
personalizada de cada indivduo. A avaliao cuidadosa de cada um envolve
tanto um processo de avaliao formal (os melhores e mais adequados testes
disponveis, quando possvel), quanto informal (observaes melhores e mais
perspicazes dos pais, professores e outras pessoas em contato regular com a
criana);
4. dos sistemas tericos, as teorias cognitivistas e behavioristas so as mais
teis, e guiam tanto a pesquisa quanto os procedimentos desenvolvidos pelo
TEACCH;
5. um modelo generalista e transdisciplinar, no qual os profissionais de
qualquer disciplina interessados em trabalhar com esta populao so
capacitados como Generalistas. Isto significa que se espera que eles tenham
uma habilidade funcional de lidar com toda a ampla gama de problemas
provocados pelo autismo, independentemente de suas reas de
especializao. Isto permite que estes assumam a responsabilidade pelo
indivduo como um todo, assim como de consultar especialistas quando
necessrio, no entanto equipe que cabe a deciso. Com este modelo eles
tambm aprendem a conhecer o ponto de vista dos pais, pois deles se espera
a funo de generalistas em relao a seu filho, tendo este necessidades
especiais ou no.
6. fundamental que os profissionais que trabalham com pessoas com
Autismo recebam capacitao interna em oito reas, cujos conceitos e
questes tm dirigido a maior parte da atividade de pesquisa do TEACCH
durante os ltimos 30 anos:
1. Avaliaes da criana diferentes situaes;
2. envolvimento dos pais em colaborao com a famlia;
3. ensino estruturado;
4. manejo de comportamento;
5. desenvolvimento e aquisio de comunicao espontnea;
6. aquisio de habilidades sociais;
7. como ensinar capacitando nas reas de independncia e vocacional;
8. o desenvolvimento de habilidades de lazer e recreao.
3.4.4) O Programa educativo do CRADD: Pressupostos tericos
Devido aos padres cognitivos e comportamentais caractersticos do
autismo, o Programa TEACCH (MESIBOV,1997;SPERRY&MESIBOV,2005),
tem desenvolvido formas de ajudar as pessoas com autismo a funcionar,
inseridos na cultura sua volta. Com seis anos de trabalho nesta direo, O
CRADD utiliza programa educativo baseado neste modelo, que tem sido
extremamente bem sucedido em atingir o objetivo em questo. O programa
baseado nos seguintes princpios:
1. reas de competncia e interesses. Todos os alunos tm suas reas de
competncia (pontos fortes) e interesses que podem se tornar mais
funcionais para eles. Para isso, preciso desenvolver uma avaliao
cuidadosa e constante. Todos os alunos tm potencial para desenvolver e
melhorar suas habilidades. Do indivduo mais gravemente retardado,
criana no verbal com problemas de higiene e agresso, at aquele com alto
nvel funcional que pode ler, escrever e passar algum tempo sozinho na
comunidade; todos os alunos com autismo tm lacunas nas habilidades, e
todos tm potencial para progredir. No CRADD, iniciamos o processo de
planejar um programa educativo pela observao da forma como o aluno
responde e aborda uma variedade de materiais, instrues e atividades,
apresentadas de diferentes formas com diferentes quantidades de estrutura
organizacional. Damos ateno especial as reas de comunicao, auto -
cuidado, habilidades vocacionais e habilidades de recreao e lazer. So
priorizadas as necessidades, e s ento so estabelecidas as metas em cada
rea.
2. Assistncia para a compreenso do sentido. Todos os alunos com autismo
tm limitaes na habilidade de entender o sentido de suas experincias. A
dificuldade, previamente descrita, de entender ou apreender o sentido
central no autismo. Ns no podemos nem ao menos assumir que nossos
alunos entendem o porqu ns pedimos que eles faam determinadas coisas,
como as habilidades e os comportamentos que os ensinamos esto
relacionados, ou mesmo o qu, especificamente, estamos pedindo. Mesmo o
aluno com autismo mais inteligente, freqentemente confundido ou inseguro
em relao s expectativas e costumes da nossa cultura. Os terapeutas e
professores, definitivamente, no podem perder de vista a constante
necessidade por parte do sujeito, de um guia emptico e til no nosso
ambiente.
3. A resistncia como resultante da falta de pertencimento. A maioria dos
comportamentos que os alunos apresentam devido a sua dificuldade
cognitiva em entender o que se espera deles. extremamente raro, em
nossa experincia, para um aluno com Autismo, ser deliberadamente
desafiante ou provocativo. Infelizmente, alguns observadores interpretam seu
comportamento desta forma, principalmente quando o aluno com Autismo
olha diretamente para eles, e depois faz o oposto do que foi pedido, ou faz
justamente o que foi proibido. Em outros indivduos, podemos supor que este
tipo de comportamento apresentado para expressar raiva, ou para
reivindicar ou afirmar a independncia do outro. Entretanto, estas so
explicaes raramente adequadas para este tipo de comportamento em
sujeitos com autismo. mais plausvel que eles no tenham entendido as
palavras usadas, a expresso facial e a linguagem corporal da pessoa com
quem falaram, ou as expectativas sociais da situao. O aluno pode ser
movido por impulsos fortes que agem independentemente das regras ou das
conseqncias, ou pode estar agitado ou sobrecarregado pela estimulao
sensorial da sala. As normas podem ser muito abstratas ou muito vagas. A
recusa uma concepo raramente til no Autismo.
4. Colaborao dos Pais. O planejamento educacional deve ser sensvel ao
ambiente onde o aluno vive (sua casa), e que ir viver quando adulto.
importante a incluso no programa educacional dos desejos e estilos de vida
da famlia. Se os pais querem ou precisam que o aluno participe do jantar ou
que ocupe produtivamente seu tempo de lazer, ns nos esforamos muito na
tentativa de ensinar estas habilidades. Muitas vezes, necessrio organizar
visitas s residncias para que possamos planejar e adequar essas
atividades. Alm disso, a ONG oferece reunies para grupos de pais de
alunos e no-alunos para a discusso de temas sobre a especificidade do
programa e assuntos do interesse do grupo. Assim, divulgamos as
informaes pertinentes utilizao do Programa, tornando os pais co-
participativos no processo.
Nosso objetivo mais importante que nossos alunos percebam que
existem padres no universo, e que eles podem identificar e seguir estes
padres, independentemente da presena de um professor ou de um adulto
familiar. Apesar dos professores ou terapeutas serem aqueles que propiciam
a seus alunos a obteno deste objetivo, ns queremos que o resultado final
seja que os alunos com autismo sejam capazes de atuar sem a superviso
intensiva de um professor, pela simples razo que a nossa cultura no
proporciona recursos para a existncia de professores pela vida toda.
Conseqentemente, ensinar ao aluno a dar sentido e ordem a seu mundo
um reflexo prtico do objetivo geral de ajudar o aluno a se inserir em nossa
cultura quando adulto.
A comunicao tambm um objetivo extremamente importante para
todos os alunos. Alguns alunos com autismo tm, inicialmente, que ser
ensinados que a comunicao existe, que possvel para uma pessoa
influenciar o comportamento da outra atravs de um ato expressivo. A
natureza deste ato deve ser individualizada ao nvel do aluno, com uma gama
de opes que inclui produzir um som, tocar um sino, trocar objetos, trocar
uma figura, dizer palavras, digitar palavras, ou usar gestos ou sinais
simblicos. Aos alunos que tm algumas habilidades de comunicao podem
e devem ser ensinados refinamentos, tais como, vocabulrio adicional, mais
estruturas de sentenas complexas ou expandir os sistemas de linguagem
(ex. linguagem falada e escrita).
4. Metodologia
3.1) Amostra
Foram selecionados 6 (seis) indivduos, alunos do CRADD Centro de
Referncia e Apoio s Desordens do Desenvolvimento, a partir de entrevista
inicial para registro dos dados pessoais bsicos e confirmao do diagnstico
de autismo recebido pelo neuropediatra que acompanha cada criana. A
faixa etria dos participantes de sete a doze anos. Os alunos freqentam a
instituio diariamente, por perodo mnimo de quatro horas, desde o ano de
2003. No houve ndice de absentesmo considervel como varivel.
4.4) Procedimento
Os dados foram organizados em tabelas a partir das reas
comprometidas nos indivduos com autismo: Interao social, com nove
critrios; funes comunicativas, com oito critrios; aspectos cognitivos, com
dez critrios e comportamento, com oito critrios. So observadas suas
presenas ou ausncias e foram convencionados os usos de palavras que
determinam: Passou (P), para o evento que o aluno realiza com
independncia e adequao, Emergente (E), para o evento que o aluno
demonstra conhecimento mas no executa sozinho, Falhou (F), para o evento
que o aluno no executou mesmo aps demonstrao e repetio. Todas as
tabelas se encontram no anexo deste trabalho.
Foram realizadas trs avaliaes com cada sujeito da amostra a fim de
comparar os resultados intra-sujeitos. A primeira avaliao utilizando os
protocolos propostos foi aplicada no incio do ano letivo de 2005, no ms de
janeiro. A segunda, no ms de junho, e a ltima, no ms de dezembro. Todas
as avaliaes utilizaram o mesmo protocolo e foram realizadas com um
mediador (a professora) e um observador (a pesquisadora) que marca as
respostas. Ocorreram dentro da sala de aula dos alunos, por ser um
ambiente conhecido e tiveram durao de noventa minutos. As atividades
propostas para as investigaes dos itens foram as mesmas nas trs
avaliaes. Como se trata de uma pesquisa de ordem qualitativa, no foram
utilizados testes formais para as investigaes dos critrios propostos. As
atividades do programa psicoeducativo dos alunos e que foram avaliadas
neste trabalho, fazem parte da sua rotina escolar diria.
5. Resultados
Os resultados foram organizados por rea avaliada e para cada sujeito,
com tabelas que demonstram seu desenvolvimento em cada momento
avaliativo. Seguem, aps cada tabela, comentrios sobre os itens inalterados e
os progressos. Nestes, o comentrio 1 considera os itens inalterados durante o
perodo avaliativo; o comentrio 2 considera os itens que evoluram
positivamente e o comentrio 3 registra o total de itens que cada sujeito evoluiu
positivamente dentro de cada critrio avaliado. Para cada sujeito, foram ainda
acrescentados grficos, que reproduzem os resultados descritos das tabelas,
visando maior clareza visual do desenvolvimento de cada aluno. Cabe aqui
ressaltar, que para tanto, foram convencionados nmeros que representam as
letras usadas na marcao dos protocolos: o nmero 1 (um) representando F
(falhou); o nmero 2 (dois) representando E (emergente) e o nmero 3 (trs)
representando P (passou).
A escolha pela apresentao dos resultados de cada sujeito de forma
individual com seus respectivos comentrios, atende o objetivo deste trabalho e
o propsito do protocolo, que visa estudar as relaes intra-sujeitos e no
compar-los entre si, respeitando suas caractersticas individuais.
Tabela I
INTERAO SOCIAL / Sujeito RD, 7 anos Atividade/ Ms Janeiro Junho Dezembro Contato Visual F E E Contato Fsico E E E Imitao F F E Regras Sociais F F E Repertrio Bsico de Conduta F F E Reconhecimento do Ambiente F F E Atividade em Grupo E E E Relacionamento com Terapeuta
F F E
Relacionamento com os Colegas
F F E
Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito RD manteve inalterado o desempenho da seguinte atividade:
Contato Fsico (E) Atividade em Grupo (E)
2- Apresentou progresso no desempenho das seguintes atividades:
Imitao Regras Sociais Repertrio Bsico de Conduta Reconhecimento de Ambiente Relacionamento com Terapeuta e Relacionamento com os Colegas passando de F, em janeiro e junho,
diretamente para E em dezembro. Contato Visual passando de F no ms de janeiro para E em junho,
mantendo-se neste estgio no ms de dezembro.
3 Portanto, dos nove critrios avaliados no item Interao Social, o sujeito RD apresentou evoluo positiva em sete.
Interao Social
0 1 2 3
Contato Visual
Contato Fsico
Imitao
Regras Sociais
Rep.Bs.Conduta
Recon.Ambiente
Ativid.em Grupo
Relac.Terapeuta
Relac.Colegas
Ativ
idad
es
Desempenho RD 7 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela II
FUNES COMUNICATIVAS / Sujeito RD, 7 anos Atividade / Ms Janeiro Junho Dezembro Linguagem Compreensiva F F E Linguagem Gestual F E E Compreenso das Mudanas Entonativas
F F E
Linguagem Social F F F Ecolalia P P P Linguagem Expressiva F F F Linguagem Escrita F F F Leitura F F F Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito RD manteve inalterados os desempenhos das seguintes atividades:
Linguagem Social (F) Linguagem Expressiva (F) Linguagem Escrita (F) Leitura. (F) Ecolalia (P)
2- Apresentou progresso no desempenho das seguintes atividades: Linguagem Compreensiva e Compreenso das Mudanas Entonativas passando de F, em janeiro e junho,
para E em dezembro. Linguagem Gestual passando de F no ms de janeiro para E nos meses de
junho e dezembro. 3 Portanto dos oito critrios avaliados no item Funes Comunicativas, o sujeito RD apresentou evoluo positiva em trs.
Funes Comunicativas
0 1 2 3
Linguagem Compreensiva
Linguagem Gestual
Compreen.dasMudan.Entonat.
Linguagem Social
Ecolalia
Linguagem Expressiva
Linguagem Escrita
Leitura
Ativ
idad
es
Desempenho RD 7 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela III
AVALIAO COGNITIVA / Sujeito RD, 7 anos Atividade / Ms Janeiro Junho Dezembro Ateno F E E Interesses P P P Pareamento F E P Discriminao Visual F E E Discriminao Auditiva
P P P
Classificao F E P Figura-Fundo F E P Associao de Idias F F E Memria Visual F F E Memria Auditiva F F F Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito RD manteve inalterados os desempenhos de todas as atividades, nos seguintes estgios:
Memria Auditiva (F) Interesses (P) Discriminao Auditiva (P)
2- Apresentou progresso nas seguintes atividades: Pareamento Classificao e Figura-Fundo em que obteve desempenho F no ms de janeiro, passando a E
em junho e evoluindo para P em dezembro. Ateno e Discriminao Visual em que obteve desempenho F no ms de janeiro,
passando para E em julho e mantendo este desempenho em dezembro. Associao de Idias e Memria Visual passando de F nos meses de janeiro e junho para E em
dezembro. 3- Portanto, dos dez critrios avaliados no item Avaliao Cognitiva, o sujeito RD apresentou evoluo positiva em sete.
Avaliao Cognitiva
0 1 2 3
Ateno
Interesses
Pareamento
Discrim.Visual
Discrim.Auditiva
Classificao
Figura-Fundo
Assoc.de Idias
Memria Visual
Memria Audit.
Ativ
idad
es
Desempenho RD 7 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela IV
AVALIAO DO COMPORTAMENTO / Sujeito RD, 7 anos
Atividade / Ms Janeiro Junho Dezembro Estereotipias F F F Agressividade F E E Passividade P P E Hiperatividade E E E Hipoatividade P P E Alimentao F F E Comportamento Sensorial
F F F
Atividades da Vida Diria
F F E
Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito RD manteve inalterados os desempenhos de todas as atividades, nos seguintes estgios:
Estereotipias (F) Comportamento Sensorial (F) Hiperatividade (E)
2- Apresentou progresso nas seguintes atividades: Agressividade com desempenho F em janeiro, passando a E em junho e
mantendo-se nesse estgio em dezembro. Alimentao e Atividades da Vida Diria passando de F em janeiro e julho para E em
dezembro. Passividade e Hipoatividade passando de P nos meses de janeiro e junho para E no ms de
dezembro. 3- Nas atividades em que apresentou progresso obteve desempenho E no ms de dezembro. Portanto, dos oito itens avaliados no critrio Comportamento, obteve evoluo positiva em cinco.
Avaliao do Comportamento
0 1 2 3
Estereotipias
Agressividade
Passividade
Hiperatividade
Hipoatividade
Alimentao
Comport.Sensorial
Ativ.da Vida Diria
Ativ
idad
es
Desempenho RD 7 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela V
INTERAO SOCIAL / Sujeito D, 7 anos Atividade/ Ms Janeiro Junho Dezembro Contato Visual E E P Contato Fsico P P P Imitao F E E Regras Sociais F F E Repertrio Bsico de Conduta F F E Reconhecimento do Ambiente E P P Atividade em Grupo F F E Relacionamento com Terapeuta
F F E
Relacionamento com os Colegas
F F F
Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito D manteve inalterado o desempenho da seguinte atividade:
Relacionamento com os Colegas (F) Contato Fsico (P)
2- Apresentou progresso no desempenho das seguintes atividades:
Regras Sociais Repertrio Bsico de Conduta Atividade em Grupo Relacionamento com Terapeuta, todos passando de F, em janeiro e junho,
diretamente para E em dezembro. Imitao passando de F no ms de janeiro para E em junho, mantendo-se
neste estgio no ms de dezembro. Contato Visual passando de E nos meses de janeiro e junho para P no ms
de dezembro. Reconhecimento do Ambiente passando de E no ms de janeiro para P no
ms de junho e mantendo-se neste estgio no ms de dezembro. 3 Portanto, dos nove critrios avaliados no item Interao Social, o sujeito D apresentou evoluo positiva em sete.
Interao Social
0 1 2 3
Contato Visual
Contato Fsico
Imitao
Regras Sociais
Rep.Bs.Conduta
Recon.Ambiente
Ativid.em Grupo
Relac.Terapeuta
Relac.ColegasA
tivid
ades
Desempenho D 7 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela VI
FUNES COMUNICATIVAS / Sujeito D, 7 anos Atividade / Ms Janeiro Junho Dezembro Linguagem Compreensiva F F E Linguagem Gestual F F F Compreenso das Mudanas Entonativas
F F E
Linguagem Social F E P Ecolalia F F E Linguagem Expressiva F F E Linguagem Escrita F E E Leitura F E E Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios:
2- Ao longo do ano de 2005 o sujeito D manteve inalterados os desempenhos das seguintes atividades:
Linguagem Gestual (F) 2- Apresentou progresso no desempenho das seguintes atividades:
Linguagem Compreensiva Compreenso das Mudanas Entonativas Ecolalia Linguagem Expressiva. passando de F, em janeiro e junho, para E em
dezembro Linguagem Escrita passando de F em janeiro para E em junho e dezembro. Leitura passando de F no ms de janeiro para E no ms de junho e
mantendo-se nesse estgio no ms de dezembro Linguagem Social passando de F no ms de janeiro para E no ms de junho
e alcanando o estgio P no ms de dezembro.
3 - Observa-se que o sujeito D , no ms de janeiro apresentou desempenho F em todas as atividades, progrediu nas mesmas, exceto em Linguagem Gestual. Portanto, dos oito critrios avaliados no item Funes Comunicativas , o sujeito D apresentou evoluo positiva em sete.
Funes Comunicativas
0 1 2 3
Linguagem Compreensiva
Linguagem Gestual
Compreen.dasMudan.Entonat.
Linguagem Social
Ecolalia
Linguagem Expressiva
Linguagem Escrita
LeituraA
tivid
ades
Desempenho D 7 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela VII
AVALIAO COGNITIVA / Sujeito D, 7 anos Atividade / Ms Janeiro Junho Dezembro Ateno E E E Interesses P P P Pareamento E P P Discriminao Visual E P P Discriminao Auditiva
F F E
Classificao F E E Figura-Fundo E P P Associao de Idias F F E Memria Visual E P P Memria Auditiva F F E Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito D manteve inalterados os desempenhos de todas as atividades, nos seguintes estgios:
Ateno (E) Interesses (P)
2- Apresentou progresso nas seguintes atividades:
Discriminao Auditiva Associao de Idias e Memria Auditiva em que obteve desempenho F nos meses de janeiro e
junho, passando a E em dezembro. Classificao em que obteve desempenho F no ms de janeiro, passando
para E em junho e mantendo este desempenho em dezembro. Pareamento Discriminao Visual Figura-Fundo e Memria Visual passando de E no ms de janeiro para P no ms de junho,
mantendo-se neste estgio em dezembro. 3 Portanto, dos dez critrios avaliados no item Avaliao Cognitiva, o sujeito D apresentou evoluo positiva em oito.
Avaliao Cognitiva
0 1 2 3
Ateno
Interesses
Pareamento
Discrim.Visual
Discrim.Auditiva
Classificao
Figura-Fundo
Assoc.de Idias
Memria Visual
Memria Audit.
Ativ
idad
es
Desempenho D 7 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela VIII
AVALIAO DO COMPORTAMENTO / Sujeito D, 7 anos Atividade/Ms Janeiro Junho Dezembro Estereotipias F F F Agressividade P E E Passividade P P P Hiperatividade F F E Hipoatividade P P P Alimentao F F E Comportamento Sensorial
F F F
Atividades da Vida Diria
F F E
Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito D manteve inalterados os desempenhos de todas as atividades, nos seguintes estgios:
Estereotipias (F) Comportamento Sensorial (F) Passividade (P) Hipoatividade (P)
2- Apresentou progresso nas seguintes atividades: Hiperatividade Alimentao Atividades da Vida Diria passando de F em janeiro e junho para E em
dezembro.
3 Portanto, dos oito critrios avaliados no item Avaliao do Comportamento, o sujeito D apresentou evoluo positiva em trs e uma alterao de comportamento.
Avaliao do Comportamento
0 1 2 3
Estereotipias
Agressividade
Passividade
Hiperatividade
Hipoatividade
Alimentao
Comport.Sensorial
Ativ.da Vida Diria
Ativ
idad
es
Desempenho D 7 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela IX
INTERAO SOCIAL / Sujeito G, 8 anos Atividade/ Ms Janeiro Junho Dezembro Contato Visual P E E Contato Fsico F F E Imitao F F E Regras Sociais F F E Repertrio Bsico de Conduta F F E Reconhecimento do Ambiente E E P Atividade em Grupo F E E Relacionamento com Terapeuta
F F E
Relacionamento com os Colegas
F F F
Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito G manteve inalterado o desempenho da seguinte atividade:
Relacionamento com os Colegas (F)
2- Apresentou progresso no desempenho das seguintes atividades: Contato Fsico Imitao, Regras Sociais Repertrio Bsico de Conduta e Relacionamento com Terapeuta passando de F, em janeiro e junho,
diretamente para E em dezembro. Reconhecimento do Ambiente passando de E no ms de janeiro e junho para
P no ms de dezembro. Atividade em Grupo com desempenho F em janeiro, evoluindo para E em
junho e mantendo-se nesse estgio em dezembro. 3- Portanto, dos oito itens avaliados no critrio Interao Social, obteve evoluo positiva em seis. Apresentou oscilao, com piora no desempenho na seguinte atividade: Contato Visual passando de P em janeiro para E em junho e mantendo-se nesse estgio em dezembro.
Interao Social
0 1 2 3
Contato Visual
Contato Fsico
Imitao
Regras Sociais
Rep.Bs.Conduta
Recon.Ambiente
Ativid.em Grupo
Relac.Terapeuta
Relac.Colegas
Ativ
idad
es
Desempenho G 8 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela X
FUNES COMUNICATIVAS / Sujeito G, 8 anos Atividade/Ms Janeiro Junho Dezembro Linguagem Compreensiva F F E Linguagem Gestual F F F Compreenso das Mudanas Entonativas
F E P
Linguagem Social F F F Ecolalia F F F Linguagem Expressiva F E E Linguagem Escrita F E E Leitura P P P Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito G manteve inalterados os desempenhos das seguintes atividades:
Linguagem Gestual (F) Linguagem Social (F) Ecolalia (F) Leitura (P)
2- Apresentou progresso no desempenho das seguintes atividades:
Linguagem Compreensiva passando de F, em janeiro e junho, para E em dezembro.
Linguagem Expressiva e Linguagem Escrita, passando de F no ms de janeiro para E nos meses de
junho e dezembro. Compreenso das Mudanas Entonativas passando de F em janeiro para E
em junho e desse estgio para P em dezembro. 3- Portanto dos oito itens avaliados no critrio Funes comunicativas, obteve evoluo positiva em quatro.
Funes Comunicativas
0 1 2 3
Linguagem Compreensiva
Linguagem Gestual
Compreen.dasMudan.Entonat.
Linguagem Social
Ecolalia
Linguagem Expressiva
Linguagem Escrita
Leitura
Ativ
idad
es
Desempenho G 8 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela XI
AVALIAO COGNITIVA / Sujeito G, 8 anos Atividade/Ms Janeiro Junho Dezembro Ateno F E P Interesses P P P Pareamento P P P Discriminao Visual P P P Discriminao Auditiva
P P P
Classificao E P P Figura-Fundo E P P Associao de Idias F E P Memria Visual E P P Memria Auditiva P P P Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito G manteve inalterados os desempenhos de todas as atividades, nos seguintes estgios:
Interesses (P) Pareamento (P) Discriminao Visual (P) Discriminao Auditiva (P) Memria Auditiva (P)
2- Apresentou progresso nas seguintes atividades:
Ateno e Associao de Idias em que obteve desempenho F no ms de janeiro,
passando a E em junho e evoluindo para P em dezembro. Classificao e Memria Visual em que obteve desempenho E no ms de janeiro, passando
para P em junho e mantendo este desempenho em dezembro. Figura-Fundo passando de E no ms de janeiro para P em junho e mantendo-
se nesse estgio em dezembro. 3- Portanto, dos dez itens avaliados no critrio Cognitivo, obteve evoluo positiva em cinco. Observa-se que no ms de dezembro o sujeito G obteve o melhor desempenho P em todas as atividades o que configura um progresso nessa rea de Avaliao Cognitiva.
Avaliao Cognitiva
0 1 2 3
Ateno
Interesses
Pareamento
Discrim.Visual
Discrim.Auditiva
Classificao
Figura-Fundo
Assoc.de Idias
Memria Visual
Memria Audit.
Ativ
idad
es
Desempenho G
DezembroJunhoJaneiro
Tabela XII
AVALIAO DO COMPORTAMENTO / Sujeito G, 8 anos
Atividade/Ms Janeiro Junho Dezembro Estereotipias F F F Agressividade E E E Passividade P P P Hiperatividade E E E Hipoatividade P P P Alimentao F F E Comportamento Sensorial
F F F
Atividades da Vida Diria
F E E
Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito G manteve inalterados os desempenhos de todas as atividades, nos seguintes estgios:
Estereotipias (F) Comportamento Sensorial (F) Agressividade (E) Hiperatividade (E) Passividade (P) Hipoatividade (P)
2- Apresentou progresso nas seguintes atividades:
Alimentao passando de F em janeiro e junho para E em dezembro. Atividades da Vida Diria com desempenho F em janeiro, passando a E em
junho e mantendo-se nesse estgio em dezembro. 3- Portanto, dos oito itens avaliados no critrio Comportamento, obteve evoluo positiva em apenas dois.
Avaliao do Comportamento
0 1 2 3
Estereotipias
Agressividade
Passividade
Hiperatividade
Hipoatividade
Alimentao
Comport.Sensorial
Ativ.da Vida Diria
Ativ
idad
es
Desempenho G 8 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela XIII
INTERAO SOCIAL / Sujeito F, 10 anos Atividade/ Ms Janeiro Junho Dezembro Contato Visual E P P Contato Fsico P P P Imitao P P P Regras Sociais E P P Repertrio Bsico de Conduta E P P Reconhecimento do Ambiente P P P Atividade em Grupo P P P Relacionamento com Terapeuta
E E P
Relacionamento com os Colegas
F E P
Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito F manteve inalterados os desempenhos das seguintes atividades:
Contato Fsico (P) Imitao (P) Reconhecimento do Ambiente (P) Atividade em Grupo (P)
2- Apresentou progresso no desempenho das seguintes atividades:
Contato Visual Regras Sociais e Repertrio Bsico de Conduta passando de E, em janeiro, para P em junho e
mantendo-se neste estgio em dezembro. Relacionamento com Terapeuta mantendo-se em E nos meses de janeiro e
junho e passando para P no ms de dezembro. Relacionamento com os Colegas passando de F em janeiro para E em junho
e alcanando P em dezembro. 3- Portanto, dos oito itens avaliados no critrio Interao social, obteve evoluo positiva em quatro. Dos resultados acima se observa uma considervel melhora nesta ltima atividade ao longo do ano de 2005. Apresentou em dezembro o melhor desempenho em todas as atividades da rea de Interao Social.
Interao Social
0 1 2 3
Contato Visual
Contato Fsico
Imitao
Regras Sociais
Rep.Bs.Conduta
Recon.Ambiente
Ativid.em Grupo
Relac.Terapeuta
Relac.Colegas
Ativ
idad
es
Desempenho F 10 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela XIV
FUNES COMUNICATIVAS / Sujeito F, 10 anos Atividade/Ms Janeiro Junho Dezembro Linguagem Compreensiva E E P Linguagem Gestual P P P Compreenso das Mudanas Entonativas
P P P
Linguagem Social F E P Ecolalia F E P Linguagem Expressiva E E P Linguagem Escrita F E P Leitura F E P Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito F manteve inalterados os desempenhos das seguintes atividades:
Linguagem Gestual (P) Compreenso das Mudanas Entonativas (P)
2- Apresentou progresso no desempenho das seguintes atividades:
Linguagem Compreensiva e Linguagem Expressiva passando de E, em janeiro e junho para P em
dezembro. Linguagem Social Ecolalia Linguagem Escrita e Leitura passando de F em janeiro, para E em junho e evoluindo ainda para P
em dezembro. 3- Portanto, dos oito itens avaliados no critrio Funes comunicativas, apresentou evoluo positiva em seis. Tambm apresentou o melhor desempenho em todas as atividades em dezembro.
Funes Comunicativas
0 1 2 3
Linguagem Compreensiva
Linguagem Gestual
Compreen.dasMudan.Entonat.
Linguagem Social
Ecolalia
Linguagem Expressiva
Linguagem Escrita
Leitura
Ativ
idad
es
Desempenho F 10 anos
DezembroJunhoJaneiro
Tabela XV
AVALIAO COGNITIVA / Sujeito F, 10 anos
Atividade/Ms Janeiro Junho Dezembro Ateno E E P Interesses P P P Pareamento E P P Discriminao Visual P P P Discriminao Auditiva
P P P
Classificao E P P Figura-Fundo P P P Associao de Idias F E P Memria Visual P P P Memria Auditiva E E E Convenes: P = Passou E = Emergente F = Falhou Comentrios: 1- Ao longo do ano de 2005 o sujeito F manteve inalterados os desempenhos de todas as atividades, nos seguintes