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IMIGRANTES EM PORTUGAL A meu ver, e mediante o que foi sugerido nesta proposta de trabalho, escolhi estes cinco problemas que maior parte dos imigrantes enfrentam em Portugal há muitos nos e ainda hoje em dia. Nível Social “O bairro não é uma unidade solidária. Não é por se realojarem as pessoas que ficam resolvidos determinados problemas de carácter social, que a câmara não tem poder de resolver” – Frase retirada de um trabalho da Investigadora da Universidade Católica Alina Esteves. Em vários bairros as infra-estruturas foram inauguradas sem terem as condições mínimas de saneamento e recolha de lixo, sem existirem espaços comerciais e vias de trânsito condignas para que se pudesse sair dos bairros de carro ou de outro meio de transporte para as pessoas se poderem abastecer. Quando se fala nestes meios de transporte, pressupõe-se que eles existam, o pior é que, pelo contrário, não foram criadas condições para estas pessoas que moram nestes sítios possam ter acesso a eles porque nem sequer por lá passam. Falta de Emprego dado que são poucas as pessoas que têm um contrato de trabalho ou uma situação económica estável. Maior parte destas famílias vêem-se obrigadas a que a figura maternal tenha dois empregos o que vai fazer com que tenha de deixar as crianças sozinhas em casa, em creches, que muitas vezes não têm condições, ou então com familiares ou vizinhos. Agregado a esta falta de emprego estão também as condições a que as pessoas se vêem obrigadas a aceitar para poderem ter um trabalho, como por exemplo, horários terríveis, ordenados pequenos, vínculos precários, etc. … Pouca Instrução , o que vai originar uma grande dificuldade em evoluir para uma situação que passe de ter um contrato a prazo para um contracto efectivo.

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IMIGRANTES EM PORTUGAL

A meu ver, e mediante o que foi sugerido nesta proposta de trabalho, escolhi estes cinco problemas que maior parte dos imigrantes enfrentam em Portugal há muitos nos e ainda hoje em dia.

Nível Social – “O bairro não é uma unidade solidária. Não é por se realojarem as pessoas que ficam resolvidos determinados problemas de carácter social, que a câmara não tem poder de resolver” – Frase retirada de um trabalho da Investigadora da Universidade Católica Alina Esteves. Em vários bairros as infra-estruturas foram inauguradas sem terem as condições mínimas de saneamento e recolha de lixo, sem existirem espaços comerciais e vias de trânsito condignas para que se pudesse sair dos bairros de carro ou de outro meio de transporte para as pessoas se poderem abastecer. Quando se fala nestes meios de transporte, pressupõe-se que eles existam, o pior é que, pelo contrário, não foram criadas condições para estas pessoas que moram nestes sítios possam ter acesso a eles porque nem sequer por lá passam.

Falta de Emprego dado que são poucas as pessoas que têm um contrato de trabalho ou uma situação económica estável. Maior parte destas famílias vêem-se obrigadas a que a figura maternal tenha dois empregos o que vai fazer com que tenha de deixar as crianças sozinhas em casa, em creches, que muitas vezes não têm condições, ou então com familiares ou vizinhos. Agregado a esta falta de emprego estão também as condições a que as pessoas se vêem obrigadas a aceitar para poderem ter um trabalho, como por exemplo, horários terríveis, ordenados pequenos, vínculos precários, etc. …

Pouca Instrução , o que vai originar uma grande dificuldade em evoluir para uma situação que passe de ter um contrato a prazo para um contracto efectivo.

Legalização . Todos os pontos anteriores que referi, agravam-se ainda mais quando não é feita a devida legalização e as pessoas não tratam dos papéis. Daí que existam muitos empregadores que para não terem que estar preocupados com as deduções para as finanças e para a segurança social, porque não querem ter mais encargos, optam por dar trabalho a imigrantes que não estão legalizados, mas em que a mão-de-obra lhes vai sair muito mais barata.

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Marginalidade . Este problema é o culminar de todos os anteriores. Existem muitos jovens, que por não serem correctamente acompanhados pelos familiares, desistem da escola muito cedo e enveredam por uma vida que para eles se torna mais fácil, como roubar, traficar e consumir drogas, prostituir-se, agruparem-se em gangues e poderem ou não aliar-se a outras pessoas “mais graúdas” para poderem fazer o dito “trabalho sujo”.

MEDIDAS PARA QUE POSSAM SER COMBATIDOS ESTES CINCO PROBLEMAS REFERIDOS ANTERIORMENTE

Direito a viver em família, reconhecendo o papel estruturanteda mesma na integração dos imigrantes nassociedades de acolhimento; Afirmação da sociedade civil como parceiro fundamentalna política de acolhimento e integração dos imigrantes,com um especial enfoque na dimensão local doacolhimentoPromoção de um consenso social alargado na concepçãoe avaliação das políticas de acolhimento e integração,assente na participação de portugueses e de imigrantes,na sensibilização da opinião pública, nadesmistificação de estereótipos e no reforço de plataformasde negociação e envolvimento dos parceiros sociais4 — Melhoria do atendimento ao público pelo Serviçode Estrangeiros e Fronteiras (MAI/SEF)Alargar e desconcentrar os locais de atendimento aopúblico do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).Melhorar as condições físicas de atendimento ao públicoem departamentos regionais do SEF.Desenvolver medidas de apoio no atendimento edisponibilizar serviços de atendimento ao público doSEF integralmente digitalizados, bem como afectarprogressivamente equipamentos digitais que facilitemuma mais célere interacção entre o SEF e osseus clientes.Substituir o título de residente de modelo tradicionalpor um cartão de cidadão estrangeiro, electrónico, comsegurança reforçada, utilizável no relacionamento comtodos os serviços públicos. 6 — Facilitar a entrada no ensino superior português deestudantes que tenham frequentado o ensino superior estrangeiroe simplificar o reconhecimento de graus superioresestrangeiros em conjunto com a introdução de umserviço específico de atendimento para este fim (PCM/ACIDI,I. P., MCTES/DGES).Criar nos CNAI, em parceria com o Ministério daCiência, Tecnologia e Ensino Superior, um Gabinete deApoio ao Reconhecimento e Equivalência de Habilitações.Incentivar a criação, nos estabelecimentos de ensinosuperior, de atendimento específico para o ingressoe reconhecimento de habilitações de cidadãos imigrantes,que os apoie no âmbito dos processosadministrativos. Esta medida articula-se e concretiza-se

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através das medidas de simplificação do processo dereconhecimento de habilitações estrangeiras para efeitosde prosseguimento de estudos, bem como de creditaçãono âmbito do ensino superior da experiência eformação profissional, aprovadas pelos Decretos-Leisn.os 64/2006, de 21 de Março, 74/2006, de 24 deMarço, e 88/2006, de 23 de Maio, e da medida 6 doSIMPLEX 2007, através da qual se visam, entre outrosobjectivos:1) Facilitar a entrada em Portugal de estudantes doensino superior estrangeiro, para continuação dosseus estudos, com reconhecimento rápido e objectivodas suas formações escolares e profissionais adquiridas;2) Simplificar o sistema de reconhecimento de grausestrangeiros em Portugal, incluindo os diversos ciclosde estudos (licenciatura, mestrado e doutoramento), apartir do mecanismo já existente para o grau de doutor,designadamente:i) Agilizando o procedimento de fixação do elenco degraus a que se aplica;ii) Alargando o mecanismo aos graus de licenciadoe de mestre;iii) Incluindo, para estes graus, um procedimento deconversão automático de classificações. 8 — Reforço da actividade inspectiva sobre entidades empregadorasque utilizam ilegalmente mão-de-obra imigrantee aplicação da lei na penalização destes empregadores(MAI/SEF, MTSS/ACT).Reforçar as competências e os meios da ACT paraa fiscalização da utilização ilegal de mão-de-obra imigrante,em articulação com o SEF, sobretudo no quese refere à exploração e desrespeito pelos direitos dostrabalhadores imigrantes.9 — Reforço do incentivo ao cumprimento integral dasobrigações junto da Segurança Social e da administraçãofiscal (PCM/ACIDI, I.P., MAI/SEF, MFAP/DGCI, MTSS/ISS)Realizar uma campanha para a sensibilização dos imigrantesquanto à importância da integração na SegurançaSocial e para o cumprimento das obrigações fiscais,como fonte de direitos sociais fundamentais.Realizar uma campanha para a sensibilização dos empregadoresquanto à importância da inscrição dos trabalhadoresna Segurança Social e para o cumprimentodas obrigações fiscais.10 — Incentivo à responsabilidade social dos empregadorese trabalhadores portugueses na integraçãode trabalhadores imigrantes no seu contexto laboral (MEI, MTSS)Promover e divulgar, junto das empresas, um referencialde acolhimento e integração dos trabalhadoresimigrantes, com o envolvimento dos trabalhadores portugueses,desenvolvido com o apoio e suporte de entidadesespecialmente vocacionadas para o efeito. A considerar,entre outras, acções no domínio do apoio àaprendizagem da língua, do acesso a mecanismos deformação e qualificação profissional e à participaçãoactiva nas estruturas socio-culturais dos trabalhadoresda empresa.11 — Criação de medidas que visem facilitar a inserçãosocial, profissional e laboral dos imigrantes através de

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acções de formação e de apoios à criação de emprego(MTSS).Implementar o Programa de Intervenção para TrabalhadoresDesempregados Imigrantes, incluído no PlanoNacional de Acção para a Inclusão, no que respeitaa facilitação da inserção social, cultural e profissionaldos imigrantes e que assegura a construção de soluçõesindividuais orientadas para percursos de inserção,que potencia e rentabiliza os programas e medidas deemprego e formação profissional em vigor e os recursosexistentes e a criar e que promove a cooperação,ao nível local e regional, com vista ao estabelecimentode parcerias e criação de plataformas de diálogo. 14 — Desenvolvimento e abertura do mercado de habitaçãosocial através das Autarquias (PCM/DGAL, MAOTDR/IHRU,I. P., MTSS, MS, ME)Promover, através do Programa de Financiamentopara Acesso à Habitação—PROHABITA e de outrosinstrumentos adequados e com as Autarquias, um novociclo de habitação social que sirva, além dos portugueseselegíveis, os imigrantes, através da sua inserçãohabitacional em espaços partilhados e não segregados.Abordagem integrada, com todos os equipamentos sociaisnecessários para uma efectiva qualidade de vida,designadamente creches, escolas, espaço para ocupaçãode tempos livres para jovens, centro de saúde ede apoio a idosos.15 — Novas soluções de habitação social, em parceria comAssociações de Imigrantes, Instituições Particulares deSolidariedade Social, outras Organizações Não Governamentaise Cooperativas de Habitação (MAOTDR/IHRU,I. P.)Criar e desenvolver novas soluções sociais de habitação– nomeadamente em parceria com associações deimigrantes, Instituições Particulares de SolidariedadeSocial (IPSS), Organizações Não Governamentais(ONG) e Cooperativas – que sejam acessíveis a todosos imigrantes que se encontrem em território nacionalde forma regular, através do recurso a instrumentos eferramentas promovidos pelo Instituto da Habitação eda Reabilitação Urbana, I. P. (IHRU, I. P.).16 — Criação de Gabinetes de Apoio à Habitação(PCM/ACIDI, I. P., MAOTDR/IHRU, I. P.)Criar, em parceria com Associações de Imigrantes eONG, Centros de Apoio à Habitação que apoiem cidadãosimigrantes na procura e consolidação de soluções habitacionais,no combate à discriminação étnica, na mobilizaçãode fiadores e no fortalecimento das dinâmicas intracomunidadesimigrantes que permitam avançar de umaforma mais sólida para novas soluções de acesso à habitação(constituição de cooperativas, entre outras).17 — Aperfeiçoamento do acesso aos mecanismos de apoioao arrendamento (MAOTDR/IHRU, I. P.)Viabilizar o acesso por parte dos imigrantes aos instrumentosde apoio ao arrendamento, em igualdade decircunstâncias. 19 — Conclusão do Plano Especial de Realojamento(MAOTDR/IHRU, I. P.)Imprimir maior celeridade à conclusão do processode realojamento das famílias recenseadas no Plano Especialde Realojamento (PER).

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20 — Reforço das soluções alternativas para habitantes deaglomerados habitacionais intervencionados pelo PER masque não constem do recenseamento inicial (PCM/ACIDI, I.P., MAOTDR/IHRU, I. P.)Desenvolver um conjunto de soluções alternativas deapoio à habitação para pessoas residentes em zonas deintervenção PER, mas sem direito a realojamento, queintegrem:a) Alargamento do prazo de pré-aviso para permitirmais tempo de adaptação e transição para outra soluçãohabitacional;b) Integração em Planos individuais de apoio à procurade Habitação a desenvolver pelas autarquias e pelosGabinetes de Apoio à Habitação;c) Reforço dos apoios financeiros para procura dehabitação alternativa, com alargamento do período deapoio à renda21 — Exigência do cumprimento dos deverescontratualizados pelos beneficiáriosde programas de realojamento (MAOTDR/IHRU, I. P.)Reafirmar a obrigatoriedade do cumprimento dos deverescontratuais (e.g. o pagamento de renda de casa,de água e electricidade, manutenção das habitações),bem como de outros deveres (e.g. respeito e preservaçãodo espaço público) por parte de imigrantes beneficiáriosde programas de realojamento, com efectivaresponsabilização no caso de não cumprimentodestes deveres. 31 — Formação dos docentes para a interculturalidade(PCM/ACIDI, I.P., ME/DGIDC)Definir os referenciais de um Programa de FormaçãoContínua para professores, no sentido de incrementaras competências dos professores para o desenvolvimentodo seu trabalho em escolas cada vez maisheterogéneas, considerando, nomeadamente, o portuguêscomo língua não materna como área prioritária de formação.32 — Revisão dos critérios da rede escolar para garantiruma composição de turmas equilibrada (ME/DGIDC)Rever critérios da rede escolar, nomeadamente noque se refere à distribuição por escolas de alunos oriundos de um mesmo grupos/bairro, bem como sugeriràs direcções das escolas/agrupamentos a necessidadede ter em atenção e equilibrar a «composição étnica»das turmas.33 — Adequação das estratégias de acolhimentona Escola às especificidadesdos alunos descendentes de imigrantes (ME/DGIDC)Desenvolver estratégias diversificadas de apoio à integraçãona escola de alunos filhos de imigrantes, nomeadamenteque tenham em conta o nível etário dosalunos, o domínio da língua e o tempo de permanênciaem Portugal.34 — Envolvimento das famílias imigrantes na Escola(ME/DGIDC)Propor e executar estratégias diferenciadas para oacolhimento e envolvimento das famílias imigrantes, esclarecendo,nomeadamente, sobre o papel que, nomodelo de escola portuguesa, é atribuído à participaçãodos pais.35 — Envolvimento de mediadores socioculturaisem contexto escolar (PCM/ACIDI, I.P., ME/DGIDC)Repensar, em colaboração com associações de imigrantes,

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o perfil/recrutamento e afectação às escolas demediadores socioculturais e reforçar o seu papel e funçõespedagógicas em colaboração com os docentes, inserindo-os e valorizando-os enquanto elementos da comunidadeeducativa.36 — Valorizar o papel do professor no acolhimentoe integração de alunos descendentes de imigrantes(ME/DGIDC)Incentivar os docentes, para que conheçam a especificidadesociocultural dos seus alunos, bem como paraque estabeleçam estratégias pedagógicas adequadas aesta diversidade. Reforço da necessidade do docente desenvolveruma relação estreita com o contexto familiardestes alunos.37 — Apetrechamento das escolas com materiaisinterculturais (PCM/ACIDI, I. P., ME/DGIDC)Equipar escolas/agrupamentos com materiais pedagógicosde suporte à educação intercultural e anti-racistae dinamizar projectos/prémios de boas práticas,que valorizem as abordagens dos projectos educativos.38 — Reforço dos Gabinetes de Educação nos CentrosNacionais de Apoio ao Imigrante (PCM/ACIDI, I. P., ME/DGIDC)Reforçar os Gabinetes de Educação nos CNAI doACIDI, I. P., em Lisboa e no Porto, tendo em vistaajudar a resolver os problemas referentes ao processode escolarização dos alunos descendentes de imigrantes.39 — Reforço da informação para famílias imigrantessobre o sistema educativo português (MNE/DGACCP, ME/DGIDC)Disponibilizar nos Consulados em Portugal dos paísesde origem e nos Consulados portugueses, em váriaslínguas e em suporte papel e na Internet, informaçãoque esclareça sobre a organização e funcionamentodo sistema educativo português e sobre a inserçãodescendentes de imigrantes no mesmo.40 — Reconhecimento, certificação e validação decompetências de imigrantes (ME/DGIDC/ANQ, I. P.)Agilizar o processo de reconhecimento, validação ecertificação de competências de imigrantes (jovens eadultos) no âmbito da iniciativa Novas Oportunidades.41 — Colaboração das Associações de Imigrantesna promoção do acesso à educaçãode todas as crianças descendentes de imigrantes (ME/DGIDC)Envolver as Associações de Imigrantes no apoio àdivulgação de forma maciça do direito à escolarizaçãode todas as crianças e jovens, qualquer que seja a naturezae estatuto de imigrantes dos pais.42 — Aprofundar e encorajar a formação e a investigaçãono domínio da educação intercultural (ME, MCTES)Promover o desenvolvimento de investigação científicasobre as problemáticas relacionadas com a educação/escolarização de descendentes de imigrantes na escolaportuguesa, através de linhas específicas deinvestigação no quadro das instituições competentes.43 — Melhorar dados quantitativos e qualitativossobre diversidade cultural nas escolas(PCM/ACIDI, I. P., ME/DGIDC)Criar e manter, através do Observatório da Imigração,um sistema de indicadores quantitativos e qualitativos(estudos de caso e boas práticas) que possa evoluir

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a partir da experiência da Base de DadosEntreculturas e que permita a identificação de novasformas de categorização, um diagnóstico global e umacompanhamento sustentado dos processos e resultadosescolares dos alunos descendentes de imigrantes.44 — Promover o acolhimento dos estudantes estrangeiros nomomento da sua chegada a Portugal e durante a sua estadia(MNE/DGACCP/IPAD, I. P., MAI/SEF, ME/DGIDC, MCTES/DGES).Incentivar a criação de parcerias entre diversas entidadesinteressadas (e.g. embaixadas, associações deestudantes e ONG) com o intuito de desenvolver iniciativasque promovam o bom acolhimento e a integraçãodos estudantes estrangeiros, em particular, no momentoda sua chegada a Portugal.Incentivar a criação de Gabinetes de Apoio ao Acolhimentode Estudantes Estrangeiros, prioritariamentenos estabelecimentos de ensino superior onde esses estudantesingressam, ou mobilizar estruturas existentespara o efeito. Promover a flexibilização e rapidez no processode emissão e prorrogação de vistos de estudo.Incentivar a organização de eventos culturais e desportivos,no âmbito das comunidades académicas, visandoa integração dos estudantes estrangeiros no seiodas referidas comunidades.Simplificar/agilizar os procedimentos de atribuição egestão de bolsas a estudantes estrangeiros.Integrar as Embaixadas e Consulados no procedimentode instrução e selecção de candidaturas, bem como. garantir nos mesmos um atendimento prioritário a bolseirose candidatos a bolseiros.Garantir a reserva de alojamento a todos os bolseirosà chegada.Disponibilizar formação complementar gratuita emLíngua Portuguesa a todos os bolseiros oriundos de paísesnão PALOP/Timor-LesteCriar um Portal dos Bolseiros da Cooperação Portuguesano site do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento,I. P. (IPAD), com a informação disponívele área pessoal.45 — Guia informativo para estudantes estrangeiros(MNE/DGACCP, MCTES/DGES)Publicar um guia (em formato digital e papel e emdiversas línguas) com informação útil e necessária parao acolhimento e integração dos estudantes universitáriosestrangeiros. Disponibilizar este guia, tanto nas embaixadase consulados nos países de origem, como emPortugal, esclarecendo os futuros estudantes estrangeirosacerca dos seus direitos e deveres na sociedadeportuguesa.46 — Promover a educação e a divulgação científicascomo factor de integração social (ME, MCTES)Promover e apoiar projectos de educação e divulgaçãocientíficas para a integração social dos imigrantes,tirando partido da universalidade dos conceitos científicose dos seus mecanismos de construção, que ostornam independentes de referências culturais e não implicama recusa das referências originais do imigrante,

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potenciando a capacidade de o ensino das ciências serum factor de afirmação pessoal e escolar.Apoiar actividades de educação e divulgação científicasnos Centros Ciência Viva—13 centros distribuídosem todo o país numa rede de moderna museologiacientífica —que, além das exposições, têm umconjunto de actividades dirigidas a públicos diferenciados,em especial aos mais novos. Localização destescentros em áreas que correspondem às mais diferentesrealidades sociais e económicas fazendo da ciênciae da tecnologia factores de aproximação à população. 69 — Prevenção da reincidência de comportamentos desviantese de actividades ilícitas por jovens descendentes deimigrantes tutelados pela Direcção-Geral de ReinserçãoSocial (MAI/SEF, MJ/DGSP, MTSS/DGRS, ME).Apoiar a integração social destes jovens, ao nível doseu projecto de vida (incluindo formação e orientaçãoprofissional), da sua situação documental e através dacriação de mecanismos que permitam à Direcção-Geralde Reinserção Social dispor de tradutores e intérpretes.70 — Agilização do trabalho na área dos Registose Notariado (MNE/DGACCP, MAI/SEF, MJ/IRN, I. P.)Incrementar e melhorar os canais de comunicaçãoentre entidades portuguesas e estrangeiras competentesem razão das matérias, com agilização e desburocratizaçãodos processos.Dispensar as certidões de nascimento para os cidadãosnacionais de países onde, por força da guerra, osregistos foram destruídos, desde que os imigrantes játenham sido portadores de um título de residência emterritório nacional.Incentivar, por parte do Estado Português, ao aumentode serviços prestados pelas representações diplomáticase consulares em Portugal (ex. emissão depassaportes e sua renovação).Aceitar, pelas entidades portuguesas competentes, dedocumentos emitidos pelas representações diplomáticase consulares que visam substituir documentos que deveriamser emitidos pelos países de origem.Uniformização de procedimentos nas diferentes conservatórias. 71 — Reforço de acções de inclusão digital junto de comunidadesimigrantes, nomeadamente no âmbito do ProgramaEscolhas (PCM/ACIDI, I. P., MCTES/UMIC).Potenciar as tecnologias de informação e comunicaçãopara facilitar a inclusão social. Assegurar a inclusãodigital como condição para a inclusão na sociedademoderna.72 — Organização de acções orientadas para imigrantesna Rede de Espaços Internet (MCTES/UMIC)Potenciar a organização de acções orientadas para imigrantesnos espaços da Rede de Espaços Internet (maisde 1.000 espaços públicos de acesso gratuito à Internete a computadores apoiado por pessoal próprio),tanto no que respeita a facilitar o acesso à utilizaçãode computadores e da Internet para fins educacionais,culturais, de trabalho, de apoio à saúde, de contactocom os serviços públicos e de lazer, como constituindoveículo de comunicação fácil entre familiares eamigos distantes.

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Desporto73 — Promoção do acesso à actividade desportiva dos imigrantesem igualdade de circunstâncias com os cidadãosnacionais e simplificação e desburocratização do acesso àprática desportiva nos seus diferentes contextos (PCM/IDP,I. P., ME, MCTES).Encorajar indivíduos de todas as comunidades a participaremem todos os níveis do desporto — gestão,treino e prática —promovendo a inclusão social poresta via.Concretizar medidas legislativas e/ou administrativasque flexibilizem as regras de acesso à prática do desportofederado e do desporto escolar em todos os seusníveis de ensino por parte de jovens imigrantes e seusdescendentes, com uma simplificação das exigênciasburocráticas.Concretizar formas de apoio às infra-estruturas eequipamentos desportivos de uso público, de forma aque seja possível a criação de condições especiais deacesso para os imigrantes, em particular, para as criançase para os jovens atletas.74 — Reforçar a oferta desportiva em contextos sociaise urbanísticos problemáticos (PCM/IDP, I.P.)Desenvolver uma política de fomento desportivo diversificado,que vise a inclusão social, particularmenteem zonas mais vulneráveis e de fraca oferta de ocupaçãode tempos livres.75 — Ultrapassar e eliminar a discriminação e o racismono desporto (PCM/ACIDI, I. P, IDP, I. P.)Reforçar as campanhas de combate ao racismo adesenvolver em todas as modalidades desportivas eestabelecer fortes penalizações para atitudes racistasde qualquer interveniente nas actividades desportivas(designadamente jogadores, treinadores ou espectadores).76 — Acções de divulgação de «casos de sucesso»de desportistas imigrantes junto da comunidade local(PCM/ACIDI, I. P./IDP, I. P.)Promover a difusão dos casos de sucesso de desportistasimigrantes que tenham um efeito de incentivoe de exemplo para outros membros da comunidade, emparticular, as crianças e os jovens.77 — Utilizar o desporto para a promoção da tolerânciae do diálogo intercultural (PCM/ACIDI, I. P./IDP, I. P.)Desenvolver uma campanha de comunicação queacentue o contributo para o diálogo intercultural dadoem várias modalidades desportivas, nomeadamente atravésda constituição de equipas multiculturais.78 — Reforço da integração escolar e combate ao insucessoe abandono escolar (PCM/ACIDI, I. P., ME, MCTES)Apoiar a criação de projectos que procurem promoveruma integração escolar mais efectiva de crianças ejovens descendentes.Promover e apoiar iniciativas interculturais nos projectoseducativos de Escola, nos diferentes níveis deensino, nomeadamente através das iniciativas do SecretariadoEntreculturas, estabelecendo pontes com asculturas de origem, devendo estas ser valorizadas.Promover uma articulação mais efectiva entre os estabelecimentosde ensino, incluindo os do ensino superior,e as comunidades onde se verifica a presença

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de imigrantes e seus descendentes.Valorizar o papel dos estabelecimentos de ensino, incluindoos do ensino superior, enquanto agentes de socializaçãoe de promoção da mobilidade social verticaljunto dos familiares. Valorizar o papel dos mediadoressocioculturais, de professores tutores e de outros elementosque na comunidade educativa possam estabeleceracompanhamentos mais individualizados e sistemáticosaos alunos mais vulneráveis. 79 — Combate à segregação espacial (PCM/ACIDI, I. P.)Promover iniciativas que estabeleçam um mais efectivocerzimento entre as áreas segregadas e o restantetecido urbano, nomeadamente através do ProgramaEscolhas, bem como outras iniciativas que permitamestabelecer pontes de ligação inter e intraterritoriais.Promover a presença do ACIDI, I. P., nos territóriosmais vulneráveis, num registo de proximidade, procurandodesconstruir a imagem negativa geralmente associadaa estes territórios e estabelecendo um contactomais directo com as populações.80 — Combate à exclusão social dos descendentesde imigrantes (PCM/ACIDI, I.P.)Desenvolver a mobilização do Programa Escolhascomo instrumento para a implementação de projectosvocacionados para descendentes de imigrantes e minoriasétnicas, através de intervenções territorializadas integradase estruturantes, dando prioridade aos territóriosmais vulneráveis a processos de exclusão. e ondese verifique a sobrerepresentação de descendentes deimigrantes.Apoiar a criação de projectos locais identificados atravésde diagnósticos precisos, implementados por consórciosde instituições locais, regionais e centrais quese mobilizem para a procura de respostas integradas àssituações de exclusão social das crianças e jovens maisvulneráveis.81 — Acesso a formação profissional e ao emprego(PCM/ACIDI, I.P., MTSS/IEFP, I. P.)Defender a igualdade de oportunidades para os jovensdescendentes de imigrantes no acesso à formaçãoprofissional e ao emprego com a eliminação de todasas formas de discriminação e racismo.Desenvolver uma rede de Unidades de Inserção naVida Activa (UNIVA), em parceria com entidades dasociedade civil, tendo em vista a informação, a orientaçãoprofissional, a procura de uma formação e/ouemprego e o acompanhamento dos jovens em experiênciasno mundo do trabalho.82 — Incentivo à participação cívica (PCM/ACIDI, I. P.)Consolidar um Grupo de Trabalho com jovens descendentesde imigrantes com perfis de liderança positiva,procurando a sua co-responsabilização na concepçãoe implementação de respostas específicas e oestabelecimento de canais de escuta activa com o ACIDI,I. P., e outras estruturas da administração central,regional e local.Incentivar a participação associativa dos descendentesde imigrantes, quer em contexto interno à sua comunidadede origem, quer sobretudo em contexto de

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comunidade de acolhimento, em expressões de interculturalidadeassociativa.83 — Sensibilização da opinião pública para a integraçãodos descendentes de imigrantes (PCM/ACIDI, I. P.)Divulgar casos de sucesso na área de integração social,bem como de trajectórias de sucesso de criançase jovens descendentes de imigrantes, quer através doscanais do ACIDI, I. P., e do Programa Escolhas, queratravés do recurso aos media em geral.Atribuir um Selo de Práticas Promissoras a projectosna área da integração de crianças e jovens descendentes,promovendo a visibilidade de respostas inovadorese eficazes na sua integração.84 — Aprofundamento do conhecimento científico sobredescendentes de imigrantes (PCM/ACIDI, I. P.)Promover e apoiar, através do Observatório da Imigração,um estudo científico sobre os descendentes deimigrantes, tendo em conta que esta é uma populaçãocom factores de risco/sucesso específicos dentro datemática da imigração e dentro da população em geral. 85 — Desburocratização e agilização do processo de reagrupamentofamiliar e reforço da rede consular face às origensdos fluxos migratórios para Portugal (MNE, MAI/SEF).Facilitar o processo de reunião de documentação etraduções, melhorar a resposta dos serviços consulares,incluindo uma análise comparativa das respostasque vêm a ser dadas por estes e, eventualmente, oreforço de meios nos consulados mais solicitados.Realizar acções de formação de curta duração no domíniodo reagrupamento familiar, dirigidas aos funcionários.Adequar, progressivamente, a rede consular face ànova realidade migratória portuguesa, de forma a obterrespostas mais adequadas às necessidades dos imigrantes,nomeadamente referentes aos processos de reagrupamentofamiliar.Alterar os métodos de concessão dos vistos tendoem vista uma maior autonomia da rede consular, sempreque possível em articulação com os oficiais de ligaçãode imigração.86 — Efectiva igualdade de oportunidades no Emprego,com combate a todas as formasde discriminação étnica (PCM/ACIDI, I. P., MTSS.)Desenvolver, particularmente durante o Ano da Igualdadede Oportunidades para Todos (2007), iniciativasde sensibilização dos empregadores para a igualdade deoportunidades e o combate à discriminação, de promoçãode boas práticas neste domínio e de capacitaçãodas Associações de Imigrantes e ONG para o desenvolvimentode acções de promoção da igualdade deoportunidades.Reforçar as competências e capacidade de intervençãoda Comissão para a Igualdade e contra a DiscriminaçãoRacial (CICDR), no combate a expressões evidentesde discriminação das comunidades imigrantes ede minorias étnicas no acesso ao Emprego.87 — Combate à discriminação e ao racismo no acessoà habitação (PCM/ACIDI, I. P.)Consolidar e desenvolver o trabalho efectuado pelaCICDR no domínio da intervenção perante recusa de

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celebração de contratos de arrendamento ou de comprade habitação por motivos étnicos. 89 — Elaboração no âmbito do Observatório da Imigração deestudos respeitantes à discriminação na escola, na áreada habitação e no mercado de trabalho (PCM/ACIDI, I. P.,MAOTDR, MTSS, ME).Elaborar, no âmbito do Observatório da Imigração,estudos respeitantes à discriminação na escola, na áreada habitação e no mercado de trabalho. 109 — Campanha de divulgação da nova Lei da Nacionalidadee criação de rede para apoio a instrução de processosde candidatura a aquisição de nacionalidade (PCM/ACIDI,I. P., MJ/IRN, I. P., ME).Divulgar a nova Lei da Nacionalidade, com recursoà comunicação social, a acções de esclarecimento juntodas comunidades imigrantes, com o envolvimentodas associações de imigrantes. Intenso envolvimento dalinha SOS Imigrante no esclarecimento telefónico dosimigrantes.Criar, em parceria com Associações de Imigrantese ONG, uma rede de apoio à instrução de processosde candidatura à aquisição da nacionalidade, por formaa facilitar os procedimentos dos imigrantes candidatose, por outro lado, a simplificar o trabalho dos serviçospúblicos na análise dos processos.110 — Campanha de divulgação da nova lei da imigração(PCM/ACIDI, I. P., MAI/SEF)Divulgar a nova Lei da Imigração, com recurso àcomunicação social, a acções de esclarecimento juntodas comunidades imigrantes, com o envolvimento dasassociações de imigrantes. Utilização intensiva da linhatelefónica do SEF e da Linha SOS Imigrante no esclarecimentotelefónico dos imigrantes.111 — Acção de promoção de recenseamento de todosos imigrantes elegíveis para participação políticanas eleições autárquicas (PCM/ACIDI, I. P.)Promover uma campanha de recenseamento e deapelo à participação eleitoral dos imigrantes que já podemparticipar politicamente na sociedade portuguesa.112— Estudo no quadro do Observatório da Imigração e subsequentediscussão pública sobre participação política dosimigrantes residentes de longa duração (PCM/ACIDI, I. P.)Elaborar um estudo, no quadro do Observatório daImigração, sobre a participação política dos imigrantesresidentes de longa duração.113 — Campanhas de divulgação de direitos e deveresdos imigrantes, enquanto consumidores(PCM/ACIDI, I. P., MEI/DGC)Desenvolver campanhas de informação acerca dosdireitos e deveres dos Imigrantes enquanto consumidores,como parte substancial do exercício da sua cidadania. 116 — Promoção da empregabilidade e empreendedorismodas mulheres imigrantes, nomeadamente atravésdo acesso à educação e à formação profissional (PCM/CIG)Incentivar os empregadores a implementar programaspara a igualdade de género que favoreçam o recrutamentode mulheres imigrantes e a frequência emacções de formação tendentes a melhorar o seu estatutoprofissional.Promover programas de sensibilização e formação naárea da interculturalidade e igualdade de género dirigidos

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a empregadores e trabalhadores.