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Breve Investigação de Crenças e Atitudes em contexto Social, como (co) factores do VIH/SIDA - Cadeira de Psicologia Social.
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TEMA: Crenças e atitudes como “co – factores” do VIH/SIDA.
RESUMO:
Esta comunicação visa apresentar as conclusões de um estudo realizado em Portugal,
e que se destinou: a) conhecer os níveis de experiências sexuais dos adolescentes; b)
a diagnosticar conhecimentos crenças e atitudes de jovens em idade escolar (14 aos
16 anos de idade); c) demonstrar que as pessoas informadas têm menos
comportamentos de risco ; estão mais predispostas a aceitar novas informações; têm
atitudes de tolerância para com os infectados e doentes de SIDA. Foi usado o
questionário como instrumento de avaliação dividido por três grandes áreas: 1. dados
sociológicos; 2. experiências sexuais e prevenção; 3. conhecimentos, crenças e
atitudes sobre o VIH/SIDA. A amostra é constituída por 1000 sujeitos, com idades
compreendidas entre os 14 e os 16 anos de idade, pertencentes a 32 escolas (norte,
centro e sul) de dois graus de ensino (Básico e Secundário) e distribuídas por 15
distritos. Frequentavam o 9º ano (29,1%); 10º ano (48,7%) e 11º ano (19,2%).
Pertencem a um agregado familiar com baixa escolaridade (menos que o 9º ano (57%
- pai e 56.4% -mãe) e 88.9% não conhecem ninguém com SIDA. Conclui-se que os
sujeitos mais informados têm atitudes de aceitação, compreensão e de solidariedade
para com os infectados e doentes de SIDA. Porém, confirmam-se outros estudos, que
não basta estar informados visto que têm comportamentos preventivos incorrectos. Ao
invés dos sujeitos que têm crenças erradas sobre a doença e infectados, que revelam
ter atitudes de: intolerância, invulnerabilidade,excesso de auto confiança;
homofóbicas, estigmatizantes e com comportamentos de alto risco em contraírem o
VIH/SIDA. É preciso mais e melhor informação, actuando de forma articulada, famílias,
escola e meios de comunicação de massas
Palavras Chave
Crenças e atitudes de SIDA , fontes de informação de SIDA; meios de comunicação e
SIDA;; sexualidade; precauções e sida; opinião e sida; programas de informação;
prevenção; custos e benefícios do preservativo
INTRODUÇÃO
O comportamento sexual dos adolescentes mudou dramáticamente durante as duas
últimas décadas. Têm acesso a uma actividade coital cada vez mais cedo e o
comportamento sexual dos adolescentes faz parte de um estilo de vida, nas quais se
incluem condutas tais como: consumo de tabaco, álcool e drogas, que têm
determinantes sócio culturais. A iniciação precoce em comportamentos sexuais tem
sido associada a um conjunto de consequências negativas e de comportamentos de
risco.
É objectivo deste estudo e relativamente ao padrão sexual adolescente procurar
conhecer a conduta sexual dos inquiridos; identificar e medir os níveis de experiências
sexuais (que já tiveram; que têm actualmente e que pensam ter em breve); as
diferenças de comportamentos sexuais entre os géneros e idades. Saber da intenção
de terem tomado (ou virem a tomar) medidas preventivas, com o receio da SIDA.É
importante ainda medir a quantidade de informação que os alunos possuem e julgam
possuir, sobre conceitos básicos do que se entende por VIH/ SIDA, formas de
transmissão, medidas de prevenção e direitos dos infectados. Os que se consideram
mais informados revelam mais ou menos interesse em obter mais informação? O que
pensam sobre a SIDA, que é uma doença só de alguns ou de todos? Qual a relação
entre a informação que possuem (ou julgam possuir) com as atitudes e crenças sobre
a doença? Haverá diferença entre os géneros? Que relação haverá entre os
conhecimentos e as precauções que tomam ou pensam tomar para evitar uma
infecção?
É normal que alunos que frequentam a escolaridade básica obrigatória tenham maior
acompanhamento familiar e escolar. As escolas de Ensino Básico (2º ciclo) promovem
diversas actividades extra escolares, de acordo, ou não, com a programação. Nesta
programação é vulgar encontrar actividades que se destinem a sensibilizar os jovens
para o problema do SIDA. Também as ONG têm tido um papel interventivo, sendo
chamadas às escolas para esclarecer e informar sobre o tema, o que leva a supor que
os alunos que frequentam o 9º ano tenham a percepção de estar mais informados. No
ensino Secundário (3º ciclo), este tipo de programas é mais da responsabilidade dos
alunos que frequentam a área de saúde havendo menos actividades que se
relacionem com a sexualidade. Em nosso entender, os jovens de 14 aos 16 anos vão
perdendo informação com o aumento da idade e na razão directa com o aumento dos
comportamentos sexuais. Pelas suas características de desenvolvimento psicosocial,
estes (10º e 11º anos) têm a percepção de que estão mais informados, em
comparação com os alunos que frequentam o 9º ano.
O Ministério da Educação, ao pretender implementar programas de educação sexual
nas escolas, urge saber como, quando, como e com quem, se podem ou devem pôr
em prática esses programas. As opiniões divergem. Quem deve informar sobre os
problemas relacionados com a sexualidade, os professores, a família, os meios de
comunicação ou os técnicos de saúde? Qual a opinião dos interessados? Pretende-se,
assim, auscultar as suas opiniões sobre quem deveria fornecer-lhes a informação,
programas de prevenção e preferências por fontes de informação (meios de
comunicação, escola, familia etc.).
É sabido que a informação é necessária, mas ela só por si é insuficiente para se poder
deduzir que provoca mudanças de atitudes e de hábitos. Há um conjunto de crenças
em relação á doença que podem constituir um obstáculo á prevenção. Por exemplo,
para quem tenha a percepção de que o SIDA é uma doença só de toxicodependentes
e homossexuais (Le Poire, 1994; Herek y Glunt, 1988), descurará toda a informação e
abrandará os cuidados preventivos, por se considerar fora desses grupos e imune á
doença (Páez et al. 1991; DiClemente, 1990). Quem possua ainda uma atitude
negativa para com os infectados pelo vírus, tenderá a desvalorizar a informação e a
valorizar conceitos incorrectos (Bauman e Siegel, 1987; Pierret, 1990; DiClement,
1990).
Há diversos estudos sobre as representações cognitivas que os sujeitos têm da
doença, protótipos da doença (Bishop, 1991b) e que podem constituir um factor
determinante das condutas relacionadas com a saúde. Será que há atitudes
homofóbicas (Schneider et al., 1993; Kennamer y Honnold, 1995) ao ponto de
aceitarem o princípio do isolamento das pessoas infectadas, situações de exclusão
que contribuirão negativamente para as tarefas de prevenção? (Bochow et al., 1994,
Mann, 1993). Os jovens apesar de possuírem conhecimentos básicos sobre o SIDA,
também se têm deixado levar por equívocos e crenças incorrectas sobre a
transmissão do vírus (ex: um contacto físico, partilha dos mesmos objectos).
Em suma: será que os adolescentes, têm medo da doença? Têm a percepção de que
a SIDA é um doença de todos? Têm atitudes discriminatórias para com os infectados?
Temem a doença ao ponto de não aceitarem uma bebida, evitar tomar banho numa
piscina, evitar sanitários públicos? Considerar-se-ão imunes á infecção? Têm a
percepção da necessidade de informação? Importa ainda diagnosticar o grau de
motivação para temas relacionados com a SIDA, e a sua opinião sobre o que são e o
que devem ser os programas de prevenção de SIDA.
Em Portugal, é também na adolescência que se pode contrair a doença, revelando-se
esta aos 26, 27 anos de idade. E as variáveis que podem influir negativamente no uso
dos contraceptivos são diversas
a) A idealização da sexualidade. Os jovens podem recusar os anticoncepcionais,
porque pensam que desvirtua a relação sexual romântica, apaixonada e espontânea.
b) A dificuldade de acesso a serviços de informação sexual; ao desconhecimento
da sua existência; ter medo de que se perca o anonimato.
c) As características próprias da adolescência, que fazem deste período de
insegurança, impulsividade e interesses imediatos, não seja o momento mais
adequado para a contracepção planificada; as consequências não são pensadas e
consideram que a eles nada lhes acontece.
d) Não possuir habilidades sociais para conseguir informação e anticoncepcionais,
ou mesmo não conseguir falar com o parceiro sexual.
e) Ter fracas expectativas de futuro.
f) A escassa informação sobre contracepção e gravidez, em parte por ausência de
um programa sexual nas escolas;
g) A mudança de atitudes e valores da sociedade actual. Os jovens estão em
contacto com imensas informações, que são por vezes contraditórias. Enquanto que
os amigos, e os meios de comunicação estimulam a sexualidade, os pais e os
educadores desaprovam, vendo até com maus olhos o facto de os filhos irem a
consultas de planeamento familiar; A sociedade é ambígua em relação á adolescência
e sexualidade.
A maioria dos jovens inicia as primeiras relações sexuais sem planificar (Lowenstein y
Furstenberg, 1991), muitas vezes envolvida em elevada dose de romantismo (estar
apaixonado). Têm a percepção de que não estão em risco (sentimento de
invulnerabilidade), que a sua parceira(o) é de confiança, pois pertence ao grupo de
amigos. Confiam na sua capacidade para reconhecer uma pessoa infectadada (por
observação), que associam a grupos marginais (toxicodependentes ou
homossexuais). Estas são algumas das muitas razões que parecem justificar o
elevado número de jovens que têm relações desprotegidas (McLean et al., 1994).
Também a prática contraceptiva tem sofrido alterações e está em função da idade.
Enquanto que nos anos 80 os jovens dos 15 aos 19 anos de idade usavam os
contraceptivos orais, seguido do preservativo, na década de 90 o método mais usado
pelos jovens dos 15 aos 17 anos foi o preservativo, enquanto que a pílula é a escolha
mais frequente para os jovens dos 18 aos 19 anos de idade (Brown & Eisenberg,
1995). Os jovens entendem que o preservativo tem custos: limita o prazer, tira o
romantismo á relação; quando se ama não são precisos; são incómodos; cria dúvidas
á outra pessoa acerca do seu estado de saúde; são caros, não são acessíveis; têm
vergonha de os comprar; etc. Reconhecem que têm também benefícios como: dão
segurança a uma relação; são higiénicos; não têm contra indicações; previnem das
doenças sexualmente transmissíveis; são fáceis de obter; etc. O preservativo será
uma metodologia preventiva a seguir pelo indivíduo, se os benefícios forem
superiores aos custos, se teme uma gravidez ou se tem uma relação esporádica. O
uso do preservativo diminui com a idade, o que associado ao uso excessivo de álcool
e a substâncias psicoactivas, constitui factores de risco acrescidos (Robertson & Plant,
1988; Stall, Mckusick, Wiley, Coates, & Ostrow, 1986).
Procuram-se ainda respostas para o seguinte: Que relação haverá entre as crenças e
atitudes em relação á SIDA e infectados, com os conhecimentos que possuem, a
informação percebida e as precauções para evitar a infecção do vírus? Qual a relação
entre as atitudes e crenças sobre SIDA e infectados e o grau de interesse para temas
relacionados com a SIDA; opinião sobre a doença; fontes de informação; programas
de prevenção; preferências por fontes e crenças sobre o uso do preservativo?
MÉTODO
A amostra.
Participaram nesta investigação 1000 estudantes Portugueses dos ensinos: básico e
secundário, num total de 32 escolas (9 na zona norte; 14 na zona centro e 9 na zona
sul do país) pertencentes a 15 distritos. Frequentam o 9º ano (29,1%); 10ºano (48,7%);
11º ano (19,2%); outro (2,9%).
1. A amostra está distribuída da seguinte forma:
QUADRO 1: Constituição da amostra
Sujeitos
14 - 16 anos
Nível de estudos Número de
Escolas
Distritos (nº)
Norte - 206
Centro - 446
Sul - 348
Ensino Básico
9º, 10º e 11º anos
Norte - 9
Centro - 14
Sul - 9
Norte - 4
Centro - 5
Sul - 6
Total: 1000 Total : 32 Total: 15
Recolheu-se uma amostra, a mais heterogénea possível em termos geográficos,
enviando de forma aleatória, questionários para escolas de Ensino básico 2º e 3º
ciclos, que representassem todos os distritos de Portugal Continental. Foram enviados
25/30 questionários para cada escola (duas por distrito), excepto para Lisboa e Porto
para onde foram enviados 250 questionários aproximadamente (um total de 1560
questionários). Em apenas três meses foram realizados e tratados estatisticamente no
programa SPSS, 1000 questionários (180.000 respostas).
QUADRO 2 : Distribuição dos questionários por distritos
Distritos Nº Zona Nº
questionários
Nº Escolas
1. Guarda 102 Norte Braga 206 9
2. Viseu 82 Porto
3. Coimbra 149 Vila Real
4. Aveiro 89 Viana Castelo
5. Porto 108 Centro Guarda 446 14
6. Lisboa 93 Viseu
7. Évora 90 Coimbra
8. Beja 25 Aveiro
9. Leiria 24 Leiria
10. Braga 40 Sul Lisboa 348 9
11. Faro 53 Évora
12. Setúbal 42 Beja
13. Portalegre 45 Faro
14 Viana do Castelo 38 Setúbal
15. Vila Real 20 Portalegre
Total: 1000 15 1000 32
2. Instrumento de avaliação
· Variáveis do questionário
QUADRO 3: Variáveis do questionário - Conhecimentos, crenças e atitudes sobre
SIDA
Apartados Variáveis Objectivos específicos
DADOS
SOCIOLÓGICOS
- Idade
- Sexo
- Nível de escolaridade
- Habilitações literárias dos
pais
- Identificar o ambiente
sociológico dos inquiridos
EXPERIÊNCIAS
SEXUAIS E
PRECAUÇÕES
Comportamento sexual
- Experiência sexual ao longo
da vida.
- Comportamento sexual
actual.
- Comportamento sexual
dentro de pouco tempo.
Precauções para evitar a SIDA
- Correctas.
- Conhecer o nível de
experiências que têm ou
tiveram ao longo da vida.
- Identificar as
precauções que têm, tiveram
ou pensam Ter, para evitar a
infecção pelo vírus.
- Incorrectas
CONHECIMENTOS
CRENÇAS
E
ATITUDES SOBRE
O
VIH/SIDA
Conhecimentos sobre SIDA
- conhecimentos
- informação percebida
- interesse para temas
relacionados com SIDA
- opinião acerca do problema
da SIDA.
- medir os
conhecimentos dos sujeitos
sobre VIH/SIDA
- medir a informação
que julgam possuir.
- Identificar os temas
que mais motivam os
sujeitos.
- Saber a opinião dos
inquiridos em relação á
doença e aos doentes.
Fontes de informação sobre SIDA
- fontes de informação
- opinião sobre os programas
de prevenção
- preferências por fontes de
informação
- identificar as fontes
de informação.
- conhecer a opinião
sobre os programas de
prevenção de SIDA.
- quem deveria
informar?
Atitudes para com as medidas de
prevenção de SIDA
- Custos e benefícios do uso
do preservativo.
- Atitudes para com a SIDA e
os infectados
- Identificar as crenças
sobre os preservativos.
- Identificar crenças e
atitudes em relação à SIDA
e infectados.
-
Para saber os conhecimentos, crenças e atitudes para com a SIDA e os infectados
que os inquiridos possuem actuou - se do seguinte modo: procedeu -se á análise
factorial de componentes principais da escala de conhecimentos, crenças e atitudes
sobre SIDA e crenças sobre os benefícios e custos do preservativo definiram - se
quatro e oito variáveis explicativas: (Cfr Tabelas 3 e 4)
Tabela 3: Análise factorial dos componentes principais. Factores atitudinais para com
a SIDA e os infectados e as variáveis a explicar.
VARIÁVEIS EXPLICATIVAS VARIÁVEIS A EXPLICAR
Factor 1
Factor 2
Factor 3
Factor 4
1. Medo, rejeição a doentes
com SIDA e infectados e atitudes
discriminatórias.
2. Confiança, percepção de
controlo sobre a doença e atitudes
compreensivas para com os
infectados.
3. Acreditam estar informados
e têm a percepção de que não
precisam de mudar a sua conduta
sexual
4. Medo da doença, rejeição
social e a não defesa da SIDA
- Conhecimentos
- Informação percebida
- Precauções para evitar a
infecção
- Grau de interesse
- Opiniões sobre a doença
- Fontes de informação
- Opinião sobre os programas de
prevenção
- Preferências por fontes
- Crenças sobre o uso do
preservativo (*)
Leg. (*) A escala de crenças sobre o os benefícios e custos do preservativo foi
submetida a análise factorial dos componentes principais tendo -se obtido 8 factores
(Cfr. Tabela 3)
Tabela 4: Análise factorial dos componentes principais. Factores de crenças sobre os
benefícios e custos do uso do preservativo.
Factores VARIÁVEIS DE CRENÇAS SOBRE O USO DO PRESERVATIVO
Factor 1
Factor 2
Factor 3
Factor 4
Factor 5
Factor 6
Factor 7
Factor 8
1.Os preservativos rompem o romantismo e provocam custos afectivos
2. Os preservativos têm benefícios por prevenirem da SIDA, de uma GND
e das DST
3. Os preservativos geram custos sociais como vergonha e preocupação
pelo que dirão
4. Os preservativos são acessíveis e baratos
5. Os preservativos geram preocupação pela sua insegurança e
ineficácia.
6. Os preservativos nem sempre estão á mão, são de difícil acesso.
7. Os preservativos podem ser um jogo erótico, mas frágil
8. Os preservativos não têm contra indicações médicas.
RESULTADOS
1
Comportamento sexual e crenças sobre as precauções para evitar a infecção.
Os sujeitos inquiridos, são 46.3% do sexo masculino e 52.9% do sexo feminino. Têm
14 (19.6%) 15 (37.8%) e 16 anos (42.6%) de idade. A maioria afirma ainda não ter
iniciado relações sexuais coitais e os que já tiveram relações sexuais coitais (com uma
ou mais pessoas) são preferencialmente do sexo masculino e com 16 anos de idade;
Os jovens (22.6%) afirmam que, ao longo da vida, nunca tiveram quaisquer
experiências sexuais; apenas trocaram beijos e carícias (40.8%); já tiveram
intimidades sexuais, próximas ao coito (16.4%); experiências sexuais coitais (com uma
ou mais pessoas) 20.1%. Actualmente, 63.3% não têm relações sexuais e 12.3% têm
relações sexuais coitais. Em breve, 39.0% pensam ter relações sexuais. Os homens
são os que já tiveram mais experiências sexuais, embora a maioria ainda não tenha
tido actividades sexuais que possam constituir comportamentos de risco. Mas, pensam
que ocorra em breve.
2
ATITUDES E CRENÇAS SOBRE SIDA E INFECTADOS E O RELAÇÃO COM OS
CONHECIMENTOS, INFORMAÇÃO PERCEBIDA, PRECAUÇÕES PARA EVITAR A
INFECÇÃO E GRAU DE INTERESSE PARA APRENDER MAIS.
Crenças de que possuem conhecimentos suficientes. Há uma correlação
significativa entre as crenças sobre SIDA e infectados, com os conhecimentos, a
informação percebida, precauções e grau de interesse. Há quatro perfis de crenças e
atitudes sobre a SIDA e os infectados que requerem medidas de intervenção
ajustadas.
1. Os indivíduos que têm a percepção da gravidade da doença e preocupação pela
sua saúde, com um percepção subjectiva de invulnerabilidade e atitudes de rejeição e
de discriminação para com os seropositivos. São pessoas com um baixo nível de
conhecimentos, têm a percepção de que não estão informadas, embora não desejem
aprender nada que se relacione com a doença. Apresentam uma relação significativa
entre as crenças e as precauções, ou seja, as crenças negativas sobre a doença,
originam precauções incorrectas. A relação entre susceptibilidade e a conduta
preventiva é inversa ao que postula o modelo de Crenças de Saúde. Quanto mais
temem a doença, menos comportamentos preventivos têm.
2. Os sujeitos que acreditam nas suas capacidades para evitar a infecção; estão
conscientes dos comportamentos que podem conduzir á infecção, tolerantes e
compreensivos para com os infectados. São pessoas informadas, têm a percepção
subjectiva de que possuem informação, mas desejam aprender mais sobre tudo que
se relacione com a doença. Têm precauções correctas mas também incorrectas.
Segundo o Modelo de Acção Racional (ou de intenção de conduta de Fishbein y
Ajzen,1973)as condutas estão relacionadas com as atitudes. Deste modo, estão
também sujeitos a uma possível infecção, na medida em que assumem ter precauções
incorrectas, para evitar a infecção.
3. Os sujeitos que têm a crença de uma baixa percepção da gravidade da enfermidade
e um optimismo realista estão relacionados com uma elevada percepção subjectiva de
que estão informados e têm precauções incorrectas. Não demonstram interesse em
aprender mais.
4. Os sujeitos que têm a percepção da gravidade da doença e atitudes de rejeição
social, são pessoas que carecem de informação e que têm a percepção de um baixo
nível de conhecimentos, mas não estão motivadas para aprender.
3
CRENÇAS SOBRE SIDA E INFECTADOS RELACIONADOS COM OPINIÕES
SOBRE A DOENÇA.
Em relação á doença acreditam (ambos os sexos) que a SIDA é uma doença que
afecta todos e que deve ser resolvido só por médicos. Os homens distinguem - se das
mulheres pelo cepticismo em relação á existência da doença (têm a crença de que é
uma doença que não existe, que é uma moda e que foi inventada só para evitar
condutas reprovadas socialmente). Pensamos que muitos jovens não acreditam na
existência da doença, por não conhecerem (86.9%) realmente pessoas infectadas.
Crenças erradas sobre a baixa vulnerabilidade, que geram falsa percepção de
segurança face á doença.
Há uma associação significativa entre as crenças que possuem e a opinião sobre a
SIDA. 1: Os indivíduos que têm crenças positivas sobre a doença e os infectados,
acreditam que a doença existe e que afecta a sociedade em geral. Há uma elevada
percepção da susceptibilidade e da gravidade da doença. 2.Ao contrário dos sujeitos
que têm medo da doença, atitudes de rejeição, são a favor da discriminação dos
doentes. Estes são de opinião que a SIDA é uma doença que afecta só alguns grupos,
é uma moda, que a doença não existe e foi inventada, é uma forma de repressão
sexual.
4
CRENÇAS SOBRE A UTILIZAÇÃO DO PRESERVATIVO E INTENÇÃO
PREVENTIVA.
De uma maneira geral os sujeitos acreditam que os preservativos têm mais benefícios
(m = 4.52) do que custos (m = 3.53) e demonstraram ter mais intenções de
precauções correctas do que incorrectas. É um facto que a intenção de conduta é uma
possibilidade, mas não uma certeza da concretização do comportamento. Quando se
procuram relacionar as crenças sobre a doença e as crenças sobre a utilização do
preservativo (correlações significativas) as conclusões são surpreendentes.
1. Os jovens que têm medo da doença, e têm atitudes de discriminação para com os
doentes de SIDA e infectados são de opinião de que os preservativos não têm
benefícios (correlação significativa negativa), mas têm custos (correlação significativa
positiva). Se acreditam que os preservativos têm custos a intenção de conduta deverá
estar de acordo atendendo a que há uma relação significativa com as precauções
incorrectas.
2. Os indivíduos que têm crenças positivas para com a doença e os infectados e
normas subjectivas positivas têm a crença de que os preservativos têm benefícios
(correlação significativa positiva, r = .38,p<.01) e custos ( r =.08,p<.05); a intenção de
conduta é a de poderem usar ou não os preservativos como medida de protecção, o
que se justifica pelas precauções correctas e incorrectas que têm (ou pensam ter) para
evitar a infecção.
3.Os sujeitos que têm a percepção subjectiva de estarem informados e de que não
precisam de mudar os seus comportamentos sexuais só com o medo da SIDA são de
opinião de que os preservativos têm benefícios e têm custos e intenções preventivas
imprudentes (precauções incorrectas).
4. Os indivíduos que têm percepção da gravidade da doença, atitudes de rejeição
social e a não defesa da SIDA acreditam que os preservativos têm custos e o único
benefício é de que não têm contra indicações médicas. A crer nas investigações se as
atitudes são negativas e as normas sociais negativas a intenção de conduta é
negativa.
5
Crenças sobre as fontes de informação e preferências por fontes
Os sujeitos afirmam ter aprendido com a televisão, jornais e revistas, professores e
familiares. 1. Os sujeitos que têm crenças e atitudes de rejeição e de intolerância para
com os seropositivos e doentes de SIDA aprenderam (correlação significativa positiva)
com pessoal sanitário, a televisão e com os professores. 2. Os sujeitos que têm
atitudes positivas de controle, confiança, compreensão e aceitação dos doentes de
SIDA e infectados aprenderam (relação significativa positiva) com a televisão, jornais e
revistas, professores, familiares e amigos. Há ainda um relação significativa entre
crenças sobre SIDA e infectados e as preferências por fontes de informação. 3. Os
jovens que têm crenças negativas em relação á doença, são de opinião de que
deveriam informar os cientistas, os professores ou cada um procurar obter informação
por si próprio. Não concordam que sejam as pessoas que têm a doença ou a família.
4. Os sujeitos com atitudes e crenças positivas para com a doença entendem que
deveriam ser os cientistas, os professores, pessoas que têm a doença, a família, os
meios de comunicação e as instituíções sanitárias; mas não concordam que cada um
deva informar - se por si próprio.
CONCLUSÕES FINAIS
Apesar dos sujeitos afirmarem ter mais precauções correctas para evitar uma infecção
há no entanto alguns erros assinaláveis a merecer atenção.
Há crenças erradas em relação ás precauções que podem dar origem a
comportamentos de risco. Que não estão imunes á doença pelo facto de terem
relações: a) com menos pessoas; b) só com pessoas conhecidas; d) com uma só
pessoa; e) ter um(a) namorada(o) estável; f) que não se conhecem por observação as
pessoas infectadas e as pessoas que se injectaram ou injectam com drogas; g) que as
pílulas anticoncepcionais protegem do vírus; i) associar os preservativos como uma
medida de prevenção masculina.; g) que os rapazes devem procurar informar -se
sobre o estado de saúde da sua parceira sexual.
As campanhas/programas devem dirigir mensagens positivas que reforcem o
comportamento e a auto eficácia dos que ainda não iniciaram um comportamento
sexual coital; que a estratégia das mensagens passe por tornar socialmente
fascinantes os jovens que adoptem esses comportamentos; que testemunhem a sua
opção livre; e que modelem estilos de vida saudáveis, usando técnicas persuasivas
com imagens de pessoas glamorosas e plenas de imaginação, para provocar,
envolvimento, identificação e empatia da audiência jovem, à semelhança das
campanhas publicitárias comerciais. Que haja uma mensagem pelo reforço positivo
(benefícios) e não pela imposição de um modelo de estilo de vida. Que se modelem
comportamentos, para saber resistir à pressão dos grupos de iguais, destacando as
vantagens para si próprios e para os que assim decidem proceder. Que evidenciem as
vantagens (beleza física; psíquica, socialmente valorizada), para os que optem por
rejeitar uma sexualidade "promiscua" (diversos parceiros sexuais) inconsciente e
irresponsável. Que essa seja a norma e não o contrário.
Para os que desejarem iniciar ou já iniciaram uma relação sexual coital devem
ser -lhes fornecidas, para além das competências cognitivas, as competências sociais
e comportamentais, ou seja, um conjunto de recursos que lhes permitam afrontar as
situações, que possam implicar risco, fomentando uma atitude positiva para com uma
prática sexual de prazer, mas segura, mediante a utilização correcta do preservativo.
Este deve ser anunciado como uma das metodologias preventivas mais seguras
(informação); como se utilizam (competências); como resistir á pressão dos que não
desejem usá - lo (habilidades sociais).
Os sujeitos que possuem atitudes e crenças negativas sobre a doença e os infectados,
têm baixo nível de conhecimentos e a percepção de que carecem (ou não) de
informação, mas não demonstram interesse para aprender mais. Mesmo os jovens
que possuem elevado grau de informação e a percepção subjectiva de que estão
informados, apresentam dados que indicam possíveis riscos de infecção, visto
assumirem precauções incorrectas.
Os resultados evidenciaram carências cognitivas que podem estar na base das
falsas crenças e dos poucos cuidados preventivos. É preciso esclarecer o
seguinte: o que é a doença (o que é o VIH e em que se distingue da SIDA; o que
define um seropositivo de um seronegativo; ou um portador e não portador do VIH; o
que simbolizam, no contexto da transmissão do vírus, cada um dos conceitos); vias de
transmissão: correctas (que o VIH pode encontrar -se no fluxo vaginal) e incorrectas
(que a saliva, a urina o suor não transmitem a SIDA, nem o contacto físico); medidas
de prevenção (que a pílula não protege); formas de tratamento (onde obter a
informação; as análises em laboratório e o tempo real de confirmação, ou não da
infecção).
Os jovens têm elevados possibilidades de se infectarem pelo vírus, atendendo: a)
ás crenças de invulnerabilidiade e optimismo excessivo; b) intenções de conduta
erradas (precauções incorrectas); c) á falta de motivação para aprender (julgam - se
muito informados); d) limitados conhecimentos.
Qualquer programa destinado a este tipo de jovens deve: a) motivar para mudar
comportamentos; b) informar de modo a aclarar as crenças e atitudes que possuem
em relação á doença e aos doentes de SIDA; c) envolvê -los de modo a que
acreditem que são susceptíveis de contrair a doença, e as consequências para si
próprio caso se infectem; d)que percebam os benefícios de um comportamento
preventivo, antecipando as barreiras ou custos; e) devem promover a auto eficácia
(habilidades necessárias para dar forma ao comportamento segundo uma variedade
de circunstâncias).
A Teoria de Acção Racional defende que as condutas dependem das crenças dos
sujeitos. Se os sujeitos possuem a crença de que os heterossexuais não se identificam
com os grupos de risco, que se conhecem as pessoas infectadas pelo aspecto, as
suas condutas estarão de acordo com as crenças e por conseguinte em risco de
infectarem -se visto que não haverá intenção de conduta preventiva. A dificuldade para
perceber o risco é um factor que determina uma falsa percepção sobre a
vulnerabilidade ou invulnerabilidade de eles próprios, face ao vírus. Estes e outros
factores relacionados com as crenças erradas, em que se associa a doença com
alguns grupos específicos, geram nos adolescentes uma falsa segurança de si
mesmos ao concluírem que a doença a eles nunca os afectará por não se
identificarem com esses grupos. Não se consideram individualmente responsáveis
pela propagação da doença; sentem -se protegidos (invulnerabilidade); pensam que
só por muito azar se infectariam pelo vírus (optimismo realista) e tendem a crer que só
acontece aos outros (falsa unicidade).
Sendo os seropositivos (infectados ocultos) a maioria dos infectados (a OMS acredita
haver em Portugal 43 mil seropositivos); e como não se conhecem pelo aspecto, como
acreditam alguns dos sujeitos inquiridos, é imperioso que a informação se centre nesta
fase da doença e nas suas implicações para a sua propagação.
Há algumas crenças sobre os preservativos que podem contribuir para uma
desatenção para a prevenção. Consideram que os preservativos rompem o
romantismo e têm custos afectivos; têm vergonha de os trazer consigo; não
consideram que estejam acessíveis ; são caros e de difícil acesso, são frágeis,
inseguros e ineficazes. Muitos jovens que se envolvem em relações sexuais acreditam
que os seu parceiro(a) não os colocariam em perigo; que se conhecem as pessoas
seropositivas pelo aspecto; quem tem um parceiro estável não deve temer a doença;
receiam que o seu parceiro(a) fique molestado(a) se recusar uma relação sem
preservativo.
Os meios de comunicação como fontes de informação para as famílias.A SIDA só
começou a ser noticia nos últimos 15/16 anos e os pais cresceram num época em que
a SIDA não existia. Se tivermos em consideração o nível baixo de escolaridade que
possuem (menos que a escolaridade obrigatória), não é previsível que possam estar
devidamente informados. Acreditamos que os conhecimentos que a maioria das
famílias possui tenham como uma das principais fontes os meios de comunicação de
massas, principalmente a televisão. Para muitas pessoas, os meios de comunicação
(principalmente a televisão) são a única fonte de informação. A televisão deve dirigir
mensagens que informem (números de telefone, locais onde podem obter mais
informação), sensibilizem, motivem o envolvimento familiar para estes temas, para
que possam ser também veículos de informação. Embora as campanhas na televisão
possam ser eficazes para aumentar os conhecimentos e sensibilizar para os
problemas ( Orquídea Lopes, M., 2002ª); 2002 b; 2001) principalmente para um
público disperso e difuso, estas devem ser complementadas com outras formas de
comunicação e de actividades que envolvam as estruturas comunitárias e
interpessoais. Estes contactos são os mais indicados para temas sensíveis e que
requeiram formação/mudanças de comportamento complexos e a longo prazo.
As escolas e o papel dos professores.As escolas não possuem um programa de
educação sexual que permita aos alunos o acesso á informação. Os programas
curriculares fazem uma chamada de atenção para a doença ao nível do 8º ano do
Ensino Básico ( 2º ciclo), mas os professores carecem também eles de informações
correctas, limitando - se a traduzir os conhecimentos que constam do compêndio
adoptado. Apenas pontualmente e recorrendo a programas extra curriculares as
escolas têm dirigido a sua atenção para a informação sobre o problema da SIDA.
Acreditamos também na necessidade de proporcionar informação aos docentes para
que se sintam mais ajustados á realidade da doença.
Programas de educação sexual. A escola deve também ser a geradora de
informação/formação, através da Educação Sexual, envolvendo a comunidade
educativa na definição das linhas gerais de um programa afectivo sexual. Este deve
assentar em princípios e valores que: informem; ensinem competências (skills); a
formar e fortalecer a personalidade; aprender a resistir ás pressões, em particular do
grupo de iguais e, em geral, do meio social e cultural em que vivem. Este programa
deve iniciar - se aos 9/10 anos (e de forma continuada embora variando nas
metodologias e estratégias), até aos 16/17 anos de idade (Orquídea Lopes,
2002)
Crenças sobre os programas de prevenção. Os indivíduos que têm crenças
positivas com os doentes de SIDA são de opinião de que os programas devem
contribuir para educar a conduta sexual dos jovens e motivar para mudar
comportamentos; consideram ainda que os programas são importantes porque
favorecem a aquisição de conhecimentos que ajudam a mudar comportamentos e
atitudes; ajudam a reduzir medos e angústias e contribuem para evitar a propagação.
Os sujeitos que têm crenças negativas e erradas em relação á doença e aos doentes
de SIDA são de opinião de que os programas deveriam informar apenas sobre as vias
de contágio, embora acreditem que nunca dão resultado. Se a crença é negativa em
relação aos programas, a intenção de conduta é não acreditar e aceitar as
informações que veiculam.
É urgente mais e melhor informação, sem alarmismos e espectacularidade. Que ajude
a construir pessoas mais conscientes das suas misérias e grandezas. Uma sociedade
informada poderá viver com a SIDA, como uma ameaça compreendida, uma ameaça
criativa de novos valores. Só as pessoas bem informadas podem ser solidárias e
tolerantes.
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