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Crescimento humano As dificuldades do parto provavelmente desafiam os seres humanos e seus ancestrais há milhões de anos - o que significa que o costume moderno de procurar ajuda para dar à luz pode também ter raízes antiquíssimas Muitas mulheres sabem, por experiência própria, que empurrar uma criança através do canal de nascimento não é coisa fácil. É o preço que pagamos por nossos cérebros avantajados e nossa inteligência: os humanos têm cabeças excepcionalmente grandes em relação ao tamanho de seus corpos. Quem já mergulhou mais profundamente no assunto também sabe que a abertura na pelve humana por meio da qual o bebê precisa passar tem seu tamanho limitado em função de nossa postura ereta. Mas só recentemente os antropólogos começaram a se dar conta de que as complexas torções e giros que os bebês humanos fazem enquanto percorrem o canal de nascimento vêm preocupando os humanos e seus ancestrais há, no mínimo, cem mil anos. Indícios de fósseis também sugerem que foi a anatomia, e não apenas a nossa natureza social, que levou as mães humanas - em contraste com nossas parentes primatas mais próximas e com quase todos os outros mamíferos - a pedir ajuda no parto. Na verdade, o hábito de procurar assistência talvez já existisse quando o mais antigo membro do gênero Homo apareceu, e possivelmente data de cinco milhões de anos atrás, quando nossos ancestrais começaram a andar eretos regularmente.

Crescimento humano

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Page 1: Crescimento humano

Crescimento humano

As dificuldades do parto provavelmente desafiam os seres humanos e seus ancestrais há milhões de anos - o que significa que o costume moderno de procurar ajuda para dar à luz pode também ter raízes antiquíssimas

Muitas mulheres sabem, por experiência própria, que empurrar uma criança através do canal de nascimento não é coisa fácil. É o preço que pagamos por nossos cérebros avantajados e nossa inteligência: os humanos têm cabeças excepcionalmente grandes em relação ao tamanho de seus corpos. Quem já mergulhou mais profundamente no assunto também sabe que a abertura na pelve humana por meio da qual o bebê precisa passar tem seu tamanho limitado em função de nossa postura ereta. Mas só recentemente os antropólogos começaram a se dar conta de que as complexas torções e giros que os bebês humanos fazem enquanto percorrem o canal de nascimento vêm preocupando os humanos e seus ancestrais há, no mínimo, cem mil anos. Indícios de fósseis também sugerem que foi a anatomia, e não apenas a nossa natureza social, que levou as mães humanas - em contraste com nossas parentes primatas mais próximas e com quase todos os outros mamíferos - a pedir ajuda no parto. Na verdade, o hábito de procurar assistência talvez já existisse quando o mais antigo membro do gênero Homo apareceu, e possivelmente data de cinco milhões de anos atrás, quando nossos ancestrais começaram a andar eretos regularmente.

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Como o bebê humano nasce voltado para trás, com a parte de trás da cabeça contra os ossos púbicos da mãe, é difícil para a mulher guiar a

criança para fora do canal de nascimento (a abertura na pelve da mãe) sem ajuda.

Para os humanos, esse aperto fica ainda mais complicado pelo fato de o canal de nascimento não ter um tamanho constante num corte transversal. A entrada, por onde o bebê começa sua jornada, é mais larga dos lados em relação ao corpo da mãe. No meio do caminho, no entanto, essa orientação gira 90 graus, e o eixo longo da forma oval passa a ser da frente para as costas da mãe. Isso significa que o bebê precisa fazer uma série de mudanças de direção à medida que avança pelo canal de nascimento, para que as duas partes de seu corpo de maiores dimensões - a cabeça e os ombros - estejam sempre alinhadas com a maior largura do canal.

A formação do tecido ósseo

 

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A ossificação – formação de tecido ósseo – pode se dar por dois processos: ossificação intramenbranosa e ossificação endocondral.

No primeiro caso, o tecido ósseo surge aos poucos em uma membrana de natureza conjuntiva, não cartilaginosa. Na ossificação endocondral, uma peça de cartilagem, com formato de osso, serve de molde para a confecção de tecido ósseo. Nesse caso, a cartilagem é gradualmente destruída e substituída por tecido ósseo.

Crescimento nos ossos longos

A ossificação endocondral ocorre na formação de ossos longos, como os das pernas e os dos braços.

Nesses ossos, duas regiões principais sofrerão a ossificação: o cilindro longo, conhecido como diáfise e as extremidades dilatadas, que correspondem as epífises.

Entre a epífise de cada extremidade e a diáfise é mantida uma região de cartilagem, conhecida como cartilagem de crescimento, que possibilitará a ocorrência constante de ossificação endocondral, levando à formação de mais osso. Nesse processo, os osteoclastos desempenham papel importante. Eles efetuam constantemente a reabsorção de tecido ósseo, enquanto