65
MODOS DE CUIDAR E EDUCAR CRIANÇA PEQUENA

Criança Pequena - Modos de cuidar e educar

Embed Size (px)

DESCRIPTION

REALIZAÇÃO PETROBRAS Governo do Estado da Bahia Conselho Estadual da Criança e do Adolescente da Bahia - CECA ELABORAÇÃO AVANTE - Educação e Mobilização Social

Citation preview

MODOS DE CUIDAR E EDUCAR

CRIANÇA PEQUENA

Modos de cuidar e educar

?(Julho 2007 a Dezembro 2008)?

CRIANÇA PEQUENA

”No ambiente em que a criança vive

os primeiros anos estarão estabelecidas

as formas e os limites para as relações e

interações entre as gerações”.

(Kaslow, 1994)

REALIZAÇÃO

PETROBRAS

Governo do Estado da Bahia

Conselho Estadual da Criança e do

Adolescente da Bahia - CECA

ELABORAÇÃO

AVANTE

Educação e Mobilização Social

Ana Luiza Oliva Buratto

Coordenação do Projeto

Deborah Kotek Selistre Osorio

Fabíola Margeritha Bastos de Santana

Coordenação da Pesquisa

Ana Luiza Oliva Buratto

Deborah Kotek Selistre Osorio

José Carlos Dantas Meirelles

Análise e Redação

Maria Clarice do Prado Valladares Silva

Revisão Textual

PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO

KDA Design

Agradecimentos

Às famílias euclidenses que abriram suas casas e corações para os 29 agentes comunitários de saúde do

município, capacitados e cadastrados como entrevistadores nesta pesquisa de Competências Familiares

em Euclides da Cunha

À Prefeita

Maria de Fátima Nunes Soares

Às Secretárias Municipais de Saúde,

Assistência Social e Educação

Luciana D'Lima França

Lucileide Dantas dos Santos Melo

Maria Auxiliadora Moura de Abreu

Às representantes da área da Saúde

Liliane Freire

Simone de Matos Abreu

pelo apoio na mobilização e supervisão do

trabalho de campo dos pesquisadores

Aos pesquisadores

Ângela Maria da Silva Santos

Cátia de Souza Costa

Clessiclei Matos de Santana

Ed Carlos da Silva

Edilene Araújo Aniceto

Edileuza Rabelo de Abreu

Esmeralda Dantas dos Santos

Humberto Lial de Sena

Jerailda de Souza Bitencourt

José Américo Santos da Silva

José Raimundo Alves

Luciano Peixinho Pereira

Luciano Souza de Carvalho

Lucineide Pereira Lima

Maria Conceição Reis da Costa

Maria Eudes Dantas da Silva

Maria Ferreira Ribeiro

Moacilene Damasceno de Santana

Rita de Cássia Matos de Carvalho

Rogelma Araújo de Macedo

Rosângela Ferreira de Almeida

Simone de Matos Abreu

Solange dos Reis Sena

Vanessa Ferreira de Brito

Vera Márcia Gomes Macedo

Tatiane Dantas dos Reis

Thomaz de Aquino Severo dos Santos

Timóteo de Jesus Costa

E a Diana Patrícia Varjão dos Santos, um

agradecimento especial pelo

acompanhamento dos colegas durante a

realização da pesquisa.

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Esta Pesquisa teve por objetivo avaliar em que medida, e de que maneira, no município baiano de

Euclides da Cunha, situado no nordeste do estado, semiárido, a cerca de 300Km de Salvador, estão

sendo exercidas as chamadas “competências familiares na atenção a crianças de 0 a 6 anos”. Aspectos

tais como pré-natal, parto, aleitamento materno, revisão puerperal, coesão familiar, interatividade,

proteção, cuidados e estimulação psicossocial dos filhos e filhas foram levantados e analisados, a

partir de uma amostra constituída por 420 famílias que tinham sob sua responsabilidade um total de

552 crianças.

O projeto, realizado pela AVANTE, utilizou metodologia, procedimentos e instrumentos de pesquisa

desenvolvidos pelo UNICEF, instituição com a qual tem estabelecido parcerias em ações semelhantes

anteriores. Contou, neste caso, com a colaboração da Prefeitura do município e apoio financeiro da

PETROBRAS, mediante convênio com o Conselho Estadual da Criança e do Adolescente do Estado da

Bahia, que, através do FECRIANÇA, financiou as ações do Projeto.

Resultados da pesquisa indicam aspectos que podem ser considerados bastante positivos em termos

do exercício de certas competências familiares, por exemplo, em relação à efetivação de registros de

nascimento e do cumprimento de calendários de vacinação. Mas, como se poderá observar adiante,

há outros tantos aspectos que requerem e merecem atenção. Por exemplo, a limitada participação dos

pais no acompanhamento a consultas de pré-natal, não obstante todas as recomendações e apelos

dos órgãos de saúde, chamando a atenção para o significado desse acompanhamento como forma de

criar o ambiente de apoio e confiança tão importante para a gestante e a criança que vai nascer.

O baixo retorno das mães, após o parto, ao profissional de saúde para as chamadas revisões puerperais

é outro indicativo de cuidado cuja importância não foi ainda suficientemente difundida e assimilada.

Para ilustrar a relevância desses cuidados do pré-natal, do parto e do pós-parto, vale registrar a

advertência, gravíssima, que faz S.M., a Rainha Rania Al Abdullah, da Jordania. Nestes termos:

“Embora as causas de complicações durante a gestação e o parto sejam as mesmas no mundo

todo, suas consequências variam significativamente entre os países e entre as regiões.

Atualmente, na Suécia, o risco de uma jovem morrer devido a causas relacionadas à gestação

é de uma em 17.400. Em Serra Leoa, esse risco sobe vertiginosamente para uma em oito”

(UNICEF, Situação Mundial da Infância, 2009, p.11)

Como se tem verificado em outras comunidades semelhantes analisadas, a utilização de boas práticas

de higiene como forma de prevenir doenças, especialmente das crianças, sabidamente mais

vulneráveis, continua precisando ser incentivada. O mesmo pode ser dito em relação à compreensão

da influência, particularmente nessas faixas etárias – de 0 a 3 e 4 a 6 anos de idade - da coesão familiar,

da interatividade e da realização de atividades que possam contribuir para a estimulação psicossocial

das crianças.

Apresentação

Como se sabe, hoje há uma nova maneira de pensar e ver este período da vida humana, entendendo-

se agora mais claramente o seu significado e sua influência no desenvolvimento físico, intelectual e

emocional no futuro de cada criança. Compreende-se, atualmente, com base em estudos científicos, a

indispensável complementaridade entre os dois processos fundamentais no trato com a criança

pequena – o cuidar e o educar e a importância de desenvolvê-los juntos, sempre. Por isso, o novo

papel atribuído às creches ou centros de desenvolvimento infantil.

Como tem sido comprovado em avaliações anteriores (Salvador, Lauro de Freitas, Mata de São João),

realizadas pela AVANTE, em parceria com o UNICEF, é muito baixo o número de crianças em creches.

Em Euclides da Cunha, são apenas 7,3%. Em números absolutos, 401 crianças (378 em

estabelecimentos municipais), quando, segundo estimativas do IBGE, havia, em 2007, no município,

3.716 crianças com até 3 anos.

Aliás, a ampliação do acesso às creches públicas vem sendo considerada uma questão nacional, tendo

em vista a importância hoje atribuída a esses primeiros anos de vida em razão de seus reflexos sobre o

desenvolvimento futuro das crianças. Registre-se, porém, para dar uma idéia da necessidade de

disseminar essa compreensão que uma pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública, da

Universidade de São Paulo, USP, entre mães da maior cidade do País, concluiu que estas, especialmente

as das camadas mais humildes, quando colocam seus filhos em creches, não têm qualquer

preocupação com a sua qualidade pedagógica. Ou seja, a simples obtenção de um local para deixar a

criança, com alimentação, higiene e atenção à saúde faz com que elas se sintam mais do que

satisfeitas.(www.aprendiz.uol.com.br)

Finalmente, além de outros aspectos que serão oportunamente abordados, os resultados desta

Pesquisa confirmam que apesar da expressiva ampliação de espaços e possibilidades de participação

social previstos, particularmente na área de saúde, esta ainda está muito longe de efetivar-se. Em

Euclides da Cunha, apenas 26,4% dos entrevistados disseram já haver solicitado a criação de um

serviço. Mais de 55% deles declararam que nenhum membro da família participou de qualquer

reunião para discutir questões ligadas à saúde.

Assim, constata-se a necessidade de se continuar defendendo, e praticando princípios, objetivos e

normas inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Constituição Federal brasileira, na

Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no Estatuto da Criança e do Adolescente e, de modo operacional,

no Projeto UNICEF Família Brasileira Fortalecida, visando à garantia dos direitos da criança.

Ao fazê-lo, a AVANTE e seus parceiros, anteriormente mencionados, estão convencidos da imprescin-

dibilidade de que o desenvolvimento e aplicação desses princípios se caracterizem, sempre, por:

1º - um trabalho articulado e integrado de famílias, órgãos públicos - especialmente das áreas de

saúde, educação, assistência social - bem como de outros atores sociais;

2º - ações de que resultem aprendizados mútuos por parte de todos eles; e

3º - respeito, em todas essas ações, a valores, crenças, saberes locais e a postulados básicos da

construção coletiva do conhecimento, da educação de adultos e da educação continuada.

Sumário

8

9

9

9

9

10

10

11

13

13

15

18

19

21

22

24

26

27

29

31

31

33

35

36

52

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

O CONTEXTO: PROJETO TECENDO A MANHÃ

A PESQUISA

Metodologia aplicada

Questionário

Amostra

Pessoal e coleta de dados

Tratamento dos dados

CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE EUCLIDES DA CUNHA

RESULTADOS E ANÁLISES

Bloco A - Identificação

Bloco B - Pré-Natal

Bloco C - Nascimento

Bloco D - Alimentação

Bloco E - Suplementação

Bloco F - Prevenção e tratamento de doenças

Bloco G - Estimulação psicossocial

Bloco H - Gerenciamento do comportamento

Bloco I - Proteção

Bloco J - Conscientização, demanda e uso de serviços

Bloco L - Mães que tiveram filhos nos últimos 6 meses

Bloco M - Aspectos Socioeconômicos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEXOS

Tabelas

Questionário

O projeto Tecendo a Manhã é fruto da parceria com a PETROBRAS, o GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, o

CONSELHO ESTADUAL DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – CECA e a PREFEITURA

DE EUCLIDES DA CUNHA. Desenhado com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento infantil de

crianças até seis anos de idade e diminuir sua situação de vulnerabilidade em relação à violência, tem sua

estratégia alicerçada em dois grandes eixos: qualificação do exercício das competências familiares e

fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente.

As ações iniciaram-se com o levantamento de dados para avaliação e construção de um conjunto de

informações básicas – ou seja, de uma linha de base – sobre o exercício das competências familiares na

atenção às crianças de 0 a 6 anos no município, mediante aplicação de questionário próprio, do UNICEF.

A partir dessa linha de base poderão ser monitoradas, ao longo do tempo, as mudanças no

comportamento das famílias no que diz respeito ao cuidado com suas crianças pequenas, e os

resultados das ações implementadas através deste e de outros projetos.

Também como parte do projeto Tecendo a Manhã foram desenvolvidas ações de qualificação de

profissionais em diferentes áreas – especialmente de saúde e de educação – além de outros atores sociais

ligados à rede de apoio às famílias e à garantia de direitos das crianças. Oficinas, reuniões, seminários

foram realizados visando à preparação de entrevistadores, de reeditores sociais para o trabalho com o kit

FBF junto às famílias, além de encontros e outras atividades com autoridades locais, especialmente 1representantes do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente .

O desenvolvimento dos trabalhos contribuiu, ainda, para a elaboração do documento Mapa de Políticas

Públicas e Serviços para Crianças de até 6 anos de Euclides da Cunha, importante fonte de consulta para

agentes públicos, sociedade civil organizada e para os cidadãos em geral. O Mapa contém informações

sobre Estrutura de Serviços e Instrumentos Essenciais de Proteção à Criança de 0 a 6, Mapas Geográficos

do Município, Previsões Legais sobre o Quadro de Órgãos de Gestão do Sistema de Garantia de Direitos,

além de matérias sobre Educação (Rede Municipal de Serviços da Educação, Acesso à Educação Infantil

no Município dentre outras), Saúde (Rede Municipal de Serviços, Atendimentos etc.) e Assistência Social

(Rede Municipal, Programa Bolsa Família do Governo Federal, dentre outras).

DA BAHIA

O contexto: Projeto Tecendo a Manhã

O Sistema de Garantia de Direitos – SGD é o conjunto articulado de pessoas e instituições que atuam para efetivar os direitos de crianças e

adolescentes. Seu trabalho está alicerçado em três grandes eixos: Promoção, Defesa e Controle Social. Fazem parte desse sistema a família, as

organizações da sociedade (instituições sociais, associações comunitárias, sindicatos, escolas, empresas), os Conselhos de Direitos, Conselhos

Tutelares e as diferentes instâncias do poder público (Ministério Público, Juizado da Infância e da Juventude, Defensoria Pública, Secretaria de

Segurança Pública). Maiores informações sobre o SGD podem ser encontradas no Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como no endereço

eletrônico http://www.ceca.ba.gov.br/eca_sistemadireitos.html.

1

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

8

A Pesquisa

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

9

O objetivo deste estudo foi avaliar o exercício das competências familiares na atenção às crianças de 0 a

6 anos no município de Euclides da Cunha. Seus resultados originaram a linha de base sobre o tema, que

poderá servir como parâmetro, em estudos futuros, para avaliação dos resultados das ações de políticas

públicas municipais, bem como da disseminação de informações e conhecimentos relacionados com a

utilização do Kit Família Brasileira Fortalecida junto às famílias, com vistas à sua melhor qualificação para

educar, cuidar e proteger suas crianças.

Para tanto, foi realizada uma coleta de dados primários a partir de um questionário estruturado, com

perguntas fechadas, aplicado a 420 famílias euclidenses, moradoras das mais diferentes regiões do

município, entre os dias 1° de agosto e 30 de setembro de 2009.

METODOLOGIA APLICADA

Seguindo a orientação constante da publicação UNICEF Como avaliar as Competências Familiares na 2atenção às crianças de até 6 anos , optou-se pelo método de amostragem por conglomerado / zonas

censitárias para se ter uma amostra representativa do nível das competências familiares como um todo.

A seguir, foi estimada a quantidade de questionários a serem aplicados junto à população de Euclides da

Cunha, realizado o sorteio probabilístico simples das áreas pesquisadas e efetuada a distribuição de

entrevistadores nas áreas sorteadas.

QUESTIONÁRIO

O instrumento de coleta utilizado foi um questionário padronizado e pré-codificado, com perguntas

fechadas, fornecido pelo UNICEF. Organizado em doze blocos de questões – de A a M – o questionário

permite levantar dados e informações que vão desde a identificação da família e da criança, aos aspectos

ligados ao atendimento pré-natal à gestante, ao nascimento, à amamentação, a práticas de higiene, até

a estimulação psicossocial da criança e ao gerenciamento do seu comportamento, dentre outros.

Os blocos e uma cópia do questionário encontram-se disponíveis no Anexo, ao final deste documento.

AMOSTRA

O questionário foi aplicado junto a 420 famílias de Euclides da Cunha com pelo menos uma criança de

até 6 anos. O entrevistado foi o principal cuidador da criança mais velha, dentro desta faixa etária.

No caso de existência de mais de uma criança no domicílio, o questionário fazia referência apenas à

criança mais velha, admitindo-se que os cuidados endereçados às demais crianças seriam semelhantes.

Bernando Lessa Horta – [et al.]. Como avaliar as competências familiares na atenção às crianças de até 6 anos. Brasília : UNICEF, 2005.2

Isso significa que o universo do estudo foram famílias com uma ou mais crianças de até 6 anos de idade,

e o universo de crianças, elas mesmas. Após a obtenção do consentimento do responsável, o

questionário era aplicado.

PESSOAL E COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada por 29 Agentes Comunitários de Saúde do município. Cada Agente-

Entrevistador trabalhou em sua própria área de atuação, sendo 9 na sede do município e 20 na zona rural.

Em cada domicílio, conforme destacado, foi entrevistado o responsável por cuidar da criança mais velha

da faixa etária de até 6 anos de idade ali residente.

TRATAMENTO DOS DADOS

A crítica dos questionários aplicados foi realizada pela coordenação da pesquisa. A revisão dos

questionários foi feita inicialmente pelos supervisores do trabalho de campo e, posteriormente, os dados

obtidos foram tabulados e analisados, utilizando o programa SPSS (Statistical Package for Social

Sciences). Foram realizadas análises descritivas de frequencia e cruzamento entre variáveis. Algumas

variáveis foram submetidas a teste de correlação (qui-quadrado), tratando-se de variáveis nominais.

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

10

Caracterização do Município de Euclides da Cunha

O IDEB foi criado em 2005 com intuito de medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. Criado pelo Instituto Nacional de Estudos e

de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, ligado ao Ministério da Educação como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE,

é calculado com base na taxa de rendimento escolar (aprovação e evasão) e no desempenho dos alunos no SAEB (Sistema Nacional de Avaliação

da Educação Básica) e na Prova Brasil. Assim, para que o IDEB de uma escola ou rede cresça, é preciso que o aluno aprenda, não repita ano escolar

e frequente a sala de aula.O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, tenha

nota 6 em 2022, em uma escala de zero a dez, – correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos.

3

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

11

Previamente à comunicação e análise dos resultados da pesquisa, faz-se necessária uma

breve descrição do município de Euclides da Cunha, especialmente voltada aos serviços

públicos oferecidos às suas crianças, adolescentes e famílias, bem como uma breve

referência à instalação e funcionamento do seu Sistema de Garantia de Direitos.

O município de Euclides da Cunha, localizado no semiárido baiano, está encravado no

Polígono das Secas, Microrregião do Sertão de Canudos, distante 320 km de Salvador.

Tem área total de 2.325 km² e população de 56.625 habitantes e aproximadamente 14,5

mil famílias, assim distribuídos: 25.953 habitantes na zona urbana e 30.378 habitantes

na zona rural (IBGE, contagem 2007). Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é

0,596, bem abaixo da média do Estado da Bahia que é de 0,680 (IBGE 2000) e o Índice de

Desenvolvimento da Infância (IDI), de apenas 0,410 (UNICEF 2004).

Os primeiros habitantes de Euclides da Cunha foram os índios Kaimbés, da tribo dos Tupiniquins, que se

instalaram inicialmente na aldeia de Massacará. Por volta de 1888, José Higino Lobo fundou a povoação

denominada por Nossa Senhora do Cumbe. Município criado com território desmembrado de Monte

Santo foi finalmente elevado à condição de cidade e emancipado em 19 de setembro de 1933. Recebeu,

então, o nome de Euclides da Cunha, em homenagem ao jornalista e engenheiro militar autor de

“Os Sertões”, com base em reportagem contundente que havia elaborado sobre a Guerra de Canudos,

encomendada pelo jornal “O Estado de São Paulo”.

Segundo dados do Censo de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

aproximadamente 79% da população local tem mais de 10 anos de idade. Destes, 31,4% têm menos de

um ano de instrução. A baixa escolaridade evidenciada se reflete na renda da população: mais de 51%

dos residentes com mais de 10 anos declaravam-se, em 2001, sem rendimento nominal mensal,

enquanto pouco mais de 35%, contar com renda mensal igual ou inferior a um salário mínimo. As

crianças com até 6 anos de idade respondiam no último Censo a 15,24% da população do município.

De acordo com o Ministério da Saúde, o município conta com o Programa de Agentes Comunitários de

Saúde (PACS), hoje considerado um programa de transição para a Saúde da Família, através do qual os

ACS têm suas ações acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/supervisor lotado em uma unidade

básica de saúde ainda não organizada na lógica da Saúde da Família. Os 110 ACS de Euclides da Cunha

atendem a 79,71% da população do município, segundo informações da Secretaria de Saúde.

A rede municipal de educação de Euclides da Cunha somou 20.828 matrículas em 2007 – 1.572 na pré-

escola, 18.857 no ensino fundamental regular e 399 na Educação de Jovens e Adultos. Conta com 143

unidades de ensino, as quais somam 582 funções docentes (INEP 2007).

3Em 2007, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB do município, apesar de ter

aumentado especialmente nos anos iniciais do Ensino Fundamental, ficou ainda abaixo da média do

Estado da Bahia, bem como da média da região Nordeste, tanto nos anos inicias do Ensino

Fundamental, como nos seus anos finais, conforme quadro demonstrativo a seguir.

Trazer o resultado do IDEB municipal no contexto desse documento tem sua razão ligada ao fato de que,

para os pais, esse índice pode ser uma excelente ferramenta para orientar a escolha de em qual escola

matricular seus filhos, como também para estimulá-los a cobrar, dos gestores públicos e dos diretores

das instituições, melhorias na oferta e na qualidade da educação oferecida a seus filhos.

Em relação ao Sistema de Garantia de Direitos - SGD, o município tem trabalhado no sentido de instituir

o atendimento universal aos cidadãos euclidenses, com atenção aos regramentos do Estatuto da Criança

e do Adolescente para atendimento preferencial a essas faixas etárias e às gestantes. Entre os órgãos de

defesa que compõem o Sistema, estão instalados e em funcionamento os seguintes:

Conselho Tutelar – constituído por 5 membros titulares e 5 suplentes, com mandato de 3 anos,

atendendo às 2 regiões municipais, sede e zona rural;

Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, em fase de reestruturação face o aumento

do número de conselheiros de 8 para 10, divididos paritariamente entre representantes do

Poder Público e organizações da sociedade civil.

Foro Judicial Desembargador Aloísio Batista, que funciona diariamente das 08h às 18h, com

serviço de plantão judicial, na Rua Des. Aloísio Batista, n. 119. Conta com 2 juízes na comarca,

que atendem aos municípios de Euclides da Cunha, Quijingue e Novo Triunfo.

Ministério Público – composto por dois promotores que atendem na sede própria do

Ministério Público Estadual em Euclides da Cunha. Estes promotores servem também ao

município de Quijingue.

Juizados da Infância e da Juventude – lotados no Foro Judicial, atendidos, ambos os juizados,

pelo mesmo juiz de direito

O município presta também outros serviços de proteção voltados às crianças e aos adolescentes em

situação de maus tratos, abusos e explorações, como as ações desenvolvidas pelos agentes de

proteção ao menor, que prestam serviço voluntário e são nomeados pelo juiz local através de portaria.

Estes se realizam por meio de atividades e medidas desenvolvidas no âmbito do SGD, junto às famílias

em situação de risco social.

Na área da Assistência Social, Euclides da Cunha contou, em 2009, com os seguintes serviços

e programas:

Centro de Referência da Assistência Social – CRAS, órgão de apoio e atendimento à população

carente, que realiza, dentre outros serviços, entrevistas familiares, atendimentos psicológicos, visitas

domiciliares, encaminhamentos para órgãos do SGD e para retirada de documentos.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS, órgão que presta

atendimento direto à população.

Bolsa Família – que atende a 7.859 famílias (dados coletados junto a Secretaria de

Assistência Social).

Anos Iniciais doEnsino Fudamental

Anos Finais doEnsino Fudamental

IDEB 2007 Euclides da CunhaMédia do

Estado da Bahia

Média daRegião Nordeste

2,7

2,6

3,4

2,7

3,5

2,9

QUADRO 1

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

12

Comparativo do IDEB municipal com média do Estado e da Região

PAIF – Programa de Atenção Integrada à Família, um serviço continuado de proteção social

básica, desenvolvido nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), mais conhecidos

como "Casas da Família".

PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, programa que compõe o Sistema Único

de Assistência Social (SUAS) com duas ações articuladas – o Serviço Socioeducativo ofertado

para as crianças e adolescentes afastadas do trabalho precoce e a Transferência de Renda para

suas famílias.

ProJovem - Programa Nacional de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação e Ação

Comunitária, programa amplo e diversificado de inclusão social dos jovens brasileiros.

Agenda Família – programa da Prefeitura municipal, uma Cartilha para as famílias a ser

implantada com apoio do CRAS, no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS.

Envolve 30 famílias do bairro do Dengo, beneficiárias do Bolsa Famíliaquestionário e dizem

respeito aos resultados mais expressivos ou significativos. Alguns desses resulta-dos são

ilustrados com Gráficos. O conjunto completo das Tabelas, de números 1 a 63, referentes aos

blocos, de A a M, pode ser encontrado nos Anexos, páginas 36 a 51.

Vale ressaltar, porém, que alguns desses serviços não estão plenamente à disposição de todos os cidadãos

euclidenses, seja pela dispersão territorial, seja ainda pela falta de acesso a alguns deles.

Os comentários que se seguem, em relação aos diferentes blocos, acompanham o ordenamento do

questionário e dizem respeito aos resultados mais expressivos ou significativos. Alguns desses resultados

são ilustrados com Gráficos. O conjunto completo das Tabelas, de números 1 a 63, referentes aos blocos,

de A a M, pode ser encontrado nos Anexos , páginas 36 a 51.

Bloco A | Identificação1

Contém questões contemplando os seguintes aspectos: crianças com menos de 6 anos na

residência; crianças por sexo; crianças por faixa etária; por cor da pele; com certidão de

nascimento; idade de registro das crianças com certidão; crianças com deficiência; tipo de

deficiência; grau de parentesco do entrevistado com a criança; idade do entrevistado/

principal cuidador; cor da pele do entrevistado; estado civil do entrevistado.

As famílias entrevistadas têm sob sua responsabilidade 552 crianças de 0 a 6 anos. Em 73,1% dessas

famílias há apenas uma criança com este perfil, enquanto apenas 1% das famílias tem quatro crianças

nesta faixa etária (Tab. 1). A redução do tamanho médio da família brasileira é uma tendência que vem

sendo observada desde a década de 1960, quando na introdução no país dos métodos contraceptivos e

ao tempo em que a mulher passa a assumir novas responsabilidades no mercado de trabalho.

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

13

Resultados e Análises

Masculino

Feminino

GRÁFICO 1

Crianças por sexo

GRÁFICO 3

Crianças por cor da pele

Não sabe / não respondeu

Amarela

Indígena

Preta

Parda

Branca

Não sabe / não respondeu

Não sabe / não respondeu

Entre 3 e 4 anos

Entre 5 e 6 anos

Entre 1 e 2 anos

Menores de 1 ano

GRÁFICO 2

Crianças por faixa etária

Essa tendência está ratificada mais uma vez em 2009 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 4– PNAD . Um ano antes, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) já

trazia resultados semelhantes, apontando que a taxa de fecundidade manteve a tendência de queda

observada na última década, atingindo, em 2006, o valor de 1.8 filhos por mulher, em contraste com os

2.5 registrados em 1996.

Dessas 552 crianças, 55,4% são do sexo masculino e 42,0% do sexo feminino (2,5% dos entrevistados

não responderam) (Tab. 2). Curiosamente, em Euclides da Cunha, a proporção entre os sexos é o inverso

daquela observada pela PNAD 2009, que apontou serem as mulheres a maioria do nosso contingente

populacional, ou seja, 51,2% da população brasileira.

Quanto à cor da pele, há uma maioria de crianças de cor parda, 63,0%, 26,4% brancas e somente 2,9%

de cor preta (Tab. 2). Distribuição semelhante (Tab. 6) é observada em relação à cor da pele do principal

cuidador: 78,6% se declararam de cor parda, 13,1% de cor branca e 6,0% de cor preta. O aumento de

autodeclarados pardos é um fenômeno observado em todo o Brasil. Mais uma vez, segundo dados da

PNAD de 2009, em pouco mais de um ano, a população brasileira ganhou 3,2 milhões de pessoas

autodeclaradas pardas, enquanto viu desaparecer 450 mil brancos e 1 milhão de pretos. Em 2007, a

população residente no país era composta por 48,4% de pessoas brancas, 43,8% de pardas, 6,8% de

pretas e 0,9% de amarelas e indígenas. Um ano depois, houve uma elevação de 1,3 ponto percentual na

proporção de brasileiros declarados pardos e uma redução das populações pretas (0,7 ponto

percentual) e brancas (0,8 ponto percentual).

A quase totalidade das crianças possui certidão de nascimento (97,6%), sendo que a idade de registro da

maior parte delas, 65,9%, é inferior a 1 mês. (Tab. 3).

5

Realizada bienalmente pelo IBGE, aborda questões relativas às características gerais da população, migração, educação, trabalho, famílias,

domicílios e rendimento. Seus resultados estão disponíveis através do endereço eletrônico

http://www.ibge.com.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2009/default.shtm

Realizada pela área de População e Sociedade do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), financiada pelo Ministério da Saúde,

a PNDS-2006 tem seus resultados disponíveis através do endereço eletrônico http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pnds/index.php.

4

5

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

14

55,4%42,0%

2,5% 4,0% 2,9%0,9% 0,9%

5,8%

63,0%26,4%

13,2%

31,9%

28,1%

22,8%

Bloco B | Pré-Natal2

Compreende questões que abrangem desde a intencionalidade da gravidez e o número de

consultas de pré-natal realizadas, até o nível da participação do pai nessas consultas.

Como é sabido, o cuidado ao longo da gestação, do parto e do puerpério tem papel fundamental na

redução da morbimortalidade materna e neonatal e, por isso mesmo, a assistência pré-natal é uma das

mais antigas ações desenvolvidas pelos serviços públicos de saúde no Brasil.

Na última década, várias medidas foram tomadas para ampliar o acesso das mulheres ao acompanha-

mento pré-natal, para qualificar as ações nele desenvolvidas e para modificar o modelo de atenção ao

parto. O Programa de Humanização do Pré Natal e Nascimento (PHPN), lançado em 2000 pelo Ministério

da Saúde, definiu os procedimentos assistenciais mínimos a serem obtidos por todas as gestantes

brasileiras, incluindo a realização da primeira consulta no primeiro trimestre, de pelo menos seis consultas

ao longo da gestação e uma no puerpério, além de exames laboratoriais e imunização antitetânica.

Em Euclides da Cunha, 97,6% dos entrevistados declararam que a mãe realizou consultas de pré-

natal, enquanto somente 2,1% admitiram que o acompanhamento médico neste período não foi

realizado. Relativamente, porém, ao número de consultas realizadas, a situação levantada foi de que

42,4% das gestantes realizaram mais de 7 consultas; 52,2%, de 3 a 6 consultas, e 3,4% até duas

consultas (Tab. 7).

Segundo relatório UNICEF Situação Mundial da Infância 2008, 31,5% das gestantes baianas e 52,8%

das brasileiras fizeram 7 ou mais consultas, o que demonstra estar o Município acima da média

estadual, mas abaixo da nacional.

Idealmente, deveriam ser 14 as consultas feitas pela gestante no período pré-natal: uma vez por mês, do

primeiro ao sexto mês de gravidez; uma, a cada quinze dias, no sétimo e oitavo; uma vez por semana no

último.

É baixo o número de casos de acompanhamento do pai nas consultas realizadas, apenas 19,8% (Tab. 8).

Aliás, não obstante as recomendações de muitos órgãos de saúde no sentido de maior envolvimento

dos homens nos cuidados maternos, como forma de criar um ambiente de apoio necessário e

importante para a gestante e para o futuro recém-nascido, o hábito do acompanhamento dos pais às

consultas de pré-natal ainda precisa ser disseminado. Manual do Ministério da Saúde, na parte relativa

ao pré-natal e ao puerpério, chama a atenção para o fato de que vários estudos, nacionais e

internacionais, já evidenciaram a importância desse acompanhamento para que as gestantes se sintam

mais confiantes durante o parto. Diz, expressamente, o Manual no capítulo sobre puerpério:

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

15

O número de crianças com deficiência é da ordem de 3,1% e o principal tipo de deficiência apresentado,

41,7%, é enxergar pouco ou não enxergar. 16,7% têm dificuldade de audição e igual percentual não

caminha. (Tab. 4).

Sobre o grau de parentesco do entrevistado com a criança, as mães aparecem em primeiro lugar, 92,6%,

seguidas dos avôs ou avós, 5,0%. A maioria dos entrevistados encontra-se na faixa de 18 a 40 anos,

88,6%. Há, dentre eles, 29,0% de casados, 18,8% de solteiros e 47,9% “vivem juntos” (Tab. 5 e 6).

GRÁFICO 4

Realização de consulta pré-natal

Não sabe / não respondeu

Mãe realizou

Mãe não realizou

GRÁFICO 6

Presença do pai nas consultas pré-natal

Não sabe / não respondeu

Acompanhou

Não acompanhou

GRÁFICO 5

Número de consultas pré-natal realizadas

Não sabe / não respondeu

De 3 a 6 consultas

7 ou mais consultas

Até 2 consultas

97,6%

2,1%0,2%

2,0%

42,4%

52,2% 79,0%

19,8%

1,2%

3,4%

“É necessário que o setor saúde esteja aberto para as mudanças sociais e cumpra de maneira mais ampla

o seu papel de educador e promotor de saúde(...). A posição do homem na sociedade está mudando

tanto quanto os papéis tradicionalmente atribuídos às mulheres. Portanto, os serviços de saúde devem

promover o envolvimento dos homens, adultos e adolescentes, discutindo a sua participação

responsável nas questões da saúde sexual e reprodutiva”.

Ainda neste bloco, perguntou-se aos entrevistados quais providências as gestantes poderiam tomar

em caso de atendimento insatisfatório durante o acompanhamento pré-natal. A maior parte delas,

28,8%, optou por “consultar em outro posto” e 14,5% por “consultar outro médico no mesmo posto”.

A opção “reclamar da prefeitura/conselho” foi escolhida por 21,0% dos entrevistados e “reclamar na

rádio/jornal”, por 5,2%. (Tab. 9). Entretanto, 11% dos respondentes apontaram que o encaminha-

mento em caso de mau atendimento deveria ser a suspensão do acompanhamento pré-natal, ou seja,

“não consultar mais”.

Para 56,0% dos entrevistados, a gravidez da criança mais velha da faixa etária de 0 a 6 anos não foi

intencional (Tab. 11). Aqui vale observar que o uso de métodos anticoncepcionais no Brasil cresceu

acentuadamente ao longo das últimas décadas, alcançando, em 2006, 80,6% no grupo das mulheres

unidas com idades de 15 a 49 anos (BERQUÓ; GARCIA; LAGO, 2008). Muito em função disso – e

conforme destacado no Bloco A – a diminuição do número médio de filhos por mulher ocorreu em

todos os subgrupos populacionais, ainda que persistam grandes diferenciais socioeconômicos. De

acordo com o estudo Bem-Estar Familiar no Brasil 2008, mulheres de baixo nível de escolaridade ou

renda apresentam maior discrepância entre preferência e comportamento reprodutivo; ou seja, elas

têm maior proporção de gravidezes não-planejadas ou não-desejadas e um número

comparativamente grande de filhos, o que, sempre segundo o estudo, em grande medida reflete o 6acesso desigual à contracepção .

Outra dimensão mensurada pelo estudo foi relativa aos cuidados tomados pela gestante durante a

gravidez. O consumo de fumo pela mãe foi admitido por 11,4% dos entrevistados e o de álcool por

17,9% deles. (Tab. 12).

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

16

Segundo dados da PNDS – 2006, entre 1996 e aquele ano aumentou a prevalência de uso de anticoncepcional por mulheres brasileiras devido à

expansão do uso de métodos nos estratos socioeconômicos mais baixos. Também segundo a PNDS – 2006, mudou ao longo daquela década a

distribuição proporcional dos métodos usados. Houve redução da esterilização feminina e aumento do uso da pílula, da esterilização masculina e da

adoção do preservativo. A despeito disso, a esterilização feminina ainda foi o método mais utilizado por mulheres com pequena escolaridade e renda.

6

18,0%

16,0%

14,0%

12,0%

10,0%

8,0%

6,0%

4,0%

2,0%

0,0%

17,9%

11,4%

Consumiu tabacoConsumiu álcool

GRÁFICO 8

Providências possivelmente tomadas pela mãe em caso

de atendimento insatisfatório

Não sabe / não respondeu

Reclamar na rádio / jornal

outros

Reclamar na prefeitura / conselho

Não consultar mais

Consultar outro médico no mesmo posto

Consultar em outro posto

28,8%

14,5%11,0%

21,0%

5,2%

6,2% 13,3%

A questão referente a situações em que a gestante deve ser imediatamente encaminhada ao médico,

de respostas múltiplas, registra algumas discrepâncias significativas conforme elas sejam espontâneas

ou estimuladas. Alguns exemplos: “o bebê parou de mexer”, como situação em que a gestante deve

ser imediatamente encaminhada ao médico, teve como resposta espontânea 9,9%, que se elevou para

79,8% como resposta estimulada, ou seja, quando o entrevistador perguntava textualmente se a

gestante deveria ser levada ao médico caso o bebê parasse de mexer. Outro exemplo: “a gestante tem

convulsões” – de 6,3%, como resposta espontânea para 86,0% como resposta estimulada.

No total das respostas (espontâneas mais estimuladas) as opções que aparecem com menores

percentuais são “a gestante tem inchaço anormal de pernas e braços”, 68,8%, e “a gestante tem dor

de cabeça”, 70,5% (Tab. 13).

Os indicativos da proximidade do parto, também questão de respostas múltiplas, primeiramente

espontâneas e a seguir estimuladas, são de conhecimento dos respondentes. As dores são o sinal mais

lembrado, apontado de forma espontânea por 75,4%. A seguir, ainda de forma espontânea,

apareceram a perda de líquido (52%) e a de muco (14,4%) (Tab. 13).

Duas considerações se fazem aqui necessárias, uma sobre o perfil das respondentes e outra sobre o

instrumento de coleta de dados. A primeira é de que em mais de 95% dos casos, a respondente era a

mãe da criança; ou seja, uma mulher que passou pelas experiências da gestação e do parto. A segunda

é de que o questionário utilizado na pesquisa não traz espaço para registro de outras respostas,

portanto, não é possível saber se houve de forma espontânea a citação de outras situações nas quais a

gestante deve ser levada com urgência a um médico, ou o apontamento de outros sinais de

proximidade do parto.

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

17

GRÁFICO 7 Consumo de álcool e tabaco durante a gestação

Não

Sim

GRÁFICO 9

Retorno da gestante ao médico nos dois meses

seguintes ao parto

Não sabe /não respondeu

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

18

Segundo os entrevistados, apenas 4,0% dos nascimentos ocorreram em casa. Na maioria destes partos

(70,6%) a mãe contou com a presença de uma parteira (Tab. 14 e 15).

Em sua grande maioria (94,8%), portanto, os partos foram hospitalares. Ainda que elevado, o percentual

de partos hospitalares observados em Euclides da Cunha é um pouco menor que o índice nacional

(98,4%) e o da região Nordeste (97,7%), conforme a PNDS 2006 (Tab. 14).

Já no que tange à presença de familiar na hora do parto, observa-se que Euclides da Cunha, onde 18,6%

dos respondentes disseram que a gestante contou com este apoio, apresenta índices superiores aos

nacionais (16,3%) e bastante acima dos índices nordestinos (12,1%), região onde a presença de familiar

no momento do parto é menos frequente (Tab. 15).

Das mulheres que contaram com familiar presente, a maioria teve a companhia do pai da criança

(35,9%). A seguir, em citações aparecem a avó (17,9%) e o avô, (12,8%), sem, contudo, fazer distinção se

maternos ou paternos (Tab. 15).

Como dito anteriormente em relação à importância do acompanhamento do pai às consultas de pré-

natal, sua presença na hora do parto é valiosa para a criação de um ambiente de apoio necessário à

melhoria das condições da saúde materna e do recém-nascido. Mas, como se tem constatado, trata-se de

prática ainda bastante limitada.

Ainda neste bloco de questões, foi perguntado ao principal cuidador quais seriam as razões para a mãe

procurar imediatamente um médico nos dias posteriores ao parto. A existência de sangramento foi

apontada de forma espontânea por 47,6% dos respondentes, seguida da presença de “dores na parte de

baixo da barriga” (36,1%), “febre” (29,6%) e o início de “corrimento com cheiro forte”, citado por apenas

7% dos respondentes. Exceção feita a esta última razão, que somou 86% de concordância entre

respostas espontâneas e estimuladas, todas as demais somaram

percentuais de respostas positivas superiores a 91% (Tab. 16).

O retorno da gestante ao médico nos dois meses subsequentes ao

parto ocorre, conforme os entrevistados, em apenas 37,1% dos casos

(Tab.17). Neste quesito, Euclides da Cunha está um pouco abaixo dos

índices observados no Brasil em 2006 pela PNDS, porém mais de 10

pontos percentuais acima das taxas observadas no Nordeste, da

ordem de 26,1%.

Entretanto, trata-se de um número muito baixo, inferior a todos os

encontrados em pesquisas anteriores do UNICEF, sobre o assunto, o

que pode ser considerado grave, tendo em vista as importantes

finalidades dessa revisão. Trata-se de valiosa oportunidade

para oferecer à gestante orientação a respeito de numerosos

aspectos de interesse para sua saúde e a da criança, tais como

amamentação, cuidados com a criança e, até, sobre planejamento de

próxima gravidez.

37,1%

58,8%

4,0%

Bloco C | Nascimento3

Diz respeito aos seguintes aspectos: local do nascimento; presença de parteira no momento

do nascimento; presença de familiar na hora do parto; qual o familiar presente; razões para

procura imediata de médico após o parto; retorno da gestante ao médico nos dois meses

subsequentes ao parto.

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

19

Em consonância com os números apresentados pela PNDS 2006, o relatório UNICEF – Situação Mundial

da Infância 2009, dedicado à saúde maternal e neonatal, afirma que nenhuma outra taxa de

mortalidade é tão grande, em consequência da desigualdade social, quanto a relativa à morte por

complicações relacionadas à gestação ou ao parto. Segundo o Relatório, as mulheres que vivem nos

países menos avançados correm riscos 300 vezes maiores do que as que vivem em países mais ricos.

E mais: perto de 99% das mortes no mundo, decorrentes de gravidez e parto, ocorrem nos países em

desenvolvimento. Referindo-se a este assunto, S.M Rainha Rania Al Abdullah, da Jordânia, Defensora

Eminente do UNICEF para as Crianças dá o seguinte exemplo:

“Atualmente, na Suécia, o risco de uma jovem morrer devido a causas relacionadas à gestação é de uma

em 17 400. Em Serra Leoa, esse risco sobe vertiginosamente para uma em oito”. (Relatório UNICEF –

Situação Mundial da Infância 2009, p.11)

Dados do Ministério da Saúde – DATASUS 2006 – informam que, no Brasil, em 2005, a taxa de

mortalidade materna foi da ordem de 53,5 por 100.000 nascidos vivos (embora, devido a

subnotificações estaria próximo de 74), quando a recomendada pela Organização Pan-Americana de

Saúde é de 20 casos a cada 100 mil nascidos vivos.

O Ministério da Saúde, considerando que a gravidez e o parto, embora eventos fisiológicos, ocasionam

alterações físicas e emocionais na mulher, tem destacado a importância do papel e do apoio da família

nesses momentos e também durante todo o puerpério. Várias iniciativas, visando à redução do número

de cesarianas e da mortalidade materna, neonatal e infantil, têm assinalado e recomendado o

significado desse suporte emocional.

Conforme os entrevistados, a amamentação logo após o parto se deu em 84,5% dos casos e em 14,8%

isso não ocorreu; 0,7% disseram não saber ou não responderam (Tab. 18).

Com relação ao comportamento da mãe durante a amamentação, diante de questão de respostas

múltiplas, estimuladas, a maioria dos entrevistados respondeu de forma positiva – 85,7% declararam

olhar nos olhos da criança; 82,9% conversavam com a criança e 81,2% tocavam a criança. Apenas 30,7%

admitiram conversar com vizinho(a) ou alimentar outra criança (5,7%) durante o processo (Tab 19).

A respeito da oferta de líquido em caso de criança doente, também questão de resposta estimulada,

pouco mais da metade, 55,2%, informaram oferecer maior quantidade de líquidos, enquanto 23,1%

disseram oferecer a mesma quantidade de sempre e 21,0% afirmaram até que reduziam essa

quantidade (Tab. 20). Neste sentido, é possível que um reforço à orientação de aumentar a oferta de

líquidos à criança doente tenha impactos positivos em Euclides da Cunha.

Relativamente à oferta de alimentos à criança doente, também questão de resposta estimulada, o mais

comum é a redução da quantidade de alimento, 41,4%, seguido da opção “mesma quantidade de

sempre”, 33,1%. Somente 25,2% afirmaram oferecer maior quantidade de alimento (Tab. 20).

Bloco D | Alimentação4

Inclui questões sobre os seguintes assuntos: amamentação logo após o parto; compor-

tamento materno durante a amamentação; oferta de líquidos à criança doente; período de

amamentação; período em que a criança apenas mamou; alimentação da criança nas 24

horas anteriores à entrevista; atitudes adotadas quando a criança não quer comer.

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

20

Às mães cujo filho mais velho já havia completado seis meses foram endereçadas questões referentes à

amamentação e oferta de alimentos à criança nas 24 horas que antecederam à entrevista. A parcela

mais significativa dos respondentes (43,3%) declarou que a criança mamou até os seis meses de idade.

Quase 20% declararam que a criança mamou durante todo o primeiro ano de vida, e 28,5% que esta

rotina se manteve mesmo depois de a criança completar 12 meses. E apenas 4,3% afirmaram que a

criança nunca mamou (Tab. 21).

Sobre o assunto, documento da Organização Pan-Americana de Saúde e da Organização Mundial de

Saúde, após ressaltar a importância do leite materno, recomenda que:

“Todas as mães devem ter acesso à assistência profissional e técnica para iniciar e manter a amamentação

exclusiva nos seis primeiros meses da criança e para assegurar a introdução, no período correto, de

alimentação complementar adequada e segura, juntamente com a amamentação até os 2 anos de idade

ou mais”. (www.biblioteca.planejamento.gov.br).

Conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde, a duração da amamentação, e sua

ocorrência imediatamente após o parto, são consideradas extremamente importantes. O leite materno,

além de ser considerado uma vacina natural, é o alimento mais completo, até o sexto mês, pois além de

conter proteínas, vitaminas e anticorpos, é fácil de digerir. Diz-se ainda: não precisa ferver, misturar, coar,

está sempre pronto para ser servido. Afora tudo isso, reduz os riscos

de a criança contrair alguma doença.

Por sua vez, em Manual denominado Saúde da Criança: Nutrição

Infantil, o Ministério da Saúde, advertindo que amamentar é muito

mais do que nutrir a criança, chama a atenção para a interação

profunda que, então, se estabelece entre mãe e criança. E ainda para

“repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de

se defender de infecções em sua fisiologia e no seu desenvolvimento

cognitivo e emocional, além de implicações na saúde física e psíquica

da mãe”.

No que compete ao período pelo qual o aleitamento materno foi a

única fonte de alimento da criança, 24,5% declararam “menos de um

mês”, 27,9% “de um a dois meses”, 22,1% “de três a cinco meses” e

21,3% “mais de seis meses”. Os demais 4,3% não souberam precisar

este período, abstendo- se, assim, de responder (Tab. 21).

Como se vê, a recomendação internacional de que o aleitamento

materno seja exclusivo até o sexto mês e se prolongue até os 2 anos

de idade também não é observada entre a maioria das mães de

crianças nesse faixa etária. Por isso, está mais do que justificado o

destaque que é atribuído à amamentação em várias publicações do UNICEF, e de modo especial no KIT

FBF. Os resultados obtidos no município objeto desta avaliação confirmam que, não obstante todos esses

esforços, o tema ainda necessita ser cada vez mais realçado e trabalhado. Assim, vale insistir na

advertência contida em documento do UNICEF – Situação Mundial da Infância, Caderno Brasil, 2008,

segundo a qual:

“embora o país venha desenvolvendo inúmeras ações e campanhas desde a década de 80 em prol do

aleitamento materno, a recomendação internacional de que o aleitamento materno seja exclusivo até o

sexto mês de vida e se prolongue até os 2 anos de idade está longe de ser cumprida”.

A identificação dos alimentos ofertados à criança nas 24 horas que antecederam à entrevista foi feita

através de pergunta estimulada, com respostas múltiplas, e sem possibilidade de inclusão de outros itens

que não aqueles previstos no questionário (Tab. 22). “Arroz, farinha ou pão” foi consumido por 78,6%

das crianças das famílias entrevistadas. A seguir, apareceram “feijão” (76,4%), “leite de vaca ou em pó”

Não sabe / não respondeu

0Mamou até o 1 ano

Mamou depois do 1 ano0

Mamou até os 6 meses

Nunca mamou

4,3%5,1%

GRÁFICO 10

Período de amamentação

43,3%

18,8%

28,5%

(74,8%) e “carne ou peixe” (64%). Dos alimentos cujo consumo foi avaliado pela pesquisa, “legumes e

verduras” (39,3%) e “ovos” (21,2%) foram os menos citados.

Aos cuidadores de crianças com idade igual ou superior a um ano, foi perguntada qual a atitude mais

comumente tomada quando a criança não quer comer no almoço ou no jantar. A oferta de uma comida

diferente da anteriormente oferecida é a opção da parcela mais significativa dos cuidadores – 28% –,

seguida de “inventar brincadeiras para ajudar a criança a comer” (15,5%). Entretanto, 14,1% dos

cuidadores declararam forçar a criança a comer mesmo quando ela não tem vontade (Tab. 23).

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

21

A taxa de mortalidade entre crianças menores de 5 anos caiu, no Brasil, de 59,6 para 31,1 por mil

nascidos vivos entre 1990 e 2005, segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –

IBGE. A redução de 48% neste índice significa que entre 2000 e 2005 a morte de mais de 20 mil crianças

foi evitada. Grande parte dos avanços obtidos se deve à adoção generalizada de ações e políticas de

saúde básica, como o aleitamento materno precoce e exclusivo, a vacinação contra o sarampo, a oferta

de suplementos de vitamina A e de ferro e o emprego de mosquiteiros impregnados com inseticida para

evitar a malária.

As deficiências de vitamina A e de ferro exigiram intervenções especiais no Brasil, pois sua prevalência

permaneceu elevada entre as crianças brasileiras, não tendo acompanhado a queda na ocorrência de

desnutrição proteico-calórica, observada nas últimas décadas (PNDS 2006). Considerada como uma das

mais importantes deficiências nutricionais do mundo, a carência de vitamina A é, segundo a

Organização Mundial da Saúde, a principal causa de cegueira evitável, estando também associada a

23% das mortes por diarreias em crianças e a manifestações diversas de deficiência energético-proteica.

Neste sentido, o efeito da descoberta da vitamina A como recurso para salvar a vida de crianças através

da possibilidade de reduzir a taxa de mortalidade e a incidência e severidade das infecções, em especial

as doenças diarreicas e infecções respiratórias agudas, estimulou um interesse global rumo à produção

de conhecimento científico sobre a extensão dos benefícios da suplementação com vitamina A e de

outros micronutrientes, e seu significado para a saúde pública. Dados de 2009 do Ministério da Saúde

apontam que a carência de ferro afeta mais de 20% das crianças brasileiras e a falta de vitamina A atinge

17% delas. A população infantil do Nordeste está entre as mais vulneráveis ao problema, uma vez que

16% a 55% das crianças apresentaram dosagem de vitamina A abaixo de 20 mcg/dl, caracterizando

situações carenciais endêmicas (PNDS 2006).

Enquanto no Brasil, de acordo com a PNDS 2006, apenas 30,7% das mães recebem indicação de

ministrar à criança vitamina A, no Nordeste, quando se consideram apenas as crianças de seis a 59 meses

de idade, faixa etária incluída na pesquisa, 50% das crianças receberam esta indicação. A diferença de

procedimentos se deve à implementação, na região, por parte do Ministério da Saúde, do Programa 7Nacional de Suplementação de Vitamina A .

Bloco E | Suplementação5

Busca avaliar em que medida a criança vem recebendo a suplementação devida de vitamina

A, ferro e iodo. Inclui questões sobre: administração de vitamina A; número de vezes em que

isso ocorreu; remédio com ferro no último trimestre; tipo de sal utilizado pela família.

O Vitamina A Mais - Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A - é um programa do Ministério da Saúde, com apoio dos Estados, que

busca reduzir e erradicar a deficiência nutricional de vitamina A em crianças de seis a cinquenta e nove meses de idade e mulheres no pós - parto

imediato (antes da alta hospitalar), residentes em regiões consideradas de risco. No Brasil, são consideradas áreas de risco a região Nordeste, Vale

do Jequitinhonha em Minas Gerais e Vale do Ribeira em São Paulo.

7

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

22

Em Euclides da Cunha, a grande maioria dos entrevistados, 78,6%, afirmou haver ministrado vitamina A

à criança (Tab 24). Quanto ao número de vezes em que essa vitamina foi ministrada, 33% disseram “duas

vezes”, 28,8% “uma vez” e 16,4% “três vezes”. Muito poucos, cerca de 20,0%, o fizeram acima de 3

vezes. (Tab. 24).

A deficiência de ferro, prejudicial ao desenvolvimento motor e cognitivo e à resposta imune das crianças,

é considerada outra das graves e importantes carências nutricionais atuais no mundo, afetando

principalmente os países não-industrializados. Embora no Brasil já existam evidências da diminuição da

desnutrição infantil, sabe-se que há ainda um número significativo de casos de anemia por deficiência de

ferro, que varia dependendo da região de residência e do estrato socioeconômico da família. Tendo em

vista os potenciais prejuízos irreversíveis causados por esta carência, o Ministério da Saúde, além da

fortificação das farinhas de trigo e de milho, desenvolve desde 2005 o Programa Nacional de

Suplementação de Ferro, visando à suplementação universal de sulfato ferroso a crianças de 6 a 18

meses, a gestantes a partir da 20ª semana de gestação e por até 3 meses depois do parto, e a mulheres

que passaram por processo de abortamento pelos três meses subsequentes à intercorrência.

Em Euclides da Cunha, no que tange à oferta de remédios com ferro no trimestre que antecedeu à

pesquisa, a maioria dos cuidadores (56,0%) declarou não tê-lo feito, e 3,3% disseram não saber se

havia ou não ministrado à criança (Tab. 25).

A última questão relacionada à suplementação perguntava sobre o tipo de sal utilizado na casa. 80%

declararam utilizar sal iodado e apresentaram a embalagem ao entrevistador. Em 19,3% dos casos a

embalagem não pôde ser vista, de forma que não foi possível averiguar o tipo de sal utilizado pela

família. (Tab. 26).

A Caderneta de Saúde da Criança é um importante instrumento de registro e orientação que auxilia no

acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento infantil. Seu uso adequado contribui para estreitar

e manter o vínculo da criança e da família com os serviços de saúde. A quase totalidade das crianças de

Euclides da Cunha possui a Caderneta de Saúde – 98,6%, sendo que destes 97,6% a apresentaram ao

entrevistador (Tab. 27).

Com relação a marcações, no cartão, os números são também altamente positivos. Todos têm o registro das

vacinas, com esquema respeitado em 97,5% dos casos. É igualmente elevado o percentual de crianças com

peso registrado na Caderneta – 94,8%. O registro do desenvolvimento infantil, no entanto, ainda é

relativamente baixo, tendo sido observado em pouco mais da metade das Cadernetas (55,4%) (Tab. 27 e 28).

A despeito da falta de registro, os entrevistados, em sua grande maioria (90,0%), afirmaram receber

informações sobre o desenvolvimento da criança. Quase 72% declararam que ela está bem e 18,6%

“mais ou menos” (Tab. 29 e 30).

Bloco F | Prevenção e tratamento de doenças6

Contém as seguintes questões: criança com cartão ou caderneta de saúde; apresentação do

cartão quando solicitado; marcação, nele, de informações sobre vacina, peso, desenvol-

vimento; respeito ao esquema vacinal; informações sobre o desenvolvimento da criança;

impressão do entrevistado/cuidador da criança sobre seu crescimento; situações nas quais

uma criança deve ser levada com urgência ao médico; situações nas quais o entrevistado

/cuidador da criança lavou as mãos no dia anterior à entrevista; situações nas quais a mãe

lava suas mãos ou as da criança; cuidados para prevenir dengue ou malária.

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

23

Da mesma forma que foi solicitado ao entrevistado que apontasse as razões para levar com urgência a

mulher em estado puerperal a um médico, foi pedido que citasse, de forma espontânea, as situações nas

quais uma criança deve ser levada com urgência a um médico. A seguir, o entrevistador leu, uma a uma,

até quatorze situações hipotéticas para que o cuidador avaliasse se haveria ou não necessidade de

encaminhamento emergencial da criança a um médico, excluindo, evidentemente, aquelas citadas

espontaneamente. As respostas foram bastante diferenciadas conforme fossem elas espontâneas ou

estimuladas, como apresentado na Tabela 31.

De forma espontânea, a presença de febre (78,9%), vômito (64,8%) ou diarreia (64,1%) foram as mais

citadas. “Criança fica com mãos, lábios, pés e mãos arroxeados” foi a situação menos citada de forma

espontânea, lembrada por apenas 1,9% dos entrevistados. Contudo, é possível que o baixo percentual

de apontamento se dê mais pela complexidade da descrição, do que pela incapacidade do cuidador em

identificar a gravidade do conjunto de sintomas, uma vez que quando estimulados 89,5% responderam

positivamente. O mesmo foi observado quanto à “criança tem olhos fundos, sede intensa, moleza

extrema”, que somou 4,1% de citações espontâneas e 90,2% de estimuladas.

A criança tomar pouco líquido (61,2% de citações somando-se espontâneas e estimuladas) e não

conseguir mamar no peito (74,8% de citações somando-se espontâneas e estimuladas) foram as

situações com menores índices de respondentes, compreendendo-as como graves.

Os cuidados com a higiene também foram objeto de investigação. Pediu-se ao cuidador que apontasse

as situações nas quais lavou as mãos nas 24 horas anteriores à entrevista. “Antes de cozinhar” foi citado

pela parcela mais significativa de respondentes – 64,8%. Já “depois de trocar as fraldas” foi lembrado por

apenas 12,2%. Entretanto, aqui cabe lembrar que nem todas as crianças cuidadas usam fraldas. Quando

a pergunta era refeita de forma estimulada, todas as situações obtiveram índices elevados de

concordância (Tab. 32).

Lavar as mãos da criança, todavia, é um ato menos frequente. Cerca de 44% afirmaram de forma

espontânea fazê-lo depois de levar a criança ao banheiro e 72% antes das refeições (Tab. 32).

Ressalta-se a importância de boas práticas de higiene como forma de prevenção de doenças,

especialmente em relação às crianças que, como se sabe, são vulneráveis e constituem até grupo de risco

em casos de falta de segurança sanitária. Daí os cuidados necessários no trato dos alimentos, desde sua

origem até o seu preparo. Consideram-se também, dentre outras práticas recomendáveis, o uso de água

fervida ou filtrada, o hábito de lavar as mãos em água corrente, com sabão, antes de preparar os

alimentos, a lavagem adequada dos utensílios em que eles vão ser preparados.

Ao final deste bloco, foi perguntado ao entrevistado quais os cuidados endereçados à prevenção da

dengue e da malária. Novamente observaram-se discrepâncias significativas entre os resultados obtidos

de forma espontânea e de forma estimulada.

Espontaneamente, os cuidados mais citados foram “pátio sem garrafas vazias ou sacos plásticos”

(73,7%), “manutenção dos recipientes de água sempre fechados” (71,9%), “manutenção do pátio

limpo” (58,3) e “pátio sem pneus” (53,5%). É possível que a associação mais direta entre estas ações e a

prevenção da dengue e da malária se dê em função do reiterado direcionamento do foco de campanhas

informativas sobre elas, gerando, de fato, mudanças de hábitos na população 9 (Tab. 33).

Por outro lado, observa-se que aquelas ações que envolvem maior custo são as menos citadas, mesmo

quando somadas as respostas estimuladas às espontâneas. Uso de tela nas janelas e de repelente

quando a criança está fora de casa foram apontados, respectivamente, por 21,4% e 28,8% dos

entrevistados (Tab. 33).

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

24

Essas questões estão diretamente relacionadas a uma nova maneira de ver o ser criança e à importância

que passou a ser atribuída ao período de 0 a 6 anos da vida humana. Como se sabe, a principal

consequência desse fato foi a compreensão da complementaridade entre o “cuidar” e o “educar” da

criança pequena, o que coloca juntos, no mesmo nível de importância: a atenção, os cuidados de

higiene, a proteção e a prevenção de acidentes, e também a convivência familiar, a interatividade e

estimulação psicossocial. Em relatório anterior, referente a resultados de pesquisa de avaliação de

competências familiares na atenção a crianças de 0 a 6 anos, realizada no município de Mata de São João

e intitulado “Modos de Cuidar – Dever de Casa, do Estado e da Sociedade”, afirma-se a respeito do

assunto o seguinte:

“Pesquisas científicas apontam que as crianças que se beneficiam de um cuidado afetuoso e de uma boa

mediação mostram-se mais seguras e interessadas, não só em pessoas como no mundo ao redor delas.

Nunca é demais ressaltar que não bastam os cuidados físicos, mas a interação afetiva, efetiva, contínua

entre a mãe/o pai ou cuidador e a criança.”

Relativamente à primeira questão deste bloco, ou seja, se a família almoçou ou jantou junta nas 24 horas

que antecederam a entrevista, observou-se uma pequena predominância dos que responderam

afirmativamente – 59,0%, contra 41,0% dos que o fizeram negativamente (Tab. 34).

O percentual de respostas que afirmaram a existência de jornais ou livros ao alcance da criança é de

68,6%, contra 30,7% que responderam negativamente. É maior, todavia, o número de respondentes

que declararam a inexistência de livro infantil ou com gravura – 49,8%, contra 46,9% que disseram

possuí-lo e 3,3% que “não sabem ou não responderam” (Tab. 35).

Sobre o hábito diário de brincar, conversar ou ler para a criança, 83,1% disseram possuí-lo. Com relação

aos objetos utilizados para as brincadeiras – questão admitindo respostas múltiplas – prevalece o lápis ou

giz de cera, em 94,0% dos casos, seguido de bola, 69,0% e boneco(a), 67,9%. À pergunta sobre se a

criança brinca com outras crianças, 79,5% responderam afirmativamente (Tab. 36, 37 e 38).

Referindo-se ao significado do brincar, como forma de estimulação psicossocial, e coisa séria e essencial à

saúde física, intelectual e emocional do ser humano, afirma-se que a brincadeira é, na verdade, a

principal forma de aprendizagem da criança na primeira infância. Através das brincadeiras ela conhece

melhor a si mesma e o mundo que a cerca. É brincando que ela aprende a seguir regras, a resolver

problemas e a compreender papéis sociais. Quando, por exemplo, brinca de casinha, ela utiliza o

repertório do mundo adulto de qu tem referência. Ou seja, na brincadeira de faz-de-conta a criança tem

um comportamento para além da sua idade, o que lhe oferece oportunidades de saltos cognitivos

significativos. A brincadeira, portanto, deve ser levada a sério pelos adultos, pois além do

desenvolvimento social, afetivo e cognitivo, ela também permite o desenvolvimento físico das crianças,

Bloco G | Estimulação psicossocial7

É constituído por questões que buscam investigar em que medida a criança está recebendo a

necessária estimulação psicossocial. Contém questões sobre: almoço, ou jantar, da família,

reunida, nas 24 horas que antecederam a entrevista; existência de jornais ou livros à disposição

da criança; existência de livro infantil ou com gravuras/figuras; hábito diário de brincar,

conversar ou ler para a criança; objetos utilizados pela criança para brincar; se a criança brinca

com outras crianças; existência de TV na residência; número de horas que a criança assiste à

TV; seleção prévia da programação a ser assistida pela criança; envolvimento da mãe, do pai

ou do cuidador da criança na semana anterior à entrevista; e atividades realizadas por

membros da família, com 15 anos ou mais, com a criança com menos de 1 ano, com a criança

entre 1 e 2 anos, com a criança entre 3 e 4 anos, e com a criança entre 5 e 6 anos.

ao estimulá-las a correr, a enfrentar obstáculos e a conhecer as possibilidades e os limites do seu corpo.

Por essa razão, os especialistas em educação infantil ressaltam a importância das brinquedotecas, ou

seja, de espaços preparados, apropriados, dotados de uma variedade de brinquedos, especialmente

para possibilitarem às crianças oportunidades de atuarem à vontade, sem cobranças de desempenho.

Elas podem proporcionar às crianças oportunidades para aprenderem “a jogar, participar, esperar sua

vez, a competir e a cooperar” (Associação Brasileira de Brinquedotecas, www.brinquedoteca.org.br).

A presença da televisão na residência foi afirmada por 92,9% dos entrevistados e apenas 6,4% deles

disseram não possuí-la. Quanto ao número de horas que a criança assiste à televisão, a maior parte dos

entrevistados escolheu a opção “menos de 3 horas” – 61,5%, mas 17,7% disseram que ela o faz de

“mais de 3 a 6 horas” e 3,6% por mais de 6 horas; 16,4% declararam que a criança não assiste à

televisão. Declararam realizar “seleção prévia da programação a ser assistida pela criança/orientação

sobre o conteúdo” 71,6% dos entrevistados. (Tab. 39).

À questão “envolvimento da mãe, do pai ou do cuidador da criança na semana anterior à entrevista”, de

respostas múltiplas, a maior parte dos entrevistados escolheu a opção “sempre”, alguns a opção “às

vezes” e, menos ainda, “não”. Sobre as formas desse envolvimento destacaram-se o conversar com a

criança, 76,2%, e cuidar da criança, 74,0%. (Tab. 40).

Quanto a atividades realizadas, por membros da família, com a criança, as questões, de respostas

múltiplas, foram divididas segundo as seguintes faixas etárias: apenas para crianças com menos de 1

ano; apenas para crianças com idades entre 1 e 2 anos; apenas para crianças com idades entre 3 e 4 anos;

e apenas para crianças com idades entre 5 e 6 anos. Na faixa de até 1 ano a atividade mais frequente é

cantar para a criança (78,8%). Já nas faixas etárias entre 1 e 2 e entre 3 e 4 anos o mais comum é levar a

criança para passear (73,3% e 60,3% respectivamente). As respostas permitem identificar certa

tendência ao crescimento das atividades de interação com as crianças à medida que se eleva a faixa etária

destas. Isto parece mais claro em relação às crianças da faixa de 5 e 6 anos, que já inclui questões ligadas

ao ensino - do alfabeto, ler e escrever, como se comportar na escola etc. (Tab. 41 a 44).

Neste ponto vale observar que a forma como nos relacionamos com as crianças é algo que muda ao

longo dos tempos e também de cultura para cultura, pois depende, em grande parte, da concepção de

infância que construímos no percurso da nossa história, a partir de experiências sociais.

Inicialmente, a infância nem sequer era reconhecida e as crianças tinham que ter comportamentos

muito próximos dos adultos, pois eram consideradas “adultos em miniatura”. Por isso, elas não eram

ouvidas e a atenção dos adultos se restringia aos cuidados básicos e aos ensinamentos relacionados ao

bom comportamento. Mais recentemente, as crianças passaram a ocupar gradativamente outro lugar

na sociedade. Como sujeitos de direitos, o olhar dos adultos sobre elas tem avançado no sentido de

reconhecê-las como seres que continuam necessitando de cuidados, mas que pensam, têm ideias e

precisam ser escutadas. Esta visão renovada da infância inaugura também uma série de conquistas

sociais relacionadas aos direitos das crianças.

Além disso, uma nova compreensão sobre o desenvolvimento humano, e mais especificamente, sobre o

desenvolvimento da inteligência, aponta que o homem se desenvolve a partir das experiências sociais

que vivencia, ou seja, que a inteligência é construída socialmente. Não se trata apenas de uma herança

genética. O desenvolvimento humano é compreendido como produto de trocas recíprocas entre

indivíduo e meio, que se estabelecem durante toda a vida, cada aspecto influindo sobre o outro,

interativamente. Assim, a qualidade das relações que as crianças estabelecem com o meio, incluindo os

adultos que a cercam, ganha muita importância.

Diante deste novo olhar sobre a criança, sobre suas necessidades e potencialidades, cresce o

compromisso de assegurar a elas um ambiente seguro e estimulante, a fim de que possa se desenvolver

da melhor forma. Mas o que isto significa?

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

25

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

26

Em primeiro lugar, um ambiente seguro representa um conforto não apenas físico, mas também afetivo.

A criança deve conviver com adultos que interajam com ela de forma saudável, sem nenhum tipo de

violência, assegurando seu pleno desenvolvimento. Pesquisas científicas apontam que as crianças que

recebem um cuidado afetuoso e são encorajadas e apoiadas nas suas iniciativas mostram-se mais

seguras e interessadas. Por outro lado, a ausência de uma pessoa para dar tal cuidado e atenção nos

primeiros anos de vida compromete o desenvolvimento físico e mental saudável.

Além disso, elas precisam ser constantemente estimuladas a desenvolver sua curiosidade. Nesse sentido,

estimular a criança significa despertar, instigar e impulsionar, ou seja, apoiá-la para que se sinta

encorajada a compreender o mundo em que vive e a se posicionar diante dele. Estas reflexões nos levam a

concluir que o principal papel do adulto no desenvolvimento da criança é o de reconhecê-la como um ser

capaz e em constante desenvolvimento. Por isso é necessário que interaja com ela de forma a respeitá-la,

ao mesmo tempo em que busque proporcionar ricas experiências de aprendizagem nos campos afetivo,

relacional, cognitivo e corporal, assegurando-lhe um ambiente seguro e estimulante.

Bloco H | Gerenciamento do comportamento8

É composto das seguintes questões: desejo da criança de acompanhar, ou não, o

entrevistado em determinada atividade; atitude do entrevistado em caso de comportamento

inadequado da criança; responsável pela criança na ausência do cuidador.

Boa parte dos entrevistados, 40,0%, declarou que sempre pergunta à criança se esta deseja acompanhá-

lo e só a leva quando ela quer. Mas quase o mesmo número deles, 33,8%, afirmou que “não pergunta e

sempre leva a criança”. Além disso, 17,1% disseram que perguntam sempre, mas a levam mesmo

quando ela não quer. Há, também, os que nem perguntam nem levam a criança – 6,4% (Tab. 45).

Diferentes contextos familiares, como a existência ou não de outra pessoa capaz de se responsabilizar

pela criança na ausência do principal cuidador, bem como a idade da criança, certamente influenciam

este comportamento. Segundo os entrevistados, os responsáveis pela criança na ausência do cuidador

são os mais variados, mas prevalecem a avó, 29,3%, seguida do avô ou do pai da criança ambos com

17,1%. Segue-se a tia da criança, com 12,1%. As demais opções distribuem-se entre crianças com 10

anos ou mais, 4,3%, vizinhos, 2,9%, e outras. (Tab.47).

A seguir, perguntou-se ao entrevistado, primeiramente de forma espontânea e depois estimulada, quais

as atitudes tomadas em caso de mau comportamento da criança. Aproveitar a oportunidade para educar

a criança, dizendo que não e explicando por que o comportamento é inadequado foi a opção declarada

espontaneamente por 35,4% dos respondentes e de forma estimulada por mais 49,9% (citação global

de 98,3%). Entretanto, a imposição de alguma punição física foi ainda mais comum: 98,6% declararam

bater na criança e 99% dar palmadas (Tab. 46). Este alto percentual preocupa em função do papel que a

família representa na socialização dos seus membros, inclusive na transmissão do patrimônio cultural.

Como tal, a família é considerada como um contexto privilegiado de desenvolvimento para crianças e

jovens, ou seja, como espaço e ambiente especialmente propício para a formação e o desenvolvimento

de atitudes e de valores, inclusive daqueles relacionados com a boa convivência e a tolerância nas

relações interpessoais. Além disso, a família é hoje reconhecida, por inúmeras pesquisas, como espaço de

acolhimento e proteção de seus membros inclusive para viabilização da sobrevivência cotidiana frente a

condições sociais adversas como insuficiência de salários, instabilidade no emprego, abandono dos mais

velhos e/ou doentes, etc.

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

27

Bloco I | Proteção9

Aborda questões relativas à proteção da criança. São elas: criança presenciando briga

violenta na família; decisões de consumo relacionadas a necessidades da criança; cuidados

para evitar acidentes com crianças com menos de 1 ano de idade e com crianças com idade

igual ou maior de 1 ano de idade.

A presença de crianças diante de brigas violentas na família foi confirmada por 15,0% dos entrevistados

(Tab. 48). Sabe-se que as transformações sociais do mundo contemporâneo, na sua forma acelerada de

acontecer, têm contribuído, em nosso país, para gerar desamparo e violência, impactando

profundamente nas relações familiares, a exemplo da preocupante “violência cotidiana, já estrutural, da

exposição contínua desses brasileiros [das camadas sociais mais pobres] à condição de excluídos em

relação aos direitos sociais básicos que os identificam como cidadãos: moradia, alimentação, educação, 8saúde, participação” . Nessa condição, muitos pais, envolvidos constantemente no clima de desrespeito

às suas necessidades mais básicas, reagem, de forma agressiva aos comportamentos ou atitudes que

consideram divergentes ou inadequados por parte de seus membros, especialmente dos seus filhos.

Estudiosos do desenvolvimento infantil como Bronfenbrenner, Ana Cecília Bastos e Zélia Biasoli Alves,

defendem que em sendo a família um “nicho de desenvolvimento” sua atmosfera, suas atitudes, valores

e relacionamentos são o meio crítico pelo qual a personalidade da criança se forma. É o contexto familiar,

portanto, “o lugar das relações mais íntimas e constitutivas da identidade pessoal e nele se defrontam e

se compõem as forças da subjetividade e do social, e se constrói um indivíduo inserido no grupo”. Por

essa razão é que se diz que o fio condutor da educação da criança deveria ser o exemplo relacional dos

pais entre si e para com todos da família e da comunidade como forma e expressão do respeito do direito

à vida, à liberdade e à propriedade, valores fundamentais da vida em grupo e da convivência social.

Em seguida à abordagem sobre a criança presenciar brigas violentas na família, o questionário traz

perguntas relativas aos cuidados para evitar acidentes através de questão estimulada com respostas

múltiplas. Acidente nos remete, via de regra, à ocorrência de acontecimentos aleatórios, que fogem ao

nosso controle. Todavia, a grande maioria dos acidentes com crianças tem origem em eventos passíveis

de prevenção, que envolvem desde a qualidade da moradia até a atenção dos pais ou responsáveis pela

sua adequação à existência de uma criança (PEDEN; MCGEE; SHARMA, 2002).

Segundo a Organização Mundial da Saúde, os acidentes responderam por 3% das mortes de crianças

menores de 5 anos no biênio 2002/2003. Estas mortes são muito mais frequentes nos países de renda

baixa ou média, sendo a principal causa de mortalidade em crianças maiores de um ano. Além disso, é

sabido que para cada criança que morre por acidente, há vários milhares que sobrevivem com algum tipo

de sequela (PEDEN; MCGEE; SHARMA, 2002).

De acordo com a PNDS 2006, do total das crianças brasileiras menores de cinco anos, 37,8% sofreram

algum tipo de acidente nos 12 meses anteriores à pesquisa, das quais 9,7% foram levadas pelas mães a

algum serviço de saúde, ficando uma em cada 100 internada, por causa do acidente. Ainda segundo a

pesquisa, os acidentes foram menos comuns em meninas que em meninos. E embora pareçam também

menos comuns nos menores de um ano, é preciso lembrar que esses índices estão subestimados, pois a

idade dessas crianças é menor que o tempo de observação para outras faixas etárias.

Das crianças que se acidentaram no período, 81% sofreram quedas, 10% queimaduras, 8,6% choques

elétricos, 7,6% mordeduras de animais, 6,1% afogamentos, 4,9% intoxicações, 4,8% esmagamentos, 94% acidentes de transporte, 1% envenenamentos e 1,3% outros tipos de acidente .

In Bastos, Ana Cecília de Sousa, “Modos de Partilhar: a criança e o cotidiano da família”, Taubaté: Cabral Editora Universitária, 2001, p. 74

A soma desses percentuais é de 129,6% porque muitas crianças sofreram mais de um acidente no ano.

8

9

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

28

Corroborando o já apontado por PENDEN, MCGEE, SHARMA, 2002, a PNDS 2006 descortinou que

81,0% das vezes o acidente ocorre na própria casa das crianças, 11,3% em outra casa, 3,9% na rua, 1,9%

na escola e 2% em outros lugares. O predomínio da própria casa, seguido de outra casa, são comuns a

quase todos os tipos de acidentes.

Em Euclides da Cunha, relativamente aos cuidados para evitar acidentes com crianças com menos de 1

ano, 90,4% dos cuidadores afirmaram que a “criança dorme longe do fogão, vela ou lamparina”, e

82,7% disseram que ela dorme longe do chão. Mas apenas 34,6% declararam que ela dorme longe de

tomadas elétricas e apenas 53,8% afirmaram que ela não fica sozinha (Tab. 50).

Quanto a crianças com idade igual ou maior a 1 ano, o cuidado com mais alto percentual de anuência

por parte do cuidador foi a não permissão da criança dormir próximo ao fogão, vela ou lamparina

(97,3%). A seguir aparecem a manutenção de medicamentos fora do alcance das crianças (94%) e o

cuidado para que os cabos das panelas fiquem virados para dentro do fogão (93,5%).

Pouco mais de 60% dos cuidadores reconhecem o alto risco inerente ao ato de uma criança de até 6 anos

brincar com fogos de artifício ou fogueiras. E manter tomadas tapadas é um cuidado observado por

pouco mais 34% dos respondentes (Tab. 51).

Estas questões se justificam porque os acidentes infantis ainda constituem uma questão de saúde

pública, tão grande é o número deles e tão graves muitas vezes as suas consequências. Mais importantes

ainda porque se sabe que frequentemente é possível preveni-los e evitá-los. E também que é uma

questão de informação, atenção e responsabilidade de pais, cuidadores, educadores e de quantos se

dediquem ao trato de crianças. Além disso, estudos indicam que os acidentes domésticos estão entre as

principais causas de mortes ou invalidez na infância. Eles incluem quedas, envenenamentos, sufocação,

queimaduras, dentre outros.

De acordo com os especialistas, a prevenção dos acidentes infantis deve levar em consideração diferentes

faixas etárias. Na faixa de 0 a 6 meses, a proteção precisa ocorrer praticamente o tempo todo. Por

exemplo, costuma-se recomendar que os brinquedos colocados à disposição das crianças devem ser

grandes o suficiente para que não possam ser engolidos. Já na faixa dos 3 a 6 anos, quando as crianças

começam a correr, a se movimentar com mais velocidade, é preciso vigilância para evitar que atravessem

ruas e se exponham a atropelamentos ou a outros riscos.

Reportando-se às questões da saúde, da higiene e da prevenção de doenças e de acidentes de crianças de 100 a 6 anos nas instituições de educação infantil, Cibeli de Souza Prates e Maíra Sanhudo de Oliveira

chamam a atenção para os seguintes aspectos e cuidados que devem ser tomados em relação a elas:

ambiente (importância da ventilação e iluminação naturais; aproveitamento do sol, limpeza, de pisos,

paredes, mobiliários, brinquedos, dentre outros); higiene da criança (por exemplo, exame frequente de

fraldas, lavagem, também frequente, das mãos, preservação do sono e repouso da criança, incentivo ao

aleitamento materno, promoção de brincadeiras, jogos, músicas, importantes para o desenvolvimento

da criança e outras ações da mesma natureza); conhecimento do rol de doenças infecto-contagiosas

mais comuns na infância (catapora, caxumba, coqueluche, sarampo e outras); controle do calendário

de vacinações (BCG, anti-hepatite B, Tríplice, Poliomielite etc.).

Cibeli de Souza Prates e Maíra Sanhudo de Oliveira – In: Crady, Carmem e Kaercher, Gládis E. Educação Infantil – Pra que te quero? Porto Alegre:

Artmed Editora, 2001

10

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

29

GRÁFICO 11Serviços disponíveis no local de residência do entrevistado / cuidador da criança(respostas múltiplas)

100%

80%

60%

40%

20%

0%

Polícia Serviço deassistência social

Pré escola Creche Pronto socorroou hospital

Posto de saúde

24,5%

18,8%

87,9%

27,9%22,4%

44,5%

A participação da comunidade nos espaços para discussão acerca dos serviços de saúde ainda é baixa em

Euclides da Cunha. Mais de 55% declararam que membro algum da sua família participa de reuniões

para este fim, enquanto 22,6% deles afirmaram que “não há reunião” (Tab. 52).

Estudiosos do assunto atribuem tal comportamento a fatores contextuais tais como extremas condições

de pobreza, falta de informação, além da não percepção da saúde como um direito. Em relatório de 11pesquisa publicado nos Cadernos de Saúde Pública, Vasquez e outros advertem que embora a

legislação constitucional e infraconstitucional brasileira tenha ampliado consideravelmente a

possibilidade de participação social na saúde, esta ainda está muito longe de ocorrer. E concluem: “Se o

que se persegue é a participação da sociedade brasileira nas tomadas de decisões do SUS, ainda devem-

se realizar amplas campanhas de educação ao público”, sugerindo, complementarmente, que tais

campanhas devam orientar-se também aos próprios serviços de saúde.

A seguir, foi lido aos entrevistados uma lista de serviços para que apontassem se eles existiam ou não em

seu local de residência. Aproximadamente 88% apontaram a existência de pré-escola, 44,5% de posto de

saúde e 27,9% de creches. A polícia é indicada por 24,5% e pronto socorro ou hospital por apenas

22,4%, enquanto 18,8% referem-se ao serviço de assistência social. Ainda de acordo com os

respondentes, apenas 26,4% já solicitaram a criação de algum serviço (Tab 52).

Registre-se, portanto, que como se tem constatado em pesquisas anteriores, sobre o mesmo assunto, é

bastante restrita a participação e, consequentemente, o nível de conscientização, demanda e uso dos

serviços. Ou seja, da educação, da saúde e da assistência social como direito do cidadão e dever do Estado.

Confirmando avaliações anteriores, realizadas em outros municípios do estado da Bahia (Salvador, Lauro de

Freitas, Mata de São João), é muito baixo, de acordo com os respondentes, o número de crianças na creche

em Euclides da Cunha – 7,3% (Tab. 53). O Censo Escolar 2009 do Município registra um total de 401

VASQUEZ, Maria Luiza e outros – Participação social nos serviços de saúde; concepções dos usuários e dos líderes comunitários em dois

municípios do Nordeste do Brasil – Cad. de Saúde Pública, Rio de Janeiro 19(2)579-591, mar-abr 2003

11

Bloco J | Conscientização, demanda e uso de serviços10

Compreende as cinco questões a seguir indicadas: participação do entrevistado/cuidador em

reuniões para discutir serviços de saúde; serviços disponíveis no local de residência do

entrevistado/cuidador da criança; entrevistado/cuidador solicitou a criação de serviços; a

criança na creche; a criança na pré-escola.

Não sabe / não respondeu

Participa

crianças em creches, sendo 378 em estabelecimentos municipais e

23 na rede privada. Segundo o IBGE, em 2007 Euclides da Cunha

contabilizava 3.716 crianças com até 3 anos, 1.605 na área urbana e

2.111 na rural, todas potenciais usuárias do serviço de creche.

Já com relação à matrícula em pré-escola, o percentual de respostas

positivas eleva-se para 91,1% (Tab 54). O Censo Escolar 2009 registra

um número total de 1.969 matrículas, sendo 1.601 em escolas

munici-pais e 368 em escolas particulares. A contagem 2007 do IBGE

apontava a existência de 2.122 crianças de 4 a 5 anos no município, o

que nos permite aferir que, apesar das 1.969 matrículas nem todas as

crianças que deveriam estão frequentando a pré-escola.

Embora se observe em todo o País um pequeno incremento nas

matrículas na Educação Infantil, ao que se presume em virtude da

incorporação desse nível de ensino nos repasses do FUNDEB, a

ampliação do acesso às creches públicas continua sendo conside-

rado um dos maiores desafios enfrentados pelas autoridades

educacionais. Não obstante a importância hoje atribuída aos 6 primeiros anos de vida, e aos seus reflexos no

desenvolvimento futuro das crianças, constata-se ainda que, sobretudo nos estratos socioeconômicos mais

humildes, a maioria das mães, quando colocam seus filhos nas creches públicas, não têm qualquer

preocupação com sua qualidade pedagógica. A simples obtenção de um local para deixar a criança quando

estiver longe da família, a prestação de serviços de alimentação, higiene e atenção à saúde, faz com que elas

se sintam satisfeitas. Esta é uma das conclusões de pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública, da

Universidade de São Paulo – USP, sobre creches na cidade de São Paulo (www.aprendiz.uol.com.br/content).

Na área da Saúde, com uma população de mais de 56 mil habitantes, Euclides da Cunha conta apenas

com três Unidades de Saúde da Família, sendo duas na zona rural – Aribicé e Ruilândia, e uma na Sede -

Urbis/Populares. Dispõe ainda de 110 ACS que atendem a 79,71% da população do município e de um

hospital com atendimento 24 horas.

Em relação à Assistência Social, a sede do município tem também uma unidade do CRAS e uma do

CREAS, ambas bem estruturadas e equipadas. A ausência destes equipamentos na Zona Rural, onde

residem 54% da população, deve contribuir para o desconhe-cimento dos serviços relacionados à

assistência social.

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

30

Não participa

Não há reunião

GRÁFICO 12

Participação do entrevistado / cuidador em reuniões

para discutir serviços de saúde

Não

Sim

GRÁFICO 13

da criança solicitou a criação de serviços

Entrevistado / cuidador

Não sabe / não respondeu

Não

Sim

GRÁFICO 14

Não sabe / não respondeu

Crianças de 0 a 3 anos na creche

Não

Sim

GRÁFICO 15

Não sabe / não respondeu

Crianças de 4 a 6 na pré-escola

69,8%90,2%

2,6% 7,3% 0,6%8,4%

91,2%

26,4%

3,8%

22,6%

55,7%

20,7%

1,0%

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

31

Bloco L | Mães que tiveram filhos nos últimos 6 meses11

Contém três questões que avaliam a ocorrência e o manejo de depressão pós-parto. São

elas: atitudes e comportamentos maternos nas duas semanas anteriores à entrevista;

atitudes tomadas pela mãe em razão de seus sentimentos e comportamentos, também nas

duas semanas que antecederam à entrevista; atitudes que a mãe tomaria quanto aos seus

sentimentos e comportamentos nesse mesmo período. Todas essas questões admitindo

respostas múltiplas.

Segundo os respondentes, somam quarenta e quatro as mães que tiveram filhos nos últimos 6 meses.

Assim, os resultados obtidos junto a este universo, ainda que de extremo interesse, têm pouca relevância

estatística, dado o reduzido tamanho da amostra.

Primeiramente, foram lidas sete perguntas relacionadas aos sentimentos e estados de espírito da mãe nas

duas semanas que antecederam as entrevistas, para as quais o entrevistado deveria responder apenas

sim ou não. Aproximadamente 34% declararam sentir-se permanentemente cansada. Dificuldade em

gostar da atividade diária e permanência, na maior parte do tempo, de sentimentos de tristeza ou

infelicidade foram declarados por 22,7% dos respondentes, ao passo que pouco mais de 20% afirmaram

que a mãe teve dificuldade de pensar com clareza (Tab. 55).

Àqueles que responderam sim a pelo menos uma das perguntas anteriores, foi perguntado quais as

medidas tomadas pela mãe. A integralidade dos cuidadores declarou que a mãe conversou com amigos

ou familiares sobre seus sentimentos, e um terço deles afirmou que a mãe procurou um serviço de saúde.

Já àqueles que responderam não a todas as sete primeiras perguntas, foi perguntado o que a mãe deveria

ter feito caso enfrentasse as situações relatadas. Prevaleceu, mais uma vez, a opção conversar com a

família ou amigos, 37,9%, seguida de procurar serviço de saúde, 27,6% (Tab.57).

O Manual Técnico do Ministério da Saúde, relativo ao pré-natal e ao puerpério, salienta que, hoje, a

maioria dos estudos sobre o assunto “converge para a ideia de que esse período é um tempo de grandes

transformações psíquicas” – ansiedades, medos, mudanças nos vínculos afetivos. Por isso, ressalta a

importância da adoção de formas adequadas de abordar esses aspectos emocionais por parte do

profissional na sua interação com as mães. Como já assinalado anteriormente, isso reforça quão valioso é

o retorno delas à presença desse profissional.

Com relação ao letramento do entrevistado, 89,0% deles declararam saber ler e escrever. Pouco mais de

7% dos cuidadores disseram não ter estudado, e 44,8% declararam tê-lo feito até a 4ª série do 1º grau,

enquanto 47,6% disseram ter ido além desse nível (Tab. 58).

Segundo os entrevistados, as condições do pai da criança, em relação a esses aspectos, são relativamente

inferiores. Quanto ao letramento, eles declararam que 76,7% lêem e escrevem e 20,0% não o fazem; e

Bloco M | Aspectos Socioeconômicos12

Compreende questões sobre os assuntos seguintes: letramento do entrevistado/cuidador da

criança; escolaridade do entrevistado/cuidador da criança; letramento do pai da criança;

escolaridade do pai da criança; fonte da água utilizada para beber; hábito de ferver a água

que não venha da rede pública; tipo de sanitário/privada existente na residência; ligação

sanitário/privada; residência com energia elétrica; residência com rádio; residência com TV.

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

32

há 2,6% que declararam não saber ou não responderam.

Aproximadamente 19% não estudaram, 37,4% o fizeram até a 4ª

série do 1º grau e 32,9% foram além desse nível. Não sabem ou não

responderam a respeito da escolaridade do pai da criança 10,5% dos

entrevistados (Tab. 59).

Embora a maior parte dos respondentes (63,8%), afirmasse que a

rede pública é a principal fonte da água utilizada para beber, são

mencionadas também as fontes seguintes: cacimbão/poço – 12,4%;

nascente/olho d´água – 7,6% e “outras” – 11,9%. O hábito de ferver

a água que não vem da rede pública é indicado apenas por 13,8% – a

maioria expressiva, 77,6%, admite não fazê-lo, enquanto 8,6% não

sabem ou não responderam (Tab. 60).

A existência de sanitários com descarga é apontada por 44,9% dos

entrevistados. No entanto, nada menos do que 20,5% deles declaram

simplesmente que “não há sanitários”. É irrisório, 8,5%, o número de

ligações sanitário/privada à rede de esgotos. A maioria, 51,4%, possui

fossa séptica e 38,2%, fossas rudimentares. (Tab.61).

Importante ressaltar que a coleta, o tratamento e a disposição

ambientalmente adequada do esgoto sanitário são fundamentais

para a melhoria do quadro de saúde da população do município. De acordo com a Fundação Nacional

de Saúde (FUNASA), os investimentos em saneamento têm um efeito direto na redução dos gastos

públicos com serviços de saúde. As estimativas da Fundação apontam que para cada R$ 1,00 (um real)

investido no setor de saneamento, economiza-se R$ 4,00 (quatro reais) na área de medicina curativa.

Ainda de acordo com a Fundação, as crianças, em especial as de 0 a 4 anos, são as mais afetadas pela

falta de saneamento. A falta desse serviço é o principal responsável pela morte por diarreia de menores

de 5 anos no Brasil, e 65% das internações hospitalares de crianças menores de 10 anos. De uma

maneira geral, os índices de mortalidade infantil caem 21% quando são feitos investimentos em

saneamento básico.

Quanto a residências com energia elétrica, 93,1% a possuem, e 81,0% disseram ter rádios e que eles

funcionam. Não os possuem 14,5% e 4,3% declararam que têm, porém não funcionam. (Tab. 62 e 63).

19,3%

37,4%

32,9%

Não sabe / não respondeu

Estudou até a 0

4 série do 1 grau0

Estudou além da 0 04 série do 1 grau

Não estudou

10,5%

GRÁFICO 16

Escolaridade do pai da criança

Referências Bibliográficas

AVANTE – Educação e Mobilização Social. Ser Criança – resultados da pesquisa de avaliação das

competências familiares na atenção de crianças de 0 a 6 anos nos municípios de Salvador e Lauro de

Freitas. Salvador: Unicef, 2007

AVANTE – Educação e Mobilização Social. Mapa de Políticas Públicas e Serviços do Município de Mata

de São João para Crianças de Até 6 Anos. Salvador: Unicef, 2007

AVANTE – Educação e Mobilização Social. Modos de Cuidar – Dever de casa, do Estado e da

sociedade. Salvador: UNICEF, 2008.

BASTOS, Ana Cecília Sousa. Modos de Partilhar: a criança e o cotidiano da família, Taubaté: Cabral

Editora Universitária.

BEM-ESTAR FAMILIAR NO BRASIL (BEMFAM). Pesquisa nacional sobre demografia e saúde 1996:

relatório da pesquisa. Rio de Janeiro, 1997.

BERQUÓ, E.; GARCIA, S.; LAGO, T. (Coord.). Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da

Mulher: PNDS 2006. São Paulo: CEBRAP, 2008. Relatório final. Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pnds/img/relatorio_final_pnds2006.pdf>. Acesso em: 1 dez. 2008.

BIASOLI-ALVES, Zélia Maria Mendes e FISCHMANN, Roseli (org.). Crianças e Adolescentes: Construindo

uma Cultura da Tolerância. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001.

BONDIOLI, Anna e MANTOVANI, Susanna - Manual de Educação Infantil de 0 a 3 anos - uma

abordagem reflexiva – Porto Alegre: ArtMed, 9.ed, 1998

BUJES, Maria Isabel Edelweiss, Escola Infantil, Pra que te quero. IN Educação Infantil – Pra que te

Quero Carmem Maria Crady e Gládis Elise P. da Silva Kaercher (orgs). Porto Alegre:

Artmed Editora, 2001

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde

da Criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar/Ministério da Saúde.

Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.

BRONFENBRENNER, U. –“Uma Família e um Mundo para o Bebê do Século XXI – Sonho e Realidade”.

IN: GOMES – PEDRO, J & PATRICIO, M.F. (Orgs) Bebê XXI – Criança e Família na Viragem do Século.

Lisboa – Fundação Calouste Gulbenkian, 1995, pp115-126

CUNHA, Nylse Helena da Silva - Brinquedoteca: definição, histórico no Brasil e no mundo. IN: O direito

de brincar: A brinquedoteca. FRIEDMANN, Adrian (et al) São Paulo: Scritta: ABRINQ, 1992.

DAHLBERG, Gunilla, MOSS, Peter e PENCE, Alan – Qualidade na educação da primeira infância:

perspectivas pós-modernas,– Porto Alegre: ArtMed, 2003

KRAMER, Sonia e LEITE, Maria Isabel (orgs.). Infância: Fios e desafios da pesquisa –Campinas, SP:

Papirus, 1996

PEDEN, M.; MCGEE, K.; SHARMA, G. The injury chart book: a graphical overview of the global burden

of injuries. Geneva: World Health Organization, 2002. Disponível em:

<http://whqlibdoc.who.int/publications/924156220X.pdf>. Acesso em: 10 dez 2009.

PRATES, Cibeli de Souza e OLIVEIRA, Maria Sanhudo de. "Temas de Saúde em Instituições de Educação

Infantil". IN: CRAIDY, Carmem e KAERCHER, Gládis E. (Orgs) Educação Infantil - Pra que te quero? Porto

Alegre: Artmed Editora, 2001.

SCHWENGBER, Daniela Delias; PICCININI, Cesar Augusto - O impacto da depressão pós-parto para a

interação mãe-bebê – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (www.scielo.br/scielo.php)

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE – Relatório de Gestão 2006, elaborado pela Assessoria Técnica da

Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Salvador, 2006

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE – Relatório Anual do Departamento de Atenção à Saúde, 2006.

Lauro de Freitas, Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas, 2006

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

33

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

34

TEIXEIRA, Ana Carolina Brochado – Família, guarda e autoridade parental - Rio de Janeiro:

Renovar, 2005

UNESCO - Fontes para a Educação Infantil – São Paulo: Fundação ORSA, Cortez Editora, 2003

UNICEF – Competências familiares na atenção às crianças de até 6 anos: avaliação em oito

comunidades brasileiras – HORTA , Bernando Lessa ... (et al.) – Brasília: UNICEF, 2005

UNICEF – Situação Mundial da Infância 2008 – Caderno Brasil, Brasil (DF), janeiro de 2008

UNICEF – Situação Mundial da Infância 2009 – Caderno Brasil, Brasil (DF), janeiro de 2009

UNICEF – Situação da Infância Brasileira – Crianças de até 6 anos – O Direito à Sobrevivência e ao

Desenvolvimento – Brasília, 2005

UNICEF – O município e a criança de até 6 anos - Direitos cumpridos, respeitados e protegidos -

GIRADE, Halim Antonio e DIDONET, Vital (coord.), Brasília, 2005

UNICEF – Situação Mundial da Infância 2008 – Sobrevivência Infantil - Brasília (DF), 2007

VASQUEZ, Maria Luiza e outros – Participação social nos serviços de saúde; concepções dos usuários e

dos líderes comunitários em dois municípios do Nordeste do Brasil – Cad. de Saúde Pública, Rio de

Janeiro 19(2)579-591, mar-abr 2003

WERNECK, Nísia. “Tecendo o amanhã – pela justiça na educação” in: Pela Justiça na Educação,

capítulo 23. Brasília – DF, MEC, FUNDESCOLA, 2000

A N E X O S

Crianças com menos de 6 anos na residência

CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA

TABELA 1

Crianças por sexo, faixa etária e cor da pele

TABELA 2

N

Uma

Duas

Três

Quatro

Cinco

Seis

Mais de seis

TOTAL

307

98

11

4

420

73,1

23,3

2,6

1,0

100

SEXO %

Masculino

Feminino

306

232

552

55,4

42,0

100

FAIXA ETÁRIA

Menores de 1 ano

Entre 1 e 2 anos

Entre 3 a 4 anos

Mais de 5 a 6 anos

Não sabe / não respondeu

73

177

154

126

22

552

31,9

13,2

28,1

22,8

4,0

100

COR DA PELE

Branca

Parda

Preta

Amarela

Indígena

Não sabe / não respondeu

146

348

16

5

5

32

552

26,4

63,0

2,9

0,9

0,9

5,8

100

0

0

0

0

0

0

N %

N %

N %

TOTAL

TOTAL

TOTAL

Crianças com certidão de nascimento e idade de registro

TABELA 3

Crianças com deficiência e tipo de deficiência apresentada

TABELA 4

TOTAL

IDADE DE REGISTRO DASCRIANÇAS COM CERTIDÃO %

TOTAL

CRIANÇAS COM CERTIDÃO DE NASCIMENTO

N %

DEFICIÊNCIA APRESENTADAPELA CRIANÇA* N

N

%

%

* Res

post

as m

últ

ipla

s

Possui

Não possui

Não sabe / não respondeu

TOTAL

Possui

Não possui

Não sabe / não respondeu

Menos de 1 mês

Mais de 1 a 12 meses

Mais de 12 meses

Não sabe / não respondeu

Dificuldade de audição

Não caminha

Tem pé torto

Tem retardo mental

Enxerga pouco ou não enxerga

410

10

N

270

118

11

11

410

65,9

28,8

2,7

2,7

100

-

420

97,6

2,4

-

100

5

2

2

1

2

41,7

16,7

16,7

8,3

16,7

13

404

3

420

3,1

96,2

0,7

100

Tabelas

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

36

Não respondeu 13 2,5

Bloco A | Identificação1

Bloco B | Pré-Natal2

Grau de parentesco do entrevistado com a criança

ACOMPANHAMENTO

TABELA 5

Principal cuidador por idade, cor da pele e estado civil

TABELA 6

N

TOTAL

IDADE

%

N %

Realização e número de consultas Pré-Natal

TABELA 7

Acompanhamento e participação do pai nas consultas Pré-Natal

TABELA 8

TOTAL

NÚMERO DE CONSULTASPRÉ-NATAL REALIZADAS %

TOTAL

REALIZAÇÃO DE CONSULTAS PRÉ-NATAL

N %

PARTICIPAÇÃO N

N

%

%

TOTAL

N

TOTAL

ESTADO CIVIL N %

TOTAL

Avô ou avó

Pai

Mãe

Tio ou tia

Irmão ou irmã

Outros

Não sabe / não respondeu

21

3

389

2

3

2

0

420

5,0

0,7

92,6

0,5

0,7

0,5

0

100

Menos de 18 anos

Mais de 18 a 40 anos

Mais de 41 a 60 anos

Mais de 60 anos

16

372

31

1

3,8

88,6

7,4

0,2

Não sabe / não respondeu 1 0,2

420 100

79

122

201

6

11

420

18,8

29,0

47,9

1,4

2,6

100

COR DA PELE N %

TOTAL 420 100

55

330

25

5

4

13,1

78,6

6,0

1,2

1,0

Branca

Parda

Preta

Amarela

Indígena

Solteiro (a)

Casado (a)

Vive junto

Viúvo (a)

Separado(a)/divorciado(a)

Mãe realizou

Mãe não realizou

Não sabe / não respondeu

410

9

1

420

97,6

2,1

0,2

100

Até 2 consultas

De 3 a 6 consultas

Mais de 7 consultas

Não sabe / não respondeu

14

214

174

8

410

3,4

52,2

42,4

2,0

100

Acompanhou

Não acompanhou

Não sabe / não respondeu

81

324

5

410

19,8

79,0

1,2

100

Participou

Não participou

Não sabe / não respondeu

49

28

4

81

60,5

34,6

4,9

100TOTAL

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

37

Providências possivelmente tomadas pela mãe em caso de atendimento insatisfatório

TABELA 9

N %

Doses de vacina contra tétano recebidas pela mãe durante a gravidez

TABELA 10

N %

Consultar em outro posto

Consultar outro médico no mesmo posto

Não consultar mais

Reclamar da prefeitura / conselho

Reclamar na rádio / jornal

Outros

Não sabe / não respondeu

TOTAL

Não fez vacinação

Fez 1 dose de reforço

Fez de 1 a 2 doses

Fez 3 doses

Já era imunizada

Não sabe / não respondeu

TOTAL

420 100

420 100

Gravidez intencional

TABELA 11

TOTAL

%N CONSUMO DE FUMO

COMSUMO DE ÁLCOOL N

N

%

%

TOTAL

Não sabe / não respondeu

Não sabe / não respondeu

TOTAL

Consumo de fumo e álcool durante a gestação

TABELA 12

Consumiu

Não consumiu

Consumiu

Não consumiu

Foi intencional

Não foi intencional

Mais ou menos

Não sabe / não respondeu

420 100

48

372

0

420

11,4

88,6

0

100

75

343

2

420

17,9

81,7

0,5

100

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

38

121

61

46

88

22

26

56

28,8

14,5

11,0

21,0

5,2

6,2

13,3

10

59

76

192

1

63

2,4

14,0

18,1

45,7

0,2

15,0

171

235

10

4

40,7

56,0

2,4

1,0

Bloco C | Nascimento3

N %

Situações em que a gestante deve ser imediatamente encaminhada ao médico ou há indicativos da proximidade do parto*

TABELA 13

IMEDIATAMENTE ENCAMINHADA AO MÉDICO N %

ESPONTÂNEA ESTIMULADA TOTAL

N %

N % INDICATIVOS DA PROXIMIDADE DO PARTO N %N %

O bebê parou de mexer

A gestante perde líquido

A gestante tem dor de cabeça

A gestante tem convulsões

A gestante tem febre muito alta

A gestante tem dores e cólicas muito fortes

A gestante tem inchaço anormal de pernas e braços

A gestante tem ardência ao urinar

A gestante tem vomitado muito

A gestante tem as dores do parto

A gestante tem perda de catarro (muco, clara de ovo)

A gestante tem perda de d´água (líquido)

* Res

post

as m

últ

ipla

s

Local de nascimento

TABELA 14

TOTAL

%N

N

N

%

%

Presença de parteira e familiar na hora do parto

TABELA 15

PRESENÇA DE PARTEIRA

PRESENÇA DE FAMILIAR

N %FAMILIAR PRESENTE

TOTAL

TOTAL

TOTAL

Hospital ou maternidade

Em casa

Outro

Não sabe / não respondeu

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

Pai da criança

Avô da criança

Avó da criança

Tio da criança

Tia da criança

Outro

Não sabe / não respondeu

398

17

3

2

420

94,8

4,0

0,7

0,5

100

12

4

1

17

70,6

23,5

5,9

100

78

327

15

420

18,6

77,9

3,6

100

28

10

14

3

12

10

1

78

35,9

12,8

17,9

3,8

15,4

12,8

1,3

100 CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

39

41

85

26

58

217

22

26

39

A gestante tem sangramento 235

129

9,9

56,5

30,8

20,4

6,3

13,9

52,3

5,3

6,3

9,4

331

171

278

209

357

339

184

265

344

288

79,8

41,1

66,3

50,1

86,0

81,1

44,3

63,5

82,9

69,4

372

406

407

294

383

397

401

287

370

327

89,6

97,6

97,1

70,5

92,3

95,0

96,6

68,8

89,2

78,8

316

60

218

75,4

14,4

52,0

90

264

178

21,5

63,5

42,5

406

324

396

96,9

77,9

94,5

Bloco D | Alimentação4

N %

Razões para procura imediata de médico após o parto*

TABELA 16

N %

ESPONTÂNEA ESTIMULADA TOTAL

N %

A gestante tem febre

A gestante tem corrimento com cheiro forte

A gestante tem sangramento

A gestante tem dor na parte de baixo da barriga

123

29

198

150

29,6

7,0

47,6

36,1

257

364

184

207

61,8

87,5

44,2

49,9

380

393

382

357

91,3

94,5

91,8

86,0

* Res

post

as m

últ

ipla

s

Retorno da gestante ao médico nos dois mesessubsequentes ao parto

TABELA 17

TOTAL

%N

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

156

247

17

420

37,1

58,8

4,0

100

Amamentação logo após o parto

TABELA 18

TOTAL

%N

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

A mãe durante a amamentação*

TABELA 19

%N

* Res

post

as m

últ

ipla

s -

es

tim

ula

da

* Res

post

as e

stim

ula

da

Oferta de líquidos e alimentos à criança doente*

TABELA 20

TOTAL

OFERTA DE LÍQUIDOS À CRIANÇA DOENTE

%N

Não sabe / não respondeu

OFERTA DE ALIMENTOSÀ CRIANÇA DOENTE

Conversava com vizinho (a)

Alimentava outra criança

Tocava a criança

Olhava nos olhos da criança

Conversava com a criança

Oferece a mesma quantidade de sempre

TOTAL

%N

Não sabe / não respondeu

Oferece a mesma quantidade de sempre

Oferece maiorquantidade de líquidos

Oferece menor quantidade de líquidos

Oferece maior quantidade de alimento

Oferece menor quantidade de alimento

420 100

420 100

420 100

355

62

3

84,5

14,8

0,7

129

24

341

360

348

30,7

5,7

81,2

85,7

82,9

97

232

88

3

23,1

55,2

21,0

0,7

139

106

174

1

33,1

25,2

41,4

0,2

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

40

D1 Alimentação | APENAS PARA CRIANÇAS COM MAIS DE 6 MESES

Período de amamentação e que a criança apenas mamou

TABELA 21

AMAMENTAÇÃO

APENAS MAMOU

N %

N %

TOTAL

TOTAL

393 100

100

Alimentação da criança nas 24hs anteriores à entrevista*

TABELA 22

N %

* R

esp

ost

as m

últ

ipla

s -

es

tim

ula

da

D2 Alimentação | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADES ENTRE 1 E 6 ANOS

Nunca mamou

Mamou até os 6 meses

0Mamou até o 1 ano

Mamou mesmo 0depois do 1 ano

Não sabe / não respondeu

Menos de 1 mês

De 1 até 2 meses

De 3 até 5 meses

Mais de 6 meses

Não sabe / não respondeu

Leite de vaca ou leite em pó

Suco de frutas

Frutas

Legumes / verduras

Arroz, farinha ou pão

Ovos

Carne ou peixe

Feijão

Gogó / Mingau

17

170

74

112

20

4,3

43,3

18,8

28,5

5,1

92

105

83

80

16

376

24,5

27,9

22,1

21,3

4,3

314

183

187

165

330

89

269

321

176

74,8

43,6

44,5

39,3

78,6

21,2

64,0

76,4

41,9

Atitudes quando a criança não quer comer noalmoço ou janta

TABELA 23

N %

Deixa não fazer a refeição

Deixa não fazer a refeiçãoe dá um lanche mais tarde

Força a criança a comer

Dá uma comida diferente

Outro

Não sabe / não respondeu

16

47

52

103

16

26

368

4,3

12,8

14,1

28,0

4,3

7,1

100TOTAL

Mais tarde, dá a mesma comida

Inventa brincadeiras para ajudar a criança a comer

51 13,9

57 15,5

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

41

Bloco F | Prevenção e tratamento 6Bloco E | Suplementação5

Tipo de sal utilizado pela família

TABELA 26

%N

TOTAL 420 100

Sal iodado

Sal não iodado

Sal para consuma animal

Embalagem não visível

336

1

2

81

80,0

0,2

0,5

19,3

Remédio com ferro no último trimestre

TABELA 25

TOTAL

%N

420 100

Recebeu

Não

Não sabe / não respondeu

171

235

14

40,7

56,0

3,3

Vitamina A

TABELA 24

%N

%N

TOTAL

TOTAL

NÚMERO DE VEZES

420 100

330 100

Já foi ministrada

Nunca foi ministrada

Não sabe / não respondeu

Uma vez

Duas vezes

Três vezes

Quatro vezes

Cinco vezes

Seis vezes

Sete vezes

Oito vezes

Nove vezes

Dez vezes

Não sabe / não respondeu

330

84

6

78,6

20,0

1,4

95

109

54

32

6

7

-

1

13

-

13

28,8

33,0

16,4

9,7

1,8

2,1

-

0,3

3,9

-

3,9

Desenvolvimento 224 55,4

Criança com cartão ou caderneta de saúde

TABELA 27

%N

%

%

N

N

TOTAL

APRESENTOU CARTÃO OUCADERNETA DE SAÚDEQUANDO SOLICITADO

420 100

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

TOTAL

MARCAÇÃO NO CARTÃOOU CADERNETA DE SAÚDE(RESPOSTAS MÚLTIPLAS)

414

5

1

98,6

1,2

0,2

404

10

-

414

97,6

2,4

-

100

Vacina

Peso

404

383

100

94,8

Respeito ao esquema vacinal

TABELA 28

TOTAL

%N

420 100

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

394

4

6

97,5

1,0

1,5

Recebimento de informações sobre o desenvolvimento da criança

TABELA 29

TOTAL

%N

420 100

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

378

42

-

90,0

10,0

-

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

42

de doenças

Impressão do entrevistado / cuidador da criança sobre o seu crescimento

TABELA 30

Não sabe / não respondeu

%N

28 6,7

TOTAL 420 100

Está bem

Está mais ou menos

Não está crescendo bem

302

78

12

71,9

18,6

2,9

N %

Situações nas quais uma criança deve ser levada com urgência ao médico*

TABELA 31

N %

ESPONTÂNEA ESTIMULADA TOTAL

N %

Criança tem tosse com febre alta

Criança não consegue mamar no peito

Criança fica com a pele muito amarelada

Criança fica cada vez mais doente

Criança fica com febre

Criança respira com dificuldade

Criança tem sangue nas fezes

Criança bebe pouco líquido

Criança tem diarréia

Criança tem vômito

Criança tem olhos fundos, sede intensa e moleza extrema

Criança fica com mãos, lábios e pés arroxeados

Criança tem ataque, convulsão

Criança respira rápido com chiado

* Res

post

as m

últ

ipla

s

N %

Situações nas quais o entrevistado / cuidador da criança lavou as mãos no dia anterior à entrevista e situações em que a mãe lava suas mãos ou as da criança*

TABELA 32

ENTREVISTADO / CUIDADOR DA CRIANÇA LAVOU AS MÃOS NO DIA ANTERIOR À ENTREVISTA

N %

ESPONTÂNEA ESTIMULADA TOTAL

N %

N % MÃE LAVA SUAS MÃOS OU AS DA CRIANÇA N %N %

196

40

260

154

145

22

49,9

12,2

64,8

41,5

43,7

72,0

197

287

141

217

187

102

50,1

87,8

35,2

58,5

56,3

28,0

393

327

401

371

332

364

93,6

77,9

95,5

88,3

79,0

86,7

Depois de ir ao banheiro

Depois de trocar as fraldas ou levar a criança ao banheiro

Antes de cozinhar

Antes de dar comida para a criança

Depois de ir ao banheiro

Antes de comer

* Res

post

as m

últ

ipla

s

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

43

14

16

92

330

70

29

14

268

272

204

17

8

24

46

3,4

3,8

22,1

78,9

16,8

7,0

3,4

64,1

64,8

48,7

4,1

1,9

5,8

11,0

300

372

312

69

327

363

243

135

137

201

377

368

377

349

71,9

89,4

74,8

16,5

78,6

87,5

58,8

32,3

32,6

48,0

90,2

88,2

90,6

83,5

314

388

404

399

397

392

257

403

409

405

394

376

401

395

74,8

92,4

96,2

95,0

94,5

93,3

61,2

96,0

97,4

96,4

93,8

89,5

95,5

94,0

Bloco G | Estimulação psicossocial7

N %

Cuidados para prevenir dengue ou malária*

TABELA 33

N %

ESPONTÂNEA ESTIMULADA TOTAL

N %

26 316 92,4 342Uso de mosqueteiro

238 170 41,7 408Manutenção do pátio limpo

287 112 28,1 399Manter os recipientes de água sempre fechados

198 172 46,5 370Pátio sem pneus

297 106 26,3 403Pátio sem garrafas vazias ou sacos plásticos

6 84 20,0 90Uso de telas nas janelas e portas

10 111 26,4 121Uso de repelente fora de casa

4 151 36,0 155Não tomar banho de rio ao anoitecer

7,6

58,3

71,9

53,5

73,7

6,7

8,3

2,6

81,4

97,1

95,0

88,1

96,0

21,4

28,8

36,9

* R

esp

ost

as

múlt

ipla

s

Família almoçou ou jantou junta nas 24hs que antecederam a entrevista

TABELA 34

TOTAL

%N

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

248

172

-

420

59,0

41,0

-

100

Existência de jornais, livro, livro infantil ou com gravuras / figuras ao alcance da criança

TABELA 35

N

N

%

%JORNAIS OU LIVROS

LIVRO INFANTIL OU COM GRAVURAS / FIGURAS

TOTAL

TOTAL

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

288

129

3

420

68,6

30,7

0,7

100

197

209

14

420

46,9

49,8

3,3

100

Hábito diário de brincar, conversar ou ler para a criança

TABELA 36

TOTAL

%N

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

349

69

2

420

83,1

16,4

0,5

100* R

esp

ost

as

múlt

ipla

s -

esti

mula

das

Objetos utilizados pela criança para brincar

TABELA 37

N %

Bola

Lápis ou giz de cera

Boneco (a))

290

395

285

Brinquedos feitos por adultos (peão, pipa, etc)

33 7,9

Objetos da casa (panelas, colheres, canecos, etc) 137

Objetos e materiais de fora da casa (pedra, graveto, etc)

189

32,6

45,0

Brinquedos que tocam música 201

Brinquedos de encaixar(montar e desmontar)

121

47,9

28,8

Brinquedos de movimento(corda, chocalho, raquetes)

114 27,1

69,0

94,0

67,9CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

44

N

N

N

%

%

%

Presença de televisão na residência, número de horas que a criança assiste TV e seleção prévia da programação / orientação sobre o conteúdo

TABELA 39

TELEVISÃO NA RESIDÊNCIA

N° DE HORAS QUE A CRIANÇA ASSISTE TV

SELEÇÃO DA PROGRAMAÇÃOASSISTIDA PELA CRIANÇA

TOTAL

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

390

27

3

420

92,9

6,4

0,7

100

TOTAL

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

255

86

15

356

71,6

24,2

4,2

100

TOTAL

Não assiste

Menos de 3 horas

Mais de 3 a 6 horas

Mais de 6 horas

Não sabe / não respondeu

64

240

69

14

3

390

16,4

61,5

17,7

3,6

0,8

100

Criança brinca com outras crianças

TABELA 38

TOTAL

%N

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

334

84

2

420

79,5

20,0

0,5

100

N %

Envolvimento da mãe, do pai ou do cuidador da criança na semana anterior à entrevista

TABELA 40

N %

SEMPRE ÀS VEZES NÃO

N %

235 109 26,8 62Brincou com a criança

310 71 17,4 26Conversou com a criança

302 48 11,8 58Cuidou da criança

205 113 27,8 89Passeou com a criança

238 75 18,5 93Ajudou a dar de comer à criança

57,9

76,2

74,0

50,4

58,6

15,3

6,4

14,2

21,9

22,9

* Res

post

as m

últ

ipla

s

Atividades realizadas por membros da família (15 anos ou mais) com a criança*

TABELA 41

N %

31Brincou com brinquedos que fazem som / barulho

41Cantou para a criança

10Jogou bola ou objetos que rolam

22Brincou com objetos pequenos

59,6

78,8

19,2

42,3

* Res

post

as m

últ

ipla

s

Base: 52 crianças

G1 Estimulação psicossocial | APENAS PARA CRIANÇAS COM MENOS DE 1 ANO

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

45

Atividades realizadas por membros da família (15 anos ou mais) com a criança*

TABELA 42

N %

79Cantou para a criança

60Jogou bola

83Brincou com brinquedos pequenos

41Desenhou / pintou

68,1

51,7

71,6

35,3

85Levou a criança para passear 73,3

* Res

post

as m

últ

ipla

s

Base: 116 crianças

G2 Estimulação psicossocial | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADES ENTRE 1 E 2 ANOS

Atividades realizadas por membros da família (15 anos ou mais) com a criança*

TABELA 43

N %

70Correu com a criança

74Cantou para a criança

58Jogou bola com a criança

53,4

56,5

44,3

71Brincou com brinquedos pequenos 54,2

64Desenhou / pintou 48,9

79Levou a criança para passear 60,3

9Brincou com quebra cabeça 6,9

* Res

post

as m

últ

ipla

s

Base: 131 crianças

G3 Estimulação psicossocial | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADES ENTRE 3 E 4 ANOS

Atividades realizadas por membros da família (15 anos ou mais) com a criança*

TABELA 44

N %

108Ensinou o alfabeto / as letras

106Ensinou a ler ou escrever

103Ensinou a criança à como sair com outras crianças

89,3

87,6

85,1

116Ensinou a criança à como se comportar na escola 95,9

60Jogou bola 49,6

50Andou de bicicleta, cavalo, etc 41,3

* Res

post

as m

últ

ipla

s

Base: 121 crianças

G4 Estimulação psicossocial | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADES ENTRE 5 E 6 ANOS

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

46

Bloco H | Gerenciamento do comportamento8

Questionamento sobre o desejo da criança de acompanhar o entrevistado / o cuidador em determinada atividade

TABELA 45

%N

Pergunta sempre e só leva a criança quando quer

Não pergunta e sempre leva a criança

Não pergunta nem leva a criança

168

142

27

40,0

Pergunta sempre, mas leva mesmo quando a criança não deseja ir junto

72 17,1

33,8

6,4

TOTAL 420 100

Não sabe / não respondeu 2 0,5

Outro 9 2,1

N %

Atitudes tomadas pelo entrevistado / cuidador da criança em caso de comportamento inadequado

TABELA 46

N %

ESPONTÂNEA ESTIMULADA TOTAL

N %

Dá um castigo

Faz ameaças

Bate na criança

Diz não e explica porque o comportamento é inadequado

Dá umas palmadas

Grita com a criança

Diz não ou pára

Distrai a criança

Manda a criança sentar, ir para o quarto ou a leva embora

Não sabe / não respondeu

Responsável pela criança na ausência do cuidador

TABELA 47

N

Avô da criança

Avó da criança

Pai da criança

Tio da criança

Tia da criança

Criança menor que 10 anos

Criança com 10 anos ou maior

TOTAL

72

123

72

6

420

17,1

29,3

17,1

1,4

100

%

51

11

18

12,1

Vizinho

Criança vai junto

Criança fica sozinha

Outro

Não sabe / não respondeu

12

27

2

19

2,9

6,4

0,5

4,5

7 1,7

2,6

4,3

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

47

131

44

93

146

148

96

75

34

16

31,4

10,6

22,5

35,4

35,6

15,5

18,0

8,3

3,9

94

169

96

206

168

206

273

263

253

22,5

40,7

23,2

49,9

40,4

49,6

65,6

63,8

61,7

417

415

414

413

416

415

416

412

410

99,3

98,8

98,6

98,3

99,0

98,8

99,0

98,1

97,6

Bloco I | Proteção9

Decisões de consumo (o que e quanto) relacionadas às necessidades da criança

TABELA 49

N

Eu mesmo (a) decido

Os avós decidem

O pai decide

A mãe decide

170

15

65

151

40,5

3,6

15,5

36,0

%

TOTAL 420 100

Outros

Não sabe / não respondeu

15 3,6

4 1,0

Criança presenciando briga violenta na família

TABELA 48

TOTAL

%N

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

63

356

1

420

15,0

84,8

0,2

100

cuidados para evitar acidentes*

TABELA 50

N %

22Criança dorme na mesma cama dos pais

47Criança dorme longe do fogão, vela ou lamparina

43Criança dorme longe do chão

18Criança dorme longe das tomadas elétricas

42,3

90,4

82,7

34,6

40Objetos pequenos ficam fora do alcance da criança

28Criança não fica sozinha

76,9

53,8

* Res

post

as m

últ

ipla

s e

esti

mula

das

Base: 43 crianças

I1 Proteção | APENAS PARA CRIANÇAS COM MENOS DE 1 ANO

* Res

post

as m

últ

ipla

s e

esti

mula

das

cuidados para evitar acidentes*

TABELA 51

N %

344Os cabos das panelas ficam para dentro do fogão

358Criança dorme longe do fogão, vela ou lamparina

333Criança dorme longe do chão

126As tomadas elétricas ficam tampadas

93,5

97,3

90,5

34,2

346Os medicamentos ficam fora do alcance da criança 94,0

324Detergente, veneno, água sanitária, ou hipoclorito de sódio ficam fora do alcance da criança

319Facas e tesouras ficam fora do alcance da criança

88,0

86,7

224A criança não brinca com fogos de artifício ou fogueira

60,9

Base: 377 crianças

I2 Proteção | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADE IGUAL OU MAIOR QUE 1 ANO

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

48

Bloco J | Conscientização, demanda e uso de serviços10

%

%

N

N

PARTICIPAÇÃO EM REUNIÕES SOBRE O SERVIÇO DE SAÚDE

DOS SERVIÇOS DISPONÍVEIS NO LOCAL DE RESIDÊNCIA* Posto de saúde 187 44,5

Pronto socorro ou hospital 94 22,4

Creche 117 27,9

Pré - escola 369 87,9

Serviço de assistência social 79 18,8

Polícia 103 24,5

Não há reunião 95 22,6

Não participa 234 55,7

Participa 87 20,7

TOTAL

Não sabe / não respondeu 4

420

1,0

100

A participação do entrevistado ou cuidador em reuniões, a disponibilidade e a solicitação referentes aos serviços locais

TABELA 52

* R

esp

ost

as m

últ

ipla

s

TOTAL

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

111

293

16

420

26,4

69,8

3,8

100

%N SOLICITAÇÃO DE CRIAÇÃO DOS SERVIÇOS

Criança na creche

TABELA 53

TOTAL

%N

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

17

211

6

234

7,3

90,2

2,6

100

Criança na pré-escola

TABELA 54

TOTAL

%N

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

163

15

1

179

91,1

8,4

0,6

100

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

49

Conscientização, demanda

e uso de serviços

APENAS PARA CRIANÇAS IDADE ENTRE 0 E 3 ANOS

J1 Conscientização, demanda

e uso de serviços

APENAS PARA CRIANÇAS IDADE ENTRE 4 E 6 ANOS

J2

Bloco M | Aspectos 12

Bloco L | Mães que tiveram 11

* Respostas múltiplasBase: 44 mães

A mãe nas duas semanas que antecederam a entrevista*

TABELA 55

N

Sentiu-se triste ou infeliz na maior parte do tempo

Perdeu o interesse pelas coisas (trabalho ou lazer)

Sentiu dificuldade em gostar de atividades diárias

10

6

10

22,7

13,6

22,7

%

Teve dificuldade de pensarcom clareza

9 20,5

O trabalho diário tornou-seum sofrimento

Teve dificuldade para tomar decisões

4

6

9,1

13,6

Sentiu-se permanentementecansada

15 34,1

Letramento e escolaridade do entrevistado /cuidador da criança

TABELA 58

N

Lê e escreve

Não lê nem escreve

374

46

89,0

11,0

%N

TOTAL 420 100

Não sabe / não respondeu - -

LETRAMENTO

N

Não estudou 31 7,4

Estudou até a 4ª série doensino básico

188 44,8

Estudou além da 4ª série do ensino básico

200 47,6

%N

TOTAL 420 100

Não sabe / não respondeu 1 0,2

ESCOLARIDADE

Letramento e escolaridade do pai da criança

TABELA 59

N

Lê e escreve

Não lê nem escreve

322

87

76,7

20,7

%N

TOTAL 420 100

Não sabe / não respondeu 11 2,6

LETRAMENTO DO PAI

N

Não estudou 81 19,3

Estudou até a 4ª série doensino básico

157 37,4

Estudou além da 4ª série do ensino básico

138 32,9

%N

TOTAL 420 100

Não sabe / não respondeu 44 10,5

ESCOLARIDADE DO PAI

Atitudes tomadas pela mãe quanto aos seus sentimentos e comportamentos nas 2 semanasantecedentes à entrevista*

TABELA 56

Base: 15 mães

N

Conversaria com a família ou amigos

Iria à igreja / falaria com padre ou pastor

Procuraria serviço de saúde

15

1

5

100

6,7

33,3

%

Tomaria remédio sem procurar o médico 4 26,7

* Respostas múltiplas

TABELA 57

Base: 29 mães

N

Conversou com a família ou amigos

Foi à igreja / falou com padre ou pastor

Procurou serviço de saúde

11

2

8

37,9

6,9

27,6

%

Tomou remédio sem procurar o médico 2 6,9

* Respostas múltiplas

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

50

filhos nos últimos 6 meses

Socioeconômicos

Atitudes que a mãe tomaria quanto aos seus sentimentos e comportamentos nas 2 semanasantecedentes à entrevista*

Tipo de sanitário / privada existente na residência e tipo de ligação

TABELA 61

TOTAL 420 100

Sanitário com descarga 263 44,9

Sanitário sem descarga 56 31,3

Não há 97 20,5

Casinha / fossa negra 1 2,4

Fossa rudimentar 122 38,2

Vala 5 1,6

Não sabe / não respondeu 3 1,0

N %NTIPO DE SANITÁRIO

Rede de esgoto 27 8,5

Fossa séptica 164 51,4

Rio / lagoa / mar 1 0,3

Outros - -

TOTAL 319 100

Não sabe / não respondeu - -

N %NLIGAÇÃO

Residência com energia elétrica

TABELA 62

TOTAL

%N

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

391

29

-

419

93,1

6,9

-

100

Residência com rádio

TABELA 63

%N

Sim, e funciona 340 81,0

Sim, mas não funciona 18 4,3

TOTAL

Não tem

Não sabe / não respondeu

61

1

420

14,5

0,2

100

Fonte da água utilizada para beber e hábito de ferver a água que não provem da rede pública antes do consumo

TABELA 60

N %NFONTE D´ÁGUA UTILIZADA

Cacimbão 52 12,4

Rio / riacho / lagoa / açude 17 4,0

Rede pública 268 63,8

Chafariz - -

Nascente / olho d´água 32 7,6

Outros 50 11,9

TOTAL 420 100

Não sabe / não respondeu 1 0,2

TOTAL 152 100

Não 188 77,6

Sim 21 13,8

Não sabe / não respondeu 13 8,6

N %NHÁBITO DE FERVER A ÁGUA

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

51

Questionários

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

52

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

53

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

54

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

55

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

56

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

57

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

58

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

59

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

60

CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

61

BLOCO M – SOCIOECONÔMICO

90. Você sabe ler e escrever? [M01] Sim 1

Não 2

91.

Até que série você estudou na escola? [M02] Não estudou 0

Até a 4ª série do 1º grau 1

Além da 4ª série do 1º grau 2

92.

O pai de <CRIANÇA> sabe ler e escrever? [M03] Sim 1

Não 2

Ignorado 9

93.

Até que série o pai de <CRIANÇA> estudou na escola? [M04] Não estudou 0

Até a 4ª série do 1º grau 1

Além da 4ª série do 1º grau 2

Ignorado 9

94.

De onde vem a água da casa usada para beber?

SE FOR DA REDE PÚBLICA Î 96

[M05] Rede pública 1

Chafariz 2

Cacimbão, poço 3

Rio, riacho, lagoa, açude 4

Nascente/Olho d’água 5

Outro _______________ 6

95.

SE NÃO FOR DA REDE PÚBLICA: A água é fervida antes

de beber?

[M06] Sim 1

Não 2

96.

Como é a privada da casa?

SE NÃO HÁ SANITÁRIO Î 98

[M07] Sanitário com descarga 1

Sanitário sem descarga 2

Casinha/ fossa negra 3

Não há 4

97.

SE HÁ SANITÁRIO: O esgoto dessa privada está ligado a: [M08] Rede de esgoto 1

Fossa séptica 2

Fossa rudimentar 3

Vala 4

Rio, lagoa ou mar 5

Outro ________________ 6

98.

Na sua casa, há energia elétrica? [M09] Sim 1

Não 2

99. Na sua casa, há rádio? [M10] Sim, funciona 1

Sim, não funciona 2

Não 3CR

IAN

ÇA

PE

QU

EN

A

62

BLOCO L – ESTRESSE E DEPRESSÃO

APENAS PARA AS MÃES QUE TIVERAM FILHO NOS ÚLTIMOS SEIS MESES

As perguntas abaixo se referem a como você se sentiu nas últimas duas

semanas. Por favor, responda se, desde <DIA DA SEMANA> de duas

semanas atrás, houve dias em que....

Sim Não NSA

81.

Você se sentiu triste ou infeliz a maior parte do tempo? [L01] 1 2 8

82.

Você perdeu interesse pelas coisas (seu trabalho ou

outras coisas de que gosta)?

[L02] 1 2

83.

Era difícil gostar das suas atividades diárias? [L03] 1 2

84.

Era difícil pensar com clareza? [L04] 1 2

85.

Seu trabalho diário era um sofrimento? [L05] 1 2

86.

Teve dificuldade para tomar decisões? [L06] 1 2

87.

Você sentiu cansaço sempre? [L07] 1 2

SE SIM EM ALGUMA DAS PERGUNTAS ENTRE 81 E 87

88.

O que você fez quando (CITAR A(S) PERGUNTA(S) COM RESPOSTA

SIM)

AS OPÇÕES NÃO DEVEM SER LIDAS

Sim Não NSA

Conversou com a família ou amigos [L08] 1 2 8

Foi à igreja / Falou com o padre (pastor) [L09] 1 2

Procurou o serviço de saúde [L10] 1 2

Tomou um remédio sem procurar o médico [L11] 1 2

SE NÃO EM TODAS AS PERGUNTAS ENTRE 81 E 87

89. O que você faria se tivesse sentido alguma dessas coisas que eu acabei de falar?

AS OPÇÕES NÃO DEVEM SER LIDAS

Sim Não NSA

Conversaria com a família ou amigos [L12] 1 2 8

Iria à igreja / Falaria com o padre (pastor) [L13] 1 2

Procuraria o serviço de saúde [L14] 1 2

Tomaria um remédio sem procurar o médico [L15] 1 2

A AVANTE EDUCAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL é uma organização social

sem fins lucrativos, fundada em 1996, em Salvador, Bahia, Brasil. Em 2002,

coordenou, em parceria com o UNICEF e a Prefeitura Municipal de Salvador,

o programa Atenção Integral e Integrada – Direito da Criança, envolvendo

os centros comunitários de educação infantil do Subúrbio Ferroviário e da

península de Itapagipe e um centro de educação infantil público – CEI Cid

Passos. Dois anos depois, essa mesma parceria produziu o documento

Diretrizes para Atenção Integral e Integrada à Criança de 0 a 6 anos do

município de Salvador.

Através deste e de outros projetos de que tem participado, desenvolveu sua

metodologia própria de capacitação de adultos baseada na participação ativa,

na construção coletiva de conceitos, procedimentos e atitudes e na apre-

sentação e discussão de conteúdos indicados pelos próprios participantes.

Quando da elaboração, pelo UNICEF, do kit FBF – Família Brasileira

Fortalecida, a AVANTE teve a satisfação de contribuir com sugestões ao

material, bem como de atuar na capacitação de reeditores sociais –

professores, agentes comunitários de saúde, assistentes sociais,

enfermeiras – para disseminação dos conteúdos desse Kit junto às famílias

da criança pequena e em atividades voltadas ao fortalecimento do Sistema

de Garantia de Direitos.

Nos últimos anos – 2006 a 2009 – a AVANTE foi executora dos projetos

Família Cidadã, Criança Cidadã e Família, Direitos e Cidadania, realizados

em Salvador e Lauro de Freitas e Tecendo a Manhã, executado em Mata de

São João. Esses três projetos, assim como o Tecendo a Manhã em Euclides

da Cunha, iniciaram-se pela Pesquisa de Avaliação de Competências

Familiares em relação às Crianças de 0 a 6 anos, visando ao levantamento de

dados necessários à construção de uma linha de base do exercício destas

competências, em cada um dos quatro municípios pesquisados.

A presente publicação traz os principais resultados referentes à pesquisa

das Competências Familiares, realizada em agosto/setembro de 2009 junto

a 420 famílias do município de Euclides da Cunha.

A EXPERIÊNCIA DA AVANTE NA CONSTRUÇÃO DA

GARANTIA DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS PEQUENAS