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Crise dos mísseis de Cuba Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Este artigo ou se(c)ção cita uma ou mais fontes fiáveis e independentes, mas ela(s) não cobr todo o texto(desde julho de 2012). Por favor, melhore este artigo providenciando mais fontes fiáveis e independentes e inserindo-as em notas de rodapé ou no corpo d texto, conforme o livro de estilo . Encontre fontes: Google notícias , livros , acadêmico Scirus Bing . Veja como referenciar e citar as fontes . Crise dos mísseis de Cuba Parte da(o) Guerra Fria Fotografia da CIA do míssil núclear "SS-4 ". Data 16 de outubro de 1962 - 28 de outubro de 1962 Local Cuba Desfec ho Retirada dos mísseis soviéticos deCuba Retirada dos mísseis americanos da Turquia e Itália Acordo de que nunca haveria invasão americana à Cuba Criação de uma linha direta entreMoscow e Washington Status Encerrada Combatentes Estados Unidos Turquia Itália União Soviética Cuba Apoio:

Crise Dos Mísseis de Cuba

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Page 1: Crise Dos Mísseis de Cuba

Crise dos mísseis de CubaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Este artigo ou se(c)ção cita uma ou mais fontes fiáveis e independentes, mas ela(s) não cobre(m) todo o texto(desde julho de 2012).Por favor, melhore este artigo providenciando mais fontes fiáveis e independentes e inserindo-as em notas de rodapé ou no corpo do texto, conforme o livro de estilo.Encontre fontes: Google — notícias, livros, acadêmico — Scirus — Bing. Veja como referenciar e citar as fontes.

Crise dos mísseis de Cuba

Parte da(o) Guerra Fria

Fotografia da CIA do míssil núclear "SS-4".

Data 16 de outubro de 1962 - 28 de outubro de 1962

Local CubaDesfecho

Retirada dos mísseis soviéticos deCuba

Retirada dos mísseis americanos

da Turquia e Itália

Acordo de que nunca haveria invasão

americana à Cuba

Criação de uma linha direta

entreMoscow e WashingtonStatus Encerrada

Combatentes

 Estados Unidos

 Turquia

 Itália

Apoio:

 OTAN

 União Soviética Cuba

Apoio:

 Pacto de Varsóvia

Principais líderes

 John F. Kennedy Robert McNamara Maxwell D. Taylor Curtis LeMay

 Nikita Khrushchev Rodion Malinovsky Issa Pliyev Georgy Abashvili

Page 2: Crise Dos Mísseis de Cuba

 George W. Anderson,

Jr. Cemal Gürsel

 Fidel Castro Raul Castro Che Guevara

Vítimas

1 aeronave destruída, 1 aeronave danificada e 1 piloto morto

A crise dos mísseis de Cuba (em inglês Cuban Missile Crisis), ocorrido em Outubro de 1962, foi um dos momentos de maior tensão da Guerra Fria. A crise é conhecida pelos russos como "crise caribenha" (em russo: Карибский кризис, transl.Karibskiy krizis) e pelos cubanos como "crise de outubro" (em espanhol: Crisis de Octubre).

Índice

  [esconder] 

1 Início

2 Os Treze Dias

3 Consequências

4 Participação brasileira

5 Referências

6 Bibliografia

7 Ver também

Início[editar | editar código-fonte]

Alcance dos mísseis soviéticos instalados em Cuba.

A crise começou quando os soviéticos, em resposta a instalação de mísseis nucleares naTurquia, Grã-Bretanha e Itália 1  em 1961 e à invasão de Cuba pelos estado-unidenses no mesmo ano, instalaram mísseis nucleares em Cuba. Em 14 de Outubro, os Estados Unidos divulgaram fotos de um voo secreto realizado sobre Cuba apontando cerca de quarenta silos para abrigar mísseis nucleares. Houve uma enorme tensão entre as duas super-potências pois uma guerra nuclear parecia mais próxima do que nunca. O governo de John F. Kennedy, apesar de suas ofensivas no ano anterior, encarou aquilo como um ato de guerra contra os Estados Unidos.

Nikita Kruschev, o Primeiro-ministro da URSS à época, afirmou que os mísseis nucleares eram apenas defensivos, e que tinham sido lá instalados para dissuadir outra tentativa de

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invasão da ilha. Anteriormente, em 17 de abril de 1961 (logo após o voo de Yuri Gagarin), o governo Kennedy já tinha tentado um fracassado desembarque na Baía dos Porcos (operação planejada pela CIA, que usou os refugiados da ditadura de Fulgêncio Batista como peões na fracassada tentativa de derrubar o regime cubano). Mas agora a situação era muito mais séria.

Nenhum presidente dos Estados Unidos poderia admitir a existência de mísseis nucleares daquela dimensão a escassos 150 quilómetros do seu território nacional. O presidente Kennedy acautelou Khruschev de que os EUA não teriam dúvidas em usar armas nucleares contra esta iniciativa russa. Ou desativavam os silos e retiravam os mísseis, ou a guerra seria inevitável.

Os Treze Dias[editar | editar código-fonte]

Vista aérea mostrando base de lançamento de mísseis em Cuba, novembro de 1962

Foram treze dias de suspense mundial devido ao medo de uma possível guerra nuclear, até que em 28 de Outubro Kruschev, após conseguir secretamente uma futura retirada dos mísseis estadunidenses da Turquia, concordou em remover os mísseis de Cuba.

Enquanto os EUA e a URSS negociavam, a população estadunidense tentava defender-se como podia. Nunca antes se tinha comprado tanto cimento e tijolo na história dos EUA depois que John Kennedy ter declarado a verdadeira gravidade da situação pelatelevisão. Milhares de chefes de família, aterrorizados, trataram de cavar nos seus pátios e jardins pequenos abrigos que possibilitassem a sobrevivência da sua família durante a possível guerra nuclear.

Consequências[editar | editar código-fonte]

Na década de 1960, havia uma clara tendência à proliferação dos arsenais nucleares. Por esta razão, e ainda sob o impacto da crise dos mísseis de Cuba, os Estados Unidos, a União Soviética e a Grã-Bretanha assinaram, em 1963, um acordo que proibia testes nucleares na atmosfera, em alto-mar e no espaço (assim, apenas testes subterrâneos poderiam ser legalmente realizados). Em 1968, as duas super-potências e outros 58 países aprovaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. O objetivo desse acordo era tentar conter a corrida armamentista dentro de um certo limite, com ele, os países que já possuíam artefatos nucleares se comprometiam a limitar seus arsenais e os países que não os continham ficavam proibidos de desenvolvê-los, mas poderiam requisitar dos primeiros tecnologia nuclear para fins pacíficos.

Participação brasileira[editar | editar código-fonte]

Segundo documentos revelados pelo National Security Archive em 2012, o Brasil participou secretamente das negociações durante a crise, ajudando a conter "o momento mais perigoso da história da Humanidade", chegando a enviar um representante

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à Havana em 19 de outubro de 1962. Antes, o Departamento Americano solicitou uma aproximação com Castro, mediante intercessão brasileira.2

Guerra da CoreiaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Guerra da Coreia

Parte da(o) Guerra Fria

Data 25 de junho de 1950 - 27 de julho de1953

Local Península da Coreia

Desfecho Cessar-fogo e estabelecimento de uma zona desmilitarizada no Paralelo 38° N, que separa as duas Coreias.

Combatentes

Coreia do Sul Coreia do Norte

Page 5: Crise Dos Mísseis de Cuba

ONU: Estados Unidos Austrália Nova Zelândia Reino Unido

e outros

China União Soviética

Principais líderes

Syngman Rhee Chung Il-kwon Paik Sun-yup Shin Sung-mo Son Won-il Douglas MacArthur Matthew Ridgway Mark W. Clark

Kim Il-Sung Pak Hon-yong Choi Yong-kun Kim Chaek Mao Tsé-Tung Peng Dehuai Deng Hua

Forças

602 9021

 326 8632

 14 1983 4 5

e outros

Total: 972 214 combatentes

266 6006

 1 350 0007

 26 0008

Total: 1 642 600 combatentes

Vítimas

137 899 mortos e450 742 feridos

36 574 mortos e103 284 feridosTotal: 178 224 mortos

215 000-350 000 mortos e 303 000 feridos

150 000-400 000 mortos

282 mortosTotal: 750 000 mortos

* 2,5 milhões de civis mortos ou feridos

A Guerra da Coreia foi travada entre 25 de junho de 1950 a 27 de julho de 1953, opondo a Coreia do Sul e seus aliados, que incluíam os Estados Unidos e o Reino Unido, à Coreia do Norte, apoiada pela República Popular da China e pela antigaUnião Soviética. O resultado foi a manutenção da divisão da península da Coreia em dois países.9

A península da Coreia é cortada pelo paralelo 38° N, uma linha demarcatória que divide dois exércitos, dois Estados: aRepública da Coreia, a sul, e a República Popular Democrática da Coreia, ao norte. Essa demarcação, existente desde 1945por um acordo entre os governos de Moscou e Washington, dividiu o povo coreano em dois sistemas políticos opostos: no norte o comunismo apoiado pela União Soviética, e, no sul, o capitalismo apoiado pelos Estados Unidos.10

A incapacidade de realizar eleições livres em toda a Península coreana, em 1948, aprofundou a divisão entre os dois lados, o do Norte estabeleceu um governo comunista, enquanto o Sul estabeleceu um governo de direita. O paralelo 38 tornou-se cada vez mais uma fronteira política entre os dois Estados coreanos. Embora as negociações de

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reunificação continuassem nos meses que antecederam a guerra, a tensão se intensificou. Escaramuças transfronteiriças e incursões cruzando oparalelo 38 persistiram. A situação se transformou em guerra aberta quando as forças norte-coreanas invadiram a Coreia do Sul em 25 de junho de 1950.11

Em 1950, a União Soviética boicotou o Conselho de Segurança das Nações Unidas, em protesto contra a representação da China pelo governo da República da China, que se refugiara em Taiwan a seguir a derrota na Guerra Civil Chinesa. Na ausência da voz dissidente da União Soviética, que poderia ter vetado, os Estados Unidos e outros países passaram aresolução de número 84, em 7 de julho, no Conselho de Segurança autorizando a intervenção militar na Coreia.12

Os Estados Unidos e 20 outros países das Nações Unidas ofereceram assistência para repelir a tentativa de reunificação das duas Coreia, por parte da Coreia do Norte, sob o regime comunista.9

Índice

  [esconder] 

1   Contexto

o 1.1   Ocupação japonesa (1910–1945)

o 1.2   Invasão soviética-americana (1945)

o 1.3   Divisão da Coreia (1945–1949)

2   Guerra

o 2.1   1950

2.1.1   Primeiras ofensivas

2.1.2   Resposta da ONU e intervenção americana

2.1.3   Intervenção chinesa

o 2.2   1951

2.2.1   Combates no Paralelo 38

2.2.2   Impasse

o 2.3   1952

o 2.4   1953

2.4.1   Armistício

3   Divisão da Coreia

4   Referências

5   Ver também

6   Ligações externas

Contexto[editar | editar código-fonte]

Ocupação japonesa (1910–1945)[editar | editar código-fonte]

Após derrotar a Dinastia Qing na Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894–96), o Império do Japão ocupou militarmente aCoreia – uma península estratégica na "esfera de influência" regional.13 Uma década mais tarde, os japoneses derrotaram aRússia Imperial na Guerra Russo-Japonesa (1904–05), e tornaram a península coreana seu novo protetorado,

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pelo Tratado de Eulsa, em 1905, e então assinaram o tratado de Anexação Japão-Coreia em 1910.14

A Coreia ocupada era considerada parte do Império japonês como uma colônia industrializada, como parte da Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental. Em 1937, o governador da Coreia, o general Jirō Minami, iniciou um processo de assimilação cultural dos 23,5 milhões de coreanos ao banir o uso e o ensino da língua local, proibindo a literatura nacional e promovendo a repressão cultural, implementando à força na sociedade coreana os ensinamentos e tradições japonesas. Em 1939, a população passou a ser obrigada a adotar nomes japoneses sob a regra Sōshi-kaimei. Em 1938, o governo colonial instaurou programas de trabalho forçado.14

Durante a Segunda Guerra Mundial, os japoneses usaram a comida, a pecuária e metais coreanos no esforço de guerra. A presença militar japonesa no país aumentou de 46 000 soldados em 1941 para 300 000 em 1945. O Japão alistou 2,6 milhões de coreanos como força de trabalho. Cerca de 723 000 pessoas foram enviadas para trabalhar em territórios ocupados pelos japoneses no exterior. Em 1942, homens coreanos passaram a ser alistados à força pelo exército imperial japonês. Em janeiro de 1945, os coreanos eram cerca de 32% da força de trabalho japonesa. Em agosto, quando os Estados Unidos lançaram bombas atômicas contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, cerca de 25% dos mortos eram coreanos.15 No fim da guerra, as potências mundiais não mais reconheciam a legalidade da ocupação japonesa sobre a Coreia e sobre a ilha deTaiwan, outro protetorado japonês.

Invasão soviética-americana (1945)[editar | editar código-fonte]

Em novembro de 1943, em uma conferência realizada no Egito, a República da China, o Reino Unido e os Estados Unidos decidiram que "a Coreia se tornaria uma nação independente após a guerra".16 Na Conferência de Ialta, feita em fevereiro de 1945, foi acertado que o país entraria para a "zona de influência" soviética, em troca do apoio destes na guerra contra o Japão.17 Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o Exército vermelho ocupou boa parte do norte da península coreana, como havia sido acertado em acordo com as potências ocidentais e em 26 de agosto de 1945, mas detiveram seu avanço no paralelo 38 e esperaram a invasão americana no sul do país.18

Em 10 de agosto de 1945, com a derrota japonesa próxima, os americanos duvidavam se os soviéticos iriam honrar os acordos da ocupação da Coreia. Um mês antes, os coronéis Dean Rusk e Charles H. Bonesteel III dividiram a península no paralelo 38, assegurando-se que a zona sul tivesse pelo menos dois grandes portos.19 20 Rusk teria justificado o local da divisão no paralelo 38 pois "caso a União Soviética violasse o acordo, a área ocupada pelo exército vermelho estaria ao alcance rápido das forças americanas, [...] era importante colocar a capital da Coreia sob responsabilidade do exército dos Estados Unidos". Os soviéticos aceitaram a demarcação das zonas de ocupação americanas, já que seu foco estava nas negociações com o ocidente sobre como ocupar o leste da europa e também porque eles aceitariam a rendição japonesa nos termos dela.21

Divisão da Coreia (1945–1949)[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Divisão da Coreia

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Cidadãos sul-coreanos protestando contra a ocupação das Coréias por potências estrangeiras, em

dezembro de 1945.

Na Conferência de Potsdam (julho–agosto de 1945), os Aliados decidiram, unilateralmente, dividir a Coreia — sem consultar o povo coreano.22 Em 8 de setembro de 1945, o general americano John R. Hodge chegou em Incheon para aceitar a rendição japonesa no sul do paralelo 38. Apontado como governador militar, Hodge assumiu total controle sobre o sul da Coreia.23

Em dezembro de 1945, a Coreia era administrada por uma Comissão Americano-Soviética, como acertado na Conferência de Moscou, ainda naquele ano. Os coreanos foram excluídos de todas as negociações sobre o futuro do país. A comissão decidiu dar independência a península coreana em 1950, depois de cinco anos de ocupação e de esforços para inclinar a população das zonas ocupadas as ideologias defendidas pelas forças estrangeiras de ocupação. A população coreana se revoltou contra tais determinações. No sul, foram reportados enormes protestos nacionalistas e alguns grupos políticos passaram a pegar em armas.24

Em 1946 as greves assolaram o país inteiro, além de protestos nas grandes cidades.25 A desordem civil foi forte durante todo este ano e conduziu a vários levantes populares. Em 1 de outubro de 1946, a polícia matou três estudantes durante uma revolta em Daegu. Manifestantes armados passaram então a visar a policia, matando 38 oficiais de segurança. Em 3 de outubro, cerca de 10 mil pessoas atacaram uma delegacia de polícia em Yeongcheon, matando 3 policiais e ferindo outros 40. Cerca de 20 proprietários de terra e coreanos suspeitos de serem simpatizantes da antiga ocupação japonesa também foram mortos. As forças de ocupação americanas decidiram então decretar lei marcial.26 Em 3 de abril, uma grande revolta explodiu na Coreia (a Insurreição de Jeju), que terminou com cerca de 60 mil pessoas mortas.27 28

Em 10 de maio de 1948, a Coreia do Sul convocou sua primeira eleição nacional, a que os soviéticos se opuseram.29 Em 25 de agosto, foi a vez da Coreia do Norte ter eleições gerais.30

O governo formado no sul após as eleições tinha uma dura linha anti-comunista e aprovou sua nova constituição em 17 de julho de 1948, elegendo o presidente, Syngman Rhee, em 20 de julho. As eleições foram violentas e pelo menos 600 pessoas morreram durante o processo.31 A República da Coreia (no sul) foi formalmente estabelecida em 15 de agosto de 1948. Na zona de ocupação soviética, o novo governo comunista passou a ser chefiado

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por Kim Il-sung. O regime do presidente Rhee expulsou os comunistas das políticas do sul. Muitos fugiram para as colinas e pegaram em armas para lutar contra o governo de Seul.32

Ambos muito nacionalistas, Syngman Rhee e Kim Il-Sung tinham intenções de reunificar a Coreia sob seu próprio sistema de governo.33 O Norte recebia apoio incondicional da União Soviética e da China. Tiroteios e confrontos nas fronteiras (que passaram a ser militarizadas) se tornaram comuns. A Coreia do Sul era tremendamente limitada em materiais e recursos.33 Durante essa era, o governo americano presumiu que os comunistas (independentemente da nacionalidade) eram diretamente controlados ou influenciados por Moscou. Assim, os Estados Unidos viam a guerra civil na Coreia como uma manobra de hegemonia por parte dos soviéticos.34

No fim de 1948, os soviéticos retiraram seus exércitos do norte, como era previsto nos acordos feitos com o ocidente. Tropas americanas se retiraram do sul em 1949, deixando as forças militares sul-coreanas despreparadas e mal armadas, ao contrário dos vizinhos do norte que estavam fortemente armados com equipamentos russos.35

Guerra[editar | editar código-fonte]

1950[editar | editar código-fonte]

Primeiras ofensivas[editar | editar código-fonte]

No começo de 1950, Kim Il-sung viajou para Moscou e para Pequim à procura de apoio para a guerra iminente. A União Soviética ficou bastante envolvida com a militarização da Coreia do Norte e seus planos para uma ofensiva contra o sul.36 37 Meses antes dos primeiros ataques do Norte, a Agência de Inteligência americana notou uma enorme mobilização militar por parte do forças armadas da Coreia do Norte, mas pensou que era apenas uma "medida defensiva" e concluiu que uma invasão era "improvável".38

Civis sul-coreanos fugindo dos combates, 1950.

Com o objetivo de retaliar supostas pequenas incursões de soldados do sul na fronteira, o exército norte-coreano cruzou a fronteira do paralelo 38, com a proteção de artilharia pesada, em 25 de junho de 1950. Os norte-coreanos haviam declarado que as tropas do exército da Coreia do Sul, sob comando do presidente Syngman Rhee, haviam cruzado a fronteira primeiro e que, por isso, eles pretendiam prender e executar Rhee. As forças armadas de ambos os países já haviam se atacado em pequena escala pela fronteira antes da guerra. A luta começou na península de Ongjin, no oeste, onde os sul-coreanos alegaram ter tomado a cidade de Haeju e rapidamente se tornou em um combate em larga escala por toda a fronteira. Isso levou a crer, para alguns especialistas, que foi o Sul que começou a guerra.39 A força invasora norte-coreana somava mais de 200 mil homens, enquanto as forças de defesa do Sul tinham ao menos 100 mil soldados.40

Em 27 de junho, frente a bem sucedida ofensiva inicial por parte das tropas do norte, o presidente sul-coreano, Rhee, ordenou a evacuação da capital Seul. Antes de fugir, ele ordenou o chamado massacre da liga Bodo, em 28 de junho, onde pelo menos 100 mil suspeitos de simpatia com o comunismo foram executados sem julgamento.41 42 43

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Em 28 de junho, a Coreia do Sul bombardeou as pontes sobre o rio Han para evitar o avanço das forças do norte. Contudo, Seul foi tomada no mesmo dia. Os norte-coreanos então mataram mais de mil pessoas em um hospital universitário no meio da capital, onde membros feridos do governo do sul estavam.44 Alguns integrantes do congresso nacional do Sul permaneceram em Seul e 48 declararam lealdade ao regime comunista do Norte.45 46

Resposta da ONU e intervenção americana[editar | editar código-fonte]

Um tanque americano M-24 no rio Naktong, 1950.

O governo do presidente americano Harry Truman se viu numa encruzilhada. Antes da invasão, a Coreia não era considerada importante no panorama de influência da secretaria de defesa dos Estados Unidos. Os estrategistas militares ocidentais se preocupavam mais com a segurança da Europa contra um ataque da União Soviética. Ao mesmo tempo, os americanos se preocupavam com a possibilidade de que uma guerra na península coreana poderia tomar proporções maiores se os chineses ou os soviéticos decidissem intervir militarmente no conflito.47 Por fim, em 27 de junho, os russos enviaram um comunicado indireto dizendo que não interfeririam na guerra na Coreia, abrindo assim uma brecha para os americanos intervirem com tropas sem reação das demais potências do mundo comunista.48

Em 25 de junho de 1950, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, por unanimidade, a Resolução 82, condenando a invasão da Coreia do Norte contra seu vizinho do sul.49 Dois dias depois, foi aprovado a Resolução 83 que autorizava uma intervenção militar para por fim no conflito. No mesmo dia, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, autorizou que a força aérea e a marinhaamericana atacassem alvos na península coreana para apoiar o sul, o que foi condenado pela União Soviética.50

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O couraçado americano USS   Missouri bombardeando alvos na costa coreana.

O comando da força expedicionária americana ficou a cargo do general Douglas MacArthur.51 Em agosto de 1950, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um orçamento inicial de 12 bilhões de dólares para gastos militares neste conflito.52 Os americanos também começaram a transportar enormes quantidades de armas e equipamentos para os sul-coreanos.53

A batalha pela cidade de Osan foi o primeiro grande combate para as tropas terrestres americanas, mas o pequeno grupo de soldados foi repelido e 180 militares foram mortos, feridos ou capturados. As forças da Coreia do Norte continuaram a avançar para o sul, tomando no caminho a cidade de Daejeon.54 Os comunistas novamente forçaram o recuo dos sul-coreanos e dos seus aliados americanos na cidade de Pusan. Naquela altura, as forças da ONU controlavam diretamente apenas 10% do território da Coreia do Sul.55

Entre agosto e setembro, as forças norte-coreanas foram derrotadas na batalha de Pusan. A força aérea americana então lançou ataques contra linhas de suprimentos e depósitos de munição das forças comunistas, infligindo severas perdas a estes. Ao fim de 1950, os Aliados já se preparavam para lançar um contra-ataque em larga escala.56

Soldados americanos combatendo em Seul, setembro de 1950.

Ao fim de setembro de 1950, a situação das forças comunistas do norte estava se deteriorando. Com poucos suprimentos, sem suporte aéreo ou naval, o norte não podia mais se manter na ofensiva por muito tempo. Para então quebrar em definitivo as forças inimigas em Pusan, o general MacArthur ordenou um ataque anfíbio em larga escala contra a cidade de Incheon. As tropas norte-coreanas na região foram destruídas e os sobreviventes bateram em retirada de forma desordenada.56 Neste momento, os russos aconselharam o ditador Kim Il-sung a recuar para proteger a capital do sul, Seul. Já os chineses aconselharam um contra-ataque em Inchon.57 Contudo, os militares norte-coreanos já haviam sofrido pesadas baixas e não tinham condições de continuar a resistir.56

Em 25 de setembro, Seul foi recapturada pelos sul-coreanos.57 Os bombardeios americanos continuaram a causar severos danos nas forças comunistas e a liderança norte-coreana viu-se obrigada a ordenar a retirada precipitada de suas tropas do sul, para defender a capital Pyongyang.57 Em 27 de setembro, o ditador soviético, Josef Stalin, principal aliado dos norte-coreanos, criticou a ineficácia dos exércitos do norte e também culpou seus conselheiros pelas recentes derrotas dos coreanos.57

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Logo após as vitórias no sul, MacArthur recebeu autorização do presidente Truman para lançar incursões no norte.58 Em 29 de setembro, ele declarou reinstaurado o governo da República da Coreia no sul e colocou novamente Syngman Rhee no poder.57Após reconquistar o sul, as forças coreanas de Rhee começaram a lançar represálias contra simpatizantes do comunismo, massacrando pelo menos 600 pessoas.59 60

Em 30 de setembro, o primeiro-ministro chinês, Zhou Enlai, ameaçou intervir na guerra em favor do norte se os americanos cruzassem o paralelo 38. Zhou também aconselhou os norte-coreanos a recuar e combater em forma de guerrilha, mas o conselho foi ignorado.57 Em outubro, as forças comunistas da fronteira do paralelo foram expulsas de suas posições e os sul-coreanos os perseguiram rumo ao norte.61 Confiante na vitória, MacArthur exigiu a rendição incondicional do norte, mas recebeu uma recusa.57 A capital do norte, Pyongyang, foi tomada pelas forças da ONU em 19 de outubro de 1950.62 Percebendo que o momento da guerra agora era dos Aliados, o general MacArthur acreditava que era preciso levar a guerra até a China. O presidente Truman discordou e ordenou que as forças americanas se detivessem na fronteira chinesa-coreana.63

Intervenção chinesa[editar | editar código-fonte]

Soldados americanos combatendo tropas chinesas na Coreia, em dezembro de 1950.

Em 27 de junho de 1950, dois dias antes da invasão norte-coreana e três meses antes da entrada chinesa no conflito, o presidente Truman despachou a sétima Frota dos Estados Unidos para o estreito de Taiwan, com o fim de evitar hostilidades entre a República Nacionalista da China (Taiwan) e a República Popular da China.64 Em 4 de agosto de 1950, com a invasão de Taiwan abortada pelo governo comunista de Pequim, o líder chinês, Mao Tsé-Tung, reportou ao Politburo que ele iria intervir na Coreia quando o seu exército estivesse pronto. A China justificou sua entrada na guerra como sendo uma resposta a "agressão americana sob o disfarce da ONU".65 Kim Il-sung já havia apelado para Mao para que ele interviesse na guerra em seu favor. Enquanto isso, o ditador soviético, Stalin, disse aos seus conselheiros que seu país não iria interferir na Coreia, mas aprovou o envio de suprimentos aos seus aliados comunistas.66 67

Em 18 de outubro de 1950, Mao ordenou que 200 mil soldados chineses entrassem na Coreia.68 No dia seguinte, forças da ONU e da China já estavam trocando tiros na região de fronteira. Os soviéticos então decidiram mudar de postura e mandaram, além de mais suprimentos, esquadrões de sua força aérea para realizar ataques em solo coreano.69 Na batalha de Onjong, as forças sul-coreanas foram massacradas pelos chineses. Em 1 de novembro, soldados da China e dos Estados Unidos travaram seu primeiro combate na guerra na batalha de Unsan, vencida pelos chineses. O comando da ONU, contudo, não acreditava que esta intervenção realmente tinha sido em larga escala ou se ela era séria. Em 24 de novembro, o 8º exército americano lançou uma ofensiva na costa noroeste da Coreia do Norte mas eles foram detidos pelos chineses.70 No dia seguinte, forças militares dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e de alguns países aliados, como o Reino Unido, foram severamente atacadas por tropas chinesas na batalha do rio Chongchon. Neste combate, ambos os lados sofreram pesadas baixas. Os americanos tiveram ao menos 11 mil homens mortos, feridos, desaparecidos ou

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capturados. Os chineses perderam quase 40 mil homens mas saíram-se vitoriosos e botaram em fuga as forças da ONU, que por sua vez, resolveram recuar para o paralelo 38 e re-estabeleceram uma nova linha defensiva.71 Ao mesmo tempo o X Corpo do exército dos Estados Unidos foi atacado na região de Chosin Reservoir, onde uma batalha de 17 dias sob frio intenso se seguiu e terminou com mais umavitória pírrica chinesa. Em meados de dezembro, as forças americanas já haviam se retirado para a fronteira entre as Coreias.72 Frente ao retrocesso inesperado, o presidente Truman declarou situação de emergência e deu prioridade máxima dos recursos militares disponíveis para a região.73

1951[editar | editar código-fonte]

Combates no Paralelo 38[editar | editar código-fonte]

No ano novo de 1951, os chineses e norte-coreanos lançaram sua terceira ofensiva conjunta. Utilizando de várias surtidas noturnas, os comunistas tentaram cercar as tropas da ONU utilizando sua superioridade numérica. As forças americanas e sul-coreanas foram forçadas por esses ataques a recuar. Ocupados combatendo os chineses, as forças militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul não conseguiram impedir que os norte-coreanos conquistassem Seul pela segunda vez na guerra, em 4 de janeiro de 1951.74Frente a uma sucessão de derrotas, o general MacArthur passou a considerar realizar ataques com armas nucleares contra a China e contra a Coreia do Norte.75 Contudo, com a chegada do general Matthew Ridgway, o exausto 8º exército americano recuperou seus ânimos.76

Aviões B-26 americanos bombardeando depósitos de munição inimigas em Wonsan, Coreia do Norte,

1951.

As forças da ONU recuaram até Suwon no oeste, até Wonju no centro e Samcheok no leste, estabelecendo uma nova linha de defesa.

Em fevereiro, o exército chinês lançou a quarta fase de sua ofensiva na Coreia e conquistou o condado de Hoengseong.74 O exército chinês não conseguiu avançar além de Seul devido a falta de suprimentos, permitindo que o general Ridgway lançasse um contra-ataque e expulsasse as tropas comunistas das proximidades do rio Han. A quarta ofensiva chinesa foi oficialmente detida em Chipyong-ni.77

Nas últimas duas semanas de fevereiro de 1951, foi lançada a Operação Killer, lançada pelo 8º exército americano e pelo I Corpo de fuzileiros americanos. A ofensiva reconquistou os territórios ao sul do rio Han e o IX Corpo de fuzileiros reconquistaram Hoengseong.78 Em 14 de março, Seul foi reconquistada. A população da capital, que antes da guerra era de 1,5 milhões de pessoas, tinha caido para 200 mil devido as quatro

Page 14: Crise Dos Mísseis de Cuba

grandes batalhas travadas na cidade durante a guerra.78O líder chinês, Mao, pediu então a Stalin mais assistência e o premier soviético respondeu enviando duas divisões aéreas, três divisões de baterias anti-aérea e seis mil caminhões com suprimentos. Apesar dessas medidas, o problema logístico com suprimentos dos chineses continuou.78

Fuzileiros americanos avançando pela Coreia do Norte.

Em 11 de abril de 1951, o presidente Truman decidiu dispensar o general MacArthur do cargo de comandante supremo das forças aliadas na Coreia.79 Vários motivos levaram a essa decisão. MacArthur havia cruzado o paralelo 38 com seus homens sob a impressão errónea de que os chineses não tinham de fato entrado na guerra, o que levou a uma série de derrotas por parte das despreparadas forças aliadas. O general também acreditava que a decisão de usar ou não armas nucleares cabia a ele e não ao Presidente.80MacArthur também ameaçou destruir a China se ela não se rendesse. Ele também acreditava que vitória total sobre o inimigo seria a única saida aceitável, mas Truman era mais pessimista sobre as chances de vitória na guerra na ásia e pretendia eventualmente assinar um acordo de paz e ordenar uma retirada da Coreia. MacArthur foi alvo de uma investigação do congresso em maio e junho de 1951, que determinou que ele havia abertamente desobedecido as ordens do seu presidente e assim violou a constituição dos Estados Unidos.81

O general Ridgway assumiu o comando geral das forças da ONU.82 Sua primeira atitude foi lançar um pesado contra-ataque no perímetro defensivo dos chineses e norte-coreanos que acabou sendo um sucesso. O general James Van Fleet assumiu o comando do 8º exército americano. Em março de 1951, duas ofensivas aliadas conseguiram infligir pesadas baixas nos comunistas e forçar o seu recuo. Os capacetes azuis avançaram então até o paralelo 38 e cercaram os chineses destruindo boa parte de seus exércitos.83 Em abril de 1951, os chineses lançaram uma contra-ofensiva, com quase 700 mil homens na linha de frente. Esse ataque foi detido pelos fuzileiros americanos nas batalhas deKapyong e do rio Imjin. Em 15 de maio, os chineses tentaram novamente avançar contra as linhas aliadas nas margens do rio Soyang. No dia 20 de maio, as tropas chinesas atacantes já estavam em retirada.84 Então o 8º exército dos Estados Unidos lançou um ataque contra os chineses e norte-coreanos além do paralelo mas não avançaram muito.85

Impasse[editar | editar código-fonte]

A partir de julho de 1951, as forças da ONU e da China continuaram a engajar uma árdua luta de trincheiras, onde nenhum dos dois lados conseguia dar um golpe decisivo sobre o outro. Bombardeamentos aéreos em larga escala contra a Coreia do Norte se intensificaram e então as primeiras negociações de armistício começaram em 10 de julho de 1951. Apesar das negociações, a guerra continuava a todo vapor.86 Grandes combates

Page 15: Crise Dos Mísseis de Cuba

foram travados durante esse período, como a batalha de Bloody Ridge e a de Heartbreak Ridge.87

Tanque americano atira contra norte-coreanos, 10 de janeiro de 1952.

1952[editar | editar código-fonte]

Em 1952, uma série de sangrentas batalhas foram travadas e centenas de soldados morreram em ambos os lados, com pouco ganho estratégico, enquanto a situação humanitária nas Coreias piorava.87 As tropas chinesas e norte-coreanas sofriam com falta de suprimentos e materiais, ainda contando com uma péssima logística com linhas de suprimentos longas e sob constante ataques aéreos dos aliados ocidentais.66

1953[editar | editar código-fonte]

O impasse continuou por 1953. Cerca de 4 500 militares chineses morreram no cerco ao posto avançado americano deHarry. Em Kaesong, mais 1 500 chineses foram mortos. Entre março e julho, perto de Cheorwon, forças norte-coreanas, chinesas, americanas, sul-corenas e de outros países das forças da ONU se combateram em uma sangrenta batalha que acabou em um impasse estratégico e com a morte de mais de 2 mil soldados. A situação dos comunistas prosseguia tensa devido a falta de suprimentos e as enormes perdas sofridas nos combates.88 Enquanto nenhum dos dois lados era capaz de vencer uma batalha decisiva sobre o outro, as negociações, que já se prosseguiam há quase 24 meses, continuavam. Entre os obstáculos para a paz estava no ponto de como a troca dos prisioneiros de guerra seria feita.89

Armistício[editar | editar código-fonte]

A zona desmilitarizada entre as Coreias cortava o país no paralelo 38. A velha capital do país unificado, Kaesong, local onde as negociações do armistício estavam sendo feitas, pertencia à República da Coreia do Sul, mas agora estava sob controle do Norte. O Comando das Nações Unidas, apoiado pelos Estados Unidos, a Coreia do Norte e o Governo chinês finalmente assinaram os termos do armistício em 27 de julho de 1953. Este acordo decretou um cessar-fogo imediato e garantias do status quo ante bellum. A guerra oficialmente acabou neste dia, porém, até os dias atuais, nenhum tratado de paz foi firmado entre as duas Coreias.90 O Norte, contudo, alega que venceu a guerra.91 92

Depois da guerra, a chamada "Operação Glória" (julho–novembro de 1954) garantiu a troca dos corpos dos soldados e guerrilheiros mortos em território adversário. Os restos mortais de 4 167 soldados e fuzileiros americanos foram trocados pelos corpos de 13 528 militares chineses e norte-coreanos, além dos corpos de 546 civis que morreram em

Page 16: Crise Dos Mísseis de Cuba

campos de prisioneiros da ONU que também foram entregues ao Norte.93 Estima-se que mais de 1,2 milhões de pessoas morreram na Guerra da Coreia.94 95

Divisão da Coreia[editar | editar código-fonte]

Soldados norte-coreanos, nos dias atuais, guardando a zona desmilitarizada.

Os termos do armistício acertou uma comissão internacional para assegurar que o acordo fosse cumprido. Desde 1953, a "Comissão de Supervisão da Neutralidade das Nações" (NNSC), composta por membros das forças armadas da Suíça e da Suécia, monitorizavam a zona desmilitarizada.96 97

Em abril de 1975, a capital do Vietnã do Sul foi capturada pelo exército norte-vietnamita. Encorajado pelo sucesso do comunismo na Indochina, o ditador norte-coreano, Kim Il-sung, viu nisso uma nova oportunidade de conquistar o sul da sua península. Kim visitou a China em abril daquele ano e se encontrou com Mao Tsé-Tung e com Zhou Enlai, pedindo ajuda para uma futura incursão militar. Apesar das expectativas de Pyongyang, Pequim não tinha qualquer interesse em entrar em outra guerra na Coreia.98

Desde o armistício, houve vários desentendimentos e atos de agressão entre os dois países. Em 1976, dois soldados americanos foram mortos por norte-coreanos na zona desmilitarizada. Desde 1974, quatro túneis usados por norte-coreanos foram descobertos. Todos os túneis serviam de passagem para o sul. Em 2010, um submarino norte-coreano torpedeou e afundou uma corveta sul-coreana, o ROKS Cheonan , resultando na morte de 46 marinheiros.99 Ainda em 2010, a Coreia do Norte disparou vários tiros de artilharia contra a ilha de Yeonpyeong, matando dois militares e dois civis sul-coreanos.100

Em 11 de março de 2013, após mais uma nova rodada de sanções da ONU contra o regime da Coreia do Norte, o governo deste país decretou nulo o armistício de 1953.101 102

Referências

Page 17: Crise Dos Mísseis de Cuba

Guerra do VietnãOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Guerra do Vietnã

Parte da(o) Guerra Fria

Da esquerda para a direita e de cima para baixo: Ofensiva do

Tet; Fuzileiros embarcam nos helicópteros Huey na frente de combate;

Massacre de civis em My Lai; Soldados incendeiam vilarejo vietnamita .

Data 1 de novembro de 1955 – 30 de abrilde 1975Local Vietnã do Norte, Vietnã do

Sul,Camboja e LaosDesfecho Vitória do Vietnã do Norte

Retirada das Forças norte-

americanas da Indochina

Dissolução do Vietnã do Sul, com a

reunificação do país sob o

regime comunista

Ascensão do comunismo noCamboja e

no Laos

Combatentes

 Vietnã do Sul Estados Unidos

 Vietnã do Norte NLF

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 Coreia do Sul Austrália Nova Zelândia Filipinas

 Tailândia Taiwan

 China Coreia do Norte União Soviética

Principais líderes

 Nguyen Van Thieu Ngo Dinh Diem Nguyen Cao Ky Ngo Quang Truong Lam Quang Thi John Kennedy Lyndon Johnson Richard Nixon William Westmoreland Creighton Abrams

 Park Chung-hee Chae Myung-shin

 Le Duc Tho Ho Chi Minh Vo Nguyen Giap Lê Duẩn Tran Van Tra Hoang Van Thai Nguyen Van Linh Nguyen Huu Tho Leonid Brejnev

 Mao Tse-Tung

Forças

~1,830,000 (1968)Vietnã do Sul: 850.000Estados Unidos: 536.100Coreia do Sul: 50.000Nova Zelândia: 552Tailândia e Filipinas: 10.450Austrália: 7.672

~461,000Vietnã do Norte: 287.465 (janeiro de 1968)China: 170.000 (1969)União Soviética: 3.000Coreia do Norte: 300 - 600

Vítimas

Mortes militares: 220.357 - 316.000

mortos e 1.170.000 feridos58.220 mortos, 1.687

desaparecidos e 303.635 feridos

 5.099 mortos, 4 desaparecidos e 10.962 feridos

521 mortos e 3.000

feridos 37 mortos e 187 feridos

Mortes militares: 1.176.000 mortos e

desaparecidos e 600.000+ feridos

 1.446 mortos e 4.200 feridos

 16 mortos

Mortes civis: 2 a 5 milhões(Civis

mortos no Vietnã tem fontes diversas

e díspares)

200.000 - 300.000*

 20.000 - 200.000**=nºaproximado

Guerra do Vietnã (ou Vietname, ou Vietnam, ou ainda, segundo os vietnamitas, Guerra Americana1 ) foi um conflito armado ocorrido no Sudeste Asiático entre 1955 e 30 de abril de 1975.

A guerra colocou em confronto, de um lado, a República do Vietnã (Vietnã do Sul) e os Estados Unidos, com participação efetiva, porém secundária, da Coreia do Sul,

Page 19: Crise Dos Mísseis de Cuba

da Austrália e da Nova Zelândia; e, de outro, a República Democrática do Vietnã(Vietnã do Norte) e a Frente Nacional para a Libertação do Vietname (FNL). A China, a Coreia do Norte e, principalmente, aUnião Soviética prestaram apoio logístico ao Vietnã do Norte, mas não se envolveram efetivamente no conflito.

Em 1965, os Estados Unidos enviaram tropas para sustentar o governo do Vietnã do Sul, que se mostrava incapaz de debelar o movimento insurgente de nacionalistas e comunistas, que se haviam juntado na Frente Nacional para a Libertação do Vietname (FNL). Entretanto, apesar de seu imenso poder militar e econômico, os norte-americanos falharam em seus objetivos, sendo obrigados a se retirarem do país em 1973 e dois anos depois o Vietnã foi reunificado sob governo socialista, tornando-se oficialmente, em 1976, a República Socialista do Vietnã.

Na guerra, aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados morreram, além de outros dois milhões decambojanos e laocianos, arrastados para a guerra com a propagação do conflito, e de cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos.

Durante o conflito, as tropas do exército da Vietnã do Norte travaram uma guerra convencional contra as tropas norte-americanas e sul-vietnamitas, e as milícias da FNL menos equipadas e treinados, lutaram uma guerra de guerrilha na região, usando as selvas do Vietnã, espalhando armadilhas mortais aos soldados inimigos, enquanto os Estados Unidos se armaram de grande poder de fogo, em artilharia e aviação de combate, para destruir as bases inimigas e impedir suas ofensivas.

À exceção das linhas de combate ao redor dos perímetros fortificados de bases e campos militares, não houve nesta guerra a formação clássica de linhas de frente e as operações aconteceram em zonas delimitadas; missões de busca e destruição por parte das forças norte-americanas, com o uso de bombardeios maciços com armas químicas desfolhantes e sabotagens da guerrilha na retaguarda das zonas urbanas.

Travada com uma grande cobertura diária dos meios de comunicação, a guerra levou a uma forte oposição e divisão da sociedade norte-americana, que gerou os Acordos de Paz de Paris em 1973, causando a retirada das tropas do país do conflito. Ela prosseguiu com a luta entre o norte e o sul do Vietnã dividido, terminando em abril de 1975, com a invasão e ocupação comunista de Saigon, então a capital do Vietnã do Sul e a rendição total do exército sul-vietnamita.

Para os Estados Unidos, a Guerra do Vietnã resultou na maior confrontação armada em que o país já se viu envolvido, e a derrota provocou a 'Síndrome do Vietnã' em seus cidadãos e sua sociedade, causando profundos reflexos na sua cultura, naindústria cinematográfica e grande mudança na sua política exterior, até a eleição de Ronald Reagan, em 1980.

Índice

  [esconder] 

1 Antecedentes: derrota francesa e independência

2 A Era de Diem (1955-1963)

o 2.1 Vietcong

o 2.2 Insurgência no sul (1956-1960)

3 John Kennedy e a escalada da guerra (1960-1963)

o 3.1 Golpes de estado e assassinatos

4 Os Estados Unidos entram oficialmente na guerra

o 4.1 O pretexto

5 Escalada e guerra no solo

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6 Ofensiva do Tet

7 Vietnamização (1969–1973)

8 Retirada das tropas e do auxílio material dos Estados Unidos (1973-1975)

9 A Queda de Saigon

10 Legado

o 10.1 Efeitos no Sudeste Asiático

o 10.2 Efeitos nos Estados Unidos

o 10.3 Efeitos na China

11 A reação contra a guerra e a contra-cultura

12 Equipamentos

13 Vítimas

14 Forças envolvidas

15 Armas químicas

16 Memoriais

17 Ver também

18 Bibliografia

19 Referências

Antecedentes: derrota francesa e independência[editar | editar código-fonte]

Em 1950, a República Democrática do Vietnam e a República Popular da China de Mao Zedong, fizeram um reconhecimento diplomático mútuo, apoiado pela União Soviética. O Presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, respondeu reconhecendo o governo fantoche francês na Indochina. Washington, parecendo desconhecer a longa antipatia histórica entre o Vietnam e a China, temia que Hanói fosse um peão chinês e, por extensão, da União Soviética, o que era considerado impensável por analistas conhecedores da história da Indochina e seus vizinhos asiáticos, mostrando apenas a ignorância dos governos americanos da época. De qualquer maneira, o apoio chinês era muito importante para o sucesso do Viet Minh e os chineses deram grande apoio material e logístico ao comunistas vietnamitas durante a guerra.

O início da Guerra da Coreia, em 1950, foi um ponto decisivo na situação local do Sudeste Asiático do ponto de vista político. Pela perspectiva de Washington, o que havia sido uma guerra colonial na Indochina, havia se transformado em outro exemplo da expansão comunista dirigida pelo Kremlin.

Page 21: Crise Dos Mísseis de Cuba

Soldados franceses na Indochina (1952).

Neste mesmo ano, um grupo de conselheiros e analistas militares norte-americanos chegou à região para analisar a situação local e os pedidos de ajuda dos franceses em suprimentos e estratégia e treinar soldados vietnamitas. Quatro anos depois, os Estados Unidos haviam fornecido trezentas mil armas de pequeno porte e gasto um bilhão de dólares em apoio ao esforço militar francês e o então governo Eisenhower estava bancando 80% do custo da guerra. Por outro lado, o Viet Minh recebia apoio crucial de soviéticos e chineses, estes enviando equipamentos pela fronteira dos dois países, graças a um acordo entre os dois governos.

A Batalha de Dien Bien Phu, em março e maio de 1954, marcou o fim do envolvimento francês na Indochina. O Viet Minh e seu comandante, Vo Nguyen Giap, impuseram aos franceses uma grande derrota militar, com a rendição da guarnição francesa em 7 de maio. Em Genebra, a França negociou um acordo de cessar fogo com os vietnamitas e a independência foi garantida ao Laos, aoCamboja e ao Vietnã. Mais de 400 mil soldados e civis morreram durante o conflito de nove anos.

O país foi temporariamente dividido em dois no Paralelo 17 e, de acordo com os termos da Convenção de Genebra, os habitantes de um lado e de outro tinham o direito de se moverem livremente entre os dois estados provisórios e eleições deveriam ser realizadas no país. Entretanto, isso nunca teve lugar. No norte, cerca de um milhão de habitantes, a grande maioria deles católicos, fugiram para sul temendo o novo regime de Ho Chi Minh, que estabeleceu no país um estado socialista – a República Socialista do Vietnã – e o engajou num grande programa de reforma agrária. No sul, um estado não-comunista havia sido estabelecido sob o Imperador Bao Dai, um antigo fantoche dos franceses e dos japoneses e Ngo Dinh Diem se tornou primeiro-ministro.

Além da fuga em massa dos católicos para o sul, mais de 90 mil combatentes do Viet Minh foram para o norte, para o ‘reagrupamento’ entre as forças comunistas previsto emGenebra; entretanto, em desacordo com as decisões conjuntas na Suíça, o Viet Minh deixou no sul cerca de 5 a 10 mil células de simpatizantes, como uma “substrutura político-militar com o objetivo de fazer uma insurreição”.

A Era de Diem (1955-1963)[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Ngo Dinh Diem

A Conferência de Genebra foi realizada com a participação do Camboja, República Democrática do Vietname, França, Laos, China, República do Vietname, União Soviética, Reino Unido e Estados Unidos da América com o objectivo de restaurar a paz na antiga Indochina e na Coreia, e previa que:

Page 22: Crise Dos Mísseis de Cuba

1. O Vietnã seria momentaneamente dividido em duas partes, a partir do paralelo 17.

A parte norte ficaria sob o governo de Ho Chi Minh, enquanto o sul ficaria sob o

domínio do imperador Bao Dai (dependente dos franceses);

2. Entre as duas partes, haveria uma Zona Desmilitarizada (ZDM);

3. Seriam realizadas eleições, em 20 de julho de 1956, para unificar o país, sob

supervisão internacional.

No entanto, apenas a França e o Vietname do Norte assinaram a declaração, a primeira porque pretendia restabelecer o domínio colonial ou, pelo menos neocolonial, o segundo porque esperava ganhar tempo para reforçar a sua posição no norte e eventualmente ganhar as referidas eleições.

De fato, não tardou para que Washington promovesse um golpe militar em Saigon. Mediante um Plebiscito (reconhecidamente fraudulento), Bao Dai foi deposto e o poder foi entregue ao líder católico, Ngo Dinh Diem, comprometido com os norte-americanos. Diem implantou uma ditadura militar, proclamou a independência do Vietnã do Sul e cancelou as eleições previstas pelo Acordo de Genebra, porque havia a convicção de que ela daria a vitória a Ho Chi Minh.

O presidente americano Dwight D. Eisenhower se encontra com o então líder sul-vietnamita Ngo Dinh

Diem, em maio de 1957.

Para justificar-se perante a opinião pública nacional e internacional, que lhe cobrava por impedir que o povo vietnamita escolhesse, livremente, seu regime de governo, o presidente Eisenhower apelou para uma Teoria do Dominó:

"Se vocês colocarem uma série de peças de dominó em fila e empurrarem a

primeira, logo acabará caindo até a última... se permitirmos que os comunistas

conquistem o Vietnã, corre-se o risco de se provocar uma reação em cadeia e todo

os estados da Ásia Oriental tornar-se-ão comunistas um após o outro".

Contando com a colaboração intensiva dos EUA (muitas armas e muito dinheiro), o governo de Diem caracterizou-se pelo despotismo e pela mais ampla corrupção. Reprimiu as seitas sul-vietnamitas, indispôs-se com os budistas e perseguiu violentamente os nacionalistas e comunistas, levando esses dois grupos a se unirem, em 1960, na Frente de Libertação Nacional (FLN), adotando a luta de guerrilha para opor-se ao governo sediado em Saigon.

Vietcong[editar | editar código-fonte]

Page 23: Crise Dos Mísseis de Cuba

Os membros da FNL passaram a ser chamados de "VietCongs", pelos norte-americanos e seus aliados. Este termo, abreviado para "VC", deu origem ao termo (utilizando a fonética militar) "Victor-Charlie" de onde surgiu o nome "Charlie" também como apelido dos membros da FNL.

O termo "VietCong" tinha o propósito de desacreditar os guerrilheiros, aplicando-lhes a pecha de "vietnamitas comunistas". Seus criadores basearam-se no cenário vigente nos Estados Unidos, onde o termo "comunista" alarma a opinião pública e conduz, não raro, a reações histéricas. Mas naquela região da Ásia, o efeito não era o mesmo, até porque, em muitos casos, os comunistas se identificavam com movimentos nacionalistas que lutavam pela independência de povos submetidos ao domínio estrangeiro.

Ao se dar conta de seu engano, Washington tentou retificar a situação, promovendo um concurso público, nos Estados Unidos, para escolha de outro nome. Oferecia-se prêmio em dinheiro por um "termo camponês coloquial, que implicasse em algo de repulsivo ou ridículo"2 , porém o concurso não produziu o resultado desejado, e o termo "VietCong" continuou a ser usado3

Os membros da FLN nunca assumiram esse "apelido" que lhes foi conferido.

Insurgência no sul (1956-1960)[editar | editar código-fonte]

Em 1956, um dos líderes comunistas do sul, Le Duan, retornou a Hanói para incentivar a liderança comunista no norte a tomar uma posição firme para a reunificação do país sob regime comunista, mas Hanói (então passando por uma severa crise econômica) hesitou em lançar um confronto militar em larga escala. Os comunistas nortistas temiam a intervenção dos EUA e acreditavam que as condições no Vietnã do Sul ainda não estavam prontas para uma ‘revolução do povo’. Entretanto, em dezembro de 1956, Ho autorizou que as células do Viet Minh ainda no sul começassem uma insurgência de nível moderado, chamada de propaganda armada, constando principalmente de sequestros e atentados.

Quatrocentos funcionários do governo sulista foram assassinados apenas em 1957 e a violência cresceu gradualmente; começando contra autoridades dos governos locais, os atentados rapidamente se espalharam a outros símbolos do status quo sul-vietnamita, como professores, funcionários da área de saúde e proprietários agrícolas. Segundo estimativas, 20% dos prefeitos ou líderes de pequenas vilas rurais do Vietnã do Sul foram assassinados em 1958. A insurgência tentava destruir completamente o controle do governo nas áreas rurais do país e substituí-lo por um governo-provisório.

Finalmente, em 1959, sob a pressão das células sulistas que estavam se tornando alvos da polícia secreta de Diem, o comitê central do norte publicou uma autorização secreta autorizando uma sublevação armada. Isto autorizou o sulista Viet Minh a começar operações em larga escala contra o exército do Vietnã do Sul e provocou a decretação de leisanticomunistas mais duras pelo presidente Diem. Entretanto, o Vietnã do Norte enviou tropas e suprimentos para corroborar sua decisão, e homens e armas começaram a entrar no Vietnã do Sul pela Trilha Ho Chi Minh. Notando a crescente impopularidade no sul do corrupto e violento governo de Diem, em 12 de dezembro de 1960 Hanói autorizou a criação da Frente Nacional de Libertação, o grupo de frente do exército comunista no sul, também chamado de Vietcong.

Sucessivos governos norte-americanos superestimaram o controle e a influência do Vietnã do Norte sobre o vietcong, como observou Robert McNamara, secretário de defesados governos de John F. Kennedy e Lyndon Johnson. A paranóia de Diem, a repressão, violência e corrupção que marcavam seu governo, influíram mais nos sentimentos de revolta da população do sul contra o regime, do que a influência direta de Hanói

Page 24: Crise Dos Mísseis de Cuba

John Kennedy e a escalada da guerra (1960-1963)[editar | editar código-fonte]

Quando John F. Kennedy venceu as eleições presidenciais americanas de 1960, um dos principais pontos de preocupação levantados por ele, era se a União Soviética havia ultrapassado os Estados Unidos em seus programas balístico e espacial. Apesar dos avisos de Dwight Eisenhower, seu antecessor no cargo, sobre o Vietnã e o Laos, para Kennedy a Europa e a América Latina deveriam ser os focos principais de atenção de sua administração. Seu governo permaneceria comprometido com a política da Guerra Fria, herdada dos governos anteriores de Eisenhower e Truman.

Em 1961, ele enfrentou uma crise em três partes: o fracasso na Invasão da Baía dos Porcos, para depor o governo de Fidel Castro em Cuba, a construção do Muro de Berlimpelos soviéticos e alemães orientais e o acordo negociado entre o governo pró-ocidental do Laos e o movimento comunista Pathet Laos no país. Estes fatos lhe fizeram crer que uma outra falha dos Estados Unidos em deter a expansão comunista que acontecia no mundo iria fatalmente afetar a credibilidade do país como líder do mundo ocidental perante seus aliados e sua própria reputação como dirigente da nação. Kennedy estava determinado a ‘riscar uma linha na areia’ e impedir uma vitória comunista no Vietnã.

Sua política para o Vietnã do Sul recaía na crença de que Diem e suas forças conseguiriam derrotar as guerrilhas comunistas sozinhos. Ele era contra o envio de tropas norte-americanas e observou que ‘introduzir forças militares americanas em grande número hoje no Vietnã, apesar de produzir um grande impacto militar inicial, iria certamente levar a uma política adversa e, a longo prazo, em consequências militares adversas’.

A qualidade das forças armadas do Vietnã do Sul, entretanto, permanecia de baixo nível. Liderança deficiente, corrupção e interferência política, faziam a sua parte na contaminação do exército. A medida que a insurgência se solidificava, aumentava a frequência dos ataques dos guerrilheiros. O apoio logístico do Vietnã do Norte à Frente de Libertação Nacional tinha um papel significativo, mas o ponto central da crise era a incompetência do governo sul-vietnamita. Conselheiros da Casa Branca recomendaram ao presidente que os EUA enviassem soldados ao país disfarçados de funcionários da defesa civil, para ajuda e resgate nas enchentes que aconteciam no país. Kennedy rejeitou a ideia, mas aumentou a assistência militar. Na metade de 1962, o número de conselheiros militares norte-americanos no Vietnã do Sul havia aumentado de 700 para 12 mil.

No ano anterior, havia sido iniciado um programa estratégico conjunto dos dois governos, o Strategic Hamlet Program, que consistia em proteger a população rural do país, eminentemente rural, em campos fortificados. O objetivo era isolar estas populações da insurgência comunista, prover educação e assistência médica e aumentar o controle do governo no interior do país. O programa, entretanto, foi rapidamente infiltrado pela guerrilha. Os camponeses se ressentiam de serem desalojados das vilas de seus ancestrais. O governo se recusava a fazer uma reforma agrária, o que fazia com que os pequenos e médios fazendeiros fossem obrigados a continuar pagando altas taxas de ocupação a grandes senhores de terras. A corrupção minava o programa e intensificava a oposição a ele, enquanto funcionários públicos enviados para supervisioná-lo viravam alvos de assassinato, o que levou a iniciativa ao fracasso, dois anos depois de implementada.

Em 23 de julho de 1962, quatorze nações, incluindo a China, URSS, Vietnã do Sul, Vietnã do Norte e os Estados Unidos, assinaram um acordo se comprometendo a respeitar a neutralidade do Laos.

Golpes de estado e assassinatos[editar | editar código-fonte]

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Analistas políticos em Washington concluíram que o presidente Ngo Dinh Diem era incapaz de derrotar os comunistas e até em conseguir algum acordo com Ho Chi Minh. Ele parecia preocupado apenas em evitar um golpe de estado contra si e seu governo. Durante o verão de 1963, autoridades norte-americanas começaram a discutir a possibilidade de uma mudança no regime. O Departamento de Estado dos Estados Unidos era a favor do encorajamento de um golpe. O Pentágono e a CIA eram mais receosos das consequências desestabilizadoras que tal ato pudesse provocar e preferiam continuar aplicando pressão pelas reformas políticas no sul.

A maior das mudanças propostas pela política norte-americana era a remoção do poder do irmão mais novo do presidente, Ngo Dinh Nhu, chefe da polícia secreta do país e o homem por trás da repressão contra os monges budistas do Vietnã. Como conselheiro mais poderoso de Diem, Nhu se tornou uma figura odiada no Vietnã do Sul e sua influência contínua era inaceitável para o governo Kennedy, que acabou eventualmente concluindo que o presidente não o substituiria. Assim, a CIA entrou em contato com os comandantes militares sul-vietnamitas que planejavam depor o presidente e lhes fez saber que os Estados Unidos não se oporiam à ação. Em 1 de novembro de 1963, Diem foi deposto e executado no dia seguinte junto com seu irmão, dentro de um blindado nas ruas de Saigon, a caminho do quartel-general do exército. O embaixador norte-americanoHenry Cabot Lodge, que havia sido proibido por Kennedy de qualquer encontro pessoal com os militares nas semanas antecendentes, convidou os golpistas à embaixada e os congratulou, enviando a Kennedy – chocado com um assassinato com o qual não tinha concordado – a mensagem de que agora ‘as possibilidades são de uma guerra curta no Vietnã.’.

Em seguida ao golpe, o caos se instalou no país. O Vietnã do Sul entrou num período de grande instabilidade política, com governos militares sendo substituídos uns pelos outros em rápida sucessão e disso se aproveitou o governo de Hanói, que aumentou seu apoio aos guerrilheiros do vietcong. Kennedy aumentou mais ainda o número de militares no país, oficialmente conselheiros militares para as forças armadas do Vietnã do Sul, para lidar com o aumento da atividade guerrilheira. Seus militares eram infiltrados em todos os níveis das forças armadas sulistas. Porém, eles eram totalmente ignorantes da natureza política da insurgência, que era um movimento de destabilização política no qual confrontos militares não eram o principal objetivo. O governo Kennedy colocou todos os seus esforços na pacificação do país e em ‘conquistar os corações e mentes’ da população.

A liderança militar em Washington, entretanto, era contra qualquer papel por parte de seus militares no Vietnã que fosse diferente de ajudar no treinamento de tropas e o comandante destes homens no Vietnã do Sul, general Paul D. Harkins, confidencialmente previu uma vitória sobre a guerrilha ‘na época do Natal de 1963’. A CIA, entretanto, era menos otimista e produzia relatórios avisando que ‘o vietcong tem o controle de fato de largas porções do território sul-vietnamita e tem aumentado consideravelmente a intensidade de suas atividades armadas contra o governo’. Kennedy introduziu os helicópteros militares na guerra, criou uma força aérea conjunta EUA-Vietnã do Sul, basicamente formada por pilotos norte-americanos e enviou os Boinas Verdes ao país.

Numa conversa com o primeiro-ministro do Canadá e Nobel da Paz Lester Pearson, o presidente pediu seu conselho sobre a situação e ouviu de volta: ‘Caia fora de lá’. Ao que respondeu: ‘Esta é uma resposta estúpida, todos sabemos disso, a questão é: como cair fora de lá?”.

John Kennedy foi assassinado em 22 de novembro de 1963, três semanas após Ngo Dinh Diem. Foi substituído pelo vice-presidente Lyndon Johnson, que reafirmou o apoio norte-americano ao Vietnã do Sul e aumentou a ajuda militar ao país para U$500 milhões no fim do ano.

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Os Estados Unidos entram oficialmente na guerra[editar | editar código-fonte]

Lyndon Johnson, quando tomou posse na presidência após a morte de Kennedy, não considerava o Vietnã uma prioridade, mais preocupado com a criação do que chamava de ‘Grande Sociedade’ e de programas sociais progressivos. Entretanto, em 24 de novembro ele reuniu um grupo de conselheiros em torno do embaixador Lodge, retornado à pressa de Saigon, para ouvirem as notícias trazidas pelo embaixador e conhecer mais profundamente a situação do que ocorria no Vietnã e prometeu se empenhar em ajudar os vietnamitas do sul a vencerem a guerra contra os comunistas. Mas esta decisão veio numa ocasião em que a situação no país estava já deteriorada, especialmente em locais como o Delta do Mekong, graças ao recente golpe contra Diem.

O conselho militar revolucionário, na falta de um grande líder sul-vietnamita, era composto de doze membros, chefiados pelo general Minh – considerado por correspondentes daimprensa estrangeira em Saigon como ‘um modelo de letargia’. Seu regime foi deposto em janeiro de 1964 pelo general Nguyen Khanh.

O pretexto[editar | editar código-fonte]

Foto tirada do USS Maddox em 2 de agosto de 1964, mostra barcos de patrulha norte-vietnamitas

no Golfo de Tonkin.

Em agosto de 1964, o destróier norte-americano USS Maddox, numa missão de espionagem ao largo da costa do Vietnã do Norte, disparou e danificou diversos barcos torpedeiros que se aproximavam dele no Golfo de Tonkin. Um segundo ataque de lanchas torpedeiras foi noticiado dois dias depois envolvendo o USS Turner Joy e o Maddox na mesma área. As circunstâncias destes ataques são obscuras. O segundo ataque levou a uma retaliação aérea dos americanos, apressou o Congresso a aprovar a Resolução do Golfo de Tonkin e deu ao presidente poderes para conduzir operações militares no Sudeste Asiático sem uma declaração de guerra formal.

Em 2005, entretanto, documentos secretos liberados pela Agência Nacional de Segurança, revelaram que não houve nenhum ataque a barcos americanos no dia 4 de agosto de 1964, mas, muito antes disso, este fato já vinha sendo contestado. ‘O Incidente do Golfo de Tonkin’, escreveu Louise Gerdes, ‘é um exemplo sempre citado de como Lyndon Johnson enganou o povo americano para conseguir apoio para a sua política no Vietnã’. George C. Herrings afirma, ‘que o Pentágono e McNamara não reconhecidamente mentiram sobre os alegados ataques, mas eles estavam obviamente com um espírito beligerante com relação aos vietnamitas e provavelmente selecionaram das evidências e relatos chegados a eles, aquilo que lhes interessava acreditar e difundir à opinião pública’.

O Conselho Nacional de Segurança recomendou uma escalada em três estágios do bombardeio aéreo ao Vietnã do Norte. Em 2 de março de 1965, seguindo-se a um ataque vietnamita ao acampamento dos marines em Pleiku, as operações começaram. A campanha de bombardeios, que duraria três anos, tinha o objetivo de obrigar o governo de Hanói a suspender seu apoio à Frente Nacional para a Libertação do Vietnã do Sul (o Vietcong sulista) ameaçando destruir suas defesas aéreas e sua

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estrutura industrial e ao mesmo tempo dar uma injeção de moral no povo sul-vietnamita. Entre março de 1965 e novembro de 1968, a operação ‘Rolling Thunder’, como foi chamada, contemplou o norte do país com um milhão de toneladas de mísseis, foguetes e bombas.

O bombardeio não se limitou ao norte do Vietnã, atingindo também áreas do sul onde haviam alvos militares do vietcong ou de sua infra-estrutura, além da trilha Ho Chi Minh, que em diversas partes de sua extensão penetrava no Laos e no Camboja. O objetivo, porém, nunca foi alcançado. Como observou um oficial, ‘esta é uma guerra política e ela pede por mortes seletivas. A melhor arma pode ser uma faca..... a pior, um avião’. Entretanto, o chefe do estado-maior da força aérea Curtis LeMay, que há tempos pregava que o Vietnã do Norte fosse saturado de bombas, escrevia ‘vamos bombardeá-los até fazê-los regredir à Idade da Pedra’.

Escalada e guerra no solo[editar | editar código-fonte]

General William Westmoreland, comandante das forças norte-americanas no Vietnã entre 1964 e

1968.

A escalada da Guerra do Vietnã começou oficialmente na manhã de 31 de janeiro de 1965, quando foram dadas ordens a um esquadrão de caças F-105, baseado em Okinawa, no Japão, para que se transferisse para a base aérea de Danang, no Vietnã do Sul. A missão da operação (Operation Flaming Dart), era cruzar o Paralelo 17, e havia sido planejada antes do ataque vietcong aos marines em Pleiku em6 de fevereiro. No dia seguinte, 49 destes caças levantaram voo de Danang para atacar alvos do Vietnã do Norte. A partir deste dia, a guerra não ficou mais restrita ao território sul-vietnamita.

Depois do ataque em Pleiku, o comando da força aérea decidiu que suas bases precisavam de mais proteção, já que o exército sul-vietnamita era incapaz de fazer a segurança; 3500 marines foram então enviados ao Vietnã do Sul e esta ação marcou o início da guerra terrestre. A opinião pública norte-americana apoiou o envio de tropas; se baseando na premissa de que o Vietnã era parte de um esforço global para combater o comunismo. Numa declaração similar a que havia feito aos franceses anos antes, Ho Chi Minh declarou que "se os americanos querem fazer a guerra por vinte anos, então nós a faremos por vinte anos; se eles querem fazer a paz, nós faremos a paz e os convidaremos para um chá à tarde".

O primeiro desembarque de 3500 soldados em março, havia se transformado em 200 mil em dezembro. A missão dos marines, entretanto, era defensiva. As forças armadas

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americanas eram treinadas e instruídas para guerras ofensivas e seus comandantes eram psicológica e institucionalmente pouco qualificados a ações defensivas. Em maio e junho, as forças sul-vietnamitas sofreram derrotas com pesadas baixas em duas batalhas, fazendo a moral cair e as deserções aumentarem entre as tropas.

O general William Westmoreland, comandante das forças norte-americanas no país, informou ao comando das forças dos EUA no Pacíficoque a situação era crítica: 'estou convencido que as nossas tropas, com sua energia, mobilidade e poder de fogo, podem assumir a luta contra a FNL com sucesso'. Com esta recomendação, ele advogava uma mudança agressiva na postura defensiva dos Estados Unidos na guerra e sua entrada em combate ao lado dos sul-vietnamitas. Um plano seu de três fases, destinado a ganhar a guerra até 1967, foi enviado a Lyndon Johnson e, aprovado pelo presidente, provocou uma profunda mudança na postura americana na guerra e na visão da Casa Branca de que o governo do Vietnã do Sul deveria ser o responsável por derrotar as guerrilhas comunistas. Porém, Johnson não comunicou esta mudança de estratégia militar à mídia e continuou a enfatizar a continuidade da guerra de prevenção.

Em breve, os guerrilheiros do vietcong começaram a se engajar em pequenas unidades guerrilheiras, o que os permitia controlar tempo e andamento dos combates. Ao contrário dos soldados da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coreia, as tropas americanas eram vulneráveis a ataques de surpresa onde quer que se encontrassem, sem conseguir relaxar mesmo na retaguarda.

Um helicóptero americano UH-1Ddesembarcando homens para a luta.

Seguindo a política de 'conquistar corações e mentes' da população sul-vietnamita, imaginada por Kennedy anos antes, o Vietnã do Sul foi inundado por bens manufaturados norte-americanos. A injeção de produtos e de dinheiro americano no país, transformou a economiae causou profunda impressão na sociedade sul-vietnamita, causando também uma grande onda de corrupção local. O país foi invadido por civis especialistas em quase toda e qualquer área de conhecimento, para aconselhar o governo local e melhorar sua performanceeconômica.

Washington encorajou seus aliados da SEATO (Organização do Tratado do Sudeste Asiático) a contribuir com tropas para o esforço de guerra. Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Tailândia e Filipinas, todos concordaram em enviar tropas ao Vietnã. Entretanto, os grandes aliados da OTAN, e principalmente o Canadá e a Grã-Bretanha, declinaram o pedido. Johnson também pediu a colaboração de tropas ao Brasil, negadas pelo então presidente brasileiro, general Humberto Castelo Branco. Os Estados Unidos e seus aliados montaram complexas operações de combate ao vietcong, mas a guerrilha continuava iludindo seus inimigos e demonstrando grande flexibilidade tática na selva.

Enquanto isso, a situação política no Vietnã do Sul começava a sofrer alguma estabilização, com a chegada ao poder em 1967 do vice-presidente e depois primeiro-ministro Nguyen Cao Ky  e do presidente Nguyen Van Thieu. Este governo encerrava uma longa linha governamental de juntas militares que haviam começado com o assassinato de Ngo Dinh Diem. A calma relativa permitiu ao exército sul-vietnamita a

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colaborar de maneira mais efetiva com seus aliados e a se aprimorar como força de combate.

A administração Johnson tinha uma 'política de sinceridade mínima' em seus encontros com a imprensa. As autoridades militares procuravam dirigir a cobertura de mídia enfatizando histórias que mostravam o progresso na guerra. Com o tempo, esta política começou a provocar a desconfiança do público nos pronunciamentos oficiais e a medida em que a cobertura da guerra feita pelos correspondentes e as notícias do Pentágono começaram a divergir, a falta de credibilidade do cidadão comum começou a aumentar. Em outubro de 1967, uma grande manifestação antiguerra aconteceu nas escadas do Pentágono, em Washington, e alguns manifestantes entoaram o canto que se tornaria comum nos protestos vindouros: 'Hey, Hey, LBJ! How many kids did you kill today?' (Ei, Ei, LBJ! - as iniciais de Lyndon Baynes Johnson - quantas crianças você matou hoje?).

Ofensiva do Tet[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Ofensiva do Tet

Mapa assinalando os principais ataques realizados durante a Ofensiva do Tet.

Em fins de 1967, o general Giap concebeu um plano extremamente audacioso, cuja concretização viria a tornar-se o marco decisivo da guerra. Depois de atrair as forças de Westmoreland para o interior do país, e cercá-las em Khe Sahn, na província de Quang Tri, ele desfechou um ataque surpresa contra mais de cem cidades no Vietnã do Sul, inclusive Saigon, onde os guerrilheiros chegaram a ocupar, por algumas horas, o quartel-general do general Westmoreland e a embaixada dos Estados Unidos, cujos ocupantes tiveram que fugir, apressadamente4 . A ofensiva ocorreu em 30 de janeiro de 1968, no feriado do ano novo lunar chinês (Tet), e embora pagando um pesado preço em vidas5 , atingiu plenamente seu objetivo que era, principalmente de ordem moral, na medida em que:

- Humilhou as forças armadas dos Estados Unidos

- Deixou claro que os EUA, embora sendo a maior potência militar do planeta, não

conseguiriam vencer a guerra contra os vietnamitas - muitas vezes referidos como

"miseráveis comedores de arroz"6 .

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Na antiga capital imperial de Hué, as tropas combinadas de norte-vietnamitas e guerrilheiros da FLN, capturaram a cidadela imperial e maior parte da cidade, o que deu início à Batalha de Hué. Neste ínterim entre a captura da cidade e sua retomada pelas forças americanas, os ocupantes insurgentes massacraram milhares de civis sul-vietnamitas nela residentes, num número estimado de seis mil.

Mas a Ofensiva do Tet haveria de produzir outros efeitos significativos: as quedas do general Westmoreland e do presidente Johnson.

Westmoreland havia se tornado a face pública da guerra. A revista TIME o havia escolhido O Homem do Ano de 1965, descrevendo-o como 'a vigorosa personificação do guerreiro americano'. Em novembro de 1967, ele comandou uma campanha de relações públicas para o governo, de modo a conseguir um apoio embandeirado do público americano à guerra. Num discurso a jornalistas em Washington, ele afirmou que 'a guerra havia atingido um ponto em que o fim estava próximo.' Então, com a Ofensiva do Tet, o público ficou confuso e chocado com as errôneas previsões do general. A imprensa do país, que até então havia em sua maioria apoiado os esforços de guerra americanos, promoveu um cerco ao governo em busca das razões para tal falha nas informações otimistas transmitidas até então sobre a guerra. Diante disso, Westmoreland foi removido do comando no Vietnã.Quanto ao presidente Johnson, seu índice de popularidade despencou de 48% para 36%, levando-o a desistir de concorrer à reeleição no fim de 1968.

Vietcong morto a tiros na embaixada em Saigon.

O Tet causou profundas implicações domésticas no apoio ao conflito, sendo considerada uma falha da inteligência comparável a Pearl Harbor. Numa das mais polêmicas e célebres frases da guerra, um certo major Brown, na frente de combate, declarou ao jornalista Peter Arnett, então correspondente da AP e que anos depois transmitiria ao vivo pela CNN o ataque americano a Bagdá no início da Guerra do Golfo, que 'a cidade de Ben Tre precisou ser destruída para poder ser salva', eufemismo que passou a fazer parte da 'lógica' de guerra, de que era melhor destruir algo completamente, do que deixá-lo ser útil ao inimigo.

Westmoreland foi empossado como chefe do estado-maior do exército em março, o que tecnicamente era uma promoção, quando a resistência vietnamita havia sido subjugada. Sua posição entretanto, tinha ficado insustentável, por causa da ofensiva e porque seu pedido secreto de reforço de mais 200 mil homens para o Vietnã havia vazado para a mídia. Foi substituído por seu segundo em comando, general Creighton Abrams, um militar menos afeito a declarações à imprensa.

A 10 de maio de 1968, a despeito da baixa expectativa de algum resultado, conversações de paz começaram a acontecer entre os EUA e a República

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Democrática do Vietnam. As negociações ficaram estagnadas por cinco meses até que Johnson desse ordens para que o bombardeio aéreo do Vietnã do Norte fosse suspenso. O candidato democrata à presidência, vice-presidente Hubert Humphrey, estava disputando a eleição com o ex-vice-presidente republicano Richard Nixon. Através de intermediários, Nixon avisou ao governo do sul que se recusasse a participar das negociações com o norte até depois das eleições, dizendo que daria a eles um melhor acordo se fosse eleito.

O historiador Robert Dallek escreveu:' a escalada da guerra no Vietnã promovida por Lyndon Johnson dividiu os americanos em campos opostos, produziu 30 mil mortos até sua saída da Casa Branca e destruiu sua presidência. Sua recusa em enviar mais tropas ao Vietnã após o pedido de Westmoreland, foi uma admissão de que a guerra estava perdida.' Como o Secretário de Defesa Robert McNamara observou mais tarde,' a perigosa ilusão de uma vitória por parte dos Estados Unidos estava, dali em diante, morta.'.

Vietnamização (1969–1973)[editar | editar código-fonte]

Um bombardeiro B-66 e quatroF-105 Thunderchiefs lançando suas bombas em uma

cidade noVietnã do Norte.

Durante a eleição presidencial de 1968 nos Estados Unidos, o presidente Richard Nixon, então o candidato republicano, havia feito uma campanha baseada no lema ‘paz com honra’ no Vietnã. Seu plano era reforçar as forças armadas sul-vietnamitas de maneira que eles pudessem levar adiante sozinhos a defesa do país. Esta política foi chamada de vietnamização e tinha muito em comum com a política de John Kennedy. Entretanto, havia uma importante diferença. Enquanto Kennedy pregava que os sul-vietnamitas deveriam lutar a guerra por si sós, ele também tentava limitar o tamanho do conflito. Nixon, ao contrário, em busca de uma retirada com honra, tinha a intenção de empregar táticas variadas para isso, inclusive aumentando o alcance geográfico da guerra.

Nixon também tentou estabelecer negociações, procurando uma 'détente' com a União Soviética, que levou a uma redução de armas nucleares pelas superpotências, e uma reaproximação com a China, numa política que ajudou a diminuir as tensões internacionais. Entretanto, os dois

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países continuaram a enviar ajuda aos norte-vietnamitas. Em setembro de 1969, Ho Chi Minh morreu em Hanói, aos 79 anos.

Neste meio tempo, o movimento antiguerra crescia nos Estados Unidos com manifestações constantes. Nixon apelou para a maioria silenciosa de americanos em apoio à guerra. Porém, as revelações do massacre de civis, mulheres e crianças principalmente, na aldeia deMy Lai, provocou uma revolta nacional e internacional, aumentando a pressão pela paz.

O príncipe Norodom Sihanouk havia proclamado a neutralidade do Camboja no conflito da Indochina desde 1955. Entretanto, tolerava a presença de forças do vietcong e do exército norte-vietnamita em seu território porque desejava evitar que seu país fosse arrastado a um grande conflito regional. Sob pressão de Washington, porém, ele mudou esta política em 1969 e o Exército Popular do Vietnam e o vietcong deixaram de ser bem-vindos.

Nixon, então, aproveitou-se da oportunidade para lançar um bombardeio maciço e secreto contra os santuários comunistas na fronteira dos dois países, o que violava uma longa sucessão de discursos anteriores apoiando a neutralidade cambojana. Ele havia escrito a Sihanouk em abril de 1969, assegurando-lhe que ‘os Estados Unidos respeitarão asoberania, a neutralidade e a integridade territorial do Reino do Camboja’. Mas sem o conhecimento da opinião pública americana, durante quatorze meses mais de 2.700 miltoneladas de bombas foram lançadas na área. Em 1970, devido à sua tibieza no trato com as questões internacionais, Sihanouk foi deposto por seu primeiro-ministro Lon Nol, favorável aos Estados Unidos, e a fronteira cambojana fechada. Os EUA e o exército sul-vietnamita lançaram então incursões militares ao Camboja, para atacar diretamente as bases comunistas ali instaladas e ganhar tempo para o Vietnã.

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Panfletos de propaganda norte-americana convocando os Viet Congs e soldados norte-

vietnamitas a desertar para o sul.

O Exército da República do Vietnam lançou uma grande ofensiva na fronteira, determinado a cortar e interromper o fluxo de soldados e armas do Norte na Trilha Ho Chi Minh, o que era uma clara violação à neutralidade laosiana, desrespeitada pelos dois lados nos combates. Depois de encontrarem forte resistência, as forças sul-vietnamitas se retiraram em confusão, fugindo através de estradas cobertas por seus próprios mortos. Quando seus caminhões e blindados ficaram sem combustível, os soldados abandonavam os veículos e seguiam se arrastando e cambaleando por quilômetros até o helicópteros Huey americanos enviados para evacuar os feridos. Muitos deles se agarravam nas sapatas de pouso dos helicópteros levantando voo, na tentativa de se salvarem. Aviões americanos tiveram que destruir tanques e caminhões abandonados na rota de fuga para impedir que caíssem em mãos dos inimigos e metade das tropas sulistas foram mortas ou aprisionadas. A operação foi um fiasco e representou uma clara falha na vietnamização da guerra levada a cabo por Nixon. O estrago foi monumental. Os oficiais de alto escalão do Vietnã do Sul tinham sido tutorados pelos americanos por mais de dez anos, muitos deles cursando escolas de treinamento militar nos EUA, mas aprenderam muito pouco e fracassaram quando tiveram que fazê-lo sozinhos.

A invasão do Camboja provocou protestos em todos os Estados Unidos. Durante uma manifestação estudantil em Ohio, quatro estudantes da Universidade de Kent foram mortos pela Guarda Nacional do estado, enraivecendo a opinião pública americana contra o governo. A reação que Nixon teve sobre este episódio em Kent foi considerada indiferente, aumentando ainda mais o ímpeto dos protestos antiguerra. Em 1971, documentos secretos do Departamento de Defesa foram vazados para o jornal The New York Times. Chamados de ‘Pentagon Papers’ (Papéis do Pentágono), a história ultra-secreta do envolvimento dos Estados Unidos no Vietnã, promovida pelo Departamento de Defesa, foi trazida a público mostrando a deliberada fabricação de razões que levaram os EUA a entrarem na guerra, e provocou uma longa série de decepções entre a opinião pública.

Em 1971, a Austrália e a Nova Zelândia retiraram suas tropas do Vietnã e as tropas dos Estados Unidos foram reduzidas a um total de 196 mil homens, com uma data limite de fevereiro de 1972 para a retirada mais 45 mil soldados. A medida que os protestos pela guerra cruzavam os EUA, a desilusão crescia e o moral caía entre a tropa, com o aumento do uso de drogas, conflitos raciais e desobediência aos oficiais.

Uma nova ofensiva no início de 1972 pelas tropas norte-vietnamitas, partindo do Camboja e do interior do Vietnã do Norte tentando cortar o sul em dois, foi salva apenas pela intervenção aérea dos Estados Unidos, deixando claro que, com a retirada contínua das tropas americanas, só o poder de fogo aéreo de seu aliado poderia salvar o Vietnã do Sul. As últimas tropas americanas foram retiradas em agosto de 1972, deixando apenas conselheiros militares e funcionários civis do Estados Unidos no país.

A guerra foi o tema central das eleições de 1972. O oponente de Nixon, George McGovern, tinha uma plataforma de retirada do Vietnã. O conselheiro de segurança nacional de Nixon, Henry Kissinger, continuava porém em negociações secretas com o representante do Vietnã do Norte, Le Duc Tho, e em outubro eles chegaram a um acordo. Entretanto, o presidente sul-vietnamita Nguyen Van Thieu exigiu mudanças significativas no acordo. Quando o Norte tornou públicos aos detalhes do acordo, a Casa Branca afirmou que os norte-vietnamitas tentavam embaraçar o presidente e as negociações estancaram, com os comunistas desejando novas mudanças.

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Para mostrar seu apoio aos sulistas e forçar Hanói a voltar à mesa de negociações, Nixon deu ordens para um bombardeio maciço da capital inimiga e do porto de Haiphong. A ofensiva destruiu a maior parte da capacidade industrial e econômica remanescente dos nortistas. Simultaneamente, Nixon pressionava Thieu ameaçando concluir um tratadobilateral de paz com os norte-vietnamitas e retirando qualquer auxílio ao sul.

Em 15 de janeiro de 1973, o presidente Nixon anunciou ao mundo a suspensão das operações ofensivas norte-americanas no Vietnã. Os Acordos de Paz de Paris foram assinados em 27 de janeiro, encerrando oficialmente o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Um cessar-fogo entrou em vigor entre os países do norte e do sul e os prisioneiros de guerra foram libertados, com a integridade territorial do Vietnã sendo garantida. Como depois da Convenção de Genebra em 1954, eleições foram marcadas para os próximos seis meses nos dois países. O acordo também previa a retirada completa das forças dos EUA em sessenta dias e este artigo acabou sendo o único integralmente cumprido.

Retirada das tropas e do auxílio material dos Estados Unidos (1973-1975)[editar | editar código-fonte]

Sob as condições do Acordo de Paris, os norte-americanos retiraram suas tropas do Vietnã e prisioneiros de guerra foram trocados. O Vietnã do Norte teve permissão para continuar suprindo as tropas comunistas no sul, mas apenas para fazer a reposição do que estava sendo consumido. No fim do ano, Henry Kissinger e Le Duc Tho dividiram oPrêmio Nobel da Paz, mas o negociador norte-vietnamita o recusou, dizendo que uma paz verdadeira ainda não tinha sido conseguida.

Os líderes comunistas esperavam usar o cessar-fogo em proveito próprio, mas Saigon, escorada por um grande aporte de armas e equipamentos feito pelos EUA pouco antes da trégua entrar em vigor, começou a empurrar os vietcongs para o norte. Os comunistas responderam com uma nova estratégia, estabelecida em uma série de encontros da liderança norte-vietnamita realizados em Hanói, em março de 1973. Com a suspensão dos bombardeios americanos, os trabalhos na Trilha Ho Chi Minh e em outras estruturas logísticas deveriam continuar ininterruptamente, até que o norte estivesse em condições de lançar uma ofensiva em massa contra o sul, projetada para a estação seca de 1975-76. O comando militar acreditava ser esta a última oportunidade de decidir o conflito, antes que o exército sul-vietnamita estivesse completamente treinado. Um oleoduto de 3 milmilhas de extensão deveria ser construído entre o interior do Vietnã do Norte e o quartel-general da FLN em Loc Ninh, cerca de 120 km a noroeste de Saigon.

Apesar do democrata George McGovern não ter sido eleito em 1972, as eleições presidenciais estabeleceram grande maioria democrata nas duas casas do Congresso americano, sob o lema da campanha de McGovern, 'Come Home America', o que dificultava qualquer ação ofensiva do governo que dependesse da aprovação congressional. Em 15 de março de 1973, Nixon declarou que os EUA voltariam a intervir militarmente caso os nortistas violassem o cessar-fogo, mas recebeu críticas tanto do Congresso quanto da opinião pública pela declaração e em abril a Casa Branca indicou Graham Martin como novo embaixador em Saigon. Como Martin era um diplomata de segundo escalão, comparado aos embaixadores anteriores, sua indicação pareceu um sinal claro de que os Estados Unidos estavam desistindo do Vietnã. Durante a audiência ao Senado de sua confirmação como novo

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secretário de defesa, James Schlesinger afirmou que ele recomendaria a volta dos bombardeios sobre o Vietnã do Norte, caso os comunistas lançassem alguma ofensiva sobre o sul. Em 4 de junho, o Senado dos Estados Unidos aprovou uma lei proibindo tal ato.

Um bombardeiro norte-americano B-52bombardeando cidades no Vietnã do Norte

durante a Operação Linebacker II, em dezembro de 1972. Esta foi a última grande

ofensiva americana na guerra, antes que oAcordos de Paz de Paris fosse assinado.

A crise do preço do petróleo de outubro de 1973 provocou graves danos à economia do Vietnã do Sul. O Vietcong reiniciou suas operações ofensivas quando a estação das secas começou e em janeiro de 1974 havia recapturado todo o território perdido no ano anterior. Após dois confrontos onde 55 soldados sul-vietnamitas morreram, o presidente Thieu anunciou que a guerra havia recomeçado e que os Acordos de Paris não tinham mais efeito. Durante o cessar-fogo, os sul-vietnamitas sofreram mais de 25 mil baixas.

Em 9 de agosto de 1974, Gerald Ford assumiu a presidência dos Estados Unidos, após a renúncia de Nixon causada pelo escândalo do Caso Watergate. Nesta época, o Congresso havia cortado a ajuda financeira ao Vietnã em 300 milhões de dólares e, com as eleições secundárias de metade de mandato em 1974 aumentando a maioria democrata, ele tornou-se mais determinado a confrontar as políticas de guerra da Casa Branca.

Embalados pelo sucesso da ofensiva na estação das secas, em dezembro de 1974 os norte-vietamitas e o vietcong atacaram aprovíncia de Phuoc Long, e a capital provinciana Binh Phuoc caiu em 6 de janeiro de 1975. Ford pediu desesperadamente ao Congresso que autorizasse os fundos necessários para reequipar o sul, mas teve seu pedido negado. A queda de Phouc Binh e a falta de assistência americana deixaram a elite sul-vietnamita desmoralizada e a corrupção e o desespero campearam.

A velocidade de seu sucesso fez o comando norte-vietnamita repensar suas estratégias. Foi decidio que as operações militares contra as terras altas centrais ficariam a cargo do general Văn Tiến Dũng e que a cidade de Pleiku - onde anos antes havia sido iniciada a guerra terreste no Vietnam - deveria ser cercada e tomada se possível. Antes de partir para o sul, Dung foi aconselhado por Le Duan: "Nunca tivemos a vantagem estratégica que temos agora, nem houve condições políticas e militares tão perfeitas como no momento, para vencermos a guerra".

Em 10 de março de 1975, as forças norte-vietnamitas iniciaram uma ofensiva através do interior do Vietnã, que os levou a capturar Hué e Danang em 31 de março, provocando a rendição de 100 mil soldados do Vietnã do Sul e o controle de metade do país.

Com a metade do sul em suas mãos, as tropas receberam ordens de lançar a ofensiva final contra Saigon. Em 7 de abril, três divisões do EPV

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atacaram Xuan Loc, 64 kms a leste da capital, onde enfrentaram uma resistência desesperada durante duas semanas, na última tentativa dos sulistas barrarem o avanço norte-vietnamita. Em 21 de abril, com a rendição dos esgotados defensores, o presidente Thieu renunciou ao cargo, acusando os norte-americanos de tê-los traído, fugindo para Taiwan e deixando o controle do governo nas mãos do general Duong Van Minh.

No fim de abril, o Exército da República do Vietnã do Sul entrou em colapso completo em todas as frentes de guerra. Milhares de civis fugiam pelas estradas em direção a parte sul do país, à frente das tropas comunistas que se aproximavam. Em 27 de abril, 100 mil soldados nortistas cercaram Saigon, defendida por 30 mil soldados do sul. Para apressar o colapso e aumentar o pânico, o vietcong começou a bombardear o aeroporto e forçou seu fechamento. Com a fuga por ar fechada, milhares de civis em desespero se viram sem saída do Vietnã.

A Queda de Saigon[editar | editar código-fonte]

Com o cerco dos norte-vietnamitas e do vietcong, o caos se instalou na capital e civis e militares histéricos tentaram sair da cidade de qualquer maneira. A lei marcial foi declarada e helicópteros começaram a evacuar autoridades e civis vietnamitas, norte-americanos

Marine protegendo o helicóptero da Operação Vento Constante na embaixada

estrangeiros, partindo de várias pontos da cidade e do complexo da embaixada. A Operação Vento Constante (Operation Frequent Wind)havia sido adiada, porque o embaixador Graham acreditava ainda ser possível que Saigon resistisse até que algum acordo político impedisse a invasão da capital. Por outro lado, a Operação Babylift - implantada no começo de abril de 1975 - ainda persistia, trasladando órfãos de Saigon em aviões C5-A Galaxy para países mais seguros.7

Em 26 de abril de 1975 a Operação Babylift terminaria com um saldo de mais de 3 mil órfãos resgatados, apesar da queda desastrosa do avião no primeiro dia da operação.8 Pouco depois, na manhã de 29 de abril de 1975, o secretário John Schlesinger anunciou o fim daquela que foi a maior operação de resgate por helicópteros da história, e que ocorreu em meio a uma atmosfera de completo caos e medo, com multidões lutando desesperadamente por lugares limitados em helicópteros americanos. Ela correu contra o relógio, enquanto os tanques comunistas forçavam as entradas e as defesas nos subúrbios da cidade. Nas primeiras horas da manhã do dia 30, os últimos marines foram evacuados da guarda da embaixada, enquanto civis invadiam o perímetro e se espalhavam pelo gramado. Muitos deles tinham trabalhado para os norte-americanos e foram deixados para trás, entregues ao seu destino.

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Ao fim da manhã, as tropas do Exército Popular do Vietnã venceram toda a resistência em Saigon, capturando rapidamente edifícios e instalações chaves da cidade. Um tanquearrebentou os portões do Palácio Presidencial as 11:30, hora local, e uma bandeira da Frente Nacional de Libertação foi hasteada sobre ele. O sucessor de Thieu, general Minh, tentou fazer uma rendição formal, mas lhe foi dito que nada mais havia pelo que se render. Minh então deu seu último comando, ordenando a rendição geral de todas as tropas sul-vietnamitas.

A Guerra do Vietnã chegava ao fim depois de quatorze anos de sangue, sofrimento e atrocidades.

Legado[editar | editar código-fonte]

Efeitos no Sudeste Asiático[editar | editar código-fonte]

Após a guerra, em 2 de julho de 1976, foi proclamada a República

Socialista do Vietnã. Mas o país estava arrasado, com a maior parte de

suas terras agroculturaveis queimada e envenenada (pelo bombardeio de

agentes químicos) deliberadamente pelos norte-americanos. Além disso,

sob pressão dos Estados Unidos, o mundo ocidental negou-se a prestar

socorro aos vietnamitas. Quem os ajudou nesse período de terríveis

carências, foram as nações comunistas, especialmente a União Soviética.

O socorro soviético estreitou as relações entre os dois países, mas

provocou o afastamento da China (rival da URSS).

Milhares de sul-vietnamitas, particularmente militares e funcionários do

governo de Nguyen Van Thieu (que se refugiou em Taiwan e, depois, nos

Estados Unidos), fugiram do país em barcos, sendo que muitos deles

morreram tentando escapar pelo mar. Os que ficaram foram aprisionados,

sendo mantidos, por algum tempo, em Campos de Reeducação. Estima-

se que cerca de dois milhões de sul-vietnamitas deixaram o país.

Ao ampliar o alcance da guerra para toda a Indochina, bombardeando o

Cambodja e o Laos, o presidente Nixon acabou contribuindo,

indiretamente, para a vitória das guerrilhas comunistas naqueles países,

na medida em que os camponeses (principais vítimas dos bombardeios)

passaram a apoiar, maciçamente, os guerrilheiros.

No Laos, o governo monárquico foi derrubado pelo Pathet Laos,

instalando-se a República Democrática do Povo do Laos.

Em 15 de maio de 1975, 41 militares estadunidenses foram mortos na

tomada do navio mercante SS Mayaguez por tropas do Khmer Vermelho.

Dois dias após, Phnom Penh, a capital do Camboja, foi tomada pelo

Khmer, que proclamou a fundação do Kampuchea Democrático.

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Inspirado na Revolução Chinesa e disposto a tornar o país

exclusivamente campesino, o líder do Khmer, Pol Pot, fez deportar as

populações urbanas para as áreas rurais, submetendo-as a trabalhos

forçados nos arrozais, a torturas e a fuzilamentos sumários. Segundo

a Anistia Internacional, algo em torno de 1,4 milhão de cambodjanos

foram mortos, incluindo 15 a 20 mil professores e 90% dos monges

budistas. Esse banho de sangue só foi estancado em 1979, quando

tropas da República Socialista do Vietnã invadiram o país, obrigando Pol

Pot e muitos de seus seguidores a se refugiarem na fronteira com

a Tailândia, onde apenas sobreviveram graças ao apoio da China e à

ajuda econômico/militar dos Estados Unidos da América.

Em represália, a China invadiu o Vietnã (pretextando questões de

fronteiras), mas enfrentou séria resistência. Diante disso, após tomarem

algumas poucas pequenas cidades no interior do país, os chineses

proclamaram-se vitoriosos e se retiraram.

Efeitos nos Estados Unidos[editar | editar código-fonte]

No pós-guerra, os norte-americanos se esforçaram para absorver as lições do conflito. Como observou o general Maxwell Taylor, um dos principais arquitetos da guerra, "em primeiro lugar, nós não nos reconhecemos no Vietnã. Pensamos que estávamos entrando em uma nova Guerra da Coreia, mas este era um país diferente. Em segundo lugar, nós não conhecíamos nossos aliados sul-vietnamitas e conhecíamos ainda menos o Vietnã do Norte. Quem era Ho Chi Minh? Ninguém realmente sabia. Sendo assim, até que pudéssemos conhecer melhor nossos amigos e inimigos, e conhecer melhor a nós mesmos, nós deveríamos ter nos mantido fora deste negócio sujo. Era muito perigoso."

Nas décadas passadas desde o conflito, as discussões acontecem sobre se a retirada norte-americana foi uma derrota política ao invés de uma derrota militar. Alguns estudiosos sugerem que "a responsabilidade pelo fracasso desta política, cai nos ombros não dos homens que a lutaram, mas nos daqueles do Congresso dos Estados Unidos." A história oficial da guerra, nos anais do Exército dos Estados Unidos, afirma que "as táticas da guerra frequentemente pareciam existir à parte das estratégias e dos objetivos maiores. No Vietnã, o exército experimentou uma vitória tática e uma estratégia fracassada. A lição a ser aprendida é que os fatores sociais, culturais, políticos, humanos e históricos devem sempre se sobrepor sobre o fato militar. O sucesso não recai apenas num progresso militar, mas numa análise correta da natureza de um conflito em particular, entendendo aestratégia inimiga e reconhecendo as forças e deficiências dos aliados. Uma nova humildade e uma nova sofisticação de métodos, devem formar a melhor parte de uma herança complexa deixada para o exército americano pela longa e amarga guerra no Vietnã." Mesmo o Secretário de Defesa McNamara concluiu que "o objetivo de uma vitória militar dos Estados Unidos no Vietnã foi uma perigosa ilusão".

Quase três milhões de norte-americanos serviram no Vietnã. Entre 1965 e 1973, os Estados Unidos gastaram 123 bilhões de dólares com a guerra e a ajuda econômica ao Vietnã do Sul, o que resultou num grande déficit no orçamento federal do país. A guerra demonstrou que nenhuma potência,

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mesmo sendo uma superpotência, era capaz de dispor de força e recursos ilimitados. Mas talvez mais significativamente, a guerra do Vietnã demonstrou que a vontade política, talvez mais que o poder material, é o fator decisivo no resultado de um conflito.

Em 1977, o presidente Jimmy Carter instituiu o perdão a cerca de 10 mil desertores do serviço militar exilados, permitindo-lhes a volta para casa.

Efeitos na China[editar | editar código-fonte]

O Envolvimento da República Popular da China no Vietnã começou em 1949, quando os comunistas de Mao Zedong tomaram o poder no país. O Partido Comunista Chinês logo providenciou apoio material e técnico aos comunistas vietnamitas. Em 1962, Mao concordou em enviar a Hanói 90 mil rifles e armas menores, sem custo. Após o começo das operações aéreas de bombardeio do norte do Vietnã, a China enviou unidades antiaéreas e batalhões de engenheiros militares ao país, para ajudar a reparar estradas, pontes e ferrovias destruídas pelos norte-americanos, o que liberou grandes contingentes de soldados norte-vietnamitas para o combate no sul. Entre 1965 e 1970, mais de 320 mil chineses serviram no norte do Vietnã.

Apesar da assistência chinesa, os vietnamitas sempre mantiveram uma atitude de desconfiança de seus grandes vizinhos, pela histórica antipatia mútua entre as duas nações. Com a China se tornando após a guerra na principal força de apoio ao Khmer Vermelho cambojano, a relação entre os dois países deteriorou-se a ponto dos chineses lançarem uma invasão ao Vietnã em 1979, após a entrada destes no Camboja um ano antes, invasão esta considerada um fracasso militar por suas parcas conquistas. As duas nações continuaram com escaramuças militares durante os anos 80, com a China capturando algumas ilhas vietnamitas na zona de fronteira.

A reação contra a guerra e a contra-cultura[editar | editar código-fonte]

Enquanto o morticínio vitimou, massivamente, os "piolhos humanos"9 asiáticos, a opinião pública norte-americana apoiou a luta "em defesa da liberdade e da democracia". Mas quando uma quantidade cada vez maior de jovens americanos passou a retornar dentro de sacos fúnebres, a guerra foi se tornando antipática e os protestos cresceram. Ao lado disso, a divulgação de atrocidades praticadas pelos soldados americanos no Vietnã - bombardeios indiscriminados, uso de napalm e outros agentes químicos proscritos pela Convenção de Genebra, instituição de Campos de Concentração (eufemisticamente chamados de "aldeias estratégicas") e massacre de civís, sobretudo camponeses (dentre os quais o de Mi Lay tornou-se emblemático)10 . - fez com que surgisse uma crescente rejeição à guerra, inserida no contexto maior do grande movimento da Contracultura, que revolucionou a década de 1960, na maior parte do mundo ocidental.

Uma das vertentes da Contracultura foi o movimento hippie, iniciado num distrito de São Francisco, na Califórnia - o Haight-Ashbury -, com "as crianças das flores" (flower children), quando gente jovem lançou o movimento "Paz e Amor" (Peace and Love), rejeitando o projeto da Grande Sociedade do Presidente Lyndon Johnson. Data desse tempo a afirmação do Feminismo e o surgimento dos Panteras Negras (The Black Panthers) que, abandonando a não-violência pregada por Martin Luther King Jr (assassinado em1968), propunha o confronto aberto com a cultura racista do país.

O repúdio à guerra foi também um dos estopins da revolta que explodiu nos Campi Universitários, particularmente em Berkeley e em Kent, onde vários jovens morreram num conflito com a Guarda Nacional. Passeatas e

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manifestações espalharam-se por todo o país, irradiando-se para outros continentes.

Equipamentos[editar | editar código-fonte]

A arma mais simbólica desta guerra, o helicóptero Huey, teve um papel decisivo na remoção de combatentes feridos, desembarque de tropas na selva e fornecimento desuprimentos e munição às tropas em terra, sendo durante o decorrer da guerra modernizado em sua capacidade de combate, com foguetes e metralhadoras para apoio aos combates terrestres.

Alguns equipamentos e armamentos são considerados símbolos da Guerra do Vietnã. Abaixo uma relação das principais aeronaves, tanques e equipamentos militares imortalizados pelo conflito:

Aeronaves

Ao contrário dos Franceses, os Nortes Americanos utilizavam helicópteros com muita

frequência em suas missões

UH-1B/C/D/H Huey (Iroquois),

AH-1 Cobra,

F-4 Phantom II,

A-4B/C/E/F Skyhawk,

A-7A/D Corsair II,

A-6A/E Intruder,

F-105A/D/F Thunderchief,

F-111A Aardwark,

B-52A Stratofortress,

O-1 Bird Dog,

O-2 Skymaster,

OV-10 Bronco,

F-100A/D/F Super Sabre,

C-130  Hercules,

MiG-17 Fresco,

MiG-21 Fishbed .Veículos

Page 41: Crise Dos Mísseis de Cuba

M113 ,

M48A3 Patton,

M551 Sheridan,

M88A1 Hercules,

M35,

M54,

M151  Mutt,

M606,

M577,

M107,

M108 - 105mm,

M109 - 155mm,

M110.

M-49Armamento

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Metralhadora M-60

AK-47

Pistola M-1911

Capacete de aço M1

Fuzil M40A1

Metrlhadora M3A1

Metralhadora PPSH-41

Fuzil Mosin-Nagant

Fuzil Dragunov

Metralhadora leve RPK

Metralhadora Swedish K

Fuzil Tipo .56

Lança granada 40mm M79

Lança foguete law 66mm

Metralhadora Thompson A1

Lança foguete RPG-7

Lança foguete RPG-7v

Carga C4

MP-40

Mina claymore

Metralhadora de apoio leve PKM

Metralhadora Degtyarov RPD

Pistola Makarov

Pistola Tokarev

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Fuzil SKS

Metralhadora Dshk 12,7mm

Granadas  de palo, Mk26, Mk94,fumaça e de fosfóro branco

Fuzil Car-15

Escopeta Calibre 12mm

Faca  k-bar

Morteiro 40mm

Metralhadora Mat-49

revolver S&W .50

Lança granada M203

Bomba de napalm

Vítimas[editar | editar código-fonte]

O total de vítimas da Guerra do Vietnã entre os anos de 1964 até 1975 é impreciso, oscilando entre 1 milhão e meio a dois milhões de vietnamitas mortos, entre civis e militares. Parte considerável da população economicamente ativa do país morreu durante o conflito. Este fato provocou uma grave crise econômica nos anos seguintes ao término do conflito.

Morreram aproximadamente 58.000 soldados estado-unidenses até a retirada dos Estados Unidos do conflito em 1973.

Embargo comercial

Quando os vietnamitas começaram a construir o socialismo no país unificado, primeiramente eles optaram pelo velho modelo soviético que, por não levar em conta as peculiaridades e as realidades nacionais, fracassou. O país então entrou em uma crise econômica que agravou ainda mais sua situação social. Em 1987 o Vietnã enfrentava uma inflação de quase 700% ao ano, uma grande carência no abastecimento de mercadorias e artigos de primeira necessidade como o arroz, por exemplo, estavam sendo importados. Além disso, o país só mantinha relações comerciais e diplomáticas com países socialistas, pois sofria o embargo de países capitalistas, sob imposição dos EUA.

Forças envolvidas[editar | editar código-fonte]

Estados Unidos: 2.300.000 homens serviram no Vietnã de 1961 a 1974, com 58,203 mortos e 303,635 feridos.

Coreia do Sul: 4,960 mortos e 10,962 feridos

Nova Zelândia: 37 mortos, Tailandia: 351 mortos, Filipinas: 7 mortos

Austrália: 520 mortos e 2.940 feridos

Vietnã do Sul: 1.048.000 homens (Exército regular e Forças Populares), com 184.000 mortos.

Vietnã do Norte e Vietcong: cerca de 1.100.000 homens, com 900.000 mortos no total.

Estima-se que 2.000.000 de civis vietnamitas morreram no conflito.

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Armas químicas[editar | editar código-fonte]

Um helicóptero Bell UH-1D pulverizando vegetação com o agente laranja.

Apesar de proscritas pelas Convenções de Genebra 11  , armas químicas foram fartamente usadas pelos EUA, durante a Guerra do Vietnã. A mais conhecida delas foi o Napalm, uma mistura de gasolina com uma resina espessa da palmeira que lhe deu o nome e que, em combustão, gera temperaturas a 1.000 °C. Se adere à pele, queima músculos e funde os ossos, além de libertar monóxido de carbono, fazendo vítimas por asfixia.

Além do Napalm, o exército norte-americano despejou sobre o Vietnã, desde 1961 (com a aprovação do presidente John Kennedy) até 1971, cerca de 80 milhões de litros de herbicidas. Entre eles, o mais utilizado, devido à sua terrível eficácia, foi o Agente laranja, que é uma combinação de dois herbicidas: o 2,4-D e o 2,4,5-T, sendo que a síntese deste último gera um subproduto cancerígeno, a Dioxina tetraclorodibenzodioxina, considerada uma das substâncias mais perigosas do mundo12 .

FA O impacto ecológico do uso dessas armas químicas foi catastrófico para a cobertura vegetal e para a população que habitava a região.13 14 15 16

Mais de 40 anos depois da guerra, a dioxina produzida pelo Agente Laranja continuava biologicamente ativa. E, atualmente, as concentrações encontradas em várias regiões do Vietnã superam em 400 vezes o limiar de toxicidade, conforme evidenciado pela Canada Hatfield Consultants.

A dioxina foi culpada pela alta incidência de doenças de pele, malformações genéticas, câncer, incapacidades mentais e outros problemas que afetam a população vietnamita (e ex-militares dos EUA). Milhares de crianças nasceram com problemas de pais que não foram expostos ao herbicida durante a guerra, mas que comeram alimentos contaminados por ele. Como de praxe, a maioria das vítimas pertence às famílias mais pobres17 .

Em 2005, a Associação Vietnamita do Agente Laranja moveu uma ação judicial contra as companhias químicas norte-americanas produtoras do Agente Laranja. Mas o juiz federal, Jack Weisntein, não acolheu a queixa, alegando que não havia, nos autos do processo, "nada que comprovasse que o Agente Laranja tenha causado as doenças a ele atribuídas, principalmente pela ausência de uma pesquisa em larga escala".

Curiosamente, em 1984, uma ação judicial movida por veteranos de guerra norte-americanos contra as mesmas companhias, pelos mesmo motivos,

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resultou em um acordo de 93 milhões de dólares em indenizações aos soldados.

Memoriais[editar | editar código-fonte]

Inaugurado em 1982, o Monumento aos Veteranos do Vietname é uma obra edificada em Washington-DC, durante o governo de Ronald Reagan. Em um muro de mármore negro estão gravados os nomes de todos os mais de 50 mil soldados estadunidenses mortos na guerra, para que sejam lembrados pela posteridade.

Os nomes dos cerca de 4 milhões de vietnamitas, civis e militares (em sua maioria camponeses), mortos no conflito, permanecem no anonimato.

Ver também

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A União Soviética buscava implantar o socialismo em outros países para que pudessem expandir a igualdade social, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Enquanto os Estados Unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial o contraste entre o capitalismo e socialismo era predominante entre a política, ideologia e sistemas militares. Apesar da rivalidade e tentativa de influenciar outros países, os Estados Unidos não conflitou a União Soviética (e vice-versa) com armamentos, pois os dois países tinham em posse grande quantidade de armamento nuclear,  e um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, possivelmente, da vida em nosso planeta.  Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã

Com o objetivo de reforçar o capitalismo, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, lança o Plano Marshal, que era um oferecimento de empréstimos com juros baixos e investimentos para que os países arrasados na Segunda Guerra Mundial pudessem se recuperar economicamente. A partir desta estratégia a União Soviética criou, em 1949, o Comecon, que era uma espécie de contestação ao Plano Marshall que impedia seus aliados socialistas de se interessar ao favorecimento proposto pelo então inimigo político.

A Alemanha por sua vez, aderiu o Plano Marshall para se restabelecer, o que fez com que a União Soviética bloqueasse todas as rotas terrestres que davam acesso a Berlim. Desta forma, a Alemanha, apoiada pelos Estados Unidos, abastecia sua parte de Berlim por vias aéreas provocando maior insatisfação soviética e o que provocou  a divisão da Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.

Em 1949, os Estados Unidos juntamente com seus aliados criam a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que tinha como objetivo manter alianças militares para que estes pudessem se proteger em casos de ataque. Em contra partida, a União Soviética assina com seus aliados o Pacto de Varsóvia que também tinha como objetivo a união das forças militares de toda a Europa Oriental.

Entre os aliados da Otan destacam-se: Estados Unidos, Canadá, Grécia, Bélgica, Itália, França, Alemanha Ocidental, Holanda, Áustria, Dinamarca, Inglaterra, Suécia, Espanha. E os aliados do Pacto de Varsóvia destacam-se: União Soviética, Polônia, Cuba, Alemanha Oriental, China, Coréia do Norte, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Albânia, Romênia.