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Critérios de Locação de Aterros

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Critérios de Locação de Aterros

Conceitos Principais

• RSU: Classe II

• Resíduos Industriais: Normalmente Classe III

• Aterros projetados seguindo as mesmas

premissas, de conter e confinar os resíduos,

diferindo no grau de segurança necessário.

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Aterro Sanitário

• Uma forma de disposição de resíduos sólidos

no solo que, fundamentada em critérios de

Engenharia e normas operacionais, permite o

confinamento seguro, garantindo o controle

de poluição ambiental e proteção à saúde

pública, minimizando impactos ambientais

(IPT, 2000).

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Aterro Sanitário

• Divisão em células;

• Compactação dos resíduos;

• Cobertura;

• Sistema de impermeabilização;

• Sistemas de drenagem e tratamento para

líquidos e gases;

• Monitoramento geotécnico e ambiental;

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Aterros Controlados

• Resíduos são cobertos com solo e

eventualmente compactados, porém sem

impermeabilização, drenagem e tratamento

de chorume e gases.

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Lixões

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Critérios de projeto – Princípios gerais

• Controlar a emissão de contaminantes para

o meio ambiente, com a finalidade de

reduzir a possibilidade de poluição de águas

subterrâneas e superficiais, do solo e do ar,

e eliminar impactos adversos na cadeia

alimentar.

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Projeto por critérios de desempenho

• Atendimento a prescrições existentes;

• Atendimento a critérios de desempenho;

• Normas e regulamentações ambientais tem

um enfoque prescritivo.

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Enfoque prescritivo

• Maior facilidade para aprovação pelos

órgãos licenciadores;

• Podem não ser suficientes para eliminar os

impactos ambientais em locais de

características hidrogeológicas complexas

ou podem gerar projetos conservadores para

características hidrogeológicas favoráveis.

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Critérios de desempenho

• Resultam em projeto mais específico para o

local e os resíduos a serem depositados;

• Requer mais tempo para aprovação.

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Ideal

• Equilíbrio entre algumas prescrições para as

características geométricas, geológicas e

hidrogeológicas mínimas a serem

obedecidas e a postulação clara dos critérios

de desempenho.

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Construção e Operação de

Aterros Sanitários

• 1. A área de disposição é recoberta com um

revestimento inferior ou de base, composto

por camadas de drenagem e

impermeabilização.

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Construção e Operação de

Aterros Sanitários

• 2. Construção de camadas RSU realizada

pelo método de aterro em rampa: o lixo é

descarregado de caminhões basculantes no

pé da rampa; o trator de esteiras empurra o

lixo de baixo para cima, subindo pelo talude

e compactando toda camada com 3 a 5

passadas em toda sua extensão;

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Aterro em rampa

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Construção e Operação de

Aterros Sanitários

• 3. O lixo depositado e compactado é

coberto diariamente com uma camada de

solo, inclusive os taludes, em uma espessura

aproximada de 15 cm;

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Construção e Operação de

Aterros Sanitários

• 4. O aterro é construído em células, com

altura geralmente entre 2 e 4 metros

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Construção e Operação de

Aterros Sanitários

• 5. As células são revestidas na base, topo e

laterais por camadas de solo;

• 6. Há drenagem na base das células;

• 7. Para a sobreposição de uma célula,

aguarda-se tempo suficiente para que se

processe a decomposição aeróbica do lixo;

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Construção e Operação de

Aterros Sanitários

• 8. O topo do aterro recebe um sistema de

impermeabilização superior ou cobertura

final, composto por camadas de drenagem e

impermeabilização;

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Sistemas de revestimento de cobertura

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Construção e Operação de

Aterros Sanitários

• 9. Um sistema de drenagem superficial

constituído de canaletas e escadas d´água é

construído sobre a cobertura final e no

perímetro do aterro;

• 10. Há drenos verticais para o escape dos

gases gerados pela decomposição

anaeróbica do lixo.

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Seleção do local

• Garantir a segurança estrutural e ambiental

do depósito a longo prazo;

• Impedir contaminação do ar, águas

superficiais, subsolo, fauna e flora locais;

• Minimizar custos de transporte;

• Minimizar custos de desapropriações;

• Minimizar desvalorização de propriedades

no entorno;

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Enfoque antigo

• Diluir e dispersar!

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Características desejáveis(CETESB, 1997)

• Área de grandes dimensões;

• Solo local predominantemente argiloso, homogêneo e

impermeável, sem matacões, pedras e rochas aflorantes;

• Área não sujeita a inundações;

• Nível freático sem flutuações excessivas e situado o mais

distante possível da superfície (3 metros);

• Distância mínima de 200 m de qualquer corpo de água;

• 500 m de residências

• 2 km de áreas urbanas;

• Direção dos ventos favorável;

• Próximo aos centros geradores de resíduos.

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pré-seleção de áreas

• conjunto de dados sobre o meio físico e

critérios sócio-econômicos devem ser

analisados, para que as áreas possam ser

analisadas quanto a seu potencial de

aproveitamento para a instalação de um

aterro

CEMPRE (1995)

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dados geológico-geotécnicosmapa geológico

• distribuição e características das unidades geológico-

geotécnicas que ocorrem na região

• principais feições estruturais (falhas, fraturas e foliação)

CEMPRE (1995)

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dados pedológicosmapa de distribuição de solos

• tipos de solos que ocorrem na região

• identificação dos tipos de solos mais apropriados para material de empréstimo

• identificação dos processos do meio físico mais atuantes para a região e para os tipos de solos

CEMPRE (1995)

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dados sobre o relevomapa geomorfológico

• compartimentação geomorfológica

• características das unidades que compõem o relevo (morros, planícies, encostas, etc.)

• declividade dos terrenos

CEMPRE (1995)

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dados sobre as águas subterrâneas e superficiais - mapa hidrogeológico

• profundidade do lençol freático• localização das zonas de recarga das águas subterrâneas• principais mananciais, bacias e corpos d’água de

interesse a abastecimento público (âmbito regional e local)

• áreas de proteção de manancial CEMPRE (1995)

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dados sócio-econômicosmapa de uso e ocupação do solo

• valor da terra• uso e ocupação dos terrenos• distância da área em relação aos centros atendidos• integração à malha viária• aceitabilidade da população e de suas entidades

organizadasCEMPRE (1995)

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critérios

CEMPRE (1995)

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condicionantes

• aeroportos

• áreas inundáveis

• pântanos e mangues

• condicionantes geológicos

• zonas sujeitas à impactos sísmicos

• áreas instáveis

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condicionantesUS Solid Waste Disposal Facility Criteria (40 CFR Part 258)

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aeroportos

• acidentes com pássaros (USA)

– 3 km de pistas de pouso de jatos

– 1,5 km de pistas de pouso de turbohélices

– notificar ao Federal Aviation Administration

(FAA) e ao aeroporto caso o raio seja de 8 km

• acidentes com pássaros (Brasil)

– raio de 20 km de aeroportos e bases aéreas

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aeroportos-pássaros

• os pássaros de aproximam do aterro para

– alimentação

– descanso

– ninhos

• urubus, garças-boiadeira e pombos

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práticas para redução de pássaros

• cobertura freqüente do lixo que fornece

fonte de alimentação

• triturar o lixo

• eliminar o aceite de lixo que represente

fonte de alimentação na célula

– separação

– compostagem

• gaiolas

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cobertura freqüente

• reduz a disponibilidade da fonte

• fatores– volume de lixo– tipo de lixo– cronograma de entrega– tamanho da célula

• trabalhando com células pequenas, os

equipamentos de espalhamento e compactação

ficam concentrados em uma pequena área que

previne o remeximento por parte dos pássaros

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lixo triturado

• o processo de trituração

– diminui a dimensão das partículas do

lixo

– promove a mistura a fração orgânica com

a não-orgânica

– diminui o seu atrativo para os animais

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gaiolas

Solid Waste Disposal Facility Criteria (EPA 530-R-93-017)

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áreas inundáveis

• tempo de recorrência de 100 anos

• os proprietários devem provar que

– o aterro não restringirá o fluxo de uma cheia de 100

anos

– o aterro não reduzirá a capacidade de

armazenamento temporária da área

– não haverá carreamento de sólidos que possam a

provocar risco a saúde humana e ao meio ambiente

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pântanos e mangues

• a hipótese só deve ser

avaliada quando da

inexistência de uma

alternativa menos

degradante

• violar os padrões de qualidade de água

• causar ou contribuir para a violação de padrões de efluentes tóxicos

• causar ou contribuir para a violação de critérios de proteção de santuários marinhos

• prejudicar a existência de espécies em extinção ou ambientes críticos

NÃO

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pantânos e mangues

• deveres do operador

– assegurar a integridade do aterro no tocante a

erosão, estabilidade, migração de solos nativos

e materiais dragados/aterro

– minimizar os impactos nos peixes e outros

recursos aquáticos e seu habitat contra

liberações de resíduos sólidos

– avaliar as conseqüências da liberação de

resíduos/efluentes nos pântanos e mangues

– assegurar a proteção dos recursos ecológicos

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condicionantes geológicos

• “um aterro não deve ser situado nas

proximidades, num raio de 60 metros, de

uma falha que tenha se deslocado no

Holoceno “ 40CFR §258.13

Falha - fratura ou cisalhamento em blocos de rocha que se

deslocaram um em relação ao outro, ao longo de planos

Holoceno - última fase do Quartenário - últimos 10.000 a 12.000 anos

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condicionantes geológicos

• a proximidade de uma falha pode causar– os movimentos ao longo de uma falha podem causar

deslocamentos aos elementos estruturais (liners, sistemas de coleta de chorume e de gases, sistema de cobertura)

– atividades sísmicas associadas a falhas podem causar danos aos elementos estruturais através de vibrações

– os movimentos podem causar rupturas de taludes

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condicionantes geológicos -ações mitigadoras

• emprego de tubos flexíveis

• reforço do solo (injeções, rebaixamentos, escavação, compactação)

• sistema de contenção secundário

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impactos sísmicos

• zonas com uma probabilidade de no mínimo 10% que a

aceleração horizontal no substrato rochoso ultrapasse

0,1 g em 250 anos

• acredita-se que durante terremotos, há uma maior

probabilidade de ocorrência de escorregamentos

superfíciais e deslocamentos diferenciais do que

rupturas catastróficas de taludes, afetando

– liners e sistema de cobertura

– sistema de coleta de chorume e de gases

– ruptura da geomembrana (tensões de tração)

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impactos sísmicos

materiais vulneráveis a abalos sísmicos (US Navy, 1983)

– loess (material siltoso de origem eólica) não-saturados e rochas

frágeis e fraturadas estão vulneráveis a choques transientes

causados por falhas normais

– loess e areias saturadas podem se liqüefazer por choques sísmicos

causados pelo colapso súbito de estruturas e corridas de massa

– solos coesivos sensitivos com teor de umidade superior ao seu

limite de liquidez também podem se liqüefazer por choques

sísmicos causados pelo colapso súbito de estruturas e corridas de

massa

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áreas instáveis

• são àquelas sujeitas a eventos naturais

ou antrópicos que possam causar danos

a integridade dos elementos estruturais

do aterro

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áreas instáveis eventos naturais

– áreas com baixa capacidade de suporte de

fundações

– áreas sujeitas a movimentos de massa

– áreas cársticas (região de calcário

caracterizado pela presença de vales de

dissolução, fossos e correntes de águas

submersas)

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áreas instáveis eventos antrópicos

• a presença de um corte e/ou aterro durante a construção

de um aterro sanitário pode causar deslizamento ou

ruptura de um solo/rocha existente

• rebaixamento excessivo da água subterrânea pode

aumentar a carga devido ao peso próprio na fundação do

aterro, que por sua vez, pode causar recalques

excessivos ou suplantar a capacidade de suporte da

fundação causando a ruptura da massa de solo

• um novo aterro assente sobre um antigo pode ser

instável, a não ser que já não haja mais

recalques/subsidências no antigo

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Legislação e Normalização

• localização das áreas

de proteção ambiental

• áreas de proteção de

mananciais

• parques e reservas

• áreas tombadas

• zoneamento urbano da

cidade

• leis

• decretos

• instrução normativa

• portarias

• resoluções

• leis

• leis complementares

• decretos

• deliberações

Federais - Estaduais

Conselho Nacional do Meio Ambiente

(Ministério do Meio Ambiente)

• Resolução CONAMA no.1 (1986) – Critérios Básicos e

diretrizes gerais para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e

para o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA);

• Resolução CONAMA no.237 (1997) – Aspectos de

licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional

do Meio Ambiente;

• Resolução CONAMA no.307 (2002) – Gestão dos resíduos

da construção civil;

• Resolução CONAMA no.308 (2002) – Licenciamento

ambiental de sistemas de disposição final dos resíduos

sólidos urbanos gerados em municípios de pequeno porte.53

Dados necessários para a seleção

do local• Dados topográficos;

• Dados climáticos (precipitação, evapotranspiração e ventos)

• Dados geológicos (morfologia e extensão das camadas de solo,

presença de cavidades e rochas solúveis, riscos de terremotos);

• Dados hidrogeológicos (espessura e profundidade de aquíferos, NA

subterrâneo, recarga, direção e vazão do fluxo subterrâneo,

composição química da água subterrânea, relação com os corpos de

água próximos);

• Dados geotécnicos (espessura e continuidade das camadas,

propriedades mecânicas, permeabilidade a água, percolado e gases,

porosidade, caracterização química e mineralógica).

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