Cuidar ou Adoecer: Uma revisão bibliográfica sobre a saúde mental do trabalhador na saúde mental

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    UNIVERSIDADE PAULISTA

    ROSANA OLIVEIRA DOS SANTOS

    CUIDAR OU ADOECER:

    Uma reviso bibliogrfica sobre a sade mental do trabalhador na sade mental

    SO PAULO

    2015

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    ROSANA OLIVEIRA DOS SANTOS

    CUIDAR OU ADOECER:

    Uma reviso bibliogrfica sobre a sade mental do trabalhador na sade mental

    Trabalho de concluso de curso paraobteno do ttulo de especialista emSade Mental para EquipesMultiprofissionais apresentado Universidade Paulista - UNIP.

    Orientadores:

    Profa. Ana Carolina S. de Oliveira

    Prof. Hewdy L. Ribeiro

    SO PAULO

    2015

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    Santos, Rosana Oliveira dosCuidar ou adoecer: uma reviso bibliogrfica sobre a sademental do trabalhador na sade mental / Rosana Oliveira dosSantos.So Paulo, 2015.

    34 f. : il. Color., tabelas + 1 CD

    Trabalho de concluso de curso (especializao)apresentado ps-graduao lato sensuda UniversidadePaulista, So Paulo, 2015.

    rea de concentrao: Sade mental.

    Orientao: Prof. Ana Carolina Schmidt OliveiraCoorientador: Prof. Hewdy L. Ribeiro

    1.

    Reviso bibliogrfica. 2. Sade mental. 3.

    Sade doTrabalhador. I. Universidade Paulista - UNIP. II. Ttulo. III.Santos, Rosana Oliveira dos.

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    ROSANA OLIVEIRA DOS SANTOS

    CUIDAR OU ADOECER:

    Uma reviso bibliogrfica sobre a sade mental do trabalhador na sade mental

    Trabalho de concluso de curso paraobteno do ttulo de especialista emSade Mental para EquipesMultiprofissionais apresentado

    Universidade Paulista - UNIP.Orientadores:

    Profa. Ana Carolina S. de Oliveira

    Prof. Hewdy L. Ribeiro

    Aprovado em:

    BANCA EXAMINADORA

    _______________________/__/___

    Prof. Hewdy Lobo Ribeiro

    Universidade PaulistaUNIP

    _______________________/__/___

    Profa. Ana Carolina S. Oliveira

    Universidade PaulistaUNIP

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    EPGRAFE

    Conhea todas as teorias, domine todas as tcnicas, mas aotocar uma alma humana seja apenas outra alma humana.

    (Carl Gustav Jung)

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    RESUMO

    O presente trabalho teve como proposta analisar alguns aspectos da sade

    mental do trabalhador de sade mental, atravs de uma reviso bibliogrfica.Esclarece ento que o sofrimento psquico evidente em trabalhadores de sademental, destacando como principais fatores estressores as dificuldades nasrelaes com os colegas de trabalho e tambm a forma incorreta de administraodas instituies. necessrio que gestores e profissionais fiquem atentos sademental da equipe, sugere-se assim a continuidade desse estudo com intuito depromover a sade entre os trabalhadores de sade mental como um cuidadosubjetivo e coletivo, e assim alcanar a todas as esferas.

    Palavras- chave: Sade do Trabalhador, Sade Mental, Qualidade de Vida no

    Trabalho, Estresse no trabalho.

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    ABSTRACT

    This study was proposed to analyze some aspects of mental health of mental

    health worker, through a literature review. Then clarifies that psychological distress

    is evident in mental health workers, highlighting how major stressors difficulties in

    relationships with co-workers and also the incorrect form of administration of the

    institutions. It is necessary that managers and professionals be alert to the mental

    health team, so it is suggested to continue this study with a view to promoting

    health among mental health workers as a subjective and collective care, and so

    achieve all spheres.

    Key-words: Occupational Health, Mental Health, Quality of Life at Work, Stress at

    work.

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    SUMRIO

    1. Introduo......................................................................................................09

    1.1 O contexto histrico da Sade Mental e a Reforma Psiquitrica no

    Brasil.................................................................................................................11

    1.2 Polticas Pblicas da Sade Mental no Brasil.............................................18

    1.3 O modelo atual de Sade Mental no Brasil..................................................20

    1.4 Sofrimento na sade mental do trabalhador de Sade mental..................22

    2 OBJETIVO ..........................................................................................................23

    3 METODOLOGIA..................................................................................................23

    4 RESULTADOS E DISCUSSO..........................................................................24

    4.1 Quem o Trabalhador da Sade mental......................................................28

    4.2 Sade mental do trabalhador em sade mental e estresse no trabalho...29

    5 CONCLUSES....................................................................................................30

    REFERNCIAS......................................................................................................32

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    1 INTRODUO

    O homem desde a mais tenra infncia preparado para sua insero no

    mercado de trabalho. Segundo Melo Jnior (2008), o trabalho um local deintensa relao entre o homem e o meio em que vive e este constantemente

    modificado, recriado e reinventado.

    O trabalho assume ento, o papel de mediador de integrao social. A

    partir dele as relaes so construdas, o trabalhador assume o papel social de

    sujeito-produo, aquele que produz alteraes naquele que cuidado, da mesma

    forma em que sofre alteraes causadas por esses. nessa relao muitas vezes

    simbitica que a sade mental do profissional da sade mental pode ser

    comprometida. Existe troca simbitica entre aquele que o produz (o homem) e o

    que foi produzido (produto final) no quais fatores como o relacionamento

    interpessoal, a cultura, os valores e crenas interferem no processo de produo e

    nos resultados Johnson (2008). O contato com o desequilbrio emocional de

    pacientes pela equipe multidisciplinar em suas especialidades, a carga horria de

    trabalho, ausncia de um olhar pessoal para suas prprias necessidades,

    ambiente algumas vezes hostil, a prpria simbiose entre paciente e profissional,

    alm das prprias peculiaridades do sistema de trabalho, podem ser prejudiciais sade mental desses profissionais.

    De acordo com a Organizao Mundial da Sade (2005), sade mental

    o equilbrio emocional entre o patrimnio interno e as vivncias externas. a

    capacidade de administrar a prpria vida sem perder o valor do real e do preciso.

    ser capaz de ser sujeito de suas prprias aes sem perder a noo de tempo e

    espao. buscar viver a vida na sua plenitude mxima, respeitando o legal e o

    outro. E justamente esse equilbrio que est em jogo na equipe profissional dasade mental.

    A presso interna para executar uma determinada tarefa condizente

    com sua funo, muitas vezes vai perturbar. Esse profissional pode vir a sentir-se

    sufocadoou inseguroquanto sua atuao e refletir de maneira negativa em

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    sua qualidade de vida. A qualidade de vida entendida como um conceito amplo

    que abrange a complexidade de um construto social, cultural, subjetivo e

    multidimensional, composto de elementos de avaliao tanto positivos quanto

    negativos e perpassada pela linguagem e comunicao Fleck (1999). Para ser

    saudvel, o sujeito precisa estar bem fisicamente, emocional e socialmente,

    portanto, integrado ao seu meio social, o que implica poder comunicar-se

    satisfatoriamente tambm. A sade e a qualidade de vida esto, assim,

    relacionadas s relaes sociais, incluindo aquelas constitudas no ambiente de

    trabalho.

    Sendo assim, esses sentimentos de sufocamento, insegurana podem

    variar, dependendo da vivncia de cada indivduo, de seu contexto social,

    ambiente de trabalho e sua funo nesse contexto. O paradoxo do cuidar e sercuidado dentro desse contexto da sade mental faz pensar na necessidade do

    olhar mais minucioso a esses profissionais. As exigncias imediatistas e qualidade

    profissional da rea da sade mental faz com que a prpria sade mental dessa

    equipe seja relegada a um segundo plano. Seria menos frustrante e mortificante

    se, pelo menos, o mercado apresentasse instrumental de qualidade para o

    profissional poder uso de alguma segurana na execuo de seus deveres,

    Pasquali (1999).

    Diversas pesquisas vm descrevendo tais, comprometimentos da

    sade mental nessa categoria de profissionais e nesse vis que esta pesquisa

    foi feita.

    O presente trabalho pretendeu contribuir com esse tema, discutindo essa

    problemtica, atravs da reviso literria e de produes acadmicas atuais,

    visando analisar alguns aspectos da sade mental e de trabalho da equipe

    multidisciplinar da sade mental, identificando possveis vulnerabilidades e

    situaes agravantes e/ ou determinantes de impactos negativos na qualidade de

    vida desses profissionais. Dentro desse objetivo, se prope discutir as seguintes

    questes: como a equipe de profissionais da sade mental se apresenta no

    enfrentamento das problemticas referente sua atuao? De que forma pode-se

    contribuir para melhoria da sade mental desses profissionais? Quais os fatores

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    estressores que influenciam no comportamento do profissional da sade mental

    no contexto de trabalho?

    A adoo dessa temtica justifica devido importncia de ressaltar os

    aspectos que afetam a sade mental dos profissionais que atuam na sademental, refletindo nas condies de trabalho desses, interferindo na qualidade do

    servio prestado, bem como na qualidade de vida do prprio profissional. Tambm

    se justifica esta pesquisa pela sua contribuio concedida cincia, ampliando o

    nmero de temas pesquisados e de fontes para novas pesquisas e possibilidades

    de alternativas para aes preventivas dessa classe.

    Para cumprir essa tarefa, o trabalho foi dividido em: Na primeira etapa,

    constitudo o embasamento terico, so apresentadas as principais temticas

    relacionadas sade mental, desde seu histrico, definies, perfil do trabalhador

    da sade mental, reforma psiquitrica no Brasil, problemas enfrentados por esses

    profissionais.

    Em seguida, so apresentados os objetivos desse estudo, bem como

    o mtodo adotado pesquisa. A seo a seguir traz os resultados obtidos, para

    posteriormente ser apresentada a discusso destes. Por fim, algumas

    consideraes finais foram elaboradas.

    1.1 O Contexto Histrico da Sade Mental e a Reforma Psiquitrica no Brasil

    O primeiro modelo de tratamento estabelecido na sade mental era

    baseado no isolamento, na excluso social de pacientes tanto acometidos por

    adoecimento mental, como usurios de substncias psicoativas e ainda

    portadores de doenas contagiosas, Basaglia (2008). Nesse contexto, o papel do

    profissional da sade mental como cuidador ficava para segundo plano. S a

    partir, daPoltica Nacional de Sade Mental, apoiada na lei 10.216/02, que se

    busca consolidar um modelo de ateno sade mental aberto e de base

    comunitria. Isto , mudana do modelo de tratamento no lugar do isolamento, o

    convvio com a famlia e a comunidade.

    Esse novo modelo expresso na lei 10.216/02, garante a livre circulao das

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    pessoas com transtornos mentais pelos servios, comunidade e cidade, e oferece

    cuidados com base nos recursos que a comunidade oferece. Este modelo conta

    com uma rede de servios e equipamentos variados tais como os Centros de

    Ateno Psicossocial (CAPS), os Servios Residenciais Teraputicos (SRT), os

    Centros de Convivncia e Cultura e os leitos de ateno integral (em Hospitais

    Gerais e nos CAPS III). O Programa de Volta para Casa que oferece bolsas para

    egressos de longas internaes em hospitais psiquitricos, tambm faz parte

    desta poltica. E nesses programas que esto inseridos os profissionais da sade

    mental.

    Segundo Moura, 2011, o incio da segregao do indivduo no Brasil,

    deu-se com a chegada da famlia real no Brasil, em 1852, onde fora criado o

    Hospcio de Pedro II. Nesse local todos os cidados que no se encaixavam nospadres da famlia real eram confinados. E esse modelo seguiu-se por vrios

    anos, atendendo tambm comodidade da sociedade, ou seja, aqueles que

    fugiam dos padres sociais eram afastados do convvio social e assim,

    esquecidos. Foi o caso dos acometidos pelas epidemias, a mais conhecida e

    temida na poca, a lepra.

    Com o aumento dessas epidemias e dos transtornos mentais; em 1983, os

    manicmios ou Liga Brasileira de Higiene Mental, foram reconhecidos como

    rgos de utilidade pblica Moura(2011, p. 06).

    No existia at ento a ideia de Sade Mental, mas sim a concepo de

    doena mental. Era tratada a doena em si, e no havia uma preocupao com a

    sade do indivduo, e como toda doena essa devia ser combatida e medicada.

    A histria da psiquiatria tambm a histria da medicalizao social, termo esse

    conferido Amarante, 1994, ou seja, o indivduo deixa de ser um social para ser

    aquele confinado e contido por meio da administrao medicamentosa. Assim

    afirma que:

    A ordem psiquitrica, como veremos, oferecida como paradigma

    e uma organizao modelos s instituies de uma sociedade que se

    organiza. Mesmo tratando, ou procurando tratar, pela via mdica, o que

    lhe exclusivo, como desejam alguns. Mesmo procurando disciplinar o

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    que foi demonstrado, historicamente, no ser uma questo de disciplina

    (AMARANTE, 1994, P.06).

    Nesse vis de denunciar a indstria da loucura e pela mobilizao da

    humanizao nos hospitais psiquitricos, surge o Movimento dos Trabalhadores

    de Sade Mental (MTSM). E a partir da dcada de 80, surge o Movimento da LutaAntimanicomial, sob a influncia do movimento de Psiquiatria Democrtica de

    Franco Basaglia, frisando o papel dessas instituies como segregador e criador

    de estigmas Basaglia (2008).

    Por outro lado, a medicalizao tambm tem papel importante no processo

    de desospitalizao de pacientes da sade mental. Dessa vez, as medicalizaes

    efetivas para transtornos mentais graves comeam a surgir em meados de 1952,

    como por exemplo, a clorpromazina, diminuindo assim a necessidade e tempo de

    durao das internaes dos pacientes dessas instituies. Se o peso atribudo s

    medicaes na mudana do modelo de tratamento questionado Thornicroft e

    Tansella (2006), fortaleceu-se a ideia de que esse modelo antigo de tratamento

    era questionvel.

    Em um primeiro momento a populao da sade mental era atendida a

    partir do INPS, que surgiu da fuso dos institutos de aposentadorias e penses em

    1960, porm apenas para os trabalhadores da economia formal e seus

    dependentes Souza (2002). Nesse contexto, eram desenvolvidas pesquisas para

    mapear as regies com maior nmero de trabalhadores formais assalariados e

    instalados os servios de atendimento sade, priorizando as regies mais ricas e

    desfavorecendo as mais afastadas e abastadas pelo desemprego. Nesse modelo

    de centralizao, o pas passou de 35 mil a 90 mil internaes em um, perodo de

    5 anos, Resende (1987).

    Com o surgimento das discusses propostas pelos profissionais da sade

    mental, atendidos e comunidade, se inicia o processo de descentralizao dosatendimentos, no incio pelo Sistema Unificado e Descentralizado de Sade

    (SUDS), na dcada de 80, pela fuso Inamps governo estadual; e posteriormente

    pela incorporao do Inamps ao Ministrio da Sade e a criao do SUS, em

    1990, Buss (1995).

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    Com essa nova mentalidade dos profissionais sobre a psiquiatria da poca,

    surgem novas ideias de interveno dentro dos hospitais psiquitricos e

    reformulou-se o atendimento das enfermarias ou alas, por grupos de profissionais

    que acreditavam que as novas tcnicas da chamada psiquiatria administrativa, e o

    uso racional da medicao e de tcnicas psicanalticas poderiam mudar a

    natureza do atendimento empreendido no hospital, criando as comunidades

    teraputicas dentro desses hospitais Clark (1973).

    Com as propostas de descentralizao de atendimento na sade mental e

    universalidade do indivduo, surge alguns outros modelos de assistncias e rgos

    responsveis por esses atendimentos. Pautado na compreenso da pessoa como

    ser psicossocial, criou-se em 1987 na cidade de So Paulo, o primeiro Centro de

    Ateno PsicossocialCAPS. Como substituto aos hospitais psiquitricos devidos inmeras denncias de maus tratos e mortes em pacientes da sade mental na

    cidade de Santos, em especial na Casa de Sade Anchieta, a Secretaria Municipal

    de Sade de Santos inicia uma interveno direta, baseada em um novo modelo

    de cuidados. Foram implantados no municpio de Santos Ncleos de Ateno

    Psicossocial (NAPS) que funcionavam 24 horas e residncias. Neste ano o

    Ministrio da Sade editou a Portaria n 106, de 11/02/2000, que criou os servios

    residenciais teraputicos em sade mental, entendidos como moradias ou casa

    inseridas, preferencialmente, na comunidade, destinadas a cuidar dos portadores

    de transtornos mentais, egressos de internaes psiquitricas de longa

    permanncia, que no possuem suporte social e laos familiares e que viabilizem

    sua insero social. (art. 1, pargrafo nico), a fim de substituir a internao

    psiquitrica prolongada dos egressos dos hospitais e associaes Dinis ( 2013).

    Outro grande marco para a reforma psiquitrica foi a Primeira Conferncia

    Nacional de Sade Mental (1998). Dessa conferncia saem algumas diretrizes que

    nortearam os novos projetos de ao na sade mental. Dentre elas, destacamos:

    (...) 2. Com referncia ao modelo assistencial: 2.1. Reverso da tendncia

    "hospitalocntrica e psiquiatrocntrica", dando prioridade ao sistema extra-

    hospitalar e multiprofissional como referncia assistencial ao paciente, inserindo-

    se na estratgia de desospitalizao;

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    2.2. A partir desta Conferncia, o setor pblico no credenciar nem

    instalar novos leitos psiquitricos em unidades psiquitricas hospitalares

    tradicionais, reduzindo, progressivamente, os leitos existentes nesse ltimo tipo de

    servio e substituindo-os por leitos psiquitricos em hospitais gerais pblicos ou

    por servios inovadores alternativos internao psiquitrica;

    2.2.1. Ser proibida a construo de novos hospitais psiquitricos

    tradicionais.

    Dessas discusses, surge em 2009, um novo modelo de ateno sade

    mental, pautado na universalidade, na igualdade e integralidade, orientado sob os

    eixos da continuidade e integralidade. Esse documento apresentado pelo 49

    Conselho Diretivo da Organizao Pan-Americana de Sade a Estratgia e Plano

    de Ao em Sade Mental, documento este que pede a todos os pases nasAmricas adotem, urgentemente, um modelo de ateno sade mental que

    elimine o antigo modelo centrado em hospitais psiquitricos (PAHO, 2009).

    importante frisar ainda, outros marcos para a discusso sobre a sade

    mental:

    - a promulgao da lei federal 10.708 em 2003, que instituiu o Programa de

    Volta para Casa beneficiando inclusive egressos de hospitais de custdia e

    tratamento psiquitrico;

    - a instituio da Poltica de Sade no Sistema Penitencirio, atravs da

    Portaria Interministerial 1.777/03, buscando implantar aes e servios de ateno

    bsica nos estabelecimentos prisionais brasileiros, incluindo os Hospitais de

    Custdia e Tratamento Psiquitrico;

    - a realizao nos anos de 2003 e 2004, nos estados do Rio de Janeiro,

    Gois e Bahia, com o apoio do Ministrio da Sade, de Censos clnicos, jurdicos

    e psicossociais das pessoas submetidas medida de segurana internadas em

    manicmios judicirios ou presdios comuns, revelando que grande parte dos

    internos poderia beneficiar-se de tratamento na rede SUS extra-hospitalar de

    ateno sade mental;

    - a realizao em 2004 do Congresso Brasileiro de Centros de Ateno

    Psicossocial, que reafirmou a natureza dos CAPS como servios estratgicos para

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    o tratamento e reintegrao social do louco infrator.

    O Art. 2 dispe sobre os atendimentos em sade mental, de qualquer

    natureza, a pessoa e seus familiares ou responsveis sero formalmente

    cientificados dos direitos enumerados no pargrafo nico deste artigo. So direitos

    da pessoa portadora de transtorno mental: I - ter acesso ao melhor tratamento do

    sistema de sade, consentneo s suas necessidades; II - ser tratada com

    humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua sade, visando

    alcanar sua recuperao pela insero na famlia, no trabalho e na comunidade;

    III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e explorao; IV - ter garantia

    de sigilo nas informaes prestadas; V - ter direito presena mdica, em

    qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou no de sua hospitalizao

    involuntria; VI - ter livre acesso aos meios de comunicao disponveis; VII -receber o maior nmero de informaes a respeito de sua doena e de seu

    tratamento; VIII - ser tratada em ambiente teraputico pelos meios menos

    invasivos possveis; IX - ser tratada, preferencialmente, em servios comunitrios

    de sade mental.

    A implantao de novos modelos de atendimento na sade mental segundo

    Campos e Amaral (2007), pode ter duas explicaes: a primeira na nfase do

    trabalho em equipe multidisciplinar, chamada ampliada e estendida e a segunda,

    na necessidade de criar rapidamente, e a custos factveis, servios de sade em

    todo o Pas.

    O modelo de atendimento por novos projetos que privilegiam a ateno

    psicossocial por uma equipe multidisciplinar e no somente o atendimento mdico,

    surgem ento diversos equipamentos vinculados ao Sistema nico de Sade

    (SUS), os mesmos sero detalhados no captulo a seguir. Em janeiro de 2008, a

    portaria n. 154 do Ministrio da Sade criou os Ncleos de Apoio Sade da

    Famlia (NASF), visando A responsabilizao compartilhada entre as Equipes

    Sade da Famlia e as equipes do NASF na comunidade que prev a reviso da

    prtica atual do encaminhamento com base nos processos de referncia e contra-

    referncia, ampliando-a para um processo de acompanhamento longitudinal de

    responsabilidade da equipe de Ateno Bsica/ Sade da Famlia (...) Brasil,

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    Ministrio da Sade (2009).

    De acordo com os estudos de Dinis (2013), em 2005 j havia 24.600

    equipes do PSF implantadas, o que geraria a necessidade de pelo menos 2.730

    equipes de matriciamento em sade mental, para a cobertura do PSF.

    Ainda voltado para a ateno bsica o Ministrio da Sade adota o

    Programa de Sade da Famlia (PSF), em 1994, voltado para a promoo da

    sade, preveno, acompanhamento, recuperao e reabilitao de doenas.

    Aqui as equipes multidisciplinares so implatadas nas Unidades Bsicas de

    Sade, estando mais prximas das comunidades, fortalecendo os vnculos entre

    esses profissionais e a populao atendida. Nesse contexto, adotou-se a

    denominao de Ateno Bsica em Sade (ABS), em substituio ao termo

    Ateno Primria Sade, construindo identidade institucional prpria, Dinis(2013).

    Em 2002, com a atualizao das normas contidas na Portaria SNAS n 224

    de 29/01/1992, a respeito do atendimento hospitalar e ambulatorial, surge a

    Portaria de nmero 336, de 19/02/2002 e a implantao dos CAPS (Centro de

    Ateno Psicossocial). A portaria n. 336, de 2002, do Gabinete do Ministro da

    Sade (Brasil, Ministrio da Sade, 2004), define o CAPS como servio

    ambulatorial de ateno diria que funcione segundo a lgica do territrio Dinis

    (2014). De maneira a apresentar um olhar diferenciado entre os possveis

    atendidos e suas especificidades, o CAPS foi dividido em diferentes modalidades,

    entre eles: CAPS I, CAPS II e CAPS III, CAPS i III- que garante o atendimento

    infantil especializado, em grau crescente de complexidade e abrangncia

    populacional e CAPS ad, destinado ao atendimento de transtornos decorrentes do

    uso de lcool e outras drogas.

    Ainda com a finalidade de reinserir o paciente no mbito familiar, j que a

    maioria dos institucionalizados por um grande perodo, no possuam apoio

    familiar para voltar a esse convvio, o Ministrio da Sade a partir da Lei no

    10.708/2003 criou o Programa de Volta para Casa, benefcio assistencial mensal

    temporrio (Procuradoria Federal dos Direitos do Cidado).

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    1.2 Polticas Pblicas da Sade Mental no Brasil

    Dinis (2013) define polticas pblicas da sade mental como um conjunto

    organizado de valores, princpios e objetivospara a melhoria da sade mental e

    reduo do impacto dos transtornos mentais na populao. Sendo assim, aspolticas pblicas na sade mental norteiam os princpios bsicos de ao das

    equipes que atuam nesses servios, criam pesquisas e avaliaes visando s

    melhorias nas prestaes de servio, promovem aes de promoo e preveno

    sade, e garantem recursos financeiros para efetivao dos programas sade

    mental.

    Aps o incio dos movimentos anti hospitalizao e humanizao nos

    atendimentos de sade mental, as polticas pblicas no Brasil, pautaram-se nas

    diretrizes da Declarao de Caracas, em que as internaes em hospitais

    especializados em psiquiatria devem ocorrer somente naqueles casos em que

    foram esgotadas todas as alternativas teraputicas ambulatoriais existentes. Foi

    promulgada a Lei no 10.216/2001 (Ministrio da Sade), que reconheceu o direito

    a reinsero social dos pacientes de longa permanncia em hospitais

    psiquitricos:

    Paragrafo nico. So direitos da pessoa portadora de transtorno mental:

    I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de sade,abrangendo as suas necessidades;

    II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse

    exclusivo de beneficiar sua sade, visando alcanar sua recuperao pela

    insero na famlia, no trabalho e na comunidade;

    III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e explorao;

    IV - ter garantia de sigilo nas informaes prestadas;

    V - ter direito a presena mdica, em qualquer tempo, para

    esclarecer a necessidade ou no de sua hospitalizao involuntria;

    VI - ter livre acesso aos meios de comunicao disponveis;

    VII - receber o maior nmero de informaes a respeito de sua

    doena e de seu tratamento;

    VIII - ser tratada em ambiente teraputico pelos meios menos

    invasivos possveis;

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    IX - ser tratada, preferencialmente, em servios comunitrios de

    sade mental.

    Art. 3o E responsabilidade do Estado o desenvolvimento da

    politica de sade mental, a assistncia e a promoo de aes de sade

    aos portadores de transtornos mentais, com a devida participao da

    sociedade e da famlia, a qual ser prestada em estabelecimento de sade

    mental, assim entendidas as instituies ou unidades que ofeream

    assistncia em sade aos portadores de transtornos mentais.

    Art. 4o A internao, em qualquer de suas modalidades, s ser

    indicada. Quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem

    insuficientes.

    1o O tratamento visara, como finalidade permanente, a

    reinsero social do paciente em seu meio.

    2o O tratamento em regime de internao ser estruturado deforma a oferecer assistncia integral pessoa portadora de transtornos

    mentais, incluindo servios mdicos, de assistncia social, psicolgicos,

    ocupacionais, de lazer, e outros.

    3o vedada a internao de pacientes portadores de

    transtornos mentais em instituies com caractersticas asilares, ou seja,

    aquelas desprovidas dos recursos mencionados no 2o e que no

    assegurem aos pacientes os direitos enumerados no paragrafo nico do

    art. 2o.

    Segundo Who (2003); a Organizao Mundial da Sade enumera dez reasprincipais para atuao das polticas pblicas de sade mental, so elas:

    Organizao dos servios, planejamento e oramento; Financiamento; Legislao

    e direitos humanos; Oferta e distribuio de medicamentos; Recursos humanos,

    Treinamento; Sistema de Informao; Melhora da qualidade das intervenes;

    Defesa dos Direitos; Avaliao da Poltica e Planos de Sade Mental e; reas de

    especial Interesse. Dessas dez reas principais, surgem dez estratgias de ao

    para garantir a efetividade dessas atuaes: Prover tratamento para transtornos

    mentais integrados aos cuidados primrios; Assegurar amplo acesso aos

    medicamentos psicotrpicos essenciais. Prover cuidados na comunidade; Educar

    o pblico; Envolver comunidades, famlias e usurios; Estabelecer polticas,

    programas e legislao nacionais de sade mental; Desenvolver recursos

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    humanos; Estabelecer vnculos com outros setores; Monitorizar a sade mental

    comunitria; Apoiar pesquisas relevantes.

    1.3 O Modelo Atual de Sade Mental no Brasil

    O modelo atual de atendimento na sade mental seguem os pressupostos

    da Lei no 10.216/01 do Sistema nico de Sade (SUS), onde fica garantido ao

    cidado o direito de atendimento comunitrio da sade, alm de reinsero

    familiar e ao trabalho. De acordo com o artigo 5 dessa lei:

    O paciente h longo tempo hospitalizado ou para o qual se

    caracterize situao de grave dependncia institucional, decorrente de seu

    quadro clnico ou de ausncia de suporte social, ser objeto de poltica

    especfica de alta planejada e reabilitao psicossocial assistida(Ministrio da Sade, 2001).

    Foi criado um modelo de interveno na sade mental, baseado no

    atendimento multidisciplinar, nos atendimentos realizados nos projetos criados

    dentro dos programas do SUS (Sistema nico de Sade), como descritos

    anteriormente. O artigo 33, da lei complementar estadual n. 791/95, estabeleceu

    o Cdigo de Sade no Estado de So Paulo, dedicando uma seo Sade

    Mental:Artigo 33 No tocante sade mental, o SUS, estadual e

    municipal, empreender a substituio gradativa do procedimento de

    internao hospitalar pela adoo e o desenvolvimento de aes

    predominantemente extra-hospitalares, na forma de programas de apoio

    desospitalizao que daro nfase organizao e manuteno de redes

    de servios e cuidados assistenciais destinada a acolher os pacientes em

    seu retorno ao convvio social, observados ainda, os seguintes princpios:

    I desenvolvimento, em articulao com os rgos e entidades,

    pblicas e privadas, da rea de assistncia e promoo social, de aes e

    servios de recuperao da sade de pessoas acometidas de transtorno

    mental e sua reinsero na famlia e na sociedade;

    II a ateno aos problemas de sade mental, em especial os

    referentes psiquiatria infantil e psicogeriatria, realizar-se-,

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    basicamente, no mbito comunitrio, mediante assistncia ambulatorial,

    assistncia domiciliar e internao de tempo parcial, de modo a evitar ou a

    reduzir, ao mximo possvel, a internao hospitalar duradoura ou de

    tempo integral;

    III toda pessoa acometida de transtorno mental ter direito a

    tratamento em ambiente o menos restritivo possvel, o qual s ser

    administrado depois de o paciente estar informado sobre o diagnstico e

    os procedimentos teraputicos, e expressar seu consentimento;

    IV a internao psiquitrica ser utilizada como ltimo recurso

    teraputico, e objetivar a mais breve recuperao do paciente.

    Para a garantia desses direitos, a estratgia de sade de matriciamento foi

    implantada na sade mental. Segundo o Guia de Matriciamento do

    Ministrio da sade, o matriciamento uma ferramenta para

    transformao da realidade de trabalho de equipes interdisciplinares e desuas relaes com as pessoas e comunidades.

    Esse tipo de atendimento realizado predominantemente na Ateno

    Bsica e garante a integrao entre recursos locais de sade e intersetorial, ou

    seja, matriciamento ou apoio matricial um novo modo de produzir sade em que

    duas ou mais equipes, em um processo de construo compartilhada, criam uma

    proposta de interveno pedaggico-teraputica Ministrio da Sade (2011,

    p.13).

    O conceito de multidisciplinaridade e atendimento em rede prev aimplantao e correto funcionamento de equipamentos com funes diferenciadas

    (CAPS, residncias teraputicas, centros de convivncia, ambulatrios de

    especialidades, internaes psiquitricas em hospital geral ou especializado,

    capacitao em unidades bsicas de sade, prontos-socorros, programas de

    sade da famlia etc.), interligados entre si por uma rede, na medida em que cada

    condio clnica e social do paciente demanda uma espcie de servio. Sendo o

    CAPS, a porta de atendimento de maior nmero nas grandes cidades de acesso comunidade, este tambm o maior alvo de vistorias e objeto de pesquisas na

    rea da Sade Mental, Ministrio da Sade ( 2004).

    E neste sentido Gentil (2011), destaca que:

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    omodelo de Sade Mental implantado no Brasil ineficiente e

    no atende s necessidades da populao, nem valoriza os atuais

    conhecimentos da psiquiatria e das vrias profisses de Sade.(...) A rede

    de cuidados primrios no tem competncia para atender transtornos

    mentais. O ambulatrio psiquitrico dito incompatvel com o modelo.

    Residncias teraputicas servem apenas para desospitalizao aps

    longas internaes. Asilos so proibidos pela lei 10.216. Milhares de

    moradores de rua estopsicticos, com depresso, alcoolismo ou abuso

    de substncias. Falta atendimento para milhares de doentes mentais

    graves no sistema prisional. O SUS gasta cinco vezes mais com

    medicamentos de alto custo e baixa relevncia do que com consultas

    psiquitricas ambulatoriais e muitas vezes priorizada reabilitao

    psicossocial dos transtornos mentais crnicos e no a preveno

    secundria.Ento seguindo o pensamento de Gentil (2011), modelo atual de Sade

    Mental no Brasil, est longe de ser o ideal e de garantir aos pacientes, o que est

    previsto em lei.

    1.4 O Sofrimento na Sade Mental do Trabalhador da Sade Mental

    O profissional da sade mental, apesar de estar preparado

    educacionalmente para enfrentar realidade de sua profisso, atravs dagraduao e de cursos de especializao e aprimoramentos, antes um ser

    humano complexo e mpar por sua prpria histria de vida. Dentro desse contexto

    da sade mental, a equipe enfrenta vrios problemas psicossociais importantes e

    muitas vezes apesar de sua bagagem de enfrentamento ainda se v como sujeito

    impotente diante de algumas situaes. Essas relaes equipe-pacientes algumas

    vezes rompem a barreira de singularidade e distanciamento.

    Segundo Ferreira (2004), existe duas dimenses importantssimasreferentes sade mental do trabalhador, as dimenses objetivas do trabalho, que

    busca controlar os modos de pensar e agir dos trabalhadores. uma forma de

    uniformizar os trabalhadores visto que todos se submetem as mesmas regras e,

    portanto, devem se comportar igualmente e, as subjetivas, que considera como

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    cada indivduo percebe a si e o mundo ao seu redor bem como orienta as relaes

    estabelecidas nas organizaes e, em funo disso, direciona a tomada de

    deciso dos indivduos no mundo do trabalho.

    2 OBJETIVOS

    O objetivo desta pesquisa analisar alguns aspectos da sade mental do

    trabalhador da sade mental, identificando possveis vulnerabilidades e situaes

    determinantes e/ ou agravantes de impactos negativos na qualidade de vida e por

    consequncia na atuao desse profissional.

    Dentro desse objetivo, se prope discutir as seguintes questes: como a

    equipe de profissionais da sade mental se apresenta no enfrentamento das

    problemticas referente sua atuao? De que forma pode-se contribuir para

    melhoria da sade mental desses profissionais? Quais os fatores estressores que

    influenciam no comportamento do profissional da sade mental no contexto de

    trabalho?

    3 METODOLOGIA

    Para a realizao desse estudo, procedeu-se identificao e anlise das

    publicaes relativas aos constructos acima referidos, tendo a pesquisa carter

    bibliogrfico, e o desafio de mapear e analisar a produo acadmica em vrios

    campos do conhecimento, como dissertaes de mestrado, teses de doutorado,

    publicaes em peridicos, anais de congressos e de seminrios.

    Os seguintes bancos de dados foram utilizados: Scielo (Scientific Electronic

    Library Online), PEPSIC (Peridicos eletrnicos em Psicologia), BDTD (Biblioteca

    Digital de Teses e Dissertaes) e Google acadmico. Os critrios de incluso dos

    materiais foram: a discusso da temtica proposta sobre a sade mental do

    trabalhador da sade mental e o sofrimento desses profissionais. As publicaes

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    foram delimitadas da dcada de 90 at a atualidade. A pesquisa foi realizada

    utilizando-se as seguintes palavras-chaves: sade mental, trabalhador da sade

    mental, qualidade de vida, reforma psiquitrica.

    4 RESULTADOS E DISCUSSO

    Pensando que inicialmente o modelo de sade mental era baseado apenas

    na excluso social Moura (2011), surge ento uma nova forma de se pensar em

    sade mental, a reforma psiquitrica e a luta antimanicomial, Basaglia (2008), e

    como consequncia os profissionais da rea se tornam protagonistas destas

    mudanas. Os trabalhadores da sade mental segundo Buss (1995) apresentaram

    propostas para o incio da descentralizao dos atendimentos, causando um

    grande impacto na sade pblica do Brasil.

    Os trabalhadores da poca apresentaram ideias reformuladas no que se

    refere psiquiatria Clark (1973), surgindo tambm novos modelos de atendimento

    para a sade mental, entre eles o Centro de Ateno Psicossocial, e os servios

    residenciais teraputicos para egressos de longas internaes Dinis (2013).

    Gerando assim um grande empenho por parte de todos os profissionais

    envolvidos na sade mental. E partir disto o aumento de fatores estressores

    dentre os trabalhadores da rea.

    De acordo com Mello (2008), o homem se relaciona ativamente com o seu

    trabalho, mesmo podendo ter grandes variaes, em concordncia Johnson

    (2008) diz que o trabalhador tem um papel social com a sua atividade laborativa,

    produzindo e sofrendo alteraes causadas por fatores trabalhistas.

    O atual modelo de sade mental de acordo com o Ministrio da Sade

    (2001) est focado no atendimento multidisciplinar, de acordo com os programas

    do SUS Sistema nico de Sade, e assim direcionando para um atendimento

    em rede e o correto funcionamento dos equipamentos de sade mental. A ideia da

    equipe multidisciplinar para que haja um consenso entre os profissionais, onde

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    todos possam colaborar dentro da sua especificidade. Tornando assim mais

    importante o papel e o empenho de cada trabalhador, com o intuito de ampliar a

    viso psicossocial dos pacientes em questo. Chiaverini (2011) destaca o papel

    do matriciador como apoiador da equipe, em um sentido de cuidado, porm no

    teraputico, mas sim na fora de fortalecimento da equipe e seu trabalho em

    conjunto. O matriciador tem um papel de cuidador, mesmo este sendo membro

    efetivo da equipe, importante ressaltar que esse apoio deve estar baseado na

    tica e coerncia profissional das equipes envolvidas, no podendo envolver nas

    diversas interaes pessoais e desacordos apontados pelos trabalhadores. Essas

    interaes podem gerar um desgaste entre os membros, causando insatisfao

    profissional, e assim um impacto direto nas relaes de trabalhos e tambm entre

    os usurios. A equipe de matriciamento preparada para dar apoio aosprofissionais de referncia, por estar inserida no mesmo contexto e apresentar a

    mesma dicotomia, nem sempre capaz de dar apoio adequado s dificuldades da

    equipe e torna-se tambm sujeito ao cuidar e ser cuidado, Campos e Domitti

    (2007).

    Para Chiaverini (2011), essa postura da equipe de apoio gera uma

    instabilidade do vnculo entre essas duas equipes, uma vez que os

    matriciadores demonstram insegurana, impotncia e frustrao frenteao seu papel de articulador. Ainda as relaes estabelecidas no

    ambiente de trabalho, as alianas pessoais e as triangulaes, pode-

    lhes custar o papel de apoiador.

    Dentro dessa dinmica de trabalho os conceitos psicanalticos

    transferncia e contratransferncia podem ser abordados. Transferncia

    o conjunto de sentimentos negativos e positivos que o paciente dirige

    ao profissional, fundamentado em suas experincias anteriores, tendo

    como caracterstica a repetio de padres infantis em um processo

    pelo qual os desejos inconscientes se atualizam na pessoa de

    autoridade, no caso do profissional de sade mental, esse visto como

    figura de autoridade, e o atendido passam a reviver aspectos vividos

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    anteriormente em suas relaes com figuras de autoridade Laplanche e

    Pontalis (2004). No entanto, essa relao de transferncia pode dar-se

    tambm no ambiente de trabalho entre a equipe de matriciamento e o

    profissional de referncia. Aqui a relao de autoridade vivida entre

    essas duas equipes, contribui para o afastamento entre esses

    profissionais.

    Segundo Laplanche e Pontalis (2004), a contratransferncia pode ser

    entendida como conjunto de reaes inconscientes do analista a pessoa do

    analisando, e mais particularmente, transferncia deste.No contexto da sade

    mental, o profissional se vna figura do atendido, despertando sentimentos que

    podem vir a causar algum sofrimento para esse profissional. Nesse sentido, a

    discusso desses sentimentos junto as equipe matricial se faz de sumaimportncia para a sade mental do profissional.

    Dentre esses sentimentos, a insegurana no cuidado ao portador

    do transtorno mental muito comum. A preveno dos transtornos mentais e

    do comportamento relacionado ao trabalho baseia-se nos procedimentos de

    vigilncia dos agravos sade e dos ambientes e condies de trabalho e, ainda

    mudana na cultura organizacional procurando metas coletivas que incluam o bem

    estar de cada um.

    Vale destacar a importncia do trabalho em grupo com as equipes,

    prevista pela implantao do sistema de matriciamento em sade mental

    de suma importncia para a preveno e manuteno da sade mental

    da equipe de sade mental. So elas: ampliar a conscincia da equipe

    sobre sua prtica gerar espao para discutir e solucionar possveis conflitos

    internos da equipe; oferecer cont inente para possveis dificuldades

    de qualquer membro da equipe em relao sua prtica; construir

    modelo de cuidado e empoderamento; contribuir para a preveno da

    sndrome de esgotamento no trabalho (burnout); contribuir para criar uma

    linguagem comum da interdisciplinaridade; reforar a solidariedade e o

    sentimento de responsabilidade de todos sobre o trabalho, Campos e

    Domitti (2007).

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    Em um estudo realizado por De Marco et. al. (2008), para avaliar o impacto

    do trabalho, qualidade de vida e satisfao profissional em profissionais da sade

    mental das seguintes reas: psicologia, servio social, antropologia, odontologia,

    enfermagem, terapia ocupacional, medicina e fonoaudiologia (trabalhadores do

    Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal de So Paulo). Nesta pesquisa

    foram utilizados os instrumentos IMPACTO-BR, SATIS-BR, SRQ-20 e um

    questionrio sociodemogrfico ocupacional. E assim os autores concluram que o

    fator com menor grau de satisfao est direcionado para as condies de

    trabalho oferecidas, j em outra escala foram observados escores elevados,

    referente ao impacto emocional bem como o acontecimento de transtornos

    psiquitricos menores em profissionais das reas de servio social e terapia

    ocupacional.

    Gentil (2011) faz uma crtica sobre o atual modelo de sade mental no

    Brasil, relatando que, o que est sendo ofertado para os pacientes no atende as

    reais necessidades dos mesmos e ainda desvaloriza o conhecimento de algumas

    profisses. E assim acordando com um dos resultados citados na pesquisa acima

    referente insatisfao profissional dos trabalhadores de sade mental, devido s

    condies de trabalho ofertadas pelos empregadores.

    Neste sentido falando tambm de qualidade de vida Fleck (1999), tambm

    inclui neste conceito as questes relacionadas ao ambiente de trabalho e suas

    relaes. E assim Pasquali (2009), destaca o grande desgaste dos profissionais

    de sade mental, j que esto no papel de cuidadores e so to poucos cuidados.

    Ressaltando o cuidado com o trabalhador Ferreira (2004) fala sobre o

    quanto cumprir as normas estabelecidas e seguir um determinado padro imposto

    pelos empregadores, podem gerar sofrimentos e conflitos, visto que na maioriadas situaes no so evidenciadas a subjetividade de cada trabalhador.

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    4.1 Quem o Trabalhador da Sade Mental

    Por definio, sade mental advm do conceito de higiene mental, so os

    meios de conservar e promover a sade, tratando do desenvolvimento de reaes

    e hbitos mentais saudveis (Michaelis, 2009), sendo assim profissional da sademental aquele que oferece servios com o propsito de melhorar a sade mental

    de um indivduo. Dentre os profissionais de sade mental esto: psiquiatras,

    psiclogos, enfermeiros, terapeuta ocupacional, entre outros. Entre as aes

    oferecidas para garantir a sade mental da populao atendida, est o trabalho

    multiprofissional englobando o atendimento em si, a prescrio medicamentosa,

    interveno psicolgica, a terapia ocupacional, servio social, a preveno e

    acompanhamento.

    A Segunda Conferncia Nacional de Sade Mental (1992) situa a Sade

    Mental como papel importante da luta entre classes, onde o profissional da sade

    mental tinha o dever de garantir a incluso dos incapacitados produo, ou seja,

    o convvio social era definido pelos padres capitalistas. Os profissionais serviam

    como instrumento de dominao do povo, tanto por defender os interesses dessa

    classe dominante, como por ingenuidade de uma prtica neutra e assptica. Com

    o passar dos anos e das discusses entre os profissionais da rea da sade, esse

    papel foi sendo repensado, redefinido e configurando outro papel, aquele de

    agente de direto, de ao de profilaxia, de cuidador e crtico dentro do seu

    contexto de trabalho.

    De acordo com o Guia Prtico de Matriciamento, 2011 dentro da proposta

    de matriciamento apresentada, esto inseridos dois tipos de profissionais na

    sade mental: o de referncia e o de apoio matricial. A equipe matricial tem como

    objetivo principal o de apoio e articulao da equipe de referncia. As duas

    equipes se deparam com a mesma realidade no ambiente de trabalho, e trocam

    saberes frente realidade enfrentada. A equipe que compe a Sade mental na

    ateno primria so psiquiatras, psiclogos, terapeutas ocupacionais,

    fonoaudilogos, assistentes sociais, enfermeiros de sade mental. Esses

    profissionais de sade mental esto inseridos no s na instituio da ateno

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    sade, mas tambm nos domiclios da populao atendida. O profissional est em

    contato no s com o processo sade- doena, mas tambm com a constituio

    psicossocial desse indivduo e exposto a vrias situaes dentro do

    contexto.

    A mu lt id iscip linaridade dent ro do contexto da sade menta l

    caracteriza-se por uma ao colaborativa entre profissionais de

    diferentes reas, a interconsulta. Existem diversas modalidades de

    interconsulta, que vo desde uma discusso de caso por parte da

    equipe ou por todos at as intervenes, como consultas conjuntas e

    visitas domiciliares compartilhadas. Esse encontro de profissionais de

    distinta rea e saberes permite que se construa uma compreenso

    integral do processo de sade e doena, ampliando e estruturando a

    abordagem psicossocial e a construo de projetos teraputicos, Guia

    Prtico de Matriciamento, (2011).

    4.2 Sade mental do trabalhador em sade mental e estresse no trabalho

    Em uma pesquisa realizada na cidade do Rio de Janeiro em 2012, com

    trabalhadores da rea de enfermagem (de todas as categorias) de uma instituio

    psiquitrica Paula et. al. (2012), pesquisa descritiva e qualitativa. Utilizando cominstrumento um formulrio estruturado com questes abertas e fechadas. E assim

    constataram com este estudo que fatores ocupacionais e relaes interpessoais

    colaboram para o aumento do estresse e como consequncia o sofrimento

    psquico. Destacando o relacionamento entre os membros da equipe:

    instigante, porm preocupante, o relato dos profissionais no que se refere falta de

    motivao dos profissionais, devido desunio da equipe no qual o denominador comum aponta

    para 85,0% de desunio. (Pg.06)

    E assim nesta mesma pesquisa, os autores apontaram que a educao

    continuada contribui para amenizar o sofrimento psquico no ambiente de trabalho.

    Concluindo ento que o sofrimento psquico evidente em trabalhadores de

    sade mental, destacando como principais fatores estressores as dificuldades nas

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    relaes com os colegas de trabalho e tambm a forma incorreta de administrao

    das instituies. Ressalta ainda que educao permanente uma forma de

    cuidado com os trabalhadores.

    Neste contexto em concordncia com a pesquisa citada acima, outro estudorealizado com 25 profissionais de sade mental, de servios ambulatoriais e

    internao parcial em uma cidade do interior de So Paulo, teve como instrumento

    o inventrio de sintomas de estresse para adultos da Marilda Lipp ISSL, e

    tambm um roteiro elaborado pelas pesquisadoras e adaptado para a pesquisa.

    Observaram nesta pesquisa que entre os principais fatores estressores esto

    falta de recursos humanos e os conflitos que permeiam a equipe multidisciplinar,

    enfatizando a necessidade de minimizar esses conflitos. E assim podendo

    interferir diretamente no atendimento oferecido aos pacientes Santos e Cardoso,

    (2010).

    Em um ensaio sobre sade mental e sade do trabalhador Bernardo e

    Garbin (2011), apontam a dificuldade de integrao entre as duas reas: sade do

    trabalhador e sade mental, sendo que muitos trabalhadores ainda apresentam

    um forte estigma sobre esses dois temas, sendo o trabalho visto positivamente

    como uma grande oportunidade de aceitao social e o adoecimento seja ele

    mental ou no, interpretado como por muitos como fraqueza e

    consequentemente uma menor aceitao. Concluindo assim que apesar das

    barreiras possvel sim um dilogo entre essas duas reas, e para isso

    importante participao e protagonismo dos gestores e trabalhadores de sade,

    no sentido de militncia com o intuito de promover cuidado com a sade do

    trabalhador.

    5 CONCLUSES

    Observa-se com esta reviso que necessrio um olhar especial para a

    sade do trabalhador em sade mental. Uma sugesto que este olhar tenha

    incio a partir da formao tcnica de cada trabalhador, visando no s a sade do

    trabalhador, mas tambm todas as dificuldades encontradas na atuao em sade

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    mental dentro do nosso atual cenrio. Dentre os principais fatores

    desencadeadores de estresse no trabalho e sofrimento psquico esto: as

    condies e caractersticas do trabalho, organizao do trabalho, relaes

    interpessoais, equipe multidisciplinar e a subjetividade de cada paciente.

    De maneira geral este estudo sugere a necessidade de avaliar os fatores

    desencadeadores citados no pargrafo acima, desenvolvendo assim aes

    especficas para as equipes de sade mental. Aes estas baseadas nas

    seguintes questes: Como promover um dilogo assertivo e facilitar a

    comunicao entre as equipes multidisciplinares? Quais estratgias seriam

    benficas para a resoluo de conflitos interpessoais entre os trabalhadores?

    Educao continuada e/ou permanente pode favorecer a sade mental do

    trabalhador?

    necessrio que gestores e profissionais fiquem atentos sade mental da

    equipe, sugere-se assim a continuidade desse estudo com intuito de promover a

    sade entre os trabalhadores de sade mental como um cuidado subjetivo e

    coletivo, e assim alcanar a todas as esferas. Outra sugesto a criao de

    programas preventivos em sade mental para estes trabalhadores e as equipes

    multidisciplinares.

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