Cultivo Orgânico de Rúcula Em Plantio Direto Sob Diferentes Tipos de Coberturas e Composto

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    Disponvel em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=237116915004

    Red de Revistas Cientficas de Amrica Latina, el Caribe, Espaa y Portugal

    Sistema de Informacin Cientfica

    ANTNIO JUSSI DA SILVA SOLINO, ROBSON DE OLIVEIRA FERREIRA, REGINA LCIA FLIXFERREIRA, SEBASTIO ELVIRO DE ARAJO NETO, JACSON RONDINELLE DA SILVA NEGREIRO

    CULTIVO ORGNICO DE RCULA EM PLANTIO DIRETO SOB DIFERENTES TIPOS DE COBERTURAS E

    DOSES DE COMPOSTO

    Revista Caatinga, vol. 23, nm. 2, abril-junio, 2010, pp. 18-24,

    Universidade Federal Rural do Semi-rido

    Brasil

    Como citar este artigo Fascculo completo Mais informaes do artigo Site da revista

    Revista Caatinga,

    ISSN (Verso impressa): 0100-316X

    [email protected]

    Universidade Federal Rural do Semi-rido

    Brasil

    www.redalyc.orgProjeto acadmico no lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto

    http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=237116915004http://www.redalyc.org/comocitar.oa?id=237116915004http://www.redalyc.org/fasciculo.oa?id=2371&numero=16915http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=237116915004http://www.redalyc.org/revista.oa?id=2371http://www.redalyc.org/revista.oa?id=2371http://www.redalyc.org/revista.oa?id=2371http://www.redalyc.org/revista.oa?id=2371http://www.redalyc.org/http://www.redalyc.org/revista.oa?id=2371http://www.redalyc.org/revista.oa?id=2371http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=237116915004http://www.redalyc.org/revista.oa?id=2371http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=237116915004http://www.redalyc.org/fasciculo.oa?id=2371&numero=16915http://www.redalyc.org/comocitar.oa?id=237116915004http://www.redalyc.org/
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    Universidade Federal Rural do SemiridoPr-Reitoria de Pesquisa e Ps-Graduaohttp://periodicos.ufersa.edu.br/index.php/sistema

    ISSN 0100-316X (impresso)ISSN 1983-2125 (online)

    CULTIVO ORGNICO DE RCULA EM PLANTIO DIRETO SOB DIFERENTESTIPOS DE COBERTURAS E DOSES DE COMPOSTO1

    ANTNIO JUSSI DA SILVA SOLINO2*, ROBSON DE OLIVEIRA FERREIRA3, REGINA LCIA FLIXFERREIRA4, SEBASTIO ELVIRO DE ARAJO NETO4JACSON RONDINELLE DA SILVA NEGREIRO5

    RESUMO- O objetivo desse trabalho foi avaliar a influncia de diferentes tipos de coberturas de solo e dosesde composto orgnico na cultura da rcula. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com par-celas subdivididas e quatro repeties. As parcelas corresponderam aos tipos de coberturas do solo (Coberturaviva de amendoim forrageiro (Arachis pintoi), cobertura viva com plantas espontneas, palhada de plantas es-pontneas (Cobertura morta) e solo sem cobertura (Sistema convencional). As subparcelas foram representadaspelas doses de composto orgnico (10, 20 e 30 t ha-1em base seca). As variveis analisadas foram: produtivida-de, massa fresca comercial e massa seca da parte area. A dose de 30 t ha -1 proporcionou os maiores valores deprodutividade e massa fresca comercial para o sistema convencional e cobertura morta. A dose 20,49 t ha-1 ele-vou a produtividade e massa fresca comercial para cobertura A. pintoi. A dose 20,85 t ha-1 apresentou maiorincremento na produtividade e massa fresca comercial para a cobertura viva de plantas espontneas. O sistemaconvencional e cobertura morta apresentaram valores superiores de produtividade para todas as doses estuda-das. A dose de 23,1 t ha-1promoveu o maior valor de massa seca da parte area. O sistema convencional e co-bertura morta contribuiram com o maior valor de matria seca da parte area.

    Palavras-chave: Cobertura de solo. Matria orgnica. Plantio alternativo.

    ORGANIC CROP OF ROCKET IN NO-TILLAGE ON DIFFERENT TYPES OF MULCHING ANDDOSES OF COMPOST

    ABSTRACT- The objective of that work was to evaluate the influence of different soil mulching and doses oforganic compost in the culture of the rocket. The experimental design was used in randomized blocks, in split-plot arrangement with four replications. The plot corresponded to the soil mulching (no-tillage with livingmulch of Arachis pintoi, living mulch of native weed, straw mulch of native weed and conventional tillagewithout mulching). The plots represent the doses of organic compost (10, 20 and 30 t ha -1in the dry compost)The variables analyzed were yield, commercial fresh matter, and dry matter of the aerial part. The dose of 30 tha-1provided the largest yield values and commercial fresh mass for the conventional system and straw mulch.The dose 20.49 t ha-1

    increased yield and commercial fresh mass for A. pintoi mulch. The dose 20.85 t ha-1

    showed greater increase in yield and commercial fresh mass for the live native weed. The tillage and strawmulch presented higheryield values for all the studied doses. The dose of 23.1 t ha -1it promoted the largest drymass of the aerial part. The tillage and no-tillage with straw mulch it contributed with the largest dry matter ofthe aerial part.

    Keywords: Soil covering. Organic matter. Organic crop.

    ________________

    *Autor para correspondnciaRecebido para publicao em 09/03/2010; aceito em 07/06/2010.2Engenheiro Agronmo, Mestrando do PPG em Produo Vegetal/ UFAC, Caixa Postal 500, 69915-900, Rio Branco AC; [email protected] Agronmo, Mestrando do Curso de Produo Vegetal/UFAC, Caixa Postal 500, 69915-900, Rio Branco AC; [email protected] Agrnomo, Dr. PPGA em Produo Vegetal/UFAC, Caixa Postal 500, 69915-900, Rio Branco AC; [email protected];[email protected]

    Engenheiro Agrnomo, Doutor em Gentica e Melhoramento Vegetal, pesquisador da Embrapa Acre, BR 364, no km 14, 69908-970, RioBranco - AC; [email protected]

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    CULTIVO ORGNICO DE RCULA EM PLANTIO DIRETO SOB DIFERENTES TIPOS DE COBERTURAS E DOSES DE COM-POSTO

    A. J. S. SOLINO et al.

    INTRODUO

    O Brasil explora uma rea estimada em 800mil hectares com hortalias, e produo de aproxi-madamente 16 milhes de toneladas. Esta atividadegera 2,4 milhes de empregos diretos e renda superi-or a 8 bilhes de reais (AGRIANUAL, 2004).

    Dentre as hortalias cultivadas no Brasil, arcula (Eruca sativa Miller) uma folhosa quevem conquistando espao no mercado desde a dca-da de 1990. Na Companhia de Entrepostos e Arma-zns Gerais do Estado de So Paulo, a quantidade dercula comercializada teve um crescimento de 78%entre 1997 e 2003. Outro aspecto relevante diz res-peito ao crescimento da quantidade comercializada ea sua valorizao, indicando a rentabilidade da rcu-la (SILVA, 2004; FILGUEIRA, 2008).

    Observa-se que apenas um grande volume deproduo no satisfatrio, mas sim o uso de tecno-logias que equilibrem a oferta do produto e a suaqualidade nutricional com a conservao ambiental.

    Notoriamente o uso de tcnicas convencionaisna produo de hortalias promove acentuada mu-dana no sistema de produo de solo. Assim, a ten-dncia da agricultura nesse milnio de produzirmais alimentos por meio de sistemas em conformida-de com os requisitos da sustentabilidade ambiental,segurana alimentar e viabilidade econmica. Tcni-

    cas essas que podem ser estabelecidas no cultivo org-nico (BRASIL, 2007; SILVEIRA et al., 2005).

    A agricultura nos trpicos expe o solo a fe-nmenos climticos, trmicos e hdricos, que soma-dos ao revolvimento do mesmo, resultam na perda deterra e nutrientes, reduz teores de matria orgnica edestri a estrutura das partculas dos solos com conse-quncia sobre a produtividade agrcola (PERIN et al.,1998). Nos solos da Amaznia cultivados convencio-nalmente, a matria orgnica tende a diminuir conside-ravelmente devido ao ambiente de alta atividade biol-gica, determinados pelas altas temperaturas e altaumidade (MARTINS et al., 1990).

    Reeves (1997) estudando os efeitos da agri-

    cultura no meio ambiente, principalmente nas regi-es tropicais, onde os processos biolgicos so maisintensos, props um conjunto de variveis qumicas,fsicas e biolgicas que detectasse alteraes na qua-lidade do solo, sendo o principal indicador a matriaorgnica. Nesse sentido Mielniczuk (2008) ressalta

    que esse indicador tambm responsvel pela me-lhoria na dinmica solo e planta.

    Assim a matria orgnica presente no com-posto e a interao da sua influncia nas caractersti-cas do solo (fsicas, qumicas e biolgicas) agem posi-tivamente no desenvolvimento e produtividade dasculturas (SILVA, 2008; BAYER; MIELNICZUK2008).

    No sistema orgnico o revolvimento do solo um dos entraves de sua consolidao, visto que ainda realizado com o fim de melhorar as caractersticasfsicas do mesmo. O plantio direto visto como omtodo mais vivel para o impasse, visto que consis-te em plantar sem realizar o revolvimento do solo,

    efetuando rotao de culturas e mantendo coberturavegetal (viva ou morta) para proteo do solo contraeroso e perda de nutrientes (DAROLT; SKORANETO, 2002; WANDER et al., 2005).

    O uso de cobertura viva utilizando legumino-sas perenes no sistema orgnico merece grande desta-que, pois tem as mesmas funes do plantio diretocom cobertura morta. Alm de as leguminosas fixa-rem nitrognio e reduzirem a incidncia de plantasinvasoras. No entanto, podem ocorrer interaes nega-tivas pela competio por nutrientes ou alelopatia. Asleguminosas rebrotam, de modo que podem ser roa-das fornecendo matria orgnica ao solo. Um exemplode resultados satisfatrios o amendoim forrageiro na

    interao com a cultura do maracuj (ESPNDOLAFELDEN, 2004).

    Diante do exposto, o objetivo desse trabalhofoi verificar a influncia de diferentes tipos de cober-turas viva de amendoim, cobertura viva de plantasespontneas, palhada de plantas espontneas, solo semcobertura e doses de composto orgnico na cultura darcula.

    MATERIAL E MTODOS

    O experimento foi instalado em novembro de2007 na Universidade Federal do Acre - UFAC, situ-

    ada em Rio Branco, Acre, que apresenta as seguintescoordenadas: latitude de 9 57 35 S e longitude de67 52 08 O, e altitude de 150 m. Os dados climti-cos da regio durante a fase experimental esto apre-sentados na Tabela 1

    Tabela 1 -Dados meteorolgicos do ms de maro de 2008.

    Temperatura (C) Umidade (%) InsolooMxima Mdia Mnima Mdia

    87,1

    Mdia

    4,030,8 25,7 22,8

    Fonte: Setor de Climatologia da Universidade do Acre, 2008.

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    ral e capim roado (Cynodon daction), em camadasalternadas de 0,3 m de capim e 0,1m de esterco.

    As variveis analisadas foram: produtividade(kg de massa fresca m-2), massa fresca comercial(determinada a partir de uma amostra de oito plantasaferidas em balana de preciso de duas casas deci-mais e expressa em g planta-1) e massa seca da partearea (obtida a partir de amostragem de trs plantasaferidas em balana de preciso de duas casas deci-mais e expressa em g planta-1) submetidas a secagemem estufa de aquecimento com ar forado a 65 C,sendo a massa observada em balana at atingir massaconstante, expressa em g planta-1.

    Os dados foram submetidos a anlise de vari-

    ncia e as mdias dos tratamentos qualitativos foramcomparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabili-dade e dos tratamentos quantitativos pela anlise deregresso.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Houve interao entre as doses de compostoorgnico e tipos de coberturas de solo para as vari-veis produtividade e massa fresca comercial, signifi-cativo a 1% de probabilidade. Quanto massa secada parte area houve efeito isolado para os tipos decoberturas e doses de composto significativo a 1% de

    probabilidade (Tabela 2).A massa da matria fresca comercial da rcu-

    la aumentou medida que se elevou a aplicao dasdoses de composto orgnico, atingindo os maioresvalores na dose de 30 t ha-1para o sistema conven-cional e plantio direto com cobertura morta (Figura 1).Esse aumento ocorreu em consequncia da matriaorgnica presente no composto, que influencia diver-sas caractersticas do solo, tais como: fornece carbo-no, eleva a populao de microorganismos, disponi-biliza nutrientes para a cultura, melhora a capacidadede troca catinica, complexa elementos txicos emicronutrientes, corrige a acidez, participa na forma-o de agregados do solo e consequentemente diminui

    a densidade do solo, aumenta a porosidade, infiltra-o, reteno de gua e aerao. Essas contribuiesso fundamentais para o potencial produtivo dossolos, principalmente de ambientes tropicais e sub-tropicais (LUCHESE et al., 2002; DINIZ FILHO etal., 2007; SOUZA; RESENDE, 2006).

    Na cobertura com Arachis pintoiobservou-seum acrscimo na massa fresca comercial (ponto demxima de 53,08 g planta-1) at a dose de 20,49 t ha-1

    de composto orgnico (Figuras 1), seguida por umdecrscimo a medida que se adicionou as demaisdoses. Esse aumento na massa fresca comercial influenciado pela cobertura, que promove alteraesfisco-qumicas no solo de forma positiva e reduz a

    populao de plantas invasoras por supresso e com-petio por luz (ALTIERI, 2002; ESPNDOLAFELDEN, 2004; SOUZA; RESENDE, 2006).

    O solo da rea experimental foi classificadocomo Argissolo Vermelho-Amarelo plntico, cujaanlise qumica, apresentou os seguintes resultadosna camada arvel de 0-20 cm de profundidade: pH=4,6; Ca= 1,6 cmolcdm

    -3 ; Mg= 1,2 cmolcdm-3; K=

    54 mg dm-3; Al= 1 cmolcdm-3; H + Al= 1,89 cmolc

    dm-3; SB= 2, cmolcdm-3; T= 4,4 cmolcdm

    -3; C org.=10,71 g Kg-1; P= 6 mg dm-3; V= 58%.

    O delineamento experimental adotado foi emblocos casualizados com parcelas subdivididas equatro repeties. As parcelas corresponderam aostipos de coberturas de solo: cobertura viva de amen-doim forrageiro (Arachis pintoi Miller), coberturaviva de plantas espontneas (Vegetao espontnea),

    palhada de plantas espontneas (Cobertura morta) e solosem cobertura (Sistema Convencional) sob plantio dire-to. As subparcelas foram representadas pelas doses decomposto orgnico (10, 20 e 30 t ha-1 em base seca),aplicadas um dia antes do plantio da rcula cv.Cultivada.

    O composto utilizado apresentou a seguintecomposio: N-1,13%; P-1,33%; K2O-0,18%; Ca-3,36%; Mg-0,20%; S-0,10%; pH-6,55; M.O-11,97%;Cinzas-88,61%; Densidade -0,87 g mL-1; Relao C/N-6,11.

    O experimento foi instalado em casa-de-vegetao, com as seguintes dimenses: 24,75 m decomprimento, 8 m de largura, 2,2 m de p direito e

    3,7 m de altura central, com as laterais abertas e co-bertura de polietileno transparente de 100 de es-pessura. O espaamento e densidade de plantio darcula foram, 0,3 x 0,1m e 179.333 plantas ha-1, res-pectivamente.

    A cobertura viva de Arachis pintoi cv.Amarilo foi plantada 14 meses antes dos cultivos dashortalias atravs de sulcos e irrigado at completoestabelecimento. A vegetao espontnea desenvol-veu-se livremente no local. As principais espcies deplanta espontneas foram: Capim-de-burro (Cynodondactlon L.); Lngua-de-vaca (Orthopappus angustifoli-us (SW) Gleason); Quebra-pedra (Phyllanthus mururiL.); Mastruo-do-brejo (Drymaria cordata (L.) Willd.

    Ex Shult.); Trapoeraba (Commelina benghalesis L.).O preparo do canteiro foi realizado utilizan-do roadeira motorizada costal renteando as cober-turas vivas (amendoim forrageiro e vegetao es-pontnea), capina com enxada manual para a cober-tura morta e revolvimento do solo no plantio con-vencional com encanteiramento de 0,2 m de altura.As parcelas experimentais receberam o mesmo sis-tema de preparo em cultivo anteriores.

    A irrigao foi realizada de acordo com a necessi-dade da cultura utilizando um sistema de microasperso,sendo aplicado uma lmina mdia de 6 mm dia -1.

    Durante a conduo do experimento no foirealizado controle da vegetao espontnea por meio

    de roadeira nos canteiros com amendoim forrageiroe pousio. Foi feito monda nos tratamentos com co-bertura morta e convencional. O composto orgnico

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    Tabela 2.Resuma da anlise de varincia para as caractersticas, massa da matria fresca da parte area e massa da matriaseca e produtividade da rcula, cv. Cultivada.

    FV GL

    Quadrados mdios (caractersticas)

    Produtividade(Kg ha-1)

    Massa fresca(g planta-1) Massa saca

    Bloco 3 565119,18ns 29,24ns 0,12ns

    Cobertura 3 104724350,47 2869,50 9,82**

    Composto 2 41194474,41 1131,72 5,01**

    Cobertura*Composto 6 6646211,54** 310,25** 0,55ns

    Resduo 1 9 1102530,14 18,15 0,20

    Resduo 2 24 1376684,40 44,08 0,25

    Total 47

    CV da cobertura (%) 11,07 8,19 12,17

    CV do experimento (%) 12,37 12,76 13,59ns no significativo, *significativo a 5% e ** significativo a 1% de probabilidade.

    O decrscimo da massa fresca da cultura da

    rcula na cobertura com amendoim forrageiro a par-tir da dose 20,49 t ha-1, pode ser causado pelo siste-ma radicular agressivo da mesma, o que contribuipela competio por espao e nutriente, visto queessa espcie apesar de se desenvolver em solos debaixa fertilidade responde positivamente a adubao.Perin et al. (2002) estudando a influncia de legumi-nosas nas propriedades do solo, observaram que oamendoim forrageiro apresentou maior massa e rearadicular.

    O plantio direto com plantas espontneas alcan-ou maior massa fresca comercial (ponto de mxima de47,02 g planta-1) com a dose de 20,85 t ha-1 (Figura 1).No entanto acima dessas doses ocorreu um decrscimo

    na varivel observada em decorrncia do exposto paracobertura comArachis pintoi.A mxima massa fresca obtida sobre as cobertu-

    ras vivas de amendoim forrageiro e plantas espontneasfoi inferior aos resultados proporcionados pelo plantiodireto com cobertura morta e preparo convencional,evidenciando uma competio mesmo utilizando doseselevadas de composto (20 e 30 t ha-1).

    A produtividade apresentou comportamentolinear no plantio direto, cobertura morta e convencional medida que se aumentou as doses de composto org-nico, e comportamento quadrtico na cobertura comamendoim forrageiro e vegetao espontnea, componto de mxima de 9521,22 kg ha-1 at a dose de

    20,49 t ha

    -1

    e 8424,55 kg ha

    -1

    at a dose 20,85 t ha

    -1

    respectivamente (Figura 2). A produtividade possuintima relao com a massa fresca comercial, de forma

    (Figura 1). Assim, os resultados destas se devem aos

    mesmos fatores de interferncia j citados acima.

    Figura 1. Massa da matria fresca comercial da rcula, cv

    Cultivada, em funo das doses de composto orgnico nascoberturas de solo.

    Figura 2. Produtividade da rcula, cv. Cultivada, em fun-o das doses de composto orgnico nas coberturas de

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    A cobertura morta proporcionou maior incre-mento de massa fresca comercial na dose de compos-to 10 t ha-1. Nas doses de 20 a 30 t ha-1o plantio dire-to com cobertura morta e preparo convencional au-mentaram a massa fresca da cultura da rcula(Tabela 3). O plantio direto com cobertura mortaproporcionou menor temperatura e diminuiu a oscila-

    o trmica no solo, o que tambm foi observado porCosta et al. (2007), e inibiu a populao de plantasespontneas favorecendo o desenvolvimento da r-cula, em decorrncia da ausncia de competio co-mo em coberturas vivas. Resende et al. (2005) en-contraram resultados semelhantes no cultivo de ce-noura sob cobertura morta.

    Tabela 3. Massa fresca comercial da rcula cv. Cultivada em funo das coberturas de solo dentro das doses de compostoorgnico.

    CoberturasDoses de composto (t ha-1)

    10 20 30

    Preparo convencional 58,6975 a 61,2525 ab 78,085 aCobertura morta 48,9575 b 68,7625 a 76,515 aArachis pintoi 32,1425 c 53,0525 bc 35,9100 bVegetao espontnea 29,6350 c 46,8650 c 34,6675 b

    Mdias seguidas pela mesma letra, na coluna, no diferem entre si, a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

    Tabela 4. Produtividade da rcula cv. Cultivada em funo das coberturas de solo dentro das doses de composto orgnico.

    CoberturasDoses de composto (t ha-1)

    10 20 30Preparo convencional 10570,34 a 12483,785a 13554,4150 aCobertura morta 9029,575 a 12447,175 a 13586,9175 aArachis pintoi 5764,4450 b 9514,0825 b 6439,8150 b

    Vegetao espontnea 5314,1875 b 8404,0975 b 6216,9475 b

    Mdias seguidas pela mesma letra, na vertical, no diferem entre si, a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

    O preparo convencional e plantio direto comcobertura morta diferiram significativamente dasdemais coberturas, apresentando os maiores valoresde produtividade em todas as doses estudadas(Tabela 4). Esse aumento ocorreu em funo da dis-ponibilidade de matria orgnica e suas contribui-es no solo sem interferncia das plantas de cober-tura.

    A massa seca da rcula aumentou conformese elevou as doses de composto orgnico, com omximo acmulo de 4,21 g planta-1 obtida na dose23,1 t ha-1 (Figura 3). A partir da dose 23,1 t ha-1houve um decrscimo no acmulo de massa seca,decorrente das aplicaes elevadas de doses de com-posto. Purquerio et al. 2007 verificaram que dosesacima de 198,5 kg ha-1 de N proporcionam maiorincremento de massa seca da rcula em ambienteprotegido, de modo que 23,1 t ha-1do composto or-gnico usado neste experimento fornece 261, 03 kgha-1de N. Resultados semelhantes foram encontradospor Zago et al. 2006 na cultura da alface em que amassa seca diminuiu e o teor de gua aumentou a

    partir de doses acima de 20 t ha-1de esterco bovino.Oliveira et al. (2009) analisando doses de esteco bo-vino em mamona obtiveram curva de resposta seme-

    Figura 3. Massa da matria seca da parte area da rculacv. Cultivada, em funo das doses de composto orgnico.

    O preparo convencional e cobertura mortaapresentaram os maiores valores de massa seca daparte area, no diferindo significativamente entre si(Tabela 5). Pode-se inferir que este comportamentoocorreu por no haver qualquer espcie de competi-o entre a planta e o tipo de cobertura como ocaso doArachis pintoie as plantas espontneas.

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    Tabela 5. Massa da matria seca da parte area da rcula,cv. Cultivada, em funo das coberturas de solo.

    Coberturas Mdias (t ha-1)

    Preparo convencional 4,6175 aCobertura morta 4,3725 aArachis pintoi 3,1683 bVegetao espontnea 2,7608 b

    Mdias seguidas pela mesma letra, na coluna, no diferementre si, a 1% e 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

    CONCLUSES

    O preparo convencional e o plantio diretocom cobertura morta promovem maior produtividadee massa fresca da rcula medida que se aumentamas doses de composto orgnico;

    As coberturas vivas promovem menor incre-mento no acmulo de massa seca e esta aumentacom a elevao das doses at 23,1 t ha-1.

    REFERNCIAS

    AGRIANUAL. ANUARIO DA AGRICULTURABRASILEIRA. So Paulo: FNP, 2004. 496 p.

    ALTIERI, M. Agroecologia:bases cientficas parauma agricultura sustentvel. Guaba: Agropecuria,2002.592 p.

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