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Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes Curso: História – Bacharelado e Licenciatura Disciplina: História do Paraná Professora: Roseli Terezinha Boschilia Aluno: Luan Fernando Leal Ferreira
BENTIVOGLIO, Julio. Cultura Política e Historiografia Alemã no Século XIX: A Escola Histórica Prussiana e a Historische Zeitschrift. Revista Teoria da
História. ANO I. N. 3, jun 2010. UFGO. P. 20-58.
Julio Cesar Bentivoglio é doutor pela Universidade de São Paulo, estuda historiografia alemã no século XIX, é professor adjunto de teoria de história na Universidade Federal do Espiríto Santo.1
O autor pondera se é possível definir um movimento intelectual através
de um periodico, seguindo o exemplo do Anales ou da Nova Esquerda
Inglesa. É possível fazer isso com a Historische Zeitschrift?
O artigo tem por objetivo traçar um panorama da historiografia alemã ao
longo do século XIX, ultrapassando um pensamento, em voga até hoje
em algumas academias, que reduz a escrita alemã aos trabalhos e
metodos de Franz Leopold von Ranke, expondo as linhas gerais desta
concepção assim como da Escola Histórica Prussiana, ambas
analisadas através da revista especializada Historische Zeitschrift. 2
Análise feita a partir de Michel de Certeau: “relação entre determinados
processos de institucionalização – os lugares –, a conformação de
determinadas regras ou métodos – as práticas – e, por fim, a expressão
e materialização de um saber consubstanciado em regimes de escrita”
Isto implica numa normatização técnica, a partir de um lugar específico,
mas que integra vários focos do saber(universidades, historiadores,
arquivos e associações cientificas), os quais em consenso compartilham
de uma uniformização da escrita.
1http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4798118D6&tipo=completo&idiomaExibicao=12Criada por Heinrich von Sybel em 1859.
O autor não pretende fazer uma regra, mas tenta esquematizar de forma
a deixar mais claro. Normalmente, as escolas históricas não excedem
um século, orientam-se através de um grande centro no qual um grupo
de pesquisadores cristalizam o conhecimento por meio de um periódico.
A Escola Histórica Prussiana sediada na Universidade de Berlim já
proeminente em 1840. Notabilizou-se pela Monumenta Germanicae
Historica, tendo como referência a Historische Zeitschrift.
O autor declara que seu interesse pelo tema data de meados de 2003
quando se conveceu que os historiadores alemães eram reduzidos a um
lugar-comum. Teve contatos a historiografia alemã através Grumbrecht,
Rüssen, Koselleck, aos quais o inspirou a estudar o pensamento
historico alemão do século XIX, deixando claro que não passava
somente por Ranke, que ainda hoje é mal interpretado.
O século em questão tem como características o reconhecimento de
pertença do conhecimento histórico, da especificidade de um método,
assim como a sua importante vinculação ao ambito político(unificação
alemã) superando seu status ingênuo de apartidário.
Os escritos produzidos no panorama historiográfico alemã eram
direcionados aos principes à burguesia, sua função junto a povo era
executada pela imprensa.
Ainda é uma pesquisa em estado inicial, possuindo mais perguntas e
indicios do que propriamente respostas.
A Revista Histórica foi anterior a outros famosos periódicos, tanto
ingleses como franceses. Foi fundamental, sendo o fio-condutor do
artigo, a relação entre o processo de unificação política alemã e o
desenvolvimento historiografico.
O autor afirma que definir a produção históriográfica alemã, tendo como
modelo Ranke, como positivista, factual e conservadora, assim como
objetivando narrar os fatos como realmente aconteceram, objetivo e
imparcial é equivocado, reducionista e superficial, sendo a obra do
cientista alemão tão complexo.
Há problemas que nos deparamos quando estudamos a historia da
historiografia, primeiro delas é a definição de historiador e quando
diferenciaram dos cronistas e dos memorialistas.
Há ainda a construção de uma identidade entre pesquisadores e uma
forma especifica de escrita
Autor cita diversos estudos e estudiosos que ponderam acerca da
diversidade da identidade de um conhecimento gráfico especifico
contido numa forma de escrever o saber histórico e afirma que é muito
complicado.
Somado a exposição das interpretações, há o problema da crítica e da
análise.
Bentivoglio esquematiza o debate na seguinte forma:ênfase na
constituição do autor; ora pelo problema da publicação da obra; ora pelo
do seu efeito; ora pelo seu recurso à contextualização.
O trabalho em compreender essas escolas ficam mais complicadas
quando prática idiossincráticas, até quando de própria autoria, são
sobrepostas por uma gama, um ideário de um grupo.
É proposta então trazer a tona autores e suas ideias, tentando ao
máximo, ligá-los ao movimento cientifico aos quais fazem parte, mas
não sendo eclipsados pela magnitude da figura de Ranke. Pretende-se
apresentá-los não como ingenuos estudiosos que permaneciam
passivos no momento historiográfico.
Não é um trabalho conclusivo, mas em execução.
1806 a 1871é crucial para compreender o desenvolvimento do processo
de unificação alemã. Ocorre a perda para o exército napoleônico, a
reconquista da região de Alsácia e Lorena por Bismarck e a Unificação
Alemã com a liderança do Reino da Prússia. Esse cenário incitou um
sentimento de integração alemã urgente, até de nacionalismo.
Juntamente a esse quadro, estava ocorrendo o reconhecimento assim
como a formação da ciencia história, em conjunto com a intensificação
de uma esfera pública representados na figura do intelectua. Somava-se
ainda a burocracia estatal.
“E muitos destes intelectuais foram, depois de Leopold von Ranke,
historiadores, tal como Georg Gervinus, Johann Gustav Droysen, Karl
Wecker, Friedrich Dahlmann, Georg Waitz, Heinrich von Sybel,
Maximilian Duncker, Karl Rotteck, Ludwig Häusser, Theodor Mommsen,
Rudolf Haym, Heinrich Treitschke e Hermann Baumgarten, que
pareciam ter o estudo do passado e a atuação política no presente como
vocações”(pg. 27)
Ranke publicou a pedido da Casa de Brandemburgo a Historisch-
Politische Zeitschrift , assim como foi conselheiro do Rei Frederico IV da
Prússia e Maximiliano I da Baviera. A revista tinha como objetivo definir
a autoridade do governo prussiano frente ao liberalismo político e aos
radicais liberais de esquerda. Suas aulas eram frequentadas não
somente por estudantes, mas por grandes autoridades políticas,
burocráticas e militares, ganhando posteriormente o título de
Von(barão).
A importancia dos estudos históricos em conjunto com a ascensão do
historicismo impulsionaram uma busca pelo despertar epistemológico
que expunha uma nova consciencia histórica a qual os historiadores
redimensionaram a relevancia da experiencia histórica.#frutos do
momento#
A primeira referência a esta nova consciencia é o reconhecimento das
obras de Chladenius3, em que explicita a forma mais correta de tratar o
conhecimento do passado. Para aquele, o saber histórico passava pela
críticas tanto dos testemunhos quanto do historiador- narrador. Isto não
implicava numa subjetividade do conhecimento, mas esta era natural, no
qual era trabalho do historiador ter a compreensão do passado, fazendo
a análise crítica destes testemunhos.
Barthold Niebuhr em sua História Romana , inova com técnicas de
critica historica documental, evitando anacronismo e a reprodução
acrítica.Partindo da hermenêutica e da filologia, ele proproe duas
operações fundamentais: a heurística e a sistemática. Sua metodologia
foi reconhecida por Ranke e por Droysen.
Outra relevante tradição foi a da Escola filológica de Göttingen, que
promoveu um exame rigoroso dos clássicos antigos e das fontes
primazia por Wolf e Böckh.
O terceiro momento surgiu com Wilhelm Von Humboldt com sua aula
inaugural na Universidade de Berlim “A tarefa dos historiadores”, na qual
3 Algemeine Geschichtswissenchaft(1752)
profere o método seguido nos próximos anos pelos historiadores
alemães. Foi difusor do historicismo.
“Competeria ao historiador reunir os fatos, procurando seus
nexos,identificando suas forças motrizes e reproduzindo-os por meio de
uma exposição narrativa.” (pg.29)
A Universidade de Berlim era o foco irradiador das novas concepções
baseadas em Chladenius, Niebuhr e Humboldt, através da geração de
Ranke. Ensinar ali é meta de muitas em busca de reconhecimento, se
conseguido seria em vida e por toda a Europa.
O quarto momento corresponde aos trabalhos de Ranke e Droysen
vinculados a teoria e prática dos novo saber. A Ranke interessava a
prática, a pesquisa e a escrita da historia. Droysen, que formulou uma
verdadeira teoria da história, se evidenciou por seus escritos de ordem
teórica apesar de excelente pesquisador. O autor justifica que a
discussão de ambos não é simplesmente por serem contemporâneos,
mas, embora fossem rivais e mantivessem uma relação hostil na
Universidade de Berlim, há uma complementariedade de suas obras que
subjazem os fundamentos da ciência na época.
Tendo em Gernivus em seu “Fundamentos de Teoria da história” de
1937, que se ponderou acerca do problema da ligação entre a narrativa
histórica e os estudos literários, ou melhor, distinguindo-os da narrativas
ficcionais. Neste momento pela foca-se na possibilidade da História
como um gênero hibrído.
Num último momento apresenta-se a criação da Historische Zeitschrift
(Estudos Históricos) de 1859 por Heinrich von Sybel, púpilo e discipulo
de Ranke e amigo de Droysen. O autor defende que ali ocorreu um nova
escola histórica e constituição de um regime de historicidade novo para
a história da Prússia.
A revista teve grande reconhecimento pela Europa, em meintensidade
na França.
Ao citar Robert Southard, ele expõe que para germinar a Escola História
Prussiana teve que superar a tradição rankeano de intervenção direta na
política. Para o historiador, não é necessário ter um contato direto, mas
um pensamento que produza ação política no presente, seja para
subsidiar certo projeto ou para refutar postulados em voga.
A Universidade tinha papel fundamental na sociedade, sendo seus
partícipes reconhecidos por uma ordem distinta da sociedade. A
inauguração de um instituto universitário só era possível com a
permissão estatal.
A Universidade de Berlim tornou-se referencia como a forma ideal,
sendo modelo para outras na Europa, tendo saído de lá muitos
professores que se tornaram conselheiros do Estado.
A Admissão na Universidade é acompanhada por um esquadrinhamento
do passado, principalmente anterior a 1871.
Houve um grande interesse pela história presente, criando-se muitos
cátedras de contemporanea, na qual a posição acerca da política ficava
explicita. Aliás a história disputava, no momento, a vaga de norteadora
da ação política com a moral, a filosofia e a política.
É exatamente a relação entre filosofia, história e política que promoveu
uma gama de escolas no contexto alemão: “Os próprios alemães
chegam a reconhecer a existência de várias escolas: a escola Rankeana
e Humboldtiana, a escola de Niebuhr (que exerceu enorme influência na
França e veio a se reforçar com o manual de Ernst Bernheim), a escola
filológica de Böckh e de Grimm, a escola romântica de Goethe e Novalis,
a escola histórica do Direito de von Savigny e, finalmente, a Escola
Histórica prussiana (cf. MARTINS, 2008, p.; cf GOOCH, 1959).”
Mas o que diferenciava os demais autores alemães? Foi a relação que
traçaram entre pesquisa e postura intelectual, entre pensamento e ação,
entre ciencia e política. Contudo notava-se a herança teórica-
metodológica, epistemologica em comum: historicismo de Hummbolt e
Ranke, reação ao idealismo hegeliano e pela absorção de procedimento
hermeneuticos e filológicos na composição do método. Defenderam a
atualidade de Aristóteles, combateram na política emergente, estiveram
presentes em periódicos em textos políticos-nacionalistas, não
condenaram as guerras de unificação preconizada por Bismarck e
escreram obras sobre o tempo presente.
A ciência histórica era arraigada na sociedade alemã.
Fruto do processo que vinha desde a restauração, o pensamento
alemão pedia um novo homem para uma nova Alemanha, embora isso
não fosse homogêneo. Este novo homem caracterizado no intelectuala
ainda convivia com uma velha política, que freiava certas ideias de
novas conformações governamentais e religiosas. A permanencia dos
regimes contribuiram para o triunfo do estudo de cunho conservador.
Qualquer individuo que fosse de encontro ao vigente era englobado num
mesmo estigma(socialistas, liberais radicais, comunistas eram
encarados como anarquistas, pertubadores da ordem pública), sendo
ameaçados com de prisão ou exílio.
A constituição da ciência e da definição do cientista-historiador deu-se
de forma conjunta as guerras de unificação e confabulaçoes políticas e
burocráticas, estando os estudiosos imersos nos bastidores do poder
junto a outros profissionais. Sua ambição tornou-se escrever uma
história universal na qual a Alemanhã teria papel de destaque.
Estes estudiosos depararam-se com manuseios de fontes inéditas e
com o uso da crítica, projetando a experiência deste passado conhecido
a um futuro desconhecido, mas passível de fatos
semelhantes.Projetava-se o passado no futuro.
Havia um essencia universal que impulsionava a história, a qual possuia
uma lógica possível de ser analisada. As ações humanas eram guiadas
por essa lógica.
O ímpeto germânico aumentava. Em 1848, com as guerras de
unificação, o desejo pelo governo dos Hohenzollern sobre um território
alemão,excluindo a Austria, recrudescia.
A História era vista então como um sistema complexo, e não como uma
relação de causalidade, que teria um sentido: a realização da liberdade
ou da grande obra divina.
A liberdade era fundamental, enraizado em tradições nacionais, estando
a autoridade real e o poder estatal associados e pertencentes a esse
ideal. Entretanto essa visão poderia sofrer mutações nos 39 unidades
que compunham a Confederação Germanica.
Com a Unificação Alemã(1871) o otimismo germânico potencializou-se,
pois por toda a Europa havia uma onda de movimentos reformistas e, o
que mais amedrontava, radicais. Moderação foi a palavra de ordem.
O autor expõe algumas características da Escola Histórica Prussiana,
onde alguns participantes se uniram no Partido do Cassino(nome do
restaurante local onde se encontravam). Estes defendiam a unificação, o
Estado de direito baseado na constituição; requeriam orgãos
representativos eleitos pelos distritos tradicionais; e defendiam a
igualdade perante a lei; além do fim das restrições como, por exemplo, a
judeus.
Outros integraram o Partido Liberal Nacional, que, no geral, rejeitavam a
filosofia de história hegeliana,a teoria da lei natural, a primazia do
indivíduo na construção do Estado e dos homens, colocou as forças
históricas no local, acreditavam no progresso e, principamente, que
poder não é somente força, mas também um princípio ético.
Em 1848-9 houve uma tentativa de acordo sobre o governo de Frederico
IV, contudo muitos preceitos liberais e democraticos foram recusados.
Bismarck,em meados da unificação afirmou que o erro que diferenciava
a sua época daquela, por volta da metade do século XIX, era que o
objetivo seria alcançado através do sangue e ferro e não pela maioria
dos votos.
Segue-se um quadro aos quais são elencados 31 historiadores entre
273 que compunham a autoria dos 783 artigos(1859-1900) lidos pelo
autor .
Nem todos são prussianos, em sua maioria são protestantes, mas
existem católicos e judeus, eles faziam seus estudos iniciais em suas
localidades e buscavam a especialização em nos pólos
acadêmicos( Berlim e Heidelberg marjoritariamente, seguida por
Freiburg, Göttingen, Leipzig e Bonn).
Trinta e quatro destes estudiosos tiveram mandatos de deputados, além
aconselhamento de reis e princípes germânicos demonstrando a efetiva
participação política do ofício. Quinze foram editores de jornal, além dois
que participaram para não alçaram ao cargo de chefia. Foram buscados
estas informações em biografias e enciclipédias.
Historiadores disputavam com filósofos e políticos a posição de discutir
sobre a política e a governança no Estado Germanico. Seus papeis
foram fundamentais neste período de concretização da identidade
alemã, assim comoThiers, Guizot e Michelet fizeram na França do
século XIX ao ocuparem cargos públicos.
Particulamente Ranke não era um grande entusiasta da política de
Bismarck, apesar de seu título nobiliárquico, ele defendia que os
negócios de governo deveriam ser responsabilidades dos políticos.
Theodor Mommsen editou um jornal político, Gervinus dirigiu a Gazeta
Alemã, Sybel, Treitschke, Baumgarten e Dilthey, todos historiadores,
dirigiram o periódico Anais Prussianos.
A Confederação Germanica(1815-1857) composto por 39 estados
independentes com hegemonia da Austria, provocou várias agitações,
as quais queriam combater as antigas práticas de repressão e
privilégios, contrastando com o cenário europeu. A Gazeta Renana de
Marx(1842) e a Gazeta Alemã(1845) são exemplos destes levantes.
O pós-restauração caracterizou-se pela emersão de movimentos liberais
que evocou a urgencia nacionalista, a reinvindicação de liberdade assim
como os direitos democráticos eram visto como perigosos. A
concentração monarquica era vista como a única forma de manter a
ordem.
Havia a admiração pelos modelos norte-americanos e ingleses,
monarquico, bicameral, oriundos de Montesquieu e Benjamim Constant.
Contudo estas práticas eram sempre moldadas a realidade germânica,
conservando o tradicionalismo, autoritarismo e protecionismo habitual.
Em 1848-9 havia a expectativa de um uma Alemanha unificada, com o
triunfo do liberalismo e , alguns apostavam numa vitória da esquerda
radical. Contudo o medo da triunfo prussiano, assim como o inverso,
intimidava os dois mais influentes Estados da Confederação.
Através de alianças internas e externas, a Prússia buscou a integração
germanica, estando a Austria fora deste projeto. Bismarck liderou
constituindo um exercito, violando a constituição de 1862, perdendo
apoio como de Gervinus, posteriormente, face a seu sucesso, todos
reataram, menos o historiador.
Antes de 1848, a ciencia histórica era feita para os historiadores e para
os príncipes, após a essa data, com o comportamento da Austria, a
escrita se tornou voltada a contemporaneidade, principalmente nas
aulas de Droysen na Universidade Kiel.
Em 1849, a Austria sufocou qualquer tentativa de criação de outra
confederação, produzindo a chamada humilhação de Olmütz, que na
opinião do autor, abreviou a ascensão da liderança prussiana.
Georg Iggers vê na Escola Histórica Prussiana um otimismo ingênuo, o
autor discorda, afirma eram otimistas, mas não ingênuos. Mommsen,
Gervinus e Droysen não acreditavam num aperfeiçoamento espontâneo
provocado pela história,o poder não era somente o uso da força, mas a
aplicação de príncipios éticos.
A distintas opiniões acerca das prática de Bismarck para efetuar a
unificação foram repudiadas por muitos, mas apoiado por uma
significativa parcela da população. Para Mommsen o governo de
Bismarck possuia um tênue caráter liberal, contudo a sociedade ainda
se pautava na velha elite senhorial, militarista e burocrática de forte
tradição autoritária. Tanto oposição quanto a base iniciaram as suas
organizações em ligas, clubes e partidos políticos. A simpatia por
exemplos como o norte-americano não eram velados.
Duncker eHaym defendiam a separação do movimento do
Estado(prussiano) do desenvolvimento nacional(germânico), que no
entanto possuindo a mesma raiz: os desígnios divinos. Ambos faziam
parte de um moviment protestante conhecidos como Amigos da Luz.
“Droysen tinha medo da anarquia republicana...da revolução, da guerra
civil”(pp. 54). Frustado com o encaminhamento do processo, voltou-se
para seus estudos acadêmicos.
Haym compartilhava com Droysen a opinião que o constitucionalismo
era inevitável.
Sybel, protestante residente num território católico, seguia o modo
rankeano de escrita, mas não de fazer política, criticava as monarquias
absolutistas contrapondo-as a liberdade, ao caminho constitucional e
representativo, dirigiu a revista Historische Zeitschrift até 1895.
Southard retrata Duncker como mais ingênuo, Haym o mais raivoso,
Droysen o mais energético e personalista e Sybel como o mais
conciliatório.
O autor conclui reafirmando a sua posição ao declarar que os
historiadores da Escola Histórica Prussiana associaram ciência e
política, ultrapassando o plano do pensamento, não se mantiveram
passivos acerca da realidade que os cercavam, e assim agiram,
mantendo o diálogo entre a cenário alemão e a o discurso científico.