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CONTABILIDADE GERAL

Curso contabilidade

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CONTABILIDADE GERAL

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CONTABILIDADE

GERAL

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Reinaldo de Oliveira BorbaMarcelo NeryRoberto Frederico MerhyMário FragaJean Carlo NeroneAndré PortnoiRonaldo CostaJane FreireLuis Carlos Nogueira AbbehusenOsmane ChavesJoão Jacomel

Gervásio Meneses de OliveiraWilliam OliveiraSamuel SoaresGermano Tabacof

Pedro Daltro Gusmão da Silva

♦ PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦

Gerente de Ensino ♦ Jane Freire

Supervisão ♦ Jean Carlo Bacelar, Leonardo Santos Suzart, Wanderley Costa dos Santos e Fábio Viana Sales

Coordenação de Curso ♦ Maria Valesca Silva

Autor (a) ♦ Lorena Pinho e Maria Alice Porto

♦ PRODUÇÃO TÉCNICA ♦

Revisão Final ♦ Carlos Magno Brito Almeida Santos Márcio Magno Ribeiro de Melo

Equipe ♦ André Pimenta, Antonio França Filho, Amanda Rodrigues, Bruno Benn, Cefas Gomes, Cláuder Frederico, Francisco França Júnior, Herminio Filho, Israel Dantas, Ives Araújo, John Casais, Márcio Serafi m, Mariucha Silveira Ponte, e Ruberval da Fonseca.

Editoração ♦ Francisco Françã de Sousa Junior

Ilustração ♦ Banco de Imagens

Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource

EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO:

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A ENTIDADE E AS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS 7

AS ORGANIZAÇÕES E AS OPERAÇÕES DE COMPRAS E VENDAS 7

ESTRUTURA EMPRESARIAL NO BRASIL: CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES 7

OPERAÇÕES MERCANTIS: COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS 12

FATOS QUE ALTERAM AS COMPRAS E VENDAS DE MERCADORIAS 16

IMPOSTOS SOBRE AS COMPRAS E VENDAS DAS EMPRESAS COMERCIAIS 23

ATIVIDADE COMPLEMENTAR 27

INVENTÁRIO DE MERCADORIAS E CONTAS A RECEBER 28

SISTEMA DE INVENTÁRIO PERIÓDICO: CONTAS MISTAS 28

SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: PEPS E UEPS 31

SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: MÉDIA PONDERADA 36

COBRANÇA SIMPLES DE DUPLICATAS 38

ATIVIDADE COMPLEMENTAR 40

APURAÇÃO E DESTINAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 41

DESPESAS, RECEITAS E APURAÇÃO DE RESULTADOS 41

CONCEITUAÇÃO E APLICAÇÕES 41

CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS E DEDUÇÕES DAS DESPESAS OP-ERACIONAIS NAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS 45

CONCILIAÇÃO E ASPECTOS ANALÍTICOS DAS DESPESAS E RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 52

RESULTADO DO EXERCÍCIO: APURAÇÃO SEGUNDO O REGIME DE CAIXA E O REGIME DE COM-PETÊNCIA 53

Sumário

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR 56

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: DRE E DVA 58

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE: ASPECTOS TEÓRICOS 58

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE: ASPECTOS PRÁTICOS 62

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: ASPECTOS GERAIS DA LEI Nº 6.404/76 65

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO: CONTEÚDO E ESTRUTURA 71

ATIVIDADE COMPLEMENTAR 75

GLOSSÁRIO 77

REFERÊNCIAS 79

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Caro(a) aluno(a),

A necessidade comunicação entre os povos fez surgir a linguagem falada e escrita. No mundo dos negócios não é diferente. Para que as operações comerciais se aprimorassem foi surgindo e se refi nando as formas de registro e controle dos bens, direitos e obrigações das empresas.

A Contabilidade é uma ciência que estuda as variações do patrimônio da entidade, fornecendo informações para diversos usuários, através de relatórios e demonstrações, tendo como objeto de estudo o Patrimônio.

Nesta disciplina aprenderemos um pouco mais sobre a Contabilidade, inclusive a forma com as empresas podem ser constituídas e a escrituração das suas operações de compras e vendas de mercadorias, além dos principais fatos que as modifi cam!

Assim, o prazer de iniciar mais um estudo sobre a Contabilidade deve ser imensurável. Você, com os conhecimentos adquiridos na disciplina Introdução à Contabilidade, já possui uma maior intimidade com as terminologias usadas por esta ciência, agora, com a disciplina Contabilidade Geral, vamos aprender um pouco mais?!

Lorena Pinho e Maria Alice Porto

Apresentação da Disciplina

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A ENTIDADE E AS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

AS ORGANIZAÇÕES E AS OPERAÇÕES DE COMPRAS E VENDAS

ESTRUTURA EMPRESARIAL NO BRASIL: CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES

Uma das funções do profi ssional da área contábil é a constituição jurídica da entidade. Para tanto devemos conhecer as várias formas como a entidade pode ser constituída.

O Código Civil Brasileiro (LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002), dispõe sobre os tipos de sociedades. As sociedades são pessoas jurídicas de direito privado com fi m econômico, ou seja, trata-se de um ente coletivo que reúne pessoas que celebram um contrato no qual reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens e serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilhar entre si os resultados (art. 981, CC/2002).

Você sabe quantos tipos de sociedades as empresas podem ser constituídas juridicamente??? Pois é, neste tópico, com o avançar do estudo iremos descobrir!!!!

As sociedades são divididas em sociedades empresariais e sociedades simples, que adquirirão personalidade jurídica com a sua inscrição. A sociedade simples é disciplinada nos artigos 997 a 1.038 do CC/2002 e é aquela que possui fi nalidade civil, distinguindo-se daquela denominada de empresarial.

A Sociedade Simples constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

• nome, nacionalidade, estado civil, profi ssão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a fi rma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;

• denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;• capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer

espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;• a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;• as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;• as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e

atribuições;• a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;• se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, e, se este não fi xar

outra data, terminam quando, liquidada a sociedade, e se extinguirem as responsabilidades sociais. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em modifi cação do contrato social. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.

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Contabilidade

Geral

A Sociedade Empresarial pode constituir-se nos seguintes tipos, nos termos do Código Civil de 2002:

• Sociedade em nome coletivo (art. 1.039 a 1.044);• Sociedade em comandita simples (art. 1.045 a 1.051);• Sociedade limitada (art. 1.052 a 1.087);• Sociedade anônima (art. 1.088 a Lei nº 6.404/76);• Sociedade em comandita por ações (art. 1.090 a 1.092).

Vamos conhecer mais detalhessobre estes tipos de sociedades?

Sociedades em Nome Coletivo

Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais, ressaltando que, sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si à responsabilidade de cada um.

O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no item anterior, a fi rma social. A administração da sociedade compete exclusivamente aos sócios, sendo o uso da fi rma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes.

Sociedade em Comandita Simples

Na sociedade em comandita simples o contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários e tomam parte os sócios de duas categorias:

• os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e

• os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.O art. 1.047 do CC/2002 estabelece que, sem prejuízo da faculdade de participar

das deliberações da sociedade e de lhe fi scalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na fi rma social, sob pena de fi car sujeito às responsabilidades de sócio comanditado, salientando que pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais.

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Sociedade Limitada

Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de transferência, caso em que se observará o disposto no artigo seguinte.

Em relação à administração, este tipo de sociedade é administrado por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado. A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade. Se o contrato permitir administradores não sócios, a designação deles dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de dois terços, no mínimo, após a integralização. Ao término de cada exercício social, proceder-se-á à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico.

O Código Civil também explicita normas sobre o Conselho Fiscal, a deliberações dos sócios, o aumento e/ou redução do capital, resolução da sociedade em relação a sócios minoritários e a dissolução, nos artigos 1.052 ao 1.087.

Sociedade em Comandita por Ações

A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, e opera sob fi rma ou denominação. Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais. Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem no mínimo dois terços do capital social. O diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração.

A assembléia geral não pode, sem o consentimento dos diretores, mudar o objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures, ou partes benefi ciárias.

Sociedade Cooperativa

A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no Código Civil, ressalvada a legislação especial. São características da sociedade cooperativa:

• variabilidade, ou dispensa do capital social;• concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da

sociedade, sem limitação de número máximo;• limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá

tomar;• intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda

que por herança;• quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios

presentes à reunião, e não no capital social representado;• direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade,

e qualquer que seja o valor de sua participação;• distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo

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Contabilidade

Geral

sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fi xo ao capital realizado;• indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em

caso de dissolução da sociedade.Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser

limitada ou ilimitada. É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verifi cado nas operações sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas

operações; e é ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.

Sociedade Anônima

Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. Na sociedade anônima a responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Esta sociedade rege-se por lei especial (Lei nº 6.404/76), aplicando, nos casos omissos, as disposições do Código Civil.

Este tópico abordou os aspectos gerais sobre a sociedade anônima, visto que este assunto é muito amplo, recomenda-se, para maior absorção, uma leitura na Lei nº 6.404/76.

Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fi m lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes. Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio. O estatuto social defi nirá o objeto de modo preciso e completo.

A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões “companhia” ou “sociedade anônima”, expressas por extenso ou abreviadamente, mas vedada à utilização da primeira ao fi nal.

As companhias podem ser:• Aberta• Fechada• Sociedade de capital autorizado• Sociedade de economia mista No que se refere à constituição da companhia, depende do cumprimento dos seguintes

requisitos preliminares:• subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide

o capital social fi xado no estatuto;• realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no

mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro (não se aplica às companhias para as quais a lei exige realização inicial de parte maior do capital social);

• depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.

Dentre as obrigações da sociedade anônima destacam-se: realização de assembléia geral, ata de convocação e publicação das demonstrações fi nanceiras.

Vocês perceberam as várias formas que uma sociedade pode ser constituída???

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Pois é, agora, com a sociedade juridicamente formada vamos conhecer algumas operações mercantis realizadas por elas? Vamos lá então!!!

SITUAÇÃO PRÁTICA: Constituição de uma sociedade, composta por dois sócios, a Cia Exemplo S/A.

No exemplo a seguir, vamos considerar que a subscrição do capital social foi feita em móveis e em dinheiro, sendo que um dos sócios fi cou restando integralizar a parcela do capital correspondente a R$1.000,00.

SócioCapital

SubscritoCapital

IntegralizadoCapital a

IntegralizarPercentual de Participação

A R$ 7.000,00

R$4.000,00 (Móveis)

R$2.000,00 (Dinheiro)

R$1.000,00 70%

B R$ 3.000,00R$3.000,00 (Dinheiro)

R$0,00 30%

TOTAL R$10.000,00 R$9.000,00 R$1.000,00 100%

Contabilização em Razonetes (conta T)

(1) Pela subscrição de R$10.000,00

(2) Pela Integralização de R$9.000,00, sendo R$4.000,00 em móveis e R$5.000,00 em moeda corrente.

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Geral

Observe que a parcela restante, a ser integralizada pelo sócio B, fi cou evidenciada na conta retifi cadora do patrimônio líquido “Capital a Integralizar”. Quando da integralização, o lançamento será idêntico, seja em moeda corrente ou em bens e direitos.

Apresentação no Balanço Patrimonial

OPERAÇÕES MERCANTIS: COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS

As operações mercantis correspondem à prática do comércio - a compra e venda - por meio da qual se efetiva uma transferência de mercadorias. Originalmente o comércio se deu com a troca de mercadorias e com a criação da moeda, a troca desta mercadoria por dinheiro.

Sabemos que a Contabilidade tem como propósito controlar o patrimônio da entidade, e para isto utiliza várias técnicas de escrituração. Nas compras e nas vendas de mercadorias isto não é diferente. Que tal descobrirmos agora quais são as técnicas mais comuns utilizadas para registras tais fatos?!!!!

Para começarmos vamos considerar que a constituição da empresa Compra Certa, em que os sócios integralizaram, em moeda corrente, o valor de R$ 100.000,00, correspondente ao capital social.

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Vamos analisareste lançamento?

Qual foi a origem do recurso?Qual foi a aplicação do recurso?Quais contas vamos movimentar?

Só para relembrar...

Débito Aplicação de recursos Lado esquerdo

Crédito Origem de recursos Lado direito

A origem do recurso foi a conta capital social e a aplicação do recurso foi a conta caixa, uma vez que a integralização do capital foi em moeda corrente.

Agora eu pergunto: como fi caria este lançamento em razonetes (conta “T”)?Vejamos:1º Situação: integralização do capital social, em moeda corrente, o valor de R$

100.000,00.

Pronto, com a empresa constituída, na seqüência veremos as movimentações relacionadas as compras e vendas de mercadorias.

Compra de Mercadorias

Uma determinada empresa de revenda de mercadorias necessita constantemente comprar mercadorias para o estoque e vender estas mercadorias para obter lucros, não é?! Então vamos considerar que a empresa Compra Certa adquiriu 50 itens de determinada

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Geral

mercadoria pelo valor de R$ 25.000,00, com pagamento para 60 dias. Observem que cada item custou R$ 500,00.

Nesta situação a origem do recurso foi a conta Fornecedores e a aplicação do recurso foi a conta Estoque de Mercadorias, certo?

Vejamos:2º Situação: Compra de mercadorias pelo valor de R$ 25.000,00, com

pagamento para 60 dias (a prazo).

3º Situação: Nova aquisição de 64 itens de uma mercadoria a vista, no valor de R$ 32.000,00 (observem que cada item custou R$ 500,00).

Observem que, nestes exemplos, utilizamos apenas lançamentos simples para melhor entendermos como funciona o registro da compra de mercadorias, nos próximos tópicos iremos aumentar o grau de complexidade destes lançamentos com a inclusão de alguns fatos que alteram estes lançamentos, com a incidência de tributos, as devoluções, bem como os abatimentos adquiridos. Estes são os primeiros passos!!!

Vendas de Mercadorias

As empresas precisam de receitas para poder operar e uma das principais alternativas para obter estas receitas é através das vendas de mercadorias. Estas vendas representam o retorno dos investimentos ou custos incorridos inicialmente.

Contabilmente, na venda de mercadoria ocorre a realização da receita quando se entrega dos bens, obtendo-se em troca um pagamento (retorno fi nanceiro) que poderá ser obtido à vista (Caixa) ou a prazo (Clientes ou Duplicatas a Receber). Nas operações de vendas de mercadorias são movimentadas as contas de resultados, denominadas de receitas.

Vale destacar que as compras de mercadorias são feitas por um determinado valor, e no momento da venda esta mercadoria sofre um acréscimo, assim o valor pago inicialmente é chamado de Custo da Mercadoria, ok?

Para escriturar a operação de venda de mercadorias devemos seguir os seguintes passos:

1º - registrar a receita de venda;2º - efetuar a baixa das mercadorias que estavam no estoque, seguida do

reconhecimento do Custo da Mercadoria Vendida (CMV).Vejamos como fi caria esta movimentação na prática:A empresa Compra Certa possuía em seu estoque o valor total de R$ 57.000,00 em

mercadorias, equivalentes a 114 itens (conforme apresentado na 3ª situação). Foi realizada uma venda, a vista, de 30 itens de mercadorias existentes no meu estoque, sendo que cada item foi vendido por R$ 800,00, conseguindo com esta operação uma receita de R$ 24.000,00.

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Vamos ver com podemosescriturar esta movimentação?

4ª Situação: venda a vista de 30 itens de mercadorias do estoque por R$ 24.000,00, com um custo de R$ 15.000,00 (30 itens x R$ 500,00 - custo unitário).

Observem que as contas movimentadas nestas operações foram: • Lançamento a) Caixa (a débito) e Receita de Vendas (a crédito);• Lançamento b) Custo da Mercadoria Vendida (a débito) e Estoque de Mercadorias

(a crédito).

5ª Situação: venda a prazo de 40 itens de mercadorias do estoque por R$ 32.000,00, com um custo de R$ 20.000,00 (40 itens x R$ 500,00 - custo unitário).

Observem que as contas movimentadas nestas operações foram: • Lançamento a) Clientes / Duplicatas a Receber (a débito) e Receita de Vendas (a

crédito);• Lançamento b) Custo da Mercadoria Vendida (a débito) e Estoque de Mercadorias

(a crédito).Vale destacar que, nestas situações, foram utilizados apenas lançamentos de simples

vendas para melhor compreendermos o funcionamento desta operação. Nos tópicos a seguir, iremos acrescentar algumas novas situações a estes lançamentos com a inclusão de alguns fatos que alteram as vendas das mercadorias.

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Contabilidade

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FATOS QUE ALTERAM AS COMPRAS E VENDAS DE MERCADORIAS

No tópico anterior citamos algumas observações em relação ao custo da mercadoria, no entanto é neste item que vamos dispor sobre alguns aspectos que podem modifi car o valor do custo das mercadorias adquiridas e vendidas e/ou promover novos lançamentos, como os:

• Fretes• Seguros• Devoluções• Descontos • Abatimentos

E então?!Vamos conhecer e praticar estas novas operações?!

Vamos la!!

Fretes e Seguros

Em algumas operações podem ocorrer alterações nos custos das mercadorias, em virtude da realização de outros gastos para fazer com que a mercadoria chegue em segurança ao destinatário. Estes gastos podem ser decorrentes de seguros pagos para evitar a perda da mercadoria por roubo, acidente, ou qualquer outro tipo de sinistro, bem como aqueles referentes a fretes pagos pelo transporte da mercadoria até o seu estabelecimento. Estes valores são partes integrantes do custo das mercadorias e quando estes são oferecidos por terceiros (transportadores) – e não pelo fornecedor – tais valores não estarão inclusos na nota fi scal de compra e por este motivo a empresa compradora, que arcar com este custo, deve agregá-lo ao valor do produto.

Assim, os fretes e seguros sobre compras correspondem às importâncias pagas pela empresa compradora das mercadorias, diretamente ao fornecedor ou a uma terceira empresa que promoveu o transporte das mercadorias, desde o estabelecimento do fornecedor até a sede da empresa.

São duas as possibilidades de contratação do frete: • FOB (Frete Free Board) quando o valor do mesmo e demais custos acessórios fi cam

por conta do remetente;

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• CIF (Cost, Insurance and Freight) – fretes e demais custos acessórios serão pagos por conta destinatário.

Deste modo, quando o frete ou o seguro for pago pela empresa adquirente das mercadorias, então, o valor do frete ou do seguro, passa a compor o preço das mercadorias, pois para elas o frete será um custo a mais.

Vamos ver naprática contábil como

estes registros podem ser feitos?

Frete na Compra de mercadorias

Considerando que a empresa Compra Certa realizou uma compra a vista de mercadorias no valor de R$17.500,00, cujo frete cobrado foi de R$ 500,00 pago no ato.

1ª Situação: compra de 35 itens de mercadorias a vista no valor de R$ 17.500,00, com cobrança de frete no valor de R$ 500,00.

No fi nal do período o frete será incorporado ao custo da mercadoria.

Frete na Venda de mercadorias

Nas vendas, o frete concedido pela empresa vendedora passa a ser uma despesa com vendas para a empresa que vendeu as mercadorias.

2ª Situação: Venda à vista de toda mercadoria adquirida anteriormente (35 itens), por um preço total de R$ 28.000,00, sendo que o frete pago pelo vendedor foi o valor equivalente a R$ 300,00.

Nesta operação será necessário:• Registrar a receita de venda;• Baixar as mercadorias que estavam no estoque para vender, seguida do

reconhecimento do custo da mercadoria vendida (CMV);• Registro do frete pago no transporte das mercadorias.

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Baixa do estoque o valor correspondente a última compra realizada (no valor de R$ 17.500,00) para vender, seguida do reconhecimento do custo da mercadoria vendida (CMV):

Registro do frete (R$ 300,00) pago no transporte das mercadorias:Deve-se observar que as empresas não são obrigadas a fornecer fretes, logo, para

aquelas que os concedem, tornam-se despesas com vendas.

Devoluções

Em muitas situações podem ocorrer as devoluções de compras ou de vendas de mercadorias, como por exemplo, quando for constatado que as referidas mercadorias sofreram avarias no transportes, por não corresponderem ao pedido, etc. Estas devoluções podem ser totais ou parciais.

Devoluções de Compras

As devoluções de compras consistem na devolução total ou parcial das mercadorias adquiridas, tendo em vista fatos desconhecidos no momento da compra. Ao efetuarmos a devolução, deveremos ajustar o valor das mercadorias no estoque, pois este fato ira reduzir a quantidade e o valor destas unidades.

Vamos ver na prática?

3ª Situação: compra, a prazo, de mercadorias no valor total de R$ 5.000,00 (10 itens), seguida da devolução de R$ 1.000 (2 itens). Para lançarmos contabilmente esta operação será necessário:

• Registrar a aquisição;• Registrar a devolução;• Transferir os valores para a conta de estoque, no momento da apuração do

resultado.

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Na devolução da compra:

Na apuração, transferir os valores para a conta de estoque:Alguns de vocês devem estar se perguntando: porque o lançamento contábil da

devolução de compra não foi lançado diretamente na conta Estoque de Mercadorias? Neste caso o resultado fi nal seria o mesmo, pois teríamos os mesmos valores, no entanto, a contabilidade deve fornecer aos seus usuários o máximo de informações e de forma detalhada. Se não tivéssemos aberto a conta Devolução de Compras, como poderíamos saber, ao fi nal de um período, se tivemos devoluções e os seus valores correspondentes?

Já aprendemos como registrar a devolução de compras, que tal exercitarmos um pouco a devolução de vendas?

Devoluções de Vendas

Estas devoluções consistem no retorno total ou parcial das mercadorias vendidas, tendo em vista fatos desconhecidos no momento da venda. Ao efetuarmos a devolução, deveremos ajustar o valor das mercadorias no estoque, pois este fato irá aumentar a quantidade e o valor das unidades existentes.

4ª Situação: Venda a prazo de 15 itens (custo de cada itens R$ 500,00) de mercadorias existentes no estoque, no valor total de $ 12.000,00 (preço de venda de cada item R$ 800,00), seguida da devolução de R$ 4.000,00, correspondente a 5 itens do estoque.

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Contabilidade

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Registro de Venda

Pelo reconhecimento do custo da mercadoria

Pela devolução da venda

Pelo retorno das mercadorias no estoque

Observem que nas devoluções de vendas não podemos esquecer de devolver as mercadorias na contas de estoques, no entanto, este valor deve ser o de custo da mercadoria e não o preço de venda. Na 4ª Situação, o custo unitário da mercadoria foi de R$ 500,00 e o preço unitário de venda R$ 800,00, assim o valor a ser devolvido (ou estorno da saída) é o de R$ 2.500,00, referente a devolução de 5 itens.

A conta de devolução de vendas é redutora da conta Receita de Vendas e será demonstrada na Demonstração do Resultado do Exercício como deduções da receita.

Abatimentos e Descontos Incondicionais

Neste tópico vamos tratar dos abatimentos e descontos incondicionais, também conhecidos como descontos comerciais, que são fatos que irão afetar o preço de compra ou venda.

No caso dos abatimentos, estes estão vinculados a eventos posteriores a emissão do documento fi scal ou da transação comercial, enquanto que os descontos incondicionais estão vinculados ao momento da transação mercantil, no ato da emissão do documento fi scal. Ambos são deduções ocorridas no preço da mercadoria.

Devolução

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Atenção!!!!!

Os descontos incondicionais não são computados na base de cálculo dos impostos que incidirão nas operações mercantis. Em relação aos abatimentos, se forem dados no ato da transação, terão o mesmo tratamento destes descontos.

Descontos comerciais nas compras

Geralmente os descontos comerciais nas compras não são contabilizados, efetuando-se o registro da compra pelo seu valor líquido, pois, certamente a Nota Fiscal foi emitida pelo valor líquido.

Vamos ver como podemos lançar tal registro?!

Vamos considerar que a conta “Fornecedores” possua um saldo de R$ 29.000 e Estoque de Mercado , um saldo de R$ 16.500.

5ª Situação: Compra a prazo de 15 itens de mercadorias para revenda no valor de R$ 7.500,00 com desconto concedido no ato da compra no valor de R$ 500,00.

Como o desconto foi dado no ato, trata-se de um desconto comercial. Como dito anteriormente, certamente a Nota Fiscal foi emitida pelo valor líquido de R$ 7.000,00, tendo o desconto sido destacado no corpo do documento. Logo contabilizaremos da seguinte forma:

No entanto, se for do interesse do usuário contabilizar o desconto, então teremos os seguintes lançamentos:

Abatimentos nas compras

Os abatimentos nas compras, por estarem vinculados a eventos posteriores à transação comercial, como por exemplo, mercadorias que chegam com defeito ao local de destino, se

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Geral

confundem com os descontos fi nanceiros, mas não são a mesma coisa. Ao ser concedido um abatimento, este irá afetar o valor das mercadorias nos estoques.

6ª Situação: aquisição de mercadorias a prazo no valor de R$ 5.000,00. Algumas destas mercadorias chegaram com defeito na empresa Compra Certa, para se evitar devoluções, foi concedido um abatimento na operação no valor de R$ 200,00.

Contabilização da compra conforme a Nota Fiscal

Contabilização do abatimento conforme boleto pago pela empresa.

Note que o valor do estoque fi cou alterado por ocasião do abatimento: de R$ 5.000,00 passou para R$ 4.800,00, por isso dissemos que os abatimentos afetam o preço de custo.

Descontos comerciais nas vendas

Nos descontos comerciais concedidos nas vendas, geralmente a Nota Fiscal é faturada pelo seu valor líquido, assim, dá-se o mesmo procedimento com os descontos comerciais das compras, ou seja, não são contabilizados, efetuando-se o registro da venda pelo seu valor líquido.

7ª Situação: venda de 7 itens de mercadorias por R$ 5.600,00. No ato desta transação, o vendedor concedeu um desconto de 10% ($ 560,00) ao seu cliente, sendo a Nota Fiscal emitida com valor líquido de R$ 5.040,00. Assim a contabilização fi caria:

No entanto, por questões de controle gerencial, o desconto poderá ser evidenciado na transação:

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Abatimentos nas vendas

Na situações em que ocorrem os abatimentos sobre vendas, também se confundem com os descontos fi nanceiros, mas não o são. Os abatimentos nas vendas não irão afetar o preço de custo da mercadoria nem o preço de venda diretamente, pois deverá ser registrado em conta específi ca de Abatimento sobre Venda. Este procedimento se da ate mesmo para fi ns de controle no setor de vendas da empresa.

8ª Situação: venda de 8 itens mercadorias a prazo no valor total de $ 6.400,00. Como algumas mercadorias chegaram com defeito ao destinatário, para evitar devoluções, foi concedido um abatimento na operação no valor de R$ 400,00. Vejamos como fi cariam estes lançamentos:

Como os abatimentos são concedidos geralmente após a transação comercial, em se tratando dos aspectos fi scais, vistos logo adiante, então estes terão o mesmo tratamento de um desconto fi nanceiro.

IMPOSTOS SOBRE AS COMPRAS E VENDAS DAS EMPRESAS COMERCIAIS

O Código tributário Nacional (LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966) estabelece que o imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específi ca, relativa ao contribuinte.

Os impostos incidentes sobre operações com mercadorias são proporcionais ao preço de compra e venda destas mercadorias e estão presentes em praticamente todas as transações comerciais.

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Os impostos incidentes sobre vendas são despesas que ajustam o valor da Receita Bruta para apuração da Receita Líquida. Os impostos mais comuns para os estabelecimentos comerciais e os que trabalharemos neste tópico, são:

Vale destacar que alguns impostos são recuperáveis, ou seja, quando compramos uma determinada mercadoria o imposto que pagamos na compra pode ser recuperada na venda. Isto ocorre porque o imposto não é cumulativo. Desta forma alguns impostos podem ser recuperáveis (não cumulativos) e não recuperáveis (cumulativos). A seguir veremos na prática como isto ocorre.

Empresas Comerciais

As empresas comerciais, são aquelas que compram e vendem mercadorias, são contribuintes apenas do ICMS, PIS e COFINS. Nas aquisições de mercadorias para revenda, haverá incidência destes tributos e os mesmos afetarão o preço de custo, pois os referidos impostos são recuperáveis. Logo, quando do registro do preço de custo das mercadorias nas fi chas de estoques, estes já deverão estar deduzidos do ICMS, PIS e COFINS, sendo os mesmos registrados como direito no Ativo Circulante / Impostos a Recuperar.

Vale ressaltar que na Nota Fiscal da compra, terá o destaque apenas do ICMS, sendo que o PIS e a COFINS deverão ser calculados à parte e devidamente contabilizados. Este procedimento se dá por conta do Regime Não-Cumulativo do PIS e COFINS, pois se a empresa estiver sujeita ao Regime Cumulativo, então teria direito apenas à recuperação do ICMS.

Atenção!!! Para saber que regime aplicar na apuração do custo da mercadoria, é necessário que se tenha uma informação prévia desde o início do exercício.

1ª Situação: compra à prazo de 20 unidades de mercadorias para revenda, no valor unitário de R$ 500,00, com incidência de ICMS (17%), e direito de PIS (1,65%) e COFINS (7,6%).

Anteriormente comentamos que os impostos serão deduzidos do preço de custo para registro nos estoques, então, o valor do custo das mercadorias será o valor total das mercadorias menos o valor do ICMS, PIS e COFINS, totalizando o valor de R$ 7.375,00, e na contabilização teremos:

TRIBUTOS

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Nesta operação a mercadoria foi comprada pelo valor de R$ 10.000,00, no entanto o seu custo foi de R$ 7.375,00, tendo em vista que os valores dos impostos serão recuperados na venda.

Quando as mercadorias forem vendidas, os saldos das contas de impostos a recuperar serão transferidos para as respectivas contas de impostos a pagar, no passivo circulante.

2ª Situação: agora a empresa Compra Certa revendeu todas as mercadorias adquiridas anteriormente (20 unidades), pelo valor total de $16.000,00, à vista. Esta venda representa para a empresa uma receita, sobre a qual incidirão o ICMS (17%), PIS (1,65%) e COFINS (7,6%).

Para contabilizar esta venda, seguiremos três passos:• Registro da receita de venda (lançamento “a”);• Baixa das mercadorias do estoque e reconhecimento do custo da mercadoria vendida

(CMV) (lançamento “b”);• Registro da obrigação de pagamento dos impostos e, respectivas deduções da

receita de vendas no resultado (lançamentos “c”, “d”, “e”).Registro da receita de venda(lançamento “a”):

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Geral

Baixa das mercadorias do estoque e reconhecimento do custo da mercadoria vendida (CMV) (lançamento “b”):

Registro da obrigação de pagamento dos impostos e, respectivas deduções da receita

de vendas no resultado (lançamentos “c”, “d”, “e”).

Depois de realizadas as operações de compras e vendas no mês, iremos fazer a compensação dos direitos e obrigações dos impostos. Neste momento, devemos analisar os saldos das contas a Recolher e a Recuperar para verifi car se neste temos impostos a pagar ou não. Para fazer esta análise é preciso verifi car se o total de impostos a recolher (impostos nas vendas) é superior aos impostos a recuperar (impostos nas compras).

Vamos estudaras contas a Recolher

e Recuperar do ICMS?

Na 1ª Situação, temos um ICMS a Recuperar de R$ 1.700,00, proveniente das compras; na 2ª Situação o valor do ICMS a Recolher é R$ 2.720,00, em virtude das vendas. Assim, fazendo a compensação entre as contas, neste mês teremos um ICMS a pagar, pois o valor a recolher é superior ao que temos a recuperar. O valor do ICMS a Recolher será de R$ 1.020,00 (R$ 2.720,00 – R$ 1.700,00).

Esta mesma análise se aplica aos impostos não-cumulativos.

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Vejamos a contabilização destas compensações:

Observe que as contas do Ativo (a Recuperar) estão com saldo zero, pois os valores foram transferidos para as contas do Passivo (a Recolher) resultando em redução dos valores dos impostos a pagar. Estas são as compensações dos impostos a Recolher e a Recuperar. Se em algum mês a valor das contas a Recuperar for superior às contas a Recolher, os saldos das contas do passivo a Recolher serão transferidos para as contas do Ativo, a Recuperar, não sendo devido o pagamento de impostos neste mês.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

As Sociedades Empresariais, no Brasil, podem ser constituídas de que forma? Quais são as características de cada uma?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Como seriam os lançamentos contábeis referentes a uma compra de mercadorias no dia 06/04 pelo valor de R$ 50.000,00, com pagamento para 60 dias (a prazo) e posteriormente uma venda de todas as mercadorias adquiridas no dia 06/04 pelo valor de R$ 95.000,00?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Cite cinco fatos que alteram as compras e vendas de mercadorias e exemplifi que.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Diante de uma operação compra à prazo de 15 unidades de mercadorias para revenda, no valor unitário de R$ 150,00, com incidência de ICMS (17%), e direito de PIS (1,65%) e COFINS (7,6%), como este fato poderia ser contabilizado?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

– Em continuidade a questão anterior, vamos agora considerar que a mesma empresa revendeu todas as mercadorias adquiridas anteriormente (15 unidades), pelo valor total de R$5.250,00, à vista. Esta venda representa para a empresa uma receita, sobre a qual incidirão o ICMS (17%), PIS (1,65%) e COFINS (7,6%). Como fi caria a contabilização desta operação em razonetes?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

INVENTÁRIO DE MERCADORIAS E CONTAS A RECEBER

SISTEMA DE INVENTÁRIO PERIÓDICO: CONTAS MISTAS

Vimos no bloco anterior que as operações mercantis, operações de compras e vendas, envolvem uma série de lançamentos. Podemos observar que existem as compras de mercadorias e que estas são adquiridas por um valor e revendidas por outro. Constatamos também que os estoque de mercadorias devem ser controlados. Para completar este assunto abordaremos agora o sistema de inventário.

O sistema de inventário é utilizado quando não há um controle contínuo das mercadorias existentes em estoque. Periodicamente, será realizado um levantamento físico das mercadorias, com a fi nalidade de apurar o estoque fi nal, tendo em vista necessidade de apresentação deste valor no Balanço Patrimonial.

Por este critério, o custo das mercadorias vendidas é apurado por dedução.

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Devemos considerar:

CMV = Custo da Mercadoria VendidaEI = Estoque InicialC = ComprasEF = Estoque Final

Se quisermos encontrar o Custo da Mercadoria Vendida, basta identifi car i valor do Estoque Inicial e somar o valor das Compras realizadas, posteriormente subtraindo o valor do Estoque Final. Ou seja:

CMV = EI + C – EF

Desta forma, para encontra Custo da Mercadoria Vendida basta subtrair o estoque fi nal (apurado a partir do levantamento físico) do valor total das mercadorias disponíveis para venda (estoque inicial + compras).

A partir de sua adoção, as empresas passam a elaborar o inventário físico das mercadorias somente no fi nal de um período, assim, o resultado operacional bruto (RCM) só será conhecido no fi nal desse período. Vale ressaltar que no momento da contagem física do estoque, deve ser atribuído a este, como valor unitário das mercadorias, o custo das últimas entradas.

Contabilização

Na contabilização das operações do estoque pelo inventário periódico, utilizaremos o método Conta Mista para a escrituração. A escrituração por Contas Desdobradas está explicada no AVA.

A conta mista consiste na adoção de uma só conta para o registro de todas as operações que envolvem mercadorias, normalmente, essa conta é denominada Mercadoria.

1ª Situação: uma determinada empresa deseja saber o valor do Custo da Mercadoria Vendida e o seu Resultado com Mercadorias. De acordo com os dados abaixo, vamos encontra estes valores?

Podemos afi rmar, por dedução, que o custo da mercadoria vendida foi de:

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Sabemos que: CMV = EI + C - EFEntão:CMV = 23.000,00 + 104.500,00 – 22.500,00CMV = 105.000,00Note que o Estoque Inicial (EI) tem o mesmo valor do estoque fi nal do período

anterior. O Resultado com Mercadorias (RCM) é o resultado do total de vendas subtraído o

valor dos Custos da Mercadoria Vendida, ou seja:

RCM = V – CMV

Vamos ver com esteregistro é feito na prática?

Sabemos que o Estoque Inicial (EI) é de R$ 23.000,00, então o saldo (S) da conta de Estoque de Mercadorias será assim contabilizado:

Efetuaremos na própria conta de Estoque de Mercadorias, que já está com um saldo, o registro das compras (a prazo) do período = R$ 104.500,00.

As vendas à vista no período, forma no valor de R$ 150.000,00. Serão, assim registradas no Caixa.

Realizada a venda, vamos partir para a apuração do Custo da Mercadoria Vendida.

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Para tanto, não podemos esquecer do levantamento físico do estoque fi nal, cujo valor apurado foi de R$ 22.500,00.

Lembra da Fórmula?

CMV = EI + C – EFCMV = $23.000,00 + $104.500,00 - $22.500,00CMV = $105.000,00

Apurando o RCM (Resultado Com Mercadorias), temos:RCM = V – CMVRCM = R$ 150.000,00 –R$ 105.000,00 = R$ 45.000,00Vejamos:

Para apurar o Resultado com Mercadoria basta encerrar o saldo das contas Receita de venda e CMV com a conta RCM.

Este é o Sistema de Inventário Periódico. Agora que já conhecemos este sistema vamos estudar o Sistema de Inventário Permanente?

Vamos lá!!!!

SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: PEPS E UEPS

O inventário permanente, diferente do sistema de inventario periódico, pois consiste em controlar permanentemente os estoques de mercadorias efetuando os respectivos registros a cada compra ou devolução e a cada venda ou devolução. Dessa forma, como os estoques de mercadorias são mantidos atualizados constantemente, as empresas podem apurar o resultado da conta Mercadorias no momento em que desejarem.

Através deste sistema é realizado um controle contínuo de entradas e saídas de

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mercadorias do estoque. O movimento de entradas e saídas serão controlado com o auxílio de Fichas de Estoque, as quais discriminarão, nas colunas de Entradas, Sidas e Saldos as seguintes informações:

• a Quantidade (quant.) • o Valor Unitário (Vl. Unit.) • o Total

Uma das grandes vantagens deste método é que sempre estará atualizado o saldo do estoque, pois ela é constantemente alimentada!

Vamos conhecer o modeloda fi cha de estoque para fi carmos

mais familiarizados com o assunto?

Uma informação relevante sobre o inventário permanente é que existem três critérios de avaliação do custo das mercadorias, que se diferenciam basicamente em função de características que servem como atributos para variar o estoque: fornecedores, preço e qualidade. Os critérios para avaliação são denominados de:

• PEPS ou FIFO• UEPS ou LIFO• Média Ponderada Móvel

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Neste tópico trabalharemos os dois primeiros critérios de avaliação de estoque, o PEPS ou FIFO e o UEPS ou LIFO, ok? O critério da Média Ponderada Móvel será trabalhada no próximo tópico.

Vamos exercitar um pouco?

Com a fi nalidade de compararmos os três critérios, usaremos o mesmo exemplo para evidenciarmos as movimentações e registros nas respectivas fi chas.

Observem existiram dois lotes de compras e em ambos os casos os preços de aquisição foram diferentes. Agora eu pergunto: no momento da venda, devo dar baixa no meu estoque considerando que valor?

a) devo dar baixa na mercadoria de valor unitário de R$ 50,00, pois foi a primeira que entrou no estoque?

b) devo dar baixa na mercadoria de valor unitário de R$ 40,00, pois foi a última que entrou no estoque?

c) devo fazer uma média ponderada para identifi car o valor que atribuirei para dar baixa na mercadoria vendida?

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As três alternativas estão corretas, pois estes são os três critérios que podemos adotar. É claro que temos que fazer a opção por um único critério, não podendo usar os três ao mesmo tempo.

Vamos conhecer maisdetalhes sobre o PEPS e o UEPS?

Atenção!!!!Na fi cha de estoque controlamos apenas os valores ao preço de custo, logo, o preço

de venda não deve ser registrado nessas fi chas. As mercadorias serão baixadas nas fi chas pelo valor de custo.

PEPS OU FIFO

PEPS ou FIFO é uma expressão inglesa que signifi ca (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou FIFO (First In, First Out). Este critério estabelece que quando ocorrer a venda da mercadoria será dado baixa de acordo com preço de custo das primeiras mercadorias adquiridas ou fabricadas.

O passo a passo para preenchimento da fi cha de estoque:• Para iniciar os lançamentos dos fatos contábeis na fi cha de estoque, devemos levar

em consideração a ordem cronológica (as datas em que primeiro ocorreram os eventos);• Devemos inserir o saldo inicial (quando houver);• Os lançamentos devem ser individualizados, ou seja, a quantidade de produtos e

seus respectivos preços devem ser mantidos;• Sempre que existir uma nova operação os saldo anterior deve ser resgatado (quando

necessário ajustado);• Depois de concluído todos os registros, fi naliza-se o preenchimento através da

soma.Registrando os fatos propostos

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Analisando a fi cha de estoque podemos extrair as seguintes informações:• Na venda dos 20 itens da mercadoria, utilizamos, inicialmente as 02 unidades com

valor de R$ 40,00 cada (pois foi a primeira que entrou), em seguida as 10 unidades com valor de R$ 50,00 (pois foi a próxima que entrou no estoque) e por fi m as 08 unidades que faltavam para completar a quantidade total da venda (20 itens), com o valor de R$ 30,00, cada. Observe que a ordem de saída da mercadoria foi seguida, pois no momento da baixa proveniente da venda, os primeiros elementos que saíram foram os que primeiro entraram.

• O valor total das compras foi de R$ 950,00 (total da última coluna das entradas).• O CMV do período foi de R$ 820,00 (total da última coluna das saídas).• O saldo fi nal do estoque é de R$ 210,00 (último valor registrado na última coluna

dos Saldos).

UEPS ou LIFO

Ao contrário do PEPS, no UEPS (Último que entra, Primeiro que Sai) ou LIFO (Last In, First Out) signifi ca que a última mercadoria que entra no estoque, no momento da venda será a primeira a sair.

Continuemos o registro com o nosso mesmo exemplo:

Analisando mais uma vez a ficha de estoque podemos extrair as seguintes informações:

• Na venda dos 20 itens da mercadoria, utilizamos, inicialmente as 15 unidades com valor de R$ 30,00 cada (pois foi a última que entrou), em seguida as 05 unidades restantes para completar a quantidade total da venda (20 itens) com valor de R$ 50,00, cada (pois foi a penúltima que entrou no estoque). Observe que a ordem de saída da mercadoria foi seguida no momento da baixa proveniente da venda, foi dada primeiro na última que entrou.

• O valor total das compras foi de $950,00 (total da última coluna das entradas);• O CMV do período foi de $700,00 (total da última coluna das saídas);• O saldo fi nal do estoque é de $180,00 (último valor registrado na última coluna dos

Saldos).

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Contabilidade

Geral

Atenção!!!O único critério de avaliação de estoque do sistema de inventário

permanente que não é permitida pela legislação do Imposto de Renda é o UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai)

Para saber como contabilizar em razonetes (conta “T”) as operações das fi cas de estoques, consulte o AVA!!!

SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: MÉDIA PONDERADA

Vimos nos tópico anterior que existem três critérios de avaliação dos estoques:• PEPS ou FIFO• UEPS ou LIFO• Média Ponderada MóvelPodemos perceber, no método do PEPS e UEPS que a diferença entres eles esta na

ordem de baixa das mercadorias no momento da venda. No PEPS a primeira baixa deve ser na primeira mercadoria que entrou no estoque, pois o primeiro que entra é o primeiro que sai (com seu respectivo valor de aquisição). No UEPS, a última mercadoria que entra é a primeira que sai, com seu respectivo valor de compra. E no critério da Média Ponderada? Quais valores serão dados baixa primeiro?

Este critério chama-se média ponderada, pois, o valor médio de cada unidade em estoque altera-se pela compra de outras unidades por um preço diferente. Assim, o saldo será calculado dividindo-se o custo total do estoque pelas unidades existentes.

• Para iniciar os lançamentos dos fatos contábeis na fi cha de estoque, devemos levar em consideração a ordem cronológica (as data em que primeiro ocorreram os eventos);

• Devemos inserir o saldo inicial (quando houver);• Os lançamentos devem ser individualizados, e a cada novo lançamento deve-se

retirar a média entre o preço dos produtos no estoque com a nova aquisição, ou seja, teremos apenas um único preço na coluna de saldo equivalente ao total da quantidade de produtos;

• Sempre que existir uma nova operação os saldo anterior deve ser resgatado e retirada a nova média.

Depois de concluído todos os registros, fi naliza-se o preenchimento através da soma.

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Analisando a fi cha de estoque pela média ponderada móvel, podemos extrair as seguintes informações:

• Primeira compra foi feita no valor de R$ 500,00, representando 50 unidades. Observem que já tínhamos um saldo de 02 unidades no valor de R$ 80,00, cada uma valendo R$ 40,00. Para chegarmos ao valor de R$ 48,33 a unidade, tiramos a média ponderada, ou seja, somamos o valor de R$ 80,00 + R$ 500,00 (referente ao valor pago pelo total de produtos) e encontramos um saldo total de R$ 580,00. Em seguida dividimos este valor pelo total de mercadorias, assim teremos, R$ 580,00 ÷ 12 = R$ 48,33, que será o novo valor unitário por mercadoria. Ok?

• Na venda dos 20 itens da mercadoria, utilizamos, o valor proveniente da média ponderada.

• Observe que a ordem de saída da mercadoria foi seguida no momento da baixa proveniente da venda, foi dada primeiro na última que entrou.

• O valor total das compras foi de $950,00 (total da última coluna das entradas).• O CMV do período foi de $763,00 (total da última coluna das saídas).• O saldo fi nal do estoque é de $267,00 (último valor registrado na última coluna dos

Saldos).Vamos agora analisar as diferenças entre os três critérios utilizados para avaliação

de estoque?

Em síntese temos no quadro abaixo as principais diferenças entres os critérios:

• O método PEPS apresenta o CMV menor. Fato comum em situação infl acionária, pois as mercadorias vendidas são baixadas com base nos preços mais antigos e, portanto, na maioria das vezes menores. Em contrapartida, o valor de estoque fi nal é o maior, vez que as mercadorias que fi cam geralmente possuem preço mais elevado.

• O método UEPS é exatamente o contrário. A baixa é feita de acordo com as últimas aquisições. Em situações infl acionárias, a tendência é que as últimas mercadorias adquiridas tenham preços de custo mais caros causando assim, o CMV mais elevado e o valor fi nal do estoque menor.

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• A Média Ponderável Móvel, logicamente, apresentou valores intermediários, vez os preços de custos é a razão entre o custo total e a quantidade existente, encontrando, portanto, o preço de custo médio.

Para saber como contabilizar em razonetes (conta “T”) as operações das fi cas de estoques, consulte o AVA!!!

COBRANÇA SIMPLES DE DUPLICATAS

Podemos perceber nas operações realizadas até aqui que existem algumas formas de efetuar os pagamentos das compras e vendas, podendo ser a vista ou a prazo. Geralmente as organizações vendem suas mercadorias ou prestam serviços concedendo um prazo para pagamento, mediante emissão de duplicatas, além da Nota Fiscal.

As duplicatas são títulos de créditos decorrentes das operações mercantis, que garantem ao vendedor o direito de recebimento de seus clientes. Após a emissão das duplicatas, o cliente se compromete ao efetivo pagamento, o que poderá fazê-lo por meio de uma cobrança simples.

No procedimento de cobrança simples de duplicatas, a empresa contrata os serviços de uma instituição fi nanceira e, mediante Borderô encaminha os títulos para a cobrança simples. O borderô é um documento no qual serão relacionados e anexados os títulos ora enviados para cobrança. Os clientes aos quais foram emitidos os títulos procederão com a quitação junto à instituição fi nanceira. Vale ressaltar que a empresa transfere a posse dos títulos para a Instituição Financeira, mas não a propriedade.

Vamos praticar um pouco?!

1ª Situação: vamos considerar que a empresa tinha na conta de Duplicatas a Receber um valor de R$ 1.500,00 e efetuou uma operação de desconto simples de duplicatas, na qual, mediante emissão de borderô, foram encaminhadas 05 duplicatas (o saldo total da conta) para o Banco País Legal que cobrou comissão de 10% sobre o total dos títulos:

Para realizar esta contabilização seguiremos o passo a passo a seguir:• Pela remessa dos títulos à instituição fi nanceira;• Pelo registro da despesa fi nanceira (comissão);• Pela quitação efetuada pelos clientes;• Pela baixa das contas de compensação.Pela remessa dos títulos à instituição fi nanceiraDiante da defi nição apresentada a empresa transfere a posse do título, mas não a

propriedade, por isto, o envio das duplicatas mediante borderô deverá ser evidenciado em contas de compensação.

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Pelo registro da despesa fi nanceira (comissão)As instituições fi nanceiras cobram taxas pelos serviços que oferecem, tais como,

manutenção de conta, abertura de crédito, comissões, dentre outras. Para a empresa que contrata estes serviços, o valor das taxas é contabilizado como despesa fi nanceira. Assim, o valor da comissão é: 1.500,00 x 10% = 150,00

Pela quitação efetuada pelos clientes

No vencimento dos títulos os clientes se dirigiram à respectiva instituição fi nanceira e procederam com a liquidação do título. O valor pago foi creditado em conta corrente bancária da empresa, por este fato, daremos baixa nas contas que registram tal direito no Ativo.

Pela baixa das contas de compensaçãoE por fi m, já que os títulos foram devidamente quitados e devolvidos para a empresa

pela instituição fi nanceira, só nos resta agora dar baixa nas contas que evidenciaram a circulação destes títulos.

Perceberam como é simples realizar estes lançamentos? Pois é, basta prestar atenção

e fazer o passo a passo!!

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Contabilidade

Geral

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

No Sistema de Inventário Periódico, como podemos encontrar o Custo da Mercadoria Vendida?

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2. Quais são os critérios utilizados pelo Sistema de Inventário Permanente? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Quais são as particularidades de cada critério de avaliação de estoque utilizado pelo Sistema de Inventário Permanente?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Como devemos fazer encontrar o valor unitário, na coluna do saldo, das mercadorias escrituradas na fi cha de estoque, através do Sistema de Inventário Permanente, pelo critério da Média Ponderada?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Considerando que uma empresa tinha na conta de Duplicatas a Receber um valor de R$ 3.000,00 e efetuando uma operação de desconto simples de duplicatas, na qual, mediante emissão de borderô, foi encaminhada 01 duplicata (o saldo total da conta) para o Banco que cobrou comissão de 15% sobre o total dos títulos. Como podemos contabilizar tal operação?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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APURAÇÃO E DESTINAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

DESPESAS, RECEITAS E APURAÇÃO DE RESULTADOS

CONCEITUAÇÃO E APLICAÇÕES

Despesas Antecipadas

ConceitoConforme já visto anteriormente, sabemos que despesas representam todos os bens

ou serviços consumidos de forma direta ou indireta com o objetivo de se obter receita. As despesas reduzem o Patrimônio Líquido e possuem a característica de representar um sacrifício fi nanceiro no processo de obtenção de receitas.

Não obstante, existem despesas que não se confi guram no resultado do exercício. São despesas que, apesar de já terem sido pagas, não foram decorrentes no período corrente. São confi guradas como despesas antecipadas ou despesas do exercício seguinte, por se caracterizarem em despesas que apesar de pagas em certo exercício, possuem por competência no exercício seguinte, pois, apenas neste referido exercício esta despesa será, realmente formalizada.

A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade conceitua deste modo, as despesas antecipadas:

São aplicações em gastos que tenham realização no curso do período subseqüente à data do balanço patrimonial. (Resolução CFC n° 847, de 16-06-99).

Atenção!

No que se refere à Conta de Seguros, registra-se o valor do prêmio de seguro a ser pago, debitado em conta de despesa diferida. Todos os meses credita-se nessa conta, a débito da conta de despesa pelo valor correspondente à parcela do prêmio referente ao mês. Veja que o prêmio ainda não foi pago; apenas registrou-se a obrigação de pagá-lo. Todavia, a parte do seguro já efetuada é considerada como despesa. (FRANCO, 2006).

Vejamos um exemplo para solidifi car o conhecimento:A organização BETA resolveu que iria antecipar o pagamento do aluguel do imóvel

onde funciona, em dezembro de 2007, que venceria em janeiro de 2008, no valor de R$ 9.000.

Lembrando que, embora o pagamento ter sido feito em 2007, o aluguel é da competência de 2008. Portanto, no exercício social de 2007, esta despesa antecipada de 2008, não será confi gurada como despesa, na conta de resultado, mas um direito registrado no Ativo Circulante.

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Contabilidade

Geral

Contabilização deste fato contábil:a) Em dezembro de 2007 registra-se pelo total dos pagamentos

efetuados.

Razonete:

b) Em janeiro de 2007 são apropriadas as despesas já formalizadas no período.

Razonete:

Partindo para mais um exemplo para fi xar:Houve a contratação de seguro por uma organização pelo prazo de um ano, para

sua sede durante o período de 01 de maio 2007 a 30 de abril de 2008. O prêmio pago foi no valor de $ 18.000, no dia 15 de abril de 2007.

Sabemos que a segurada não se materializa em despesas no momento do pagamento do seguro de sua sede. Assim, vamos à maneira certa de contabilização, em 15 de janeiro de 2008:

Razonetes:

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Desta maneira, quando do encerramento do exercício, em 31 de dezembro de 2007 a organização Beta reconhecerá a parcela da despesa de seguros da sua sede incorrida, que será proporcional ao tempo decorrido, à razão de $ 1.500 por mês.

Razonetes:

No encerramento do exercício em que o seguro foi contratado, 31 de dezembro de 2007, a conta Despesas de Seguros será encerrada contra a conta Apuração de Resultado do Exercício (ARE).

Assim, a conta Seguros a Vencer surgirá no ativo com o saldo remanescente no valor de $ 6.000,00 que é a despesa de seguros proporcional aos meses de janeiro a abril do exercício social correspondente ao ano de 2007.

Portanto, entendemos que as despesas pagas antecipadamente são aquelas consideradas como custos ou despesas no decorrer do exercício, cujo fato gerador, ocorrerá no exercício seguinte, à data de encerramento do balanço. O pagamento de despesas antecipadas pode também, referir-se a despesas em que o fato gerador ocorrerá em mais de um exercício. Consoante a isto, os lançamentos deverão ser feitos nas contas do Realizável a Longo Prazo.

Deste modo, as despesas antecipadas devem ser registradas no plano de contas deste modo:

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Contabilidade

Geral

Fique atento!

Se uma Despesa Antecipada em que o término das parcelas ocorra apenas no próximo exercício social seguinte (15 parcelas), deverá ser dividida entre as contas do Ativo Circulante - Despesas Antecipadas (12 parcelas) e Realizável a Longo Prazo - Despesas Antecipadas (03 parcelas).

Receitas AntecipadasComo sabemos, o conceito de Receita inclui somente a entrada bruta dos benefícios

econômicos recebidos e a receber pela empresa em transações por conta própria. As Receitas antecipadas constituem-se em uma obrigação para terceiros, seja

pela venda de um determinando bem ou pela prestação de um serviço. Assim, os valores recebidos como receitas antecipadas por produtos ou serviços não irão para o resultado do exercício, mas devem ser incluídos em exercícios futuros - denominados como resultado de exercícios futuros pela legislação vigente - e serão demonstrados com a dedução dos valores ativos a eles vinculados, como direitos ou obrigações, dentro do respectivo grupo do ativo ou do passivo.

Exemplifi cando!!!

Uma determinada empresa de fabricação de aeronaves fechou contrato para venda de seus produtos – aviões - na importância de $ 100.000. Os custos totais de fabricação foram de 50%. No contrato, foi celebrado que a empresa compradora faria uma entrada de 50% do total, sendo que o restante seria pago em uma parcela na no ato da entrega.

Observe que a venda foi para uma futura entrega. Assim, a empresa vai produzir o bem no próximo exercício seguinte.

Ano 0Passivo - OBRIGAÇÕES COM TERCEIROSReceitas Antecipadas $ 50.000 (50% do valor)DRE- como não incorreu custo, não há registro da receita.Ano 1PassivoReceitas Antecipadas $ 0DREReceita Operacional Bruta 100.000(-)CPV (50.000)

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Classifi cação das Despesas e Receitas Operacionais e Deduções das Despesas Operacionais nas Entidades sem fi ns Lucrativos

Despesas OperacionaisAs despesas operacionais possuem relação direta com o negócio da organização.

Como exemplo, temos uma organização industrial que fabrica tintas. Os salários dos funcionários que trabalham na produção das tintas, são considerados despesas operacionais, bem como o aluguel da fábrica, a luz da fábrica, são despesas operacionais, pois sem eles, a fábrica pararia de produzir.

São consideradas despesas operacionais para fi ns de demonstração do resultado do exercício:

A. Deduções de vendas, abatimentos e impostos;B. Custo dos produtos vendidos (indústria) / custo das mercadorias vendidas

(comércio);C. Despesas operacionais.

CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS OPERACIONAIS • Despesas com vendas; • Despesas fi nanceiras; • Despesas gerais e administrativas; • Outras despesas operacionais.

Despesas Operacionais são aquelas realizadas tendo em vista a geração de receitas e são diretamente relacionadas com a natureza do negócio da organização.

Destaque!!!

O art. 187 da Lei 6.404/76 estabelece, para que se possa chegar ao lucro operacional a dedução das:

“despesas com vendas, despesas fi nanceiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras operacionais”.

Assim sendo, é proposto no Plano de Contas: DESPESAS OPERACIONAIS A. DE VENDAS B. ADMINISTRATIVAS C. RESULTADOS FINANCEIROS LÍQUIDOS D. OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS

Despesas de VendasSão todas as despesas que se relacionam diretamente com as vendas de mercadorias

e serviços da organização. Exemplifi cando:• DESPESAS COM O PESSOAL: devem ser contabilizadas no mês a que se referem,

ainda que pagas depois, registrando-se o passivo correspondente;• COMISSÕES DE VENDAS: abarca todas as despesas com comissões devidas

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Contabilidade

Geral

sobre vendas. Estas despesas devem ser contabilizadas no mesmo período das respectivas vendas;

• OCUPAÇÃO: despesas com ocupação física de imóveis e instalações, tais como: alugueis, condomínios (imóveis de terceiros);

• UTILIDADES E SERVIÇOS: abrande gás contas de água e esgoto, energia elétrica, telefone, correios, reprodução (xerox), seguros, etc.

• PROPAGANDA E PUBLICIDADE: especial para campanhas vinculadas à promoção de vendas de produtos;

• DESPESAS GERAIS: são despesas dispostas da seguinte maneira no Plano de Contas:

● Viagens e representação ● Material de escritório ● Materiais auxiliares e consumo ● Higiene e limpeza ● Copa, cozinha e refeitório ● Conduções e lanches ● Revistas e publicações ● Donativos e contribuições ● Legais e judiciais ● Serviços profi ssionais e contratados ◦ Auditoria ◦ Consultoria ◦ Recrutamento e seleção ◦ Segurança e vigilância ◦ Treinamento de pessoal

• TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES: são despesas de: ● Imposto sobre propriedade territorial e rural (IPTR) ● Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) ● Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) ● Contribuição sindical ● Contribuições para o PIS/PAPEP e COFINS (exceto sobre o faturamento)Destaca-se que os valores recuperáveis dessas contribuições relativos às despesas

do exercício, podem ser contabilizadas de diferentes modos. Aqui destacaremos três:

◦ contabilização da despesa pelo seu valor liquido, utilizando-se a conta de “impostos e contribuições a recuperar” para registrar o valor que poderá ser compensado;

◦ contabilização da despesa pelo seu valor total e, simultaneamente, estornando-se da despesa, contra “impostos e contribuições a recuperar”, o valor que será compensado;

◦ contabilização da despesa onde serão lançados os valores que poderão ser compensados com os valores a pagar, seno a contrapartida na conta de “impostos e contribuições a recuperar”.

• PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA: o valor registrado é apenas a diferença entre o saldo anterior da provisão e o novo saldo.

Analiticamente, temos a seguinte composição das Despesas Operacionais de Vendas:

Despesas com o Pessoal a) Salários e Ordenados

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Nesta conta são registrados os salários brutos, contendo as horas extras, bem como outros adicionais.

b) Gratifi caçõesAbrangem todas as gratifi cações concedidas pela empresa, mas que

não incorporam o salário normal nem as horas extras.c) FériasSão os salários e ordenados equivalentes ao período de férias dos

empregado. No período de competência, esta despesa deve ser reconhecida e registrada como encargo adicional registrado nos onze meses anteriores a que o empregado trabalhou.

d) Plano Complementar de Aposentadoria e PensãoEsta despesa deverá ser registrada pelo regime de competência em

função do qual o custo estimado dos benefícios a serem proporcionados futuramente no período em que os serviços do benefi ciário do plano são prestados à organização.

e) Décimo-terceiro salárioA sua contabilização é baseada no tempo decorrido, seno o valor total

apropriado proporcionalmente aos doze meses do ano.f) Instituto Nacional do Seguro Social - INSSAbarca a parte do encargo social sobre a folha de pagamento, mas

que representa ônus para a organização, já que o recolhimento total efetuado para o INSS abrange também a parte do funcionário, deduzida na folha de pagamento.

g) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTSConsiste no encargo da organização relativo ao Fundo de Garantia por

Tempo de Serviço para o trabalhador, sendo que seu registro é efetuado no próprio mês de competência da folha de pagamento.

h) IndenizaçõesAs indenizações são devidas àqueles empregados relativamente ao

tempo de serviço anterior ao Fundo de Garantia e esporadicamente a não optantes. São pagas na demissão sem justa causa ou em negociações com funcionários. A sua contabilização é feita quando ocorre efetivamente esta despesa.

i) Assistência Médica e Social, Seguros, etc.Estas despesas deverão ser reconhecidas pelo regime de competência,

tanto para as organizações que prestam assistência médica ou social aos seus funcionários, quanto pelas organizações que contratam este tipo de assistência para seus funcionários.

Despesas administrativasAs despesas administrativas correlacionam-se diretamente com a

administração da organização.

Note que:

As despesas Administrativas representam os gastos, pagos ou incorridos, para direção ou gestão da empresa, e constituem-se de várias atividades gerais que benefi ciam todas as fases do negócio ou objeto social (Manual de Contabilidade das Sociedades Por Ações, 2007).

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Contabilidade

Geral

Exemplifi cado:• DESPESAS COM O PESSOAL: assim como as Despesas de Vendas,

as despesas com o pessoal administrativo devem ser contabilizadas no mês a que se referem, ainda que pagas depois, registrando-se o passivo correspondente;

• OCUPAÇÃO: do mesmo modo que as Despesas de Vendas, as Despesas Administrativas com ocupação física de imóveis e instalações, tais

como: aluguéis, condomínios (imóveis de terceiros);• UTILIDADES E SERVIÇOS: da mesma maneira que nas Despesas com Vendas, as

despesas com utilidades e serviços administrativos abrandem gás contas de água e esgoto, energia elétrica, telefone, correios, reprodução (xerox), seguros, etc.

• HONORÁRIOS: estas contas são separadas em: ◦ Diretoria ◦ Conselho de Administração ◦ Conselho FiscalSerão apresentadas na Demonstração de Resultado, o somatório destas contas em

apenas um subtítulo específi co. • DESPESAS GERAIS: são despesas comuns às Despesas de Vendas também

dispostas da seguinte maneira no Plano de Contas: ◦ Viagens e representação ◦ Material de escritório ◦ Materiais auxiliares e consumo ◦ Higiene e limpeza ◦ Copa, cozinha e refeitório ◦ Conduções e lanches ◦ Revistas e publicações ◦ Donativos e contribuições ◦ Legais e judiciais ◦ Serviços profi ssionais e contratados - Auditoria - Consultoria - Recrutamento e seleção - Segurança e vigilância - Treinamento de pessoal

• DESPESAS COM PROVISÕES: consiste em outra Despesa Administrativa, comum às Despesas de Vendas. O valor registrado é apenas a diferença entre o saldo anterior da provisão e o novo saldo.

Despesas fi nanceirasQuando da Demonstração do Resultado do Exercício, tal conta será

demonstrada com o valor líquido. Trata-se de conta individual, todavia, e, na conta de resultado é considerada como débito (GOUVEIA, 2001).

As despesas fi nanceiras representam o custo das operações de empréstimos e fi nanciamento.

Estas despesas comportam:• Despesas de juros: referentes a empréstimos, financiamentos

desconto de títulos e outras operações;• Descontos concedidos: descontos concedidos a clientes por

pagamentos antecipados de duplicatas e outros títulos;

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• Comissões e despesas bancárias: despesas cobradas pelos bancos e outras instituições fi nanceiras nas operações de desconto, de concessão de crédito, comissões em repasses, etc.

Note que:

Apenas os juros serão incluídos nas Despesas Financeiras. Não serão incluídas as atualizações monetárias ou variações cambiais de empréstimos as quais são registradas separadamente nas Variações Monetárias (Manual das Sociedades pos Ações, 2007).

Receitas OperacionaisReceita é a entrada monetária que ocorre em uma Entidade, normalmente em

forma de dinheiro ou de créditos que representam direitos. Nas empresas privadas a Receita corresponde normalmente ao produto de venda de bens ou serviços.

Então, entendemos que:

Receitas são entradas de elementos para o ativo da empresa, na forma de bens ou direitos que sempre provocam aumento da situação líquida. (http://www.portaldecontabilidade.com.br/glossario.htm)

Receita de uma companhia é o dinheiro que ela recebe ou tem direito a receber, decorrente de suas operações (GOUVEIA, 2001).

Em se tratando de Receitas Operacionais, podemos dizer que são aquelas decorrentes das atividades principais ou acessórias desenvolvidas pela empresa, classifi cando-se em:

• Receita da Atividade Técnica ou Principal: trata da atividade principal da empresa. Neste caso estão as vendas de produtos, mercadorias ou serviços;

• Receita Acessória ou Complementar: proveniente da receita da atividade principal; Representa rendimentos complementares. Esse grupo de Receitas é denominado de “Outras Receitas Operacionais”, e são compostos pelas Receitas Financeiras (juros, aluguéis, rendimentos)

De uma outra forma, afi rmamos que as Receitas Operacionais são provenientes do objeto de exploração da empresa, destacando-se:

- Receitas Brutas; - Receitas Líquidas; - Receitas Financeiras.

Receitas BrutasA Receita Bruta se confi gura no produto da venda de bens e serviços. É a

receita total proveniente das atividades-fi m da empresa.Conceito Tributário de Receita Bruta das Vendas e Serviços“A Receita Bruta de bens e serviços compreende o produto da venda de

bens nas operações de conta própria e do preço dos serviços prestados. Integra a Receita Bruta o resultado auferido nas operações de conta alheia (comissões pela intermediação de negócios”. (http://www.portaltributario.com.br/guia/rec_bruta.html)

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Contabilidade

Geral

Atenção

Exclusões da Receita Bruta“Exclui-se do conceito da receita bruta, para fi ns tributários,

o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI e o imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário”. (http://www.portaltributario.com.br/guia/rec_bruta.html)

Para fi ns tributários no Brasil, a Receita Bruta tem diferentes composições. Para o Simples Nacional, o produto da venda de bens s serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia (comissões recebidas), não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Para a legislação do PIS e COFINS, a receita bruta é o total de receitas contabilizadas, independentemente de advirem do faturamento, o que motivou muitas empresas a questionarem este conceito na justiça, visando redução de contribuições a pagar.

Você sabia que.....

Se a empresa mantiver mais de um estabelecimento, a apuração da Receita Bruta Anual será o somatório da receita de todos os estabelecimentos. (http://www.receita.pb.gov.br/Informativos/paraibasim/Cartilha_pbsim.doc)

Receitas LíquidasCompreende-se Receita Líquida a Receita Bruta com deduções. É calculada

pela diferença aritmética entre o valor das vendas e os impostos sobre vendas. (http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0871/mm/m0082772.html).

Para efeito de cálculo da Receita Líquida de vendas e serviços é a receita bruta diminuída (RIR/1999, art. 280):

• Das devoluções e vendas canceladas; • Dos descontos concedidos incondicionalmente; • Dos impostos e contribuições incidentes sobre vendas.

Exemplo de Receita Bruta de Vendas:

Receita Bruta de Vendas = 200.000,00 (-) Devoluções de Vendas= 2.000,00 (-) Descontos Comerciais = 800,00 (-) Impostos incidentes sobre vendas = 80.000,00 (=) Receita Líquida = 117.200,00

Da Receita Líquida, podem ser feitas ainda as seguintes deduções:

(=) Receita Líquida = 117.200,00

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(-) Custos = 25.000,00 (=) Lucro bruto = 92.200,00 (-) Despesas = 15.000,00 (=) Lucro líquido= 77.200,00

Outras Despesas e Receitas Operacionais

- Outras Despesas OperacionaisAs Outras Despesas Operacionais possuem diferentes naturezas e são

agrupadas em subgrupo das Despesas Operacionais, embora se enquadrem no contexto operacional do negocio da empresa.

Exemplos de Outras Despesas Operacionais:• Resultados (prejuízos) decorrentes de participações em sociedades controladas

e coligadas: são registradas como prejuízos resultantes de investimentos em outras companhias de caráter não especulativo.

• Depreciações: depreciação é calculada sobre ativo representado por empreendimento próprio da pessoa jurídica, do qual serão extraídos apenas os frutos. Nesta hipótese, o custo de aquisição ou formação (excluído o solo) é depreciado em tantos anos quantos forem os de produção dos frutos;

• Amortizações: seu cálculo é efetuado sobre ativo representado por aquisição de direitos de exploração, por prazo determinado, sobre empreendimento de propriedade de terceiros. Neste caso, o custo de aquisição desses direitos é amortizado ao longo do período de duração do contrato;

• Exaustões: A exaustão é calculada sobre ativo representado por fl oresta própria. Neste caso o custo de aquisição ou formação (excluído o solo) será objeto de exaustão na medida e na proporção em que os recursos forem sendo exauridos. No caso da fl oresta ou o vegetal plantado proporcionar à pessoa jurídica a possibilidade de um 2º, ou mesmo um 3º corte, o custo de aquisição ou de formação deverá ser recuperado através da exaustão calculada em função do volume extraído em cada período, confrontado com a produção total esperada, englobando os diversos cortes;

• Despesas tributárias que não tenham relações diretas com as receitas de vendas.

Atenção!!!

Se algumas destas Outras Despesas Operacionais possuírem relevância de valor, haverá necessidade de destaque, pelo título, a sua natureza.

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Geral

- Outras Receitas Operacionais Outras Receitas Operacionais são representadas por atividades

assessórias ao objeto da organização, por não possuírem relação direta à concretização dos objetivos da empresa. São de natureza secundária em relação aos objetivos sociais.

Exemplifi cando:• Resultados (lucros) decorrentes de participações em sociedades controladas e

coligadas pelo método da equivalência patrimonial: acréscimos na conta dos investimentos avaliados pela equivalência patrimonial, oriundos de lucros nas coligadas e controladas;

• Dividendos: receitas originadas de outros investimentos não avaliados pelo método patrimonial;

• Juros: oriundos de operações fi nanceiras, em função de liquidez fi nanceira originada pela venda de bens ou serviços;

• Aluguéis: recebimento de aluguéis.

CONCILIAÇÃO E ASPECTOS ANALÍTICOS DAS DESPESAS E RECEITAS NÃO OPERACIONAIS

Receitas Não Operacionais

- ConceituaçãoAs Receitas Não Operacionais são todas as receitas decorrentes de operações não

incluídas nas atividades principais e acessórias da empresa, tais como:

• Ganhos de capital na alienação de bens e direitos do ativo permanente;

• Ganhos na baixa de investimentos;

• Royalties.

Despesas Não Operacionais

- ConceituaçãoConforme explicado anteriormente, as despesas operacionais são todas as despesas

realizadas objetivando a geração de receitas e diretamente relacionadas com a natureza específi ca dos negócios de uma empresa. De modo análogo, as Despesas Não Operacionais são aquelas não relacionadas diretamente com a natureza específi ca dos negócios de uma empresa (GOUVEIA, 2001).

Vejamos os tipos mais comuns de Despesas Não Operacionais:

• Perda na alienação de bens de uso;

• Perdas na baixa de investimentos;

• Multas;

• Perdas com sinistros.

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Você sabia que.......

O Resultado Não Operacional decorre principalmente de ganhos ou perdas de capital em função de venda ou baixa de ativos permanentes, bem como de receitas ou despesas não relacionadas com os objetivos operacionais da companhia.

RESULTADO DO EXERCÍCIO: APURAÇÃO SEGUNDO O REGIME DE CAIXA E O REGIME DE COMPETÊNCIA

No fi nal de cada exercício social, as organizações realizam a apuração do Resultado do Exercício, com a confrontação entre as despesas e as Receitas. A apuração do exercício social das organizações conferem em vários procedimentos, como: elaboração de Balancete de Verifi cação do Razão,elaboração dos Inventários, conciliações dos saldos das Contas,

apuração do Resultado Bruto, apuração do Resultado Líquido, Provisões, Participações, Reservas e Dividendos e as

Demonstrações Contábeis.

Enceramento das Contas de Receita e Despesa

O lucro ou o prejuízo de um exercício social é mensurado a partir dos cálculos das Contas de Receita e Despesas. São cálculos periódicos, que permitem a obtenção do Resultado Líquido da empresa. Para que se proceda este cálculo, as contas de Receita e Despesas devem estar com seus saldos

no início de cada período. Assim, ao fi nal de cada período, as contas devem ser encerradas

através dos lançamentos de encerramento. O encerramento das contas de Receita ocorre com a

transferência - débito - de seus saldos credores para crédito da conta de Resultado. As contas de Despesa são

encerradas através da transferência - crédito – de seus saldos devedores para débito da conta de Resultado.

Desta maneira, podemos dizer que a conta de Resultado recebe via transferência a débito o valor dos saldos das contas da Despesa e a crédito os saldos das contas de Receita.

Portanto,A conta Resultado é uma conta intermediaria na apuração do lucro/prejuízo

de cada exercício social.

Resultado O Resultado advém da atividade econômica da companhia e esta, na produção de

bens ou serviços, incorre em custo, que é o consumo de outros bens ou serviços. Como sabemos, a companhia tem por objetivo o lucro, que é o resultado positivo das atividades

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desenvolvidas. A recuperação do custo ocorre por meio das receitas obtidas. Portanto, o resultado apenas será efetivado, se ocorrer a recuperação do custo, pois, em alguns casos, a empresa pode chegar a auferir resultado desfavorável, ou seja, prejuízo.

É importante entender que o resultado não se confunde com o dinheiro, porém representa-se pelo aumento do patrimônio líquido, como conseqüência de variações nos vários elementos que compõem o patrimônio.

Desse modo...

O Resultado é a variação aumentativa ou diminutiva, do Patrimônio Líquido, concebida da atividade econômica da organização.

Regime de Caixa e Regime de Competência

As empresas possuem um fl uxo contínuo de produção de bens e serviços que se iniciam em um determinado período, mas que acabarão em outro. Existem, também, bens e serviços que são adquiridos em um exercício, porém pagos e consumidos no próximo exercício. Da mesma forma, há recebimentos já efetuados, que se referem a receitas de outros períodos.

Assim sendo, deve-se procurar dar atenção aos fatores a seguir:

• Nem todos os pagamentos são custos, assim como nem todos os recebimentos são receitas;

• Nas empresas sem fi ns lucrativos, nem todos os pagamentos pode ser considerados despesas de determinado exercício fi nanceiro e nem todos os recebimentos devem ser considerados receita desse mesmo exercício;

• Os valores patrimoniais devem ser ajustados ao fi nal de cada período e suas variações deverão ser registradas; as contas de resultados devem ser regularizadas no sentido de apurar as que realmente se confi guram em variações do patrimônio líquido no exercício.

Assim, o procedimento correto de apropriação das despesas e receitas, deve-se considerar os Regimes Contábeis existentes, que são: o Regime de Caixa e o Regime de Competência.

Regime de Caixa

Regime contábil pelo qual, na apuração do resultado, somente os pagamentos e recebimentos efetuados são considerados. Apenas as entidades sem fi ns lucrativos podem proceder à apuração do resultado por este regime.

Regime de Competência

Na apuração do Resultado do Exercício devem ser consideradas as despesas incorridas e as receitas realizadas no respectivo exercício, tenham sido ou não pagas ou recebidas. Desse Regime decorre o Princípio das Competências de Exercícios. Conforme

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este regime, não importa se as Despesas ou Receitas (pagas ou recebidas) passaram pelo Caixa – o que importa é a data da ocorrência dos respectivos fatos geradores.

Exemplifi cado...

No exercício de 2007 a companhia ALFA:

a) Pagou, em dinheiro, salários e encargos relativos ao exercício de 2006, no valor de ........................................................................................................ $3.000;

b) Pagou, em cheques, despesas de salários e encargos incorridos de janeiro a novembro de 2007, no valor de .................................................................. $35.000;

c) Salários e encargos referentes a dezembro de 2007 serão pagos em janeiro de 2008, no valor de ................................................................................ $ 4.000;

d) Em janeiro de 2007, foram recebidos aluguéis de 2006, no valor de ....$ 700;

e) No exercício de 2007 foi recebido, em dinheiro, valores correspondentes a aluguéis dos meses de janeiro a novembro de 2007 no valor de .................... $ 4.000;

f) Será recebido o aluguel de dezembro de 2007 em janeiro de 2008 no valor de ................................................................................................................. $ 600;

g) Foi recebido valor para quitação de duplicata no valor de ......................$ 300;

h) Foram feitos pagamentos em dinheiro no exercício de 2007, referentes a impostos e contribuições referentes aos meses de janeiro a novembro deste exercício no valor de ................................................................................................................ $10.000;

i) Em janeiro de 2008 serão recolhidos impostos e contribuições referentes a dezembro de 2007 no valor de .............................................................................$ 1.500;

j) Foram prestados serviços durante o exercício de 2007 e recebidos a vista no valor de .........................................................................................................$ 57.000;

l) Foram prestados serviços em dezembro de 2007 para recebimento em 2008 no valor de ................................................................................................$ 13.000;

m) Contratado seguro em 31 de agosto de 2007, pelo prazo de uma ano a partir de 01 de setembro. Prêmio pago em 31 de agosto de 2007 em cheque, no valor de...............................................................................................................................$ 4.000;

n) Foi paga, em dinheiro, duplicata no valor de..........................................................................................................................................................................$ 900;

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Apuração do Resultado do Exercício Pelo Regime de Caixa:

Resultado do Exercício

Apuração do Resultado do Exercício Pelo Regime de Competência:

Resultado do Exercício

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Conceitue Despesas Antecipadas.___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Exemplifi que as Despesas de Vendas___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Em que se constituem as Receitas Antecipadas? Justifi que e exemplifi que. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Qual a característica relativa aos Juros nas Despesas Financeiras? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Discorra sobre as características dos Regimes de Competência e Regime de Caixa.___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Como são classifi cadas as Despesas Operacionais?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O que são as Receitas Brutas?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Fale sobre as Despesas Não Operacionais___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Discorra sobre Amortização e Depreciação.___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: DRE E DVA

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE: Aspectos Teóricos

As receitas e despesas de uma companhia representam, respectivamente, acréscimo e diminuição de seu patrimônio líquido. Essas receitas e despesas estão inseridas nas contas de resultado, e a cada fi nal de exercício essas contas são encerradas para que se possa ter conhecimento do resultado do exercício de modo preciso e acurado, possibilitando a compreensão por parte dos gestores das empresas para fi ns de tomadas de decisão.

O artigo de nº 176 da Lei 6.404/76, Lei das Sociedades por Ações institui que as empresas elaborem baseadas na escrituração contábil, as Demonstrações Financeiras que irão representar de forma clara a situação do Patrimônio.

Em conformidade com a Lei 11.638/07, que alterou e revogou alguns dispositivos da Lei 6.404/76, as Demonstrações Financeiras a serem apresentadas ao fi nal de cada exercício são:

• O Balanço Patrimonial;• A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados;• A Demonstração do Resultado do Exercício;• A Demonstração dos Fluxos de Caixa, e;• Se companhia aberta, a Demonstração do Valor Adicionado.

Novidade!A Lei 11.638/07 faculta para as companhias fechadas

com Patrimônio Líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) a elaboração e

publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa.

Demonstração do Resultado do Exercício - D.R.E

Segundo a Resolução CFC n.º 686/90, a Demonstração do Resultado do Exercício - D.R.E, “é a

demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da Entidade. A demonstração do resultado, observado o princípio de competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas”.

Assim sendo, a Demonstração do Resultado do Exercício se constitui em um resumo, elaborado de forma ordenada, das receitas e despesas da companhia em determinado período.

O modo de apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício é na forma vertical, ou seja, subtraindo-se das receitas, as despesas e indicando-se o resultado, que

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poderá ser lucro ou prejuízo. O objetivo da empresa é sempre o lucro, portanto, a DRE proporciona detalhes que permitem tomadas de decisão pelos gestores das organizações.

Então, podemos dizer que a DRE é uma ferramenta contábil gerencial.

A DRE abrangerá as receitas e os ganhos do período, não importando o seu recebimento, os custos, despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos, correspondentes a esses ganhos e receitas.

A Resolução CFC n.º 686/90, determina que a DRE evidenciará as receitas advindas das atividades-fi ns da empresa, os impostos incidentes sobre as operações, os abatimentos, as devoluções e os cancelamentos, os custos dos produtos ou mercadorias vendidos ou dos serviços prestados. Evidenciará também o resultado bruto do período, os ganhos e perdas decorrentes das operações da empresa, as despesas administrativas, com vendas, fi nanceiras e outras. As receitas fi nanceiras, o resultado operacional, as receitas e despesas e os ganhos e perdas não decorrentes das atividades-fi ns da empresa, o resultado antes das participações e dos impostos,.as provisões para impostos e contribuições sobre o resultado, as participações no resultado e o resultado líquido do período.

Modelo da DRESegue, abaixo, o modelo da DRE, para apuração do Resultado do Exercício.

Vamos praticarum pouco?

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (D.R.E):

O resultado do exercício de uma companhia pode ser lucro ou prejuízo. Entretanto, é comum a substituição da nomenclatura RESULTADO por LUCRO, ainda que não esteja correta. Muitos autores consideram que as organizações buscam o lucro e que o prejuízo

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Contabilidade

Geral

se confi gura em uma situação passageira, sendo o lucro uma situação mais constante, utilizaremos a nomenclatura LUCRO no lugar de RESULTADO.

Analisando estruturalmente a DRE, temos:

I - RECEITA OPERACIONAL BRUTA: A Receita Operacional Bruta é proveniente das vendas ou prestação de

serviços da empresa. Aí estão todos os impostos decorrentes, como também as devoluções e os abatimentos concedidos. A Receita Operacional Bruta permite ao gestor obter uma informação fi el sobre a efi ciência dos departamentos de produção e venda.

II ( - ) DEDUÇÕES DE VENDAS:As Deduções de Vendas são formadas pelos valores a serem deduzidos das vendas,

tais como: Impostos Faturados (são aqueles que têm as vendas como base de cálculo), como:

PIS: Programa de Integração Social;COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social;ICMS: Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados;ISS: Imposto sobre Serviços;Imposto sobre Exportação, etc;Descontos Incondicionais Concedidos (descontos promocionais na venda e que são

destacados na nota fi scal para efeito de registro);Vendas Canceladas – devolução (vendas que depois de realizadas e devidamente

entregues, são devolvidas formalmente a quem emitiu a fatura – normalmente de mercadorias em falta de conformidade com o pedido: defeituosas, qualidade ruim, etc.).

III ( = ) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA:É a Receita com Vendas propriamente dita. É calculada pela diferença entre o valor

das vendas e os impostos sobre vendas.

IV ( - ) CUSTO DAS VENDAS:Sendo esta expressão muito ampla, há que se especificar para uma melhor

compreensão: - nas indústrias, o custo de vendas corresponde ao Custo do Produto Vendido

- CPV; - nas organizações comerciais o custo de vendas corresponde ao Custo das

Mercadorias Vendidas - CMV; - nas prestadoras de serviços o custo de vendas corresponde ao Custo dos

Serviços Prestados - CSP.

V ( = ) LUCRO BRUTO Corresponde à diferença entre a Venda (de Mercadorias, de Produtos ou de Serviços)

e o Custo da (o) (Mercadoria, Produto ou Serviço) Vendido, sem considerar respectivas despesas.

O Lucro Bruto, depois de cobrir o custo de fabricação da mercadoria ou do produto ou do serviço, terá uma parcela destinada para a remuneração das despesas de vendas, administrativas e fi nanceiras. Outra parcela do Lucro Bruto será destinada para o recolhimento do Imposto de Renda e a outra parcela terá como destino os proprietários das companhias. Deste modo, a destinação do Lucro Bruto é diretamente proporcional ao seu todo, ou seja,

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quanto maior for o Lucro Bruto, maiores serão as parcelas destinadas ao Governo, aos acionistas, aos diretores, etc.

VI ( - ) DESPESAS OPERACIONAIS As despesas operacionais abrangem as despesas de vendas, administrativas,

fi nanceiras e outras receitas e despesas operacionais. - Despesas de vendas: confi guram gastos de promoção e distribuição dos

produtos da empresa, bem como os riscos assumidos pela venda; - Despesas administrativas: gastos nos escritórios visando à direção da

companhia; - Das despesas e ou receitas fi nanceiras: remunerações aos capitais de

terceiros, tais como: juros pagos ou incorridos, comissões bancárias, descontos concedidos, etc. tais despesas deverão ser compensadas com as Receitas Financeiras, tais como: receitas derivadas de aplicações fi nanceiras, juros de mora recebidos, descontos obtidos, etc. Se o montante das Receitas Financeiras for maior do que o montante de Despesas Financeiras, a Receita Financeira será deduzida de Outras Despesas Operacionais.

VII ( = ) LUCRO OPERACIONALCorresponde à diferença entre a Venda (de Mercadorias, de Produtos ou de Serviços)

e o Custo da (o) (Mercadoria, Produto ou Serviço) Vendido/Prestado, sem considerar respectivas despesas.

VIII - RECEITAS NÃO OPERACIONAISAs Receitas Não Operacionais são aquelas decorrentes de operações não incluídas

nas atividades principais e acessórias da empresa, tais como: ganhos de capital na alienação de bens e direitos do ativo permanente; ganhos na baixa de investimentos; royalties.

IX ( - ) DESPESAS NÃO OPERACIONAISTodas as despesas realizadas com o objetivo de promover a geração de receitas.

Não possuem relação direta com a natureza os objetivos da companhia. São exemplos de Despesas Não Operacionais: perda na alienação de bens de uso; perdas na baixa de investimentos; multas; etc. Ganho / (Perda) constituem-se em ganhos ou perdas de natureza extraordinária, tais como: perdas com chuvas no agronegócio. Perdas ou Ganhos de Capital são os lucros ou prejuízos na venda dos itens do ativo permanente.

X ( = ) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDAO Lucro Antes do Imposto de Renda é calculado pela diferença entre o Lucro

Operacional e as Despesas não Operacionais adicionando-se ao resultado as Receitas não Operacionais.

XI ( - ) PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDAA provisão para o IR deve ser feita sempre pelo total do lucro real apurado.

XII ( = ) LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDAO Imposto de Renda incide sobre o Lucro Real apurado. Quando se apura no exercício

social um lucro real, deve-se recolher o Imposto de Renda, geralmente, a um percentual de 15%.

Ainda, a legislação determina que sobre o que exceder de lucro real durante o exercício no valor de R$ 240.000,00 - calcula-se 10% desse lucro excedente; isso se chama Adicional do Imposto de Renda.

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Lucro Real é determinado pela legislação do IR. Regra geral é o Lucro Contábil ajustado pelas adições e exclusões admitidas na legislação fi scal.

XIII ( - ) PARTICIPAÇÕES (DEBÊNTURES, EMPREGADOS...)Antes da Lei 11.638/07, na DRE eram discriminadas as participações

de debêntures, empregados, administradores e partes benefi ciárias e as contribuições para instituições fi nanceiras ou fundos de assistência ou

previdência dos empregados. Pela referida Lei não deve mais ser discriminado na DRE as partes benefi ciárias. Veja como fi cou:

“Art. 187 ...VI – as participações de debêntures, de empregados e administradores, mesmo na

forma de instrumentos fi nanceiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;”.

XIV ( = ) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDOLucro Operacional Líquido consiste na diferença positiva do lucro bruto menos o lucro

operacional e o não-operacional. Resulta da atividade operacional da empresa.

Você sabia que...

Os impostos sobre vendas não constituem receita real para uma organização, pois esta é apenas mera depositária desses impostos que serão recolhidos ao governo. Em verdade, as informações geradas por estes impostos possuem relevância para a análise de balanços da organização. Tomemos o exemplo dos valores das Duplicatas a Receber (decorrentes das vendas a prazo): aí está incluso o valor do imposto que a companhia vendedora ou prestadora de serviços cobrou do comprador e receberá futuramente. Assim, na Análise das Demonstrações Financeiras, fazer o confronto das Duplicatas a Receber com a Receita, já que ambas têm a mesma base (incluindo os impostos sobre vendas).

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE: Aspectos Práticos

Os dados para a elaboração da DRE são extraídos da Livro Razão.

Apuração da Receita Líquida

Receita Bruta

( - ) Deduções

= Receita Líquida

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Vamos, agora ao nosso exemplo prático:

1. RECEITA OPERACIONAL BRUTAVendas de Mercadorias e/ou Prestação de Serviços 3.050.000

2. DEDUÇÕES E ABATIMENTOSVendas Canceladas 50.000ICMS s/ Vendas 540.000PIS s/ Faturamento 19.500COFINS 60.000 (669.500)

3. RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1 – 2) 2.380.500

4. CUSTOS OPERACIONAISCustos das Mercadorias Vendidas e dos Serviços Prestados (1.000.000)

5. LUCRO OPERACIONAL BRUTO (3 – 4) 1.380.500

6. DESPESAS OPERACIONAIS Despesas de Vendas 321.000Despesas Financeiras 19.000(-) Receitas Financeiras (80.000)Despesas Administrativas 701.000Outras Despesas Operacionais 20.000 981.000

7. OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 34.000

8. LUCRO / PREJUÍZO OPERACIONAL (5 -6 -7) 433.500

9. RECEITAS NÃO OPERACIOANAIS 125.000

10. DESPESAS NÃO-OPERACIONAIS (26.000)

11. RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTESDA PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA (8 + 9 - 10) 532.500

12. PREVISÃO PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (40.227)

13. PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA (78.068)

14. RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓSO IMPOSTO DE RENDA (11 -12 – 13) 414.205

15. PARTICIPAÇÕESDebêntures 41.420Empregados 37.278Administradores 33.550Partes Benefi ciárias 30.195Contribuições para Instituições 27.176 (169.619)

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16. LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (14 – 15) 244.586

17. LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO DO CAPITAL 0,53170

Você sabia...

Para obter o valor do Lucro ou Prejuízo por ação, normalmente divide-se o Lucro ou o Prejuízo apurado pelo número de ações em circulação que compõem o Capital da companhia.

Vamos a maisum exemplo prático?

Agrupamento das Contas de Receitas e Despesas para fi ns de elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício

Como sabemos, para a elaboração do DRE, deve-se proceder ao agrupamento das Contas de Receitas e Despesas em seus respectivos grupos.

DESPESAS COM VENDASFretes e Carretos 30.000Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa 6.000 TOTAL 36.000

DESPESAS FINANCEIRASJuros Passivos 5.000

RECEITAS FINANCEIRASJuros Ativos 45.000

DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVASAluguéis Passivos 139.000Encargos Sociais 71.000Material de Expediente 25.000Prêmio de Seguro 15.000Salários 200.000Depreciação 225.250Amortização 11.925 TOTAL 687.175

APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA COMPANHIA DELTA LTDA. EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008

1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA Vendas de Mercadorias e/ou Prestação de Serviços 1.929.975

2. DEDUÇÕES E ABATIMENTOS Vendas Canceladas

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Descontos Incondicionais ConcedidosImpostos e Contribuições sobre Vendas (496.000)

3. RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1 -2 ) 1.433.975

4. CUSTOS OPERACIONAISCMV e/ou Custos dos Serviços Prestados (336.500)

5. LUCRO BRUTO (3 – 4)

6. DESPESAS OPERACIONAISDespesas de Vendas (36.000)Despesas Financeiras (5.000) ( - )

Receitas Financeiras 45.000Despesas Gerais e Administrativas (687.175)

7. OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS

8. LUCRO / PREJUÍZO ACUMULADO OPERACIONAL (5 -6 +7) 414.300

9. RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS

10. DESPESAS NÃO-OPERACIONAIS

11. RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DO I. R. (8 +9 +10) 414.300

12. PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (37.663)

13. PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA (94.159)

14. RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS O I. R. (11-12-13) 282.478

15. PARTICIPAÇÕES

16. LUCRO / PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (14 – 15) 282.478

17. LUCRO / PREJUÍZO LÍQUIDO POR AÇÃO DO CAPITAL 0,1711987

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: ASPECTOS GERAIS DA LEI Nº 6.404/76

Apresentamos no primeiro conteúdo do Bloco 1 deste módulo que as sociedades são divididas em sociedades empresariais e sociedades simples. A Sociedade Empresarial pode constituir-se nos seguintes tipos, nos termos do Código Civil de 2002:

• Sociedade em nome coletivo (art. 1.039 a 1.044)• Sociedade em comandita simples (art. 1.045 a 1.051)• Sociedade limitada (art. 1.052 a 1.087)• Sociedade anônima (art. 1.088 a Lei nº 6.404/76)• Sociedade em comandita por ações (art. 1.090 a 1.092)Especifi camente, a sociedade anônima ou companhia, tem suas diretrizes traçadas

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na LEI Nº 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976, também chamada de Lei das S/A. Estas sociedade têm o capital dividido em ações, e, por isso também são chamadas de Sociedades por Ações.

A Lei nº 6.40/76 é considerada uma das legislações com muitas informações e em virtude disto, as outras sociedades seguem as suas orientações, principalmente quanto à elaboração e publicação das Demonstrações Contábeis.

A Lei das Sociedades por Ações foi publicada no ano de 1976, e já passou por inúmeras alterações. A última e mais signifi cativa para a Contabilidade foi a Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, pois alterou, dentre outras coisas, a relação de Demonstrações Contábeis obrigatórias, como veremos a seguir.

Uma outra inserção relevante da Lei nº 11.638/07 foi a defi nição das sociedades de grande porte. O art. 3º da citada Lei, defi niu as sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações.

Assim, considera-se de grande porte, para os fi ns exclusivos dessa Lei, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).

Em suma, esta modificação reflete na aplicação às sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, sobre escrituração e elaboração de demonstrações fi nanceiras e a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Antes de discorrermos sobre as demonstrações contábeis, vamos apresentar algumas informações adicionais, todas à luz da Lei nº 6.404/76.

A supracitada Lei, em relação ao Exercício Social, estabelece que este terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fi xada no estatuto. No entanto, na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.

Vale salientar que a grande maioria as empresas seguem a duração de 1 (um) ano para um Exercício Social.

A expressão “demonstrações contábeis”, no Brasil, é utilizada para se referir às informações contábeis que abrangem o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ou outras aplicáveis a setores específi cos de atividade. Pode-se exemplifi car como outras demonstrações:

• Demonstração da Mutação do Patrimônio Social (DMPL) • Balanço Social (BS) • Balanced Scorecard (BSC) • Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR)Perez Júnior e Begalli (1999, p. 62) esclarecem que “as demonstrações contábeis são

denominadas ‘demonstrações fi nanceiras’, pois foi feita uma tradução literal da expressão inglesa fi nancial statements.”

Neves e Viceconti (2004, p. 74) conceituam demonstrações contábeis como “peças em forma técnica que evidenciam fatos patrimoniais ocorridos em determinada gestão administrativa”.

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A Lei nº 6404/76 (com as suas devidas alterações), que dispõe sobre as Sociedades por Ações, ao longo do seu texto, utiliza as expressões demonstrações contábeis e demonstrações fi nanceiras de forma indistinta.

Em regra geral, a Lei das Sociedades por Ações determina que: • As demonstrações de cada exercício devem ser publicadas com a indicação

dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior.• As contas semelhantes poderão ser agrupadas e os pequenos saldos poderão

ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas, mas é vedada a utilização de designações genéricas, como “diversas contas” ou “contas-correntes”.

• As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.No que se refere à escrituração, a Lei das S/A, estabelece que seja mantida pela companhia

em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.

A companhia deve, ainda, atender a algumas orientações em relação à escrituração no que se refere às disposições sobre lei tributária e/ou de legislação especial, alteração de métodos ou critérios contábeis e empresas que seguem Normas da CVM e a obrigatoriedade de auditoria, como segue:

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Vale ressaltar que as demonstrações fi nanceiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados.

Notas Explicativas

Em relação às Notas Explicativas, que devem acompanhar as Demonstrações Contábeis, estas deverão indicar:

a) Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;

b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes;

c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações;

d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;

e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;

f) o número, espécies e classes das ações do capital social;

g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;

h) os ajustes de exercícios anteriores;i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do

exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação fi nanceira e os resultados futuros da companhia.

Você pôde notar que as Notas Explicativas contemplam uma série de elementos que tem como objetivo complementarem e explicarem determinados eventos ocorridos na entidade.

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Escrituração

Como apresentado no quadro anterior, a escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, em obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos Princípios de Contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.

Para relembrar, quais são os Princípios de Fundamentais de Contabilidade, aplicados no Brasil, segundo o Conselho Federal de Contabilidade?

Princípios Fundamentais de Contabilidade

Segundo a Resolução CFC n.º 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC), emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), são Princípios Fundamentais de Contabilidade:

• o da ENTIDADE;• o da CONTINUIDADE;• o da OPORTUNIDADE;• o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;• o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;• o da COMPETÊNCIA; e• o da PRUDÊNCIA.

Vamos relembrá-los?Entidade: A entidade é a pessoa para quem é mantida a

Contabilidade, podendo ser pessoa jurídica ou pessoa física. A idéia desse princípio é que o patrimônio dos sócios não deve ser confundido com o patrimônio da empresa, sendo os seus registros mantidos para ela, como pessoa distinta dos sócios.

Continuidade: Entende-se que a entidade deva concretizar seus objetivos continuamente. Quando se faz a contabilidade de uma entidade, parte-se do pressuposto de que a mesma continuará existindo por tempo indeterminado, não estando em fase de extinção ou liquidação.

Oportunidade: Todas as variações do patrimônio devem ser registradas e relatadas no momento em que elas ocorrerem, mesmo quando exista somente uma certeza razoável da sua ocorrência.

Registro pelo Valor Original: Os registros são feitos pelo custo histórico, ou seja, pelo custo de aquisição ou pelo custo de fabricação, expressos em moeda corrente do país. Por exemplo, se um veículo for adquirido por R$ 45.000, ele deve ser registrado pelo custo de

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aquisição, ainda que o valor de mercado seja R$ 50.000. Assim devendo proceder para outros bens, direitos ou obrigações.

Atualização Monetária: Em função da infl ação, o registro pelo valor original fi ca defasado no decorrer do tempo. A atualização monetária é o ajuste deste valor mediante aplicação de índices ofi ciais que refl itam o poder aquisitivo da moeda. No entanto, cabe destacar que apesar da importância deste principio,

a legislação societária e fi scal eliminou a correção monetária das demonstrações contábeis com a emissão da Lei nº. 9.249/95, proibindo, portanto, a aplicação deste princípio.

Competência: Os eventos deverão ser registrados quando incorrerem, independente da entrada e saída de dinheiro no caixa da empresa. Um exemplo ajudará a entender melhor esse princípio. Vamos supor que a Cia. Lucro Certo comprou mercadorias para revenda em 01/01/X0, e o pagamento só será efetuado em 30/04/X0. As mercadorias deverão ser registradas na contabilidade na data compra (01/01/X0), independe da data do pagamento.

Prudência: Demonstra uma posição conservadora do profi ssional contábil. Para os bens e direitos, adotar o menor valor e para as dívidas, optar pelo maior. Isto é, a Prudência deve ser observada quando existir um Ativo ou um Passivo já escriturado, segundo os Princípios do Registro pelo Valor Original e Atualização Monetária e ainda surgir dúvidas sobre a correção deles. Havendo formas alternativas de correção, deverá ser adotado o menor valor para o Ativo e o maior para o Passivo.

Demonstrações Contábeis Obrigatórias

Com as informações anteriores podemos conhecer as particularidades das demonstrações contábeis.

Agora eu te pergunto: quais das demonstrações contábeis geradas pela companhia são obrigatórias?

Como é do conhecimento de vocês a Lei nº 6.404/76, estabeleceu como obrigatórias para as sociedades anônimas a apresentação das seguintes demonstrações:

• Balanço Patrimonial (BP)• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)• Demonstrações dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)• Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)• Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

Essas demonstrações, como outras não obrigatórias, encontram-se muitas vezes no site da própria empresa, já que são obrigadas sua publicação.

Porém, vale ressaltar, que para as Sociedades Anônimas de Capital Aberto que têm ações negociadas na Bolsa de Valores, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) obriga a elaboração e divulgação da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).

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Cabe salientar que a obrigatoriedade da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) passou a ser exigida a partir do exercício de 2008, através da Lei nº 11.638/07.

Em relação à Demonstração dos Fluxos de Caixa , a companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada a elaborar e publicar esta demonstração.

A DVA só é obrigatória para a companhia aberta.

Requisitos para publicação das demonstrações contábeis

Para a publicação das demonstrações contábeis é importante ter o cuidado para não esquecer alguns dados que são fundamentais para o momento da publicação, destacando:

• A denominação da empresa • O título de cada demonstração contábil • Data do exercício social

Para efeito de comparabilidade, as demonstrações contábeis de cada exercício devem ser publicadas também com os saldos das contas do exercício anterior, permitindo ao usuário procede à comparação dos saldos atuais em relação aos saldos do ano anterior.

O nosso próximo passoé conhecer um pouco mais a DVA,

vamos lá?

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO: CONTEÚDO E ESTRUTURA

A permanente interação das empresas com o ambiente onde atuam faz com que a contabilidade seja cada vez mais cobrada para prestar informações relacionadas especifi camente ao aspecto social. No sentido de identifi car quais os benefícios que a empresa promove para a sociedade, bem como a qualidade das informações contábeis, a redução das difi culdades de interpretação dessas informações e outros objetivos é que surge a Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

A Demonstração do Valor Adicionado detalha como as riquezas foram distribuídas para aqueles que contribuíram, de forma efetiva ou não, para a sua formação, quais sejam: os empregados, o governo, os fi nanciadores de capital e, fi nalmente, os acionistas.

O caminho para a elaboração e, principalmente, para a divulgação da DVA, é longo. Muito se tem feito em proveito disso, no entanto o fato mais marcante foi a exigência de elaboração e divulgação pela companhias abertas, em que passou a ser obrigatória a partir do exercício de 2008, através da Lei nº 11.638/07.

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Conteúdo da DVA

Os efeitos da apresentação da DVA são bastante importantes, pois possibilitam análise que não poderia ser alcançada apenas com as demonstrações tradicionais que a Contabilidade hoje oferece.

Como as entidades lucrativas geram riquezas de valor sobre os seus lucros estas não são identifi cadas nas demonstrações fi nanceiras tradicionais,

surge a necessidade de elaboração da DVA.

A Demonstração do valor Adicionado tem a função de divulgar e identifi car o valor da riqueza gerada pela entidade, e como essa riqueza foi distribuída entre os diversos setores que contribuíram, direta ou indiretamente, para a sua geração.

De Luca (1998, p. 29), citando Simonsen ensina que: denomina-se valor adicionado em determinada etapa de produção, a diferença entre o valor bruto da produção e os consumos intermediários nessa etapa. Assim, o produto nacional pode ser concebido como a soma dos valores adicionados, em determinado período de tempo, em todas as etapas dos processos de produção do país.

O Conselho Federal de Contabilidade, acompanhando as necessidades do mercado elaborou a NBC T 3.7 (Norma Brasileira de Contabilidade – Técnica), que estabelece procedimentos para evidenciação de informações econômicas e fi nanceiras, relacionadas ao valor adicionado pela entidade e sua distribuição. Para esta norma a “Demonstração do Valor Adicionado é a demonstração contábil destinada a evidenciar, de forma concisa, os dados e as informações do valor da riqueza gerada pela entidade em determinado período e sua distribuição.”

O objetivo da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é evidenciar a riqueza gerada por uma produtividade específi ca e como esta foi distribuída. A DVA se apresenta como uma grande ferramenta contábil, capaz de suprir a necessidade de identifi car como a empresa vem se comportando em termos de responsabilidade social (RODRIGUES JUNIOR, 2003, p. 29)

Quando uma sociedade efetua a produção, cria riqueza a qual é representada pela diferença entre o valor da venda e o valor de insumos pago a terceiros para a obtenção dos produtos, mercadorias ou serviços.

Na verdade, os fornecedores de insumos também geraram riquezas quando os produzem. Esta é a razão pela qual são diminuídos, na parte inicial da DVA, os valores pagos a terceiros para a aquisição das mercadorias e serviços vendidos e pela utilização

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de insumos e matérias, bem como pelos demais consumos administrativos.É de se notar que a transferência da riqueza aparece na parte inferior da demonstração,

evidenciando a sua efetiva distribuição na forma de pagamento de impostos para a administração pública (tributos), ou como remuneração do trabalho ou do capital.

Como se pode perceber, a DVA fornece uma visão bem abrangente sobre a real capacidade de uma sociedade produzir riqueza e sobre a forma de distribuir essa riqueza sobre os diversos fatores de produção.

Estrutura da DVA

A Demonstração do Valor Adicionado está estruturada em duas partes, as quais possuem propósitos diferentes, porém complementares.

A primeira parte da DVA é destinada ao cálculo do Valor Adicionado. Ela apresenta a Receita Operacional Bruta, o valor Adicional Bruto, valor Adicionado Líquido, o Valor Adicionado oriundo de terceiros e o valor Adicionado Total.

A segunda parte da DVA destina-se a demonstrar a distribuição do valor Adicionado Total, apresentando subdivisões de acordo com os grupos a quem se destinou as parcelas da riqueza gerada. A seguir o modelo de DVA apresentado pelo CFC.

Como dito anteriormente, o Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução CFC nº 1.010/05, aprovou a NBC T 3.7, que dispõe sobre a Demonstração do Valor Adicionado. A seguir, apontamos a estrutura da DVA, segundo o CFC.

Demonstração do Valor Adicionado dos Exercícios Findos em 31 de Dezembro, Em Milhares De Reais

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Notem que a DVA é um demonstrativo de fácil preenchimento de entendimento. Para elaborar a DVA você deve estar munido das informações necessárias e da Demonstração do Resultado do exercício.

Vale salientar que a DVA deve ser consistente com a demonstração do resultado e conciliada em registros auxiliares mantidos pela entidade, devendo conter representação percentual participativa.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Quais informações podem ser extraídas da DVA?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Por que a Demonstração de Resultados – DRE pode ser utilizada como uma ferramenta de controle gerencial?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O que é evidenciado na Demonstração de Resultados – DRE?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Fale sobre o Lucro Operacional Bruto na DRE. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Em que consiste o Lucro Líquido?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Por que os impostos sobre vendas não constituem receita real para uma organização?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Quais as deduções que aparecem fi guradas na DRE?___________________________________________________________________________________________________________________________

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8. Discorra sobre as Despesas Operacionais na DRE.___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Comente sobre a mudança que a Lei 11.638/07 provocou no item: PARTICIPAÇÕES (DEBÊNTURES, EMPREGADOS...) na DRE.___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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GLOSSÁRIO

ABATIMENTO: Conta que reduz o preço dos produtos/mercadorias para evitar que estes sejam devolvidos. Pode ser uma conta de natureza devedora quando a empresa concede um abatimento ou uma conta de natureza credora quando a empresa recebe um abatimento.

CFC: Conselho Federal de Contabilidade. Orientam e normatizam a profi ssão contábil, mas sua função precípua é a fi scalização do exercício profi ssional.

CIF (Cost, Insurance and Freigth): Forma de contratação do frete e do seguro em que o vendedor assume todos os custos para transportar a mercadoria ao local de destino designado.

COMPANHIAS FECHADAS: Empresas de Capital Fechado, ou “companhias fechadas”, são aquelas que não podem negociar valores mobiliários no mercado.

CONTA DE RESULTADO: Registram as receitas e despesas, permitindo demonstrar o resultado do exercício.

CONTRATO SOCIAL: Instrumento legal pelo qual a sociedade adquire personalidade jurídica com seu registro na Junta Comercial.

DESCONTO: Em termos de Matemática Financeira é o processo inverso ao processo de capitalização, ou seja, é o processo de trazer a valor presente o valor futuro de um título.

DESPESA DIFERIDA: Despesas diferidas são aquelas que, embora registradas no período de apuração, devem ser transferidas (diferidas) para apropriação ou amortização em períodos de apuração futuros por não competirem ao período em que foram registradas (regime de competência), ou devem infl uenciar resultados de períodos subseqüentes. Exemplos: despesas pré-operacionais, despesas pré-industriais etc. Essas despesas devem ser classifi cadas no Ativo Permanente, subgrupo do diferido.

DUPLICATA: Título de crédito cuja quitação prova o pagamento de obrigação oriunda de compra de mercadorias ou de recebimentos de serviços. É emitida pelo credor (vendedor da mercadoria) contra o devedor (comprador), pelo qual se deve ser remitida a este último para que a assine (ACEITE), reconhecendo seu débito. Este procedimento é denominado aceite. Título emitido por uma empresa que corresponde a um crédito (venda de produtos/mercadorias ou serviços).

EXERCÍCIO SOCIAL: É o espaço de tempo (12 meses), fi ndo o qual as pessoas jurídicas apuram seus resultados; ele pode coincidir, ou não, com o ano-calendário, de acordo como que dispuser o estatuto ou o contrato social. Perante a legislação do imposto de renda, é chamado de período-base (mensal ou anual) de apuração da base de cálculo do imposto devido.

FOB (FREE ON BOARD): Forma de contratação do frete e do seguro em que o vendedor é obrigado a colocar a mercadoria a bordo do navio designado no contrato de venda, cessando sua responsabilidade sobre a mesma no momento em que ela transpõe a amurada do navio.

IMPOSTOS A RECOLHER: Conta contábil de passivo circulante que registra o montante de impostos pagos pelos consumidores (ou compradores), que, no entanto, não pertencem à empresa, e a esta cabe, apenas, a tarefa de receber e transferir o imposto ao governo. Daí a expressão a Recolher e não a Pagar.

IMPOSTOS A RECUPERAR: Conta do Ativo Circulante que representa os créditos da empresa para com o governo originados em função de transações de compras de produtos ou serviços e que serão compensados quando do recolhimento de tais impostos.

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LEI 11.638/07: Lei sancionada no fi nal do ano de 2007, que altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404.

LEI 6.404/76, Lei das Sociedades por Ações: Lei que regula a constituição, funcionamento e expressa detalhadamente todas as características e operacionalização da sociedade anônima ou por ações. É também conhecida por Lei das Sociedades por Ações que aborda inclusive as questões contábeis, sobretudo no que se refere aos critérios de classifi cação

e avaliação dos elementos patrimoniais, ativo, passivo e patrimônio líquido, bem como da elaboração das demonstrações contábeis.

MERCANTIL: Refere-se a prática do comércio, também aos mercadores ou a mercadorias.

REGISTRAR: Signifi ca escriturar nos livros contábeis as operações oriundas da gestão empresarial.

ROYALTIES: Valor pago ao detentor de uma marca, patente industrial, processo de produção, produto ou obra literária original pelos direitos de sua exploração comercial.

SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO: Substituição tributária é um mecanismo de arrecadação tributária que atribui ao contribuinte a responsabilidade pelo pagamento do imposto devido pelo seu cliente. A substituição será recolhida pelo contribuinte (substituto tributário) e posteriormente repassada ao governo. Esse procedimento é notadamente utilizado na cobrança do ICMS, embora também esteja previsto na regulamentação do IPI. A incidência da substituição tributária é defi nida a depender do produto.

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REFERÊNCIAS

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