Prof. Flvio Gonalves Mestre em Direito (UFC) e Mestre em Filosofia (UECE)

Aulas Dialogadas, subsidiadas pela leitura de textos e estudos de caso

com vistas a aperfeioar dois aspectos fundamentais da formao do

magistrado: 1) senso de julgamento (tica, justia, validade, eficcia e

legitimidade); 2) tomada de deciso (celeridade, correo e impactos).

Primeira Chamada (avaliao formativa), a qual considerar: 1)

participao pr-ativa nas atividades em sala; 2) senso de julgamento e

tomada de deciso 3) resposta escrita ao estudo de caso final proposto, a

ser aplicado pelo Juiz Coordenador da ESMEC, Dr. Klein, no ltimo dia de

aula, juntamente com a avaliao de reao.

Segunda Chamada (avaliao somativa): os faltosos avaliao final em

sala, tero 30 (trinta) dias, a contar da ltima aula do curso, para realizar o

estudo de caso final, de forma mais completa e detalhada, enviando-o para

o e-mail do professor (flavio.goncalves@tjce.jus.br) com cpia para a

ESMEC (esmec@tjce.jus.br).

O problema da justia na Filosofia do Direito na modernidade e na contemporaneidade

O problema da fundamentao tico-filosfica dos direitos humanos e as implicaes da reviravolta lingustico-pragmtica na Filosofia e no Direito

Jurisdio, filosofia e argumentao

Estudos de caso

Um velho brocardo (fao justia, embora perea o mundo) e muitos problemas

Impactos das decises judiciais: a faculdade de julgar e suas exigncias

Estudo de caso n 1: Caso do Bonde Desgovernado (Michel Sandel, Universidade de Harvard, EUA)

Trs abordagens do problema tico (tica utilitarista, tica deontolgica e tica da responsabilidade)

O conceito de Direito depois da Auschwitz e as transformaes no raciocnio judicirio no ps-guerra: juzes respondem por aplicar a lei vigente?

Estudo de Caso n 2: Caso Juzes no Banco dos Rus (George Marmelstein, Fa7, Brasil)

Trs abordagens do problema da justia (junaturalismo, jus-positivismo e ps-positivismo) e suas concepes sobre as relaes entre Direito e Moral

Giro Hermenutico (Heidegger e Gadamer)

Compreenso, pr-compreenso, preconceito e interpretao

Estudo de Caso n 3: Caso das Escolhas Trgicas (George Marmelstein, Fa7, Brasil)

Duas abordagens do problema dos limites da deciso judicial: ativismo judicial e autolimitao judicial

Reviravolta Lingustica (Wittgenstein e Austin)

Distino entre texto e norma na Teoria Estruturante do Direito (Mller)

A linguagem e os jogos de linguagem, o texto e o contexto

Estudo de Caso n 4: Caso de Conflitos na Equipe de Trabalho (ENAP, adaptado)

Assdio moral no trabalho e o papel do magistrado como gestor de pessoas: chefe ou lder?

Zoroastro magistrado numa comarca do interior, na qual h carncia de servidores. Com uma equipe reduzidssima, de apenas 2 (dois) servidores, dos quais: um deles, cedido pela Prefeitura Municipal e tem inmeras limitaes intelectuais e o outro, presta servios voluntrios. Zoroastro tem a difcil tarefa de dar impulso oficial a 10.000 processos fsicos que se avolumam na prateleira e a outros 2500 que ingressaram virtualmente. s voltas com a obrigao de cumprir as metas do Poder Judicirio, estipuladas pelo Conselho Nacional de Justia (CNJ) e reduzir em at 50% (cinquenta por cento) o volume de feitos em tramitao, observa que a comarca no tem sequer oficial de justia para cumprir os mandados, o que leva a uma imensa dificuldade no cumprimento das ordens judiciais e comunicaes s partes, retardando ainda mais a tramitao dos feitos. H vrios processos, inclusive de rus presos, com excesso de prazo. Zoroastro pensa em adotar uma soluo criativa, quem sabe convocando um dos seus colaboradores para atuar como Oficial de Justia ad hoc, mas se depara com Resoluo do CNJ proibindo o procedimento. Para piorar as coisas, comeam a chegar, da Corregedoria de Justia, comunicados de representaes, interpostas por advogados de sua comarca e de comarcas vizinhas, denunciando-o por descumprimento de prazos processuais, excesso de prazo e falta de celeridade. O prefeito municipal responde por improbidade administrativa na comarca da qual Zoroastro titular e ele teme designar o servidor da prefeitura para manusear os autos da ao ou nele praticar qualquer ato. Ante a aproximao da Semana Nacional da Conciliao, passa a vislumbrar neste evento, patrocinado pelo CNJ, uma oportunidade mpar para chamar todas as partes a conciliar, pelo menos nas aes cveis nas quais possvel transigir. Utilizando as rdios do municpio, convoca as partes destes feitos para comparecerem ao Frum e seus servidores agendam audincias de conciliao. Seu objetivo que as partes cheguem imediatamente a acordos e o volume de feitos seja finalmente reduzido, diminuindo tambm o volume de trabalho, para que possa dedicar-se mais sua prpria famlia, aos seus filhos e a um curso de ps-graduao a distncia que iniciou, mas acabou atrasando a entrega das atividades avaliativas pelo excesso de atribuies. Recorda, porm, que ainda h os processos pendentes de 3 (trs) comarcas que esto sem titular e pelas quais precisa responder para evitar prejuzo em suas futuras promoes por merecimento.

PERGUNTA-SE:

Qual a coisa certa a fazer, neste caso? Considerando os elementos que compem o senso de julgamento (tica, justia, validade e legitimidade) e as caractersticas de uma adequada tomada de deciso (celeridade, correo e impactos), como voc resolveria este problema se estivesse no papel e no lugar de Zoroastro, como juiz e gestor?

ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalm: um relato sobre a banalidade do mal. Trad. Jos Rubens Siqueira. Companhia das Letras: So Paulo, 1999 ARENDT, Hannah. Responsabilidade e Julgamento: escritos morais e ticos. Trad. Rosauda Eichenberg. Companhia das Letras: Soi Paulo, 2004 BARRETTO, Vicente de Paula e MOTA, Maurcio. Por que estudar Filosofia do Direito? Aplicao da Filosofia do Direito nas Decises Judiciais. 1 Edio. ENFAM: Braslia, 2011 BARROSO, Luis Roberto. Interpretao e Aplicao da Constituio. So Paulo: Saraiva. 1996 CADEMARTORI, Luiz Henrique U. e DUARTE, Francisco Carlos. Hermenutica e Argumentao Neoconstitucional. So Paulo: Atlas, 2009 COSTA, Regenaldo da. tica e Filosofia do Direito. Fortaleza: ABC Editora, 2010 FARIA, Jos Eduardo. Justia e Conflito: os juzes em face dos novos movimentos sociais. So Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 1992 FREITAS, Juarez. A Substancial Inconstitucionalidade da Lei Injusta. Petrpolis-RJ: Vozes, 1989 GADAMER, Hans-George. A Razo na poca da Cincia. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1983 GONALVES, Flvio (org.). Teoria e Filosofia do Direito. Fortaleza: Ed. Premius, 2013 (no prelo) HERKENHOFF, Joo Baptista. Como Aplicar a Lei. 9 edio. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2008 HERKENHOFF, Joo Baptista. Filosofia do Direito. Rio de Janeiro: GZ Editora, 2010 JONAS, Hans. O Princpio Responsabilidade: ensaio de uma tica para a civilizao tecnolgica. Rio de Janeiro: Contraponto Editora PUC-RJ, 2006 LEAL, Rogrio Gesta. Impactos econmicos e sociais das decises judiciais: aspectos introdutrios. Braslia: ENFAM, 2010 MONCADA, Cabral de. Filosofia do Direito. 5 edio. Coimbra: Armnio Amado, Editor, Sucessor Coimbra, 1974 NALINI, Jos Renato. A Rebelio da Toga. Millenium Editora: Campinas-SP, 2008 NEVES, Marcelo. Entre Hidra e Hrcules: princpios e regras constitucionais como diferena paradoxal do sistema jurdico. So Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013 OLIVEIRA, Manfredo. Reviravolta Lingustico-pragmtica na Filosofia Contempornea. So Paulo: Edies Loyola, 2001 OST, Franois. Contar a Lei: as fontes do imaginrio jurdicoTrad. Paulo Neves. So Leopoldo-RS: Editora UNISINOS: 2004 ROSA, Alexandre Moraes da. Dilogos com a Law and Economics. Lumen Juris: Rio de Janeiro, 2011 SANDEL, Michael. Justia: o que fazer a coisa certa. Trad. Heloisa Matias e Maria Alice Mximo. 7 edio. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2012 SANDEL, Michael. O que o dinheiro no compra: os limites morais do mercado. Trad. Heloisa Matias e Maria Alice Mximo. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2013 SEM, Amartya. A Ideia de Justia. So Paulo: Companhia das Letras, 2011 SANTOS, Boaventura Sousa. Para uma Revoluo Democrtica da Justia. So Paulo: Cortez, 2011 STRECK, Lnio Luiz. Verdade e Consenso: constituio, hermenutica e teorias discursivas. 4 edio. So Paulo: Saraiva, 2011 TEIXEIRA, Anderson Vichinski e OLIVIERA, Elton Simensi de (orgs.). Correntes contemporneas do pensamento jurdico. Barueri, SP: Manole, 2010 VASCONCELOS, Arnaldo. Direito, Humanismo e Democracia. So Paulo: Malheiros, 1997

TEXTOS:

BARROSO, Luis Roberto. Fundamentos Tericos e Filosficos do Novo Direito Constitucional Brasileiro

FREITAS, Juarez. O Juiz s Aplica a Lei Injusta se Quiser

GRAU, Eros Roberto. Prefcio obra Por que estudar Filosofia do Direito?

RADBRUCH, Gustav. Cinco Minutos de Filosofia do Direito

SEN, Amartya. A Ideia de Justia (Prefcio)

SITES:

Por que estudar Filosofia do Direito: http://youtu.be/MW2dD4GIQo4

Aula Magna sobre Hermenutica e Deciso Jurdica (Lnio Streck): http://youtu.be/0sdyomqFjf4

Justia: qual a coisa certa a fazer? (Michael Sandel, parte 1): http://youtu.be/GeHcXYQcXXo

Justia: qual a coisa certa a fazer? (Michael Sandel): http://youtu.be/x2pEaeo0Z7Y

Entrevista com Michael Sandel (Globo News): http://youtu.be/aXr1rNTgWT4

A Fora Normativa da Constituio e o Debate Lassale x Hesse: http://youtu.be/fWOrwogw7EM

Teoria Estruturante do Direito: http://youtu.be/YbUJajVwHCk

Autoridade e Obedincia (Experimento): parte 1 http://youtu.be/BcvSNg0HZwk

parte 2 http://youtu.be/IzTuz0mNlwU

parte 3 http://youtu.be/CmFCoo-cU3Y

LIVRO ELETRNICO: BARRETTO, Vicente de Paula e MOTA, Maurcio. Por que estudar Filosofia do Direito? Aplicao da Filosofia do Direito nas Decises Judiciais. 1 Edio. ENFAM: Braslia, 2011 (Disponvel em http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/download.wsp?tmp.arquivo=2471)