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386 Conceito A Recife n. 2 p.386-417 2011 Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM JOSEVÂNIA MARIA GOMES THALYTA LINS BORBA A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UTI DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO RECIFE 2011 JOSEVÂNIA MARIA GOMES THALYTA LINS BORBA A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UTI DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO RECIFE Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelas alunas Josevânia Maria Gomes e Thalyta Lins Borba, ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Osvaldo Cruz e do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco como requisito para obtenção do Grau de Bacharel em Enfermagem. ORIENTADORA Prof.ª Renata de Miranda RECIFE 2011 JOSEVÂNIA MARIA GOMES THALYTA LINS BORBA A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UTI DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO RECIFE Trabalho julgado adequado e aprovado com conceito __ em __/__/____. Banca Examinadora ___________________________________________________ Profª Renata de Miranda, mestranda. Presidente

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM Revista Conceito A | Revista dos ... · agem quantitativa, realizado na UTI de um hospital público, referência em cardiologia na cidade do Recife-PE,

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CURSO DE BACHARELADO EMENFERMAGEM

JOSEVÂNIA MARIA GOMESTHALYTA LINS BORBA

A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOSPOR PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UTI DE

UM HOSPITAL PÚBLICO DO RECIFE

2011

JOSEVÂNIA MARIA GOMESTHALYTA LINS BORBA

A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UTI DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO RECIFE

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelas alunas Josevânia Maria Gomes e Thalyta Lins Borba, ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Osvaldo Cruz e do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco como requisito para obtenção do Grau de Bacharel em Enfermagem.

ORIENTADORAProf.ª Renata de MirandaRECIFE2011

JOSEVÂNIA MARIA GOMESTHALYTA LINS BORBA

A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UTI DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO RECIFE

Trabalho julgado adequado e aprovado com conceito __ em __/__/____.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todas as pessoas que me apoiaram entre eles professores, familiares e amigos, pelo esforço, dedicação e compreen-são, em todos os momentos desta e de outras caminhadas.Em especial, a professora Renata de Miranda e a minha amiga Thalyta Lins por sua confiança e credibilidade em minha pessoa e pelo mútuo aprendizado de vida, durante nossa convivência.

Josevânia Maria Gomes

A todas as pessoas que estiveram ao meu lado ao longo desta jorna-da, me apoiando incondicionalmente para a conclusão deste trabalho acadêmico.Em especial, a orientadora Renata de Miranda e a amiga Josevânia Gomes pelo apoio, paciência, credibilidade e compreensão que me proporcionaram.

Thalyta Lins Borba

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, aos meus pais e demais familiares, amigos e mestres que, pela presença, pela palavra, pelo sorriso, deram coragem e deter-minação para traçar um caminho em busca de um ideal.A todas as pessoas que não foram mencionadas mais que contribuíram de forma direta e indireta para realização deste sonho.

Josevânia Maria Gomes

Primeiramente, agradeço a DEUS, pelo dom da vida, por estar sempre comigo e ter me dado à chance de concluir mais uma etapa da minha vida.Aminha família, pela educação que me concederam na formação do meu caráter e, ainda me ajudando de todas as formas que podiam.A minha amiga Josevânia Maria Gomes que compartilhou comigo seus conhecimentos durante a execução deste trabalho.A Faculdade São Miguel que prestou a base para a construção da minha

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formação, juntamente com seus professores e funcionários.A professora Renata de Miranda, minha orientadora, que prontamente aceitou esteencargo, auxiliando-me com toda dedicação na construção deste trabalho.Aos voluntários que foram fundamentais para a realização da pesqui-sa.E finalmente, agradeço a todos que fizeram parte da minha vida du-rante esta caminhada e que, de uma forma ou de outra, colaboraram para a realização destesonho.

Thalyta Lins Borba

RESUMO

Trata-se de um estudo observacional, descritivo, transversal com abord-agem quantitativa, realizado na UTI de um hospital público, referência em cardiologia na cidade do Recife-PE, com o objetivo de investigar a importância da higienização das mãos por profissionais de saúde. Foram incluídos no estudo funcionários da área de saúde, como enfer-meiros, técnicos de enfermagem, médicos e fisioterapeutas no período de setembro a outubro de 2011. A coleta de dados foi realizada através de entrevista com a utilização de um questionário contendo pergun-tas fechadas com 38 pessoas equivalentes a 50% dos funcionários da referida unidade. Dos participantes entrevistados 58% são técnicos de enfermagem e 53% possuem curso superior completo. Os resultados indicam que 41% lavam as mãos ao realizar procedimento com o pa-ciente e o produto de maior aceitação foi o sabão. Concluímos que a maioria da equipe de saúde não adere ao procedimento conforme as recomendações básicas de higienização das mãos, mesmo com mate-riais de higiene disponível, necessitando da atuação da educação con-tinuada periodicamente e a conscientização dos profissionais.

Palavras-Chave: Lavagem das mãos; Infecção hospitalar; Profissio-nais de saúde.

ABSTRACT

This is an observational, descriptive, cross-sectional quantitative study in the ICU of a public hospital, reference centers in Recife-PE, in order to investigate the importance of hand washing by health profession-als. The study included employees in the health area, such as nurses, nursing technicians, doctors and physiotherapists in the period from

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September to October 2011. Data collection was conducted through interviews using a questionnaire containing 38 closed questions with people equivalent to 50% of employees in the unit. 58% of survey participants are nursing technicians and 53% have a college degree. The results indicate that 41% wash their hands when performing the procedure with the patient and the product was greater acceptance of the soap. We conclude that most of the health team does not adhere to the procedure as the basic recommendations for hand hygiene, even with hygiene materials available, requiring the performance of regular continuing education and awareness of professionals.

Keywords: Handwashing; Infection Control; Health professionals.

SUMÁRIO

1 Introdução........................................................................3902 Objetivos..........................................................................392 2.1Geral.....................................................................392 2.2 Específico..............................................................3923 Revisão da literatura..........................................................3924 Metodologia......................................................................399 4.1 Tipo de estudo.......................................................399 4.2Descrição da área....................................................400 4.3População e amostra................................................400 4.4 Critérios de inclusão/exclusão...................................400 4.5 Instrumento para coleta de dados.............................400 4.6Apresentação e análise dos resultados........................401 4.7 Aspectos éticos e legais...........................................401 4.7.1 Riscos e benefícios.......................................4015 Resultados/Discussão.........................................................4016 Recomendações................................................................4087 Considerações finais..........................................................409Referências.........................................................................410

APÊNDICE A – Instrumento para coleta de dadosAPÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e EsclarecidoANEXO A – Protocolo de Pesquisa

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1 INTRODUÇÃO

O conceito de infecção segundo Potter e Perry (2009) é a invasão e multiplicação de micro-organismo patogênico em um hospedeiro, resultando numa resposta inflamatória. A ocorrência de infecções nosocomiais decorre da longa continuidade ou procedimentos invasivos, ausência de técnicas assépticas durante a internação, ou até mesmo após a sua alta do hospital. A Infecção comunitária esta presente ou em incubação no ato da admissão do paciente na unidade, proveniente da comunidade. No entanto revela-se um grande desafio para a saúde pública, além dos gastos destinados ao tratamento, permanência do cliente afetando o processo no cuidado em saúde e a distância do mesmo do seu trabalho e família (ALVES et. al., 2007). Antigamente a prática da higiene das mãos era um ritual onde ficaria livre de impurezas, ligado mais com exterior e não uma questão de saúde, porém um dos grandes contribuintes para controle das infecções foi Semmelweis, pois tomou conhecimento do ato de lavar as mãos com água e solução clorada entre atendimentos prestados aos pacientes. A percussora da enfermagem Nightingale trouxe a questão do ambiente limpo na contribuição do tratamento das infecções (ALVES et. al., 2007).Historicamente em nosso país a relevância a cerca do conhecimento da infecção hospitalar teve destaque na publicação da Portaria do Ministério da Saúde 196, de 24 de Junho de 1983, pondo em prática as Comissões de infecções hospitalares, onde todas as instituições de saúde devem promover proteção, melhoria dos serviços de saúde, através de normas técnicas que devem ser executadas pelos profissionais de saúde (SANTOS, 2000).A definição para lavagem das mãos segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária é a medida mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação de infecções. Sendo este, um procedimento indispensável para retirar sujeira e micro-organismo (ANVISA, 2007). A importância da higienização das mãos é justificada pela existência

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de dois tipos de flora microbiana na pele das mãos. A flora transitória fica na camada superficial da pele e é composta por micro-organismo presente em qualquer ambiente trazendo a contaminação por contato. A flora residente encontra-se normalmente na epiderme e sua função é prevenir a colonização da flora transitória, não é comum ocasionar doenças, mas na presença de lesão tecidual pode vir a ocorrer algum processo infeccioso (POTTER; PERRY, 2009).Durante a permanência do cliente no hospital cabe não somente a equipe profissional, mas também a enfermagem, a qual esta diretamente ligada ao cuidado, em incluir medidas que visem prevenir e controlar a disseminação da infecção utilizando medidas assépticas. Uma das medidas simples e econômica é a higiene das mãos, pois baseado em estudos científicos comprovam a sua importância no controle das infecções, por parte dos trabalhadores de saúde, os quais são as principais fontes de disseminação de micro-organismos dentro do ambiente hospitalar (SANTOS, 2002). Pesquisas comprovam que a adoção desta medida minimiza a presença de um agente infeccioso atrelada ao uso de equipamentos de proteção, técnicas assépticas, comprometimento, responsabilidade e conhecimento a cerca do assunto. Diante dessa problemática, analisamos a Enfermagem como um membro que detém habilidades, competência, conhecimento científico, que pode promover educação permanente junto a sua equipe, desta forma prover medidas de prevenção com aplicação de técnicas corretas na assistência, durante a internação visando o mínimo de risco de infecção para o cliente (GOBATTO; LONGHI, 2006).A higienização das mãos é um poderoso antídoto para o controle das infecções hospitalares, entretanto mesmo com a divulgação da prevenção do problema através de cartazes informativos em diversos lugares, a adesão a esta técnica ainda é precária por parte dos profissionais de saúde (NEVES et. al., 2009).Partindo desta realidade, diante do tema as autoras têm como problema de pesquisa qual a frequência da higienização das mãos por profissionais de saúde de uma UTI da rede pública da cidade do Recife? Assim como o objetivo de investigar a importância da higienização das mãos por

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profissionais de saúde para contribuir na prevenção de infecção, que pode ser evitada com um simples gesto, a higienização das mãos. O tema proposto foi escolhido tomando por base as constantes infecções existentes na unidade de terapia intensiva de um hospital público, onde uma das autoras do estudo trabalha.Espera-se que este estudo contribua como alerta para o controle e prevenção da infecção hospitalar, bem como para a construção do conhecimento na área.

2 OBJETIVOS

2.1 Geral:

Investigar a importância da higienização das mãos por profissionais de saúde em UTI de um hospital público do Recife.

2.2 Específicos:

Caracterizar a amostra;

Observar o número de vezes que os profissionais de saúde higienizam as mãos na UTI;

Apontar as causas que favorecem a propagação da infecção hospitalar;

Descrever os tipos de infecções hospitalares mais comuns na UTI.

3 REVISÃO DA LITERATURA

A higienização das mãos consiste na principal medida de prevenção da transmissão das infecções hospitalares, sua importância é fundamentada na capacidade das mãos de albergar micro-organismos e de transferí-los de uma superfície para outra, seja por contato direto, pele com

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pele, ou indireto, por meio de objetos (SANTOS, 2000). As mãos dos profissionais de saúde são as que carreiam a maior quantidade de micro-organismos de um paciente para outro, para equipamentos ou até mesmo para alimentos, tornando condições oportunas à infecção nosocomial e, consequentemente responsáveis pela maioria das infecções cruzadas (OPPERMANN et. al., 1994). As mãos possuem dois tipos distintos de populações microbianas formadas pelas microbiotas residente e transitória (POTTER; PERRY, 2009). A microbiota residente encontra-se normalmente na epiderme e sua função é prevenir a colonização da flora transitória, não é comum ocasionar doenças, mas na presença de lesão tecidual pode vir a ocorrer algum processo infeccioso (POTTER; PERRY, 2009).Já a microbiota transitória é aquela que fica na camada superficial da pele e é composta por micro-organismo presente em qualquer ambiente trazendo a contaminação por contato. Ao contrário da residente, sua remoção se torna mais fácil através da higienização com água e sabão (POTTER; PERRY, 2009).A higienização das mãos consiste na simples lavagem das mãos utilizando água e sabão ou por meio da fricção com álcool a 70%. A aplicação de água e sabão é aconselhada quando as mãos estiverem notoriamente sujas, nos casos em que houver contato com micro-organismos formadores de esporos, após utilizar o banheiro, sendo a aplicação de soluções alcóolicas recomendada para os casos em que elas não apresentem sujidade visível (WORLD HEALTH ORGANIZATION; 2009).De acordo com os autores Andrade e Ferrareze (2006), o uso do sabão tem sua importância na rotina hospitalar, por ser um meio primordial que reduz riscos de contaminação, evita a multiplicação de micro-organismos e remove os contaminantes orgânicos e inorgânicos. Para os autores Couto, Pedrosa e Nogueira (1999), a higienização das mãos deve ser a ação de rotina entre as equipes de saúde. Vale lembrar que essa recomendação é datada de muito antes da era bacteriológica, tendo como marco a atuação de Semmelweis. Para os mesmos autores citados acima, em 1847, Semmelweis,

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um médico Húngaro, evidenciou a importância deste ato na prevenção da infecção hospitalar, mostrando a redução dos casos de febre puerperal, quando se incorporava o procedimento de lavagem das mãos. Seus estudos demonstraram “a primeira evidência científica que a higienização das mãos poderia prevenir a transmissão da febre puerperal” como afirma o autor Santos (2009).Entretanto, foi Semmelweis que introduziu o sabão, escovas e ácido clorídrico na rotina hospitalar. Ele trouxe medidas indispensáveis de controle em sua unidade (higienização das mãos, isolamento dos casos e esterilização de materiais) e o índice de mortalidade das parturientes reduziu para 3% nos meses seguintes após a adesão desses cuidados básicos (FERNANDES AT, 2009).No âmbito da enfermagem, Florence Nightingale caracteriza-se como facilitadora deste processo. Era preconizado que ao se estabelecerem, as doenças provocavam a ruptura da derme e, por conseguinte tornava-se porta de entrada para a bactéria. Por ser missão da enfermeira a restauração da saúde, era própria a esta, ações de higiene com a finalidade de se garantir a segurança do cliente e o desenvolvimento de um ambiente terapêutico e seguro (LOBO ML, 2000).Deste modo, verificando os escritos de Semmelweis e Nigthingale como sendo vertentes de execução no campo de prevenção/contágio ressalta-se a necessidade de profissionais empenhados no processo saúde/doença e na promoção de estratégias de fiscalização das infecções nosocomiais (CARRARO TE, 2004).Em 1989, o Ministério da Saúde divulgou o manual “Lavar as mãos” com a finalidade de normatizar um comportamento comum e pouco apreciado no âmbito das unidades de saúde brasileiras, favorecendo aos profissionais de saúde subsídios técnicos relacionados às normas e aos procedimentos para lavar as mãos, tendo em vista a prevenção das infecções hospitalares (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1989).Este manual relata passo a passo a técnica correta de lavagem das mãos voltando a ser salientado em 2007 no manual de higienização das mãos divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2007).A importância dessa prática continua sendo reconhecida pelo Ministério

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da Saúde que incluiu recomendação para este hábito no anexo IV da Portaria n° 2616 de 12 de Maio de 1998, a cerca do Programa de Controle das Infecções Hospitalares nas instituições de assistência à saúde do país (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998).O mais novo manual mostra as indicações para a execução desta prática de higienização, diferenciando-as de acordo com o uso de água e sabão (nos casos em que não apresentem sujidade visível ou contaminadas com sangue ou quaisquer outros fluídos corporais; ao começar e finalizar o turno de trabalho; antes e após o uso do banheiro; preparar refeições; manusear medicamentos e entrar em contato com paciente contaminado) e uso de preparações alcoólicas (ao começar e finalizar contato com o paciente e retirada de luvas, antes de executar condutas assistenciais e manejar dispositivos invasivos; antes de calçar luvas para inserir algum dispositivo invasivo quando este não exigir preparo cirúrgico; após risco de proximidade com fluidos corporais; quando houver troca de um sítio corporal contaminado, para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente e depois do contato com materiais inanimados e áreas adjacentes ao paciente (ANVISA, 2008).O mesmo manual editado em 1989 sugeri as seguintes etapas de desenvolvimento da prática de higienização simples das mãos: retirar jóias, pulseiras e relógios, abrir a torneira e molhar as mãos, evitando tocar na pia; evitar o uso de água excessivamente quente ou fria, com a finalidade de evitar o ressecamento da pele; adicionar em quantidade suficiente sabão líquido na palma da mão. Realizar a fricção em todo o segmento da mão abrangendo palmas, dorso, interdigitais, dorso dos dedos, polegares, polpas digitais e punhos; enxaguá-las removendo os resíduos de sabão, no sentido dos dedos para os punhos, protegendo para que as mãos ensaboadas não toquem a torneira. Para concluir, prosseguir a secagem das mesmas com papel toalha descartável, começando pelas mãos e procedendo em direção aos punhos; em seguida desprezar o papel toalha na lixeira apropriada a lixo comum. A duração da conduta é de mais ou menos 40 a 60 segundos (ANVISA, 2008).Segundo Correa et. al., (2001), na maioria das vezes, essa técnica se torna ineficaz, devido ao esquecimento de algumas etapas desse

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procedimento, pelo excesso de serviço, havendo preocupação com a quantidade e não com a qualidade dos serviços prestados, desenvolvendo assim as infecções hospitalares.De acordo com o Ministério da Saúde (MS), Infecção Hospitalar (IH) é a infecção adquirida, institucional ou nosocomial, após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares (ANVISA, 2000). Segundo David (1998) é designada pelo surgimento, após 48 horas de internação hospitalar, dizendo-se precoce as infecções que aparecem nas primeiras noventa e seis horas e tardias quando a mesma se encontrar em desenvolvimento de colonização microbiana por patógenos hospitalares.Desde a publicação da Lei do Ministério da Saúde N° 9.431, DE 06 de Janeiro de 1997, é de responsabilidade de todos os hospitais brasileiros constituírem uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), com o objetivo de elaborar o Programa de Controle de Infecções (PCI), definido como um conjunto de ações desenvolvidas e deliberadas sistematicamente. Esse programa tem como finalidade minimizar o máximo possível à ocorrência e gravidade das infecções hospitalares, beneficiando o hospital na qualidade dos serviços prestados (ANVISA, 2000). A legislação brasileira, através da RDC 50/2002, determina as ações mínimas a serem desenvolvidas visando à redução da ocorrência das infecções relacionadas à assistência a saúde e as normas e projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Essas normas reforçam a finalidade da lavagem das mãos como o ato de maior relevância na prevenção e controle das infecções em serviços de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, também tem se esforçado no preparo de diretrizes e estratégias de introdução de medidas, tendo em vista a adesão deste hábito de lavagem das mãos (BRASIL, 2007).As infecções hospitalares são as complicações que mais ocorrem em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Os índices dessas infecções nessas unidades mostram porcentagens de 25% a 30% confrontado com 5% a 10% dos pacientes de demais áreas de internação (HUDAK et. al.,

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1997).Segundo Machado (1998), a ocorrência de infecção apresentou estar diretamente relacionada à duração da própria assistência médica, a manipulação da equipe de enfermagem e a duração do paciente na unidade de terapia intensiva. De acordo com Sarria (1994), diversos fatores aumentam o número de casos de infecção nosocomial numa unidade de terapia intensiva. Há aqueles relativos ao paciente, como por exemplo, os transplantes, imunodepressões, queimaduras, choque, terapia com esteróides, etc. e aqueles relativos aos procedimentos aos quais os pacientes dessa unidade estão expostos.Além dos fatores clínicos, (feridas abertas, queimaduras, traumas e outros), técnicas terapêuticas (cateterismo vesical, cirúrgias, traqueostomias, ventilação mecânica, entre outros), as mãos dos profissionais de saúde se não forem corretamente higienizadas, podem contribuir no aumento do risco dessas infecções (SANTOS, 2008).Com relação à utilização de métodos invasivos de diagnóstico e tratamento os fatores de risco estão relacionados ao uso de cateteres, ventilação invasiva, nutrição parenteral e uso indiscriminado de antibiótico, histamina e betabloqueadores (DAVID, 1998; SALOOJEE; STTENHOFF, 2000).Estudos mostram que os tipos de infecções hospitalares mais comuns em unidades de terapia intensiva são: a sepse relacionada ao cateter vascular, sendo esta, a causa mais importante de bacteremia nosocomial correspondendo a 40% das bacteremias que ocorrem em uma UTI. Sucedendo a sepse ao cateter vascular, as infecções do trato urinário representam a segunda maior causa de infecção hospitalar, atingindo uma média de 35-45% do total das infecções, relacionadas à sondagem vesical de demora e por fim a pneumonia nosocomial, atingindo uma média de 24% das infecções em UTI, sendo parte dela relacionada à ventilação mecânica, e (PEDROSA, T.M.G, 1999).De acordo com Souza et. al., (2008), essas infecções não compõem apenas um problema de saúde pública, mas também um problema de ordem social.Para Giunta e Lacerda (2006), estão ligadas com o desenvolvimento

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social e sua forma de compreensão do processo saúde/doença.Os prejuízos dessas infecções trazem um encarecimento do atendimento, ao passo que aumenta a demanda terapêutica (gastos com antibióticos), do tempo em que o paciente fica internado no hospital e a morbimortalidade. De acordo com o Ministério da Saúde, esses custos são classificados em: custos diretos aqueles ligados aos gastos dos pacientes com infecção hospitalar; indiretos, resultantes da morbidade, como afastamento do trabalho e da vida social, sequela deixada por alguma doença ou mesmo morte e os custos intangíveis, aqueles que não podem ser avaliados economicamente, pois incluem os transtornos provocados pela dor, isolamento social, pesar e pelo sofrimento experimentado pelo paciente dentro do hospital (SILVA, 2000; CAVALCANTI; HINRICHSEN, 2004).Porém não se trata apenas de reduzir custos, mas sim, reduzir agravos aos pacientes já que uma infecção hospitalar pode ser extremamente traumática ou até mesmo fatal (FREITAS MR et. al.,1997).Na prática diária de um profissional de saúde há muitos procedimentos passíveis de contaminação das mãos necessitando o hábito da lavagem antes e após a sua realização (PITTET D et. al., 1999). Porém o que leva muitas vezes a não adesão deste simples ato de eficácia comprovada, segundo pesquisas recentes, são a ausência de motivação, carência ou inadequação de pias ou dispositivos de álcool junto aos leitos, ausência de materiais como sabão e álcool além de toalhas de papel e lixeiras, reações cutâneas devido à aplicação rotineira dos produtos recomendados, falta de tempo devido ao grande número de tarefas a serem realizadas, irresponsabilidade e falta de conhecimento a cerca da grande importância das mãos como principal veículo de transmissão de micro-organismos (NEVES ZCP et. al.,2006; OLIVEIRA AC, 2007).Com isso, diversos órgãos normatizadores mostram recomendações em relação a produtos, técnicas e frequência da higienização das mãos para serem seguidas pelos profissionais de saúde, mostrando a relação entre a adesão a esta prática e a diminuição da infecção. Porém, a adesão a esta prática continua sendo baixa, provando que essas informações não estão alcançando o seu maior objetivo, que é a

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mudança de comportamento (TIPPLE, et. al., 2007; ANVISA, 2008;).Acredita-se que para a educação acontecer de modo constante é indispensável o aperfeiçoamento permanente para que o progresso e desenvolvimento do indivíduo sejam completos, visto que a ação educativa é um método dinâmico. Assim o indivíduo terá como determinar os seus pensamentos e suas necessidades de forma inovadora (PACHECO HA, 1999).Estudos apresentaram a maior eficácia de algumas estratégias de educação para se conseguir a desejada mudança de comportamento (SANTOS, et.al., 2008).Programas de educação continuada, tais como campanhas periódicas de estímulo a prática de higienização das mãos, estimulam os profissionais de saúde a higienizar as mãos reduzindo assim os índices de infecção. Porém, a manutenção da adesão desta prática apresenta um desafio, visto que após algum tempo, os índices regressam aos patamares anteriores (SETO WH, 1995; SANTOS IBC, et. al., 1998; FÁZIO JJ, et. al., 2000).O sucesso das medidas preventivas e de controle depende da interação, da compreensão e aplicação das mesmas por toda a equipe de saúde, no exercício de suas atividades (PEREIRA MS; MORYIA TM, 1995).Porém, sabe-se que quanto maior for à aprendizagem, mais duradoura ela será tornando-se um ato de transformação na prática diária. O aprendizado deve estar em harmonia com a realidade para que haja modificação de nossos valores, conceitos e comportamentos (BERBEL, 1998).

4 METODOLOGIA

4.1 Tipos de estudo

Trata-se de um estudo observacional, descritivo, de caráter quantitativo com delineamento transversal.Para Polit, Beck e Hungler (2004, p.164), “em um estudo quantitativo o delineamento de pesquisa apresenta as estratégias que o pesquisador

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planeja adotar para desenvolver informações precisas e interpretáveis”.Ainda de acordo com Polit, Beck e Hungler (2004), a pesquisa descritiva tem como finalidade observar, descrever e documentar os aspectos da situação, e os estudos transversais envolvem coleta de dados em um ponto do tempo, onde sua principal vantagem é que são econômicos e fáceis de controlar.

4.2 Descrição da área

O estudo foi realizado na Unidade de Terapia Intensiva do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (PROCAPE) situado no bairro de Santo Amaro na cidade do Recife, do estado de Pernambuco, sendo esta uma instituição pública. O hospital dispõe de 174 leitos, caracterizando-se como hospital de grande porte e alta complexidade, apresenta uma estrutura física formada por unidades de internações especializadas em cardiologia clínica e cirúrgica pelo SUS, atendendo a população da região metropolitana do Recife, do interior do Estado de Pernambuco, bem como regiões que não dispõe desses serviços.A UTI localiza-se no sétimo andar do hospital e dispõe de 13 leitos destinados ao atendimento de pacientes adultos.Esta unidade possui uma equipe multidisciplinar que trabalha em busca da recuperação e bem estar dos pacientes sendo compostos por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, e demais membros da equipe de enfermagem.

4.3 População e Amostra

A população deste estudo foi composta por 76 sujeitos, sendo médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e fisioterapeutas. A amostra foi do tipo intencional com 50% dos sujeitos.

4.4 Critérios de inclusão/exclusãoForam considerados elegíveis todos os profissionais de saúde que estiveram de plantão e excluídos os profissionais da saúde que estavam em período de férias, licença e atestado.

4.5 Instrumentos para a coleta de dados

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Os dados foram coletados por um questionário fechado construído pelas autoras do estudo contendo perguntas referentes à higienização das mãos (APÊNDICE-A) e através da observação durante a rotina de trabalho dos profissionais de saúde que higienizaram as mãos.

4.6 Apresentação e análise dos resultados

De início, a tabulação foi feita manualmente, os dados processados em micro computador, no programa Microsoft Word 2010, apresentados quantitativamente, através de gráficos e tabelas, analisados com estatística descritiva.

4.7 Aspectos éticos e legais

No primeiro momento, o projeto foi encaminhado para o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Osvaldo Cruz (HUOC) e do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco havendo aprovação através do protocolo n° 061/11, sendo precedido do Protocolo de Pesquisa autorizando a realização da pesquisa na instituição (ANEXO A). Para a coleta dos dados os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE-B).

4.7.1 Riscos e benefícios

De acordo com a resolução 196/96 o estudo proposto incorreu em risco mínimo, visto que não foi realizado nenhum procedimento envolvendo pacientes, entretanto, trouxe inúmeros benefícios, como os de aumentar os conhecimentos científicos para a área da saúde em especial a da enfermagem.

5 RESULTADOS/DISCUSSÃO

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Participaram do estudo 38 profissionais da área de saúde, correspondendo a 50% dos funcionários da UTI, dos quais a maioria é da equipe de enfermagem e do sexo feminino. Na tabela 1 estão os resultados referentes à escolaridade e a profissão.

Tabela 1. Distribuição da caracterização do nível de escolaridade e profissão. Recife-PE, ago. e set., 2011.

Observa-se que o maior número de participantes foi de técnicos de enfermagem com 58%, seguido por enfermeiros com 26%. Dos entrevistados 53% têm curso superior completo e 16% curso superior incompleto o que demonstra uma população com ensino de 3° grau. Porém há necessidade de acrescentar o assunto em questão nas Universidades e Escolas técnicas de saúde e promover curso de atualização nas unidades de saúde, sendo essas, sugestões que podem aumentar à adesão a higienização das mãos. (MENDONÇA et. al., 2003).

Características N =38 %

Nível de instruçãoEnsino Médio Completo 12 31% Curso Superior Incompleto 06 16%Curso Superior Completo 20 53% ProfissãoEnfermeiro 10 26%Técnico em Enfermagem 22 58%Médico 01 3%Fisioterapeuta 05 13%

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Gráfico 1. Distribuição em porcentagem dos sujeitos da pesquisa, em relação as situações que higienizam as mãos. Recife-PE, ago. e set., 2011.

Analisando o gráfico 1, observa-se que 41% dos entrevistado responderam que higienizam as mãos ao realizar procedimentos com o paciente, porém a maioria esquece de lavar as mãos ao assumir o plantão, ao término do plantão e ao administrar medicações. Estes achados divergem com o estudo realizado por Mendonça, quando afirma que 66% dos enfermeiros lavaram as mãos ao entrar na unidade e que os técnicos de enfermagem, enfermeiros e fisioterapeutas realizaram o procedimento de higienizar as mãos em 100% (MENDONÇA et. al., 2007). Segundo Correa et. al., (2001), a falta de higienização das mãos muitas vezes é negligenciada pela preocupação em dar conta do serviço a todo custo, realizando procedimentos sem qualidade e assim prejudicando muitas vezes a recuperação esperada do paciente. O Manual do Ministério da Saúde (1989) tem orientações para prevenir a infecção hospitalar, mesmo assim os profissionais mantêm uma atitude passiva em relação ao assunto.

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Gráfico 2. Distribuição em porcentagem dos profissionais da equipe de saúde, em relação à higienização das mãos pela técnica básica. Recife-PE, ago. e set., 2011.

No gráfico 2, a maioria dos profissionais de saúde cerca de 66% responderam que higienizam as mãos pela técnica básica, havendo divergência entre a prática e a coleta de dados. Concluímos que não há rotina de lavar as mãos sempre que necessário. A técnica correta refere-se aos cuidados que se deve ter para remover ou reduzir micro-organismos patogênicos existentes nas mãos e evitar a sua recontaminação. Deve-se fazer uso de sabonete líquido, ensaboar as mãos por aproximadamente 40 segundos e friccionar todas as faces, espaços interdigitais, articulações, unhas e extremidades dos dedos, enxugar as mãos e fechar a torneira com papel toalha. Pesquisas apresentam fatos de que quanto maior a necessidade para higienizar as mãos menos se higieniza, principalmente quando se trata de pacientes debilitados (PESSOA-SILVA, et. al., 2005). Estudo realizado por Mendonça sobre a adesão dos profissionais de saúde em 2001, Goiânia (GO), acharam que os auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos em sua maioria lavam as mãos corretamente, porém fonoaudiólogo, fisioterapeuta, técnico de

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laboratório e técnico de RX não lavam corretamente, e que no plantão noturno prevalece a realização incorreta da técnica de lavagem da das mãos.(MENDONÇA, et. al.,2003).

Gráfico 3. Distribuição dos profissionais, quanto a retirada de jóias, relógio e unhas curtas ao higienizar as mãos. Recife-PE, ago. e set., 2011.

No gráfico 3, em relação à retirada de objetos pessoais, como, anéis, aliança, relógio e pulseira, 63% afirmaram que retiram estes objetos durante a técnica de lavagem das mãos, porém o que foi observado não justifica as respostas dos funcionários, pois ao lavar as mãos não retiraram em nenhum momento. Porém foi observado que a unha curta prevalece e é uma aliada na prevenção de acúmulo de sujidades. Para lavar as mãos na técnica se faz necessário à retirada de adornos e a manutenção de unhas curtas, atitudes que elimina o risco de contaminação. O estudo realizado por Scheidt e Carvalho (2006), 84% da amostra estudada não retirou adornos durante o plantão, com isso facilitou a proliferação de micro-organismo e aumentou o número de infecção hospitalar, faltando assim conscientização por parte dos profissionais de saúde.

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Ao perguntar sobre o tempo gasto na execução da higienização das mãos aos participantes da entrevista, todos responderam aleatoriamente desconhecendo o assunto. O Manual Lavar as mãos do Ministério da Saúde, (1989) informa que o tempo médio necessário para lavar as mãos é de 40 a 60 segundos e a fricção de cada região da mão é o suficiente para remover a microbiota transitória.De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2007), a higienização deve ocorrer antes e após qualquer contato com o cliente, seja na realização procedimentos invasivos ou não, antes de calçar a luva e após sua retirada. Pela observação realizada na unidade, os trabalhadores não estão aptos para lavar as mãos na frequência recomendada, necessitando assim, da atuação dos enfermeiros como educadores e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para melhor instruir e orientar principalmente os técnicos de laboratório, de RX e do banco de sangue que na maioria das vezes esquece de lavar as mãos ao realizar procedimentos com o paciente.

Gráfico 4. Distribuição em porcentagem dos produtos de maior aceitação pela equipe de saúde para higienizar as mãos. Recife-PE, ago. e set. 2011.

Observa-se no gráfico 4, que o produto de maior aceitação na unidade

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pesquisada foi o sabão com 55% dos resultados, seguido de clorexidina a 4% e de acordo com o guia do Centers for Disease Control and Prevention (CDC,2002) a recomendação é usar o sabão neutro e água e na ausência de pias o álcool a 70%. Nos estudos realizados por Neves, há relato de baixa adesão da higienização das mãos, mesmo na presença dos principais materiais como água e sabão (NEVES, et. al., 2006). A higienização das mãos consiste na simples lavagem das mãos utilizando água e sabão ou por meio da fricção com álcool a 70%. A aplicação de água e sabão é aconselhada quando as mãos estiverem notoriamente sujas, nos casos em que houver contato com micro-organismos formadores de esporos, após utilizar o banheiro, sendo a aplicação de soluções alcoólicas recomendado para os casos em que as mãos não apresentem sujidade visível (WORLD HEALTH ORGANIZATION; 2009).No entanto Semmelweis introduziu o sabão, escovas e ácido clorídrico na rotina hospitalar, ele trouxe medidas indispensáveis de controle em sua unidade como a higienização das mãos, isolamento dos casos e esterilização de materiais com estas medidas o índice de mortalidade das parturientes reduziu para 3% nos meses seguintes após a adesão desses cuidados básicos (FERNANDES AT, 2009).

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Gráfico 5. Fatores relacionados à baixa adesão da higienização das mãos. Recife-PE, ago. e set., 2011.

De acordo com o gráfico 5, o que leva a baixa adesão da higienização das mãos é o esquecimento com 43%, comprovando a falta de conscientização dos profissionais da saúde. A literatura aponta que as dificuldades encontradas para se prevenir a infecção hospitalar é causada pela carga excessiva de trabalho e falhas na medida de precaução como também o uso de luvas que transmite uma falsa segurança e a falta de higienização das mãos ao desprezar as luvas (GIROU E, et. al., 2004).

6 RECOMENDAÇÕES

• Reforço das instituições de ensino sobre a importância da prática de higienização das mãos durante a formação dos profissionais da área de saúde;• Educação continuada dos profissionais de saúde para que haja mudança da prática profissional e esta realidade seja revertida;

• Reduzir os índices de infecção hospitalar através do estabelecimento de normas e rotinas que favoreçam a lavagem das mãos durante as atividades laborais;

• Uso de cartazes estilizados fixados em locais estratégicos, como forma de alerta e incentivo à higienização das mãos;

• Publicação dos dados obtidos neste estudo em palestras e congressos, com a finalidade de alertar sobre o alto índice de infecção nosocomial devido à baixa adesão de higienização das mãos;

• Distribuição do número de pias ao longo dos setores a fim de facilitar o acesso á higienização das mãos garantindo assim uma maior adesão a esta prática.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo verificou objetivar a frequência da higienização das mãos e analisar a técnica utilizada pelos profissionais de saúde da UTI de um hospital público do Recife, mostrou baixa adesão à higienização das mãos, tanto prévia como posteriormente aos procedimentos de rotina realizados pela equipe, tais como: ao assumir o plantão, ao término do plantão e ao administrar medicamentos.Apesar de ser um ato tão simples e de grande importância, a higienização das mãos é e, continuará sendo um desafio para os controladores de infecção, pois a resistência dos profissionais em realizá-la permanece. Todos esses fatos remetem à reflexão sobre o compromisso, a responsabilidade e a ética desses profissionais para com o paciente e sua profissão.Embora tenham ciência dos danos que pode causar a não realização, ou não cumprimento da técnica recomendada para a higienização das mãos, tais profissionais negligenciam o direito do paciente de receber uma assistência livre de danos.Na UTI, o paciente por se encontrar debilitado, está mais exposto a agentes infecciosos e, dependentes de profissionais que garantam a sua segurança e bem-estar. Por isto é necessário incentivar as ações que possam contribuir e promover a capacitação dos profissionais, com divulgação dos resultados dos trabalhos científicos e a sensibilização da equipe multidisciplinar, visando a co-responsabilização de todos pela qualidade da assistência prestada.E assim, espera-se com este estudo, cooperar para a produção de um conhecimento que possibilite o desenvolvimento de práticas reflexivas e capazes de subsidiar uma maior compreensão e adesão ao processo de higienização das mãos, além de construir um conhecimento compartilhado.

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APÊNDICE-A:

Instrumento para coleta de dadosQuestionário sobre a Higienização das Mãos

Observação: Pode escolher mais de uma alternativa

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1. Nível de instrução: 1° grau incompleto ( ) 1° grau completo ( ) 2° grau incompleto ( ) 2° grau completo ( ) Nível superior incompleto ( ) Nível superior completo ( )

2. Profissão: __________________________________

3. Em que situações você higieniza as mãos? ( ) Ao assumir o plantão.( ) Ao término do plantão.( ) Ao administrar medicações.( ) Ao realizar algum procedimento com o paciente.

4. Você realiza a higienização das mãos pela técnica básica?

( ) Sim ( ) Não

5. Ao higienizar as mãos você retira jóias, pulseiras, relógio possui unhas curtas?

( ) Sim ( ) Não

6. Qual o tempo gasto na execução da Higienização das mãos?

( ) De 00 a 10 segundos ( ) De 10 a 20 segundos ( ) De 20 a 30 segundos ( ) De 40 a 60 segundos

7. Os profissionais de saúde estão aptos para lavar as mãos na frequência recomendada?

( ) Sim ( ) Não8. Qual produto possui maior aceitação para higienizar as mãos?( ) Clorexidina a 4% ( ) Álcool a 70%

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( ) Sabão ( ) Triclosan a 1% 9. O que leva a baixa adesão da higienização das mãos?

( ) Falta de materiais. ( ) Falta de tempo.

( ) Esquecimento. ( ) Nenhuma das alternativas. 10. O que favorece a propagação da infecção hospitalar?

( ) Falta de medicação.( ) Higienização das mãos inadequadas.( ) Administração irregular de antibiótico.( ) Todas alternativas.

APÊNDICE B:

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISATítulo do projeto: A importância da higienização das mãos por profissionais de saúde em UTI de um hospital público do Recife.Orientadora: Renata de MirandaInstituição a que pertence os pesquisadores: Faculdade São MiguelTelefone para contato: (81) 2128-2580

O objetivo do estudo proposto é investigar a importância da higienização das mãos por profissionais de saúde em UTI de um hospital público do Recife. Os dados serão coletados de maneira observacional, utilizando-se um questionário contendo perguntas fechadas. Os dados aqui coletados serão utilizados apenas para fins acadêmicos como a elaboração do Trabalho da Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem, artigos científicos e apresentações em congressos.Sua participação é voluntária, isto é, a qualquer momento você poderá recusar-se a responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não implicará em prejuízo em sua relação com o pesquisador, ou com a instituição que forneceu os seus dados.Suas respostas serão tratadas de forma sigilosa, isto é, em nenhum momento será divulgado

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o seu nome em qualquer fase do estudo. As informações coletadas serão utilizadas apenas nesta pesquisa e os resultados divulgados em eventos ou publicações científicas, porém preservando a identidade de seus participantes.Sua participação não incorrerá em nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras. O estudo se constitui em risco mínimo para a amostra como preconiza a Resolução 196/96, porém os resultados trarão inúmeros benefícios como os de aumentar os conhecimentos científicos para a área da saúde.Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo em participar do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento, sem sofrer qualquer punição ou constrangimento.

Recife, ____ de____________ de 2011.

______________________________________Entrevistado

___________________________ ____________________________ Entrevistador Entrevistador

___________________________Orientadora

____________________________ _________________________ Testemunha Testemunha

Endereços:

CEP: Rua Arnóbio Marques 310, Santo Amaro F: 31841460Josevânia Maria GomesF: (81) 88609322E-mail: [email protected]

Thalyta Lins BorbaF: (81) 88645823E-mail: [email protected]

Aloizio Soares Cardoso FilhoF: (81) 91137569E-mail: [email protected]

Renata de Miranda CorreiaF: (81) 92386646E-mail: [email protected]