Curso de Cálculo Diferencial - Prof Flaudio

Embed Size (px)

Citation preview

  • 1 Curso de Clculo Diferencial Prof. Flaudio 2014 1 APRESENTAO

    Pode-se dizer, sem exageros, que o clculo foi uma das maiores descobertas, invenes ou criaes humana! Popularmente, sua inveno atribuda ao ingls Isaac Newton. Mas, muito do clculo se deve ao alemo G. W. Leibniz e outros cientistas dos sculos XVI e XVII. Hoje, suas aplicaes abrangem, alm da Matemtica e da Fsica, praticamente todas as reas de conhecimento, tais como: Qumica, Biologia, Economia, Administrao, Logstica, Contabilidade, Finanas, Computao, Engenharia,....

    Este material uma pequena introduo a um curso de clculo que todo estudante da rea de exatas e afins deve saber. importante ressaltar que esse material no dispensa o uso de um livro de clculo.

    Ao final desse curso, gostaramos que voc fosse capaz de resolver os seguintes problemas: encontrar limites e achar derivadas das principais funes matemticas, alm de resolver algumas integrais elementares.

    A matria prima do clculo a teoria das funes e suas variaes. No entanto, para entender este curso sem grandes dificuldades, necessrio que voc saiba trabalhar com alguns tpicos de Matemtica elementar, tais como: clculo com nmeros, simplificao de expresses algbricas, geometria analtica, ... 2 DEFINIES PRELIMINARES 1. Dados dois conjuntos A e B, uma funo f de A em B (f : A B) uma regra que associa a cada elemento x A

    um nico elemento y B, denotado por y = f(x). 2. Dada uma funo f : A B, o conjunto A chamado de domnio e B chamado de contra-domnio da funo f. A

    imagem de f o subconjunto de B formado por todos os y = f(x) tal que x A. 3 TRABALHANDO COM FUNES EXEMPLOS RESOLVIDOS EXEMPLO 1

    Se f(x) = x 1

    x +1, x 1 , ento

    f(3) f(2)1+ f(3).f(2)

    igual a:

    1 1 1 1A) B) C) D) 4 5 6 7

    SOLUO

    3 1 1f(3)3 1 2= =+

    , 2 1 1f(2)2 1 3= =+

    , e portanto

    f(3) f(2)1+ f(3).f(2)

    =

    12 1

    3

    1+ 12

    .13

    =

    1676

    = 17

    Resp. D EXEMPLO 2 Seja f uma funo definida por f(x) = ax + b . Se f(1) = 6 e f(1) = 4, calcule o valor de a2 b2 . SOLUO f(1) = a + b = 6 f(1) = a + b = 4 Resolvendo esse sistema, encontramos a = 1 e b = 5. Assim, a2 b2 = 1 25 = 24. EXEMPLO 3 D o domnio da funo f(x) = x 1 , sabendo que x um nmero real. SOLUO Como x real, x 1 0, e portanto x 1. Assim, Df = {x ! / x 1} = [1, + [. 4 O GRFICO DE UMA FUNO O grfico de uma funo f : A B o conjunto formado pelos pontos (x, f(x)) onde x A. A figura a seguir ilustra o grfico de uma certa funo y = f(x), e como podemos encontrar o domnio e a imagem dessa funo a partir do seu grfico.

  • 2

    OBSERVAES 1. O grfico de uma funo interceptado apenas uma vez por qualquer reta vertical que passa por um ponto do seu

    domnio. 2. No grfico de uma funo, o domnio obtido quando projetamos este grfico sobre o eixo Ox. 3. No grfico de uma funo, a imagem obtida quando projetamos este grfico sobre o eixo Oy. 5 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Se

    f(x) = x +1

    x 2 , ento f(3)+ f(1)

    f(4)+ f(6) igual a:

    a) 117

    b) 217

    c) 417

    d) 817

    2. Uma funo f definida por f(x) = x2 + x + 1. O valor da expresso E = 2f(3) f(1)

    2f(1) :

    a) 233

    b) 253

    c) 236

    d) 256

    3. Se f(x) = x + 1

    x , x 0 ,ento 10. f(2)+ 1

    f(2)

    igual a:

    a) 23 b) 25 c) 27 d) 29

    4. Se f(x) = x +2 , x 2 , ento

    f(126)+ f(30)f(16)

    igual a:

    a) 2 b) 3 c) 4 d) 5

    DOMNIO

    I M A G E M

    y

    x

  • 3

    5. Seja f uma funo real de varivel real definida por:

    f(x) =3x para -1< x 04 para 0 < x

  • 4 7 PRINCIPAIS FUNES ELEMENTARES FUNO CONSTANTE qualquer funo do tipo f(x) = c, onde c um nmero real que no varia com x.

    O grfico de uma funo constante uma reta paralela ao eixo dos x passando pelo ponto (0, c).

    FUNO POLINOMIAL DO 1 GRAU qualquer funo do tipo f(x) = ax + b, onde a e b so nmeros reais e a 0. OBSERVAES: O grfico de uma funo do 1 grau possui as seguintes caractersticas: uma reta (para a sua construo so necessrios apenas dois pontos). intersecta o eixo das abscissas no ponto (b/a, 0). intersecta o eixo das ordenadas no ponto (0, b). se a > 0, ento f crescente. se a < 0, ento f decrescente. o conjunto imagem de uma funo real do 1 grau o conjunto dos nmeros reais. FUNO POLINOMIAL DO 2o GRAU OU FUNO QUADRTICA toda funo do tipo f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c so nmeros reais e a 0. OBSERVAES: O grfico de uma funo quadrtica possui as seguintes caractersticas: uma curva chamada parbola. intersecta o eixo das abscissas nas razes da equao f(x) = 0. intersecta o eixo das ordenadas no ponto (0, c). se a > 0, a concavidade fica voltada para cima (a funo possui um ponto de mnimo). se a < 0, a concavidade fica voltada para baixo (a funo possui um ponto de mximo).

    o vrtice o ponto

    b2a

    , 4a

    .

    se a > 0, o conjunto imagem da funo o intervalo

    4a, +

    .

    se a < 0, o conjunto imagem da funo o intervalo ,

    4a

    .

    8 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Se f uma funo do primeiro grau tal que f(10) = 29 e f(40) = 89, ento f(30) igual a:

    a) 39 b) 49 c) 59 d) 69 e) 79

    2. A figura abaixo representa a funo f(x) = ax + b. O valor de 1f3

    :

    a) 2,8 b) 2,6 c) 2,5 d) 1,8 e) 1,7

    y

    c

    x

    y

    3

    2 x

  • 5 3. Considere a funo f de R em R, dada por f(x) = ax + b, onde a e b so constantes reais. Se os pontos A(1, 3) e

    B(0, 1) pertencem ao grfico de f, ento: a) f crescente, x R.

    b) 34

    raiz da equao f(x) = 0.

    c) o ponto (10, 41) pertence ao grfico de f.

    d) f(x) < 0 se x < 14

    e) f(x) < 0 se x > 14

    4.O grfico da funo f(x) = x2 + mx + n passa pelos pontos (1, 3) e (3, 1). O valor de m n :

    a) 14 b) 14 c) 2 d) 2 e) 1

    5. Se a parbola y = ax2 + bx + c passa pelos pontos (1 , 3) , (0 , 5) e (2 , 3), ento o valor de a + b + c :

    a) 3 b) 2 c) 1 d) 2

    6. Considere uma funo do 2o grau dada por f(x) = ax2 + bx + c. Se f(1) = 10 , f(1) = 0 e f(2) = 10, ento o valor de b

    : a) 1 b) 3 c) 5 d) 7 e) 9

    7. Seja a funo quadrtica f(x) = x2 2 . Se f(p + 4) = f(p) + 4 , ento p um nmero real compreendido entre:

    a) 3 e 2 b) 2 e 1 c) 1 e 2 d) 2 e 3

    8. O conjunto Im = {y; y < p} a imagem da funo f(x) = x2 2x + 6. O valor de p : a) 7 b) 7 c) 6 d) 6

    e) 5 9 GABARITO DE 8

    1 2 3 4 5 6 7 8 d c e a a c b b

  • 6 10 LIMITES DE FUNES A noo de limite de uma funo fundamental para o estudo do clculo. Ele usado para desenvolver outras ideias importantes do clculo, tais como: continuidade, derivao e integrao. 11 INTRODUO IDEIA DE LIMITE Vamos comear desenvolvendo a ideia intuitiva de limite de uma funo y = f(x). Para entendermos essa ideia, estudaremos o comportamento da funo y = f(x) quando fazemos x se aproximar de um valor particular x = p que no pertence, necessariamente, ao domnio dessa funo. EXEMPLO PRELIMINAR Para que a nossa ideia intuitiva de limite de uma funo fique clara, consideremos a funo

    f(x) = 2x 1.x 1

    Veja que x 1. No entanto, mesmo sabendo que x no pode assumir o valor 1, queremos saber o que acontece com essa funo f(x), quando fazemos x aproximar-se de 1. Para isso, vamos determinar: a) f(0) b) f(0,5) c) f(0,9) d) f(0,99) e) f(0,999) f) f(0,9999) g) f(0,99999) h) f(1,5) i) f(1,1) j) f(1,01) k) f(1,001) l) f(1,0001) m) f(1,00001) n) f(1,000001) 12 DEFINIO INTUITIVA DE LIMITE

    Dada uma funo y = f(x) e um nmero real p, intuitivamente, dizer que o limite de f(x), quando x tende a p, igual a L, que simbolicamente, se escreve

    x plim f(x) L

    =

    significa que f(x) fica arbitrariamente prximo de L, para todos os valores de x suficientemente prximos de p. 13 DEFINIO FORMAL DE LIMITE Considere um intervalo aberto, p ! com p , e seja f uma funo definida em . Dizemos que o limite de f(x), quando x tende a p L, e escrito como

    lim

    xpf(x) = L

    se dado > 0 qualquer, existe um > 0, tal que se 0 < |x p| < ento |f(x) L| < . 14 PROPRIEDADES OPERATRIAS DOS LIMITES Apresentamos a seguir, sem as demonstraes, as principais propriedades operatrias dos limites. P1

    lim

    xpc = c , onde c um nmero real qualquer.

    P2

    lim

    xpx = p .

    P3

    lim

    xp(mx +n) = mp +n .

    P4 Se 1x p

    lim f(x) L

    = e 2x plim g(x) L

    = , ento 1 2x plim [f(x) g(x)] L L

    = .

  • 7 P5 Se 1x p

    lim f(x) L

    = e 2x plim g(x) L

    = , ento 1 2x plim [f(x).g(x)] L .L

    = .

    P6 Se 1x plim f(x) L

    = e 2x plim g(x) L

    = , ento 1x p 2

    Lf(x)limg(x) L

    = , se 2L 0.

    P7 Se

    x plim f(x) L

    = e n for um inteiro positivo qualquer, ento n nx plim [f(x)] L

    =

    P8 Se

    x plim f(x) L

    = e n for um inteiro positivo qualquer, ento nnx plim f(x) L

    = , com a condio de que se n for

    par, L 0. 15 CALCULANDO LIMITES EXEMPLOS RESOLVIDOS

    No existe uma tcnica nica e especfica para se calcular limites de funes. A seguir apresentaremos alguns truques que facilitaro esses clculos. importante que voc esteja atento! EXEMPLO 1

    Encontrar 2

    x 11

    x 121limx 11 +

    .

    SOLUO

    O truque : fatore x2 121 e obtenha: 2

    x 11

    x 121lim 22x 11 = +

    .

    EXEMPLO 2 Encontrar 2

    x 2lim (3x 4x 5)

    + .

    SOLUO Este no tem truque! Basta substituir x por 2. Assim, 2

    x 2lim (3x 4x 5)

    + = 12 8 + 5 = 9.

    EXEMPLO 3

    Encontrar 2

    3x 1

    x 4lim3x 6

    +

    .

    SOLUO

    Este tambm muito fcil! Troque x por 1. A resposta 13

    .

    EXEMPLO 4

    Encontrar 2

    3x 2

    4x 9lim .2x 3

    +

    SOLUO

    Este idntico ao exemplo 1, fatore 4x2 9 e obtenha: 2

    3x 2

    4x 9lim 6.2x 3

    = +

    EXEMPLO 5

    Encontrar x 4

    x 2limx 4

    .

    1 SOLUO Mesma ideia do exemplo 1. Basta fatorar!

    Ateno!

    a2 b2 = (a + b)(a b)

  • 8

    x 4 x 4 x 4

    x 2 x 2 1 1lim lim limx 4 4( x 2)( x 2) x 2 = = = + +

    2 SOLUO Veja que podemos racionalizar o numerador dessa expresso!

    x 4 x 4 x 4 x 4

    x 2 ( x 2)( x 2) x 4 1 1lim lim lim limx 4 4(x 4)( x 2) (x 4)( x 2) x 2 + = = = = + + +

    3 SOLUO Esse merece mais uma soluo! Podemos fazer uma mudana de varivel! Faa x k= e veja que x 4 equivale a k 2. Assim,

    2x 4 k 2 x 2

    x 2 k 2 k 2 1lim lim limx 4 (k 2)(k 2) 4k 4 = = = +

    EXEMPLO 6

    Encontrar 3

    x 2

    x 8limx 2

    .

    1 SOLUO Ainda fatorando!

    3 2

    x 2 x 2

    x 8 (x 2)(x 2x 4)lim lim 12x 2 x 2 + += =

    .

    2 SOLUO Usando diviso de polinmios. Fica mais rpido usar o dispositivo prtico de Briot-Ruffini. Divida x3 8 por x 2 e obtenha x2 + 2x + 4, a s substituir x por 2. EXEMPLO 7

    Encontrar 3

    x 0

    x 1 1limx+ .

    SOLUO Faa 3 x 1 k+ = e veja que x 0 equivale k 1. Assim,

    3

    3 2x 0 k 1 k 1

    x 1 1 k 1 k 1 1lim lim limx 3k 1 (k 1)(k k 1) + = = =

    + +.

    EXEMPLO 8

    Encontrar 2

    2x 2

    x x 6limx 5x 14

    .

    1 SOLUO Esse bom! O truque continua sendo: fatore o numerador e o denominador e obtenha:

    .

    2

    2x 2 x 2 x 2

    x x 6 (x 2)(x 3) x 3 5lim lim lim(x 2)(x 7) x 7 9x 5x 14

    + = = =+

    Ateno!

    ax2 + bx + c = a(x x1)(x x2), onde x1 e x2 so as razes da equao ax2 + bx + c = 0.

    Ateno!

    a3 b3 = (a b)(a2 + ab + b2)

    a3 + b3 = (a + b)(a2 ab + b2)

  • 9 2 SOLUO Voc tambm pode usar diviso de polinmios. Veja que x = 2 raiz do numerador e do denominador. Assim, dividindo o numerador e o denominador por x + 2, encontramos x 3 e x 7, respectivamente. Portanto,

    2

    2x 2 x 2

    x x 6 x 3 5lim limx 7 9x 5x 14

    = =

    .

    EXEMPLO 9

    Encontrar 3 2

    3 2x 4

    2x 11x 10x 8lim3x 17x 16x 16

    + + + +

    .

    SOLUO Use diviso de polinmios.

    3 2 2

    3 2 2x 4 x 4

    2x 11x 10x 8 2x 3x 2 3lim lim .43x 17x 16x 16 3x 5x 4

    + + = = + +

    16 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Encontre os limites a seguir:

    2

    x 2

    2

    1x3

    x 4a) limx 2

    9x 1b) lim3x 1

    +

    2

    3x4

    3

    x 3

    16x 9c) lim4x 3

    x 27d) limx 3

    +

    3

    x 2

    x 8e) limx 2

    ++

    2

    x 3

    2

    2x 4

    9 xf ) limx 3

    x 3x 4g) limx 5x 4

    +

    2

    2x 1

    x 4x 5h) limx 1+

    2

    321x

    2

    2

    3x 2

    4x 4x 3i) lim4x 1

    x 3x 4j) limx 1

    +

    + ++

  • 10

    3x 3

    x 1

    5 2xk) lim5 x

    x 1l) limx 1

    +

    x 0

    x 0

    2

    2x 1

    3 2

    3 2x 3

    3 2

    2x 2

    2

    3 2x 1

    9 x 3m) limx

    1 1 xn) limx

    2x x 3o) lim3x 8x 5

    2x 5x 2x 3p) lim4x 13x 4x 3

    x x x 10q) limx 3x 2

    2x x 3r) limx 2x 6x 5

    +

    + +

    +

    ++ +

    + + +

    2. O valor do lim

    x0

    x + a ax

    (a)

    1a

    (b) a (c)

    12 a

    (d) 2 a (e) 0

    3. O valor do limite limx4

    x 2x 4

    ,

    (a) 14

    (b) 12

    (c) 0 (d) 14

    (e) 12

    4. O valor do limite lim

    x2

    1x 1

    2x2 4

    ,

    (a) 18

    (b) 116

    (c) 0 (d) 1

    16 (e)

    18

    5. Determine limx1

    3x3 5x2 + x +1

    2x3 3x2 +1

    (a) 1 (b) c) e d) 34

    e) 43

  • 11

    6. Calcule: lim

    x0

    1+ 2x 1 2xx

    (a) (b) 0 c) 1 d) 2 e) +

    7. O valor de limx2

    x 23x 53 1

    :

    a)1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

    8. O valor de limx1

    3x3 4x2 x + 2

    2x3 3x2 +1

    (a) 23

    (b) 53

    c) 35

    d) 32

    e) 2

    17 GABARITO DE 16 1. a) 4 b) 2 c) 6 d) 27 e) 12 f) 6

    g) 53

    h) 3 i) 23 j)

    143

    k) 12

    l) 12

    m) 16

    n) 12

    o) 52

    p) 1117

    q) 15 r) 1

    2. c 3. d 4. b 5. e 6. d 7. a 8. b 18 LIMITES LATERAIS

    Em todos os exemplos anteriores, quando falamos em x plim f(x)

    , no fazemos restries sobre como x se

    aproxima de p. Ou seja, x se aproxima de p, tanto pela direita, isto , os valores de x so menores que p, quanto pela esquerda, os valores de x so maiores que p. No entanto, para algumas funes, podem ocorrer certas restries para x, que vamos abordar a seguir.

    EXEMPLO 1 Considere a funo f(x) = x 2 . Como x 2, no faz sentido x se aproximar de 2 pelo lado esquerdo, e portanto

    x 2lim x 2

    no possui significado.

    Precisamos definir um novo limite, que chamaremos de limite lateral. Para entendermos melhor esse caso, vamos fazer x se aproximar de 2, com valores maiores do que 2. Neste

    caso, dizemos que x tende a 2 pela direita, e escrevemos x 2+ . Veja que quando x tende a 2 pela direita, a funo f(x) = x 2 tende a zero. Vamos representar isto da seguinte forma:

    x 2 x 2lim f(x) lim x 2 0

    + + = =

    Que lemos: limite de f(x) quando x tende a 2 pela direita, igual a zero.

    EXEMPLO 2 De forma anloga, considerando a funo f(x) = 2 x , veja que s podemos falar no limite de f(x) quando x se aproxima de 2 pela esquerda, e representaremos da seguinte forma:

    x 2 x 2lim f(x) lim 2 x 0

    = =

    Que lemos: limite de f(x) quando x tende a 2 pela esquerda, igual a zero.

  • 12 EXEMPLO 3

    Considere a funo f(x) = | x |x

    , x 0. Podemos fazer x se aproximar de zero tanto pela direita quanto pela esquerda.

    Mas, agora temos uma nova situao. Veja que

    x 0lim f(x) 1

    += e

    x 0lim f(x) 1

    = .

    Neste exemplo, apesar de existirem os dois limites laterais, direita e esquerda, eles so diferentes. Quando isto acontece, dizemos que o

    x 0lim f(x)

    no existe.

    Na verdade, temos PROPRIEDADE:

    x plim f(x) L

    = se, e somente se x p x plim f(x) = lim f(x) = L

    + .

    19 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Em cada caso a seguir, ache o limite indicado, se existir.

    a)x 4 se x 4

    f(x)4 x se x 4+

    = >

    x 4

    x 4

    x 4

    lim f(x)

    lim f(x)

    lim f(x)

    +

    b)2 se x 0

    f(x) 1 se x 03 se x 0

    x 0

    x 0

    x 0

    lim f(x)

    lim f(x)

    lim f(x)

    +

    c)2x se x 2f(x)

    8 2x se x 2

    = >

    x 2

    x 2

    x 2

    lim f(x)

    lim f(x)

    lim f(x)

    +

    d)2x 3 se x 1

    f(x) 2 se x 17 2x se x 1

    +

    x 1

    x 1

    x 1

    lim f(x)

    lim f(x)

    lim f(x)

    +

    e)3x 1 se x 1

    f(x)3 x se x 1

    = >

    x 1

    x 1

    x 1

    lim f(x)

    lim f(x)

    lim f(x)

    +

    2. Calcular ( )x 1lim f x

    , se existir, sendo ( )2

    x 1, se x 12f x

    x , se x 1

    + >=

    =

  • 13

    4. Calcular ( )x 1lim f x

    , se existir, sendo ( ) 4, se x 1f x6, se x 1

    = =

    .

    5. Dada ( )2x , se x 0

    f x x , se x 02

    , calcule ( )x 0lim f x

    , se existir.

    6. Calcule se existir:

    a) ( )x 0lim f x

    , se ( )22x 1, se x 0f x

    2x 1, se x 0

    b) ( )x 0lim f x

    , se ( ) 2, se x 0f x2, se x 0

    >=

  • 14 21 LIMITES INFINITOS E LIMITES NO INFINITO

    Considere a funo f(x) = 1x

    , x 0. Inicialmente, vamos fazer x se aproximar de zero pela direita e depois

    pela esquerda. Com isso, estamos interessados em saber qual o significado dos dois limites:

    x 0

    1limx+

    e x 0

    1limx

    Em seguida, vamos fazer x ir para o mais infinito, ou seja queremos que x fique cada vez maior, e depois

    vamos fazer x ir para o menos infinito. Com isso, estamos interessados em saber qual o significado dos dois limites:

    x

    1limx+

    e x

    1limx

    Vamos fazer tabelas para entender, intuitivamente, o significado desses limites.

    Agora, vamos definir, intuitivamente, que:

    x 0

    1limx+= +

    x 0

    1limx=

    x

    1lim 0x+= V

    x

    1lim 0x=

    claro que tambm podemos concluir, pelas ideias intuitivas acima, que:

    x f(x) =

    0,1 10 0,01 100 0,001 1000

    0,0001 10000 0,00001 100000

    0,000001 1000000 0,0000001 10000000

    0 +

    TABELA 1

    x f(x) =

    0,1 10 0,01 100

    0,001 1000 0,0001 10000

    0,00001 100000 0,000001 1000000 0,0000001 10000000

    0

    TABELA 2

    x f(x) =

    10 0,1 100 0,01 1000 0,001

    10000 0,0001 100000 0,00001 1000000 0,000001

    10000000 0,0000001 + 0

    TABELA 3

    x f(x) =

    10 0,1 100 0,01

    1000 0,001 10000 0,0001 100000 0,00001

    1000000 0,000001 10000000 0,0000001

    0

    TABELA 4

  • 15 Se n for um inteiro positivo qualquer, ento:

    V nx 0

    1limx+

    = +

    V nx 0

    se n for par1lim se n for mparx

    +=

    V nx

    1lim 0x+

    =

    V nx

    1lim 0x

    =

    De um modo geral, podemos definir, intuitivamente que:

    X Se ( )x alim f x 0

    = e, quando x a , f(x) assume valores positivos para x a , ento

    x a

    1limf(x)

    = + .

    X Se ( )

    x alim f x 0

    = e, quando x a , f(x) assume valores negativos para x a , ento

    x a

    1limf(x)

    = .

    22 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Encontre os limites a seguir:

    a) x 1

    3limx 1

    b) x 2

    2limx 2+

    c) x 5

    1limx 5+

    d)x 2

    x 2limx 2++

    e) 2x 1

    1limx 2x 1 +

    f) 1x2

    1 2xlim1 2x+

    +

  • 16

    2x 2

    2x 4

    2

    3 2x 0

    3x5

    x 2g) limx 4

    2xh) lim16 x

    x 5i) lim2x 3x

    1j) lim5x 3

    +

    +

    +

    3

    2 3x 0

    3 2

    2x 1

    2 4xk) lim5x 3x

    2x 5xl) limx 1

    +

    +

    2

    2x

    2x

    2x

    3x 2x 5m) limx 4

    4x 3n) lim5x x 1

    3x 4o) lim2x 5

    +

    +

    + +

    +

    +

    2x

    3x 4p) lim2x 5

    +

    2

    x

    2

    x

    4 2

    4x

    x 4q) limx 4

    x 2x 3r) limx 5

    3x 7x 2s) lim2x 1

    +

    +

    ++

    ++

    ++

    3

    2x

    x 2xt) lim2x 3+ +

    2

    x

    4

    2x

    23

    x

    2 xu) limx 3

    3x x 1v) limx 5

    8 xx) limx(x 1)

    +

    +

    +

    + +

    ++

  • 17

    2. Resolvendo

    limx

    4x3 4x2 + 5

    6x3 + 3x 7 , encontramos:

    a) + b) c) 0 d) 23

    e) 4

    23 GABARITO DE 22 1. a) b) c) + d) + e) +

    f) g) + h) i) + j)

    k) + l) m) 3 n) 0 o) 3 2

    2

    p) 3 2

    2 q) 1 r) 1 s)

    32

    t)

    u) + v) + x) 1

    2. d

    24 ASSNTOTA VERTICAL

    A reta x = a ser uma assntota vertical do grfico da funo y = f(x), se pelo menos uma das afirmativas a seguir for verdadeira:

    (i) ( )x alim f x

    += + (ii) ( )

    x alim f x

    +=

    (iii) ( )x alim f x

    = + (iv) ( )

    x alim f x

    =

    25 ASSNTOTA HORIZONTAL A reta y = b uma assntota horizontal do grfico da funo y = f(x), se pelo menos uma das afirmativas a

    seguir for verdadeira:

    (i) ( )xlim f x b+

    = e f(x) b quando x +;

    (ii) ( )xlim f x b

    = e f(x) b quando x .

    26 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Nos exerccios a seguir, ache as assntotas horizontais e verticais e em seguida faa um esboo do grfico de

    cada funo.

    x 8a) f(x)x 4

    3x 2b) f(x)x 2

    +=

    =

  • 18

    2

    2x 5c) f(x)x 1

    4x 3d) f(x)2x 5

    1e) f(x) 1x

    =+

    +=+

    =

    f) f(x) = 1(x 1).(x 6)

    g) f(x) = 5x2

    x2 4

    h) f(x) = 2x2

    x2 1

    i) f(x) = 2x2 x 6

    j) f(x) = 1x2 3x + 2

    k) f(x) = 1

    x2 4

    l) f(x) = 1

    x2 1

    27 A FUNO EXPONENCIAL Seja a um nmero real positivo e diferente de 1. A funo f : R R+

    dada por f(x) = ax chamada de funo exponencial de base a.

    Os exemplos mais simples de funes exponenciais so: xf(x) 2= e x1f(x)

    2 =

    .

    Nas figuras a seguir, esto os grficos das funes xf(x) 2= (Figura 1) e x1f(x)

    2 =

    (Figura 2).

    FIGURA 1 FIGURA 2

  • 19 De um modo intuitivo, observando esses grficos, fcil perceber que: x

    xlim 2+

    = + , xxlim 2 0

    = ,

    x

    x

    1lim 02+

    = e

    x

    x

    1lim2

    = + .

    De um modo geral, vamos admitir que o grfico de toda funo dada por xf(x) a= , com a > 1, comporta-se

    da mesma forma que o grfico da funo xf(x) 2= , esboado na figura 1, enquanto que o grfico de toda funo da

    forma xf(x) a= , com 0 < a < 1, comporta-se de forma idntica ao grfico da funo x1f(x)

    2 =

    , esboado na figura

    2.

    Alm disso, vamos assumir que se, 0 < a 1, ento limxp

    af(x) = alim

    xpf(x)

    para todo nmero real p, desde que

    lim

    xpf(x) exista.

    28 O NMERO DE EULER

    Um dos nmeros mais importantes da Matemtica conhecido como nmero de Euler (pronuncia-se: iler). Esse nmero representado pela letra e, a base do que vamos chamar de Funo Exponencial Natural e tambm a base dos logaritmos naturais.

    Considere a funo x1f(x) 1 ,x 0 e x 1.

    x = +

    Vamos atribuir alguns valores a x e em seguida, com a

    ajuda de uma calculadora, calcular o y correspondente. Temos ento a seguinte tabela:

    x x1y 1

    x = +

    100 2,70481382... 1.000 2,71692393...

    10.000 2,71814592... 100.000 2,71826823...

    1.000.000 2,71828046... 10.000.000 2,71828169...

    100.000.000 2,71828181...

    De um modo intuitivo, observando esta tabela, percebemos que tomando os valores de x muito grande, ou seja, fazendo x tender a mais infinito, o valor de y tende ao nmero 2,7182818....

    Usando a linguagem dos limites, podemos demonstrar que x

    x

    1lim 1 2,71828182...x+

    + = .

    Vamos definir o nmero de Euler como sendo o

    limx+

    1+ 1x

    x. Assim,

    x

    x

    1e lim 1 2,71828182...x+

    = + = .

    Queremos deixar bem claro que isto apenas uma ideia intuitiva. Existe muito a se fazer, e para se ter um

    estudo mais completo sobre o nmero e, faltam muitas coisas. Dentre elas, a mais importante provar que tal nmero realmente existe. Outra, seria provar que e irracional. Mas, no este o nosso propsito aqui.

    interessante observar que na funo x1f(x) 1 ,x 0 e x 1

    x = +

    , quando x tende a menos infinito, f(x)

    continua se aproximando do nmero e = 2,718282....

  • 20

    A figura 3 a seguir, mostra o esboo do grfico da funo f(x) = 1+ 1

    x

    x,x 0 e x 1 .

    29 A FUNO LOGARTMICA

    Seja a um nmero real positivo e diferente de 1. A funo f : R+* R dada por f(x) = loga x chamada de

    funo logartmica de base a. A funo logartmica, assim como a funo exponencial so funes bijetivas e uma a inversa da outra. Nas figuras a seguir, esto representados os grficos das funes f(x) = log2 x (Figura 4) e 1

    2

    f(x) log x=

    (Figura 5).

    De uma forma intuitiva, observe que 2x

    lim log x+

    = + , 2x 0lim log x

    += , 1x

    2

    lim log x+

    = e 1x 0 2

    lim log x+

    = + .

    De um modo geral, vamos assumir que o grfico de toda funo logartmica dada por af(x) log x= , com a >

    1, comporta-se da mesma forma que o grfico da funo 2f(x) log x= , esboada na figura 4, enquanto que o grfico de toda funo logartmica dada por af(x) log x= , com 0 < a < 1, comporta-se de forma idntica ao grfico da funo

    12

    f(x) log x= , esboado na figura 5.

    Alm disso, vamos assumir que se 0 < a 1, ento limxp

    loga f(x) = loga limxpf(x)

    , desde que lim

    xpf(x) exista

    e seja positivo.

    FIGURA 3

    FIGURA 4 FIGURA 5

  • 21 Ateno! A funo f : R R+

    definida por xf(x) e= chamada de funo exponencial natural.

    A funo f : R+ ! definida por f(x) = lnx, onde lnx representa o logaritmo de x na base e, chamada de funo

    logartmica natural. 30 EXERCCIOS PROPOSTOS 1.Encontre os limites a seguir:

    a) limx

    13

    x

    b) limx+

    (0,3)x

    c) limx0

    23x+2x1

    d) limx1

    12

    1x2

    x1

    e) limx1

    3x1x 1

    f) limx2

    log2x2 4x 2

    g) limx+

    log5 x

    h) limx0+

    log0,1x

    i) limx3

    log 6x + 24x + 3

    j) limx+

    1+ 1x

    3x

    k) limx

    1+ 3x

    x

    l) limx

    1+ 1x

    x+2

    m) lim

    x+1+ t

    x

    x

  • 22

    n) limxe2

    lnx

    o) limx0+

    lnx

    2. Mostre que lim

    x0(1+ x)

    1x = e.

    3. Mostre que lim

    x0

    ex 1x

    = 1.

    4. Mostre que se a > 0, ento x

    x 0

    a 1lim lnax = .

    5. Calcular:

    a) x

    x 0

    2 1lim4x

    b) limx0

    1+ 2x( )1x

    c)

    2x

    x 0

    xlim 12

    +

    d) ( )4x

    x 0lim 1 4x

    +

    e) 2x

    x 0

    e 1limx

    f) 2x

    x 0

    2 1lim4x

    6. Dada a funo

    f(x) = 10x + 5, se x log2

    2, se x = log2

    , ento, o valor de

    lim

    xlog2f(x) igual a:

    a) 7 b) 2 c) 5.log2 d) log2 e) 8

    7. O valor de

    limx

    1+ 3x

    x :

    a) e3 b) e1 c) e d) e2 e) e3

    8. Calcule lim

    x0

    e5x 1x

    a) e5 b) 0 c) e d) 1 e) 5

    9. Calcule

    limx+

    [log(x +1) logx]

    a) + b) 0 c) 1 d) 1 e)

  • 23 31 GABARITO DE 30 1. a) b) 0 c)

    14

    d) 4 e) 9

    f) 2 g) h) i) log 43 j) e

    3

    k) e3 l) e m) et n) 2 o)

    5. a) ln24

    b) e2 c) e d) e16 e) 2

    f) ln22

    6. a 7. e 8. e 9. b 32 O TEOREMA DO CONFRONTO (TEOREMA DO SANDUCHE) Sejam f, g e h funes com o mesmo domnio D e f(x) g(x) h(x) para todo x em D. Se p um nmero real, no necessariamente em D, tal que

    x p x plim f(x) lim h(x) L

    = = , ento x plim g(x) L.

    =

    EXEMPLO 1

    Calcular x 0

    1lim x.cosx

    .

    SOLUO

    Para calcular este limite, lembre-se que 1 cos 1 qualquer que seja . Assim, 11 cos 1x

    e 1x x.cos xx

    .

    Agora, como x 0 x 0lim ( x) lim x 0

    = = , pelo teorema do sanduche, x 0

    1lim x.cos 0.x=

    EXEMPLO 2

    Admita que f(x) uma funo que satisfaz a seguinte condio: 2 2x x1 f(x) 14 2

    + para todo x 0. Nestas

    condies, determine x 0lim f(x)

    .

    SOLUO

    Veja que 2

    x 0

    xlim 1 14

    =

    e 2

    x 0

    xlim 1 12

    + =

    , ento pelo teorema do sanduiche, x 0lim f(x) 1

    = .

    33 LIMITE TRIGONOMTRICO FUNDAMENTAL

    lim0

    sen

    = 1

    A figura 6 mostra o grfico da funo senxf(x)x

    = , com x pertencente ao intervalo [10, 10]. Observe, no grfico, que

    enquanto x tende a zero, senxx

    tende a 1.

    +

    +

  • 24

    Ateno! No que segue, vamos admitir que as funes seno e cosseno so tais que

    limxp

    senx = senp e

    limxp

    cosx = cosp para todo nmero real p.

    Agora, estamos em condies de provar que lim0

    sen

    = 1.

    Na nossa demonstrao, vamos supor que > 0, isto suficiente, pois como a funo f() = sen

    uma

    funo par, o limite para < 0 ter o mesmo valor. Sendo assim, observe a figura 7 a seguir: nela temos uma circunferncia de centro na origem do plano cartesiano e raio igual a 1.

    Veja que a rea do tringulo OAC menor que a rea do setor circular OBC, a qual menor que a rea do tringulo OBD, isto ,

    OA AC raio h OB BD2 2 2 < sen

    > 1

    cos

    1

    cos< sen

    < cos

    Agora, como , ento pelo teorema do sanduche .

    Como queramos demonstrar. EXEMPLO 1

    Agora, vamos mostrar que lim0

    cos 1

    = 0 .

    Para tanto, veja que:

    lim0

    cos 1

    = lim0

    (cos 1)(cos +1)(cos +1)

    = lim0

    cos2 1h(cos +1)

    = lim0

    sen2(cos +1)

    = lim0

    1cos +1

    .sen

    .sen = 12

    .1.0 = 0

    EXEMPLO 2

    Calcular 2

    2x 0

    tg xlimx

    2

    2 22

    2 2 2 2 2x 0 x 0 x 0 x 0

    sen xtg x sen x senx senx 1cos xlim lim lim lim . . 1.1.1 1

    x xx x x .cos x cos x = = = = =

    34 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Use o teorema do sanduche para achar os limites a seguir:

    x 0

    1a) lim x.senx

    x 1b) lim f(x)

    , sabendo que 2| f(x) 2 | 3(x 1)

    lim0

    cos = lim0

    1cos

    = 1 lim0

    sen

    = 1

  • 26 2. Encontre os limites a seguir:

    a) limx0

    sen3x5x

    b) limx0+

    xsen 3x

    c) limx0

    sen2xsen6x

    d) limx0

    tg6x2x

    e) limx0

    senx3

    senx2

    3. O valor do limite lim

    x0

    sen52x

    4x5

    a) 1 b) 3 c) 4 d) 6 e) 8

    4. Sendo lim

    x0

    senxx

    = 1 , o valor de

    limx0

    x2sen(2x)3

    x

    igual a:

    a) 23 b) e c) 3 d) 2 2 e) 3e

    2 35 GABARITO DE 34 1. a) 0 b) 2

    2. a) 35

    b) 0 c) 13

    d) 3 e) 0

    3. e 4. a 36 CONTINUIDADE

    Geometricamente falando, dizemos que uma funo y = f(x) contnua quando podemos desenhar o seu grfico numa folha de papel sem tirar a ponta do lpis dessa folha. Ou seja, quando no h saltos ou rompimentos nesse grfico.

    De um modo mais formal, dizemos que uma funo f contnua em p se, e somente se as seguintes condies forem satisfeitas: (i) f(p) existe; (ii)

    x plim f(x)

    existe;

    (iii)x plim f(x) f(p).

    =

    Se uma ou mais de uma dessas condies no forem verificadas em p, a funo f ser descontnua em p.

    De um modo geral, dizemos que uma funo f contnua em todo seu domnio Df, se f contnua em cada x Df. Alm disso, no que segue, admitiremos que: Toda funo polinomial contnua. Toda funo racional contnua em seu domnio. Todas as funes trigonomtricas e suas respectivas inversas so contnuas em seus respectivos domnios. V As funes exponenciais e as funes logartmicas so contnuas em seus respectivos domnios.

  • 27 Isso quer dizer que, dada uma funo f : AB e um nmero real p, se f contnua em x = p, ento

    x plim f(x) f(p).

    =

    37 EXERCCIOS PROPOSTOS

    1. Dada a funo definida por

    f x( ) =x2 2x +1

    x 1, se x 1

    logk, se x = 1

    . Determine o valor de k de modo que f seja contnua

    em todo o seu domnio. 38 GABARITO DE 37 1. k = 1 39 A DERIVADA DE UMA FUNO Dada a funo real y = f(x), se

    limxa

    f(x) f(a)x a

    existir, ele chamado derivada de f em x = a. Indicamos a derivada de

    f em x = a por f '(a) . (leia: f linha de a). Assim, definimos:

    f '(a) = lim

    xa

    f(x) f(a)x a

    A funo que a cada real x associa a derivada f '(x) , definida nos pontos onde existe a derivada, chamada funo derivada de f. Para obter f '(x) aplicamos a definio acima calculando f '(a) e depois trocamos a por x. 40 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Dada f(x) = 6x +1, calcule a derivada de f em x = 2.

    2. Dada ( ) 2f x x 1= + , calcule: a) f '(1) b) f '(5) 3. Obtenha a funo derivada de f(x) = x

    2 +1 , x ! .

    4. Obtenha a funo derivada de f(x) = x

    2, x ! .

    5. Obtenha a funo derivada de f(x) = 1

    x, x !* .

    6. Prove que, se a) ( )f x c= , x ! , onde c uma constante real qualquer, ento f '(x) = 0 . b) f(x) = x , x ! , ento ( )f ' x 1= . c) ( ) nf x x= , nQ , x ! , ento ( ) n 1f ' x n x = . d) f(x) = c g(x) , x ! , ento f '(x) = c g'(x) . 41 GABARITO DE 40 1. 6 2. a) 2 b) 10 3. 2x 4.

    12

    5.

    1x2

  • 28 42 PROPRIEDADES OPERATRIAS DAS DERIVADAS P1. (Regra da soma/diferena) Se h(x) = f(x) g(x) h'(x) = f '(x) g'(x) . P2. (Regra do produto) Se h(x) = f(x) g(x) h'(x) = f '(x) g(x)+ f(x) g'(x) .

    P3. (Regra do quociente) Se

    h(x) = f(x)g(x)

    h'(x) = f '(x) g(x) f(x) g'(x)

    g(x) 2

    .

    P4. (Regra da potncia) Se f(x) = [g(x)]n, nQ f '(x) = n[g(x)]n1 g'(x).

    P5. (Regra da cadeia) Se h(x) = f(g(x)) h'(x) = f '(g(x)) g'(x) 43 OUTRAS NOTAES PARA A DERIVADA DE UMA FUNO Sendo y = f(x) uma funo, muito comum usarmos as seguintes representaes para a derivada da funo f.

    f '(x) = dy

    dx= y' = Dxy

    44 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Usando as propriedades das derivadas, ache a derivada de cada funo a seguir: a) f(x) = x28 b) f(x) = 5x3 7x2 + 2x 3 c) f(x) = 5(x4 + 3x7)

    d) f(x)= 1x27

    e) f(x)= x

    f) f(x)= 1x

    g) f(x) = x2

    4+ 4

    x2

    h) f(x) = 4x2

    3x4

    1 12 21i) f(x) 2x x

    2

    =

    j) f(x) = x

    2 4x + 4x 1

    2 3

    4 2

    k) f(x) (3x 4).(4x x 1)

    l) f(x) (x 2x).(4x 2x 5)

    = +

    = + +

  • 29

    m) f(x) = x3 +1

    x3 1

    n) f(x) = x2

    x3 + 8

    o) f(x) = (2x3 3x + 7)4

    p) f(x) = (4x4 4x2 +1)1

    3

    q) f(x) = x3 +13

    r) f(x)=(x2 + 4)2

    s) f(x) = (x4 x)3

    2. Dada ( )2x xf x 14 2

    = + + , calcule a derivada de f nos pontos:

    a) x = 0 b) x = 2 c) x = 2

    45 GABARITO DE 44 1. a) 28x27 b) 15x2 14x + 2 c) 5(4x

    3 + 21x6) d) 27x28

    e) 12

    x 1

    2 f) 12

    x3

    2 g) x2 8x3 h) 8x3 +12x5

    i) x 1

    2 + 14

    x3

    2 j)

    x2 2x(x 1)2

    k) 60x4 39x2 6x 4

    l) 24x5 +10x4 + 20x3 24x2 8x 10 m)

    6x2

    (x3 1)2 n)

    x4 +16x(x3 + 8)2

    o) 4(2x3 3x + 7)3.(6x2 3) p)

    1

    3(4x4 4x2 +1)

    43 .(16x3 8x)

    q) x2.(x3 +1)

    23 r) 4x(x

    2 + 4)3 s) 3(x4 x)4.(4x3 1)

    2. a) 12

    b) 32

    c) 1

    2

    46 FUNO IMPLCITA De um modo geral, a equao F(x, y) = 0 define y como uma funo implcita de x. EXEMPLO

    A equao x2 + y2 = 1 define, implicitamente, y como uma funo a dois valores: y = 1 x

    2 . Ou seja, temos duas

    funes f1(x) = 1 x2 e f2(x) = 1 x

    2 , definidas implicitamente pela equao x2 + y2 = 1.

  • 30 47 DERIVAO IMPLCITA

    Dada a equao F(x, y) = 0, para acharmos a derivada y ' = dy

    dx no necessrio tirar o valor de y e derivar. Na

    verdade, vamos derivar a equao dada em relao a x e isolar y ' = dy

    dx. Este processo conhecido como derivao

    implcita. EXEMPLO

    Obter y ' = dy

    dx, por derivao implcita, sabendo que x

    2 + y2 = 1.

    SOLUO

    Derivando os dois lados em relao a x, obtemos: 2x + 2y.y' = 0 e portanto y ' = x

    y.

    48 A DERIVADA DA FUNO EXPONENCIAL NATURAL Lembre-se que a derivada de uma funo pode ser encontrada pela expresso ( ) ( ) ( )

    x a

    f x f af ' a lim

    x a

    =

    .

    Fazendo uma mudana de varivel, digamos que x a = h, temos que a = x + h e h 0

    f(x h) f(x)f '(x) limh

    + = .

    Assim, para f(x) = ex, temos que

    x h x x h x x h hx x

    h 0 h 0 h 0 h 0

    e e e .e e e (e 1) e 1f '(x) lim lim lim e . lim e .h h h h

    +

    = = = = =

    Portanto, no esquea! Se xf(x) e= , ento xf '(x) e= . Aplicando a regra da cadeia na funo g(x)f(x) e= , podemos concluir que sua derivada

    g(x)f '(x) e .g'(x)= . EXEMPLOS 1) A derivada da funo 3x 5f(x) e = 3x 5 3x 5f '(x) e .3 3e = = .

    2) A derivada da funo x 1x 1f(x) e+=

    x 1x 1

    21.(x 1) (x 1).1f '(x) e .

    (x 1)

    + +=

    . Que simplificando, obtemos,

    x 1x 1

    22ef '(x)

    x 2x 1

    +=

    +.

    49 A DERIVADA DA FUNO LOGARTMICA NATURAL Considere a funo f(x) = lnx.

    Lembre-se que y = lnx equivale a yx e= . Assim, derivando implicitamente, e lembrando que dyf '(x)dx

    = ,

    obtemos: y dy1 e .dx

    = . Mas, como yx e= , ento dy1 x.dx

    = e finalmente dy 1dx x

    = .

    Acabamos de demonstrar que: se f(x) = lnx, ento 1f '(x)x

    = . E se usarmos a regra da cadeia na funo f(x) =

    ln(g(x)), podemos concluir que g'(x)f '(x)g(x)

    = .

    EXEMPLO

    A derivada da funo f(x) = ln(3x+1) 3f '(x)3x 1

    =+

    .

  • 31 E se quisssemos encontrar a derivada da funo exponencial xf(x) a= ? Ou a derivada da funo logartmica af(x) log x= ? A resposta para a segunda pergunta mais simples que a primeira. Assim, vamos comear por ela. s

    mudar de base e obtemos: alnxf(x) log xlna

    = = e agora obtemos

    11xf '(x)

    lna xlna= = .

    Para responder a primeira pergunta, observe que xy a= equivale a xlny lna lny x.lna= = . Agora,

    derivando implicitamente, obtemos: 1 dy. lnay dx

    = , e como xy a= , conclumos que xdy a .lnadx

    = . Assim, descobrimos

    que: 1) se xf(x) a= , ento xf '(x) a .lna= .

    2) se af(x) log x= , ento 1f '(x)xlna

    = .

    50 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Encontre as derivadas das funes a seguir:

    a) f(x) = e3x

    b) f(x) = ex22x

    c) f(x) = x.ex

    2. Ache dydx

    por derivao implcita.

    a) ex + ey = ex+y

    b) x.y = ex + ey

    c) x.ex + y.ey = 1

    d) x.ey + y.ex + x + y = 0

    3. Encontre as derivadas das funes a seguir: a) f(x) = ln(4 + 5x) b) f(x) = ln(1 + 4x2) c) f(x) = ln(8 2x) d) f(x) = ln 21 4x+ e) f(x) = ln 3 24 x f) f(x) =ln(lnx) g) f(x) = x.lnx

    h) xf(x)lnx

    =

    i) f(x) = 3 3lnx

  • 32 j) f(x) = 35x

    k) f(x) = 10x22x

    l) f(x) = 25x.34x2

    m) f(x) = log3(2x2 +1)

    51 GABARITO DE 50 1. a) 3e3x b) (2x 2)e

    x22x c) (1+ x)ex

    2. a) eyx b)

    ex yx ey

    c) 1+ x

    1+ y

    .exy d)

    1 ey y.ex

    1+ ex + x.ey

    3. a)

    54 + 5x

    b)

    8x1+ 4x2

    c) 1

    4 x d)

    4x1+ 4x2

    e)

    2x12 3x2

    f)

    1x lnx

    g) 1 + lnx h)

    lnx 1(lnx)2

    i) (lnx)

    23

    x j) 35x.5.ln3 k) 10

    x22x.(2x 2).ln10

    l) 25x.34x

    2.(5.ln2+ 8x.ln3) m)

    4x(2x2 +1)ln3

    52 A DERIVADA DA FUNO SENO

    Agora, vamos encontrar a derivada da funo f(x) = senx. Antes de mais nada, lembre-se que a derivada de uma funo pode ser encontrada pela expresso

    f '(x) = lim

    0

    f(x + ) f(x)

    . Alm disso,

    [1] sen(a + b) = sena.cosb + senb.cosa [2] sen(a b) = sena.cosb senb.cosa [3] cos(a + b) = cosa.cosb sena.senb [4] cos(a b) = cosa.cosb + sena.senb

    Assim, temos que:

    f '(x) = lim0

    f(x + ) f(x)

    = lim0

    sen(x + ) senx

    = lim0

    senx cos + sen cosx senx

    = lim0

    senx (cos 1)+ sen cosx

    = senx lim0

    cos 1

    + cosx lim0

    sen

    = senx 0 + cosx 1= cosx

    Isto , se f(x) =senx, ento f(x) = cosx.

    Aplicando a regra da cadeia na funo f(x) = sen[g(x)], tem-se que: f '(x) cos(g(x)) g'(x)= .

    EXEMPLOS

    A derivada da funo 2f(x) sen(3x )= a funo 2f '(x) cos(3x ) 6x= e a derivada da funo f(x) sen(2x )2= a

    funo f '(x) cos(2x ) 2 2.cos(2x ) 2.sen(2x)2 2 = = = .

  • 33 53 A DERIVADA DA FUNO COSSENO

    Para encontrarmos a derivada da funo cosseno, basta lembrar que cosx sen( x)2= e usar a regra da

    cadeia, como acima. Assim, se f(x) = cosx, tem-se:

    f(x) cosx sen( x)2= = e f '(x) cos( x).( 1) senx

    2= = .

    Isto , se f(x) = cosx, ento f(x) = senx. Com os resultados que acabamos de encontrar e com as regras de derivao, j estudadas, podemos encontrar as derivadas das demais funes trigonomtricas. 54 A DERIVADA DA FUNO TANGENTE Se f(x) = tgx, ento

    ( )

    ' 2 2

    2 2

    22

    senx cosx cosx senx ( senx) cos x sen xf '(x) tgx 'cosx cos x cos x

    1 sec xcos x

    + = = = =

    = =

    Isto , se f(x) = tgx, ento f(x) = 2sec x . 55 A DERIVADA DA FUNO COTANGENTE Se f(x) = cotgx, ento

    ( )' 2 2

    2 2

    22

    cosx senx senx cosx cosx (sen x cos x)f '(x) cotgx 'senx sen x sen x

    1 cossec xsen x

    + = = = = = =

    Isto , se f(x) = cotgx, ento f(x) = 2cossec x . 56 A DERIVADA DA FUNO SECANTE Se f(x) = secx, ento

    ( )'

    2 21 0 cosx 1 ( senx) senx 1 senxf '(x) sec x ' .

    cosx cosx cosxcos x cos xsec x tgx

    = = = = = =

    Isto , se f(x) = secx, ento f(x) = secx.tgx . 57 A DERIVADA DA FUNO COSSECANTE Se f(x) = cossecx, ento

    ( )'

    2 21 0 senx 1 cosx cosx 1 cosxf '(x) cossecx ' .

    senx senx senxsen x sen xcossecx cotgx

    = = = = = =

    Isto , se f(x) = cossecx, ento f(x) = cossecx.cotgx . RESUMINDO: [1] se f(x) = senx, ento f(x) = cosx [2] se f(x) = cosx, ento f(x) = senx [3] se f(x) = tgx, ento f(x) = sec2x [4] se f(x) = cotgx, ento f(x) = cossec2x [5] se f(x) = secx, ento f(x) = secx.tgx

  • 34 [6] se f(x) = cossecx, ento f(x) = cossecx.cotgx 58 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Encontre as derivadas das funes a seguir: a) f(x) 3senxb) g(x) senx cosx

    == +

    c) f(x) = tgx + cotgx d) f(x) 4sec x 2cossec xe) f(x) xcos x

    = =

    == +

    2f) f(x) x .cosxg) f(x) x.senx cosx

    h) f(x) 3senx x.cosx=

    i) f(x) = senx.cosx

    j) f(x) = sen2xk) f(x) = sen3xl) f(x) = 4cos3x 3sen4x

    m) f(x) = senx2

    2n) f(x) cos(3x 1)= +

    o) f(x) = 1

    3sec3 2x sec 2x

    2. Se f(x) = sen(3x) e !M= f ' 3 + f " 2 + f ''' 23 , a tera parte de M vale:

    a) 7 b) 21 c) 8 d) 24 e) 25 59 GABARITO DE 58 1. a) 3cosx b) cosx senx c) sec2x cossec2x d) 4secx.tgx + 2cossecx.cotgx e) cosx x.senx f) x(2cosx xsenx) g) x.cosx h) 2cosx + x.senx i) cos2x j) sen2x k) 3cos3x l) 12(sen3x + cos4x) m) 2x.cosx2 n) 6x.sen(3x2 + 1) o) 2sec2x.tg32x 2. a 60 AS FUNES TRIGONOMTRICAS INVERSAS E SUAS DERIVADAS

    Vamos apresentar as inversas das funes seno, cosseno, tangente, cotangente, secante e cossecante. Antes de qualquer coisa, no esquea que uma funo inversvel se, e somente se bijetora.

    i) Uma funo f bijetora, se injetora e sobrejetora, simultaneamente. ii) f injetora quando: quaisquer dois elementos distintos do domnio, esto associados a elementos distintos no contra-domnio. iii) f sobrejetora quando sua imagem igual ao seu contra-domnio.

  • 35 61 A FUNO ARCO SENO E SUA DERIVADA A funo f(x) = senx no bijetora, se definida no conjunto dos nmeros reais. Para contornarmos esse problema, vamos restringir o domnio e o contra-domnio da funo seno como

    segue: considere f : , [ 1,1]2 2

    , dada por f(x) = senx.

    Agora sim, f bijetora, portanto inversvel, e a sua inversa a funo 1f : [ 1,1] ,2 2

    dada por f

    1(x) = arcsenx

    ou f1(x) = sen1x

    Para encontrarmos a derivada da funo f(x) = arcsenx, vamos observar que: y = arcsenx seny = x.

    Derivando implicitamente essa ltima expresso, em relao a x, temos: dycosy. 1dx

    = .

    Lembrando que 2 2cos y sen y 1+ = , tem-se que 2 2cosy 1 sen y 1 x= = , e isolando dydx

    obtemos:

    2

    dy 1 1dx cosy 1 x

    = =

    .

    Assim, se 2

    1f(x) arcsenx, ento f '(x)1 x

    = =

    .

    Usando a regra da cadeia na funo f(x) = arcsen(g(x)), tem-se que:

    2

    g'(x)f '(x)1 (g(x))

    =

    .

    EXEMPLO

    A derivada da funo f(x) = arcsen(2x3)

    2 2

    3 2 6

    6x 6xf '(x)1 (2x ) 1 4x

    = =

    .

    62 A FUNO ARCO COSSENO E SUA DERIVADA A funo f(x) = cosx no uma funo bijetora no conjunto dos nmeros reais,

    No entanto, do mesmo modo que fizemos na funo seno, vamos restringir o domnio e o contra-domnio da funo cosseno de forma que ela fique bijetora. Considere a funo [ ]f : 0, [ 1,1] dada por f(x) = cosx. claro que f bijetora, portanto f inversvel e sua inversa

    [ ]1f : 1,1 [0, ] dada por 1f (x) arccosx = ou f1(x) = cos1x .

    Para encontrarmos a derivada da funo f(x) = arccosx, vamos observar que: y = arccosx cosy = x.

    Derivando implicitamente essa ltima expresso, em relao a x, temos: dyseny. 1dx

    = .

    Lembrando que 2 2cos y sen y 1+ = , tem-se que 2 2seny 1 cos y 1 x= = , e isolando dydx

    obtemos:

    2

    dy 1 1dx seny 1 x

    = =

    .

    Assim, se 2

    1f(x) arccosx, ento f '(x)1 x

    = =

    .

  • 36 63 A FUNO ARCO TANGENTE E SUA DERIVADA A funo arco tangente definida de maneira anloga ao arco seno. Considere a funo f : , R

    2 2

    dada por f(x) = tgx. Nessas condies f bijetora, e sua inversa a funo 1f : R ,2 2

    dada por

    1f (x) arctgx = ou f1(x) = tg1x .

    Para encontrarmos a derivada da funo arco tangente, observe que: y = arctgx tgy = x

    Derivando implicitamente essa ltima expresso, em relao a x, temos: 2 dysec y. 1dx

    = .

    Lembrando que 2 21 tg y sec y+ = , temos que:

    2 2 2dy 1 1 1dx sec y 1 tg y 1 x

    = = =+ +

    .

    Assim, se 2

    1f(x) arctgx, ento f '(x)1 x

    = =+

    .

    64 A FUNO ARCO COTANGENTE E SUA DERIVADA

    Vamos considerar, agora, a funo arco cotangente. Como 1 cosxcotgxtgx senx

    = = , ento a funo f(x) = cotgx

    bijetora para 0 < x < e y R, e a sua inversa a funo dada por 1f (x) arccotgx = ou f1(x) = cotg1x , x R e 0

    < y < . Para encontrarmos a derivada da funo f(x) = arccotgx, observe que: y = arccotgx cotgy = x

    Derivando implicitamente essa ltima expresso, em relao a x, temos: 2 dycossec y. 1dx

    = .

    Lembrando que 2 21 cotg y cossec y+ = , temos que:

    2 2 2dy 1 1 1dx cossec y 1 cotg y 1 x

    = = =+ +

    .

    Assim, se 21f(x) arccotgx, ento f '(x)

    1 x= =+

    .

    65 A FUNO ARCO SECANTE E SUA DERIVADA A funo secante crescente no intervalo [0, [ ] , ]

    2 2 . Alm disso, para x [0, [ ] , ]

    2 2 ,

    y = sec x ] ,1] [1,+[ , o que torna a funo secante bijetora neste intervalo, e portanto inversvel. y = arcsecx secy = x Para encontrarmos a derivada da funo arco secante, derivamos implicitamente, em relao x, a ltima expresso acima. Temos ento

    dysecy.tgy. 1dx

    =

    Lembrando que 2 21 tg y sec y+ = , temos: 2 2 2tg y sec y 1 x 1= = e 2tgy x 1= . Assim, 2

    dy 1 1dx sec y.tgy x x 1

    = =

  • 37

    Ou seja, se 2

    1f(x) arcsecx, ento f '(x)x x 1

    = =

    .

    66 A FUNO ARCO COSSECANTE E SUA DERIVADA Temos que y = arccossecx cossecy = x Para encontrarmos a derivada da funo arco cossecante, derivamos implicitamente, em relao x, a ltima expresso acima. Temos ento

    cossecy.cotgy.dy

    dx= 1

    Lembrando que 2 21 cotg y cossec y+ = , temos: 2 2 2cotg y cossec y 1 x 1= = e 2cotgy x 1= . Assim,

    2

    dy 1 1dx cossecy.cotgy x x 1

    = =

    Ou seja, se 2

    1f(x) arccossecx, ento f '(x)x x 1

    = =

    .

    RESUMINDO:

    [1] se 2

    1f(x) arcsenx, ento f '(x)1 x

    = =

    [2] se 2

    1f(x) arccosx, ento f '(x)1 x

    = =

    [3] se 2

    1f(x) arctgx, ento f '(x)1 x

    = =+

    [4] se 21f(x) arccotgx, ento f '(x)

    1 x= =+

    [5] se 2

    1f(x) arcsecx, ento f '(x)x x 1

    = =

    [6] se 2

    1f(x) arccossecx, ento f '(x)x x 1

    = =

    67 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Ache a derivada da funo dada em cada item a seguir.

    xa) f(x) arcsen2

    b) f(x) arccos3xc) f(x) arctg2xd) f(x) arccossec 2x

    =

    ===

    2

    e) f(x) 2arccos x1f ) f(x) arcsenx2

    =

    =

    2

    g) f(x) arc sec5x arccossec5x

    h) f(x) arccotg(2x )

    = +

    =

    68 GABARITO DE 67 1. a)

    1

    4 x2 b)

    3

    1 9x2 c)

    21+ 4x2

    d)

    1

    x 4x2 1

    e)

    1

    x x2 f)

    x

    1 x4 g) 0 h)

    4x1+ 4x4

  • 38 69 A REGRA DE LHPITAL [1] Sejam f e g funes diferenciveis tais que

    limxa

    f(x) = 0 e limxa

    g(x) = 0 . Se limxa

    f '(x)g'(x)

    = L , ento limxa

    f(x)g(x)

    = L .

    OBS: A regra continua vlida se trocarmos a por a+ ou a ou + ou

    [2] Sejam f e g funes diferenciveis tais que limxa

    f(x) = + ou e limxa

    g(x) = + ou . Se limxa

    f '(x)g'(x)

    = L , ento

    limxa

    f(x)g(x)

    = L .

    OBS: A regra continua vlida se trocarmos a por a+ ou a ou + ou

    EXEMPLOS

    1. limx1

    x2 5x + 4x2 3x + 2

    = limx1

    2x 52x 3

    = 31

    = 3

    2. limx0

    x1 ex

    = limx1

    1ex

    = 11

    = 1

    3.

    ! limx2 3cosx2x = limx2 3senx2 = 32

    4.

    limx0+

    x.lnx = limx0+

    lnx1x

    = limx0+

    1x1x2

    = limx0+

    (x) = 0

    5.

    limx+

    ln(2+ ex)3x

    = limx+

    ex

    2+ ex3

    = limx+

    ex

    6 + 3ex= lim

    x+

    ex

    3ex= 1

    3.

    Veja que no ltimo exemplo, usamos a regra de LHpital duas vezes. 70 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Calcule os limites a seguir.

    a) ! limx2 senx2 x

    b)

    limx+

    x2

    ex

    71 GABARITO DE 62 1. a) ! b) 0

  • 39 72 ALGUMAS APLICAES DAS DERIVADAS A1 Dizemos que x = c nmero crtico de y = f(x), se f(c) existe e f '(c) = 0 ou se f(c) existe e f '(c) no existe. Nos

    nmeros crticos, a funo f pode assumir um valor mximo relativo ou um valor mnimo relativo. A2 Num intervalo em que f '(x) > 0 , f crescente. A3 Num intervalo em que f '(x) < 0 , f decrescente. A4 Num intervalo em que f ''(x) > 0 , o grfico de f cncavo para cima. A5 Num intervalo em que f ''(x) < 0 , o grfico de f cncavo para baixo. A6 Os pontos em que o grfico de f muda de concavidade so chamados pontos de inflexo. Num ponto de

    inflexo, a reta tangente ao grfico corta a curva. A7 No ponto de inflexo ( )f '' x 0= , a recproca no verdadeira. A8 Se y = f(x), a taxa de variao instantnea de y em relao a x dada pela derivada f '(x) se esta derivada

    existir.

    A9 Como ( ) ( ) ( )x a

    f x f af ' a lim

    x a

    =

    , podemos dizer que ( ) ( ) ( )f x f af ' ax a

    , para valores de x bastante prximos de

    a. Assim, f(x) f '(a).(x a)+ f(a) , para valores de x prximos de a. A10 A derivada de uma funo em um ponto o coeficiente angular da reta tangente ao grfico dessa funo neste ponto. A11 Se f(x) for uma funo que expresse a posio de uma partcula no tempo x, ento a derivada de f a velocidade instantnea dessa partcula. A12 (Teorema do valor extremo) Se a funo f for contnua no intervalo fechado [a, b], ento f atinge um valor

    mximo absoluto e um valor mnimo absoluto em [a, b]. E para encontrar os valores extremos, mximo e mnimo, siga os seguintes procedimentos:

    1 Ache os valores da funo nos nmeros crticos de f que esto em (a, b). 2 Ache os valores de f(a) e f(b). 3 O maior dentre os valores das etapas 1 e 2 ser o valor mximo absoluto e o menor ser o valor mnimo

    absoluto. 73 EXERCCIOS PROPOSTOS 1. Ache os extremos (mximo e mnimo) de f no intervalo dado.

    23

    23

    4 2

    c) f(x) 1 x ; [ 1,8]

    d) f(x) (x 1) 2; [0, 9]

    e) f(x) x 5x 4; [0, 2]

    =

    = +

    = +

    2. Se f(x) = ax3 + bx2, determine a e b, de forma que o grfico de f tenha um ponto de inflexo em (1, 2). 3. Um fabricante de caixas de papelo deseja fazer caixas abertas a partir de pedaos quadrados de papelo com

    12dm de lado, cortando quadrados iguais dos quatro cantos e dobrando os lados para cima. Determine o comprimento do lado do quadrado a ser cortado para obter uma caixa com o maior volume possvel.

    2 3

    3

    a) f(x) 5 6x 2x ; [ 3,1]

    b) f(x) x 12x; [ 3,5]

    =

    =

  • 40 4. Ache uma equao da reta tangente curva dada, no ponto indicado, em cada item a seguir. a) y = x2 4x 5 ; P(2, 7)

    b) y =3x8

    ; P(4, 8)

    c) y = 6x

    ; P(3, 2)

    5. Ache uma equao da reta tangente curva y = 2x x3 no ponto P(2, 4).

    6. Ache a velocidade instantnea de 1s(t)t 2

    =+

    no tempo t = 3.

    7. Nos itens a seguir, para cada funo, faa o seguinte: a) determine os nmeros crticos ; b) determine os intervalos

    nos quais a funo crescente; c) determine os intervalos nos quais a funo decrescente; d) encontre os pontos de inflexo; e) determine os intervalos onde o grfico cncavo para cima e onde ele cncavo para baixo; f) encontre os extremos relativos; g) faa um esboo do grfico.

    3 2

    3 2

    3 2

    a) f(x) x x x

    b) f(x) 2x 9x 2

    c) f(x) x x 5x 5

    =

    = +

    = +

    74 GABARITO DE 73 1. a) Mx. = 5 e Mn. = 3 b) Mx. = 65 e Mn. = 16 c) Mx. = 1 e Mn. = 3 d) Mx. = 6 e Mn. = 0

    e) Mx. 4 e Mn. = 94

    2. a = 1 e b = 3 3. 2 4. a) y = 8x 9

    b) y = 6x 16 c) y = 2x +12

    3 5. y = 10x 16

    6. 125