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SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(18); 1544-1550 CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210

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CURSO DE ENGENHARIA CIVIL REAPROVEITAMENTO OU RECICLAGEM DO RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO CIVIL INERTE RECOVERY OR RECYCLING OF INERT CIVIL CONSTRUCTION WASTE

Gustavo Pena da Silva Rocha Ronaldo Kelly Medeiros

Resumo Este trabalho consiste de pesquisas em campo sobre um tema de extrema importância para a engenharia civil e a sociedade em geral. Os resíduos sólidos da construção civil. Estes veem com mais frequência sendo depositados em locais inapropriados no Distrito Federal, acarretando uma série de problemas sociais e ambientais. Portanto, estabeleceu-se objetivo geral a gestão de resíduos sólidos da construção no Distrito Federal, com base na Unidade de Recebimento de Entulho – URE do Distrito Federal, onde eles são classificados e divididos em grupos de classes (A, B, C e D).. O governo do Distrito Federal deixa de propiciar grandes benefícios para a sociedade ao não administrar materiais com eficiência e não reciclar os resíduos sólidos da construção, deixando de gerar empregos e economizar dinheiro dos cofres públicos. Palavras-Chave: Resíduos sólidos, URE, Materiais, Gerenciamento, Construção Civil. Abstract This work consists on bibliographic research of a theme of extreme importance for civil engineering and society in general: the solid waste of the civil construction. They are being every day more deposited in not proper places in the Federal District that imply in a series of social and environmental problems. Therefore, construction solid waste management on Federal District was established as a general objective of this work, based on the Waste Receiving Unit - URE of the Federal District where they are classified and divided into classes (A, B, C and D). The Federal District government does not provide more benefits for society due to not efficiently materials managing and not recycling of solid waste from construction, failing to generate jobs and save money from public resources. Keywords: Solid waste, URE, Materials, Management, Civil construction

.Contato: [email protected]; [email protected]

Introdução

No decorrer dos anos, os municípios brasileiros e o Distrito Federal tiveram um crescimento urbanístico acelerado, de forma desorganizada e sem infraestrutura adequada. Conseqüentemente, isso levou ao surgimento de alguns problemas crônicos em aspectos ambientais e sociais.

Um dos principais problemas crônicos em meios urbanos, ocasionado pelo avanço do crescimento desordenado das cidades, são os resíduos sólidos urbanos. Os resíduos sólidos, conforme norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, “são resíduos no estado sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição” (ABNT, 2004, p. 01)

A construção civil é uma das principais atividades para o desenvolvimento no Distrito Federal, sendo assim, a resultante dessas atividades são os Resíduos de Construção Civil – RCC que representam uma grande parte do volume total de resíduos sólidos produzidos. Esses causam significativos impactos ambientais

pela geração de grande quantidade de resíduos depositados em locais inapropriados e sem plano de reaproveitamento.

Matheus Arruda no ano de 2015 afirma que “o Distrito Federal possui as mesmas dificuldades de grandes cidades brasileiras, ou seja, falta de um programa adequado de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil” (Arruda, 2015, p.33). O principal problema é que não existe uma disposição final adequada do resíduo, onde tenha tratamento ou destinação eficientes.

Em janeiro de 2018 foi inaugurada a operação do Aterro Sanitário de Brasília que passou a receber todo resíduo sólido urbano orgânico, sem a presença de catadores. Dessa forma ocorreu a desativação do Aterro Controlado do Jóquei, o segundo maior lixão a céu aberto do mundo, que era um depósito de lixo criado sem nenhum planejamento.

Como o Aterro Controlado do Jóquei estava fora das condições socioambientais adequadas, necessitava inicialmente de um processo de tratamento do terreno. Logo após esse tratamento, o local foi remanejado para ser a Unidade de Recebimento de Entulho – URE. Nele

Como citar esse artigo: Rocha GPS, Medeiros RK. REAPROVEITAMENTO OU RECICLAGEM DO RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO CIVIL INERTE. Anais do 18° Simpósio de TCC e 15° Seminário de IC do Centro Universitário ICESP. 2019(18); 1544-1550


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é feito o recebimento de resíduos de construção civil.

A Unidade de Recebimento de Entulho assinou contrato com uma empresa terceirizada para a “execução de atividades de manutenção dos dispositivos e sistemas de drenagem de águas pluviais, líquidos percolados e gases; monitoramento topográfico geotécnico, ambiental e das águas pluviais; manutenção das lagoas de acumulação de líquidos percolados; monitoramento e manutenção e implantação de drenos e canaletas de captação de águas pluviais; recebimento e disposição de resíduos sólidos da construção civil e galhadas; instalação, operação e manutenção de equipamento de trituração de galhadas e a implantação e operação de uma Unidade de Britagem móvel para reciclagem de Resíduos de Construção Civil.” (Contrato Nº 54/2018, p. 01)

As experiências com esse contrato e seus procedimentos estão sendo analisados para propor futuras soluções a fim de reduzir drasticamente a quantidade de resíduos de construção civil aterrados. Isso possibilitaria um melhor aproveitamento e destinação, minimizando a quantidade de resíduos sem um tratamento adequado.

O principal problema nesse tema é que

atualmente não existe uma forma padronizada de reaproveitar ou reciclar os resíduos de construção civil no Distrito Federal, sendo assim, os efeitos causados a longo prazo podem ser catastróficos referente a questões ambientais, sociais e econômicas.

Contudo, proponho soluções viáveis para tal problema. Os resíduos podem ser previamente tratados e restabelecidos para outras finalidades no âmbito da engenharia civil.

Materiais e Métodos

O processo de reutilização de Resíduos de Construção Civil - RCC é primordial para o conceito que busca conciliar desenvolvimento com questões ambientais de forma que não pre-judique o meio ambiente.

A pesquisa realizada foi baseada em es-tudos realizados no Distrito Federal. Esses estu-dos e suas aplicações foram referenciados na Lei nº 4.704/11, no Decreto nº 37.782, de 18 de no-vembro de 2016 e no contrato Nº 54/2018, assi-

nado na criação da Unidade de Recebimento de Entulho (URE). Outra referência importante foi o trabalho de conclusão de curso de Matheus Arru-da de 2015, que analisa o estado crítico da ges-tão de resíduos sólidos da construção civil no Distrito Federal.

O estudo se baseia em uma operação re-alizada no antigo lixão na Estrutural, na atual Unidade de Recebimento de Entulho, localizada no Setor. Oeste, Guará - DF, CEP 70297-400. Essa Unidade de Recebimento de Entulho (URE) entrou em vigor em janeiro de 2018, contendo variados processos, tendo em vista unicamente o recebimento e tratamento de resíduos de cons-trução civil (RCC/RDC),

O trabalho foi realizado por meio de estu-do de casos de anos anteriores, com a intenção de obter conceitos e conhecimentos prévios para desenvolvimento de uma melhor aplicação, sem-pre orientada por leis complementares e contratos de licitação em vigor. Também foi constituída uma pesquisa em campo, onde obteve-se registros e dados, além do acompanhamento da operação de forma efetiva.

O procedimento técnico de operação é

bastante complexo, visto que no local poderão ser recebidos “os resíduos caracterizados como Re-síduos da Construção Civil (RCC), que se classi-ficam como conforme NBR10004//2004”. (CON-TRATO Nº 54/2018, 09/2018, P. 1/28).

Imagem 01 – Placa de indicativa da URE (Fonte: Gustavo

Pena, 02/2019, Administração URE)

Inicialmente, na entrada do material na Unidade de recebimento de entulho, “será neces-sário Inspecionar o material, de forma a identificar


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o tipo de resíduo e garantir o não recebimento de material que não esteja dentro dos padrões exigi-dos” (CONTRATO Nº 54/2018, 09/2018, P. 6/28). Sendo assim, o material que estiver carregando mais de dez por cento (10%) de material orgânico (lixo orgânico) será convidado a retirar e dirigir-se ao Aterro Sanitário de Brasília, localizada na DF-180 entre Ceilândia e Samambaia para o descar-regamento.

Após verificação dos materiais que estão dentro dos padrões exigidos, conforme citado acima, parte dos materiais é destinada para a Unidade de Britagem, uma área exclusiva para britagem ou peneiramento do resíduo dentro da Unidade de Recebimento de Entulho. Nessa área, primeiramente o material é destinado ao solo e ocorre o processo de catação. O processo de catação é formado por pessoas que realizam a separação do material que tem um valor econômico e sustentável, em outras palavras, materiais recicláveis, como, ferro, pet, pvc, papelão, madeira e outros.

. O processo de catação é finalizado

quando todo o material estiver na forma “limpa”, ou seja, não contiver materiais recicláveis, mas sim apenas resíduos de construção civil. Em seguida se utiliza o trator de esteira para empurrar o material e acumulá-lo em forma de “monte”, ficando o material apto a ser britado e peneirado.

Por questão de logística, foi requisitado

um britador com especificações minuciosas para melhor operação: o britador “móvel, movido a diesel sobre esteiras, composto de tremonha de alimentação, alimentador vibratório com grelha, britador de mandíbulas, separador magnético e sprays de supressão” (CONTRATO Nº 54/2018, 09/2018, P. 6/28). Com estas configurações e exigências do britador, pode-se exigir uma ”pro-dução de agregados em conformidade com as normas técnicas para análises granulométricas” (CONTRATO Nº 54/2018, 09/2018, P. 29/75)

Imagem 02 – Escavadeira hidráulica depositando no britador

móvel o material para britagem (Fonte: Gustavo Pena,

02/2019, Administração URE)

Em pesquisa em campo verificou-se que

o material, depois de britado e peneirado, é clas-sificado, separado conforme as granulometrias e armazenado.

Imagem 03 – Material estocado para comercialização ou

destinação final (Fonte: Gustavo Pena, 02/2019, Administra-

ção URE)

Contudo não se tem uma destinação pré-definida, ou seja, após a conclusão desse pro-cesso, tendo em vista que a operação é recente no Distrito Federal, ainda não se tem dados pre-cisos da destinação formal do material. Conforme conversado em campo foi “verificada a possibili-dade de fazer uma parceria com empresas públi-cas e privadas para reutilização e reciclagem do material” (Eng. Vinicius Mury, 2019, URE)

Segundo Ângulo, Zordan e John (2003) as vantagens de reaproveitar de alguma forma o RCC podem ser observadas no baixo custo em relação aos agregados naturais, redução da demanda dos agregados primários e conseqüente preservação das paisagens urbanas e das jazidas, diminuição das áreas de aterro,


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diminuição da atração de transmissores de doenças, do entupimento de bueiros e do assoreamento dos cursos d’água e reservatório, que podem implicar em aumento das enchentes e inundações nas estações chuvosas e a preservação ambiental.

Fliegner (2015) traz que uma das formas

já existentes de aproveitamento do RCC é a utilização em pavimentos, sendo empregado em reforços do subleito ou sub-bases com base nas especificações da norma ABNT 15115 (2004), que permite o seu uso como material de base em vias.

Materiais para estradas e rodovias seriam

de grande importância, pois, viabilizaria a econo-mia em terras e brita, possibilitando enriqueci-mento em sua estrutura, por ser um material “rico” vindo de obras onde o é constituído por concreto, brita, argamassa, tijolos e outros derivados da construção civil.

Resultados

Em campo comprovou-se que existem atualmente três tipos granulométricos (4,8mm, 45 mm e 180 mm) fabricada na Unidade de Britagem.

• Granulometria 4,8 mm

Imagem 04 – Resíduo da peneira 4,8 mm (Fonte: Gustavo

Pena, 10/2019, Administração URE)

• Granulometria 45 mm

Imagem 05 – Resíduo britado 45 mm (Fonte: Gustavo Pena,


• Granulometria 180 mm

Imagem 06 – Resíduo britado 180 mm (Fonte: Gustavo Pena,


Conforme em imagens apresentadas

acima, pode-se verificar a riqueza dos materiais para benfeitora econômica e logística do Distrito Federal.

A estimativa feita durante a pesquisa de campo é que no Distrito Federal são geradas em torno de mais de cem milhões de toneladas mensais de resíduos de construção civil, ou seja, é um numero bastante significativo.


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Imagem 07 – Tabela referente a quantitativo de material de

resíduo de construção civil no mês de setembro de 2019

(Fonte: SLU, 10/2019, URE)

A partir da planilha acima, referente ao mês de setembro de 2019, totalizando os números por região administrativa, pode-se verificar que foram recebidas 110.001.360 toneladas de resíduos sólidos nesse período, ou seja, conforme citado acima, uma quantidade bastante significativa.

Pela norma ABNT NBR 15115, apenas as granulometrias 4,8 mm e 45 mm podem ser usadas em rodovias e estradas de chão, por estas estarem dentro do padrão exigido. Pela regra dessa norma, a dimensão caracterizada máxima é de 63,5mm, com tolerância de 5% para a retenção em massa, usando a peneira manual, limitada a 2/3 da espessura da camada compacta.

Diante dessas definições, apenas 66,66% do material produzido na Unidade de Britagem poderiam ser usados em rodovias e estradas de chão devido à granulometria O restante do material é adequado para a compactação em aterros e fins de drenagem.

• Camadas de pavimentação com resíduo de até 63,5mm

Para execução de camadas de pavimentação, a NBR 15115 afirma que deve ser evitada a presença de madeiras, plásticos, gessos, forros, tubulações, fiações elétricas ou

qualquer material orgânico ou inerte, classificado como classe “B”, “C” e “D” pela resolução CONAMA Nº 307.

Os parâmetros de Índice de Suporte Califórnia (CBR), determinam que:

- Material para execução de reforço de subleito: CBR maior ou igual a 12%, expansão menor ou igual a 1,0% (Compactação normal, conforme ABNT NBR 7182 e ABNT NBR 6457),

- Material para execução de sub-base: CBR maior ou igual a 20%, expansão menor ou igual a 1,0% (Compactação Intermediária, conforme ABNT NBR 7182 e ABNT NBR 6457) e

- Material para execução de base de pavimen-to: CBR maior ou igual a 60%, expansão menor ou igual a 0,5% (Compactação intermediária, conforme ABNT NBR 7182 e ABNT NBR 6457).

Conforme relatado na NBR 15115, no caso de materiais que não atendam às exigências an-teriores, estes podem ser estabilizados granulo-metricamente, com adição de cimento e/ou cal hidratada, e neste caso serem submetidos ao ensaio de resistência à compressão simples, após 7 dias de cura, devendo apresentar resis-tência de no mínimo 2,1 MPa, em corpos-de-prova moldados na energia de compactação es-pecificada.

Em geral não se recomenda que a camada de reforço do subleito, sub-base ou base de agregado reciclado seja submetida à ação direta do tráfego. Em caráter excepcional, pode ser autorizada a liberação ao tráfego, por curto espa-ço de tempo, desde que tal fato não altere as características especificadas para o serviço.

• Camadas de revestimento primário de vias de terras, ou seja, estradas de chão com resíduo até 63,5 mm

Para execução primaria de revestimento de estadas de chão, a granulometria deve ser contínua e bem graduada, não uniforme, com coeficiente de uniformidade (Cu) maior ou igual a 10.

O Índice de Suporte Califórnia (CBR) deve ser maior ou igual a 20% e expansão menor ou igual a 1,0% de energia de compactação normal.


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A porcentagem de grãos de forma lamelar: deve ser menor que 30%, a porcentagem máxima de materiais indesejáveis, de mesma característi-ca: 2% em massa, a porcentagem máxima de materiais indesejáveis de características distintas: 3% em massa.

Deve ser isento de materiais nocivos ao meio ambiente ou à saúde do trabalhador (produ-tos químicos, amianto etc.).

• Execução de calçamentos, muros e drena-gem com resíduos de até 180 mm

O material produzido com a granulometria de até 180 mm é considerado rachão primário, ou pedra rachão. Normalmente esse tipo de pedra é utilizado para drenagens, sendo assim, podemos viabilizar a utilização em drenagem principalmen-te em gabiões.

Discussão

Nos dias atuais, o papel da engenharia civil está diretamente relacionado à sustentabilidade, pois o mundo contemporâneo busca cada vez mais soluções sustentáveis.

O Distrito Federal tem que mostrar exce-lência quando se trata de meios sustentáveis, pelo fato de ser a capital do Brasil e ter um território dimensionalmente menor que os demais entes federativos. Ele deve evitar o desperdício causado pelo aterro de Resíduos de Construção Civil e preferir a sua utilização.

Em 2018 quando foi criada a Unidade de Recebimento de Entulho, houve a separação do resíduo orgânico do resíduo inorgânico, propician-do um avanço significativo para a sustentabilidade no Governo do Distrito Federal. Por outro lado, no funcionamento da Unidade de Recebimento de Entulho há melhorias a serem feitas para atingir-se a excelência, já que temos um material bastante contaminado e misturado. Uma causa relevante é a falta de conscientização das empresas e da popu-lação para realizar uma adequada separação do lixo para o container em obras. Muitas vezes os próprios funcionários das obras utilizam o container como lixeira comum, jogando nele materiais orgâ-nicos. Um exemplo cotidiano ocorre durante o horário de almoço em uma obra que possua um container. Após o almoço os funcionários normal-mente jogam restos de comida dentro desse con-tainer, sendo uma esta uma prática costumaz.

O procedimento adotado na área da Unidade de Britagem, localizada dentro da Unidade de

Recebimento de Entulho, pode ser considerado experimental por ser uma operação nova no Distri-to Federal, podendo conter variações, inclusive logísticas.

Em relação a isso, existem procedimentos que foram adotados com a operação ainda em teste. Um desses procedimentos foi a colocação de um funcionário “deslonador” que tem a tarefa de verificar o tipo de material recebido, assim como se ele está apto a ir para a Unidade de Britagem, melhorando desta forma a qualidade do material a ser britado e peneirado.

Em campo observa-se que existem funcioná-rios que fazem a catação do material, separando ferro, papel, madeira, papelão e outros. Numa análise crítica, constata-se que, pela estrutura montada na operação, devia haver ao menos uma máquina (imã ou esteira) para realizar e agilizar a separação desses materiais com mais facilidade e rigorosidade quando comparado com o trabalho braçal dos funcionários “catadores”.

Outra constatação em campo é que já estão utilizando as pedras rachão, britado de granulome-tria de 180 mm, para construção de gabiões e drenagens “in loco”. As demais granulometrias ainda estão sendo estocadas até que haja uma determinação do seu destino.

Verifica-se que a operação está sendo mal aproveitada, faltando parcerias governamentais e privadas para promover um estudo de reaprovei-tamento dos resíduos. As empresas mais indicadas para a captação desses resíduos são as empresas de obras públicas ou empresas privadas que queiram trabalhar de forma sustentável. Um meio de tornar viável a parceria com empresas privadas é a redução de impostos para aquelas que façam uso do resíduo como material prioritário para pavimentação e drenagens.

Conclusão:

Nos quantitativos apresentados para o mês de setembro de 2019, é destacada a quantidade de resíduo que fica estocado na Unidade de Recebi-mento de Entulho (URE). Com isso o Governo do Distrito Federal, no âmbito econômico, deixa de faturar e, em termos ambientais, retarda a recicla-gem e destinação do material.

A partir de uma análise do presente estudo, conclui-se que o Governo do Distrito Federal ne-cessita priorizar a criação de indicadores de acom-panhamento da geração e disposição de Resíduos de Construção Civil; estudos de mercado visando encontrar oportunidades de comercialização destes resíduos para benfeitorias e a busca de soluções técnicas que propiciem melhorias na reutilização e


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reciclagem dos Resíduos de Construção Civil. Além disso, deve ser promovida a conscientização e incentivo de empresas do ramo civil e da popula-ção em geral para o adequado tratamento desses resíduos.

Na Unidade de Britagem, 66,66% do material produzido é aprovado pela ABNT NBR 15115, em função da granulometria de até 63,5 mm, como resíduos recicláveis e seus compostos. Os 33,33% restantes do material, podem ser utilizados em drenagens, como gabiões, em diversas áreas, inclusive nos próprios aterros sanitários, conforme já utilizados. Portanto, pode-se constatar que os resíduos com granulometria de até 4,8 mm ou 45 mm podem ser usados como material para pavimentação de vias, além de reduzir a matéria prima que é extraída de pedreiras.

Agradecimentos:

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus. Agradeço ao meu orientador Ronaldo Kelly Medeiros por aceitar conduzir o meu trabalho de pesquisa.

A todos os meus professores do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário ICESP pela excelência da qualidade técnica de cada um e ao coordenador.

Aos meus pais Marcos Rogério Soares Rocha e Simone Pena da Silva Rocha que sempre estiveram ao meu lado me apoiando ao longo de toda a minha trajetória. Referências: ÂNGULO, Sérgio Cirelli; ZORDAN, Sérgio Eduar-do; JOHN, Vanderley Moacyr. Desenvolvimento sustentável e a reciclagem de resíduos na cons-trução civil. PCC - Departamento Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica, 2003.

FLIEGNER, Ana Paula. Gerenciamento de resí-duos sólidos na construção civil. Universidade Regional do Noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Santa Rosa, 2015. ABNT. NBR 15113/2004 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação. 8p. Associação Brasileira de Normas Técnicas. São Paulo, 2004. ARRUDA, A Gestão de Resíduos Sólidos Da Construção Civil no Distrito Federal, 2015 – traba-lho de conclusão de curso, Universidade de Bra-sília. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉC-NICAS. NBR 10004: Resíduos sólidos - Classifi-cação. Rio de Janeiro, 2004. 71p.

BRASIL, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº 307, de 05 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, nº 136, 17 de julho de 2002. Seção 1, p. 95-96. Cooperativas assinam contratos para atuar nos galpões de triagem. Agência Brasília. Disponível em: <https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2018/01/16/cooperativas-assinam-contratos-para-atuar-nos-galpoes-de-triagem/>. Acesso em 25 abril de 2019 INOJOSA, Fernanda Cunha Pirillo. Gestão de resíduos de construção e demolição: a resolução CONAMA 307/2002 no Distrito Federal. Tese Mestrado - Universidade de Brasília. 2011.

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