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CESA CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA GESTORES DO SISTEMA ESTADUAL DE AGRICULTURA SIDNEY BARROS MONTEIRO AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DO INSTITUTO EMATER - REGIONAL DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA PR LONDRINA 2011

Curso de Especialização em Administração de Marketing e ... · sidney barros monteiro avaliaÇÃo da qualidade de vida e das condiÇÕes de trabalho do instituto emater - regional

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CESA – CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS

ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA GESTORES DO SISTEMA ESTADUAL DE AGRICULTURA

SIDNEY BARROS MONTEIRO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DO INSTITUTO EMATER - REGIONAL DE

SANTO ANTÔNIO DA PLATINA – PR

LONDRINA

2011

SIDNEY BARROS MONTEIRO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DO INSTITUTO

EMATER - REGIONAL DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA – PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Especialização em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura, do Departamento de Administração da UEL, como requisito final para obtenção do título de Especialista. Prof. Orientador: Ms. Gerson Antônio Melatti

LONDRINA 2011

SIDNEY BARROS MONTEIRO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DO

INSTITUTO EMATER - REGIONAL DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA – PR.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Especialização em Administração Pública para Gestores do Sistema Estadual de Agricultura, do Departamento de Administração da UEL, como requisito final para obtenção do título de

Especialista.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________

Prof. Orientador Ms. Gerson Antônio Mellati Universidade Estadual de Londrina

____________________________________

Profª. Ms. Marli de Lourdes Verni Universidade Estadual de Londrina

____________________________________

Profª. Dra Maria de Fátima S.S. Campos Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 31 de maio de 2011.

DEDICATÓRIA

A minha esposa Giselda e a minha filha

Maria Luíza.

AGRADECIMENTOS

A Deus que me deu força e obstinação.

A minha família que me apoiou em todos os momentos.

A minha irmã Claudia e meu sobrinho Tomas, pela auxilio na tradução dos textos.

Ao meu orientador Prof. Gerson Antônio Mellati pela orientação neste trabalho e pela

compreensão das dificuldades durante a realização do curso.

Ao Instituto EMATER, pela oportunidade de realização deste curso.

MONTEIRO, Sidney Barros. Avaliação da qualidade de vida e das condições de trabalho do Instituto EMATER - Regional de Santo Antônio da Platina - PR. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Administração Pública para Gestores do sistema Estadual de Agricultura) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina. 2011.

RESUMO

No processo de globalização, com o desenvolvimento tecnológico e a rapidez das informações, a sociedade exige uma mudança na prestação do serviço público, com qualidade e eficiência. Este trabalho teve como objetivo a avaliação da Qualidade de vida e as condições de trabalho do Instituto EMATER da região de Santo Antônio da Platina, Paraná. Uma autarquia pública, neste novo contexto e ciente da importância do aprimoramento do processo de gestão para se tornar competitivo no mercado, deve atuar em busca de resultados, com melhorias da produtividade e qualidade; que podem ser alcançados tendo como base uma estrutura que promova a satisfação e valorização dos funcionários. A pesquisa caracteriza-se como documental e descritiva, envolvendo estudo de campo, com a aplicação de um questionário estruturado como instrumento de coleta. A amostra envolveu 38 funcionários celetistas e estatutários, representando 83 % do universo de pesquisa. Através deste estudo, foi possível caracterizar os recursos humanos e avaliar a Qualidade de Vida no Trabalho, demonstrando que os benefícios extras oferecidos, interferências políticas e a falta de infraestrutura são fatores de desmotivação profissional e devem ser analisados pelos gestores da Instituição.

Palavras-chave: Gestão Pública. Extensão Rural. Qualidade de Vida no Trabalho.

MONTEIRO, Sidney Barros. Assessment of quality of life and working conditions in the EMATER Institute - Regional de Santo Antônio da Platina - PR. 2011. End of Course Work (Specialization in Public Administration and Management of State system of Agriculture – State University of Londrina, Londrina. 2011.

ABSTRACT

Due to the process of globalization, technological development and the speed of information, society requires a change in public service delivery, quality and efficiency. This study aimed to evaluate the quality of life and working conditions in the EMATER Institute of Santo Antonio da Platina, Paraná. A public institution, in this new context, aware of the importance to improve management processes to become competitive in the market, must act in search of results, improving productivity and quality, having as base a stucture that promotes satisfaction and appreciation by its employees. This research is caracterized as documental and descriptive, including a field analysis, with the application of a structured questionnaire as a tool for information gathering. The sample involved 38 employees celetistas and estatutários, representing 83% of the total employees. It was possible to caracterize human resources and to evaluate the Quality of Working Life, demonstrating that the offering of extra beneftis, political interferences and deficient infrastructure are factors of lack of motivation at work, and must be reviewed by the managers of the institution.

Keywords: Public Management. Rural Extension. Quality of Working Life.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Modelo das dimensões básicas da terefa...................................... 32

Figura 2 – Hierarquia das necessidades de Maslow....................................... 35

Figura 3 – Qualidade de Vida no Trabalho x Produtividade............................ 40

Figura 4 – Desdobramento das Competências................................................. 41

Figura 5 – O Gerente como canal de informação............................................. 43

Figura 6 – Localização da Região Administrativa do Instituto EMATER de

Santo Antônio da Platina..................................................................

50

Figura 7 – Localização dos municípios que constituem a região

administrativa do Instituto EMATER de Santo Antônio da Platina..

51

Figura 8 – Porcentagem das principais atividades agropecuária que compõe

o VBP de cada município da região de Santo Antônio da Platina...

54

Figura 9 – VBP (REAL) dos Municípios da Região de Santo Antônio da

Platina..............................................................................................

55

Figura 10 – Áreas de desenvolvimento integrado (ADI) do Instituto EMATER

da região de Santo Antônio da Platina............................................

56

Figura 11 – Grandes desafios do Instituto EMATER........................................ 57

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Critérios utilizados para mensuração da QVT................................ 20

Quadro 2 – Critérios de Walton (1973).............................................................. 30

Quadro 3 – Fatores que influenciam a Qualidade de Vida no Trabalho........... 31

Quadro 4 – Principais cadeias produtivas por ADI............................................ 57

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Contribuição das Atividades Agropecuárias no valor Bruto da

Produção da Região Administrativa do Instituto EMATER de

Santo Antônio da Platina.................................................................

53

Gráfico 2 – Porcentagem de funcionários em função do regime de

contrato..........................................................................................

58

Gráfico 3 – Porcentagem de profissionais do EMATER em função de sua

formação.........................................................................................

59

Gráfico 4 – Função ocupada............................................................................. 60

Gráfico 5 – Regime de Trabalho....................................................................... 61

Gráfico 6 – Faixa Etária..................................................................................... 62

Gráfico 7 – Grau de Instrução........................................................................... 62

Gráfico 8 – Estado Cívil..................................................................................... 63

Gráfico 9 – Comparação do salário recebido com a função exercida.............. 65

Gráfico 10 – Comparação do salário recebido com os outros profissionais

das áreas similares.......................................................................

66

Gráfico 11 – Satisfação com relação aos benefícios extras............................. 67

Gráfico 12 – Jornada de Trabalho.................................................................... 68

Gráfico 13 – Intervalo de almoço e lanche........................................................ 69

Gráfico 14 – Condições do ambiente físico de trabalho................................... 69

Gráfico 15 – Disponibilidade de equipamentos e ferramentas......................... 70

Gráfico 16 – Segurança no trabalho................................................................. 71

Gráfico 17 – Grau de autonomia para realizar o trabalho................................. 72

Gráfico 18 – Quantidade de atividades desenvolvidas..................................... 72

Gráfico 19 – Utilização dos conhecimentos e habilidades................................ 73

Gráfico 20 – Desempenho, qualidade e resultado do trabalho......................... 74

Gráfico 21 – Avaliação dos resultados do trabalho........................................... 74

Gráfico 22 – Plano de carreira e chances de promoção oferecidas pelo

Instituto.........................................................................................

75

Gráfico 23 – Oferta de treinamento ou oportunidade de desenvolvimento

para o crescimento profissional....................................................

76

Gráfico 24 – Incentivos que o Instituto da aos funcionários continuarem seus

estudos........................................................................................

77

Gráfico 25 – Influência externa......................................................................... 78

Gráfico 26 – Relacionamento entre pessoas no ambiente de trabalho............ 78

Gráfico 27 – Relacionamento com a chefia...................................................... 79

Gráfico 28 – Comprometimento e colaboração no ambiente de trabalho......... 80

Gráfico 29 – Valorização ou reconhecimento pelo trabalho realizado.............. 80

Gráfico 30 – Liberdade e oportunidade de expressar sentimentos e

pensamentos...............................................................................

81

Gráfico 31 – Tempo disponíivel para lazer e atividades sociais fora do

trabalho........................................................................................

82

Gráfico 32 – Imagem do Instituto EMATER junto à comunidade local no que

se refere aos serviços..................................................................

83

Gráfico 33 – Situação atual da infraestrutura.................................................... 84

Gráfico 34 – Infraestrutura existente x Prioridades........................................... 85

Gráfico 35 – Situação atual da área técnica..................................................... 86

Gráfico 36 – Área Técnica x Prioridades.......................................................... 87

Gráfico 37 – Situação atual da área administrativa.......................................... 88

Gráfico 38 – Prioridades administrativas........................................................... 89

Gráfico 39 – Fatores de aumento ou redução da produtividade....................... 90

Gráfico 40 – Fonte de motivação para o trabalho............................................. 91

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 14

1.1.Justificativa e Relevância do Tema................................................................ 16

2. OBJETIVOS.....................................................................................................

2.1. Objetivo Geral...............................................................................................

2.2. Objetivos Específicos....................................................................................

17

17

17

3. METODOLOGIA.............................................................................................. 18

3.1 Classificão da Pesquisa................................................................................. 18

3.2 Ambiente de Pesquisa................................................................................... 19

3.3 Universo e amostra de peaquisa................................................................... 19

3.4 Coleta de dados............................................................................................ 19

3.5 Análise dos dados coletados.......................................................................... 21

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................... 22

4.1 Nova Administração Pública.......................................................................... 22

4.2 Gestão Pública............................................................................................... 23

4.3 Choque de Gestão......................................................................................... 24

4.4 Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)........................................................... 27

4.4.1 Modelos para Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho...................... 28

4.4.1.1 O Modelo de Walton (1973).....................................................................

4.4.1.2 O Modelo de Westley (1979)....................................................................

28

30

4.4.1.3 O Modelo de Davis & Werther (1983)......................................................

4.4.1.4 O Modelo de Hackman & Oldham (1975)................................................

4.5 Motivação.......................................................................................................

4.5.1 Teoria ERC – Alderfer.................................................................................

4.5.2 Teoria dos Dois Fatores – Herzberg...........................................................

31

32

34

37

37

4.6 Produtividade................................................................................................. 38

4.7 Organização, pessoas e conhecimento......................................................... 40

4.8 Gestão de Conhecimento............................................................................... 42

5. O Instituto EMATER....................................................................................... 45

5.1 Caracaterização da Região do EMATER de Santo Antônio da Platina - Pr.. 49

6. ANÁLISE DOS DADOS...................................................................................

6.1 Dados gerais dos respondentes....................................................................

6.2 Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho................................................

6.3 Avaliação da infra-estrutura...........................................................................

60

60

64

84

6.4 Avaliação da Área técnica.............................................................................. 86

6.5 Avaliação dos aspectos administrativos......................................................... 88

6.6 Avaliação da percepção dos funcionários sobre produtividade e motivação.............................................................................................................

90

7. CONCLUSÃO.................................................................................................. 92

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 94

ANEXO I – Modelo de Questionário.................................................................. 99

14

1. INTRODUÇÃO

Em função da evolução dos sistemas científicos e tecnológicos,

principalmente na área de comunicação, acelerando e disponibilizando

conhecimentos e informações em tempo real, além do processo de globalização;

que vem provocando transformações, originando alta competitividade, mudanças de

conceitos, quebra de paradigma e dogmas que norteiam a sociedade, que espera

das prestações de serviços, tanto da iniciativa privada como pública uma rápida

resposta, às demandas, por outro lado reconhecendo a importância das pessoas

dentro das organizações.

A maioria dos países em desenvolvimento promoveu, nas últimas décadas do

século passado, sucessivas reformas para desmontar o Estado burocrático e

centralizador, buscando um novo modelo gerencial e descentralizado, adequando o

aparelho de Estado às grandes mudanças da globalização.

No Brasil, ao contrário, a Constituição de 1988 cristalizou os interesses

corporativistas internos do sistema burocrático, enrijeceu ainda mais o Estado,

manteve a lógica da transferência de recursos e expandiu os benefícios

previdenciários e o assistencialismo, comprometendo as gerações futuras.

Infelizmente, a verdadeira modernização do Estado brasileiro, é a introdução

de um novo paradigma, capaz de atender às demandas dos diferentes segmentos

da sociedade e introduzir mudanças nas instituições políticas e nas suas relações

com a estrutura de poder vigente no país (NAKANO, 2006).

No modelo burocrático, o aparelho do Estado funciona na base de controle

dos insumos: leis, normas e procedimentos pré-definidos que o burocrata tem que

seguir rigorosamente. São os instrumentos de controle do Estado pela sociedade

que, supostamente, dão transparência à gestão de recursos públicos. Neste modelo,

o burocrata cumpre as normas e procedimentos "técnicos", ignorando

completamente a demanda e os problemas do cidadão.

No novo paradigma gerencial, flexibilizam-se os controles dos insumos e

controla-se a produção de bens e serviços públicos e seus resultados, tendo como

referência as necessidades da sociedade e do cidadão. Esta mudança de paradigma

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tornou-se possível com as novas revoluções tecnológicas na área de

telecomunicações e computação, que permitiram o desenvolvimento de sistemas de

informações gerenciais, dando total transparência à utilização de recursos, aos

procedimentos e às transações de toda ação estatal, e permitiram ainda

acompanhar e mensurar os seus resultados.

Atualmente a cultura da eficiência e eficácia, está no mundo inteiro. As

organizações privadas se adaptam velozmente a essa nova “era”, com uma rápida

mudança de gestão. Já as organizações públicas, em função das suas

características, apresentam maior lentidão neste processo. Na busca de

sobrevivência, surgem várias sugestões e tentativas de aprimoramento da gestão

das entidades públicas diante das exigências atuais da sociedade.

Um fato importante que exige uma mudança na gestão das instituições

públicas de assistência técnica e extensão rural na busca de maior eficiência e

eficácia, é a nova lei de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) aprovada no

dia 15 de dezembro de 2009 pelo Senado, sancionada pelo Presidente da

República, Luís Inácio Lula da Silva. A Lei nº 12.188/2010 mudou a forma de

repasse de recursos para o serviço de ATER, antes realizados através de convênios

firmados entre o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e entidades

prestadoras de serviços de ATER, e atualmente contratos por chamadas públicas,

beneficiando não apenas os agricultores familiares, mas também assentados da

reforma agrária, povos indígenas, remanescentes de quilombos e demais

comunidades tradicionais como extrativistas, aquicultores, silvicultores, e

pescadores.

A Lei admite que, além das Instituições como o EMATER, cooperativas de

agrônomos e veterinários possam organizar-se para o atendimento às demandas de

serviços de extensão rural e reforma agrária, e garante a prioridade para a

contratação de entidades públicas. Será dada, também, conforme a nova Lei de

ATER, prioridade à destinação dos recursos financeiros da política nacional, às

entidades e órgãos públicos oficiais de assistência técnica.

O Plano Nacional de Assistência Técnica e Extensão (PNATER) será

desenvolvido e formulado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e deve

motivar o desenvolvimento rural sustentável e apoiar iniciativas econômicas que

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ressaltem as potencialidades e vocações regionais e locais. Além disso, terá como

instrumento o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão (PRONATER),

onde suas diretrizes deverão compor o Plano Plurianual (PPA).

O PRONATER e os conselhos estaduais de desenvolvimento sustentável

serão os responsáveis pelo credenciamento das instituições encarregadas de

executar a assistência técnica. Para realizar o cadastro, a instituição deverá atuar no

Estado em que solicitar o credenciamento e ter pessoal capacitado para o trabalho.

Deverá ainda, estar legalmente constituída há mais de cinco anos, caso não seja

entidade pública.

Embora atualmente, as entidades oficiais de ATER, estejam favorecidas pelo

tempo de atuação (tradição), infraestruturas existentes e de técnicos remunerados

pelo setor público; muitas organizações estão estruturando-se para realizar esta

prestação de serviço de forma pontual, tornando-se competitivas neste setor de

prestação de serviço.

1.1. Justificativa e Relevância do Tema

O Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER

como uma autarquia da administração indireta, tem procurado através do

desenvolvimento do processo de gestão, com a implantação de um sistema de

acompanhamento gerencial, aumentar a sua eficiência e eficácia, na prestação de

serviços; diante das dificuldades enfrentadas por todas as organizações públicas,

como ausência de concursos nos últimos anos, desmotivação de funcionários,

ausência de avaliação de desempenho, política de capacitação, política salarial,

dentre outros.

Há necessidade de aprimorar o processo de gestão, principalmente com

relação aos recursos humanos. Este estudo busca analisar questões ligadas

inicialmente a força de trabalho, formação, atividade que realiza (compatibilizar com

a formação e interesse), motivação, infraestrutura oferecida para realizar o trabalho,

nível de satisfação com o trabalho e com a instituição.

Com os resultados obtidos será possível propor ações que visem reestruturar

e reorganizar as equipes de trabalho (maior flexibilidade); direcionar os processos de

17

capacitação /treinamentos, decisões de investimentos (máquinas, equipamentos e

reformas), para uma maior eficiência e eficácia.

Diante deste novo cenário e para atender a maior demanda da sociedade por

um serviço público com maior eficiência e eficácia, há necessidade das instituições

públicas se modernizarem principalmente na sua gestão, com a valorização dos

recursos humanos, de forma a manter o comprometimento e a motivação, buscando

maior produtividade e qualidade dos serviços prestados, garantindo assim a sua

competitividade e sustentabilidade no mercado.

A proposta deste estudo é avaliar a Qualidade de Vida e das condições de

trabalho do Instituto EMATER - Regional de Santo Antônio da Platina – Paraná,

buscando analisar o grau de satisfação dos funcionários, na tentativa de

intervenção, dando maiores subsídios para aprimoramento da gestão, em busca de

maior competitividade e fortalecimento institucional.

O estudo foi realizado na região administrativa do EMATER de Santo Antônio

da Platina devido ao autor estar a 20 anos desenvolvendo trabalhos como

funcionário do Instituto EMATER na região e 4 anos na Gerência Regional.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral.

Avaliar a Qualidade de Vida no Trabalho dos servidores e a infraestrutura da

Região Administrativa do Instituto EMATER de Santo Antônio da Platina - Pr.

2.2. Objetivos Específicos:

- Avaliar a Qualidade de Vida no Trabalho dos funcionários da região administrativa

do Instituto EMATER de Santo Antônio da Platina, segundo o modelo de Walton

(1973);

- Caracterizar os recursos humanos da região e verificar o seu nível de satisfação no

trabalho;

- Levantar as condições da infraestrutura existente, visando otimizar os recursos e

facilitar a tomada de decisão nos investimentos.

18

3. METODOLOGIA

3.1 Classificação da Pesquisa

Para elaboração deste trabalho, foi realizada pesquisa bibliográfica,

documental e descritiva, envolvendo também um estudo de campo e análise

quantitativa dos dados coletados. Para a classificação da pesquisa adotou-se os

critérios apresentados por Gil (1999), conforme segue:

Com relação aos procedimentos técnicos, é bibliográfica, porque utilizou

material já publicado, constituído basicamente de livros, artigos de periódicos e

informações disponibilizadas na Internet. Quase todos os estudos fazem uso do

levantamento bibliográfico e algumas pesquisas são desenvolvidas exclusivamente

por fontes bibliográficas. Sua principal vantagem é possibilitar ao investigador a

cobertura de uma gama de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que

poderia pesquisar diretamente.

Documental, em função de materiais que não receberam tratamento analítico,

documentos de primeira mão, como documentos oficiais, reportagens de jornal,

contratos, etc., ou ainda documentos de segunda mão, que de alguma forma já

foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas

estatísticas, etc.; e os localizados no interior de órgãos públicos ou privados, como:

manuais, relatórios, balancetes e outros.

Descritiva, porque segundo Gil (1999) visa descrever as características de

determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre

variáveis.

Este trabalho caracteriza-se como pesquisa de campo, pois se adequa ao tipo

de estudo realizado com o interesse de obter informações e conhecimento sobre um

determinado problema para o qual se buscam respostas, ou quando se deseja

comprovar hipóteses, ou ainda, quando busca-se descobrir novos fenômenos ou

desvendar as relações entre eles. (Lakatos e Marconi,1999). Segundo estes autores

a pesquisa de campo requer primeiramente uma pesquisa bibliográfica acerca do

tema estudado, prosseguindo com a determinação das técnicas que serão utilizadas

para a definição da amostra, coleta, registro e análise dos dados.

19

3.2. Ambiente de Pesquisa:

A realização do estudo foi conduzida coletando-se dados e informações em

situação real, assim o ambiente caracteriza-se como condições de campo ou

empíricas.

3.3. Universo e Amostra de Pesquisa

Neste estudo foram pesquisados 38 funcionários do Instituto EMATER da

Unidade Regional de Santo Antônio da Platina, sendo 30 celetistas e 8 estatutários,

de um total de 48 (37 celetistas e 11 estatutários) funcionários, perfazendo uma

amostra de 83,05%, conforme se verifica na tabela 1. Foram excluídos do total a ser

pesquisado os conveniados e estagiários.

Existentes Respondentes Porcentagem

21 Engenheiros Agrônomos 17 Engenheiros Agrônomos 80,9%

14 Técnicos Agrícolas 11 Técnicos Agropecuários 78,6%

02 Técnicas Sociais 02 Técnicas Sociais 100%

11 Assistentes administrativos 08 Assistentes Administrativos 72,7%

48 Total 38 Total M = 83,05%

Fonte: autor da pesquisa 3.4. Coleta de dados

A pesquisa foi feita em documentos da organização, tais como relatórios,

apostilas, site, documentos de reuniões, documentos sobre planejamento,

normativos e memorandos. Também foram levantadas informações durante o

período em que o autor da pesquisa, esteve no exercício na função de Gerente

Regional em Santo Antônio da Platina, de julho/2007 a outubro/2010.

Na fase de levantamento dos dados, foram escolhidos como sujeitos de

pesquisa os servidores do Instituto EMATER da região de Santo Antônio da Platina.

Para realização da pesquisa, utilizou-se de um questionário (Anexo I), adaptado dos

estudos realizados por Fernandes (1996), Braga (2009) e Guariente (2009). O

questionário foi enviado aos servidores, por meio de correio eletrônico e em alguns

20

casos, onde o pesquisado alegou não ter condições de enviar as respostas através

de meio eletrônico, foi utilizado o correio tradicional, via malote, no período de

outubro a dezembro de 2010.

O questionário foi adaptado pelo autor, contendo os seguintes campos:

Primeira parte: levantamento e caracterização dos recursos humanos;

Segunda parte: Qualidade de vida no trabalho (QVT); contendo os oito critérios de

mensuração da QVT, segundo Walton (1973), conforme verifica-se no quadro 1.;

Terceira parte: questões de gestão administrativa, técnica e de infraestrutura,

relacionadas ao desempenho do trabalho; sendo os itens avaliados divididos em

duas partes, a primeira situação atual e a segunda o nível de importância.

No Quadro 1. Critérios utilizados para a mensuração da QVT.

Critérios Variáveis

1 – Compensação justa e adequada

- Renda adequada ao trabalho; - Equidade externa; - Benefícios extras

2 – Condições de segurança e saúde no trabalho

- Jornada de trabalho; - Intervalo de Almoço e lanche; - Ambiente físico seguro e saudável; - Equipamentos e ferramentas; - Equipamentos de segurança e procedimentos de trabalho.

3- Oportunidade imediata para utilização e desenvolvimento das capacidades humanas

- Autonomia; - Número de atividades; - Utilização de conhecimentos e habilidades; - Responsabilidades quanto ao desempenho, qualidade e resultados; - Avaliação e retorno desta avaliação.

4 – Oportunidade futura para crescimento contínuo e segurança

- Possibilidade de carreira; - Crescimento profissional.

5 – Integração social na organização Igualdade de oportunidades

- Influência externa; - Relacionamento entre pessoas e chefia; - Comprometimento e colaboração – senso comunitário; - Valorização ou reconhecimento.

6 – Constitucionalismo - Liberdade e oportunidade de expressão.

7 – Trabalho e espaço total da vida

- Lazer e atividades sociais – papel balanceado do trabalho.

8 – Relevância do trabalho Imagem da empresa

- Responsabilidade social pelos serviços e empregados.

Fonte: Oliveira (2001)

21

3.5. Análise dos dados coletados A análise dos dados envolveu aspectos quantitativos. Para análise dos dados

oriundos da aplicação do questionário foi utilizada a estatística descritiva através de

usos do software MS Excel, sendo elaborados gráficos, descrições e comentários

sobre as distribuições de frequência ou porcentagens.

22

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1. Nova Administração Pública

A década de 1990 no Brasil foi marcada pelas transformações nas estruturas

políticas, sociais e econômicas que reestruturaram as bases administrativas, fiscais

e institucionais tanto no interior do aparato estatal quanto nas formas de

relacionamento com os atores internos. Tais transformações devem ser

compreendidas a partir de fenômenos ligados à redemocratização, descentralização,

rearranjo interinstitucional e mundialização econômica. No plano das políticas

públicas apelou-se para ajustes financeiros que culminaram na redefinição da

intervenção estatal e do papel dos entes federados. Nesse cenário, ganhou

destaque a reforma operada na estrutura estatal, por muitos defendida como

primordial face aos desafios do desenvolvimento e ao novo papel do governo

(ALVES , 2006).

A Reforma do Estado foi colocada como necessária a partir da grande crise

fiscal dos anos 1980, que evidenciou a inviabilidade da lógica que vinha presidindo a

ação estatal até então. Tal como colocado por vários autores (Bresser Pereira, 1998;

Nassuno, 1999; Boschi e Lima, 2002, apud Alves, 2006), a causa básica da grande

crise dos anos 80 estava na forma do Estado: uma crise fiscal do Estado, uma crise

do tipo de intervenção estatal e uma crise da forma burocrática de administração do

Estado.

A reforma do Estado traduziu-se na revisão de determinados procedimentos

estatais, tais como a forma de intervenção no plano econômico, a forma de gestão e

a forma de relacionamento com a sociedade.

De modo geral, tal reforma insere-se dentro de um contexto relacionado com o

“esgotamento das condições de financiamento do antigo padrão de industrialização”

– que resultou em uma crise fiscal interna e desordem nas finanças públicas. Tal

esgotamento estava associado às pressões advindas do “acirramento do processo

de globalização, que elevou o nível de competição entre os países e suas empresas,

demandando um aumento no padrão de eficiência dos respectivos Estados”

(Nassuno, 1999, apud Alves 2006). Adota-se, então, o modelo da administração

23

pública gerencial, pautado por critérios de técnica e racionalidade, já praticados na

iniciativa privada.

Novas formas de relação entre o Estado e a sociedade, foram estabelecidas,

baseado em nova forma de gestão implantada pela reforma do Estado. Esta

implicou a adoção de determinadas diretivas, como a “eliminação de funções

governamentais, cortes em despesa com custeio e investimentos, redução da folha

de pessoal, privatização, desregulamentação e descentralização” (Carvalho e

Souza, 1999).

Todas essas iniciativas indicam a tentativa de revisão do papel

desempenhado pelo Estado como principal indutor do crescimento econômico e

prestador de serviços sociais.

4.2. Gestão Pública

Para Santos (2006, apud BONEZZI & PEDRAÇA, 2008) “Gestão pública

refere-se ás funções de gerência pública dos negócios do governo”. Assim, de

acordo com Silva (2007) pode-se classificar, o agir do administrador público em três

níveis:

a) atos de governo, que se situam na órbita política;

b) atos de administração, atividade neutra, vinculada à lei;

c) atos de gestão, que compreendem os seguintes parâmetros básicos:

I- tradução da missão;

II- realização de planejamento e controle;

III- administração de R. H., materiais, tecnológicos e financeiros;

IV- inserção de cada unidade organizacional no foco da organização; e

V- tomada de decisão diante de conflitos internos e externos.

Portanto, fica clara a importância da gestão pública na realização do interesse

público porque é ela que vai possibilitar o controle da eficiência do Estado na

realização do bem comum estabelecido politicamente e dentro das normas

administrativas.

Infelizmente, a grande maioria dos agentes políticos desconhece totalmente

esta importante ferramenta que está à sua disposição, resultando em gastos

24

públicos inadequados ou equivocados, ineficiências na prestação de serviços

públicos e, sobretudo, no prejuízo financeiro e moral da sociedade.

Portanto, o gestor público não precisa temer a gestão pública, por receio de

perda de poder político, mas ao contrário, deve conhecê-la e utilizá-la como forma

inteligente de aumento de seu prestígio político porque somente através dela será

possível dirigir política e administrativamente uma pessoa ou organização estatal

com objetividade, racionalidade e eficiência (SILVA, 2007).

Neste sentido, Garde (2001, apud BONEZZI & PEDRAÇA, 2008) conceitua

que:

A nova Gestão Pública trata de renovar e inovar o funcionamento da Administração, incorporando técnicas do setor privado, adaptadas às suas características próprias, assim como desenvolver novas iniciativas para o logro da eficiência econômica e a eficácia social, subjaz nela a filosofia de que a administração pública oferece oportunidades singulares, para melhorar as condições econômicas e sociais dos povos.

Assim, gestão pública moderna tem como fundamento um conteúdo ético,

moral e legal por parte daqueles que dela participam, tendo como objetivo a crença

no resultado positivo da política pública a ser implementada e na credibilidade na

administração pública exercida pelos mesmos. É igualmente um componente dela a

existência de um conteúdo pleno de elementos tecnológicos que facilitem a

utilização destes para administrar com potencial de eficácia e eficiência que se

espera da Administração dos bens públicos.

4.2 Choque de Gestão

Apresentado como compromisso do Governo de Minas Gerais, desde a

campanha eleitoral, com objetivo de dar ao Estado modernidade, agilidade e

eficiência, adequando-o aos novos tempos e, ao mesmo tempo, garantir

transparência aos atos e ações do governo; o “Choque de Gestão: pessoas,

qualidade e inovação na administração pública” é instituído pela atual gestão

governamental do Estado de Minas Gerais. Constitui-se a principal linha de ação do

governo e uma das maiores chamadas à sua reeleição. Visando pôr fim a crise fiscal

e administrativa herdada da gestão anterior, o governo atual implanta o programa

25

“Choque de Gestão” com o objetivo de reformar o Estado, obter saldo positivo entre

arrecadação e despesas – denominado “Déficit Zero”, monitorar ações para que se

obtenha o máximo de eficiência nas intervenções do governo e resultados positivos.

As ações implementadas nesse sentido buscam revisar o modelo de gestão

dos recursos humanos, dos processos e rotinas administrativas, consolidar a

parceria com o terceiro setor e o setor privado na prestação do serviço público,

alinhadas à avaliação de desempenho institucional e individual e à transparência da

ação pública. “É importante destacar que todo o arcabouço legal do projeto

estruturador “Choque de Gestão” foi constituído a partir de um novo paradigma que

prevê o alinhamento entre o desenvolvimento de pessoas, objetivos organizacionais

e avaliação dos resultados das políticas públicas” (Mensagem do governador à

Assembléia, 2004 apud ALVES,2006).

Percebe-se que eficiência, eficácia, modernidade e transparência são

elementos essenciais nesta reestruturação governamental e administrativa, que vêm

a justificar o redirecionamento da gestão da máquina estatal. As iniciativas pioneiras

nesse sentido, implementadas logo que a atual gestão teve início, se deram a partir

de reformas em determinadas secretarias estaduais, redesenhando-as e, em alguns

casos, fundindo-as em outras secretarias, reduzindo o seu número. Além disso,

“foram reduzidos os cargos comissionados e realizadas alterações que visam à

eficácia do planejamento e gestão dos próprios órgãos da administração pública, e o

controle eficaz das ações e dos gastos efetuados pelos agentes públicos”. Esse

último ponto assinalado é de fundamental importância, uma vez que permite situar a

relevância conferida ao controle eficaz das ações dos agentes públicos nos marcos

da reforma administrativa propugnada pelo “Choque de Gestão”. (ALVES, 2006).

No mundo globalizado, o ambiente empresarial, vem se tornando altamente

competitivo, com transformações que vem ocorrendo com a sociedade e que

atingiram também as organizações da administração pública, com reflexos nas

relações de trabalho, na política, na tecnologia, na busca de uma grande eficiência e

eficácia, onde os recursos humanos passaram a ser o principal diferencial.

A sociedade da informação, que atualmente vivenciamos, se caracteriza pela

necessidade de respostas rápidas e por uma cultura acentuadamente voltada aos

relacionamentos internos e externos, transformações que se localizam

26

principalmente nas formas e no tempo de distribuição das informações, resultado de

informações tecnológicas e da importância ofertada do desenvolvimento social.

(FERREIRA, 2007).

O conhecimento dos recursos humanos da Administração Pública tem sido

uma preocupação de muitos governos, pois é um elemento essencial para a boa

gestão pública. A existência de dados corretos e confiáveis é condição essencial

para a implantação de políticas públicas na área dos recursos humanos e para a

tomada de decisões.

Com o avanço tecnológico, na era digital, é necessário investimentos em

novas tecnologias, para gerenciar instituições, mas é imprescindível investir em

capital humano.

Para Rezende (2002), estas transformações promoveram um acelerado

movimento em direção a construção de novos papéis e esferas de atuação para o

Estado. Problemas relativos a redistribuição, á justiça social e a eficiência dos

governos fizeram crescer a demanda por reflexões e práticas que culminaram em

um movimento vigoroso de reinvenção das estruturas e instituições sociais e

políticas.

A cobrança da sociedade, com relação a melhor prestação dos serviços

públicos, tem levado as instituições a aprimorar o processo de gestão.

A nova Gestão Pública trata de renovar e inovar o funcionamento da

administração, incorporando técnicas do setor privado, mas nunca deve perder a

perspectiva de que a área privada visa lucro e a administração pública visa realizar

sua função social (BONEZZI, 2008).

Em função das dificuldades enfrentadas pelas organizações públicas, como

por exemplo: normas rígidas; redução no orçamento, achatamento de salários; falta

de concursos e com isso o quadro de pessoal casa vez menor, surge a obrigação de

serem mais criativas, buscando alternativas para a sua sobrevivência.

Sendo o Instituto EMATER uma autarquia da administração indireta, tem

procurado meios de aprimorar a sua gestão, de forma a aumentar a sua eficiência e

eficácia, buscando cada vez mais, o fortalecimento da instituição através de

resultados.

27

4.4 Qualidade de Vida no Trabalho

Na década de 1940, movida pela necessidade de contrapor-se a

desumanização no trabalho surgida com aplicação de métodos rigorosos, surge a

Teoria das Relações Humanas com a concepção do homem social, que considera

os trabalhadores como seres complexos, com sentimentos, desejos e temores. As

pessoas são motivadas por certas necessidades e alcançam satisfação através de

grupos com os quais interagem (CHIAVENATO, 2004).

Como investigação científica na esfera do trabalho, a QVT surgiu em 1950

com os estudos de Eric Trist (RODRIGUES, 1991) para designar experiências

calçadas na relação indivíduo-trabalho-organização, com base na reestruturação da

tarefa, com o objetivo de tornar a vida dos trabalhadores menos penosa

(FERNANDES, 1996).

Em um cenário globalizado, muitas empresas buscam competitividade,

investindo em tecnologias para a qualidade total, visando a eficiência e eficácia.

Mas dependem da participação e comprometimento das pessoas envolvidas com a

organização de forma a alcançar resultados.

Na busca desse envolvimento participativo, a qualidade de vida no trabalho

(QVT) relaciona-se com a mobilização, o comprometimento pessoal, a participação

com o bem estar do funcionário na execução do trabalho, visando alcançar metas

com qualidade total. Um ambiente organizacional onde há uma gestão dinâmica e

contingencial de fatores físicos, sociológicos, psicológicos e tecnológicos da

organização do próprio trabalho, torna-se saudável e mais propício ao aumento de

produtividade e reflete positivamente no comportamento do funcionário no

atendimento ao cliente (FERNANDES, 1996).

A QVT (Qualidade de Vida no Trabalho) requer uma reflexão sobre o

trabalhador enquanto indivíduo.

De acordo com o entendimento de Conte (2003) a QVT pode ser vista como:

[...] um programa que visa facilitar e satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na organização, tendo como idéia básica o fato de que as pessoas são mais produtivas quanto mais estiverem satisfeitas e envolvidas com o

próprio trabalho.

28

O trabalho, para alguns, é fator de salvação, de equilíbrio psíquico e de

satisfação afetiva, de maneira que, aliado a sublimação passa ser responsável por

recuperação da saúde mental. O trabalho passa a ter grande importância para a

vida de cada indivíduo, pois quando é possível aliar a satisfação pessoal, o indivíduo

está a um passo da excelência da qualidade de vida. È preciso que os trabalhadores

tenham suas necessidades satisfeitas pelas organizações, pois só assim as

empresas estarão promovendo clima e cultura propícios para que eles tenham

consciência do seu papel na sociedade e de exercerem a sua cidadania.

Portanto a Qualidade de Vida no Trabalho, pode ser vista como “uma

abordagem sócio-técnica em relação a organização do trabalho, tendo como base a

satisfação do trabalhador no trabalho e em relação a ele” (AGUIAR, 2000).

Segundo Freitas & Souza (2008), durante muitos anos, pesquisadores

elaboraram modelos que buscam avaliar a Qualidade de Vida no Trabalho, dentre

eles pode-se destacar: Hackman & Oldham (1975); Walton (1973); Westley (1979) e

Davis & Wether (1983) apud (FREITAS & SOUZA, 2008).

4.4.1 Modelos para avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho

4.4.1.1 Modelo de Walton (1973)

Walton (1973) apud (FREITAS & SOUZA, 2008) estabeleceu critérios para a

Qualidade de vida no trabalho, divididos em oito categorias conceituais.

1. Compensação justa e adequada: tem como parâmetro o salário recebido pela

tarefa realizada, observando-se a sua equidade a outros membros que

desempenhem as mesmas funções tanto na organização onde trabalha como

também de profissionais de outras empresas.

2. Segurança e saúde nas condições de trabalho: de acordo com as condições que

se apresentam no local de trabalho, com base nos seguintes aspectos:

- Jornada de trabalho: mede o número de horas trabalhadas, dentro ou não da

legislação trabalhista, e sua relação com o trabalho realizado.

- Carga de trabalho: mede a quantidade de trabalho exercida em cada turno.

29

- Ambiente físico: avalia as condições de bem estar e conforto do local de trabalho e

organização para o seu desempenho.

- Material e equipamento: avalia a qualidade e a quantidade dos materiais

disponíveis para execução dos trabalhos.

3. Uso e desenvolvimento de capacidades: Oportunidade que o trabalhador tem de

aplicar, no desenvolvimento das suas tarefas, os seus talentos, habilidades e

competências profissionais.

4. Oportunidade de crescimento e segurança: Oportunidades oferecidas pela

instituição para o desenvolvimento e crescimento pessoal do trabalhador e para a

segurança do emprego, tendo como base perspectivas de ascensão profissional e

grau de permanência (segurança).

5. Integração social na organização: examina o grau de integração social na

organização, observando igualdade de oportunidades, apoio social, trabalhos em

equipe em detrimento do individualismo.

6. Constitucionalismo: fiscaliza o grau de cumprimento dos direitos do empregado na

organização, como direito trabalhista, privacidade, liberdade de expressão e

aplicação de normas e rotinas e suas influências no trabalhador.

7. Trabalho e espaço total de vida: responsável pela medição do equilíbrio existente

entre a vida particular do empregado e sua e a vida no trabalho, observando-se a

jornada de trabalho e vida em família, além de horários de chegada e saída na

empresa.

8. Relevância social da vida no trabalho: responsável pela medição da QVT quanto

à percepção e compreensão do emprego com relação à responsabilidade social da

organização com a comunidade, seu relacionamento com os seus empregados

quanto á qualidade de prestação de serviços, além de medir qual a visão do

empregado sobre a instituição.

Por este modelo, os critérios apresentados são intervenientes na qualidade de

vida no trabalho de modo geral. Sendo tais aspectos determinantes dos níveis de

satisfação experimentados pelos clientes internos, repercutindo nos níveis de

desempenho.

Pode-se observar no Quadro 2, os Critérios de Walton (1973) e suas

variáveis, para mensuração da QVT.

30

Quadro 2. Critérios de Walton (1973)

Critérios Variáveis

Compensação justa e adequada - Renda adequada ao trabalho - Equidade interna - Equidade externa

Condições de segurança e saúde no trabalho

- Jornada de trabalho - Ambiente físico seguro e saudável

Oportunidade imediata para utilização e desenvolvimento das capacidades humanas

- Autonomia - Significado da tarefa - Identidade da tarefa - Variedade de habilidades - Retroinformação

Oportunidade futura para crescimento contínuo e segurança

- Possibilidade de carreira - Crescimento profissional - Segurança no emprego

Integração social na organização Igualdade de oportunidades

- Relacionamento - Senso comunitário

Constitucionalismo - Respeito ás leis e direitos trabalhistas - Privacidade pessoal - Liberdade de expressão - Normas e rotinas

Trabalho e espaço total da vida - Papel balanceado do trabalho

Relevância social do trabalho Imagem da empresa

- Responsabilidade social pelos serviços - Responsabilidade social pelos empregados

Fonte: Tradução de Walton (1973) por Oliveira (2001)

4.4.1.2 O Modelo de Westley (1979)

Segundo Westley (1979) apud (FERNANDES, 1996), os problemas

vivenciados pelas pessoas no ambiente de trabalho podem ser classificados em

quatro categorias: injustiça, insegurança, isolamento e anomia. Os fatores que

caracterizam os problemas de Qualidade de Vida no Trabalho, apresentando os

sintomas, indicadores, ações e propostas que tem como objetivo humanizar o

trabalho. (Quadro 3)

31

Quadro 3. Fatores que influenciam a Qualidade de Vida no Trabalho.

Natureza do problema

Sintoma do problema

Ação para solucionar o problema

Indicadores

Propostas

Fatores Econômicos (18500

Injustiça União dos trabalhadores

- Insatisfação - Greves e sabotagem

-Cooperação -Divisão dos lucros -Participação nas decisões

Fatores Políticos (1850-1950)

Insegurança

Posições Políticas

- Insatisfação - Greves e sabotagem

- Trabalho auto-supervisionado - Conselho de trabalhadores - Participação nas decisões

Fatores Psicológicos (1950)

Isolamento

Agentes de mudança

- Sensação de isolamento - Absenteísmo e turnover

- Valorização das tarefas - auto-realização no trabalho.

Fatores Sociológicos

Anomia

Grupos de auto desenvolvimento

- Desinteresse pelo trabalho - Absenteísmo e turnover

- Métodos sócios-tecnicamente aplicados aos grupos de trabalho: valorização das relações inter-pessoais, distribuição de responsabilidade na equipe, etc).

Fonte: Adaptado de Westley (1979) (apud Freitas & Souza , 2008)

4.4.1.3 O Modelo de Davis & Werther (1983)

O modelo de Davis & Werther (1983) baseia-se, segundo Rodrigues (1999),

em três grupos de elementos:

Elementos organizacionais: Está relacionado à busca da eficiência; sendo esta

alcançada a partir da especialização na racionalização da produção. A abordagem

mecanicista, o fluxo de trabalho e as práticas de trabalho são os métodos para

análise da especialização. A abordagem mecanicista tenta identificar cada tarefa em

um cargo dispondo-as de maneira a minimizar o tempo e o esforço dos

trabalhadores. O fluxo de trabalho é influenciado pela natureza do produto ou

serviço. As práticas são as maneiras determinadas para realização do trabalho.

Elementos Ambientais: São as condições externas a organização, as

potencialidades (habilidades), as disponibilidades e as expectativas sociais. O fator

habilidade deve ser considerado importante para que o cargo não seja

dimensionado acima ou abaixo das aspirações profissionais do trabalhador.

Elementos comportamentais: São as necessidades de alto nível dos funcionários.

Estas necessidades estão relacionadas com a autonomia, variedade de habilidades,

32

feedback, valorização do cargo, etc. A autonomia refere-se à responsabilidade pelo

trabalho; a variedade de habilidades refere-se ao uso das diferentes capacidades, o

feedback está relacionado às informações sobre o desempenho, e a identidade da

tarefa está relacionado a entender e executar o todo do trabalho.

Para Davis & Werther (1983) apud (RODRIGUES, 1999), fatores como

supervisão, condições de trabalho, pagamento, benefícios e projeto de cargo

influenciam a QVT. Sendo o trabalhador mais envolvido pela natureza do cargo, o

projeto de cargos por estes autores se dividia em três níveis: Organizacional,

Ambiental e Comportamental. O objetivo destes autores era chegar a cargos

produtivos e satisfatórios que trariam uma vida no trabalho de alta qualidade.

4.4.1.4 O modelo de Hackman & Oldham (1975)

O modelo propõe que resultados positivos pessoais e do trabalho (alta

motivação interna, alta satisfação no trabalho, desempenho de alta qualidade, e

baixa turnover e absenteísmo) são obtidos quando três “estados psicológicos

críticos‟ (percepção da significância do trabalho, percepção da responsabilidade

pelos resultados e conhecimento dos reais resultados do trabalho) estão presentes

para um certo trabalhador (RODRIGUES, 1999). A figura 1, ilustra o modelo.

Figura 1. Modelo das dimensões básicas da terefa Fonte: RODRIGUES (1999) Segundo o modelo de Hackman & Oldham (1975) apud (Vieira, 1996), os

estados psicológicos críticos são criados pela presença de cinco dimensões

“básicas” do trabalho, descritas da seguinte forma:

33

Variedade de Habilidades: grau em que o trabalho requer uma variedade de

diferentes atividades e o uso de diferentes habilidades e talentos em sua realização;

Identidade da Tarefa: grau em que o trabalho é realizado por completo (do início até

o final) com um resultado visível, sendo composto de tarefas identificáveis;

Significado da Tarefa: grau no qual o trabalho tem impacto substancial na vida ou no

trabalho de outras pessoas – na própria organização ou na sociedade;

Autonomia: grau com que o trabalho permite a liberdade, independência e discrição

do trabalhador na programação de suas atividades e na determinação dos

procedimentos a serem utilizados; e,

Feedback do próprio trabalho (intrínseco): grau com que informações relacionadas

ao desempenho na execução das atividades solicitadas são claramente

apresentadas durante sua realização.

Além das dimensões acima descritas, consideram duas dimensões

suplementares que têm sido úteis no entendimento dos resultados das tarefas pelos

trabalhadores. Tais dimensões são:

Feedback extrínseco: grau com que os trabalhadores recebem informações claras a

respeito do seu desempenho nas atividades, segundo a opinião de supervisores e

companheiros, e

Inter-relacionamento: grau com que o trabalho requer a interação do trabalhador

com outras pessoas para a realização das atividades.

Hackman & Oldham (1975) apud (Vieira, 1996) também afirmam que o

modelo não é capaz de captar os resultados pessoais e do trabalho segundo a

percepção do trabalhador no que se refere à sua própria produtividade e aos índices

de absenteísmo e turnover. Os resultados captados dos trabalhadores pelo modelo

são:

Satisfação geral com o trabalho: é uma medida geral de quanto o trabalhador está

satisfeito e feliz com o trabalho que executa;

Motivação interna para o trabalho: grau com que o trabalhador sente-se feliz ao

executar perfeitamente as tarefas (ou infeliz ao executar as tarefas erroneamente); e

Satisfação específica: busca captar a satisfação do trabalhador com: (a) a

segurança no emprego; (b) pagamento e outras formas de compensação; (c)

34

companheiros de trabalho; (d) supervisores; e, (e) oportunidades de crescimento e

desenvolvimento na organização.

4.5 Motivação

Entender a motivação humana, ainda é um desafio. Estudos do

comportamento humano ressaltam que em psicologia, motivação é a força

propulsora por trás de todas as ações de um organismo. É o processo responsável

pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance

de uma determinada meta. Apesar de ser um processo exclusivamente interno e

pessoal, os ambientes podem influenciar positiva ou negativamente esse processo,

pois é muito mais fácil e produtivo estar em um ambiente alegre do que em um triste

e tenso.

Segundo Bassani, Nikitiuk e Quelhas (2003), os trabalhadores de uma

organização formam a sua estrutura. Portanto, o grande desafio das empresas do

século XXI é formar e integrar uma boa equipe de trabalho com conhecimento,

capacidade e habilidades específicas, para cumprirem as tarefas exigidas e

pensarem estrategicamente sobre os destinos da organização.

É difícil definir exatamente o que é motivação, uma vez que este conceito tem

sido utilizado com diferentes sentidos. De modo geral, motivo é tudo aquilo que

impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a

um comportamento específico. (KAST, 1970, apud CHIAVENATO, 2006).

Para Porter (apud BERGAMINI, 1980), a condição ideal para haver forte

motivação é quando as habilidades e energias pessoais são suficientes para atender

ás expectativas organizacionais, e os recursos da organização são também

adequados para atender ás necessidades e objetivos individuais.

MacGregor, 1980, consideram que o comportamento de um indivíduo é

motivado por necessidades que se manifestam a cada momento; o conteúdo de uma

tarefa e o ambiente de trabalho poderiam causar satisfação e insatisfação no

trabalho; para obter oportunidades de desenvolvimento na situação de trabalho, é

necessário enriquecer a tarefa, praticar recompensas adequadas, valorizar as

potencialidades intelectuais dos empregados e estimular a criatividade.

35

Maslow (apud LOPES, 1980) desenvolveu uma teoria da motivação

fundamentada numa hierarquia das necessidades que influenciam o comportamento

humano. Segundo este autor, a cada momento existe uma necessidade

predominante nos indivíduos, que motiva seu comportamento. Neste caso, os

incentivos por parte da gerência, devem de alguma forma, procurar ser compatíveis

com a satisfação desta necessidade predominante, para que, espontaneamente, o

indivíduo caminhe na direção desejada pela organização. Uma vez satisfeita esta

necessidade, cessa seu potencial motivador. Torna-se importante, então, outro nível

de necessidade, segundo a escala de Maslow.

A hierarquia das necessidades de Maslow, reproduzida na figura 2, envolve a

necessidade fisiológica, segurança, social, estima e autorealização.

Figura 2. Hierarquia das Necessidades de Maslow Fonte: Fernandes (1996)

As necessidades fisiológicas aparecem na base da pirâmide. São as

necessidades básicas para a sobrevivência humana, ou seja, alimento, roupa,

repouso, moradia. A satisfação destas necessidades acontece quando há a

integração biopsicossocial do indivíduo.

A partir do momento em que as necessidades estiverem satisfeitas, passa a

predominar a de segurança. Neste nível surgem as necessidades relacionadas à

autopreservação, como a necessidade de proteção contra o perigo físico e contra a

36

privação dos fatores básicos de sobrevivência. Surge também, neste nível, a

necessidade de sentir-se apto a enfrentar situações desafiadoras da vida e do

trabalho.

Depois de satisfeitas as necessidades fisiológicas e de segurança, passa a

ser dominante a necessidade social. Neste patamar, destaca-se a participação e

aceitação do indivíduo em grupos sociais, em círculos de amizade. Torna-se

importante, ainda, o compartilhamento e aprofundamento de conhecimentos e

experiências com pessoas ou grupos de pessoas. (FERNANDES, 1996)

Após a inclusão e aceitação em grupos, passa a ser dominante a necessidade

de estima, que inclui a auto-estima e o reconhecimento por parte dos outros. As

pessoas precisam sentir-se confiantes em si mesmas, capazes de criar novos

métodos, técnicas e de sugerir novas formas de ação.

Estando satisfeita a necessidade de estima, começa a predominar a necessidade de

autorealização. Neste degrau da pirâmide, as pessoas sentem o anseio de

consolidar seus próprios potenciais, sejam eles quais forem. Estes potenciais

podem variar no decorrer da vida. A autorealização modifica-se, então, conforme os

potenciais que se deseja consolidar em cada momento da vida.

Após estruturar conceitualmente o estudo da motivação humana, Maslow

estabelece uma distinção nítida entre motivação de deficiência e motivação de

crescimento, no caso, as necessidades básicas correspondem a motivos de

deficiências, que constituem déficits no organismo, onde o preenchimento se dá

através de objetos ou seres humanos de fora. A motivação de crescimento ocorre

quando o passo seguinte é subjetivamente mais agradável, isto é, quando já

satisfazemos suficientemente as nossas necessidades básicas, assim seremos

motivados pelas tendências para a individualização.

As diferenças entre as necessidades básicas e as necessidades de

crescimento são de ordem qualitativa, uma vez que as pessoas diferem na

intensidade de suas necessidades.

São muitas as críticas feitas a esta teoria que fazem ressalvas sobre as

dificuldades de se avaliar a teoria, a metodologia utilizada no processo de pesquisa,

a dificuldade de se evidenciar que a satisfação de uma necessidade ative a

37

necessidade seguinte, porém a principal crítica diz respeito a subjetividade do

indivíduo, sendo extremamente difícil padronizar seus agentes motivadores.

4.5.1 Teoria ERC – Alderfer

Segundo Faccioli (2008), desenvolvida pelo psicólogo Clayton Alderfer, a

partir da teoria de Maslow e de novas pesquisas, a Teoria ERC concorda que a

motivação do trabalhador pode ser medida seguindo uma hierarquia de

necessidades, porém diverge da Teoria de Maslow em alguns pontos básicos.

Maslow via as pessoas subindo progressivamente dentro das hierarquias das

necessidades. Já Alderfer percebiam que as pessoas subiam e desciam dentro da

hierarquia das necessidades e que existiam apenas três fatores essenciais para

motivação:

- Necessidade existencial: necessidade básica de Maslow, ou seja, a necessidade

de sobrevivência;

- Necessidade de relacionamento: o ser humano tem necessidade de

relacionamentos interpessoais, ou seja, sociabilidade e relacionamento social;

- Necessidade de crescimento: necessidade que o ser humano tem de criar, dar

sugestões, participar, etc; desenvolvimento do potencial humano.

Essa teoria adota o princípio de frustração-regressão, ou seja, uma

necessidade inferior pode ser ativada quando uma necessidade mais elevada não

pode ser satisfeita.

4.5.2 Teoria dos Dois Fatores – Herzberg

Segundo Chiavenato (2006), Herzberg tomou o ponto de partida a teoria

clássica de Maslow, mas como Aldefer, também discordou de alguns pontos da

Teoria das Necessidades.

Para Herzberg, a motivação depende do trabalho em si e não dos incentivos

que os empresários possam dar aos funcionários, classificando a motivação em

duas categorias:

38

- Fatores de Higiene: fatores extrínsecos e são insatisfascentes, ou seja, os que

previnem a insatisfação; giram em torno do “contexto do cargo”: como a pessoa se

sente em relação à empresa, as condições de trabalho, salários, prêmios,

benefícios, vida pessoal, status, relacionamentos interpessoais.

- Fatores de Motivação: fatores intrínsecos, associados a sentimentos positivos e

estão relacionados com o “conteúdo do cargo”: como a pessoa se sente em relação

ao cargo: o trabalho em si, realização pessoal, reconhecimento, responsabilidades.

O funcionário que está motivado tem um gerador interno e executa a tarefa por ela

mesma, pela realização, o reconhecimento, a responsabilidade e progresso.

4.6 Produtividade

Segundo Albrecht (1992) apud (Braga, 2003), muito tem se discutido na

tentativa de buscar um aumento da produtividade. O autor faz uma análise de 1975

á 1982, onde o principal método foi a simplificação do trabalho, depois a automação

e a tentativa de substituir a mão de obra por capital sofisticado. Finalmente, chegou-

se á fase das campanhas de aumento de produtividade, onde surgem ofertas de

troca de dinheiro por desempenho, através de planos de participação nos ganhos.

Fleury (1983) apud (Braga, 2003) conceitua produtividade como sendo “o grau

em que um sistema atinge um objetivo de produção” e “para o caso do sistema

produtivo, a quantidade de produto e de recursos são os parâmetros quantificáveis

mais importante. O objetivo pode na maioria das vezes, ser definido como maximizar

a quantidade de produto para determinada quantidade de recursos escassos

disponíveis, sob determinadas restrições. Por isso, a relação produto/recurso é

indicador de produtividade mais comum. Portanto produtividade é a combinação da

posse de recursos materiais que permitam a máxima realização das potencialidades

humanas de produzir.

A capacidade de trabalho empregada deve incluir os homens-hora

empregados na transformação final e também o que se gastou na obtenção das

matérias primas, com a parcela dos equipamentos e instalações apropriadas ao

longo da produção e com os serviços auxiliares que se fizerem necessários.

39

De acordo com Carvalho & Serafin (1995) a produtividade do trabalho pode

ser identificada como sendo o processo contínuo que procura obter, a partir do

potencial do empregado motivado, o máximo de sua capacidade com o mínimo de

tempo e esforço. Ainda relaciona alguns motivos pelos quais ocorre uma baixa

produtividade no desempenho do empregado como sendo:

- Não gozar de boa saúde;

- Sentir-se deprimido e preocupado por problemas que está enfrentando fora da

empresa;

- Estar carente de satisfação de algumas das suas necessidades vitais básicas;

- Não gostar do seu trabalho;

- Sentir-se molestado pelo tratamento que recebe dos colegas que com ele tem

contatos na organização;

- Considerar que suas tarefas não são bem remuneradas;

- Não gostar do ambiente onde trabalha;

- Sentir dificuldades no relacionamento com algum colega de trabalho;

- Não considerar que seu trabalho seja realmente útil.

Carvalho & Serafin (1995) também enumeram fatores que contribuem para um

efetivo aumento da produtividade do trabalho como:

- Quantidade e qualidade dos recursos materiais disponíveis: máquinas,

equipamentos, ferramentas e matérias primas.

- Qualidade da mão de obra empregada: treinamento adequado e atualizado,

experiência e grau de instrução.

- Organização racional do trabalho: distribuição correta das tarefas, definição clara

das responsabilidades e mobilidade estrutural.

- Nível de motivação do empregado: salário, prêmios, ambiente adequado de

trabalho, oportunidade de fazer carreira, valorização do trabalho executado,

supervisão eficaz, dentre outros.

O fator humano não depende, para o êxito profissional, de aspectos isolados de seu

trabalho: método específico, equipamento novo, grau de automação, etc.., mais sim

da situação em conjunto – máquinas, métodos, pessoas e atitudes, que inter-

relacionados define o nível de produtividade.

40

Huse & Cummings apud (Rodrigues, 1994), estabelecem uma relação entre

qualidade de vida no trabalho afeta positivamente a produtividade de forma indireta

como mostra a figura 3.

Figura 3. Qualidade de vida no trabalho x produtividade.

Fonte: HUSE & CUMMINGS (apud RODRIGUES, 1994, pag.91)

4.7. Organização, pessoas e conhecimento

Morgan (1996) ressalta que toda organização está inserida em um espaço

cultural e social e é este espaço que determina como a organização será

administrada. Toda organização recebe influência do contexto cultural onde se

insere bem como a das pessoas que fazem parte de sua estrutura.

A Figura 4, segundo Oliveira (2008) mostra o desdobramento das

competências, conhecido como “CHÁ” (Competência, Habilidades e Atitudes), como

uma árvore. As atitudes são as raízes, ou seja, dão sustentabilidade, alimentam e

promove o crescimento do conhecimento e habilidades, o conhecimento

41

representado pelo caule que é o responsável por conduzir a seiva até as folhas e

frutos, habilidades.

Figura 4. Desdobramento das competências Fonte: Gramignia (2001) apud (Oliveira, 2008)

Uma das questões relevantes quanto à gestão de pessoas é o “poder” dentro

da organização, segundo Daft (2006) apud (Oliveira, 2008), poder é “A habilidade

potencial de influenciar o comportamento dos outros” e comenta que nas

organizações normalmente existem cinco fontes de poder:

1- Poder legítimo: Hierarquia organizacional. As bases do poder legítimo são os

valores culturais, aceitação da estrutura social, e a nomeação por uma

autoridade legítima. O poder está no cargo e não no indivíduo.

2- Poder de recompensa: Estrutura organizacional. Os gerentes influenciam o

comportamento através do uso de recompensas, para motivar o subordinado.

3- Poder coercitivo: Capacidade do gerente de punir como meio de influenciar o

comportamento dos subordinados. A punição se manifesta de várias

maneiras, desde a advertência até a demissão.

CONHECIMENTO Trata-se do conjunto de informações que a pessoa armazena, resultado da educação formal e da capacitação.

HABILIDADES Agir com talento, capacidade e técnica, obtendo resultados positivos: é o que chamamos de “habilidade”. “São comportamentos laborais automatizados pela prática e a experiência na execução de alguma tarefa específica.”

ATITUDES (VALORES, CRENÇAS E PRICÍPIOS) A atitude é o início de tudo e o principal componente da competência. Está relacionada com “querer ser e querer agir”.

COMPETÊNCIAS

42

4- Poder de especialização: Habilidades do gerente. A capacidade de influenciar

pelo conhecimento, habilidade e experiência.

5- Poder de referência: Influenciar o outro pela força do seu carisma ou por

características pessoais que são admiradas. Tem como base a identificação

com o outro, o desejo de ser semelhante ao outro.

Os três primeiros tipos de poder têm como base o poder de posição, enquanto

os outros têm como bases de poderes pessoais. A partir do momento que as

pessoas se comportam de maneira conformada com as diretrizes de outras, começa

a resultar recompensas e evitam punições. O poder legítimo e o de especialização

podem estimular a credibilidade pessoal, a qual pode ser usada para convencer os

colaboradores da importância das atitudes e comportamentos que estão sendo

demandados.

Wood e Picarelli (1999) ressaltam que no tema gestão de pessoas faz-se

necessário abordar um assunto polêmico que é a remuneração, quer seja por

habilidades ou por competência. Recursos humanos precisam ser visto como armas

estratégicas e não o “Departamento de Pessoal”, como ainda hoje muitas empresas

enxergam. As organizações precisam se adequar as novas realidades da

competição e não mais olhar para seus recursos humanos como seres processuais

que apenas estão submetidos à tecnologia e a inovações, pois é este ser humano

quem gera, desenvolve, manipula e atualiza essa tecnologia.

4.8 Gestão de conhecimento

“Gestão de conhecimento é identificar o que se sabe, captar e organizar esse

conhecimento e utilizá-lo de modo a gerar retornos". (STEWART, 2002 apud NADAI,

2004)

Gestão do conhecimento é um processo sistemático articulado e intencional, apoiado na geração, codificação, disseminação e apropriação de conhecimentos, com propósito de atingir a excelência organizacional. Fundação Getulio Vargas, (2008) apud (Oliveira, 2008, pag.32).

43

Isso identifica que no dia a dia de cada organização muitos dados são

manipulados e se tornam em informações e estas em conhecimento efetivo,

produzindo valor ao processo como um todo da organização.

A gestão do conhecimento é um conjunto de processos que governam a criação, uso e disseminação do conhecimento na organização de forma a atingir seus objetivos de negocio. Gestão do conhecimento é uma forma de olhar a organização, em busca de pontos dos processos de negócio em que o conhecimento possa ser usado como vantagem competitiva. Conhecimentos úteis , oriundos da experiência, da analise, da pesquisa, do estudo, da inovação e da criatividade. Informal, (2008) apud (Oliveira, 2008, pag.32).

Segundo Daft (2006) 80% do tempo de um gerente são absorvidos pela

comunicação, sejam através de e-mails, telefonemas, conversas informais, portanto

a necessidade de se comunicar de forma assertiva é extremamente eficaz para a

organização. Define ainda que “que comunicação é o processo pelo qual a

informação é transmitida e entendida por duas ou mais pessoas, geralmente com a

intenção de motivar ou influenciar o comportamento” (Figura 5).

Figura 5. O Gerente como canal de informação. Fonte: Daft, 2006

44

A globalização tornou a vida organizacional muito rápida e as empresas

muitas vezes não se atentam a grande importância que é comunicar-se de maneira

eficaz. A comunicação ruim é matéria prima para problemas graves que atrapalham

o fluxo de informações e porque não dizer o processo de tomada de decisão no

nosso trabalho.

As organizações, segundo Chiavenato (2004), precisam investir não só em

ativos tangíveis pelo valor monetário, mas também destinar suas economias no

capital intelectual, ou seja, na imaginação e na criatividade humana, pois essa é a

força propulsora que move e ou deve mover as organizações.

45

5. O INSTITUTO EMATER

Segundo informações obtidas no site do Instituto EMATER, a extensão rural

surge no Paraná como ETA (Escritório Técnico de Agricultura)- Projeto Nº 15, o

serviço de Extensão Rural inaugurou uma nova era para os agricultores. Em 1956 foi

assinado um contrato entre a Fundação de Assistência ao Trabalhador Rural do

Estado do Paraná, o Departamento de Fronteiras do Estado do Paraná e o Escritório

Técnico de Agricultura (ETA), firmando um intercâmbio entre o Brasil e Estados

Unidos para a troca de métodos e conhecimentos técnicos em várias áreas,

inclusive na agropecuária. O objetivo principal dos técnicos do Projeto ETA era

aumentar a produtividade e dar melhores condições de vida para a população rural.

Em meados da década de 50 o agricultor familiar paranaense, na sua maior

parte, desconhecia totalmente o uso de sementes geneticamente melhoradas,

práticas de correção do solo e uso de fertilizantes, ou ainda as máquinas agrícolas

motorizadas. Quase toda a alimentação das famílias rurais era produzida na

propriedade e a medicina que chegava até o agricultor era predominantemente

caseira. Não havia luz elétrica, gás, rádio ou TV. Veículos automotores eram

novidades e a produtividade era extremamente baixa.

Os técnicos do Projeto ETA levaram novidades para o campo e mostraram, na

prática, os resultados das novas tecnologias. Este desafio foi renovado quando, em

1959, o serviço de extensão rural foi assumido pela Associação de Crédito e

Assistência Rural do Paraná (Acarpa). A partir de então foi intensificada a atuação

dos técnicos baseada na realidade e participação social. Em 26 de dezembro de

1977, através da Lei Estadual nº 6.969 é denominado EMATER - Paraná. Neste

período a instituição foi reconhecida pelo seu trabalho inovador em microbacias

hidrográficas, avançando rumo à conservação do meio ambiente. Posteriormente a

instituição ainda foi reconhecida apenas como EMATER e transformada em

autarquia do Governo do Estado pela Lei nº 14.832, de 22 de setembro de 2005,

passando a Instituto EMATER, entidade estadual dotada de personalidade jurídica

de direito público, com patrimônio e receita própria, autonomia administrativa e

financeira, vinculada a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento –

SEAB, nos termos do art. 112 da Lei nº 8.485, de 03 de junho de 1987. Desde então

46

o Instituto é o braço do governo paranaense que está ao lado do agricultor,

implementando programas como o Trator Solidário, Irrigação Noturna ou o Leite das

Crianças.

A história do Instituto EMATER está intimamente ligada ao processo de

desenvolvimento da agropecuária paranaense. Foi graças ao apoio e assessoria da

extensão rural, por exemplo, que os agricultores, nas décadas de 60 e 70,

conseguiram constituir as primeiras cooperativas de produção no Estado;

tecnologias como o manejo integrado de solos em microbacias hidrográficas, plantio

direto, manejo integrado de pragas da soja, cultivo adensado do café, entre outras,

que ganharam o campo em consequência da contribuição do trabalho extensionista.

Apesar da tradição, o Instituto EMATER mantém os olhos no futuro e está em

constante processo de reavaliação do seu papel junto a sociedade, buscando, com

isso, um novo posicionamento diante do seu público e instituições parceiras,

planejando suas ações sempre em acordo com os novos cenários que configuram a

agropecuária paranaense. (EMATER/ACARPA, 1981).

Em 2008 a EMATER atendeu, em todo o Paraná, cerca de 152 mil pessoas,

entre elas 110 mil agricultores familiares, 13,7 mil famílias de assentamentos da

reforma agrária, 10,8 mil mulheres trabalhadoras rurais, agricultoras e pescadoras

artesanais, 5,5 mil empresários rurais, 3,7 mil jovens rurais e 3,1 trabalhadores

rurais. (EMATER, 2009).

Segundo o Regulamento do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e

Extensão – EMATER (anexo ao decreto nº 4427/2009), consoante ao disposto no

art. 154, inciso I, da Constituição Estadual, tem por finalidade promover o

desenvolvimento tecnológico, sócio - econômico, ambiental, político e cultural da

família rural e seu meio, atuando em conjunto com a população rural e com as suas

organizações de propósitos afins.

À EMATER compete:

I – o planejamento, a coordenação e a execução de programas de assistência

técnica e extensão rural para a difusão de conhecimentos técnicos, econômicos e

ambientais;

II – a prestação de serviço de assistência técnica para aumento da produção e

produtividade agrícola;

47

III – o estímulo a assessoria á organização dos agricultores para acesso aos meios

de produção e ao mercado;

IV –a melhoria das condições de vida das famílias do meio rural;

V – a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente, em cumprimento à

legislação vigente e as políticas governamentais e em atuação conjunta com

instituições de objetivos afins;

VI - a formulação e execução de políticas de assistência técnica e extensão rural,

em consonância com as diretrizes da Secretaria de Estado da Agricultura e do

Abastecimento, com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, com o Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com entidades municipais e estaduais de

assistência técnica e extensão rural;

VII – a promoção de estudos, pesquisas, análises e perícias voltadas á proposição

ou reformulação de normas relacionadas aos seus objetivos; e

VIII – o estímulo ao exercício de cidadania, visando a inclusão social e a melhoria do

capital humano.

As atividades da EMATER são desenvolvidas em parceria com instituições públicas

ou privadas que priorizem o desenvolvimento rural, a agricultura familiar e a inserção

social.

O público prioritário da EMATER é constituído pelos:

I – agricultores familiares;

II – trabalhadores rurais;

III – pescadores artesanais;

IV – jovens e mulheres rurais;

V – moradores de comunidades indígenas; e

VI – quilombolas.

As atribuições da EMATER são desenvolvidas nas áreas de:

I – difusão de tecnologias de produção agropecuária, de pesca artesanal, de

processamento agroindustrial, de manejo ambiental, de agregação de valores á

produção;

II- difusão de informações sobre abastecimento familiar, mercado e comercialização;

48

III – difusão de conhecimento de gestão de propriedades rurais, orientados ao

incremento da renda das explorações agropecuárias;

IV – estímulo ao associativismo e organização do público atendido, capacitação e

profissionalização do produtor rural;

V – capacitação e profissionalização do produtor rural;

VI – proposição, elaboração e implementação de programas e projetos

governamentais e planos municipais dirigidos ao desenvolvimento rural; e

VII – promoção do bem estar social da família rural, e da capacitação para o

exercício da cidadania.

Atualmente o EMATER tem um quadro de 1.243 funcionários, dentre os quais,

técnicos em agropecuária, engenheiros agrônomos, médicos veterinários,

zootecnistas, profissionais da área de bem estar social e da área administrativa, dos

quais 911 executam tarefas técnicas no campo. Com 395 escritórios locais e outros

23 regionais, o Instituto consegue atender todos os municípios paranaenses.

Estabelece parcerias e alianças com outras instituições para viabilizar a

execução de seus projetos e programas, todos eles alicerçados numa agenda de

compromissos que define o atendimento ao agricultor familiar como prioritário;

orientados para a promoção da inclusão social das populações mais carentes de

recursos e residentes em territórios economicamente mais deprimidos, para o

fortalecimento das economias locais e preservação dos recursos naturais.

O Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural possui como

missão “Contribuir de forma educativa e participativa para o desenvolvimento da

agricultura, para o desenvolvimento rural sustentável e para a promoção da

cidadania e da qualidade de vida da população rural”. (www.emater.pr.gov.br)

Em 2007, após a transformação de empresa EMATER em Autarquia pelo

Governo do Estado, foi autorizado a realização de concurso público para

preenchimento de 200 vagas, sendo 3 vagas para função de Médico Veterinário, 5

Engenheiro Agrônomo, 2 Zootecnista, 9 Economista Domestica, 6 Assistente Social

e 175 vagas para nível médio, para a função de técnico agropecuário; contratados

como agentes de execução e em regime de trabalho estatutário; sendo que o quadro

próprio do Instituto EMATER, mantido no regime CLT (Consolidação das Leis do

Trabalho). Importante destacar que não se realizavam concursos desde 1991.

49

Em 2010, o EMATER com um quadro funcional insuficiente para atender a

grande demanda de trabalho, em virtude dos Programas de Governo do Estado de

apoio e incentivo a produção agropecuária e as chamadas de ATER, realizadas pelo

Governo Federal para atendimento aos agricultores familiares, ambas atividades

executados pelo EMATER; o Governador do Estado do Paraná, autorizou a

contratação temporária (processo seletivo) de mais 100 técnicos de nível superior,

por um período de 12 meses, sendo 47 Engenheiros Agrônomos, 14 Médicos

Veterinários, 9 Zootecnistas, 16 Assistentes Sociais, 6 Economista Domestico, 4

Engenheiros Florestais, 2 Engenheiros de Pesca e 2 Engenheiros de Alimentos.

Portanto, no quadro funcional do Instituto EMATER, há categorias em regime

celetista, estatutários, contratos temporários, os convêniados (Técnicos e

Administrativos cedidos por Prefeituras) e estagiários (nível médio e superior).

Em 2008, o EMATER elaborou o Planejamento Estratégico, onde foi revisto o

negócio, a missão, visão e valores, ficando assim definidos:

Negócio Assistência Técnica e Extensão Rural Oficial do Estado do Paraná.

Missão Promover o Desenvolvimento Sustentável.

Visão Ser reconhecida como Instituição essencial ao desenvolvimento sustentável .

Valores Comprometimento, responsabilidade, respeito. Ética, confiabilidade, probidade e transparência.

Fonte: www.emater.pr.gov.br

5.1 Caracterização da Região de Santo Antônio da Platina

A região de Santo Antônio da Platina está localizada em uma área de

transição entre o Segundo e Terceiro Planalto paranaenses e abrange uma área de

8.250,38 km², que corresponde a cerca de 4,1% do território estadual . Esta região

50

faz divisa ao norte e oeste com a região de Cornélio Procópio; ao sul, com a região

de Ponta Grossa; e ao leste, com o estado de São Paulo (Figura 6).

Figura 6. Localização da Região Administrativa do Instituto EMATER de Santo Antônio da Platina Paraná. Fonte: Instituto EMATER.

A região é constituída por 23 municípios: Barra do Jacaré, Cambará,

Carlópolis, Conselheiro Mairinck, Curiúva, Figueira, Guapirama, Ibaiti, Jaboti,

Jacarezinho, Japira, Joaquim Távora, Jundiaí do Sul, Pinhalão, Quatiguá, Ribeirão

Claro, Salto do Itararé, Santana do Itararé, Santo Antônio da Platina, São José da

Boa Vista, Siqueira Campos, Tomazina e Wenceslau Braz (Figura 7). Esse conjunto

de municípios reúne 286.002 pessoas, representando 2,8 % da população estadual.

51

Figura 7. Localização dos municípios que constituem a região administrativa do Instituto EMATER de Santo Antônio da Platina. Fonte: EMATER (2011).

Os componentes do IDH-M- Esperança de Vida ao nascer, Taxa de

Alfabetização de Adultos, Taxa de Frequência Escolar (pessoas de 7 a 22 anos de

idade) e Renda per Capita refletem mudanças sociais com desempenhos diferentes,

nos vários municípios. De modo geral, na região, assim como no Estado, os ganhos

do IDH-M tiveram forte influência de investimentos na área da educação que

registraram, em seus índices, variações percentuais mais elevadas,

comparativamente às verificadas para os índices de saúde e de renda. Para o

componente educação, a maioria dos municípios obteve ganhos; poucos

apresentaram ganhos substanciais no índice de longevidade, podendo-se citar

Joaquim Távora (18,9%) como exceção. Mas, para o conjunto dos municípios

analisados, é o índice de renda per capita aquele que menos sofreu alteração,

destacando-se os municípios de Japira e Jaboti como aqueles com variação

percentual mais significativa – 22,6% e 20,5%, respectivamente.

52

Os municípios que integram a região acompanharam o movimento de

variação positiva do indicador no período 1991 e 2000 que, de modo geral, abrangeu

os municípios brasileiros. No entanto, esse movimento não foi suficiente para melhor

posicionar este conjunto de municípios em relação à média estadual. Dos 23

municípios que compõem a região, somente Barra do Jacaré (0,789) ultrapassou a

média estadual (0,787). Os demais municípios da região, com exceção de

Jacarezinho e Cambara (0,782) e (0,769) situam-se, inclusive, abaixo da média

brasileira (0,766). (IPARDES, 2007)

Entre os vários indicadores que quantificam e qualificam a situação de

pobreza, como esperança de vida ao nascer, mortalidade infantil, exclusão social,

dentre outros, a renda familiar constitui um referencial analítico capaz de expressar

aspectos da privação humana, relacionados às necessidade básicas .

Este limiar está relacionado à renda familiar per capita até meio salário

mínimo. O total de famílias pobres na região Norte Pioneiro, em 2000, era de

23.808, representando 27,8% do total de famílias, indicador superior à média

paranaense, de 20,9%. De modo geral, todos os municípios apresentavam taxas de

pobreza extremamente elevadas, que chegam a ultrapassar o dobro da média

estadual. Salto do Itararé (42,5%), Santana do Itararé (40,6%), São José da Boa

Vista (43,0%) e Curiúva (43,1%).

A Região de Santo Antônio da Platina é responsável por uma pequena

participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná. Em 2004, o peso relativo da

região de Santo Antônio da Platina (PIB R$ 2.007.820,17) na economia do Estado

alcançou 1,9%, o que indica ritmo de crescimento inferior ao registrado pelo Paraná.

A agropecuária é o setor que vem apresentando maior dinamismo, com

aumento da participação na renda regional. De 1999 a 2004, a importância relativa

das atividades primárias no valor adicionado da região de Santo Antônio da Platina

subiu de 35,5% para 40,6%, aproximando se do setor terciário, responsável por um

peso relativo de 41,1%.

Havendo predominância do setor primário na economia, observa-se um menor

dinamismo da economia local.

O PIB per capita médio da região, está em torno de R$ 7.021,63, menor que a

média do Estado, R$ 10.724,69 (IPARDES, 2007).

53

O valor bruto da produção (VBP) da região está em torno de R$

1.474.581.182,82, com uma taxa de crescimento anual de 3,0%. VBP/há médio= R$

1.589,63, acima da média do Estado (R$ 1.442,60), valor baixo comparado a regiões

de maior dinamismo. No gráfico 1, demonstra-se a contribuição das atividades

agropecuárias no valor bruto da produção da região de Santo Antônio da Platina, e

na figura 8, as principais atividades que compõem o VBP de cada município.

(SEAB/DERAL, 2006).

Gráfico 1. Contribuição das atividades agropecuárias no valor bruto da produção, da região administrativa do Instituto EMATER de Santo Antônio da Platina. Fonte: SEAB/DERAL, 2006.

54

Ibaiti

Curiúva

Tomazina

Jacarezinho

Cambará

Ribeirão Claro

Carlópolis

Japira

Santo Antonio da Platina

Pinhalão

Wenceslau Braz

Jaboti

Jundiaí do Sul

Joaquim Távora

São José da Boa Vista

Guapirama

Siqueira Campos

Figueira

Santana do Itararé

Quatiguá

Salto do ItararéConselheiro Mairinck

Barra do Jacaré

Madeiras - 46,83%

Bov. Corte - 7,75%

Café - 6,49%

Milho - 6,41%

Soja - 5,86%

Elaboração: Instituto Emater - GLE / Geoprocessamento (2008)

Fonte: SEAB / DERAL - VBP (2005/06)

Escala:

N

Café - 29,14%

Madeiras - 28,3%

Milho - 6,94%

Bov. Leite - 6,5%

Bov. Corte - 5,27%

Café - 18,19%

Frango - 16,42%

Cana - 14,87%

Bov. Corte - 11,1%

Bezerros - 7,02%

Frango - 31,26%

Café - 12,88%

Madeiras - 6,65%

Videira - 5,83%

Bov. Corte - 4,66%

Morango - 20,76%

Frango - 12,32%

Café - 9,61%

Bov. Leite - 6,35%

Suino - 5,32%

Café - 30,83%

Madeiras - 18,49%

Frango - 8,47%

Morango - 5,7%

Feijão - 5,6%

Bov. Corte - 16,56%

Frango - 15,76%

Café - 12,01%

Madeiras - 8,62%

Bov. Leite - 8,04%

Café - 12,87%

Bov. Corte - 11,5%

Soja - 11,3%

Frango - 7,41%

Trigo - 6,44%

Bov. Corte - 18,75%

Café - 15,47%

Soja - 11,68%

Bov. Leite - 8,65%

Bezerros - 8,42%

Frango - 31,7%

Abobora - 8,96%

Bov. Corte - 8,77%

Bov. Leite - 8,58%

Soja - 5,29%Frango - 31,79%

Bov. Leite - 15,19%

Bov. Corte - 11,76%

Madeiras - 5,27%

Suino - 4,99%

Frango - 36,36%

Bov. Corte - 22,35%

Bov. Leite - 9,29%

Café - 8,37%

Bezerros - 5,06%

Café - 43,86%

Frango - 14,94%

Madeiras - 7,89%

Bov. Corte - 4,05%

Milho - 4,05%

Bov. Leite - 11,84%

Café - 10,58%

Frango - 9,55%

Madeiras - 9,2%

Cana - 8,76%

Frango - 39,94%

Cana - 18,82%

Soja - 16,09%

Milho - 8,49%

Feno - 3,75%

Cana - 56,17%

Frango - 14,15%

Bov. Corte - 5,13%

Café - 4,77%

Aves Postura - 4,67%Bov. Corte - 26,41%

Café - 21,38%

Bov. Leite - 10,47%

Madeiras - 9,42%

Frango - 7,86%

Cana - 50,08%

Soja - 13,86%

Frango - 8,91%

Milho - 6,25%

Arroz - 2,76%

Frango - 35,7%

Bov. Leite - 11,35%

Café - 10,42%

Bov. Corte - 7,79%

Madeiras - 6,13%

Café - 19,53%

Feijão - 15,48%

Frango - 12,97%

Bov. Leite - 8,76%

Bov. Corte - 7,68%

Feijão - 16,27%

Bov. Leite - 13,61%

Milho - 12,37%

Café - 6,91%

Madeiras - 6,38%Feijão - 15,85%

Milho - 13,67%

Tomate - 8,98%

Madeiras - 8,8%

Bov. Leite - 8,7%

Madeiras - 14,09%

Feijão - 12,61%

Bov. Leite - 11,48%

Milho - 10,28%

Soja - 9,98%

1:700000

Figura 8. Porcentagem das principais atividades agropecuária que compõe o VBP, de cada município da região de Santo Antônio da Platina.

Nos últimos anos, o VBP da região tem evoluído de forma significativa (figura

9) em função de novas atividades, como a avicultura e silvicultura, e o

desenvolvimento da fruticultura e olericultura; sendo importante destacar o papel da

assistência técnica e extensão rural pública neste processo.

Valor Bruto da Produção Paranaense

Região de Santo Antônio da Platina

55

Figura 9. VBP (REAL) dos Municípios da Região de Santo Antônio da Platina. Fonte: SEAB/DERAL, 2007

A região está subdividida em 4 Áreas de Desenvolvimento Integradas - ADI

(figura 10), que contam cada uma com um coordenador, são elas: ADI Santo

Antônio da Platina (abrangendo os municípios de Santo Antônio da Platina,

Jacarezinho, Barra do Jacaré e Cambará); ADI G5 (abrangendo os municípios de

Ribeirão Claro, Carlópolis, Joaquim Távora, Guapirama e Quatiguá); ADI Vale do Rio

das Cinzas (abrangendo os municípios de Ibaiti, Tomazina, Pinhalão, Jaboti, Japira,

Jundiaí do Sul, Conselheiro Mairinck, Figueira e Curiúva) e ADI Divisa Norte

(abrangendo os municípios de Wenceslau Braz, São José da Boa Vista, Santana do

Itararé, Salto do Itararé e Siqueira Campos). O objetivo destas Áreas de

56

Desenvolvimento Integrado é principalmente propiciar ambientes de discussão,

análise e planejamento das ações do EMATER, bem como facilitar a interação da

entidade com a sociedade e com entidades parceiras. (EMATER, 1997).

Figura 10. Áreas de Desenvolvimento Integrado (ADI) do Instituto EMATER da região de Santo Antônio da Platina.

Os principais trabalhos realizados e planejados pelo EMATER na região são

relacionados à: cadeias produtivas do leite, fruticultura, Olericultura e do Café,

priorizadas pelas ADI´s (Quadro 4); e ações voltadas à recuperação e preservação

ambiental; organização rural e conselhos de desenvolvimento; desenvolvimento

ADI Santo Antônio

da Platina

ADI G5

ADI Divisa Norte

ADI Vale do Rio das Cinzas

Fonte: EMATER

57

territorial; segurança alimentar e alternativas de renda; mercado e agroindústria;

execução de políticas e programas, em especial crédito rural através do PRONAF –

Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.

Quadro 4. Principais cadeias produtivas por ADI

ÁREA DE DESENVOLVIMENTO

INTEGRADO (ADI)

CULTURAS

PIB (per cpt)

Santo Antônio da Platina Café, Grãos (soja, milho, trigo)

Leite, Olericultura

R$ 7.708,55

Rio das Cinzas Café, Leite, Uva, Morango, Frutas de

caroço

R$ 6.564,81

Divisa Norte Leite, Fruticultura(maracujá,morango)

Feijão

R$ 6.132,63

G5 Café, Leite, Goiaba, Uva, Olericultura R$ 7.292,97

Fonte: EMATER

Os grandes desafios do Instituto EMATER na região de Santo Antônio da

Platina, conforme demonstra-se na Figura 11, são: a redução da pobreza e da

desigualdade social (Renda), Melhoria da qualidade de vida e fortalecimento das

economias locais (organização, comércio igualitário e formação de capital humano e

social).

Figura 11. Grandes desafios do Instituto EMATER

Fonte: Instituto EMATER

58

A região administrativa do EMATER de Santo Antônio da Platina, possui 24

unidades, sendo 23 municipais e 1 regional, dos quais 22 estão instalados em sedes

próprias e 2 em ambientes cedidos por Prefeituras. A frota de veículos da região

conta com 44 carros, alguns já com mais de 12 anos de uso, sendo 8 novos e na

média os veículos possuem mais de 7 anos de uso.

A estrutura de pessoal da região é composta atualmente por um total 77

servidores, destes 48 são funcionários do quadro próprio do EMATER, 37

(concursados e CLT) e 11 estatutários, 13 Temporários (contratados por tempo

determinado), 6 conveniados (cedidos por prefeituras), e 10 estagiários (Gráfico 2).

Gráfico 2. Porcentagem de funcionários em função do regime de contrato. Fonte: EMATER

Com relação à função profissional, 55 são técnicos da área agropecuária e

bem estar social e 22 são da área administrativa (Gráfico 3).

59

Gráfico 3. Porcentagem de profissionais do EMATER em função da sua formação. Fonte: EMATER

Na Unidade Regional trabalham 8 servidores, 5 técnicos da área agropecuária

e 2 profissionais da área administrativa., esta composição é recente, a Unidade

Regional passou em setembro de 2007 por uma reestruturação e ampliação, até o

mês de junho de 2007 atuavam no regional apenas três profissionais, sendo 1 da

área agropecuária, 1 área social e 1 administrativo.

60

6. ANÁLISE DOS DADOS

6.1 Dados gerais dos respondentes

A pesquisa foi realizada com 38 servidores concursados (30 regime celetista

e 8 estatutário) do Instituto EMATER da região de Santo Antônio da Platina, do total

de 48 funcionários, sendo as informações coletadas através de impressos e e-mail,

atingindo 83,5% do total de funcionários. Alguns não puderam responder por motivo

de férias, licença médica e também pela opção de não desejarem participar da

pesquisa.

FUNÇÃO OCUPADA

Para garantir o atendimento ao seu público, o EMATER possui estrutura

técnica distribuída estrategicamente por todo o Estado do Paraná, conforme as

prioridades e demandas regionais.

Os servidores da região administrativa de Santo Antônio da Platina, que

responderam os questionários, pertencem as seguintes categorias e formação

profissional: Técnicos: 45% de Engenheiros Agrônomos, 29% de Técnicos

Agrícolas, 5% de Técnico Social e 21% Assistentes Administrativos (Gráfico 4).

Gráfico 4. Função ocupada. Fonte: o autor

61

REGIME DE TRABALHO

Do total da amostra, 21% foram contratados pelo regime estatutário, no

máximo a 3 anos no Instituto EMATER, os demais são celetistas, com no mínimo 18

anos na função (Gráfico 5).

Gráfico 5. Regime de Trabalho Fonte: o autor

FAIXA ETÁRIA

Na questão que levantava a Faixa Etária dos funcionários, observou-se que a

maioria possui mais de 40 anos, conforme verifica-se no Gráfico 6, sendo que 36,8%

possuem entre 41 e 45 anos; 18,4% tem entre 46 e 50 anos; 15,8% tem entre 51 e

55 anos e 10,5% estão acima de 55 anos. Assim, nota-se que 71,5% dos

funcionários possuem mais de 40 anos. Estes dados refletem a realidade do quadro

geral do EMATER, onde a idade média dos funcionários é de 47 anos. Isso devido a

não contratação de novos funcionários durante 20 anos, pois o último concurso para

o quadro próprio do EMATER, foi realizado no ano de 1991.

62

Gráfico 6. Faixa Etária. Fonte: o autor

GRAU DE INSTRUÇÃO

No levantamento sobre o Grau de Escolaridade (Gráfico 7), constatou-se que

todos os funcionários pesquisados (100%) possuem o ensino médio completo.

Cabe destacar, ainda, que 4 (10,5%) possuem curso superior incompleto; 10

(26,3%) concluíram o ensino superior, 11 (28,9%) são Especialistas, 3 (7,9%) são

Mestres e 1 (2,6%) é Doutor. Esse elevado grau de instrução foi motivado pela

implantação do plano de cargos e salários, em outubro de 2009, beneficiando os

funcionários com especialização, mestrados e doutorado. Com incentivos a

escolarização, muitos funcionários buscaram dar continuidade a sua formação

profissional. Apenas na região de Santo Antônio da Platina, atualmente são 4

engenheiros agrônomos cursando pós – graduação em nível de mestrado. Nos

próximos anos teremos no Instituto EMATER um aumento do número de

profissionais com mestrado e doutorado.

63

Gráfico 7. Grau de Instrução Fonte: o autor

ESTADO CIVIL

Observou-se que a maioria dos funcionários pesquisados (Gráfico 8), são

casados (76%), sendo 5% solteiros, 16% amasiado e 3% separado/desquitado.

Gráfico 8. Estado Civil Fonte: o autor

64

6.2 Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho

Maior produtividade, através da melhoria das condições humanas no trabalho,

aliada à satisfação do homem, isto é possível quando o trabalhador encontra no

ambiente de trabalho categorias conceituais que podem ser transformadas em

fatores motivacionais (Vasconcelos, 2001). Portanto, é necessário haver uma

conciliação dos interesses dos indivíduos e das organizações, ou seja, melhora a

satisfação do empregado e maximiza a produtividade da empresa (Telles, 2005).

Para avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho, foram utilizados os

seguintes critérios de Walton:

Critérios Variáveis

1 – Compensação justa e adequada

- Renda adequada ao trabalho; - Equidade externa; - Benefícios extras

2 – Condições de segurança e saúde no trabalho

- Jornada de trabalho; - Intervalo de Almoço e lanche; - Ambiente físico seguro e saudável; - Equipamentos e ferramentas; - Equipamentos de segurança e procedimentos de trabalho.

3- Oportunidade imediata para utilização e desenvolvimento das capacidades humanas

- Autonomia; - Número de atividades; - Utilização de conhecimentos e habilidades; - Responsabilidades quanto ao desempenho, qualidade e resultados; - Avaliação e retorno desta avaliação.

4 – Oportunidade futura para crescimento contínuo e segurança

- Possibilidade de carreira; - Crescimento profissional.

5 – Integração social na organização Igualdade de oportunidades

- Influência externa; - Relacionamento entre pessoas e chefia; - Comprometimento e colaboração – senso comunitário; - Valorização ou reconhecimento.

6 – Constitucionalismo - Liberdade e oportunidade de expressão.

7 – Trabalho e espaço total da vida

- Lazer e atividades sociais – papel balanceado do trabalho.

8 – Relevância do trabalho Imagem da empresa

- Responsabilidade social pelos serviços e empregados.

65

As respostas foram agrupadas em:

a) Bastante satisfeito – Está bem. Estou muito contente

b) Satisfeito – Está bem. Eu estou contente

c) Levemente satisfeito – Está bom.

d) Insatisfeito – Está ruim

e) Bastante insatisfeito – Isto vai mal. Estou bastante insatisfeito.

Critério n° 1

Compensação Justa e adequada

Visando medir a qualidade de vida no trabalho, tendo como parâmetro o

salário recebido pela tarefa realizada, observando sua equidade a outros membros

que desempenham as mesmas funções tanto na organização onde trabalha como

também de profissionais de outras empresas.

Gráfico 9. Comparação do salário recebido com a função exercida. Fonte: o autor

Nível de satisfação

Nível de insatisfação

66

Na questão que indagava sobre a satisfação com relação ao salário recebido,

pode-se observar (Gráfico 9) que a maioria avalia como bom, pois 79% dos

respondentes se declararam satisfeitos com a situação.

Este fato se deve a implantação do Plano de Cargos e Salários em outubro de

2009 e seu complemento em novembro de 2010, promovendo e corrigindo os

salários da maioria dos funcionários do quadro próprio do EMATER e funcionários

em regime estatutário, que através do complemento do plano (PCS), foram

incorporados ao quadro próprio do Instituto.

Gráfico 10. Comparação do salário recebido com os de outros profissionais das áreas similares. Fonte: o autor

Quando questionados sobre a comparação do salário recebido com os de

outros profissionais das áreas similares da comunidade (Gráfico 10), constatou-se

que 84% dos respondentes estão satisfeitos. Tal situação também é um reflexo da

implantação do plano de cargos e salários no Instituto EMATER, pois no ano de

2001, numa pesquisa semelhante feita com 100% dos funcionários foi observado

que 56% dos entrevistados acharam seus salários incompatíveis com as tarefas que

executavam e 42% estavam insatisfeitos com os salários recebidos. (BRAGA, 2001).

67

Gráfico 11. Satisfação com relação aos benefícios extras. Fonte: o autor

No levantamento sobre a satisfação com relação aos benefícios recebidos

pelos funcionários (Gráfico 11), pode-se verificar que 66% avaliam como ruim,

enquanto apenas 34% consideram bom. Analisando estes dados e conhecendo a

situação do Instituto EMATER, nota-se que o Instituto precisa evoluir muito, pois o

nível de insatisfação é elevado na região. Muitos convênios são realizados em

Curitiba, pela Unidade Central, onde não há como beneficiar funcionários de regiões

mais distantes, como a de Santo Antônio da Platina. Há um esforço por parte da

instituição em aumentar os benefícios extras, mais atualmente não promove a

satisfação da maioria dos funcionários.

Critério n° 2

Condições de segurança e saúde no trabalho

De acordo com as condições que se apresentam no local de trabalho, com

base nos seguintes critérios.

- Jornada de trabalho: mede o número de horas trabalhadas, dentro ou não da

legislação trabalhista, e sua relação com o trabalho desempenhado.

68

- Carga de trabalho: mede a quantidade de trabalho exercido em cada turno.

- Ambiente físico: avalia as condições de bem – estar e conforto do local de trabalho

e organização para seu desempenho.

- Material e equipamento: avalia a qualidade e a quantidade dos materiais

disponíveis para a execução do trabalho.

Gráfico 12. Jornada de trabalho. Fonte: o autor

Com relação a jornada de trabalho (Gráfico 12) constatou-se que 84% estão

satisfeitos e apenas 16% se avaliaram como insatisfeitos. Neste aspecto, deve-se

considerar as características de cada município integrante da regional, como área do

município, número de agricultores, organizações existentes, atividades

agropecuárias, dentre outras, e o número de funcionários nas unidades, que podem

variar de 1 a 5. O desequilíbrio entre a grande quantidade de trabalho a realizar e

um baixo número de técnicos, pode resultar em funcionários insatisfeitos.

69

Gráfico 13 . Intervalo de almoço e lanche. Fonte: o autor

No tocante ao intervalo para almoço e lanche (Gráfico 13), verificou-se um

elevado nível de satisfação por parte dos respondentes com 89% avaliando como

bom, sem trazer prejuízos a continuidade do trabalho. O horário de trabalho do

Instituto EMATER na região de Santo Antônio da Platina é no período da manhã das

8:00 horas as 11:30 horas, com intervalo de 1:30 h, e a tarde dás 13:00 ás 17:30

horas.

Gráfico 14. Condições do Ambiente Físico de Trabalho. Fonte: o autor

70

No questionamento sobre a adequação de móveis, iluminação, higiene,

ventilação e temperatura, encontrou-se uma situação muito preocupante, segundo a

avaliação dos respondentes, já que 61% se colocaram como insatisfeitos (Gráfico

14).

Isto pode ser explicado devido a falta de manutenção e investimentos nas

unidades locais e regional. O mobiliário na maioria das unidades locais e no

regional são os mesmos desde a sua inauguração. Atualmente com os convênios

de assistência técnica e extensão rural - ATER com o Ministério do Desenvolvimento

Agrário – MDA, (no ano de 2009 e 2010 com contrapartida do governo do estado)

foram orçados no projeto recursos para investimentos, e com o apoio de deputados

federais, através de emendas parlamentares está sendo possível iniciar a renovação

dos móveis e equipamentos.

Gráfico15. Disponibilidade de equipamentos e ferramentas Fonte: o autor

Nos últimos 2 anos (Convênios MDA), tem ocorrido investimentos em

equipamentos, como computadores, multimídias, GPS, câmaras fotográficas, carros,

dentre outros, o que tem promovido um bom nível de satisfação dos funcionários,

com 74% avaliando como bom esse item (Gráfico 15).

71

Gráfico 16. Segurança no trabalho Fonte: o autor

Com relação ao fornecimento de equipamentos de segurança e

procedimentos de trabalho, a maioria , ou seja 71% dos respondentes avaliam como

bom (Gráfico 16).

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), tem realizado um

importante trabalho na região de Santo Antônio da Platina, além das campanhas de

prevenção, recentemente foram realizados levantamentos de todas as condições de

trabalho, dando origem a um relatório, para providências do Instituto EMATER, que

vem atendendo as solicitações dos funcionários.

Critério n° 3

Oportunidade imediata para utilização e desenvolvimento das capacidades

humanas

Oportunidades que o trabalhador tem de aplicar, no desenvolvimento das

suas tarefas, os seus talentos, habilidades e competências profissionais.

72

Gráfico 17. Grau de autonomia para realizar o trabalho. Fonte: o autor

O estilo da Gerência que teve início em 06/2007 e término em 10/2010, foi

bastante participativo, refletindo os dados observados no gráfico 17, onde 100% de

satisfação: com 50% bastante satisfeito, 29% satisfeito e 11% levemente satisfeito.

Gráfico 18. Quantidade de atividades desenvolvidas Fonte: o autor

A maioria dos funcionários considera a quantidade de atividades

desenvolvidas satisfatório, 81% , sendo 13% bastante satisfeito, 47% satisfeito e 21

% levemente satisfeito (Gráfico 18). Há municípios onde o número de atividades

desenvolvidas é maior, em função dos trabalhos desenvolvidos, maior número de

agricultores e com uma intensidade maior de programas de governo, nem sempre

73

com uma equipe compatível com a grande demanda, o que gera um grau de

insatisfação de funcionários que se enquadram nesta situação.

Gráfico 19. Utilização dos conhecimentos e habilidades Fonte: o autor

No levantamento realizado pode-se constatar a satisfação dos funcionários

com relação a oportunidade de utilizar seus conhecimentos e habilidades, sendo 95

% dos funcionários pesquisados satisfeitos; nos níveis de 32% bastante satisfeitos,

47% satisfeitos e 16 % levemente satisfeitos, com apenas 5% de insatisfação.

Com relação a área de atuação, 76% dos respondentes estão satisfeitos.

O trabalho realizado pelo Instituto EMATER, na região de Santo Antônio da

Platina, tem valorizado o conhecimento e habilidades dos funcionários, na tentativa

de obter maiores e melhores resultados.

74

Gráfico 20. Desempenho, qualidade e resultado do trabalho. Fonte: o autor

Observou-se através da pesquisa que a maioria dos funcionários ( 97%) está

satisfeita. O Instituto EMATER na região de Santo Antônio da Platina possui um

grupo maduro de funcionários, com consciência das suas responsabilidades em

relação ao desempenho, qualidade e resultados.

Gráfico 21. Avaliação dos resultados do trabalho Fonte: o autor

75

Mesmo sem um processo normatizado de avaliação de desempenho, temos

um grande número de funcionários satisfeitos, 97%, com a forma que a gerência

avalia os resultados e o retorno que dão desta avaliação, conforme pode-se

observar no gráfico 21. Atualmente no Instituto EMATER, não há um processo de

avaliação de desempenho. Em 11/ 2010 foi constituída uma comissão para estudar

e elaborar uma proposta de avaliação dos funcionários, a qual foi apresentada em

12/2010. Proposta que dependerá da nova diretoria para implantação.

Critério n° 4

Oportunidade futura para crescimento contínuo e segurança.

Oportunidades oferecidas pela instituição para o desenvolvimento e

crescimento pessoal do trabalhador e para a segurança do emprego, tendo como

base perspectivas de ascensão profissional e grau de permanência. (segurança)

Gráfico 22. Plano de carreira e chances de promoção oferecidas pelo Instituto. Fonte: o autor

Observou-se na pesquisa que 95% estão satisfeitos, sendo 18% bastante

satisfeito, 61% satisfeitos e 16% levemente satisfeitos. Importante observar que os

benefícios do PCS não beneficiam de imediato todos os funcionários.

76

Com a implantação em 2009 do plano de cargo e salário – PCS, teve um

grande impacto positivo nos funcionários, valorizando tanto a escolaridade como o

tempo de serviço, atendendo as necessidades da maioria dos funcionários.

Gráfico 23. Oferta de treinamento ou oportunidades de desenvolvimento para o crescimento profissional. Fonte: o autor

Outro dado levantado no estudo foi que a maioria dos funcionários (89%) está

satisfeita com a oferta de treinamentos e oportunidades para crescimento

profissional. Ê importante mencionar que este fato é recente, pois anterior aos anos

90, não fazia parte da política da empresa investir em cursos de pós graduação a

nível de mestrado e doutorado, mesmo assim alguns funcionários sem qualquer

incentivo, buscaram o aperfeiçoamento profissional por conta própria.

77

Gráfico 24. Incentivos que o Instituto oferece aos funcionários continuarem seus estudos. Fonte: o autor

No gráfico 24, 84% dos funcionários estão satisfeitos com a nova política de

escolarização, sendo apenas 16% insatisfeitos.

Na implantação do PCS o Instituto contava com aproximadamente 100

funcionários com mestrado. Atualmente o Instituto EMATER possui uma política de

escolarização, com ofertas de cursos de especialização e apoio aos funcionários

que desejam continuar seus estudos.

Critério n° 5

Integração social na organização Igualdade de oportunidades

Observando igualdade de oportunidades, apoio social, trabalhos em equipe

em detrimento do individualismo.

78

Gráfico 25. Influência externa. Fonte: o autor

Com relação a influência externa (outras instituições, questões políticas, etc..)

na continuidade do trabalho local, tanto na qualidade, como na estabilidade pessoal

(transferências, remoção, etc..), a insatisfação é elevada, 44%. Por ser uma

instituição pública, os cargos do primeiro escalão são políticos; os cargos das

gerencias regionais, embora tenham como prioridade critérios técnicos, o político

muitas vezes prevalece. O grau de interferência possui intensidade variável, de

governo para governo, e realmente prejudica a continuidade dos trabalhos.

Gráfico 26. Relacionamento entre pessoas no ambiente de trabalho. Fonte: o autor

79

A frequência de satisfação em função do relacionamento entre as pessoas é

bastante elevado, 95% de satisfação, sendo 37% bastante satisfeitos, 32%

satisfeitos e 26% levemente satisfeitos (Gráfico 26). O Instituto EMATER, sempre

estimulou e valorizou o trabalho em equipe, formando grupos de trabalho em

atividades específicas, ou seja, grupos de técnicos com maior tempo do seu trabalho

em uma atividade prioritária, como por exemplo: grupo do café, grupo do leite, grupo

da fruticultura, etc

Gráfico 27. Relacionamento com a chefia Fonte: o autor

Neste critério, observou-se 100% de satisfação, devido ao estilo de gerência

deste período, ser bastante participativo e construtivo (Gráfico 27).

Neste período foi possível, através da elaboração de um Plano Gerencial,

estabelecer prioridades, formação de grupos de especialidades (times de cadeias

produtivas), elaboração e discussão de diagnósticos, definição de metodologia de

trabalho e acompanhamento dos funcionários com apoio dos coordenadores de

áreas, instituídos nesta gestão. Sempre deixando claro o trabalho a ser realizado,

bem como aonde a Instituição pretende chegar.

80

Gráfico 28. Comprometimento e colaboração no ambiente de trabalho. Fonte: o autor

A maioria dos funcionários está satisfeita, com relação ao espírito de

comprometimento e colaboração no ambiente de trabalho, conforme demonstra-se

no gráfico 28, nos níveis de 42% satisfeitos, 26% bastante satisfeitos e 26%

levemente satisfeitos, sendo esta dimensão importante para motivação e alcance

das metas.

Gráfico 29. Valorização ou reconhecimento pelo trabalho realizado. Fonte: o autor

81

Com relação a esse assunto, pode-se observar que 50% estão satisfeitos e

26% bastante satisfeitos, mais há necessidade da implantação de um processo de

avaliação de desempenho, visto que a cada quatro anos, ocorrem mudanças no

estilo gerencial, o que pode causar satisfação ou insatisfação.

O Instituto EMATER não possui avaliação de desempenho, mas a estratégia

gerencial, é a valorização dos funcionários que são comprometidos, e que realizam

seu trabalho com qualidade no prazo previsto e o acompanhamento aos demais.

Como não há possibilidade de gratificação em espécie, além de elogios;

quando há eventos como congressos, simpósios, encontros ou vagas para cursos

de especialização dá-se preferência a estes funcionários.

Critério n° 6

Constitucionalismo

Nesta dimensão procura-se avaliar apenas o grau de satisfação com relação

a liberdade de expressão dos funcionários, visto ser uma autarquia pública; a qual

tem cumprido os direitos trabalhistas.

Gráfico 30. Liberdade e oportunidade de expressar sentimentos e pensamentos. Fonte: o autor

O número de funcionários satisfeitos com relação a liberdade e a

oportunidade de expressar seus sentimentos e pensamentos é elevado, 87% de

82

levemente satisfeito á bastante satisfeito, evidenciando a valorização de um

processo participativo e a liberdade de expressão (Gráfico 30).

Critério n° 7

Trabalho e espaço total da vida

Responsável pela medição do equilíbrio existente entre a vida particular do

empregado e sua vida no trabalho, observando-se a jornada de trabalho e vida e

família, além de horários de chegada e saída na empresa.

Gráfico 31. Tempo disponível para lazer e atividades sociais fora do trabalho. Fonte: o autor

A maioria dos funcionários, estão satisfeitos com o tempo disponível para o

lazer e atividades sociais, fora do trabalho, conforme pode-se observar no gráfico

31.

Critério n° 8

Relevância do trabalho Imagem da empresa.

Quanto a percepção e compreensão do empregado com relação a

responsabilidade social da organização com a comunidade, seu relacionamento com

os seus empregados quanto á qualidade de prestação de serviços, além de medir

qual a visão do empregado sobre a instituição (imagem) etc.

83

Gráfico 32. Imagem do Instituto EMATER junto à comunidade local no que se refere aos serviços. Fonte: o autor

O Instituto EMATER, está há 55 anos realizando assistência técnica e

extensão rural, com a marca EMATER estabelecida no setor agropecuário. Os

funcionários em sua maioria (87%) estão de levemente satisfeitos à bastante

satisfeitos (Gráfico 32); sendo este critério importante para manter a motivação e

buscar a sustentabilidade institucional junto a sociedade.

84

6.3 Avaliação da Infraestrutura

Gráfico 33. Situação atual da infraestrutura. Fonte: o autor

Pode-se observar através dos dados pesquisados que os itens: Base

física/escritório e sua manutenção, veículos e sua manutenção, equipamento de

informática e segurança no trabalho são considerados regulares, sendo os móveis

considerados em péssimo estado.

Assim, fica evidente a necessidade de investimentos e melhoria nestes itens

de infraestrutura, pois são considerados como muito prioritários e visando aumentar

o nível de satisfação dos funcionários, pois neste critério os mesmos estão

insatisfeitos.

85

Estas melhorias poderão aumentar a motivação e o desempenho dos

funcionários, trazer melhoria da qualidade de vida no trabalho e resultar numa

melhor entrega do trabalho final, que é o atendimento ao agricultor.

Gráfico 34. Infraestrutura existente x Prioridades Fonte: o autor

Através das informações levantadas pode-se observar que dois itens estão

sendo considerados com pouca prioridade, pela maioria dos funcionários para

desenvolvimento dos trabalhos, são os equipamentos e materiais de apoio. Os

demais itens são considerados como muito prioritário, destacando-se os veículos (e

sua manutenção); em função do veículo ser a principal ferramenta de trabalho do

extensionista rural, sem a qual não consegue realizar adequadamente o seu

trabalho.

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86

6.4 Avaliação da Área Técnica

Gráfico 35. Situação atual da área técnica. Fonte: o autor

Na pesquisa sobre a opinião dos funcionários a respeito da situação da área

técnica, comprovou-se que a avaliação é boa (Gráfico 35). Isto se deve à última

gestão, período de 2007 – 2010, quando houve um grande empenho dos gestores

da instituição para reestruturação das questões técnicas e valorização dos

funcionários. O retorno dos coordenadores regionais, no apoio ao planejamento e

definição de prioridades, bem como acompanhamento dos técnicos, implantação de

um processo de capacitação, justifica o resultado obtido.

Há uma grande necessidade de evoluir nas questões de planejamento e

manutenção das prioridades, pois sendo uma autarquia pública, muitos programas

de governo são lançados de forma intempestiva, os quais o EMATER tem que

executar. Para favorecer o trabalho da assistência técnica e extensão rural, é

necessário um alinhamento entre o Instituto e o Governo do Estado.

87

Gráfico 36. Área Técnica x Prioridades. Fonte: o autor

Ao analisar os resultados do levantamento, pode-se observar (Gráfico 36) que

todos os itens analisados com relação as questões técnicas foram considerados

pelos funcionários como muito prioritários, visto que a organização e o planejamento

dos trabalhos, são componentes para obtenção do resultado.

Destaca-se de pouca prioridade, materiais e bibliografias disponíveis; em

função de todos os escritórios terem computadores com acesso a internet e telefone,

sendo possível consultas, a qualquer momento, tanto via internet como junto aos

especialistas do EMATER ou outras vinculadas ao Sistema Estadual de Agricultura e

Abastecimento – SEAB.

88

6.5 Avaliação dos Aspectos Administrativos

Gráfico 37. Situação atual da área administrativa. Fonte: o autor

Os itens ligados as questões administrativas considerados prioridades e que

precisam melhorar, pois estão de bom a regular (gráfico 37), são: arquivos de

documentos e imagens. E um grande esforço do Instituto EMATER deve ser feito

com relação a melhoria da capacitação e treinamento da área administrativa,

administração do patrimônio, que em virtude das mudanças de regime jurídico, é

preciso normatizar, e o planejamento da área administrativa, que nos últimos anos

foi esquecido.

89

O uso e reciclagem de materiais e almoxarifado, que foi considerado pouco

prioritário, encontram-se de regular á péssimo, havendo a necessidade de

conscientização da importância da organização e reciclagem de materiais.

Gráfico 38. Prioridades administrativas. Fonte: o autor

Os itens analisados, referente as questões administrativas (Gráfico 38):

organização da biblioteca, uso e reciclagem de materiais e almoxarifado foram

considerados de pouca prioridade. Os demais foram considerados como prioritários,

principalmente a recepção no escritório. Neste item existe uma grande preocupação

em virtude a muitas unidades locais que possuem estagiários ou conveniados com

Prefeituras, e que nem sempre estão capacitados para esta função, prejudicando a

busca pela excelência dos trabalhos.

90

6.6. Avaliação da percepção dos funcionários sobre produtividade e motivação

Gráfico 39. Fatores de aumento ou redução da produtividade. Fonte: o autor

Observou-se na pesquisa que 40% dos funcionários apontam a

disponibilidade de recursos, tanto financeiros como humanos, como fator de

aumento ou diminuição da produtividade. Deixando claro que a gestão, é a

principal ação para a produtividade, distribuindo a força de trabalho, bem como os

recursos necessários para tal. A definição de investimentos conforme as

necessidades e prioridades, são fundamentais para alcançar os objetivos, segundo

os respondentes.

A qualidade de vida no trabalho, visando o bem estar ao funcionário, é

fundamental para a maior produtividade e motivação, garantir um bom

relacionamento da equipe de trabalho e diminuição das interferências políticas. A

capacitação dos recursos humanos e a valorização dos funcionários, através de um

processo de avaliação de desempenho, garantirá ao Instituto EMATER

competitividade e sustentabilidade.

91

Gráfico 40. Fonte de motivação para o trabalho. Fonte: o autor

Pode-se observar que a principal fonte de motivação dos funcionários do

EMATER está na identificação com o trabalho da extensão rural, onde o público

prioritário são agricultores familiares, muitos dos quais não possuem condições

financeiras para pagar pela prestação de serviço de assistência técnica,

necessitando portanto, da atuação do Estado. Como o trabalho envolve uma grande

ação social, requer um perfil diferenciado de profissional.

Com um plano de cargos e salários que atualmente atende de forma

satisfatória a maioria dos funcionários, há necessidade de implantação do processo

de avaliação de desempenho, para que realmente os funcionários comprometidos e

que atingem suas metas com qualidade possam ser valorizados.

Pode-se destacar ainda como fator de motivação, a disponibilidade de

recursos, o processo de capacitação e os desafios que a extensão rural coloca

frente as inúmeras dificuldades da realidade agropecuária do Estado do Paraná.

92

7. CONCLUSÃO

No processo de globalização, com o desenvolvimento tecnológico e a rapidez

das informações, a sociedade exige uma mudança na prestação do serviço público,

com qualidade e eficiência. Sendo o Instituto EMATER uma autarquia pública, neste

novo contexto, e ciente da importância do aprimoramento do processo de gestão

para se tornar competitivo no mercado, buscando resultados, com melhorias da

produtividade e qualidade; que podem ser alcançados tendo como base uma

estrutura que promova a satisfação e valorização dos funcionários, como fator

motivador.

Através de uma pesquisa bibliográfica, documental e descritiva, envolvendo

um estudo de campo, foi possível caracterizar os recursos humanos, avaliar a

Qualidade de Vida no Trabalho no Instituto EMATER na região de Santo Antônio da

Platina – Pr e obter informações sobre as condições de infraestrutura existente.

Apesar de não ter uma estratégia específica para a promoção da Qualidade

de Vida no Trabalho, o diagnóstico demonstrou que alguns critérios propostos por

Walton (1973), necessitam de atenção por parte do Instituto.

Há necessidade do Instituto, analisar os benefícios extras oferecidos, como

assistência médica, convênios, dentre outros; condições de infraestruturas das

unidades locais e regional (móveis, iluminação, higiene, ventilação e temperatura -

ambiente de trabalho) além das interferências políticas, que causam uma grande

insegurança, onde os gestores devem discutir estratégias para buscar a autonomia

institucional. Estes fatores promovem um grau de insatisfação dos funcionários,

sendo um fator de desmotivação do desempenho profissional.

É fundamental a capacitação dos gestores da Instituição, para que as

mudanças possam ser implantadas. Deve ser implantado, com urgência, um

processo de avaliação de desempenho para reconhecimento e valorização dos

funcionários comprometidos e que realizam seu trabalho com qualidade.

O processo de capacitação e a realização de treinamentos, deve ser de forma

continuada, para todo o corpo funcional, com atenção especial aos funcionários da

área administrativa.

93

Deve ser analisada, a possibilidade de implantação de um programa de

Qualidade de Vida no Trabalho, buscando a melhoria de critérios discutidos

anteriormente; que embora satisfatórios, podem promover uma maior motivação e

criatividade, visto que os funcionários já possuem uma identificação com o trabalho

de extensão rural. Implantação de um programa de QVT preventiva com foco nas

mudanças das condições, da organização e das relações sócio - profissionais de

trabalho, como gestão organizacional; bem como medindo/monitorando o bem estar

de quem trabalha, com ações antiestresse, dentre outras.

O Instituto EMATER, deve garantir recursos para o desenvolvimento dos

trabalhos, tantos humanos, como a contração periódica de novos funcionários, como

financeiros. Os investimentos devem ser realizados após diagnostico e nas

prioridades, visando garantir a satisfação dos funcionários.

94

REFERÊNCIAS

______. Planejamento Estratégico do Instituto EMATER. Organizador: Natalino Avance de Souza, Curitiba. 2009.

AGUIAR, Maria Aparecida Ferreira de. Psicologia aplicada a administração. Editora Excellus, 2000.

ALVES, Ana Carolina Timo. As Reformas em Minas Gerais: Choque de Gestão, Avaliação de Desempenho e Alterações no Trabalho Docente. In: VI SEMINÁRIO DA REGULAÇÃO EDUCACIONAL E TRABALHO DOCENTE, 2006, Rio de Janeiro. Anais...Rio de Janeiro: UERF, 2006.

BASSANI, D.T.L.; NIKITIUK,S.; QUELHAS,O. A Empresa como sede do conhecimento. Prod., São Paulo, v.13,n°2, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br Acesso em: 12 dezembro 2010.

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99

ANEXO

99

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DO

INSTITUTO EMATER - REGIONAL DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA – PR.

Como obter melhor desempenho e eficácia nas ações desenvolvidas pelo Instituto EMATER ?

Função

Engenheiro (a) Agrônomo (a) Técnico (a) Social

Técnico (a) Agrícola (a) Nível Operacional

Médico (a) Veterinário (a) Assistente Administrativo

Regime de trabalho

CLT Temporário

Estatutário Estagiário

Convêniado Aposentado

Faixa de Idade

Até 25 anos De 41 a 45 anos

De 26 a 30 anos De 46 a 50 anos

De 31 a 35 anos De 51 a 55 anos

De 36 a 40 anos Acima de 55 anos

Grau de instrução

Primeiro grau incompleto Segundo grau completo Especialização

Primeiro grau completo Terceiro grau incompleto Mestrado

Segundo grau incompleto Terceiro grau completo Doutorado

Área de Formação:___________________________________________________________________

Pós Graduação (área/título):____________________________________________________________

Estado Civil

Solteiro Amasiado

Casado Viúvo

Separado/desquitado

Área de atuação

Área de atuação:____________________________________________________________________

Prioridade de trabalho:________________________________________________________________

Em que área gostaria de atuar:_________________________________________________________

Na sua opinião o que pode influenciar o aumento ou diminuição da produtividade? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ O que considera como fonte de motivação para você trabalhar no Instituto ? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1) Questões de infraestrutura

Item Avaliado

Prioridade Situação Comentários Não

prioritário Pouco

prioritário Muito

prioritário Péssimo Regular Bom Muito

bom Ótimo

1. Base física/escritório

2. Veículos

3. Equipamentos de informática

4. Equipamentos de apoio (projetor multimídia, Gps, etc.)

5. Material de apoio (apostilas, folders, pastas, banners, etc.)

6. Internet

7. Telefone

8. Móveis

9. Manutenção de veículos

10. Manutenção de equipamentos, escritórios e móveis

11. Manutenção da base física

12. Planejamento da área

13. Segurança no trabalho

2) Questões Técnicas

Item Avaliado

Prioridade Situação Comentários

Não

Prioritário

Pouco

Prioritário

Muito

Prioritário

Péssimo Regular Bom Muito

bom

Ótimo

1. Capacitação e treinamento

2. Programas e projetos disponíveis

3. Aplicação de programas e projetos

4. Materiais e bibliografias disponíveis

5. Organização de eventos municipais

6. Organização de eventos regionais

7. Organização de times por área técnica

8. Apoio e orientação que recebo

9. Planejamento das áreas técnicas

10. Meu desempenho

11. Desempenho dos meus colegas

12. Definição e manutenção de prioridades

13.

3) Questões Administrativas

Item Avaliado

Prioridade Situação Comentários

Não

prioritário

Pouco

prioritário

Muito

prioritário

Péssimo Regular Bom Muito

bom

Ótimo

1. Normas e rotinas

2. Arquivo de documentos

3. Arquivo de documentos (computador)

4. Organização da biblioteca

5. Recepção no escritório e atendimento ao telefone

6. Arquivo de imagens

7. Almoxarifado

8. Capacitação e treinamento na área administrativa

9. Administração de patrimônio (inventário, organização e limpeza)

10. Uso e reciclagem de materiais

12. Planejamento da área administrativa

13. Apoio e orientação que recebo

14. Meu desempenho

14. Desempenho dos meus colegas

1 Bastante Insatisfeito

(Isto vai mal. Estou muito descontente)

2 Insatisfeito (Está ruim)

3 Levemente Satisfeito

(Está bom)

4 Satisfeito

(Esta bem. Eu estou contente)

5 Bastante Satisfeito

(Isto está bem. Eu estou muito contente)

1 Com relação a móveis, iluminação, higiene, ventilação e tempera, os mesmos são adequados ao meu ambiente de trabalho e não prejudicam minha saúde.

2 Com relação a atuação do Inst. no que se refere ao equipamentos e ferramentas que a mesma disponibiliza para a utilização em seu trabalho você está....

3 A jornada de trabalho é suficiente para a realização das tarefas por mim iniciadas

4 Meu intervalo de almoço e lanche é suficiente para a satisfação de minhas necessidades e não prejudica em nada o meu trabalho

5 Os riscos aos quais estou exposto é de conhecimento da organização e, portanto, tenho equipamentos de segurança e procedimentos de trabalho

6 Com relação ao grau de necessidade de receber autorização superior para decidir o que fazer e como fazer o meu trabalho (grau de autonomia para realizar trabalho). Estou...

7 Com relação ao número de atividades que desenvolvo. Estou..

8 Em minha área de atuação, quanto a oportunidade para utilizar meus conhecimentos e habilidades na realização das atividades. Estou...

9 Dentro da escala apresentada acima, como você vê a sua responsabilidade em relação ao desempenho, qualidade e resultado do trabalho que executa.

10 A forma em que meus superiores costumam avaliar os resultados de meu trabalho e o retorno que me dão desta avaliação, me deixa...

11 Qual o grau de satisfação em relação ao plano de carreira e suas chances de promoção oferecidas pelo Instituto.

12 Em relação a oferta de treinamento ou oportunidades de desenvolvimento para o meu crescimento profissional. Estou...

13 Quanto ao incentivo que o Instituto da ao funcionário a continuar seus estudos, me sinto....

14 Em relação à influência externa (outras instituições, questões políticas e etc,,..) na continuidade de seu trabalho local, tanto na qualidade do mesmo, quanto na sua estabilidade pessoal (transferência, remoção e etc...) você está...

15 Quanto ao relacionamento entre as pessoas no ambiente de trabalho, estou..

16 Na escala apresentada acima, como você avalia o seu grau de relacionamento com a chefia

17 Em relação ao espírito de comprometimento e colaboração no seu ambiente de trabalho para que os objetivos sejam atingidos, você esta...

18 Quanto a valorização ou reconhecimento pelo trabalho que realizo no EMATER estou...

19 Em relação ao seu salário, comparado as funções que desempenha, você esta...

20 Quanto você esta satisfeito em relação aos benefícios extras que a em empresa oferece tais como: assistência médica, convênios.....

21 Qual o grau de satisfação em relação ao salário que você recebe, comparado ao de outros profissionais de áreas similares da comunidade?

22 Quanto ao tempo que tenho disponível para lazer e atividades sociais fora do trabalho, estou....

23 Qual seu grau de satisfação quanto a liberdade e oportunidade de expressar o que sente e pensa..

24 Qual o grau de satisfação quanto a imagem do Instituto EMATER junto a comunidade local no que se refere aos serviços ...