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CURSO DE EXECUÇÃO PENAL Professor: Rodrigo J. Capobianco

CURSO DE EXECUÇÃO PENAL€¦ · III - primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; IV - demais condenados pela prática de

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  • CURSO DE EXECUÇÃO PENALProfessor: Rodrigo J. Capobianco

  • Pena

  • Penas

    • As penas no Brasil têm uma tríplice finalidade adotando-se a teoria da defesa social (mista ou unificadora):

  • Penas

    • Retributiva (teoria absoluta)

  • Penas

    • Retributiva (teoria absoluta)

    • Prevenção de novos delitos (teoria relativa)

  • Penas

    • Retributiva (teoria absoluta)

    • Prevenção de novos delitos (teoria relativa)

    • Ressocialização

  • Penas

    • O sistema utilizado para as penas no Brasil é o sistema progressivo ou Inglês (marksystem)

  • Penas

    • O sistema da filadélfia (pensilvânico, belga ou celular) traz o isolamento celular absoluto

  • Penas

    • O sistema da filadélfia (pensilvânico, belga ou celular) traz o isolamento celular absoluto

  • INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA

  • INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA

    • O processo de individualização da pena passa por3 (três) fases:

    • 1) Gravidade em abstrato

    • 2) Gravidade em concreto

    • 3) Forma de cumprimento da pena

  • Formação do processo de execução

    • Após a aplicação da pena em concreto (individualizada), deverá o juiz do conhecimento expedir a guia de execução (com cópias) e encaminhar para a Vara das Execuções Criminais

  • Carta Guia de Execução Penal Informações — TJDFT

    Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos

    Territórios(exemplo de carta de guia)

    http://www.tjdft.jus.br/cidadaos/execucoespenais/vepema/informacoes/cartaguiadeexecucaopenalinformacoes

  • Carta Guia de Execução Penal Informações

    • Informações necessárias a fim de instruircorretamente com as devidas cópias a Carta deGuia de Execução Penal

    • Cópias necessárias:

  • • Denúncia ou queixa com data de oferecimento e recebimento da denúncia ou queixa e aditamento, se o houver;

    • Auto de prisão em flagrante, se houver informações quanto ao tipo de procedimento investigatório (IP, TC, Investigação MP etc), número; data da lavratura; data do fato, e Unidade da Federação em que se originou;

    • Qualificação do condenado; nome, filiação, naturalidade, data de nascimento e endereço completo e do número do telefone , número INI, documentos de identidade se houver, outros nomes e alcunha usados pelo réu;

  • • Incidência Penal em que foi condenado;• Sentença (Pronúncia e/ou condenatória); inclusive

    os embargos de declaração;• Acórdão cópia integral quando dá provimento ou

    certidão de julgamento quando improvido o• recurso, bem como data da publicação do

    acórdão;• Trânsito em julgado da sentença (de pronúncia

    e/ou condenatória) para a acusação e para a defesa.

    • Trânsito para o MP, da sentença condenatória (no caso de execução provisória), quando a apelação

    • for da defesa;• Trânsito em julgado do acórdão para a defesa e

    para a acusação;

  • • Quando houver suspensão pelo art. 366 do CPP, informar a data da decisão de suspensão e a data da sua revogação;

    • Quando houver suspensão pelo artigo 89 da Lei 9.099/95, informar a data da decisão de suspensão e a data da sua revogação;

    • Informações sobre prisão (flagrante ou mandado de prisão temporária e/ou preventiva) data de cumprimento da ordem de prisão;

    • Data em que foi posto em liberdade (alvará de soltura); (liberdade provisória/ revogação de prisão/Habeas Corpus);

    • Cópia da guia de recolhimento da fiança (quando houver) e quando houver quebra ou perda da fiança informar (cópia da decisão e do ofício encaminhado ao banco);

  • • Cálculo de custas e multa (cálculo atualizado).• Quando houver remessa das peças para a

    execução definitiva, encaminhar novo cálculo de custas. É necessário que o cálculo seja feito nos autos da ação penal, pois devem ser contadas as peças.

    • Todas as informações acima indicadas são essenciais para a execução penal tanto, para a fixação dos prazos prescricionais como para a fiel execução da pena nos termos da legislação vigente.

  • • As Medidas de Segurança são da competência da VEP e não da VEPEMA e devem ser instruídas com os Laudos do Incidente de Insanidade.

    • As Cartas de Guia devem ser encaminhadas diretamente ao Serviço de Distribuição do Fórum Mirabete.

    • Peças complementares devem ser encaminhadas como documentos ao juízo em que a execução estiver tramitando.

  • Competência

    • Competência

    • A execução segue o executado

    • Atenção para a Súmula 192 do STJ

    • Atenção para regras de organização judiciária de cada Estado

  • ATENÇÃO

    STJ Súmula nº 192 - 25/06/1997 - DJ

    01.08.1997 - Competência - Execução Penal

    - Estabelecimentos Sujeitos à Administração

    Estadual - Compete ao Juízo das Execuções

    Penais do Estado a execução das penas

    impostas a sentenciados pela Justiça

    Federal, Militar ou Eleitoral, quando

    recolhidos a estabelecimentos sujeitos à

    administração estadual.

  • PRESÍDIOS PRIVADOS

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    Em 2013, foi inaugurado em Ribeirãodas Neves

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    • Em 2013, foi inaugurado em Ribeirão das Neves –MG o que se denominou primeira penitenciáriaprivada do país.

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    • Em 2013, foi inaugurado em Ribeirão das Neves –MG o que se denominou primeira penitenciáriaprivada do país.

    • Na verdade, prisões terceirizadas já existiam (emmais de 20 localidades), mas a terceirização dessasprisões se dava em determinados setores comoalimentação e saúde dos presos.

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    • Em 2013, foi inaugurado em Ribeirão das Neves –MG o que se denominou primeira penitenciáriaprivada do país.

    • Na verdade, prisões terceirizadas já existiam (emmais de 20 localidades), mas a terceirização dessasprisões se dava em determinados setores comoalimentação e saúde dos presos.

    • Já Ribeirão das Neves era a primeira PPP, na prática,penitenciária privada de fato.

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    • O consórcio que ganhou a licitação para aconstrução do Presídio Privado (GPA – GestoresPrisionais Associados) recebeu no início da gestão aquantia de R$ 2.700,00 por preso/mês.

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    • O consórcio que ganhou a licitação para aconstrução do Presídio Privado (GPA – GestoresPrisionais Associados) recebeu no início da gestão aquantia de R$ 2.700,00 por preso/mês.

    • O investimento inicial de R$ 280 milhões só serárecuperado depois de alguns anos.

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    • O consórcio que ganhou a licitação para aconstrução do Presídio Privado (GPA – GestoresPrisionais Associados) recebeu no início da gestão aquantia de R$ 2.700,00 por preso/mês.

    • O investimento inicial de R$ 280 milhões só serárecuperado depois de alguns anos.

    • A concessão será de 27 anos prorrogáveis por 35anos.

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    • Há cláusula contratual que traz uma obrigação doPoder Público de garantir demanda mínima deocupação de 90% das 3.336 vagas.

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    • Há cláusula contratual que traz uma obrigação doPoder Público de garantir demanda mínima deocupação de 90% das 3.336 vagas.

    • São aceitos presos em regime fechado.

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    • Há cláusula contratual que traz uma obrigação doPoder Público de garantir demanda mínima deocupação de 90% das 3.336 vagas.

    • São aceitos presos em regime fechado.

    • Não são aceitos presos vinculados a facçõescriminosas e nem presos por crimes contra adignidade sexual.

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    • Há cláusula contratual que traz uma obrigação doPoder Público de garantir demanda mínima deocupação de 90% das 3.336 vagas.

    • São aceitos presos em regime fechado.

    • Não são aceitos presos vinculados a facçõescriminosas e nem presos por crimes contra adignidade sexual.

    • Se há rebeliões, fugas ou qualquer manifestação do tipo, oconsórcio é multado e perde parte do repasse de verba.

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    • Principais críticas

    • Encarceramento em massa

    • Inconstitucional (o Poder Punitivo do Estado éindelegável)

  • Penas Privativas de LiberdadePresídios Privados

    • https://www.youtube.com/watch?v=ZRPqayh2Vgg

    • https://www.youtube.com/watch?v=1wpXU30a69o

    • https://www.youtube.com/watch?v=AEGve5HViKc

    https://www.youtube.com/watch?v=ZRPqayh2Vgghttps://www.youtube.com/watch?v=1wpXU30a69ohttps://www.youtube.com/watch?v=AEGve5HViKc

  • LEI DE EXECUÇÃO PENAL

  • 1. LEP - Estrutura

    A LEP – Lei das Execuções Penais é

    estruturada da seguinte forma:

    - Do objeto e aplicação da LEP

    - Do condenado e do internado

    - Dos órgãos da execução penal

    - Dos estabelecimentos penais

  • 1. LEP - Estrutura

    - Da execução das penas em espécie

    - Da execução das medidas de segurança

    - Dos incidentes da execução

    - Do procedimento Judicial

  • 2. Objeto e Aplicação

    O Grande objetivo da LEP é efetivar a sentença,

    fiscalizando o seu cumprimento pelo sistema

    progressivo (ou Inglês) de reintegração social

  • 2. Objeto e Aplicação

    A T E N Ç Ã O

  • 2. Objeto e Aplicação

    As disposições da LEP também se aplicam aos

    presos provisórios, ao condenado pela Justiça

    Eleitoral e ao Condenado pela Justiça Militar,

    quando recolhidos a estabelecimento sujeito à

    jurisdição ordinária

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    Classificação:

    A Comissão Técnica de Classificação elaborará

    programa individualizador, segundo os

    antecedentes e personalidade do condenado

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    A Lei 13.167/15 dispõe sobre a separação de

    presos:

    Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:

    I - acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;

    II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

    III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos incisos I e II.

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:

    I - condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;

    II - reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

    III - primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

    IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções em situação diversa das previstas nos incisos I, II e III.

    O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência com os demais presos ficará segregado em local próprio.

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    Assistência:

    A assistência ao condenado será:

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    - Material (alimentação, vestuário e instalações

    higiênicas)

    - À Saúde (atendimento médico, farmacêutico e

    odontológico)

    - Jurídica (assistência jurídica integral e gratuita)

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    - Educacional (instrução escolar e formação

    profissional)

    - Social (amparar o preso ou internado e

    prepará-lo para o retorno à liberdade)

    - Religiosa (liberdade de culto)

    - Ao Egresso (Orientação, Apoio, Alimentação e

    Alojamento – 2 meses)

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    A Lei 13.163/15 (dispõe sobre o ensino nas

    penitenciárias): O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização.

    O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária.

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de jovens e adultos.

    A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas.”

    . O censo penitenciário deverá apurar:

    I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;

    II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas atendidos;

    III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos; (segue)

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;

    V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas.”

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    Trabalho

    - Finalidade educativa e produtiva

    -Direito a Salário (descontado indenização,

    assistência à família, despesas pessoais,

    ressarcimento ao Estado por conta da sua

    manutenção)

    - Jornada de de 6 a 8 hs com descanso aos

    domingos e feriados

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    O trabalho pode ser

    - Interno

    - Externo

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    RDD – Regime Disciplinar Diferenciado

    Quando a falta grave subverter a ordem ou

    quando houver suspeita de envolvimento em

    organização criminosa, o agente poderá ser

    inserido no RDD

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    RDD – Regime Disciplinar Diferenciado

    Não se trata de um novo regime e sim de uma

    forma mais rigorosa de cumprir o regime fechado

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    RDD – Regime Disciplinar Diferenciado

    Tem por principais características:

    - Isolamento noturno e diurno

    -Duração máxima de 360 dias renováveis (não

    pode ultrapassar 1/6 da pena) (segue)

  • 3. Do Condenado e Do Internado

    - Banho de sol de 2 (duas) horas por dia

    - Visitas semanais de 2 (duas) horas

    - Possibilidade para o preso provisório

    -Somente pode ser determinada pelo Juiz da

    Execução

  • 4. Órgãos da Execução Penal

    São órgãos da execução penal:

    - o Juízo da Execução

    - o Ministério Público

    - o Conselho Penitenciário

    - os Departamentos Penitenciários

    - o Patronato

    - o Conselho da Comunidade

    - a Defensoria Pública

  • 4. Órgãos da Execução Penal

    Juízo da Execução

    - Atribuições

  • 4. Órgãos da Execução Penal

    - Aplicar lei mais favorável

    - Declarar extinta a punibilidade

  • 4. Órgãos da Execução Penal

    Decidir sobre:

    -Soma ou Unificação de Penas

    -Progressão

    -Regressão de Regimes

    -Detração

    -Remição

  • 4. Órgãos da Execução Penal

    - Suspensão Condicional da Pena

    - Livramento Condicional

    - Incidentes da execução

  • 4. Órgãos da Execução Penal

    Cabe ainda ao Juízo da Execução determinar:

    -A forma de cumprimento da pena restritiva de

    direitos e fiscalizar sua execução

    -A conversão da pena restritiva de direitos e de

    multa em privativa de liberdade

    -A conversão da pena privativa de liberdade em

    restritiva de direitos

    -A aplicação da medida de segurança

  • 4. Órgãos da Execução Penal

    - A revogação da medida de segurança

    - A desinternação e o restabelecimento da

    situação anterior

    - O cumprimento de pena ou medida de

    segurança em outra comarca

    - A remoção do condenado para outra comarca

    ou Estado da Federação

  • 4. Órgãos da Execução Penal

    - Zelar pelo cumprimento da pena ou medida de

    segurança

    - Inspecionar os estabelecimentos penais

    - Interditar, no todo ou em parte os

    estabelecimentos penais

    - Compor e instalar o Conselho da Comunidade

    - Emitir anualmente atestado de pena a cumprir

  • 5. Dos Estabelecimentos Penais

    - Dos estabelecimentos penais

    (observações)

  • 6. Da Execução das Penas em espécie

    - Penas Privativas de Liberdade

    - Penas Restritivas de Direitos

    - Penas de Multa

    (observações)

  • 7. Da Execução das Medidas de Segurança

    - Medidas de Segurança

    (observações)

  • 5. Recurso da Execução

    De acordo com o art. 197 da LEP, das

    decisões proferidas pelo Juiz das Execuções

    cabe Agravo

    fim

  • • A Lei 13.281/16 alterou o Código de Trânsito Brasileiro no que diz respeito ao cumprimento de pena em crimes de trânsito:

    Aplicação da Pena no Código de Trânsito Brasileiro

  • • Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades:

    Aplicação da Pena no Código de Trânsito Brasileiro

  • • I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;

    • II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados;

    Aplicação da Pena no Código de Trânsito Brasileiro

  • • III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de trânsito;

    • IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de acidentes de trânsito.

    fim

    Aplicação da Pena no Código de Trânsito Brasileiro