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Prof. Brício dos Santos Reis Departamento de Economia Rural Universidade Federal de Viçosa Tipologia Cooperativista 1

Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

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Page 1: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Prof. Brício dos Santos ReisDepartamento de Economia Rural

Universidade Federal de Viçosa

Tipologia Cooperativista

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Page 2: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

•Legislação Básica:Lei 5764, de 16 de dezembro de 1971;Lei 4595, de 31 de dezembro de 1964;Resolução 3859, de 27 de maio de

2010;Lei Complementar 130, de 17 de abril

de 2009.

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Page 3: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo CréditoSistema Financeiro:

“Conjunto de instrumentos e instituições financeiras que funcionam como meios pelos quais as pessoas podem maximizar o lucro, criando e trocando direitos de receber moeda ou outros ativos” (SAUNDERS, 2000)

Intermediação

Financeira

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Page 4: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Cliente Aplicador Dispõe de recursos

Aceita qualidade e reputação da instituição Aceita taxas e prazos

Aplica recursos Assume o risco representado pelo banco

Recursos Haver Financeiro (Recibo, certificado, etc.)

Captando recursos

INTERMEDIÁRIO FINANCEIRO

Aplicando recursos

Recursos Empréstimos

Financiamentos

Haver Financeiro Promessa de pagamento

Cliente Tomador Precisa de recursos

É avaliado pela instituição Enquadra -se no perfil de risco

Assina promessa de pagamento Recebe empréstimo/financiamento

Sistema Financei

ro

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Page 5: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo CréditoBenefícios do Sistema Financeiro:Menores custos de transação e de coleta

de informações;Incentivo à poupança;Facilidade de obtenção de recursos;Maiores ganhos de eficiência;Adequação de prazos; etc.

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Page 6: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo CréditoSistema Financeiro Nacional (SFN):

Subsistema Normativo:Conselho Monetário Nacional (CMN);Banco Central (BC);Comissão de Valores Mobiliários (CVM);

etc.Subsistema Operativo:

Bancos Comerciais e Múltiplos;Bancos de Investimento;Caixas Econômicas;Cooperativas de Crédito; etc.

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Page 7: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

Sistemas de Crédito Cooperativo:Sicredi;Sicoob;Unicred;Ancosol;Cooperativas Independentes (solteiras).

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Page 8: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

Cooperativas: 584 singulares PACs: 1.300 Associados: 1.921.322 Ativos: R$ 24,7 bilhões Depósitos: R$ 13,7 bilhões Operações de Crédito: R$ 14 bilhões Patrimônio Líquido: R$ 6,1 bilhões

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Page 9: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

Cooperativas: 115 singulares PACs: 1.100 Associados: 2.000.000 Ativos: R$ 26 bilhões Depósitos: R$ 16 bilhões Operações de Crédito: R$ 14,9 bilhões Patrimônio Líquido: R$ 3,6 bilhões

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Page 10: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

Cooperativas: 100 singulares PACs: 415 Associados: 248.043 Ativos: R$ 6,6 bilhões Depósitos: R$ 4,8 bilhões Operações de Crédito: R$ 3,8 bilhões Patrimônio Líquido: R$ 1,6 bilhão

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Page 11: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

Cooperativas: 198 singulares PACs: 190 Associados: 206.006 Ativos: R$ 998,6 milhões Depósitos: R$ 377,8 milhões Operações de Crédito: R$ 847,2 milhões Patrimônio Líquido: R$ 156,3 milhões

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Page 12: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

Cooperativas: 301 singulares PACs: 22 Associados: 301.447 Ativos: R$ 1,5 bilhão Depósitos: R$ 460 milhões Operações de Crédito: R$ 947 milhões

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Page 13: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Sistema de Crédito Cooperativo

Banco Associado

Mercado Financeiro

Centrais

Mercado Financeiro

Singulares

Empréstimos

Capital Social, Depósitos a vista e

a Prazo

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Page 14: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

•Tipos de cooperativas de crédito (Resolução 3859/10 - art. 12):De servidores de uma ou mais empresas;De pessoas de uma mesma atividade

profissional ou de atividades correlatas;De empresários de micro e pequenas

empresas;De crédito rural;De livre admissão;De empresários de um mesmo sindicato

patronal;De grupos de associados de origens

diversas.

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Page 15: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

•Possibilidades de associação (Resolução 3859/10 - art. 12 – parágrafo 2º):

Pessoas jurídicas:Sem fins lucrativos;Que tenham por objeto as mesmas ou

correlatas atividades econômicas dos associados pessoas físicas;

Controladas pelos associados.

Obs.: as cooperativas de livre admissão podem associar

quaisquer tipos de pessoas jurídicas.

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Page 16: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

•Possibilidades de associação (Resolução 3859/10 - art. 13): Empregados e pessoas físicas prestadoras de

serviços em caráter não-eventual; Empregados e pessoas físicas prestadoras de

serviços em caráter não-eventual de pessoas jurídicas ligadas à cooperativa;

Aposentados que, quando em atividade, atendiam os requisitos para associação;

Pais, companheiros, pensionistas, entre outros, de associado vivo ou falecido;

Estudantes de cursos superiores e de cursos técnicos de áreas afins, complementares ou correlatas às que caracterizam as condições de associação.

Ramo Crédito

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Page 17: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

•Condições necessárias para iniciar processo de autorização (Res. 3859 - art. 3°):“Comprovação das possibilidades de

reunião, controle, realização de operações e prestação de serviços na área de atuação pretendida, bem como de manifestação da respectiva cooperativa central ou confederação na hipótese de existência de compromisso de filiação a cooperativa central ou a confederação” (inciso I);

“Apresentação de estudo de viabilidade econômico-financeira abrangendo um horizonte de, no mínimo, três anos de funcionamento ...” (inciso II);

Apresentação do plano de negócios, abrangendo um horizonte de, no mínimo, três anos de funcionamento...” (inciso III).

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Page 18: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

•Estudo de Viabilidade:“Análise econômico-financeira da área de

atuação e do segmento social ou do segmento de cooperativas de crédito, definido pelas condições de associação.”

“Demanda de serviços financeiros apresentada pelo segmento social ou de cooperativas de crédito a ser potencialmente filiado, atendimento existente por instituições concorrentes e projeção de atendimento pela cooperativa pleiteante.”

“Projeção da estrutura patrimonial e de resultados.”

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Page 19: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

•Plano de NegóciosEstabelecimento dos objetivos estratégicos

da instituição;Definição dos padrões de governança

corporativa a serem observados, incluindo-se o detalhamento da estrutura de incentivos e da política de remuneração dos administradores;

Detalhamento da estrutura organizacional proposta, com determinação das responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da administração;

Definição da estrutura dos controles internos, com mecanismos que garantam adequada supervisão por parte da administração e a efetiva utilização de auditoria interna e externa como instrumentos de controle;

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Page 20: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Plano de NegóciosDefinição dos principais produtos e serviços, das

políticas de captação e de crédito, tecnologias a serem utilizadas e dimensionamento da rede de atendimento;

Definição de prazo máximo para início das atividades após a concessão, pelo Banco Central do Brasil, da autorização para funcionamento;

Definição de sistemas, procedimentos e controles para detecção de operações que possam indicar a existência de indícios do crime definido na Lei 9.613, de 3 de março de 1998;

Ramo Crédito

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Page 21: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Plano de NegóciosAções relacionadas com a capacitação do

quadro de dirigentes;Identificação do grupo de fundadores e,

quando for o caso, das entidades fornecedoras de apoio técnico ou financeiro;

Motivações e propósitos que levaram à decisão de constituir a cooperativa;

Condições estatutárias de associação e área de atuação pretendida;

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Page 22: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Plano de NegóciosCooperativa central de crédito a que será

filiada, ou, na hipótese de não filiação, os motivos que determinaram essa decisão, evidenciando, nesse caso, como a cooperativa pretende suprir os serviços prestados pelas centrais;

Estimativa do número de pessoas que preenchem as condições de associação e do crescimento do quadro, indicando as formas de divulgação visando atrair novos associados;

Medidas visando à efetiva participação dos associados nas assembléias;

Ramo Crédito

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Page 23: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Plano de NegóciosFormas de divulgação aos associados das

deliberações adotadas nas assembléias, dos demonstrativos contábeis, dos pareceres de auditoria e dos atos da administração;

Participação em fundo garantidor.

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Page 24: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

•Outras Considerações (Resolução 3859/10)O BC pode reduzir o número de tópicos

solicitados para o plano de negócios (artigo 3° - § 3°);

Os administradores das cooperativas pleiteantes não devem possuir restrições cadastrais (artigo 9° - inciso II);

O BC poderá exigir outros procedimentos para emitir autorização de funcionamento (artigo 10);

Acompanhamento do plano de negócios durante três exercícios sociais (artigo 11).

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Page 25: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

•Cooperativas de Livre Admissão:População < 300 mil habitantes

Admitida a autorização para funcionamento de novas cooperativas

População > 300 mil habitantesAdmitida, apenas, a alteração estatutária de cooperativas em funcionamento há mais de três anos

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Page 26: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

•Cooperativas de Livre Admissão e de empresários – exigências:Filiação à Central que atenda às condições

mínimas de funcionamento estabelecidas pelo BC;

Apresentação de relatório de conformidade da Central ou Confederação;

Participação em Fundo Garantidor;Publicação da declaração de propósito dos

administradores eleitos;Relatório de conformidade de sindicatos e/ou

associações vinculados (cooperativas de empresários).

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Page 27: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo Crédito

•Cooperativas de Livre Admissão em áreas de mais de 2 milhões de habitantes:Filiação à Central pertencente a sistema

cooperativo organizado nos três níveis (singular, central e confederação) previsto na Lei Complementar 130;

Contratação de entidade de auditoria externa com comprovada experiência em cooperativas de crédito.

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Page 28: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

•Exigências de capital mínimo:Cooperativa Central e Confederação

R$ 60.000 de capital integralizado no inícioR$ 300.000 de PR após cinco anos (Central)R$ 300.000 de PR após um ano (Confederação)

Cooperativa de livre admissão (< 300 mil habitantes)N/NE/CO → R$ 10.000 de capital integralizado no início R$ 125.000 de PR após quatro anos ou na data da transformaçãoS/SE → R$ 20.000 de capital integralizado no início

R$ 250.000 de PR após quatro anos ou na data da transformação

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Page 29: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

•Exigências de capital mínimo:Cooperativa de livre admissão (entre

300 mil e 750 mil habitantes)N/NE/CO → PR de R$ 1.500.000 na data da transformaçãoS/SE → PR de R$ 3.000.000 na data da transformação

Cooperativa de livre admissão (entre 750 mil e 2 milhões de habitantes)N/NE/CO → PR de R$ 3.000.000 na data da transformaçãoS/SE → PR de R$ 6.000.000 na data da transformação

Cooperativa de livre admissão (mais de 2 milhões de habitantes)N/NE/CO → PR de R$ 12.500.000 na data da transformaçãoS/SE → PR de R$ 25.000.000 na data da transformação

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Page 30: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

•Exigências de capital mínimo:Cooperativa singular de empresários

R$ 10.000 de capital integralizado no inícioR$ 120.000 de PR após quatro anos

Demais cooperativas singulares filiadas a centraisR$ 3.000 de capital integralizado no inícioR$ 60.000 de PR após cinco anos

Cooperativas solteirasR$ 4.300 de capital integralizado no inícioR$ 86.000 de PR após quatro anos

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Page 31: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

•Atividades proibidas:Concessão de empréstimos, ou retenção de

parte deles, para integralização de capital ou rateio de perdas;

Adoção do “capital rotativo”.

•Principais operações:Passivas (captação de recursos);Ativas (aplicação de recursos);Especiais (aplicações financeiras,

convênios, etc.);Acessórias (prestação de serviços);Outras (ofertar produtos de bancos

cooperativos, etc.).

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Page 32: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

•Limites de Risco:25% do PR para aplicações no mercado

financeiro (exceto em centrais, bancos cooperativos, fundos de investimento e títulos públicos federais);

15% do PR para operações de crédito com um único associado (singular filiada à central);

10% do PR para operações de crédito com um único associado (singular solteira).

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Page 33: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Ramo CréditoLei Complementar 130:

A Diretoria Executiva poderá ser profissional;

Conselho Fiscal – mandato pode ser de 3 anos;

Juros ao capital – limitados à SELIC;O BC poderá convocar AGE e terá direito

a voz;AGO deve ser realizada até 30 de abril.

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http://www.youtube.com/watch?v=hMdkZl97YSc&feature=related

Page 34: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Projeto:“Administração Financeira e Social em Cooperativas Agropecuárias de Minas Gerais”

Objetivo Geral:Identificar e analisar os principais problemas de ordem financeira e social que assolam as cooperativas agropecuárias de Minas Gerais.

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Page 35: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Metodologia:Pesquisa exploratória: aplicação de

questionários e coleta de informações secundárias (balanços, atas de assembléias, etc.);

Amostragem intencional: dezenove cooperativas agropecuárias (aproximadamente 10% do total de registros na OCEMG);

Análise de balanços (2003-2007) e descrição das informações qualitativas.

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Page 36: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Análise Econômica:Maior parte dos investimentos no curto prazo;Falta de atratividade para os investimentos

dos associados;Capitalização das sobras(quase não há

distribuição em dinheiro);Dificuldades para obtenção de

financiamentos externos;Pouca agregação de valor aos produtos dos

cooperados;36

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Page 37: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Análise Econômica:Sobras decrescentes no período;Como as sobras representam a principal

fonte de capital, os problemas de falta de recursos próprios se acentuam;

O comportamento oportunista dos associados inibe estratégias de maior aproveitamento da receita;

Raras são as iniciativas de programas de Organização do Quadro Social (OQS) e Educação Cooperativista;37

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Page 38: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Análise Econômica:Preocupação com a liquidez do negócio

e poucos investimentos de longo prazo;Apenas quatro cooperativas pagam

juros ao capital;Aumento considerável na utilização de

capital de terceiros no período (68% para 74%);

Abandono de atividades complementares (fornecimento de combustíveis, comércio varejista, etc.).

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Page 39: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

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Page 40: Curso de Formação em Tipologia Cooperativista Módulo II

Análise Social: O crescimento do número de associados foi

extremamente baixo no período;Em média, pouco mais da metade dos

associados participam ativamente das cooperativas;

A participação em assembléias é pouco significativa (algo em torno de 10% do quadro social);

Cada funcionário das cooperativas agropecuárias mineiras “responde” por cerca de 20 associados;

Ausência de profissionais capacitados a gerenciar esse tipo de instituição.40

Ramo Agropecuário

http://www.youtube.com/watch?v=VxaJNyDv37I