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Ano XXXVII Nº 436 |Janeiro/Fevereiro 2014 | Publicação Bimestral | ISSN 0870-8789 Apoio ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA Distribuição Gratuita aos Associados Preço Avulso 5,25 Euros (I.V.A. Incluído) REVALORIZAÇÃO DOS ACTIVOS FIXOS TANGÍVEIS CASO PRÁTICO Manuel Patuleia Entrevista www.apotec.pt “Este Orçamento tem uma meta real e adequada às necessidades do país?” Curso de preparação para exame de TOC Inscrições a decorrer Acções de Formação Profissional Certificadas Novas Datas Um estudo aprofundado, um melhor conhecimento normativo contabilístico relacionado com os Activos Fixos Tangíveis

Curso de preparação para exame de TOC Acções de · PDF fileO Jornal de Contabilidade é o periódico técnico e científico que permite tomar conhecimento de todos os aspectos

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Ano XXXVII Nº 436 |Janeiro/Fevereiro 2014 | Publicação Bimestral | ISSN 0870-8789

Apoio

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADEINSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA

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REVALORIZAÇÃO DOS ACTIVOS FIXOS TANGÍVEISCASO PRÁTICO

Manuel Patuleia Entrevista

www.apotec.pt

“Este Orçamento tem uma meta real e adequada às necessidades do país?”

Curso de preparaçãopara exame de TOC

Inscrições a decorrer

Acções de Formação Profissional Certificadas

Novas Datas

Um estudo aprofundado, um melhor conhecimento normativo contabilístico relacionado com os Activos Fixos Tangíveis

2    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADEINSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA

O Jornal de Contabilidade é o periódico técnico e científico que permite tomar conhecimento de todos os aspectos das técnicas contabilística, fiscal e jurídica.

É distribuído gratuitamente a todos os associados e é editado ininterruptamente desde Abril de 1977, constituindo um importante elo de ligação entre a APOTEC e os Associados.

Está disponível aos Associados na Área Reservada as edições desde 2006.

Os destaques desta edição encontram-se em www.apotec.pt/jornal/

www.apotec.pt

JORNAL DE CONTABILIDADE

Nº 436 | Janeiro/Fevereiro 2014

2014 3

Entrevista ao Presidente da APOTEC, Manuel Patuleia 5

Modelo de Revalorização dos Activos Fixos Tangíveis: repercussão nas Demonstrações Financeiras (conclusão) 9

A perceção sobre o sistema tributário evidenciada por estudantes de Fiscalidade: resultados de um estudo 21

Síntese Económica 29

Consultório 31

Glossário 36

Livraria 37

Com a devida vénia 38

A APOTEC em notícias 39

Fólio do Senador 43

SEPARATAS:

- Índice 2013

- FormaçãoAlbufeira | Castelo Branco | Coimbra | Évora | Leiria | Lisboa | Porto

Director: Manuel Benavente RodriguesDirectora-Adjunta: Maria Teresa NetoCoordenação: Isabel Maria CiprianoColaboração: Paulo Nogueira FilhoMensário Técnico, fundado por Martim Noel MonteiroPropriedade e Edição: Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade – APOTEC (Instituição de Utilidade Pública)NIF: 500910847Periodicidade: Bimestral

Redacção e Administração: Rua Rodrigues Sampaio, 50, 3º Esq. 1169-029 LISBOATelefone: 213 552 900 / Telefax: 213 552 909Site: www.apotec.pt / E-mail: [email protected]

Tiragem: 7000 exs.Depósito Legal: 53873/92Registo nº 105076 ICS

Assessores: Abílio Sousa; António José Neves Casaca; Isabel Amado; João Filipe Gonçalves Pinto; José de Oliveira Sales Pires.

Composição e impressão: PENTAEDRO – Tel. 218444340 1700-249 LISBOA

Normas de publicação: Os textos recepcionados têm a prévia autorização dos respectivos autores para publicação na nossa revista.

Os artigos publicados são da responsabilidade dos seus autores e não vinculam a APOTEC.

O Jornal de Contabilidade, até decisão em sentido diferente, publicará os textos em português de acordo com a ortografia adoptada pelos respectivos autores.

Os textos da responsabilidade da redacção não são escritos segundo o Novo Acordo Ortográfico.

ÍNDICE

FICHA TÉCNICA

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    3

editorial

O  novo  ano  começa  como  o  anterior  acabou,  isto  é, sob o manto do empobrecimento material; empobreci-mento ocidental, europeu, português. Mesmo procurando especular o mínimo possível, claro que teremos de o fazer, pois os conceitos maximamen-te substantivos, sempre utilizam atributos, dado que a partir do momento em que transformamos por exemplo o  algarismo  em  valor,  resta-nos  apenas  observar  ora uma garrafa meio cheia, ora uma garrafa meio vazia.E por outro  lado quando se fala em empobrecimento, fala-se num conceito  relativo e portanto em relação a uma qualquer variável, seja ela geográfica, cronológica ou digamos estrutural. E depois ainda há várias velocidades para o empobre-cimento,  seja  a  alta  velocidade  das  radicais  soluções, seja  a  baixa  velocidade  do  centro  do  “arco  da  gover-nação”.Não é por acaso que não obstante a perda efectiva de rendimento  por  parte  de  sectores  importantes  da  po-pulação  portuguesa,  e  mesmo  encorajados  à  tomada de opções menos passivas, elas não se verificaram ain-da,  o  que  a  continuar  esta  descida  aos  infernos,  não quer dizer que não venham a concretizar-se.Porém, os apelos esparsos de um ou outro especialista, para utópicas saídas da zona Euro por iniciativa portu-guesa,  são engolidos em contraponto, por outro  tipo de  informação,  em  que  a  autarcia  e  a  subsistência mínima  surgem  como  destino  fatal,  com  desvaloriza-ções  brutais  da  moeda,  mesmo  que  o  crescimento relativo  posterior  do  PIB  viesse  a  ser  uma  hipótese considerável. Quer  dizer,  entre  dois  males,  Portugal  vai  esperando para ver e entretanto opta pelo mal,  julgado menor e menos radical.

Manuel Benavente RodriguesDirector Jornal de Contabilidade

2014

Voltando  à  saída  do  Euro,  será  sempre  de  ponderar, pois não sabemos como tudo vai evoluir sobre a ques-tão  da  moeda  europeia.  Porém,  o  que  não  podemos esquecer  ou  ignorar  é  que  a  sairmos  do  Euro  seria claro, por vontade alheia, provavelmente num cenário colectivo, pois se fosse apenas por nossa vontade, cor-responderia  a  um  suicídio  político-social,  dado  não  haver notícias de saídas reguladas e indolores em eco-nomia de mercado, com o devido respeito por opiniões de especialistas da matéria. Contudo e  já numa outra perspectiva mas  tão  impor-tante como a anterior, se é nossa obrigação assumir a dívida, é nossa obrigação também não deixar deteriorar o tecido social do país, sem o qual não conseguiremos pagar o que devemos. Assim,  outra  das  grandes  questões  deste  empobreci-mento  português  é  a  questão  não  apenas  de  quanto se  empobrece,  mas  essencialmente  como,  com  que regras ou  falta delas. E aqui, a  falta de  regras, a  falta de transparência, os atropelos sucedem-se. Eventualmente,  podemos  agarrar-nos  à  Constitui- ção como o náufrago se agarra aos destroços da bar-caça, mas para além do desespero não ser bom conse-lheiro, há que considerar que  temos  sempre de voltar a Ítaca e em Ítaca espera-nos a regra, a rotina e temos de nos adaptar com ou sem os heroísmos discretos de Penélope. 

4    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

É bem certo que os conjuntos de princípios palavrosos e  circunstanciais,  são  próprios  de  países  herdeiros  de situações políticas de força, como o nosso foi, em que tudo ansiamos deixar gravado para o futuro, porque a nada  tínhamos  direito  no  passado,  acabando  apenas por  transmitir  fragmentos  tragicamente  escritos  na água. Porém,  concordando ou não  com esta nossa  carta de direitos  e  deveres  de  cidadania,  esta  é  a  Constituição que temos, e é com ela que devemos funcionar. Viven-do nós uma situação de excepção, os diversos poderes que  nos  representam,  deveriam  sentir-se  convocados para a assumir, tanto quanto possível em bloco. Mas  para  que  isso  acontecesse  seria  necessário  uma outra  reforma  política,  atendendo  a  que  o  eleitorado está  cada  vez  menos  identificado  com  a  estrutura  organizativa dos poderes que acaba por eleger, sentin-do-se  cada  vez  menos  representado  por  eles;  embora saibamos que é fundamental, ter bem consolidadas, as grandes correntes de opinião,  talvez que a  introdução de círculos uninominais, tivesse uma palavra importan-te a dizer nessa reforma. Porque é um triste espectáculo, ver o Governo procurar impor  medidas  que  possam  antagonizar  o  Tribunal Constitucional e este procurar apenas ser um polícia da actividade executiva do Governo. 

Porém, seria redutor e menos verdadeiro esquecer, que esta  crise que  se  vive,  não é  só portuguesa,  sopra de outros  tempos e  lugares  e  isso mais nos  intranquiliza, porque  outros  maiores  que  nós,  não  conseguem  dar conta  dela,  como  é  o  caso  dos  Estados  Unidos  e  da própria União Europeia.Os  chamados  trinta  anos  dourados  da  economia  oci-dental,  já acabaram há muito, mais  concretamente às mãos da crise do petróleo dos anos 70. Esta décalage parece anunciar nada de agradável, pois já lá vão trin-ta,  quarenta  anos  e  outros  povos  –  os  emergentes  – perfilam-se para colher os anunciados apetitosos frutos da sociedade de consumo, como nós já colhemos, e a que  se  julgam  com  todo  o  direito  de  um  ponto  de vista democrático. 

E claro que as coisas não começaram ontem. O longo século XIX, segundo Hobsbawm só concluído em 1914, foi produtor de romantismo, alguma paz e modernismo não só nas artes,  como na  sociedade, na política, nas ciências. As ciências sociais anunciavam então, os gran-des  movimentos  sociopolíticos  do  século  XX  e  que concretizando ideais, conduziram a fatais genocídios da Humanidade (fascismo, nazismo, comunismo). Quanto às  ciências  puras,  produziram  aplicações  controversas, como as bombas nucleares, grandes avanços na medi-cina  e  na  electrónica  e  o  homem  na  Lua.  Nada  que antes não fosse assim e depois não voltasse a ser.E como nada será como foi, a História no fim do sécu-lo  XX  ressurgiu,  sofrendo  um  inesperado  retroces- so  –  ver  o  excelente  “Regresso  da  História”  de  Marc Ferro – impensável de todo, em especial para os adep-tos  da  teleologia  da  História,  ou  seja,  o  regresso  do comunismo ao liberalismo. E isto também tem ajudado a colocar no mapa,  tanto o fundamentalismo  islâmico em ascensão, mesmo que em contraponto com o Esta- do-Nação, como um sincretismo cristão, em especial ao nível dos deserdados da vida, a partir de comunidades crioulas da América e da Ásia.E  o  Modernismo,  filho  também  do  liberalismo  e  da Revolução Francesa e anunciador daquilo a que François Furet  já apelidava nos anos noventa, de o passado de uma ilusão, não soube substituir muitos mitos e valores do Antigo Regime, deixando que o vazio assumisse os seus  lugares.  Virada  a  página  modernista,  respira-se hoje  o  Pós-Modernismo  dos  utilitarismos  sem  princí- pios, em que apenas se vive desesperadamente o pre-sente, renunciando-se à luta pelo amanhã, “preferindo- -se  Narciso  a  Prometeu”,  utilizando  a  imagem  do Cardeal  Patriarca  D.  Manuel  Clemente.  E  esta  prefe- rência manifesta-se transversal à própria prática política, e  mesmo  às  ideologias,  assente  numa  moderna  con-cepção  de  um  hedonismo  mais  empobrecido  que  o clássico. 

Seremos mesmo assim, capazes na Europa de hoje, de vencer esta batalhazinha do Euro, todos  juntos? Espe-remos  que  sim.  Os  seres  humanos,  sempre  cobaias  no  palco  do  seu  tempo,  têm  a  palavra.  Em  nome  do amanhã.

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    5

Manuel Viriato Cardoso Patuleia (n. 1939) é téc-nico (oficial) de contas desde 1965, possui o Cur-so Geral do Comércio e exerceu ou exerce as seguintes funções:

Contabilista em grandes e médias empresas

Colaborador da FORD Marketing Institute para a área da Contabilidade

Director-Geral do Grupo MEIA-MEIA

Monitor de Cursos de Contabilidade

Membro do Centro de Estudos do SNEE

Acompanhou directamente a problemática da Regulamentação dos Técnicos Oficiais de Contas

Vice-Presidente da PROTOCONTAS, CRL

Presidente da Comissão Instaladora da Associação dos Técnicos Oficiais de Contas (ATOC)* – futura OTOC

Moderador e Orador em Seminários de Contabi-lidade e Fiscalidade

Representante da APOTEC no Conselho Geral da Comissão de Normalização Contabilística.

Membro do Conselho Executivo do Centro de Estudos de História da Contabilidade.

Faz parte dos Corpos Sociais da APOTEC desde 1986, sendo seu Presidente eleito desde 1992.

* Em regime de rotatividade

Entrevista ao Presidente da APOTEC, Manuel Patuleia

entrevista

JC – Como vê a evolução da APOTEC, desde o início até hoje?MP – Permita-me  que  enderece  os  cumprimentos  a  todos  os contabilistas em geral e aos associados da APOTEC em particular.Quando um grupo de profissionais sentiu a necessidade de criar, em 1977,  uma associação de  inscrição  livre  com o  firme pro-pósito de esta  transmitir  saber aos  seus associados, deu a co-nhecer uma entidade que ao longo do tempo se tem mantido bem  viva  e  se  tem  afirmado  num  mundo  complicado  e  de pouca  tradição como é o  livre associativismo. Presto profunda homenagem a  todos os  fundadores desta enorme associação, destacando Martim Noel Monteiro e Humberto Abreu.Completará  a  16  de  Março  a  bonita  idade  de  37  anos,  nos quais houve que vencer muitos escolhos, próprios de uma or-ganização com princípios democráticos, mas sempre interessa-da na transmissão do conhecimento e na valorização dos pro-fissionais da contabilidade e fiscalidade. Não  foi  uma  caminhada  isenta  de  dificuldades,  mas  louvo quantos  com abnegação  e  espirito  de  sacrifício  deram muitas horas à APOTEC.Foi e é uma associação que tem procurado sempre a renovação de ideias e de pessoas, e que em determinadas épocas comba-teu alguns enquistamentos para projectos  futuros e deserções de personalidades que ocupavam lugares com alguma respon-sabilidade.Para  trilharmos  um  rumo  certo,  temos  de  encarar  que  num futuro  próximo  teremos  de  dar  lugar  aos  novos,  sendo  certo que  para  isso  acontecer  sem  sobressaltos  a  transicção  deverá ser bem planeada, pormenor que já está a acontecer.Hoje  a  APOTEC  é  uma  entidade  respeitada  e  respeitadora, confiando que o futuro seja de completa satisfação para os seus inúmeros associados, quer sejam individuais ou colectivos.

JC – O que representa para a APOTEC a Escola e a Forma-ção?MP – O meu pensamento vai para a competência e esta só se adquire com a aprendizagem contínua. A aposta na formação independentemente do grau académico que se possa apresen-tar  é  uma  elementar  exigência  para  aqueles  que  querem  de-sempenhar  a  profissão  com  aptidão.  Num  mundo  de  extraor-dinária competição e em situações consideradas normais, só se destaca quem possuir  elementos de elevada qualidade para o desempenho  das  atribuições  que  lhes  são  conferidas.  Neste domínio  a  APOTEC  tem  ajudado,  ou  seja  é  uma  obrigação desta associação colocar o saber ao serviço dos seus associados, os  quais,  pelo  seu  lado,  têm  correspondido  com  a  adesão  às múltiplas acções de formação que têm sido promovidas.Como entidade de utilidade pública  a APOTEC promoveu num passado recente também formação gratuita com a colaboração do Banco de Portugal e da AT-Autoridade Tributária e Aduaneira.

6    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

Na  formação  que  promove,  a  associação  proporciona  um desconto  de  50%  para  desempregados  e  50%  do  valor anual da quota para reformados.Saliento  os  inúmeros  protocolos  assinados  com  Escolas  e Universidades onde a contabilidade e  fiscalidades  são  lecio-nadas. Recordo as  inúmeras  jornadas e colóquios  levados a efeito sempre com o propósito de valorizar os profissionais.Foi a APOTEC pioneira no nosso país, na divulgação da His-tória da Contabilidade. Penso que poderemos fazer muito mais, assim estejamos  li-vres das condicionantes monopolistas que se tem feito sentir na  formação  da  nossa  profissão.  Hoje  a  APOTEC  é  uma instituição  que  promove  formação  certificada  pela  DGERT, Direcção Geral do Emprego e Relações de Trabalho.

JC – Sendo a APOTEC sujeito e objecto da mudança, como está a APOTEC a adaptar-se nestes princípios do século XXI ao país que se vai construindo?MP – A  APOTEC  tem  tentado  adaptar-se  à  época  em  que vivemos. Sustentada no conhecimento que foi adquirindo ao longo dos anos, a experiência adquirida proporcionou-lhe os elementos indispensáveis para que haja uma melhor adapta-ção às exigências dos tempos actuais. A APOTEC para servir bem os  seus associados  tem que partir  sempre  com a  con-vicção do que apresenta é de  inegável valor e mérito. Com uma gestão equilibrada e  rigorosa  tem conseguido não au-mentar as quotas e a  formação,  contribuído  também deste modo para a satisfação dos seus associados.O erro para a APOTEC é  sempre um elemento difícil de di-gerir.  Fomos  exigentes  no  passado,  somos  no  presente  e seremos no futuro.

JC – Como vê os associados da APOTEC de hoje e de há trinta anos atrás?MP – Os associados têm comportamentos sempre semelhan-tes.  Os  interesses  explanados  seguem  no  mesmo  sentido, com mais ou menos preparação há um tempo em que todos são  neófilos  carentes  de  formação  e  de  ensinamentos.  O conhecimento e a experiência adquire-se com tempo, estudo e trabalho. Também no que diz respeito à adopção da ban-deira do livre associativismo, atrevo-me a dizer que tal como no passado muitos  jovens hoje a procuram, porque sentem que a transmissão de ensinamentos num ambiente de liber-dade concorre para um melhor desenvolvimento de conhe-cimentos.

JC – Como vê as Instituições de inscrição obrigatória face às instituições de inscrição livre?MP – As Instituições de inscrição obrigatória têm sem dúvida um  lugar  importante  na  estrutura  social  do  país  fazendo 

parte da  inevitável hierarquia que alguns países  constroem. Quanto  às  Instituições  de  inscrição  livre,  não  são  menos importantes pois emanam do quotidiano democrático.Poderei ser  radical ao afirmar que tudo o que é obrigatório provoca sempre uma reacção negativa. O ser humano adap-ta como elemento essencial no seu variado percurso de vida uma realização que seja obtida através de impulsos voluntá-rios e que possam constituir uma verdadeira realização pes-soal.  Tenho  para  dizer  que  manifestações  que  conduzam  a processos que nos espartilhem a mente, são a meu ver pou-co aceitáveis num país que se quer moderno,  livre e demo-crático. 

JC – Como pode a APOTEC contribuir para o progresso do país?MP – A  APOTEC  é  um  pequeno  mas  qualificado  grão  de areia neste universo da contabilidade e fiscalidade, no entan-to  pode  contribuir  para  o  progresso  deste  tão  necessitado país, preconizando e incentivando à realização de boas e sãs contas.

JC – O que pensa da Contabilidade que se vai pensan-do e se vai fazendo em Portugal?MP – Sempre  opinei  que  a  contabilidade  devia  servir  em primeira  mão  os  desígnios  da  gestão,  mas  por  experiên- cia adquirida,  reparei que nem sempre o possível  interlocu- tor entende, ou não pretende entender, o dialogo proposto. As associações empresariais deveriam  incentivar a  formação sobre assuntos relacionados com a gestão. A APOTEC desde já disponibiliza-se para encetar qualquer tipo de colaboração.Atende-se, hoje, à adaptação dos normativos internacionais, referindo  que  a  última  alteração  efectuada  enfermou  por exigências pouco realistas, sobretudo no que toca à realida-de económica das empresas em Portugal. Afirmar-se que a contabilidade poderá ser uma das  respon-sáveis  pelos  custos  administrativos das  empresas  é um erro crasso,  de  qualquer  maneira  também  admito  que  alguma simplificação se deverá operar no sentido de reduzir algumas obrigações  na  apresentação  das  demonstrações  financeiras das PME e Micro Entidades. Hoje em dia os custos de con-texto  das  empresas  são  de  natureza  fiscal  e  parafiscal,  os quais são reflexo de exigências que ao longo de um mês não dão descanso a quem se responsabiliza pelo seu tratamento e apresentação. 

JC – O que pensa da reforma do IRC?MP – O  legislador  procurou  dar  alguma  notoriedade  ao processo apelidando-o de  reforma. Chamar-lhe-ia antes,  al-terações ao IRC que a meu ver pouco significativas são, para que possa ser considerada uma verdadeira reforma. A reali-

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    7

dade  tributária  das  empresas  com  o  aumento  das  tributa- ções  autónomas,  o  aumento  da  limitação  à  dedução  anual dos  prejuízos  fiscais  e  limitada  aplicação  do  DLRR  poderá  ser compensada com a descida da taxa em 2 pontos percen-tuais?Será que esta alteração poderá dar um contributo relevante para a promoção do investimento e, consequentemente para a criação de emprego no país? 

JC – O que pensa da evolução da Fiscalidade em Portu-gal?MP – As sucessivas alterações  legislativas, ultimamente têm sido, além de abundantes, confusas, controversas e respon-sabilizantes  desta  classe  profissional.  Assim,  não  sendo  re-flectidas e discutidas com todas as entidades  intervenientes e conhecedoras da reali-dade económica, empre-sarial e profissional,  têm a  agravante  de  não  se-rem  introduzidas  atem-padamente,  de  modo  a poderem  alcançar  por um lado, a tão desejada eficácia  e  eficiência  tri-butárias,  a  justiça  e  a equidade  fiscal,  por ou-tro.Haveria que ter coragem de  se  fazer  uma  verda-deira  reforma na  fiscali-dade  em  Portugal,  tor-nando-a  mais  simples  e menos armadilhada. As preocupações  inerentes à complexi-dade dos  impostos proporciona gastos adicionais às empre-sas.No  caso  em  concreto  de  uma  reforma  fiscal  seria  também de bom tom que se ousasse olhar para uma alteração no IRS.A  justiça  tributária  deverá  ser mais  célere,  procurando  com rapidez responsabilizar e punir os  incumpridores. JC – Orçamento do Estado para 2014: para onde va- mos?MP – Será  que  as  metas  objectivadas  pelo  Orçamento  vão ser  cumpridas?  Este  Orçamento  tem  uma  meta  real  e  ade-quada às necessidades do país? Tenho dúvidas…Caminhamos  como  temos  caminhado  para  uma  cada  vez maior tributação em sede de IRS. Este orçamento pouco ou nada de novo traz a não ser os agravamentos fiscais. Tenho dúvidas que com a “Factura da Sorte”, em que se prevê um valor  de  prémios  até  dez  milhões  de  euros  por  ano  que  

deverão  ser  distribuídos  por  um  máximo  de  60  sorteios  a realizar  num  ano,  o  Governo  consiga  encaixar  entre  600  a 800 milhões de euros…

JC – A Formação da APOTEC face aos créditos dos TOC’s: em que ponto estamos?MP – Até  quando?  É  a  pergunta  que  muitos  profissionais colocam e que  se ouviu nas  acções de  formação profissio- nal certificada promovidas pela APOTEC durante este último mês de Janeiro, por todo o país.Quando é que os profissionais poderão aplicar o artigo 43.º da  Constituição  da  República  Portuguesa  –  Liberdade  de aprender e ensinar?A CONCORRÊNCIA,  constitui um dos principais  factores que, provocam  desenvolvimento  económico  (melhoria  na  qualida- 

de/preço),  contribuindo como tal para o índice de satisfação dos utentes.Já  lá  vão  mais  de  seis anos  desde  que  iniciá-mos  este  processo,  por-que entendemos que os TOCs em geral e os nos-sos associados em parti-cular  têm  o  direito  de não  serem  prejudicados na  liberdade de  escolha da  formação.  Ademais, para  efeitos  do  Código do Trabalho,  só é valida a  formação  promovida por  entidades  certifica-

das (e a APOTEC é certificada pela DGERT), a OTOC não é!O último desenvolvimento do processo da formação de cré-ditos a que assistimos em Janeiro deste ano, foi a condena-ção por parte do Tribunal da Relação de Lisboa, confirmando a decisão do Tribunal do Comércio, declarando NULO  todo o  REGULAMENTO  DA  FORMAÇÃO  DE  CRÉDITOS.  Já  em Fevereiro  de  2013  o  Tribunal  de  Justiça  da  União  Europeia condenara também o regulamento da formação dos créditos dos TOCs, defendendo a inteira liberdade de escolha para os contabilistas fazerem a sua livre opção.Sabemos que nesta data a OTOC apresentou novo  recurso, desta vez para o Tribunal Constitucional. ACREDITAMOS  que  temos  razão  nas  nossas  pretensões, aguardamos com tranquilidade mais este desfecho.A lei ainda é a lei e não temos dúvidas que ela será respeita-da, para que os profissionais possam ver restabelecido o direi-to à liberdade de escolha e de aprendizagem, fora do mono-pólio até aqui imposto pela entidade reguladora da profissão. 

a Manuel Patuleia

entrevista

8    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

JC – O que preconiza para o futuro novo Estatuto das Ordens em geral e da OTOC em especial?MP – A Lei  nº  2/2013 que  estabelece o  regime  jurídico de criação, organização e funcionamento das associações publi-cas profissionais já deveria estar na sua aplicação inteiramen-te em vigor.Ressalta dessa Lei o nº3 do artigo 5 que diz: “As associações públicas  profissionais  não  podem,  por  qualquer  meio,  seja acto  ou  regulamento,  estabelecer  restrições  à  liberdade  de acesso e exercício da profissão que não estejam previstos na lei, nem infringir as  regras da concorrência na prestação de serviços profissionais, nos termos dos direitos nacionais e da União Europeia.Só isto constitui uma necessidade de reformulação profunda do  Estatuto  da  OTOC,  na  medida  em  que  esta  continua  a violar  as  regras  de  concorrência  em  matéria  de  formação profissional.Mas outros aspectos são ainda de ponderar, como a limitação de actividade que o actual estatuto ainda contempla – não existem outras profissões reguladas com limite de actividade imposto aos  seus membros; a publicitação dos  serviços dos profissionais;  a  incompatibilidade  de  funções  e  até  mesmo outras questões estruturais e funcionais da própria entidade reguladora,  como por  exemplo,  o  acto  eleitoral,  a  elegibili-dade dos candidatos, a fixação da remuneração dos órgãos sociais, que deveria ser feita pela Assembleia Geral, etc.Outro  aspecto  refere-se  à  profissão  em  si,  ou  seja,  ou  se exercem na prática e somente as funções de um contabilista (importa defini-las ou actualizá-las tendo em conta o estabe-lecido no quadro da Classificação Nacional das Profissões) e a redenominação (de TOC para Contabilista Certificado) fará sentido,  ou  se  se  quer  mudar  apenas  o  nome  e  manter-se estatuto,  será  caso  para  se  dizer  “é  pior  a  emenda  que  o soneto”…

JC – Que país, que Contabilidade e que Fiscalidade?MP – A situação económica e financeira do país, que se tem vindo a agravar, não é alheia aos profissionais da contabili-dade e fiscalidade, que no dia a dia movimentam os núme-ros, as contas.

Uma  sociedade  onde  em  muitos  casos  o  sucesso  depende em grande parte de “sensibilidades e oportunismos”, onde o trabalho e a competência não formam por si só uma com-ponente de orgulho mas sim de inveja, tem que ter a coragem e  a  capacidade  de  mudar  mentalidades,  tornando-se  mais exigente, mais rigorosa, mais ética, mais profissional e menos corporativa.É  fundamental  um  acentuado  desenvolvimento  económico, uma justiça mais célere e mais justa. Temos tido a experiên-cia de que a sua morosidade conduz sempre a retracções de actividade. O mundo académico precisa aproximar-se o sufi-ciente  da  realidade  empresarial  e  profissional,  e  transmitir exemplos de excelência e valorização de padrões de conhe-cimento  efectivo  sem  subserviência  ao  corporativismo  e  às benesses  financeiras  dos  mesmos.  A  gestão  dos  dinheiros públicos e das empresas tem de caminhar rapidamente para uma cultura de rigor, porque certamente a não ser assim, a sociedade  portuguesa  vai  continuar  a  sofrer  consequências bastantes desastrosas. E com isso, os profissionais das contas!A  APOTEC  continua  a  fazer  apelos  à  competência,  à  ética dos profissionais de contabilidade e fiscalidade, não obstan-te as dificuldades cada vez maiores que se colocam ao exer-cício da profissão. Fazemos votos para o trilhar de um caminho de simplificação não só para a contabilidade como para a fiscalidade e para-fiscalidade,  abortando  exigências  que  acabam  apenas  por furtar rentabilidade às empresas e que já nada tem a ver com a contabilidade e a fiscalidade.Desejamos um  forte  combate à burocracia  e que uma  sau-dável concorrência seja estimulada em todos os sectores.Preferimos bons exemplos a mil palavras!

A  APOTEC  continua  seguindo  o  seu  percurso  com  muita firmeza e determinação,  com um discurso de verdade,  sem competir ou afrontar, mas não calando injustiças, nem rene-gando o passado associativo que satisfaz plenamente.O seu futuro é de esperança, mercê de uma cuidada gestão dos corpos sociais e do sentido de responsabilidade dos seus inúmeros associados. 

Entrevista conduzida por Manuel Benavente Rodrigues

Uma sociedade tem que ter a coragem e a capacidade de mudar mentalidades, tornando-se mais exigente, mais rigorosa, mais ética, mais profissional e menos corporativa

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    9

contabilidade financeira

Maria Lúcia Marques(**)

Professora Adjunta da ESTG do Instituto Politécnico da GuardaInvestigadora da UDI – Unidade de Investigação para o Desen-volvimento do Interior (PEst-OE/EGE/UI4056/2011 – projeto fi-nanciado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT)

Modelo de Revalorização dos Activos Fixos Tangíveis: repercussão nas Demonstrações Financeiras(*) (Conclusão)

7. REvAlORIzAçãO: EXEMPlIFICAçãO

7.1 – Caso Prático

A Sociedade ABC, SA, com sede na cidade da Guarda, tem como  actividade  principal  a  transformação  de  madeira  em mdf  (medium-density fiberboard – placa de fibra de madei-ra de média densidade). As chapas cruas de mdf  são fabri-cadas por um equipamento integrado, adquirido a um fabri-cante especializado, o qual, através da aglutinação de fibras de  madeira  com  resinas  sintéticas  e  outros  aditivos,  cola essas  fibras umas às outras  com  resina e  fixa-as através de pressão. Este  equipamento  entrou  em  funcionamento  em  Janeiro de 2N01, sendo efectuada a seguinte contabilização:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Janeiro/2N01 433453

AFT / Equipamento BásicoAFT em Curso

€ 2.500.000,00 

 € 2.500.000,00

Esta  entidade  deprecia  o  Equipamento  Básico  pelo  método da linha recta (§§ 62 da NCRF 7), regime por duodécimos e adopta o modelo de revalorização após o reconhecimento dos seus equipamentos. Ao equipamento integrado de produção de  mdf  foi-lhe  estimada  uma  vida  útil  de  10  anos  e  com valor residual nulo.O Quadro 1 apresenta o Justo Valor (JV) deste equipamento, obtido  com  base  no  valor  de  mercado  determinado  pela avaliação efectuada pelo fabricante, no final de cada um dos exercícios económicos:

Quadro 1 – Justo Valor atribuído ao equipamento integrado de produção de mdf

Ano 2N01 2N02 2N03 2N04 2N05

Justo valor € 2.376.000,00 € 2.112.500,00 € 1.701.000,00 € 1.458.500,00 € 1.285.000,00

Ano 2N06 2N07 2N08 2N09 2N10

Justo valor € 1.027.000,00 € 771.500,00 € 505.600,00 € 252.000,00 € 0,00

Fonte: Elaboração Própria

Seguidamente,  apresenta-se  a  contabilização  das  operações pelas duas formas previstas no §§ 35 da NCRF7, consideran-do o efeito dos impostos diferidos. Considera-se, para todos os  exercícios  económicos,  que  a  Sociedade  ABC,  SA  está sujeita à taxa de imposto (IRC + Derrama) de 20%.Realizada  a  contabilização  inicial  do  equipamento,  segue-se a  mensuração  dos  períodos  subsequentes  onde  se  vão  des-crever as operações que  surgem ao  longo dos 10 exercícios económicos.  Pretende-se,  deste  modo,  realizar  uma  análise dinâmica ao  longo do período de vida útil do AFT, perceber as  transformações que  vão acontecendo ao  longo dos anos e identificar os respectivos movimentos contabilísticos. Esta pretende  ser uma mais-valia pois,  como  foi  referido na Secção 2 da Parte II, o efeito da revalorização e dos impostos diferidos é um assunto tratado frequentemente mas é abor-dado separadamente; ou abordam-no em apenas um ou dois exercícios económicos  (a excepção é Rodrigues et al.  (2010) na  resolução  do  Caso  Prático  9,  que  apresenta  a  resolução para  vários  exercícios  mas  exceptua  o  efeito  dos  impostos diferidos).Na resolução do Caso Prático, que se apresenta de seguida, constata-se que coincidem algumas movimentações e a  res-pectiva justificação, qualquer que seja a forma de revaloriza-ção  adoptada. Ainda  assim, optou-se por  apresentar,  na  ín-tegra,  a  resolução  da  revalorização  por  reexpressão  e  da revalorização por eliminação ao longo de todo o período de vida útil. Refira-se, no entanto, que como a avaliação do equipamento integrado  foi  efectuada  com  base  no  valor  de  mercado,  a Sociedade ABC, SA devia optar pelo modelo de revalorização por eliminação. 

10    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

7.2 – Revalorização por Reexpressão

A) No final de 2N01 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N01:

O Valor da Depreciação de 2N01 é:

€ 2.500.000,00 / 10 Anos(17) = € 250.000,00

E a contabilização desta depreciação anual é a seguinte: 

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N01 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 250.000,00 

 € 250.000,00

2.  Revalorização por Acréscimo:

Em Dez/2N01, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é de € 2.376.000,00 e a quan-tia escriturada (QE) perfaz € 2.250.000,00. A diferença terá o reconhecimento da regra geral definida no §§ 39 da NCRF 7.  No  método  da  reexpressão  aplica-se  um  índice  ou  um coeficiente ao custo e às respectivas depreciações acumuladas.O  coeficiente  de  revalorização  resulta  do  quociente  entre  o JV e a QE após a contabilização da depreciação do exercício 2N01:

€ 2.376.000,00€ 2.250.000,00

Coeficiente de Revalorização = -1 = 5,60%

Assim: Aumento da Quantia escriturada =  

€ 2.500.000,00 * 5,6% = € 140.000,00Aumento das Depreciações Acumuladas =  

€ 250.000,00 * 5,6% = € 14.000,00

As depreciações futuras deste Equipamento Básico, resultan-tes  desta  revalorização,  não  são  fiscalmente  dedutíveis.  O passivo  por  impostos  diferidos  corresponde  ao  produto  do excedente de revalorização pela taxa de imposto:

Passivo por Impostos Diferidos  = € 126.000,00 * 20% = € 25.200,00

E a contabilização a efectuar em 2N01 é:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N01  

43343835891

AFT – Equipamento BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. BásicoOutros Excedentes – Antes de IRC

€ 140.000,00  

 € 14.000,00

€ 126.000,00

Dez/2N01 

58922742

Outros Excedentes – Impostos diferidosPassivos por impostos diferidos

€ 25.200,00 

 € 25.200,00

B) No final de 2N02 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N02:

O Valor da Depreciação a considerar como gasto em 2N02 é:

(€ 2.640.000,00 – € 264.000,00) / 9 Anos = € 264.000,00

E a contabilização desta depreciação anual é:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N02 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 264.000,00 

 € 264.000,00

2.  Utilização do Excedente de Revalorização:

De acordo com o disposto no §§ 41 da NCRF 7, a utilização do Excedente de Revalorização  incluído no Capital Próprio é efectuada à medida que o AFT  for usado pela entidade, ou seja,  o  reconhecimento  é  efectuado  pela  depreciação  do exercício (realização parcial). A quantia do excedente a trans-ferir será a diferença entre a depreciação baseada na quantia escriturada revalorizada do activo e a depreciação baseada no custo original desse mesmo activo.Assim,

Depreciação com base na quantia revalorizada = € 264.000,00

Depreciação com base na quantia inicial = € 250.000,00

Realização do excedente (antes de IRC) =  € 264.000,00 – € 250.000,00 = € 14.000,00

Realização do excedente (impostos diferidos)  = € 14.000,00 * 20% = € 2.800,00

Ou

Realização do excedente (antes de IRC)  = € 126.000,00 / 9 anos = € 14.000,00

Realização do excedente (impostos diferidos)  = € 25.200,00 / 9 anos = € 2.800,00

Estas operações são contabilizadas como se apresenta segui-damente:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N02 

589156

Outros Excedentes – Antes de IRCResultados Transitados

€ 14.000,00 

 € 14.000,00

Dez/2N02 

27428122

Passivos por impostos diferidosRL Período – IRC – Imposto diferido

€ 2.800,00 

 € 2.800,00

Dez/2N02 

565892

Resultados TransitadosOutros Excedentes – Impostos diferidos

€ 2.800,00 

 € 2.800,00

Em Dez/2N02, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 2.112.500,00 e a QE per-faz € 2.112.000,00 (a conta 433 AFT – Equipamento Básico apresenta um saldo de € 2.640.000,00 e a conta 4383 De-preciações  Acumuladas  –  Equip.  Básico  apresenta  um  saldo de € 528.000,00). Como o  JV não difere materialmente da QE  não  há  que  apurar  ajustamento  de  revalorização  neste exercício.

C) No final de 2N03 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N03:

O Valor da Depreciação correspondente a 2N03 é:

(€ 2.640.000,00 – € 528.000,00) / 8 Anos = € 264.000,00

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    11

Maria Lúcia Marques

contabilidade financeira

E a contabilização é a seguinte:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N03 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 264.000,00 

 € 264.000,00

2.  Utilização do Excedente de Revalorização:

Na alínea 7.2.B.2.  justificou-se a utilização do Excedente de Revalorização. Neste exercício económico aplicam-se os mes-mos cálculos, os mesmos procedimentos e a contabilização é similar.A contabilização a efectuar em 2N03 é:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N03 

589156

Outros Excedentes – Antes de IRCResultados Transitados

€ 14.000,00 

 € 14.000,00

Dez/2N03 

27428122

Passivos por impostos diferidosRL Período – IRC – Imposto diferido

€ 2.800,00 

 € 2.800,00

Dez/2N03 

565892

Resultados TransitadosOutros Excedentes – Impostos diferidos

€ 2.800,00 

 € 2.800,00

3.  Revalorização por Decréscimo:

Em  Dez/2N03,  de  acordo  com  os  dados  do  Quadro  1,  o  JV atribuído a este equipamento é € 1.701.000,00 e a QE perfaz € 1.848.000,00. Verifica-se um decréscimo de € 147.000,00, pelo que é necessário efectuar o correspondente ajustamento de revalorização.No  reconhecimento  desta  revalorização  por  decréscimo,  há que  aplicar  o  definido  no  §§  40  da  NCRF  7.  Os  saldos  das contas envolvidas apresentam os seguintes valores: 

Conta Designação Saldo Devedor Saldo Credor

433438358915892

AFT - Equipamento BásicoDepreciações Acumuladas - Equip. BásicoOutros Excedentes - Antes de IRCOutros Excedentes -  Impostos diferidos

€ 2.640.000,00

€ 19.600,00

€ 792.000,00€ 98.000,00

O coeficiente de revalorização a aplicar após a contabilização da depreciação do exercício 2N03 é o seguinte:

€ 1.701.000,00€ 1.848.000,00

Coeficiente de Revalorização = -1 = -7,95%

Assim:Diminuição da Quantia escriturada =  

€ 2.640.000,00 * – 7,95% = – € 210.000,00

Diminuição das Depreciações Acumuladas =  € 792.000,00 * – 7,95% = – € 63.000,00

As depreciações  futuras do equipamento básico,  resultantes desta  revalorização,  são menores do que as  fiscalmente de-dutíveis. Há, por  isso, que anular o valor correspondente ao Passivo por impostos diferidos.A  contabilização  relativa  a  esta  revalorização  é  efectuada através da  redução do Excedente de Revalorização e a dife-rença é considerada como Perda por imparidade:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N03   

43343835891655

AFT – Equipamento BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. BásicoOutros Excedentes – Antes de IRCPerdas por Imparidade – AFT

 € 63.000,00€ 98.000,00€ 49.000,00

€ 210.000,00   

O  valor  associado  ao  Passivo  por  impostos  diferidos  tem  a seguinte regularização:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N03 

58922742

Outros Excedentes – Impostos diferidosPassivos por impostos diferidos

 € 19.600,00

€ 19.600,00 

Com  esta  contabilização,  o  valor  do  saldo  da  conta  433  AFT – Equipamento Básico é € 2.430.000,00 e a conta 4383 Depreciações Acumuladas – Equip. Básico apresenta um saldo de € 729.000,00. Ou seja, o valor que se apresenta no Ba-lanço da Sociedade ABC, SA é € 1.701.000,00.

D) No final de 2N04 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N04:

O Valor da Depreciação relativa a 2N04 é:

(€ 2.430.000,00 – € 729.000,00) / 7 Anos = € 243.000,00

E a contabilização deste exercício é:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N04 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 243.000,00 

 € 243.000,00

2.  Verificação da existência de Excedente de Revalorização:

Em Dez/2N04, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 1.458.500,00 e a QE per-faz € 1.458.000,00. Como o JV não difere materialmente da QE não há que efectuar qualquer ajustamento de revaloriza-ção.

E) No final de 2N05 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N05:

O Valor da Depreciação a considerar como gasto em 2N05 é:

(€ 2.430.000,00 – € 972.000,00) / 6 Anos = € 243.000,00

A contabilização a realizar neste exercício é:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N05 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 243.000,00 

 € 243.000,00

2.  Revalorização por Acréscimo:

Em Dez/2N05, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído  a  este  equipamento  é  €  1.285.000,00  e  a  QE 

12    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

perfaz € 1.215.000,00 (o saldo da conta 433 AFT – Equipa-mento Básico é € 2.430.000,00 e da conta 4383 Deprecia-ções Acumuladas – Equip. Básico é € 1.215.000,00), dando origem a uma  revalorização por acréscimo de € 70.000,00. O  coeficiente  de  revalorização  a  utilizar  neste  exercício  é  o seguinte:

€ 1.285.000,00€ 1.215.000,00

Coeficiente de Revalorização = -1 = 5,76%

Assim:Aumento da Quantia escriturada =  

€ 2.430.000,00 * 5,76% = € 140.000,00

Aumento das Depreciações Acumuladas  = € 1.215.000,00 * 5,76% = € 70.000,00

O acréscimo (€ 70.000,00) tem o reconhecimento da excep-ção definida no §§ 39 da NCRF 7, devendo ser reconhecido nos  resultados até ao ponto em que  reverta um decréscimo de  revalorização  do  mesmo  activo  previamente  reconhecido nos resultados.No exercício 2N03 foi contabilizada uma perda por imparida-de no valor de € 49.000,00. O acréscimo de revalorização de €  70.000,00  será  reconhecido  em  duas  rubricas  diferentes: numa  conta  de  rendimentos  (€  49.000,00)  e,  a  diferença, numa conta de excedentes de regularização (€ 21.000,00).Tal como referido na alínea 7.2.A.2., as depreciações futuras deste  equipamento  básico,  resultantes  desta  revalorização, não são fiscalmente dedutíveis. O valor do passivo por impos-tos diferidos correspondente é:

Passivo por Impostos Diferidos =  € 21.000,00 * 20% = € 4.200,00

Relativamente a estas operações efectua-se a seguinte conta-bilização:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N05   

433438376255891

AFT – Equipamento BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. BásicoReversões – De Perdas por Imparidade – AFTOutros Excedentes – Antes de IRC

€ 140.000,00   

 € 70.000,00€ 49.000,00€ 21.000,00

Dez/2N05 

58922742

Outros Excedentes – Impostos diferidosPassivos por impostos diferidos

€ 4.200,00 

 € 4.200,00

Após  estes  lançamentos,  a  conta  433  AFT  –  Equipamento Básico apresenta o valor de € 2.570.000,00 e a conta 4383 Depreciações  Acumuladas  –  Equipamento  Básico  o  valor  de € 1.285.000,00.

F) No final de 2N06 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N06:

O Valor da Depreciação relativa a 2N06 é:

(€ 2.570.000,00 – € 1.285.000,00) / 5 Anos = € 257.000,00

E a contabilização a efectuar é:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N06 64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 257.000,00 

 € 257.000,00

2.  Utilização do Excedente de Revalorização

Tal como referido 7.2.B.2., a realização do Excedente de Re-valorização incluído no Capital Próprio (€ 21.000,00) é reco-nhecida  através  da depreciação do  exercício  (realização par-cial),  o  qual  é  repartido  pelo  n.º  de  anos  que  ainda  faltam depreciar.Assim,

Realização do excedente (antes de IRC)  = € 21.000,00 / 5 anos = € 4.200,00

Realização do excedente (impostos diferidos) =  € 4.200,00 / 5 anos = € 840,00

E a contabilização destas operações é a que a seguir se apre-senta:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N06 

589156

Outros Excedentes – Antes de IRCResultados Transitados

€ 4.200,00 

 € 4.200,00

Dez/2N06 

27428122

Passivos por impostos diferidosRL Período – IRC – Imposto diferido

€ 840,00 

 € 840,00

Dez/2N06 

565892

Resultados TransitadosOutros Excedentes – Impostos diferidos

€ 840,00 

 € 840,00

Em Dez/2N06, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 1.027.000,00 e a QE tota-liza  €  1.028.000,00.  Como  o  JV  não  difere  materialmente da QE não há que apurar qualquer ajustamento de revalori-zação.

G) No final de 2N07 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N07:

O Valor da Depreciação a considerar em 2N07 é:

(€ 2.570.000,00 – € 1.542.000,00) / 4 Anos = € 257.000,00

A contabilização a efectuar neste exercício é a seguinte:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N07 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 257.000,00 

 € 257.000,00

2.  Utilização do Excedente de Revalorização:

Tal como mencionado em 7.2.B.2., a utilização do Excedente de Revalorização é efectuada pelo uso do AFT. Assim,

Realização do excedente (antes de IRC) =  (€ 21.000,00 – € 4.200,00) / 4 anos = € 4.200,00

Realização do excedente (impostos diferidos) =  (€ 4.200,00 – € 840,00) / 4 anos = € 840,00

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    13

Maria Lúcia Marques

contabilidade financeira

E a contabilização a efectuar é:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N07 

589156

Outros Excedentes – Antes de IRCResultados Transitados

€ 4.200,00 

 € 4.200,00

Dez/2N07 

27428122

Passivos por impostos diferidosRL Período – IRC – Imposto diferido

€ 840,00 

 € 840,00

Dez/2N07 

565892

Resultados TransitadosOutros Excedentes – Impostos diferidos

€ 840,00 

 € 840,00

Em Dez/2N07, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 771.500,00 e a QE perfaz € 771.000,00 (a conta 433 AFT – Equipamento Básico apre-senta o valor de € 2.570.000,00 e a conta 4383 Depreciações Acumuladas – Equipamento Básico o valor de € 1.799.000,00). Como o JV não difere materialmente da QE não é necessário efectuar mais movimentos.

H) No final de 2N08 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N08:

O Valor da Depreciação de 2N08 é:

(€ 2.570.000,00 – € 1.799.000,00) / 3 Anos = € 257.000,00

E efectua-se a seguinte contabilização:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N08 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 257.000,00 

 € 257.000,00

2.  Utilização do Excedente de Revalorização:

Tal como mencionado em 7.2.G.2, a utilização do Excedente de Revalorização é efectuada pelo uso do AFT. Assim,

Realização do excedente (antes de IRC) =  (€ 21.000,00 – € 4.200,00 * 2) / 3 anos = € 4.200,00

Realização do excedente (impostos diferidos) =  (€ 4.200,00 – € 840,00 * 2) / 3 anos = € 840,00

A contabilização a efectuar será a seguinte:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N08 

589156

Outros Excedentes – Antes de IRCResultados Transitados

€ 4.200,00 

€ 4.200,00

Dez/2N08 

27428122

Passivos por impostos diferidosRL Período – IRC – Imposto diferido

€ 840,00 

€ 840,00

Dez/2N08 

565892

Resultados TransitadosOutros Excedentes – Impostos diferidos

€ 840,00 

€ 840,00

3.  Revalorização por Decréscimo:

Em Dez/2N08, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 505.600,00 e a QE perfaz € 514.000,00. A diferença por decréscimo é de € 8.400,00, pelo que é necessário efectuar o correspondente ajustamento de revalorização.

No  reconhecimento  desta  revalorização  por  decréscimo,  há que  aplicar  o  definido  no  §§  40  da  NCRF  7.  Os  saldos  das contas envolvidas apresentam os seguintes valores:

Conta Designação Saldo Devedor Saldo Credor

433438358915892

AFT - Equipamento BásicoDepreciações Acumuladas - Equip. BásicoOutros Excedentes - Antes de IRCOutros Excedentes -  Impostos diferidos

€ 2.570.000,00

€ 1.680,00

€ 2.056.000,00€ 8.400,00

O coeficiente de revalorização a aplicar após a contabilização da depreciação do exercício 2N08 é o seguinte:

€ 505.600,00€ 514.000,00

Coeficiente de Revalorização = -1 = -1,63%

Assim:Diminuição da Quantia escriturada =  

€ 2.570.000,00 * – 1,63% = – € 42.000,00

Diminuição das Depreciações Acumuladas =  € 2.056.000,00 * – 1,63% = – € 33.600,00

O  valor  do  Excedente  de  Revalorização  (€  8.400,00)  que  é necessário reduzir corresponde ao saldo da conta 5891 Outros Excedentes  – Antes de  IRC. A  contabilização  a  efectuar  é  a seguinte:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N08  

43343835891

Outros Excedentes – Impostos diferidosDepreciações Acumuladas – Equip. BásicoOutros Excedentes – Antes de IRC

 € 33.600,00

€ 8.400,00

€ 42.000,00  

Há, igualmente, que anular o valor correspondente ao passi-vo por impostos diferidos, com a seguinte contabilização:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N08 

58922742

Outros Excedentes – Impostos diferidosPassivos por impostos diferidos

 € 1.680,00

€ 1.680,00 

Após  estes  lançamentos,  a  conta  433  AFT  –  Equipamento Básico apresenta o valor de € 2.528.000,00 e a conta 4383 Depreciações  Acumuladas  –  Equipamento  Básico  o  valor  de € 2.022.400,00.

I) No final de 2N09 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N09:

O Valor da Depreciação a considerar em 2N09 é:

(€ 2.528.000,00 – € 2.022.400,00) / 2 Anos = € 252.800,00

E a contabilização do exercício é a seguinte:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N09 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 252.800,00 

 € 252.800,00

2.  Verificação da existência de Excedente de Revalorização:

Em Dez/2N09, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 252.000,00 e a QE totali-

14    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

za  €  252.600,00  pelo  que  não  há  que  efectuar  qualquer ajustamento de revalorização.

J) No final de 2N10 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N10:

O Valor da Depreciação considerada como gasto em 2N10 é:

(€ 2.528.000,00 – € 2.275.200,00) / 1 Ano = € 252.800,00

E efectua-se a seguinte contabilização:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N10 6423 Gastos de Depreciação – Equip. Básico € 252.800,00  

  4383 Depreciações Acumuladas – Equip. Básico   € 252.800,00

2.  Verificação da existência de Excedente de Revalorização:

Em  Dez/2N10  termina  o  período  de  vida  útil  deste  equipa-mento. O  JV atribuído a este equipamento  (Quadro 1) é de €0,00. Finalizam, assim, as operações relacionadas com este equipamento integrado.A  resolução  deste  Caso  Prático  pelo  Modelo  de  Revaloriza- ção  por  Reexpressão  permite  que  se  retirem  as  seguintes ilações:1.  Sempre  que  o  Justo  Valor  não  difira  materialmente  da 

Quantia Escriturada não se apura excedente de revaloriza-ção,  continuando  ser  a  QE  a  base  para  determinar  o gasto com a depreciação do exercício.

2.  Sempre que o JV difira materialmente da QE há que apu-rar  um  coeficiente  de  revalorização,  o  qual  resulta  do quociente  entre  o  JV  e  a  QE,  e  que  se  aplica,  quer  ao custo, quer às depreciações acumuladas. Após a aplicação deste coeficiente, o valor da QE fica igual ao JV.

3.  Este  procedimento  efectua-se  sempre que  exista  uma di-ferença, por acréscimo ou por decréscimo, entre o JV e a QE.

4.  A diferença de revalorização é contabilizada de acordo com a regra geral ou com a excepção definidas nos §§ 39 e 40 da NCRF 7, tendo em consideração acontecimentos ante-riores, caso existam.

5.  Sempre  que  ocorra  uma  revalorização  por  acréscimo  há que apurar os respectivos Passivos por Impostos Diferidos.

6.  Nos anos seguintes, e de acordo com o disposto no §§ 41 da  NCRF  7,  a  utilização  do  Excedente  de  Revalorização incluído  no  Capital  Próprio  é  efectuada  à  medida  que  o AFT for usado pela entidade (realização parcial). A quantia do excedente a transferir corresponde à diferença entre a depreciação  baseada  na  quantia  escriturada  revalorizada do activo e a depreciação baseada no custo original desse mesmo activo. De igual modo, há que transferir o corres-pondente Passivo por Impostos Diferidos que é incluído no Resultado Líquido do Período – IRC – Imposto diferido.

7.  Sempre  que  ocorra  uma  revalorização  por  decréscimo  há, igualmente,  que  verificar  se  existem  operações  anteriores que  devam  ser  objecto  de  análise  e  de  regularização,  no-meadamente, em relação a eventuais saldos relativos a Ex-cedentes de Regularização e Passivos por Impostos Diferidos.

8.  O  valor  da  QE  que  se  apresenta  anualmente  no  Balanço da  entidade  corresponde  ao  JV,  a  não  ser  que  não  haja diferenças  materialmente  relevantes  entre  o  JV  e  a  QE, situação em que não se apura excedente de revalorização e se continua a considerar a QE.

7.3 – Revalorização por Eliminação

A) No final de 2N01 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N01:

O Valor da Depreciação de 2N01 é:

€ 2.500.000,00 / 10 Anos = € 250.000,00

E a contabilização desta depreciação anual é: 

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N01 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 250.000,00 

 € 250.000,00

2.  Revalorização por Acréscimo:

Em Dez/2N01, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 2.376.000,00 e a quantia escriturada  (QE)  perfaz  €  2.250.000,00.  A  diferença  terá  o reconhecimento da regra geral definida no §§ 39 da NCRF 7.As depreciações futuras deste equipamento básico, resultan-tes  desta  revalorização,  não  são  fiscalmente  dedutíveis.  O passivo  por  impostos  diferidos  corresponde  ao  produto  do excedente de revalorização pela taxa de imposto:

Passivo por Impostos Diferidos = € 126.000,00 * 20% = € 25.200,00

E a contabilização a efectuar em 2N01 é:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N01  

43343835891

AFT – Equipamento BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. BásicoOutros Excedentes – Antes de IRC

 € 250.000,00

€ 124.000,00 € 126.000,00

Dez/2N01 

58922742

Outros Excedentes – Impostos diferidosPassivos por impostos diferidos

€ 25.200,00 

 € 25.200,00

No método por eliminação, o valor da QE vai ser substituído pelo valor atribuído ao JV, dando origem a um excedente de revalorização de € 126.000,00. Após a contabilização deste excedente de revalorização, a conta 433 AFT – Equipamento Básico apresenta o valor de € 2.376.000,00 e a conta 4383 Depreciações Acumuladas – Equipamento Básico encontra-se saldada.

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    15

Maria Lúcia Marques

contabilidade financeira

B) No final de 2N02 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N02:

O  Valor  da  Depreciação  a  considerar  como  gasto  em  2N02  é:

(€ 2.376.000,00) / 9 Anos = € 264.000,00

A contabilização desta depreciação anual é:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N02 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 264.000,00 

 € 264.000,00

2.  Utilização do Excedente de Revalorização:

De acordo com o disposto no §§ 41 da NCRF 7, a utilização do Excedente de Revalorização  incluído no Capital Próprio é efectuada à medida que o AFT  for usado pela entidade, ou seja,  o  reconhecimento  é  efectuado  pela  depreciação  do exercício (realização parcial). A quantia do excedente a trans-ferir será a diferença entre a depreciação baseada na quantia escriturada revalorizada do activo e a depreciação baseada no custo original desse mesmo activo.Assim, 

Depreciação com base na quantia revalorizada = € 264.000,00

Depreciação com base na quantia inicial = € 250.000,00

Realização do excedente (antes de IRC) =  € 264.000,00 – € 250.000,00 = € 14.000,00

Realização do excedente (impostos diferidos) =  € 14.000,00 * 20% = € 2.800,00

Ou

Realização do excedente (antes de IRC) =  € 126.000,00 / 9 anos = € 14.000,00

Realização do excedente (impostos diferidos) =  € 25.200,00 / 9 anos = € 2.800,00

A contabilização destas operações é a seguinte:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N02 

589156

Outros Excedentes – Antes de IRCResultados Transitados

€ 14.000,00 

 € 14.000,00

Dez/2N02 

27428122

Passivos por impostos diferidosRL Período – IRC – Imposto diferido

€ 2.800,00 

 € 2.800,00

Dez/2N02 

565892

Resultados TransitadosOutros Excedentes – Impostos diferidos

€ 2.800,00 

 € 2.800,00

Em Dez/2N02, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 2.112.500,00 e a QE per-faz € 2.112.000,00. Como o JV não difere materialmente da QE não há que apurar ajustamento de revalorização.

C) No final de 2N03 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N03:

O Valor da Depreciação correspondente a 2N03 é:

(€ 2.376.000,00 – € 264.000,00) / 8 Anos = € 264.000,00

E efectua-se a seguinte contabilização:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N03 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 264.000,00 

 € 264.000,00

2.  Utilização do Excedente de Revalorização:

Na alínea 7.3.B.2.,  justificou-se a utilização do Excedente de Revalorização. Neste exercício económico aplicam-se os mes-mos cálculos, os mesmos procedimentos e a contabilização é similar.A contabilização a efectuar em 2N03 é:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N03 

589156

Outros Excedentes – Antes de IRCResultados Transitados

€ 14.000,00 

 € 14.000,00

Dez/2N03 

27428122

Passivos por impostos diferidosRL Período – IRC – Imposto diferido

€ 2.800,00 

 € 2.800,00

Dez/2N03 

565892

Resultados TransitadosOutros Excedentes – Impostos diferidos

€ 2.800,00 

 € 2.800,00

3.  Revalorização por Decréscimo:

Em Dez/2N03, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 1.701.000,00 e a QE per-faz  €  1.848.000,00.  O  decréscimo  de  revalorização  é  de €  147.000,00  pelo  que  é  necessário  efectuar  o  correspon-dente ajustamento de revalorização. No reconhecimento des-ta revalorização por decréscimo, há que aplicar o definido no §§ 40 da NCRF 7. As contas envolvidas apresentam os seguintes saldos: 

Conta Designação Saldo Devedor Saldo Credor

433438358915892

AFT – Equipamento BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. BásicoOutros Excedentes – Antes de IRCOutros Excedentes – Impostos diferidos

€ 2.376.000,00

€ 19.600,00

€ 528.000,00€ 98.000,00

No método por eliminação, o saldo da QE vai ser substituído pelo valor atribuído ao JV.As depreciações  futuras do equipamento básico,  resultantes desta  revalorização,  são menores do que as  fiscalmente de-dutíveis. Há, por  isso, que anular o valor correspondente ao Passivo por impostos diferidos.A  contabilização  relativa  a  esta  revalorização  é  efectuada através da  redução do Excedente de Revalorização e a dife-rença é considerada como Perda por imparidade:

16    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N03   

43343835891655

AFT – Equipamento BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. BásicoOutros Excedentes – Antes de IRCPerdas por Imparidade – AFT

 € 528.000,00

€ 98.000,00€ 49.000,00

€ 675.000,00   

O  valor  associado  ao  Passivo  por  impostos  diferidos  tem  a seguinte regularização:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N03 

58922742

Outros Excedentes – Impostos diferidosPassivos por impostos diferidos

 € 19.600,00

€ 19.600,00 

Após  a  contabilização  deste  excedente  de  revalorização,  a conta  433  AFT  –  Equipamento  Básico  apresenta  o  valor  de €  1.701.000,00  e  a  conta  4383  Depreciações  Acumula-das    –  Equipamento Básico encontra-se  saldada, bem como as  contas  5891  Outros  Excedentes  –  Antes  de  IRC,  5892 Outros Excedentes –  Impostos diferidos e 2742 Passivos por impostos diferidos.

D) No final de 2N04 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N04:

O Valor da Depreciação relativa a 2N04 é:

(€ 1.701.000,00) / 7 Anos = € 243.000,00

E a contabilização é a seguinte:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N04 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 243.000,00 

 € 243.000,00

2.  Verificação da existência de Excedente de Revalorização:

Em  Dez/2N04,  de  acordo  com  os  dados  do  Quadro  1,  o  JV atribuído a este equipamento é € 1.458.500,00 e a QE perfaz € 1.458.000,00. Como o JV não difere materialmente da QE não há que efectuar qualquer ajustamento de revalorização.

E) No final de 2N05 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N05:

O Valor da Depreciação a considerar como gasto em 2N05 é:

(€ 1.701.000,00 – € 243.000,00) / 6 Anos = € 243.000,00

E efectua-se a seguinte contabilização:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N05 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 243.000,00 

 € 243.000,00

2.  Revalorização por Acréscimo:

Em  Dez/2N05  o  JV  atribuído  a  este  equipamento  é € 1.285.000,00 e a QE perfaz € 1.215.000,00 (a conta 433 

AFT – Equipamento Básico apresenta o valor de € 1.701.000,00 e  a  conta  4383  Depreciações  Acumuladas  –  Equipamento Básico o valor de € 486.000,00). O acréscimo (€ 70.000,00) terá  o  reconhecimento  da  excepção  definida  no  §§  39  da NCRF 7, devendo ser reconhecido nos resultados até ao pon-to em que reverta um decréscimo de revalorização do mesmo activo previamente reconhecido nos resultados.Na  alínea 7.3.C.3.  foi  contabilizada uma perda por  impari-dade no valor de € € 49.000,00. O acréscimo de  revalori-zação  de  €  70.000,00  será  reconhecido  em  duas  rubricas diferentes: numa conta de  rendimentos  (€ 49.000,00) e,  a diferença,  numa  conta  de  excedentes  de  regularização  (€ 21.000,00).Tal como referido no ano 2N01, as depreciações futuras des-te  equipamento  básico,  resultantes  desta  revalorização,  não são  fiscalmente dedutíveis. O  valor  do  Passivo por  impostos diferidos correspondente é:

Passivo por Impostos Diferidos = € 21.000,00 * 20% = € 4.200,00

Relativamente a estas operações são efectuadas os seguintes lançamentos:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N05   

433438376255891

AFT – Equipamento BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. BásicoReversões – De Perdas por Imparidade – AFTOutros Excedentes – Antes de IRC

 € 486.000,00

  

€ 416.000,00 

€ 49.000,00€ 21.000,00

Dez/2N05 

58922742

Outros Excedentes – Impostos diferidosPassivos por impostos diferidos

€ 4.200,00 

 € 4.200,00

Após  a  contabilização  deste  excedente  de  revalorização,  a conta  433  AFT  –  Equipamento  Básico  apresenta  o  valor  de €  1.285.000,00  e  a  conta  4383  Depreciações  Acumuladas – Equipamento Básico encontra-se saldada.

F) No final de 2N06 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N06:

O Valor da Depreciação relativo a 2N06 é:

(€ 1.285.000,00) / 5 Anos = € 257.000,00

E a contabilização é a seguinte:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N06 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 257.000,00 

 € 257.000,00

2.  Pelo Excedente de Revalorização:

Tal como se justificou na alínea 7.3.B.2., a utilização do Exce- dente de Revalorização incluído no Capital Próprio (€ 21.000,00) é reconhecida através da depreciação do exercício (realização parcial), o qual é repartido pelo n.º de anos que ainda faltam depreciar.

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    17

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contabilidade financeira

Assim,Realização do excedente (antes de IRC) =  

€ 21.000,00 / 5 anos = € 4.200,00Realização do excedente (impostos diferidos) =  

€ 4.200,00 / 5 anos = € 840,00

E a contabilização das operações é a que a seguir se apresen-ta:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N06 

589156

Outros Excedentes – Antes de IRCResultados Transitados

€ 4.200,00 

 € 4.200,00

Dez/2N06 

27428122

Passivos por impostos diferidosRL Período – IRC – Imposto diferido

€ 840,00 

 € 840,00

Dez/2N06 

565892

Resultados TransitadosOutros Excedentes – Impostos diferidos

€ 840,00 

 € 840,00

Em Dez/2N06, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 1.027.000,00 e a QE tota-liza € 1.028.000,00. Como o JV não difere materialmente da QE não há que apurar ajustamento de revalorização.

G) No final de 2N07 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N07:

O Valor da Depreciação a considerar em 2N07é:

(€ 1.285.000,00 – € 257.000,00) / 4 Anos = € 257.000,00

A contabilização a efectuar é:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N07 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 257.000,00 

 € 257.000,00

2.  Utilização do Excedente de Revalorização:

A utilização do Excedente de Revalorização é efectuada pelo uso do AFT (ver alínea 7.3.B.2.). Assim,

Realização do excedente (antes de IRC) =  (€ 21.000,00 – € 4.200,00) / 4 anos = € 4.200,00

Realização do excedente (impostos diferidos) =  (€ 4.200,00 – € 840,00) / 4 anos = € 840,00

E os lançamentos a efectuar neste exercício são:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N07 

589156

Outros Excedentes – Antes de IRCResultados Transitados

€ 4.200,00 

 € 4.200,00

Dez/2N07 

27428122

Passivos por impostos diferidosRL Período – IRC – Imposto diferido

€ 840,00 

 € 840,00

Dez/2N07 

565892

Resultados TransitadosOutros Excedentes – Impostos diferidos

€ 840,00 

 € 840,00

Em Dez/2N07, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 771.500,00 e a QE perfaz €  771.000,00,  daí  que  não  haja  movimentos  adicionais  a efectuar.

H) No final de 2N08 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N08:

O Valor da Depreciação de 2N08 é:

(€ 1.285.000,00 – € 257.000,00 * 2) / 3 Anos = € 257.000,00

O  gasto  com  a  depreciação  deste  exercício  tem  a  seguinte contabilização:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N08 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 257.000,00 

 € 257.000,00

2.  Utilização do Excedente de Revalorização:

A utilização do Excedente de Revalorização é efectuada pelo uso do AFT, como se justificou na alínea 7.3.B.2.. Assim,

Realização do excedente (antes de IRC) =  (€ 21.000,00 – € 4.200,00 * 2) / 3 anos = € 4.200,00

Realização do excedente (impostos diferidos) =  (€ 4.200,00 – € 840,00 * 2) / 3 anos = € 840,00

E a contabilização a efectuar é a seguinte:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N08 

589156

Outros Excedentes – Antes de IRCResultados Transitados

€ 4.200,00 

 € 4.200,00

Dez/2N08 

27428122

Passivos por impostos diferidosRL Período – IRC – Imposto diferido

€ 840,00 

 € 840,00

Dez/2N08 

565892

Resultados TransitadosOutros Excedentes – Impostos diferidos

€ 840,00 

 € 840,00

3.  Revalorização por Decréscimo:

Em Dez/2N08, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 505.600,00 e a QE perfaz € 514.000,00. Há um decréscimo de € 8.400,00 pelo que é necessário efectuar o correspondente ajustamento de revalo-rização.No  reconhecimento  desta  revalorização  por  decréscimo,  há que  aplicar  o  definido  no  §§  40  da  NCRF  7.  Os  saldos  das contas envolvidas apresentam os seguintes valores: 

Conta Designação Saldo Devedor Saldo Credor

433438358915892

AFT – Equipamento BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. BásicoOutros Excedentes – Antes de IRCOutros Excedentes – Impostos diferidos

€ 1.285.000,00

€ 1.680,00

€ 771.000,00€ 8.400,00

O  decréscimo  do  Excedente  de  Revalorização  a  efectuar corresponde  ao  saldo  da  conta  5891  Outros  Excedentes  –  –  Antes  de  IRC.  Assim,  a  contabilização  a  realizar  é  a  se-guinte:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N08  

43343835891

Outros Excedentes – Impostos diferidosDepreciações Acumuladas – Equip. BásicoOutros Excedentes – Antes de IRC

 € 771.000,00

€ 8.400,00

€ 779.400,00  

18    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

Também se deve anular o valor correspondente ao Passivo por impostos diferidos, efectuando a seguinte contabilização:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N08 

58922742

Outros Excedentes – Impostos diferidosPassivos por impostos diferidos

 € 1.680,00

€ 1.680,00 

Após  a  contabilização  deste  excedente  de  revalorização,  a conta  433  AFT  –  Equipamento  Básico  apresenta  o  valor  de €  505.600,00  e  a  conta  4383  Depreciações  Acumuladas  – – Equipamento Básico encontra-se saldada. Também as contas 5891 Outros Excedentes – Antes de  IRC, 5892 Outros Exce-dentes  –  Impostos  diferidos  e  2742  Passivos  por  impostos diferidos se encontram saldadas.

I) No final de 2N09 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N09:

O Valor da Depreciação a considerar como gasto em 2N09 é:

(€ 505.600,00) / 2 Anos = € 252.800,00

E o lançamento a efectuar é o seguinte:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N09 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 252.800,00 

 € 252.800,00

2.  Verificação da existência de Excedente de Revalorização:

Em Dez/2N09, de acordo  com os dados do Quadro 1, o  JV atribuído a este equipamento é € 252.000,00 e a QE totali-za  €  252.600,00  pelo  que  não  há  que  efectuar  qualquer ajustamento de revalorização.

J) No final de 2N10 são efectuadas as seguintes opera-ções:

1.  Depreciação de 2N10:

O Valor da Depreciação a considerar em 2N10 é:(€ 505.600,00 – € 252.800,00) / 1 Ano = € 252.800,00

E a contabilização a efectuar neste exercício é:

Data Contas Descrição Débito Crédito

Dez/2N10 

64234383

Gastos de Depreciação – Equip. BásicoDepreciações Acumuladas – Equip. Básico

€ 252.800,00 

 € 252.800,00

2.  Verificação da existência de Excedente de Revalorização:Em  Dez/2N10  termina  o  período  de  vida  útil  deste  equipa-mento. De acordo com os dados do Quadro 1, o JV atribuído a este equipamento é € 0,00. Finalizam, assim, as operações relacionadas com este equipamento integrado.

A resolução deste Caso Prático pelo Modelo de Revalorização por Eliminação permite que se retirem as seguintes ilações:1.  Sempre  que  o  Justo  Valor  não  difira  materialmente  da 

Quantia Escriturada não se apura excedente de revaloriza-ção,  continuando  a  ser  a  QE  a  base  para  determinar  o gasto com a depreciação do exercício.

2.  Sempre que o JV difira materialmente da QE há que anu-lar  o  saldo  relativo  às Depreciações Acumuladas dos AFT e repor na conta do AFT a quantia atribuída ao JV.

3.  Este procedimento efectua-se sempre que exista uma dife-rença, por acréscimo ou por decréscimo, entre o JV e a QE.

4.  A diferença de revalorização é contabilizada de acordo com a regra geral ou com a excepção definidas nos §§ 39 e 40 da NCRF 7, tendo em consideração acontecimentos ante-riores, caso existam.

5.  Sempre  que  ocorra  uma  revalorização  por  acréscimo  há que apurar os respectivos Passivos por Impostos Diferidos.

6.  Nos anos seguintes, e de acordo com o disposto no §§ 41 da  NCRF  7,  a  utilização  do  Excedente  de  Revalorização incluído  no  Capital  Próprio  é  efectuada  à  medida  que  o AFT for usado pela entidade (realização parcial). A quantia do excedente a transferir corresponde à diferença entre a depreciação  baseada  na  quantia  escriturada  revalorizada do activo e a depreciação baseada no custo original desse mesmo activo. De igual modo, há que transferir o corres-pondente Passivo por Impostos Diferidos que é incluído no Resultado Líquido do Período – IRC – Imposto diferido.

7.  Sempre que ocorra uma revalorização por decréscimo há, igualmente, que verificar  se existem operações anteriores que devam ser objecto de análise e de regularização, no-meadamente,  em  relação  a  eventuais  saldos  relativos  a Excedentes de Regularização e Passivos por Impostos Dife-ridos.

8.  O  valor  da  QE  que  se  apresenta  anualmente  no  Balanço da  entidade  corresponde  ao  JV,  a  não  ser  que  não  haja diferenças  materialmente  relevantes  entre  o  JV  e  a  QE, situação em que não se apura excedente de revalorização e se continua a considerar a QE.

A resolução deste Caso Prático, pelas duas formas, permite- -nos constatar que: •  os resultados obtidos no modelo de Revalorização são iguais, 

quer se adopte a forma da reexpressão, quer a da elimina-ção, diferindo apenas pelo processo como se calculam e se contabilizam as operações; 

•  se o bem estiver totalmente depreciado, estas duas formas também diferem. Na forma da eliminação o processo é si-mular ao indicado anteriormente. Na forma de reexpressão terá  que  se  determinar  o  período  de  vida  útil  adicional  e recalcular as depreciações acumuladas com base no período de vida útil total (inicial + adicional).

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    19

Maria Lúcia Marques

contabilidade financeira

8. CONSIDERAçõES FINAIS

Neste  Trabalho  escolheu-se  o  estudo  da  problemática  do Modelo  de  Revalorização  dos  AFT.  Em  termos  de  investi- gação,  foi  elaborada  baseando-se  no  protocolo  metodoló- gico  proposto  por  Raupp  e  Beuren  (2006)  e  optou-se  nesta pesquisa (i) quanto aos objectivos, por ser descritiva e explicativa, (ii) quanto aos procedimentos, por ser bibliográ-fica e  (iii) quanto à abordagem do problema, por ser quali-tativa.Durante  a  vigência  do  Plano  Oficial  de  Contabilidade,  as Reavaliações Legais e as Reavaliações Livres foram objecto de bastante  estudo  pelas  alterações  que  provocavam  nas  De-monstrações  Financeiras. A mudança de normativo  contabi-lístico  em  2010  abriu  caminhos  para  a  possibilidade  de,  na mensuração  subsequente dos AFT,  se optar  entre o Modelo do Custo e o Modelo de Revalorização.O Modelo de Revalorização refere que o reconhecimento dos AFT pode ser efectuado por uma quantia revalorizada quan-do  possa  ser  mensurado  fiavelmente  o  seu  justo  valor.  Este conceito não é pacífico, sendo objecto de diversa investigação e  ‘opinião’.  Neste  Trabalho  não  se  desenvolveram  conceitos relacionados com o JV mas apenas se analisaram as implica-ções contabilísticas do Modelo de Revalorização.A partir do estudo da NCRF 7 – AFT, a qual transcreve a IAS 16 – AFT, procurou-se desenvolver o processo de revalorização e as formas como este pode ser concretizado.Neste modelo, a revalorização pode ser por acréscimo ou por decréscimo. E pode ser efectuada por duas formas: por reex-pressão (através de um índice ou coeficiente) ou por elimina-ção, diferindo apenas pela forma como o processo é desen-volvido e contabilizado.Também se efectuou o enquadramento dos impostos diferidos pois  a  diferença  entre  a  quantia  escriturada  de  um  activo revalorizado e  a  sua base  fiscal  é uma diferença  temporária e dá origem a um passivo por impostos diferidos. Nos Activos escriturados pelo  justo valor, o excesso das depreciações  fu-turas,  resultantes  da  aplicação  do  modelo  de  revalorização, não é fiscalmente dedutível.Para uma melhor compreensão do tema considerou-se opor-tuno elaborar um Caso Prático que procurasse, ao longo dos 10 anos do período de vida útil,  interligar as questões asso-ciadas ao modelo de revalorização dos AFT, nas duas formas, com  a  problemática  dos  impostos  diferidos,  justificando-as com o normativo em vigor e apresentando a respectiva con-tabilização anual. A resolução do Caso Prático permitiu cons-tatar que os resultados obtidos no Método de Revalorização são iguais, quer se adopte a forma da reexpressão, quer a da eliminação.  A  forma  como  se  calculam  e  contabilizam  as operações é que difere. 

As Bases para a apresentação de demonstrações  financeiras (BADF) referem no ponto 2.1 que:•  O reconhecimento, a mensuração, a divulgação e os aspec-

tos particulares de apresentação de transacções específicas e outros acontecimentos são tratados nas NCRF. 

•  As demonstrações financeiras são uma representação estru-turada da posição  financeira  e do desempenho  financeiro de uma entidade. O objectivo das demonstrações financei-ras  de  finalidades  gerais  é  o  de  proporcionar  informação acerca da posição financeira, do desempenho financeiro e dos  fluxos  de  caixa  de  uma  entidade  que  seja  útil  a  uma vasta gama de utentes na tomada de decisões económicas. 

•  A apresentação apropriada exige a representação fidedigna dos efeitos das transacções, outros acontecimentos e con-dições de acordo com as definições e critérios de reconhe-cimento para activos, passivos, rendimentos e gastos esta-belecidos  na  estrutura  conceptual.  Presume-se  que  a aplicação das NCRF, com divulgação adicional quando ne-cessária,  resulta  em  demonstrações  financeiras  que  alcan-çam uma apresentação apropriada. 

Com este estudo aprofundado espera-se ter contribuído para um melhor conhecimento do normativo contabilístico relacio-nado com os Activos Fixos Tangíveis, em especial no que se refere à adopção do Modelo de Revalorização.

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20    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

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(*)  1.º Prémio do C.A. do Prémio de Contabilidade “Luiz Chaves de Al-meida”, edição 2011.

(**)  A autora agradece o acompanhamento e as sugestões das Prof. Dra. Maria do Céu Alves, Rute Abreu e Fátima David e a revisão dos Prof. Vitor Simões e Fernando Pêga Magro 

(17)  Como já se salientou, a Sociedade ABC, SA adopta o método da linha recta, regime por duodécimos para determinar o gasto com a depre-ciação do exercício. Como o equipamento entrou em funcionamento em Janeiro de 2N01, a depreciação do primeiro ano vai corresponder aos 12 meses, ou seja, à totalidade do ano.

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    21

fiscalidade

Marisa GomesMestre em Economia pela FEUC

António MartinsProfessor na FEUC

A perceção sobre o sistema tributário evidenciada por estudantes de Fiscalidade: resultados de um estudo(*)

1. INTRODuçãO

O sistema  tributário português  sofreu, ao  longo das últimas décadas, variadas transformações, introduzidas por modifica-ções  fiscais  que,  com  maior  ou  menor  êxito,  foram  contri-buindo para o seu atual formato. As questões da equidade, da eficiência e da complexidade do sistema fiscal constituem aspetos sempre presentes em todas as  épocas  e  todos os  países. Constituindo  temas de debate diário sobre o sistema fiscal,  julgamos que a auscultação de indivíduos que  tenham opinião  tecnicamente  fundada sobre tais matérias é relevante, de forma a conhecer melhor a per-ceção destes  segmentos da população acerca de  tão  impor-tante elemento da vida social: os impostos.Neste  âmbito,  o  texto  que  se  segue  baseia-se  num  estudo que visa apresentar uma análise do sistema  fiscal português tendo em conta: a fiscalidade e a justiça social, a fiscalidade e a eficiência económica, a fiscalidade e a simplicidade, com um  enfoque  empírico  na  forma  como  os  estudantes  da  Fa-culdade  de  Economia  da  Universidade  de  Coimbra  (FEUC), que estudaram Fiscalidade em 2012, avaliam o atual sistema português.Ao escolherem-se estudantes de Fiscalidade para serem ques-tionados  sobre  tais  aspetos  estamos  conscientes  das  vanta-gens e limitações de tal opção. Como vantagens, são de sa-lientar as seguintes:i)  Ao serem questionados na fase final de uma disciplina na 

qual estudaram os aspetos económicos gerais relativos ao sistema fiscal e, depois, uma introdução ao IRS, ao IRC e ao IVA, estes inquiridos têm, por certo, um conhecimento do  sistema  tributário  que  os  habilita  a  pronunciarem-se sobre ele de maneira mais  sustentada,  face ao “cidadão comum”;

ii)  Tendo sido expostos a aspetos concetuais e práticos sobre muitos pontos polémicos do sistema tributário, e às várias opções  que  sobre  eles  se  podem  tomar,  os  inquiridos apresentam uma noção da necessidade de escolhas (trade offs) e compromissos inerentes a qualquer sistema fiscal;

iii)  Como estudantes de Gestão e Economia,  trata-se de  in-divíduos que, num futuro mais ou menos longínquo, terão (pelo  menos  alguns  deles)  uma  certa  probabilidade  de exercer  funções de gestão de organizações, de auditoria fiscal,  de  consultoria  fiscal,  de  decisão  politica,  e  outras relacionadas  com  a  conceção  e  aplicação  dos  impostos. Assim, trata-se de opiniões provenientes de inquiridos que poderão ter papel relevante na evolução futura do sistema tributário e sua aplicação.

Como desvantagens, podemos salientar:i)  Trata-se,  na  esmagadora maioria,  de  indivíduos que não 

têm ainda – ou têm esporadicamente – interação com as autoridades tributárias; ou seja, não são, em regra, sujei-tos  passivos  de  impostos.  Daí  que  não  sejam  muito  co-nhecedores dos aspetos procedimentais do  sistema e da sua aplicação;

ii)  A sua perceção, expressa nas respostas, pode ser influen-ciada  pela  forma  como  a  disciplina  foi  lecionada,  e  do destaque nela concedido a um ou outro ponto mais con-troverso, daí resultando algum enviesamento nas opiniões. Todavia, fez-se um forte esforço de facultar uma perspe-tiva aberta e discutida sobre o sistema fiscal, procurando evitar a referência a soluções únicas ou sempre tidas como preferíveis.

Ainda assim, pesados os prós e os contras, entendeu-se que amostra  de  estudantes  inquiridos  revela  um  conhecimento razoável dos problemas  fiscais. Vale a pena  inquirir este pú-blico, para se conhecer melhor a perceção de quem estudou alguns  dos  principais  impostos  que  são  traves  mestras  do nosso sistema tributário.

22    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

2. ENQuADRAMENTO DO ESTuDO

Esta  secção  é  dedicada,  essencialmente,  ao  tipo  de  estudo efetuado e  ao método utilizado, bem como à  caraterização da amostra usada. 

a) Tipo de estudoOptou-se por um estudo empírico, assente num questionário, uma vez que este método tem a vantagem de possibilitar um melhor  conhecimento concreto e prático  sobre determinada realidade. O tema sobre o qual se reflete é: Qual a perceção dos estudantes sobre o sistema fiscal português? Num ambiente  de  profundas  alterações,  qual  é  a  perceção  dos estudantes  sobre o grau de  justiça  social,  de  eficiência  eco-nómica e simplicidade do sistema fiscal português, em parti-cular dos estudantes que têm conhecimentos de Fiscalidade, por terem frequência universitária de disciplinas onde se tra-tam destas matérias? 

b) Objetivos do estudoO estudo centra-se nos seguintes objetivos:•   Caraterização do sistema fiscal português •   Avaliação da perceção dos estudantes sobre o sistema fiscal 

português•   Verificação de que forma a atividade profissional dos pais, 

a titularidade de ativos financeiros e a sua posição política influenciam  a  sua  perspetiva  sobre  a  justiça,  eficiência  e complexidade do sistema fiscal.

c) Caraterização da Amostra No que diz respeito à amostra, ela é composta por estudan-tes da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. A  amostra  é  constituída  por  51  alunos  que  frequentam  a Licenciatura nas áreas de Gestão e Economia, onde o percur-so académico passa pelo estudo da Fiscalidade.A  escolha  da  amostra  é  um  requisito  primordial  para  este estudo. Estes estudantes apresentam maior conhecimento em relação ao cidadão comum, usufruindo de uma aprendizagem na área fiscal e conhecimentos acima da média. São os cida-dãos de hoje, os potenciais decisores de amanhã. As vanta-gens associadas a esta amostra permitem que o estudo pos-sua uma maior consistência.

d) Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados A informação foi recolhida através de um questionário, atra-vés de inquérito direto. Depois de previamente elaboradas as perguntas,  foi  distribuído  o  questionário,  presencialmente, junto das turmas de Fiscalidade, nas instalações da FEUC. O questionário,  aquando da  sua  elaboração,  teve  em conta determinadas  caraterísticas.  A  primeira  parte  assenta  num 

conjunto de questões com o objetivo de caraterizar a amostra deste  estudo,  nomeadamente  a  idade,  o  sexo,  a  atividade profissional dos pais,  a  titularidade de ativos  financeiros e a posição política do indivíduo.

3. RESulTADOS

3.1. Caraterização da amostra

No sentido de caraterizar a amostra, vejamos alguns resulta-dos extraídos da primeira parte do questionário. 

Pergunta n.º 1 – Género

SexoSexo Frequência Percentagem

Feminino 31 60,8%

Masculino 20 39,2%

TOTAl 51 100%Fonte: Elaboração Própria

Quadro 1: Número e percentagem de inquiridos por género

Em análise ao quadro 1, o sexo predominante é o  feminino com 31 elementos correspondendo a 60,8% da amostra. O sexo masculino  representa 39,2% do  total  da  amostra,  cor-respondendo  a  20  inquiridos.  Tal  resultado  não  surpreende, dada a conhecida tendência de predominância de elementos do sexo feminino nos cursos inquiridos, bem como no pano-rama universitário nacional.

Pergunta n.º 2 – Idade

IdadeIdade Frequência Percentagem

19 1 2%

20 25 49%

21 8 15,7%

22 5 9,8%

23 2 3,9%

24 1 2%

25 4 7,8%

27 1 2%

28 2 3,9%

29 1 2%

32 1 2%

Total 51 100%

Fonte: Elaboração Própria

Quadro 2: Número e percentagem de inquiridos por idade

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    23

Marisa Gomes, António Martins

fiscalidade

Dentro  das  limitações  previsíveis  relativamente  ao  leque  de idades a abranger, a amostra conseguiu ainda assim alcançar várias  faixas  etárias,  situando-se  entre  os  19  e  32  anos  de idade. Da análise do quadro 2,  verifica-se que o maior número de questionários  respondidos  foi  por  inquiridos  com  20  anos, representando 49% da amostra. Seguem-se os inquiridos com 21 e 22 anos, ambos representando 15,7% e 9,8%, respeti-vamente.  Verifica-se,  ainda,  que  entre  os  20  e  22  anos  de idade se concentra 74,5% da amostra.A elevada percentagem dos inquiridos 20 e 22 anos de idade é  justificável, uma vez que o questionário foi  realizado a es-tudantes que frequentam a Licenciatura em Economia e Ges-tão da FEUC.

Pergunta n.º 3 – Qual a atividade profissional dos pais?

Atividade profissional dos paisAtividade profissional dos pais Frequência Percentagem

Desempregado 2 3,9%

Empresário 1 2%

Empresário / Trabalhador por conta de outrem

2 3,9%

Empresário / Trabalhador por conta própria

1 2%

Estudante 2 3,9%

Funcionário público 6 11,8%

Funcionário público / Desempre-gado

3 5,9%

Funcionário público / Empresário 3 5,9%

Funcionário público / Trabalha-dor por conta de outrem

2 3,9%

Funcionário público / Trabalha-dor por conta própria

2 3,9%

NR 1 2%

Reformado 2 3,9%

Trabalhador por conta de outrem

9 17,6%

Trabalhador por conta de outrem / Reformado

1 2%

Trabalhador por conta de outrem / Reserva

1 2%

Trabalhador por conta própria 6 11,8%

Trabalhador por conta própria / Desempregado

1 2%

Trabalhador por conta própria / Trabalhador por conta outrem

6 11,8%

Total 51 100%

Fonte: Elaboração Própria

Quadro 3: Número e percentagem de inquiridos de acordo com a atividade profissional dos pais

Os trabalhadores por conta de outrem representam cerca de 17,6% da  amostra  com 9  inquiridos. Outras  profissões per-centualmente  relevantes correspondem a  funcionários públi-cos,  trabalhadores por conta própria e a conjugação de  tra-balhador  por  conta  própria  e  por  conta  de  outrem,  ambos com 6 inquiridos correspondendo a 11,8% da amostra. É de salientar que os empresários apenas correspondem a 1,961% dos inquiridos.

Pergunta n.º 4 – É titular de ativos financeiros?

Ativos FinanceirosAtivos Financeiros Frequência Percentagem

Ações 1 2%

Depósitos 37 72,5%

Depósitos / Ações 6 11,8%

Depósitos / Ações / Quotas 1 2%

Depósitos / Outros 2 3,9%

Depósitos / Quotas 1 2%

NR 1 2%

Outros 2 3,9%

Total 51 100%

Fonte: Elaboração Própria

Quadro 4: Número e percentagem de inquiridos que possuem ativos financeiros

De acordo com ao quadro 4, a  larga maioria dos  inquiridos é  detentora  de  depósitos,  com  cerca  de  46  inquiridos.  Um total de 37 inquiridos, correspondendo a 72,5% da amostra, possui apenas depósitos. Os restantes, para além de depósi-tos, possuem ações, quotas e outros ativos financeiros. Ape-nas  6  indivíduos  são  detentores  de  depósitos  e  ações  con-juntamente,  correspondendo  a  11,8%  da  amostra.  É  de notar  que  nenhum  dos  inquiridos  escolheu  a  opção  “fun-dos”.É natural que se verifique uma maior concentração dos ativos detidos  nos  depósitos,  uma  vez  que  são  um  produto  com menor risco associado, tendo em conta a amostra em estudo. E, adicionalmente, trata-se de inquiridos que estão numa fase da vida em que o rendimento próprio para aplicar em inves-timentos  tais  como  ações,  quotas  ou  fundos,  não  será  ex-pressivo. 

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Pergunta n.º 5 – Qual considera ser a sua posição política?

Posição Política Posição Política Frequência Percentagem

Centro 4 7,8%

Centro-direita 7 13,7%

Centro-esquerda 7 13,7%

Direita 11 21,6%

Esquerda 4 7,8%

Extrema-direita 0 0

Extrema-esquerda 0 0

Nenhuma 18 35,3%

Total 51 100%

Fonte: Elaboração Própria

Quadro 5: Número e percentagem de inquiridos de acordo com a sua posição política

De  acordo  com  o  quadro  5,  35,3%  da  amostra,  corres- pondendo a 18 inquiridos, não possui posição política defi-nida. Segue-se,  com  11  respostas,  correspondendo  a  cerca  de 21,6% da amostra, a Direita, seguindo-se o Centro-Direita e o  Centro-Esquerda  com  13,7%  da  amostra,  com  apenas  7 inquiridos cada. Nesta análise, nenhum dos inquiridos optou pelas opções “Extrema-direita” e “Extrema-esquerda”.A  posição  política  do  indivíduo  afeta  certamente  a  forma como se pronuncia perante diversas problemáticas fiscais. Para além disso, a evidência de um certo afastamento da política de aqui se deteta será bastante comum entre os jovens, face á deteriorada imagem da ação política em Portugal e muitos outros países.

3.2. Perceção dos estudantes sobre o Sistema Fiscal (SF)

Na  sequência  da  caraterização  dos  indivíduos,  surge  agora uma  outra  parte  do  estudo  onde  se  pretende  conhecer  a perceção dos estudantes sobre aspetos fulcrais o SF. 

Pergunta n.º 6 – Em seu entender, numa escala de 0-10, em que 0 significa “nada justo” e 10 “extremamente justo” como classificaria o atual sistema fiscal português?

Fiscalidade e JustiçaJustiça Frequência Percentagem

0 “nada justo” 0 0

1 2 2%

2 2 2%

3 4 7,8%

4 11 21,6%

5 9 17,6%

6 10 19,6%

7 10 19,6%

8 4 7,8%

9 2 2%

10 “extremamente justo” 0 0

Total 51 100%

Fonte: Elaboração Própria

Quadro 6: Número e percentagem de inquiridos de acordo com a classificação do SF relativamente ao grau de justiça

Da análise  ao quadro 6,  em que 0  significa  “nada  justo”  e 10 “extremamente justo”, verificamos que existe uma ligeira tendência para  valores  centrais.  Entre 0 e 10,  a nota média obtida na totalidade das respostas é de 5,39. Note-se que a maior  frequência  dos  indivíduos  encontra-se  no  valor  4,  se-guindo-se  o  6  e  7.  Nenhum  dos  inquiridos  optou  pelo  0  – “nada justo” ou 10 – “extremamente justo”.Conclui-se que, em face do valor médio, existe certa  indefi-nição quanto à tendência dominante no tocante à perceção de justiça fiscal. Alvitramos duas explicações para tal resulta-do: ou os estudantes entendem que, nos impostos estudados, existem, simultaneamente, aspetos de  justiça e  injustiça que implicam uma perspetiva mais ou menos  indefinida  sobre o nível  global  de  justiça  fiscal;  ou,  numa  atitude  defensiva, optaram por respostas ”neutras”. Em  face  da  tendência  geral  da  permanente  associação  de “injustiça” ao nosso  sistema  fiscal,  admitimos  como provável que, ao serem expostos às escolhas que o sistema fiscal impli-ca,  e  nas  quais  soluções  vistas  como  mais  justas  podem  ser menos simples ou menos eficientes, e até face à evolução re-cente de certos aspetos do  IRS  (mais-valias, dividendos,  juros) a sensação de injustiça possa ter-se reduzido para os inquiridos.Por  outro  lado,  a  expressão  “sistema  fiscal”  pode  ter  sido entendida  apenas  numa  perspetiva  normativa,  esquecendo, entre  outros,  traços  como a  justiça  tributária  na  sua  compo-nente  processual/litígio,  ou  a  relação  entre  evasão/fraude  e respetiva penalização. O nível de simplicidade deste estudo não permite, a este respeito, interpretações demasiado elaboradas.

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    25

Marisa Gomes, António Martins

Pergunta n.º 7 – Em seu entender, numa escala de 0-10, em que 0 significa “nada neutro” e 10 “extremamen- te neutro” como classificaria o atual sistema fiscal por-tuguês?

Fiscalidade e Eficiência/NeutralidadeEficiência Frequência Percentagem

0 “nada neutro” 1 2%

1 1 2%

2 4 7,8%

3 7 13,7%

4 8 15,7%

5 13 25,5%

6 4 7,8%

7 10 19,6%

8 3 5,9%

9 0 0

10 “extremamente neutro” 0 0

Total 51 100%

Fonte: Elaboração Própria

Quadro 7: Número e percentagem dos inquiridos de acordo com a classificação do SF relativamente à eficiência/neutralida-de do sistema

No  que  diz  respeito  ao  quadro  7,  no  qual  se  apresentam elementos  sobre  a  perceção  de  neutralidade  do  SF,  onde  0 significa “nada neutro” e 10 “extremamente neutro” a média da nota média atribuída pelos inquiridos encontra-se nos 4,8. Cerca  de  12,5  dos  inquiridos  apontam  para  uma  escala  5. Nenhum dos indivíduos optou pelas opções 9 e 10 “extrema-mente neutro”. Admitimos que, em face de ligação entre eficiência e neutra-lidade  do  sistema,  no  final  da  frequência  uma  disciplina  in-trodutória ao estudo do sistema fiscal português, a capacida-de interpretativa dos inquiridos, e a eventual falta de firmeza de opiniões, possa ter conduzido a um resultado viciado por respostas “ao centro”.Na verdade, é em operações tais como fusões, cisões, trans-formação de sociedades, isenções em IVA e sua renúncia, etc., que  os  traços  de  maior  ou  menor  neutralidade  são  visíveis. Tais temáticas, se bem que referidas no curso lecionado, não podem, devido a  restrições  temporais,  ser  tratadas aprofun-dadamente. Daí que os  inquiridos não  tenham, certamente, a  sedimentação  de  conhecimentos  necessária  a  respostas cabalmente  fundamentadas. Este  será mais um motivo para uma  certa  cautela  e,  consequentemente,  responder  de  ma-neira a fugir de respostas extremas.

Pergunta n.º 8 – Em seu entender, numa escala de 0-10, em que 0 significa “nada complexo” e 10 “extremamen-te complexo” como classificaria o atual sistema fiscal português?

Fiscalidade e ComplexidadeComplexidade Frequência Percentagem

0 “nada complexo” 0 0

1 2 2%

2 2 2%

3 4 7,8%

4 11 21,6%

5 9 17,6%

6 10 19,6%

7 10 19,6%

8 4 7,8%

9 2 2%

10 “extremamente complexo” 0 0

Total 51 100%

Fonte: Elaboração Própria

Quadro 8: Número e percentagem de inquiridos de acordo com a classificação do SF relativamente à complexidade

Da análise ao quadro 8, e no que diz respeito à complexida-de  do  sistema,  em  que  0  significa  “nada  complexo”  e  10 “extremamente  complexo”  os  indivíduos  consideram  o  SF complexo, situando-se a média nos 7,27. Cerca de 16 indiví-duos  escolheram a opção 8.  Saliente-se  que  a  opção 0  e  1 “nada complexo” não foram escolhidas.Na  sua  maioria,  os  indivíduos  tem  a  perceção  que  o  SF  é demasiado complexo. Um sistema fiscal ótimo deve ser sim-ples de aplicar e compreender. A simplicidade é uma condição essencial ao funcionamento de qualquer sistema fiscal. Con-tudo, alguma complexidade pode traduzir-se em maior qua-lidade normativa e certeza de aplicação.Por outro lado, os estudantes foram expostos aos traços gerais de  outros  sistemas  fiscais,  com  uma  tónica  de  que  não  se encontram  facilmente  no  mundo  sistemas  simples,  até  pelo impacto da crescente complexidade da vida empresarial.Sendo certo que todos desejam a simplicidade fiscal, o fac-to é que, na generalidade dos países, a legislação fiscal tem aumentado,  e  os  cidadãos  se  queixam  da  difícil  compres- são do sistema tributário. Os espaços de simplificação estão cada vez mais nos procedimentos  (muito por  via da  tecno-logias de informação) parecendo as normas legais mais difí-ceis  de  simplificar.  Claro  que  se  podem  sempre  simplificar, desde que se esteja disposto ignorar ou relativizar o impac-to na receita fiscal, na justiça e em outros objetivos desejáveis do sistema.

fiscalidade

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Pergunta n.º 9 – Em seu entender, ordene de acordo com a respetiva prioridade os requisitos primordiais na con-ceção e aplicação do sistema fiscal, atribuindo 1 ao mais importante, 2 ao seguinte e 3 ao menos importante.

Ordenar os requisitos prioritários do SFRequisitos do SFP Frequência Percentagem

Justo 1 2%

Justo / Neutro / Simples 18 35,3%

Justo / Simples / Neutro 18 35,3%

Neutro 2 3,9%

Neutro / Justo / Simples 3 5,9%

Neutro/ Simples / Justo 2 3,9%

Simples / Justo / Neutro 7 13,7%

Total 51 100%Fonte: Elaboração Própria

Quadro 9: Número e percentagem de inquiridos de acordo com a respetiva prioridade dos requisitos do sistema fiscal

De acordo com os inquiridos, os requisitos ao qual atribuíram uma  maior  relevância  são  Justo/Neutro/Simples,  bem  como Justo/Simples/Neutro,  de  acordo  com  a  respetiva  ordem  de prioridades  com  35,3%  da  amostra  cada.  O  requisito  que mais se destaca é o da justiça fiscal. Relativamente ao segun-do  e  terceiro  lugar  existe  uma  dualidade  entre  um  sistema neutro ou simples. Conclui-se que a justiça é o requisito prioritário na aplicação do  SF.  Com  menor  importância,  segue-se  a  neutralidade  e complexidade  do  sistema.  A  articulação  destes  3  princípios pode suscitar questões de falta de compatibilidade, um siste-ma justo pode não ser simples.Parece-nos  que  esta  aspiração  de  justiça  fiscal  é  transversal  à sociedade portuguesa (e não só). Daí que, num período em que se  pede  à  população  sacrifícios  fiscais  muito  consideráveis,  a sensação de justiça na sua repartição seja primordial. O decisor político deve, tanto quanto possível, levar isto em consideração.

Pergunta n.º 10 – “A progressividade dos impostos é a única forma de garantir a justiça do sistema”

Progressividade e JustiçaProgressividade e justiça Frequência Percentagem

Concordo em absoluto 9 17,6%

Concordo em certa medida 25 49%

Discordo em absoluto 2 3,9%

Discordo em certa medida 14 27,5%

NS/ NR 1 2%

Total 51 100%Fonte: Elaboração Própria

Quadro 10: Número e percentagem de inquiridos sobre a pro-gressividade do imposto como forma de garantir a justiça do sistema

Face à afirmação “A progressividade dos impostos é a única forma de garantir a  justiça do sistema”, 49% dos inquiridos responderam que concordavam em certa medida, e 27,45% dos  inquiridos  discordam  em  certa  medida.  Conclui- -se  que  ao  agrupar  as  opções  “Concordo  em  absoluto”  e “Concordo em certa medida”, verificamos que a maioria dos inquiridos  expressam afirmativamente que  a progressividade é a única forma de garantir a justiça do sistema. De facto, a justificação económica para a progressividade  tem sido  feita com base em argumentos de que só ela permitiria uma igual-dade de sacrifícios. Trata-se,  como se  sabe, de um argumento que é muito dis-cutido. A progressividade – sobretudo a sua quantificação por via  de  tabelas  de  taxas  e  escalões  –  é,  antes  de  mais,  um valor  político-social,  não  existindo  um  “metro”  económico que meça os sacrifícios individuais e, nesse contexto, aponte a exata medida da progressividade desejável ou economica-mente eficiente.

Pergunta n.º 11 – “um país deverá possuir um sistema fiscal simples. Contudo, é natural quanto mais desen-volvido é um país mais complexo será o seu sistema fiscal”

Complexidade do SF Complexidade do SFP Frequência Percentagem

Concordo em absoluto 15 29,4%

Concordo em certa medida 23 45,1%

Discordo em absoluto 4 7,8%

Discordo em certa medida 8 15,7%

NS/ NR 1 2%

Total 51 100%

Fonte: Elaboração Própria

Quadro 11: Número e percentagem de inquiridos sobre a com-plexidade do sistema fiscal português

Da análise ao quadro 11 verifica-se que 45,1% dos inquiridos concordam em certa medida,  sendo  sensíveis  a esta afirma-ção. Cerca de 29,4% dos inquiridos concordam em absoluto com a presente afirmação. Conclui-se que, para os inquiridos, o sistema fiscal deverá ser, por princípio, simples. Porém, o grau de desenvolvimento de um país poderá refletir-se no grau de complexidade do próprio sistema. É natural que quanto mais desenvolvido for um país maior é o grau de complexidade que lhe está associado sen-do inevitável face ao forte desenvolvimento e à evolução das transações  nas  economias  modernas.  Sociedades  que  são económica e  financeiramente complexas dificilmente podem ter sistemas tributários simples…

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    27

Marisa Gomes, António Martins

3.3. Caraterização de alguns aspetos socioeconómicos do Sistema Fiscal

Por  fim, na última parte do questionário,  tenta-se  conhecer a  opinião  e  posição  dos  estudantes  relativamente  a  alguns aspetos socioeconómicos do sistema fiscal português.

Pergunta n.º 12 – No seu entender, assinale com um X, os três maiores obstáculos fiscais ao investimento em Portugal.

Obstáculos fiscais ao investimento em PortugalFrequência Percentagem

Instabilidade do sistema fiscal 9 17,1%

Mau funcionamento da justiça fiscal

12 22,9%

Fraca produtividade 4 7,8%

Burocracia 9 17,6%

Complexidade do sistema fiscal 6 12,4%

Carga fiscal sobre as empresas 11 22,2%

TOTAl 51 100%

Fonte: Elaboração Própria

Quadro 12: Número e percentagem de inquiridos relativamen-te à perceção do indivíduo sobre os três maiores obstáculos fiscais ao investimento em Portugal

Na  opinião  dos  estudantes,  os  três  maiores  obstáculos  fis- cais ao investimento em Portugal são: o mau funcionamen-to da  justiça  fiscal  (22,9%),  carga  fiscal  sobre as  empresas (22,2%) e, por último, Burocracia  (17,6%). A  fraca produ-tividade é apontada como o obstáculo que menos contribui para  o  investimento  em  Portugal  com  apenas  7,8%  dos inquiridos.Conclui-se que a opinião dos indivíduos não difere muito da sociedade em geral. O mau funcionamento da justiça fiscal do país,  bem como a  elevada  carga  fiscal  sobre  as  empre- sas bem como o excesso da burocracia existente são apon-tados com fortes obstáculos fiscais ao investimento em Por-tugal. 

Pergunta n.º 13 – Assinale com um X os 3 principais aspetos que entende relevantes para o sistema fiscal português ser mais competitivo.

Principais aspetos para a competitividade do sistema fiscal português

Frequência Percentagem

Promover uma maior estabilidade da lei fiscal

9 17,1%

O sistema ser menos complexo

5 10,4%

Melhorar a justiça e equidade no sistema

12 22,9%

Aplicação de regimes simplificados na tributação

4 8,4%

Aumentar os direitos e garantias dos contribuintes

9 17,6%

Reduzir a carga fiscal 12 23,5%

TOTAl 51 100%

Fonte: Elaboração Própria

Quadro 13: Número e % de inquiridos relativamente à perceção do indivíduo sobre os três principais aspetos que entende rele-vantes para o SFP ser mais competitivo

De acordo com o quadro 13, os três principais aspetos para a  competitividade do  sistema  fiscal  são: a  redução da carga fiscal  (23,5%),  melhorar  a  justiça  e  equidade  no  sistema (22,96%) e aumentar os direitos e garantias dos contribuintes (17,6%).  Segue-se,  com 17,1% dos  inquiridos,  a promoção de uma maior estabilidade da  lei  fiscal.  Por último, os estu-dantes deram uma menor relevância à aplicação de regimes simplificados na tributação. Conclui-se que de acordo com o atual sistema fiscal verifica-mos que a perceção dos estudantes, porventura, corresponde à  realidade  que  se  vive.  As  sucessivas  alterações  ao  sistema fiscal estão, muito das vezes, dependentes das opções políti-cas  tomadas  numa  perspetiva  conjuntural,  e  poucas  vezes estrutural. A instabilidade do sistema decorre, em boa parte, deste fator.

fiscalidade

28    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

Pergunta n.º 14 – “A justiça fiscal é uma condição indis-pensável da justiça social”.

Justiça fiscal versus Justiça socialJustiça fiscal versus social Frequência Percentagem

Concordo em absoluto 31 60,8%

Concordo em certa medida 16 31,4%

Discordo em absoluto 2 3,9%

Discordo em certa medida 2 3,9%

NS/ NR 0 0

Total 51 100%

Fonte: Elaboração Própria

Quadro 14: Número e percentagem de inquiridos de acordo com a condição de indispensabilidade da justiça fiscal versus justiça social

De  acordo  com  o  quadro  14,  60,78%  dos  inquiridos  con-cordam  que  a  justiça  fiscal  é  uma  condição  indispensável  da justiça social. Apenas 31,37% concorda em certa medida. De  acordo  com  a  perceção  dos  estudantes,  a  justiça  fiscal  torna-se  assim uma  condição  indispensável  da  justiça social. Na análise de cruzamento de variáveis realizada, constata-se que  o  sexo  dos  indivíduos  influencia  o  conceito  de  justiça fiscal como condição de indispensabilidade de justiça social. Relativamente  à  atividade  profissional  dos  pais,  ela  afeta  a perceção do grau de complexidade, bem como influencia o conceito de justiça fiscal. No que diz respeito aos investimen-tos  financeiros, verifica-se que o grau de eficiência do SF é influenciado  pelos  indivíduos  que  são  detentores  de  ativos financeiros.  Na  análise  à  posição  política  dos  indivíduos, conclui-se a posição política não tem impacto na forma como os  indivíduos avaliam o sistema fiscal português. Em suma: o  sexo,  a  titularidade  de  ativos  financeiros  e  a  atividade profissional dos pais poderão  influenciar muitas das opções expressas pelos  inquiridos. 

BIBlIOGRAFIA CONSulTADA

BAIRRADA,  Cristela  e  MARTINS,  António  (2008).  uma Nota Sobre a Justiça Fiscal em Portugal.

Consultado  em  30/01/2013  em:  http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S0873-74442008000300003&script=sci_arttext 

CATARINO,  João Ricardo, GUIMARÃES, Vasco Branco  (2012). lições de Fiscalidade, Coimbra, Almedina. 

DGCI,  Simplificação do sistema fiscal – o papel da administração pública.

MINISTÉRIO  DAS  FINANÇAS  e  da  Administração  Pública  (MFAP)  (2009). Relatório do Grupo para o Estudo da Política Fiscal. Competi- tividade, Eficiência e Justiça do Sistema Fiscal. Consultado  em 30/01/2013  em:  http://info.portaldasfinancas.gov.pt/NR/rdonlyres/8AFAA047-5AB4-4295-AA08-E09731F29B0A/0/GPFRelatorioGlobal_VFinal.pdf

PEREIRA, M. H. Freitas  (2009), Fiscalidade  (3.ª Edição), Coimbra, Alme-dina

PEREIRA,  Paulo  Trigo  et al. (2007),  Economia e Finanças Públicas  (2º Edição). 

SANTOS,  J.  Albano  (2003),  Teoria Fiscal. Lisboa,  Instituto  Superior  de Ciências Sociais e Políticas.

SLEMROD,  Joel  e  BAKIJA,  Jon  (2004),  Taxing Ourselves: A Citizen´s Guide to the Debate over Taxes. London, The Mit Press.

STIGLITZ E. Joseph (2000). Economics of the Public Sector. (3rd edition). W.W. Norton & Company.

TOMAZ, João J. Amaral (2006), “A Equidade Fiscal Revisitada”. In AA. VV. (Ed.), Homenagem a José Guilherme Xavier de Basto. Coim-bra, Coimbra Editora, pp. 407-418.

(*)  O texto que aqui se publica é extraído, com significativas adaptações e  simplificações,  do  Projeto  de  Dissertação  de  Mestrado  de  Marisa Gomes, apresentado na FEUC, em 2012.

50% de desconto em Formação para Desempregados

No espírito de apoio e entreajuda aos Associados, a Direcção da APOTEC atribuiu o benefício de 50% de desconto, nas inscrições em Acções de Formação*, aos Associados que se encontrem em situação de desem-prego.Para o efeito, é apenas necessário comprovativo do Centro de Emprego.

* Acções de Formação limitadas a 6h (1 dia)

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    29

síntese económica

Paulo Nogueira Filho (Jorna lista)

Poucos com muito, muitos com pouco

Metade da riqueza do mundo está nas mãos de apenas 1% da  população  mundial.  Dados  divulgados  pela  ONG  Oxfam revelam o tamanho da disparidade social no planeta. A assi-metria  ganhou  força  desde  2008,  quando  a  crise  mundial afetou em especial as classes médias.A desigualdade social é considerada como tão profunda hoje que começa a assustar até os organizadores do Fórum Econó-mico Mundial de Davos, a vanguarda do capitalismo, que reú-ne  anualmente  na  estância  de  esqui  suíça.  Um  documento preparado pela entidade revela que as disparidades sociais são riscos reais para a estabilidade internacional. Entre os riscos para o mundo, Davos aponta que a disparidade é o maior deles.Mas é o estudo da Oxfam que traz os dados mais reveladores. 85  fortunas  mundiais  acumulam  a  mesma  riqueza  que  3,5 biliões de pessoas. Ou seja, metade da humanidade. Na prá-tica,  1%  das  pessoas  controlam  50%  do  PIB  do  planeta. Desta  vez,  os  dirigentes  políticos  reunidos  em  Davos  foram confrontados com números claros. Nos EUA, 95% do cresci-mento gerado após a  crise de 2008  ficou nas mãos de 1% da população.Na  Europa,  as  dez  pessoas  mais  ricas  do  Velho  Continente mantêm fortunas equivalentes a todos os pacotes de resgate dados aos países da região entre 2008 e 2010. Ou seja: cer-ca de 200 biliões de euros.

Portugal e os novos emigrantes

O Governo estima que em 2012 tenham saído do País mais de  120  mil  portugueses,  um  número  apenas  repetido  na década de 60 do século passado. Mas, pelo trabalho exercido, remunerações auferidas ou simplesmente opções de poupan-ça,  as  remessas  enviadas  para  Portugal  não  estão  a  crescer na mesma proporção. 

De acordo com os dados do Banco de Portugal, as remessas enviadas pelos emigrantes têm aumentado muito lentamente e, em 2012, ficaram ao nível do registado dez anos antes. Até  2003,  o  volume  de  dinheiro  enviado  pelos  emigrantes para Portugal rondava os três mil milhões de euros por ano. Nesta altura, o volume de envios caiu para cerca de 2,4 mil milhões de  euros/ano  e manteve-se praticamente  inalterado nos  últimos  oito  anos,  altura  de  baixo  fluxo  de  emigração. Isto até 2012, quando voltou a aumentar para o maior valor observado desde 2001, 2,75 mil milhões de euros. 

Os solavancos dos salários portugueses

Entre 2004 e 2009, as famílias portuguesas viram o seu ren-dimento disponível crescer, em média, dez pontos percentuais. Porém, “esses ganhos  foram perdidos na quase  totalidade” até  2012,  com  a  crise  económica,  indica  o  Índice  de  Bem- -Estar do Instituto Nacional de Estatística (INE) – um trabalho que realiza pela primeira vez.Segundo o INE, nos últimos três anos o chamado rendimento disponível mediano voltou para os níveis de 2004. E este não foi  o  único  sinal:  o  indicador  da  vulnerabilidade  económica também foi dos que apresentou uma evolução mais desfavo-rável “traduzindo uma progressiva vulnerabilidade das famílias fortemente  induzida pelo afastamento das mesmas do mer-cado de  trabalho, pelos elevados níveis de endividamento e pela intensificação da dificuldade em pagar os compromissos assumidos com a habitação”.Por exemplo, só o índice da proporção de pessoas com mais de 15 anos a viverem em agregados onde todos os que tinham idade de trabalhar estavam desempregados teve um agrava-mento de 60 pontos percentuais. A taxa de pobreza é outro dos problemas identificados.

30    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

Os dados, de uma forma genérica, mostram que no espaço de oito anos, numa primeira  fase,  tanto os  indicadores ma-teriais como os relacionados com a qualidade de vida estavam a  evoluir  favoravelmente  –  mas  a  degradação  da  situação económica do país fez com que os primeiros sofressem uma inversão.  No  entanto,  no  campo  do  bem-estar,  na  área  da saúde, educação e ambiente, muitos dos ganhos mantiveram- -se, de acordo com o INE.No campo da qualidade de vida, há ainda um indicador cha-mado “trabalho e remuneração” e que é excepção no com-portamento,  já  que  também  piora,  “devido  essencialmente ao  aumento  do  desemprego,  que  se  acentuou  a  partir  de 2009”  e  que  fez  com  que  houvesse  uma  variação  negativa de mais de 24 pontos percentuais. “Em sintonia com a evo-lução do desemprego, sublinha-se a evolução também desfa-vorável, a partir de 2008, do indicador proporção de pessoas que pensam ser provável ou muito provável perder o empre-go”, lê-se no trabalho.

Do  lado  positivo  salientam-se  os  indicadores  na  área  da saúde,  com uma melhoria  global  de quase 25 pontos  per-centuais. Para esta evolução contribuíram várias áreas como a avaliação positiva dos serviços de saúde, a queda da taxa de  mortalidade  em  pessoas  com  menos  de  65  anos  por doenças  do  aparelho  circulatório  e  a  taxa  de  mortalidade infantil.O  campo  da  educação  também  mereceu  uma  avaliação positiva (prevendo-se um ligeiro decréscimo em 2012), con-tribuindo  para  isso  dados  como  publicações  científicas  por 100  mil  habitantes,  doutoramentos,  proporção  de  pessoas entre os 30 e 34 anos com o ensino superior completo ou redução  dos  chumbos  e  desistências  no  terceiro  ciclo  do ensino básico. Em termos de ambiente, destaca-se a redução da  emissão  de  gases  com  efeito  de  estufa,  sobretudo  a partir de 2006.

Curso de Preparação para os Exames de Admissão à Profissão de Técnico Oficial de Contas

23ª edição

Irá decorrer entre 22 de Março e 10 de Maio deste ano, mais uma edição do Curso de Preparação para exame 

de TOC, em Lisboa.

O curso destina-se a todos aqueles que se  irão propor ao exame para TOC da Ordem dos Técnicos Oficiais de 

Contas e abordará todas as matérias constantes dos programas das várias áreas, tanto numa perspectiva teórica 

como prática, a qual incluirá a resolução de exercícios constantes de exames anteriores, de modo a preparar da 

melhor forma os candidatos ao exame.

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Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    31

consultório

Esclareça as suas dúvidas

Microgeração

Questão Sócio n.º 15973

Um empresário em nome  individual no  regime trimestral do IVA, adquiriu uma microgeração, que  irá  fazer parte do  seu ativo tangível. Quem emite a fatura será a EDP, por imposição legal? Como se deve tratar na DP IVA? Pode o ENI de alguma forma ser ele a emitir a fatura à EDP? Estes rendimentos serão declarados no IRS?

Resposta do Assessor Fiscal:

1. De acordo com o n.º 4 do artigo 12.º do DL 363/2007, de 02.11,  alterado  e  republicado  pelo  DL  118-A/10,  de  25.10, «a facturação relativa à electricidade resultante da micropro-dução  é  processada  pelo  comercializador  nos  termos  do  n.º 11 do artigo 35.º do Código do  IVA (actual artigo 36.º), sem necessidade de acordo escrito do produtor». 2. Embora para o efeito se preveja a auto-facturação  legal pelo comer-cializador,  tal  facto  não  exclui  o  produtor  do  cumprimento das demais obrigações decorrentes do Código, nomeadamen-te, a de relevar o imposto liquidado na respectiva declaração periódica  e  proceder  à  sua  entrega  nos  cofres  do  Estado, sempre  que  o  mesmo  se  mostre  devido.  3.  Dado  que  ao produtor também lhe assiste o direito à dedução do imposto suportado  a  montante  os  valores  da  base  tributável  e  do imposto  eventualmente  dedutível  deverão  ser  inscritos  na declaração periódica, no campo 3 (base tributável), no campo 4 (imposto liquidado) e nos campos 20 a 24 (IVA dedutível), todos do quadro 06 da actual declaração periódica. 4. No que respeita à eventualidade do produtor se substituir ao comer-cializador,  também,  na  liquidação  do  imposto,  refira-se  que não  estamos  perante  uma  situação  de  reverse  charge,  pelo que,  tal  não  é  possível.  5.  Os  rendimentos  resultantes  da actividade  de  microprodução  prevista  no  DL  363/2007,  de 02.11, estão sujeitos a  IRS,  sendo certo que o montante de valor  inferior a € 5 000, está excluído da tributação em  IRS (n.º 6 do artigo 12.º do referido diploma). 6. A totalidade do rendimento proveniente desta actividade deve ser indicada no campo 423 do Anexo B,  quadro 4A, da declaração modelo 3, sendo a exclusão assumida automaticamente quando aque-le  montante  for  inferior  a  €  5000  (OFCD  20  156/12,  de 02.02). 7. Sendo de preencher o Anexo C também nele devem ser destacados os rendimentos provenientes da produção de electricidade por  intermédio de unidades de microprodução. Contudo,  neste  Anexo  apenas  deve  ser  inscrito  no  novo campo 463, o  rendimento excluído de  tributação, ou seja o montante inferior a € 5 000 (OFCD 20 156/12, de 02.02).

SP – 2013-10-09

Trabalhos efetuados pela empresa no estrangeiro (França)

Questão Sócio n.º 3381

A empresa em questão é uma sociedade comercial por quo-tas,  sujeita  ao  regime  normal  do  IVA,  inserida  no  setor  da construção civil (construção de edifícios). Face às dificuldades do  mercado  nacional,  a  partir  de  2012  foi  trabalhar  para França, em regime de subcontratação. Além do sócio-geren-te dispõe de 4 trabalhadores portugueses ao serviço (pedrei-ros e trolhas), todos deslocados em França. A empresa paga a  cada  trabalhador  o  respetivo  vencimento,  sujeito  a  IRS  e contribuições para a Segurança Social em Portugal. Além do vencimento  paga-lhes  também  a  renda  (numa  espécie  de pensão)  e  os  gastos  de  alimentação  (refeições  e/ou  compra de  géneros  alimentícios)  obtidos  em  França.  Praticamente todos  os  gastos  são  realizados  em  França  (excecionando  os gastos com vencimentos, telemóvel, leasing de viatura e mais um ou outro). Dispõe de apenas 1 cliente a quem passa uma fatura por mês de serviços prestados de construção civil,  re-digida  em  francês,  com  a  seguinte  menção:  “Não  sujeito  a IVA – al. a), n.º 7, art.º 6.º do CIVA”. Não existem compras de matérias-primas  e  subsidiárias,  dado que as mesmas  são fornecidas pelo contratante. 1. Em termos de  IVA: sendo os serviços  prestados  não  sujeitos  a  IVA,  a  menção  na  fatura passada  ao  cliente  é  a  correta?  Não  estamos  a  recuperar  o IVA suportado em França nos gastos suportados (alimentação e outros) uma vez que os valores são baixos e também porque na maioria dos casos as  faturas emitidas não contêm os  re-quisitos  legais  (por  ex. NIF do  fornecedor  e  cliente,  nome e morada). Tal procedimento é correto? 2. Em termos de  IRC: a  empresa  paga  IRC  em  Portugal,  já  que  tem  aqui  a  sede, embora os serviços sejam, na totalidade, prestados em Fran-ça. Há aqui alguma irregularidade?

Resposta do Assessor Fiscal:

1. A alínea a) do n.º 7 do artigo 6.º do CIVA, determina que, independentemente da localização do prestador ou da natu-reza  do  destinatário,  as  prestações  de  serviços  relacionadas com bens imóveis são localizadas/tributadas sempre no lugar onde se situa o imóvel. 2. Neste sentido, os serviços prestados sobre  imóveis  localizados  em  França  são  aí  tributados.  3.  O IVA suportado em França não é dedutível em território nacio-nal,  mas  é  susceptível  de  reembolso.  Pretendendo  obter  o reembolso  do  imposto  suportado  em  operações  tributáveis efectuadas  noutro  Estado  membro  da  Comunidade,  devem os  sujeitos  passivos  apresentar  junto  da  Direcção-Geral  dos Impostos,  por  via  electrónica,  o  correspondente  pedido,  de acordo com as condições fixadas no Estado membro ao qual 

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é  solicitado  o  reembolso,  de  acordo  com  o  Capítulo  II  do anexo ao DL 186/09, de 12.08. 4. De acordo com o n.º 1 do artigo 4.º do CIRC, tendo a empresa a sua sede em território nacional, o IRC incide sobre a totalidade dos seus rendimen-tos,  incluindo os obtidos fora desse território, ou seja, neste caso em França.

SP – 2013-10-09

Compra mercadorias 2ª mão

Questão Sócio n.º 19944

Um sujeito passivo compra bens em 2.ª mão em  leilões, pre-tende efetuar a venda pelo regime da margem. Como eviden-ciar esta situação na declaração periódica do  IVA, no  ficheiro Saft e como efetuar os respetivos lançamentos contabilísticos?

Resposta do Assessor Fiscal:

Se a revenda dos bens em 2.ª mão está abrangida pelo regi-me especial de  tributação previsto no DL 199/96, de 18.10, então a respectiva base tributável deve ser relevada nos cam-pos 1, 5 ou 3 e o  imposto  liquidado nos campos 2, 6 ou 4, do  Quadro  06  da  respectiva  declaração  periódica  de  rendi-mentos.

SP – 2013-10-08

Resposta do Assessor Contabilístico:

Conclui-se  do  exposto  que  o  revendedor  pretende  declinar  o pagamento do imposto sobre o valor acrescentado segun-do  as  regras  gerais  do  Código  do  IVA,  optando  por  liqui- dar  o  imposto,  por  cada  transacção  efectuada,  segundo  o Regime Especial da Tributação de Bens em 2.ª Mão, Objectos de Arte, de Colecção e Antiguidades, visto que afirma reunir as  condições  para  o  seu  enquadramento  neste  Regime  e apurar e liquidar o imposto devido. Assim sendo, e tendo em conta a informação que nos disponibiliza para o tratamento contabilístico destas transacções, sugerimos os seguintes pro-cedimentos:  1  –  Na  aquisição  e  nos  custos  adicionais  de compra  a)  311.x  –  Compras  –  Mercadorias  –  Bens  em  2.ª Mão. (por contrapartida das contas 11 – Caixa ou 12 – De-pósitos à ordem ou 221.x – Fornecedores c/c) b) 32.x – Exis-tências  – Mercadorias  – Bens em 2.ª Mão  (transferência da conta 31 – compras para existências). 2 – Na transacção dos Bens em 2.ª Mão c) 711.x – Vendas – Mercadorias – Sujeitas a Regimes Particulares – Bens em 2.ª Mão (com iva incluído) por contrapartida da conta 211.x – Clientes c/c. d) 716.x – –  IVA das vendas com  imposto  incluído – Bens em 2.ª Mão (débito  desta  conta  e  crédito  da  conta  2433.x  –  IVA  Liqui-dado).

NC – 2013-10-21

Documentos de transporte e sua comunicação à A.T., face ao Decreto lei 147/2003, republicado pelo D.l. 198/2012

Questão Sócio n.º 10441

Fui  abordado  por  um  cliente,  com  atividade  de  serviços  de armazenagem  frigorífica,  serviços  de  armazenagem  não  fri-gorifica,  prestação  de  serviços  e  comércio  em  geral,  CAE: 52101, enquadrado no regime normal do IVA, que me colo-cou as situações seguintes, a fim de esclarecer a obrigatorie-dade,  ou  não,  da  emissão  e  comunicação  dos  documentos de  transporte e esclarecer  a quem cabe a obrigação da  sua emissão  e  comunicação:  1.  A  exponente  é  contratada  por sujeitos  passivos  nacionais  (FN),  donos  da  mercadoria,  para fazer o serviço de transporte refrigerado de mercadorias des-de o armazém do fornecedor com vista à entrega por diversos clientes,  também  sujeitos  passivos,  com  sede  em  Portugal (CN),  passando  pelo  armazém  da  exponente,  onde  pode permanecer por  vários dias,  semanas ou meses,  até  receber ordens de FN para entregar a mercadoria a CN. A faturação da mercadoria é feita por FN a CN e o serviço de transporte e armazenamento é faturado pela exponente a FN. 2. A ex-ponente é contratada por sujeitos passivos da UE (FUE), donos da mercadoria, para fazer o serviço de transporte refrigerado de mercadorias desde o armazém do fornecedor com vista à entrega por diversos clientes, também sujeitos passivos, com sede em Portugal (CN), passando pelo armazém da exponen-te, onde pode permanecer por vários dias, semanas ou meses, até receber ordens de FUE para entregar a mercadoria a CN. A faturação da mercadoria é feita por FUE a CN e o serviço de transporte e armazenamento é faturado pela exponente a FUE. 3. A exponente é contratada por sujeitos passivos da UE (FUE), donos da mercadoria, para fazer o serviço de transpor-te refrigerado de mercadorias desde o armazém do produtor no território nacional com vista à entrega por diversos clientes, também sujeitos passivos,  com sede em Portugal  (CN), pas-sando pelo armazém da exponente, onde pode permanecer por vários dias, semanas ou meses, até receber ordens de FUE para entregar a mercadoria a CN. A faturação da mercadoria é  feita por FUE a CN e o serviço de  transporte e armazena-mento é faturado pela exponente a FUE. 

Resposta do Assessor Fiscal:

i. A exponente é contratado por fornecedores nacionais para fazer o transporte refrigerado de mercadoria desde o respec-tivo armazém para o  seu próprio armazem, com vista à en-trega posterior da mesma a diversos clientes nacionais.  ii. A exponente é contratada por fornecedores da UE para fazer o transporte  refrigerado  de  mercadoria  desde  o  respectivo  ar-

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mazém até ao armazém da exponente, com vista à entrega posterior da mesma a diversos clientes nacionais. iii. A expo-nente  é  contratada  por  fornecedores  da  UE  para  fazer  o transporte  refrigerado  de  mercadoria  desde  o  armazém  de produtor  nacional  até  ao  seu  próprio  armazém,  com  vista  à  entrega  posterior  da  mesma  a  diversos  clientes  nacionais. 1. As  situações previstas nos pontos  i.  e  iii.  consubstanciam operações internas, enquanto que as referidas no ponto ii. se referem  a  transacções  intracomunitárias.  2.  Consideram-se «aquisições  intracomunitárias» a obtenção do poder de dis-por,  por  forma  correspondente  ao  exercício  do  direito  de propriedade, de um bem móvel corpóreo cuja expedição ou transporte para território nacional, pelo vendedor, pelo adqui-rente ou por conta destes, com destino ao adquirente, tenha tido  início noutro Estado membro  (artigo 3.º do RITI). 3. Na hipótese i. o fornecedor e o comprador são sujeitos passivos nacionais. Trata-se de operações internas. 4. Na hipótese ii. o fornecedor  dos  bens  é  um  sujeito  passivo  da  UE  que  faz transportar os bens pela exponente para Portugal com desti-no a diversos clientes nacionais, com transbordo nos armazéns da transportadora até posterior ordem de entrega aos respec-tivos clientes nacionais. Trata-se de aquisições intracomunitá-rias. 5. Na hipótese  iii. o  fornecedor da UE adquire os bens em território nacional e vende-os a clientes nacionais. Os bens são entregues pelo vendedor nacional ao exponente contra-tado pelo adquirente/fornecedor da UE que os transporta para o seu armazém até  lhe ser ordenada a  sua entrega aos  res-pectivos  clientes.  Os  bens  não  chegam  a  sair  do  território nacional. Trata-se de operações internas. 6. O Regime de Bens em  Circulação,  aprovado  pelo  DL  n.º  147/2003,  de  11/07, alterado e republicado pelo DL 198/12, de 24.08, estabelece as  normas  sobre  os  documentos  de  transporte  que  devem acompanhar os bens em circulação. 7. Determina o n.º 1 do artigo 1.º do citado Regime que “todos os bens em circulação no território nacional, seja qual for a sua natureza ou espécie, que sejam objecto de operações  realizadas por  sujeitos pas-sivos  de  imposto  sobre  o  valor  acrescentado  deverão  ser acompanhados de documentos de transporte processados nos termos do presente diploma”. 8. Porém, há bens que estão excluídos deste  regime, o que significa que a  sua circulação não  implica  a  obrigatoriedade  de  serem  acompanhados  de documento de  transporte. 9.  Estão nestas  condições, desig-nadamente, os bens respeitantes a aquisições intracomunitá-rias, a que se refere o DL n.º 290/92, de 28.12. Nestes casos, os  bens  em  circulação  respeitantes  a  essas  operações  não carecem de ser acompanhadas de documento de transporte, por  disso  se  encontrarem  excluídos  (alínea  b  )  do  n.º  2  do artigo 3.º do Regime de Bens em Circulação). 10. Apesar de estes bens não estarem  sujeitos  à obrigatoriedade de docu-mento de transporte previsto no referido Regime, poderá ser 

exigida  prova  da  proveniência  e  destino  dos  mesmos  (arti- go 3.º, n.º 3), que poderá ser feita mediante a apresentação de qualquer documento comprovativo da natureza e quanti-dade dos bens, sua proveniência e destino (artigo 3.º, n.º 4). 11. Entende-se  por  «Documento  de  transporte»  a  factura, guia  de  remessa,  nota  de  devolução,  guia  de  transporte  ou documentos equivalentes (alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º). 12. As guias de remessa ou documentos equivalentes devem conter, pelo menos, os elementos referidos no n.° 2 do artigo 4.°  do  referido  Regime.  13.  As  guias  de  remessa  ou  docu-mentos equivalentes devem ainda  indicar os  locais de carga e descarga,  referidos como  tais, e a data e hora em que  se inicia o transporte (n.° 4 do artigo 4.°). 14. A obrigatorieda-de do processamento do documento de transporte não está condicionada à  transmissão dos bens, bastando apenas que esses bens se encontrem fora dos locais de produção, fabrico, transformação,  exposição,  etc.,  por  motivo  de  transmissão onerosa, incluindo a troca, de transmissão gratuita, de devo-lução, de afectação a uso próprio, de entrega à experiência ou para fins de demonstração, ou de incorporação em pres-tações de serviços, de remessa à consignação ou de simples transferência  (alínea a) do n° 2 do art° 2°). 15. Por sua vez, determina  o  n.°  1  do  artigo  6.°  do  citado  Regime  que  os documentos de  transporte devem  ser processados pelos  su-jeitos passivos referidos na alínea a) do n.° 1 do artigo 2.° do Código do  IVA e pelos detentores dos bens, antes do  início da sua circulação, ou seja, dependendo do tipo de documen-to de transporte utilizado, tanto o remetente dos bens como o transportador dos mesmos podem emitir o documento de transporte, desde que o  façam antes do  início da circulação dos  bens.  16.  Refira-se  ainda  que,  no  âmbito  do  referido Regime é irrelevante quem é o titular do veículo para efectu-ar o transporte das mercadorias, desde que as mesmas sejam acompanhadas com os respectivos documentos de transporte. 17.  Considerando  o  exposto  anteriormente,  o  exponente quando transporta os bens  (hipóteses  i.,  ii. e  iii.) a partir do seu  armazém  para  entrega  aos  clientes,  deve  processar  o respectivo documento de transporte. 18. Efectivamente, mui-to embora o exponente não seja o vendedor dos bens, que são facturados pelo respectivo fornecedor, uma vez que efec-tua  o  transporte  desses  bens,  deve  processar  os  respectivos documentos de transporte com os elementos legalmente exi-gidos, tendo como local de carga o seu armazém, e descarga o local onde os bens são entregues ao cliente, que, como já foi referido, não estão condicionados à sua transmissão, mas sim  ao  seu  efectivo  transporte.  19.  No  caso  referido  em  ii., como  se  disse,  os  bens  em  circulação  até  aos  armazéns  da exponente não carecem de ser acompanhadas de documento de transporte, por disso se encontrarem excluídos (alínea b ) do n.º 2 do artigo 3.º do Regime de Bens em Circulação). 20. 

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No caso dos bens respeitarem a operações internas (hipóteses i. e iii.) os documentos de transporte devem ser emitidos pelo fornecedor nacional e posteriormente pelo transportador des-de  o  seu  armazém  até  ao  local  de  entrega  dos  bens  aos clientes. 

SP – 2013-10-09

venda de viatura afeta a atividade de TÁXI

Questão Sócio n.º 30338

Uma viatura adquirida na Alemanha para o serviço de Táxi na qual não foi deduzido o  IVA aquando da sua contabilização no  imobilizado  da  firma,  vai-se  proceder  à  sua  venda  por substituição  de  uma  outra  adquirida  em  estado  novo.  Se  a venda for dada como retoma ao Stand que documento deve ser  emitido? Nota Crédito do  vendedor ou  fatura  recibo da empresa  de  Táxi?  Com  IVA  ou  isenta  e  qual  o  artº.?  Se  a venda for efetuada a um particular a fatura recibo é passada com IVA ou isenta e qual o artº.? 

Resposta do Assessor Fiscal:

1. Vamos admitir que a viatura adquirida na Alemanha pelo sujeito passivo nacional  era usada  e que  ali  foi  vendida por um sujeito passivo registado para efeitos do imposto sobre o valor  acrescentado  naquele  país  comunitário.  2.  Tratou-se, assim,  de  uma  aquisição  intracomunitária  sujeita  a  IVA,  de acordo com a alínea a) do artigo 1.º e 3.º do RITI. 3. Desse normativo decorre a obrigação, por parte dos sujeitos passivos que, no território nacional, efectuem aquisições intracomuni-tárias de viaturas usadas, de proceder à liquidação do corres-pondente imposto, sempre que o transmitente seja um sujei-to  passivo  do  IVA  noutro  Estado  membro,  nas  condições  aí previstas. 4. Na determinação do valor tributável dessas aqui-sições  intracomunitárias de viaturas usadas, deverá o  sujeito passivo  ter  em conta o disposto no n.º 3 do artigo 17.º do RITI,  determinando  a  inclusão  nesse  valor  do  imposto  auto-móvel  (IA) devido, ainda que não seja  liquidado simultanea-mente. 5. O  IVA suportado na aquisição era dedutível, uma vez  que  a  viatura  adquirida  se  destinava  a  ser  explorada  na actividade do  sujeito passivo  (serviço de  táxi)  –  (alínea a) do n.º 2 do artigo 21.º do CIVA e artigo 19.º e 33.º do RITI). 6. Configurando-se  a  posterior  venda  das  viaturas  usadas no  mercado  nacional  como  operações  sujeitas  a  IVA  nos termos da alínea a) do nº 1 do artigo 1.º do  respectivo Có-digo, caberá ao transmitente, quando actue na qualidade de sujeito passivo, proceder a liquidação do correspondente im-posto.  7. Os  sujeitos  passivos  são  obrigados  a  emitir  uma 

fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário  dos  serviços,  ainda  que  estes  não  a  solicitem (alínea  b)  do  n.º  1  do  artigo  29.º  do  CIVA).  8.  Nos  termos do n.º 3 do art.º 16.º do CIVA, a  troca é considerada como duas transmissões de bens, ambas tributadas pelo valor pleno. 9. Assim,  a  aquisição  de  uma  viatura  nova  com  entrega  de um veículo usado deve ser subdividida em duas operações: a venda da viatura nova é sujeita a IVA, sendo o valor tributá-vel  igual  à  soma do montante  recebido em dinheiro do ad-quirente,  acrescido  do  valor  normal  do  veículo  recebido  em troca; a entrega da viatura usada será sempre isenta se efec-tuada por particular ou, se feita por um sujeito passivo, se for abrangida pela isenção do n.º 32 do art.º 9.º, e tributada nos restantes  casos.  10.  Não  estando  a  viatura  dada  em  troca abrangida pela parte final do n.º 32 do artigo 9.º do CIVA, o seu valor de  troca é  tributável. 11. A venda a um particular também estará sujeita a tributação.

SP – 2013-10-16

Franquia – Companhia Seguros

Questão Sócio n.º 30338

Na Ordem de pagamento a Companhia de Seguros passa à oficina a seguinte ordem de pagamento: Materiais: 2.000,00. Mão Obra: 800,00. IVA 23% 644,00. Total 3.444,00. Franquia 280,00. Valor a pagar 3.164,00. Como se elabora esta fatu-ra à Companhia de Seguros? O valor da franquia é faturada à parte ao cliente da oficina (sinistrado)? Incide IVA? 

Resposta do Assessor Fiscal:

1.  No  caso  «sub-judice»  a  entidade  reparadora  do  veiculo sinistrado deve  liquidar  IVA sobre o valor da reparação efec-tuada, quer a facturação seja emitida em nome da companhia de  seguros, quer do  segurado. 2. O que está em causa é a contraprestação  do  serviço  prestado  pela  oficina,  inquestio-navelmente, sujeito a IVA. 3. Neste sentido, o valor da franquia pode ser  facturado ao segurado e a parte  restante da  repa-ração  à  companhia  de  seguros,  em  ambos  os  casos  com  a respectiva liquidação do imposto devido. 4. Caso a totalidade da reparação seja facturada à seguradora e, posteriormente, a franquia venha a ser debitada ao segurado, o imposto ini-cialmente  liquidado  é  regularizável  nos  termos do  art.º  78.º do CIVA, sem prejuízo de haver sempre lugar a liquidação de IVA ao segurado quando  lhe  for debitada a  franquia  (OFCD n.º 147 533, de 20.12.89).

SP – 2013-10-16

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    35

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CFEI

Questão Sócio n.º 17105

Uma  empresa  XPTO  pretende  usufruir  do  incentivo  CFEI  –  –  Crédito  Fiscal  Extraordinário  ao  Investimento.  A  empresa, tem tido algumas dificuldades cíclicas de tesouraria, dado que mais de 90% dos  clientes  são Municípios.  Para  receber dos mesmos, precisa apresentar uma certidão de situação contri-butiva  regularizada  perante  a  AT  e  a  Segurança  Social.  A certidão é válida por 3 e 4 meses, respectivamente para a AT e  Segurança  Social.  Durante  o  período  entre  certidões,  a empresa  fica  com  atrasos  no  pagamento  das  retenções  na fonte e contribuições para a Segurança Social, só voltando a regularizar a situação aquando e antes do terminus do perío- do de validade das certidões. A empresa pode beneficiar do CFEI?

Resposta do Assessor Fiscal:

De acordo com a Lei 49/13, de 16.07, designadamente dos seus  artigos  2.º,  3.º  e  6.º,  resulta  que:  1.  Podem  beneficiar do  Crédito  Fiscal  Extraordinário  ao  Investimento  (CFEI)  os sujeitos passivos de IRC que exerçam, a título principal, uma actividade  de  natureza  comercial,  industrial  ou  agrícola,  ou seja,  todos  aqueles  que  exerçam  actividades  que  consistam na realização de operações económicas de carácter empresa-rial,  incluindo as prestações de  serviço, nos  termos do n.º 4 do  artigo  3.º  do  CIRC,  bem  como  os  sujeitos  passivos  não residentes com estabelecimento estável situado em território português,  que  preencham,  cumulativamente,  as  seguintes condições:  (i)  Disponham  de  contabilidade  regularmente  or-ganizada,  de  acordo  com  a  normalização  contabilística  e outras disposições legais em vigor para o respetivo sector de actividade; (ii) O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos; e (iii) Tenham a situação fiscal e contribu-tiva regularizada. 2. O benefício fiscal a conceder correspon-de a uma dedução à coleta de IRC no montante de 20% das despesas  de  investimento  em  activos  afectos  à  exploração, que  sejam  efectuadas  entre  1  de  Junho  de  2013  e  31  de Dezembro de 2013,  com o montante máximo das despesas de  investimento elegíveis de 5.000.000 euros. 3. A dedução é efectuada na  liquidação de  IRC  respeitante ao período de tributação que se inicie em 2013, até à concorrência de 70% da colecta do  imposto e deve ser  justificada por documento a integrar o processo de documentação fiscal a que se refere o artigo 130.º do Código do  IRC que  identifique discrimina-damente as despesas de investimento relevantes, o respectivo montante  e  outros  elementos  considerados  relevantes.  4.  A importância  que  não  possa  ser  deduzida  num  determinado exercício,  poderá  sê-lo,  nas  mesmas  condições,  nos  cinco 

períodos de tributação subsequentes. Em conclusão e em meu entender: para beneficiar do Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI), o sujeito passivo deve ter a sua situação fiscal e contributiva regularizada no momento da liquidação, o que deve ser certificado por documento emitido pela enti-dade competente que deve integrar o processo de documen-tação fiscal.

SP – 2013-10-23

Regularização IvA

Questão Sócio n.º 16081

1.  Notas  de  crédito  emitidas  por  fornecedores  comunitários em que na fatura se aplicou o reverse-charge. Deve ser tam-bém corrigido a n/ favor e simultaneamente a favor do esta-do  o  IVA?  2.  Notas  de  crédito  emitidas  por  fornecedores nacionais em que se fez a autoliquidação do IVA (SUCATAS), ou seja, fez-se também o reverse-charge, deverá ser também feita e correção do IVA a n/ favor e a favor do estado?

Resposta do Assessor Fiscal:

Nas situações descritas a obrigação de liquidar imposto e de o  entregar  ao  Estado,  com  direito  a  dedução  (alínea  c)  do n.º 1 do artigo 19.º do CIVA), concentra-se na mesma pes-soa, ou seja, no adquirente dos bens. Se as notas de crédi-to resultam de alterações posteriores ao valor tributável das aquisições (intracomunitárias e nacionais) deverá proceder-se do seguinte modo: a) Se o facto determinante da alteração ocorrer  numa  altura  em  que  não  tenha  sido  remetida  a declaração periódica do período em que se verificou a aqui-sição dos bens, deverá a alteração ser, desde logo, conside-rada  nos  campos  1,  5,  3  ou  10  e  2,  6,  4  ou  11  e  nos campos 20 a 24 do quadro 06 da referida declaração. b) Se o  facto  determinante  da  alteração  implicar  um  novo  fluxo físico  dos  bens  (sua  devolução)  e  ocorrer  numa  altura  em que  já  tenha  sido apresentada a declaração periódica  refe-rente  ao período  em que  se  verificou  a  aquisição de bens, deverá indicar-se o imposto a mais liquidado e a correspon-dente  importância  a menos deduzida,  respectivamente nos campos 40 e 41 do quadro 06 da declaração periódica  se-guinte. c) Se o facto determinante da alteração não implicar o circuito dos bens, mas apenas um novo fluxo documental (v.g.  concessão  de  descontos,  abatimentos  ou  bónus),  não haverá necessidade de proceder a correcções na declaração periódica  sem  prejuízo  da  sua  relevância  para  efeitos  de registo contabilístico.

SP – 2013-10-23

36    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

glossário do contabilista

Crédito

O vocábulo “crédito” operou sensível evolução, como signi-ficante na língua portuguesa, desde o étimo latino (creditum), muito mais do que na forma escrita.E é ainda de assinalar a abrangência do termo, muito maior que o seu antónimo – “débito”. Ao  usar-se  nos  séculos  mais  recentes,  essencialmente  em termos de finanças e contas, alienou-se bastante o seu signi-ficado inicial, de ordem moral de onde proviera.

Dicionário Houaiss de língua Portuguesa – Instituto An-tónio Houaiss de lexicografia Portuguesa – 2004

Crédito – (séc. XIV-Índ.Voc.Port.Medieval) (étimo latino, creditum) – crença, confiança, empréstimoConfiança, crença alimentada pelas qualidades de uma pessoa ou coisa; segurança de que alguém ou algo é capaz ou veraz (aquele médico sempre mereceu todo o crédito dos seus clientes) (as notícias eram dignas de crédito)Crédito mercantil – o que se combina em termos de recipro-cidade entre produtores e intermediários na compra e venda dos mais diversos produtos.…

A Enciclopédia – Editorial verbo – 2004

Crédito – Confiança que inspiram as boas qualidades de uma pessoa//boa  fama//reputação  de  solvabilidade//prazo  para  pagamento.

Dicionário de língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de lisboa – Editorial verbo – 2001

Crédito (do latim creditum)Sentimento de confiança ou segurança que se tem em relação a  alguém  ou  se  deposita  em  alguma  coisa,  devido  às  suas características; avaliação positiva relativa a algo.…

Nova Enciclopédia larousse – Círculo de leitores – 1997

Crédito – 1 – Confiança que inspira alguém ou alguma coi-sa. 2 – Confiança na solvabilidade de alguém; prazo acorda-do para o pagamento. 3 – Conjunto das quantias abonadas por um orçamento. 4 – Empréstimo concedido por uma pes-soa ou banco.A operação de crédito  em  geral  reveste  a  forma  de  um empréstimo ou venda de dinheiro com pagamento diferido. O  juro é  simultaneamente o preço do  tempo e do  risco en-volvidos; o seu custo tende a elevar-se quando a duração da operação  aumenta,  ou  quando  o  devedor  não  apresenta garantias suficientes.…

lexicoteca Moderna Enciclopédia universal – Círculo de leitores – 1987

Crédito – Cedência a título de empréstimo de poder aquisi-tivo.Crédito activo – crédito concedido. O crédito activo aparece no lado do activo do balanço da entidade que o concede.Crédito passivo – Crédito que constitui encargo da entidade que  o  solicita.  O  crédito  passivo  aparece  como  um  débito (passivo) no balanço do solicitante…

Dicionário de língua Portuguesa – José Pedro Machado – SlP e Amigos do livro Editores – 1981

Crédito –  Confiança  que  nos  inspiram  as  boas  qualidades duma pessoa ou a veracidade de uma coisa.Soma posta à disposição de alguém num banco, numa casa de comércio, etc.Direito de se receber o que se emprestou…

Dicionário Prático de Comércio e Contabilidade de Raul Dória e e António Álvaro Dória –1975

Crédito – o termo crédito pode tomar-se no campo da con-tabilidade em duas acepções: como termo técnico da própria Contabilidade e do ponto de vista económico e comercial.Efectivamente antes da descoberta do crédito (cuja origem se perde no tempo) só os privilegiados da fortuna podiam adqui-rir bens por terem possibilidade de os liquidar imediatamente.Embora não possamos considerar o crédito criador de rique-za  (e  há  economistas  que  defendem  tal  ponto  de  vista),  a verdade é que ele  é um grande  impulsionador das  riquezas pelos recursos que oferece aos que dele se servem. …

Dicionário de Gestão de Henri Tezenas de Montcel – Publicações D. Quixote – 1972

Crédito – troca de moeda líquida por um activo financeiro.…Consoante o prazo:  Crédito de longo prazo – superior a sete anos  Crédito de médio prazo – entre três meses e sete anos   Crédito  de  curto  prazo  –  máximo  de  nove  meses  e  que 

apresenta a maior parte das vezes a forma de desconto de letras

Consante  a  forma:  desconto  –  em  que  a  empresa  vende  a um  organismo  financeiroos  créditos  sobre  os  seus  clientes ficando  a  cargo  daquele  a  sua  cobrança  na  data  do  venci-mento.

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    37

  Crédito por assinatura – equivale a um aceite  Crédito em branco – é um descoberto em conta corrente   Crédito  hipotecário  –  onde  um  bem  imobiliário  serve  de 

garantia a um empréstimoConsoante a pessoa:  Crédito de fornecedores  Crédito a clientes …Em contabilidade,  o  crédito designa o  segundo membro da conta, agrupando as operações a que correspondem a uma entrada monetária ou um aumento de recursos. 

Dicionário da língua portuguesa composto pelo padre D. Rafael Bluteau, reformado, e acrescentado por Antó-nio de Moraes Silva natural do Rio de Janeiro – 1789

Crédito – Fé, crença, atenção que se dá ao que nos dizem, ao que os  sentidos nos apresentam//Estimação,  autoridade// reputação de homem abonado e  capaz de pagar,  donde  se ocasiona  ter crédito,  i.é,  ter quem fie dele//o abono do que afiança  outrém//a  porção  em  que  abona//favor,  valimento, graça para com alguém//falto de crédito: falido, quebrado.

vocabulário Português e latino do Padre Raphael Blu-teau – 1712-1728

Crédito – Fé que se dá alguma coisa (Fides)Isto excede todo o crédito.A uma coisa tão estranha apenas dará a posteridade créditoSegundo parecer de alguém ou dando fé ao que ele dizAutoridade, estimaçãoCrédito  entre  mercadores  –  abono  de  cabedal  e  correspon-dência com os mais.Imaginou  que  este  era  o  modo  para  conservar  crédito  dos devedores.Os mercadores têm perdido o créditoFalta de crédito. Quebra.…

livraria

“Auditoria Interna – Função e Processo”De Georgina Morais e Isabel Martins

A Auditoria Interna é hoje uma função com respon-sabilidade  social,  con-frontada com um perma-nentemente  desafio  pro- vocado  pela  constante mudança  na  envolvente das  entidades,  pelo  rápi-do  desenvolvimento  de novas  tecnologias,  novas áreas de actuação, novos eventos,  novas  oportuni-dades,  actuais  e  futuras, com uma atitude proacti-va e criativa.

O objectivo principal é acrescentar valor como parte integran-te  de  um  modelo  de  Corporate Governance  e  Gestão  de Risco em qualquer entidade. O sucesso da actividade de Au-ditoria  Interna  depende  sempre  da  competência  dos  seus recursos,  adequado posicionamento,  transparência  e  cultura da  entidade,  envolvendo  uma  adequada  mentalização  e  di-vulgação a todos os seus intervenientes.

Este livro pretende sensibilizar e auxiliar os profissionais, prin-cipalmente os que  irão  iniciar  a  função, para um adequado desempenho. Tem ainda como objectivo alertar e divulgar no meio  académico  a  importância  crescente  desta  função  para as organizações.

O  livro  encontra-se  estruturado  em  quatro  capítulos,  sendo que os dois primeiros evidenciam o enquadramento e a fun-ção de Auditoria Interna; os dois últimos abordam a Audito-ria Interna numa vertente mais prática, constituindo um guia básico para o exercício da profissão.

Esta quarta edição foi amplicada e actualizada, nomeadamen-te  quanto  às  normas  de  auditoria  interna  (IPPF  para  2013), com  exemplos  práticos,  quadros,  mapas  e  programas  de auditoria interna.

Título: Auditoria Interna – Função e ProcessoAutoras: Georgina Morais/  Isabel MoraisEditor: Áreas Editora

38    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

Com a devida vénia...

“Estado não quer saber dos cidadãos”

Francisco Moita Flores, ex-autarca, in Correio da Manhã, 10/01/2014

“O ensino de mandarim nas escolas é positivo”

Roberto Carneiro, ex-Ministro da Educação, in Correio da Manhã, 10/01/2014

“É preciso um programa (cautelar). Chamem-lhe o que quiserem, até já

ouvi chamar-lhe pirolito”

Silva Peneda, Presidente do Conselho Económico e Social, in Correio da Manhã, 10/01/2014

“O dinheiro que guardo no Verão não estica”

Manuel Carvalho, pescador de Vila Praia de Âncora, in Correio da Manhã, 10/01/2014

“Na minha opinião, empobrecimento foi a palavra do ano”

Carlos Zorrinho, deputado, in Correio da Manhã, 10/01/2014

“Desvalorização interna da moeda foi erro crasso da Troika”

Silva Peneda, Presidente do Conselho Económico e Social, in Vida Económica, 3/01/2014

“Tribunal Constitucional toma deliberações que prejudicam o

processo de ajustamento”

Rui Conceição Nunes, economista, in Vida Económica, 3/01/2014

“We still want to get rid of him” “continuamos a querer ver-nos livres

dele”

Nadezhda Tolokonnikova, cantora das Pussy Riot, depois de mais de dois anos de prisão, por protestar contra o

Presidente Vladimir Putin, in Time, 13/01/2014

“Os custos de não cumprimento deste memorando [resgate internacional]

que foi imposto ao país e que terminará em meados de maio seriam incomparavelmente maiores do que

aqueles que temos de suportar, e que são muitos”

Miguel Macedo, Ministro da Administração Interna, in Ionline, 03/01/2014

“Sou fiel ao princípio de que vale mais prevenir do que remediar, mas não foi esse o entendimento do Presidente da

República. O PS discorda”.

António José Seguro, secretário-geral do PS, in Ionline, 03/01/2014

recortes

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    39

a apotec em notícias

DIA 10:

IvA: Envio da declaração mensal referente ao mês de dezem-bro 2013 e anexos.

IRS/IRC/SEGuRANçA SOCIAl:  Declaração  de  rendimentos pagos  e  de  retenções,  deduções,  contribuições  sociais  e  de saúde  e  quotizações,  referentes  a  janeiro 2014  (trabalho dependente).

SEGuRANçA SOCIAl: Entrega das Declarações de Remune-rações  referentes a de  janeiro 2014 por  transmissão eletró-nica de dados.

DIA 15:

Declaração Intrastat: Envio da informação referente ao mês de janeiro.

DIA 17:

IRS:  Entrega da Declaração Modelo 11,  por  transmissão eletrónica de dados, pelos Notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais  com competência para autenticar documentos  particulares  que  titulem  actos  ou  contratos  su-jeitos  a  registo  predial,  ou  que  intervenham  em  operações previstas  nas  alíneas  b),  f)  e  g  do  n.º  1  do  artigo  10.º,  das relações dos actos praticados no mês anterior, suscetíveis de produzir rendimentos.

IvA: Declaração Periódica – Periodicidade Trimestral – Envio, por transmissão eletrónica de dados, da declaração periódica relativa  ao  imposto  liquidado  no  4.º TRIMESTRE do ano transato (outubro a dezembro) 2013.

IMT:  Os  notários  e  outros  funcionários  ou  entidades  que desempenhem  funções  notariais,  bem  como  as  entidades  e profissionais  com  competência  para  autenticar  documentos particulares  que  titulem  atos  ou  contratos  sujeitos  a  registo predial,  devem  submeter,  até ao dia 15 de cada mês,  à Direção-Geral dos Impostos, os seguintes elementos: a)  Em suporte eletrónico  (Modelo11), uma  relação dos atos ou contratos sujeitos a IMT, ou dele isentos, efetuados no mês antecedente, contendo, relativamente a cada um desses atos, o número, data e  importância dos documentos de cobrança ou  os  motivos  da  isenção,  nomes  dos  contratantes,  artigos matriciais  e  respetivas  freguesias,  ou  menção  dos  prédios omissos; b)  Cópia das procurações que confiram poderes de alienação de bens imóveis em que por renúncia ao direito de revogação ou cláusula de natureza semelhante o representado deixe de poder revogar a procuração, bem como dos respetivos subs-tabelecimentos, referentes ao mês anterior; 

Mapa de Obrigações Fiscais e Parafiscais de Fevereiro de 2014

c)  Cópia  das  escrituras  ou  documentos  particulares  autenti-cados de divisões de coisa comum e de partilhas de que façam parte bens imóveis. 

DIA 18:

Banco de Portugal:  Disponibilização  COL  na  Aplicação  de Recolha, mês de Janeiro.

DIA 20:

IvA:  Envio da declaração  recapitulativa por  transmissão  ele-trónica de dados, pelos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artigo 53.º do Código do IVA que tenham efetuado prestações de  serviços  noutros  Estados  Membros,  no  mês  de  janeiro, quando  tais  operações  sejam  aí  localizadas  nos  termos  do artigo 6.º do Código do IVA.

IvA: Os sujeitos passivos enquadrados no regime normal de tributação com periodicidade TRIMESTRAL que tiverem reali-zado operações intracomunitárias ou assimiladas e/ou presta-ções de  serviços  a  sujeitos  passivos  sedeados noutro  estado membro, devem enviar por  transmissão eletrónica de dados esta declaração, relativa ao 4.º TRIMESTRE (outubro a de-zembro) 2013.Quando o montante total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na declaração recapitulativa atingir ou exce-der € 50.000, no trimestre em curso ou nos quatro anterio-res, a sua periodicidade é alterada para mensal.

IvA: PEQuENOS RETAlHISTAS – os sujeitos passivos abran-gidos  pelo  regime  de  tributação  dos  pequenos  retalhistas devem pagar, por meio do modelo P2 – Documento Único de Cobrança (DuC), o imposto referente aos meses de Ou-tubro a Dezembro de 2013. No caso de não haver  imposto a pagar, deverá ser apresentada na repartição de finanças, no mesmo prazo, a guia modelo 1074.

IMPOSTO DE SElO:  Entrega  das  importâncias  retidas,  no mês anterior (janeiro 2014), para efeitos de Imposto do Selo.

SEGuRANçA SOCIAl:  Entrega,  entre  os  dias  10  e  20,  das contribuições  relativas  às  remunerações  do  mês  anterior  (janeiro 2014).

IRC: Entrega das importâncias retidas, no mês anterior (janei-ro 2014),  para  efeitos  de  Imposto  sobre  o  Rendimento  das Pessoas Coletivas (IRC).

IRS: Entrega das importâncias retidas, no mês anterior (janei-ro 2014),  para  efeitos  de  Imposto  sobre  o  Rendimento  das Pessoas Singulares (IRS).

FCT ou (ME) e FGCT – Entregas: Pagamento das entregas para o Fundo de Compensação do Trabalho (FCT) ou Meca-nismo Equivalente (ME) e para o Fundo de Garantia de Com-

40    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

pensação  do  Trabalho  (FGCT)  relativas  ao  mês  de  janeiro 2014, entre os dias 11 e 20.

DIA 21:

Banco  de  Portugal: Prazo de reporte COPE – EMPRESAS – janeiro 2014.

DIA 25:

IvA: Comunicação  dos  elementos  das  faturas  referentes  a janeiro 2014.

DIA 28:

IRS:  Entrega da Declaração Modelo 10,  por  transmissão eletrónica de dados, ou em suporte de papel, pelas pessoas singulares  que  não  exerçam  atividades  empresariais  ou  pro-fissionais  e  que  sejam  devedores  de  rendimentos  que  não foram  declarados  na  declaração  mensal  de  remunerações (DMR).

IRS: Entrega da Modelo 16, por  transmissão eletrónica de dados, pelas Entidades gestoras dos Fundos de Poupança em Ações. 

IRS: Entrega da Declaração Modelo 25,  por  transmissão eletrónica de dados, pelas entidades beneficiárias de donati-vos  fiscalmente  relevantes no âmbito do  regime consagrado no Estatuto dos Benefícios Fiscais e do Estatuto do Mecenato Científico.

IRS: Entrega da Declaração Modelo 35,  por  transmissão eletrónica de dados, pelas entidades que paguem ou atribuam rendimentos de poupança sob a forma de juros a beneficiários efetivos  ou  outras  entidades  não  residentes  em  território português e desde que sejam residentes noutro Estado Mem-bro,  bem  como,  em  Andorra,  Liechtenstein,  Mónaco,  San Marino, Suiça e nos territórios de Anguilla, Antilhas Holande-sas,  Aruba,  Ilhas  Cayman,  Guernsey,  Jersey,  Ilha  de  Man, Monserrate,  Ilhas Turks e Caicos e Ilhas Virgens Britânicas.

IRS: Entrega da Declaração Modelo 36,  por  transmissão eletrónica de dados, por entidades que paguem ou atribuam rendimentos  de  poupança  sob  a  forma  de  juros,  a  pessoas singulares que provem que atuam por conta de uma entida-des  referidas no art.º 3.º ou 9.º do Decreto-Lei n.º 62/2005 de  11  de  março,  desde  que  revelem  o  nome  e  o  endereço dessa entidade. 

IRS: Entrega da Declaração Modelo 37,  por  transmissão eletrónica de dados, pelas instituições de crédito, cooperativas de  habitação,  empresas  de  seguros,  empresas  gestoras  de fundos  e  outros  regimes  complementares  referidos  no  art.º 16 e 21.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais.

IRS: Entrega da Declaração Modelo 42,  pelas  entidades que paguem subsídios ou subvenções não reembolsáveis no âmbito do exercício de uma atividade abrangida pelo artigo 3.º do Código do Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Singulares, ou a sujeitos passivos de  Imposto sobre o Rendi-mento das Pessoas Coletivas, referente aos rendimentos atri-buídos no ano anterior, conforme determinam o artigo 121.º do CIRS, e o artigo 127.º do CIRC. 

IRS: Entrega da Declaração Modelo 43  pelos  Órgãos  do Ministério  da  Solidariedade  e  Segurança  Social,  relativa  aos valores de todas as prestações sociais pagas (pensões, bolsas de  estudo e  formação,  subsídios de  renda de  casa  e outros apoios públicos à habitação), por beneficiário, relativo ao ano anterior.

IRC: Entrega da Declaração de alterações para os sujeitos passivos de  IRC, cujo período de  tributação seja coincidente com o ano civil, que verifiquem as condições e queiram optar pelo regime simplificado de determinação da matéria coletá-vel.

IRC: Entrega da Declaração Modelo 42,  pelas  entidades que paguem subsídios ou subvenções não reembolsáveis no âmbito do exercício de uma atividade abrangida pelo artigo 3.º do Código do Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Singulares, ou a sujeitos passivos de  Imposto sobre o Rendi-mento das Pessoas Coletivas, referente aos rendimentos atri-buídos no ano anterior, conforme determinam o artigo 121.º do CIRS, e o artigo 127.º do CIRC. 

IvA: Entrega dos pedidos de restituição, por transmissão eletrónica de dados, do IVA suportado na aquisição de bens do ativo  imobilizado pelas  IPSS e pela Santa Casa da Miseri-córdia de Lisboa e a que se refere o D.L. n.º 20/90, de 13/01, nos casos previstos no regime transitório estabelecido no n.º 2 do art.º 225.º da Lei n.º 83-C/2013, de 31/12. 

IuC:  Liquidação, por  transmissão eletrónica de dados, e pa-gamento do Imposto Único de Circulação relativo aos veículos cujo aniversário de matrícula ocorra no mês de fevereiro.

OuTROS:

FCT: Comunicação da admissão de trabalhadores, até à data do início da execução dos respetivos contratos, ao FCT (Fun-do de Compensação do Trabalho) ou ME  (Mecanismo Equi-valente), bem como das atualizações.

Segurança Social: Comunicação da admissão de novos tra-balhadores  nas  vinte  e  quatro  horas  anteriores  ao  início  da produção de efeitos do contrato de trabalho.

Nota: Esta  informação encontra-se disponível mensalmente em www.apotec.pt. Se durante o mês ocorrerem alterações às datas supra indicadas, a APOTEC não se responsabiliza pelas mesmas.

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    41

Damos aqui destaque às últi-mas  novidades  legislativas, que  nos  parecem  ser  de maior  interesse  e  relevância para os profissionais, estando os  respectivos  diplomas  dis-poníveis em www.apotec.pt

Despacho n.º 1576, de 31 de Janeiro – Aprova as alterações da declaração periódica de rendimentos modelo 22, respetivos anexos e instruções.

Despacho n.º 39/2014, de 30 de Janeiro –  Opção  pela continuação  da  aplicação  do  regime  especial  de  tributação dos grupos de sociedades – Prorrogação até 31 de março de 2014.

Ofício Circulado n.º 30158/2014, de 29 de Janeiro – IVA: Orçamento  do  Estado  para  2014.  Alterações  ao  código  do IVA e Legislação Complementar.

Ofício Circulado n.º 30157/2014, de 29 de Janeiro – IVA: Alteração das taxas aplicáveis às operações que se considerem efectuadas na Região Autónoma dos Açores.

Portaria n.º 15-A/2014, de 24 de Janeiro –  Aprova  as instruções de preenchimento da Declaração Mensal de Remu-nerações  –  AT,  para  cumprimento  da  obrigação  declarativa  a que  se  refere a  subalínea  i) da alínea c), e a alínea d), do n.º 1 do artigo 119.º, do CIRS.

lei n.º 2/2014, de 16 de Janeiro – Procede à  reforma da tributação  das  sociedades,  alterando  o  Código  do  Imposto sobre  o  Rendimento  das  Pessoas  Coletivas,  aprovado  pelo Decreto-Lei  n.º  442-B/88,  de  30  de  novembro,  o  Decreto Regulamentar  n.º  25/2009,  de  14  de  setembro,  e  o  Códi- go  do  Imposto  sobre  o  Rendimento  das  Pessoas  Singula- res,  aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de no-vembro.

A Secção Regional da Madeira foi a votos!

Realizou-se  no  passado  mês  de  Janeiro  as  eleições  para  os corpos  sociais  regionais  e  para  os  delegados  à  Assembleia Geral da APOTEC, da Secção Regional da Madeira.Para conhecimento geral passamos a divulgar os nomes dos Associados  que  assim  vão  gerir  os  destinos  desta  Secção Regional,  aos  quais  desde  já,  felicitamos  e  desejamos  as maiores venturas no real desempenho dos seus cargos.

Triénio 2013-2015

ASSEMBlEIA REGIONAl

Presidente   Jorge Domingos de Jesus1º Secretário  Isabel Catarina Jesus Abreu Rodrigues2º Secretário  Luís Miguel Mota de FreitasSuplente  Ana Cláudia Andrade Ferreira

DIRECçãO REGIONAl

Presidente   Sérgio Ricardo de Freitas Jesusvice-Presidente Rodrigo Afonso V. Couto CardosoTesoureiro  Rui Miguel Gomes CoelhoSecretário  Vítor Manuel Pereira Gonçalvesvogal  António Duarte da Costa GomesSuplente  Emanuel dos Reis Camacho MachadoSuplente  Samuel Januário Abreu Gonçalves

DElEGADOS À ASSEMBlEIA GERAl

Jorge Domingos de Jesus Sérgio Ricardo de Freitas JesusRui Miguel Gomes Coelho

Últimas novidades legislativas

Reuniões mensais 2014: Secção Regional de Braga

As reuniões livres e gratuitas promovidas pela Secção Regional de  Braga  da  APOTEC,  são  realizadas  na  sala  58  do  Centro Comercial Cruz de Pedra, sito na Rua Cruz de Pedra, 96 em Braga. Decorrem das 21h30m às 23h00, assessoradas pelo Dr. José Soares Roriz, de acordo com o seguite calendário:

Mês Dias Mês Dias

JAN. 27 JUN. 30

FEV. 24 SET. 29

MAR. 31 OUT. 27

ABR. 28 NOV. 24

MAI. 26 DEZ. –

a apotec em notícias

42    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

De  norte  a  sul  do  país,  as  Acções  de  Formação  Certificada sobre o Orçamento do Estado 2014 e a Reforma do  IRC  in-tensificaram-se  no  decurso  dos  dois  primeiros  meses  deste ano.Foram mais de 600 participantes que estas formações alcan-çaram, fruto da necessidade de aprendizagem dos Associados e da qualidade formativa da APOTEC.Recordamos  que  no  âmbito  do  processo  submetido  à  DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações de Traba-lho  no  decurso  de  2013,  a  APOTEC  foi  reconhecida  como entidade  formadora  certificada  pela  DGERT  nas  áreas  de educação  e  formação:  344  –  Contabilidade  e  fiscalidade,  345 – Gestão e Administração e 380 – Direito.Ser uma entidade formadora certificada significa que os seus procedimentos e práticas estão de acordo com um referencial de qualidade específico para a  formação. Além disso, a  for-mação  promovida  só  é  considerada  certificada,  nos  termos do Sistema Nacional de Qualificações, se for desenvolvida por entidade formadora certificada.Esta é mais uma vantagem da APOTEC, dos seus asso-ciados e de todos os seus formandos!

Orçamento do Estado 2014 e Reforma do IRC em destaque formativo na APOTEC

Acção de Formação em Viseu

Vinte e cinco anos do IVA em Portugal

Decorreu no passado dia 23  de  Janeiro  o  lança-mento do livro “VINTE E CINCO ANOS DE IM-POSTO SOBRE O VA-LOR AGRESCENTADO (IVA) EM PORTUGAL”. Este evento foi organiza-do pela Associação Fiscal Portuguesa  (AFP)  e  con-tou com as presenças do Senhor  Prof.  JOSÉ GUI-LHERME XAVIER DE BASTO, ex-presidente da Comissão  do  IVA,  e  dos Drs.  JOÃO AMARAL TOMAZ, ARLINDO CORREIA e MÁ-RIO ALVES ALEXANDRE, membros dessa Comissão. Com a  chancela do Centro de  Estudos  Fiscais  e Aduaneiros da  Administração  Tributária  e  Aduaneira  e  na  presença  do Director-geral da AT, Prof. Doutor José Azevedo Pereira, a AFP promoveu a apresentação deste livro, que congrega as comu-nicações efectuadas no Colóquio Comemorativo do 25º ani-versário  da  entrada  em  vigor  do  IVA,  que decorreu  em No-vembro de 2011.

Protocolo com NIISAL – Núcleo de Investigação do Instituto Superior de Administração e Línguas da Madeira

No final do ano anterior foi celebrado o protocolo de cooperação entre a Secção Regional da Madeira da APOTEC e  o NIISAl – Núcleo de Investigação do Instituto Superior de Administração e línguas da Madeira,  com o objectivo central de assegurar a promoção de iniciativas e a realização de acções e estudos conjuntos, com incidência na valorização sócio-profissional.Estamos certos que esta colaboração mútua permitirá a valorização de iniciativas de interesse comum.

Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014    43

Fólio do Senador

José Azevedo Rodrigues

Bastonário da OROC

O relacionamento da agência é uma das modalidades mais velhas e mais comuns de interação social. Um relacionamento da agência existe quando duas (ou mais) partes acordam entre si uma determinada segregação de esforços em que uma das partes, designada como o agente, age em nome, ou em representação da outra parte, designada como o principal, num determinado domínio de ação e decisão. Os exemplos da agência são universais e remontam ao início da civilização quando as comunidades escolhiam de entre os seus membros o grupo dos “caçadores” (agentes) para que estes fossem apanhar as reses necessárias à alimentação da comunidade (principal), enquanto os restantes ficavam em vigilância e defesa própria. Já nesta ocasião se levantavam problemas de agência, pois não eram raras as vezes que se descobria que os agentes (caçadores), escondiam as melhores reses para depois o grupo ir fazer as suas “patuscadas” secretas.

Na economia, o problema do principal-agente trata as dificuldades que se levantam face aos problemas que podem ocorrer nos relacionamentos da agência. Na gestão de empresas e com “popularização” do mercado de capitais, dispersando os detentores de capital, aquele problema encontra-se na maioria de relacionamentos do empregador/empregado, por exemplo, quando os acionistas contratam os executivos de topo para as suas entidades empresariais. O acionista (principal) está focado sobretudo na maximização dos seus rendimentos financeiros, mesmo que se assumam riscos relevantes, o que não agrada ao gestor (agente) que tem outros objetivos e prefere um risco controlado. Por outro lado, o gestor (agente) tem acesso a fontes mais fidedignas e dispõe de mais e melhor informação que o acionista (principal).

No primeiro caso estamos perante um conflito de interesses, enquanto que no segundo caso estamos perante a assimetria de informação. Ambos são geradores de riscos para o principal (riscos de agência) o que o obriga a adotar mecanismos de alinhamento dos interesses do agente aos do principal, e de salvaguarda da maior “verdade” possível na informação que lhes é proporcionada, provocando custos de agência.

Teoricamente, os custos de agência poderiam ser previamente determináveis e posteriormente controláveis, se nas décadas recentes não se tivesse desenvolvido um corpo de agentes com ética duvidosa e duma ganância desmedida que afetaram não apenas os acionistas, mas também a sociedade, com impactos devastadores na economia e nas pessoas.

Os mecanismos instituídos para combater os riscos do relacionamento de agência foram:i) Modelo de gestão, centrando as remunerações dos executivos em fortes componentes de quantias variáveis em função

dos lucros obtidos;ii) Contratação de auditores externos independentes para certificar as contas apresentadas pelos gestores, assegurando a

credibilidade das mesmas.

Sendo os rendimentos dos agentes dependentes em grande parte dos lucros obtidos, nasceu a necessidade de maximizar esses lucros, mesmo que tais não tivessem aderência à realidade económica que os subjaz. O exemplo mais flagrante deste “engo-do” financeiro foi materializado nos conhecidos CDOs, (Collateralized Debt Obligations) ferramentas financeiras sofistica-das lançadas pelos bancos e outras agências financeiras que “empacotam” empréstimos individuais num produto vendido aos investidores no mercado secundário, suportado em ativos sem valor, ou em devedores sem capacidade financeira.

Mas estes pacotes financeiros sob a “égide” de sofisticados produtos financeiros, fruto apenas de uma elevada inovação, diria imaginação e engenharia financeiras, iam sendo adquiridos por incautos e bem intencionados compradores que não imaginavam o “lixo” que circulava no mercado e que os iria vitimizar num futuro próximo, com muito descontrolo da regulação financeira, com taxas de juro insignificantes, criando a ilusão de que o dinheiro abundava, que os recursos eram infindáveis e por isso, uma ideia de riqueza e bem-estar, não convergente com a economia real.

Esta ilusão de liquidez, teve consequências num crescimento artificial dos preços na economia real, de uma procura desen-freada e de uma capacidade de compra atípica, levando à sobrevalorização artificial de ativos, de negócios e de transações, criando o apogeu da moeda escritural, gerando lucros fantásticos para alguns setores de atividade (emissores, intermediários, consultores), remunerando principescamente os gestores (agentes) com chorudos prémios sobre os lucros.

Estou convicto de que terá sido sobretudo a procura desenfreada do lucro, em que os agentes alinharam em demasia as suas expetativas com as dos acionistas e se aproveitam de alguma ineficácia no processo de controlo da assimetria de informação, uma das raízes mais profundas pelo caos gerado nos mercados financeiros e consequentes impactos na economia, de que as pessoas comuns têm sido vítimas e estão “a pagar” não só no domínio financeiro, mas também no social e ambiental.

A Teoria da Agência e o “crash” na Economia

44    Jornal de Contabilidade. Janeiro/Fevereiro 2014

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